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REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE E COMPETÊNCIA PARA A AÇÃO MONITÓRIA: ASPECTOS CONTROVERTIDOS REVISTA DA ESMESC, v.13, n. 19, 2006 REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE E COMPETÊNCIA PARA A AÇÃO MONITÓRIA: ASPECTOS CONTROVERTIDOS Lisiane Lückemeyer 1

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REVISTA DA ESMESC, v.13, n. 19, 2006

REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADEE COMPETÊNCIA PARAA AÇÃO MONITÓRIA:ASPECTOS CONTROVERTIDOSLisiane Lückemeyer1

Resumo: Este trabalho estuda os requisitos de admissibili-dade da ação monitória (prova escrita da relação obrigacio-nal, objeto e sujeitos da obrigação), apresentando a diver-gência doutrinária quanto ao alcance da expressão coisa fun-gível inserida no referido dispositivo legal; e quanto à legiti-midade passiva da Fazenda Pública para figurar nessa de-manda diferenciada. Em seguida, analisa a competência doórgão jurisdicional para processar e julgar a ação monitória,dando ênfase à celeuma relacionada aos Juizados EspeciaisCíveis. Finalmente, ponderando as controvérsias apresenta-das, expõe o posicionamento tido como o mais adequadosobre o assunto.Palavras-chaves: Ação monitória; Admissibilidade; Com-petência.

1 Advogada; Bacharel em Direito pela Universidade Paranaense – UNIPAR, campus Cascavel;Especialista em Direito Civil e Direito Processual Civil pela Faculdade de Ciências Sociais Apli-cadas de Cascavel – UNIVEL; Formada pela Escola Superior da Magistratura do Estado deSanta Catarina – ESMESC. E-mail: [email protected]

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Abstract: This work studies the requirements for theadmissibility of the monitoy action (written proof of theobligatory relatio, objetct and subjects of the obligation),presenting the doctrinal divergence about the reach of theexpression fungible tring inserted in the referred legal device;ando n the passive legitimacy of the Internal Revenue Servicefor appearing in this differentiated demand. Then, thecompetence of the judicial body to process and to judge themonitory action is analyzed, giving emphasis to the disputerelated to the Special Civil Courts. Finally, by ponderingabout the presented controversies, the posture which isconsidered to be the most adjusted one over the subject isdisplayed.Key words: Monitory action; Admissibility; Competence.

Sumário: 1 Introdução – 2 Requisitos de admissibilidade

da ação monitória: 2.1 Prova escrita da relação obrigacio-

nal; 2.2 Objeto da obrigação; 2.3 Sujeitos da obrigação:

legitimidade ativa e passiva – 3 Competência para proces-

sar e julgar a ação monitória – 4 Considerações finais –

Referências.

1 Introdução

Diante da notória morosidade do Poder Judiciário na presta-ção da tutela jurisdicional, os estudiosos do Direito, ao longodos anos, têm buscado a criação de novos instrumentos jurídi-cos capazes de desburocratizar a relação processual e viabilizara efetividade e presteza na composição do litígio.

As inúmeras alterações introduzidas no Código de ProcessoCivil nos últimos anos são reflexos desse anseio em tornar o

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processo realmente útil aos interesses dos litigantes, aceleran-do a marcha procedimental e viabilizando a efetiva atuação dasgarantias constitucionais decorrentes da moderna concepção dodevido processo legal.

A compreensão de que o modelo tradicional do procedimentoordinário, apesar de irrenunciável, não pode albergar todas asformas do agir jurisdicional, devendo ser substituído, quandopossível, por estruturas mais condizentes com o direito materi-al a ser tutelado, tem encontrado cada vez mais adeptos na dou-trina brasileira.

Entre as formas que excepcionam o procedimento ordinário,o legislador nacional, com respaldo no direito alienígena, intro-duziu no ordenamento jurídico brasileiro um instrumento pro-cessual que possibilita, para algumas categorias de crédito, a for-mação do título executivo dotado de liquidez, certeza e exigibi-lidade, de forma mais célere, através da técnica da sumarizaçãoda cognitio.

