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ANO XXXI - Nll 126 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-FEIRA, 6 DE OUTUBRO DE 1976 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATA DA 128." SESSAO DA 2." SESSAO LEGISLATIVA DA 8." LEGISLATURA, EM 5 m: OUTUBRO DE 1976 I- Abertura da Sessão n- J,eitura e assinatura da ata da Ses!lâo anterior lU - Leitura do "Expediente PROJETOS A IMJ,>RIMIR Projeto de Lei Complementar n. O 47-A, de 1975 (Do Sr. Dias Menezes) - Isenta da incidência do Imposto sobre Serviços nSS) as atividades das associações de titulares de direitos tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela 'Projeto de Lei n.o 754-A, de 1975 (Do 81'. Israel Días-Novaes) --- Dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais a empreendi- mentos agrícolas; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidade e injuridicidade. Projeto de Lei n,o 2.380-0, de 1976 - EmendM do Senado ao Projeto de Lei n. O 2,380-B, de 1976, que "dispõe sobre medidas de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes üu que determinem dependência física ou psíquica, e outras providências". . PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei n. O 2,945, de 1976 (Do SI', Alvaro Gaudêncio) --- Acrescenta parágrafo ao art, 321 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n. O li .452, de 1.0 de maio de 1943, e outra.s providências. Projeto de Lei n. O 2.948, de 1976 (Do Sr. otávio Ceccato) - Acrescenta parágrafo único ao art. 2,0 do Decreto-Lei n. o 1.470, de 4 de junho de 1976, que estabelece condições para emissão ou prorrogação de passaporte comum, concessão de visto policial de saida, e outras providências. Projeto de Lei n.o 2.949, de 1976 (Do Sr. Wilmar D80118onhol) -- Introduz modificação no Decreto-Lei n. o 1.438, de 26 de dezembro de 1975, que trata do Imposto sobre Serviços de Trans- porte Rodoviário de Passageiros e de Carga. Projeto de Lei n. o 2.956, de 1976 (Do Sr, Antunes de Oliveira) -- Institui a gratificação de Natal para os aposentados pelo J!'UNRURAL. Projeto de Lei n. O 2.957, de 1976 (Do Sr. José Camargo) - ]caculta ao trabalhador aposentada readmissão na empresa, e outras providências. Proj eto de Lei n.o 2.958, de 1976 (Do Sr. Inocêncio Oliveira) ._-- Estabelece proteção metálica estruturalmente resistente anexa M pára-choque traseiro dos caminhões, e outras providências. Projeto de Lei n. O 2.959, de 1976 (Do Sr. Francisco Rocha) - Torna obrIgatório, no contrato de compra da casa própria até o valor de 300 salários mínimos, o seguro para quitação do preço da mesma em caso de falecimento do adquirente, e determina 'outras providências. Projeto de Lei n. o 2.960, de 1976 (Do Sr. Moreira Franco) - Introduz modificações na Consolidação das Leis do Trabalho, para o fim de determinar e disciplinar a eleição dos represen- tantes dos empregados nas CIPAs, bem como de assegurar-lhes direitos especiais durante o exercício do manclato. Projeto de Lei n. O 2. 96i, de 1976 (Do Sr. Gerson CJ1mata) - Dispõe sobre a propaganda ea publicidade nas entidades exe- cutantes dos serviços de radiodifusão, e determina outras pro- vidênci'as. Projeto de Lei n. O 2.962, de 1976 (Do Sr. Theobaldo Barbosa) - Torna obrigatória a inclusão do ensino de Gerontologia nos Cursos Superiores de Medicina. Projeto de Lei n.O 2.963, de 1976 (Do 81'. Peixoto Filho) - Dispõe sobre o pagamento do auxílio-doença ao trabalhador desempregado que, por motivo de doença, ficar incapacitado para o trabalho. Projeto de Lei n. o 2.964, de 1976 (Do Slr. Luiz Braz') Introduz modificação na Lei n.O 5.108, de 21 de setembro de 1966 (Código Nacional de Trânsito). Projeto de Lei n:r' 2.966, de 1976 (Do Sr. ,TOJ;ge Arbage) Introduz alterações na Lei n. o 5.453, de 14 de junho de 1968, que instituiu o sistema de sublegendas. Projeto de Lei n. o 2.967, de 1976 (Do Sr. Raul Bernardo) - Declara de utilidade pública o "Hospital e Maternidade Senhor Bom Jesus", com sede em Bueno Brandão, lTIstado de Minas Gerais. Projeto de Lei n. o 2.968, de 1976 (Do Sr. Flrancisco Amaral) - Dispõe sobre a verificação judicial de insaJubridade- e peri- culosidade, e outras providências. Projeto de Lei n. O 2.969, de 1976 (Do Sr. Moreira Franco) - Dispõe sobre a unificação do salário mínimo, na forma que especifica, e outras providências. Projeto de Lei n.o 2.973, de 1976 (Do Sr. .Joei Ferreira) - ao aeroporto de Porto Velho o nome de Aeroporto Juscelíno Kubitschek. Projeto de Lei n. O 2.974, de 1976 (Do Sr. Lincoln Grillo) - nova redação ao § 5. 0 do art. 3. 0 da Lei D. O 5,890, de 8 de junho de 1973, que alterou a legislação de previdência social. IV - Pequeno E;pediente JOSt!: MANDELLI - Triticultura no Brasil. JORGE UEQUED - Política econômico-financeira do País. ALCIDES FRANCISCATO - Construção da linha leste-oeste do metrô pauiista. ALCIR PIMENTA - Os -partidos e a vida 'política nacional. DIB CHEREM - Visita ao Dl'. Luiz Abou Charaf ao Brasil. PEDRO LUCENA - Combate aos focos de mosquito existen- tes em Brasília.

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Page 1: CÂMARA DOS DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD06OUT1976.pdf · ANTôNIO BRESOLIN - Campanha politica no Rio Grande' do Sul. NOSSER ALM'EIDA - Homenagem à memória do

ANO XXXI - Nll 126 CAPITAL FEDERAL

SEÇÃO I

QUARTA-FEIRA, 6 DE OUTUBRO DE 1976

CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1 - ATA DA 128." SESSAO DA 2." SESSAO LEGISLATIVADA 8." LEGISLATURA, EM 5 m: OUTUBRO DE 1976

I - Abertura da Sessãon - J,eitura e assinatura da ata da Ses!lâo anterior

lU - Leitura do "Expediente

PROJETOS A IMJ,>RIMIR

Projeto de Lei Complementar n.O 47-A, de 1975 (Do Sr. DiasMenezes) - Isenta da incidência do Imposto sobre ServiçosnSS) as atividades das associações de titulares de direitos~LUtorais; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça,pela incon~titucionalldade.

'Projeto de Lei n.o 754-A, de 1975 (Do 81'. Israel Días-Novaes)--- Dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais a empreendi­mentos agrícolas; tendo parecer, da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela inconstitucionalidade e injuridicidade.

Projeto de Lei n,o 2.380-0, de 1976 - EmendM do Senadoao Projeto de Lei n.O 2,380-B, de 1976, que "dispõe sobre medidasde prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido desubstâncias entorpecentes üu que determinem dependência físicaou psíquica, e dá outras providências". .

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Lei n.O 2,945, de 1976 (Do SI', Alvaro Gaudêncio)--- Acrescenta parágrafo ao art, 321 da Consolidação das Leis doTrabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n.O li .452, de 1.0 de maiode 1943, e dá outra.s providências.

Projeto de Lei n.O 2.948, de 1976 (Do Sr. otávio Ceccato) ­Acrescenta parágrafo único ao art. 2,0 do Decreto-Lei n.o 1.470,de 4 de junho de 1976, que estabelece condições para emissão ouprorrogação de passaporte comum, concessão de visto policialde saida, e dá outras providências.

Projeto de Lei n.o 2.949, de 1976 (Do Sr. Wilmar D80118onhol)-- Introduz modificação no Decreto-Lei n.o 1.438, de 26 dedezembro de 1975, que trata do Imposto sobre Serviços de Trans­porte Rodoviário de Passageiros e de Carga.

Projeto de Lei n.o 2.956, de 1976 (Do Sr, Antunes de Oliveira)-- Institui a gratificação de Natal para os aposentados peloJ!'UNRURAL.

Projeto de Lei n.O 2.957, de 1976 (Do Sr. José Camargo) ­]caculta ao trabalhador aposentada readmissão na empresa, e dáoutras providências.

Proj eto de Lei n.o 2.958, de 1976 (Do Sr. Inocêncio Oliveira)._-- Estabelece proteção metálica estruturalmente resistente anexaM pára-choque traseiro dos caminhões, e dá outras providências.

Projeto de Lei n.O 2.959, de 1976 (Do Sr. Francisco Rocha) ­Torna obrIgatório, no contrato de compra da casa própria até ovalor de 300 salários mínimos, o seguro para quitação do preçoda mesma em caso de falecimento do adquirente, e determina

'outras providências.

Projeto de Lei n.o 2.960, de 1976 (Do Sr. Moreira Franco) ­Introduz modificações na Consolidação das Leis do Trabalho,para o fim de determinar e disciplinar a eleição dos represen­tantes dos empregados nas CIPAs, bem como de assegurar-lhesdireitos especiais durante o exercício do manclato.

Projeto de Lei n.O 2. 96i, de 1976 (Do Sr. Gerson CJ1mata) ­Dispõe sobre a propaganda e a publicidade nas entidades exe­cutantes dos serviços de radiodifusão, e determina outras pro­vidênci'as.

Projeto de Lei n.O 2.962, de 1976 (Do Sr. Theobaldo Barbosa)- Torna obrigatória a inclusão do ensino de Gerontologia nosCursos Superiores de Medicina.

Projeto de Lei n.O 2.963, de 1976 (Do 81'. Peixoto Filho) ­Dispõe sobre o pagamento do auxílio-doença ao trabalhadordesempregado que, por motivo de doença, ficar incapacitadopara o trabalho.

Projeto de Lei n.o 2.964, de 1976 (Do Slr. Luiz Braz')Introduz modificação na Lei n.O 5.108, de 21 de setembro de1966 (Código Nacional de Trânsito).

Projeto de Lei n:r' 2.966, de 1976 (Do Sr. ,TOJ;ge Arbage)Introduz alterações na Lei n.o 5.453, de 14 de junho de 1968,que instituiu o sistema de sublegendas.

Projeto de Lei n.o 2.967, de 1976 (Do Sr. Raul Bernardo) ­Declara de utilidade pública o "Hospital e Maternidade SenhorBom Jesus", com sede em Bueno Brandão, lTIstado de MinasGerais.

Projeto de Lei n.o 2.968, de 1976 (Do Sr. Flrancisco Amaral)- Dispõe sobre a verificação judicial de insaJubridade- e peri­culosidade, e dá outras providências.

Projeto de Lei n.O 2.969, de 1976 (Do Sr. Moreira Franco) ­Dispõe sobre a unificação do salário mínimo, na forma queespecifica, e dá outras providências.

Projeto de Lei n.o 2.973, de 1976 (Do Sr. .Joei Ferreira) ­Dá ao aeroporto de Porto Velho o nome de Aeroporto JuscelínoKubitschek.

Projeto de Lei n.O2.974, de 1976 (Do Sr. Lincoln Grillo) ­Dá nova redação ao § 5.0 do art. 3.0 da Lei D.O 5,890, de 8 dejunho de 1973, que alterou a legislação de previdência social.

IV - Pequeno E;pediente

JOSt!: MANDELLI - Triticultura no Brasil.JORGE UEQUED - Política econômico-financeira do País.ALCIDES FRANCISCATO - Construção da linha leste-oeste

do metrô pauiista.ALCIR PIMENTA - Os -partidos e a vida 'política nacional.DIB CHEREM - Visita ao Dl'. Luiz Abou Charaf ao Brasil.PEDRO LUCENA - Combate aos focos de mosquito existen-

tes em Brasília.

Page 2: CÂMARA DOS DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD06OUT1976.pdf · ANTôNIO BRESOLIN - Campanha politica no Rio Grande' do Sul. NOSSER ALM'EIDA - Homenagem à memória do

9996 Quarta-feira G DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 19'16

ANTôNIO BRESOLIN - Campanha politica no Rio Grande'do Sul.

NOSSER ALM'EIDA - Homenagem à memória do Dl'. Fla­viana Flávio Baptista, ao transcurso do centenário do seu nasci­mento.

ALEXANDRE MACHADO - Combate ao culex em Brasília.

SIQUEIRA CAMPOS - Atuação do Chanceler Azeredo daSilveira. Liberação de créditos para a agricultura de Goiás.

JERôNIMO SANTANA - Elevacão do custo de vida emRondônia. .

JÚLI<? VIVEIROS - Legalização da profissão de Secretária.

ELOY LENZI - Modelo econômico brasileiro.

PEDRO LAURO - Dia da Ave.AURJ.'~LIO CAMPOS - Posicâo do MDB em face de irregu­

laridades na Assembléia Lcglslátiva de São Paulo.

ARGILANO DARIO - Tentativa de intervenção em VilaVelha, Espirito Santo.

DARCiLIO AYRES - Aniversário de emancipação políticado Municipio de Paulo de Frontin, Estado do Rio de Janeiro.

ADHEMAR SANTILLO - Declaração d9 Prefeito de Anápolis,Goiás, sobre sua posição em face dos resultados das próximaseleições no Municipio.

HILDÉRICO OLIVEIRA - Problema do excepcional.

CARDOSO DE ALMEIDA - Editorial do jornal O Estadode S. Paulo, sobre utilização do crédito agrícola.

HUGO NAPOLEÃO - Descoberta de fósseis e de inscliçõesruprestes em São Raimundo Nonato, Piauí.

NUNES HOCHA - Necessidade de o INCRA titular as terrasda gleba Ariranha, Município de Alto Araguaia, Mato Grosso.

DASO COIMBHA - Necessidade de o Governo brasileirodedicar maior atenção ao consumidor interno.

ISHAEL DIAS-NOVAES - Reportagem du Jornal da Tardesobre a ação da Ericsson no mundo.

BENEDITO CANELLAS - Conveniência de instalação dearmazém da CIBRAZÉM em Taugará da Serra, Mato Grosso.

A.H. CUNHA BUENO - Publicação do "Manual de DefesaCivil", de autoria do Cel. Moacyr Teixeira da Silva Braga.

v - Grande Expediente

JOAO GILBERTO - Fórmulas para eleição de Governadorese composiçiio do Senado Federal.

CARLOS SANTOS - Problemas do menor abandonado e doe Kcepcional.

VI - Ordem do Dia

PEDRO LAURO, ANTôNIO BRESOLIN, WILMAR DALLA­NHOL, PACHECO CHAVES, FRANCISCO AMARAL, JOSÉCAMARGO, MOREIRA FRANCO. DASO COIMBRA, ALVAROVALLE - Apresentação de proposições.

CLAUDINO SALES - Parecer da Comissão de Constituiçãoc Justiça ao Projeto de Lei n.O 2.352, de 1976.

DASO COIMBRA, ISRAEL DIAS-NOVAES, LYGIA LESSABASTOS, VIANA NETO - Encaminhamento de votação doProj cto n.O 2.110-A, de 1976.

Projeto de Decreto Legislativo n.O 73-A, de 1976 Apro-vado.

Projeto de Lei n.o 2.852, de 1!!76 - Aprovado.Projeto de Lei n.o 728-A, de 1975 - Aprovado.Projeto de Lei n.o 2.110-A, de 1976 - Aprovado.Projeto de Lei n.o 743-A, de 1975 - Rejeitado.Projeto de Lei n.o 1. 197-A, de 1975 - Rejeitado.

NINA RIBEIRO (Como IJdcr.) - Reforma do Poder Judi­dário.

ANTôNIO BRESOLIN (Como Lider.) - RaCionalização daagricultura no Brasil.

VII - Comunicações das Lideranças

ALEXANDRE MACHADO - Declaração, pelo Tribunal Su­perior Eleitoral. de inconstitucionalidade de dispositivo da LciComplementar n." 5, que considera inelegíveis aqueles que res­pondam a processo judicial.VIII - Designação da Ordem (to Dia

IX - Encerramento2 - MESA (Relação dos membros)

3 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS (Relaçãodos membros)

4 - COMISSõES (Relação dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

Piauí

Dyrno Pires - ARENA; Hugo Napoleão - ARENA; João cli­maca - ARENA; Murilo Rezende - ARENA.'

Ceará

Figueíredo Correia - MDB; Gomes da Silva - ARENA; Jo­nas Carlos - ARENA; Paes de Andrade - MDB: Parsifal Barroso- ARENA, Paulo Studart - ARENA; Vilmar Pontes - ARENA.

Acre

Nabor Júnior - MDB; Nosser Almeida - ARENA.

AmazonasJoel Ferreira - MDB; Rafael Faraco - ARENA.

ParáJoão Menezes - MDB; Jorge Arbage - ARENA.

Maranhão

A'l'A DA l28.a SESS"-\.OEM 5 DE OUTUBRO DE 1976

PRESID1!:NCIA DOS SRS.:CÉLIO BORJA, Presidente;

HERBERT LEVY, l°-Vice-Presidente;JúLIO VIVEIROS, Suplente de Secretário; e

UBALDO BAREM, Suplente de Secretário.I - As 13:30 horas comparecem os Senhores:

Célio BorjaHerberl, LevyLéo SimõesJúlio ViveirosUbaldo BarémAntônio Florêncio

Epitácio CafeteiraFilho - ARENA.

MDB; João Castelo - ARENA; Marão

Rio Grande do Norte

Ulisses Potiguar - ARENA.

Paraiba

Antônio Gomes - ARENA; Humberto Lucen~. - MDB; Mau­rício Leite -- ARENA; Teotônio Neto - ARENA; Wilson Braga ­ARENA.

Pernambuco

Gonzaga Vasconceios - ARENA; Inocêncio Oliveira - ARE­NA; Josias Leite - ARENA; Marco Maciel- ARENA.

Alagoas

Geraldo Bulhões - ARENA; José Alves - ARENA.

Sergipe

Celso Carvalho - ARENA; FranCISCo Rollemberg - ARENA;Passos Pôrto - ARENA; Raimundo Diniz - ARENA.

Bahia

Djalma Bessa - ARENA; Henrique Cardoso - MDB; Hildé­rico Oliveira - MDB; João Alves - ARENA; João DU1'val ­ARENA; Mellandro Minahim - ARENA; Noide Cerqueira - MDB;Theódulo Albuquerque - ARENA; Viana Neto - ARENA.

Espírito Santo

Henrique Pretti - ARENA; Parente Frota - ARENA.

Rio de Janeiro

Aleir Pimenta - MDB; Alvaro Valle - ARENA; BrígidoTinoco -- MDB; Darcílio Ayres - ARENA; Daso Coimbra.­ARENA; Florim Coutinho - MDB; Hélio de Aimeida - MDB; JGde Araújo Jorge - MDB; Joel Lillla - MDB; José Haddad ­ARENA; José Maria de Carvaiho- MDB; Leônidas Sampaio ­MDB; Luiz Braz - ARENA; Lygia Lessa Bastos - ARENA; MiltonSteinbruch - MDB; Nina Ribeiro - ARENA; Oswaldo Lima ­MDB; Rubem Dourado - MDB.

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~tubro de 1976 DIARIO 00 CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Quarta-feira 6 tWr

-Minas Gerais

Carlos Cotta -,MDB; Fábio Fonseca - MDB; Francelino Pe­rei~a - ARENA; Geraldo Freire - ARENA; Humberto Souto ­ARENA; Jorge Vargas - ARENA; José Machado - ARENA; MeloFreire - ARENA; Murilo Badaró - ARENA; Nogueira de Rezende- ARENA; Paulino Cícero - ARENA; Tarcísio Delgado - MDR

São PauloAlcides Franciscato - ARENA; Antonio Morimoto - ARENA;

Athiê Coury - MDB; Aurélio Campos - MDB; Ferraz Egreja ­AHENA; Freitas Nobre - MDB; Israel Dias-Novaes - MDB; Jor­ge Paulo - MDB; Pedro Carolo - ARENA; Roberto Carvalho ­MDB; Ruy Côdo - MDB; Santilli Sobrinho - MDB; Sylvio Ven-turolli - ARENA. .

GoiásAdhemar Santillo - MDB; Genervino Fonseca - MDB' Ituri­

vaI Nascimento - MOB; Juarez Bernardes - MOB; Onísio L~dovicoARENA; Siqueíra Campos - ARENA.

Mato GrossoAntonio Carlos - MDB; Nunes Rocha - ARENA.

ParanáAgostinho Rodrigues - ARENA; Gamaliel Galvão - MDB;

GO>rnes do Amaral - MDB; João Vargas - ARENA; Minoro Miya­moto - ARENA; Pedro Lauro - MDB; Walber Guimarães - MDB.

Santa CatarinaDib Cherem - ARENA; Ernesto de Marco - MDB; Pedro Co­

!in - ARENA; Wilmar Dallanhol - ARl!:NA.

Rio Grande do Sul

Alexandre Machado - ARENA; Antônio Bresolin - MDB; Ar­lindo Kunzler - ARENA; Carlos Santos - MDB; Eloy Lenzi ­MDB; Jairo Brum·~MDB; João Gilberto - MDB; Nelson Marche­zan - ARENA; Odacir Klein - MDB; Vasco Amaro - ARENA.

Amapá.Antônio Pontes - MDB.

RondôniaJerônimo Santana - MDB.

Roraim,aHélio Campos - ARENA.

O SR. PRESIDENTE (.Júlio Viveiros) _. A lista de presençaacusa o comparecimento de 128 Senhores Deputados.

Está aberta a Sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O 8r. Secretário procederá à leitura da Ata da Sessão anterior.

11 - O SR. NOSSER ALMEIDA, servindo como Z.o-Seill"etário,procede à leitura da Ata da Sessão antecedente, a qual é, semob,~ervações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (.Júlio Viveiros) - Passa-se à leitura doExpediente.

O SR. ANTôNIO FLORfl:NCIO, Suplente de Secretário, ser­...in,lio como l.o-Secretário, procede à leitura cio seguinte

111 - EXPEDIENTE:

PRO.JETO DE LEI COMPLEMENTAR N.- 4'l-A, DE 1»75

(Do Sr. Dias Menezes)

L'lenta da illeid~ncia do Imposto sobre Senlços (ISS)as atividades das associações de titulares de direitos au­torais; tendo parecer, da Comissão de Con!>tituiçu e Jus­tiça, pela inconstitucionalidade.

(Projeto de Lei Complementar fl.o 47, de 1975, a quese refere o pare'cer.)

O Congresso NacIonal decreta:

Art. 1.0 São isentas do Impost() Sobre Serviços (ISS) as ati­vidades das associações de titulares de direitos autorais e d08 quelhes são conexos, organizadas em conformidade com o dispostollO Título VI, da Lei n.o 5.988, de H de dezembro de 1973.

Art.2.o Esta Lei Complementar entra em vigor na data de suapublicação.

Art. 3.° Revogam-se as disp08ições em oontrário.

.Justificação

As assoc'iações de titulares de direitos alJltorais e dos que lhellsão conexos são entidades civis, sem fins lucrativos, ex vi do dis··posto no art. 103, da Lei n.O 5.988, de 14 de dez,embro de 1973, verbis::

"Art. 103. Para o exercício e defesa de seus direitos, po..dem 08 titulares de direitos autorai.s associar.ose, sem.intuito de lucro." (Grifamos.)

Dessa forma, as mencionadas associaçõe,s nada cobram pelOlIserviços que prestam aos autores e intérpretes.

OCorre, porém, que algumas municipalidades têm dado uma,interpretação equívoca ao item 62 da Lista de Serviços anexa aoDecreto-Lei n.o 406, de 31 de dezembro de 1968 (com a redação dadapelo Decreto-Lei n.O 834, de 8 de setembro de 1969), que menciona:"Cobranças, inclusive de direitos autorais."

É óbvio que o prestador de serviços sujeito a esse tributo sópode ser o agente cobrador de dIreitos autorais ou conexos, o qualpresta serviços' àquelas lLSsociações ou a particulares, recebendoremuneração pela sua atividadc.

A medida preconizada visa, pois, eliminar dúvidas quanto àinterpretação do dispositivo, tornando, assim, a lei suficientemen­te clara para uma aplicação justa e uniforme em todos os mu­nicipios do Pais.

Sala das Sessões, em / .- Dias Menezes.

LEGISLAÇJW CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.988, DE 14 DE DEZEMBHO DE 1973

Regola os direitos autorais, e di outras providências.••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 10

TÍTULO VIDas Associacões de Titulares dI' Direitos do Autor

é dos que lhe são ConcxosArt. 103. Para o exercício e defesa de seus direitos, podem

Oil titulares de direitos autorais associar-se, sem intuito de lucro.§ 1.0 Ê vedado pertencer a mais de uma associação da mes­

ma natureza.§ 2.° Os estrangeiros domiciliados no ext,erior poderão outor­

gar procuração a uma dessas associações, mas lhes é defesa a qua­lidade de associado.

Art. 104. Com o ato de filiação, as associações se tornammandatárias de seus associados para a prátiea de todos os atosnecessários à defesa judicial ou extrajudicial de seus direitos au­torais, bem como para sua cobrança.

Parágrafo único. Sem prejuízo desse mandato, 08 titularesde direitos autorais poderão praticar pessoalmente 08 atos referi­d08 neste artigo.

Art. 105. Para funcionarem no País as associações de quetrata este título necessitam de autorização prévia do Conselho Na­çional de Direito Autoral.

Parágrafo umco. As associações com sede no exteriortar-se-áo representar no país, por lLSsoclações nacionais constituí­das na forma prevista nesta Lei.

Art. 106. O eBtatuto da associação cont,erá:I - a denominação, os fins e a sede da :<ISSOciação;II - os requisitos para a admissão, demi.ssão e exclusão doIJ

associados;IH - os direitos e deveres dos associad08;IV - as fontes de recursos para sua manutenção;

V - o modo de constituição e funcloname,nto dos órgãos deli­berativos e administrativos;

VI - os requisitos para alterar as disposições estatutárias, &para dissolver a associação. .

Art. 107. São órgã08 da associaçãQ:

I - a Assembléia Geral;II - a Diretoria;III - o Conselho Fiscal.

Art. 106. A Assembléia Geral, órgão supremo da associação,reunir-se-á ordinariamente pelo men08 uma vez por ano, e, extra­ordinariamente, tantas quantas necessárias, mediante convocaçãoda Diretoria, ou do Conselho Fiscal, publicada, uma vez. no DiáriGOficial, e, duas, em jornal de grande circulação no local de suasede, com antecedênCia mínima de oito dias.

Page 4: CÂMARA DOS DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD06OUT1976.pdf · ANTôNIO BRESOLIN - Campanha politica no Rio Grande' do Sul. NOSSER ALM'EIDA - Homenagem à memória do

9998 Quarta-ftlira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'7'

§ 1." A AssembléIa Geral se instalará. em primeira convoca­ção, com a presénça, pelo menos, de associados que representemcinqüenta por cento dos votos, e, em segunda, com qualquernúmero.

§ 2.° Por solicitação de um terço dos Associados, o ConselhoNacional de Direito Autoral designará um representante para acom­panhar e fiscalizar o.~ trabalhos da Assembléia Geral.

§ 3.° As deliberações serão tomadás por maioria dos votos re­presentados pelos presentes; tratando-se de alteração estatutária,o quorum minimo será a maioria absoluta do quadro associativo.

§ 4.° É defeso voto por procuração. Pode o associado, todavia,votar por carta, na forma estabelecida em regulamento.

§ 5.° O associado terá direito a um voto; o estatuto poderá,entretanto, atribuir a cada BBsociado até vinte votos, observado ocritério estabelecido pelo COIlBelho Nacional de Direito Autoral.

Art. 109. A Diretoria será constituida de sete membros, e oConselho Fiscal de três efetivos, com três suplentes.

Art. 110. DoIS membros da Diretoria e um membro efetivodo Conselho Fiscal serão. obrigatoriamente. os associados que en­cabeçarem a chapa que, na eleição, houver alcançado o segundolugar.

Art. 11. Os mandatos dos membros da Diretoria e do Con,~e­

lho Fiscal serão de dois anos. sendo vedada a reeleição de qualquerdeles, por mais de dois periodo.s consecutivos.

Art. 112. Os membros da Diretoria e os do Conselho Fiscalnão poderão perceber remuneração mensal superior, respectiva­mente, a 10 e a 3 salários mínImos da Região onde a Associaçãotiver sua sede.

Art. 113. A escrituracào das a.~cíacões obedecerá as nor­ma.s da contabilidade comercial, autenticados seus livros peloConselho Nacional de Direit-o Autoral.

Art. 114. As asosciações estão obrigadas, em relação ao Con­selho Nacional de Direito Autoral. a:

I - Informá-lo, de imediato, de qualquer alteração no esta­tuto. na direção e nos órgãos de representação e fiscal'ização, bemcomo na relaçâo de associados ou representados e suas obras;

II -'-:Encaminhar-lhe cópia dos convênios celebrados com as­sociações estrangeiras, informando-o das alterações reali;o:adas;

In - Apresentar-lhe, até trinta de março de cada ano, comrelação ao ano anterior:

a) relatório de suas atividades;

b) cópia autêntica do balanço;

e) relação das quantias' distribuidas a SeuS aSSOCIados ou re­presentantes, e das despesas efetuada.s;

IV -- prestar-lhe as informações que solicitar, bem como exi­bir-lhe seus livros e documentos.

Art. 115. As associações organizarão, dentro do pra.zo e con­soante as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de DireitoAutoral, um Escritório Central de Arrecadação e Distribuição dosdireitos relativos à execução pública, inclusive através da radio­difusão e da exibição cinematográfica, das composições musicaisou lítero-musicais e de fonogramas.

§ 1.0 O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, quenão tem finalidade de lucro, rege-se por estatut'Ü aprovado peloConselho Nacional de Direito Autoral.

§ 2.0 BImensalmente o Escritório Central de Arrecadação eDistrlbuicão encaminhará ao Conselho Nacional de Direito Auto­ral relatÓrio de suas atividades e balancete, observadas as normasque este fixar.

§ 3.° Aplicam-se ao Escritório Central de Arrecadação e Dis­tribuição, no que couber, os artigos 113 e 114.

DECRETO-LEI N.o 406, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1968

com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.o 834, de 8 desetembro de 1969.

Estabelece normas gerais de direito financeiro, apli­cáveis aos impostos sobre operações relativas à circulaçãode mercadorias e sobre serviços de qualquer natureza, e dáoutras providências.

Art. 8." O imposto, de compet€ncia dos Municípios, sobre ser­viços de qualquer natureza, tem como fato gerador a prestação,por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimen­to fixo, de serviço constante da lista anexa.

§ 1.0 Os serviços incluídos na lista ficam sujeitos apenas aoimposto previsto neste artigo, ainda que sua prestação envolvafornecimento de mercadorias.

LISTA DE SERVIÇOS A QUE SE REFERE O ARTIGO 8.° DODECRETO-LEI N.o 406, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1968

62. Cobranças, inclusive direitos autorais.

PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I - Relatório

Com o presente projeto de lei complementar, o nobre DeputadoDias Menezes intenta declarar que "sejam isentas do ImpostoSobre Serviços (ISS) as atividades das assOCIações de titulares dedireitos autorais e dos que lhes são conexos, organizadas em con­formidade com o disposto no Título VI, da Lei n.o 5.988, de 14 dedezembro de 1975."

Em sua Justificativa, acentua o parlamentar paulista que essasassociações são entidades civis. sem intuito de lucro. nada cobran­do pelos serviços que prestam aos autores e intérpretes. Acentua.ainda que:

.. . .. algumas municipalidades têm dado uma interpreta­ção equivoca ao item 62, da LISta de Serviços anexa aoDecreto-Lei n.o 406, de 31 de dezembro de 1968 (com a.redação dada pelo Decret()-Lei n.o 834. de 8 de setembrode 1969). que menciona: "CobrançBB, inclusive de direitosautorais."É óbvio que o prestador de servIços sujeito a esse tributosó pode ser o agente cobrador de direitos autorais ou co­nexos, o qual presta serviços àquelas associações ou a par­ticulares, recebendo remuneração pela sua atividade.A medida preconizada visa, pois, eliminar dúvidas quantoà interpretaçâo do dispositivo, tornando, assim, a lei su­ficientemente clara para uma aplicação justa e uniformeem todos os Municípios do Pais."

Nos termos do § 4.°, do art. 28, do Regimento Interno estanossa Comissão de Constituição e Justiça deve manifestar··se quan­to aos aspectos de constitucionalidade, juridicidade e técnica legis­lativa da proposição. O exame do mérito está deferido às doutasComissões de Educação e Cultura e de Finança.s.

Compete à União legislar sobre normas gerais de direít() fi­nanceiro, conforme disposição da atinea c, do item XVII, do art.8.° da vigente LeI Maior.

A União. mediante lei complementar e atendendo a relevanteinteresse social ou econõmico nacional, poderá conceder isençãode impostos estaduais e municipais, segundo estatui o § 2.° do art.19 do mesmo texto fundamental.

Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente daRepública, dispor sobre todas as matérias de competência daUn'ião. especialmP.lltc sobre tributos, ex vi do texto constante doHem I, do art. 43, da Lei Política.

Quanto à iniciativa. verifica-se que a matéria de que cuidao presente projeto é daquelas que se encontram na exclusiva com­petência do Presidente da República, por força da regra contidano item I, do art. 57 do Estatuto Básico.

Nesse sentido. a lição sempre presente de Pontes de Miranda,em seus "Comentár'ios":

"São leis de matéria financeira, por exemplo, as que criam,alteram ou extinguem impostos ou outros tributos, ...(vol. UI, fls. 165)."

11 - Voto do Relator

Face ao exposto, manifesto-me pela inconstitucionalidade, poriniciativa de parte, do presente Projeto de Lei Complementar n.o47, de 1975, de autoria do nobre Deputado Dias Menezes.

Sala da ComIssão. em - Alceu Collares, Relator.

UI - Parecer da Comissão

A Comisão de Constituição e Justiça, em reunJao de suaTurma "A". opinou, unanimemente, pela inconstitucionalidade doProJeto de Lei Complementar n.O 47/75, nos termos do parecer doRelator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:DjaIma Bessa - Presidente, Alceu CoUares - Rela.tor, Clau­

dino Sales, Eloy Lenzi, Henrique Córdova, Jairo Magalhâes, JarbasVasconcelos. Joaquim Bevilácqua, José Bonlfácio Neto, Lauro Lei­tão, Luiz Braz, Noide Cerqueira, Theobaldo Barbosa.

Sala da Comis.~ão, em 2 de setembro de 1976. - Djalma Bessa,Presidente. - Alceu Collares, Relator

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Ollltubro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl, (Seção I) Quarta-feira 6 9999

PROJETO DÊ LEI N,o 754-A, DE 1975

(Do Sr. Israel Dias-Noyaes)Dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais a em­

preendimentos· agrícolas; tendo parecer, da Comissão deConstituição e Justiça, pela incoll!;titucionalidade e inju­ridicidade.

(Projeto de Lei n.O 754, de 19%, a que se refere o pa­recer.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 As importâncias empregadat em empreendimentosagrícolas poderão ser abatidas ou descontadas nas declarações derendimento das pessoas jurídicas registradas no País, atendidas ascondições estabelecidas nesta lei.

Art. 2.° As pessoas juridicas poderão descontar do Imposto deHcnda que devam pagar, até o limite de cinqüenta por cento (50%)do valor do imposto, as importâncias comprovadamente aplicadasem empreendimentos agrícolas, relativas ao ano-base do exercíciofinanceiro em que o imposto for devido.

Art. 3.° As pessoas jurídicas somente terão díreito ao abati­mento ou desconto de que trata esta Lei desde que tenham seuprojeto previamente aprovado pelo setor competente do Ministériod:3. Agricultura.

Art. 4.° Os dispêndios correspondentes às quantias abatidas01J descontadas pelas pessoas juridicas seJ'ão comprovados juntoao Ministério da Agricultura, de cujo reconhecimento depende suaregularização, sem prejuízo da fiscalização especifica do Impostode Renda.

Art. 5.° O Poder Executivo regulamentará esta Lei no praZode 6D (sessenta) dias.

Art. 6.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 7.° Revogam-se as disposições em contrário.

.Justificação

Vivemos, err:' nosso tempo, .u~~ idade essencialmente trágica,eIs que, a despeIto do extraordlllano desenvolvimento tecnológicoa Humanidade tem .sua própria sobrevivência ameaçada em fac~da escassez de alimentos. '

Em verdade, o espectro da fome vem ameacando a vida demilhões de pessoas do chamado Terceiro Mundo," particularmenteem algumas regiões da Amêrica Latina, África e Ásia, devido nãoapenas ao baixo índice de produtividade agricola e ao grande au­ment,o demográfico, como também a fenômenos naturais como aseca, que tem dizimado imensas plantações, ou mesmo a inunda­ções, que desencadeiam as mesmas conseq:üências.

No contexto da América Latina, como ê sabido verifica-se omais alto nivel de natalidade de todo o mundo: cerca de 3% (trêspor cento) ao ano, e sua população atinge, no momento, a 290milhões de habitantes, mas no final das três próximas décadastllrá ultrapassado os 750 milhões. Como alimentar essa população?

l!i preciso que reconheçamos, a tempo, a falta de sintonia exis­tente entre o crescimento populacional e a produção de alimentos,a fim de que, por todas as formas possíveis, seja estimulada a pro­dução agrícola.

No caso específico do Brasil, a produção agrícola está muitolonge do ideal; todavia, dependendO de certos estimulos, o país,em função de suas dimensões e da variedade de sua produçãoagrícola, poaerá tornar-se em um dos prindpais sustentáculos naluta mundial contra a fome. '

Efetivamente, temos para nós que, a par de outras providên­cias, deverão ser estabelecidos incentivos fiscais à agricultura, quedeverão propiciar um efetivo aumento da produção, ensejando, in­clusive, a modernização dos métodos e têcnicas agrícolas, e suamecanização - fatores até o momento inalcançados por evidentesdeficiências financeiras dos produtores rurais.

l1; este o fulcro, o anelo fundamental desta proposição, queobjetiva essencialmente oferecer uma al~ernativa para o aumentoda. produção agrícola brasileira.

Por derradeiro, é de ressaltar-se que a medida preconizada noprojetado é rigorosamente constitucional. Todavia, caso se aleguequ e sua execução poderá, indiretamente, representar algum au­mento de despesa, cumpre assinalar que, mesmo nessa hipótese, oprojeto não poderá ser inquinado de inconstitucional, eis que, comojá foi definitivamente consagrado pela jurisprudência do colendoSupremo Tribunal Federal, a falta de iniciativa na elaboracão deprojeto de lei por parte de quem dela é titular exclusivo, pode sersuprida pela sanção.

Em verdade, essas decisões, por serem tão iterativas e unifor­mes, levaram o STF a incluir em sua Súmula, verbete 5, que "asanção do projeto supre a falta de iniciativa do Executivo".

Nessa conformidade, em face ao exposto, encaminhamos a pro­posição à apreciação de nossos nobres pares, esperando sua indis­pensável aprovação.

Sala das Sessões, de de 1975. - Isral~1

Dias-Novaes.

PARECER DA COMISSAo DE CONSTITlJIÇAO E JUSTIÇAI - Relatório

Pela projeto em epígrafe, de autoria do nobre Deputado IsraelDias-Novaes, "as importâncias empregadas em empreendimentosagrícolas poderão ser abatidas ou descontadas nas declarações derendimento das pessoas juridicas registradas no País, atendidas ascondições estabelecidas nesta Lei".

A proposição, contida em sete artigos, estabelece os critériosgerais para o estabelecimento de tais incentivos e dá um prazo d,e60 (sessenta) dias ao Poder Executivo para a regulamentação dEl.matéria, caso o projeto venha a ser aprovado. '\

Argumenta o ilustre autor da proposiçã,o, para defender su:'l.iniciativa, que a humanidade tem sua próprÍl1 sobrevivência amea­çada, em face da escassez mundial de alimentos. Cita particular­mente a América Latina, Africa e ÁSia, onde milhões de vidas sãosacrificadas pelo espectro da fome.

Alertando para o descompasso entre o crescimento populacio··nal e a produção de alimentos - dentro da t.ese malthusianista -­conclui para um maior apoio à agricultura brasileira, através do,sincentivos fiscais nos moldes ora propostos.

A apreciação do mérito pertence às Comissões de Agricultura l~

POJítica Rural e de Finanças, cabendo à Comissão de Justiça o exa··me à luz da Const~tuição, da Técnica Legislativa e da Juridiciclade.

Temos para nós que o assunto, pela sua natureza, se classific!Lentre os chamados de "matéria financeira", de que trata o art..57, inciso I, da Carta Magna.

II - Voto do RelatorFace ao exposto, somos pela inconstitucionalidade e injuridicí..

dade do Projeto n.O 754, de 1975, de autoria do nobre Deputada Is··raeI Dias-Novaes.

Sala da Comissão, em 2 de setembro de 1976. - Claudino Sales,Relator.

1I1 - Parecer da Comiss1ioA Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur··

ma "BM, opinou, unanimemente, pela inconstItucionalidade e inju..

ridicidade do Projeto n.O 754/75, nos termos do parecer do Relator.Estiveram presentes os Senhores Deputados:Djalma Bessa, Presidente; .Claudino Sales, Relator; Alceu

Co11ares, Gomes da Silva, Henrique Córdova, :rairo Magalhães, JOãCIGilberto, Joaquim Bevilacqua, José Bonifácio Neto, Lauro Leitão,Luiz Braz, Noide Cerqueira, Theobaldo Barbosa.

Sala da Comissão, em 2 de setembro de 1\176. - Djalma Bessa,.Presidente - Claudino Sales, Relator.

PROJETO DE LEIN.o 2.380-C, de 1976

Emendas do Senado ao Projeto de Lei n.O 2.380-B, dt'1976, que "dispõe sobre medidas de prevenção e repressã~.ao tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpe··centes ou que determinem dependêneia física ou psíquica,e dá outras providências".

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Saúde fide Educação e Cultura.)

O Congresso Nacional decreta:CAPíTULO IDa prevenção

Art. 1.° É dever de toda pessoa física ou juridica colaborarna prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de subs-,tância entorpecente ou que determine dependência física ou psí..quica.

Parágrafo único. As pesso!,s jurídicas que, quando solicitadas"não prestarem colaboração nos planos governamentais de pre­venção e repressão ao tráfico ilicito e uso indevido de substânciaentorpecente ou que determine dependência física ou psíquica,perderão, a juízo do órgão ou do poder competente, auxilias ousubvenções que venham recebendo da União, dos Estados, do Dis­trito Federal, Territórios e Municípios, bem como de suas autar­quias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fun­dações.

Art. 2.0 Ficam proibidos em todo o território brasileiro [)plantio, a cultura, a colheita e a exploração, por particulares, de

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10000 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de lM6

todas as plantas das quais possa ser extraida substância entor­pecente ou que determine dependência física ou psíquica.

§ 1.0 As plantas dessa natureza, nativas ou cultivadas, exis­tentes no território nacional, serão destruidas pelas autoridadespoliciais, ressalvados os casos previstos no parágrafo segutn.te.

§ 2.° A cultura dessas plantas com fins terapêuticos ou cien­tíficos só será permitida mediante prévia autorização das autori­dades eompetentes.

§ 3.° Para extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar,possu,r, importar, exportar, reexpotar, remeter, transportar, expor,oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir para qualquer1im substâneia entorpecente ou que determine dependêncía físicaou psíquica, ou matéria-prima destinada à sua preparação, é indis­pensável licença da autoridade sanitária competente, observadasas demais exigências legais.

§ 4.° Fica dispensada da eXlgencia prevista no parágrafoanterior a aquisição de medicamentos mediante prescrição médica,de acordo com os preceitos legais ou regulamentares.

Art. 3.° As atividades de prevenção, fiscalização e repressãoao tráfico e uso de substâncias entorpecentes ou que determinemdependência física ou psiquica serão integradas em um SistemaNacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão, constituído peloconjunto de órgãos que exerçam essas atribuições no âmbito federal,estadual e municipal.

Parágrafo único. O sistema de que trata este artigo será for­malmente estruturado por decreto do Poder Executivo, que disporásobre os mecanismos de coordenação e controle globais de ativi­dades, e sobre os mecanismos de coordenação e controle incluidosespecificamente nas áreas de atuação dos governos federal, esta­dual e municipal.

Art. 4.° Os dirigentes de estabelecimentos de ensino ou hospi­talares, ou de entidades sociais, culturais, recreativas, esportivasou beneficientes, adotarão todas as medidas necessárias à pre­venção do tráfico ilícito e do uso indevido de substância entorpe­cente ou que determine dependência física ou psiquica, nos recintosou imediações de suas atividades. .

Parágrafo Ú11ico. A não observância do disposto neste artigoimplicará na responsabilidade penal e administrativa dos referidosdirigentes.

Art. 5.° Nos programas dos cursos de formação de professoresserão incluídos ensinamentos referentes a substâncias entorpe­centes ou que determinem dependência física ou psiquica, a fimde que possam ser transmitidos com observância dos seus princi­pios cientificas.

Parágrafo único. Dos programas das disciplinas da área deciê11cias naturais, integrantes dos currículos dos cursos de 1.° grau,constarão obrigatoriamente pontos que tenham por objetivo o es­clarecimento sobre a natureza e efeitos das substâncias entorpe­centes ou que determinem dependência física ou psiquica.

Art. 6.° Compete privativamente ao Ministério da Saúde,através de seus órgãos especializados, baixar instruções de carátergeral ou especial sobre proibição, limitação, fiscalização e controleda produção, do comércio e do uso de substância entorpecentes ouque determinem dependência física ou psíquica e de especialidadesfarmacêuticas que as contenham.

Parágrafo único. A competência fixada neste artigo, 110 quediz respeito à fiscalização e ao controle, poderá ser delegada aórgãos congêneres dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri­tórios.

Art. 7.° A União poderá celebrar convênios com os Estadosvisando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevidode substância entorpecente ou que determine dependência físicaou psíquíca.

CAPíTULO Ir

Do tratamento e da recuperaçãoArt. 8.° Os dependentes de substâncias entorpecentes, ou que

determinem dependência fisica ou psíquica, ficarão sujeitos às me­didas previstas neste capítulo.

Art. 9.° As redes dos serviços de saúde dos Estados, Territóriose Distrito Federal contarão, sempre que necessário e possível, comestabelecimentos próprios para tratamento dos dependentes desubstâncias a que se refere a presente lei.

§ 1.0 Enquanto não se criarem os estabelecimentos referidosneste artigo, serão adaptadas, na rede já existente, unidades paraaquela finalidade.

§ 2.° O Ministério da Previdência e Assistência Social provi­t'lenciará no sentido de que as normas previstas 11este artigo e seu§ 1.0 sejam também observadas pela sua rede de serviços de saúde.

Art. 10. O tratamento sob regime de internação hospitalarserá obrigatório quando o quadro clínico do dependente ou anatureza de suas manifestações psieopatológicas assim o exigirem.

§ 1.0 Quando verificada a desnecessidade de internação odependente será submetido a tratamento em regime extra-hospi­talar, com assistência do serviço social competente.

§ 2.° Os estabelecimentos hospitalares e clínicas, oficiais ouparticulares, que receberem dependentes para tratamento, encami­nharão à repartição competente, até o dia 10 de cada mês, mapaestatístico dos casos atendidos durante o mês anterior, com a indi­cação do código da doença, segundo a classificação aprovada pelaOrganização Mundial de Saúde, dispensada a menção do nome dopaciente.

Art. 11. Ao dependente que, em razão da prática de qualquerinfração penal, for imposta pena privativa de liberdade ou medidade segurança detentiva, será dispen,~ado tratamento em ambula­tório interno do sistema penitenciário onde estiver cumprindo asanção respectiva.

Parágrafo único. O réu que, cumprida a sanção, não estiverrecuperado da dependência, e o condenado por crime de que selivre solto, ficarão sujeitos ao tratamento previsto no artígo se­guinte.

Art. 12. O dependente de substância entorpecente ou que de­termine dependência física ou psiquica que tenha sido absolvido,ou que não esteja respondendo a inquérito ou processos por crimedefinido nesta lei, será encaminhado para tratamento nos estabe­lecimentos referidos no art. 9.° pela autoridade judiciária, policialou administrativa, independentemente da medida de segurançaeventualmente cabiveI.

CAPÍTULO IrI

Dos crimes e das penas

Art. 13. Importar ou exportar, remeter, preparar, produzir,fabricar, adquirir, vender, expor à venda ou oferecer, fornecer aindaque gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo,guardar, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a consumosubstância entorpecente ou que determine dependêncIa física oupsiquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legalou regulamentar:

Pena. Reclusão, de cinco a quinze anos, e pagameúto de cin­qüenta a trezentos e sessenta dias-multa.

§ 1.0 Nas mesmas penas incorre quem, indevidamente:

I - importa ou exporta, remete, produz, fabrica, adquire,vende, expõe à venda ou oferece, fornece ainda que gratuitamente,tem em depósito, trs:nsporta, traz consigo ou guarda matéria-primadestinada à preparação de substâncía entorpecente ou que deter­mine dependência fisica ou psíquica;

Ir - semeia, cultiva ou faz a colheita de plantas destinadasà preparação de entorpecente ou de substância que determine de­pendência física ou psíquica.

§ 2.° Nas mesmas penas incorre, ainda, quem:I - induz, instiga ou auxilia alguém a usar entorpecente ou

substância que determine dependência física ou psíquica;Ir - utiliza local de que tem a propriedade posse, adminis­

tração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se uti­lize, ainda que gratuitamente, para uso indevido ou tráfico ilícitode entorpecente ou de substância que determine dependência físicaou psíquica.

lU - contribui de qualquer forma para incentivar ou difundiro uso indevido ou o tráfico ilícito de substância entorpecente ouque determine dependência física ou psiquica.

Art. 14. Fabricar, adquirir, vender, fornecer ainda que gra­tuitamente, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumentoou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produçãoou transformação de substância entorpecente ou que determinedependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordocom determinação legal ou regulamentar:

Pena. Reclusão, de três a dez anos, e pagamento de cinqüentaao trezentos e sessenta dias-multa.

Art. 15. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim depraticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstosnos Arts. 13 ou 14 desta lei.

Pena. Reclusão, de três a dez anos, e pagamento de cinqüentaa trezentos e sessenta dias-multa.

Art. 16. Prescrever ou ministrar culposamente, o médico, den­i,ista, farmacêutico ou profisional de enfermagem substância entor­pecente ou que determine dependência física ou psíquica, em dose

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Outubro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Quarta-feira 6 1fHlt11-==~=========~======~=====~~~~;;;

e'l'identemente maior que a necessária ou em desacordo com deter­minação legal ou regulamentar:

Pena Detenção, de seis meses a dois anos, e pagamento detrinta a cem dias-multa.

. Parágrafo único. se se verificar que a prática da ação descritafoi dolosa, a pena será de reclusão, de dois a cinco anos, além dopagamento de cinqüenta a trezentos e sessenta dias-multa.

A!t. ! 7. Adquirir, guardar ou trazer cOhsigo, para uso próprio,substancIa entorpecente. ou que determine dependência física oupsiquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legalou regulamentar:

Pena. Detenção, de seis meses a dois anos, e pagamento devinte a cinqüenta dias-multa,

Art. 18,~ Violar de qualquer forma o sigilo de que trata oart. 27 desta lei:

Pena. Detenção, de dois a seis meses ou pagam",nto de vintea cinqüenta dias-multa, sem prejuizo das' l;anções administrativa,~a que estiver sujeito o infrator.

Art. 19. As penas dos crimes definidos nesta lei serão aumen­t,.das de um a dois terços:

I - no caso de tráfico com o exterior oU de extraterritoriali­dade da lei penal;

, II - quando o agente tiver praticado o crime prevalecendo-sede função pública relacionada com a repre8são à criminalidade ouquando, muito embora não titular de função pública tenha missãodc~ guarda e vigilância; ,

lU - se qualquer dos crimes definidos nesta lei decorrer deallsociação ou visar a menores de vinte e um anos ou a quem tenha,por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capacidade de dis-cernimento ou de autodeterminação; ,

IV - se qualquer dos atos de preparação, execução ou con­sumação ocorrer nas imediações ou no interior de estabelecimentode ensino ou hospitalar, de sedes de entidades estudantis sociaisculturais, recreativas, esportivas OU beneficientes, de locais detrabalho coletivo, de estabelecimentos penais, ou de recintos ondese realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza semprejuízo da interdição do estabelecimento ou do local. '

Art. 20. É isento de pena o agente que, em razão da depen­dí!ncia, ou sob o efeito de substância entorpecente ou que determinedependência física ou psíquica .proveniente de caso fortuito ouforça maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer quetenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz deentender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordocom esse entendimento.

Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a doisterços se, por qualquer das circunstâncias previstas neste artigo,o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plenacapacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de detenni­Dar-se de acordo com esse entendimento.

CAPíTULO IVDo procedimento criminal

Art. 21. O procedimento dos crimes definidos nesta lei reger­lle-á pelo disposto neste capítulo, aplicando-se subsidiariamente oCúdigo de. Proceso Penal.

Art. 22. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade policialdela fará comunicação Imediata ao juiz competente, remetendo-lhejuntamente uma cópia do auto lavrado e o respectivo auto noscinco dias seguintes.

§ 1.° Nos casos em que não ocorrer prisão em flagrante, oprazo para remessa dos autos do inquérito a juizo será de trintadias.

§ 2.° Nas comarcas onde houver mais de uma vara compe­tente, a remessa far-se-á na forma prevista na Lei de OrganizaçãoJudiciária local.

Art. 23. Recebidos os autos em juizo, será aberta vista aoMInistério Público para, no prazo de três dias, oferecer denúncia,arrolar testemunhas até o máximo de cinco e requerer as dili­gências que entender necessárias.

§ 1.0 Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrantee do oferecimento da denúncia, no que tange à materialidade dodelito, bastará laudo de constatação da natureza da substânciafil'mado por perito oficiai ou, na falta de:3te, por pessoa idôneaescolhida de preferência entre as que tiverem habilitação técnica.

§ 2.° Quando o laudo a que se refere o parágrafo anteriorfor subscrito por perito oficial, não ficará este impedido de par­tinipar da elaboração do la.udo definitivo.

§ 3.° Recebida a denúncia; o juiz, em vinte e quatro horas,ordenará a citação ou requisição do réu e designará dia e hora

para o interrogatório, que se realizará denl,ro' dos cinco dias se­guintes.

§ 4.° Se o réu não for encontrado nos endereeos constantesd~ ll.ut<:>s, o j~z ordenará sua citação por edital, com prazo decmco (:ha~, apos ° quai decretará sua revelia. Neste caso, os prazoscorrerao mdependentemente de intimação.

§ 5~0 !'To interrogatórlo, o juiz indagará do réu sobre eventualdependencla, advertindo-o das conseqü~ncia;3 de suas declarações.

§ 6,° Interrogado o réu, será aberta villta à defesa para, n,!)prazo de três dias, oferecer alegações preliminares, arrolar teste­munhas até o máximo de cinco e requerer as diligências que enten­der necessárias. Havendo mais de um réu o prazo será comum ,ecorrerá em cartório. '

,!-rt. 24. Findo o prazo do § 6.° do artigo anterior, o juiz pro,·ferIra despacho saneador, em quarenta e oito horas, no qual or(ie­nar~ as diligências indispensáveis ao julgamento do feito e desig­~ara, para um dos oito dias seguintes, audiência de instrução '~

Julgamento, notificando-se o réu €i as testemunhas que nela devamprestar depoimento, intimando-se o defensor e o Ministério Públicobelll; como cientificando-se a autoridade po'licial e os órgãos do~quaIS dependa a remessa de peças ainda não eonstantes dos aut-os,

§ 1." Na hipótese de ter sido determinado exame de depenodência, o prazo para a realização da audiêncla será de trinta dias:.

§ 2.° Na audiência, após a inquirição das testemunhas, serádada a palavra, sucessivamente, ao órgão do Ministério Públicoe ao defensor do réu, pelo tempo de vinte minutos para cada um,prorrogável por mais dez, a 'critério do juiz que, em seguida, pro··ferirá sentença.

§ 3.° se o juiz não se sentir habilitado a julgar de imediatoa causa, ordenará que os autos lhe sejam conclusos para, no prazode cinco dias, proferir sentença. , '

Art. 25. Nos casos em que couber fiança, sendo o agentemenor de vinte e um anos, a autoridade policial, verificando nãoter o mesmo condições de prestá-la, poderá determinar o seu reco­lhimento domiciliar na residência dos pais, parentes ou de peSSo{~

idônea, que assinarão termo de responsabilidade.§ 1.0 O recolhimento domiciliar será determinado sempre ad

referendum do juiz competente que poderá lllantê-Io ou revogá-lo,ou 'ainda conceder liberdade provisória.

§ 2.° Na hipótese de revogação de qualquer dos benefícios pre··vistos neste artigo, o juiz mandará expedir mandado de prisãocontra o indiciado ou réu, aplicando-se no que cou1:}(~r, o disposto no§§ 4.° do art, 23.

Art. 26. A remessa dos autos de flagrante ou de inquérito Hjuízo far-se-á sem prejuízo das diligências destinadas ao esclare··cimento do fato, inclusive a elaboração do laudo de exame toxi··cológico e, se necessário, de dependência, que serão juntados aoprocesso até a audiência de instrução e julgamento.

Art. 27. Os registros, documentos ou peças de informacão, bemeOIIJA) os àutos de prisão em flagrante e os de inquérito' policialpara a apuração dos crimes definidos nesta l,~i serão manttdos sobsigilo, ressalvadas, para efeito exclusivo de atuação profissional,as prerrogativas do juiz, do Ministério públieo, da autoridade po··licial e do advogado na forma da legislação específica.

Parágrafo único. Instaurada a ação penal, ficará a crHériodo juiz a manutenção do sigilo a que se refere este artigo.

Art. 28. O processo e o julgamento do crime de tráfico como exterior caberão à justiça estad'lal com io.terveniência do Mi··nistério Público re8pectivo, se o lugar em que tiver sido praticadofor município que não seja sede de vara da Justiça Federal, comrecurso para o Tribunal Federal de Recursos.

Art. 29. Nos casos de conexão e continência entre os crime8definidos nesta lei e outras infrações penals, o processo será OIprevisto para a infração mais grave, ressalvados os da compe··tência do júri e das jurisdições especiais.

Art. 30. Quando o juiz absolver ° agente reconhecendo, porforça de perícia oficial, que ele, em razão de' dependência era, aotempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender OIcaráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse:entendimento, ordenará seja o mesmo submetido a tratamentolmédico.

§ 1.° Veri~icada a recuperação, será esta comunicada ac jui2:que, após comprovação por perícia oficial, e ouvido o Ministél'iolPúblico, determinará o encerramento do processo.

§ 2.0 Não havendo peritos oficiais, os exames serão fe~tos pormédicos, nomeados pelo juiz, que prestarã.o compromisso de bem.e fielmente desempenhar o encargo.

§ 3.0 No caso de o agente frustrar, de algum modo, trata-,mento ambulatorial ou vir a ser novamente processado nas mes-,

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10002 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'76

mas condições do caput deste artigo, o juiz poderá determinar queo tratamento seja feito em regime de internação hospitalar.

Art. 31. Nos casos em que couber fiança, deverá a autorida­de, que a conceder ou negar, fundamentar a decisão.

§ 1.° O valor da fiança será fixado pC'la autoridade que aconceder, entre o mínimo de Cr$ 500,00 (quínhentos cruzeiros) eo máximo de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros).

§ 2.° Aos valores estabelecidos 110 parágrafo anterior, apli­car-se-á o coeficiente de atualização monetária referido no pa­rágrafo único do Art. 2.0 da Lei n.O 6.025, de 29 de abril de 1975.

Art. 32. No caso de processo ínstaurado contra mais de umréu, se houver necessidade de realizar-se exame de dependência,far-se-á sua separação no tocante ao réu a quem interesse o exa­me. processando-se este em apartado, e fixando o juiz prazo até30 dias para sua conclusão.

Art. 33. Para os réus condenados a pena de detenção. pelaprátJCa de crime previsto nesta lei, o prazo para requerimento dareabilitação será de dois anos.

Art. 34. Sob pena de responsabilidade penal e administra­tiva, os dirigentes, funcionários e empregados dos órgãos da adlUi~

nisttação pública direta e autárquica, das empresas públicas, so­ciedades de economia mista, ou fundações mstituidas pelo poderpúblico, observarão absoluta precedência nos exames, perícias ena confecção e expedição de peças, publicação de editais. bemcomo no atendimento de informacões c esclarecimentos solicitadospor autoridades judiciárias. poliéiais ou administrativas com oobjetivo de instruir processos destinados à apuração de quaisquercrimes definidos nesta lei.

Art. 35. Os veiculos. embarcações, aeronaves c quaisquer ou­tros meios de transporte, assim como os maquinismos, utensilios,instrument.os e objetos de qualquer natureza utilizados para fL prá­tica dos crimes definidos nesta lei. após a sua regular apreensãoserão entregues à custódia da autoridade competente.

§ 1.0 Havendo possibilidade ou necessídade da utilizacão dosbens mencionados neste artigo, para sua conservação, poderá aautoridade deles fazer uso.

§ 2.° Transitada em julgado sentença que declare a perda dequalquer dos bens referidos, pa.ssarão eles à propriedade do Es­tado.

Art. 36. O réu condenado por infração dos Arts. 13 ou 14desta lei não poderá apelar sem recolher-se à prisão.

CAPíTULO VDisposições Gerais

Art. 37. Para os fins desta lei, serão consideradas substân­cias entorpecentes ou capazes de determinar dependência físicaou psíquica aqu,elas que assim forem especificadas em lei ou re~

Jacionadas pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicma eFarmácia, do Ministério da Saúde.

Parágrafo único. O Serviço Nacional de Fiscalização da Me­dicina e Farmácia deverá rever, sempre que as circunstânciasa.s.sim o exigirem, as relações a que se refere este artigo, para ofim de exclusão ou inclusão de novas substâncias.

Art. 38. Para efeito de caracterização dos crimes definidosnesta lei, a autoridade atenderá à natureza e à quantidade dasubstância apreendida, ao local e às condições em que se desen­volveu a ação criminosa, às circunstâncias da prisão, bem comoà conduta e aos antecedentes do agente.

Parágrafo único. A autoridade deverá justificar, em despa­cho fundamentado, as razões que a levaram à classificação legaldo fato. mencionando concretamente as circunstânCias referidasneste artigo, sem prejuizo de posterior alteração da classificação

,pelo Ministério Público ou pelo juiz.

Art. 39. A pena de multa consiste no pagamento, ao Tesou­ro Nacional, de uma soma em dinheiro que é fixada em dias­multa.

§ 1.° O montante do dia-multa será fixado segundo o pru~dente arbitrio do juiz, entre o mínimo de Ct'$ 25,00 (vinte e cincocruzeiros) e o máximo de Cr$ 250,00 <duzentos e cinquenta cru­zeiros).

§ 2.° Aos valores estabelecidos no parágrafo anterior, apli­car-se-á o coeficiente de atualização monetária referido 110 pa­rágrafo único do Art. 2.0 da Lei n.o 6.205, de 29 de abril de 1975.

§ 3.0 A pena pecuniária terá como referência os valores dodia-multa que vigorarem à época do fato.

Art. 40. AB autoridades sanitárias, policiais a alfandegáriasorganizarão e manterão esta-tistICas, registros e demais informesinerentes às suas atividades rc1acionadas coma prevenção e re­pressão de que trata esta lei, deles fa-zendo remessa ao órgão com­petente com as observações e sugestões que julgarem pertinentes

à elaboração do relatório que será enviado anualmente ao órgãoInternacional de Fiscalização de Entorpecentes.

Art. 41. Todas as substâncias entorpecentes ou que determi­nem dependência fisica ou psíquica, apreendidas por infração li.qualquer dos dispositivos desta lei, serão obrigatoriamente reme­tidas, após o trânsito em julgado da sentença, ao órgão compe­tente do Ministério da Saúde ou congênere estadual, cabendo-lhesprovidenciar o seu registro e decidir do seu destino.

§ 1.0 ,Ficarão sob a guarda e responsabilidade das autorida­des policiais, até o trânsito em julgado da sentença, as substân~ciôcs referidas neste artigo.

§ 2.0 Quando se tratar de plantação ou quantidade que tornedificil o transporte ou apreensão da substância na sua totalida~

de, a autoridade policial recoiherá quantidade sufiCIente paraexame pericial destruindo o restante, de tudo lavrando auto cir­cunstanciado.

Art. 42. As autoridades judiciárias, o Ministério Público e asautoridades policiais poderào requisitar às autoridades sanitária.,;;competentes, independentemente de qualquer procedimento judi­cial, a realização de inspeções nas empresas industriais ou co­merciais, nos estabeiecimentos hospitalares, de pesquisa, ensino econgêneres, assim como nos serviços médicos que produzirem, ven­dE'rem, comprarem. consumirem ou fornecerem substâncias entor­pE'centes ou que determinem dependência fisIca ou psiquica, ouespecialidades farmacêutiCas que as contenham, sendo facultada aassistência da autondade requisitante.

§ 1.0 Nos casos de falência ou de liquidação judicial das em~

presas ou estabelecimentos refendos neste artigo, ou de qualqueroutro em que existam tais produtos, cumpre ao juizo por ondecorrer o feito oficiar à.s autoridades sanitárias competentes, para.que promovam, desde logo. as medidas necessárias ao recebimen­to, em depÓSIto, das suhstàncias arrecadadas.

§ 2.0 As vendas em hasta pública de substâncias ou especia­lidades a que se refere este artigo serão realizadas com a presen­ça de um representante da autoridade sanitária competente, sópodendo participar da licitação pessoa fisica ou jurídica regular­mente habilitada.

Art. 43. É pa,ssível de expulsão, na forma da legíslação espe­c:lfica, o estrangeiro que praticar qualquer dos cnmes definidosnesta lei, desde que cumprida a condenação imposta, salvo deocorrer interesse nacional que recomende sua expulsão imediata.

Art. 44. Os Tribunais de Justiça deverão sempre que ne­cessário e possível, observado o disposto no Art. 144, § 5.°. da Cons­t:tuição Federal, instituir juizes especializados para o processo ej'lllgamento dos crimes defmidos nesta lei.

Art. 45. Nos setores de repressão a entorpecentes do Depar­tamento de Policia Federal, só poderão ter exercicio policiais quepossuam especialização adequada,

Parágrafo único. O Poder Executivo disciplinará a especia­lização dos integrantes das Categorias Funcionais da Polícia Fe­deral, para atendimento ao disposto neste artigo.

Art. 46. O Poder Executivo regulamentará a presente leidentro de se.s.senta dias, contados da sua publicação.

Art. 47. Revogam-se as disposições em contrário, em espe­(:ial o Art. 311 do Decreto-Lei n.O 1.004, de 21 de outubro de 1969,com as alteracões da Lei nO 6.016. de 31 de dezembro de 1973, e aLei n,o 5.726, de 29 de outubro de 1971, com exceção do seu art. 22.

Art. 48. Esta lei entrará em vigor 30 (trinta) dias após a sua.publicação.

Câmara dos Deputados, em 18 de agosto de 1976. - Célio Borja.

EMENDAS DO SENADO AO PROJETODE LEI DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Que "dispõe sobre medidas de prevenção e repressãoao trâfego ilícito e uso indevido de substâncias entorpe­centes ou que determinem dependência física ou psíquica,e dá outras providências.

N." 1(corresponde à Emenda D.O l-CCJ)

Acrescente-se ao art. 4.°, entre as palavras :'adotarâo" e "to­das", a seguinte expressão:

"de comum acordo e sob a orientação técnica de autori­dades especializadas,"

N.'" 2(destaque de -Plenário)

Suprimam-se o parágrafo único do art. 11 e o art, 12 doProjeto.

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Outubro de 19'76 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira & 100<m3

N.O :I(corresponde à Subemenda à Emenda n.o 2-CCJ)No art. 13:I - inclua-se, entre as palavras "guardar" e "ministrar", a

seguinte expreSllão:"prescrever"

Ir - altere-se a pena prevllita de "cinco a quinze anos", parade "três a quinze anos".

