cnbb regional sul 2 “as seis funções da família” · pro-vem da necessidade de criar os...

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Dom Orlando Brandes Arcebispo de Londrina e Bispo Referencial da Pastoral Familiar do Regional Sul 2/ CNBB Nesta Edição 01 “As seis funções da Família” 02 Catequese do Papa: a Igreja 07 Calendário 2015 revisado 08 O que é uma Associação de Família? 10 Sínodo sobre a Família 1ª Parte 15 Os Papas e a Família Alguns destaques 18 Convite para publicação de encontros, reuniões, assembleias, congressos etc 19Novos Direitos Humanos BOLETIM ON LINE Novembro de 2014 Ano VII CNBB REGIONAL SUL 2 “As seis funções da Família” Função procriativa. O ca- sal se torna família com o nascimento dos filhos. A preservação da espécie, a geração de filhos, é algo inscrito na biologia huma- na. Os pais se eternizam e se completam nos filhos. São colaboradores do Criador. A esterilidade é vivida como um sofrimen- to, uma falha da natureza. Também o aborto é um ato contra a vida humana. O exercício da paternidade depende da consciência bem formada. Função econômica. Pro- vem da necessidade de criar os filhos e sustentar a família. Daí o direito ao sa- lário justo para a satisfa- ção das necessidades bási- cas. O trabalho e a colabo- ração de todos para o bem da família, é um dever de pais e filhos. A desarmonia no campo econômico leva ao fracasso familiar. A conquista do pão de cada dia é oca-sião de santifi- cação da família. Quem casa quer casa. Função educativa. O útero é a primeira escola, os pais são os primeiros mestres. A família é uma escola de amor, de valores, de justi- ça. Disciplina e liberdade com responsabilidade, educação religiosa, ética e social são valores que cabe à família transmitir. Quem ama educa, portanto a edu- cação não é papel só da mãe, mas do casal. Ser pai não é ser apenas re- produtor. Pela educação os filhos se tornam inde- pendentes e cidadãos do mundo. Função afetiva. O afeto é tão necessário quanto o alimento. O colo, o beijo, o abraço são manifesta- ções de carinho. Sem afeto, a pessoa humana adoece, se desequilibra, sofre e faz sofrer. O gran- de presente para os filhos é o amor dos pais. Isso lhes confere segurança. O afeto abre as portas da in- teligência, enche a mente de motivação, pois o co- ração tem razões que a mente desconhece. Ve- mos mais com o coração que com os olhos. Pais amigos, não significa pais permissivos, mas sim par- ticipativos. Gestos de afe- to marcam mais que pala- vras e doutrinas. Função religiosa. A pes- soa humana nasce com abertura para a transcen- dência, isto é, para o ou- tro e para Deus. Frustrar a dimensão religiosa de uma criança é uma injus- tiça contra a natureza hu- mana que é espiritual. A fundamentação dos valo- res, do sentido da vida, das respostas aos questio- namentos sobre a morte, o sofrimento, etc, encon- tramos na fé e na religião. A fé abre horizontes no- vos. A família é um san- tuário, uma Igreja doméstica. Função social. É a edu- cação para a justiça. Na família aprendemos o alfabeto da convivência social. Por isso mesmo a família é célula da socie- dade, é esperança e futuro do mundo. Quando a fa- mília é desagregada a so- ciedade é prejudicada. Personalidades sadias são forjadas na escola do amor que é a família. Ali crescemos como pessoas, filhos, irmãos, amigos. Por outro lado, cabe ao Estado promover políticas familiares que possibili- tem à família cumprir suas funções. A missão da família é ser santuário da vida, laboratório do amor, escola de valores, comunidade de aliança de pessoas. O mundo é cha- mado a ser uma grande família, como dizemos, a "família humana", ou se- ja, um mundo com espíri- to fraterno e solidário, onde o outro é nosso irmão. Dom Orlando Brandes Arcebispo de Londrina Colaboração da Pastoral Familiar da Paróquia Imaculada Conceição

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Dom Orlando Brandes

Arcebispo de Londrina e Bispo Referencial da Pastoral Familiar do Regional Sul 2/

CNBB

Nesta Edição

01 – “As seis funções da Família”

02 – Catequese do Papa: a Igreja

07 – Calendário 2015 revisado

08 – O que é uma Associação de Família?

10 – Sínodo sobre a Família 1ª Parte

15 – Os Papas e a Família Alguns destaques

18 – Convite para publicação de encontros, reuniões, assembleias, congressos etc

19– Novos Direitos Humanos

BOLETIM ON LINE

Novembro de 2014

Ano VII

CNBB – REGIONAL SUL 2

“As seis funções da Família” Função procriativa. O ca-

sal se torna família com o

nascimento dos filhos. A

preservação da espécie, a

geração de filhos, é algo

inscrito na biologia huma-

na. Os pais se eternizam e

se completam nos filhos.

São colaboradores do

Criador. A esterilidade é

vivida como um sofrimen-

to, uma falha da natureza.

Também o aborto é um ato

contra a vida humana. O

exercício da paternidade

depende da consciência

bem formada.

Função econômica. Pro-

vem da necessidade de

criar os filhos e sustentar a

família. Daí o direito ao sa-

lário justo para a satisfa-

ção das necessidades bási-

cas. O trabalho e a colabo-

ração de todos para o bem

da família, é um dever de

pais e filhos. A desarmonia

no campo econômico leva

ao fracasso familiar. A

conquista do pão de cada

dia é oca-sião de santifi-

cação da família. Quem

casa quer casa.

Função educativa. O útero

é a primeira escola, os pais

são os primeiros mestres. A

família é uma escola de

amor, de valores, de justi-

ça. Disciplina e liberdade

com responsabilidade,

educação religiosa, ética e

social são valores que cabe

à família transmitir. Quem

ama educa, portanto a edu-

cação não é papel só da

mãe, mas do casal. Ser

pai não é ser apenas re-

produtor. Pela educação

os filhos se tornam inde-

pendentes e cidadãos do

mundo.

Função afetiva. O afeto é

tão necessário quanto o

alimento. O colo, o beijo,

o abraço são manifesta-

ções de carinho. Sem

afeto, a pessoa humana

adoece, se desequilibra,

sofre e faz sofrer. O gran-

de presente para os filhos

é o amor dos pais. Isso

lhes confere segurança. O

afeto abre as portas da in-

teligência, enche a mente

de motivação, pois o co-

ração tem razões que a

mente desconhece. Ve-

mos mais com o coração

que com os olhos. Pais

amigos, não significa pais

permissivos, mas sim par-

ticipativos. Gestos de afe-

to marcam mais que pala-

vras e doutrinas.

Função religiosa. A pes-

soa humana nasce com

abertura para a transcen-

dência, isto é, para o ou-

tro e para Deus. Frustrar a

dimensão religiosa de

uma criança é uma injus-

tiça contra a natureza hu-

mana que é espiritual. A

fundamentação dos valo-

res, do sentido da vida,

das respostas aos questio-

namentos sobre a morte,

o sofrimento, etc, encon-

tramos na fé e na religião.

A fé abre horizontes no-

vos. A família é um san-

tuário, uma Igreja

doméstica.

Função social. É a edu-

cação para a justiça. Na

família aprendemos o

alfabeto da convivência

social. Por isso mesmo a

família é célula da socie-

dade, é esperança e futuro

do mundo. Quando a fa-

mília é desagregada a so-

ciedade é prejudicada.

Personalidades sadias são

forjadas na escola do

amor que é a família. Ali

crescemos como pessoas,

filhos, irmãos, amigos.

Por outro lado, cabe ao

Estado promover políticas

familiares que possibili-

tem à família cumprir

suas funções. A missão

da família é ser santuário

da vida, laboratório do

amor, escola de valores,

comunidade de aliança de

pessoas. O mundo é cha-

mado a ser uma grande

família, como dizemos, a

"família humana", ou se-

ja, um mundo com espíri-

to fraterno e solidário,

onde o outro é nosso

irmão.

Dom Orlando Brandes Arcebispo de Londrina

Colaboração da Pastoral Familiar da Paróquia

Imaculada Conceição

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Ouvimos no Livro do Gênesis: Deus escolheu

Abraão, nosso pai na fé,

e pediu-lhe que partisse,

que deixasse a sua pá-tria terrena e fosse para

uma outra terra, que Ele

lhe teria indicado (cf. Gn 12, 1-9). E nesta

vocação Deus não cha-

ma Abraão sozinho,

como indivíduo, mas inclui desde o início a

sua família, a sua pa-

rentela e todos os que estão ao serviço da sua

casa. Uma vez a cami-

nho — sim, assim a Igreja começa a cami-

nhar — Deus ampliará

ainda mais o horizonte

e cumulará Abraão de bênçãos, prometendo-

lhe uma descendência

tão numerosa como as estrelas do céu e a areia

à beira-mar. O primeiro

dado importante é este: começando por Abraão,

Deus forma um povo

para que leve a sua

bênção a todas as famí-lias da terra. E deste

povo nasce Jesus. É

Deus que faz este povo, esta história, a Igreja a

caminho, e neste povo

nasce Jesus.

Um segundo elemento:

não é Abraão que cons-titui um povo ao seu

redor, mas é Deus que dá vida a este povo.

Em geral era o homem

que se dirigia à divin-

dade, procurando anu-lar a distância e invo-

cando apoio e tutela.

As pessoas rezavam aos deuses, às divinda-

des. Mas neste caso

assiste-se a algo inau-

dito: é o próprio Deus que toma a iniciativa.

