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UNIVERSIDADE PARANAENSE UNIPAR CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA UMUARAMA/PR 1 TFC 2018 TRABALHO FINAL DE CURSO COMPARAÇÃO ENTRE LAVADORES DE GASES E PRECIPITADORES ELETROSTÁTICOS SECOS Gustavo de Oliveira Barbosa, [email protected] Sávio de Sales Barbosa, [email protected] Graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Paranaense - UNIPAR Everlei Camara, [email protected] Doutor em Engenharia Civíl Resumo: A indústria sucro-alcooleira possui uma intensa demanda de água e de energia. A maioria produz sua própria energia elétrica a partir da biomassa do bagaço de cana. O bagaço é resíduo da extração do caldo da cana, o qual é utilizado nas caldeiras com combustível para geração de vapor. O vapor é utilizado para acionamento das moendas e geração de energia, mas a caldeira quando queima o bagaço, produz cinzas e gases poluentes que são eliminados na atmosfera, poluindo o meio ambiente. Para conter a emissão desses poluentes, são utilizados os lavadores de gases e cinzas, os quais necessitam de uma quantidade de água para o sistema de retirada de poluentes do ar. Sua estação de tratamento de água utilizada no processo de lavagem depende de insumos e produtos químicos para a purificação de água. Este trabalho tem como objetivo apresentar um outro sistema de controle de poluição mais versátil e mais tecnológico, que são os Precipitadores Eletrostáticos Seco, comparando-os aos tradicionais lavadores de gases. A partir da análise das informações compreendidas sobre as metodologias usuais de tratamento de ar atmosférico, traz-se aos PEs a eficácia no combate aos poluentes gasosos e sólidos, além da conexão custo/benefício ser positiva. Palavras-chave: Lavador de Gases, Precipitador Eletrostático Seco, Indústria Sucro-Álcooleira. 1. INTRODUÇÃO A questão ambiental é hoje um desafio. É necessário que a sociedade seja reeducada para diminuir a degradação do meio ambiente, assim como, nas inúmeras indústrias, os poluentes que vem aumentando cada vez mais. O bom senso e a utilização de tecnologias para reduzir a poluição, no mínimo, tem que estar andando lado a lado com o crescimento industrial. Nas indústrias, um dos grandes emissores de gases e sólidos que afetam o ecossistema, são as caldeiras. Sabendo-se disso, foram desenvolvidos vários tipos de mecanismos para diminuir a quantidade de poluentes (CRANFOS, 2018). Os resíduos que são gerados nas caldeiras de queima de cana, as sucro-alcooleiras, têm o bagaço como resíduos da extração do caldo da cana, o qual é utilizado nas caldeiras para geração de vapor, utilizado para acionamento das moendas e geração de energia. Mas, a caldeira ao queimar o bagaço, além das cinzas, produz gases que são eliminados na atmosfera, causando danos ao meio ambiente e incômodos aos habitantes das áreas atingidas por estes resíduos (BRAILE e CAVALCANTI, 1979). Para atender as normas ambientais, faz-se necessário que estes resíduos passem por um processo de limpeza ou lavagem, para que os componentes não gasosos sejam retirados antes de seu despejo para a atmosfera. Para conter a emissão desses poluentes, são utilizados os lavadores de gases e cinzas, que são usados em grande parte das indústrias (BRAILE e CAVALCANTI, 1979), que são dependentes da utilização de uma quantidade de água para a purificação dos poluentes.

