câmara municipal de palmela editorial · de grande diversidade ao nível da flora e vegetação...
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boletim do Museu Municipal de Palmela
A Presidente da Câmara
Ana Teresa Vicente
nº 10 • Novembro 2008/Maio 2009
Editorial
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A Festa de Todos-os-Santos, em Quinta do Anjo, constitui umatradição local à qual este ano se associam o 80º aniversário dafreguesia e um dos momentos altos da comemoração dos 82 anosda Restauração do concelho de Palmela, isto é, a homenagem a umdos mais conhecidos e reconhecidos homens da região de Palmela e,em particular, na sua e nossa Quinta do Anjo: o Dr. António MatosFortuna.O boletim do Museu Municipal dedica assim, grande parte destaedição à memória do Professor e Historiador local, quer evocandoa sua extensa investigação e produção editorial, quer a um conjuntode temáticas que lhe eram particularmente queridas – a Históriae a Memória da aldeia de Quinta do Anjo, dos homens e mulheresque nela vivem, mas também ao Património Natural que nestacomunidade se soube preservar e usar em prol do bem comum,criando alguns dos melhores produtos da região de Palmela:os queijos e os vinhos.Quando em 1985, a Câmara Municipal de Palmela tomou a iniciativade realizar as comemorações do 8º centenário do Foral de Palmela, foisob orientação de Matos Fortuna – desde 1982 assessor do Pelouroda Cultura – que essa acção se desenrolou. As temáticas históricasentão evocadas – no cerne da história do concelho -, constituírammote para alguns dos trabalhos sequentes do município, na vertenteda divulgação do Património Cultural, que ao longo dos anos seconsolidaram e prosseguem hoje; o caso dos Cursos e Encontrossobre Ordens Militares, cuja pertinência e interesse neste +museu sãoapresentados a partir de um inquérito feito em Março aos participantesdo 8º Curso, é disso um exemplo. Outras áreas, que à data não tinhamo relevo que hoje assumem na nossa actividade – como a salvaguardado património arqueológico –, estão também documentadas nesteboletim.O incansável trabalho de António Fortuna pela (re) descoberta daHistória local e pelo registo dos saberes-fazer das gentes de Quintado Anjo e de outras comunidades do concelho e do distritode Setúbal, deixa-nos para o Futuro um exemplo de perseverançae a certeza de que muitas das áreas de conhecimento da realidadelocal que – ao longo de décadas – estudou, podem e devem serdesenvolvidas e renovadas pelas novas gerações.As parcerias no Museu Municipal com outras entidades, que actuamno território concelhio, permitem-nos progredir nesse trabalhode salvaguarda e divulgação patrimonial, para residentes e paravisitantes do nosso concelho. Apresentam-se nesta edição dois casosde trabalhos de investigação histórico-antropológica que em brevepodem vir a ser importantes pólos de conhecimento sobre a ruralidadedo nosso concelho: o Museu do Pastor e a Quinta PedagógicaCaramela.A fotografia escreve, com luz, os nossos actos e perpetua-os notempo. O suplemento deste +museu deixa-nos registos da vida árdua,mas também bucólica, da freguesia de Quinta do Anjo, apresentandoimagens da infância e da escola, do desporto e da cultura, dos ofíciostradicionais e de actos oficiais do longo do século XX.O Futuro está no trabalho que hoje realizamos conhecendo o Passadoe reconhecendo os homens e as mulheres que tornam mais clarose sábios os nossos passos. Este é um caminho consciente quenos orienta, para trabalharmos com os nossos munícipes em proldo desenvolvimento cultural local !
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em destaque...
O Museu Municipal de Palmela insere-se num vasto
território onde a diversidade cultural se impõe aos
sentidos. Identidades e Patrimónios sobrepõem-se,
fruto da história e da memória de cada lugar.
O Museu Municipal de Palmela, no sentido de dar
cumprimento à sua missão: estudar, salvaguardar e
promover os patrimónios e identidades próprias das
suas gentes, impulsiona e acompanha o processo
cultural reivindicativo, transversal a toda a sociedade,
que é o reclamar, para o concelho, das suas
especificidades locais. Nesse sentido, celebra parce-
rias institucionais com a comunidade local que as-
sentam na união de esforços e vontades.
Esta instituição, que possui uma estrutura polinu-
cleada, tem como espaço de acção privilegiado o pró-
prio território, que reflecte. Constituído por núcleos e
extensões museológicas, tem por objectivo expres-
sar a diversidade do local.
Neste ano de 2008, foi com grande interesse e satis-
fação que fomos convidados, pela Associação Regi-
onal de Criadores de Ovinos Leiteiros da Serra da
Arrábida (ARCOLSA), a colaborar na criação de um
novo espaço expositivo, no concelho, dedicado à
temática da ovinicultura, em S. Gonçalo, Cabanas.
Este projecto tem como objectivo contribuir para a
salvaguarda do aparato simbólico e funcional que
compõe a actividade do Maneio das ovelhas. Não se
trata apenas de falar sobre a importância do Queijo
de Azeitão para o concelho mas, também, de tudo o
que está implícito na actividade do ovinicultor e do
ciclo de trabalho que molda esta profissão.
Definido o cronograma de trabalho e as responsabili-
dades inerentes a cada uma das entidades, no âmbi-
to desta parceria, coube ao Museu Municipal de
Palmela proceder à investigação temática e conce-
ber os conteúdos textuais da exposição.
Passando por todos os passos necessários e comuns
no contexto de uma pesquisa antropológica, durante
o trabalho de campo foram seleccionados informan-
tes que acompanhámos durante os trajectos do quo-
tidiano. Observámos a forma como os animais são
conduzidos para os locais de pasto, a técnica utiliza-
da na ordenha, os cuidados a ter durante um parto,
as tarefas diárias inerentes ao seu Maneio. Quisemos
também saber sobre a evolução desta profissão no
que respeita aos métodos e técnicas, mas também
sobre as vidas destes homens e mulheres que, ao
longo dos anos, se dedicaram, em exclusivo, ao cui-
dado das ovelhas.
É de destacar que fomos confrontados, durante este
processo, com uma profissão exigente e de grande
rigor ao nível das práticas e conhecimentos.
Os animais dependem em exclusivo destas pesso-
as. É através delas que se alimentam, se tratam, se
reproduzem. São tarefas que têm obrigatoriamente
que ser cumpridas, por uma determinada ordem, to-
dos os dias.
Não se padecem por férias ou alturas festivas. Todos
os dias.
Se hoje é já possível alguma margem de manobra
pelo facto de se utilizar com alguma regularidade ra-
ções, antigamente os animais sobreviviam apenas à
base do pastoreio, o que obrigava a deslocações di-
árias na procura de alimento.
“Era todos os dias que tinha que pastar.Naquele tempo pouco se dava lá àmanjedoura, ou nada. Era só o que
apanhavam cá por fora. Mesmo em diasde chuva e tudo, tinha que se romper.”
João Ferreira, 83 anos, 2008
Todavia, importa destacar que embora as rações fa-
çam hoje efectivamente parte da dieta alimentar, o
preço de cada saco está altamente inflacionado em
consequência da conjuntura económica mundial.
Facilmente se ouvem lamentos e pedidos de apelo
na voz destas pessoas que temem pelo futuro desta
profissão rural.
