colóquio internacional marcadores discursivos: o português

42
1 Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português como Referência Contrastiva Faculdade de Letras da Universidade do Porto 13 e 14 de dezembro de 2018 Programa e livro de resumos

Upload: others

Post on 25-Jul-2022

12 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

1

Colóquio Internacional Marcadores

Discursivos: o Português como

Referência Contrastiva

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

13 e 14 de dezembro de 2018

Programa e livro de resumos

Page 2: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

2

Programa

Page 3: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

3

13 de dezembro (quinta-feira) 9:30 Abertura (Sala de Reuniões 1) 10:00-11:00 Conferência (Sala de Reuniões 1) Ana Cristina Macário Lopes (Universidade de Coimbra): Repensar os MD: um estudo de caso 11:00-11:30 Intervalo 11:30-13:00 Sessões de comunicações

Sala de Reuniões 1 Sala de Reuniões 2 11:30-12:00

Para uma comparação dos marcadores discursivos bem e bom em português europeu com well em inglês Fátima Oliveira Fátima Silva

Tradução de Marcadores Discursivos portugueses para alemão: ‘na verdade’, o que se ganha e o que se perde? Conceição Carapinha Cornelia Plag

12:00-12:30

A contrastive analysis of “well” and its translations in TV interpreting discourse: the case of the 2016 US presidential debates Elena Zagar Galvão Isabel Galhano-Rodrigues Lilian Pulido

Marcadores discursivos em folhetos informativos de medicamentos: um olhar contrastivo entre o alemão e o português europeu Joana Guimarães

12:30-13:00

Conversational discourse markers in stand-up comedy: you know and sabem Milana Morozova

Le marquage de l’ajout linguistique en portugais européen et en allemand : à propos de e, (e) aliás, (e) até / (e) inclusivamente et leurs équivalents Sibylle Sauerwein Spinola

13:00-14:30 Almoço

Page 4: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

4

14:30-16:00 Sessão de comunicações

Anfiteatro 2 14:30-15:00

Sobre alguns marcadores discursivos em português e seus equivalentes em francês: caracterização semântico-pragmática, tendências e graus de explicitação Helena Carreira

15:00-15:30

Os emojis como marcadores discursivos nas redes sociais: análise contrastiva em Português e em Francês Isabel Seara Isabel Sebastião Isabelle Marques

15:30-16:00

Pois e os seus principais equivalentes funcionais em Francês car, parce que, donc, en effet, eh bien: contributos para uma análise contrastiva Pierre Lejeune Amália Mendes

16:00-17:00 Conferência (Sala de Reuniões 1) Wiltrud Mihatsch (Eberhard Karls Universität Tübingen): El análisis contrastivo de marcadores discursivos a base de mapas semánticos: el ejemplo del complejo atenuación/ejemplificación/cita 20:00 Jantar do Colóquio (Casa Agrícola)

Page 5: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

5

14 de dezembro (sexta-feira) 10:00-11:00 Sessões de comunicações

Sala de Reuniões 1 Sala de Reuniões 2 10:00-10:30

Autonomia e interdependência linguística no uso dos marcadores discursivos por falantes poliglotas em línguas românicas Christian Koch

Allora e Então: uma primeira análise pragmática Francesco Morleo

10:30-11:00

Les marqueurs déictiques à l’oral : perspective contrastive roumain-portugais Liana Pop Veronica Manole

Marcadores discursivos do Português Europeu na tradução literária: uma comparação de marcadores discursivos em romances de José Saramago e suas respectivas traduções para o italiano e o sueco Thomas Johnen

11:00-11:30 Intervalo 11:30-12:30 Sessões de comunicações

Sala de Reuniões 1 Sala de Reuniões 2 11:30-12:00

Compreendendo os marcadores discursivos para preservar a naturalidade na tradução de diálogos: uma proposta contrastiva Sérgio Duarte Julião da Silva

Vão é limpar floresta.... - estudo de uma construção marcadora de valor discursivo Helena Topa Valentim Matilde Gonçalves

12:00-12:30

Contributo para o estudo das construções é + adjetivo + que X como marcadores argumentativos Alexandra Pinto Sónia Valente Rodrigues

Marcadores discursivos na narrativa medieval: continuidade ou ‘mudança de cenário’ Clara Barros

12:30-14:30 Almoço 14:30-16:00 Sessões de comuncações

Sala de Reuniões 1 Sala de Reuniões 2

Page 6: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

6

14:30-15:00

Marcadores discursivos e processos de reformulação: contributos para o trabalho terminológico Manuel Célio Conceição

El discurso oral en la clase: un estudio contrastivo entre el portugués y el español Marta Lira

15:00-15:30

Marcadores do discurso e plano de texto. A estruturação discursiva em artigos científicos publicados na Revista Principia Tamires Sousa Maria Aldina Marques

Marcadores discursivos com ora e as suas correspondências em espanhol Isabel Margarida Duarte Rogelio Ponce de León

15:30-16:00

Dos rutas funcionales con distinto destino: el caso del marcador discursivo digamos en español y portugués. Sincronía y diacronía Shima Salameh Jiménez

16:00-17:00 Conferência (Sala de Reuniões 1) Salvador Pons Borderia (Universitat de València): La combinación de marcadores del discurso: resultados para el español e hipótesis para el portugués 17:00 Sessão de encerramento / Porto de honra

Page 7: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

7

Livro de resumos

Page 8: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

8

Conferências

Repensar os MD: um estudo de caso

Ana Cristina Macário Lopes

Universidade de Coimbra

O objetivo desta comunicação é definir de forma rigorosa o que são Marcadores

Discursivos (MD), perspetivando-os como sinalizadores de relações de coerência no

plano textual (Sanders et al. 2000, Fischer (ed.) (2006), Taboada, 2006, e.o.).

Argumentar-se-á que os MD são relevantes para o reconhecimento das relações

semânticas ou semântico-pragmáticas que interligam enunciados, i.e., unidades

discursivas configuradoras de diferentes atos de fala. Consequentemente, propor-se-

á uma distinção clara entre MD, por um lado, e conjunções ou locuções conjuncionais,

por outro, sendo estas últimas responsáveis pela articulação de orações no âmbito da

frase complexa que, ao ser enunciada, corresponde a um só ato de fala. O segmento

discursivo que hospeda o MD será analisado em termos de suplemento, na esteira de

(Huddleston & Pullum 2002), ou seja, uma predicação prosodicamente autónoma e

sintaticamente não integrada na sua âncora, mas semântica ou pragmaticamente

relacionada com ela.

A argumentação basear-se-á em dados empíricos recolhidos no CETEMPúblico e

envolverá a análise de construções que ilustram paradigmaticamente o

funcionamento dos MD, as construções consequenciais que envolvem a ocorrência

dos MD consequentemente, de forma que, daí (que), de modo que, por isso, assim. Serão

apresentados testes que demonstram o estatuto de suplemento do enunciado que

hospeda os MD em apreço. Do ponto de vista semântico, trata-se de construções que

expressam a relação discursiva de Resultado ou Consequência, reconhecida em todos

os quadros teóricos focados na questão da coerência discursiva ou textual. Tais

construções podem sempre ser parafraseadas por construções causais, embora

exibam comportamentos distintos, do ponto de vista sintático e pragmático.

El análisis contrastivo de marcadores discursivos a base de mapas semánticos:

el ejemplo del complejo atenuación/ejemplificación/cita

Wiltrud Mihatsch

Eberhard Karls Universität Tübingen

En el ámbito de las expresiones gramaticales como los pronombres indefinidos, las

expresiones impersonales o la voz media varios autores han optado por un análisis a

base de mapas semánticos (Haspelmath 2003). Los mapas semánticos visualizan las

redes y conexiones entre las distintas funciones de expresiones polisémicas que

comparten un complejo funcional desde una perspectiva comparativa o tipológica.

Page 9: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

9

Además de las relaciones conceptuales o discursivas en la sincronía, las

configuraciones de un mapa semántico reflejan senderos de gramaticalización.

El fenómeno de la polisemia (o de la multifuncionalidad) es particularmente tajante

en el campo de los marcadores discursivos. No obstante, para los marcadores

discursivos, el concepto de los mapas semánticos no ha sido explotado – o solo de

manera implícita –, a pesar del auge de los trabajos comparativos y contrastivos en

los últimos años.

En mi ponencia aplicaré el método clásico de los mapas semánticos (cf. van der

Auwera 2008) a partir de una red idealizada de tipos de funciones a un complejo de

marcadores altamente polifuncionales que expresan aproximación, atenuación,

citación, ejemplificación y focalización, a saber el portugues tipo (como también los

marcadores equivalentes en varias lenguas románicas, eslavas y escandinavas), el

español como (y en menor medida en otras lenguas románicas), el francés genre, el

inglés like y varios marcadores altamente coloquiales (véase por ejemplo Kolyaseva

2018, Kornfeld 2013, Mihatsch 2018, Voghera 2014). Presentaré las distintas

funciones, las relaciones entre ellas, y estableceré un mapa semántico para estos

marcadores a partir de datos de corpus y de juicios de aceptabilidad.

A base del mapa semántico intentaré establecer los senderos de pragmaticalización

de los marcadores de este complejo que surgieron en la segunda mitad del siglo XX.

Concluiré con unas reflexiones generales sobre los problemas y ventajas de aplicación

de los mapas semánticos a los marcadores discursivos.

Referencias

Haspelmath, M. (2003): „The geometry of grammatical meaning: Semantic maps and

cross-linguistic comparison“, in: M. Tomasello (ed.), The New Psychology of Language,

Vol. II: Cognitive and functional approaches to language structure, 211-242. Mahwah,

NJ: Erlbaum.

Kolyaseva, A. (2018): „The ‘new’Russian quotative tipa: Pragmatic scope and

functions“, Journal of Pragmatics 128, 82-97.

Kornfeld, L. (2013). “Atenuadores en la lengua coloquial argentina”, Lingüística 29:

17-49.

Mihatsch, W. (2018): „From ad hoc category to ad hoc categorization: The

proceduralization of Argentinian Spanish tipo“, in Special Issue: Linguistic strategies

for the construction of ad hoc categories: synchronic and diachronic perspectives, Guest

Editors: Caterina Mauri and Andrea Sansò. Folia Linguistica, 52(s39-1), 147-176.

(doi:10.1515/flih-2018-0009)

van der Auwera, J. (2008): „In defense of classical semantic maps“, Theoretical

Linguistics 34 (1): 39-46.

Voghera, M. (2014): „Da nome tassonomico a segnale discorsivo: una mappa delle

costruzioni di tipo in italiano contemporaneo“, Studi di grammatica italiana XXIII,

197-221.

Page 10: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

10

La combinación de marcadores del discurso: resultados para el español e

hipótesis para el portugués

Salvador Pons Borderia

Universitat de València

Esta conferencia establece una serie de guías para el análisis de la combinación de

marcadores del discurso en conversaciones (coloquiales). Usará para ello el modelo

Val.Es.Co. de unidades discursivas desarrollado durante los últimos años (Briz y

Grupo Val.Es.Co 2003, Grupo Val.Es.Co. 2014, Pons 2016). Como resultado del análisis

de unas doce mil palabras, se establecerá un modelo de combinaciones de

marcadores; se distinguirá entre combinación, adyacencia y lexicalización, y se

localizarán las posiciones de la conversación más proclives a la presencia de

marcadores combinados.

Page 11: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

11

Comunicações

Marcadores discursivos na narrativa medieval: continuidade ou ‘mudança de

cenário’

Clara Barros

Universidade do Porto / Centro de Lingística da Universidade do Porto

O tema desta comunicação é a descrição e análise de alguns marcadores discursivos

do português medieval, em textos da tradição discursiva narrativa.

