cÓdigo tributÁrio do municÍpio de · emanam das relações jurídicas referentes a tributos e...

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1 LEI COMPLEMENTAR Nº 80, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2014. Institui o Código Tributário do Município de Paraisópolis e dá outras providências. Art. 1º Esta Lei Complementar regula os direitos e obrigações que emanam das relações jurídicas referentes a tributos e demais rendas que constituem receita do Município, institui tributos, e denomina-se Código Tributário Municipal. Art. 2º O Código Tributário Municipal é constituído de 4 (quatro) Livros, com as seguintes matérias: I- LIVRO I - Das Normas Gerais do Direito Tributário Municipal; II- LIVRO II - Do Sistema Tributário Municipal; III- LIVRO III - Dos Preços Públicos; IV- LIVRO IV - Das Disposições Gerais e Finais. Art. 3º Esta Lei Complementar subordina-se: I- à Constituição Federal; II- ao Código Tributário Nacional e demais Leis Complementares da União; III- à Constituição do Estado de Minas Gerais; IV- à Lei Orgânica do Município de Paraisópolis- MG.

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    LEI COMPLEMENTAR N 80, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2014.

    Institui o Cdigo Tributrio do Municpio de

    Paraispolis e d outras providncias.

    Art. 1 Esta Lei Complementar regula os direitos e obrigaes que

    emanam das relaes jurdicas referentes a tributos e demais rendas que constituem

    receita do Municpio, institui tributos, e denomina-se Cdigo Tributrio Municipal.

    Art. 2 O Cdigo Tributrio Municipal constitudo de 4 (quatro)

    Livros, com as seguintes matrias:

    I- LIVRO I - Das Normas Gerais do Direito Tributrio Municipal;

    II- LIVRO II - Do Sistema Tributrio Municipal;

    III- LIVRO III - Dos Preos Pblicos;

    IV- LIVRO IV - Das Disposies Gerais e Finais.

    Art. 3 Esta Lei Complementar subordina-se:

    I- Constituio Federal;

    II- ao Cdigo Tributrio Nacional e demais Leis Complementares da

    Unio;

    III- Constituio do Estado de Minas Gerais;

    IV- Lei Orgnica do Municpio de Paraispolis- MG.

  • 2

    LIVRO I

    DAS NORMAS GERAIS DO DIREITO

    TRIBUTRIO MUNICIPAL

    TTULO I

    DA COMPETNCIA TRIBUTRIA

    CAPTULO I

    DAS DISPOSIES GERAIS

    Art. 4 Este Livro estabelece as normas aplicveis a todos os

    impostos, taxas e contribuies devidos ao Municpio.

    Art. 5 O Municpio, ressalvadas as limitaes da competncia

    tributria definidas nos instrumentos normativos citados no artigo 3, tem

    competncia legislativa plena, quanto instituio, tributao, arrecadao, cobrana

    e fiscalizao dos tributos municipais.

    Art. 6 O no-exerccio da competncia tributria municipal no a

    defere a outra pessoa jurdica de direito pblico.

    CAPTULO II

    DAS LIMITAES DA COMPETNCIA TRIBUTRIA

    Art. 7 Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,

    vedado ao Municpio:

  • 3

    I- exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabelea;

    II- instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem

    em situao equivalente, proibida qualquer distino em razo de ocupao

    profissional ou funo por eles exercida, independentemente da denominao

    jurdica dos rendimentos, ttulos ou direitos;

    III- cobrar tributos:

    a) em relao a fatos geradores ocorridos antes do incio da vigncia

    da lei que os houver institudo ou aumentado;

    b) no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei

    que os instituiu ou aumentou;

    c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido

    publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alnea b;

    IV- utilizar tributo com efeito de confisco;

    V- estabelecer limitaes ao trfego de pessoas ou bens por meio de

    tributos, ressalvada a cobrana de pedgio pela utilizao de vias conservadas pelo

    Poder Pblico;

    VI- estabelecer diferena tributria entre bens e servios, de qualquer

    natureza, em razo de sua procedncia ou destino;

    VII- instituir impostos sobre:

    a) patrimnio, renda ou servios da Unio, do Estado e de outros

    Municpios;

    b) templos de qualquer culto;

    c) patrimnio, renda ou servios dos partidos polticos, inclusive

    suas fundaes, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituies de

    educao e de assistncia social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da

    legislao aplicvel;

    d) livros, jornais, peridicos e o papel destinado a sua impresso.

  • 4

    1 Para fins do disposto no inciso I, no constitui aumento de tributo

    a atualizao, por ndice oficial, do valor monetrio da respectiva base de clculo.

    2 A vedao do inciso III, alnea c, no se aplica fixao da base

    de clculo do IPTU.

    3 A vedao do inciso VII, alnea a, extensiva s autarquias e s

    fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, no que se refere ao patrimnio,

    renda e aos servios vinculados s suas finalidades essenciais ou s delas

    decorrentes.

    4 As vedaes do inciso VII, alnea a e do pargrafo anterior no

    se aplicam ao patrimnio, renda e aos servios relacionados com explorao de

    atividades econmicas regidas pelas normas aplicveis a empreendimentos privados,

    ou em que haja contraprestao ou pagamento de preo ou tarifas pelo usurio, nem

    exonera o promitente comprador da obrigao de pagar imposto relativamente ao

    bem imvel.

    5 As vedaes expressas no inciso VII, alneas b e c,

    compreendem somente o patrimnio, a renda e os servios relacionados

    exclusivamente com os objetivos institucionais das entidades referidas, previstos nos

    respectivos estatutos ou atos constitutivos.

    6 O disposto no inciso VII deste artigo, no exclui as entidades nele

    referidas, da condio de responsveis pelos tributos que lhes caibam reter na fonte,

    bem como, no as dispensam da prtica de atos assecuratrios do cumprimento de

    obrigaes tributrias por terceiros, na forma da Lei.

    7 O disposto no inciso VII, alnea d, no alcana os servios

    relacionados ao processo produtivo, nem impede a incidncia de imposto sobre os

    servios de composio grfica, ainda que necessrios confeco ou impresso de

    livros, jornais e peridicos.

  • 5

    Art. 8 O disposto no artigo 7, inciso VII, alneas b e c,

    subordinado observncia dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:

    I- comprovarem a regularidade de sua constituio e cadastro, nos

    termos da respectiva legislao federal, estadual ou municipal, que regule sua

    atividade, quando houver;

    II- no distriburem qualquer parcela de seu patrimnio ou de suas

    rendas, a qualquer ttulo;

    III- aplicarem integralmente, no Pas, os seus recursos na

    manuteno dos seus objetivos institucionais;

    IV- manterem escriturao de suas receitas e despesas em livros

    revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatido;

    V- comprovarem, para o exerccio determinado, o cumprimento dos

    requisitos reciprocamente exigidos pela Unio e, sendo o caso, Estado de Minas

    Gerais, para o gozo do benefcio; e

    VI- tratando-se de imunidade de ISS, que os servios abrangidos pelo

    benefcio sejam exclusivamente os diretamente relacionados com os objetivos

    institucionais previstos nos respectivos estatutos e atos constitutivos.

    Pargrafo nico. A autoridade competente poder desconsiderar a

    aplicao do benefcio, mediante o lanamento de todo o crdito tributrio relativo

    ao(s) exerccio(s) em que for constatado que a entidade descumpriu os requisitos

    legais, sobretudo o 6 do artigo 7, ou praticou ilcitos fiscais.

    Art. 9 As situaes de imunidade, iseno, no incidncia,

    recolhimento de imposto por alquotas fixas ou outros benefcios fiscais, so tambm

    condicionadas ao cumprimento das obrigaes decorrentes de responsabilidade e

    demais obrigaes acessrias previstas na legislao tributria, ficando o infrator

    sujeito ainda aplicao das cominaes e penalidades cabveis.

  • 6

    Art. 10. A imunidade ser apreciada em cada caso mediante

    requerimento dirigido autoridade competente, em que o interessado faa prova do

    preenchimento das condies e requisitos legais para sua concesso.

    TTULO II

    DA LEGISLAO TRIBUTRIA

    CAPTULO I

    DAS DISPOSIES GERAIS

    Seo I

    Da Disposio Preliminar

    Art. 11. A expresso "legislao tributria" compreende as leis, os

    decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre

    tributos e relaes jurdicas a eles pertinentes.

    Seo II

    Das Normas Complementares

    Art. 12. So normas complementares das leis e dos decretos:

    I- as portarias, as instrues, avisos, ordens de servios e outros atos

    normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

    II- as decises dos rgos competentes das instncias

    administrativas;

    III- as prticas reiteradamente observadas pelas autoridades

    administrativas;

  • 7

    IV- os convnios que o Municpio celebra com entidades e rgos da

    administrao direta ou indireta da Unio, dos Estados ou de outros Municpios.

    Pargrafo nico. A observncia das normas referidas neste artigo

    exclui a imposio de penalidades e a cobrana de juros de mora.

    CAPTULO II

    DA VIGNCIA DA LEGISLAO TRIBUTRIA

    Art. 13. A vigncia, no espao e no tempo, da legislao tributria

    municipal rege-se pelas disposies legais aplicveis s normas jurdicas em geral,

    ressalvado o previsto neste Captulo.

    Art. 14. A legislao tributria do Municpio vigora fora do

    respectivo territrio, nos limites em que lhe reconheam extraterritorialidade os

    convnios de que participe ou do que disponha a Constituio Federal.

    Art. 15. Salvo disposio em contrrio, entram em vigor:

    I- os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 12, na

    data da sua publicao;

    II- as decises a que se refere o inciso II do artigo 12, quanto a seus

    efeitos normativos, 30 at (trinta) dias aps a data da sua publicao;

    III- os convnios a que se refere o inciso IV do artigo 12, na data neles

    prevista.

  • 8

    CAPTULO III

    DA APLICAO DA LEGISLAO TRIBUTRIA

    Art. 16. A legislao tributria aplica-se imediatamente aos fatos

    geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrncia tenha

    tido incio, mas no esteja completa, nos termos do art. 30.

    Art. 17. A norma da legislao tributria aplicar-se- ao ato ou fato

    pretrito:

    I- em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,

    excluda a aplicao de penalidade infrao dos dispositivos interpretados;

    II- tratando-se de ato no definitivamente julgado:

    a) quando deixe de defini-lo como infrao;

    b) quando deixe de trat-lo como contrrio a qualquer exigncia de

    ao ou omisso, desde que no tenha sido fraudulento e no tenha implicado em

    falta de pagamento de tributo;

    c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei

    vigente ao tempo da sua prtica.

