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Reportagem Especial VITÓRIA, ES, SEGUNDA-FEIRA, 28 DE DEZEMBRO DE 2015 ATRIBUNA 3 CONDOMÍNIOS Informatização para taxa cair O síndico de um condomínio em Itapoã, Vila Velha, acre- dita que a informatização é a solução para os problemas finan- ceiros e de segurança do prédio que administra e pretende baixar o valor da taxa de condomínio de R$ 830, para R$ 300, depois que informatizar todo o sistema de se- gurança. Jorge Aragão, que também é es- pecialista em segurança pública e privada, gerencia um prédio de 32 apartamentos, com uma média de três moradores por apartamento. Ele afirmou que a inadimplência no pagamento da taxa condomi- nial aumentou em 20% no ano de 2015. Alguns moradores não pa- gam o condomínio há um ano. O especialista desenhou um projeto de segurança totalmente eletrônico e pretende implemen- tar as mudanças aos poucos. “A informatização deverá impli- car em redução no quadro de pes- soal e em uma economia direta. A ideia é não ter mais porteiro, ape- nas um zelador para fazer as tare- fas do dia a dia”, afirmou. Aragão afirmou que contratou uma empresa especializada em se- gurança eletrônica e fez um levan- tamento de custos. Segundo ele, o gasto maior é com a aquisição e instalação dos equipamentos e que a manutenção é de baixo custo. “A tecnologia veio para agregar valor e rapidez ao cidadão. O in- vestimento inicial é caro, mas se dilui com o custo-benefício ao lon- go do tempo. É um equipamento que dificilmente dá problema”, disse. “Já implantei o sistema de câme- ras HD, que você consegue aproxi- mar e ver o rosto das pessoas. Elas gravam 60 dias diretos no históri- co e se houver algum evento eu descubro. Com isso, 100% dos pro- blemas que eu tinha no prédio eram causados pelos próprios mo- radores e com as câmeras, meu ín- dice de problemas foi a zero”, rela- tou. Agora, ele pretende implantar acesso eletrônico por meio de chip na portaria e na garagem. “Todas as portas que dão acesso ao hall principal, dentro do imóvel vão ser fechadas e o morador só vai abrir com biometria digital ou tag eletrônico. Isso registra quem foi o morador que entrou e a que horas entrou, deixa restrito o aces- so”, relatou. De acordo com o seu balanço fi- nanceiro, hoje, o gasto com funcio- nários é de 80% da receita. “Um funcionário noturno pode custar R$ 3 mil. É melhor informatizar”. ACERVO PESSOAL JORGE ARAGÃO pretende informatizar todo o sistema de segurança de seu condomínio e reduzir os custos DISPOSITIVOS USADOS EM CONDOMÍNIOS Câmeras em HD > DISPOSITIVO tornou-se equipamen- to indispensável na segurança de prédios e grandes complexos condo- miniais. As imagens em HD garan- tem alta definição e com a aproxima- ção permitem identificar o rosto da pessoa com nitidez. Os sistemas mais modernos também permitem que o morador monitore em tempo real as imagens do prédio pelo celu- lar, basta ter uma conexão com a in- ternet. Radiocomunicador digital > IMPORTANTE ALIADO na prevenção, a comunicação por rádio é feita em tempo real e permite que vigilantes e porteiros tenham uma comunicação mais rápida no monitoramento da área total do condomínio. Sensor de barreira > BASEIA-SE NA INTERRUPÇÃO ou in- cidência de um feixe luminoso sobre um fotorreceptor. Dois sensores são instalados frente a frente, geralmen- te nos muros que cercam os prédios. A qualquer tentativa de invasão ou obstrução dos raios infravermelhos, um alarme de alerta é acionado na central de monitoramento. Os apa- relhos mais modernos possuem al- cance de 100 e até 200 metros. Identificação facial > UM DOS SISTEMAS DE SEGURANÇA mais modernos atualmente, serve para controle da entrada e saída de moradores. É feito o registro de cada morador em um software, que lê as informações por meio da câmera. O rosto é codificado em uma sequên- cia digital e este número é anexado ao cadastro do indivíduo. Ou seja, to- da vez que ele passar por aquela câ- mera, as informações faciais serão comparadas com um banco de da- dos. A pessoa é identificada, inde- pendentemente do corte de cabelo, do uso ou não de óculos e o portão só abre depois de identificar a codifica- ção. A precisão de reconhecimento facial é de 100% e difícil