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CURSO ONLINE DIREITO CONSTITUCIONAL A. PROCESSUAL MPU PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 5: Controle de Constitucionalidade: Olá Pessoal, essa será a penúltima aula do nosso curso. Nesta aula, eu sintetizei praticamente tudo que já foi cobrado em concurso sobre o controle de constitucionalidade. Trata-se de uma aula mista de teoria e 135 questões multibancas, mas, para quem não se sentir à vontade em estudar pela "aula principal", coloquei uma bateria somente de questões CESPE no final da aula. ok? Quanto a este tema, podem ficar tranquilos, a banca terá que fazer muito esforço para cobrar algo que não está aqui. Vambora: O que é o controle de constitucionalidade? Controle de constitucionalidade nada mas é do que a atividade de se controlar a compatibilidade dos atos normativos com o texto constitucional. Assim, quando um ato normativo está submetido ao controle de constitucionalidade, caberá a quem estiver fazendo este controle, decidir se tal ato é compatível ou não com o disposto na Constituição. Essa compatibilidade deverá ser tanto materialmente (conteúdo) quanto formalmente (procedimentos e formalidades). Controle de Compatibilidade x Controle de Constitucionalidade Controle de compatibilidade é o nome genérico que se dá ao ato de se verificar se uma norma é compatível ou não com algum diploma superior a ela, o qual a norma deve respeitar. O controle de compatibilidade ocorre principalmente de 3 formas: 1- Controle da Constitucionalidade - verifica a compatibilidade entre uma norma e a Constituição. A Constituição em face da qual se faz o controle de constitucionalidade deve ser sempre a Constituição que era (ou é) vigente no momento que a norma foi criada. A decisão será pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade da norma. 2- Controle de Legalidade - verifica se normas infralegais (decretos, portarias e etc.) são compatíveis com as leis das quais decorrem. A decisão será pela legalidade ou ilegalidade do ato.

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Aula 5: Controle de Constitucionalidade:

Olá Pessoal, essa será a penúltima aula do nosso curso.

Nesta aula, eu sintetizei praticamente tudo que já foi cobrado em concurso sobre o controle de constitucionalidade.

Trata-se de uma aula mista de teoria e 135 questões multibancas, mas, para quem não se sentir à vontade em estudar pela "aula principal", coloquei uma bateria somente de questões CESPE no final da aula. ok?

Quanto a este tema, podem ficar tranquilos, a banca terá que fazer muito esforço para cobrar algo que não está aqui.

Vambora:

O que é o controle de constitucionalidade?

Controle de constitucionalidade nada mas é do que a atividade de se controlar a compatibilidade dos atos normativos com o texto constitucional. Assim, quando um ato normativo está submetido ao controle de constitucionalidade, caberá a quem estiver fazendo este controle, decidir se tal ato é compatível ou não com o disposto na Constituição. Essa compatibilidade deverá ser tanto materialmente (conteúdo) quanto formalmente (procedimentos e formalidades).

Controle de Compatibilidade x Controle de Constitucionalidade

Controle de compatibilidade é o nome genérico que se dá ao ato de se verificar se uma norma é compatível ou não com algum diploma superior a ela, o qual a norma deve respeitar.

O controle de compatibilidade ocorre principalmente de 3 formas:

1- Controle da Constitucionalidade - verifica a compatibilidade entre uma norma e a Constituição. A Constituição em face da qual se faz o controle de constitucionalidade deve ser sempre a Constituição que era (ou é) vigente no momento que a norma foi criada. A decisão será pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade da norma.

2- Controle de Legalidade - verifica se normas infralegais (decretos, portarias e etc.) são compatíveis com as leis das quais decorrem. A decisão será pela legalidade ou ilegalidade do ato.

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3- Juízo de recepção - ocorre para verificar se uma norma anterior à Constituição vigente possui compatibilidade material (somente o conteúdo) com a nova Constituição. Aqui não existe termos como "constitucionalidade" ou "inconstitucionalidade" de normas, a decisão será pela recepção ou revogação (não-recepção) da norma - neste caso se falará em "juízo negativo de recepção".

Esquema sobre os controles de compatibilidades:

Supremacia da Constituiçâo e o Controle de Constitucionalidade:

A Constituição pode ser enxergada sob dois aspectos: o aspecto material e o aspecto formal.

Aspecto material - o que importa é o conteúdo das normas (matéria), assim, basta uma norma tratar de um assunto constitucional (organização do Estado e limitação do poder Estatal) que será considerada constitucional.

Aspecto formal - o que importa é unicamente a norma ser ou não ser declarada como Constituição. Assim, caso uma norma pertença ao corpo constitucional, independente do conteúdo tratado por ela, ela poderá se impor e "cobrar observância" de todo o resto do ordenamento jurídico.

Normasinfralegaisdo período P

CF vigente apóso período P

CF vigenteno período P

Lei publicadano período P

Controle de Legalidade:compatibilidade material

e formal

Controle deConstitucionalidade:

compatibilidade materiale formal

Juízo de recepção:compatibilidadeapenas material

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O aspecto formal se apóia no conceito de rigidez constitucional, pois somente uma constituição rígida é capaz de assegurar como "Constituição" normas que, em princípio, estariam fora do contexto constitucional.

Somente em constituições formais e rígidas é que podemos verificar o fenômeno da "supremacia da constituição", já que, em constituições materiais e flexíveis, basta uma norma tratar de matérias que são reservadas à Constituição para que ela seja considerada constitucional revogando a norma anterior que versava sobre tal matéria. Não há também o que se falar em controle de constitucionalidade em constituições flexíveis, pois não há uma imposição formal de observância da Constituição perante o resto do ordenamento.

Para que se assegure a rigidez constitucional é imprescindível que haja um sistema de controle de constitucionalidade efetivo. Uma Constituição que não possui um sistema efetivo de controle de constitucionalidade começa a conviver em um ordenamento jurídico repleto de leis inconstitucionais, e devido a serem estas normas (leis infraconstitucionais) as que são realmente aplicadas na prática, a Constituição deixa de ser aplicada. Desta forma, sem um efetivo controle de constitucionalidade, a constituição rígida esta fadada à morte, tornando-se flexível, já que seu conteúdo foi ignorado e na prática foi substituído.

Constituição Rígida - Supremacia da Constituição sobre o ordenamento - patamares hierárquico das normas, simplesmente pela forma atribuída, pouco importando o conteúdo tratado - aspecto formal

CF

CF

Constituição Flexível - Não há supremacia hierárquica da Constituição sobre o ordenamento - o que importa é somente o conteúdo tratado - aspecto material.

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Questões para fixar:

1. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Sob o ponto de vista jurídico, a supremacia da Constituição sob os aspectos formal e material se apóia na regra da rigidez decorrente da maior dificuldade para modificação da Constituição do que para a alteração das demais normas jurídicas.

2. (FCC/EPP-SP/2009) O princípio da supremacia hierárquica ou formal da Constituição está diretamente relacionado com a rigidez das normas constitucionais.

3. (ESAF/PGFN/2007) A supremacia jurídica da Constituição é que fornece o ambiente institucional favorável ao desenvolvimento do sistema de controle de constitucionalidade.

Gabaritos:

1. E. Só se pode falar em rigidez no aspecto formal.

2. C

3. C

Constitucionalidade Congênita X Superveniente:

A inconstitucionalidade não é um evento no percurso da vigência de uma lei. A inconstitucionalidade é um defeito ao se fazer a lei, é um vício. Uma lei para ser considerada inconstitucional ela já deve estar com esse defeito desde a sua edição, logo não existe no Brasil o que chamamos de “inconstitucionalidade superveniente”, aquela que se dá ao longo do tempo, temos somente o que chamamos de inconstitucionalidade congênita, ou seja, a norma inconstitucional já nasceu inconstitucional.

Importante salientar que, se uma lei nasceu inconstitucional, esse vício de inconstitucionalidade não poderá ser sanado futuramente. Ainda que uma nova Constituição entre em vigor, esta lei inconstitucional não poderá ser convalidada, não podendo ser recepcionada pela nova lei maior, ainda que esteja materialmente compatível com o novo teor constitucional.

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Formas de inconstitucionalidade:

Inconstitucionalidade, assim, seria qualquer incompatibilidade face a Constituição (Federal ou Estadual, guardadas, obviamente, os devidos campos de atuação). Esse controle, como vimos é típico de constituições rígidas, devido a supremacia que ela exerce perante os demais atos normativos.

A inconstitucionalidade pode ocorrer de 2 diferentes modos:

Inconstitucionalidade formal – A lei adquiriu um vício no seu processo de formação. Ou seja, quem tomou a iniciativa não era competente para tal, ou o modo de votação não foi de acordo com o previsto, ou qualquer outro vício no processo.

Inconstitucionalidade material – Embora tenha se observado todo o processo legislativo de forma correta, o conteúdo veiculado pela norma é incompativel com certos ditames constitucionais.

Questões para fixar:

4. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Lei ordinária que regulamentou matéria atribuída pela Constituição à lei complementar é formal e materialmente inconstitucional, independentemente de apreciação e julgamento pelo Supremo Tribunal Federal.

5. (ESAF/CGU/2006) Segundo a doutrina majoritária e o Supremo Tribunal Federal, no caso brasileiro, como efeito do exercício do poder constituinte derivado sobre a legislação infraconstitucional existente, no caso da incompatibilidade material da norma com o novo texto constitucional, temos uma inconstitucionalidade superveniente.

6. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) É possível a declaração de inconstitucionalidade de norma editada antes da atual

Nova CF ou Emenda queproíbe a matéria "A"

CF que permitematéria "A"

Lei que trata damatéria "A" Revogação! ‐ não se pode falar em

inconstitucionalidade superveniente.Para ser inconstitucional tem que fazera averiguação da compatibilidade emface da CF do momento que foi criada.

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Constituição e que tenha desrespeitado, sob o ponto de vista formal, a Constituição em vigor na época de sua edição, ainda que referida lei seja materialmente compatível com a vigente CF.

Gabaritos:

4. E. Segundo a doutrina, trata-se apenas de inconstitucionalidade formal, já que não está ocorrendo vício ao tratar o conteúdo, mas sim, escolhendo-se a forma errada para se tratar este conteúdo.

5. E. Não temos no Brasil a adoção de inconstitucionalidade superveniente.

6. C

Natureza do Controle de Constitucionalidade:

Segundo a doutrina, o controle de constitucionalidade pode ser:

Político - quando exercido por órgãos que não pertencem ao Judiciário;

Jurisdicional - quando exercido por órgãos pertencentes ao Judiciário;

Misto - quando existe a reserva de algumas normas para o controle político e de outras normas para o controle judiciário.

Costuma-se dizer que o Brasil adota o controle jurisdicional, pois todas as normas estão sujeitas a um controle por parte do judiciário. Não há reservas feitas a outros poderes.

Questões para fixar:

7. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) No Brasil, o controle de constitucionalidade realiza-se mediante a submissão das leis federais ao controle político do Congresso Nacional e as leis estaduais, municipais, ou distritais ao controle jurisdicional.

8. (ESAF/MRE/2004) O sistema de controle de constitucionalidade adotado no Brasil é o sistema misto, uma vez que há um controle político da constitucionalidade das leis, exercido pelo Poder Executivo e pelo Poder Legislativo, e um controle jurisdicional, exercido pelo Poder Judiciário.

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Gabaritos:

7. E. No Brasil, a regra é o sistema jurisdicional, independente da esfera da norma.

8. E. Segundo a doutrina majoritária, trata-se de controle jurisdicional. O controle misto é caracterizado por sujeitar algumas espécies normativas ao controle jurídico, e outras ao controle político (órgãos que não são do poder judiciário), este controle misto, segundo o autor não seria adotado no Brasil.

Momento do controle:

O controle da constitucionalidade pode ocorrer em 2 momentos distintos: antes ou depois da promulgação da lei (ou emenda constitucional). Antes da promulgação, a lei ainda “não existe”, é apenas um projeto de lei. A promulgação é que dirá: Existe a lei!

Assim, quanto ao momento, podemos ter:

Controle Preventivo – Controle sobre o projeto de lei.

Controle Repressivo – Controle sobre a lei já promulgada.

Controle preventivo:

O controle preventivo de constitucionalidade pode ocorrer no âmbito dos 3 poderes. Cronologicamente temos:

1º controle – Legislativo:

Quando um projeto de lei é proposto, ele já começa a sofrer o 1º controle, que é o controle no próprio legislativo exercido pelas chamadas “CCJ” – Câmara de Constituição e Justiça – que é denominada CCJ e Redação no âmbito da Câmara dos Deputados e CCJ e Cidadania no âmbito do Senado Federal. Se a CCJ entender que o projeto viola preceitos da Constituição, arquivará o projeto.

2º Controle – Judiciário:

Se um projeto de lei “sobrevive” à CCJ, não quer dizer que ele já pode se considerar constitucional, longe disso. Ainda durante o seu trâmite no Congresso Nacional, algum parlamentar (e somente o parlamentar), que enteda que o projeto seja inconstitucional, poderá impetrar um mandado de segurança no STF, pois os parlamentares tem o direito líquido e certo de participar de um processo legislativo que seja juridicamente correto. Se este direito for violado, deliberando-se sobre um projeto que entenda inconstitucional ou de

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forma contrária ao processo legislativo previsto, poderá acionar o judiciário por tal ação.

Uma observação que deve ser feita é que é este controle possui a particularidade de ser difuso, por “via de exceção”, ou seja, o parlamentar na verdade quer participar de um processo legislativo hígido, o pedido de declaração de inconstitucionalidade foi apenas um “acidente de percurso”, é um incidente, daí também ser dito, que é incidental.

3º Controle – Executivo:

Última chance de um projeto não se tornar lei por inconstitucionalidade. Ocorre quando, ao fim do processo legislativo, o projeto é encaminhado ao Presidente da República para que este o sancione ou vete o projeto. O Presidente possui o poder de vetar leis através do art. 66 § 1º da Constituição:

"Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15 dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de 48 horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto".

Assim, o presidente possui o poder de 2 tipos de veto:

Veto Político - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, contrário ao interesse público.

Veto Jurídico - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional.

O único veto que é controle de constitucionalidade é o veto jurídico!

Questões para fixar:

9. (CESPE/TRE-MA/2009) É inadmissível o controle jurisdicional de constitucionalidade de proposição legislativa em trâmite, por ainda não existir lei ou ato normativo passível de controle de constitucionalidade.

10. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) O Presidente da República poderá ajuizar ação direta de inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, a fim de que seja arquivada proposta de emenda à Constituição tendente a abolir cláusula pétrea.

11. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Admite-se o controle concentrado de constitucionalidade sobre o processo de elaboração de leis e emendas à Constituição, sendo que apenas os parlamentares

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são legitimados à propositura de ação perante o Supremo Tribunal Federal.

12. (CESPE/AGU/2009) É admissível o controle de constitucionalidade de emenda constitucional antes mesmo de ela ser votada, no caso de a proposta atentar contra cláusula pétrea, sendo o referido controle feito por meio de mandado de segurança, que deve ser impetrado exclusivamente por parlamentar federal.

13. (CESPE/FINEP/2009) Embora o Poder Executivo possa negar-se a aplicar ato normativo manifestamente inconstitucional, exercendo o controle de constitucionalidade repressivo, não há previsão no ordenamento jurídico brasileiro para que exerça também o controle de constitucionalidade preventivo.

Gabaritos:

9. E. Neste caso ocorre o chamado controle preventivo de constitucionalidade, ou seja, faz-se um controle antes da promulgação do projeto de lei para que ele sequer venha a integrar o ordenamento jurídico.

10. E. No momento em que falamos de “proposta” de Emendas, estamos falando de um controle preventivo de constitucionalidade. Veremos que a ADI é instrumento de controle repressivo de constitucionalidade.

11. E. A questão trata do controle de constitucionalidade preventivo no STF, através de Mandado de Segurança impetrado por parlamentar (e realmente só o parlamentar). Para a ESAF, porém, tal hipótese é de controle difuso e não de controle concentrado, já que está levando ao conhecimento do STF uma discussão que se iniciou em outro órgão (Poder Legislativo).

12. C

13. E. O Presidente exercerá o controle preventivo de constitucionalidade ao fazer o veto jurídico,

Controle Repressivo:

O controle repressivo é o que se faz sobre a lei já promulgada, ainda que pendente de publicação, desde que esta venha a ocorrer antes do julgamento (ADI 3367/DF - DISTRITO FEDERAL). Este controle também poderá ser feito por cada um dos 3 poderes.

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Controle repressivo pelo Executivo:

Esse controle na verdade é decorrente de uma jurisprudência do STF (RTJ 151/331). Segundo esta jurisprudência, admite-se que o chefe do executivo (Presidente, Governador ou Prefeito) se recuse, por ato administrativo expresso e formal, a dar cumprimento a uma lei ou outro ato normativo que entenda ser flagrantemente inconstitucional, até que a questão seja apreciada pelo Poder Judiciário.

Alexandre de Moraes [Direito Constitucional, 14ª Ed., Atlas] ensina que: “O Poder Executivo, assim como os demais Poderes do Estado, está obrigado a pautar sua conduta pela estrita legalidade (...). Dessa forma, não há como exigir-se do chefe do Poder Executivo o cumprimento de uma lei ou ato normativo que entenda flagrantemente inconstitucional, podendo e devendo, licitamente, negar-se cumprimento, sem prejuízo do exame posterior pelo Judiciário. Porém, como recorda Elival da Silva Ramos, ‘por se tratar de medida extremamente grave e com ampla repercussão nas relações entre os Poderes, cabe restringi-la apenas ao Chefe do Poder Executivo, negando-se a possibilidade de qualquer funcionário administrativo subalterno descumprir a lei sob a alegação de inconstitucionalidade (...). Portanto, poderá o Chefe do Poder Executivo determinar a seus órgãos subordinados que deixem de aplicar administrativamente as leis ou atos normativos que considerar inconstitucionais”.

