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© 2015 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 1 Como citar este material: FREGNI, Carla P. Ética e Relações Humanas no Trabalho do Séc. XXI. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015. Olá! Seja bem-vindo à oitava aula da disciplina Ética e Relações Humanas no Trabalho. Nesta aula, teremos a oportunidade de explorar esse assunto sob enfoque e considerações de nossa contemporaneidade: o século XXI. O que há de tão novo e diferente nos dias de hoje que nos leva a pensar em novos modelos para a prática da ética e das relações humanas no trabalho? Parece-nos que os modelos que utilizamos até o momento já não servem mais. Ao mesmo tempo, ainda não temos novos modelos totalmente testados. É bem provável estarmos vivendo entre Eras. Mudanças não são novidade para a humanidade. Mas, a velocidade com que elas têm acontecido, é inédita. Basta mencionarmos o ritmo dos lançamentos de produtos como televisores, smartphones, notebooks, dentre outros. A sensação que temos, muitas vezes, é a de não saber aonde essa aceleração toda nos levará. Os mais otimistas dizem que isso tudo nos levará a novas descobertas e melhorias para a humanidade. Os mais pessimistas dizem que isso tudo levará à extinção da humanidade.

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© 2015 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

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Como citar este material:

FREGNI, Carla P. Ética e Relações Humanas no Trabalho do Séc. XXI.

Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.

Olá! Seja bem-vindo à oitava aula da disciplina Ética e Relações Humanas no

Trabalho. Nesta aula, teremos a oportunidade de explorar esse assunto sob

enfoque e considerações de nossa contemporaneidade: o século XXI.

O que há de tão novo e diferente nos dias de hoje que nos leva a pensar em

novos modelos para a prática da ética e das relações humanas no trabalho?

Parece-nos que os modelos que utilizamos até o momento já não servem mais.

Ao mesmo tempo, ainda não temos novos modelos totalmente testados. É bem

provável estarmos vivendo entre Eras.

Mudanças não são novidade para a humanidade. Mas, a velocidade com que

elas têm acontecido, é inédita. Basta mencionarmos o ritmo dos lançamentos de

produtos como televisores, smartphones, notebooks, dentre outros.

A sensação que temos, muitas vezes, é a de não saber aonde essa aceleração

toda nos levará. Os mais otimistas dizem que isso tudo nos levará a novas

descobertas e melhorias para a humanidade. Os mais pessimistas dizem que

isso tudo levará à extinção da humanidade.

© 2015 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

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Talvez haja razão nos dois extremos. Há, sim, motivos para ficarmos

entusiasmados com tantas descobertas recentes e há sim, motivos para ficarmos

assustados com tantos desvarios humanos. Não é para menos que dissemos,

há pouco, que vivemos numa fase intermediária entre Eras. A empolgação e o

caos convivem de maneira quase incompreensível. Alguns velhos paradigmas

ainda tentam persistir, enquanto novos paradigmas tentam se estabelecer.

Esse contexto macro interfere diretamente no ecossistema de negócios. E, pelos

efeitos sistêmicos, corporações e pessoas acabam sendo afetadas também.

Saiba Mais!

Máquinas colaborativas

Com o título: “Robôs ganham espaço nas pequenas empresas”, a reportagem

apresenta as chamadas máquinas colaborativas. Trata-se de máquinas

projetadas para trabalhar ao lado de pessoas em ambientes fechados. Esse

tipo de tecnologia já pode ser adotada por pequenas empresas, pois seu custo

é relativamente baixo: US$ 20.000. Empresas norte-americanas como

fabricantes de bijuterias e brinquedos já adotaram as máquinas

colaborativas para ampliar a produtividade e reduzir custos com mão de obra.

AEPPE, Timothy. Robôs ganham espaço nas pequenas empresas. The Wall

Street Journal. Versão em português, 19 set. 2014. Disponível em:

http://goo.gl/MIGvSU. Acesso em: 29 nov. 2014.