Essa tutela jurisdicional diferenciada, chamada pelo legisla-dor de ação monitória, possui um procedimento especial decognição sumária, que abrevia o caminho a ser percorrido pelocredor até a satisfação de seu crédito, com a inversão do con-traditório, acelerando a autorização para executar.

A inspiração principal para a instauração da atual técnicamonitória no Código de Processo Civil, através da Lei nº 9.079,de 12 de julho de 1995, foi buscada no procedimento monitóriodocumental do moderno direito italiano, tendo a legislação bra-sileira optado por uma versão simplificada do procedimentod’ingiunzione.

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2 Requisitos de admissibilidade da ação monitória

A ação monitória, com o seu procedimento especial, foiinserida no Código de Processo Civil brasileiro pela Lei nº 9.079/1995, que acrescentou, dentre os Procedimentos Especiais de Ju-risdição Contenciosa (Livro IV), os artigos 1.102a, 1.102b e 1.102c.

Considerando a espécie de procedimento monitório adotadopelo ordenamento jurídico-processual brasileiro, bem como odisposto no artigo 1.102a do Código de Processo Civil, NeryJúnior (2001, p. 1383) conceitua a ação monitória como:

[...] instrumento processual colocado à disposição do

credor de quantia certa, de coisa fungível ou de coi-

sa móvel determinada, com crédito comprovado por

documento escrito sem eficácia de título executivo,

para que possa requerer em juízo a expedição de

mandado de pagamento ou de entrega da coisa para

a satisfação de seu direito.

Por se tratar de um procedimento diferenciado, caso o cre-dor decida buscar a tutela jurisdicional por meio da ação moni-tória, deverá observar, além dos requisitos de admissibilidadenormais a qualquer petição, algumas peculiaridades relaciona-das à prova escrita da relação obrigacional, ao objeto da obri-gação e aos sujeitos da relação jurídica controvertida, que sãoespecíficas dessa demanda.

2.1 Prova escrita da relação obrigacional

É da essência do procedimento monitório brasileiro o cará-

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ter documental, já que a comprovação dos fatos articulados peloautor na petição inicial deve, necessariamente, ocorrer median-te a apresentação de prova escrita sem eficácia de título execu-tivo, requisito este que, para Cruz e Tucci (1997), consiste emuma verdadeira condição específica de admissibilidade da açãomonitória.

Diversamente de outros sistemas monitórios (por exemplo,o da antiga ação decendiária), o legislador brasileiro não esta-beleceu rol (taxativo ou exemplificativo) de documentos paraautorizar a obtenção da tutela monitória, limitando-se, de for-ma genérica, a exigir da parte autora a apresentação de umaprova escrita sem a eficácia de título executivo.

Para ser admissível o processo monitório, é necessário que,a partir dessa prova escrita, o julgador possa inferir de formarazoável a existência do crédito pretendido pelo autor. Entre-tanto, enfatiza Dinamarco (1997), o autor pode se valer de doisou mais documentos, que, apesar de insuficientes isoladamen-te, quando somados venham a caracterizar a prova escrita legi-timadora do processo monitório.

Embora a lei não conceitue a prova escrita para fins monitó-rios, esta deve abranger, conforme Alvim (1997), apenas a pro-va escrita stricto sensu, ou seja, a prova grafada, pouco impor-tando a sua natureza, características ou o momento de forma-ção, desde que contenha os requisitos de liquidez e certeza docrédito ou a perfeita identificação da coisa demandada.

Ficaria excluída do âmbito da ação monitória a prova docu-mental lato sensu, como, por exemplo, a gravada em fita casse-te (sistema auditivo) e o videotape (sistema visual). Tambémficariam excluídas todas as provas que o Compêndio Processu-

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al repute “começo de prova por escrito”, as quais se prestam ainstruir uma ação ordinária (artigo 402, inciso I, do Código deProcesso Civil).

Seguindo o entendimento originário da Itália, alguns doutri-nadores procuram aproximar essa prova escrita de um título exe-cutivo, chegando a denominá-la de “título monitório”, “títuloquase-executivo”, “título pré-executivo” ou “subtítulo executivo”.