PROJETO DE LEI N.o 2.945, ]I)E 1976(Do 81'. Alvaro Gaudêncio)

Acrescenta parágrafos ao art. 3~~1 da Consolidação dasI.eis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n.o 5.452, Ille1.° de maio de 1943 e dá outras providências.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Educaç1í.oe Cultura e de Finanças).

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Ficam acrescentados ao Art. 321 da Consolidacão dasLeis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-L'~i n.o 5.452, 'de' 1." demaio de 1943, os §§ 1.0, 2.°, 3.0 e 4.°, seguintes:

"§ 1." À remuneração mensal dos professores serão acres­cidos 25% sobre o valor de cada hora-auia, quando, com­provadamente, ministrada no horário noturno, de confor­midade com o previsto no art. 158, inciso IV, da Constitui­ção Federal de 1967, e Art. 73, eaput e seus §§ 1.<> e 2.0 da.Consolidação das Leis do Trabalho, tomando-se por base.para efeito de cálculo, a. remuneração correspondente àhora-aula paga no horário diurno.§ 2." Cada hora-aula do período noturno ministrada peloprofessor, anteriormente à vigência desta Lei, será compu­tada em dobro, para efeito de contagem de tempo de ser­viÇD para aposentadoria.§ 3.0 Os benefícios financeiros de que trata o § 1.0 desta.Lei não terão efeito retroativo.§ 4.° A partir da vigência da presente Lei, ficará o em­pregador obrigado a consignar, explicitamente, na Cartei­ra de Trabalho e Previdência Social, {) turno em que {) Pl'{)·.ressor deverá ministrar as aulas."

Art. 2.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoEmbora seja o trabalho noturno disciplinado pela Constituição

Federal de 1967 e pela própria Consolidação das Leis do Trabalho,os professores não foram incluídos em nenhum dos dispositivos le..gals referidos.

Outras categorias profissionais são beneficiadas e seus emprc··gadores cumprem as formalidades pertinentes ao amparo ali pre··ceituado.

Tratando-se de uma numerosa classe e que presta inestimá··veis serviços à cultura e ao desenvolvimento do pais, não secon·.cebe que o professorado permaneça marginalizado e injusticado,com respeito a um direito que, também, deveria lhe proteger.

O trabalho noturno, como é sabido, implka em maior desg·aste·físico c, em causa, intelectual, acarretando .ao profissional danor;ímponderáveis a sua sanidade.

Nos grandes centros urbanos, essa situação se ag~ava sobrema··neira, quando os professores são obrigados a se deslocarem até OElestabelecimentos onde lecionam, geralmente, muito distantes de'sua residência, regressando, somente, a altas horas da noite, alêmda dependência de meios de transportes coletivos,' que, nessas cir··cunstâncias, são escassos.

Se, pelo lado material, podemos constatar tal anomalia, pelaparte afetiva, verificamos que os professores são impossibilitadosde prestarem melhor assistência aos seus familiares, especialmenteaos filhos menores, que dela mais precisam, justamente à lloite.

Merece assinalar, ainda, que a remuneração do professoradobrasileiro não condiz com o valor e a dignidade do. exercicio domagistério. Em sua quase totalidade, o mestrl~ brasileiro é mal re­munerado.

Portanto, subtrair-se à classe um benefíeio já consagrado, édesestimulá-la cada vez mais. J!: sacrificá-la ao extremo. É desell­corajá-la para a árdua missão de educar a juventude do País.

Estas as razões que justificam a apresentação deste projetode lei.

Com a sua aprovação, estaremos prestando ao magistério bra­sileiro um serviço de indiscutivel. alcance social e corrigindo umainjustiça que avilta nossa legislação trabalhista.

Sala das Sessões, em de setembro de 1976. - Alvaro Gl1U-dênci.o.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇlíODAS COMISSóES PERMANENTES

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHOAprOvada pelo Decreto-Lei D.o 5.452, de 1.0 de maio de

1943.

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18004 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 18'16

TíTULO IIDas Normas Gerais de Tutela do Trabalho

CAPíTULO II

Da Duração do Trabalho

SEÇÃO IVDo Trabalho Noturno

Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinze­nal, o trabalho noturno terá remuneração superiOT à do diurno e,para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vintepor cento), pelo menos, sobre a hora diurna. (31)

§ 1.0 A hora do trabalho noturno será computada como de52 minutos e 30 segundos.

§ 2.° Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o tra­balho executado entre entre as 22 horas "de um dia e as 5 "horas dodia seguinte.

S3.° O acréscimo a que se refere o presente artigo, em se tra­tando de empresas que não mantêm, pela natureza de suas ativi­dades, trabalho noturno habitual, será feito tendo em vista osquantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante.Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorrerá da natu­reza de suas atividades, o aumento será calculado sobre o saláriomínimo geral vigente na região, não sendo devido quando excederdesse limite, já acrescido da percentagem,

§ 4.° Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangemperíodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho notur-no o disposto neste artigo e seus parágrafos. "

§ 5.° Ãs prorrogações do trabalho noturno aplica-se o dispostoneste capítulo.

TíTULO III

Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho

..................................................................CAPíTULO I

Das Disposições Especiais Sobre Duração e Condições de Trabalho

SEÇÃO XIIDos Professores

Art. 317. O exercício remunerado do magistério em estabele­cimentos particulares de ensino exigirá, além das condições dehabilitação estabelecidas pela competente legislação, o registro noMinistério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), que será fei­to, no Distrito Federal, no Departamento Nacional do Trabalho e,SlOS Estados, nos respectivos órgãos regionais.

...............................................................Art. 318. Num mesmo estabelecimento de ensino não poderá

lJ profes8or dar, por dia, mais de quatro aulas con.~ecutívas, nemmais de seis, intercaladas.

Art. 319. Aos professores é vedado, aos domingos, a regênciade aulas e o trabalho em exames.

Art. 320. A remuneração dos professores será fixada pelonúmero de aulas semanais, na conformidade dos horários.

§ 1.° O pagamento far-se-á mensalmente, considerando-separa este efeito cada mós constituído de quatro semanas e meia.

§ 2.° Vencido cada mês. será dcscontada, na remuneração dosprofessores, a importância correspondente ao número de aulas aque tiverem faltado.

§ 3.° Não serão descontadas, no decurso de novc dias, as fal­tas vcrificadas por motivo de gala ou de luto em conseqüência defalecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.

Art. 321. Sempre que o estabelecimento de ensino tiver ne­cessidade de aumentar o número de aulas marcado nos horários,remunerará o professor, findo cada mês, com uma importânciacorrespondente ao número de aulas excedentes.

Art. 322. No período de exames e no de férias, será paga·mensalmente aos professores remuneração correspondente à quan-

tia a eles assegurada, na confOl'midade dos horários, durante o pe­ríodo de aulas.

§ 1.0 Não se exigirá dos professores. no periodo de exames, aprestação de mais de oito horas de trabalho diário, salvo medianteo pagamento complementar de cada hora excedente pelo preçocorrespondente ao de uma aula.

CONSTITUIÇAO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Emenda Constitucional n.O 1, de 17 de outubro de 1969.

TíTULO III

Da Ordem Econômica e Social

Art. 165. A Constituição assegura aos trabalhadores os se­guintes direitos, além de outros que, nos termos da lei, visem àmelhoria de sua condição social:

IV - salário de trabalho noturno superior ao diurno;

PROJETO DE LEI N.o 2.948, DE 1976(Do Sr. otávio Ceccato)

Acrescenta parágrafo único ao art. 2.° do Decreto-I,eiTI.o 1.470, de 4 de junho de 1976, que estabelece condiçõespara emissão ou prorrogação de passaporte comum, «.on­cessão de visto policial de saída, e dá outras providências.

(Às Comissões de Constituição e Justiça, de Economia,Indústria e Comércio e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 2.0 do Decreto-Lei n.o 1.470. de 4 de junho de

1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinteredação: '

"Art.2,o .

Parágrafo único. Também não se aplica a condição esta­belecida no art. 1.0 deste Decreto-Lei para as pessoas quese desloquem ao exterior por motivo de tratamento médicoou de morte de parente con.sagüíneo, até terceiro grau."

Art. 2.° Esta lei entraráem vigor na dllta da sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoO art. 2.° do Decreto-Lei n.O 1.470, de 4 de junho de 1976, esta­

belece as exceçóes às regras gerais fixadas pelo art. 1.0 do mesmodiploma. Defere ao Poder Executivo a tarefa de traçar os critérios,requisitos e condiçóes que venham a orientar possíveis isenções dorecolhimento do depósito compuI.sório, 'in.stituído pelo Decreto-Leiem questão.

Depois, o Decreto 11.0 77.745, também de 4 de junho de 1976,alinha os casos que justificam a isenção do depósito compuI.sório(arts. 1.0 e 2.°).

Todavia, em nenhuma das hipóteses ali mencionadas se enqua­dram estas que o projeto pretende sejam abrangidas pela isenção,por razões de flagrante valor humano e social.

Pensamos, portanto, em incluir no corpo do Decreto-Lei n.a1.470/76 essas duas condições merecedoras da isenção do depósito,suprindo a omissão do regulamento. Além disoo, ficando essas is.en­ções inscritas no próprio Decreto-Lei, está afastada a possibilidadede futuros balanços de critério, por parte do Poder Executivo, noque diz respeito aos motivos especificos que a proposicão refere.

Sala das Sessões, em - Otávio Ceccato.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÁODAS COMISSOES PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 1.470, DE 4 DE JUNHO DE 1976Estabelece condição para emIssao ou prorrogação de

passaporte comum, conc,~ssão de visto policial de saída edá outras providências. -

O Presidente da República, no uso das atribuições que lheconfere o art. 55, item II, da Oonstituição,

Decreta:Art. 1.° Fícam condicionadas a recolhimento, em dinheiro,

no valor de Cr$ 12.000,00 (doze mil cruzeiros): .I - a emissão ou prorrogação de passaporte comum no Pais;

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DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira G 10005

~!=.~~=====~=============!~==~(lratllbro de 1976

TI - a concessão, em passaporte emitido por autoridade brasi­IEüra, de visto policial de saída;

lU - a concessão, para estrangeiro, admitido ou registradono País em caráter permanente, de visto policial de saída.

§ l.C> O recolhimento será igualmente exigido em relação acada pessoa que, além do titular, constar do passaporte.

§ 2.0 A quantia de que trata este artigo será devolvida noprazo de um (1) ano, não fluindo juros nem correção monetária.

§ 3.C> A quantia recolhida não constituirá receita da União epermanecerá, com cláusula de indisponibilidade, vinculada, comoônus financeiro, a quem efetuar o recolhimento, vedada, igual­mente, a negociação dos comprovantes.

Art. 2.0 A condição estabelecida no art. 1.0 deste Decreto-Leinão se aplícará relativamente às pessoas que se desloquem aoexterior em caráter definitivo, ou no exercício ou para o exerciciode atividade especifica, obedecidos os critérios, requisitos e condi­ções, fixados em decreto do Poder Executivo.

Art. 3.0 A autoridade anotará o número e a data do com­provante do recolhimento no passaporte que emitir, prorrogar ouvinar.

Art. 4.0 Na venda de câmbio para fins de viagem ao exterior,08 bancos e agências de turismo deverão ezigir, das pessoas sujeitasà condição prevista no art. 1.0, a exibição do comprovante do reco­1111mento.

Art. 5.° A autoridade polícial a partir do trigésimo (30.0) dia

da vigência deste Decreto-Lei deverá exigir, das pessoas sujeitasà condição prevista no art. 1.0 , no ato da apresentação do passa­p<llte para embarque, a exibição do comprovante do recolhimento.

Art. 6.0 Caberá ao Conselho Monetário Nacional:I - disciplinar a forma do recolhimento e da devolução da

quantia referida no artigo 1.0 deste Decreto-Lei;II - alterar o valor do recolhimento e o prazo da devolução;lU - suspender e restabelecer, em caráter geral, o recolhi­

mento;IV - expedir normas complementares, no âmbito de suas atri­

buIções legais, necessárias a assegurar o cLlmprimento deste De­creto-Lei.

Art. 7.C> Este Decreto-Lei entrará em vigor na data de suapublicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília 4 de junho de 1976; 153.0 da Independência e 88.0 daRepública. -'-- ERNESTO GEISEL - Armando Falcão - Mário Hen­ri~lue 8imonsen.

PROJETO DE LEI N.o 2.949, DE 1976

(Do Sr. Wilmar Dallanho1)Introduz modificação no Deereto-Lei D.o 1.438, de 26

de dezembro de 1975, que trata do Imposto Sobre Serviçosde Transporte Rodoviário de Passageiros e de Carga.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Economia,Indústria e Comércio e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 É acrescentado ao art. 5.0 do Decreto-Lei n.o 1.438,

de 26 de de'Zembro de 1975, o seguinte inciso V:"Art. 5.° ..•.••...••• , ...• , •.•........•.• , ... , ..••............ , , ..................................... " .V - sobre as empresas comerciais e industriais que utili­zam frota própria para transporte de carga e cuja ativi­dade empresarial preponderante nã.o é a de transporte."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoO Decreto-Lei n.O 1.438, de 1975, como se sabe e vem expres­

samente declarado em sua ementa, alterou o Decreto-Lei n.o ....284/67 para o fim especifico de estender a incidência do Impostosobre Serviços de Transporte Rodoviário ao transporte rodoviáriode cargas, tendo em vista que anteriormente a atividade alcan­çada era somente a. de transporte rodoviário de passageiros.

O art. 5.° desse diploma legal trata dos casos de não inci­dência do mencionado tributo, os quais vêm especificados em qua­tro incisos.

O que o projeto quer é acrescentar ai um novo inciso -=- sobo llúmero V - em o qual fique consignada a não incidência dotributo às empresas, comerciais ou industriais, que possuem frotapara transporte da própria carga.

Tal providência consubstancia uma reivindicação oportuna ejusta dos empresários catarinenses, veicullada através de smLSentidades de classe, particularmente da Fed'lração das AssoclaçõlIsComerciais e Industriais de santa Oatarina.

Justa. porque, na verdade, esse tipo de transporte· (o de carga.da própria empresa, quando a atividade da mesma não seja pre­ponderantemente de transportes) não é feito com o objetivo imE'­diato do lucro ou da remuneração, extravasando portanto «'loconceito geral de incidência consignado no art. 3.0,' eaput, do 'De­creto-Lei n.O 1.438, de 1975. Trata-se - e aqui usamos argumen­tação dos referidos empresários - de uma vantagem adicionaloferecida pelas empresas comerciais e industriais, facilitando OISentendimentos com os clientes. O transporte assim feito, isto é,mediante a utilização de frota própria para carga não tem o ob-jetivo de lucro ou remuneração. '

Tais são ll.'i razões por que o Decreto-Lei n.o 1.438/75 precisaser alterado, tal como aqui se pleiteia.

Sala das Sessões, em . - Wilmar DalIanhoI.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISS6ES PERMANRNTES

DEORETO-LEI N,o 1.43,3DE 26 DE DEZEMBRO DE 1975

Altera o Deereto-Lei n.o 284, de 28 de fevereiro d.e1967, estende a incidência do imposto sobre os serviços d.etransporte rodoviário de passageiros ao transporte rodo­viário de cargas, e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso da!1 atribuições que lh(~

confere o art. 55, item n, da Constituição, decreta:

Art. 1.0 O imposto sobre o transporte interestadual e inter··municipal de passageiros, de que trata o Decreto-Lei n.o 284, dn

. 28 de fevereiro de 1967, reger-se-á pelo presente Decreto-Lei, esten-·dida sua incidência ao transporte rodoviário de cargas, sob !Ldenominação de Imposto sobre os Serviços de Transporte Rodo..viário Intermunicipal e Interestadual de ]Passageiros e. Cargas(ISTR).

Art. 2.0 O fato gerador do ISTR é a prestação ou execução,por pessoa física ou jurídica, dos serviços de transporte rodoviá··rio de pessoas, bens, mercadorias e valores entre Municípios, Es··tados, Territórios e Distrito Federal, mediante a utilização de vei··culos automotores.

Art. 3.0 O ISTR é devido pela pessoa fí8ica ou juridica queexerça, regularmente, as atividades de transporte rodoviário dE,passageiros ou cargas, com objetivo de lucro ou remuneração.

§ 1.0 O contribuinte poderá cobrar do usuário dos serviçosde transporte rodoviário as quantias devidas a título de imposto,em separado do preço ou frete.

§ 2.0 Quando a empresa transportadora subcontratar o ser-oviço de transporte rodoviário com outro transportador, o paga­mento do imposto permanece como responsabilidade primeira daempresa contratante.

§ 3.° O imposto é, também, devido pela pessoa fisica ou ju­rídica, que transporte, em veiculo próprio ou afretado, mercado­rias ou bens destinados à comercialização posteTior, ou que re­presentem insumos ou componentes integrantes de produto fInal,em cujo valor deverá estar destacado e computado o preço dotransporte. _

§ 4.° O imposto é Igualmente devido pelas empresas que ex­ploram serviços de turismo, mediante -utilização de veículos pró­prios ou afretados no transporte turístiCO de passageiros, cujopreço deverá estar destacado e computado no valor dos demaisserviços prestados. ~

Art. 4.° São solidariamente responsáveis pelo pagamento doISTR:

I - o usuário dos serviços de transporte de cargas, ou, na.impossibilidade de sua identificação, o remetente dos bens, mer­cadorias ou valores transportados;

II - os armazéns, silos, frigoríficos, pátios, terminais e cen­tros de carga e estabelecimentos congêne)'es, nos serviços detransporte que contratarem por conta e ordem de seus deposi­tantes;

IH - os despachantes aduaneiros, quando contratarem, porconta e ordem de seus clientes, o transporte de bens, mercadoriase valores cujo despacho 'alfandegário tenham promovido;

IV - os representantes, mandatários, gestores de negócios eleiloeiros. em relação aos serviços de transporte contratados porseu intermédio; -

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10006 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1976

v - o consignatário, o comissarlO, o agenciador ou qualquerintermediário que contrate serviços de transporte em nome e porconta de terceiros;

VI - o subcontratante nos casos previstos no § 2.0 do art. 3.0

deste decreto-lei.Art. 5.0 O 18TR não incide:I - sobre o transporte realizado em veiculos de propriedade

da União dos Estados Distrito Federal e Municípios, bem comode suas ~espectivas A'utarquias, nos serviços vinculados às suasfinalidades essenciais ou delas decorrentes;

II - sobre o serviço de transporte rodoviário de combustíveis,lubrificantes e minerais;

IH - sobre o serviço de transporte internacional de cargas,sendo que, para as mercadorias importadas, até o instante e loc~l

de sua nacionalização, e desde que estabelecida a não incidénmaem Convênios, Tratados c Acordos Internacionais;

IV - sobre os serviços de reboque em geral.

PROJETO DE LEI N.o 2.956, DE 1976

(Do Sr. Antunes de Oliveira)Institui a gratificação de Natal para os aposentados

pelo FUNRURAL.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Traballloe Legislação SOcial e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 No mês de dezembro de cada ano, a todo benefi-ciário do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural .(PRORURAL)' será paga uma gratificação, independentementedos benefícios a que fizer jus.

§ 1.0 A gratificação corresponderá a uma prestação anualequivalente a 50% (cinqüenta por cento) do maior valor dereferência do País e será devida ao trabalho rural ou seusdependentes.

§ 2.0 Não será devida a gratificação a mais de um compo­nente da unidade familiar, cabendo apenas o benefício ao respec­tivo chefe ou arrimo.

§ 3.° As Importâncias referentes a gratificação natalina serãopagas anualmente ao trabalhador rural e caso ocorra a Suamorte, aos seus dependentes, e na falta desses, reverterão aoFUNRURAL.

§ 4.0 A concessão da gratificacão assegurada por esta Leiserá devida a partir do exercício cOrl-espondente à sua aprovação.

Art. 2.° Os recursos para o custeio da gratificação de quetrata a presente Lei provirão dos previstos no art. 15 da Lei Com­plementar n,o 11, de 25 de maio de 1971.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.0 Revogam-se as disposições em contrário.

.Justificação

Como é notório, a Lei n.O 4.090, de 13 de julho de 1962, insti­tuiu a gratificaçáo de Natal para os trabalhadores, ficando conhe­cido esse benefício COmo o 13.° salário.

Recentemente, o Diretor-Geral do DASP, Coronel Darcy Si­queira, anunciou que, na reforma do Estatuto dos FuncionáriosPúblicos Civis da União (Lei n.o 1.711/52), seria eliminado oinstituto da licença-prêmio mas, em compensação, o Governoconcederia o 13.0 salário para os funcionários como providênciade largo alcance social.

A tendência governamental, portanto, é beneficiar, tantoquanto possível, as classes assalariadas.

Acompanhar esse contexto, é o objetivo do presente projetode lei que visa conceder aos aposentados pelo FUNRURAL Umdécimo terceiro salário para melhorar seus parcos rendimentos,muito embora ínfimo, na verdade, por ter que obedecer ao espí­rito da Lei Complementar n,o 11, de 25 de maio de 1971.

O Programa de Assistência ao Trabalhador Rural .(PRORURAL) foi instituído pela Lei retrocitada, sendo executadopelo Fundo de AssiBtência ao Trabalhador Rural - FUNRURAL,diretamente subordinado ao MiniBtério da Previdência SOcial e osrecursos para atender ao seu custeio estão regularmente previstosno art. 15 da Lei Complementar mencionada, neces.<;itando, apenas,de cálculos atuariais a serem procedidos pelo órgão competentepara atender a esta iniciativa que é, sem dúvida, de elevada jus­tiça social.

Este é o objetivo da proposição que temos a elevada honrade submeter à consideração dos nobres pares.

Sala das Sessões, em 29 de setembro de 1976. - Antunes deOliveira.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI COMPLEMENTAR N.o 11, DE 25 DE MAIO DE 1971

Com as modificações introduzidas pela Lei Complementar n.o 16,de 30 de outubro de 1973

Institui o Programa de Assistência ao TrabalhadorRural, e dá outras providências.

Art. 15. Os recursos para o custeio do Programa de Assis­tência ao Trabalhador Rural provirão das seguintes fontes:

I - da contribuição de 2% (dois por cento) devida pelo pro­dutor, sobre o valor comercial dos produtos rurais, e recolhida:

a) pelo adquirente, consignatário ou cooperativa que ficamsub-rogados, para esse fim, em todaB as obrigações do produtor;

b) pelo produtor, quando ele próprio industrializar seus pr~­

dutos, vendê-los ao consumidor, no varejo, ou a adquirente domI­ciliado no exterior;

II - da contribuição de que trata o art. 3.0 do Decreto-Lein.o 1.146, de 31 de dezembro de 1970, a qual fica elevada para2.6% (dois e seis décimos por cento), cabendo 2,4% (dois virgula.quatro décimos por cento) ao FUNRURAL.

§ 1.0 Entende-se como produto rural todo aquele que, nãotendo sofrido qualquer processo de industrialização, provenha deorigem vegetal ou animal inclusive as espécies aquáticas, aindaque haja sido submetido a beneficiamento, assim compreendidosos processos primários de preparação do produto. para consumoimediato ou posterior industrialização, tais como descaroçamento,pilagem, descascamento, limpeza, abate e seccionamento de árvo­res, pasteurização, resfriamento, secagem, aferventação e outrosdo mesmo teor, estendendo-se aos subprodutos e resíduos obtidosatravés dessas operações a qualificação de produtos rurais.

DECRETO-LEI N.o 1.146, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1970

Consolida os dispositivos sobre as contribuições criadaspela Lei n.O 2.613, de 23 de setembro de 1955, e dá outrasprovidências.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe con­fere o art. 55, item lI, da Constituição, decreta:

Art. 3.0 :€ mantido o adicional de 0,4% (quatro décimos porcento) à contribuição previdenciária das empresas, instituido no§ 4.0 do art. 6.0 da Lei n.o 2.613, de 23 de setembro de 1955, coma modificação do art. 35, § 2.", item VIII, da Lei n.o 4.863, de 29de novembro de 1965.

LEI N.o 2.613, DE 23 DE SETEl\1BRO DE 1955Autoriza a União a criar uma Fundação denominada

Serviço Social Rural.O Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciorío

a seguinte Lei:

Art. 6. É devida ao SSR a contribuição de 3% (três porcento) sobre a soma paga mensalmente aos seus empregados pelaspessoas naturais ou jurídicas que exerçam as atividades indus­triais adiante enumeradas:

1 - Indústria do açúcar;2 - Indústria de laticínios;3 - Xarqueadas;4 - Indústria do mate;5 - Extração de fibras vegetaiB e descaroçamento de al~

godão;6 - Indústria de beneficiamento de café;7 - Indústria de beneficiamento de arroz;8 - Extração do sal;9 - Foxtraç.ão de madeira, resina e lenha;

10 - Matadouros;11 - Frigoríficos rurais;12 - Cortumes rurais;13 - Olaria.

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Oul;ubro de 1976 JDIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seçíio I) l~uarta-fcira G 10001

Dos DasContribuições

LEI N.o 4.090, DE '13 DE JULHO DE 1962

Institui a gratifica~ão de Natal pl~ra 06 trabalhadores.

LEI N.o 6.136, DE 7 DE NOVEMBRO DE 1974

Inclui I) s-alário-maternidade entre as presta.ções daPrevidência Social.

Art. 2.0 As faltas legais e justificadas ~I,() servico não serãodeduzidll.'l para os fins previstos no §. 1.0 do art. 1.0 'desta Lei.

Art. 3.° Ocorrendo rescisão, sem justa ClmSa, do con~rato detrabalho, o empregado receberá a gratificação devida nos termosdos §§ 1." e 2.° do art. 1.0 desta Lei, calculada sobre a remunera­ção do mês da rescisão.

Art. 4.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicaçãorevogadas as disposições em contrário. '

PROJETO DE LEI N." 2.957, DE 1976

(Do Sr. José Camargo)

Faculta ao trabalhador aposentado readmissão naempresa, e dá outras providências.

(As Comissões de Constituição e .Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 ll: facultado ao trabalhador aposentado ser readmi­tido na .última empresa para a qual trabalhou, antes da apo­sentadona.

Art. 2.° No caso previsto no artigo anterior, o empregadorficará isento dos encargos previdenciários. .

Art. 3." Esta Lei entra em vigor na d8cta de sua publica­ção.

Art. 4.° Revogam-se as disposições em !contrário.JustifieaçíW

Frequentemente, ao ser apos-entado um trabalhador, perde a.empresa um de seus melhores elementos. Par8\ readmiti-Io, a em­presa deverá arcar com pesados ônus, razão pela qual, muitasvezes, deixa- de contar com a dedicação e experiência de um anti­go funcionário.

O art. 453 da Consolidação das Leis do Trabalho obriga a em­presa empregadora ora a contar todo o tempo de s-erviço do em­pregado readmitido, seja tal tempo contínuo ou não.

A empresa interessa a readmissão. Mas l\penas sem respon­sabilidades financeiras.

Ao trabalhador interessa a readmissão. 8erá uma forma. derenda adicional, numa época em que a inflação desenfreada absor­ve rapidamente os parcos proventos da apo~mtadoria do traba~

lhador.Há muitos anos vem o governo prometendo alteração do art.

453 da CLT. Hoje, promete revisão completa deste diploma legal.Mas as promessas datadas de lon~a data, nem sempre são cum­pridas, razão pela qual a apresentação dest,a propositura.

Constitui ela um largo paaso no campo social. Todos nóssabemos que aos mais velhos é uma luta de vida ou morte aobtenção de um emprego. Quando se trata de aposentado, adificuldade cresce ainda mais. '

Grande número de pessoas com plena capacidade física e in­telectual se aposentam. A inatividade - está provado por estu­dos mundiais - é causa fundamental de inúmeros males físicose psíquicos. Numer08QS são os países que proeuram solução pa.r~

esse problema, que assume proporções alarmantes.Por outro lado, o aumento da população inativa, consumindo

lIem produzir, cria pesados encargos para a população ativa, porrazões óbvill.'l. O Brasil, o país com mais de 50% da P9Pulação comidade inferior a 18 anos é, evidentemente, um país de consumo.Criando dificuldade de trabalho lWS aposenta.dos, estaremos en­grossando a já grande parcela consumidora, o que, invariavel­mente, será de poderosa e maléfica infiuência na determinação darenda "per capita".

Não se pode negar oportunidade de trabalho a quem o ])1'0­cure, a quem pretenda exercer uma função socialmente válida.- ainci& mesmo que tenha mais de 70 anos.

Projeto semelhante a este foi apresentado na legislatura pas­sada pelo nobre Deputado Paulo Abreu, tendo, inclusive, sidoaprovado por unanimidade na Comissão de Constituição e Jus­tiça, e arquivado apenas por não terminar sua tramitação aofindar a última legislatura, obedecendo, pois, à disposição con­tida no art. 117 do Regimento Interno.

Objetiva, portanto, a presente proposição facilitar aos apo­sentados o reingresso em empresas que já contaram anteriormen­te com seus serviços profissionais, facilitando, também, por outrolado, às empresas a elaboração do contrato de trabalho, sem quesobre elas recaiam pesados ônus financeiros. apenas porque oempregado a ser contratado já conta com a aposentadoria. Talcritério, a nosso ver, melhor se ajusta à realidade sócio-econô-

2,0%

8.0%1.2%4.3%1.4%0,5%

0,4%1,2%

8,0% 20,0%28,0%

8,0%

segurados empresas

. § 2.° As contribuições a que se refere este artigo integrarão,com as contribl:ições de previdência, uma taxa única de 28%(vinte e oito por cento) incidente, mensalmente, sobre o saláriode contribuição definido na legi.':llação social e assim distribuida:

f 4." A contribuição devIda por todos os empregadores aoslnst.itutos e caixas de aposentadoria e pensc.es é acrescida de umadicional de 0,3% (três décimos por cento) mbre o total dos salá­rins pagos e destinados ao Serviço Social Rural, ao qual serádiretamente entregue ·pelo.s respectivos órg1íos arrecadadores.

Art. 35. A partir da vigência da presente Lei as contribuiçõesarrecadadas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões das em­presas que lhe são vinculadas, e destinadas a outras entidades oufundos, serão calculadas sobre a mesma base utilizada para ocálculo das contribuições de previdência, estarão sujeitas aos mes­mos limites, prazos, condições e sanções e gozarão dos mesmosprivilégios a elas atribuido.s, inclusive no tocante à cobrança judi­cial, a cargo do respectivo instituto.

LEI N." 4.863, DE 29 DE NOVEMBRO DE 1965

Reajusta os vencimentos dos servidores civis e milita­res, altera-as alíquotas dos impostos de renda, importação,consumo e selo e da quota de previdência social, unificacontribuições haseadas nas folhas di} salários, e dá outrasprovidências.

TOTAL

Art. 4.° O custeio do salário-maternidade será atendido porum~l contribuição das empresas igual a 0,3% (três décimos porct'nto) da folha de $alários-de-contribuição, reduzindo-se para4% (quatro por cento) a taxa de custeio do salário-família fixadano *2." do art. 35 da Lei n." 4.863, de 29 de novembro de 1965.

Art. 5." Esta Lei será regulamentada pelo Poder l1lxecutivono pra:w de 60 (sessenta) dias contados da data de sua publicaçãoe entrará em vigor no primeiro dia do mês seguinte lW do términodesse prazo, revogadas as disposições em contrário, especialmenteM da Consolidação das Leis do Trabalho que com ela colidam.

Art. 1.0 No mês de dezembro de cada ano, a todo empregadoserá paga, pelo empregador, uma gratiflcaçiio salarial, índepen­den/,emente da remuneração a que fizer jus.

§ 1.° A gratificação corresponderá a 1/12 da remuneraçãodevida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente.

§ 2." A fração igualou' superior a lI> (quinze) dias de traba­lho será havida como mês integral para os efeitos do parágrafoanterior.

I -- geral de previdência .11 -- 13.° salálio .lU .- salário-família ,IV --- salário-educação ..V --- Legião Brasileira de Assi.':ltêncla .VI --- Serviço Nacional de Aprendizagem In-

dustrial (SENAIl ou Comercial (SENAClVII - Serviço Social da Indústria (SESI)

ou do CDmércio (SESC) .. , .VIIj[ ~ Instituto Nacionál de Desenvolvi-

mento Agrário (INDA) .IX - Banco Nacional de Habitação .

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111110a Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Outubm de 19'71

mica brasileira razão' peja qual contamos com o apoio dos nobrescolegas, para ~ápido andamento deste projeto.

Sala das sessões, em 22 de setembro de 1976. - José Camar-go.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 6.204, DE 29 DE ABRIL DE 1975

Inclui a aposentadoria espontânea entre as cláusulasexcludentes da contagem do tempo de serviço do emprega­do readmitido.

O Presidente da RepúblicaFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:Art. 1.0 O art. 453 da Oonsolidação das Leis do Trabalho,

aprovada pelo Decreto-Lei n.o 5.452, de 1.0 de maio de 1943, passaa vigorar com a seguinte redação:

·'Art. 453. No tempo de serviço do empregado, quandoreadmitido, serão computados os periodos, ainda que nãocontinuas, em que tiver trabalhado anteriormente na em­empresa, salvo se houver sido despedido por falta grave,recebido indenização legal ou se aposentado espontanea­mente."

Art 2.0 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 29 de abril de 1975; 154.° da Independência e 87.0

da República. - ERNESTO GEISEL - Arnaldo Prieto.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 6.210, DE 4 DE JUNHO DE 1975

Extingue as contribuições sobre benefício da previ­dência Social e a suspensão da aposentadOria por moti­vo de retorno à atividade, e dá outras providências.

Art. 2.° O aposentado pela previdência social quc voltar atrabalhar em atividade sujeita ao regime da Lei n.o 3.807, de 26de agosto de 1960, será novamente filiado ao INPS, sem suspen­são de sua aposentadoria, abolindo o abono a que se refere oart. 12, da Lei TI.o 5.890, de 8 de junho de 1973, e voltando a serdevidas com relação à nova atividade todas as contribuições, in­clusive da empresa, previstas em lei.

LEI N." 6.243, DE 24 DE SETEMBRO DE 1975Regula a situação do aposentado pela Previdência

Social que volta ao trabalho e a do segurado que se vin­cula a seu regime após completar sessenta anos de idade,e dá outras prOvidências.

...............................................................Art. 1.° O aposentado pela Previdência Social que voltar a

trabalhar em atividade sujeita ao regime da Lei n.O 3.807, de 26de agosto de 1960, terá direito, quando dela se afastar, a umpecúlio constituido pela SOma das importâncias correspondentesàs suas próprias contribuições, pagas ou descontadas durante onovo periodo de trabalho, corrigido monetariamente e acrescidode juros de 4% (quatro por cento) ao ano, não fazendo jus aoutras prestações, salvo as decorrentes de sua condição de apo­sentado.

..................................................................PROJETO DE LEI N.D 2.958, DE 1976

(Do Sr. Inocêncio Oliveira)

Estabelece proteção metálica estruturalmente resistenteanexa ao pára-choque traseiro dos caminhões, e dã outrasprovidências.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Trans­portes e de Economia, Indústria e Comércio.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° No prazo de 240 (duzentos e quarenta) dias, contados

da vigência desta lei, será acrescida proteção metálica, estrutural­mente resistente, ao pára-choque traseiro dos caminhões.

Art. 2.° O Poder Executivo estabelecerá, na regulamentação,em prazo não superior a 90 (noventa) dias, através do ConselhoNacional do Trânsito, modelo do dispositivo consubstanciado noart. 1.0

Art. 3.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4,0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justifica.çãoEm recente depoimento na Comissão de Transportes desta

Casa, o Sr. Celso Murta, Presidente do Conselho Nacional de Trân­sito, afirmou que a estatística de acidentes de trânsito em 1975, noBrasil, acusa o número de 210.743 ocorrências, com 124.114 feridose 12.175 mortos.

Uma das causas desses acidentes, é a colisão de carros depasseio contra a parte traseira dos caminhões nas rodovias, commorte inevitável para os ocupantes do automóvel.

É evidente, na espécie, a culpa do motorista do carro de pa,sseio.Toidavia, o atual pára-choque traseiro dimensionado para os cami­nhões, de dimensões exíguas, permite o avanço do veiculo menorsob o maior, sem qualquer meio que impeça o esmagamento dohabitáculo daquele, dai advindo a morte das pessoas que estão noseu interior.

O presente projeto de lei objetiva uma proteção metálica estru­turalmente resistente anexada ao parachoque traseiro do cami­nhão, de forma a evitar o avanço de qualquer veículo que o abalroepela traseira.

É uma necessidade que nosso tráfego rodoviário está a exigire que, por certo, evitará a perda desnecessária de vidas que estáocorrendo em nossas rodovias.

Submeto portanto à elevada decisão dos parlamentares bra­sileiros o presente projeto de lei. que consubstancia a instituição denovo dispositivo à nossa exígua segurança de trânsito.

Sala das Sessões, em 21 de setembro de 1976. - InocêncioOliveira.

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSÕES PERMANENTES

LEI N.o 5.108, DE 21 DE SETEMBRO DE 1966

Institui o Código Nacional de Trânsito.

CAPíTULO VIDos Veículos

Art. 35. O Regulamento deste Código classificará os veículooquanto à sua tração, espécie e categoria.

Art. 36. Só poderá transitar pelas vias terrestres o veículo cujopeso e cujas dimensões atenderem aos limites estabelecidos pelaautoridade competente.

Art. 37. Nenhum veiculo poderá ser licenciado ou registrado,nem Ipoderá transitar em via terrestre, sem que ofereça completasegurança e esteja devidamente equipado, nos termos deste Códigoe do seu Regulamento.

li 1.° Além da vistoria, que será feita por ocasião do licencia­mento, poderão ser exigidas outras a critério da autol'idade detrânsito.

§ 2.° Os equipamentos obrigatórios dos veículos serão deter~minados pelo Conselho Nacional de Trânsito.

DECRETO N.o 62.127, DE 16 DE JANEIRO DE 1968

Aprova o regulamento do Código Nacional de Trânsito.

REGULAMENTO DO CÓDIGO NACIONAL DE TRANSITO

CAPíTULO V

Dos Veículos

SEÇAO li

Dos EquipamentosArt. 92. São equipamentos obrigatórios:I - Dos veículos automotores e ônibus elétricos:a) pára-choques, dianteiro e traseiro;11) protetores das rodas traseiras dos caminhões;e) espelhos retrovisores, interno e externo;d) limpadores de pára-brisa;e) pala interna de proteção contra o sol (pára-sol) para o

condutor;f) faroletas e faróis dianteiros de luz branca ou amarela;r) lanterna de luz vermelha na parte traseira;h) velocímetro;i) buzina;j) dispositivo de sinalização luminosa ou refletora de emergên­

cia, independente do circuito elétrico do veículo;1) extintor de incêndio, para veiculos de carga e de transporte

coletivo;

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(}utubro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 6 10009

ro) silenciador de ruídos de explosão do motor, exceto para osônibus elétricos;

n) freio de estacionamento e de marcha, com comandos, inde-pendentes;

o) luz. para o sinal: "PARE";p) iluminação da placa traseira;q) indicadores luminosos de mudança de direção, à frente e

atrás;r) cinto de segurança para árvore de transmissão de veiculas

de transporte coletivo c de carga;s) pneus que ofereçam condições mínimas de segurança;t) registrador de velocidade, nos veículos destinados ao trans-

porte de escolares.II - De reboque e semi-reboque:a) pára-choque traseiro;b) protetores das rodas traseiras;c) lanternas de luz vermelha na parte traseira;d) freios de estacionamento e de marcha com comandos inde­

pendentes, para os de capacidade superior a setecentos e cinqüentaquilogramas (750 kg);

e) luz para o sinal: "PARE";f) iluminação da placa traseira;g) indicadores IUl{1inosos de mudança de direção, atrás;b) pneus que ofereçam condições minimas de segurança.!Ir - De propulsão humana ou tração animal:a) freios;b) luz branca ou amarela dianteira e luz vermelha traseira ou

catadióptricos das mesmas cores.§ 1.0 Dos equipamentos previstos no item r, não. se exigirão:r - Aos ciclomotores, motonetas e motocicletas, os previstos

nas alineas a, b, d, e, j, I, q, r e t.TI - Aos tratores, os previstos nas alíneas a, b, c, d, e, I, q, r e t.§ 2.° O automóvel de aluguel (táxi), de duas portas, não

poderá possuir o banco dianteiro direito e deverá ter cintos desegurança para os passageiros.

§ 3.° Nenhum veículo poderá ser dotado de equipamento ouacessório de uso proibido pelo Conselho Nacional de Trânsito.

§ 4,° O Conselho NacionaCde Trânsito poderá fixar especifi­ea\\ões para os equipamentos de uso obrigatório, bem como exigiro uso de outros........................... .

PROJETO DE IJEI N.o 2.959, ][)Jj: 1976

(Do Sr. Francisco Rocha)Torna obrigatório, no contrato de compra da casa pró­

pria até o valor dc 300 salários mínimos, o scguro paraquitaçáo do preço da mesma em caso de falecimento doadquirente, e determina outras providências.

(As Comissões de Constituição e Justiça,. de Economia,Indústria e Comércio e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1 ° Em todo contrato de aqll1S1çaO de unidade habita­

cional, mediante financiamento ou empréstimo sob garantia hipo­tecária, é obrigatório o seguro para cobertura do saldo devedor emcaso de falecimento do adquirente.

Art. 2.° A obrigatoriedade do seguro previsto no artigo pre­cedente só prevalece nos seguintes casos:

r - quando a unidade habitacional destinar-se à residênciado adquirente ou de sua família;

II - se o valor da unidade habitacional objeto do contrato nãofor superior a trezentos salários minimos da respectiva região;

III - se o adquirente for pessoa fisiea.Art. 3.° A presente lei será regulamentada pelo Poder Exe­

cutivo dentro de noventa dias de sua publicação.Art. 4.° Entrará em vigor esta à data em que publicada.

JustificaçãoNos contratos de compra e venda de unidade habitacional,

feitos com financiamento da Caixa Econômica Federal, até há bempouco tempo constava cláusula da quitação do imóvel nas hipótesesde falecimento do adquirente em dia com suas prestações,

O festejado dispositivo, face à repercussão de seu alcancesocial, ao invés de se tornar obrigatório em todo contrato decompra e venda de casa para a moradia da f.amília do comprador,acabou deixando de figurar nos últimos contJ'atos a respeito.

o presente proj~to visa, essencialmente, proteger a família queficou privada de seu responsável, que tanto pode ser o pai, como'pode ser a mãe.

E não almeja o estímulo às explorações imobiliárias, nem s,proteger os investimentos em moradias de aluguel. Objetiva, sobre·.tudo, o resguardo da família ameaçada de ficar sem teto com a:morte de seu responsável.

E com o limite de até 3QO salários de reEerência, somente iráa lei conseqüente beneficiar familías menos favorecidas pecunia-.riamente.

, O grande número a ser atingido mesmo será dos adquirentesde casas popuiares, de ínfimo poder aquisitivo. Esses é Que cons­tituirão a imensa massa dos destinatários da lei consetária da,presente iniciativa.

Quem se afasta da orla marítima e adentra em país-continente,.presencia, às centenas, casos de desabrigy de familias e familiaspobres cujos progenitores desapareceram, ou ficaram impossibili­tados de quitar seus compromissos pertinentes à casa-própria.

Procuremos proscrever esse drama naci01.!al, ou pelo menos,minorar-lhe os negativos efeitos.

O trabalhador que parte para o serviço deixando em casa a.famjlia abrigada, trabalha com tranqüilidade, elevando sobrema­neira sua produtividade.

O seguro que nosso proj eto sugere será o garantidor desse novoquadro que o Pais pas'sará a exibir.

Diluido nas prestações menasis ao longo do financiamento. oprêmio desse seguro náo haverá de sobrecarregar o adquirente. Epelo risco que irá cobrir, os próprios beneficiários sentiráo a van­tagem de manter em dia as prestações decorrentes do contrato deaquisição do imóvel, o que a todos assegurará amparados na hipó­tese da morte do titular da família.

Certos de contar com o apoio necessário à elevação do pre­sente projeto em lei, de quantos parlamental'lBs venha a dependerem sua tramitação pelo Congresso Nacional, a todos manifestamosnossos agradecimentos, em nome dos milhões de brasileiros que alei resultante destes nossos esforços irá beneficiar.

Sala das Sessões, de de, - Francisco Rocha.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PEDA COORDENAÇlIODAS COMISSõES PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 73, DE 21 DE NOVEllffiRO DE 1966

Dispõe sobre o sistema nacional de seguros privados,regula as operações de seguros c resseguros, e dá outrasprovidências.

CAPíTULO ruDisposições especiais aplicáveis ao sistema

.......................................... ' , .Art. 20. Sem prejuizo do disposto em leis especiais, são obri­

gatórios os seguros de:a) danos pessoais a passageiros de aeronaves comerciais;b) responsabilidade civil dos proprietários de veículos automo­

motores de vias terrestres, fiuvial, lacustre e marítima, de aero­naves e dos transportadores em geral;

c) responsabilidade civil do construtor de imóveis em zonasurbanas por danos a pessoas ou coisas;

d) bens dados em garantia de empréstimos ou financiamentosde institiuições financeiras públicas;

e) garantia do cumprimento das obrigações do incorporador econstrutor de imóveis;

fi garantia do pagamento a cargo de muI,uário da construçãocivil, inclusive obrigação imobiliária:............................. ~ .

PROJETO DE LEI N.o 2.960, DJE 1976(Do Sr. Moreira Franco)

Introduz modificações na Consolidação das Leis doTrabalho, para o fim de determinar ,e disciplinar a elei­ção dos representantes dos empreJ:"a~los nas CIPAs, bemeomo asseg"Urar-lhes direitos especiais durante o exercíciodo mandato.

(As Comissões de Constituição e ,Justiça e de Traba-lho e Legislação SOcial.) .

O Congres.so Nacional decreta:Art. 1.0 São acrescentados ao art. 164 da Consolidação das

Leis do Trabalho (aprovada pelo Decreto-Lei n." 5.452, de 1-5-43)os seguintes §§ 3.° e 4,°;

"Art. 164. . ,., , •. ".", ....••. ~

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10010 Quarta-feira' DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'1'

§ 3.0 Os representantes dos empregados nas Com!ssões .In­ternas de Prevenção de Acidentes (CIPAs) serao eleItos

'com obediência ao disposto na Seção IV, do Capítulo I, doTítulo V, desta Consolídação, ex;t pleito cOl:vocad~ e. rea­lizado pelo sindícato da respectiva categona profISsIOnal.§ 4.0 Os empregados eleitos para as CIPAs. goza~ão detodas as garantias estabelecidas no art. 54~, mcluSlve. es­tabilidade provisória, vedada a dispensa ate cento e vmte(20) dias após o término do mandato, salvo falta gravedevidamente apurada nos termos dcsta Consoridação."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação~ expressivo o esforço que o Governo Federal vem desenvol­

vendo no campo da prevenção dos acidentes de trabalho.Excluído seu caráter social - que, sem dúvida, é o princi­

pal - esse esforço ju~tífica-se tambén; p,ela si(Sr:i~icação percen­tual que os acidentes tem no PIE. Estatlsticas ofiCiaiS falam de seuexcessivo peso e permitem afirmar serem os acidentes do traba­lho uma das causas que impedem o crescimento maior da nossaprodução.

As campanhas educacionais somaram-se as Comissões Inter­nas de Prevenção de Acidentes. Séria lacuna, no entanto, en­contramos na Consolidação, eis que ela fala na proporcionalidadede representantes dos empregadores e dos empregados nas dUasComissões (chamadas CIPAs, na legislação), mas não a.~segura aesses últimos a indispensável imunidade para uma atuação isenta.

Tal imunidade é indispensável porque, sem ela, é pratica­mente impossível evitar que ú poder de comando do empregador,máxime do mau empregador, continue influindo na atuação doempregado, ainda quando no exercício de atribuição inerente àprevenção interna de acidentes.

Assim, o presente projeto de lei objetiva consignar expressa­mente na lei (no local adequado da Consolidação, que é o art.164) as determinações que consubstanciem ampla liberdade de es­colha dos representantes dos empregados nas CIPAs e, bem assim,reais garantias para o exercício do mandato, inclusive, especial­mente, estabilidade provisória.

Sala das Sessões, 23 de setembro de 1976. - Morcira Franco.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISS6ES PERMANENTES

CONSOLIDAÇãO DAS LEIS DOS TRABALHOAprovada pelo Decreto-Lei n." 5.452, de I." de maio

de 1943.

TíTULO TIDas Normas Gerais de Tutela do Trabalho

CAPíTULO V

Segurança e Higiene do Trabalho

SEÇãO II

Prevenção de AcidentesArt. 164. As empreSas que, a critério da autoridade compe­

tente em matéria de segurança e higiene do trabalho, estiveremenquadradas em condições estabelecidas nas normas expedidaspelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho,deverão manter, obrigatoriamente, serviço especializado em se­gurança e em higiene do trabalho e constituir Comissões Internasde Prevenção de Acidentes (OIPAs).

§ 1.0 O Departamento Nacional de Segurança e Higiene doTrabalho definirá as caracteristicas do pessoal especializado emsegurança e higiene do trabalho, quanto às atribuições, à quali­ficação e à proporção relacionada ao número de empregados dasempresas compreendidas no presente artigo.

§ 2.° As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes(CIPAs) serão compostas de representantes de empregadores eempregados e fundonarâo segundo normas fixadas pelo Depar­tamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho.

TíTULO IVDa Organização Sindical

CAPíTULO IDa Instituição Sindical

SEÇAO VIDos Direitos dos Exercentes de Atívidades ou

Profissões e dos Sindicalizados..................................................................

Art. 543. O empregado e1eit{) para o cargo de administraçãosindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão dedeliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suasfunções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte outorne impossível o dcsempenho das suas atribuições sindicais.

§ 1.0 O empregado perderá o mandato se a transferência forpor ele solicitada ou voluntariamente aceita.

§ 2.° Considera-se de licença não remunerada, salvo assen­timento da empresa ou cláusula contratual, o tempo em que oempregado se au.sentar do trabalho no desempenho das funções aque se refere este artigo.

§ 3.° É vedada a dispensa do empregado sindicalizado, a partirdo momento do registro de sua candidatura a cargo de direçàoou representação sindical, até 1 (um) ano após o final do seumandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se come­tpr falta grave devidamente apurada nos termos desta Consoli­dação.

PROJETO DE LEI N.o 2.961, DE 1976

(Do Sr. Gerson Camata)

Dispõe sobre a propaganda e a publicidade nas enti­dades executantes dos serviços de radiodifusão, e deter­mina outras providências.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Comunica­ções e de Economia, Indústria e Comércio) .

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Nenhuma mensagem publicitária poderá ser veicula­

da por entidade executante do serviç.o dc radiodifusão em desacor­do com o disposto nesta lei.

Parágrafo único. Entende-se por propaganda e pubiicidade,para os efeítos desta lei, qualquer divulgação que tenha por objeti­vo a utilizaçào, compra ou venda de produtos, de bens, de serviçosou de idéias.

Art. 2.° O tempo total dedicado à propaganda e à publicidadeem cada hora dc programação de entidade executante do serviçode radiodifusão não poderá exceder de 15 (quinze) minutos.

Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo sãocomputáveis as mensagens promocionais da própria entidade, degrupo econômico com que ela mantenha vinculo financeiro oueconômico e a propaganda ou a publicidade superpostas à progra­mação.

Art. 3.° As entidades executantes dos serviços de radiodifusãodeverão investir, em produção de programas regionais, parte daarrecadação publicitária desta mesma região.

Art. 4.° A propaganda e a publicidade nas entidades exe­cutantes dos serviços de radiodifusão só poderão ser divulgadasquando:

I - idealizada c produzida por equipe brasileira e com um mí­nimo de 2/3 (dois terços) de imagem e de som gerados em territó­rio nacional por profissionais brasileiros, copiada e gravada emlaboratórios nacionais, com a utilização exclusiva, na trilha sonora,de música brasileira popular ou erudita ou de música estrangeiraerudita;

II - feita em lingua portuguesa e sem qualquer estrangeiris­mo, admitidos apenas os termos técnicos que não possam sofrertradução.

Art. 5.° l1: defeso às entidades executantes de serviços de ra­diodifusão a veiculação de propaganda ou publicidade:

I - que não seja verdadeira ou não verificável;TI - obscena, repulsiva, grosseira ou discriminatória de raça,

credo, condição social ou intelectual;In - que contenha:a) comparação injuriosa de produto, serviço ou idéia de con­

corrente;b) jargões científicos, com dados irrelevantes ou estatisticos

de validade duvidosa ou limitada, que possam sugerir uma basecientífica que o produto anunciado não tenha;

c) mensagens que induzam medo, temor, insegurança, inspi­rem viôlência ou difundam superstição;

IV - sublimínar, entendida assim a que contenha mensagensou sons de brevissima duração, através dos quais se procure in-

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O.tubro de 117' DIARIO DO CONGRESSO NAClONA,L (Seção I) Quarta-feira 4i 1..11

..=========~================~=====eutir nos ouvintes ou telespectadores idéias ou conclusões, sem queos mesmos se aperce!:lam da intenção;

V - de produtos farmacêuticos e de medicamentos em geral;VI - feita com a utilização de recurso!: técnicos que conduzam

o público a mal-entendidos ou a expectativa de vantagens que oIIJl'oduto não ofereça;

VII - capaz de produzir danos físicos, mentais ou morais à.criança, ou que tirem vantagem de sua credi!:lilidade ou de seusenso de lealdade.

§ 1.0 Não se enquadram na proibição de que trata o item Vdeste artigo os produtos que, embora de nal;ureza farmacológica oumedicinal, se incluam nas categorias de inseticidas, pesticidas oude defensivos agrícolas, ou se destinem à limpeza e higiene, cujapropaganda ou publicidade ficarão condicilmadas apenas à licençaprévia do órgão de sl1úde :pública competente.

§ 2.° A exigêncil1 constante na parte final do parágrafo ante­rior não se aplica aos produtos de perfumaria. e limpeza que nãotenham finalidade medicinal.

§ 3.0 São igualmente vedadas a propaganda e a publicidadede cigarros e de bebidas alcoólicas no intervalo entre as 5 (cinco)e as 21 (vinte e uma) horaa.

§ 4.0 A propaganda e a publicidade de cigarros e de bebidasalcoólicas no horário permitido não poderão ser feitas, no entan­to, com a utilização de mensagens auditivas ou visuais que 'Vin­culem o uso do fumo ou da bebida alcoólica ao sucesso na vida, àbeleza, à masculinidade ou feminilidade, ou que induza sensaçãode prazer, alegria ou euforia decorrentes do uso do fumo e doálcool.

Art. 6.0 Os anunciantes e suas agências devem estar perma­nentemente aptos a fornecer provas que confirmem os fatos divul­gados na propaganda e publicidade de seus produtos, serviços ouidéias.

Art. 7.° A propaganda ou a publicidade de preços reais oucomparativos, seja verbal ou visual, só pode ser feita de maneiraexata, não dand{) margem à dúvIda ou a engano em conseqüênciade ênfase ou de distorção indevidas.

Art. 8.° Qualquer propaganda ou publicidade que faça apeloao público objetivando sua :participação em concUrsos ou em com­petições deverá ser complementada com informações impressas,detl11hadas quanto à divulgação dos resultados e distribuições deprêmios, informado o público de como poderá obter os referidosimpressos.

Art. 9.0 A propaganda ou a publicidade que ofereça cursos deinstrução ou de preparação para o aprendizado de ofícios ou maté­rias que conduzam a exames profissIonais ou técnicos não podelmplicar no ofereclmento de empregos ou de oportunidades irreaisde remuneração, a não ser que o anunciante assuma a total res­ponsabilidade de cumprir a correspondente promelillla.

Art. 10. A propaganda ou a publicidade que se fundamenteno testemunho de pessoas deve observar o principio ético da ver­dade e da legitimidade. Tal testemunho não deve ser feito de ma­neira a enganar ou deixar dúvidas.

parágrafo único. É vedado o testemunho de profissionais daárea de ciências médicas ou congênere ou o de pacientes hipotéti­cos ou reais recomendando ou aconselhando produtos _ou serviçospertinentes àqueles setores.

Art. 11. - As entidades executantes dos serviços de radiodifu­sã.o deverão observar, na veiculação da propaganda ou na publi­cidade, o mesmo nível de som utilizado no restante da pmgrama­çáo, vedada a utilização de trilha sonora estridente ou de alta in-tensidade. .

Art. 12. O aparecimento de crianças na prop/lganda ou napublicidade está condicionada à observância das seguintes regras:

I - nenhuma propaganda ou publicidade deverá sugel'ir aimitação dos seguintes comportamentos, que induzem riscos paraas crianças:

a) crianças desacompanhadas, em cena de rua, andando des­cuidadamente fora dl/. calçada, atravessando a via pública sem adevida atenção ou, quando em bicicleta, comportando-se em des­conformidade com as normas de trânsito;

b) crianças inclinando-se perigosamente para fora das jane­las, subIndo em mesas ou prateleiras, ou tentando alcançar obje­tos que estejam em lugar de dificil acesso, sobre sua cabeça;

c) crianças manuseando ou em contato com fósforos, desinfe­tantes, antisséticos, substâncias cáusticas, inflamáveis ou tóxicos,ou com instrumentos mecânicos ou elétricos capazes de produzirferimentos ou queimaduras, a não ser na presença e com a super­visão do pai ou da mãe.

11 - Não será permitida a propaganda ou a publicidade:a) com apelo ou sugestão para que as crianças comprem ou iri­

tluenciem pessoas a comprar produtos ou serviços;b) que leve a criança a pensar que, se ela não obtiver o pro­

duto anunciado, se sentirá desprezada, ridicula ou inferior a outr'acriança;

c) que estimule as crianças a entrarem em lugares estranhosou a conversarem com estranhos sob nenhum pretexto.

111 - As crianças devem ser apresentadas nos anúncios com,comportamento pelo menos razoáveis, não se admitindo formas d:econduta anti-sociais.

Art. 13. As emissoras executantes de serviços de radiodifusãoque transgredirem o disposto nesta lei ficam sujeitas a multa entre10 (dez) a 100 (cem) vezes o maior valor de referência decretadono,s termos da Lei n.O 6.205, de 29 de abril dt~ 1975.

Parágrafo único. A reincidência, específica ou não, na infra.­ção de qualquer dispositivo desta lei importará na aplicação, à in­fratora, da pena de suspensão de ,suas atividades por 24 (vinte equatro) horas.

Art. 14. O Regulamento da presente lei, a ser baixado dentrode 90 (noventjl) dms da data de sua publicaç,ão, indicará os órgãolsdo Poder Executivo competentes para proceder à fiscalização daaconcessionárias dos serviços de radiodifusão, tendo em vista o cum­primento das normas constantes desta lei.

Art. 15. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 16. Ficam revogadas as disposições em contrário.

JustificaçãoUma simples observação - mesmo a mais ligeira e descom­

prometida --- nos leva à conclusão de que a publicidade e a pro­paganda nas entidades executantes dos serviços de radiodifusão.devem ser submetidas a algumas regras.

OS próprios meios publicitários entenderam - já há algumtempo - essa necessidade. Já no I Congres~iO Brasileiro de Publi­cidade, realizado em 1957, foi delineado o primeiro código brasUeir-1)de propaganda. Esse código não tem sido s~,guido, quer pela ma­neira vaga como enfoca os temas, quer pelo seu desconhecimentl)por parte dos próprios publicitários.

Esse primeiro código foi definido pelo publicitário Enio Mai­nardi como excessivamente vago, imponderável e generalista.

O presente projeto não tem o objetivo de limitar a propaganda.•pelo contrário, estabelecendo normas que a tornem mais fiel e ver­dadeira, ele aumenta a conflabilidade da propaganda perante ,)público.

Por outro lado, o aumento de penetração em todos os quadran­tes do território nacional, por parte das entidades executantes do,~

serviços de radiodifusão se deveu a maciços investimentos por par­te do Governo. Beneficiárias desses investimentos devem as mes­mas serem condicionadas 00 bem social, do (lontrário, pouca utili·­dade teriam tais investimentos.

Essa Preocupação, aliás, tem sido constante por parte de auto··ridades brasileiras, especialmente do 81'. Ministro das Comunica·ções Comandante Euclides Quandt de Oliveira que por repetidMvezes tem se fixado neste tema, chegando até a sugerir medidas dtlautocontrole à.s emissoras. Recentemente, essa patriótica preo­cupação do Sr. Ministro tem ido além, se flXlmdo na forma e con··teúdo das mensagens publicitárias e na invasão das programaçõe,~de emissoras pela música estrangeira e pelos "enlatados".

Essa mesma preocupação tem sido patente e constante aquino Congresso Nacional, onde pelo menos duas dezenas de projeto:lcom o objetivo de estabelecer normas para a propaganda e publi··cidade, estao em tramitação.

O presente Projeto de Lei não pretende ser apenas mais um.Ele quer sintetizar as preocupações dos setores patrióticos e res·,ponsáveis do Governo; da Câmara e do Senado e do próprio povo.Desejamos por isso, um debate franco c aberto em torno do mes··mo, com a'participação das partes envolvidas: emissoras, agências.legisladores e povo.

Na conceituação de publicidade brasileira procuramos defini-l~~em termos bem nacionais, aumentando as possibilidades dc traba··lho de técnicos brasileiros e profissionais naeionais.

Especial atenção é dada aos comerciais dirigidos às crianças Elfeitos para crianças com a pl1rticipll.çáo de menores.

Objetivamos, ainda, a regionalização das programações, embo-·ra em pequena escala.

Esperamos, afinal, as criticas construtivas e emen,d::,-s que (l

lI.perfeiç-oem e melhorem. Entregamos, a prf'sente maténa, quaso­um código, ao estudo consciencioso e patriótic:o dos nossos eminen··tes pares, de cujas luzes muito esperamos, a fim de darmos a<l

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1&012 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'16

Brasil uma lei que contribua para o seu progresso e para o seudesenvolvimento ooeial.

Sala das Sessões, em 23 de setembro de 1976. - Gerson Ca­:&nata.

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇlíODAS COMISSõES PERMANENTES

DECRETO N.O 52.795, DE 31 DE OUTUBRO DE 1963Aprova o ReA'ulamento dos Serviços de Radiodifusão.

REGULAMENTO DOS SERVIÇOS DE RADIODIFUSAO

TíTULO VIIIJ)as Irradiaç~

CAPíTULO II

J)a ProgramaçãoArt. 67. A~ concessionárias e permissionárias de serviços de

radiodifusão, observado o caráter educacional desse serviço, devel'ãona organização dos seus programas, atender, entre outras, às se­guintes exigências:

1. manter um elevado sentido moral e civko, não permitindoa irradiação de espetáculos, trechos musicais cantados, quadros,anedotas ou palavras, contrários à moral familiar e aos bonscostumes;

2. limitar a um máximo de 25% (vinte e cinco por cento) dohorário de sua programação diária, o tcmpo destinado à publi­cidade comercial;

3. destinar um mínimo de 5% (cinco por cento) do horáriode sua programação diária para a transmissão de serviço noticioso.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSóES PERMANENTES

LEI N.o 6.205, DE 29 DE ABRIL DE 1975Estabelece a descaracterização do salário minimo como

fa.tor de correçã.o monetária. e acrescenta parágrafo únicoa.o art. 1.0 da Lei n.O 6.147, de 29 de novembro de 1974.

Art. 2.0 Em substituição à correção pelo salário mínimo, oPoder Executivo estabelecerá sistema especial de atualização mone­tária.

Parágrafo único. O coeficiente de atualização monetária, se­gundo o disposto ncste artigo, será baseado no fator de reajusta­mentA) salarial a que se referem os arts. 1.0 e 2.0 da Lei D.o 6.147,de 1974, excluído o coeficiente de aumento de produtividade. Poderáestabelecer-se como limite, para a variação do coeficiente, a varia­ção das Obrigaçóes Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTNJ.

Art. 3.° O art. 1.0 da Ui n.O fi .147, de 1974, fica acrescido deparágrafo único com a seguinte redação:

"Parágrafo único. Todos os salários superiores a 30 (trin­ta) vezes o maior salário mínimo vigente no Pais terão,como reajustamento legal, obrigatório, um acréscimo igualà importância resultante de aplicação àquele limite dataxa de reajustamento decorrente do disposto no caputdeste artigo."

LEI N.o 6.147. DE 29 DE NOVEMBRO DE 1974Dispõe sobre o reajustamento coletivo de salário das

categorias profis.<;ionais, e dá outras providências.

Art. 1.0 Nos reajustamentos salariais efetuados a partir de1.0 de janeiro de 1975. pelo Conselho Nacionai de Política Salmial,pela Secreatria de Emprego e Salário, do Ministério d.o Trabalho,bem como pela Justica do Trabalho nos processos de dissidio cole­tivo, o novo salário será determinado multiplicando-se o anterior­mente vigent,e pelo fator de reajustamento salarial, calculado naforma do disposto no art. 2.° desta Ui.

Art. 2. O fator de reajustamento salarial a que se refere oartigo anterior será obtido multiplicando-se os seguintes fatoresparciais:

a) a média árítmética dos coeficientes de atualizacão mone-tária dos salários dos últimos doze meses; .

b) o coeficiente correspondente à metade do resíduo inflacio­I1n1'io previsto para um período de doze meses, fi.xado pelo Conse­lho Monetário Nacíonal;

e) o coefíciente correspondente à participação no aumento da.produtividade da economia nacional no ano anterior, fixado pelasecretaria de Planejamento da Presidência da República;

d) o quociente obtido entre o coeficiente relativo à metade da.taxa de inflação efetivamente verificada no periodo de vigênciado antigo salário e o correspondente à metade do residuo inflacio­nário usado na determinação deste salário.

PROJETO DE LEI N. 2.96%, J)E 19'7'

(Do Sr. Theobaldo Barbosa)Torna obriA'aroria a inclusão do ensino de Gerontoloria

nos Cursos Superiores de Medicina.(As Comissões de Constituição e Justiça, de Educação

e Cultura e de Saúde.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1. Fica instituído o ensino obrigatório de Gerontologia. em

todos os Cursos Superiores de Medicina do País.Art. 2. O Poder Executivo regulamentará esta lei, dentro de

90 (noventa) dias contados da sua pUblicação, estabelecendo oalcance e a duração do ensino de que trata o artigo anterior.

Art. 3. Esta lei entrará em vigor na data da sua publlcaçãe.Art.~. Revogam-se as disposições em contrário.

.JustificaçlW

Impressionou-nos profundamente o teor das recentes declara­ções do Professor Dieter Platt, da Universidade de Giessen. Diz oórgão de imprensa que as publicou:

"Ele solicitou a introdução de uma disciplina independente,a Geriatria, ou da disciplina de ordem superior, a Geron­tologia. O número de pacientes de mais de 65 anos cresceconstantemente. Nó, entanto, uma vez que numerosas doen­ças apresentam transcurso diferente na velhice, do que naidade madura. elas requerem também um tratamellto espe­cial. A semelhança da forma como a Pediatria se separouda Medicina geral, também a Geriatria deveria tornar-se,na opinião de Platt, uma disciplina independente."

Salienta a publicação que são poucos os países europeus quejá incluem no currículo obrigatório dos seus cursos de Medicina acadeira de Gerontologia. Dentre esses países estão a Inglaterra e aSuécia. E conclui:

"Em vista desta penúria de cadeiras autônomas de Geron­tologia, não é de admirar, segundo o Dl'. Piatt, que aindahoje os estudantes de Medicina da Alemanha Federal nãosejam preparados. no decurso de seus estudos, para todasas questões g'erontológicas quc enfrentarão mais tarde, naclínica, como médicos."

Realmente, depois dos sessenta e cinco anos de idade as pessoasexperimentam uma radical mudança em suas características físicas.É depois dessa transformação que costumam apresentar-se doençastípicas e formas especialíssimas de outros males comuns a todas asidades.

O exemplo da Pediatria. lembrado pelo Dr. Platt, ilustra bem aquestão; a clínica geral a liberou do seu bojo, em razão da estru­tura física peculiar aos recém-nascidos e das doenças própriasdessa fase da vida humana.

