comissão municipal de emprego: subsidios para elaboração de projeto (2011)

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CME Comissão Municipal de Emprego SÃO PAULO Subsídios para Elaboração de Projeto

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Publicação com o objetivo de capacitar os representantes das comissões na elaboração de projetos, para que possam identificar os problemas municipais, propor alternativas de solução, negociar com diferentes agentes públicos e privados e, assim, implementar ações efetivas nos municípios.

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CME

Comissão Municipal de Emprego

SÃO PAULO

Subsídios para Elaboração de Projeto

Governo do Estado de São Paulo

Geraldo Alckmin

Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho

Davi Zaia

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional

Emanuel Fernandes

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

Lobbe Neto

Comissão Estadual de Emprego de São Paulo (CEE–SP)

Presidente | Rogerio Barreto Alves

Secretário executivo | José Roberto Fukumaru

Coordenadora | Sílvia Inêz Machado

Equipe Técnica

Cepam

Coordenação-geral | Fernando Montoro

Gestora do projeto | Cristina Castro Simonetti

Equipe técnica | Elizeu Lira Corrêa, João Luís Anselmo e Maria Aparecida de Oliveira

Sert

Coordenadoria de Políticas de Emprego e Renda

Coordenação | José Roberto Fukumaru

Gestora do projeto | Sílvia Inêz Machado

Coordenadores dos programas | Antônio Sebastião Teixeira Mendonça, Carlos Roberto Achilles e

Marcelo Oliveira de Mello

Elaboração e coordenação editorial | Gerência de Comunicação e Marketing

Coordenação | Adriana Caldas

Editoração de texto e revisão | Eva Célia Barbosa, Márcia Labres e Silvia Galles

Direção de arte | Michelle Nascimento

Chefia de arte | Carlos Papai

Assistência de arte | Janaina Alves Cruz da Silva

Estagiária | Simone Midori Ishihara

Tiragem | 2 mil exemplares

S ã o P a u l o , 2 0 1 1

Com i s s ã o Mun i c i p a l d e Emp r e g o

Subs íd i o s pa r a E lab o r aç ão de P r o j e t o

Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert)

Comissão Estadual de Emprego de São Paulo (CEE–SP)

Rua Boa Vista, 170, 2º andar, Centro

CEP 01014-000 - São Paulo (SP)

11 3241-7238/7215/7423 | Fax: 11 3241-7275

Assistente técnico: Sílvia Inêz Machado

[email protected]

APRESENTAÇÃO

Com o intuito de fortalecer e incentivar as Comissões Municipais de Emprego (CMEs), a

Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) intensifica as propostas voltadas às

discussões municipais e regionais, a fim de proporcionar aos municípios um movimento

catalisador do desenvolvimento do mercado de trabalho.

A intermediação do processo, realizada por meio das comissões, além de antecipar ce-

nários e estratificar os postos de trabalho no Estado, facilita o acesso às demais instâncias

de governo e à sociedade organizada, traduzindo as necessidades locais e regionais.

É por meio da união entre os representantes das instituições, do governo, do emprega-

dor e do empregado que conseguiremos impulsionar e trazer mais objetividade a cada

proposta. O reconhecimento das características e da desenvoltura de cada município

pode otimizar a aplicação de recursos na qualificação da mão de obra destinada ao mer-

cado de trabalho.

Sem dúvida, esse processo, que reúne o Poder Público e a sociedade civil, muito con-

tribuirá com as condições de empregabilidade dos trabalhadores paulistas. Ao final do

trabalho das comissões todos os resultados serão enviados à Comissão Estadual do Em-

prego (CEE), que encaminhará as demandas para serem analisadas pela Sert.

Nos anos anteriores, contamos com a sua ajuda, e nossos resultados foram excelentes,

por isso, em 2011, os esforços de todos os atores envolvidos devem ser redobrados para

melhorarmos os resultados já obtidos.

Davi Zaia

Secretário do Emprego e Relações do Trabalho

PREFÁCIO

Formular e implementar políticas públicas de geração de emprego, trabalho e renda pas-

sou a ser um desafio, cuja responsabilidade é de toda a sociedade: governo, empresários

e trabalhadores.

Por isso, as Comissões Municipais de Emprego (CMEs) têm importante papel no de-

senvolvimento local e regional, pois seu modelo tripartite e paritário permite a articulação

com outras instituições, para o estabelecimento de parcerias, que constituem as bases

para viabilizar os projetos de inclusão social.

Nesse sentido, é fundamental capacitar os representantes das comissões na elaboração

de projetos, para que possam identificar os problemas municipais, propor alternativas

de solução, negociar com diferentes agentes públicos e privados e, assim, implementar

ações efetivas nos municípios.

O Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) parabeniza a

Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) pela importante iniciativa, que va-

loriza as CMEs, investindo na formação e no aperfeiçoamento de seus representantes, e

espera que este material seja útil e contribua para essa missão.

Lobbe Neto

Presidente da Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

PREFÁCIO

A Importância da Elaboração de Projeto para a Comissão Municipal de Emprego 9

Características de Projeto da Comissão Municipal de Emprego

Projeto: que é isso? 11

Para que serve um projeto? 12

Quem participa da elaboração do projeto? 12

Passos para a Elaboração de Projeto

Passo 1 – Retrato do município 13

Passo 2 – Definição do tema/problema do projeto 20

Passo 3 – Elaboração do projeto 23

Passo 4 – Modelo da estrutura do projeto 24

Passo 5 – Orientações sobre como preencher a estrutura do projeto 28

O Processo de Elaboração de Projeto 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GLOSSÁRIO

ANEXO

9

A IMPORTÂNCIA DA ELABORAÇÃO DE PROJETO PARA A COMISSÃO MUNICIPAL DE EMPREGO

A Comissão Municipal de Emprego (CME) tem papel importante na formulação de po-

líticas públicas voltadas a melhorar as condições de empregabilidade dos trabalhadores

dos municípios.

No entanto, não é possível gerar empregos formais para todos. Para os trabalhadores

que não forem absorvidos pelo mercado, é necessário criar e oferecer alternativas que

lhes permitam ter trabalho e renda, seja por meio do trabalho por conta própria, pela

associação com outros trabalhadores, ou pela requalificação em profissões mais deman-

dadas pelas empresas. Nesse sentido, é importante a participação conjunta das CMEs e

dos gestores municipais responsáveis pelas políticas de emprego, trabalho e renda.

Entretanto, a formulação de políticas e ações consistentes requer conhecimentos sobre

a realidade municipal e na elaboração de um instrumental técnico, que traduza esses co-

nhecimentos para um formato compreensível para os agentes responsáveis pelas decisões

políticas capazes de alterar a realidade. Isto é, a formulação de ações que mudem para

melhor as condições de empregabilidade dos trabalhadores de um dado município, além

de fundamentada no conhecimento da realidade, deve estar organizada de modo a permitir

conhecer os problemas a serem enfrentados e a propor as soluções para resolvê-los.

A organização dessas informações é uma tarefa complexa. Para fazê-la, é neces-

sário que os agentes tenham o conhecimento da realidade em que pretendem atuar,

capacidade para identificar os atores que podem influenciá-la e ideias de ações que,

colocadas em prática, possam alterar o cenário local. O esforço de sistematizar essas

10

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

informações resultará num projeto para oferecer um panorama organizado dos proble-

mas identificados e das respectivas soluções.

Cada vez mais são exigidas da CME participações mais qualificadas nas discussões, nos

debates e na formulação de proposições que ajudem o Poder Executivo a encontrar saídas

para as crises de desemprego e para o desenvolvimento sustentável do seu município.

Essa participação passa necessariamente pela elaboração de um instrumental organizado

que proporcione à CME o diálogo com os diferentes agentes públicos e privados.

Constatada essa necessidade, o presente material didático objetiva oferecer, aos mem-

bros da CME, subsídios para a elaboração de projeto que identifique as alternativas dos

problemas municipais e, assim, melhore a interlocução com a Administração municipal,

com a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) e, consequentemente, com o

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Além disso, os membros da CME poderão elaborar o Retrato do Município, ou seja, o

diagnóstico municipal, como primeiro passo para o conhecimento das realidades local e

regional e assim, com mais assertividade, desenvolver o projeto para negociar com os

patrocinadores/financiadores, como sindicatos de trabalhadores e empregadores, confe-

derações, governos federal, estadual e municipal, instituições e a sociedade civil.

