código de defesa do consumidor profª tatiana marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos...

56
Escrivão de Polícia Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello

Upload: nguyenduong

Post on 10-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

Escrivão de Polícia

Código de Defesa do Consumidor

Profª Tatiana Marcello

Page 2: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to
Page 3: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www.acasadoconcurseiro.com.br

Código de Defesa do Consumidor

Professora Tatiana Marcello

Page 4: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to
Page 5: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www.acasadoconcurseiro.com.br

Edital

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: Código de Defesa do Consumidor - Lei nº 8078/90 e suas atualizações;

BANCA: FDRH

CARGO: Escrivão de Polícia

Page 6: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to
Page 7: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www.acasadoconcurseiro.com.br

Sumário

Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Considerações sobre Direito do Consumidor (CDC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

Page 8: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to
Page 9: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br 9

Código de Defesa do Consumidor

LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 – CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá ou-tras providências .

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte lei:

TÍTULO I

Dos Direitos do Consumidor

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pú-blica e interesse social, nos termos dos arts . 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art . 48 de suas Disposições Transitórias .

Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou ju-rídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final .

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indeter-mináveis, que haja intervindo nas relações de consumo .

Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurí-dica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que de-senvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços .

§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imó-vel, material ou imaterial .

§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remu-neração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter traba-lhista .

CAPÍTULO IIDA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Con-sumo tem por objetivo o atendimento das ne-cessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua quali-dade de vida, bem como a transparência e har-monia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

II – ação governamental no sentido de prote-ger efetivamente o consumidor:

a) por iniciativa direta;

b) por incentivos à criação e desenvolvimen-to de associações representativas;

c) pela presença do Estado no mercado de consumo;

Page 10: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br10

d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, seguran-ça, durabilidade e desempenho .

III – harmonização dos interesses dos parti-cipantes das relações de consumo e compa-tibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princí-pios nos quais se funda a ordem econômica (art . 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;

IV – educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;

V – incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualida-de e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solu-ção de conflitos de consumo;

VI – coibição e repressão eficientes de to-dos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuí-zos aos consumidores;

VII – racionalização e melhoria dos serviços públicos;

VIII – estudo constante das modificações do mercado de consumo .

Art. 5º Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:

I – manutenção de assistência jurídica, inte-gral e gratuita para o consumidor carente;

II – instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Minis-tério Público;

III – criação de delegacias de polícia especia-lizadas no atendimento de consumidores ví-timas de infrações penais de consumo;

IV – criação de Juizados Especiais de Peque-nas Causas e Varas Especializadas para a so-lução de litígios de consumo;

V – concessão de estímulos à criação e de-senvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor .

§ 1º (Vetado) .

§ 2º (Vetado) .

CAPÍTULO IIIDOS DIREITOS BÁSICOS

DO CONSUMIDOR

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços consi-derados perigosos ou nocivos;

II – a educação e divulgação sobre o consu-mo adequado dos produtos e serviços, asse-guradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especifi-cação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apre-sentem;

IV – a proteção contra a publicidade enga-nosa e abusiva, métodos comerciais coerci-tivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no forneci-mento de produtos e serviços;

V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcio-nais ou sua revisão em razão de fatos super-venientes que as tornem excessivamente onerosas;

Page 11: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 11

VI – a efetiva prevenção e reparação de da-nos patrimoniais e morais, individuais, cole-tivos e difusos;

VII – o acesso aos órgãos judiciários e admi-nistrativos com vistas à prevenção ou repa-ração de danos patrimoniais e morais, indi-viduais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a crité-rio do juiz, for verossímil a alegação ou quan-do for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

IX – (Vetado);

X – a adequada e eficaz prestação dos servi-ços públicos em geral .

Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser aces-sível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento . (Incluído pela Lei nº 13 .146, de 2015)

Art. 7º Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades admi-nistrativas competentes, bem como dos que de-rivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade .

Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas nor-mas de consumo .

CAPÍTULO IVDA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E DA

REPARAÇÃO DOS DANOS

Seção IDA PROTEÇÃO À

SAÚDE E SEGURANÇA

Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mer-cado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os consi-derados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornece-dores, em qualquer hipótese, a dar as informa-ções necessárias e adequadas a seu respeito .

Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as in-formações a que se refere este artigo, atra-vés de impressos apropriados que devam acompanhar o produto .

Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços po-tencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou pe-riculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto .

Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mer-cado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocivi-dade ou periculosidade à saúde ou segurança .

§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às auto-ridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários .

§ 2º Os anúncios publicitários a que se refe-re o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço .

§ 3º Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à

Page 12: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br12

saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-nicípios deverão informá-los a respeito .

Art. 11. (Vetado) .

Seção IIDA RESPONSABILIDADE PELO FATO

DO PRODUTO E DO SERVIÇO

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respon-dem, independentemente da existência de cul-pa, pela reparação dos danos causados aos con-sumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamen-to de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos .

§ 1º O produto é defeituoso quando não ofe-rece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as cir-cunstâncias relevantes, entre as quais:

I – sua apresentação;

II – o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III – a época em que foi colocado em circula-ção .

§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado .

§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:

I – que não colocou o produto no mercado;

II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;

III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro .

Art. 13. O comerciante é igualmente responsá-vel, nos termos do artigo anterior, quando:

I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;

II – o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;

III – não conservar adequadamente os pro-dutos perecíveis .

Parágrafo único. Aquele que efetivar o paga-mento ao prejudicado poderá exercer o di-reito de regresso contra os demais responsá-veis, segundo sua participação na causação do evento danoso .

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, in-dependentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou ina-dequadas sobre sua fruição e riscos .

§ 1º O serviço é defeituoso quando não for-nece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I – o modo de seu fornecimento;

II – o resultado e os riscos que razoavelmen-te dele se esperam;

III – a época em que foi fornecido .

§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas .

§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro .

§ 4º A responsabilidade pessoal dos profis-sionais liberais será apurada mediante a ve-rificação de culpa .

Art. 15. (Vetado) .

Art. 16. (Vetado) .

Page 13: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 13

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam--se aos consumidores todas as vítimas do evento .

Seção IIIDA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO

DO PRODUTO E DO SERVIÇO

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consu-mo duráveis ou não duráveis respondem solida-riamente pelos vícios de qualidade ou quantida-de que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do reci-piente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas .

§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máxi-mo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III – o abatimento proporcional do preço .

§ 2º Poderão as partes convencionar a re-dução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias . Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumi-dor .

§ 3º O consumidor poderá fazer uso imedia-to das alternativas do § 1º deste artigo sem-pre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder com-prometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial .

§ 4º Tendo o consumidor optado pela alter-nativa do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, pode-rá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante com-plementação ou restituição de eventual dife-rença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1º deste artigo .

§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consu-midor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor .

§ 6º São impróprios ao uso e consumo:

I – os produtos cujos prazos de validade este-jam vencidos;

II – os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrom-pidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabrica-ção, distribuição ou apresentação;

III – os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se des-tinam .

Art. 19. Os fornecedores respondem solidaria-mente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorren-tes de sua natureza, seu conteúdo líquido for in-ferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publi-citária, podendo o consumidor exigir, alternativa-mente e à sua escolha:

I – o abatimento proporcional do preço;

II – complementação do peso ou medida;

III – a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;

IV – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos .

§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do artigo anterior .

Page 14: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br14

§ 2º O fornecedor imediato será responsá-vel quando fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais .

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alter-nativamente e à sua escolha:

I – a reexecução dos serviços, sem custo adi-cional e quando cabível;

II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III – o abatimento proporcional do preço .

§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacita-dos, por conta e risco do fornecedor .

§ 2º São impróprios os serviços que se mos-trem inadequados para os fins que razoavel-mente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade .

Art. 21. No fornecimento de serviços que te-nham por objetivo a reparação de qualquer pro-duto considerar-se-á implícita a obrigação do for-necedor de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor .

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas em-presas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficien-tes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos .

Parágrafo único. Nos casos de descumpri-mento, total ou parcial, das obrigações refe-ridas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código .

Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os ví-cios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade .

Art. 24. A garantia legal de adequação do produ-to ou serviço independe de termo expresso, ve-dada a exoneração contratual do fornecedor .

Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas se-ções anteriores .

§ 1º Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão soli-dariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores .

§ 2º Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação .

Seção IVDA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios apa-rentes ou de fácil constatação caduca em:

I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;

II – noventa dias, tratando-se de fornecimen-to de serviço e de produtos duráveis .

§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decaden-cial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços .

§ 2º Obstam a decadência:

I – a reclamação comprovadamente formula-da pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;

II – (Vetado) .

III – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento .

Page 15: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 15

§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo de-cadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito .

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do pro-duto ou do serviço prevista na Seção II deste Ca-pítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria .

Parágrafo único. (Vetado) .

Seção VDA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a persona-lidade jurídica da sociedade quando, em detri-mento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilíci-to ou violação dos estatutos ou contrato social . A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerra-mento ou inatividade da pessoa jurídica provoca-dos por má administração .

§ 1º (Vetado) .

§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obriga-ções decorrentes deste código .

§ 3º As sociedades consorciadas são solida-riamente responsáveis pelas obrigações de-correntes deste código .

§ 4º As sociedades coligadas só responderão por culpa .

§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalida-de for, de alguma forma, obstáculo ao ressar-cimento de prejuízos causados aos consumi-dores .

CAPÍTULO VDAS PRÁTICAS COMERCIAIS

Seção IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pes-soas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas .

Seção IIDA OFERTA

Art. 30. Toda informação ou publicidade, sufi-cientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser ce-lebrado .

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portugue-sa sobre suas características, qualidades, quanti-dade, composição, preço, garantia, prazos de va-lidade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segu-rança dos consumidores .

Parágrafo único. As informações de que tra-ta este artigo, nos produtos refrigerados ofe-recidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével .

Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto .

Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei .

Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fa-bricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial .

Page 16: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br16

Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a cha-mada for onerosa ao consumidor que a ori-gina .

Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é so-lidariamente responsável pelos atos de seus pre-postos ou representantes autônomos .

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativa-mente e à sua livre escolha:

I – exigir o cumprimento forçado da obriga-ção, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;

II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;

III – rescindir o contrato, com direito à res-tituição de quantia eventualmente antecipa-da, monetariamente atualizada, e a perdas e danos .

Seção IIIDA PUBLICIDADE

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal .

Parágrafo único. O fornecedor, na publicida-de de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legíti-mos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensa-gem .

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva .

§ 1º É enganosa qualquer modalidade de in-formação ou comunicação de caráter publi-citário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a res-peito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços .

§ 2º É abusiva, dentre outras a publicida-de discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desres-peita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança .

§ 3º Para os efeitos deste código, a publicida-de é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço .

§ 4º (Vetado) .

Art. 38. O ônus da prova da veracidade e corre-ção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina .

SEÇÃO IVDAS PRÁTICAS ABUSIVAS

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro pro-duto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;

II – recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas dis-ponibilidades de estoque, e, ainda, de con-formidade com os usos e costumes;

III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou for-necer qualquer serviço;

IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;

V – exigir do consumidor vantagem manifes-tamente excessiva;

VI – executar serviços sem a prévia elabora-ção de orçamento e autorização expressa do

Page 17: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 17

consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;

VII – repassar informação depreciativa, re-ferente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;

VIII – colocar, no mercado de consumo, qual-quer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Nor-mas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Nor-malização e Qualidade Industrial (Conme-tro);

IX – recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se dispo-nha a adquiri-los mediante pronto pagamen-to, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;

X – elevar sem justa causa o preço de produ-tos ou serviços .

XI – Dispositivo incluído pela MPV nº 1 .890-67, de 22 .10 .1999,

XII – deixar de estipular prazo para o cumpri-mento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério .

XIII – aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabe-lecido .

Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao con-sumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento .

Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discri-minando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condi-ções de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços .

§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias,

contado de seu recebimento pelo consumi-dor .

§ 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes .

§ 3º O consumidor não responde por quais-quer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não pre-vistos no orçamento prévio .

Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fa-zendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualiza-da, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis .

Seção VDA COBRANÇA DE DÍVIDAS

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangi-mento ou ameaça .

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pa-gou em excesso, acrescido de correção mo-netária e juros legais, salvo hipótese de enga-no justificável .

Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscri-ção no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Ca-dastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do for-necedor do produto ou serviço correspondente .

Page 18: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br18

Seção VIDOS BANCOS DE DADOS E

CADASTROS DE CONSUMIDORES

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art . 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes .

§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não po-dendo conter informações negativas referen-tes a período superior a cinco anos .

§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser co-municada por escrito ao consumidor, quan-do não solicitada por ele .

§ 3º O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, po-derá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, co-municar a alteração aos eventuais destinatá-rios das informações incorretas .

§ 4º Os bancos de dados e cadastros relati-vos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público .

§ 5º Consumada a prescrição relativa à co-brança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo aces-so ao crédito junto aos fornecedores .

Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consu-midor manterão cadastros atualizados de recla-mações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente . A divulgação indicará se a reclama-ção foi atendida ou não pelo fornecedor .

§ 1º É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer interessado .

§ 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enunciadas no artigo ante-rior e as do parágrafo único do art . 22 deste código .

Art. 45. (Vetado) .

CAPÍTULO VIDA PROTEÇÃO CONTRATUAL

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conheci-mento prévio de seu conteúdo, ou se os respecti-vos instrumentos forem redigidos de modo a di-ficultar a compreensão de seu sentido e alcance .

Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpre-tadas de maneira mais favorável ao consumidor .

Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos re-lativos às relações de consumo vinculam o forne-cedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art . 84 e parágrafos .

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabeleci-mento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio .

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetaria-mente atualizados .

Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito .

Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e escla-

Page 19: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 19

recer, de maneira adequada em que consis-te a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser--lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acom-panhado de manual de instrução, de instala-ção e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações .

Seção IIDAS CLÁUSULAS ABUSIVAS

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimen-to de produtos e serviços que:

I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de di-reitos . Nas relações de consumo entre o for-necedor e o consumidor pessoa jurídica, a in-denização poderá ser limitada, em situações justificáveis;

II – subtraiam ao consumidor a opção de re-embolso da quantia já paga, nos casos pre-vistos neste código;

III – transfiram responsabilidades a terceiros;

IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumi-dor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

V – (Vetado);

VI – estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;

VII – determinem a utilização compulsória de arbitragem;

VIII – imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consu-midor;

IX – deixem ao fornecedor a opção de con-cluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;

X – permitam ao fornecedor, direta ou indi-retamente, variação do preço de maneira unilateral;

XI – autorizem o fornecedor a cancelar o con-trato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;

XII – obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;

XIII – autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;

XIV – infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;

XV – estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;

XVI – possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias .

§ 1º Presume-se exagerada, entre outros ca-sos, a vantagem que:

I – ofende os princípios fundamentais do sis-tema jurídico a que pertence;

II – restringe direitos ou obrigações funda-mentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;

III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso .

§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quan-do de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qual-quer das partes .

§ 3º (Vetado) .

§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Mi-nistério Público que ajuíze a competente

Page 20: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br20

ação para ser declarada a nulidade de cláu-sula contratual que contrarie o disposto nes-te código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes .

Art. 52. No fornecimento de produtos ou servi-ços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:

I – preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;

II – montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;

III – acréscimos legalmente previstos;

IV – número e periodicidade das prestações;

V – soma total a pagar, com e sem financia-mento .

§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação .

§ 2º É assegurado ao consumidor a liquida-ção antecipada do débito, total ou parcial-mente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos .

§ 3º (Vetado) .

Art. 53. Nos contratos de compra e venda de mó-veis ou imóveis mediante pagamento em pres-tações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das pres-tações pagas em benefício do credor que, em ra-zão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado .

§ 1º (Vetado) .

§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da van-tagem econômica auferida com a fruição, os

prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo .

§ 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente nacional .

Seção IIIDOS CONTRATOS DE ADESÃO

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláu-sulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo .

§ 1º A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato .

§ 2º Nos contratos de adesão admite-se cláu-sula resolutória, desde que a alternativa, ca-bendo a escolha ao consumidor, ressalvan-do-se o disposto no § 2º do artigo anterior .

§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor .

§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigi-das com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão .

§ 5º (Vetado)

CAPÍTULO VIIDAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão nor-mas relativas à produção, industrialização, distri-buição e consumo de produtos e serviços .

§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão a

Page 21: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 21

produção, industrialização, distribuição, a pu-blicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias .

§ 2º (Vetado) .

§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distri-to Federal e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanentes para ela-boração, revisão e atualização das normas referidas no § 1º, sendo obrigatória a partici-pação dos consumidores e fornecedores .

§ 4º Os órgãos oficiais poderão expedir no-tificações aos fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem informa-ções sobre questões de interesse do consu-midor, resguardado o segredo industrial .

Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:

I – multa;

II – apreensão do produto;

III – inutilização do produto;

IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente;

V – proibição de fabricação do produto;

VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;

VII – suspensão temporária de atividade;

VIII – revogação de concessão ou permissão de uso;

IX – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;

X – interdição, total ou parcial, de estabeleci-mento, de obra ou de atividade;

XI – intervenção administrativa;

XII – imposição de contrapropaganda .

Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade ad-ministrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, in-clusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo .

Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferi-da e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7 .347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou munici-pais de proteção ao consumidor nos demais ca-sos .

Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo .

Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de pro-dutos, de suspensão do fornecimento de produ-to ou serviço, de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento administrativo, assegurada am-pla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço .

Art. 59. As penas de cassação de alvará de licen-ça, de interdição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção adminis-trativa, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quan-do o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste código e na legislação de consumo .

§ 1º A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual .

Page 22: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br22

§ 2º A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de li-cença, a interdição ou suspensão da ativida-de .

§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discu-ta a imposição de penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em jul-gado da sentença .

Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prá-tica de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art . 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator .

§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, freqüência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma ca-paz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva .

§ 2º (Vetado)

§ 3º (Vetado) .

( . . .)

TÍTULO III

Da Defesa do Consumidor em Juízo

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo .

Parágrafo único. A defesa coletiva será exer-cida quando se tratar de:

I – interesses ou direitos difusos, assim en-tendidos, para efeitos deste código, os tran-sindividuais, de natureza indivisível, de que

sejam titulares pessoas indeterminadas e li-gadas por circunstâncias de fato;

II – interesses ou direitos coletivos, assim en-tendidos, para efeitos deste código, os tran-sindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pes-soas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;

III – interesses ou direitos individuais homo-gêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum .

Art. 82. Para os fins do art . 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:

I – o Ministério Público,

II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;

III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente des-tinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;

IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interes-ses e direitos protegidos por este código, dis-pensada a autorização assemblear .

§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts . 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido .

§ 2º (Vetado) .

§ 3º (Vetado) .

Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela .

Parágrafo único. (Vetado) .

Page 23: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 23

Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumpri-mento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-terminará providências que assegurem o resulta-do prático equivalente ao do adimplemento .

§ 1º A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela es-pecífica ou a obtenção do resultado prático correspondente .

§ 2º A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art . 287, do Código de Processo Civil) .

§ 3º Sendo relevante o fundamento da de-manda e havendo justificado receio de ine-ficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após jus-tificação prévia, citado o réu .

§ 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária ao réu, inde-pendentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito .

§ 5º Para a tutela específica ou para a obten-ção do resultado prático equivalente, pode-rá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, im-pedimento de atividade nociva, além de re-quisição de força policial .

Art. 85. (Vetado) .

Art. 86. (Vetado) .

Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este có-digo não haverá adiantamento de custas, emolu-mentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação auto-ra, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas processuais .

Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários

advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos .

Art. 88. Na hipótese do art . 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajui-zada em processo autônomo, facultada a possibi-lidade de prosseguir-se nos mesmos autos, veda-da a denunciação da lide .

Art. 89. (Vetado)

Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código de Processo Civil e da Lei nº 7 .347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não con-trariar suas disposições .

CAPÍTULO IIDAS AÇÕES COLETIVAS PARA A

DEFESA DE INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

Art. 91. Os legitimados de que trata o art . 82 po-derão propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmen-te sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes .

Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei .

Parágrafo único. (Vetado) .

Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Fe-deral, é competente para a causa a justiça local:

I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;

II – no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito na-cional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de com-petência concorrente .

Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados pos-

Page 24: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br24

sam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defe-sa do consumidor .

Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabi-lidade do réu pelos danos causados .

Art. 96. (Vetado) .

Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus su-cessores, assim como pelos legitimados de que trata o art . 82 .

Parágrafo único. (Vetado) .

Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art . 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execu-ções .

§ 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado .

§ 2º É competente para a execução o juízo:

I – da liquidação da sentença ou da ação con-denatória, no caso de execução individual;

II – da ação condenatória, quando coletiva a execução .

Art. 99. Em caso de concurso de créditos decor-rentes de condenação prevista na Lei nº 7 .347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo even-to danoso, estas terão preferência no pagamen-to .

Parágrafo único. Para efeito do disposto nes-te artigo, a destinação da importância reco-lhida ao fundo criado pela Lei nº7 .347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos individu-ais, salvo na hipótese de o patrimônio do

devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas .

Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem ha-bilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitima-dos do art . 82 promover a liquidação e execução da indenização devida .

Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei nº 7 .347, de 24 de julho de 1985 .

CAPÍTULO IIIDAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE PRODUTOS E

SERVIÇOS

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:

I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor;

II – o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao proces-so o segurador, vedada a integração do con-traditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil . Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos termos do art . 80 do Código de Processo Ci-vil . Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando--se, em caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensa-do o litisconsórcio obrigatório com este .

Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor ação visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação distri-buição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondiciona-

Page 25: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 25

mento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal .

§ 1º (Vetado) .

§ 2º (Vetado)

CAPÍTULO IVDA COISA JULGADA

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:

I – erga omnes, exceto se o pedido for julga-do improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado pode-rá intentar outra ação, com idêntico funda-mento valendo-se de nova prova, na hipóte-se do inciso I do parágrafo único do art . 81;

II – ultra partes, mas limitadamente ao gru-po, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipóte-se prevista no inciso II do parágrafo único do art . 81;

III – erga omnes, apenas no caso de proce-dência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do in-ciso III do parágrafo único do art . 81 .

§ 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e di-reitos individuais dos integrantes da coletivi-dade, do grupo, categoria ou classe .

§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interes-sados que não tiverem intervindo no proces-so como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual .

§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que cui-da o art . 16, combinado com o art . 13 da Lei nº 7 .347, de 24 de julho de 1985, não pre-judicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individu-almente ou na forma prevista neste código,

mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão pro-ceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts . 96 a 99 .

§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo ante-rior à sentença penal condenatória .

Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art . 81, não indu-zem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva .

( . . .)

Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de sua publicação .

Art. 119. Revogam-se as disposições em contrá-rio .

Brasília, 11 de setembro de 1990; 169º da Inde-pendência e 102º da República .

FERNANDO COLLORBernardo Cabral

Zélia M. Cardoso de Mello Ozires Silva

Page 26: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br26

CONSIDERAÇÕES SOBRE DIREITO DO CONSUMIDOR – CDC

1. CONCEITOS BÁSICOS

CF: art. 5º, XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor – cláusula pétrea .

CDC: Lei 8.078/1990, cujas normas são de interesse social e de ordem pública .

Vulnerabilidade (art . 4º, I, CDC) – todo consumidor é presumidamente vulnerável .

1. Para iniciar o estudo sobre Direito do Consumidor, é importantíssimo fazer uma leitura atenta do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8 .078/1990) . Trata-se de uma lei pequena, com menos de 120, redigidos de forma clara e linguagem simplificada, pois a intenção é de que o próprio consumidor em geral consiga entendê-los .

2. O Direito do Consumidor está regulado, basicamente, pelo Código de Defesa do Consumidor, Lei 8 .078/1990, cujas normas são de interesse social e de ordem pública, criado em conformidade com as disposições Constitucionais do art . 5º, inciso XXXII, cláusula pétrea (o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor), art . 170, V e art . 48 da ADCT .

3. Como se tratam de normas de ordem pública, têm aplicação obrigatória, não podendo ser derrogadas pelas partes . É uma legislação especial, cujo regime jurídico é aplicável sempre que se tratar de relação de consumo .

4. Para que haja uma relação de consumo, é necessário que de um lado esteja alguém que se enquadre no conceito de consumidor e, de outro, alguém que se enquadre no conceito de fornecedor .

5. Ao estudar o Direito do Consumidor, deve-se ter como premissa que todo consumidor é presumidamente vulnerável na relação de consumo . A intenção do legislador foi de criar uma situação jurídica mais favorável à parte mais fraca na relação (consumidor), a fim de equilibrar as desigualdades .

CONCEITO DE CONSUMIDOR • GERAL (art. 2º) • Pessoa física ou jurídica • Destinatário final

• POR EQUIPARAÇÃO • Coletividade (art . 2º, p .u .) • Vítimas de acidente de consumo (art . 17) • Pessoas expostas a práticas comerciais (art . 29) .

Page 27: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 27

1. Segundo o conceito padrão, trazido pelo CDC, consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatária final.

2. No entanto, o CDC prevê categorias que, mesmo não se enquadrando nesse conceito padrão, também receberão a proteção como se consumidores fossem . São os chamados consumidores por equiparação:

I – a coletividade de pessoas (mesmo que indetermináveis) que haja intervindo nas relações de consumo;

II – todas as vítimas de acidente de consumo;

III – todas as pessoas expostas às práticas comerciais e contratuais .

CONCEITO DE FORNECEDORArt. 3º Fornecedor é toda pessoa: física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, incluindo entes despersonalizados (ex .: massa falida, sociedade de fato, camelô), que desenvolvam atividade de: produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços .

CONCEITO DE PRODUTO Art. 3º, § 1º Produto é qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial . O legislador deixou o conceito bem amplo, a fim de abranger todo e qualquer bem oferecido no mercado de consumo .

CONCEITO DE SERVIÇOArt. 3º, § 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado, mediante remuneração, salvo as decorrentes de relação de trabalho .

1. De forma exemplificativa, o CDC enfatiza que estão incluídas no conceito de serviço as atividades de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária .

2. Em relação aos serviços, além daqueles expressamente citados pelo CDC, importante conhecer o teor das seguintes Súmulas do STJ (jurisprudência):

• Súmula 297 – O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.

• Súmula 321 – O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes.

• Súmula 469 – Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde.

3. Quanto à remuneração do serviço, deve-se compreender não apenas a direta como também a indireta (serviço aparentemente gratuito), ou seja, quando o custo do serviço vem embutido na própria atividade do fornecedor (ex .: estacionamentos gratuitos de supermercado, ou frete gratuito na compra de determinado produto, cujos custos estão diluídos nos produtos vendidos) .

Page 28: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br28

4. Quanto à aplicação do CDC aos serviços públicos (prestado pela administração direita ou indireta), é necessário fazer a distinção entre serviços públicos uti singuli e uti universi . Aos primeiros, cuja remuneração é mensurada e feita individualmente pelo consumidor, aplica-se o CDC (ex .: serviço de energia elétrica, telefonia, transporte público, etc .), enquanto os segundos, custeados por impostos, não são considerados relação de consumo, não se aplicando, portanto, o CDC (ex .: atendimento em postos de saúde, ensino da rede pública, etc .) .

2. DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR (Art. 6º):I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coerciti-vos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no forneci-mento de produtos e serviços;

V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações despropor-cionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamen-te onerosas;

VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;

VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

IX – (Vetado)

X – a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral .

Page 29: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 29

1. Um dos direitos básicos arrolados que merece atenção especial é a inversão do ônus da prova: para sua concessão, que pode ser de ofício (por iniciativa do juiz) e somente em favor do consumidor, é necessário que o juiz verifique a presença dos requisitos: verossimilhança ou hipossuficiência (não necessariamente ambos) .

2. É comum, em provas, questionarem se a inversão do ônus da prova se dá de forma automática e se é regra no direito do consumidor . A resposta é não . A inversão do ônus da prova somente poderá ser deferida, a critério do juiz, mediante a presença dos requisitos verossimilhança ou hipossuficiência .

3. Diferenciar: Vulnerabilidade é uma presunção legal conferida a todo o consumidor . Já a hipossuficiência é um dos requisitos para a inversão do ônus da prova e sua existência deve ser analisada no caso concreto . Assim, todo o consumidor é vulnerável, mas nem todo é hipossuficiente .

RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR

RESPONSABILIDADE – PRODUTO OU SERVIÇO – OBJETIVA

FATO/Acidente de Consumo (art. 12) VÍCIO (art. 18)

Dano causado por um defeito.

Exclui a responsabilidade:I – não colocou o produto no mercado;II – inexiste o defeito;III – culpa exclusiva do consumidor ou 3º .

Profissional liberal – subjetiva .

Prazo 5 anos PRESCRICIONAL – a contar do conhecimento do dano e autoria .---------------------------------------------------Quem responde? Fabricante, produtor, constru-tor, nacional ou estrangeiro e importador .E o comerciante? SUBSIDIÁRIOI – não achar os outros; II – não tiver identificação dos outros; III – não armazenou bem produtos perecíveis

Inadequação: quantidade/qualidade • 30 dias ---------- não duráveis • 90 dias ---------- duráveis

Aparente/fácil constatação: entrega do produto ou fim execução serviço .

Oculto: quando ficar evidente .

Fornecedor: 30 dias para sanar .

Se não sanar no prazo: • Substituição; • Restituição; • Abatimento; • Complementação (se quantidade) .

Opções de imediato (qualidade):a) comprometer a característica ou qualidade, b) diminuir-lhe o valor; c) produto essencial .----------------------------------------------------Quem responde? SOLIDARIEDADE

1. Geralmente, as questões de provas trazem hipóteses de responsabilidade pelo fato ou pelo vício do produto ou serviço, exigindo que o candidato saiba diferenciar esses dois institutos que, apesar de parecidos, têm conseqüências diversas que não podem ser confundidas .

2. Como a responsabilidade do fornecedor está fundada na teoria do risco da atividade, o sistema adotou a regra da responsabilidade objetiva, ou seja, responderá independentemente da existência de culpa . Ex .: se ocorre um assalto no interior de uma

Page 30: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br30

agência e isso cause danos a algum cliente ou usuário, mesmo que o banco não tenha efetivamente uma culpa (o banco é até uma vítima disso), acaba respondendo pelos danos, já que deve assumir os riscos que sua atividade traz.

3. Entretanto, o próprio CDC traz uma exceção a essa regra da responsabilidade objetiva, ao dispor que o profissional liberal responderá mediante a verificação de culpa, ou seja, responderá de forma subjetiva .

4. Vício: afeta a qualidade/quantidade/disparidade dos produtos ou serviços, os quais se tornarão impróprios ou inadequados para o fim que se destinavam ou lhe diminuirão o valor (ex .: liquidificador que, ao ser utilizado normalmente, em razão um vício de qualidade, pára de funcionar) .

5. O consumidor terá os seguintes prazos decadenciais para reclamar junto ao fornecedor:

• 30 dias para produtos e serviços não duráveis (ex .: alimento); • 90 dias para produtos e serviços duráveis (ex .: eletrodoméstico) .

Se for vício aparente ou de fácil constatação, o prazo começa a contar da entrega efetiva do produto ou do final da execução do serviço .

Se for vício oculto, o prazo começa a contar do momento em que ficar evidenciado o vício .

6. Em se tratando de vício de qualidade de produto, o fornecedor terá o prazo de 30 dias para saná-lo (efetuar a substituição das partes viciadas) . Esse prazo pode ser reduzido ou ampliado por convenção das partes, desde que não fique inferior a 7 nem superior a 180 dias .