É característico desta tradição o uso de operadores discursivos que marcam a

continuidade, sendo frequentes, além dos morfemas resumptivos, as conjunções

copulativas e os conetores que traduzem nexos temporais e causais. Mas surgem

também, nos textos narrativos analisados, marcadores discursivos não de

continuidade, mas de ‘mudança de cenário’. Proponho-me fazer a análise e descrição

deste uso de diversos conectores com função de marcadores discursivos de mudança

de orientação da narrativa, pela introdução de novo tópico, ou retoma de um tema

anteriormente abandonado. De facto, surgem com alguma frequência mudanças e

acréscimos de informação introduzidos por morfemas contrastivos, isolados ou em

correlação, que introduzem cenários reformulativos alternativos ou novas direções

da narrativa.

Os usos e valores detetados serão confrontados com valores analisados em trabalhos

anteriores, em que estudei alguns aspetos específicos da organização discursivo-

textual de textos medievais de diferentes tradições discursivas e de tipologia variada.

Para o estudo da história dos conectores e operadores textuais é importante a análise

de um corpus diacrónico multidimensional, porque as formas e os seus usos/valores

surgem em textos específicos e emergem em diferentes cronologias até persistirem

na língua.

Procederei ao confronto dos usos e valores aqui analisados com os que se observam

em sincronias posteriores da língua portuguesa, tentando estabelecer uma cronologia

e identificar as tradições discursivas em que surgem.

1

Page 12: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

12

Tentarei igualmente estabelecer relações de semelhança ou de contraste com outras

línguas, nomeadamente as românicas, atendendo a que têm uma origem comum e

percursos históricos com algumas afinidades. Poderá haver marcadores com usos e

valores análogos, que no entanto não surgem simultaneamente, nem no mesmo tipo

de textos, nem com a mesma frequência nas diferentes línguas, podendo mesmo não

estar atualizados em algumas delas.

Palavras-chave: conectores, tradição discursiva narrativa, Português medieval,

história do português.

Bibliografia

BARROS, Clara (2010). Versões Portuguesas da Legislação de Afonso X. Estudo

Linguístico-Discursivo. Porto: Uporto editorial.

BARROS, Clara (2018). «Percursos de gramaticalização dos contrastivos em

português: análise em diversas tradições discursivas». In: Roberto Antonelli et al.

(eds.). Atti del XXVIII Congresso internazionale di linguistica e filologia romanza (Roma,

18-23 luglio 2016). Strasbourg: ELiPhi.

BARROS, Clara (2018). «A importância das tradições discursivas para a análise da

evolução de conectores no português medieval». In :João Veloso et al.(eds.). A

Linguística em Diálogo. Volume Comemorativo dos 40 Anos do Centro de Linguística da

Universidade do Porto. Porto: Centro de Linguística da Universidade do Porto

KABATEK, Johannes (2006). «Tradições discursivas e mudança linguística». In:

Norma ALMEIDA et al. (eds.). Para a História do Português Brasileiro, Vol. VI. Novos

dados, novas análises. Tomo II. Salvador, Bahia: EDUFBA.

KABATEK, Johannes (2008). «Introducción». In: Johannes KABATEK (ed.). Sintaxis

histórica del español y cambio lingüístico: Nuevas perspectivas desde las Tradiciones

Discursivas. Frankfurt a.M. / Madrid.

OESTERREICHER, Wulf (1997). «Zur Fundierung von Diskurstraditionen». In:

Thomas Haye et al. (eds.). Gattungen mittelalterlicher Schriftlichkeit.Tübingen: Narr.

PINTO DE LIMA, José (1997). «Caminhos Semântico-Pragmáticos da

Gramaticalização: o caso de embora». In: Ana Maria BRITO et al. (orgs.). Sentido que a

Vida Faz - Estudos para Óscar Lopes. Porto: Campo das Letras.

ZAFIU, Rodica (2010). «L’evolution des connecteurs adversatifs du roumain en

perpective romane». In: Maria Iliescu et al. (eds.). Actes du XXVe Congrès International

de Linguistique et Philologie Romanes. Vol. VI. Berlin : De Gruyter.

Page 13: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

13

Tradução de Marcadores Discursivos portugueses para alemão: ‘na verdade’,

o que se ganha e o que se perde?

Conceição Carapinha, Cornelia Plag

Universidade de Coimbra / CELGA-ILTEC

Os estudos contrastivos sobre pares de marcadores discursivos (MDs) em contexto

de tradução podem contribuir para um conhecimento mais apurado do uso destes

itens na língua fonte (Noёl, 2003; Aijmer et al., 2006). Neste trabalho, propomo-nos

fazer uma análise contrastiva do MD ‘na verdade’, em contexto de tradução, no par

de línguas Português→Alemão. Partiremos das definições lexicográficas propostas

por dicionários de referência e recorreremos a um conjunto de enunciados

autênticos, recolhido na imprensa escrita quotidiana [disponível on-line em

http://acdc.linguateca.pt], para avaliar os diferentes sentidos contextualmente

ativados pela expressão ‘na verdade’ na atual sincronia do português. Partindo desta

base, passaremos depois para a análise de algumas ocorrências desta partícula no

corpus Europarl. Cotejando os enunciados originais, produzidos por oradores

portugueses, com a sua tradução para alemão neste contexto particular, o objetivo

deste estudo é múltiplo: (i) avaliar se os equivalentes dicionarizados para os pares

de línguas correspondem ou não às opções dos tradutores; (ii) listar o conjunto das

correspondências lexicais do MD ‘na verdade’ nos discursos traduzidos para alemão;

(iii) identificar dificuldades de tradução e soluções desviantes (entre outros, casos

de ‘omissão’ e ‘divergência’). Os resultados do estudo indicam que, para o português,

para além do valor de reforço argumentativo, apresentado pelos dicionários e já

assinalado por Zorraquino e Portolés (1999) e por Marques (2011), o MD apresenta

outros valores contextualmente ativados (especificativo; explicativo; adversativo;

conclusivo). No caso do alemão, verifica-se alguma dispersão no atinente aos

equivalentes identificados (sete soluções distintas) e evidencia-se que os

equivalentes alemães apresentam usos apenas parcialmente coincidentes com os do

item em português. Estas conclusões estão em linha com a abordagem polissémica

proposta por vários autores (Fischer, 2006; Mosegaard-Hansen, 2008), a qual

postula a existência de diferentes usos sincronicamente atestados para cada MD,

ainda que inter-relacionados de alguma forma.

Palavras-chave: ‘na verdade’; marcadores discursivos; tradução; corpus Europarl

Referências bibliográficas:

Aijmer, K. (2008). Translating discourse particles: a case of complex translation. In:

G. Anderman e M. Rogers (Eds.), Incorporating corpora: The linguist and the

translator. Clevedon: Multilingual Matters Ltd, pp. 95-116.

Aijmer, K. e Simon-Vandenbergen, A.-M. (Eds.), (2006). Pragmatic Markers in

Contrast. Oxford: Elsevier.

Page 14: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

14

Cartoni, B., Zufferey, S. e Meyer, T. (2013). Annotating the meaning of discourse

connectives by looking at their translation: The translation-spotting technique. In:

Dialogue & Discourse, 4 (2), pp. 65-86.

Fischer, K. (2006). Towards an understanding of the spectrum of approaches to

discourse particles: introduction to the volume. In: K. Fischer (Ed.), Approaches to

Discourse Particles. Amsterdam: Elsevier, pp. 1-20.

Furkò, B. P. (2014). Perspectives on the Translation of Discourse Markers. A case

study of the translation of reformulation markers from English into Hungarian. In:

Acta Universitatis Sapientiae, Philologica, 6 (2), pp. 181-196.

Hauge, K. R. (2014). Found in translation – discourse markers out of the blue. In: S.

O. Ebeling, A. Grønn, K. R. Hauge & D. Santos (Eds.). Corpus-based Studies in

Contrastive Linguistics, Oslo Studies in Language 6 (1), pp. 43–52.

Marques, M. A. (2011). Argumentação e(m) discursos. In: I. M. Duarte e O. Figueiredo

(Orgs.), Português, Língua e Ensino. Porto: Universidade do Porto Editorial, pp. 267-

309.

Martín Zorraquino, M. A. e Portolés Lázaro, J. (1999). Los marcadores discursivos.

In: I. Bosque e V. Demonte (Dir.), Gramática descriptiva de la lengua española.

Madrid: Espasa-Calpe, pp. 4051-4213.

Mosegaard-Hansen, M.-B. (2008). Particles at the Semantics/Pragmatics Interface:

Synchronic and Diachronic Issues. Amsterdam: Elsevier.

Noёl, D. (2003). Translations as evidence for semantics: an illustration. In:

Linguistics, 41 (4), pp. 757-785.

Sobre alguns marcadores discursivos em português e seus equivalentes em

francês: caracterização semântico-pragmática, tendências e graus de

explicitação.

Helena Carreira

Université Paris 8 – Vincennes Saint-Denis

A comparação de diferentes domínios do português e do francês revela-nos com

frequência uma tendência para uma maior explicitacão em francês, de que a

obrigatoriedade de presença morfológica do sujeito é um exemplo paradigmático, e

uma tendência, em português, para uma expressão da subjetividade e das relacões

interlocutivas, que o sistema ternário da deixis ilustra e molda.

O presente estudo centrar-se-á em marcadores discursivos do

português particularmente orientados para usos interlocutivos, tais como "olhe (cá

/ lá); veja lá (bem); vá lá; olha, olha; que quer?; essa então; isso agora, ai ele é isso;

pois sim; aí está" e seus equivalentes em francês.

Numa perspetiva fundamentalmente semântico-pragmática, baseada na teoria

semântica de Bernard Pottier, nos estudos sobre interação verbal desenvolvidos em

Page 15: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

15

particular por Catherine Kerbrat-Orecchioni e na sequência da investigação que

tenho desenvolvido sobre enunciação, modalização linguística, situação de

interlocução, comparação entre o português e o francês proporei uma análise

comparativa

(português/ francês) dos marcadores escolhidos, com vista a articular os seguintes

níveis de estruturação : organização conceptual, expressão linguística e funções

dicursivas . Além do aporte para uma melhor compreensão do funcionamento dos

marcadores discursivos em língua e em discurso , este estudo pretende contribuir

para afinar a reflexão e a prática da tradução.

Referências

Carreira, Maria Helena Araújo ,1997 : Modalisation linguistique en Situation d'

Interlocution : Proxémique verbale et Modalités en Portugais, Louvain - Paris ,

Peeters .

Kerbrat-Orecchioni , Catherine , 1992: Les interactions verbales T.II, Paris, Armand

Colin.

Pottier, Bernard, 2000: Représentations mentales et catégorisations linguistiques,

Louvain- Paris , Peeters

Pottier, Bernard ,2012: Images et modèles en sémantique, Paris, Champion.

Marcadores discursivos e processos de reformulação: contributos para o

trabalho terminológico

Manuel Célio Conceição

Universidade do Algarve / Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa

A análise de corpora, ditos de especialidade, no quadro do trabalho em terminologia

(ou eventualmente em lexicografia de especialidade) não se pode cingir ao estudo

dos termos, uma vez que a construção significativa, que expressa a estruturação

cognitiva, o saber, a dita especialidade, decorre do encadeamento discursivo e da

respetiva tessitura, ou seja, de marcadores discursivos.