Patrimónios do concelhoo Maneio das ovelhas
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Fruto da parceria entre o Museu Municipal e a
ARCOLSA, nasceu a exposição de longa duração
“Entre a Serra e o Céu: Ecos dos Saberes e Fazeres
no Maneio das ovelhas”, inaugurada durante a XIII
edição do Festival do Queijo, Pão e Vinho.
Dividida por núcleos temáticos, a exposição convida
o público a uma inversão do percurso, propondo que
este caminho se inicie pelo culminar do ciclo, pelo
produto acabado: o queijo de Azeitão. A descrição
do modo de produção artesanal deste produto é pau-
tada pelas memórias:
“Quando era quatro e meia, cinco horaso mais tardar [da manhã], levantava-me.Ordenhava as ovelhas, ia para baixo fazia
os queijos, encabazava-se os queijosdentro dos cabazes e vinha-se pôr à
camioneta para ir vender – uma senhoralevava os queijos e ia vender para oSeixal. Depois era chegar a casa,
almoçar, ou levar uma sacola com umlanche e pastar as ovelhas – andar todoo dia atrás do gado. Chegava à noiteprendia-se o gado, ordenhava-se,
levava-se o leite para casa, fazia-se osqueijos (…) Fazia-se o leite da noite efazia-se o leite da manhã. (…) Esses
queijos como eram da noite iam semprepor cima dos outros (…) para não
azedarem.” Tito, 52 anos, Quinta do Anjo
Tratando-se de ovelhas leiteiras, a ordenha corres-
ponde à actividade fundamental do ciclo produtivo,
intrinsecamente dependente de uma boa gestão do
maneio do gado.
A ordenha era efectuada no aprisco, método tradici-
onal que hoje vem sendo sistematicamente substitu-
ído por salas industriais que proporcionam melhores
condições de higiene, e permitem maior produtivida-
de na recolha do leite.
Na ordenha ao aprisco, os comedouros ou cancelas
de madeira eram distribuídos de maneira a formarem
corredores estreitos onde as ovelhas eram dispostas
em fila. O produtor, de cócoras ou sentado no próprio
ferrado, vai ordenhando, uma a uma, através de mo-
vimentos consistentes e precisos, mas simultanea-
mente delicados.
À medida que os ferrados enchiam, o leite ia sendo
coado, por um pano, para as bilhas de folha de zinco
onde era transportado para a queijaria.
A pastagem é de primordial importância já que dela
dependia, quase em exclusivo, a alimentação dos ani-
mais à base, sobretudo, de plantas espontâneas
(gramíneas e leguminosas) existentes na Serra da
Arrábida, que está dotada de um micro clima específi-
co, de forte influência mediterrânea. É nesta vasta área
de grande diversidade ao nível da flora e vegetação
que os rebanhos se alimentam, através de um sistema
de pastoreio definido com rigor, tendo em conta o cli-
ma, as pastagens e os saberes das Gentes.
“É uma vida dura e de que maneira! Nãotemos dias santos, não temos feriados,
não podemos ir a um baile, não podemosir a uma festa, não podemos ir a lado
nenhum. É uma vida presa!...Mas então,não temos outra!”
Estanislau, 69 anos, 2008
No mês de Março, quando o tempo começa a aque-
cer, inicia-se a tosquia que decorre até meados de
Maio, dependendo do número de cabeças do reba-
nho. Esta é uma operação que consiste em cortar,
rente à pele, a lã dos animais para posterior aprovei-
tamento. Prepara, também, os animais para a época
de cobrição que se avizinha.
Como o melhoramento genético é exclusivamente fei-
to pelo controle dos casamentos, o carneiro reprodutor
é rigorosamente seleccionado em função das suas
características genéticas, de modo a dar continuida-
de ao apuramento da raça. Os rebanhos são consti-
tuídos de modo a que exista um carneiro por cerca
de quarenta ovelhas fêmeas.
A gestação destes animais é de cinco meses e, du-
rante este período, as ovelhas prenhas devem ser alvo
de todos os cuidados para o nascimento que se apro-
xima.
Nesta inversão do percurso, que é, afinal, um ciclo
que se repete todos os anos, chegamos ao momen-
to em que tudo tem início. Momento em que a vida se
reproduz, em que pequenos e sumidos balidos se
vêm juntar aos sons da terra. É nos meses de Setem-
bro e Outubro que os borregos resultantes de uma
procriação controlada começam a nascer. A mãe,
previamente separada do restante rebanho, é mantida
em local limpo, seco e abrigado.
Timidamente vai entrando em trabalho de parto, trans-
mitindo pequenos sinais inconfundíveis ao olhar de
quem sabe.
“A gente nota. Começa-se aespreguiçar, o rabito no ar, o mojo,e depois deita a bolha de água.”
António Plateia, 2008
Falamos, sobretudo, de ovelhas de raça Saloia, origi-
nárias do distrito de Lisboa (Cascais, Lisboa, Loures,
Mafra, Oeiras, Sintra, Vila Franca de Xira e Torres
Vedras) e de Setúbal (Palmela, Setúbal e Sesimbra),
que correspondem à individualização de uma deter-
minada tipologia de efectivos pertencente ao Grupo
Étnico Bordaleiro.
Beatriz Costa (1907 - 1996) apadrinhou estes animais,
tornando-se Madrinha da Raça Saloia da Península
de Setúbal. Em 1989 escreveu as seguintes palavras,
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em destaque...singulares e antropologicamente ricas:
“O dia 1 de Novembro de 1989 deve tersido o mais agradável que passei nos
últimos quinze anos!...Eram centenas dehomens humildes, talvez um milhar. Na
sua maioria pastores e criadores derebanhos (…) nunca pensei que no meu
amado país existissem tão belosexemplares [ovelhas saloias] comoaqueles que vi e acariciei na Quinta
do Anjo. Era a VII Exposição Concursode Ovinos da Raça Saloia”
Beatriz Costa, “Eles e Eu”, 1990
Cada profissão tem uma linguagem própria, assente
em termos técnicos específicos mas também em regi-
onalismos que, numa apropriação das palavras, as
moldam à medida das necessidades de comunicação
do meio que habitam. No sentido de clarificar o sinónimo
de palavras e dizeres, concebemos um painel que lista
alguns dos exemplos mais significativos.
Estavam feitas à gente, é um dos dizeres recorren-
te, neste falar sobre as ovelhas. Traduz a relação en-
tre homem e animal, mas traduz muito mais. Revela a
forma como estes homens se dedicaram aos animais
que tinham ao seu cuidado, baptizando-os e reco-
nhecendo cada um pelas características específicas
da sua personalidade. A Laranjinha, gostava muito
de laranjas, a Mimosa era muito meiga…
No sentido de mostrar, para além das palavras, o cam-
po de significados inerente a este mundo, editámos
um documento audiovisual, presente no espaço
expositivo, que evoca memórias narradas pelas vo-
zes dos protagonistas: gente convicta da escolha pro-
fissional que fez, ainda nos tempos da sua meninice.
Convicção que se reflecte no rosto e nas palavras.
Orgulho que os afectos reclamam.
