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ComentárioJudáico-Nazareno do Sefer Devarim (Livro de Deuteronômio) 1 “DEVARIM” דברים

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ComentárioJudáico-Nazareno do Sefer Devarim (Livro de Deuteronômio)

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“DEVARIM”

דברים

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ComentárioJudáico-Nazareno do Sefer Devarim (Livro de Deuteronômio)

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Índice de Comentários

I – DEVARIM II – VA'ETCHANAN III – EIKEV IV – RE’EH V – SHOFTIM VI – KI TEITSEI VII – KI TAVO VIII – NITSAVIM/VA’YEILECH IX – HAAZINU X – VEZOT HAB’RACHÁ

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I – DEVARIM (PALAVRAS)

DEVARIM (DEUTERONÔMIO) 1.1 – 3.22 1 – LEMBRANDO DO ETERNO YHWH

Esta Parashá tem uma característica especial. É, fundamentalmente, uma passagem onde Mosheh relembra ao povo tudo aquilo que foi feito durante a peregrinação até a terra da promessa. Podemos extrair disto duas lições: primeiramente, repare que o próprio Elohim se certificou de que isto fosse escrito na Torá, nos mostrando o quanto é importante relembrarmos todas as histórias bíblicas, pois reforçam nossa fé e nos dão um sentimento de que tanto nós que vivemos agora, quanto os que viveram antes de nós, quanto os que viverão após os nossos dias, todos somos um só corpo perante o Eterno YHWH. Outra característica importante é a reflexão constante sobre nossa jornada espiritual. Devemos constantemente nos lembrar de nossa caminhada com o Eterno YHWH. Repare que Mosheh (Moisés) não deixou de mencionar as falhas do povo. Lembramo-nos das vitórias, mas também das falhas para aprendermos e nos fortalecermos na fé.

2 – PENSANDO SEMPRE O PIOR

Em Devarim (Deuteronômio) 1.27 encontramos um fato curioso. Nele, vemos que por diversas vezes o povo de Israel achou que Elohim os havia tirado do Egito para fazê-los perecer, provavelmente devido ao pecado de idolatria que o povo havia cometido ao adorar os Ídolos do Egito (segundo a tradição judaica). Muitas pessoas são exatamente como o povo de Israel. Pensam e esperam logo o pior, como se Elohim andasse a nossa espreita esperando o primeiro deslize para nos punir. Porém, Elohim deixa claro que pune àqueles que amam, assim como o pai amoroso de Provérbios 13.24 “Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga”. Porém, o objetivo de Elohim é a nossa correção e não a nossa destruição. Mesmo diante das adversidades, lembremos do que diz o Brit Hadasha (o “Novo” Testamento): "Elohim age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam". (Romanos 8.28)

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3 – A AREIA E AS ESTRELAS

Em Devarim (Deuteronômio) 1, Mosheh fala do peso que o povo tinha se tornado, por ter se multiplicado e se tornado como as estrelas do céu. Será que o problema era o número de pessoas no povo? Ora, mas o povo já era extremamente numeroso quando saiu do Egito. Mas, então, por que havia se tornado como um fardo para Mosheh (Moisés)? A resposta, segundo a tradição judaica, está justamente na expressão “como as estrelas do céu”. Israel sempre foi um povo muito teimoso. Em algumas ocasiões, Elohim os comparou à areia do mar (Bereshit / Gênesis 32.12 “Pois tu mesmo disseste: Certamente te farei bem, e farei a tua descendência como a areia do mar, que pela multidão não se pode contar”. Em outros, às estrelas do céu mar (Bereshit / Gênesis 15.5 “Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar; e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência”. A areia tem os grãos apoiados uns nos outros, é compacta e forma uma unidade que não é difícil de manusear. Contudo, as estrelas são muito distantes e espalhadas, e quase não se identifica uma unidade. Portanto, muito difíceis de manusear. Assim era com o Povo de Israel, e era disto que Mosheh (Moisés) se queixava. Até que ponto somos como Israel em nossa teimosia e divisão? Estaremos agindo como estrelas ou como areia? Devemos refletir acerca disto.

4 – APRENDENDO A EXORTAR

Vemos que Devarim (Deuteronômio) 1 é uma exortação de Mosheh ao povo. A exortação é das coisas mais difíceis de fazer, pois requer muita experiência e amor. Infelizmente, muitos dos seguidores de Ye’shua tem magoado uns aos outros, e até mesmo afastado alguns da fé por não saberem exortar. Somos muito rápidos em apontar os erros dos outros, contrariando as recomendações que Elohim nos deu. Primeiramente, temos que estar constantemente reconhecendo que somos pecadores e que só estamos vivos pela infinita misericórdia de Elohim. É essa humildade que é fundamental antes da exortação, pois sabemos que somos também capazes de pisar na bola. É por isso que Ye’shua nos adverte a primeiro olharmos para os nossos pecados, antes de sairmos nos preocupando com o pecado alheio. (Matitiyahu / Mateus 7.3-4 3:

“E por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? 4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tens a trave no teu?”).

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Mosheh era extremamente humilde, e reconheceu também suas falhas. Mas não era só isso. Mosheh de fato AMAVA muito ao povo. Suas palavras são como que de um coração aflito, tal era o amor dele por aquela gente. É o mesmo sentimento que Ye’shua teve ao falar dos pecados de Jerusalém em Matitiyahu 23.17 : “Insensatos e cegos! Pois qual é o maior; o ouro, ou o santuário que santifica o ouro?”. O rabino Sha'ul (apóstolo Paulo) mostra em Filipenses 2.1-2: “Portanto, se há alguma exortação no Mashiach (Messias), se alguma consolação do coração em amor, se alguma comunhão da Ruach (Espirito), se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai o meu gozo, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa”; que a exortação deve ser em amor. Antes de chamar a atenção de alguém quanto a alguma atitude, pense bem e responda: você ama aquela pessoa?

5 – NÃO CONFUNDA!!!

Em Devarim (Deuteronômio) 2, Elohim dá ao povo uma recomendação interessante quanto a povos e tribos que eles não deveriam atacar, e menciona uma raça de gigantes (Emim) que eram confundidos com Rephaim por seus atributos físicos, mas não eram de fato Rephaim. Por que Elohim faz esta menção? Porque Elohim havia prometido a Avraham a terra dos Rephaim. Se Elohim não houvesse esclarecido este ponto, o povo teria pensado que os Emim eram inimigos e os teriam destruído. Isto nos lembra um fato interessante. Atos 15.8 “E Elohim, que conhece os corações, testemunhou a favor deles, dando-lhes a Ruach HaKodesh, assim como a nós”; nos diz que Elohim é quem

conhece os nossos corações. Se Israel tivesse julgado os Emim (עש) gigantes), teria os

condenado injustamente. Que isto sirva de lição para nós, a fim de que verdadeiramente não julguemos o exterior de uma pessoa.

6 – O MEDO

Em Devarim (Deuteronômio) 3, Mosheh (Moisés) diz ao povo para não temer, pois o Eterno YHWH estava lutando por eles. Repare que a recomendação direta de não temer é encontrada em mais de 130 passagens ao longo das Escrituras! Mas, então, por que tememos?

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Há dois tipos de medo que devemos separar: existe a sensação irracional que toma conta de nós. Um bom exemplo é quando uma mulher vê um rato, ou coisa parecida. Não é deste medo que as Escrituras estão falando, mas sim de uma atitude de falta de fé. Na medida em que depositamos nossa confiança no Eterno YHWH, o medo desaparece. Que nós possamos de fato viver segundo as palavras que Ye’shua nos deixou: "Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Contudo, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Então, não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais!" (Matitiyahu / Mateus 10.29-31).

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II – VA'ETCHANAN (EU PEDI)

neste caso um pedido enfático

DEVARIM (DEUTERONÔMIO) 3.23 – 7.11 1 – PERSISTÊNCIA X TEIMOSIA

Esta Parashá começa em Devarim (Deuteronômio) 3.23-29 com um relato interessante, sobre como Mosheh pediu insistentemente a Elohim que o deixasse pelo menos atravessar o Yarden (o Jordão) e entrar na terra prometida. Elohim havia dito a ele que ele não entraria na terra, como conseqüência do pecado de ter batido na rocha. Mosheh relatou que tentou argumentar com Elohim, mas mesmo assim Elohim disse não. Pelo que mostra a Torá, Mosheh foi bastante teimoso em sua insistência. Percebemos isto pela reação de Elohim aos pedidos dele. Isto nos mostra o lado humano de Mosheh. Muitas vezes confundimos a persistência com a insistência. A persistência é positiva e em muitos casos é recompensada (vide o caso de Avraham (Abraão) tentando salvar a vida de Lot (Ló). Porém, não devemos ser teimosos e quando Elohim dá a resposta a uma oração, temos que saber aceitá-la com humildade, mesmo que não seja o que nós esperamos, pois o Eterno YHWH só nos dar o que precisamos, Ele é quem sonda os nossos corações.

2 – ENSINANDO OS PEQUENINOS

Em Devarim (Deuteronômio) 4 existe um conceito muito precioso a respeito do ensino aos pequeninos que, por conta das traduções, às vezes é perdido. No hebraico, Devarim 4.9 é uma frase meio confusa à primeira vista, pois fala para não removermos a memória das leis e dos feitos de Elohim do coração para que caiam no esquecimento, mas sim para torná-las conhecidas a nossos filhos e netos. Que frase esquisita: remover do coração para dar aos filhos e netos? O que a Torá quer dizer com isto? A resposta é que a Torá está nos determinando a não apenas ensinar sobre Elohim aos pequeninos, mas sim que nós possamos viver uma vida com Elohim, para que eles possam sentir que os ensinamentos vêm de fato do nosso coração e se refletem em nossas vidas. Você tem ensinado a Palavra do Eterno YHWH a crianças? Será que o que elas ouvem da sua boca tem refletido o que elas vêem na sua vida?

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3 – A DISTÂNCIA ENTRE A MENTE E O CORAÇÃO Em Devarim (Deuteronômio) 4 vemos ainda um outro fato curioso. Em 4.39 vemos que Mosheh diz ao povo para saber e estabelecer no coração que ADONAI é Elohim nos céus e na terra. Repare que o saber não é suficiente. A grande maioria das pessoas neste mundo apenas sabe sobre a existência de Elohim. Muitos são os que até reconhecem isto como verdade. Lembre-se do que o irmão de Ye’shua diz em Ya'akov (Thiago) 2.9: “Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela Torá como transgressores da Torá”: "Você acredita que Elohim é um? Bom para você! “OS DEMÔNIOS TAMBÉM ACREDITAM E O PENSAMENTO OS FAZ TREMER DE MEDO.” Veja que o acreditar intelectualmente não é suficiente. Como disse Mosheh, temos que levar isto da mente ao coração. Quando a consciência de Elohim está em nossos corações, isto gera fé. E esta fé que vem do coração, que é a fé verdadeira, gera frutos (vide o restante do texto de Ya'akov / Thiago 2).

4 – A IMPORTÂNCIA DE LEMBRAMOS

Em Devarim (Deuteronômio) capítulos 4 e 5 vemos uma nova repetição da síntese da nossa fé. Mosheh (Moisés) começa o capítulo 4 relembrando ao povo o resumo dos preceitos da Aliança com o Eterno YHWH. Este resumo é conhecido como os Dez Mandamentos, e foi gravado pelo Eterno YHWH em duas tábuas (SEGUNDO A TRADIÇÃO

JUDAICA AS TÁBUAS SÃO DE SAFIRA) e posto na Arca da Aliança. Mas, os mandamentos já haviam sido dados em Shemot (Êxodo) 20. O que temos aqui é uma recordação das mitsvot (mandamentos). No capítulo 5 temos mais três mitsvot (mandamentos) que tem haver com lembrarmos do Eterno YHWH. Vou apenas citá-las brevemente, mas posteriormente faremos um estudo mais completo sobre elas. Primeiro, temos a recitação do Sh'ma: "Sh'ma Israel YHWH Eloheinu YHWH Echad". (Ouve ó Israel! YHWH nosso Elohim, YHWH é UM) Esta frase é recitada até hoje por judeus duas vezes ao dia (de manhã e à noite). Quem nunca recitou não sabe o que está perdendo, pois realmente nos ajuda a reforçar nossa fé! O segundo mandamento é de escrever estas palavras nas portas (que os judeus cumprem até hoje através da mezuzá, uma caixinha que contem este texto). Semelhante à mezuzá temos os t'filim (vide Devarim / Deuteronômio 6.9: “E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas”. Mas por que tantas instruções sobre lembrarmo-nos da Torá do Eterno YHWH? A lembrança não é intelectual, mas sim uma forma de internalizarmos este conhecimento

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em nossas vidas. Lembrarmos de Elohim a cada momento do nosso dia é fundamental se desejamos de fato cumprir a determinação de Mosheh em Devarim / Deuteronômio 4.39: “Do céu te fez ouvir a sua voz, para te instruir, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, do meio do qual ouviste as suas palavras” de estabelecermos que ADONAI é Elohim em nossos corações, e vivermos de acordo com estes preceitos.

5 – O AMOR E O TEMOR: ENTENDENDO O OBEDECER À LEI DO ETERNO YHWH

Nesta Parashá, a Torá nos fala das duas motivações que temos para obedecer ao Eterno YHWH. A primeira é o temor (Devarim / Deuteronômio 5.29: “Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem, e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles, e a seus filhos para sempre! 6.2 para que temas ao Senhor teu Elohim, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e para que se prolonguem os teus dias. 6.13 Temerás ao Senhor teu Elohim e o servirás, e pelo seu nome jurarás. e 6.24 Pelo que o Senhor nos ordenou que observássemos todos estes estatutos, que temêssemos o Senhor nosso Elohim, para o nosso bem em todo o tempo, a fim de que ele nos preservasse em vida, assim como hoje se vê” e a segunda é o amor (Devarim / Deuteronômio) 6.5: “Amarás, pois, ao Senhor teu Elohim de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.” Mas o que temiam os Israelitas? Temiam as conseqüências de desobedecerem à Elohim. Temiam as punições previstas na Torá. Repare que as punições não eram, nem são, a Torá em si, mas sim a conseqüência de não seguirmos a Torá. Os Ketuvim Netsarim (Segundo Testamento) não nos ensinam que a Torá Foi abolida, mas sim que as punições foram cumpridas em Ye’shua, e por isso não mais estamos presos ao medo delas. Alguns distorcem este fato para dizer que a Torá (Lei) que Elohim deu e chamou de eterna não é mais válida para nós, o que faria de Elohim um mentiroso. Mas a verdade é que agora obedecemos por uma razão mais nobre: o amor. Elohim sempre quis que o Seu Povo fosse obediente por amor (vide a promessa de Elohim de fidelidade em Devarim / Deuteronômio 7.9: “Saberás, pois, que o Senhor teu Elohim é que é Elohim, o Elohim fiel, que guarda o pacto e a misericórdia, até mil gerações, aos que o amam e guardam os seus mandamentos”. Existe o temor? Sim, existe, pois sofremos conseqüências caso não andemos “na linha”. Mas não existe mais o temor da condenação, de não conseguirmos chegar à Elohim. Ye’shua se fez condenação por nós!