Ouçamos isto: é o pró-

prio Deus que bate à porta de Abraão, di-

zendo-lhe: vai em fren-

te, deixa a tua terra, começa a caminhar e

de ti farei um grande

povo. Este é o início da

Igreja e neste povo nasce Jesus. Deus toma

a iniciativa e dirige a

sua palavra ao homem, criando um vínculo e

uma relação nova com

ele. «Mas padre, como é possível? Deus fala-

nos?». «Sim». «E nós

podemos falar com

Deus?». «Sim». «Po-demos manter um diá-

logo com Deus?».

«Sim!». Isto chama-se oração, mas foi Deus

que começou. Assim

Deus forma um povo

com todos os que ou-vem a sua Palavra

pondo-se a caminho,

confiando nele. Esta é a única condição: con-

fiar em Deus. Se confi-

ares em Deus, se O ouvires e te puseres a

caminho, isto quer

A IGREJA

Uma vez a caminho — sim, assim a Igreja

começa a caminhar — Deus

ampliará ainda mais o horizonte e cumulará Abraão

de bênçãos, prometendo-lhe

uma descendência tão numerosa

como as estrelas do céu e a areia à

beira-mar

Hoje começo um ciclo de catequeses sobre a

Igreja. É um pouco

como um filho que fala da sua mãe, da própria

família. Falar da Igreja

significa falar da nossa

mãe, da nossa família. Com efeito, a Igreja não

é uma instituição desti-

nada a si mesma, nem uma associação particu-

lar, uma ONG, e tam-

bém não deve limitar o

seu olhar ao clero ou ao Vaticano... «A Igreja

pensa...». A Igreja so-

mos todos nós! «De quem falas?». «Não dos

sacerdotes...». Ah, os

sacerdotes fazem parte da Igreja, mas a Igreja

somos todos nós! Não a

limitemos aos presbíte-

ros e bispos, ao Vatica-no... Eles fazem parte

da Igreja, mas a Igreja

somos todos nós, todos família, todos da mãe.

E a Igreja é uma reali-

dade muito mais vasta, que se abre a toda a

humanidade e não nas-

ce num laboratório; a

Igreja não nasceu no laboratório, não nasceu

repentinamente. É fun-

dada por Jesus, mas constitui um povo com

uma longa história atrás

de si e uma preparação

que começa muito antes do próprio Cristo.

Esta história, ou «pré-

história» da Igreja já se encontra nas páginas do

Antigo Testamento.

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dizer fazer Igreja. O

amor de Deus precede

tudo. Deus é sempre o primeiro, chega antes

de nós, precede-nos. O

profetas Isaías, ou Je-remias, não me recordo

bem, dizia que Deus é

como a flor da amendo-

eira, porque é a primei-ra árvore que floresce

na primavera. Para di-

zer que Deus floresce sempre antes de nós.

Quando chegamos Ele

espera por nós, chama-

nos, faz-nos caminhar. Sempre nos antecipa. E

isto chama-se amor,

porque Deus nos espera sempre. «Mas padre,

não acredito nisto, pois

se o senhor soubesse, padre, a minha vida não

foi muito boa, como

posso pensar que Deus

espera por mim?». «Deus espera-te. E se

foste um grande peca-

dor, espera-te ainda mais e espera-te com

muito amor, porque Ele

é o primeiro. Esta é a beleza da Igreja, que

nos leva a este Deus

que nos espera! Precede

Abraão e precede até Adão.

Abraão e os seus ou-

vem o apelo de Deus e põem-se a caminho,

embora não saibam

bem quem é este Deus e

para onde os quer con-duzir. É verdade, por-

que Abraão se põe a

caminho, confiando neste Deus que lhe fa-

lou, mas não dispunha

de um livro de teologia para estudar quem era

aquele Deus. Confia,

fia-se do amor. Deus

faz-lhe sentir o amor e ele fia-se. Mas isto não

significa que aquele

povo seja sempre con-

victo e fiel. Desde o

início existem resistên-cias, o fechamento em

si mesmos, nos próprios

interesses, e a tentação de negociar com Deus e

resolver tudo à própria

maneira. E estas são as

traições e os pecados que marcam o caminho

do povo ao longo de

toda a história da salva-ção, que é a história da

fidelidade de Deus e da

infidelidade do povo.

Mas Deus não se cansa, Deus tem paciência,

muita paciência, e no

tempo continua a edu-car e a formar o seu

povo como um pai com

o seu filho. Diz o profe-ta Oseias: «Caminhei

contigo e ensinei-te a

caminhar, como um pai

ensina o seu filho». Como é bonita esta

imagem de Deus! Tam-

bém conosco é assim: Ele ensina-nos a cami-

nhar. É a mesma atitude

que Ele mantém em relação à Igreja. Assim

também nós, apesar do

nosso propósito de se-

guir o Senhor Jesus, vivemos cada dia a

experiência do egoísmo

e da dureza do nosso coração. Mas quando

nos reconhecemos pe-

cadores, Deus enche-

nos de misericórdia e amor. E perdoa-nos

sempre. É precisamente

isto que nos faz crescer como povo de Deus,

como Igreja: não é a

nossa bondade, não são os nossos méritos —

somos pequeninos, não

é isto — mas é a expe-

riência diária de que o Senhor nos ama e cuida

de nós. É isto que nos

faz sentir verdadeira-

mente seus, nas suas

mãos, levando-nos a crescer na comunhão

com Ele e entre nós.

Ser Igreja é sentir-se nas mãos de Deus, que

é Pai e nos ama, acari-

cia, espera e faz sentir

a sua ternura. E isto é muito bonito!

Caros amigos, eis o

desígnio de Deus; quando chamou Abra-

ão, pensava nisto: for-

mar um povo abençoa-do pelo seu amor, para

levar a sua bênção a

todos os povos da ter-

ra. Este plano não mu-da, está sempre em

ação. Em Cristo teve o

seu cumprimento e ainda hoje Deus conti-

nua a realizá-lo na

Igreja. Então peçamos a graça de permanecer

fiéis ao seguimento do

Senhor Jesus e à escuta

da sua Palavra, cada dia prontos para partir,

como Abraão, rumo à

terra de Deus e do homem, a nossa verda-

deira pátria, tornando-

nos assim bênção, sinal

do amor de Deus por todos os seus filhos.

Gosto de pensar que

um sinônimo, outro nome que nós cristãos

podemos ter, seria:

somos homens e mu-lheres, pessoas que

bendizem. Com a sua

vida, o cristão deve

bendizer sempre, ben-dizer Deus e todos.

Nós cristãos somos

pessoas que bendizem, que sabem bendizer.

Trata-se de uma bonita

vocação! (18/ jun.2014)

Na primeira catequese

sobre a Igreja, na quar-

ta-feira passada, come-

çamos a partir da inici-

A IGREJA

Caros amigos, eis

o desígnio de

Deus; quando

chamou Abraão,

pensava nisto:

formar um povo

abençoado pelo

seu amor, para

levar a sua bênção

a todos os povos

da terra.

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do-nos a entrar nesta

relação que nos prece-de. Esta relação de

Deus com o seu povo

precede-nos a todos,

desde aquela época.

Em tal sentido o pen-

samento dirige-se, em

primeiro lugar, com gratidão àqueles que

nos precederam e que

nos acolheram na Igre-ja. Ninguém se torna

cristão por si só! É cla-

ro isto? Ninguém se

torna cristão por si só! Os cristãos não se fa-

zem no laboratório. O

cristão faz parte de um povo que vem de longe.

O cristão pertence a um

povo que se chama

Igreja, e é esta Igreja que o faz cristão, no dia

do Batismo e depois no

percurso da catequese, e assim por diante. Mas

ninguém se torna cris-

tão por si só! Se cre-mos, se sabemos rezar,

se conhecemos o Se-

nhor, se podemos ouvir

a sua Palavra, se O sentimos próximo de

nós e se O reconhece-

mos nos irmãos, é por-que outros, antes de

nós, viveram a fé e

porque depois no-la transmitiram. Nós rece-

bemos a fé dos nossos

pais, dos nossos ante-

passados; foram eles que no-la ensinaram. Se

pensarmos bem, quem

sabe quantos rostos de entes queridos passam

diante dos nossos olhos

neste momento! Pode

ser o rosto dos nossos pais que pediram o

Batismo para nós; o dos

nossos avós ou de al-gum familiar que nos

ensinou a fazer o sinal

da cruz e a recitar as primeiras orações. Re-

cordo-me sempre do

rosto da religiosa que me ensinou o catecis-

mo, vem sempre ao

meu pensamento —

indubitavelmente, ela está no Céu, porque é

uma mulher santa —

mas eu recordo-me sempre dela e dou gra-

ças a Deus por esta

religiosa. Ou então o rosto do pároco, de

outro sacerdote, ou de

uma religiosa, de um

catequista, que nos transmitiu o conteúdo

da fé e nos fez crescer

como cristãos... Eis, esta é a Igreja: uma

grande família na qual

somos acolhidos e

aprendemos a viver como crentes e discí-

pulos do Senhor Jesus.

Podemos percorrer este caminho não apenas

graças a outras pesso-

as, mas juntamente com outras pessoas. Na

Igreja não existe «per-

sonalizações», não

existem «jogadores livres». Quantas vezes

o Papa Bento descre-

veu a Igreja como um «nós» eclesial! Às

vezes ouvimos alguém

dizer: «Eu creio em Deus, creio em Jesus,

mas não me interesso

pela Igreja...». Quantas

vezes ouvimos isto? Assim não funciona.

