colunismo social e discurso

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7/23/2019 Colunismo Social e Discurso http://slidepdf.com/reader/full/colunismo-social-e-discurso 1/16  Colunismo social e discurso: para quem e com quem a sociedade fala 1  Autores Cárlida EMERIM 2  Luciano COSTA 3  Universidade Federal do Pampa, São Borja, RS Resumo O presente artigo prepõe-se a mapear o modo de produção das Colunas Sociais do jornal FOLHA DE SÃO BORJA no período compreendido entre 1970 e 1979, sob o regime da ditadura militar no Brasil, com vistas a investigar, a partir dos preceitos semióticos, quem são os “realizadores” destes textos e “quem são os receptores” discursivos, ou seja, para quem e com quem a sociedade fala através das colunas sociais da época. Palavras-chave História, colunismo social, ditadura, política, jornalismo. 1. Introdução: preparando-se para a festa O presente artigo dedica-se a mapear “o como” se fazia o colunismo social na cidade de São Borja, no interior do Rio Grande do Sul, focando o interesse em quem as escrevia e para quem elas se dirigiam, na proposta de recuperar as marcas discursivas deste fazer jornalístico, num período inscrito entre 1970 e 1979, no jornal local  Folha  de São Borja (  FSB). Este artigo se insere como parte de um projeto da recuperação histórica da mídia em São Borja, com o objetivo específico de a estudar as colunas sociais. Cabe organizar um percurso contextual que possa apresentar o ambiente/espaço em que se 1  Trabalho apresentado no 7º Encontro Nacional de Pesquisadores em História da Mídia, evento da Rede Alfredo de Carvalho (ALCAR). 2  Cárlida Emerim. Doutora em Comunicação e Processos Midiáticos pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos; Mestre em Ciências da Comunicação com ênfase em Semiótica pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos; Especialista no Ensino das Artes Visuais pela Universidade da Região da Campanha e Jornalista graduada em Comunicação Social na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Líder do Grupo de Pesquisa HISTÓRIA DA MÍDIA da UNIPAMPA Campus São Borja. Professora Adjunta II da Universidade Federal do Pampa, Campus São Borja (RS). [email protected] 3  Luciano Gonçalves da Costa. Acadêmico do 3ª semestre de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Pampa – Campus São Borja. Bolsista de Iniciação à Pesquisa. luciano- [email protected]  

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Colunismo social e discurso: para quem e com quem a sociedade fala1 

Autores

Cárlida EMERIM2 Luciano COSTA3 

Universidade Federal do Pampa, São Borja, RS

Resumo

O presente artigo prepõe-se a mapear o modo de produção das Colunas Sociais

do jornal FOLHA DE SÃO BORJA no período compreendido entre 1970 e 1979, sob o regimeda ditadura militar no Brasil, com vistas a investigar, a partir dos preceitos semióticos, quemsão os “realizadores” destes textos e “quem são os receptores” discursivos, ou seja, para quem ecom quem a sociedade fala através das colunas sociais da época.

Palavras-chave

História, colunismo social, ditadura, política, jornalismo.

1.  Introdução: preparando-se para a festa

O presente artigo dedica-se a mapear “o como” se fazia o colunismo social na

cidade de São Borja, no interior do Rio Grande do Sul, focando o interesse em quem as

escrevia e para quem elas se dirigiam, na proposta de recuperar as marcas discursivas

deste fazer jornalístico, num período inscrito entre 1970 e 1979, no jornal local  Folha

 de São Borja ( FSB).

Este artigo se insere como parte de um projeto da recuperação histórica da mídia

em São Borja, com o objetivo específico de a estudar as colunas sociais. Cabeorganizar um percurso contextual que possa apresentar o ambiente/espaço em que se

1  Trabalho apresentado no 7º Encontro Nacional de Pesquisadores em História da Mídia, evento da Rede

Alfredo de Carvalho (ALCAR).2  Cárlida Emerim. Doutora em Comunicação e Processos Midiáticos pela Universidade do Vale do Rio dos

Sinos; Mestre em Ciências da Comunicação com ênfase em Semiótica pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos;Especialista no Ensino das Artes Visuais pela Universidade da Região da Campanha e Jornalista graduada emComunicação Social na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Líder do Grupo de PesquisaHISTÓRIA DA MÍDIA da UNIPAMPA Campus São Borja. Professora Adjunta II da Universidade Federal do

Pampa, Campus São Borja (RS). [email protected]  3

  Luciano Gonçalves da Costa. Acadêmico do 3ª semestre de Comunicação Social – habilitação emJornalismo pela Universidade Federal do Pampa – Campus São Borja. Bolsista de Iniciação à Pesquisa. [email protected] 

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insere a pesquisa empreendida, os aspectos mais gerais sobre o período recortado para a

análise bem como breves apontamentos históricos sobre o veículo a ser estudado, o

 jornal Folha de São Borja 4.

