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7/29/2019 COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS DE TEORIA GERAL DO PROCESSO respondido http://slidepdf.com/reader/full/coletanea-de-exercicios-de-teoria-geral-do-processo-respondido 1/57 COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS DE TEORIA GERAL DO PROCESSO CURSO DE DIREITO Ementa: Noções básicas de Direito Processual Civil, Penal e do Trabalho. Leis Processuais: Civil, Penal e do Trabalho. Jurisdição. Ação. Condições da ação. Processo. Princípios gerais do processo. Pressupostos processuais. Procedimentos. Estrutura judiciária federal e estadual. Competência. Teoria Geral do Processo TEMA Nº. 01: Compreensão, autonomia e instrumentalidade do processo; natureza das leis processuais; relações do direito processual com os outros ramos do direito; finalidade do processo civil, processo penal e do trabalho; leis processuais no tempo e no espaço; CASO Nº. 01: Na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro encontra-se em votação um projeto de lei que visa limitar o alcance dos procedimentos estabelecidos na lei 11.419 de 19/12/2006, que dispõe sobre a informatização do processo judicial, alterando vários dispositivos, sob o argumento da inexistência de condições práticas específicas, sobretudo no interior, para atendê-los. Indaga-se: a) A Assembléia Legislativa estadual pode legislar sobre matéria processual? Justifique indicando o dispositivo legal pertinente. Justifique a resposta. b) E quanto aos procedimentos administrativos de apoio ao processo? Justifique a resposta. c) Este projeto seria constitucional? Justifique. Pesquise na doutrina: 1) Ada Pelegrini Grinover. Teoria Geral do Processo. 23ª edição. Rio de Janeiro, Malheiros, 2007. pág. 114. 2) Alexandre Freitas Câmara. Lições de Direito Processual Civil. Vol. 1. 14ª ed. Ed. Lumen Iuris, pág. 18. Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema. Gabarito: a) Não. Trata-se de matéria exclusiva da União artigo 22, I da CRFB. A Assembléia Legislativa pode legislar concorrentemente sobre procedimentos em matéria processual (art. 24, XI da Constituição da República). A União somente legisla concorrentemente sobre matérias indicadas no art. 24 da CRFB, e que estabelece normas gerais. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados da Federação exercem a competência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades. Uma

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS DE TEORIA GERAL DO PROCESSO

CURSO DE DIREITO

Ementa:Noções básicas de Direito Processual Civil, Penal e do Trabalho. Leis Processuais:Civil, Penal e do Trabalho. Jurisdição. Ação. Condições da ação. Processo. Princípiosgerais do processo. Pressupostos processuais. Procedimentos. Estrutura judiciáriafederal e estadual. Competência.

Teoria Geral do Processo

TEMA Nº. 01: Compreensão, autonomia e instrumentalidade do processo; naturezadas leis processuais; relações do direito processual com os outros ramos do direito;finalidade do processo civil, processo penal e do trabalho; leis processuais no tempoe no espaço;

CASO Nº. 01:

Na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro encontra-se em votação umprojeto de lei que visa limitar o alcance dos procedimentos estabelecidos na lei 11.419 de 19/12/2006, que dispõe sobre a informatização do processo judicial,

alterando vários dispositivos, sob o argumento da inexistência de condições práticasespecíficas, sobretudo no interior, para atendê-los.Indaga-se:a) A Assembléia Legislativa estadual pode legislar sobre matéria processual?Justifique indicando o dispositivo legal pertinente. Justifique a resposta.b) E quanto aos procedimentos administrativos de apoio ao processo? Justifique aresposta.c) Este projeto seria constitucional? Justifique.

Pesquise na doutrina: 1) Ada Pelegrini Grinover. Teoria Geral do Processo. 23ª

edição. Rio de Janeiro, Malheiros, 2007. pág. 114. 2) Alexandre Freitas Câmara.Lições de Direito Processual Civil. Vol. 1. 14ª ed. Ed. Lumen Iuris, pág. 18. Não deixede examinar a jurisprudência sobre o tema.

Gabarito:

a) Não. Trata-se de matéria exclusiva da União – artigo 22, I da CRFB. A AssembléiaLegislativa pode legislar concorrentemente sobre procedimentos em matériaprocessual (art. 24, XI da Constituição da República). A União somente legislaconcorrentemente sobre matérias indicadas no art. 24 da CRFB, e que estabelece

normas gerais. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados da Federaçãoexercem a competência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades. Uma

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vez, no entanto, editada lei federal e entrando em vigor ficará suspensa a eficácia dalei estadual, no que lhe for contrário.

b) Sim, nessa hipótese é possível concorrentemente. Artigo 24, XI da CRFB.

c) Não, estaríamos diante de um projeto inconstitucional por conta do disposto noartigo 22, I da CRFB, que dita a sua competência privativa.

CASO Nº. 02:

Antenor e Alice, brasileiros, prósperos empresários do ramo da construção civil,casados há cinco anos, apresentam problemas de fertilidade apesar de váriostratamentos em modernas clínicas especializadas. Decidem então congelar embriõespara uma inseminação artificial futura. Ocorre que Antenor falece, vítima de umdesastre de avião em uma de suas viagens de negócios. Viúva, Alice procura a clínica

para submeter-se a fertilização, porém a clínica diante da notícia do falecimento deAntenor se nega a fazê-lo. Indignada, Alice busca amparo para sua pretensão juntoao Poder Judiciário. O magistrado, por sua vez, deixa de apreciar a questão alegandoque tal situação não encontra amparo legal no ordenamento jurídico brasileiro.

Indaga-se:

Agiu de forma correta o magistrado? Por quê? Fundamente.

Pesquise na doutrina : 1) Ada Pelegrini Grinover. Teoria Geral do Processo. 23ªedição. Rio de Janeiro, Malheiros, 2007, página 109. 2) Moacyr Amaral Santos.Primeiras linhas de Direito Processual Civil. São Paulo. Saraiva, 2007, v. 1, pág. 30; 3)Humberto Dalla Bernardina de Pinho. Teoria Geral do Processo Civil Contemporâneo.1ª ed. Rio de Janeiro. Lumen Iuris. 2007, página 23. Não deixe de examinar ajurisprudência sobre o tema.

GABARITO

O magistrado não agiu corretamente, diante da falta de previsão legal específicapara o caso concreto, deveria aplicar o disposto no artigo 126 CPC, fenômeno daintegração, recorrendo, portanto, à analogia, aos costumes e aos princípios gerais doDireito.Jurisprudência:“Tanto a Lei de Introdução do CC (art. 4º) como o CPC (art. 126) determinam aojulgador, em face da lacuna da lei, decidir a lide de acordo com a analogia, oscostumes e os princípios gerais de direito. Entendo esses dispositivos como sendouma determinação ao Juiz no sentido de verificar se o caso trazido à sua apreciaçãoé ou não vedado por lei, se afronta ou não a ordem jurídica e os bons costumes, e,

em caso negativo, deve dar a ele uma solução jurídica e justa” (Ac. un. da 2ª Câm.do TJRJ de 08.11.1994, na Ap. 5.629/94, rel. Des. Sergio Cavalieri Filho).

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 CASO Nº. 03:

Carlos promoveu ação de conhecimento em face de Antonio. Postula a condenaçãodo réu a pagar a importância de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de dano moral.

O feito correu até a sentença, que julgou procedente o pedido do autor. Houverecurso, no segundo grau, o relator designado na 2ª Câmara Civil constata que oautor foi interditado no curso do processo. Determina, de imediato, a regularizaçãodo feito, com intimação pela imprensa oficial para no prazo de 10 dias ser eliminadoo vício, conforme art. 515, § 4º do CPC.

A análise da abordagem histórica do Direito Processual é necessária para quepossamos entender e valorizar as reformas do Código de Processo Civil, cujo objetivoprecípuo é garantir expressivo acesso à justiça.Pergunta-se:

a) Quais são as fases de evolução do Direito Processual? Justifique a resposta.

b) O que se entende por instrumentalidade do processo? Fundamente a resposta.

Pesquise na doutrina: 1) Ada Pellegrini Grinover. Teoria Geral do Processo. 23ªedição. Rio de Janeiro, Malheiros, 2007. pág. 48. 2) Humberto Theodoro Junior.Curso de direito processual civil. 43ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2005, v. 1: pág. 48.Moacyr Amaral Santos. Primeiras linhas de Direito Processual Civil. São Paulo,Saraiva, 2007, v. 1. pág. 37 – 62.

Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

Consultar também –Teoria Geral do Processo- Ada Pellegrini Grinover – 23 ed- Ed.Malheiros – 2007 – páginas 47 e 48 e Moacyr Amaral Santos – Primeiras linhas dedireito processual civil.

GABARITO

a) Segundo estes autores existem basicamente três fases metodológicas: imanetista,autonomista ou conceitual e instrumentalista.

b) Segundo a jurisprudência que se segue, a instrumentabilidade está bem explicada:“Caracterizando-se o processo civil contemporânea pela sua instrumentalidade, nãose deve declarar a nulidade do ato quando alcançado o seu objetivo sem prejuízopara as partes. Segundo proclamou o recente Congresso Mundial de DireitoProcessual, é em dispositivo do nosso CPC que se encontra a mais bela regra do atualDireito Processual, a saber, a insculpida no art. 244, onde se proclama que, „quando

a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o Juiz consideraráválido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade (Ac. un. da 4ª Tdo STJ no REsp 7.184, rel. MIn. Sálvio de Figueiredo Teixeira).

O processo é o meio de realização do direito material que visa compor a lide, e nãomero repositório de regras a serem cumpridas literalmente.

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Questões objetivas

Questão Nº. 01

Julgue as alternativas abaixo:

I) o Direito Processual Civil tem por objeto o estudo das normas jurídicas que regema atividade jurisdicional do Estado.II) o Direito Processual Civil é ramo do direito público.III) Obrigações são medidas estabelecidas pelo Direito, como conseqüência dadesobediência de um imperativo legal.IV) O Direito Processual Civil, como ramo do direito acessório, submete-se ao direitomaterial.

São corretas as alternativas:

a) I, II e III.b) I e II.c) II, III e IV.d) I, III e IV.

Gabarito : Letra B – Alternativas I e II.

A alternativa III está equivocada, pois se trata de sanção e a alternativa IV estáerrada, porque o direito processual civil é autônomo.

Questão Nº. 02

Quanto à interpretação da lei processual indique a alternativa incorreta:

a) são métodos de interpretação da lei processual: literal, sistemático, histórico,comparativo e teleológico.

b) o chamado fenômeno da integração não encontra previsão no ordenamentojurídico brasileiro.c) A atividades interpretativa pode ser classificada em declarativa, restritiva,extensiva ou ab-rogante.

d) O método teleológico objetiva alcançar a finalidade social da norma.

e) O método comparativo visa comparar as previsões do ordenamento jurídicobrasileiro e estrangeiro.

Gabarito: letra B

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Existe previsão no artigo 126 do CPC.Não pode o juiz deixar de julgar o conflito sob alegação de inexistência de normalegal, cabe-lhe aplicar as normas legais, e se essas não existem no ordenamentojurídico, deve recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios gerais do direito,resultando no fenômeno da integração.

Questão Nº. 03

Assinale a alternativa incorreta:a) Jurisdição, ação e processo formam a trilogia fundamental do direito processual.b) a ação é um direito subjetivo e autônomo.c) Os Estados e municípios têm competência concorrente para legislar sobre normasde organização judiciária.d) O direito processual civil mantém relações com os demais ramos do Direito.e) aplica-se o princípio da territorialidade quanto tratamos da aplicação da lei 

processual no espaço.

GABARITO: letra C. – artigo 24, XI CRFB.

Os Municípios não dispõem de poder judiciário, logo não podem legislar sobre lei processual. Os Estados podem legislar concorrentemente sobre procedimentos emmatéria processual, cabendo-lhes editar o Código de Organização Judiciária, dentrodo seu poder de administração, na tarefa de distribuir os quinhões de competênciade seus órgãos investidos de jurisdição.

TEMA Nº. 02 - Princípios informativos do direito processual; Distinção entre ação,jurisdição e processo; a informatização do processo judicial – noções gerais.

CASO Nº. 01

O Direito Processual Civil foi objeto de profundas alterações recentes, entre elascitamos a lei 11.277 de 7/2/2006 que criou o artigo 285-A que estabelece no seucaput: “Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já

houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos,

poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor daanteriormente prolatada”. 

Pergunta-se:

Este dispositivo ofende os princípios do contraditório e da ampla defesa? Justifique aresposta.

Pesquise na doutrina: 1) Cássio Scarpinella Bueno. A nova etapa da reforma doCódigo de Processo Civil. Vol. II, São Paulo, Ed. Saraiva. 2006, pág. 55. Não deixe de

examinar a jurisprudência sobre o tema.

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 GABARITO

Não há ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa. A doutrina indica quetrata-se de uma forma eficaz de debelar processos repetitivos, justificando ainda que

não haverá prejuízo para a parte ré. (Consultar: A nova etapa de reforma do ProcessoCivil – Cássio Scarpinella Bueno – Vol. 1- página 55) . No caso, o contraditório poderáficar diferido, porque o autor inconformado com a decisão tem o direito de recorrerda decisão e o tribunal reformar a sentença, o que permite a consagração docontraditório. Não poderá o juiz decidir unicamente em razão de suas decisõesprecedentes e, sim, com base em sentenças que proferiu e que apresentamfundamentação legal em Súmulas dos Tribunais Superiores ou de jurisprudênciadominante neles, bem como em Uniformização de Jurisprudência nos Tribunais locaisou de jurisprudência dominante neles sobre a questão jurídica.

CASO Nº. 02:

Antônio Marcos, morador de Petrópolis, dirigia seu veículo em direção ao trabalho,como fazia todas as manhãs, quando foi atingido por um poste de iluminação públicaque tombou na avenida onde trafegava, devido ao péssimo estado de conservação.Por conta do acidente, Antônio Marcos restou seriamente lesionado. Decidiu entãoajuizar Ação de Indenização por danos materiais e morais em face do município dePetrópolis. O juiz na sentença julgou procedente o pedido, pois considerou que oMunicípio é responsável pela conservação dos postes de iluminação pública,condenando-o ao pagamento de R$ 80.000,00 ( oitenta mil reais ) à título de

indenização por danos materiais e morais.

Indaga-se:

a) Qual o Princípio do Direito Processual Civil que permite um novo julgamento dasdecisões de primeiro grau? Este princípio tem sede constitucional? Justifique aresposta.b) Esta sentença tendo em vista o disposto no artigo 475, I do Código de ProcessoCivil está sujeita a chamada revisão obrigatória. Isto constitui ofensa ao chamadoPrincípio da Igualdade das Partes? Justifique a resposta.

Pesquise na doutrina: 1) Ada Pellegrini Grinover. Teoria Geral do Processo. 23ªedição. Rio de Janeiro, Malheiros, 2007. pág. 60 e 81. Não deixe de examinar ajurisprudência sobre o tema.