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  • UNIVERSIDADE PARANAENSE – UNIPAR CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

    UMUARAMA/PR

    1 TFC 2018 – TRABALHO FINAL DE CURSO

    COMPARAÇÃO ENTRE LAVADORES DE GASES E PRECIPITADORES

    ELETROSTÁTICOS SECOS

    Gustavo de Oliveira Barbosa, [email protected]

    Sávio de Sales Barbosa, [email protected]

    Graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Paranaense - UNIPAR

    Everlei Camara, [email protected]

    Doutor em Engenharia Civíl

    Resumo: A indústria sucro-alcooleira possui uma intensa demanda de água e de energia. A

    maioria produz sua própria energia elétrica a partir da biomassa do bagaço de cana. O bagaço é

    resíduo da extração do caldo da cana, o qual é utilizado nas caldeiras com combustível para

    geração de vapor. O vapor é utilizado para acionamento das moendas e geração de energia, mas a

    caldeira quando queima o bagaço, produz cinzas e gases poluentes que são eliminados na

    atmosfera, poluindo o meio ambiente. Para conter a emissão desses poluentes, são utilizados os

    lavadores de gases e cinzas, os quais necessitam de uma quantidade de água para o sistema de

    retirada de poluentes do ar. Sua estação de tratamento de água utilizada no processo de lavagem

    depende de insumos e produtos químicos para a purificação de água. Este trabalho tem como

    objetivo apresentar um outro sistema de controle de poluição mais versátil e mais tecnológico, que

    são os Precipitadores Eletrostáticos Seco, comparando-os aos tradicionais lavadores de gases. A

    partir da análise das informações compreendidas sobre as metodologias usuais de tratamento de

    ar atmosférico, traz-se aos PEs a eficácia no combate aos poluentes gasosos e sólidos, além da

    conexão custo/benefício ser positiva.

    Palavras-chave: Lavador de Gases, Precipitador Eletrostático Seco, Indústria Sucro-Álcooleira.

    1. INTRODUÇÃO

    A questão ambiental é hoje um desafio. É necessário que a sociedade seja reeducada para

    diminuir a degradação do meio ambiente, assim como, nas inúmeras indústrias, os poluentes que

    vem aumentando cada vez mais. O bom senso e a utilização de tecnologias para reduzir a poluição,

    no mínimo, tem que estar andando lado a lado com o crescimento industrial.

    Nas indústrias, um dos grandes emissores de gases e sólidos que afetam o ecossistema, são as

    caldeiras. Sabendo-se disso, foram desenvolvidos vários tipos de mecanismos para diminuir a

    quantidade de poluentes (CRANFOS, 2018).

    Os resíduos que são gerados nas caldeiras de queima de cana, as sucro-alcooleiras, têm o bagaço

    como resíduos da extração do caldo da cana, o qual é utilizado nas caldeiras para geração de vapor,

    utilizado para acionamento das moendas e geração de energia. Mas, a caldeira ao queimar o bagaço,

    além das cinzas, produz gases que são eliminados na atmosfera, causando danos ao meio ambiente e

    incômodos aos habitantes das áreas atingidas por estes resíduos (BRAILE e CAVALCANTI, 1979).

    Para atender as normas ambientais, faz-se necessário que estes resíduos passem por um processo

    de limpeza ou lavagem, para que os componentes não gasosos sejam retirados antes de seu despejo

    para a atmosfera. Para conter a emissão desses poluentes, são utilizados os lavadores de gases e

    cinzas, que são usados em grande parte das indústrias (BRAILE e CAVALCANTI, 1979), que são

    dependentes da utilização de uma quantidade de água para a purificação dos poluentes.

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    No entanto, tem-se como uma solução mais sustentável, visando a retirada desses resíduos

    poluentes da atmosfera e do solo. Os Precipitadores Eletrostáticos Seco, que fazem a lavagem

    desses resíduos emitidos das caldeiras por meio de força mecânica eletromagnética, que não

    necessita do uso de água para fazer a lavagem dos poluentes emitidos das caldeiras (CRANFOS,

    2018).

    O uso desnecessário ou abusivo de água apresenta uma preocupação para o futuro dos seres

    vivos do planeta. Com a escassez de água, futuramente, os seres humanos estarão sujeitos a

    reduzirem o consumo, tanto em suas residências, quanto em lugares públicos, principalmente nas

    indústrias que necessitam desta fonte, pois são dependentes de umas das maiores proporções de

    água, através de processos de tratamento. Com isso, têm-se custos elevados com projetos e

    equipamentos para realização da purificação de água poluída (ALMEIDA e SANTOS, 2003).