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6 – O QUE É O AMOR À ELOHIM?

Em Devarim (Deuteronômio) 6.5 temos o mandamento de amarmos a Elohim de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todos os nossos recursos (poder). Mas o que significa isto? Segundo a tradição judaica, de todo o nosso coração significa que todos os desejos de nosso coração devem ser canalizados para Elohim. A palavra alma no hebraico quer dizer “ser vivente”, logo devemos amar a Elohim com toda a nossa vida, não só dedicando-a ao ETERNO YHWH mas também dispostos a serví-Lo mesmo que isto custe a nossa vida (vide Matityahu / Mateus 10.39: “Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á”. E de todos os nossos recursos fala de nossas riquezas, nossas posses materiais. O serviço ao Eterno YHWH deve estar sempre acima do apego ao dinheiro (vide Matityahu / Mateus 6.24). O que mais as Escrituras nos falam sobre o amor de Elohim? Aqui vão algumas considerações: - É o mandamento mais importante (Marcos 12.29-30: “Ou, como pode alguém entrar na casa do valente, e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente? e então lhe saquear a casa. Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha”. - Devemos amá-lo porque Ele nos amou primeiro (1 Yochanan /João 4.19: “Nós amamos, porque ele nos amou primeiro”; - Requer também amor ao próximo (1 Yochanan / João 4.20: “Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que em Yerushalayim é o lugar onde se deve adorar”; - Amar a Elohim requer obediência à Torá (1 Yochanan / João 5.13: “Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Elohim, para que saibais que tendes a vida eterna”. Se você diz que ama a Elohim e seu coração está cheio de raiva, ódio e ressentimento contra um irmão, ou se você não dá importância à obediência às Leis do Eterno YHWH, será que está demonstrando o tipo de amor que Ele deseja?

7 – O SAGRADO E O PROFANO

Esta Parashá termina em Devarim (Deuteronômio) 7 onde Elohim dá claras recomendações ao povo para não se misturarem com os povos pagãos. Vemos inclusive uma proibição do Eterno YHWH de que se casasse com outros povos pagãos. A um israelita, só se permitia casar com pessoas de outros povos caso estas pessoas desejassem se juntar a Israel. Mas por que? É claro que Elohim não estava ensinando a intolerância a outros povos e raça. O problema era a incorporação das práticas pagãs.

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Elohim não tolera o sincretismo entre o sagrado e o profano. Vemos isto claramente nas recomendações dadas por Paulo em 2 Coríntios. Muitos seguidores de Ye’shua não sabem, mas diversas práticas que hoje encontramos por aí são oriundas do sincretismo religioso. "Não tem nada demais" – É a mesma mentira que HaSatan contou a Adam (Adão) e a Havah (Eva) no Éden quando os fez comer do fruto proibido. Não devemos brincar com Elohim, pois o Eterno YHWH deixou claro em Devarim 7 que a ira d’Ele estará sobre àqueles que deixarem de lado a Sua Santidade. Será que temos sido de fato um povo santo, separado pelo Eterno YHWH? Fica a reflexão para cada um de nós! Que o Eterno YHWH nos ilumine!

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III – EIKEV (PORQUE) DEVARIM (DEUTERONÔMIO) 7.12 – 11.25

1 – QUALIDADE DE VIDA

Esta Parashá começa com Devarim (Deuteronômio) 7 (do verso 12 em diante), onde o Eterno YHWH demonstra a via de mão dupla que é o relacionamento com os Filhos de Israel. Repare que Elohim não diz para o povo cumprir as mitsvot (leis) não apenas para preservar seu relacionamento com o povo, mas sim para que tudo corra bem para eles. Muitos torcem o nariz para as leis do Eterno YHWH, gabando-se se de "não precisar delas" para ter um relacionamento com o Eterno YHWH. Não vamos entrar nesta questão em particular, mas o interessante é que as pessoas se esquecem que as leis que o Eterno YHWH deu ao povo por causa do povo. Elohim não precisa das leis. Somos nós que precisamos. Somos nós que precisamos de bem-estar material e espiritual. Ao longo desta Parashá vemos os perigos de não andarmos segundo os preceitos do Eterno YHWH.

2 – MILAGRES DIÁRIOS

Em Devarim (Deuteronômio) 8 vemos uma frase interessante. Mosheh lembra ao povo que usou pessoas desconhecidas para alimentá-los. Qual a probabilidade de um desconhecido alimentar um povo errante no deserto? Porém, até hoje a tradição judaica é de lembrar do de como Elohim mandou o maná. Poucos se lembram dos desconhecidos que alimentaram nosso povo ao longo do percurso. Por que? Porque temos a tendência de achar que um milagre precisa ser algo sobrenatural. Esquecemo-nos de que Elohim age em todas as coisas. Até hoje, a tradição judaica das “b'rachot” (chamadas comumente de “bênçãos”, que costumam ser recitadas diariamente) é a de que não são ditas para que o Eterno YHWH nos ouça, mas sim para que nós possamos ouvir a nós mesmos para não nos esquecermos de que Elohim está presente no nosso dia-a-dia. O envolvimento do Altíssimo com as pequenas coisas é por si só, um grande milagre. Que nós possamos aprender esta lição de humildade com o povo de Israel.

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3 – O PERIGO DA ARROGÂNCIA

Vemos também no final de Devarim (Deuteronômio) 8 que Elohim, através de Mosheh, alerta ao povo para que não deixe o coração se exaltar (verso 14) para que não se esqueça de Elohim. O povo de Israel havia sido abençoado milagre após milagre. Qual era o perigo disto? Que eles se acomodassem e ficassem arrogantes, acreditando que eram dignos dos milagres que estavam ocorrendo. A arrogância é uma atitude muito destrutiva. Note que Elohim diz ao povo para não ficar arrogante, pois a arrogância nos faz esquecermo-nos d’Ele. Não que Ele saia de nossa memória, mas sim do nosso dia-a-dia. Deixamos de buscá-Lo, de nos envolvermos com Ele. Veja o que diz a tradição judaica, no Talmude, a respeito deste tema: “Qualquer pessoa que é arrogante é como se servisse a ídolos, como se negasse a Elohim, e como se participasse em imoralidade, como se construísse um altar [para ídolos]”... O Elohim Santo, bendito seja Ele, diz “ele e Eu não podemos viver neste mundo" [Sota 4b, 5a].

4 – DOIS DESERTOS... DOIS PROFETAS...

Vemos em Devarim (Deuteronômio) 8 que há dois relatos da passagem do povo pelo deserto. Um seguido do outro. Nada na palavra é por acaso. O nível SOD (oculto) de interpretação das Escrituras (vide artigo sobre interpretação das escrituras) nos revela algo interessantíssimo. Os dois relatos não são por acaso. O número 2 significa “livramento”. Repare ainda que o texto usa os tempos “passado” (lembranças) e “futuro” (instruções). Temos um indício de profecia aqui. O que este texto indica pelo nível SOD é: “Assim como o povo passou pelo deserto uma vez, e obteve livramento, da mesma forma o povo passará novamente pelo deserto, e mais uma vez terá um livramento”. Como podemos ter certeza de que esta interpretação SOD está correta? Compare com Lucas 21.21 "Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes, os que estiverem na cidade saiam, e os que estiverem no campo não entrem na cidade". Mas e o livramento de Israel? Veja o que Mosheh diz em Devarim / Deuteronômio 18.15: "O Eterno YHWH teu Elohim te suscitará do meio de ti, dentre teus irmãos, um profeta semelhante a mim; a ele ouvirás"

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5 – ANTES E DEPOIS DE COMER É hábito no judaísmo recitar-se uma b'rachah (bênção) antes de comermos, em gratidão ao Eterno YHWH pelo alimento. Para um judeu, o alimento não é um fim em si mesmo, mas um meio que o possibilita servir ao Eterno YHWH. Da mesma forma, antes e depois da leitura da Torá tem-se o hábito de também recitar uma b'rachah. Uma vez que a Palavra do Eterno YHWH também é considerada como alimento para nós. Será que temos meditado na Palavra diariamente, tal qual comemos? A título de curiosidade, as b'rachot que são normalmente recitadas são: “Bendito és Tu, ETERNO YHWH, Soberano Rei do Universo, que nos escolheu dentre todos os povos e nos deu a Torá. Bendito és Tu, ETERNO YHWH, que nos deu a Torá”. (antes da leitura). “Bendito és Tu, ETERNO YHWH, Soberano Rei do Universo, que nos deu a Torá da verdade, e plantou entre nós a Vida Eterna. Bendito és Tu, ETERNO YHWH, que nos deu a Torá”. (depois da leitura).

6 – O QUE FOI QUE EU FIZ?

Veja em Devarim (Deuteronômio) 9 que o Eterno YHWH deixa claro a Israel que não foi por justiça de Israel que Elohim os conduziu à terra da promessa. Alguns grupos dizem que antes de Ye’shua a salvação era por “obras”, mas a Bíblia toda deixa bem claro que o relacionamento com o Eterno YHWH sempre foi exercido através da fé na misericórdia d’Ele. O problema é que as pessoas têm a tendência de se perguntarem “O que foi que eu fiz?” Quando se vêem diante de uma situação. É muito comum acharem que Elohim só abençoa àqueles que são “santinhos” em seus atos. A obediência a Elohim é importante sim, deve ser almejada sim, e é bênção em nossas vidas sim. Porém, Elohim não age em nossas vidas baseado na nossa própria justiça. Elohim nos abençoa, nos protege, e nos abre portas por causa de sua misericórdia para conosco: "Mas eu confio na tua misericórdia; o meu coração se alegra na tua salvação" (Tehilim /

Salmos 13.5: “Mas eu confio na tua benignidade; o meu coração se regozija na

tua salvação”.

7 – A MELHOR HERANÇA

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Em Devarim (Deuteronômio) 10 vemos uma referência à herança dos Levi'im (levitas). A eles, mais especificamente à família de Aaron, era confiado o sacerdócio. Por este motivo, Elohim diz que Ele próprio seria por herança de Levi. Que declaração maravilhosa! Levi não possuía riquezas, mas era o mais rico dentre eles porque sua herança era depender do ETERNO YHWH para tudo! Veja que Ye’shua possuía a mesma relação com Elohim, pois declarou a respeito de seus bens: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça". (Mateus / Matityahu 8.20. Isto não é uma apologia à pobreza voluntária, mas sim um alerta que o Eterno YHWH nos dá sobre qual deve ser o nosso objetivo. Muitos seguidores de Ye’shua atualmente concentram-se muito naquilo que podem “ter”. O que o Eterno YHWH deseja é que nos concentremos naquilo que podemos “ser”, e o Seu ideal para nós é que dependamos d’Ele em todas as áreas de nossa vida. Assim, todas as nossas necessidades são supridas.

8 – A CIRCUNCISÃO DO CORAÇÃO

Um dos textos mais distorcidos por algumas “igrejas” é o de Romanos 2. Alguns usam este texto para dizer que Elohim aboliu a circuncisão. Ora, por que aboliria a Elohim algo que Ele mesmo declarou ser Eterno YHWH? O fato é que a circuncisão do coração não é novidade dos Ketuvim Netsarim (o Segundo Testamento), mas já aparece na Torá em Devarim (Deuteronômio) 10, verso 16:

“Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a

vossa cerviz”. Mas então o que é a circuncisão do coração? A circuncisão da carne era

o primeiro sinal de que uma pessoa tinha sido incluída na aliança que Elohim havia feito com o povo. É o primeiro mandamento a ser cumprido na vida de alguém. É uma marca exterior de pertinência ao Eterno YHWH. A circuncisão do coração demonstra que a obediência que temos ao Eterno YHWH está vindo de dentro (do coração) e não apenas pelo exterior. Paulo não está falando contra a circuncisão exterior, mas sim que a mesma não é válida se a pessoa não tiver um coração voltado a obedecer ao Eterno YHWH. Será que nossos corações têm sido como corações circuncisos? Estamos de fato amando e obedecendo ao Eterno YHWH em nosso dia-a-dia?

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9 – ENFIANDO O DEDO NA TOMADA

Mais uma vez, em Devarim (Deuteronômio) 11 vemos uma repetição do pedido do Eterno YHWH para que o povo viva de acordo com as mitsvot (leis) que foram dadas por Ele. Podemos entender estas exaustivas repetições como uma mãe que vê um filho brincando próximo à tomada e repete “não ponha o dedo na tomada” por diversas vezes, pois não quer que o filho sinta a dor do choque. Da mesma forma, o Eterno YHWH sabe que se não vivemos de acordo com a Palavra d’Ele, sofreremos, pois a Palavra d’Ele é qualidade de vida física e espiritual. Será que temos sido como o relato sobre Israel na Torá, que insistentemente se desviava do Eterno YHWH? Que nós possamos ouvir aos apelos de Elohim e nos voltarmos novamente para Ele!

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IV – RE’EH (VEJA)

DEVARIM (DEUTERONÔMIO) 11.26 – 16.17

1 - BÊNÇÃO, MALDIÇÃO E O CASAMENTO JUDAICO.

Devarim (Deuteronômio) 11 começa com um relato de que Elohim nos dá, na Torá, bênção e maldição. Elohim deu ao povo de Israel uma escolha. Se o povo seguisse suas recomendações, seria abençoado. Caso contrário estaria em maldição. É como a analogia que Paulo faz sobre o casamento judaico em Romanos 7. Ao contrário do que muitas traduções parecem dizer, não casamos com a Torá, mas sim com o pecado. O casamento judaico consiste em um noivo, uma noiva e um contrato. O que fez Elohim então? Deu-nos a Torá, que é um contrato de casamento. Só que escolhemos o outro noivo, ou seja, o mal. Pois Elohim nos deu a escolha. Só que ao escolher o mal, fizemos a opção pela maldição. Para isto Ye’shua veio nos libertar. Não da lei de Elohim (Elohim daria uma lei que é ruim ao homem? Vide Romanos 7.12: “De modo que a Torá é santa, e a mitsvah santa, justa e boa”, mas sim nos libertar da maldição que há no descumprir a Torá.

2 - COMO ANDA SUA VIDA ESPIRITUAL?

Em Devarim (Deuteronômio) 11 e 12, podemos fazer um DRASH (estudo comparativo) entre a entrada do povo de Israel na terra da promessa e nossa própria salvação. Repare que Elohim primeiro deu ao povo a terra da promessa. Foi incondicional, devido à promessa a Avraham (Abraão). Assim, Elohim também nos dá a salvação de forma incondicional, quando a aceitamos e nos tornamos co-herdeiros em Avraham (vide livro de Gálatas). Porém, depois que o povo já entrou, o Eterno YHWH disse em: "Ouve e guarda (Shemá/Shama) todas estas palavras que eu te ordeno, para que te vá bem a ti, e a teus filhos depois de ti, para sempre, se fizeres o que é bom e reto aos olhos do Senhor teu Elohim." Quando Israel descumpria a vontade do Eterno YHWH, as coisas iam mal. Da mesma forma, sua vida espiritual é um reflexo de sua obediência e submissão ao Eterno YHWH. Como anda sua vida espiritual? Você tem se submetido ao que diz o Eterno YHWH?

