colÉgio estadual bento munhoz da rocha netto ensino ... · 14 ensino religioso ... agora com um...
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
COLOMBO
2010
COLÉGIO ESTADUAL BENTO MUNHOZ DA ROCHA NETTO ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E EJA
RUA RIO ARAGUAIA, 306 – JARDIM MOINHO VELHO COLOMBO – PR FONE: 3666-3676
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 8
2 MARCO SITUACIONAL ...................................................................................................................... 10
2.1 Identificação ........................................................................................................................... 10
2.2 Histórico................................................................................................................................. 10
2.3 Espaço Físico Escolar ............................................................................................................. 13
2.4 Caracterização da Comunidade .............................................................................................. 18
3 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR ............................................................................................... 23
3.1 Modalidades de Ensino .......................................................................................................... 23
3.2 Tempo Escolar ........................................................................................................................ 23
3.3 Organização Turmas/séries - 2010 ......................................................................................... 24
3.4. Organização Funcional ........................................................................................................... 26
3.5. Formação Continuada ............................................................................................................ 28
3.6. Atendimento escolar .............................................................................................................. 29
3.7. Ambientes Pedagógicos ......................................................................................................... 32
3.8. Recursos pedagógicos ............................................................................................................ 34
4 MARCO CONCEITUAL........................................................................................................................ 39
5 EDUCAÇÃO INCLUSIVA ..................................................................................................................... 44
6 METODOLOGIA .................................................................................................................................. 45
7 MARCO OPERACIONAL ..................................................................................................................... 46
7.1 Avaliação ................................................................................................................................ 50
7.2 Conselho de Classe ................................................................................................................. 53
7.3 Programas e Projetos ............................................................................................................. 53
8 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO ........................................................................................................... 56
9 PROPOSTA CURRICULAR ................................................................................................................... 60
10 BIBLIOGRAFIA: ................................................................................................................................. 62
3
11 ARTE ................................................................................................................................................ 63
11.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................................................... 63
11.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS .................................................................... 64
11. 3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ............................................................................................ 67
11.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................ 68
11.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO........................................................................... 69
11. 6 AVALIAÇÃO .......................................................................................................................... 70
11.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................... 71
11.8 BIBLIOGRAFIA: ...................................................................................................................... 71
12 CIÊNCIAS .......................................................................................................................................... 72
12.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ............................................................................................ 72
12.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS .................................................................... 73
12.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ............................................................................................. 74
12.5 CONTÉUDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................. 74
12.6 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................... 76
12.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ..................................................................................................... 76
12.8 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 77
13 EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................................................................................................... 78
13.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................................................... 78
13.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS .................................................................... 80
13.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS ........................................................................... 81
13.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................. 81
13.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................ 81
13.6 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................... 82
13.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................... 83
13.8 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 83
4
14 ENSINO RELIGIOSO ......................................................................................................................... 84
14.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ............................................................................................ 84
14.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS .................................................................... 87
14.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ............................................................................................. 88
14. 4 CONTEÚDOS BÁSICOS ensino fundamental ........................................................................ 88
14.5 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................... 89
14.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................... 89
14.7 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 90
15 GEOGRAFIA ...................................................................................................................................... 92
15.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................................................... 92
15.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS .................................................................... 93
15. 3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ............................................................................................ 94
15.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................ 94
15.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO........................................................................... 96
15.6 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................... 96
15.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................... 96
15.8 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 97
16 HISTÓRIA ......................................................................................................................................... 98
16.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................................................... 98
16.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS .................................................................... 98
16.4 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................... 99
16.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................ 99
16.5 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO MÉDIO ........................................................... 100
16.6 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO......................................................................... 100
16.6 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 101
16.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................. 102
5
16.8 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 103
17 LÍNGUA PORTUGUESA ................................................................................................................... 104
17.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ......................................................................................... 104
17.2 FUNDAMENTOS TÉÓRICOS METODOLÓGICOS .................................................................. 105
17.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ........................................................................................... 107
17.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................... 107
17.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO ........................................................................ 109
17.6 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 111
17.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................. 112
17.8 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 114
18 MATEMÁTICA ................................................................................................................................ 115
18.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ......................................................................................... 115
18.2 FUNDAMENTOS TEORICOS METODOLÓGICOS .................................................................. 117
18.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ........................................................................................... 118
18.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................... 118
18.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO......................................................................... 120
18.6 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 121
18.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................. 121
18.8 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 122
19 LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS .................................................................................. 123
19.1 APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA ......................................................................................... 123
19.2 FUNDAMENTOS TEORICOS METODOLOGICOS .................................................................. 125
19.3 CONTEÚDO ESTRUTURANTE .............................................................................................. 126
19.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................... 127
19.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO......................................................................... 128
19.6 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 128
6
19.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÕES ................................................................................................ 130
19.8 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 130
20 BIOLOGIA ....................................................................................................................................... 131
20.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ......................................................................................... 131
20.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS .................................................................. 131
20.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ........................................................................................... 131
20.4 CONTEÚDOS BÁSICOS ........................................................................................................ 132
20.5 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 132
20.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................. 133
20.7 BIBLIOGRAFIA: .................................................................................................................... 134
21 FILOSOFIA ..................................................................................................................................... 135
21.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ......................................................................................... 135
21.2 FUNDAMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS .................................................................... 135
21.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ........................................................................................... 136
21.4 CONTEÚDOS BÁSICOS ........................................................................................................ 136
21.5 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 138
21.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................. 139
21.7 BIBLIOGRAFIA: .................................................................................................................... 139
22 FÍSICA ............................................................................................................................................. 141
22.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ......................................................................................... 141
22.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS .................................................................. 142
22.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ........................................................................................... 143
22.4 CONTEÚDOS BÁSICOS ........................................................................................................ 144
22.5 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 145
22.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................. 145
22.7 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 146
7
23 QUÍMICA ........................................................................................................................................ 147
23.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA. ........................................................................................ 147
23.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS ................................................................... 154
23. 3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES .......................................................................................... 162
23.4 CONTEÚDOS BASICOS ........................................................................................................ 162
23.5 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 163
23.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................. 163
23.7 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 164
24 SOCIOLOGIA .................................................................................................................................. 166
24.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ......................................................................................... 166
24.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS .................................................................. 167
24.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ........................................................................................... 168
24.4 CONTEÚDOS BÁSICOS ........................................................................................................ 168
24.5 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 170
24.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................. 170
24.7 BIBLIOGRAFIA: ................................................................................................................... 171
ANEXOS ............................................................................................................................................... 172
8
1 INTRODUÇÃO
“É na escola que estão os problemas
e é na escola que está a solução”
(BRASIL, 1998).
Esse Projeto Político Pedagógico é o resultado de um trabalho coletivo de
estudos, discussões e reflexões, de todos os envolvidos e comprometidos na
produção e efetivação dos pressupostos e metas aqui descritos. O registro de todo
um trabalho já realizado e a proposta de avanços, mesmo que com rupturas do
estabelecido, de promessas de um estado melhor, de reformulação das estruturas,
explicitando a identidade da escola, as concepções de sociedade e de sujeito que se
quer alcançar.
Salienta-se que é um processo, que se constrói e se orienta de acordo com
as necessidades dos sujeitos envolvidos e das orientações contidas na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996, em seus artigos 12, 13 e 14, que institui o Projeto Político Pedagógico como
um instrumento capaz de dar à escola pública meios de promover uma gestão
democrática e participativa. A importância da construção desse documento, também,
está na conquista da autonomia, que deve permear todo o trabalho do cotidiano
escolar.
O projeto, também, consubstancia-se nas Diretrizes Curriculares Estaduais,
documento norteador do trabalho docente, garantindo a apropriação do
conhecimento pelos estudantes da rede pública estadual, dando enfoque à
retomada do papel social da escola, que é de oportunizar o acesso ao conhecimento
socializado e sistematizado, principalmente, aos alunos das classes marginalizadas
menos favorecidas, contribuindo para a formação de indivíduos independentes e
críticos.
Confirmando, cita-se Saviani:
“... o fundamental hoje no Brasil é garantir uma escola elementar que
possibilite o acesso à cultura letrada para o conjunto da população. Logo, é
importante envidar todos os esforços para a alfabetização, o domínio da
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língua vernácula, o mundo dos cálculos, os instrumentos de explicação
científica estejam disponíveis para todos indistintamente. Portanto, aquele
currículo básico da escola elementar (Português, Aritmética, História,
Geografia e Ciências) é uma coisa que temos que recuperar e colocar como
centro das nossas escolas, de modo a garantir, que todas as crianças,
assimilem esses elementos, pois sem isso elas não se converterão em
cidadãos com a possibilidade de participar dos destinos do país e interferir
nas decisões e expressar seus interesses, seus pontos de vista.” (SAVIANI,
1986:82)
10
2 MARCO SITUACIONAL
2.1 IDENTIFICAÇÃO
Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Netto – Ensino Fundamental,
Médio e Eja, código municipio 0580 e do estabelecimento 0280 ,codigo do INEP nº
41125819, sito à rua Rio Araguaia, nº 306, município de Colombo, Região
Metropolitana da cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inaugurado em 19 de
dezembro de 1980, sob autorização, em ofício nº 1320/81, e Resolução nº 71/81, de
30/12/1981, com Reconhecimento do Ensino Fundamental através da Resolução nº
6.465/84, do Ensino Médio através da Resolução nº 4357/98 e Educação de Jovens
e Adultos – Eja Fase II, com a Resolução nº 1484/00. Vinculado ao Núcleo Regional
de Educação – NRE Norte, que emitiu Parecer de Aprovação do Regimento Escolar,
nº 113/09 de 12 de maio de 2009, tendo como Entidade Mantenedora a Secretaria
de Estado da Educação do Paraná – SEED.
2.2 HISTÓRICO
A construção de uma escola deve-se à necessidade em atender o
crescimento populacional de uma determinada região. Com o Colégio Bento Munhoz
da Rocha Netto, não foi diferente, na fundação 1980 e início das atividades em
1981, contava com oito turmas, nos períodos de manhã e tarde, ofertando o Ensino
Fundamental de 5º a 8º série. Em 1988 foi implantada, também, a Educação
Fundamental de 1ª a 4ª série, modalidade atendida por uma equipe específica que
ocupou o mesmo espaço físico da escola, na chamada dualidade administrativa, em
1991, essa estrutura passou pelo processo de municipalização, passando a ser
denominada Escola Municipal João Batista Stocco, compartilhando todas as
dependências da escola até 2003, quando percebeu-se a impossibilidade em se
continuar com tal arranjo e a escola municipal ganhou novas instalações, um projeto
moderno e arrojado, em uma extensa área nas proximidades, onde pode continuar
atendendo a comunidade numa unidade própria, um contingente maior de alunos, de
forma mais substancial e com mais qualidade. Diante disso o colégio, agora
11
ocupando toda a área, passou por uma reformulação, ampliando todos os setores,
agora com um total de doze salas de aula, implantando o Ensino Médio e logo
depois a Educação de Jovens e Adultos.
O contexto histórico nacional da época era, também, de profundas mudanças
com o processo de democratização do país: Diretas, constituinte, movimentos
sociais populares buscando a ampliação dos direito do cidadão, as mobilizações
internacionais – coordenadas pela ONU, 1990 Ano Internacional da Alfabetização, a
criação do FUNDEF, a LDB, enfim processos que repercutiram em todos os setores
da sociedade. A instituição escola fica em evidência, a educação passou a ser
valorizada como um portal para a solução de todas as injustiças sociais, políticas
públicas foram criadas para democratizar o acesso, a demanda cresceu, milhares de
vagas foram oferecidas, as salas ficaram abarrotadas, mas em contrapartida não
houve investimentos que garantissem a permanência e a qualidade dos que
chegaram até os bancos escolares.
Desde a fundação o cenário e os atores foram mudando,tendo inicialmente
como Diretor o Senhor Nivaldo Bruno Arcie, passando por vários outros diretores,
até a data de 1990 onde de um processo eleitoral assumiu como diretor o
professor Mauro Cezar Zech, tendo como auxiliares nos dias de hoje a professora
Iara Jane Nunes das Neves e o professor Zair Candido de Oliveira Neto. , A certeza
é de que todos contribuíram para que o Colégio Bento Munhoz da Rocha Netto
fosse construindo uma identidade forte, hoje, com quinze salas de aula, e uma infra-
estrutura condizente com o porte, é um ícone na comunidade, um ponto de
referência no sistema de ensino local, pois prima por uma gestão democrática
participativa, tendo como objetivo a construção de uma sociedade mais humana,
onde todos tenham assegurado o pleno exercício da cidadania. Contribuindo para a
formação de cidadãos íntegros, conscientes, comprometidos com o desenvolvimento
da ciência e da cultura e a serviço dos valores indispensáveis à vida. Levando-os a
encontrar e/ou reencontrar os verdadeiros princípios, resgatando a crença numa
ação não alienante, dinâmica, aberta ao diálogo e atenta aos apelos da humanidade.
O Colégio Bento Munhoz da Rocha Netto se propõe, ainda, em desempenhar
a função de socializar os saberes, as experiências, os modos de vida, respeitando a
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todos os envolvidos no ambiente escolar, tendo como características permanentes a
participação e a cooperação tirando-a do lugar de invisibilidade.
A construção de uma escola deve-se à necessidade em atender o
crescimento populacional de uma determinada região. Com o Colégio Bento Munhoz
da Rocha Netto, não foi diferente, na fundação 1980 e início das atividades em
1981, contava com oito turmas, nos períodos de manhã e tarde, ofertando o Ensino
Fundamental de 5º a 8º série. Em 1988 foi implantada, também, a Educação
Fundamental de 1ª a 4ª série, modalidade atendida por uma equipe específica que
ocupou o mesmo espaço físico da escola, na chamada dualidade administrativa, em
1991, essa estrutura passou pelo processo de municipalização, passando a ser
denominada Escola Municipal João Batista Stocco, compartilhando todas as
dependências da escola até 2003, constatada a impossibilidade em se continuar
com tal arranjo e a escola municipal ganhou novas instalações, um projeto moderno
e arrojado, em uma extensa área nas proximidades, onde pode continuar atendendo
a comunidade numa unidade própria, um contingente maior de alunos, de forma
mais substancial e com mais qualidade. Diante disso o colégio, agora ocupando toda
a área, passou por uma reformulação, ampliando todos os setores, agora com um
total de doze salas de aula, implantando o Ensino Médio e logo depois a Educação
de Jovens e Adultos.
O contexto histórico nacional da época era, também, de profundas mudanças
com o processo de democratização do país: Diretas, constituinte, movimentos
sociais populares buscando a ampliação dos direito do cidadão, as mobilizações
internacionais – coordenadas pela ONU, 1990 Ano Internacional da Alfabetização, a
criação do FUNDEF, a LDB, enfim processos que repercutiram em todos os setores
da sociedade. A instituição escola fica em evidência, a educação passou a ser
valorizada como um portal para a solução de todas as injustiças sociais, políticas
públicas foram criadas para democratizar o acesso, a demanda cresceu, milhares de
vagas foram oferecidas, as salas ficaram abarrotadas, mas em contrapartida não
houve investimentos que garantissem a permanência e a qualidade dos que
chegaram até os bancos escolares.
O nome da escola foi adotado em homenagem a Bento Munhoz da Rocha
Neto, personalidade ligada à vida política, social e cultural, estadual e nacional,
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nasceu na cidade de Paranaguá, em 17 de dezembro de 1905, engenheiro,
professor, escritor e político atuando nos anos de 1946 a 1962, primeiro como
Deputado Federal, depois, como Governador do Estado do Paraná e Ministro da
Agricultura, no Governo Café Filho, pasta que ocupou após sua candidatura a vice-
presidência do Brasil não lograr êxito. Em sua gestão como governante, entre muitas
obras, nasceu o Teatro Guaíra, a Biblioteca Pública do Paraná e o Palácio Iguaçu,
assim como foi o responsável pela edificação de centenas de grupos escolares,
ainda teve projeção, nacional e internacional, como escritor ensaísta e sociólogo,
com uma produção literária de 14 obras publicadas. Esclarecemos que no nome da
escola o sobrenome Neto, é grafado com dois tês, Netto, sem uma explicação oficial
para o fato, ainda que, as duas formas são utilizadas na identificação de outras
instituições públicas que fizeram a mesma homenagem.
2.3 ESPAÇO FÍSICO ESCOLAR
Localizada em região urbana, em uma área de 10.234,14m2, com
1.778,60m2 de área construída, distribuída em 4 blocos distintos: o primeiro bloco,
assim designado pela proximidade com a entrada principal da escola, abriga o corpo
administrativo, com uma sala para o corpo diretivo, ocupada pelo Diretor e dois
Diretores Auxiliares, conjugada à outras duas que comportam a equipe de quatro
pedagogas, que dividem-se nos três turnos de funcionamento escolar, fazendo o
trabalho de orientação e organização pedagógica, a secretaria com uma área de
atendimento ao público e outra mais reservada para o acondicionamento de toda a
documentação concernente ao funcionamento da instituição e materiais de uso
geral, mas que necessitam de controle de uso, por seu valor erário e, ou pelas
especificidades, como materiais esportivos, escolares e os uniformes para serem
comercializados, nesse espaço 04 funcionárias desempenham suas funções,
revezando-se em turnos, atendendo a toda comunidade escolar. O referido bloco,
ainda, atende aos professores com ampla sala, situada em local estratégico, dando
às atividades dos docentes a privacidade necessária, assim como o conforto de um
ambiente arejado e iluminado naturalmente, com o mobiliário necessário às
exigências da rotina escolar, a sala de informática, com vinte computadores, de uso
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exclusivo dos docentes, que oportunizam a inserção no mundo digital e o manuseio
de mais uma ferramenta para incrementar a prática pedagógica, uma sala para os
armários individuais e outra, menor, para armários dos professores das disciplinas
de Educação Física e Arte, pelo volume de material didático que precisa ser
guardado, finalmente, dois sanitários, um feminino e outro masculino, que atendem a
todos que ocupam o bloco.
Localizado, logo em seguida, e interligado por uma passagem coberta, o
segundo bloco, composto de um pátio coberto, usado como refeitório, contendo
mesas e bancos, área também utilizada por professores e turmas em atividades
pedagógicas e, ou por grupos de alunos em momentos de estudos e na confecção
de trabalhos. Continuando, à direita de quem o adentra uma parede lateral com uma
porta, centralizada, de ferro e vidro, com duas folhas de abrir, para acesso às oitos
salas de aulas, a primeira do lado direito está reservada, e sem uso, para a
instalação do Laboratório de informática, sem previsão de ser efetivado. As outras
sete salas, neste ano, pela manhã, comportam seis turmas de 7ª série e uma de 8ª
série, com média de 38 alunos por sala, no período da tarde, sete turmas de 5ª
série, com média de 28 alunos por turma.
De novo no pátio e na mesma parede, mais duas portas de madeira para
acessos aos sanitários, o feminino, com cinco vasos sanitários, separados por
divisórias de concreto, o masculino, com três vasos sanitários e um mictório, ambos
tem pias coletivas externas, com cubas servidas de cinco torneiras, cada, e um
bebedouro de aço inox com torneira a jato, servindo água natural e gelada, fixado à
parede.
Na parede oposta, a entrada para a sala do Apoio Pedagógico, ocupada por
duas funcionárias, verdadeiras guardiãs no cumprimento das normas internas de
funcionamento da escola, que fazem o trabalho de atendimento inicial aos discentes
e docentes egressos dos blocos onde se concentram as atividades da rotina escolar,
monitoram as entradas e saídas dos alunos inspecionando o uso correto do
uniforme e da agenda escolar, a circulação de todos em todas as dependências,
organizam as filas, dão suporte aos professores na movimentação das turmas,
entrega de bilhetes e informativos, e em conjunto com uma equipe voluntária de
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aproximadamente cinco funcionárias, agente educacional II, permanecem durante o
recreio, nos pátios, à disposição dos alunos para eventuais atendimentos.
Compondo a área, dois sanitários e a sala da Mecanografia, guarnecida por
duas funcionárias que, produzem todo o material impresso para as avaliações
oficiais e extra-oficiais, digitando, imprimido, organizando material via internet, pen-
drive, apresentações de slides, fazem o controle dos materiais de apoio áudio
visuais, controles e chaves das TVs laranja e todos os materiais escolares para
empréstimos a professores e alunos.
Completando esse lado do pátio coberto temos a cantina, composta pela
cozinha, dois depósitos para armazenamento de alimentos e utensílios diversos,
uma área de serviço, uma sala para armários individuais para cada uma das
funcionárias. Três funcionárias que preparam os alimentos consumidos nos recreios,
no almoço e lanches intermediários para os participantes dos projetos Mais
educação e Segundo Tempo. Fazendo fundos com a sala da mecanografia e lateral
com a cantina tem-se uma sala, com a mesma função da sala dos professores, onde
todos tem privacidade e comodidade, com uma porta que a liga á parte externa do
primeiro bloco, onde, também, é feita a distribuição do leite.
Saindo do pátio coberto, acima descrito, em direção à ala interna da escola,
sob uma passarela coberta, que começa no final desse pátio, passando pelo terceiro
bloco, construído em formato e área semelhante à do segundo bloco, com uma
entrada central para oito salas, todas ocupadas por alunos, pela manhã com três
turmas de 8ª série, três turmas de 1º ano, duas de 2º ano e uma de 3º ano, do
ensino médio regular, com uma média de 35 alunos, por turma. No lado externo, nos
dois lados da porta de entrada e em toda e extensão da parede do bloco, há bancos
de concreto, revestidos com cerâmica, para acomodar os alunos nas mais variadas
atividades ao longo do dia na escola. À frente um pátio descoberto, onde são
organizadas as filas, para a entrada dos alunos às salas de aula, área usada
também para educação física, pois contém duas mesas de concreto armado para
tênis, cantar Hinos e festividades.
Terminando, o quarto e último bloco, parte do projeto de expansão da área
construída, executado em 2002, para atender a demanda de matrículas, e todos os
fatores que advém do aumento do porte da escola, o mesmo é constituído por
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quatro salões, todos com portas de entrada de frente para o pátio descoberto,
devido à fragilidade das mesmas e pela posição que as deixa muito expostas, foram
guarnecidas com grades externas providas de ferros perpendiculares e correntes,
que atravessam a parede e são fechadas internamente, dificultando a invasão de
ladrões e depredadores do patrimônio público, dos quais fomos vítimas várias vezes,
antes dessa medida.
No primeiro salão o Laboratório de ciências, com bancadas, materiais
específicos, vidrarias, lâminas preparadas para observação no microscópio, que
também faz parte do acervo adquirido pela escola, e todos os reagentes necessários
para o desenvolvimento de experiências científicas e, ou para a comprovação dos
conteúdos teóricos desenvolvidos em sala de aula. Enfrentamos dificuldades no uso
efetivo do laboratório, pela falta de funcionários capacitados para organizar os
trabalhos a serem desenvolvidos e dar suporte aos professores, que são unânimes
em afirmar que não basta todo o aporte físico, sem um projeto consistente de
utilização de todos os materiais, coordenado por um especialista Laboratorista, com
carga horária integral na escola. No lado externo, nos dois lados da porta de entrada
e em toda e extensão da parede do laboratório, os mesmos bancos de concreto,
descritos no terceiro bloco.
Ainda, completando o primeiro salão, dois sanitários, que em conjunto com os
outros dois do pátio coberto, atendem todos os alunos, esses fazem frente para um
amplo corredor que dá acesso á Quadra Poliesportiva Coberta, esta circundada por
divisórias de telas, com mais de três metros de altura, demarcando os limites da
área de uso exclusivo da escola, da cancha de futebol de areia, aberta à
comunidade nos finais de semana e feriados, que faz limite também com as
dependências utilizadas pelo funcionário/caseiro.
O bloco, composto por mais três salões, o próximo, depois da área de acesso
á Quadra Poliesportiva Coberta, o segundo salão, comporta, pela manhã, uma turma
de 2º ano do Ensino Médio Regular e à tarde uma turma de 6ª série. O terceiro
salão, abriga a biblioteca, a alma da escola, organizada e mantida por duas
funcionárias, que atendem os três turnos da escola, orientando os trabalhos de
pesquisa, garantindo todos os conteúdos estejam à disposição dos alunos, evitando
que eles tenham que ir a outras fontes, pois sabem da carência das mesmas na
17
região em que a escola está situada, leituras, com empréstimos registrados na
própria agenda do aluno, atendendo nos horários dos recreios, dando ao aluno a
oportunidade de entregar, trocar livros, e, ou fazer leituras rápidas de revistas e
gibis.
A biblioteca é uma célula dinâmica, onde todos devem sentir-se à vontade e
queridos, o que é uma preocupação constante de todos os responsáveis pelo setor,
é nela que se concentra material de acesso exclusivo do corpo docente, em várias
disciplinas: mapas, globos terrestres, sistema solar móvel, folders, um arquivo de
material didático de língua inglesa, com livros didáticos adquiridos pela escola, num
sistema de uso comunitário, para todas as turmas do Ensino Fundamental, Médio e
EJA II, dando aos professores dessa disciplina a possibilidade de enriquecer o
trabalho pedagógico, podendo contar com filmes e livros de literatura específicos da
língua, livros para a formação de professores, também, de todas as áreas.
O quarto salão é de multiuso, todas as manhãs é ocupado pela Sala de Apoio
à Aprendizagem de Matemática e Língua Portuguesa, com alunos das 5ª séries,
todos os dias, em dois horários, das 7:30h às 11:05h, atendendo no mínimo 15
alunos, em cada momento, com atividades que os levem à prática da leitura,
oralidade e escrita, de forma mais lúdica, e de cálculos básicos. Este salão é provido
de material de reprodução áudio visual fixo, usado para palestras, seminários,
reuniões, ensaios por todos os grupos de dança, mantidos pela escola e pelas
entidades parceiras, como o Projeto Atitude, que desenvolve várias atividades na e
com a escola e o Instituto Kaefer com as aulas de capoeira.
Os projetos Mais Educação e Segundo Tempo, oficialmente mantidos e
coordenados por instituições federais e estaduais, nessa ordem, e a Oficina de
Libras, esta ministrada voluntariamente, por um professor de história, sensibilizado
com a integração de alunos com necessidades especiais, no caso os surdos, que
para comunicar-se precisam que outros, também dominem o idioma dos sinais, ele,
com esse trabalho, quer formar pessoas bilíngües, aptas a interagir com os surdos,
todos esses grupos fazem uso desse salão, em horários específicos, de forma
harmoniosa, sem que haja prejuízo para nenhuma das partes.
Importante, salientar que todos os espaços são mantidos em ordem e limpos,
todo o tempo, pelos próprios usuários, que devem deixar o ambiente utilizado, da
18
mesma forma que o encontrou, uma espécie de código de honra, caso o grupo
encontre o ambiente desorganizado, com lixo no chão, o coordenador deve chamar
uma pessoa da direção e, ou equipe pedagógica, que tomará as providências
cabíveis, no caso, conscientizar o grupo de que não cumpriu com as regras básicas
de uso dos ambientes compartilhados e buscar, através do diálogo, que o fato não
se repita , isso é o exercício de reconhecimento dos direitos e deveres como aluno.
No final do dia, os funcionários responsáveis fazem o necessário para que tudo
esteja em ordem para o próximo dia.
Essa estrutura física atende, ainda, no período noturno a Educação de Jovens
e Adultos – EJA II, na modalidade Coletiva e Individual, todas as noites, ocupando
apenas as salas do segundo bloco, que fica sob o pátio coberto, sob os cuidados do
Diretor e Diretor Auxiliar, de duas pedagogas, que fazem todos os encaminhamentos
e acompanhamento de todos os processos de matrícula, contam, ainda, com os
serviços da secretaria, biblioteca, mecanografia, cantina e zeladoria, todos os
professores e alunos podem dispor de todas as dependências da escola, descritas
nos parágrafos acima.
2.4 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE
O município de Colombo, hoje com uma população de aproximadamente 230
mil habitantes, com 118 anos de história, berço da imigração italiana, principalmente
da região de Vêneto na Itália, responsável pela formação do povo, as características
econômicas, sociais e culturais. Da totalidade de habitantes estimasse, hoje, que 70
mil sejam descendentes de italianos, além de outras etnias que participaram da
história do município como: índios, negros, portugueses, alemães, ingleses,
franceses, suíços e outros. Colombo possui atualmente 42 bairros e mais de 200
loteamentos, sendo 70% do território em área de Proteção Ambiental. Estes bairros
podem ser classificados como rurais ou urbanos.
Em julho 1882 foi fundada a primeira escola primária de Colombo, em
setembro do mesmo ano criou-se uma escola noturna, para atender a necessidade e
desejo que os colonos italianos tinham de aprender a língua portuguesa. Atualmente
o município de Colombo possui 73 estabelecimentos de Ensino Fundamental e
Médio, sendo que, 40 são Escolas Municipais Urbanas, 11 Escolas Municipais
19
Rurais e 22 são Escolas Estaduais. O Ensino Infantil conta com 35 unidades, com
um total de 5.176 crianças matriculadas, totalizando 49.266 alunos matriculados
regularmente. O município conta anda com 19 Escolas Particulares reconhecidas, 1
Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e 1 Centro Estadual de
Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA).
Colombo foi o Município de maior taxa de crescimento nas décadas de 70 e
80 na Região Metropolitana de Curitiba. Décadas em que Colombo recebeu um
enorme contingente populacional vindo do imenso território brasileiro, sobretudo do
interior do Paraná. Hoje a maioria da população mora em áreas loteadas, contínuas
a Curitiba em bairros como Alto Maracanã, Guaraituba e Jardim Osasco, porém
preserva uma grande característica agrícola herdada dos imigrantes italianos .
O Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Netto, construído no Jardim
Moinho Velho, numa região com altos índices de violência, de acordo com pesquisas
realizadas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, com comunidades das
regiões metropolitanas de Curitiba. Os alunos são oriundos das seguintes
localidades: Bairro Jardim Moinho Velho, Santa Fé, Osasco, São Gabriel, Jardim
Curitiba, Jardim Esmeralda, Parque São Domingos e Vila Nova. Mesmo com a
distribuição das vagas através do Geo-referenciamento, muitos alunos vem de
outras regiões mais distantes, devido à grande rotatividade das famílias, gerando
muitas vezes a evasão desses alunos, que se deslocam a pé e acabam
desmotivados pela distância, outros conseguem utilizar o transporte da rede pública
municipal, que depende de um itinerário específico e uma minoria as Vans, que
prestam esse serviço de forma particular.
A Vila Nova é uma área de ocupação irregular, sem infra-estrutura, onde se
concentram traficantes, usuários de drogas e infratores. Nesse ambiente coabitam
grupos de indivíduos que, sem opção de moradia, agregam-se e formam seus
núcleos familiares, numerosos e sem planejamento, onde não existe, na maioria das
vezes, a representatividade paterna e, ou o materna, papel delegado a outros
membros da família – avós, tios, irmãos mais velhos. Os adultos e, ou responsáveis
pelos alunos, apresentam um nível de escolaridade muito baixo, muitos trabalham
na informalidade, as crianças e adolescentes vivem em situação de risco, sozinhos o
dia todo, envolvendo-se em brigas de rua, cometendo delitos e reforçando os casos
20
de violência nas proximidades da escola. As famílias, em sua grande maioria, não
acompanham a vida escolar dos filhos, não participam de reuniões, ou de qualquer
atividade promovida pela escola, pedagógicas (reuniões, palestras, encontros de
pais, feiras culturais) e, ou sociais (festas, apresentações dos alunos), mesmo
quando convocados, alegam que não podem faltar ao trabalho, pois dependem
disso para a subsistência da família, criando um fosso nas relações com a
comunidade escolar, fato que reflete negativamente no desempenho dos alunos.
As outras regiões que usufruem dos serviços prestados pela escola, podem
até apresentar algumas características da Vila Nova, mas não com a mesma
intensidade negativa, o que parece é haver uma organização mista, diferenciada,
por ocuparem áreas regulares e urbanizadas, com imóveis próprios ou locados,
compostos de grupos familiares menos numerosos e mais estáveis, adultos com um
nível maior de escolaridade, politizados, participativos na vida escolar dos filhos,
mesmo com a maioria dos casais trabalhando fora de Colombo. Também, se
distinguem pela importância que dão às instituições constituídas, como a própria
escola, e as de cunho religioso, são indivíduos que buscam progredir de forma
honesta, cumpridores de seus deveres, confiam no trabalho da escola e procuram
cumprir com as normas organizacionais da nossa unidade de ensino.
Outra característica dos grupos familiares é a rotatividade, pode-se classificá-
los como nômades, porque durante o ano letivo mudam-se várias vezes, pelas mais
diversas razões, busca por lugares economicamente mais acessíveis, menos
violentos, pelas relações de trabalho, muitas vezes por conflitos entre vizinhos,
ameaça de morte, separações de casais, prisões e, ou falecimentos. Seja qual for o
motivo, é uma prática muito comum, não criam raízes, vínculos e, ou relações com a
comunidade.