Alguns pensam que

podem manter uma relação pessoal, direta,

imediata com Jesus

Cristo, fora da comu-

nhão e da mediação da Igreja. São tentações

perigosas e prejudici-

ais. Como dizia o grande Paulo VI, trata-

se de dicotomias ab-

surdas. É verdade que caminhar juntos é algo

A IGREJA

Não vivemos isolados e não

somos cristãos a título individual,

cada qual por sua própria conta, não, a nossa

identidade cristã é pertença! Somos cristãos porque pertencemos à

Igreja. É como um sobrenome: se o

nome é «sou cristão», o

sobrenome é «pertenço à

Igreja».

ativa de Deus, o qual

quer formar um povo que leve a sua Bênção a

todos os povos da terra.

Começa com Abraão e

depois, com muita pa-ciência — e Deus tem

muita paciência! —

prepara este povo na Antiga Aliança até o

constituir em Jesus

Cristo como sinal e instrumento da união

dos homens com Deus

e entre si (cf. Conc.

Ecum. Vat. II, Const. Lumen gentium, 1).

Hoje, desejamos medi-

tar sobre a importância, para o cristão de per-

tencer a este povo. Fa-

laremos sobre a perten-

ça à Igreja.

Não vivemos isolados e

não somos cristãos a

título individual, cada qual por sua própria

conta, não, a nossa

identidade cristã é per-tença! Somos cristãos

porque pertencemos à

Igreja. É como um so-

brenome: se o nome é «sou cristão», o sobre-

nome é «pertenço à

Igreja». É muito bom observar que esta per-

tença se exprime tam-

bém no nome que Deus atribui a Si mesmo.

Com efeito, responden-

do a Moisés, no maravi-

lhoso episódio da «sar-ça ardente» (cf. Êx 3,

15), Ele define-se a Si

mesmo como o Deus dos pais. Não diz: Eu

sou o Todo-Poderoso...,

não: Eu sou o Deus de

Abraão, o Deus de Isa-ac, o Deus de Jacob.

Deste modo, Ele mani-

festa-se como o Deus que fez uma aliança

com os nossos pais e

permanece sempre fiel ao seu pacto, chaman-

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exigente, e por vezes

pode ser cansativo: pode acontecer que

algum irmão ou irmã

nos cause problemas, ou provoque escânda-

los... Mas o Senhor

confiou a sua mensa-gem de salvação a pes-

soas humanas, a todos

nós, a testemunhas; e é

nos nossos irmãos e nas nossas irmãs, com os

seus dotes e os seus

limites, que vem ao nosso encontro e se

deixa reconhecer. É isto

que significa pertencer

à Igreja. Recordai-vos bem: ser cristão signifi-

ca pertença à Igreja. O

nome é «cristão» e o sobrenome, «pertença à

Igreja».

Caros amigos, peçamos ao Senhor, por interces-

são da Virgem Maria

Mãe da Igreja, a graça

de nunca cair na tenta-ção de pensar que po-

demos renunciar aos

outros, que podemos prescindir da Igreja,

que nos podemos salvar

sozinhos, que somos cristãos de laboratório.

Pelo contrário, não se

pode amar a Deus sem

amar os irmãos; não se pode amar a Deus fora

da Igreja; não se pode

viver em comunhão com Deus sem viver na

Igreja; não podemos ser

bons cristãos, a não ser

juntamente com todos aqueles que procuram

seguir o Senhor Jesus,

como um único povo, um único corpo; é nisto

que consiste a Igreja.

Obrigado! (25/ jun.2014)

Nas catequeses prece-

dentes vimos que a

Igreja constitui um

povo, um povo prepa-

rado com paciência e

amor por Deus e ao qual todos nós somos

chamados a pertencer.

Hoje, gostaria de pôr em evidência a novida-

de que caracteriza este

povo: trata-se verdadei-

ramente de um novo povo, que se fundamen-

ta na nova aliança, esti-

pulada pelo Senhor Jesus mediante o dom

da sua própria vida.

Esta novidade não nega o caminho precedente,

nem se lhe opõe mas,

ao contrário, leva-o em

frente, completa-o.

Existe uma figura muito significativa, que serve

de elo de união entre o

Antigo e o Novo Tes-tamento: a de João Bap-

tista. Para os Evange-

lhos sinópticos, ele é o «precursor», aquele que

prepara a vinda do Se-

nhor, predispondo o

povo para a conversão do coração e para o

acolhimento da conso-

lação de Deus, já pró-xima. Segundo o Evan-

gelho de João, é a «tes-

temunha», enquanto

nos faz reconhecer em Jesus Aquele que vem

do Alto, para perdoar os

nossos pecados e para fazer do seu povo a sua

esposa, primícias da

nova humanidade. Co-mo «precursor» e «tes-

temunha», João Baptis-

ta desempenha um pa-

pel central no contexto da Escritura inteira,

enquanto serve de ponte

entre a promessa do

Antigo Testamento e o

seu cumprimento, entre as profecias e a sua

realização em Jesus

Cristo. Com o seu tes-temunho, João indica-

nos Jesus, convida-nos

a segui-lo e diz-nos

sem meios-termos que isto exige humildade,

arrependimento e con-

versão: trata-se de um convite à humildade,

ao arrependimento e à

conversão.

Do mesmo modo como

Moisés tinha estipula-

do a aliança com Deus,

em virtude da lei rece-bida no Sinai, assim

Jesus, de uma colina à

margem do lago da Galileia, confia aos

seus discípulos e à

multidão um ensina-mento novo, que co-

meça com as Bem-

Aventuranças. Moisés

transmite a Lei no Si-nai e Jesus, o novo

Moisés, comunica a

Lei naquele monte, à margem do lago da

Galileia. As Bem-

Aventuranças são o

caminho que Deus indica como resposta

ao desejo de felicidade,

ínsito no homem, e aperfeiçoam os man-

damentos da Antiga

Aliança. Nós estamos habituados a aprender

os dez mandamentos

— sem dúvida, todos

vós os sabeis, já os aprendestes na cate-

quese — mas não es-

tamos acostumados a repetir as Bem-

Aventuranças. Então,

procuremos recordá-las e gravá-las no nosso

coração. Façamos algo:

eu vou dizê-las uma

após a outra, e vós

A IGREJA

Caros amigos, peçamos ao Senhor, por

intercessão da Virgem Maria Mãe da Igreja, a graça de nunca cair na

tentação de pensar que podemos

renunciar aos outros, que podemos

prescindir da Igreja, que nos podemos salvar sozinhos, que

somos cristãos de laboratório.

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céus».

Muito bem! Mas faça-mos algo mais: dou-vos

um dever de casa, uma

tarefa para fazer em

casa. Pegai no Evange-lho, aquele que tendes

convosco... Recordai

que deveis ter sempre convosco um pequeno

Evangelho, no bolso, na

bolsa, sempre; aquele que tendes em casa.

Pegai no Evangelho e,

vede que nos primeiros

capítulos de Mateus — acho que no capítulo 5

— se encontram as

Bem-Aventuranças. E hoje, ou amanhã, lede-

as em casa. Fá-lo-eis?

[Todos: Sim!] Para não

as esquecer, porque se trata da Lei que Jesus

nos concede! Fá-lo-eis?

Obrigado!

Nestas palavras encon-

tra-se toda a novidade

trazida por Cristo; toda a novidade de Cristo

está nestas palavras.

Com efeito, as Bem-

Aventuranças são o retrato de Jesus, a sua

forma de vida; e consti-

tuem o caminho da verdadeira felicidade,

que também nós pode-

mos percorrer com a graça que Jesus nos

concede.

Além da nova Lei, Je-

sus confia-nos inclusive o «protocolo», de acor-

do com o qual seremos

julgados. No fim do mundo nós seremos

julgados. E quais serão

as perguntas que nos

farão lá? Quais serão as interrogações? Qual é o

protocolo segundo o

qual o Juiz nos julgará? É aquele que encontra-

mos no capítulo 25 do

Evangelho de Mateus.

Hoje, tendes a tarefa de

ler o capítulo 5 do Evangelho de Mateus,

onde se encontram as

Bem-Aventuranças; e

lereis também o capítu-lo 25, onde está o pro-

tocolo, onde estão as

perguntas que nos diri-girão no dia do Juízo.

Não teremos títulos,

créditos ou privilégios para aduzir. O Senhor

reconhecer-nos-á se,

por nossa vez, O ti-

vermos reconhecido no pobre, no faminto, no

indigente, no margina-

lizado, nos que sofrem, em quem está sozi-

nho... Este é um dos

critérios fundamentais

de averiguação da nos-sa vida cristã, com o

qual Jesus nos convida

a confrontar-nos cada dia. Leio as Bem-

Aventuranças e penso

como deve ser a minha vida cristã, e depois

faço o exame de cons-

ciência com este capí-

tulo 25 de Mateus. Cada dia: fiz isso, fiz

aquilo... Isto far-nos-á

bem! São gestos sim-ples, mas concretos.

Caros amigos, a nova

aliança consiste preci-samente nisto: em re-

conhecer-nos, em Cris-

to, contemplados pela

misericórdia e pela compaixão de Deus. É

isto que enche o nosso

coração de alegria, e é isto que faz da nossa

vida um testemunho

bonito e credível do

amor de Deus por to-dos os irmãos que en-

contramos todos os

dias. Recordai-vos dos vossos deveres! Capí-

tulo 5 de Mateus, e

capítulo 25 de Mateus. Obrigado! (06/ ago.2014)

A IGREJA

Com efeito, as Bem-Aventuranças

são o retrato de Jesus, a sua forma de vida; e

constituem o caminho da verdadeira

felicidade, que também nós

podemos percorrer com a graça que Jesus

nos concede.

deveis repeti-las. Con-

cordais?