    CAPTULO IV

    DA INTERPRETAO E INTEGRAO DA

    LEGISLAO TRIBUTRIA

    Art. 18. A legislao tributria ser interpretada conforme o disposto

    neste Captulo.

  • 9

    Art. 19. Na ausncia de disposio expressa, a autoridade

    competente para aplicar a legislao tributria utilizar sucessivamente, na ordem

    indicada:

    I- a analogia;

    II- os princpios gerais de direito tributrio;

    III- os princpios gerais de direito pblico;

    IV- a equidade.

    1 O emprego da analogia no poder resultar na exigncia de

    tributo no previsto em Lei.

    2 O emprego da equidade no poder resultar na dispensa do

    pagamento de tributo devido.

    Art. 20. Os princpios gerais de direito privado utilizam-se para

    pesquisa da definio, do contedo e do alcance de seus institutos, conceitos e

    formas, mas no para definio dos respectivos efeitos tributrios.

    Art. 21. A legislao tributria no pode alterar a definio, o

    contedo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados,

    expressa ou implicitamente, pela Constituio Federal ou pela Lei Orgnica do

    Municpio, para definir ou limitar competncias tributrias.

    Art. 22. Interpreta-se literalmente a legislao tributria que

    disponha sobre:

    I- suspenso ou excluso do crdito tributrio;

    II- outorga de benefcio fiscal;

    III- regimes especiais ou dispensa do cumprimento de obrigaes

    tributrias acessrias.

  • 10

    Art. 23. A norma que define infraes ou comina penalidades

    interpretada da maneira mais favorvel ao sujeito passivo, em caso de dvida

    quanto:

    I- capitulao legal do fato;

    II- natureza ou s circunstncias materiais do fato, ou natureza ou

    extenso dos seus efeitos;

    III- autoria, imputabilidade ou punibilidade;

    IV- natureza da penalidade aplicvel, ou sua graduao.

    TTULO III

    DA OBRIGAO TRIBUTRIA

    CAPTULO I

    DAS DISPOSIES GERAIS

    Art. 24. A obrigao tributria principal ou acessria.

    Art. 25. A obrigao principal surge com a ocorrncia do fato

    gerador, tem por objetivo o pagamento do tributo ou penalidade pecuniria e

    extingue-se juntamente com o crdito dela decorrente.

    Art. 26. A obrigao acessria decorre da legislao tributria e tem

    por objeto as prestaes, positivas ou negativas, nela previstas, no interesse da

    arrecadao ou da fiscalizao dos tributos.

  • 11

    1 Todas as pessoas fsicas, jurdicas ou entes despersonalizados,

    contribuintes ou no, ainda que gozem de imunidade, no-incidncia ou iseno,

    esto obrigadas, salvo norma expressa em contrrio, ao cumprimento das obrigaes

    acessrias institudas no interesse da fiscalizao e arrecadao tributria.

    2 As obrigaes acessrias podem ser institudas por lei, decreto do

    Chefe do Executivo ou atos expedidos pela Secretaria da Fazenda do Municpio.

    Art. 27. A obrigao acessria, pelo simples fato da sua

    inobservncia, converte-se em obrigao principal relativamente penalidade

    pecuniria.

    CAPTULO II

    DO FATO GERADOR

    Art. 28. Fato gerador da obrigao principal a situao definida em

    lei como necessria e suficiente sua ocorrncia.

    Art. 29. Fato gerador da obrigao acessria qualquer situao que,

    na forma da legislao aplicvel, impe a prtica ou a absteno de fato que no

    configure obrigao principal.

    Art. 30. Salvo disposio de lei em contrrio, considera-se ocorrido o

    fato gerador e existentes os seus efeitos:

    I- tratando-se de situao de fato, desde o momento em que se

    verifiquem as circunstncias materiais necessrias a que produza os efeitos que

    normalmente lhe so prprios;

  • 12

    II- tratando-se de situao jurdica, desde o momento em que esteja

    definitivamente constituda, nos termos de direito aplicvel.

    Pargrafo nico. A autoridade administrativa poder desconsiderar

    atos ou negcios jurdicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrncia do

    fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigao

    tributria.

    Art. 31. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior, e salvo

    disposio de lei em contrrio, os atos ou negcios jurdicos condicionais reputam-se

    perfeitos e acabados:

    I- sendo suspensiva a condio, desde o momento do seu

    implemento;

    II- sendo resolutria a condio, desde o momento da prtica do ato

    ou da celebrao do negcio.

    Art. 32. A definio legal do fato gerador interpretada abstraindo-

    se:

    I- da validade jurdica dos atos efetivamente praticados pelos

    contribuintes, responsveis ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos

    seus efeitos;

    II- dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

    CAPTULO III

    DO SUJEITO ATIVO E DO SUJEITO PASSIVO

  • 13

    Seo I

    Das Disposies Gerais

    Art. 33. O Municpio de Paraispolis o sujeito ativo das obrigaes

    referidas nesta lei.

    Art. 34. Sujeito passivo da obrigao principal a pessoa obrigada ao

    pagamento de tributo ou penalidade pecuniria.

    Pargrafo nico. Do sujeito passivo da obrigao principal, diz-se:

    I- contribuinte, quando tenha relao pessoal e direta com a situao

    que constitua o respectivo fato gerador;

    II- responsvel, quando, sem revestir a condio de contribuinte, sua

    obrigao decorra de disposio expressa de Lei.

    Art. 35. Sujeito passivo da obrigao acessria a pessoa obrigada s

    prestaes que constituam o seu objeto.

    Art. 36. As convenes particulares, relativas responsabilidade pelo

    pagamento de tributo, no podem ser opostas Fazenda Pblica Municipal para

    modificar a definio legal do sujeito passivo das obrigaes tributrias

    correspondentes.

    Seo II

    Da Solidariedade Tributria

    Art. 37. So solidariamente obrigadas:

  • 14

    I- as pessoas que tenham interesse comum na situao que constitua

    o fato gerador da obrigao principal, ainda quando se tratar exclusivamente de

    penalidade pecuniria;

    II- as pessoas que concorram para a prtica de atos que possam

    configurar Crime Contra a Ordem Tributria;

    III- as pessoas expressamente designadas em Lei.

    Pargrafo nico. A solidariedade referida neste artigo no comporta

    benefcio de ordem.

    Art. 38. Salvo disposio de lei em contrrio, so os seguintes os

    efeitos da solidariedade:

    I- o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos

    demais;

    II- a iseno ou remisso de crdito exonera todos os obrigados,

    salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade

    quanto aos demais pelo saldo;

    III- a interrupo da prescrio, em favor ou contra um dos

    obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

    Seo III

    Da Capacidade Tributria

    Art. 39. A capacidade tributria passiva independe:

    I - da capacidade civil das pessoas naturais;

    II- de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem

    privao ou limitao do exerccio de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou

    da administrao direta de seus bens ou negcios;

  • 15

    III- de estar a pessoa regularmente constituda ou inscrita no

    respectivo Cadastro Fiscal da Prefeitura, bastando que configure uma unidade

    econmica ou profissional.

    Seo IV

    Do Domiclio Tributrio

    Art. 40. Na falta de eleio, pelo contribuinte ou responsvel, de

    domiclio tributrio, na forma da legislao aplicvel, considera-se como tal:

    I- quanto s pessoas naturais, a sua residncia habitual, ou, sendo

    esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;

    II- quanto s pessoas jurdicas de direito privado ou s firmas

    individuais, o lugar da sua sede, ou, em relao aos atos ou fatos que derem origem

    obrigao, o de cada estabelecimento;

    III- quanto s pessoas jurdicas de direito pblico, qualquer de suas

    reparties no territrio do Municpio.

    1 Quando no couber a aplicao das regras fixadas em qualquer

    dos incisos deste artigo, considerar-se- como domiclio tributrio do contribuinte ou

    responsvel o lugar da situao dos bens ou da ocorrncia dos atos ou fatos que

    deram origem obrigao.

    2 A autoridade administrativa pode recusar o domiclio eleito,

    quando impossibilite ou dificulte a arrecadao ou a fiscalizao do tributo,

    aplicando-se ento a regra do pargrafo anterior.

    3 O sujeito passivo comunicar repartio competente a mudana

    de domiclio, no prazo regulamentar.

  • 16

    CAPTULO IV

    DA RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA

    Seo I

    Da Disposio Geral

    Art. 41. A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade

    pelo crdito tributrio a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva

    obrigao, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em

    carter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigao.

    Pargrafo nico. A responsabilidade prevista neste artigo extensiva

    a todas as pessoas fsicas ou jurdicas, bem como aos entes despersonalizados,

    inclusive aqueles alcanados por imunidade, iseno ou no incidncia do tributo.

    Art. 42. Os responsveis tributrios so obrigados a realizar a

    reteno na fonte do ISSQN incidente sobre os servios prestados por microempresas

    e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional, a que se refere a Lei

    Complementar Federal n 123, de 14 de dezembro de 2006.

    1 O ISSQN retido na fonte, previsto no caput deste artigo, ser

    recolhido diretamente ao Municpio, na forma e prazo previstos na legislao que

    rege o imposto.

    2 A reteno do ISSQN incidente sobre os servios prestados por

    microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ser

    feita de acordo com a alquota do imposto correspondente receita bruta acumulada

    nos 12 (doze) meses anteriores ao ms da competncia do servio prestado,

    destacada na nota fiscal de servio, conforme preceitua o 3 deste artigo.

  • 17

    3 Para os fins do disposto no caput deste artigo, o prestador de

    servio dever informar no documento fiscal que optante pelo Simples Nacional e

    destacar a alquota do Simples Nacional.

    4 Caso o prestador do servio no cumpra o disposto no 3 deste

    artigo, o tomador do servio dever realizar a reteno do imposto na fonte,

    aplicando a alquota vigente na legislao municipal para a atividade do servio

    prestado, sob o preo do servio.

    5 O disposto no 2 deste artigo aplica-se somente aos fatos

    geradores ocorridos a partir da competncia do ms de publicao desta lei

    complementar.

    6 Os substitutos e/ou responsveis tributrios ficam dispensados

    de realizar a reteno do ISSQN na fonte, quando o contribuinte prestador estiver

    sujeito ao pagamento do imposto por estimativa, na forma desta lei, desde que haja a

    comprovao da sujeio ao regime.

    7 Quando o prestador de servios for estabelecido em outro

    municpio e o ISSQN seja devido ao Municpio de Paraispolis, ou quando o

    prestador no fizer prova inequvoca da sua sujeio ao regime de estimativa, no se

    aplica a dispensa da reteno na fonte prevista no 6 deste artigo.