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3 - NÃO SEJA UM ESQUENTA-BANCO

Em Devarim (Deuteronômio) 12 vemos claramente que Elohim chamou o povo para a terra da promessa para que o povo possa habitar com Ele. Ou seja, viver entre Ele. Da mesma forma, embora o estar regularmente em uma congregação seja importante, o Eterno YHWH também deseja estar presente no nosso dia-a-dia. A Torá nos recomenda meditar na palavra dia e noite, orar e falarmos uns aos outros dos caminhos do Eterno YHWH. Se você não tem feito isto, não sabe o que está perdendo!

4 - OS LÍDERES SÃO NOSSA RESPONSABILIDADE

Em Devarim (Deuteronômio) 12 há uma recomendação do Eterno YHWH para que o povo não se esquecesse dos levi'im (levitas). Lembramos que os levi'im não possuíam herança, e portanto, dependiam do povo para o sustento. Veja que há uma instrução clara do Eterno YHWH para que o povo cuide dos levi'im. Os levi'im eram os líderes espirituais do povo. Isto me faz recordar: será que temos de fato cuidado dos líderes espirituais de nossa comunidade? Muitas pessoas acreditam que por darem o dízimo "cumprem com a sua obrigação" para com a comunidade local. Segundo a Torá, é nosso dever cuidar para que nada falte aos nossos líderes espirituais!

5 - O “MAL” NOSSO DE CADA DIA

Ainda em Devarim (Deuteronômio) 12, vemos que Elohim manda o povo exterminar do meio deles tudo aquilo o que era mal. Às vezes, me pergunto o que Elohim diria daquilo que nos cerca em nosso dia-a-dia. É claro que não vamos sair por aí quebrando tudo o que há no mundo, mas o repare que o Eterno YHWH estava pedindo ao povo para remover o mal de sua terra! Será que temos mantido nossos lares, escritórios, etc. livres do mal? Ou fomos abatidos pela velha mentira da serpente de que “não tem nada demais”? Como anda o seu dia-a-dia? Será que poderia levar Ye’shua a uma visita por sua casa em um dia típico sem ficar envergonhado? Se a resposta é negativa (como provavelmente será para todos nós), então temos muito o que orar e muito o que fazer para limpar nossas vidas.

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6 - O PERIGO DO SINCRETISMO

Segundo Rambam (Mosheh Ben Maimon, importante rabino), esta passagem em Devarim 12 não se refere apenas a remover os ídolos da terra, mas também ao não usar para adoração a Elohim aquilo que era usado para adoração de ídolos. Vemos a mesma recomendação em 2 Coríntios 6.15-16: “Que harmonia há entre o Mashiach e Belial? ou que parte tem o crente com o incrédulo? E que consenso tem o santuário de Elohim com demônios? Pois nós somos santuário de Elohim vivo, como Elohim disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Elohim e eles serão o meu povo”. É interessante como a história se repete! O sincretismo religioso sempre rondou o povo de Elohim, desde os primórdios da fé. Hoje em dia, o sincretismo se reinventou. A última moda em alguns seguidores de Ye’shua (graças ao Eterno YHWH ainda não são maioria) igrejas é utilizarem coisas pagãs (técnicas de regressão, linguajar e práticas que imitam o Espiritismo, músicas profanas com letras modificadas). As desculpas são as mais variadas. Porém, a Bíblia é clara: NÃO PODE HAVER harmonia entre a luz e as trevas.

7 - A TENTAÇÃO DA FALSA PROFECIA

Devarim (Deuteronômio) 13 é um texto importantíssimo, porém pouco conhecido nas igrejas. Note que Elohim alerta ao povo para não dar ouvidos aos falsos profetas, e diz que Ele próprio iria testar o povo através disto. Ora, Elohim não muda e por isto, este preceito prevalece. Mas o que Elohim queria testar: Elohim queria testar se o povo realmente procurava se embasar na Palavra e, acima de tudo, se o povo confiava n’Ele acima do homem. Infelizmente, muitos seguidores de Ye’shua confiam mais em homens do que em Elohim. É impressionante a quantidade de ovelhas feridas devido a darem ouvidos a falsos profetas. Digo isto por experiência própria, pois já caí neste erro. Lembrem-se dos dois preceitos básicos: cheque sempre se o que está sendo dito está de acordo com as Escrituras, e busque a confirmação pelo testemunho de pessoas mais experientes na fé, e de boa reputação, pois a Torá estabelece que a verdade é conhecida pelo testemunho de dois justos, e até mesmo Ye’shua seguiu este preceito ao testemunhar sobre o seu ministério. Tendo base na Palavra, temos menos chance de cairmos na boca de lobos!

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8 - ASSASSINANDO NOSSOS PARENTES?

Muitos se perguntam o porquê da recomendação para assassinar os parentes, caso os mesmos preguem contra o Eterno YHWH em Devarim (Deuteronômio) 14. Então se um parente nosso mudar de religião temos que matá-lo? É preciso entender duas coisas: primeiramente, a recomendação extrema era necessária por conta das conseqüências. A vida eterna estava em jogo! Mas, devemos então aplicar esta punição? É importante entender que as punições não são a “lei” propriamente dita, mas sim a conseqüência de quebrarmos a lei. Isto posto, podemos entender que Ye’shua pagou (de forma atemporal) esta punição. A pena de morte era aplicada nos casos em que não havia mais jeito para a pessoa. Não havia sacrifício de animais que fosse o suficiente para expiar por aquele pecado.

9 - MUTILANDO O CORPO DO MESSIAS

Em Devarim (Deuteronômio) 14, vemos uma passagem que normalmente é traduzida como sendo contrária à mutilação do corpo. Porém, segundo o Talmude (em Yevamos (14a)) o texto original no hebraico pode ser interpretado de duas formas, e não deixa de ser um jogo de palavras. O texto original refere-se também a criação de facções. Ou seja, divisões entre os irmãos. Os Ketuvim Netsarim (Segundo Testamento) refere-se à mesma coisa em 1 Coríntios 1. Quando deixamos que haja facções entre nós, estamos pecando contra o Eterno YHWH e ferindo a nós mesmos.

10 - VOCÊ SE AMA?

Em Devarim (Deuteronômio) 14, vemos também uma repetição das leis alimentícias. É importante ressaltar que ao contrário do que muitos pensam Ye’shua não as revogou (senão, não poderia ser o Messias). Quando Ele declarou todos os alimentos limpos, não entendemos que podemos comer excrementos, não é? Por que? Porque ele declarou limpos todos os “alimentos” e em nossa sociedade, excrementos não são alimentos. Da mesma forma, temos que entender que os animais impuros não eram considerados alimentos para os judeus, logo Ye’shua não intencionava pregar o sanduíche de presunto. A grande maioria dos animais descritos pela Bíblia como impuros têm sido provados pela ciência como sendo a pior coisa que poderíamos por em nossos estômagos (não pretendo me estender nas provas – deixemos isto para outra ocasião mais específica).

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Mas a questão é a seguinte: quando Ye’shua disse para nós Amarmos ao próximo como a nós mesmos, há um mandamento implícito que muitas vezes é esquecido: o de amarmos a nós mesmos. Quem ama, cuida. Se amamos nossos corpos (são Templos da Ruach, isto é do Espírito Santo), não devemos cuidar de nossa saúde?

11 - PERDOE NOSSAS DÍVIDAS

Em Devarim (Deuteronômio) 15 encontra-se um dos princípios mais maravilhosos da Torá: ensina-nos a perdoar as dívidas de todo àquele que nos deve, na ocasião do ano da remissão. Não importa o tamanho da dívida, a cada sete anos todo judeu zeloso deve perdoar as dívidas dos seus irmãos. Que lição valiosa podemos tirar em tempos nos quais vemos tantos irmãos no Messias brigando por dinheiro! Ora, lembremo-nos da parábola do credor impiedoso: se Elohim foi capaz de nos perdoar de uma montanha de pecados que iriam nos levar à condenação eterna, será que não podemos esquecer uma dívida de algo tão mesquinho quanto o dinheiro?

12 - CARIDADE NÃO É BONDADE, É OBRIGAÇÃO!

Vemos em Devarim (Deuteronômio) 15 uma outra recomendação importante. Note que é mitsvah (lei) fazer caridade para que em nosso meio não hajam necessitados. Muitos lembram-se dos dízimos mas esquecem-se deste detalhe. É nossa obrigação suprir as necessidades uns dos outros. Agora, observe o que dizem os versos 9 e 10: não é apenas quando nos sobra (como normalmente fazemos), mas em todas as ocasiões devemos ser generosos para com os nossos irmãos. O Talmude tem uma frase interessante a respeito do tema. Em Kesubos 68a, a tradição judaica diz: "Qualquer um que vira a face para o fazer caridade, é como se servisse a ídolos". É fácil dizer que amamos uns aos outros no Messias. Mas se de fato amamos alguém, não iremos cuidar dele?

13 - OS MOEDIM (OS FESTIVAIS BÍBLICOS)

Esta Parashá se encerra com Devarim (Deuteronômio) 16, mencionando alguns dos Moedim (os Festivais Bíblicos). É bom ressaltar a importância que os Moedim têm na revelação do plano do Eterno YHWH. Cada Moed (Festa) está ligada a um evento no

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plano de salvação e reino do Eterno YHWH. Neste, temos a menção a três festas bíblicas. Eis a correlação entre elas e o Plano do Eterno YHWH (de forma breve, sem entrar em muitos detalhes).

1. Pessach-> Da escravidão (Egito) para a vida (Canaan) = Da escravidão (pecado) para a vida (Eterna);

2. Shavuot -> É dada a Torá do Eterno YHWH = É derramada a Ruach HaKodesh (o Espírito Santo) sobre a igreja;

3. Sukkot -> Das tendas do deserto à terra prometida = Do corpo corrompido pelo pecado ao corpo glorificado (ressurreição).

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V – SHOFTIM (JUIZES)

DEVARIM (DEUTERONÔMIO) 16.18 – 21.9

1 - JUÍZES SOBRE NOSSOS PORTÕES

Esta Parashá começa em Devarim (Deuteronômio) 16.18-22: “18 Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o Senhor teu Elohim te dá, segundo as tuas tribos, para que julguem o povo com justiça. 19 Não torcerás o juízo; não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porque a peita cega os olhos dos sábios, e perverte a causa dos justos. 20 A justiça, somente a justiça seguirás, para que vivas, e possuas em herança a terra que o Senhor teu Elohim te dá. 21 Não plantarás nenhuma árvore como asera, ao pé do altar do Senhor teu Elohim, que fizeres, 22 nem levantarás para ti coluna, coisas que o Senhor teu Elohim detesta” com Elohim instruindo o povo sobre o apontamento de juízes para julgá-los. Porém, a Torá não diz para apontar juízes sobre as cidades, mas sim sobre os portões. Por que a Torá faz esta menção? Segundo a tradição judaica, esta passagem tem um significado SOD, mais profundo: no Judaísmo, considera-se que temos 7 portões para os nossos corpos: dois olhos, uma boca, duas orelhas e duas narinas. Temos, portanto que julgar tudo aquilo que entra em nossos portões como estímulo. Será que o estímulo que estamos recebendo é bom ou ruim? Assim como um assassino que entra pelos portões de uma cidade é um estímulo ruim para nossa vida espiritual. Será que temos julgado os estímulos que recebemos, e nos mantido santos? Ou será que estamos recebendo toda sorte de lixo físico e espiritual pelos nossos portões (olhos, boca, orelhas e narinas)?

2 – REFLETINDO NO PORTÃO

Ainda em Devarim (Deuteronômio) 16, sobre nossos portões, lembremos da mitsvah (mandamento) de escrevermos as leis do Eterno YHWH em nossas portas. Segundo o Rabino Label Lam, o juiz ao portão também significa que a cada momento em que paramos em nossas portas, seja quando entramos ou seja quando saímos, devemos pausar e ter um momento de reflexão. Ao olharmos para a mezuzá (pequeno rolo contendo parte da Torá que é posto nas portas) devemos lembrar da Palavra de Elohim e nos perguntarmos: "Que desafios encontrarei dentro/fora de casa? Como fazer para

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me mantar em santidade neste ambiente que estou prestes a entrar? Que cuidados devo tomar para não fazer o mal?" Ser um juiz não é apenas dar decretos, mas sim refletirmos sobre a justiça do Eterno YHWH. Diariamente, é nosso dever refletirmos sobre nossas vidas. Afinal, Ye’shua disse que somos luz do mundo.

3 - O REI, O CONHECIMENTO E A HUMILDADE

Em Devarim (Deuteronômio) 17, Elohim dá ao povo algumas instruções sobre um futuro rei para Israel. Repare que Elohim ordena ao rei duas coisas: primeiramente, que copie o seu próprio rolo da Torá. Ora, vimos no nosso artigo sobre como a Torá é copiada o grande trabalho que é fazer tal coisa. Copiar o rolo da Torá significava que o rei conheceria profundamente as Escrituras. Mas, se ele conhecesse as Escrituras, então para que lê-las diariamente? Não basta conhecer as Escrituras. É necessário ter contato diário com elas, para que não nos esqueçamos de quem somos, da nossa condição de pecadores e da misericórdia de Elohim. Um grande conhecimento sobre o Eterno YHWH sem o hábito da leitura diária das Escrituras gera a soberba, e a soberba é um pecado perigoso. Ao ler as Escrituras, o rei reconhecia a soberania diária do Eterno YHWH e lembrava-se de que ele, rei, também era imperfeito. Você tem lido as Escrituras diariamente?

4 - OUVINDO AS PALAVRAS DO PROFETA

Em Devarim (Deuteronômio) 18, Elohim dá por intermédio de Mosheh Rabeinu (Moisés, nosso professor) a profecia de que um profeta como ele se levantaria no meio do povo, e que o povo deveria ouvir as suas palavras. Sabemos por Yochanan (João) 5.45-47: “Não penseis que eu vos hei de acusar perante o Pai. Há um que vos acusa, Mosheh, em quem vós esperais. 46 Pois se crêsseis em Mosheh, creríeis em mim; porque de mim ele escreveu. 47 Mas, se não credes nos escritos, como crereis nas minhas palavras?” que Ye’shua é o Profeta de quem Mosheh falou. Aliás, Ye’shua é mais do que profeta: é Profeta, Messias, Sumo-Sacerdote, Rei e filho de Elohim! Repare que Mosheh disse que quem não desses ouvidos às palavras do Messias teria que prestar contas ao Pai a esse respeito. Porém, dar ouvidos não significa apenas processar o som das palavras do Messias, mas sim MUDAR o que o Messias disse para mudar e VIVER de acordo com o que o Messias instruiu e assim como o povo seguiu a Mosheh até a Terra,

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devemos SEGUIR nosso Messias até o Pai. Temos sido meros ouvintes das palavras do Messias, ou temos o seguido? Fica a pergunta para refletirmos!