2. 

Desenvolvimento: o local da festa

A cidade de São Borja, localizada no interior do Rio Grande do Sul, às margens

do Rio Uruguai, fica a 595 Km da capital Porto Alegre, perpassando cerca de oito horas

de viagem de carro ou doze horas de ônibus de linha convencional. Faz divisa com a

cidade argentina de Santo Tomé, na Província de Corrientes, sendo que elas são

separadas pelo rio Uruguai, ligadas pela Ponte da Integração, construída em 1998 que,

depois das balsas e pequenas embarcações, é o único modo de ligação entre as duas

cidades.

A cidade foi fundada em 1682 como um dos Sete Povos das Missões Jesuíticas,

tendo muitos artefatos históricos que remontam a este período em museus e praças

 públicas na cidade, ainda hoje. É considerada a civilização mais velha do estado do Rio

Grande do Sul sendo povoada ininterruptamente desde a sua fundação jesuítica. Por ser

a terra natal de dois ex-presidentes do Brasil, Getúlio Dornelles Vargas e João Belchior

Marques Goulart, há mais ou menos dez anos propõe-se a construir um pólo de turismo

cultural evidenciando o slogan “Terra dos Presidentes”. Além dos túmulos dos dois ex-

 presidentes, a cidade conta também com o Mausoléu da família Brizola onde está

enterrado Leonel de Moura Brizola, fundador do Partido Democrático Trabalhista

(PDT) em 1981 e ex-Governador do estado do Rio de Janeiro em duas legislaturas, um

 político tão importante quanto polêmico na história recente do Brasil.

A economia do município gira em torno da agricultura, sendo a monocultura do

arroz o principal mercado de trabalho há cerca de 50 anos. Sabe-se que a cadeia

 produtiva deste tipo de cultura não oferece muitas opções e/ou alternativas de atividade

e trabalho, o que condiciona a cidade a não oferecer muitas oportunidades de emprego.

4  Em 2009, a Folha de São Borja passou a transpor algumas de suas reportagens publicadas nas

edições impressas para um site da cidade que se dedica a exibir as festas e os acontecimentos da região, oFLASH SB, disponível em http://www.flashsb.com.br/?pag=ler&noticia=649 

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Por um aspecto, esta realidade promove o êxodo em busca de oportunidades de trabalho

e renda e, sob outro, transforma os órgãos públicos municipais e o comércio num

grande espaço de inserção do mercado de trabalho local.

Sua localização na fronteira oeste do Rio Grande do Sul impõe algumas

características específicas, tais como a existência de muitos quartéis do exército e a

representação de diferentes órgãos federais. Considerando que, desde sempre, qualquer

governo têm tendência em organizar um forte esquema de segurança em cidades de

fronteira com outros países, pois responde com a preocupação em manter a integridadedos territórios nacionais, São Borja vivenciou, na maior parte de sua história, uma alta

concentração militar e política.

A partir destas características, em relação a estruturação social, com exceção das

 pessoas que não tem perspectiva econômica de mudança, grande parte da população se

faz por estrangeiros temporários, ou seja, pessoas que ocupam cargos e postos em

quartéis ou órgãos públicos e que permanecem na cidade apenas por períodos definidos.

Esta espécie de mobilidade social, estabelecida pelas transferências constantes oferece àSão Borja uma outra rotina: a mobilidade constante dos grupos sociais. Esta condição

impõe do ponto de vista social e cultural, duas situações bem claras: 1) um fechamento

de espaços dos grupos sociais que são naturais da cidade que possuem como

característica integradora a permanência; e, 2) um fechamento em relação a estes grupos

sociais estrangeiros cuja característica de permanência é desintegradora. Assim, o

estrangeiro, de modo geral, é recebido com desconfiança e estranhamento, sendo, ainda

hoje, muito difícil mudar este comportamento que era, em poucos anos atrás, mais

rígido e radical, segundo relatos de moradores mais antigos.

 Nos anos 70, a realidade cultural e social era ainda mais pobre, pois, nesta

época, tinha Getúlio morto e Jango deposto, não podendo, nem mesmo, usufruir do

status dos dois ex-presidentes para alavancar alguma possibilidade econômica, quiçá

turística. O nível de analfabetismo era alto, haja vista as inúmeras propagandas de

incentivo ao MOBRAL que aparecem no jornal estudado no período bem como as

reportagens e comentários que incentivavam as senhoras da sociedade a engajarem-se

na proposta como educadoras. Desta observação é possível, também, afirmar, que o

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 jornal era um produto caro para a população da época e, portanto, um espaço de acesso

 para poucos: os que sabiam ler e que tinham dinheiro para investir na compra do

exemplar.