Primeira: «Bem-

aventurados os pobres de espírito, porque de-

les é o Reino dos céus».

«Bem-aventurados os que choram, porque

serão consolados»

«Bem-aventurados os

mansos, porque possui-rão a terra».

«Bem-aventurados os

que têm fome e sede de justiça, porque serão

saciados».

«Bem-aventurados os misericordiosos, porque

alcançarão misericór-

dia».

«Bem-aventurados os puros de coração, por-

que verão Deus».

«Bem-aventurados os pacíficos, porque serão

chamados filhos de

Deus».

«Bem-aventurados os que são perseguidos por

causa da justiça, porque

deles é o Reino dos céus».

«Bem-aventurados sois

vós quando vos calunia-rem, quando vos perse-

guirem e disserem fal-

samente todo o mal

contra vós por causa de mim». Ajudo-vos: [re-

pete com o povo]

«Bem-aventurados sois vós quando vos calunia-

rem, quando vos perse-

guirem e disserem fal-samente todo o mal

contra vós por causa de

mim».

«Alegrai-vos e exultai, porque será grande a

vossa recompensa nos

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7

Mês Data Evento Local/Responsável

JAN 1º Confraternização Universal Paróquias e Dioceses

FEV 18 Abertura da Campanha da Fraternidade 2015 Paróquias e Dioceses

MAR 07 e 08 REUNIÃO DA COORDENAÇÃO DA CRPF JACARÉZINHO/PR

23 e 25 Seminário 20 anos da Evangelium vitae Curitiba - PR

ABR 05 Páscoa da Ressurreição do Senhor Paróquias e Dioceses

MAI

15 Dia Internacional da Família Paróquias e Dioceses

17 Ascensão do Senhor Paróquias e Dioceses

24 Pentecostes Paróquias e Dioceses

30 5º Simpósio Nacional da Família Aparecida - SP

31 7ª Peregrinação Nacional da Família Aparecida - SP

31 Santíssima Trindade Paróquias e Dioceses

JUN

04 SS.Corpo e Sangue de Cristo Paróquias e Dioceses

12 Sagrado Coração de Jesus Paróquias e Dioceses

19 a 21 39ª Assembleia Geral da CNPF Brasília - DF

28 São Pedro e São Paulo Paróquias e Dioceses

JUL 04 e 05 REUNIÃO DA COORDENAÇÃO DA CRPF GUARAPUAVA/PR

AGO

02 Vocação Dia do Sacerdote Paróquias e Dioceses

09 Vocação Dia dos Pais Paróquias e Dioceses

09 a 15 Semana Nacional da Família Paróquias e Dioceses

16 Vocação Dia do/a Religioso/a Paróquias e Dioceses

22 Reunião Promoção e Defesa da Vida ((aa ddeeffiinniirr))

23 Vocação Dia do Leigo Paróquias e Dioceses

30 Vocação Dia do Catequista Paróquias e Dioceses

SET 20 Reunião Província de Maringá (08h00-16h00) Campo Mourão

22 a 27 VIII Encontro Mundial com as Famílias Filadélfia - USA

OUT

01 e 07 Semana Nacional da Vida Paróquias e Dioceses

08 Dia do Nascituro Paróquias e Dioceses

04 a 25 XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos

Vaticano

21 Dia Nacional de Valorização da Família Paróquias e Dioceses

30 e 31 5º CONGRESSO REGIONAL CRPF SUL 2 GUARAPUAVA/PR

NOV

1º Todos os Santos Paróquias e Dioceses

Encontro Nacional da Pastoral Familiar ((aa ddeeffiinniirr))

Encontro Nacional de Estudos Bispos e Padres ((aa ddeeffiinniirr))

22 Solenidade de Cristo Rei Paróquias e Dioceses

28 Vigília pela Vida Nascente Paróquias e Dioceses

DEZ 08 Dia Nacional da Família Paróquias e Dioceses

27 Festa da Sagrada Família Paróquias e Dioceses

CALENDÁRIO 2015 COMISSÃO REGIONAL DA PASTORAL FAMILIAR

CNBB – SUL 2

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NNOOVVEEMMBBRROO DDEE 22001144

8

O que é uma Associação de Famílias?

É uma entidade devidamente registrada

em Cartório que dispõe de personalidade

jurídica, tendo valor político e social. Sem

vínculos políticos ou religiosos ela con-

grega pessoas sensíveis aos bens da famí-

lia com disponibilidade para promovê-los

e defendê-los por meio da presença e tes-

temunho.

Porque eu devo fazer parte

da ASSOCIAÇÃO DE FAMÍLIAS

DE CASCAVEL E REGIÃO?

Vivemos em um país democrático, ou seja, onde a maioria deveria ter suas posições acatadas. O problema é que esta maioria esta desorganizada fa-

zendo com que em muitos casos haja uma inversão de valores. Com a adesão de muitas pessoas de bem a esta associação ela ga-nha legitimidade para lutar pelo fortalecimento da família em busca de garantir a esta ins-tituição um clima cultural positivo e todas as condições para que seja capaz de cumprir su-as tarefas, e continuar sendo o maior recurso disponível para cada pessoa e para a socieda-de brasileira.

O que defende a ASSOCIAÇÃO DE FAMÍLIAS DE CASCAVEL E REGIÃO?

Todos podem ter acesso ao estatuto da associação mas a sua missão poder ser definida em ( três)

03 pontos :

a) Defesa da vida da concepção natural até a morte.

b) O defesa direito dos pais educarem os filhos.

c) A família fundamentada no casamento entre um homem e uma mulher.

É preciso pagar para ser sócio?

Não necessariamente. Dependendo a categoria de sócio desejada não há necessidade de qualquer

pagamento de qualquer taxa de adesão ou mensalidade. Caso haja desejo em participar dos conse-

lhos, votando e sendo votado em projetos e para integrar a equipe de coordenação da associação

será necessário associar-se como membro participante contribuinte com taxa de 10 reais mensais.

Como me associo?

Basta preencher um cadastro e declarar que concorda com os princípios defendidos pela AFCR.

Para ter acesso ao cadastro basta enviar e-mail para:

[email protected]

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A Associação de Família de Cascavel e Região (AFCR) já está em andamento. Hoje, 18 de outubro de 2014, estamos com 125 associados das cidades de Cascavel, Vera Cruz do Oeste, Corbélia, Céu Azul, Capanema, Palotina, Assis Chateubriand e Niterói (RJ).

Este dado é relevante, pois a associação está a menos de dois meses constituída juridica-mente e somente a partir de outubro é que as inscrições foram abertas.

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10

OO SSíínnooddoo ddooss BBiissppooss

A partir desta edição vamos refletir

sobre o Sínodo dos Bispos que

neste ano trabalhou sobre o tema:

“Os desafios pastorais da família

no contexto da evangelização” no

período de 5 a 19 de outubro. Num

primeiro momento, parece impor-

tante entender alguns conceitos,

uma rápida olhada na história e as

etapas que preparam e finalmente o

próprio Sínodo.

O vocábulo grego synodos corres-

ponde ao termo latino concilium,

que significa "assembleia". É um

caminhar juntos, como ressaltou o

Papa Francisco no discurso de en-

cerramento da III Assembleia Ge-

ral Extraordinária do Sínodo dos

Bispos: “Posso tranquilamente

afirmar que — com um espírito de

colegialidade e de sinodalidade —

vivemos verdadeiramente uma

experiência de «Sínodo», um per-

curso solidário, um «caminho con-

junto».

Esses dois termos – sínodo e concí-

lio – eram usados para designar as

reuniões eclesiásticas convocadas

para deliberar sobre matérias rela-

cionadas com fé, moral ou disci-

plina. Porém, com o passar do

tempo, concílio passou a denomi-

nar especialmente as grandes as-

sembleias universais de bispos, em

geral presididas pelo Papa ou por

seus representantes (concílios ge-

rais ou ecumênicos), e sínodo res-

tringiu-se às assembleias menores,

em âmbito nacional, regional ou

diocesano, às vezes com a partici-

pação também de sacerdotes e de

leigos.

O Sínodo dos Bispos, como orga-

nismo representativo do Episcopa-

do católico foi solicitado pelo

Concílio Vaticano II, no nº 5 do

Decreto Christus Dominus. Paulo

VI por meio do Motu Proprio

Apostolica Sollicitudo de 15 de

setembro de 1965, determinou a

existência, natureza e composição

desse organismo.

O cânon 342 do Código de Direito

Canônico o define de forma preci-

sa: "É a assembleia dos Bispos

que, escolhidos das diversas regi-

ões do mundo, reúnem-se em de-

terminados tempos para promover

a estreita união entre o Romano

Pontífice e os Bispos, para auxiliar

com seu conselho ao Romano Pon-

tífice, na preservação e crescimen-

to da fé e dos costumes, na obser-

vância e consolidação da discipli-

na eclesiástica, e ainda para exa-

minar questões que se referem à

ação da Igreja no mundo”.