GABARITO:a) Princípio do Duplo grau de jurisdição. Não há previsão expressa deste princípio naConstituição (Consultar: TGP – Ada Pellegrini Grinover- 23ª ed. Malheiros, 2007 – pág.81), apesar da própria Constituição atribuir efeito recursal a vários órgãos da

jurisdição – 102, II, 105, II, 108, II) ;b) Não constitui ofensa ao princípio da igualdade das partes. Justifica-se pelo

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interesse público. (Consultar: TGP – Ada Pellegrini Grinover- 23ª ed . Malheiros 2007 – pág. 60)

CASO Nº. 03Lourenço, funcionário público estadual, foi punido em procedimento administrativo

disciplinar com a suspensão de suas atividades por trinta dias. Diante disto, ingressouem juízo pleiteando a anulação da decisão administrativa ao argumento de que nãoforam garantidos os princípios do contraditório e da ampla defesa esculpidos noartigo 5º, LV da CRFB. Através de seu procurador, o Estado, defende-se afirmandoque esta decisão na esfera administrativa não pode ser modificada, tornando-se,portanto, imutável, pois operou a chamada coisa julgada administrativa.Pergunta-se:Procede o argumento do procurador ? Justifique a resposta.Pesquisa na doutrina: 1) Humberto Dalla Bernardina de Pinho., Teoria Geral doProcesso Civil Contemporâneo, 1ª ed., Rio de Janeiro. Lumen Juris, 2007, pág. 30; 2)

Cássio Scarpinella Bueno, Curso Sistematizado de Direito Processual Civil. TeoriaGeral do Processo, Vol. I, 2ª edição, São Paulo, Saraiva, 2007, pág. 101.

GABARITONão é procedente o argumento do procurador. A questão pode ser analisada peloPoder Judiciário – art. 5º, XXXVI, da CRFB – princípio da inafastabilidade do controlejurisdicional – acesso à justiça.(Consultar: Teoria Geral do Processo de Conhecimento – Humberto Dalla Bernardinade Pinho – Ed. Lumen Iuris - 2007 – pág. 30)

Questões objetivas

Questão Nº. 01

São princípios informativos do processo:

a) princípio da concentração da defesa, da eventualidade e da impugnaçãoespecificada.b) princípio da inércia, da substitutividade e da instrumentalidadec) princípios da identidade física do juiz, dos atos processuais e da publicidade.

d) Princípio do impulso oficial, da oralidade, motivação das decisões judiciais.e) princípio do duplo grau de jurisdição, da simetria e da simplicidade.

GABARITO: Letra D.

Vigora o princípio da demanda ou dispositivo, porém proposta a ação cabe ao juizimpulsioná-lo rumo à solução da lide (impulso oficial). O princípio da oralidade estápresente em todos os procedimentos, especialmente de forma marcante no sumário,onde há concentração dos atos na audiência de conciliação, instrução e julgamento,podendo a contestação ser feita oralmente, bem como no procedimento sumaríssimo

dos Juizados Especiais de Causas Cíveis, marcantemente oral, do que resulta naconcentração dos atos na audiência e na irrecorribilidade das decisões

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interlocutórias. A motivação de suas decisões resulta no princípio da persuaçãoracional ou do livre convencimento motivado, contido no art. 131 do CPC, umagarantia que se encontra nos direitos fundamentais do cidadão brasileiro (art. 5º daCRFB).

Questão Nº. 0 2

O princípio que impõe deveres de moralidade e probidade a todos os que participamdo processo é chamado de :a) princípio do devido processo legal.b) princípio do contraditório e da ampla defesa.c) princípio da efetividade.d) princípio da lealdade processual.e) princípio da economia processual.

GABARITO: letra C – Princípio da lealdade processual – pg. 77 – TGP – Ada PellegriniGrinover.

O processo de conhecimento é dialético, logo presente a possibilidade docontraditório. As partes não devem faltar com a verdade, agindo com absolutalealdade, nem deve usar de meios fraudulentos para justificar as pretensõesdeduzidas em juízo. A dignidade da pessoa deve estar presente em todo o curso doitinerário processual, ou seja, um agir com respeito à moral e de forma probo.

Questão Nº. 03

O juiz é livre para apreciar e avaliar as provas produzidas nos autos formando o seuconvencimento. Tal disposição traduz o princípio :a) dispositivob) do devido processo legal.c) do juiz natural.d) do livre convencimento motivadoe) da motivação das decisões judiciais.

GABARITO: letra D – artigo 131 do CPC.

O princípio do livre convencimento motivado obriga ao juiz apreciar e a relevarapenas os fatos, alegações e peças instrutórias que tenham relevância para a causa,devendo desconsiderar todos aqueles impertinentes e sem qualquer valor probante.O juiz, por tal razão, por exemplo, não está adstrito ao laudo pericial para formar oseu convencimento, podendo tomar em consideração outros elementos e provasconstantes dos autos para solucionar o conflito.

TEMA Nº. 03: Jurisdição; conceito, caráter substitutivo, finalidades, limitações e

características; princípios Fundamentais; poderes. Distinção entre Funções doEstado; poderes compreendidos na jurisdição espécies de tutela jurisdicional.

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Jurisdição contenciosa e voluntária no processo civil e penal; substitutivos dajurisdição; Jurisdição de direito e de equidade;

CASO Nº. 01

Cláudio e Marlene, após quinze anos de casados, dois filhos menores, de seis e dozeanos respectivamente, não suportando mais a convivência comum, resolvem separar-se amigavelmente e buscam, através de advogado comum, amparo no PoderJudiciário.

Indaga-se:

a) Trata-se de jurisdição voluntária ou contenciosa? Justifique.

b) Neste caso está presente o caráter substitutivo da jurisdição? Justifique.

c) Este casal poderia obter a separação por via administrativa nos termos da lei? Porquê? Justifique.

Pesquisa na doutrina: 1) Moacyr Amaral Santos. Primeiras linhas de Direito ProcessualCivil. São Paulo, Saraiva, 2007, v. 1. pág. 76 – 80; 2) Athos Gusmão Carneiro.Jurisdição e Competência. 24ª ed. São Paulo. Ed. Malheiros. 2005, pág. 43 – 47.Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO:

a) Trata-se de jurisdição voluntária. Não há conflito de interesses existindo apenasinteressados no provimento jurisdicional.

b) Para grande parte da doutrina a substitutividade está presente na jurisdiçãovoluntária. Apenas para Galeno de Lacerda a substitutividade não está presente.

c) Não neste caso é impossível, pois os filhos do casal são menores, portanto não seaplica a lei 11.441 /07. (Consultar: O novo procedimento da separação e do divórcio

– Cristiano Chaves de Farias – Ed. Lumen Iuris – 2007).

CASO Nº. 02

No condomínio Morada do Sol, localizado no subúrbio do Rio de Janeiro, reside umasenhora de noventa e dois anos de idade, chamada Aurora, que apesar de serproprietária de três outros pequenos imóveis nesta cidade, vive com dificuldades,pois sustenta-se sozinha com o valor da pensão do INSS do falecido marido. Doente,gastou suas economias com tratamentos e remédios e com isso deixou de pagar ascotas condominiais durante nove meses. O condomínio, por sua vez, ajuizou ação de

cobrança junto ao juízo cível, que culminou com um pedido de penhora do imóvel. Omagistrado deixou de terminar a penhora do bem, sob o argumento que tal medida

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afasta-se do ideal de justiça, que deve nortear as decisões emanadas do PoderJudiciário.

Pergunta-se:

a) Agiu corretamente o magistrado? Justifique a resposta.b) Trata-se de jurisdição de direito ou de equidade? Fundamente a resposta

Pesquisa na doutrina: 1) Alexandre Freitas Câmara. Lições de Direito Processual Civil.Vol. I. 24ª ed. Ed. Lumen Iuris. 2005 pág. 75 e 76. Não deixe de examinar ajurisprudência sobre o tema.

GABARITO

CASO Nº. 03

A jurisdição segundo CHIOVENDA pode ser definida como a função estatal que tempor finalidade a atuação da vontade concreta da lei, substituindo a atividade doparticular pela intervenção do Estado. A doutrina, para facilitar a nossacompreensão, a classifica quanto à pretensão em jurisdição cível e criminal.

Pergunta-se:

Intercomunicam-se, entretanto, as mesmas repercutindo uma na outra? Justifiqueindicando os dispositivos legais pertinentes.

Pesquise na doutrina: 1) Athos Gusmão de Carneiro. Jurisdição e Competência. 24ªed. São Paulo. Ed. Malheiros. 2005, pág. 28. Não deixe de examinar a jurisprudênciasobre o tema.

Gabarito:

A resposta é afirmativa. Verificar a hipótese do artigo 575, IV do CPC, que afirma sercompetente o juízo cível para executar as sentenças penais condenatórias. Da mesmaforma que o processo pode ficar sobrestado enquanto aguarda a solução de algumaquestão prejudicial. – 265, parágrafo 5º do CPC.

Questões objetivas

Questão nº. 01

Consideram-se elementos da jurisdição :a) parte, objeto e a causa de pedir.

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b) legitimidade ad causam, o interesse de agir e a possibilidade jurídica do pedido.c) jurisdição de direito e de equidade.d) cognitio, vocatio e coercio, juditio e executio.e) nenhuma das alternativas anteriores.

Gabarito: letra D -

São os cinco elementos da jurisdição com base no Direito Romano. (Ver: Teoria doDireito Processual contemporâneo - Humberto Dalla Bernardina de Pinho – Ed. LumenIuris 2007)

Questão nº. 02

A jurisdição contenciosa caracteriza-se pela:

a) ausência de substitutividade.b) presença de interessados e de um procedimento.c) presença de um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida – lide.d) homologação da vontade dos interessados.e) nenhuma das alternativas anteriores.

GABARITO : letra C

A jurisdição contenciosa se caracteriza pela possibilidade de conflito entre as partes.

Possibilidade porque pode o réu não oferecer contestação, tornando-se revel. Ajurisdição se divide em contenciosa e voluntária e nesta não há possibilidade deconflito a ser solucionado pelo juiz.

Questão nº. 03

Julgue os seguinte itens CERTO (C) ou ERRADO (E) :

( ) a jurisdição compreende três poderes : o de decisão, coerção e documentação.( ) jurisdição é o meio pelo qual a parte provoca a atividade do Estado .

( ) a jurisdição é atividade preponderantemente estatal podendo ser delegada aoparticular.( ) quanto ao grau em que é exercida pode ser classificada em superior e inferior.

Gabarito: C / E / E / C.Consultar: Teoria Geral do Processo Civil Contemporâneo. Humberto Dalla. Páginas39 – 46.TEMA Nº. 04 - Meios alternativos de solução de conflitos (Arbitragem e a conciliaçãonos Juizados Especiais Cíveis e Criminais); Solução de Conflitos trabalhistas:autodefesa, autocomposição, Comissões de conciliação prévia (noções). Do Judiciário

Trabalhista: O Poder Judiciário, sua organização e o Ministério Público.

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CASO Nº. 01

O projeto de lei 94/2002 da Câmara dos Deputados regula a chamada “mediação

paraprocessual.” Sabemos que a mediação é uma forma alternativa de solução de

conflitos em que o mediador deverá estimular os envolvidos a alcançarem um

resultado pacífico e que a idéia é a oportuna e ampla utilização deste instrumento.Diante disto:

Indaga-se:

a) Quais são os chamados meios alternativos de pacificação de conflitos? Justifique aresposta.

b) Quais são as espécies de mediação existentes? Fundamente a resposta.

Pesquise na doutrina: 1) Cássio Scarpinella Bueno. Curso Sistematizado de DireitoProcessual Civil – Teoria Geral do Direito Processual Civil – vol. 01 – Ed. Saraiva, 2007,pág. 12 – 15. Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

Gabarito:

Os meios alternativos na solução de conflitos são: a arbitragem, a mediação econciliação. Segundo a doutrina, a mediação poder ser classificada em mediaçãoprévia ou incidental e em judicial ou extrajudicial. (Consultar: Cássio Scarpinella

Bueno – Curso Sistematizado de Direito Processual Civil – Teoria Geral do DireitoProcessual Civil – vol. 01 – Ed. Saraiva, 2007).

CASO Nº. 02

Uma empresa japonesa e outra brasileira celebram um contrato no Japão, em 1994,estabelecendo expressamente a cláusula arbitral e indicando o foro do Japão como oresponsável para dirimir eventuais controvérsias. No Brasil, a arbitragem só foiregulamentada algum tempo depois pela 9307/96.Pergunta-se:

A) Aplicam-se as disposições da lei de arbitragem neste contrato? Fundamente aresposta.

B) A arbitragem ofende o chamado princípio do acesso à justiça esculpido no artigo5º, XXXV da CRFB? Justifique a resposta.

C) Cabe a revisão pelo poder judiciário das decisões proferidas no procedimento dearbitragem? Justifique.

Pesquise na doutrina : 1 ) Alexandre Freitas Câmara. Arbitragem. 4ª ed . Ed. LumenIuris, 2005. páginas: 9 – 20. Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

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GABARITO:

a) Sim, têm incidência imediata nos contratos celebrados anteriormente, se neles

estiverem inseridas a cláusula arbitral. (precedente STJ – Ministra Eliana Calmon)

b) Não, a parte não é compelida a dirimir as questões na arbitragem. É de opção dosinteressados, que abrem mão da solução do conflito através a jurisdição exercidapelo Estado-Juiz.

c) Não. Artigo 31 da lei 9307/95. (Consultar: Arbitragem – Alexandre Freitas Câmara – 4ª ed. Lumen Iuris – 2005)

CASO Nº. 03

Ana Paula promove ação de indenização em face da viação “Boa viagem Ltda.” por

dano materiais perante o juizado especial cível requerendo a condenação aopagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por conta de uma colisão com seuveículo, ocorrida em 05 de outubro de 2007, enquanto dirigia-se ao trabalho.Frustrada a conciliação, na AIJ (Audiência de Instrução e Julgamento), a autoraapresentou 08 (oito) testemunhas do fato. O magistrado, por sua vez, limitou-se aouvir apenas 03 (três) testemunhas, decidindo e proferindo a sentença na própriaaudiência de acordo com o artigo da lei 9099/95.

Pergunta-se:

a) É possível afirmar que o Juizado Especial Cível é meio facilitador do acesso àjustiça? Justifique a resposta.

b) Quais são os princípios basilares dos juizados especiais cíveis? Fundamenteindicando o dispositivo legal pertinente.

c) No caso em tela, agiu corretamente o magistrado? Justifique a resposta.

Pesquise na doutrina: Humberto Theodoro Junior. Curso de Direito Processual Civil.Vol. 1. 47ª ed. Ed.Forense. Páginas 28 – 36. Não deixe de examinar a jurisprudênciasobre o tema.

Gabarito:

a) Os juizados especiais cíveis são considerados meios facilitadores do acesso àjustiça. Foram criados para permitir o acesso à justiça da camada social maisdesamparada de nossa sociedade.

b) Os princípios informativos estão esculpidos no artigo 2º da Lei 9099/95, oralidade,

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celeridade, informalidade, economia processual e simplicidade, que dão ao JECcondições de prestar justiça com rapidez, sem abrir mão da segurança, atendendo osprincípios previstos no art. 5º, inciso LVXXVIII da CRFB, da tempestividade e daceleridade.

c) Agiu corretamente o magistrado ao limitar o número de testemunhas (artigo 34 dalei 9099/95). Não há necessidade, pela singeleza da causa, ouvir mais do que trêstestemunhas, pena de afrontar o princípio da economia processual.