de ser frau- dada. Biometria > A BIOMETRIA digital ou do olho, ga- rante que a abertura do portão seja apenas para o morador cadastrado. Cada ser humano possui sua própria digital, não se repetindo de qualquer forma em outra pessoa, e são justa- mente essas diferenças que são uti- lizadas nos sistemas de segurança. No biometria do olho, o sistema faz a leitura da íris do morador em alta re- solução. Os padrões obtidos são tra- duzidos em um código único. Concertinas > OS ARAMES DE CONCERTINA são uma barreira de segurança lamina- da, de forma espiralada e possuem lâminas pontiagudas, altamente cortantes e penetrantes. A Lança Protetora é extremamente afiada e, com um simples toque, a pessoa po- de se cortar. Equipamento de segu- rança recentemente adotado no Brasil, o aço usado nas concertinas é muito resistente e dificilmente have- rá possibilidade de ser cortado com alicate. O formato espiral da concer- tina faz com que ela corte ou perfure em várias direções, o que dificulta o acesso do bandido. Geralmente, quando tenta burlá-la, o ladrão é atingido, deixando vestígios de sua tentativa. Cercas elétricas > ITEM POPULAR em matéria de segu- rança privada, as cercas elétricas permitem a instalação de uma disca- dora. Além do choque no ladrão, no caso de violação, o sistema liga au- tomaticamente para até 4 ou 8 nú- meros de telefones pré-estabeleci- dos. A cerca elétrica funciona tanto em 110 ou 220 volts e possui uma ba- teria de 12 volts que garante o funcio- namento dela em caso de queda ou falta de energia, por até 20 horas. Cartões magnéticos > Os cartões-chave são programados via computador e contêm uma assi- natura eletrônica para permitir ou bloquear o acesso a determinado lo- cal, proporcionando segurança e controle de visitantes. Em caso de furto ou roubo, é possível acionar o bloqueio do cartão, garantindo que a chave não seja utilizada por pessoas não autorizadas. THIAGO COUTINHO - 02/11/2015 CÂMERA em HD usada em corredor THIAGO COUTINHO - 02/11/2015 BIOMETRIA para entrar em prédio ANÁLISE “É preciso avaliar o custo-benefício” “A crise afeta a segurança nos condomínios, na medida em que muitos síndicos estão tomando providências no sentido de substituir o serviço de portaria. Para implantar a portaria vir- tual você precisa fazer alguns investimentos. Alarme, circuito fechado de TV, contratar uma empresa para prestar serviço de abertura e identificação de visi- tantes. Quanto mais de ponta os equipamentos, maior é o custo. É preciso ser feita uma avalia- ção da relação custo-benefício, e se o condomínio não estiver disposto a fazer esse investi- mento, torna-se um risco para a segurança dos moradores. Deve ser uma medida decidida em assembleia, em que todos possam opinar. A manutenção desse tipo de equipamento é dei baixo custo, mas o investimento inicial é alto e tem o custo da re- cisão de contratos dos funcio- nários, que é alto. Depois, não dá para voltar atrás”. Cyro Bach Monteiro, presidente do Sindicato Patronal de Condomínios (Sipces) Inadimplência ultrapassa R$ 2 milhões, diz sindicato O índice de inadimplência na ta- xa condominial chegou a 70% se- gundo a Sindicato Patronal de Condomínios do Espírito Santo (Sipces). Em 2015, foram enviadas um total de 901 cartas de cobran- ça, que totalizaram um montante de R$ 2.190.256,41 em dívidas. Cada condomínio possui o seu estatuto próprio para punir o mo- rador inadimplente e as medidas punitivas variam de acordo com o tempo de inadimplência e o valor da dívida. “Alguns suspendem a distribui- ção de gás, ou o acesso a algumas áreas como salão de festas, piscinas ou academia de ginástica do prédio. Mas, tudo precisa ser aprovado em Assembleia”, afirmou Cyro Bach Monteiro, presidente do Sindicato. Cyro afirmou que pela falta de emprego, muitos não conseguem honrar os compromissos. No Sin- dicato, ele já chegou a intermediar a negociação uma dívida de R$ 70 mil. “No caso dos condomínios de valor mais elevado, em três meses a dívida pode chegar a R$ 3 mil ou R$ 4 mil e o cidadão fica com mais dificuldade para acertar as con- tas”, explicou. SENSOR de barreira em portaria R$ 279 mil em dívidas já foram negociados 91 ações foram protocoladas na Justiça OS NÚMEROS