O Sínodo dos Bispos não faz parte

da Cúria Romana nem depende

dela e está sujeito diretamente à

autoridade do Papa, a quem com-

pete convocá-lo quando julgar o-

portuno, estabelecer os temas a

serem tratados, confirmar a eleição

dos bispos que nele participarão,

presidi-lo pessoalmente ou através

de alguém que o represente. O Sí-

nodo dos Bispos não tem poder

deliberativo, isto é, não lhe compe-

te estabelecer normas ou emitir

decretos, mas desempenha o im-

portante encargo de colaborar com

JJuuaarreess CCeellssoo KKrruumm DDiiááccoonnoo PPeerrmmaanneennttee,,

ddaa DDiioocceessee ddee UUnniiããoo

ddaa VViittóórriiaa -- PPRR,,

BBaacchhaarreell ee MMeessttrree eemm

TTeeoollooggiiaa ppeellaa PPoonnttiiffíícciiaa

UUnniivveerrssiiddaaddee CCaattóólliiccaa

ddoo PPaarraannáá PPUUCCPPRR

0055 aa 1199 ddee

oouuttuubbrroo ddee 22001144

IIIIII AAsssseemmbblleeiiaa

GGeerraall

EExxttrraaoorrddiinnáárriiaa:: “Os desafios pastorais da

família no contexto da

evangelização”

__________________________

0044 aa 2255 ddee

oouuttuubbrroo ddee 22001155

XXIIVV AAsssseemmbblleeiiaa

GGeerraall OOrrddiinnáárriiaa:: “A vocação e a missão da

família na Igreja e no mundo

contemporâneo”

BBOOLLEETTIIMM OONN LLIINNEE –– PPAASSTTOORRAALL FFAAMMIILLIIAARR –– CCNNBBBB//RREEGGIIOONNAALL SSUULL 22

NNOOVVEEMMBBRROO DDEE 22001144

11

o Sumo Pontífice nas decisões

a serem por este tomadas em

graves questões atinentes à

vida da Igreja.

Vale destacar aqui alguns dos

itens do Motu Proprio Aposto-

lica Sollicitudo. O item I diz

que “O Sínodo dos Bispos,

pelo qual os Bispos escolhidos

de várias regiões do orbe,

prestam mais eficaz colabora-

ção ao Supremo Pastor da

Igreja, constitui-se de tal mo-

do que: a) Seja um órgão ecle-

siástico central; b) Faça as

vezes de todo o Episcopado

católico; c) Seja perpétuo por

natureza; d) Quanto à estrutu-

ra, desempenhe suas funções

temporária e ocasionalmente.”

Os fins gerais do Sínodo dos

Bispos estão dispostos no item

II: “ a) Fomentar a íntima uni-

ão e a cooperação entre o Su-

mo Pontífice e os Bispos de

todo o mundo; b) Proporcio-

nar as informações diretas e

fidedignas sobre os problemas

e situações atinentes à vida

interna da Igreja, e sua corres-

pondente ação no mundo atu-

al; c) Facilitar a concordância

de opiniões, ao menos nos

pontos essenciais da doutrina

e quanto ao modo de atuar na

vida da Igreja.” Os fins espe-

ciais e imediatos, estão no

mesmo item: “a) Intercâmbio

de informações oportunas; b)

Aconselhamento sobre as

questões para as quais o Síno-

do seja, cada vez, convocado.”

O item IV aponta que o Síno-

do dos Bispos pode reunir-se

em assembleia geral, extra-

ordinária e especial e o itens

V a VII detalham cada tipo de

assembleia:

A assembleia geral ordiná-

ria, compreende, primeira-

mente e de per si: a) Os Patri-

arcas, Arcebispos Maiores e

Metropolitas independentes

dos Patriarcados das Igrejas

Católicas de rito oriental; b)

Os Bispos eleitos pelas Confe-

rências Episcopais Nacionais,

a teor do nº VIII; c) Os Bispos

eleitos pelas Conferências

Episcopais de várias nações,

ou seja, instituídas paras as

nações sem Conferência Epis-

copal própria, a teor do nº

VIII; d) Acrescem-se dez reli-

giosos, representantes dos

Institutos religiosos clericais,

eleitos pela União Romana

dos Superiores Gerais. Parti-

cipam também os Cardeais

que presidem aos Dicastérios

da Cúria Romana.

A assembleia extraordiná-

ria, compreende: a) Os Patri-

arcas, Arcebispos Maiores e

Metropolitas independentes

dos Patriarcados das Igrejas

Católicas de rito oriental; b)

Os Presidentes das Conferên-

cias Episcopais Nacionais; c)

Os Presidentes das Conferên-

cias Episcopais de várias na-

ções, instituídas paras as na-

ções que não têm Conferência

Episcopal própria; d) Três

religiosos, representantes dos

Institutos religiosos clericais,

eleitos pela União Romana

dos Superiores Gerais. Parti-

cipam também os Cardeais

que presidem aos Dicastérios

da Cúria Romana.

A assembleia especial, com-

preende: os Patriarcas, Arce-

bispos Maiores e Metropolitas

independentes dos Patriarca-

dos das Igrejas Católicas de

rito oriental, como também os

representantes das Conferên-

cias Episcopais de uma ou

várias nações, quer dos Institu-

tos Religiosos a teor dos itens

V e VIII, contanto que perten-

çam todos às regiões para as

quais foi convocado o Sínodo

dos Bispos.

AAsssseemmbblleeiiaass

rreeaalliizzaaddaass

Até a presente data, foram rea-

lizadas:

Treze Assembleias Gerais

Ordinárias:

1967 - "A preservação e o for-

talecimento da fé católi-

ca, a sua integridade, o

seu vigor, o seu desen-

volvimento, a sua coe-

rência doutrinal e histó-

rica".

1971 - "O sacerdócio ministe-

rial e a justiça no mun-

do".

1974 - "A evangelização no

mundo moderno".

1977 - "A catequese no nosso

tempo".

1980 - "A família cristã".

1983 - "A penitência e a recon-

ciliação na missão da

Igreja".

1987 - “A vocação e a missão

dos leigos na Igreja e no

mundo".

1990 - "A formação dos

sacerdotes nas circuns-

tâncias atuais".

1994 - "A vida consagrada e a

sua missão na Igreja e

no mundo".

2001 - "O Bispo: Servidor do

Evangelho de Jesus

Cristo para a esperança

do mundo".

2005 - "A Eucaristia: fonte e

ápice da vida e da mis-

são da Igreja".

2008 - "A Palavra de Deus na

vida e na missão da I-

greja".

2012 - " A nova evangelização

para a transmissão da fé

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NNOOVVEEMMBBRROO DDEE 22001144

12

cristã".

2015 - “A vocação e a missão

da família na Igreja e

no mundo contemporâ-

neo” (a ser realizada de

4 a 25 de outubro) Esta

será a XIV Assembleia

Geral Ordinária.

Três Assembleias

Extraordinárias

1969 - "Cooperação entre a

Santa Sé a as Conferên-

cias Episcopais".

1985 - "XX aniversário da

conclusão do Concílio

Vaticano II".

2014 - “Os desafios pastorais

da família no contexto

da evangelização”.

Dez Assembleias

Especiais

1980 - "A situação pastoral

nos Países Baixos".

1991 - "Somos testemunhas de

Cristo que nos liber-

tou".

1994 - "A Igreja na África e a

sua missão evangeliza-

dora rumo ao ano

2000: 'Sereis minhas

testemunhas' (At. 1, 8)".

1995 - "Cristo é a nossa espe-

rança, renovados pelo

seu espírito, solidários

testemunhamos o seu

amor".

1997 - "Encontro com Jesus

Cristo vivo: o caminho

para a conversão, a

comunhão e a solidari-

edade na América"

1998 - "Jesus Cristo o Salva-

dor e a sua missão de

amor e serviço na Ásia:

‘Eu vim para que todos

tenham vida e a tenham

em abundância’ (Jo 10,

10)"

1998 - "Jesus Cristo: seguir o

seu Caminho, procla-

mar a sua Verdade, vi-

ver a sua Vida: um

chamado para os povos

da Oceania"

1999 - "Jesus Cristo, vivo na

sua Igreja, fonte de es-

perança para a Euro-

pa"

2009 - "A Igreja na África a

serviço da reconcilia-

ção da justiça e da paz.

‘Vós sois o sol da ter-

ra... Vós sois a luz do

mundo’ (Mt 5, 13.14)"

2010 - "A Igreja Católica no

Oriente Médio: comu-

nhão e testemunho. 'A

multidão dos que havi-

am acreditado era um

só coração e uma só

alma' (At 4, 32)"

AA ccoonnvvooccaaççããoo ddoo

SSíínnooddoo ssoobbrree aa

FFaammíílliiaa

Em 08 de outubro de 2013 o

Papa Francisco convocou a

III Assembleia Geral Extra-

ordinária do Sínodo dos

Bispos com o tema: “Os de-

safios pastorais da família

no contexto da evangeliza-

ção” a ser realizada nos dias 5

a 19 de outubro de 2014.

AA nnoovviiddaaddee

A importância deste tema so-

bressai do fato que o Santo

Padre decidiu estabelecer para

o Sínodo dos Bispos a novi-

dade com um itinerário de

trabalho em duas etapas:

- a primeira, a Assembleia

Geral Extraordinária de

2014, destinada a especificar

o “status quaestionis” e a re-

colher testemunhos e propos-

tas dos Bispos para anunciar e

viver de maneira fidedigna o

Evangelho para a família; - a

segunda, a Assembleia Geral

Ordinária de 2015, que deve-

rá refletir e definir linhas de

ação para a pastoral da pessoa

humana e da família.