Questões objetivas

Questão nº. 01

Quanto à arbitragem é incorreto afirmar:

a) cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contratocomprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir,relativamente a tal contrato.

b) O compromisso arbitral é uma convenção celebrada pelas partes que submetemum litígio, envolvendo direito disponível, à arbitragem de uma ou mais pessoas,podendo ser judicial ou extrajudicial.

c) é desnecessário constar do compromisso arbitral a matéria que será objeto da

arbitragem.

d) Se a cláusula compromissória nada dispuser sobre a nomeação de árbitros, caberáao juiz, ouvidas as partes, estatuir a respeito.

e) o compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular,assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público.

Gabarito: letra C – artigo 10, I da lei 9307 / 96.

Ao contrário, o art. 10, I da mencionada lei é expresso em determinar que nocompromisso arbitral é necessário constar a matéria que será objeto de arbitragem,delimitando a atuação dos árbitros.

Questão nº.02

É nula a sentença arbitral:

a) quando for emanada por árbitro escolhido pelas partes.

b) proferida nos limites da convenção da arbitragem.c) quando for nulo o compromisso.

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d) decidir integralmente todo o litígio submetido à arbitragem.e) nenhuma das alternativas anteriores.

Gabarito: letra C – artigo 32, I da Lei 9307/96.

Se o compromisso é nulo, a conseqüência é a nulidade da sentença arbitral, porque oato nulo, de regra, não produz efeitos jurídicos.

Questão nº. 03

Quanto aos juizados especiais cíveis estaduais, baseada na lei 9099/95 é corretoafirmar:

a) Admite-se a reconvenção

b) Tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis demenor complexidade, assim consideradas na forma do artigo 3º da lei 9099/95.c) o incapaz pode ser parte no processo instituído pela lei 9099/95.d) A contestação só poderá ser apresentada na forma escrita.e) nenhuma das alternativas anteriores.

Gabarito: letra B – artigo 3º da Lei 9099 / 95.

O art. 98 da CRFB é expressa em prever a criação de Juizados Especiais paraprocessar e julgar causas de menor complexidade. A lei infraconstitucional, no art.

3º da Lei 9099/95 fixou a competência dos Juizados Especiais em razão da matéria,em todos os seus incisos, não sendo a competência em razão do valor a hipótese doinciso I, porque até 40 salários mínimos é critério de menor complexidade, logo emrazão da matéria.

TEMA N º 05: Estrutura Judiciária Brasileira. As Justiças Especiais. Justiça Federal.TRF e Juizes Federais. Organização da Justiça Estadual. Órgãos da Justiça Estadual.Órgãos Especiais das Justiças Estaduais. Câmaras Cíveis, Juízes de Direito. JuizadosEspeciais Cíveis Estaduais e da Justiça Federal. Turmas Recursais.

CASO Nº. 01

A empresa Tubo S/A deseja impetrar um mandado de segurança contra ato decomissão de licitação da Petrobrás S/A por ter sido inabilitada para o certame.Entende que cumpriu com as exigências previstas no edital da licitação porconcorrência pública.

Pergunta-se:

Qual é o juízo competente para processar e julgar a referida demanda? Justifique asua resposta:

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 Pesquise na doutrina 1. Ada Pellegrini Grinover .Teoria geral do processo. 23. ed. SãoPaulo: Malheiros, 2007. página 246. THEODORO, Humberto Júnior. Curso de DireitoProcessual Civil Vol. I. Editora Forense. 47ª edição. Rio de Janeiro, 2007. Página 178.Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO:

De acordo com o entendimento do STJ (AgRg no CC33399/AM), compete à justiçacomum estadual julgar mandado de segurança contra ato da comissão de licitação desociedade de economia mista, inserido em ato de gestão. Isto porque a Petrobrás S/Aé pessoa jurídica de direito privado e, embora faça parte da Administração Públicaindireta federal, não poderá ser processada e julgada pela Justiça Federal já que nãoestá incluída no rol do art. 109, I da CRFB/88.

CASO Nº. 02

João, empregado da empresa Cimento S/A, sofreu um acidente de trabalho. Com ointuito de receber o benefício previdenciário auxílio-acidente e pleitear danos moraise materiais, decidiu demandar em face do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)e do seu empregador. Tendo em vista as modificações trazidas pela EC nº. 45/04.Indaga-se:

É possível a cumulação dos referidos pedidos em uma mesma demanda? Justifique

sua resposta:

Pesquise na doutrina 1 ) Humberto Theodoro Júnior. Curso de Direito Processual CivilVol. I. Editora Forense. 47ª edição. Rio de Janeiro, 2007. Página 410 / 414. Não deixede examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO:

As Súmulas nº. 15 do STJ e 501 do STF, entendem que a competência para processare julgar ação previdenciária buscando a concessão de auxílio-acidente, decorrente de

acidente do trabalho, é da Justiça Estadual, tendo em vista que o art. 109, I daCRFB/88 excluiu expressamente a referida demanda da competência da JustiçaFederal. No que tange ao pedido de indenização contra o empregador, esta demandadeverá ser ajuizada na Justiça do Trabalho em virtude do disposto no art. 114, VI daCRFB/88 modificado pela EC nº. 45/04. Portanto, ante a ausência de um dosrequisitos para a cumulação de pedidos, as preditas pretensões não poderão serdeduzidas em uma mesma demanda.

CASO Nº. 03:Maria, residente e domiciliada em Casimiro de Abreu, deseja mover uma ação em

face do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) uma vez que a predita autarquiafederal se negou a lhe conceder a aposentadoria sob o fundamento de que não tinha

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preenchido os requisitos constitucionais e legais.

Indaga-se:

Qual é o juízo competente para apreciar tal demanda? Justifique sua resposta:

Pesquise na doutrina : 1 ) Humberto Theodoro Júnior. Curso de Direito ProcessualCivil Vol. I. Editora Forense. 47ª edição. Rio de Janeiro, 2007. página 185. Não deixede examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO:

O INSS tem natureza jurídica de autarquia federal. Assim, conforme o art. 109, I daCRFB/88, em regra, todas as demandas nas quais o INSS seja parte deverão ser

ajuizadas na Vara Federal que tenha jurisdição no domicílio do beneficiário ou dosegurado. Todavia, o próprio constituinte originário previu uma hipóteseconstitucional de delegação de competência no art. 109, § 3º da CRFB/88 segundo oqual, se o domicílio do segurado não for sede de Vara Federal, a demanda poderá serajuizada no juízo estadual. Portanto, é possível que Maria ajuíze sua ação naComarca de Casimiro de Abreu.

Questões Objetivas

Questão nº. 01

Compete ao Supremo Tribunal Federal:

a) Processar e julgar, originariamente nos crimes comuns, os Governadores dosEstados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, osdesembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, osmembros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos TribunaisRegionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dosConselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União

que oficiem perante tribunais.

b) Processar e julgar, originariamente nas infrações penais comuns, o Presidente daRepública, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus própriosMinistros e o Procurador-Geral da República.

c) Julgar, em recurso ordinário, os mandados de segurança decididos em únicainstância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, doDistrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão.

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d) Julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância,pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federale Territórios, quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência, julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal ouder a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

GABARITO: Art. 102, I, “b” da CRFB Trata-se de competência originário do STF. A competência dos Tribunais Superiores(STF, STJ, TST, TSE e TSM) tem assento na Constituição da República, não podendonorma infraconstitucional criar novas competências para esses Tribunais.

Questão nº. 02.

Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

a) processar e julgar, originariamente, a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade delei ou ato normativo federal.

b) processar e julgar, originariamente, a homologação de sentenças estrangeiras e aconcessão de exequatur às cartas rogatórias.

c) julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou últimainstância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo desta Constituição:declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar válida lei ou ato de

governo local contestado em face desta Constituição ou julgar válida lei localcontestada em face de lei federal.

d) aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeitovinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administraçãopública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem comoproceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

GABARITO

A competência, após a Ementa Constitucional nº. 45, que tratou da Reforma do PoderJudiciário transferiu a competência para conhecer dessa matéria para o STJ I (art.105, inciso I, alínea “i”). 

Questão nº. 03

Assinale a alternativa incorreta a respeito da competência dos Tribunais RegionaisFederais:

a) processar e julgar, originariamente, os juízes federais da área de sua jurisdição,

incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e deresponsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a

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competência da Justiça Eleitoral.

b) processar e julgar, originariamente, os mandados de segurança e os habeas datacontra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal.

c) processar e julgar, originariamente, os conflitos de competência entre juízesfederais vinculados ao Tribunal e juízos estaduais.

d) julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízesestaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

GABARITO

O art. 108, inciso I, alínea “e” da CRFB só prevê a competência do TRF paraconhecer dos conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal.

TEMA N º. 06: Ação. Conceito. Condições de Legítimo Exercício da Ação. CondiçõesGenéricas e Específicas. Específicas Positivas e Negativas.

CASO Nº. 01

Mário alugou seu apart-hotel para João durante um período de um ano. Passados doismeses da assinatura do contrato de locação, João deixou de pagar o aluguel e demaisencargos locatícios. Com o intuito de rescindir o referido negócio jurídico e reaver oimóvel, Mário propôs ação de despejo por falta de pagamento cumulada comcobrança em face do locatário.

Indaga-se:

Estão presentes as condições para o legítimo exercício da ação? Justifique a suaresposta.

Pesquise na doutrina: 1) Ada Pellegrini Grinover; Cândido Rangel Dinamarco; Teoriageral do processo. 23. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, página 274. 2) HumbertoTheodoro Junior. Curso de Direito Processual Civil Vol. I. Editora Forense. 47ª edição.Rio de Janeiro, 2007. pág. 62. Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO

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Segundo os ensinamentos de Antônio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinovere Cândido Rangel Dinamarco, existem três condições para o exercício regular dodireito de ação. São eles: legitimidade das partes, interesse de agir (necessidade eadequação) e possibilidade jurídica do pedido (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo;GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo.

21. ed. São Paulo: Malheiros, 2005). No caso em análise, está ausente o interesse deagir na sua modalidade adequação uma vez que, como a locação de apart hotel não éregulamentada pela Lei nº. 8.245/91 conforme art. 1º, p.ú. “a”, 4. Portanto, o meio

processual adequado para reaver o imóvel é a ação de reintegração de posse.

CASO Nº. 02

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro propôs uma ação civil pública com ointuito de impugnar as novas alíquotas do IPVA impostas pelo Governo Estadual.

Tendo em vista o disposto na Lei nº. 7.347/85 e o entendimento do Superior Tribunalde Justiça sobre o assunto, estão presentes todas as condições para o legítimoexercício da ação? Justifique a sua resposta:

Pesquise na doutrina: 1) Ada Pellegrini Grinover ; DINAMARCO, Cândido Rangel.Teoria geral do processo. 23. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, página 274. THEODORO,Humberto Júnior. Curso de Direito Processual Civil Vol. I. Editora Forense. 47ªedição. Rio de Janeiro, 2007, página 63. Não deixe de examinar a jurisprudênciasobre o tema.

GABARITO:

Conforme REsp 780320 / DF julgado em 17 de maio de 2007 pela Primeira Turma doSTJ e com relatório elaborado pelo Ministro Luis Fux, o Ministério Público não ostentalegitimidade para propor ação civil pública com objetivos tributários, escopo visadona demanda com pedido pressuposto de nulificação do Termo de Adesão a RegimeEspecial - TARE. (Precedentes: RESP 845034/DF, 1ª Seção, Rel. Min. José Delgado,Data de julgamento: 14/02/2007; RESP 701913/DF, 1ª Seção, Rel. Min. José Delgado,Data de Julgamento: 28/02/2007; AgRg no REsp 710.847/RS, Rel. Min. Francisco

Falcão, DJ 29.08.2005; AgRg no REsp 495.915/MG, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de04/04/2005; RESP 419.298/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 06/12/2004). Alforriafiscal indevida é objeto de ação popular, que não se confunde com ação civil pública,interditando a legitimatio ad causam ativa originária ao Ministério Público, que, incasu, atua como custos legis, assumindo a demanda, apenas, na hipótese dedesistência. Deveras, a premissa do pedido do Ministério Público de que a estratégiafiscal, por via oblíqua, atinge os demais contribuintes, revelando interessestransindividuais violados, é exatamente a que inspirou o legislador a vetar alegitimatio do Parquet com alteração do parágrafo único do art. 1º da Lei da AçãoCivil Pública, que o deslegitima a veicular "pretensões que envolvam tributos". (Art.

1º § único da Lei 7.347/85, com a redação dada pela Medida Provisória 2.180/2001).Consectariamente, qualquer ação, ainda que não ostente tipicidade estrita

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tributária, mas que envolva "pretensão tributária", consoante dicção legal, tornainterditada a legitimatio ad causam do Ministério Público.

CASO Nº. 03

João propôs ação de usucapião especial urbano com o intuito de ver declarada aaquisição do direito de propriedade de um imóvel que mede 350m² sob o fundamentode que não é proprietário de nenhum outro prédio e possui o referido bem por cincoanos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-o para a sua moradia. Diante dodisposto no art. 183 da CRFB/88 e do art. 9º da Lei nº. 10.257/01, qual é aprovidência a ser tomada pelo juiz ao apreciar a petição inicial? Justifique suaresposta:

Pesquise na doutrina: 1 ) Ada Pellegrini Grinover; Candido Rangel Dinamarco. Teoriageral do processo. 23. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, página 274. 2) Humberto

Theodoro Júnior. Curso de Direito Processual Civil Vol. I. Editora Forense. 47ª edição.Rio de Janeiro, 2007, página 64. Não deixe de examinar a jurisprudência sobre otema.

GABARITO:

O art. 183 da CRFB/88, regulamentado pelo Estatuto da Cidade, prevê o usucapiãoespecial urbano. Tanto o constituinte quanto o legislador estabeleceram como umdos pressupostos do reconhecimento do referido meio originário de aquisição da

propriedade o fato de a área do imóvel ser inferior a 250 m2. Assim sendo, comoJoão pleiteia o usucapião especial urbano de uma área de 350m², seu pedido éjuridicamente impossível. Portanto, deve o Juiz reconhecer a falta da referidacondição da ação, extinguindo o processo sem exame do mérito – art. 267, VI do CPC.

CASO Nº. 04

Adão, empregado, com carteira assinado até o presente, promoveu ação em face daMetalúrgica Carioca perante a 1ª Vara da Justiça do Trabalho da comarca da Capitalpostulando direitos decorrentes de salários, férias e 13º salário de ano de 2002. A ré

contestou o pedido alegando prescrição dos direitos do autor.Indaga-se:

No processo do trabalho é cabível afirmar que ocorre prescrição do direito de açãorelativo aos créditos resultantes das relações de trabalho? Fundamente.