Embutidos, também, de fortes convicções acerca da
importância deste Património, e sobre a importância
de dar continuidade a este trabalho, a ARCOLSA e o
Museu Municipal preparam a abertura deste espaço
ao público, enquanto extensão Museológica, com um
programa regular e diversificado de actividades pe-
dagógicas. E, assim, o Museu Municipal de Palmela,
em nome, também, da ARCOLSA, convida-os a visi-
tarem este novo equipamento cultural do concelho e
a deixarem-se tocar pelos cheiros e sons da ruralidade.
Teresa SampaioAntropóloga, Museu Municipal de Palmela
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AntónioMatosFortunaJornalista,Professor,Historiador Local( Quinta do Anjo 09.03.2008)
Nascido a 31.12.1930 em Quinta do Anjo, tinha o pra-
zer de ser auto-denominar montanhão (da encosta
da serra) e o talento de encadear narrativas umas nas
outras com uma naturalidade surpreendente. Aman-
te da sua terra, deixa-nos não só o seu trabalho, re-
gistado em obras essenciais ao conhecimento da
nossa História Regional e Local, mas também a me-
mória do seu saber, vivacidade, perseverança e hu-
mildade.
O seu percurso de vida, sempre marcado pelo estu-
do, o ensino e a escrita, colocam-no sempre em po-
sição de participação e intervenção na comunidade.
Após o percurso escolar feito em Setúbal, na Escola
João Vaz, nos anos 50 trabalha na Câmara Munici-
pal de Setúbal como fiscal de impostos, no Sanatório
do Outão, na Casa de Pessoal da “SACOR” e como
revisor na editora “Logos”. Em 1953, é um dos mem-
bros da tertúlia literária “Arcádia da Fonte do Anjo”,
com o pseudónimo Louro da Serra; à qual perten-
cem também Cabral Adão, médico e escritor, a poe-
tisa Maria Helena Soares Horta e Maria Adelaide Ro-
sado Pinto, mestre de música. Com página regular
no jornal O Setubalense, divulgam poesia pretenden-
do incentivar o gosto pela sua produção e leitura.
Em 1968-69 frequenta o primeiro Curso de Jornalis-
mo realizado em Portugal, da responsabilidade do
Sindicato Nacional de Jornalistas, encetando uma
vasta colaboração em periódicos regionais e nacio-
nais.
Em 1976 licencia-se em História na Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa, iniciando no ano
seguinte a sua carreira docente na Escola Básica dos
2º e 3º Ciclos de Palmela, na qual se aposenta em
Setembro de 2000. Também nos anos 70, desenvol-
ve trabalhos de investigação e escrita sobre a Histó-
ria local. Comunicações e colaborações diversas, in-
vestigação sobre várias áreas da cultura e história lo-
cais, dão expressão a esse trabalho publicado, na
maior parte, pela Câmara Municipal, pelo Grupo dos
Amigos do Concelho de Palmela, pela Misericórdia e
pela Paróquia palmelenses.
Assessor cultural da Câmara Municipal de Palmela de
1982 até 2007, considerava o programa de Comemo-
rações do 8º Centenário do Foral de Palmela (1985), a
sua mais bem sucedida actividade. Este evento mar-
cará o início da actividade cultural do Município, cons-
tituindo, ainda hoje, uma referência na História Local e
Nacional e uma memória feliz para muitos munícipes.
Com envolvimento comunitário convicto e assíduo é
Membro da Associação Portuguesa dos Amigos dos
Castelos, responsável pelo sector cultural da Santa
Casa da Misericórdia de Palmela; sócio-fundador do
Grupo dos Amigos do Concelho de Palmela; sócio-
-fundador da Ordem Enófila de Sant’Iago; dirigente
da Assembleia Geral da Sociedade de Instrução Mu-
sical de Quinta do Anjo, durante 2 décadas; membro
da Acção Católica Rural, durante 15 anos e organiza-
dor de passeios culturais destinados a mostrar o
património do país às gentes da região.
Devido ao seu trabalho, dedicação e mérito, em 1986
é galardoado com a medalha do concelho de Palmela,
pela actividade desenvolvida nas comemorações do
8º Centenário do Foral de Palmela; em 1991 é eleito
personalidade do ano pela comunicação social do
distrito de Setúbal; em 1995, homenageado por um
elevado número de personalidades e entidades e, em
2000, homenageado como Professor aposentado do
concelho.
Nos últimos anos, a paixão pelo muito que ainda se
À Memória de
Bibliografia• Memórias Paroquiais de 1758(prólogo, selecção e anotações),Col. “Monografia de Palmela,vol.1”, Palmela: Grupo dos Ami-gos do Concelho de Palmela,1982• “O Castelo de Palmela -Charneira dos Sete Castelos daRegião dos Três Castelos” e “AExploração Didáctica de VelhosMonumentos - Um ExemploConcreto: O Castelo de Palmela”in Livro do Congresso - Primeiro
Congresso Sobre Monumentos Militares Portugueses reali-zado em 1982, Lisboa: Património XXI - Associação Portu-guesa para a Protecção e Desenvolvimento da Cultura, 1982,pp. 34-38 e 39-43• Alguém que “Agarrou” o Evangelho - Evocando CarmitaFortuna, Quinta do Anjo: Comunidade Cristã de Quinta doAnjo, 1983• Reflexões sobre a História Social de Palmela, Palmela/Ed. policopiada, 1984• Armaria antiga em Palmela. Catálogo de exposição, emcolaboração com Rainer Daehnhardt, no âmbito do 8º Cen-tenário do Foral de Palmela, 1985• Aspectos da Linguagem Popular de Palmela, Palmela:Direcção-Geral de Apoio e Extensão Educativa / Coorde-nação Concelhia de Palmela, 1987• “Digressões à Volta do Nome de Palmela” in História dePalmela ou Palmela na História - Jornadas de Divulgação eAnálise do Passado de Palmela realizadas em 1987, Col.“Estudos Locais, nº 1” Palmela: Câmara Municipal, 1988,pp. 37-49• “Recordando Três Páginas da História Esquecida do Cas-telo de Palmela”. O Castelo de Palmela - Emissão de Selo,Lisboa: Correios e Telecomunicações de Portugal, 1988, pp.5-8• Quinta do Anjo - Capital da “Ovelharia” Entre Tejo e Sado,Palmela: Câmara Municipal, 1988• Contava-se em Terras de Palmela...- As Lendas Perdidasdo Concelho de Palmela. Col. “Estudos Locais nº 2”, Palmela:Câmara Municipal, 1989• “O Castelo de Palmela” in A Ordem de Sant’Iago - Históriae Arte. Catálogo da Exposição, Palmela: Câmara Munici-pal, 1990, pp. 41-46• Da Uva Por Nascer ao Vinho Pronto a Beber . Catálogo daExposição - Vindimas 90. Palmela: Câmara Municipal, 1990• Misericórdia de Palmela - Vida e Factos, Palmela: SantaCasa da Misericórdia de Palmela, 1990• “Um Inventário da Ordem de Sant’Iago ou Caderno deProblemas de Múltiplas Incógnitas”. As Ordens Militares emPortugal - Actas do 1º Encontro sobre Ordens Militares rea-lizado em 1989, Col. “Estudos Locais, nº 3”, Palmela: Câ-mara Municipal, 1991, pp. 131-139