Nesta comunicação, que situamos numa ótica teórico-metodológica da terminologia

textual e com fins comunicativos, pretendemos abordar uma tipologia de

marcadores, os conetores de reformulação, e analisar a sua relevância para o

trabalho terminológico. Focaremos as implicações a) na harmonização /fixação dos

termos; b) na estruturação de esquemas concetuais dos domínios ou áreas do saber

e a consequente estruturação lexical; c) na recolha de informação conceptual

verbalizada no contexto reformulativo para posterior redação/ validação de

definições terminológicas.

Em função dos marcadores estudados, tipificaremos as relações entre o reformulado

e a reformulação com o intuito de contribuir para a caracterização de cada

Page 16: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

16

marcador.

Palavras chave: reformulação, marcador, terminologia.

Marcadores discursivos com ora e as suas correspondências em espanhol

Isabel Margarida Duarte, Rogelio Ponce de León

Universidade do Porto / Centro de Linguística da Universidade do Porto

Na sequência de trabalhos anteriores dos autores (Ponce de León & Duarte 2013;

Duarte & Ponce de León 2015; Duarte & Ponce de León 2017; Duarte & Ponce de

León 2018), a comunicação tem como objetivo analisar os valores discursivos da

forma portuguesa ora – estudados com pormenor por (Duarte, 1989; Gonçalves,

2004; Marques & Rei [no prelo]) – e as suas correspondências com partículas

discursivas do espanhol. O trabalho é dividido em três partes:

a) Na primeira parte, são apresentados de forma sumária os usos intraoracionais da

forma objeto da comunicação e são analisados, numa perspetiva sincrónica e

diacrónica, os diferentes valores discursivos que assume a forma,

predominantemente no discurso oral, com base em recursos gramaticográficos,

lexicográficos, bem como em corpora do português.

b) Na segunda parte, são determinadas as correspondências dos valores analisados

de ora com expressões do espanhol, tendo como ponto de partida as formas ora e

ahora. São utilizados, para estabelecer as correspondências, estudos de referência

no âmbito das partículas discursivas (Martín Zorraquino & Portolés 1999; Montolío

2001; Santos Río 2003; Briz, Pons Bordería & Portolés 2008; Fuentes 2009; Loureda

& Acín 2010). São ainda analisadas de forma crítica as correspondências da forma

portuguesa ora, apresentada na lexicografia bilingue português-espanhol.

c) Na terceira parte, são estudadas as correspondências de ora num corpus de textos

literários portugueses e das suas respetivas traduções para espanhol, tratando de

dilucidar a aceitabilidade das diversas soluções de tradução para espanho para cada

valor do português ora.

Palavras-chave: ora; partículas discursivas; pragmática contrastiva português-

espanhol

Bibliografia

Azeredo, J.C. (2008). Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha.

Briz Gómez, A., Pons Bordería, S., & Portoles Lázaro, J. (Coords.) (2008). Diccionario

de partículas discursivas del español. Disponível em www.dpde.es.

Duarte, I. M. & R. Ponce de León (2015). Los marcadores assim mesmo (mesmo assim)

/ asimismo en portugués y en español. In S. Azzopardi & S. Sarrazin (Dirs.), Langage

et dynamiques du sens. Études de linguistique ibéro-romane (pp. 125-141). Bern:

Peter Lang.

Page 17: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

17

Duarte, I. M., & R. Ponce de León (2017). Todavía / todavía: análisis contrastivo de

los valores y de contextos de traducción en español y en portugués. In E. Hernández

Socas, J. J. Batista Rodríguez, C. Sinner (Eds.), Clases y categorías lingüísticas en

contraste. Español y otras lenguas (pp. 37-52). Berlin: Peter Lang.

Duarte, I. M., & Ponce de León, R. (2018). Valeurs de ainda [encore] en portugais et

leurs équivalents en espagnol. Studia Universitatis Babes-Bolyai. Philologia, 4, 63-76

Duarte, I.M. (1989). Alguns operadores de agulhagem comunicativa (na prosa

narrativa de Eça de Queirós e José Cardoso Pires). Porto: Faculdade de Letras

(dissertação de Mestrado). https://repositorio-

aberto.up.pt/bitstream/10216/56179/2/tesemestisabelduarte000129063.pdf

Fuentes Rodríguez, C. (2009). Diccionario de conectores y operadores del español.

Madrid: Arco/Libros.

Gonçalves, M. (2004). “Conectores opositivos e conectores de ruptura enunciativa

do discurso: or, ahora, e ora bem”, em Oliveira, F. e Duarte, I. M. (orgs.): Da Língua e

do Discurso. (pp. 383-401). Porto: Campo das Letras.

Loureda, O. & E. Acín (Coords) (2010). Los estudios sobre marcadores del discurso en

español, hoy (pp. 524-615). Madrid: Arco/Libros.

Marques, M.A. & Rei, X. M. S (no prelo). De Ora e Ora Bem a Ahora e Ahora Bien:

Especificidades dos marcadores discursivos e ensino da língua.

Martín Zorraquino, M. A., & Portolés Lázaro, J. (1999). Los marcadores del discurso.

In I. Bosque & V. Demonte (Eds.), Gramática Descriptiva del español (pp. 4051-4213).

Madrid: Real Academia Española/Espasa Calpe. 3 vols.

Montolío, Estrella, 2001, Conectores de la lengua escrita. Contraargumentativos,

consecutivos, aditivos y organizadores de la información, Barcelona, Ariel.

Ponce de León, R. & I. M. Duarte (2013). Aliás/alias: diferencias de empleo en

portugués y en español. In N. Delbecque, M.-F. Delport & D. M. Maturana (Orgs.), Du

signifiant minimal aux textes. Études de linguistique ibéro-romane (pp. 135-152)

Limoges, Lambert-Lucas.

Santos Río, L. (2003). Diccionario de partículas. Salamanca: Luso-Española de

Ediciones.

Dicionários

Academia das Ciências de Lisboa (2004). Dicionário da Língua Portuguesa

Contemporânea (2 volumes). Lisboa: Verbo.

(1952). Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 3ª ed.

Holanda, A.B. de (1986). Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.

Page 18: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

18

Houaiss, A. (2001). Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:

Editora Objetiva.

Machado, J.P (1977). Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. 3ª ed. Lisboa:

Livros Horizonte.

Morais, Silva, A. M. (1959). Grande dicionário da língua portuguesa. Lisboa:

Confluência. 12 vols.

VVAA (2006). Grande Dicionário da Língua Portuguesa. Porto: Porto Editora

Corpus

CETEMpublico http://www.linguateca.pt/cetempublico/

CRPC: Corpus de Referência do Português Contemporêno

http://www.clul.ul.pt/pt/recursos/183-reference-corpus-of contemporary-

portuguese-Corpus

Davies, Mark and Michael Ferreira. (2006-) Corpus do Português: 45 million words,

1300s-1900s. Available online at http://www.corpusdoportugues.org.

Perfil sociolinguístico da Fala bracarense.

https://sites.google.com/site/projectofalabracarense

Corpus literário

Eça de Queirós, O Primo Basílio. Lisboa: Livros do Brasil, s.d. (1878)

Eça de Queirós, El primo Basilio. Madrid: Ediciones Cultura Hispánica. 1997

(prólogo Elena Losada).

Eça de Queirós, Os Maias. Lisboa. Livros do Brasil, s.d. (1888).

Eça de Queirós, Los Maias, Valencia, Pre-Textos. 2003.

A contrastive analysis of “well” and its translations in TV interpreting

discourse: the case of the 2016 US presidential debates

Elena Zagar Galvão (Universidade do Porto / Centro de Linguística da Universidade

do Porto), Isabel Galhano-Rodrigues (Universidade do Porto / Centro de Linguística

da Universidade do Porto), Lilian Pulino (Universidade do Porto)

The goal of this paper is to contribute to a better understanding of the use of

discourse markers (DM) in the discourse produced by interpreters working live on

Portuguese television. Indeed, very little is known about DMs in European

Portuguese (EP) interpreted discourse, most likely as the result of an almost

complete lack of data/corpora of interpreted speeches in EP. This first exploration

was conducted by using video-recorded data from the 2016 US presidential debates,

which were bradcast live with voice-over interpreting on the Portuguese TV channel

SIC Notícias. The fluent transcriptions of both the original debates and their

Page 19: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

19

interpretations were organized into a parallel corpus. The analysis of the source

texts revealed that the most frequently used DM is well, almost always in initial

position. The contrastive analysis of these instances of well, considering their

prosodic features for the identification of their pragmatic functions, and their

translations into EP shows that the interpreters rendered this marker less than half

of the times it appeared in the original; that the most frequent translations were

bom, followed by bem, also in initial position; and that the interpreters tend to reveal

personal strategies when dealing with DMs.

Marcadores discursivos em folhetos informativos de medicamentos: um olhar

contrastivo entre o alemão e o português europeu

Joana Guimarães

Universidade do Porto / Centro de Linguística da Universidade do Porto

Tendo como objetivo último a defesa dos interesses dos consumidores, e dando

continuidade ao trabalho já realizado sobre a compreensibilidade de textos

instrutivos (Guimarães, 2013), o presente estudo centrou-se na análise do

contributo dos marcadores discursivos (MD) para a compreensibilidade1 dos

folhetos informativos de um conjunto de medicamentos em português e em alemão,

a partir do modelo de compreensibilidade de Karlsruhe (Göpferich, 2009).

Interessou-nos, além de verificar a frequência de utilização dos diferentes tipos de

MD em ambas as línguas, analisar o seu papel na orientação das expectativas do

leitor, enquanto facilitadores do trabalho de estruturação da informação a

assimilar2.

Sendo este género textual tão fortemente regulamentado, quer a nível nacional quer

internacional3, constatou-se que o produtor textual /tradutor dispõe de uma

margem considerável para conseguir, através de uma utilização consciente e

sistemática dos MD reforçar a coesão textual e concomitantemente melhorar a

compreensibilidade deste género textual e otimizar a motivação do leitor para a sua

leitura.

Referências:

GÖPFERICH, S. (2009) «Comprehensibility Assessment using the Karlsruhe

Comprehensibility Concept» In: JoSTrans - The Journal of Specialized Translation 11.

GUIMARÃES, M. J. (2013) Dar instruções: para uma gramática do texto de

especialidade. Tese de Doutoramento (FLUP).

1 Entendemos compreensibilidade no sentido em que Göpferich a define no âmbito do seu modelo de Karlsruhe (2009). 2 Os advance organizers de que Göpferich (2009) fala. 3 Cfr. a título ilustrativo o documento Guidelines on the readability of the labelling and package leaflet of medicinal products for human use.[https://ec.europa.eu/health/sites/health/files/files/eudralex/vol-

2/c/2009_01_12_readability_guideline_final_en.pdf]

Page 20: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

20

Marcadores discursivos do Português Europeu na tradução literária: uma

comparação de marcadores discursivos em romances de José Saramago e suas

respectivas traduções para o italiano e o sueco

Thomas Johnen

Westsächsische Hochschule Zwickau

O objetivo desta comunicação é de analisar de maneira qualitativa e exemplar os

resultados de uma comparação da tradução de marcadores discursivos em dois

romances de José Saramago (O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991, e Ensaio sobre

a cegueira, 1995) para uma língua românica (o italiano) e uma língua germânica (o

sueco).

A escolha deste autor nos parece relevante no caso da tradução literária, não

somente porque os marcadores discursivos são presentes tanto na voz do narrador

quanto nos diálogos, mas também por causo do estilo de fluxo contínuo, que é típico

para os romances de José Saramago, neste contexto, os marcadores exercem uma

função essencial de estruturação do fluxo, às vezes também visualmente. Portanto,

a tradução dos marcadores discursivos, no caso dos romances de José Saramago

representa um desafio específico, por ser intrinsecamente ligada ao estilo do autor

o qual a tradução deve tentar recriar na língua de chegada.