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Desafios para as Empresas do Século XXI

A substituição de mão de obra por tecnologias avançadas não é inovação da

nossa contemporaneidade: trata-se de uma prática já encontrada na Revolução

Industrial. A procura pela melhoria do processo produtivo, pelo aumento das

vendas e pela diminuição de custos ainda faz parte do contexto do mercado

atual. Então, o que há de diferente em nosso tempo?

Podemos afirmar que o avanço acelerado das tecnologias, assim como a

dimensão alcançada pela globalização, lançam novos desafios às corporações

do século XXI. Talvez, a responsabilidade social e o compromisso com o meio

ambiente nunca tenham sido tão exigidos às empresas como acontece hoje em

dia. Os desdobramentos das práticas do ser humano sobre a natureza e sobre

a própria vida demonstram-se mais como ameaças do que oportunidades. Nas

palavras de Kluyver (2010, p. 48):

Desdobramentos em áreas como demografia, doenças infecciosas, degradação de recursos, integração econômica, nanotecnologia, conflito internacional e governança acarretarão sérias consequências à estratégia corporativa. Elas podem reformular empresas ou setores inteiros. As empresas que estiverem em sintonia com esses desafios, prepararem-se para enfrentá-los e reagirem adequadamente terão mais chances de prosperar; aquelas que os ignorarem arriscarão a própria sorte (KLUYVER, 2010, p. 48).

Há um estudo, lançado pela Penn State Center for Global Business Studies

(apud KLUYVER, 2010, p. 47-48), que abrange uma previsão de tendências

globais cujos processos são comparados aos movimentos tectônicos da terra.

Em outras palavras, os processos ambientais, tecnológicos e sociais, detectados

pelo estudo, movimentam-se de tal forma que revolucionarão o ambiente dos

negócios.

Algumas considerações podem ser levantadas a respeito (KLUYVER, 2010, p.

48):

1. Os movimentos ambientais surgem das interações entre as pessoas e seu

meio ambiente. Exemplos são o crescimento da população mundial e a

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urbanização. Esses movimentos criam impactos diretos sobre a gestão

de recursos, a saúde e a qualidade de vida em todo o mundo.

2. Os movimentos tecnológicos são identificados pelos avanços da

biotecnologia, da nanotecnologia e dos sistemas de informação. Esses

movimentos criam impactos sobre o crescimento e desenvolvimento

econômico, sobre a integração global e sobre o surgimento da economia

do conhecimento.

3. Os movimentos sociais podem ser identificados pelas mudanças em

governança internacional, assim como pelos valores políticos e culturais.

Eles mantêm relação direta com a onda de democratização,

desregulamentação e reforma governamental.

As tendências do século XXI podem pressionar não só as empresas, mas o

próprio ser humano a repensar seus valores e comportamento no sentido da

sustentabilidade da vida humana. A consideração de condutas éticas será

inevitável nessas reflexões.

O peso da irresponsabilidade das empresas e dos governos

Os meios de comunicação estão sempre divulgando notícias de multidões que

perdem seus empregos, devido ao acelerado desenvolvimento tecnológico.

Grandes corporações aproveitam-se dos mais fragilizados, como os

adolescentes, que têm seus direitos severamente desrespeitados. Esse cenário

nos dá a impressão de estarmos no século passado, não é mesmo? Infelizmente,

trata-se do tempo presente.

Em reportagem de Eva Dou, veiculada no The Wall Street Journal, uma triste

realidade é trazida à tona: milhares de adolescentes chineses são enviados a

uma cidade para montar aparelhos eletrônicos para algumas das maiores

marcas do mundo. Muitos deles trabalham 12 horas por dia, durante seis dias

por semana. Essas condições violam a regulação chinesa para trabalhadores

com menos de 18 anos. Ao mesmo tempo, essa prática tem a chancela oficial

do Ministério da Educação da China que, em 2010, afirmou que escolas de

ensino técnico deveriam fornecer estudantes para suprir a falta de trabalhadores.

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Muitos estudantes sentem que não têm outra escolha, pois muitas escolas

condicionam a conclusão do curso a esses tipos de estágio.

Infelizmente, temos que admitir que ainda existe muita hipocrisia por parte das

corporações e dos governos. Leis são ignoradas e condutas imorais são

praticadas por empresas, enquanto o Estado se corrompe em função do que lhe

é conveniente.