5 - PECANDO “SEM QUERER”

Devarim (Deuteronômio) 19 reprisa o tema das cidades-refúgio para aqueles que assassinaram um irmão sem querer. Como assim sem querer? Por acidente! Repare que embora isto não seja julgado pelo Eterno YHWH como algo tão grave quanto um assassinato premeditado, ainda assim há conseqüências, pois Elohim determinou que sangue inocente não fosse derramado. Uma das grandes heresias modernas é a idéia de que se fazemos algo sem querer, ou na ignorância, então não somos culpados de pecado perante o Eterno YHWH. A Palavra é clara: ignorância não é desculpar para pecado.

6 - OBEDECENDO ATÉ A MORTE

Em Devarim (Deuteronômio) o Eterno YHWH começa ordenando ao cohen (sacerdote) que lembre ao povo de que Ele dará a vitória. A confiança do povo deveria estar no Eterno YHWH, apesar das circunstâncias. Na 2º Guerra Mundial, dentro dos campos de concentração, os judeus eram proibidos de praticar a sua fé. Muitos deles mesmo assim desafiavam os nazistas e davam demonstrações de bravura, recitando em público o Shema (vide Deuteronômio 6:4). Acreditavam que o temor a Elohim era mais importante do que o temor aos nazistas, pois Elohim era quem detinha a vida deles nas mãos. Que lição maravilhosa! Também no Tanach (Primeiro Testamento) e nos Ketuvim Netsarim (Segundo Testamento) encontramos muitos exemplos de homens que desafiaram a morte para serem obedientes ao Eterno YHWH. Homens como Daniel, como Sha'ul (Paulo), como o nosso próprio Eterno YHWH Ye’shua. Enquanto isto, muitos de nós justificamos nossos pecados dizendo, ou pelo menos pensando, que "foi necessário" ou que "gostaríamos muito de fazer isto, mas não dá..." As justificativas são sempre fortes, isso é um fato. Mas também é um fato que o livro que dizemos ser inspirado por Elohim está cheio de exemplos de homens que preferiram a própria morte a desobedecerem ao Eterno YHWH! Não são eles os modelos para nossas vidas? Então por que continuamos em nosso emaranhado de justificativas?

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7 – COMO DESENCORAJAMOS NOSSOS IRMÃOS

Ainda em Devarim (Deuteronômio) 20, há uma instrução muito interessante sobre as guerras: aqueles guerreiros que tivessem algo em casa que fosse passível de distração, ou que tivessem medo de lutar, não deveriam ir para a guerra. Por quê? Para não desmoralizar o exército. Devemos lembrar que em nossas vidas encontraremos batalhas espirituais (vide Efésios 6). Muitos pensam que batalha espiritual é expulsar demônios. É claro que isso faz parte da batalha espiritual. Contudo, a batalha espiritual também é se comprometer a orar por alguém, se comprometer a ajudar o próximo e, fundamentalmente, trabalhar para a obra do Eterno YHWH. A recomendação do Eterno YHWH é: se você tem distrações ou medo de lutar, então não compareça ao campo de batalha. Trate primeiro destas distrações. Muita gente se compromete a orar, a ajudar na obra, etc, e acaba ficando só nas palavras, ou deixando tudo pelo meio do caminho. Não devemos fazer isto, pois desmoraliza os irmãos ao nosso redor. Desmoralizados, como havemos de lutar?

8 - NÃO EXAGERE NA DOSE

No final de Devarim (Deuteronômio) 20 vemos uma recomendação curiosa. O Eterno YHWH ordena ao povo para não destruir as árvores frutíferas. Que recomendação mais estranha para uma guerra! O Rabino Rabbi Aharon HeLevi, que viveu no século XIII, diz que esta parte da Torá refere-se a uma instrução para, mesmo em meio ao que é ruim, se encontrarmos algo que seja bom, não devemos destruí-lo. Isto vem de encontro à recomendação dada em 1 Tess. 5.21: “Mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom” de examinarmos todas as coisas e retermos aquilo que é bom. Muitas vezes, falhamos ao fazer isto. Principalmente no nosso trato com pessoas. As Escrituras frequentemente usam como analogia para pessoas a figura de árvores. Logo, pode ser que Deuteronômio 20 estivesse também se referindo a pessoas justas. Temos que ter cuidado quando tratamos com algumas pessoas, para não exageramos em nossas exortações, nem tampouco fazermos juízo de valores sobre um grupo como um todo. Pois mesmo no meio de algo ruim, pode haver pessoas que dêem bons frutos. Assim como era dever do povo preservar tais árvores, devemos preservar tais pessoas e trazê-las para junto do nosso convívio.

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9 - TEMPO PARA FAZER O BEM

O mesmo rabino aponta para outra lição valiosa. Imagine que fantástico: em meio à guerra as pessoas deveriam parar e pensar a respeito de uma árvore, de modo a ter o cuidado para que não a derrubassem caso ela fosse uma árvore boa. O rabino em questão diz que podemos aprender que mesmo em meio à maior das turbulências, temos sempre que encontrar tempo para fazer o bem. Nosso dia-a-dia é cada vez mais corrido. Mesmo assim, devemos sempre parar para obedecer ao Eterno YHWH, buscarmos a Sua vontade e para fazermos o bem.

10 – PECADO: MEU OU NOSSO?

A Parashá se encerra em Devarim (Deuteronômio) 21.1-9: “Se na terra que o Senhor teu Elohim te dá para a possuíres, for encontrado algum morto caído no campo, sem que se saiba quem o matou, 2 sairão os teus anciãos e os teus juízes, e medirão as distâncias dali até as cidades que estiverem em redor do morto; 3 e será que, na cidade mais próxima do morto, os anciãos da mesma tomarão uma novilha da manada, que ainda não tenha trabalhado nem tenha puxado na canga, 4 trarão a novilha a um vale de águas correntes, que nunca tenha sido lavrado nem semeado, e ali, naquele vale, quebrarão o pescoço à novilha. 5 Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi; pois o Senhor teu Elohim os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do Senhor; e segundo a sua sentença se determinará toda demanda e todo ferimento; 6 e todos os anciãos da mesma cidade, a mais próxima do morto, lavarão as mãos sobre a novilha cujo pescoço foi quebrado no vale, 7 e, protestando, dirão: As nossas mãos não derramaram este sangue, nem os nossos olhos o viram. 8 Perdoa, ó Senhor, ao teu povo Israel, que tu resgataste, e não ponhas o sangue inocente no meio de teu povo Israel. E aquele sangue lhe será perdoado. 9 Assim tirarás do meio de ti o sangue inocente, quando fizeres o que é reto aos olhos do Senhor” com uma recomendação especial do Eterno YHWH caso um pecado fosse cometido e ninguém soubesse quem foi. Repare que todos os moradores da cidade tinham que pedir perdão pelo pecado. Em nossa mente ocidental, somos muito individualistas e perdemos o senso de coletividade. Quando pensamos sobre o pecado, imediatamente nos vem à mente o fato de que isto é "entre nós e Elohim". Ora, achim (irmãos), não é bem assim! Somos um só corpo e o pecado traz conseqüência para todos. Todas as vezes em que pecamos contra Elohim, estamos também pecando contra o próximo, pois todo o corpo sofre as conseqüências do pecado. Lembre-se disto: não é apenas entre você e Elohim. Seu pecado pode estar afetando a vida de muitas pessoas.

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VI – KI TEITSEI (QUANDO FOR)

DEVARIM (DEUTERONÔMIO) 21.10 – 25.19

1 - JUSTIÇA E AMOR Em Devarim (Deuteronômio) 21.15-17: “Se um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra a quem despreza, e ambas lhe tiverem dado filhos, e o filho primogênito for da desprezada, 16 quando fizer herdar a seus filhos o que tiver, não poderá dar a primogenitura ao filho da amada, preferindo-o ao filho da desprezada, que é o primogênito; 17 mas ao filho da aborrecida reconhecerá por primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto tiver, porquanto ele é as primícias da sua força; o direito da primogenitura é dele” encontramos uma lição preciosa. Naquela época, era comum (embora não fosse à vontade do Eterno YHWH) um homem ter duas esposas. O Eterno YHWH então nos dá uma bela mitsvah (mandamento) de que se o homem amasse mais uma das esposas, não só não poderia rejeitar o filho da outra, como deveria recompensá-lo em dobro. Muitos de nós passamos pela vida sem conhecer o amor ou carinho dos pais ou da família. Mas, veja, o Eterno YHWH promete cuidar de nós. Se nos colocarmos em seus braços, ele pode restituir em dobro todo o amor que não tivemos. Afinal, há amor maior do que morrer por nós?

2 - OBEDECENDO OS PAIS

Esta é das leis mais difíceis de entendermos em toda a Torá. Se não a analisarmos cuidadosamente, ficamos com a impressão de que Elohim é severo demais. Reparem que o filho desobediente não era apenas julgado como desobediente, mas também como glutão e bêbado. Se fosse culpado, haveria pena de morte. Porém, sabemos que a grande maioria dos pais jamais levaria os filhos perante um tribunal desta forma. Inclusive, veja o que dizem os sábios judeus a respeito do assunto no Talmud: "Nunca houve um caso de um 'filho teimoso e rebelde' ser trazido a julgamento e nunca haverá." (b.Sanhedrin 71a). Mas então, qual a razão desta mitsvah? Esta mitsvah tem por objetivo lembrar os pais que eles são responsáveis perante Elohim pela educação e correção de um filho. O mundo moderno quer nos fazer crer que pais devem ser excessivamente tolerantes, mas a verdade é que esta mitsvah mostra

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claramente que se os pais não educam propriamente os filhos, serão responsáveis por desastrosas conseqüências que podem ocorrer em sua vida, resultando até mesmo na morte do filho em questão (tanto física quanto espiritual). Lembre-se do que diz Mishlei (Provérbios) 22.6 "Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele".

3 - A MALDIÇÃO DO MADEIRO

Nunca é demais lembrarmos a imensidão do sacrifício que Ye’shua fez por nós. Veja o que diz Devarim (Deuteronômio) 21.22-23 a respeito dos que morrem pendurados no madeiro. Ye’shua se fez abominação diante de Elohim Pai (quando tomou sobre si os seus pecados) e morreu a morte de um homicida. 1 Kepha (Pedro) 2.24 diz: "Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados." Ye’shua não nos libertou para que fizéssemos o que quiséssemos, mas sim para que vivêssemos para a justiça. Valer-se do sacrifício de Ye’shua para viver uma vida fora da obediência do Eterno YHWH é aberração e zombaria para com o nosso Messias. Lembre-se de que devemos buscar sempre o Reino de Elohim e a sua justiça em primeiro lugar (Matityahu /Mateus 6.33: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

4 - DEVARIM 22:1-4 SOBRE INIMIGOS E IRMÃOS

Há um conceito interessantíssimo em Devarim (Deuteronômio) 2.1-4: “Depois viramo-nos, e caminhamos para o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho, como o Senhor me tinha dito, e por muitos dias rodeamos o monte Seir. 2 Então o Senhor me disse: 3 Basta de rodeardes este monte; virai-vos para o norte. 4 Dá ordem ao povo, dizendo: Haveis de passar pelo território de vossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir; e eles terão medo de vós. Portanto guardai-vos bem” que quase passa desapercebido a quem não lê as Escrituras sob a ótica judaica. Este é o famoso texto a respeito de negligência e responsabilidade, do qual trataremos logo abaixo. Porém, compare este verso com Shemot (Êxodo) 23.4: “Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo, ou o seu jumento, sem falta lho reconduzirás”. É a mesma mitsvah (mandamento), porém usa o termo “inimigo” ao invés de “irmão”. Segundo Rabeinu

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Bechaya, Elohim está nos instruindo para usarmos esta oportunidade de retornarmos o boi perdido para fazermos de um inimigo nosso irmão. Elohim nos dá em nosso dia-a-dia diversas oportunidades de nos aproximarmos daqueles com quem temos inimizade. Porém, será que temos cumprido o que Ele deseja e feito deles nossos irmãos? Ou será que sequer reconhecemos esta oportunidade dada por Elohim?

5 - DEVARIM 22:1-4 E 22:8 INDIFERENÇA, NEGLIGÊNCIA E O EXEMPLO DE ELOHIM

O texto a respeito do boi ou da ovelha perdidos em Devarim (Deuteronômio) 22:1: “Se vires extraviado o boi ou a ovelha de teu irmão, não te desviarás deles; sem falta os reconduzirás a teu irmão”. nos mostra claramente que a indiferença é pecado perante o Eterno YHWH. Se temos a chance de fazer o bem e não o fazemos, somos culpados de fazer o mal. O verso 8: “Quando edificares uma casa nova, farás no terraço um parapeito, para que não tragas sangue sobre a tua casa, se alguém dali cair”. aponta para um problema semelhante: a negligência. Um ato impensado pode causar até a morte de um irmão (como demonstrado neste verso), e a Torá deixa bem claro que é nossa responsabilidade não sermos negligentes. O Rabino Yisrael Meir Kagan, conhecido como Chofets Chaim, vai mais além. Ele usa esta passagem para ilustrar a forma como Elohim age conosco. Se fazemos algum esforço, Ele não será indiferente e nos ajudará, tanto material quanto espiritualmente. Se Elohim não é indiferente nem negligente para conosco, porque nos julgamos no direito de o sermos perante nossos irmãos?

6 - O PÁSSARO MAIS IMPORTANTE DO MUNDO

Devarim (Deuteronômio) 22.6-7: “Se encontrares pelo caminho, numa árvore ou no chão, um ninho de ave com passarinhos ou ovos, e a mãe posta sobre os passarinhos, ou sobre os ovos, não temerás a mãe com os filhotes; 7 sem falta deixarás ir a mãe, porém os filhotes poderás tomar; para que te vá bem, e para que prolongues os teus dias” é uma passagem no mínimo muito curiosa. Não tanto pelo princípio em si da preservação da vida da mãe pássaro, mas sim pela recompensa prometida por Elohim para quem cumpre esta mitsvah (mandamento). O Rabino Yaakov Menken explica que a resposta

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está no caráter da pessoa que cumpre a mitsvah. Quem segue esta determinação de Elohim demonstra não ser uma pessoa egoísta. O que está por trás da mitsvah é muito simples: não podemos ter tudo para nós mesmos. Temos que pensar no que está ao nosso redor. Quem segue este preceito, certamente estará andando segundo a vontade do Eterno YHWH e será bendito perante Ele.