Além disso, uma comparação entre três línguas – duas românicas e uma não-

românica, revelará convergências e divergências interessantes que podem

contribuir para um melhor entendimento dos marcadores. Assim, por exemplo, um

então conclusivo é traduzido para o italiano por allora (ambos marcadores

possuindo uma etimologia de dêixis temporal), para o sueco pelo marcador

discursivo då que possui uma etimologia de dêixis espacial, vindo admitindo no

decorrer do seu processo de gramaticalização também contextos de dêixis temporal.

Considerando que conforme a teoria da gramaticalização, as expressões

gramaticalizadas continuam mantendo traços semânticos do seu lexema de fonte, a

convergência acima evocada mostra que, no contexto do exemplo, isto é na

conclusão marcada por então, a dêixis continua possuindo certa relevância, mesmo

sendo em um nível cognitivo diferente.

A análise qualitativa apresentada nesta comunicação concentrar-se-á nas

equivalências menos esperadas, portanto focalizará casos onde as traduções

possuem um valor heurístico para a melhor compreensão dos marcadores

discursivos portugueses.

Palavras-chave: Marcadores discursivos, comparação de tradução português –

italiano – sueco, tradução literária, romances de José Saramago.

Page 21: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

21

Compreendendo os marcadores discursivos para preservar a naturalidade na

tradução de diálogos: uma proposta contrastiva

Sérgio Duarte Julião da Silva

CET Academic Programs / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

O que nos incomoda em certos filmes dublados? O que nos causa aquela sensação de

artificialidade quando lemos diálogos em obras traduzidas? Se nos propusermos a

ler em voz alta alguns diálogos traduzidos, não raro teremos a impressão de que os

interlocutores utilizam-se de técnicas, palavras ou expressões que, em uma

conversação real, talvez jamais ocorressem. Assim, questionamo-nos até que ponto

a tradução das interações verbais simplesmente reflete meras preocupações lexicais

ou se, de fato, transcende a rigidez da norma culta e demonstra as reais estratégias

dos interlocutores no universo mais amplo do discurso, atuando como uma espécie

de “fotografia linguística” de como as pessoas exercem ações e expressam intenções

quando falam. Ao interagirem verbalmente, as pessoas recorrem a procedimentos

regulares através dos quais tornam explícitas as marcas de planejamento de seu

discurso e as estratégias de gestão dos turnos de conversação, das relações

estabelecidas e da interação verbal em si (Schiffrin, 1994; Castilho, 2002; Julião da

Silva, 2010).

Ao se transitar entre o inglês e o português nas conversações, deve-se estar

preparado, portanto, para reconhecer a gramática da conversação dos marcadores

discursivos: nos textos a serem traduzidos, os personagens utilizarão estratégias

tais como pausas comunicativas, auto e heterointerrupção, hesitação, auto e

heterocorreção, parafraseamento, parentetização e marcas de presença dos

sujeitos, dentre outros. Utilizando-me do arcabouço teórico a Análise da

Conversação (Marcuschi, 2007), discutirei a utilidade de se considerar o processo

da interação – e não somente as palavras – ao se traduzir um diálogo. O que está por

trás de estruturas como you know, actually, I mean, sei lá, e percebe? Se,

ingenuamente, efetuarmos uma tradução literal dessas estruturas ou uma

aproximação sem prévia análise das estratégias da conversação, correremos o risco

de trair a verdadeira essência dos diálogos.

Palavras-chave: Análise da Conversação, marcadores discursivos, língua falada,

interação verbal, tradução.

Referências

Castilho, A.T. A língua falada no ensino de português. São Paulo: Contexto, 2002.

Julião da Silva, S.D. Análise e exploração de marcadores discursivos no ensino de

Português Língua Estrangeira (PLE) no Brasil. Tese de doutorado apresentada à

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

(FFLCH-USP), 2010.

Marcuschi, L.A. Análise da conversação. 6 ed. São Paulo: Ática, 2007.

Schiffrin D. Approaches to discourse. Oxford: Blackwell; 1994.

Page 22: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

22

Autonomia e interdependência linguística no uso dos marcadores discursivos

por falantes poliglotas em línguas românicas

Christian Koch

Universität Siegen

O termo ‘poliglota’ designa pessoas com competência ativa num certo número de

línguas estrangeiras. Num projeto mais extenso, dedico-me às particularidades

linguísticas de poliglotas românicos, às suas estratégias de aprendizagem e de

manutenção, assim como às suas estratégias para distinguir as semelhanças das

línguas irmãs.

Em narrações gravadas em áudio em quatro ou mais línguas românicas, os falantes

usam marcadores de discurso para vários processos de estruturação, de

reformulação e de hesitação, para expressar incerteza e para confirmar a si mesmos.

Os marcadores revelam como um falante se comporta numa língua e por isso são de

interesse particular para a análise das habilidades linguísticas individuais. Além

disso, a maneira de lidar com os marcadores discursivos em funções adequadas e a

variedade no repertório de formas são indicadores válidos da proficiência e fluência

linguística (cf. Hasselgren 2002: 151). Podem-se discutir várias hipóteses para

explicar o uso dos marcadores discursivos nas diferentes línguas românicas como

L2 (cf. Koch 2016: 164sq., Koch/Thörle, em impressão):

1) como fenômeno universal da estruturação discursiva, incluindo usos particulares

da interlíngua,

2) como transferência de estruturas discursivas da L1 e das línguas mais avançadas

às menos avançadas como parte da hipótese contrastiva,

3) como estruturas específicas de uma língua, efetivamente adquiridas,

4) como fenómeno da proximidade tipológica das línguas românicas.

No corpus de falantes poliglotas com quatro ou mais idiomas por pessoa, será

mostrado até que nível o uso de marcadores discursivos se assemelha ou distingue

em cada idioma, ou seja, se se apercebe autonomia ou dependência entre as línguas

de um falante. As constelações linguísticas múltiplas constituem uma nova

abordagem metodológica para o campo de pesquisa em interação linguística e em

aquisição de marcadores discursivos.

Keywords: marcadores discursivos em L2, adquisição de marcadores discursivos,

comparação múltipla de repertórios linguísticos

Referências

Hasselgren, A. (2002): Learner copora and language testing. Smallwords as markers

of learner fluency. In: D. Granger, J. Hung/S. Petch-Tyon (eds): Computer Learner

Corpora, Second Language Acquisition and Foreign Language Teaching.

Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 143-173.

Page 23: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

23

Koch, C. (2016): Sí, sí, estudio Lehramt, sí. El uso de los marcadores de afimación en

el español de estudiantes germanohablantes. In: Testi e linguaggi 10, 159-172.

Koch, C./Thörle, B. (em impressão): The Discourse Markers sí, claro and vale in

Spanish as a Foreign Language. In I. Bello, M. V. Calvi, and E. Landone (eds): Cognitive

Insights in Discourse Markers in Second Language Acquisition. Bern: Lang.

Pois e os seus principais equivalentes funcionais em Francês car, parce que,

donc, en effet, eh bien: contributos para uma análise contrastiva

Pierre Lejeune (Universidade de Lisboa), Amália Mendes (Centro de Linguística da

Universidade de Lisboa)

O conetor discursivo pois tem sido objeto de análises sintáticas (Lobo 2003, Colaço

e Matos 2016), semânticas (Lopes 2012) e diacrónicas (Lima 2002, Cândido 2009,

Paiva e Braga 2013).

Com o valor causal de enunciação (Lopes 2012), a natureza da relação sintática entre

os termos ligados pelo conetor pois é controversa, sendo classificada como estrutura

de subordinação, coordenação ou suplementação (Lobo 2003; Lopes 2012; Mendes

2013; Colaço & Matos 2016).

Por outro lado, pois assume vários valores enquanto marcador discursivo (Lima

2002), em configurações de tipo Arg 1 pois Arg 2, em que Arg 1 pode pertencer ao

texto anterior (eventualmente do interlocutor) ou até ao contexto situacional,

enquanto Arg 2 pode ser implícito (valor fático). O valor conclusivo, em posição

interna ou final de oração (Cunha & Cintra 1984) é apenas um desses valores. Em

posição inicial, destacam-se os valores interpessoais dialogais (6) ou dialógicos (7).

Partindo de dados do Corpus de Referência do Português Contemporâneo – CRPC

online (Généreux et al. 2012) e do corpus paralelo EuroParl (Koehn 2005),

interessa-nos usar as equivalências funcionais locais com marcadores franceses

como car, parce que, donc, en effet e eh bien como revelador dos principais valores

de pois e das suas condições de uso (os exemplos abaixo pertencem ao CRPC).

(1) No entanto , os líquenes aparecem pouco nas grandes cidades , pois (car, en effet,

parce que explicativo) são gravemente afectados pela poluição atmosférica.

(3) De qualquer modo não te preocupes pois (car, parce que, *en effet justificativo)

mesmo no dia em que chegares se arranja sitio.

(4) O sangue, circulando pelo aparelho respiratório, liberta CO2 - e parte da água

sob a forma de vapor. A nível dos rins, através dos tubos uriníferos, são eliminados

os produtos tóxicos azotados como ureia e ácido úrico, o excesso de água e ainda

alguns sais minerais. O sangue é, pois (donc conclusivo > reformulação), o veículo

dos materiais essenciais que intervêm no metabolismo celular assim como dos

produtos resultantes desse metabolismo.

Page 24: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

24

(5) Vamos à pesagem. Despe tudo, filho. E descalcinho, pois (donc conclusivo >

consequência).

(6) -O Sr. Deputado Corregedor da Fonseca diz que o diploma foi aprovado à pressa.

- Pois (en effet de confirmação) foi, Sr. Deputado.

(7) Então vossemecê ainda aí está , senhora ? À espera do seu rapaz ? Pois (*car, *en

effet, eh bien com valor «inesperado») ele não está cá.

Palavras-chave: conetor discursivo; análise contrastiva; relação discursiva; causais

de enunciação; marcador discursivo

Referências

Cândido, F. M. (2009) Os diferentes padrões das construções com “pois”. Araraquara,

UNEP, Dissertação de Mestrado.

Charolles, M. & Fagard, B. (2012) “En effet en français contemporain : de la

confirmation à la justification / explication”. Le Français Moderne, 80, 2, pp. 171-197.

Colaço, M. & G. Matos (2016) “A natureza paratática das causais explicativas em

português”. Revista da Associação Portuguesa de Linguística, 1, 10/2016, pp. 233-

259.

Culioli, A. (1989) “Donc”. Contrastive Linguistics”, 14, 5, pp. 16-20.

Cunha, C. & L. Cintra (1984) Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa:

Edições Sá da Costa.

Genereux, M., I. Hendrickx, A. Mendes (2012) “A Large Portuguese Corpus On-Line:

Cleaning and Preprocessing”. In Caseli, H. et al. (eds.) Computational Processing of

the Portuguese Language. Proceedings of the 10th International Conference

PROPOR1012, pp. 113-120. Berlin-Heidelberg, Springer-Verlag (2012).

Koehn, P. (2005) Europarl: “A parallel corpus for statistical machine translation”. In

Conference Proceedings: the tenth Machine Translation Summit, pp. 79– 86, Phuket,

Thailand. AAMT, AAMT.

Lefeuvre, F. (2012) “Eh bien comme évaluateur de discours” Travaux de linguistique,

65, pp. 123-143.

Lima, J. P. de (2002) “Grammaticalization, subjectification and the origin of phatic

markers”. In Wischer, Ilse e Diewald, Gabriele (eds.) New reflections on

Grammaticalization. John Benjamins.

Lobo, M. (2003) Aspetos da sintaxe das orações subordinadas adverbiais. Tese de

doutoramento. Lisboa: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova

de Lisboa.