Saiba Mais!

Confira na reportagem de Eva Dou, disponível a seguir, o uso de mão

de obra irregular pelas empresas chinesas, com aval do governo

daquele país:

DOU, Eva. Adolescentes suprem falta de mão de obra na China. Wall Street

Journal, 26 set. 2014. Disponível em:

http://br.wsj.com/articles/SB10553624399357934584804580176683685735428.

Acesso em: 29 nov. 2014.

E, nessa realidade, podemos encontrar centenas de exemplos lamentáveis de

irresponsabilidade com o ambiente e com o ser humano.

Talvez, você já tenha ouvido falar do desmanche de navios nas praias de

Bangladesh. Tudo começa quando um navio já não pode mais ser usado em

navegações: seja por tempo de uso ou por avarias. Como o desmonte ficaria

muito custoso às empresas responsáveis, elas repassam esses navios a

atravessadores que os levam às praias, como a de Chitagong (em Bangladesh),

e os encalha propositalmente. Em seguida, dezenas de homens, com

ferramentas precárias e sem o mínimo de proteção (muitas vezes, descalços)

rodeiam os navios encalhados e começam o trabalho de desmanche.

Na reportagem de John Vidal, encontramos informações lamentáveis como

seguem:

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‘Em média, morre um trabalhador nos estaleiros a cada semana, e um trabalhador se fere a cada dia. Parece que ninguém se incomoda muito. É fácil substituir operários, para os donos dos estaleiros; quando um trabalhador se fere, há dez dispostos a substitui-lo. O governo recolhe impostos e finge que não vê’, diz Muhammad Shahin, dirigente do Young Power in Social Action (YPSA), um grupo de ativistas.

Na semana passada, o Exxon Valdez, petroleiro responsável por um dos maiores derramamentos de petróleo da história dos Estados Unidos, em 1989, foi vendido para desmonte e deve ser desmantelado em uma praia de Bangladesh ou da Índia.

‘É um absurdo que esse navio, que já causou uma grande catástrofe ambiental, possa poluir e matar mais uma vez’, diz Jim Puckett, diretor executivo da Basel Action Network, que trabalha para prevenir a globalização da crise dos produtos químicos tóxicos (VIDAL, 2012).

Afinal, onde está a ética? Por que será que até aquelas organizações, que

primam por suas imagens institucionais, deixam de lado a ética para violar os

direitos humanos? Por que será que os governos são coniventes com essa

situação? Por que será que nós compramos alguns produtos, mesmo sabendo

que foram produzidos em regime semiescravo?

Vivemos em uma Era de transição. Convivemos ainda com os antigos modelos

da administração e, ao mesmo tempo, com a proposta de novos paradigmas

como qualidade de vida; sustentabilidade; valorização do capital humano nas

empresas etc.

A economia capitalista sempre prezará pelo aumento da produção e pela

redução de custos. A melhoria dos processos produtivos tem sido alcançada pelo

desenvolvimento tecnológico. Máquinas cada vez mais potentes custam menos

do que um funcionário e produzem muito mais. A competência intelectual de

poucos é mais valorizada do que a competência operacional de muitos. Fontes

tradicionais de energia começam a ficar escassas.

Coloque, em uma panela de pressão, a combinação de uma multidão de

desempregados, o acúmulo de riqueza nas mãos de poucos e um meio-ambiente

cujos recursos naturais estão ficando escassos, e, não precisará colocar no fogo

para ela explodir!

Puxa, que olhar mais catastrófico, não? Pode até ser, mas se o ser humano não

fizer nada para mudar a rota de sua trajetória, essa panela de pressão poderá

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explodir, como já aconteceu várias vezes na história da humanidade, mas, com

duas grandes diferenças: a dimensão da explosão e a velocidade com que as

consequências iriam se alastrar seriam como nunca se viu até agora.

Saiba Mais!

Confira a reportagem sobre o infame desmanche de navios nas

praias de Alang, no sul da Índia:

AZEVEDO, Erik. Fotos do infame desmanche de navios nas praias de Alang.