    Esse trabalho tem como objetivo expor a eficiência e funcionabilidade dos equipamentos tipo

    Lavador de Gás e tipo Precipitador Eletrostático Seco, suas vantagens e desvantagens, enfatizando a

    sua importância com relação à diminuição do impacto ambiental que seriam causados pelos

    resíduos gerados neste processo.

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    2.1. Lavadores de Gases

    Os lavadores têm a finalidade de eliminar contaminantes do meio ambiente, No entanto, tem-se

    em comum nesses lavadores o uso de água, para que possam fazer a remoção de gases e de resíduos

    emitidos pelas caldeiras. Trata-se de uma transformação de gases poluentes para o ar limpo, na

    saída das chaminés das caldeiras de moagem de cana de açúcar (RPA NEWS, 2018). Esses

    equipamentos são dispositivos usados para remover matérias particuladas, como fumaça, poeira,

    cinzas, alcatrão, gases de combustão ou de outras correntes gasosas, em usinas sucro-alcooleiras,

    siderúrgicas, metalúrgicas, indústrias de papel, de ácido sulfúrico, ácido fosfórico entre outras (RPA

    NEWS, 2018).

    O Lavador de Gás industrial é muito utilizado há décadas para o tratamento de gases poluentes,

    providos de processos industriais, que liberam partículas com diâmetros entre 0,5 e 6 micrômetros,

    mantendo uma eficiência entre 80 e 99,95%. Este equipamento utiliza um líquido neutralizante

    como retentor das partículas e odores contidos no ar, resultando em um processo altamente eficiente

    para retenção de odores e particulados, que seriam lançados na atmosfera (RPA NEWS, 2018).

    Há três tipos de lavadores de gases: Lavador de Gases de Enchimento ou de Coluna, horizontal e

    Venturi de Alta Pressão. Os mesmos possuem praticamente o mesmo conceito e aplicações na

    remoção de poluentes.

    Os lavadores Horizontais, representado na Figura 1, realiza a filtragem neutralizando os gases

    através de um líquido neutralizante; água com ph alterado. O líquido reage com as partículas

    provenientes da queima na caldeira, dentro do lavador de gases. Desta forma, o ar é separado dos

    gases poluentes e lançado à atmosfera através de um ventilador, o qual realiza toda a movimentação

    dos gases (CORBARI, 2018).

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    Figura 1. Imagem ilustrativa de Lavador de Gases Horizontal (CORBARI, 2018)

    No caso do lavador de gases de coluna, representado na Figura 2, utiliza a altura para realizar a

    filtragem, sendo o equipamento delgado e comprido. Possui aspersores para o líquido neutralizante

    na parte superior de seu corpo. Em sua base o ar entra e atravessa a névoa do líquido neutralizante,

    dispersado no interior do lavador, até sair limpo pela parte superior, no bocal de saída (CORBARI,

    2018).

    Figura 2. Exemplo de Lavador de gases de colunas (CORBARI, 2018)

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    Quanto ao lavador de gases Venturi, tem a entrada de gases pela parte superior, e o líquido na

    parte inferior do equipamento, formando uma coluna por onde o fluxo de gases atravessa. Quando

    ele atinge a coluna de líquido neutralizante, na base do filtro, as partículas provenientes dos gases

    da caldeira são retidas, reagindo e decantando no fundo do filtro. Após atravessar a coluna de

    líquido neutralizador, o ar limpo sai em direção ao bocal na parte superior do filtro, onde é lançado

    à atmosfera através de um ventilador, conforme mostrado na figura 3 (CORBARI, 2018).

    Figura 3. Exemplo de Lavador de gases Venturi para caldeira (CORBARI, 2018).