Questões para fixar:

14. (CESPE/TRE-MA/2009) O chefe do Poder Executivo não pode deixar de cumprir lei ou ato normativo que entenda flagrantemente inconstitucional, sob pena de afronta à competência e à atuação dos Poderes Legislativo e Judiciário.

15. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) O Chefe do Poder Executivo, considerando determinada lei inconstitucional, poderá determinar a seus subordinados que deixem de aplicá-la. Da mesma forma, o Ministro de Estado poderá determinar a seus subordinados que deixem de aplicar determinado ato normativo, relativo à sua pasta, que considere inconstitucional.

Gabaritos:

14. E. Ele tem este poder.

15. E. A competência é somente do Presidente, não podendo ser delegada.

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Controle repressivo pelo Legislativo:

O controle repressivo no Legislativo pode ocorrer basicamente em duas hipóteses. A primeira hipótese é a definida no art. 49, V da Constituição:

“Compete ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.

Assim o Congresso Nacional atuará controlando os limites constitucionais à atuação do Presidente da República. E fará isso do seguinte modo:

Sustando os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar: O art. 84, IV permite que o Presidente da República edite decretos para regulamentar as leis. Esse é o poder regulamentar do Presidente, que ao ser usado fora dos limites da lei a ser regulamentada, poderá sofrer sustação pelo Congresso. É importante salientarmos que, embora a doutrina considere isso um controle de constitucionalidade, segundo o STF (RE 349307 AgR/ PR - PARANÁ), se o regulamento extrapolou os limites da lei não seria caso de inconstitucionalidade, mas de ilegalidade.

Sustando os atos normativos que exorbitem dos limites da delegação legislativa: O Presidente da República pode editar leis delegadas (art. 68), para isso pede que o Congresso Nacional através de uma resolução conceda este poder a ele. Esta resolução também trará os limites a serem observados na edição da lei delegada. Se estes limites da resolução forem ultrapassados, a lei delegada poderá ser objeto de sustação.

A segunda hipótese de controle de constitucionalidade repressivo por parte do Legislativo ocorre quando o Congresso, através de uma comissão mista, aprecia se a medida provisória observou os seus pressupostos constitucionais de relevância e urgência.

Obs. 1 - No Brasil, somente as decisões do Judiciário é que são dotadas de definitividade. Então, o STF admite inclusive o controle jurisdicional em cima deste controle por parte do Legistlativo. Desta forma, nada impede que o decreto legislativo que sustou o ato do Presidente da Repúbública (conforme acabamos de ver) seja objeto de impugnação perante o Judiciário.

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Obs 2 - Não é admitido que o Poder Legislativo proceda à feitura de uma lei em que sejam declaradas inconstitucionais outras leis. Ou seja, se uma lei passou por todo o processo legislativo e está em vigor, perfeita e acabada. Não poderá o Poder Legislativo voltar atrás e retirar esta lei do ordenamento com fundamento na inconstitucionalidade. O Legislativo poderá, no máximo, proceder uma nova lei que revogue a anterior, mas não declará-la inconstitucional, isso é papel do Judiciário.

Questões para fixar:

16. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) O Congresso Nacional, ao rejeitar medida provisória, está atuando preventivamente no controle de constitucionalidade, haja vista a espécie normativa não ter ingressado de forma definitiva no ordenamento jurídico pátrio.

Gabaritos:

16. E. Não é um controle preventivo e sim um controle repressivo.

Controle repressivo pelo Judiciário:

O controle repressivo no judiciário é a parte mais cobrada em concursos, já que é também o mais utilizado para se controlar a constitucionalidade das normas. O controle jurisdicional é feito de 2 formas: a forma concentrada (feita diretamente em um único órgão) e a forma difusa (que “se espalha”, está aberto à vários órgãos).

Costuma-se dizer que o controle repressivo pelo judiciário é misto pois admite tanto a forma concentrada, quanto a forma difusa. Não confunda este controle repressivo judiciário misto. Com o sitema misto quanto à natureza do controle que vimos no início.

Orgão Especial e a Cláusula da Reserva de Plenário:

Antes de adentramos nos estudos do controle concentrado e difuso, é importante que saibamos que qualquer juiz tem o poder de declarar inconstitucional uma norma. Porém, obviamente, desta declaração caberá recurso às instâncias superiores, no caso de um juizo monocrático (juiz singular). Qualquer tribunal também poderá declarar a inconstitucionalidade de norma, mas no caso de tribunais, estes devem observar o chamado princípio da reserva de plenário.

Mas o que seria este princípio?

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Antes de falarmos sobre o princípio da reserva de plenário, precisamos nos atentar a formação do órgão especial. Assim versa a Constituição:

"Nos tribunais com número superior a 25 julgadores, poderá ser constituído órgão especial (OE), com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno" (CF, art. 93, XI).

Assim, o órgão especial absorverá funções que antes pertenceriam ao pleno do tribunal. Por que isto é importante? Pois assim, podemos entender o art. 97 da Constituição que fala exatamente do princípio da reserva de plenário:

"Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros (pleno) ou dos membros do respectivo órgão especial (OE) poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público".

Assim, os chamados "órgãos fracionários" de um tribunal (turma, câmara, etc.) não têm, em princípio, competência para declarar inconstitucionalidade de normas, somente possuem esta competência o pleno do tribunal ou, caso exista, o órgão especial. Sempre, então, que um processo chegar a um tribunal, e no curso deste processo for arguida a inconstitucionalidade de alguma lei, os órgãos fracionários devem paralisar o julgamento e remeter a arguição de inconstitucionalidade ao pleno ou OE, para que este possam decidir sobre a inconstitucionalidade ou não da norma arguida. Veja que a incompetência do órgãos fracionários, foi dita como, apenas, em princípio, pois assim versa o Código de Processo Civil:

"Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão" (CPC, art. 481, Parágrafo único).

Assim, dispensa-se o envio do feito ao pleno ou OE quando já existir decisão sobre o tema proferida anteriormente pelo próprio OE, pelo pleno ou pelo STF.

É muito oportuno citarmos neste momento a Súmula Vinculante nº 10:

"Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97)a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de

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lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte".

Questões para fixar:

17. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) No Brasil, o controle de constitucionalidade repressivo jurídico ou judiciário é misto, pois exercido tanto da forma concentrada, quanto da forma difusa.

18. (CESPE/FINEP/2009) Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial, podem os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público.

19. (ESAF/AFRFB/2009) A cláusula de reserva de plenário não veda a possibilidade de o juiz monocrático declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

20. (ESAF/AFT/2006) O "princípio da reserva de plenário" impede que o juiz singular declare a inconstitucionalidade de lei em suas decisões.

21. (ESAF/PFN/2006) Os órgãos fracionários de tribunais de segundo grau não podem declarar a inconstitucionalidade de uma norma ordinária, mas podem, sem declarar explicitamente a inconstitucionalidade, afastar a incidência da norma ordinária pertinente à lide, para decidir essa mesma lide sob critérios diversos que estimem extraídos da Constituição.

22. (ESAF/PFN/2006) Suponha que o Supremo Tribunal Federal tenha declarado a inconstitucionalidade de uma lei federal, ao julgar um mandado de segurança. O órgão fracionário do tribunal de segunda instância, deparando-se com a mesma argüição de inconstitucionalidade do diploma, não deverá suscitar o incidente de inconstitucionalidade, mas deverá simplesmente aplicar a decisão de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

Gabaritos:

17. C

18. C

19. C

20. E. Princípio da reserva de plenário só se aplica aos tribunais, assim, qualquer juiz singular pode declarar a inconstitucionalidade monocraticamente.

21. E. Isso contraria a súmula vinculante 10.

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22. C

Controle Concreto (Difuso)

O controle concreto ocorre quando tenta-se no curso de um processo judicial (caso concreto) argumentar que certa norma está causando efeitos indevidos, e isso porque é contrária aos preceitos constitucionais. Assim, a pessoa que acha que a norma é inconstitucional não pede diretamente que o juiz declare a norma como inválida, mas sim, que resolva o seu problema concreto. A declaração de inconstitucionalidade da norma é apenas um meio para resolver a controvérsia, um “acidente” no caminho, daí ser chamado também de um controle incidental. A discussão da constitucionalidade no controle difuso, pode se dar com a impetração de qualquer ação, até mesmo ação civil pública ou mandado de segurança.

Dizemos que este controle é difuso pois ele não possui um órgão específico para seu controle. Vimos que qualquer juiz pode declarar a inconstitucionalidade de norma e desta decisão ainda cabe recurso. Destarte, em regra, o controle difuso percorre os seguintes órgãos:

Juiz singular (1º grau) ---> recurso---> Tribunal de Justiça ---> (recurso extraordinário) ---> STF

Veja que para chegar ao STF se faz um “recurso extraordinário” (R. Ex). Este "R.Ex" é um tipo de recurso privativo do STF quando se quer levar a este tribunal alguma matéria constitucional. Assim então dispões a CF, em seu art 102, III:

"Compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário (R. Ex.), as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) (omissis)"

Veja que o STF admitirá o R. Ex. quando a decisão de algum tribunal contrariar dispositivo da Constituição. Também admitira caso a decisão do tribunal recorrido decidir por fulminar uma lei federal ou algum tratado.

A alínea "c" é muito cobrada em concursos, já que ela admite o R.Ex somente caso a decisão do tribunal recorrido declare válida a lei ou ato local. Ou seja, confrontou-se a lei ou ato local com a Constituição Federal e decidiu: a lei é válida! Caso a decisão fosse "a lei é inválida"

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não caberia R. Ex., pois no confonto prevaleceu a Constituição. Veja que existe uma diferença se o ato questionado é federal ou local (estadual ou municipal):

Lei Federal - Se no confronto com a CF, for julgada inválida - cabe R. Ex.

Lei Local - Se confrontada com a CF, for julgada válida - cabe R. Ex.

Não comentamos a alíena "d", pois ela é um caso de conflito federativo e não de controle de constitucionalidade.

O R. Ex, não é um recurso tão fácil de se interpor, pois há requisito de admissibilidade inserido pela EC 45/04 que é a existência de “repercurssão geral” sobre a matéria suscitada, podendo, o tribunal negar a admissão deste recurso se assim votarem 2/3 de seus membros.

Observação:

Vimos que qualquer juiz, e qualquer tribunal pode declarar inconstitucionalidade de normas através do controle difuso. Segundo a súmula 347 do STF, até mesmos o Tribunal de Contas, que não é um órgão do Judiciário, mas sim um órgão técnico, auxiliar do Legislativo, pode, no exercício de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Lembramos que trata-se de um controle exercido somente sobre o caso concreto.

Controle difuso e seus sinônimos:

O controle difuso pode vir na prova com os seguintes nomes:

.Controle concreto: Pois analisa-se o caso concreto, ou seja, os efeitos que a lei produziu naquela situação, e não a lei em si, em abstrato.

.Controle incidental (incidenter tantum): Na verdade o que o autor do pedido quer é que tenha o seu problema resolvido, sendo a declaração de inconstitucionalidade apenas o caminho para que alcance isso, a inconstitucionalidade é apenas um “acidente”.

.Controle difuso (ou aberto): Pois não fica circunscrito a um único órgão (STF ou no TJ), mas, está aberto à qualquer juiz ou tribunal.

.Controle indireto - pois é incidental e não diretamente feito.

.Controle por via de exceção: exeção = defesa, recursos... (grosseiramente falando).

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.Controle com uso da competência recursal ou derivada: Pois no caso do STF, ele reconhecerá a causa através de um recurso extraordinário e não no uso da sua competência originária.

.Controle norte-americano: Pois, tem sua origem histórica no direito norte-americano, no célebre caso Marbury versus Madison.

Questões para fixar:

23. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Na via de exceção, a pronúncia do Judiciário, sobre a inconstitucionalidade, não é feita enquanto manifestação sobre o objeto principal da lide, mas sim sobre questão prévia, indispensável ao julgamento do mérito.

24. (ESAF/PGDF/2007) É juridicamente legítimo que uma sentença em ação civil pública movida pelo Ministério Público afirme a inconstitucionalidade de lei.

25. (ESAF/PFN/2006) Nas ações diretas de inconstitucionalidade, o autor deverá demonstrar a repercussão geral da questão discutida no caso, a fim de que o Tribunal examine a admissão da ação.

26. (ESAF/Juiz Substituto-TRT 7ª/2005) A Constituição veda aos tribunais regionais do trabalho exercer o controle incidental de constitucionalidade de leis estaduais ou municipais.

27. (CESPE/TRE-MA/2009) O STF considera legítima a utilização da ação civil pública como instrumento de fiscalização incidental de constitucionalidade de leis ou atos do poder público municipal, pela via difusa, quando a controvérsia constitucional não se apresentar como o único objeto da demanda, mas como questão prejudicial, necessária à resolução do conflito principal.

28. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No controle posterior ou repressivo de constitucionalidade, os TCs têm competência para declarar a inconstitucionalidade das leis ou dos atos normativos em abstrato.

Gabaritos:

23. C

24. C. Nada impede que em um controle incidental, no caso concreto, decida-se pela inconstitucionalidade da lei em no curso do processo de uma ação civil pública.

25. E. Isto só é necessário no Recurso Extraordinário, não se aplica às ações diretas.

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26. E. Não existe tal vedação, o controle incidental, durante a análise de um caso concreto, pode ser exercido por qualquer juiz e sobre qualquer lei.

27. C

28. E. Segundo a súmula 347 do STF, O Tribunal de Contas pode, no exercício de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Porém, trata-se de um controle exercido sobre o caso concreto e não em abstrato, esta competência é apenas do STF (no caso de ofensa à Constituição Federal) e dos TJ´s (no caso de ofensa às Constituições Estaduais).

Controle Concentrado

O controle concentrado, diferentemente do difuso, é feito diretamente no órgão responsável por guardar a Constituição, logo, será no STF em se tratando de Controle Federal, ou no TJ, em se tratando de Controle Estadual. Somente estes 2 órgãos fazem controle concentrado - STF ou TJ -, enquanto o controle difuso pode ser feito por qualquer juiz ou qualquer tribunal.

Controle Concentrado e seus sinônimos:

O controle concentrado pode vir na prova com os seguintes nomes:

.Controle em abstrato, ou da lei em tese: Pois se faz o controle da norma em si, independente dos efeitos concretos que ela tenha gerado, discute-se a sua validade no campo abstrato do direito.

.Controle Concentrado (ou reservado): O controle concentrado é feito diretamente no órgão responsável por guardar a Constituição, logo, será no STF em se tratando de Controle Federal, ou no TJ, em se tratando de Controle Estadual.

.Controle direto: Pois não é incidental.

.Controle por via de ações: Pois o instrumento para se chegar ao “órgão guardião” será obrigatoriamente uma das 3 ações (ADI, ADC ou ADPF).

.Controle com uso da competência originária: Pois o órgão guardião é o primeiro a julgar a causa, ela chegou diretamente a ele e não através de recursos advindos de outros órgão.

.Controle austríaco: Pois foi idealizado por Hans Kelsen, jurista austríaco defensor da supremacia da Constituição, e da Constituição em sentido jurídico e formal.

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ADI/ADC/ADPF:

Vimos que este controle é por via de ações. Que ações são essas? São 3: ação direta de inconstitucionalidade – ADI –, ação declaratória de constitucionalidade – ADC -, ou argüição de descumprimento de preceitos fundamentais – ADPF. Elas são reguladas pelas leis 9868/99 (ADIN e ADECON) e 9882/99 (ADPF).

Quem pode propor estas ações?

Os legitimados estão dispostos taxativamente no art. 103 da CF, e se dividem em 2 grupos: os legitimados universais e os legitimados especiais. Estes são chamados especiais pois precisam demonstrar pertinência temática para propor a ação, ou seja, que tenham efetivo interesse na causa.

1- O Presidente da República;

2- O PGR;

3- O CONSELHO FEDERAL da OAB;

4- Partido político com representação no CN;

5- A Mesa de qualquer das Casas Legislativas;

6- A Mesa de Assembléia Legislativa Estadual ou Câmara Legislativa do DF;

7- O Governador de Estado/DF;

8- Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Observações:

1- Observe que a Mesa do CN não tem legitimidade para propor ADIN e ADECON;

2- A perda da representação do partido político junto ao CN NÃO prejudica a ação já impetrada;

3- O STF reconhece, desde 2004 após rever a sua jurisprudência, a legitimidade ativa das chamadas associação de associações para fins de ajuizamento da ADI.

Legitimados Universais: Não precisam demonstrar pertinência temática.

Legitimados Especiais: Precisam demonstrar pertinência temática.

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Questões para fixar:

29. (ESAF/AFRFB/2009) O sistema de controle Judiciário de Constitucionalidade repressiva denominado reservado ou concentrado é exercido por via de ação.

30. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A partir da promulgação da Constituição de 1988, o cidadão brasileiro conta com uma multiplicidade de formas de participação política sem precedentes na história do País. É uma forma de participação popular na esfera pública a possibilidade de qualquer cidadão propor individualmente Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal.