• A Igreja de S.Pedro de Palmela, Palmela: Igreja Paroquialde S.Pedro, 1991• “História Vitivinícola da Península de Setúbal - Breves Apon-tamentos”. Vinhos da Costa Azul, Setúbal: Região de Turis-mo da Costa Azul, 1992• Chafariz D.Maria I - Bicentenário - 1792 / 1992, Palmela/Ed. policopiada, 1992• Priores-Mores do Real Convento Provedores da SantaCasa da Misericórdia de Palmela, Palmela: Santa Casa daMisericórdia de Palmela, 1994• Roteiro do Cortejo Evocativo “Portugal e o Vinho”, Palmela:Festa das Vindimas, 1994• Quando se Levantou o Chafariz - Reinado de D.Maria I.Col. “Monografia de Palmela vol. 2”, Palmela: Grupo dosAmigos do Concelho de Palmela, 1994• Extinção e Restauração do Concelho - Um Combate Sin-gularmente Duro, Col. “Monografia de Palmela, nº 3”,Palmela: Grupo dos Amigos do Concelho de Palmela, 1995• Ordem Enófila de Sant’Iago - Primeiras Parras - Volume-Arquivo de Documentos Iniciais, Palmela: Ordem Enófila deSant’Iago, 1996• “A Riqueza Fundiária da Ordem de Sant’Iago no Distritode Setúbal em 1834", in As Ordens Militares em Portugal eno Sul da Europa - Actas do II Encontro sobre Ordens Mili-tares realizado em 1992, Col. “Actas & Colóquios nº10”,Lisboa/Palmela: Edições Colibri / Câmara Municipal dePalmela, 1997, pp. 231-268• Memórias da Agricultura e Ruralidade do Concelho dePalmela, Palmela: Câmara Municipal, 1997• “A Ordem de Sant’Iago - Perspectivas Vitivinícolas Onteme Hoje” in Ordens Militares - Guerra, Religião, Poder e Cul-tura - Actas do III Encontro Sobre Ordens Militares realizadoem 1998, Vol. 1, Col. “Actas & Colóquios, nº 17”, Lisboa/Palmela: Edições Colibri / Câmara Municipal de Palmela,1999, pp. 185-192• “Jogo do Pau” in Actas da 1ª Eira Folclórica da RegiãoCaramela realizada em 1999, Pinhal Novo: Rancho Folclóri-co da Casa do Povo de Pinhal Novo, 2000, pp. 27-32• 8º Centenário do Foral de Palmela – Memorial das Come-morações, Palmela: Grupo dos Amigos do Concelho dePalmela, 2001• Palmela – Sobre Todas, Mais Alta e Formosa, Lisboa: Elo,2001• Co-autoria com GARCIA, Vasco Penha e HOMEM-CAR-DOSO, António - Os Vinhos da Península de Setúbal. Col.“Enciclopédia dos Vinhos de Portugal, nº 7”, Lisboa: Cha-ves Ferreira, 2001• Marateca Que Já Foi, Col. “Estudos Locais, nº 5”, Palmela:Câmara Municipal, 2002• “Um Castelo em Sucessiva Destruição e Reconstrução”in Actas do III Congresso “Monumentos Militares Portugue-ses realizado em Junho de 1985, Lisboa: Associação Por-tuguesa dos Amigos dos Castelos, 2002, pp. 69-77• Roteiro do Cortejo Evocativo “Portugal Vinícola” – Festadas Vindimas – 2002. Palmela: Comissão da Festa das Vin-dimas, 2002• Um Distrito sob o Signo do Futebol, Setúbal: Associaçãode Futebol de Setúbal, 2002• Outros Tempos. Trabalhos e Diversões das Gentes dePalmela, Quinta do Anjo,Cabanas e Caramelos.Quando os Autores eramRapazes Pequenos., Col.“Monografia de Palmela,nº 4”, Palmela: Grupo dosAmigos do Concelho dePalmela, 2002• Quinta do Anjo – Terrasingular. Col. “Estudos Lo-cais, nº 6”, Palmela: Câma-ra Municipal, 2005
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encontra por fazer, o entusiasmo pela descoberta e a
alegria da partilha é travada pelo cansaço. A memó-
ria, indiferente à força que ainda se encontra no peito
e nos braços, vai partindo levando consigo o que
numa vida se aprendeu e ensinou, deixando ador-
mecidos documentos, estudos e sonhos.
Deixa-nos a obra e o exemplo, sempre Professor Antó-
nio de Matos Fortuna.
Fazendo nossa uma expressão que muito usava:
Agradecido(s) em grau superlativo !
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O GEsOS e os Cursossobre Ordens Militares:um percurso e um balanço
nos bastidores…
1Respondido por 35 pessoas num universo de 95.
Um dos objectivos prioritários do Gabinete de Estu-
dos sobre a Ordem de Santiago (GEsOS) é a forma-
ção de um público vasto, não necessariamente es-
pecializado nesta área, que inclui os professores dos
ensinos básico e secundário e os alunos dos ensinos
secundário e superior.
Os Cursos sobre Ordens Militares enquadram-se nes-
te propósito e o formato adoptado permite que, num
curto espaço de tempo - um dia e meio ou dois dias
-, seja veiculada informação sobre uma vertente da
história das Ordens Militares, suporte teórico que é
depois complementado por uma componente práti-
ca, usualmente uma visita de estudo a monumentos
ou património móvel relacionados com as Ordens
Militares. A periodicidade tem sido ultimamente anu-
al, interrompendo-se nos anos em que decorrem os
Encontros sobre Ordens Militares, realizações de maior
envergadura e especializadas, também da iniciativa
do GEsOS.
A primeira sessão teve lugar em 1997, sujeita a
temática generalizada, mas a partir de 1999 come-
çaram a definir-se linhas de abordagem específicas,
seguindo primeiro critérios cronológicos e optando
depois pela exploração de aspectos parcelares da
história das Ordens e das suas realizações artísticas.
Assim, o 2º Curso (1999), foi dedicado às «Ordens
Militares em Portugal - Sécs. XII a XVI», com consultoria
da Faculdade de Letras da Universidade do Porto,
Prof. Doutor Luís Adão da Fonseca, e o 3º Curso (2000)
versou sobre «As Ordens Militares: Sociedade e Pa-
trimónio Artístico no Portugal Moderno (1551-1834)»,
com a orientação da Universidade de Évora, Prof.ª
Doutora Fernanda Olival. No 4º Curso (2001) decidiu
tratar-se a temática dos «Conventos das Ordens Mili-
tares», terminando com uma interessante visita ao
Mosteiro de Santos-o-Novo, em Lisboa. O 5º Curso
(2003) seguiu, excepcionalmente, um modelo distin-
to, assumindo-se como um colóquio de cariz arque-
ológico organizado em parceria com a FLUP - Uni-
versidade do Porto e cujas actas viriam a ser edita-
das em conjunto. O 6º Curso (2005) pretendeu pro-
porcionar um guião de pesquisa ao centrar-se no tema
«Fontes para o Estudo das Ordens Militares em Por-
tugal». O 7º Curso (2007), com consultoria do Centro
de História d’ Além-Mar (FCSH- UNL), Prof. Doutor
João Paulo Oliveira e Costa, foi designado «A Ordem
de Santiago e a Expansão» e visou a ligação desta
Ordem ao período das descobertas. O último curso,
de 2008, abordou a «Arte e Artistas das Ordens Mili-
tares», com consultoria do Instituto de História da Arte
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,
Prof. Doutor Vítor Serrão. Perspectiva-se para Janei-
ro/Fevereiro de 2009 a 9ª edição destes cursos, com
consultoria do Instituto de Estudos Medievais da
FCSH - Universidade Nova de Lisboa, Prof. Doutor
José Mattoso, que tratará do tema «Ordens Milita-
res e Religiosidade».