A elaboração do projeto, pela CME, deve envolver todos os seus membros, de todas as

bancadas, por isso, a linguagem deste material didático é simples e objetiva, pois subsi-

diará todo o processo de discussão.

Nele está descrito o passo a passo de elaboração do projeto para, dessa forma, permitir

que a CME interfira positivamente na Política Municipal de Trabalho, Emprego e Renda.

11

CARACTERÍSTICAS DE PROJETO DA COMISSÃO MUNICIPAL DE EMPREGO

PRojETo: quE é iSSo?

Caso a CME consulte mais de uma publicação sobre elaboração de projetos, certamente

encontrará diferentes definições. Todas tratam do mesmo assunto e, de modo geral, são

complementares.

Veja algumas1:

“Projetos são empreendimentos planejados que consistem em um conjunto de

atividades inter-relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos

dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados. É a uni-

dade mais operativa do planejamento”.

“Projetos são meios utilizados, por tempo determinado, para fomentar a autonomia

e a eficácia do trabalho de grupos e instituições no desempenho de suas funções”.

“Projetos são um conjunto de ações planejadas que ajudam a resolver um pro-

blema da comunidade. Essas ações devem provocar mudanças que melhorem

as condições de vida coletiva”.

“Projetos são um conjunto de ações planejadas que devemos comunicar com

clareza para que outras pessoas e organizações possam, também, colaborar de

alguma maneira e apoiar economicamente”.

“Projeto é a unidade mínima de investimento de recursos que, através de um

1 As fontes estão contidas nas Referências Bibliográficas.

12

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

conjunto integrado de atividades, pretende transformar uma parcela da realida-

de, diminuindo ou eliminando um déficit ou solucionando um problema”.

“Projeto é algo que traz mudanças e tem exigências de tempo, custo, tecnolo-

gia, complexidade e abrangência, além de contribuir significativamente para o

sucesso ou fracasso de um empreendimento”.

PaRa quE SERvE uM PRojETo?

O projeto é o meio pelo qual são postos em prática os planos e programas definidos

no processo de planejamento da CME. Por isso, é conhecido como unidade operativa do

planejamento, já que transforma em ação o que se pensou em realizar na fase anterior.

O levantamento da realidade do município é o início para a elaboração de qualquer

projeto. Conhecer os setores que predominam na economia local, a dinâmica da ativida-

de econômica, as características de sua população, não representa somente o ponto de

partida, mas também é uma forma de ampliar e qualificar os membros da CME sobre o

mercado de trabalho local, em termos de oferta e demanda de emprego, além de pos-

sibilitar a identificação dos atores sociais responsáveis pelas diretrizes econômicas, que

podem ser parceiros em ações para gerar emprego, trabalho e renda.

quEM PaRTiCiPa Da ELaboRação Do PRojETo?

A elaboração do projeto é responsabilidade de todos os membros da CME, um trabalho

de equipe, que deve ocupar-se de todas as etapas: formulação, implementação, monito-

ramento e avaliação.

13

Entretanto, a CME pode e deve ampliar o máximo que puder esse processo, indo além

dos segmentos que estão nela representados. O Poder Público e os demais setores pro-

dutivos da sociedade devem participar, seja na análise da realidade local, auxiliando a

comissão a definir os cursos demandados à Sert ou no acompanhamento de programas

e projetos em execução no município.

É importante que a CME tenha clareza do seu papel de articuladora, aproximando-se

de outros órgãos de políticas públicas, de outras comissões e/ou conselhos municipais

(saúde, educação, assistência social, meio ambiente, etc.), formando redes sociais, para

aumentar a eficácia e garantir a efetividade dos projetos.

PASSOS PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETO

PaSSo 1 – RETRaTo Do MuNiCÍPio

avaliação do contexto municipal ou regional

Uma das principais atribuições da CME é ter pleno conhecimento da realidade local em

relação às áreas do trabalho, emprego e renda, da assistência social, educação, formação

profissional, demografia e economia local.

A análise e os estudos dos assuntos locais relacionados darão pleno conhecimento e

sustentabilidade para as ações da CME. No entanto, o reconhecimento e a formulação de

políticas a serem adotadas devem adequar-se ao contexto municipal ou regional.

No planejamento das ações é imprescindível que os objetivos sejam claros. As

14

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

intervenções devem obedecer a uma lógica, de forma a alcançar de forma direta e

eficiente os objetivos planejados.

As estratégias para alcançar os objetivos devem obedecer a uma sequência, dando con-

formidade ao planejamento estabelecido pelos membros da CME. A priorização e execução

das ações devem estar previstas em cronograma construído de forma clara e prática.

Pesquisa dos dados municipais: aproximações a serem feitas pela CME

Para um bom levantamento de dados municipais, é preciso identificar os setores econô-

micos predominantes no município. Se houver nítida preponderância de apenas um setor,

os demais podem não ser investigados, no primeiro momento.

Informações sobre a população local – quantidade de pessoas, composição por sexo,

categorias profissionais, idade e nível de instrução –, bem como sobre sua taxa de cresci-

mento no período recente, são também importantes para se conhecer o perfil e a dispo-

nibilidade potencial da força de trabalho.

SEToR aGRÍCoLa – Se esse for o de maior peso na economia local, as casas de agri-

cultura, os sindicatos rurais patronais e os sindicatos de trabalhadores rurais certamente

poderão ajudar a responder às seguintes questões:

• Quetipodemãodeobraasprincipaisatividadesagrícolaslocaisutilizam?A

utilização dessa mão de obra é permanente ou sazonal?

• Qualqualificaçãootrabalhoagrícolarealizadonomunicípioexigedosseus

15

trabalhadores? No caso de ser utilizada força de trabalho sazonal, essa é

composta por moradores locais ou, em época de safra/colheita, acolhe boias-

frias de outros municípios/Estados?

• Omunicípioouoseuentornopossuemculturasdiversificadasquegarantam

ocupação para os trabalhadores durante a maior parte do ano?

• Quaisasprincipaisempresasagrícolaslocalizadasnomunicípio?Qualotipo

de qualificação necessário para a mão de obra nelas inserida?

• Asculturas locaisadotamacolheitamecanizada?Emcasoafirmativo,no

período das safras, a colheita é predominantemente mecânica? No caso de

ser manual, está prevista a introdução da mecanização para breve?

SEToRES Da iNDÚSTRia, CoMéRCio E SERviçoS – Nos contatos estabelecidos

com os representantes das diversas entidades vinculadas a esses setores, o objetivo da

comissão deverá ser a obtenção de respostas para as seguintes questões:

• Atendênciarecentedosetortemsidoadeaumentaroudiminuirpostosdetra-

balho? Essas situações – aumento ou diminuição de pessoal – estão ligadas:

– à criação de novos empreendimentos;

– ao encerramento das atividades de estabelecimentos;

– à introdução de novas tecnologias e/ou procedimentos de gestão; ou

– a outras causas? Quais?

• Quaisocupações/profissões têmsofridocomoprocessode reorganização

da produção e demissão de trabalhadores e quais têm apresentado maior

número de admissões?

16

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

• Amãodeobradisponívelparacontrataçãotemoníveldequalificaçãoexigi-

do pelos empregadores?

indústria – o contato com diretores, gerentes dos Departamentos de Re-

cursos Humanos ou encarregados das grandes empresas poderá colaborar

para esclarecer a política de contratação adotada e conhecer o impacto da

dinâmica econômica sobre a mão de obra inserida no setor;

Comércio – a oferta de emprego no setor pode ser avaliada a partir de

informações provenientes das pesquisas mensais feitas pela associação

comercial do município;

Serviços – o cadastro do Imposto Sobre Serviços (ISS) pode ser utilizado

para identificar a localização dos estabelecimentos. Dada a complexidade

da composição desse setor, que agrega, entre outros, serviços de transpor-

te, de alimentação, de beleza, de saúde, de educação, cabe à comissão de-

tectar os representantes locais que, com mais propriedade, possam prestar

as informações adequadas.