Entretanto, assevera Talamini (1997), a função da prova es-crita, enquanto requisito da tutela monitória, nada tem a ver coma função dos títulos executivos, pois, apesar de ambos serem re-presentados documentalmente, quando o juiz analisa a prova es-crita como requisito de admissibilidade da ação monitória, estáefetuando um juízo de mérito, ainda que sumário; ao passo que,quando constata a juntada de algum daqueles atos catalogadosem lei como título executivo, irá deferir de plano o prossegui-mento da execução, não efetuando qualquer exame de mérito.

Dessa forma, a prova escrita sem a eficácia de título execu-tivo (pois, se tiver força executiva, não há interesse em forma-ção de um título) deve, necessariamente, instruir a peça inicialda demanda monitória, assinalando a existência do direito ma-terial que fundamenta a pretensão deduzida, sob pena de inde-ferimento da inicial, nos termos do artigo 295, inciso VI, com-binado com os artigos 283 e 284, do Código de Processo Civil.

2.2 Objeto da obrigação

No Direito brasileiro é admitida a ação monitória apenasquando a pretensão do autor se destina a receber “soma emdinheiro”, “coisa fungível” ou “determinado bem móvel” (art.

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1.102a). Essa é a terminologia da lei brasileira, reproduzindo alei italiana.

Segundo Nery Júnior (2001), o legislador, em vez de manteras expressões já utilizadas no Código de Processo Civil de 1973(execução por quantia certa, execução para entrega de coisacerta e execução para a entrega de coisa incerta), optou porcopiar os termos do Código de Processo Civil italiano (somaem dinheiro, coisa fungível e coisa móvel determinada).

Assim, segundo esse doutrinador, coisa fungível, no contex-to da norma, estaria equiparada à coisa incerta, ou seja, aquelaque está determinada pelo gênero e quantidade, podendo sersubstituída por outra da mesma espécie.

Na mesma linha de pensamento, Theodoro Júnior (2004)afirma que a lei, quando fala em entrega de coisa fungível, estáse referindo às obrigações de dar coisas indicadas pelo gêneroe quantidade, isto é, obrigações de dar coisas genéricas ou in-certas, cuja satisfação em juízo enseja a execução forçada dosartigos 629 e seguintes do Código de Processo Civil.

Manifestando entendimento contrário, Fischmann (2000, p.364-5) sustenta existir diferença entre a coisa fungível (artigo 85do Código Civil) e as obrigações de dar coisa incerta (artigo 243do Código Civil), não havendo, portanto, como confundi-las:

Coisa fungível é o móvel que pode ser substituído

por outro da mesma espécie, qualidade e quantida-

de, v.g., sacas de arroz, gado, veículos automotores,

tijolos. A incerteza, por sua vez [...], constitui não uma

qualidade inerente à coisa, mas uma obrigação de

entregar algo que está ao menos definido pelo gêne-

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ro e quantidade, mas não, ainda, determinado em tal

gênero, qual espécie será entregue. A qualidade não

é elemento constitutivo do suporte fático das obriga-

ções de dar coisa incerta. Compram-se tantas reses

de determinado rebanho; não importa se algumas são

de pelagem diversa de outras. Além disso, a obriga-

ção de entregar coisa incerta não está limitada a

móveis. Há obrigações que podem ser constituídas

para entrega de coisa incerta fungível ou infungível.

Sobre a matéria, Pontes de Miranda apud Fischmann (2000,p. 364) ensina:

A dicotomia das coisas em fungíveis e não fungíveis

nada tem com a das obrigações de dar coisa certa e

obrigações de dar coisa incerta (obrigações genéri-

cas ou de dar coisas determinadas pelo gênero e

pela qualidade). [...] quase sempre, porém não sem-

pre, o objeto das prestações, nas obrigações genéri-

cas, são coisas fungíveis.

Assim, pondera que, quando a lei fala em coisa fungível, ointérprete deve ter em mente coisa fungível, porém certa (ex.:obrigação de entregar cem sacas de arroz e não apenas a obri-gação de entregar cem sacas de grãos). Segundo seu entendi-mento, revela-se inviável a utilização do procedimento moni-tório para exigir o cumprimento de obrigações de coisas fungí-veis, mas incertas, bem como de obrigações alternativas (artigo252 do Código Civil) quando a escolha couber ao devedor,devendo o credor de tais obrigações formar seu título em açãocondenatória plenária.