Lopes, A. C. M. (2012) “Contributos para uma análise semântico-pragmática das

causais de enunciação no português europeu contemporâneo”. Alfa, 56:2, pp. 451-

468.

Page 25: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

25

Mendes, A. (2013) “Organização textual e articulação de orações”. In Raposo,

Eduardo B. P., M. Fernanda Bacelar do Nascimento, M. Antónia Coelho da Mota, Luísa

Segura, Amália Mendes (orgs) Gramática do Português, vol. II. Lisboa: Fundação

Calouste Gulbenkian, pp. 1691-1755.

Nazarenko, A. (2000) La cause et son expression en français. Gap : Ophrys.

Paiva, M. da C. & Braga, M. L. (2013) “Gramaticalização e especialização funcional: o

caso do conector pois”. Diacrítica , 27, 1, pp. 197-218.

Zufferey, S. (2012) “Car, parce que, puisque revisited: three empirical studies on

French causal connectives”. Journal of Pragmatics, 44, 2, pp. 138-153.

El discurso oral en la clase: un estudio contrastivo entre el portugués y el

español

Marta Lira

Universidade do Porto

El presente trabajo tiene como objetivo presentar, brevemente, un estudio

contrastivo entre el portugués y el español, basándose en el análisis lingüístico de

transcripciones orales de alumnos de la Enseñanza Secundaria Obligatoria, durante

algunos meses.

Las teorías del Análisis de Errores, del Análisis Contrastivo y de la Interlengua,

aunque presentan diferencias en lo que concierne al eje diacrónico, al método, a los

datos utilizados, a los resultados obtenidos y a sus implicaciones pedagógicas, se

presentarán como los grandes presupuestos teóricos de este proyecto ya que, a

pesar de sus diferencias ideológicas, las tres buscan profundizar y perfeccionar el

conocimiento y aprendizaje en el proceso de adquisión de una L2.

En un primer momento, se hará una contextualización histórica y metodológica de

las tres referidas vertientes de la Lingüística Contrastiva; después, se hará una breve

comparación entre las diferencias fonéticas más significativas entre el portugués y

el español; a continuación, se explicará la importancia de un estudio que incide

sobre el discurso oral y sus componentes; en seguida, se explicará la importancia del

enfoque comunicativo en la enseñanza de una LE.

El análisis lingüístico de los discursos orales de los estudiantes, tanto espontáneos

como planificados, será una de las cuestiones centrales de este estudio: en este

momento se comentarán los errores más significativos y se presentarán las

estrategias de remediación.

En la parte final, se reflexionará sobre la importancia del error en el contexto

pedagógico y las ventajas de avanzarse con un proyecto investigativo con esta

temática.

Palabras Clave: Lingüística Contrastiva, Interlengua, Análisis de Errores, Teorías

Comunicativas, Discurso Oral.

Page 26: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

26

Allora e Então: uma primeira análise pragmática.

Francesco Morleo

Università del Salento

É possível individuar alguns paralelismos entre as funções pragmáticas de alguns

marcadores discursivos das línguas românicas durante a troca conversacional. É o

caso do italiano Allora e do português Então, que, embora não totalmente

sobreponíveis, podem desempenhar as mesmas funções pragmático-

conversacionais numa interação dialógica. O presente trabalho coloca-se no âmbito

dos estudos contrastivos dos marcadores discursivos nas línguas românicas,

delineando uma primeira análise dos dois principais advérbios de tempo, e

marcadores discursivos, do italiano e do português.

Na linha do proposto pela literatura científica neste âmbito, o presente trabalho

analisará os principais usos dos dois elementos linguísticos, partindo da sua função

gramatical temporal para chegar ao seu uso pragmático nas interações dialógicas. A

fim de traçar um paralelismo entre o italiano e o português europeu, a presente

análise considerará apenas a variante europeia da língua portuguesa. Para uma

análise qualitativa dos marcadores discursivos nas interações serão analisados

dados de língua espontânea e, posteriormente, dados ficcionais extraídos de

produtos audiovisuais (italianos e portugueses) para confrontar a realidade

pragmático-interacional de uma língua com a representação metalinguística dos

seus principais mecanismos interacionais.

Palavras chave: Português; Italiano; Oralidade; Marcadores discursivos.

Conversational discourse markers in stand-up comedy: you know and sabem

Milana A. Morozova

Universidade Nova de Lisboa

In this study, conversational discourse markers (e.g. well, you know, bem, sabes, etc.)

are seen as a genre parameter of stand-up comedy, i.e. a characteristic trait that

constitutes the genre’s identity (Coutinho 2007). This assumption is based on the

fact that stand-up comedy is typically described as a conversational, intimate form

of art (Attardo 2001; Brodie 2014; Double 2014; Rutter 1997; Greenbaum 1999),

and, therefore, similar to any interactive spoken practice, it is rich in discourse

markers.

Assuming that discourse markers function on two levels, the textual and the

interpersonal level (Halliday 1976, 2014; Brinton 1996; Erman 2001; Schiffrin

1987; Fischer & Drescher 1996; Östman 1981), the study seeks to analyze the

functional range of you know and sabem within these two levels in the genre of

stand-up in American English and European Portuguese.

Page 27: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

27

The nature of the textual and interpersonal functions identified in the course of the

textual analysis is predominantly literature-based (mostly, Brinton 1996). However,

new functions were also found: three new functions of you know (e.g. to anticipate a

shift between direct/indirect modes of speech, to signal personal experience and to

address the audience) and one new function of sabem (to signal personal

experience). These newly emerging functions are closely related to the specificity of

the genre stand-up comedy, namely, its narrative, autobiographical and interactive

nature, respectively. This conclusion indicates a direct relationship between genre

and discourse markers’ configuration.

The study is based on both English and Portuguese corpora of recorded and

transcribed performances. Each corpus consists of 25 transcripts, which correspond

to comedian’s individual performances. The transcripts comprise a total of around

80,000 words. All the samples were organized according to specially elaborated

transcription conventions (based on Discourse Transcription, Dubois, 1991, 2004;

C-ORAL-ROM Project and CHAT Transcription Format, MacWhinney, 2000).

Key words: discourse markers, stand-up comedy, genre.

References

Attardo, Salvatore. (2001). Humorous Texts: A Semantic and Pragmatic Analysis.

Berlin/New York: Mouton de Gruyter.

Brinton, Laurel J. (1996). Pragmatic Markers in English: Grammaticalization and

Discourse Functions. Berlin/New York: Mouton de Gruyter.

Brodie, Ian. (2008). Stand-up comedy as a Genre of Intimacy. Ethnologies 30 (2),

153180.

Coutinho, Maria Antónia. (2007). Descrever Géneros de Texto: Resistências e

Estratégias. IV Simpósio Internacional de Estudos de Géneros Textuais (SIGET),

Universidade do Sul de Santa Catarina, Brasil: Santa Catarina, 639-647. Retrieved

June, 30, 2018 from:

http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/eventos/cd/Port/20.

pdf. Double, Oliver. (2014). Getting the Joke: the Inner Workings of Stand-up

Comedy. London: Bloomsbury.

Du Bois, John W. 1991. Transcription design principles for spoken discourse

research. Pragmatics 1(1): 71-106.

Du Bois, John W. 2004. Representing Discourse. Santa Barbara: University of

California.

Contributo para o estudo das construções é + Adj + que X como marcadores

argumentativos.

Alexandra Guedes Pinto, Sónia Valente Rodrigues

Universidade do Porto / Centro de Linguística da Universidade do Porto

Page 28: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

28

Nesta comunicação abordamos a hipótese de construções linguísticas com o formato

é + Adj + que X (é evidente que x) funcionarem nos textos como marcadores

argumentativos, que assinalam tipos de argumentos, movimentos argumentativos,

ou outras estratégias da argumentação.

Baseadas em estudos anteriores sobre a argumentação e os seus sinais linguísticos

(Roulet et al, 1985; Ducrot et al, 1980; Anscombre et Ducrot, 1983; van Eemeren et

al, 2007) e sobre os marcadores discursivos, que apontam para o progressivo

alargamento das categorias linguísticas integrantes desta classe (Fraser, 2006; Briz

y Pons, 2008) propomos, com base em Tseronis (2011) e Corbari (2008), entre

outros, que também as construções referidas são um indicador de que o segmento

discursivo que encabeçam tem uma orientação argumentativa clara.

Com o objetivo de reconstituir os elementos linguísticos que assinalam a orientação

argumentativa de certos segmentos nos textos e de descrever as suas funções, este

estudo visa contribuir para o conhecimento dos marcadores discursivos e, dentro

destes, dos marcadores argumentativos, possibilitando alargar o estudo da

argumentação para além das classes de conetores argumentativos consideradas

como mais clássicas nos estudos linguísticos sobre argumentação, nomeadamente,

em pedagogia, nos estudos retóricos e no processamento da argumentação em

linguagem natural.

Utilizamos como corpus um conjunto de artigos de opinião e de controvérsias da

imprensa escrita, de onde procedemos ao levantamento e estudo das construções

em estudo.

A análise permitirá confirmar que, sempre que um segmento de texto surge

encabeçado por estas estruturas de enquadramento proposicional, existe uma

focalização sobre o posicionamento do enunciador quanto àquilo que diz, que,

podendo oscilar entre uma modalização epistémica, evidencial, deôntica ou de

natureza mais avaliativa, assinala sempre uma dada orientação argumentativa que

nos propomos descrever com maior detalhe.

Palavras-chave: marcadores argumentativos; construções é + Adj + que X;

orientação argumentativa.

Referências:

Anscombre, J.-C., et O. Ducrot. 1983. L’argumentation dans la langue. Bruxelles:

Mardaga.

Briz, A., Pons, S. y J. Portolés (coords). 2008. Diccionario de partículas discursivas del

español. Disponível on-line em www.dpde.es.

Briz, A. y Pons, S. 2010. Unidades, Marcadores discursivos y Posición in Loureda, O.

y Acín-Villa, E. (coord.), Los estudios sobre marcadores del discurso en español, hoy.

Madrid: Arco Libros.

Page 29: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

29

Corbari, A.T. 2008. Um estudo sobre os processos de modalização estabelecidos pelo

par “é + adjetivo” em artigos de opinião publicados no jornal Observatório da

Imprensa. Dissertação de Mestrado. Cascavel: PR. Unioeste.

Ducrot, O., et al. 1980. Les mots du discours. Paris: Les Éditions de Minuit

Fischer, K. (ed.). 2006. Approaches to discourse particles. Amsterdam: Elsevier.

Fraser, B. 1990. An approach to discourse markers. Journal of Pragmatics 14: 383–

395.

Fraser, B. 1996. Pragmatic markers. Pragmatics 6: 167–190.

Fraser, B. 1999. What are discourse markers? Journal of Pragmatics 31: 931–952.

Fraser, Bruce, 2006. Towards a theory of discourse markers. In: Fischer, Kerstin

(Ed.), pp. 189-204.

Roulet, E., A. Auchlin, J. Moeschler, C. Rubattel, and M. Schelling. 1985. L’articulation

du discours en français contemporain. Bern: Peter Lang.

Tseronis, A. 2011. From Connectives to Argumentative Markers: A Quest for

Markers of Argumentative Moves and of Related Aspects of Argumentative

Discourse. Argumentation, DOI 10.1007/s10503-011-9215-x. Dordrecht: Springer

van Eemeren, F.H., P. Houtlosser, and A.F. Snoeck Henkemans. 2007. Argumentative

indicators in discourse. A pragma-dialectical study. Dordrecht: Springer.