31. (ESAF/AFRFB/2009) O Supremo Tribunal Federal, em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, exige pertinência temática, quando a ação é proposta pelo Governador do Distrito Federal.

32. (ESAF/TFC-CGU/2008) O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade.

33. (ESAF/TFC-CGU/2008) Os Prefeitos tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade

34. (ESAF/TFC-CGU/2008) O Presidente da República tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade.

35. (ESAF/TFC-CGU/2008) O partido político com representação no Congresso Nacional tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade.

36. (ESAF/PGFN/2007) A Mesa do Congresso Nacional não tem legitimidade para a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade.

37. (ESAF/PGFN/2007) A perda da representação do partido político junto ao Congresso Nacional implica na perda da capacidade postulatória, com conseqüente extinção, sem resolução do mérito, da Ação Direta de Inconstitucionalidade anteriormente proposta.

38. (ESAF/PGFN/2007) O Supremo Tribunal Federal não reconhece a legitimidade ativa das chamadas associação de associações para fins de ajuizamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade.

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39. (ESAF/Téc. Adm. - ANEEL/2006) Não tem legitimidade para propor a ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal: O Presidente do Congresso Nacional.

40. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Se determinado legitimado constitucional ajuizar, perante o STF, ação direta de inconstitucionalidade, tendo por objeto emenda constitucional pendente de publicação oficial, então, nesse caso, de acordo com entendimento do STF, mesmo que a publicação venha a ocorrer antes do julgamento da ação, a hipótese será de não conhecimento da ação direta de inconstitucionalidade, uma vez ausente o interesse processual.

Gabaritos:

29. C

30. Errado. A ação direta de inconstitucionalidade (ADI) só poderá ser proposta pelos legitimados do art. 103 CF, o qual não inclui o cidadão.

31. C

32. C

33. E. Entre os chefes do executivo, somente o Presidente da República e os Governadores é que são legitimados pelo art. 103 da CF. Mas, a questão foi falha, pois embora eles não possam propor a ação em âmbito federal, eles poderão propor no âmbito estadual junto ao TJ pelo princípio da simetria federativa. A questão deveria colocar expressamente que está tratando do âmbito federal.

34. Correto. Ele é legitimado pelo art. 103 da Constituição.

35. C

36. C

37. Errado. Segundo o STF, a perda superveniente de representação parlamentar não desqualifica o partido político como legitimado ativo para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade, tal aferição deve ser feita no momento da propositura.

38. Errado. O STF, a partir de 2004, reviu a sua jurisprudência e passou a aceitar a legitimidade ativa das "associação de associações".

39. C

40. Errado. Vimos ao definir controle repressivo, que segundo a jurisprudência do STF, firmada em 2005 (ADI 3367/DF), não há

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óbice de que seja proposta a ADI perante emenda não publicada oficialmente, desde que a publicação venha a ocorrer antes do julgamento da causa

Afinal, qual a diferença entre essas ações?

1. ADI (ou ADIN) – É impetrada quando se quer mostrar que uma norma é inconstitucional. É dividida em 3 tipos:

a) Adin genérica: É a comum, onde se pede a declaração de inconstitucionalidade de um ato normativo.

b) Adin por omissão: Objetiva fazer com que o judiciário afirme a omissão inconstitucional de algum Poder Público, ou seja, que este poder está omisso, inerte em fazer algum ato previsto constitucionalmente.

c) Adin interventiva: Objetiva decretar a intervenção federal em um Estado que descumpriu os princípios constitucionais sensíveis previstos na (CF, art. 34, VII). Diferentemente das duas outras, que poderão ser propostas por todos os legitimados do art. 103. Na ADI interventiva, somente o PGR é legitimado.

2. ADC (ou ADECON) – Aqui não se pede a declaração de inconstitucionalidade da lei, é justamente o contrário, está se pedindo que se afirme a constitucionalidade dela. Ora, sabemos que as normas possuem presunção de constitucionalidade, por que alguém pediria isso? Pelo simples fato dessa presunção ser relativa, admite-se prova em contrário para derrubá-la. Então, após ocorrer o que a lei chama de “controvérsia judicial relevante” – que é requisito para admiti-la – o STF poderá tomar conhecimento da causa e afirmar ou não a sua constitucionalidade, para que a presunção deixe de ser relativa e passe a ser absolutra.

3. ADPF – É uma ação que poderá ser proposta segundo a lei 9882/99 “quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal” desde que haja um importante requisito: “não exista nenhum outro meio hábil capaz de resolver esse problema”. Então a ADPF só pode ser usada em caráter residual, ou seja, como último recurso para resolver a controvérsia.

Outra importante disposição da lei é o fato de ela dizer: “Caberá ADPF inclusive contra atos anteriores à Constituição”

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Ora, irá controlar os atos anteriores à Constituição? É isso mesmo? Mas a inconstitucionalidade não tem que ser congênita?

Exatamente isso, por este motivo temos o seguinte entendimento em se tratando de atos normativos anteriores à Constituição:

Leis anteriores a 1988 X Constituição da época em que foram criadas:

Só caberá controle concreto;

Este controle poderá verificar a compatibilidade tanto material quanto formal entre a lei e a “sua” CF;

A decisão será: A lei é inconstitucional ou a lei é constitucional.

Leis anteriores a 1988 x CF/88:

Poderá ser usado além do controle concreto, a ADPF,

O controle será para verificar apenas a compatibilidade material;

Pois, como não existe inconstitucionalidade superveniente, a decisão dirá: A lei foi recepcionada ou a lei não foi recepcionada (foi revogada).

Agora, muita atenção a isso:

ADIN – Só veicula leis federais ou estaduais

ADECON – Só veicula leis federais

ADPF – Veicula qualquer lei: federal, estadual ou municipal;

Observações:

1- Meios para o controle abstrato: O controle de constitucionalidade em abstrato se faz apenas através destas 3 ações, ou seja, não há possibilidade de se verificar a constitucionalidade de uma lei em tese (seu teor abstrato) que não seja no uso de alguma destas 3 ações. Assim decidiu o STF:

• Ação civil pública não é instrumento idôneo para se discutir instituição inconstitucional de tributo (pois assim, estaria analisando em tese a lei instituidora, e não os casos concretos advindos dela).

• Não cabe mandado de segurança contra lei em tese (STF- Súmula 266).

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• O Poder Legislativo não está autorizado a aprovar lei em cujos dispositivos se declarem nulas e de nenhuma eficácia, por serem inconstitucionais, outras leis de sua autoria (uma lei não é instrumento hábil para fazer controle de constitucionalidade).

2- Causa de pedir aberta: Segundo a jurisprudência do STF, o controle de constitucionalidade abstrato possui causa de pedir “aberta”, ou seja, o STF não se vincula ao pedido do impetrante, podendo declarar a inconstitucionalidade com base em outro dispositivo. Perceba que no entanto, não ocorre dispensa da fundamentação do pedido, apenas, a fundamentação não vincula o Supremo, que poderá achar outras razões para acatar ou não o pedido dada a relevância da controvérsia.

Questões para fixar:

41. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A supremacia da Constituição exige que todas as situações jurídicas se conformem com os princípios e preceitos da Constituição, mas ainda não existe instrumento jurídico capaz de corrigir omissão inconstitucional.

42. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A ação direta de inconstitucionalidade interventiva é espécie de controle concentrado.

43. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Ação direta de inconstitucionalidade por omissão é espécie de controle difuso.

44. (ESAF/AFRFB/2009) Proclamada a inconstitucionalidade do dispositivo, pelo Supremo Tribunal Federal, julgar-se-á improcedente a ação direta de inconstitucionalidade.

45. (ESAF/PGDF/2007) Por meio da ação direta de inconstitucionalidade não é possível declarar a invalidade de uma lei anterior à atual Constituição, sob o fundamento de que tal lei violara a Constituição em vigor ao tempo da sua edição, mas é possível a declaração da inconstitucionalidade dessa mesma lei, por ser materialmente incompatível com a nova Constituição.

46. (ESAF/PGDF/2007) O direito brasileiro não conhece instrumento apto para que o Judiciário pronuncie a inconstitucionalidade de lei anterior à Constituição em vigor, por ser tal lei infringente da Constituição que estava em vigor quando editada.

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47. (ESAF/CGU/2006) Após alteração do texto constitucional que promoveu a reforma do Poder Judiciário, são legitimidados para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade interventiva os mesmos legitimados para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade por omissão.

48. (ESAF/CGU/2006) Somente caberá argüição de descumprimento de preceito fundamental em decorrência de controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal.

49. (ESAF/Juiz Substituto-TRT 7ª/2005) Leis estaduais e municipais podem ser objeto de ação declaratória de constitucionalidade proposta pelo Presidente da República.

50. (ESAF/PGE-DF/2004) O Poder Legislativo está autorizado a aprovar lei em cujos dispositivos se declarem nulas e de nenhuma eficácia, por serem inconstitucionais, outras leis de sua autoria.

51. (ESAF/PGDF/2007) O Ministério Público é parte legítima para propor ação civil pública que impugna instituição inconstitucional de tributo.

52. (ESAF/Juiz Substituto-TRT 7ª/2005) Na ação direta de inconstitucionalidade, a atividade judicante do STF está condicionada pelo pedido, mas não pela causa de pedir, que é tida como "aberta".

Gabaritos:

41. E. Para suprir a omissão inconstitucional está previsto o uso da ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADINPO), prevista no art. 103 §2º CF.

42. C

43. E. Trata-se de controle concentrado

44. E. Neste caso ela será julgada "procedente", pois o seu objetivo é justamente proclamar uma inconstitucionalidade.

45. E. Para que haja inconstitucionalidade de uma lei, esta lei deve “nascer” com o vício, não se admite o que chamamos de “inconstitucionalidade superveniente”, ou seja, a lei se tornar inconstitucional no decurso do tempo. Assim, uma lei só pode ser declarada inconstitucional perante a Constituição da época a qual foi criada, assim, ainda que possível fazer um controle de uma norma anterior a Constituição perante a Constituição vigente, este controle será apenas de “compatibilidade”, analisando-se se a norma foi recepcionada ou revogada pela nova constituição, não será um controle de

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“constitucionalidade”. Exemplo disto foi o julgamento da ADPF pelo STF que julgou como revogada a lei de imprensa anterior a CF/88, veja que a decisão não foi dada como a lei sendo “inconstitucional”, mas sim como sendo revogada.

46. E. Poderá ser usado o cotrole concreto da norma pela via difusa, o que não poderá é se usar o controle concentrado

47. E. Somente o PGR é legitimado a propor ADI iterventiva, já a ADI por omissão pode ser proposta pelos mesmos legitimados da ADI genérica que estão no art. 103 da CF.

48. E. No caso de ADPF poderá ser veiculada lei federal, estadual e até mesmo municipal.

49. E. ADC só poderá veicular leis federais (CF, art. 102, I, a).

50. E. Segundo o STF, uma lei não é instrumento hábil para fazer controle de constitucionalidade, a referida lei deveria ser submetida à controle de constitucionalidade por via de ação direta no STF, já que no Brasil temos o sistema jurisdicional de controle de constitucionalidade.

51. E. A ação civil pública não pode ser usada em substituição às ações do controle direto de constitucionalidade.

52. C

Onde essas ações são propostas?

Essas ações serão propostas no STF em caso de ofensa à Constituição Federal ou no TJ no caso de ofensa à Constituição Estadual.

STF

Guardião da Constituição Estadual = Julga às ofensas de leis perante a constituição estadual (no controle abstrato). Porém, no controle difuso irá proteger a Constituição Estadual e também a Federal.

TJ

Guardião da Constituição Federal = Julga às ofensas de leis perante a Constituição Federal somente.

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Assim, só existem dois tipos de controle concentrado feito pelo Judiciário brasileiro: o controle feito face à Constituição Federal, que só o STF pode fazer e o controle concentrado face à Constituição Estadual, que só o TJ pode fazer.

Questões para fixar:

53. (ESAF/AFRFB/2009) O Supremo Tribunal Federal não admite controle concentrado pelo Tribunal de Justiça local de lei ou ato normativo municipal contrário, diretamente, à Constituição Federal.

54. (CESPE/Advogado - CEHAP-PB/2009) Eventual impugnação em abstrato de lei municipal em face da CF deve ser feita por meio da arguição de descumprimento de preceito fundamental perante o tribunal de justiça.

Gabaritos:

53. C. Controle concentrado no TJ é só para ofensas à C. Estadual.

54. E. O Tribunal de Justiça não tem competência para o julgamento em abstrato em face da Constituição Federal.

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Quadro-resumo do controle de constitucionalidade:

Controle Preventivo Controle Repressivo

Conceito Realizado sobre projetos de lei ou propostas de emendas constitucionais

Realizado sobre a lei ou emenda já promulgadas

No Legislativo Feito pelas câmaras de constituição e justiça (CCJ).

Ocorre quando o CN usando sua prerrogativa do art. 49, V susta leis delegadas exorbitantes ou quando o CN aprecia os pressupostos constitucionais da medida provisória.

No Executivo Feito pelo veto JURÍDICO do presidente.

Pela prerrogativa que o Presidente tem (e somente o Presidente) de ordenar que seus subordinados não apliquem certa lei que ele considera inconstitucional

No Judiciário Feito através de mandado de segurança impetrado por parlamentar que considera que um projeto de lei inconstitucional está sendo levado à votação no Legislativo e a CCJ não impediu o seu trâmite.

Feito através das vias concentradas ou pelas vias difusas. Aqui é onde acontecerão 95% dos casos de controle de constitucionalidade.

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Controle de Constitucionalidade nos Estados:

A Constituição Federal foi omissa na previsão do controle de constitucionalidade no âmbito Estadual. A CF se limitou a prever em seu art. 125 § 2º que caberá ao Estado-membro instituir e regular como será a representação de inconstitucionalidade dos atos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, mas que seria "vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão", isso quer dizer que Constituição Estadual não poderá relacionar um único órgão como legitimado para propor a ADIN estadual.

Doutrinariamente, costuma-se adotar o "princípio da simetria federativa" para se estabelecer o controle estadual. Ou seja, admite-se que os Estados usem dos mesmos institutos previstos em âmbito federal porém com a respectiva correspondência. Veja a tabela exemplificativa abaixo:

Âmbito Federal Correspondente em âmbito Estadual

Presidente da República Governador

STF TJ

ADI para leis federais e estaduais ADI para leis estaduais e municipais

ADC para leis federais ADC para leis estaduais

Conselho Federal da OAB Conselho Seccional da OAB

PGR PGE (PGJ)

Controle de Constitucionalidade nos Municípios e no DF:

Não se admite controle de constitucionalidade nos Municípios, pois Município não possui Constituição e sim Lei Orgânica. Desta forma, o conflito "norma X Lei Orgânica" é um conflito de legalidade e não de constitucionalidade.

Em se tratando do DF, a Lei Orgânica do DF (LODF) é uma lei orgânica híbrida, pois dispõe de competências municipais e competências estaduais. Desta forma, a LODF é elevada ao status de constituição naquilo que disponha sobre competências estaduais, sendo previsto inclusive controle de constitucionalidade de normas em face da LODF.

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Questões para fixar:

55. (ESAF/PGFN/2007) Em respeito ao pacto federativo, a Constituição prevê a possibilidade de adoção pelos Estados-Membros e pelo Distrito Federal da Ação Declaratória de Constitucionalidade, da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão e da Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental, desde que respeitados os princípios gerais nela traçados para cada uma dessas ações.

56. (CESPE/MMA/2009) Considerando que a lei orgânica seja equivalente, no município, à sua Constituição, se uma lei ordinária municipal ferir o disposto na lei orgânica do município, então essa lei ordinária estará sujeita ao sistema de controle de constitucionalidade.

Gabaritos:

55. E. A constituição não prevê expressamente esta possibilidade.

56. E. A lei ordinária municipal que fere a lei orgânica municipal comete apenas ilegalidade

R.Ex. ao STF de norma objeto de controle direto estadual:

Havendo um controle abstrato de constitucionalidade perante o TJ, em regra ele é definitivo, não podendo “subir” ao STF. Porém, admite-se uma exceção que é no caso de a norma da Constituição Estadual a qual a lei está ferindo for uma norma de “reprodução obrigatória”, ou seja, uma norma que pertence também à CF.

Caso o TJ decida por não declarar a inconstitucionalidade da norma. Poderá o impetrante ajuizar um R. Ex. ao STF, sendo que será um caso de R. Ex em que o STF analisará a norma em abstrato e não em concreto como é a regra.

Questões para fixar:

57. (ESAF/PFN/2006) É possível o controle de constitucionalidade em abstrato, pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de recurso extraordinário, de norma municipal.

58. (CESPE/TRE-MA/2009) Compete ao STF processar e julgar originariamente a ação direta de inconstitucionalidade tendo por objeto lei ou ato normativo municipal que contrarie previsões expressas na constituição estadual, desde que constituam mera repetição de disposição prevista na CF.

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Gabaritos:

57. C. Quando uma norma municipal for impugnada face norma da Constituição Estadual que seja de reprodução obrigatória da Constituição Federal, a decisão denegatória da inconstitucionalidade poderá ser objeto de recurso extraordinário ao Supremo que analisará a norma municipal em abstrato.

58. E. A ação direta que impugna no Judiciário a inconstitucionalidade perante a Constituição Estadual é sempre proposta no TJ e não no STF. Acontece que, em se tratando de dispositivos da CF de reprodução obrigatória na CE, poderá se fazer um Recurso Extraordinário, caso a ADI estadual seja denegada. Assim, competirá ao STF conhecer da causa emgrau recursal, através de recurso extraordinário e não originariamente através de ADI.