O entendimento mais adequado sobre a questão parece con-

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figurar que a lei processual refere-se realmente à coisa fungí-vel, que poderá ser certa ou incerta, desde que a escolha estejaa cargo do autor e seja feita na inicial, a fim de viabilizar aexpedição do mandado de entrega contra o réu. Havendo dis-cordância pelo demandado quanto ao bem individualizado nainicial, deverá opor os respectivos embargos, que suspenderãoa eficácia do mandado monitório, fazendo com que a demandaprossiga como condenatória plenária de rito comum.

Quando a escolha couber ao devedor, não parece adequadoo manejo da via monitória, pois, caso ele cumpra o mandado deentrega, estará liberado da obrigação e extinto será todo o pro-cesso, não havendo meios para que o autor manifeste sua dis-cordância quanto à escolha feita pelo demandado.

Ainda, a lei prevê a possibilidade da monitória veicular apretensão de entrega de determinado bem móvel, que, esclare-cem Nery Júnior (2001) e Theodoro Júnior (2004), apresenta-se como objeto de obrigação de dar coisa certa (artigos 233 eseguintes do Código Civil).

Outra hipótese em que é cabível a utilização do procedimentomonitório refere-se à pretensão em obter o pagamento de soma

em dinheiro.

Em decorrência do disposto no artigo 1.102c e respectivo §3º do Código de Processo Civil, Fischmann (2000) esclareceque não há, na monitória, estágio posterior para se realizar umaliquidação do crédito, devendo, desde logo, o valor ser explici-tado ou a coisa identificada. Nesse sentido é o magistério deTheodoro Júnior (2004).

Sobre o assunto, a doutrina debate quanto à necessidade de

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tal liquidez decorrer do próprio documento que instruiu a ini-cial, ou se basta a afirmação do autor precisando o montantedevido.

Para Alvim (1997) a liquidez do crédito deve resultar dopróprio documento. Entretanto, Fischmann (2000) entende que,sendo ele omisso a respeito do valor, tal requisito pode ser su-prido pela indicação do montante na petição inicial.

Mesmo que inexista previsão legal a respeito, adverteMacedo (1999), a liquidez da soma impõe a apresentação, jun-to com a inicial, de uma memória discriminada de cálculo, pois,em sendo o primeiro objetivo da monitória o pagamento dodébito, ao proceder dessa forma, está-se viabilizando o adim-plemento voluntário da obrigação pelo réu e evitando, por ve-zes, o incentivo à promoção de embargos ao mandado.

Nery Júnior (2001) elenca algumas hipóteses capazes deensejar a utilização da demanda monitória, podendo destacar,dentre elas, as dívidas oriundas de contratos de mútuo feneratício(empréstimo de dinheiro); dívidas condominiais; honorários deprofissionais liberais; indenizações por acidente de trânsito;cheque de pretensão prescrita; duplicatas sem aceite ou não re-vestidas de todas as formalidades que a transformam em títuloexecutivo; e apólices de seguro.

Convém registrar, por derradeiro, que a lei processual brasi-leira excluiu do âmbito da ação monitória as relações jurídicasnão-patrimoniais, bem como as pretensões relativas à obriga-ção de fazer, de não fazer, ou de entrega de bens imóveis. Ain-da, pelo aspecto técnico-processual, segundo Dinamarco (1997),ficam excluídas da tutela monitória todas as pretensões direci-onadas à mera declaração ou constituição de situação jurídica

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nova, ou seja, todas aquelas que, ordinariamente, não legitima-riam uma tutela condenatória.

2.3 Sujeitos da obrigação: legitimidade

ativa e passiva

Tem legitimidade para manejar a ação monitória aquele queé credor (originário, cessionário ou sub-rogado) de obrigaçãode soma em dinheiro, de coisa fungível ou de coisa certa mó-vel, desde que esteja munido de prova escrita sem a eficácia detítulo executivo. Tanto as pessoas físicas quanto as pessoas ju-rídicas de Direito Privado ou Público podem usar ativamente oprocedimento monitório.