Independente do grupo, percebe-se a dificuldade nas relações interpessoais,
a falta de autoridade dos adultos, a excessiva permissividade e liberdade com que
vivem as crianças e adolescentes, sem valores referenciais, exemplos a serem
seguidos, modelos a serem imitados, dentro dos núcleos familiares. A falta de
preparo dos responsáveis para lidar com esses problemas, a omissão, o abandono
do adolescente, ou pior, o uso de métodos corretivos violentos e momentâneos, sem
o suporte contínuo de que eles necessitam para superar os conflitos naturais dessa
21
fase da evolução humana. Esse quadro provoca reflexos na escola gerando
dificuldades no processo de ensino aprendizagem e elevando os índices de evasão.
Vale citar que: a “Família e escola tem em comum o fato de prepararem os
jovens para sua inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que
possibilitem a continuidade da vida social, desempenhando papel importante na
formação do indivíduo e do futuro cidadão (SZYMANSKI, 2003, p. 98).”
Cita-se, ainda que: A família não é somente o berço da cultura e a base da
sociedade futura, mas é também o centro da vida social... A educação bem sucedida
da criança na família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu
comportamento produtivo quando for adulto... A família tem sido, é e será a
influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das
pessoas. (GOKHALE, 1980, p.33).
A criança traz para o ambiente escolar toda a carga afetiva de seu
desenvolvimento com seus familiares, os problemas emocionais surgem nos
contatos que se estabelecem. Estudos destacam a importância do mundo criado em
torno da criança, pela família, para um desenvolvimento sadio e pleno. Celidonio
(1998) constata que as tensões acumuladas na dinâmica das relações familiares
certamente surgirão na escola, sob a forma de um problema de adaptação e ou
aprendizagem.
A certeza é de que cada instituição deve assumir o seu papel, o da escola
passar o conhecimento sistematizado e o da família educar. Percebe-se que as
famílias dos alunos atendidos em nossa escola, cujo perfil não difere de todas as
outras na mesma situação, precisam reaprender a relacionar-se com os filhos e, ou
os indivíduos pelos quais são responsáveis.
De todos os setores da sociedade, coube à escola assumir o papel da família,
mas, agora sabemos ser algo impossível, pois estamos numa das maiores crises do
sistema educacional, sendo a sobrecarga de responsabilidade um dos fatores mais
relevante, porque a escola deixou de lado as questões pedagógicas e se enfronhou
num campo para o qual não foi preparada, resultado: o caos. Para Tiba (2002,
p.180) “[...] percebo que as crianças têm dificuldade de estabelecer limites claros
entre a família e a escola, principalmente quando os próprios pais delegam à escola
a educação dos filhos [...]”.
22
Fisicamente, a comunidade possui uma rede comercial e de prestação de
serviços de acordo com a demanda da região. Destacando-se, negativamente, estão
os estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas e cigarros, são pelo
menos cinco no entorno da escola, a menos de 200 metros, que atraem uma horda
de desocupados que criam várias situações de conflito, nos períodos de entrada e
saída dos alunos.
Para tanto, faz-se um trabalho de orientação aos alunos para que não
permaneçam nos portões e, ou na rua, quando chegam ou saem da escola, devem
entrar imediatamente, ao saírem, dirigirem-se para suas casas, sem aglomerações e
paradas. Registre-se que já foram feitas tentativas oficiais para o fechamento e, ou
transferência dos bares que trazem perigo à integridade física e moral de toda a
comunidade escolar, mas sem êxito.
23
3 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR
3.1 MODALIDADES DE ENSINO
Regular:
Ensino Fundamental – 5ª a 8ª série:
7º e 8º Séries - manhã
5º e 6º Séries - tarde
Ensino Médio - 1º ao 3º ano - manhã
Educação de Jovens e Adultos:
EJA - Ensino Fundamental Fase II - noite
EJA - Ensino Médio - 1º ao 3º ano - noite
3.2 TEMPO ESCOLAR
Aulas:
MANHÃ TARDE NOITE
ENTRADA 7:30h 13:00h 18:30min
INTERVALO 10:00h às 10:15h 15:30h às 15:45h 20:10h às 20:20h
SAÍDA 11:55 h 17:25h 22:30h
Secretaria:
MANHÃ TARDE
DIURNO 7:30h ás 11:55h
13:00h ás 17:25h
NOTURNO 18:30h ás 22:30h
24
3.3 ORGANIZAÇÃO TURMAS/SÉRIES - 2010
As turmas são organizadas de acordo com a atuação do aluno(a) nas séries
anteriores, concentram-se aqueles com dificuldades semelhantes, com histórico de
reprovação e de avanço por Conselho de Classe, esses alunos são monitorados
pela Equipe Pedagógica e encaminhados para reforço, oferecido por professores
das disciplinas em questão, na hora atividade e, ou grupos de estudo formados por
alunos com mais facilidade no conteúdo, direcionados a participarem de atividades
culturais e pedagógicas, dentro e fora da escola (oficinas dos projetos Segundo
tempo, Mais Educação e Atitude) e encaminhados para acompanhamento clínico.
As turmas de 5ª série, participam de uma atividade avaliativa de leitura e
interpretação, e de cálculos básicos, na primeira semana de aula e as turmas são
organizadas de acordo com o desempenho dos alunos(as), as turmas com maior
grau de dificuldade são encaminhadas para as Salas de Apoio à Aprendizagem de
Língua Portuguesa e Matemática. Também, são monitoradas pela Equipe
Pedagógica que faz um levantamento do histórico escolar, em contato com a escola
municipal de origem, dos casos mais críticos (aqueles que aparentam déficit de
aprendizagem mais severo).
ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR
SÉRIE TURMA PERÍODO Nº DE ALUNOS
5ª A tarde 29
B tarde 31
C tarde 23
D tarde 20
E tarde 30
F tarde 24
G tarde 25
H tarde 24
I tarde 23
6ª A tarde 29
25
B tarde 28
C tarde 32
D tarde 27
E tarde 31
F tarde 34
G tarde 33
7ª A manhã 35
B manha 34
C manhã 33
D manha 34
E manhã 34
F manha 32
8ª A manhã 37
B manha 37
C manhã 36
D manha 36
TOTAL DE ALUNOS NO ENSINO FUNDAMENTAL
REGULAR
791
ENSINO MÉDIO REGULAR
SÉRIE TURMA PERÍODO Nº DE ALUNOS
1º A manhã 31
1º B manhã 33
1º C manha 36
2º A manhã 23
2º B manha 17
3º A manhã 28
TOTAL DE ALUNOS NO ENSINO MÉDIO REGULAR
168
26
ENSINO FUNDAMENTAL - EJA
SÉRIE PERÍODO Nº DE ALUNOS
ENSINO
FUNDAMENTAL FASE II
Noite
169
TOTAL DE ALUNOS NO ENSINO FUNDAMENTAL - EJA
169
ENSINO MÉDIO - EJA
SÉRIE PERÍODO Nº DE ALUNOS
ENSINO MÉDIO Noite 109
TOTAL DE ALUNOS NO MÉDIO - EJA
109
3.4. ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL
FUNCIONÁRIO
FUNÇÃO
FORMAÇÃO
Mauro Cesar Zech
Diretor Educação Física
Iara Jane Nunes das
Neves
Diretora auxiliar Letras
Zair Candido de Oliveira
Neto
Diretor auxiliar Educação Física
Daniele Rodrigues dos
Santos
Pedagoga Pedagogia
Jaqueline Dupski Albano
Pedagoga Pedagogia
Maria Cristina Didyk
Leite Silva
Pedagoga Pedagogia
Terezinha de Jesus
Trancoso
Pedagoga Pedagogia
Andréia Cristina Cubis
Secretária Ensino Médio
27
Candida Apolonia
Schulka
Técnico
Administrativo
Ensino Médio
Emilene Selhorst Rocha
Técnico
Administrativo
Ensino Médio
Irene das Graças
Soares Santos
Técnico
Administrativo
Ensino Médio
Larissa Sembai
Serenato
Técnico
Administrativo
Pedagogia
Lidiane Gaida
Técnico
Administrativo
Ensino Médio
Vilma de Fátima
Taborda
Técnico
Administrativo
Pedagogia
Vilma de Fátima Teixeira
Técnico
Administrativo
Ensino Médio
Viviane Duarte
Técnico
Administrativo
Ensino Médio
Adélia dos Santos
Justino
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino Fundamental
Ana Maria Cavalheiro
Gomes
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino
Fundamental Deonira Ribeiro da Silva Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino
Fundamental Elisandra Franco Rios Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino Médio
Emilia Dobrowolski
Soppa
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino
Fundamental Gleide Aparecida
Lustosa Fagundes
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino
Fundamental Ines Pereira da Silva
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino Médio
Maria Dirce Bueno
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino
Fundamental Maria Rosa da Fraga
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino Médio
Marta Scorissa dos
Santos
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino Médio
Matilde Silveira Carneiro Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino
Fundamental Mayra de Oliveira
Raimundo
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino
Fundamental Neusa Teresinha
Gonçalves Padilha Garcia
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino Médio
Reni de Fatima da Rocha
Scheletz
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino
Fundamental Sirlene Pereira de Paula
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino Médio
Valdir de Lima
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino
Fundamental Vera Lucia de Oliveira
Klak
Auxiliar Serviços
Gerais
Ensino Médio
Adelia Yoko Sakamoto Professora Matemática
Ana Edenir Cavalheiro Professora Letras
Anderson Luiz Augusto
Tracz
Professor Biologia
Araci Almeida de
Andrade
Professora Inglês
Beatriz Batista Irala Professora Educação Física
Carlos Augusto Zech Professor Educação Física
Cilmar de Souza
Nogueira
Professora Pedagogia
Cirene Silva Siqueira Professora Letras
Daniele Cristiane Barth Professora Artes
Daniele Pegorini Professora Ciências
Edson Luiz da Silva Professor Física
Elizabeth Rodrigues de
Lima
Professora Matemática
Elton Luiz de Barros
Arsie
Professor Química
Emmi Maria Kunhavalik Professora Ciências
28
Florivaldo Monteiro de
Lima
Professor Letras
Gilson Alves da Silva Professor Tecnologia
Ambiental Herminia Victoria
Lazarim
Professora História
Ismael Pereira dos
Santos Neto
Professor Educação Física
Itacir Rafael Bach Professor Filosofia
Juslaine Beatriz Reni do
Nascimento
Intérprete de
Libras
Pedagogia
Marcio Pelogia Ferreira Professor Educação Física
Maria Alba Marques
RI
Professora Artes
Marilde Fermino
Pimenta
Professora Letras
Marlus Vandelao Professor Geografia
Nara Catarina Severo
Peiche
Professora Ciências
Nelson Maximowicz Professor Letras
Nelson Nascimento Professor Geografia
Neuza Maria Tamborlin Professora Pedagogia
Odair José Batista Professor Matemática
Roberto Pscheidt Professor Matemática
Ronaldo Barboza Professor/Segundo
Tempo
Educação Física
Rosana Gasparin Baldo Professora Geografia
Rosilene do Rocio Bighi Professora Matemática
Rute Groszownik
Campos
Professora Letras
Silvana Mara Moriggi Professora Geografia
Sonia Maria Camargo
Fantini
Professora Letras
Suderli Oliveira Lima Professora História
Tatiane Cristine Barth Professora Matemática
Vandenir Silveira Alves Professora História
Vania Anzoategui
Tertuliano
Professora Geografia
Vimana Carla Zanatta Professora Letras
Virgilio Feijó Alves Professor Letras
3.5. FORMAÇÃO CONTINUADA
Dentro do calendário escolar há uma carga horária para a formação
continuada, denominada de Semana Pedagógica, incluindo todos os funcionários da
escola, independente da função, ou vínculo empregatício, que acontecem,
estrategicamente, nos dois momentos de início das atividades escolares, do primeiro
e do segundo semestre, com certificação sobre cem por cento de freqüência, todos
presenciais. São momentos reservados à leitura, discussão e reflexão dos
29
fundamentos teóricos que regem a educação em todos os âmbitos, que venham
embasar a prática educativa e todas as ações desenvolvidas no cotidiano escolar.
A Secretaria de Estado da Educação organiza cursos diversificados para
estudos em Grupos, de três a seis pessoas, com encontros determinados e
presenciais, com certificação mediante cem por cento de freqüência. Explorando
conteúdos por áreas de disciplinas e, ou temas relevantes que compõem as
relações engendradas no contexto da escola e da comunidade atendida, discutindo
os desafios educacionais contemporâneos, os direitos humanos e promovendo a
produção de material didático, como artigos, relatórios, planos de trabalho docente,
publicados no portal dia a dia educação.
Outra modalidade é do Ensino à Distancia – EAD, oferecido por disciplina,
nas turmas que participam de Grupos de Trabalho em Rede – GTR, com
flexibilidade no horário e a possibilidade de cumprir as etapas, mesmo na hora
atividade, a certificação acontece mediante uma porcentagem de atividades
executadas, que demandam cargas horárias específicas a serem cumpridas dentro
de um período pré-determinado.
Os Agentes Educacionais I e II, participam do Profuncionário, capacitação
oferecida pelo do Departamento de Educação e Trabalho, responsável pela Política
de Formação Técnica dos Profissionais da Educação, que dá aos funcionários
condições de aprofundamento teórico nas funções desempenhadas e de integração
a todos os setores da escola, pois os conteúdos ministrados exigem atividades de
pesquisa na documentação escolar e a prática do trabalho em grupo. Seguindo o
calendário escolar anual, as reuniões pedagógicas são momentos de formação, com
leituras, discussões, participação em palestras, etc.
3.6. ATENDIMENTO ESCOLAR
Procura-se atender a comunidade de forma a se cumprir a proposta da escola
de ensinar, de participar do processo evolutivo do educando, gerando condições
físicas e humanas para que o processo de ensino e aprendizagem se efetive, nesse
sentido faz-se todo um trabalho de acompanhamento dos resultados, constatado
30
que estão aquém do esperado todos os esforços são mobilizados com o intuito de
reversão.
Busca-se, com os alunos, através da análise do problema, combater-se as
causas, que no caso de notas abaixo da média, é a falta de compromisso com as
atividades avaliativas, onde eles não dão a devida atenção às explicações dadas em
sala, não fazem as lições em casa, não comparecem às aulas de reforço,
agendadas previamente, não entregam trabalhos, tudo é discutido em sala, para que
o aluno possa refletir e mudar de atitude. Nesses casos tudo é comunicado aos pais
e, ou responsáveis em tempo hábil para que possam tomar providências, como
família, junto ao filho(a), também esperando uma mudança de postura.
O corpo docente discute, reflete e lança mão de ações inevitáveis como o
replanejamento, alterações no plano de trabalho docente, e implementa ações de
acordo com as necessidades, citando como exemplo um projeto piloto com uma
turma de 7ª série, que após levantamento, percebeu-se a falta de compromisso em
estudar para as avaliações de matemática, a professora está usando o método da
média coletiva, ela sorteia cinco alunos, cujas notas servirão para compor a média
para a turma toda, as notas melhoraram, porque o aluno passou a ser responsável
pela nota do colega, isso tem um peso muito grande nas relações interpessoais na
sala de aula.
A escola adota procedimentos de atendimento a toda comunidade escolar de
acordo com as especificidades e objetivos. O que caracteriza o atendimento
prestado é de que todos os funcionários, Equipe Pedagógica e Direção são
comprometidos e conscientes da grande responsabilidade em se trabalhar com a
educação e formação de crianças e adolescentes, sabendo-se que faz parte do
cotidiano escolar as interferências de âmbito didático-pedagógico, no sentido de dar
seguimento ao processo de ensino-aprendizagem.
Procura-se criar várias formas atender o aluno, para isso cada turma tem um
professor representante, responsável pela organização e desempenho dos alunos, é
a referência para mediar os problemas apresentados pela turma. O docente tem a
liberdade de escolher a turma, a qual acompanhará durante o ano letivo,
primeiramente organizando o mapeamento e a escolha dos monitores, alunos que
auxiliam os professores e são responsáveis pelo diário da turma, caderneta onde é
31
registrado todas as atividades repassadas durante as aulas, para garantir que o
aluno ausente e toda a turma possa ficar atualizada.
O professor representante procura fazer o atendimento da turma coletiva ou
individualmente, quando recebe alguma reclamação sobre o desempenho dos
alunos, acontece, também, de ser procurado pelos adolescentes e procura ouvi-los e
sugerir soluções. Muitas vezes há a interferência da Equipe Pedagógica, para
atendimentos mais complexos e prolongados, que necessitem do envolvimento da
família e de órgãos que atuam em conjunto com a escola, como o Conselho Tutelar
e o Centro de Regional de Atendimento Social – CRAS, que oferecem atendimento
psicológico e os encaminhamentos para políticas públicas que auxiliem o educando
e família.
A escola promove reuniões de pais e mestres em momentos estratégicos do
ano letivo, logo no início para apresentação e conhecimento à comunidade do
sistema de funcionamento da escola e em outros momentos para a entrega de
boletins, explicações, discussões e orientações para superação dos problemas
apontados durante o bimestre em questão. Além do que os pais, ou responsáveis
pelos alunos, podem e devem procurar a escola sempre que necessário para
esclarecer dúvidas, acompanhar o desempenho, apontar as falhas e dar sugestões,
nesses momentos os atendimentos são realizadas pela direção e equipe
pedagógica, onde são dadas orientações e informações de forma com que as
pessoas consigam satisfazer as necessidades que as trouxeram até a escola.
É mantido um arquivo com registros de todos os atendimentos realizados pela
Equipe pedagógica e Direção da escola, uma ficha individual com dados pessoais
que facilitem e agilizem os atendimentos, assim como um relatório dos conselhos de
classe com as informações de todas as notas, atualizados, do aluno. Cada turma
possui um livro de anotações, utilizado pelo professor para registro de ocorrências
disciplinares e pedagógicas, que são digitalizadas e coladas nas agendas individuais
dos alunos, usada também para as comunicações de qualquer setor da escola, para
que os pais possam acompanhar tomem ciência da conduta do educando.
Atualmente, os conflitos pontuam as relações nos espaços da escola, reflexo
da bagagem que as crianças e adolescentes trazem da convivência com os seus
pares, da história de vida, das experiências vividas, e de acordo com as
32
características da comunidade os casos de agressões físicas são atendidos de
forma a mostrar aos envolvidos a importância do diálogo no esclarecimento dos
fatos geradores e na busca das soluções pacíficas. Lança-se mão, também do
trabalho de prevenção da Patrulha Escolar, cujos Patrulheiros fazem palestras e dão
suporte em atendimentos que necessitem encaminhamentos a delegacias.
No atendimento a alunos com necessidades especiais, registre-se que não
temos recursos para atendê-los, devidamente. Contamos com uma equipe de
professores extremamente sensíveis, humanos e comprometidos com a função de
professor, mas isso não bastou para que se pudesse atender uma aluna com
deficiência auditiva, mesmo com a tradutora de libras presente, pois seria necessário
material didático em libras, além de atividades de contra-turno para complementar
as deficiência da aluna com a língua portuguesa, a qual ela desconhece. Temos um
aluno anão, para o qual tivemos que providenciar carteira e cadeira regulável, todos
os outros casos de déficit de atenção e de aprendizagem, que lotam as salas de
aula, sem recursos específicos de atendimento.
3.7. AMBIENTES PEDAGÓGICOS
A escola conta com a Sala de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa
e de Matemática, que funcionam de segunda-feira à sexta-feira, das 7:30 às 11:05,
com Três turmas de quinze alunos, de cada disciplina. São nove turmas de 5ª série,
de onde são encaminhados os participantes de acordo com a performance na
atividade avaliativa, de interpretação e produção de texto, e de cálculos básicos,
aplicada na primeira semana de aula. A demanda garante que as turmas sejam
abertas no início do ano letivo, os alunos que conseguem superar as dificuldades
são dispensados e novos são encaminhados, alguns retornam e passam por todas
as atividades novamente.
As salas de apoio contam com um livro, para cada aluno, elaborado pela
equipe de Equipe de Ensino, da Secretaria da Educação, de Língua Portuguesa,
uma coletânea de textos e de matemática, com atividades básicas de leitura,
interpretação e cálculos básicos. Além disso, as professoras exploram outros
materiais
33
Todos reconhecem a validade desse recurso pedagógico, mas ele existe para
confirmar que o processo de ensino e aprendizagem falhou, na primeira fase do
ensino fundamental, pois são alunos ingressando na segunda fase sem os
conhecimentos básicos que garantam os avanços para as fases seguintes, levando-
se em conta, ainda, que muitos já estão fora da faixa etária para a apreensão
daqueles conhecimentos.
Apesar da baixa frequência dos convocados, mesmo com todas as ações
para combater esse problema, como reunião dos pais para explanação do
funcionamento do recurso, trabalho diferenciado, atividades de motivação, oferta de
lanche para as turmas que entram às 7:30h, aqueles que participam conseguem
superar as dificuldades e acompanhar os conteúdos da sala de aula regular, aqueles
que permanecem é porque necessitam de outros recursos, como acompanhamento
de especialistas e, ou de medicamentos específicos, o que foge do nosso alcance.
O Laboratório de Biologia, Química e Física equipado com as vidrarias e
substâncias para os experimentos, um microscópio com cãmera, que projeta a
imagem do que está sendo observado, na tela da TV, conjunto de lâminas
permanentes, dorsos humanos para visualização dos órgãos internos, algumas
atividades são praticadas com materiais adquiridos pelos próprios alunos, ou de
acordo com os trabalhos desenvolvidos. Tudo é utilizado pelos professores das
áreas afim, em atividades práticas, demonstrações de conceitos estudados em sala,
experiências, comprovações de feitos científicos.
São momentos muito destacados pelos alunos, a oportunidade de presenciar,
de colocar em prática a teoria, de sair do ambiente de rotina, de investigar, de
concretizar, tornando o aprendizado mais atrativo. O ideal seria a permanência de
um funcionário laboratorista para fazer todos os encaminhamentos para as
atividades e organização dos materiais utilizados, oportunizando o uso mais
frequente de ambiente pedagógico.
A biblioteca é o recurso que serve a todos, sem distinção, passa por
reformulações constantes, devido às demandas pelas atividades de leitura e
pesquisa desenvolvidas pelos alunos e professores a cada bimestre. Os títulos são
cadastrados e catalogados de forma digital em programa específico e passarão para
o controle por código de barras, duas páginas da agenda escolar são reservadas
34
para empréstimos, cujo prazo é de quinze dias, podendo ser prorrogado por mais
quinze, em caso de atraso, a multa é de dez centavos por dia. Todas as regras de
conduta em sala da aula, são estendidas quando do uso e permanência na
biblioteca, silêncio, uso de materiais exclusivos para os trabalhos a serem
desenvolvidos, uniforme completo, sem uso de bonés, toucas e qualquer material
radiofônico.
Os funcionários responsáveis, se revezam no atendimento para mantê-la
aberta em todos os períodos de aula, manhã, tarde e noite, inclusive nos intervalos,
pois ao alunos aproveitam esses momentos para devoluções e trocas de títulos,
leitura rápidas de gibis, revistas, crônicas, e pesquisas para os trabalhos agendados,
tendo a oportunidade de refugiar-se da agitação do pátio.
È na biblioteca que ficam todos os materiais didáticos, acondicionados em
caixas identificadas, por série, para serem transportados com mais agilidade,
geralmente pelos monitores das turmas, que são responsáveis pela contagem,
distribuição em sala, recolhimento e devolução dos mesmos, que são dicionários,
livros didáticos de inglês, de religião, revistas, atlas, folders, cartazes, etc.
A escola dispõe de uma Cancha Poliesportiva, uma de areia, um pátio
descoberto e um coberto com mesas e bancos, são todos espaços usados para
atividades esportivas e culturais, que atende aos professores de educação física, e
alguns de outras disciplinas que usam esses espaços com atividades que podem
atrapalhar o andamento das aulas das outras turmas, ou apenas para proporcionar
aos alunos uma aula num ambiente diferenciado. São utilizados sem interrupção, de
acordo com os horários de aulas, ou para atividades extraclasses, como ensaios
para apresentações, treinos para campeonatos e oficinas.
3.8. RECURSOS PEDAGÓGICOS
As novas exigências educacionais, o conhecimento e domínio de novas
tecnologias tornaram-se uma prioridade tanto para professores, que exercem um
papel fundamental na formação do aluno enquanto cidadão de um mundo
globalizado, quanto para os alunos, que se veem rodeados pelos múltiplos meios de
informação que lhe são oferecidos.
35
A escola dispõe de recursos pedagógicos que foram sendo anexados à rotina
da sala de aula, além do quadro negro e do giz, principalmente o computador, que
está ao alcance de todos, pois há um laboratório contíguo à sala dos professores,
com vinte computadores, podendo ser usados livremente, apenas com o cadastro de
uma senha para garantir a privacidade, dando acesso à internet, às contas de e-
mail, sites, vídeos, pesquisas, às páginas da Secretaria da Educação e do Governo
de Estado com um rico material pedagógico, especificamente elaborado dentro da
realidade da escola pública do Paraná.
Comprovadamente, existe um movimento de resistência, de alguns, em
utilizar esses recursos para incrementar a prática pedagógica, mesmo tendo a
consciência de que a tecnologia chegou à escola com o intuito de inovar, dar ao
profissional o suporte tão necessário para a inserção no mundo digital, mas ainda
não é uma ferramenta usada adequadamente.
A falta de capacitação, de interesse, de conhecimento sobre informática, a
área de formação do profissional, o projeto de vida do educador, que não acredita
em novas propostas de trabalho e prefere ficar em uma zona de conforto, do que se
arriscar, até tendo que voltar a ser aluno, para se apropriar dos novos recursos
tecnológicos. Ainda, os longos anos a frente das salas de aula, com um plano de
trabalho repetitivo e defasado, mas difícil de ser alterado e muitas vezes pela
insegurança.
Constata-se que, quanto mais jovens os docentes, maior o interesse no uso
de computadores e a TV-pendrive, com aulas mais interessantes e dinâmicas,
atividades e pesquisas que inovam e tornam as aulas mais atraentes. Por outro lado,
há muitos fatores que impedem que os recursos tecnológicos ganhem crédito e
ocupem o lugar que merecem dentro da escola, complementado e, ou
transformando o sistema educacional que é predominantemente pela fala e pela
escrita.
Citando Pais (2008, p. 87)
Entre as tecnologias que o ser humano inventou estão algumas que
afetaram profundamente a educação: a fala baseada em conceitos e não
apenas grunhidos ou a fala meramente denotativa, a escrita alfabética, a
imprensa – primeiramente de tipo móvel e o conjunto de tecnologias eletro-
36
eletrônicas que a partir do século passado começaram a afetar nossa vida
de forma quase revolucionária: telégrafo, telefone, fotografia, cinema, rádio,
televisão, vídeo, computador – hoje todas elas digitalizadas e integradas no
computador.
A direção do Colégio solicita regularmente solicita um técnico do Núcleo
Regional de Educação, para dar o suporte aos professores no uso dessa tecnologia,
são momentos rápidos geralmente uma manhã ou uma tarde o que, na maioria das
vezes não atinge o objetivo de trazer a informação necessária, e aqueles
professores que pouco sabem, ficam sempre confusos, e os que já têm algum
conhecimento aprendem um pouquinho mais.
Com relação aos alunos, os professores propõem trabalhos que possam ser
apresentados utilizando a TV-Pendrive, o data-show, o laptop, MP3, equipamentos
adquiridos pela escola e à disposição deles, sob a responsabilidade do professor.
Mesmo sem o laboratório de informática para os alunos, pois ainda está em
processo de instalação, eles que, naturalmente, dominam, com mais facilidade,
todas as técnicas relacionadas ás novas tecnologias usando-as na rotina escolar,
com certeza sentir-se-ão contextualizados no mundo digitalizado, incentivando até
mesmo os professores, para tanto, as funcionárias da Mecanografia orientam e dão
suporte sobre o uso desses materiais.
O domínio de recursos tecnológicos dá ao professor condições de uma
prática educativa diversificada, novas possibilidades, formas diferenciadas de se
efetivar a aprendizagem, deixando o giz e o quadro negro em repouso, não
pensando em se abolir, mas em se agregar equipamentos dando condições de
enriquecer a prática pedagógica com: slides, imagens, textos, filmes, músicas.
Os equipamentos disponíveis são:
O pen drive ou "flash memory" ou "memory key" “é uma espécie de disco
rígido portátil, com capacidade de armazenamento de dados muito superior à de um
disquete ou de um CD, os primeiros modelos tinham a aparência de uma pequena
caneta em inglês, pen o que originou esse apelido.
A TV Multimídia possui algumas especificações diferentes das TVs do
mercado. Além dos atributos de uma TV comum, entradas para DVD, VHS e saídas
para caixas de som, possui entradas para cartão de memória usado em máquina
37
fotográfica e filmadoras digitais e para pen-drive. Outra característica relevante é o
tubo de imagem, que permite o congelamento de imagens sem causar distorções ou
alterações na cor. A caixa possui cor laranja, o que a diferencia dos modelos
convencionais, e uma tela inicial que identifica o aparelho como um patrimônio da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Cada equipamento é acompanhado
de dois controles remotos e um suporte criado especialmente para a TV.
O Paraná Digital “é um projeto de inclusão digital das escolas públicas do
Estado do Paraná”. (SEED PR, 2008, p. 73). Está fundamentado na disponibilidade
de meios educacionais através de computadores e da Internet, com o objetivo de
melhorar a qualidade do ensino, visando possibilitar aos professores e alunos das
escolas públicas estaduais o uso de ferramentas de Internet, editoração, planilhas e
diversos programas de software livre úteis para a educação, com o sistema
operacional Linux. Além disso, o projeto se preocupa com o uso continuado desses
recursos e, para tanto, conta com as seguintes ferramentas:
A TV Paulo Freire que conta com uma programação exclusiva para a
comunidade escolar do Estado do Paraná, buscando a qualidade no ensino e
ampliando a formação dos professores, pois a programação tem a participação de
docentes, com um público-alvo direto de, aproximadamente, 1.500.000 pessoas e
indiretamente, o público geral, visto que a imagem pode ser captada por qualquer
antena parabólica.
O Programa Nacional de Informática na Educação - PROINFO - é
desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (SEED), por meio do
Departamento de Infra-Estrutura Tecnológica (DITEC), em parceria com as
Secretarias de Educação Estaduais e Municipais. O programa funciona de forma
descentralizada, sendo que em cada Unidade da Federação existe uma
Coordenação Estadual do ProInfo, cuja atribuição principal é a de introduzir o uso
das tecnologias de informação e comunicação nas escolas da rede pública, além de
articular as atividades desenvolvidas sob sua jurisdição, em especial as ações dos
Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs).
O Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) é um programa
educacional criado pela Portaria nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para promover o
38
uso pedagógico de Tecnologias de Informática e Comunicações (TICs) na rede
pública de ensino fundamental e médio.
39
4 MARCO CONCEITUAL
Os conceitos que permeiam a organização educacional no Estado do Paraná,
estão calcados na Pedagogia Histórico-Crítica, que concebe o homem como um ser
social, podendo, efetivamente transformá-la; assim como a sociedade é concebida
como sendo resultado de um processo dialético de transformação, por parte dos
homens, no percurso da história, a qual é uma pedagogia revolucionária e de cunho
marxista (BACZINSKI, 2007).
O contexto em que a instituição de ensino está inserida sugere um trabalho
profundo dos educadores com a comunidade escolar. Comprometidos com a teoria
aliada à prática pedagógica e baseados nos autores da pedagogia histórica-crítica
emancipadora, progressista conforme é estabelecido a educação do estado do
Paraná, conseguem atingir a comunidade, trabalhando dentro dos segmentos
educacionais de forma, já citada anteriormente, a transformar as idéias e aprimorar o
conhecimento já existente do nosso educando par a realização da sua mudança
pessoal.
O aluno é agente e sujeito de seu aprendizado, e a instituição de ensino é
responsável pelo seu percurso escolar, qualificando-se adaptando-se às
necessidades dos jovens e à realidade deste novo século, dando-lhes a formação
básica para que possam dar continuidade aos seus estudos, inserir-se no mercado
de trabalho, tenham discernimento nas escolhas relacionadas a sua vida pessoal e
principalmente para serem agentes de transformações para um mundo melhor e
mais humano.