Sugere-se, ainda, que, existindo universidades ou faculdades, no próprio município ou

no entorno, a comissão busque, nessas instituições, parceiros para estudos de avaliação

da realidade local ou para elaboração de pesquisas sobre a situação do mercado de tra-

balho municipal.

iNFoRMaçÕES DiSPoNÍvEiS NoS PoSToS Da SERT – Os Postos de Atendimento

do Trabalhador (PATs) da Sert têm a atribuição de intermediar o contato entre os em-

pregadores que disponibilizam vagas e os trabalhadores que buscam trabalho, portanto,

17

são capazes de oferecer, por meio de seus cadastros, informações sobre o mercado de

trabalho local.

Os PATs são procurados, geralmente, por trabalhadores com baixa escolaridade e pouca

qualificação e que não têm acesso à Internet. Por outro lado, a quantidade de empresas

que demandam trabalhadores nos postos da Sert pode não ser representativa do conjunto

das que estão instaladas no município, por uma série de razões.

Ainda assim, os cadastros da Sert permitem conhecer o mercado de trabalho local pela

demanda de trabalhadores que se cadastram pela Internet ou que procuram os cursos de

qualificação e/ou requalificação profissional.

Nos PATs é possível obter informações relativas aos temas descritos a seguir.

Em relação às empresas

• Qualaquantidadedevagasoferecidas,porsetordeatividade,noPAT?

• Quaisasvagasqueficamdisponíveispormaistemposemserempreenchidas?

• Qualoperfildessasocupações,ouseja,quaisasexigênciasmaiscomuns

das empresas?

• Quaissetorese ramosdeatividade têmdemandadomaiorcontingentede

mão de obra?

Em relação à mão de obra inscrita nos postos da Sert

• QualoperfildoscandidatosàsvagasnosPATs(idade,sexo,escolaridade,

formação profissional)?

• Qualaocupaçãoanterioreapretendida?Játeveexperiêncianaocupa-

ção almejada?

18

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

• Qualafaixasalarialdesejada?

• Háquantotempoestáprocurandotrabalho?

Não se recomendam levantamentos complexos, com coleta exaustiva de dados. Pelo con-

trário, dada a representatividade dos membros da CME, a vivência e a experiência desses

atores já garantem um bom levantamento da situação do emprego no município e um diag-

nóstico local muito próximo da realidade.

Os membros da comissão são importantes fontes de informações para o conheci-

mento da realidade local. Como a comissão é tripartite, compondo-se de representan-

tes do Poder Público, dos trabalhadores e dos empregadores, seus membros podem

buscar, nos próprios setores e categorias que representam, as informações sobre os

problemas de emprego no município. Serão informações vivas, com dados, inclusive,

de tendências futuras e, também, sobre as condições políticas e econômicas das al-

ternativas a serem construídas para enfrentá-las.

A partir desse levantamento, a comissão deverá organizar reuniões, nas quais essas

informações serão analisadas. Se for conveniente, esses encontros podem ser amplia-

dos, incluindo representantes de setores produtivos, membros do Legislativo, universi-

dades e mesmo técnicos no assunto, objetivando obter mais subsídios para definir as

necessidades do município quanto à qualificação de mão de obra e outras propostas

que possam ser encaminhadas à Comissão Estadual de Emprego (CEE) ou à Sert, des-

de que essa tarefa esteja na governabilidade da comissão.

19

O que deve ficar claro é que o levantamento dos dados para o Retrato do Município

deve abranger todos os setores.

Vale ressaltar a necessidade de a CME planejar suas ações, definindo as áreas em que

vai atuar, e de que, principalmente, os membros das três bancadas participem desse pro-

cesso e se reúnam para determinar as tarefas no momento da elaboração do projeto.

É importante que a CME busque o maior número de dados para a construção do Retrato

Municipal. Indicamos que consulte a publicação do Cepam Construindo o Diagnóstico

Municipal – Uma Metodologia e o Observatório do Emprego e do Trabalho do Estado de

São Paulo, da Sert, para pautar sua pesquisa.

A tabulação e análise dessas informações levantadas neste Passo 1 subsidiarão as

ações no item Passo 2.

Fontes importantes para elaboração do passo

www.cepam.sp.gov.br

www.empregasaopaulo.sp.gov.br

www.emprego.sp.gov.br

www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br

www.seade.gov.br

20

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

PaSSo 2 – DEFiNição Do TEMa/PRobLEMa Do PRojETo

Considerando que no Passo 2 a CME já elaborou o diagnóstico municipal, terá então que

planejar as ações prioritárias e definir o tema/problema de cada projeto a ser negociado

para o patrocinador/financiador. Nesse passo, a CME realizará um pré-projeto, para a pre-

paração do projeto final.

Estabelecer diretrizes é decidir que caminho o município deve seguir para melhorar as

condições de emprego de sua população. As diretrizes expressam, portanto, as principais

linhas de desenvolvimento a serem seguidas pela CME.

Nesse papel de articuladora, a CME pode ser um espaço de discussão de temas rela-

cionados à empregabilidade, ao desenvolvimento das formas associativas de produção

e ao apoio a segmentos da sociedade com mais dificuldade de inserção no mercado de

trabalho. Essas discussões ajudam a definir o tema/problema do projeto, que é a mola

propulsora de todo o processo.

Na definição do tema/problema, a CME tem que levar em consideração a quantidade

de ações que precisa cumprir para executar o projeto final e medi-la com o tempo dos

trabalhos que a equipe tem disponível para tais atividades.

Apresentamos dois exemplos para ilustrar esse passo:

21

EXEMPLo 1

Tema/problema do projeto: Trabalho informal.

objetivo geral: Identificar as ocupações informais do município.

objetivos específicos:

• Estudaratendêncialocal,presenteefutura,paraoplanejamentodasativi-

dades informais predominantes no município; e

• Criarprogramasdeinformaçõessobrecursosdequalificaçãoprofissional.

justificativa: Identificar as ocupações informais para fomentar o desenvolvimento local

e regional.

Metodologia:

• Pesquisarosdados,nosseguintesórgãos:CadastrodeclientesdoBancodo

Povo Paulista local; Observatório do Trabalho; companhia de saneamento ou

energia local; Correios; Secretaria da Saúde (agentes comunitários); Secreta-

ria de Assistência Social; programas municipais; outros serviços ou entidades

que fazem ou prestam serviços presencial ou em domicílio; Organizações

Não Governamentais (ONGs) ou entidades correlatas; e Cadastro Técnico

Municipal; e

• Tabularosdadosparaanálise.

Resultado esperado: Estratégia de aproximação com os trabalhadores informais, propor-

cionando ou colocando à sua disposição serviços como capacitação, crédito produtivo e

orientações para formalização.

22

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

EXEMPLo 2

Tema/problema do projeto: Desconhecimento dos gestores municipais da Política Na-

cional de Resíduos Sólidos.

objetivo geral: Capacitar os gestores municipais para a implementação da Política Mu-

nicipal de Resíduos Sólidos.

objetivos específicos:

• Promovercursosdecapacitaçãoprofissionalparaaformaçãodecooperativas;

• Fomentaraofertadecréditooumicrocréditoparaascooperativas;e

• Adequarumespaçofísicoparaatividadesdecooperativasvoltadasespecial-

mente à coleta seletiva.

justificativa: Implementar a Política Municipal de Resíduos Sólidos, capacitando os ges-

tores municipais para a criação de novas ocupações de trabalho, adequando os espaços

para empreendedores.

Metodologia:

• Pesquisadocumental;e

• Pesquisadecampo(questionárioseentrevistas).

Resultado esperado: Implementação da Política Municipal de Resíduos Sólidos.

Assim, pode-se afirmar que a elaboração e escolha do tema/problema é essencial, pois

é o passo definitivo para a elaboração de um bom projeto.

