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MAYARA CARDOSO ALVES COMPARATIVO ENTRE QUANTIDADE E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE PIMENTAS ORGÂNICAS E NÃO ORGÂNICAS. ASSIS-SP 2015

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MAYARA CARDOSO ALVES

COMPARATIVO ENTRE QUANTIDADE E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE PIMENTAS ORGÂNICAS E NÃO ORGÂNICAS.

ASSIS-SP

2015

MAYARA CARDOSO ALVES

COMPARATIVO ENTRE QUANTIDADE E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE PIMENTAS ORGÂNICAS E NÃO ORGÂNICAS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Química e Bacharelado em Química Industrial do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – IMESA e a Fundação Educacional do Município de Assis – FEMA, como requisito parcial à obtenção do Certificado de Conclusão Orientanda: Mayara Cardoso Alves Orientadora: Elaine Amorim Soares Menegon

ASSIS-SP

2015

FICHA CATALOGRÁFICA

ALVES, Mayara Cardoso COMPARATIVO ENTRE QUANTIDADE E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE

PIMENTAS ORGÂNICAS E NÃO ORGÂNICAS / MAYARA CARDOSO ALVES.

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSIS – ASSIS, 2015. 59p. Orientador: Elaine Amorim Soares Menegon Trabalho de Conclusão de Curso – Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis.

1. Pimentas. 2. Antioxidante CDD: 660

Biblioteca da FEMA

COMPARATIVO ENTRE QUANTIDADE E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE PIMENTAS ORGÂNICAS E NÃO ORGÂNICAS.

MAYARA CARDOSO ALVES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto

Municipal de Ensino de Assis, como requisito do Curso de

Graduação analisado pela seguinte comissão examinadora:

Orientador: ELAINE AMORIM SOARES MENEGON

Analisador: ROSÂNGELA AGUILAR DA SILVA

ASSIS-SP

2015

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, aquele que me deu

ânimo para sempre continuar, aos meus

familiares pelo apoio e ao meu namorado e

amigos pela paciência.

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.

A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que me deram a

oportunidade de me tornar uma pessoa melhor.

À minha orientadora Elaine, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas

correções e incentivos.

Aos meus pais, minha irmã e meu namorado Alexandre pelo amor, incentivo e apoio

incondicional.

Aos meus amigos de sala, em especial à Natalia, que tanto me ajudou em tudo, à

Júlia, que esteve comigo durante todas as análises, à equipe do CEPECI, ao Sérgio,

e a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito

obrigado.

Que os vossos esforços desafiem as

impossibilidades lembre-vos de que as

grandes coisas do homem foram

conquistadas do que parecia impossível.

Charles Chaplin

(1889 – 1977)

RESUMO

As pimentas vermelhas do gênero Capsicum vêm sendo estudadas como uma nova

fonte de antioxidantes naturais e mostram que estas possuem propriedades

antioxidantes devido à presença de capsaicina e outros compostos bioativos. Os

antioxidantes são de extrema importância, pois atuam em diferentes mecanismos nos

alimentos, dentre eles, quebrando os radicais livres responsáveis pelas reações de

oxidação. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade antioxidante

da pimenta Capsicum baccatum var. pendulum (“Dedo-de-Moça”) e da pimenta

Capsicum frutescens (“Malagueta”) de origem orgânica e não orgânica. A capacidade

antioxidante foi avaliada pelo método Brand-Williams et al., 1995, baseado na captura

do radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil), segundo Willins, nos tempos de 5,

10, 20 e 30 minutos de reação. Os resultados obtidos foram para a porcentagem de

proteção do radical DPPH para extratos de polpa e semente: Pimenta malagueta

orgânica – PSMO (42,44%); pimenta malagueta não orgânica – PSMNO (20,83%);

pimenta dedo-de-moça orgânica – PSDO (51,85%); pimenta dedo-de-moça não

orgânica (37,50%). Para os extratos apenas com a polpa das pimentas, os resultados

obtidos foram: pimenta malagueta orgânica – PMO (42,44%); pimenta malagueta não

orgânica – PMNO (35,34%); pimenta dedo-de-moça orgânica – PDO (51,85%) e

pimenta dedo-de-moça não orgânica – PDNO (38,11%). Conclui-se que as pimentas

em estudos apresentam elevada atividade antioxidante, sendo boas fontes de

compostos bioativos. As pimentas orgânicas apresentaram valores mais elevados de

proteção do que as pimentas não orgânicas.

Palavras-chave: Antioxidantes; Pimenta; DPPH

ABSTRACT

The red peppers of Capsicum gender have been widely studied as a new source of

natural antioxidants and they show that they have antioxidant properties due to the

presence of capsaicin and other bioactive compounds. The Antioxidants are extremely

important because they act on different mechanisms in foods, among them, breaking

free radicals responsible for oxidation reactions. This study aimed to evaluate the

content of the antioxidant activity by the DPPH method of alcoholic extract of

Capsicum pepper baccatum var. pendulum (“ Dedo-de-moça " ) and pepper Capsicum

frutescens ( " Malagueta " ) . The antioxidant activity was studied by Brand-Williams et

al., 1995 metheod, based on the capture of the free radical, the DPPH..The results

obtained were in the order of analysis for the percentage of DPPH radical protection

for pulp and seed extracts: organic malagueta - PSMO (42.44%); non-organic

malagueta - PSMNO (20.83%); organic dedo-de-moça pepper- PSDO (51.85%); non-

organic dedo-de-moça pepper (37.50%). For extracts only the pulp of peppers, the

results were: organic malagueta pepper - PMO (42.44%); non-organic malagueta

pepper- PMNO (35.34%); organic dedo-de-moça pepper - PDO (51.85%) and non-

organic dedo-de-moça pepper - PDNO (38.11%).We conclude that the studied

peppers have shown high antioxidant activity, and good sources of bioactive

compounds, and the organic ones showed the higher levels of protection by DPPH

method.

Keywords: Antioxidant; Pepper; DPPH

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Pimenta dedo-de-moça ............................................................................... 23

Figura 2 - Pimenta Malagueta .................................................................................... 24

Figura 3 - Estrutura química da quercetina, capsaicina e luteolina ........................... 28

Figura 4 - Estrutura química da capsaicina ................................................................. 28

Figura 5 - Estrutura da Vitamina C, o ácido ascórbico. ............................................... 31

Figura 6 - Estrutura da Vitamina A ............................................................................. 32

Figura 7 - Estrutura do Betacaroteno ......................................................................... 32

Figura 8 - Estrutura do Licopeno ................................................................................ 32

Figura 9 - Par de cartões I ........................................................................................... 36

Figura 10 - Par de cartões II ....................................................................................... 36

Figura 11 - Par de cartões III ..................................................................................... 36

Figura 12- Par de cartões IV ..................................................................................... 37

Figura 13 - Par de cartões V. .................................................................................... 37

Figura 14 - Par de cartões VI ............................................................................... 37

Figura 15 - Par de cartões VII .................................................................................... 38

Figura 16 - Par de cartões VIII ............................................................................... 38

Figura 17 - Par de cartões IX ...................................................................................... 38

Figura 18 - Par de cartões X. ...................................................................................... 39

Figura 19 - Par de cartões XI ..................................................................................... 39

Figura 20 - Par de cartões XII ..................................................................................... 39

Figura 21 – Verso dos cartões ................................................................................... 40

Figura 22 - Pimenta malagueta in natura ................................................................... 44

Figura 23 - Pimenta malagueta desidratada ............................................................... 44

Figura 24 - Pimenta dedo de moça in natura ............................................................ 45

Figura 25- Pimenta dedo de moça desidratada ......................................................... 45