Esta realidade precisou ser explicitada neste trabalho porque ela ajuda a entender

o contexto da análise empreendida sobre quem produzia e para quem as colunas sociais

eram destinadas no jornal Folha de São Borja nos anos 70.

3. 

O buffet: quitutes e bebidas

O golpe militar de 1964, com o objetivo de manter a segurança nacional contra o

comunismo e a corrupção, instituiu ações de repressão e cerceamento das liberdades

civis. O marco político do regime foi as várias edições dos ATOS INSTITUCIONAIS

(AI) que fundaram a proposta de legitimação da governabilidade do regime militar. O

 primeiro, o AI 1, alterou a estrutura institucional do país sem a consulta do Congresso,

suspendeu imunidades parlamentares e abriu caminho para a suspensão de mandatos dediversos políticos como João Goulart, Leonel Brizola, Jânio Quadros, Miguel Arraes

entre outros. A partir deste, outros Atos foram se repetindo e acirrando, cada vez mais, o

controle sobre a sociedade, ao longo de suas publicações.

Em 13 de dezembro de 1968, a edição do AI 5 foi o mais forte golpe para a

liberdade de expressão no país e inaugurou o início do apogeu da Ditadura que se dá por

toda a década de 70. O AI 5 institucionalizou a censura e tinha o objetivo claro de

silenciamento da mídia, o que não atingiu somente o jornalismo, pois buscou controlaras informações em todos os meios e ampliou as ações de censura através das práticas de

 perseguição político-ideológica.

Segundo a bibliografia consultada, a forma de censurar as publicações

 jornalísticas era ampla, pois o regime procurou apoio jurídico através de brechas na

legislação existente e, desta forma, conseguiu oferecer uma aparência de normalidade

ao aparato repressivo. Mas, dentro deste contexto, as formas que mais aparecem de

censura são a autocensura e a censura prévia. A primeira constituía-se da supressão,

 pelos próprios jornalistas, de assuntos anteriormente informados pela Polícia Federal. A

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segunda submetia os órgãos de imprensa a exames em suas publicações antes da

impressão ou distribuição, ainda na redação ou gráfica, por censores que vetavam,

liberava total ou com restrições os textos e imagens. Os assuntos mais vetados, segundo

Romancine e Lago (2007), “era a corrupção no regime, crises políticas, protestos

estudantis, as condições de vida dos cidadãos comuns, citações a determinados

indivíduos (dom Hélder Câmara, por exemplo), além da própria informação sobre a

existência da censura”(pág. 130).

Como aponta a bibliografia, é neste contexto específico, que se fortalece ereproduz as colunas nos periódicos brasileiros, visto que estas eram definidas por

temáticas e pelos seus autores, com mais facilidade de serem fiscalizadas pelo regime.

E, mais ainda, há um entendimento deste artigo que a coluna social se torna mais eficaz

e importante neste período, porque não só já trazia para si o conceito de não tratar sobre

notícias “sérias” e, como tão pouco, o de comentar ou opinar sobre elas ou sobre a

realidade social. Mas esta postura pode ser interpretada sob duas facetas: 1) poderia

constituir-se de uma estratégia da empresa para manter o veículo e a publicação semcensura; 2) poderia constituir-se de uma estratégia do próprio regime que oportunizava,

com o reforço de temáticas “amenas”, a reiteração do estado de aparente normalidade

que lhe interessava.

Em São Borja, os anos 70 marcam um período de poucas publicações

 jornalísticas e o fechamento de empresas de rádio na cidade que somente retornariam

em 1976. No campo do jornalismo impresso, muitas empresas que vinham atuando a

 partir dos anos 50 e 60 fecharam as portas alguns anos depois do Golpe Militar de 1964,

tais como o  Jornal 7 dias que tinha nomes importantes em seu quadro como Aparício

Silva Rillo, Artur Freire Nunes, Enrique Athaydes, Moacir Sempé e Florêncio Aquino

Guimarães que assinou trechos como este:

(...) Enganam-se os que pensam que a opressão e a violênciasão fatores capazes de matar a força sadia de um idealismo. Nada mais errado. E a História, prova no desencadear na vidados povos isto que estamos afirmando. Quanto maior for a pressão do tacão, dos preponentes sobre a consciência popular,

esta mais se levantará, mais irá arregimentar-se e maior ânimoadquirirá na luta pela libertação. (...) A força construtora de um

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idealismo sadio haverá de construir uma Pátria grande na justiçae no solidarismo de seus filhos. 5 

 Nesta turbulência de fechamento e acirramento dos meios repressivos de

controle social surge, em 24 de fevereiro de 1970, o jornal  Folha de São Borja ( FSB).

