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CLIPPING DE NOTÍCIAS 26.06.2008 (Compilado para uso Exclusivo dos integrantes do Escritório) ÍNDICE DE ASSUNTO - VEIRANO - Concorrentes - Administrativo - Advogados - Agronegócios - Ambiental - Aviação - Bancário - China - Civil - Comércio Exterior - Concorrência - Diversos - Energia, Petróleo e Gás - Judiciário - Marítimo - Mineração - Penal - Propriedade Intelectual - Seguro - Societário - Tabaco - Tecnologia - Telecomunicação - Trabalhista e Previdenciário - Tributário VEIRANO. Novo STJ - Nesta quinta, a Câmara de Comércio Americana promove palestra “Simplificação e Agilidade - O Novo Superior Tribunal de Justiça”, no restaurante Real Astória. O encontro abordará os impactos, reflexos e o novo papel dos Estados no cenário nacional, e será apresentada pelo presidente do STJ, o ministro Humberto Gomes de Barros. Informações: (21) 3213-9200. Nota na íntegra. (Última Instância - 25.06.2008 - Notas) OBS.: Veirano Advogados será patrocinador do evento. Página 1 de 241

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CLIPPING DE NOTÍCIAS26.06.2008

(Compilado para uso Exclusivo dos integrantes do Escritório)

ÍNDICE DE ASSUNTO

- VEIRANO - Concorrentes

- Administrativo - Advogados

- Agronegócios - Ambiental

- Aviação - Bancário

- China - Civil

- Comércio Exterior - Concorrência

- Diversos - Energia, Petróleo e Gás

- Judiciário - Marítimo

- Mineração - Penal

- Propriedade Intelectual - Seguro

- Societário - Tabaco

- Tecnologia - Telecomunicação

- Trabalhista e Previdenciário - Tributário

VEIRANO.

Novo STJ - Nesta quinta, a Câmara de Comércio Americana promove palestra “Simplificação e Agilidade - O Novo Superior Tribunal de Justiça”, no restaurante Real Astória. O encontro abordará os impactos, reflexos e o novo papel dos Estados no cenário nacional, e será apresentada pelo presidente do STJ, o ministro Humberto Gomes de Barros. Informações: (21) 3213-9200.Nota na íntegra. (Última Instância - 25.06.2008 - Notas) OBS.: Veirano Advogados será patrocinador do evento.

CONCORRENTES.

Marketing - Banca busca alternativa para chegar ao cliente: OAB proíbe publicidade direta e advogados usam criatividade para não quebrar as regras. Demarest, Pinheiro Neto. (GM)

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Palestra - Nesta quinta, o advogado Tito Amaral de Andrade, sócio do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice ministra palestra na sede da Fiesp, em São Paulo, sobre Compliance Antitruste. O evento reúne um grupo de estudos de Direito Concorrencial. A palestra é gratuita e para participar basta acessar o site da Fisep (www.fiesp.com.br) e efetivar o cadastro.Nota na íntegra. (Última Instância – 26.06.2008) http://ultimainstancia.uol.com.br/notas/

ADMINISTRATIVO.

Ato ilícito da Administração não pode acarretar prejuízo a terceiros. (CF)

Saneamento - Licitado o "PAC das águas": Governo do Estado conclui os processos de concorrência pública do pacote de obras no valor de R$ 392 milhões da Região Metropolitana, que atenderão a cerca de oito milhões de habitantes. (JC)

ADVOGADOS.

Marketing - Banca busca alternativa para chegar ao cliente: OAB proíbe publicidade direta e advogados usam criatividade para não quebrar as regras. (GM)

AGRONEGÓCIOS.

Agroenergia - Shell ratifica interesse em etanol de cana. (Valor)

AMBIENTAL.