Figura 26 – Extratos de polpa e extratos polpa + semente após duas horas de

agitação ...................................................................................................................... 47

Figura 27 – Monitoramento da diminuição da absorbância do radical DPPH de 5 a 30

minutos após início da reação em extrato de Polpa + Semente ............................... 48

Figura 28 – Monitoramento da diminuição da absorbância do radical DPPH de 5 a 30

minutos após início da reação em extrato de Polpa ................................................... 49

Figura 29 – Comparativo entre extrato de polpa + semente de pimentas orgânicas e

não orgânicas do tipo Malagueta .............................................................................. 51

Figura 30 – Comparativo entre extrato de polpa + semente de pimentas orgânicas e

não orgânicas do tipo Dedo-de-moça ........................................................................ 52

Figura 31 – Comparativo entre extrato de polpa de pimentas orgânicas e não

orgânicas do tipo Malagueta ...................................................................................... 53

Figura 32 – Comparativo entre extrato de polpa de pimentas orgânicas e não

orgânicas do tipo Dedo-de-Moça ............................................................................... 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Pimentas domesticadas e suas principais características de diferenciação

entre as espécies ..................................................................................................... 22

Tabela 2 – Grau de ardência das pimentas em estudo. .............................................. 24

Tabela 3: Escala de Scoville ...................................................................................... 26

Tabela 4: Propriedades físico- químicas da capsaicina .............................................. 29

Tabela 5 – composição nutricional da pimenta malagueta ......................................... 30

Tabela 6 – alimentos utilizados no jogo “Memória Antioxidante”................................. 35

Tabela 7 - Peso dos pós das pimentas (polpa + semente) ..................................... ...46

Tabela 8 - Peso dos pós das pimentas (polpa) ......................................................... 46

Tabela 9 – Leituras das absorbâncias a 715 nm para Polpa + Semente ................... 48

Tabela 10 - Leituras das absorbâncias a 715 nm para Polpa. ........................... ........49

Tabela 11 – Comparativo da Porcentagem de proteção do radical DPPH durante o

tempo de reação em estudo do extrato de Polpa + Semente de Pimenta de pimenta

Malagueta.................................................................................................................... 50

Tabela 12 – Comparativo da Porcentagem de proteção do radical DPPH durante o

tempo de reação em estudo do extrato de Polpa + Semente de Pimenta de pimenta

Dedo-de-moça. ............................................................................................................ 51

Tabela 13 – Comparativo da Porcentagem de proteção do radical DPPH durante o

tempo de reação em estudo do extrato de Polpa de Pimenta de pimenta Malagueta 52

Tabela 14 – Comparativo da Porcentagem de proteção do radical DPPH durante o

tempo de reação em estudo do extrato de Polpa de Pimenta de pimenta Dedo-de –

moça ........................................................................................................................... 53

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PDNO Polpa de Dedo-de-moça Não Orgânica

PDO Polpa de Dedo-de-moça Orgânica

PMNO Polpa de Malagueta Não Orgânica

PMO Polpa de Malagueta Orgânica

PSDNO Polpa + Semente de Dedo-de-moça Não Orgânica

PSDO Polpa + Semente de Dedo-de-moça Orgânica

PSMNO Polpa + Semente de Malagueta Não Orgânica

PSMO Polpa + Semente de Malagueta Orgânica

16

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 177

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................. 20

2.1 HISTÓRICO ................................................................................................................... 20

2.2 ESPÉCIES DE PIMENTAS ....................................................................................... 21

2.2.1 Capsicum annuum ..................................................................................... 233

2.2.2. Capsicum frutescens .................................................................................. 233

2.3. GRAU DE ARDÊNCIA ............................................................................................. 244

2.4 COMPOSIÇÃO DAS PIMENTAS ......................................................................... 266

2.5 ASPECTOS NUTRICIONAIS ................................................................................. 299

2.5.1 Vitaminas ...................................................................................................... 300

2.5.1.1 Vitamina C ...................................................................................................... 30

2.5.1.2 Vitamina A ..................................................................................................... 31

2.5.2 Compostos Fenólicos ................................................................................. 332

2.5.3 Antioxidantes...................................................................................................33

3 APLICAÇÃO NO ENSINO MÉDIO ...................................................... 344

3.1 PARTE TEÓRICA ............................................................................................................. 355

3.2 PARTE PRÁTICA ............................................................................................................... 40

4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................... 41

4.1. MATERIAL .................................................................................................................... 41

4.1.1. Pimentas ........................................................................................................ 41

4.2. EQUIPAMENTOS E REAGENTES ............................................................. 41

4.3 MÉTODOS .................................................................................................... 42

4.3.1 Obtenção do Pó das Pimentas ..................................................................... 42

4.3.2 Extrato das Pimentas ................................................................................... 422

4.3.3 Determinação da Atividade Antioxidante Total ........................................... 43

5 RESULTADOS ....................................................................................... 44

6 CONCLUSÃO ....................................................................................... 566

7 REFERÊNCIAS .................................................................................... 577

17

INTRODUÇÃO O consumo de pimentas data de aproximadamente nove mil anos, provenientes de

escavações arqueológicas no México. No descobrimento do Brasil, os

colonizadores constataram que o cultivo pelas tribos indígenas era uma

característica marcante, presente até hoje em algumas regiões amazônicas.

Atualmente, as pimentas das mais diversas espécies, dominam o comércio de

especiarias, perdendo somente para o sal de cozinha. (REIFSCHNEIDER, 2000).

No mercado mundial, a Índia se destaca em relação a produção, produzindo

anualmente 4000 ton/ano, em segundo lugar vem a China com a produção de

2980 ton/ano, enquanto Coréia do Sul produz 1758 ton/ano e o México produz

1700 ton/ano. Em relação à exportação, a Índia exporta 25% da pimenta

produzida, a China 24%, a Espanha 17% e o México 8%. Quanto a importação,

Emirados Árabes, União Européia, Sri Lanka, Malásia, Japão e Coréia são os

maiores importadores de pimenta do gênero Capsicum (NETO, 2006). O Brasil

exporta muito pouco de suas pimentas e pimentões frescos (in natura). As regiões

Centro-Oeste e Sudeste abastecem parte do mercado argentino nos meses de

inverno. O mercado para as pimentas no Brasil sempre foi considerado como

secundário em relação às hortaliças, provavelmente devido ao baixo consumo e ao

pequeno volume comercializado. Este cenário está modificando-se rapidamente

pela exploração de novos tipos de pimentas e o desenvolvimento de novos

produtos, com grande valor agregado, como conservas ornamentais, geléias

especiais e outras formas processadas (HENZ, 2006).

As pimentas do gênero Capsicum têm origem no continente americano e pertencem

à família das Solanáceas, e dentre as espécies deste gênero, cinco delas são

domesticadas: Capsicum annuum; C. bacccatum; C. chinense; C. frutescens e C.

pubescens (CARVALHO; BIANCHETTI, 2004). Estas se desenvolvem em regiões

tropicais e temperadas por todo o mundo, e são utilizadas tanto como especiarias

quanto como hortaliças (LUZ, 2007). Elas fazem parte da grande riqueza cultural do

país e são cultivadas em todo o território brasileiro com uma grande variedade de

tamanhos, cores, sabores e pungência (RIBEIRO et al., 2008).

18

As pimentas tem alto valor nutricional, além de serem fontes de antioxidantes

naturais, como a vitamina C, os carotenóides e componentes fenólicos. Os frutos

de pimentas do gênero Capsicum são fontes importantes de antioxidantes naturais:

vitamina C, carotenoides, antocianinas e vitamina E (NEITZKE, 2012).