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    2.2. Estação de Tratamento de Água dos Lavadores de Gases

    A água com fuligem dos lavadores e da limpeza dos cinzeiros são enviadas para um tanque

    pulmão, onde é bombeada para a 1ª seção de uma filtragem por peneira rotativa de dupla função,

    onde são separados os sólidos grossos. A água peneirada nesta seção segue para o decantador,

    recebendo baixa dosagem de floculante compatível junto aos sólidos da fuligem. Ocorre-se, a

    sedimentação dos sólidos ao fundo do decantador. O lodo decantado é enviado à segunda seção da

    peneira, em que há o pré-deságue do lodo, onde a água peneirada novamente compondo sólidos

    finos, alimenta um adensador afim de remoção dessas partículas, evitando seu retorno ao processo.

    O lodo da peneira alimenta uma prensa para deságue final, caindo em uma moega sendo retirado

    por um caminhão com umidade abaixo de 60%. Água clarificada do decantador e do adensador,

    independentes de partículas sólidas verte por gravidade para o tanque de água tratada, que porem, é

    bombeada de volta aos sistemas de lavagem de gases e de cinzeiros da caldeira de acordo com a

    figura 4 ( ENGENOVO, 2018).

    Figura 4. Esquema de Tratamento de Água dos Lavadores de Gases (ENGENOVO, 2018)

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    3. PRECIPITADORES ELETROSTÁTICOS SECOS

    Os Precipitadores tem a mesma finalidade de eliminar contaminantes de poluição do meio

    ambiente, como o Lavador de Gases, tem por sua vez um melhor desempenho e custos

    operacionais, na coleta eficiente na emissão de poluentes para atmosfera. Os Precipitadores são

    equipamentos para o controle da poluição atmosférica que podem ser utilizados na remoção de

    particulados ou gases de exaustão em praticamente todos os tipos de plantas industriais. Foram

    aplicados em “mais de mil usinas de energia nos EUA para controlar as emissões de cinzas

    volantes. Essas unidades foram projetadas em alguns casos para coletar partículas de tamanho

    mícron e ter eficiências de coleta superiores a 99%” (KATZ, 1979).

    São geralmente mais eficientes na coleta de partículas muito pequenas que Lavadores de gases,

    tendo-se em vista que são relativamente mais baratos de operar em comparação aos lavadores. Os

    precipitadores também são muito úteis para filtrar gases de combustão de alta temperatura, como

    em usinas e indústrias de Papel de celulose, Metais, Siderurgia, Mineração, Têxtil, Painel

    solares/Fibra ótica, Tratamento de água, Tratamento de esgoto, Galvanização, Eletroeletrônica,

    Química, Petroquímica, Alimentícia, Fabricação de baterias, Cogeração e Farmacêutico.

    A eficiência do Precipitador está diretamente ligada à estrutura de um projeto bem feito,

    calculando as suas necessidades para definir o tamanho necessário, conforme mostrado na figura 4.

    O sistema deve ser periodicamente limpo, e para isso são utilizados martelos que colidem com as

    barras de choque que estão firmemente fixadas, e faz com que as partículas se desprendam pela

    vibração causada pelo impacto dos martelos (CRANFOS, 2018).

    Nos Precipitadores existe o fornecimento de alta tensão de controle, que necessita de um alto

    fornecimento de energia, inclui um aumento na eficiência de coleta, mudanças nas condições de

    operação, coordenação do sistema de fornecimento individual de energia, e uma redução nos custos

    operacionais para esse fornecimento de energia e controle do sistema de acordo com a figura 5

    (CRANFOS, 2018).

    Figura 5. Esquema de Um Precipitador eletrostático (CRANFOS, 2018)

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    3.1. O princípio da limpeza

    A princípio, a limpeza tem alguns fatores que fazem parte desse processo, para que seja de

    ótima eficiência e purificação à emissão de poluentes para o meio ambiente, no entanto deve-se

    seguir, primeiramente o princípio da coleta, conforme apresentado na figura 6 (CRANFOS, 2018).