STJ aceita recurso de associação de contaminados por lixo tóxico no Paraná. (CF)

Meio Ambiente - Brasil leva à Índia experiência de preservação de florestas: Os dois países afinaram suas relações visando a defesa dos seus recursos ambientais. (GM)

Minc anuncia acordo com o setor madeireiro: Exportadores não comprarão madeira de áreas devastadas. (Globo)

Petrobras estende plano ambiental a RJ, ES e RN. (Globo)

Meio Ambiente - Afinidades aproximam Brasil e Índia: Avanços na preservação de matas brasileiras servirão como exemplo para indianos. (JB)

Sustentabilidade – Empório tem projeto de consumo responsável. (Meio & Mensagem)

MPF em Rondônia investiga alterações no projeto da Usina de Jirau. (UI)

UE defende "soberania responsável" para Amazônia. (Valor)

Aquecimento global vai gerar instabilidade no mundo, dizem EUA. (Valor)

Energia - ONGs questionam projeto de hidrelétrica: Entidades levam documento ao Ibama com crítica ao plano ambiental da usina de Santo Antônio. (Valor)

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Carbono pode liderar commodities. (Valor)

A Suprema Corte dos EUA determinou que a multa que a ExxonMobil terá de pagar por causa dos danos ambientais causados pelo derramamento de petróleo do navio Exxon Valdez, na costa do Alasca, não deve passar de US$ 507,5 milhões. Um tribunal federal tinha determinado que a petrolífera americana pagasse multa de US$ 2,5 bilhões.Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. B10 Empresas - The Wall Street Journal Americas)

Conciliação - A Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF) solucionou uma discussão entre o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o Ibama no valor de R$ R$ 3,322 milhões. O resultado da conciliação prevê que o DNPM repassará ao Ibama esse valor, referente à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), paga por empresas que exploram minérios no país, por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF). O DNPM recebe 10% do valor total pago pelas empresas e repassa ao Ibama 0,2%, mas não estava cumprindo a obrigação. Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. E1 Legislação)

AVIAÇÃO.

Concorrência - Conselho aprova venda da Varig para a Gol. (DCI)

Investimentos - Setor aéreo brasileiro atrai aportes de estrangeiros. (DCI)

Velha Varig só tem dinheiro para operar até outubro: Avaliação é parte de relatório aos credores; Flex passou a voar em março, com fretamento. (Folha)

VarigLog nega a suspensão dos vôos de 6 aeronaves pela Anac. (Folha)

Aviação - Especialista apóia decisão da Anac, mas diz que falta fiscalização. (GM)

Concorrência - Cade aprova compra da Varig pela Gol. (GM)

Caso Varig – Venda para Gol é aprovada: Cade reconhece que negócio gera problemas na concorrência, mas ressalva que ‘remédios que poderiam ser impostos’ não garantiriam solução do problema; Conselho mantém slots da compnahia aérea em Congonhas. (JC)

Editorial - Pressa, improvisação e suspeitas na venda da Varig. (Valor)

Aviação - Cade aprova compra da Varig pela Gol: Conselheiros não interferiram nos 'slots' em Congonhas e retiraram restrição a operações de carga. (Valor)

BANCÁRIO.

Bradesco fecha contrato com Megafort - A Bradesco Auto/RE fechou contrato de seguro de transportes com a Megafort Distribuidora. A empresa é uma das principais atacadistas do País, com frota de mais de 350 caminhões e estrutura para atendimento superior a 120 mil pedidos por mês. O contrato feito com apoio da corretora Onyx prevê cobertura para todas as mercadorias transportadas pela Megafort em território nacional. O valor total em risco é de R$ 1,5 bilhão. De janeiro a abril, esse mercado movimentou R$ 500 milhões.Nota na Íntegra (DCI 26.06.2008 p. A4 Política Econômica)

Febraban - Serviço troca papel por meio eletrônico. (JC)

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UBS contrata consultores externos para ajudar na revisão estratégica. (Valor)

Imóveis - Caixa negocia com governo a primeira emissão de CRI: Captação via títulos cresce no primeiro semestre e supera R$ 2 bi. (Valor)

Depósitos judiciais são alvo de disputa. (Valor)

CHINA.

Siderurgia - Usinas chinesas podem boicotar compras da BHP (GM)

CIVIL.

Código Civil - Indenização por ofensa deve ser criteriosa. (Conjur)

COMÉRCIO EXTERIOR.