As propriedades aromáticas e pungentes das especiarias e condimentos estão

contidas em seus óleos essenciais e oleoresinas (CARVALHO, 1984).Os óleos

voláteis (essenciais) são responsáveis pelas características de aroma, e

as oleoresinas fazem parte do extrato não volátil e conferem os sabores e aromas

típicos das especiarias e condimentos aos alimentos (FENNEMA, 2000).

O ardor das pimentas vem dos capsaicinóides, substâncias que não têm odor ou

sabor, mas agem nas células nervosas da boca, causando a sensação de ardência.

O sabor pungente é proporcional à concentração dos capsaicinóides (capsaicina e

piperina), que melhoram a digestão, estimulando as secreções do estômago,

possuem efeito carminativo (antiflatulência), estimulam a circulação no estômago,

favorecendo a cicatrização de feridas (úlceras), desde que, outras medidas

alimentares e de estilo de vida sejam aplicadas em conjunto

(REIFSCHNEIDER, 2000). Além de possuir propriedades analgésicas e

energéticas, favorece a redução de coágulos no sangue (devido à função

vasodilatadora), estimula a produção de endorfina no cérebro (sensação de bem

estar), é antioxidante, antiinflamatório, anticancerígeno (MAURANO, 2011) e induz

a termogênese (efeito de transformar parte das calorias dos alimentos em calor).

As capsaicinas induzem a liberação de endorfinas que são morfinas produzidas pelo

organismo, isto é, analgésicos naturais extremamente potentes que são elaborados

no próprio cérebro (REIFSCHNEIDER, 2000).

Pesquisas agronômicas vêm sendo desenvolvidas com a finalidade de se

investigar a influência que a adubação apresenta frente à produção de biomassa e

metabólitos secundários em diversas plantas medicinais (COSTA et al, 2008). A

definição do termo orgânico sinaliza que o produto é diferenciado. Os bens são

produzidos “de acordo com as normas da produção orgânica, e são certificados por

um estrutura ou autoridade de certificação devidamente constituída” (BORGUINI;

MATTOS, 2002), e em sua produção se visa à redução mínima de insumos e

fertilizantes minerais solúveis.

19

Como temos uma diversidade de pimentas sendo comercializadas, é importante

que saibamos os teores de antioxidantes que se consome. Assim, este trabalho

tem por objetivo comparar as quantidades de compostos fenólicos e sua

capacidade antioxidante em pimentas orgânicas e não orgânicas.

20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRICO

Os astecas já tinham desenvolvido muitos tipos de pimenta, seja como remédio, ou

como tempero. Na medicina chinesa antiga são inúmeros os métodos de tratamento

com pimenta, o mesmo aconteceu na medicina egípcia, mesopotâmica, persa, e

depois árabe que com a expansão do Islã, difundiu a sua avançada medicina por

praticamente todo o mundo (BONTEMPO, 2007).

As pimentas e pimentões podem ser considerados como os primeiros aditivos

alimentares utilizados pelos povos antigos do México e da América do Sul. Eram

usados regularmente pelos ameríndios para tornar mais atraentes a ingestão de

carnes e cereais, além de serem utilizados para preservar os alimentos da

contaminação por bactérias e fungos patogênicos, contribuindo para a saúde,

longevidade e a manutenção da capacidade reprodutiva destas civilizações

(REIFSCHNEIDER, 2000).

O nome pimenta vem da forma latina pigmentum, - matéria corante, que no

espanhol virou pimienta, passando depois ao entendimento contemporâneo

como especiaria aromática (BONTEMPO, 2007).

No Brasil, é possível realizar a produção de várias espécies de pimenta em todas

as regiões geográficas. O Rio Grande do Sul é um dos cinco Estados maiores

produtores, ao lado de Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Ceará.

As pimentas são consumidas no país, principalmente na forma de conserva do

fruto inteiro imerso em vinagre ou azeite, ou através de molhos elaborados com o

fruto e aditivos. As pimentas do gênero Capsicum são utilizadas como matéria-prima

para as indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética (MONTEIRO, 2008).

21

2.2 ESPÉCIES DE PIMENTAS

Os frutos de Capsicum sofrem mudanças em seus componentes conforme o

processo de amadurecimento, especialmente no conteúdo de capsaicinóides

(WAGNER, 2003).

A quantidade de capsaicinóides acumuladas no fruto da pimenta é

influenciada pelas condições ambientais, manejo de cultura e idade do fruto

(BOSLAND, 1993).

Ainda não há consenso quanto ao número de espécies classificadas de acordo com

o nível de domesticação. Foram mencionadas 20 espécies (CARVALHO et al.

2003), aproximadamente 25 espécies (ESHBAUGH, 1993) e cerca de 33 espécies

(REIIFSCHNEIDER,2000). Mas no que se refere às espécies domesticadas,

Reiifschneider (2000) e Pikergill (1997) concordaram ao afirmar a existência de

cinco, que são: Capsicum annuum L., Capsicum chinense Jacq., Capsicum

frutescens L., Capsicum baccatum L. e Capsicum pubescens Ruiz & Pav.

As pimentas e os pimentões pertencem ao gênero Capsicum.

Divisao: Spermatophyta

Filo: Angiospermae

Classe: Dicotiledonea

Ramo: Malvales-Tubiflorae

Ordem: Solanales (Personatae)

Familia: Solanacea

Genero: Capsicum. (WAGNER, 2003)

A tabela 1 mostra as variedades de espécies que são domesticadas, suas flores e

suas principais características:

22

VARIEDADE FLOR NÚMERO COROLA ANTERA

TIPOS

MAIS

COMUNS

Capsicum

annuum var.

annuum

Uma flor por

nó.

Branca (raramente

violeta) e sem

manchas.

Geralmente

azuladas

Jalapeño e

Pimentão

Capsicum

chinense

Duas

a cinco por nó

Branca

esverdeada sem

manchas

Geralmente

azuis,

roxas,

violetas ou

amarelas.

Pimenta de

cheiro e

Pimenta de

bode

Capsicum

frutescens

Uma

a três por nó

Branca

esverdeada

e sem manchas

Geralmente

azuis,

roxas ou

violetas

Pimenta

Malagueta

Capsicum

baccatum var

. pendulum

Uma a

duas flores por

nó.

Branca e com um

par de manchas

amareladas ou

esverdeadas

na base de cada

lobo das pétalas.

Geralmente

amarelas

Dedo de

Moça e

Cambuci

Capsicum

pubescens

Uma em cada

Púrpura com centro

branco

Geralmente

violetas Rocoto

Tabela 1 – Pimentas domesticadas e suas principais características de

diferenciação entre as espécies (In: Adaptado de EMBRAPA, acessado em 15/03/2015 - < http://www.cnph.embrapa.br >

23

2.2.1 Capsicum annuum

Engloba as principais variedades de Capsicum atualmente conhecidas e

cultivadas no mundo inteiro. Tanto os pimentões quanto a maioria das pimentas

ornamentais fazem parte da Família. As flores são bastante semelhantes entre si,

mas os frutos apresentam grande diversidade de cores, tamanhos e formatos

(REIFSCHNEIDER, 2000).

A variedade dedo-de-moça é uma das pimentas mais consumidas no Brasil. Na

natureza, seus frutos alongados e vermelhos medem entre 6,8 e 8 cm e têm de 1 a

1,5 cm de largura. Sua picância varia de suave a mediana, tornando-a adequada

para o tempero de molhos em geral. Na escala Scoville sua pungência oscila de

5 mil a 15 mil unidades, com variação de 5 a 6 na escala de temperatura (IBURG,

2005; NETO, 2004).

A figura 1 mostra o fruto e a pimenteira da espécie Dedo-de-Moça.