23

PaSSo 3 – ELaboRação Do PRojETo

O projeto precisa ser interessante, coerente e viável, o que implica que a CME deve in-

teirar-se dos recursos humanos, financeiros e do tempo disponível para a implementação.

Tem-se que considerar a viabilidade, ou seja, verificar se pode ou não ser posto em prática

dentro das condições predeterminadas.

importante: A CME deve sempre voltar ao Retrato do Município para a elaboração do projeto.

Todo projeto tem a intenção de provocar uma mudança em determinada situação e, com

isso, criar um novo cenário, mais positivo e promissor sobre a conjuntura inicial.

É necessário que a CME, ao elaborar seu projeto, estipule o começo, o meio e o fim das

atividades dos participantes e parceiros. As ações descritas precisam ter coerência entre

si, uma lógica para fortalecer o tema/problema e seus objetivos. Então, o projeto precisa

ser bem escrito para virar um bom produto!

Sendo assim, é necessário escrevê-lo cuidadosamente. Para se obter um resultado po-

sitivo é fundamental conhecer bem o problema que se pretende enfrentar, procurando

resolvê-lo com criatividade, o que não significa afastar-se da realidade.

Normalmente, as organizações financiadoras interessam-se por um “bom projeto” no

qual está contido um “bom tema”. Paralelamente, a CME deve realizar pesquisas sobre

possíveis patrocinadores/financiadores, durante o processo de elaboração do projeto.

Os apoiadores de projetos deixam claro que um tema original faz a diferença. Isso quer

dizer que o patrocinador/financiador passa a avaliar com mais atenção um projeto inova-

dor, bem estruturado e fundamentado.

atenção: Chegou a hora de escrever seu projeto no padrão definitivo!

24

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

PaSSo 4 – MoDELo Da ESTRuTuRa Do PRojETo

Não existe um modelo/roteiro único para apresentar o projeto. Diversos instrumentais

podem ser utilizados, de acordo com a natureza do tema e do patrocinador/financiador,

além de exigências específicas sobre a documentação a ser anexada.

A seguir, o roteiro básico para apresentação do projeto visa a assegurar os tópicos essen-

ciais, evidenciando a correlação entre os itens mencionados. A partir dele, será possível

adequar-se aos diferentes modelos solicitados pelo patrocinador/financiador.

Roteiro básico para apresentação do Projeto

1. Título

_________________________________________________________________________

2. Apresentação da instituição

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

3. Sumário

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

(continua)

25

4. Justificativa

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

5. Objetivo geral

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

6. Objetivos específicos

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

7. Público-alvo

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

8. Localização

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

(continua)

(continuação)Roteiro Básico para Apresentação do Projeto

26

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

9. Metodologia

Objetivo Específico Atividades Responsável

A1 Coordenador A 2 Técnico A3 Técnico A

B1 Coordenador B2 Técnico B3 Técnico B

10. Cronograma de atividades

Objetivo Específico Atividades Jan. Fev. Mar. Abr. Maio

A1

23

B123

11. Cronograma físico-financeiro

Recursos Custo Contrapartida A financiar

Humanos

Materiais

Equipamentos

Outros

TOTAL

(continua)

(continuação)Roteiro Básico para Apresentação do Projeto

27

12. Cronograma de desembolso

RecursosPrazo

Total (Item)Jan. Fev. Mar. Abr. Maio

Humanos

Materiais

Equipamentos

Outros

TOTAL (Mês) (Total do projeto)

13. Monitoramento/Avaliação

Objetivo Específico

Atividades Responsável Monitoramento Resultado

A

1

2

3

B

4

5

6

(continuação)Roteiro Básico para Apresentação do Projeto

28

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

PaSSo 5 – oRiENTaçÕES SobRE CoMo

PREENCHER a ESTRuTuRa Do PRojETo

1. Título: Deve ser claro e oferecer uma ideia geral do projeto, que cause impactos po-

sitivos no leitor e no financiador.

importante: O título é o marketing do seu projeto.

2. apresentação da instituição (CME). Registrar:

• OsdadosformaisdaCME–nomedetodososmembrosebancadasquerepre-

sentam, endereço completo, nome do município, telefone, e-mail e número da

lei ou decreto de sua criação;

• Osdadoshistóricos–comoeporquefoifundada,diretrizesgerais,quais

foram as principais ações desenvolvidas, os resultados alcançados, pro-

jetos em andamento, principais fontes de recursos e/ou financiamentos,

parceiros e colaboradores.

3. Sumário (resumo do projeto): Descrever para o futuro patrocinador/financiador, resu-

midamente, o tema/problema do projeto, apresentando de forma clara e objetiva:

• Oproblemaqueseráenfrentado;

• Asaçõespararesolvê-lo;

• Comoequandoasaçõesserãoexecutadas;e

• Osresultadosesperados.

4. justificativa (análise do contexto do projeto): Demonstrar a relevância do pro-

jeto, esclarecendo como as ações e atividades podem contribuir para a resolução

do tema/problema. Esse item deve possibilitar ao futuro patrocinador/financiador

29

perceber a correlação entre o contexto, as necessidades locais e as possibilidades

efetivas de intervenção/solução apresentadas pelo projeto. Destacar por que a iniciati-

va é importante e o que acrescentaria às demais, com palavras claras e simples, mas

com fundamentação e conteúdo.

Para que a justificativa seja adequada, a CME deve informar os seguintes itens:

• Identificação,análiseeextensãodotema/problema;

• Contextosocial, cultural,econômico,políticoeambientalnoqualo tema/

problema será desenvolvido.

5. objetivo geral (para que serve o projeto): Expor com clareza o que se espera alcan-

çar com o projeto. O objetivo geral é que orienta o planejamento, a execução e a avaliação

de qualquer projeto.

6. objetivos específicos (detalhamento do objetivo geral): Cada objetivo específico

necessita de uma ação correspondente. Sendo assim, descreva os principais objetivos

específicos. Não é necessário ter vários, mas os escolhidos precisam ser coerentes com

o objetivo geral.

7. Público-alvo: Definir e descrever a população beneficiada em números, suas carac-

terísticas e histórias. Quem são essas pessoas? Quantas são? Que tipo de pessoas são?

Qual a escolaridade? É preciso defini-lo com detalhes.

8. Localização: Descrever o local onde será desenvolvido o projeto (município, bairro,

rua, Região Administrativa, etc.).

9. Metodologia (como): Mostrar (no quadro) com detalhes, como os objetivos específi-

cos serão operacionalizados, quais serão as atividades e os seus responsáveis.

30

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

10. Cronograma de atividades (quando): De forma didática e esquemática, delinear

(no quadro) novamente os objetivos específicos com as respectivas atividades a serem

desenvolvidas ao longo do período de elaboração do projeto, relacionando as atividades

com os prazos de execução.

11. Cronograma físico-financeiro (quanto custa): Descrever (no quadro) a previsão de

todos os custos do projeto por item de despesa e detalhar sua composição. Engloba a des-

crição dos recursos que serão utilizados para realizar o projeto e quanto custa cada item.

É importante informar a contrapartida, em cada item, ou seja, quanto já se tem

disponível para a execução do projeto. O restante, colocar na coluna a financiar, que

é o dado de interesse para o patrocinador/financiador. Caso não haja a contrapartida,

elimina-se essa coluna.

12. Cronograma de desembolso (como vai ser pago): Descrever (no quadro) o desem-

bolso durante o período de execução (meses) do projeto, estabelecendo o cruzamento

entre recursos e prazo, para que o patrocinador/financiador tenha condições de prever a

periodicidade dos desembolsos.

13. Monitoramento/avaliação: Importante item para o sucesso do projeto, descreve (no

quadro) como será monitorado, estabelecendo relação entre os objetivos específicos, as

atividades, o responsável, a forma do monitoramento e o resultado.

Relacionar uma forma de monitorar cada atividade. Por exemplo, por meio de reunião,

entrevista, questionário, visita, oficina, etc.