A legitimidade passiva pertence àquele que figura como obri-gado por soma de dinheiro, coisa fungível ou coisa certa mó-vel, bem como ao seu sucessor a título universal ou singular.

Havendo vários coobrigados solidariamente responsáveispela dívida, a ação monitória torna-se manejável contra todos,em litisconsórcio passivo, ou contra cada um deles isoladamente,já que o litisconsórcio, na espécie, não é necessário.

Entretanto, conforme Fischmann (2000), na monitória, alémdo litisconsórcio passivo, é plenamente possível, quando exis-ta pluralidade de credores contra um devedor comum, ou quan-do existam vários credores contra vários devedores, a ocorrên-cia do litisconsórcio ativo, mas desde que a ação monitória es-teja fundamentada no mesmo crédito.

Continua afirmando que, em regra, a iniciativa do litiscon-sórcio é do autor (litisconsórcio facultativo), mas, não se deve

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excluir a possibilidade de formação de litisconsórcio necessá-rio, quando, por exemplo, a demanda é proposta por ou contraespólio ou inventariante dativo (litisconsórcio inicial, art. 12, §1º, do CPC); ou, ainda, em caso de falecimento do credor, quan-do o crédito deve ser partilhado entre mais de um herdeiro (li-tisconsórcio ulterior).

Com relação ao falido e ao insolvente civil, ponderaTheodoro Júnior (2004), não poderão ser demandados pela viado procedimento monitório, primeiro, porque não dispõem decapacidade processual; e, segundo, porque não é possível quese promova uma execução contra tais devedores fora do con-curso universal.

Os incapazes, ensina Dinamarco (1997), podem figurar nopólo ativo ou passivo da demanda monitória. Sendo o réu umincapaz, seu representante pode optar por uma das seguintescondutas: pagar ou apresentar os embargos monitórios.

Não existe, entre os doutrinadores, entendimento uníssonoquanto à legitimidade da Fazenda Pública para figurar comosujeito passivo da demanda monitória, entendendo, alguns, pelapossibilidade de utilização do procedimento monitório contra aAdministração Pública, enquanto outros sustentam sua invia-bilidade.

Entre esses últimos, inclui-se o ensinamento de Cruz e Tucci(1997), segundo o qual não pode existir uma ordem de paga-mento contra a Administração Pública sem a prévia existênciade um título executivo judicial.

Complementado esse raciocínio, Greco Filho (2003) pontuaque, assim como não se admite penhora, também não se admite

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a expedição de uma ordem de pagamento contra a FazendaPública, devendo, em caso de responsabilidade obrigacional,ser demandada por intermédio de um processo de conhecimen-to puro, com sentença em duplo grau de jurisdição.

No Brasil, assinala Theodoro Júnior (2004), se torna real-mente inviável a aplicação da ação monitória contra a Admi-nistração Pública, pois a citação no procedimento monitóriocaracteriza-se por ser uma ordem de pagamento (e não um cha-mado para se defender), mostrando-se incompatível com omecanismo do precatório que norteia os pagamentos a seremfeitos pelo Poder Público.

Outro fator que é levantado como óbice à veiculação da açãomonitória contra a Fazenda Pública relaciona-se à indisponibi-lidade do interesse público. Ensina Talamini (1997, p. 152):

No processo comum de conhecimento, não se dá o

efeito principal da revelia contra a Fazenda Pública;

a Fazenda Pública não tem o ônus de impugnar es-

pecificadamente fato a fato da inicial para que esses

não se presumam verdadeiros; não se concebe a

confissão da Fazenda Pública – e assim por diante.

Tudo isso se deve ao princípio constitucional da in-

disponibilidade do interesse público.

Se não se admitem essas decorrências no processo

comum de conhecimento, não seria coerente, dentro

do sistema, que se tolerasse a grave conseqüência

da inércia do réu no procedimento monitório: auto-

mática formação de “título executivo”.