    8 Para os demais aspectos tributrios aplicados na reteno do

    ISSQN na fonte em relao aos servios prestados pelas pessoas mencionadas no

    caput deste artigo devero ser observadas as disposies da legislao tributria

    municipal.

    Art. 43. As microempresas e empresas de pequeno porte

    estabelecidas neste Municpio optantes pelo Simples Nacional, e os

    microempreendedores individuais que forem eleitos pela legislao tributria

    municipal como substitutos e/ou responsveis tributrios, no esto desobrigadas da

  • 18

    respectiva reteno do ISSQN na fonte em relao aos servios tomados, nos casos e

    na forma previstos na respectiva legislao.

    Pargrafo nico. O ISSQN retido na fonte pelas pessoas

    mencionadas no caput deste artigo dever ser recolhido diretamente aos cofres do

    Municpio, na forma e prazo previstos na legislao.

    Seo II

    Da Responsabilidade por Sucesso

    Art. 44. O disposto nesta seo aplica-se por igual aos crditos

    tributrios definitivamente constitudos ou em curso de constituio data dos atos

    nela referidos, e aos constitudos posteriormente aos mesmos atos, desde que

    relativos a obrigaes tributrias surgidas at a referida data.

    Subseo I

    Da Responsabilidade por Sucesso Imobiliria

    Art. 45. Sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo

    quando conste do ttulo a prova de sua quitao, o crdito tributrio relativo:

    I- ao imposto cujo fato gerador seja a propriedade, o domnio til ou

    a posse de bem imvel;

    II- taxa cujo fato gerador seja a prestao ou disponibilizao de

    servio pblico relativo a bem imvel;

    III- contribuio cujo fato gerador seja:

    a) a execuo de obra pblica da qual decorra valorizao

    imobiliria; ou

    b) a propriedade, o domnio til ou a posse de bem imvel localizado

    em zona beneficiada pelo servio de iluminao pblica.

  • 19

    Pargrafo nico. No caso de arrematao em hasta pblica, a sub-

    rogao ocorre sobre o respectivo preo.

    Subseo II

    Da Responsabilidade por Sucesso Pessoal

    Art. 46. So pessoalmente responsveis:

    I- o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens

    adquiridos ou remidos;

    II- o sucessor a qualquer ttulo e o cnjuge meeiro, pelos tributos

    devidos pelo de cujus at a data da partilha ou adjudicao, limitada esta

    responsabilidade ao montante do quinho do legado ou da meao;

    III- o esplio, pelos tributos devidos pelo de cujus at a data da

    abertura da sucesso.

    Subseo III

    Da Responsabilidade por Sucesso Empresarial

    Art. 47. Respondem pelo imposto devido pelas pessoas jurdicas

    transformadas, extintas ou cindidas:

    I- a pessoa jurdica resultante da transformao de outra;

    II- a pessoa jurdica constituda pela fuso de outras, ou em

    decorrncia de ciso de sociedade;

    III- a pessoa jurdica que incorporar outra ou parcela do patrimnio

    de sociedade cindida;

    IV- a pessoa fsica scia da pessoa jurdica extinta mediante

    liquidao, ou seu esplio, que continuar a explorao da atividade social, sob a

    mesma ou outra razo social, ou sob firma individual;

  • 20

    V- os scios, com poderes de administrao, da pessoa jurdica que

    deixar de funcionar sem proceder liquidao, ou sem apresentar a declarao de

    rendimentos no encerramento da liquidao.

    Pargrafo nico. Respondem solidariamente pelo imposto devido

    pela pessoa jurdica:

    I- as sociedades que receberem parcelas do patrimnio da pessoa

    jurdica extinta por ciso;

    II- a sociedade cindida e a sociedade que absorver parcela do seu

    patrimnio, no caso de ciso parcial;

    III- os scios com poderes de administrao da pessoa jurdica

    extinta, no caso do inciso V.

    Art. 48. Observado o que dispuser o Cdigo Tributrio Nacional, a

    pessoa natural ou jurdica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer

    ttulo, fundo de comrcio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e

    continuar a respectiva explorao, sob a mesma ou outra razo social ou sob firma ou

    nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento

    adquirido, devidos at data do ato:

    I - integralmente, se o alienante cessar a explorao do comrcio,

    indstria ou atividade;

    II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na

    explorao ou iniciar dentro de 6 (seis) meses a contar da data da alienao, nova

    atividade no mesmo ou em outro ramo de comrcio, indstria ou profisso.

    Seo III

    Da Responsabilidade de Terceiros

  • 21

    Art. 49. Nos casos de impossibilidade de exigncia do cumprimento

    da obrigao principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos

    atos em que intervierem ou pelas omisses de que forem responsveis:

    I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

    II- os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados

    ou curatelados;

    III- os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos

    por estes;

    IV- o inventariante, pelos tributos devidos pelo esplio;

    V- o sndico e o comissrio, pelos tributos devidos pela massa falida

    ou pelo concordatrio;

    VI- os tabelies, escrives e demais serventurios de ofcio, pelos

    tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razo do seu

    ofcio;

    VII- os scios, no caso de liquidao de sociedade de pessoas.

    Pargrafo nico. O disposto neste artigo s se aplica, em matria de

    penalidades, s de carter moratrio.

    Art. 50. So pessoalmente responsveis pelos crditos

    correspondentes a obrigaes tributrias resultantes de atos praticados com excesso

    de poderes ou infrao de Lei, contrato social ou estatutos:

    I- as pessoas referidas no artigo anterior;

    II- os mandatrios, prepostos e empregados;

    III- os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurdicas de

    direito privado.

  • 22

    Seo IV

    Da Responsabilidade por Infraes e Penalidades

    Subseo I

    Das Disposies Gerais

    Art. 51. Constitui infrao legislao tributria toda ao ou

    omisso que importe em inobservncia, por parte do sujeito passivo ou terceiro, das

    normas estabelecidas em leis e decretos do Chefe do Poder Executivo ou portarias

    expedidas pelo Secretrio da Fazenda Municipal, que tratem de tributos ou relaes a

    eles pertinentes.

    Pargrafo nico. Salvo disposio expressa em sentido contrrio, a

    responsabilidade por infraes legislao tributria objetiva, independendo:

    I- da inteno do agente ou de terceiro;

    II- da efetividade, natureza e extenso dos efeitos do ato.

    Art. 52. Respondem pela infrao, em conjunto ou isoladamente,

    todas as pessoas que, de qualquer forma, concorram para a sua prtica ou dela se

    beneficiem.

    Art. 53. No concurso de infraes, as penalidades sero aplicadas

    conjuntamente, uma para cada infrao, ainda que capituladas no mesmo dispositivo

    legal.

    Pargrafo nico. No caso da mesma conduta enquadrar-se em mais

    de um dispositivo legal ser considerada a infrao que resultar na maior

    penalidade.

  • 23

    Art. 54. O pagamento da penalidade no exime o infrator do

    cumprimento das exigncias legais de natureza tributria, administrativa, civil ou

    penal.

    Art. 55. Ao sujeito passivo ou terceiro responsvel pela prtica de

    infrao legislao tributria, aplicar-se-, isolada ou cumulativamente:

    I- multa por infrao;

    II- interdio de estabelecimento;

    III- suspenso ou perda definitiva de benefcios fiscais;

    IV- sujeio a regimes especiais de fiscalizao ou de cumprimento

    de obrigaes tributrias.

    Art. 56. A responsabilidade pessoal ao agente:

    I- quanto s infraes conceituadas por lei como crimes ou

    contravenes, salvo quando praticadas no exerccio regular de administrao,

    mandato, funo, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida

    por quem de direito;

    II- quanto s infraes em cuja definio o dolo especfico do agente

    seja elementar;

    III- quanto s infraes que decorram direta e exclusivamente de

    dolo especfico:

    a) das pessoas referidas no artigo 47, contra aquelas por quem

    respondem;

    b) dos mandatrios, prepostos ou empregados, contra seus

    mandantes, preponentes ou empregadores;

    c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurdicas de

    direito privado, contra estas.

  • 24

    Art. 57. A responsabilidade excluda pela denncia espontnea da

    infrao, acompanhada da regularizao da falta ou, se for o caso, do pagamento do

    tributo devido e dos juros de mora, ou do depsito da importncia arbitrada pela

    autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apurao.

    1 No se considera espontnea a denncia apresentada aps o

    incio de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalizao,

    relacionados com a infrao.

    2 Podero ser estabelecidos, por Decreto do Executivo, outros casos

    de inaplicabilidade de multas decorrentes de infraes a obrigaes acessrias.

    Subseo II

    Das Infraes Levssimas

    Art. 58. So infraes consideradas levssimas, referentes ao

    descumprimento de obrigaes acessrias:

    I- incorrer em irregularidade quando da apresentao de

    informaes ou declaraes econmico-fiscais, que no importe na reduo ou

    supresso de tributo devido, sendo apurada por informao ou declarao

    econmico-fiscal;

    II- preencher livro ou documento fiscal em desacordo com as

    normas, que no importe na reduo ou supresso de tributo devido, sendo apurada:

    a) no caso de livro fiscal, por ms de ocorrncia; ou

    b) razo de 10% (dez por cento) do valor da multa por documento

    fiscal.

    Subseo III

    Das Infraes Leves

  • 25

    Art. 59. So infraes consideradas leves, referentes ao

    descumprimento das obrigaes acessrias:

    I- descumprir prazos de apresentao de informaes ou declaraes

    econmico-fiscais, sendo apurada por informao ou declarao econmico-fiscal;

    II- atrasar na escriturao fiscal, sendo apurada por ms de

    ocorrncia;

    III- retirar do estabelecimento ou do domiclio do prestador, livros

    ou documentos fiscais, exceto nos casos previstos em Lei, sendo apurada:

    a) por cada livro fiscal;

    b) por cada talonrio ou formulrio fiscal;

    IV- no possuir livro fiscal na forma exigida pela legislao, no

    imprimi-lo ou no encadern-lo;

    V- deixar de comunicar repartio competente a no confeco de

    livro ou documento fiscal para o qual foi autorizado, no prazo estipulado.