GABARITO:

A resposta é afirmativa. Ocorre a prescrição nos termos do artigo 11 da CLT. No casoconcreto não ocorre a prescrição enquanto mantido o vínculo empregatício.

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Questões Objetivas

Questão nº. 01

Quando uma das “condições da ação” não estiver presente, o juiz deverá: e) Determinar que o autor corrija a petição inicial.f) Extinguir o processo sem resolução do mérito.g) Corrigir a petição inicial do autor.h) Extinguir o processo com resolução do mérito.

GABARITO

As condições para o legítimo exercício da ação (LIP), quando não se fazem presentesacarretam a extinção do processo sem resolução do mérito (art. 267, VI), por se

tratar de vício insanável, não comportando, por tal razão, possibilidade deeliminação do vício.

Questão nº. 02

Sobre o direito de ação, é incorreto afirmar que:a) O reconhecimento da autonomia do direito de ação constitui conquista definitivada ciência processual, sendo considerado independente do direito subjetivo material.

b) A ausência de qualquer das condições para o seu regular exercício importa em

perempção.

c) A teoria da asserção é aquela segundo a qual a presença das “condições” da ação

será verificada à luz das afirmações feitas pelo demandante em sua petição inicial.

d) A teoria da substanciação pode ser definida como aquela em que o demandantedeve provar que as “condições” da ação estão presentes. 

GABARITO

A perempção é condição específica negativa para o legítimo exercício da ação, o queacarreta a extinção do processo sem resolução de mérito (art. 267, V do CPC), Dá-sea perempção quando o autor abandona o processo por mais de 30 dias, por trêsvezes. Na quarta vez o juiz de ofício deve extinguir o processo sem resolução domérito, sendo caso em que o autor fica com o direito material, porém esse não temmais exigibilidade, podendo apenas alegá-lo em defesa em outra ação proposta peloréu em face do mesmo autor da ação originária.

Questão nº. 03

Sobre a legitimidade das partes, pode-se dizer que:

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a) será ordinária quando, por autorização legal, alguém vai à juízo, em nomepróprio, na defesa de interesse alheio.

b) será extraordinária e exclusiva quando apenas o legitimado ordinário puder ir ajuízo.

c) será extraordinária e concorrente quando tanto o legitimado extraordinário quantoo legitimado ordinário puderem ir a juízo isoladamente ou em conjunto.

d) será extraordinária e subsidiária quando o legitimado ordinário só pode ir a juízodiante da omissão do legitimado extraordinário em demandar.

GABARITO

Podemos citar como exemplo clássico de legitimação extraordinária concorrente,

quando a Sociedade Anônima pode propor ação de responsabilidade em face de seusdiretores, como os acionistas também, havendo omissão da sociedade. No caso asociedade é legitimada ordinária e os acionistas legitimados extraordinários.TEMA Nº. 07: Processo Civil, Penal e do Trabalho. Compreensão e conceito. Naturezajurídica. Relação jurídica processual e seus sujeitos. O MP no processo civil, penal edo trabalho. Pressupostos processuais de existência e de validade.

CASO Nº. 01

O Condomínio Copa Estrela promoveu ação de cobrança de cotas condominiais em

face do proprietário da unidade 201, Sra. Maria Amália. Na contestação, a résustenta a inadequação de rito, tendo o autor adotado o procedimento ordinário,afrontando o CPC.

Indaga-se:

a) A defesa da ré deve ser acolhida pelo juiz. Fundamente a resposta.

b) No caso, se o juiz acolher as razões da ré, qual a conseqüência processualresultante. Justifique a resposta.

Pesquisa na doutrina: Humberto Theodoro Junior. Curso de direito processual civil.47ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007, v. 1: Parte V – Processo e Procedimento.Página 374. Não deixe de examinar a jurisprudência relacionada ao tema.

GABARITO:

a) Sim. De acordo com o art. 275, inc. II, „b‟, do CPC, o procedimento correto

deveria ser o sumário. As normas sobre procedimento são de ordem pública, nãoficando ao arbítrio da parte autora escolher o rito.

b) Indeferimento da inicial, com a conseqüente extinção do processo sem resolução

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de mérito, nos termos do art. 267, inc. I, considerando o art. 295, inc. V, do CPC.

CASO Nº. 02

Pedro Matias requereu, nos termos do art. 1.177, II, do CPC, a interdição de seu pai,

Luciano, que se encontra, atualmente, em tratamento em clínica psiquiátrica.

Indaga-se:

a) No caso, qual o procedimento a ser observado? Fundamente a resposta.

b) O jurisdicionado pode, livremente, escolher o procedimento a ser adotado para amedida a ser proposta? Fundamente a resposta.

Pesquisa na doutrina: Humberto Theodoro Junior. Curso de direito processual civil.

47ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007, v. 1: Parte V – Processo e Procedimento.Página 375 e 378. Não deixe de examinar a jurisprudência relacionada ao tema.

GABARITO

a) Procedimento especial de jurisdição voluntária, previsto, a partir do artigo 1.103,do CPC. Trata-se de procedimento em que há ausência de lide, de partes e desentença de mérito e coisa julgada material.

b) Não, o procedimento é estabelecido pela lei processual para atender o interessepúblico, não podendo o jurisdicionado, salvo exceções previstas na lei, como é o casodo rito sumaríssimo no JEC ao invés do sumário do CPC, escolher livremente oprocedimento. Trata-se de norma cogente, não podendo ser alterado em nome daceleridade processual. No entanto, em algumas situações, tolera-se a alteração, seas partes não se insurgem contra a mudança na tramitação do processo, e desde quenão haja prejuízo e respeitadas as garantias constitucionais do processo.

CASO Nº. 03

Decorações Sol Ltda., empresa que atua no segmento de decorações, com produtosimportados, com sede em Vitória, Espírito Santo, é notificada, pela Secretaria daReceita Federal do Brasil, para apresentar guias de importação, de um determinadoperíodo de apuração, do imposto de importação. Ângelo Pimenta, agente fiscal doórgão fazendário, ao visitar a empresa, na data prevista, verifica irregularidades naarrecadação do imposto, notifica o contribuinte para regularizar o pagamento devidoao fisco, no prazo de trinta dias, após esse período, retorna ao estabelecimento,constatando que as pendências não foram regularizadas. Nesse sentido autua a

empresa, aplicando-lhe sanções fiscais e administrativas, nos termos da legislaçãoaplicada ao caso.

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 Indaga-se:

a) O procedimento administrativo fiscal está sujeito ao princípio do contraditório eda ampla defesa? Fundamente a resposta

b) Caso, a administração fazendária, em decisão final, mantenha o auto de infração,qual à medida que o contribuinte poderá utilizar? Fundamente a resposta.

Pesquisa na doutrina: Humberto Theodoro Junior. Curso de direito processual civil.47ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007, v. 1: Parte V – Processo e Procedimento.Página 373. Não deixe de examinar a jurisprudência relacionada ao tema.

GABARITO

a) Sim, conforme impõe o art. 5º, LV da CRFB, assegurando-se aos litigantes, emprocesso administrativo o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos aela inerentes. As formas instrumentais devem ser adequadas, com plenitude dodireito de defesa, a isonomia processual e a bilateralidade dos atos procedimentais.Deve-se observar o rito adequado, com notificação e dando oportunidade deimpugnar a acusação.

b) Poderá com fundamento no art. 5º, XXXV, da CRFB, reexaminar a decisãoadministrativa, na esfera do Judiciário. Os atos administrativos estão sujeitos ao

controle do Judiciário quanto à legalidade, não só em relação à conformação do atocom a lei, mas também com a moral administrativa, o interesse coletivo, inclusiveavaliar o mérito administrativo, valendo-se, no caso, dos princípios daproporcionalidade e razoabilidade.

Questões Objetivas

Questão nº. 01

Nos juizados especiais cíveis podem processar-se, entre outras as seguintes ações:

a) Apenas causas com valor inferior a 20 salários mínimos.

b) Causas de valor inferior a 40 salários mínimos e questões trabalhistas de qualquervalor.

c) Questões envolvendo acidentes de trabalho em que não haja morte e ações dealimentos de valor até 40 salários mínimos.

d) Ações de despejo para uso próprio e de indenização por acidentes de veículos devia terrestre.

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 GABARITO: Letra „d‟. De acordo com o art. 3º, II e III da Lei 9.099/95. 

Trata-se de competência em razão da matéria, podendo o seu valor ultrapassar a 40salários mínimos. Há Enunciado no Rio de Janeiro no sentido de limitar o valor a 40

salários mínimos, em todos as situações previstas no cinco II, do art. 3º, quando nãohá expressa limitação pela lei.

Questão nº. 02

É caso de indeferimento da petição inicial:

a) A falta de capacidade da parte.

b) A inadequação de procedimento.

c) A falta de capacidade postulatória.

d) A cumulação de pedidos.

GABARITO: Letra „b‟. De acordo com o art. 295, V, do CPC.

Nesse caso, caberá ao juiz, antes de indeferir a petição inicial mandar emendá-la noprazo de 10 dias (art. 284 do CPC), aplicando-se os princípios do aproveitamento dos

atos processuais e o da economia processual.

TEMA Nº. 08. Competência. Conceito. Natureza Jurídica. Competência Internacionale Interna. Competência das Justiças Especiais. Competência da Justiça ComumFederal e dos Estados.

CASO Nº. 01:

Plínio, em férias, decide visitar sua mãe Aline, que reside em Petrópolis. Chegando látem conhecimento que o Sr. Waldemar, vizinho de Aline, ao realizar uma manobra

com sua picape, bateu no muro da casa da mesma, derrubando-o causando odesabamento do telhado da garagem sob o qual estava estacionado o carro de suamãe. Aborrecido Plínio procura o vizinho e diante da recusa deste em recebê-lo,resolve propor uma ação pleiteando a reparação de danos sofridos por sua mãe.

Pergunta-se:

a) Em relação às condições exigidas pela lei para o legítimo exercício da ação estácorreta a propositura da ação por Plínio? Fundamente a resposta.

b) A ação será proposta, perante a justiça Estadual ou Federal? Fundamente aresposta.

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ˆ Pesquisa de Doutrina: 1) Humberto Theodoro Júnior, Curso de Processo Civil, 47ªedição, vol. 1, Forense, páginas 186/187; 2) Alexandre de Freitas Câmara, Lições deDireito Processual Civil, páginas128/129 , Vol. I, 16ª edição. Lumen Juris. Não deixede examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO:

a) Não, de acordo com os artigos:

“Art. 3º. Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade.” 

“Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito”; “Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidadejurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;” 

Segundo Alexandre Câmara: “legitimidade das partes ou legitimatio ad causam, podeser definida como a pertinência subjetiva da ação”;ou seja tem “legitimidade para a

causa os titulares da relação jurídica deduzida pelo demandante,no processo.” No caso concreto, Plínio não tem legitimidade, pois o verdadeiro titular do direitomaterial controvertido é sua mãe Aline,portanto a ação deveria ter sido ajuizada porela.b) A ação deverá ser proposta perante a justiça comum Estadual, tendo em vista quepor exclusão a matéria não se encontra prevista no art. 109,CF/88 que delimita acompetência da Justiça Federal.CASO Nº. 02:

Jacques, francês e residente em Paris, em férias no Rio de Janeiro, adquire umterreno na Barra da Tijuca ,para construir uma casa.Necessitando retornar ao seuPaís,deixa seu amigo Denis encarregado de contratar os profissionais necessários paraa elaboração e execução da obra.Informado pelo amigo que ao visitar o imóvel,encontrou Severino que alegou ser o proprietário.Pretende promover adequada açãoa fim de ter reconhecido seu direito de propriedade.Sabendo-se que o autor nãoreside no Brasil e o réu é domiciliado Petrópolis,INDAGA-SE:a) A competência para conhecer da ação reivindicatória pertence a autoridade

judiciária estrangeira? Fundamente a resposta.

b) Trata-se de competência de foro ou de juízo? Por quê? Indique o dispositivo legal.

Pesquisa na Doutrina: 1) Humberto Theodoro Júnior, Curso de Processo Civil, 47ªedição, vol. 1, Forense, páginas181/184/185 e 190; 2) Alexandre de Freitas Câmara,Lições de Direito Processual Civil, vol. I 16 ª edição, páginas100/101. 3) Cintra,Grinover e Dinamarco, Teoria Geral do Processo. 23ª edição. Ed. Malheiros, página246. Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO: Base legal, art. 89 e art. 95 do CPC.

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a) Apesar de o autor residir em outro país, a competência no caso em tela édeterminada pelo local onde se encontra o imóvel, tendo em vista que tratar-se deação real.A hipótese está prevista no art.89,CPC,a competência pertence aautoridade brasileira com exclusividade.Assim doutrina na obra abaixo citada: “A competência da autoridade brasileira é

exclusiva, de acordo com o art. 89, do CPC, sendo inútil propor a demanda em outropaís que também se declare competente, porque não será admissível aqui a execuçãodo julgado” (Cintra, Grinover e Dinamarco, 1998:149). 

“Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer

outra:

I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;

II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da

herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.” 

b) A competência é de foro, contudo é absoluta, local da situação do imóvel, art. 95,CPC.:“Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro dasituação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou deeleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão,posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova.” 

Segundo, Alexandre de Freitas Câmara, o juízo incompetente m razão do valor ou do

território é relativamente incompetente, enquanto que o juízo incompetente emrazão da natureza da causa, por inobservância do critério funcional ou pordesrespeito ao disposto no art. 95 in fine, do CPC, ser absolutamente incompetente.

CASO Nº. 03

A empresa brasileira Seguro e Vida S/A foi citada por carta rogatória advinda daJustiça da Espanha, da Companhia de Resseguros Espanhola, como autora. A causaenvolve alegação de descumprimento de obrigação contratual entre a autora e a ré.

INDAGA-SE:

a) A jurisdição brasileira seria a competente? Fundamente a resposta.B) Trata-se de competência exclusiva ou concorrente da justiça brasileira? Justifiquea resposta

Pesquisa na Doutrina: 1) Humberto Theodoro Júnior, Curso de Processo Civil, 47ªedição, vol. 1, Forense, 2007. página 181. Não deixe de examinar a jurisprudênciasobre o tema.

GABARITO

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a) A justiça brasileira é também a competente para conhecer e processar esta causa,podendo a ação validamente ser proposta, como foi, na justiça francesa. Aplica-se,no caso, a regra do art. 88 do CPC, a competência é concorrente das duas justiças.

b) A competência, no caso, é concorrente conforme previsto no art. 88, I do CPC. Na

ação em que se discute o inadimplemento de contrato de resseguro, a competênciada Justiça brasileira é concorrente-relativa: art. 88 do CPC – e não absoluta – art. 89– podendo, pois, ser ajuizada perante a Justiça Francesa, cumprindo-se a diligênciade citação no Brasil, sem violação à ordem pública nacional. É firme a jurisprudênciado STF neste sentido. Assim, a possibilidade de o interessado não aceitar a jurisdiçãoestrangeira não obsta à concessão do exequatur. (ver Ac. Um. Do STF, sem sessãoplenária de 28.10.1992, AgRG na C. Rog. 5.884-DF, rel. Min. Sidney Sanches.