31

importante: A avaliação do projeto acontece a todo momento após a implementação

das atividades, para que possam ser corrigidos os problemas que surgirem no decorrer

do processo. Normalmente, todo patrocinador/financiador, no término do projeto, solicita

um relatório final. Dessa forma, deve ser elaborado com todos os resultados obtidos, jus-

tificando os resultados não alcançados.

Novo RETRaTo

Do MuNiCÍPio

Retrato do município

Definição do tema/problema

Elaboração do projeto

Modelo da estrutura do projeto

o projeto

Figura 1: Esquema de atuação da Comissão Municipal de Emprego

32

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE PROJETO

Sistematizar as informações de modo a dar-lhes um formato técnico-operacional não é tarefa

fácil. Porém, com vontade, entusiasmo e pesquisa, é possível elaborar um ótimo projeto.

Na CME, as condições para isso são facilmente reunidas, pois a sua composição tripar-

tite abriga membros de diferentes formações, experiências profissionais e com condições

de buscar saídas para as dificuldades enfrentadas no município.

O processo de elaboração de projeto amplia a visão de seus membros sobre as

realidades municipal e regional, por causa da interlocução com diversos agentes,

da articulação de parcerias, da identificação de fontes de recursos, e da escolha de

prioridades sustentáveis.

Para que os conceitos sobre o que é um projeto sejam internalizados e operacionaliza-

dos, é necessário que os membros da CME utilizem este material didático como fonte de

consulta constantemente.

33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASHOKA; MCKINSEY. Plano de negócios para organizações do terceiro setor. 2001.

ÁVILA, Célia M. Gestão de projetos sociais. São Paulo: AAPCS, 1999.

RAPOSO, Rebecca. Elaboração e avaliação de projetos sociais. Tecnoarte, 2000.

SANTOS, Telma. o que é projeto social. Cieds, 2001.

SÃO PAULO (Estado). Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam. Como conhecer o mercado

de trabalho em seu município. 2. ed. São Paulo, 2010.

SÃO PAULO (Estado). Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam. Elaboração de projetos para

gestores municipais da juventude. São Paulo, 2010.

SÃO PAULO (Estado). Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam. Subsídios para elaboração

do plano de trabalho das comissões municipais de emprego. 2. ed. São Paulo, 2010.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho. Como conhecer o

mercado de trabalho em seu município. São Paulo, 1997.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho. Subsídios para ela-

boração do plano de trabalho das comissões municipais de emprego. São Paulo, 1997.

TENÓRIO, Fernando. Elaboração de projetos comunitários. Cedac, 1999.

34

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

GLOSSÁRIO

bancada de Trabalhadores – É a parte da CME composta pelos membros indicados pelas

organizações dos trabalhadores (associações, sindicatos, federações, confederações). Sua

atuação nas comissões deve ser orientada pela defesa dos interesses dos representados.

bancada do Poder Público ou do Governo – É a parte da CME composta pelos membros

indicados pelas organizações públicas (Sert, prefeituras, MTE). Sua atuação na comissão

deve ser orientada pelo entendimento entre as bancadas.

bancada dos Empresários ou Empregadores – É a parte da CME composta por mem-

bros indicados pelas organizações dos empresários (associação comercial, sindicatos pa-

tronais, federações, confederações). Sua atuação nas comissões deve ser orientada pela

defesa dos interesses dos empregadores.

banco do Povo Paulista – É o programa de microcrédito produtivo do governo do Estado

de São Paulo, operacionalizado pela Sert em parceria com as prefeituras, que financia

atividades produtivas de pequeno porte, formais ou informais.

Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – Conjunto de indicadores

sobre o mercado de trabalho produzido pelo MTE e utilizado pelos agentes públicos

para aferir se, em dado momento, está havendo mais contratações (emprego) ou demis-

sões (desemprego). Agrega informações somente em relação ao mercado formal (com

registro em carteira).

35

Comissão Estadual do Emprego (CEE) – Instância colegiada composta de forma triparti-

te e paritária (com igual número de trabalhadores, empresários e governo), tem a função

de debater e formular propostas e ações que melhorem as condições de empregabilidade

em nível estadual.

Comissão Municipal de Emprego (CME) – Instância colegiada, composta de forma tri-

partite e paritária (com igual número de trabalhadores, empresários e governo) tem a

função de debater e formular propostas e ações que melhorem as condições de empre-

gabilidade dos trabalhadores do município.

Comitê Municipal de Crédito do banco do Povo Paulista – Colegiado composto por re-

presentantes de diversos agentes (Banco do Brasil, Sert, prefeitura, CME) cuja incumbên-

cia é aprovar ou não os empréstimos solicitados pelos micro e pequenos empreendedores

do município. Os processos para apreciação do comitê são instruídos pelos agentes de

crédito, que emitem parecer técnico a respeito da situação de cada um deles.

Conselho Deliberativo do Fundo de amparo ao Trabalhador (Codefat) – Órgão cole-

giado de caráter tripartite e paritário, é composto por representantes dos trabalhadores,

dos empregadores e do governo, que atuam como gestores do Fundo de Amparo ao

Trabalhador (FAT).

Demanda por qualificação e/ou Requalificação Profissional – É a quantidade estimada

de trabalhadores que precisam de qualificação e/ou requalificação num determinado mu-

nicípio, região ou Estado. A qualificação é o processo de formação de um trabalhador que

36

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

ainda não possui nenhuma habilidade profissional. A requalificação, por sua vez, ocorre

quando o trabalhador deseja mudar de profissão, por várias razões (desemprego, término

das ocupações que exigem suas habilidades, busca de melhores salários, etc.).

Fundo de amparo ao Trabalhador (FaT) – É o fundo especial contábil, de natureza financeira,

vinculado ao MTE, com o objetivo de custear o programa Seguro-Desemprego, o abono salarial,

e financiar programas de desenvolvimento econômico. Os recursos do FAT advêm, principal-

mente, do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do

Servidor Público (Pasep). Pelo menos 40% da arrecadação é repassada ao Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para ser aplicada em programas de desenvolvi-

mento econômico. A sua gestão é feita pelo Codefat.

Grupo de apoio Permanente (GaP) – Braço técnico da CME, é estruturado para fins

específicos (efetuar estudos sobre assuntos específicos, por exemplo) e pode consultar

pessoas de fora da CME (técnicos, estudantes, professores) na execução dos seus traba-

lhos. O GAP é criado pela comissão.

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) – Órgão do governo federal responsável pela

condução das políticas públicas de fomento ao emprego, trabalho e renda. É com o MTE

que a Sert e a CEE interagem institucionalmente.

Posto de atendimento ao Trabalhador (PaT) – Espaço físico operacionalizado pela Sert, em

parceria com a prefeitura. Disponibiliza aos trabalhadores diversos serviços (intermediação de

mão de obra, entrada no seguro-desemprego, cursos profissionalizantes, entre outros).

37

Programas de Transferência de Renda – Ações ou políticas públicas que consistem no

pagamento de benefícios em dinheiro para certos segmentos da população, mediante o

atendimento de critérios preestabelecidos. Em geral, os programas são transitórios.

Relação anual de informações Sociais (Rais) – Importante instrumento de coleta de da-

dos instituído pelo Decreto 76.900, de 23 de dezembro de 1975, com o objetivo de suprir

as necessidades de controle da atividade trabalhista no País, o provimento de dados para

a elaboração de estatísticas do trabalho e a disponibilização de informações do mercado

de trabalho às entidades governamentais.

Secretaria de Estado do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) – Órgão do governo do

Estado de São Paulo responsável pela condução das políticas públicas de fomento ao em-

prego, trabalho e renda. É com a Sert que a CEE e a CME interagem institucionalmente.

Sistema Nacional de Emprego (Sine) – Instituído pelo Decreto Federal 76.403, de 8 de

outubro de 1975 – O princípio do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda (SPETR)

brasileiro reside na criação do Sine. Em 1990, a Lei 8.019 regulamenta a criação do FAT

e do Seguro-Desemprego, conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988. Daí

em diante, as diretrizes do Sine passaram a ser definidas pelo MTE e pelo Codefat. O Sine

constitui-se, portanto, numa rede de atendimento em que as ações do programa Seguro-

Desemprego são executadas de forma integrada, com exceção dos pagamentos de benefí-

cios, que são efetuados pela Caixa Econômica Federal.