Apesar dos ecos positivos que sempre nos foram
chegando da parte do público assistente, a necessi-
dade de um balanço criterioso destas acções condu-
ziu à elaboração de um inquérito de avaliação que
tem sido distribuído desde 2007 e cujos resultados
nos têm ajudado a conhecer melhor o universo de
participantes e a corrigir aspectos menos consegui-
dos da organização.
Pelos dados do inquérito de 20081, concluímos que o
Em termos de satisfação com a acção (Gráf. 2), cons-
tata-se que o curso se adequou bem às expectativas
do público inscrito, que considerou bom ou muito bom
o aprofundamento dos conteúdos. Também o aten-
dimento pelo secretariado e instalações merece-
ram qualificação muito positiva. Alguma debilidade
foi reconhecida na documentação distribuída e na es-
cassez de tempo dedicado ao debate, e em obser-
vações livres, houve quem sugerisse o fornecimento
de mais textos de apoio às temáticas das conferênci-
as.
Gráf. 2: Níveis de satisfação com o 8º Curso sobre
Ordens Militares
A análise dos resultados desta avaliação, um traba-
lho conjunto do Gabinete de Estudos e Qualidade e
do GEsOS, é fundamental para corrigir erros e ajustar
procedimentos, no pressuposto de uma permanente
melhoria da qualidade dos serviços prestados a to-
dos quantos escolhem participar nas acções do Ga-
binete de Estudos sobre a Ordem de Santiago.
André Amaro (Gabinete de Estudose Qualidade – C.M. Palmela)
Isabel Cristina F. Fernandes (GEsOS)
8
o público participante maioritário se situa nos grupos
etários dos 25-34 anos e dos 55-64 anos, que em
conjunto compõem mais de metade (53%) da amos-
tra, com ligeira predominância das mulheres (54%).
Em termos profissionais, a maioria encontra-se no
activo e possui habilitações ao nível do ensino supe-
rior, estando bem representados os técnicos de ar-
quivos e de museus (com relevo para os municipais),
os estudantes e os professores de História, quer de
escolas secundárias, quer de universidades, os in-
vestigadores de História e os guias-intérpretes. O gru-
po predominante provém do concelho de Lisboa
(31%), logo seguido do concelho de Setúbal (14%).
Se considerarmos a proveniência em termos de dis-
trito, mantém-se a primazia de Lisboa (57%), apesar
de agora se notar uma presença mais significativa de
inquiridos oriundos de Setúbal (43%). Mais de meta-
de deste público (54,3%) participou pela primeira vez
neste tipo de iniciativas, sendo que os restantes de-
clararam ser reincidentes na frequência dos cursos e
encontros quadrienais sobre Ordens Militares. Relati-
vamente às formas de divulgação, 42,9% teve co-
nhecimento da iniciativa por colegas, 25,7% através
de correspondência do GEsOS e 14,3% pela im-
prensa local.
Na análise dos objectivos de frequência desta acção
(Gráf. 1), verifica-se que a realização pessoal foi a maior
motivação para a frequência do curso, seguida da
valorização curricular e do estabelecimento de novos
contactos. Uma percentagem significativa demons-
trou interesse em visitar Palmela.
Gráf. 1: Motivações para a frequência do 8º curso
sobre Ordens Militares.
9
em investigação
1PEREIRO PÉREZ, Xerardo - Turismo, Cultura e Património Cultural. 2004. [consult. Novembro, 2006], p.6
Disponível em home.utad.pt/~xperez/ficheiros/docencias/manual_de_turismo_cultural_2006_2007/GUIAO_DO_TEMA6.ppt2 PRATS, Llorenç - Antropologia y património. Barcelona: Ariel Antropologia, 2004. p. 20
3 ALARCÃO, Jorge “Post-modernismo e Arqueologia”, in D’ENCARNAÇÃO, José (Coord.) - As Oficinas da História. Coimbra: Edições
Colibri, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2002, p. 39-40
O passado confronta-se invariavel-
mente com o presente através do
legado que é transmitido de gera-
ção em geração. E, por legado, nes-
te contexto, entende-se o Patrimó-
nio Cultural de um povo que “ga-
rante a sobrevivência e a reprodu-
ção dos grupos sociais, mas tam-
bém conecta umas gerações com
outras através de um conjunto de
bens que são transmitidos”1.
O Património Cultural embora seja
uma expressão recorrente, comum-
mente utilizada por especialistas na
matéria, entidades culturais, asso-
ciações locais ou indivíduos anóni-
mos, a pretexto de reclamar identi-
dades com fundações na história e
na tradição, deriva de um conceito
complexo que tem dado azo, ao
longo dos tempos, a um debate ina-
cabado com vista a determinar a sua
definição: o que é, o que pode ser,
o que deveria ser, o que não é.
Segundo Prats, “o património é uma
construção social, um artifício, ideali-
zado por alguém, em algum lugar ou
momento, para determinados fins e
implica, finalmente, que é ou pode
ser historicamente alterado, de acor-
do com novos critérios ou interes-
ses”2. O património surge como uma
realidade continuamente construída
e (re)inventada. É uma objectificação
flutuante, vinculada pelo real vivido,
fruto de discursos e práticas que con-
cebem, criam, edificam e legitimam.
Neste aspecto, Alarcão refere as
“múltiplas versões ou interpretações
do passado, que todavia divergem
não tanto ao nível do conhecimento
dos dados, mas mais ao nível da sua
selecção tendo em vista a produção
de uma narrativa e, sobretudo, ao ní-
vel da explicação que se dá aos fac-
tos”3.
Trata-se de um processo de selec-
ção, negociação e confronto, mui-
tas vezes violento no sentido de que
toca também o campo dos afectos,
das memórias, de fazeres e sentires.
É a valorização de determinados sig-
nificados e representações em de-
trimento de outros tantos possí-
Museu e Território,múltiplas referênciase multivocalidades culturais
Quinta Pedagógica COI, Lagoa da Palha, 2008
10
veis. É o resultado de uma acção
consciente que Integra e simulta-
neamente Exclui. E, durante este
processo, o presente constitui-se
pelo apelo ao passado, mas o pas-
sado é reconfigurado. “O passado
é pensado a partir do presente e
de acordo com critérios de selec-
ção e valoração determinantes em
cada época.”4. Trata-se de uma re-
lação incondicional entre dois tem-
pos distintos num processo com
três níveis de percursos que se cru-
zam permanentemente: o percur-
so da perda, da reinvenção e da
fabricação dos bens culturais.
Muitas vezes o que prevalece é a
procura do genuíno, da autentici-
dade e do exótico, como se deter-
minadas manifestações culturais ti-
vessem estancadas no tempo e
não sofressem transformações de
acordo com a própria dinâmica do
mundo.
Segundo Raposo, o recurso ao
passado tornou-se fundamental
porque se acredita que é nesta cro-
nologia que reside a autenticidade,
ainda inviolável pelo presente.