    Subseo IV

    Das Infraes Moderadas

    Art. 60. So infraes consideradas moderadas, referentes ao

    descumprimento das obrigaes acessrias:

    I- no efetuar inscrio no respectivo Cadastro Fiscal, no prazo

    definido nesta Lei;

    II- extraviar, destruir, inutilizar ou no conservar livros ou

    documentos fiscais at que ocorra a prescrio dos crditos tributrios decorrentes

    das operaes a que se refiram, ou no possuir livros obrigatrios, sendo apurada:

  • 26

    a) razo de 50 % (cinquenta por cento) do valor da multa por cada

    livro;

    b) razo de 2% (dois por cento) do valor da multa por cada

    documento fiscal;

    III- utilizar documento fiscal autorizado sem autenticao da

    repartio competente, sendo apurada razo de 2% (dois por cento) do valor da

    multa por documento fiscal;

    IV- emitir documento fiscal com prazo de validade vencido, sendo

    apurada razo de 2% (dois por cento) do valor da multa por documento fiscal;

    V- exercer atividade, quando j inscrito no Cadastro Mobilirio

    Fiscal, sem possuir livro obrigatrio ou documentos fiscais;

    VI- deixar de comunicar qualquer alterao nos dados constantes do

    respectivo Cadastro Fiscal, desde que no implique em gozo indevido de iseno,

    no incidncia ou reconhecimento de imunidade, sendo apurada razo de 50%

    (cinquenta por cento) do valor da multa por ato ou fato no comunicado;

    VII- deixar de reter, no todo ou em parte, tributo decorrente de

    responsabilidade atribuda por Lei, desde que no configure infrao mais grave,

    sendo apurada razo de 50% (cinquenta por cento) do valor da multa, para cada

    grupo de 10 (dez) ocorrncias.

    Subseo V

    Das Infraes Graves

    Art. 61. So infraes consideradas graves, referentes ao

    descumprimento das obrigaes acessrias:

    I- utilizar livro fiscal sem a autenticao da repartio competente,

    sendo apurada razo de 50% (cinquenta por cento) do valor da multa por livro

    fiscal;

  • 27

    II- utilizar documento fiscal sem a autorizao da repartio

    competente, sendo apurada razo de 2% (dois por cento) do valor da multa por

    documento;

    III- elaborar, guardar, distribuir ou fornecer livro ou documento

    fiscal no autorizado ou fora das especificaes regulamentares, sendo apurada:

    a) razo de 50% (cinquenta por cento) do valor da multa por livro

    fiscal;

    b) razo de 2% (dois por cento) do valor da multa por documento

    fiscal;

    IV- negar ou deixar de emitir o documento fiscal, quando

    obrigatrio, sendo apurada razo de 2% (dois por cento) do valor da multa por

    documento fiscal;

    V- inserir elementos falsos ou inexatos ou, ainda, omitir operao de

    qualquer natureza, em informaes ou declaraes econmico-fiscais, que resultem

    ou possam resultar na reduo ou supresso de tributo devido, sendo apurada

    razo de 50% (cinquenta por cento) do valor da multa por informao ou declarao

    econmico-fiscal;

    VI- inserir elementos falsos ou inexatos, ou, ainda, omitir operao

    de qualquer natureza, em livro ou documento, contbil ou fiscal, que resultem ou

    possam resultar na reduo ou supresso de tributo devido, sendo apurada:

    a) no caso de livro, razo de 50% (cinquenta por cento) do valor da

    multa por ms de ocorrncia;

    b) razo de 2% (dois por cento) do valor da multa por documento

    fiscal;

    VII- inserir elementos falsos ou inexatos ou, ainda, omitir situao de

    qualquer natureza em processo administrativo que resultem ou possam resultar na

    concesso ou reconhecimento indevido de iseno, no incidncia ou imunidade,

  • 28

    sendo apurada razo de 50% (cinquenta por cento) do valor da multa por processo

    administrativo interposto pelo sujeito passivo;

    VIII- deixar de comunicar qualquer alterao nos dados constantes

    do respectivo Cadastro Fiscal que possa implicar na perda de iseno, no incidncia

    ou imunidade, sendo apurada razo de 50% (cinquenta por cento) do valor da

    multa por ato ou fato no comunicado;

    IX- comunicar a alterao de dados constantes no respectivo

    Cadastro Fiscal sem que corresponda realidade, sendo apurada razo de 50%

    (cinquenta por cento) do valor da multa por ato ou fato comunicado;

    X- exercer atividade sujeita a registro sem prvia inscrio no

    respectivo Cadastro Fiscal, sendo apurada razo de 25% (vinte e cinco por cento)

    do valor da multa por ms de atividade exercida;

    XI- embaraar a ao fiscal, descumprindo determinaes para

    apresentar informaes, documentos e coisas, sendo apurada razo de 50%

    (cinquenta por cento) do valor da multa pela sua primeira ocorrncia.

    Pargrafo nico. No caso do inciso XI, a multa ser duplicada a cada

    vez que for sucessivamente aplicada no curso do mesmo procedimento fiscal,

    limitando-se a 960 (novecentos e sessenta) UFMs (Unidades Fiscais do Municpio)

    por cada nova aplicao.

    Subseo VI

    Das Infraes Gravssimas

    Art. 62. So infraes consideradas gravssimas, referentes ao

    descumprimento das obrigaes acessrias, as seguintes situaes e procedimentos:

    I- lavrar, registrar ou averbar em registro pblico ato que importe em

    incidncia de tributo sem a exigncia de comprovao do seu recolhimento ou da

  • 29

    dispensa por iseno, no incidncia ou imunidade, sendo apurada por ato lavrado,

    registrado ou averbado;

    II- elaborar, guardar, distribuir ou fornecer programa de

    processamento de dados que permita ao sujeito passivo possuir informao contbil

    diversa daquela que fornecida Administrao Fazendria, sendo apurada por

    programa de processamento de dados;

    III- utilizar programa de processamento de dados que permita ao

    sujeito passivo possuir informao contbil diversa daquela que fornecida

    Administrao Fazendria;

    IV- violar lacre utilizado por autoridade fiscal em armrios, arquivos,

    depsitos e outros mveis, sendo apurada por lacre violado.

    Subseo VII

    Das Penalidades

    Art. 63. As infraes referentes ao descumprimento das obrigaes

    acessrias sero punidas consoante suas respectivas penalidades na forma do Anexo

    II desta Lei.

    1 Aplica-se s penalidades relativas a esta Seo as mesmas

    hipteses de reduo previstas no pargrafo nico do artigo 186.

    2 No caso de infrao levssima, leve ou moderada a penalidade

    fica limitada a, no mximo, o equivalente a:

    I- 700 (setecentas) ocorrncias, quando apurada por documento

    fiscal;

    II- 30 (trinta) ocorrncias, nos demais casos.

    3 No se aplica o disposto no 2 quando se tratar do inciso VII do

    artigo 60.

  • 30

    TTULO IV

    DO CRDITO TRIBUTRIO

    CAPTULO I

    DAS DISPOSIES GERAIS

    Art. 64. O crdito tributrio decorre da obrigao principal e tem a

    mesma natureza desta.

    Art. 65. As circunstncias que modificam o crdito tributrio, sua

    extenso ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilgios a ele atribudos, ou que

    excluem sua exigibilidade, no afetam a obrigao tributria que lhe deu origem.

    Art. 66. O crdito tributrio regularmente constitudo somente se

    modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluda, nos casos

    previstos nesta Lei, fora dos quais no podem ser dispensadas a sua efetivao ou as

    respectivas garantias, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei.

    CAPTULO II

    DA CONSTITUIO DO CRDITO TRIBUTRIO

    Seo I

    Das Disposies Gerais

    Art. 67. Compete privativamente autoridade fiscal constituir o

    crdito tributrio pelo lanamento, assim entendido o procedimento administrativo

    tendente a verificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente,

  • 31

    determinar a matria tributvel, calcular o montante do tributo devido, identificar o

    sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicao da penalidade cabvel.

    1 A atividade administrativa de lanamento vinculada e

    obrigatria, sob pena de responsabilidade funcional, no podendo o crdito

    tributrio ter seu nascimento obstado, nem os seus elementos modificados, por

    autoridade de qualquer nvel, sem fundamento nesta lei.

    2 A autoridade competente poder, quando o lanamento tenha

    sido efetuado por declarao do sujeito passivo ou, tendo sido efetuado de ofcio,

    decorrente de procedimento interno, lanar o tributo em cotas a vencerem em

    perodos determinados.

    Art. 68. Sem prejuzo do instituto da remisso do crdito tributrio, a

    autoridade administrativa poder:

    I- deixar de lanar a multa por descumprimento da obrigao

    acessria, quando o seu valor seja incompatvel com os custos presumidos de

    cobrana;

    II- postergar o lanamento do tributo, para abranger fatos geradores

    de perodos futuros, quando o seu valor inicial seja incompatvel com os custos

    presumidos de cobrana.

    Pargrafo nico. Ato do Poder Executivo Municipal definir,

    periodicamente, os custos presumidos de cobrana, com base em estudos

    desenvolvidos pela Secretaria Municipal da Fazenda ou pela Procuradoria do

    Municpio.

    Art. 69. Salvo disposio de lei em contrrio, quando o valor

    tributvel esteja expresso em moeda estrangeira, no lanamento far-se- sua

  • 32

    converso em moeda nacional ao cmbio do dia da ocorrncia do fato gerador da

    obrigao.

    Art. 70. O lanamento reporta-se data da ocorrncia do fato gerador

    da obrigao e rege-se pela lei ento vigente, ainda que posteriormente modificada

    ou revogada.

    1 Aplica-se ao lanamento a legislao que, posteriormente

    ocorrncia do fato gerador da obrigao, tenha institudo novos critrios de apurao

    ou processos de fiscalizao, ampliado os poderes de investigao das autoridades

    administrativas, ou outorgado ao crdito maiores garantias ou privilgios, exceto,

    neste ltimo caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributria a terceiros.

    2 O disposto neste artigo no se aplica aos impostos lanados por

    perodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em

    que o fato gerador se considera ocorrido.

    Art. 71. O lanamento regularmente notificado ao sujeito passivo s

    pode ser alterado em virtude de:

    I- impugnao do sujeito passivo;

    II- recurso de ofcio;

    III- iniciativa de ofcio da autoridade administrativa, nos casos

    previstos no artigo 75.

    Pargrafo nico. O rgo ou autoridade administrativa responsvel

    pelo lanamento certificar o escoamento do prazo para impugnao do mesmo sem

    que haja manifestao do sujeito passivo, sendo vedada a interposio de qualquer

    espcie de recurso ou pedido de reconsiderao.

  • 33

    Art. 72. A modificao introduzida, de ofcio ou em consequncia de

    deciso administrativa ou judicial, nos critrios jurdicos adotados pela autoridade

    administrativa na atividade de lanamento somente pode ser efetivada, em relao a

    um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente sua

    introduo.