Les marqueurs déictiques à l’oral : perspective contrastive roumain-portugais

Liana Pop et Veronica Manole (Université Babeş-Bolyai de Cluj, Roumanie)

Nous partons d’un constat général en linguistique, concernant les commutations

déictiques (angl. deictic shifts), ceux notamment qu’on observe dans la dynamique

du discours, et notamment à l’oral. Notre défi ici est celui d’investiguer la

traductibilité de certaines expressions déictiques dans leur emploi à l’oral, et ce,

entre le roumain et le portugais.

D’un point de vue conceptuel, nous utiliserons les catégories de déictiques

généralement admises (cf. DAD), de déictiques directs / transparents (je, tu, ici,

maintenant…), à référents univoques dans la situation d’énonciation (on les appelle

également déictiques primaires), et de déictiques indirects / opaques (ce cheval,

celui-ci…), à identification médiée. Quant à la déixis, on verra à l’œuvre la déixis

personnelle, spatiale, temporelle, textuelle (anaphorique), empathique (émotive) et

discursive (ibid.), mais également la déixis symbolique (symbolic deixis) – terme

repris à Bamfort (2004) – définie comme ancrée dans un contexte cognitif commun

(« anchored to a shared cognitive context », p. 128) – et la déixis sociale, comprenant

des expressions d’adresse.

Page 30: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

30

Le problème intéressant la contrastivité est celui d’identifier les raisons pour

lesquelles un seul et même mot déictique peut avoir des sens multiples, dérivés,

impossibles, dans la majorité des cas d’être traduits par des équivalents lexicaux.

Car l’imprécision des déictiques provient de différents cas de commutations

référentielles : de l’espace physique à l’espace mental ou émotionnel (Bamford

2004,Vasilescu 2012) ; ou même d’une fusion d’espaces référentiels, rendant

difficile l’accès au référent. Et on constatera, comme pour les marqueurs discursifs

en général (cf. Pop 2009), que ces marqueurs déictiques sont des expressions

pragmatiques parfois au même titre que les marqueurs discursifs.

Nous nous limitons pour cette étude à l’observation de textes roumains et à la

possibilité d’en traduire les expressions déictiques en portugais. Le corpus roumain

proposé à l’étude consiste en 4 narrations orales publiées (Teiuş 1980; Pop 2004;

Dascălu Jinga 2011).

Quant à la méthode de recherche, nous avons mis sous observation dans ces textes

les types canoniques de déictiques (primaires) – locaux, temporels, modaux et

personnels –, en avons détaché les fonctionnements dérivés, et proposé des

traductions.

Nous avons constaté dans ces textes de l’oral des phénomènes intéressants

d’inconsistance déictique – résultats d’une instabilité de « points de vue » chez les

locuteurs, qui obligent le traducteur à des choix pragmatiques et non lexicaux.

Enfin, pour le roumain, nous avons constaté plus précisément:

- un système vocatif-interjectif spécialisé, désémantisé (domnule, omule, nene, mă) ;

- une polyfonctionnalité de démonstratifs (ăsta, ăla, aşa), issue de commutations

entre direct et empathique, entre situationnel et mental, etc.

- une référentialisation spatiale et personnelle faible, rendant difficile l’accès aux

référents (uite-aicea-n hotar, acolo aproape) ;

- un usage cumulé de marques déictiques (mă omule, tu femeie, uite dom’le, ăla acolo,

buturuga aceea acolo, pe marginea rîpii acolo unde era, pe vremea asta acuma), avec

amplification d’effets empathiques (cf. Hanks 2017).

Pour tous ces cas de figure, l’observation du portugais s’avère très pertinente,

surtout que des traductions non littérales doivent être mises en place.

Bibliographie

Bamford, Julia. 2004. “Gestural and symbolic uses of the deictic here in academic

lectures”. In K. Aijmer and A.-B. Stenström (eds) Discourse Patterns in Spoken and

Written Corpora, Pragmatics & Beyond New Series 120: 113–138. Amsterdam: John

Benjamins.

DAD – Charaudeau, P. & D. Maingueneau. 2002. Dictionnaire d’analyse du discours,

Seuil.

Page 31: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

31

Hanks, W. F. 2017. “Deixis and Pragmatics”, Online publication, DOI:

10.1093/acrefore/9780199384655.013.213

Pop, Liana. 2009. « Sens procédural et contrastivité », Studii şi cercetări lingvistice 2,

2009: 249-292.

Vasilescu, Andra. 2012. “Deicticele empatetice”. In M.-V. Constantinescu, G. Stoica

and O. Uţă Bărbulescu (eds), Modernitate şi interdisciplinaritate în cercetarea

lingvistică, Omagiu doamnei profesor Liliana Ionescu Ruxăndoiu, Bucureşti: Editura

Universităţii din Bucureşti: 569-586.

Corpus

Dascălu Jinga, L. (coord.) (2011) ROMÂNA VORBITĂ ACTUALĂ (ROVA). Corpus şi

studii, Bucureşti, Editura Academiei Române.

Pop, L. (coord.)(2004) Verba Volant. Recherches sur l’oral, Cluj, Ed. Echinox.

Teiuş, S. (1980) Coordonarea în vorbirea populară românească, ESE.

Para uma comparação dos marcadores discursivos bem e bom em português

europeu com well em inglês

Fátima Oliveira, Fátima Silva

Universidade do Porto / Centro de Linguística da Universidade do Porto

Consideramos, na linha de Hansen (1998), Portolés (2001), Fraser (2006), Maschler

& Schiffrin (2015) e Lopes (2016), os marcadores discursivos como sinais ou pistas

que guiam o processo interpretativo, sendo, por conseguinte, o seu significado mais

processual do que concetual. Sendo uma classe não homogénea do ponto de vista da

sua constituição, dado que integra elementos provenientes de várias categorias

gramaticais, tem como propriedades comuns serem invariáveis, apresentarem

mobilidade variável dentro do enunciado e contribuírem para a estruturação e

gestão do discurso.

Este estudo tem como objetivo investigar as funções semântico-discursivas dos

marcadores discursivos bem e bom em português europeu em comparação com o

marcador discursivo well, em inglês. Embora haja estudos que, de forma isolada ou

em conjunto, tratam os marcadores discursivos bem e/ou bom em português

europeu (Lopes 2004, Cabarrão et al. 2018), são escassos os estudos comparativos

sistemáticos destes dois marcadores em português europeu, ao contrário do que

acontece, por exemplo, para o espanhol (Martín Zorraquino & Portolés 1999, Briz,

Pons & Portolés 2008), assim como parece não haver estudos que comparem o seu

funcionamento com o marcador discursivo well em inglês (Jucker 1993, Aijmer

2013).

A partir da análise de amostras de diferentes géneros discursivos extraídas de

corpora nas duas línguas, sobretudo orais e de natureza interacional, procuramos

determinar, por um lado quais são as condições de uso dos dois marcadores em

Page 32: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

32

português, especificando as suas funções semântico-discursivas e, por outro,

relacionamos essas funções com as do marcador discursivo well, que, sendo na base

um advérbio e, portanto, similar a bem, pode ser usado com funções tipicamente

desempenhadas por bem ou bom.

Os resultados da análise contribuem não só para uma melhor compreensão destes

marcadores em contraste, mas também para a problematização de questões que se

colocam ao nível da tradução destes marcadores nas duas línguas.

Palavras chave: marcadores discursivos, corpus oral, comparação interlinguística,

funções semântico-discursivas

Referências:

Aijmer, K. 2013. Understanding pragmatic markers. A Variational Pragmatic

Approach. Edinburgh: Edinburgh University Press.

Briz, A., Pons, S. & Portolés, J. (coords.) 2008. Diccionario de partículas discursivas del

español. Disponível em: www.dpde.es.

Cabarrão, V. et al. 2018. Cross-domain analysis of discourse markers in European

Portuguese. Dialogue & Discourse, 9(1), 79-106.

Fraser, B. 2006. Towards a theory of discourse markers. Fischer, K. (ed.) Approaches

to Discourse Particles. Oxford: Elsevier, 189-204.

Hansen, M-B. M. 1998. The semantic status of discourse markers. Lingua, 104, 235-

260.

Jucker, A.H. 1993. The discourse marker well: A relevance-theoretical account.

Journal of Pragmatics, 19, 435-452.

Lopes, A.C.M. 2004. A polifuncionalidade de ‘bem’ no PE contemporâneo. In A. S.

Silva et al. (orgs.). Linguagem, cultura e cognição. Estudos de Linguística Cognitiva,

vol. II. Coimbra, Almedina, 433-458.

Lopes, A.C.M. 2016. Discourse Markers. In Wetzels, W.L., Costa, J. & Menuzzi, S. (eds.).

The Handbook of Portuguese Linguistics. Cap. 24, Wiley-Blackwell.

Martín Zorraquino, M.A. & Portolés, J.1999. Los marcadores del discurso. In Bosque,

I & Demonte, V. (eds): Gramática descriptiva de la lengua española, vol. 3, Madrid:

Espasa Calpe, 4051 – 4212.

Maschler, Y. & D. Schiffrin. 2015. Discourse Markers: Language, Meaning, and

Context. In Tannen, D., Hamilton H. E. & Schiffrin, D. The Handbook of Discourse

Analysis. Vol.1, 2ª ed. Wiley-Blackwell, 189-221.

Portolés, J. 2001. Marcadores del discurso, Barcelona: Ariel.

Dos rutas funcionales con distinto destino: el caso del marcador discursivo

digamos en español y portugués. Sincronía y diacronía.

Page 33: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

33

Shima Salameh Jiménez

Universitat de València / Heidelberg Universität

El marcador discursivo digamos cubre varias funciones en portugués: marca de

formulación, atenuación, ejemplificación, valor aproximativo y rectificación

(Macário Lopes y Carapinha 2017: 121); en español, cubre las mismas (Bernárdez

Fernández 2002; Salameh Jiménez 2015). La única función que no comparten es la

de rectificación: a diferencia de otras lenguas (diciamo en italiano ─Waltereit

2006─; disons en francés ─Grabar y Eshkol Taravella 2016─), el español corrige (y

reformula) a través de otros marcadores discursivos, como o sea o es decir (Pons

Bordería 2016; Estellés 2017). Digamos ha desarrollado una ruta funcional centrada

en la introducción de sentidos aproximados y atenuadores que no contempla la

equivalencia y distancia propias de la reformulación.

Este trabajo presenta los resultados de un estudio sobre la evolución de digamos

español con vistas a un análisis contrastivo con digamos portugués. Tras un

tratamiento sincrónico del marcador en ambas lenguas, se analizará su evolución

tomando dos tipos de información: estructural-semántica y contextual-funcional.

Los diferentes parámetros que reflejan cambio lingüístico en marcadores (aumento

o disminución de ámbito, cambio posicional, relación con otros elementos, etc.) se

tratarán a partir del sistema de unidades, niveles y posiciones Val.Es.Co. (Grupo

Val.Es.Co. 2014; Pons y Macário Lopes 2014), que permite sistematizar el

funcionamiento de un marcador dentro de la estructura discursiva. Las ocurrencias

de digamos se han obtenido con la consulta de varios corpus (CORDE -Real Academia

Española-; Corpus del Espanol de Mark Davies; Nuevo Diccionario Histórico del

Español).

Nuestro objetivo es datar las diferentes etapas de cambio funcional de digamos y

comprobar si en algún momento esta forma ha estado relacionada con procesos de

reformulación o rectificación. Si la respuesta es negativa, se buscará comprobar por

qué y qué formas alternativas fueron generadas en el paradigma de la reformulación

con verbos de decir en español.