A complexidade do processo de construção do conhecimento requer clareza
na intenção do ensinar, o que é determinado num momento de desenvolvimento
depende do anteriormente adquirido, ajusta-se a realidade atual e prepara para a
necessidade futura, razão esta de não haver estagnação por nenhuma das partes
envolvidas no processo pedagógico.
Os indicadores de uma boa escola não são as paredes ou as quadras de
futebol. É notável observar que prédios novos, melhoria do imobiliário, não se
constituem, em indicadores essenciais da melhoria do rendimento escolar. Boa é a
escola que desperta no aluno o gosto para aprender.
40
Nesse sentido, acredita-se em ações a curto, médio e longo prazo que
integrem os alunos na instituição, despertando o sentimento de posse, de
compartilhamento, de preservação do objeto possuído, de crescimento individual e
coletivo, de comprometimento, de pertencer a um grupo com objetivos comuns.
Ainda, de investimentos na formação profissional, para toda o corpo funcional.
Variáveis, indicadores ou fatores em relação ao trabalho escolar, são tomados
como pressuposto, como:
Ambiente escolar - utilização de livros, da Biblioteca
Ambiente doméstico - existência ou não de cultura em casa, nível de
escolaridade dos pais, atividade de casa.
Características dos alunos - origem sócio econômico, idade, sexo, auto
estima, cultura e outros.
Os fatores que têm maior influência no rendimento escolar são:
A origem sócio-econômica dos alunos (sem o suporte da família, o estudante
não alcança um bom rendimento).
O tempo que o aluno passa na escola, para consultar a biblioteca, trabalhar
em grupo, receber orientação do professor ou se recuperar de eventuais atrasos.
Daí a importância da jornada integral de trabalho de dedicação exclusiva do
professor num só local de trabalho e o tempo integral também para os alunos;
A proposta pedagógica da escola, que é um processo nunca concluído que se
constrói e se orienta com intencionalidade explícita. Construí-la significa ver e
assumir a educação como processo de inserção no mundo, de formação de
convicções, afetos, motivações, significações, valores e desejos, onde os processos
de ensino aprendizagem são concebidos como processos encadeadores de
aquisição de competência lingüística, cognoscitiva e de ação integrativa
(MARQUES, 1990:134). Ainda, é fruto da ação de todos os envolvidos na dinâmica
do ensino-aprendizagem, participantes na auto-reflexão do trabalho educativo, ato
político coletivo.
A escola quer poder falar aos pais de seus alunos, às outras instituições, à
sociedade e, ao mesmo tempo quer, que estes lhe falem. A integração com as
outras instâncias da sociedade é uma necessidade que a escola busca satisfazer.
41
A ação pedagógica de uma escola participativa e decisiva é a formação do
sujeito social. O educador, sujeito de sua ação pedagógica é capaz de elaborar
programas e métodos de ensino-aprendizagem, articulando saber, conhecimento,
vivência, escola e a realidade do educando. Um saber que possibilita ao aluno a
relação com o mundo e consigo mesmo, uma visão de conjunto na transformação de
sua própria situação de vida, e por conseguinte da sociedade da qual faz parte.
Torna-se importante construir junto ao entendimento do que seja a educação
que se quer, pois é de nosso contexto atual, a nova exigência da "passagem do
ideal epistemológico ou epistêmico da educação a um ideal hermenêutico"
(VATTIMO, 92 : 13) da pluralidade de possibilidades.
Daí a necessidade e importância da construção da proposta pedagógica da
escola pelos educadores que nela atuam. Isso significa resgatar a escola enquanto
espaço público, pelo processo da discussão aberta e séria que recupera a
capacidade de reflexão por parte dos professores, alunos e pais.
O valor do conhecimento só existe quando ultrapassa a idéia e o
pensamento "... novos pensamentos assumem o lugar de antigos pensamento,
novas palavras tomam lugar de velhas palavras." (Erich From)
Passamos da especialização, usada como forma de conhecimento, a
recomposição do todo, do conteúdo exato à construção relacionada com o contexto,
estudos de conteúdos pré determinados para temas iniciados a partir da vivência
seguindo para o conteúdo globalizado.
Se a intencionalidade da Escola é ensino com aprendizagem e a formação do
cidadão participativo, responsável, compromissado, criativo e crítico, preparado para
atuar em uma sociedade moderna, necessitamos de um espaço organizado, onde
as relações humanas são moldadas, valores e atitudes aprimoradas, um lugar de
acesso ao conhecimento científico e de desenvolvimento intelectual.
A sociedade hoje tem outras prioridades; o trabalho outras necessidades, as
relações humanas, tornam-se mais amplas, deixando de ter a comunidade como
fronteira, passando a ser global. No âmbito educacional, temos um grande desafio
de formar um cidadão capaz de fazer parte de uma sociedade igualitária onde seus
cidadãos interfiram criticamente na realidade para transformá-la e não apenas para
a inserção no mercado de trabalho, mas como um sujeito pleno.
42
O presente projeto fundamentasse nos seguintes princípios:
1 - Igualdade de acesso e permanência na escola, garantindo não somente a
expansão quantitativa de ofertas, mas a manutenção da qualidade de ensino, como
uma realidade democrática.
2 - Qualidade para todos que não pode ser privilégio de minorias econômicas
e sociais.
A qualidade que se busca é garantia do desempenho satisfatório de todos,
evitando-se todas as maneiras possíveis a evasão e a repetência. Esta qualidade
centra-se no desafio de manejar os instrumentos, meios, formas, técnicas e
procedimentos adequados para que se efetive o processo evolutivo, diante dos
desafios do desenvolvimento.
3 - Gestão democrática nas dimensões pedagógicas, administrativas e
financeira, entendida como uma forma de organizar a escola, que implica na
construção coletiva do Projeto Pedagógico enfrentando as questões de exclusão e
reprovação, da não permanência do aluno na sala de aula, da marginalização das
classes populares, da compreensão da prática pedagógica, do controle do processo
e do produto do trabalho pelos educadores. Implica o repensar da estrutura de poder
da escola, tendo em vista sua socialização que propicia a prática da participação
coletiva, da reciprocidade, da solidariedade e da autonomia.
A busca da gestão democrática inclui, necessariamente, a ampla participação
dos representantes dos diferentes segmentos, nas decisões/ações administrativo -
pedagógicas desenvolvidas na escola.
4 - Liberdade de autonomia - entendidas como articulação de limites e
possibilidades em uma determinada situação cuja intencionalidade foi defendida
coletivamente.
5 - Valorização do magistério - como forma de manter a qualidade e o
sucesso na tarefa de formar cidadãos capazes de participar da vida sócio-
econômica, política e cultural do país.
Em termos educacionais, segundo o Ministério da Educação:
1 - Dominar a leitura, a escrita e as diversas linguagens utilizadas pelo
homem. É uma das formas de inserir uma pessoa na sociedade. Todos têm de
saber se comunicar, usando palavras, números e imagens.
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2 - Fazer cálculos e resolver problemas. Significa fazer contas e tomar
decisões. Socialmente, é preciso dar soluções positivas aos problemas e situações
que ocorrem em nosso caminhar.
3 - Analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações. Aspecto
essencial para que a pessoa possa expor o próprio pensamento, oralmente ou por
escrito, lidar com símbolos, signos, dados ou códigos é a base da participação ativa
na sociedade global.
4 - Compreender seu entorno social e atuar sobre ele. Dar ao educando a
formação e informação para atuarem como cidadãos, ou seja, converter problemas
em oportunidades; organizar-se para defender seus interesses; solucionar
problemas através do diálogo e da negociação, respeitando as normas
estabelecidas; criar unidades de propósitos a partir da diversidade cultural e da
diferença, sem confundir unidade com uniformidade; trabalhar para fazer possíveis
todos os direitos humanos. Todas estas capacidades são elementares para
construção de uma sociedade democrática e produtiva.
5 - Receber criticamente os meios de comunicação. Assim a pessoa não se
deixará manipular como consumidor e como cidadão. Entender os meios de
comunicação permitir usá-los com critério para obter informações e conhecer outros
modelos de convivência e produtividade. Sem falar nos novos saberes que eles têm
a oferecer.
6 - Localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada. Essas são
exigências do mercado. É preciso saber localizar dados e usar as informações para
resolver problemas.
7 - Planejar, trabalhar e decidir em grupo. São saberes estratégicos para a
democracia. O educando deve aprender a organizar grupos de trabalho, negociar
com os colegas para selecionar metas de aprendizagem, definir estratégias e
métodos. Cabe ao professor o papel de orientador, mediador e motivador nesse
processo.
44
5 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
O exercício da cidadania prevê o respeito, o reconhecimento, a avaliação e a
valorização das diversidades: étnica, religiosas, culturais, sócio-econômicas,
lingüísticas, de capacidades que contornam a composição dos comportamentos
humanos de cunho democrático.
Na escola as diferenças individuais estão sempre presentes e o respeito à
diversidade é o eixo da educação inclusiva, isto é uma educação de qualidade para
todos, eliminando rótulos, preconceitos, mecanismos exclusão de alunos que, por
diversas razões, contrariam as expectativas no sistema educacional escolar e
acabam discriminados em uma situação de desvantagem. Os princípios da inclusão
aplicam-se a todos e não apenas aos alunos com deficiências ou em situação de
desvantagem social.
Para evitar a exclusão e garantir uma inclusão de qualidade e efetiva,
desenvolvemos um processo responsabilizar a família e o aluno pela conduta na
escola, através da assinatura de um termo de compromisso, chamado de “Matricula
Condicionada”, o aluno passa a conviver na escola sob condições, que devem ser
observadas pela família e cumpridas pelo aluno, que são: o acompanhamento diário
da vida escolar do aluno, pela família, isso implica em olhar a agenda e cadernos, o
material deve estar completo e conservado, observar os horários, para que o aluno
nunca esqueça do material didático, dos trabalhos e lições do dia. Caso qualquer
desses itens não seja cumprido o responsável será chamado imediatamente na
escola para justificar a falha, pessoalmente, independente do horário imposto,
podendo até ser convocado a permanecer em sala com o aluno.
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6 METODOLOGIA
O professor deverá conhecer e respeitar as aprendizagens anteriores à
unidade de ensino a ser abordada, utilizando-se dos pré-requisitos necessários ao
entendimento do assunto, fazendo com que o aluno acelere as capacidades
necessárias a assimilação dos conteúdos subseqüentes previstos.
Definir metas e estratégias para conseguir respostas desejadas ao conteúdo
que foi ensinado é resultado de um complexo e intrigado processo de construção
tanto para o professor, que desenvolve sua aula, quanto para o aluno que vai
adquirir ou aprofundar um novo conhecimento.
O objeto de estudo visto sob diversos ângulos propicia nas diferentes
capacidades de conhecimento, soluções para questionamentos conceituais,
aplicativos, dedutivos ou comparativos. Além das disciplinas em si e os Desafios
Educacionais Contemporâneos, articular-se-á entre a escola, a família, o trabalho e
em todas as suas formas de convivência.
Somente tiraremos nosso aluno da passividade quando o conhecimento for
contextualizado, propiciando-lhe capacidade de produzir ou recriar conceitos já
estabelecidos para que, utilizando-se da capacidade cognitiva já adquiridas no
contexto social, saiba ensejá-los ao cotidiano e à escola.
Entende-se, portanto, que cabe à escola a organização do conhecimento e ao
professor um maior domínio deste para estimular seus alunos ao desenvolvimento
intelectual.
Dentro das diferentes áreas de conhecimento articular-se-ão os Desafios
Educacionais Contemporâneos que buscam a Educação para a cidadania, com a
discussão, reflexão e atividades no cotidiano escolar que levem o educando a
formas de neutralizar os reflexos da violência, do uso de drogas lícitas e ilícitas, dos
problemas sociais provinientes de uma sociedade doente.
46
7 MARCO OPERACIONAL
Vivemos em uma sociedade organizada, pois contamos com uma constituição
que nos garante igualdade entre todos os cidadãos. Somos diferentes pois somos
indivíduos únicos temos a liberdade de sermos nós mesmos.
A dificuldade é que a igualdade não se consolida, pois as aplicações das leis
não acontecem de forma justa, as leis existem para todos de forma igualitária, porém
é certo que esta lei da qual mencionamos não se aplica a todos. A exclusão social é
fato predominante nesta sociedade, feita de uma má distribuição de renda e falta de
comprometimento político apesar de todos os agravantes sabemos que todos nós
procuramos um lugar para ocupar de forma permanente.
Podemos dizer que os homens organizaram a escola quando sentiram a
necessidade de imposição e controle, tendo o papel de transmitir os valores e as
ideologias estabelecidas nesta sociedade que se apresentam, sentimos muito o
impacto que causou a globalização falando deste homem moderno. Junto com ela
veio o impacto das novas tecnologias máquinas substituíram homens gerando
desemprego.
A tecnologia também cria empregos ao abrir vagas em novas funções até
então inexistentes, sabemos que muitos trabalhadores não conseguem se preparar
e ficam marginalizados, já que sem estudo não podem dominar as novas tendências
do modo de trabalho. Este é um mundo que estamos vivendo e a escola como
qualquer outra instituição de ensino trabalhará para reverter este processo
desumano. A educação não é apenas uma questão de cidadania.
O nível de instrução do trabalhador tem relação direta com a produtividade, e,
portanto a riqueza material de um país. O analfabetismo é um dos sintomas da falta
de cidadania mais combatido pela escola, devemos construir uma realidade nova a
partir de idéias, conceitos, projetos e propostas é necessário que todos dentro da
área educacional (professores, funcionários e equipe pedagógica), compreendam e
assumam a tarefa de conduzir melhor o entendimento da experiência histórica de
vida.
47
A compreensão de mundo na prática escolar é responsabilidade de todos,
oportunizando uma aprendizagem que incorpore a visão de mundo e de uma prática
educacional com responsabilidade de transformação.
A ação pedagógica de uma escola é articular o conhecimento na área do
saber, da vivência que se traduz na prática por um trabalho coletivo e solidário
queremos uma escola transformadora inclusiva, democrática que se busque a
igualdade, que de condições de uma formação crítica, participativa, possibilitando
uma leitura de mundo que se permita a transformação do individuo e da sociedade.
A escola deve retornar a sua posição fundamental na organização de uma
sociedade justa e humana, oferecendo oportunidades de convívio da família,
buscando orientá-la para a transformação da sociedade que conhecemos. Assim
sendo, a escola é elemento básico da vida social e da cultura, devemos trabalhar a
diversidade cultural despertando uma visão dos direitos do cidadão crítico.
A educação de um jovem não se faz apenas numa escola, porém esta é por
excelência a instituição imbuída de elaborar e re-elaborar os conhecimentos
historicamente produzidos pela humanidade, quando organizada de forma á
contemplar também uma gestão escolar democrática.
Segundo Ferreira (2000, p.167) “(...) a gestão democrática da educação é um
valor consagrado no Brasil e no mundo, embora ainda não compreendido
incorporado totalmente á prática social. É indubitável a sua necessidade para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária é fundamental a sua
importância como fonte de humanização”
A realidade escolar deve integrar e valorizar a comunicação entre todos os
setores da escola em consonância com os preceitos democráticos, entendendo
democracia com a forma de gestão fundamentada na participação dos profissionais,
comunidade escolar envolvidos direta ou indiretamente no processo educacional
onde há o compromisso de socialização das informações e as decisões tomadas
como garantia da vontade da maioria de seus representantes.
Não há democracia sem diálogo, é preciso que se instaure o respeito pela
opinião do outro, que é salutar e necessária para o bem estar do grupo devendo
favorecer as manifestações de opiniões aproveitando e re-elaborando o que há de
melhor da diversidade.
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A legislação é uma forma de organização a qual a gestão de todo e qualquer
setor institucionalizado está sujeito. A gestão escolar conta com um grande número
de leis, normatizações do Governo federal que vão desde as diretrizes curriculares
até o financiamento da educação, sendo de suma importância, que todos os
profissionais da escola tenham o conhecimento das leis que regem e orientam a
educação brasileira expressas na constituição do Brasil de 1988 que afirma que “a
educação, direito de todos e dever do estado e da família será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade visando pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o
trabalho.”
A constituição federal também expressa mecanismos de cooperação e
participação que supõe discussões em seu artigo 206, determinando que o ensino
será ministrado com base nos seguintes princípios: “ III- Pluralismo de idéias e
concepções pedagógicas; V- a valorização dos profissionais do ensino; VI- a gestão
democrática do ensino público e VII- garantia do padrão de qualidade.”
Os princípios constitucionais reforçam o exercício da gestão democrática na
educação. A LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação 9394/96 em seu art.14
estabelece que “os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática
do ensino público da educação básica de acordo com as peculiaridades conforme os
seguintes princípios: I- participação dos profissionais na elaboração do projeto
político pedagógico; II- a participação da comunidade escolar em conselhos
escolares ou equivalentes”.
Em seu art.15 diz: “Os sistemas de ensino assegurarão as unidades
escolares públicas que integram progressivos graus de autonomia pedagógica,
administrativa e de gestão financeira observada as normas gerais de direito e
financeiro público”,deste modo,conhecer a constituição e ,as leis os decretos ,as
portarias,circulares,as ordens de serviço, estatutos, é ter a medida do espaço de
liberdade , é tomar consciência do grau e capacidade de autonomia da escola
diminuindo a distância entre a teoria e a prática.
Depende ainda, de trabalho conjunto de articulação entre processos
educativos e escolares, políticas públicas e movimentos sociais, pois todas as
mudanças a serem feitas não se resumem somente na escola. Pensamos e
49
afirmamos que a estrutura que desejamos implantar precisa diretamente ser um
movimento amplo e seguramente alicerçado com base nas leis educacionais.
Para consolidar as ações que garantam o cumprimento da lei 10.639 de
09/01/03, complementando a lei 9394 de 20/12/96, que trata da questão da história e
cultura afro-brasileira nos currículos escolares, constituiu-se a Equipe
Multidisciplinar, que fica responsável pelas atividades a serem desenvolvidas, no
sentido de vislumbrar as relações étnico-raciais no Brasil e, especificamente dentro
da escola.
Na escola temos que desfazer a mentalidade racista e discriminatória secular,
superando o etnocentrismo europeu inclusive desalinhando os processos
pedagógicos. No entanto acreditamos que com o trabalho para o desmonte dos
casos de discriminação, do conhecer sobre a questão racial no âmbito do próprio
currículo e também superar a crença de que a discussão sobre a questão racial se
limita ao movimento negro e a estudiosos do tema, a idéia
de uma cultura diferente daquela que herdamos no passado.
A construção de estratégias educacionais que visem ao combate do racismo
é uma tarefa de todos os educadores, independente de seu pertencimento étnico
racial, defende-se o entendimento de que a sociedade é formada por pessoas que
pertencem a grupos étnicos raciais distintos, que possuem culturas e histórias
próprias, igualmente valiosas e que em conjunto constroem na nação brasileira, a
história de um povo, que deve conduzir a consciência política e histórica da
diversidade, este principio também deve orientar o processo de afirmação de
identidades, de historicidade negada ou distorcida, o rompimento com imagens
negativas forjadas por diferentes meios de comunicação contra os negros inclusive
contra os indígenas.
O combate contra a privação e a violação de direitos; a ampliação do acesso
á informações sobre a diversidade brasileira e sobre a recriação das identidades
provocadas por relações étnicos raciais, tudo isso faz a conexão dos objetivos
estratégias de ensino e atividades com a experiência de vida dos alunos, e
preferencialmente valorizando a aprendizagem vinculadas as suas relações com
pessoas negras, brancas, mestiças, assim como as vinculadas entre negros,
indígenas e brancos no conjunto da sociedade.
50
Estes princípios e seus desdobramentos mostram exigências de mudanças
de mentalidades, de maneiras de pensar e agir dos indivíduos, em particular, assim
como das instituições e de suas tradições culturais. Assim temos o ensino de história
e cultura afro-brasileira e africana evitando-se distorções e envolvendo articulação
entre passado presente e futuro no âmbito de experiências construções e
pensamentos produzidos entre diferentes circunstâncias e realidades do povo negro.
7.1 AVALIAÇÃO
Diferentes definições favorecem a compreensão e caracterização do
significado de avaliação:
De acordo com a Deliberação 007/99 - C.E.E.: "a avaliação deve ser
entendida como um dos aspectos do ensino pelo qual o Professor estuda e
interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho com as finalidades
de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como
diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor".
Segundo Hoffmann (1998), "A avaliação é a reflexão transformada em ação.
Ação essa que nos impulsiona a novas reflexões".
A avaliação do conhecimento está presente em todos os momentos do
trabalho escolar, ocorrendo continuamente durante todo o processo de ensino e
aprendizagem, inicial e final, e não apenas como fechamento de grandes etapas de
trabalho, devendo esta envolver todos os participantes do objeto de aprendizagem,
implicando assim num processo que desencadeia a crítica e a reflexão.
As verificações de aprendizagem ocorrem para instrumentalizar, estruturar,
redimensionar a prática do professor, ou modificar o seu planejamento e observar
aquilo que o aluno já sabe sobre determinado objeto de estudo.
É importante observar que nem todos os alunos têm os mesmos interesses e
habilidades, nem aprendem da mesma maneira, portanto, não podem ser auxiliados
da mesma forma em todos os momentos, pois o desenvolvimento do indivíduo se dá
por estágios evolutivos do pensamento a partir de sua maturação e vivência.
51
Repensar, começar, recomeçar, analisar e transformar a aprendizagem em
integração, continuidade e dinamismo é atribuição de todos os envolvidos com o
processo ensino-aprendizagem.
Muito se tem pensado no processo de Avaliação até então adotado pelo
estabelecimento. Através desta mudança buscamos sustentações para o
desenvolvimento de ações pedagógicas a curto e longo prazo, visando compreender
a Avaliação como parte integrante e intrínseca do processo educacional.
Após orientações recebidas através de documentos como: LDB 9.394/96 e
Deliberação 007/99 - CEE, é indispensável um novo olhar para avaliação, como:
1 Conjunto de atuações que tem a função de alimentar e sustentar a
intervenção pedagógica;
2 Acontecimento contínuo e sistemático por meio de interpretação
qualitativa dos conhecimentos construídos pelo aluno;
3 Possibilidade de conhecer o quanto o aluno se aproxima ou não da
expectativa de aprendizagem que o professor tem em determinados momentos de
escolaridade em função da intervenção pedagógica realizada.
Entre os estudiosos que já analisaram a dimensão política contida nas
práticas educativas realizadas nas escolas, existe a certeza de que a avaliação pode
contribuir para reproduzir a sociedade vigente transformá-la. Sendo assim, a
avaliação é um instrumento de mediação do crescimento educacional do aluno.
A finalidade principal desta proposta é a conscientização de todos os
envolvidos no processo educacional, de que a nota, parecer ou conceito é uma
conseqüência do conhecimento adquirido pelo aluno durante o seu período de
escolarização.
Um processo avaliativo, bem estruturado, claro e consciente desenvolvido na
escola colaborará com a formação de indivíduos construtores de uma nova
sociedade, sem autoritarismo e desigualdades.
Ao colocar-se o processo ensino aprendizagem que ocorre fundamentalmente
na sala de aula enquanto espaço privilegiado da realização da especificidade da
escola, parece que seria ponto pacífico admitir-se que a avaliação e a avaliação
desse processo isto é, a avaliação seria a verificação da medida em que está
ocorrendo a superação do conhecimento fragmentado (sincrético) dos alunos por um
52
conhecimento elaborado (sintético), propiciado pela mediação do professor entre os
alunos, compreendidos como seres historicamente situados e a cultura socialmente
elaborada.
A superação se dá pelo confronto crítico entre esses dois pólos (síncrese-
síntese) e revela uma nova síntese traduzida na criação do saber, devendo fornecer
ao professor informações sobre o que foi apreendido pelos alunos, possibilitando
verificar se os objetivos foram alcançados informando ao aluno sobre seu
desempenho avanços e dificuldades bem como possibilita as intervenções
necessárias. O desenvolvimento das capacidades do aluno deve estar relacionado a
aprendizagem de todos os conteúdos ( conceituais procedimentais e atitudinais)
para tanto, diversos instrumentos serão utilizados para que se possa avaliar cada
um deles. Será proporcionada ao aluno a recuperação paralela de estudo, caso o
aproveitamento escolar tenha sido considerado insuficiente durante a etapa, serão
realizadas no mínimo duas (02) avaliações e/ou (02) trabalhos, totalizando então, no
mínimo, 4 avaliações por bimestre sendo trabalhos individuais e, ou coletivos.
A recuperação paralela acontecerá dentro do período bimestral, assegurando
condições pedagógicas para acompanhar e aperfeiçoar o conhecimento do aluno,
após análise dos resultados prevalecerá sempre a nota 6,0 exigida pela legislação
vigente. e será de caráter obrigatório. Não mais contemplaremos recuperação final
de qualquer conteúdo ao final de cada ano.
A avaliação da instituição escolar significa acompanhar as ações a fim de
verificar se as funções estão sendo realizadas e atendidas, dentro da proposta de
uma gestão democrática. Para que a gestão aconteça de forma organizada a equipe
pedagógica estará se certificando de todo o processo com relação á forma de
execução desta avaliação através de mecanismos criados pelo próprio
estabelecimento de ensino afim de que ocorra com total democracia e clareza em
seus objetivos, também serão usados mecanismos criados pela mantenedora. Os
resultados serão analisados pela direção e equipe pedagógica colocando-as a
disposição da comunidade através de editais nas dependências da escola.
53
7.2 CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de Classe, constituído por todos os professores da turma, direção
e Equipe pedagógica, é um momento de exposição, análise, discussão e reflexão
dos resultados alcançados em determinados períodos do ano letivo, onde são
levantadas as falhas e acertos no processo de ensino e aprendizagem. Uma prática
pedagógica rica e produtiva, pois todos tem a oportunidade de aprofundar-se diante
da visão do todo, assim como de, coletivamente, definir as ações necessárias para
que se concretize a concretização do processo de ensino e aprendizagem.
Procura-se, também desmistificar a idéia de que é o momento de decidir a
vida do aluno, mas de pensar na escola em toda a complexidade, de que o conselho
detém o poder de reter o aluno, pois esse processo inicia-se desde o primeiro dia de
aula e depende de vários fatores, ligados diretamente ao aluno, á proposta
pedagógica, à prática do docente, enfim a todos os envolvidos no processo.
O corpo docente da escola juntamente com o Conselho Escolar, a associação
de Pais e Mestres e Funcionários, discutiram e deliberaram sobre os seguintes
critérios a serem adotados na reunião de Conselho de Classe, em especial para os
alunos que necessitarem da sua intervenção para aprovação. Ficou determinado
pelo grupo que:
O aluno(a) que nunca tenha sido aprovado pelo conselho de classe, poderá
ser beneficiado.
Para tanto, o aluno(a) deve apresentar média acima de 40 pontos.
7.3 PROGRAMAS E PROJETOS
O Projeto Mais Educação desenvolve as seguintes atividades: O handebol
que é um dos esportes que mais crescem no Brasil, e hoje devido a sua intensa
divulgação na mídia, jornais, televisão, internet e revistas, assim como nas aulas de
Educação Física, atraem cada vez mais adeptos a essa prática.
Esporte olímpico desde 1936, o handebol é conhecido por ser um esporte
dinâmico, competitivo, de fácil prática e responsável por envolver, não apenas
braços, mas sim o corpo todo.
54
A dança, mais especificamente, o Hip Hop, faz parte de uma cultura que está
inserida em nossa sociedade, principalmente nas comunidades mais carentes, e
também nas regiões metropolitanas. Essa cultura envolve a dança e a música,
exigindo muita disciplina dos participantes, entrosamento e respeito.
O Futebol mexe com uma grande massa de apaixonados em todo o mundo,
prova disso são as diversas formas que o homem criou para praticá-lo em diversas
situações. Para dias de frio, ele foi adaptado para dentro do ginásio, no calor do
litoral foi levado para as areias, nas cidades, as crianças e também os adultos o
levaram para campinhos ou "terrões" e hoje é o esporte mais praticado no mundo.
O trabalho do futebol, dentro da escola, vai também além das quatro linhas, e
além de desenvolver as habilidades específicas, deve conscientizar da importância
que este tem na sociedade, para que mais tarde possamos evitar confrontos, de
torcedores fanáticos, onde muitos morrem por motivos que nem eles mesmos tem
conhecimento. Devemos mudar conceitos, até por que em breve teremos uma Copa
do Mundo e não devemos apresentar para milhões de telespectadores dos cinco
continentes, o quanto nossa sociedade é no momento atrasada em se tratar do
assunto Futebol.
O Tênis de Mesa, buscando não somente a prática pela prática, mas sim o
desenvolvimento do aluno como todo, buscando uma melhora na qualidade de vida,
o seu desenvolvimento em relação ao respeito as regras, ao próximo e a si mesmo.
Compreender através de aulas expositivas, utilizando a tecnologia disponível, a
importância que o Tênis de mesa tem para a saúde, a socialização, o espírito do
"Fair-play" tão importante não só para o esporte, mas como para a vida em
sociedade.
Na área de investigação científica, a matemática ou melhor a verdadeira
matemática, deve resgatar o valor e a importância da matemática para o aluno, para
isso iremos trabalhar de forma integrada com o Meio ambiente, conscientizando o
educando sobre as relações existentes entre sociedade, consumo, produção de lixo
e degradação ambiental.
Acreditamos que as ações para uma transformação efetiva nesse quadro
perpassa por uma visão inovadora do processo de ensino e aprendizagem de
matemática, desde o primeiro contato do indivíduo com o sistema de ensino
55
municipal, no âmbito estadual devemos lançar mão de projetos que complementem
de forma paralela as deficiências que se apresentam e que se perpetuam diante da
impotência da comunidade escolar.
O Segundo Tempo, Programa Estratégico do Ministério do Esporte, do
Governo Federal, tem por objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do
Esporte, de forma a promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes
e jovens, como fator de formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida,
prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social.
São oferecidas as modalidades esportivas coletivas: futebol de areia e futsal,
modalidades individuais: Xadrez e tênis de mesa e atividades complementares:
Dança, que visam estimular as relações sociais, contribuir para a melhoria das
capacidades físicas e habilidades motoras, para a qualidade de vida e a diminuição
da exposição aos riscos sociais.
Os dois projetos acontecem no contra-turno e os alunos almoçam na escola,
São inscritos aqueles que demonstram interesse, outros que são indicados pelos
professores, por apontarem dificuldades em sala de aula. O Ministério do Esporte
assegura os uniformes e material esportivo aos alunos.
56
8 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO
De acordo com a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre
o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nºs 6.494 e 8.859, de 7 de
dezembro de 1977 e 23 de março de 1994, respectivamente, o parágrafo único do
art. 82 da Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6º da Medida Provisória
nº 2.164-41, de 24 de agosto de 2001, conhecida como a Lei do Estágio que
estabelece regras garantindo os direitos de cidadão para essa categoria de
trabalhadores.
A Lei define o estágio como um ato educativo supervisionado, desenvolvido
no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de
educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação
superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos
anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de
jovens e adultos.
O estágio pode ser obrigatório, quando a carga horária é requisito para a
aprovação ou obtenção de diploma, e não-obrigatório que é aquele desenvolvido
como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória, conforme
determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do
projeto pedagógico do curso. Podem ser estagiários todos os estudantes que
estiverem frequentando o ensino regular, em instituições de educação superior, de
ensino médio, de educação profissional, da educação especial e dos anos finais do
ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
A Lei prevê que a relação de estágio não crie vínculo empregatício, para tanto
devem ser observados os seguintes requisitos: matrícula e freqüência regular do
educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino
médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição
de ensino; celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte
concedente do estágio e a instituição de ensino; compatibilidade entre as atividades
57
desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso. Ainda, que
o estágio deve ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição
de ensino e por supervisor da parte concedente.
Na Lei estão previstas obrigações da instituição de ensino, em relação aos
estágios de seus educandos, que são:
I – celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu
representante ou assistente legal, quando ele for absoluta ou relativamente incapaz,
e com a parte concedente, indicando as condições de adequação do estágio à
proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do
estudante e ao horário e calendário escolar;
II – avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à
formação cultural e profissional do educando;
III – indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como
responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário;
IV – exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6
(seis) meses, de relatório das atividades;
V – zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o
estagiário para outro local em caso de descumprimento de suas normas;
VI – elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos
estágios de seus educandos;
VII – comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as
datas de realização de avaliações escolares ou acadêmicas.
Ainda, no Art. 8º , é facultado às instituições de ensino celebrar com entes
públicos e privados convênio de concessão de estágio, nos quais se explicitem o
processo educativo compreendido nas atividades programadas para seus
educandos.
Assim como, as obrigações do educando estagiário, que são:
Art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo
entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu
representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível
com as atividades escolares e não ultrapassar:
58
I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de
estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional de educação de jovens e adultos;
II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes
do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio
regular.
