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De Professora Raquel Tinoco Gabarito extraoficial - Legislação do MPU e CNMP. Professora Raquel Tinoco Prova de Técnico do MPU Relativamente ao MPU, julgue os itens a seguir: 33. A CF autoriza o MPU a exercer a representação judicial da Fundação Nacional do Índio em casos excepcionais e relacionados à defesa dos direitos das populações indígenas. ERRADA. É uma das vedações contidas no artigo 129, IX da CF “São funções institucionais do Ministério Público: (...) exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.” 34. O Procurador-geral de justiça do Distrito Federal (DF) poderá ser destituído antes do término do seu mandato, mediante representação do governador do DF e deliberação da maioria absoluta da Câmara Legislativa do DF. ERRADA Questão semelhante em 2010. Representação do Presidente da República e deliberação de maioria absoluta do Senado Federal. Art. 128, § 4º da CF “Os Procuradores- Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.” Art. 156, § 2º da LC 75/93: “O Procurador-Geral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por deliberação da maioria absoluta do Senado Federal, mediante representação do Presidente da República”. 35. Embora os Ministérios Públicos (MPs) junto aos tribunais de contas sejam órgãos autônomos e independentes do MPU e dos MPs dos estados, aplicam-se aos seus membros os mesmo direitos, vedações e forma de investidura. CORRETA Questão literal. Art. 130 da CF “Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.” 36. O Procurador-Geral da República, nomeado pelo presidente da República entre integrantes do MPU com mais de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, exercerá a chefia do MPU. CORRETA Art. 128, § 1º da CF “O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador - Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.” Acerca dos direitos, das garantias e das prerrogativas dos membros do MPU, julgue os próximos itens. Nesse sentido, considere que a sigla CF, doravante, sempre que empregada, refere-se à Constituição Federal de 1988. 37. Procurador da República que tenha ingressado na carreira após a promulgação da CF poderá exercer o cargo de secretário estadual de segurança pública, desde que esteja em

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Comentários da professora Raquel Tinoco sobre a prova do concurso do MPU 2013 da disciplina Legislação do MPU e CNMP.

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De Professora Raquel Tinoco

Gabarito extraoficial - Legislação do MPU e CNMP.

Professora Raquel Tinoco

Prova de Técnico do MPU

Relativamente ao MPU, julgue os itens a seguir:

33. A CF autoriza o MPU a exercer a representação judicial da Fundação Nacional do Índio em

casos excepcionais e relacionados à defesa dos direitos das populações indígenas.

ERRADA. É uma das vedações contidas no artigo 129, IX da CF – “São funções institucionais do

Ministério Público: (...) exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis

com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de

entidades públicas.”

34. O Procurador-geral de justiça do Distrito Federal (DF) poderá ser destituído antes do

término do seu mandato, mediante representação do governador do DF e deliberação da

maioria absoluta da Câmara Legislativa do DF.

ERRADA – Questão semelhante em 2010. Representação do Presidente da República e

deliberação de maioria absoluta do Senado Federal. Art. 128, § 4º da CF – “Os Procuradores-

Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da

maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.” Art. 156, § 2º

da LC 75/93: “O Procurador-Geral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por

deliberação da maioria absoluta do Senado Federal, mediante representação do Presidente da

República”.

35. Embora os Ministérios Públicos (MPs) junto aos tribunais de contas sejam órgãos

autônomos e independentes do MPU e dos MPs dos estados, aplicam-se aos seus membros os

mesmo direitos, vedações e forma de investidura.

CORRETA – Questão literal. Art. 130 da CF – “Aos membros do Ministério Público junto aos

Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e

forma de investidura.”

36. O Procurador-Geral da República, nomeado pelo presidente da República entre integrantes

do MPU com mais de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta

dos membros do Senado Federal, exercerá a chefia do MPU.

CORRETA – Art. 128, § 1º da CF – “O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-

Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira,

maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos

membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.”

Acerca dos direitos, das garantias e das prerrogativas dos membros do MPU, julgue os

próximos itens. Nesse sentido, considere que a sigla CF, doravante, sempre que empregada,

refere-se à Constituição Federal de 1988.

37. Procurador da República que tenha ingressado na carreira após a promulgação da CF

poderá exercer o cargo de secretário estadual de segurança pública, desde que esteja em

disponibilidade.

ERRADA – Aquele que ingressou após a CF de 1988 somente poderá exercer, ainda que em

disponibilidade, uma função púbica, a saber, magistério. Os que ingressaram antes do advento

da CF de 1988 e optaram pelo regime anterior seguem regra diferente.

Art. 29, § 3º do ADCT – “Enquanto não aprovadas as leis complementares relativas ao

Ministério Público e à Advocacia-Geral da União, o Ministério Público Federal, a Procuradoria-

Geral da Fazenda Nacional, as Consultorias Jurídicas dos Ministérios, as Procuradorias e

Departamentos Jurídicos de autarquias federais com representação própria e os membros das

Procuradorias das Universidades fundacionais públicas continuarão a exercer suas atividades na

área das respectivas atribuições. (...) Poderá optar pelo regime anterior, no que respeita às

garantias e vantagens, o membro do Ministério Público admitido antes da promulgação da

Constituição, observando-se, quanto às vedações, a situação jurídica na data desta.” O mesmo

é aplicado ao exercício da advocacia. Quanto à atividade político-partidária, STF e CNMP

divergem sobre a possibilidade do exercício.