Questões Objetivas:

Questão nº. 01

O deslocamento da competência da justiça local para a federal terá lugar, sempre:

a) Quando a União Federal for intimada para se manifestar em processo de seuinteresse.

b) Quando a matéria for de interesse público.

c) Quando a União Federal manifestar interesse na solução da demanda.

d) Quando a União Federal for admitida como autora, ré, assistente ou opoente.

GABARITO: art. 99, CPC e Art. 109, CF/88

O ingresso aos autos da União acarreta o deslocamento da competência para aJustiça Federal, conforme art. 109, inciso I da CRFB.

Questão nº. 02

Assinale a alternativa correta:

a) É determinada a competência no momento em que a ação é proposta, sendoirrelevantes as alterações de competência em razão da matéria ou da hierarquia,diante do princípio do Juízo Natural.

b) A ação intentada perante Tribunal estrangeiro induz litispendência, obstando aque autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são

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conexas.

c) Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa e, como preliminar decontestação, a incompetência absoluta.

d) São condições da ação a capacidade e legitimidade das partes, o interesse de agire a possibilidade jurídica do pedido.

GABARITO: Artigos 113 c/c 112, ambos do CPC.

A incompetência relativa deve ser argüida por meio de exceção (art. 112 do CPC) empeça à parte, enquanto a incompetência absoluta de ser conhecida de ofício pelo juiz(art. 113, § 2º do CPC), ou por provocação da parte, em preliminar contestação ou,ainda, a qualquer tempo por simples petição, porque a matéria não se submete àpreclusão, por ser de ordem pública. Hoje, com a introdução do parágrafo único ao

art. 112, o juiz pode conhecer de ofício da incompetência relativa quando a questãojurídica envolve contrato de adesão, uma exceção à Súmula nº. 33 do STJ.

Questão nº. 03

Manoelina, portuguesa, após viver longo período no Brasil, decide voltar a sua terranatal, para viver ao lado de seu único irmão. Dois meses após desembarcar emPortugal, Manoelina veio a falecer vítima de acidente automobilístico. Seu vastopatrimônio é constituído por dois imóveis no Rio de Janeiro, cinco na Espanha e três

em Portugal.

Indique a alternativa correta:

a) Caberia a justiça portuguesa por três motivos: a falecida era portuguesa, deixoubens neste país e o único herdeiro reside em Portugal.

b) Os herdeiros podem optar entre justiça brasileira ou portuguesa, uma vez que afalecida possuía bens em ambos os países.

c) Seria exclusivamente da Justiça Brasileira, pois somente a autoridade judiciáriabrasileira pode decidir acerca da partilha de bens situados em território nacional.

d) Tendo em vista que a maior parte do patrimônio de Maria Angélica encontra-se naEspanha, a justiça deste país seria competente para processar o inventário.

GABARITOA competência para processar o inventário dos bens situados no Brasil é da JustiçaBrasileira, conforme dispõe o art. 89, I do CPC. Mesmo sendo a autora da herançaportuguesa e com residência fora do território nacional. Trata-se, a rigor, de

jurisdição exclusiva da Justiça brasileira.

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TEMA Nº. 09. Competência. Critérios de Fixação da Competência. Competência deForo. Critério Territorial. Competência de Juízo. Critério Objetivo e Funcional.Incompetência Relativa e Absoluta.

CASO Nº. 01:

Carla domiciliada na Comarca da Capital (Rio de Janeiro) é citada, em ação decobrança de honorários promovida por seu advogado, Ataulfo sob o fundamento quecom a mesma celebrou contrato verbal de honorários que não foram pagos. A açãofoi proposta no domicilio do advogado, Comarca de São Gonçalo.

Indaga-se:

a) Em relação ao foro em que foi proposta a ação, verifica-se alguma irregularidade?Justifique a resposta.

b) Qual o procedimento adequado para a citada ação? Fundamente a resposta.

Pesquisa de Doutrina: 1) Humberto Theodoro Júnior, Curso de Processo Civil, 47ªedição, vol. 1, Forense, páginas 190/191; 2) Alexandre de Freitas Câmara, Lições deDireito Processual Civil, páginas103/4/5 , Vol. I, 16ª edição. Lumen Juris. Não deixede examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO:

a) Trata-se de ação de cobrança, portanto ação pessoal, dessa forma deveria ter sidoajuizada no domicílio do autor, segundo a regra do art. 94. Verificando-se então aincompetência do juízo, no caso relativa.

b) Consoante doutrina de Humberto Theodoro Júnior: “Se a incompetência do juiz

que tomou conhecimento da causa for apenas relativa, para afastá-lo da relaçãoprocessual,deverá instaurar o incidente denominado exceção de incompetência,(art.112), sujo procedimento se acha regulado pelos arts. 304 a 311.

CASO Nº. 02:

Dalva, natural de Barbacena-MG, casou-se com Eduardo, natural de Niterói, o casalfixou residência nesta cidade. Após alguns anos Denise retorna à sua terra natal, paramorar com sua irmã, separando-se judicialmente de seu marido.

Pergunta-se:

a) Desejando Eduardo, propor ação de divórcio direto, esta deverá ser propostaperante a justiça especial ou comum? Estadual ou Federal? Fundamente a resposta.

b) Se a ação fosse proposta perante juízo incompetente, em razão do critérioterritorial de que modo Denise poderia argüir a incompetência? Esta alegação esta

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sujeita a algum prazo ou forma? Fundamente a resposta.

c) Segundo o CPC, quais são os critérios de competência que violados acarretam ovício da incompetência absoluta? Fundamente a resposta.

Pesquisa de Doutrina: Humberto Theodoro Júnior, obra citada, páginas186,190/1; 2)Alexandre de Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil, páginas106/7, Vol. I,14ª edição. Lumen Juris. Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.GABARITO: Base legal: art.100, I c/c112; 91c/c 93 c/c113.a) Perante a justiça comum estadual. Segundo Humberto Theodoro Júnior, ”Na

jurisdição ordinária (civil penal), as questões não atribuídas à Justiça Federal, pelaConstituição, são da competência das Justiças Estaduais ou locais”. Essa competência

é dessa forma residual.b) Dalva poderia argüir o vício da incompetência territorial, através de exceção de

incompetência relativa. Segundo o CPC:

“Art. 112. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.” 

c) Segundo, Alexandre de Freitas Câmara, o juízo incompetente m razão do valor oudo território é relativamente incompetente, enquanto que o juízo incompetente emrazão da natureza da causa, por inobservância do critério funcional ou pordesrespeito ao disposto no art. 95 in fine,do CPC,seria absolutamente incompetente.

CASO Nº. 03:

Antonio Carlos ajuizou ação anulatória de contrato de compra e venda de um imóvelsituado na Comarca de Friburgo, em face de Pedro, Silvio e Flavio. A ação foidistribuída para a 2ª vara cível da Comarca de Friburgo. No prazo da resposta, os réusapresentam exceção de incompetência relativa, argüindo a incompetência do juízotendo em vista tratar-se de ação pessoal, devendo ser ajuizada no domicílio de umdos réus, conforme art. 94, § 4º do CPC.

Pergunta-se:

a) Sendo acolhida à exceção, qual a providência a ser adotada pelo juiz? Fundamentea resposta.

b) Havendo divergência entre dois juízes acerca da competência para julgamento deuma determinada causa, qual a providencia que a ser adotada? Fundamente aresposta.

Pesquisa na Doutrina: 1) Humberto Theodoro Júnior, Curso de Processo Civil, 47ªedição, vol. 1, Forense, páginas 206/7/8; 2) Alexandre de Freitas Câmara, Lições de

Direito Processual Civil, vol. I 16 ª edição, páginas 106/7/8. Não deixe de examinar ajurisprudência sobre o tema.

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 GABARITO: Base legal: art. 94 § 4º; 112; 115; 306, CPC.

a) Sendo acolhida a exceção a providência prevista em lei será a suspensão doprocesso e a remessa dos autos ao juízo competente.

b) Consoante a doutrina Humberto Theodoro Júnior: “Se a incompetência do juiz quetomou conhecimento da causa for apenas relativa, para afastá-lo da relaçãoprocessual, deverá instaurar o incidente denominado exceção deincompetência,(art.112),sujo procedimento se acha regulado pelos artigos. 304 a 311do CPC.

B) A hipótese está prevista no art. 115, CPC, deverá o juiz suscitar o conflito decompetência perante o tribunal.

Questões Objetivas:

Questão nº. 01

Segundo o Código de Processo Civil, a incompetência relativa não pode ser declaradade ofício.POR QUE: não envolve matéria de ordem pública, devendo ser alegada medianteexceção de incompetência, no prazo legal, sob pena de preclusão e prorrogação.

a) se as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.b) se as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.c) se a primeira é verdadeira e a segunda é falsa.d) se a primeira é falsa e a segunda é verdadeira

GABARITO: art. 112, CPC.

A afirmativa correta é: Letra A. Segundo, Alexandre de Freitas Câmara, “o juízo

incompetente m razão do valor ou do território é relativamente incompetente,

enquanto que o juízo incompetente em razão da natureza da causa (competência emrazão da matéria), por inobservância do critério funcional ou por desrespeito aodisposto no art. 95 in fine, do CPC, será absolutamente incompetente”. 

Questão nº. 02

A falta de competência do juízo acarreta:

a) A extinção do processo sem julgamento de mérito.b) A extinção do processo com julgamento de mérito.

c) A remessa dos autos do processo ao juízo competente.d) Não acarreta nenhum efeito em relação ao processo.

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 GABARITO: art. 112 e 113, CPC.

A afirmativa correta é: C. Segundo, Humberto Theodoro Júnior: ”em tal caso o juiz

deve declarar-se incompetente ex officio”. Se não o fizer, a parte pode alegar a

incompetência em qualquer fase do processo, Art. 113 do CPC:

Questão nº. 03

Pelo critério de competência – Territorial – podemos afirmar que não sendoobservado:

a) Acarreta sempre a incompetência absoluta.b) Acarreta um vício que pode ser argüido em qualquer tempo.c) Acarreta nulidade absoluta.

c) Pode ser adaptado pelo juiz de ofício.e) Deve ser argüido por meio de exceção.

GABARITO: art. 112, CPC.

A afirmativa correta é: “E”. Segundo, Humberto Theodoro Júnior:”Se a

incompetência do juiz que tomou conhecimento da causa for apenas relativa,paraafastá-lo da relação processual,deverá instaurar o incidente denominado exceção deincompetência,(art.112),sujo procedimento se acha regulado pelos arts. 304 a 311.

Questão nº. 04

O prazo para o juiz declarar a incompetência absoluta:

a) 15 dias, contados da data do despacho liminar positivo.b) 10 dias, contados da data do despacho liminar positivo.c) Antes de proferir a sentença.d) Não existe prazo previsto em lei.

GABARITO: art. 113, CPC.

A afirmativa correta é: D. Segundo, Humberto Theodoro Júnior: “em tal caso o juiz

deve declarar-se incompetente ex officio. Se não o fizer, a parte pode alegar aincompetência em qualquer fase do processo, artigo 113, CPC”: 

“Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada,em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção.” 

TEMA Nº. 10 (Continuação) Competência. Critérios de Fixação da Competência.Competência de Foro. Critério Territorial. Competência de Juízo. Critério Objetivo e

Funcional. Incompetência Relativa e Absoluta.

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CASO Nº. 01

Denise, natural de Juiz de Fora, casou-se com Denílson, natural do Rio de Janeiro, ocasal fixou residência nesta cidade. Após alguns anos, Denise volta a residir na suaterra natal, para morar com sua irmã, separando-se de seu marido.

Pergunta-se:

a) Desejando Denílson, propor ação de separação, esta deverá ser proposta perante ajustiça especial ou comum? Estadual ou Federal? Fundamente a resposta.

b) Se a ação fosse proposta perante juízo incompetente, em razão do critérioterritorial de que modo Denise poderia argüir a incompetência? Esta alegação estasujeita a algum prazo ou forma? Fundamente a resposta.

c) Segundo o CPC, quais são os critérios de competência que violados acarretam o

vício da incompetência absoluta? Justifique a resposta.

Pesquisa na Doutrina: 1) Humberto Theodoro Júnior, Curso de Processo Civil, 47ªedição, vol. 1, Forense, 2007, páginas 184, 217 / 220. Não deixe de examinar ajurisprudência sobre o tema.

GABARITO: Base legal: art.100, I c/c112; 91c/c 93 c/c113.

CASO Nº. 02

Danubia promoveu ação de investigação de paternidade em face de seu pai Edésio,tendo sido distribuída para a 2ª Vara Cível da Comarca de Petrópolis. Citado, o réualega em preliminar, na contestação, a incompetência absoluta do juízo, em contaque o objeto da ação diz respeito à matéria de competência de uma das varas defamília da mesma comarca.

a) Sendo acolhida a preliminar, qual a providência a ser adotada pelo juiz?Fundamente a resposta.

b) A incompetência argüida é de foro ou de juízo? Justifique a resposta.

Pesquisa na Doutrina: 1) Humberto Theodoro Júnior, Curso de Processo Civil, 47ªedição, vol. 1, Forense, páginas 427/8; 2) Alexandre de Freitas Câmara, Lições deDireito Processual Civil, vol. I 16 ª edição, páginas 344/5. Não deixe de examinar ajurisprudência sobre o tema.

GABARITO: Base legal: artigos 113, 301, II, CPC.

a) Sendo acolhida a preliminar, deverá o juiz providenciar a remessa os autos aojuízo competente.

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Segundo, Humberto Theodoro Júnior: ”em tal caso o juiz deve declarar-seincompetente ex officio. Se não o fizer, a parte pode alegar a incompetência emqualquer fase do processo, Art. 113, CPC:

b) A incompetência é absoluta e é de juízo, porque em razão da matéria, conforme o

CODJERJ, que fixa competência em razão da pessoa ou da matéria.

“Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada,

em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção.” § 1º Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeiraoportunidade em que Ihe couber falar nos autos, a parte responderá integralmentepelas custas.

CASO Nº. 03:

Ângelo pretende fazer prova de relação de trabalho, de período em que sua carteirade trabalho não estava assinada pelo empregador da época (ano de 1970), paraefeito de alcançar a aposentadoria. O justificante reside na comarca da capital doEstado do Rio de Janeiro.

Indaga-se:

a) Qual Justiça comum é a competente? Fundamente a resposta.

b) Se o justificante tivesse domicílio na comarca de Sumidouro, que órgão do

judiciário seria o competente. Fundamente a resposta.

GABARITOa) Compete à Justiça Federal processar justificações judiciais destinadas a instruirpedidos perante autoridades que nela têm exclusividade de foro, ressalvada aaplicação do art. 15, II da Lei 5010/66. Havendo Vara Federal no domicílio dojustificante a competência é da Justiça Federal, conforme Súmula 32 do STJ.

b) Tendo o justificante domicílio na comarca de Sumidouro, a competência é daJustiça Estadual, por força do art.; 15, II, da Lei 5010/66. A razão disto é que não

existe nesta comarca Justiça Federal, conforme art. 109, § 3º da Constituição daRepública, sendo que o recurso da decisão deve ser dirigido para o TRF.