Figura 1 - Pimenta dedo-de-moça (In: EMBRAPA)

2.2.2. Capsicum frutescens

A pimenta tabasco é a variedade mais conhecida dessa espécie, que reúne entre

os seus frutos a pimenta malagueta, amplamente utilizada no Brasil, de onde

é originária. Com frutos eretos, alongados, pequenos e de paredes finas suas

plantas são do tipo arbustivo e apresentam vários caules (REIFSCHNEIDER, 2000).

A pimenta malagueta, antes de estar madura, apresenta coloração verde. É nesse

estágio que costumam ser consumidos em Minas Gerais. Depois, tornam-se

vermelhos (Figura 2) e atingem entre 1,5 e 3 cm de comprimento e de 0,4 a 0,5 cm

24

de largura. Tem elevado grau de picância, atinge 9 pontos na escala de

temperatura e entre 60 e 100 mil unidades Scoville. (REIFSCHNEIDER, 2000;

NETO, 2004; IBURG, 2005).

A figura 2 ilustra a pimenteira e os frutos do tipo Malagueta.

Figura 2 - Pimenta Malagueta (In: EMBRAPA)

A tabela 2 compara os valores de temperatura e o grau de ardência pela escala

Scoville.

Família Espécie Temperatura Scoville

Capsicum baccatum Dedo-de moça 5 – 6 5 – 15 mil

Capsicum frutescens Malagueta 9 60 – 100 mi

Tabela 2 – Grau de ardência das pimentas em estudo.

2.3. GRAU DE ARDÊNCIA

As primeiras maneiras utilizadas para avaliar a pungência ou ardência eram

baseadas apenas na análise sensorial, através de testes gustativos de pimentas

inteiras. Eram diferenciados os pungentes dos não pungentes. No ano de 1912

foi criada a Escala de Scoville. Wilbur Scoville, um farmacologista, formulou um

método para avaliar, com a maior exatidão, o grau de ardência das variedades de

Capsicum (REIFSCHNEIDER, 2000).

Por causa da subjetividade do método citado anteriormente e com a finalidade de

máxima precisão na determinação da pungência dos frutos, desenvolveram-se

métodos químicos (RIBEIRO; COSTA, 1990). O método por HPLC (High

25

Performance Liquid Chromatography), uma técnica de cromatografia líquida de

alta eficiência, que é a mais utilizada hoje.

Segundo Souza (2012), o Teste Organoléptico de Scoville ou Procedimento de

Diluição e Prova, originalmente feito por Scoville, foi feito da seguinte maneira:

misturou-se a pimenta pura em uma solução de água com açúcar e provou-se.

Quanto mais solução de água e açúcar foi necessário para diluir a pimenta, mais

alta foi sua pungência. Posteriormente, este método foi melhorado e foram

criadas as Unidades de Calor de Scoville (SHU – Scoville Heat Units). Nesta

escala, cada xícara de pimenta equivale a 1000 xícaras de água, que

corresponde a 1 unidade na escala de Scoville.

Na Tabela 3, a seguir, podem ser observados os tipos de pimenta e seu grau

de ardência na escala Scoville.

26

Escala Tipo de Pimenta

0 Pimentão doce não picante

100-500 Pimentão picante

500-1.000 Pimenta anaheim

600-800 Molho Tabasco

1.000-1.500 Poblano

1.500-2.500 Rocotilo

2.500-8.000 Jalapenho

5.000-10.000 Pimenta de cera (USA)

7.000-8.000 Habanero Tabasco

10.000-23.000 Serrano

30.000-50.000 Pimenta-de-caiena

50.000-100.000 Malagueta e pimenta tailandesa

100.000-200.000 Pimenta-da-jamaica

100.000— 350.000 Habanero do Chile

350.000-577.000 Habanero (Redsavina)

876.000-970.000 DorsetNaga

855.000-1.041.427 Nagajolokia

2.000.000-5.300.000 Spray de pimenta padrão

9.100.000 Nordiidrocapsaicina — alcalóide atenuado

15.000.000-16.000.000 Capsaicina — alcalóide isolado

Tabela 3: Escala de Scoville In: BONTEMPO,2007.

2.4 COMPOSIÇÃO DAS PIMENTAS

Embora existam muitas plantas picantes (gengibre, alho, aroeira), geralmente uma

pimenta é assim caracterizada por possuir piperina (gênero Piper) ou a capsaicina

(gênero Capsicum) em sua composição (BONTEMPO, 2007).

A capsaicina é um componente químico que estimula os termos receptores

das mucosas e da pele, dependendo da quantidade do princípio ativo. Já a piperina

tem ação cáustica direta, irritando a área de contato, produzindo efeitos

27

vasodilatadores semelhantes à capsaicina, mas de modo quimicamente diferente

(IBURG, 2005). Foram identificados e isolados cinco componentes naturais da

família das pimentas e um sintético, o qual é usado como medida de referência para

determinar pungência relativa das outras. A capsaicina é o mais poderoso destes

componentes, deve ser manipulado com extremo cuidado. Sua inalação não é

tóxica, mas é irritante e perturbadora das vias aéreas e da pele (CARREIRO, 2006).

Segundo Rosa et al. (2002), a atividade antioxidante dos capsaicionóides inibem a

peroxidação de lipídios com desempenho semelhante ao tocoferol, justificando o seu

uso como antioxidantes naturais, uma vez que o Brasil é centro de diversidade do

gênero Capsicum (RISTORI et al., 2002; REIFSCHNEIDER, 2000 ).

Pesquisadores conduziram um estudo para verificar a atividade antioxidante dos

frutos de pimenta, conforme o seu estado de maturidade e observaram que há uma

diferença na atividade antioxidante entre os frutos verdes e os maduros, sendo que

os frutos maduros apresentam maior atividade antioxidante (PERUCKA; OLESZEK,

2000).

A cor dos frutos das pimentas é bastante variada, começando geralmente com

verde, amarelo ou branco na fruta não madura, e se tornando vermelho, marrom ou

quase preto em frutas maduras (LONG-SOLIS, 1998). A cor de cada variedade no

estado de maturação depende da capacidade dos frutos de sintetizar carotenóides e

até mesmo de reter pigmentos de clorofila.

Quanto maior o grau de maturação da pimenta, maior será o conteúdo de

capsaicina, dessa forma o conteúdo dessa substância nos frutos não está

relacionado com a cor dos frutos e sim o grau de maturação (LONG-SOLIS, 1998).

Os flavonóides em maior conteúdo encontrados nas pimentas são a quercetina e a

luteolina, que estão presentes em formas conjugadas. Luteolina tem maior atividade

antioxidante seguida pela capsaicina e pela quercetina (LEE et al., 2005). As

substâncias mencionadas podem ser observadas na Figura 3.

28

Figura 3 - Estrutura química da quercetina, capsaicina e luteolina

Dos aproximadamente 14 capsaicinóides existentes, a capsaicina é o alcalóide

encontrado em maior quantidade nos frutos (BOSLAND, 1993).

As concentrações dos princípios ativos nas pimentas são: Capsaicina (C) 69%;

Dihidrocapsaicina (DHC) 22%; Nordihidrocapsaicina (NDHC) 7%; Homocapsaicina

(HC) 1% Homodihidrocapsaicina (HDHC) 1%, naturais e a Vanilamida de ácido

nnonanóico (VNA) sintético (BOMTEMPO, 2007).

A capsaicina pura é um composto hidrofóbico, incolor, inodoro. Quimicamente a

capsaicina é 8-metil-N-vanilil 1-6 nonamida, um agente irritante para os mamíferos,

incluindo humanos, e produz uma forte sensação de queimação em qualquer tecido

que entre em contato (BONTEMPO, 2007).