O fundador da publicação foi José Grisólia, que nasceu em São Borja, mas mudou-se

ainda criança para São Luiz Gonzaga, onde exerceu várias profissões. E sua história de

vida, deixa claro que ele era um homem de posses e de contatos. Juntamente com filhos

e sobrinhos, fundou a Gráfica A Notícia  que lhe possibilitou fundar várias outras

empresas jornalísticas adquirindo, mais tarde, também o título de jornalista para seu

vasto currículo profissional.

O jornal Folha de São Borja, doravante denominado  FSB, foi gerenciado pelo

Grupo Grisólia até 1976 quando foi vendido para um grupo de sócios liderado pelo

advogado Roque Andres. Nesta época, o jornal era montado em São Borja e enviado

 pelo ônibus para a cidade de Santana do Livramento, distante 398 quilômetros, onde era

impresso na Editora Jornalística  A Platéia6 . Desde a sua fundação, o  FSB  circulava

semanalmente, todas as terças-feiras, com quatro páginas em formato standard , dividido

em colunas sobre cultura, sociedade, esportes e crônicas, além das notícias gerais e de

 polícia. Não sofreu mudanças com a passagem de comando, sendo reformulado apenas

mais tarde, em função das mudanças tecnológicas gráficas.

Depois de todas estas explicações contextuais, há questões muito relevantes a

serem consideradas quando se fala em Ditadura Militar em São Borja. A simples

digressão histórica que fez para este artigo nos ajuda a encontrar três aspectosimportantes para a reflexão. O primeiro deles está ligado ao fato de que o golpe militar

de 1964 depôs um presidente são-borjense, João Goulart, que trazia uma proposta de

governo diferenciada. O segundo remete a questão geográfica da cidade localizada na

5  Esta citação foi retirada do Jornal 7 dias, exemplar de 1964, pesquisado pelos alunos do Cursode Jornalismo da Universidade Federal do Pampa em 2006, por ocasião do projeto “Prolegômenos daImprensa em São Borja”, coordenado pelas professoras Cárlida Emerim e Joseline Pippi. O resultadodeste projeto é o livro Memórias sobre a Imprensa em São Borja, editado pela Universidade Federal de

Santa Maria, em 2006.6  É um dos jornais mais antigos da fronteira oeste gaúcha e tem hoje uma rede de rádios AM eFM, jornais impressos e on line.

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fronteira com a Argentina, portanto, zona de segurança nacional e, por isso, uma cidade

extremamente militarizada, com pelo menos três quartéis e várias guarnições do

Exército. O terceiro se refere à cultura econômica da cidade e região, eminentemente

rural, agrícola e oligárquica, com o domínio de poucas famílias sobre a cultura do arroz.

Esses três aspectos propõem o entendimento de que o regime militar iniciado em

1964 no Brasil deve ter causado impactos em São Borja, cujas repercussões ainda não

foram estudadas. Mas, pode-se perceber, num simples mapeamento deste período no

 FSB que ele repetia algumas das hierarquizações sociais propostas na época e a colunasocial, era um espaço de visibilidade política, não só de visibilidade social.

A partir dessa contextualização, é possível perceber nas publicações das colunas

sociais da  Folha de São Borja alguns aspectos fundantes que recorrem, em diferentes

instâncias, a estas reflexões acima propostas, como se poderá ver, a seguir, nas análises

empreendidas.

4.  O buffet: quitutes e bebidas

Para analisar as colunas sociais, é preciso antes fazer um breve histórico sobre

este estilo de produção no Brasil bem como definir os conceitos desta modalidade de

fazer jornalístico que, na maior parte de sua existência e, ainda hoje, não é produzida

 por profissionais de jornalismo.

Do ponto de vista histórico, a bibliografia consultada aponta para o início dos

anos 30 das notas curtas sobre os fatos sociais, destacando como um auge deste tipo de

 jornalismo durante a década de 50, pois é nesta época que surgem algumas propostas demodernização do jornalismo brasileiro: não só do ponto de vista industrial/tecnológico

como também em termos de estilo.

As colunas eram, na verdade, pequenas notas que tinham espaço definido no

corpo das diagramações e, por muitos anos foram o formato privilegiado das colunas

sociais. E, neste sentido:

Segundo Ana Paula Goulart, o colunismo durante estes anosrepresentou um verdadeiro movimento contrário frente ás novas

técnicas de padronização e impessoalização do texto noticioso,calcadas na objetividade, que buscava a construção doanonimato do redator. (SOUZA:2005, pag.02).

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Assim, quando a industrialização começava a reforçar os conceitos de

objetividade e impessoalidade do texto jornalístico, impondo um padrão americanizado

de produção da imprensa escrita, estas colunas foram se solidificando e tornando-se um

espaço de prestígio e de poder, consolidando seus autores e influenciando.