OO DDooccuummeennttoo

PPrreeppaarraattóórriioo

Em novembro de 2013 foi pu-

blicado o Documento Prepara-

tório contendo três itens prin-

cipais: I – O Sínodo: família

e evangelização; II – A Igreja

e o Evangelho sobre a famí-

lia: - O projeto de Deus Cria-

dor e Redentor e - o ensina-

mento da Igreja sobre a Famí-

lia; III – Questionário com

prazo para devolução até o dia

20 de janeiro de 2014, conten-

do 39 perguntas distribuídas

em nove temas: 1. Sobre a

difusão da Sagrada Escritura e

do Magistério da Igreja a pro-

pósito da família; 2. Sobre o

matrimônio segundo a lei natu-

ral; 3.A pastoral da família no

contexto da evangelização;

4.Sobre a pastoral para enfren-

tar algumas situações matri-

moniais difíceis; 5.Sobre as

uniões de pessoas do mesmo

sexo; 6.Sobre a educação dos

filhos no contexto das situa-

ções de matrimônios irregula-

res; 7.Sobre a abertura dos

esposos à vida; 8.Sobre a rela-

ção entre a família e a pessoa e

9.Outros desafios e propostas

O Instrumentum

Laboris

Em 24 de junho de 2014 foi

emitido o Instrumentum labo-

ris, que nasceu a partir das

respostas ao questionário

do Documento Preparatório.

As respostas, numerosas e mi-

nuciosas, foram enviadas pelos

Sínodos das Igrejas Orientais

Católicas sui iuris, pelas Con-

ferências Episcopais, pelos

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NNOOVVEEMMBBRROO DDEE 22001144

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Dicastérios da Cúria Romana

e pela União dos Superiores-

Gerais. Chegaram diretamente

à Secretaria Geral também

respostas – chamadas obser-

vações – da parte de um nú-

mero significativo de dioce-

ses, paróquias, movimentos,

grupos, associações eclesiais e

realidades familiares, assim

como de instituições acadêmi-

cas, especialistas, fiéis e ou-

tras pessoas interessadas em

fazer conhecer a própria

reflexão.

O texto está estruturado em

três partes e retoma, em con-

formidade com uma ordem

funcional à Assembleia sino-

dal, as oito temáticas propos-

tas no questionário. A primei-

ra parte é dedicada ao Evan-

gelho da família, entre desíg-

nio de Deus e vocação da pes-

soa em Cristo, horizonte no

qual se relevam o conheci-

mento e a recepção do dado

bíblico e dos documentos do

Magistério da Igreja, incluin-

do as dificuldades, entre as

quais a compreensão da lei

natural. A segunda parte a-

borda as várias propostas de

pastoral familiar, os relativos

desafios e as situações mais

difíceis. A terceira parte é

dedicada à abertura à vida e

à responsabilidade educacio-

nal dos pais, que caracterizam

o matrimônio entre o homem

e a mulher, com referência

particular às situações pasto-

rais atuais.

O presente documento, fruto

do trabalho colegial proveni-

ente da consulta das Igrejas

particulares que a Secretaria

Geral do Sínodo recolheu e

elaborou juntamente com o

Conselho de Secretaria ofere-

ce um panorama amplo, em-

bora não exaustivo, da situa-

ção familiar contemporânea,

dos seus desafios e das refle-

xões que suscita.

Os temas que não estão inclu-

ídos neste documento, alguns

dos quais foram indicados

pelas respostas no n. 9 (ou-

tros) do questionário, serão

abordados durante a Assem-

bleia Geral Ordinária do Sí-

nodo de 2015.

MMiissssaa ddee AAbbeerrttuurraa ddaa

IIIIII AAsssseemmbblleeiiaa

EExxttrraaoorrddiinnáárriiaa

O papa Francisco na homilia,

no dia 5 de outubro, lembra

que no Evangelho da parábola

dos vinhateiros (Mt 21, 33-43)

são os agricultores que arruí-

nam o projeto do Senhor: não

trabalham para o Senhor, mas

só pensam nos seus interesses.

Ele diz que “através da sua

parábola, Jesus dirige-se aos

sumos sacerdotes e aos anci-

ãos do povo, isto é, aos «sá-

bios», à classe dirigente. Foi a

eles, de modo particular, que

Deus confiou o seu «sonho»,

isto é, o seu povo, para que o

cultivem, cuidem dele e o

guardem dos animais selva-

gens. Esta é a tarefa dos líderes

do povo: cultivar a vinha com

liberdade, criatividade e dili-

gência.”

E o papa continua admoestan-

do que”também nós somos

chamados a trabalhar para a

vinha do Senhor, no Sínodo

dos Bispos. As assembleias

sinodais não servem para dis-

cutir ideias bonitas e originais,

nem para ver quem é mais in-

teligente… Servem para culti-

var e guardar melhor a vinha

do Senhor, para cooperar no

seu sonho, no seu projeto de

amor a respeito do seu povo.

Neste caso, o Senhor pede-nos

para cuidarmos da família,

que, desde os primórdios, é

parte integrante do desígnio de

amor que ele tem para a huma-

nidade.” E completa: “Nós

somos todos pecadores e tam-

bém nos pode vir a tentação de

«nos apoderarmos» da vinha,

por causa da ganância que

nunca falta em nós, seres hu-

manos. O sonho de Deus sem-

pre se embate com a hipocrisia

de alguns dos seus servidores.

Podemos «frustrar» o sonho de

Deus, se não nos deixarmos

guiar pelo Espírito Santo. O

Espírito dá-nos a sabedoria,

que supera a ciência, para tra-

MMêêss ddee ddeezzeemmbbrroo –– mmaarrqquuee nnaa AAggeennddaa

0088 –– DDiiaa NNaacciioonnaall ddaa FFaammíílliiaa

2288 ––

CCeelleebbrraaççããoo ddaa SSaaggrraaddaa FFaammíílliiaa

BBOOLLEETTIIMM OONN LLIINNEE –– PPAASSTTOORRAALL FFAAMMIILLIIAARR –– CCNNBBBB//RREEGGIIOONNAALL SSUULL 22

NNOOVVEEMMBBRROO DDEE 22001144

14

balharmos generosamente

com verdadeira liberdade e

humilde criatividade.”

O papa encerra a homilia com

ênfase: “Irmãos sinodais, para

cultivar e guardar bem a vi-

nha, é preciso que os nossos

corações e as nossas mentes

sejam guardados em Cristo

Jesus pela «paz de Deus que

ultrapassa toda a inteligência»

(Flp 4, 7). Assim, os nossos

pensamentos e os nossos pro-

jetos estarão de acordo com o

sonho de Deus: formar para Si

um povo santo que Lhe per-

tença e produza os frutos do

Reino de Deus (cf. Mt 21,

43).”

SSaauuddaaççããoo ddoo PPaappaa aaooss

PPaaddrreess SSiinnooddaaiiss

No dia 6 de outubro, o papa

Francisco fez o seguinte pro-

nunciamento de saudação:

Eminências, Beatitudes, Exce-

lências irmãos e irmãs

Dou-vos as minhas cordiais

boas-vindas a este encontro,

enquanto vos agradeço de

coração a vossa presença e

assistência solícitas e qualifi-

cadas.

Em vosso nome, gostaria de

manifestar o meu profundo e

sentido agradecimento a todas

as pessoas que trabalharam

com dedicação, paciência e

competência, durante longos

meses, lendo, avaliando e ela-

borando os temas, os textos e

os trabalhos desta Assembleia

Geral Extraordinária.

Permiti que eu dirija um obri-

gado particular e cordial ao

Cardeal Lorenzo Baldisseri,

Secretário-Geral do Sínodo, a

D. Fabio Fabene, Subsecretá-

rio, e juntamente com eles a

todos os relatores, escritores,

consultores e tradutores, bem

como a todos os funcionários

da secretaria do Sínodo dos

Bispos. Eles trabalharam incan-

savelmente, e continuam a la-

butar, pelo bom êxito do pre-

sente Sínodo: verdadeiramente,

muito obrigado, e que o Senhor

vos recompense!

Agradeço igualmente ao Con-

selho pós-sinodal, ao relator e

ao Secretário-Geral; às Confe-

rências Episcopais, que traba-

lharam realmente muito e, jun-

tamente com eles, agradeço

também aos três Presidentes

delegados...

Mas estou grato inclusive a

vós, estimados Cardeais, Patri-

arcas, Bispos, sacerdotes, reli-

giosos, religiosas, leigos e lei-

gas, pela vossa presença e pela

vossa participação, que enri-

quecem os trabalhos e o espíri-

to de colegialidade e de sino-

dalidade para o bem da Igreja e

das famílias! Também este es-

pírito de sinodalidade, desejei

que estivesse presente na elei-

ção do relator, do Secretário-

Geral e dos Presidentes delega-

dos. Os primeiros dois foram

eleitos diretamente pelo Conse-

lho pós-sinodal, também ele

eleito pelos participantes no

último Sínodo. No entanto,

dado que os Presidentes dele-

gados devem ser escolhidos

pelo Papa, eu solicitei ao pró-

prio Conselho pós-sinodal que

propusesse alguns nomes, e

nomeei aqueles que o Conselho

me propôs.

Vós transmitis a voz das Igrejas

particulares, reunidas a nível de

Igrejas locais mediante as Con-

ferências Episcopais. A Igreja

universal e as Igrejas particula-

res são de instituição divina; as

Igrejas locais assim entendidas

são de instituição humana.

Esta é a voz que transmitireis

em sinodalidade. Trata-se de

uma grande responsabilidade:

anunciar as realidades e as

problemáticas das Igrejas, para

as ajudar a percorrer aquele

caminho que é o Evangelho da

família.

Uma condição geral de base é

a seguinte: falar claro. Que

ninguém diga: «Isto não se

pode dizer; pensará de mim

assim ou assim...». É necessá-

rio dizer tudo o que se sente

com parrésia. Depois do ulti-

mo Consistório (Fevereiro de

2014), no qual se falou sobre a

família, um Cardeal escreveu-

me dizendo: é uma lástima que

alguns Purpurados não tiveram

a coragem de dizer certas coi-

sas por respeito ao Papa, talvez

julgando que o Papa pensasse

de outra maneira. Isto não está

bem, isto não é sinodalidade,

porque é necessário dizer tudo

aquilo que, no Senhor, senti-

mos que devemos dizer: sem

hesitações, sem medo. E, ao

mesmo tempo, é preciso ouvir

com humildade e aceitar de

coração aberto aquilo que os

irmãos dizem. A sinodalidade

exerce-se com estas duas ati-

tudes.