A figura 4 apresenta a estrutura da capsaicina.

Figura 4 - estrutura química da capsaicina In: CARVALHO J.C., 2011

29

Apresenta, além de uma função éter, a função fenol e um hidrogênio na

função amida. Portanto, pode fazer interações de hidrogênio, mas isso não é

suficiente para torná-la muito hidrossolúvel: quase não se dissolve em água fria,

mas dissolve- se bem em álcool, benzeno e clorofórmio (CARVALHO, 2011).

A Tabela 4 apresenta as propriedades físico-químicas da capsaicina

PROPRIEDADES

Fórmula Química C18H27NO3

Massa molar 305.4 g mol-1

Ponto de fusão 62–65 °C

Ponto de Ebulição 210–220 °C @ 0.01 Torr

IUPAC (8-Methyl-N-Vanillyl-Trans-6-

Nonenamide).

Tabela 4: Propriedades físico- químicas da capsaicina

2.5 ASPECTOS NUTRICIONAIS

As pimentas são muito ricas em vitamina A, E e C, ácido fólico, zinco e armazenam

potássio, além dos compostos fenólicos.

Têm, por isso, fortes propriedades antioxidantes e protetores do DNA celular. As

pimentas contêm bioflavonóides, pigmentos vegetais carotenóides (como o licopeno

das pimentas vermelhas) que previnem contra o câncer. Estes compostos oferecem

poderosa ação protetora contra os diversos danos provocados pelos radicais livres,

prevenindo, portanto, algumas doenças degenerativas (BONTEMPO, 2007).

Os carotenóides das pimentas são a capsorubina e a capsantina com a

concentração de 30 a 60% do total de carotenóides de frutos inteiramente maduros

(MATSUFUJI 29L 29L.,1998).

A tabela 5 apresenta a composição nutricional da pimenta malagueta.

30

Espécies em 100g Pimenta Malagueta

Água 92,5%

Cálcio 14

Calorias 38 Kcal

Cobre 0,174 mg

Ferro 0,45 mg

Fibra % 1,5 g

Fósforo 26 mg

Magnésio 25 mg

Manganês 0,237 mg

Potássio 340 mg

Sódio 7 mg

Vitamina A 380 µg

Vitamina B 80 µg

Vitamina B2 85 µg

Vitamina B5 1,2 µg

Vitamina C 125,0 mg

Zinco 0,3 mg

Glicídios 6,5 g

Proteína 1,3 g

Lipidios 0,7 g

Tabela 5 – composição nutricional da pimenta malagueta, In: Adaptado de:

Luengo et. al., 2004

2.5.1 Vitaminas

2.5.1.1 Vitamina C

Segundo Padh (1991), a vitamina C participa de diversos processos metabólicos,

dentre eles a formação do colágeno e síntese de epinefrina, corticoesteróides e

ácidos biliares. Além de co-fator enzimático, participa dos processos de óxido-

redução, aumentando a absorção de ferro e a inativação de radicais livres. Essencial

31

para seres humanos, o ácido ascórbico age como antioxidante varredor de radicais

livres e nutre as células, protegendo-as de danos causados pelos oxidantes. Vários

fatores podem regular a biodisponibilidade da vitamina C para os tecidos. (BIANCHI,

1999) O ácido ascórbico é um antioxidante não-enzimático. Ele é capaz de

interceptar os radicais livres gerados pelo metabolismo celular ou por fontes

exógenas. (PADH, 1991. DHARIWAL et al., 1991) Em adição a medidas físicas ou

químicas para a proteção contra a luz UV, o uso de ácido ascórbico para a

prevenção de envelhecimento cutâneo prematuro parece ser apropriado. Isso pode

ser fornecido à pele via dieta rica em frutas legumes e verduras, ou por meio de

administração tópica. (HIRATA, 2004)

A pimenta também oferece cerca de quatro vezes mais vitamina C do que a laranja.

Apenas 30 g de pimenta contêm 70 mg de vitamina C; 28 gramas de pimenta

fornecem a quantidade diária de vitamina C de que o ser humano adulto necessita

(BONTEMPO, 2007).

A figura 5 ilustra a estrutura da Vitamina C, o ácido ascórbico.

Figura 5 – Estrutura da Vitamina C, o ácido ascórbico.

2.5.1.2. Vitamina A

O betacaroteno é uma molécula precursora da vitamina A. Uma molécula de

betacaroteno pode fornecer duas moléculas de vitamina A ativas. A pimenta

vermelha contém cerca de 200 miligramas de betacaroteno em cada 100 gramas. O

betacaroteno é um poderoso antioxidante, substância capaz de reduzir os radicais

livres, atua na prevenção de cânceres, entre outras enfermidades. São pigmentos

que vão do amarelo ao vermelho e que são encontrados em frutas e vegetais de

folhas verdes escuras (BONTEMPO, 2007; MANTOVANI, 2007).

Nas figuras 6, 7 e 8 são apresentadas as estruturas da vitamina A, betacaroteno e

licopeno.

32

Figura 6 – Estrutura da Vitamina A

Figura 7 – Estrutura do Betacaroteno

Figura 8 – Estrutura do Licopeno

2.5.2 Compostos Fenólicos

Os compostos fenólicos são estruturas químicas que apresentam hidroxilas e anéis

aromáticos, nas formas simples ou de polímeros, que os confere o poder

antioxidante. Esses compostos podem ser naturais ou sintéticos (ANGELO e

JORGE, 2006). Entre os antioxidantes presentes nos vegetais, os mais ativos e

freqüentemente encontrados são os compostos fenólicos, tais como os flavonóides.

As propriedades benéficas desses compostos podem ser atribuídas à sua

capacidade de seqüestrar os radicais livres (BIANCHI e ANTUNES, 1999). Os

compostos fenólicos como os capsaicinóides, componente ativo do gênero

33

Capsicum, estimulam enzimas pancreáticas e intestinais em animais não

ruminantes, reduzindo a viscosidade intestinal e melhorando a passagem do

nutrientes por meio do intestino para os principais locais de absorção (MILTENBURG

e BRUGALLI, 2004). Podem ainda atuar como cicatrizantes de feridas, antioxidante,

agindo na dissolução de coágulos sanguíneos, prevenindo a arteriosclerose,

controlando o colesterol, evitando hemorragias e aumentando a resistência física

(KASBIA, 2005; ADAMS, 2007).

2.5.3 Antioxidantes

Antioxidantes como as vitaminas A e E, o betacaroteno e os flavonóides —

abundantes nas pimentas, são fundamentais para neutralizar os radicais livres,

átomos tóxicos formados a partir do oxigênio nos processos metabólicos como

subprodutos da respiração e da síntese de estruturas mais complexas, dentre eles

estão incluídos o superóxido (O2- ), hidroxila (OH- ), óxido nítrico (NO), hidroperóxido

(H2O2) e o dióxido de nitrogênio (NO2 - ). A maior parte das doenças degenerativas,

processos inflamatórios, imunodeficiência, doenças auto-imunes e o envelhecimento

acentuado são determinados pela ação nefasta do excesso de radicais livres

(BONTEMPO, 2007; MOTA, 2004).

Os flavonóides são pigmentos naturais presentes em vegetais e que protegem o

organismo do dano produzido por agentes oxidantes, o organismo humano não pode

produzir estas substâncias químicas protetoras, por isso devem ser obtidas mediante

alimentação ou em forma de suplemento (VOLP et.al., 2008).