38

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda (SPETR) – Movimento da sociedade

civil e do governo federal que busca formular e construir ações destinadas a garantir o

mínimo de segurança aos trabalhadores, em especial nos momentos de desemprego.

Tripartite e Paritária – Formato da CME, composta por três bancadas – trabalhadores,

Poder Público/governo, e empregadores –, por isso tripartite, e paritária – com igual nú-

mero de representantes em cada uma das bancadas.

39

ANEXO

PRoGRaMaS Da SERT

baNCo Do Povo PauLiSTa – É o programa de microcrédito produtivo, desenvolvido

pelo governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria do Emprego e Relações

do Trabalho (Sert), em parceria com as prefeituras, que visa a promover a geração de

emprego e renda.

OBJETIVO – Oferecer financiamentos para empreendedores de micro e pequenos negó-

cios, para capital de giro e investimento fixo, como forma de viabilizar o desenvolvimento

socioeconômico local e a geração de renda.

COMO FUNCIONA – A implementação do programa é feita por meio de parcerias com

os municípios, em que o Estado participa com 90% dos recursos financeiros para a

constituição do fundo de investimento de cada município, seleciona e treina os agentes

de crédito, gerencia e supervisiona as atividades operacionais. É de responsabilidade

dos municípios parceiros disponibilizar o espaço físico, a infraestrutura, os recursos hu-

manos, fazer a manutenção da unidade local, além da participação financeira de 10%

do fundo municipal.

COMO OBTER O FINANCIAMENTO – O primeiro passo é verificar se o município é con-

templado com o Banco do Povo Paulista e se o interessado atende aos requisitos exigidos

pelo programa. Para mais informações, consulte o site www.bancodopovo.sp.gov.br ou

compareça à unidade do Banco do Povo Paulista em seu município.

40

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES

GOVERNO DE SÃO PAULO – Responsável pelo aporte de recursos no fundo e pelo risco

das operações contratadas.

CONSELHO DE ORIENTAÇÃO DO FUNDO (COF) – Estabelece critérios e fixa limites

globais e individuais para a concessão dos financiamentos, observadas as disponibilidades

do fundo. O COF, presidido pelo secretário dos Negócios da Fazenda, tendo como vice-

presidente o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, será integrado pelos seguintes

membros: um representante da Secretaria de Economia e Planejamento; um represen-

tante do agente financeiro do fundo; um representante do Serviço de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP); um representante do Sindicato das Micro

e Pequenas Indústrias (Simpi) e pelo presidente da CEE.

SECRETARIA DO EMPREGO E RELAÇÕES DO TRABALHO (SERT) / GRUPO EXECUTI-

VO DE CRÉDITO (GEC) – Responsável pela administração e operacionalização das me-

didas necessárias para a implementação das ações do fundo, por meio da Coordenação

de Políticas de Empreendedorismo. Cabe à Sert/GEC adotar medidas necessárias para

a concessão dos financiamentos, refinanciamentos, renegociações e acordos judiciais

inerentes ao fundo.

COMITÊ DE CRÉDITO OPERACIONAL (CCO)

a) O GEC indicará os técnicos habilitados para composição do CCO, os quais

são responsáveis pelas deliberações das solicitações de financiamentos, após

constatação e parecer prévio do(a) agente de crédito;

41

b) As solicitações serão avaliadas por um ou mais técnicos habilitados, de acor-

do com a conveniência do GEC;

c) As deliberações serão realizadas por meio do sistema operacional do Banco

do Povo Paulista, através da Internet;

d) O CCO deverá mencionar em seu parecer o motivo da concessão ou não do

crédito solicitado.

BANCO DO BRASIL (AGENTE FINANCEIRO) – Administra os recursos do Banco do

Povo Paulista, mantendo-os em conta específica em nome do fundo. Cabe também ao

agente financeiro, por intermédio de sua rede de agências, formalizar as operações de cré-

dito devidamente aprovadas pelo CCO; efetuar a gestão da carteira de operações; liberar

recursos, receber os juros e amortizações; e realizar cobrança administrativa ou judicial.

PREFEITURAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – Parceiras do programa, aderem por meio

de convênio firmado com o governo do Estado de São Paulo, representado pela Sert, e são

responsáveis pela implementação e manutenção da unidade de crédito no município.

UNIDADE DE CRÉDITO MUNICIPAL (UCM) – Local destinado ao atendimento dos em-

preendedores do município. A equipe do Banco do Povo Paulista é formada pelo gestor do

convênio, membros do Comitê de Crédito Municipal (CCM), agentes de crédito e atendentes.

1 GESTOR MUNICIPAL – Responsável pelo cumprimento do convênio firmado

entre o governo do Estado de São Paulo e a prefeitura, dando todo o suporte

42

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

necessário para o bom desempenho da unidade. O gestor municipal deverá

ser indicado formalmente pelo chefe do Executivo local à Sert.

2 COMITÊ DE CRÉDITO MUNICIPAL (CCM) – Responsável pelo acompanha-

mento e avaliação da UCM.

a) Composto por quatro bancadas, a saber: Sert, prefeitura, Com-Emprego

e Banco do Brasil. A autoridade de cada bancada deverá indicar, no mínimo,

dois representantes, sendo um titular e um suplente;

b) O mandato de seus integrantes é de dois anos, permitindo sua recondução;

c) Reúne-se ordinariamente uma vez por bimestre e extraordinariamente

sempre que necessário. As reuniões serão realizadas com a presença de

representantes de, no mínimo, dois órgãos, desde que um deles seja o do

Banco do Brasil. No caso de ausência do representante do Banco do Brasil,

faz-se necessária a participação de todos os demais representantes das ins-

tituições envolvidas;

d) Manter total sigilo sobre os dados pessoais dos tomadores de financia-

mento com recursos do Fundo de Investimento de Crédito Produtivo Popular

de São Paulo; dessa forma, é expressamente proibida a retirada dos proces-

sos da UCM sem autorização por escrito do GEC;

e) A função de membro do CCM não é remunerada.

3 AGENTE DE CRÉDITO – É responsável, entre outras, pelas seguintes atribuições:

a) Captação e atendimento de clientes, inclusive registrando as solicitações

de financiamento da UCM, se necessário for;

43

b) Constatação do empreendimento e das informações prestadas pelos(as)

empreendedores(as) do município, quando da solicitação de financiamento;

c) Emissão de parecer conclusivo sobre a viabilidade ou não das solicita-

ções de financiamento da UCM;

d) Encaminhamento, após a aprovação do CCO, da Autorização de Finan-

ciamento ao Banco do Brasil, devidamente assinada por ele(a) próprio(a)

e acompanhada do processo completo gerado pelo sistema do Banco do

Povo Paulista;

e) Realizar a boa gestão da Carteira Ativa da Unidade, zelando pela quali-

dade das operações e pelo retorno dos recursos emprestados;

f) Preparar a ata da reunião do CCM;

g) Fornecer informações requeridas pela Sert/GEC;

h) Consultar e tirar dúvidas com o suporte às unidades do Banco do

Povo Paulista;

i) Manter total sigilo sobre os dados pessoais dos tomadores de financia-

mento com recursos do Fundo de Investimento de Crédito Produtivo Popular

de São Paulo, sendo, dessa forma, expressamente proibida a divulgação e a

retirada de processos da UCM sem autorização da Sert/GEC;

j) Acatar todas as normas e instruções emitidas pela Sert/GEC;

k) Atender as convocações da Sert/GEC para encontros, seminários, reci-

clagens, workshops, etc., sob pena de advertência;

l) Comunicar a Sert/GEC no caso de afastamento por férias, licença médi-

ca, licença maternidade, e/ou outros;

44

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

m) Solicitar autorização da assessoria de imprensa da Sert, sob pena de

aplicação das penalidades cabíveis, sobre todos os pedidos de entrevistas, in-

formações sobre o Banco do Povo Paulista, números e dados solicitados pela

imprensa (jornal, revista, Internet, assessoria de imprensa da prefeitura, câ-

mara de vereadores, etc.) nos telefones 11 3241-7050/7051/7053/7054.