7. Não sendo resolvido o problema no prazo acima, caberá ao consumidor escolher umas dessas opções:

• substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; • restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de

eventuais perdas e danos; • abatimento proporcional do preço .

8. O consumidor poderá fazer uso imediato das opções acima (ou seja, sem precisar aguardar o prazo dos 30 dias para o fornecedor sanar o vício) sempre que em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial .

9. Em se tratando de vício de quantidade de produto, não há que se falar em prazo para o fornecedor sanar o vício, podendo o consumidor exigir, imediatamente, à sua escolha, dentre as opções abaixo:

• substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;

• restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

• abatimento proporcional do preço; • complementação do peso ou medida .

Page 31: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 31

10. Quando se trata de vício do serviço, também não há prazo para o fornecedor saná-lo, podendo o consumidor exigir, imediatamente, à sua escolha, dentre as opções abaixo:

• reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível (que poderá ser realizada por terceiros, mas por conta e risco do fornecedor);

• restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

• abatimento proporcional do preço .

11. Como a responsabilidade do fornecedor é objetiva, sua ignorância sobre os vícios dos produtos ou serviços não o exime da responsabilidade .

12. Quem responde pelo vício? A regra é a da solidariedade, ou seja, o consumidor poderá se dirigir a qualquer um dos fornecedores . Todos (qualquer um deles) têm o dever de solucionar o problema perante o consumidor, e depois, entre eles, que apurem e façam os ressarcimentos conforme acordarem . Ex .: é comum o consumidor se dirigir ao comerciante para reclamar um vício do produto e esse fornecedor alegar que o problema deve ser reclamado diretamente com o fabricante; na verdade, independentemente de ser “problema de fábrica” ou qualquer outro tipo de vício, por disposição legal, todos são solidariamente responsáveis perante do consumidor .

13. Fato (também chamado de acidente de consumo): caracteriza-se por um dano decorrente de defeito do produto ou serviço . Ex .: liquidificador que, ao ser utilizado normalmente, em razão de defeito técnico, explode, causando lesões físicas ou psíquicas ao consumidor ou estragando outros objetos que estejam próximos .

14. O produto ou serviço defeituoso é aquele que não apresenta a segurança que dele se espera, levando-se em consideração, obviamente, o modo de fornecimento ou sua apresentação, o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi fornecido ou colocado no mercado . Entretanto, o produto não será considerado defeituoso em razão de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado, da mesma forma que o serviço não será considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas .

15. Não apenas o defeito no produto ou serviço em si como também as informações insuficientes ou inadequadas sobre a utilização, fruição ou riscos dos produtos ou serviços podem gerar danos ao consumidor, caracterizando o fato .

16. Como o fato gera um dano (que vai além do prejuízo do produto ou serviço em si – dano extrínseco), a responsabilidade do fornecedor será de indenizar, o que, em regra, será buscado através de uma ação judicial .

17. O prazo para a propositura da ação será prescricional de 5 anos, a contar do conhecimento do dano e sua autoria . Observe-se que, em se tratando de relação de consumo, o prazo para o consumidor é mais favorável do que a regra geral do Código Civil, que prevê o prazo prescricional de 3 anos para pretensão de reparação civil .

18. Exclui a responsabilidade pelo fato a prova de que:

• o fornecedor não colocou o produto no mercado; • embora tenha colocado o produto no mercado ou prestado o serviço, o defeito inexiste; • a culpa foi exclusiva do consumidor ou de terceiro .

Page 32: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br32

19. Quem responde pelo fato? O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro e o importador .

Entretanto, o comerciante somente responderá em 3 hipóteses:

• quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;

• quando o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador,

• quando não conservar adequadamente os produtos perecíveis .

Isso significa dizer que, o comerciante responde de forma subsidiária, pois somente será responsável nas 3 hipóteses acima .

20. Quando tratamos da relação de consumo, nos conceitos iniciais, foi mencionada a figura do consumidor por equiparação quando vítima de acidente de consumo (fato) . Agora fica mais fácil entender esse conceito, pois se trata de terceiro que, mesmo não tendo adquirido o produto ou serviço como destinatário final, acabou sendo atingido pelo acidente de consumo . Ex .: um veículo que, por um defeito no sistema de freios, não consegue frear, se chocando com outro e causando danos a ambos os condutores. O primeiro condutor, por ter adquirido o produto como destinatários final, já é considerado consumidor e o segundo, que simplesmente sofreu danos oriundos do fato, também será considerado consumidor (por equiparação), utilizando-se das mesmas regras que o primeiro ao buscar a reparação dos danos.

21. Foro competente – nas ações de responsabilidade civil do fornecedor de produtos ou serviços, o consumidor poderá optar pelo ajuizamento no foro do seu domicílio, a fim de facilitar sua defesa e acesso ao Judiciário . Em contrato de adesão, caso haja cláusula de eleição de foro, impedindo o consumidor de ajuizar ação no seu domicílio, esta será considerada nula de pleno direito .

Para fixar:

Responsabilidade pelo fato Responsabilidade pelo vício

• Surge o dever de indenizar danos . • Surge o dever de sanar o vício .

• Será exercido, em regra, através de uma ação judicial . • Será exercido perante o próprio fornecedor .

• Prazo prescricional para a propositura da ação é de 5 anos .

• Prazo decadencial para reclamar é de 30 dias (não duráveis) e 90 dias (duráveis) .

Exemplos para diferenciar:

Fato Vício

O liquidificador explode e causa danos ao consumidor ou a terceiro . O liquidificador pára de funcionar .

O salto do sapato descola, causando uma lesão no tornozelo de quem está calçando-o . O salto do sapato descola .

Esse alimento vencido é ingerido e causa algum dano ao consumidor ou a terceiro .

O alimento é vendido com o prazo de validade vencido .

Page 33: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 33

3. PRÁTICAS COMERCIAIS (Oferta, Publicidade, Práticas Abusivas e Orçamento)

– OFERTA (art. 30)

A oferta vincula o contrato e obriga o fornecedor .

Recusa:

I – cumprimento;II – outro produto;III – rescisão do contrato com perdas e danos .

• Oferta ou publicidade por telefone (art . 33, p . ú .)

– PUBLICIDADE (art. 36 e 37)

• Tem que ser explicito que é publicidade • ENGANOSA: falsa, induz em erro . • ABUSIVA: ofende valores (discriminatória de qualquer natureza, a que incite

à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança) .

• Ônus da prova é de quem patrocina (art . 38) .

– PRÁTICAS ABUSIVAS (ART. 39)

• Conjunto de práticas que são vedadas . • Ex .: Envio de produtos ou fornecimento de serviços sem autorização do consumidor

– amostra grátis .

– Orçamento (art. 40)

• validade de 10 dias do seu recebimento, salvo estipulação em contrário . • após aprovado, obriga os contraentes e somente poderá ser modificado mediante

livre negociação .

1. Oferta: toda informação, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação, obriga o fornecedor e integra o contrato que eventualmente vier a ser celebrado .

2. A oferta e apresentação de produtos ou serviços deve trazer de forma correta, clara, precisa, ostensiva e em língua portuguesa, trazendo todas as informações ao consumidor .

3. Se o fornecedor recusar-se a cumprir a oferta, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

Page 34: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br34

• exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;

• aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; • rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada,

monetariamente atualizada, e a perdas e danos .

4. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina .

5. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos .

6. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto . Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo .

7. Publicidade: deve ser veiculada de forma que o consumidor fácil e imediatamente a identifique como tal, a fim de que o destinatário tenha consciência de que está sendo estimulado a adquirir ou utilizar determinado produto ou serviço, evitando-se a chamada publicidade subliminar .

8. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina (fornecedor) .

9. É proibida qualquer publicidade:

ENGANOSA ABUSIVA

Falsa, que induz em erro .Pode ser enganosa por omissão: quando deixa de informar sobre algo essencial .

Desrespeita valores .

• informação ou comunicação de caráter pu-blicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omis-são, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qua-lidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre pro-dutos e serviços .

• discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a su-perstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desres-peita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança .

10. As práticas abusivas, cujo rol exemplificativo segue abaixo, são vedadas (art . 39, CDC) .

I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço (venda casada), bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;

II – recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;

III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço (caso ocorra essa prática, os produtos ou serviços remetidos ao consumidor equiparam-se a amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento);

Page 35: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 35

IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;

V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;

VI – executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;

VII – repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;

VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela ABNT ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);

IX – recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;

X – elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços .

XII – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;

XII – aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido .

11. Venda-casada: Uma das práticas que mais refletem reclamações contra instituições financeiras é o condicionamento do fornecimento de produtos ou serviços à aquisição de outros produtos ou serviços .

12. Outra prática que enseja reclamações a órgãos de proteção ao consumidor e também ao Judiciário é a de envio de cartão de crédito ao consumidor sem que ele tenha solicitado . Tal prática é abusiva, portanto, vedada . Caso ocorra, o produto enviado será considerado amostra grátis, eximindo o consumidor de qualquer pagamento . Obviamente que se o consumidor utiliza o cartão, terá que pagar a fatura dos valores que gastar; entretanto o entendimento é de que esse "serviço" de crédito será considerado "gratuito", ou seja, se o consumidor reclamar, poderá se eximir do pagamento de tarifas e anuidades eventualmente cobradas pelo uso do cartão .

Obs.: recente Súmula 532-STJ: Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.

13. É vedado, também, repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos . Assim, se um consumidor ingressa com uma ação revisional contra a instituição, é vedado que esta repasse a outras instituições tal informação (o que pode dificultar o crédito ao consumidor), já que o consumido está no exercício de seu direito .

14. Orçamento: o fornecedor de serviço deve entregar previamente orçamento, discriminando valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos, as condições de pagamento, bem como datas de início e término do serviço . Aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga as partes e somente poderá ser modificado mediante livre negociação . Salvo estipulação em contrário, o orçamento tem validade de 10 dias, a contar do recebimento pelo consumidor .

Page 36: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br36

4. PRÁTICAS COMERCIAIS (Cadastros de Consumidores e Cobrança de Dívidas)

Cadastro negativo – art. 43, CDC • Órgão de caráter público; • Comunicação por escrito;

• 5 dias para o arquivista encaminhar as informações aos destinatários . • 5 anos máximo para ficar negativado ou se prescrever .

Cobrança de Dívidas – art. 42, CDC • O consumidor não poderá ser exposto a ridículo, constrangimento ou ameaça .

• Quantia indevida = à repetição do indébito em dobro + correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável .

• Documentos de cobrança – nome, o endereço e o número de CPF ou CNPJ .