A ação antioxidante da pimenta combate os radicais livres que, em excesso, são os

responsáveis pelo envelhecimento precoce. Segundo publicação das pesquisas do

Dr. Benjamin Frank, a clorofila (pimentas verdes) e os bioflavonóides

(superabundantes nas pimentas) ajudam a repor o dano genético celular, reduzindo

o processo que leva ao envelhecimento precoce. Existem cada vez mais estudos

demonstrando a potente ação antioxidante (antienvelhecimento) da capsaicina e da

piperina, bem como de suas potentes propriedades antiinflamatórias (BONTEMPO,

2007).

34

3 APLICAÇÃO NO ENSINO MÉDIO

O ensino da Química é de fundamental importância na formação da cidadania, pois

esta ciência faz parte da sociedade tecnológica moderna. Tradicionalmente, as

ciências têm sido ensinadas como uma coleção de fatos, descrição de fenômenos,

enunciados de teorias em que o aluno tem que memorizar (SANTOS, 2004). A

maioria dos educadores não procura fazer com que os alunos discutam as causas

dos fenômenos, estabeleçam relações da ciência com o cotidiano, enfim, que

entendam os mecanismos dos processos que estão estudando (ZANON, 2008).

O jogo, considerado como um tipo de atividade lúdica, segundo Kishimoto (1994

apud SANTANA, 2006) possui duas funções: a lúdica e a educativa, em que as

mesmas devem coexistir em equilíbrio. Se a função lúdica prevalecer, não passará

de um jogo e se a função educativa for predominante será apenas um material

didático. Segundo Campos (2002) o lúdico apresenta dois elementos que o

caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo, além de integrarem as várias

dimensões do aluno, como a afetividade, o trabalho em grupo e das relações com

regras pré-definidas. O mesmo deve ser inserido como impulsor e instigador nos

trabalhos escolares, isso por apresentar funções tão importantes.

Segundo Borges e Schwarz (2005) ao criar ou adaptar um jogo ao conteúdo escolar

ocorrerá o desenvolvimento de habilidades que envolvem o indivíduo em todos os

aspectos: cognitivos, emocionais e relacionais. A atividade lúdica tem como objetivo

tornar o indivíduo mais competente na produção de respostas criativas e eficazes

para solucionar os problemas. Ser competente implica em saber mobilizar de forma

criativa e eficaz as habilidades, nas quais os conhecimentos, valores e atitudes são

usados de forma integrada frente às necessidades impostas pelo meio. As

habilidades se constroem e manifestam na ação, a qual se aprimora pela prática,

levando à reconstrução do conhecimento.

35

3.1 PARTE TEÓRICA

Para a aplicação do Jogo “Memória Antioxidante”, inicialmente o professor deverá

abordar o assunto em forma de aula, com exemplos de como ocorre esse

mecanismo no organismo e quais alimentos são importantes em uma dieta rica em

antioxidantes.

Para a confecção dos cartões do jogo, foram escolhidos alguns exemplos de

alimentos ricos em alguns tipos de antioxidantes. O material utilizado foi papel

cartão, onde os cartões foram impressos em papel A4 e fixadas no papel cartão.

A tabela 6 mostra os alimentos usados no jogo.

Tabela 6 – alimentos utilizados no jogo “Memória Antioxidante”.

Abaixo, demonstram-se os cartões que serão utilizados no jogo.

COMPOSTO ANTIOXIDANTE ALIMENTO

Ácido Elágico Romã.

Antocianinas Blueberry

Betacaroteno Cenoura

Catequinas Chá verde

Isoflavona Soja

Licopeno Tomate

Ômega 3 Salmão

Resveratrol Vinho tinto

Selênio Nozes

Vitamina C Acerola

Vitamina E Amêndoa

Zinco Frutos do mar

36

BETACAROTENO

O betacaroteno é um

pigmento carotenóide

antioxidante natural. Presente

em alimentos de coloração

amarela/laranja

CENOURA

ÁCIDO ELÁGICO

O ácido elágico é um polifenol

com fortes propriedades

antioxidantes que se encontra

em diversas frutas e legumes

de cor vermelha

ROMÃ

Figura 9 – Par de cartões I

ANTOCIANINAS

As antocianinas são pigmentos

responsáveis pelas tonalidade

da pele e as cores escuras de

muitas plantas e flores.

BLUEBERRY

Figura 10 – Par de cartões II

Figura 11 – Par de cartões III

37

CATEQUINAS

Catequina é um fitonutriente

da família dos polifenóis, e tem

uma forte acção antioxidante.

CHÁ VERDE

Figura 12 – Par de cartões IV

ISOFLAVONA

A isoflavona é um composto

que contém fitoestrogênio que

pode ser utilizado para diminuir

os sintomas da menopausa

SOJA

Figura 13 – Par de cartões V

LICOPENO

Licopeno é uma substância

carotenóide que dá a cor

avermelhada aos alinetos.. É

um antioxidante que ajuda a

impedir e reparar os danos às

células causados pelos radicais

livres.

TOMATE

Figura 14 – Par de cartões VI

38

ÔMEGA 3

O ômega 3 é um tipo de

gordura boa capaz de

promover diversos benefícios

ao nosso organismo

SALMÃO

Figura 15 – Par de cartões VII

RESVERATROL

O Resveratrol reduz o colesterol

prejudicial e aumenta o

colesterol bom. Encontrado em

uvas e vinho.

VINHO TINTO

Figura 16 – Par de cartões VIII

SELÊNIO

Se O selênio é um mineral com

um alto poder antioxidante e

por isso ajuda a prevenir o

câncer e a fortalecer o sistema

imunológico.

NOZ

Figura 17 – Par de cartões IX

39

VITAMINA C

A vitamina C é um nutriente

essencial necessário para

várias reações metabólicas.

ACEROLA

Figura 18 – Par de cartões X

VITAMINA E

A vitamina E se destaca pela

forte ação antioxidante e pode

prevenir doenças

cardiovasculares e até o

câncer.

AMÊNDOAS

Figura 19 – Par de cartões XI

ZINCO

Zn Os alimentos ricos em zinco são

de origem animal e servem

para fortalecer o sistema

imune, deixando o organismo

mais forte no combate a

doenças

FRUTOS DO MAR

Figura 20 – Par de cartões XII

40

3.2 PARTE PRÁTICA

Os alunos deverão ser divididos em grupos, onde o jogo seguirá as regras de um

jogo da memória tradicional. O aluno deverá utilizar os conhecimentos adquiridos na

aula ministrada anteriormente.

Figura 21 – Verso dos cartões

41

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. MATERIAL

4.1.1. Pimentas

Neste estudo foram utilizados dois tipos de pimenta: do tipo malagueta e dedo-de-

moça, de origem comum e orgânica. As amostras de pimentas do cultivo comum

foram adquiridas em supermercados da cidade de Assis-SP e a de origem orgânica

foi obtida de fornecedor certificado, a Tribal Brasil – Alimentos Orgânicos.

4.2. EQUIPAMENTOS E REAGENTES

Balança Analítica marca MARTE, modelo AY220

Estufa de ar forçado marca MARCONI, modelo MA035

Liquidificador marca BECKER GO

Espectrofotômetro UV/VIS marca FEMTO, modelo 600S

Banho-maria marca TECNAL, modelo TE 056 MAG

Agitador orbital marca TECNAL, modelo TE 140

Água destilada

DPPH

Ácool etílico 96° GL

Peneira granulometria 1mm.

42

4.3 MÉTODOS

4.3.1 Obtenção do Pó das Pimentas

As pimentas orgânicas do tipo Malagueta e Dedo-de-moça foram adquiridas

previamente desidratadas e embaladas á vácuo. Para a obtenção do pó, as mesmas

foram trituradas em liquidificador e passadas por uma peneira de 1mm de

granulometria para obtenção de um pó mais uniforme.

Após a trituração, o pó foi acondicionado em béquer vedado e mantido sob

refrigeração.