Questões objetivas

Questão nº. 01

Relativamente à competência, é incorreto afirmar:

a) dá-se a conexão entre duas ou mais ações quando lhes for comum o objeto ou a

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causa de pedir;b) a identidade quanto às partes e à causa de pedir, entre duas ou mais ações, aliadaao fato do objeto de uma abranger o das demais, caracteriza a continência;

c) a prevenção é o critério utilizado para determinar em que juízo ocorrerá a reunião

de ações conexas, reputando-se prevento, em se tratando de juízos com a mesmacompetência territorial, aquele que despachou em primeiro lugar;

d) a competência absoluta será reconhecida pelo juízo desde que argüida pelo réu,em sede de preliminar, na contestação.

GABARITO: art. 301 c/c art. 113, CPC. A incompetência absoluta o juiz conhece deofício, Segundo o art. 113, § 2º do CPC. Pode o réu, na contestação, em preliminar,arguí-la ou a qualquer tempo, porque a matéria não preclui.

Questão nº. 02

Proposta em face do Estado do Rio de Janeiro, em Comarca do Interior, ação dereparação de dano moral ali ocorrido, para tal demanda:a) a ré terá foro privilegiado na Comarca da Capital, devendo o Juiz declinar, deofício, da competência.b) a ré não desfrutará de foro privilegiado nem de juízos privativos na Comarca daCapital.

c) a ré terá foro privilegiado na Comarca da Capital, cujo reconhecimento dependeráda apresentação de exceção declinatória.d) a ré terá juízos privativos na Comarca da Capital, devendo o Juiz declinar, deofício, da competência.

GABARITO

A competência das Varas de Fazenda Pública da comarca da capital abrange apenasas ações a serem propostas na comarca da capital. No interior, o CODJERJ prevê acompetência de Vara Cível, por livre distribuição, se for o caso.

Questão nº. 03

Assinale a alternativa INCORRETA. No processo penal determinará a competênciajurisdicional:

a) o lugar da infração.b) o domicílio ou residência do réu.c) a natureza da infração.d) o valor da causa.

e) a distribuição, conexão ou continência.

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GABARITO: Letra D - Artigo 69 do Código de Processo Penal.

TEMA Nº. 11. Competência. Modificações da Competência. Prevenção. Conexão.Continência. Prorrogação e Perpetuação. Controle da Competência e seus

Instrumentos: Controle de Ofício, Exceção de Incompetência e Conflito deCompetência.

CASO Nº. 01

Camilo ajuizou ação anulatória de contrato de doação de um imóvel situado naComarca de São Gonçalo, em face de Paulo, Severino e Fábio. A ação foi distribuídapara a 2ª vara cível da referida Comarca. No prazo da resposta, os réus apresentamexceção de incompetência relativa, argüindo a incompetência do juízo tendo emvista tratar-se de ação pessoal, devendo ser ajuizada no domicílio de um dos réus,

conforme art. 94 § 4º, CPC.

Indaga-se:

a) Trata-se de competência de foro ou de juízo? Fundamente a resposta.

a) Sendo acolhida à exceção, qual a providência a ser adotada pelo juiz? Justifique aresposta.

b) Havendo divergência entre dois juízes acerca da competência para julgamento de

uma determinada causa, qual a providência que a ser adotada? Fundamente aresposta.

Pesquise na doutrina: Athos Gusmão de Carneiro. Jurisdição e Competência. 14ª ed.Ed. Saraiva, 2007. Página 264. Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO: Base legal: artigos 306, 112 e 94 § 4º CPC.

a) Trata-se de competência de foro, critério territorial, domicílio dos réus (art. 94 do

CPC). Definida a comarca, se nessa há juízos múltiplos, então a fixação dacompetência passar a ser de juízo, no caso, em razão da matéria. Em razão damatéria a competência é absoluta.

b) Sendo acolhida a exceção a providência prevista em lei será a suspensão doprocesso e a remessa dos autos ao juízo competente.

c) A hipótese está prevista no art. 115, CPC, deverá o juiz suscitar o conflito decompetência perante o tribunal.

CASO Nº. 02:

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Mário César promoveu ação em face de Ricardo Marques, na Comarca de Duque deCaxias, narrando como causa de pedir que é credor do réu em razão de contrato deprestação de serviços, já cumprido pelo autor. Não recebeu os valores ajustados nopacto. Citado, o réu argüiu em preliminar que dois dias após a sua citação mudou deendereço, passando a residir na comarca vizinha de São João de Meriti, para onde os

autos deverão ser remetidos, certo que a competência é de foro, critério territorial,aplicando-se o disposto no art. 94 do CPC.

Indaga-se:

a) A preliminar do réu deverá ser acolhida? Fundamente a resposta.

B) Qual o significado da Perpetuatio Jurisdicionis? Fundamente a resposta, indicandoos dispositivos legais pertinentes.

Pesquisa na Doutrina: 1) Humberto Theodoro Júnior, Curso de Processo Civil, 47ªedição, vol. 1, Forense, 2007, páginas 190. 2) Athos Gusmão de Carneiro. Jurisdição eCompetência. 14ª edição. Ed. Saraiva, 2007. Página 96.Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITOa) Não, a competência é fixada no momento da propositura da ação, conforme art.87 c.c o art. 263, ambos do CPC.

b) A matéria está disciplinada no art. 87 do CPC, fixando-se a competência no

momento em que a ação é proposta e para o réu ela está proposta quando é feita asua citação válida (art. 263, parte final, do CPC), sendo irrelevantes as modificaçõesde direito ou de fato ocorridas posteriormente, salvo havendo a supressão de órgãojudiciário ou alteração de competência em razão da hierarquia ou da matéria. Nestassituações fica afastado o princípio da identidade física do juiz, fazendo o julgamentoda causa o novo juiz, mesmo sem ter colhido a prova oral em audiência. As normasde organização judiciária regem a competência também em razão da matéria, logo,alterando-se esta, o processo de execução, por exemplo, não será processado noJuízo onde a ação originária teve o seu pedido julgado por sentença, obedecendo-sea regra de vigência da lei processual nova. A norma do art. 87 do CPC revela que

fatos, circunstâncias outras, que não a supressão do órgão judiciário, rationemateriae, ou em razão da hierarquia, não tem força para alterar a competênciafixada no momento da propositura da ação. Assim, a modificação do domicílio do réué irrelevante para os fins de modificar a competência. Fixa o art. 87 o princípio dainalterabilidade objetiva, ou seja, diz respeito ao órgão judicial (juízo) e não àpessoa do juiz.Este princípio é de origem latina, e determina que a competência não se modificapor alterações de fato ou de direito relativas às partes, ocorridas após a fixação dacompetência jurisdicional. Discorrendo sobre o tema, Arruda Alvim a define comosendo “a cristalização e subsistência dos elementos (de fato e de direito) em

decorrência dos quais determinou-se a competência, inclusive do próprio critériolegal. Este instituto, contudo, comporta algumas exceções. É que existem hipóteses

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em que a competência é modificada em momento superveniente à sua fixação, comopor exemplo, quando o órgão judiciário competente para a causa é suprimido por leiposterior, ou quando se alterar a competência em razão da matéria ou da hierarquia,consoante previsão do artigo 87, parte final, do CPC”. “Outro exemplo seria a

intervenção da União no processo, fato este que desloca a competência para a

Justiça Federal, necessariamente, por imposição do art. 109, inciso I, da CRFB - 88”.“Luiz Rodrigues Wambier, ao tratar das causas modificativas da competência,

esclarece que a conexão e a continência tratam-se “de dois liames de afinidadeexistentes entre duas ou mais ações, que faz com que se justifique a reunião dosprocessos que estavam antes tramitando em juízos diversos, para que, reunidos,passem a tramitar em conjunto e sejam decididos concomitantemente”. E

complementa: “essa possibilidade significa exceção ao princípio da perpetuatio

jurisdictionis.” Esse princípio, bem como o da perpetuatio libeli e o da perpetuatio

legitimationis, foram adotados pelo nosso CPC e refletem nítida preocupação com aestabilidade do processo. Uma outra exceção é aquela prevista no artigo 7º, § 2º, da

lei de falências. (decreto-lei 7662/45), que institui a universalidade do juízo para ashipóteses de ocorrências falimentares. De acordo com este dispositivo, o juízouniversal (aquele onde foi decretada a falência da empresa), exerceria a visattractiva, modificando a competência originalmente determinada, atraindo para oseu âmbito todos os processos que fossem do interesse da massa falida. É, portanto,também uma das situações em que pode ocorrer a modificação legal dacompetência. Entretanto, deve ser ressalvado que para a doutrina empresarialmajoritária, o foro em que se processa a concordata não é obrigatório, para todas asações e não se reveste de indivisibilidade. Ao juízo da concordata, diferentementedo que ocorre na falência, são estranhas todas as matérias não referentes ao

patrimônio empresarial do devedor, sob regime da concordata”. CASO Nº. 03

Alexandre requereu perante o Juízo da 1ª Vara de Órfão e Sucessões, da Comarca daCapital do Estado do Rio de Janeiro, levantamento da interdição de seu filhoAnselmo, sujeito à curatela de sua mãe, Maria Isabel, e com ela residente nestacidade do Rio de Janeiro. O Ministério Público oficiou no sentido de que o forocompetente para conhecer do pedido seria o da Comarca de Macaé-RJ, onde ainterdição fora decretada.

INDAGA-SE:

A manifestação do órgão de atuação do Ministério Público está correta? Fundamentea resposta.

Pesquise na doutrina: 2 ) Athos Gusmão de Carneiro. Jurisdição e Competência. 14ªed. Ed. Saraiva, 2007. Página 137.Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO

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A jurisprudência está sedimentada em nosso Tribunal de Justiça, com a edição daProposição nº. 28, neste sentido: “Para efeito de distribuição não há vinculação entrea causa nova e a causa finda”. Não incide a regra do artigo 108 do CPC, o pedido de

levantamento da interdição não é um pleito acessório. Cabe ao interessado solicitar acarta de sentença e promover o levantamento da interdição no foro do novo

domicílio do interditado. Não tem aplicação, aqui, a regra da perpetuação dajurisdição, prevista no artigo 87 do CPC. Atende-se, assim, o princípio da facilitaçãodo acesso à justiça.A regra prevista no art. 1.186, § 1º do CPC pressupõe que o interditado continuadomiciliado na Comarca onde se deu a sua interdição, para fins de levantamentodesta. Havendo mudança de domicílio do interditado deve-se dar preferência, para opedido de levantamento da interdição, para o novo domicílio e residência dointerditado.

Questões objetivas

Questão nº. 01

Marque a opção correta:a) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bensmóveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu.

b) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bensimóveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu.

c) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bensmóveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do autor.

d) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bensimóveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do autor.

GABARITO: artigo 94, CPC.

A competência para conhecer das ações pessoais e as ações reais sobre bens móveis é

de foro, critério territorial, conforme art. 94 do CPC.

Questão nº. 02

Competência no processo civil.

I. A incompetência em razão da hierarquia não precisa ser argüida medianteexceção.II. A competência em razão do valor nunca pode ser derrogada pelas partes.III. A incompetência em razão do território deve ser argüida em preliminar da

contestação.IV. A ação que versar sobre imóvel situado no Brasil é de competência exclusiva da

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autoridade judiciária brasileira.V. A incompetência em razão da matéria é absoluta e deve ser declarada de ofíciopelo juiz.

a) I, II e III estão corretas.

b) I, II e IV estão corretas.c) I, IV e V estão corretas.d) II, III e V estão corretas.

GABARITO: Artigos 113,89 E 91 C/C 113

I) Segundo, Humberto Theodoro Júnior: ”em tal caso o juiz deve declarar-seincompetente ex officio. Se não o fizer, a parte pode alegar a incompetência emqualquer fase do processo, Artigo 113,CPC:

IV) Assim doutrina na obra abaixo citada: “A competência da autoridade brasileira éexclusiva, de acordo com o art. 89, do CPC, sendo inútil propor a demanda em outropaís que também se declare competente, porque não será admissível aqui a execuçãodo julgado” (Cintra, Grinover e Dinamarco, 1998:149). 

V) Segundo, Humberto Theodoro Júnior: ”em tal caso o juiz deve declarar-seincompetente ex officio. Se não o fizer, a parte pode alegar a incompetência emqualquer fase do processo, Artigo113,CPC:

Questão nº. 03

Assinale a alternativa correta:

a) Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta, sendoirrelevantes as alterações de competência em razão da matéria ou da hierarquia,diante do princípio do Juízo Natural.b) A ação intentada perante Tribunal estrangeiro induz litispendência, obstando aque autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe sãoconexas.

c) Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa e, como preliminar decontestação, a incompetência absoluta.d) São condições da ação a capacidade e legitimidade das partes, o interesse de agire a possibilidade jurídica do pedido.

GABARITO: Artigos 113 c/c 112, CPC

A incompetência do juízo de ser argüida por exceção, por petição, pelo réu,conforme art. 112 c.c art. 299, ambos do CPC. Trata-se de direito do réu em seomitir, prorrogando-se, nesse caso, a competência do juízo. Hoje, o juiz (parágrafo

único, do art. 112 do CPC) pode de ofício conhecer da incompetência, quando aquestão de direito material está envolta em contrato de adesão.

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 TEMA Nº. 12. (Continuação) Competência. Modificações da Competência. Prevenção.Conexão. Continência. Prorrogação e Perpetuação. Controle da Competência e seusInstrumentos: Controle de Ofício, Exceção de Incompetência e Conflito deCompetência.

CASO Nº. 01:

Flávio alegando inadimplemento contratual propõe demanda no Foro Central daComarca da Capital. Citados, Armando e Sérgio, no prazo da resposta oferecemexceção de incompetência decorrente de foro de eleição constante do contrato,como sendo a Vara Regional da Barra da Tijuca.O magistrado, ao receber a exceçãodetermina imediatamente a remessa dos autos para o juízo indicado pelos réus.

Indaga-se:

a) A eleição de foro contida no contrato alcança também o juízo, sendo entãocorreta a remessa ordenado pelo juiz? Justifique a resposta.

b) Na hipótese do juiz da Vara Regional da Barra da Tijuca, discordar da remessaordenada pelo outro juiz, deverá determinar alguma providência? Fundamente aresposta.

Pesquisa de Doutrina: Humberto Theodoro Júnior, obra citada, páginas: 217/218 e

222/3; 2) Alexandre de Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil,páginas115/116 , Vol. I, 14ª edição. Lumen Juris. Não deixe de examinar ajurisprudência sobre o tema.