1. Bancos de dados e cadastros de consumidores: (como SPC, SERASA, etc .) são considerados entidades de caráter público e devem permitir ao consumidor o acesso às informações existentes . As informações negativas sobre o consumidor não podem permanecer registradas por período superior a 5 anos . Da mesma forma, não poderão ser fornecidas por esses órgãos informações sobre débitos cuja cobrança já esteja prescrita . O consumidor tem direito ao acesso às informações sobre si, e, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de 5 dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas .

Obs.: O STJ (jurisprudência) tem entendido que quando o consumidor quita a dívida, o prazo para a retirada do seu nome dos cadastros negativos é o de 5 dias úteis (art . 43 do CDC), sendo do fornecedor o dever de regularização; porém, nada impede que o próprio consumidor (maior interessado) possa diligenciar na solicitação de retirada da inscrição .

Sobre o assunto, observar as seguintes Súmulas do STJ:

• Súmula 323 – A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco anos, independentemente da prescrição da execução.

• Súmula 385 – Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.

• Súmula 404 – É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros.

• Súmula 359 – Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição.

Page 37: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 37

2. Cobrança de dívidas: o consumidor inadimplente não poderá ser exposto a ridículo ou submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça . Caso seja cobrado por valor indevido, terá direito à repetição em dobro do valor pago indevidamente, acrescido de juros e correção monetária, salvo engano justificável (nessa hipótese, de engano justificável, a repetição será simples) . Os documentos cobrando as dívidas deverão trazer o nome, endereço, CPF ou CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente .

5. PROTEÇÃO CONTRATUAL (Disposições Gerais, Direito de Arrependimento e Garantias)

Contratos que não obrigam o consumidor • Que não foi dado ao consumidor oportunidade de conhecimento prévio de seu

conteúdo; • Redigidos de modo a dificultar a compreensão e alcance do conteúdo .

Interpretação das Cláusulas • Mais favorável ao consumidor.

Direito de arrependimento ou prazo de reflexão (art. 49) • 7 dias, contados da assinatura ou do recebimento; • fora do estabelecimento.

Garantias (art. 50 + 26) • Art . 26 – legal – imposta por lei . • Art . 50 – contratual – faculdade do fornecedor . • Contratual complementa a legal .

1. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance .

2. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor .

3. Prazo de arrependimento é aquele conferido ao consumidor para desistir do negócio sempre que a contratação de fornecimento de produtos ou serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial.

• 7 dias a contar da assinatura do contrato ou do recebimento do produto ou serviço .

Page 38: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br38

Exercido esse direito de arrependimento (que não precisa ser motivado), todos os valores pagos serão imediatamente devolvidos e monetariamente atualizados . O CDC traz exemplos, como vendas por telefone ou a domicílio, mas o exemplo mais comum atualmente são as compras ou contratações de serviços pela internet .

4. Atenção para que a prática cotidiana não confunda: somente há direito de arrependimento (desistência do negócio) quando a contratação foi fora do estabelecimento comercial e somente há direito à troca nos casos já vistos em que o produto ou serviço apresentam vícios . Ex .: é comum, após as datas festivas (Natal, Dia das Mães, etc.), os consumidores se dirigirem às lojas por não terem gostado da cor ou modelo do produto, ou por terem ganhado de presente e não ter servido o tamanho, e os comerciantes efetuarem as trocas; no entanto, isso é uma faculdade do fornecedor, que pretende conquistar o cliente, mas não há qualquer obrigação legal em efetuar tal troca (exceto quando o próprio fornecedor se obrigou, no momento da oferta ou contratação, hipótese em que deverá cumprir o ofertado ou pactuado).

5. Garantia: trata-se de um prazo para reclamar por vícios dos produtos ou serviços . Portanto, a garantia legal é reclamada nos prazos decadenciais do art . 26 do CDC (30 ou 90 dias) .

6. A garantia legal é obrigatória, imposta por lei, não precisando de termo escrito, sendo vedada e exoneração do fornecedor . (Ex .: é comum que um fornecedor venda determinado produto e “avise” que não há garantia alguma; entretanto, essa informação deve ser desconsiderada, já que a garantia legal não é dada pelo fornecedor e sim imposta pela lei, sendo obrigatória em qualquer produto ou serviço fornecidos no mercado de consumo) .

7. Há também a chamada garantia contratual, a qual é concedida por faculdade do fornecedor (mas quando oferecida deve ser obrigatoriamente cumprida), a fim de conquistar o cliente . Essa garantia, que pode ser total ou parcial, deve obrigatoriamente constar em termo escrito (o chamado termo de garantia) com todas as informações ao consumidor . É comum no mercado a chamada garantia estendida, espécie de garantia contratual, pela qual o consumidor paga um valor extra para ter uma cobertura por mais tempo; essa prática é aceita, desde que não seja imposta ao consumidor (deve ser opcional) e este esteja ciente de que lhe será cobrado um valor extra (para evitar que seja embutida no preço do produto ou serviço no momento da contratação) .

8. O CDC menciona que a garantia contratual é complementar à legal . A respeito do tema, a jurisprudência do STJ já firmou posicionamento de que, em havendo, além da garantia legal, também a contratual, estas devem ser somadas e contadas na seguinte ordem: contratual + legal . Ex .: se uma televisão tem 1 ano de garantia (contratual), após transcorrido esse prazo, o consumidor terá mais 90 dias (bem durável) de garantia (legal) para reclamar por eventuais vícios.

Page 39: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 39

6. PROTEÇÃO CONTRATUAL (Cláusulas Abusivas e Contrato de Adesão)

CLÁUSULAS ABUSIVAS (ART. 51) • São nulas de pleno direito . • A nulidade de uma não invalida o contrato, salvo se o comprometer .

CONTRATO DE ADESÃO (ART. 54) • Cláusulas aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmen-

te pelo fornecedor, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancial-mente seu conteúdo .

• A inserção de cláusulas não desfigura a natureza de adesão; • Redigidos em termos claros, caracteres ostensivos, fonte 12; • Cláusulas com limitação de direitos deverão ser redigidas com destaque .

1. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor, sendo que os contratos não obrigarão o consumidor quando não lhe for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio do seu conteúdo ou quando forem redigidos de modo a dificultar a sua compreensão .

2. São abusivas, nulas de pleno direito, as cláusulas que:

I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos (nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis);

II – subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos no CDC;

III – transfiram responsabilidades a terceiros;

IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

V – (vetado)

VI – estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;

VII – determinem a utilização compulsória de arbitragem;

VIII – imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;

IX – deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;

X – permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;

Page 40: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br40

XI – autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;

XII – obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;

XIII – autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;

XIV – infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;

XV – estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;

XVI – possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias .

3. Cláusulas abusivas são nulas de pleno direito . Entretanto, pelo Princípio da Conservação dos Contratos, a nulidade de uma das cláusulas não invalida o contrato, salvo se apesar dos esforços de integração, ocorrer ônus excessivo a uma das partes .

4. Atenção: Entendimentos do STJ sobre abusividade:

• Muito embora a doutrina entenda que a abusividade das cláusulas pode ser declarada de ofício pelo juíz (por iniciativa do juiz), o STJ tem o seguinte entendimento: Súmula 381 – Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas .

• A cobrança de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano não é considerada abusiva: Súmula 382 – A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade .

5. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:

I – preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;

II – montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;

III – acréscimos legalmente previstos;

IV – número e periodicidade das prestações;

V – soma total a pagar, com e sem financiamento .

6. As multas de mora decorrentes de inadimplemento de obrigações não poderão ser superiores a 2% do valor da prestação . Caso o consumidor opte por liquidar antecipadamente seu débito, total ou parcial, deverão ser reduzidos proporcionalmente os juros e demais acréscimos .

• Súmula 285, STJ – Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor incide a multa moratória nele prevista.

7. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia (contratos que deverão ser expressos em moeda corrente nacional), consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que,

Page 41: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 41

em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado . Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo .

8. Contratos de adesão: trazem cláusulas rígidas, uniformes e preestabelecidas unilateral-mente pelo fornecedor; pode até haver inserção de cláusulas, o que não retirará a natureza de adesão do contrato . Por esses motivos, esse tipo de contrato deve ser redigido em ter-mos claros, com caracteres ostensivos e legíveis, cuja fonte não pode ser inferior ao tama-nho 12 . Ademais, as cláusulas que impliquem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas em destaque .

7. DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO

1. A defesa em juízo dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida individual ou coletivamente . Será coletiva quando se tratar de:

• interesses ou direitos difusos (transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato);

• interesses ou direitos coletivos (transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base);

• interesses ou direitos individuais homogêneos (de natureza divisível, decorrentes de origem comum);

2. Abaixo, um quadro explicativo dos interesses/direitos coletivos:

DIREITOS Difusos Coletivos (strictu sensu)

Individuais homogêneos

Acidente aéreo indetermináveis determináveis determináveis

ORIGEM Relação de fato Relação jurídica Origem comum

OBJETO indivisível indivisível divisível

Exemplos Propaganda abusiva Mensalidade escolar abusiva Acidente aéreo

3. Legitimados concorrentemente para a defesa coletiva dos consumidores (art . 82, CDC): Quem pode entrar com a ação coletiva?

• Ministério Público; • União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; • Entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem

personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC;

Page 42: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br42

• Associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC, dispensada a autorização assemblear .

Obs.: O MP, quando não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei .Obs.: O cidadão não pode entrar com ação coletiva em defesa dos direitos/interesses dos consumidores.

4. Atenção: a Defensoria Pública é legítima para propor Ação Civil Pública em defesa coletiva dos consumidores . Porém, não consta no rol dos legitimados do CDC e sim no art . 5º, II da Lei 7 .347/1985 (Lei da ACP, cujo artigo foi alterado pela Lei 11 .448/2007) .

5. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos pelo CDC, são admitidas todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada e efetiva tutela dos consumidores .

6. Nas ações que tenham por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica (para que o fornecedor a cumpra exatamente a sua obrigação), ou determinará outras medidas que assegurem o resultado prático equivalente . A obrigação poderá ser convertida em perdas e danos (sem prejuízo de multa), se for opção do autor ou se impossível a tutela específica ou o resultado equivalente . Ainda, em sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, o juiz poderá conceder a antecipação de tutela liminarmente ou após justificação prévia (com citação do réu), com a imposição de multa diária (de ofício) e fixação de prazo para o cumprimento .

7. Foro competente – nas ações de responsabilidade civil do fornecedor de produtos ou serviços, o consumidor poderá optar pelo ajuizamento no foro do seu domicílio, a fim de facilitar sua defesa e acesso ao Judiciário . Em contrato de adesão, caso haja cláusula de eleição de foro, impedindo o consumidor de ajuizar ação no seu domicílio, esta será considerada nula de pleno direito .

8. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR

Como o tema “Princípios” requer uma visão mais interpretativa, deixamos para o final, momento em que se tornam mais compreensíveis, devido ao conteúdo já estudado .

1 . Princípio da Vulnerabilidade – Ao estudar o Direito do Consumidor, deve-se ter como premissa que todo consumidor é presumidamente vulnerável na relação de consumo . A intenção do legislador foi de criar uma situação jurídica mais favorável à parte mais fraca na relação (consumidor), a fim de equilibrar as desigualdades .

2 . Princípio do Dever Governamental – É visto sob dois aspectos, o primeiro diz respeito ao dever do Estado em promover mecanismos suficientes à efetiva proteção do consumidor e o segundo diz respeito ao dever do Estado em promover a racionalização e melhoria do serviço público enquanto Estado-fornecedor .

3 . Princípio da Harmonização das Relações – A Política Nacional das Relações de Consumo deve propiciar a harmonia entre a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico do mercado de consumo e a proteção do consumidor, evitando-se que um desses interesses prejudique ou inviabilize o outro .

Page 43: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

www .acasadoconcurseiro .com .br 43

4. Princípio da Garantia de Adequação – Emana da necessidade de garantir ao consumidor produtos e serviços adequados, atendendo-se sempre ao binômio qualidade/segurança .

5. Princípio da Boa-fé Objetiva – Norma de conduta norteadora das relações de consumo, consubstanciada no dever de honestidade, lealdade e confiança entre fornecedor e consumidor .

6. Princípio da Transparência e Informação – Quanto mais bem informado estiver o consumidor sobre os produtos e serviços, mais conscientes serão suas escolhas . Para tanto, é preciso que haja a educação para o consumo, ao mesmo tempo que os produtos e serviços ofertados devem trazer de forma correta e clara todas as informações ao consumidor .

7. Princípio do Acesso à Justiça – De natureza constitucional, esse princípio é direcionado ao legislador, para que forneça mecanismos de acesso à justiça ao consumidor, como, por exemplo, a justiça gratuita para necessitados .

Page 44: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to
Page 45: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br 45

Questões

1. (11173) CESPE

A respeito dos direitos do consumidor, jul-gue os itens seguintes .

No exercício da atividade comercial, o ca-melô é considerado fornecedor na relação de consumo .

( ) Certo   ( ) Errado

2. (19231) CESPE

Ricardo adquiriu um carro há cerca de um mês e, nesse período, por três vezes, não conseguiu trancar a porta do veículo . Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens subsequentes .

Ricardo, ainda que deseje a substituição imediata do produto comprado, deverá, an-tes disso, conceder prazo para o fornecedor sanar o defeito .

( ) Certo   ( ) Errado

3. (19212) CESPE

A respeito do direito do consumidor, julgue o item abaixo .

Entende-se por serviço qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, desde que disponibilizada mediante remuneração direta, incluindo-se as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, com ex-ceção das decorrentes das relações de cará-ter trabalhista .

( ) Certo   ( ) Errado

4. (19214) CESPE

Com referência ao CDC, julgue o item sub-sequente .

A legislação consumerista, ao tratar da res-ponsabilidade pelo vício do produto ou serviço e da responsabilidade decorrente do fato do produto ou serviço, optou por atribuir à primeira prazos decadenciais re-ferentes ao tempo máximo para a reclama-ção dos vícios ocultos e aparentes, e prazo prescricional quando se tratar de acidente de consumo .

( ) Certo   ( ) Errado

5. (19216) CESPE

Com referência ao CDC, julgue o item sub-sequente .

A nulidade de uma cláusula contratual abu-siva não invalida o contrato como um todo, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus ex-cessivo a qualquer das partes .

( ) Certo   ( ) Errado

6. (19097) FCC

Sobre as relações de consumo, considere as seguintes afirmações:

I – É considerado contrato de adesão aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou que sejam esta-belecidas unilateralmente pelo fornecedor, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo .

II – Não pode haver garantia contratual com-plementar, quando houver garantia legal .

III – As cláusulas contratuais abusivas são anuláveis quando transferirem responsabi-lidades a terceiros .

Page 46: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br46

IV – É válida a cláusula que determina a uti-lização compulsória de arbitragem, exceto nos contratos que envolvam alienação fidu-ciária em garantia de bem imóvel .

V – Nos contratos de fornecimento de pro-dutos ou serviços, que envolvem a con-cessão de crédito ou financiamento, o for-necedor deverá informar ao consumidor o montante dos juros de mora e da taxa efeti-va anual de juros .

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) III e V .b) II e IV .c) I e V .d) I e II .e) II e V .

7. (19128) FCC

Em se tratando de responsabilidade do for-necedor pelo fato do produto e do serviço, a pretensão à reparação do consumidor pe-los danos causados prescreve em:

a) 30 dias .b) 90 dias .c) 180 dias .d) 3 anos .e) 5 anos .

8. (19140) FCC

Na hipótese de dano causado ao consumi-dor por defeito de fabricação de veículo im-portado, a responsabilidade pela sua repa-ração:

a) depende da existência de culpa .b) é do comerciante, em primeira inten-

ção .c) é exclusiva do importador do veículo .d) é do fabricante estrangeiro e do impor-

tador nacional em caráter solidário .e) é exclusiva do fabricante estrangeiro .

9. (19146) FCC

O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar do ato do recebi-mento do produto cujo fornecimento foi contratado por telefone . Nesse caso, os va-lores pagos durante o prazo de reflexão:

a) serão devolvidos pela metade, para compor as perdas e danos .

b) não serão devolvidos, a título de prefi-xação das perdas e danos .

c) serão devolvidos monetariamente atu-alizados no prazo de até trinta dias .

d) serão devolvidos, de imediato, moneta-riamente atualizados .

e) serão devolvidos, sem atualização mo-netária, em até 15 dias .

10. (19229) CESPE

Ricardo adquiriu um carro há cerca de um mês e, nesse período, por três vezes, não conseguiu trancar a porta do veículo .

Com relação a essa situação hipotética, jul-gue os itens subsequentes .

O fabricante e o comerciante responderão solidariamente pelo defeito do veículo .

( ) Certo   ( ) Errado

11. (19230) CESPE

Ricardo adquiriu um carro há cerca de um mês e, nesse período, por três vezes, não conseguiu trancar a porta do veículo .

Com relação a essa situação hipotética, jul-gue os itens subsequentes .

O fato de o carro ter sido vendido com de-feito assegura a Ricardo direito à indeniza-ção por perdas e danos .

( ) Certo   ( ) Errado

Page 47: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br 47

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

12. (19244) CESPE

Julgue os seguintes itens acerca do direito do consumidor .

Não se insere entre os direitos do consumi-dor a indenização pelos danos morais sofri-dos, mas, somente, pelos danos materiais comprovados .

( ) Certo   ( ) Errado

13. (19202) CESPE

Julgue os itens a seguir, a respeito da pre-venção e da reparação dos danos causados aos consumidores .

Uma dona de casa consumidora, que tenha adquirido em um supermercado 5 kg de carne bovina imprópria para consumo, de-verá reclamar o defeito do produto no prazo máximo decadencial de 45 dias .

( ) Certo   ( ) Errado

14. (19247) CESPE

Julgue os seguintes itens acerca do direito do consumidor .

Considere a seguinte situação hipotética . Caio foi ao mercado com seu amigo apenas para acompanhá-lo, uma vez que não iria comprar nada . Enquanto andava pelo esta-belecimento comercial, uma garrafa de re-frigerante explodiu e acabou por cortar seu rosto . Nesse caso, como não era consumi-dor do mercado, nem do produto que ex-plodiu, Caio não deve pleitear indenização contra o fornecedor nem contra o fabrican-te .

( ) Certo   ( ) Errado

15. (19252) CESPE

Em se tratando de tutela do consumidor, julgue os itens a seguir .

A invalidade de uma cláusula abusiva, em princípio, não invalida todo o contrato .

( ) Certo   ( ) Errado

16. (27694) CESPE

Tício, consumidor, percebendo inexatidão nos seus dados em Banco de Dados de Pro-teção ao Crédito, exige sua imediata corre-ção . Apurado pela entidade de proteção ao crédito que Tício tem razão e procedida a correção dos dados, o prazo que o arquivis-ta tem para comunicar a alteração aos ter-ceiros que tenham recebido as informações incorretas é de:

a) 3 (três) dias úteis; b) 5 (cinco) dias úteis;c) 10 (dez) dias; d) 30 (trinta) dias .

17. (79453) CESGRANRIO

Uma cidadã, por dificuldades financeiras momentâneas, deixou de pagar em dia as suas dívidas, vindo, por força de sua mora e do seu inadimplemento, a ser inscrita em cadastro de devedores . Com o passar do tempo, a sua situação foi melhorando e, após muito sacrifício pessoal, conseguiu quitar as suas dívidas . Em determinado mo-mento, no entanto, foi surpreendida com negativa de crédito, em estabelecimento comercial, por estar o seu nome inscrito no cadastro de devedores inadimplentes .

A melhor interpretação do Código de Defe-sa do Consumidor indica que

a) caberia à devedora buscar o cancela-mento dos registros nos cadastros de inadimplentes .

b) é ônus do credor, após a constatação do pagamento efetivo da dívida, reti-rar o nome do devedor do cadastro de inadimplentes .

c) deve ocorrer a retirada do registro de inadimplente somente cinco anos após o ingresso, mesmo no caso de paga-mento .

Page 48: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br48

d) ocorrerá a manutenção do registro no cadastro de inadimplentes como forma de proteção ao comércio .

e) será retirada a inscrição do registro no cadastro de inadimplentes somente se houver medida judicial .

18. (37558) CESGRANRIO

O superintendente de vendas do Banco A, submetido a regime de metas, determina a suas equipes que, em todos os contratos de empréstimos, vinculem o fechamento da operação à realização de contrato de segu-ro . Com tal determinação, as metas impos-tas são realizadas, com reflexo financeiro positivo na remuneração dos empregados . Nos termos do Código de Defesa e Proteção ao Consumidor, tal operação é

a) admitida, por ser inerente às relações de mercado .

b) permitida, por ser integrante de regime de remuneração por metas .

c) vedada, por caracterizar prática abusiva . d) vedada, por não ser possível a conjuga-

ção prática das operações . e) permitida, por configurar habitualidade

das relações .

19. (37561) CESPE

Leonardo adquiriu um aparelho elétrico em uma loja de eletrodomésticos, recebendo--o em embalagem fechada e com a devida indicação do fabricante . Quando o aparelho foi ligado na residência de Leonardo, um de-feito do produto causou um acidente, que feriu gravemente Leonardo e também seu vizinho Flávio .

