comentário à 1ª tarefa

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Bom dia Mª José! Decidi comentar a tua reflexão porque a tua BE, à semelhança da nossa, ainda se encontra numa fase de instalação (a tua ainda mais). Foram vários os pontos no teu documento que me chamaram a atenção, nomeadamente: Falta de formação na vertente da biblioteconomia – como tu, eu e provavelmente muitos dos nossos colegas sentem esta dificuldade. Nesta área tenho a sorte de a outra PB estar a realizar o mestrado em Ciências Documentais. Para colmatar esta lacuna considero que era prioritário que os Centros de Formação promovessem Oficinas de Formação neste âmbito. Referes a existência de uma equipa PTE, na qual tu te integras e com a qual podes contar. É realmente uma mais-valia. Relativamente a este ponto, acresce-me referir que tudo se complica, ainda mais, quando se atribui mais do que um cargo/função ao mesmo docente (prática recorrente no nosso Agrupamento). No nosso caso, a relação BE/Equipa PTE também é muito boa porque eu, na maior parte do tempo, tenho uma boa relação comigo mesma. Só que, em termos de resposta às solicitações que nos são colocadas, mais uma vez o factor “falta de tempo” se constitui como mais uma ameaça. As nossas BE’s têm Blogues, já temos uma disciplina na Plataforma Moodle do Agrupamento mas ainda não temos um Site e não temos Catálogo online. Muito está ainda por fazer no que respeita a recursos digitais Por outro lado, a tua Equipa da BE não é pluridisciplinar e o número de horas atribuído é insuficiente. Penso que este é um problema recorrente em muitas Escolas e Agrupamentos, mais grave ainda no caso dos últimos, porque implica uma gestão integrada de vários espaços. Se por um lado a criação da figura do PB se constituiu como uma mais-valia, parece-me que os Órgãos de Gestão se “aproveitaram” da situação para deixarem de investir nos recursos humanos a afectar à BE, desviando os PB’s das suas principais funções, levando a que o nosso tempo seja dispendido em tarefas de atendimento e vigilância. Esta tem sido, também, uma tarefa difícil porque a adesão dos alunos a este novo espaço tem sido muito grande. Infelizmente, o que os traz à BE/CRE é a vontade de ocuparem os seus tempos livros a jogarem nos computadores. Como contornar esta situação? Se lhes proibirmos os jogos nunca mais voltam. Se os deixamos jogar, a BE/CRE transforma-se em “salão de jogos”. Na nossa Biblioteca introduzimos uma medida que, até agora, ainda não sei se será a melhor. Só os deixamos ir para os computadores jogar depois de lerem pelo menos 10 minutos e fazerem, por escrito, um pequeno resumo do que leram. Para além de acrescentar mais trabalho (temos que ler os resumos e corrigi-los), não sei até que ponto é que esta medida não irá transformar aquilo que deveria ser uma fonte de prazer – a leitura – num “castigo” (do ponto de vista dos alunos). Referes, por várias vezes, a necessidade da realização de reuniões com Coordenadores de Departamento, de Grupo, Directores de Turma e Professores em geral. Infelizmente, no panorama actual do nosso sistema de ensino, a palavra “reunião” equivale a palavrão. Os professores estão desmotivados, vão para as reuniões com um espírito derrotista não estando, na maior parte das veazes, abertos a qualquer tipo de proposta/sugestão ou projecto. Realmente é necessário fazer chegar a mensagem junto da comunidade educativa. É preciso desmontar a ideia de que o papel da BE se resume ao trabalho de

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Comentário à análise da situação da BE da E.B. 2,3 D. Fernando II

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Page 1: Comentário à 1ª tarefa

Bom dia Mª José!

Decidi comentar a tua reflexão porque a tua BE, à semelhança da nossa, ainda se

encontra numa fase de instalação (a tua ainda mais).

Foram vários os pontos no teu documento que me chamaram a atenção,

nomeadamente:

• Falta de formação na vertente da biblioteconomia – como tu, eu e provavelmente muitos

dos nossos colegas sentem esta dificuldade. Nesta área tenho a sorte de a outra PB estar a

realizar o mestrado em Ciências Documentais. Para colmatar esta lacuna considero que era

prioritário que os Centros de Formação promovessem Oficinas de Formação neste âmbito.