Blog Mercante. 03 jun. 2010. Disponível em: http://goo.gl/Ruq69c. Acesso

em: 29 nov. 2014.

Veja a reportagem sobre os cemitérios de navios do sul da Ásia:

HOELZGEN, Joachim. Os cemitérios de navios do sul da Ásia. BOL Notícias.

Seção Internacional. 09 maio 2009. Disponível em:

http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2009/05/09/ult2682u1163.jhtm. Acesso

em: 29 nov. 2014

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Leia a reportagem a seguir, sobre os riscos nos estaleiros de

desmonte de Bangladesh:

VIDAL, John. Os ricos nos estaleiros de desmonte de Bangladesh.

Folha.com. Caderno Ilustríssima. 10 maio 2012. Disponível em:

http://goo.gl/AJ4flX. Acesso em: 29 nov. 2014.

O estágio atual do capitalismo e o futuro das organizações

Em seu artigo, Marcos Tavares Ferreira discute as implicações do estágio atual

do capitalismo no mundo e o futuro das organizações. Segundo ele, as práticas

da escola neoclássica da administração ainda estão profundamente

internalizadas em grande parte das empresas.

Ferreira (2011) menciona três barreiras ao tentarmos mudar os paradigmas

antigos e adotar novos paradigmas, mais adequados à nossa

contemporaneidade:

1ª Apesar de estarmos em pleno século XXI, muitas organizações ainda

tratam seus negócios enxergando os problemas com base em eventos de

curto prazo e, assim, tentam adiar a realização de mudanças inevitáveis

na sua estrutura, torcendo para que algo inesperado aconteça.

2ª As organizações, em geral, ainda resistem em abandonar os princípios

básicos da teoria da escola neoclássica (divisão do trabalho,

especialização, hierarquia e distribuição da autoridade e

responsabilidade) que foi a sustentação da administração do século XX,

inclusive dos modelos de gestão mais recentes como a qualidade e a

reengenharia, porque eles ainda funcionam. Essas empresas consideram

que todo o aprendizado é válido, desde que não vá de encontro a esses

princípios.

3ª As propostas, tendências e sistemas que envolvem as mudanças

inevitáveis (redes neurais, complexidade, empresas inteligentes, redes

sociais, consumo colaborativo, sustentabilidade, autonomia etc.) vão

exigir esforços gerenciais, investimentos financeiros e cessão de poderes

que ainda não foram muito bem absorvidos pela grande massa de

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empresários e donos de processos de negócios nas empresas comerciais

e instituições públicas. O controle (centralizado) da produtividade e do

desempenho ainda é um valor decisivo para essas organizações. A

democratização da estrutura dá, em geral, a sensação de perda de poder

e, portanto, a perda do negócio.

O autor Ferreira (2011) contribui com alguns questionamentos sobre a

necessidade de se transformarem as práticas corporativas atuais:

1. Será que os empresários e administradores terão motivação e segurança

para dar flexibilidade, e até descontinuar, em determinados casos,

algumas práticas fixadas no século XX?

2. Será que os empresários e administradores terão a motivação e

segurança para ceder espaço no processo decisório (estratégico) para os

seus colaboradores?

3. Será que as novas exigências dos mercados terão força para derrubar o

poder da burocracia, que “reina” em determinadas organizações, em

detrimento do mérito e do conhecimento?

4. Será que as novas práticas darão valor real ao ser humano e não mais

enxergarão os colaboradores como peças na engrenagem das operações

das empresas?

5. Será que, finalmente, poderemos ter um ambiente organizacional em que

a fragmentação do trabalho seja abandonada e o todo seja reorganizado

de forma sustentável?

Muitos pensadores acreditam que a ética pode evitar o colapso de nosso sistema

de vida. Ética na política, ética na economia, ética na sociedade, ética nas

empresas, ética no dia a dia!

Nosso sistema de vida está comprometido porque os vários subsistemas que o

compõem estão corrompidos. Talvez, a evolução devesse começar pelo próprio

indivíduo. Afinal, ele pode ser considerado o subsistema primordial de todo o

sistema que é a vida humana, certo?