Palabras clave: reformulación, atenuación, Val.Es.Co., rejilla de unidades,

gramaticalización

Bibliografía

Bernárdez Fernández, Cristina (2002): Expresiones metalingüísticas con el verbo

decir. Universidade da Coruña.

Davies, Mark (2017): Corpus del Espanol. Consulta en línea en <

http://www.corpusdelespanol.org/>

Estellés Arguedas, Maria (2017): “¿Se puede determinar el grado de

gramaticalización de los marcadores del discurso a través de la prosodia? Un estudio

preliminar a partir de corpus orales del español”. En Normas, 7(2), 227-252.

Page 34: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

34

Grabar, Natalia y Eshkol-Taravella, Iris (2016): “Disambiguation of occurrences of

reformulation markers c’est-à-dire, disons, ça veut dire”. En JADT, 13ème Journées

internationales d’Analyse statistique des Données Textuelles

Grupo Val.Es.Co. (2014): “Las unidades del discurso oral. La propuesta Val.Es.Co. de

segmentación de la conversación (coloquial)”. En Cortés, Luis (ed.): Estudios de

Lingüística del Español, 35, 1, 11-71.

Macário Lopes, Ana Cristina y Conceição Carapinha (2017): “Por outras palavras e

digamos: marcadores de reformulação?”. En Revista Galega de Filoloxia 2017, 18:

115-131.

Pons Bordería, Salvador y Ana Cristina Macário Lopes (2014): “Ou seja vs. o sea:

formal identity and Functional diversity”. En Revista de Estudios Lingüísticos da

Universidade do Porto, 9, 103-128.

Pons Bordería, Salvador (2016): “Evolución diacrónica de o sea”. En BRAE, Tomo

XCVI, Cuaderno CCCXIII, Enero-Junio de 2016.

Real Academia Española: Banco de datos (CORDE) [En línea]. Corpus diacrónico del

español. <http://www.rae.es>

Real Academia Española: Nuevo Diccionario Histórico del Español (NDHE).

Salameh Jiménez, Shima (2015): “Gramaticalización y marcadores discursivos.

Aproximaciones a la evolución de digamos (que) en español. Un caso de

multicausación.”. Universitat de València.

Waltereit, Richard (2006): “The rise of particles in Italian: A specific type of language

change”. En Fischer, K. (ed.): Approaches to discourse particles, Elsevier-

Amsterdam, 61-76.

Le marquage de l’ajout linguistique en portugais européen et en allemand: à

propos de e, (e) aliás, (e) até / (e) inclusivamente et leurs équivalents

Sibylle Sauerwein Spinola

Université Paris Ouest Nanterre

L’ajout linguistique est un phénomène qui se décline sur des niveaux discursifs et

énonciatifs divers. Il peut s’agir d’ajouts reformulatifs, argumentatifs, ou liés à

l’interaction, méta-linguistiques, méta-discursifs ou méta-énonciatifs,

parenthétiques ou de premier plan, etc. La question qui se pose pour tout marqueur

est celle de sa polyvalence ou sa spécialisation.

Le marqueur qui semble être le plus prototypique de l’ajout pourrait être e en

portugais, et und en allemand. Spontanément, on peut penser que ces coordonnants

bien connus de la grammaire traditionnelle s’intègrent dans la liste des marqueurs

de l’ajout co-orienté. Cependant on les retrouve aussi bien en combinaison avec des

Page 35: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

35

marqueurs de coorientation comme até /inclusivamente, ainda por cima, sogar et

obendrein que dans des contextes où la co-orientation ne va pas de soi.

Les marqueurs de l’allemand, übrigens et sogar (français, d’ailleurs et même) sont

connus de longue date pour leurs fonctionnements respectifs très étudiés. Ils

indiquent un type d’ajout particulier Le portugais possède des équivalents évidents,

les marqueurs aliás et até/inclusivamente dont le fonctionnement apparaît comme

très proche. Cependant aliás peut donner lieu à un second type d’emploi où le

marqueur d’ajout sert à indiquer une reformulation corrective ce qui n’est pas le cas

dans d’autres langues.

La réflexion devra porter sur ces différents niveaux, et notamment,

• les différentes fonctions que peuvent revêtir ces marqueurs du portugais et leurs

équivalents en allemand

• la question de savoir comment ces marqueurs s’intègrent dans le paradigme des

marqueurs d’ajout co-orienté (qu’il s’agisse de l’ajout simple ou de l’ajout totalisant)

et en quoi consiste ce que Ducrot et al. (1980) considèrent comme le marquage d’un

« argument supplémentaire » (p. 197) issu d’une énonciation qui « se surajoute »

(p. 206) à une première « présentée comme un acte complet et autonome » (ibid., à

propos de d’ailleurs) ?

• Quel est le statut du segment introduit par le marqueur que certains considèrent

comme « commentaire latéral ou parenthétique » (M. Lopes, 2014, p. 388, à propos

de aliás) ?

• Avons-nous affaire à de la « prédication seconde » (cf. Cadiot P., Furukawa N.,

2000) ?

Par ailleurs le statut particulier de l’élément discursif mis en relief par le marqueur

devra être discuté. Est-ce le même en ce qui concerne les deux emplois de aliás ?

• Quel est l’apport de e / und lorsqu’ils sont en collocation avec d’autres marqueurs,

quel est leur rôle respectif lorsqu’ils figurent isolés dans le discours ?

Notre étude s’inscrit dans le cadre théorique d’une sémantique argumentative et

polyphonique. Nos analyses seront fondées sur un corpus de discours attestés,

publics aussi bien dialogaux que monologaux, que ce soit pour le français ou le

portugais.

Mots-clés : ajout, orientation argumentative, énonciation, sémantique

argumentative et polyphonique, discours public

Références

Cadiot Pierre, Furukawa Naoyo. Présentation. Langue française. N°127, 2000. pp. 3-

5.

Carel, Marion (2009). « L’ambivalence argumentative : sous-détermination des

énoncés par les phrases », in V. Atayan - D. Pirazzini (éds.) Argumentation: théorie –

langue – discours. Actes de la section Argumentation du XXX. Congrès des Romanistes

Page 36: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

36

Allemands, Vienne, septembre 2007, Frankfurt am Main, Berlin, Bern, Bruxelles, New

York, Oxford, Wien : Peter Lang.

Carel, Marion (2011). L'entrelacement argumentatif. Lexique, discours et blocs

sémantiques. Paris : Honoré Champion.

Carel, Marion et Ducrot, Oswald (2009). « Mise au point sur la polyphonie ». Langue

française, 164, pp. 33-44.

Ducrot, Oswald (1995). « Les modificateurs déréalisants ». Journal of Pragmatics, 24,

pp. 145-166.

Ducrot, Oswald (2001). « Critères argumentatifs et analyse lexicale ». Langages, 142,

pp. 22-40.

Ducrot, Oswald et al. (1980). Les mots du discours, Paris : Minuit.

García Negroni, Maria Marta (2001). « Les connecteurs espagnols encima / ademas :

argumentation transgressive et argumentation normative ». Langages, 142, pp. 41-

56.

García Negroni, Maria Marta (2003). Gradualité et Réinterprétation. Paris :

L’Harmattan.

Lescano, Alfredo (2008). Vers une grammaire argumentative de la phrase : le cas de

l’article défini et indéfini en français et en espagnol. Thèse de doctorat, E.H.E.S.S.

Macário Lopes, Ana Cristina (2014). « Aliás: contribution à l’étude diachronique d’un

marqueur du discours en portugais », dans Borreguero Zuloaga, M. et S. Gómez-

Jordana Ferary (éds) Marqueurs du discours dans les langues romanes : une

approche contrastive. Limoges : Lambert-Lucas.

Pérennec, Marcel (1992/2002). « A propos de auch : quelques réflexions et

propositions concernant les méthodes d’analyses des opérateurs de discours », dans

Systèmes interactifs. G. Gréciano et G. Keiber (éds.). Université de Metz. Article repris

dans Pérennec, 2002.

Pérennec, Marcel (2002). Sur le texte. Enonciation et mots du discours en allemand.

Lyon : PUL.

Sauerwein Spinola, Sibylle (2013). « Le marqueur de surcroît : l’ajout totalisant et

l’ajout réalisant en français », dans Pirazzini, D. et A. Schiemann (édts.) Dialogizität

in der Argumentation. Frankfurt am Main : Peter Lang, 2013 (Bonner romanistische

Arbeiten). (pp. 251-262)

Sauerwein Spinola, Sibylle (2014). « E ainda por cima é loira ! : le marquage de l’ajout

réalisant en portugais européen », dans Garcia Negroni, M.M. (éd.) Marcadores del

discurso : contrastes e perspectivas. Buenos Aires : Santiago Arcos editor

(coll. instrumentos), 2014. (pp. 251-264)

Schreiber da Silva, Soeli M. « Aliás : argumentação, polifonia e topos na linguagem ».

Signo & Seña, 1998, 9, pp. 303-316.

Page 37: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

37

Os emojis como marcadores discursivos nas redes sociais: análise

contrastiva em Português e em Francês

Isabel Roboredo Seara (Universidade Aberta / CLUNL), Isabelle Simões Marques

(Universidade Aberta / CLUNL), Isabel Sebastião (Centro de Linguística da

Universidade do Porto)

Os estudos pragmático-discursivos sobre escrita digital questionam o papel dos

emojis, considerando que são processos mais visíveis de compensação da ausência

de face a face, recriando, de certo modo, a oralidade na escrita (Marcoccia &

Gauducheau, 2007: 39).

Os emojis, usados quotidianamente, assumem, pois, uma dimensão performativa da

atitude do locutor, influenciando consequentemente os enunciados adjacentes.

Realizam implicitamente determinados atos de discurso e configuram elementos

essenciais no processo interpretativo das mensagens, pois expressam emoções e

dão indicações sobre a força ilocutória dos enunciados a que se antepõem ou a que

se pospõem. O estatuto icónico obriga os utilizadores, como descreve Klinkenberg

(2009), a desencadear inferências dos enunciados escritos, pelo que para além de

marcadores discursivos assumem a sua função modalizadora e de explicitação do

ethos do enunciador.

O objetivo deste estudo é o de analisar os emojis enquanto representações icónicas

do verbal e do paraverbal, mostrando que, para além do seu valor lúdico, estético ou

distintivo, encerram várias funções semântico-pragmáticas, nomeadamente como

marcadores discursivos. Corroborando as reflexões de Lombart (“Emoticons are

one of the most noticeable cyberlocutor strategies”) e de Dresner & Herring

(“Emoticons are almost universally conceived of as nonverbal indicators of

emotion”), mostraremos que os emojis assumem funções similares às dos

marcadores discursivos convencionais, nomeadamente a expressiva, interpretativa,

relacional, de atenuação e de intensificação, de cortesia (Marcoccia & Gauducheau,

2007).

Pretende-se, em suma, através de uma metodologia qualitativa, demonstrar que os

emojis estabelecem, tal como os marcadores discursivos canónicos, uma relação

dialógica e que o seu estatuto icónico tem um papel essencial na dinâmica das

interações, pois incitam os interlocutores a descortinar inferências do conteúdo

proposicional dos enunciados escritos, podendo ser de redundância, de diferença e

de oposição (Klinkenberg, 2009).

A análise discursiva-pragmática, alicerçada sobretudo nos trabalhos de Searle

(2009), Marcoccia (2000), Baron (2008) e Yus (2011)) centrar-se-á num corpus de

posts e comentários recolhidos nas páginas oficiais de dois grandes clubes europeus

de futebol, no caso de Portugal, o Sporting Club Portugal e, no caso da França, o Paris

Saint Germain.

Page 38: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

38

Palavras–chave: Emojis, marcadores discursivos, análise discursivo-pragmática,

Facebook.