GABARITO:

a) O foro de eleição contratual é relativo e derrogável por convenção das partes,desde que obedecendo às normas legais cabíveis. Deve a eleição de foro se limitar àcomarca, e não ao juízo, por não se poder confundir foro com juízo. Portantoincorreta a remessa ordenada pelo juiz.

b) Neste caso deverá o juiz suscitar o conflito de competência. Art. 115, CPC

2007.008.00503 - CONFLITO DE COMPETENCIAJDS. DES. PEDRO FREIRE RAGUENET - Julgamento: 24/09/2007 - DECIMA OITAVACAMARA CIVEL

Conflito negativo de competência. Inadimplemento contratual. Demanda judicialaforada no foro da Capital. Exceção de incompetência decorrente de foro de eleiçãoconstante do contrato, como sendo a Regional da Leopoldina. Conflito suscitado. O

foro de eleição contratual é relativo e derrogável por convenção das partes, desdeque obedecendo às normas legais cabíveis. Deve a eleição de foro se limitar à

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comarca, e não à regional, por não se poder confundir foro com juízo. Aquele dizrespeito à competência territorial, o último à competência funcional, que é absoluta.Inteligência dos arts. 576 e 111 do CPC. Se a sede da demandada, pelas normasinternas deste Tribunal, se situa em área de abrangência funcional do Foro Central,aqui se fixa a competência para conhecimento e processamento do feito.

Acolhimento do conflito suscitado e fixação da competência do juízo da 25ª VaraCível da Comarca da Capital para processamento do feito. Decisão nos termos do art.120, § único do CPC.

CASO Nº. 02:

Cássio propôs ação de cobrança, que tramita sob o rito ordinário em face deDemetrio, na cidade de São Paulo, perante Justiça Estadual de primeira instância.Dois dias após este propões em face de Cássio,na cidade de Araraquara,também na

Justiça Estadual de primeira instância,ação declaratória de inexistência de relaçãojurídica,na qual questiona a legalidade do crédito cobrado por Cássio em sua ação.Aação de Cássio foi despachada em 1º lugar,enquanto que a de Demetrio,apesar dedespachada ,posteriormente obteve a citação antes da ação ajuizada por Cássio.

Indaga-se:

a) Constata-se a existência de conexão entre as ações?De que espécie?Justifique aresposta.

b) Sendo possível a reunião das ações qual o critério a ser utilizado, para estabelecero juízo que conhecerá de ambas? Fundamente a resposta.

Pesquisa de Doutrina: Humberto Theodoro Júnior, obra citada, páginas; 2) Alexandrede Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil, páginas 108/9, Vol. I, 14ªedição. Lumen Juris. Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO:

Base Legal, CPC, arts. 103,106 e 219.

a) A resposta é afirmativa. A conexão se encontra na causa de pedir.“Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objetoou a causa de pedir.” 

b) Havendo conexão, será possível a reunião das mesmas. O critério a ser adotado é oestabelecimento do juízo prevento. No caso em tela, como se trata de Comarcasdiferentes aplica-se a regra do art. 219, CPC.Segundo Alexandre Freitas Câmara:”sendo conexas duas ou mais demandas,tendo

sido elas ajuizadas perante juízos diversos,poderão ser reunidas para julgamento

conjunto pelo juízo prevento(artigos 105/106).”...”Sendo porém,diferente acompetência territorial de um e outro juízos, prevento seria aquele onde se realizou

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a primeira citação válida (art.219,CPC)” 

CASO Nº. 03:

Antônio comprou o Sítio São José, na comarca de Petrópolis pelo preço de R$500.000,00, com área de 22.000 metros quadrados, para nele instalar uma empresa.Antônio fez constar da escritura de aquisição, com a concordância do vendedorBenedito, que essa área é a mínima necessária ao estabelecimento de referidaempresa. Realizada a compra e venda, com o registro do título no RegistroImobiliário, Antônio constatou, com perícia, ao cabo de seis meses após esseregistro, que a área adquirida só possuía 18.000 metros quadrados, o queinviabilizou, parcialmente, o empreendimento de Antônio, que pretende desfazer o

negócio. Distribuída a ação perante a 4ª vara cível d Friburgo domicilio do réu, o juizdeclina para a Comarca de Petrópolis sob o fundamento do art. 95 CPC.

Indaga-se:

a) Trata-se de ação real ou pessoal? Fundamente a resposta.

b) Trata-se de competência de foro ou de juízo? Por quê?Indique o dispositivo legal.

Pesquisa de Doutrina: Humberto Theodoro Júnior, obra citada, páginas 4; 2)

Alexandre de Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil, páginas , Vol. I, 14ªedição. Lumen Juris. Não deixe de examinar a jurisprudência sobre o tema.

GABARITO: Base legal: art. 94 CPC/ Art.500 CC/02.

a) A Ação é pessoal, o autor quer desfazer o negócio celebrado com Benedito, tendoem vista que o compra do imóvel foi celebrada de acordo com o disposto no art. 500CC/02. Segundo, Humberto Theodoro Júnior: “O código de Processo Civil (art.94

segs), regula a competência de foro, critério territorial.

b) De acordo com o art. 94, as ações pessoais serão ajuizadas no domicílio do réu. Acompetência é de foro utilizando o critério territorial, conforme art. 94 e seguintesdo CPC. Depois de definida a comarca, a competência passa a ser de juízo se nelahouver mais de um órgão investido de jurisdição para conhecer da matéria.

Questões Objetivas:

Questão nº. 01

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 Para uma ação de reintegração de posse de imóvel cuja área esteja situada em maisde uma comarca, determinar se a competência:

a) pela prevenção, podendo a ação ser ajuizada em qualquer delas e estendendo-se a

competência sobre a totalidade do imóvel.

b) pelo foro do domicílio do réu, mesmo que não se localize em uma das comarcasonde está situado o imóvel.

c) pelo foro do lugar em que estiver localizada a maior parte da área do imóvel.

d) pelo foro do lugar em que estiverem localizadas as principais benfeitorias.

GABARITO: art.107, CPC (Exceção ao princípio da aderência)

“Art. 107. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado ou comarca,

determinar-se-á o foro pela prevenção, estendendo-se a competência sobre atotalidade do imóvel.” 

Questão nº. 02

Assinale a opção correta:a) as competências territorial e funcional podem ser modificadas pela conexão e

continência;b) dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre quando há identidade departes e de objeto;c) a prevenção, entre juízos de comarcas distintas, dar-se-á em favor do juízo quedespachar primeiro a petição inicial;d) a conexão ocorrerá quando duas ou mais ações tiverem o mesmo objeto ou amesma causa de pedir;

GABARITO: art. 103, CPC.

“Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objetoou a causa de pedir.” 

Questão nº. 03

Correndo uma ação de consignação em pagamento pelo locatário e uma outra dedespejo, proposta pelo locador, na mesma comarca, em juízos diversos, é corretoafirmar:A) Prevento é o juízo da causa continente.B) Prevento é o juízo onde se deu em primeiro lugar a citação válida.

C) Prevento é aquele juízo onde se deu em primeiro lugar o despacho de “cite-se”. D) Não há prevenção, pois entre as ações inexiste conexão pela de pedir remota.

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E) Não há que se falar, neste caso, em prevenção de juízo, inexistindo conexão peloobjeto ou pela causa de pedir.

GABARITO: art. 219, CPC.

Segundo Alexandre Freitas Câmara: ”sendo conexas duas ou mais demandas, tendosido elas ajuizadas perante juízos diversos, poderão ser reunidas para julgamentoconjunto pelo juízo prevento (artigos 105/106).”. ”Sendo, porém, diferente a

competência territorial de um e outro juízos, prevento seria aquele onde se realizoua primeira citação válida (art.219,CPC)” 

TEMA Nº. 13: Partes. Sujeitos do Processo. Sujeitos da Lide (Distinção). Capacidade.Conceito. Capacidade de ser Parte e Capacidade de estar em Juízo. Conseqüênciasda Falta de Capacidade processual.

CASO Nº. 01

Dois fetos, em litisconsórcio ativo, representados por suas respectivas mães, aprimeira, Lucia Pereira e a segunda Helena Silva, grávidas, cumprindo pena naCarceragem Pública Feminina de São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo,propõem ação em face do Estado de São Paulo, através da Defensoria Pública, com oobjetivo de resguardar o direito de atendimento pré-natal. O Juízo da Vara daInfância e Juventude de São Bernardo não aceitou que a ação fosse proposta emnome do feto, determinando que a inicial fosse emendada em nome das mães.

Indaga-se:

a) Indique, no caso, os sujeitos do processo e da lide? Fundamente a resposta.

b) Está correta a decisão do Juízo da Vara da Infância e Juventude de São Bernardodo Campo? Justifique a resposta.

Pesquise na doutrina: Humberto Theodoro Junior. Curso de direito processual civil.47ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007, v. 1: Parte II – Sujeitos do Processo – partes e

procuradores. Página 86. Não deixe de examinar a jurisprudência relacionada aotema.

GABARITO

a) Os sujeitos da lide são os fetos e as respectivas mães, na medida em que sãotitulares do direito material de atendimento ao pré-natal adequado, garantindo avida e a saúde da mãe (art. 8º, da Lei 8.069/90) e também do feto. O sujeito da lideenvolve a capacidade de ser parte, isto é, de assumir direito e obrigações na ordemcivil. Falar-se em sujeito do processo, significa capacidade processual, de estar em

juízo defendendo direitos e obrigações. Em regra, essas duas “capacidade” estãojuntas (Luiz Rodrigues Wambier e outros, Curso Avançado de Processo Civil V. 1 – 

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Teoria Geral do Processo e Processo de Conhecimento, 8ª ed, RT, 2006, p.203). Noentanto, há situações em que a pessoa tem capacidade civil e, portanto, capaz dedireitos, podendo ser parte, mas não tem capacidade de estar em juízo porque nãoestá no exercício de seus direitos, dependendo da representação ou assistência – art.8º, do CPC. No caso, portanto, os sujeitos do processo são as respectivas mães dos

fetos, que os representa em juízo.b) A questão é discutível. No entanto, noticia-se que o TJ-SP, examinando o recursode agravo de instrumento interposto, pela Defensoria Pública, sustentando que ofeto, devidamente representado pelas mães, pode pleitear judicialmente seusdireitos, “reconheceu a possibilidade do nascituro vir a Juízo, sem examinar,contudo, no mérito, de sua legitimidade. No acórdão (segundo informações publicadaem “última instância” em 05.01.07– www.ultimainstancia.uol.com.br ) osmagistrados afirmam que, ainda que desprovido de personalidade jurídica, pode ofeto, desde que devidamente representado, figurar como autor da ação.CASO Nº. 02

Pedro Henrique, menor de treze anos, órfão de pai e mãe, move ação de indenizaçãoem face de José Antonio, objetivando a condenação deste em danos materiais emorais. Citado, o réu alega, preliminarmente, a incapacidade de Pedro para figurarno pólo ativo.Indaga-se:a) No caso, qual a providência que deve tomar o juiz, para o regular desenvolvimentodo processo? Fundamente a resposta.

b) Qual a conseqüência processual da incapacidade processual do autor para oprocesso? Fundamente a resposta.

Pesquise na doutrina: Humberto Theodoro Junior. Curso de direito processual civil.47ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007 v. 1: Parte II – Sujeitos do Processo – partes eprocuradores. Página 89.Não deixe de examinar a jurisprudência relacionada aotema.

GABARITO

a) Nomear ao autor um curador especial – art. 9º, I do CPC. Esse curador, tambémchamado, na doutrina, de curador à lide, não é o representante judicial do autor e,

sim o representante legal que visa suprir a incapacidade de estar em juízo.

b) A extinção do processo, sem resolução de mérito – art. 267, IV. Faltandocapacidade de estar em juízo, dá-se um vício processual sanável, cabendo ao juizmandar emendar a inicial ou regularizar a representação, a qualquer tempo, pois nãose dá o fenômeno da preclusão.CASO Nº. 03

Em ação de cobrança de cotas condominiais, ora em fase de execução, movida peloCondomínio Comary em face de Nelson de Souza, sustenta o executado que o

Condomínio teve cancelada sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicasda Receita Federal – CNPJ – e, portanto, a ausência de personalidade jurídica agrava-

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se ainda mais por esse fato o, que revela a perda da capacidade processual. Nessestermos, requer o executado a suspensão da execução até a regularização da inscriçãodo exeqüente no CNPJ, nos termos do art. 265, I e 791, II, ambos do CPC.

Indaga-se:

a) O condomínio tem capacidade de ser parte? Fundamente a resposta.

b) Está correta a tese do executado? Justifique a resposta.

Pesquise na doutrina: Marcus Vinicius Rios Gonçalves, Novo curso de direitoprocessual civil, 3ª ed, vol. 1., Saraiva, 2006, p. 116. Não deixe de examinar ajurisprudência sobre o tema.

GABARITO

a) Sim. O condomínio, ente despersonalizado, tem capacidade de ser parte. O motivoé a conveniência de que a lei lhes atribua a postulação ou a defesa de determinadosinteresses em juízo (Marcus Vinicius Rios Gonçalves, Novo curso de direito processualcivil, 3ª ed, vol. 1., Saraiva, 2006, p. 116). Em juízo, o condomínio será representadopelo administrador ou síndico – art. 22, § 1º, „a‟ da Lei 4.591/64 – art. 10, IX, do CPC.

b) Não. “A ciência processual, em face dos fenômenos contemporâneos que a

cercam, tem evoluído a fim de considerar como legitimados para estar em juízo,portanto, com capacidade de ser parte, entes sem personalidade jurídica, querdizer, possuidores, apenas, de personalidade judiciária” (STJ – 1ª Turma – RMS8967/SP – Rel. Min. Humberto Gomes de Barros – DJ 22/03/99, p. 54). No caso, “o

cancelamento da inscrição do autor no CNPJ não tem o condão de lhe retirar alegitimação processual ou mesmo o interesse em prosseguir na execução para orecebimento do seu redito já definido por coisa julgada” (TJRJ – 7ª CC – Agravo deInstrumento 2007.002.25472 – Rel. Des. Maria Henrique Lobo).

Questões Objetivas

Questão nº. 01

Sobre capacidade processual é falso afirmar que:

a) Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estarem juízo.b) Ao réu preso o juiz dará curador especial.c) O administrador representa apenas passivamente a massa falida.d) Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das

partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado odefeito.

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 GABARITO: Letra „c‟. Art. 12, III, CPC. 

Hoje, segundo art. 22, inciso III, alínea “n” da Lei 11.101/05, o administrar

representa a massa falida em juízo, ativa e passivamente.

Questão nº. 02

Serão representados em juízo:

a) A herança jacente por seu curador.b) O condomínio por síndico residente no prédio.c) O Município por um de seus Secretários.d) O Distrito Federal por seu governador.

GABARITO: Letra „a‟. Art. 12, IV, CPC. 

A representação é uma forma de suprir a incapacidade de estar em juízo. Na verdadea herança jacente é um ente desprovido de personalidade jurídica, mas que temcapacidade de ser parte, porém precisa da representação de seu curador.

TEMA Nº. 14 – Processo e Procedimento: Civil, Penal e do Trabalho. Espécies deprocesso. Espécies de procedimento. A informatização do processo judicial.

Princípios Gerais do Processo e do Procedimento. Garantias ConstitucionaisProcessuais. Atos Atentatórios ao Exercício da Jurisdição. Formação do processo.Sucessão e substituição processual. Tratamento especial ao idoso.