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Ética e Web 2.0

Em entrevista à Globo News, Gary Hamel – um dos mais respeitáveis autores

da área de negócios em nossa contemporaneidade – leva-nos a compreender a

importância de se reinventar a administração, para que possamos conciliar

disciplina com criatividade.

Segundo Hamel, o sistema administrativo foi projetado para garantir obediência,

concordância e controle. Ainda precisamos disso, mas também é importante ter

espaço para a criatividade, imaginação e iniciativa.

Hamel também destaca o importante papel da internet na exigência de condutas

organizacionais mais éticas. O autor afirma que, para enfrentar a nova crise no

capitalismo, é preciso haver uma nova ética. Os executivos de hoje não são

menos éticos do que os executivos do passado. É que a internet dá muita

visibilidade a qualquer erro empresarial. Com o crescimento das organizações

por meio da consolidação global, suas escolhas têm maiores consequências. As

pessoas esperam que as grandes corporações obedeçam a padrões elevados –

o que é justo.

Para Hamel, as empresas são construções sociais. A sociedade tem o direito de

cobrar mais responsabilidade das empresas pelo impacto sobre o meio

ambiente, pelas práticas trabalhistas, pelo impacto sobre a saúde humana.

Saiba Mais!

Administração 2.0

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Entrevista de um dos especialistas mais conceituados na atualidade. Gary

Hamel aborda os novos modelos de gestão influenciados pela web 2.0 e o

novo comportamento de consumo do século XXI.

GLOBONEWS. Gary Hamel. Administração 2.0. Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=Iz9hVYrw8hI. Acesso em: 29 nov. 2014.

Tendências atuais, segundo Matos (2012)

O autor Matos (2012, p. 109-110), em sua obra Ética na Gestão Empresarial: da

conscientização à Ação, seleciona alguns eventos que marcam a tendência de

se resgatar a naturalidade nas relações de trabalho. Sua abordagem é bastante

otimista e podemos destacar algumas das tendências mencionadas por ele:

1. Estruturas horizontais no lugar das verticais, oferecendo mais

flexibilidade para relacionamentos mais informais, participação nas

discussões e decisões.

2. Comissões de empregados; cogestão e participação nos lucros.

3. Sindicalismo com visão macro da qualidade das condições de

trabalho.

4. Integração empresa-governo-comunidade.

5. Maior acesso à escolha e às modernas fontes de informação tornam

os empregados mais exigentes e, consequentemente, a empresa é

levada a formular políticas que compatibilizem o crescimento da

organização com o desenvolvimento dos recursos humanos.

Independentemente de sermos mais otimistas ou mais pessimistas em relação

às tendências do século XXI, devemos trabalhar por uma conscientização

humana em relação a sistemas mais sustentáveis – seja em que área for – em

função de um futuro mais promissor.

Governança Corporativa: “Governança Corporativa é o sistema pelo qual as

organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo as práticas

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e os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e

órgãos de controle. As boas práticas de Governança Corporativa convertem

princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade

de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital

e contribuindo para a sua longevidade.” (Fonte: Instituto Brasileiro de

Governança Corporativa. Disponível em: http://goo.gl/j1DCiZ. Acesso em: 29 nov.

2014).

Biotecnologia: “É o conjunto de conhecimentos que permite a utilização de

agentes biológicos (organismos, células, organelas, moléculas) para obter bens

ou assegurar serviços.” (Fonte: ORT. O que é biotecnologia? Disponível em:

http://www.ort.org.br/biotecnologia/o-que-e-biotecnologia. Acesso em: 29 nov. 2014.).

Nanotecnologia: “É um termo usado para referir-se ao estudo de manipulação

da matéria numa escala atômica e molecular, ou seja, é a ciência e a tecnologia

que focam nas propriedades especiais dos materiais de tamanho nanométrico.

O principal objetivo é criar novos materiais, novos produtos e processos a partir

da capacidade moderna de ver e manipular átomos e moléculas.” (Fonte: BRITO,

Evaldo. Saiba o que é nanotecnologia e como ela pode mudar o futuro. 30 jul.