Considerando essa situação hipotética, jul-gue o item a seguir de acordo com o estabe-lecido no CDC .

Caso se comprove que o acidente ocorreu em razão de defeito do produto, a loja que comercializou o aparelho elétrico responde-rá pelos danos .

( ) Certo   ( ) Errado

20. (37562) CESPE

Leonardo adquiriu um aparelho elétrico em uma loja de eletrodomésticos, recebendo--o em embalagem fechada e com a devida indicação do fabricante . Quando o aparelho foi ligado na residência de Leonardo, um de-feito do produto causou um acidente, que feriu gravemente Leonardo e também seu vizinho Flávio .

Considerando essa situação hipotética, jul-gue o item a seguir de acordo com o estabe-lecido no CDC .

Se, no contrato de compra e venda do apa-relho elétrico assinado por Leonardo, cons-tar cláusula que atenue a responsabilidade do fornecedor, a indenização deverá ser fi-xada segundo as limitações estabelecidas nessa cláusula .

( ) Certo   ( ) Errado

21. (37563) CESPE

Leonardo adquiriu um aparelho elétrico em uma loja de eletrodomésticos, recebendo--o em embalagem fechada e com a devida indicação do fabricante . Quando o aparelho foi ligado na residência de Leonardo, um de-feito do produto causou um acidente, que feriu gravemente Leonardo e também seu vizinho Flávio .

Considerando essa situação hipotética, jul-gue o item a seguir de acordo com o estabe-lecido no CDC .

Flávio tem direito de buscar a reparação dos danos sofridos em virtude do acidente .

( ) Certo   ( ) Errado

22. (37564) CESPE

Julgue o item subsequente à luz do CDC e da Resolução CMN/BACEN nº 3 .694/2009 .

Cliente que deseje processar seu dentista em razão de erro ocorrido em procedimen-

Page 49: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br 49

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

to de colocação de prótese dentária não poderá recorrer ao CDC porque, nesse caso, não há situação que caracterize a vulnerabi-lidade do cliente .

( ) Certo   ( ) Errado

23. (19208) CESPE

Acerca dos princípios básicos que regem o direito do consumidor, da teoria da impre-visão e da responsabilidade de fato sobre o produto e o serviço, julgue o item a seguir .

A inversão do ônus da prova, direito básico, mas não absoluto, do consumidor, só será a este concedido quando o juiz verificar, de forma cumulativa, a sua hipossuficiência e a verossimilhança de suas alegações .

( ) Certo   ( ) Errado

24. (19199) CESPE

Acerca dos princípios e direitos do consu-midor, julgue os itens seguintes . Doravan-te, considere que a sigla CDC, sempre que utilizada, refere-se ao Código de Defesa do Consumidor .

Os entes sem personalidade jurídica não podem ser considerados fornecedores de bens e serviços de consumo, conforme pre-visão legal .

( ) Certo   ( ) Errado

25. (11174) CESPE

A respeito dos direitos do consumidor, jul-gue os itens seguintes .

Se um consumidor contratar, por telefone, o fornecimento de produto, ele terá sete dias, a contar do ato do recebimento do produto, para desistir do contrato .

( ) Certo   ( ) Errado

26. (11190) CESPE

O Código Brasileiro de Defesa do Consumi-dor (CDC) é considerado, por muitos estu-diosos, o mais completo instrumento de defesa do consumidor do mundo . Vários observadores internacionais já o estuda-ram, como fonte de referência, para a con-fecção de códigos em seus países . Com base no CDC, julgue os itens subsequentes .

Fornecedor é a pessoa jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, que de-senvolve atividade de produção, monta-gem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou co-mercialização de produtos ou prestação de serviços .

( ) Certo   ( ) Errado

27. (11175) CESPE

Lúcia foi contaminada por alimento deriva-do de leite adquirido em um supermerca-do e, em razão dessa contaminação, expe-rimentou danos materiais em decorrência das vultosas despesas médicas que con-traiu, além de ter sofrido grave abalo moral que a levou a um estado clínico depressivo .

A partir dessa situação hipotética e das dis-posições do CDC acerca do assunto em tela, julgue os itens seguintes .

A partir do conhecimento do dano e de sua autoria, Lúcia tem o prazo de cinco anos para mover eventual ação de reparação de danos contra o fornecedor do produto con-taminado .

( ) Certo   ( ) Errado

28. (11176) CESPE

Lúcia foi contaminada por alimento deriva-do de leite adquirido em um supermerca-do e, em razão dessa contaminação, expe-rimentou danos materiais em decorrência das vultosas despesas médicas que con-

Page 50: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br50

traiu, além de ter sofrido grave abalo moral que a levou a um estado clínico depressivo . A partir dessa situação hipotética e das dis-posições do CDC acerca do assunto em tela, julgue os itens seguintes .

Ao mover ação de reparação de danos con-tra o fornecedor, Lúcia somente pode re-querer a reparação dos danos materiais, posto que o CDC não garante expressamen-te a reparação de danos morais .

( ) Certo   ( ) Errado

29. (11177) CESPE

Julgue os itens abaixo acerca do Código de Defesa do Consumidor (CDC) .

Caso um cliente solicite a uma oficina me-cânica um orçamento para consertar seu veículo, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contados da data em que o cliente o recebeu, salvo estipulação em contrário .

( ) Certo   ( ) Errado

30. (11179) CESPE

Julgue os itens abaixo acerca do Código de Defesa do Consumidor (CDC) .

Considere que um fabricante tenha inserido no mercado de consumo um processador de alimentos mais moderno e de melhor qualidade que o modelo anterior, substi-tuindo-o . Nesse caso, para os fins do CDC, o produto substituído não é considerado de-feituoso .

( ) Certo   ( ) Errado

31. (11180) CESPE

Julgue os itens abaixo acerca do Código de Defesa do Consumidor (CDC) .

Considere que dois amigos tenham juntado suas economias e comprado produtos ele-

trônicos para venderem em um ponto de ônibus no centro da cidade . Nesse caso, eles não são considerados fornecedores à luz do CDC, uma vez que a sociedade constituída por ambos não tem personalidade jurídica .

( ) Certo   ( ) Errado

32. (11183) CESPE

Com relação ao Código de Defesa do Consu-midor (CDC) – Lei nº 8 .078/1990 – , assinale a opção correta .

a) Em contratos de empréstimo bancário, tem amparo no referido código o uso de cláusula que estabeleça a arbitra-gem como forma compulsória de reso-lução de problemas entre as partes .

b) Em contratos de empréstimo bancário, cláusula que permita a rescisão unilate-ral pelo banco não é vedado pelo CDC, desde que desobrigue o cliente do pa-gamento dos juros devidos .

c) O cliente de instituição bancária que possuir título de capitalização poderá, com amparo no CDC, ter seu nome in-serido em cadastro de beneficiários e receber produtos ou serviços sem soli-citação expressa do cliente .

d) A disponibilização do nome do cliente inadimplente em relação afixada em área comum de uma agência bancária, como forma de cobrança, tem amparo no CDC .

e) É vedado o condicionamento da cele-bração de um contrato de empréstimo bancário à aquisição de outro produto ou serviço, tal como título de capitaliza-ção .

33. (11185) CESPE

Acerca dos direitos dos usuários de serviços públicos, julgue os itens subsequentes .

Considere a seguinte situação hipotética .

João, por ter constatado erros em sua ficha hospitalar, dirigiu-se ao setor de registros

Page 51: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br 51

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

do hospital e solicitou ao atendente que lhe mostrasse a ficha . Inicialmente, o aten-dente dificultou-lhe o acesso aos dados e, somente depois de muita insistência, João conseguiu convencê-lo da necessidade de alterar alguns dados no referido documen-to . Entretanto, passada uma semana, João constatou que as alterações solicitadas não haviam sido efetuadas . Nessa situação, do ponto de vista do Código de Defesa do Consumidor, João nada poderá fazer, pois o código é omisso com relação a esse tipo de problema .

( ) Certo   ( ) Errado

34. (11188) CESPE

O Código Brasileiro de Defesa do Consumi-dor (CDC) é considerado, por muitos estu-diosos, o mais completo instrumento de defesa do consumidor do mundo . Vários observadores internacionais já o estuda-ram, como fonte de referência, para a con-fecção de códigos em seus países . Com base no CDC, julgue os itens subsequentes .

O objetivo do CDC é a defesa dos menos fa-vorecidos, tanto que, nesse Código, a defi-nição de consumidor é a pessoa física que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final .

( ) Certo   ( ) Errado

35. (11189) CESPE

O Código Brasileiro de Defesa do Consumi-dor (CDC) é considerado, por muitos estu-diosos, o mais completo instrumento de defesa do consumidor do mundo . Vários observadores internacionais já o estuda-ram, como fonte de referência, para a con-fecção de códigos em seus países . Com base no CDC, julgue os itens subsequentes .

Uma coletividade de pessoas equipara-se a consumidor, desde que os membros dessa coletividade sejam devidamente determi-

nados e identificados e que tenham partici-pado nas relações de consumo .

( ) Certo   ( ) Errado

36. (11200) CESPE

Acerca de direitos do consumidor, julgue os itens subsequentes .

O fornecedor que ofertar, no mercado, pro-dutos importados de natureza composta (componentes e peças) não se obriga a for-necer componentes nem peças de reposi-ção dos produtos por ele importados, obri-gação aplicada aos fabricantes nacionais enquanto não cessar a fabricação dos pro-dutos compostos .

( ) Certo   ( ) Errado

37. (19198) CESPE

Acerca dos princípios e direitos do consu-midor, julgue os itens seguintes . Doravan-te, considere que a sigla CDC, sempre que utilizada, refere-se ao Código de Defesa do Consumidor .

Para o CDC, consumidor é a coletividade de pessoas, desde que essas pessoas sejam de-termináveis, que tenha participado nas re-lações de consumo .

( ) Certo   ( ) Errado

38. (11201) CESPE

Acerca de direitos do consumidor, julgue os itens subsequentes .

O consumidor que adquire um produto pela Internet poderá exercer o direito de arre-pendimento no prazo máximo de sete dias, contado do recebimento do produto, tendo, nesse caso, direito de ser ressarcido dos va-lores eventualmente pagos .