PGR e AGU no processo do controle concentrado:

Sobre os terceiros não envolvidos no processo, diz a lei 9882/99: “Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ADIN ou ADECON”

Intervenção de terceiros é um instituto de processo civil, onde pessoas que não fazem parte do início do processo poderão, por exemplo, em seu decorrer prestar “assistência” a uma das partes ou fazer “oposição” a ambas.

A intervenção não é admitida, mas, existe a possibilidade de que em decisões complexas, de matérias relevantes, outros órgãos ou entidades se manifestem para prestar informações na qualidade de “amicus curie” (amigos da corte), e essa possibilidade é uma faculdade que o relator do processo possui e a fará por despacho irrecorrível.

O art. 103 da CF diz:

§ 1º - O PGR deverá ser previamente ouvido:

Nas ações de inconstitucionalidade; e

Em todos os processos de competência do STF.

Manifestar-se-á também previamente à edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante de cuja proposta não houver formulado.

§ 3º - O AGU será previamente citado para DEFENDER o ato ou texto impugnado, sempre que o STF apreciar

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a inconstitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo.

Assim, o AGU mesmo que não concorde, só tem 1 opção: defender a lei. Essa opção, porém, é relativizada segundo a jurisprudência do STF. Ou seja, segundo o Supremo, não precisará o AGU defender a norma cuja inconstitucionalidade já tiver sido anteriormente afirmada pela corte em outro processo, assim, não podemos falar que o AGU "sempre" irá defender a norma.

O AGU e o PGR deverão ser ouvidos pelo STF sucessivamente, cada qual, em 15 dias.

Questões para fixar:

59. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Procurador- Geral da República, que defenderá o ato ou texto impugnado.

60. (ESAF/CGU/2006) Nas ações declaratórias de constitucionalidade, é obrigatória a atuação do Advogado-Geral da União no processo como curador da presunção de constitucionalidade da lei.

61. (CESPE/AGU/2009) Quando o STF apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, compete ao Advogado-Geral da União exercer a função de curador especial do princípio da presunção de constitucionalidade da norma, razão pela qual não poderá, em hipótese alguma, manifestar-se pela inconstitucionalidade do ato impugnado.

Gabaritos:

59. E. Consoante com a Constituição em seu art. 103 § 1º, o Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. Porém, não se pode falar que o PGR irá defender o texto impugnado. Isto é competência do AGU e não do PGR (CF, art. 103 §3º). Aliás, a questão é a perfeita literalidade do disposto na Constituição, art. 103 §3º.

60. E. Ele será chamado apenas no caso de apreciação da inconstitucionalidade, pois deverá defender o dispositivo impugnado.

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61. E. A questão já estava errada à época que foi elaborada. O erro da questão foi apenas o uso do "hipótese alguma", já que ele não precisaria fazer a defesa caso já existissem precedentes do tribunal que indicassem para a inconstitucionalidade do ato. Vimos que, atualmente, no entendimento do STF o AGU já possui liberdade de agir, e poderá inclusive se manifestar dizendo que a lei é inconstitucional.

Medida cautelar nas ações diretas:

Entedendo ser um direito urgente, que se não atendido com presteza poderá gerar algum dano (periculim in mora – perigo da demora) e sendo o pedido ao menos aparentemente plausível (fumus boni iuris – fumaça do bom direito), poderá o STF conceder medida acauteladora através de uma “decisão provisória”.

Mesmo sendo decisão provisória, não podemos nos esquecer da reserva de plenário, pois está se declarando inconstitucionalidade, logo, deverá ter o voto da maioria absoluta.

Aqui a decisão é apenas ex-nunc, pois é provisória, pendente de uma decisão definitiva, que aí sim terá eficácia retroativa, ou no caso apenas da ADIN, o tribunal poderá entender que o melhor é conceder eficácia retroativa já para a medida cautelar.

Efeitos da decisão no controle jurisdicional repressivo de constitucionalidade:

Devemos lembrar que a inconstitucionalidade é um vício, algo que torna a lei inválida, logo a lei inconstitucional é uma lei nula, uma lei que nunca deveria ter existido. Assim dizemos que os efeitos da declaração de inconstitucionalidade é dito RETROATIVO (ou EX-TUNC);

Porém, existem diferenças apenas quando se trata da abrangência da decisão:

- No controle concreto, dizemos que a decisão se dá “inter-partes”, ou seja, só vale para aquelas partes que entraram em juízo e discutiram a causa. Para terceiros serem atingidos pela decisão, somente se também entrarem em juízo.

- No controle abstrato, dizemos que a decisão é “erga-omnes”, ou seja, atinge a todos. Esta é uma decisão um pouco óbvia, pois como se está discutindo a lei em si, em tese, como poderíamos falar em efeito inter-partes se não há partes em litígio?

- Diferentemente do que ocorre no controle concreto, as decisões definitivas de mérito (ou seja, só aquelas que efetivamente versem

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sobre o objeto do pedido e não uma mera decisão formal, como a inadmissão da ação por falta de pressuposto processual) no controle abstrato terão além da eficácia contra todos, vista acima, EFEITO VINCULANTE perante os demais órgãos do poder judiciário e da adminitração pública (executivo ou funções administrativas do legislativo e judiciário), seja na esfera federal, estadual ou municipal.

- Efeito vinculante significa dizer que não se poderá agir de forma contrária a decisão. Caso haja um desrespeito a isso, caberá reclamação diretamente ao Supremo.

- Muito importante é observar que o efeito vinculante que acabamos de ver não vinculará nem o Poder Legislativo, nem o prórpio STF

Exceções:

- Em se tratando do controle concreto, existe 2 modos de a decisão se tornar “erga-omnes” ao invés de “inter-partes”, são elas:

1- No caso da discussão alcançar o STF, este poderá remeter à norma ao Senado Federal, que no uso da competência atribuída a ele pelo art. 52, X da CF, PODERÁ “suspender” a execução da norma para todos. Esta decisão, porém, terá eficácia NÃO-RETROATIVA (ou EX-NUNC).

2- A segunda maneira de isso acontecer será a edição de uma súmula vinculante pelo STF, mas ele só poderá fazer isso após reiteradas decisões sobre a matéria e pela aprovação de 2/3 de seus membros.

- Existe quanto à dimensão temporal, a chamada modulação temporal dos efeitos: vimos que a regra da decisão é ter efeitos ex-tunc. Esta eficácia poderá ser afetada, caso o tribunal, alegando SEGURANÇA JURÍDICA ou EXCEPCIONAL INTERESSE SOCIAL, entenda pelo voto de 2/3 de seus membros que deve ao invés da eficácia retroativa, conceder uma eficácia ex-nunc ou a partir de outro momento que venha a fixar (pro-futuro). A jurisprudência vem admitindo, por analogia, a modulação temporal dos efeitos também no caso do controle concreto, quando então o juiz também poderá entender que a eficácia seja ex-nunc.

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Resumo dos Efeitos:

Controle Regra Exceção

STF no controle abstrato

Alcance subjetivo

Erga-Omnes -

Alcance temporal

Ex-tunc Ex-nunc (decisão de 2/3)

Controle difuso Alcance subjetivo

Inter-partes

Erga-omnes se o STF publicar súmula vinculante ou se remeter ao Senado.

Alcance temporal

Ex-tunc Ex-nunc (analogia ao abstrato)

Suspensão do ato pelo Senado

(não é controle de constitucionalidade)

Alcance subjetivo

Erga-Omnes -

Alcance temporal

Ex-nunc Ex-tunc para a adm. pública federal.

Medida Cautelar de Ações

Alcance subjetivo

Erga-Omnes -

Alcance temporal

Ex-nunc

Ex-tunc se o tribunal assim entender (previsto somente para a cautelar de ADI)

Questões para fixar:

62. (ESAF/PFN/2006) Suponha que o Supremo Tribunal Federal tenha declarado a inconstitucionalidade de uma lei federal, ao julgar um mandado de segurança. Essa declaração de inconstitucionalidade, mesmo não tendo eficácia erga omnes, apresenta efeito vinculante para todos os órgãos do Judiciário.

63. (ESAF/PFN/2006) Suponha que o Supremo Tribunal Federal tenha declarado a inconstitucionalidade de uma lei federal, ao julgar um mandado de segurança. Se um juiz de primeira instância julgar uma causa afirmando válida a lei, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal para preservar a autoridade da sua decisão.

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64. (ESAF/PFN/2006) Suponha que o Supremo Tribunal Federal tenha declarado a inconstitucionalidade de uma lei federal, ao julgar um mandado de segurança. Caberá à Câmara dos Deputados suspender os efeitos da lei, para que, então, a decisão do Supremo Tribunal Federal ostente efeitos erga omnes.

65. (ESAF/Juiz Substituto-TRT 7ª/2005) Se uma lei foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade. Nada impede que um juiz de primeiro grau afirme válida a mesma lei, ao julgar um caso concreto.

66. (ESAF/Juiz Substituto-TRT 7ª/2005) Se uma lei foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade. O Congresso Nacional fica proibido de editar outra lei de igual teor.

67. (CESPE/AGU/2009) De acordo com entendimento do STF, a decisão declaratória de inconstitucionalidade de determinada lei ou ato normativo não produzirá efeito vinculante em relação ao Poder Legislativo, sob pena de afronta à relação de equilíbrio entre o tribunal constitucional e o legislador.

68. (CESPE/AGU/2009) A decisão de mérito proferida pelo STF no âmbito de ação declaratória de constitucionalidade produz, em regra, efeitos ex nunc e vinculantes para todos os órgãos do Poder Executivo e demais órgãos do Poder Judiciário.

69. (CESPE/AGU/2009) Segundo entendimento do STF, é possível a utilização da técnica da modulação ou limitação temporal dos efeitos de decisão declaratória de inconstitucionalidade no âmbito do controle difuso de constitucionalidade.

70. (CESPE/TRT-17ª/2009) Caso o STF declare, de forma incidental, no julgamento de um recurso extraordinário, que um artigo de determinada lei federal é inconstitucional, nesse caso, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela decisão ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

71. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Sabe-se que o STF tem reconhecido, excepcionalmente, a possibilidade de modulação ou limitação temporal dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, mesmo quando proferida em sede de controle difuso. Nesse sentido, revela-se aplicável, segundo entendimento da Suprema Corte, a mesma teoria da limitação

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temporal dos efeitos, se e quando o colegiado, ao julgar determinada causa, nela formular juízo negativo de recepção, por entender que certa lei pré-constitucional se mostra materialmente incompatível com normas constitucionais a ela supervenientes.

72. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) No controle difuso da constitucionalidade a declaração de inconstitucionalidade nunca produzirá efeitos erga omnes.

73. (ESAF/AFRFB/2009) Declarada incidenter tantum a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo pelo Supremo Tribunal Federal, referidos efeitos serão ex nunc, sendo desnecessário qualquer atuação do Senado Federal.

Gabaritos:

62. E. Como se trata de controle incidental, não há efeito erga omnes nem efeito vinculante, o que só ocorreria se o controle fosse da lei em tese.

63. E. Como a referida decisão não possui efeitos vinculantes, o Juiz de primeiro grau não estará vinculado a ter o mesmo posicionamento do STF.

64. Errado. Caberá ao Senado Federal (CF, art. 52, X).

65. E. Pois a decisão de mérito em controle abstrato possui efeitos vinculantes perante os demais órgãos do Poder Judiciário. Desta forma, os demais órgãos do Judiciário ou do Executivo não poderão mais agir de forma contrária à decisão sob pena de sofrerem reclamação ao Supremo.

66. E. Os efeitos vinculantes são apenas em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública, não vinculam o Poder Legislativo.

67. C

68. E. A regra é a produção de efeitos ex-tunc, ou seja, retroativos, e não ex-nunc como diz a questão.

69. C

70. C

71. E. Não se pode usar de analogia neste caso, pois a não-recepção de norma pré-constitucional é caso de revogação e não de inconstitucionalidade. Sendo assim, a revogação ou não-revogação é decisão de cunho legislativo e não judicial, não podendo o STF limitar os efeitos.

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72. E. Após a declaração em controle difuso proferida pelo STF, o tribunal poderá enviar o expediente ao Senado, para que este, no uso da atribuição prevista na CF, art. 53, X, suste o ato normativo para todos. Atualmente, após reiteradas decisões, o STF também possui a faculdade de editar uma súmula vinculante, que também terá eficácia erga omnes, o que tornou a atribuição do Senado defasada em nosso ordenamento jurídico.

73. E. A regra de qualquer declaração de inconstitucionalidade é ter efeitos ex-tunc. O Senado será chamado apenas para transformar a declaração de inter-partes para erga omnes.

Stare decisis e o controle de constitucionalidade brasileiro:

A figura do "stare decisis" é relacionada à força vinculante dos precedentes. Nos Estados Unidos, os precedentes vinculam as futuras decisões para que haja uma estabilidade do direito. Esse "stare decisis" pode ser horizontal - vinculação de um tribunal às suas próprias decisões, ou vertical - vinculação às decisões emanadas por tribunais "superiores".

Vimos que este instituto foi previsto no Brasil apenas em se tratando do controle abstrato de constitucionalidade e de forma vertical, onde, segundo o art. 102§2º da Constituição, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vincu-lante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

Assim, não há o que se falar em "stare decisis" no controle de caso concreto.

Questões para fixar:

74. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009) Quando o Direito brasileiro adotou o controle de constitucionalidade de matriz norte-americana, a ele não veio o stare decisis, porque é elemento cultural que não se transplanta com facilidade e de pronto. Porém, a partir da Constituição de 1934, diversos sucedâneos normativos ao stare decisis foram introduzidos. Sobre eles, pode-se afirmar que a Constituição de 1988, a teor da Emenda Constitucional no 3, de 1993, prevê a ação declaratória de

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constitucionalidade, de lei ou ato normativo federal ou estadual, com "efeito vinculante".

Gabaritos:

74. E. O erro é cometido ao final da assertiva: "prevê a ação declaratória de constitucionalidade, de lei ou ato normativo federal ou estadual" - a ADC só é capaz de veicular leis federais.

Efeito repristinatório sobre as leis anteriores

Repristinação é a volta da vigência de norma que havia sido revogada. No direito brasileiro a repristinação é sempre expressa, ou seja, para que uma lei revogada volte a ter efeitos, precisa-se que uma lei futura expressamente preveja esta repristinação. Porém, a exceção a isto ocorre por ocasião do controle de constitucionalidade, já que se uma lei é inconstitucional, ela nunca poderia ter existido, não podendo ter revogado validamente outra lei. Assim, quando uma norma "X" revoga uma norma "Y" e verifica-se que a norma "X" é inconstitucional, essa revogação nunca deveria ter ocorrido, já que a norma revogadora é nula. O STF entende, então, que ocorre o chamado "efeito repristinatório", ou seja, a retomada dessa legislação anteriormente afastada (norma "Y").

É importante lembrar que, como visto, se o tribunal verificar que este efeito repristinatório irá causar algum dano às relações promovidas de boa-fé na vigência da lei "X", a chamada "segurança jurídica", ou então perceber um excepcional interesse social, poderá decidir, que os efeitos da decisão, e por conseguinte da repristinação, não irão ter efeitos retroativos (ex-tunc), mas sim, conferir um efeito não-retroativo (ex-nunc), repristinando a lei revogada apenas a partir da decisão ou de algum outro momento que venha a fixar.

Questões para fixar:

75. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Consoante jurisprudência firmada no âmbito do STF, a declaração final de inconstitucionalidade, quando proferida em sede de fiscalização normativa abstrata, importa restauração das normas anteriormente revogadas pelo diploma normativo objeto do juízo de inconstitucionalidade, considerado o efeito repristinatório que lhe é inerente.

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76. (CESPE/AGU/2009) A declaração de inconstitucionalidade de uma norma pelo STF acarreta a repristinação da norma anterior que por ela havia sido revogada, efeito que pode ser afastado, total ou parcialmente, por decisão da maioria de 2/3 dos membros desse tribunal, em decorrência de razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social.

Gabaritos:

75. C

76. C

Inconstitucionalidade Reflexa ou indireta:

O STF não admite controle de constitucionalidade concentrado, quando a inconstitucionalidade é indireta ou reflexa. Ou seja, alguns atos, normalmente normas infralegais não cometem inconstitucionalidade diretamente, eles comentem uma ilegalidade e só de forma indireta é que contrariam a Constituição. Desta forma, se um ato, antes de ser inconstitucional, é um ato ilegal, deve ser submetido a um controle de legalidade, não podendo ser objetos de ADI.

Atos sujeitos à controle concentrado de inconstitucionalidade:

O STF entende que para haver controle concentrado, precisamos estar diante de "ato normativo". O conceito de ato normativo é bem amplo e vem sendo, aos poucos, firmadas várias jurisprudências a respeito. Desta forma o STF já decidiu que cabe impugnação através de ADI, de:

- Qualquer lei ou ato normativo primário (que retira seu fundamento direto da Constituição);

- Emendas Constitucionais;

- Leis do DF no uso de sua competência Estadual;

- Decreto Autônomo;

- Regimento de tribunais;

- Resoluções Administrativas dos Tribunais e órgãos do Poder Judiciário;

- Resoluções do TRT, salvo as convenções coletivas de trabalho;

- Tratados internacionais (eles se internalizam como leis ou emendas constitucionais);

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Da mesma forma, não poderão ser objetos de impugnação por ADI:

- Súmulas, ainda que vinculantes;

- Respostas dadas pelos tribunais às consultas a eles formuladas;

- Decretos que não sejam autônomos.