Referências Bibliográficas

BARON, N. S. (2008). Always on : language in an online and mobile world, Oxford e

New York: Oxford University Press.

DRESNER, E. E HERRING, S.C. (2010), “Functions of the non-verbal in CMC :

Emoticons ans illocutinnary force”, in Communication Theory, nº 20, Minich, Thomas

Hanitzch, pp. 249-268.

LOMBART, E. (2018) “ The Emoticon Functions in Antiphrais Interpretation on

Doctissmo’s Forums” in Cahiers du CENTAL, disponível em

https://www.researchgate.net/publication/327282496 (acedido em 3 de setembro

de 2018)

KLINKENBERG, J.-M. (2009). “ La relation texte-image. Essai de grammaire

générale”, in Bulletin de la Classe des Lettres, Académie Royale de Belgique, 6/19, pp.

21-79, disponível em:

http://gemca.fltr.ucl.ac.be/docs/cahiers/20090128_Klinkenberg.pdf (acedido em 2

de setembro de 2018)

MARCOCCIA M. E GAUDUCHEAU; N. (2007) «L’analyse du rôle des smileys en

production et en reception: un retour sur la question de l’ oralité des écrits

numériques”, in Glottopol. Revie de sociolinguistique en ligne. Regards sur l’internet,

dans ses dimensions langagières. Penser les continuités et discontinuités. En hommage

à Jacques Anis, nº 10, juillet 2007, pp. 39-55.

MARCOCCIA M. (2000)« Les Smileys : une représentation iconique des émotions

dans la communication médiatisée par ordinateur », in C. Plantin. M. Doury & V.

Traverso (éds), Les émotions dans les interactions, ARCI, Presses Universitaires de

Lyon, Lyon. pp. 249-263.

SEARLE, J. (2009) [1972] Les Actes de Langage. Paris: Hermann.

YUS, F. (2011) Cyberpragmatics. Internet-mediated communication in context.

Amsterdam, Philadelphie: John Benjamins Publishing Company.

Marcadores do discurso e plano de texto. A estruturação discursiva em artigos

científicos publicados na Revista Principia

Tamires Sousa, Maria Aldina Marques

Universidade do Minho

O discurso científico constrói, divulga e operacionaliza a ciência e possui, deste

modo, importante valor econômico e cultural na sociedade atual. Por isso, é

crescente o interesse pelo estudo de suas características enquanto gênero

argumentativo, com foco em diferentes aspectos. Contudo, o uso dos marcadores

Page 39: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

39

discursivos (MDs) como estratégia de construção do discurso está ainda pouco

investigada. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi determinar a ocorrência e

características do uso dos MDs em inter-relação com o plano de texto, na

estruturação do discurso acadêmico-científico, nos artigos científicos publicados na

Revista Principia. Para isso, foram observados os planos de texto presentes e a

ocorrência dos diversos tipos de marcadores discursivos em um corpus composto

por 24 artigos submetidos à Revista Principia, uma revista científica publicada pelo

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, no Brasil, por meio

do uso de estatística descritiva básica (registro das ocorrências e de sua frequência).

Em seguida, os resultados foram observados qualitativamente, relacionando as

ocorrências das categorias de MD com as partes do plano de texto em que aparecem.

O quadro teórico que embasou o trabalho foi a Análise Textual dos discursos, de

Jean-Michel Adam (2011), a Genre Analysis de John Swales (2005) e os estudos dos

marcadores discursivos feitos por Jean-Michel Adam (2011), por Martín Zorraquino

e Portolés (1999) e, em menor medida, por Briz et al. (2008), no quadro da

pragmática discursiva. Os resultados mostraram que as categorias dos marcadores

discursivos que aí ocorrem variam em função dos planos de texto. Mostraram ainda

que a estrutura global privilegiada é cumulativa, com baixa ocorrência de MDs.

Palavras-chave: Marcadores discursivos. Plano de texto. Artigo científico.

Referências bibliográficas:

Adam, J.-M. (2011). A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos. 2.

ed. revista e aumentada. Trad. Maria das Graças Soares Rodrigues, João Gomes da

Silva Neto, Luis Passeggi, Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin. São Paulo: Cortez.

Briz, A., Pons Bordería, S. & Portolés, J. (Coords.) (2008). Diccionario de partículas

discursivas del español. Disponível em http://www.dpde.es.

Martín Zorraquino, M. A. & Portolés Lázaro, J. (1999). Los marcadores del discurso.

In I. Bosque & V. Demonte (Dirs.), Gramática descriptiva de la lengua española.

Volumen 3: Entre la oración y el discurso. Morfología (pp. 4051-4213). Madrid:

Espasa. Colección Nebrija y Bello.

Swales, J. M. (2005). Research genres: explorations and applications. Cambridge:

Cambridge University Press.

vão é limpar floresta.... - estudo de uma construção marcadora de valor

discursivo

Helena Topa Valentim, Matilde Gonçalves

Universidade Nova de Lisboa / Centro de Linguística da Universidade Nova de

Lisboa

O objeto escolhido para este estudo é uma construção linguística relacionada com a

oralidade em português, frequente na fala espontânea de adultos, que aparece com

Page 40: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

40

facilidade nos comentários, nomeadamente nos comentários em linha de leitores a

notícias jornalísticas digitais. Veja-se alguns exemplos (sublinhados nossos):

Estou farto desta classe... e sem resultados, vão é limpar floresta... (Jorn_Expr_1;

Marques Mendes defende aumento dos salários para governantes)

Confirma-se: o dinheiro existe. Está é muito mal distribuído. (Jorn_Expr_5; Bruxelas

paga reforma antecipada a Durão desde abril)

As ocorrências da construção linguística em análise são extraídas do corpus

G&T.COM, criado e organizado pelo grupo Gramática & Texto (CLUNL), reunindo

textos empíricos que circulam socialmente sob o rótulo "comentário”. Neste corpus,

é fácil encontrar comentários em linha de leitores de imprensa escrita, com

características reivindicativas, por vezes de exacerbada expressividade, reagindo a

conteúdos veiculados seja nas peças jornalísticas seja nos comentários de outros

leitores.

É objetivo da presente proposta dar conta desta construção de claros contornos

discursivos, descrevendo-a e caracterizando-a com vista a uma compreensão do seu

funcionamento transcategorial. Pretende-se, deste modo, dar conta do seu

funcionamento simultaneamente sintático, semântico (no quadro da Teoria das

Operações Predicativas e Enunciativas) e discursivo/textual (no quadro do

Interactionismo Sociodiscursivo), sublinhando a pertinência da articulação do

estudo dos fenómenos gramaticais com a análise da edificação dos textos e das

práticas de linguagem.

Mediante a perspetiva perspetiva adotada, ilustra-se a possibilidade de se fundar a

descrição do funcionamento das construções linguísticas no pressuposto de que

existe uma relação entre, por um lado, a sua natureza e especificidade em termos de

operações que lhe subjazem e, por outro lado, o tipo de valores discursivos

construídos e a organização dos textos que refletem práticas de linguagem

particulares, como é o caso do comentário em linha.

Nesta medida, a descrição das operações subjacentes à construção linguística em

causa permite, simultaneamente, sustentar e melhor compreender o efeito

discursivo de confronto, ou de contraposição, que lhe está associado e, desse modo,

contribuir para a descrição das práticas de comentários em linha.

Palavras chave: valor discursivo, operações enunciativas, contraposição,

comentário, práticas de linguagem

Bibliografia

Bronckart, J.-P. (2008). Genre de textes, types de discours et “degrés” de langue. In:

Texto! Janvier, vol. XIII, http://www.revue-texto.net/index.php?id=86.

Bronckart, J.-P. (1997). Activité langagière, textes et discours. Pour un interactionisme

socio-discursif. Lausanne: Delachaux et Niestlé.

Campos, H. C., (2001). Enunciação mediatizada e operações cognitivas. In A. S. da

SILVA (org.) Linguagem e cognição. A Perspectiva da linguística cognitiva, Braga,

Page 41: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

41

Associação Portuguesa de Linguística, Universidade Católica Portuguesa –

Faculdade de Filosofia, pp. 325-340

Culioli, A., (2018) Pour une linguistique de l'énonciation, tome 4 (Tours et Détours),

Limoges, éd. Lambert-Lucas.

Culioli, A., (1999). Pour une linguistique de l’énonciation. Opérations et

représentations, tome 2, Paris, Éditions Ophrys.

De Voguë, S. (2012). A la recherche des paramètres de l’élaboration du sens au sein

des énoncés. In CORELA, volume 12, n° 1, article publié en ligne en février 2012.

Gonçalves, M. & H. T. Valentim, (2017) Marqueurs discursifs et reformulation en

portugais : une affaire de langue et d’activité langagière. In Mercedes Banegas

Saorín ; Véronique Lagae (éds), Pragmalingüistica. Marqueurs discursifs des langues

romanes : approches croisées. Editorial UCA, pp. 19-33

https://revistas.uca.es/index.php/pragma/article/view/2391/3927

Gonçalves, M. (2014). Similitudes et différences textuelles dans les genres

numériques : blog et site web. In Studii Lingvistica vol. 4., pp. 75-91.

Gonçalves, M. & Leal, A. (2012). La question des types de discours. In

http://lisaa.univ-mlv.fr/arts-et-savoirs/parution-du-numero-2-les-theories-de-

lenonciation-benveniste-apres-un-demi-siecle. In Arts et Savoirs.

Gonçalves, M. & F. Miranda (2007). Analyse textuelle, analyse de genres : quelles

relations, quels instruments?, Autour des langues et du langage : perspective

pluridisciplinaire, Grenoble, Presses Universitaires de Grenoble, pp.47-53.

Lobo, M.; A. L. Santos & C. Soares-Jesel (2015). Syntactic structure and information

structure: the acquisition of Portuguese clefts and Be-fragments, Language

acquisition, Volume 23, 2016 - Issue 2, pp. 142-174.

Nowakowska A. (2002). La prédication dans les phrases clivées, Montpellier. Langue

et Praxis III col. pp. 233-247.

Valentim, H. T. & M. Gonçalves (2017) Comentário na imprensa em linha: estudo de

uma construção linguística que comenta contrapondo. In Maria Teresa Brocardo

(org.) Cadernos WGT. Comente o seguinte texto 16. Faculdade de Ciências Sociais e

Humanas – Universidade Nova de Lisboa, pp. 43-50.

http://www.clunl.edu.pt/resources/docs/grupos/gramatica/16wgt/16wgt_cader

nos/8_valentim_gon%C3%A3%C2%A7alves.pdf

Valentim, H. T. (2014). Da variação na língua e no discurso – uma reflexão

epistemológica. In Fiéis, Alexandra, Maria Lobo & Ana Madeira (orgs.) O Universal e

o Particular. Uma vida a comparar. Homenagem a Maria Francisca Xavier. Lisboa:

Edições Colibri, pp. 315-327

Valentim, H. T. (2010). Construção de um ponto de vista modal duplo. Enunciação

relatada e construção de um valor polémico. In Barbara Hlibowicka-Węglarz (org.),

Page 42: Colóquio Internacional Marcadores Discursivos: o Português

42

Zeszyty Naukowe Wyższej Szkoły Społeczno-Przyrodniczej 8. Lublin: Wydawnictwo

Akademickie Wyższej Szkoły Społeczno-Przyrodniczej, pp. 7-26.

Vercauteren, A. (2015). A Conspirancy Theory for clefs: the syntax and interpretation

of clef constructions. Dissertação de Doutoramento, Faculdade de Ciências Sociais e

Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Voloshinov, V.N. (1977). Le marxisme et la philosophie du langage. Paris: Minuit.