Para as de cultivo comum, primeiramente, as pimentas do tipo malagueta foram

inicialmente selecionadas, lavadas, secadas e dispostas em uma bandeja forrada

com uma folha de alumínio e levada para estufa de ar forçado a 50°C por 48 horas.

Após o tempo de secagem, as pimentas foram trituradas em liquidificador, peneiradas

com peneira de 1mm de granulometria para obtenção granulométrica uniforme e

acondicionadas em béquer fechado, mantido sob refrigeração até o momento das

análises. O mesmo foi feito com a pimenta do tipo dedo-de-moça, porém o tempo de

secagem em estufa foi de 96 horas.

4.3.2 Extrato das Pimentas

Para a obtenção do extrato das pimentas em análises, foram adicionadas 40,00 mL

de álcool etílico a 96° GL em três béqueres contendo 1 g do fruto seco triturado, que

ficou sob agitação permanente por 2 horas e depois em repouso por 48 horas. O

extrato foi adquirido em triplicata para cada amostra de pimenta.

43

4.3.3 Determinação da Atividade Antioxidante Total

A solução de DPPH - 2,2-difenil-1-picril-hidrazila, foi preparada com 2,4 mg do

reagente com álcool etílico (100mL), que foi preparado somente no momento da

análise, segundo o método Brand-Williams et al., 1995.

Cada amostra foi colocada em tubos de ensaio cobertos com papel alumínio, em

triplicata. A cada tubo foi adicionado 0,1 mL do extrato de pimentas e 3,9 mL do

reagente DPPH 0,06 mM e foi homogeneizado.

As leituras foram feitas 5, 10, 20 e 30 minutos após o início da reação.

A porcentagem de proteção foi obtida pela fórmula abaixo:

% 𝑫𝑬 𝑷𝑹𝑶𝑻𝑬ÇÃ𝑶 = 𝑨𝑩𝑺 𝑪𝑶𝑵𝑻𝑹𝑶𝑳𝑬 − 𝑨𝑩𝑺 𝑨𝑴𝑶𝑺𝑻𝑹𝑨

𝑨𝑩𝑺 𝑪𝑶𝑵𝑻𝑹𝑶𝑳𝑬

44

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir de 200 g de frutos de pimenta malagueta (Figura 22), foi obtido cerca de

100g de pimentas desidratadas (figura 23).

Figura 22 – Pimenta malagueta in natura

Figura 23 – Pimenta Malagueta desidratada.

45

Cerca de 300 g da pimenta in natura dedo de moça (Figura 24) após desidratação

obteve-se aproximadamente 150g de pimentas secas

A figura 24 ilustra as pimentas dedo-de-moça in natura.

Figura 24 – Pimenta dedo de moça in natura

A figura 25 mostra as pimentas após a desidratação.

Figura 25 – Pimenta dedo de moça desidratada.

46

A tabela 7 mostra o peso utilizado na obtenção dos extratos alcoólicos das pimentas

utilizando a polpa e a semente.

AMOSTRA 1 2 3

PSDO – Polpa + Semente - Dedo-de-moça Orgânica

1, 0017 g 1, 0026 g 1, 0025 g

PSDNO - – Polpa + Semente Dedo-de-moça Não Orgânica

1, 0014 g 1, 0017 g 1, 0021 g

PSMO – Polpa + Semente – Malagueta Orgânica

1, 0032 g 1, 0019 g 1, 0024 g

PSMNO - Polpa + Semente – Malagueta Não Orgânica

1, 0001 g 1, 0010 g 1, 0024 g

Tabela 7 - Peso dos pós das pimentas (polpa + semente)

Na tabela 8 são mostrados os pesos, utilizando somente as polpas das pimentas.

AMOSTRA 1 2 3

PSDO – Polpa - Dedo-de-moça Orgânica 1, 0022 g 1, 0005 g 1, 0011 g

PSDNO - Polpa - Dedo-de-moça Não Orgânica

1, 0015 g 1, 0016 g 1, 0018 g

PSMO – Polpa – Malagueta Orgânica 1, 0023 g 1, 0004 g 1, 0006 g

PSMNO - Polpa– Malagueta Não Orgânica 1, 0016 g 1, 0013 g 1, 0006 g

Tabela 8 - Peso dos pós das pimentas (polpa)

A figura 26 mostra os extratos obtidos.

47

Figura 26 – Extratos de polpa e extratos polpa + semente após duas horas de

agitação.

O método DPPH consiste na absorção do radical (2,2-difenil-1- piricrilhidrazila) na

faixa de absorbância de 517 nm, e pode ser determinada a atividade antioxidante do

substrato pelo monitoramento da diminuição dessa absorbância que muda de

coloração ao receber um elétron do radical hidrogênio, podendo ser avaliado

através do espectrofotômetro que avalia a habilidade do antioxidante em seqüestrar

o radical livre. (ANTOLOVICH et al 2002; LIMA et al, 2008; COSTA et al, 2010).

Na determinação da atividade antioxidante dos distintos extratos das pimentas

Capsicum spp avaliou-se a capacidade dos extratos alcoólicos em seqüestrar o

radical DPPH, de acordo com a capacidade antioxidante de cada extrato.

Uma característica marcante para a determinação da atividade antioxidante

utilizando-se o radical DPPH - 2,2-difenil-1-picril-hidrazila é o decaimento da

absorbância na faixa de 715 nm. Em todos os casos estudados, houve queda nos

valores obtidos de absorbância. Este fato indica que houve a reação.

Na tabela 11, observa-se os valores médios das absorbâncias para os extratos de

Polpa + Semente.

48

AMOSTRA ABS

PSMO 0,476 ± 0,0035

PSMNO 0,538 ± 0,0049

PSDO 0,411 ± 0,0050

PSDNO 0,479 ± 0,0078

Tabela 9 – Leituras das absorbâncias a 715 nm para Polpa + Semente

A figura 27 ilustra o decaimento da absorbância dos extratos de polpa e semente.

Observa-se que todas as amostras de pimenta tiveram um declínio de 0,1 pontos na

absorbância depois de 30 minutos.

a tabela 12, mostra os resultados médios das absorbâncias com seus desvios

padrões para extrato de Polpa.

0.4760.460

0.4370.422

1900ral 1900ral

1900ral1900ral

0.411

0.356

0.329

0.312

1900ral

1900ral

1900ral1900ral

0.300

0.350

0.400

0.450

0.500

0.550

0.600

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral

AB

S

TEMPO (min)

DECAIMENTO ABS EM POLPA + SEMENTE

PSMO

PSMNO

PSDO

PSDNO

Figura 27 – Monitoramento da diminuição da absorbância do radical DPPH de 5 a 30 minutos após início da reação em extrato de Polpa + Semente.

49

Tabela 10 - Leituras das absorbâncias a 715 nm para Polpa.

A figura 28 mostra o monitoramento da absorbância em extrato de polpa.

Observando-se os gráficos do monitoramento das leituras, tem-se que em todos os

casos houve o decréscimo da absorbância, que representa a degradação do radical

DPPH pelo antioxidante em estudo.

Oliveira (2011) estudou que o fato de haver decaindo durante todo o tempo de

reação dá indícios de que os extratos das pimentas utilizadas possuem compostos

0.401

0.372

0.335

0.312

0.479

0.457

0.422

0.401

0.452

0.421

0.393

0.373

0.486

0.465

0.436

0.420

0.300

0.320

0.340

0.360

0.380

0.400

0.420

0.440

0.460

0.480

0.500

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral

AB

S

TEMPO (min)

DECAIMENTO ABS EM POLPA

PDO

PDNO

PMO

PMNO

AMOSTRA ABS

PMO 0,452 ± 0,0190

PMNO 0,486 ± 0,0050

PDO 0,401 ± 0,0100

PDNO 0,479 ± 0,0046

Figura 28 – Monitoramento da diminuição da absorbância do radical DPPH de 5 a 30 minutos após início da reação em extrato de Polpa.