§ 1o O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos
em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40
(quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do
curso e da instituição de ensino.
§ 2o Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem
periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será
reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso,
para garantir o bom desempenho do estudante.
Art. 11. A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá
exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência.
Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação
que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do
auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório.
§ 1o A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte,
alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício.
§ 2o Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo
do Regime Geral de Previdência Social.
Art. 13. É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração
igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado
preferencialmente durante suas férias escolares.
§ 1o O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado quando o
estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação.
§ 2o Os dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de maneira
proporcional, nos casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano.
59
Art. 14. Aplica-se ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança
no trabalho, sendo sua implementação de responsabilidade da parte concedente do
estágio.
A Equipe pedagógica da escola mantem os alunos informados sobre as
formas de inserção no mercado de trabalho, pelas características da comunidade,
pois estes adolescentes buscam cada vez mais cedo uma remuneração, para
compor o orçamento da família ou para suprir os gastos pessoais, fator que contribui
para a falta de comprometimento do aluno com as obrigações na escola e, pior
ainda, com evasão do educando, que não consegue cumprir com a jornada dupla, e
acaba priorizando, momentaneamente o trabalho, que dá, ilusoriamente, um retorno
imediato.
Diante disso, fica claro o compromisso da escola, que vai além de garantir a
aprendizagem, mas também de esclarecer, informar, dar conhecimento das Leis que
regem o trabalho nessa faixa etária, enquanto eles fazem parte do sistema de
ensino. Também atuar como ponte para as ofertas nessa categoria de trabalho, que
é do Estágio e do Aprendiz, cujas vagas e formas de participação não tem espaço
de divulgação midiática, cabendo a escola mostrar os caminhos, orientar e
acompanhar mais essa etapa, tão decisiva, na vida do(a) aluno(a).
60
9 PROPOSTA CURRICULAR
O trabalho escolar em sala de aula e as medidas a serem avaliadas, partem
do pressuposto de que tudo pode ser ensinado e apreciado por todos, e avaliado de
uma forma holística para o crescimento do ser humano exatamente como
mencionado “de uma forma a alcançar o todo”, para sua emancipação enquanto
homem no universo. Esta mesma situação pode ser planejada sendo amparada
pelas leis que regem a educação paranaense e pela própria LDB (Lei de Diretrizes e
Bases) e todo o seu conjunto, que norteia os assuntos da área.
Os participantes desta ação são as comunidades escolares e a dos alunos e
famílias, observando-se que isso acontece a todo o momento, pois a escola está
aberta a discussões sobre todos os processos que dela fazem parte e percorrem os
mesmos caminhos. ... Saviani defende que a educação é um ato intencional...
“Consequentemente, o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e
intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida
histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens” (SAVIANI, 2008, p. 13). Tal
concepção considera o problema da seleção dos conteúdos humano-genéricos
necessários à formação e ao desenvolvimento do educando no contexto da prática
social, assim como o problema das formas, dos métodos e processos que tornarão
possíveis a transmissão e a assimilação dos mesmos.
Nesse sentido, o trabalho educativo é uma atividade mediadora entre
indivíduo e a cultura humana. Deve ser realizado de forma intencional e regido pela
finalidade de garantir a universalização das máximas possibilidades geradas pelo
processo histórico de desenvolvimento do gênero humano a todos os indivíduos,
indistintamente, de modo a contribuir de forma afirmativa para a prática social dos
educandos.
De acordo com a pedagogia histórico-crítica, a formação docente deve estar
fundamentada em bases teóricas sólidas apoiadas na reflexão filosófica e no
conhecimento científico (SAVIANI,1995). Tal fundamentação é condição para a
efetiva compreensão do homem como síntese de múltiplas determinações, assim
como das vinculações do trabalho educativo no contexto da prática social. Conforme
61
Saviani (1996), a reflexão filosófica possibilita ao educador a superação de uma
compreensão sobre a prática pedagógica concebida de forma fragmentária,
incoerente, desarticulada e simplista, porque pelo senso comum, por uma
compreensão unitária, coerente, articulada, intencional e cultivada, porque guiada
pela consciência filosófica.
Trata-se de uma reflexão crítica sobre os problemas que se apresentam na
realidade educacional, fundamentada em um método de análise que atenda as
exigências da nossa comunidade e emancipação de nosso educando enquanto
estudante que não conhece a realidade da qual participa. Este trata de um trabalho
pedagógico, que a todo o momento está sendo apreciado por todos os envolvidos
avaliado e modificado, de forma a encontrarmos novos métodos, de estudar o
desconhecido e de transformar a vida dos envolvidos de uma maneira significativa.
62
10 BIBLIOGRAFIA:
BRASIL/MEC. Planejamento Político-Estratégico. Brasília: MEC, 1998.
SAVIANI, D. O Choque Teórico da Politecnia. Revista Trabalho, Educação e
Saúde. Vol. 1, n.1, março de 2003.
SZYMANSKI, H. A relação escola/família: desafios e perspectivas. Brasília,
DF, Plano Editora, 2003.
GOKHALE, S.D. A Família Desaparecerá? In Revista Debates Sociais nº 30,
ano XVI. Rio de Janeiro, CBSSIS, 1980.
CELIDÔNIO, R. F. "Trilogia inevitável: família - aprendizagem - escola", in
Revista.Psicopedagogia. Vol. 17, São Paulo, Salesianas 1998.
TIBA, Içami. Disciplina, Limite na medida certa. 41ª ed. São Paulo: Gente,
1996. 240p. Quem ama, educa. 2ª ed. São Paulo: Gente, 2002.
SZYMANSKI, H. A relação escola/família: desafios e perspectivas. Brasília,
DF, Plano Editora, 2003.
PAIS, LUIZ Carlos. Educação Escolar e as tecnologias da informática.
Autêntica: Belo Horizonte, 2008.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da
pré-escola À Universidade. 14ª ed. Porto Alegre: Mediação, 1998.
63
11 ARTE
11.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A arte é uma das formas de expressão e de organização social. Pois, reflete a
cultura de um povo através de suas manifestações culturais, artísticas e o momento
histórico em que está situado.
“Pela Arte, o ser humano se torna consciente de sua existência individual e
social, ele se percebe e se interroga, sendo levado a interpretar o mundo a si
mesmo.”
Portanto, o ensino da Arte deixa de ser coadjuvante no sistema educacional e
passa a fazer parte do desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade
construída historicamente e em constante transformação. Nesse sentido a escola
constitui-se num espaço privilegiado para a educação que estabeleça o diálogo
entre o particular e o universal.
Já, tendo como referencial as Diretrizes Curriculares e visando pensar o aluno
como um sujeito histórico e social, a disciplina de Arte para o Ensino Fundamental e
Médio tem como elementos formadores: a arte e a cultura, a arte e a linguagem e
arte e trabalho criador. Essas abordagens da arte norteiam e organiza a
metodologia, a seleção dos conteúdos e a avaliação na prática escolar.
O Objeto de estudo da disciplina de Arte:
Conhecimento estético: O conhecimento teorizado sobre a arte, produzido
pelas ciências humanas, como filosofia, sociologia, psicologia, antropologia e
literatura.
Conhecimento artístico: O conhecimento do fazer artístico e do processo
criativo. São as formas de organização e estruturação do trabalho artístico.
Conhecimento contextualizado: além do conhecimento estético e artístico do
aluno e da comunidade em que está inserido e sua relação com o conhecimento
sistematizado em arte; também se refere dimensão do contexto é o estudo da
origem histórica e social, do conhecimento especifico da arte. Este contexto deve ser
compreendido como resultado de experiências sociais dos sujeitos históricos
produtores do conhecimento.
64
Contudo se tem como expectativa dentro da disciplina que o aluno(a) possa:
Tornar-se consciente de sua existência individual e social para interpretar o
mundo e a si mesmo através da arte, promovendo a leitura de mundo, estimulando-
o a refletir com o objetivo de ampliar as suas possibilidades de fruição e expressão
artística.
Possibilitar a apropriação do conhecimento estético e contextualizado,
interpretando a arte na sociedade como ideologia, como conhecimento e como
trabalho criador.
11.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS
Quando buscamos definir um novo papel para a Arte na Escola, é importante
ter clareza da dificuldade de sua definição e da diversidade teórica relacionada a ela.
Não há um dizer único e universal sobre a Arte e, portanto, estamos sempre na
situação de ter de fazer várias opções teóricas para sustentar nossas propostas
curriculares e metodológicas.
Pensando na situação acima, pode-se destacar alguns pontos importantes
para trabalhar-se tanto no Ensino Fundamental quanto Médio, são eles:
Arte e Cultura: A articulação da arte com a cultura, nessa proposta, implica
em propiciar ao aluno reflexões a respeito da diversidade cultura, possibilitar leituras
dos signos artísticos existentes na herança cultural e na cultura de massa, bem
como, promover discussões sobre a indústria cultural e compreender de que forma
esta interfere na sociedade e censura as produções/manifestações com as quais os
sujeitos identificam-se.
Arte e Linguagem: A associação da arte com a linguagem permite ao aluno
perceber e interpretar os valores socioculturais expressos nas
produções/manifestações representadas em forma de bens materiais e imateriais
das linguagens das artes visuais, da dança, da música e do teatro. Na escola, a
organização dessa disciplina estará pautada em três conteúdos estruturantes:
elementos básicos, produções/manifestações e elementos contextualizadores.
Abordar arte articulada com a cultura e a linguagem permite ainda visualizar com
65
maior amplitude o objeto de estudo da disciplina de Arte que é composto pelos
conhecimentos estético, artístico e contextualizado.
Arte e trabalho criador: A arte é uma forma de trabalho onde ao criar o ser
humano se recria, constituindo-se como ser que toma posição ante o mundo. O
trabalho artístico além de representar, objetivamente ou não, uma dada realidade
constitui-se, em si mesma, numa nova realidade. Sem a criação e o trabalho, a arte
deixa de ser arte e não há aprendizagem. O educando precisa passar pelo fazer
artístico.
Portanto, devem-se selecionar metodologias para que o aluno pense e reflita
e construa o seu conhecimento. A experiência do educando e sua cultura são
referenciais importantes na seleção de conteúdos pois os levam a construir sua
identidade e cidadania. Portanto, optar por conteúdos significativos, isto é, trabalhar
com o conhecimento de forma que o aluno tenha condições de lhe atribuir
significado através do conhecimento de relações, não só com outras áreas como
também com sua experiência de vida.
Ao abordar os conteúdos procurar-se-á formas dinâmicas de modo que o
aluno possa problematizar e encontrar soluções criativas para as questões
propostas. Incentivar o trabalho em grupo e a troca de experiências entre os alunos,
bem como os demais conhecimentos.
Definir juntamente com os alunos temas que possam vir a se transformar em
projetos integradores com as várias disciplinas que mobilizem toda a classe. “A arte
de dirigir o espírito na investigação da verdade (FERREIRA,1986) é o elemento da
pedagogia que está intimamente ligado à prática em sala de aula. O método a ser
aplicado é “para quem, como, por que e o quê”? O trabalho em sala de aula deve-se
pautar pela relação que o ser humano tem com a arte, essa relação é de produzir
arte, desenvolver um trabalho artístico ou de sentir e perceber as obras artísticas.
No espaço escolar, o objeto de trabalho é o conhecimento. A metodologia do
ensino da arte contempla três momentos da organização pedagógica: o sentir e
perceber, que são as formas de apreciação e apropriação, o trabalho artístico, que é
a prática criativa, o conhecimento, que fundamenta e possibilita ao aluno um
sentir/perceber e um trabalho artístico mais sistematizado, de modo a direcionar o
aluno à formação de conceitos artísticos. Esses três momentos constituem uma
66
totalidade; o trabalho em sala de aula poderá iniciar por qualquer um deles, ou pelos
três simultaneamente. O importante é que no final das atividades (em uma ou várias
aulas) com o conteúdo desenvolvido, todos esses momentos tenham sido realizados
com os alunos.
Sentir e Perceber - É possibilitar aos alunos o acesso às obras artísticas de
música, teatro, dança e artes visuais para que os mesmos possam familiarizar-se
com as diversas formas de produção de arte. Este momento metodológico deve,
também, envolver a apreciação e apropriação dos objetos da natureza e da cultura
em uma dimensão estética. Na análise da obra de arte deve-se perceber que o
artista, no processo de composição de sua obra, imprime na mesma sua visão de
mundo, a ideologia a qual se identifica, o sue momento histórico e outras
determinações sociais. Para o trabalho com os produtos da indústria cultural é
importante perceber os mecanismos de padronização excessiva dos bens culturais,
da homogeneização do gosto e da ampliação do consumo.
Conhecimentos e Arte - Este é o momento privilegiado da cognição, onde a
racionalidade opera para apreender o conhecimento historicamente produzido sobre
arte. O conhecimento em arte, na perspectiva das Diretrizes materializa-se no
trabalho escolar com os conteúdos estruturantes (elementos formais, composição,
movimentos e períodos, tempo e espaço) da disciplina e como eles se constituem
nas artes visuais, dança, música e teatro. A abordagem dos conteúdos
(conhecimento) deve ser feita como aula teórica.
Trabalho Artísticos - A prática artística (trabalho criador) é expressão
privilegiada do aluno e momento do exercício da imaginação e criação. A arte não
pode ser apreendida somente de forma abstrata; o processo de produção do aluno
acontece quando ele interioriza e se familiariza com os processo artísticos e
humaniza os sentidos. Mas em todos os momentos é necessário tratar do
conhecimento em arte, isto é, o aluno faz, mas sabe o que e o porquê está fazendo,
construindo, junto com o professor, esse conhecimento. São fundamentais, também,
aulas teóricas sobre os conteúdos e movimentos artísticos importantes da história da
Arte. Durante as aulas, é possível, também, solicitar aos alunos uma análise das
diferentes formas de representação.
67
Ainda temos que considerar os campos de conhecimentos articuladores da
arte que são:
História da Arte - A História da arte é uma das áreas de estudo da disciplina
de História tratada como fonte e documento histórico para pesquisa. Ela está
articulada com o conteúdo estruturante “movimentos e períodos”, que é o objeto da
história que esta mais intimamente relacionada à disciplina de arte. As categorias da
História são fundamentais para a compreensão da produção artística da
humanidade, principalmente “permanências e mudanças” para se trabalhar a arte
paranaense e brasileira.
Semiótica - É uma ciência relativamente nova e entendida como a ciência
geral da representação, do signo ou a arte dos sinais. No mesmo campo, a
semiologia é o estudo dos sistemas dos signos e estuda conceitos como signo,
veículo do signo, imagem (representação imagética), assim como significação e
referência. Originaria dos estudos de comunicação e linguística, a semiótica é
importante para a análise de qualquer fenômeno relacionado á transmissão e
retenção de informação na linguagem, na arte e em todas as outras formas de
expressão. Em arte, a maioria dos estudos semióticos está direcionada à análise da
imagem (pintura, fotografia, cinema e imagens do cotidiano) como signo, mas seus
princípios também são aplicados na dança, música e teatro.
Estética - Tradicionalmente, estética é entendida como o estudo racional do
belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade de
emoções e sentimentos que ele suscita no homem. Este conceito, que é o mais
comum de estética, é fundamentado na arte clássica e de sua relação com a
natureza.
11. 3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes da disciplina de Artes no Ensino Fundamental
estão compostos da seguinte forma:
Elementos Formais;
Composição;
Períodos e Movimentos Artísticos.
68
E, em relação ao Ensino Médio, os Conteúdos Estruturantes estão dispostos
da seguinte maneira:
Elementos Formais;
Composição;
Períodos e Movimentos Artísticos.
Ainda, temos que destacar a importância de trabalhar a Cultura Africana,
como está regimentada na lei 10639/03 e da deliberação 04/06, buscando-se então
discemir as influências da cultura africana na arte, música, dança e escultura
brasileira. E, também a necessidade de trabalhar a Cultura Indígena e afro-indigena
como está prevista na lei 11645/08 de março de 2008. Contudo, não se deve
esquecer que estas devem ser trabalhadas gradualmente no anos de Ensino
Fundamental e Médio.
11.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
5ª Série
Artes Visuais: Ponto, Linha, Forma, Volume, Cor, Simetria, Pré- história, Arte
Greco-Romana, arte Africana.
Música: Ritmo, Melodia, Musica Greco-Romana, Indigena.
Teatro: Personagem, expressões corporais, espaço cênico, circo e teatro
Greco-Romano.
Dança: Tempo, Espaço, Dança Pré-Histórica e Greco-Romana.
6ª Série
Artes Visuais: superfície, volume, cor, luz, perspectiva, proporção,
tridimensional, abstrata, figura e fundo, paisagem, retrato, arte renascentista, arte
barroca, arte indígena, arte paranaense.
Música: gêneros folclóricos, africanos e indígenas, música étnica ocidental
renascentista.
Teatro: teatro popular, teatro brasileiro e paranaense, cenografia, mímica,
formas animadas, gêneros de rua e arena.
Dança: folclórica, popular, étnica, brasileira, paranaense e indígena.
69
7ª Série
Artes Visuais: ponto, linha, forma, volume, superfície, contraste, ritmo visual,
deformação, estilização, fotografia, desenho, industria cultural (radio, televisão,
jornal, revista, publicidade), arte no século XX
Música: Ritmo, Melodia, Harmonia, Indústria cultural, Rap, Rock e Tecno
Teatro: Proto-teatro (indígena e africano), representação no cinema e mídias,
texto dramático, sonoplastia, roteiro, personagem, jogos teatrais, teatro de sombra,
indústria cultural, cinema novo.
Dança: musicais, expressionismo e industria cultural, dança moderna.
8ª Série
Artes Visuais: textura, luz e sombra, forma, gravura, caricatura, charge,
cartoon, grafite, paisagem urbana e cenas do cotidiano, realismo, vanguardas,
muralismo e arte latino americana
Música: Musica popular brasileira, Música contemporânea
Teatro: monólogo, dramaturgia, performance, cenografia, sonoplastia,
iluminação, figurino, expressões corporais e gestuais, vanguardas,
Dança: tempo, espaço, coreografia, performance, dança moderna,
vanguardas e dança contemporânea, dança indígena e africana.
11.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO
1º Ano
Artes Visuais: Arte Ocidental, Arte Africana e Indígena, ponto, linha, forma,
figura e fundo, simetria, textura e superfície, estilização, Mitologia.
Música: Ritmo, Melodia, Harmonia, música Ocidental.
Teatro: Personagem, teatro de sombra e mímica, teatro Greco-Romano.
Comédia Dell' Art, roteiro.
Dança: Movimento Corporal, improvisação, Pré- historia e Greco-Romana.
70
2º Ano
Artes Visuais: cor, luz e sombra, volume, perspectiva, proporção,
bidimensional e tridimensional, Arte Medieval, Arte Renascentista, Arte Barroca e
Rococó; Indústria Cultural, Arte Moderna (Vanguardas).
Música: Gêneros musicais (erudito, clássico, popular, étnico...), Africana e
Indígena, Engajada, Indústria Cultural, Vanguardas .
Teatro: Medieval, Renascentista, Realista, Indústria Cultural, Cinema Novo,
Representação nas mídias, caracterização, sonoplastia, cenografia, figurino e
iluminação, Teatro de Vanguarda.
Dança: Moderna, Vanguardas, Industria Cultural, Medieval e Renascimento.
3º Ano
Artes Visuais: Arte Contemporânea e Latino Americana, fotografia, gravura,
escultura, Arte Popular, Arte Brasileira e Arte Paranaense, Instalação e
desempenho.
Música: Ritmo, técnica (vocal, instrumental, eletrônica, mista), popular,
brasileira, paranaense, Latino Americana,
Teatro: Desempenho, Direção, Monologo, Roteiro, Encenação e Leitura
Dramática, Produção, Teatro Brasileiro, paranaense e popular.
Dança: Popular e de Salão, Contemporânea, Brasileira, Popular, Africana,
Paranaense, Folclórica e Indígena
11. 6 AVALIAÇÃO
A avaliação se insere dentro do processo de aprendizagem. Mas antes do
planejamento ou avaliação deste processo é necessário que se conheça o que o
aluno traz de conhecimento sobre as formas artísticas. Portanto, como forma de
avaliação, por está ser uma disciplina teórico-prática, pode-se utilizar uma avaliação
continua e contextual, sendo que em relação à práxis artística é avaliado o processo
de desenvolvimento do aluno a partir de avaliações práticas realizadas
continuamente; e em relação ao estudo e aprofundamento da parte contextual, seja
ela história da arte, estética e semiótica, utiliza-se de avaliações teóricas.
71
11.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Compreender e expressar-se utilizando conhecimentos da História da Arte;
Realizar corretamente as técnicas, instrumentos e procedimentos variados em
artes – visuais, dança, música e teatro;
Ter a percepção das várias possibilidades de expressão artística;
Obter conhecimento estético;
Refletir sobre seu próprio trabalho e do outro e sobre os valores e maneiras
de pensar e ver o mundo.
Ler, reler e compreender imagens e obras de arte;
Apresentar capacidade de interpretação e representação;
Apresentar criatividade na exposição dos temas;
Reconhecer os diferentes gêneros e níveis da exposição da arte
11.8 BIBLIOGRAFIA:
DCE- PR 2008
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília:
MEC,1996.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF,1997.
72
12 CIÊNCIAS
12.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ensino de Ciências Naturais é relativamente recente na escola
fundamental. Até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases nº 4.024/1961,
ministravam-se aulas de Ciências Naturais apenas nas duas últimas séries do antigo
curso ginasial. Essa lei estendeu a obrigatoriedade do ensino da disciplina a todas
as séries ginasiais. Apenas a partir de 1971, com a lei nº 5.629, Ciências Naturais
passa a ter caráter obrigatório nas oito séries do primeiro grau.
As propostas para o ensino de Ciências debatidas para a confecção da lei
orientavam-se pela necessidade de o currículo responder ao avanço do
conhecimento cientifico e às demandas geradas por influencia da Escola Nova.
O objetivo fundamental do ensino de Ciências passou a ser o de dar
condições para o aluno identificar problemas a partir de observações sobre um fato,
levantar hipóteses, testá-las, refutá-las e abandoná-las quando fosse o caso,
trabalhando de forma a turar conclusões sozinho. O aluno deveria ser capaz de
“redescobrir” o já conhecido pela ciência, apropriando-se da sua forma de trabalho,
compreendida então como “o método cientifico”: uma sequência rígida de etapas
preestabelecidas. É com essa perspectiva que se buscava, naquela ocasião, a
democratização do conhecimento cientifico, reconhecendo a importância da vivencia
cientifica não apenas para eventuais futuros cientistas mas também para o cidadão
comum.
Após a Segunda Guerra Mundial, houve um incentivo a industrialização
acelerada em todo o mundo, ignorando-se os custos sociais e ambientais desse
desenvolvimento. Problemas ambientais que antes pareciam ser apenas do Primeiro
Mundo, passaram a ser realidade reconhecida de todos os países, inclusive do
Brasil. Os problemas relativos ao meio ambiente e à saúde começaram a ter
presença quase obrigatória em todos currículos de Ciências Naturais, mesmo que
abordados em diferentes níveis de profundidade e pertinência.
Ao tratar do tema Orientação Sexual, busca-se considerar a sexualidade
como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. O
73
papel do homem e da mulher, o respeito por si e pelo outro, as discriminações e os
estereótipos e a eles atribuídos em seus relacionamentos, a AIDS, entre outros, são
problemas atuais e preocupantes.
O tratamento da sexualidade nas séries iniciais visa permitir ao aluno
encontrar na escola um espaço de informação e formação.
O objetivo deste documento está em promover reflexões e discussões de
técnicos, professores, equipes pedagógicas, bem como pais e responsáveis, com a
finalidade de sistematizar a ação pedagógica no desenvolvimento dos alunos,
levando em conta os princípios morais de cada um dos envolvidos e respeitando,
também, os Direitos Humanos.
O aprendizado das Ciências deve ser baseado na interação
professor/natureza, para uma compreensão do mundo, interpretando os fenômenos
da natureza, a partir de uma postura investigativa e reflexiva.
Contemplando as leis nº 10.639/03 e 11.645/08 sobre a História e Cultura Afro
e Indígena, dentro da disciplina, será focado as formas como essas culturas tratam
as questões da natureza e de como influenciaram na formação das estruturas
sociais e políticas de outras culturas.
12.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS
Sabe-se que as teorias cientificas em seu elevado grau de abstração
dificultam a compreensão direta dos alunos do Ensino Fundamental. Desta forma, é
necessário que haja interação direta com os fenômenos naturais e tecnológicos.
Diferentes metodologias serão utilizadas nas aulas de Ciências, articulando
os conteúdos estruturantes com específicos, através de questionamento, buscando
a formação dos estudantes, como cidadãos, que possam exercer influência sobre o
uso consciente do meio ambiente e da tecnologia, visando proporcionar benefícios
para toda a sociedade, como:
Aulas expositivas, questionando e explicando os conteúdos estruturantes e
específicos, contemplando, inclusão, Cultura Afro e Educação do Campo e a
importância da Educação Fiscal.
Pesquisa em grupo e individual, utilizando jornais, revistas, vídeos, artigos,
74
teatro, internet, portal educacional dia a dia e desenhos.
Construção de experimentos e maquetes embasadas em pesquisas visando o
projeto com Ciências com exposição e apresentação.
Aula prática no pátio da escola para a observação do ecossistema.
Pesquisa de campo orientando, incluindo visitação a locais relacionados a
estudos.
Cartazes representativos relacionados aos conteúdos.
DVDs, Cds e TV pen drive, bem como utilização do laboratório de informática
como instrumento de pesquisa e reforço de conteúdos.
Observação, coleta e estudo da biodiversidade.
Troca de experiencias entre alunos através de conservação e
questionamento.
Palestra referente a assuntos abordados em sala de aula, com profissionais
especializados.
Pesquisa e debate inter-series sobre os assuntos pertinentes aos conteúdos.
12.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Astronomia
Matéria
Sistemas Biológicos
Energia
Biodiversidade
12.5 CONTÉUDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
5º Série
Universo
Sistema solar
Movimentos terrestres
Astros
Constituição da matéria
75
Níveis de organização
Formas de energia
Conversão de energia
Transmissão de energia
Organização dos seres vivos
Ecossistemas
Evolução dos seres vivos
6º Série
Astros
Constituição da matéria
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Formas de energia
Transmissão de energia
Origem da vida
Organização dos seres vivos
Sistemática
7º Série
Origem e evolução do Universo
Constituição da matéria
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Formas de energia
Evolução dos seres vivos
8º Série
Astros
Gravitação Universal
Origem e evolução do Universo
Constituição e propriedade da matéria
Fisiologia do seres vivos
formas de energia
76
conservação de energia
interações ecológicas
12.6 AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser entendida como um dos aspectos pelo qual o professor
estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as
finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos,
bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor.
A avaliação do processo ensino-aprendizagem, responsabilidade da escola, é
realizada de forma contínua, cumulativa e sistemática, tendo como um de seus
objetivos o diagnóstico da situação de aprendizagem de cada aluno, em relação à
programação curricular prevista e desenvolvida em cada nível da escolaridade. A
avaliação do processo de ensino e de aprendizagem tem por objetivos:
I- diagnosticar e registrar os progressos do aluno e suas dificuldades;
II – possibilitar que os alunos façam uma auto-avaliação;
III – orientar o aluno quanto aos esforços para superar as dificuldades;
IV – fundamentar as decisões do conselho de classe quanto à necessidade
de procedimentos paralelos ou intensivos de reforço e recuperação da
aprendizagem, de classificação e reclassificação de alunos.
12.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Prova escrita:
Entender o básico exigido;
Aprimorar o conhecimento;
Trabalho escrito:
Produção de texto do aluno para verificar seu entendimento sobre o conteúdo;
Pontualidade;
Riqueza de fontes de pesquisa;
Organização e compilação de dados de forma clara;
Trabalho oral
77
Superar a simples leitura e repetição
Compreensão crítica do conteúdo pesquisado;
Capacidade e facilidade de comunicação;
Trabalho em grupo
Trocar experiências;
Confrontar idéias
Atitude colaborativa;
Iniciativa e empenho;
Cooperação e convivência;
Assiduidade;
Material;
Atividade experimental:
Criatividade no uso de materiais alternativos;
Investigação;
Lúdico:
Interação entre o assunto abordado e os jogos;
Exploração;
Interesse, curiosidade;
Caderno:
Assiduidade;
Organização;
Capricho;
12.8 BIBLIOGRAFIA
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná – 2008.
78
13 EDUCAÇÃO FÍSICA
13.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O conhecimento inicial sobre as práticas corporais ocorrem a partir de teorias
vindas da Europa.
Sob a base de conhecimentos médicos e da instrução física militar, surge a
ginástica, principalmente, a partir de uma preocupação com o desenvolvimento da
saúde e a formação moral dos cidadãos brasileiros, mas com a finalidade de
aprimorar e aprofundar as capacidades físicas, formar o caráter do cidadão,
disciplina e respeito à hierarquia. Sendo assim, a educação física ganha espaço na
escola mas exigia físico disciplinado.
A partir de 1929, a educação física passou a ser obrigatória no ensino para
crianças a partir de 6 anos de idade e para ambos os sexos, por meio de um
anteprojeto publicado pelo então Ministro da Guerra, General Nestor Sezefredo
Passos.
O esporte começou a se popularizar a partir da década de 1930 e, não por
acaso, passou a ser um dos principais conteúdos trabalhados nas aulas de
Educação Física. Com o intuito de promover políticas nacionalistas, houve um
incentivo às práticas desportivas como a criação de grandes centros esportivos, a
importação de especialistas que dominavam as técnicas de algumas modalidades
esportivas e a criação do Conselho Nacional dos Desportos, em 1941.
No início de 1940, a predominância da instrução física militar começou a ser
sobreposta por outras formas de conhecimento sobre o corpo e as aulas de
Educação Física assumiram os códigos esportivos do rendimento, competição,
comparação de recordes, regulamentação rígida e a racionalização de meios e
técnicas.
A partir da Lei Orgânica do Ensino Secundário, promulgada em 09 de abril de
1942, a Educação Física tornou-se uma prática educativa obrigatória, desta vez com
carga horária estipulada de três sessões semanais para meninos e duas para
meninas, tanto no ensino secundário quanto no industrial, e com duração de 30 e 45
minutos por sessão (CANTARINO FILHO, 1982).
79
Em 1964, com o Golpe Militar, o esporte passou a ser tratado com maior
ênfase nas escolas, especialmente durante as aulas de Educação Física. Os
chamados esportes olímpicos – vôlei, basquete, handebol e atletismo, entre outros –
foram priorizados para formar atletas que representassem o país em competições
internacionais, portanto a escola deveria funcionar como um celeiro de atletas.
Em 1990, através da abordagem da metodologia crítico-emancipatória,
o movimento humano em sua expressão é considerado significativo no processo de
ensino/aprendizagem, pois está presente em todas as vivências e relações
expressivas que constituem o “ser no mundo”. Nesse sentido, parte do entendimento
de que a expressividade corporal é uma forma de linguagem pela a qual o ser
humano se relaciona com o meio, tornando-se sujeito a partir do reconhecimento de
si no outro.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física para o Ensino
Fundamental abandonaram as perspectivas da aptidão física fundamentadas em
aspectos técnicos e fisiológicos, e destacaram outras questões relacionadas às
dimensões culturais, sociais, políticas, afetivas no tratamento dos conteúdos,
baseadas em concepções teóricas relativas ao corpo e ao movimento.
Já nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, os
conhecimentos da Educação Física perderam centralidade e importância em favor
dos temas transversais e da pedagogia das competências e habilidades, as quais
receberam destaque na proposta.
Hoje em dia podemos partir do objeto de estudo e de ensino que é a Cultura
Corporal onde a Educação Física se insere garantindo o acesso ao conhecimento e
à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente
produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal mais amplo de
formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que
é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural.
Deve-se constantemente interligar os conteúdos estruturantes aos elementos
articuladores e às leis 10.639/03 e 11.645/08, como por exemplo: relacionar o
esporte, a dança, os jogos, a luta e a ginástica com a Cultura Corporal e
Diversidade, com a Cultura Corporal e Saúde, com a Cultura Corporal e Mídia e com
a Cultura Corporal e Corpo contemplando as relações étnico-raciais, com as
80
questões de gênero e diversidade sexual, relacionar também à educação ambiental
e à prevenção ao uso indevido de drogas.
13.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS
A Educação Física deve ser fundamentada nas reflexões sobre as
necessidades atuais de ensino perante os alunos, na superação de contradições e
na valorização da educação. Por isso, é de fundamental importância considerarmos
os contextos e experiências da nossa região, da nossa escola, dos nossos
professores, dos nossos alunos e da comunidade local.