As temáticas que comunicavam os eventos que iriam acontecer e reportavam

algo que já tinha acontecido, sempre opinativas, passaram a se ocupar de festas e

atividades que os mais ricos e poderosos podiam ostentar. Desta escrita, foram surgindoexpressões bem conhecidas cunhadas nestes espaços e incorporadas ao cotidiano de

muitas pessoas tais como grand monde, glamour , high society, happy few, entre outros.

E, também, alguns outros termos que eram resultantes dos “abrasileiramentos”, tais

como café-soçaite, alta sociedade, gente bem, etc.

Especificamente, durante a ditadura militar, Souza afirma:

(...) o colunismo social começa a se politizar: o jornalistaIbrahim Sued, que possuía ligações com setores ligados aoregime, publicava pequenas notas em sua coluna sobre o queacontecia nos bastidores do governo. Assim, enquanto aimprensa era submetida à censura prévia,o leitor ficavasabendo, ainda que a conta-gotas,do que se passava.(SOUZA:2005, pag.04)

Esta história prevê, então, que neste jogo de visibilidade pública do poder e da

influência que alimentava os acontecimentos noticiados pelas colunas sociais, que

dependiam do estilo de seus autores para a definição do seu tom jornalístico,alternavam-se entre a publicização do consumo e do que não era “de acesso do povo”

 bem como pequenas notas informativas que demonstravam a inserção do próprio autor

no espaço social.

Pode-se afirmar, então, que, de qualquer modo, a coluna social é, desde sempre,

um espaço privilegiado de visibilidade coletiva no qual “aparece quem pode” destinada

aos leitores que não fazem parte, mas que querem fazer.

Do ponto de vista da definição, parte-se do conceito comunicacional mais

simplificado oferecido pelo Dicionário de Comunicação (2001) têm-se que coluna é a

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seção especializada de jornal ou revista, publicada com regularidade, redigida em

estilo mais livre e pessoal e geralmente assinada7 . Já no livro de Luiz Amaral (2001),

coluna  seria um espaço institucional no qual a empresa utilizaria como serviço de

relações públicas para relacionar-se com seu público alvo e anunciantes.

Unindo estas duas acepções, pode-se dizer que coluna é um espaço diferenciado

na estrutura formativa dos periódicos que define um estilo e uma opinião, seja ela de

quem a assina ou do veículo (embora, na maioria das vezes, elas sejam concomitantes).

Tanto é verdade, que a definição mais usual de colunista  remete a questão docomentário fixo: por colunista, comentarista, cronista ou crítico de jornal, revista, etc.

entende-se aquele que mantém seção a cerca de política, arte, literatura, vida social e

etc8 .

Deste modo, a coluna tanto pode ser entendida como um espaço de organização

do que não é notícia, pois se mantém por comentários e opiniões a cerca de temas e

assuntos diversos como também por uma estrutura formativa de espaço definido no

 periódico e no interior da página do mesmo periódico. Compreendida desta forma, pode-se entender como coluna social, o espaço definido no periódico nos quais tratam-

se os assuntos que não são notícia, mas que se referem a ações e repercussões de

determinados acontecimentos na sociedade.

Estas informações não seguem, então, os preceitos da prática noticiosa mais

comum e têm na figura de seus autores, os colunistas, o tom e o modo de feitura que as

caracteriza, sendo, portanto, redigida em estilo mais livre e pessoal, como destaca

Muniz Sodré:

O colunista era alguém que, efetivamente, contava depoisalguma coisa. De seu acesso aos círculos mais fechados e,claro,de sua discrição bem dosada, provinha o seu prestígio junto àselites dirigentes e, daí, junto ao dono do jornal e seu público.(SODRÉ: 2003, pag. 02).

7  BARBOSA, Carlos Alberto RABACA e Gustavo (orgs). Dicionário de Comunicação. 2ª ed.

Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.8  HOLANDA, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.  Novo dicionário Aurélio da Língua

Portuguesa. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

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 Numa referência direta ao modo de escrever e a função destas colunas, Marques

de Melo aponta que a coluna social vai além da visibilidade, pois ela ocupa um espaço

de substituição de uma realidade inacessível, ou seja:

Já que a maioria das pessoas está excluída do reduzido círculodos colunáveis (poder/estrelato), dá-se-lhe a sensação de participar desse mundo, através dos colunistas. Trata-se de umaforma de participação artificial, abstrata. Participam sem fazer parte. Acompanham à distância. (MELO: 1994, pag. 140)9

 

Outro conceito a ser definido é o de discurso. Partindo dos pressupostos

oferecidos pela Lingüística, pode-se afirmar que discurso é a narrativa que traz consigo

as escolhas do sujeito da enunciação que marcam as formas pelas quais a enunciação

se relaciona com o discurso que enuncia10. Neste trabalho, entenderemos discurso como

o espaço, o lugar onde se produz o sentido. Aplicando esse conceito e transportando-o

 para o objeto de estudo escolhido, propõe-se observar as marcas discursivas destas

colunas escritas nos anos 70 no FSB mapeando os sentidos produzidos e suas variações.