2014. Disponível em: http://goo.gl/mHuPAH. Acesso em: 29 nov. 2014.).

Movimentos tectônicos da terra: São movimentos das chamadas placas

tectônicas (gigantescos blocos que compõem a camada sólida externa do

planeta, sustentando os continentes e oceanos). (Fonte: GUIA DO

ESTUDANTE. Principais placas tectônicas e seus movimentos. Seção

Vestibular. 11 mar. 2011. Disponível em: http://goo.gl/5BGU5W. Acesso em: 29

nov. 2014.)

Instruções

Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará

algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os

enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.

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Questão 1

O cenário dos negócios, neste século XXI, integra comportamentos inovadores

e retrógados por parte das empresas. Ao mesmo tempo em que novas condutas

são adotadas, aspectos tradicionais e, muitas vezes ultrapassados são

conservados.

Diante dessas considerações, julgue cada item como referente a aspectos

retrógados (r) ou referente a aspectos inovadores (i).

I. Maior acesso à escolha e às modernas fontes de informação por parte

dos trabalhadores.

II. Integração empresa-governo-comunidade.

III. Divisão do trabalho, especialização e hierarquia.

IV. Comissões de empregados; cogestão e participação nos lucros.

V. Organização empresarial verticalizada.

A alternativa que apresenta o correto julgamento dos aspectos é:

a) I - i; II - i; III - r; IV - i; V - r.

b) I - i; II - r; III - r; IV - i; V - r.

c) I - i; II - i; III - r; IV - r; V - r.

d) I - i; II - i; III - i; IV - i; V - r.

e) I - i; II - r; III - r; IV - i; V - i.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 2

Ao compararmos as condutas éticas das empresas do século XXI e as empresas

de tempos anteriores, podemos concluir:

I. Os executivos de hoje são menos éticos do que os executivos do

passado.

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II. As decisões das grandes corporações de hoje são mais impactantes

do que as decisões das corporações do passado.

III. A internet assume importante papel na exigência de condutas

organizacionais mais éticas.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 3

Os movimentos tecnológicos como avanços da biotecnologia, da nanotecnologia

e dos sistemas de informação criam impactos sobre o crescimento e

desenvolvimento econômico, sobre a integração global e sobre o surgimento da

economia do conhecimento.

Podemos considerar os seguintes impactos sobre a ética empresarial:

I. Tecnologias como a biotecnologia e a nanotecnologia podem

promover maior efetividade à cadeia produtiva, como o aumento da

produção e a redução dos custos. No entanto, é responsabilidade das

corporações avaliar se os resultados de sua aplicação serão positivos

ao ser humano.

II. Os avanços tecnológicos dos sistemas de informação promovem a

integração da economia global, pressionando as empresas a fecharem

negócios ilícitos para não falirem.

III. A internet propicia um empoderamento ao mercado consumidor que

pode manifestar-se publicamente a favor ou contra os produtos e

serviços das empresas, que passam a ter sua reputação mais

vulnerável.

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É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 4

“Em média, morre um trabalhador nos estaleiros a cada semana, e um

trabalhador se fere a cada dia. Parece que ninguém se incomoda muito. É fácil

substituir operários, para os donos dos estaleiros; quando um trabalhador se

fere, há dez dispostos a substitui-lo. O governo recolhe impostos e finge que não

vê’, diz Muhammad Shahin, dirigente do Young Power in Social Action (YPSA),

um grupo de ativistas.”

VIDAL, John. Os ricos nos estaleiros de desmonte de Bangladesh. Folha.com. Caderno

Ilustríssima. 10 maio 2012. Disponível em: http://goo.gl/LQKrnF. Acesso em: 29 nov. 2014.

O texto apresentado é um recorte de reportagem, publicada na Folha.com, sobre

o desmanche de navios na praia de Bangladesh. A respeito desse trecho,

explique por que há falta de conduta ética por parte das corporações

responsáveis pelo destino dos navios e por parte do governo.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 5

Há um estudo, lançado pela Penn State Center for Global Business Studies

(apud KLUYVER, 2010, p. 47-48), que abrange uma previsão de tendências

globais cujos processos são comparados aos movimentos tectônicos da terra.