Caso Nº. 01

Karina Bastos propõe ação acidentaria em face do INSS, por acidente ocorridodurante atividade laborativa, objetivando a concessão de auxílio doença, benefícionegado pela Autarquia em processo administrativo. A ré, na defesa nega a existênciade nexo causal entre o acidente e a atividade profissional desenvolvida pela Autora

segurada e, ainda, de que a matéria foi apreciada definitivamente na esferaadministrativa. O Juízo, afinal, julga procedente o pedido, condenando a ré aobenefício pretendido, no valor de R$ 4.200,00(quatro mil e duzentos reais), desde acitação e, ainda, condena a ré, em indenização por danos morais, fixados em oitosalários mínimos, pelas conseqüências que o acidente resultou para a autora.

Indaga-se:

a) Após a decisão negativa na esfera administrativa, a autora pode submeter àmatéria ao Judiciário? Fundamente a resposta.

b) A decisão judicial, no caso, submete-se ao duplo grau de jurisdição obrigatório?

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Fundamente a resposta.

c) A decisão judicial está correta? Justifique a resposta.

Pesquisa na doutrina : 1 ) Humberto Theodoro Junior.Curso de direito processual

civil. 43ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007, v. 1: Parte I – Noções Fundamentais – princípios informativos do direito processual. Páginas 28 2) Luiz Rodrigues Wambier eOutros. Curso avançado de processo civil, vol. 1, teoria geral do processo e processode conhecimento, 8ª ed., São Paulo, RT, 2006: Cap. 3: Princípios processuais. Página66. Não deixe de examinar a jurisprudência relacionada ao tema.

GABARITO

a) Sim. A autora pode valer-se do direito de ação - direito público, subjetivo – e

provocar o exame da questão pelo Judiciário, consagrado no art. 5º, XXXV daConstituição Federal que, por igual, trata do princípio da inafastabilidade do PoderJudiciário, diante de uma ameaça ou lesão a um direito individual e coletivo.

b) O princípio do duplo grau de jurisdição(facultativo) não consta no art. 5º da CF e,por isso, a doutrina não o considera uma efetiva garantia individual. No entanto, nãose pode negar que este se encontra implícito na ordem constitucional quando essaprevê a competência dos tribunais para julgamento de recursos e, quando no incisoLV do art. 5º, ao tutelar nos processos judicial e administrativo, os princípios docontraditório e ampla defesa, afirma: “ ... com os meios e recursos inerentes”.

Contudo, O duplo grau de jurisdição obrigatório – art. 475, caput, I, II – não se aplicaquando a condenação à Fazenda Pública for de valor não excedente a 60 saláriosmínimos, nos termos do parágrafo 2º do art. 475, do CPC.

c) Em relação à condenação na indenização por danos morais, não está correta adecisão judicial, porque a autora não requereu, na sua pretensão inicial. Dessemodo, o juiz deveria limitar-se ao que foi provocado – princípio da demanda ou dainércia, nos termos do art. 2º, 128 e 460, do CPC, sob pena de negar o princípio dainafastabilidade do Judiciário – art. 5º, XXV, CRFB. No entanto, hoje, pode-se falarque o princípio da inércia acha-se, dependendo das circunstâncias, mitigado, na

medida em que se exige uma postura ativa dos órgãos do Judiciário.

CASO Nº. 02:

Espólios de Moacyr Colombo e Rosalina Martins Colombo, ambos representados porseu inventariante, inconformados com a decisão do Juiz que, em ação deconhecimento, sob o rito ordinário, cassou a gratuidade de justiça inicialmentedeferida aos autores, recorrem da decisão para o Tribunal, para reforma da decisão.

Indaga-se:

a) Admite-se a concessão do benefício da assistência judiciária a espólio, para

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assegurar o acesso ao Judiciário, previsto no art. 5º, LXXIV, da CRFB e na Lei nº.1060/50 – arts. 2º, 4º e § 1º? Fundamente a resposta.

b) Poderia, no caso, o juiz cassar o benefício à gratuidade, se antes foi concedido?Fundamente a resposta.

Pesquisa na doutrina: 1) Humberto Theodoro Junior. Curso de direito processual civil.43ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007, v. 1: Parte I – Noções Fundamentais – princípios informativos do direito processual. Páginas 27 – 36. 2) Luiz RodriguesWambier e Outros. Curso avançado de processo civil, vol. 1, teoria geral do processoe processo de conhecimento, 8ª ed., São Paulo, RT, 2006: Cap. 3: Princípiosprocessuais. Página 66. Não deixe de examinar a jurisprudência relacionada ao tema.

GABARITO:

a) Sim. É pacífico o entendimento no STJ e no TJRJ quanto à admissibilidade daconcessão do benefício da assistência judiciária às pessoas jurídicas, condomínios e,no caso, o espólio, a fim de assegurar o amplo acesso ao Judiciário, desde que sejacomprovada a impossibilidade financeira de se atender às despesas do processo, comos bens que compõem o monte inventariado (TJRJ – 6ª CC – Agravo de instrumentonº. 2007.002.08738, Rel. Des. Benedicto Abicair; STJ - AgRg no Ag 2005/007876-1,Min. Fernando Gonçalves, 4ª Turma, jul. 23.08.2005.680115/SP).b) Sim. A qualquer tempo poderá ser reapreciado o pedido de gratuidade diante daalteração das condições apresentadas.

CASO Nº. 03

O Estado do Rio de Janeiro ajuíza execução fiscal em face de Comesa – Comércio eImportação Ltda, fundada em título executivo extrajudicial, sendo determinada pelojuízo a penhora de 5% do faturamento da empresa. Ocorre que, não obstante a faltade garantia do juízo, a empresa oferece embargos à execução, requerendo aextinção da execução, sob o fundamento de nulidade da inscrição na Dívida Ativa daFazenda. O juízo, mais uma vez, determina sejam efetuados os depósitos referentesà penhora da renda deferida, nos autos do processo de execução, no prazo de 72

horas, sob pena de não recebimento dos embargos. Consta nos autos que a empresa,mesmo intimada pessoalmente, por seu representante legal, não cumpriu adeterminação judicial. O juízo, afinal, julga extinto o processo sem resolução demérito, nos termos do art. 267, IV do CPC, considerando os artigos 9º e 16, parágrafo1º, da Lei nº. 6.830/80, condenando, ainda, a empresa, ao pagamento das despesasprocessuais (TJRJ – 17ª CC. AC nº. 2007.001.29364. Rel. Dês. Camilo Ribeiro Ruliére).

Indaga-se:

a) A conduta processual da empresa pode ser considerada como “ato atentatório ao

exercício da jurisdição”? Fundamente. b) Está correta a decisão do juiz? Fundamente.

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 Pesquisa na doutrina: 1) Humberto Theodoro Junior.Curso de direito processual civil.43ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007, v. 1: página 96. Não deixe de examinar ajurisprudência relacionada ao tema.

GABARITO

a) Sim. A pretensão da empresa constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição,“porque se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosospara evitar a constrição de bens e a continuação dos atos de execução, resistindo àsordens judiciais e não garantindo o juízo, opondo embargos de devedorflagrantemente protelatórios e incabíveis, possibilitando a aplicação de multa de até20% sobre o débito total, com respaldo nos artigos 600, II, III e IV e 601 do CPC,aplicável por força da regra do art. 1º da Lei 6.830/80”. 

b) Não. Em realidade, deveria o juízo manifestar-se, expressamente, na sentença, àcondenação acerca da multa, fixada em 20%, respaldado nos dispositivos legaisreferidos e, ainda, no art. 14, parágrafo único do CPC, independente da partecontrária requerer, pois essa multa reverte-se para a Fazenda Pública. Trata-se desanção de índole processual aplicada a parte que descumpre, imotivadamente aordem jurisdicional.

Questões objetivas

Questão nº. 01

O princípio regulado pelo art. 132, do CPC, diz respeito ao princípio:

a) Da imediatidade, que vincula o juiz da audiência ao subseqüente julgamento dalide.b)Da concentração, face ao liame vinculatório estabelecido pelo próprio ato derealização da audiência.c) Da identidade física do juiz, vez que estará em melhores condições de proferir asentença aquele que tomou as provas.

d) Da oralidade, que consagra os debates orais em audiência culminando pelasentença, no final da audiência.

GABARITO: Letra „c‟. Esse princípio leva em conta o fato de que o juiz que presidiu a audiência e colheu asprovas é o que está em melhor condição de proferir a decisão. Trata-se de umaverdadeira garantia aos jurisdicionados (partes), além do que não se trata deprincípio absoluto, eis que a própria norma processual estabelece exceções. Asentença proferida por juiz removido, mesmo que tenha concluído a audiência deinstrução e julgamento é nula (RE 95889-4-PR, rel. Min. Djaci Alves Falcão).

Questão nº. 02

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 Assinale a alternativa que traduz, na esfera da ordem constitucional, a celeridadeprocessual ou da prestação jurisdicional:

a) O princípio da motivação das decisões judiciais.

b) O princípio da recorribilidade.c) O princípio do devido processo legal.d) O princípio da razoável duração do processo.

GABARITO: Letra „d‟. Art. 5º, LXXVIII, da CRFB, inserido pela EC nº. 45/2004. 

Esse princípio trata da duração razoável (tempestividade) e da celeridade processual,a ser adotado nos processos administrativos e judiciais. O tempo é o maior entrave àprestação jurisdicional, daí a implantação desse princípio na ordem constitucional denosso país (E.C. nº. 45/2004).

TEMA Nº. 15: Procedimentos e suas Estruturas. Procedimento Ordinário, Sumário e osEspeciais. A Conversão dos Procedimentos Especiais para o Ordinário.

CASO Nº. 01

Sandra propõe ação de adjudicação compulsória, pelo rito sumário, dando à causavalor de R$ 4.500,00(quatro mil e quinhentos reais) em face de Márcia, objetivando aregularização da cadeia sucessória dos atos notariais relativo ao seu direito ao

domínio do bem recebido em doação de Clementina dentre os quais se encontra apromessa de cessão, com quitação de preço, feita pela ré à referida doadora. Márcia,inconformada, com a decisão, proferida em audiência, que indeferiu a conversão dorito em ordinário e a realização de provas pericial e testemunhal, por ela requeridos,em sua defesa, recorre da decisão para que o tribunal examine a questão.

Indaga-se:

a) Está correta a decisão do juiz? Fundamente.

b) No caso, em que momento deve a ré ter apresentado sua contestação?Fundamente.

Pesquisa na doutrina: 1 ) Humberto Theodoro Junior.Curso de direito processual civil.43ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007, v. 1. página 375. Não deixe de examinar ajurisprudência relacionada ao tema.

GABARITO

a) Sim. Não se há de falar em conversão do rito de sumário para ordinário, visto que

o procedimento sumário é o adequado para ação em tela, não só por força do valordado à causa (art. 275, I, do CPC), mas também porque é o previsto, expressamente,

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para a ação de adjudicação compulsória (art. 69, da Lei 4.380/64 e art. 22, do Dec.Lei 58/37). No tocante às provas, incabíveis por que a ré cedeu os seus direitos comquitação de preço e em caráter irrevogável e irretratável.

b) Na audiência designada, nos termos do art. 278, do CPC. No rito sumário vigora o

princípio da oralidade em sua maior amplitude, do que resulta na adoção de outroprincípio, que é o da concentração dos atos na audiência.

CASO Nº. 02

Helena promoveu ação de reintegração de posse em face de Marcelo. O juizdeterminou a audiência de justificação prévia da posse. Segue-se que na audiência,após ouvir as testemunhas arroladas pela autora, o juiz deferiu o mandado dereintegração, correndo o prazo para oferecer contestação, previsto no art. 928 doCPC.

Indaga-se:

a) No caso, qual o procedimento adotado por Helena? Justifique a resposta.

b) Caso o réu apresente contestação, há mudança no rito? Justifique a resposta.

Pesquisa na doutrina: 1) Humberto Theodoro Junior. Curso de direito processual civil.43ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007, v. 1: página 375. Não deixe de examinar ajurisprudência relacionada ao tema.

GABARITO

a) Procedimento especial de jurisdição contenciosa – art. 926 e seguintes do CPC.Esse é o rito a ser adotado nas ações possessórias de força nova, menos de ano e dia,que admite a concessão de liminar, que é verdadeira tutela antecipada, porque denatureza satisfativa.

b) Sim. No art. 931 do CPC há previsão, depois de encerrada a fase postulatória, daaplicação do rito ordinário. A partir da fase postulatória não há previsão de

procedimento especial específico para o caso.

CASO Nº. 03

Pedro está em vias de propor ação objetivando a condenação de Carlos a lhe pagar aimportância de R$ 7.200,00(sete mil e duzentos reais), em razão de reforma dotelhado da casa de praia de Carlos, que, na época, da entrega dos serviços, ficousatisfeito, no entanto, não cumpriu com a obrigação de pagamento.

Indaga-se:

a) Pedro para propor a pretendida ação deverá valer-se do procedimento sumário ou

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sumaríssimo de que trata a Lei 9.099/95? Justifique a resposta.

b) Aponte as características do procedimento sumaríssimo? Fundamentando aresposta.

Pesquisa na doutrina: 1) Humberto Theodoro Junior. Curso de direito processual civil.43ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2007, v. 1: Página 382. Não deixe de examinar ajurisprudência relacionada ao tema.

GABARITO:

a) Poderá, no caso, escolher o procedimento sumaríssimo, em razão de maiorceleridade. Contudo, não se afasta o procedimento sumário – art. 275, I, do CPC.

b) Oralidade, simplicidade, informalidade, celeridade e a economia processual,

características previstas no art. 2º, da lei referida, proporcionando à efetividade daprestação jurisdicional e restaurando o papel da justiça.

Questões objetivas

Questão nº. 01

Assinale a alternativa correta:

a) Admite-se no procedimento sumário a reconvenção.b) Admite-se no procedimento sumário a ação declaratória incidental.c) Admite-se no procedimento sumário pedido em favor do réu.d) No procedimento sumário, permite-se que as testemunhas sejam arroladas, emmomento posterior à propositura da ação.

Gabarito: Letra „c‟. Art. 278, § 1º, do CPC. 

No procedimento sumário não cabe reconvenção, em contrapartida a lei admite opedido contraposto, que é feito na própria contestação do réu (art. 278, § 1º do

CPC). O pedido contraposto deverá abranger os mesmos fatos referidos na inicial, ouseja, a mesma causa de pedir do autor.

Questão nº. 02

Assinale a alternativa correta:

a) O autor não pode livremente optar por um determinado rito.b) O autor pode livremente adotar o rito que desejar imprimir à ação proposta.c) O rito sumário não é obrigatório.

d) O rito ordinário é adotado nas ações até o valor de 45 salários mínimos.

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Gabarito: Letra „a‟. 

O rito é de ordem pública e estabelecido para atender interesse públicopreponderante. Suas normas são cogentes. Admite a lei excepcionalmente que oautor possa optar entre o rito sumário do CPC e o sumaríssimo da Lei 9099/95, em

atenção à facilitação ao acesso à justiça das pessoas integrantes da camada socialmais desprotegida da nossa população, e à efetividade da prestação jurisdicional,

FIM