Para ajudar a entender estas marcas, traz-se o conceito de formação discursiva de

Foucault, que a conceitua como “os princípios de individualização de um discurso” para

qual existe uma regularidade, uma organização que caracteriza um sistema de formação

de enunciados. Pois bem, entendo e categorizando esta regularidade e organização,

 pode-se demarcar a estrutura “formativa” do discurso, pois, para a Análise do Discurso

moderna, a Formação Discursiva “materializa e manifesta as relações de contradição

ideológica existente nas formações sociais”, segundo Vera Lúcia Pires.

Com base nestas proposições, este trabalho irá inicialmente se deter em delimitar

o Discurso Social a partir do entendimento do Discurso da Sociedade Popular e do

Discurso da Sociedade Dominante – Elite que, segundo EMERIM (1999), podem ser

assim definidos: 1) Discurso da Sociedade Popular – aquele que se forma no povo, na

maioria da população e que traz elementos raciais e estéticos da formação do povo

 brasileiro; 2) Discurso da Sociedade Dominante – aquele que se forma na elite

9

  MELO, José Marques de. A opinião no jornalismo. Petrópolis, Vozes, 1994.10  BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria Semiótica do Texto – o conceito de discurso funda-seneste autor.

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dominante, cultural e economicamente, originado na história dos saberes e adquiridos

através das instituições oficiais11.

Com o objetivo de verificar com quem e para quem a sociedade fala através das

colunas sociais da Folha de São Borja nos anos 70, efetuou-se uma sistematização que

contou com as seguintes categorias:

4.1 

Cardápio: ou Sistematização

SISTEMATIZAÇÃO DAS PRODUÇÕES DA FOLHA DE SÃO BORJA1970 a 1979

1970

A coluna social era exibida no formato de “coluna de página inteira” funcionando como uma macro coluna, intituladaPANORAMA, tendo em seu interior cinco colunas, cada uma delas assinada por um colunista diferente. Cada colunaexibia um estilo próprio e mantinha-se em espaços indefinidos: ou seja, em cada edição do jornal colocava-se emespaços diferentes, mantendo regularidade apenas a página de publicação. Do formato conceitual, mantém o cabeçalhode página fixo mas não segue a diagramação padrão, alternando espaços e estilos. Não eram publicados assuntossociais em nenhum outro espaço do jornal.

Seção Nome da Coluna Colunista Temáticas

Panorama Tânia Comenta Tânia Siqueira Casamentos, nascimentos, formaturas, bailes,festas, shows nos clubes e promoções do próprio Jornal.

Claudius Claudius Moda, beleza, cuidados com a saúde, lojas deroupas da cidade. Quase não cita nenhuma personalidade.

Sônia Sônia Koucher Festas, bailes e eventos.

Carmem Carmem Festas, bailes e eventos.

Zely Comenta Zely Espíndola Todos os assuntos tratados pelos outroscolunistas, porém, com falas mais íntimas,

tratando as personalidades com carinho eintimidade.

1971

 Neste ano, deixam a coluna social Claudius, Sônia Koucher e Carmem. E Vera Marlene os substitui. Inicia aqui umafase forte de textos de Zely Espíndola, através da coluna Zely Comenta, que vai durar até 1974, com maior espaço eem edições que somente ela assina a coluna social.

Seção Nome da Coluna Colunista Temáticas

Panorama Tânia Comenta Tânia Siqueira Assuntos como casamentos, nascimentos,formaturas, bailes, festas, shows nos clubes e promoções do Jornal.

11  EMERIM, Cárlida. O discurso Carla Perez. In: CASTRO, Leda MARTINS e Maria Lília Diasde. Comunicação e discurso. Série Cadernos de Comunicação (UNISINOS), v.05, p.01 - 175, 1999.

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Zely Comenta Zely Espíndola Todos os assuntos tratados pelos outroscolunistas, porém, com falas mais íntimas,tratando as personalidades com carinho. Notase coberturas opinativas.

Vera Marlene Vera Marlene Os mesmos assuntos que Tânia e Zely, comestilo parecido com o de Zely, porém, semuma característica de estilo.

1972, 1973 e 1974

Esta fase identifica-se com um colunista fixo, que organiza todas as notas sociais no mesmo espaço. Não há outras publicações fora deste espaço assinado. A seção Panorama começa a extinguir-se, aparecendo raramente, sendosubstituído apenas pelo nome da colunista, Zely Espíndola.