Idêntico procedimento, portanto, é de tomar-se com respeitoà Geriatria; devemos dotar os cursos superiores de Medicina deuma cadeira independente, para melhor formação dos futurosmédicos em área de atuação assim relevante.

Esses os fundamentos da proposição que estamos submetendoao criterioso exame dos nossos eminentes pares.

Sala das Sessões, em - Theobaldo Barb~.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N. 5.540, DE 28 DE NOVEMBRO DE 1968Fixa normas de organização e funcionamento do ensíno

superior e sua articulação com a escola média, e dá outrasprovidencias.

CAPíTULO IDo Ensino Superiol"

Art. 2.° O ensino superior indissociável da pesquisa, será mi­nistrado em universidades e, excepcionalmente, em estabelecimen­tos isolados, organizados como instituições de direito público ouprivado.

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&ntubm de 1!l'16 DlARIO DO OONGltKSSO NACIONAL <8.. I) _ria-feira G1""

Art. 3.0 As universidades gozarão de autonomia clidãtico­científica, disc:iplinar, adrnin1strativa e financeira, que será exer­cida na forma da lei e dos seus estatutos. Mt. N.

CAPíTULO II

Do Auxílio-Doença.

Art. 17. Nas universidades e nos estabelecimentos isolados deensino superior poderão ser ministradas 11S seguintes modalidadesde cursos:

a) de graduação, abertos à matrícula de candidatos que hajameoncluido o ciclo colegial ou equivalente e tenham. sido classificadosem concurso vestibular;

Art. 18. Além dos cursós correspondentes a profissões regu­ladas em lei, as universidades e os estabelecimentos isolados pode­rão organizar outros para atender às exigências de sua progra­mação especifica e fazer face li. peculiaridades do ;mercado det..rabalho regional.

Art. 26. O Conselho Federal de Educação fixará o eurriculon!lÍnimo e a duração mínima dos cursos superiores cOJ;Tespondentes11 profissões reguladas em lei e de outros necessários ao desenvol-vimento nacional. .

PROJETO DE LEI N.o 2.963, DE 191,"(Do Sr. Peixoto Filho)

Dispõe sobre o pap.mento do auxílio-doença ao traba­IhadQr desempregado que, por motivo de lIoença, ficar in­capacitado para o trabalho.

(As comi!l85es de .Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação 8<>eial e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° Fica o art. 25 da Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de:1960, na redação dada pela Lei n.O li .890, de a de junho de 19'1'3,acrescido do seguinte § l.0, renumerando-se, como § 2.0, o atual}:>arágrafo único:

"Art. 25 ..•••....••...•.................•...............•

~ LO Ai:> trabalhador desempregado que, nos 60 (sessenta)primeiros dias de dispensa, ficar, por motivo de doença,incapacitado para o trabalho, será devido auxilio-doença,cujo pagamento incumbe ao Iustituto Nacional de Previ­dência Social, a partir d~ data de entrada do pedido."

Art. 2." Esta Lei entra em vigor na dl~ta de sua publicação.Art. 3.a Revogam-se as disPosições em contrário.

Justificação

Com o presente projeto de lei, tencionamos amparar o traba­lhador desempregado que inexplicavelmente não tem recebido pro­teção de assistência social, principalmente na doença, que é quan­do mais necessita de amparo.

O problema exis.te, é sério e continua a desafiar o Governo que,conquanto empreenda ampliar o Fundo dI" AIlsistência ao DeBem­ll'regado, ainda assim parecll· não ter encontrado a forma idcalde proteção e de amparo ao trabalhador desempregado.

Na momento em que (} Pais moderniza e desenvolve seu sis­tema pl"evideneiál'io, objetivando proporcionar assistência a todocidadão, até mesmo quem não seja segurado, entendemos que, commaiar razão, o trabalhador desempregada que perde !lo qualidadede filiado por ter sida dispensado do, trabalho, vindo a sofrer, pormotivo de doença, incapacidade para sua atividade, não pode ficarà margem desta asBistência, .sob pena de constatarmos a gn<ndeomi.ssão de uma das mais importantes legislações sociais de nossoslii.as.

Ê de ressaltar-se que o projeto não tem em vista solucionarellSe dificil }}!'oblema de nossa época, mas tão-só um de seusWlj)l!ctoS: o da Previdência Social para o trabalhador desempre­gado.

Somente a lei poderá modificar a falha apontada e corrigirem tempo o silêncIo de muitos anos de reivindicação, sem o queestaria frustrada toda nossa vontade e justiça social, ob~etivo

supremo que esperamos colimar juntos com os ilustres Parlameen­tares desta eaaa Legislativa.

Sala das Sessões, 17 de setembro de 1976. - l"eixoto J.i'ilhll'.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELO AUTOlt

LEI N.o 3.8M, DE 26 DE AGOSTO DE 196B

(Lei Orpniea fia I'!'evif.l.êneia Social)

TíTULO II

Das Prestações

Art. 25. Durante os primeiros 15 (quinze) clias de afasta­mento da trabalho, por motivo de doença, incumbe à emprf'Bapagar ao segurado o respectivo salário.

Parágrafo único. A empresa que dispuser de servIço médicopróprio ou em convênio caberá o exame e o abono das falt.ascorrespondentes ao citado periodo, somente encaminhando ()segurado ao serviço médico do Instituto Nacional de Previdên<:iaSocial quando a incapacidade ultrapassar 15 (quinze) dias.

"ROJETO DE LEI N." :t.9G4, DE 197&(Da ar. Luiz Braz)

Irrtrod~ modificação na Lei n,o 5.10S, de in tesetembro de 1966 (Código Nacio~na.i de Trânsito).

(As Comissões de Constituição e Justiça e de Trans­portes.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Ê acrescentado ao art. 70- da Lei n,o 5.108, de 21 tie

setembro de W66, o seguinte parágrafo sob n.'" 2.a , com renumer:OI.­ção. dos 2.° e 3.0 eXistentes:

"Art. 7G. . " .......•....••

§ 1.<> •••••••••••••••••••••••••••••.•••••" ••••••••••••••••

§- 2." Ao menor de idade entre 16 e 18 anos comprovadt~­

mente aprovado em vestibular de curso superior que aten­der às demais exigências desta lei, é pennitido habilitar­se como condutor de veiculo, na categoria amador.

Art. 2," Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 3.'" Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Algumas vezes tem sido tentado, no Congresso, a extensão dadireito de obter a Carteira Nacional de Hnbilitação aos menoresentre 16 e 18 anos de idade.

Ailás, o Código de Trânsito anterior estabelecia expressamemetal permissão, desde que os documentos do interessado, oferecidosà autoridade competente, fossem acompanhados de autorização,por escrito, do pai ou responsável. Tal permissão foi revogada e as.tentativas para reabilitá-la foram, até aqui. todas vãs.

Há, ao que parece, um consenso entre os legisladores, no·sentido de julgar D.\l menores de 1& anos de idade ainda sem ascondições de maturidade suficientes para a condução de veicuJloautomotor.

O projeto que ora oferecemos à consideração da Casa difere'das dRmais proposições até aqui apresentadas a respeito, eis quonão generaliza a permissão- referida. Cuida-se, tão-somente, d,epermitir que 05 menores (entre 16 e 1& 3:IlOO) teI>ham o direito deobter a habilitação de conduzir veiculo, na categoria amador,quande comprovadamente tenham siria aprovados em vestibula,rde CurSO superior.

:É nossa opinião 'que um jewem, entre 16 e 18 anos de idade,que tenha cursado com êlÓ.to todo o 1.C> grau escolar e, ademais, sidoIl>proV'ado em exame vestibular de curso superior. estará em si­tuação muito mais avantajada, quer Qe maturidade, discernimen­to eintllligência, do que a média dos cidadãos.

Nada justtlica, portanto, que tais pessoas continuem impedidasde obter a. habilitação para dirigir veículo Hutomotor, tanto maisquando se SIlbe que aa universidades. de um modo geral, ficamlocalizadas a longas distâncias dos centros urbanos e os universi­tários têm condições de possuir o veiculo próprio, para sua loco­moção.

&tIa das -Sessões, 22 de setembro de 1976. - Lu!.. Bra.'I:.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAoDAS COMISS()ES PERMAN1rNTES

LEI N.o- 5.10a, DE 21 DE SETEMBRO DE 1966

Institui o Códig-o Nacional de Trânsiw.

CAPíTULO IXDos Condutores tle VeíCw.lls

Art. 70. 11. habilitação para dirigir veiculos apurar-se-á atra­vés de exame requerido pelo candidato à autoridade da trânsito,.

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JOO14 Quarta-feira' DJARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 19'7'

instruído com os seguintes documentos, além de outros que exijao Regulamento deste Código:

a) carteira de identidade ou documento reconhecido por leicomo prova de identidade;

b) folha corrida ou atestado de bons antecedentes, passadopela repartição competente.

§ 1.° Não se concederá inscrição a candidato que:I - não contar dewito ou mais anos de idade;n - não souber ler e escrever:§ 2.° Ao liberado condicional e ao que estiver em gozo de

suspensão condicional da pena é facultado habilitar-se como con­dutor de veiculo automotor, apresentando at,estado do ConselhoPenitenciário do Distrito Federal ou dos Estados e Territórios.

§ 3.0 Ao condutor de veículo automotor habilitado em outropais poderá ser concedida autorização para dirigir nas vias terres­tres do território nacional, por prazo não superior a seis meses, naforma a ser estabelecida pelo Conselho Nacional de Trânsito.

PROJETO DE LEI N.o 2 966, DE 19';6fDo Sr. Jorge Arbage)

Introduz alterações na Lei n.o 5.453, de 14 de junhCl de1968, que instituiu o sistema de sublegendas.

(Ã Comissão de Constituição e Justiça.)O CQngresso Nacional decreta:

. Art. 1.0 Acrescente-se o art. 4.° da Lei n.o 5.453, de 14 deJunho de 1968, que instituiu o sistema de sublegendas os seguintesparágrafos:

"Art. 4.0 -

f 4.° - Nas eleições municipais, quando a convenção esco­lher um só candidato a prefeito e não aprovar sublegendas,é permitido aos filiados ao partido que divergirem da in­dicação pedirem a concessão .de sublegenda ao DiretórioRegional que, verificando ser ponderável o número de elei­tores filiados requerent,es, deferirá o pedido;

§ 5." - De posse da ata da deeisão do Diretório Regional,os eleitores filiados ao Partido e divergentes do DiretórioMunicipal formularão o respectivo pedido de registro dosseus candidatos ao Juiz Eleitoral, em sublegenda."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicacãorevogadas as disposições em contrário. . ,

Justificação

1. Este projeto tem uma finalidade essencial; combater aprepotência das cúpulas partidárias, sobretudo no âmbito munici­pal.

Numerosos casos há em que os diretórios municipais foramconstituídos mediante escolha de membros pertencentes exclusiva­mente a uma facção que. dominada pela sede de mando, impedepor todos os meios que elementos novos assumam postos de co­mando no partido e dele obtenham mandatos, seja para os car­gos de direção partidária, seja para os de representação política.

E, assi~, os partidos, ao invés de crescerem e se expandirem,com a adesao de novos elementos, que lhes injetem sangue novoestiolam-se e ficam marcando passo, dominados sempre pela.~ mes~mas pessoas e os mesmos dirigentes.

Uma das maneiras mais eficazes utilizadas por tais cúpulaspartJdárias é impedir, nas convenções municipais, que a correnteadvcrsária tenha candidatos próprios, quc possam suplantar, nasurnas, os da situação dominante. Por isso, é feito todo trabalho deeliminação dos elementos de outra facção, impedindo que seusrepresentantes participem das convenções, pelo menos com oquorum necessário para ter direito a uma sublegenda.

Por expressa determinação legal, a sublegenda só poderá serconcedida se a facção disputante conseguir pelo menos vinte porcento (2!J%) dos votos dos convencionais (Lei n.o 5.453/68, art. 13l.Como nao tem elementos para alcançar tal número de sufrágios,a corrente adversa não conscgue ímpar seus próprios candidatos.. Resta-lhe, então, duas atit~des: ou continuar no mesmo par­

tldo, mas compietamente marg1l1alizada, sem qualquer direito, in­clusive _o principal, que consiste em ter seus próprios candidatos;ou, entao, abandonar o partido e filiar-se a outra agremiação.

Em qU~lquer hípótese, porém, a conseqüência é sempre a mes­ma: o partldo se enfraquece. seja pelo desinteresse da facção mar­gi.n~1izada, seja por seu rompimento e filiação à corrente parti­dana oposta.

Trata-se, como se Vê, de grande mal, que atinge profundamen­te a unidade e a cessão dos partidos, exigindo remédio prontoe eficaz.

2. Poder-se-ia, talvez, objetar que a faccão que não obtevev.inte ~or cento de sufrágios na convenção múnicipal é inexpres­Slva. nao merecendo outro tratamento.

Vamos mostrar que não é bem assim.De acordo com o Código Eleitor;l, a convenção municipal é

constituida da seguinte maneira:a) pelos membros do diretório municipal;b) pelos vereadores, deputados e senadores com domicilio elei­

toral no município;e) pelos delegados à convenção regional;d) por dois representantes de cada diretório distrital orga­

nizado;~) finalmente, por um representante de cada departamento

existente lart. 61, da Lei n.o 4.737, de 15 de julho de 1965, que ins­tituiu o Código Eleit.oral.

Como se vê, pela simples enumeração dos componentes daconvenção mllllicipal. é praticamente impossível, se houver diver­gência, sobretudo de elementos novos que se integraram no par­tido após a constituição do diretório municipal, obter númeroque represente, pelo menos, vinte por cento dos membros da con­venção. Sem embargo disso, podem eles representar até forçapulítica superior à do próprio diretório.

3. É em face dessa situação, que se repete em inúmeros dire­tórios por todo o território nacional, que este projeto, visando man­ter a unidade e a coesão das agremiações e, ao mesmo tempo, POll­sibilitar o seu fortalecimento, abre aos dissidentes do diretóriomunicipal a possibilidade de continuarem no Partido.

Para isto, desde que a convenção municipal lhes recusou asnblegenda, deverão eles, em número ponderável, a. juízo do dire­toria regional, requererem a concessão da sublegenda.

O diretório regional deverá bem ponderar o problema, exami­nando a situação de fato e pesar prós e contras. Verificando quea facção dissidente é ponderável e merece ter atendida a reivin­dicação, deferirá o pedido. A ata dessa decisão constituirã o do­cumento que deverá instruir o pedido de instituição da segundasublegenda, mediante requerimento dos interessados ao juiz elei­toral da wna.

4. Entendemos que, se convertida em leí, esta proposição porátermo à ditadura de muitas cúpulas partidárias de âmbito mu­nicipal, fortalecerá os partidos, manterá sua unidade e propiciaráo seu fortalecimento.

É com esta intenção que entregamos o projeto à apreciação dosdoutos.

Sala das Sessões, 22 de setembro de 1976. - Jorge Arba«e.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PEI,A COORDENAÇAODAB COMlBSDES PERMANENTES

LEI N.o 5.453DE 14 DE JUNHO DE 1968

Institui o sistema de sublegendas, e dá outras provi­dências.

. ~ .Art. 4.0 Submetídos os nomes indical!los ao escrutínio secreto

serão considerados candidatos do Partido em sublegendM os 3(três) mais votados, desde que haja obtido, cada qual deles, o mí­nimo de 20% (vinte por cento) dos votos dos convencionais.

§ 1.0 Escolhidos os 3 ftrêsl candidatos maís votados, os subs­critores da indicação de cada qual deles (art. 3.", § 1.0, item b)serão considerados instit.utuidores de sublegenda para todos osef-eitos da lei.

§ 2.° Para efeito de escolha dos candidatos à eleição propor­cional será u,Lribuído, de cada sublegenda que se organizar, onúmero de lugares que guardar a mesma proporção verificada navotaçoo obtida por cada uma delas (art. 7.°).

§ 3.° Todas as deliberações de convenções partidári::ts, paraescolha de candidatos e instituições de sublegendas, deverão cons­ts-r da ata circunstanciada para os fins de direito.

Art. 13. Quando na eleição para o Senado existirem, na cir­cunscrição, duas ou três vagas a preencher, as convenções partidá­rias decidirão pelo voto secreto, uninomínal, em um único es­crutínio.

§ 1.0 Os carulidat.o.s escolhidos serão os dois ou três maisvotados, desde que obtenham, cada qual deles, mais de vinte porcento 120%) dos votos.

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Outubro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 6 18115

LEI N.o 5.682Lei Orgânica dos Partidos Políticos

CAPíTULO IIDa'S Convenções e dos Diretórios dos Partidos:

TíTULO IVDos órgãos dos Partidos

§ 2.0 Na hipótese de não ser atendido o llllDlmo previsto noparágrafo anterior, haverá um segundo escrutínio para o preenchi­mento da vaga ou vaglUl existentes.

/ Documentos que anexamos à presente inIciativa demonstramque o "Hospital e Maternidade senhor Bom Jesus", com sede eforo em Bueno Brandão, Estado de Minas erais, é uma institui­ção de direito privado, que tem os seus estatutos arquivadOS no Re­gi,stro de Pessoas Jurídicas, livro "A", fls. :3B a 41', sob n.O de ordem86, em data de 28 de maio de 1974. (V. does. 1 e 2).

Por outro lado, conforme atesta o Dl'. Antônio Krepp Filho,Juiz de Direito da Comarca, a entidade funciona regularmente, nãopercebendo os membros da Diretoria e do Conselho Fiscal qual­quer espécie de remuneração pelo exercício do cargo (V. docs. 3 e4). Também não distribui lucros, dividendos, bonificações ou van­tl'og8DS ao,s ,seus participantes, associado:s ou mantenedores, sobqualqttél' preiell!;o (e,rt. ~2 dos Estautos).

Por último, convém registrar ainda, em caso dê dissoiução do'SeminárIo, o seu patrimônio reverterá em beneficio de uma insti­tuIção congênere local, registrado no Conselho Nacional de Servi­ço Social (art. 32).

Pugna a entIdade em apreço pelo cumprimento dos seguintesfins:

I) atender, prontamente, em regime de internamento ou f~m­

bulatorial, os enfermos carentes de recursos, sem qualquer dis1.in­ção de cor, sexo, idade, profissão, nacionalidade, credo polític[} ereligioso;

II) colaborar com os poderes públicos no sentido de proteçãoe defesa da saúde, higiene, educação sanitária e profilaxia dasdoenças da comunidade;

III) amparar a maternidade e a infáncia, mantendo princi­palmente cursos pré-natal e outros afins;

- IV) manter serviços de Raios X, banco de sangue etc;V) prestar gratuitamente assistência médica de urgência em

seu ambulatório, distribuindo consultas, medicamentos, além decurativos com todo [} material necessário.

Vê-se lUlsim que o "Hoopital e Maternidade Senhor Bom Je­sus" atende as exigêncIas da legIslação específica, a Lei n.O 91, de1935, e o Decreto n.o 50 517, de 2 de maio de 1961, haja vista comopresta relevantes serviços à comunidade de Bueno Brandão, tudoa título precárIo.

I!: de se assinalar que a Comissão de Constituição e Justiça temfirmado o entendimento de que nada impede possa o parlamentarlegislar sobre a matérIa, eis que, constituclonalmente, a iniciativadas lem cabe au Poder teglslativo, só desaparecendo nos casos ex­pressamente previ,stos na Lei Magna.

Com isto, esperamos possam os ilustres pares, com a urgim­eia que se impõe, transformar o ,presente projeto em lei.

Sala das Sessões, 27 de setembro de 1976. - Raul Bernardo.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA, PELO AUTOR

LEI N.O 91, DE 28 DE AGOSTO DE 1935Determina regras pelas quais são as sociedades dec,la­

radas de utilidade pública.O PresIdente da RepúblÍca dos Estados Unidos do Brasil:.Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a "e­

guinte lei:Art. 1.0 As sociedades civis, as associaçôes e as fundações cons­

tituídas no País com o fim exclusivo dE' servir desinteressadamenteà coletividade, podem ser declaradas de utilidade pública, proyaclosos seguintes requisitos:

a) que adquirIram personalidade juridica;b) que estão em efetivo funcionamento e servem desinteres­

sadamente à coletividade;c) que os cargos de sua diretoria não são remunerados.Art. 2.° A declaração de utllidade pública será feita em decreto

do Poder Executivo, mediante requerimento processado no Minis­tério da Justiça e Negócios Interiores ou, em casos excepcionais,ex-officio.

Parágrafo único. O nome e características da sociedade. as­sociação ou fundação declarada de utilidade pública serão inscri­tos em livro especial, a esse fim destinado.

Art. 3.° Nenhum favor do Estado decorrerá do título utilida­de pública salvo a garantia do uso exclUlllvoO, pela sociedade, ass·Q­ciação ou fundação, de emblemas, flãmula..:, bandeiras ou distlnt.i­vos próprios, devidamente registrados no Ministério da Justiça e ada menção do titulo concedido.

Art 4.° As sociedl;\des, associações e fundações declaradas deutilidade pública ficam obrigadas a apresentar todos os anos,exceto por motivo de ordem superior reconl1ecido a critério do Mi­nistério de Estado da Justiça e NegócIos lnte riores, relação cIrcuns­tanciada dos serviços que houverem prestado à coletividade.

CAPíTULO IIDa Transferência

PARTE TÉ~CEIRADo Alistamento

TíTULO IQualificação e InscriçãoDa

PROJETO DE LEI N.o 2.967, DE 1976(Do Sr. Raul Bernardo)

Declara de utilidade pública o "Hospital e Maternida­de Senhor Bom Jesus", com sede em Bueno Brandão, Es­tado de l\linas Gerais.

(ÀS Comissões de Constituição e Justiça e de Saúde.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 I!: declarado de utilidade pú:!:llica, para os fins e efei­

tos de direito, o "Hospital e Maternidade Bom Jesus", com sede,em Bueno Brandão, Estado de Minas Gerais.

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoNos termos do disposto no art. 1.0 da Lei n.o 91, de 28 de agos­

11;0 de 1935, as fundações, aSSQciações e sociedades civis poderão serdeclaradas de utilidade públIca, desde que provem atender aos se­guintes requisitos;

a) que adquiriram personalidade jurldica;b) que estão em pleno funcionamento e servem desinteressa­

damente à coletividade;c) que os membros de sua diretoria não são remunerados.

Art. 61. Para efeIto do disposto no artigo anterior, consti­tuem a Convenção Municipal:

I - os membros do Diretório Municipal;

II - os Vereadores, Deputados e Senadores com domicílio elei­tor.al no Município;

IH - os delegados à Convenção Regional;IV - 2 (dois) representantes de cada Diretório distrital orga­

lI1izado;

V - um representante de cada departamento existente.

LEI N." 4.737DE 15 DE JULHO DE 1965

Institui o Código Eleitoral.

Art. 61. Somente será concedida a transferência ao eleitor quee~tiver quite com a Justiça Eleitoral.

§ L" Se o requerente não instruir o'pedido de transferênciacom o titulo anterior, o Juiz do novo domicílio, ao solicitar infor­mação ao da zona de origem, indagará se o eleitor está quite coma Justiça Eleitoral, ou não o estando qual a importância da multaimposta e não paga.

§ 2.° Instruido o pedido com o título, e verificado que o elei­tor não votou em eleição anterior, o Juiz do novo domicílio solici­tará informações sobre o valor da multa arbitrada na zona deorigem, salvo se o eleitor não quiser aguardar a resposta, hipóteseem que pagará o máximo previsto.

§ 3.0 O pagamento da multa, em qualquer das hipóteses dosparágrafos anterIores, será comunicado ao Juizo de origem para asnecessárias anotações.

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10016 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'71

parágrafo único. Será cassada a declaração de utilidade pú­blica, no caso de infração deste dispositivo, ou se, por qualquer mo­tivo, a declaração exigida não for apresentada em três anos con­secutivos.

Art. 5.0 Será também cMsada a declaração de utilidade públi­ca, mediante representação documentada do órgão do MinistérioPúblico, ou de qualquer interessado, da sede da sociedade, asso­ciação ou fundação, sempre que se provar que ela deixou de preen­cher qualquer dos requisitos do art. 1.°

Art. 6.° Revogam-se as disposições em contrário.Rio de Janeiro, 28 de agosto de 1935; 114.° da Independêncill,

e 47.0 da República. - GETúLIO VARGAS - Vie~~te Ráo.

DEC.ü,i<:70 No" 50.517, DE 2 DE MAIO DE 19(11

Regulamenta a Lei n.o 91, de 28 de agosto de 1935, quedispõe sobre a declaração de utilidade pública.

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe con­fere o artigo 87, item I. da Constituição, decreta:

Art. 1.0 As sociedades civis, associações e fundações, consti­tuidas no Pais, que sirvam desinteressadamente à coletividade, po­derão ser declaradas de utilidade pública, a pedido, ou ex-officio,mediante decreto do Presidente da República.

Art. 2.° O pedido de declaração de utilidade pública será di­rigido ao Persidente da República, por intermédio do Ministérioda Justiça c Negócios Interiores, provados pelo rcquerente os se­guintes requisitos:

a) que se constituiu no País;b) que tem personalidade jurídica;c) que esteve em efetivo e contínuo funcionamento, nos três

anos imediatamente anteriores, com a exata observância dos es­tatutos;

d) que não são remunerados, por qualquer fOl'ma, os cargos dediretoria e que não distribui lucros, bonificações ou vantagens adirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma oupretextos; .

e) que, comprovadamente, mediante a apresentação de rela­tórios circunstanciados dos três anos de exercicio anteriores à for­mulação do pedido, promove a educação ou exerce atividades depesquisas científicas, de cultura, inclusive artísticas, ou filantró­picas, estas de caráter geral ou indiscriminado," predominante­mente;

f) que seus diretores possuem folha corrida e moralidadecomprovada;

g) que se obriga a publicar, semestralmente, a demonstraçãoda receita obtida e da despesa realízada no período anterior.

Parágrafo único. A falta de qualquer dos documentos enume­rados neste artigo importará no arquivamento do procr~sso.

Art. 3.° Denegado o pedido, não poderá ser renovado antesde decorrido dois anos, a contar da data da publicação do despachodenegatório.

Parágrafo único. Do denegatório do pedido de declaração deutilidade pública caberá reconsideração, dentro do prazo de 120dla.~, contados da publicação.

Art. 4.° O nome e características da sociedade, associação oufundação declarada de utilidade pública serão inscritos em livroespecial que se destinará, também, à averbação da remessa dos re­latórios a que se refere o artigo 5.°.

Art. 5.° As entidades declaradas de utilidade pública, salvomotivo de força maior devidamente comprovado, a critério da au­toridade competente, ficam obrigadas a apresentar, até o dia 30 deabril de cada ano, ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores,relatórios circunstanciados dos serviços que houver prestado à co­letividade no ano anterior.

Art. 6.° Será cassada a declaração de utilidade pública daentidade que:

a) deixar de apresentar, durante três anos, consecutivos, o re­latório a que se refere o artigo precedente;

b) se negar a prestar serviço compreendido em seus fins es­tatutários;

e) retribuir, por qualquer forma, os membros de sua diretoria,ou conceder lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, man­tenedores ou associados.

Art. 7.° A cassação da utilidade pública será feita em proces­so, instaurado, cx-offieio pelo Ministério da Justiça e NegóciosInteriores, ou mediante representação documentada.

Parágrafo lÍnico. O pedido de reconslderaçãoo do decreto quecassar a declaração de utilidade pública não terá efeito suspensivo.

Art. 8.° Este decreto entrará em vigor na data de sua publi­cação revogadas as disposições em contrário.

Brasilia, em 2 de maio de 1961; 140.° da Independência e 73.0

da República. - JANIO QUADROS - Oseal" Pedroso Horta.

DECRETO N.o 60.931, DE 4 DE JULHO DE 1967Modifica o Decreto n.O 50.517, de 2 de maio de 1961,

que regulamentou a Lei n.o 91, de 28 de agosto de 1935.O Presidente da República usando da atribuição que lhe con­

fere o artigo 83, item lI, da Constítuição, decreta:Art~ 1.0 Ficam alterados a alínea g do artigo 2." c o artigo 5.°

do Decreto n.o 50.517, de 2 de maio de 1961, que passam a vigorarcom a seguinte redação: '

"Art. 2.° " , , . ,: :,,"~) que s~ Qbriga a I!~lbliç",r, ;;'~;1âlrnente, a demonstraçãoGá receita e despesa realizadas no período anterior, desdeque contemplada com subvenção por parte da União, nestemesmo periodo".

"Art. 5.° AB entidades declaradas de utílidade pública,salvo por motivo de força maior devidamente comprovada,a critério da autoridade competente, ficam obrigadas aapresentar, até o dia 30 de abril de cada ano, ao Ministérioda Justiça, relatório circunstanciado dos serviços que hou­verem prestado à coletividade no ano anterior, devidamen­te acompanhado do demonstrativo da receita e da despesarealizada no pelJiodo, ainda que não tenham sido subven­cionadas".

Art. 2.° Este decreto entrará em vigor na data de sua publlca­ção, revogadas as disposições em contrário.

Erasília 4 de julho de 1967; 146.0 da Independência e 79.° daRepública. ~ A. COSTA E SIJ.VA - Luiz AntônIo da Gama e Silva..

PROJETO DE LEI N.o 2.968, DE 1976(Do Sr. FranciSco Amaral)

Dispõe sobre a verificação judicial de insalubridade epericulosidade, e dá outras providências.

Uis Comissões de Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislaçào Social e de FinançM.)

() Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 As reclamações trabalhistas destinadas à verificação

da ocorrêncía de insalubridade ou periculosidade no trabalho, po­derão ser propostas:

I - diretamente pelos trabalhadores interessados;II - pelo sindicato representante da categoria profissional à

qual pertençam os trabalhadores, se autorizado por assembléia­geral dos interessados.

Art. 2.° Não havendo acordo, na forma prevista pelo art. 847da Consolidação das Leis do Trabalho e, contestado o pedido,proceder-se-á à perícia técnica por intermédio de médico ou en­genheiro especializado em higiene e segurança do trabalho.

Art. 3.0 Na audiência designada para a conciliação, ou dentrodo prazo de 10 (dez) dia.~ contados dessa data, as partes indicarão,de comum acordo, o perito único escolhido dentre os integrantesde relação de médicos c engenheiros fornecida pela DelegaciaRegional ou Secretaria do Trabalho.

Art. 4.° Não havendo acordo quanto à indicação do perito,caberá ao Juiz efetuar o sorteio daquele a quem caberá a reali­zação da perícia.

Art. 5.° O perito designado terá o prazo de 3Q (trinta) dias,contados de sua notificação, para Msinatura do termo de compro­misso e entrega do laudo, sob pena de destituição e exclusão doseu nome da redação de credenciados pelo prazo de 6 (seis)meses.

Parágrafo único. O perito poderá se recusar a assinar o termode compromisso ou pedir dilatação de prazo até 90 (noventa) diaspara entrega do laudo, quando:

a) já se encontrar compromissado como perito em outra re-clamação trabalhista;

b) estiver em gozo de férias regulamentares;c) estiver licenciado para tratamento de saúde;d) provar outro motivo justificado, a crítério do JUIZ.

Art. 6.° É facultado ao perito, mesmo que vinculado a serviçoOficial de higiene e segurança do trabalho, requerer ao Juiz quedetermine à reclamada o depósito prévio dos honorários arbitrados.

§ 1.0 Na fixacão dos honorários levar-se-á em conta o nú-mero de reclamantes, a complexidade da causa e dos quesitos.

§ 2." Se a reclamada discordar dos honorários fixados, pode­rá pedir a revisão de seu valor, cabendo ao Juiz, no prazo de48 (quarenta e oito) horas, decidir de maneira irrecorrível.

§ 3.° Fica a reclamada impedida de falar no processo e derecorrer de despachos e decisões enquanto não efetuar o depósitodos honorários previamente arbitrados.

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Outubro de 1976 , DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Quarta-feira 6 10017

Art. 7.° O laudo pericial, se total ou parcialmente positivoindicará as medidas que o empregador deverá tomar para suprimiros fatores que provoquem a periculosidade ou insalubridade oupara reduzi-los, se a eliminação for impossível.

Art. 8.° A sentença que julgar a ação procedente ou emparte, determinará:

I - pagamento dos adicionais de Balários vencidos a partirda data do inicio da atividade em condições de insalubridade ede pertculosidade e os vincendos, observado o disposto no art. 11d.a Consolidação das Leis do Trabalho.

U - a realizacão das reformas técnicas recomendadas nolaudo pericial e a adoção das medidas de defesa geral e individualnecessárias à redução ou eliminação das causas geradoras de peri­culosidade ou insalubridade.

Art. 9.° Enquanto não se verificar, em reclamação própria,haverem sido eliminadas as causas, o trabalho. em condições deinsalu,bridade ou periculosidade assegura àquele que o exerce, apercepção de adicionais respectivamente de 75%, 50% e 25% dosalário mínimo da região ou da categoria profissional, segundosua classificação no grau máximo, médio e mínimo. -

Parágl'afo único. O trabalha insalubre, mesma quando exe­cutado em regime iatermitente, assegura a percepção do adicionalàquele que o executa durante todo o período,

Art. 10. l!: considerado insalubre, em grau médio, o trabalhoprestado em turnos .de revezamento, cabendo aos que o executamo adicional previsto no art. 9.° desta LeI.

Parágrafo único. O trabalhador sujeito ao sistema de termosde revezamento trabalhará, seguidamente, durante 6 (seis) diase sua jornada máxima será de 8 (oito) horas, folgando no 7.°(sétimo) e 8.° (oitavo) dias.

Art. 11. O trabalho insalubre ou perigoso, executado emhoras suplementares assegura ao empregado a percepção de adi­cional de 100% (cem por cento),

Art. 12. l!l lícito aos sindicatos das categorias profissionais,estipular, através de convenção ou acordo coletivo com as empre­sas ou sindicatos patronais, condições mais vantajosas que asprevistas nesta Lei para os empregados que prestem serviços emcondições de insalubridade ou periculosidade.

Art. 13. O adicional para a presta.,ão de serviço em contatopermanente com inflamáveis em condiç.ões de periculosidade é aprevisto na Lei n.o 2.513, de 15 de ago.~to de 1957.

Art. 14. O Poder Executivo dentro do prazo de 90 (noventa)dias regulamentará esta Lei. '

Art. 15. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 16: Ficam revogados o Decreto-Lei n.o 389, de 26 de

dezembro de 1968, e outras disposições em contrário.Justificação

Estamos entre aqueles que não aceitam o pagamento de adi­cionais em dinheiro, como a melhor maneira de se enfrentar agrave situação existente em muitas ind1Í,'ltrias, onde os traba­lhadores se vêm compelidos a prestar seus serviços, anos e anosa fio, em condições insalubres ou perigosas.

Todavia, a inexistência de um aparelhamento fiscalizadorefetivo, cuja ação se estenda por todo o território nacional,aliada à situação econômico-financeira de grande número de em­presas, que não dispõem de recursos para se modernizarem, maisa. falta de esclarecimentos inerente a uma vasta camada do ope­rariado, incapaz de apreender o elevado sentido social da supres­são dos adicionais de periculosidade e insalubridade, substituindo­os por ambientes de trabalho saudãveUl e seguros, tudo isso nosforça a uma focalização realista do problema, com a conseqüentetentativa de se sugerir a adoção de diploma legal emanado desteCongresso em substituição ao Decreto-Lei n." 389, de 26 de dezem­bro de 1968, cujas imperfeições são flagrantes.

Embora denotando um acentuado esforço do Poder Executivoda época, o mencionado Decreto-Lei não trouxe respostas satisfa­tórias às indagações de maior relevo nesse acidentado terreno, esurgiu com o vício da inconstitucionalidade_ patente em seu art.4.°, cuja execução foi suspensa pela Resolução n.O 45/72 do SenadoFederal, além de ter o seu art. 3.° maculado por fortes suspeitasde padecer do mesmo mal, como tem sido reiteradamente decla­rado em Acórdãos vários do Colendo Tribunal Superior do Tra-balho. .

Na elaboração deste Projeto procuramos nos inteirar, antes,das aspiraçóes das classes produtoras e dos trabalhadores, bemcomo conhecer a opinião dominante ela melhor doutrina nestecampo, e pesquisar a jurisprudência dos Tribunais, visando, assim,oferecer à elevada consideração dos ilustres Deputados um traba­lho que possa servir para a redação de um texto final à alturadas exigências do momento.

Os dispositivos que, segundo nosso entendimento, apresentamcaracteristicas inovadoras, e podem ensejar dúvidas quanto aoseu espírito ou alcance, são acompanhados por breves comentários,resultantes de uma tentativa de levar ao conhecimenoo dos ana­listas as suas linhas mestras.

Comentário ao art. 1.0: - Uma da:l mais procedentes rei­vindicações feitas por sindicatos de trabalhadores é a doreconhecimento, em lei, da sua legitimidade como parte nasreclamações destinadas à apuração da existência de insalubridadeou periculosidade. Recentemente, quando ela realização do II Semi­nário do Setor Quimico Farmacêutico do Estado de São Paulo,com a presença de nada menos que 17 sindicatos filiados à Fe­deração dos 'I'rabalhado:çes das Indústrias Químicas e Farmacêu­ticas do Estado de São Paulo, e de várias outras entidades sindicaisde diversos Estados na qualidade de observadores, entre as reso­luções aprovadas uma aborda exatamente este tema, conformeconstatamos nos anais desse encontro.

A Consolidação das Leis do Trabalho já faculta, em seu art.872, parágrafo único, o ajuizamento de a.ção de cumprimente, deconvenção, acordo coletivo ou sentença normativa pelo sindicatoda categoria, reconhecendo, assim, o legislador, que em certos casoso interesse geral supera até o particular, motivo pelo qual há quese admitir a legitimidade de parte do ór~rão de classe, verdadeirodefensor desses interesses. A extensão de8sa prerrogaUva para oscasos de reclamação de insalubridade ou periculosidade aos sindi­catos de trabalhadores, não irá gerar nenhum inconveniente, antese pelo contrário impossibilitará que certos empresários, buscandoimpedir que suas fábricas sejam objetos de vistorias determimldasem processos judiciais, cortem rente tal possibilidade anuland:o areclamação mediante a simples dispensa dos seus autores.

Comentário ao art. 2.0: Não se conciliando a.g partes, nem seaplicando à reclamada a pena de confissão por força da revelia(art. 844 da CLT), mas contestada a reclamação, segue-se a pro­dução das provas, o que se faz mediante pericia técnica realizadapor médico ou engenheiro, desde que especialistas em higiene esegurança do trabalho.

Comentário ao art. 3.0: No regime anterior ao D~reto-Lei n.o389/68- cada parte fazia a indicação do seu perito, e na generalió adedos casos, após meses de espera, vinham os laudos em franca c to­tal divergência, pois o experto indicado pelos operários atestava ainsalubridade ou periculosidade, ao passo que aquele no qual I}elouvava a empregadora afirmaria que a ambiente de trabalho naoapresentava nenhum inconveniente. Essa contrariedade acabavafal'mndo com que o juiz instrutor, leigo no assunto, C,?lllO leigos. osvogais designasse um desempatadar, para a elaboraçao do terceIralaudo.' A demora causada pela triplicidade, aliada ao encar~ci­mento do processo para as partes, fez com que o Poder Execuj,~vo,investido no papel de legislador, baixassE~ o Decreto-Lei referrdo,impondo o perito único de confiança do Juiz, o qual ficou,. ~arealidade, investido no papel de árbitro, pois suas conclusões cllfl­cilmente são questionadas.

Destarte, positivo o laudo, proccdenl;e a reclamação; e im­procedente quando o laudo é negativo.

Ora se há - não de direito, mas de fato - uma vinculaçãoíntima ~ntre o laudo e suas conclusões e o resultado do processo,nada mais adequado que o perito seja antes de tudo da confia.nçadas partes litigantes. Por essa razão se propõe que a lei concedaa reclamante e reclamado a prerrogativa. da escolha do expm'to,que será apontado dentre aqueles cujos nomes fazem parte darelação já mencionada.

Comentário ao art. 4.°: - O artigo fala por si Só. Caso aspartes não encontrem, na relação, um nome que satis_faça a .am~bos ficarão condicionadas ao resultado de um sortero que ,serareaÜzado pelo Juiz.

Comentário ao art. 5.": - É indispensável que se fixe umprazo razoável para a entrega do laudo, mas também deve s~rautorizada a dilatação desse período, ou Jnesmo a recusa da aSSI­natura do termo de compromisso. O artigo a,cima procura darsoluçôes adequadas a esses problemas.

Comentário ao artigo 6.°: Uma das momentosas questões, emprocessos de insalubridade e periculosidade, refere-se aos ho?ora­rios. O pmjeto deseja atribuí-los a todos os expertos, mesmo aque­les que .são ligados, por vinculas estatutários ou contratuais, a or­ganismos oficiais de higiene e segurança. Entende-se, entretanto,que não podem arcar com essas despesas os reclamantes, daí tor­nar-se seu pagamento sempre obrigatório para a reclamada.

Comentário ao artigo 7.°: Na sua generalidade os laudos sãomeramente descritivos e não críticos. Es':amos sugerindo que se­jam ambas as eois:lB, poIS poderão servir com excelente orientaçãopara a adoção de medidas destinadas à eliminação ou rcdução dainsalubridade ou periculosIdade ambiental.

Comentário ao artigo 8.~: Um dos aspectos negativos do DI, n.o389/68 reside na determinação, contida em seu artigo 3.°, segundo

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10018 Quarta-feira' DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1M.

() qual "os efeitos pecuniários, inclusive adicionais., dec?rrentes dotrabalho nas condicõe.<i de insalubridade ou da per'ículosldade ates­tadas serão devidoS a contar da data do ajuizamento da reclama­ção". 'O dispositivo mereceu severa.') criticas aos j uslaboralistas, esua aplicação tem sido evitada pelos Tribunais, por se entender queé inconstitucional ferindo direito adquirido. Consulte-se a esse res­peito, o excelente' artigo do Ilustre Ministro Pll;u~o Emidio R~beiroVilhena, publicado pela Revista LTr., vaI. 36, pagma 5 e seg~ll1tes.Da jurisprudência, hoje remançosa e pacifica do Co.lendo Tr'ibunalSuperior do Trabalho, fizemos a colação das segumtes ementas:"Insalubridade - Apurada anteriormente ao Decreto-lei n.o 389/68"Insalubridade _ Apurada anteriormente ao Decreto-Lei n.o 389/68te, inaplicável é esse diploma legal, que deve curvar-se ao princípioda irretroatividade das leis e ao direito adquirido (Lei de Introdu­ção ao Código Civil, art. 6.0). Proc. TST-RR-1.064/73, Ac. 1.0 Turma1.117/73, ReI. Min. Ribeiro de Vilhena". "Inaplicável o artigo 3.° .doDecreto-Lei n.o 389 em se tratando de atividade insalubre preeXIS­tente" Proc. TST-E-RR-1. 292/73, Ac. TP 790/74, ReI. Min. Thélioda Costa Monteiro".

Respeitada a tradição do nosso direito, que o Decreto-Lei n.o389 pretendeu, por motivos inalcançáveis, quebrar, propõe-se que asrliferencas sejam extintas apenas pela prescrição bienal, na formado disposto pelo art. 11 da Consolidação vigente.

Também caberá ao Juiz determinar ã empregadora que façaa.s reformas técnicas previstas pelo laudo pericial, para, sempreque possível. se eliminar a insalubridade ou periculOSIdade do am­biente de trabalho, ou minorar a força dos seus efeitos. Não vemossentido prático maior na senteIJ(~a que se limita a condenar nopagamento de diferenças. Tão importante quanto elas é que a em­pregadora promova as reformas que o perito recomendou, para que1) local de trabalho se transforme, dentro do possível, em salutiferoe seguro.

Comentário ao art. 9.°: Propõe-se a elevação da taxa adicional,pois a experiênCIa de muitos anos tem mostrado que as porcenta­gens atuais, 10 ck, 20°1<, e 40% do salário minimo, não sc constituemem incentivos suficientes para que os empregadores gastem com amodernização e a manutenção das suas instalações. De outra parte,em seus valores de hoje os adicionais est'lio longe de corresponderao risco imposto aos trabalhadores, quando desempenham suas ati­vidades em clima insalubre ou local de per'lgo.

O parágrafo único resulta da jurisprudência cristalizada naSúmula p.o 47 do Tribunal Superior do Trabalho.

Comentários aos arts. 10 e 11: São escassos os estudos, entrenós, dos possiveis efeitos negativos do trabalho executado emturnos de revezamento, ou seja aquele trabalho no qual o operáriodurante uma semana, quinzena ou mês, trabalha, p. ex., das 6 às 14horas, em seguida das 14 às 22, e depois das 22 às 6, para reiniciaro ciclo após percorrer esta.s três fases.

Contudo, ['.~sa inexistência de pesquisas não invalida a supo­sição natural que esse tipo de regulamentação horária provoca, acurto ou longo prazo, sérios problemas de saúde para aquele que oobedece, além de óbvios transtol'IJos familiares e sociais.

O projeto propõe que se crie o adicional de turno, qualifican­do-se esse tipo de trabalho como 1nsalubre medianamente.

. Ta:.mbém J?ropõe se transforme em lei aquilo que é hoje, deter­Dllnaçao conbda na Portaria n.O 117, de 28 de fevereiro de 1964relativamente à duração do descan.~o semanal dos empregados qu~trabalham em regime de turnos ou rodizio. Quanto ao trabalho in­sali!bre ou perigoso, executado em regime de horas extras, assegu­rara ele ao empregado a percepção de adicional de salário na basede 100% (cem por cento).

Este o projeto que acreditamos irá aperfeiçoar em muito a le­gislação vigente.

Seu conteúdo e propósitos, de elevado alcance social, mcrecerãode certo o apoio de nossos iJusfres pares do CongresS() Nacional.

Sala das Sessões, em . - Francisco Amaral.

LEGISDAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSÕES PERMANENTES

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

aprovada pelo Decreto-Lei n. °5.452, de 1.° de maio de 1943

TíTULO I

Introdução

Art. 11. Não havendo disposição especial em contrário nestaConsolidação, prescreve em dois a110S o direito de pleitear a re­Jlaração de qualquer ato infringente de dispositivo nela contido.

TíTULO XDo ProCilSSO Judiciário do Trabalho

" .CAPiTULO III

Dos Dissídios Individuais..... , .SEÇãO II

Da Audiência de .Julgamento

.. ,Art.· 847·,·· Termi~adà'a 'tiéfésa:~' j~i~'~~' p'r~id~~t~' pr~p~~i·~conciliação.

§ 1.0 Se houver acordo, lavrar-se-á termo, assinado pelo presi­dente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condiçõespara seu cumprimento.

§ 2.° Entre a.') condições a que se refere o parágrafo anterior,poderá ser estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordoobrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma inde­nização convencionada, sem prejuizo do cumprimento do acordo...................................................................

LEI N.o 2.573, DE 15 DE AGOSTO DE 1955Institui saláriO adicional para os trabalhadores que

prestem serviços, em contato permanente com inflamáveisem condições de periculosidade.

O Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte lei:

Art. 1.° Os trabalhadores que exercerem suas atividades emcontato permanente com inflamáveis, em condições de pcriculosi­dade, terão direito a uma remuneração adicional de 30% (trintapor cento) sobre os salários que perceberem.

Art. 2.° Consideram-se, para os efeitos desta lei, como condi­ções de periculosidade, os riscos a que estão expostos os trabalha­dores, decorrentes do transporte, da carga e descarga de inflamá­veis, do reabasteCimento de aviões ou de caminhões-tanques e depostos de ~erviço, enchimento de latas e tamboI'es, dos serviços demanutençao e operaçãoo em que o trabalhador se encontre sempreem contato com inflamáveis, em recintos onde estes são armazena­dos e manipulados ou em veiculos em que são transportados.

Art. 3.0 A remuneração adicional a qu~ se refere a presente leisó será devida enquanto perdurar a execução de serviços pelo tra­balhfLdor, nas condições previstas no art. 2.°

Art. 4.° Poderá o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércioincluir outras atividades profissionais para os efeitos desta lei.

Art. 5.° Os trabalhadores beneficiados pela presente lei poderãooptar pela quota de insalubridade que porventura lhes seja devida.

Art. 6.° Revogam-se as dl.')posições em contrário.Rio de Janeiro, 15 de agosto de 1955; 134.° da Independência e

67." da República. - .JOAO CAFÉ FILHO - Napoleão de Aleneas­tl'O Guimarães.

DECRETO-LEI N.o 389, DE 26 DE DEZÉMBRO DE 1968Dispõe sobre a verificação judicial de insalubridade te

periculosidade, e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso das atribu~ções que lhe con­fere o § 1.0 do art. 2.° do Ato Institucional n,o 5,- de 13 de de­zembro de 1968, decreta:

Art. 1.° Argüida. em juízo, insalubridade ou periculosidade deatividades ou operaçóes ligadas à execução do trabalho, proceder­se-á à pericia técníca para os efeitos do disposto no art. 209 daConsolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n.'"5.452, de 1.° de maio de 1943, e no art. 2.0 da Lei n.o 2.573, de 15de agosto de 1955.

Art. 2.° A caracterização e a classificação da periculosidade eda insalubridade, segundo as normas e os quadros elaborados peloDepartamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, serãofeitas por médico ou engenheiro devidamente habilitados em ques­tões de higiene e segurança do trabalho e designados por autori­dade judiciária.

Art. 3.° Os efeitos pecuniários, inclusive adicionais, decorrentesdo trabalho nas condições da insalubridade ou da periculosidadeatestadas, serão devidos a contar da data do ajuizamentoo da re­clamação.

§ 1.° Enquanto não se verificar haverem sido eliminadas suascusas, o exercicio de atividades ou operações insalubres assegura apercepção de adicionais, respectivamente, de 40%, 20% e 10% dosalário minimo da regiãoo, seglmdo se cJassJfiquem nos garus má.­ximos, médio e minimo .

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Outubl'O de lil76 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão l) Quarta-feira 6 ]0011

§ 2.° O adicional para a prestação de s.e~·viço em contato per­manente com inflamáveis em condições de periculosidade é o pre­visto na Lei n.O 2.573, de 15 de agosto de 1957.

Arf.' 4.° Os princípios estatuídos ne,~te Decreto-Lei aplicam-seaos procedimentos judiciais cujas sentenças ainda não tenhamsido executadas.

Art. 5.° O dispo.sto neste Decreto-Lei não obriga à restituiçãode importâncias que até a data de sua promulgação tenham sidopagas a trabalhadores, com fundamento em critérios de verificaçãoe clasificação diversos dos ora fixados.

Art. 6.° Este Decreto-Lei entrará em vigor na data de sua pu­blicação, revogadas as disposições em contrário, especialmente aLei n.O 5.431, de ,3 de maio de 1968.

Brasília, 26 de dezembro de 1968; 147.° da Independência e 80.°da República. - A. COSTA E SILVA - Jarbas G. Passarinho.

Faço saber que o Senado Federal aprovou, nos termos do artigo42, inciso VII, da Constituição, e eu, Petrônio Portella, Presidente,promulgo a seguinte

RESOLUÇãO N.o 45, DE 1972

Suspende, por inconstitucionalidade, a execução do art.4.° do Decreto-Lei n.O 389, de 26 de dezembro de 1968.

Art. 1.0 III suspen.sa, por inconstituclOnalidade, nos termos dedecisões definitivas proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, em27 de outubro de 1971, nos autos dos Recursos Extraordináriosn.os 71.348, 31.349 e 72.002, do Estado do Rio Grande do Sul, en.o 72.200, do Estado de São paulo, a execução do art. 4.° do De­ereto-Lei n.O 389, de 26 de dezembro de 1968.

Art. 2.° Revogam-se as disposições em contrário.Senado Federal, 27 de setembro de 1972. - Petrônio Portella,

Presidente do senado Federal.

PROJETO DE LEI N.o 2.9'S9, DE 1976

(Do Sr. Moreira Franco)Dispõe sobre a unificação do salário mínimo, na for­

ma que especifica e dá outras providências.(Anexe-se ll.0 Projeto de Lei n.o 976, de 1975, nos ter­

mos do artigo 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O salário mínimo, a que se referem o inciso I do art.

165 da Constituição Federal e o artigo 76 e seguintes da Consoli­dação das Leis do Trabalho, será unifieado em todo o territórionacional, de acordo com o seguinte critério:

r - No primeiro reajustamento após a vigência desta Lei, asregiões brasileiras para efeito de salário mínimo serão apenas 2(duas), a saber: .

a) L"' Região - abrangendo os Esta.dos do Norte, Nordeste eCentro-Oeste;

b) 2."' Região - abrangendo os ESt'ldos do E~te, do' Sul e °Distrito Federal.

rr - No reajustamento seguinte o salário mínimo será igualparll. toâo o Pais. '

Art. 2.° O salário mínimo de cada uma das regiões refcridasno inciso I do artigo anterior será fixado com base no maior nívelatualmente em vigor em qnalquer das unidades à mesma incorpo-radas. .

Parágrafo único. A unificação referida no inciso II do artigoanterior será feita com base no maior salário mínimo que estiversendo pago no momento de sua efetivação.

Art. 3.° Esta r.ei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 4." Revogam-se, as disposições em contrário.

JustJJicaçãoApresento este projeto de lei à consideração de meus ilustres

pares, com a convicção de que a medida nele preconizada é opor­tuna e altamente conveniente aos trabalhadores e à Nação.

O salário mínimo, ou salário de sobrevivência, foi instituídono Brasil pela Lei n.O 185, de 14 de janeiro de 1936, e a primeiratabela, aprovada após minucioso e amplo inquérito, pelo Decreton.o 2.162, de 1.0 de maio de 1940, entrou e:m vigor a 2 de júlho da­quele an'!.

Com a redemocratização do País, o mínimo legal foi defini­tivamente consagrado p,elo art. 157, inciso I, da Constituição Fe-deral de 1946, definido como: ~

"O salário capaz de satisfazer, conforme as condições decada região, às necessidades normais do trabalhador ede sua familia,"

A Constituição posta em vigor a partir de 15 de março de1967 reprod"úziu a redação da Carta de 1946, apenas trasladando-apara o artigo de n,o 158.

Por último, a Constituição vigente, ou a Emenda Consl,itu­cional n.O 1, de 17 de outubro de 1969, sem alterar o dísposUivo,transportou-o para o art. 165.

Com relação à tese da unificação, pretendida pelo projeto,cumpre destacar que desde a instituição do mínimo legal, em J936,ocorreram no País profundas modificacões sócio-econômica,: _dentre as quais se destaca o surto de industrialização com evi­dentes reflexos na sistemática salarial.

No último decênio, com o objetivo de restabelecer o equilíbriofinanceiro do País, adotou o Governo o (lontrole estatal dos rea­justes salariais, aplicando-o, inclusive, à fixação dos níveis mínimosde remuneração.

E, como resultado dessas transformaçi5es, surgiu uma indisfar­çável tendência para a unificação do salário mínimo, demonstradapelo próprio Executivo que,. a cada reajuste, elimina sub-regiõoo ereduz a diferença entre os salários básicoB de cada região.

Parece-nos, assim, perfeitamente cab.lvel a unificação defini­tiva do salário básíco. O projeto ora apresentado à considerac;ão daCasa promove dita unificação em duas etapas: a primeira cor­respondente ao agrupamento dos atuais níveis regionais em ape­nas 2 (dois) e a segunda instituindo, afinal, um só salário mínimopara todo o território nacional.

A execução do plano de unificação em duas etapas tem porfinalidade reduzir o impacto que a medida poderia causar nos Es­tados de menor expressão econômico-financeira, se tomada deabrupto. Como a praxe é reajustar o mínimo anualmente, a uni­ficação definitiva será alcançada dois anos após a publicação dalei, favorecendo a adaptação da economia de todas as UmdscdesFederativas lW novo critério de remuneração básica.

Convencidos estamos de que, obtida a lIDificação do minimolegal, desaparecerão inúmeros problemas do mercado de trabalho,principalmente o pertinente a migração constante de mão-de­obra. Com a garantia de uma remuneração mínima igual à dequalquer outro Estado, ou cidade, o trabalhador certamente pre­ferirá permanecer em seu lugar de origem, deixando de procurarregiões mais desenvolvidas onde, via de regra, vai apenas aumentaro número de favelados.

Sala das Sessões, 21 de setembro de 1976. - Moreira Franco.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSoES PERMANENTES

CONSOLIDAÇãO DAS LEIS DO TRABALHOAprovada pelo Decreto-Lei n.o 5.452, do 1.° de maio de 19431

TíTULO IIDas Normas Gerais de Tutela do Trabalho

CAPÍTULO UIDo Salário Mínimo

SEÇÃO IDo Conceito

Art. 76. Salário mínimo é a contraprestação mínima devida epaga diretamente pelo empregador a tod() trabalhador, includveao trabalhador rural, sem distinção de Sj;XO, por dia normal deserviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região doPaís, às suas necessidades normais de alimentação, habitação, ves-tuário, hi1':iene e transporte. '

SEÇãO rrDas Regiões e Sub-Reg'iões

Art. 84 - Para efeito da aplicação do salário mllllIno, será oPaís dividido em 23 regiões, eorrespondente's aos Estados e DistritoFederal.

PROJETO DE LEI N.o 2.973., DE 1976(Do Sr. Joel Ferreira,)

Dá ao aeroporto de Porto Velho o nome de Aeroporto;Juscelino Kubitschek.

(As Comissões de Constítuição e Justiça e de Tral1s~

portes.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O Aeroporto de Porto Velho, Capital de Rondônia, si­

tuado em Belmonte, passa a denominar-se Aeroporto JuscelinoKubitschek.

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18026 Quarta-feira. DlARJO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ção f) Outubro d~ 197&

Art. 2.° No começo e ao final da pista internacional de pousoe das demais integrantes do Aeroporto, bem como, na Estação dePassageiros, em lugar bem visivel ao público, serão colocadas placascom a nova denominação: Aeroporto Juscelino Kubitschek.

Art. 3.° A presente Lei entrará em vigor à data de sua publi­cação.

Justificação. Até o presente momento nenhuma iniciativa de homenagem ao

imúrtal ex-Presidente da República, Juscelino Kubitschek, logroudimensão idêntica à do homenageado.

Não importa.Somadas, haverão de totalizar a grandeza desse estadista sem

par, que ficou, para todo o sempre, estatuado no coral}ão do povobrasileiro!

Os poucos patrícios que não puderam amá-lo não conseguemafastá-lo da. memória. -

A nossa, é mais uma das pequenas mas sentidas demonstraçõesde reconhecimento ao arrojado político que logrou sacudir o gi­gante, e acendeu um período de euforia nacional, produtiva e con­tagiante, que já passa a ser apontada como excepcionalmente fe­cundo.

Antigos adversários do legendário construtor de Brasília estãosurpresos com a inusitude do espetáculo que vêm presenciando:ônibus especiais, vindos dos mais longínquos rincões da Pátria, des­pejam seus passageiros no Campo da Esperança, onde jovens evelhos buscam o túmulo de JK, para dedicar-lhe gratas lágrimasde veneração.

Ainda no dia 12 último passado - data aniversária do inexce­dível brasileiro - três ônibus com estudante da Pontifícia Uni­versidade Católica de São Paulo, entre tantos outros veiculos au­tomotores, repetiam a cena.

A romaria diária à última morada de Juscelino constitui fatocomovente, a gritar à Nação o quanto tantos lhe ficaram devendo

_em retribuição, pelo menos espiritual, -às obras que legou a nós, eaos que nos sucederão até a consumação dos séculos.

Juscelino Kubitschek de Oliveira nasceu a 12 de setembro de1902, em Diamantina, no Estado de Minas Gerais, onde estudouHumanidade no Seminário Diocesano.

órfão do pai aos três anos de idade, educou-o a própria mãe.Para custear os estudos na Faculdade de Medicina de Belo

Horizonte, foi obrigado a trabalhar nos Correios, como telegrafista.Diplomado em 1927, freqüentou o curso de cirurgia do ProL

Maurice Chevassu, em Paris, e realizou estágio, em seguida, emBerlim, em 1930, no Hospital Charité.

A Revolucão de 1932 foi surpreendê-lo atuando como cirur­gião, nos hospitais de sangue, no posto de Capitão-Médico daPolicia mineira.

No ano seguinte ingressou na política, como secretário do In­terventor Benedito Valadares.

Eleito Deputado Federal para a legislatura de 1934 a 1937, em1939 foi nomeado Prefeito de Belo Horizonte, cargo que ocupouaté 1945, e durante o exercício do qual projetou Oscar Niemeyer,confiando-lhe as obras do bairro da Pampullla.

Ali ergueu sua primeira Igreja, a de São Francisco, com muraisde Portinari, que ao lado da Capela do Paiácio Alvorada e daCatedral de Brasília, são hoje as mais badaladas igrejas futuristasdo mundo inteiro, reproduzidas que vêm sendo em revistas técnicasou não.

A última capela Juscelino estava construindo em sua acolhe­dora e próspera fazenda junto da Capital da República, no mu­nicípio de Luziânia.

Reaberto o regime democrático, foi eleito de novo DeputadoFederal para o período de 1946 a 1950, quando teve ensejo de, naqualidade de constituinte, cooperar na feitura da Constituicão de18 de setembro de 1946. - -

Eleito Governador de Minas, desfechou a era desenvolvimen­tista, que viria a culminar com as gigánteas obras levadas a efeito,contra tudo e contra quase todos, em seu penodo federal de Go­verno.

Iniciou o go'{erno estadual agilizando o binômio Energia eTransportes. Criou a CEMIG - Centrais Elétrica.'> de Minas Gerais;a FERTIZA - Fertilizantes S/A; e FRIMISA - Frigoríficos Minei­ros S/A, que eram companhias de eeonomia mista destinadas adespertar e imprimir acelera~ão ao incremento econômico de MinasGerais. Construiu, atento ao programa de energização, cinco usinaspara geração de energia elétrica, elevando o potencial instaladomontanhês de 200.000 para 600.000 HP.

Nos seus primeiros meses na Presidência da República - postopara o qual foi eleito - teve ensejo de anistiar os componcntes do

minúsculo grupo rebelde que se insurgiu contra sua orientacãopolítica, para logo render-se fracassado. .

Inicialmente passou a fazer frequentes viagens aos pontos ex­tremos do Pais, alcançando paragens onde o único pé humanoque as havia pisado tinha sido o dos portugueses ao demarcaremnossa~; fronteiras. Nessas suas andanças pelo interior preparava oPovo, pscologicamente, para as obras que realizaria.

Foi quando impulsionou o erguimento das expressivas hidrelé­tricas de Furnas e Três Marias; abriu novas rodovias e pavimentouas existentes, ligando asfalticamente o Rio a Belo Horizonte. Ras­gou a Belo Horizonte-Brasília, a Belém-Brasília e a Brasilia­Acre. Nestas últimas manifestava seu jamais obscurecido interessepela Amazônia, que o Presidente Juscelino queria, a todo custo,ver íntegrada ao contexto geral da Nação.

Levantou Brasília em tempo recorde, implantando-a e huma­nizando-a para receber o Governo Federal, pois para aqui trans­feriu a Capital da União, apesar dos falatórios inúteis na Câmarados Deputados até o dia da véspera da transfDrência.

Plantou indústrias, inclusive a de automóveÍ>6. consideradaimpossivel; refonnulou a politica social e econômica para o Nor­deste - o até então o esquecido Nordeste - criando a CODENOdepois transmudada na SUDENE, que até hoje vem prestando ines­timáveis serviços à Região.

A vitoriosa luta interna contra o subdesenvolvimento inspiroua Ju,scelino o plano internacional batizado como Opera~ão Pan­Americana, alertando os Estados Unidos para os problemas fun­damentais da América Latina.

Ao final de seu frutuoso Governo, depois de presidir, tal sefora um magistrado, as eleições presidenciais, deixou o Paláciodo Planalto nos braços do povo, que o deseja, ardentemente, aocupá-lo de novo, de 1965 a 1970, através de consagradoras elei­ções populares.

meito Senador pelo Estado de Goiás, foi posteriormente cas­sado.

Enquanto, internamente, tentavam debalde ocultar suas obras,no exterior seu nome se avantajava no conceito do público: o inte­resse por conhecer suas incríveis realizações, como Brasilía, eramanifesto. Nos Estados Unidos, depois de vivamente aplaudido emsucessivas conferências para as quais era. convidado por inúmerasUniversidades, recebeu o titulo de doutor honoris cansa da Univer­sida.de da Califórnia.

Sua fé inquebrantável nos destinos do Brasil removeu nãosomente montanhas, mas a inêrcia da maioria, a descrença gene­ralizada, o pessimismo nacional, e as florestas seculares para asestradas passarem. Foi assim que chegou à Amazônia.

Com seu patriotismo indormido - amando com a mesma inten­sidade cada metro de chão do solo pátrio - lanl}ou as sementesdo desenvolvimento, chegando a festejar seus primeiros frutosainda no Governo.

Construindo no interior de Rondônia o Aeroporto de Vilhena,abrindo as pistas da BR-29 ligando Porto Velho a Cuiabá.

A antiga, BR-29 é hoje a BR-i>64, Brasília-Acre, que corta.Rondônia de ponta a ponta.

O Aeroporto de Belmonte, anteriormente chamado Caiari, no­me da tribo que antes habitava a Região - pa.ssará agora a deno­minar-se Aeroporto Juscelino Kubitschek, numa sentida homena­gem dos rondonianos ao brasileiro que os vinculou fisicamente aoresto do Pais, levando-os até ao Sul do Brasil, e trazendo o Centroe o Sul do Brasil até o coração palpitante de agradecimento doTerritório de Rondônia.

Atendendo aos anseios que acabamos de revelar, confiamosagora venham os integrantes do Congresso Nacional, dos quaisdepende a transmuta~ão desta iniciativa em lei, a SUfragá-la nomais breve prazo possível

Sala das Sessões, - Joel Ferreira.

PROJETO DE LEI N.O 2 974, DE 1976mo Sr. Lincoln Grillo)

Dá nova redação ao. ti 5.° do art. 3.° da Lei D.O 5.890,de 8 de junho de 1973, que alterou a legislaçiio de ]!trevi­dência social.

(As Comissões de C0l1stituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças).

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° Passa a vigorar com a seguinte redação o § 5.° do

arL 3.0 da Lei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973:"§ 5.° O valor mensal dos benefícios de prestação conti­nuada não poderá. ser inferior ao valor do salário minimomensal de adulto, vigente na localidade de trabalho dosegurado."

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Outubro de 1976 DUBlO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção J) Quarta-feira 6 l00~l

Art. 2.0 Serão os encargos decorrentes desta lei atendidos comas receitas previsl.as no art. 69 da Lei Orgânica da PrevidênciaSocial.

Art. 3.0 Entrará esta lei em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

JustificaçãoCOnquanto previsto pelo Decreto-Lei n.o 7.036, de 10 de no­

vembro de 1944, a integração do seguro de acidentes na previ­dência social só se operou por determinação expressa da Lei n.O5.316, de 14 de setembro de 1967.

Referida legislação estabeleceu em favor dos acidentados e seusdependentes beneficios análogos aos previstos na legislação pre­videnciária, tais como o auxílio-doença, a aposentadoria por inva­lidez e a pensão, mas determinou, expressamente, no § 7.0 doart. 6.0:

"§ 7.0 Nenhum dos benefícios por acidente do trabalhode que trata este artigú poderá ser inferior ao saláriomínimo do local de trabalho do acidentado." .

Tal preceito, entretanto, não é aplieável a benefícios idênticosconcedidos com base na legislação previdenciária propriamentedita que podem corresponder até a 60% do salário mínimo comoveremos da transcrição, a seguir, do § 5.° do art. 3.0 da Lei n.o5.890, de 8 de junho de 1973:

"§ 5.0 .0 valor mensal dos benefícios de prestação conti­nuada não poderá ser inferior aos seguintes percentuais,em relação ao valor do salário lIÚnimo mensal de adultovigente na localidade de traballlO do segurado".I - a 90% (noventa por cento), para os casos de aposen­tadoria;Ir - a 75% (setenta e cínco por cento), para os casos deauxilio-doença;IrI - a 60% (sessenta por cento), para os casos de pensão."