7 - VERGONHA DE ELOHIM

Devarim (Deuteronômio) Devarim 22.12: “Porás franjas nos quatro cantos da tua manta, com que te cobrires” novamente fala a respeito dos tsitsit, as franjas que devemos usar para nos lembrarmos do Eterno YHWH durante o nosso dia. O uso do tsitsit nos ajuda a termos mais consciência de que devemos andar em obediência e não em pecado. Porém, a grande maioria dos crentes em Ye’shua acha isso uma grande bobagem. Espanta-me ver que não têm vergonha de usar uma camiseta do seu time de futebol. Devo concluir então que é vergonha de Elohim? Outros usam camisas com slogans bíblicos. Que devemos concluir então? É desobediência deliberada ou vergonha de obedecer? Ou talvez desconhecimento? Muitos inventam mil e uma maneiras de querer agradar ao Eterno YHWH, mas se esquecem de fazer aquilo que Ele quis que fizéssemos. Isso me lembra minha falecida avó: ela adorava nos agradar, mas sempre tinha que ser do jeito dela. Eu adorava pastel, mas tinha sempre que ser de carne (apesar do meu favorito ser de queijo). Será que estamos agindo assim com Elohim? Apesar de bem intencionada, ela não estava me agradando. Se amamos alguém, procuramos saber o que esta pessoa quer de nós? Por que não fazemos o mesmo com Elohim? Ou por que será que quando descobrimos o que Ele quer, achamos bobagem? Fica aqui um alerta aos que se dizem seguidores de Ye’shua: cada vez mais andar segundo o que o Eterno YHWH quer vai ser considerado pelo mundo como bobagem, sem importância e até mesmo errado.

8 - ESTUPRO RECOMPENSADO?

Nos causa extrema estranheza o texto de Devarim 22.28-30: “Se um homem achar uma moça virgem não desposada e, pegando nela, deitar-se com ela, e forem apanhados, 29 o homem que se deitou com a moça dará ao pai dela cinqüenta siclos de prata, e porquanto a humilhou, ela ficará sendo sua mulher; não a poderá repudiar por todos os seus dias. 30 Nenhum homem tomará a mulher de seu pai, e não levantará a cobertura de seu pai” onde um homem que estuprava uma jovem era obrigada a casar-

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se com ela. Se não entendermos como era a cultura da época, ficaremos com a impressão de que Elohim estava fora de si. Veja bem, primeiramente, segundo a interpretação tradicional da sabedoria judaica, o casamento era optativo, pois a jovem em questão é que decidia se desejava casar-se ou não. Naquela época, uma jovem não-virgem e não-casada estava perdida! As mulheres não tinham condições de se sustentarem sozinhas, como hoje têm. E ninguém queria casar com alguém que não fosse virgem. Como não tinham herança (ficava tudo para os filhos homens), estas mulheres acabavam tornando-se muito pobres. Ora, o cuidado do Eterno YHWH era para que justamente a menina não sofresse uma consequência ainda mais grave por causa do estupro. Muitas vezes em nossas vidas, olhamos apenas para a desgraça. É fato que neste mundo sofreremos, pois somos do Eterno YHWH e isto nos faz inimigos do mundo. Além disto, o mal escolhido pela grande maioria das pessoas traz consequências sobre quem está ao redor, isto é inegável. Porém, se dependemos do Eterno YHWH, Ele sempre cuidará de nós. E se perdermos nossa vida, teremos toda uma eternidade para passar nos braços de Ye’shua sendo mais do que consolados.

9 – GRATIDÃO

Um princípio muito forte encontrado em Devarim (Deuteronômio) 23.1-8: “Aquele a quem forem trilhados os testículos, ou for cortado o membro viril, não entrará na assembléia do Senhor. 2 Nenhum bastardo entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará na assembléia do Senhor. 3 Nenhum amonita nem moabita entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará jamais na assembléia do Senhor; 4 porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e, porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar. 5 Contudo o Senhor teu Elohim não quis ouvir a Balaão, antes trocou-te a maldição em bênção; porquanto o Senhor teu Elohim te amava. 6 Não lhes procurarás nem paz nem prosperidade por todos os teus dias para sempre. 7 Não abominarás o edomeu, pois é teu irmão; nem abominarás o egípcio, pois peregrino foste na sua terra. 8 Os filhos que lhes nascerem na terceira geração entrarão na assembléia do Senhor” é o da gratidão. Repare que o Eterno YHWH determinou que a gratidão fosse um princípio permanente. Segundo o rabino Mordechai Kamenetsky, esta mitsvah (mandamento) aponta para o fato de que se alguém faz algum bem a você, deve-se ter gratidão eterna para com aquela pessoa. Não só com ela, mas com os seus filhos e filhas. Não só nós para com ela, mas nossos filhos e

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filhas para com os dela, e assim por diante. Que coisa maravilhosa! Pena que uma mitsvah (mandamento) tão importante é tão ignorado hoje em dia. Elohim deixa bem claro: se alguém alguma vez lhe fez o bem, seja eternamente grato a esta pessoa. E a gratidão, como podemos ver nesta passagem, não é apenas um sentimento: se expressa em ações! Outro detalhe: veja que Elohim aponta até mesmo para os egípcios como sendo dignos de gratidão por terem acolhido os filhos de Israel. Estamos falando do mesmo povo que depois os escravizou. Repare então que se alguém te fez o bem, você deve ser grato a esta pessoa mesmo que posteriormente ela venha a te fazer o mal. Você tem tentado viver assim, segundo os preceitos do Eterno YHWH? Fica a reflexão!

10 - OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS

Vemos em Devarim (Deuteronômio) 23.18 que Elohim não aceita dinheiro de prostituição. Não se deve oferecer ao Eterno YHWH nada que provenha de atos pecaminosos ou meios ilícitos. Isto aponta para um fator que muitas vezes é esquecido, especialmente entre nós brasileiros que, infelizmente, ainda temos muito da “cultura do jeitinho”. Os fins não justificam os meios. Temos que ser tementes ao Eterno YHWH em TODOS os nossos atos. Você que dá ofertas ao Eterno YHWH, sonega impostos? Você avança o sinal vermelho para chegar no horário nos cultos? Você fere as pessoas quando tenta fazer a obra do Eterno YHWH do seu jeito? Então a Torá é bem clara: Elohim não aceitará impurezas sobre o Seu Altar! Trate primeiro o seu pecado, e se pecar, não ofereça do fruto do pecado ao Eterno YHWH.

11 - PROPRIEDADE DE QUEM?

Em Devarim (Deuteronômio) 23:24-25 e 24:17-22 vemos como é (até hoje) maravilhoso o senso de comunidade em Israel. Repare que não só era lícito comer dos campos do vizinho, como também o Eterno YHWH dava instruções claras para que parte da colheita ficasse para os pobres. O segredo para tal coisa é que a terra não é considerada propriedade do indivíduo, mas sim de Elohim, e permanece sob a guarda do indivíduo. Logo, há um senso de que toda a terra pertence não a uma pessoa, mas ao povo. Isto não impedia as pessoas de trabalharem para o seu próprio sustento, e até mesmo de serem bem-sucedidas, mas garantia que não haveria fome dentre os menos afortunados. Muitas vezes enxergamos os recursos que Elohim nos concede como sendo propriedade é nossa. Muitos dos que se dizem seguidores de Ye’shua pensam

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excessivamente primeiro neles. Não podem ajudar os outros porque têm que pagar contas. Não podem fazer mais uns pelos outros porque também carecem de ajuda. Achim (irmãos) é hora de acordarmos para este instrução da Torá: o que temos é, acima de tudo, de Elohim. Devemos usar aquilo que temos em prol do irmão sempre que houver necessidade. Caso contrário é hipocrisia dizermos que amamos ao próximo como a nós mesmos.

12 - SENDO JUSTO COM OS EMPREGADOS

Nos tempos atuais, aqueles que têm empresas sempre buscam mão-de-obra mais acessível. Se você possui um negócio próprio, ou um (a) empregado (a), e você é seguidor de Ye’shua, então atente para as palavras da Torá em Devarim (Deuteronômio) 24.14-15. É proibido explorar um trabalhador necessitado. Não importa se o salário que você terá que pagar é muito maior do que o do mercado. Onde está nossa confiança? Em Elohim ou no mercado? A quem servimos? A Elohim ou ao dinheiro? Mt.6.24:

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a

Elohim e ao dinheiro” Não explorar um necessitado significa pagar um salário que o

permita viver de forma digna. Se não fazemos isto, então é culpado de pecado semelhante à idolatria. Trate seu pecado com o Eterno YHWH e preocupe-se primeiro em servi-lo, ao invés de se preocupar com o bolso. A Torá também nos determina que paguemos os salários dos empregados em dia, pois são mais necessitados do que nós. Achim (irmãos), obedecer a Elohim tem um preço. Será que estamos dispostos a segui-lo em todos os dias de nossas vidas, ou apenas nos dias de culto? Que nós possamos pensar a respeito!

13 - DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS

Muitos lêem a passagem em Devarim (Deuteronômio) 25.13-19 a respeito da proibição de termos dois pesos e duas medidas como se referindo apenas a coisas materiais. Mas isto também se refere ao nosso tratamento com os outros. Não podemos tratar de ninguém de forma diferenciada. O amor que nosso rabino Ye’shua nos ensinou a praticarmos é incondicionalmente o mesmo para com todos. Muitas vezes, tratamos as pessoas com paciência diferenciada, bondade diferenciada, e atitudes diferenciadas. Isto fere os princípios da Torá do Altíssimo. Devemos sempre

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tratar os outros assim como gostaríamos de sermos tratados. Só assim estaremos demonstrando que de fato em nós brilha uma luz provém dos céus!

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VII – KI TAVO (QUANDO VIERES)

DEVARIM (DEUTERONÔMIO) 26.1 – 29.8

1- YE’SHUA E AS PRIMÍCIAS Ao iniciarmos a leitura de Devarim (Deuteronômio) 26, vemos a mitsvah (mandamento) dos primeiros frutos. É inevitável lembramos da figura de Ye’shua e como Ele cumpriu esta mitsvah. A Torá determinava que os primeiros frutos da colheita deveriam ser postos perante o Eterno YHWH, após o trabalho na lavoura. Da mesma, quando Ye’shua foi para o Pai, apresentou-se a si mesmo como primícia da vitória que obteve sobre a morte. Assim como a Torá descreve que todo aquele que traz as primícias ao Eterno YHWH está trazendo sobre o restante dos frutos de suas obras as bênçãos do Eterno YHWH, da mesma forma Ye’shua ao se apresentar como primícia perante o Eterno YHWH, nos abençoou, pois nós somos os frutos de sua obra de redenção.

2- O PAPEL DO DÍZIMO

É bom lembrar a importância de Devarim (Deuteronômio) 26.12 para a compreensão do papel do dízimo. O dízimo não é dar cegamente à igreja que fizer a maior campanha. O dízimo tem relação com responsabilidade. Vemos claramente por este passuk (versículo) que o dízimo é uma responsabilidade social que temos, tanto para com aqueles que ministram sobre nossas vidas, quanto para com viúvas e órfãos (ou seja, aqueles que estão necessitados em nosso meio).

3- ANDANDO COMO HASHEM

Em Devarim (Deuteronômio) 26.17, encontramos uma recomendação para andarmos nos caminhos do Eterno YHWH. Mas, afinal, o que significaria andar nos caminhos do Eterno YHWH? A sabedoria judaica, através do Talmud, diz o seguinte: "Assim como Ele veste os desnudos, como está escrito [em Bereshit /Gênesis 3.21] ADONAI Elohim fez roupas de pele para Adam e sua esposa, e os vestiu," da mesma forma você deve vestir os que estão desnudos. O Santo, bendito seja Ele, visitou os enfermos, como está escrito

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[em Bereshit / Gênesis 18.1] "Agora ADONAI apareceu para ele próximo aos carvalhos de Mamre" enquanto ele se recuperava da circuncisão, assim também você deve visitar os enfermos. O Santo, bendito seja Ele, confortou os que choravam, como está escrito [em Bereshit / Gênesis 25.11] "Depois da morte de Avraham, Elohim abençoou o seu filho Yitschak", assim também você deve confortar os que choram. O Santo, bendito seja Ele, enterrou os mortos, como está escrito [em Devarim / Deuteronômio 34.6] “E Ele enterrou Mosheh no vale da terra de Moav", assim também você deve enterrar os mortos." (b.Sotah 14a). Além disto, Ele é também o Elohim que alimenta os famintos, assiste os pobres, tem misericórdia dos pecadores, resgata os que estão perecendo, cura os de coração partido, restaura lares e famílias, e faz o bem a todos. Ele é o Elohim de absoluta integridade, verdade, santidade e justiça. Ele é também justo em todas as suas decisões. Nosso objetivo deve ser o de sermos imitadores d’Ele (1 Coríntios 11.1: “Sede meus imitadores, como também eu o sou do Mashiach”, mesmo sabendo que iremos falhar.

4- REVERÊNCIA E ALEGRIA

Repare o contraste entre Devarim 26.11 e Devarim 27.7. Na primeira passagem, encontramos um indício de que devemos ter reverência para com o Eterno YHWH. Na outra, que devemos nos alegrar em Sua presença. Infelizmente, como somos seres humanos, temos sempre a dificuldade de encontrarmos o equilíbrio. Ou somos reverentes demais, esquecendo-nos de nos alegrarmos no Eterno YHWH, ou somos alegres demais, esquecendo-se de que estamos na presença do ETERNO YHWH do Universo, tão Santo e Majestoso que sequer podemos compreender. Atualmente, tenho visto muitos seguidores de Ye’shua que, com a desculpa de "aculturarem" o Evangelho a um determinado nicho social, esquece-se que estão tratando com o Rei dos Reis. A Torá nos ensina, através de muitas mitsvot (mandamentos), que devemos reverenciá-lo diariamente. O que você tem feito para demonstrar sua reverência ao Altíssimo? Fica a reflexão!

5- AS MALDIÇÕES

Os relatos das maldições descritas para quem anda em desobediência a Elohim são absolutamente impressionantes. É preciso ter muito sangue frio para ficar indiferente ao texto de Devarim (Deuteronômio) 27 e 28, referente às maldições. A primeira dúvida que vem é: será que Elohim é tão mal assim, a ponto de afligir tão grande praga sobre o

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Seu povo? Primeiramente, tais maldições refletem o alto grau de santidade de Elohim, e que isto deve ser encarado com seriedade. Em segundo lugar, se nós escolhemos deliberadamente sairmos debaixo da proteção de Elohim, então ficamos absolutamente vulneráveis aos inimigos. Não é Elohim o culpado do sofrimento que vem em conseqüência do pecado, mas sim nós mesmos que, ao pecarmos, ferimos o outro e nos expomos à ação do inimigo. A grande maioria de pessoas no planeta diz acreditar que Deuteronômio é livro inspirado por Elohim, e mesmo assim muitos culpam a Elohim pelas conseqüências do pecado, quando elas vêm. A humanidade não tem ninguém mais a não ser a si mesma para culpar pelas atrocidades que foram feitas a este mundo, pois rejeita ao Eterno YHWH sistemática e diariamente.