É por isso que vos peço, por

favor, estas atitudes de irmãos

no Senhor: falar com parrésia

e ouvir com humildade. E

fazei-o com grande tranquili-

dade e paz, porque o Sínodo se

realiza sempre cum Petro et

sub Petro, e a presença do

Papa é garantia para todos e

guardião da fé.

Estimados irmãos, colabore-

mos todos para que se afirme

com clareza a dinâmica da sinodalidade. Obrigado!

(Continua na próxima edição)

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PPiioo XXII

"Para enervar a influência do

ambiente familiar, acresce hoje

o fato de que, quase por toda a

parte, se tende a afastar cada vez

mais da família a juventude,

desde os mais tenros anos, sob

vários pretextos, quer econômi-

cos, industriais ou comerciais,

quer mesmo políticos" (Carta

Encíclica Divini Illius Magistri,

1929)

"Além disso, é necessário que

os cônjuges cristãos, com a gra-

ça divina que internamente

transforma a fraca vontade, con-

formem seus pensamentos e

conduta àquela puríssima lei de

Cristo, a fim de alcançarem para

si e para a própria família a ver-

dadeira paz e felicidade" (Carta

Encíclica Casti Connubii, 1930)

"Mas o primeiro e grande jar-

dim, onde deve quase esponta-

neamente germinar e desabro-

char as flores do santuário, é

sempre a família, verdadeira-

mente e profundamente cristã. A

maior parte dos santos bispos e

sacerdotes, aos quais a Igreja

rende louvores, deve o início

das suas vocações e da sua san-

tidade aos exemplos e ensina-

mentos de um pai cheio de fé e

forte virtude e de uma mãe casta

e piedosa, de uma família na

qual reinava a pureza dos cos-

tumes e a caridade de Deus e o

amor ao próximo" (Carta Encí-

clica Ad Catholici Sacerdotti,

1935)

"Assim como o matrimônio e o

direito ao seu uso natural são de

origem divina, assim também a

constituição e as prerrogativas

fundamentais da família deri-

vam, não do arbítrio humano,

nem de fatores econômicos,

senão do próprio Criador su-

premo de todas as coisas" (Carta

Encíclica Divinis Redemptoris,

1937)

PPiioo XXIIII

"Para não pararmos aqui somen-

te: as inegáveis dificuldades,

que uma bela coroa de filhos

traz consigo, especialmente em

nossos tempos de vida cara em

famílias simples, exige cora-

gem, sacrifícios, heroísmo. Mas

como a amargura saudável da

mirra, assim esta dureza tempo-

rária dos direitos conjugais em

primeiro lugar, preserva os es-

posos de uma culpa grave, fonte

funesta de ruína para famílias e

nações. Além disso, essas difi-

culdades corajosamente aborda-

das, devem garantir-lhe a con-

servação da graça sacramental e

uma grande ajuda divina" (Ca-

tequese, 10 janeiro 1940)

“A família humana é o último e

sublime acontecimento da mão

de Deus na natureza do univer-

so, a última maravilha por Ele

colocada como coroa do mundo

visível, no último e sétimo dia

da criação; quando no paraíso

das delícias por Ele plantado e

preparado, plasmou e conduziu

o homem e a mulher colocando-

os para cultivá-lo e guardá-lo

(Gn 2, 8-15) e deu a eles o do-

mínio sobre todos os pássaros

do céu, os peixes do mar e os

animais da terra (Gn 1, 28)"

(Catequese, 8 abril 1942)

“Como para as famílias que

reservam 'a parte de Deus' sobre

os bens recebidos d'Ele e dos

quais eles gozam, assim para

vós aquilo que sobre toda coisa

convém que motive a santa am-

bição da bela vocação por al-

guns dos vossos filhos, deveria

ser movido pelo pensamento do

quanto na vida espiritual vos é

recompensado por Cristo, por

meio da sua Igreja, dos seus

sacerdotes, dos seus religiosos,

assim abundantemente” (Cate-

quese, 25 março 1942)

"O valor do testemunho dos pais

de famílias numerosas não so-

mente consiste em rejeitar sem

rodeios, e com a força dos fatos,

todo compromisso intencional

entre a lei de Deus e o egoísmo

do homem, mas na prontidão em

aceitar, com alegria e reconhe-

cimento, os inestimáveis dons

de Deus, que são os filhos, e na

quantidade que a Ele agrade"

(Discurso, 20 de janeiro de

1958)

JJooããoo XXXXIIIIII

OOss PPaappaass ee aa

FFaammíílliiaa AAllgguunnss ddeessttaaqquueess

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"Se não há paz, união e concór-

dia nas famílias, como poderá

havê-la na sociedade civil? Esta

ordenada e harmônica união,

que deve sempre reinar dentro

das paredes domésticas, nasce

do vínculo indissolúvel e da

santidade própria do matrimônio

cristão e contribui imensamente

para a ordem, progresso e o

bem-estar de toda a sociedade

civil" (Carta Encíclica Ad Petri

Cathedram, 1959)

"Famílias cristãs, pesai as vos-

sas responsabilidades e dai vos-

sos filhos, com alegria e grati-

dão, ao serviço da Igreja" (Carta

Encíclica Sacerdotii Nostri

Primordia)

"Temos de proclamar solene-

mente que a vida humana deve

ser transmitida por meio da fa-

mília, fundada no matrimônio

uno e indissolúvel, elevado para

os cristãos à dignidade de sa-

cramento. A transmissão da vida

humana foi confiada pela natu-

reza a um ato pessoal e consci-

ente (...) Por isso, não se podem

usar aqui meios, nem seguir

métodos, que serão lícitos quan-

do se tratar da transmissão da

vida nas plantas e nos animais"

(Carta Encíclica Mater Et

Magistra)

"A família, baseada no matri-

mônio livremente contraído,

unitário e indissolúvel, há de ser

considerada como o núcleo fun-

damental e natural da sociedade

humana" (Carta Encíclica

Pacem In Terris, 1963)

PPaauulloo VVII

"Os esposos cristãos, portanto,

dóceis à Sua voz, lembrem-se de

que a sua vocação cristã, iniciada com o Batismo, se especificou

ulteriormente e se reforçou com o

sacramento do Matrimônio. (...)

Foi a eles que o Senhor confiou a

missão de tornarem visível aos

homens a santidade e a suavidade

da lei que une o amor mútuo dos

esposos com a sua cooperação

com o amor de Deus, autor da

vida humana" (Carta Encíclica

Humanae Vitae, 1968)

"Não se pode deixar de pôr em

realce a ação evangelizadora da

família (...) Nos diversos momen-

tos da história da Igreja, ela me-

receu bem a bela designação san-

cionada pelo Concílio Ecumênico

Vaticano II: 'Igreja doméstica'.

Isso quer dizer que, em cada fa-

mília cristã, deveriam encontrar-

se os diversos aspectos da Igreja

inteira. Por outras palavras, a

família, como a Igreja, tem por

dever ser um espaço onde o E-

vangelho é transmitido e donde o

Evangelho irradia" (Exortação

Apostólica Evangelii Nuntiandi,

1975)

JJooããoo PPaauulloo II

"As Famílias são 'o santuário

doméstico da Igreja', direi até;

uma verdadeira e própria 'Igreja

doméstica', em que florescem as

vocações religiosas, em que se

tomam as santas decisões, e onde

se prepara o futuro do mundo"

(Primeira Radiomensagem, 27 de

Agosto de 1978)

JJooããoo PPaauulloo IIII

"É a família cristã que promove

simples e profundamente a dig-

nidade e o valor da vida humana

desde o momento da concep-

ção" (Peregrinação Apostólica à

África, 1980)

"É necessário proclamar alto a

santidade do matrimônio, o va-

lor da família e a intangibilidade

da vida humana. Não me cansa-

rei nunca de cumprir esta que

julgo missão inadiável" (Discur-

so ao Sacro Colégio, 1980)

"A força e a vitalidade de cada

país serão em medida da força e

da vitalidade da família nesse

mesmo país. Nenhum grupo tem

tanto reflexo no país quanto a

família. Nenhum grupo tem um

papel tão influente no futuro do

mundo. Por esta razão, os espo-

sos cristãos têm uma missão

insubstituível no mundo de hoje.

O amor generoso e a fidelidade

do esposo e da esposa oferecem

estabilidade e esperança a um

mundo dilacerado pelo ódio e

pela divisão" (1º Congresso In-

ternacional da Família da África

e da Europa, 1981)

"A paternidade e a maternidade

humana, mesmo sendo biologi-

camente semelhantes às de ou-

tros seres da natureza, têm em si

mesmas de modo essencial e

exclusivo uma 'semelhança' com

Deus, sobre a qual se funda a

família, concebida como comu-

nidade de vida humana, como

comunidade de pessoas unidas

ATENÇÃO:

A XIV ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO SÍNODO DOS BISPOS

será de 4 a 25 de outubro de 2015, sobre o tema: “A vocação e

a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”

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no amor" (Carta às Famílias,

1994)

"Família: uma via comum,

mesmo se permanece particular,

única e irrepetível, como irrepe-

tível é cada homem; uma via da

qual o ser humano não pode

separar-se" (Carta às Famílias,

1994)

"Nas famílias cristãs, fundadas

no sacramento do matrimônio, a

fé nos vislumbra maravilhosa-

mente o rosto de Cristo, esplen-

dor da verdade, que enche de

luz e de alegria os lares que ins-

piram a sua vida no Evangelho"

(Encontro do Papa com as Fa-

mílias, 4 de outubro de 1997)

"No plano de Deus, o matrimô-

nio - o matrimônio indissolúvel

– é o fundamento de uma famí-

lia sadia e responsável" (Encon-

tro do Papa com as Famílias, 5

de outubro de 1997)

"Através da família, toda a exis-

tência humana é orientada para

o futuro. Nela, o homem vem ao

mundo, cresce e amadurece.