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Reportagem Especial

VITÓRIA, ES, SEGUNDA-FEIRA, 28 DE DEZEMBRO DE 2015 ATRIBUNA 3

CO N D O M Í N I O S

Informatização para taxa cairO síndico de um condomínio

em Itapoã, Vila Velha, acre-dita que a informatização é

a solução para os problemas finan-ceiros e de segurança do prédioque administra e pretende baixar ovalor da taxa de condomínio deR$ 830, para R$ 300, depois queinformatizar todo o sistema de se-g u ra n ç a .

Jorge Aragão, que também é es-pecialista em segurança pública eprivada, gerencia um prédio de 32apartamentos, com uma média detrês moradores por apartamento.

Ele afirmou que a inadimplênciano pagamento da taxa condomi-nial aumentou em 20% no ano de2015. Alguns moradores não pa-gam o condomínio há um ano.

O especialista desenhou umprojeto de segurança totalmenteeletrônico e pretende implemen-tar as mudanças aos poucos.

“A informatização deverá impli-car em redução no quadro de pes-soal e em uma economia direta. Aideia é não ter mais porteiro, ape-nas um zelador para fazer as tare-fas do dia a dia”, afirmou.

Aragão afirmou que contratouuma empresa especializada em se-gurança eletrônica e fez um levan-tamento de custos. Segundo ele, ogasto maior é com a aquisição einstalação dos equipamentos e quea manutenção é de baixo custo.

“A tecnologia veio para agregarvalor e rapidez ao cidadão. O in-vestimento inicial é caro, mas sedilui com o custo-benefício ao lon-

go do tempo. É um equipamentoque dificilmente dá problema”,d i s s e.

“Já implantei o sistema de câme-ras HD, que você consegue aproxi-mar e ver o rosto das pessoas. Elasgravam 60 dias diretos no históri-co e se houver algum evento eudescubro. Com isso, 100% dos pro-blemas que eu tinha no prédio

eram causados pelos próprios mo-radores e com as câmeras, meu ín-dice de problemas foi a zero”, rela-tou.

Agora, ele pretende implantaracesso eletrônico por meio de chipna portaria e na garagem.

“Todas as portas que dão acessoao hall principal, dentro do imóvelvão ser fechadas e o morador só

vai abrir com biometria digital outag eletrônico. Isso registra quemfoi o morador que entrou e a quehoras entrou, deixa restrito o aces-so”, relatou.

De acordo com o seu balanço fi-nanceiro, hoje, o gasto com funcio-nários é de 80% da receita. “Umfuncionário noturno pode custarR$ 3 mil. É melhor informatizar”.

ACERVO PESSOAL

JORGE ARAGÃO pretende informatizar todo o sistema de segurança de seu condomínio e reduzir os custos

DISPOSITIVOS USADOS EM CONDOMÍNIOSCâmeras em HD> D I S P O S I T I VO tornou-se equipamen-

to indispensável na segurança deprédios e grandes complexos condo-miniais. As imagens em HD garan-tem alta definição e com a aproxima-ção permitem identificar o rosto dapessoa com nitidez. Os sistemasmais modernos também permitemque o morador monitore em temporeal as imagens do prédio pelo celu-lar, basta ter uma conexão com a in-t e r n e t.

Radiocomunicador digital> IMPORTANTE ALIADO na prevenção,

a comunicação por rádio é feita emtempo real e permite que vigilantes eporteiros tenham uma comunicaçãomais rápida no monitoramento daárea total do condomínio.

Sensor de barreira> BASEIA-SE NA INTERRUPÇÃO ou in-

cidência de um feixe luminoso sobreum fotorreceptor. Dois sensores sãoinstalados frente a frente, geralmen-te nos muros que cercam os prédios.A qualquer tentativa de invasão ouobstrução dos raios infravermelhos,um alarme de alerta é acionado nacentral de monitoramento. Os apa-relhos mais modernos possuem al-cance de 100 e até 200 metros.

Identificação facial> UM DOS SISTEMAS DE SEGURANÇA

mais modernos atualmente, servepara controle da entrada e saída demoradores. É feito o registro de cadamorador em um software, que lê asinformações por meio da câmera. Orosto é codificado em uma sequên-cia digital e este número é anexadoao cadastro do indivíduo. Ou seja, to-da vez que ele passar por aquela câ-mera, as informações faciais serãocomparadas com um banco de da-dos. A pessoa é identificada, inde-pendentemente do corte de cabelo,

do uso ou não de óculos e o portão sóabre depois de identificar a codifica-ção. A precisão de reconhecimentofacial é de 100% e difícil de ser frau-dada.