50

antioxidantes de ação rápida, o que é uma característica importante para um bom

antioxidante. Isso se deve ao fato de que os radicais livres são moléculas instáveis,

e quanto mais efetiva for a ação do antioxidante, menor será o dano causado.

Observou-se também que em todos os extratos não orgânicos possuem valores de

absorbância mais altos que os orgânicos. Quanto mais próximo do controle o valor

da absorbância, menor é seu potencial protetor, indicando que os extratos de

pimentas orgânicas possuem um maior teor de antioxidantes.

Outro indício que demonstra que a reação de DPPH está ocorrendo é o aumento

gradual da porcentagem da proteção (tabela 13).

Tabela 11 – Comparativo da Porcentagem de proteção do radical DPPH durante

o tempo de reação em estudo do extrato de Polpa + Semente de Pimenta de pimenta Malagueta.

A figura 29 ilustra o comparativo para polpa + semente.

AMOSTRA % DE PROTEÇÃO

5 MINUTOS 10 MINUTOS 20 MINUTOS 30 MINUTOS

PSMO 30,40% ± 0,02 35,03% ± 0,02 39,50% ± 0,03 42,44% ± 0,02

PSMNO 16,97% ± 0,005 16,51% ± 0,01 19,29% ± 0,01 20,83% ± 0,01

51

AMOSTRA

% DE PROTEÇÃO

5 MINUTOS 10 MINUTOS 20 MINUTOS 30 MINUTOS

PSDO 36,57% ± 0,005 45,06% ± 0,005 49,22% ± 0,01 51,85% ± 0,006

PSDNO 26,08% ± 0,01 29,93% ± 0,02 35,34% ± 0,02 37,50% ± 0,01

Tabela 12 – Comparativo da Porcentagem de proteção do radical DPPH durante

o tempo de reação em estudo do extrato de Polpa + Semente de Pimenta de pimenta Dedo-de-moça.

A figura 30 ilustra a comparação entre PSDO e PSDNO.

30.400%

35.030%

39.500%

42.440%

16.970%16.510%

19.290%20.830%

10.000%

15.000%

20.000%

25.000%

30.000%

35.000%

40.000%

45.000%

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral

PO

RC

EN

TA

GE

M D

E P

RO

TE

ÇÃ

O

TEMPO

ORGÂNCIA X NÃO ORGÂNCIA

PSMO

PSMNO

Figura 29 – Comparativo entre extrato de polpa + semente de pimentas orgânicas e não orgânicas do tipo Malagueta

52

AMOSTRA % DE PROTEÇÃO

5 MINUTOS 10 MINUTOS 20 MINUTOS 30 MINUTOS

PMO 30,40% ± 0,02 35,03% ± 0,02 39,50% ± 0,02 42,44% ± 0,02

PMNO 25,00% ± 0,005 28,24% ± 0,002 32,71% ± 0,003 35,34% ± 0,001

Tabela 13 – Comparativo da Porcentagem de proteção do radical DPPH durante

o tempo de reação em estudo do extrato de Polpa de Pimenta de pimenta Malagueta.

A figura 31 ilustra a comparação entre PMO e PMNO.

36.570%

45.060%

49.220%

51.850%

26.080%

29.930%

35.340%37.500%

10.000%

15.000%

20.000%

25.000%

30.000%

35.000%

40.000%

45.000%

50.000%

55.000%

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral

PO

RC

EN

TA

GE

M D

E P

RO

TE

ÇÃ

O

TEMPO

ORGÂNCIA X NÃO ORGÂNCIA

PSDO

PSDNO

Figura 30 – Comparativo entre extrato de polpa + semente de pimentas orgânicas e não orgânicas do tipo Dedo-de-moça.

53

AMOSTRA % DE PROTEÇÃO

5 MINUTOS 10 MINUTOS 20 MINUTOS 30 MINUTOS

PDO 38,27% ± 0,01 42,59% ± 0,005 48,45% ± 0,005 51,85% ± 0,006

PDNO 26,08% ± 0,004 29,47% ± 0,01 35,03% ± 0,003 38,11% ± 0,006

Tabela 14 – Comparativo da Porcentagem de proteção do radical DPPH durante

o tempo de reação em estudo do extrato de Polpa de Pimenta de pimenta Dedo-de –moça.

A figura 32 ilustra o comparativo entre PDO e PDNO.

30.400%

35.030%

39.500%

42.440%

25.000%

28.240%

32.710%

35.340%

10.000%

15.000%

20.000%

25.000%

30.000%

35.000%

40.000%

45.000%

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral

PO

RC

EN

TA

GE

M D

E P

RO

TE

ÇÃ

O

TEMPO

ORGÂNCIA X NÃO ORGÂNCIA

PMO

PMNO

Figura 31 – Comparativo entre extrato de polpa de pimentas orgânicas e não orgânicas do tipo Malagueta

54

Observa-se que em todos os casos há um aumento da proteção do radical, sendo

maior nos extratos das pimentas orgânicas.

Os resultados encontrados neste estudo demonstram que as pimentas avaliadas

possuem quantidades significativas de compostos bioativos que apresentaram

atividade antioxidante, portanto o consumo regular dessa especiaria, associado a

uma dieta saudável contribuirá na redução de risco de surgimento de doenças

crônicas não transmissíveis e na manutenção da saúde.

Tendo em vista que o mercado de alimentos orgânicos vem crescendo cada dia

mais, e comprovando-se que um alimento como a pimenta, muito utilizada na

culinária brasileira e também no resto do mundo, tem um poder antioxidante maior,

podemos também perceber que os agrotóxicos podem provocar alterações nos

alimentos. Neste teste, percebemos a diminuição da quantidade de atividade

antioxidante.

No estudo conduzido por Oliveira em 2011 mostrou-se resultados em que a pimenta

malagueta apresentou maior capacidade antioxidante, porém, pelo método utilizado

38.270%

42.590%

48.450%

51.850%

26.080%

29.470%

35.030%

38.110%

10.000%

15.000%

20.000%

25.000%

30.000%

35.000%

40.000%

45.000%

50.000%

55.000%

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral

PO

RC

EN

TA

GE

M D

E P

RO

TE

ÇÃ

O

TEMPO

ORGÂNCIA X NÃO ORGÂNCIA

PDO

PDNO

Figura 32 – Comparativo entre extrato de polpa de pimentas orgânicas e não orgânicas do tipo Dedo-de-moça.

55

no presente trabalho, verificou-se que a pimenta da variedade dedo-de-moça foi a

que apresentou maior capacidade antioxidante.

56

6 CONCLUSÃO

A partir dos dados analisados, pode-se chegar à conclusão que no geral, as

pimentas orgânicas possuem maior atividade antioxidante.

Assim, temos que as pimentas são uma excelente fonte de propriedades que são

benéficas ao organismo, de forma a proteger o organismo ante o ataque de radicais

livres, que são extremamente prejudiciais.

Analisando-se extratos de polpa e semente de pimenta do tipo malagueta,

observou-se que houve uma queda na porcentagem da proteção do radical. Não

houve diferença na proteção ao se comparar os extratos orgânicos, porém os de

cultivo comum, a queda foi mais acentuada, sendo que no extrato de polpa, obteve-

se 35,34% de proteção, e para o extrato de polpa e semente, somente 20,83%.

Para o extrato de pimenta dedo-de-moça, não houve diferença significativa.

57

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