• Referes a existência de uma equipa PTE, na qual tu te integras e com a qual podes contar. É

realmente uma mais-valia. Relativamente a este ponto, acresce-me referir que tudo se

complica, ainda mais, quando se atribui mais do que um cargo/função ao mesmo docente

(prática recorrente no nosso Agrupamento). No nosso caso, a relação BE/Equipa PTE

também é muito boa porque eu, na maior parte do tempo, tenho uma boa relação comigo

mesma. Só que, em termos de resposta às solicitações que nos são colocadas, mais uma vez

o factor “falta de tempo” se constitui como mais uma ameaça. As nossas BE’s têm Blogues,

já temos uma disciplina na Plataforma Moodle do Agrupamento mas ainda não temos um

Site e não temos Catálogo online. Muito está ainda por fazer no que respeita a recursos

digitais

• Por outro lado, a tua Equipa da BE não é pluridisciplinar e o número de horas atribuído é

insuficiente. Penso que este é um problema recorrente em muitas Escolas e Agrupamentos,

mais grave ainda no caso dos últimos, porque implica uma gestão integrada de vários

espaços. Se por um lado a criação da figura do PB se constituiu como uma mais-valia,

parece-me que os Órgãos de Gestão se “aproveitaram” da situação para deixarem de

investir nos recursos humanos a afectar à BE, desviando os PB’s das suas principais funções,

levando a que o nosso tempo seja dispendido em tarefas de atendimento e vigilância. Esta

tem sido, também, uma tarefa difícil porque a adesão dos alunos a este novo espaço tem

sido muito grande. Infelizmente, o que os traz à BE/CRE é a vontade de ocuparem os seus

tempos livros a jogarem nos computadores. Como contornar esta situação? Se lhes

proibirmos os jogos nunca mais voltam. Se os deixamos jogar, a BE/CRE transforma-se em

“salão de jogos”. Na nossa Biblioteca introduzimos uma medida que, até agora, ainda não

sei se será a melhor. Só os deixamos ir para os computadores jogar depois de lerem pelo

menos 10 minutos e fazerem, por escrito, um pequeno resumo do que leram. Para além de

acrescentar mais trabalho (temos que ler os resumos e corrigi-los), não sei até que ponto é

que esta medida não irá transformar aquilo que deveria ser uma fonte de prazer – a leitura

– num “castigo” (do ponto de vista dos alunos).

• Referes, por várias vezes, a necessidade da realização de reuniões com Coordenadores de

Departamento, de Grupo, Directores de Turma e Professores em geral. Infelizmente, no

panorama actual do nosso sistema de ensino, a palavra “reunião” equivale a palavrão. Os

professores estão desmotivados, vão para as reuniões com um espírito derrotista não

estando, na maior parte das veazes, abertos a qualquer tipo de proposta/sugestão ou

projecto. Realmente é necessário fazer chegar a mensagem junto da comunidade

educativa. É preciso desmontar a ideia de que o papel da BE se resume ao trabalho de

Page 2: Comentário à 1ª tarefa

promoção da leitura e que esta é uma actividade unicamente da responsabilidade da

disciplina de Língua Portuguesa. Promover o trabalho colaborativo e articulação BE/

Departamentos/Grupos/Equipas do EE é primordial. De que forma? Quem me dera

conhecer a resposta. Para agravar ainda mais esta situação, são poucos os professores que

visitaram e que conhecem o acervo da biblioteca.

• Das leituras efectuadas salienta-se a necessidade de monitorizar/avaliar o trabalho

realizado para determinar da sua

validade e ajustá-lo. Esse trabalho

deve basear-se nas evidências

recolhidas de forma sistemática

recorrendo a indicadores

próprios, análise comparativa dos

resultados dos programas

Concelhios/Nacionais, dados

sobre circulação dos recursos da

Biblioteca e dados estatísticos.

Vai ser necessário construir uma

série de instrumentos que nos

permitam avaliar o nosso

trabalho e, aqui, surgem de novo

as dificuldades (inexistência de

uma Equipa e falta de tempo).

Para finalizar, referes a realização de uma acção de sensibilização “Dá-nos tempo!”.

Fiquei muito curiosa!!!

Continuação de bom trabalho!

Ana Grilo

Descobrir a BE/CRE