Procuraremos possibilitar aos nossos alunos o acesso ao conhecimento
produzido pela humanidade, relacionando-os às práticas corporais, ao contexto
histórico, político, econômico e social.
A ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o
acervo de formas e representações do mundo que o ser humano tem produzido,
exteriorizadas pela expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas,
ginásticas e esportes. Essas expressões podem ser identificadas como formas de
representação simbólica de realidades vividas pelo homem (COLETIVO DE
AUTORES, 1992).
Durante as aulas de fundamentação, já conduzir os alunos à uma participação
democrática, socializando o grupo todo em todas as atividades propostas através do
uso das novas tecnologias como: slides, computadores, fotos, vídeos, filmes e etc;
mostrar como é a prática das atividades que realizaremos no decorrer do bimestre,
para que o aluno possa ver os movimentos corretos, os erros, as performances, as
dificuldades e também possa verificar qual será a forma mais adequada para realizar
os exercícios propostos durante as aulas para que possa sistematizar através da
aprendizagem visual e auditiva; aplicar individualmente os exercícios propostos sem
a ajuda do professor; aplicar individualmente os exercícios propostos com a ajuda do
professor, executar os exercícios propostos com autonomia; aplicar os mesmos
exercícios, no coletivo, de acordo com o conteúdo estruturante trabalhado na aula,
numa dinâmica lúdica ou não e poder agir e refletir sobre suas ações, para
posteriormente se auto corrigir.
81
13.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS
É importante ressaltar que tratar o conhecimento não significa abordar o
conteúdo „teórico‟, mas, sobretudo, desenvolver uma metodologia que tenha como
eixo central a construção do conhecimento pela práxis, isto é, proporcionar, ao
mesmo tempo, a expressão corporal, o aprendizado das técnicas próprias dos
conteúdos propostos e a reflexão sobre o movimento corporal, tudo isso segundo o
princípio da complexidade crescente, em que um mesmo conteúdo pode ser
discutido tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio.
13.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
5ª e 6ª série
Esportes: individuais e coletivos
Ginástica: artística e circense
Jogos: intelectivos, de tabuleiros e cooperativos.
Dança: popular e criativa
Lutas: jogos de oposição
7ª e 8ª série
Esportes: individuais e coletivos
Ginástica: rítmica desportiva
Jogos: pré-desportivos, competitivos.
Dança: criativa e de rua
Lutas: judô e capoeira
13.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Ensino médio
Esportes: individuais e coletivos
Ginástica: geral (qualidade de vida, atividade física e obesidade)
Jogos: intelectivos, pré-desportivos, competitivos e cooperativos.
Dança: folclórica e de salão
82
Lutas: esgrima e lutas que mantém a distância
Em todos os conteúdos estruturantes estarão interligados os seguintes
elementos articuladores:
- cultura corporal e corpo;
- cultura corporal e ludicidade;
- cultura corporal e saúde;
- cultura corporal e mundo do trabalho;
- cultura corporal e desportivização;
- cultura corporal e técnica e tática;
- cultura corporal e lazer;
- cultura corporal e diversidade;
- cultura corporal e mídia.avaliação
13.6 AVALIAÇÃO
Espera-se que o estudante assimile o conteúdo através da demonstração na
prática do conteúdo apresentado no bimestre; que o estudante aprimore sua prática;
que o estudante execute os exercícios com autonomia; que o estudante reconheça
os erros e os acertos; que o estudante valorize as diferenças individuais; que o
estudante interaja corporalmente na prática dos movimentos; que o estudante
reelabore as atividades propostas; que o estudante aplique os conhecimentos
adquiridos na resolução dos desafios corporais e através de trabalhos de pesquisas,
de atividades avaliativas individuais e coletivas e também através de provas.
Espera-se também que o estudante adquira as noções básicas das regras das
diferentes manifestações esportivas; que ele reconheça e se aproprie dos
fundamentos básicos dos diferentes esportes; que o aluno possa conhecer a
difusão e diferença de cada conteúdo estruturante relacionando-as com as
mudanças do contexto histórico brasileiro; que o estudando possa conhecer e
vivenciar a História e Cultura Afro e Indígena; que o estudante possa conhecer a
difusão dos jogos e brincadeiras populares e tradicionais no contexto brasileiro e da
Cultura Afro; que o estudante possa conhecer os aspectos históricos, filosóficos e
83
das características das diferentes manifestações das lutas; que o estudante possa
entender que as práticas esportivas podem ser vivenciadas no tempo/espaço de
lazer, como esporte de rendimento ou como meio para melhorar a aptidão física e
saúde, que o estudante conheça o contexto histórico em que foram criados os
diferentes jogos, brincadeiras e brinquedos, que o estudante reconheça os
diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre
outros elementos que identificam as diferentes danças e que ele possa montar
pequenas composições coreográficas.
Enfim, o objetivo da avaliação é favorecer maior coerência entre a concepção
defendida e as práticas avaliativas que integram o processo de ensino e
aprendizagem. A avaliação deve constituir na forma de resgatar as experiências e
sistematizações realizadas durante o processo de aprendizagem.
13.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Poderão ser feitas através de uma avaliação prática onde todo o conteúdo
vivenciado durante as aulas de fundamentação dos esportes deverão ser aplicados
num jogo; avaliação contínua durante as aulas relacionando à prática das atividades,
avaliação escrita com e sem consulta; trabalho de pesquisa sobre o conteúdo;
apresentação de trabalhos, construção e elaboração de jogos e brincadeiras,
elaboração de rotinas das ginásticas, construção de movimentos coreográficos,
demonstração de golpes de lutas e pesquisas de campo.
13.8 BIBLIOGRAFIA
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná – 2008.
84
14 ENSINO RELIGIOSO
14.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Ensino Religioso nas escolas tem sido nos últimos anos, motivo de acirrado
debate,principalmente nas escolas públicas. Será importante a presença de uma
disciplina assim no currículo escolar? Se entendermos a religiosidade como uma das
dimensões humanas, é evidente a necessidade de inserir também este aspecto na
proposta educacional.
Toda pessoa, independente de sua idade, é racional, afetiva, social, física,
sensível, espiritual e precisa desenvolver-se como uma unidade, relacionando-se
consigo, com os outros, com o mundo e com o transcendente. Então, como
esquecer a dimensão religiosa.
A educação pode ser definida nas mais diferentes formas, mas, em se
tratando de seu objetivo final, todas as definições convergem para o
desenvolvimento pleno do ser humano na sociedade. É aqui que o Ensino Religioso
fundamenta a sua natureza, pois o ser humano, para adquirir seu estado de
realização integral necessita da dimensão religiosa.
Conhecer as situações assumidas pelo homem religioso, compreender seu
universo espiritual é, em suma, fazer avançar o conhecimento geral do ser humano.
O Ensino Religioso, dessa forma, busca valorizar o ser humano e ajuda-o a dar
sentido à sua existência e dos textos sagrados das diversas religiões e expressões
religiosas.
Segundo Dora Incontri, as religiões estão presentes em todas as culturas e
entre todos os povos de todos os tempos. Assumindo diversas formas de devoção,
doutrinas e princípios éticos, elas buscam o sentido da vida e a transcendência em
relação à morte. Elas têm suas especificidades, mas também um patamar comum de
moralidade e busca humana, onde é possível e urgente um diálogo respeitoso e
solidário. O reconhecimento de uma raiz comum é vital para que o diálogo se
projete, além de uma conversa cordialmente superficial, para se tornar uma vivência
85
enriquecedora. O diálogo é a atitude interior que nos predispõe a entrar em contato
com a família, com as culturas, com as religiões, com as pessoas.
Talvez essa seja uma das maiores conquistas das religiões de hoje. Com o
diálogo, aceitamos a diversidade de caminhos, o respeito à cultura, à religiosidade e
o jeito de ser de cada pessoa. A Constituição Brasileira garante a liberdade de culto,
e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação abre espaço para o ensino religioso
interconfessional (art. 33), para assegurar “o respeito à diversidade religiosa do
Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”.
Dessa maneira, é possível conhecer o universo religioso e descobrir que
todas as religiões têm valor. Através de um diálogo saudável, entre as diversas
tradições religiosas, as pessoas podem situar no mundo de forma muito mais segura
e fraterna.
O ensino religioso visa a propiciar aos educandos a oportunidade de
identificação de entendimentos, de conhecimentos, de aprendizagem em relação às
diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade, de tal forma que tenha
a amplitude da própria cultura em que se insere.
A disciplina deve contribuir para o reconhecimento e respeito às diferentes
expressões religiosas advindas da elaboração cultural.
Com esta proposta o ensino religioso torna-se acolhedor a própria vivência
dos alunos, considerando que estamos vivendo em um momento muito pluralista,
com muitas opções religiosas, e nossos alunos também se encontram entre divisões
religiosas dentro da própria casa. O desafio do ensino religioso é de resgatar os
valores culturais, a contextualização histórica das religiões e das sociedades
oferecendo aos alunos uma leitura do fenômeno religioso de forma científica.
A dimensão religiosa (ou espiritual) constitui uma das dimensões essenciais
de uma educação dos valores humanos. O ensino religioso distancia-se claramente
das “aulas de religião”, referindo-se, mais propriamente, à educação da dimensão
religiosa do ser humano. A religião enquanto credo (ou confissão de uma crença
determinada) pertence à esfera do privado, não podendo a escola, enquanto
instituição educativa, negligenciar o sentido do transcendente presente no homem.
O ensino religioso se justifica a partir da compreensão de uma educação de raízes
86
humanistas, aberta ao valor religioso como “ realidade e problema existente de fato
na sociedade, na história e na vida dos homens”.
O ser humano constitui-se num ser em relação. Na busca de sobreviver e dar
sentido à existência ao longo da história, desenvolve as mais variadas formas de
relacionamento com a natureza, com a sociedade, com o transcendente e consigo
mesmo. Estabelece estas relações na busca de respostas às suas perguntas
existenciais: quem sou, de onde vim, e para onde vou? Nesta busca, o ser humano
desenvolve conhecimentos que lhe possibilitam interferir no meio.
O Ensino Religioso, entendido como área do conhecimento da Base Nacional
Comum, faz parte do currículo escolar, integra os horários normais nas escolas
públicas.
Pretende-se com a disciplina de Ensino Religioso que o aluno se torne uma
pessoa esclarecida quanto à diversidade religiosa presente no Brasil e no mundo e
desta forma, aprender a respeitar os outros nas suas diferenças e a conviver
respeitosamente com pessoas de diferentes religiões e culturas, bem como
proporcionar aos educandos oportunidades de se tornarem capazes de entender os
momentos específicos das diversas culturas, colaborando para a autêntica
cidadania.
Os conteúdos trabalhados nas aulas, de Ensino Religioso privilegiam o estudo
das diferentes manifestações do Sagrado no coletivo, a partir da concepção prevista
na legislação e nas novas Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para o Ensino
Fundamental.
Portanto é nesse sentido que o ensino religioso inserido no contexto do
sistema público de educação não apenas está obrigado a superar uma posição
monopolista e proselitista, como não pode prescindir desse profundo respeito à
alteridade, ao Outro.
O ensino religioso não se destina ao proselitismo ou ao aprofundamento das
crenças religiosas dos alunos, mas deve se constituir em área do conhecimento
articulada com a vida de cidadã e norteada pelos princípios Éticos, Políticos e
Estéticos.
Os desafios e as mudanças atuais estão a exigir transformações profundas na
maneira de viver e racionar-se. Exigem constate atualização na e da educação,
87
privilegiando o aprender a ser, o aprender a aprender, o ter acesso ao saber
acumulado, o aprender a convier em solidariedade. Um relatório da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) fala da educação
para suprir as necessidade de aprendizagem básica1.
Ser cidadão é recuperar sentimentos que levem para o engrandecimento do
ser humano, no respeito à liberdade e no direito de agir para a construção de um
mundo sem violência, pacífico e harmonioso. A ação cidadã precisa estar em função
da felicidade do ser humano.
O conhecimento religioso, ao lado de outros na escola, analisa as explicações
do significado da existência humana apontadas pelas Tradições Religiosas e se
organiza enquanto sistematização da relação entre o ser humano e a realidade em
sua transcendentalidade
Os objetivos gerais do Ensino Religioso são as grandes metas a serem
alcançadas até o final do processo ou de um determinado período e não como as
antigas concepções de objetivos específicos, caracterizados pelo imediatismo da
sua consecução. Entenda-se meta como objetivo geral quantificado, (objetivo para
as séries do Ensino Fundamental). Espera-se, assim, que ao final de uma série,
ciclo ou período, determinados objetivos tenham sido alcançados.
14.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS
O Ensino Religioso no sentido de contribuir para a formação da cidadania,
como toda disciplina escolar, tem uma prática docente metodológica própria.
Numa visão pedagógica e holística, o educando conhecerá ao longo do
Ensino Fundamental os elementos básicos que compõem o fenômeno religioso,
para que possa entender melhor a sua busca de Transcendente.
No Ensino Religioso não se pode afirmar haver receitas prontas, fórmulas,
métodos prontos e definitivos, pois estaríamos desconsiderando diversas variáveis
que, num movimento cíclico entre sociedade-escola, se constituem.
1 Revista Educação em Movimento. Curitiba, v.2, nº5, p. 11-19. (Supl.), maio/ago. 2003
88
Logo, as práticas pedagógicas desenvolvidas em Ensino Religioso em sala de
aula, serão no sentido de fomentar o respeito às diversas manifestações religiosas,
ampliando e valorizando o universo cultural dos alunos, com articulação de
conteúdo, diálogo, sensibilidade à pluralidade, mediar conflitos e também atenção
especial aos alunos com necessidades especiais, na inclusão social.
14.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Paisagem Religiosa,
Universo Simbólico Religioso e
Textos Sagrados.
14. 4 CONTEÚDOS BÁSICOS ENSINO FUNDAMENTAL
5ª Série
O Ensino Religioso na Escola Pública;
Lugares Sagrados;
Textos Sagrados - orais e escritos;
Projetos Interdisciplinares, enfocando: Boas atitudes, valorização à vida,
campanhas anti-drogas, da paz e meio ambiente.
Símbolos Religiosos;
6ª Série
Temporalidade Sagrada;
Ritos;
Ritos de passagem;
Mortuários;
Propiciatórios;
Outros: Exemplos: Dança (Xire) - Candomblé, Kiki (kaingang - ritual fúnebre),
Via Sacra, Festejo indígena de colheita, etc.
Festas Religiosas;
Peregrinações, festas familiares, festas nos templos, datas comemorativas.
89
Exemplos: Festa do Dente Sagrado( Budismo), Ramadã (Islâmica), Kuarup
(indígena), Festa de Iemanjá (Afro-brasileira), Pessach (Judaísmo), Etc.
Vida e Morte;
O sentido da vida nas tradições/manifestações religiosas;
Reencarnação;
Ressurreição - ação de voltar à vida;
Além morte;
Ancestralidade - vida dos antepassados - espíritos dos antepassados se
tornam presentes;
Outras interpretações.
Inserir projetos interdisciplinares como: Projeto solidário (Conservação do
patrimônio público, Projeto anti-drogas, paz e meio ambiente, Projeto Cultura Afro,
Projeto Cultura Indígena.
14.5 AVALIAÇÃO
Em Ensino Religioso é necessário destacar que os procedimentos
avaliativos não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se
refere a atribuição de notas ou de conceitos. Não se constitui objeto de reprovação,
mas não deixa de ser importante no processo educativo.
Ensino Religioso com avaliação processual que permeia objetivos, conteúdos
e prática didática (PCNER).
O Ensino Religioso utiliza-se da avaliação como elemento integrador entre a
aprendizagem do educando e a atuação do educador na construção do
conhecimento.
14.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação, em Ensino Religioso, tem como pressupostos e se desenvolve
em etapas para cada tema desenvolvido:
Somativa: Na análise e avaliação buscando-se uma soma de todas as
atividades desenvolvidas em sala de aula.
90
Inicial: reconhecimento no convívio social dos educando dos grupos culturais-
religiosos diferentes, crenças e expressões religiosas presentes na turma.
Formativa: alargamento do conhecimento do fenômeno religioso do educando
pela percepção, análise e reflexão do mesmo dado sócio-religioso da turma.
Final: aferimento dos resultados e do que se quer alcançar.
Identificar-se-á , através de ações, em que medida o aluno:
• Respeita a pluralidade religiosa;
• Aceita as diferenças;
• Expressa relação harmoniosa em sala de aula, com os colegas;
• É atencioso com os alunos que tenham necessidades especiais;
• Participar com prazer de todas as atividades propostas, tais como: textos,
debates, teatro, música, questionamentos, registro formal do conteúdo apresentado,
dramatizações, relatórios e apresentações nas celebrações culturais da escola,
durante o ano.
14.7 BIBLIOGRAFIA
ALVES, Rubem. O que é religião? São Paulo: Loyola, 1999.
BACH, Marcus. As grandes religiões do mundo. Rio de Janeiro: Record, 1998.
BOWKWER, John. Para entender as religiões. São Paulo: Ática, 1997.
BRASIL/MEC, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico- Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana. Brasília- DF, 2004.
_______. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. In: Brasil. Ministério da
Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-
raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília:
MEC/Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial/ Secretaria
de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. 2004.
91
_______. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.In:BRASIL/MEC. Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
Capacitação para um novo milênio - Formação Básica do Cidadão. Curso de
Extensão a Distância de Ensino Religioso.
CAPRA, Fritjol. O ponto de mutação. Cultrix: s/d.
Coleção Alegria de Viver - Maria Izabel de O. Longu - Editora Moderna.
Coleção Conversa Sobre Cidadania - Edson G. Garcia - Maria Amélia - F.T.D.
Coleção de Mãos Dadas - Amélia Schneiders e Avelino A. Correia - Editora
Scipione.
Coleção Redescobrindo o Universo Religioso - Rogério F. Narloch - Editora
Vozes.
FÓRUM. Nacional Permanente do Ensino Religioso. Parâmetros Curriculares
Nacionais. 2 ed. São Paulo: Ave Maria, 1997.
FRANKL, Viktor Emil. Em Busca de Sentido.
GIBRAN, Kahlil. Para além das palavras. São Paulo: Paulinas, 1995.
GRUEN, Wolgang. O Ensino Religioso na Escola. Petrópolis: Vozes, 1995.
HINNELS, John R. Dicionário das religiões. São Paulo: Cultrix, 1989.
Jornal: Folha de Londrina.
LIBÂNIO, João Batista. A Busca do Sagrado. São Paulo: FTD, 1991.
Revistas: Veja, Agitação, Mundo Jovem, Diálogo, Rainha, Mundo Jovem.
PARANÁ. Lei 13.381, de 18 de dezembro de 2001. Torna obrigatório, no
ensino fundamental
92
15 GEOGRAFIA
15.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
As transformações pelas quais tem passado a ciência Geografia nos últimos
anos abarcam dois pontos importantes que se complementam: a prática social no
dia a dia, vivenciada no espaço real, construído pela sociedade, e o enfoque teórico,
representado pela reflexão sobre a realidade e conseqüente sistematização da
geografia como ciência. Esta vem, ao longo dos anos, sofrendo mudanças (como
todas as ciências), com a finalidade de procurar explicar a realidade contemporânea
e propor contribuição para sua transformação.
Na geografia deve-se fazer um paralelo entre a diversidade étnica racial e sua
distribuição espacial no território brasileiro. O grande desafio da escola é superar a
discriminação e valorizar a diversidade étnico-cultural que compõe o patrimônio
sociocultural brasileiro, valorizando a riqueza de cada grupo. Para tanto, a escola
deve ser o local de diálogo e de aprendizagem de convivência, respeitando as
diferentes formas de expressão cultural. O desenvolvimento desse tema transversal
possibilita verificar as contribuições significativas de diferentes culturas em diferentes
momentos da história. Na geografia os conteúdos devem possibilitar a valorização
da diversidade cultural, grande riqueza de qualquer nação, com um enfoque especial
para a cultura afro-brasileira sempre relacionando esse assunto com atitudes de
respeito. Ao encaminharmos o conteúdo sobre população, podemos estabelecer
relação com o tema Orientação Sexual. Ao discutirmos com os alunos as práticas de
controle de natalidade adotadas por muitos países, ou qual o papel da mulher na
sociedade e sua contribuição na formação da população economicamente ativa,
estabelecemos momentos em que o desenvolvimento do conteúdo volta-se para a
questão da transversalidade com orientação sexual.
Geografia e meio ambiente, é um tema que abre um grande leque de opções
a serem desenvolvidas no trabalho com Geografia tais como o aproveitamento dos
recursos naturais, a urbanização, a ocupação do solo, a erosão, o desmatamento, a
poluição o desperdício e tantos outros. Para cidadania é imprescindível a
93
observação, interpretação e compreensão das transformações sócio espaciais são
essenciais para que o aluno possa refletir sobre a sociedade em que vive, repensá-
la, repudiar as injustiças e exigir o cumprimento de seus direitos. Os cidadãos
apresentam o sentimento de pertencer a uma realidade com a qual possuem uma
ligação afetiva. São, portanto, responsáveis e co-responsáveis, assumindo seus
deveres para com um mundo mais justo e humanitário. a cidadania deve estar
voltada à garantia de igualdade, de direitos ou oportunidades iguais a todos.
A formação do aluno para o exercício da cidadania compreende a
capacitação para o auto cuidado, assim como a compreensão de saúde como direito
e responsabilidade pessoal e social. Envolve discussões sobre trabalho insalubre,
poluição, saneamento básico, qualidade de vida, dentre outras.
Tendo essa consciência, acreditamos que o aluno no processo de sua
formação, irá adquirir uma postura de entendimento da necessidade de
transformações sociais. E estado consciente da extensão dos fenômenos que
estuda, poderá agir mais efetivamente como sujeito ativo no processo de
organização e construção do espaço geográfico que vive.
A geografia precisa contribuir para que o aluno compreenda o mundo em que
vive. Dessa forma, a educação geográfica deve propiciar ao aluno a ampliação de
suas habilidades e capacidades com a participação ativa de procedimentos
metodológicos, como a representação e expressão dos fenômenos sócio espaciais,
a construção e interpretação de gráficos e tabelas, produção de textos, uso de
recursos diversificados por meio dos quais possam registrar seu pensamento e seus
conhecimentos geográficos. Estamos continuamente adquirindo conhecimentos e
desenvolvendo habilidades de que precisamos no decorrer da vida.
Objetivando a formação integral do aluno e o desenvolvimento de inúmeras
capacidades motoras, afetivas e cognitivas, entendemos os conteúdos como
conceituais procedimentais e atitudinais.
15.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS
A aprendizagem de conteúdos conceituais requer clareza daquilo que deve
ser ensinado. Eles devem ser significativos, com possibilidade de ampliar e
94
aprofundar o conhecimento já adquirido, e ser trabalhados de forma contextualizada,
para que o educando possa estabelecer relações entre conteúdos geográficos e
destes com os de outras áreas de conhecimento. O conceito não é para ser
decorado, mas para ser compreendido e utilizado em interpretações ou no
conhecimento de novas idéias.
Trabalhar conteúdos procedimentais significa incluir regras, técnicas,
métodos, habilidades e estratégias no desenvolvimento do trabalho pedagógico.
Atividades de leitura, observação, experimentação, representação, classificação,
analogia e síntese são exemplos de trabalho com conteúdos procedimentais.
Conteúdos atitudinais se referem ao trabalho com valores, atitudes e normas.
Visam resgatar a formação do educando como cidadão, ao trabalhar valores como
princípios étnicos de solidariedade, justiça, liberdade. Faz-se necessário que a
escolha trabalhe os conteúdos atitudinais, para a formação do ser humano integral.
O sistema de valores vai conduzir nossas atitudes, nossas ações, nossa
predisposição para cooperar, ajudar, respeitar, participar.
Acreditamos que o encaminhamento metodológico deve priorizar atividades
que envolvam múltiplas habilidades. Por meio de um conteúdo proposto, poderá o
aluno realizar diferentes produções. O ensino tornar-se-á mais dinâmico e tenderá a
explorar não só os conhecimentos, mas também as capacidades dos alunos.
15. 3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Dimensão econômica do espaço geográfico.
Dimensão política do espaço geográfico.
Dimensão socioambiental do espaço geográfico.
Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico.
15.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
5ª série
Espaço Geográfico
Representação e orientação espacial.
95
Dinâmica externa e interna da Terra.
Recursos naturais
Climas
Questões ambientais
6ª série
Brasil e sua formação física e social
Território e população
Espaço rural e urbano em suas especificidades
Região Nordeste
Região Norte
Região Centro-Oeste
Região Sudeste Região Sul
7ª série
Natureza, e a transformação do espaço natural
O trabalho e a transformação do espaço geográfico
Organização do espaço geográfico mundial
Regionalização do mundo contemporâneo
América Latina
África
Ásia
8ª série
Globalização sua história e conseqüências para humanidade
Fluxos populacionais: e as migrações internacionais
Desigualdade no espaço mundial e subdesenvolvimento
Meio ambiente e problemática ecológica
O desenvolvimento da América
O desenvolvimento da Europa
Países não socialistas da Europa e da Ásia
Regiões polares suas características e contribuições
96
15.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO
1º ano
Indústria, tecnologia e produção do espaço
2º ano
Geografia política do mundo atual
3º ano
Aspectos da população mundial
Meio ambiente do ser humano
15.6 AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de Geografia será sistemática e objetiva. Os
instrumentos utilizados para esse fim serão diversificados, de modo que se permita
uma análise mais objetiva do desenvolvimento no aluno e da prática pedagógica,
podendo ser usado métodos como: seminários, gráficos e tabelas de comparação
com imagens, trabalhos em grupo e individual, relatórios, avaliações objetivas e
discursivas a cerca de um tema em questão.
15.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Pretende-se, como critérios, a compreensão e articulação do aluno no
desenvolvimento do senso argumentativo e crítico do conteúdo, devendo ser capaz
de reconhecer, diferenciar e comparar os gráficos, tabelas e imagens de forma a
adquirir autonomia na construção do conhecimento com o método utilizado, com
relação aos relatórios capacidade de relatar os fatos e acontecimentos da vida no
cotidiano, com a direção e acompanhamento do professor para os assuntos
abordados dentro do contexto geográfico. Nas provas objetivas; o aluno deverá
analisar e interpretar conceitos prévios de maneira autônoma de forma a obter
respostas coerentes às questões elaboradas.
97
15.8 BIBLIOGRAFIA
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná – 2008.
98
16 HISTÓRIA
16.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A partir das Diretrizes Curriculares para o ensino de História procuraremos
despertar no corpo discente reflexões sobre aspectos diferenciados dos setores:
políticos, sociais, culturais, econômicos, religiosos, cultura africana e indígena.
Entendemos que na disciplina de História não há verdades prontas e
acabadas (Marc Bloch), mas sim, interpretações de de um determinado espaço e
tempo. Portanto, no trabalho pedagógico de história pretenderá discutir com às
várias vertentes historiográficas e colaborar com a construção do conhecimento
histórico.
16.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS
Será realizado a partir da problematização dos conteúdos que serão
abordados, retomando-os sempre que houver necessidade da turma. Leitura e
compreensão de textos individuais e em grupos com a mediação do professor.
Produção de textos; pesquisas bibliográficas e de fontes históricas.
Para tanto, far-se-á necessário o uso de abordagens teórico-metodológicos
diversos, contidas nas Diretrizes Curriculares para o ensino de História, ou seja os
pressupostos da Nova História, Nova História Cultural e Nova Esquerda Inglesa,
quais colaboram para o corpo discente assimilar e resguardar as diferenças,
oposições, permanências, rupturas e similaridades entre os conteúdos e contextos
históricos.
Utilizando estes pressupostos, permitirá o aluno compreender a ideia da
consciência histórica, esta entendida como a existência do pensamento humano,
perspectivando que os sujeitos históricos são construídos e/ou constituídos a partir
de suas relações sociais e culturais
99
Em síntese, utilizar esta fundamentação teórica e metodológica implica na
utilização de vários recortes temporais, diferentes conceitos de documentos,
diferentes sujeitos e suas experiências, a diversidade.
16.4 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL
Relações de Poder;
Relações de Trabalho e
Relações Culturais
16.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
5ª série
A experiência humana no tempo
Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo
As culturas locais e a Cultura comum
Cultura Afro-descendente
Cultura Indígena
6ª série
As relações de propriedade
A constituição histórica do mundo, do campo e do mundo da cidade
As relações entre o campo e a cidade;
Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade
Cultura Afro-descendente
Cultura indígena
7ª série
História das relações da humanidade com o trabalho
O trabalho e a vida em sociedade
O trabalho e as contradições da modernidade
Os trabalhadores e as conquistas de direito
Cultura Afro-descendente
Cultura indígena
100
8ª série
A constituição das instituições sociais
A formação do Estado
Sujeitos, guerras e revoluções
Cultura afro-descendente
Cultura indígena
16.5 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO MÉDIO
Relações de Poder;
Relações de Trabalho e
Relações Culturais
16.6 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO
1º ano
Trabalho escravo, servil, assalariado e o trabalho livre;
Urbanização e industrialização;
Cultura afro-descendente e cultura indígena.
2º ano
O estado e as relações de poder;
Os sujeitos, as revoltas e as guerras;
Cultura afro-descendente e cultura indígena.
3º ano
Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções;
Cultura e Religiosidade;
Cultura afro-descendente e cultura indígena.
101
16.6 AVALIAÇÃO
[...] para que a avaliação sirva à democratização do ensino, é (preciso)
modificar a sua utilização de classificatória para diagnóstica. Ou seja, a avaliação
deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de
aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões
suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de
aprendizagem (LUCKESI, 2002, p. 81). Secretaria de Estado da Educação do
Paraná 80
Ao considerar os conteúdos de História efetivamente tratados em aula,
essenciais para o desenvolvimento da consciência histórica, é necessário ter clareza
que avaliar é sempre um ato de valor. Diante disto, professor e alunos precisam
entender que os pressupostos da avaliação, tais como finalidades, objetivos,
critérios e instrumentos, podem permitir rever o que precisa ser melhorado ou o que
já foi apreendido. Segundo Luckesi (2002), o professor poderá lançar mão de várias
formas avaliativas, tais como:
• Avaliação diagnóstica – permite ao professor identificar o desenvolvimento da
aprendizagem dos alunos para pensar em atividades didáticas que possibilitem a
compreensão dos conteúdos a serem trabalhados;
• Avaliação formativa – ocorre durante o processo pedagógico e tem por
finalidade retomar os objetivos de ensino propostos para, a partir dos mesmos,
102
identificar a aprendizagem alcançada desde o início até ao momento avaliado;
• Avaliação somativa – permite ao professor tomar uma amostragem de
objetivos propostos no início do trabalho e identificar se eles estão em consonância
com o perfil dos alunos e com os encaminhamentos metodológicos utilizados para a
compreensão dos conteúdos. Esta avaliação é aplicada em período distante um do
outro, como por exemplo o bimestre, trimestre ou semestre.
Assim, o aprendizado e a avaliação poderão ser compreendidos como
fenômeno compartilhado, contínuo, processual e diversificado, o que propicia uma
análise crítica das práticas que podem ser retomadas e reorganizadas pelo
professor e pelos alunos. Retomar a avaliação com os alunos permite, ainda, situá-
los como parte de um coletivo, em que a responsabilidade pelo e com o grupo seja
assumida com vistas à aprendizagem de todos.
16.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Na concepção de ensino e de aprendizagem, das Diretrizes Curriculares para
o ensino de História, compartilha-se a ideia de Luckesi a respeito da avaliação
diagnóstica:
A fim de que as decisões tomadas na avaliação diagnóstica sejam
implementadas na continuidade do processo pedagógico, faz-se necessário o
diálogo acerca de questões relativas aos critérios e à função da avaliação, seja de
forma individual ou coletiva.
O ensino da história deverá contribuir na formação da cidadania, consciente
do seu papel enquanto sujeito histórico tendo conhecimento de seus direitos e
deveres, perante a sociedade, tendo a capacidade de discutir com argumentos
contundentes.
Colaborar na construção de um cidadão crítico, humano, responsável que
possa contribuir para com sua sociedade. Assim, a avaliação deve estar focada em
pressupostos teórico-metodológicos que possam corroborar com a construção do
conhecimento histórico.
Objetiva-se favorecer a busca da coerência entre a concepção de História
defendida e as práticas avaliativas que integram o processo de ensino e de
103
aprendizagem. A avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os
alunos, permeando o conjunto das ações pedagógicas, e não como elemento
externo a este processo.
16.8 BIBLIOGRAFIA
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná – 2008.