- Normas originárias, pois estas são frutos de um poder inicial, ilimitado e incondicionado - é a posição majoritária brasileira - diferentemente do que pregava Otto Bachof;

- Normas já revogadas;

- Leis do DF no uso de sua competência Municipal;

Ressalto que essa lista é exemplificativa, existem vários outros diplomas que o STF aceita ou poderá vir a aceitar como passíveis de controle concentrado e muitos outros, que igualmente, não aceita ou não virá a aceitar.

Questões para fixar:

77. (CESPE/DETRAN-DF/2009) Constituem atos normativos, passíveis de controle de constitucionalidade pelo sistema concentrado, as leis, as resoluções administrativas dos tribunais, as súmulas de jurisprudência, as emendas constitucionais e as medidas provisórias.

78. (ESAF/AFRFB/2009) As Súmulas, por apresentarem densidade normativa, são submetidas à jurisdição constitucional concentrada.

79. (ESAF/PGFN/2007) Segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a norma constitucional originária não é passível de controle de constitucionalidade.

80. (CESPE/FINEP/2009) As emendas constitucionais não podem ser objeto de controle de constitucionalidade, pois introduzem no ordenamento normas de natureza constitucional.

81. (ESAF/PGDF/2007) O Supremo Tribunal Federal não tem competência para afirmar a inconstitucionalidade de emenda à Constituição votada segundo o procedimento estabelecido pelo poder constituinte originário.

82. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) O Supremo Tribunal Federal admite o controle concentrado de constitucionalidade em face de decreto, quando este, a pretexto de regulamentar lei, desvirtuar o sentido da norma.

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83. (ESAF/AFT/2006) É cabível ação direta de inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, contra lei do Distrito Federal que discipline assunto de interesse local.

84. (ESAF/Advogado-IRB/2006) Segundo o novel entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível a aplicação, no direito brasileiro, do conceito de inconstitucionalidade de normas constitucionais originárias, defendido na obra de Otto Bachof, uma vez que a enumeração de cláusulas pétreas, no texto original da Constituição, imporia uma hierarquia entre as normas constitucionais originárias.

85. (CESPE/AGU/2009) É possível a declaração de inconstitucionalidade de norma constitucional originária incompatível com os princípios constitucionais não escritos e os postulados da justiça, considerando-se a adoção, pelo sistema constitucional brasileiro, da teoria alemã das normas constitucionais inconstitucionais.

86. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) De acordo com a jurisprudência do STF, uma ação direta de inconstitucionalidade, tendo como parâmetro a Constituição Federal, pode ter por objeto legislação revogada.

87. (ESAF/PFN/2006) É inviável o controle de constitucionalidade de norma já revogada.

88. (ESAF/AFRF/2005) Não há possibilidade de ser conhecida pelo Supremo Tribunal Federal uma ação direta de inconstitucionalidade na qual se discute a constitucionalidade de um decreto.

89. (ESAF/AFRF/2005) Pode ser proposta ação direta de inconstitucionalidade em relação a qualquer lei distrital, em razão da equivalência entre o Distrito Federal e os Estados-membros.

90. (ESAF/AFRF/2005) Mesmo sendo equivalentes às emendas constitucionais, os tratados internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação, por três quintos dos votos dos respectivos membros, poderão ser objeto de controle de constitucionalidade por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade.

91. (CESPE/AJAJ - TRT 5ª/2009) As convenções coletivas de trabalho, por veicularem verdadeiras normas jurídicas, ensejam seu controle por meio de ação direta de inconstitucionalidade.

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Gabaritos:

77. E. Do rol apresentado pelo enunciado, não é passível o controle concentrado de constitucionalidade das súmulas de jurisprudências. Já que o STF decidiu que elas não possuem caráter normativo suficiente para que o controle seja exercido.

78. E. Ainda que vinculantes, não apresentam normatividade suficiente para se submeterem a controle direto.

79. C

80. E

81. E. Uma Emenda Constitucional, ainda que obedeça o rito do art. 60 da CF, poderá ser declarada inconstitucional se ferir alguma cláusula pétrea.

82. E. Trata-se de uma inconstitucionalidade reflexa - ou indireta - ou seja, não atinge diretamente a Constituição, mas atinge indiretamente, pois antes de ser inconstitucional é um ato ilegal. O STF não aceita o controle de concentrado para analisar inconstitucionalidades reflexas.

83. E. O Distrito Federal é hibrido, possui competência regional e local. Como ADIN só veicula leis federais ou estaduais, somente as normas distritais de competência regional (estadual) poderão ser levantadas ao STF e não as normas de competência local (municipal).

84. E. Não existe inconstitucionalidade de normas originárias.

85. E. Não existe declaração de inconstitucionalidade de norma originária, já que ela provém de um poder inicial, ilimitado e incondicionado.

86. E. Não é possivel, segundo o STF, a impugnação de lei revogada através de controle direto de constitucionalidade.

87. E. Embora não possamos vislumbrar um controle concentrado por via de ações, nada impede que no caso concreto essa norma possa estar sendo alvo de impugnação.

88. E. Poderá se o decreto for autônomo.

89. E. Somente contra leis de natureza estadual do DF é que poderá ser proposta a ADI.

90. C

91. E. O STF não admite o controle direto da constitucionalidade das convenções coletivas de trabalho, por não haver densidade normativa suficiente para tal.

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Generalidade e abstração para o controle direto de constitucionalidade:

Antes de 2007, era pacífico no Supremo que, para uma norma ser objeto de impugnação por ação direta, esta norma deveria ter os requisitos de "generalidade e abstração", ou seja, não ser uma norma geral, abstrata, que não atingiria fatos nem destinatários especificados. Porém, esta jurisprudência foi revista, já que, assim, não se admitiria a impugnação através de ADI de normas orçamentárias, já que estas são consideradas leis de efeitos concretos. Elas se revestem de lei formal, porém, atingem fatos específicos e não fatos abstratos.

Em 2007, o Supremo admitiu a impugnação da MP 405/2007 através da ADI 4048.

Desta forma, atualmente, adota-se a seguinte posição:

Atos de efeitos concretos não revestidos sob a forma de lei ou medida provisória - Não podem ser objeto de ADI. (Esta é a regra)

Atos de efeitos concretos revestidos sob a forma de lei ou medida provisória - Podem ser objeto de ADI. (Esta é a exceção).

Questões para fixar:

92. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Segundo posicionamento atual do STF, não se revela viável o controle de constitucionalidade de normas orçamentárias, por serem estas normas de efeitos concretos.

93. (ESAF/AFRFB/2009) Atos estatais de efeitos concretos se submetem, em sede de controle concentrado, à jurisdição abstrata.

Gabaritos:

92. E. Segundo o STF, não é mais requisito para o controle direto de constitucionalidade a "abstração" dos efeitos da lei. Assim, ainda que o ato seja de efeitos concretos como as leis orçamentárias, poderá estar sujeito ao controle direto de constitucionalidade, desde que este ato esteja revestido sob a forma de uma lei.

93. E. Se falasse em "leis" a resposta seria correto.

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Declaração de Inconstitucionalidade Conforme a Constituição:

A Inconstitucionalidade conforme à Constituição ou simplesmente interpretação conforme é uma técnica de interpretação constitucional usada quando ocorre um conflito entre algum ou alguns dos sentidos que uma norma pode assumir e a Constituição. Ou seja, se uma norma admite várias interpretações possíveis, sendo que uma ou mais destas interpretações possíveis for contrária à Constituição, deve, o juiz ou tribunal, não declarar a inconstitucionalidade da norma, mas sim impedir que se aplique a norma no sentido inconstitucional. Copiando o que é visto em interpretação constitucional, temos as seguintes decorrências deste princípio:

• Não se declara inconstitucional uma norma a qual possa ser atribuída uma interpretação constitucional (princípio da conservação das normas);

• A constituição sempre deve prevalecer - Sempre se interpretam as leis conforme à Constituição, nunca se interpreta a Constituição conforme as leis (Princípio da prevalência da Constituição).

• Somente é aplicável a normas que admitirem interpretações diversas, não pode ser aplicável a normas que contenham sentido unívoco, já que o intérprete deve analisar a finalidade do legislador, não podendo dar à lei uma interpretação que subverta o seu sentido (Princípio da vedação da interpretação conforme a Constituição mas contra legem).

Questões para fixar:

94. (ESAF/AFRFB/2009) A técnica denominada interpretação conforme não é utilizável quando a norma impugnada admite sentido unívoco.

95. (ESAF/PFN/2006) A interpretação conforme a Constituição consiste em procurar extrair o significado de uma norma da Lei Maior a partir do que dispõem as leis ordinárias que preexistiam a ela.

Gabaritos:

94. C

95. E. É justamente ao contrário, da-se à lei o sentido conforme dispõe a Constituição e não o contrário como diz o enunciado.

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Declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto:

Como vimos, o Judiciário, e em especial o STF tem um poder amplo para declarar inconstitucionalidades e fixar interpretações. A inconstitucionalidade sem redução de texto ocorre quando é delcarada a inconstitucionalidade de uma norma, porém, o seu texto permanece inalterado.

A maioria da vezes que isto ocorre é quando o Judiciário quer alcançar uma interpretação conforme a constituição. Assim, declara como inconstitucional uma forma de se interpretar a lei e não o teor escrito da lei. Assim, houve declaração de inconstitucionalidade, mas sem reduzir o texto.

Outra forma da declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto ocorrer, é quando há impossibilidade de se alterar o texto da lei, devido à forma pela qual ele foi escrito (Judiciário pode fixar interpretações mas não redigir diplomas legislativos). Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino trazem um bom exemplo deste ato:

"Teríamos algo assim:

Art. 1." São prerrogativas dos titulares do cargo AAA:

I) prerrogativa 'a';

II) prerrogativa 'b';

III) prerrogativa 'c';

IV) prerrogativa 'd'.

Art. 2.° Aplicam-se aos titulares do cargo BBB as prerrogativas

previstas nos incisos I a III do art. 1.°.

Caso fosse impugnado perante o STF o art. 2.°, e a Corte entendesse que somente a extensão da prerrogativa "b" ao cargo BBB foi inconstitucional, não teria como retirar essa regra do texto da lei mediante a supressão de alguma palavra ou expressão, porque o art. 2.° não contém, em seu texto, citação expressa do inciso II do art. 1.°. Vale dizer, não seria tecnicamente possível, mediante redução do texto do art. 2.°, obter o efeito desejado - retirar do cargo BBB a prerrogativa prevista no inciso II do art. 1.°. Também não se pode suprimir o inciso II do art. 1.° porque é perfeitamente válida a atribuição da prerrogativa "b" ao cargo AAA.

Em um caso como esse, o Supremo Tribunal Federal poderia utilizar a técnica da declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto para afastar a aplicação do inciso II do art. l.° ao cargo BBB, mantendo-o em relação ao cargo AAA. O Tribunal, ao pronunciar a inconstitucionalidade, não suprimiria nenhuma parte do texto literal,

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nenhuma palavra ou expressão da lei, mas afastaria a aplicação do inciso II do art. 1.° ao cargo BBB".

Questões para fixar:

96. (CESPE/TRE-MA/2009) O STF não admite a declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto como instrumento decisório para a obtenção de interpretação conforme a Constituição, de modo a preservar a constitucionalidade da lei ou ato normativo.

97. (CESPE/TRT-17ª/2009) Caso julgue improcedente a declaração de inconstitucionalidade de uma lei federal em face da CF, sob o argumento de que há uma interpretação na qual aquela lei está em conformidade com a constituição, o STF aplicará a técnica de interpretação da declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto.

Gabaritos:

96. E. É admitido.

97. E. Se houve o pedido de que a norma fosse declarada inconstitucional, e o STF não acatou tal pedido, por existir uma forma de interpretá-la de modo a salvá-la, ele usou a técnica da interpretação conforme à constituição, impedindo então que a norma que estava em trânsito para inconstitucionalidade fosse fulminada. Assim, não se pode dizer que houve declaração de inconstitucionalidade, justamente o contrário, a norma foi salva.

Inconstitucionalidade por arrastamento (ou consequencial):

Na jurisprudência do Supremo e na doutrina, entende-se que ao tornar inconstitucional uma dispositivo de uma norma, por consequência, também estaria-se declarando inconstitucional os diplomas legais que forem dependentes ou interdependentes dos dispositivos fulminados. Assim, ocorre um verdadeiro arrastamento dos efeitos da declaração à outros dispositivos dependentes do primeiro.

Questões para fixar:

98. (ESAF/PFN/2006) Por meio da técnica da inconstitucionalidade por arrasto, o Supremo Tribunal Federal, em sede de controle abstrato, estende os efeitos da

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inconstitucionalidade declarada de uma lei a outros diplomas legislativos de igual teor, mesmo que não tenham sido objeto explícito de impugnação na demanda.

99. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Ocorre inconstitucionalidade por arrastamento quando a declaração de inconstitucionalidade alcança outra norma constitucional que não tenha sido impugnada inicialmente. Em tal situação, conforme entendimento do STF, diante do princípio da demanda, o referido tribunal não pode apreciar a norma consequente caso ela não tenha sido arrolada como inconstitucional pelo autor da ação direta de inconstitucionalidade.

Gabaritos:

98. E. Erra a questão ao dizer "diplomas de igual teor não objeto da demanda", o que acontece é o arrastamento para dispositivos dependentes do primeiro e não outros dispositivos totalmente alheios à discussão.

99. E. Não há óbice para a apreciação da inconstitucionalidade do dispositivo consequente pelo Supremo.

Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade:

A declaração de inconstitucionalidade sem pronúnica de nulidade ocorre quando o STF admite que um ato é inconstitucional, porém não o declara como nulo. O ato então continua a vigorar, mesmo após ser declarado inconstitucional.

Essa decisão ocorre basicamente:

a) Quando não é conveniente que o tribunal retire a norma do ordenamento jurídico sob pena de agravar ainda mais a situação. Ex. Digamos que certa lei regulamenta um direito social que fere a isonomia. Embora o tribunal possa entender que esta lei é inconstitucional por não estender o benefício a certas pessoas, a retirada dessa lei será ainda mais prejudicial, pois se assim fosse ninguém poderia mais usufruir do benefício. Desta forma, embora ele reconheça que a lei é inconstitucional, ele não declara a nulidade da lei, mas, notifica o legislador para que se manifeste. Este tipo de decisão muitas vezes causa a suspensão de alguns processos ou procedimentos.

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b) Também se declara a inconstitucionalidade sem pronuncia de nulidade, quando o STF dá provimento à representação do PGR para que promova a intervenção federal. Neste caso, não há lei para se declarar nula, apenas admite-se que estão ocorrendo condutas inconstitucionais e permite-se que ocorra a intervenção. Será esta intervenção que irá sanar as iconstitucionalidades cometidas e não a pronúncia do Supremo.

Questões para fixar:

100. (ESAF/CGU/2006) Não se aplica no direito brasileiro o instituto da declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade.

101. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite, na hipótese de procedência da ADI, em caráter excepcional, a declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia de nulidade da lei ou do ato normativo impugnado.

Gabaritos:

100. E. Ele é aplicável no Brasil.

101. C

Analisando a ADI e a ADC na lei 9868/99 e na Jurisprudencia:

1- Legitimados: Os mesmos que vimos no art. 103 da Constituição.

2- Petição inicial: A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.

Na jurisprudência do Supremo (ADI 127-MC-QO), as autoridades elencadas no art. 103 da Constituição, incisos I a VII, , além de ativamente legitimados à instauração do controle concentrado de constitucionalidade das leis e atos normativos, federais e estaduais, mediante ajuizamento da ação direta, possuem capacidade processual plena e dispõem de capacidade postulatória. Podem, em conseqüência, enquanto ostentarem aquela condição, praticar, no processo de ação direta de inconstitucionalidade, quaisquer atos ordinariamente privativos de advogado.

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3- Prazo prescricional e prazo decadencial: A ADI e ADC não se sujeitam a qualquer prazo prescricional ou decadencial, segundo a jurisprudência do Supremo, já que o vício da norma não pode ser convalidado no tempo.

4- Existência de controvérsia (Somente no caso de ADC): Para que seja admitida a ADC, precisa-se demonstrar a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória.

5- Indisponibilidade: Proposta a ADI ou a ADC, não se admitirá desistência.

6- Pedido de informações: O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. As informações serão prestadas no prazo de 30 dias contado do recebimento do pedido.

O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir a manifestação de outros órgãos ou entidades.

7- Intervenção de terceiros: Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade.

OBS. intervenção de terceiros não é qualquer manifestação de terceiros, mas sim instrumentos oriundos do direito processual civil: oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo. Ou seja, simples manifestações de terceiros, não se confundem com intervenções de terceiros.

8- AGU e PGR: Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de 15 dias.

9- Amicus curie (amigos da corte): Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais (que serão prestadas em 30 dias), designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer

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sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria.

O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição.

10- Concessão de Medida Cautelar em ADI: Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal (presentes na sessão pelo menos oito Ministros).

11- Efeitos da cautelar da ADI: A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.

A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.

12- Concessão e efeitos da Cautelar em ADC: O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.