Ora, nada justifica tal diversidade de tratamento, principal­mente para fixar benefícios prevldenciários em valores inferioresao próprio salário mínimo, porque além de tudo o INPS vem apre­sentando sucessivos e crescentes soperavits, os quais têm condiçõesplenas de atender à equiparaçáo dos benefícios ao v~lor do salá­rio mínimo sem necessidade de fonte adicional de recelta, na formado 'present~ projeto.

Sala das Sessões, 28 de setembro de 1976. - Lincoln GrUlo.O SR. PRESIDENTE (Júlio Viveiros) - Está finda a leitura

do expediente.IV - Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. José Mandelli.O SR. JOSlt MANDELLl (MDB - RS. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. P-residente e Srs. Deputados, embora tardiamentequer-nos parecer que a auto-suficiência de trigo está próxima aser alcançada pelo BrasiL

Como triticultor, exercendo nOSfias atividades neste setor pormais de dez anos, podemos afirmar que, se o Governo, através doMinistério da Agricultura, dispensasse melhor atenção a este im-­portante setor agrícola, através da melhoria e adaptação de se­mentes, lograríamos a tão desejada aubo-suficiência, evitando-sedesta forma a evasão de preciosas divis~.s tão necessárias a outrossetores da economia e desenvolvimento nacionaL

Reconhecemos que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro­pecuária (EMBRAPA) está desenvolvendo, em inúmeras regiõesdeste País, exaustivas pesquisas, e seus resultados dão-nos a im­pressão de que, nesta área imensa de nosso território, será possí­vel a cultura tritícola na sua parcela maior.

Se não se apresentarem condições climáticas desfavoráveis,colherá o Brasil, nesta safra, em via de colheita, aproximadamentetrês milhões e oitocentas mil toneladas de ceral-ouro.

Em nossas andanças na rgião triticola do Rio Grande do Sul,em contatos com triticultores, ouvimos que a área de culi.ivo po­deria ter sido muito maior, se maior fosse fixado o preço mínimo.Depois da colheita do soja, áreas apreciáveis permaneceram ocio­sas, como em ociosidade permaneceram os equipamentos agrí­eolas e braços humanos que poderiam prestar relevantes serviçosa economia nacional.

Para que a triticultura se desenvolva e que este País logre atão almejada auto-suficiência, ao nosso ver, torna-se necessárioque a política de preço mínimo sej a revi8ta pelos órgãos responsá­veis, de molde a propiciar a todos àqueles que empregam suasatividades no setor façam jus a um lucro mínimo de 20% sobreos gastos dI" inversão, como define a Ltli n.O 4.504, de 30 de no­vembro de 19f14 (Estatuto da Terra).

Cremos que o nosso triticultor está sentindo a importância deseu trabalho. Sente que deverá libertar este País do câncer das

importações a que tanto mal estão causando à economia nacional.Se foram muitos os incentivos concedidos a' outros ramos deatividade, que se estendam iguais incentivos ao triticultor nacional.

Não se afirme que o aumento do preço do trigo causará asubída dos índices inflacionáríos. Mal muito maior será causadopelas importações de trigo no mercado internacional que agravarás. nossa balança de pagamentos.

Ainda acreditamos que o aumento da riqueza nacional serápropiciada pela agricultura. Ai estão, Sr. Presidente e Srs. Depu­tados, milhões de pessoas dispersas pelo mundo carentes de ali­mentos, sujeitas a um processo permanente de fome endêmica.Rasguem os nossos agricultores a generosa terra brasileira, lancemem seu seio as sementes adequadas e constataremos que o abar mta·mento dos silos e armazéns das fartas colheitas ensejará ao Brasilrecursos substanciais para fazer frente aos seus compromissos deordem internacional.

Era o que tínhamos a dizer.O SR. JORGE UEQUED (MOB - RS. Pronuncia. o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, o Governo brasileirodeverá rever sua posição no que tange à política econômico-fi­nanceira, adotando uma nova estratégia, pois, caso contrário, te­remos cada vez maior a dívida externa do País. A eontinuar oatual esquema, chegaremos ao ano de 197B com uma dívida externade 40 bilhões de dólares, o que nos levaria a pagamentos anuais,entre juros e amortizações, de 8 bilhões de dólares.

Na atual conjuntura, ao fínal desse ano estaremos com umadívida externa, já confessada pelo próprio Ministro da Fazenda,de 28 bilhões de dólares. Deve-se acrescer os encargos de 10%de juros ao ano, mais 10% de amortizaçáo anual, que implicaramobrigações de serviço de pelo menos 5 bilhões de dólares. Nessamarcha, acrescido ao déficit de nossa balança comercial, teremosem 1977 uma dívida de 35 bilhões, e em 1978, de pelo menos 40bilhões, o que irá Implicar compromissos anuais de 8 bilhões,para pagamento de juros e amortizações. Adicionando as obri­gações de possível.s novos empréstimos, teremos compromissos quese transformarâo em obstáculos intranspuniveis.

O Governo poderá -enfrentar o problema de duas maneiras: apr~meira seria fazendo as concessões qll1e o capital estrangeirodesejar, como a retirada de restrições pl\ra remessa de lucros, autilização dos bancos de desenvolvimento para financiamentosde investimentos estrangeiros e a desvalorização do cruzeiro; asegunda opção seria a retomada do proce'sso democrático no País,com o restabelecimento da vigência constitucional e a posteriorconvocação de Governo e Oposição para o processo de grs,ndeesforço nacional, com racionamento das importações, restriçõesao consumo de combustív-el, renegociação da dívida externa, alte­ração na política salarial.

Evidentemente que se torna indispensável a retomada doprocesso democrático, pois que o período de exceção que o Paispassou e passa não nos levou a solução dos problemas econôm:icos,mas agravou o nosso individamento externo e continuou comdéficit de nossa balança comercial. Quando a situação at'ingetal gravidade é necessária a participação de todos, para unidosenfrentar a crise, que é o grande desafio nacional.

Enganam-se os que pensam que a cr:lse satisfaz aoS mem;brosda Oposição. Ela nos preocupa e nos amargura, pois enche desofrimento e de dificuldades os lares brasileiros. Desejamos en­contrar soluções para nossos problemas, mas cremos ser indis­pensável a normalização do Pais, para enfrentar o desafio eco­nômico.

Ao povo deverá ser dada a certeza e a tranqüilidade de quea Constituição é a Lei Magna e que ele participa da escolhadireta de seus governantes, que não haverá censura no que lhefor comunicado e que ele, povo, participa das soluções dos pro- c

blemas do País.. O SR. ALCIDES FRANCISCATO (ARJENA - SP. Pronuncila I)

seguinte discurso.) - Sr. Presidente, nol)res Deputados, com umatraso de mais de sessenta anos em relacão a Buenos Aires, 8ãoPaulo iniciou a construção de um sistem~a de viação urbano emtúneis subterrâneos, conhecído pelo nom.e de "METRô", dimi­nutivo de metropolitano. Nisso imitamos os franceses, enquantoos argentinos preferem dizer subterrâneo.

Buenos Aires contou com três empresas para a construção desuas linhas subterrâneas e isso numa época em que os ca;1rospuxados a cavalo superavam os automóveis. Transcorrido mais demeio século, a Capital Argentina está livre de congestinamentosdo tráfego, o que não acontece com São Paulo.

A parte Norte-Sul do "METRô" paulista, já concluída, estáem condições de transportar diariamente 600 mil passageiros {\omtodo o conforto e sua capacidade poderá eIevar-se a três ou quatrovezes mais, com o prosseguimento das tarefas já planejadas, ouseja, a linha Leste-Oeste.

Ora, esse transporte subterrâneo economiza eombustível deforma significativa, provocando uma economia expressiva nesta

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16622 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'7'

hora angustiante para os paises que não têm petróleo suficiente,como é o caso do Brasil.

Em Nova Iorque, Londres, Paris, Madri e Moscou, esse serviçosubterrâneo de transporte de passageiros presta inoalculáveis be­nefícios sob os aspectos econômicos, higiênico e rápido. Em SãoPaulo, o "METRO" reduz a menos da metade o tempo de percusoe permite ao usuário maior alívio na hora de ir para o trabalho oudele regressar.

A construção do subterrâneo de Buenos Aires ficou a cargode três concessionárias: Companhia Anglo-Argentina, CompanhiaLacroze e Companhia Hispano-Argentina, que executaram os tra­balhos sem a menor interrupção. Assim a Capital Argentina passoua contar com um eficiente serviço de transporte de passageiros ecargas, dentro dos prazos previstos para o término das obras.

Em São Paulo a construcão das linhas subterrâneas está acargo da (ompanhia do Metropolitano de São Paulo, entidademista que depende de verbas federais, estaduais e municipais paraa continuação dos trabalhos.

Ai é que está o busilis. O prosseguimento das obras exigemrecursos da ordem de 4 bilhõcs de cruzciros, a serem liberados pelosGovernos federal e estadual, o que não está decidido claramenteaté agora. Sem esses recursos, a construção da Linha Leste-Oesteserá paralisada no próximo ano, pois o Prefeito da Capital, Sr.Olavo Setúbal, já disse que "não empresta mais um tostão".adiantando que somente reservou 480 milhões de cruzeiros para o"METRO" gastar na subvenção da primeira linha Norte-Sul, semcontar um bilhão de cruzeiros já destinados à amortização dosdébitos.

Diz ainda o Sr. Prefeito de São Paulo:"A obra transcede a capacidade do Municipio, e esse éum fato constatado em todo o mundo, principalmente emcidades como Londes. Paris e Cidade do México. São Pauloé possivelmente a única cidade do mundo que construiuuma linha de "METRô" com recursos próprios", acrescen­tando: "Até 1982, a Prefeitura terá que pagar 1,5 bilhãode cruzeiros, por ano, só em subsidios de operação do"METRO" e amortização dos empréstimos próprios e ava­Ii:õados, e isso o impede de assumir compromissos adicio­naIs".

Logo, se o Prefeito de São Paulo não receber recursos federaisc estaduais, a linha Leste-Oeste do "METRO" não poderá serconstruída e, dessa forma, o transporte de passageiro por ônibusou táxis continuará agravando o consumo de combustível. Segundo"alta fonte da Secretaria do Planejamento da Presidência daRepública", conforme foi noticiado pela imprensa, o Governo fe­deral não está disposto a interessar-se pelo assunto, afirmando:

"O "METRô" de São Paulo continuará sendo uma obrade responsabilidade exclusiva do Estado e Municipio, quedefinirão a filosofia dos transportes de massa a nivelloeal,enquanto a União concederá recursos à obra em carátersupiementar."

Todavia, parece que essa não é uma decisão definitiva doGoverno federal. Parece que a União deseja participar nas obrasdo "METRô", mas quer que o Governo' estadual e o Prefeito daCapital se definam claramente sobre a questão por isso que àUnião não interessa ser o principal acionista do "METRO"paulista.

Srs. Deputados, a responsabilidade pela construção do "METRO"do Rio de Janero, cidade que em população é menor que SãoPaulo, cabe ao Estado, se-ndo a Prefeitura mera executora dostrabalhos planejados. Em São Paulo, que é necessário "virar doavesso" para dar-lhe condições humanas, a Prefeitura já gastouimportâncias astronômicas, inclusive na construção do "METRO".Por isso, desta tribuIj.a, deixamos um apelo ao Sr. PresidenteErnesto Geisel, para que adote as providências que julgar opor­tunas, a fim de que as obras de prosseguimento do "METRO"não sofram solução de continuidade. São obras que, uma vez ter­terminadas, lá pelo ano de 1981. colocarão São Paulo em igualdadede condições de transporte urbano com Londres, Nova Iorque eParis.

São Paulo, que é o maior contribuinte do erário federal, bemmerecc que lhe sejam concedidos recursos para acabar com o caosexistente nos transportes urbanos de sua Capital.

Preocupado com o grave problema dos tranportes urbanos,nas regiões metropolitanas, o Governo federal fez por bem criara EBTU - Empresa Brasileira de Transportes Urbanos, com a fi­nalidade específica de solucionar tais problemas.

Inclusive o Governo federal destinou a essa Empresa, paraserem aplicados a fundos perdidos, recursos provenientes do Im­posto único sobre Combustível e da TRU - Taxa Rodoviáriaúnica.

Nestas condições, achamos que a Empresa Brasileira de Trans­portes Urbanos deve destinar recursos para auxiliar a construcãodo "METRô" paulista, pois que São Paulo apresenta os maiores emais complexos problemas de transporte de massa do Pais.

P",lo exposto eselarecemos que a conclusão, em 5 anos, dostrabalhos de construção do "METRO" permitirá uma economiasubstancial de combustíveis, além de permitír aos usuários do"METRô" mais conforto, segurança e rapidez na locomoção.

O SR. ALCIR PIMENTA (MDB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, passamos do pluri­partidarismo ao bipartidarismo, tendo MDB e ARENA a mesmaorigem, sem que representem, no entanto, todas as tendênciaspolíticas existentes entre nós, do que advêm as infidelidades par­tidárias.

Razões de ordem pessoal, às vezes; outras, naturais divergên­cias doutrinárias na agremiação primitiva marcaram a nova fi­liação partidária, já que, cm verdade, eram minimas as opções.Foi o mesmo que' oferecer laranja ou abacaxi a quem preferiaabacate.

Não expressando satisfatoriamente todas as correntes do pen­samento, os partido.s constituem aplOl1aS a forma legal para o exer­cicio da atividade político-partidária, não 11avendo, portanto, pal­pável definição ideológica na maioria das filiações, muitas dasquais têm suscitado polêmicas dentro e fora do Congresso Na­cionaL

Conquanto perdurem, nacional e internacionalmente, algunsfatores com que foi justificado o Movimento Revolucionário, pa­rece que este não deve continuar indefinidamente com todas ascaracteris tieas iniciais, e uma das primeiras medIdas a tomar se­ria a criação de novos partidos (pelo menos quatro), com a extin­ção dos atuais, agrupando-se em cada qual as forças politicas,segundo o programa de cada um.

O que não pode é continuar como está, o que se confirmapela presença, em cada um deles, de políticos anteriormente con­trários aos princípios que ora defendem, sem que tenham mu­dado a maneira de pensar.

Com quatro partidos, não seria difícil fazer todos os encaixes,pende-se "cada macaco no seu galho".

Sem abrir mão do que considera imprescindivel à preservaçãoda ordem pública, mas dando inequivoca demonstração de desal11­bição, poderia o Governo encontrar saida honrosa para o impasseinstitucional em que nos encontramos, tendo de fabricar uma leipara cada necessidade, como acontece, por exemplo, com o Có­digo Eleitoral, freqüentemente mudado a cada véspera de elei­ções.

Afora os casos mais comuns, não se sabe ao certo nem o quese pode, nem o que não se deve fazer.

Outro ponto a considerar é o calendário eleitoral. Já ficousobejamente provada e comprovada a impraticabílidade da nãocoincidência de mandatos. Como está, mal saimos de uma eleição,com todas as suas implicações políticas, financeiras c até de des­gaste fisico, temos de enfrentar imediatamente a seguinte, o queconstitui, além do mais, considerável perda de tempo, que deveriaser ele ininterrupta ação legislativa, mas que se volatiza na indis­pensável e árdua disputa do voto.

O SR. DIB CHEREM (ARENA - se. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, 81'S. Deputados, ontem, e hoje pela manhã visi­tou esta Casa do Congresso o Deputado da República do Líbano,Dl'. Luiz Abou Charaf, membro do Partido Falangista e ex-Mi­nistro do Petróleo e das Minas e Energia daquele pais da AsiaMenor. S. Ex.R aqui está em missão especial, para fornecer escla­recimentos à opInião pública da América Latina sobre as verda­deiras causas e conseqüências da crise libanesa, que, ao contráriodo que se informa, não tem origem numa luta religiosa entrecrist.ãos maronitas e mulçumanos. A raiz do problema reside naruptura do acordo celebrado, sob os auspícios do Governo do Egi­to, entre libaneses e palestinos, para que estes se estabelecessemao Sul da República do Líbano, em acampamentos especialmentepreparados. Os palestinos, porém, tentam formar outro Estadoemancipado e independente dentro do pais que os acolheu. Oilust.re visitante esteve na Comissão de Rclações Exteriores daCamara dos Deputados, onde participou de uma mesa-redonda,juntamente com o Presidente da Comissão, Deputado Hugo Na­poleão Filho, e os parlamentares Rogério Rego, Humberto Souto,Passos Porto, Gabriel Hermes, Nina Ribeiro, Jorge Arbage, AthiêJorge Coury, Siqueira Campos e o que ora fala. S. Ex.a. visitoutambém o Comitê de Imprensa desta Casa, onde manteve conta­to com os jornalistas credenciados no Congresso Nacional, o Li­der em exercicio da Aliança Renovadora Nacional, Deputado Jor­ge Vargas, e o Vice-Líder do Movimento Democrático Brasileiro,Deputado Israel Dias-Novaes. No Senado, prestou esclarecimentosàs Lideranças de ambos os partidos, por intermédio dos Senado­res Jarbas Passarinho e Gilvan Rocha. Hoje, pela manhã, antesde regressar ao Rio de Janeiro, onde continuará sua missão, oDeputado Luiz Abou Charaf encontrou-se com o Presidente daCâmara dos Deputados, Deputado Célio Borja. com o. qual dis­cutiu demoradamente as origens e conseqüências da crise liba­nesa, que tanto afeta a humanidade.

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Outubro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 6 100:!s.==========~=====~===~~~~

Sr. Presidente, Srs. Deput:;tdos, este é meu comentário de hoje.Na sessão de amanhã, no horário destinado á Ordem do Dia, emnome da Lidernnça da ARENA, pretendo analisar a fala do Em­baixador Azeredo da Silveira na Assembléia Extraordinária daOrganização das Nações Unidas. Discorre-remos então sobre aguerra civil libanesa, qne tem ceifado tantas e tantas vidas. ANação libanesa merece o apoio, o apreço e a solidariedade dosbrasile-iros, em virtude dos íntímos· laços que nos unem àqueleoutrora progressista país, hoje destroçad<1 por uma trágica e in­!justa guerra civil. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Dib Cherem, ° Sr. JúlioViveiros, S1lpZente de Secretário, deixa a cadeira da pre­sidência, que é ocupada pelo Sr. lIerbert Levy, 19-Vice­Presidente.

O SR. PRESIDENTE (lIerbert Levy) - Tem a palavra o Sr.Pedro Lucena.

O SR. PEDRO LUCENA (I.\IDB - RN. Sem revisM do orador.).- Sr. J;'residente, Srs. Deputados, sobre esta tribuna está a amos­tra da falta de higiene existente nos edifícios de Brasília, inelu­/iive nos apartamentos onde moramos.

Sr. Presidente, é geral em Brasília a quei:l{a quanto aos focosd.e mosquito, de muriçoca ou pernilongo, conforme queiram cha­má-lo. Noites se passam indormidas. Ninguém consegue conciliarII sono. Muitas vezes, necessitamos do aUldlio de sedativos paradormir, como aconteceu ontem conosco. A imprensa, vez por ou­tra, chama a atenção das autoridades.

Desta tribuna, já me pronunciei mostrando que os focos demosquito ocorrem onde não existe princípio algum de higiene,do ponto de vista médico. Não me refiro à limpeza.

A amostra que temos aqui, com algumas centenas de larvasde mosquitos e pernilongos, foi colhida em nosso bloco, ondeninguém conseguiu dormir na noite passada. Já chamei a atençãodas autoridades sobre o fato várias ve'les desta tribuna. Nenhu­ma providência foi tomada, como se nã.o acreditassem que umdepósito de água servida, suja, representasse um campo de mul­tiplicações desses insetos. Falei várias vezes sobre o assunto. Osjornais publicaram. Mostrei os focos existentell em várias partesde Brasília. Mesmo aqui, no nosso plenário, encontro mosquitos~lsvoaçando sobre a cabeça dos Srs. Parlamentares. Nas igrejas,no teatra, no.s cinemas, em todos os cantos de Brasília há focosd.e mosquitos.

Já se disse que Brasília, a Capital da República, seria a capi­tal do turismo. Mas, Sr. Presidente, Brasília, hoje, é a capital dopernilongo. Não se pode compreender como, na Capital da Re­pública, com todos os serviços federais em funcionamento, aindase permita a proliferação de focos de mosquitos. Os depósitos deágua servida não dispõem de tampa. CO!!-lpletamente expostos aotempo, contribuem para que esses insetos se multipliquem. Re­cordo-me de qlle, há 40 anos, numa cidade do interior do Nor­deste, meu pai foi multado, naquele tempo, pelo Serviço Rock­iEeller, depois transformado no DNERu e no CEM. Esse serviçoobrigou meu pai a lacrar completamente um depósito de águapotável. Aqlli, em Brasília, se permite água suja ficar expostadurante meses, como acontece nos próprios blocos em qlle resi­dem os Srs. Parlamentares. Há, Sr. Presidente, focos de mosqlli­to em toda a parte. Na Universidade, parecia um vulcão ou umenxame de abelha. Vejam V. Ex.... que, em apenas 150 centime­lIras cúbicos de água, há milhares de larvas desses insetos. Ima­ginem se eu tivesse colhido toda'a água depositada naquele reci­piente. Sabemos que, ao jogar a lata para colher essa pequenaamostra, as larvas se afastam com medo. Se pudéssemos concen­IGrar, estaríamos, aqui, com milhões ou milhares de larvas del:nosquito, muriçoca ou pernilongo.

Por isso, Sr. Presidente, chamo a atenção do Sr. Diretor doDepartamento de Saúde e do Sr. Ministro da Saúde. Sabemos quea inexistência de. um combate sistemático a esses focos propiciaI) surgimento de várias doenças como a malária, o impaludismo.:Portanto, não é cabível que em Brasília aCOITa tal fato.

Quero, mais uma vez, documentadamente, chamar a atençãodo Sr. Ministro da Saúde e do Sr. Diretor do Departamento 'deSaúde de Brasília para esse deseaso. Na noite passada, em nossaquadra, ninguém conseguiu dormir, repito. Gostaria que a amos­tra fosse levada ao responsável pelo setor da Saúde do Distríto:Wederal, a fim de que alguém tomasse as providências necessá­Irias e para que a voz de um parlamentar nordestino não ficaBseapenas nessas paredes. (PalJ:nas.)

O SR. ANTôNIO BRESOLIN (MDB _ RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em campanha politicaque realizei no Rio Grande do Sul, observei que, em muitos Mllni­cípios, os nossos ilustres adversários poiiticos da ARENA afirmamque, se os Prefeitos do MDB forem eleit,os não contarão com oI••poio do Governo do Estado nem do Governo Federal.

Sou amigo, há longos anos, do eminente Governador SinvaliGuazzelli. Fui seu colega na Assembléia Legislativa do Estado e

também, aqui, na Câmara dos Deputados. Tal afirmativa não temprocedência. E conhecendo a cepa do ilustre Presidente da Repú­blica, estou seguro de que tal fato jamais aContecerá.

Sr. Presidente, é necessário que nossos ilustres adversàriospolíticos não se esqueçam de que os futuros Prefeitos do RioGrande do Sul governarão os Municípios sob a administração (iaARENA apenas por dois anos. A não ocorrência de uma mudaw,ana qo~tituição, dá-nos conta de que os úItlmos dois anos seráoadmlTIlstrados por homens das fileiras do MDB. Os 450 mil votClSde diferença verificados nas últimas eleições não admitem dlí­vidas.

Por outro lado, coma se pode falar da lnterferêneía do Sr,Presidente da República em um Municipio que tanto contribuicom impostos, alegando-se que o retorno das realizações gover­namentais são insignificantes? Observa-se que o Governo Federalnão dispõe de recursos. A prova é que o DNER deve uma somaespantosa. Trata-se de um órgão falido. O próprio Sr. Ministrodos Tra.u.sportes, homem honesto, em entrevista dada à imprensa,afirmou que reduzirá as ativídades em todas as obras públicasde sua administraçãn. O DER do Rio Grande do Sul 6 um outroórgão completamente falido. Basta que se aLente para o que deve,As estradas estão em péssimas condições e nem são recuperadas.As que deveriam ser construídas se encontram retardadas. Quemduvidar que passe pelas estradas entre Ijuí e Três Passos, Sarandie Palmeiras das Missões, Palmeira das MÍBSôes e Santa Rosa, San­ta Rosa e Tuparintins e Santa Rosa e Porto Lucena.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, ao fazer esse registro, ruãocritico ninguém. Apenas alerto o povo. Nós, do MDB, não fazemoscampanha nessa base. Eu, pelo menos, ttlnho o maior respeitopelo Sr. Presidente da República pelo Sr. Governador do Estado,pelos meus ilustres colegas da Câmara e pelos adversários polii.i­cos em geral. Não minto. Nunca menti na minha vida. Mas souobrigado a fazer essa declaração, a bem da verdade.

O SR. NOSSER AL1l'IEIDA (ARENA - A.C. Prolluncia o seguin­te discUl"SO.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a memória do povojá está habituada a consagrar os vultos notáveis que. pela suaevidente grandeza, -levantaram o arcabouço da história.

Quero 11Omenagear, neste dia, a figura inolvidável do Dr.Flaviano Flávio Baptista, porque hoje, se estivesse vivo, iria atin­gir a marea de cem anos de idade.

F.ste vàrão do Acre, nascido a 5 de outubro de 1876, deixa atrásde si llm percurso de peregrino, missão reservada apenas aos V!l.­lores humanos capazes de transpor o port,a'l do tempo.

Professor, advogado, magistrado, humani.sta e um espíritocintilante, que transmitia torrentes de bondade, Flaviano FlávioBaptista nasceu em Teresina, Capital do Estado do Piaui, for­mando-se pela tradicional e egrégia Faculdade de DireIto liaRecite.

El'a filho de Tomaz José Baptista e de D. Jovina Nunes Baptis­ta, a quem tanto dignificou e tornou felizes pela dedicação que";desde cedo, demonstrara aos estudos, sendo de destacar-se as suasvirtudes cristãs.

Foi o sócio número um e o instalador da Ordem dos Advoga­dos do Brasil, Seção do Acre, tendo sido Presidente desta entidade.

Sócio fundador do Instituto Histórico e Geográfico, deu-lheenorme impulso, o que já se constituia lima tônica em todos osempreendimentos que inspirou e dirigiu.

Membro da Academia Acreana de Letras, da qual fora Prel;i­dente, evidenciando-se a sua condição de fundador, distinguiu-sepelo brilho da sua inteligência e do seu poder de criação literáriia.

Durante mais de 20 anos, presidiu o Conselho Penitenciál'iodo Acre, desde a fundação dessa instituição, e no posto permane­ceu até o seu falecimento, ocorrido a 1.0 de junho de 1955.

O moderno bandeirante do extremo oeste amazônico fundou,no Acre, o primeiro Ginásio e Escola Normal de Rio Branco, hojeColégio Acreano e Escola Normal Lourenço Filho.

Fundou e presidiu o Banco do Acre, dando-lhe uma forma decasa crediticia dinâmica e sempre ajustada ao realismo das épocas.

Criou a Sociedade dos Funcionários Públicos do ex-TerritórioFederal do Aére, presidindo-lhe os destinos e sendo seu sóc:i()remido.

Exerceu o cargo de Secretário-Geral do Governo por trêsvezes. Desempenhou o posto de Chefe de Policia do antigo Terl'i­tório. Dirigiu o Departamento de Administração do Estado. DeSitl­cumbiu-se do cargo de Diretor do Departamento de Educação, deDiretor do Departamento de Imprensa do Estado, de Diretordo Departamento de Estatistica. Intendente Municipal da Capitaldo Território do Acre (Rio Branco), dUl'ante 12 anos, em ritmoininterrupto, Consultor Juridico do Estado, onde sua presençafez-se lembrada pela posição que desfrutara em favor do Estado,sempre benquisto em todos os âmbitos que o assunto envolvia,

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10ll2~ Qllllrta-feira' DJAltIO 00 CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro ie 1m

Exerceu também ~ cargo de Procurador Seccional da Repú­bUcano Acre foi Prefeito Municipal de Anajãs, além de Juiztle Direito, em' Belém do Pará, desempenhando depois a funçãode Secretário-Geral da Executi'va Regional do ex-PSD nú Acre.

Professor de português e matemática, no Ginásio Acreano eEscola Normal, durante muitos anos, deixou brilhante exemplosde dedicação e cultura.

MaÇún, Grau 33, Venerável da. respeitável Loja Maçônica de:Rio Branco, a sua condição de obreJro da Arte Real mUlto honrouesta Instituição universal.

Deixou 11 filhos, mulheres, todas ainda viva:'!, e u~ filho,homem, já falecido, trinta e cinco netos e um ImpresslOnantenlilllero de bisnetos.

A sua viúva, D. alivia de Souza Baptista, faleceu recentemen­te no Rio de Janeiro.

Possuiu 2 genros, que exerceram o cargo de GOvernador doex-Território Federal do Acre: o Coronel Manoel Menezes e o Sr.Jorge Felix Lavocat, que tàmbém desempenhou o mandato deDeputado Federal no periodo entre 1967 e 1970, sendo atu,,:lme;n~eSuplente do Senador José Guiomard Santos, membro do DlretonoRegional da ARENA, no Acre.

Ao descrever a paisagem histórica de um verdadeiro missio­nário da vida pública, cumpro, da tribuna desta Casa do COngres;­50, o mdeclinável dever de vir prestar o preito de hOmen!lgem amemória de um grande cidadã.o acreano, cuja dignidade, honra,brio, talento, cultura, humanismo, formam um. conjun~ de q~a­lidades marcantes que fazem deste Varão o slmOOlo Impereclvelde uma terra. e de um povo.

O SR. AI,EXANDRE MACHADO (ARENA - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Deputado PedroLucena abordou, nesta tribuna, assunto que reputo muito sério egrave. É inadmissível que em Brasília, zona seca, raza, existamfocos de culex, ou seja, de mosquitos, que perturbam até o sonodos habitantes da cidade. S. Ex." falou em relaxamento. Eu diriaincúria e incapacidade do Sr. Secretário da Saúde. O único consoloé. que tais insetos devem andar também pela mansão do Sr. Mi­nistro da Saúde.

Os Deputados do MDB e os da ARENA do Rio Grande do Sulsabem que morar em Porto Alegre era, até há poucos anos, l'I;adaagradável. A cidade era atormentada por focos de mosqUItos,devido ao Guaíba. Pois, gra.;as à a.;ão do nosso Secretário daSaúde, Sr. Jair Soares, que reputo o melhor Secretário da Saúdedo Brasil. esses focos foram totalmente eliminados. Hoje, emPorto Alegre qualquer pessoa dorme tranqüilamente, coisa impos­sivel há cinco ou seis anos.

Em Brasília, sede do Ministério da Saúde, é inacreditável quenãi) se tomem providências para sanar esse problema. É deplorávelque as autoridades responsáveis não tenham capacidade nemmf.smo para lançar uma campanha de combate ao eulex. Na ver­dade, em plena Capital da República não há política preventivapor parte da Saúde. Sc uma pessoa subnutrida tentar curar umagripe no Hospital Distrital, morrerá com pneumonia dupla, quan­do a população de Porto Alegre, a esta altura, já está protegida,quase totalmente, pela vacinação preventiva.

Vim mal acostumado para Brasília. Nos postos de saúde domeu Estado há de todas as boas vacinas existentes no mundo,desde a vacina contra a rubéola até a vacina contra a meningitemeningogócica. Há, efetivamente, uma política preventiva impe­cável. Quanto aos mosquitos, nem se fala. É inacreditável que aqui,onde residem o Sr. Presidente da República e todos os Srs. Minis­trllS, haja tal incúria por parte dos ó~gãos encarregados da Saúde.

O Deputado Pedro Lucena merece todo o nosso aplauso. Masque não se fique apenas no combate ao mosquito, que se adote avacinação preventiva em toda a população de Brasília. Não sepode admitir que na Capital da República surtos epidêmicos serepitam dia a dia, hora a hora, com mortes, inclusive. (Palmas.)

O SR. SIQUEIRA CAMPOS (ARENA - GO. Pronuncia o sc­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, antes de abor­dar o tema da minha intervenção, quero expressar meus aplausosà soberba atuação do Chanceler Al".eredo da Silveira, ora nos EUA,em defesa dos interesses nacionais. A participação de Azeredo daSilveira na XXXI Assembléia-Geral das Nações Unidas e a formacorajosa, inteligente e patriótica como se comporta nos encontroscom Henry Kissinger e outros altos funcionários do Governo nor­te-americano, a exemplo da condução da política exterior brasi­leira, especialmente quanto à Africa, Asia e, agora, à Europa, com­provam cabalmente que temos à frente do Itamarati um estadistaà altura de Rio Branco e na dimensão deste grandioso País.

A Europa e os Estados Unidos reconhecem que nossa presençana OTAN é imprescindível, face à nossa importância.

Não sei se a nossa participação é um bem ou um mal, masessa imprescindibilidade é notável vitória da política externa do

Presidente Ernesto Geisel, flue tem como seu principal executoro estadista Azeredo da Silveira.

Com entusiasmo, expresso aqui os meus aplausos ao grandeMinistro das Relações Exteriores do Brasil e à notável equipe dediplomatas e funcionários do Itamaraty.

Ao assumirem o Governo, o General Geisel e o Ministro Aze­redo da Silveira encontraram um Brasil "potência emergente".Hoje. ao atingirmos apenas a metade do mandato do grande Pre­sidente, já divisamos nitidamente um Brasil "potêncla influente".

Sr. Presidente, um outro assunto que me traz à tribuna é aliberação de créditos para a agricultura de Goiãs. -

Os meios agrícolas de Goiás estão alarmados diante da possi­bilidade de um colapso iminente, se medidas urgentes não' foremadotadas pelos setores governamentais a quem o problema está.afeto.

gxatamente na hora em que os preparativos para a próximasafra entram em ritmo intensivo e ordenado, surge a informaçãode que está imposta uma limitação de créditos para esse importantesetor de nossa economia. Por absurdo que pareça, é isso que estáacontecendo e foi por essa razão que o Presidente da Federaçãoda Agricultura de Goiás, Sr. Rui Brasil Cavalcanti Júnior, pelaimprensa goiana, pediu providências urgentes.

A situação é tão alarmante que o Presidente da FAEG não ti­tubeou em dizer que, mesmo que os créditos necessários sejamliberados dentro de 90 dias, já não se pode mais remediar ummal que é fruto direto dessa política incompreensivel: a reduçãodas áreas de plantio.

Ninguém ignora, nobres colegas, que quase toda a economia deGoiâs é calcada na atividade primária e que, portanto, nós, goia­nos, dependemos, antes de mais nada e, depois de tudo, de nossaagricultura. Podia-se esperar, portanto, que tudo de ruim acon­tecesse à nossa agricultura a partir dos fatores imponderáveis danatureza: seca prolongada, chuvas em excesso, furacões, terremo­tos, etc. O que não se podia esperar, entretanto, era que as auto­ridades responsáveis pela política de crédito agricola tomassemuma decisão dessas. Não obstante, a medida foi tomada e está.havendo limitação de créditos para a nossa agricultura. E Goiás éum Estado essencialmente agricola!

E o interessante, Sr. Presidente, é que isso ocorre justamentequando todas as portas estão abertas para uma superprodução deprodutos agricola.~, com todas as possibilidades de colocação ex­traordinária de praticamente qualquer quantidade do que puder­mos dispor: baixa produção de cereais na União Soviética; me­lhoria de nossas relações comerciais com outros paí,ses do LesteEuropeu; ampliação de nossos mercados com o mundo árabe;seca prolongada tanto na Europa como na Grã-Bretanha; ne­gociações do lRGA visando a colocar, em maior escala, arroz irri­gado brasileiro no exterior, alargando assim as possibilidades parao arroz goiano.

A menos que não entenda mais nada, acredito que a incidên­cia quase simultânea deses fat.ores cria uma (".()njuntura favorávela maiores investimentos na agricultura e não a restrição ou limi­tação de créditos!

Quando se toma conhecimento de que mesmo os Bancos par­ticulares estão praticamente impossibilitados de operar com lar­gueza nesse setor, especialmente para a agricultura, passa-se apensar que o assunto é bem mais grave do que se supõe à primeiravista.

O Presidente da FAEG, interpretando a perplexidade das clas­ses produtoras da agricultura de Goiás, manteve contatos, na se­mana passada, em companhia do Presídente da Confederação Na­cional da Agricultura, Senador Flávio de Brito, oom altas auto­ridades governamentais, tais como o Ministro da Fazenda, o Mi­nistro da Agricultura, o Diretor da Carteira de Crédito Rural eIndustrial do Banco Central do Brasil, técnicos do IPEA - Insti­tuto de Planejamento Econômico e Social da Secretaria de Plane­jamento da Presidência da República e o Diretor da 4.... Regiãodo Banco do Brasil. A todas elas, o líder da agricultura goianaexpressou a confusão reinante no seio dos produtores agrícolasde nosso Estado, que não entendem, por mais que se esforcem,a razão de ser da política de restrição dos organismos oficiais,com reflexos, inclusive, na linha de conduta até dos Bancos par­ticulares que se vêem obrigados a manter seus negócios dentrodos limites estreitos de expansão ditados pelo Conselho MonetárioNacional.

Qualquer pessoa que lida com a agricultura sabe que, no inícioda safra, o fator crédIto é de importância capital. As autoridadesque citei e algumas outras, não têm direito de ignorar esse por­menor. Elas devem saber que o crédito agrícola, que é tão benéficoe benfazejo no período pré-safra, já não o é no período pós-safra.E quando o produtor agricola sente que não vai poder contar comos recursos necessários para desenvolver sua atividade normal­mente como planejara, ele começa a improvisar em vários níveis,

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aumentando desnecessariamente o custo de sua produção, arris­cando-se, concomitantemente, a ter uma produtividade bem menor,pelo uso desaconselhável de insumos de baixa qualidade. Feitas ascolheitas, os preços necessariamente têm de ser ma.iores, o quegerará, no minimo, maiores índices de inflação. As autoridadesnão têm o direito de ignorar esses pormenores. Não obstante, estãolimitando o crédito para a agricultura !~oiana. .

O pior disso tudo, nobres colegaS, é que outros setores de nossaeconomia - e isso acontece não só no Brasil, mas em quase todosos paises subdesenvolvidos ou em ViM de desenvolvimento ­conseguem sensibilizar muito maIs os órgãos governamentais, con­seguindo sempre maiores incentivos fiscais, mais crédito, maisprazo, etc., etc. Como se tudo não dependesse diretamente daterra!

Seria <:le se admitir que uma imposiç1io tal recaisse sobre Esta­dos que nao dependem tanto da agricultura e onde os limites deSuaS naturais fronteiras agricolas já tenham sido atingidos, comopor exemplo São Paulo ou quem sabe mesmo o Rio Grande doSul, ou o Paraná. Mas para Goiás, uma política assim é inteira­mente inaceitável. Mesmo que já tivesse sido inventado um outroestimulo para a atividade agrícola superior ao crédito subsidiado,uma tal política, nas circunstâncias atuuis, em que várias regiõesd.o mundo estão chorando por produtos agrícolas que, devido asItuações de emergência, não estão podendo produzir e precisamde importar mais, a ado(:âo de qualquer restrição de crédito paraum Estado que depende quase que exclusivamente da agriculturaé, no período que antecede imediatamente o inicio das safras,quase que um suicidio.

Se prevalecer essa orientação, Sr. presidente, está desmentidaoficialmente li tão arquitetada campanha do "plante que o Gover­no garante!" Se prevalecer a tendência, sempre repetida, há temo­res de que a agricultura, de um modo geral, e a de Goiás, de modoparticular, venha a ser atingida com mais rigor do que os outrossetores, nesse processo, que se anuncia, de uma próxima desace­leração na aplicação de investimentos em vários setores da vidanacional.

Antes que isso aconteça, queremos hipotecar inteira solidarie­dade ao Presidente da FAEG, Sr. Rui Brasil Cavalcante Júnior, eà classe que lidera com tanto descortino. E, desta tribuna, pedimosao GDverno que mude completamente sua orientação nesse setor,reformulando sua política de crédito agrícola.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. JERôNIMO SANTANA (MDB -= RO. Sem reVlsao do

orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em Rondônia, como senão bastassem os elevados impostos municipais, as contas de luzdas Centrais Elétricas vêm sendo acrescidas de 10%, a titulo decobrança de taxa de iluminação pública. Ora, o contribulnte já estásobrecarregado de tributos e ainda é obrigado a arcar com esseônus.

Os usuários, portanto, não agüentam mais, eis que as contasde luz, que não são aferidas com o medidor, mas lançadas pordedução, com base no número de lâmpadas existentes em casa,apresentam preços exorbitantes, sendo igualmente exorbitantes as!;arifas de água e os impostos municipais.

Além do mais, com o custo de vida onerado pelo transporte decarga, em face das longas distâncias entre as cidades e o principalcentro forn~cedor de manufaturas, que é São Paulo, a populaçãose torna cada vez mais carente de meios, sem ter a quem recorrer.Recentemente, os Prefeitos de Rondônia, tendo tomado conheci­mento de que os impostos municipais haviam aumentado em até1.000%, resolveram, apenas em virtude da proximidade das elei­~ões, solicitar à Câmara de Vereadores um abatimento de cercade 50%.

O fato, porém, é que, além de não ter como enfrentar asconstantes e astronômicas elevações do custo de vida, a popula~ão

l1ão tem condições de suportar tal carga tributária por parte daPrefeitura. No caso, por exemplo, das contas de luz, que, comodissemos, estão sendo acrescidas de 10%, a titulo de pagamento dej,axa de Iluminação pública, acresce informar que muitas ruas nãotêm sequer instalação elétrica. Deste modo, parte da populaçãoestá pagando por algo que não está utilizando.

Ê mais um assalto ao povo, que, certamente, Sr. Presidente,saberá responder a toda essa exploração nas eleições de novembro.

O SR. JúLIO VIVEIROS (MDB - PA. Sem revisão do orador.),- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Jom!ü O Liberal, do meu Es­tado, de 30 de setembro, ocupa-se do angustiante problema dasSecretárias, que querem sua profissão le!~alizada. '

Todos sabemos da eficiência da Secretária do Sr. PresidenteIda República, das Secretárias dos Srs. Ministros, das Secretáriasdos Juizes, dos executivos, das direções bancárias, enfim, de todoO campo administrativo e de orientação pública.

Essa plêiade de jovens se reuniu em Salvador - p.recisamente520 profissionais - para lutar pela legalização da sua profissão.Nada mais justo e humano, portanto, que o Sr. Ministro Ney Bra-

ga, através do Governo, envie ao Congresso projeto de lei re,gu­lamentando a profissão das Secretárias. Não se pode compreenderque, cO.m a evolução e o crescimento do III undo dos negócios, este­jam essas auxiliares relegadas a segundo> plano, não só em tra­tamento, como também em remuneração.

No Pará, Maria Auxiliadora Magalhães, Secretária do Pre­sidente do BASA, expôs a nova mentalidade hoje implantada emcursos de secretariado. A Secretária Selma também afirmou serimportante a não vulgarização da profissão, pedindo que toda" seempenhassem ao máximo nesse sentido. É uma luta que se deflagraem todo o território nacional essa das secrtárias. Temos ainda opensamento de Lucilia Cora de Souza, Secretária do E:ngenheiro~Agrônomo Antônio Itayguara dos Santos" que também mostra anecessidade de ser criado um curso superior, para que, enfim, sejareconhecida a atuação dessas profissionai:>. -

Aqui fica, portanto, o nosso apelo em prol das Secretárias.Vamos apresentar a esta Casa projeto de lei sobre o assunto, comvistas à valorização da função da Secretária, pelo trabalho meri­tório que exerce.

O SR. jl:LOY LENZI (MDB - RS. Sem revisão do orador.) ­Sr. Presidente, Srs. Deputados, a cada dla que passa os jornaistrazem notícias sombrias sobre o que deverá ser o nosso Balanço dePagamentos este ano. Há pouco, técnicos estimavam que o nossodéficit deveria ser da ordem de 3 bilhões de dôlares. Entretanto,os jornais de hoje trazem inforIllaçÕeS de técnicos do próprioMinistério da Fazenda, de que tal déficit deverá ser da ordem de3,8 bilhões de dólares. Por outro Iádo, as importações estão estima­das .em 12,5 bilhões de dólares, exatamente na mesma extensão eprofundidade do ano passado, ao passo que as exportações sãoestimadas em 8,7 bilhões de dólares, apenas 100 milhões de dólaresa mais que o ano passado.

Nosso déficit em conta corrente é estimado em 7,5 bilhões, jáque o déficit na conta de servicos é calculado em 4 bilhões. Por­tanto, a previsão deficitária para este ano, será superior à do Imopassado.

O motivo pelo qual me refiro a estes dados é que todas Mprovidências tomadas pelo Governo federal no sentido de reduziras importações e aumentar as exportações não produziram tle­nhum efeito. Então, indaga-se: por que as providências governa­mentais não surtiram efeito positivo? Aqui está a questão a serdiscutida. Segundo os técnicos, isso decorre do fato de o modeloeconômico brasileiro ser incompatível com as providências adota­das pelo Governo para reduzir as importações e aumentar asexportações.

Então, chegamos à conclusão - tese que o MDB vem sust,m­tando da tribuna desta Casa e do Senado Ei'ederal, há muitos anos- de que o modelo econômico adotado pelo Governo Revolucioná­rio está inteiramente errado, pois anula toda e qualquer provI­dência por ele já tomada ou a ser tomada no fut,uro, no sentidode equilibrar o balanço de pagamentos, além de influenciar pode­rosamente no aumento da taxa de inflação.

Era o que tinha a dizer.O SR. PEDRO LAURO (MDB - PRo Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, instituido pelo Decreton.o 63.234, de 12 de setembro de 1968, comemora-se hoje em todoo Brasil o "Dia da Ave".

Creio que andaram bem as autoridade~, que tiveram a idéia detão feliz iniciativa, a saber, o Ex-Presidente Costa e Silva e seuMinistro da Educação, Tarso Dutra.

Determina o decreto criado, em seu art. 2.°, que as comemora­ções desse dia deveríam sal' efetuadas especialmente nas escolasde primeiro e de segundo graus, e é isso o que dve estar aconte­cendo na maioria dessas escolas em todo o território nacional.

É necessário realmente, 81'S. Deputados, apurar, cada vez mlüS,em nossas crianças, adolescentes e jovens o amor e o respeito pe­las aves, pelo muito que elas representam para a vida não só doBrasil, mas de qualquer outro país.

Ninguém ignora a utilidade que as aves representam. porexemplo, para o lavrador no campo, no combate sistemátiCO' enatural a uma série de pragas que, de outra forma, tornariam a.vida do lavrador bastante mais complicada; assim, as aves aju­dam, em muito, a manter o equilíbrio ecológico.

Ninguém ignora tàmbém que, mesmo quando desprovidas deuma de suas prerrogatiVas naturais - a liberdade com que foramcriadas - e enclausuradas e domesticadas, muitas aves continUl\msendo úteis na decoração do ambiente familiar e no encantamentode seus cantos puros e melodiosos, que deleitam sobremaneira.Mesmo qUándo ab-atidas, mostram sua utilidade oferecendo pllu­mas para saciar a vaidade natural e necessária das mulheres;carne para mll.tar a fome do ser humll.no; ossos para mil e um8,utilidades na diversificação industrial.

Se vivem em liberdade, são úteis; se são enclausUl'adas, s,ãoúteis; se morrem, ainda são úteis. Salve, pois, o "Dia da Ave".

Era o que eu tinha para dizer.

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10026 Quarta-feira' DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 197.

O SR. AURÉLIO CAMPOS <MDB - SP. Pronuncia o seguintediscurso.) - 81". Presidente, 8rs. Deputados, discordo da apregoadaapocalipse iminente da Assembléia Legislativa rio Estado de 8ãoPaulo e muito menos da cassacão dos mandatos dos integrantesda sua Mesa Diretora, enfaticámente reclamados desta tribunapor Deputados do meu partido, num estranho posicionamentotendente a promover a instituição de um AI-5 para uso interno noMDB. A insistência com que reclamam expulsões e cassações faz­me duvidar das convlccões democráticas desses Deputados, poisprocuram transplantal' para o nosso partido as técnicas intimida­tórias dos Estados de força dominados por elites minoritárias.

A inconteste existência de irregularidades administrativas dasquais se aproveitaram funcionários dos mais diversos escalõeshicrárquicos, dcsde modestos motoristas, falsificando papeletas derequisição de gasolina, até funcionários graduados, adjudicando-sehoras extras não cumpridas, resultaram inquestionavelmente dacomplexidade administrativa das nossas Casas políticas, que nemsempre podem preservar a aparência de uma existência vivida deacordo com as prescrições das reclamadas virtudes públicas.

Aqui mesmo, na Camara dos Deputados, tivemos o escândalodos selos, com a implicação de funcionários quc abusaram dosDeputados a que serviam. Ninguém veio a esta tribuna para cla­mar pela cassação de mandatos, pois de imediato cresceu a certezade que as irregularidades seriam inflexivelmente apuradas e pu­nidos exemplarmente os responsáveis, como de resto aconteceu,sem que em nenhum momento se firmassem com descabidas des­confianças a honorabilidade e a incorruptibilidade dos ilustresDeputados que integram a Mesa Diretora desta Casa.

Admite até que os fatos divulgados em São Paulo devam serdebitados ao despreparo para a vida pÚblica de uma bancadapredominantemente renovada e que paga um alto preço pelo seunoviciado. Mas recuso-me a aceitar, como o fizeram alguns, naprecipitação de um julgamento inadequado, a condenação de com­panheiros por crimes de que não são autores. Nunca é demaisrelembrar que a bancada do MDB na Assembléia Legislativa deSão Paulo é largamente majoritária e que, ao invés de se acomo­dar em termos de arranjos regimentais, se inclinou unanimemen­te, e com o aval da Mesa Diretoria, pela meticulosa apuração detodas as denúncias e a divulgação mais completa dos resultadosda sindicância. O problema, corroborando o entendimento da dire­ção nacional e da direção regional do nosso partido, deve perma­necer adstrito ao âmbito da própria Assembléia de São paulo,deixando-se aos seus parlamentares o dever de julgar a extensãodas irregularidades e determinar as medidas legais e administra­tivas que forem reclamadas, sem dar margem a infundadas eIrracionais desconfianças. E tanto mais avulta a importância danossa solidariedade aos companheiros de São Paulo quando é sa­bido que não só o Governador Paulo Egydio Martins, como a pró­pria bancada minoritária da ARENA, transformados em ferozesmistagogos, empenham-se na criação de uma eventual destrubi­lidade do sólido apoio que o MDB recebeu e continuará recebendocios eleitores paulistas.

O honrado Deputado Hélvio Nunes da Silva, representante daARENA na Mesa Diretora, depois de ter declarado enfaticamenteque só morto renunciaria ao seu cargo, graças a Deus vivo e bemvivo, ainda fechado a .~ete chaves no gabinete governamental doPalácio dos Bandeirant.es, de lá remeteu o seu inesperado pedidode licença, servindo à evidente manobra de pressão, não só paraagravar o desgaste da bancada emedebista, como para colocá-la areboque da minoritária representação governista. Cumpre-nosresponder a esta manobra com o peso do bom senso que nos temassistido como homem da Oposição, nesta quadra difícil e incertada vida política brasileira. O desafio com que nós, os emedebistas,agora nos defrontamos, deve contribuir para que se renovem asbarreiras interpessoais erguidas na nossa representação estadual,que sairá certamente engrandecida do episódio com o acerto dasemendas, reformulações e aperfeiçoamentos da máquina adminis­trativa do parlamento paulista, num processo autocorretivo quetomou com independência, coragem e determinação.

O Sn. ARGILANO DARIO <MDB - ES. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, 81'S. Deputados, há pouco mais de quatro mesesrealizou-se em Vitória e em Vila Velha plebiscito para decidirsobre a fusão dos dois Municípios. Contra essa medida, que reti­raria a autonomia de Vila Velha, levantou-se a Oposição.

O povo, entretanto, em sua alta sabedoria, decidiu contraria­mente à fusão, em maio último. Agora, o Sr. Governador do Es­tado e seus assessores, insatisfeitos eom a decisão popular, estãotentando a intervenção em Vila Velha junto às autoridades supe­riores, conforme afirmou S. Ex." no Sindicato dos Bancários, o querepresentará, sem dúvida nenhuma, um verdadeiro desastre paraas novas lideranças políticas daquele Municipio do meu Estado.

Venho à tribuna trazer o fato ao conhecimento da Casa e daNação e formular um apelo ao Presidente dá República, para queanule a pretensão do Governador do Espirito Sant{).

Era o que tinha a dizer.

O SR. DARCÍLIO AIRES (ARENA - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, o Municipio de Paulode Frontin, no Estado do Rio de Janeiro, comemorou ontem a datada sua emancipação, com festiviçlades programadas pela Prefeit,uraMunicipal e pelos membros do Poder Legislativo daquela comu­nidade.

Estudantes, empresários e os trabalhadores de Paulo de Fron­tin se irmanaram em cerimônias várias, com o Justificado orgu­lho próprio daquela gente ordeira e politizada, fazendo com quea significativa data fosse com todo civismo comemorada.

Registro tão importante efeméride da tribuna desta Casa, par­que laços estreitos de convicção me ligam aos homens públicosde Paulo de Frontin, e também, Sr. Presidente, porque, convidadoa participar das solenidades, infelizmente não me foi j:X)ssivel estarpresente, como era do meu desejo. Fatores admmistrativos, ligadosao Municipio de Nova Iguaçu, onde resido e tenho graves respon­sabilidades na condução do processo político, me impediram departilhar, como era do meu desejo e a isso havia-me comprome­tido, das festividades programadas pelas autoridades públicas.

O Municipio de Paulo de Frontin, um dos mais novos do an­tigo Estado do Rio de Janeiro, por seu clima admirável e suasituação geográfica privilegiada, há de se tornar, dentro em breve,­um dos mais importantes centros de turismo do Estado do Riode Janeiro.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ADHEMAR SANTILLO <MDB - GO. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Sr. JamelCeeílio tem declarado que deixará a Prefeitura de Anápolis apósas eleições de 15 de novembro, caso seu Partido, a ARENA, nãoeleja maioria da Câmara Municipal daquele Municipio. Alega oPrefeito nomeado que uma derrota da ARENA representaria umvoto de desconfiança do povo anapolino à sua administração.

Esta aparente vocação democrática externada pelo Sr. JamelCecília visa apenas a acobertar os reais motivos de sua demissão,no final do corrente ano. Hoje, a Prefeitura anapolina deve maisde 200 milhóes de cl'Uzeiros. Essa quantia pode ser consideradaastronômica em relação ao que devia quando José Batista Jr. teveo seu mandato cassado e o Municipio transformado em área desegurança nacional, quando não passava de 6 milhões de cruzeiros.

Essa dívida, que importará no pagamento de juros e correçãomonetária elevadissimos, começará a ser paga a partir do próximoano. Estando o Município com sua cota de :rCM e Fundos deParticipação comprometidos com as entidades financeiras parao saldo dos empréstimos contraidos, a situação financeira da Pre­feitura de Anápolis será caótica e de verdadeira insolvência.

Este é o motivo real da demissão já anunciada pelo PrefeitoanapoJino. AnápOlis esgotou a sua capacidade de endividamentoe as dividas terâo que ser pagas a partir de janeiro.

O Sr. Jamel Cecilio aceitou sua nomeação, mesmo depois dederrotado nas urnas pelo povo anapolino por mais de 12 mil votos,quando se candidatou a suplente de Senador na chapa encabeçadapelo Sr. Manoel dos Reis. Em assim sendo, essa vocação demo­crática que pretende exibir agora, ele não a demonstrou quandode sua nomeação. Mesmo derrotado assumiu o cargo. Quem nãorespeitou a vontade popular quando de sua investidura, não pre­cisa consultar o j:X)vo para deixar o cargo.

Sabe o Sr. Jamel Cecilia, como sabem os arenistas de Aná­polis que a vitória do MDB naquela cidade é fato indiscutível. Oprópi'io Governador Irapuan Costa Jr., em ent!evistas con.ce.'!i­das à imprensa do Estado e de fora dele, tem reIterado a opllllaode que a ARENA será derrotada mais uma vez em Anápolis. APrefeitura de Anápolis realiza semanalmente pesquisa de opiniãopública para aferir a situação política eleitoral da ARENA e atéhoje não conseguiu, por mais parciais que sejam os resultados,indícios de uma j:X)ssivel melhora do Partido junto ao eleitorado,em relação aos pleitos anteriores, onde o MDB foi expressivamentemajoritário.

Que o Prefeito anapolino abandone o cargo e deixe os encargosà população é um fato de fácil entendimento, próprio daqueles quechegam ao poder através de nomeação, sem compromisso com opovo e sem responsabilidade no equilíbrio orçamentário entre areceita e a despesa. A divida deixada pelo Sr. Jamel Cecílio serápaga pelo povo, avalista de seus empréstimos desnecessários evultosos, através de taxas e impostos que serão majorados a partirdo próximo ano, sacrificando ainda mais a honrada e digna genteanapolina. É o mal que ataca todos os que não se submetem aoveredicto popular para chegar ao poder. Buscam recursos finan­ceiros externos, aplicam maio dinheiro, transformam as Prefei­turas e os Estados em cabides de emprego e ante uma maior difi­culdade inventam um pretexto qualquer para abandonar o barcoe fugir às responsabilidades.

A exoneração do Sr. Jamel Cecilio será em função das dívidaspor ele e outros Prefeitos nomeados contraidas e nunca pela der­rota que o Partido sofrerá nas eleições municipais em Anápolis.

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Outabl'O de 1976 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira li 10027

Com esta, todos os arenistas já se habituarám. O próprio Jamelsentiu o peso da torça emedcbista de .Anápolis quando, em 1974,Se candidatou a Suplente de Senador.

O que não se pode é querer enganar o povo alegando umasuposta vocação democrática, quando com ela /:e quer esconder afraqueza e a incapacidade administrativas.

Era o que tinha a dizer.O SR. IIILDÉRICO DE OLIVEmA (MDB -- BA. :Pronuncia /)

seguínte diseul·so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, recentementefizemos, desta tribuna, um pronunciamento referente às ativida­des fllantróplcas da .AP.AE - Allsociação de Proteção e Amparo aoExcepcional em nosso País. Disséramos, naquela oportunidade, danecessidade premente de um melhor amparo ao excepcional. Fa­láramos, por extensão, da necessidade de o Governo voltar seusolhos para o número alarmante de doentes mentais no Brasil.

É deveras assustador o indice de doentes mentais no País. Talíndice, todavia, náo alettou o Governo, até o momento, para aneccs:!idade inadiável de estudar a maneíra de combater tão pro­gressivo e avassalador aumento.

Devemos dizer, preliminarmente, que, no Brasil, a maior partedos doentes mentais não. tem, efetivamente, assistência. A cons­tataçíio do que dizemos é fácil. pois eles vivem tais quais bestashumanas. Daí dizer-se que a falta de assistência aos doentes men­tais em nosso Pais é tão gritante que, se as normas de proteçãoaos animais fosse aplicada a esses pacientes, ser-lhes-ia umacontribuição deveras valiosa, ajudando muito a resguardá-los e,quiçá, curá-los convenientemente. Esse ponto de vista foi, aliás,esposado por um psiquiatra pernambucano, Dl'. Geraldo M. Fer­nandes, em tom de denúncia,

Por outro lado, os abusos, os maus tratos, a indeferença, odesamor com que são tratados os doentes mentais, merecem, nãopoucas vezes, a interveniência da Justiça em alguns hospitaispsiquiátricos. Em tal acontecendo, muito menos sofrerão essas in­fcli7.es criaturas. Carecem, pois, conseqüentemente. nossos pobresdoentes mentais, de uma fiscalização no modo como são tratados,e também na maneira como são atendidos. Dar-lhes bons tratos,diga-se, já é uma obrigação precipuamente cristã.

1'elo tato de não sermos médico e, muito menos, especialistano assunto que estamos enfocando. não dispomos da possibilidadede nos aprofundarmos nele. Todavia. do ponto de vista estatistIco,verificamos, contristados, que, enquanto o índice de internamentopsiquiátrico diminui em todos os quadrantes do globo, no Brasil,ao revés, tal índice é, em verdade. avassalador.

Sabemos que, no atual ritmo de vida, se um hospital. nãoapresentar determinada faixa de crescimento E:m relação a pacien­tes e sem internamento, entrará fatidicamente em declínio. Daiinferirmos existir uma necessidade de, nas clínicas, o doente men­tal ser apreciado, encarado mais comercialmente do que do pontode vista humano. Triste e comovedora realidade!

'Em decorrência do que afirmamos, interessa às clinicas in­ternar os pacientes e, não raro, provocar seu internamento. É deestarrecerl

,segundo denúncias do Dl'. Geraldo Magalhães, em Recife, aprovocação do internamento dos pacientes pode ser feita atravésde I'êceitas de medicamentos que criam uma dependência e umvicio nos pacientes. Tais medicamentos, diz o denunciante, podemser o Mandrix e o Mequalon, proibidos nos Estados Unidos maslargamente usados no Brasil. Aliás, o, uso de medicamentos con­denados em outros países e usados entre nós não se constituiem nenhuma novidade ...

Sr. Presidente, devido à gravidad~ de tão triste situação emque se encontram os doentes mentais brasileiros, proporemos, embreve. nesta Casa, a instauração de uma Comissáo Parlamentarde,lnquérito, a tim de que as causas do indice tão progressivo dedoentes mentais no Brasil sejam friamente analisadas, inclusive,do ponto de vista econômico. É nossa obrigl.ção. Aliás, mais queisso, é um desiderato a que não se pode furtar o homem de bomsenw e que não enxerga em seu semelhante senão um homem talqual ele o é, embora sabedor dos problemas psíquicos, às vezesinsolúveis. de que ele é portador.

Tal é nosso ponto de vista, nossa opiniâ.o.

O SR. CARDOSO DE ALMEIDA (ARENA - 8P. Sem revlsaoilo Ol'Mor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o crédito agrícolaeoloeado à disposição dos produtores rurais pelos Governos daItevoluçáo, principalmente pelo Governo elo Presidente Geisel,apoiando a ação dcsenvolvimentista do Ministro da Agricultura,Aljlsson Paulinelli, colocou nossa agricultura entre as mais pro­gressistas do mundo. O crescímento da produção de soja, milhoe cana-de-açúcar foi surpreendente. O aproveitamento dos cer­rados de Goiás, Triângulo Mineiro e sul de Mato Grosso é em­preendimento notável da ação governamental. O binômio soja­trigo, do Rio Grande do Sul e do Paraná, enche as tulhas parati mercado interno e os navios encarregados da exportaçáo.

No momento em que tudo lsso acontece, agTicultores margi­nais, uma minoria que não tem acompanhado eS8e patriótico mo­vimento de aproveitamento do crédito agrícola para o plantio,tem-se aproveitado de falhas desse sistema, que oferece finan­ciamento a longo pra;w e a juros módicos, para operações ilícitas.

O jornal "O Estado de S. Paulo", em editoll'ial de hoje, de­monstra o que vem acontecendo em alguns setores. apontandoII ação negativa de uma minoria de agricultores que estão deixan­do mal a classe, da qual merecem repúdio tota.I.

Na próxima reunião da Comissão de Agrieultura, pretendotratar do assunto, ocasião em que solicitarei uma medida daqueleórgão técnico, baseado no editorial do "O Estado de S. Paulo",que sempre vem em defesa. das boas causas.

O SR, IIueo NAPOLEAO (ARENA - PI. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, desejo apenas registrar lidescoberta, em São Raimundo Nonato, no sul do Estado do piauí,de fósseis de mais de dois mil anos e de inscriçi5es rupr.estes com

'mais de um quilômetro de extensão.A Universidade de São Paulo, através da Fundação Paulista,

em convênio com o Governo do Estado do Piauí. vem ali reali­zando estudos arqueológicos e antropológicos da maior importân··eia para a história do homem e da humanidad,e.

Era o que tinha a dizer.O SR. NUNES ROCIIA (ARENA - MT. Pronuncia /) seguinte

díscul'so.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, quaJOdo o Governo daRevolução procurou dar ênfase à ocupação do território, pelopreenchimento dos vazios econômicos e demogl'áficos, estava le­vando principalmente à Amazônia e ao Estado de Mato Grossonovas esperanças, muito mais amplas e seguras do que aquelassemeadas, há mais de três decênios, sucessivamente, pela expe­dição Roncador-Xingu, pela Fundação Brasil Central e pelaSPVEA.

Seria injusto subestimar. num relance de olhos sobre o pas­sado, o esforço dos Presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubits­chek. nesse sentido; mas a justiça manda que reafirmemos. nestatribuna, que, a partir de 1965, a tarefa da cOllquista de nossasfronteiras interiores e ocidentais foí racionalmente planejada e,por isso mesmo, vem sendo mais eficientement.e executada pelosquatro Governos da Revolução, graças, sobretuclo. à vitoriosa dou­trina da interdependência entre a segurança e o desenvolvimen­to nacionais.

Enquanto a extinta SUPR.A, na sua ação demagógiea, nadaobt.ivera, senão lançar a desconfiança e o desânimo no setor agro­pecuário; o INIC não conseguira, ao menos. uma oofrivel orga­nillaçáo administrativa; e o IDRA apenas fundamentara uma ra­zoável estrutura burocrática, o surgimento do INCRA represen­tou, para os esperançosos sertanejos do Brasil Central, ao ladoda SUDECO, a segurança de novos rumos tanto na soluçáo doproblema fundiário, como, principalmente. no fortalecimento dainfra-estrutura econômica da região. com tantos recursos de soloe subsolo, a exigir mobilização dinâmica, finalmente iniciada comencorajador proveito.

Todo esse quadro, agora apresentado em traços sucintos ebreves pinceladas, justifica o interesse das emrentes migratóriasinternas, no sentido do cerrado mato-grossense, das planuras dosudoeste vocaeionadas para o criatário e até mesmo da parte se­tentrional do Estado, na fí:lUbria da mata amH7.ônica, a desafiar­nos para a silvicultura e o reflorestamento racional. em obediên­cia aos salutares mandamentos da Ecologia.

Mas é preciso, Sr. Presidente, que as autoridades federaiscompetentes respondam, com outras medidas de estimulo. aos que,voluntariamente, com os seus próprios recursos. se vêm dedican­do à tarefa de ocupação de tão promissora regi~o do País.

Ora, náo há maior estímulo para o lavrador e o pecuaristado que o titulo de propriedade da terra que trabalha e faz pro­duzir.

Daí por que nos sentimos encorajados a endereçar ao Presi­dente do INCR.A, um lúcido sertanejo maranhense, veemente ejusto apelo no sentido de que sejam tomadas providências quan­to à discriminação da árca e expedição de títulos de propdedadeaos posseiros da gleba de Ariranha, no Município de Alto Ara­guaia, no Estado de Mato Grosso.

Trata-se de uma gleba de promissora vocação agropecuária,com cerca de duzentos e quarenta mil hectares, onde estão radi­cadas centenas de -famílias, algumas há mais de vinte anos eque vêm sendo, ultimamente, ameaçadas pelo apetite de grandesempresas, detentoras, não se sabe por que processos, de títulostão diseutíveis quanto duvidosos.

A medida que vimos. com a mais justificada confiança, im­petrar junto ao lNCf/..A exige imediato atendimento por parte dasautoridades federais, tanto porque livrará de crescente inquieta­ção aqueles posseiros de terras dominiais, como porque, devolven­do-lhes a confiança, contribuirá para o crE'Scente aumento daprodutividade, não apenas em benefício de Mato Grosso, mas dodesenvolvimento e íntegração nacionais.

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10028 Quarta-feira I DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Outubro de 19'76

O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ. Pronuncia fi seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, se o G-overno voltaras suas vistas para o mercado interno e estimular o c()nsu~idor,dt1ndo-Ihe segurança na compra, melhores preços e garantJa ~osprodutos teremos avançado o suficiente para superarmos a criseinterna 'sem dependermos muito das divisas adquiridas com aexportação.

Infelizmente o que de melhor produzimos é des~inado. ao ~x­terior. como se o consumidor interno fosse de qualJdade mferlOrou merecesse tratamento menos digno.