104
17 LÍNGUA PORTUGUESA
17.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A proposta curricular em Língua Portuguesa não é um simples conteúdo
escolar, mas uma atividade humana, histórica e social. Portanto, seu estudo deve
contribuir para auxiliar a solução de problemas cotidianos e propiciar o acesso aos
bens culturais acumulados pela humanidade. A finalidade do ensino da Língua
Portuguesa deve visar, prioritariamente, ao desenvolvimento da capacidade de
produzir e interpretar textos orais e escritos, à medida que estes auxiliem o
educando a ler o mundo em que vive, a analisar o que dele se diz e se pensa e a
expressar uma visão fundamentada e coerente dessa leitura e dessa interpretação.
Com isso, procuramos oferecer aos alunos muitas e diferentes oportunidades
de desenvolver as quatro habilidades lingüísticas básica: falar e ouvir, ler e escrever,
num contexto de reflexões e de emoções, conhecimentos e satisfação pessoal que
tais atividades podem proporcionar.
A proposta da disciplina de Língua Portuguesa é fazer de cada atividade, um
estímulo para o aluno observar, falar, perguntar, pensar, dialogar, pesquisar, indo
além do livro didático. Embora a escola transmita a variedade culta da língua, é
importante respeitar a linguagem do aluno e ajudá-lo a compreender e a expressar a
realidade que o cerca. É preciso considerar seus conhecimentos, habilidades e
experiências para que a escola seja a extensão do seu mundo, sem deixar de
enfatizar a importância do português culto como instrumento de ascensão social.
Um projeto educativo, precisa atender igualmente aos sujeitos, seja qual for
sua condição social e econômica, seu pertencimento étnico e cultural e às possíveis
necessidades especiais para a aprendizagem, como prioridade a afro-brasileira,
africana e indígena. De a mesma forma valorizar o assunto sexualidade, meio
ambiente e prevenção ao uso indevido de drogas e suas conseqüências.
105
17.2 FUNDAMENTOS TÉÓRICOS METODOLÓGICOS
O currículo, como um conjunto de conhecimentos ou matérias a serem
superadas pelo aluno dentro de determinado tempo, é um programa de atividades
planejadas, devidamente ordenadas metodologicamente pelo professor, contendo
conhecimentos, valores e atitudes; experiências recriadas nos alunos por meio da
qual podem desenvolver-se, melhorar a sociedade em relação à reconstrução social
da mesma. Entretanto quando uma nova proposta curricular é apresentada como
fruto de ampla discussão coletiva, haverá o surgimento de novas práticas que irão
além do que propõe o documento, mas respeitando o seu ponto de partida teórico-
metodológico.
O currículo vinculado com base nas experiências vividas pelos alunos é
fundamentado em concepções psicológicas, humanistas e sociais. Isso é de suma
importância no desenvolvimento do indivíduo, levando em conta que terão de ser
objetos coerentes com a diversidade. Desde então, a metodologia e a importância
da experiência estão ligadas ao conceito do currículo. O importante em tudo isso, a
experiência, a recriação da cultura em termos de vivências e interesses de cada um.
Na dimensão do conhecimento, propomos que o Currículo da Educação Básica
ofereça ao estudante, a formação necessária para o enfrentamento, com vistas à
transformação da realidade social, econômica e política de seu tempo.
Em Língua Portuguesa, a linguagem verbal é compreendida como processo
de interação que se realiza nas práticas sociais. Estas são múltiplas e possuem
características variadas, definidas com interlocutor colocado em cada uma das
situações comunicativas pela finalidade que se pretende atingir. Por isso pode se
dizer que participar de diferentes situações de comunicação, escritas ou orais,
implica em diferentes conhecimentos.
Hoje, a escola tem como finalidade a formação do cidadão crítico e
efetivamente participativo, para que possa interagir verbalmente, de maneira cada
vez mais eficiente. Considerando a variedade enorme das situações comunicativas
que se realizam nas diferentes esferas: escolar, científica, literária, jornalística, entre
outras, devem ser trazidas à escola para que se possa estudá-las e conhecê-las,
cabendo à escola priorizar estas situações e tomá-las como objeto de ensino.
106
A leitura é compreendida como processo de significação para o qual é
imprescindível a interação entre os interlocutores. É processo simultaneamente
individual, único e impessoal, prevendo um exercício ímpar, pois entre o leitor e o
texto desencadeia-se um processo discursivo de decifração, interesse,
interpretação, reflexão e reavaliação de conceitos absolutamente renovados a cada
leitura. Nenhuma atividade humana permite a espécie de diálogo atemporal que a
leitura proporciona.
Para trabalhar com a biblioteca da escola a metodologia é selecionar os livros
que fazem parte do acervo para ampliar os conteúdos trabalhados nos livros
didáticos, a partir dos seguintes critérios: o gênero (romance de aventura, diário
íntimo, contos, crônicas, poemas, etc.) ou o tema: (bulling, música, cinema, uso da
água, papel da mulher, direitos e deveres, meio ambiente, ilustrações, afro-
brasileiros, etc.).
Na produção de texto, orais ou escritos, é considerado como unidade de
ensino, sendo compreendido na sua essência, levando-se em consideração os
recursos estilísticos próprios, como recursos de língua, gírias, gramáticas, etc. Além
disso, as atividades propostas procuram orientar quanto aos procedimentos do
planejamento escolar, anual, revisão, reescrita e auto-avaliação dos mesmos,
considerando sua adequação tanto ao contexto de produção, quanto às respectivas
características tipológicas.
Para trabalhar a capacidade de narrar, devem ser tomados textos
organizados em gêneros como crônica, conto policial, entre outros, dependendo da
série em que estamos trabalhando, ou do momento. Para trabalhar a capacidade de
expor, podem ser focalizados textos de gêneros como: artigo de divulgação
científica, exposição oral, por exemplo. Para tomar como foco a capacidade de
argumentar, pode-se trabalhar com gêneros como artigos de opinião, debate, entre
outros.
Além disso, na linguagem oral deve-se levar em consideração aspectos de
entonação, pronúncia de palavras, prosódia, gestualidade e recursos que podem ser
utilizados em atividades orais, dramatizações de textos, “contação de histórias”, ou
declamação de poesias.
107
17.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Oralidade
Leitura
Escrita
17.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
5ª série
Leitura de textos e livros
Vocabulário dos textos
Construção de textos
Criação de Poemas
Variedades Linguísticas
Norma culta e variedades não padrão
Letras e Fonemas
Encontro Consonantal
Frase
Artigo
Tonicidade das Palavras
Numerais e Pronomes
Verbos regulares-indicativo
Substantivos – Classificação
Adjetivos
Acentuação
Ortografia
6ª série
Temas de textos propostos
Discurso direto e indireto
Elementos composicionais do gênero
Léxico
108
Marcas lingüísticas: coesão e coerência
Função das classes gramaticais
Pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão, negrito)
Figuras de Linguagem
Processo de formação das Palavras
Elementos Composicionais de gênero
Divisão dos textos em parágrafos
Acentuação Gráfica
Ortografia
Concordância Verbal e Nominal
Argumentatividade
Marcas Linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetições, recursos
semânticos.
7ª série
Leitura de textos e livros de livre escolha
Vocabulários
A linguagem do texto
Pensar e criar a partir dos textos
Construir e reconstruir os sentidos dos textos
Produção de textos em diferentes gêneros
Análise morfológica
Análise sintática
Verbo ser concordância
Discursos: direto, indireto, indireto livre
Pontuação e Acentuação
Uso de crase
Vozes verbais
Concordância Nominal
Concordância verbal
Ortografia
8ª série
109
Leitura de textos e livros
Construindo e reconstruindo os sentidos dos textos
Pensando e criando a partir de textos
Estudo da língua: Conjunções, período composto por coordenação
Uso da vírgula nas orações coordenadas
Criação de Poemas
Versificação
Período composto por subordinação
Orações Subordinadas Substantivas
Pontuação e Figuras de Linguagem
Orações subordinadas adverbais
Crônica e Conto
Orações Subordinadas Adjetivas
Emprego da letra (S) e (Z)
Orações reduzidas
Estrutura das Palavras e sua formação
Emprego do hífen
Sufixos e Prefixos
Verbos defectivos, verbos impessoais e unipessoais
Função da palavra (que) e (se)
Concordância Verbal
17.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO
1° ano
Língua, códigos e sub-códigos.
Linguagens
Variantes lingüísticas
Funções da linguagem
Estrutura das palavras
Acentuação
110
Ortografia
Formação das palavras
Figuras de Linguagem
Obras literárias
Analisar, pesquisar revistas, livros, mídia, produzidas por afro descendentes.
Coerência e coesão textual
Termos da oração
Oração e período
Textos: narrativos, descritivos, dissertativos, técnicos, jornalísticos, poéticos,
argumentativo e publicitário
Plano de redação
Tipos de discurso
Gêneros literários
Cidadania
História da literatura
A literatura portuguesa:
Trovadorismo
Humanismo e
Renascimento
Quinhentismo brasileiro\
Barroco português e brasileiro
O Neo-Classicismo português e brasileiro
2° ano
História da literatura: Romantismo em Portugal e Brasil, Realismo,
Naturalismo e o Parnasianismo em Portugal e Brasil, Simbolismo em Portugal e
Brasil.
Obras literárias de escritores afro-descendentes.
Análise e pesquisa de obras produzidas por afro descendentes no Brasil
As classes gramaticais
Palavras invariáveis
Sintaxe
111
Termos associados
Redação e Leitura
Textos narrativos
Caracterização de personagem
Discurso – direto, indireto e indireto livre
Enredo – linear e não linear
Narrador – 1ª e 3ª pessoa
3° ano
História da Literatura
Pré-Modernismo no Brasil
Vanguardas Européias
Modernismo no Brasil
Semana de Arte Moderna
As gerações modernistas brasileira
Modernismo em Portugal
Tendências contemporâneas em Portugal e Brasil.
Análise e pesquisa de obras literárias de escritores afro-descendentes
Período composto por subordinação
Orações subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais
Períodos compostos por coordenação
Concordância nominal e verbal
Textos dissertativos:
Ponto de vista, argumentação, exposição
A linguagem dissertativa.
17.6 AVALIAÇÃO
A avaliação é um dos aspectos do processo pedagógico mais discutido entre
os educadores. Os resultados das avaliações, além de servirem como termômetro
entre professor e aluno, no que se refere a ensinamento e aprendizagem, também
serve de elemento de reflexão sobre a própria prática educativa do professor e deve
112
ser vistos como instrumentos que possibilitem ao aluno tomar consciência, não só
de suas dificuldades como também de seus avanços e possibilidades.
Para verificar se os objetivos estão atingidos, o professor deverá empregar
diferentes formas de avaliação, continuamente, e não apenas em um momento do
processo. Por isso, considera-se de fundamental importância que a avaliação leve
em conta não só as provas e as redações, mas também as atitudes dos alunos,
considerando: interesse e participação; postura, respeito ao colega e ao professor;
organização do material; realização das tarefas propostas; assiduidade e
pontualidade na entrega dos trabalhos.
Essas atitudes poderão ser verificadas por meio das observações do
professor e da auto-avaliação é fundamental para a constituição da autonomia do
alunos; esta lhe possibilita tomar consciência sobre o que sabe, sobre o que ainda
precisa aprender e sobre o que precisa fazer melhor.
17.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Espera-se que o aluno, na leitura:
Efetue leitura compreensiva, global, crítica e analítica de textos verbais e não
verbais;
Localize informações explícitas e implícitas no texto;
Produza inferências a partir de pistas textuais;
Posicione-se argumentativamente;
Amplie seu léxico;
Perceba o ambiente no qual circula o gênero;
Identifique a idéia principal do texto;
Analise as intenções do autor;
Identifique o tema;
Referente à obra literária, amplie seu horizonte de expectativas, perceba os
diferentes estilos e estabeleça relações entre obras de diferentes épocas com o
contexto histórico atual;
Deduza os sentidos de palavras e/ou expressões a partir do contexto;
113
Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no
sentido conotativo;
Conheça e utilize os recursos para determinar causa e consequência entre as
partes e elementos do texto;
Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão
referencial;
Entenda o estilo, que é próprio de cada gênero.
Espera-se que o aluno, na escrita
Expresse idéias com clareza;
Elabore textos atendendo: - às situações de produção propostas (gênero,
interlocutor, finalidade...);
à continuidade temática;
Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;
Use recursos textuais como coesão e coerência, intertextualidade;
Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função
do artigo, pronome, substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, preposição, conjunção,
etc.;
Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo;
Perceba a pertinência e use os elementos discursivos, textuais, estruturais e
normativos;
Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão
referencial;
Entenda o estilo, que é próprio de cada gênero.
Espera-se que o aluno, na oralidade
Utilize seu discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal);
Apresente ideias com clareza;
Obtenha fluência na exposição oral, em adequação ao gênero proposto;
Compreenda os argumentos do discurso do outro;
Exponha objetivamente seus argumentos e defenda claramente suas ideias;
Organize a sequência da fala de modo que as informações não se percam;
Respeite os turnos de fala;
114
Analise, contraponha, discuta os argumentos apresentados pelos colegas em
suas apresentações e/ou nos gêneros orais trabalhados;
Contra-argumente idéias formuladas pelos colegas em discussões, debates,
mesas redondas, diálogos, discussões, etc.;
Utilize de forma intencional e consciente expressões faciais, corporais e
gestuais, pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos
extralinguísticos.
17.8 BIBLIOGRAFIA
Dia-a-dia Educação: Portal Educacional do Estado do Paraná, Secretaria de
Estado da Educação do Paraná: Diretrizes Curriculares da Educação Básica –
Língua Portuguesa
Novas Palavras: língua portuguesa: ensino médio / Emília Amaral...[ET al.]. –
2. Ed. Renov. – São Paulo : FTD, 2005. – (Coleção novas palavras
115
18 MATEMÁTICA
18.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Os povos das antigas civilizações desenvolveram os primeiros conhecimentos
que vieram compor a Matemática conhecida hoje. Há menções na história da
matemática de que os babilônios, por volta de 2000 a.C., acumulavam registros do
que hoje podem ser classificados como álgebra elementar. Foram os primeiros
registros da humanidade a respeito de idéias que se originaram das configurações
físicas e geométricas, da comparação das formas, tamanhos e quantidades.
As primeiras propostas de ensino baseadas em práticas pedagógicas
ocorreram no século V a.C. com os sofistas, considerados profissionais do ensino. O
objetivo desse grupo era formar o homem político, que, pela retórica, deveria
dominar a arte da persuasão. Aos sofistas, devemos a popularização do ensino da
Matemática, o seu valor formativo e a sua inclusão de forma regular nos círculos de
estudos.
A Matemática se configurou como disciplina básica na formação de pessoas a
partir do século I a. C, inserida no quadrivium, ou seja, desdobrada nas disciplinas
de aritmética, geometria, música e astronomia.
Entre os séculos VIII e IX, o ensino passou por mudanças significativas com o
surgimento das escolas e a organização dos sistemas de ensino. Embora a ênfase
fosse dada ao estudo do latim, surgiram às primeiras idéias que privilegiavam o
aspecto empírico da Matemática. O século XVI demarcou um novo período de
sistematização deste conhecimento, denominado de matemáticas de grandezas
variáveis. Isso ocorreu pela forte influência dos estudos referentes à geometria
analítica e à projetiva, o cálculo
As descobertas matemáticas desse período contribuíram para uma fase de
grande progresso científico e econômico aplicado na construção, aperfeiçoamento e
uso produtivo de máquinas e equipamentos, tais como: arma de fogo, imprensa,
moinhos de vento, relógios e embarcações.
A criação e o uso de máquinas industriais e artefatos mecânicos incorporaram
novos elementos aos estudos da Matemática, em virtude das relações quantitativas
116
que se estabeleciam para explicar os fenômenos dos movimentos mecânico e
manual.
O século XVIII foi marcado pelas Revoluções Francesa e Industrial e pelo
início da intervenção estatal na educação. Com a emergente economia e política
capitalista, a pesquisa Matemática voltou-se, definitivamente, para as necessidades
do processo da industrialização.
Como a Matemática escolar era uma importante disciplina para atender tal
demanda, demarcava os programas de ensino da época, uma vez que era a ciência
que daria a base de conhecimento para solucionar os problemas de ordem prática
(VALENTE, 1999).
Com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, em 1808, programou-se um
ensino por meio de cursos técnico-militares, nos quais ocorreu a separação dos
conteúdos em Matemática elementar e Matemática superior, lecionados na escola
Básica (atual Educação Básica) e nos cursos superiores, respectivamente.
A próxima geração de softwares requer os métodos matemáticos mais
recentes daquela que é chamada teoria das categorias, uma teoria de estruturas
matemáticas que tem trazido novas perspectivas aos fundamentos da matemática e
da lógica. As ciências físicas (química, física, oceanografia, astronomia) requerem
matemática para o desenvolvimento de suas teorias.
A matemática faz contribuições especiais ao estudo destas ideias, a saber os
métodos de definições precisas; argumentos cuidadosos e rigorosos; representação
de idéias por meio de vários métodos, incluindo símbolos e fórmulas, figuras e
gráficos; métodos de cálculo; e a obtenção de soluções precisas de problemas
claramente enunciados, ou afirmações claras dos limites do conhecimento.
Estas capacidades mudam não a natureza da matemática, mas o poder do
matemático, que aumenta talvez um milhão de vezes a possibilidade de
compreender, de questionar e de explorar o mundo o que nos leva a poder dentro
desta disciplina de abordar e complementar as relações ambientais, o controle da
natalidade e a violência na escola pelo consumo desenfreado, por poder ou
simplesmente por demonstrações de emoções não controladas em nossas famílias.
Temos ainda dentro de todas estas questões as relações étnicas e sociais,
partindo de nossa colonização e cultura indígena que ao passar dos anos
117
simplesmente deixou de ser mencionada, citamos os grandes pensadores ingleses,
americanos, mas esquecemos dos nossos nobres guerreiros Tupi, e seus deuses
(os elementos da natureza) que hoje sabemos ser imprescindíveis ao nosso meio de
existência e vida.
18.2 FUNDAMENTOS TEORICOS METODOLÓGICOS
A Educação Matemática é uma área que engloba inúmeros saberes, em que
apenas o conhecimento da Matemática e a experiência de magistério não são
considerados suficientes para atuação profissional (FIORENTINI & LORENZATO,
2001), pois envolve o estudo dos fatores que influem, direta ou indiretamente, sobre
os processos de ensino e de aprendizagem em Matemática, investigando também,
como o aluno, por intermédio do conhecimento matemático, desenvolve valores e
atitudes de natureza diversa, visando a sua formação integral como cidadão. Aborda
o conhecimento matemático sob uma visão histórica, de modo que os conceitos são
apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos, influenciando na formação do
pensamento do aluno.
Diante destas preocupações e das novas tendências praticamos hoje em
nossa escola uma metodologia que associa estes eixos e reflexões, pois buscamos
a parte histórica deste conteúdo, com seu pensador, seus métodos e princípios
questionaram os recursos aos quais ele possuía na época, fazendo uma integração
temporal e social. Partindo para exemplos reais, concretos favorecendo ao aluno a
interação e apropriação deste mesmo conhecimento, tendo em vista as intervenções
que o aluno possa fazer com a teoria do conteúdo no seu cotidiano.
Utilizamos os recursos dos quais temos disponíveis e que favoreça ao
educando. A utilização de vídeos, filmes e aulas pela TV pen-drive, o uso dos
sólidos geométricos favorecendo a visualização e comprovando a teoria na prática.
Os jogos didáticos como tangram, régua geométricas, blocos lógicos, material
dourado. Enfim procuramos aliar teoria, discussão, busca de resultados a uma
pratica diária alternando os meios pelo qual o aluno terá de interagir com a
disciplina.
118
18.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Números e Álgebra
Grandezas e Medidas
Geometrias
Funções
18.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
5ª série
Sistemas de numeração;
Números Naturais;
Múltiplos e divisores;
Potenciação e radiciação;
Números fracionários;
Números decimais
Medidas de comprimento;
Medidas de massa;
Medidas de área;
Medidas de volume;
Medidas de tempo;
Medidas de ângulos;
Sistema monetário
Geometria plana;
Geometria espacial
Dados e tabelas
Gráficos;
Porcentagem.
6ª série
Números Inteiros
Números racionais
119
Equação e inequação do 1º grau
Razão e proporção
Regra de três simples
Medidas de temperatura
Medidas de Ângulos
Geometria plana
Geometria espacial
Geometria não-euclidiana
Pesquisa estatística
Média aritmética
Moda e mediana
Juro simples
7ª série
Números Racionais e Irracionais;
Sistemas de Equações do 1º grau;
Potências;
Monômios e Polinômios;
Produtos Notáveis
Medidas de comprimento;
Medidas de área;
Medidas de volume;
Medidas de ângulos
Geometria Plana;
Geometria Espacial;
Geometria Analítica;
Geometrias não euclidianas.
Gráfico e Informação;
População e amostra.
8ª série
Números Reais
Propriedades das Radicais
120
Equação do 2º grau
Teorema de Pitágoras
Equação irracionais
Equações Irracionais
Equações biquadradas
Regra de três composta
Ralações métricas no triangulo retângulo
Trigonometria no triangulo retângulo
Noção intuitiva de funções
Geometria plana, Espacial, analítica e não-euclidianas
Estatística
Juros compostos
18.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO
Números Reais
Números complexos
Sistemas lineares
Matrizes e Determinantes
Polinômios
Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e Modulares
Medidas de área
Medidas de volume
Medidas de grandezas vetoriais
Medidas de Informática
Medidas de energia
Trigonometria
Função afim
Função quadrática
Função Polinomial, Exponencial, Logarítmica, trigonométrica, Modular
Progressão Aritmética e Geométrica
121
Geometria plana, Espacial, Analítica e não-euclidiana
Analise combinatória
Binômio de Newton
Estudo das probabilidades
Estatística
Matemática financeira
18.6 AVALIAÇÃO
Se há um ponto de convergência nos estudos sobre a avaliação escolar é o
de que ela é essencial à prática educativa e indissociável desta, uma vez que é por
meio dela que o professor pode acompanhar se o progresso de seus alunos está
ocorrendo de acordo com suas expectativas ou se há necessidade de repensar sua
ação pedagógica. Quanto ao aluno, a avaliação permite que ele saiba como está
seu desempenho do ponto de vista do professor, bem como se existem lacunas no
seu aprendizado às quais ele precisa estar atento.
A partir de uma relação investigativa e diagnóstica no início do ano letivo e no
decorrer do ano, por isto não podemos utilizar um único instrumento de avaliação
precisamos utilizar leituras, provas, seminários, produção de materiais concretos,
trabalhos em casa e na escola, individuais ou em equipe.
18.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Comunicar-se matematicamente, oral ou por escrito (BURIASCO, 2004);
Compreender, por meio da leitura, o problema matemático;
Elaborar um plano que possibilite a solução do problema;
Encontrar meios diversos para a resolução de um problema matemático;
Realizar o retrospecto da solução de um problema.
Dessa forma, no processo pedagógico, o aluno deve ser estimulado a:
Partir de situações-problema interna ou externas à matemática;
Pesquisar acerca de conhecimentos que possam auxiliar na solução dos
problemas;
122
Elaborar conjecturas, fazer afirmações sobre elas e testá-las;
Perseverar na busca de soluções, mesmo diante de dificuldades;
Sistematizar o conhecimento construído a partir da solução
encontrada,generalizando, abstraindo e desvinculando-o de todas as condições
particulares;
Socializar os resultados obtidos, utilizando, para isso, uma linguagem
adequada;
18.8 BIBLIOGRAFIA
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná – 2008.
123
19 LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA - INGLÊS
19.1 APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA
As discussões sobre a importância de se aprender uma ou mais línguas
estrangeiras remontam há vários séculos. Em determinados momentos da historia
do ensino de idiomas, valorizou-se o conhecimento do latim e do grego e o acesso à
literatura clássica, enquanto, em outras ocasiões, privilegiou - se o estudo das
línguas modernas.
O cenário do ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil e a estrutura do
currículo escolar sofreram constantes mudanças em decorrência da organização
social, política e econômica ao longo da história.
Desta forma vamos resgatar, de forma sucinta, alguns marcos importantes
dentro da historia da Língua Inglesa.
Em 1809, D. João VI, assinou o decreto de 22 de junho para criar as cadeiras
de Inglês e Francês. A partir daí, o ensino das línguas modernas começou a ser
valorizado.
Com o passar dos anos surge o Método Direto, que, se baseava na teoria
associacionista da psicologia da aprendizagem que tem na associação o princípio
básico da atividade mental.
Em 1980, Canale e Swain ampliaram o conceito de competência comunicativa
ao incorporarem, além da competência gramatical, outras três em seu modelo final:
a competência sociolinguística, a estratégica e a discursiva. Além disso, esses
linguistas propuseram quatro habilidades respectivas: leitura, escrita, fala e audição.
Surge então a abordagem Comunicativa, onde professor deixa de ser o centro
do ensino e passa à condição de mediador do processo pedagógico. Do aluno, é
esperado que desempenhe o papel de sujeito de sua aprendizagem.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394
determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna no
Ensino Fundamental, a partir da quinta série, e a escolha do idioma foi atribuída à
comunidade escolar, conforme suas possibilidades de atendimento (Art. 26, § 5.º).
124
Para o Ensino Médio, a lei determinou que fosse incluída uma Língua
Estrangeira Moderna como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade
escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da
instituição (Art. 36, Inciso III).
Conceber a aprendizagem de Línguas Estrangeiras de uma forma articulada,
em termos dos diferentes componentes da competência linguística, implica,
necessariamente, outorgar importância as questões culturais. Assim como determina
a lei 10.639/03 que altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo
oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-
Brasileira", e dá outras providências. E no Art. 26-A solicita que “Nos
estabelecimentos de ensino fundamental e médio,oficiais e particulares,torna-se
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira”.
O estudo da Historia e Cultura Afro - Brasileira pode ajudar no aprendizado da
Língua Inglesa, porque proporciona outra (s) forma(s) de encarar a realidade,
fazendo com que os alunos possam refletir muito mais sobre a sua própria cultura e
irão ampliar a sua capacidade de analisar o seu entorno social com maior
profundidade, tendo melhores condições de estabelecer vínculos, semelhantes e
contrastantes entre forma de ser, agir, pensar e a de outros povos, enriquecendo a
sua formação.
E é fundamental, conferir ao ensino escolar de Línguas estrangeiras um
caráter que, além de capacitar o aluno compreender e a produzir enunciados
corretos no novo idioma, permitir-lhe acesso às informações de vários tipos, ao
mesmo tempo em que para a sua formação geral enquanto cidadão.
Desta maneira a Língua Inglesa deve entender- se como uma ferramenta
imprescindível para o mundo moderno, com vistas à formação profissional,
acadêmica ou pessoal no ensino de Línguas Estrangeiras Modernas no Ensino
Fundamental e Médio.
125
19.2 FUNDAMENTOS TEORICOS METODOLOGICOS
A proposta adotada se baseia na corrente sociológica e nas teorias do Círculo
de Bakhtin, que concebem a língua como discurso.
Busca-se, dessa forma, estabelecer os objetivos de ensino de uma Língua
Estrangeira Moderna e resgatar a função social e educacional desta disciplina na
Educação Básica.
Propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um espaço
para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de
modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de construção de
significados em relação ao mundo em que vive. Espera-se que o aluno compreenda
que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis
de transformação na prática social.
Desta forma a Língua Inglesa deve ser fundamentada nas reflexões sobre as
necessidades atuais do aluno. Por isso, é de fundamental importância considerar o
interesse da nossa escola, dos nossos professores, dos nossos alunos e da
comunidade local.
Procuramos preparar nossos alunos não somente para a realização de
uma prova de vestibular, mas sim pra uma comunicação básica da língua inglesa,
onde estes possam perguntar e responder questões do dia a dia. O aprendizado
deve também contribuir para formar alunos críticos e transformadores através do
estudo de textos que permitam explorar as práticas da leitura, da escrita e da
oralidade, além de incentivar a pesquisa e a reflexão.
Desta forma, espera-se que o aluno:
use a língua em situações de comunicação oral e escrita;
vivencie, na aula de Língua Estrangeira, formas de participação que lhe
possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas;
compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e,
portanto, passíveis de transformação na prática social;
tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;
reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como seus
benefícios para o desenvolvimento cultural do país.
126
Durante as aulas faremos uso dos seguintes materiais: computadores,
revistas, histórias em quadrinhos, vídeos, filmes, radio, retro projetor, quadro, etc.
Disponibilizando de tais recursos podemos fazer que o aprendizado proposto
para nossos alunos não seja apenas visual e sim áudio- visual.
Embora seja certo que os objetivos práticos - entender, ler, falar e escreve - a
que a legislação e especialistas fazem referencia são importantes, que nos parece
que o caráter formativo intrínseco a aprendizagem de línguas não pode ser
ignorado.
Nessa linha de pensamento, deixa de ter sentido o ensino de línguas que
objetiva apenas o conhecimento metalinguístico e o domínio consciente de regras
gramaticais que permitem, quando alcançar resultados puramente medianos em
exames escritos. Esse tipo de ensino, que acaba por tornar-se uma simples
repetição, ano após ano, dos mesmos conteúdos , que cede lugar, na perspectiva
atual, a uma modalidade de curso que tem como principio geral é levar o aluno a
comunicar-se de maneira adequada em diferentes situações da vida cotidiana.
Esperamos que ao decorrer dos anos nossos alunos sejam capazes de:
Saber distinguir entre as variantes linguísticas.
Escolher o registro adequado a situação na qual se processa a comunicação.
Escolher o vocábulo que melhor reflita a ideia que pretende comunicar.
Compreender que a expressa pode ser interpretada em razão de aspectos
sociais e /ou econômicos.
Poderemos então formar cidadãos linguisticamente competentes em uma
Língua estrangeira Moderna: o Inglês.
19.3 CONTEÚDO ESTRUTURANTE
Discurso como Prática Social
O Conteúdo Estruturante está relacionado com o momento histórico-social.
Ao tomar a língua como interação verbal, como espaço de produção de sentidos,
buscou-se um conteúdo que atendesse a essa perspectiva. Sendo assim, define-se
como Conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna o Discurso como
127
prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de
oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o discurso.
19.4 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Leitura
Identificação do tema;
Funções de classes gramaticais dentro do texto;
Recursos estilísticos;
Intertextualidade;
ortografia.
Escrita
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Condições de produção;
Vozes verbais;
Discurso direto e indireto;
Funções das classes gramaticais;
Elementos semânticos.
Oralidade
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Marcas Linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
Adequação da fala ao contexto;
Pronuncia
128
19.5 CONTEÚDOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO
Leitura
identificação do tema;
funções de classes gramaticais dentro do texto;
recursos estilísticos;
intertextualidade;
ortografia.
Escrita
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Condições de produção;
Vozes verbais;
Discurso direto e indireto;
Funções das classes gramaticais;
Elementos semânticos.
Oralidade
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Marcas Linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
Adequação da fala ao contexto;
Pronuncia
19.6 AVALIAÇÃO
A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho
docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e
aprendizagem. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer
trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos
129
propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para
as correções necessárias.
Segundo Batista, 2008 “ essencial estabelecer a relação entre os conteúdos
que se pretende ensinar, o objetivo para este ensino, a forma que sistematização
destes conteúdos, para então, estabelecer instrumentos e critérios de avaliação
claros e específicos que serão utilizados no processo avaliativo. {…} Não basta,
apenas, a divisão dos conteúdos, mas é fundamental que se tenha clareza do que
se quer com este ou aquele conteúdo (objetivos) e a forma como serão
sistematizados (metodologia) e também o modo que estes conteúdos serão
avaliados, ou seja, a definição de alguns instrumentos para avaliações pontuais da
aprendizagem e o estabelecimento critérios de avaliações pertinentes e coerentes
com os conteúdos determinados.”
Os instrumentos devem ser diversificados, para permitir uma análise mais
objetiva do desenvolvimento do aluno e da pratica pedagógica.
Buscando essa diversificação usamos os seguintes métodos de avaliação:
Continua e Contextual, Investigativa e Diagnostica e também a Sistemática e
Objetiva.
E aplicamos estes métodos através de:
Interpretações de textos
Pesquisas em sala de aula e/ou campo
Provas objetivas e discursivas
Prova oral
Prova de áudio e/ou visão.
Resumo de livros, artigos , revistas.
Desta forma desenvolvemos um processo de avaliação onde que permeie
todo o processo educativo, que não seja executado só no final, para que se
assegurem atingir os objetivos tanto do professor quanto do aluno.