    Através de um forte campo elétrico, as partículas existentes nos gases são carregadas eletricamente

    e, deslocam as mesmas, em direção às placas coletoras. Essas placas coletoras necessitam da

    carcaça do precipitador para que possam ter o aterramento, onde os eletrodos de emissão são

    suspensos pelos suportes isoladores, para que assim haja a polaridade negativa. Eles trabalham com

    alta tensão que pode variar de 20 KV até mais de 80 KV dependendo do processo e da aplicação

    (CRANFOS, 2018).

    Figura 6. Esquema da Placa coletora (CRANFOS, 2018)

    Assim sendo, ocorre a descarga por carona ao redor do eletrodo de emissão através de um forte

    campo elétrico gerado, e elétrons livres gerados. No entanto os íons de gás negativo carregam as

    partículas de pó que migram sob a influência do campo elétrico em direção às placas coletoras,

    onde elas liberam parte da carga e são capturadas (Figura 6).

    A descarga carona, é uma descarga elétrica produzida pela ionização de um fluído nas

    redondezas de um conduto, carregando as partículas presentes através dos íons negativos sob

    influência do campo elétrico gerado, direcionando as partículas para as placas (CRANFOS, 2018).

    Os eletrodos de emissão e as placas coletoras são suportados pelas vigas do teto; as cargas são

    transmitidas através de escoras da viga caixão; vigas formadas por duas ou mais abas e por uma

    mesa inferior única e uma ou mais mesa superior, formando na sua configuração um caixão; fixadas

    no teto até a estrutura suporte do Precipitador.

    Para resistir a pressão interna e a carga de vento do Precipitador, são projetados as paredes e o

    teto (CRANFOS, 2018). Um fator essencial de coleta para se alcançar uma boa eficiência de coleta

    é a distribuição de gases através de toda a seção transversal do Precipitador, podendo ser

    conseguido através do uso adequado de um funil de entrada e de instalação de chapas defletoras e

    cortinas de distribuição de gases (Figura 7).

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    Figura 7. Demonstração da cortina de gases (CRANFOS, 2018)

    Após uma série de testes, tanto no campo, como em laboratório da Empresa Cranfos, foi

    definido o projeto padrão das cortinas de distribuição de fases com uma mínima perda de carga e

    pouco peso, trata-se de chapas com furos redondos ou quadrados podendo ser do tipo plana ou do

    tipo X. A chapa plana imediatamente deflete o gás em 90º antes de entrar no Precipitador reduzindo

    seu comprimento total (Figura 8). (CRANFOS, 2018).

    Figura 8. Chapas com furos (CRANFOS, 2018)

    3.2. Rappers (martelo/bigorna ou sistema de impulso magnético)

    Um sistema de rapper usa martelos montados em um eixo giratório, conforme mostrado na

    Figura 9. À medida que o eixo gira, os martelos caem por gravidade e batem nas bigornas presas às

    placas coletoras. Os rapper podem ser montados na parte superior ou no lado das placas de coleta.

    A poeira que se acumula nos eletrodos de coleta e descarga pode ser removida pelo processo do

    rapper. Depósitos de poeira são geralmente desalojados por impulsos mecânicos ou vibrações

    transmitidas aos eletrodos. Um sistema de rapper é projetado para que a intensidade e frequência do

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    rapper possam ser ajustadas para diferentes condições operacionais, capaz de manter batidas

    uniformes durante muito tempo.

    A intensidade do impacto é controlada pelo peso dos martelos e pelo comprimento do braço de

    montagem do martelo. A frequência da batida pode ser alterada ajustando a velocidade dos eixos

    rotativos. Assim, a intensidade e a frequência de batida podem ser ajustadas para a variação da

    concentração de poeira do gás de combustão (KATZ, J, 1979).

    Figura 9. Rappers típicos de martelo / bigorna para placas de coleta (KATZ, 1979)

    O Impulso Magnético é outro sistema de batidas, usado para muitos projetos dos EUA.

    Consiste em rapper de impulso magnético para remover camadas de poeira acumuladas das placas

    de coleta. Um rapper de impulso magnético tem um êmbolo de aço que é levantado por um pulso

    de corrente em uma bobina. O êmbolo levantado então recua, devido à gravidade, atingindo uma

    haste conectada a um número de placas dentro do precipitador, como mostrado na Figura 10. A

    frequência e a intensidade do rapper são facilmente reguladas por um sistema de controle elétrico.