13- Julgamento definitivo após a concessão da cautelar em ADC: Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de 180 dias, sob pena de perda de sua eficácia.

14- Quórum para decisão final da ADI e ADC: A decisão será tomada com o voto de pelo menos 6 ministros, estando presentes na sessão pelo menos 8.

Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros

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ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido.

15- Efeitos e fungibilidade das ações: Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória.

Como vimos, no direito civil, os bens fungíveis são aqueles que podem ser trocados por outro de igual qualidade e quantidade sem que alterem a natureza da obrigação. Ou seja, um saco de arroz, um nota de 10 reais... eles podem ser perfeitamente trocados por outros de igual qualidade e quantidade, que irão igualmente satisfazer a obrigação. A ADI e ADC são fungíveis e a procedência de uma gera os mesmos efeitos da improcedência da outra, são exatamente os mesmos, só que em “sentidos oposotos”.

16- Comunicação ao responsável: Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato.

17- Irrecorribilidade: A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.

18- Modulação temporal dos efeitos: Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

19-Efeitos da decisão final da ADI e ADC: A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra

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todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal.

Questões para fixar:

102. (ESAF/AFRFB/2009) Antes da concessão da liminar em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, é possível que seu autor peça desistência da mesma.

103. (ESAF/AFRFB/2009) Para a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade, se faz necessário observar um dos requisitos objetivos pertinente ao prazo prescricional.

104. (ESAF/PGFN/2007) A decisão de mérito proferida em sede de controle concentrado é irrecorrível, salvo a hipótese de embargos declaratórios, e não está sujeita à desconstituição pela via da ação rescisória.

105. (ESAF/PGFN/2007) A concessão de liminar em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade, como regra, implica na suspensão do ato normativo impugnado até decisão final de mérito pelo Supremo Tribunal Federal.

106. (ESAF/AFT/2006) Em sede de ação direta de inconstitucionalidade é vedada a intervenção de terceiros.

107. (ESAF/AFT/2006) A decisão do Supremo Tribunal Federal que concede liminar em ação declaratória de constitucionalidade não produz efeito vinculante relativamente à administração pública indireta.

108. (ESAF/Advogado-IRB/2006) Observadas as peculiaridades relativas às suas proposituras, a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade têm caráter fungível.

109. (ESAF/Advogado-IRB/2006) Não cabe nenhum recurso contra a decisão que declara a constitucionalidade de uma norma em uma ação declaratória de constitucionalidade; tampouco caberá ação rescisória.

110. (ESAF/CGU/2006) Não é possível a concessão de medida cautelar em sede de ação declaratória de constitucionalidade.

111. (ESAF/CGU/2006) É requisito de admissibilidade da ação declaratória de constitucionalidade a demonstração de existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória.

112. (ESAF/AFRF/2005) A eficácia de uma liminar concedida em sede de ação direta de inconstitucionalidade opera, regra geral, com efeitos ex tunc, podendo ter efeitos ex nunc, em caráter

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excepcional, se o Supremo Tribunal Federal assim o declarar expressamente, demonstrando a conveniência da medida.

113. (ESAF/AFRF/2005) A medida cautelar, concedida em sede de ação declaratória de constitucionalidade, não pode ter efeito vinculante para os demais órgãos do Poder Judiciário, em face do princípio da independência do juiz.

114. (CESPE/TRT-17ª/2009) A petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade deve indicar o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado, os fundamentos jurídicos do pedido e a existência de controvérsia judicial relevante acerca da aplicação da disposição objeto da ação.

115. (CESPE/TRT-17ª/2009) A concessão da medida cautelar, na ação direta de inconstitucionalidade, torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.

116. (CESPE/SECONT-ES/2009) O instituto do amicus curiae tem suas origens na Common Law e busca o aprimoramento jurisdicional, dando suporte à corte por meio da inserção de argumentos e debates e indicando pontos até então não observados. A sua previsão para a Ação Direta de Inconstitucionalidade e a Ação Direta de Constitucionalidade encontra-se em lei, porém esse instituto ainda é visto como intervenção de terceiros.

Gabaritos:

102. E. As ações diretas após serem propostas são indisponíveis.

103. E. Não há prazo decadencial ou prescricional para se propor a ação

104. C.

105. E. O que se suspendem são os processos e não os atos. Pois a decisão é justamente para afirmar que a lei é constitucional, logo, não há motivo para suspender a lei.

106. C

107. E. Embora seja uma decisão não-definitiva, seus efeitos vinculantes são os mesmos de uma decisão definitiva e também o alcance subjetivo da declaração.

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108. C. Pois a procedência de uma gera os mesmos efeitos da improcedência da outra.

109. E. Em regra, a questão estaria correta, porém, caberá um único recurso: os embargos declaratórios, que são na verdade como um pedido de esclarecimento.

110. E. É possível.

111. C

112. E. É justamente o contrário. A regra é ser ex-nunc, por ser provisória, possuindo apenas excepcionalmente o efeito ex-tunc.

113. E. Embora ainda seja liminar, seus efeitos são vinculantes, segundo a lei 9868/99.

114. E. A questão peca ao dizer: "existência de controvérsia judicial relevante acerca da aplicação da disposição objeto da ação". Isto é requisito para a petição inicial da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) e não da ADI.

115. C

116. E. A questão estava correta até que se falasse em "esse instituto ainda é visto como intervenção de terceiros". Intervenção de terceiros não é qualquer manifestação de terceiros, mas sim instrumentos oriundos do direito processual civil: oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo.

Analisando a ADINPO na lei 12.603/09 e na jurisprudência:

Embora expressa no texto constitucional, vemos que a previsão é muito abstrata. Então, em agosto de 2009, foi publicada a lei 12.063 de 2009, regulamentando esta matéria.

A lei 12063 de 2009 incluiu o capítulo II-A na lei 9868/99 que regulamentava a ADI genérica e instituiu os seguintes mandamentos (transcreveremos os principais):

1- Legitimidade Ativa: Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os legitimados à propositura da

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ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade.

2- Requisitos da inicial: A petição indicará:

I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa;

(vemos que trata-se de omissão legislativa ou administrativa);

II - o pedido, com suas especificações.

3- Desistência: Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá desistência.

(mesma disposição das demais Ações Diretas)

4- Regulamentação subsidiária: Aplicam-se ao procedimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as disposições referentes ao procedimento da ADI genérica.

5- Cautelar da ADI: Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, presente ao menos 8 ministros na sessão, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias.

6- Objetivo da cautelar: A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal.

7- Consequências da declaração: Declarada a inconstitucionalidade por omissão será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.

Lembramos que na atual jurisprudência do Supremo, a decisão a ser tomada contra omissões de autoridades não é de apenas "confirmar" a inércia e comunicar ao poder (teoria não-concretista). Além disso, adota-se, atualmente, a chamada "teoria concretista", onde o tribunal deve garantir que o direito que esteja sendo frustrado pelo ato omisso possa ser exercido.

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Questões para fixar:

117. (ESAF/AFT/2006) Segundo a corrente majoritária no Supremo Tribunal Federal, a procedência da ação direta de inconstitucionalidade por omissão possibilita ao Tribunal, de plano, elaborar o ato normativo faltante de maneira a suprir a omissão legislativa.

118. (ESAF/CGU/2006) Julgada procedente a ação direta de inconstitucionalidade por omissão legislativa, caberá ao Supremo Tribunal Federal, nos termos da Constituição Federal, assinalar o prazo de trinta dias para a elaboração da norma.

119. (ESAF/PFN/2006) O Advogado-Geral da União deve necessariamente participar dos processos de ação direta de inconstitucionalidade e de ação direta de inconstitucionalidade por omissão, na qualidade de curador da presunção de constitucionalidade das leis.

120. (ESAF/MRE/2004) A inconstitucionalidade por omissão pode decorrer da ausência de prática de atos legislativos ou administrativos.

Gabaritos:

117. E. Juiz não é legislador. A lei determina que declarada a inconstitucionalidade por omissão será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.

118. E. Isso só acontecerá no caso de órgão administrativo.

119. E. Não podemos vislumbrar o AGU defendendo uma lei na ADI por Omissão, já que o que se está pedindo é justamente que se edite uma lei que está faltando.

120. C.

Analisando a ADPF na lei 9882/99 e na Jurisprudência:

1- Objetivo: A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.

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OBS. Aqui, trata-se de qualquer ato do poder público que esteja ferindo a Constituição, ainda que não seja um ato infralegal ou ainda que este ato não seja um ato normativo.

2- Cabimento: Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;

3- Legitimados: Mesmos da ADI e ADC.

4- Petição inicial: A petição inicial deverá conter:

I - a indicação do preceito fundamental que se considera violado;

II - a indicação do ato questionado;

III - a prova da violação do preceito fundamental;

IV - o pedido, com suas especificações;

V - se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera violado.

5- Caráter subsidiário: Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.

OBS. Por muito tempo a doutrina entendia que este "outro meio de sanar a lesividade" significava a possibilidade de se impetrar a ADI ou ADC. Porém, em julgados recentes, os ministros têm salientados que o ajuizamento da ADPF "pressupõe a inexistência de qualquer outro meio juridicamente idôneo apto a sanar, com efetividade real, o estado de lesividade do ato impugnado". Assim, caso exista qualquer meio juridicamente capaz de suprir a demanda, estará impedido o uso da ADPF.

OBS. 2. Se uma controvérsia foi levada à Corte através de uma ADPF, porém, a referida ação não possui os requisitos para tal (principalmente a subsidiariedade), mas, satisfaz perfeitamente os requisitos para a ADI, o STF tem admitido conhecer desta ADPF, porém, sob a forma de ADI devido à relevância da controvérsia constitucional.

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6- Liminar na ADPF: O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental.

7- Liminar monocrática: Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.

8- Quórum para decisão final da ADPF: A decisão sobre a argüição de descumprimento de preceito fundamental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços dos Ministros. (8 ministros)

9- Efeitos da decisão final da ADPF: A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público.

10- Modulação temporal dos efeitos: Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de argüição de descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

11- Irrecorribilidade: A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em argüição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.

12- Reclamação: Caberá reclamação contra o descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, na forma do seu Regimento Interno.

Questões para fixar:

121. (ESAF/AFRFB/2009) A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, segundo a legislação pertinente,

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apresenta mais legitimados ao que se verifica na legitimidade para a propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade.

122. (ESAF/AFRFB/2009) A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental é cabível, mesmo quando impetrado Mandado de Segurança com a finalidade de sanar a lesividade.

123. (ESAF/CGU/2006) A medida cautelar em sede de ação por descumprimento de preceito fundamental só pode ser concedida por decisão da maioria absoluta de seus membros, sendo expressamente vedado ao relator do processo a concessão monocrática de medida liminar.

124. (ESAF/AFRF/2005) A decisão prolatada em sede de argüição de descumprimento de preceito fundamental pode ser objeto de ação rescisória.

125. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A arguição de descumprimento de preceito fundamental não se presta a controle de constitucionalidade de normas infralegais, visto que, nesse caso, se trata de ilegalidade e não de inconstitucionalidade.

126. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com o entendimento do STF, a arguição de descumprimento de preceito fundamental não pode ser conhecida como ADI, em face de sua especificidade, ainda que o objeto do pedido principal da arguição seja a declaração de inconstitucionalidade de preceito autônomo por ofensa a dispositivos constitucionais, e que estejam presentes os demais requisitos da ADI.

127. (FCC/Procurador - Recife/2008) Caberá argüição de descumprimento de preceito fundamental quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo municipal, inclusive se anterior à Constituição.

Gabaritos:

121. E. São os mesmos.

122. E. Questão polêmica, mas parece ser o atual posicionamento do Supremo.

123. E. Monocrática = pelas mãos de apenas um (mono). Em regra, só é possível conceder a liminar mediante voto da maioria absoluta, conforme o art. 5º da lei 9882/99. Porém, segundo o art.5o § 1o da mesma lei, em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.

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124. E. Segundo a lei 9882/99 em seu art. 12, a decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em argüição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.

125. E. A ADPF não será admitida quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade. Porém, como não se pode propor ADI ou qualquer outra ação objetiva contra ato infralegal que esteja ferindo a Constituição, isto autoriza o uso da ADPF.

126. E. Trata-se da chamada fungibilidade das ações diretas. No direito civil, os bens fungíveis são aqueles que podem ser trocados por outro de igual qualidade e quantidade sem que alterem a natureza da obrigação. Ou seja, um saco de arroz, um nota de 10 reais... tudo é bem fungível, pois podem ser perfeitamente trocados por outros de igual qualidade e quantidade, que irão igualmente satisfazer a obrigação. O STF considera que as ações do controle de constitucionalidade (ADI, ADC e ADPF) são ações fungíveis, pois podem ser substituídas uma pela outra, sem que essa substituição ocasione prejuízo ao que está sendo pedido.

127. C

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Histórico do controle de constitucionalidade no Brasil

Sobre o sistema de controle de constitucionalidade no Brasil, podemos traçar, superficialmente, a segunite linha do tempo:

1824:

Controle Político a cargo do

Legislativo

1934:

Além do controle difuso,

começou a representação interventiva.

1937:

Começa a ditadura e ocorre um retrocesso em quase

tudo, inclusive no controle de const. Continua o

controle difuso, mas o Presidente poderia

submeter a declaração de inconstitucionalidade à apreciação do Poder

Legislativo, que poderia derrubá-la pelo voto de 2/3.

1946:

Restauração, inclusive do Poder Judiciário, como único legitimado

para o controle de constitucionalidade

EC 16 /65 (ainda na CF/46):

Mantém o controle difuso, mas agora temos a instituição do controle abstrato no Brasil através de ADI impetrada junto ao

STF. O único legitimado era o PGR.

1988:

- Ampliação do rol de legitimado no controle abstrato. - Criação da ADPF e ADI por omissão. - Instituição da ADC pela EC de revisão 3/93. - Controle abstrato estadual. - Com a EC 45/04:

.Cria-se a súmula vinculante;

.Os legitimados da ADC e ADI passam a ser os mesmos; . O efeito vinculante se estende a todas as ações diretas e passam a vincular toda a administração pública direta e indireta.

1891:

Controle difuso.

1967/69:

- Manutenção do que vinha sendo feito. - A EC 7/77 instituiu o efeito vinculante nas decisões em tese.

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Questões para fixar:

128. (ESAF/PGFN/2007) A Constituição de 1988 trouxe inúmeras inovações ao controle de constitucionalidade, entre elas a ampliação do rol de legitimados para a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade.

129. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) A ação declaratória de constitucionalidade foi instituída pelo constituinte originário na Constituição de 1988.

130. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009) Pode-se afirmar que a Constituição de 1988, a teor da Emenda Constitucional no 45, de 2004, permite súmula com efeito vinculante em relação ao Poder Judiciário, à administração pública, direta e indireta, de todas as esferas da federação, e ao Poder Legislativo.

131. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009) Pode-se afirmar que a Constituição de 1934 confiou ao Congresso Nacional competência para suspender a execução, no todo ou em parte, de qualquer lei ou ato, deliberação ou regulamento, quando hajam sido declarados inconstitucionais pelo Poder Judiciário.

132. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009) Pode-se afirmar que a Constituição de 1946, a teor da Emenda Constitucional no 16, de 1965, admitiu a representação contra inconstitucionalidade de lei ou ato de natureza normativa, federal, estadual ou municipal, em face da Constituição da República.

133. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009) Pode-se afirmar que a Constituição de 1967, a teor da Emenda Constitucional no 7, de 1977, adotou a representação para interpretação de lei ou ato normativo federal ou estadual, que tinha, segundo o Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, "força vinculante".

134. (FCC/Analista - TRT-AL/2008) A Emenda Constitucional no 45 incluiu, dentre os legitimados à propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o Governador do Distrito Federal, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, o partido político com representação no Congresso Nacional e a confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

135. (FCC/Analista - TRT-AL/2008) Dentre as principais inovações trazidas pela Emenda Constitucional nº 45 pode-se afirmar que as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais

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órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

Gabaritos:

128. C. Anteriormente a 1988, não tinhamos tantos legitimados quanto nos trouxe o art. 103 da atual CF. Sob a égide da Constituição anterior, somente ao PGR caberia promover junto ao STF a inconstitucionalidade dos atos federais e estaduais.

129. E. Ela foi instituída pela EC de revisão 3/93.

130. E. O erro é que não se pode elencar o Legislativo como passivo do efeito vinculante.

131. E. Isto foi feito pela Constituição de 1937 que instituiu a ditadura do "estado novo" no Brasil.

132. E. A grande inovação trazida pela EC 16/65 foi a introdução da ação direta de inconstitucionalidade, sendo então o marco inicial do controle direto no Brasil. Tal emenda, concedeu um nova redação dada à CF 1946, art. 101, I, "k" autorizando que o STF pudesse processar e julgar “a representação contra inconstitucionalidade de lei ou ato de natureza normativa federal ou estadual, encaminhada pelo Procurador-Geral da República”. Desta forma, percebe-se que não se podem elencar os atos municipais, conforme feito pelo enunciado.

133. C. Com a emenda constitucional 7/77 à Constituição de 1967, o texto do art. 119, I, "l", que dizia competir ao STF processar e julgar "a representação do Procurador-Geral da República, por inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual", passou a vigorar com a redação que competiria ao STF processar e julgar "a representação do Procurador-Geral da República, por inconstitucionalidade ou para interpretação de lei ou ato normativo federal ou estadual".