    Seo II

    Das Modalidades de Lanamento

    Art. 73. O lanamento efetuado com base na declarao do sujeito

    passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislao tributria, presta

    autoridade administrativa informaes sobre matria de fato, indispensveis sua

    efetivao.

    1 A retificao da declarao por iniciativa do prprio declarante,

    quando vise a reduzir ou a excluir tributo, s admissvel mediante comprovao do

    erro em que se funde, e antes de notificado o lanamento.

    2 Os erros contidos na declarao e apurveis pelo seu exame sero

    retificados de ofcio pela autoridade administrativa a que competir a reviso daquela.

    Art. 74. Quando o clculo do tributo tenha por base, ou tenha em

    considerao, o valor ou o preo de bens, direitos, servios ou atos jurdicos, a

    autoridade lanadora, mediante processo regular, arbitrar aquele valor ou preo,

    sempre que sejam omissos ou no meream f as declaraes ou os esclarecimentos

    prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro,

    ressalvada, em caso de contestao, avaliao contraditria, administrativa ou

    judicial.

  • 34

    Art. 75. O lanamento efetuado e revisto de ofcio pela autoridade

    administrativa nos seguintes casos:

    I- quando a lei assim o determine;

    II- quando a declarao no seja prestada, por quem de direito, no

    prazo e na forma da legislao tributria;

    III- quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado

    declarao nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da

    legislao tributria, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade

    administrativa, recuse-se a prest-lo ou no o preste satisfatoriamente, a juzo

    daquela autoridade;

    IV- quando se comprove falsidade, erro ou omisso quanto a

    qualquer elemento definido na legislao tributria como sendo de declarao

    obrigatria;

    V- quando se comprove omisso ou inexatido, por parte da pessoa

    legalmente obrigada, no exerccio da atividade a que se refere o artigo seguinte;

    VI- quando se comprove ao ou omisso do sujeito passivo ou de

    terceiro, que d lugar aplicao de penalidade pecuniria;

    VII- quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em

    benefcio daquele, agiu com dolo, fraude ou simulao;

    VIII- quando deva ser apreciado fato no conhecido ou no provado

    por ocasio do lanamento anterior;

    IX- quando se comprove que, no lanamento anterior, ocorreu fraude

    ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omisso, pela mesma autoridade,

    de ato ou formalidade especial.

    Pargrafo nico. A reviso do lanamento s pode ser iniciada

    enquanto no extinto o direito da Fazenda Pblica Municipal.

  • 35

    Art. 76. O lanamento por homologao, que ocorre quanto aos

    tributos cuja legislao atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento

    sem prvio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida

    autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado,

    expressamente a homologa.

    1 O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo

    extingue o crdito, sob condio resolutria da ulterior homologao ao lanamento.

    2 No influem sobre a obrigao tributria quaisquer atos

    anteriores homologao, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando

    extino total ou parcial do crdito.

    3 Os atos a que se refere o pargrafo anterior sero, porm,

    considerados na apurao do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposio

    de penalidade, ou sua graduao.

    4 O prazo para a homologao ser de 5 (cinco) anos, a contar da

    ocorrncia do fato gerador.

    5 Expirado o prazo fixado no pargrafo anterior sem que a Fazenda

    Pblica Municipal se tenha pronunciado, considera-se homologado o lanamento e

    definitivamente extinto o crdito, salvo se comprovada a ocorrncia de dolo, fraude

    ou simulao.

    CAPTULO III

    DA SUSPENSO DO CRDITO TRIBUTRIO

    Seo I

    Das Modalidades de Suspenso

  • 36

    Art. 77. Suspendem a exigibilidade do crdito tributrio:

    I- a moratria;

    II- o depsito do seu montante integral e em dinheiro;

    III- as reclamaes e os recursos, nos termos da legislao reguladora

    do processo tributrio administrativo;

    IV- o parcelamento;

    V- a concesso de tutela antecipada ou cautelar em ao judicial.

    1 A suspenso da exigibilidade impede a Administrao apenas de

    praticar atos de cobrana, tais como inscrio em dvida, execuo e penhora, mas

    fica sempre assegurada a possibilidade de fiscalizar e constituir o crdito tributrio, a

    fim de evitar a decadncia do direito de lanar.

    2 Salvo disposio expressa em contrrio, o disposto neste artigo:

    I- no dispensa o cumprimento das obrigaes assessrias;

    II- no suspende a fluncia de juros e atualizao monetria relativos

    ao crdito tributrio.

    Seo II

    Da Moratria

    Art. 78. A moratria somente pode ser concedida:

    I- em carter geral, por Lei;

    II- em carter individual, por despacho da autoridade

    administrativa, desde que autorizada por lei nas condies do inciso anterior.

    Pargrafo nico. A lei concessiva de moratria pode circunscrever

    expressamente a sua aplicabilidade determinada regio do Municpio, ou a

    determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.

  • 37

    Art. 79. A lei que conceda moratria em carter geral ou autorize sua

    concesso em carter individual especificar, sem prejuzo de outros requisitos:

    I- o prazo de durao do favor;

    II- as condies da concesso do favor em carter individual;

    III- sendo caso:

    a) os tributos a que se aplica;

    b) o nmero de prestaes e seus vencimentos, dentro do prazo a que

    se refere o inciso I, podendo atribuir a fixao de uns e de outros autoridade

    administrativa, para cada caso de concesso em carter individual;

    c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de

    concesso em carter individual.

    Art. 80. Salvo disposio de lei em contrrio, a moratria somente

    abrange os crditos definitivamente constitudos data da lei ou do despacho que a

    conceder, ou cujo lanamento j tenha sido iniciado quela data por ato regularmente

    notificado ao sujeito passivo.

    Pargrafo nico. A moratria no aproveita aos casos de dolo,

    fraude ou simulao do sujeito passivo ou do terceiro em benefcio daquele.

    Art. 81. A concesso da moratria em carter individual no gera

    direito adquirido e ser revogado de ofcio, sempre que se apure que o beneficiado

    no satisfazia ou deixou de satisfazer as condies ou no cumprira ou deixou de

    cumprir os requisitos para a concesso do favor, cobrando-se o crdito acrescido de

    juros de mora:

    I- com imposio da penalidade cabvel, nos casos de dolo ou

    simulao do beneficiado, ou de terceiro em benefcio daquele;

    II- sem imposio de penalidade, nos demais casos.

  • 38

    Pargrafo nico. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido

    entre a concesso da moratria e sua revogao no se computa para efeito da

    prescrio do direito cobrana do crdito; no caso do inciso II deste artigo, a

    revogao s pode ocorrer antes de prescrito o referido direito.

    Seo III

    Do Depsito do Crdito Tributrio

    Art. 82. Para fins do disposto no inciso II do artigo 75, considerar-se-

    montante integral, a importncia referente ao valor originrio e seus acrscimos, na

    forma da lei.

    Art. 83. O depsito do montante integral do crdito tributrio:

    I- obedecer forma e s condies estabelecidas nesta Lei;

    II- poder ser determinado pela autoridade administrativa como

    garantia prestada pelo sujeito passivo, nos casos de transao.

    Art. 84. Considerar-se-o operantes os efeitos decorrentes do

    depsito a partir da data da sua efetivao nos rgos arrecadadores municipais ou

    nos estabelecimentos credenciados pela Secretaria Municipal da Fazenda.

    Seo IV

    Do Parcelamento do Crdito Tributrio

    Art. 85. Os crditos tributrios podero ser objeto de parcelamento,

    cuja concesso competir:

    I- Secretaria Municipal da Fazenda, quanto ao crdito no inscrito

    em Dvida Ativa da Fazenda Pblica Municipal;

  • 39

    II- Procuradoria do Municpio, a partir da sua inscrio em Dvida

    Ativa da Fazenda Pblica Municipal.

    Pargrafo nico. A competncia descrita neste artigo poder ser

    exercida conjuntamente pelos respectivos rgos.

    Art. 86. O parcelamento do crdito tributrio disposto no artigo

    anterior, quando concedido implicar:

    I- no reconhecimento irretratvel da certeza, liquidez e exigibilidade

    do crdito pelo sujeito passivo;

    II- na interrupo e suspenso do prazo prescricional, durante sua

    vigncia.

    Art. 87. O parcelamento poder ser concedido em at 36 (trinta e

    seis) parcelas mensais e sucessivas, devendo obedecer s condies estabelecidas

    nesta Lei.

    Pargrafo nico. O valor de cada parcela no ser inferior a 2 (duas)

    UFMs (Unidades Fiscais do Municpio) vigentes data de sua concesso.

    Art. 88. Durante a execuo do parcelamento, sero devidos:

    I- juros de 1% (um por cento) ao ms;

    II- atualizao monetria, nos mesmos ndices e perodos aplicveis

    ao crdito tributrio.

    Art. 89. Ser concedido, para ingresso de microempresas e empresas

    de pequeno porte no regime diferenciado e favorecido previsto na Lei Complementar

    n 123/2006, parcelamento, em at 60 (sessenta) parcelas mensais e sucessivas, dos

  • 40

    dbitos relativos ao ISSQN de sua responsabilidade e de seu titular ou scio,

    relativos a fatos geradores ocorridos at 31 de dezembro de 2014.

    1 O valor mnimo da parcela mensal ser de R$100,00 (cem reais),

    considerados isoladamente os dbitos para com a Fazenda Municipal.

    2 Esse parcelamento alcana inclusive dbitos inscritos em dvida

    ativa.

    3 O parcelamento ser requerido ao rgo responsvel pela

    administrao tributria municipal.

    4 Aplicam-se ao disposto neste artigo as demais regras vigentes

    para parcelamento de tributos municipais.

    Art. 90. Aplicam-se, subsidiariamente ao parcelamento, as

    disposies desta lei relativas moratria.

    CAPTULO IV

    DA EXTINO DO CRDITO TRIBUTRIO

    Seo I

    Das Modalidades de Extino

    Art. 91. Extinguem o crdito tributrio:

    I- o pagamento;

    II- a compensao;

    III- a transao;

    IV- remisso;

    V- a prescrio e a decadncia;

  • 41

    VI- a converso de depsito em renda;

    VII- o pagamento antecipado e a homologao do lanamento;

    VIII- a consignao em pagamento;

    IX- a deciso irreformvel das instncias julgadoras da Secretaria

    Municipal da Fazenda, quando no mais possa ser objeto de ao anulatria;

    X- a deciso judicial passada em julgado;

    XI- a dao em pagamento em bens imveis, observadas as condies

    estabelecidas nesta lei.