“Deste modo, a erosão de certos
traços culturais, aparentemente
provocados pelos novos ventos
oitocentistas da modernização, do
progresso e do desenvolvimento
tecnológico, surge, ao invés, poten-
ciados pelo interesse de círculos in-
telectuais em torno da (re)desco-
berta duma categoria essencial: a
cultura popular”5. O autor acres-
centa que esta última “ganha tanto
mais saliência social quanto se jul-
ga ameaçada a sua cultura pela vo-
ragem da modernidade”6. Trata-se
de uma relação de atracção entre
a globalização e a revitalização da
cultura popular. Prats acrescenta,
ainda, que o factor determinante do
Património Cultural é o seu carác-
ter simbólico, “a capacidade para
representar simbolicamente uma
identidade”7. E é esta possibilida-
de de fazer investir num objecto,
material ou imaterial, a identidade
de um grupo, que recursos e von-
tades são mobilizados dando lugar
à constituição de património. E este
não é um processo meramente téc-
nico, porque em muito contribui o
gostar, já que se tratam, também,
de afectos que impulsionam ac-
ções.
E é no território que reside a génese
de um discurso de conquista. O ter-
ritório é sempre uma construção de
um discurso a que está implícito um
espaço social comum, cujas fron-
teiras são resultado das dinâmicas
culturais que o criam e delimitam.
O território é mais do que um es-
paço geográfico, surge como o lu-
gar de “visitação” cultural (Raposo,
2002) que incorpora discursos e
práticas culturais. As identidades
configuram-se no território e o pró-
prio território humaniza-se nas iden-
tidades colectivas. É o lugar do abs-
tracto, mas também do concreto,
no sentido de que é na territo-
rialidade que as manifestações se
sucedem. É o cenário das perfor-
mances, o local da dramatização.
“As performances culturais tornam-
se verdadeiros cenários comunica-
tivos de identidades culturais dis-
tintivas, acentuando os aspectos de
unidade e comunhão de sentidos
identitários”8. As manifestações
estão na base das construções
identitárias porque as tornam visí-
veis, deslocando-as da memória
do passado para o presente vivido
e experiên-ciado.
MuseuOs museus são espaços privilegi-
ados para o estudo, salvaguarda e
promoção de Patrimónios e, con-
sequentemente, para as narrativas
que sobre eles se constroem. Con-
tribuem para reinventar sentidos,
representações, metáforas do
mundo real. Porque o museu cons-
trói o objecto, transforma-o em fun-
ção do olhar e da experiência.
Murphy, numa forte postura criti-
ca, apresenta-os como instituições
que desfiguram e reduzem as ma-
nifestações sociais e culturais a
conjuntos taxinómicos, sobretudo
pela forma como conceptualizam
o tempo. Fala das “transformações
historicamente tão transcendentes
[noção e ritmos de tempo que fo-
ram sendo alterados em função de
diferentes épocas da humanidade
– religiosa, industrial, económica]
para as sociedades humanas [que]
se viram reflectidas originariamen-
te nas representações do patrimó-
nio natural e cultural que ofereciam
os museus, os quais participaram
de forma directa na elaboração de
sistemas historiográficos e semió-
ticos destinados a interpretar tais
transformações.”9
Esta concepção do museu pare-
4 PEREIRO PÉREZ, Xerardo – Ob.cit., p.2
5 RAPOSO, Paulo - O papel das Expressões Performativas na Contemporaneidade. Identidade e Cultura Popular. Lisboa: ISCTE, 2002, p. 45
6 RAPOSO, Paulo - Ob.cit., p.47
7 PRATS, Llorenç - Ob.cit., p.22
8 RAPOSO, Paulo - Ob.cit., p.25
9 MURPHY, Bernice “Memória, Historia y Museos”, in UNESCO - Museum Internacional, Diversidad Cultural y Patrimonio, Vol LVII, n.º3/227,
2005, p. 66
ce-nos demasiado sobreavaliada,
no sentido em que coloca como
responsabilidade destas institui-
ções a interpretação da socieda-
de. Não se tratando de instituições
isoladas do mundo que as rodeia,
cabe efectivamente ao museu, na
nossa perspectiva, fornecer leitu-
ras do mundo porém, é também
nossa opinião que a construção de
significações sobre o mundo não
se limita exclusivamente a estes
equipamentos culturais. Os discur-
sos sobre o património estão pre-
sentes no próprio território que, se-
gundo Cláudio Torres, “são marcos
de memória, numa paisagem forte-
mente humanizada, de uma memó-
ria local que, de certa forma, é a úni-
ca resistência.” 10
O programa museológico do Mu-
seu Municipal de Palmela não se
distancia do território que represen-
ta. Constituído por núcleos e exten-
sões, proprietário de espólio e local
de depósito de colecções particu-
lares, edifica-se em torno dos patri-
mónios locais. Para além dos Moi-
nhos Vivos, Espaço Fortuna e
CINZAMBU, estão na forja novos
protocolos com a Associação Re-
gional de Criadores de Ovinos Lei-
teiros da Serra da Arrábida (AR-
COLSA), de Quinta do Anjo, e com
o Centro de Ocupação Infantil (COI)
de Pinhal Novo.
A ARCOLSA (abrange os concelhos
de Palmela, Setúbal e Sesimbra),
criada em 1984, surgiu como asso-
ciação que visa a defesa e promo-
ção do Queijo de Azeitão. No de-
correr deste ano solicitou ao Museu
Municipal, apoio técnico para, num
trabalho de parceria, contribuir para
a valorização e objectificação deste
património. Os primeiros passos fo-
ram dados em Abril, no âmbito da
XIII edição do Festival do Queijo, Pão
e Vinho, em S. Gonçalo, com a inau-
guração da exposição de longa du-
ração: “Entre a Serra e o Céu: o
Maneio das ovelhas”.
Também no lugar da Laoa da Pa-
lha apoiamos a abertura de outra
extensão museológica. O COI, em
colaboração com o Museu Muni-
cipal, está a conceber uma Quinta
Pedagógica que tornará possível a
visita a uma casa de tipologia cara-
mela, com todos os artefactos que
a caracterizam; o sentir os cheiros
da terra e dos animais; o expe-
riênciar destes modos de vida ru-
rais.
No sentido de fornecer orientações
técnicas adequadas ao planeamen-
to da acção museológica, o Museu
Municipal está a conceber um Ma-
10 TORRES, Cláudio “A história local como Identidade”, in REIS, António (Coord.) - As Grandes Correntes Políticas e Culturais do Século XX,
Lisboa: Edições Colibri/ Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa,2003, p. 68
nual de Boas Práticas para distribuir
a estas duas extensões. Este do-
cumento, simplificado, tem como
objectivo ser uma apresentação
sumária, não exaustiva, das neces-
sidades básicas de um espaço
museológico, no tratamento e
manuseamento das colecções, as-
sim como no que diz respeito à pro-
gramação pedagógica em função
da especificidade dos públicos.
A ARCOLSA e o COI estão a cons-
tituir-se como espaços simbólicos
de partilha de conhecimentos. São
terrenos de pesquisa reivindicados
pela população e pela autarquia.