Seção Nome da Coluna Colunista Temáticas

Panorama( nem sempre a colunaaparece com essetítulo, as vezessomente com “ZelyComenta”).

Zely Comenta Zely Espíndola Continua com o mesmo estilo de escrita,falando de festas, boates, restaurantes,formaturas, batizados, casamentos,nascimentos, lojas das amigas, viagens dasamigas, viagens que fez, com falas íntimas,tratando as personalidades com carinho.

1975 e 1976

A seção “Panorama” extingue-se. Os colunistas possuem espaços próprios dentro da publicação. Nesta surge outracoluna, entitulada de “Sociedade”, que raramente possuía assinatura, e era eventualmente assinada por Jaury Medeiros,

 Nara Carvalho ou Sônia Koucher.Nome da Coluna Colunistas Temáticas

Zely Comenta Zely Espíndola Mesmos assuntos, mesmo estilo.

Sociedade Na maior parte sem assinatura.Quando possuía era de JauryMedeiros, Nara Carvalho e SôniaKoucher

Assuntos como casamentos, nascimentos, formaturas, bailes, festas, shows nos clubes e promoções do Jornal.Tudo de maneira impessoal. Notas informativas.

1977

 Nesta fase Zely Espíndola tem sua coluna renomeada para “Ribalta”, surgem duas novas colunas nomeadas de“Escreve Malu” e “Escreve Verônica”.

Nome da Coluna Colunistas Temáticas

Ribalta Zely Espíndola Mesmos assuntos, mesmo estilo.

Escreve Malu Malu Assuntos como casamentos, nascimentos, formaturas, bailes, festas, shows nos clubes e promoções do Jornal.Tudo de maneira impessoal, por vezes, cita personalidades, sem estilo próprio.

Escreve Verônica Verônica Assuntos como casamentos, nascimentos, formaturas, bailes, festas, shows nos clubes e promoções do próprioJornal. Tudo de maneira impessoal, por vezes, cita personalidades, sem estilo próprio.

1978

Esta fase identifica-se com um colunista fixo, que organiza todas as notas sociais no mesmo espaço.

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Nome da Coluna Colunista Temáticas

Ribalta Zely Espíndola Mesmos assuntos, mesmo estilo.

Panorama (ressurge) Pedro dos Santos Machado Temáticas sociais e comentários sobre osacontecimentos. Notas avaliativas e prospectivas, porém, não opinativas.

1979

 Nesta fase, duas novas colunas surgem na publicação. Uma delas não possui assinatura e a outra é assinada por RoqueAndres, diretor executivo do jornal. As três colunas possuem espaço próprio.

Nome da Coluna Colunista Temática

Ribalta Zely Espíndola Mesmos assuntos, mesmo estilo, porém, a maisduradoura dentre as escritas pela colunista. Sempreopinativas.

Agenda Sem assinatura. Agenda dos eventos, festas, bailes que acontecerão nacidade, formada por pequenas notas informativas.

Sociais Roque Andres Assuntos como casamentos, nascimentos, batizados,formaturas, principalmente de amigos do colunista, poisficava evidente pelo texto escrito. Opinativos.

4.2 – Carta de vinhos e espumantes

 Nas publicações estudadas do jornal FSB nos anos 70, a coluna social apresenta-

se com títulos diversos e sendo assinada por diferentes pessoas que dividiam a mesma

 página com espaços que não eram definidos: em cada edição considerava-se o tamanho

e as temáticas para serem organizados na diagramação da página.

Dentre os colunistas, tanto os fixos como os eventuais e esporádicos, destaca-se

Zely Espíndola que está desde o início da publicação e manteve durante toda a década

de 70 como a colunista referência, visto que as festas recobertas por ela eram as que

envolviam as pessoas de maior destaque ao longo dos anos 70 e, também, as que

 possuíam sobrenomes mais tradicionais na sociedade saoborjense.

As temáticas mais comuns que obtinham maior repercussão nas colunas de um

modo geral eram as que tratavam sobre os bailes dos clubes mais tradicionais da cidade:

Clube Comercial e Clube Recreativo Saoborjense. Eventos de ocorrência constante que

mobilizavam toda a sociedade em torno de seu acontecimento. Como a cidade era (e é)

muito pequena, os dois clubes tinham tendência em receber os dois grupos sociais: os

sócios do Clube Comercial (formado pelos sobrenomes mais tradicionais da cidade) e

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 pelos sócios do Clube Recreativo Saoborjense, (formado por sobrenomes menos

conhecidos, mas que alcançavam reconhecimento social pela sua prosperidade nos

negócios).