    Seo II

    Do Pagamento

    Subseo I

    Das Disposies Gerais

    Art. 92. Salvo disposio em contrrio, o recolhimento de tributos e,

    sendo o caso de preos pblicos, dar-se- nas datas fixadas em Calendrio Fiscal

    expedido pela Secretaria Municipal da Fazenda.

    1 O pagamento dos tributos far-se- nos rgos arrecadadores

    municipais ou nos estabelecimentos devidamente credenciados pela Secretaria

    Municipal da Fazenda.

    2 Na hiptese da arrecadao da Contribuio para o Custeio do

    Servio de Iluminao Pblica, permitido o credenciamento de instituio no

    bancria.

    3 Ressalvadas as hipteses expressamente determinadas em Lei,

    quando do pagamento do tributo, ser expedido obrigatoriamente o documento de

    arrecadao municipal.

    4 No se considera vlido o pagamento efetuado:

  • 42

    I- atravs de rgos ou estabelecimentos distintos daqueles

    mencionados no 1 deste artigo;

    II- atravs de documento de arrecadao:

    a) confeccionado fora dos padres aprovados pela Secretaria

    Municipal da Fazenda;

    b) emitido com rasuras ou entrelinhas.

    5 Respondem pelo eventual prejuzo causado Fazenda Pblica

    Municipal os agentes pblicos ou terceiros que recebam pagamentos efetuados na

    forma descrita no inciso II do pargrafo anterior.

    Art. 93. O pagamento de um crdito no importa em presuno de

    pagamento:

    I- quando parcial, das prestaes em que se decomponha;

    II- quando total, de outros crditos referentes ao mesmo ou a outros

    tributos.

    Art. 94. A dao em pagamento em bens imveis ser admitida

    quando:

    a) o devedor no tenha meios de efetuar o pagamento em dinheiro;

    b) a Administrao declare interesse no bem oferecido em

    pagamento, com publicao do ato nos termos do que determine a legislao vigente;

    c) o devedor concorde com a avaliao feita pela Administrao;

    d) o valor do bem seja igual ao crdito tributrio, ou, sendo inferior,

    o devedor oferea imediata complementao em dinheiro; e

    e) o imvel dado em pagamento esteja livre e desembaraado de

    qualquer nus, e o devedor apresente certides negativas de dbitos federais e

    estaduais e outros documentos que lhe forem exigidos.

  • 43

    Subseo II

    Da Mora

    Art. 95. O valor originrio do tributo no pago at o vencimento, seja

    integral ou parcialmente, ficar sujeito cumulativamente aos seguintes acrscimos:

    I- atualizao monetria;

    II- multa de mora;

    III- juros de mora.

    1 O valor da atualizao monetria ser acrescido ao valor

    originrio do tributo e ao valor originrio da multa de infrao por descumprimento

    de obrigao acessria para todos os efeitos legais.

    2 No lanamento via auto de infrao, o valor originrio do tributo

    ficar sujeito multa de infrao em substituio multa de mora, nos termos da

    legislao municipal.

    3 Caso o dbito seja recolhido integralmente, o recebimento ser

    feito apenas do imposto e multa, com atualizao monetria.

    Art. 96. Os acrscimos previstos no artigo anterior sero calculados

    conforme as seguintes condies:

    I- atualizao monetria, fixada com base em ndices oficiais

    definidos na legislao aplicvel, sobre o valor originrio do tributo ou da multa de

    infrao por descumprimento de obrigao acessria;

    II- multa de mora de 0,2% (dois dcimos por cento) ao dia sobre o

    valor originrio do tributo atualizado monetariamente, at o limite de 12% (doze por

    cento);

    III- juros de mora de 1% (um por cento) ao ms, calculado sobre o

    valor originrio do tributo atualizado monetariamente.

  • 44

    Pargrafo nico. Os acrscimos referidos nos incisos I e III incidiro

    a partir do primeiro dia do ms subsequente ao do vencimento do tributo.

    Art. 97. Excetuado os casos expressos em lei ou mandado judicial,

    vedado ao servidor:

    I- receber crdito tributrio com desconto ou dispensa sobre o valor

    originrio ou sobre quaisquer de seus acrscimos legais;

    II- receber dvida no-tributria com desconto ou dispensa sobre o

    valor originrio ou sobre quaisquer de seus acrscimos legais.

    1 A inobservncia ao disposto neste artigo sujeita o infrator, sem

    prejuzo das penalidades que lhe forem aplicveis, a indenizar o Municpio em

    quantia igual que deixou de receber.

    2 Se a infrao decorrer de ordem do superior hierrquico, ficar

    este solidariamente responsvel com o infrator.

    Art. 98. A falta de comunicao Receita Federal do Brasil, quando

    obrigatria, da excluso da pessoa jurdica do Simples Nacional, nos prazos

    determinados na Lei Complementar nacional n 123/2006, sujeitar a pessoa jurdica

    a multa correspondente a 10% (dez por cento) do total dos impostos e contribuies

    devidos de conformidade com o Simples Nacional no ms que anteceder o incio dos

    efeitos da excluso, no inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais), insuscetvel de

    reduo.

    Pargrafo nico. A imposio das multas de que trata o caput deste

    artigo no exclui a aplicao das sanes previstas na legislao penal, inclusive em

    relao declarao falsa, adulterao de documentos e emisso de nota fiscal em

    desacordo com a operao efetivamente praticada, a que esto sujeitos o titular ou

    scio da pessoa jurdica.

  • 45

    Subseo III

    Da Imputao do Pagamento

    Art. 99. Existindo simultaneamente dois ou mais dbitos vencidos do

    mesmo sujeito passivo para com o Municpio relativos ao mesmo ou a diferentes

    tributos, ou provenientes de penalidade pecuniria ou juros de mora, a autoridade

    administrativa competente para receber o pagamento determinar a respectiva

    imputao, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas:

    I- em primeiro lugar, aos dbitos por obrigao prpria, e em

    segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributria;

    II- primeiramente, s contribuies de melhoria, depois s taxas e por

    fim aos impostos;

    III- na ordem crescente dos prazos de prescrio;

    IV- na ordem decrescente dos montantes.

    Subseo IV

    Da Consignao em Pagamento

    Art. 100. A importncia de crdito tributrio pode ser consignada

    judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

    I- de recusa de recebimento, ou subordinao deste ao pagamento de

    outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigao acessria;

    II- de subordinao do recebimento ao cumprimento de exigncias

    administrativas sem fundamento legal;

    III- de exigncia, por mais de uma pessoa jurdica de direito pblico,

    de tributo idntico sobre um mesmo fato gerador.

  • 46

    1 A consignao s pode versar sobre o crdito que o consignante

    se prope pagar.

    2 Julgada procedente a consignao, o pagamento se reputa

    efetuado e a importncia consignada convertida em renda; julgada improcedente a

    consignao, no todo ou em parte, cobra-se o crdito acrescido de atualizao

    monetria e juros de mora, sem prejuzo das penalidades cabveis.

    Subseo V

    Da Restituio do Pagamento Indevido

    Art. 101. O sujeito passivo ter direito, independentemente de prvio

    protesto, restituio total ou parcial do crdito tributrio pago, nos seguintes casos:

    I- cobrana ou pagamento espontneo de tributo indevido ou maior

    que o devido em face da legislao tributria aplicvel, ou da natureza ou

    circunstncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;

    II- erro na identificao do sujeito passivo, na determinao da

    alquota aplicvel, no clculo do montante do dbito ou na elaborao ou conferncia

    de qualquer documento relativo ao pagamento;

    III- reforma, anulao, revogao ou resciso de deciso

    condenatria.

    Art. 102. A restituio de crdito tributrio que comporte, por sua

    natureza, transferncia do respectivo encargo financeiro somente ser feita a quem

    prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de t-lo transferido a terceiro,

    estar por este expressamente autorizado a receb-la.

  • 47

    Art. 103. A restituio total ou parcial de crdito tributrio abranger

    tambm, na mesma proporo, os acrscimos que tiverem sido recolhidos

    indevidamente, salvo os valores referentes s infraes de carter formal no

    prejudicadas pela causa da restituio.

    Pargrafo nico. O valor objeto de restituio ser acrescido de juros

    de mora de 1% (um por cento) ao ms sobre o valor atualizado, contados a partir do

    primeiro dia do ms subsequente quele em que a restituio deveria ter sido

    efetuada.

    Art. 104. O direito de pleitear a restituio extingue-se com o decurso

    do prazo de 5 (cinco) anos, contados:

    I- nas hipteses dos incisos I e II do artigo 101, da data da extino do

    crdito tributrio;

    II- na hiptese do inciso III do artigo 101, da data em que se tornar

    definitiva a deciso administrativa ou passar em julgado a deciso judicial que tenha

    reformado, anulado, revogado ou rescindido a deciso condenatria.

    Pargrafo nico. Para os efeitos do inciso I deste artigo, tratando-se

    de tributo sujeito a lanamento por homologao, a data da extino do crdito

    tributrio aquela do pagamento antecipado de que trata o 1 do art. 76.

    Art. 105. Prescreve em 2 (dois) anos a ao anulatria da deciso

    administrativa que denegar a restituio.

    Pargrafo nico. O prazo de prescrio interrompido pelo incio da

    ao judicial, recomeando o seu curso, por metade, a partir da data da intimao

    validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pblica Municipal.

  • 48

    Seo III

    Da Compensao

    Art. 106. Compete ao Secretrio da Fazenda do Municpio e ao

    Procurador-Geral do Municpio, no mbito de suas atribuies, promoverem a

    extino, parcial ou total, de crdito tributrio pela modalidade de compensao.

    1 Apenas sero objetos de compensao:

    I- crdito tributrio definitivamente constitudo data em que se der

    a compensao;

    II- crdito certo e lquido, vencido ou vincendo, do mesmo sujeito

    passivo contra a Fazenda Pblica Municipal, e desde que:

    a) trate-se de direito restituio de pagamento indevido,

    reconhecido por deciso definitiva, administrativa ou judicial; ou

    b) seja objeto de prvio empenho, ainda que decorra de precatrio

    judicial.

    2 Considera-se o crdito:

    I- certo, quando a existncia formal e material da obrigao est

    demonstrada;

    II- lquido, quando o objeto da obrigao est determinado;

    III- exigvel, quando o cumprimento da obrigao no se encontra

    sujeito a qualquer condio ou termo suspensivo.

    3 vedada a compensao de crditos tributrios:

    I- do sujeito passivo com crditos de terceiros;

    II- objeto de contestao judicial pelo sujeito passivo, antes do

    trnsito em julgado da respectiva deciso judicial.