O café que consumimos, cujo preço é indiscutivelmente ele­vado. é de qualidade inferior ao qualificado como "tipo exporta­ção".

Assim os tecidos e calcados e todos os demais produtos, ma­nufaturados ou não. sempre que, destinados ao exterior, são dequalidade melhor restando ao consumidor interno o lliOr pro­duto, o que não serve para ser enviado ao estrangeiro.

Esta é uma forma de se agredir o mercado interno e de se­desencorajar o consumidor na aquisição de bens de consumo ouduráveis, pois estes nem sempre duram tanto e os consumíveis,na maioria das vezes. se tornam, dada a péssima qualidade, in­consumíveis.

O consumidor brasileiro precisa ser melhor atendido pelasautoridades, perdidas num emaranhado de órgãos, espalhados porvários MinJstérios. invadindo uns a área de atuação dos outros,todos realizando :'um meio trabalho", sobretudo quando se sabeque o elemento humano disponivel para essas tarefas é insufi­ciente ou despl'eparado.

Por outro lado, Sr. Presidente, sabemos que o consumidorbrasileiro ainda não está suficientemente organizado llara rom­per as barreiras da exploração a que é submetido a todo instante,notadamente pela desorganização no sistema de preços, ondesempre é ele, o consumidor. o grande prejudicado.

É verdade que, até agora, as autoridades do Pais, por umerro de ótJca. sempre estiveram ao lado dos grandes empresários,dos produtores. e, ainda hOJe, há quem pense ser essa a melhorpolitica econômico-financeira, sendo-se sempre contra os peque­nos, desde que os grandes sejam favorecidos.

Sinceramcnte, Sr. Presidente, entendo que já é tempo de serdado ao consumidor o seu lugar de destaque na polítíca econô­mico-financeira do Pais. pois tudo provém dele e Rem ele o Paísjamais irá para frente, como todos nós desejamos.

Esta a razão de reclamarmos melhor atenção para o consu­midor e para o mercado interno, dando-lhes o lugar que preci­sam ocupar, tanto nas transacões comerciais, no barateamentodo custo das mercadorias, quan'to na garantia dos seus produtos.

Era o que tinha a dizer.O SR. ISRAEL DIAS-NOVAES (l\IDB - SP. Pronuncia o se.

guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs, Deputados. assunto can­derli;e nos nossos dias é o do suborno, por parte das multinacionais.de personalJdades de paises pelos quais elas se interessam, e quevisam a facilitar o seu al'anco, Por forca de denúncias formuladasno Congresso norte-americaÍlO, na eoníissão para isso constituida,entraram em crise numerosas nações, como o ,Japão, a Itália, a.França. a Holanda. Na maioria. figurava como corruptora de auto­ridades a empresa de construção aeronáutica Loekheed. Ao alinharos paises ondc esta empresa atuava, sempre dentro dos seus mé­todos, pela pr1meira vez fez-se alusão ao Brasil. que figuraria numfamigerado caderno preto. em página própria e com os dizeres emcódigo. Nesse pot1to, silenciou o noticiário. Não se ficou sabendoa quem se refei'ia a expressão "Girassol", destinada provavelmentea esconder o ini&rmediário das transações da voracíssima empresano nosso meio,

Essa alusão, vaga e misteriosa, não conseguiu abalar a con­fiança por todos mantida na impecável honradez da administraçãonacional Embora na vizinhança pipocassem denúncias, como naArgentina. na Colômbia, no Chile, na Venezuela, pareciamos imu­nes a esse tipo de desmoralização, Por essa razão, cumpre-nosalertar o Governo para extensa matéria estampada no Jornal daTarde, de São Paulo, edição de ontem, dia 4 de outubro, pág. 11.sob o titulo: "A Ericsson não suborna. Paga comissões". O registrojornalístico, devido a I!'lorência varas, correspondente do vesperti­no em Estocolmo, parece completo. pois ouve, no mesmo passo,dirigentes da empresa sueca e o colunista econômico do Expressen,autor das revelacões. Contestando com firmeza que recorrcsse aosuborno para impor SetlS produtos, afiança o vice.presidente dagrande multlnaeional nórdica que as comissões, legalmente p'agas,são frequentemente depositadas, a pedido dos favorecidos, em ban­cos suíços.

Quanto ao colunista do Expressen, Age Rambsy, após lembrarque a L. M. Ericsson tem a sua maior subsidiária no Brasil - 12mll empregados; 300 milhõcs de dólares de faturamento - diz,no seu artigo:

"A L. M. Ericsson recebeu ajuda do Banco Central da Sué­cia e efetuQu pagamentos no valor de 45 milhões de 00-

roas, como subornos. O Banco Central da Suécia desem­penha um papel importante como intermediário no paga­mento de subornos a que se vêem obrigadas as companhiassuecas que têm negócios internacionais."

Segundo ele, a prática é generalizada e abrange mesmo perso­nalidades de países comunistas. Recebem esses pagamentos o nomebancário de "pedidos de giro". A maioria deles, destinada a contasbancárias na Suiça, passa pelo "The First National City Bank", deNova Iorque. Mais de 200 "pedidos de giro" foram localizados noBanco Centl'al da Suécia, entre 1970/72. Do total de 44,5 milhõesde coroas a "diversas pessoas" de "vários paises" e depositados na.Suíça, destinaram-se, ainda na infonnação sueca: pare. Argen­tina, Chile e Brasil, 22,5 milhões; Colômbia, 4,5 milhões; México,3,5 milhões etc, Entre os casos de pedido de giro, sem especificaro pais, cita a publicação o de "um influente membro do governoque elaborou uma lei que proporcionaria 11 Ericsson lucros de maisde 20 milhões de coroas daqui a alguns anos. Diz o jornal que tantoa direção da Ericsson, como a de outras empresas suecas, nãoconcordam com a, prática do suborno, mas a isso se vêem obriga­das para assegurar o mercado de trabalho a seus funcionários",

A matéria do Expressen foi objeto de explicações do Vice­Presidente Nilo Tengberg, para quem "os pagamentos não sâo nadaexcepcionais; constituem uma recompensa por trabalhos realizadosou por atribuições exercidas em diferentes cargos, durante largosperíodos de tempo".

Estamos firmemente convictos, Sr. Presidente e Srs. Deputados,de que a alta administração brasileira, ciosa dos seus principiase empenhada em poupar o nosso Pais à onda de lama que descesobre tantos outros, a esta alt.ura já deve ter diligenciado no sen­tido de uma averiguação. A matéria está lá, irrecusávei, no difun­dido Jornal da Tarde, de São Paulo. Centenas de milhares de bra­sileiros a leram, e aguardam as informações dela decorrentes, paradesanuviamento geral.

O 8R. BENEDITO CANELLA8 (ARENA - MT. Pronuncia o Ile­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, sirvo-me datribuna desta Casa para fazer um apelo ao Exm.c Sr. Ministro daAgricultura, Alysson Pautineili, para que determine providência.&junto 11 CIBRAZEM no sentido da instalação, no Município mato­grossense de Tangará da Serra, de um arma7.ém de grande porte,destinado a estocar cereais, em especial o arroz, atualmente comsuperprodução, acarretando sérias dificuldades para o seu arma­zenamento .

Esse apelo tem por finalidade principal evitar que os produ­tores de Tangará da Serra sofram prej uizos ainda maiores do queos que já sofreram, por falta de um local apropriado para a csto­cagem de suas colheitas.

Além disso, Sr. Presidente, 31'S. Deputados, só para dar-lhesuma idéía da situação, o Governo Federal adquiriu, até o mo­mento, através de 20 agências do Banco do Brasil S/A. em meuEstado, cerca de três milhões e meio de sacas de arroz da atualsafra, corroborando nossa afirmativa da superprodução por quepassa Mato Grosso.

Tangará da Serra, jovem Município formado quase exclusi- I

vamente por agricultores e pecuaristas, tem, através elo tempo,comprovado sua ativa participação na economia mato-grossense,gracas aos elevados indices de produção com que tem evidenciadoo desenvolvimento da região, de solo rico e fértil, onde o climaameno propicia a formação de excelentes pastos para os rebanhosde corte e de leite, sem contar com a agricultura altamente dina­mizada, com técnicas agrico1as atualizadas e dentro das normas emétodos mais avançados.

Em sua maioria a comunidade de Tangará da Serra, comoaliás as de quase todos os Municípios do meu, Esta,do. é fOJ:madapor brasileiros das mais diversas origens, que la se flxaram, a pro­cura de um pedaço de terra onde pudessem trabalhar, plantar ecolher, visando primeiramente à própria sobrevivência para, de­pois, conseguir alguma economia para o futuro.

E assim se deu, Sr. Presidente, Srs, Deputados. Tangará cres­ceu desenvolveu-se e progrediu, contrariando todas as expectati­vas: Suas lavouras expandiram-se, a criação de gado passou a terum desenvolvimento quase paralelo ao da agricultura, despertandoentre os investidorcs atenção para sua região, incrementando seumeio social e econômico.

E Tangará continua a crescer, Sr. pre_siden~e, Srs. Deputad,?s.Os dados econômicos que as arrecadaçoes tem mostrado naomentem.

Diante desse quadro, sua emancipação po!iti,ca tornou-s~ :~e­vitável. E Tangará passou a ser um dos maJ~ Jovens Mun~crpJOs

de meu Estado, como prêmio a um esforço conjunto, de braSlleJroscorajosos e cheios de fé, de esperança e denodo, alargando os.horizontes de meu Estado, fornecendo divIsas à sua economia,promovendo o bem-estar social de sua gente, promovend.o o pro­gresso reavivando o amor à terra, elevando cada vez ma.lS o con­ceito de Mat.o Grosso e do Brasil díante das nações desenvolvi­das e economicamente estabilizadas.

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O!&tllbll'G de 19'161 DlARIO DO OONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Quarta-feira li 1...

Por ser Tangará da Berra um exemplo de progresso e de tra­balho, na qualidade de representante de Mato Grosso nesta Casa,fo mula esse apelo por enténder ser jmta essa reivindicação, poisquando nosso Pais e quase todas as nações do mundQ passam porstl'ias crises econômicas, conseqüência dos elevados preços do pe­tróleo, quando as estatísticas mostram o elevado número de pes­soas carentes de alimentação, não podemos admitir, Sr. Presidente,51'S. Deputados, que, por falta de um local adequado para arma­:aeuar cereais, tenhamos de perder, além de divisas para a econo­mia nacional, gêneros indispensáveis à alimentação do nosso povo.

Na certeza de que S. Ex.2 o Sr. Ministro Alysson Paulinelliatenderá ao nosso apelo, como aliás I;lempl'e [;em atendido meuE;stado, no que se l'efere à sua Pasta, deixo minha fé inquebran­tável no futuro sócio-econômico de Tangará e de Mato Grosso,com ~I convicção plena do pl'ogresso, da paz social e do desen- 'volvimento do Pais.

Era o que tinha a dizer.

O SR. A.. H. CUNHA BUENO (ARENA - SP. Pronuncia o se­guint«: discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no mesmo diaem que deu entrevista à imprensa paulistana comentando os even­tos da REvolu.<;ão de 31 de março de 1964 e os que se lhe seguiram.e. no mesmo Jornal e !la mesma entrevista, o flr. Lincoln Gordon,diplomata norte-amencano que representava seu pais em Brasílianaquele dia histórico, declarou a respeito de Sli.o Paulo:

"São Pauio é uma Nação de primeíro mundo dentro deuma Nação de terceiro mundo."

A declaração ousada e pouco política, por isso bastante con­'f:el;tada e muito discutida, reflete, todavia, a importância crescenteque o Estado de São Paulo representa para a vida nacional, ím­portância essa reconhecida até no e:cterior. Ê por isso, Sr. Presi­dente, que não cama, de modo algum, estranheza o fato de ter

"aparecido recentemente em São Paulo um "Manual de DefesaCivil", de que tive a honra de receber um exemplar, enviado justa­mente por seu criador, o Cel PM Moacyr Teixeira da Silva Braga,Chefe da Casa Mll1tar do Governador Paulo Egydio Martins e Coor­denador Estadual de Defesa Civil.

Na introdução de seu importante trabalho, Srs. Deputados,diz o CeI. Braga:

"O Brasil gastou em calamidades públicas, entre 1877 e1879, quando pereceram cerca de 200 mil pessoa.~, mais doque em toda a Guerra do Paragua,i. A despeito de experiên­cias como essa oeorrida há cem "anos, nosso Pala não temuma tradição de trabalhos voltados para situações calami­tosas. A própria legislação sobre o assunto, ou a existênciade organIsmos destinados especificamente ao atendlmentode calamidades, constituem coisa-relativamente recente.'"

Só isso j li justificaria o aparecimento desse importante tra­balho, que nasce sob a égide Oficial do Governo paulista. Seu planode trabalho obedece a uma orientação lógica e bastante didática.Inicialmente, foi estudado o embasamento legal, com a transcri­ção pura e simples de toda a legislação já existente sobre o assun­to, tanto na área federal como na estadual.

A seguir, descreve-se o Sistema Estadual de Defesa Civll, divi­dido ,em três partes:

1. Doutrina, identMícada na abertura por um mapa estiliza-do do Estado de São Paulo;

2. Organização, identificada por um he:&ágono em p;reto; eS. Funcionamento, parte essa identificada por um triângulo.ll:ssas três partes simbólicas - maIJjil., hexágono e triângulo -

eompõem o símbolo da CEDEC - Coordenadoria Estadual de De­fesa Civil. Rá significado especial para cada uma dessas três figu­ras, largamente utilizadas no decorrer das 250 páglnas do primeirotomo desse importante e útil manual, que já impõe a publicaçãourgente do segundo tomo.

Não vou descrever aqui, Srs. Deputados, pormenorizadamente,o que é essa obra de real valor, que abre caminho e pícada numasSUllto até aqui praticamente virgem entre nós. Quero, apenas,me eongratular com o Governador de São Paulo pela feliz inicia­tiva da Chefia de sua Casa Militar, congratulando-me, em espe­eial, com o Coordenador Estadual de Defesa Civil em nosso Estadopela publicação tão oportuna. Oxalá o exemplo germine e dê fru­tos, para orientação geral dos brasileiros, parn a ação oportuna ecompetente, na hora das calamidades públicas.

Era o que tinha para dizer.V - O SR. PRESIDENTE (Herben Levy) - Passa-se ao

Grande Expediente.':Irem a palavra o Sr. João Gilberto.O SR. JOAO GILBERTO (MDB - RS. Pronuncia o seguinte

ifulcllll'So.) ~ Sr. Presidente, Sra. Deputados, voltaram ao debatepolítico e à veiculação 'pelos meios de informação as fórmulasdignas das estórias medievais de bruxaria, em bmca de saida paraproblemas politicos ou institucionais do Pais.

Na verdade, todo esse esforço de crlatividade destoreida le'Va­nos a algumas questõe:l básicas flue continuam sem verdadeirarespost2. e que são a chave da conjuntura atual.

De uma das muitas alternativas mágicas que, circulam por ai,extraimos uma interessante constatação.

Tese: impedir.lJ MDB de chegar 2. maioria ne. Senado em 1978.Fórmula Um: tornar os governadores candidatos naturais ao

Senado.Problema Um: perderiam a eleição.Fórmula Dois: elegê-los de forma indireta através das As­

sembléias.Problema Dois: o MDB tem maioria em cineo As.~embléias.

Fórmula Três: a nomeação do Governador seria ratificadaapcna.s por um terço da Assembléia..

Eureka! Eureka! O problema está resolvido, chega-se à reali­zação da tese. Concede-se uma entrevista e comemora-se a genia­lidade criadora. E dá-se por acréscimo o Senado vitalício aos ex­Presidentes.

Esta fórmula não é diferente de outras que por vezes são lan­çadas: prorrogação do mandato presidencial, prorrogação dosmandatos de governadores e parlamentares, transformação doCongresso em constituinte apenas para superar o empecilho dosdois terços normalmente necessários para reformas constitucionaisparciais.

Na verdade toda esta alquimia, todo esse esforço de ginásticamental para tantas fórmulas, tem poucas chaves e se limita a umplano imediato. Não se gasta tanto fosfatp na busca de definiçõespermanentes, na busca dos caminhos definitivos, para o verdadeiroaperfeiçoamento das instituições. ,

Já em outra oportunidade trouxemos o tema à tribuna destaCasa e hoje o repetimos. A quelltáo-chave é simples: até quepercentual o Poder Central, o "sistema" estabeleódo no país acei­ta a participação dos Partidos politicos no Governo e no Podcr?E em aceitando esta participação, pode haver a alternância dosPartidos? ,

A indefinição de regras, que são de um ~:entido diante daopinião pública e de outro nos laboratórios onde se montamfórmulas institucionais, é que leva à crise politico-institucional,à tensão permanente e à instabilidade das próprias soluçÔes.

O que um nobre Senador aconselhou em relação à situaçãoeconômica deve ser aplicado também à conjuntura política: éJ?recÍSD que se dê explicações em termos sinceroB para o povo.

Esta definição em termos claros é que daria a possibilidadede cada um concluir a posição a tomar diante dos fatos; sem oposicionamento claro do núcleo central de poder, $eram-se con­fusões "e· surpresas desagradáveis.

Até 1964 as intervenções militares na vida política 'brasileiraeram de caráter cirúrgico, com o papel de Poder,Moderador exe~­

cido pelas Forças Armadas em momentos de criHe aguda. A partIrdo Movimento de 1964, correntes militares que desejavam umaatuação mais pennanente passaram a exercer a liderança e esta­mos há doze anos com um Governo de forte participação militar.

Todavia, evitaram os condutores do processo, em suas dife­rentes fases, a orientação para a anulaçào de todas as demaisinstituições e a imposição da ditadura clara, como aconteceu emalguns outros países. Preferiram, mantendo embora o forte PoderCentral, a alternativa de fónnulas que permitllisem o !unciona~mento condicionado de outras instituições e, variando em cadafase, uma certa dose de liberdade politica.

No entanto, ao contrário da experiência de Portug&l e dealguns outros paises, aqui não se formou perante a comunidadenacional um organismo responsável pela participação militar noPoder, porta-voz de suas idéias e de seus programas. Tal\'ez paraevitar que houvesse, em termos públicos, um debate de linhasdiferentes, idéias diversas num determinado momento.

Por isto, as regras do verdadeiro jogo nunca foram oficiaJi­zadW'l perante a opinião pública.

Por exemplo, ao cidadão comum não é dado conhecer como é:feita a escolha do candidato presidenciável no período ,l.ré-con­venção do Partido governante" Qualquer brasHeiro terá certezaapenas de que o candidato nessa fase pré-convenção está sendoescolhido entre militares e tem sido sempre um militar. Mas ocidadão comum não sabe qual o processo de seleção, a quem sãofeitas as consultas, de que camadas são ouvidas as opiniões.

Não existem definições para () futuro e lJ,uaIquer s01'Jl;:ão oufórmula pode ter uma vida útil de poucos dias.

.Se vivemos num processo de forte participação militar - eos governantes têm sempre reiterado a continuidade deste pro­cesso chamado de revolucionário - é preciso t,ermos uma defini­ção clara, por e:ltemplo, do papel que o pensamento mais aceitoentre os militares lhes esteja reservando para o futuro.

Assim os Partidos políticos saberiam se devem ou não partici­par do processo político e, se o fizerem, até que estágio seráconsiderada normal a sua participação.

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10030 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1916

portugal teve recentemente uma solução do tipo "compro­misso nacional" entre militares e poiíticos. Reservou determinadaárea de poder às Forç3."l Armadas, e outra faixa a um gabmetecivil saído da facção partidária vitorioosa no 'pleito. Não citam~s

Portugal como paradigma; apenas para refenr que naquele Pal8as regras tornaram-se claras num determinado momento e osPartidos aceitaram jogar dentro dessas regras.

Não desejamos, nem é oportuno, comentar se essa experiência,com os contornos que lá adquiriu, serve ou não para o Brasil.Nem nos interessa a cópia de modelos.

O que nos preocupa é que em nosso País a indefinição dasregras em termos públicos, causa muitos danos à possibilidadede cada um de formar o seu juizo em relação à situação.

Não servem a nada essas formulações para alterar o jogocom algumas aparências de legalidade. Agora, por exemplo, todaa criatividade de alguns cérebros está voltada para mágicas com­posições que, em verdade, apenas se destinariam a evitar que oMDB tivesse maioria do Senado em 1978.

Ora, impõe-se uma definição clara, cristalina, sincera, dianteda opinião públlca sobre qual o papel que pretende o núcleocentral de poder se] a desempenhado pelos Partidos em relação àsua participação no próprio poder e sua assunção ao GOverno.

Impõe:se a definição, também clara, cristalina e sincera dian­te da opinião pública sobre se o núcleo central de poder no Paisaceita que eleitoralmente a atual maioria seja transformada pelopovo em minoria, e a hoje minoria venha a ser amanhã a maioria,em termos de Congresso Nacional.

As demais fórmulas, saidas, escapadas, soluções transitóriasou projetos do tipo "Alvorada", são paliativos destinados a tentarburlar a opinião pública, confundi-la, "ser não sendo e não sersendo"!

Sáo dispensãveis. Apenas causam danos a médio e longo pra­zos, embora possam dar certa sensação de problema resolvido acurto prazo.

O Sr. Jorge Uequed - Deputado João Gilberto, V. Ex." traça,com a ciareza de sempre, o quadro político nacional e o das preo­cupações da população brasileira sobre como será o amanhã.V. Ex,", na análise que faz, detém-se num ponto vulnerável: dequem emana o poder? Se emanasse do povo, corno consta na CartaMagna, este poderia decidir, através do processo eleitoral, a trans­formação da minona em maioria. Se não emana do povo e quemo detém é o sistema, é necessário que o sistema implantado apartir de 1964 fale abertamente á Oposição, dizendo-lhe qual asua participação. A Oposição não tem participação marginal: tempartICipação nos estreitos caminhos da lei, tem compromissos coma lei, bem claros e bem declarados. Esses homens que fazem opo­sição, que têm compromissos com a democracia, podem ou nãoser Governo? Podem ou não podem ser maioria'? Podem ounão podem ter maiona numa das Casas, nesse sistema, bicameral?Esta questão tem que ser exposta em termos nacionais: se a Opo­sição é um grupo vetado. considerado menos brasileiro do queoutro, a ela deve ser dito, porque essas fórmulas, por mais imagi­nosas e capa7.es que sejam, nào conseguem vendar os olhos dagente brasileira. São fórmulas para manter no poder os que neleestão. Se é preciso mudar alguma coisa para que tudo fique cornoestá, é indispensável que se introduza a modificação de modo apermitir que aqueles que estão no poder, lá permaneçam. A oposi­ção tem compromissos claros. É disto que o Governo tem de terconsciência: é preciso falar com lealdade com a Oposição,

O SR. JOAO GILBERTO - Nobre Deputado Jorge Uequed,V. Ex." fere o problema com brilhantismo e com muita fidelidade.Exatamente ai, sob o prisma enfocado por V. Ex.", é que se en­contra a distorçào fundamental: para que joguemos dentro dasregras, é preciso que elas sejam púbhcas. V. Ex." fala com muitapropriedade a esse respeito.

Prossigo, Sr. Presidente.Se há incentivo ao fortalecimento dos Partidos, para que eles

ganhem bases autênticas enraizadas na população, a verdade éde que na medida em que as agremiações assumirem essa novadimensão, mais fortes e mais autênticas, não poderão suportar ainstabilidade conjuntural ou a indefinição do papel de cada umadelas e de ambas em eon.junto, na instituição politica nacional.

Foi fácil, ontem, toda uma série de medidas excepcionais coma concordância ou pelo menos a aceitação passiva das greis par­tidárias, porque essas não tinham ainda a consistência necessáriae eram oriundas da própria excepcionalidade vigente. Mas, namedida em que, incentivadas inc1l.l.'live pelos responsáveis peloPoder, adquirem elas bases mais autênticas e populares, torna-seimpossível a sua coexistência com a anormalidade, com a inse­gurança em relação às regras do jogo.

O Sr. Viana Neto - Nobre Deputado João Gilberto V. EX,atece considerações sobre a política nacional, tornando como pontode partida o denominado "Projeto Alvorada". permita-me, nestabreve intervenção, deixar bcm claro que, conquanto o nome debatismo, "Alvorada", possa sugerir qualquer ilação no sentidode que ele receberia, direta ou indireta ou indiretamente, o be-

neplácito das áreas oficiais e governamentais, a fórmula engen­drada por um nobre representante desta Casa e ilustre membrodo meu Partido não tem qualquer respaldo oficial. Não está nacogitação dos membros do Governo adotar a fórmula alvitradapelo nobl'e Deputado Henrique Córdova. De outro lado, desejodeclarar a V. Ex.a - e, no caso, mais do que declarar, lembrar ­que não vai longe, o Presidente da República, em viagem ao ex­terior, em entrevista à imprensa, declarou que em 1978 se realiza­rão eleições normais e gerais em todo o País. Se S. Ex.", com ll.responsabilidade de Chefe da Nª,ção, declarou - o que, aliás,seria desnecessário enfatizar - que será respeitado o preceitoconstitucional e o calendário eleitoral, é porque implicitamentese está admitindo a altel'l}ância no Poder e que, se o Partido daOposição se tornar maiofia, poderá e deverá assumir as rédeasdo Governo. Mas o que é preciso também assinalar é que aindahoje o MDB, Partido da Oposição, é minoria. SOmos nós os repre­sentantes do povo, somos nóS o resultado da manifesta:ção da von­tade popular e fomos nós, como povo e como representantes dopovo, que elegemos, nos termos da Constituição, o Presidenteda Repúb1Jca. Portanto, não há por que o MDB indagar se aminoria pode vir a ser GOverno. Poderá vir a ser no dia em quefor maioria. Por enquanto é minoria. E também acho absoluta­mente impróprio, no Governo do Presidente Geisel, do qual umadas marcas mais vivas tem sido a lealdade com que fala ao Pais,admitir-se que, seja no campo político, seja no campo econõmico,o Governo esteja faltando com leaidade nos seus pronunciamentosà Nação brasileira.

O SR. JOAO GILBERTO - Agradecendo o aparte a V. Ex.",permitimo-nos tecer algumas considerações. Em primeiro lugar,já existem Unidades da Federação onde o MDB é maioria e nãogoverna. O meu Estado, o Rio Grande do Sul, é um exemplo. Ternosmaioria na Assembléia. O Governador, lamentavelmente eleitopela Assembléia anterior, governa com essa maioria oposicionista.

O Sr. Viana Neto - Mas Isso nos termos da Constituição,O SR. JOÃO GII,BERTO - Mas já somos maioria. E por que

eleito pela Assembléia anterior? Porque a Constituição foi alteradaa fim de permitir que o Governador fosse eleito pelo processo in­direto. E foi alterado para mudar, mais uma vez, as regras dojogo. É isto que estamos mostrando, porque novamente se levan­tam bruxarias, fórmulas desmentidas, como ontem, mas que depoisvieram a ser as fórmulas aceitas, forjadas, feitas para que a maioriafosse minoria e a minoria fosse maioria. Como em outras épocas,nós éramos maioria e fomos transformados em minoria por umprocesso cassatório.

Não disse este orador que falta lealdade ao Poder Centralquando fala ao povo. Falta é falar ao povo. Falta, em termos polí­ticos, dizer ao povo e à Oposição quais sáo as verdadeiras regrasdo jogo. Ilustre Líder da Bancada arenista, o próprio fato de oPresidente da República, no exterior, assegurar que teremos elei­ções, demonstra a instabilidade das nossas instituições. Por quesão elas instáveis? Porque faltam exatamente essas definições;porque se mudam as regras neste Pais, na antevéspera das eleições,eomo ocorreu este ano, após a: "Lei Falcão". Convocam-se eleições,mas, depois. modifica-se a forma de fazê-las. Constava da Cons­tituição um tipo de eleição pa,ra Governador e este foi modificadoem 1974. Por tudo isso, o Presidente precisa garantir eleições cons­titucionais, normais. Como disse V. Ex.a , nem precisaria, mas, seo faz, isso é resultado da instabilidade das instituições que temos.

O Sr. Viana Neto - Nobre Deputado, permita-me esclarecer aV. Ex." que o Presidente da Repúbliea não sentiu necessidade dedeclarar à Nação que haveria eleições em 1978. Apenas, respon­dendo a uma pergunta da imprensa - se haveria ou não eleiçõesem 1978 - S. Ex.· confirmou que o preceito do calendário eleitoralseria respeitado.

O SR. J01\O GILBERTO - Quanto ao julgamento do {oro ín­timo do Presidente da República, sinceramente não nos arriscamosa isso. V. Ex.· talvez esteja mais informado sobre o pensamentopresidencial.

O Sr. Jorge Arbage - Nobre Deputado João Gilberto, V. Ex."faz um relato sério da vida política do Pais na atual conjuntura,Louvo, em princípio o equilíbrio de V. Ex." Há certas circunstânciasem que a ARENA e o MDB se unem para combater alguns fatoresque, a rigor, se concretizados, não beneficiarão o País, nem aARENA, nem o MDB. Essas fórmulas, ontem consideradas por mim,na tribuna, como elaboradas em laboratórios clandestinos, são oretrato fiel da hipótese que apresento. Quando me referi ontem li.laboratórios clandestinos quis dizer que, não se tratando de fór­mulas elaboradas nos laboratórios da Revolução - como se pre­tendeu, no caso do Projeto Alvorada - automaticamente são en­gendradas segundo o critério daqueles que as preparam. Ora, sabeV. Ex." que a Revolução brasileira tem na pessoa do Sr. President,eda República o seu representante máximo, e só dele podem partiroficialmente as teses. as hipóteses ou as fórmulas que devam serintroduzidas no sistema institucional deste País. Se S. Ex." nãoanunciou, nem autorizou a quem quer que seja trazer a lume fór­mulas modificadoras das instituições, temos que considerá-las pre­paradas em laboratórios clandestinos. Nobre Deputado, louvo V. Ex.a

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Outubl"€l de 1976 DJAB~IO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 6 10031

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pela explanaçãoo altamente equilIbrada que faz. Mostramos aV. Ex." que o País, apesar de marchar sob a tut'"ela de uma demo­cracia condicionada, está caminhando seguro rumo ao çlesenvol­vimento. Entendemos ser este o sistema adequado à vida brasileira,diante da conjuntura mundial que todos nós llonhecemos. Por­tanto, receba nOS!la inteira solidariedade pelo combate a essas fór­mulas aGuais que - parece-nos - ao invés de beneficiar o sistema,a Revolução, o País, tendem, ao contrário, a prejudícá-Ios e a com­prometé-Ios 'perante a opinião pública brasileira. Fique certo deque no dia em que as instituições tiverem que ser modificadas, asmudall(,as serão anunciadas pclo próprio Chefe da Nação, que temautoridade para fazê-lo. .

O SR JOAO GILBERTO - Nobre Deputado Sorge Arbage, temrazão V. Ex." ao dizer que nos devcmos unir - arenistas e emede­bistas ~- para encontrar os caminhos da normalização da vída na­c,lona!. Apenas lemos em artigoo de Carlos Chagas, ~1O jornal O Es­tado de S. Paulo de hoje, que o Governo teria ficado irritado comas fórmulas anunciadas, porque não eram estas as que desejaVa;tinha outras mais inteligentes, segundo citação do conhecido colu­nista, para também evitar o impasse de o MDB ter maioria noSenado.

Prossigo, Sr. Presidente.O Brasil tem de forjar seu projeto político com alicerces só­

lidos; um projeto que não seja de curta duração, apenas para dri­blar o próximo acontecimento eleitoral.

Nós, políticos, temos que envidar o máximo de nossos esforçospara também buscar os caminhos definitivos desta grande Nação.~ão podemos é estar alimentando as soluções transitórias e ex­'cepcionais ou dando a nossa imaginação e inteligência para ajudargrupos ou setores só preocupados com a anormalidade.

Somos uma Nação de mais de cem milllões ele habitantes; umterritól'1o continental; uma História construída com belíssimas

'págfnal! de heroismo, vocação para a libcrdade e para a unidade.Não podemos manter comportamento transitório, excepcional, quenão leva a nada de definitivo, apenas a uma pallsageira vitória dedeterminada facção ou ao adiamento das respostas às questões maisfundamentais.

A hora da verdade deve soar aós brasileiros. As linhas de pen­samento devem ser expostas com clareza e hl1Ilestidade. A Naçãosaberá debater e encontrar os melhores caminhoB. OB seus líderes,em todos os setores, precisam também saber agir com a responsa­bilidade da hora importante que é vivida.

Não podemos ficar no artificialismo de meias-soluções; demanobras que instabilizam ainda mais as instituições; de adequa­çáo das regras gerais aos interesses de um grupo num determinadomomen 00, alterando todas as normas.

É claro que cncontrar os caminhos definitivos desta grandeNação não pode ser obra de apenas um pequeno grupo, por maisilustrado que seja, por mais PHDs que tenha. Para a busca doscaminhos permanentes é preciso consultar a Nação; ouvir a voz deseus setores mais representativos. É preciso que falem os políticos,os militares, a inteligência nacional o empresariado, o proletariado,a juventude, as organizações religiosas, as Universidades ...

Este certamente é o passo difícil de ser escolhido; é mais fácilnão ver, não ouvir e não sentir, do que ver, ouvir e sentir, sabendoque nem sempre será agradável à sensibilidade. Foge-se, por issomesmo, ao debate nacional, ao próprio diálogo nacional. É maisfácil censurar do que ter de enfrentar a crítica. Muito n:rais fácilproibir do que debater.

Abrir as comportas da represa do pensamento nacional, bemo sabemos, não será fácil. Exigirá gigantiBmo na estrutura pes­soal de quem se dispuser ao gesto. Exigirá estatura de estadistaaos homens que partirem para esta missão.

Todavia, manter sempre fechadas as comportas da represa,embora hoje dê uma sensação de tranqüilidade, ali adiante repre­sentará danos irreparáveis à História brasileira. A responsabilidadedo dia de amanhã será indiscutivelmente de quem não abriu ascomportas no momento certo.

Cada setor da população deve tcr definido o seu papel eexercê·-Io efetivamente. Reconhecemos as dificuldades da sociedademoderna e da superação de algumas estruturas antigas. Todavia,a essência da democracia é hoje ainda mais febrilmente buscadapelas massas humanas: procuram-na não apenas no campo po­lítico, mas também social e economicamente.

A jornada da Sociedade Nacional a caminho da democrati­zação de suas estruturas não será feita sem dificuldades. Mas, sefosse pelas v.icissitudes, nunca daríamos o primeiro passo quandocrianças. Se fosse pelos riscos, a ave-menina não se iniciaria avoar, o homem-menino não se aventuraria a caminhar.

Viver é jogar permanentemente no risco e a história dos outrospovos não é diversa: a caminhada brasileira é tambêm feita deriscos, problemas, perigos e dificuldades.

Assumi:las é exercer de verdade o mandato de goverllantes,de legisladores, de líderes em algum setor da comunidade.

o silêncio nacional deve terminar. O silêncio tenso, que nãosignifica verdadeiramente paz e compreensão, antes esconde o in­conformismo, até revolta ou uma passividade alienada.

A Nação deve dialogar. E deste diálogo partir para a solução deseús problemas conjunturais.

Vamos aposentar os alquimistas e os bruxos das fórmulas fan­tasiosas, elaboradas para burlar a opinião pública e dar soluçõespassageiras a problemas fundamentais.

Vamos empregar nossa criatividade na busca dos caminhospermanentes e não do próximo artifíeio para adiar definições im­portantes.

Vamos ter a coragcm dc apresentar ao povo toda a realidadenacional, em seus diversos ângulos, e convocá-lo para resolver osimpasses principais.

Esta grande Nação, de tão gloriosas tradições, não pode viveratrelada a incidentes institucionais, à excepcionalidade e à insta­bilidade. (Palmas. O orador é cumprimentado.)

Durante o discurso do Sr. João Gilberto, o Sr. Hm'lJertLevy, l'i-Vice-Presidente, deixa a cadeim da presidência,que é ocupada pelo S1". Ubaldo Barem, Suplente de Secre­tário.

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barem) - Tem a palavra o Sr.Carlos Santos.

O SR. CARLOS SANTOS (MDB - RS. Pronuncia o seguinte dis­'curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, peço licença à Cfilia parame embrenhar hoje, temeroso embora, no labirinoo dos números,mergulhar fundo, ainda que leigo, nos meandros da Pr0J;losta Orça:

mentária da UnIão para 1977, que, nos termos dc~ Projeto de LeIn.o 11, de 1976 (CN), foi enviada ao Congresso Naclonal sob ~a capada Mensagem do Poder Executivo n.o 65, de 1976.

Confesso que pretendo fazer observação despretensiosa e lig~iraem torno de aspectos juridico, político, econômico e técnico do lUl­

portante documento.A tanto me abalanço Sr. presidente, tangido pela sensibilidade

que revela ou revelar deve o político, ao contrário do técnico, nainflexibilidade da ordenação de seus cálculos, sem alma, sem con­teúdo sensitivo, sem regra ou interesse ditados pelo cor~~ão, semnada, enfim, a não ser o exclusivismo da cautela na ngldez dosresultados exatos.

Encontra-se o Poder Legislativo no desempenho de uma dassuas atribuições fundamentais, profundamente engajado no exan:edo projeto de lei submetido ao Congresso Nacional pelo Sr. PreSl­dente da República, o qual estima a Receita e fi:~a a Despesa daUnião para o exercício financeiro de 1977. •

Nos paises civilizados, de índole democr~tica, a. análise e dis­cussão do Orçamento Geral, que consubstancla os programas .gover­namentais de trabalho ou seja, o complexo dos planos, projetos e

atividades que justificain a existência da AdmInistração pública ecaracterizam o eficiente funcionamento do Estado Moderno, cons­tituem, prioritariamente, a responsabilidade máxima dos represen­tantes do povo, o desafio maior a ser enfrentado pelos parlamenta­res, tanto na Câmara dos Deputados, como no Senado.

Nada mais natural do que a alta priondade, tradicional e his­toricamente atribuída ao exame, em profundidade, das propostasorçamentárias anualmente encaminhadas à ~reciação do PoderLegislativo, porquanto delas depende~ as solu9oe~ dos gr~n~es p~o­blemas nacionais o custeio e a operaçao da maquma admmlstratlvado Poder Executivo em condições de racionalidade e eficiência, emsuma, o bem-estar, a sobrevivência e o próprio destino de cadacidadão.

para o ano vindouro de 1977, o orçamento Geral da Uniãoestimou uma Receita -global de Cr$ 287.540.536.000,00 (duzentos eoitenta e sete bilhões, quinhentos e quarenta milhões e quinhentose trinta e seis mil cTU7;e'iros), fixando idêntica importância para ocusteio das despesas programadas, de acordo com as tabelas ex­plicativas e quadros que discriminam a receita, a d~spesa e o pro­grama de trabalho de eada órgão ou unidade orçamentária, inclusi­ve das entidades supervisionadas que recebem transferências doTesouro Nacional.

Nos termOs da Mensagem que acompanha o projeto do Governo,caracteriZam-no a ausência de déficit e a preservação dos projetosprioritários do II PND, colimando-se obter o pleno equilíbrio orça­mentário, sem aumento de impostos, mercê de rigoroso esforço decontenção e seletividade das despesas. Assim, conSiderando-se comoprioritários os gastos ou dispêndios a serem efetuados nos seguintessetores:

- Educação e Cultura- Saúde e Saneamento- Agricultura- Desenvolvimento Urbano (uma nova função orçamentária)Enfatizou-se que o aumento da Receita, sobre o Orçamento do

corrente ano de 1976, foi da ordem de 32,8%, oriundo, sobretudo,do aumcnto da produtividade global do Pais (!"IBl. Aqueles quatro

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10032 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl <Seção I) Outubro de 1916

setores aonsiderados prioritários obtiveram considerável incrementode recursos, em comparação com o atual e~ercíc.io, sendo, no c~soda Educação e Cultura, da ordem. d~ 54,4%, lSt.;> e, abrangendo dis­pêndios calculados em Cr$ 12,2 bl!J1c:cs (excluslv! Res~rva de Con­tlngência estimada em Cr$ 1,8 bI1hao). A fu,nçao E!aude e Sanea­mento de\.erá receber, no próximo exercicio fmancelOO de 1977, :e­cursos no montante de Cr$ 6,'1 bilhões, o que corresponde a .um In­cremento de 57% sobre o previsto em lei para este ano. No concer­nente à função Agricultura, o crescimento. f?i s1;Jperior a .48'1.'0 comrelação ao total previsto na Lei Orçamentápa_ Vlg~nte, .atmglndo ovolume dos gastos orçados a mais de Cr$ 8 bl1hoes, mclulndo-~e n!"s­se montante a parcela de Cr$ 440 milhões de Rese~va c:!e Contmgen­cia Além disso para a função Agricultura, a canallzaçao de recursosde 'Outras Fontes no montante de Cr$ 2 bilhões, deverá el~va: OSgastos do setor para uma importância acima de Cr$ 10 bl1hoes.

A nova função Desenvolvimento Urbano foi c<mtemplada com cercade Cr$ 7,5 bilhões, além dos dispêndios em Saneamento e outros,com finalidade especifica.

M transferências a EStados, ao Distrito Federal e aos ~~nic~.·pios atingirão {) total de Cr$ 43,2 bilhões, no pró~mo_exercIClo. f1-­

nanceiro importância essa decorrente de determmaçoes C~)]:stlt!.1'·cionais, que correspondem à distr'ibuição dos F'undos de Partlc1paçaodos Estados, dos Municípios, Especial e das cotas - partes dosimpostos únicos.

A Despesa de pessoal e Encargos Sociais, adicionada à Contri­buição do PASEP, elevar-se-á a um dispêndi<! global da ordelll: deCr$ 58,7 bilhões, sem que se considerem os efeItos do. fu~uro reaJus­te salarial, a ser coberto com a Reserva de ContmgenCla, estabele,·cida em Cr$ 14,0 bilhões.

Não pretendo, todávia, Sr. presidente e Srs. Depl.!!ados, fazer firadiografia da Proposta do Orçamento Geral da U:mao p~ra: 19~7.ou examiná-lo do P01!to de .Vi5t~ de sua in?isc~tlVel S?fJ:Stlca~aatécnica, como expreSSa0 da 'inegavt;l moderm~açao admm.ls~ratIvaque o nosso Pais logrou no tocante a elaboraçao orçamental'la. SObesse importante aspecto, a Proposta submetida ao exame d<J Con­gresso Nacional é um modelo de racionalização a ap~imo::amen:!X',por assim dizer, profissional, tanto no que se refere a tnbutaç:w,captação e ordenamento das receitas, como no 'tocante ao plane)a··mento, coordenação, seletividade e controle .d~s dispêndios P70'fra­mados, os quais são irrevogavelmente condlClonados. p.elas lim.l~a ..ções e disponibilidade dos recursos. Nesse vasto dommlO das Clen··cias administrativas não há mais lugar para mágicas de contabilida.·de ou manipulação das variáveis orçamentárias, como tantas vezeslJ.contec'ia, até muito recentemente, quando se pretendia atin~i! ouforjar o mito dos superavits ou, mesmo, a ficção de um cqUlhbdo

meramente gráfico (no papel. .. )Deixo aos economistas e cientistas políticos desta Casa o en··

cargo de uma rigorosa análise do complexo documento orçamentá··rio governamental, mergulho mais fundo, eu diria, na vas~idão oceâ­nica do complexo processo do Orçamento Geral da Naçao.

Quanto a mim, como político identificado com os anseios maisvivos das ruas, com as mais sentidas aspirações do povo, homemdo povo que $OU, quero, nesta oportunidade, apenas cumprir UI11

penoso dever, qual o de chamar a atenção dos nobres representantesdo povo brasileiro para uma lamentável omissão, passivelmente in.·voluntária, mas, de qualquer forma, suficientemente grave pelas

sérias conseqüências que, sem sombra de dúvida, há de ensejar.Rcfiro-me, especificamente, Sr. presidente, ao fato de que, nfL

composição da despesa global da União, à conta dos Recursos doTesouro Nacional, estimada. em cerca. de Cr$ 230 bilhões (art. 3.° doprojeto de lei), não se cuidou de vincular um centavo sequer à so··lução de um problema nacional, cujas dimensões já o caracterizamcomo autêntica calamidade pública: o drama dos nossos 25 milhõe.'lde menores abandonados e excepcionais, sem falar no vasto con··tingente dos menore.o; de conduta antl-social que abarrotam tris··temente as crônicas policiam de todos os recantos do Pais. Omissãoinvoluntária, disse eu, ou, talvez, equivoco, compreensivel, de res­to, em face das proporções típicas de um trabalho como o preparodo Orçamento Geral da União cuja elaboração é, reconhecidamente,um processo de extrema complexidade, que tem, além disso, deobedecer o cronogramas e prazos rigorosos.

O Sr. Odacir Klein - Nobre Deputado Carlos Santos, ninguémmelhor do que V. Ex." para, nesta Casa, focalizar o aspecto daausência, no Orçamento da União, de dotações especificas paraatendimento do problema do menor carente e do menor abando­nado do Brasil. V. Ex." - recordo-me perfeitamente - presidiu,na Assembléia Legislat1va do Estado do Rio Grande do Sul, umaODmissão Especial que estudou o problema do menor excepcional.E presidiu, nesta Casa, a CPI que examinou o problema do menorabandonado. Coerente com sua grandeza de coração e espirito deservir ao semelhante mais desassmt'ido, V. Ex.a se tem preocupadosempre com tal questão. Na CP! do Menor Abandonado, com o re­latório de um ilustre Deputado da ARENA, foram apresentadasconclusões e sugestões ao Governo Federal, mas este não as fcz

adotar no Orçamento, como demonstra V. Ex.", porque está preo··

cupado, no nosso entendimento, apenas com o problema econômicoe não com a questão social, despreocupado com os reflexos de suapolítica na sociedade. Cumprimentamos V. Ex." pelo pronunciamentoque faz nesta oportunidade, em que demonstra a ausência comple­ta, no Orçamento da União, de recursos para atendimento ao nossomenor carente ou abandonado.

O SR. CAltl,OS SANTOS - Sou muito grato a V. Ex.'" nobreDeputado, pelo honroso aparte com que ilustra meu trabalho. Devodizer-lhe que tanto mais me impres.s'iona essa omissão quando omenor abandonado já se vai considerando uma espécie de classe,cuidando de se organizar, d.e formar sindicatos, atentem bem, 8rs.

Deputados, talvez para reclamar da sociedade brasileira o esqueci­mento a que foi relegado. Merecem eles mais atenção, pois são, porassim dizer, a esperança risonha do Brasil de amanhã,

Prossigo, Sr. Presidente.Mas a verdade é que para a assistência ao menor, o projeto de

lei orçamentária prevê, apenas, o custeio da FUNABEM como umadas entidades supervisionadas pelo Ministério da Previdência e M­sistência Social, atribuindo-lhe a dotação de Cr$ 78.690.000,00 (verProjeto, Código 1.581.483, demonstrativo, página 563),

Para que se tenha uma idéia do que significam esses números,basta transcrever as palavras do emmente Presidente Ernesto Gei­sel em sua Mensagem Presidencial Anual, in Diál'io do CongressoNaoional, 4-3-76, página 42, Suplemento Especial, L" Sessão Con­

junta, 1.0 de março de 1976. Disse, então, o honrado Chefe daNação:

"A FUNABEM aplicou, em 1975, cerca de Cr$ 70 milhõ.na efetivação de 11 convênios ... A problemática do memlldesassistido envolve parcela considerável da populaçãobrasileira, já que 52% desta são constituidos de individuosaté 19 anos de idade. A fim de carrear recursos comunitá­rios para projetos de desaceleração do processo de margi~

nalização de menores, a FUNABEM montou um programaque, após mais de 30 experiências-piloto em vários muni­cipios brasileiros, permitirá, a partir de 1976, com base emum protocolo de cooperação, assinado com o BNH, implan­tar um Centro Integrado de Atendimento à Família, emcada conjunto habitacional construido com financiamentodos agentes do sistema de habitação. A par de sua atua­ção nacional, a FUNABEM manteve, com lotação máxima,5.500 (cinco mil e quinhentos) menores, seus estabcleci­mentos e escolas especiali7.adas, bem como extenso pro­grama de pagamento per capita a quase 300 instituiçõesparticulares para menores em todas as unidades da Fe­deração."

O Sr. Antônio Bresolin - Pennite V. Ex." um aparte?O SR. CARLOS SANTOS - Concedo o aparte a V. Ex."O Sr. Antônio Bresolin - Deputado Carlos Santos, ouço V. Ex."

com muita atenção, por duas razões: em primeiro lugar, porque oeminente colega é um estudioso da matéria que está debatendona tribuna. conhe<;o-o há longos anos; fomos colegas, há 16 anos,na Assembléia Legislativa do Estado, e V. Ex." não alterou um,linha de sua conduta, continuando a ser o grande homem públicprofundamente devotado à causa do menor abandonado. Esegundo lugar, porque V. Ex." está discutindo um problema crítico.É lamentável que os órgãos do Governo, até hoie, não se tenhamfeito presentes como deveriam. No Município de Ijui, há. uma dasmaiores instituições, criada por minha iniciativa, de assistênciaao menor. Instituida há mais de 20 anos, sempre viveu de favorese de algU111aS migalhas conseguidas por Deputados. O Governonunca deu um centavo sequer ao Instituto do Menor de Ijuí. Oque se passa em Ijui, ocorre em Crm: Alta e em outros Municipios.Lamentavelmente as instituições particulares, que são as que rea­lizam, de certa forma, o melhor trabalha em defesa do menorabandonado, preparando-o para o futuro, não têm recebido doGoverno a assistência e os recursos que se fazem necessários.V. Ex.", homem estudioso da matéria e grande conhecedor do as­sunto, faz muito bem em denunciar esscs fatos e alertar o Governosobre um dos mais graves, senão o mais grave problema do Brasil.

O SR. CARLOS SANTOS - Muito grato, nobre Deputado, peloaparte com que V. Ex." abrilhanta o meu modesto pronuncia­mento. Quero ressaltar que, apesar de já curvado pelo peso daidade, não vejo com entusiasmo a política somente a favor dosidosos. Deveria louvá-la, mas pergunto a. V. Ex.a; entre aquelemenor, que está na fralda da montanha para subi-la e transfor­mar-se amanhã, em garantia de uma pátria livre, feliz e progres­sista e 'aquele que está descendo a encosta da vida, onde se devemconcentrar as atenções do Governo? Na velhice que se está des­pedindo do mundo, ou ~a infância que vem subin~o, que é aesperança do porvir, realIdade esplendente do amanha?

Tortura-me a idéia de que, sob a desculpa de programar umplano de amparo à velhice, despreze e relegue o Governo ao es­quecimento o plano de assistência ao homem que lhe foi apresen­tado no bojo do relatório conclusivo da nossa CPI.

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Outnbro de 19'76 BURlO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ção I) Quarta-feira 6 10033

Angustia-me a lembrança de que, afinal, nem o velho, nem acriança abandonada. resultem envoltos na assistência social doGoverno.

De inestimável benemerência social e humana seria a efetivapreocupação governamental para os dois instantes da vida ­alfa e ômega - da existência humana.

S. Ex.", o Presidente Ernesto Gelsel, que sempre insistiu, comotraço pecullar à sua integridade moral, absoluta honestidade, eproverbial.severidade, no primado da verdade, caracterizou embreves palavras a tragédia da instituição responsâvel pela soluçãodo problema do menor marginalizado, em nossa terra - aFUNABEM - órgão pejado de boas intenções, porém subdimensio­nado, destituído de condições operacionais, de meios, de perspec­tivas, de capacidade para resolver; em termos de erradicação, oude simples controle, os fatores da marginalização social de 25milhõel; de menores carentes, subnutridos, doentes, desamparados,despojados de tudo, que lutam desesperadamente pela sobrevivên­cia, em face da indiferença, da insensibilidade e da alienação daspseudo-elites, ou, então, da crueldade dos tecnoburocratas, dosaltos escalões empavonados, fartos e arrogantes, qUe bem podeminvalid:ar - circundando-as - até as propensões humanitárias doeminente Chefe da Nação, no bojo de relatórios cor de rosa, satu­rados do triunfalismo de uma retórica de alta expressão numeral.

Na verdade, "que pais é este?" -- conforme a indagação fa­mosa E-. por isso, sempre repetida, do eminente parl"mentar Pre­8i.dente da ARENA - "que vai para a frente" -- segundo vociferapor sua vez a TV e os outros órgãos de divulgação, mas que seconforma com a melancólica repetição de "slogans" superados,Iquandu deveria, antes de mais nada, enfrentar o desafio máximo,que é o trágico desespero de sua juventude, rastejando nos ca­minhos da vida, emparedada pela marginalização oriunda dopauperismo.

Efetivamente, um País como o llOSSO, com 1/3 (um terço) desua população infanto-juvenil marginalizada, há de encontrarterríveia obstáculos na ambicionada escalada às condições deemergente e real de "potência" mundial, no concerto das naçõescivilizadas. Porque, ao que tudo indica, deverá enfrentar, no futu­ro que se avizinha, os maiores programas psicossociais do mundo- tensões e conflitos de toda ordem - inclusive no tocante àexacerbação da criminalidade., Na hipótese em que prevaleçam contra o bom senso e os legí­

timos interesses da Nação, a empáfia, a alienação, a indiferença ea insensibilidade dos tecnoburocratas, conforme o demonstra aespantosa e inqualificável omissão do Projeto 'de Orçamento daUnião para 1977, chegaremos ao século -XXI, isto é, dentro de umageraçã.o, na condiç§.o de um País imenso, tendo a lhe acenar deperto as frustrações decorrentes das falhas de um processo evo­lutivo que socialmente o desfavorece no confronto das conjunturasintemacionais. .

Nlio cremos, porém, Sr. Presidente, que tal calamidade logrepredominação, porque o Brasil tem no esplendor mesmo do Cru­zeirO do Sul, mercê de Deus, um como que penhor seguro da glóriainacessivel de seus destinos. Simplesmente não acontecerá, porque,zelando por esses destinos e para bem cumpri-los, o CongressoNacional, na reafinnação de sua mais alta responsabilidade, semsombra de dúvida, há de somar o esforço de suas lideranças juntoao ilustre Chefe da Naçào - o honrado Presidente Ernesto Geisel- no sentido de que se digne S. Ex." determinar a. correção daomissã.o, ou equivoco, do Projeto de Orçamento da União para 1977,o que bem poderia ocorrer com a criação do Fundo NacIonal deProte(,ão ao Menor, isto é, a inclusão, como anteCipação da receitado mencionado Fundo, de uma dotaçáo específica, no montante deCr$ 3 bilhões de cruzeiros à Caixa Econômica Federal para iníciode uma ofensiva nacional contra a marginalizaçã.o do menorbrasileiro.

De resto, a proposição que tenho a honra de lembrar - eque, certamente, receberá o apoio compreensível e solidariedadehumana de todos os nobres Deputados e Senadores, integrantesdo Congresso Nacional - é, de um ponto de vista prático, extre­mamente modesta e razoável: Cr$ 3 bilhões de cruzeiros que ex­presslio oferece no conjunto de uma proposta de Orçamento Geralque fIxou a despesa em quase Cr$ 300 bilhões? Cerca de 1% (umpor cento) - uma importáncia por assim dizer simbólica - masque bastará para o desencadeamento da ofensiva contra a margi­nalização social da coorte infante e promissora que há de seramanhã responsável pelos destinos da Pátria; a instituição doFundo Nacional de Proteção ao Menor, que é uma das conclusõesdo Congresso Nacional no bojo do Relatório c1a CPI, cuja Presi­dência constituiu para mim honra sem par, relatório aprovadopor unanimidade pelos dig:llOS representantes da ARENA e doMDB naquele órgão especializado e já agora votado e aprovadopor unanimidadc pelo Plenário da Câmara dos Deputados, trans­formado em uma das recomendações básicas do Congresso Nacio-nal ao Poder Executivo da União. .

8r. Presidente, 8rs. Deputados, a inclusão de Cr$ :3 bilhões noOrçamento Geral da União para os menore·s abandonados, no

exercício financelro de 1977, deve ser encarada como questão dealto alcance social e humano pelo Congresso Nacional. Trata-se,menos de uma emenda orçamentária, do que da impostergávelnecessidade de se corrigir uma omissão. O relatório da Oâmara dosDeputados, oriundo da CPI do Menor, aí está par:~ justificar esteapelo dos nobres Deputados que a integraram, tanto da ARENA,como do MDB, Desnecessário reproduzir, nesta oportunidade, asrazões de ser, os argumentos, os motivos que levaram o CongressoNacional a aprovar pela significativa unanimidade de seus mem­bros aquele relatório, encaminhado ao Poder Executivo com a de­nominação de "A Realidade Brasileira do Menor". Trata-se de umdocumento imperecível, que honra o nosso Parlamento, denso deseriedade e realismo, diagnóstico objetivo, cujas recomendaçõesconsubstanciam a única solução possível: a imedi:a.ta implantaçãodo Sistema Nacional do Menor.

E os que hão de vir depois de nós terão razão wbeja para ben­dizer a comovente persistência do nosso benfazejo empenho, por­que ele se alimenta de anelos, quase divinatórios, de resguard~r poviveíro animado, risonho e esperançado dos nossos afetos malS In­tlmos a crianca - tesouro da terra e morgado do eéu - gênese damocidade radiante do porvir, mocidade que há de amar a P~tria,porque aprendeu a amar o lar, mocidade como Rui a desejava:digna de ser amada "na plenitude da pureza,. como o firmamentona plenitude do seu azul".

:Jurante o discurso do Sr. Carlos Santos, o Sr. HerbertLevy, 10 - Vice-Presidente, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Célio Borja, Presídente.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Está findo o tempo des­tinado ao Expediente.

Vaí-se passar à Ordem do Dia.Comparecem mais os Srs.:

Afencar FurtadoOdulfo DominguesHenrique Eduardo AlvesPinheiro MachadoLauro Rodrigues

Acre

Ruy Líno -:.... MDRAmQ.ll;onas

Antunes de Oliveira - MDB; Mário Frota - MDB; RaimundoParente - ARENA.

Pari

Alacid Nunes - ARENA; Edison Bonna - ARENA; GabrielHennes - ARENA' Jader Barbalho - MDB; .Tuvêncio Dias ­ARENA; Newton Bárreira - ARENA; Ubaldo Corrêa - ARENA.

MaranhãoEurico Ribeiro ARENA; José Ribamar Machado - ARE-

NA; Luiz Rocha - ARENA; Magno Bacelar - ARENA; Temís­tocles Teixeira - ARENA; Vieira da Silva - AR.ENA.

PiauíCelso Barros - MD.B; Correia Lima - ARENA; Paulo Ferraz

- ARENA.Ceará

Antônio Morais - MDB; Claudino Sales - ARENA; EmestoValente - ARENA; Flávio Marcílio - ARENA; Furtado Leite ­ARENA' Januário Feitosa - ARENA; Marcelo Unhares - ARE­NA; Mauro Sampaio - ARENA; Ossian Araripe - ARENA.

Rio Grande do Norte

Francisco Rocha - MDB; Pedro Lucena - MDB; Vingt Ro­sado - ARENA; Wanderley Mariz - ARENA.

Paraíba

Adernar Pereira - ARENA; Alvaro Gaudêncio - ARENA; An­tônio Mariz - ARENA; Arnaldo Lafayette - MDB; MarcondesGadelha -- MDB; Octacílio Queiroz - MDR

Pernambuco

Aderbal Jurema - ARENA; Airon Rios -- ARENA; CarlosAlberto Oliveira - ARENA; Carlos Wilson - ARENA; FernandoCoelho - MDB' Fernando Lyra - MDB; Geraldo Guedes -­ARENA' Jarbas Vasconcelos - MDB; Joaquim Gõutinho - ARE­NA; Jo~quim Guerra - ARENA; Lins e Silva _. ARENA; RicardoFiuza - ARENA; SérgIo Murilo - MDB.

Alagoas

Antônio Ferreira - ARENA; José Costa - MDB; TheobaldoBarbosa - ARENA; Vinícius Cansanção - MDB.

Sergipe

José Carlos Teixeira - MDB.

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10034 Qua.rta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 1fl'l'S

Bahia

Afrísío Vieira Líma - ARENA; AnLônio José - MDB; Fer­nando Magalhães _ ARENA; Henrique Brito - ARENA; Horá­cio Matos - ARENA; Jutahy Magalhães - ARENA; Leur Lo·,manto - ARENA; Lomanto Júnior - ARENA; Manoel Novaes- ARENA; Ney Ferreira - MDB; Prisco Viana - ARENA; Ro­gério Régo - ARENA; Rômulo Galvão - ARENA; Ruy Bacelar- ARENA; Vasco Neto - ARENA; Wilson Falcão - ARENA.

Espírito Santo

Aloísio Santos - MDB; Argilano Dario - MOB; GerSon Ca­mata - ARENA; Mlj.rio Moreira - MOB; Moacyr Dalla - ARE­NA; Oswaldo Zal~ello - ARENA.

Rio de JaneiroAMon Gonçalves - MDB; Alair Ferreira - ARENA; Alberto

Lavinas - MDB; Amaral Netto - ARENA; Ário TheodoroMDB; Daniel Silva - MDB; Dayl de Almeida - ARENA; Eduar­do Galíl - ARENA; Emanoel Waisman - MDB; Erasmo MartinsPedro - MDB; Francisco Studart - MDB; Hydekel Freitas _.ARENA; Jorge Moura - MDB; José Bonifácio Neto - MOB; JoséMauricio - MDB; Mac Dowell Leite de Castro - MDB; MarceioMedeiros "" MOB; Miro Teixeira - MDB; Moreira Franco ­MOB; Osmar Leitão - ARENA; Pedro Faria - MDB; Peixot<)Filho - MDB; Rubem Medina - MDB; Walter Silva - MOB.

Minas Gerais

Aécio Cunha - ARENA; Altair Chagas - ARENA; BatistaMiranda - ARENA; Bento Gonçalves - ARENA; Cotta Barbosa- MDB; Francisco Biiac Pinto - ARENA; Genival Tourinho -,MDB; Homero Santos - ARENA; Ibrahim Abi-Ackel - ARENA;Jairo Magalhães - ARENA; Jorge Ferraz - MOB; Juarez Ba­tista - MDB; Luiz Couto - MDB; Luiz Fernando - ARENA;Manoel de Almeida - ARENA; Marcos Tiro - MOB; NavarroVieira - ARENA; Nelson Thibau - MDB; Raul Bernardo ­ARENA; Renato Azeredo - MDB; Sílvio Abreu Júnior - MDB;Sinval Boaventura - ARENA; Tancredo Neves - MDB.

São PauloAdalberto Camargo - MDB; A.H. Cunha Bueno - ARENA;

Airton Sandoval - MDB; Airton Soares - MDB; Amaral Furlan- ARENA; Blota Júnior - ARENA; Cantidio Sampaio - ARE­NA; Cardoso de Almeida ~ ARENA; Dms Menezes -- MDB; Dio­go Nomura - ARENA; Francisco Amaral - MDB; FredericoBrandão - MDB; Gióia Júnior - ARENA; Guaçu Piteri - MDB;1vahir Garcia - ARENA; João Arruda - MOB; João Cunha ­MDB; João Pedro - ARENA; Joaquim Bevilacqua - MDB; JoséCamargo ~ MOB; Lincoln Grmo - MDB; Octacílio Almeida ­MDB; Odemir Furlan - MDB; Otávio Ceccato - MDB; PachecoChaves - MDB; Salvador Julianelli - ARENA; Theodoro Mendes

MDB; Ulysses Guimarães - MDB; Yasunori Kunigo - MDR

Goiás

Ary Valadão - ARENA; Elcival Caiado - ARENA; FernandoCunha - MDB; Hélio Levy - ARENA; Hélio Mauro - ARENA;Jarmund Nasser - ARENA; Rezende Monteiro - ARENA.

Mato Grosso

Benedíro Canellas - ARENA; Gastão Müller - ARENA;Valdomiro Gonçalves - ARENA; Vicente Vuolo - ARENA; Wal­ter de Castro - MDB.

Paraná

Adriano Valente - ARENA; Álvaro Dias - MDB; AntônioAnnibelli - MDB; Antônio Belinati - MDB; Antônio Ueno ­ARENA; Ary Kffuri - ARENA; Braga Ramos - ARENA; Cle­versou Teixeira - ARENA; Expedito Zanotti - MDB; FernandoGama - MDB; Flávio Giovini - ARENA; Hermes Macédo ­ARENA; 19o Losso - ARENA; ítalo Conti - ARENA; Nelson Ma­culan - MDB; Norton Macêdo - ARENA; Olivir Gabardo ­MDB; Osvaldo Buskei - MOB; Paulo Marques - MDB; SantosFIlho - ARENA; Sebastião Rodrigues Júnior - MDR

Santa Catarina

Abel Avila - ARENA; Adhemar Ghisi - ARENA; AngelinaRosa - ARENA; Francisco Libardoni - MOB; Henrique Córdova- ARENA; Jaison Barreto - MDB; José Thomé - MDB; LaerteVieira - MOB; Luiz Henrique - MDB; Nereu Guidi _ ARENA;Walmor de Luca - MOB.

Rio Grande do SulAlbcrro Hoffmann - ARENA; Alceu Collares - MDB; Aldo

Fagundes - MOB; Aluizio Paraguassu - MDB; Augusto Trein- ARENA; Cid Furtado - ARENA; Fernando Gonçalves ­ARENA; Getúlio Dias - MDB; Harry Sauer - MDB; Jorge Uequed- MDB; José Mandelli - MDB; Lauro Leitão - ARENA; Lido­vino Fanton - MDB; Magnus Guimarães - MDB; Mário Mon­dino -- ARENA; Norberto Schmidt - ARENA; Nunes Leal ­ARENA; Rosa Flores - MDB.

VI - ORDEM DO DIAO SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A lista de presença.

acusa o comparecirnenro de 183 Srs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentarpoderão fazê-lo.

O SR. PEDRO LAURO - Projeto de lei que dispõe sobre nor­mas para celebração de contratos de compromisso de compra evenda de imóveis.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Requerimento de consignaçãonos Anais da CMa de voto de regozijo pela nomeação de D. JacóRoberto Hilgert para Bispo da Diocese de Cruz Alta, Rio Grandedo Sul.

O SR. WILMAR DALLANHOL - Projeto de lei que introduzmodificação na Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de 1960 - LeiOrgânica da Previdência Social.

O SR. PACHECO CHAVES - Projeto de lei que revoga o De­creto-Lei n.O 389, de 26 de dezembro de 1968.

O SR. FRANCISCO AMARAL - Projeto de lei que revoga ()art. 36 do Decreto-Lei n." 5, de 4 de abril de 1966, restaurando aredação dada aos arts. 238 e 244 da Consolidação das Leis doTrabalho. pela Lei n.O 3.970, de 13 de outubro de 1961.

O SR. JOSÉ CAMARGO - Projeto de lei que considera asatividades desenvolvidas pelos manobreiros e guarda,chaves dasestradas de ferro como insalubres.

O SR. MOREIRA FRANCO - Projeto de lei que dispõe sobr.a fixação do salário profissional, em caráter mínimo, para a categoria dos Técnicos em Contabilidade.

O SR. DASO COIMBRA - Requerimento de consignação nosAnais da Casa de voto de congratulações com o Município deBarra Mansa, Estado do Rio de Janeiro, pelo transcurso da datade sua emancipação política.

O SR. ÁLVARO VALLE - Projeto de lei que acrescenta § 4.°ao art. 7.° da Lei n.o 6,033, de 30 de abril de 1974.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Vai-se passar à votaçãoda matéria que está sobre a Mesa e a constante da Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos a seguinte redação final:

REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE LEI N.o 443-B/1975Estende o salário-família criado pelo artigo 2.° da J..ei

n.o 5.559, de 11 de dezembro de 1968, aos her(leiros de se~

gurado falecido no gozo da aposentadoria por invalidez.

O Congresso Nacional decreta;

Art. 1.0 A pensão devida aos dependentes de segurado do 1NPS,falecido no gozo de aposentadoria por invalidez ou por velhice,será acrescida do salário-família atribuído a cada filho menor dequatorze anos ou ínválido.