( ) Certo   ( ) Errado

Page 52: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br52

39. (11202) CESPE

Considerando o que dispõe a Lei nº 8 .078/1990 a respeito das práticas comer-ciais, assinale a opção correta .

a) Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição pelo prazo mínimo de cinco anos .

b) O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos, excetuados os re-presentantes autônomos .

c) É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços enviar ou entregar ao consu-midor, sem solicitação prévia, qualquer produto ou fornecer qualquer serviço, ressalvados os gratuitos .

d) Salvo estipulação em contrário, o valor orçado tem validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor .

e) Toda informação ou publicidade sufi-cientemente precisa com relação a pro-dutos e serviços oferecidos ou apresen-tados veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação obriga o fornece-dor que a fizer veicular ou dela se uti-lizar, apesar de não integrar o contrato que vier a ser celebrado .

40. (19019) CESPE

Nacional das Relações de Consumo; Dispo-sições do CDC;

Julgue os itens abaixo acerca do Código de Defesa do Consumidor (CDC) .

Os importadores de produtos eletrônicos devem garantir aos consumidores a oferta de peças de reposição por período razoável de tempo, mesmo quando cessadas a pro-dução ou a importação desses produtos .

( ) Certo   ( ) Errado

41. (19020) CESPE

O Código Brasileiro de Defesa do Consumi-dor (CDC) é considerado, por muitos estu-diosos, o mais completo instrumento de defesa do consumidor do mundo . Vários observadores internacionais já o estuda-ram, como fonte de referência, para a con-fecção de códigos em seus países . Com base no CDC, julgue os itens subsequentes .

Produto, para efeito de consumo, é qual-quer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial .

( ) Certo   ( ) Errado

42. (19021) CESPE

O Código Brasileiro de Defesa do Consumi-dor (CDC) é considerado, por muitos estu-diosos, o mais completo instrumento de defesa do consumidor do mundo . Vários observadores internacionais já o estuda-ram, como fonte de referência, para a con-fecção de códigos em seus países . Com base no CDC, julgue os itens subsequentes .

Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, remunerada ou não, inclusive as de natureza bancária, financei-ra, de crédito e securitária, e aquelas decor-rentes das relações de caráter trabalhista .

( ) Certo   ( ) Errado

43. (19025) CESPE

O CDC, embora não trate objetivamente do comércio realizado por meio da Internet, contém dispositivos que se aplicam aos ne-gócios feitos por meio da Internet, como o direito de arrependimento . O prazo para contagem desse direito pode começar a partir:

a) da chegada do aviso de expedição do produto e será de trinta dias .

b) da chegada do aviso de expedição do produto e será de quinze dias .

Page 53: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br 53

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

c) da assinatura do contrato e será de trin-ta dias .

d) da assinatura do contrato e será de sete dias .

e) do ato de recebimento do produto e será de trinta dias .

44. (19058) CESPE

Assinale a opção correspondente à situa-ção hipotética que retrata prática comercial aceitável, de acordo com as disposições do CDC .

a) Em contrato de serviços de uma empre-sa de engenharia para a construção de imóvel residencial, embora o consumi-dor tivesse prazo certo para cumprir a sua prestação de pagar, a construtora fixou apenas o prazo total de seis meses para a conclusão da obra, contados a partir do término da fundação do imó-vel, sem estabelecer expressamente prazo para o início ou término da execu-ção dos serviços de fundação da referi-da obra .

b) Em uma cidade acometida por uma gra-ve enchente, o dono de um mercado local impôs, para a comercialização de água mineral, o limite quantitativo má-ximo de dois garrafões por consumidor, em razão da limitação de seu estoque e a fim de garantir que o maior número de consumidores pudesse ter acesso ao produto .

c) Determinada instituição bancária en-viou, sem prévia solicitação ou anuên-cia dos clientes, cartão de crédito para a residência de determinados corren-tistas, escolhidos em razão de seu alto poder aquisitivo .

d) O dono de uma loja de sapatos avisou aos outros comerciantes de sapatos do bairro que determinada consumi-dora, além de habitualmente reclamar da qualidade de produtos e serviços, já propôs várias ações em face de outros fornecedores .

e) Uma instituição particular de educação infantil reajustou a mensalidade para além dos índices de inflação e deixou de apresentar, para os responsáveis legais das crianças matriculadas, a justa causa do referido aumento .

45. (19081) CESPE

Se um consumidor, devido ao uso inadequa-do de um aparelho eletrodoméstico no pre-paro de alimentos, sofrer danos físicos de pequena gravidade, o fabricante do produto responderá por tais danos, mesmo que seja provada a culpa exclusiva do consumidor na ocorrência do acidente .

( ) Certo   ( ) Errado

46. (19193) CESPE

Julgue os itens a seguir, a respeito da pre-venção e da reparação dos danos causados aos consumidores .

Caso um profissional liberal da área médi-ca cause danos a paciente consumidor, no exercício da prestação de serviços, a res-ponsabilidade pessoal desse profissional liberal será apurada mediante a verificação de sua culpa .

( ) Certo   ( ) Errado

47. (19196) CESPE

Acerca dos princípios e direitos do consu-midor, julgue os itens seguintes . Doravan-te, considere que a sigla CDC, sempre que utilizada, refere-se ao Código de Defesa do Consumidor .

Com vistas à proteção integral ao consumi-dor, no curso de uma ação judicial, a inver-são do ônus da prova em favor deste deve ser automática .

( ) Certo   ( ) Errado

Page 54: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br54

48. (37566) CESPE

Julgue o item subsequente à luz do CDC e da Resolução CMN/BACEN nº 3 .694/2009 .

O CDC determina que, na cobrança de dé-bitos, o consumidor inadimplente não deve ser ridicularizado nem submetido a qual-quer tipo de constrangimento ou ameaça .

( ) Certo   ( ) Errado

49. (FAURGS – TJ-RS – Juiz de Direito Substituto)

No âmbito do Código de Defesa do Consu-midor (CDC), foram inseridas normas de natureza processual, visando garantir pro-teção adequada aos consumidores, per-mitindo-lhes o enfrentamento de disputas judiciais em igualdade de condições com o fornecedor . Sobre esse tema, assinale a al-ternativa correta .

a) A inversão do ônus da prova em favor do consumidor nunca pode ser deferida de ofício pelo magistrado .

b) Contrato de consumo contendo cláu-sula de inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor é admissível, bastando que a cláusula se encontre re-digida de forma clara e com destaque, garantindo a sua transparência .

c) O privilégio de foro previsto ao consu-midor, no CDC, é uma regra absoluta de competência, a qual nunca poderá ser dispensada, nem mesmo pelo consumi-dor, que assim fica obrigado a demandar ou ser demandado no seu domicílio .

d) O CDC não admite nenhuma forma de intervenção de terceiros, a fim de evitar incidentes processuais que dificultem a defesa do consumidor .

e) O juiz poderá inverter o ônus da prova a favor do consumidor sempre que este for hipossuficiente ou for verossímil a sua alegação .

50. (FAURGS – TJ-RS – Juiz de Direito Substituto)

Acerca da responsabilidade civil e da prote-ção do consumidor no CDC, assinale a alter-nativa correta .

a) Acerca dos vícios do produto, o CDC re-pete a regra constante do Código Civil, prevendo que o fornecedor somente pode ser responsabilizado diante de ví-cios ocultos .

b) O prazo para o consumidor reclamar dos vícios de qualidade ou quantida-de de um dado produto é de natureza prescricional, sendo este prazo de 5 (cinco) anos .

c) A responsabilidade do comerciante por vício de qualidade ou quantidade do produto é apenas subsidiária, já que o comerciante só poderá ser responsabili-zado quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não pude-rem ser identificados .

d) O fornecedor poderá colocar no merca-do produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segu-rança, mas deverá informar, de manei-ra ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto .

e) O CDC admite que a responsabilização objetiva dos fornecedores de produtos ou de serviços ocorra somente em casos de vício de qualidade ou quantidade .

Page 55: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br 55

PC-RS (Escrivão de Polícia) – Código de Defesa do Consumidor – Profª Tatiana Marcello

51. (FAURGS – SEC. DILIGÊNCIAS)

Com base no Código de Defesa do Consumi-dor, assinale a alternativa INCORRETA .

a) O fornecedor de produtos ou serviços é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos .

b) Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, a ação pode ser proposta no domicílio do autor .

c) São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que transfiram responsabilidades a terceiros .

d) A publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço .

e) Nas ações coletivas para a defesa de in-teresses individuais homogêneos, o Mi-nistério Público só poderá atuar como fiscal da lei .

52. (FAURGS – SEC. DILIGÊNCIAS)

Em relação às normas de proteção e defesa do consumidor, é correto afirmar que

a) consumidor é, exclusivamente, a pes-soa física que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final .

b) o direito de reclamar pelos vícios apa-rentes ou de fácil constatação caduca em 90 dias, tratando-se de fornecimen-to de serviço e de produtos duráveis .

c) o fornecedor de serviços será responsa-bilizado mesmo que o dano for causado por culpa exclusiva do consumidor .

d) contrato de adesão é aquele cujas cláu-sulas tenham sido estabelecidas pelo fornecedor de produtos ou serviços e pelo consumidor, chanceladas pela au-toridade competente .

e) Se o consumidor exercitar o seu direito de arrependimento, os valores even-tualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão de-volvidos de imediato, sem atualização monetária .

Page 56: Código de Defesa do Consumidor Profª Tatiana Marcello · nais ou sua revisão em razão de fatos super- ... a facilitação da defesa de seus direitos, ... apresentação ou acondicionamen-to

www .acasadoconcurseiro .com .br56

Acesse o link a seguir ou baixe um leitor QR Code em seu celular e fotografe o código para ter acesso gratuito aos simulados on-line . E ainda, se for assinante da Casa das Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor .

http://acasadasquestoes .com .br/prova-imprimir .php?prova=9667677

Gabarito: 1. (11173) Certo 2. (19231) Certo 3. (19212) Errado 4. (19214) Certo 5. (19216) Certo 6. (19097) C  7. (19128) E 8. (19140) D 9. (19146) D 10. (19229) Certo 11. (19230) Errado 12. (19244) Errado 13. (19202) Errado  14. (19247) Errado 15. (19252) Certo 16. (27694) B 17. (79453) B 18. (37558) C 19. (37561) Errado 20. (37562) Errado  21. (37563) Certo 22. (37564) Errado 23. (19208) Errado 24. (19199) Errado 25. (11174) Certo 26. (11190) Errado  27. (11175) Certo 28. (11176) Errado 29. (11177) Certo 30. (11179) Certo 31. (11180) Errado 32. (11183) E 33. (11185) Errado  34. (11188) Errado 35. (11189) Errado 36. (11200) Errado 37. (19198) Errado 38. (11201) Certo 39. (11202) D  40. (19019) Certo 41. (19020) Certo 42. (19021) Errado 43. (19025) D 44. (19058) B 45. (19081) Errado 46. (19193) Certo  47. (19196) Errado 48. (37566) Certo 49. E 50. D 51. E 52. B