    4 facultado autoridade administrativa que promover a

    compensao sujeit-la ao oferecimento de garantias especficas pelo sujeito passivo.

  • 49

    Art. 107. A compensao obedecer forma e s condies

    estabelecidas nesta Lei, implicando, para o sujeito passivo, no reconhecimento

    irretratvel do crdito tributrio que for seu objeto, com renncia de direitos em

    eventuais processos administrativos ou judiciais que o conteste.

    Seo IV

    Da Transao

    Art. 108. No intuito de terminar litgio, a autoridade administrativa

    poder extinguir o crdito tributrio pela transao, competindo:

    I- Secretaria Municipal da Fazenda, quanto ao crdito no inscrito

    em Dvida Ativa da Fazenda Pblica Municipal;

    II- Procuradoria do Municpio, a partir da sua inscrio em Dvida

    Ativa da Fazenda Pblica Municipal.

    Pargrafo nico. A competncia descrita neste artigo poder ser

    exercida conjuntamente pelos respectivos rgos, nos termos de ato do Poder

    Executivo Municipal.

    Art. 109. A transao ser proposta por termo fundamentado do

    Secretrio da Fazenda do Municpio, tratando-se de dvida administrativa, ou do

    Procurador-Geral do Municpio, quando se tratar de dvida executada.

    Art. 110. Cabe a transao quando houver litgio em que se discuta a

    exigibilidade do crdito, atravs de processo do contencioso administrativo tributrio

    ou processo judicial, e desde que:

  • 50

    I- o montante do tributo tenha sido fixado por estimativa ou

    arbitramento;

    II- a incidncia ou critrio de clculo do tributo for matria

    controvertida;

    III- houver conflito de competncia tributria com outras pessoas de

    direito pblico interno;

    IV- ocorrer erro ou ignorncia escusveis do sujeito passivo quanto

    matria de fato;

    V- a demora na soluo normal do litgio seja onerosa ou temerria

    ao Municpio; ou

    VI- for recomendada pela situao econmica do sujeito passivo,

    considerando as caractersticas pessoais e materiais do caso, observados os princpios

    da equidade e do relevante interesse social, atestados por declarao emitida pela

    Secretaria Municipal de Assistncia Social ou rgo equivalente.

    Pargrafo nico. Na hiptese do inciso VI deste artigo, a deciso que

    conceder a transao depender de homologao pelo Chefe do Executivo

    Municipal.

    Art. 111. A transao permitir apenas a dispensa parcial ou total de

    acrscimos legais, sendo vedada a dispensa ou reduo das parcelas referentes ao

    valor originrio do tributo ou da atualizao monetria.

    Pargrafo nico. A eficcia das concesses subordinada ao aceite

    dos termos da transao pelo sujeito passivo da obrigao tributria, que dever:

    I- reconhecer como devido o crdito ajustado; e

    II- renunciar ao direito em que se funda o recurso ou discusso

    administrativa ou judicial.

  • 51

    Seo V

    Da Remisso

    Art. 112. A remisso, total ou parcial, do crdito tributrio, poder

    ser concedida atravs de despacho da autoridade administrativa, de acordo com lei

    especfica, atendendo as seguintes condies:

    I- situao econmica do sujeito passivo;

    II- ao erro ou ignorncia escusvel do sujeito passivo, quanto

    matria do fato;

    III- diminuta importncia do crdito tributrio;

    IV- considerao de equidade, em relao com as caractersticas

    pessoais ou materiais do caso;

    V as condies peculiares determinada regio do territrio do

    Municpio.

    1 O despacho referido neste artigo no gera direito adquirido,

    aplicando-se, quando cabvel, o disposto no artigo 81.

    2 A avaliao da diminuta importncia do crdito tributrio pela

    autoridade administrativa, nos termos do inciso III, pautar-se- em ato do Poder

    Executivo Municipal que definir, periodicamente, os custos presumidos de

    cobrana, com base em estudos desenvolvidos pela Secretaria Municipal da Fazenda

    e pela Procuradoria do Municpio.

    Seo VI

    Da Decadncia

    Art. 113. O direito de a Fazenda Pblica Municipal constituir o

    crdito tributrio extingue-se aps 05 (cinco) anos contados:

  • 52

    I- do primeiro dia do exerccio seguinte quele em que o lanamento

    poderia ter sido efetuado;

    II- da data em que se tornar definitiva a deciso que houver anulado,

    por vcio formal, o lanamento anteriormente efetuado.

    Pargrafo nico. O direito a que se refere este artigo extingue-se

    definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha

    sido iniciada a constituio do crdito tributrio, pela notificao ao sujeito passivo,

    de qualquer medida preparatria indispensvel ao lanamento.

    Seo VII

    Da Prescrio

    Art. 114. A ao para cobrana do crdito tributrio prescreve em 5

    (cinco) anos, contados da data da sua constituio definitiva.

    1 A prescrio se interrompe:

    I- pelo despacho do juiz que ordenar a citao em execuo fiscal;

    II- pelo protesto judicial;

    III- por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

    IV- por qualquer ato inequvoco, ainda que extrajudicial, que

    importe em reconhecimento do dbito pelo devedor.

    2 A prescrio se suspende:

    I- enquanto pender causa de suspenso da exigibilidade do crdito

    tributrio;

    II- a partir da inscrio do dbito em Dvida Ativa da Fazenda

    Pblica Municipal, por 180 (cento e oitenta) dias ou at a distribuio da execuo

    fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo;

  • 53

    III- enquanto o processo de cobrana executiva do crdito tributrio

    esteja:

    a) suspenso, em face de o sujeito passivo ou devedor no houver sido

    localizado ou no tiverem sido encontrados bens sobre os quais possa recair a

    penhora; ou

    b) arquivado, em face do decurso do prazo de 1 (um) ano, aps a

    determinao da suspenso prevista na alnea anterior, sem que seja localizado o

    devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora.

    CAPTULO V

    DA EXCLUSO DO CRDITO TRIBUTRIO

    Seo I

    Das Modalidades de Excluso

    Art. 115. Excluem o crdito tributrio:

    I- a iseno;

    II- a anistia.

    Pargrafo nico. A excluso do crdito tributrio no dispensa o

    cumprimento das obrigaes acessrias, dependentes da obrigao principal, cujo

    crdito seja excludo ou dela consequente.

    Seo II

    Da Iseno

    Art. 116. Ainda quando prevista em protocolo de intenes, termo de

    parceria, contrato ou outros atos, a iseno sempre decorrente de lei que

  • 54

    especifique as condies e requisitos exigidos para a sua concesso, os tributos a que

    se aplica e, sendo caso, o prazo de sua durao.

    Pargrafo nico. A iseno pode ser restrita determinada regio do

    territrio do Municpio, em funo de condies a ela peculiares.

    Art. 117. A iseno restringe-se ao(s) tributo(s) expressamente

    referido(s) na norma que a instituir, no se estendendo a outros impostos, taxas ou

    contribuies.

    Art. 118. A iseno, salvo se concedida por prazo certo e em funo

    de determinadas condies, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer

    tempo.

    Art. 119. A iseno, quando no concedida em carter geral,

    efetivada, em cada caso, aps despacho da autoridade administrativa, em

    requerimento com o qual o interessado faa prova do preenchimento das condies e

    do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concesso.

    1 Tratando-se de tributo lanado por perodo certo de tempo, o

    despacho referido neste artigo ser renovado antes da expirao de cada perodo,

    cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do perodo para o

    qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da

    iseno.

    2 O despacho referido neste artigo no gera direito adquirido,

    aplicando-se, quando cabvel, o disposto no artigo 81.

    Seo III

    Da Anistia

  • 55

    Art. 120. A anistia abrange exclusivamente as infraes cometidas

    anteriormente vigncia da lei que a concede, no se aplicando:

    I- aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenes e aos

    que, mesmo sem essa qualificao, sejam praticados com dolo, fraude ou simulao

    pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefcio daquele;

    II- salvo disposio em contrrio, s infraes resultantes de conluio

    entre duas ou mais pessoas naturais ou jurdicas.

    Art. 121. A anistia pode ser concedida:

    I- em carter geral;

    II- limitadamente:

    a) s infraes da legislao relativa a determinado tributo;

    b) s infraes punidas com penalidades pecunirias at

    determinado montante, conjugadas ou no com penalidades de outra natureza;

    c) a determinada regio do territrio do Municpio, em funo de

    condies a ela peculiares;

    d) sob condio do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei

    que a conceder, ou cuja fixao seja atribuda pela mesma lei autoridade

    administrativa.

    Art. 122. A anistia, quando no concedida em carter geral,

    efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em

    requerimento com a qual o interessado faa prova do preenchimento das condies e

    do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concesso.

    Pargrafo nico. O despacho referido neste artigo no gera direito

    adquirido, aplicando-se, quando cabvel, o disposto no artigo 81.

  • 56

    TTULO V

    DA ADMINISTRAO FAZENDRIA

    CAPTULO I

    DA DISPOSIO PRELIMINAR

    Art. 123. A Administrao Fazendria tem por objetivo o

    planejamento, a implementao, gerenciamento e controle de todas as aes voltadas

    execuo desta lei, especialmente sobre a cobrana, administrativa ou judicial, dos

    crditos fazendrios de qualquer natureza, a fiscalizao do cumprimento da

    legislao referente aos tributos e demais receitas pblicas, a aplicao de

    penalidades aos infratores e os julgamentos administrativos de jurisdio voluntria

    e contenciosa.

    1 A Administrao Fazendria ser exercida harmonicamente por

    aes conjuntas e complementares, principalmente entre a Secretaria Municipal da

    Fazenda, Secretaria Municipal de Administrao e Procuradoria do Municpio.

    2 As funes de cobrana a que se refere este artigo, sero

    exercidas pela Secretaria da Fazenda Municipal e pela Procuradoria do Municpio.

    CAPTULO II

    DA FISCALIZAO

    Seo I

    Das Disposies Gerais

    Art. 124. Todas as funes administrativas referentes fiscalizao

    dos tributos municipais, aplicao de sanes por infrao legislao tributria do

  • 57

    Municpio, bem como s medidas de preveno e represso s fraudes, sero

    exercidas, privativamente, pela Secretaria Municipal da Fazenda, segundo as

    atribuies constantes da legislao que dispuser sobre a organizao administrativa

    do Municpio.