6- IMAGINE COMO YE’SHUA SE SENTIU

A segunda dúvida que vem é: estamos debaixo de tal maldição por sermos pecadores? Eis a resposta: "Mashiach nos resgatou da maldição descrita na Torá, fazendo-se maldição por nós" (Gálatas 3.13 - Novo Testamento Nazareno). Foi justamente disto que Ye’shua veio nos livrar! Imagine ter que sofrer na pele tudo o que é descrito em Devarim (Deuteronômio) 27 e 28! Pois é, foi tudo isto que Ye’shua sentiu e sofreu ao morrer por nós, justamente para que nós pudéssemos ser abençoados, e entrarmos na presença do Eterno YHWH. Antes de pecar, lembre-se também do sofrimento que tal pecado causou ao Messias. Se você parar por um minuto para refletir sobre o quanto custou para ele cada um de seus pecados, talvez pense duas vezes antes de pecar novamente.

7- PERSEGUIDOS PELAS BÊNÇÃOS

Em Devarim (Deuteronômio) 28, vemos uma passagem interessante. O versículo 2 diz que se andarmos em obediência à Palavra do Eterno YHWH, as bênçãos dEle nos acompanharão. Mas, se olharmos o original em hebraico, a tradução mais correta seria a de que as bênçãos d’Ele nos perseguirão. Mas, afinal, o que quer dizer isto? Pela forma em que foi escrita, parece que estamos fugindo das bênçãos. Segundo o Sha'ar Bat Rabim, a resposta é que muitas vezes a pessoas percebem como maldição algo que é na realidade uma bênção, e vice-versa. Veja quão maravilhosa a profundidade deste

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versículo! Está dizendo que quando somos obedientes ao Eterno YHWH, as bênçãos d’Ele nos perseguirão, mesmo que fujamos delas achando se tratarem de maldição!

8- A OBEDIÊNCIA COMO TESTEMUNHO

Devarim (Deuteronômio) 28.9-10 nos mostra também a grande importância da obediência. Muitos dos seguidores de Ye’shua procuram inventar mil e uma maneiras, todas elas muito criativas, de testemunharem sobre o Evangelho do Messias. Nada contra tais técnicas, porém, veja que a Palavra do Eterno YHWH nos diz que a obediência a Ele faria as atenções das nações se voltarem para o povo de Israel, a fim de que reconhecessem na vida deles a presença do Eterno YHWH. Da mesma forma, se queremos de fato ser o sal da terra, então é bom que andemos em obediência. Nos dias de hoje, falarmos em obediência à Palavra não é muito popular. Cada vez mais as coisas da Bíblia são vistas como ridículas radicais ou sem importância. Porém, se permanecermos fiéis ao Eterno YHWH em nossas atitudes, então nossa luz brilhará e este será o maior testemunho que podemos dar sobre termos sido remidos no sangue do Messias.

9- A LEMBRANÇA DA VITÓRIA

Esta parashá se encerra em Devarim (Deuteronômio) 29, onde o povo é lembrado das conquistas. Não creio que tenha sido ao acaso que a Ruach HaKodesh (o Espírito Santo) tenha escolhido trazer este relato justamente após a questão das maldições. Muitas vezes, vivemos as conseqüências de tais maldições, mesmo que nós não tenhamos feito nada diretamente, a Palavra é clara: sofremos as conseqüências das ações dos outros (na verdade, mesmo que a Bíblia fosse silenciosa a este respeito, poderíamos observar que isto é um fato). Isto nos trás desânimo, revolta, tristeza. Porém, o Eterno YHWH nos lembra hoje que o final desta história será um final feliz. A lembrança de uma vitória improvável na terra prometida é também a nossa certeza de que Elohim é fiel para cumprir suas palavras, e a nossa vitória está próxima!

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VIII – NITSAVIM/VA’YEILECH (ESTÃO DE PÉ/E FORAM)

DEVARIM (DEUTERONÔMIO) 29.10 – 31.30

Esta é uma Parashá dupla. Os títulos são “Nitsavim” (29.10-30.20) e “Va'yeilech” (30.21-31.30) que querem dizer, respectivamente, “estão de p”' e `e foram'

1- FRATERNIDADE E ETERNIDADE

Esta Parashá (porção a ser estudada) começa com Mosheh (Moisés) reunindo o povo para reafirmar o pacto de Elohim para com Israel. A primeira coisa que podemos reparar é que desta vez, Mosheh em Devarim (Deuteronômio) 29.10 começa dizendo "vocês estão todos reunidos". Segundo a tradição judaica, o objetivo de Mosheh foi com que todo o povo se sentisse responsável por ajudarem-se mutuamente a cumprir o pacto. A inigualável fraternidade que existe entre os judeus é uma de suas maiores forças, e Mosheh sabia da necessidade disto para que o povo sobrevivesse. Será que dentre os seguidores de Ye’shua também tem sido assim? O que temos feito para ajudarmos uns aos outros a sermos obedientes? Esta idéia de que "cada um deve se preocupar com sua própria vida" não é bíblica! Não me refiro a apontarmos dedos para os outros, mas de nos preocuparmos em ajudar os outros no amadurecimento do relacionamento com o Eterno YHWH. O que temos feito a este respeito? Além disto, no passuk (verso) 14, temos ainda Mosheh afirmando que o pacto do Eterno YHWH era também para com as futuras gerações (aqueles que não estavam lá naquele momento). É claro que isto aponta para o fato de que ADONAI jamais abandonará Israel, e que seu pacto é Eterno YHWH. Contudo, é muito mais do que isto: aponta também para a responsabilidade que aquela geração tinha para com as futuras. Será que temos consciência de que nossas ações afetarão as gerações futuras? Quando alguém, por exemplo, abandona a fé, deixa de criar os filhos na fé, está fazendo um pequenino tropeçar (Lc 17.2: “Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequeninos”. Claro que o exemplo foi bem extremado, mas temos que nos lembrar que não é apenas a nossa existência que importa, mas também o impacto do que fazemos para aqueles que virão adiante de nós. O que temos feito por eles?

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2- AUTO-SUFICIÊNCIA E O APOCALIPSE

Em Devarim (Deuteronômio) 29.18-19 encontramos um relato curioso. Vemos a ira de Elohim para com pessoas que, ao praticarem o pecado, se abençoariam em secreto, se auto-proclamando justos. É importante ressaltar que os pecados descritos no passuk (verso) 18 eram, digamos assim, "comuns". Já o do passuk (verso) 19 não era muito comum, pois apontava para uma pessoa que se julgava extremamente auto-suficiente. Se Mosheh tivesse dito: "se alguém buscar a bênção de outro Elohim", mas não, ele se referiu as pessoas buscando em si mesmas, algo incomum para aquela época. Poucos percebem, mas esta é uma passagem profética. A tendência atualmente é cada vez mais as pessoas se voltarem, não para outras divindades (embora isto também ocorra), mas para si mesmas. A tendência é cada vez maior para este quadro. Agora, repare que Elohim diz que irá acrescentar a tais pessoas todas as maldições descritas na Torá (quem acompanhou a Parashá da semana passada sabe o quanto isto dá arrepios). Ora, reparem que boa parte do mundo aceita os livros da Torá como sendo revelação de Elohim, e mesmo assim estão se voltando para si mesmas. Até mesmo dentro de igrejas e sinagogas isto ocorre. Cada vez mais temos técnicas para nos voltarmos para nós mesmos, ao invés de buscar as respostas em Elohim e na sua Palavra. E o mais interessante é que este foi o mais antigo dos pecados: o de HaSatan, o de querer ser igual (ou até maior que) a Elohim, e de achar que é possível fazer algo sem ele. Ai do mundo por pensar desta forma, pois as pragas a serem derramadas no Apocalipse são exatamente as descritas na Torá. Quanto a nós, que nós possamos fazer o oposto: quanto mais o mundo buscar a resposta em si próprio, mais devemos buscar a Elohim, ao Seu Messias Ye’shua, e à Sua Palavra!

3- COISAS SECRETAS

Em Devarim (Deuteronômio) 29.29 temos uma referência ao fato de que a Palavra do Eterno YHWH foi dada eternamente aos Filhos de Israel, mas que as coisas secretas pertencem a Elohim. Contudo, entre os seguidores de Ye’shua, as "coisas secretas", que deveriam pertencer a Elohim, são justamente as que mais causam divisão. Coisas tais como "como será a recompensa do justo", o que ocorrerá com os ímpios no fim dos tempos, predestinação e livre arbítrio, coisas que a Palavra de Elohim até menciona, mas não deixa totalmente claro, têm causado algumas das maiores divisões entre nós. É claro que não podemos comprometer a verdade bíblica em prol de um "ecumenismo" que deixa de lado as doutrinas básicas. Isto seria abominação aos olhos do Eterno

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YHWH. Contudo, até quando ficaremos nos dividindo por causa de discussões sobre "o sexo dos anjos?"

4- A DISPERSÃO E O RETORNO DE ISRAEL

Muitos vêem a Israel como o povo que falhou perante o Eterno YHWH. É interessante que isto tem sido uma das raízes do crescente sentimento de anti-semitismo. Israel falhou para com Elohim? Tanto quanto todos nós falhamos, tanto quanto todos nós somos capazes de fazer o bem e também de pecar. Israel não é diferente neste sentido. Contudo, reparem que Elohim promete resgatar TODO O POVO de Israel até dos confins da terra. A vitória final será de Israel e de todo aquele que for co- herdeiro com Israel através da fé no Messias Ye’shua. O hino de Israel chama-se Hatikva ("Nossa esperança") e termina dizendo que a esperança do nosso povo é a de "ser um povo livre em nossa terra, a terra de Sião e Jerusalém". Nisto nosso povo pode se alegrar: a nossa esperança não está em homens, mas sim o Altíssimo, que nunca se esquece de Sua Palavra.

5- QUANDO OCORRERÁ A CIRCUNCISÃO DO CORAÇÃO?

Em Devarim (Deuteronômio) 30:6, vemos uma referência à circuncisão do coração. Muitos afirmam, erradamente, que a circuncisão do coração é sinônimo de aceitar a Ye’shua. Na realidade, reparem pela seqüência de eventos que a circuncisão do coração é algo que ocorrerá no fim dos tempos. Se alguém tem dúvida sobre a circuncisão do coração já ter ocorrido ou não, vamos ver o que diz o rabino Sha'ul (Paulo) em Romanos 7.18,19: "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico." Repare que Rav. Sha'ul (Paulo) descreve o quanto ele luta para que a carne não faça o mal. A circuncisão do coração será justamente o fim da luta entre carne e espírito. Nossa carne não mais quererá o pecado, mas sim a obediência ao Eterno YHWH. Assim, viveremos na luz d’Ele por toda a eternidade.

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6- BÊNÇÃO E MALDIÇÃO

Devarim (Deuteronômio) 30.15-20 é um tema que já foi abordado aqui, mas que vale à pena ser repetido. Repare nesta passagem que a Torá trazia ao povo o conhecimento da vontade do Eterno YHWH. Por isto, era bênção ou maldição, dependendo do que o povo viesse a escolher. Tem gente que ainda acredita que a Torá é maldição. Sha'ul (Paulo) respondeu a tais pessoas: "Que diremos pois? É a Torá pecado? De modo nenhum... a Torá é santa, e a mitsvah santa, justa e boa." Ye’shua teve que vir ao mundo nos libertar da maldição que veio através da nossa escolha de justamente fazer o mal. Escolha esta que veio quando tomamos conhecimento da vontade do Eterno YHWH (Torá), mas a vontade do Eterno YHWH (Torá) não é em si a maldição. A maldição é o pecado que opera em nós. Desta maldição, pela misericórdia e graça de nosso Elohim, somos libertos em seu sangue precioso! Baruch HaShem! (Bendito seja o nome de ADONAI). Contudo, agora que somos livres da maldição, podemos novamente seguir pelo caminho da bênção, que é o viver em obediência à Palavra do Eterno YHWH (Torá). É isto que Ele espera de nós.

7- O ESTUDO DA PALAVRA DO ETERNO YHWH

Repare que em Devarim (Deuteronômio) 31.11-13, temos uma mitsvah (mandamento) de nos reunirmos para o estudo da Palavra do Eterno YHWH. Infelizmente, algumas pessoas têm ignorado esta mitsvah (mandamento), achando que louvores, oração e dons do Espírito são suficientes para nosso crescimento espiritual. Vemos nitidamente nesta passagem que isto não é verdade. Se você não tem estudado a Palavra do Eterno YHWH, como se protegerá quando vierem falsas doutrinas, e falsos mestres?

8- TRAZENDO AS CRIANÇAS

Temos um pequeno problema em Devarim (Deuteronômio) 31.12. ADONAI nos ordena a trazer os pequeninos para os estudos da Palavra. Puxa, mas quem é pai sabe o quanto eles podem atrapalhar! Como estudar a Palavra se as crianças atrapalham? E pra dificultar ainda mais a situação dos pais, vemos a Ye’shua fazendo a mesma coisa e dizendo aos seus talmidim (discípulos) para não impedirem as crianças de virem até Ele. Mas, por quê? Segundo a tradição judaica, no Talmud (Chagiga 3a), um rabino chamado Elazar Ben Azarya fez esta mesma pergunta: "As crianças - qual o propósito delas

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virem?" E ele mesmo respondeu: "Para recompensar àqueles que as trazem." Que resposta mais estranha! Mas o rabino Nosson Adler explicou a questão: "As crianças são extremamente impressionáveis, como sabemos. Pode até ser verdade que eles não entendem completamente o que se passa, mas por simplesmente estarem naquele ambiente santo, e vendo tantas pessoas reunidas com o propósito de ouvirem a Torá, terá um grande e duradouro impacto no coração deles". Não se envergonhe de permitir a um pequenino estar num ambiente onde as pessoas buscam ao Eterno YHWH!

9- MEMORIZANDO A PALAVRA DO ETERNO YHWH

Em Devarim (Deuteronômio) 31, vemos a ordem de ADONAI a Mosheh para que ele faça uma canção, para que os filhos de Israel mesmo quando se desviassem, lembrassem desta canção. Vemos aí a importância de memorizarmos a Palavra do Eterno YHWH. Um dos meus salmos favoritos, o Tehilim 119, no passuk (verso) 11, diz o

seguinte: "Escondi a Tua Palavra no meu coração para não pecar contra ti" A palavra

"escondi", no original em hebraico é "Tsafan", que quer dizer tanto "guardar" como "estimar". Esconder no coração seria memorizar, como algo muito precioso. Justamente para que nos momentos em que tropeçamos, possamos lembrar da Palavra do Eterno YHWH.

10- QUEM TERMINOU A TORÁ?