STF: Não há, efetivamente, direito adquirido do membro do Ministério Público a candidatar-se

ao exercício de novo mandado político. O que socorre a recorrente é o direito atual – não

adquirido no passado, mas atual – a concorrer a nova eleição e ser reeleita, afirmado pelo art.

14, § 5º, da CF.

CNMP: – CNMP – Resolução 05/06 – “Art. 1º. Estão proibidos de exercer atividade político-

partidária os membros do Ministério Público que ingressaram na carreira após a publicação da

Emenda nº 45/2004. Art. 2º. Os membros do Ministério Público estão proibidos de exercer

qualquer outra função pública, salvo uma de magistério. Parágrafo único. A vedação não

alcança os que integravam o Parquet em 5 de outubro de 1988 e que tenham manifestado a

opção pelo regime anterior.”

Resolução 08/06 – “Art. 1º Somente poderão exercer a advocacia com respaldo no § 3º do art.

29 do ADCT da Constituição de 1988, os membros do Ministério Público da União que

integravam a carreira na data da sua promulgação e que, desde então, permanecem

regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil.(Alteração dada pela Resolução nº

16/2007) Parágrafo único. O exercício da advocacia, para os membros do Ministério Público do

Distrito Federal e Territórios está, incondicionalmente, vedado, desde a vigência do artigo 24, §

2º, da Lei Complementar nº 40/81. (Alteração dada pela Resolução nº 16/2007).”

38. Aos membros do MP é garantida constitucionalmente a vitaliciedade após dois anos de

exercício no cargo, ressalvada a perda do cargo por sentença judicial transitada em julgado.

CORRETA – Redação ruim. Art. 128, § 5º, I, a – “Leis complementares da União e dos Estados,

cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as

atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

I - as seguintes garantias: a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o

cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;”

39. Uma das garantias estabelecidas pela CF aos membros do MP é a inamovibilidade absoluta.

ERRADA – Nenhuma garantia constitucional é absoluta. A exceção à inamovibilidade é a

remoção por interesse público. Art. 128, § 5º, I, b – “inamovibilidade, salvo por motivo de

interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo

voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;”

Em relação ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), julgue os itens subsecutivos.

40. Compete ao CNMP apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos

funcionais e administrativos praticados por membros do MPU e dos MPs dos estados, podendo

revê-los, fixando prazo para a adoção das providências necessárias à sua correção, ou, se for o

caso, desconstituí-los.

CONSIDERO ERRADA. Questão não literal. Art. 130-A, § 2º - “Compete ao Conselho Nacional do

Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do

cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe: II zelar pela observância

do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos

praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo

desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao

exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;”

A CF não menciona a apreciação e revisão de atos funcionais, embora cite a função

fiscalizadora do CNMP quanto aos deveres funcionais. Atos funcionais podem ser interpretados

como atividade-fim da instituição.

Veja o que diz o STF:

“A Segunda Turma concedeu mandado de segurança impetrado por <Ministério><Público>

estadual contra ato do Conselho Nacional do <Ministério> <Público>(CNMP), para invalidar

decisão deste órgão. Na espécie, o Conselho Superior do<Ministério> <Público> estadual

negara homologação a Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto por promotor de

justiça. O CNMP, após reclamação de membro do Parquet, apesar do entendimento de que não

seria de sua competência adentrar na atividade-fim daquele Colegiado estadual, anulara a

decisão e mantivera o TAC. Consignou-se tratar-se de interferência indevida na autonomia

administrativa e funcional do órgão estadual, não passível de apreciação pelo CNMP. Ademais,

ressaltou-se a existência de sistema de controle interno na legislação local de cada<Ministério>

<Público>, a cargo Conselho de Procuradores Regionais, sem prejuízo da fiscalização

jurisdicional.” (MS 28.028, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 30-10-2012, Segunda Turma,

Informativo 686.)

Entretanto, se o Cespe interpretou “atos” como “deveres”, pode ser que considere a questão

correta e aí, passível de recurso.

41. Comporão o CNMP, além de membros do MPU e dos MPs dos estados, da magistratura e da

advocacia, dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, um indicado pela Câmara

dos Deputados e o outro, pelo Senado Federal.

CORRETA – Art. 130-A, I ao VI da CF

No tocante às garantias institucionais do MP, julgue o item abaixo:

42. Em função da autonomia financeira e administrativa assegurada ao MP pela CF, o aumento

do valor dos subsídios dos membros do órgão pode ser realizado por meio de ato normativo do

Procurador-Geral da República.

ERRADA. A CF e a LC 75/93 reservaram à lei tal matéria. Art. 127, § 2º da CF e 22 da LC.