Embora o controle direto tenha sido instituído pela EC 16/65, este controle não foi imediatamente dotado com um efeito vinculante e eficácia erga omnes, isso só veio ocorrer em 1977. A parir de 1977, então, conforme passou a ser previsto no regimento interno do STF (art. 187): "a partir da publicação do acórdão, por suas conclusões e ementa, no Diário de Justiça da União, a interpretação nele fixada terá força vinculante para todos os efeitos". Assim, foi dado o primeiro passo para o efeito vinculante na forma em que temos atualmente.

134. C. A EC 45/04 alterou a legitimação da ADC e a partir de então, tal ação passou a ter os mesmos legitimados da ADI.

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135. C. O enunciado versa sobre o art.102, §2º da Constituição. Antes da EC 45/04 o dispositivo dizia: "As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo (EC 03/93)". Após a EC 45/04 passou a prever: 'as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal".

BATERIA DE QUESTÔES CESPE:

1. (CESPE/Advogado - CEHAP-PB/2009) Eventual impugnação em abstrato de lei municipal em face da CF deve ser feita por meio da arguição de descumprimento de preceito fundamental perante o tribunal de justiça. Comentários:

O Tribunal de Justiça não tem competência para o julgamento em abstrato em face da Constituição Federal, somente em face da Constituição Estadual. Tal tribunal pode até declarar inconstitucionalidades face à CF, mas somente no caso concreto, via controle incidental, não em abstrato. Desta forma, a ADPF em questão deveria ser proposta perante o STF, este sim, única corte legitimada para tal julgamento. Gabarito: Errado.

2. (CESPE/AGU/2009) É possível a declaração de inconstitucionalidade de norma constitucional originária incompatível com os princípios constitucionais não escritos e os postulados da justiça, considerando-se a adoção, pelo sistema constitucional brasileiro, da teoria alemã das normas constitucionais inconstitucionais. Comentários:

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Não existe declaração de inconstitucionalidade de norma originária, já que ela provém de um poder inicial, ilimitado e incondicionado.Gabarito: Errado.

3. (CESPE/AGU/2009) É admissível o controle de constitucionalidade de emenda constitucional antes mesmo de ela ser votada, no caso de a proposta atentar contra cláusula pétrea, sendo o referido controle feito por meio de mandado de segurança, que deve ser impetrado exclusivamente por parlamentar federal. Comentários: A questão trata do controle preventivo de constitucionalidade, que pode perfeitamente recair sobre propostas de emendas constitucionais. No caso em questão, trata-se do controle preventivo realizado pelo STF, controle este que é feito via mandado de segurança que só pode ser impetrado por parlamentar, já que este tem o direito líquido e certo de participar de um processo deliberativo hígido e assim defender a constitucionalidade do ordenamento jurídico. Gabarito: Correto.

4. (CESPE/AGU/2009) A declaração de inconstitucionalidade de uma norma pelo STF acarreta a repristinação da norma anterior que por ela havia sido revogada, efeito que pode ser afastado, total ou parcialmente, por decisão da maioria de 2/3 dos membros desse tribunal, em decorrência de razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social. Comentários: Repristinação é a volta da vigência de norma que havia sido revogada. Quando uma norma "X" revoga outra, norma "Y" e verifica-se que a norma "X" é inconstitucional, essa revogação nunca deveria ter ocorrido, já que a norma revogadora é nula. O STF entende, então, que ocorre o chamado "efeito repristinatório", ou seja, a retomada dessa legislação anteriormente afastada (norma "Y"). Acontece que a lei 9868/99 permite que, se o tribunal verificar que este efeito repristinatório irá causar algum dano às relações promovidas de boa-fé na vigência da lei "X", a chamada "segurança jurídica", ou então perceber um excepcional interesse social, poderá decidir, pelo voto de 2/3 dos seus membros, que a decisão não irá ter efeitos retroativos (ex-tunc) repristinando a primeira lei desde a perda de sua eficácia, mas sim, conferir um efeito não-retroativo (ex-nunc), repristinando-a apenas a partir da decisão ou de algum outro momento que venha a fixar. Gabarito: Correto.

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5. (CESPE/AGU/2009) De acordo com entendimento do STF, a decisão declaratória de inconstitucionalidade de determinada lei ou ato normativo não produzirá efeito vinculante em relação ao Poder Legislativo, sob pena de afronta à relação de equilíbrio entre o tribunal constitucional e o legislador. Comentários:

O efeito vinculante ocorre perante os demais órgãos do Judiciário e perante a administração publica (Poder Executivo) direta e indireta, das esferas federal, estadual e municipal. Assim, não vinculará o próprio STF, que poderá tomar decisões de forma diversa à decidida, e nem o Legislativo que não estará impedido de legislar novamente sobre o tema. Gabarito: Correto.

6. (CESPE/AGU/2009) A decisão de mérito proferida pelo STF no âmbito de ação declaratória de constitucionalidade produz, em regra, efeitos ex nunc e vinculantes para todos os órgãos do Poder Executivo e demais órgãos do Poder Judiciário. Comentários: A regra é a produção de efeitos ex-tunc, ou seja, retroativos, e não ex-nunc como diz a questão. Gabarito: Errado.

7. (CESPE/AGU/2009) Na arguição de descumprimento de preceito fundamental, a decisão exarada produz efeito vinculante, que, em sua dimensão objetiva, abrange não só a parte dispositiva, mas também os fundamentos determinantes da decisão. Comentários: Em princípio, o dispositivo - desfecho da decisão, regra de conduta - é a parte que deve ser observada obrigatoriamente a partir de findado o julgamento. Diz-se que o dispositivo do acórdão faz "lei entre as partes" - ou para todos, no caso de efeito erga omnes -, assim, o que teria efeito vinculante, devendo ser obrigatoriamente observado não seriam os fundamentos da decisão, mas somente a parte dispositiva da decisão - a procedência ou improcedência do pedido. Porém, ao longo dos anos, vem sendo reafirmado o caráter singular das decisões em controle abstrato de constitucionalidade. Começam a ser aceitas particularidades deste tipo de julgamento por vias de ações diretas, primeiramente a causa de pedir aberta: a

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petição inicial não vincularia o tribunal, que estaria livre para, já provocado, estabelecer um rumo próprio de fundamentação e julgamento desvinculado da inicial. Depois, temos a eficácia vinculante também em relação aos fundamentos da decisão e não somente ao dispositivo. A posição, embora não absolutamente pacificada, foi claramente destacada em 2003 na reclamação 1987/DF: "...A decisão do Tribunal, em substância (ADI 1662), teve sua autoridade desrespeitada de forma a legitimar o uso do instituto da reclamação. Hipótese a justificar a transcendência sobre a parte dispositiva dos motivos que embasaram a decisão e dos princípios por ela consagrados, uma vez que os fundamentos resultantes da interpretação da Constituição devem ser observados por todos os tribunais e autoridades, contexto que contribui para a preservação e desenvolvimento da ordem constitucional..." Gabarito: Correto.

8. (CESPE/AGU/2009) Segundo entendimento do STF, é possível a utilização da técnica da modulação ou limitação temporal dos efeitos de decisão declaratória de inconstitucionalidade no âmbito do controle difuso de constitucionalidade. Comentários: Quando se declara a inconstitucionalidade de certa lei, em regra seus efeitos serão retroativos já que esta lei nunca deveria ter existido. Mas, nem sempre será benéfico para a sociedade ou para o caso em questão que a eficácia da decisão tenha os referidos efeitos retroativos. Eis que ocorre então a "modulação temporal dos efeitos", ou seja, o juiz - ou tribunal - impede a retroação ou fixa um momento a partir do qual os efeitos passarão a ser observados. Gabarito: Correto.

9. (CESPE/AGU/2009) Quando o STF apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, compete ao Advogado-Geral da União exercer a função de curador especial do princípio da presunção de constitucionalidade da norma, razão pela qual não poderá, em hipótese alguma, manifestar-se pela inconstitucionalidade do ato impugnado. Comentários: O erro da questão foi apenas o uso do "hipótese alguma", em regra, ou melhor, praticamente sempre, o AGU deverá defender a norma impugnada, funcionando como um curador especial da presunção de constitucionalidade, porém, muito excepcionalmente, ele não precisará fazer a defesa caso já existam precedentes do tribunal que indiquem para a inconstitucionalidade do ato.

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Gabarito: Errado.

10. (CESPE/FINEP/2009) Embora o Poder Executivo possa negar-se a aplicar ato normativo manifestamente inconstitucional, exercendo o controle de constitucionalidade repressivo, não há previsão no ordenamento jurídico brasileiro para que exerça também o controle de constitucionalidade preventivo. Comentários:

O Presidente exercerá o controle preventivo de constitucionalidade ao fazer o veto jurídico, ou seja, ao vetar o projeto de lei alegando a sua inconstitucionalidade. Gabarito: Errado.

11. (CESPE/FINEP/2009) Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial, podem os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público. Comentários: O enunciado trata da literalidade da chamada "Cláusula de Reserva de Plenário" que está disposta no art. 97 da Constituição Federal. Gabarito: Correto.

12. (CESPE/TRT-17ª/2009) Caso o STF declare, de forma incidental, no julgamento de um recurso extraordinário, que um artigo de determinada lei federal é inconstitucional, nesse caso, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela decisão ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Comentários: É uma forma de se evitar que a declaração de inconstitucionalidade cause um dano ainda maior do que o causado pela própria edição da norma inconstitucional. Assim, impede-se que os efeitos retroativos inerentes à declaração possam ocorrer na sua plenitude. Gabarito: Correto.

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13. (CESPE/TRT-17ª/2009) Caso julgue improcedente a declaração de inconstitucionalidade de uma lei federal em face da CF, sob o argumento de que há uma interpretação na qual aquela lei está em conformidade com a constituição, o STF aplicará a técnica de interpretação da declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto. Comentários: Se houve o pedido de que a norma fosse declarada inconstitucional, e o STF não acatou tal pedido, por existir uma forma de interpretá-la de modo a salvá-la, ele usou a técnica da interpretação conforme à constituição, impedindo então que a norma que estava em trânsito para inconstitucionalidade fosse fulminada. Assim, não se pode dizer que houve declaração de inconstitucionalidade, justamente o contrário, a norma foi salva. Gabarito: Errado.

14. (CESPE/TRE-MA/2009) É inadmissível o controle jurisdicional de constitucionalidade de proposição legislativa em trâmite, por ainda não existir lei ou ato normativo passível de controle de constitucionalidade. Comentários: Neste caso ocorre o chamado controle preventivo de constitucionalidade, ou seja, faz-se um controle antes da promulgação do projeto de lei para que ele sequer venha a integrar o ordenamento jurídico. Gabarito: Errado.

15. (CESPE/TRE-MA/2009) O STF considera legítima a utilização da ação civil pública como instrumento de fiscalização incidental de constitucionalidade de leis ou atos do poder público municipal, pela via difusa, quando a controvérsia constitucional não se apresentar como o único objeto da demanda, mas como questão prejudicial, necessária à resolução do conflito principal. Comentários: Quando estamos falando de controle de constitucionalidade da lei em tese, em abstrato, só existe um meio para tal: ajuizar ações diretas (ADI, ADECON ou ADPF). Desta forma, outras ações como o mandado de segurança e a ação civil pública não se prestam para o controle da lei em tese, mas, nada impede que elas sejam usadas quando o controle se faz de forma incidental à demanda principal. Assim, através da ação está se pleiteando uma causa principal, que não é a declaração de inconstitucionalidade, e somente de forma secundária

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como meio de alcançar este objetivo é que se pede que se declare a inconstitucionalidade da norma. Gabarito: Correto.

16. (CESPE/TRE-MA/2009) Compete ao STF processar e julgar originariamente a ação direta de inconstitucionalidade tendo por objeto lei ou ato normativo municipal que contrarie previsões expressas na constituição estadual, desde que constituam mera repetição de disposição prevista na CF. Comentários: A ação direta que impugna no Judiciário a inconstitucionalidade perante a Constituição Estadual é sempre proposta no TJ e não no STF. Acontece que, em se tratando de dispositivos da CF de reprodução obrigatória na CE, poderá se fazer um Recurso Extraordinário, caso a ADI estadual seja denegada. Assim, competirá ao STF conhecer da causa em grau recursal, através de recurso extraordinário e não originariamente através de ADI. Gabarito: Errado.

17. (CESPE/TRE-BA/2010) Quando uma lei municipal afronta simultaneamente dispositivos previstos na CF e na constituição estadual, mesmo em se tratando de preceitos de repetição obrigatória, compete ao tribunal de justiça do estado processar e julgar originariamente eventual ação direta de inconstitucionalidade. Comentários: A ação direta que impugna no Judiciário a inconstitucionalidade perante a Constituição Estadual é sempre proposta no TJ e não no STF. Acontece que, em se tratando de dispositivos da CF de reprodução obrigatória na CE, poderá se fazer um Recurso Extraordinário, caso a ADI estadual seja denegada. Assim, competirá ao STF conhecer da causa em grau recursal, através de recurso extraordinário e não originariamente através de ADI. Gabarito: Correto.

18. (CESPE/TRE-MA/2009) O chefe do Poder Executivo não pode deixar de cumprir lei ou ato normativo que entenda flagrantemente inconstitucional, sob pena de afronta à competência e à atuação dos Poderes Legislativo e Judiciário. Comentários: Segundo Alexandre de Moraes [Direito Constitucional, 14ª Ed., Atlas]: “O Poder Executivo, assim como os demais Poderes do

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Estado, está obrigado a pautar sua conduta pela estrita legalidade (...). Dessa forma, não há como exigir-se do chefe do Poder Executivo o cumprimento de uma lei ou ato normativo que entenda flagrantemente inconstitucional, podendo e devendo, licitamente, negar-se cumprimento, sem prejuízo do exame posterior pelo Judiciário. Porém, como recorda Elival da Silva Ramos, ‘por se tratar de medida extremamente grave e com ampla repercussão nas relações entre os Poderes, cabe restringi-la apenas ao Chefe do Poder Executivo, negando-se a possibilidade de qualquer funcionário administrativo subalterno descumprir a lei sob a alegação de inconstitucionalidade (...). Portanto, poderá o Chefe do Poder Executivo determinar a seus órgãos subordinados que deixem de aplicar administrativamente as leis ou atos normativos que considerar inconstitucionais”. Gabarito: Errado.

19. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) O ordenamento jurídico nacional admite o controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas produzidas tanto pelo poder constituinte originário, quanto pelo derivado. Comentários: No Brasil, não se admite a tese de que normas originárias podem ser inconstitucionais, já que o poder constituinte originário é ilimitado e incondicionado. Gabarito: Errado.

20. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) É possível a declaração de inconstitucionalidade de norma editada antes da atual Constituição e que tenha desrespeitado, sob o ponto de vista formal, a Constituição em vigor na época de sua edição, ainda que referida lei seja materialmente compatível com a vigente CF. Comentários: Para uma lei ser considerada inconstitucional, esta lei já deve nascer inconstitucional. Assim, o controle de constitucionalidade das leis só pode ser feito analisando a compatibilidade da norma perante a Constituição da época que foi criada. Assim, é possível a declaração de inconstitucionalidade de norma editada antes da atual Constituição e que tenha desrespeitado, seja sob o ponto de vista formal, seja sob o ponto de vista material a Constituição em vigor na época de sua edição. Gabarito: Correto.

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21. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) Segundo posicionamento atual do STF, não se revela viável o controle de constitucionalidade de normas orçamentárias, por serem estas normas de efeitos concretos. Comentários: Segundo o STF, não é mais requisito para o controle direto de constitucionalidade a "abstração" dos efeitos da lei. Assim, ainda que o ato seja de efeitos concretos como as leis orçamentárias, poderá estar sujeito ao controle direto de constitucionalidade, desde que este ato esteja revestido sob a forma de uma lei. Gabarito: Errado.

22. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) A decisão que concede medida cautelar em ação declaratória de constitucionalidade não se reveste da mesma eficácia contra todos nem de efeito vinculante que a decisão de mérito. Comentários: Em relação a extensão dos efeitos e a sua eficácia, a cautelar é idêntica à decisão de mérito, tendo eficácia contra todos e efeito vinculante. A diferença se dá apenas pelo fato de a cautelar ser uma decisão "provisória" que só valerá até a que seja julgado o mérito da ação e, devido a isto, seus efeitos são não retroativos (ex nunc). Gabarito: Errado.

23. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A arguição de descumprimento de preceito fundamental não se presta a controle de constitucionalidade de normas infralegais, visto que, nesse caso, se trata de ilegalidade e não de inconstitucionalidade. Comentários: A ADPF não será admitida quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade. Porém, como não se pode propor ADI ou qualquer outra ação objetiva contra ato infralegal que esteja ferindo a Constituição, isto autoriza o uso da ADPF. Gabarito: Errado.

24. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A arguição de descumprimento de preceito fundamental tem precedência sobre qualquer outro meio de controle de constitucionalidade cabível e apto a sanar a lesão a preceito fundamental. Comentários:

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Justamente o contrário, a ADPF só pode ser usada residualmente, quando não for possível sanar a lesividade através de outro meio judicial (Lei 9882/99, art. 4º §1º). Gabarito: Errado.

25. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) O parlamentar dispõe de legitimação ativa para suscitar, por meio de mandado de segurança, o controle incidental de constitucionalidade pertinente à observância, pelo Parlamento, dos requisitos que condicionam a válida elaboração das proposições normativas, enquanto essas se acharem em curso na casa legislativa a que pertença esse parlamentar; no entanto, se a proposta legislativa for transformada em lei, haverá a perda do objeto da ação e a perda da legitimidade ativa do parlamentar.Comentários: A questão trata do controle de constitucionalidade preventivo no STF, através de Mandado de Segurança impetrado por parlamentar (e realmente só o parlamentar), que impugna a inobservância de um processo legislativo hígido. Como se trata de um controle preventivo, se o referido projeto for transformado em lei, ocorre a perda do objeto do mandado. Tal fato provoca ainda a perda da legitimidade ativa do parlamentar, já que o parlamentar isoladamente não possui legitimidade para o controle repressivo de constitucionalidade, pois não está arrolado no art. 103 da Constituição. Gabarito: Correto.

26. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) As emendas constitucionais não podem ser objeto de declaração de inconstitucionalidade, visto que não existe, no sistema brasileiro, a possibilidade de normas constitucionais inconstitucionais. Comentários: As emendas constitucionais são fruto do chamado poder constituinte derivado reformador. Este poder, diferentemente do poder originário, é um poder condicionado e limitado. Assim, caso as emendas constitucionais não observem o procedimento correto de elaboração, ou extrapolem os limites previstos no texto constitucional (CF, art. 60), elas poderão perfeitamente ser declaradas inconstitucionais. Gabarito: Errado.

27. (CESPE/SECONT-ES/2009) O instituto do amicus curiae tem suas origens na Common Law e busca o aprimoramento jurisdicional, dando suporte à corte por meio da inserção de argumentos e debates

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e indicando pontos até então não observados. A sua previsão para a Ação Direta de Inconstitucionalidade e a Ação Direta de Constitucionalidade encontra-se em lei, porém esse instituto ainda é visto como intervenção de terceiros. Comentários: A questão estava correta até que se falasse em "esse instituto ainda é visto como intervenção de terceiros". Intervenção de terceiros não é qualquer manifestação de terceiros, mas sim instrumentos oriundos do direito processual civil: oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo. Ou seja, simples manifestações de terceiros, como é o caso do amicus curie - amigos da corte - (especialistas, peritos...) não se confundem com intervenções de terceiros. Gabarito: Errado.

28. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No controle posterior ou repressivo de constitucionalidade, os TCs têm competência para declarar a inconstitucionalidade das leis ou dos atos normativos em abstrato. Comentários: Segundo a súmula 347 do STF, O Tribunal de Contas pode, no exercício de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Porém, trata-se de um controle exercido sobre o caso concreto e não em abstrato, esta competência é apenas do STF (no caso de ofensa à Constituição Federal) e dos TJ´s (no caso de ofensa às Constituições Estaduais). Gabarito: Errado.

29. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com a legislação de regência, a súmula vinculante pode ser objeto de ADI perante o STF, considerando sua extensão e seus efeitos junto aos demais órgãos do Poder Judiciário e da administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Comentários: Não é possível o controle concentrado de constitucionalidade das súmulas de jurisprudências, ainda que vinculantes, pois segundo o STF elas não possuem caráter normativo suficiente para que o controle seja exercido.

30. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite, na hipótese de procedência da ADI, em caráter excepcional, a declaração

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de inconstitucionalidade sem a pronúncia de nulidade da lei ou do ato normativo impugnado. Comentários: Questão bem complexa, de cunho doutrinário e jurisprudencial. A declaração de inconstitucionalidade sem pronúnica de nulidade ocorre basicamente: a) Quando não é conveniente que o tribunal retire a norma do ordenamento jurídico sob pena de agravar ainda mais a situação. Ex. Digamos que certa lei regulamenta um direito social que fere a isonomia. Embora o tribunal possa entender que esta lei é inconstitucional por não estender o benefício a certas pessoas, a retirada dessa lei será ainda mais prejudicial, pois se assim fosse ninguém poderia mais usufruir do benefício. Desta forma, embora ele reconheça que a lei é inconstitucional, ele não declara a nulidade da lei, mas, notifica o legislador para que se manifeste. Este tipo de decisão muitas vezes causa a suspensão de alguns processos ou procedimentos.

b) Também se declara a inconstitucionalidade sem pronuncia de nulidade, quando o STF dá provimento à representação do PGR para que promova a intervenção federal. Neste caso, não há lei para se declarar nula, apenas admite-se que estão ocorrendo condutas inconstitucionais e permite-se que ocorra a intervenção. Gabarito: Correto.

31. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) De acordo com o entendimento do STF, a arguição de descumprimento de preceito fundamental não pode ser conhecida como ADI, em face de sua especificidade, ainda que o objeto do pedido principal da arguição seja a declaração de inconstitucionalidade de preceito autônomo por ofensa a dispositivos constitucionais, e que estejam presentes os demais requisitos da ADI. Comentários: Segundo o STF, isto é possível. Em 2005, foi ajuizada a ADPF 72 QO/PA - Pará, onde o STF decidiu que o ato normativo impugnado era passível de controle concentrado de constitucionalidade pela via da ação direta. e a questão foi resolvida com o aproveitamento do feito como ação direta de inconstitucionalidade, ante a perfeita satisfação dos requisitos exigidos à sua propositura (legitimidade ativa, objeto, fundamentação e pedido), bem como a relevância da situação, que era relativa a conflito entre dois Estados da Federação. Gabarito: Errado.

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32. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Consoante jurisprudência firmada no âmbito do STF, a declaração final de inconstitucionalidade, quando proferida em sede de fiscalização normativa abstrata, importa restauração das normas anteriormente revogadas pelo diploma normativo objeto do juízo de inconstitucionalidade, considerado o efeito repristinatório que lhe é inerente. Comentários: Caso seja declarada a inconstitucionalidade de certa norma. Serão restauradas (efeito repristinatório), voltando assim a vigorar, as normas que teriam sido revogadas por tal lei inconstitucional. Gabarito: Correto.

33. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Segundo entendimento do STF, no controle abstrato de constitucionalidade de lei ou ato normativo, a eficácia vinculante da ação declaratória de constitucionalidade se distingue, em sua essência, dos efeitos das decisões de mérito proferidas nas ADIs. Comentários: Diz-se que as ADI´s e ADC´s são ações fungíveis, já que o resultado que se deseja pode ser alcançado tanto com o uso da ADI como com o uso da ADC, na medida que a improcedência de ADI gera efeitos de ADC e vice-versa. Assim, não há qualquer distinção no que se refere ao alcance dos efeitos de ADI e ADC, o alcance dos efeitos é idêntico, sendo apenas em "sentidos opostos" (um objetiva declarar inconstitucionalidade e o outro objetiva declarar constitucionalidade) Gabarito: Errado.

34. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Compete originariamente ao STF julgar a ADI ajuizada em face de lei ou ato normativo do DF, praticado no exercício de sua competência estadual ou municipal. Comentários: O Distrito Federal é um ente hibrido, ora atua como Estado, ora como Município. No caso de atuar como Município, não poderá se impugnar tal norma perante o STF, em controle abstrato, já que não cabe ADI de norma municipal face a Constituição Federal. Gabarito: Errado.

35. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Não se exige, para fins de ajuizamento e conhecimento da ADI, a prova da pertinência

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temática por parte das Mesas do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, das assembleias legislativas dos estados ou da Câmara Legislativa do DF. Comentários: Os legitimados do art. 103 da Constituição são divididos em 2 grupos: os universais e os especiais. Enquanto os universais podem propor ADI sobre qualquer matéria, os especiais precisam demonstrar que tem interesse na causa (pertinência temática). Assim temos como legitimados universais: o Presidente da República, o PGR, o Conselho Federal da OAB, partido político com representação no CN e, a Mesa de qualquer das Casas Legislativas. Temos como legitimados especiais: a Mesa de Assembleia Legislativa Estadual ou Câmara Legislativa do DF, o Governador de Estado/DF e, a confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.Gabarito: Errado.

36. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O ajuizamento da ADI sujeita-se à observância do prazo decadencial de dez anos. Comentários: As ações relativas ao controle abstrato de constitucionalidade não se sujeitam a observância de qualquer prazo para ajuizamento. Gabarito: Errado.

37. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O princípio da segurança jurídica não pode ser concretizado desconsiderando-se o princípio da legalidade. Nesse sentido já entendeu o STF, para o qual, se uma lei editada após o advento da CF for por ele declarada inconstitucional, no âmbito do controle difuso, não haverá como se aplicar a técnica da modulação dos efeitos para que essa declaração somente passe a vigorar a partir de outra data, pois, se a lei é inconstitucional, toda declaração de inconstitucionalidade deverá retroagir (eficácia ex tunc) para extirpar a lei do ordenamento jurídico, desde o seu nascimento. Comentários: A jurisprudência tem admitido a modulação dos efeitos temporais da declaração de inconstitucionalidade no âmbito do controle difuso para que não haja ferida à segurança jurídica ou observância do interesse social, tal como ocorre nas declarações proferidas em controle abstrato. Gabarito: Errado.

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38. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Se determinado legitimado constitucional ajuizar, perante o STF, ação direta de inconstitucionalidade, tendo por objeto emenda constitucional pendente de publicação oficial, então, nesse caso, de acordo com entendimento do STF, mesmo que a publicação venha a ocorrer antes do julgamento da ação, a hipótese será de não conhecimento da ação direta de inconstitucionalidade, uma vez ausente o interesse processual. Comentários: Segundo a jurisprudência do STF, firmada em 2005 (ADI 3367/DF), não há óbice de que seja proposta a ADI perante emenda não publicada oficialmente, desde que a publicação venha a ocorrer antes do julgamento da causa. Gabarito: Errado.

39. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Sabe-se que o STF tem reconhecido, excepcionalmente, a possibilidade de modulação ou limitação temporal dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, mesmo quando proferida em sede de controle difuso. Nesse sentido, revela-se aplicável, segundo entendimento da Suprema Corte, a mesma teoria da limitação temporal dos efeitos, se e quando o colegiado, ao julgar determinada causa, nela formular juízo negativo de recepção, por entender que certa lei pré-constitucional se mostra materialmente incompatível com normas constitucionais a ela supervenientes. Comentários: Não se pode usar de analogia neste caso, pois a não-recepção de norma pré-constitucional é caso de revogação e não de inconstitucionalidade. Sendo assim, a revogação ou não-revogação é decisão de cunho legislativo e não judicial, não podendo o STF limitar os efeitos. Gabarito: Errado.

40. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) De acordo com posicionamento do STF, a existência de processos ordinários e recursos extraordinários deve excluir, a priori, o cabimento da arguição de descumprimento de preceito fundamental, em decorrência do princípio da subsidiariedade. Comentários: A ADPF é ação objetiva. A existência de recursos não é impedimento, a priori, para que seja proposta a ação, pois na ADPF irá se atacar o ato de forma direta e não defender um interesse subjetivo de caso concreto. Porém, deve-se ter muito cuidado, no entendimento do

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Supremo, o ajuizamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental rege-se pelo princípio da subsidiariedade, previsto no art. 4º, §1º, da Lei 9.882/99, isso significa que a admissibilidade desta ação constitucional pressupõe a inexistência de qualquer outro meio juridicamente idôneo apto a sanar, com efetividade real, o estado de lesividade do ato impugnado. Assim, caso se verifique, em uma segunda análise, que a ADPF não será a única forma de que a lesividade seja efetivamente sanada, ela não poderá continuar o seu seguimento. Gabarito: Errado.

41. (CESPE/AJAJ - TRT 5ª/2009) Os tribunais estaduais e do Distrito Federal têm competência para julgar ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual em face da CF. Comentários: O controle abstrato de lei em face da Constituição Federal é feito unicamente pelo STF. Os TJ ´s são competentes para o controle abstrato, mas somente quando ocorre em face da Constituição Estadual. Gabarito: Errado.

42. (CESPE/AJAJ - TRT 5ª/2009) As convenções coletivas de trabalho, por veicularem verdadeiras normas jurídicas, ensejam seu controle por meio de ação direta de inconstitucionalidade. Comentários: O STF não admite o controle direto da constitucionalidade das convenções coletivas de trabalho, por não haver densidade normativa suficiente para tal. Gabarito: Errado.

43. (CESPE/AJAJ - TRT 5ª/2009) As decisões em ação declaratória de constitucionalidade têm eficácia erga omnes e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Comentários: É a disposição que encontramos no art. 103 §2º da Constituição Federal. Esses efeitos são os mesmos para ADC e para a ADI. Gabarito: Correto.

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44. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Ocorre inconstitucionalidade por arrastamento quando a declaração de inconstitucionalidade alcança outra norma constitucional que não tenha sido impugnada inicialmente. Em tal situação, conforme entendimento do STF, diante do princípio da demanda, o referido tribunal não pode apreciar a norma consequente caso ela não tenha sido arrolada como inconstitucional pelo autor da ação direta de inconstitucionalidade. Comentários: A questão se refere a chamada inconstitucionalidade por arrasto ou consequencial. Na jurisprudência do Supremo e na doutrina, entende-se que ao tornar inconstitucional uma dispositivo de uma norma, por consequência, também estaria-se declarando inconstitucional os diplomas legais que forem dependentes ou interdependentes dos dispositivos fulminados. Assim, ocorre um verdadeiro arrastamento dos efeitos da declaração à outros dispositivos dependentes do primeiro. Desta forma, não há óbice para a apreciação da inconstitucionalidade do dispositivo consequente pelo Supremo. Gabarito: Errado.

45. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) No controle difuso, a atribuição de efeitos prospectivos à declaração de inconstitucionalidade é proibida pelo STF. Comentários: O STF tem entendido pela possibilidade da modulação temporal de efeitos no controle difuso de constitucionalidade. Desta forma, se verificada relevância para segurança jurídica ou interesse social, poderá o juiz não dotar a declaração de eficácia retroativa, mas fixar o modo temporal pelo qual se darão os efeitos da declaração. Gabarito: Errado.

46. (CESPE/PGE-AL/2008) A omissão do poder público que justifica o ajuizamento da ADI por omissão é aquela relativa às normas constitucionais de eficácia contida de caráter impositivo, em que a CF investe o legislador na obrigação de expedir comandos normativos. Comentários: Tratam-se das normas de eficácia limitada, onde a não edição da norma provoca a inaplicabilidade do dispositivo constitucional. Gabarito: Errado.

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47. (CESPE/PGE-AL/2008) Em se tratando de reconhecimento de omissão inconstitucional perpetrada por órgão administrativo, o STF, em sede de ADI por omissão, está livre para fixar o prazo para que o órgão adote as providências necessárias para sanar o vício, uma vez que a CF não prevê prazo específico. Comentários: Atualmente, o erro da questão é apenas dizer que a Constituição não prevê prazo, quando na verdade prevê 30 dias de acordo com o seu art. 103 §2º. Dizemos "atualmente", pois a lei 12063 publicada em 2009 é que abriu a possibilidade para que o tribunal, ao invés de fixar os 30 dias previstos na Constituição, fixe prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. Gabarito: Errado.

48. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) A ação declaratória de constitucionalidade foi instituída pelo constituinte originário na Constituição de 1988. Comentários: Ela foi instituída pela EC 3 em 1993. Gabarito: Errado.

49. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) A ação declaratória de constitucionalidade pode ser proposta por qualquer cidadão, perante o STF. Comentários: Somente poderá ser proposta pelos legitimados do art. 103 da Constituição Federal. Gabarito: Errado.

50. (CESPE/OAB-SP exame nº 136/2008) A declaração de inconstitucionalidade sempre produzirá efeitos ex nunc. Comentários: A regra é justamente ao contrário, ou seja, produzir efeitos ex-tunc. Somente excepcionalmente em virtude de segurança jurídica ou interesse social é que poderá o judiciário dotar a declaração de efeitos ex-nunc. Gabarito: Errado.

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51. (CESPE/OAB-SP exame nº 136/2008) Não há previsão constitucional para o julgamento de ação direta no âmbito dos tribunais regionais federais (TRFs). Comentários:

A Constituição só previu o julgamento de leis em tese em dois órgãos: o STF e o TJ.

Gabarito: Correto.

52. (CESPE/Analista - TRT 9ª/2007) Concedida medida liminar nos autos de uma ação de argüição de descumprimento a preceito fundamental (ADPF), poderá o STF determinar a suspensão dos processos em curso ou os efeitos das decisões judiciais já proferidas, inclusive da coisa julgada, que apresentem relação com a matéria objeto dessa ADPF. Comentários: Segundo o STF, a ADPF não se presta a desconstituir ou alterar efeitos das coisas julgadas.

Gabarito: Errado.

53. (CESPE/AJAA - TRT 5ª/2009) O senador da República tem legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança para o controle da constitucionalidade de aspecto procedimental relativo a processo legislativo de decreto legislativo que esteja em tramitação no Senado Federal. Comentários: Trata-se do controle preventivo de constitucionalidade feito por mandado de segurança no STF, cujos legitimados serão exclusivamente deputados ou senadores. Gabarito: Correto.

54. (CESPE/Procurador-AGU/2010) Para o STF, o indeferimento da medida cautelar na ADI não significa confirmação da constitucionalidade da lei com efeito vinculante. Comentários: As decisões que possuem o efeito vinculante (stare decisis) são apenas as decisões de mérito, ou seja, aquelas que analisaram efetivamente o objeto da causa. O indeferimento da ADI, ou de sua cautelar, pode acontecer por vários motivos, inclusive pela falta de

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pressupostos formais. Assim, somente se a decisão de mérito fosse denegatória é que se confirmaria a constitucionalidade da lei. Gabarito: Correto.