Parágrafo único. O valor do salário-família concedido polillesta Lei será calculado de acordo com o que estabelece a 11n.o 4.266, de 3 de outubro de 1963.

Art. 2," Os pagamentos de salário-fllmília efetuados paraat,cnder ao disposto nesta Lei correrão por conta do "Fundo deCompensação do Salário-familia", criado pelo § 2.° do art. 3.0 daLeí H.o 4.266, de 3 de outubro de 1963.

Art. 3.0 Esta Lei entrará em vigor no primeiro dia útil do mêsque se seguir à sua publicação. .

Art. 4,0 Revogam-se as disposições em contrário.Comissão de Redação, 4 de outubro de 1976, - Altair Chagas,

Presidente - Antônio Bresolin, Relator - Aleir Pimenta.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - OS 51'S. que a aprovam.q!1elram ficar como estão. (Pausa.)

,Aprovada.

Vai ao Senado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Célio Boria) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos a seguinte redação final:

REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE LEI N.o 780..B11975

Dá nova redação aos artigos 1.0 e 2.° da l..ei n.O 2.573,de 15 de agosto de 1955, que instituiu o salário adicionalde periculosidade, e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:Art. L" Os arts. 1.0 e 2.0 da Lei n.o 2.573, de 15 de agosto de

1955, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1.0 Os trabalhadores que exercerem sltas atividadesem contato permanente com inflamáveis ou redes, linhas,

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DIAlrtIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I)OIItuhcro de 1976 Quarta.~reira.. 6 18035

-,='=====~======================~~subestações e usinas elétricas, em condições de periculosi­dade, 'terão direito a uma remuneração adicional de 30%(trinta por cento) sobre os salários que perceberem.Art. 2,° Consideram-se, para os efeitos desta Lei, comocondições de :periculosidade: •I - quanto aos inflamáveis: os riscos a que estão exposto$os traball1adores, decorrentes do transporte da carga edescarga de inflamáveis, do reabastecimento de aviões oude caminhões-tanques e de postos de serviço, enchimentode latas e tambores, dos serviços de manutenção e ope­ração em que o trabalhador se encontre sempre em con­tato com inflamáveis, em recintos onde estes são arma­zenados e manipulados, Ou cm veiculas em que sáo trans­portados;II - quanto à elet~'icidade: os riscos a que estão expostosos trabalhado~'es na construção, manutenção ou operaçãode usinas, subestações, linhas, redes ou equipamentos elé­tricos com tensão ou voltagem superior a 220 volts.Parágrafo único. O disposto nesta Lei· não se aplica aosfuncionários públicos e aos autárquicos, mesmo os regidospela Consolidação das Leis do Trabalho."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na dáta de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.Comissão de Redação, 4 de outubro de 1976, - Altair Chagas,

Presidente - Antônio Bresolin, Relator - Aleir Pimenta.O> SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - OS 81'S. que a aprovam

queiram ficar como estão. (Pausa.)Aprovada.Vai ao Senado Federal.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Há sobre a mesa e vou

'submeter a votos o seguinte

REQUERIMENTO N." 76

Requciro, nos termos do Regimento Intern'o, a constituicão deComissão Externa para representar a Câmara dos Deputados naproci8são do Cirio de Nossa Senhora de Nazaré, que se realizará nacidade de Belém, Capital do Estado do Pará, no próximo dia 10de outubro do ano em curso.

Sala das Sessões da Câmara dos Deputados, em 4 de outubrode 19'16. - Jorge Arbage.

O SR. PRESIDENTE (Célío Borja) - Os /3rs. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Designo, para comporema Comissão Externa, os Srs. Jorge Arbal'(e, Ubaldo Correa, NewtonBaneira, Júlio Vi:veiros e Jader Barbalho.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Nos termos do artigof86, § 3.(}, do Regimento Interno, convoco a Câmara dos Deputadospara uma Sessão Extraordinária Matutina, amanhá, às 10 horas,destinada a trabalho das Comissões.

(I SR. PRESIDENTE (Célio Bol'ja) -Votação, em discussão única, do Projeto de Decreto

Legislativo n.O 73-A, de 1976, que aprova o texto do Acordosobre Transporte Aéreo, concluido en1,re a República Fe­derativa do Brasil e o Reino dos Paises Baixos, em B~'asiJía,a 6 de julho de 1976; tendo pareceres: da Comissão deConstituicáo e Justiça, -pela constitucionalidade e técnicalegislativa; e, da Comissão de Transportes, pela aprovação.(Da Comissão de Relacões Exteriores.) -- Relatores: 81'S.Rogério Rêgo, Claudino' Sales e Ruy Bacelar.

& aR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Vou submeter a votos oseguinte

IP'ROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N.O 13-A, DE 1976

€I Congresso Nacional decreta:

Art. l.(} É aprovado o texto do Acordo sobre Transporte Aéreo,concluído entre a República Federativa do Brasil e o Reino dosPaises Baixos, em Brasília, a 6 de julho de 19'16.

Art. 2.0 Este Decreto Legislativo entra em vigor na data desua publicação.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - f)s 81'S. que o aprovam·fl:ueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.

Vai à Redação Final.

ACORDO SOBRE TRANSPORTES AÉREOS ENTUE O GOVERNODA REPúBLICA FEDERATnTA DO BRASIl, E O GOVERNO

DO REINO DOS PAíSES BAIXOBO Governo da República Federativa do BrasileO Gove~'no do Reino dos Países Baixos,tendo decidido concluir um Acordo sobre transportes aéreos

regulares entre os dois Países, designaram para esse fim repre­sentantes devidamente autorizados, os quais convieram nas dis­posições seguintes:

ARTIGO 1

As Partes Contratantes concedem-se reciprocamente os direi­tos especificados no presente Acordo e seu respecUvo Anexo, a fimde que se estabeleçam os serviços aéreos internacionais nos mes­mos previstos, doravante referidos como "serviços convencionados",

ARTIGO 2

1. Qualquer dos serviços convencionados poderá ter inícioimediatamente ou em data posterior, a critério da Parte Con­tratante à qual os direitos foram concedidos, mas não antes que:

a) A Parte Contratante à qual os direitos tenham sido conce­didos haja designado uma empresa aérea de sua nacionalidadepara a rota ou as rotas especificadas;

h) A Parte Contratante que concede os direitos tenha expe­dido a necessária licenea de funcionamento à empresa designadaobedecidas as disposições do § 2.° deste artigo e as do arL. 6.0 '

2. A empresa aérea designada por uma Parte Contratantepoderá ser chamada a fazer prova, perante as autoridades aero­náuticas da outra Parte Contratante, que se encontra em condi~ções de satisfazer os requisitos prescritos pelas leis e regulamentosnormalmente aplicados por essas autoridades 8,0 funcionament~de empresas de transportes aéreos internacionais.

3. As Partes Contratantes reservam-se o direito de ,sub.stituir,por outras empresas aéreas nacionais, a empresa aérea originaria­mente designaàa, dando prévio aviso à outra Parte Contratante.A nova empresa designada aplicar-se-ão todas as disposições dopresente Acorde e seu Anexo.

ARTIGO 3

1. Com o fim de evitar práticas discriminatórias e assegurarigualdade de tratamento, fica estabelecido que:

r. As taxas e outros gravames que uma das Partes Contra­tantes imponha ou permita sejam impostos à empresa designadapela outra Parte Contratante para o uso de aeroportos e outrasfacilidades, não serão superiores às taxas e aos gravames cobradosdas aeronaves de sua bandeira empregadas em serviços interna­cionais semelhantes, pelo uso de tais aeroportos e facilidades.

n. Os combustíveis, óleos lubrificantes, equipamento nor­mal, provisões de bordo e peças sobressalentes int.roduzidos noterritório de urna Parte Contratante, ou postos a bordo de aerona­ves da outra Parte Contratante nesse território, quer diretamentepor uma empresa por esta designada, quer por conta de tal em­presa, e destinados unicamente ao uso de suas aeronaves nosservicos convencionados, gozarão do tratamento dado às empresasnacionais que realizam transporte aéreo internacional, no que dizrespeito a' direitos aduaneiros, taxas de inspeção e/ou outl'OSdireitos c gravames nacionais.

UI. As aeronaves de uma das Partes Contt'atantes utilizadaJ;na exploração dos serviços convencionados, f' os combustiveis,óleos lubrificantes, equipamento normal e peças sobressalentespara a manutençáo e reparação das aeronaves utilizadas. bemcomo as provisões de bordo, compreendendo al'imentQs, bebidas etabaco, enquanto em tais aeronaves, gozarão de isenção de direitosaduaneiros, taxa de inspeção e direitos ou taxas semelhantes noterritório da outra Partc Contratante, mesmo quando utilizadosou consumidos em vôo sobre o referido território.

2. Os bens enumerados no parágrafo precedente e objeto deisenção pelo mesmo estabelecido, não poderão ser desembarcadosda aeronave no território da outra Parte Contratante sem o con­sentimento de suas autoridades aduaneiras, e ficarão sujeitos aocontrole dessas autoridades, enquanto não utílizados pela empresa.

S. Os passageiros, bagagens e mercadoria:s em trânsito peloterritório de uma Parte Contratante e que permanecerem na áreado aeródromo que lhes é reservada, serão submetidos apenas aocontrole estabelecido para essa área, exceto no que diz respeito amedidas de segurança para salvaguarda da Aviação Civil Inter­nacional. As bagagens e mercadorias em trâ,nsito direto serãoisentas de direitos, taxas ou gravames aduaneiros.

ARTIGO 4

Os certificados de navegabilidade, certificados de habilitação elicença expedidas ou revalidadas pelas autoridades aeronáuticasde qualquer das Partes Contratantes e ainda em vigor, serão re­conhecidos como válidos pela outra Parte Contratante para o tim

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10036 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Outubro de IN

de exploração dos serviços convencionados. As Partes Contratantesse reservam, entretanto, o direito de não reconhecerem, relativa­mente ao pouso ou sobrevôo de seu território, certificado de habíli­tacão e licencas concedidos aos seus próprios nacionais pelasautoridades da' outra Parte Contratante ou por um terceiro Estado.

ARTIGO 51. As leis e regulamentos de uma Parte Contratante relativos

à entrada, permanência no seu território ou saída de mesmo, deaeronaves empregadas em navegação aérea internacional, ourelativos à exploração e à navegação de tais aeI'onaves dentro doseu território, serão aplicadas às aeronaves da empresa designadapela outra Parte Contratante.

2. As leis e regulamentos de uma Parte Contratante relativosà entrada, permanência no seu território ou saída do mesmo, depassageiros, tripulações ou carga de aeronaves. como sejam os con­cernentes à entrada, despacho, imigração, passaportes, alfândegae quarentena, aplicar-se-ão aos passageiros, tripulações e cargade aeronaves de empresa aérea designada pela outra Parte Con­tratante quando no território da primeira Parte Contratante.

ARTIGO 6

1. Cada Parte Contratante reserva-se o direito de negar ourevogar licença de funcionamento a uma empresa aérea desig­nada pela outra Parte Contratante, quando não julgar suficiente­mente comprovado que parte preponderante da propriedade e ocontrole efetivo da referida empresa estão em mãos de nacionaisda outra Parte Contratante.

2" A empresa designada poderá ser multada pelas autoridadesda outra Parte Contratante. na forma do ato de autorizacão de seufuncionamento jurídico, ou sua liccnca de funcionamento ser sus­pensa, no todo ou em parte, pelo período de um (1) mês a três(3) meses:

a) nos casos de inobservi'mcia das leis e regulamentos referi­dos no art. 5.° deste Acordo. e de outras normas governamentaisestabeiecidas para o funcionamento de empresas aéreas desig­nadas;

bl quando as aeronaves utilizadas nos serviços convencionadosnão sejam tripuladas por pessoas que possuam respectivamente anacionalidade de uma ou outra Parte Contratante, excetuados oscasos de adestramento do pessoal navegante, por instrutores de­vidamente autorizados pelos órgãos competentes da Parte Contra­tante que designou a empresa e durante o período de adestra­mento, ou se for concedida licença especial.

3. Nos casos de reincidência das infracões constantes do itemanterior, a licença de funcionamento poderá ser revogada.

4. A revogação constante dos itens 1 e 3 deste artigo sópoderá ser aplicada após consulta com a outra Parte Contratante.A Consulta terá inicio num prazo de sessenta (60) dias a partirda respectiva notificação.

ARTIGO 7

As Autoridades aeronáutica.s das duas Partes Contratantesdeverão manter contato permanente para garantir uma estreitacolaboração em todas as questões tratadas no presente Acordo,visando à sua execução satisfatória.

ARTIGO 8

1. Se qualquer das Partes Contratantes desejar modificarqualquer cláusula do Anexo ao presente Acordo poderá solicitaruma consulta entre as autoridades aeronáuticas de ambas aspartes, a qual terá inicio num prazo de se,~senta (60) dias, apartir da respectiva notificaçáo. I

2. Os resultados da consulta passarão a vigorar após confir­mação por troca de notas por via diplomática.

ARTIGO 9

1. As divergências entre as Partes Contratantes sobre a in­terpretação ou aplicacão do presente Acordo e do seu Anexo, quenão puderem ser resolvidas por meio, de negociações ou de con­sultas diretas, serão submetidas a arbitramento, seguindo-se oprocedimento previsto no art. 85 da Convenção sobre AviaçãoCivil Internacional, concluida em Chicago em 1944, quanto àcomposição e funcionamento do respectivo tribunal. As custas doarbitramento serão pagas em partes iguais pelas Partes Contra­tantes.

2 As Partes Contratantes farão o possível para dar cumpri­mento à decisão arbitral.

ARTIGO 10Ao entrar em vigor uma convencão aérea multilateral aceita _

lJ{)r ambas as Partes Contratantes, ô presente Acordo deverá sermodificado de modo que as suas disposições se conciliem com asda nova convenção.

ARTIGO 11O presente Acordo e seu Anexo e assim os demais atos rela­

tivos aos mesmos que os complementem ou modifiquem, &erão co-

municados a Organização da Aviação Civil Internacional para finsde registro.

ARTIGO 12

Cada uma das Partes Contratantes poderá, em qualquer tem­po, notificar a outra Parte Contratante o seu propósito de. denun­ciar o· presente Acordo, fazendo simultaneamente uma comunica­ção no mesmo sentido à Organização da Aviação Civil Internacio­nal. O presente Acordo deixará de vigorar doze (12) meses depoisda data do recebimento da not,ificação pela Parte Contratante,salvo se for retirada por consenso de ambas as' Partes antes deexpirar aquele prazo. Se não for acusado o recebimento da noti­ficação pela Parte Contratante à qual for dirigida, entender-se-árecebida quatorze (14) dias depois de o ter sido pela Organizaçãoda Aviação Civil Internacional.

ARTIGO 13

O presente Acordo substitui as licenças, privilégios e concessõesexistentes à data de sua entrada em vigor, relativas às matériastratadas no mesmo e outorgados a qualquer título por uma dasPartes Contratantes em favor da empresa aérea da outra ParteContratante.

ARTIGO 11

Para os fins de aplicação do presente Acordo e do seu Anexo:al A expressão "autoridade aeronáutica" significa! n? caso da

República Federativa do Brasil, o Ministro da AeronautlCa, e, nocaso do Reino dos Países Baixos, o Ministro dos Transportes, Con­trole de Águas e Obras Públicas ou, em ambos os casos, qualquerpessoa ou órgão que esteja legalmente autorizado a exercer Mfunções atualmente pelos mesmos exercidas; _

b) a expressão "serviços convencionadOS" significa scrvll(OSaéreos regulares para o transporte de passageiros, carga e malapostal nas rotas aqui especificada.s;

c) a expressão "empresa aérea designada" significa qualquerempresa que uma das Partes contratantes. tiver e~c(}lh!do pl;l-raexplorar os serviços convencionados e a cUJo respel~o tIver Sidofeita comunicação por escrito às Autoridades aeronautIca.s da outraParte COr1tratante, S€gundo o disposto no artigo 2.0 , paragrafo 1,alínea b, do presente Acordo;

d) o termo "tarifa" significa o preço a ser pago pelo transpor­te de pa.ssageiros e carga e a.s condições sob as quais este preço seaplica, incluindo preços e condições de agenciamento e outros ser­viços cOI:J:elatos, mas excluindo remuneração e condições de trans­porte de mala postal;

e) a expressão "território" terá o mesmo sentido que lhe dáo artigo 2 da Convenção sobre Aviação CIvil Internacíonal, con­cluída em Chicago em 1944, no entendimento de que, com rela­ção ao Reino dos Pai.~e,~ Baixos, o presente Acordo se aplica ape­"nas ao Reino na Europa;

f) as definições "empresa aérea", "serviço aéreo", "serviÇ<l aéroointernacional" e "escalas sem fíns comerciais", são as constantesdo artigo 96 da mesma COnvenção sobre Aviação Civil InternaCIO­nal.

ARTIGO 15

Este Acordo será aplicado provisoriamente a partir da datdllde sua assinatura no limite dos poderes administrativos das Auto­ridades aeronáuticas de cada Parte Contratante; e entrará emvigor através de notificação por via diplomática depois de cumpri­dos os procedimentos constitucionais de cada uma das Partes Con­tratantes, a partir da data da última dessas notificações.

Feito em Bra.sília, aos 6 de julho de mil novecentos e setentae seis, em dois originais, nas lingua.s portuguesa, neerlandesa e in­glesa, sendo todos os textos igualmente autênticos. Em caso dequalquer divergência, prevalecerá o texto em língua inglesa.

Pelo Governo da República Federativa do Brasil:Pelo Governo do Reino dos Paises Baixos:

Anexo aoAcordo sobre Tran~portes Aéreos

SEÇÃO I

As Partes Contratantes concedem-se o direito de explorar, porintermédio da respectiva empresa aérea designada e segundo ascondições deste Anexo, os serviços convencionados, nas rota.s eescalas estabelecidas nos Quadros de Rotas que O integram.

SEÇ1í.O li

1. Nos termos do presente Acordo e-deste Anexo, cada ParteContratante concede à empresa aérea designada pela outra ParteContratante e para o fim de explorar os serviços convencionadosnas rotas especificadas:

a) o direito de desembarcar e embarcar passageiros, carga emala postal originados no território da outra Parte Contratante oua ele destinado:

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Outubro de 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Qual"ta,-feira 6 100a'l

b) o direito de desembarcar e embarcar passageiros, carga emala postal de tráfico internacional, originadOB em escalas emterceiros paÍlles incluídos no Quadro de Rotas, ou s. eles destinados.

2. Cada Parte COntratante autoriza o sobrevôo de seu ter­ritório pela empresa designada pela outra Parte Contratante, comou sem pouso técnico, nas escalas constantes do Quadro de RotM.

3. O exercício dos direitos acima mencionados está s1!2eiWàs condições estabelccidas na Seç~ IV .,tàÍxo. .

SEÇAO UIAs autoridades aeronáuticas das Partel' COntratantes consul­

tar-se-ÍÍio a pedido de uma delas a fim de detern:linar se 0$ prin­cípios enunciados na Seção IV, abaixo, estão sendo observados pelallempresas aéreas designadas pelas Partes Oontratantes e, em par­ticular, para evitar que uma porção do tráfico seja injustamentedesviada de qualquer das empresas designadllJ3.

SEÇAO IV1. Os serviços convencionados terão por objetivo fundamen­

tal oferecer uma capacidade adequada à procura do tráfico.2. Na exploração desses serviços se levará em ,::onta, principal­

mente quanto à exploração de rotas ou trech08 comuns de rota,'08 !nteresses dllJ3 empresas aéreM designadas, a fim de que os ser­viçôs prestailos por qualquer delas não sejam indevidamente s.fe­tados. Assegurados os principios de reciprocidade, um tratamentojusto e equitativo deverá ser concedido as empresas aéreas desig­nadas, a firo de que os serviços prestados por qualquer delas não

~jam indevidamente afetados. Assegurados os principias de reci­

rocidade, um tratamento justo e equitativo deverá ser concedidoempresas aéreas designadas das duas Partes Contratantes, para

que possam explorar" em igualdade de condições, os serviços aéreosnas nol,as especificadas nos Quadros de Rotas anexos.

3. O direito de uma empresa aérea designada de uma ParteContratante embarcar e desembarcar, nos ponto.s das rotas espe­cificados, tráfico internacional com destino a ou proveniente deterceiros paises, será exercido de modo que a capacidade corres­panda:

a) à necessidade do tráfico entre o pais de origem e os paísesde destino;

b) às necessidades de uma exploração econômica dos serviçosconvencionados;

e) à procura do tráfiCO existente nas regiões atravessadas,respeitados os interesses locaÍll e regionais.

SEÇAO VAs Autoridades aeronáutical:l de qualquer dal:l Partes Contra­

tantss fornecerão às Autoridades aeronáuticM da outra Parte, apedido destas, periodicamente ou a qualquer tempo, os dados es­tatísticos que sejam razoavelmente solicitados, para a verificaçãode como está sendo utílizada, pela empresa a.erea designada daoutra Parte Oontratante, a capacidade oferecida nos serviços con­vencionados. Esses dados deverão conter todos os elementos ne­~essários para fixar o volume de tráfico, bem como sua origem eJ-lestino na linha. "

SEÇAO VI

1. As tarifas a ser~ aplicadas pela empresa aérea designa­da de uma Parte Oontratante em pagamr:mto do transporte de

passageiros e carga originados no território da oul,ra Parte Oon­tratante ou a ele destinados, deverão ser estabelecidM em níveisrawáveis, dando-se a devida consideração a todos os fs.tores rele­vantes, inclusive custo de operação, caractérísticas de serviço,lucro razoável e tarifas de outras empresas aérea,s aplicada,s namesma ou em rotM semelhantes, devendo slir ~~êPi'ad;;, líliâniopossivell o meç9.~!:~;:' ~!1 f..&')üc1a.~~0 Internacional dos TransportesÀéréo$ (lATA).

2. As tarifal:l assim elaboradas serão s11hmetldal:l à aprova­ção das Autoridades aeronáuticas da outra Parte Contratante qua­renta e cInco (45) dias, pelo menos, antes da data prevista paraa sua aplicação; em ca-sos especIaÍll, esse prazo poderá ser reduzi­do, se aSSÍm concordarem as ditas Autoridades.

3. Se, por qualquer razão; uma determínada tarifa não puderser fixada na forma das disposições anteriores, ou se, durante osprimeiros quinze (15) dias do prazo, qualquer das Autoridadesaeronáuticas notificar a outra a desaprovação de qualquer tarIfaque lhe foi submetida, as Autoridades aeronáuticas das Partes Con­tratantes tratarão de determinar tal tarifa em reunião de Consulta.

4. As tarifas estabelecidas na forma das disposições destaSeção permanecerão em vigor até que novas tarifa,s sejam estabe­lecidM segundo essas mesmas disposições.

fi. As tarifas aplicadas pela empresa aérea designada poruma das Partes Contratantes, quando servir pontos comuns entreM duas Partes ou pontos compreendidos em rotas comuns entre oterritório de uma Parte Contratante e terceiros paises, não serãoinferiores às aplicadM pela empresa da outra Parte na execuçãode serviços idênticos.

6. A empresa aér:ea designada por uma PaJ"te Oontratantenão poderá conceder, direta ou indiretamente, por :3i ou através dequalquer intermediário, descontos, abatimento ou quaisquer re­duções sobre tarifas em vigor, salvo os previstOB pelas resoluçõesaprovadas pelas Partes Oontratantes.

SEÇAO VIIOs horários deverão indicar o tipo, modelo e cnnfiguração das

aeronaves u1Jlizadas, bem como' a freqüência dos serviços e escalase serão submetidos pela empresa aérea designada de cada ParteContratante às Autoridades aeronáuticas da outr'l Parte Contra­tante pelo menos quarenta e cinco (45) dias, antes da data previs­ta para sua vigência. Tais horários deverão ser aprovados dentrodo prazo acima Indicado, a menos que envolvam alteração de es­calas ou de capacidade em desacordo com o que está especificadoneste Anexo.

SEÇAO VIII1. As seguintes alterações nas rotas não dependerão de prévio

aviso entre as Partes Contratantes, bastando a respectiva nollifi­cação de uma a outra Autoridade aeronáutica:

a) inclusão ou supressão de pontos de escalas no território daParte Contratante que designa a empresa aérea;

b) omissão de escalas no tel':rItório de terceirüs paÍlles.2 . A alteração das rotas convenc'lonadas pela inclusão de pon­

to de escala não previsto no Quadro de Rotas, fora do territórioda Parte Oontratante que designa a empresa aérea, fica sujeita aacordo prévio entre as Autoridades aeronáuticas de ambas asPartes.

QUADRO DE RO'l'AS1 - Rotas do Brasil

Escalu em Territóriodo Brasil

Escalas Intermediárias(1) (2)

Eseala em Territóriodos Países Baixos

Escalas além (1) (2)1

Pontos no BrMil (Um ponto na Africa Oci­dental ou um ponto naEuropa)(Um ponto na Europa 011um ponto no Norte daÂfrica)

Amsterdam (Três pontos além na Eu­ropa) (3)

Escalas além (1)

2 - Rotas dos Países BaixosEscalas ](ntermediárias Escalas em Território

(1) do BramIZurique, Lisboa ou Mon- Rio de Janeiro e/ou SãoróvIa Paulo

Montevidéu (2)Buenos AiresSantiago

(1) Na ..presentação dos hOl'árlos a empresa designada pode onllUr escalas em terceiros países.(2) MouCeVldéu pode ser operada lIntes ou depois de Buenos Aires.

(1) Na. apresentaçlo dos ho:rp,rios a il?'mpr~a. "deslgl:J.l\da pode Olnltlr escalas em terceiros pail;ctl.

(2) O. pontos _ão fixados atraVéS de notltlcaQão do Governo brasUelro ao Govemo neerlandês q_ndo lIS Autoridades bl'Wl1lelrll"designarem a ompr6lla aérea braslleira pare. operar oH serviços convencionadas.

(3) Qu..ndo for feita .. notli1caçlto mencionada na Nota (2). o Governo brMl1elro indicará qual dos trê6 pontoll pode leroperado antes ou depois de Ulll dos demais.

Escalas em Territóriodos Países Baixos

Pontos nos PaísesBaixos

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10033 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'26

PROTOCOLO DE ASSINATURAS

Por ocasião da assinatura do Acordo sobre Transportes Aéreos!lntre o Governo ,da República Federativa do Brasil e o GOvernodo Reino dos Paises Baixos, as Partes Contratantes convenciona­oram o !iêguínte:

1 - A empresa designada pelo Brasil pode operar duas fre­qüências por semana, com aeronaves da série B-707-320 ou DC-a-63ou similar, com um máximo de 156 assentos utilizáveis em terri··tório neerlandês. A configuração normn.! dos assentos da aerona­ve pode ser utilizada com o tráfico de passageiros embarcando edesembarcando nas demais escalas do Quadro de Rotas.

2 - A empresa designada pelos Países Baixos pode operar duasfreqÜências por semana, com aeronaves da série DC-S-63 ou sÍlni··lar, com um máximo de 156 assentos utilizáveis em território bra­sileiro. A configuração normal dos assentos da aeronave pode serutilizada com o tráfico de passageiros embarcando e desembarcan­do nas demais escalas do Quadro de Rotas.

3 - Os empregados, inclusive os seus dependentes, de cadauma das empresas designadas pelM Partes Contratantes, quandoem viagem a serviço da empresa, poderão embarcar ou desembar··cal' nas escalas especificadas no Quadro de Rotas.

4 - As empresas designadas pelo Brasil e pclos Paises Baixos.,no que concerne aos tripulantes estrangeiros empregados nos ser-,viços convencionados, na forma da última parte do artigo 6.°,parágrafo 2, alínea b, do Acordo sobre Transporte Aéreo, subme­terão, respectivamente, à Autoridade aeronáutica da outra ParteContratante. uma lista completa, indicando o nomc, a nacionali­dade, a função na tripulação, o tipo e o número de licença e a Au­toridade que a emitiu. Salvo aviso em contrário, esses tripulantespoderão exercer suas funções nos serviços convencionados.

Feito em Brasília, aos 6 de julho de 1976.Pelo Governo da República Federativa do Brasil: Antonio F.

iAzeredo da Silveira.Pelo Governo do Reino dos Países Baixos: Leopold Quarles vau

Ufford.

O SR. PRESIDENTE <Célio Borja) -

Discussâo única do Projeto de Lei n.o 2 852, de 1976,que dá nova redação aos arts. 99 e 106, da Lei n.O 5.682,de 21 de julho de 1971 (Lei Orgânica dos Partidos Políti­COS), alterada pela Lei n.O 6.043, de 13 de maio de 1974,e dá outras providências, pendente de parecer da Comissãode Constituição e Justiça. (Do Senado Federal.i

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Tem a palavra o SenhorCiaudino Sales para proferir parecer em substituicão à Comissãode Constituição e Justiça, na qualídade de Relator' designado pelaMesa.

O SR. CLAUDINO SALES (ARENA - CE. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Projeto de Lei n.o2.852176. do Senado Federal, dá nova redacão aos arts. 99 e 106da Lei n.O 5.682, de 21 de julho de 1971 - Lei Orgânica dos Par­tidos Políticos.

O Senado Federal propõe a seguinte redação para o art. 99:"Da quota recebida, os Diretórios Regionais, dentro de 3(três) meses, redistribuirão 60% (sessenta por cento) aosDiretórios Municipais, proporcionalmente ao número delegendas federais que o Partido tenha. obtido na cleicãoanterior em cada Município ou em unidade administrativaa ele equiparada."

O dispositivo em menção está redigido iguaimente como seencontra na lei vigente. As alterações começam em seus parágrafos.

Diz o § 1." do art. 99:"A. redistribuição, pelos Diretórios Reg'ionais, de quotasate a valor correspondente a 2 (duas) vezes o maior saláriomínimo vigente no País, somente será efetivada se reque­rida, pelo Diretório Municipal interessado, no prazo de3D 1trinta) dias contados a partir da data do recebimentoda comunicação a que tem direito."

Sr. Presidente, Srs. Deputados, muitos Diretórios Regionaisprincipalmente dos Municípios, após receberem a comunieacão d~que existe a seu dispor, nas agências bancárias das áreas de que·são tributários, importâncias inferiores a dois salários mínimossimplesmente se desinteressam pelo recebimento das ditas quantias'porque o processo de prestaeão de conta é demorado e trabalhoso'não compensando o lucro do recebimento daquela quantia. '

Ocorre, então, que essas somas têm ficado indefinidamenter~tíd:as nas a~ências bancárias, à disposição dos Diretórios Muni­CIpaIS, que, nao as tendo retirado, evidentemente se consideramisentos do dever de prestar contas.

Assim, as medidas coercitivas que a legislação estabelece pas­sam a recair sobre os Diretórios Regionais, que, nestas condições,são considerados culpados por omissões que não cometeram.

De acordo com a proposição ora em discussão, os DiretóriosMunicipais só serão responsáveis pela prestação de contas de im­portâncias até dois salários minimos se, comunicados deste repas­se, nlOstr~rem interesse em receber as quotas que lhes são destina­das. 8êl'á necessária G-lJ.e l)~ Diretórios Municipais requeiram asrespectivas quotas ao Diretório RegIol1àl, quê êütão àS li))ert;J,F~'Recebida da agência bancária a quantia que lhe ê devida, Q Di­retório Municipal se sujeita à respectiva prestação de contas. Éa mudança introduzida neste dispositivo.

Por outro lado, o § 2.0 do art. 99 do proj eto em análíse esta-belece:

"As quotas não recebidas pelos Diretórios Municipais, atéo montante e no prazo previsto no parágrafo anterior,reverterão aos respectivos Diretórios Regionais."

Se o Diretório Municipal não manifestar interesse em receberaquela soma, ela ficará incorporada automaticamente à receitado Diretório Regional. Esta são as alterações propostas para oArt. 99.

O Projeto propõe a seguinte redação para o art. 106:

"O Diretório Nacional, os Diretórios Regionais e os Díre­tórios Municipais dos Partidos prestarão contas anualmen­te, ao Tribunal de Contas da União, da aplicação dos re­cursos do Fundo Partidário recebidos no exercício anterior."

Permanece esse dispositivo igual ao da lei vigente. O § 1.0 ri.art. 106 estabelece:' ....

"As prestações de contas a que se refere este artigo serãoenviadas ao Tribunal de Contas da União, por intermédiodas Comissões Executivos Nacionais."

Não há também alterações. O § 2.° do mesmo artigo pres­creve:

"Os Diretórios Municipais, favorecidos com quotas de valorcorrespondente até 50. vezes o maior saiário minimo vigenteno Pa.is, farão as suas prestações de contas perante asComissões Executivas Regionais..."

Aqui ocorre a mudança. Pela legislação atual, as prestaçõesde contas das quantias de qualquer valor são feitas perante oTribunal de Contas e, por este projeto, as de vaior até 50 saláriosmínimos passarão a ser feitas perantes os Diretórios Regionais.

Diz o § 3.° do art. 106:"Os documentos relativos à escrituração dos atos de receitae de despesa referentes aos Diretórios Municipais queprestam contas perante as Comissões Executivas Regio­nais ficarão arquivados nos Serviços de Contabilidade dosDiretórios Regionais, por um periodo mínimo de 5 anos,para os fins de auditoria, a cargo do Tribunal de Contasda União."

O § 4.° do mesmo artigo estabelece:"~4° A falta de prestação de contas, ou a sua desapro...vação total ou parcial, impiícará a suspensão de nov4quotas e sujeitará os responsáveis às penas da lei cabíveisà espécie."

l!: a forma que está na lei vigente, com uma redação iígeira­mente alterada, porque na lei atual se diz que as partes inadim­plentes sujeitar-se-ão às sanções' das; leis civis e criminais, e, noprojeto, passa a dizer-se apenas que ficarão sujeitas às penas ca­bíveis à espécie.

Os § § 5.° e 6.° do mesmo artigo determinam:"§ 5.° O Tribunal de Contas da União poderá determinardiligências llecessárias à complementação ou ao Saneamen­to de irregularidades encontradas nas contas dos Diretórios.§ 6.° A Justiça Eleitoral poderá, a qualquer tempo, in­vestigar sobre a apiícação do Fundo Partidário."

Vejamos agora os arts. 2.° e 3.°:"Art. 2° O Tribunal de Contas da União baixará ins­truções estabelecendo normas para a prestação de contasdos Diretórios referidos nesta Lei, devendo nas mesmasse levar em conta as dificuldades dos Municípios que re­ceberem quotas até o valor de 50 (cinqüenta) vezes o maiorsalário minimo.Art. 3.° As quotas do Fundo Partidário, até o valor de 2(doisl saiários mínimos vigentes no Pais, relativas aosexercicios de 1974 e 1975, já distribll' 'as aos DiretóriosMunicipais e por estes não recebidas ou não apiícadas,reverterão aos respectivos Diretórios Re!\,ionais, se nãof~rem nti1i~a?,~s no prazo de ao (trinta) dias da publica­çao desta LeJ.

O dispositivo que acaba de ser lido é uma novidade na legis­lação. Anteriormente essas quantias permaneciam depositadas nas

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Outubro de 1976 DlAJIUO DO CONGRESSO· NAOIONAL (Seção I) Quarta-feira 6 10031

agências bancárias, à disposição dos Diretório.-~ Municipais, que,em não indo retirá-las, se consideravam desoprigados do deverde pre,~tar contas. O projeto determina que as quantias retiradasem bancos, à -disposição dos Diretórios Municipais, reverterão aosorçamentQs dos Diretórios Regionais, se os Diretórios Municipais,no pra.zo de trinta dias, não diligenciarem no sentido do seu re­cebimento.

Por outro lado, S6 os Diretórios Municipais estiverem comquantias pendentes de prestação de contas de verbas recebidas,relativamente aos exercicios de 74 e 75, terão a oportunidade de,valendo-se deste prazo de trinta dias, apresentar a prestaçãode contas a que estão obrigados e em relação a qual se encontremem atraso.

O § único do art. 3." diz:"Parágrafo único - As quotas relativas aos exercicioscitados no caput deste artigo, não transferidas aos Dire­tórios Municipais, serão adjudicadall aos respectivosDiretórios Regionais."

No artigo 4.° está disciplinado que:"Art. 4." Os Diretórios Municipais que não fizerem aprestação de con.tas das quotas recebidas nos exerciciosreferidos no artigo anterior, poderão fazê-lo no prazo de90 (noventa) dias contados da publicação desta Lei, naforma de instruções a serem baixadas pelo Tribunal deContas da União."

Vé-se, pela leitura do último artigo, que o Projeto de Lei emexame reabre a oportunidade de prestação de contas, pelo prazo

I de noventa dias, das importâncias que os Diretórios Municipaistenham recebido, aplicado e se eximido de prestar contas, ao que,pela legislação, estão obrigados.

O Projeto de Lei em exame está redigido em boa técnica\egislativa, atende os preceitos de jurisdicidade e não ofende osdispositivos constitucionais nos aspectos formais, cujo e:x:ame cabeà Comissão de Constituição" e Justiça. Portanto, o nosso parecer,quanto aos aspectos formais, é favoráveL

Por igual, cabe à Comissão de Constituição e Justiça apreciar omérit,o da propasiçilo. E, quanto ao mérito, devemos esclarecerao Plenârio que este Projeto de Lei resultou do consenso dos doisPartidos 'ARENA e MDB. Quanto à redação nnal do anteprojetocoube a mim, representante da ARENA, e ao nobre Senador MauroBenevides, repr~sentante dÓ' MDB, conciliar.

Nestas condições, entendemos que, convindo o Projeto de 'Leià economia interna dos grêmios partidários -- que sobre o ante­proje10 já se manifestaram na fase de sua elaboração - e, nestllinstante interpretando os sentimentos dos dois Partidos, quantoao mérito, a Comissão de Constituição e Justiça é pela aprovaçãodo projeto.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Não havendo mais ora­dOres inscritos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria._ <O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - vÍlu submeter a voto oseguinte

PROJETO N.o 2.852, DE 19'16O Congresso Nacional decreta:Art. 1." OS arts. 99 e 106 da Lei n.o 5.682, de 21 de julho de

1971 (Lei Orgânica dos Partidos Politicos), alterada pela Lei ...n." 6.043, de 13 de maio de 1974, passam a vigorar com a seguintereda.ção: .

..Art. 99. Da quota recebida, os Diretórios Regionais,dentro de 3 (trêS) meses, redistribuirií.o 60% (sessenta parcento) aos Diretórios Municipais, proporcionalmente aonúmero de legendas federais que o Partido tenha obtidona eleição anterior em cada Município ou em unidadeadministrativa a ele equiparada.I 1.0 A redistribuiçflO, pelos Diretórios Regionais, de quo­tas até o valor correspondente a 2 (duas) vezes o maiorsalárío minimo vigente no Pais, somente será efetivada serequerida, pelo Diretório Municipal interessa.do, no prazode 30 (trinta) dias contados a partir da data do recebi­mento da comunicaçãO a que tem direito.§ 2.° As quotas não recebidas pelos Diretórios Municipais,até o montante e no prazo previsto no parágrafo anterior,reverterão aos respectivos Diretórios Regionais.Art. 106. O Diretório Nacional, os Diretórios Regionais eos Diretórios Municipais dos Partidos .prestarão contas,anualmente, ao Tribunal de Contas da União, da aplicaçãodos recursos do Fundo Partidário recebidos no exercicioanterior.§ 1.0 As prestações de contas a qUI! se refere este artigoserão enviadas ao Tribunal de Contas da União, por intér­médio das COmissões Executivas Naeionais.

§ 2." OS Diretóctos Municipais, favorecidos com quotas devalor correspondente até 50 (cinqüenta) vezes o maiorsalário minimo vigente no Pais, farão af. suas prestaçõesde contas perante as Comissões Executivas Regionais até28 (vinte e oito) de fevereiro, senda. obrigados a apresentarbalancete e relatórios referentes às suas atividades, visadoCJlSe pelo Juiz Eleitoral da ZOna e atestadO de regular fun­eionamento, firmado por essa mesma autoridade.§ 3." OS dooumentos relativos a escrituração dos atos dereceita e de despesa referentes aos DireGórios Municipaisque prestam contas perante as Comissões Executivas Re­gionais ficarão arquivados nos Serviços de Contabilidadedos Diretórios Regionais, por um perla.do minimo de 5(cinco) anos, para os fins de auditoria, a eargo do Tribunalde Contas da União.§ 4." A falta de prestação de contas, ou a sua desapro­vação total ou parcial, implicará na sUllpensâo de novasquotas e sujeitará os responsáveis às penas da lei cabíveisà espécie.§ 5.0 O Tribunal de Contas da União poderá determinardiligências necessárias à complementação ou ao sanea­mento de irregularidades encontradas na.ll contas dos Di­retórios.§ 6.0 A Justiça Eleitoral poderá, a qúalquer tempo, inves­tigar sobre a aplicação do Fundo Partidário."

-Art. 2.° O Tribunal de Contas da União baixará instruçõesestabelecendo normas para a prestação de conw dos Diretóriosreferidos nesta Lei, devendo nas mesmas se lt~var em conta asdificuldades dos Municipios que receberem quotas até o valor de50 (cinqüenta) vezes o maior salário minimo.

Art. 3.° As quotas do Fundo Partidário, até lO valor de 2 (dois)salários minimos vigentes no Pais, relativas aos exercicios de1974 e 1975, já dlstribuidas ao.~ Diretórios Municipais e por estesnão recebidas ou não aplicadas, reverterão aos respectivos Dire­tórios Regionais se não forem utilizadas no prazo de 30 (trinta)dias da publicação desta Lei. -

Parágrafo único. As quotas relativas aos exercicios citados nocaput deste artigo, não transferidas aos Dire·tórios Municipais,serão adjudicadas aos respectivos Diretórios Regionais.

Art. 4.° OS Diretórios Municipais que não f'izerem a prestaçãode contas das quotas recebidas nos exercícios referidos no artigoanterior poderão fazê-lo no prazo de 90 (noventa) dias contadosda publicação desta Lei, na forma de instruçã€/!o a serem baixadaspelo TrIbunal de Contas da União.

Art. 5.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - OS Srs. que o aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Aprovado.Vai li Sanção.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)

Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.o728-11., de 1975, que suprime dispositivo do Decreto-Lei n.o728, de 6 de agosto de 1969, que instituiu o Código de Ven­cimentos dos Militares; tendo parecerEis: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade e juridici­dade; da Comillsão de Segurança Nacional, pela aprovação,com Substitutivo; e da Comissão de Finanças, pela apro­vação, com adoção do Substitutivo da Comissão de segu­rança Nacional. (Do Sr. otávio Ceccato.) - Relatores:Srs. Jairo Magalhães, Agostinho Rodrigues e Ruy Côdo.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A Comissão de SegurançaNacional, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou submeterao votos O seguinte .

SUBSTITUTIVO

O Congresso Nacional àecrcta:

Axt. 1.0 O § 3.~ do art. 126 da Lei n.o 5.787, de 27 de junhode 1972, passa a vigorar com a seguinte reda.çíio:

"§ 3.° Para continuidade do direito ao recebimento doAuxilio-Invalidez, o militar ficará sujeito a apresentar,anualmente, a declaração de qu~ não exerce qualquer ati­vidade remunerada, pública ou privada -c, a critério daadministração, a submeter-se, periodieamente, à inspeçãode saúde de controle, sendo que no caso de oficial oupraça, mentalmente enfermo, aquela declaração deverá serfirmada por dois oficiais da ativa das Forças Armadas oupor médico especialista em doenças mentais ou seu mé­dico assistente."

Art. 2." Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

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lfH& Quarta-feira' DIARIO BO CONGRESSO NACIONAL (Seçã. I. OlltultlO tie lJ1C

4) SIt. PRESIDENTE (Célio )Sorja.) - Os 8rs. que o- aprovamqueira:ill ficar como estão. (husa.)

Aprovado.Está prejudicado o projeto.Vai à Redação Final.4) SR. PRESIDENTE (Célio Borja.)

Votação, em discussão única, do projeto de Lei n."2 .110-A, de 1976, que dispÕe sobre a obrigatoriedade doensino de Português nos cursos superiores; tendo parece­res: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitu­cionalidll.de técnica legislativa e, contra o voto do Sr. LuizBraz, pela juridicidade; e, da Comissão de Educação e Cul­tura, pela aprovação, com Bubstitutivo. (Da Sra. LygiaLessa Bastos.) - Relatores: Srs. Tarcísio Dalgado e DarcilioAyres.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja.) - Tem a palavra o Sr DasoCoimbra, para discutir o projeto.

O SR. DASO COIMBRA (AJ.tENA - RJ. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, 8rs. Deputados, em muito boa hora a nobre Depu­tada Lygia Lessa Bastos, professora emérita e defensora do melhorpadrão de ensino em nosso País, apresentou projeto que visa atornar obrigatório o ensino da disciplina de Português nas univer­sidades brasileiras

SI'. Presidente, disse eu em boa hora, porque vários Deputadostêm reclamado contra o baixo nível dos estudantes e formadospelas. nossas universidades, que mal sabem redigir, mal sabem es­crever. Várias vezes já ocupamos a tribuna, apontando os defeitosdo enisno ministrado pelas nossas universidades, sob esse aspecto.Procurando dar solução a esse grave problema, a, nobre DeputadaLygia Lessa Bastos apresenta a proposiçáo, que sofreu uma ligeiramodificação na Comissão de Educação e Cultura, através do seuparecer, com a apresentação de um substitutivo de autoria do nobreDeputado Darcílio Ayres. Ao encaminhar esta votação, desejo ma­nifestar o prazer de ver projeto desse teor sendo dlscutido, votadoe aprovado nesta Casa

O 8R. PRESIDENTE (Célio Rorja) - Tem a palavra o Sr. IsraelDias-Novaes, para discutir o projeto.

O SR. ISRAEL DIAS-NOVAES (MOB - SP. Sem revisão !lQ.rador.) - Sr. Presidente, não há dúvida do que o propósito daDeput.ada Lygia Lessa Bastos, ao apresentar este projeto de lei,é altamente louváveL S. Ex.", professora que é, conhecedora dasprecariedades do nosso ensino, elaborou um projeto que condizcom os interesses da mocidade, sobretudo, da cultura brasileira.Mas, t.emo, Sr. Presidente, que este projeto, transformado em lei,esbarre na ma vontade do Poder Executivo. Em oportunidades tais,o Poder Executivo costuma ouVir o Conselho Federal de Educação·,6rgão responsáve~. em grande parte, pelo descalabro do ensino su­perior em nosso Pais. Ê ele o órgão incumbido de aprovar ou rejei­tar as solicitações das faculdades e as escolas em geral, de cursosuperior. que lhe siío submetidas ao exame, primeiro para registro,depois para a !isealizacão. O Conselho é integrado por poucos ele­mentos que lá permanecem dois ou três dias por mês, rapida­mente sem maior detenea no exame da-s matérias. Ê esse Conselho,como eu disse, que responde pelo descalabro do ensino superior, e,se a mocidade não sabe Português, se os bacharéis, os engenheirose 00 mMicos saem das faculdades ignorando a lingua pátria, estefato não deve ser debitado à mocidade, mas à industrializacáo 00ensin(} em nosso PaÍB. .

Sr. Prffiidente. há pouco tempo, a Secretaria da Edllca~ão deSão Paul() promoveu o exame de candidatos ao ingresso no magis­tério secundário de São Paulo. A média de reprova\foos chegouesatamente a 99,5%, isto é, 0,5 dos proponentes conseguiu apro­vadio. Assim tambem ocorre nos eursos inferiores - quer dizer,em Matemáticl/> ninguém passou, em Português também. Tenha aimpressão de que este projeto da Deputada Lygia. que atinge ape­nas a um setor dessa crise geral, valerá. no minimo. como adver­tência ao Poder Público e sobretudo ao Ministério da Educação,tão desinteressados do seu mister.

Votamos favoravelmente ao projeto.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Tem a palavra a Sra.

Lygia Lessa Bastos, para discutir ° projeto.A SRA. LYGIA LESSA BASTOS (ARENA - RJ. Sem revisá& da

.radttra.) - Sr. Presidente, agradeço as referências feitas pelosnobres colegas Daso Coimbra e Israel Dia.s-Novaes e também àsLideranças dos dois partidos, informada que flli de que o Projetode Lei n.o 2.110/76, que dispõe sobre li. obrigatoriedade do ensinode Português no ensino superior, será aprovado.

Quero, ainda, fazer um. apelo aos 81'S. Senadores, no sentido deque aprovem, com a máxima urgência, esta proposição.

() SE. PRESIDENTE (Célio Borja) - Tem a palavra (JI Sr.Viana Neto, para discutir o projeto.

O SR. VIANA NETO (ARENA - BA. Sem revisão 0I6 ....alior.)- ar. Presidente, 8rs. Deputados, o projeto de autoria da minha

ilustre correligionária, Deputada Lygia Lessa Bastos, reflete sualouvável preocupação de aptimorar os eonhecimentos do verná­culo, daqueles que se formam nas universidades brasileiras. Enten­demos que .. propositura é do mais alto ~teresse para a. culturanacionaL A Maioria votará a favor, aprovando também o Sub8titu­tivo que não descaracteriza nem desvirtua (l projeto, mas apenaso aprimora.

Desejo, finalmente, Sr. Presidente, tranqüilizar o nobre Depu­tado Israel Dias-Novaes, quando manifesta seu temor de que oprojeto, em tão boa hora apresentado pela ilustre representantecarioca, vá esbarrar em obstáculos, na má vontade do Poder Exe­cutivo. Posso afirmar exatamente o contrário. A proposiç.ão con­quistará a simpatia e os aplausos do Poder Executivo.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A Comissão dc Educaçãae Cultura, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou subme­ter a votos o seguinte

SUBSTITUTIVO

"Art. 1.0 lI: obrigatório o ensino de Português nos cursassuperiores de graduação.

Art. 2," O Conselho Federal de Educação regulará a ma­téria no prazo de 60 dias a contar da data da publicaçãodesta Lei.Art. 3.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua prl1­mulgação.

Art. 4." Revogam-se as disposições Cl;n contrário."

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os Srs. que o aprov:unqueiram ficar conw estão. (Pausa.) I

Aprovado.Prejudicado o projeto.Vai à reda\fão final.4) SR. PRESIDENTE (Célio Borja)

Discussão única do proje'to de Lei n.o 743-A, de 1975,que dispõe sobre a publicação gratuita, no Diário Oficialda União, de balanços das sociedades de utilidade pública,e dá outras providências; tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridi­cidade e técnica legislativa, com emenda; da Comissão deEducação e Cultura, pela aprovação, com adoção da. emen­da da Comissão de Constituição e Justiça; e, da Comissãode Finanças, pela aprovação. (Do Sr. Leônidas Sampaio.>- Relatores: Srs. João Gilberto, Hildérico Oliveira e An­tônio José.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Não havendo oradoresinscritos, áeclaro encerrada a discussão.

Vai-se passar 11 votação da matéria.

O- SR. l'RESlDENTE (Célio Borja.) - A Comissão de Constitui­ção e Justiça, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou sub­meter a votos li. seguinte

EMENDA

O art. 1.0 do projeto passa a ter a seguinte redação:

"Art. 1." Serão publieados gratuitamente no Diário ()fici:a1tia União os balanços das sociedades de utilidade pública,bem como de outras entidades registradas no Conselho­Nacional de Serviço Social e que tenham obrigação legalde publicá-los."

O SR. PRESIDENTE (Célio Rorja) - Os 81'S. que a aprovamqueiram ficar como estão. (Pausa.)

Rejeitada.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Vou submeter a TOroSo seguinte

PROJETO N.o "I4.'t-A, DE 19"1&

O Congresso Nacional decreta:Art. 1." Os balanços anuais das sociedades de utilidade

pública, bem como das entidades educativas ou filantrópicas, serãopublicados gratuitamente no Diário Oficial da União.

Art. 2.° A publicação a que se refere o artigo anterior será.autorizada pelo Ministro da JUStiÇll, desde que requeridll pela en­tidade interessada até 31 de março de cada ano.

Art. 3.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação..O SR. PRESIDENTE (Célio Baria) - Os Srs. que o aprovam

queiram ficar como estão. (Pausa.)Rejeitado.Vai ao arquivo.O SR. PRESIDENTE (Célio Boda.) -

Discussão prév1a. do Projeta de Lei n." 1. 197-A, de1975, que faculta às mulheres o ingresso nas Forças "'''-

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Ontubro de 1976 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 6 10M!.

madas; tendo parecer, da ,Comissão de Constituição e Jus~tiça, pela inconstitucionalidade. (Do Sr. Pedro Lucena.) ­Relator: Sr. Joaquim Bevilacqua.

O SR. PRESIDENTE (Célio Bol'ja) - Não havendo oradoresinscritos, declaro encerrada a discussão.

Vlli-se passar à votaçãO da matéria.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Em votação o parecer da

Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidade doprojeto.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os Senhores que o apro~vam queiram ficar como se encontram. (Pausa.•

Aprovado.Vai ao arquivo.O SR. PRE.'UDENTE (Célio Borja) - A pr.oposição a que se

refere o parecer é a seguinte:PROJETO N.O 1.197~A, DE 19'75

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 É facultada a incorporação voluntária de mulheres

:nos dl versos Quadros e Corpos das Forças Armadas.Art. 2." A incorporação de que trata o artigo precedente

ficará sujeita às normas aplicáveis aos voluntários do sexomasculino.

Art. 3.0 Os estabelecimentos de ensino militar reservarão per~centagem de vagas, anualmente fixada, para serem preenchidaspor c:mdidatos do sexo feminino.

I Parágrafo único. AB vagas não preenchidas por candidatosdo sexo feminino destinar-se-ão aos do outro .sexo. _

Art. 4.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 5.0 Revogam-se as disposições em contrário.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja.) - Nos termos do inciso II

do art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr. NinaRibeiro, na qualidade de Líder da Aliança Renovadora Nacional.

O SR. NINA RlBEIRO (ARENA - RJ. Como Líder. Sem re­visão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a propósíto dareforma do Poder Judiciário, que proximamente chegará a estaCasa, seja-nos licito tecer algumas consIderações que julgamosoportunas, dentre as quais sobre um certo grau de aperfeiçoa­mento que estimamos venha a ocorrer no sent,ido de aparelhar o

'eminente e digno Poder Judiciário, para fazer face aos reclamos,aos anseios e às aspirações, sobretudo. dos mais sofredores e dosmais humildes.

Sr. Presidente, todos esses aspectos se baseiam no eonceito de, civilizaçã.o, ao longo da história, a qual só atinge um grau acei~

tável e reconhecido na medida em que o mais humilde dos indi­viduos seus integrantes possa merecer todo o respeito e toda aconsideração em suas prerrogativas. Unicam€:nte nesse clima enesse ambiente podemos dizer que estamos diante de uma socie~

dade em nivel civilizado.Seja-nos lícito, ainda, neste prolegômeno, exaltai.' a figura do

nobre Sr. Presidente Ernesto Geisel, que madru!~ou ao interessar-sepelo l~ande tema. A S. Ex." coube a iniciativa de fazer ver a todaa Nal;ão que o Poder Judiciário realmente precisa de todo o res­paldo para se aparelhar tecnicamente e fazer face aos obstáculos,'aos desafios e a tudo o que, hoje, dificulta e embaraça a sualegitima atuação. Portanto, coube ao eminente Sr. Presidente Er­nesto Geisel, com sua sensibilidade e inteligência, madrugar naapreciação do tema que, sem dúvida alguma, merece a atenção

..de todos nós, com a convergência, também, das esperanças dosmagistrados, dos serventuários da Justiça, dos advogados, dopúblico em geral, e dos consumidores em particular, sobretudoquando se acham desassistidos de uma justiça rápida, eficiente eque, a tempo e à hora, possa fornecer a resposta adequada aosfeitos, às causas que estão a merecer uma solução, principalmentequando vivemos, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro,num clima de inflação, quando uma justiça tardia, mesmo queassisUda, se transforma na caricata imagem da sua contrafacção.Portanto, a alvissareira reforma do Poder Judiciário, que em boahora será enviada a esta Casa, mereceu meditação e procrastina­ção, porque o assunto é altamente complexo. Afinal, encontramo­nos diante de um ano político, o que nos fez aguardar e ansiar,Por mais tempo, pelo envio dessa importante mensagem ao PoderLegislativo. Mas o tempo que teremos para examiná-la' há depermitir, também, que se cristalize mais o importante trabalhofeito no seio do próprio Poder Judiciário, mais especificamente~o ,âmbito do Supremo Tribunal Federal, onde o eminente MinistroRodngues, AlckmIn, com sua ~ultura juridiea, se houve comomagna pars neste trabalho verdadeiramente digno de todos os en­cômios. O eminente Desembargador Murta ·Ribeiro - segundotambém estamos informados - contribuiu, ao lado de outros ilus­tres julgadores e juristas, na tarefa ciclópiea, verdadeiramentedigna de todo o respeito. e de toda a consideração por parte dosbrasileiros, ou seja, a de diagnosticar os males, as omíssões, as

lacunas e, mais do que isso, de propor as soluções adequadas pró­prias, sem cópia servil de sistema alienígena algum, para' fazerconvergir para o Brasil as melhores soluções para se enfrentar oproblema.

Feitas essas considerações iniciais, queremos apenas afloraralgu~s aspectos que, ao relance, nos chamam a atenção, dada a.brevldade do tempo, que não nos permitiria, mesmo com as nossasmodestas luzes, observar toda a tecitura, extensão e profundidadedo momentoso e importante tema. De saída, lembramos a necessi­dade de uma justiça agrária, Sr. Presidente. O gmu de especifici­dade, no mundo de hoje, não 11. repugna, porque longe vai a idéiade querer centralizar tudo num só corpo de justiç,a, à semelhança,mutatis mutandis, do que ocorre no campo da medicina, em queantigamente O- clínico geral podia resolver todos os problemasmédicos. Hoje, cada vez mais, temos a noção evidenciada por sá~biQl!, li!. respeito da que.stão, robretudo na Inglaterra.

Creio que Stuart Mills definiu o homem culto como aqueleque sabe cada vez mais sobre eada vez menos, ou aquele que sabealguma coisa sobre tudo e tudo sobre alguma coisa. É o aspeetoda especificidade, que ganha, em todos os campos do saber e daatividade, cada vez mais, uma restrição no âmblto para conquis­tar, justamente, em profundidade.

Então, nã.o repugna, dentro dessa ordem de idéias, que tenha­mos a justiça especializada. Um dos pioneiros foi Lindolfo Collor,sem dúvida, o exemplo do gênio brasileiro, para termos em nossoPaís algo conquistado em outras plagas com sacrificio, com sanguee com luta fraticida mesmo. A Justiça e o Direito do Trabalhosignificam, realmente, monumentos que honram :li cultura juridicabrasileira. Hoje, cada vez mais à semelhança do que vemos naJustiça Eleitoral, na Justiça Militar, especializadas, portanto, nãoseria, de forma alguma, fora do contexto pugnar por uma justiçaagrária que possa, com brevidade, a tempo e à hora, deslocando-seaté de feição itinerante, conforme o caso, prover àqueles que mui­tas vezes são postergados nos seus direitos, nas suas prerrogatívas,nas suas legitimas reivindicações. Não basta alguém ter direitos;é preciso também fazer com que o princípio salutar do art. 75 doCódigo Civil - a cada direito deve corresponder uma ação queo assegure - seja materializado, possa ser traduzido não apenasem teoria para ser lecionada nas cátedras, mas algo que a tempoe à hora possa servir aos interesses legítimos, às necessidades,em face muitas vezes da truculência. da coação, da opre3São, davis compulsiva, da vis eorpore lata, de tudo aquilo que caracteriza,ao longo desses sertões perdidos dos imensos brasis, a contrafacçãodo próprio Direito ou da própria Justiça.

Concedo o aparte ao nobre Deputado Jerônimo Santana, comtodo prazer.

O Sr. Jerônimo Santana - Nobre Deputado Nina Ribeiro,V. Ex." aborda um tema de palpitante interesse nacional, relacio­nado com a reforma do Poder Judiciário. Não poderia ser maisoportuna a idéia do Supremo Tribunal Federal de promover aatualização da realidade da Justiça no Pais, que em muitos lugaresé apenas simbólica. O Presidente Ernesto Geisel, quando envioumensagem a e(lte Congresso, em março de 1976, deixou sublinl1adoque neste ano iria promover e elaborar a reforma judiciária comrelacão ao Distrito Federai e aos Territórios. Até hoje - e jáesta1110s quase no fim do período - não chegou a esta Casamensagem especifica tratando do ingente problema da estrutura­ção e da ;reforma judiciária em Brasilia e nos Territórios Fe­derais. Nos Territórios, o problema da Justiça é mais grave Depoisque se falou na reforma ampla do Judiciário, postergou-se a re­forma ou a estruturação da organi:;mção judiciária do DistritoFederal e dos Territórios, alegando-se que para a criação decomarcas, cartórios ou varas nos Territórios era preciso fazer-sea Reforma Constitucional, com o que discordamos. Se toda vez quese desejar críar uma comarca, um cartório ou uma vara numaCapital for preciso emcndar a Constituição, será um Deus-nos­acuda, em matéria de estruturação da Justiça. Cremos que, seto­rialmente falando, em relação à reforma ou à estruturação ouorganização judiciária do Distrito Federal e dos Territórios, nãoestaria ela dependente de uma reforma constitucionaL Aliás,assim, estaria sendo colocado o carro adiante dos bois, porque nãoé preciso fazer-se uma reforma constitucional para se criar maisuma comarca no Território Federal - e são muitas que precisamser criadas - criar maís um cartório, criar mais uma vara naCapital ou designar Juizes para regiões as maiB remotas do Pais.Mas sabemos que foi postergada a reforma ou a organização j udi­ciária do Distrito Federal, desta área e dos Terl'Ítórios, a pretextode se precisar fazer a reforma constitucional, que não sairáneste ano. Então, já não se vai implantar neste ano ou não se vailegislar para a criação da organização judiciária reclamada pelosTerritórios e pelo Distrito Federal. Sabemos mais. que há forçaspoderosas ligadas aos cartórios, principalmente de Brasília, frus­trando esse trabalho, o que é grave, não permitindo se descentrali­zem os cartórios - os cartórios, em Brasllia. silo uma verdadeiramina, um verdadeiro poderio - pa,'a as cidades satélites, comoé o caso da reivindicação de Taguatinga, de Sobradinho, etc,. quequerem ter os seus cartórios de protestos, seus cartórios para la-

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ltMt QUArta-feira' BIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ção I) Outubro de 1m

vrllot,ura de escrituras e registros. É preciso seja feita essa reforma..que se implapte uma organização judiciária melhor no DistritoFederal e nos Territórios. Tal reforma se torna necessária. Poroutro lado, em nada se relaciona com a reforma ampla da Cons­tituição, que se pretende para o Brasil inteiro. Se toda vez. parase criar uma comarca, uma vara ou um cartório, for precisofazer-se uma reforma constitucional, neste Pais. repito, s(;rá umDeus-nos-acuda, e não sabemos onde isso irá parar. É o que hojeverificamos. Quanto à organização judiciária de Brasilia e dosTerritórios, está ela engavetada, quando poderia já estar aqui noCongresso uma mensagem no sentido de estruturar melhor a Jus­tiça nessas Unidades da Federação. Era esta a contribuição quequeria trazer ao discurso de V. Ex."

O SR. NINA RIBEIRO _ Eminente Deputado Jerônimo San­tana, V. Ex." é um eterno preocupado com a política dos Terri­tórios e com alguns aspectos regionais do Brasil. V. Ex." merecetodo nosso respeito e a nassa consideração, quando o faz numclima de serenidade e de justiça. Ma.s, data venia. não podemosconcordar quando V. Ex." diz que está sendo postergada peloGoverno. Absolutamente. O Governo Federal está altam(;ntecons­ciente do grau de complexidade e de importância dessa reforma,inclusivc sem perder a nocão de totalidade, de um aspecto real,panorâmico, que não pode' ser isolado. V. Ex." não há de quererse pince uma modificação aqui, outra all, outra acolá, porque .aí,sim, não faltariam vozes a criticar, exatamente pelo g:au asSlS­temático, pelo grau setorial, pelo grau diminuto, e nao aqueleque atingisse o a.specto sistêmico envolvendo a tudo.

A preocupação-- posso dizer a V. Ex." - é da maior impor­tância e começa pelo eminente Presidente Ernesto Geisel. E tam­bém dela participam outros eminentes juristas, outros homensaltamente situados na eseala administrativa. Agora mesmo, o Go­verno Federal, tivemos notieias específicas, estuda também amodificação do conceito de pena. Não apena.s o aparelho judiciá­rio em si, ma.s o conceito de direito substantivo e de direito adje­tivo. São normas novas que estão para nascer no Direito Peniten­ciário. Trata-se do desejo de evitar o superpovoamento das prisõespor gente que a rigor não precisa nelas ficar. É informação dopróprio Ministro da Justiça. Dl'. Armando Falcão. Revelou S. Ex."que o Pre..sidente Ernesto Geisel enviará, nos próximos dias, Men­sagem ao Congresso, no sentido de reformular aspectos do sistemapenitenciário brasileiro. O Ministro Armando Falcão fez essasdeclarações no Palácio Guanabara, logo após a solenidade deassinatura do convênio entre o Estado do Rio e o Ministérioda Justiça, para a construção de três novas penitenciárias quefuneionarão em regime semi-aberto. O eonvênio envolve 80 milhoesde eruzeiros. importância a ser depositada pelo Govel'no Federal,em três parcelas anuais.

Tive ocasião de notar, no meu Estado, conversando com oeminente Governador Faria Lima, o alto grau público de S. Ex.",exatamente preocupado com o assunto peniteneiário em nossoEstado, que, aliás, não é privilégio do Estado do Rio. Ele existeem muitos Estados da Federação, para ser enfocado como um tododinâmico. humano e humanitário, e que viBe exatamente a darocupação, a dar espaço ao sentenciado, sobretudo na modernaconceituação da pena, que não há de ser apenas o cuia pecatumest, não é apenas um castigo, uma retribuição do mal pelo mal.mas o nec pecetur, voltada para o futuro, em grau de recuperação.Não se deve isolar o individuo pernicioso, de aita periculosidadesocial, sabendo-se que o crime resulta, como disse o sábio Inge­nieros, de uma sintese de fatores endógenos e exógenos. A etioiogiado crime se nos apresenta com uma feição imparcial e cientifica,como algo que vem da própria natureza humana, muitas vezesdeformada por psicopatias, por vários aspectos interiores, e aindacomo que exaltada, sublínhada, forçada pelos eondicionantes so­ciais. conjunto onde medra essa terrível resultante da criminali­dade, a criminalidade latente ou j á in fieri, a que espoca em váriospontos, qua.se como que uma necessidade, da qual o homem dificil­mente poderá escapar. Então. por pouco não resvalamos como queengodados com o autor da "Sociologia Criminale", Enrico Ferri, equase descremos, sem chegar até lá, no livre arbitrio. Por issotemos que encontrar remédios globais eficazes.

Veja V. Ex." o caso de um pobre menino que nasce numafavela. Não se precisa ir muito longe, pode ser no meu próprioEstado, em local circunvizinllo àquela cidade que foi até há bempouco tempo, Capital da República. A cada hora, a cada pa.sso, acada dia, a cada minuto, qua.se a cada instante, ele vê matar,roubar, estrupar, vê o uso de tóxicos e de outros ilícitos. Como?Com que direito essa sociedade, que muitas vezes nem lhe ensinaa ler, omitindo-se no proeesso educativo, com que direito essasociedade, que se omite diante desses fatos clamorosos, poderáinvocar um dos 361 artigos do Código Penal para enquadrá-lo edepois trancafiá-Io numa masmorra, numa jaula, a exemplodaquele "absurdo do século", como classificou Enrico Ferri, naItália, dando ao homem a condição semelhante a uma besta-fera?Não, não há de ser estc o conceito dos modernos penalista.s, quevis'am exatamente a humanizar a pena.

Este é o intuito que, graças a Deus, vemos corroborado comnotável sabedoria no âmbito dos estudos que hoje impressionamo Governo e que vêm sendo desenvolvidos desde a Comissão diri­gida pelo Dr. Cotrim Neto. Temos acompanhado pari passu essesesforÇDs no sentido não apenas de promover a reforma do Judi.ciá­rio, enquanto aparelho que ministra justiça, ma.s a reforma de prin­cipios básicos e fundamentais no próprio direito adjetivo, no pró­prio direito substantivo e, mais precipuamente, no âmbito do cha­mado Direito Penitenciário.