Biometria> A BIOMETRIA digital ou do olho, ga-

rante que a abertura do portão sejaapenas para o morador cadastrado.Cada ser humano possui sua própriadigital, não se repetindo de qualquerforma em outra pessoa, e são justa-mente essas diferenças que são uti-lizadas nos sistemas de segurança.No biometria do olho, o sistema faz aleitura da íris do morador em alta re-solução. Os padrões obtidos são tra-duzidos em um código único.

Concer tinas> OS ARAMES DE CONCERTINA são

uma barreira de segurança lamina-da, de forma espiralada e possuemlâminas pontiagudas, altamentecortantes e penetrantes. A Lança

Protetora é extremamente afiada e,com um simples toque, a pessoa po-de se cortar. Equipamento de segu-rança recentemente adotado noBrasil, o aço usado nas concertinas émuito resistente e dificilmente have-rá possibilidade de ser cortado comalicate. O formato espiral da concer-tina faz com que ela corte ou perfureem várias direções, o que dificulta oacesso do bandido. Geralmente,quando tenta burlá-la, o ladrão éatingido, deixando vestígios de suat e n tat i va .

Cercas elétricas> ITEM POPULAR em matéria de segu-

rança privada, as cercas elétricaspermitem a instalação de uma disca-dora. Além do choque no ladrão, nocaso de violação, o sistema liga au-tomaticamente para até 4 ou 8 nú-meros de telefones pré-estabeleci-dos. A cerca elétrica funciona tantoem 110 ou 220 volts e possui uma ba-teria de 12 volts que garante o funcio-namento dela em caso de queda oufalta de energia, por até 20 horas.

Cartões magnéticos> Os cartões-chave são programados

via computador e contêm uma assi-natura eletrônica para permitir oubloquear o acesso a determinado lo-cal, proporcionando segurança econtrole de visitantes. Em caso defurto ou roubo, é possível acionar obloqueio do cartão, garantindo que achave não seja utilizada por pessoasnão autorizadas.

THIAGO COUTINHO - 02/11/2015

CÂ M E R A em HD usada em corredor

THIAGO COUTINHO - 02/11/2015

BIOMETRIA para entrar em prédio

ANÁLISE

“É preciso avaliaro custo-benefício”

“A crise afeta a segurança noscondomínios, na medida em quemuitos síndicos estão tomandoprovidências no sentido desubstituir o serviço de portaria.

Para implantar a portaria vir-tual você precisa fazer algunsinvestimentos. Alarme, circuitofechado de TV, contratar umaempresa para prestar serviço deabertura e identificação de visi-tantes. Quanto mais de ponta osequipamentos, maior é o custo.

É preciso ser feita uma avalia-ção da relação custo-benefício,e se o condomínio não estiverdisposto a fazer esse investi-mento, torna-se um risco para asegurança dos moradores.

Deve ser uma medida decididaem assembleia, em que todospossam opinar. A manutençãodesse tipo de equipamento é deibaixo custo, mas o investimentoinicial é alto e tem o custo da re-cisão de contratos dos funcio-nários, que é alto. Depois, não dápara voltar atrás”.

Cyro BachMo n t e i ro , presidente

do Sindicato Patronal deCondomínios (Sipces)

Inadimplênciau l t ra p a ss aR$ 2 milhões,diz sindicato

O índice de inadimplência na ta-xa condominial chegou a 70% se-gundo a Sindicato Patronal deCondomínios do Espírito Santo(Sipces). Em 2015, foram enviadasum total de 901 cartas de cobran-ça, que totalizaram um montantede R$ 2.190.256,41 em dívidas.

Cada condomínio possui o seuestatuto próprio para punir o mo-rador inadimplente e as medidaspunitivas variam de acordo com otempo de inadimplência e o valorda dívida.

“Alguns suspendem a distribui-ção de gás, ou o acesso a algumasáreas como salão de festas, piscinasou academia de ginástica do prédio.Mas, tudo precisa ser aprovado emA ss em b le i a”, afirmou Cyro BachMonteiro, presidente do Sindicato.

Cyro afirmou que pela falta deemprego, muitos não conseguemhonrar os compromissos. No Sin-dicato, ele já chegou a intermediara negociação uma dívida de R$ 70mil. “No caso dos condomínios devalor mais elevado, em três mesesa dívida pode chegar a R$ 3 mil ouR$ 4 mil e o cidadão fica com maisdificuldade para acertar as con-tas”, explicou.

SENSOR de barreira em portaria

R$ 279 milem dívidas já foram negociados

91 açõesforam protocoladas na Justiça

OS NÚMEROS