Entretanto, existem autores que defendem a legitimidadepassiva da Fazenda Pública para figurar na demanda monitó-

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ria. Entre eles, destaca-se Dinamarco (1997), ao sustentar que aanuência ao mandado de pagamento não constitui adimplementopor força de condenação, mas mera satisfação voluntária deobrigação, como a que é feita em atendimento a uma cobrança.

No procedimento monitório (assim como no ordinário), épossível a cognição plenária da demanda, bastando que, paratanto, a Fazenda Pública ofereça embargos ao mandado. As-sim, conclui Alvim (1997), tendo o credor um cheque emitidopela Fazenda Pública que tenha perdido a eficácia de título exe-cutivo, é possível que se utilize da ação monitória para recebero seu crédito, sem qualquer empecilho.

Quanto à referida celeuma, parece mais acertada a correnteque defende ser inviável o procedimento monitório contra aAdministração Pública.

Pelo mecanismo da ação monitória, optando o devedor porficar inerte (não efetua o pagamento ou não oferece os embar-gos no prazo de quinze dias), haverá a conversão automáticado mandado inicial em título executivo judicial, dando ensejo àexecução. Essa é a característica principal que se extrai do pro-cedimento previsto para a monitória.

Verifica-se que a revelia do réu da demanda monitória geraefeitos diversos daqueles previstos no artigo 319 do Código deProcesso Civil, pois, caso não haja o pagamento/entrega ou nãosejam opostos os embargos no prazo legal, constitui-se de plenodireito o título executivo pela conversão do mandado inicial.

Ainda, convém registrar, que, pela sistemática do compên-dio processual e pela indisponibilidade do direito que titulariza,no processo comum de conhecimento, o efeito principal da re-

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velia, que é a presunção de veracidade dos fatos afirmados peloautor, não é aplicável contra a Fazenda Pública.

Logo, considerando que contra a Fazenda Pública sequerpode incidir a presunção de veracidade dos fatos afirmados peloautor, no mínimo seria incoerente aceitar que, sendo demanda-da por meio de uma ação monitória, a sua inércia possa acarre-tar um efeito muito mais gravoso, que é a conversão automáti-ca do mandado monitório em título executivo judicial.

Em linhas gerais, esse é o panorama da discussão doutriná-ria sobre a legitimidade passiva da Administração Pública parafigurar na demanda monitória.

Finalmente, com relação às pessoas jurídicas de direito pri-vado, inexiste restrição quanto ao emprego dessa demanda di-ferenciada, sendo possível direcioná-la também contra os sóci-os, quando configurada sua responsabilidade solidária ou sub-sidiária, segundo o direito material.

3 Competência para processar e julgar

a ação monitória

A competência para processar e julgar a ação monitória édefinida pela aplicação das regras previstas na Constituição Fe-deral e, mais especificadamente, no Código de Processo Civil.

Considerando a qualidade das partes da relação jurídica con-trovertida, deve ser aplicada a regra do artigo 109, inciso I, daConstituição Federal, segundo a qual, sempre que a causa não éde competência da Justiça Federal, será, residualmente, de com-petência da Justiça Estadual (aí inclusa a do Distrito Federal).

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A competência territorial para a ação monitória, segundoAlvim (1997), firma-se em razão do local onde deva ser cum-prida a obrigação (artigo 100, inciso IV, alínea “d”, do CPC),ou em razão do domicílio ou da residência dos sujeitos da rela-ção jurídica controvertida (devedor e credor). Não havendo forode eleição privilegiando o autor, a demanda monitória deveráser proposta no domicílio do réu (artigo 94 do CPC).

No caso específico de a monitória fundar-se em título de cré-dito prescrito, Theotonio Negrão (2000) susta que o foro compe-tente para seu julgamento é o do lugar onde a obrigação deve sersatisfeita (artigo 100, inciso IV, alínea “d”, do CPC), não incidindo,nesse caso, a regra do domicílio do réu (artigo 94 do CPC).

Entretanto, Theodoro Júnior (2004), complementando o ensi-namento de Alvim (1997), ressalta que a norma do artigo 100,inciso IV, alínea “d”, do Código de Processo Civil, institui ape-nas um privilégio em favor do credor, que, por preferência, podeajuizar a ação no foro comum do réu, isto é, no domicílio deste,o qual só pode ser impugnado se implicar em prejuízo para o réu.