Terminarei o estudo desta Parashá (a última desde ano de 5764) com uma curiosidade. Em Devarim 31.24 temos o relato de que Mosheh terminou o principal rolo da Torá e os entregou aos levi'im. Mas, depois disto, a Torá continua. Quem teria então terminado a Torá após a morte de Mosheh? A tradição judaica nos traz quatro teorias. Não vou entrar no mérito de qual é a mais provável, vou apenas apresentá-las a título de curiosidade:

Hipótese 1: Elohim teria se encarregado de escrever com o próprio dedo o restante da Torá;

Hipótese 2: Elohim teria ditado a alguém, provavelmente a Yehoshua (Josué) para que o mesmo concluísse a Torá;

Hipótese 3: Elohim teria ditado a Mosheh o fim da história e ele, em obediência, teria terminado a Torá;

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Hipótese 4: Como a Palavra de Elohim tem vários níveis de interpretação (vide artigo sobre como interpretar as Escrituras como um judeu), Mosheh estaria tão absorvido nos níveis mais profundos que não se deu conta do nível literal.

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IX – HAAZINU (DAI OUVIDOS)

DEVARIM (DEUTERONÔMIO) 32.1-52

1- A CANÇÃO DE MOSHEH E O APOCALIPSE

A canção de Mosheh (Moisés) é o tema desta Parashá em Devarim (Deuteronômio) 32. A importância da canção de Mosheh é que a mesma relata exatamente um perfil da história da humanidade. Elohim criou as nações, separou Israel para dar o exemplo de Elohim, Israel se corrompeu, as nações se voltaram contra Israel, Elohim revela sua misericórdia ao passo em que pune os Seus inimigos. A canção de Mosheh reflete a nossa esperança na vitória final dos filhos da luz. "E cantavam o cântico de Mosheh, servo de Elohim, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, ó Senhor ADONAI El Shaddai; justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos séculos." (Apocalipse 15.3). A canção de Mosheh é a mesma canção do Cordeiro. A de que no final, prevalecerá o Nosso Elohim!

2- CLAMANDO SÓ AOS CÉUS

Em Devarim (Deuteronômio) 32:1, vimos uma situação interessante. Mosheh pede aos céus que ouçam o seu clamor, utilizando no hebraico um tempo verbal ativo, e em seguida a Torá muda radicalmente de tempo verbal, utilizando a expressão "que a Terra ouça", que no hebraico é passiva. Em outras palavras, Mosheh não clama à terra, mas espera que a mesma ouça. Por que esta mudança tão brusca de tempo verbal na Torá? Segundo a tradição judaica, isto indica que nós não temos que clamar a terra, pois, quando clamamos a Elohim, nosso Pai celestial, a terra nos ouve.

3- TOLO E VIL

Em Devarim (Deuteronômio) 32.6, a Torá chama a Israel de uma nação tola e vil. Por que destas palavras? Numa leitura superficial, este detalhe passa despercebido, mas numa análise mais aprofundada, a tradição judaica nos diz o seguinte: se Israel fosse

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sábio e vil, poderia ser convencido pela razão. Se fosse tolo e justo, poderia ser ensinado. Porém, sendo tolo e vil, não há esperança. É humanamente impossível retomar o caminho de retidão. Em outras palavras, este passuk (versículo) aponta para o fato de que é impossível para o homem retomar os caminhos de Elohim por si só. Por isto, achim (irmãos), precisamos tão encarecidamente de Ye’shua. E é por isto que o Pai precisa nos chamar através da convicção da Ruach HaKodesh (Espírito Santo), caso contrário, permaneceremos em nossas iniqüidades. È por isto que Romanos 8.30 diz: "...aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou." Se o Pai não nos chamasse, que seria de nós, criaturas tolas e vis? Por isto somos eternamente gratos a Ele!

4- O PLANO DE SALVAÇÃO DESCRITO EM TRÊS LETRAS!!!

Em Devarim (Deuteronômio) 32.34, vemos um detalhe bastante interessante. A Torá chama a Josué de Hoshea (Oséias). Este era o nome original de Josué, que depois teve seu nome mudado por Mosheh para Yehoshua, quando o Eterno YHWH o apontou como seu substituto. Sabemos ainda que o nome do Messias é Ye’shua, que é uma variação de Yehoshua. De Hoshea para Yehoshua, temos o acréscimo de uma letra (Yud). De Yehoshua para Ye’shua, temos a remoção de duas letras (Vav e Hei). Nisto, vemos a descrição do plano de salvação!!! Como? Vejamos: Hoshea quer dizer “Elohim têm salvo”, Yehoshua quer dizer “Elohim salvará” e Ye’shua quer dizer “Salvação”. Quando Mosheh era líder do povo, Hoshea estava com ele. Ou seja: Elohim estava salvando o povo da escravidão do Egito. Quando Mosheh está perto de morrer, Hoshea torna-se Yehoshua, ou seja: Elohim promete que novamente salvará o povo, desta vez do pecado, pois o povo se voltava contra o Eterno YHWH. Agora, vejamos Matitiyahu (Mateus) 1.21: "...e ela o chamará Ye’shua; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados." Ou seja, em Ye’shua chegou a salvação prometida ao povo em Mosheh!

Em resumo: Com Mosheh -> Elohim estava salvando o povo do Egito, após Mosheh -> Elohim promete salvar o povo do pecado em Ye’shua -> A salvação chegou e está aí! O plano de salvação em três letras, profetizado pela Torá!

5- POR QUE SE VINGAR?

Em Devarim (Deuteronômio) 32.43, vemos algo curioso. Elohim parece se vingar das nações que Ele próprio permitiu se levantarem contra Israel. Mas se foi Ele mesmo

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quem permitiu, por que da vingança? A resposta está no fato de que as nações viram a ruína de Israel e não temeram ao Eterno YHWH. Deveriam ter dito: se isto ocorreu a Israel, é melhor que nós venhamos a temer o Elohim de Israel, para que isto não nos ocorra. Mas ao contrário, não só não temeram ao Elohim de Israel, como se gabaram de seu poder, e afligiram a Israel. Atualmente, muitos têm criticado a Israel e se tornado soberbos, pois em Ye’shua têm um relacionamento com Elohim. Romanos 11 é bem claro, achim (irmãos), que não devemos nos voltar contra a raíz da Oliveira (Israel) nem olharmos a Israel com soberba. Não podemos brincar com Elohim. Elohim não puniu Israel por desobediência para que outros pudesse ser enxertados e serem desobedientes. E, no entanto, há muitos grupos por aí que se esquecem da obediência ao Eterno YHWH. Lembremo-nos da Palavra em Mishlei (Provérbios) que diz "o temor de ADONAI é o princípio da sabedoria".

6- SEM SENTIDO?

Em Devarim (Deuteronômio) 32.46-47, Elohim pede ao povo de Israel para viver de acordo com a Torá e diz que não é algo sem sentido. Parece uma declaração estranha. Quem poderia achar que as mitsvot (mandamentos) de Elohim são sem sentido? E, no entanto, existem muitas pessoas pregando esta mensagem dos púlpitos, e muitos vivendo esta mentira, de que boa parte da Torá seja obsoleta e sem sentido. Isto contradiz a própria palavra do Eterno YHWH! Os Ketuvim Netsarim (Segundo Testamento) já previam profeticamente que isto iria acontecer. Cada vez mais, o mundo caminha para dizer culturalmente que as instruções do Eterno YHWH são sem sentido. Lembremo-nos do que diz Ye’shua em Matitiyahu (Mateus) 7.23: "apartai-vos de mim vós que pratiqueis a iniqüidade". A palavra "iniqüiade" tanto no Grego quanto no original em Aramaico querem dizer a mesma coisa: a violação da Torá. Elohim não nos libertou para vivermos em pecado. Que a nossa oração seja para que o Eterno YHWH permita que nós vivamos uma vida de acordo com os Seus preceitos!

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IX – VEZOT HAB’RACHÁ (ESTA É A BÊNÇÃO)

DEVARIM (DEUTERONÔMIO) 33.1-34.12

As 12 Tribos de Israel Esta parashá é a mais curta de Devarim. Contudo, é também das mais importantes. Nela, estão contidas as profecias de Mosheh Rabeinu sobre o destino de nosso povo. Ela é particularmente relevante para entendermos quem são hoje as 10 tribos perdidas e que papel elas desempenharão no final dos tempos – evento de que nos aproximamos. O comentário a seguir é baseado em material de estudo da UONYC (Union of Nazarene Yisraelite Congregations). Se fizermos um trabalho de associação entre as profecias dadas a Mosheh ao que foi profetizado também por Ya’akov Avinu (Jacó, nosso patriarca), então não fica difícil entendermos a relevância e a forma de atuação de cada tribo no cenário do final dos tempos. Vamos analisar o destino de cada tribo, com base na junção das informações de Bereshit (Gênesis) 49 e Devarim (Deuteronômio) 33:

NAFTALI Ya'akov: Gn. 49:21: "Naftali é uma gazela solta; ele dá palavras formosas." Mosheh Rabeinu: Dt. 33:23: "E de Naftali disse: Farta-te, ó Naftali, da benevolência, e enche-te da bênção de YHWH; possui o ocidente e o sul." Segundo a definição bíblica, vemos que Naftali deu origem a muitos professores da Bíblia e pregadores das Boas Novas para a Casa de Efrayim. Os naftalitas são os de palavras mais elegantes e eloquentes, e são mestres no pregar e ensinar as palavras do Rei Ye’shua. Costumam ser capazes de pregarem as Boas Novas com grande elegância. Muitos naftalitas também buscam frequentemente os dons da Ruach HaKodesh (Espírito Santo), e gostam de gozar da liberdade que há na Ruach. Os naftalitas normalmente procuram focar-se mais no sangue redentor de Ye’shua do que em outros aspectos teológicos. Costumam dar preferência a pregar as Boas Novas do que a entender, por exemplo, a questão das Duas Casas. Com isso, os naftalitas costumam ser muito imediatistas, e por vezes têm dificuldade de assimilar realidades proféticas mais em longo prazo. Seu prazer está em, como diz o salmista, ansear como a corsa por um relacionamento com o Sagrado de Israel.

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Historicamente, pode-se concluir que foi a pregação dos naftalitas o principal fator responsável pelo espalhar das Boas Novas no Oeste da Europa e na América do Sul. DAN Ya'akov: Gn. 49:16-18: "Dan julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. Dan será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás. A tua salvação espero, ó YHWH!" Mosheh Rabeinu: "E de Dã disse: Dan é cria de leão; que salta de Bashan." Dan é a tribo da qual sairá o anti-Messias. Apesar de inicialmente contribuir com Israel, como no caso de Shimshon (Sansão), nos últimos dias de Dan se levantará a serpente na pessoa do anti-messias, o qual se colocará como obstáculo no caminho da vida e atacará a Ye’shua, o cavaleiro no cavalo branco da salvação (Ap. 19). Hoje em dia, os danitas são caracterizados por amarem misturas de religiões, como a mistura da verdade com o erro, e são os maiores proponentes dos movimentos ecumênicos, os quais culminarão na religião mundial do fim dos tempos. Os danitas são encontrados como grandes líderes cristãos, os quais apesar de pregarem a verdade de Ye’shua, misturam-na com o erro do anti-messias, em seus discursos contrários às leis de YHWH. Tais danitas estão à frente da liberalização da Bíblia, e acabam preparando o caminho do anti-Messias, o qual virá de sua tribo. Eles se autoproclamam crentes na Bíblia, porém se recusam a deixar o falso sistema da "Igreja" de sincretismo religioso quando são expostos a seus erros, mesmo tendo herança israelita. A maioria dos danitas são ferozes opositores à restauração das 2 Casas, ao passo que promovem uma espécie de "nirvana ecumênico" ou pregando a teologia da entidade separada (ie. separação da "Igreja" e de Israel), consequentemente opondo-se a Israel e ao Reino de YHWH. Podemos também encontrar alguns danitas dentre os muçulmanos (Bashan-Líbano), opondo-se a Israel. Por sua traição, Dan não é listado dentre as 12 tribos no Apocalipse (vide Ap. 7) - cedendo porção dobrada a Yossef (José).

YEHUDÁ Ya'akov: Gn. 49:8-12: "Yehudá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. Yehudá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se arredará de Yehudá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Shiloh; e a ele se congregarão os povos. Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua

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roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite.” Mosheh Rabeinu: Dt. 33:7: "Ouve, ó YHWH, a voz de Yehudá, e introduze-o no seu povo; as suas mãos lhe bastem, e tu lhe sejas em ajuda contra os seus inimigos." A tribo de Yehudá hoje se encontra entre os judeus. Os judeus modernos são essencialmente das tribos de Yehudá, Binyamin e parte da tribo de Levi. É justamente dos judeus que nasce a teshuvá, conforme profetizado em Zechariyah (Zacarias) 8:23, e as dez tribos os seguirão. No fim dos tempos, Yehudá também liderará Israel na batalha espiritual e militar que culminará no estabelecimento da Casa Real de David. O Messias fará todo Israel se dobrar a Ele, apesar da grande perseguição que haverá ao Messias e aos de Yehudá. A autoridade de Mosheh (isto é, o ensino da Torá) reside com Yehudá até a vinda de Shiloh, a partir de então ela será ocultada em Gad. Yehudá encontra-se parcialmente cego espiritualmente, não para sua destruição ou perdição, mas apenas até que a plenitude de Efrayim se cumpra. O remanescente de Yehudá normalmente é composto de pessoas que prosperam na interpretação e na revelação de assuntos espirituais, e que entendem corretamente os Escritos Nazarenos (ie. "Novo Testamento") à luz da Torá, ao passo que são remidos no sangue do Messias. São, portanto, os responsáveis por conduzir Israel no processo de teshuvá. Muitos yehuditas possuem um desejo ardente por reunirem as 2 Casas, devido à declaração profética de Mosheh (Moisés) sobre o trazer de volta Yehudá ao restante do seu povo. Os yehuditas também são grandes soldados, capazes de identificar quem é o inimigo moderno do povo de Israel.

