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Coletânea “Cenários”
Novos Paradigmas Idéias Amana •
Ano II No 4/5/6 • 1989
Copyright Amana-‐Key Editora
1989
Quais os novos paradigmas das transformações pessoais, organizacionais e sociais
que caracterizam os dias de hoje?
São os valores emergentes que exigem das empresas inovações estratégicas?
NOVOS REFERENCIAIS PARA INOVAÇÕES ESTRATÉGICAS
NOVOS PARADIGMAS
Que mudanças de valores estão afetando o management das organizações?
• Que tipo de estrutura de poder e liderança irá emergir para substituir a atual?
• Qual será a forma de organização da sociedade que irá prevalecer no futuro?
• A sociedade de consumo irá perdurar? Que tipo de sociedade tende a substituí-‐la?
• A que se atribui esse sentimento de declínio da sociedade, de governos, das
estruturas tradicionais? O que explica a aparente alienação de vasta parte da
sociedade?
• O movimento de globalização da economia está ligado, de alguma maneira, à
internacionalização de outras instituições sociais?
• Como podemos nos tornar atores de destaque no processo de transformação,
compartilhando responsabilidades e superando a inércia, os interesses mesquinhos e
nossos próprios hábitos?
Os executivos, mais do que acadêmicos ou profissionais de outras áreas, dependem
de respostas adequadas a indagações como essas para assegurar êxito em suas
decisões. Isso os obriga a ampliar sua visão na busca de uma perspectiva maior.
Nesse tipo de busca, de extraordinária relevância, a pensadora americana Marilyn
Ferguson tem se destacado mundialmente.
Pessoas das mais diferentes áreas, unidas por um estado de espírito comum, vêm
produzindo os novos paradigmas.
FORÇA GERADORA DE INOVAÇÃO
De acordo com Ferguson, executivos, cientistas, políticos e profissionais dos mais
diversos campos vêm caminhando “juntos” numa mesma direção, sem saber da
existência uns dos outros. São pessoas que, unidas por um estado de espírito e uma
força fantástica, buscam formas inovadoras de fazer as coisas, produzindo
transformações de enorme poder multiplicador.
Trata-‐se de algo extraordinário. Um processo que se desenvolve com muita rapidez
mas ainda não tem nome, e é muito difícil de ser descrito. Um espírito repleto de
paradoxos: ao mesmo tempo pragmático e transcendente, ele valoriza tanto as des-‐
cobertas como os mistérios, tanto o poder como a humildade, tanto a
interdependência entre as pessoas como a individualidade, integrando o mágico à
ciência, arte à tecnologia. Algo simultaneamente político e apolítico, unindo pessoas
das mais diferentes tendências. Um espírito que tem influenciado fortemente a
evolução dos mais diversos campos do conhecimento humano e da própria forma de
governar e liderar organizações, levando a novos paradigmas. E levando também a
uma nova estrutura de pensamento que é mais “descoberta/vista” do que
racionalmente construída. Não é apenas mais conhecimento. É um “novo conhecer”.
Ao descrever de forma inédita esta verdadeira “conspiração benigna” em suas obras,
Marilyn Ferguson conseguiu identificação instantânea com milhões de pessoas no
mundo inteiro. Pessoas que perceberam que as inovações que geram no que estão
fazendo estão inseridas num processo maior, de excepcional força transformadora.
Uma força que está desencadeando o que parece ser a mais rápida e significativa
mudança cultural da história da humanidade.
A obra de Ferguson é um verdadeiro guia que nos leva a enxergar os novos
paradigmas em emergência, a fazer perguntas que levam a reflexões inéditas e
entender o que está por trás das imensas transformações em processo, tanto no
âmbito pessoal como no organizacional e social.
UMA NOVA PERSPECTIVA PARA AS EMPRESAS
Um número cada vez maior de líderes de negócios parece estar em busca de uma
nova perspectiva que responda às questões de caráter fundamental. A obra de
Marilyn Ferguson fornece aos executivos um quadro de referência que responde a
essas inquietações, indo ao cerne, à essência das questões.
Uma vez que se capte a essência das transformações em curso, muitos dos fenô-‐
menos e tendências aparentemente inexplicáveis parecerão encaixar-‐se no lugar
certo. Ficará mais fácil entender o que está mudando a nível das pessoas, das
organizações e do ambiente maior. Cada um terá mais confiança em si e, como
consequência, nos outros.
O otimismo produzido pela disseminação em rede das iniciativas inovadoras que
estão dando certo, deverá gradualmente contrapor-‐se ao ceticismo, tão em voga nos
tempos atuais, gerando uma quantidade cada vez maior de ações transformadoras.
Entender o que está mudando será mais fácil se captamos a essência das transfor-‐
mações em curso.
Como declara Ferguson: “Não podemos ficar esperando que o mundo se transfor-‐
me e nos mude. Nos somos a própria força transformadora do mundo.”
OS NOVOS PARADIGMAS
A mudança de paradigmas afeta as instituições da sociedade em campos tão
diversos como política, economia e negócios, educação, saúde, cidadania, compor-‐
tamento e espiritualidade. Em todas essas áreas, Ferguson identifica as transfor-‐
mações em curso na maneira de compreender e agir sobre a realidade, superando
padrões e modelos há muito estabelecidos.
Nesse processo de transformação, um número incalculável de pessoas das mais
diferentes atividades, incorpora valores e orienta suas ações com base nos novos
paradigmas que emergem em substituição a princípios tidos como dogmas.
Nas estruturas de poder e da política esse tipo de mudança se expressa como um
questionamento das formas tradicionais de hierarquia e autoridade. Em lugar de
governos monolíticos e verticalizados, os novos paradigmas apontam para uma
maior descentralização e por uma distribuição mais “horizontal” de poder. A
contraposição entre esquerda e direita cede lugar a uma síntese entre ideias liberais
e conservadoras. Há uma ênfase nas propostas de ação pessoal espontânea, em vez
da imposição de reformas.
Os sistemas econômicos vigentes também estão sendo confrontados, sob a ótica de
novos valores. Uma sociedade pluralista onde os indivíduos tenham mais auto-‐
nomia, requer uma nova economia. Entre as mudanças de paradigma nesse campo
está o declínio do conceito de consumo a qualquer preço – fruto de “necessidades”
criadas e fator de estímulo à obsolescência planejada – em favor de um consumo
apropriado, conservação/reciclagem e atendimento de necessidades autênticas.
Nesse processo, inserem-‐se formas inovadoras de organização e gerenciamento das
empresas, que privilegiam o estímulo ao trabalho, a desburocratização, a
administração participativa, a troca das hierarquias por redes de cooperação e um
questionamento da divisão trabalho/lazer.
As páginas seguintes ilustram alguns cenários resultantes das tendências de trans-‐
formação nesses paradigmas, identificadas por Marilyn Ferguson.
Nenhuma área de atividade humana deixará de ser afetada pela mudança de
paradigmas.
O cenário futuro para o poder e a política é o da sociedade que toma conta de si
mesma, liderada por uma nova forma de democracia participativa.