Quanto à competência fixada em razão do valor da causa, ademanda monitória pode ser processada perante os JuizadosEspeciais Cíveis (quarenta salários mínimos para a Justiça Es-tadual, segundo a Lei 9.099/95; e sessenta salários mínimospara a Justiça Federal, nos termos da Lei 10.259/2001), ou pe-rante as Varas Cíveis (quando o valor é superior a tais limites).

Entretanto, não é pacífico o entendimento de que os Juiza-dos Especiais Cíveis possuam competência para processar ejulgar uma demanda monitória.

Para Alvim (1997), desde que respeitados os limites de va-

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lores impostos pelas leis, bem como os limites quanto à legiti-midade das partes para figurar como autor e réu nos JuizadosEspeciais, o autor pode ajuizar uma ação monitória perante oJuizado Especial Cível.

Fischmann (2000, p. 380) segue essa linha de raciocínio,argumentando que “[...] se é possível promover perante oJuizado Especial a própria execução, não será incompatível aação que objetive a criação do título”. Entretanto, caberá aojuiz togado o exame da inicial e a decisão quanto à expediçãodo mandado monitório, já que a ele compete a palavra finalsobre a tutela jurisdicional, conforme interpretação do artigo40 da Lei 9.099/95.

Fora essa especificidade, continua o autor, as demais regrasdos Juizados Especiais não conflitam com as do procedimentomonitório. Assim, opostos os embargos, a demanda prossegui-rá observando a ritualidade inerente a tais órgãos especializa-dos (como a audiência conciliatória e a participação de juízesleigos ou conciliadores).

Aduz, ainda, que os objetivos dos Juizados Especiais e osdo procedimento monitório são semelhantes, possuindo princí-pios compatíveis, pois em ambos se almeja a agilidade na ou-torga da tutela jurisdicional e na realização do direito, de modoque, ao autor, cabe a escolha de intentar a monitória perante aJustiça Comum ou nos Juizados Especiais.

Segundo Alvim (1997), o que pode existir é a falta de inte-resse do credor em utilizar tais órgãos especializados, em razãodas limitações impostas pelas leis que os instituíram (por exem-plo, limitação do valor da causa e renúncia quanto ao que lheexceder); mas, impossibilidade, não existe.

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Em sentido contrário, Macedo (1999, p. 173) defende exis-tir flagrante incompatibilidade entre o procedimento formal-mente simplificado dos Juizados Especiais, que prioriza a jus-tiça conciliatória, e aquele previsto para a ação monitória, quese inicia a partir de um comando imperativo, ordenando o pa-gamento da obrigação.

Defende a autora que, por política legislativa, apenas excep-cionalmente as causas servidas pelos procedimentos especiaisforam abrangidas pela competência dos Juizados Especiais(como as de despejo para uso próprio e as possessórias sobreimóveis), ficando excluídas as demais, entre as quais a açãomonitória.

Ademais, argumenta não haver vantagem na troca de proce-dimento, pois seria mais interessante ao autor da monitória aexpedição da ordem de pagamento do que a participação emuma audiência conciliatória.

Rebatendo as oposições lançadas por Macedo, Fischmann(2000, p. 381) sustenta: a) em respeito aos princípios da inérciada jurisdição e da demanda, a escolha do procedimento perten-ce ao próprio autor quando do ajuizamento da demanda, sendoele o “juiz do interesse”; b) optando o autor pela via monitória,não estaria “trocando” de procedimento, mas apenas utilizandoda injunção com mandado liminar no âmbito dos Juizados Es-peciais; c) como vantagens, o autor teria a manutenção daritualidade específica da ação monitória, com a adoção do pro-cedimento simplificado dos Juizados Especiais, em caso deoposição de embargos ou futura execução; e d) a falta de previ-são sobre a expedição do mandado liminar não é capaz de gerarincompatibilidade entre esse órgão especial e a ação monitória,

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pois a própria Lei 9.099/95 prevê o cabimento de ações posses-sórias, para as quais há expressa previsão de tutela liminar.