    A frequência pode ser de um rapper a cada poucos minutos para um rapper por hora. Os rappers de

    impulso magnético geralmente operam com mais frequência, mas com menos intensidade do que os

    rappers de martelo/bigorna rotativos (KATZ, 1979).

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    Figura 10. Rappers típicos de impulso magnético para placas de coleta (KARTZ, 1979)

    4. RESULTADOS

    Este trabalho apresenta comparações entre os equipamentos Lavadores de gases (LG) e

    Precipitadores Eletrostáticos Secos (PEs), sobre o consumo de água, energia, insumos, custos

    operacionais e investimentos, para obtenção de um meio sustentável e versátil.

    A finalidade dessa pesquisa é expor a eficiência de ambos equipamentos ao serem instalados

    em usinas sucro-alcooleiras que emitam poluentes como gases e cinzas, sendo assim, são

    apresentados na tabela 1.

    Tabela 1. Comparativo do Lavador de Gases e Precipitador Seco (PROCKNOR, 2018)

    COMPARAÇÕES LG PEs

    Retiradas das cinzas Por vias úmidas. Por vias secas.

    Consumo de água O consumo de água utilizado,

    dependendo da tecnologia e do

    tipo de fornalha, já inclui a

    quantidade necessária para o

    transporte úmido de cinzas

    coletadas em pontos diversos

    da caldeira.

    Precipitador não utiliza água,

    desde que todos os pontos de

    retirada de cinzas estejam

    equipados com equipamentos

    adequados para transportar

    cinza seca e quente.

    Consumo de energia

    elétrica

    Em si não utiliza energia

    elétrica, mas a energia

    consumida na estação de

    tratamento de água do lavador

    de gases, e principalmente nas

    bombas de água servida e de

    água tratada. No caso do

    lavador a distância, o desnível

    entre a caldeira e estação de

    Este utiliza menos da metade

    de energia do Lavador de

    Gás, dependendo de energia

    para os eletrodos de corona e

    descarga, e para o sistema

    elétrico.

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    11 TFC 2018 – TRABALHO FINAL DE CURSO

    tratamento de água do lavador

    de gases, podem aumentar a

    potência das bombas exigindo

    um alto consumo de energia.

    Consumo de insumos A estação de tratamento de

    água do lavador de gases pode

    necessitar de produtos

    químicos para melhorar a

    floculação e por consequência

    melhorar a decantação.

    O precipitador não necessita

    do tratamento de água, neste

    caso não depende de

    produtos químicos.

    Mao de obra A instalação do lavador de

    gases exige uma quantidade de

    operadores para o

    funcionamento e controle.

    O precipitador não depende

    da instalação de tratamento

    de água e exige menos

    operadores para seu controle.

    Manutenção Nas bombas, peneiras e filtros

    da instalação do lavador de

    gases.

    Os equipamentos que devem

    ser bem especificados e

    mantidos para diminuir as

    ocorrências imprevistas por

    problemas de manutenção.

    Investimento inicial Em si o lavador de gases tem

    baixo custo, mas a sua

    instalação de tratamento de

    água tem um custo elevado.

    Têm componentes

    importados, sendo assim a

    taxa de câmbio na época da

    negociação pode ser

    relevante.

    Custo operacional Este sistema consome água e

    os insumos relacionados com o

    seu tratamento. É necessário

    uma demanda elevada de

    energia elétrica na entrega das

    cinzas úmidas.

    Este sistema não consome

    água e os insumos

    relacionados com o seu

    tratamento gasta menos

    energia elétrica e entrega as

    cinzas secas.

    Comparação da

    eficiência da

    purificação do gás

    Possue 99,5% de eficiência da

    purificação do gás liberado na

    atmosfera.

    Possuem 99,9% de eficiência

    na purificação do gás

    liberado na atmosfera.