Nela, ele se torna um cidadão

sempre mais maduro do seu

país, e um membro da Igreja

sempre mais consciente" (En-

contro do Papa com as Famílias,

5 de outubro de 1997)

BBeennttoo XXVVII

"A edificação de cada uma das

famílias cristãs situa-se no con-

texto daquela família mais am-

pla que é a Igreja, a qual a sus-

tenta e leva consigo. (…) E,

vice-versa, a Igreja é edificada

pelas famílias, pequenas Igrejas

domésticas" (Discurso, 6 de

Junho de 2005)

"As famílias cristãs constituem

um recurso decisivo para a edu-

cação na fé, para a edificação da

Igreja como comunhão e para a

sua capacidade de presença mis-

sionária nas situações mais di-

versificadas da vida, além de

fermentar em sentido cristão a

cultura difundida e as estruturas

sociais" (Discurso, 6 de Junho

de 2005)

"Queridas famílias, sede corajo-

sas! Não cedais à mentalidade

secularizada que propõe a con-

vivência como preparação ou

mesmo substituição do matri-

mônio. Mostrai com o vosso

testemunho de vida que é possí-

vel amar, como Cristo, sem re-

servas, que não é preciso ter

medo de assumir um compro-

misso com outra pessoa" (Ho-

milia, 5 de Junho de 2011)

"Queridas famílias, a vossa vo-

cação não é fácil de viver, espe-

cialmente hoje, mas a realidade

do amor é maravilhosa, é a úni-

ca força que pode verdadeira-

mente transformar o universo, o

mundo" (Encontro Mundial das

Famílias, 3 de Junho de 2012)

"Não é só a Igreja que é chama-

da a ser imagem do Deus Uno

em Três Pessoas, mas também a

família fundada no matrimônio

entre o homem e a mulher" (En-

contro Mundial das Famílias, 3

de Junho de 2012)

"Família, trabalho e festa. Trata-

se de três dons de Deus, três

dimensões da nossa existência,

que devem encontrar um equilí-

brio harmonioso para construir

sociedades com um rosto huma-

no" (Catequese, 6 de Junho de

2012)

FFrraanncciissccoo

"Os avós são a sabedoria da

família, são a sabedoria de um

povo. E um povo que não ouve

os avós, é um povo que morre!

Ouçamos os avós!" (Discurso às

Famílias, 26 de Outubro de

2013)

"Aquilo que mais pesa na vida é

a falta de amor. Pesa não rece-

ber um sorriso, não ser benquis-

to. Pesam certos silêncios, às

vezes mesmo em família, entre

marido e esposa, entre pais e

filhos, entre irmãos. Sem amor,

a fadiga torna-se mais pesada,

intolerável" (Discurso às Famí-

lias, 26 de Outubro de 2013)

"A família atravessa uma crise

cultural profunda, como todas as

comunidades e vínculos sociais.

No caso da família, a fragilidade

dos vínculos reveste-se de espe-

cial gravidade, porque se trata

da célula básica da sociedade"

(Exortação Apostólica Evangelii

Gaudium, 2013)

"No vosso caminho familiar,

partilhais tantos momentos be-

los: as refeições, o descanso, o

trabalho em casa, a diversão, a

oração, as viagens e as peregri-

nações, as ações de solidarieda-

de… Todavia, se falta o amor,

falta a alegria; e Jesus é quem

nos dá o amor autêntico" (Carta

do Papa às Famílias, 25 de feve-

reiro de 2014)

"Mas ouvi este conselho: Não

acabeis o dia sem fazer as pazes.

A paz faz-se de novo cada dia

em família!" (Catequese, 2 de

Abril de 2014)

"Três palavras que devem exis-

tir sempre em casa: com licença,

obrigado, desculpa. Com licen-

ça: para não se intrometer na

vida dos cônjuges. Com licença,

como te parece isto? Com licen-

ça, permite-me. Obrigado: agra-

decer ao cônjuge; obrigado por

aquilo que fizeste por mim, o-

brigado por isto. A beleza da

gratidão! E dado que todos nós

erramos, há outra palavra um

pouco difícil de pronunciar, mas

necessária: desculpa" (Cateque-

se, 2 de Abril de 2014)

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CCOONNGGRREESSSSOOSS,, AASSSSEEMMBBLLEEIIAASS,, EENNCCOONNTTRROOSS,,

RREEUUNNIIÕÕEESS EE DDEEMMAAIISS EEVVEENNTTOOSS EE

AACCOONNTTEECCIIMMEENNTTOOSS DDIIOOCCEESSAANNOOSS EE PPAARROOQQUUIIAAIISS

Convidamos para que nos envie matérias, artigos, textos e fotos para

divulgação de Congressos, Assembleias, Encontros, Retiros, Reuniões e demais eventos, acontecimentos e boas práticas da sua diocese e/ou

paróquia relativos à Pastoral Familiar.

Mais informações

(41) 3261-3461 / (41) 9211-3706 (vivo)

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“Não basta circular pelas «estradas» digitais, isto é, simplesmente estar conectados:

é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro. Não

podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos. Precisamos de amar e ser

amados. Precisamos de ternura.” (Papa Francisco, mensagem para o 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais)

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A justiça procede, enfim, da vontade da maioria. Não

existe mais verdade de

referência, não existem direitos

que nascem da natureza do

homem.

Três anos depois do

fim do segundo

conflito mundial, a

ONU apresentava

solenemente a De-

claração Universal

dos Direitos Huma-

nos (1948). O do-

cumento enfatiza-

va que a guerra

apenas terminada

tivera como causa

profunda a recusa

de reconhecer que

todos os homens

nascem livres e i-

guais em dignida-

de, que todos têm

os mesmos direitos,

a começar pelo

direito à vida.

Para prevenir confli-

tos como o anteri-

or, era necessário

convidar todas as

nações do mundo

a se empenharem

em respeitar os di-

reitos do homem e

levar à prática os

direitos proclama-

dos, dando-lhes

vigor com legisla-

ções nacionais a-

propriadas. Esta

Proclamação se

inscreve numa rica

tradição, que con-

sidera que o ho-

mem é capaz de

descobrir, pela sua

razão, que é sujeito

de direitos funda-

mentais. Tais direi-

tos se impõem a

todos os homens

com o brilho da

sua verdade. Eles

são declarados e

proclamados; to-

dos os homens são

capazes de reco-

nhecê-los e sapo

convidados a

promovê-los e a

protegê-los. A De-

claração de 1948

pretende colocar

as relações inter-

nacionais sobre

esta base. Com a

carta de S. Fran-

cisco (1945), este

documento define

a razão de ser da

ONU e dá a esta

última a missão

que lhe é essenci-

al: promovera paz

e o desenvolvi-

mento, no respeito

às pessoas e às

nações. Atualmen-

te se constata

uma tendência a

redefinir os direitos

do homem sobre

bases diferentes

daquelas que ins-

piraram a Decla-

ração de 1948.

Sob o influxo de

um pragmatismo

típico de uma cer-

ta tradição anglo-

saxônica, acredi-

ta-se que nenhu-

ma verdade se

NNoovvooss DDiirreeiittooss

HHuummaannooss

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maioria. Não exis-

te mais verdade

de referência,

não existem mais

direitos que nas-

cem da natureza

do homem.

No campo jurídi-

co, a lei é a ex-

pressão da von-

tade daquele

que promulga a

norma. Objeto do

direito não é mais

a justiça, mas a

lei. É à luz deste

debate entre du-

as concepções

Bispo Referencial

Dom Orlando Brandes

Arcebispo de Londrina [email protected]

Casal coordenador

Jorge Luis Bovo e

Sandra Regina P.Bovo

Diocese de Apucarana [email protected]

[email protected] [email protected]

Assessor Regional

Diác. Juares C. Krum

Diocese de União da Vitória [email protected]

PRIORIDADE:

EVANGELIZAÇÃO

DAS FAMÍLIAS

Com seis destaques:

Catequese Grupos de Reflexão Pais e Filhos Espiritualidade

Conjugal Juventude Noivos

impõe ao homem

enquanto tal. A

origem dos direi-

tos do homem

tem que ser bus-

cada em outra

base. Ela se en-

contra no con-

senso. Os direitos

do homem teriam

nascido de um

processo em que,

no final, a deci-

são da maioria

definiria aquilo

que é justo e ver-

dadeiro. A justiça

procede, enfim,

da vontade da

radicalmente di-

ferentes da Filoso-

fia do Direito que

se coloca hoje a

questão dos “no-

vos direitos do

homem”.

Enfim, o debate

se resume em

uma interrogação

muito simples: a

vontade dos mais

fortes basta para

convalidar a justi-

ça de uma lei e

para legitimar

“novos direitos”

como o aborto

ou a eutanásia?

(Leia o artigo completo em Lexicon – Pontifício Conselho

para a Família - Termos ambíguos e discutidos sobre a

família, vida e questões éticas, p. 731-744)