130
19.7 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÕES
Na leitura espera se que o aluno faça uma leitura compreensiva do texto, que
localize informações implícitas e explicitas no texto, percepção do ambiente no qual
o gênero circula, identificação do tema.
Na escrita espera se que o aluno expresse suas ideias com clareza, use
recursos textuais como: coesão e coerência, utilização adequada de recursos
linguísticos como: pontuação, uso e função do artigo, pronome, substantivo, etc.
Enquanto na oralidade espera- se que ele possa apresentar as ideias com
clareza, participação ativa em diálogos, relatos, discussões, quando necessário em
língua materna e analise de recursos da oralidade em cenas de desenhos,
programas , filmes.
19.8 BIBLIOGRAFIA
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná – 2008.
131
20 BIOLOGIA
20.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Construir uma identidade na disciplina de Biologia para o ensino médio
pressupõe levar em consideração a complexidade dos sujeitos que se integram no
meio, interagindo com todos os seres em um meio físico e químico, levando em
consideração suas diferenças nas suas diversidades, cultura afro, educação
ambiental, sexualidade, violência, prevenção no uso indevido de drogas. Estes
conhecimentos crescem a passos largos, especialmente na área biológica, e
atualizar-se deve ser uma atividade diária, mediante a leitura de publicações de
cunho científico. Vivemos um período de grandes avanços do saber e devemos
estar preparados para compreender o que eles significam. Adequar os conteúdos
para o nível certo de escolaridade, sem exagerar na quantidade de informação e, ao
mesmo tempo, abrindo espaços para a reflexão e o desenvolvimento do espírito de
cidadania, foram os objetivos que nortearam a presente proposta curricular, visando
trazer mais informação, a fim de melhorar a qualidade do meio. Com isso a área
biológica vem assumindo cada vez mais importância na formação das pessoas.
20.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS
A abordagem do conteúdo de Biologia deve permitir a interação dos quatro
conteúdos estruturantes de modo que, ao introduzir a classificação dos seres vivos,
diversidades biológicas, mecanismos de funcionamentos, processos evolutivos,
extinção de espécies, organismos geneticamente modificados, manipulação do
DNA, organização das células, meio ambiente, fenômenos físicos e químicos,
alimentos, propriedades, doenças, estrutura física e cultura afro descendente.
20.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Mecanismos biológicos
Biodiversidade
132
Organização dos Seres Vivos
Mecanismos biológicos
Manipulação genética
20.4 CONTEÚDOS BÁSICOS
1º ano
Mecanismos celulares, biofísicos e bioquímicos;
Teorias evolutivas;
Dinâmicas dos ecossistemas, relações entre os seres vivos e
interdependências com o ambiente;
2º ano
Classificação dos seres vivos, critérios taxonômicos e filogenéticos
3º ano
Mecanismos de desenvolvimento embriológico
Transmissão das características hereditárias
Organismos geneticamente modificados.
20.5 AVALIAÇÃO
A avaliação é um dos aspectos do processo pedagógico mais discutidos entre
os educadores. Os resultados das avaliações, além de servirem como termômetro
entre professor e aluno, no que se refere a ensinamento e aprendizagem, também
serve de elemento de reflexão sobre a própria prática educativa do professor e
devem ser vistos como instrumentos que possibilitem ao aluno tomar consciência,
não só de suas dificuldades como também de seus avanços e possibilidades. Para
verificar se os objetivos estão sendo atingidos, o professor deverá usar, empregar
diferentes formas da mesma, continuamente e não apenas em um momento do
processo.
Por isso, considera-se de fundamental importância que a avaliação leve em
conta não só as provas e as produções textuais, mas também as atitudes dos
alunos, considerando alguns aspectos como: interesse pelo assunto, participação
133
nas tarefas propostas, sua postura e respeito como um todo na sala e fora dela,
organização de seu material de estudo, assiduidade, pontualidade na entrega dos
trabalhos. Essas atitudes poderão ser verificadas por meio das observações do
professor e da auto-avaliação do aluno, apartir de critérios sugeridos pelo docente
da disciplina. A auto avaliação é fundamental para a constituição da autonomia do
aluno, esta lhe possibilita tomar consciência sobre o que sabe, sobre o que ainda
precisa aprender e sobre o que precisa fazer melhor.
20.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Na definição dos critérios deve ser mantida a questão da compreensão dos
textos orais, retomando adequadamente as idéias principais do texto, posicionando-
se criticamente a partir das relações que se estabelecem entre seus diversos
segmentos e entre o texto e outros a eles relacionados; ser capaz de ajustar sua
leitura a diferentes objetivos, considerando as especificidades dos gêneros e dos
suportes, conseguir produzir textos orais, planejando-os previamente de acordo com
os objetivos pretendidos; escrever adequadamente às finalidades, às
especificidades do gênero e ao interlocutor, com coerência e coesão; redigir
empregando recursos próprios do padrão escrito, paragrafação, pontuação e outros
sinais gráficos, observando regularidades lingüísticas e ortográficas, saber revisar os
próprios textos, incorporando sugestões feitas para aprimorá-las.
Com a avaliação da leitura, deve ser feita, não como objeto de provas, mas
como mais um elemento de aprendizagem, comentando sobre o livro lido, expondo
sua opinião sobre o assunto e suas razões para uma recomendação de leitura;
confeccionar cartazes para divulgar o livro lido nas dependências do colégio; compor
paródias; criar histórias em quadrinhos a partir do assunto inclusive do livro lido.
Será abordado nas leituras sobre a história afra brasileira africana e indígena,
contudo estudando sobre a constituição da etnia do Brasil. O mesmo será feito com
educação ambiental, abrangendo aspectos relevantes com leituras, como prática
educativa integrada, contínua e permanente no desenvolvimento e na avaliação dos
conteúdos específicos.
134
20.7 BIBLIOGRAFIA:
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná – 2008.
135
21 FILOSOFIA
21.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A cada dia que passa é maior à necessidade de que os indivíduos sejam
sujeitos de si mesmos, sujeitos conscientes de sua história. Nossa preocupação é
com a formação de um individuo crítico e responsável socialmente pelos seus atos.
A possibilidade da formação deste indivíduo deve ser viabilizada para o
adolescente e o jovem que freqüente a escola. Ela não se dá espontaneamente.
Uma das formas de viabilizar-las e através do processo ensino aprendizagem das
ciências, da filosofia,das artes,da música, e das experiências de vida de cada um.
Nesta forma as aulas de Filosofia buscam fornecer ao adolescente o
instrumental básico à elaboração de uma reflexão sobre o mundo, e sobre si mesmo
no mundo de forma a possibilitar-lhe a conquista de uma autonomia crescente no
seu pensar e agir. Parafraseando Marleau-Ponty, “a verdadeira filosofia é reaprender
a ver o mundo”.
21.2 FUNDAMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS
A Filosofia no ensino médio tem muito a contribuir,através das reflexões e
discussões faz com que o estudante perceba a realidade complexa em que vive e
possa sugerir ações transformadoras.
A abordagem pedagógica deve ocorrer mobilizando os estudantes para o
estudo da filosofia sem doutrinação, dogmatismo e niilismo.
O ensino da Filosofia deverá dialogar com os problemas do cotidiano,com o
universo do estudante – as ciências, a arte,história,cultura – a fim de problematizar e
investigar o conteúdo estruturante.
Análise de textos: Com análise de múltiplas linguagens;
Aulas expositivas; Trabalhos em grupo, em sala de aula pesquisas
bibliográficas debates e reflexões a cerca de temas expostos com recursos
audiovisuais.
136
21.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Mito e Filosofia
Teoria do Conhecimento
Ética
Filosofia Política
Filosofia da Ciência
Estética
Atendendo as exigências da lei 10639/03 e da deliberação 04/06 será
contemplado o estudo da filosofia africana. Constará também um estudo
antropológico da cultura africana e das religiões afro-brasileiras, buscando discernir
as influências da cultura africana na literatura, arte, música, dança e escultura
brasileira. Assim como o trabalho da cultura indígena e afro-indigena como prevista
na lei 11645/08.
21.4 CONTEÚDOS BÁSICOS
1º ano
Mitologia;
O mito Grego;
Saber mítico;
Saber filosófico;
Relação Mito e Filosofia;
O que é Filosofia;
A passagem do pensamento mítico para o pensamento racional;
Platão; Vida e Obra;
O deserto do real;
Mito da Caverna;
A importância das artes;
A escola de Atenas;
Os pré-socráticos;
A virtude em Aristóteles;
137
O que é senso comum;
As formas do conhecimento;
A amizade;
A Liberdade;
Cidadania;
Alienação;
2º ano
Contexto histórico e político do surgimento da Filosofia;
Características da Filosofia antiga;
Problemas da Filosofia Medieval;
Sócrates, Platão e Aristóteles;
As possibilidades do conhecimento quanto a sua cultura e a capacidade
humana de conhecer a verdade é colocá-la em cheque;
Questões da Filosofia moderna;
Origens da violência;
Consciência;
Ética e Moral;
Liberdade em Sartre;
Sartre; Vida e Obra;
Virtude, o uso da liberdade com responsabilidade;
Relação entre comunidade e poder;
Concepções da ciência;
A amizade;
Ética;
Maquiavel;
Descartes; Vida e Obra;
Espinosa;
Pensadores contemporâneos.
3º ano
Consciência crítica e filosofia;
Filosofia e o exercício do pensamento;
138
O homem como um sistema aberto;
O problema da verdade;
A confiança exclusiva na Razão;
O homem quanto à natureza e a cultura;
Descartes; O Discurso do método; Suas meditações
Da duvida ao fundamento;
Kant; A liberdade de pensar publicamente;
A transmissão do conhecimento na cultura Africana;
Estudo da Filosofia Africana;
Religiões afro-brasileiras;
Influencia da cultura Africana na música, arte, dança e escultura brasileira;
Esfera da política pública;
A função do Estado;
Maquiavel; O realismo político;
Contribuições e limites da ciência;
Filosofia e arte;
Conceitos de estética; O que é o belo? O que é o feio?
O que é Útil..;
Arte e cultura;
Arte e Religião;
Rousseau; Origens e os fundamentos da Desigualdade entre os homens;
Platão; A república;
Platão e os primórdios da Estética;
Agostinho; A razão em progresso permanente.
21.5 AVALIAÇÃO
O ensino da Filosofia deve contribuir com o processo formativo do educando,
procurando formar cidadãos humanizados, críticos, responsáveis, autônomos e
emancipados, que contribuam para uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária.
139
A avaliação deve estar de acordo com este pressuposto. Não deve estar focada na
nota em um sistema fechado, mas sim;
Uma prática continua e permanente do professor visando assim repensar o
processo ensino aprendizagem. Ela tem um caráter diagnóstico, cumulativa e
formativa. Ela deve ser um instrumento para repensar os métodos, os
procedimentos e estratégias de ensino. Através de Interpretação de textos,
atividades em grupo, atividades expositivas; pesquisas, questionários, avaliações
escritas e acima de tudo com uma análise comparativa do pensamento anterior do
aluno e após os conhecimentos dos novos conteúdos.
Valorizar a diversidade e diferenças pessoais e culturais, diferenciando os
instrumentos de avaliações, possibilitando a oportunidade de expressão das
diferentes habilidades do educando.
Assim, o professor deverá ajudar ao aluno a distinguir suas dificuldades,
fornecendo condições de superá-lo. Ajudar a recuperação dos alunos através de
uma avaliação diversificada procurando detectar as causas de suas dificuldades.
21.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Capacidade de absorção de acordo com o estabelecido diante dos conteúdos
propostos;
Apreensão do conteúdo mediante os fatos apresentados conforme o que o
assunto ensina e enfoca;
Compreensão dos conteúdos apresentados em sala que contribua para o
crescimento de um (1) novo pensamento;
O entendimento do real para o abstrato fazendo uma relação de comparação
com a realidade existente;
A partir do conhecimento de um mito Grego faça a mudança de seu conceito
com relação às varias faces da realidade de cada povo.
21.7 BIBLIOGRAFIA:
Wagner, A., Ribeiro, L., Arteche, A. & Bornholdi, E. (1999).
140
Configuração familiar e o bem-estar psicológico dos adolescentes. Psicologia:
Reflexão e Crítica, 12(1), 147-156.
ABBAGNANO, Nicola, Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes;
Chauí, Marilena; Convite a Filosofia. São Paulo: Ática
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas: São
Paulo: Saraiva;
Vários autores/ Filosofia no ensino médio. Curitiba SEE: PR,2006 – Ed.
Eletrônica
http://www.filosofia.seed.pr.gov.pr
Marçal,Jairo - organizador
Antologia de textos filosóficos – Secretária de Estado da Educação do
Paraná/ PR. 2009.
141
22 FÍSICA
22.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O objetivo principal da elaboração deste documento não está ligado apenas
às exigências legais ou aos aspectos relacionados ao cumprimento de sua
formalização textual, mas, sim, à qualidade conseguida ao longo do processo de sua
elaboração, uma vez que o Proposta Político-Pedagógica – PPP somente se
constituirá em referência para as ações educativas se os sujeitos da comunidade
escolar se reconhecerem nele, para referendá-lo como tal.
Para a efetivação desses objetivos, faz-se indispensável que a escola possua
e construa um documento com a função de planejamento global de sua ação
educativa. Segundo Vasconcellos, este documento é:
“(...) um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os
desafios do cotidiano da escola, só que de forma refletida, consciente,
sistematizada, orgânica, científica, e, o que é essencial, participativa. É uma
metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da
escola”.(1995:143)
Para Veiga, o Projeto Político-Pedagógico, carregando o caráter de projeto de
sua origem etimológica latina (projectu), cumpre a função de dar um rumo, uma
direção à instituição. Aliamo-nos a essa autora, quando destaca o caráter político e
o caráter pedagógico deste documento. Diz a autora que o projeto de escola é
sempre:
“... uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso
definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um
projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sóciopolítico com
os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político, no sentido de
compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. „A dimensão
política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática
especificamente pedagógica.‟ (Saviani 1983, p.93). Na dimensão pedagógica reside
a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do
cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no
142
sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas
de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade”. (1996:12)
A Física é uma entre tantas coisas que as crianças aprendem nos primeiros
anos de vida Elas aprendem de modo espontâneo ao lançar objetos e ao deixa-los
cair, ao tentar caminhar e ao distinguir pelo tato, os corpos quentes dos corpos frios.
Com as experiências as crianças exploram o estranho ambiente em que se
descobrem vivendo A Física que se estuda no colégio e até na universidade tem
exatamente o mesmo propósito; permitir que compreendamos alguns aspectos
importantes do ambiente que nos circunda.
O estudo da física no ensino médio deve levar o aluno a compreender que
estes conhecimentos não “surgiram” em seu estado definitivo, mas é resultado de
um longo caminho trilhado pela humanidade ao longo da história. É importante levar
o aluno a compreender o momento histórico em que determinada teoria foi
apresentada e o longo caminho percorrido até ser aceita e reconhecida pela
sociedade. O conhecimento das leis e fenômenos físicos é de grande importância
para a formação cultural dos alunos permitindo a compreensão do desenvolvimento
cientifico e tecnológico do mundo atual.
Os conteúdos relacionados à História e Cultura - afro-brasileira serão
abordados nos planejamentos específicos de cada série a fim de contemplar Lei n°
10.639, de 9 de Janeiro de 2003.
Resumindo, os alunos praticam a disciplina de FÍSICA sem ter noção. O que
fazemos é descrever conceitualmente e matematicamente a prática do dia a dia
deste indivíduo. O Ensino Médio tem como fundamento uma sólida educação geral
voltada para a compreensão crítica do mundo globalizado, de modo que o estudante
passa enfrentar e atuar perante as mudanças sociais e cientificas do seu tempo e
concluir que a preservação do planeta, da qualidade de vida, é dever de cada um.
22.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS
Busca-se, a partir de uma ação intencional e planejada, promover uma
interlocução entre as atividades escolares e a realidade social, questionando as
relações políticas, econômicas, sociais, culturais e históricas, possibilitando a
143
construção de alternativas de mudança e intervenção transformadora nessa
realidade.
Uma aprendizagem significativa pressupõe a aquisição de valores,
ressignificação das relações de aprendizagem, contextualização e a inter-relação de
áreas do conhecimento. Os componentes curriculares, interdisciplinarmente,
assumem também o caráter formativo. Sendo assim, o lúdico, a problematização e a
dialética perpassam todo o percurso da vida escolar
O trabalho realizado contempla a articulação dos conhecimentos escolares de
forma a organizar as atividades de ensino e aprendizagem. Isto implica em
considerar que tais conhecimentos não se ordenam para sua compreensão de forma
rígida, nem em função de algumas referências disciplinares preestabelecidas ou de
uma homogeneização dos alunos.
Assim desta forma, queremos formar sujeitos críticos, capazes de resolver os
problemas pessoais, sociais, equilibrados, comprometidos com a vida social,
engajados, com perspectiva de vida, boa estima, valorizados, respeitados,
construtores do saber e do conhecimento. Priorizando uma educação humanista e
igualitária formando cidadão aptos a enfrentar e pleitear em espaço social digno, que
garanta o acesso ao conhecimento sócio-historicamente construído.
Os conteúdos previstos para o desenvolvimento da disciplina serão
apresentados em forma de aulas expositivas, usando diferentes linguagens: verbal,
física, gráfica e corporal e trabalhos em grupos e individuais, em classe e extra-classe,
para estimular o conhecimento na sala de aula e fora dela. Através de projetos
multidisciplinares promoveria transição para novos níveis e estágios de conhecimento
e cultura.
A introdução a alguns conteúdos de Física Moderna serão trabalhados com
mídias (vídeos). Utilizar o laboratório para as aulas praticas visando o conhecimento
obtido em sala de aula. Sempre que possível acrescentar fatos históricos e
conhecimentos da história da física e cultura afro-brasileira africana nas aulas.
22.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Movimento
144
Termodinâmica
Eletromagnetismo
22.4 CONTEÚDOS BÁSICOS
1°Ano
Movimento
Introdução à Historia da Física
Cinemática Escalar e Vetorial
Descrição Clássica de Movimentos
Dinâmica
Gravitação Universal
Energia Mecânica
Conservação da Quantidade do Movimento
Estática
2° Ano
Hidrostática
Termodinâmica
Termometria
Dilatação Térmica
Calorimetria
Estudo dos gases
Leis da Termodinâmica
Ondulatória
Acústica
3° Ano
A Natureza da Luz e suas Propriedades
Óptica geométrica
Reflexão da luz
Refração da luz
Eletrostática
145
Eletrodinâmica
Magnetismo
Eletromagnetismo
Gravitação e Eletromagnetismo
Física moderna
22.5 AVALIAÇÃO
O estudo da Física em seu campo de atuação tem como objetivo o
desenvolvimento do conhecimento científico capaz de levar o espírito científico e se
prender às soluções fáceis, imediatas e aparentes. A Física deve educar para a
cidadania contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, capaz de
admirar a beleza da produção científica ao longo da história e compreender a
necessidade desta dimensão do conhecimento para o estudo e o entendimento do
universo de fenômenos que o cercam.
22.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Tem-se como critérios para que o aluno atinja seus objetivos:
O reconhecimento do papel da Física no sistema produtivo e procedimentos
tecnológicos.
A Identificação das relações entre conhecimento cientifico, produção de
tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e a
compreensão da tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, sabendo
elaborar juízo sobre risco e benefícios das práticas cientifico tecnológicas.
A utilização de conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria,
transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida.
A Valorização do trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e
cooperativa para construção coletiva do conhecimento.
O desenvolvimento do raciocínio lógico e a percepção da causa e o efeito de
um fenomeno estarem relacionados, tornando-o mais claros.
146
O Entendimento, interpretação e o trabalho com as unidades de medidas.
A consciência de que através de conhecimentos físicos é possível realizar
tarefas com menor esforço, aumentando a vantagem mecânica.
A percepção do dia a dia, da natureza, dos efeitos, causas e consequencias
dos conceitos, instrumentos e processos envolvidos no ensino e aprendizagem da
Física como um todo.
22.7 BIBLIOGRAFIA
DIRETRIZES CURRICULARES, DE FÍSICA PARA O ENSINO MÉDIO,
Versão preliminar, julho de 2006.
HOBSBAWM, E. J. A Era dos Impérios, 9ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.
VALADARES ED. Física mais que divertida. Belo Horizonte, 2002.
UENO P. Física, Novo ensino médio, v. único. Editora Ática, 2005.
BONJORNO RA, Bonjorno JR, Bonjorno V, Ramos CM. Física Completa,
editora FTD, 1993.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da
vara, onze teses sobre educação e política. São Paulo: Cortez, Autores Associados,
1983.
VEIGA, Ilma P. A. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção
coletiva. In: VEIGA, Ilma P. A. (org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma
construção possível. Campinas: Papirus, 1996.
147
23 QUÍMICA
23.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.
O desenvolvimento de saberes e de práticas ligadas à transformação da
matéria e presentes na formação das diversas civilizações foi estimulado por
necessidades humanas, tais como: a comunicação, o domínio do fogo e,
posteriormente, o domínio do processo de cozimento.
Esses saberes e/ou práticas (manipulação dos metais, vitrificação, feitura dos
unguentos, chás, remédios, iatroquímica, entre outros), em sua origem, não podem
ser classificados como a ciência moderna denominada Química, mas como um
conjunto de ações e procedimentos que contribuíram para a elaboração do
conhecimento químico desde o século XVII.
Para iniciar as discussões sobre a importância do ensino de Química,
considera-se essencial retomar fatos marcantes da história do conhecimento
químico em suas inter-relações econômica, política e social. Inicialmente, o ser
humano obteve a partir do fogo seus benefícios.
Desses benefícios, a extração, produção e o tratamento de metais como o
cobre, o bronze, o ferro e o ouro merecem destaque na história da humanidade, no
que diz respeito aos fatos políticos, religiosos e sociais que os envolvem.
Na história do conhecimento químico, por exemplo, vários fatos podem ser
relembrados como forma de entender a constituição desse saber, entre eles a
alquimia.
O domínio do fogo representa, sem dúvida, uma das mais antigas
descobertas químicas e aquela que mais profundamente revolucionou a vida do
homem. Já no paleolítico, há cerca de 400.000 anos, o homem conservava lareiras
em alguns dos seus habitáculos na Europa e na Ásia. [...] No neolítico, o fogo foi
utilizado para cozer a argila destinada ao fabrico de cerâmica. Mais tarde, graças
aos conhecimentos que terão sido adquiridos pelo artífice na prática da combustão e
da construção dos fornos, irá permitir a metalurgia. [...] A tinturaria é uma indústria
muito antiga. Não é possível fixar-lhe as origens. Utilizavam-se, na Antiguidade,
sucos vegetais tirados da garança, do ingueiro, por exemplo, para tingir as roupas.
148
Os corantes minerais foram objeto de uma larga utilização como produtos de beleza.
A cerusa (carbonato de chumbo) aclarava, pela sua cor branca, a pele das romanas.
O cinábrio (sulfeto de mercúrio) entrava na composição do vermelho para o rosto
das Atenienses. As mulheres das regiões do Nilo recorriam à malaquite para pintar o
rosto.
Na Europa a alquimia chegou “[...] através de traduções de textos árabes, os
quais, por sua vez, já eram traduções e adaptações de velhos textos helenísticos ou
de tradições caldaicas” (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 29).
Os alquimistas europeus buscavam o elixir da vida eterna e a pedra filosofal
(prática de transmutação dos metais em ouro). Dedicavam-se a esses
procedimentos, mas agiam de modo hermético, ocultista, uma vez que a sociedade
da época era contra essas práticas por acreditar tratar-se de bruxaria:
Esses alquimistas manipularam diversos metais, como o cobre, o ferro e o
ouro, além das vidrarias2 que foram aperfeiçoadas e hoje, muitas fazem parte dos
laboratórios. Apesar da fantasia e da realidade contida nos textos alquímicos,
permeados de escritos indecifráveis, aos poucos e clandestinamente, eles se
difundiram pela Europa.
No final do século XIV e início do século XV, com o fim do feudalismo, a
alquimia adquiriu uma nova configuração. Esse período foi caracterizado por
aglomerações urbanas emergentes, por péssimas condições sanitárias, pela fome,
pelas pestes – incluindo a peste negra de 1347 – e isso gerou um desequilíbrio
demográfico além de problemas relacionados ao trabalho, que também se
modificava estruturalmente.
A burguesia, classe social emergente, começava a comandar a
reestruturação do espaço e do processo produtivo no novo contexto econômico que
se constituía. Decorre que houve um expressivo avanço dos estudos para a cura de
doenças, em especial com o uso de substâncias químicas minerais.
Nascida dos trabalhos da metalurgia, das ideias chinesas de cura e equilíbrio,
da magia estelar persa, do hermetismo egípcio e da interpretação mística da
Filosofia grega, a Alquimia, investigação sobre a natureza da matéria e prática
laboratorial para nela interferir, defini-se primordialmente pelo desejo de conquistar o
tempo. Porque nela o mundo é pensado como um todo vivente e porque cada ser,
149
do menor ao maior, é concebido como microcosmo a espelhar o macrocosmo, a
Natureza é pensada como nascimento (semente ou germem), vida, maturação,
morte ou imortalidade (CHAUÍ, 2005, in ALFONSO-GOLDFARB, 2005, p. 11-12).
[...] eles buscavam no elixir da longa vida o que hoje se busca por meio de
remédios: melhorar a qualidade de vida e até prolongá-la. A busca de novos
materiais para o fabrico de vestuário e para construção de habitações se assemelha
ao que faziam os alquimistas, que com a evaporação dos líquidos ou com a
recalcinação de sólidos procuravam melhorar a qualidade das substâncias. As
retortas, os crisóis, os alambiques de então estão nos modernos laboratórios de
hoje, sob a forma de sofisticada aparelhagem de vidros especiais (CHASSOT, 2004,
p. 119).
Na transição dos séculos XV-XVI, estudos desenvolvidos pelo suíço Phillipus
Auredus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, cujo pseudônimo era Paracelso,
possibilitaram o nascimento da Iatroquímica3, antecessora da Química. O emprego
dos conhecimentos da Iatroquímica era, naquele momento, apenas terapêutico e
Paracelso fazia uma leitura cosmológica dos fenômenos, relacionada com as
crenças religiosas.
Essa proximidade com a religião fez com que Baptiste van Helmont, médico
que viveu entre os séculos XVI e XVII, fosse condenado várias vezes pela Igreja,
acusado de realizar práticas satânicas, uma vez que, em seus estudos, fazia um
misto de ciência e religião.
Entretanto, os conhecimentos químicos nem sempre estiveram atrelados à
religião e à alquimia. A teorização sobre a composição da matéria, por exemplo,
surgiu na Grécia antiga e a ideia de átomo com os filósofos gregos Leucipo e
Demócrito, que lançaram algumas bases para o atomismo do século XVII e XVIII
com Boyle, Dalton e outros. A teoria atômica foi uma questão amplamente discutida
pelos químicos do século XIX, que a tomaram como central para o desenvolvimento
da Química como ciência.
O fato é que a Química como ciência teve seu berço na Europa no cenário de
desenvolvimento do modo de produção capitalista, dos interesses econômicos da
classe dirigente, da lógica das relações de produção e das relações de poder que
marcaram a constituição desse saber.
150
No século XVII, na Europa, ocorria a expansão da indústria, do comércio, da
navegação e das técnicas militares, particularmente em cidades como Paris,
Londres, Berlim, Florença e Bolonha, onde existiam as grandes universidades.
Nesse contexto, foi fundada, em Paris, a Academie des Sciences e outra
similar em Berlim, ambas subvencionadas pelo Estado e subordinadas a ele.
Paralelamente, em Londres, foi criada a Royal Society, mantida pelos próprios
participantes e sem qualquer relação com o Estado, livre para colocar em ação as
teorias científicas aliadas às práticas populares e ao cotidiano das pessoas. Um dos
integrantes da Royal Society, Robert Boyle, tornou público seus saberes e recebeu
muitas críticas dos adeptos da Filosofia Natural, os quais consideraram sua
pesquisa meramente especulativa e intuitiva.
Ao longo dos séculos XVII e XVIII, com o estudo da química pneumática
(Boyle, Priestley, Cavendish) e com o rigor metodológico de Lavoisier, definiu-se um
novo saber, que passou a ser conhecido como química, o qual foi dividido em
diferentes ramificações procedimentais, dentre elas: alquimia, boticários,
iatroquímica e estudo dos gases.
No século XIX, essa química pautou-se num corpus teórico de explicações
atômico-moleculares com os estudos de Dalton, Avogadro, Berzelius, entre outros.
Foi nesse cenário que a Química ascendeu ao fórum das Ciências. O avanço desse
conhecimento estava vinculado às investigações sobre a composição e estrutura da
matéria, estudos estes partilhados com a Física, que investigava as forças internas
que regem a formação da matéria. Isso ocorreu para atender ao desenvolvimento da
própria Ciência, no século XIX, que tinha como um dos focos de investigação a
composição dos materiais e a descoberta de novos elementos químicos.
O experimentalismo marcou a ciência moderna e esteve presente no avanço
da Química dos séculos XVIII e XIX em inúmeras investigações. Dentre as
realizações dos químicos, nesse período, destacaram-se o isolamento de algumas
substâncias gasosas (nitrogênio, cloro, hidrogênio e oxigênio) e a descoberta de
muitos outros elementos metálicos: cobalto, platina, zinco, níquel, bismuto,
manganês, molibdênio, telúrio, tungstênio e cobre. Com a Revolução Industrial, o
modo de produção capitalista expandiu-se, o que teve como uma, dentre outras
conseqüências, o impulso ao desenvolvimento da indústria química.
151
Um dos químicos mais influentes da França nesse período foi Antonie Laurent
Lavoisier que colaborou com a consolidação dessa ciência no século XVIII e
elaborou o Traité Elementaire de Chimie (Tratado Elementar da Química), publicado
em março de 1789, referência para a química moderna da época. Lavoisier propôs
uma nomenclatura universal para os compostos químicos, que foi aceita
internacionalmente. A Química ganhou não apenas uma linguagem universal quanto
à nomenclatura, mas também, quanto aos seus conceitos fundamentais.
No desenvolvimento do seu trabalho, Lavoisier demonstrou que a queima é
uma reação química com oxigênio, superando a antiga Teoria do Flogisto4, então
amplamente usada nas explicações sobre transformações químicas. O trabalho de
Lavoisier, em especial o episódio da descoberta do oxigênio, gerou uma crise a
respeito das explicações de fenômenos como combustão, calcinação e respiração. A
superação da ideia do flogisto e o esclarecimento da combustão, por Lavoisier,
trouxeram novos direcionamentos para as investigações sobre a natureza das
substâncias.
Lavoisier desenvolveu estudo teórico sobre a melhor maneira de iluminar as
ruas parisienses, estudou os problemas da adulteração de alimentos, investigou o
mecanismo de funcionamento das tinturas, pesquisou como os metais enferrujam e
como a água pode ser armazenada a bordo dos navios em viagens longas. Também
produziu explosivos para o governo francês, o que foi importante devido às guerras
e conflitos vividos naquele período histórico. Outros feitos trouxeram inúmeros
avanços para a incipiente indústria química da época, especialmente a da Inglaterra,
entre eles: a solução para problemas das indústrias de tecido (Bertholet), a
construção de torres para fabricação contínua de ácido sulfúrico (Gay-Lussac), os
estudos sobre corantes e modificação substancial dos processos na indústria têxtil
(Henry Perkins), o que era de fundamental importância política e econômica para a
Inglaterra.
No século XIX, finalmente a ciência moderna se consolidou. John Dalton
apresentou sua teoria atômica em uma série de conferências realizadas na Royal
Institution de Londres. Baseado em muitas medidas das quantidades das massas
dos elementos químicos que se combinavam para formar compostos, Dalton
configurou um modelo para o átomo semelhante a pequenas partículas esféricas
152
maciças e indivisíveis. Diferentemente dos filósofos Demócrito e Leucipo, que
somente pensaram na divisão da matéria em pequenos pedaços até a menor
unidade, Dalton avançou e elaborou sua hipótese atômica com base em dados
experimentais.
Em 1828, Friedrich Wöhler sintetizou a ureia, uma substância orgânica a partir
de um composto inorgânico. Dessa síntese, que supera a Teoria da Força Vital5, os
cientistas passaram a preparar compostos orgânicos em laboratório.
Em 1860, foi realizado o primeiro Congresso Mundial de Química, em
Karlsruhe, no território da atual Alemanha. A partir de uma proposta de Friedrich
August Kekulé, apoiado por Charles Adolphe Wurtz, 140 eminentes químicos se
reuniram para discutir os conceitos de átomo, molécula, equivalente, atomicidade e
basicidade. Nessa ocasião, Stanislao Cannizzaro apresentou um artigo que
diferenciava átomo de molécula a partir de uma leitura da hipótese de Avogadro.