Ma.s eu gostaria também de ouvir os eminentes colegas. Emprimeiro lugar, concedo o aparte ao Deputado Freita.s Nobre.

O Sr. }'reitas Nobre - Ilustre Deputado.Nina Ribeiro, eu lem­braria a V. Ex." o estudo da.s raízes sócio-econômica.s da crimina­lidade, ou seja, o que ocorre, p<Jr exemplo, nas grandes ciqades enas grandes eoncentrações urbanas, onde há uma soeiedade cri­minogênica, sociedade que participa, por ação ou omissão, da for­mação do eriminoso, sociedade em que a peça, a máquina, aestrutura sofisticada é muito importante e o homem ê secundário,sociedade que não se preocupa pelo fato de a criança ser colocadanum desses reformatórios que, na verdade, são escolas de especia­lização do crime. Ao contrário, a sociedade devia assistir à familia,para que a criança não fosse afastada de casa, de seu lar, doconvívio familiar. E esse amor que faitou, esse carinho que desa­pareceu é uma da.s causas sociaís, como há outras, conômicas,da criminalidade. Se, pelo menos, ao lado da máquina, de quecuida com tanto carínho, ou dos interesses de uma estruturasofisticada, o Estado fosse capaI'. de colocar o problema do menor,particularmente do menor abandonado ou da família carenciada,a questão não atingiria tal ponto. Todos nós somos re;sponsáveis,eis que intcgramos essa sociedade que, por açáo ou omissão, par­ticipa da formação do criminoso e do aumento do indice de cri­minalldade.

O SR. NINA RIBEIRO - Agradeço a.s judiciosa.s consideraçõesde V. Ex." Quero dizer que se está procurando fazer exatamenteisso. Uma das experiências mais felizes, que pude observar deperto, foi a do eminente Governador Sínval Guazelli, do Río Gran­de do Sul, ex-colega de nós outros, para honra nossa, e que estádesenvolvendo notável trabalho nesse setor especifieo. Além daassistência ao menor, em moldes tradicionais, com organizaçõestípieas, há um estímulo muito grande para a solução desse pro­blema no Rio Grande do Sul. Trata-se, exatamente, de aproveitaras famílias sem filhos ou com poucos filhos, as quais recebem umestipêndio por parte do Estado, a fim de que, assim, possam rece­ber órfãos e menores necessitada.s. Isso é altamente importante,inclusive por motivos de ordem e<lonômica, que considero os menosrelevantes. Mas, no caso, isso representa uma poupança para oscofres públicos, eis que sai mais barato pagar determinada quantiaa uma familia para receber um menor desvalido, ou um órfão,do que manter todo o aparato estrutural e burocrático próprio deinstituições eriadas com esse objetivo. Por outro lado, nada substi­tui o carinho materno, mesmo o de uma mãe adotiva, ou a. con­vivência com uma: família, que possibilita a criação de certos laçossentimentms, muito importantes no desenvolvimento da persona­lidade do menor. Então, considero a experiência do eminente Go­vernador Sinval Guazelli altamente alvissareira e destinflda arender dadivosos frutos, especialmente se imitada em outros Es- Itados da Federação. Esse exemplo merece realmente ser imitadopara que não apenas se pOUpe o dinheiro pÚblico, mas para queele seja bem empregado, a fim de que os resultados sejam osmelhores possíveis, em particular do ponto de vista humano esocial.

Concedo o aparte li. V. Ex"" eom todo o pra.zer, eminenteDeputado lorge Arbage.

O Sr. Jorge Arbag~ - V. Ex.", com muita oportunidade. traza debate o problema da reforma do Judiciário em nosso Pais. Ine­gavelmente, o Presidente Ernesto Geisel tem a seu crédito a cora­gem de chamar a si a iniciativa de promover a reforma de base noJudiciário brasileiro. E, ao tomar essa iniciativa, S. Ex." preferiucolocá-la a nivel de discussão com aqueles setores verdadeiramenteinteressados e que poderiam, na análise da matéria, oferecer sub­sídios os mais valiosos para o aprimoramento do processo. Assim,participou entre outros, o Supremo Tribunal Federal, na pessoa.do S(;U eminente Presidcnte, o Ministro Djacy Falcão. Mas é evi­dente, Excelência, que, quando se promove a reforma de base deuma instituição eomo o Poder Judiciário, não basta que a análisedos seus problemas se restrinja à cúpula dessa instituição. Por isso,acabo de ler, na imprensa do Pais, que o emi!l;ente Ministro daJustiça, Dl'. Armando Falcão, sugere sejam apresentadas no Con­gresso Nacional emendas que visem realmente a dar ao projeto oaprimoramento a nível do desejado. Entendo, portanto. que, quan­do o Governo anuneia pam dentro dos próximos meses o envio damensagem presidencial ao Congresso Nacional, aeompanhada doprojeto de reforma do Poder Judiciário brasileiro, mister se fazsejam iniciados, em todo o território naeional, nos órgãos do PoderJudiciário nos Estados, os estudos da matéria, para condicioná-laà peculiaridade de cada área, de cada região. Que esses subsídiossejam, depois, remetidos às bancadas federais, na Câmara e no

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Outllllbro de 19'16 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira 6 looU

Senado, para que aqui possamos elaborar as J·espectivas emendas,apresentá-las no devido tempo e discuti-las, quando se chegar aoperíodo de discussão - possivelmente. ~o pró~imo ano. AC~o que,assim, poderemos dar uma contribulf;ao valIosa no sentIdo deaprimorar 00 projeta0 do Executivo, o qual, no nosso entendcr, em­bora aproximado da perfeição, necessita, naturalmente, ser com­plementado com a experiência daqli!eles que vivem o dia-a-dia navida forense e que podem realmente contribuir para o aprimora­mento do projeto. Felicito V. Ex.a , porque, na realidade, esse, é umtema que já. deveria, de há .muito, estar em debate no CongressoNacional, embora ainda aqui não estl;ja em discussão a matériaenviada pelo Poder Executivo. Parabenizo V. Ex.a

t[) SR. NINA RIBEIRO - Agradeço muitíssimo a V. Ex." o re­levante aparte, o qual, se por um lado dignifica a cultura juridicado nobre colega, por outro também exalta o espírito democráticocom que V. Ex." sublinha, com notável fulgor, a inequívoca vocaçãodo Governo da República de seguir o principio básico de Teixeirade Freitas, "o que interessa a todos deve ser debatido por todos",colocado como frontispício no seu momentoso projeto do CódigoPrivado, que reunia o Código Comercial e o Código Civil. Ele usoua fórmula latina para dizer isto, que é, tenho aertel!a, a inSPiraçãodo Presidente da República e de todos aqueles que o assessoram,neste momento....A intenção é exatamente a de ouvir a Ordem dosAdvogados, os setores competentes e a nós, legítimos representantesdo povo, antes mesmo que a mensagem chegue a esta Casa, erI!'­bora já seja anunciada pela imprensa nos ~eus liDE;amenl!.0s b~­

Bicos, o que, sem dúvida nenhuma,. nos perrnJte consIderaçoes taojudi(;iosas quanto as que foram invocadas nos apartes dos nobrescolegas.

Prosseguindo, Sr. Presidente, além. dos aspectos da chamadaJustiça Agrária, gostaria de mostrar a necessidade de uma Justiçamai~1 descentra1l2ada, que fosse até às grandes cidades, chegando,nos casos de pequena monta, a servir-se dos julgamentos possivel­mente sem apelação, atendendo também ao consumidor. Ténhodive.tsos trabalhos desenvolvidos pela grande cultura do eminenteadvogado C!óvicS Ramalhete, defendendo uma tese notável. Na Co_omissão Parlamentar de Inquérito do Consumidor, que propus.a estaCaS~L ele mostrou em minúcias como seriam esses juízes descen­tralizados a nível de bairro e como se,rviriam para atender nãoapenas às reclamações típicas do consumidor, mas também aoscasos de pequena monta, como os acidentes de trânsito, que hojeavançam ao longo do tempo em apelações sucessivas. Quando en­gendram uma reparação pecuniária, ela vem a destempo, desca­racterizada e aviltada em termos monetários, o que chega a ilus­trar, infelizmente, a contrafacção da própria Justiça. É um as­pecto portanto válido de agili2ar a Justiça, de descentralil!á-la,de fazê-la chegar, se possivel, a cada esquina, a ~,!-da bairro, tra­zendo modificações de ordem processual para faCIlitar a coleta deprovas. Hoje, um julgamento é qu~e ~a tortura. QuaSE; toqosfogem quando há um acidente de tranSIto, por exemplo. Nll1guemquer testemunhar, pois iSBO implica perda de um dia de trabalhoou de lazer porque o depoimento é reduzido a termo, datilografado,âs vel!es cóm erros causados inclusive pelo cansaço.

Nada mais simples, eminente Deputado Israel Dias-Novaes, q?esei a,crescentará muitos dadas mteressantes IW meu modesto dIS­curso. Veja V. Ex." como a moderna técnica de reportagem, ovideo-tape ou a simples gravação, poderia ser utilizada. A VOl! hu­mana é inconfundível. Nixon que o diga! Duas pessoas não podememitir o mesmo Iilom, a mesma tonalidade de voz, assim como duaspessoas não têm a mesma impressão digital. Há, hoje, 'lp'arelhosque projetam o espectro da voz humana, traçam o graflco quedemonstra inquestionavelmente, qualquer tentativa de fraude,mesmo nu~a sílaba. Ela seria identificada, reconhecidà. Podemosaté dizer que é mais fácil fraudar um depoimento reduzido a ter­mo numa máquina de escrever, do que um depoimento gravado.Auguramos que íl,fl modestas possibilidades reconhecidas à .grava­ção na nova Lei Processual Civil, que é muito tímida, possam seraumentadas possam ter um elastério maior, para, ao lado da des­cen1;ralizaçãO do aparelho judiciário, criando-se o Juiz da es­quina, cuja sentença não admitiria re.curso. nos casos de pequenamonta facilitar a coleta das provas, mcluslVe dando respaldo aoconceito da flagrância - de fregon, do grego - quando a provaestá quente está queimando, o serventuário da Justiça poderáindagar da testemunha: - "O senh(lr viu o ac~dente? Co~o fo~?Dê ~mas impressões". Essas palavras fIcariam regIstradas. Nao senaprec~iso esperar-se meses a fio por um depoimento cheio de errose truncado quando a memória só não ajuda, evitando-se, inclusive,as chamadas testemunhas de viveiros e determinados industria­mentos. A prova colhida espontaneamente, rapidamente, poderáoferecer ao aparelho judiciário todas as vantagens.

São estes alguns das aspectos que nos permitiríamos tecer, nes­tas modestas considerações. Ouço o aparte do nobre DeputadoIsrael Dias-Novaes.

O Sr. Israel Dias-Novaell - Nobre Deputado Nina Ribeiro,V. J!lx." está trll.l!endo uma generosa contribuição aos propósitosgovernamentais de reforma do Poder Judiciário. V. Ex." é bacharel,professor, estudioso de Direito: Está, portanto. qualificado para nosÍl'lU'.er essa eontribuição. O que temo, nobre Deputado, é que V. Ex...

esteja perdendo o seu 'tempo, Contrariamente ao que foi dito aqui,o Governo não está. preocupado em auscultar os interessados naelaboração dessa reforma. Em pIimeiro lugar, considero que aharmonia dos Poderes de certa forma imporia que o projeto dereforma partisse do Poder Judiciário. No regime democrático, Q.harmonia dos Poderes, a soberania de cada um é um fato elementar.No Brasil há uma extraordinária hipertrofia do Executivo, que ela­borou esse projeto quase clandestinamente e o fel! publicar ex"abrnpto num jornal de grande circulação no Pais. A classe juridicabrasileira, os magistrados de todos os níveis e os advogados sur­preenderam-se com a publicação, na integra.. feita pelo jornalO Estado de S. Paulo, cuja edição, por isto, esgotou-se rapidamente.V. Ex." pode alegar - e tenho certeza de qu,e o Deputado LuísViana Neto, hoje gloriosamente liderando a Bancada do Governo,o fará - que se trate apenas de um anteproje,to, ainda sujeito achuvas e trovoadas. Mas nós temos, lamentavelmente, antecedentesmuito comprometedores. Lembra-se o nobre colega da Lei da.~B.A.? Ela ficou dois anos em debate. Convocamos juristas de todasorte, economistas, a Ordem dos Advogados do Brasil debateu-aprolongadamente, artigo por artigo. Apresentei um argumento queconsiderei - se V. Ex." me permite a imodéstia. - mais ou menosirretorquível: não tem cabimento votar a Lei das S.A., quando es­tamos elaborando o novo Código Civil, que incorpora, por sua vez,o Código Comercial, do qual ela deveria fazer parte. Sou membroefetivo da Comissão do Código Civil. Então, ficamos inteiramentedesarvorados, porque a Lei das S.A. está. aí aprovada. E outra coisa,Deputado: foi publicado, há dois anos, o proj eto original da Leidas B.A., que depois seria submetido aos interessados - não apenasaos eruditos - aos homens do ramo. Então, todo mundo ofereceu asua emenda, o seu reparo, até sobre a filosofia e o espirito geral dapropositurli. V. Ex." sabe o que aconteceu. O projeto foi aprovadopraticamente nos seus termos originais. Discutiu-se em vão. Coma Lei Falcão, a mesma coisa. A Lei Falcão esteve em debate nestaCasa, foi designado um democrata testado, o Senador Jarbas Pas­salinho, para relatá-la. O Senador Jarbas Pasósarinho depois, na­turalInente, recebeu as sugestões do Governo, através do seu Líder,e, no tim, aprovou uma emenda de ordem redacional, sob a con­eordância do Executivo. Então, todas as sugest,ões formuladas fo­ram rejeitadas in limine. Discutiu-se em vão. 'Foi uma espécie desadismo do Executivo: manda discutir, discute-se, e, depois, ele nãoconhece da discussão. De sorte que V. Ex." merece.todos os aplausos,porque, não obstante esses antecedentes, subiu à tribuna parafazer os seus reparos e tecer as suas considerações, embora V. Ex.anão acredite que nenhuma delas venha a ser acolhida pelo Exe­cutivo, porque o Executivo tudo pode e, tudo podendo, tudo faz.

O SR. NINA RIBEIRO - Eminente Deputado Israel Días-No­vaes, embora reverencie a cultura juridica de V. Ex.", não possollubscrever todos os conceitos que emitiu no brilhante aparte queacaba de inserir - para honra minha - no meu modesto discurso.Gostaria de ponderar a V. Ex." que muitas têm sido, ao longo dotempo, as contribuições relevantes do Poder Legislativo, Poder queintegramos, a Mensagens oriundas do atual Presidente e daquelesque o antecederam. Vezes sem conta mereceu acolhida a contri­buição relevante de Parlamentares de ambos os partidos. Maisadiante - se tiver tempo de chegar lá, inclullÍve em falando donovo Código Penal, que neste momento está em período de vacatiolegis - relacionarei uma série de emendas que a minha modestaexperiência na cátedra de Direito Penal, da Pontifícia UniversidadeCatólica, permitiu-me consubstanciar. Essas emendas variam daculpabilidade ao conceito de estado de necessidade e, também, àexpressão de condenação anterior, do próprio art. 122, e a outrosaspectos. Algumas delas não foram acolhidas. Todavia, no art. 130e seu parágrafo único, os conceitos do aborto .- quando é permi­tido pela lei c quando não o é - de emenda de minha autoria,foram inteiramente acolhidos, com o que mereci, inclusive, moçãode aplausos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB.E aplausos em face não apenas da apresentação da emenda, masda acolhida que houve, por parte do Governo, a um consenso damaioria desta Casa, e que já se insere no texto do novo CódigoPenal, que já foi aprovado e que apenas ainda não entrou emvigor, pois, como já disse, está no período de '~acatio legis.

O Sr. Israel Dias-Novaes - Permite?O SR. NINA RIBEmO _ Peço vênia para ainda comentar o

aparte anterior de V. Ex.a - logo em seguida concederei outro ­no aspecto que V. Ex.a diz, da demora. Ora, a demora se dá exa­tamente dada a complexidade da matéria. A matéria não é fácU,envolve "n" conotações em vá).'ios âmbitos e, inclusive, a Justiçaé algo caro custoso, altamente complexo. São vícios de antanhoque se acumulam como que numa herança maldita, infelizmente.Então, realmente esta demora existe para auscultar, também, seto­res ponderáveis da opinião pública.

O Sr. Israel Dias-Novaes - Demora do que, Ex.a? Não estoucompreendendo.

() SR. NINA RIBEIRO - Esta demora no envio da mensagemmostra o alto grau de responsabilidade do Governo.

O Sr. Israel Dias-Novaes - Não me referJ a esse aspecto, folo aparteante anterior •.

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10044 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'16

O SR. NINA RIBEIRO - V. Ex." também se referiu a ele.O Sr. Israel Dias-Novaes - V. Ex." está enganado, foi o an­

terior.. O SR. NINA RIBEIRO - V. Ex." ponderou dois aspectos, che­

guei a tomar nota. Um, o da iniciativa do Judiciário, que V. Ex."explicitou bem; outro, que estaria faltando a forma de auscultarsetores interessados, inclusive da opinião pública. E eu ponderoque a demora aparente que existe, inclusive criticada por outros- e ela explica este setor do aparte de V. Ex." - é exatamentepara auscultar setores da opinião pública, que é o que V. Ex." re­clama. Quanto à iniciativa do Judiciário, a rigor, a Reforma ell­volve aspectos que extravasam o âmbito do Judiciário. Não hádúvidas de que envolve muitos aspectos que são inerentes. que sãopróprios do Judiciário - llinguém questiona a esse respeito ­mas há, por exemplo, o chamado direito penitenciário, a possibili­dade, que se anuncia também. da existência de um novo CódigoPenitenciário, a alteracão na nossa lei adjetiva e na lei substan­tiva. de aspectos outl'os, em que têm que atuar, como dizia Planiol,a ferramenta ao lado do Direito. Náo basta o Direito erigido emnorma máxima e num aspecto que seja o reflexo da ciência oudo dado. Invocando um François Jeny, é preciso a técnica, é pre­ciso construir, é preciso a ferramenta, desse próprio Direito, queo torne apto, útil, desejado a tempo e à hora e efetivo e eficaz.Ora. V. Ex.", que é um jurista eminente - reconhecemos todos osméritos nesse sentido -, há de concordar em que todo esse conjuntoextrapola o âmbito restrito do Poder Judiciário, Por outro lado. oExecutivo tem apresentado, não apenas no Brasil, um grau maiorde dinamismo. exatamente de reunir esse conjunto de informaçõesde vários âmbitos que realmente precisam rapidamente chegar fi.uma solução. Não creio que, se deixássemos a iniciativa apenas ao.Judiciário. isso fosse feito mais rapidamente e mesmo pudesse en­globar todos esses setores que, a rigor, escapam do estreito âmbitodo Poder .Tudiciário. São algumas considerações Ájue me ocorremem função do brilhante aparte de V. Ex."

Gostaria de focalizar, agora, a instituição do Ombudsman cde ver incluída no nosso meio. Mas, antes, tenho o prazer deconceder novo aparte a V. Ex."

O Sr. Israel Dias-Novaes - Gostaria de completar o aparte,Excelência. As vezes. peco ela faita falta de clareza no que digo.

O SR. NINA RIBEIRO - Não, absolutamente.O Sr. Israel Dias-Novaes - O que reclamei foi justamentc

contra esse desinteresse do Governo em. auscultar o Poder que elequer disciplinar. O Executivo deseja disciplinar o Judiciário, masos Juizes não são ouvidos. Recebi, aqui, a informaçáo de queapenas o Presidente do Supremo Tribunal Federal foi ouvido. Há.uma rebelião geral na Magistratura brasileira contra os termosdo projeto, publicado só pelo Estado de S. Paulo. Veja V. Ex.", sóum jornal publicou na integra e num dia só. NInguém mais publi­cou. De sorte que tenho a impressão de que a demora, daqui paradiante. será tolerada e mesmo exigida. V. Ex." falou muito bemno CódIgo Penal, que está em vacatio legis, porque depois de apro­vado nesta Casa, teve a sua vigência suspensa, dada a precarie­dade do seu texto. Mas, ao mesmo tempo em que se consideravaque o Código Penal dificilmente seria colocado em ,vigência, taisas suas incongruências e a sua pobreza, elaborava-se, na Casa, oCódigo de Processo Penal. quer dizer, o Código adjetivo era apro­vado à revelia do Código sltbstantivo E, mais grave, muito maisgrave: o Código Civil, que está sendo elaborado nesta Casa, já temà sua espera, vigentc, o código de Processo Civil. Então, em lugarde se fazer um Código de Processo Civil aderido ao Código Civil,faz-se um Código Civil obediente ao Código de Processo. E por issoque louvo V. Rx.a por essa generosidade de comportamento: V. Ex."conhecendo não a bravura, mas a braveza do Executivo, insisteem servi-lo. Eu já desisti.

O SR. NINA RIBEIRO - Não estamos propriamente servindo,eminente Deputado Israel Dias-Novaes, estamos tecendo conside­rações sobre o que estimariamos fosse regulado na reforma doJudiciário. Mas não estamos negando as virtudes e os méritosde quem se propõe, de quem tem os meios, em curto tempo, derealizar tarefa dessa ordem, ou seja, a de alterar a estruturajurídica do Pais.

Realmente, há quem prefira a lei substantiva à adjetiva, mashá doutrinadores de mérito que também preferem o contrário. Asduas náo podem ser aprovadas ao mesmo tempo. Isso é algo quepoderia engendrar uma perplexidade. Mas eu gostaria de ponderara V. Ex.a que a manifestação da Magistratura tem ocorrido. Talvez,se tivéssemos mais tempo, se a matéria fosse menos importante,se houvesse menos pressa, devêssemos ouvir, em prinCÍpio, todosos Magistrados do Pais ou todos aquelcs que, direta ou indireta­mente, estivessem ligados à Justiça, ou seja, até a populaçãointeira.

Eminentes jurisconsultos participaram desse trabalho, e citeio nome de dois dos maís importantes: o do Ministro RodriguesAlkmin, de São Paulo, que honra não apenas a cultura paulista,mas também a cultura jurídica brasileira, e o do DesembargadorMurta Ribeiro, de quem tive a honra de ser assistente na Ponti-

fícia Universidade Católica, na Cadeira de Direito Penal. Foi elequem indicou o meu nome para substituir, depois, o Dl'. SObralPinto, quando este, pOr questões de idade, teve de deixar a regên­cia das duas cátedras de Direito Penal. Ao Desembargador MurtaRibeiro me ligam laços de proofunda amizade e gratidão. Mas,.acima deles, está o meu reconhecimento, imparcial, da culturajuridica relevantissima que orna a sua personalidade. Poderiainvocar outros nomes, também, que demonstram...

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barém) - Lembro ao nobrc ora­dor que dispõe de três minutos apenas para concluir.

O Sr. Israel Dias-Novaes - Permite V. Ex." um aparte?O SR. NINA RIBEIRO - Lamento não poder concedê-lo. Gos­

taria de aprender mais com V. Ex." Tinha ainda muitos outrositens para abordar. Ia falar sobre o Ombudsman, notável insti­tuição que existe há mais de século na Suécia. Em li d~ tunho de1809 foi promulgada na cidade de Estocolmo a Constitmçao sueca,estabelecida pelo Rei e pelos Estados Gerais do Reino, em vigoraté 31 de dezembro de 1974. Muitas vezes foi emendada, sobretudonos últimos decênios. Há que ressaltar que essa antiga lei funda­mental foi bastante influenciada pelas idêias de Charles de Secon­daI. o Barão de La Bréde e de Montesquieu, e de outros quc con­sub~tanciaram notávcis institutos. Ia referir-me à forma pela qualfunciona o Ombudsman na Suécia e nos paises nórdicos. Tenhoem meu poder estatisticas que poderiam demonstrar como fun­ciona o Ombudsman, agora subdividído em três; o primeiro pro­curador parlamentar cuida de causas sobre imposto~ e ex~c.uções

de julgamentos em geral, de assuntOB concernentes a admllllstra­cão civil; o segundo supervisiona as cOrtes de justiça, os promoto-.res públicos. as polícias, as forças armadas; o terceiro tem l?0l""atribuicão supervisionar o campo relativo ao bem-estar SOCial,assuntos sobre seguro social e educação e concernentes a documen­tos oficiais acessíveis ao público.

A instituicão do Ombudsman entre nós seria de suma oportu­nidade, sobretudo para evitar excessos no â~bito muni:ipal, e~t~­dual e, às vezes, no federal. O Ombudsman e algo notavel e Vlna.aperfeiçoar o nosso sistema. Evi~aria cer~os cas!?s, como aquele e:nque representei contra o PrefcJto de mmha Cidade natal, o RlOde Janeiro, quando resolveu instituir a chamada taxa do lixo, que,a meu ver, é uma bitributação que fere nossa Carta Magna. Enca­minhei procuração nesse sentido ao Sr. Procurador-Geral da Re­pública.

Pois bem, o Ombudsman poderia operar a priori e evitar malesque pudessem vulnerar o contribuinte e .0 consumidor. Esta é. umadas sugestões que fadamos e que podenamos .explorar da trIbunaminudentemente. inclusive com cifras, com numeros que demons­tram o alto graú de eficiência, nos países nórdicos, desta figuraque, a rigor, não tem ~radução em 15ng:ua nenhuma. OmbudsmaD..não se pode traduzir, e um termo tecmco.

Quanto ao Código Penitenciário, nos lembramos de nossostempos acadêmicos na PUC, quando fundamos o chamado I?AP --­Departamento de Assistência Penitenc~ária -, cuja r.nnçao ~ra

prestar assisténci~ j uridica aos sentenc:ados c conseg~tr tambernemprego, colocaçao para o ex-sentenCiado. Tratava-se d,e. umaobra de assistência social que foi plenamente coroa.da de eXlto.

Na qualidade de Deputado Estadual, apresentei o Projeto deLei n.o 632/6::\, dispondo sobre o patronato de liberados ~ egr.essos.Foi ele convertido em lei, hoje é lei em meu Estado. Esttl!1ana quea reforma de âmbito penitenciário pudesse acolher tambem o Ins­tituto do Patronato de Liberados e Egressos, exatamente par_a aten­der, como a Casa de Custódia e Tratamento, àqueles que sa? ~h~­

mados fronteiriços, aqueles que não ficam bem nem no mal11COmlOjudiciário, nem na penite~ci.ária comum -: tout court.- sobretudovisando a recuperar o cnmmoso que, multas vezes, e um doen.te,tlâo tem culpa, e é obrigado a ficar ao lado daqueles que t.emculpa mas que precisam também ser recuperados para se torna­rem úteis à sociedade.

Finalmente Sr. Presidente, ia abordar o Probation System,sistema usado ~os Estados Unidos e que é um elastério ll:l;aior aolivramento condicional e à suspensão condicional da pena, emque certos tipos de criminosos, sobertudoyrin:ários, ou qUe tenhampraticado crimes de pequena monta, nao s~o e~carcerados. Elestêm obrigação de co~nparecer perante o _JUIZ ate semanalmen~e,para dizer o que estao fazendo, onde estao trabalhand? E ~stm

não pesam como um ônus a mais para o Est~~o e n~o deixamdesassistidas suas famiJias. Os chefes de famllla contmuam emcasa. Aí está o aspecto social também. Semanalmente eles deve!TIcomunicar ao Juiz onde estão trabalhando, dizer que trabalho estaorealizando. Enfim, é algo que mereceria um elastério maior emnosso sistema,

íamos dar também nossa contribuição ao Código Penal. To.dosesses aspectos iriamos abordar,. mas não tivel.nos temp~. conce~~s

novos está a reclamar a nossa epoea, Sr. PreSIdente. Ate as regIDesadministrativas no Brasil merecem uma personalidade jurídica eum conceito administrativo diverso do Estado, do Município ou da

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()ntnbro de. 1976 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira 6 1""

própria União. A nossa época, Sr. Presidente, é um crematório deidéias vetustas e desatualizadas. E sabemos que o idealismo édesenvolvido a partir do Sr. Presidente da República, do Sr. Minis­tro da Justiça, daqueles que se interessam tambilm pelo tema nestaCasa, dos eminentes membros do Poder Judiciário, do Governadordo meu Estado, enfim, de todos aqueles que realmente querem asmelhores soluções para os problmas do nosso grande Pais. E elesexistem. Vamos, agora, aplicá-las e desenvolvê-las.

Concluo, lamentando não ter tido tempo de esboçar sequeralguns dos itens sobre aquilo que poderia ser a reforma judiciáriaem nosso País. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Nina Ribeiro, o Sr. CélioBorfa, Presülente, deixa a cadeira da presülência, que éocupada pelo Sr. Ubaldo Barem, Suplente de Secretál·ío.

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barem) - Dar conbecimento àCasa de ofício oriundo do Senado Federal, vazado nos seguintestermal!:

CN/119Em 5 de outubro de 1976

A Sua Excelência o Senhor Deputado Oélio Borja

DD. I'residente da Oâmara dos Deputados

Senhor Presidente,Tenho a honra de comunicar a Vossa Exeelênc'ia, e por seu alto

intermédio à Oâmara dos Deputados, ter recebido, do Presidenteda República, a Mensagem n.o 71, de 1976 ON, submetendo ao

........ngl'esso Nacional o texto do projeto de Lei n." 12, de 1976 - ON,rq~e "autoriza o Poder Executivo a abrir créditos adicionais até omontante de Cr$ 10.861.800.000,00, para os fins que especifica".

2. Para leitura da Mensagem e demais providências iniciaisde sua tramitaçáo, esta Presidencia convoca Sessão do OongressoNacional, a realizar-se hoje, terça-feira, dia 5, às 18,30 horas, noPlenário dessa Casa.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência osprotestos de minha alta estirp.a e mais distinta consideração. ­José de Magalhães Pinto, Pres'idente.

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barem) - Nos termos do incisoII do art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr. An­tonio Bresolin, na qualidade de Lider do Movimento DemocráticoBrasileiro.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN (MDB - RS. Como Uder. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, não figu­ro entre os que acreditam que, no ano 2.000, milhões de criaturasmorrerão de fome. Os defensores desta tese baseiam-se no fato deque, apesar da legallzação do aborto no Japão, na Hungr'ia, na Ro­mênia, na Tchecillllováquia e em outros paises, a despeito do pla­nejamento familiar e de outras medidas, a população do mundo,na referida data, dificilmente será inferior a seis bilhões de cria­turas. Não me situo entre os ufanistas ou indiferentes, uns, quenão acompanham a violenta explosão demográfica, outros que,como o avestruz, escondem a cabeça na areia até passar a tem­l!>estade. Estou entre aqueles que acreditam nas grandes reservasmarinhas e nos milagres da técnica. 11: natural que, para alcançarOs objetivilll col1mados, são necessários amplos e profundos plane­jamentos governamentais e a mObilização de imensos recursos.

Diniz Gabor, em seu notável llvro "O Desafio do Futuro", co-menta. com muito acerto:

"Embora nos últimos dez anos a produçíio total de alimen­tos nos países subdesenvolvidilll tenha aumentado e, decerto modo, com ma'ior rapidez do que o aumento da po­pulação, não há razão alguma para sermos complacentes.A simples sucessão de duas más C<llheitas poderia facil­mente provocar a morte por inanição de milhões de pes­soas, talvez centenas de milhões, e é duvidoso que as jádepauperadas regiões produtoras de cereais nos EUA, Ca­nadá e demais países que produzem excedentes possam sal- ,vá-1ás. Além disto, mesmo um pequeno melhoramento nar,utrição não seria satisfatório no mundo em que, pelomenos, um terço, e de acordo com outra.') estatisticas, me­tade da população sofre de uma dieta monótona, pobre emproteínas, I:lara proporcionar energias necessárias para oaprimoramento da sua agricultura e para construir asenormes fábricas de fertilizantes, canais de irrigação etc.,que estão vinculados à energia humana."

Segundo afirma Josué de Oastro, em seu famoso livro "Geo­política da Fome", os produtos agrícolas, colhidos em terras de­predadas e pobres, .são carentes de valor protéico.

Daí o sentido da nossa luta; nesta Casa e na imprensa, emfavor da racionallzação e dú aumento da produção. Passaram-seos tempos em que a agricultura era feita à base da devastação dafloresta, da queima das coivaras, do aproveitamento do solo até

exauri-lo. Hoje, só fazem isto aqueles que desconhecem os malefí­cios àesta condenável rotina, ou os criminosos que, para multipli­car suas riquezas, destróem a ecologia e causam danos incalculá-,veis ao próprio Pais, comprometendo o futuro das novas geraçõese - por que não dizê-lo? - da humanidade.

É preciso abrir um parêntesis para esclarecer, no entanto,que ao lado dos prodigios que a técnica vem realizando no campoda produção, para combater os insetos e outras pragas que às vezesatacam as lavouras, vém sendo usados fungicidas profundamentenociyos à saúde, à conservação da fauna e à pure'~a das águas e doambIente. E em parte isto ocorre porque a modernização da lavoura,segundo a opinião dos técnicos, vem trazendo a multiplicação deuma imensa variedade de fungos e outras doença.') há poucos anosdesconhecidas.

Daí a razão pela qual, ao lado do maior empenho para a con­servação do solo e o aumento da produção, os governos responsá­veis são convocados para, através dos órgãüs competentes, legislare exercer rigorosa fiscalização contra o uso de fungicidas que pos­sam danificar a saúde e prejudicar o meio ambiente.

O Rio Grande do Sul é rico em exemplos. Dezenas de agri­cultores, para defender as plantações de soja das pragas, arcarameflm o sacrifieio da própria vida. Isto sem falar em dezenas de

'animais que morreram comendo pastagens contaminadas comfungicidas, sobretudo DDT.

Mas o importante é que estamos abrindo caminho na moder­nização da nossa agropecuária. Pais de dimensões continentais,com imensas áreas inexploradas, se o Governo continuar melho­rando a infra-estrutura existente, o Brasil poderá se,r até o celeirodo mundo.

Cada paí.s está procurando aumentar e melhorar sua produ­ção, aproveitando racionalmente a tena e fa,:endo-a produzir.O México, aplicando modernos métodos de cultivo do milho e dotrigo anão, conseguiu aumentar a sua produção de alimentos coma velocidade maior do que o seu crescimento dem<Jgráfico, que é daordcm recorde de 3% ao ano. O Peru, graças ao arroz IRS, chamadode "arroz milagroso", consegue até seis tonelada:l por hectare. Nosetor da pecuária, a Austrália, o Canadá, a Alemanha e outros paí­ses estão aprimorando seus rebanhos, para que melhore a qualida­de e aumente a produção de leite, já que exportam este produtopara muitas nações, inclusive para o Brasil. Nos EUA a pecuária,

, em grande parte, vem sendo desenvolvida através de métodos cien­tíficos. Ainda há poucos dias, em Miam'i, o Dr. Parajon, repre­sentante do Departamento de Agricultura do E:!tado da Flórida,informou-me que naquele Estado estão sendo feitas experiênciasrevolucionárias para a engorda do gado. Na Flórida existe o maiore mais moderno parque de gado confinado dos EUA. Toda a urinae esterco são canalizados para gigantesco bojo. E o esterco, depoisde desldratado, volta a ser aproveitado como alimento para a en­gorda de gado, com aproveitamento de 30%. Na Argentina e noUruguai a produção de carne e de trigo é das maiores, graças aosmétodos modernos e, no que tange ao trigo, em 'i'irtude das novasvariedades criadas, à política de comercialização (lo produto adota­da pelos dois governos. Em ambos illl paises a fixação do preço dotrigo é feita 30 dias antes do início do plantio e tr'inta dias antesda colheita o preço é reajustado, de acordo com a elevação do custodos insumos. E no Uruguai, além das vantagens das suas invejáveispastagens nativas, funciona o chamado Plano Agropecuária, res­ponsável, em grande parte, pelo -sucesso da pecuária daquele pais.A Argentina, graças ao cruzamento de uma variedade de trigo ar­gentino com outra de trigo anão, do México, há dez anos que vemmantendo a méd'ia de 1900 quilos por hectare. l:;; o Oanadá, comvariedades especiais, criadas em seus próprios campos de pesquisa,vem mantendo alto indice de produção. Planta dez milhões de hec­tares de terra e vem colhendo vinte milhões de toneladas anual­mente. E na última safra, considerada excepciol1a1, o Oanadá co-,lheu vinte e três milhões de toneladas. Ê preciso acrescentar que,neste pais, a exemplo do México, a produção de trigo obedece adeterminados padrões de consumo: para- pão sovado, para pãod'água, para biscoitos, para espaguetti etc. O Canadá figura inclu­sive como o primeiro exportador do mundo de trigo destinado àfabricação de espaguetti. O Governo garante pr'~ço justo ao pro­dutor e subsidia o consumidor. Três Ministérios atuam na produçãoe comercialização do trigo: () da Agricultura, na parte da pesquisa,<Ia produção em nivel de fazenda, e na regulamentação das varie­dades e qualidade do produto; o Ministério da Indústria e Comér­cio, que orienta a política do Governo nos setores da comercializa­ção e do crédito; e, finalmente, o Ministério dos Transportes, quecuida do Cl!coamento da produção. Nos campos de pesquisa conti­nuam intensas as atividades dos técnicos, objetivando a criação denovas variedades de maior rend'imento e de melhor qualidade. Aocontrário do México e de outros paises, as planta.ções de trigo ca­nadenses não são irrigadas e praticamente não levam adubação.

Ainda atentando para o esforço de cada pais, objetivando amelhoria e crescimento da produção, não se pode esquecer o Chilee a Argentina na produção de vinho, na América do Sul.

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10046 Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'16

Com referência à conservacão das matas nativas e ao reflo­restamento cientificamente plaÍlificado, o Canadá serve de exem­plo. Basta dizer que ainda hoje aquele pais, se dividisse as florestas,caberia 15 hectares para cada homem, mulher e criança. Noventapor cento das florestas pertencem aos particulares. Não se pense,no entanto, que cada um possa derrubar as árvores a seu bel­prazer.

Tudo é planificado e rigorosamente controlado pelo governo,através do Ministério de Meio Ambiente. E graças a isto, o Canadá,que tem vinte por cento de sua economia na extração de madeira,poderá continuar a industrializar árvores até com maior intensi­dade. po!s tcrá matéria prima nativa até o ano 2.000. Quarentapor cento de todo o papel de jornal do mundo é fornecido peloCanadá. E para manter e aumentar suas florestas, este pais possui28 parques nacionais e maIs de 1.700 parques provinciais, com umaárea total de cerca de 20 milhões de hectares. E só na Pr-ovincia deOntário existem 7 grandes hortos florestais, que produzem anual­mente 12 milhões de mudas cada um, e outras 3 estações de ex­perimentos. que produzem 2 milhões de mudas cada uma. Estescampos de silvieultura produzem essêneiais florestais para reflo­restamento e mudas de árvores ornamentais, tendo em vista ovalor da ecoiogia.

O Sr. Jerônimo Santana - N{)bre Deputado Antônio Bresolin,é atual e oportuno o seu pronunciamento, quando aborda o pro­blema da produção e a perspectiva da fome no mundo. VerificaV. Ex." a falta de planejamento com relação à produção e faltade apoio ao produtor. Este ano, percorrendo as regiões produto­ras de arroz do Estado de Goiás, pudemos constatar a superpro­dução de arroz ocorrida no sudoeste daquele Estado, para a qualnão havia sequer serviço de armazenamento. O arroz era deposi­tado no meio das ruas das cidades e, com a chuva. desperdicado,devido à falta de planejamento prévio para aproveitamento daprodução. O Banco do Brasil, numa fase louvável, concede fimtn­ciamentos para o preparo da terra, para o plantio e para a co­lheita, mas não prevê a comercialização do produto, nem seuescoamento ou armazenamento. Lamentavelmente, em diversaslocalidades daquele Estado. observamos pilhas e pilhas de arroz,cobertas com lona, abandonadas. Na Amazônia, a situação é se­melhante. O "Jornal do Brasil", de domingo, publicou uma re­portagem sobre a safra de arroZ da região da Transamazônica,mais precisamente de Altamira, a qual se está perdendo devidoà falta de armazenamento e à escassez de comercializacão. Porexemplo: em Rondônia não temos comprador para dois'milhõesde sacas de arroz. Não há estradas vicinais para dar vazão a essaprodução. que não tem perspectivas de armazenamento. A sacade arroz, naquele Território. atingiu a cifra de Cr$ 30,00 e. mesmoassim, não há comprador para o produto. Veja V. Ex." que, aomesmo tempo em que se lança o homem à terra, não são pre­vi..~tos nem dimensionados os centros consumidores. Em muitosgrandes centros. no entanto, o arroz está faltando. Em Brasíliae outras Capitais, seu preço se tem elevado e, no entanto, a pro­dução de arroz de Rondônia está retida por falta de escoamento.Ao darmos condições ao homem para produzir, deveremos prevero emprego da produção, que se perde por falta de oferecimentode oondições minimas de amparo ao produtor. Na Amazôpia. oprodutor está desamparado, enquanto o especulador tem todoapoio. todo amparo, toda uma faixa de créditos, para, oom suaação, oprimir aquele que está produzindo com grandes sacrifi­cios. já que este não conta com crédito, estradas e armazenagem.E na hora em que ele faz a colheita de sua produção, vem emcima dele todo um processo de especulação. O sistema bancárioestá mais preparado para apoiar o especulador do que para am­parar o produtor. Era essa a contrlbuiQão que queria dar a V. Ex.-

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muit,o obrigado a V. Ex." pelohonroso apart.e. O eminente colega tem toda a razão. Há poucosdias. visitando um grande horto florestal no Canadá, que contaoom uma câmara que pode guardar dois milhões e meio de mu­das de árvores, recordei-me do Brasil. Eles lá tem câmaras atépara isso e nós não temos sequer o suficiente 'para guardar ofruto da produção, do suor, do traballio e até do sangue daqueleque, no anonimato, está construindo a grandeza da Pátria.

O Sr. JOl'ge Arba&,e - Permite-me V. l!lx." um aparte?

O SR. ANTôNIO BRI';SOLIN - Concedo o aparte a V. Ex.-

O Sr. Jorge Arba&,e _ Nobre Deputado Antônio Bresolín, àsvezes, o eminente colega Deputado Jerônimo Santana comete cer­tos exageros em suas criticas à política econômica do Governo,como no caso, por S. Ex." eitado, do problema da produção dearroz em Rondõnia. Sou homem da Amazônia, conhecedor, por­tanto. dos problemas da região tanto quanto o eminente Depu­tado Jerônimo Santana. Naquela área, nobre Deputado AntônioBresolin, instituiu-se uma política séria de financiamento. Equando digo que se instituiu uma política séria de financiamen­to. estou me referindo a este deeênio. Paralelamente a essa polí­tica. o Governo estabeleceu outra, aquela que denominamos polí­ticu dos precos minimos para os produtos regionais. Eu pecariapela injustiça se .dissesse a V. Ex." que os preços mínimos fixados

para os produtos na Região Amazônica são compatíveis eomaquela necessidade desejável do produtor. Não diria isto. Mas tam­bém trairia a mim mesmo se negasse que, hoje, essa política éexercida visando a oferecer maior dosagem de estimulos à pro­dução. E, se ainda não corresponde ao desejável, se aproxima mui­ro dele. De sorte que fjz este prólogo para dizer a V. Ex." que anossa produção na Região Amazônica, seja de arroz, de juta. demalva ou de castanha, está protegida por uma política de preçosminimos. que ampara o produtor. O Governo foi extremamentegeneroso com a regiáo ao estabelecer o sistema crediticio parao pequeno e médio produtores, não havendo, portanto, nesse cam­po, espoliacãü alguma, seja do Governo, seja dos especuladores.Devo dizer ainda a V. Ex.a que, quando o eminente DeputadoJerônimo Santana. combativo, ardoroso e brilhante Parlamentar,insistente na sua campanha de denúncia - e, certa feita, até odenominei campeão das denúncias nesta Casa - diz que Rondô­nia sofre com a falta de rodovias para o escoamento da produ­cão. aqui mesmo temos visto Parlamentares da Amazônia con­testarem a construção da Transamazônica, da Santarém-Cuia­bá, da Perimetral Norte, vias de comunicação que, hoje. possibi­litam. o escoamento dos produtos regionais. Não mais ficam elesestagnados na fonte produtora, pois podem ser transportados aoscentros maiores, onde, comercializados, oferecem ao produtoreondições mais vantajosas quanto aos precos. Portanto, vou con­tinuar ouvindo V. Ex.". Deputado Antônio Bresolin. QuandoV. Ex." assoma a tribuna, todos nós aqui permanecemos paraouvi-lo com o profundo respeito que nos merece. porque, na rea­lidade. V. Ex.", nesta Casa, só trata de problemas sérios, funda­mentais e que interessam à economia do povo e do País.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muito obrigado, eminente co- .lega e amigo.

Prossigo, Sr. Presidente.A estação que visitei produz dez milhões de mudas por ano.

Deste total, quando não aproveitadas no tempo oportuno, o cam­po dispõe de câmara para guardar dois mIlhões e meio de mudasque, em ambiente controlado, se conservam de um para outroano nas melhores condições, sem prejuizo inclusive de cresci­mento.

Das estações experimentais, que conheço em diferentes paí­ses. esta é a mais bem equipada e cientificamente dirigida. Todosos canteiros são irrigados e. além da multiplicação de mudas, nohorto estão sendo pesquisadas 30 mil árvores. Estão sendo feitasexperiências-êxitos. com Raio Laser, para antecipar o floresci­mento e. conseqüentemente, a produção de sementes ou fruta.!!de diferentes plantas.

O horto conta com completo e moderno equipamento, alémde amplas instalações de alvenaria. Entre os diferentes instru­mentos usados para arrancar, transportar, podar e empacotarmudas, chamou-me especial atenção, uma máquina que tem a.capacidade de arrancar e transplantar 80.000 mudas por dia. Es­te conjunto funciona com a colaboração de sete pessoas. Veja-sea diferença. Aqui. com este número de empregados. pelos proces­sos atuais, quando muito podem ser transplantadas de três a cin­00 mil mudas por dia,

Imagine-se os milhões de mudas que os canadenses plantampor ano. O pais tem 28 parques nacionais e 1.700 estaduais. Amaioria dos parques nacionais e alguns provinciais têm uma llU­perfície conjunta de 20 milhões de hectares.

Seria longo demais enumerar tudo o que se passa em outrospaíses em favor do aprimoramento e da multiplicação da produ­ção agropecuária.

Trazemos estas considerações oom o objetivo de estimular asórgãos do Governo em favor daquilo que se possa fazer no Bra­sil no mesmo sentido.

Ninguém desconhece o esfor<JO do Governo. Mas ninguém, debom senso. será capaz de negar que em noS!lO Pais o setor da.produção não vai bem.

Ontem. ouvimos o ilustre Deputado Wilmar Dallanhol, desta­cado procel' da ARENA, alertando o Governo c<mtra os danoscausados pela restrição do crêdito às indústrias. Afirmou, inclu­sive, S. Ex." que, em Santa Catarina, importantes estabeleci­mentos industriais estão ameaçados de fechar suas portas e dei­xar milhares de trabalhadores sem o pão de cada dia.

Hoje, ouvimos {} combativo e brilhante Deputado SiqueiraCampos, prestigioso elemento da ARENA goiana, alertando o Go­verno contra o corte de crédito à pecuária, considerado um rudegolpe contra este importante setor da nossa economia.

De no.qsa parte, podemos informar que na semana próxima.passada, visitando região industrial do Rio Grande do Sul, fomosinformados de que uma das maiores indústrias gaúchas estavaà beira da falência, pelos mesmos motivos.

No Banco do Brasil, em relação ao financiamento de máqui­nas e implementos agrários. ocorre o mesmo. Recebemos quei-

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Outubro de 1976 DTARTO no COV(;RESSO NACIONAl. (Se~ão I),.-..._'-.--.....- ...---------- ------_-.--_.. -----_.- ----_ ...~.-~_.

Quarta-feira 6 16041

- ---==~====xas, neste sentido, em Victor Graef, Tapera, Ibiribá, Cruz Alta,Ijui, Soledade, Campo Real e Estrela. E em Soledade e Cruz Altatomamos conhecimento, também, de que fil'mas vendedoras, apósa operação comercial, exigem mais pelas máquinas e implemen­tos, flob pena de não entregá-los aos compradores. Esta é umaextorsão que reclama urgentes e enérgicas providêneias do Go­verno. E em Barros CassaI recebemos queixas de produtores que,para obter pequeno empréstimo no Banco do Brasíl, em Soledade,são forçados a fazer três ou quatro caminhadas, sendo inclusivemaltratados pelo gerente e funcíonários do estabelecimento. EmCatuipe e Cruz Alta recebemos queixas de que os contratos deempréstimos feitos em Três de Maio têm seu registro em SantoAngelo, que, muitas vezes, demora mais de quinze dias, com gra­ves prejuizos para os produtores.

Além deste rosário de inconvenientes, o custo das colhedei­ras, tratores, outras máquinas e implementos agricolas continuasubindo astronomicamente. Some-se a estes fatores negativos osjuros bancários liberados pelo Governo. Cada um cobra o quequer e o produtor tem que pagar.

Outro fator que desistimula os produtores é a falta de preçosjustos, na época oportuna. Aí cstão o feijão, a soja, o suíno, o tri­go e outros produtos.

Como se pode, então, falar em aumento da produção?li: que dizer das importações? - Trigo, carne, leite em pó,

feijão. cebola, batatinha e até óleo.E:ntre os órgãos do Governo, !'lO campo da produção, vem se

destacando a EMBRAPA. Sou l!pologista desta entidade. O tra­Ibalho que vem realizando, dentro de alguns anos trará muitosbenefícios ao País. O seu Diretor, DI'. Irineu Cabral, é um técni­clj gabaritado, homem realizador. Conheço os principais camposde pesquisa e genética da EMBRAPA e em toda a parte sempreencontrei ordem, trabalho e realizações altamente proveitosas.Ainda agora, acabo de tomar conhecimento de uma iniciativaloouvável para conscientizar o povo sobre o que se está fazendonos 8etores da pesqui8a e genética no Centro Nacional de Pes­quisa de Trigo de Passo Fundo. Sobre o assunto recebi a seguintecorrespondência:

"Prezado Senhor,Pelo presente temos a honra de convidar V. s.a para par­ticipar do dia de visita ao campo, que se realizará no pró­ximo dia 15 de outubro, a partir das 9 horas neste CentroNacional de Pesquisa de Trigo na BR-285 - krr 174, PassoFundo-RS. Caso chova neste dia a atividade fica transfe­rida para o dia 18.Na oportunidade, V. s.a poderá conhecer os trabalhos depesquisa que estão sendo realizados no CNPTRIGO.Solicitamos a confirmação ou não de sua participaçãobem como nos seja informalio o número de pessoas que oacompanharão.Sendo o que tinhamos a oferecer no momento, subscreve­mo-nos.Atenciosamente, Ottoni de Sousa Rosa, Chefe - CentroNacional de Pesquisa de Trigo.".

Ao lado de estudos realizados no México, na Itália, na Argen­tina e no Uruguai, há anos que acompanhamos os trabalhos depesquisa que vêm sendo realizados no Brasil. O nosso País dispõede gl'andes técnicos. Agora, com os recursos do Governo, tudoindica que dentro de breves anos o Brasil será auto-suficiente naprodução de trigo. Não participamos, todavia, conforme pronun­ciamEmtos anteriores, das idéias do Sr. Ministro da Agricultura deque () Pais seria auto-suficiente neste ano. Não possuímos, emquantidade suficiente, variedades de trigo que resistam às intem­périe/' que provocam as doenças. E tanto isto é verdade que osmaravilhosos trigais do Paraná estão sendo eolhidos com trintapor eento de desconto e grande parte das plantações de SantaCatarina está infestada de pragas.

O Sr. José Mandelli - Estamos acompanhando a brilhanteexposi.ção de V. Ex.", que trata de assuntos agropecuários, De fato,reconhecemos que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuáriatem trabalhado arduamente na tarefa de dar ao triticultor nacio­nala semente. e os meios para que ele produza. tornando este Paísauto-suficiente em trigo. Há poucos dias, no 'Rio Grande do Sul,porém, constatei que muitos triticultores agiram de má-fé comrelaçlío aO financiamento de calcário. Eles inventaram uma novamodalidade, adotaram ali não o trigo papel, mas o calcário papel.Como sabe V. Ex.", o Governo, com a melhor das intenções, abriuum crédito aos triticultores, a fim de que pudessem adquirir ocalcário para a correção do solo. Os empréstimos, feitos atravésdo Banco do Brasil e outros bancos, teriam prazo de 5 anos, comdois de carência, e sem juros. Os vivaldinos de lá tomaram odinheiro no banco e não o empregaram no cal~ário, porque firmascom eles mancomunadas desviaram esses recursos para especula­ção imobiliária. Isso deve ser denunci:;do à Naçào. Parece-nos queo Banco Central está tomando as devidas providências, pois sin-

dicâncias estão sendo realizadas naquele Estado. Continue V. Ex.•em sua luta, porque devemos amparar, devemos ajudar aquelesque efetivamente desejam a emanCipação econômica do País, prin­cípalmente no que tange à agricultura, ao reflorestamento àrecuperação do solo. Meus cumprimentos a V. Bx..... '

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muito grato pelo aparte doeminente colega, que é um grande conhecedor do assunto. E dou­lhe os meus parabéns por fazer essa oportuna denúncia pois oGoverno deve inteirar-se de como vem senclo aplicado o dinheirodo Banco do Brasil, destinado à correção do solo.

Sr. Presidente, visitei quase toda a região tritícola do RioGrande do Sul. As plantações, em sua quase totalidade são ótimas.

Este quadro da "Zero Hora" é perfeito:"Apesar do intenso ataque de pulgões, que se multiplica­ram com o clima quente dos últimos dias, as lavourasgaúchas de trigo sobreviveram incólumes ao decisivo mêsde setembro e até foram favorecidas, eom ligeiras exce­ções, pelas chuvas dos últi1nos dois dias, que fizeram cairligeiramente a temperatura.Agora, segundo o Supervisor da Produção Vegetal daSecretaria da Agricultura, terá início a fase mais crítica,entre o espigamento e a maturação da, planta. Se tudocontinuar bem por mais duas ou três semanas, estarágarantida uma produção recorde de trigo este ano no RioGrande do Sul, estimada pela FECOTRIGO (Federação dasCooperativas Brasileiras de Trigo e Soja) entre 2,1 a 2,2milhões de toneladas, 60 por cento da produção brasileiraprevista.As lavouras do chamado trigo do cedo, na região das Mis­sões, já começam a ser colhidas na segunda quinzena destemês. A coll'leita gaúcha deverá prolong:ar-se pelo mês denovembro e dezembro. O diretor técnico da FECOTRIGO,João Lena, disse ontem que a Situação geral das lavourasgaúchas é muito boa, tendo apresentado um desenvolvi­mento normal durante o mês de setembro. As chuvas fo­ram favoráveis para a planta, segundo ele, que admitiu,contudo, a possibilidade de existência de casos isolados, deinfluência não decisiva, onde tenha ocorrido chuva emexcesso ou mesmo algum granizo."

Trinta por cento das plantações são de tril~o tardio, estandosujeitas ainda aos azares do tempo e das pragas. Se nada alteraro quadro, no entanto, o Rio Grande do Sul terá ótima safratritícula.

Os triticultores, entretanto, não estão satisfeitos com o preçofixado pelo Governo. Sempre que é reajustado o preço deste cerealos tecnocratas se baseiam em cálculos que fogem à realidade. Alémdisto, nunca se lembrám que vivem deste setor de atividade maisde três milhões. de famílias, esparsas em quase todos os Estadosdo Pais. E tanto isto é verdade que os cálculos feitos pelaFECOTRIGO não condizem com os do Governo, conforme se podever por esta tabela."REVISTO CUSTO DE PRODUÇAO

1918 19704- 1915 197ft

f1UBRICA& ~"Sobrt %Sobro "Sobr. i!-&SollroC,~jh. Custo Cltjh. Custo Clt/h. Cuslo Clt/h. Custo

Total TolAl Tot'l~ TotalConolroç6K · · · .' · 51.79 2.~9

Jnstalações. 11B.enftlitoflat · · · · · . 11,15 0,53

~~:~t~ · · · · · . 591.36 2e.s9CambustivefBe Lubrlf. 57,02 7,Z2 71,21 5,~B 152,78 8,:l7 ·Con;;:;ervll.Qio ~?,~a 5,66