    1 A fiscalizao a que se refere este artigo:

    I- ser exercida exclusivamente por servidores nomeados em regime

    efetivo, ocupantes do cargo de Fiscal Municipal, que sero considerados

    Autoridades Administrativas em suas atribuies legais;

    II- ser exercida sobre todas as pessoas fsicas, jurdicas ou entes

    despersonalizados, contribuintes ou no, inclusive as que imunes, isentos ou quando

    no incidam os tributos municipais;

    III- poder estender-se alm dos limites do Municpio, nos termos de

    convnio.

    2 A administrao tributria, atividade essencial ao funcionamento

    do Municpio, ter recursos prioritrios para a realizao de suas atividades.

    3 A administrao fazendria e seus servidores fiscais tero, dentro

    de suas reas de competncia e jurisdio, precedncia sobre os demais setores

    administrativos.

    4 Os servidores fiscais, no interesse da arrecadao ou fiscalizao

    de tributos, requisitaro, de qualquer rgo ou entidade pblica municipal, certides,

    informaes ou providncias, assinalando prazo igual ou superior a 10 (dez) dias,

    que sero atendidas prioritariamente, sob pena de responsabilidade.

    5 O prazo do pargrafo anterior ser de 5 (cinco) dias quando as

    providncias forem urgentes, assim consideradas aquelas destinadas a evitar leso

    grave aos cofres pblicos, de difcil ou incerta reparao, bem como interposio de

    recurso ou pedido de suspenso dos efeitos de tutela antecipada ou cautelar

    concedida contra o Municpio.

  • 58

    6 Os atos administrativos praticados pelos servidores fiscais no

    exerccio das suas atribuies, gozam de presuno de legalidade, legitimidade e

    veracidade, sendo admitida a contestao por parte do interessado mediante prova

    idnea.

    Art. 125. Qualquer pessoa fsica, jurdica ou ente despersonalizado

    parte legtima para representar ou denunciar infraes legislao tributria.

    Pargrafo nico. A representao ou denncia seguir os trmites de

    processo administrativo definido em legislao municipal.

    Seo II

    Dos Poderes da Fiscalizao

    Art. 126. Para os efeitos da legislao tributria, no tm aplicao

    quaisquer disposies legais excludentes ou limitativas do direito de examinar

    mercadorias, atividades, instalaes, livros, arquivos, inclusive informatizados,

    documentos e demais controles contbeis ou fiscais dos prestadores de servios,

    comerciantes, industriais ou produtores, ou da obrigao destes de exibi-los.

    Pargrafo nico. Os livros obrigatrios de escriturao contbil e

    fiscal e os comprovantes dos lanamentos neles efetuados sero conservados at que

    ocorra a prescrio dos crditos tributrios decorrentes das operaes a que se

    refiram.

    Art. 127. Independentemente de prvia instaurao de processo, as

    pessoas sujeitas fiscalizao franquearo ao servidor fiscal os seus

    estabelecimentos, depsitos e dependncias, bem como veculos, cofres e outros

  • 59

    mveis, a qualquer hora do dia ou da noite, desde que os estabelecimentos estejam

    funcionando.

    1 No exerccio de suas funes, a entrada do servidor fiscal nos

    estabelecimentos, bem como o acesso suas dependncias internas, no estaro

    sujeitos formalidade diversa da imediata exibio aos encarregados diretos e

    presentes ao local, da identidade funcional, a qual no poder ser retida, em

    qualquer hiptese, sob pena de ficar caracterizado o embarao ao fiscal.

    2 Os servidores fiscais podero requisitar o auxlio da fora pblica

    federal, estadual ou municipal, quando vtimas de embarao ou desacato no exerccio

    de suas funes, ou quando necessrio efetivao de medida prevista na legislao

    tributria, ainda que no se configure fato definido em lei como crime ou

    contraveno.

    Art. 128. A Secretaria Municipal da Fazenda, atravs de

    procedimento interno, ou por ao direta do servidor fiscal encarregado da execuo

    de procedimento fiscal, poder:

    I- exigir do sujeito passivo ou terceiro, informaes, esclarecimentos

    escritos ou verbais, bem como a exibio de dados bancrios, extratos, relatrios,

    documentos, tales ou livros, inclusive armazenados em meio magntico ou j

    arquivados, obrigatrios ou no;

    II- fazer inspees, vistorias, levantamentos e avaliaes nos veculos,

    cofres, arquivos, armrios ou outros mveis localizados no estabelecimento do

    sujeito passivo ou do terceiro;

    III- notificar o sujeito passivo ou terceiro para comparecer

    repartio fazendria, ou para dar cumprimento a quaisquer das obrigaes previstas

    na legislao tributria.

  • 60

    1 As requisies previstas neste artigo sero feitas por intimao

    em que o servidor fiscal assinalar prazo razovel para o seu cumprimento,

    ressalvadas aquelas destinadas s autoridades ou rgos pblicos, as quais sero

    processadas preferencialmente por ofcio.

    2 As intimaes sero vlidas quando realizadas em horrio de

    expediente da Administrao, ou em qualquer dia ou horrio que o estabelecimento

    se encontre em funcionamento ou franqueado ao pblico.

    3 vlida a intimao realizada perante pessoa que se identifica

    como funcionrio da empresa ou preposto expressamente designado para

    acompanhar a fiscalizao, no sendo necessrio que a receba seu representante

    legal.

    Art. 129. Para os efeitos do artigo anterior, entende-se por terceiro a

    pessoa que detenha informaes sobre bens, negcios ou atividades de outrem, tais

    como:

    I- os tabelies, escrives e demais serventurios de ofcio;

    II- os bancos, casas bancrias, correspondentes bancrios, caixas

    econmicas e demais instituies financeiras ou de crdito em geral;

    III- as empresas de administrao de bens;

    IV- os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;

    V- os inventariantes;

    VI- os sndicos, comissrios e liquidatrios;

    VII- rgo ou entidade representante de categoria profissional ou

    econmica;

    VIII- os ocupantes, a qualquer ttulo, de cargos ou funes de rgos,

    entes e entidades da Administrao direta ou indireta da Unio, dos Estados, do

  • 61

    Distrito Federal e dos Municpios, inclusive aqueles integrantes do Poder Executivo,

    Poder Legislativo, Poder Judicirio e Ministrio Pblico;

    IX- os responsveis, prepostos e empregados das entidades ou

    instituies classificadas como servios sociais autnomos;

    X- qualquer outra pessoa fsica, jurdica ou ente despersonalizado

    que, em razo de seu cargo, ofcio, funo, ministrio, atividade ou profisso,

    detenha informaes necessrias Administrao Fazendria.

    Pargrafo nico. A obrigao prevista no inciso X deste artigo no

    abrange os fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a preservar

    segredo.

    Seo III

    Das Medidas de Exceo

    Art. 130. Havendo fundada suspeita de infrao legislao

    municipal ou na hiptese de embarao ao fiscal, ainda que no se configure crime

    ou contraveno penal, poder a autoridade fiscal, sem prejuzo de outras aes

    cabveis:

    I- apreender livros, tales, relatrios, documentos contbeis ou

    fiscais, inclusive os armazenados em meio magntico ou j arquivados, que estejam

    em poder do sujeito passivo ou de terceiros;

    II- apreender bens em trnsito ou em poder do sujeito passivo ou de

    terceiros;

    III- lacrar armrios, arquivos, depsitos e outros mveis onde

    presumivelmente estejam os itens citados nos incisos anteriores;

    IV- promover a interdio de estabelecimento;

    V- suspender a licena para localizao e funcionamento;

  • 62

    VI- alterar, cancelar ou estabelecer regimes especiais de fiscalizao

    ou de cumprimento de obrigaes tributrias.

    1 A apreenso e o lacre tero por finalidade a conservao dos

    elementos probantes da infrao.

    2 A opo por apreender ou lacrar, nos termos deste artigo, ter

    por base a convenincia e oportunidade do ato.

    3 vedado autoridade fiscal utilizar-se de coao fsica ou moral

    para levar a efeito as medidas descritas nesta seo.

    Art. 131. A Procuradoria do Municpio requerer a exibio judicial

    sempre que os elementos citados nos incisos I e II do artigo 126, ou os mveis

    lacrados no puderem ser examinados em virtude de obstculo legal, judicial ou

    ftico, ou houver resistncia continuada por parte do sujeito passivo.

    1 A autoridade fiscal representar Procuradoria do Municpio

    para que seja promovida a exibio judicial.

    2 Na ao de exibio judicial, aps trazida colao os bens e

    documentos, o procurador municipal habilitado nos autos requerer a extrao de

    certides, traslados ou cpias, autenticadas por tabelio ou serventurio da justia,

    necessrias para resguardar os interesses da Administrao Fazendria.

    Seo IV

    Do Regime Especial de Fiscalizao

    Art. 132. O sujeito passivo poder ser submetido a regime especial de

    fiscalizao, mediante proposta da autoridade fiscal.

    Pargrafo nico. Ato da Secretaria Municipal da Fazenda

    estabelecer os limites e condies do regime especial de fiscalizao.

  • 63

    CAPTULO III

    DO SIGILO FISCAL

    Art. 133. Sem prejuzo do disposto na legislao criminal, vedada a

    divulgao, por parte da Fazenda Pblica Municipal e de seus agentes, de

    informao obtida em razo do ofcio sobre a situao econmica ou financeira do

    sujeito passivo ou de terceiros, e sobre a natureza e o estado de seus negcios ou

    atividades.

    1 As informaes referidas no caput podero ser disponibilizadas

    nos seguintes casos:

    I- intercmbio de informaes com a Fazenda Pblica da Unio,

    Estados, Distrito Federal e outros Municpios, nos termos de lei ou convnio;

    II- requisio de autoridade judiciria no interesse da justia;

    III- solicitaes de autoridade administrativa no interesse da

    Administrao Pblica, desde que seja comprovada a instaurao regular de

    processo administrativo, no rgo ou na entidade respectiva, com o objetivo de

    investigar o sujeito passivo a que se refere a informao, por prtica de infrao

    administrativa.

    2 No fornecimento ou intercmbio de informaes protegidas por

    sigilo fiscal a rgos, entidades e autoridades requisitantes ou solicitantes, os

    servidores pblicos devero observar procedimentos que assegurem a preservao

    do carter sigiloso da informao.

    3 O envio de informao sigilosa, requisitada no mbito da

    Administrao Pblica, ser realizado mediante processo regularmente instaurado e

    a entrega ser feita pessoalmente autoridade solicitante, mediante recibo, que

    formalize a transferncia e assegure a preservao do sigilo.

    4 No vedada a divulgao de informaes relativas a:

  • 64

    I- representaes fiscais para fins penais;

    II- inscries na Dvida Ativa d