Como consequência, vários químicos tentaram organizar e sistematizar os
elementos químicos, dentre eles, destacaram-se Julius Lothar Meyer e Dimitri
Ivanovitch Mendeleev. Esse último organizou uma classificação dos elementos
químicos seguindo o mesmo princípio da periodicidade de propriedades em função
dos pesos atômicos.
Mendeleev, porém, chegou a um grau de precisão científica que seus
contemporâneos não atingiram e talvez por isso a “lei periódica das propriedades
dos elementos” e a respectiva tabela ficaram indelevelmente ligados a seu nome.
A surpreendente exatidão da tabela de Mendeleev dos nossos dias, o que
para nós é algo habitual, esconde o intenso esforço do cientista para compreender
tudo o que já era conhecido no seu tempo acerca das transformações da matéria.
Foi graças a este gigantesco trabalho que a grandiosa e intuitiva hipótese acerca da
existência da lei da periodicidade das propriedades dos elementos químicos se
tornou numa realidade (BELTRAN & CISCATO 1991, p. 133).
Os interesses da indústria da segunda metade do século XIX impulsionaram
pesquisas e descobertas sobre o conhecimento químico; dentre eles, os avanços da
eletricidade trouxeram significativas contribuições, como o conceito de eletrólise e as
propostas de modelos atômicos que contribuíram para o esclarecimento da estrutura
da matéria. Outros avanços referem-se à criação do primeiro plástico artificial, o
153
celulóide, em 1869, por John Hyatt, bem como o rayon, a primeira fibra artificial,
patenteada por Luis Marie Chardonnet.
Tais descobertas originaram-se essencialmente nas indústrias e não nas
instituições de pesquisa e ensino, como se poderia supor. Isso porque os setores de
produção industrial e de produção científica não apresentavam interesses em
comum com o Estado. As ciências esforçavam-se na resolução de problemas
ligados à produção, e dessa forma, os avanços mais expressivos se deram na
Química, que era a ciência intimamente ligada à prática de oficina e interesses da
indústria (HOBSBAWM, 1982, p. 34).
No final do século XIX, com o surgimento dos laboratórios de pesquisa, a
Química se consolidou como a principal disciplina associada aos efetivos resultados
na indústria. A produção de conhecimentos, na Alemanha, Estado Nação recém-
unificado, se dava pelas instituições científicas e pela indústria, em busca de
desenvolvimento econômico e científico e de reorganização territorial
(BRAVERMAN,1987). O exemplo alemão do investimento em pesquisas, seguido
por outras nações, alavancou ainda mais o desenvolvimento da Química.
No século XX, a Química e todas as outras Ciências Naturais tiveram um
grande desenvolvimento, em especial nos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha.
Esses países destacaram-se no desenvolvimento da Ciência, no intuito de
estabelecer e, posteriormente, manter influência científica que pudesse garantir
diferentes formas de poder e controle bélico mundial, essenciais nas tensões vividas
no século XX. Vários foram os investimentos desses países em áreas como:
obtenção de medicamentos, indústria bélica, estudos nucleares, estrutura atômica e
formação das moléculas, mecânica quântica, dentre outras que estreitaram as
relações entre a ciência e a indústria.
Esse estreitamento gerado por interesses econômicos e pelas instâncias do
poder resultou, entre outros fatores, na eclosão das duas guerras mundiais do
século XX e no estabelecimento de discussões a respeito da ética na ciência e de
seus impactos na sociedade. Passou-se a questionar a utilização do saber científico
tanto para o progresso da humanidade quanto para seu possível aniquilamento.
Depois da Segunda Guerra Mundial, as pesquisas sobre o átomo
desenvolveram-se ainda mais. O bombardeio de núcleos com partículas aceleradas
154
conduziu à produção de novos elementos químicos, bem como o desenvolvimento
de diferentes materiais, como, por exemplo, cerâmicas, ligas metálicas e
semicondutores. Isso ocorre em função do advento da mecânica quântica, que
resultou nas bombas atômicas lançadas no Japão no final da Segunda Guerra, o
que marcou a busca de armamentos nucleares em diversos países, como forma de
proteção territorial e preparo para outras possíveis guerras. Nesse contexto, as
pesquisas em Química se destacam, avolumando-se em centros de investigação
particulares e em universidades de todo o mundo, contribuindo para a descoberta de
inúmeros conhecimentos que interferem no desenvolvimento científico e, em muitos
casos, na vida do planeta.
23.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS
Destaca-se que o conhecimento químico, assim como todos os demais
saberes, não é algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante
transformação. Esse processo de elaboração e transformação do conhecimento
ocorre em função das necessidades humanas, uma vez que a ciência é construída
por homens e mulheres, portanto, falível e inseparável dos processos sociais,
políticos e econômicos. “A ciência já não é mais considerada objetiva nem neutra,
mas preparada e orientada por teorias e/ou modelos que, por serem construções
humanas com propósitos explicativos e previstos, são provisórios” (CHASSOT,
1995, p. 68).
O desenvolvimento da sociedade no contexto capitalista passou a exigir das
ciências respostas precisas e específicas a suas demandas econômicas, sociais,
políticas, etc. A partir das décadas de 1960 e 1970, o processo de industrialização
brasileiro influenciou a formação de cursos profissionalizantes com métodos que
privilegiavam a memorização de fórmulas, a nomenclatura, as classificações dos
compostos químicos, as operações matemáticas e a resolução de problemas.
Tais cursos baseavam-se na pedagogia tradicional que, além do mais,
confundia conceitos com definições. Para um melhor entendimento de parte dessa
afirmação, Mortimer (2000) lembra que, muitas vezes, ao ensinar densidade, usa-se
a expressão matemática d = m/v. O aluno calcula o valor da massa, do volume e da
155
densidade facilmente, porém muitas vezes quando solicitado que explique o
funcionamento dos densímetros nos postos de gasolina, não relaciona o que
estudou na aula de Química com o que vê no dia-a-dia. “[...] Na verdade esse aluno
não aprendeu um conceito, mas apenas sua definição” (MORTIMER, 2000, p. 274).
Observa-se que o aluno apenas memoriza a definição matemática do
conceito, mas não o compreende, pois isso ocorre principalmente quando o
entendimento e aplicação de um conceito químico são relacionados à compreensão
de outros já conhecidos. Qual seria, então, a concepção de ensino de Química que
superaria as abordagens tradicionais do objeto de estudo da disciplina?
Acredita-se numa abordagem de ensino de Química voltada à construção e
reconstrução de significados dos conceitos científicos nas atividades em sala de
aula (MALDANER, 2003, p. 144). O ensino de Química, na perspectiva conceitual,
retoma a cada passo o conceito estudado, na intenção de construí-lo com a ajuda de
outros conceitos envolvidos, dando-lhe significado em diferentes contextos.
Isso ocorre por meio da inserção do aluno na cultura científica, seja no
desenvolvimento de práticas experimentais, na análise de situações cotidianas, e
ainda na busca de relações da Química com a sociedade e a tecnologia. Isso implica
compreender o conhecimento científico e tecnológico para além do domínio estrito
dos conceitos de Química.
Nestas Diretrizes, propõe-se que a compreensão e a apropriação do
conhecimento químico aconteçam por meio do contato do aluno com o objeto de
estudo da Química: as substâncias e os materiais. Esse processo deve ser
planejado, organizado e dirigido pelo professor numa relação dialógica, em que a
aprendizagem dos conceitos químicos constitua apropriação de parte do
conhecimento científico, o qual, segundo Oliveira (2001), deve contribuir para a
formação de sujeitos que compreendam e questionem a ciência do seu tempo. Para
alcançar tal finalidade, uma proposta metodológica é a aproximação do aprendiz
com o objeto de estudo químico, via experimentação.
No ensino tradicional, a atividade experimental ilustra a teoria, que serve para
verificar conhecimentos e motivar os alunos. As aulas de laboratório seguem
procedimentos como se fossem receitas que não podem dar errado, isto é, obter um
resultado diferente do previsto na teoria.
156
Na abordagem conceitual do conteúdo químico, considera-se que a
experimentação favorece a apropriação efetiva do conceito e “o importante é a
reflexão advinda das situações nas quais o professor integra o trabalho prático na
sua argumentação” (AXT, 1991, p. 81). Na proposta de Axt, a experimentação deve
ser uma forma de problematizar a construção dos conceitos químicos, sendo ponto
de partida para que os alunos construam sua própria explicação das situações
observadas por meio da prática experimental.
Desse modo, os aprendizes são levados a desenvolver uma explicação
provável que se aproximada dos conceitos e teorias científicas pelos docentes,
permite uma melhor compreensão da cultura e prática científica na reflexão de como
são construídos e validados os conceitos cientificamente aceitos. Isso possibilita aos
alunos uma participação mais efetiva no processo de sua aprendizagem, rompendo
com a ideia tradicional dos procedimentos experimentais como receitas que devem
ser seguidas e que não admitem o improviso, a modificação e as explicações
prováveis do fenômeno estudado. Para tanto é necessário que a atividade
experimental seja problematizadora do processo ensino-aprendizagem, sendo
apresentada antes da construção da teoria nas aulas de ciências, e não como
ilustrativo dos conceitos já expostos (forma tradicional da abordagem experimental).
Esses fundamentos buscam dar sentido aos conceitos químicos, de modo
que se torna muito importante a experimentação na atividade pedagógica.
Entretanto, não são necessários materiais laboratoriais específicos.
A importância da abordagem experimental está no seu papel investigativo e
na sua função pedagógica de auxiliar o aluno na explicitação, problematização,
discussão, enfim, na significação dos conceitos químicos. Diferentemente do que
muitos possam pensar, não é preciso haver laboratórios sofisticados, nem ênfase
exagerada no manuseio de instrumentos para a compreensão dos conceitos. O
experimento deve ser parte do contexto de sala de aula e seu encaminhamento não
pode separar a teoria da prática, num processo pedagógico em que os alunos se
relacionem com os fenômenos vinculados aos conceitos químicos a serem formados
e significados na aula (NANNI, 2004).
Outra questão relacionada ao ensino de Química é a valorização do
formalismo matemático no ensino de determinados conteúdos. Por exemplo, no
157
ensino de concentração das soluções, na maioria das vezes, privilegia-se o trabalho
com as unidades de concentração das soluções nas suas diversas formas –
molaridade, título, concentração comum, molalidade entre outras, o que dificulta a
compreensão do significado das concentrações das soluções no contexto social em
que os seus valores são aplicados. Sem dúvida, os números, os resultados
quantitativos subsidiam a construção do conceito químico de concentração e,
portanto, são ferramentas necessárias para o entendimento deste conceito. Sendo
assim, a explicação das concentrações de medicamentos, das substâncias
dissolvidas nas águas dos lagos, rios e mares, das substâncias presentes no
cotidiano e das soluções utilizadas nas indústrias pode ser mais bem compreendido
se estiver atrelado à linguagem matemática
Outro cuidado a ser tomado no ensino de Química é evitar a ênfase no estudo
das soluções esquecendo outros tipos de dispersões. As suspensões e as
dispersões coloidais, por exemplo, constituem um importante escopo de saberes a
serem explorados no meio em que os alunos vivem, pois nesse conteúdo estuda-se:
poluição das águas, sangue, características do leite, os particulados na atmosfera,
entre outros. Tais conteúdos devem compor os currículos escolares de química
qualitativamente, como forma de explorar o meio em que estão inseridos os
aprendizes.
Nestas diretrizes, propõe-se um trabalho pedagógico com o conhecimento
químico que propicie ao aluno compreender os conceitos científicos para entender
algumas dinâmicas do mundo e mudar sua atitude em relação a ele. Por exemplo,
numa situação cotidiana, faz sentido para todas as pessoas separar os resíduos
orgânicos dos inorgânicos? Para alguém que tenha estudado e compreendido
plásticos – resíduos orgânicos – a resposta é sim. Provavelmente essa pessoa terá
mais critérios ao descartar esse material, pois sabe que o tempo de sua degradação
na natureza é longo. Então, conhecer quimicamente o processo de reciclagem e re-
aproveitamento pode contribuir para ações de manuseio correto desses materiais.
Isso não significa que as pessoas que desconhecem tais processos e os conceitos
científicos sejam incapazes de compreender a importância de separar e dar o
destino adequado a resíduos orgânicos e inorgânicos.
158
Porém, o ensino de Química pode contribuir para uma atitude mais consciente
diante dessas questões. Cabe ao professor criar situações de aprendizagem de
modo que o aluno pense mais criticamente sobre o mundo, sobre as razões dos
problemas ambientais.
Essa análise proporcionará uma visão mais abrangente dos diversos motivos
que levaram, por exemplo, a substituição da madeira pelo plástico.
De acordo com Bernardelli (2004), muitas pessoas resistem ao estudo da
Química pela falta de contextualização de seus conteúdos. Muitos estudantes do
Ensino Médio têm dificuldade de relacioná-los em situações cotidianas, pois ainda
se espera deles a excessiva memorização de fórmulas, nomes e tabelas. Portanto,
O meio ambiente está intimamente ligado à Química, uma vez que o planeta
vem sendo atingido por vários problemas que correspondem a esse campo do
conhecimento. Grande parte da humanidade sabe da potencialização do efeito
estufa e do consequente aumento da temperatura da Terra, dos problemas
causados pelo buraco da camada de ozônio na estratosfera, por onde passam os
nocivos raios ultravioletas que atingem a superfície com maior intensidade.
O agravamento do efeito estufa e os danos à camada de ozônio decorrem da
atividade humana. O efeito estufa ocorre pela presença do dióxido de carbono na
atmosfera, que teve suas taxas aumentadas significativamente em função da
queima de combustíveis fósseis e das florestas. Por sua vez, os danos na camada
de ozônio decorrem da liberação de gases na atmosfera como os
clorofluorcarbonetos (aerossóis) e os óxidos de nitrogênio (motores de combustão
interna). A situação é ainda mais delicada nos grandes centros urbanos devido à
necessidade de transporte para um grande contingente populacional, o que
potencializa a emissão daquelas substâncias.
A crescente urbanização da população mundial trouxe o crescimento do
número de consumidores e a demanda de aumento da produção. Isso gerou a
instalação de indústrias que, muitas vezes, tornam potencialmente perigoso o uso de
substâncias químicas em grandes quantidades. O transporte dessas substâncias
pelas vias aéreas, marítimas ou terrestres pode se tornar um grande risco de
poluição e agressão ambiental.
159
A crença de que o crescimento econômico está vinculado à exploração de
recursos naturais tidos como inesgotáveis e sempre substituíveis pelos avanços da
ciência e tecnologia, permeou o pensamento capitalista por muito tempo e apenas
recentemente começou a ser questionada.
...devemos criar condições favoráveis e agradáveis para o ensino e
aprendizagem da disciplina, aproveitando, no primeiro momento, a vivência dos
alunos, os fatos do dia-a-dia, a tradição cultural e a mídia, buscando com isso
reconstruir os conhecimentos químicos para que o aluno possa refazer a leitura do
seu mundo (BERNARDELLI, 2004, p. 02).
Essas ideias podem desencadear críticas que condenam a Química e outras
ciências, pois é um equívoco imaginar que seriam capazes de resolver plenamente
esses problemas. Um exemplo disso é a modificação dos catalisadores e dos
processos produtivos, cujo resultado é a diminuição dos custos e dos volumes de
efluentes. Sabe-se, porém que, atualmente, o custo para a produção de um
catalisador é muito alto e que apenas minimiza essa situação, mas não a resolve.
Apesar disso, os incentivos à compra de automóveis e a ênfase no transporte
particular continuam na sociedade capitalista.
Assim, o conhecimento científico e a tecnologia não são bons ou maus a
priori, o que se evidencia é a racionalidade desta sociedade baseada no lucro, no
consumo desigual e no desperdício. Essas são as grandes causas dos nossos
problemas ambientais.
A Química tem forte presença no suprimento de demanda de novos produtos,
que é cada vez maior nas áreas surgidas nos últimos anos: biotecnologia, química
fina, pesquisas direcionadas para oferta de alimentos e medicamentos, entre outras.
Essas questões podem e devem ser abordadas nas aulas de Química por meio de
uma estratégia metodológica que propicie a discussão de aspectos sócio-científicos,
ou seja, de questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais
relativas à ciência e à tecnologia (SANTOS, 2004).
Por exemplo, quando se trabalha o conteúdo básico Radioatividade, é
necessário abordá-lo para além dos conceitos químicos, de modo que se coloquem
em discussão os aspectos históricos, políticos, econômicos e sociais diretamente
160
relacionados ao uso da tecnologia nuclear e das influências no ambiente, na saúde e
nas possíveis relações de custo-benefício do uso dessa forma de energia.
Nessa perspectiva, é preciso superar a mera transmissão de conteúdos
realizada ano após ano com base na disposição sequencial do livro didático
tradicional e que apresenta, por exemplo, uma divisão entre Química Orgânica e
Química Inorgânica, que afirma, entre outros aspectos, a fragmentação e a
linearidade dos conteúdos químicos, bem como o distanciamento da Química em
relação a outros saberes. É preciso desvencilhar-se de conceitos imprecisos,
desvinculados do seu contexto.
O impacto sobre o meio ambiente é decorrente de dois vetores que se juntam
criando bases ideológicas da chamada sociedade de consumo. Um primeiro vetor
corresponde à visão otimista de história e de capacidade infinita de inovação
tecnológica, que permitiria uma dinâmica sem limites do processo de transformação
da natureza em bens e serviços. O segundo vetor corresponde à ânsia consumista
que o capitalismo conseguiu disseminar na consciência da humanidade e que se
identifica na busca [...] acelerada, sendo a própria razão de ser da atividade
econômica e a razão ontológica do processo civilizatório (BUARQUE, apud
MALDANER, 2003, p. 120).
Essas ideias podem desencadear críticas que condenam a Química e outras
ciências, pois é um equívoco imaginar que seriam capazes de resolver plenamente
esses problemas. Um exemplo disso é a modificação dos catalisadores e dos
processos produtivos, cujo resultado é a diminuição dos custos e dos volumes de
efluentes. Sabe-se, porém que, atualmente, o custo para a produção de um
catalisador é muito alto e que apenas minimiza essa situação, mas não a resolve.
Apesar disso, os incentivos à compra de automóveis e a ênfase no transporte
particular continuam na sociedade capitalista.
Assim, o conhecimento científico e a tecnologia não são bons ou maus a
priori, o que se evidencia é a racionalidade desta sociedade baseada no lucro, no
consumo desigual e no desperdício. Essas são as grandes causas dos nossos
problemas ambientais.
A Química tem forte presença no suprimento de demanda de novos produtos,
que é cada vez maior nas áreas surgidas nos últimos anos: biotecnologia, química
161
fina, pesquisas direcionadas para oferta de alimentos e medicamentos, entre outras.
Essas questões podem e devem ser abordadas nas aulas de Química por meio de
uma estratégia metodológica que propicie a discussão de aspectos sócio-científicos,
ou seja, de questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais
relativas à ciência e à tecnologia (SANTOS, 2004).
Por exemplo, quando se trabalha o conteúdo básico Radioatividade, é
necessário abordá-lo para além dos conceitos químicos, de modo que se coloquem
em discussão os aspectos históricos, políticos, econômicos e sociais diretamente
relacionados ao uso da tecnologia nuclear e das influências no ambiente, na saúde e
nas possíveis relações de custo-benefício do uso dessa forma de energia.
Nessa perspectiva, é preciso superar a mera transmissão de conteúdos
realizada ano após ano com base na disposição sequencial do livro didático
tradicional e que apresenta, por exemplo, uma divisão entre Química Orgânica e
Química Inorgânica, que afirma, entre outros aspectos, a fragmentação e a
linearidade dos conteúdos químicos, bem como o distanciamento da Química em
relação a outros saberes. É preciso desvencilhar-se de conceitos imprecisos,
desvinculados do seu contexto.
O impacto sobre o meio ambiente é decorrente de dois vetores que se juntam
criando bases ideológicas da chamada sociedade de consumo. Um primeiro vetor
corresponde à visão otimista de história e de capacidade infinita de inovação
tecnológica, que permitiria uma dinâmica sem limites do processo de transformação
da natureza em bens e serviços. O segundo vetor corresponde à ânsia consumista
que o capitalismo conseguiu disseminar na consciência da humanidade e que se
identifica na busca [...] acelerada, sendo a própria razão de ser da atividade
econômica e a razão ontológica do processo civilizatório (BUARQUE, apud
MALDANER, 2003, p. 120).
As Aulas de químicas serão explicativas com interação dos alunos, leituras
orientadas de livros textos, interpretação de gráficos e tabelas, dinâmica de grupo,
trabalhos e pesquisas em grupos, aulas laboratoriais, apresentação de resultados e
relatórios.
162
23. 3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Matéria e sua natureza
Biogeoquímica
Química sintética
23.4 CONTEÚDOS BASICOS
1º Ano
Estrutura Da Matéria, Substancia
Fenômenos Físicos E Químicos
Estrutura Atômica
Distribuição Eletrônica
Tabela Periódica
Ligações Químicas
Funções Químicas
2º Ano
Cálculos estequiométricos
Soluções
Termoquímica
Cinética química
Equilíbrio químico
3º Ano
Química do Carbono
Funções Oxigenadas
Polímeros
Funções Nitrogenadas
Isomeria
Reações Orgânicas
163
23.5 AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser concebida de forma processual e formativa, sob os
condicionantes do diagnóstico e da continuidade. Esse processo ocorre em
interações recíprocas, no dia-a-dia, no transcorrer da própria aula e não apenas de
modo pontual, levando-se em conta o conhecimento prévio do aluno e valorizando o
processo de construção e reconstrução de conceitos, além de orientar e facilitar a
aprendizagem. A avaliação não tem finalidade em si, mas deve subsidiar e mesmo
redirecionar o curso da ação do professor, em busca de assegurar a qualidade do
processo educacional no coletivo da escola.
As Diretrizes, para o ensino de química, têm como finalidade uma avaliação
que não separe teoria e prática, antes, considere as estratégias empregadas pelos
alunos na articulação e análise dos experimentos com os conceitos químicos. Tal
prática avaliativa requer um professor que compreenda a concepção de ensino de
Química na perspectiva crítica.
Em relação à leitura de mundo, o aluno deve posicionar-se criticamente nos
debates conceituais, articular o conhecimento químico às questões sociais,
econômicas e políticas, ou seja, deve tornar-se capaz de construir o conhecimento a
partir do ensino, da aprendizagem e da avaliação. É preciso ter clareza também de
que o ensino da Química está sob o foco da atividade humana, portanto, não é
portador de verdades absolutas
23.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
O principal critério de avaliação é a formação de conceitos científicos. Trata-
se de um processo de “construção e reconstrução de significados dos conceitos
científicos” (MALDANER, 2003, p. 144). Valoriza-se, assim, uma ação pedagógica
que considere os conhecimentos prévios e o contexto social do aluno, para
(re)construir os conhecimentos químicos. Essa (re)construção acontecerá por meio
das abordagens histórica, sociológica, ambiental e experimental dos conceitos
químicos.
164
Por isso, ao invés de avaliar apenas por meio de provas, o professor deve
usar instrumentos que possibilitem várias formas de expressão dos alunos, como:
leitura e interpretação de textos, produção de textos, leitura e interpretação da
Tabela Periódica, pesquisas bibliográficas, relatórios de aulas em laboratório,
apresentação de seminários, entre outras. Esses instrumentos devem ser
selecionados de acordo com cada conteúdo e objetivo de ensino.
Finalmente, é necessário que os critérios e instrumentos de avaliação fiquem
bem claros também para os alunos, de modo que se apropriem efetivamente de
conhecimentos que contribuam para uma compreensão ampla do mundo em que
vivem.
23.7 BIBLIOGRAFIA
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2001.
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VIDAL, B. História da química. Lisboa: Edições 70, 1986.
166
24 SOCIOLOGIA
24.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Pode-se dizer que a sociologia possui sua história enquanto disciplina escolar
discutida a partir da década de 1980, embora esta ciência já fora, nas décadas que
antecederam a Ditadura Militar no Brasil, disciplina escolar e obrigatória nos
currículos dos cursos secundários.
A partir da década de 1980 foram várias às reivindicações, debates e
movimentações por parte de professores, estudantes, sociólogos e entidades da
sociedade civil para que esta ciência se tornasse curricular, ou seja, incluída nos
currículos do Ensino Médio. Felizmente, no final da década de 1990, tais
reivindicações foram aceitas através dos Parâmetros Curriculares Nacionais e nas
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Assim como, também tal
preocupação é perceptível na Lei de Diretrizes e Bases da Educação do ano de
1996 em que se abrem grandes perspectivas e a obrigatoriedade de se incluir a
Sociologia no currículo escolar, pois o “domínio dos conhecimentos de Filosofia e
Sociologia [são] necessários ao exercício da cidadania” (Lei 9394/1996, art. 36,
parágrafo 1º, inciso III, grifo nosso).
Portanto, diante de tal obrigatoriedade e também da realidade contemporânea
da ciência sociológica e seus pressupostos, a inserção desta disciplina nos
currículos do Ensino Médio vai muito além das leituras e explicações teóricas do
homem em sociedade e desta própria, assim como, da simplificação nas explicações
ou compreensões dos valores, culturas e normais sociais e institucionais. Pois, há
uma necessidade peculiar de desconstruir e desnaturalizar o social e a sociedade, já
que, vivenciamos grandes problemas sociais ligados ao capitalismo mundial, ao
desenvolvimento industrial acirrado e sem sustentabilidade, ao neoliberalismo e
suas ações e reações, entre outras causas problemáticas.
Partindo do que foi exposto e das Diretrizes Curriculares da Disciplina de
Sociologia, entendemos que é através da escola e desta disciplina, a inserção e
formação de novos valores, novas formas de ver e estar na sociedade, uma nova
ética e novas práticas sociais contundentes com a atual realidade social,
167
possibilitando a construção de novas relações sociais.
24.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS
Entende-se que o ensino da Sociologia pressupõe fundamentação e
metodologias que coloque o aluno como sujeito de seu aprendizado, não importando
sua forma de ler, interpretar, pesquisar ou analisar, mas sim que ele esteja
constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos
e reconstruir coletivamente conhecimentos.
Portanto, como qualquer outra disciplina escolar o ensino de Sociologia
deverá estar relacionado a fundamentos teóricos e metodológicos próprios de seu
campo de conhecimento. Há vários pressupostos teóricos clássicos e
contemporâneos que podem vir a colaborar para que o corpo discente perceba as
temáticas e/ou conteúdos a partir de interpretações e pensamentos críticos,
desconstruindo e construindo questões e respostas aos problemas de sua realidade
social atual. Os paradigmas da Sociologia Positivista, Compreensiva e Crítica, que
servem de aportes explicativos diferenciados vêem a corroborar no entendimento e
compreensão dos alunos das diversas formas de ver e estar em uma sociedade,
colaborando para que realizem análises e percepções simplistas, sempre
respeitando seu contexto social e histórico.
Sendo assim, os conteúdos estruturantes e básicos devem ser tratados de
forma articuladas e o tratamento destes trabalhados com um potencial explicativo
atrelado às visões de mundo presentes nas diferentes teorias, interpretações e
contextos históricos.
Para tanto, far-se-á necessário que a disciplina de Sociologia seja iniciada
com a contextualização da construção deste campo de conhecimento, enfocando a
modernidade e a pós-modernidade. E, retomando todo o momento a relação entre o
contexto histórico, os temas abordados e a teoria utilizada, pois o conhecimento
sociológico não é estático e possibilitará ao corpo discente compreender os
fenômenos sociais e sua prática social. Para isso, entendemos que os alunos devam
fazer perguntas, buscando respostas para estas no seu entorno, na sua realidade
social, seja na escola, seja no seu bairro, seja na sua família, programas de
168
televisão e rádio, nos livros de história, nos noticiários entre outros, compreendendo
sempre as especificidades e peculiaridades do local, e a diversidade cultural de sua
comunidade.
Em síntese, utilizar as fundamentações teóricas abordadas pelo campo
científico da Sociologia, que também foram explanadas nas Diretrizes Curriculares
do Ensino de Sociologia implica na utilização de vários recortes temáticos, utilização
de diferentes conceitos, teorias e de metodologias contundentes para que o aluno
venha a compreender sua realidade social, assim como, transformar e criar novos
valores. Portanto, como metodologia, será realizada a partir da problematização dos
conteúdos que serão abordados. Leitura e compreensão de textos individuais e em
grupos com a mediação do professor. Produção de textos; pesquisas bibliográficas e
de campo. Mas também: Aulas expositivas dialogadas; aulas em visitas guiadas a
instituições e museus quando possível; exercícios escritos e oralmente
apresentados e discutidos; Leituras de Textos; Debates e Seminários; análises
críticas de filmes, documentários, músicas, propagandas de TV, iconografia, entre
outros; pesquisas de campo e bibliográficas.
24.3 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Processo de Socialização e as Instituições Sociais;
Cultura e Indústria Cultural;
Cultura e Indústria Cultural;
Trabalho, Produção e Classes Sociais;
Poder Política e Ideologia;
Direitos,
Cidadania e
Movimentos Sociais.
24.4 CONTEÚDOS BÁSICOS
1º ano
Teoria Sociológica Clássica
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Sociologia Brasileira
Processo de Socialização
Instituições sociais: Familiares; Escolares; Religiosas
Instituições de Reinserção (prisões, manicômios, educandários, asilos etc)
Teorias Antropológicas sobre Cultura
Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura
Contribuição e análises das diferentes sociedades e suas respectivas culturas
Identidade
Indústria Cultural
Cultura afro-brasileira e africana
Culturas indígenas
2º ano
Meios de comunicação de massa
Sociedade de Consumo
Indústria Cultural no Brasil
Questões de Gênero
Conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades
Desigualdades sociais: estamentos, castas e classes sociais
Organização do Trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições
Globalização e Neoliberalismo
Relações de trabalho
Trabalho no Brasil
Formação e desenvolvimento do Estado Moderno
Democracia, autoritarismo, totalitarismo
Estado no Brasil
Culturas afro-brasileiras e africanas
Culturas indígenas
3º ano
Conceitos de Poder; Ideologia; Dominação e Legitimidade;
As expressões da violência nas sociedades contemporâneas
Direitos civis, políticos e sociais
170
Direitos Humanos
Conceito de Cidadania
Movimentos Sociais
Movimentos Sociais no Brasil
A questão ambiental e os movimentos ambientalistas
A questão das ONG‟s
Culturas afro-brasileiras e africanas
Culturas indígenas,
24.5 AVALIAÇÃO
Colaborar na construção de um cidadão crítico, humano, responsável que
possa contribuir para com sua sociedade. Assim, a avaliação deve estar focada em
pressupostos teórico-metodológicos que possam corroborar com a desconstrução e
construção do conhecimento sociológico
Para tanto, se entende que seja de fundamental importância a utilização de
várias formas de avaliações, como por exemplo: avaliação diagnóstica e somativa,
quais permitem ao professor verificar o conhecimento apreendido pelos alunos.
Sempre a partir de uma concepção formativa e continuada, respeitando a
construção da autonomia do aluno. Tendo como instrumento a pesquisa de campo
acompanhada de professor, a bibliográfica, interpretação de texto se faz necessário,
seguido da avaliação escrita. As leituras também serão avaliadas como
interpretação do que se compreendeu do assunto, seminários e o diálogo produzido
a partir da investigação de temas diversos.
24.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Apreender os conceitos básicos da ciência sociológica, articulados com a
prática social;
Identificar-se como seres eminentemente sociais;
Compreender a organização e a influência das instituições sociais em seu
processo de socialização e as contradições destes;
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Refletir sobre as ações individuais e perceber que as ações em sociedade
são interdependentes;
Compreender como a cultura e a ideologia podem ser utilizadas como formas
de dominação na sociedade contemporânea;
Compreender de forma crítica: a organização e a diversidade das formas de
trabalho em várias sociedades ao longo da história; a sociedade capitalista;
Desenvolver a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;
Desenvolver a clareza e a coerência na exposição de idéias sociológicas;
Entender que pode mudar a forma de olhar e compreender os problemas
sociais
Problematização dos conteúdos;
Compreender que os conteúdos do livro didático é somente uma das
possibilidades e interpretação sociológicas;
Desenvolver a capacidade para contextualizar a respeito da realidade na qual
está inserido de uma maneira crítica;
Respeitar, identificar e compreender a diversidade cultural, étnico-racial,
religiosa, social, econômica, as diferenças sexuais e de gênero presentes na
sociedade.
24.7 BIBLIOGRAFIA:
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná – 2008.
172
ANEXOS
173
174