4 ATENDENTE – Responsável pelas atividades, da unidade, não relacionadas

à concessão de crédito.

obSERvaTÓRio Do EMPREGo E Do TRabaLHo Do ESTaDo DE São PauLo – Em

1996, foi criado o programa Aprendendo a Aprender, com o objetivo de desenvolver nova

proposta de metodologia para a qualificação profissional. O Observatório do Emprego e

do Trabalho é um dos três projetos do programa.

É um espaço de investigação do presente e da elaboração e perspectivas do futuro,

sobre questões do universo do trabalho; emprego, mercado de trabalho, mudanças da

natureza e dos processos de trabalho, novas formas de ocupação, profissões, formação e

desenvolvimento profissional. É instrumento estratégico para dar suporte a ações e políti-

cas dos diferentes atores sociais.

OBJETIVO – Reunir e disponibilizar, ao público em geral, informações, análises e propos-

tas que possam ajudar as instituições governamentais e não governamentais, públicas e

privadas, no desenvolvimento de políticas e ações relacionadas às questões do trabalho.

45

BENEFICIÁRIOS – Pessoas ou entidades que procuram obter informações sobre o mun-

do do trabalho.

As atividades do Observatório do Emprego e do Trabalho foram retomadas em 2007,

com a decisão de se elaborar um amplo diagnóstico sobre as necessidades de qualifica-

ção profissional no Estado de São Paulo.

O Sim-Trabalho, que atualmente consta da página da Sert, na Internet, é um dos resul-

tados do diagnóstico e permite:

• Acompanhar a conjuntura e as perspectivas domercado de trabalho nos

municípios paulistas, de forma a subsidiar técnicos da Sert, das prefeituras e

membros da CME na formulação de programas locais de qualificação profis-

sional, entre outros; e

• Organizaredisponibilizarumamploconjuntodeinformações,comoosin-

dicadores municipais, projeções populacionais, investimentos anunciados,

informações dos registros administrativos (Rais e Caged), entre outros, per-

mitindo observar a expansão, a retração e a ocupação de vagas, a estrutura

e o dinamismo da produção econômica, os investimentos anunciados e o

crescimento da população e da força de trabalho.

TiME Do EMPREGo – É um programa do governo do Estado de São Paulo que apoia

e orienta trabalhadores e jovens para colocação no mercado de trabalho, de acordo com

suas habilidades e interesses. Os participantes formam um time em que todos se ajudam

46

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

a buscar emprego, trocam experiências e são estimulados a conhecer novas possibilida-

des de trabalho.

COMO FUNCIONA – São 12 encontros, um por semana, cada um com três horas de

duração, com grupos de 20 a 25 pessoas. Durante os encontros, os participantes reconhe-

cem suas habilidades e valores, aprendem a elaborar currículos e cartas de apresentação,

preparam-se para entrevistas e dinâmicas de grupo, desenvolvem a comunicação oral e es-

crita, praticam testes de matemática, observação e atenção. Recebem também orientação

sobre planejamento financeiro e analisam possibilidades de trabalhar por conta própria.

PÚBLICO-ALVO – Trabalhadores desempregados ou jovens que buscam o primeiro em-

prego, maiores de 16 anos.

SuPERiNTENDÊNCia Do TRabaLHo aRTESaNaL NaS CoMuNiDaDES (SuTaCo) –

Tem como objetivo promover, desenvolver, divulgar e comercializar o artesanato produzido

no Estado de São Paulo, valorizando o artesão.

Atento à necessidade de preservar o artesanato nacional e por considerá-lo uma ativida-

de econômica lucrativa para o Brasil, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér-

cio Exterior criou o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB). Coordenado pela Sutaco no

território paulista, tem como principal objetivo valorizar o artesanato e implementar ações

de desenvolvimento sustentável para o setor.

A Sutaco, após avaliar, classificar e quantificar o artesanato, emite Carteira de Iden-

tificação de Artesão, credenciando-o como profissional. O cadastramento permite-lhe

utilizar os serviços de emissão de nota fiscal, cursos de qualificação e requalificação

47

profissional, divulgação, apoio à comercialização, exportação, consulta à biblioteca es-

pecializada, acesso ao microcrédito, com financiamento do Banco do Povo Paulista, com

juros de 0,7% ao mês, e orientações técnicas e jurídicas.

A exposição e comercialização do produto artesanal em pontos de venda e em eventos

nacionais e internacionais dos quais a Sutaco participa, além de proporcionar renda aos

artesãos credenciados, despertam neles a consciência para que produzam artesanato

com melhor qualidade e design diferenciado. Esse é o meio utilizado para divulgar e

comercializar o produto artesanal de qualidade com o consumidor final e o empresariado

em geral, fortalecendo a imagem dos produtos artesanais do Estado de São Paulo, e fo-

mentando as exportações no setor. Contato: www.sutaco.com.br

PRoGRaMa ESTaDuaL DE quaLiFiCação (PEq) – O objetivo do programa é qualifi-

car e capacitar o trabalhador desempregado e aqueles em vias de perder o emprego para

exercer seus direitos ao trabalho e à cidadania, bem como ampliar as oportunidades de

trabalho na sociedade, dando ênfase às regiões que apresentam níveis de desemprego

mais elevados.

A CME tem o papel de definir os cursos prioritários a serem oferecidos no seu município,

os quais devem constar do Plano de Trabalho encaminhado à Sert.

Para essa definição, é preciso que a comissão esteja municiada de informações que

possibilitem detectar as necessidades do mercado local em relação ao perfil dos tra-

balhadores requisitados, assim como as carências mais significativas encontradas na

mão de obra para se encaixar nesse perfil. Para executar essa tarefa, a comissão pode

48

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

e deve contar com lideranças, organizações da sociedade civil, Poder Público, conselhos

diversos, enfim, representações que trabalham com cidadãos que se encaixam no perfil

definido pelo Codefat e pela Sert. Para o levantamento das demandas, devem-se observar

as normas que serão definidas pela Sert em momento oportuno.

Como exemplo, podemos citar a Caravana do Trabalho, que foi realizada em 2007, com

a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e a Fundação Prefeito Faria

Lima – Cepam, durante a qual foram realizadas oficinas que contaram com a participação

da sociedade civil, das lideranças e das CMEs.

A Fundação Seade foi contratada pela Sert para realizar pesquisa e análise, de modo a

caracterizar a estrutura do mercado e as tendências da situação ocupacional no Estado

de São Paulo, que geraram o diagnóstico das demandas de qualificação profissional no

âmbito do Estado, que, por sua vez, norteou as ações nessa área.

Quanto ao PEQ, cabe à CME:

• Mobilizarearticularosmovimentossociais,sindicaisepolíticos,entidadese

instituições governamentais e não governamentais, atuantes no território em

questão, que portem demandas de qualificação ou atuem nas políticas públi-

cas referentes ao campo da qualificação. A comissão é o espaço privilegiado

para realizar reuniões, seminários e outras atividades de debate e consulta,

segundo as diretrizes da Sert;

• ParticiparativamentedetodasasetapasdeelaboraçãodoPEQ;

49

• Divulgar,acompanhareavaliaraexecuçãodoPEQmunicipal,seguindoas

orientações da CEE–SP e da Sert.

PRoGRaMa EMERGENCiaL DE auXÍLio-DESEMPREGo (PEaD) – O objetivo do

programa, também conhecido como Frentes de Trabalho, é proporcionar ocupação,

qualificação profissional e renda à parte da população desempregada, residente na

Região Metropolitana de São Paulo e que se encontra em situação de alta vulnera-

bilidade social.

ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS – O Pead é um programa de caráter social, coordenado

pela Sert, que foi instituído pela Lei estadual 10.321 de 8 de junho de 1999 e regulamenta-

do pelos Decretos 44.034/1999; 44.731/2000; 47.765/2003 e 49.017/2004. Sofreu algu-

mas alterações posteriores através das Leis 10.618/2000; 10.852/2001 e 11.271/2002.

CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA – Os bolsistas permanecem por um período má-

ximo de nove meses, recebendo mensalmente bolsa-auxílio, auxílio-alimentação, auxílio-

transporte e cobertura de seguro de acidentes pessoais.

Realizam uma jornada de atividades de seis horas diárias, quatro dias por semana e no

quinto dia fazem um curso de qualificação profissional de 200 horas ou alfabetização.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – Os bolsistas prestam serviços auxiliares de interesse

da comunidade local, do município ou do Estado.

PÚBLICO-ALVO – Trabalhadores de todas as idades, inclusive jovens de 18 a 25 anos,

desde que estejam desempregados há um ano ou mais; não sejam beneficiários de

seguro-desemprego ou de qualquer outro programa assistencial equivalente; residam

50

Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

próximo ao local da colaboração prevista há pelo menos dois anos e não pertençam a

grupo familiar que já participe do programa.

PRoGRaMa jovEM CiDaDão – MEu PRiMEiRo TRabaLHo – O objetivo do pro-

grama é reduzir a vulnerabilidade juvenil; oferecer experiência profissional; estimular o

interesse pelos estudos; melhorar o desempenho escolar e a autoestima do jovem.

ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS – O Jovem Cidadão – Meu Primeiro Trabalho é um

programa social, instituído pelo governo do Estado de São Paulo através do decreto 44.860,

de 27 de abril de 2000, e reformulado pelos decretos 45.761/2001 e 53.807/2008.

CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA – É coordenado pela Sert e realiza a intermediação

entre empresas e jovens, buscando oferecer a primeira experiência profissional no merca-

do de trabalho, através de um estágio remunerado.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – A atuação dos estagiários, nas empresas, tem como

principal objetivo a aprendizagem de uma profissão, daí a necessidade de serem supervi-

sionados por um responsável do setor em que estão inseridos.

PÚBLICO-ALVO – Jovens estudantes matriculados e com frequência efetiva nos cursos

de ensino médio da rede pública estadual, com idades entre 16 e 21 anos que não te-

nham qualquer vínculo empregatício.

51

PRoGRaMa aPRENDiZ PauLiSTa – O objetivo do programa é proporcionar mais

chances de inserção do jovem no mundo do trabalho e, por consequência, combater o

desemprego que, principalmente entre eles, está diretamente ligado à falta de experiência

profissional e a questões sociais mais amplas.

ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS – É um programa do governo do Estado de São

Paulo, instituído pelo Decreto 54.695, de 20 de agosto de 2009, gerenciado pela Sert,

que auxilia o empregador no cumprimento da cota legal de contratação de aprendizes

estabelecida no artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA – Atua, sob a coordenação da Sert em conjunto

com a Secretaria de Desenvolvimento e em parceira com o Centro Paula Souza, na in-

termediação entre a busca por um trabalho técnico-profissional e o preenchimento das

vagas ofertadas pelos empregadores aos aprendizes.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – A atuação do aprendiz deve ser sempre compatível

com o curso profissionalizante solicitado pela empresa e no qual está matriculado.

PÚBLICO-ALVO – Jovens na faixa etária de 14 a 24 anos, regularmente matriculados e com

frequência efetiva no ensino técnico profissionalizante, em unidades do Centro Paula Souza,

que não possuam vínculo empregatício e sejam residentes no Estado de São Paulo.

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Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

PRoGRaMa ESTaDuaL DE aPoio ao EGRESSo Do SiSTEMa PENiTENCiÁRio – O

principal objetivo do programa é a reintegração social do público egresso e pré-egresso,

por meio da preparação dos indivíduos e da criação de oportunidades depois do cumpri-

mento das medidas punitivas.

ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS – É um programa de caráter social, coordenado pela

Sert, instituído pelos Decretos 55.125 e 55.126, ambos de 7 de dezembro de 2009.

CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA – Prevê ações conjuntas entre a Sert e a Secreta-

ria da Justiça e da Defesa da Cidadania, por meio da Fundação Centro de Atendimento

Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa-SP), oferecendo cursos de qualificação

profissional e intermediação de vagas de trabalho para egressos.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – Para sua reinserção social, são desenvolvidas duas

ações: cursos de qualificação profissional que possibilitem uma colocação do egresso no

mercado de trabalho e oferecimento de oportunidades que permitam a reconstrução de

suas vidas e o resgate da cidadania.

Os cursos podem acontecer em dois diferentes momentos: na própria entidade onde

está sendo cumprida a pena, no caso dos pré-egressos e, no caso dos egressos, a

convocação para os cursos ocorre por meio de telegramas para realizá-lo em alguma

entidade conveniada.

PÚBLICO-ALVO – Adolescentes que cumprem medida socioeducativa, egressos do sistema

prisional, presos em unidades de regime semiaberto e apenados com restrição de direitos.

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PRoGRaMa DE aPoio À PESSoa CoM DEFiCiÊNCia (PaDEF) – O objetivo do pro-

grama é ajudar as pessoas com deficiência a conseguirem uma colocação no mercado de

trabalho, pela inclusão e criação de oportunidades voltadas a esses profissionais.

ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS – É administrado pela Sert, funcionando desde 1995

nos PATs e nas unidades do Poupatempo.

Auxilia no cumprimento do artigo 93 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, que deter-

mina cotas de contratação a serem cumpridas pelas empresas.

CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA – O Padef atua tanto com o candidato, como com

as empresas, da seguinte forma:

• Àsempresas,oferecepalestrantesparagestoresecolaboradoressobrecon-

tratação e integração da pessoa com deficiência, pré-seleção dos candida-

tos e orientação para elaboração do plano de trabalho (cumprimento da Lei

8.213/1991);

• O candidato, após ser cadastrado no Emprega São Paulo, passa por uma

avaliação psicoprofissional, recebendo, a seguir, orientação sobre o mercado

de trabalho e encaminhamento para cursos e/ou vagas de emprego.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – O trabalho do Padef consiste em cadastrar, selecionar,

orientar e encaminhar pessoas com deficiência para cursos ou para vagas abertas no

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Comissão Municipal de Emprego – Subsídios para Elaboração de Projeto

mercado de trabalho. Para tanto, é utilizado o Emprega São Paulo, sistema on-line e gra-

tuito de intermediação de mão de obra do governo estadual.

PÚBLICO-ALVO – Pessoas com deficiência a partir de 16 anos de idade e empresas de

todos os segmentos.

SELo PauLiSTa Da DivERSiDaDE – O Selo Paulista da Diversidade é um programa

que tem por objetivo dar destaque a organizações públicas, privadas e da sociedade civil

que tenham uma participação efetiva no desenvolvimento de ações em programas, pro-

jetos e ações de promoção e valorização da diversidade – seja étnica, de gênero, cultural,

etc. –, em seus ambientes de trabalho e em suas áreas de atuação.

ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS – Instituído pelo decreto 52.080, de 22 de agosto de

2007, alicerça a sensibilização para a concretização do processo para a equidade social.

CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA – É um programa dentro de uma política pública

com acentuada conotação social e tem uma ação específica que visa a geração e a dis-

tribuição de renda mais igualitária na sociedade.

A atribuição do selo não deve ser confundida com prêmio. Existe todo um processo

técnico-científico aferido por grupo especializado e com a participação da sociedade civil,

no sentido de conferir autenticidade ao selo, que poderá ser usado pela organização que

o receber junto com sua marca, propaganda, embalagens, etc.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – As organizações, privadas, públicas e da sociedade

civil, ao adotarem programa de diversidade, terão o reconhecimento do Estado mediante

a entrega do Selo Paulista da Diversidade.

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Ao assumir o compromisso e receber o selo, os envolvidos no processo estarão valori-

zando o potencial cultural dentro da diversidade no mercado de trabalho.

PÚBLICO-ALVO – O Selo Paulista da Diversidade busca, dentro da valorização das dife-

renças, focar a igualdade racial, o respeito à orientação sexual das pessoas, o gênero e a

inclusão profissional de pessoas com deficiência.

Comissão Municipal de Emprego

rea l i z ação

Subsídios para Elaboração de Projeto

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