Neste território de múltiplas referên-
cias, novas narrativas impõem-se
aos sentidos, resultado de um pro-
cesso de descoberta da própria
comunidade local.
Este trabalho em parceria resultou
já no acordo prévio de que, no âm-
bito destes protocolos, as visitas a
ambos os espaços serão gratuitas
para os alunos do concelho de
Palmela.
Teresa SampaioAntropóloga,
Museu Municipal de Palmela
11
12
Actividade arqueológicaem Palmela, 2007/2008
Património Local
Respeitando a Arqueologia enquanto ciência social,
é importante divulgar, embora de forma bastante su-
cinta, alguns dos principais trabalhos desenvolvidos
pelo Serviço de Arqueologia da Câmara Municipal de
Palmela, em 2007-2008, contribuindo para uma mai-
or aproximação entre a comunidade local e o patri-
mónio arqueológico concelhio.
1. Arqueologia de PrevençãoAcompanhamento e EscavaçãoArqueológica do Edifício dos Paçosdo ConcelhoOs trabalhos desenvolvidos permitiram a identifica-
ção de um conjunto significativo de estruturas dos
períodos Moderno e Contemporâneo, destacando-
se um poço que durante os séculos XVIII-XIX e XX
terá funcionado como fossa de detritos, uma canali-
zação, um empedrado e um conjunto de muros que
compõem um compartimento de tendência rectan-
gular (anterior à estrutura seiscentista dos Paços do
Concelho). A análise do conjunto estrutural identifica-
do revelou que ocorreram sucessivas transformações
arquitectónicas na fase de transição dos séculos XVIII/
XIX e que culminaram com as reconstruções e obras
de adaptação do edifico seiscentista para albergar a
Câmara Municipal durante o século XX. Os resulta-
dos obtidos desvendaram um pouco mais sobre o
urbanismo da vila de Palmela durante os séculos XVII
a XIX. Actualmente o espólio recolhido nas interven-
ções está em fase de estudo e inventário, tendo sido
seleccionado um pequeno conjunto de peças para a
exposição “Palmela Arqueológica. Espaços,
Vivências, Poderes”. Encontra-se em realização o Re-
latório Final dos Trabalhos.
Trabalhos arqueológicos (sondagensde diagnóstico/acompanhamento)no Largo de S. João / Quinta da CercaRealização de sondagens de diagnóstico e acompa-
nhamento arqueológico no âmbito do projecto de re-
qualificação da Quinta da Cerca/Largo de S. João.
Estes trabalhos tinham por objectivo diagnosticar a
presença ou não de vestígios arqueológicos conser-
vados e conhecer a estratigrafia na área de afectação
do projecto de execução, permitindo a salvaguarda
do património arqueológico.
A área de Quinta da Cerca corresponde a um impor-
tante povoado do Neolítico Antigo Evolucionado que
se estabeleceu na plataforma da Serra de Palmela há
aproximadamente 8 000 anos, com absoluto domí-
nio visual do território sobre a Península de Setúbal e
o Estuário do Tejo. Constituindo a mais antiga ocu-
pação humana estudada no concelho de Palmela,
assume uma importância fundamental para a com-
preensão do período de transição das comunida-
des recolectoras/caçadoras para as comunidades
camponesas do Neolítico.
2. Projectos de Valorizaçãoe Dinamização PatrimonialProjecto Percursos Pedonaise Roteiros Culturais (Serra do Louro)Coordenação e acompanhamento dos trabalhos de
conservação e restauro nos arqueosítios do Alto da
Queimada (alcaria muçulmana)1 e de Chibanes (po-
voado fortificado da pré e proto-história)2, no âmbito
do projecto de candidatura da Câmara Municipal de
Palmela ao programa de financiamento comunitário
Leader +, intitulado “Percursos Pedonais e Roteiros
Culturais (Serra do Louro)”. Em 2008 foi publicado o
roteiro “Percursos Pedonais e Roteiros Culturais: Serra
do Louro”, como complemento ao projecto.
Projecto Estudo e Recuperaçãodo Património Móvel do Concelhode PalmelaEstudo e restauro de espólio arqueológico e
etnográfico seleccionado do acervo museológico do
MMP3, no âmbito do projecto de candidatura ao pro-
grama de financiamento comunitário Leader+,
intitulado “Estudo e Recuperação do Património Mó-
vel Arqueológico e Etnográfico do Concelho de Palme-
la”. O espólio seleccionado encontra-se actualmente
em estudo.
Na exposição “Palmela Arqueológica. Espaços,
Vivências, Poderes” dão-se a conhecer alguns exem-
plares do espólio arqueológico restaurado.
3. ExposiçõesExposição:As Grutas Artificiaisde Casal do Pardo (Quinta do Anjo).Memória ArqueológicaExposição documental que recupera a memória ar-
queológica do monumento funerário, descrevendo as
intervenções e investigações realizadas. Os Sepul-
cros Neolíticos de Quinta do Anjo, simultaneamente
com as emblemáticas taças e pontas campaniformes
“tipo Palmela” constituem uma referência arqueoló-
gica internacional.
As imagens revelam uma amostra do extraordinário
espólio recolhido no monumento e que hoje se en-
contra depositado no Museu Nacional de Arqueolo-
gia e no Museu Geológico e Mineiro de Lisboa. As
Grutas Artificiais foram identificadas na 2ª metade do
séc. XIX e classificadas como Monumento Nacional
em 1934.
13
Exposição: Palmela Arqueológica. Es-paços, Vivências e PoderesExposição monográfica que pretende dar a conhecer
a investigação arqueológica realizada no concelho, dos
últimos vinte anos, compreendendo trabalhos de es-
cavação (com intervenções de continuidade associa-
das a projectos de investigação e outras de preven-
ção e emergência), prospecção no âmbito da Carta
Arqueológica do concelho, inventário, estudo de ma-
teriais e sítios, restauro, conservação e musealização.
Nesta exposição, a intenção é transmitir ao público a
dimensão desses valores materiais, resultado sobre-
tudo de duas décadas de investigação e o seu
contributo para o conhecimento do quotidiano das
populações que habitaram nesta região inter-
estuarina, desde a Pré-História até hoje, sensibilizan-
do para a leitura e a interpretação do documento ar-
queológico.
Desta iniciativa resultou a publicação do roteiro da
exposição.4
4. Gestão de ReservasReorganização do Serviçode Arqueologia(colecção arqueológica)No âmbito da reorganização das reservas do Museu
Municipal e da preparação da candidatura à Rede
Portuguesa de Museus, redefiniram-se algumas es-
tratégias de acondicionamento e conservação dos
materiais arqueológicos, prevendo a sua instalação
no novo espaço de reservas. Este novo processo de
organização das colecções por tipo de materiais, pro-
veniência, anos de recolha ou incorporação, sensibi-
lidade às condições ambientais e grau de fragilidade,
permitiu logo de imediato resolver problemas que se
colocavam diariamente como, a redução de espaço
físico, proporcionando uma optimização do espaço
destinado ao acondicionamento e reserva de espó-
lio; agilidade na localização do espólio quando pre-
tendido e uma rápida transição do acervo para o novo
espaço de reservas do Museu Municipal.