LEVI Ya'akov: Gn. 49:5-7: "Shimon e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu secreto conselho não entre minha alma, com a sua congregação minha glória não se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e na sua teima arrebataram bois. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; eu os dividirei em Ya'akov, e os espalharei em Israel." Mosheh Rabeinu: Dt. 33:8-11: "Teu Tumim e teu Urim são para o teu amado, que tu provaste em Massá, com quem contendeste junto às águas de Meribá. Aquele que disse a seu pai, e à sua mãe: Nunca os vi; e não conheceu a seus irmãos, e não estimou a seus filhos; pois guardaram a tua palavra e observaram a tua aliança. Ensinaram os teus juízos a Ya'akov, e a tua Torá a Israel; puseram incenso no teu nariz, e o holocausto sobre o teu altar. Abençoa o seu poder, ó YHWH, e aceita a obra das suas mãos; fere os lombos dos que se levantam contra ele e o odeiam, para que nunca mais se levantem." Ao contrário do que ocorre com Yehudá e Binyamin (os quais dificilmente se encontram

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fora dos judeus modernos) apenas parte de Levi estava com o Reino de Yehudá, e, portanto, apenas parte deles se encontra entre os judeus. Mesmo dentre os judeus, há levitas que apesar de serem judeus já não mais sabem da sua identidade levítica. Há outros que preservam a identidade até hoje. Mas boa parte dos levitas também se dispersou juntamente com a Casa de Efrayim. Com esse espalhar dos levitas dentre as tribos de Israel, vemos o cumprimento profético do que disse Ya'akov (Jacó.) Inicialmente, Levi foi separado do restante de Israel por conta da sua ira. Contudo, vemos a regeneração de YHWH, pois por fim a Levi foi dado o serviço no Beit HaMicdash Templo) por causa de seu grande zelo. A função inicial de Levi era a do sacerdócio, mas vemos pela profecia de Ya'akov que após a separação das 2 Casas e posterior diáspora, Levi teria um papel importantíssimo na ministração da Torá. É possível que muitos grandes rabinos e mestres na Torá, identificados como judeus, sejam na realidade levitas que já não mais têm a informação dessa descendência tribal. Na Casa de Efrayim, vemos que os levitas são aqueles que logo se destacam por seu grande zelo pela Torá e grande facilidade em assimilar e ensinar os preceitos da Torá. Logo se tornam também líderes e professores, levando o povo à teshuvá. Contudo, Levi é também bastante sangüíneo. Os levitas tendem a ser muito zelosos para com as coisas de YHWH, mas ao mesmo tempo podem exagerar no zelo, e devem ser cuidados para não ferir aos seus irmãos. Normalmente são pessoas de temperamento mais exaltado e/ou explosivo, mas com um grande coração para YHWH. Devem, portanto, controlar o seu temperamento para que ele não venha a ser empecilho no seu ministério de ensinar a Torá a Israel.

SHIMON Ya'akov: Gn. 49:5-7: "Shimon e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu secreto conselho não entre minha alma, com a sua congregação minha glória não se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e na sua teima arrebataram bois. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; eu os dividirei em Ya'akov, e os espalharei em Israel.” Shimon compartilha do temperamento explosivo de seu irmão Levi. Contudo, vemos que Mosheh (Moisés) não dá nenhuma profecia referente a Shimon, uma vez que Shimon não apresentava nenhuma qualidade que o pudesse redimir perante Mosheh (Moisés) ou YHWH. A principal característica de Shimon (Simão) é a de não dar o braço a torcer. Shimon não se arrependera na época de Mosheh (Moisés) e isso permanece até hoje. Por esta razão, Shimon provavelmente será a última tribo a ser restaurada. Aqueles que ferozmente combatem a restauração da fé, mas que depois de caírem as escamas, passam a ser ferozes defensores da teshuvá possivelmente são shimonitas. É

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preciso que os shimonitas tomem cuidado para não ferirem aos irmãos com sua força nas palavras. Os shimonitas também têm muita dificuldade de arrepender-se de seus erros, e de pedirem perdão. Devem, portanto, constantemente trabalharem esta característica junto a YHWH.

REUVEN Ya'akov: Gn. 49:3-4: "Reuven, tu és meu primogênito, minha força e o princípio de meu vigor, o mais excelente em alteza e o mais excelente em poder. Impetuoso como a água, não serás o mais excelente, porquanto subiste ao leito de teu pai. Então o contaminaste; subiu à minha cama." Mosheh Rabeinu: Dt. 33:6: "Viva Reuven, e não morra, e que os seus homens não sejam poucos." Muitos dentre os israelitas que, apesar de serem regenerados em Yeshu, ainda apresentam uma forte inclinação ou mesmo uma paixão pelo que é carnal e pela sensualidade são reuvenitas. Eles passam por grandes lutas entre o Yetser HaRá (inclinação ao mal) e o Yetser HaTov (inclinação ao bem). São relativamente poucos em números - encontrados principalmente na região da França e seus descendentes. Sua caminhada espiritual é marcada por tropeços constantes.

BINYAMIN Ya'akov: Gn. 49:27: "Binyamin é lobo que despedaça; pela manhã comerá a presa, e à tarde repartirá o despojo." Mosheh Rabeinu: "E de Benjamim disse: O amado de YHWH habitará seguro com ele; todo o dia o cobrirá, e morará entre os seus ombros." Binyamin faz parte do Reino do Sul, e, portanto, é fundamentalmente encontrado entre os judeus de hoje. A principal característica de Binyamin é a hipocrisia. Durante o dia parece ser composto de poderosos e heróicos combatentes, lutando pelo bem de Israel e por sua gloriosa sobrevivência. Mas de madrugada, secretamente assentam-se ao redor de uma mesa de paz com os inimigos de YHWH e entram em acordos com a morte e com o Sheol. Tais binyamitas, como o rei Sha'ul, são muito comumente encontrados em posições de liderança no estado moderno de Israel. Binyamin diz uma coisa publicamente e, sob a capa da noite, faz outras coisas. Há um grande número de binyamitas em Israel, que são como lobos em pele de ovelha. A maioria deles na realidade não se preocupa com o defender a terra de Israel, a qual pertence ao povo, conforme a própria Torá determina. Fazem concessões e alianças que vão contra a vontade de YHWH. Apesar disso, YHWH diz através de Mosheh que Binyamin será posto em segurança no fim dos dias. Isso é uma referência ao poderio

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militar do estado de Israel na terra que é coberta pelo poder de YHWH, ao passo que Binyamin é o "pescoço político" (entre os ombros). O pescoço é uma referência ao papel vital de Binyamin na liderança política da terra de Israel, e na vitória militar no fim dos dias, apesar de sua descendência ser ainda bastante rebelde.

YOSSEF (EFRAYIM E MENASHE) Ya'akov: Gn. 49:22-26: "Yossef é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus ramos correm sobre o muro. Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e odiaram. O seu arco, porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Ya'akov (de onde é o pastor e a pedra de Israel). Pelo Elohim de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoará com bênçãos dos altos céus, com bênçãos do abismo que está embaixo, com bênçãos dos seios e da madre. As bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais, até à extremidade dos outeiros Eterno YHWHs; elas estarão sobre a cabeça de Yossef, e sobre o alto da cabeça do que foi separado de seus irmãos." Mosheh Rabeinu: Dt. 33:13-17: "E de Yossef disse: Bendita de YHWH seja a sua terra, com o mais excelente dos céus, com o orvalho e com o abismo que jaz abaixo. E com os mais excelentes frutos do sol, e com as mais excelentes produções das luas, e com o mais excelente dos montes antigos, e com o mais excelente dos outeiros Eterno YHWH. E com o mais excelente da terra, e da sua plenitude, e com a benevolência daquele que habitava na sarça, venha sobre a cabeça de Yossef, e sobre o alto da cabeça daquele que foi separado de seus irmãos. Ele tem a glória do primogênito do seu touro, e os seus chifres são chifres de unicórnio; com eles rechaçará todos os povos até às extremidades da terra; estes pois são os dez milhares de Efrayim, e estes são os milhares de Menashe." Yossef (José) possui porção dobrada, por seus filhos Efrayim e Menashe terem recebido de Ya'akov (Jacó) bênçãos como se fossem filhos. Assim como Yehudá (Judá) encabeça o Reino do Sul, cujos membros ficaram conhecidos como 'judeus', assim também Efrayim é o cabeça das Dez Tribos que compõem, os quais ficaram conhecidos como 'efraimitas.' É Efrayim quem encabeça a teshuvá (retorno) e a restauração da identidade perdida do povo de Israel. É na Casa de Efrayim (Reino do Norte) que se cumpre a profecia dada a Efrayim de que nele haveria a "melo hagoyim", ou "plenitude dos gentios/nações." Em Efrayim, vemos o cumprimento profético da restauração do Reino do Norte, tanto do ponto de vista físico quanto espiritual, pois na Bíblia não é feita tal distinção artificial da teologia moderna. O unicórnio simboliza o fato de que uma só Casa (ie. a Casa de Efrayim) se espalharia por todo o mundo. Yossef e Efrayim são freqüentemente usados como sinônimos, tal como vemos em Ap. 7:8 e Ezequiel 37:16.

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Os membros da meia-tribo de Efrayim podem ser encontrados em todo o mundo, em meio àqueles que possuem um grande amor por Israel e um ardente desejo de restaurar sua identidade. Aqueles que não se identificam com as características das demais tribos seriam em sua grande maioria da meia-tribo de Efrayim. Enquanto Efrayim formaria uma multidão de nações (dez milhares), a profecia dada por Ya'akov (Jacó) identifica que Menashe formaria uma grande nação (milhares). Vemos a importância do papel profético dessa grande nação no fim-dos-dias, em ligação com o destino de Israel. Historicamente, acredita-se que boa parte dos menashitas estaria hoje localizada na América do Norte, e por isso os Estados Unidos seriam o cumprimento profético dessa promessa de Ya'akov (Jacó), e de fato, vemos o papel primordial dos EUA não só no acolhimento e proteção dos judeus (hoje a maior colônia judaica fora de Israel), como também como aliado do Estado de Israel no fim-dos-tempos, por causa de sua herança. O grande amor de YHWH para com Yossef está justamente no fato de que, assim como ele sofreu o desespero de ser separado de seus irmãos, e posteriormente foi restaurado, assim também a Casa de Efrayim e Menashe conhecerão a alegria de sua restauração nacional como parte de Israel.

ZEVULUN Ya'akov: Gn. 49:13: "Zevulun habitará no porto dos mares, e será como porto dos navios, e o seu termo será para Tsidon." Mosheh Rabeinu: Dt. 33:18: "E de Zevulun disse: Zevulun, alegra-te nas tuas saídas" Aqueles dentre os israelitas que amam o mar e procuram estabelecerem-se próximos ao oceano podem ser zevulunitas. Os zevulunitas caracterizam-se por grande paixão por atividades relacionadas à água, ao comércio e ao lazer. Além disso, são freqüentemente pessoas com grande disposição em viajar e, portanto, tornam-se excelentes emissários das Boas Novas em outras localidades. Quem ama viajar e falar a pessoas de diferentes regiões e culturas pode ser um descendente moderno de zevulun. Entre os antepassados dos povos da América do Sul, estão grupos de israelitas que navegaram para cá, especialmente sob o comando de Shlomo (Salomão), aos quais Colombo (que era judeu) secretamente buscava. Aqueles que descendem dos antepassados da América pré-colonização muito possivelmente são zevulunitas.

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ComentárioJudáico-Nazareno do Sefer Devarim (Livro de Deuteronômio)

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YISSACHAR Ya'akov: Gn. 49:14-15: "Yissachar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos. E viu ele que o descanso era bom, e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo." Mosheh Rabeinu: Dt. 33:18 "e tu, Yissachar, [alegra-te] nas tuas tendas." e ainda 1 Cr. 12:32: "E dos filhos de Yissachar, duzentos de seus chefes, destros na sabedoria dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus irmãos seguiam suas ordens." Yissacharitas estão na linha de frente da restauração das 2 Casas de Israel no fim dos tempos. A maioria dos líderes que ensinam e defendem a verdade sobre as 2 Casas e que não são judeus são yissacharitas. Podemos dizer isso com confiança porque na profecia de Ya'akov (Jacó), Yissachar se deita entre dois fardos, isto é, o fardo duplo de reunir as 2 famílias/casas do Israel disperso. Servir debaixo de tributo significa que tais indivíduos se tornaram servos para carregarem este fardo duplo. Yissachar está disposto a servir como intermediário entre as 2 Casas porque ele vê a recompensa de Israel que resultará disso: um lugar de descanso e paz na terra agradável. Os yissacharitas são aqueles dentre Israel que entendem os tempos da restauração em que vivemos (vide citação de 1 Cr.), e estão dispostos a levar essa verdade adiante, por enxergarem o descanso que há adiante quando a nação for plenamente restaurada. Por este motivo, os yissacharitas são ferozes combatentes das mentiras do dispensacionalismo, da teologia da substituição e da teologia das entidades separadas.

ASHER Ya’akov: Gn. 49:20: “De Asher, o seu pão será gordo, e ele dará delícias reais.” Mosheh Rabeinu: Dt. 33:24: “E de Asher disse: Bendito seja Asher com seus filhos; agrade a seus irmãos, e banhe em óleo seu pé. Seja de ferro e de metal o teu calçado; e a tua força seja como os teus dias.” Asher no hebraico significa “rico.” Os asheritas estão por toda a parte, e são reconhecidos por conta de suas grandes fortunas e sucesso profissional – tudo devido à bênção de prosperidade proclamada por Ya’akov. Além de riquezas materiais, possuem também grande vitalidade (bênção proferida por Mosheh). Sua grande vitalidade e prosperidade não deve ser motivo de inveja dentre os da Casa de Israel, pois é de Asher que virá o apoio financeiro e material para a restauração, e para a manutenção do Estado de Israel no fim dos tempos. Muitos asheritas encontram-se no negócio de exploração de petróleo e indústrias relacionadas (vide bênção de Ya’akov.)

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ComentárioJudáico-Nazareno do Sefer Devarim (Livro de Deuteronômio)

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GAD Ya’akov: Gn. 49:19: “Quanto a Gad, uma tropa o acometerá; mas ele a acometerá por fim.” Mosheh Rabeinu: Dt. 33:20-21: “E de Gad disse: Bendito aquele que faz dilatar a Gad; habita como a leoa, e despedaça o braço e o alto da cabeça. E se proveu da melhor parte, porquanto ali estava escondida a porção do legislador; por isso veio com os chefes do povo, executou a justiça de YHWH e os seus juízos para com Israel.” Gad estará envolvido na deposição física do antimessias, o filho de Dan, na batalha de Meguido. Ya’akov (Jacó) diz que a porção do legislador ficaria ocultada em Gad. Isto significa que Gad é um exército de guerreiros de YHWH contra as forças do ecumenismo, sincretismo e da oposição à Tora. Gad elevará a Tora perante todo Israel. Podemos identificar os descendentes modernos dos Gaditas dentre aqueles que corajosamente e profeticamente se levantam contra os caminhos tortuosos e ecumênicos de Dan. Cabe aos restaurados de Gad a responsabilidade de manter a consciência em Israel da necessidade de teshuvá (retorno) e de uma vida dentro da Torá. Os Gaditas, ao serem terem contato com a verdade, rapidamente deixam o cristianismo, pois não suportam a oposição e desprezo à Torá de YHWH. O dilatamento de Gad tem a ver justamente com o fato de que Gad tem a incumbência de abrigar todo Efrayim na Torá, até que retorne o Messias. A maioria dos que professam a Ye’shua mas defendem vorazmente uma vida de submissão ao Reino de YHWH através da Torá são descendentes modernos de Gad. O papel de Gad no fim dos tempos está diretamente relacionado à proclamação da mensagem de YHWH para os que ainda estão em Roma/Bavel: “Sai dela, meu povo *Israel+.”