Em outras palavras, os processos ambientais, tecnológicos e sociais, detectados

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pelo estudo, movimentam-se de tal forma que revolucionarão o ambiente dos

negócios.

Considerando-se que os movimentos sociais surgem das interações entre as

pessoas e seu meio ambiente, que condutas empresariais poderiam criar

impactos positivos sobre a gestão de recursos e sobre a qualidade de vida da

comunidade em que está inserida? Explique sua resposta.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Esta aula propôs reflexões sobre a ética e as relações humanas no trabalho sob

o contexto do século XXI. Pudemos percorrer por ideias pessimistas e otimistas

a respeito do futuro do ecossistema de negócios. Nossa intenção foi levantar as

várias considerações sobre a trajetória da humanidade rumo ao futuro. Afinal, o

que decidimos e fazemos hoje determinará aquilo que viveremos amanhã.

AEPPE, Timothy. Robôs ganham espaço nas pequenas empresas. The Wall

Street Journal. Versão em português, 19 set. 2014. Disponível em:

http://goo.gl/XvNgxR. Acesso em: 29 nov. 2014.

AZEVEDO, Erik. Fotos do infame desmanche de navios nas praias de Alang.

Blog Mercante. 03 jun. 2010. Disponível em: http://goo.gl/mZXqqY. Acesso em:

29 nov. 2014.

BRITO, Evaldo. Saiba o que é nanotecnologia e como ela pode mudar o futuro.

30 jul. 2014. Disponível em: http://goo.gl/BjcKGx. Acesso em: 29 nov. 2014.

DOU, Eva. Adolescentes suprem falta de mão de obra na China. Wall Street

Journal, 26 set. 2014. Disponível em: http://goo.gl/1GwyO7. Acesso em 29 nov.

2014.

© 2015 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

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FERREIRA, Marcos T. As Organizações do Século XXI: Tendências e

Incertezas. Espaço Opinião. Disponível em: http://goo.gl/HG6SOv. Acesso em:

28 nov. 2014.

GLOBONEWS. Gary Hamel – Administração 2.0. Disponível em:

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MATOS, Francisco Gomes de. Ética na gestão empresarial: da conscientização

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Questão 1

Resposta: Alternativa A.

A resposta para essa pergunta encontra-se no Caderno de Atividades da Aula 8,

itens: “Tendências atuais segundo o autor Matos” e “O estágio atual do

capitalismo e o futuro das organizações”.

Questão 2

Resposta: Alternativa D.

Não há estudos que comprovem diferenças éticas entre os executivos de hoje

com os do passado. O que acontece é que o cenário do século XXI é bem mais

complexo. Essa complexidade está implícita nas afirmações II e III: ações de

empresas globais refletem em todo o mundo e a internet delega um poder ao

mercado consumidor que monitora as condutas das empresas atuais.

Questão 3

Resposta: Alternativa C.

As afirmações I e III são verdadeiras e autoexplicativas. A afirmação II é

inaceitável, porque desconsidera a responsabilidade que todas as empresas têm

frente às suas decisões: nenhuma delas é obrigada a agir de forma ilícita.

Questão 4

(Para que o estudante responda corretamente a questão, espera-se que ele

tenha lido a reportagem indicada no Saiba Mais)

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Resposta: As empresas proprietárias dos navios, assim como os

atravessadores que encalharam os navios são irresponsáveis com todo o

sistema de negócios, pois suas ações comprometem o meio ambiente pela

poluição dos resíduos dos navios nas praias e alimentam uma cadeia de trabalho

semiescravo. Quanto ao governo, não se impor com leis severas para evitar esse

processo é uma conduta irresponsável e negligente.

Questão 5

Resposta: Empresas que adotam condutas éticas preocupam-se com os

impactos de suas ações sobre o meio ambiente e sobre a comunidade em que

vive. Zelar pela gestão dos resíduos de sua produção, com foco na

sustentabilidade ambiental leva à perenidade dos recursos naturais. A

responsabilidade social, implementada em programas de melhorias junto à

comunidade em que a empresa está inserida pode criar melhores condições de

vida à população, refletindo na qualidade de vida de seus funcionários.