Talamini (1997), complementando o magistério deFischmann, argumenta que as vias diferenciadas de tutela nãoforam afastadas do âmbito dos Juizados Especiais, como seconstata pela redação do artigo 3º, inciso III, da Lei 9.099/95,ao adotar a ação de despejo para uso próprio (que possui umasérie de particularidades), bastando que a causa, pelo valor oumatéria, esteja dentro de sua competência; que sejam observa-dos seus princípios norteadores; e que as regras de procedi-mento previstas na Lei dos Juizados, essenciais à consecuçãode tais princípios, sejam observadas (como a informalidade e aênfase na tentativa de conciliação).

Harmonizando as regras da monitória com as previstas parao procedimento do Juizado Especial, Talamini (1997) esboçacomo viável o seguinte desencadeamento de atos processuais:o pedido inicial será formulado pelo autor de forma verbal oupor escrito; na seqüência, o réu será citado para pagar a obriga-ção, ou, se desejar, apresentar embargos (escritos ou verbais)em audiência de conciliação; não comparecendo o réu à audi-ência, apesar de regularmente citado, ou a ela comparecendo epermanecendo inerte (sem pagar, transigir ou embargar), have-rá a constituição de pleno do título executivo, autorizando oinício da execução.

Assim, não se revela precipitado concluir pela compatibili-dade entre o procedimento dos Juizados Especiais e aquele pre-visto para a ação monitória, desde que, respeitados os limitesde valores impostos pelas leis e os limites quanto à legitimida-de dos litigantes, sejam feitas algumas adaptações de rito.

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4 Considerações finais

Ficou constatado no decorrer deste estudo que os contornosda ação monitória inserida em nosso ordenamento não foramdelimitados de forma muito precisa pelo legislador, o que temgerado discussões doutrinárias sobre a matéria.

Uma das questões que causa divergência entre os doutrina-dores diz respeito ao objeto da ação monitória, mais especifi-cadamente quanto à expressão coisa fungível referida no tex-to da lei: alguns sustentam tratar-se de equiparação à coisaincerta, enquanto outros defendem tratar-se de coisa fungí-vel, porém certa.

Todavia, não tendo o legislador feito ressalva ao delimitar acoisa fungível como objeto da demanda monitória e, ainda,considerando a notória diferença existente entre as coisas in-certas e as coisas fungíveis, o entendimento mais adequado sobrea questão parece configurar que a lei processual refere-se real-mente à coisa fungível, que poderá ser certa ou incerta, desdeque a escolha esteja a cargo do autor e seja feita na inicial, a fimde viabilizar a expedição do mandado de entrega contra o réu.

Outro ponto que levanta discussões relaciona-se à possibili-dade de a monitória ser veiculada contra a Fazenda Pública.

Quanto à referida celeuma, parece mais coerente o posicio-namento que defende ser inviável o procedimento monitóriocontra a Administração Pública, visto que, em razão da indis-ponibilidade do interesse público, não há como se admitir aexpedição de uma ordem de pagamento sem a prévia existên-cia de sentença condenatória, em duplo grau de jurisdição.

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Da mesma forma, a doutrina se divide com relação à com-petência dos Juizados Especiais Cíveis para processar e julgaressa demanda diferenciada, uns entendendo pela competênciados Juizados e, outros, pela falta de compatibilidade entre osprocedimentos.

Pelos fundamentos já registrados, é possível concluir pelacompatibilidade entre o procedimento dos Juizados Especiais eaquele previsto para a ação monitória, desde que, respeitados oslimites de valores impostos pelas leis e os limites quanto à legiti-midade das partes litigantes, sejam feitas algumas adaptações derito, no exemplo da apresentação dos embargos monitórios nãono prazo de quinze dias, mas na audiência de conciliação.

Como pôde ser observado, o tema relativo à ação monitóriatem levantado discussões doutrinárias, e, apesar de algumas jáestarem sendo decididas pelos Tribunais, as divergências en-volvendo essa tutela diferenciada ainda estão longe de seremdissipadas, merecendo, dessa forma, uma atenção especial dosestudiosos do Direito.

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