Michelle Teixeira SantosArqueóloga, C.M.Palmela
1 Trabalhos de restauro realizados por Palimpsesto – Estudo e Preservação do Património Cultural, Lda (Junho/Julho de 2008)
2 Os trabalhos de restauro foram executados pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal.
3 Restauro do espólio arqueológico realizado pelo Campo Arqueológico de Mértola. O espólio etnográfico foi tratado e restaurado por Carlos
Alberto Marques.4 FERNANDES, I.C.F.; SANTOS, M. T. (2008) – Palmela Arqueológica. Espaços, Vivências, Poderes. Roteiro da exposição. Palmela: Câmara
Municipal de Palmela.
CADA NÚMERO, UM JOGO... d’OUTROS TEMPOS
14
Sites a consultar
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Dedicamos esta rubrica ao património associado à criação de ovinos e à produção de queijo de Azeitão.
http://www.acos.pt
http://www.ovinosecaprinos.com
http://www.inga.min-agricultura.pt/ajudas/agroamb/mra/regras.html
www.arcolsa.pt
http://www.azeitao.net/azeitao/queijo/index.htm
http://www.cm-palmela.pt/pt/conteudos/turismo/o+que+comer/queijo+de+azeitao
“Em rigor, a bilharda era um pau, geralmente redondo
ou arredondado (...). Intervinham dois adversários.
Assim, revestia-se de competição individual e não de
equipas (ao tempo, a palavra equipa apresentava-se
de demasiada finura para a linguagem de aldeia. Em
seu lugar dizia-se “Jogo de parceiros”).
A giz, carvão, ou mesmo com o pé em terreno movedi-
ço, traçava-se um círculo de, pouco mais ou menos,
um metro de diâmetro. Dentro desse círculo, denomi-
nado a roda, um dos jogadores munido duma pá de
madeira, ou “raquete” como se diria hoje, procurava
evitar cair aí a bilharda que o adversário atirava com a
mão.
Facilmente se compreende: um atacante, pretendia
que a bilharda, vinda pelo ar, pousasse no chão da
roda; ao outro, o defensor, competia impedir que isso
acontecesse, mas para tal não tinha outra alternativa
para além de a sacudir com a pá (...).
Quando o atacante (ou o de fora) concretizava o seu
intento, evidentemente alcançava a vitória e as posi-
ções trocavam-se. Havia outra ocasião que dava azo
ao mesmo resultado e consequente efeito, era quan-
do o de fora apanhava no ar a bilharda devolvida à
pazada pelo que se encontrava no interior do círculo
(...).
O jogo da bilharda foi praticado com muito entusias-
mo até por volta de 1937. A partir de então caiu em
desuso e actualmente ninguém o disputa. Oferece
certos riscos, dadas as possibilidades de uma
“bilhardada” na cabeça sobretudo na “viagem de de-
volução”. Todavia, hoje, poderia usar-se capacete pro-
tector...”
in FORTUNA, António Matos - Outros Tempos. Trabalhos e Diver-sões das Gentes de Palmela, Quinta do Anjo, Cabanas e Caramelos.Quando os Autores eram Rapazes Pequenos., Col. “Monografia dePalmela, nº4”, Palmela: Grupo dos Amigos do Concelho de Palmela,2002 (desenhos de Duarte Fortuna)
Em homenagem ao Prof. António Matos Fortuna
A Bilharda
Ediçõesem destaque
15
Fundos documentaisespecializadospara consulta públicaem Palmela
GEsOSAAVV (Coord. VÁSQUEZ
POTOMEÑE, Antonio Segundo)
– A Grande Obra dos Caminhos
de Santiago. Iter Stellarum, Coruña:
Hércules de Ediciones, 2007.
12 volumes
ALMEIDA, Carlos; ALMEIDA, Pedro;
GONÇALVES, Mário – Caminhos
antigos e de peregrinação em
Penafiel, Penafiel: Câmara Municipal/
Museu, 2008
EDBURY, Peter; KALOPISSI-VERTI,
Sophia (Ed.) - Archaeology and the
Crusades. Proceedings of the
Round Table Nicosia 2005, Athens:
Pierides Foundation, 2007
Museu MunicipalBRUNO, Jorge A. Paulus (Coord.) –
Inventário do Património Imóvel
dos Açores. Flores. Santa Cruz, s/l:
DRC/Instituto Açoriano de Cultura/
Câmara Municipal de Santa Cruz das
Flores, 2008
PINTO, Evaristo J. de Jesus – O
Museu Municipal Manuel Soares de
Albergaria. Das origens à sua
formação, Carregal do Sal: Câmara
Municipal, 2008
SALVADOR, José A. – Portugal
Vinhos Cultura e Tradição. As rotas
dos vinhos de Palmela, do
Moscatel de Setúbal
e do Alentejo, Mem Martins: Círculo
de Leitores, 2006
a nãoesquecer… visitar a exposição
“Palmela Arqueológica.Espaços, Vivências, Poderes”até 18 de Maio de 2009HorárioDe 3ª feira a Domingo.Encerra à 2ª feira.Das 10h00 às 12h30
e das 14h00 às 18h00
…visitar a exposição
“Quinta do Anjo,80 Anos de Freguesia”na Sociedade de Instrução Musical,
durante a Festa de Todos-os-Santos
A exposição ficará patente
de Dezembro de 2008
a Dezembro de 2009
no Posto de Atendimento Municipal
em Quinta do Anjo
… visitar a exposição
“Rota dos Vinhosda Península de Setúbal:pela mão da Históriae da Memória”1 de Novembro de 2008
a 15 de Janeiro de 2009
Casa-Mãe Rota dos Vinhos
Largo S. João, Palmela
…participar no 9º Curso sobre Ordens Militares
«Ordens Militarese Religiosidade»Consultoria científica:
Prof. Doutor José Mattoso
Instituto de Estudos Medievais
da FCSH - Universidade Nova
de Lisboa
Janeiro/Fevereiro de 2009
(data a confirmar), Palmela
Contactos:Divisão de Património Cultural - Museu MunicipalDepartamento de Cultura e Desportoda Câmara Municipal de PalmelaLargo do Município2951-505 PALMELA
Tel.: 212 338 180Fax: 212 338 189E-mail: [email protected]
Ficha TécnicaEdição: Câmara Municipal de PalmelaCoordenação Editorial: Chefia da Divisão de Património Cultural/Museu MunicipalColaboram neste número: André Amaro, Cristina Prata, Isabel Cristina F. Fernandes,Lúcio Rabão, Michelle Santos, Teresa SampaioDesign: Paulo CurtoFotografia: Museu Municipal de PalmelaImpressão: Armazém de Papéis do Sado, LdaCódigo de Edição: 365/08 - 3 000 exemplaresISBN: 927-8497-27-XDepósito Legal:196394/03
1
2
5
7
9
12
14
15
Índice
Editorial
Em destaque… Patrimónios do concelho – o Maneio das ovelhas
À Memória de... António Antunes de Matos Fortuna
Nos Bastidores… O GEsOS e os cursos sobre Ordens Militares:um percurso e um balanço
Em investigação… Museu e Território, múltiplas referênciase multivocalidades culturais
Património Local… Actividade arqueológica em Palmela, 2007/2008
Sites a consultar | Cada número, um jogo... a Bilharda
Edições em destaque | a não esquecer
Faz parte integrante deste número uma separata com o documentoQuinta do Anjo em Imagens, nos 80 anos da Freguesia