    Com as comparações conclui-se que há qualidade e bem feitoria de ambos os equipamentos.

    Essas comparações entre os dois tipos mostram as vantagens entre um e outro. Baseado nas

    comparações da Tabela 1, tem-se:

    - Retiradas das cinza: LG depende da estação de tratamento de água para que possa

    umedecer as cinzas, o PEs não é preciso, pois o seu próprio sistema utiliza um forte campo elétrico

    que as carrega até as placas coletoras.

    - Consumo de Água: para os LG tem-se o uso de água para purificação do ar para atmosfera

    e, com isso, a água fica poluída e dependendo de um tratamento para sua reutilização, porém nos

    PEs não é necessário, pois seu próprio sistema através do uso de energia forma um forte campo

    elétrico e as partículas impuras são carregadas até as placas coletoras onde limpam o ar.

    - Consumo de energia elétrica: os LG são dependentes da Estação de Tratamento de água,

    que depende de um alto consumo de energia para o funcionamento das bombas de água, ao

    contrário dos PEs, que utiliza-se da metade dessa energia fornecida.

    - Consumo de insumos: os LG necessitam de produtos químicos para o tratamento de água,

    porém os PEs não dependem desse tratamento, que é uma das vantagens.

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    As devidas comparações como, Mão de Obra, Manutenção, Investimento Inicial e Custo

    Operacional, tem nos LG a Estação de Tratamento de Água que necessita de mais operadores para

    o funcionamento tanto no LG como na Estação, além da utilização de produtos químicos. Portanto,

    nos PEs não existe a dependência de água, ao contrário da despesa com produtos químicos, estação

    tratamento de água e quantidade de operadores do LG, os investimentos e custos bem menores.

    É notável as vantagens e desvantagens, que os resultados do Precipitador Eletrostático Seco

    têm, sendo uma versão versátil para a sustentabilidade do meio ambiente, tendo-se, assim, como

    visto, que esses precipitadores fazem parte de uma inovadora tecnologia que traz com ela às

    indústrias sucro-alcooleiras a redução de custos com tratamento de água e o número de operadores

    no controle do sistema, além de serem mais precisos e possuírem a capacidade de mais eficiência

    nas retiradas de poluentes emitidos para a atmosfera, gerados pelas caldeiras.

    5. CONCLUSÃO

    É inegável a procedência dos fatos baseados nas consequências negativas causadas pelas

    caldeiras em nosso ecossistema. Porém, boa parte delas pode ser evitada através do uso de algumas

    alternativas: a implantação de equipamentos como lavadores de gases e de precipitadores

    eletrostáticos seco.

    Em boa parte das usinas situadas no Brasil, a utilização de lavadores de gases é muito mais

    comum, devido ao seu baixo custo inicial para que o tratamento de gases poluentes seja executado

    de forma eficaz, por meio da remoção de resíduos emitidos pelas caldeiras. Contudo, uma

    tecnologia igualitariamente útil, é a remoção das partículas que tornam o gás impuro por meio da

    eletricidade, sendo assim um modo de economia operacional que tem uma menor degradação do

    equipamento, já que o mesmo não utiliza água no seu sistema, sabendo-se que água misturada com

    cinza é corrosiva por ser uma base química. Em suma, a utilização de ambos os recursos é

    satisfatória, visto que o sucesso obtido nos dois procedimentos é atingido.

    A partir da análise das informações compreendidas sobre as metodologias usuais de

    tratamento de ar atmosférico, traz-se aos PEs a eficácia no combate aos poluentes gasosos e sólidos,

    além da conexão custo/benefício ser positiva.

    6. REFERÊNCIAS

    ALMEIDA, R. A. de e SANTOS A. H. M. O uso industrial da água e a gestão de recursos

    hídricos. In: XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, ABRH, 2003.

    AVAC, GR. Lavador Tipo Venturi. Disponível em:.

    Acesso em: 02 de julho 2018.