4.3 - O Grand Monde da fronteira: ou primeiros resultados

A pesquisa nas colunas sociais da época12 demonstra que o discurso dominante

era o do status adquirido pelo sobrenome (com base nas famílias formadoras da etnia edo povoamento em São Borja) o que poderia ser definido como Discurso da Sociedade

Dominante. Este foi o retrato da coluna social apresentada nos anos 70 nas páginas da

Folha de São Borja. Porém, há de se comentar que os sobrenomes escolhidos para

fazerem parte desta “rotina” de visibilidade nas colunas tinham algumas características

interessantes de serem observadas: 1) muitos deles não faziam parte da real história das

famílias formadoras da cidade, mas eram amigos pessoais dos colunistas e, portanto,

alçados ao lugar de “tradicionais” pela repercussão máxima de seus pequenos atossociais (da gravidez ao batizado dos nenéns dos amigos, etc); 2) alguns sobrenomes são

 parte da elite financeira, mas não “das famílias tradicionais” da cidade, perfazendo um

grupo dos que se inserem no meio social pelo poder de compra que exercem; 3) muitos

eram de relações institucionais do jornal e, de certa forma, da sociedade como um todo,

tais como Coronéis, Generais, Chefes de Polícia, Delegados Federais, Juízes, Gerentes

de Bancos, entre outras funções que obtinham, pelo período em que as exerciam na

cidade, status de importância social e inserção na comunidade.

Sobra desta categorização, ainda, uma classe ampla, a dos pertencentes as

origens da cidade, dividida socialmente em duas sub-classes bem distintas e que faziam,

na verdade, o “grosso” noticioso destas colunas ao longo dos anos 70: os de famílias

12  Esta pesquisa está em fase inicial e tem o mês de dezembro de 2009 para responder a outroscritérios que talvez aprofunde mais ainda as considerações ora levantadas. Esta primeira fase, mais demapeamento, dedicou-se a organizar e sistematizar as informações, algumas delas transpostas para esteartigo. Outra proposta que ainda quer ser observada diz respeito a própria história das colunas sociais emSão Borja, quando iniciaram estes escritos e de que forma eles foram se configurando ao longo dos anos.

Também faz parte deste mapeamento sistematizar a vida de quem dedicou-se a produzir estas colunas,através de depoimentos orais dos que ainda se encontram vivos e de familiares, reconstruindo um percurso importante da história da imprensa na cidade.

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geradoras de renda e de domínio do poder simbólico social e os dependentes destas

famílias.

O que não aparece, com certeza, nas colunas sociais no período estudado é a

classe mais baixa nem mesmo nos espaços pagos ou dedicados a apresentação das

sobras dos eventos sociais da elite, em suas diferentes instâncias.

6. Agradecimentos pela presença e apoio (Referências bibliográficas)

AMARAL, Luiz. Técnica de Jornal e periódico. 5. ed. - Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro;2001.BARBOSA, Carlos Alberto RABAÇA e Gustavo. Dicionário de Comunicação. 2 ed. Rio deJaneiro: Elsevier, 2001.BARROS, Diana Luz de. Teoria Semiótica do Texto. São Paulo: Ática, 1994.EMERIM, Cárlida. O discurso Carla Perez. In: CASTRO, Leda MARTINS e Maria Lília Diasde. Comunicação e discurso. Série Cadernos de Comunicação (UNISINOS), 1999.FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3ªed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.MELO, José Marques de. A opinião no jornalismo. Petrópolis, Vozes, 1994.EMERIM (orgs.), Joseline PIPPI e Cárlida. Memórias sobre a imprensa em São Borja. SantaMaria: Ed. PROGRAD/UFSM, 2007.ROMANCINE, Claudia LAGO e Richard. História do Jornalismo no Brasil. Florianópolis:Insular, 2007.

Referências obtidas na Internet:

RESENDE, Lino Geraldo.  A censura contra a cidadania: o caso do Brasil.  Disponível em:http://bocc.ubi.pt/pag/resende-lino-geraldo-censura-cidadania.pdf ; acessado em 29 de Maio de2009.

SODRÉ, Muniz. Colunismo Social: Gente boa e gente fina. Disponível em:http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/fd260820031.htm; acessado em 29 de Maiode 2009.SOUZA, Rogério Martins de.  A sedução do colunismo: Uma análise das colunas de Ancelmo

Gois e Ricardo Boechat. Disponível em:http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R0690-1.pdf ; acessado em 27 de julho de 2009.TRAVANCAS, Isabel.  A coluna de Ibrahim Sued: um gênero jornalístico. Disponível em:http://bocc.ubi.pt/pag/travancas-isabel-coluna-ibrahim-sued.html; acessado em 29 de Maio de2009.Sites de jornais e emissoras de rádio de propriedade da família de José Grisólia; acessados em 9de julho de 2009. Disponível em:

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http://www.anoticia.com/fixos/historia.html http://www.folhadaproducao.com.br/historico.html http://www.radiomissioneira.com/index.php?id_noticia=7124