1~:~:5,Z! 129,65 1f,IB · '.

~~~~~~ 102,05 13,17 9,47 100,81 1.2,1)2151,07 11,17 I1lM8 5,03 m.Sl 0,15 1«,71 0,00

Locação de T.rlltÇOft. ios .ti'ia 0,98 0,05OperG:dor de Níyel 0)26 0,91 0,02 0,41 · .Impo!to TerrItorialAural · · · · 0,79 0.1>1CorretIvos 16.39

2i:~20,00 1,64 OS,I>I 2,!1ll 57,29 2,75

1=erliJll!'8ntM 200,20 520,00 39,98 ~05,BO 25,~i5 m,'5 21,19Sementes 95,00 12,19 1iB.75 9.12 200,3.0 lO,12 211,22 '13,02Dofen5ívo.5 12,99 l,as 15,M 1.21' M,M 2,i7 66,67 3,20Transporta Externo 41,48 5,32 51,85 9,98 60," S,M

1~:5&' ~~Fln.nclamllnto~:~

5,SO /19.00 5,04 123,85 1,00Funrural • 2,31 33,20 2,55 ~O,Oft 2t·3 8M3 8,18Arrendamento 30,39 5,05 72167 6,65 08,11 8#; 116,16 8,60

TOTAL 719.48 100.00 lMl,56 100,00 1.6111,35- 100,'00 ~.083,2e: ~OO,OO

PrtlÇ\7neceuárfo CrS,(9,80 0,"87.00 Crt101.a3 Cr$1S2,e'1'P,~ço fl..do OrH5,OO Cr$ M,IJO C,. 100,20 • Cr$ 127,80

Ao concluir este pronunciamento, faço um apelo ao Governoem favor do atendimento das seguintes reivindicações:

1.0 - Reajustamento do preço do trigo m\.S bases propostaspela FECOTRIGO - Cr$ 132,67 a saca.

2.0 - Adol<ão da política argentina e uruguaia para a comer­cialização do trigo.

3.° - Criação do Plano Agropecuário, a exemplo do que fun­ciona no Uruguai.

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10048 Quarta-feira Cf DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'1'6

4.0 - Nova infra-estrutura e política mais condizente com a.realidade brasileira do IBDF, tendo como exemplo o Ministériode Meio Ambiente do Oanadá.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Palmas.)VII _ O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barem) - Vai-se passar

ao periodo destinado às Oomunicações das Lideranças.Tem a palavra o Sr. Alexandre Machado.O SR. ALEXANDRE MACHADO (ARENA - RS. Pronuncia o

seguinte discurso.) _ Sr. Presidente, Srs. Deputados, merece re­gistro em nossos Anais a decisão do Tribunal Superior Eleitoralque declarou inconstitucional, em parte, o art. 1.0, inciso I, letraD, da Lei Compiementar n.O5, de 29 de ablil de 1970, visto ofendero art. 151, IV, da Constituição Federal, Emenda n.O 1. Juigadasforam assim inconstitucionais as expressóes: "ou respondam aprocesso judicial, instaurado pela autoridade judiciária compe­tente", que estão na SUa primeira parte, e as palavras "absolvidosou não", in fine.

Desejo, todavia, que seja incorporado aos Anais da Casa umtrecho do brilhante Parecer do ilustre Ministro do Supremo Tri­bunal Federal, com assento no TSE, Leitão de Abreu, cujos con­ceitos merecem o mais respeitoso registro:

"Ora, o recebimento da denúncia não modifica o caráterdesta, isto é, não retira a feição problemática do fato ouda sua autoria, questões que, de modo categõrico ou apo­ditico, somente podem ser liquidadas pela sentença. Nãovalerá ao denunciado, isto é, o réu, a impretação de habeascorpus, para corrigir eventual abuso de poder, increpávelao exercícío do poder de denuncíar, porque o apelo, comose sabe, na quase totalidade dos casos, esbarrará na ale­gação de que o deferimento do pedido envolve exameprofundo da prova, incabível nesse remédio tutelar daliberdade individual.Diante disso, em virtude de denúncia, cujo recebimentonão confere certeza quanto à autoria ou quanto aos fatos,o cidadão é tratado, pela Lei Complementar n.O 5, art.1.0, I, letra n, como despojado, por esse ato judicial, demoralidade para o exercício do mandato, sem embargoda possibilidade de poder vir a ser absolvido e de se con­cluir, por conseguinte, pela improcedência da pretensãopunitiva do Estado. Inadmissível é, a meu ver, no entanto,que ato judicial dessa natureza, em que se traduz juizoassertõrico, problemático, duvidoso, sujeito a rejeição,sirva de fundamento para que se declare despojado demoralidade candidato a cargo eletivo. Cumpre se tome emconta e importância de que se reveste a capacidade elei­toral passiva do cidadão, da qual resulta a sua aptidãopara participar no Governo, de manifestar a vontade doEstado, qualidade pela qual, como assinala Jellinek, aliberdade outrora se exprimia. Importa se considere, alémdisso, que, segundo a ordem constitucional vigente, essacapacidade, a de ser votado, constitui direito político, deque o cidadão, no caso do art. 151, IV, somente pode serprivado se convencido de falta de moralidade, o que nãopode acontecer senão em face de elementos objetivos, cer­tos, seguros, e não de circunstâncias incertas, inseguras,problemáticas, precárias. Não bastasse isso, militariamainda contra essa disposição legal estes juízos impressio­nantes expendidos, no final de seu voto pelo nosso atualpresidente, aí se referindo ao Ministro Xavier de Albu­querque:"Ao contrário, aliás de preservar a moralidade para oexercício do mandato, essa norma está produzindo, emtodos os recantos do Brasil, enorme lesão à moralidadedos costumes políticos brasileiros. Contam-se, por dezenas,vindos de todos os Estados, casos óbvios de processos cri­minais concebidos com um só propósito, o de se produzirineiegibilidade. Ela, portanto, a meu ver, e dolorosamenteo digo, além de inconstitucional, tem-se revelado, na prá­tica política e na vida brasileira, ínquietantemente amo­ral."

Oita, ainda, no seu brilhante voto, o jurista Leitão de Abreu,opinião emitida ainda pelo Ministro Xavier de Albuquerque, porocasião do julgamento do Recurso 4.189 - Classe IV, Rio de Ja­neiro, quando, entre outros argumentos, todos, a meu ver igual­mente convincentes, assim se manifesta:

"Por que admitir que o simples fato de pendência de umprocesso, com denúncia oferecida e recebida, pese indele­veimente sobre a moralidade de alguém, a ponto de lheacarretar o ônus brutal da inelegibilidade? Náo possoadmitir, porque estou lidando com princípios eternos,universais, imanentes, que não precisam estar inscritosem Constituição nenhuma. Mas, por acaso, esse princípio,se não está expresso na Constituição da República Fe­derativa do Brasil, está inscrito, de modo mais veementee pcrentório, na famosa "Declaração Universal dos Direi-

tos do Homem", que é capítulo de uma inexistente, masevidente constituição de todos os povos. O Brasil contri­buiu, com sua participação e voto, para que a TerceiraAssembléia-Gerai das Naçóes Unidas, há mais de 25 anos,aprovasse uma "Declaraçáo Universal dos Direitos doHomem", e essa declaração insculpiu, no primeiro incisode seu artigo 11, esta regra de verdadeira moral e domais límpido Direito: "Todo homem acusado de um atodelituoso, tem o direito de ser presumido inocente até quea sua culpabilidade tenha sido provada, de acordo com aLei, em julgamento público no qual lhe tenham sido as­seguradas todas as garantias necessárias à sua .defesa".Este principio é inerente ao nosso regime, pois está com­preendido entre aqueles que a Oonstituição adota. Nãoprecisa ele estar explicitado, em letra de forma. Bastaque o comparemos com o regime da Constituição Brasi­leira, que é democrático, tanto que ela o inscreve comoum daqueles bens jurídicos que se devem preservar noestabelecimento das inelegibilidades. Basta que compare­mos o princípio com o regíme, a vermos se há entre elescoincidência ou repulsa. É evidente que a coincidência éa única alternativa. O Brasil proclamou, num documentointernacional, que, insisto, não precisa estar inscrita emlei nenhuma, porque é principio ético e jurídico imanente.O fato de alguém responder a processo criminal adere,objetivamente, à sua vida. Ninguém que respondeu a umprocesso criminal, retira jamais esse episõdio da sua his­tória pessoal. Mas não pode ele por si só, comprometer amoralidade do cidadão, que deve ser presumido inocentç.enquanto não for julgado culpado."

Todos nós proclamamos e confiamos na validade sempre pre­sente da "Declaração Universal dos Direitos do Homem", incorpo­rada sadiamente aos ditames de nossa própria consciência jurí­dica, democraticamente.

Com todo o respeito que me possa merecer o legislador daaludida Lei Complementar, a simples denúncia, embora recebida,não pode determinar inelegibilidade, o que apenas a sentença,transitada em julgado, pode definir. COnheço muitíssimos casos,J;l0 Rio Grande do Sul, em que o processo apenas busca tornarinelegível um desafeto, um inimiga, valendo-se tão-somente dalei para servir a insaciáveis apetites pessoais. Homens de bem,íntegros, respeitáveis chefes de família, são arrastados, em épocaeleitoral, a processos cuja flagrante parcialidade faz com que,dada a exigência inadequada da Lei, possam por ela serem atin­gidos. Alguns Tribunais a tem entendido tão vasta e alguns juízesde nosso interior tamanha confusão têm feito que tal dispositivo,a bem da própria moralidade, deve ser proscrito, melhorando-sea Lei.

Tenho absoluta certeza de que o Supremo Tribunal Federalhaverá de acolher o julgado do Tribunal Superior Eieitoral, con­sagrando-o.

Confio na mais alta Justiça do meu País. Vale aqui lembrar­se uma passagem do grande juiz alemão, Rudolf Von Ihering,quando ao final de um seu voto eterno, assim se pronunciavãJ"Ainda há Juízes em Berlim."

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barem) - Nada mais havendoa tratar, vou levantar a Sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:

PernambucoThales Ramalho - MDB.

BahiaOdulfo Domingues - ARENA.

Rio de Janeiro

Flexa Ribeiro - ARENA.

Minas GeraisJosé Bonifácio - ARENA; Padre Nobre - MDB.

São PauloEdgar Martins - MDB; Faria Lima - ARENA.

ParanáAlipio Carvalho - ARENA.

Santa CatarinaJoão Linhares - ARENA.

Rio Grande do SulCélio Marques Fernandes - ARENA.

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Outuh1'O de 1976 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Qna.rla.-feira 8 1004'

._.~=======!'!===================

ARENAGeraldo FreireIbrahim Abi-AckelClaudino SalesIvahir GarciaAdriano ValentePeixoto Filho

Suplentes:MDB

Erasmo Martins PedroTarcísio DelgadoFernando CoelhoMário MoreiraOswaldo Lima

MEMBROS DA COMISSAO MISTA DE OnçAMENTOSENADORES

ARENA

Titulares

Luiz Cavalcante'Mendes CanaleOtair BeckerPaulo GuerraVirgílio Távorn

Alexandre CostaCattete PinheiroEurico RezendeHeitor DiasH,elvidio Nunes

Deputado Peixoto Filho:Livro II - Da Justiça Penal (arts. 21 a 122)Deputado Lidovino Fanton:Livro III - Dos Atos Processuais (arts. 123 a 224)Livro VIII - Das Relacões Jurisdicionais com Autoridades

EstrangeIras (arts. 821 a 828)'Deputado Ivahir Garcia:Livro IV - Do Processo de Conhecimento até o Título II _

Do Procedimento Ordinário - Capitulo lU - Da Representação doOfendido (arts. 225 a 264)

Deputado Adriano Valpnte:Livro IV - Do Processo de Conhecimento -- Título II - Do

Procedimento Ordinario - Capitulo IV - Da Denúncia ou Queixaate o Capítulo XII -- Da Coisa Julgada (arts. 261; a 445)

Deputado José Bonifácio Neto:. Livro IV - bo Processo de Conhecimenro - Título III _

Dos Procedimentos. Incidentes até o final do Livro IV (art.q. 446a 625)

Deputado Claudino Sales:Livro V - Do Procedimento Sumário - eLivro VI - Procedimentos Especiais (arts. 626 a 635 e 636

a 7851Deputado Freitas Nobre:Livro VII - D~ Reparação do Dano Causado pelo Crime

(arts. 786 a 820)Deputado Ibrahim Abi-Ackel:Livro IX - Do Processo Executório Penal (arts. 829 a 920>Obs.: Em reunião realizada em 10-8-76. foram determinados

novos prazos para apresentação dos pareceres às emendas ao Pro­jeto de Codigo de Processo Penal que são os seguintes:

Relatórios Parciais até 6-10-76Relatório Geral até 5-3-77Comissão até 25-8-77

CúDroO CIVILComissão Especial

Membros

EfetivosMDB

Tancredo NevesBrigido TinocoCelso BarrosMac DowelJ Leite de Ca.stroIsrael Dias-Novaes

ARENACleverson TeixeiraJoão LinharesFlávio MarciJioLauro LeitãoGeraldo GuedesR.amwndo Dim:o!l

ARENAMarcelo LinharesHenrique CórdovaAntônio MorimotoTheobaldo BarbosaCid FurtadoVago

Presidente: Deputado Tancredo NevesVice-Presidente: Deputado Brígido TinocoVice-Presidente: Deputado Igo LossoRelator-Geral: Deputado João Linhares

Relatores Parciais:Deputado Brígida Tínoco:Parte-GeralDeputado Raimundo Dini:IJ:Livro I - ObrigaçõesDeputado Geraldo Guedes:Uvro II - Atividades NegociaisDeputado Lauro Leitão:Livro III - Das CoisasDeputado Cleverson Teixeira:Livro IV - da FamiliaDeputado Celso Barros:Livro V - l:l!lcessõe~ e Livro Complementar

4PROJETO DE LEI N.° 1.2B4-A, DJI} 1975

Discussão prévia do Projeto de Lei n.o 1 284-A, de' 1975, queautoriza O' Governo do Estado do Rio de Janeiro a explorar otransporte de passageiros por via marítima, entre os bairros daCapital do Estado, e dá outras providências; tendo parecer, daComissão de Constituição e Ju.stiça, pela inconstitucionalidade.(Do Sr. Léo Simões.) - Relator: Sr. Jairo Magalhães.

CAMARA DOS DEPUTADOS

AVISOSCóDIoO DE PROCESSO PENAL

Comissão EspecialMembrosI:fetivOll

:MDBJosé Bonifácio NetoSérgio MuriloFreitas NobreLidovino FantonSantos Filho

SuplentesAH.ENA MDB

Vago Joel FerreiraHugo Napoleão Rubem DouradoFernando Gonçalves Airton SoaresEduardo Galil Rosa FloresI ga Losso José CostaGa7tão Müller

Presidente: Sérgio MuriloVrce-Presidente: Peixoto FilhóVice-Presidente: Santos FilhoRelator-Geral: Geraldo FreireRelatores Parciais:Deputado Santos Filho'LIVro I - Disposições Introdutórias (arts. 1.° a 20)Livro X - Disposições Finais e Transitórias (arts. 921 a 937)

VIII - O SR. PRES1DE~TE (Ubaldo Barem) _ Levanto aBessãü designando para amanhã a seguinte

ORDEM DO DIASessão em 6 .de outubro de 1076

(Quarta-feira)TRAMITAÇAO

EM PRIORIDADEDiscussão

1PROJETO DE LEI N.o 1.004-A. D1C 1975

Discussão única do Projeto de Lei n.O l.004-A, de 1975, queacreS(~enta parágrafo ao art. 46 da Lei n.o 5.108, de 21 de setembrode 191i6, que "institui o Código Nacional de Trânsito"; tendo pare­ceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionali­dade e técnica legislativa; e, da Comissão de· Transportes, pelaaprovação,' com emenda. (Do Senado Federal.) - Relatores: Srs.Luiz Henrique e Octacílío Almeida.

EM ORDINÁRIADiscussão

2

PROJETO DE LEI N.o 1.lM-A, mc 1975Discussão única do Projeto de Lei n.o l.l94-A, de 1975, que

dispõe sobre pensões a dependentes de servidor público falecidot!!0 gozo de Gl.upla aposentadoria; tendo pareceres: da Comissão~e Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidadee técnica legislativa; e, das Comissões de Serviço Público e de Fi­nanças, pela aprovação. (Do Sr. Passos pôrto.) - Relatores: Srs.Alceu Collat'es, Freitas Nobre e Epitácio Cafeteira.

liPROJETO DE LEI N.o 1.083-A, DIG 1975

Primeira discussão do Projeto de Lei n.O 1 083-A, de 1975, queestabelece medidas destinadas a ampliar a eletrificação rural, e dáoutras providências; tendo pareceres: da Comis.~ão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidad€~ e técnica legisla­tiva; da Comissão de Educação e Cultura, pela aprovação, contraos votos dos Srs. Antônio Ferreira e PauJino Cicero; c, da Co­missão de Finanças, pela aprovação (Do Sr. Joaquim BeviJacqua.)- Relatores: Srs. Noide Cerqueira, Israel Dias-Novaes e AdríanoValente.

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10050 Quarta-feira 6 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 19'76I

COMISSÕES PERMANENTES

1

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

Reuniões: terças, quartas e quintas-feirasHora: 10:00 horas

2

COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Reunião: 6-10-76

Hora: 9:00 horasPauta: Comparecimento do Sr. Shigeaki Ueki - Ministro das

lIg:inas e Energia.3

COMISSÃO DE TRANSPORTES

Reunião: 6-10-76

Hora: 10:00 horas

Pauta: Comparecimento do Eng.o Arno Oscar Markus - Pre­sidente da PORTOBRÁS.

COMISSÃO ESPECIAL

Comissão Especial do Desenvolvimento da Região Centro-OesteReunião: 7-10-76

Hora: 10:00 horMPauta: Comparecimento do Gen. Div. Ismarth de Araújo Oli­

veira -- Presidente da FUNAI.

otto LehmannMattos Leão

Amaral PeixotoDirceu CardosoGilvan Rocha

Ruy Carneiro

A. H. Cunha BuenoAbel AvilaAdriano ValenteDaso CoimbraDiogo NomuraEurico RibeiroFernando GonçalvesFurtado LeiteGastão Mul1crGonzaga VasconcelosHélio MauroJorge Arb30geJosé Machado

Humberto SoutoJosé HaddadLygia Lessa BastosMinoro Miyamoto

Jairo BrumJoel FerreiraJosé CamargoJúlio ViveirosNey FerreiraOlivir GarbadoPadre NobreRenato AzeredoRubem MedinaVinicius Cansanção

Ruy LinoMarcondes GadelhaJosé Carlos TeixeiraSérgio Murilo

SuplentesRuy Santos

MDB

TitularesLázaro BarbozaEveiásio Vieira

SuplentesOrestes Quércia

DEPUTADOSARENA

TitularesJosi3os LeiteJutahy MagalhãesNogueira de RezendeNorton MacedoOsmar LeitãoOswaldo ZanelloPaulino CiceroPassos PôrtoRaimundo ParenteTeotônio NetoTheódulo AlbuquerqueVasco Neto

SuplentesNunes LealUlisses Pot.iguarVicente VuoloWilson Braga

MDB

TitularesJoão ArrudaEloy LenziNoide CerqueiraMagnus GuimarãesWalber GuimarãesJoão CunhaAntônio CarlosTarcisio DelgadoFrederico BrandãoArio Theodoro

SuplentesCelso BarrosAirton SandovalFernando Lyra

CONGRESSO NACIONAL

1

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.os 26 E 27, DE 1976"Institui a Assembléia do Distrito Federal e altera a redação

do § 1.0 do art. 17 da Constituição Federal". Autores: Srs. Adhe­mar Santillo e Antunes de OliveIra.

Comissão MistaPresidente: Senador Lázaro BarbozaVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelator: Deputado João Climaco

PrazoAté dia 28-10-76 - no COngresso Nacional.

2

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N,o 28/76

"Introduz modificaçôes na Constituição Federal, para o fimde criar a Justiça Agrária." - (Autor: Sr. Antunes de Oliveira.>

Comissão MistaPresidente: Deputado Fernando C0elhoVice-PreSldente: Deputado Darcilio AyresRelator: Senador Eurico Rezende

Prazo

Até dia 13-10-76 - na Comissão Mista;Até dia 12-11-76 - no Congresso Nacional.

3PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 1/76

Propõe delegaçáo de poderes ao Presidente da República paraelaboração de Lei, criando o Ministério da Ciência e Tecnologia, edeterminando outras providências. (Art. 54 da Consl.ituição Fe­deral e arts. 117 a 127 do Regimento Comum.) Autor: Sr. Héliode Almeida.

Comissão MistaPresidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Senador Arnon de MelloRelator: Deputado Parsifal Barroso

4MENSAGEM N.o 62/76 - CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-Lei 11.° 1.475, de 18 de agosto de 1976, que "altera o artigo58 da Lei n.o 5.025, de 10 de junho de 1966, que dispõe sobre o in­tercãmbio comercial com o exterIor". (Autor: Poder Executivo ­Mensagem n,o 225/76.)

Comissão MistaPresidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Senador Mendes CanaleRelat.or:Deputado Hugo Napoleão

Prazo

Até dia 18-10-76 - no Congresso Nacional.

5

MENSAGEM N.o 66/76-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-Lei n.O 1.477, de 26 de agosto de 1976, que dispõe sobrecorreção monetária nos casos de liquidação extrajudicial ou fa­lência das entidades que especifica, e dá outras providências."Autor: Poder Executivo - Mens. n.o 237176.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Milton StcinbruchVice-Presidente: Senador Ruy SantosRelator: Deputado Nunes Rocha

PrazoAté dia 9-10-76 - na Comissão Mista;Até dia 26-10-76 - no Congresso Nacional.

6

MENSAGEM N.o 63/76-CN"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­

creto-Lei n.O 1.476. de 20 de agosto de 1976, que suspende, atéo final do corrente exercício, a vigência das normas legais e regu­lamentares autorizativaE de destinações especiais dos resultadosatribuíveis à União da.9 empresa.9 públicas e sociedades de economiamista federal." (Autor: Poder Executivo - Mens. D.o 226/76.)

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,Outub'ro de 1976 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Qual"ta-feira 6 1OC51

Comissão Mista

Presidente: Senador Danton JobimVice-Presidente: Senador Ruy SantosRelator: Deputado anisio Ludovico

PrazoAté dia 10-10-76 - na Comissão Mista;At.é dia 19-10-76 - nQ CQngress'o Nacional.

7MENSAGEM K.o 68/76-CN

"~lubmete à deliberação do' Congresso Nacional texto do De­creto··Lei n.O 1.479, de 31 de agosto de 1976, que "acrescenta artigoao 'Decreto-Lei n.O 1. 452, de 30 de março de 19'16, que concede in­eentivo para projetos prioritários para a economia nacional". (Au­tor: Poder Executivo -- Mens. n.O 272/76.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Ruy CarneiroVice-Presidente: Deputado Daso CoimbraRelator: SenadoJ; Augusto Franco

PrazoAté dia 12-10-76 - na Comissão Mista;Até dia 31-10-76 - no Congresso Nacional.

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MENSAGEM N.o 69176-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-Lei n.o 1.480, de 9 de setembro de 1976, que "declara deinteresse da Segurança Nacional, nos termos do parágrafo únicodo ar!.. 89 e art, 15, § 1.0, alínea b, da Constituição, os Municípiosde Fronteira Rica, Mirassol do Oeste, Eldorado e Mundo Novo. noEstado de Mato Grosso, e dá outras providências". (Autor: PoderExecutivo - Mens. n.o 278/76.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Orestes QuérciaVice presidente: Senador Luiz CavalcanteHelator: Deputado Paulo Studart

PrazoA,tê dia 13-10-76 - na Comissão Mista;Aéé dia 8-11-76 - no Congresso Nacional.

9MENSAGEM N.o 70176-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional tcxto do De­creto··Lei n.o 1.481, de 9 de 'Setembro de 1976, que declara de inte­resse da Segurança Nacional, nos termos do parágrafo único dolart. 89 e art. 15, § 1.0, aJinea b, da Constituição, os Municípios de'Senador Guiomard, PláCIdo de CMtrlJ, Mâncio Lima, Manoel Ur­bano e Assis Brasil, no Estado do Acre, e dá outras providências".(Autor: Poder Executivo - Mens. n.o 277/76.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Ruy CarneiroVice-Presidente:' Deputado Hélio CamposRelator~ Senador Virgílio Távora

P;oolloiZO

Até eia 16-10-76 - na Comissão Mista;Até dia 8-11-76 - no Congresso Nacional.

10

VETO TOTAL

PROJETO DE LEI N.o 1.346175

"Regula a situação dos imóveis !j,dquiridos pelo Sistema Finan­ceiro de Habitação, em caso de morte presumida do adquirente.H

Mensagem PresidenciaL n.O 64, de 1976-CN,Comissão Mista

Presidente: Deputado Milton SteinbruebVice-Presidente: Senador José LindosoReiator: Senador otto Lehmann

Praw11té dia 6-10-76 - na Comissão Mista;l1té dia 31-10-76 - no Congresso Nacional.

IX - Levanta-se a Sessão às 17 horas e 30 minutos.

ERRATA

REPUBLICA-SE, POR HAVER SAíDO COM INCORREÇõES NO

DCN DE 30-9-76, PAG. 9763, COLo 02.Onde se lê:

SECRETARIA-GERAL DA MESARESENHA DA CORRESPONDJ';NCIA EXPEDIDA

Ofício número:

Of. SM/462, de 3-9-76, do SF, encaminhando autógrafo doDecreto Legislativo n,o 66, de 1976 (PDL n.O 66/76), quc "autoriza oPresidente da República Federativa do Brasil a ausentar-se doPaís, durante o mês de setembro corrente, em visita oficial aoJapão".

Of. SM/469, de 3-9-76, do SF, encaminhando autógrafo doDecreto Legislativo n.O 67, de 1976 (PDL n.O 25/75), que "aprova otexto do Convênio sobre Transporte Maritimo, assinado entre aRepública Federativa do Brasil e a República Socialista da Ro­mênia".

6-9-76 - Of. SM/472, de 6-9-76, do SF, comunicando a remessaà sanção do PL n.O 2.690/76, qu.e "regula a indicaçào de candida­tos a Prefeito, Vice-Prefeitos e Vereadores onde não se tenhamrealizado convenções partidárias".

Of. SM/473, de 6-9-76, do SF, comunicando a rejeição do PL n.o1.348/73, que "reabre o prazo para opção de que trata o art. 1.0do Decreto-Lei n.O 194, de 24 de fevereiro de 1967, que dispõe sobrea aplicação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço às Enti­dades Filantrópicas, c dá outras providências".

10-9-76 - Av. n.o 307 - SUPAR/76, de 9-9-76, do Gabinete Civilda Presidência da República, encaminhando cópia do Av. 504 de1.0-9-76, do Ministério do Interior, contendo resposta ao Reque..rimenLo n.O 90/76, do Senhor Deputado Humberto Lucena, "obre"a transferência de parte do controle acionát'lo das IndústriasMagury S.A. à Kibon".

Of. SM/476, de 10-9-76, do SR, comunicando a remessa à san­ção do PL 11.° n.o 2 555/75, que "altera dispositivos da Lei de Promo­ções de Oficiais da Ativa das Forças Armadas".

13-9-76 - Of. n.o CN/1l3, de 13-9-76, do BF, encaminhandoautógrafo do PL n,O 8-CN/76, que "dIspõe sobre as relações detrabalho do atleta profissional de futebol e dá outras providências",sanciona{jo.

14-9-76 - Of. GM/BSB n.o 4.461/76, de 13-9-'76, do MEC, mani­festando-se contrariamente à aprovação do PL n.o 1.321/75 que"preserva a inspiração e a beleza das composições musicais de nos­so folclore, proibindo sejam as mesmas exploradas com letras olll:adaptadas para fins comerciais".

Of. GM/BSB n,o 4.424/76, de 10-9-76, do MEC', manifestando-secontrariamente à aprovação do PL n.O 95/76, qu e "torna prévia aobrigatoriedade de reconhecimento e autorização para cursos su­periores ministrados em Universidades e estabelecimentos isoladosconstituidos em fundações ou associações".

14-9-76 - Of. CN/76 , de 14-9-76, do SF, encaminhando autó­grafo do Decreto Leg'islativo n,o 69, de 1976 (PDL n.O 54/76), que"aprova o texto do Protocolo que modifica e cOlUplementa a "Con­venção entre os Estados Unidos do Brasil, atualmente RepúblicaFederativa do Brasil, e o Japão, destinada a eviéar a dupla tribu­tação em matéria de impostos sobre rendimentos", assinado emTóquio, a 23 de março de 1973".

Of. SM/483, de 14-9-76, do SF, encaminhando autógrafo doDecreto Legislativo n.O 70/76, que "aprova o texto do ConvênioInternacional do Café de 1976, aprovado por ocasião da SessãoPlenária, de 3 de dezembro de 1975, do Conselho da OrganizaçãoInternacional do Café" (PDL n.o 56/76).

15-9-76 - Of. s/N, da Psicóloga Glória Quintela, comunicandoque aceita o convite para fazer palestra sobre "a validade do psi­cotécnico na seleção de motoristas".

Carta n.o 210-P, de 9-9-76, do Diretor-Presidente da ENGEFER,confirmando sua presença, dia 30-9, para fazer palestra na Co­missão de Transportes.

22-9-76 - Av. 319 - SUPAR de 22-9-76, do Gabinete Civilda Presidência .(Ia República, encaminhando a Mensagem n.o 282,que restitui autógrafo do PL n.o 2.558/76, que "fixa prazo paradomicilio eleitorai e filiação partidária para as eleições municipaisde 1976", sancionado.

SGM-309, de 17-8-76 - à comissão de Mina:l e Energia, comu­nicando o deferimento do Oficio n.O 117/75.

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lD05! Quarta-feira' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1"41

SGM-31O de 17-8-7'" - ao Sr. Jean Chambrin, técnico daEstação Ex~rimental da Cana-de-Açúcar, em Maceió (AL), con­vidando-o para fazer paleJtra na Comissão de Minas e Energia.

SGM-311 de 17-8-76 - ao Dr. Jarbas Elias da Rosa Oiticica,Diretor da E~tação Experimental da Cana-de-Açúcar, em Maceió(ALl, convidando-o para fazer palestra na Comissão de Minas eEnergia.

SGM-312, de 18-8-76 - ao Senado F~dera1, encaminhando oProjeto de Lei n.O 52/75 que "altera o paragrafo único do art. 566da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lein.O 5.452, de 1.0 de maio de 1943.

SGM-313, de 18-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Lei n.O 2.380/76, que "dispõe sobre medidas de preven­ção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de substânciasentorpecentes ou que determinem dependência física ou psiquica,e dá outras providências".

SGM-314, de 19-8-76 - ao Gabinete Civil da Presidência daRepública, em aditamento .ao Ofício n.O SGM-273, de 13-7-76, so­licitando que também o Ministro do Interior se manifcstc sobreo Requerimento n.o 90/75, do Sr. Deputado Humberto Lucena.

SGM-315, de 19-8-76 - à Comissão de Transportes, comuni­cando o deferimento do Ofício n.o P-3Ü6/76.

SGM-316, -de 20-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Lei n.O 2.560/76, que "dispõe sobre a criação de cargosno Grupo-Atividades de Controle Externo do Quadro Permanente.da Secretaria-Geral do Tribunal de Contas da União, e dá outrasprovidências".

SGM-317, de 24-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Decreto Legislativo n.o 57/76. que "aprova o texto daConvencão Internacional sobre Responsabilidade Civil em DanosCausadós por Poluição por óleo, concluída em Bruxelas, Íl. 29 denovembro de 1969".

SGM-3I8, de 24-8-76 - ao Senado Federal. encaminhando oProjeto de Lei n.O 1.795/76, que "revoga a Lei !l.o 1.252, de 2 dedezembro de 1900. e dá outras providências".

SGM-3I9, de 24-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Lei nO 2 282, que "concede pensão especial a AntônioRodrigues de Souza, e dá outras providências".

SGM-320, de 24-8-76 - ao Senado Federal. encaminhando oProjeto de Lei n.O 751/75, que "acrescenta parágrafo ao art. 13 daLei n.O 5 890, de 8 de junho de 1973, que alterou a legislação dePreVidência Social".

SGM-321, de 24-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Deereto Legislativo n.O 54/75, que "aprova o texto doProtocolo que modifica e complementa a "Convenção entre osEstados Unidos do Brasil, atualmente República Federativa doBrasil, e o Japão, destinada a evitar a dupla tributação em maté­ria de impostos sobre rendimentos".

SGM-322, de 24-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Lei n.O 787/75, que "dispõe sobre normas de procedi­mento em Reclamações e Recursos interpostos pelo trabalhadorrural; nos casos de aposentadoria e de pensão".

SGM-323, de 24-8-76 - ao Presidente da EBTU, convidando-opara fazcr palestra na Comissão de Transportes.

SGM-323, de 24-8-76 - ao Diretor-Geral do DNER, convidan­do-o para fazer palestra na Comissão de Transportes.

SGM.325, de 24-8-76 - ao Superintendente da SUNAMAM,convidando-o para fazer palestra na Comissão de Transportes.

SGM-326, de 24-3-76 - ao Presidente da PORTOBRÁS, convi­dando-o para fazer palestra na Comissão de Transportes,

SGM-327, de 24-8-76 - à Comissão de Transportes, comu­nicando o deferimento do Oficio n.o P-309/76.

SGM-328, de 24-8-76 - ao Presidente da Rede Ferrovíária.Federal. convidando-o para fazer palestra na Comissão de Trans­portes.

SGM-329, de 24-8-76 - ao Presidente da ENGEFER. convi­dando-o para fazer palestra na Comissão de Transportes.'

SGM-330, de 24-8-76 - ao Senado Federal, solicitando a reti­ficacão nOb autógrafos do Projeto de Lei n.O 2.560/76, que "dispõesobre a criação de cargos no Grupo-Atividades de Controle Externodo Quadro Permanente da Secretaria-Geral do Tribunal de Contasda União, (I dá outras providências".

SGM-331, de 27-8-76 - ao Gabinete Civil da Presidência daRepública, encaminhando o Requerimento n.o 89/76, do Sr. Depu­tado Francisco Amaral, solicitando informações ao Ministério daPrevidência e Assistência Social, sobre aposentadorias concedidaspelo INPS. nos últimos 3 anos.

SGM-332. de 27-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Lei n.o 2 409176, que "dispõe sobre o seguro de aciden­tes do trabalho a cargo do INPS, e dá outras providências".

SGM-333, de 27-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Lei n,o 2 690176, que "regula a indicação de candidatosa Prefeito. Vice-Prefeit,o e Vereadores onde não se tenham reali­zado convenções partidárias".

SGM-334, de 27-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Lei n,o 1.066/75, que "dispõe sobre causa de especialaumento de pena quanto aos crimes contra a Administracão Pú­blica, praticados por ocupantes de cargos em comissão dá admi­nistração direta e indireta, regula a forma de seu procedimentoe da outras providências". '

SGM-335, de 27-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Lei n.O 1.088/76, que "dá nova redacão ao art. 110 doCódigo Nacional de Trânsito, determinando ri pagamento peloinfrator de multa de trânsito de sua responsabilidade".

SGM-336, de 27-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Decreto Legislativo n.o 56/76, que "aprova o texto doConvênio Internacional do Café de 1976, aprovado por ocasião daSessão Plenária, de 3 de dezembro de 1975, do Conselho da Org.nização Internacional do Café". •

SGM-337, de 27-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Dccreto Legislativo n,O 59/76, que "aprova o texto doTralado de Amizade, Coopel'ação e Comércio entre a RepúblIcaFederativa do Brasil e a República do Suriname assinado emBrasília, em 21 de junho de 1976". '

SGM-338, de 27-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de Decreto Legislativo n.O 55/76, que "aprova o texto datradução do Protocolo de prorrogacão da Convencão sobre o Co­mércio do Trigo de 1971, aprovado 'por ocasião da' ConferêncIa deGov~rnos realizada no Conseiho Internacional do Trigo, a 20 de fe­verClro de 1976".

.SGM-339, .de 27-8-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProJteo de LeI n,o 2 439/76, que "acrescenta parágrafo único aoart, 1.° do Decreto-Lei n,o 1.~28, de 21 de outubro de 1969, queaprova o Estatuto da Federaçao das Escoias Federais Isoladas doEstado do Rio de Janeiro".

SGM-340, de 1.°-9-76 - ao Senado Federal encaminhando oProjeto de Decreto Legislativo n.O 58/76, que' "aprova o textodo Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica firmadoentre a República Federativa do Brasil e a República do Surinameem Brasilia, a 22 de junho de 1976". '

SGM-341, de 1.°-9-76 - ao Senado Federal encaminhando.Projeto ~e pecreto Legislativo n.O 66/76, que "autoriza o Presidenteda RepublIca a ausentar-se do Pais, durante o mês de setembrocorrente, em visita ofielal ao Japão",

,SGM-:l42, .de 1.°-9-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProjeto de LeI n,o 1.242176, que "dã nova redação ao art. 14 daLei n,o 1, 060, ~e 5 de fevereiro de 1950, que estabelece normaspara a concessao da assistênria judiriária aos necessitados".

.SGM-343, ?e 1.°-9-76 - ao Senado Federal, encaminhando oProJet.o de LeI n.o 2.555176, que "altera dispositivos da Lei dePromoções de Oficiais da Ativa das Forças Armadas".

. GP-Çl-542, de 2-9-76 - ao Senado Federal, comunicando adesIgnaçao dos Sr8. Deputados Luiz Braz, Homero Santos e MiHonSteinbruch para integrarem a Comissão Mista incumbida de re­lata~ o .vet;.o ao P~0.ieto de Lei, n.o 1,346/75, qui "regula a situaçãodos ImoveIS adqull'ldos pelo SIstema Financeiro da Habitaçâo, emcaso de morte presumida do adquirente".

SGM-344, de 3-9-76 - ao MEC, solicitando audiência sobreo Projeto de Lei n.O 40/75, que "dispõe sobre a concessão de Rub­venções por parte do Conselho Nacional de Desportos e das eon­federaçôes e Federações esportivas, e dá outras providências", bemcomo sobre os Substitutivos apresentados pelo Autor e peja Co-missão de Educação e Cultura. .

SGM-345, de 3-9-76 - ao Diretor-Geral, comunicando a desig­nação dos Srs. Deputados Dib Cherem, Wilmar Dallanhol e JaisonBarreto para integrarem a comissão que representaria a Câmarados Deputados na Sessão Solene de Abertura do IV Congresso deVereadores, em Florianópolis (SC).

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OutubJrO de 1976 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quada-feira \; 10051

SGM~346, SMGM-347, BGM-348, de 8-9-76 - aos Srs. DeputadosDib Cherem, Wilmar Dallanhol e .Taison Barreto, comunicando asua designação para integrarem a comissão que representariaa Câmara dos Deputados na Sessão Solene de Abertura do IV Con­gresso de Vereadores, em Florianópolis (SC), no dia 9-9-76.Leia-sle:

SECRETARIA-GERAL DA MESARESENHA DA CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

Df. SM/462, de 3-9-76, do SF, encaminhando autógrafo doDecret,o Legislativo n.O 66, de 1976 <PDL n.o 66/76), que "autoriza oPresidente da República Federativa do Brasil a ausentar-se doPaís, durante o mês de setembro corrente, em visita oficial aoJapão".

Dl'. SM/461l, de 3-9-76, do SF, encaminhando autógrafo doDecreto Legislativo n.O 67, de 1976 (PDL n.O 25/75), que "aprova otexto do Convênio sobre Transporte Maritimo, assinado entre aRepública Federativa do Brasil e a República Socialista da Ro­mênia".

6-9-76 - Df. SM/472, de 6-9-76, do SF, comunicando a remessaà san~(ão do PL n.o 2.690/76, que "regula a indicação de candida­00.s a Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores onde não se tenhamrealizado convenções partidárias".

Of. SM/473, de 6-9-76, do SF, comunicando a rejeição do PL n.O1.348/'13, que "reabre o prazo para opção de que trata o art. 1.0do Decreto-Lei n.O 194, de 24 de fevereiro de 1967, que dispõe sobre

• aplicação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço às Enti­IRades Filantrópicas, e dá outras providências".

10--9-76 - Av. n.o 307 - SUPAR/76, de 9-9-76, do Gabinete Civilda Presidência da República, encaminhando cópia do Av. 5'04, de1.0 -9-'16, do Ministério do Interior, contendo resposta ao Reque­rimento n.o 90/76, do Senhor Deputado Humberto Lucena, sobre"a transferência de parte do controle acionário das IndústriasMagury S.A. à Kibon".

Of. SM/476, de 10-9-76, do SF, comunicando a remessa à san­ção do PL n.O 2.555/75, que "altera dispositivos da Lei de Promo­ções de Oficiais da Ativa das Forças Armadas".

13-9-76 - Df. n.O CN/113, de 13-9-76, do SF, encaminhandoautógrafo do PL ri.o 8-CN/76, que "dispõe sobre as relações detrabalho do atleta profissional de futebol e dá out.ros providências",sancionado.

14-9-76 - or. GM/BSB n.O 4.461/76, de 13-9-76, do MEO, mani­festando-se contrariamente à aprovação do PL n.O 1.321 que"preserva a inspiração e a beleza das composições musicais de nos­so folclore, proibindo sejam as mesmas exploradas com letro.s ouadaptadas para fins comerciais".

Df. GM/BSB n.o 4.424/76, de lü-9-76, do MEC, manifestando-secontrm:iamente à aprovação do PL n.o 95/76, que "torna prévia aobrigatoriedade de reconhecimento e autorização para cursos su­periores ministrados em Universidades e estabelecimentos isoladosconstituidos em fundações ou associações".

14-9-76 - Df. CN/76, de 14-9-76, do SF, encaminhando autó­grafo do Decreto Legislativo n.O 69, de 1976 (PDL n.o 54/76), que"aprova o texto do Protocolo que modifica e complementa a Con~venção entre os Estados Unidos do Brasil, atualmente RepúblicaFederativa do Brasil, e o Japão, destinada a evitar a dupla tribu­tação em matéria de impostos sobre l'endimentos, assinado emTóquio, a 23 de março de 1976".

Of. SM/483, de 14-9-76, do SF, encaminhando autógrafo doDecreto Legislativo n.O 70/76, que "aprova o te-xto do ConvênioInternacional do Café de 1976, aprovado por ocasião da SessãoPlenária, de 3 de dezembro de 1975, do Conselho da OrganizaçãoInternacional do Café" (PDL n.? 56/76).

15-9-76 - Df. s/N, da Psicóloga Glória Quintda, comunicando,que aceita o convite para fazer palestra sobre "a validade do psi­cotécnico na seleção de motoristas".

Carta n.o 21O-P, de 9-9-76, do Diretor-Presidente da ::!:NGEFER,confirmando sua presença, dia 30-9, para fazer palestra na Oo~

missão de Transportes.22-9-76 - Av. 319 - SUPAR/76, de 22-9-76, do Gabinete Oivil

da Presidência da República, encaminhando a Mensagem n.o 282,que restitui autógrafo do PL n.o 2.558/76, que "fixa prazo paradomicilio eleitoral e filiação partidária para as eleições municipaisde 1976", sancionado.

Page 60: CÂMARA DOS DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD06OUT1976.pdf · ANTôNIO BRESOLIN - Campanha politica no Rio Grande' do Sul. NOSSER ALM'EIDA - Homenagem à memória do

141054 Quarta-feira 6 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 1976'

MESA LIDERANÇASPresidente:

Célio Borja - ARENA1.0_Vice-Presidente:

Herbert Levy - ARENA2.0-Vice-Presidente:

Alencar Furtado - MDRLO-Secretário:

Odulfo Domingues - ARENA2.o-Secretário:

Henrique Eduardo Alves - MDR3.0 -Secretário:

Pinheiro Machado - ARENA4.o-Secretário:

Léo Simões - MDB

SUPLENTESJúlio Viveiros - MDBLauro Rodrigues - MDBUbaldo Barém - ARENAAntônio Florêncio - ARENA

ARENA -- MAIORIA

Líder:José Bonifácio

Vice-Lideres:.João LinharesAiron Rio'>A1ipio CarvalhoAugusto 'I'reinBlota JúniorCz.ntídio SampaIoEduardo GalilIbrahim Abi-AckelJorge VargasJosé AlvesMareelo UnharesParente FrotaParsifal BarrosoVasco NetoViana Neto

MDB - MINORIA

LideI':

Laerte VieiraVice-Lideres:

Alceu CoUaresCelso BarrosFigueiredo Correia

Getúlio Dias

Guaçu Piteri

Israel Dias-Novaes

.João Menezes

.JoeI Ferreira

Jose Carlos Teixeira

.Juarez Beruardes

Padre Nobre

Walter Silva

Turma. qA"

Presidente: Nelson Maculan - MDB

Vice-Presidente: Antônio Bresolin - MDB

DEPARTAMENTO DE COMISSOES

Jarmund NasserMoacyr DallaNereu GuidiNogueira de RezendeOsmar LeitãoParente FrotaRaimundo ParenteVHlna NetoVago

Eloy LenziJarbas VasconcelosJoaquim BevilacquaLuiz HenriqueLidovino FantouMiro Teixeira

Blota JúniorHenrique CórdovaIbrahim Abi-AckelLauro LeitãoLuiz BrazVagoVago

MDB

SuplentesARENA

Jorge ArbageMagno BacelarMmoro MiyamotoOswaldo ZanelloPassos Pôrto

MDB

José CamargoMárIO FrotaMilton Steinbruch

Antônio MorimotoDaso CoimbraDib CheremEduardo GalilGonzaga VasconcelosHcnrique PrcttiHomero SantosIgo LOs,<;o

Alceu CollaresErasmo Martins PedroJoão GilbertoJosé MauricioNoide Ce"queiraSebastião RodriguesTal'cisio Delgado

Turma AAU,air ChagasAntônio MarizCantídio SampaioClaudino SalesCleverson TeixeiraGomes da SilvaJairo MagalhãesJoão Linhares

SuplentesARENA

4) COMISSÃO DE CONSTlTUIÇAO E JUSTIÇAPresidente: Djalma Dessa - ARENA

Turma AVice-Presidente: Theobaldo Barbosa - ARENA

TurmaB

Vice-Presidente~José Bonifácio Neto - MDlIl

TitularesARENA

Turma B

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 6 - Ramais 653 e 6MSacretária: Iole Lazzarini

Dias MenezesEloy Lel1ziFreitas NobreJoão Gilberto

Abel AvilaAntômo FeneiraAugusto TreinBJota JúniorI!:dlSon Bonna

MDB

JÚlio ViveirosLuiz CoutoVago

Titulares

ARENA

Maurício LeiteNorberto SchmidtValdomiro GonçalvesVieira da SIlva

MDB

Sílvio Abreu JúniorUlysses Guimarães

MDB

Hélio de AlmeidaJalson BarretoNelson Thibau

TitularesARENA

Jarmund NasserNina RibeiroParslfal Barroso

SuplentesARENA

Gabricl HermesJoaquim GuerraMurilo RezendeUbaldo Barém

Getúlio DiasJoel FerreiraHumberto Lucena

Alair FerreiraCorreia LimaDib CheremGióia JuniorMário Mondino

Ary KffuriCélio Marques

FernandesCorrela LimaDiogo Nomura

Abdon GonçalvesAluizio ParaguassuDias MenezesFrancisco Amaral

Alberto IJavinasExpedno ZanottiFernando Cunha

REUNIÕES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo Il - Ramal 766Secretário: Zorando Moreira de Oliveira

'tEUNIõES

Presidente: Aurélio Campos - MDBVice-Presidente: Jorge Paulo - MDBVice-Presidénte: Gerson Camata - ARENA

Antônio FloréncioAry VaJadãoBatista MirandaFlávio Giovini

3) COMISSÃO DE COMUNICAÇÕES

2) COMISSÃO DE CI~NCIA ETECNOLOGIA

Presidente: Jorge Uequed - MDBVice-PreSldente: Octacilio Queiroz - MDBVice-Presidente: J:i:dison Bonna - ARENA

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 11 - Ramal 621Secretário: Paulo Ernani Fonseca Aires

Jorge VargasJosé Ribamar MachadoMaurício LeiteMellandro MinahimPrisco VianaRuy BacelarSillval Boaventura

~urma nCelso CarvalhoElcival CaiadoFerraz EgrejaGeraldo BulhõesMelo FreireVasco Amaro

MDB

Luiz CoutoMorell'a FrancoOsvaldo BuskeiPedro LauroRoberto CarvalhoYasunorí Klmigo

MDB

José MandemJuarez BernardesPacl1eco Cl1avesRenato AzeredoVinieius Cansanção

SuplentesARENA

Alvaro DíasAntõnio AnnibelliFranciSCO LibardoniGuaçu PiteriHenrique Cardoso

Alcides FranciscatoAntônio UenoBatista MirandaFlávio GioviniFrancisco Bllae PintoHorácio MatosInocêncio OliveiraJoaquim Coutinho

Eloy LenziErnesto de MarcoIturlvaJ NascimentoJosé CostaJosé MauricioJuarez Batlsta

COMISSOES PERMANENTES1) COMISSAO DE AGRICULTURA E POLlTICA

RURAL

Turma ItB"

Vice-Presidente: Henrique Brito - ARENA

TitularesARENA

Turma A

Alexandre MachadoAntônio GomesBenedito CanellasCardoso de AlmeidaElnesto ValenteHumberto SoutoJoao DurvalJuvêncio Dias

Paulo Rocha

Local: Anexo II - Ramal 661

Coordenação de Comissóes Permanentes

Geny Xavier Marques

Local: Anexo II - Telefones: 24-5179 e24-4805 - Ramais: 601 e 619

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Outubro de 19'76 DURIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira 6 10055

MDB

SuplentesARENA

5) C()MISSAO DE ECONOMIA, INDOSTRIA ECUMÉRCIO

6} COMISSAO DE EDUCAÇAQ E CULTURAPresidente Alvaro Valle - ARENA

Vice-Presidente Braga Ramos - ARENAVice-Presidente PaUlo Marques - MDB

TitularesARENA

MDBMagnus GuimarãesMarcelo MedeirosWalber GuimarãesWalter SilvaVal~o

TitularllSAREN.á

Marco MacielNewton BarreiraPaulino CiceroPrisco VianaRMael FaracoUbaldo Corrêa

MDBNEIlson ThibauPedro :'auroRubem DouradoYasunori Kunigo

SuplentesAREN,~

Gastão MiillerHugo NapoleãoJo>Sé MachadoLins e SilvaLuiz RochaSiqueira CamposWilmar Dallanhol

MDEJorge MouraJosé Carlos Teixeira:L;mro Rodriguesü~ônidas SampaioSJlvio Abreu Júnior

SuplenhillARENA

Lauro LeitãoLomanto JúniorMa.rcelo LinharesMário MondilWW~mderley MariZWilson FalcãÓVago

MDBOctacílio QueirozVagoVagoVagoVago

Presidente: Arlindo Kunzler - ARENAVice-Presidente: Jorge Arbage - ARENAVice-Presidente: Peixoto FIlho - MDB

TitularesARENA

Manoel NovaesMinoro MiyamotoNO!iser AlmeidaO waldo ZanelloRic.ardo FiúzaThteódulo Albuquerque

Adhemar Santillo,Airton SoaresCarlos CottaFrederico BrandãoJoão Arruda

Benedito Canellll.llCantldlO SampaioCarlos Alberto de

OliveiraDjalma BessaFerraz EgrejaFranceliuo Pereira

Israel Dias-NovaesJerônimo SantanaJorge FerrftzJosé ,CamargoMário Moreira

REUNIüES

Quartas e quintas-feiras, :ÍU! 10:()(J horasLüeal: Anexo II - Sala ~r - Ramal 660Secretário: Luiz de Oliveira Pinto

Quartas e quintas-feiras àls 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 2 - Ramal 665Secretário: Walter Gouvêa Costa,

8) COMISSÃO DE FISCALlZAÇAO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS,

Airton SandovalAluizio ParaguassuDias MenezesErnesto de MarcoJader Barbaiho

Alacid NunesAnNlnio FerreiraGonzaga VasconcelosHélio LevyHoráciO MatosJutahy Magalhães

9) COMISSAO DE MINAS E ENERGIA

REUNIõES

Alberto HoffmannEurico RibeIroFurtado LeiteGabriel HermesJoão Va.rgasJOBias Leite

Ario Theodoro'Ep ll,ácio CafeteiraJoaquim BevilacquaJosé Bonifácio NetoJosé Carlos TeixeiraMarcos Tito

Presidente: João Pedro - ARENAVice-Presidente: Aécio CUllha - ARENAVice-Presidente: Walmor ele Luca - MDB

Aécio CunhaAlvaro ValleDarcílio AyresFernando GonçalvesGeraldo FreireIvahir GarciaJoão Castelo

Turma B

João CasteloJorge VargasJosé AlvesJo'lé Ribamar MachadoMoacyr DaUaNunes RochaTemlstocles Teixeira

Lau1'O RodriguesLincoln GrilloMagnus GuimarãesOctacilio AlmeidaOlivir GabardoThcodoro Mendes

MDBOdemir FurlanTheodoro MendellVagoVagoVagoVago

MDB

Míltou SteinbruchOdacir KleinPedro FariaRoberto CarvalhoRuy Côdo

MDB

SuplentesARENA

Nosser AlmeidaOssian AraripePaulo FerrazRafael FaracoSylvio VenturolliTemtstocles Teixeira

Vago

SuplentesARENA

Marão FilhoMelo FreireNelson MarchezanPedro CaroloPedro ColinReilI'undo DinizWílson Braga

Aluizio ParftgullSSuAntônio CarlosArnaldo LafayetteIlia.~ MenezesFlorim CoutinhoJosé Bonifácio NetoMa.rcelo Medciroo

Turma A

Adriano ValenteAntênio MorimotoDyrno PiresFemando MagalhãesFrancisco Bilac Pinte>Hélio CamposHomero Santos

I.ntônio JoséEmanoeJ WaismanEpitácio CafeteiraGomes do AmaralJoão Menezes

Alair FerreiraAngelino RosaAnNlnio FlorêncioArlindo KunzJerCarlos WilsonCelso CarvalhoJoão ClimacoJosias Leite

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:()(J horasLocal: Anexo II - Sala 16 - Ramais M3 e M2Secretário: Paulo .106IÍ Maestralli

TitularesARENA

Aderbal JuremaAntônio MarizGomes da SilvaHydekel FreitasJairo MagalhãesJutahy MagalhãesLuiz BrazNorton Macedo

7) COMISSAO DE FINANÇAS

REUNIõES

Quartas-feiras, às IO:()(J horasLüeal: Anexo - II - Sala 9 - Ramal 639Seeretii.ria: Marta Clélia Orrico

Presidente: Marcos Tito - MDB

Turma A

Vicc-Prcsidcnte: Athiê Coury - MDB

TurmaB

Vice-Presidente: Carlos Alberto - ARENA

Alvaro DiasAntunes de OliveiraArgilano DarioÁrio TheodoroExpedito ZanottiFrancisco Amaral

Humberto SoutoJanuário FeitosaPaulino CiceroRicardo FiúzaRogério Rêgomisses Potiguar

Tunna'B

Afrísio Vieira Lima .'Amaral FurlanAug1,lsto Trein .Carlos WilsonNorton MacedoViana Neto

Lygia Lessa BastosMagno Bacelarl:anoel de AlmeidaMenandro MinahimRômulo GalvãoSalvador JulJanelli

MDB

Genervino FonsecaJoão Arruda"!antilli SobrinhoTancredo Neves

MDB

otávio CeccatoRuy CôdoSebastlão RodriguesVimcíus CansançãoVago

MDB

Figueiredo ConeiaGelJival TourinhoHildérico OliveiraJG de Araújo JorgeJo.'Ié Maria de Carvalho

Airton SoaresAlcir PImentaAntônio MoraisCelso BarrosDaniel SilvaEdgar Martins

Aldo FagundesAntônio CarlosHarry Se.uerJosé ThoméMorf'lTa Franco

Dardlío AyresDaso COlmbraFlexlI RibeiroGasl;ão MüllerGemido FreireHélio MauroLeur Lomanto

Ail'On RiosAlbeJ'to HoffmannAlexandre MachadoAltair ChagasCardoso de AlmeidaCleverson TeixeiraDyrno PiresFaria Lima

Celso BarrosFermmdo CoelhoF'Jgueiredo CorreiaF'J'am:isco StudartHumberto LucenaJader BarbalhoJorge Uequed

Rubem Dourado- 'l'gio MurilloSilvIO Abreu JUniorWalber GUImarãesWalter SilvaVago

Vago

REUNIõESTerç~"~, quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal 626Secretária: Silvia Barroso Martins

Turma A

A. R Cunha BuenoIAmaJ'al NettoAngelino RosaFernando GonçalvesIgo LossoJosé HaddadMarM Filho

Presidente: Rubem Medina - MDBTurma. A

Vice-Presidente: Marcondes Gadelha - MDBTurma B

Vice-Presidente: João Clhnaco - ARENA

TituIl\l'esARENA

Antônio PontesFernando Gama

IJader Be.rbalhoJorge UequeelJuarez BatistaMíltnn Steínbruch

REUNIOESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLüea.!: Anexo II - Sala 4 - Ramal 631Secrl:tária: Delzuite Macedo' de Avelar Villas

'Boas

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10056 Quarta-feira 6 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Outubro de 1"'

11) COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES

12) COMISSAO DE SAODE

TitularesARENA

REUNIOI!B

Quartas-feiras, às 10:30 horasLocal: Anexo II - Sala I - Ramal G77Secretário: José de Anchieta Souza

Joel FerreiraJosé CostaPedro LucenaThales Ramalho

Joaquim GuerraLomanto JuniOl.".... uríla RezendeNunes LealRezende Monteiro

Nereu GuidlOsmar LeitãoRaimundo ParenteVll1gt RosadoVilmar PontesWilmar Dallanhol''I\'ilson Braga

MOB

MOB

Nabor JúniorOctacílio AlmeidaOswaldo LimaVago

SuplentesARENA

Raul Bern~roõ'Ubaldo CorrêaVasco AmaroVasco NetoVICente Vuo1()Vilmar Pontes

Alceu CollaresAntômo AnnibeUiDias MenezesErasmo Martins Pedro

Aloisio Sant05 Joel LimaArgiiano Dario Jorge MouraArnaldo Lafayette José CostaCarlos Cotta Otávio CeccatoFrancisco Amaral Theodoro MendesFrederico Brandão Vago

SuplentesARENA

José HaddadLygia Lessa Bast06Munlo BadaróNina RibeixoRezende MonteiroSant05 FilhoVagoVago

MOB

Ruy CôdoSilvio de Abreu JúniorTarcisio DelgadoVagoVagoVago

Adhemar GhisiAlvaro GaudêncioCid FurtadoEduardo GalílJacob CaroloJoão AlvesNelson Marchezan

Aurélío CamposFernando CunhaGamaliel GalvãoGenival TourinhoGetúho DiaSLuiz HennquePeÍXoto Filho

Ademar PereiraAntônio GomesElcival CaladoFurtado LeiteGeraldo BulhõesGiOla JúniorHého Mauroítalo Conti

Abel AvilaAlcides FranciscatoBento GonçalvesHenrique PrettlHermes MacedoHydekel Freitas

Alipio CarvalhoHélio CamposHélíoLevyJoão LínharesJoão PedroNavarro VieiraNuni:s Rocha;

REUNIÕESQuartas-feiras, às iO:oo horasLocal: Anexo II - Sala i2 - Ramal 69"Secretário: Hélio Alves Ribeiro

REUNIóESQuartas e quintas-feixas, às 10:00 hOi'MLocal: Anexo II - Sala 16 - Ramal "TSecretário: Nelson Oliveira de SOuza

15) COMISSÃO DE TRABALHO E LEGISLAÇAOSOCIALPresidente: Luiz Rocha - ARENA

Vice-PresIdente: SlqmlÍra Campos - ARENAVlCe-Presidente: Rosa Flores - MDB

TitularesARENA

MDB

16) COMISSÃO Df TRANSPORTESPresidente: Ruy Bacelar - ARENA.

Vice-Presidente: Santos Filho - ARENAVice-Presidente: Ju~ Ba.tistt. - ),(I)B

TitularesARENA

Fernando LyraFranciscO RochaHélio de Almeidarturival NascimentoMário Frota

Lincoln Grí110Ney FerreiraRuy Lillo

Januário FeitosaParente FrotaSylvio VenturolliVicente Vuolo

Odemir FurlanVagoVago

Manoel de Almeida.Mauro SampaioRômulo GalvãO'Thpobaido BarbooVIeira d9. Silva

MOB

MDB

Odemir FurlanOsvaldo BuskeiFedro Lucena

Suplente~

ARENA

Manoel NovaesParsifal BarrosoSalvador JulianelliTheódulo AlbuquerqueVago

MDBMarcondes Ga.delhaWalmor de LucaYasunori KunigoVago

Paulo FerrasRaul BernardO'Ubaldo BarémVasco NetoWanderley Mariz

MnBLauro RodriguesPaes de Andr&deSérgio Muri10

S.plenteliARENA

Agostinho RodriguesAlípio CarvalhoCélJo Marques

Fernandesítalo Conti

Athiê CouryCarlos CottaJoaqUim BevilacquaLmcolu Grillo

Abdon GonçalvesFábIO FonsecaJaison Barreto

Antunes de OliveiraFlorim CoutmhaJosé Carlos TeIXeixa

Aldo FagundesAluizio ParagulUlSuDias MenezesJG de Araújo Jorge

REUNIÕES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horuLocal: Anexo II - Sala 13 - Ramais 688 e 68/lSecretária: Eni Machado Coelho

Adriano ValenteBraga RamooHenrique BritoJoão Alves';-oão Durval.

14) COMISSAO DE SUVIÇD PüBLICO

Presidente: Freitas Nobre - MOBVice-Presidente: Fernando Coelho - MDBVIce-Presidente: Ossian Araripe - ARENA

Tltular<mARENA

SuplentesARENA

Arrisio Vieira Lima Jonas CarlosAlaClCl Nunes José Ribamar MachadoBento Gonçalves Newton BarreixaFlávio Marcílio 'Ieotônio NetoFranCISCO Rollemberg Vago

MDB

Ary KffUliFrancelinG PereiraGeraldo GuedesIvahir Garcia.Jonas Carlos

REUNIõES

Quartas e quintas-feixa.s, às 10:00 horasLocal: Anexo 11 - Sala 10 - Ramal 682Secretária: Iná Fernandes Costa

Presidente: Slnval Boaventura - ARENAViee-Presidente: Paulo Studart - ARENAVICe-Presidente: Antomo Belínatti - MDB

TitularesARENA

13) COMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL

Agostinho RodriguesAmaral FurlanCid FurtadoGlaudino SalesErnesto ValenteEurico Ribeiro

Adhemar SantilloAntônIO PontesGamaliel Galvão

Murilo \adaról'<oguelra de RezendePassos PôrtoPedro ColinRaimundo DinizRogério RêgGTeotôl1lo Neto

Inocêncio OliveiraMauro SampaioOnisio LudovicoIDiSSCl; PotiguarWilson Falcão

MDB

Paes de Andr&dePedl'o FariaRoberto Carvalh<tSérgio MuriloUlysses GuimarãesYasunori Kunig<t

MDB

Jairo BrumMac Dowel Leite

de CastroOUvir GabardoI-adre NobreThales Ramalho

MDBAntônio Bresolln

SuplentesARENA

Theobalda Barbo.'I$

SuplentesARENA

Hennes MacedoJoão VargasJuvéncw DiasLeur Lomanto~_arco MacielNorberto SchmidtPaulo StudartWaldomlro Gonçalves

Furtado Leite

Alcir Pimenta

Antônio UenoFaria LimaFIávio MareilioJosé MachadoLins e SilvaLuiz FernandoMarcelo Lmhares

Adalberio CamargoAno TheodorGBngido TinocoCarlos SantosCotta Barhosati'ernando GamaFrancisco Studart

Adhemar GhislAlvaro GaudéncioAry ValadáoCunha BuenoFernando MagalhãesFlexa RibeiroGeraldo GuedesGerson Camata

Aldo- FagundesAntunes ele OIJVeiraAntômo MoraiSDamel SilvaDia" Mene~es

João Menezes:l.iagnus Guimarães

Diogo NomuraPrisco Viana

Presidente: JOll.quim Coutinho - ARENAVice-Presidente: Hugo Napoleão - ARENAVice-Presidente: João Cunha - MDB

Títular""ARENA

Presidente: Walter de Castro - MDBVicC'-Presidente: Leônidas Sampaio - MOBVice-Presidente: Inocêncio Oliveim - ARENA

TitularesARENA

10) COMISSAO DE REDAÇAOPresidente: Altair Chagas - ARENA

Vice-Presidente: JOflé Riba.mar Machado ­ARENA

MDB

Benrique Cardoso Vago

REUNIOES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 14 - Ramal 673Sooretário: José Lyra Barroso de Ortegal

Adernar PereiraAiron RIOS011.1'105 Alberto de

OliveiraI:'iogo Nomul'lloFrancisco Rollemberg

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Outuhro de 1976 DIARIO no CONGRESSO- NACIONAL <Se<:;ão I) QU~lrta-feira 6 10057

Antôlllo CarlosDIaS Menezes1!.rnesto de MarcoFrancisco LibardoniJaIro Brwu

:1) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO CENTRO-OESTE

MDBTheobaldo BarbosaCid FurtadoFernando CoelhoMáno MoreiraOswaldo Lima

MDBCelso BarrosMac: Dowel Leite de

GastroIsrael Dias-Novaes

Suplentel;

ARENACleverson TeixeiraLauro LeIlãoGerlLldo GuedesRaymundo Dimz

REUNIõE18

Local: Anexo II - Sala 8- A - Ramais 603e 604

Secretário: Antônio Fernalldo Borges Mallzan

-ARENAMarcelo LinharesErasmo Martms PedroTal'ClSlO DelgadoHenrique CórdovaAntômo Morlmotovago

6) COMISSAO ESPECIAL DESTINADA A DARPARECER AO PROJETO N.o 634, DE 1975,DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPóE SOBREO CÓDIGO CIVIL

PreSIdente: Tancredo Neves - MDBVice-Presidente: Bl'igldo Tinoco - MDBVice-PresIdente: Igo Losso - ARENA

Relator-Geral: João Linhares - ARENATitularCl;'

MDBWalter de Castro

Presidente: Genervíno Fonseca - MDBVice-Presidente: rturival NaSCImento - MDBVice-PresIdente: Rezende Monteiro - ARENA

TitularesARENA

Jannund NasserValdomlro Gonçalves

Ary ValadãoBenedito CanellasGastão MUller

Antônio Carlos.Juarez Bernal'des

Hélio LevyNunes RochaOmsio Ludovlco

SuplentesARENA

SIqueira CamposUbaldo BarémVIcente Vuolo

MDBAdhemar SantllID VagoFernando Cunha VagoVago

REUNIõESQuintas-fciras, Êl.S 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 6115Secretário: Romualdo Fernando Arnoldo

MDB

José MandemMárlO MoreiraOdacIr KleinPedro LauroRuy Côdo

REUNlõ1JlS

Quartas e quintas-feiras, às 10 :30 horlOSLocal: Anexo I1 - Sala 5 - Ramal 696Secretário: Carlos Brasil de AraújoI

Diretora: GIlda Amora de Assis RepublicanoLocal: Anexo II - Ramal: 749

Seçào de Comíssões ~speciajll

Chefe: SleHa Prata da Silva LopesLocal: Anexo I! - Sala ll-B - Ramal 604

Seção de Comíssõell de Inquérito

Chefe: Luiz Antônio de Sá Cordeiro dI> SilvaLocal: Anexo II - Rl>mal 612 - 23-3239 (Direto)

COMISSOES ESPECIAIS1} COMISSÃO DA AMAZõNIA

ICOORDENA(lo DE COMISSOESTEMPORÁRIAS

MDB

l'i,EUNIOESQujntas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 3 - Ramal 611Secretária: AUla Fellcio Tobias

MDBGimival TourInhoJaIro BrumJosé Bonifácio NetoOlivir Gabardo

MDBFre'itas NobreJose BOlllfáclO NetoLldovlllo Fanton

MDB'Padre NobrePeixoto Fllho

MDBAirton SoaresJ(){"\ Ferrell'aJOf.é CostaRosa FloresRubem Dourado

Supleut~,s

ARENANosser AlmeidaPaulo StudartOswaldo ZanelloNavl1rro Viell'l\.Faria LimaAdriano Valente

ARENAAdI"iano Valente;]laudlllo SaJlesIbrahim AbI-AckelIvahir GarCIa

REUNIóESQuintas-feiras, às 16 :30 horasL6cal: Anexo II - Sala 2-A - Rl>mals; 60S

e 604Secretária: Vâ.nia Garcia Dórea

1) COMISSÃO ESPECIAL I)ESTlNADA A DARPARECER AO PROJETO N.o 633, DE 1975,DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPÕE SOBREO CóDIGO DE PROCESSI[) PENAL

Pl'esidente: Sérgio Murilo - MDBVice-PreSIdente: PeIXoto Filho - MDBVice-PresIdente: Santos Filho - ARENA

Relator-Gcral: Geraldo E'reire - ARENATitulares

REUNIôElSLocal: Anexo II - Sala 8· A - Ramais 603

e 604Secretária: MarIa Izabcl Azevedo

8) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABO­RAR PROJETO DE LEI SOBRE A ESTABILI­DADE DA FAMILlA BRJ,SILEIRA

PreSIdente: Figueiredo Correia - MDBVice-PreSIdente: Magnus GUllnarães - MDB

Relator-Gcral: Cid Furtf,do - ARENATitulartes

ARENAEduardo GalilFernando GonçalvesGMtâo MúllerHugo NapoleãoIgo LossoVago

ARENA

Cleverson TeIXeIraGeraldo FreireBlota JuniorNereu GUldiSalvador Julianelli

SupJentes

MDBOCtacílio QueirozVago

Lauro Leitão - ARENAAntônio Ueno - ARENAErnesto de Marco - MDB

TitularesARENA

Norberto SchmidtPedro Colin

MDBDias MenezesEloy Lenzi

SuplentesARENA

Hermes MacêdoVasco AmaroWilmlLr Dallanho1

PreSidente:Vice-Presidente :Vice-Presidente:

Abel AvilaJo'".;.o Vargas

Fernando CoelhoFernando LyraJosé Carlos TeIxeira

REUNIõESQuintas-feiras, às 11:00 horasLocal Anexo II ~ Sala ll-A - Ramal 695.Secretário: José Salomão Jacobina Aires

• Juizio Paraguas.~u

Antônio Annibelli

Adriano ValenteArlllldo KunzlerHenl'lque Córdova

4) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO SUL

MDBOdacir Klcin VagoJaIson Barre"o VagoVago

REUNIõESQuartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II ~ Sala, B-B - Ramais 607 e 608Secretária: Agassis Nylander Brito

5) COMiSSÃO DO POLlGONO DAS SECASPresidente: Ernesto Valente - ARENA

Vice-Presidente: Celso Carvàlho - ARENAVice-Presidente: Jarbas Vasconcelos - MDB

TitularesARENA

Dyrno Pires Jutahy MagalhliesGeraldo Guedes Manoel de Almeida

MDBCelso Barros Genival TourInhoJosé Costa Vimcius Cansanção

SuplentesARENA

Fernando Magalhães Inocêncio OliveiraFrancelino Pereira JalIUário Feitosa1.umberto Souto José Alves

Vinicius Cansa.llgoo

MDBRuy LinoVago

MDB'!'hales RamalhoVago

Presidente: Raimundo Parente - ARENAVice""Presldente~ JuvênClo Dias - ARENAVice-PreSIdente: Nabor Júmor - MDB

TituboresARENA

HélIo CamposNosser de Almeida

JooI FerreiraJúho VlverrosMarw Frota

Alacid NunesGabriel Hermes"

Epltá,clo CafeteiraJose Carlos TeixeIra

SuplentesARENA

Passos PõrtoPaulmo CiceroPrisco Viana

Ediwn BonnaElclVal CmadoRafael Faraco

JairCl M4galhãesJosms LeiteMa.rco Maciel

Antônio JoséHildérlCo OliveiraNey Ferreira

MDBAntônio Pontes Epitácio CafeteiraAntunes de Oliveira Jerômmo Sanlana

SuplentesARENA

'Siqueil'll CampooTemistocles TeIxeiraUbaldo Corrêa

Presidente: Noide üerqueirl'l - MDBVice··PreSIdente: José Costa - MDBVlce··Premdente: Bento Gonçalves - ARENA

TitularCllARENA

Fran cisco Rollemberg RIcardo FiúzaGe1'll.Jdo Bulhões Rogério RegoManoel Novaes

REUNIõESQuartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo 11 - Sala B-A - Ramais 605,

006 e 616

'secretário:, Jacy da Nova Amarante

2) ('OMISSÃO DA BACIA DO SAO FRANCISCO

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10058 Quarta-feira' DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro 'e 19'1'

COMISSOES DE INQU~RITO

MDB

Emmanoel Walsmann Lincoln GrilIoFábio Fonseca

REUNIõES

Terças-feiras, às 9,30 horasLocal: Anexo II - Sala 8-A - Ramal: 605secretário: Antônio Estanislau Gomes

9) COMIS5AO ESPECIAL DESTINADA À ELA­BORAÇAO DE PROJETOS DE LEI SOBREREDIVISAO TERRITORIAL E POUTICA DEMO­GRAFICA.

Aleir PanentaAntônio Ca.rIOll

Leur LomantoVa.ldomiro GonçalvllllMurilo Rezende

Walber Guimaríi.esVr;.go

MDB

Luiz FernandoNorberto SchrnidtPaulo Studart

MDB

José Carlos Teixeira

MDB

Ney Ferreira

MDB

Titulares

ARENA

Nunes LealUbaldo Barém

Suplentes

ARENA,

Suplentes

ARENA

Alcides FranciscatoAngelino RosaIvahir Garcia

Hélio de AlmeidaJosé Costa

Eloy LenziFlorim CoutinhoGenlval Tourinho

Mário FrotaArnaldo LafayctteMário Moreira

(REQUERIMENTO N.o 67/76 - CP[)

Prazo: 2-6-76 a 30-10-76

Presidente: Dias Menezes - UDBVice-Presidente: Léo Simões - MDB

Relator; Alaeld Nunes - ARENA

Terças e quintas-feiras. às 16:30 horWlLocal: PlenáriO das CPIs, Anexo IITelefone: ramal: 509 - Anexo IIISecretária: Márcia de Andrade Pereira

REUNlOES

REUNIÕES

Terças-feiras, às 16 horas e quartl\ll-felraa, ...10 horas

Local: Anexo TI - Plenário das CPlSRamal: 497 (Anexo ill)

Secretál'1o: Nleanor Soucasaux de Noronha

4) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUCRrrODESTINADA A APURAR DEFICI@NCIASEJREGULARIDADES NA AVIAÇÃO COMERC

Fernando MagalhãesHumberto SoutoCarlos Wilson

Gomes do AmaralHildérieo Oliveira

Abel AvllaCantidio SampaioHélio Campos

Ubaldo Corre0.Hélio Levy

Odemir FurlanOtávio Ceceato

Celso CarvalhoFurtado LeiteHenrique Pretti

Francisco LibardoniIturlval NaSCimentoOctacillo Queiroz

REUNIõES

Terças-feiras, às 9 :00 horasQuartas-fell'as, às 14;00 horasLocal' Anexo II - Plenário das CPlSTelefone: 509 (Anexo lIlJSecretário: Manoel Augusto Campelo Neto

3) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RITO

DESTINADA A EXAMINAR O FUNCIONAMEN­TO, ARRECADAÇAO E APLlCAÇAO. DOS RE·CURSOS DA LOTERIA FEDERAL, LOTERIAESPORTIVA, CARNIlS E OUTRAS MODALIDA­DES DE SORTEIOS, POUPANÇA E CR~DITO,

ANALISANDO SUAS REPERCUSSõES SOBRE AECONOMIA POPULAR

2) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQU(RITODESTINADA A APURAR O NÃO CUMPRIMEN­TO DAS EXIGIlNCIAS nCNICAS NO TOCAN­TE À QUANTIDADE, QUALIDADE, DURABILI­DADE E SEGURANÇA DE MERCADORIASENTREGUES AO CONSUMO E OS MtrODOSADOTADOS PARA A SUA DIVULGAÇÃO

(REQUERIMENTO N.o 65176 - CPI)Prazo: 5-5-75 a 3-12-76

Presidente: Sebastião Rodrigues - MDBVice-PreSIdente: Magnus Guimarães - MDB

Relator; Gerson Camata - ARENATitularesARENA

A. H. Cunha Bueno MuriJo BadaróCarlos Wilson Navarro VieiraHugo Napoleão

MDBJader Barbalho Ruy CôdaMilton Stembrueh

SuplentesARENA

Alcides Franeiscato Magno BacelarDaso Coimbra Mário MondinoEdison Bonna Rogério Régo

MDB

(REQUERIMENTO N.o 61/76)

Prazo: 3-6-7G a 31-10-76Presidente: Aloisio Santos - MOB

Vice-PreSIdente: Juarez Batista - MOBRelator: Dayl de AlmeIda - ARENA

TitularesARENA

REUNIOESQuartas-feiras, às 15:00 horasLocal-: Anexo II - Plenário das CPlS

Telefone: 509 (Anexo rrnSecretária: Haydéa Pires

MDB

MDB

Antônio BresolinJerônimo SantanaNabor JUnIorPedro LucenaPeixoto FilhoRuy Côdo

Titulares

Antonio PontesJoão GilbertoJoaquim Bevilacqua

Suplentes

SuplentesARENA

Hélio MauroNasser AlmeidaNunes Rocha

MDBJúlio ViveirosYasunori Kunigo

ARENA

Aloisio SantosAntômo Belmatleotta Barbosa.

Alvaro GaudêncioAry KffuriFurtado Leite

Francisco RollembergGeraldo BulhóesHennque Brito

ARENA

Hélio CamposHumberto SoutoJorge ArbageLygia Les.~a BaHtosNosser AlmeidaRaimundo ParenteVicente Vuolo

Presidente: Siqueira Campos - ARENAVice-Presidente: Gasta0 Müller - ARENA

Relator-Geral: Alcir Punenta - MDBRelator de Redivisao: JG de Araújo Jorge ­

MDBSub-Relator de Rcdlvisão: Daso Coimbra ­

ARENARelator de Política Demográfica: João Alves

-ARENASub-Relator de Polftica Demográfica: Antônio

Carlos - MDB

1) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQU~RITO

DESTINADA A INVESTIGAR O DESEMPENHOE COMPORTAMENTO DE TODOS OS óRGÁOSINTEGRANTES DO SISTEMA FINANCEIRO DEHABITAÇÃO

(REQUERIMENTO N.o 53175 - CPIlPrazo: 1.°-4-76 a 28-10-76

Presidente: Dlb Cherem - ARENAVice-Presidente: HenrIque Pretti - ARENA

Relator: Fernando Gamlt - MDBRelatores-Substitutos: Mac Dowell Leite de Castro- MOB; Theobaldo Barbosa - ARENA

TitularesARENA

Jorge ArbageAntônio GomesDarcílio Ayres

IPREÇO DESTE EXEMPLAR: Cr$ 0,50 I Centro Gráfico do Senado Federal

Caixa Postal 1.203Brasília - DF

EDIÇÃO DE HOJE: 64 PÁGINAS