    BRAILE, P. M. & CAVALCANTI, J. E. W. A; “Manual de Tratamento de Águas Residuárias

    Industriais” CETESB. São Paulo / SP, Junho 1979.

    COURY, R.; Gonçalves, A. S. e Salvador, J. A., Distribuição de Líquido na Garganta de Lavadores

    Venturi. XXV ENEMP, UFSCar, 1997.

    CORBARI. Lavador de gases para caldeiras. Disponível em: . Acesso em: 28 de maio 2018.

    CRANFOS SOLUÇÕES AMBIENTAIS. Precipitador Eletrotático Seco. Disponivel em:

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    Acesso em: 22 de maio 2018.

    http://www.avac.ind.br/lavVenturi.aspx%20/http://www.corbari.com.br/lavador-gases-caldeira%20/http://www.corbari.com.br/lavador-gases-caldeira%20/http://www.cranfos.com.br/equipamentos/despoeiramento/precipitador-eletrostatico-seco.html

  • UNIVERSIDADE PARANAENSE – UNIPAR

    CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA - UMUARAMA/PR

    13 TFC 2018 – TRABALHO FINAL DE CURSO

    ENGENOVO. Estação de Tratamento de Água dos Lavadores de Gases. Disponivel em:<

    http://www.engenovo.com.br/infotec/Art%20Tec--Decantacao%20de%20Fuligem--2014.pdf >.

    Acesso em: 26 de outubro 2018.

    JACOBI, P. et al. (orgs.). Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências em

    Secretaria do Meio Ambiente. São Paulo, 1998.

    KATZ, J. 1979. A arte dos precipitadores eletrostáticos. Tecnologia de Precipitador,

    Inc.Munhall,Pennsylvania, 1979 .

    PROCKNOR ENGENHARIA. Comparação entre Lavador de Gases e Precipitador Eletrostático

    Seco. Disponivel em:< https://www.procknor.com.br/br/artigos/lavador-x-precipitador>. Acesso

    em: 15 de junho 2018.

    RPA NEWS. Revista sobre cana e indústria. Disponivel em:. Acesso em: 06 de junho 2018.

    TORQUATO, C, O, M. O. Caracterização da água de lavagen de cinzas e gases de caldeiras na

    industria de cana de açucar, realizada nas caldeiras da usina S. A .Coriripe (2003). Disponivel

    em: . Acesso em:

    04 de maio 2018.

    COMPARISON BETWEEN GAS SCRUBBER AND DRY ELECTROSTATIC

    PRECIPITATORS

    Abstract. The sugar and alcohol industry has a big demand for water and energy. Most of them

    produce their own electricity from the biomass of sugarcane bagasse. Bagasse is a residue

    extracted from sugarcane juice, used in boilers with fuel for steam generation. Steam is used to

    power the mills and generate energy, but when the boiler burns the bagasse, it produces ashes and

    gaseous pollutants that are eliminated in the atmosphere, polluting the air. Gas and ashes

    scrubbers are used to contain the emission of pollutants. The water treatment during the washing

    process depends on chemicals to purify the water. This project's purpose is present a more

    versatile and more technological pollution control system: Dry Electrostatic Precipitators,

    comparing to traditional Gas Scrubber. Based on the analysis of the information included in the

    usual atmospheric air treatment methodologies, the Electrostatic Precipitator Dry is effective in

    combating gaseous and solid pollutants, and the cost/benefit to be positive.

    Keywords: Gas Scrubber, Electrostatic Precipitator Dry, Sugar and Alcohol Industry.

    http://www.engenovo.com.br/infotec/Art%20Tec--Decantacao%20de%20Fuligem--2014.pdfhttps://www.procknor.com.br/br/artigos/lavador-x-precipitadorhttp://revistarpanews.com.br/ed/54-edicao2015/edicao-173/755-lavagem-de-poluentes%20/http://revistarpanews.com.br/ed/54-edicao2015/edicao-173/755-lavagem-de-poluentes%20/http://www.ctec.ufal.br/professor/vap/AguaCinzaGasesCaldeiraIndustria.pdf%20/