Relações Bilaterais - Portugal quer ser a "porta de entrada" do Brasil na Europa: Empresas dos setores de cosméticos, alimentos, higiene pessoal e limpeza já utilizam posto da Apex em Lisboa para vender em países vizinhos. (DCI)

Comércio Exterior - OMC tenta a última cartada para salvar Doha: Entidade convoca ministros dos países membros para fechar acordo no dia 21 de julho; se não, só em 2010. (Estado)

Brasil corre risco de exclusão do SGP dos EUA: Ano eleitoral nos EUA dá ensejoa propostase medidas demagógicas. (GM)

Comércio - OMC convoca potências em julho para discutir Doha: Lamy pediu a realização de uma reunião ministerial a partir do dia 21. (GM)

Doha - OMC tenta a última cartada. (JC)

Lei amplia ação contra importação subfaturada. (Valor)

Relações Externas - Lamy marca reunião ministerial, mas Mercosul racha de novo: Encontro, de que deve reunir mais de 30 ministros, começa em 21 de julho. (Valor)

CONCORRÊNCIA.

Concorrência - Conselho aprova venda da Varig para a Gol. (DCI)

Cade aprova compra da Big Foods pela Sadia - O Cade aprovou ontem a compra da Big Foods pela Sadia, mas determinou uma modificação no contrato de compra e venda. Pela alteração, foi reduzido para cinco anos a previsão de não concorrência dos ex-proprietários da Big Foods no segmento de pratos prontos congelados, no qual atuava. O prazo acertado entre as empresas era de dez anos. Nota na Íntegra (Estado de São Paulo 26.06.2008 p. B21 Negócios)

Concorrência - Cade aprova compra da Varig pela Gol. (GM)

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Disputa Judicial - Amex liquida litígio com Mastercard. (GM)

Caso Varig – Venda para Gol é aprovada: Cade reconhece que negócio gera problemas na concorrência, mas ressalva que ‘remédios que poderiam ser impostos’ não garantiriam solução do problema; Conselho mantém slots da compnahia aérea em Congonhas. (JC)

MasterCard paga à Amex US$ 1,8 bilhão. (Valor)

Aviação - Cade aprova compra da Varig pela Gol: Conselheiros não interferiram nos 'slots' em Congonhas e retiraram restrição a operações de carga. (Valor)

Cade impede AmBev de ampliar uso de garrafa de 630 ml. (Valor)

DIVERSOS.

Congresso - Acordo reduzirá teto de multa para as empresas de turismo: Lei Geral de segmento é aprovada da Câmara dos Deputados com penalidades para as firmas que deixarem de atender os serviços acertados com turistas. (DCI)

Caso Alstom - Claudio Mendes omitiu participação em empresas: Sócio da Inter Empresarial Comercial Importação e Exportação e da Techpar Engenharia e Participações pode ser acusado de falso testemunho. (Estado)

Contas Públicas - Dinheiro do pré-sal pode ir para o Fundo Soberano: Está em estudo proposta para usar receitas com exploração de petróleo. (Estado)

Justiça - Cacciola está a um ato da extradição: Justiça de Mônaco aprova a volta do ex-banqueiro ao Brasil, agora só falta o príncipe Albert II autorizar. (Estado)

Nações Unidas - Marrocos apóia o Brasil para Conselho. (GM)

Bebidas - Coca-Cola tem no Brasil um dos motores. (JC)

Aperto em estatais e corte de R$ 8 bi no Orçamento garantem fundo soberano. (Valor)

ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS.

Eletricidade - Venezuela e Brasil preparam acordo de troca para energia. (DCI)

Combustíveis - País venderá o dobro de etanol aos EUA: Os altos preços do milho deixaram o produto brasileiro mais competitivo; preço do etanol do País fica mais barato que o dos EUA, mesmo com tarifas. (DCI)

Uruguai pode ter depósito de 28 bi de metros cúbicos de gás - O Uruguai pode ter encontrado um depósito de gás natural de até 3 trilhões de pés cúbicos (28,316 bilhões de metros cúbicos) de gás e petróleo durante estudos das áreas de exploração que pretende submeter a leilão em julho de 2009, disse a estatal petrolífera do país. A potencial descoberta, próxima à foz do Río de la Plata, ocorre após a realização de testes sismológicos realizados pela estatal Administración Nacional de Combustibles Alcohol e Portland (Ancap), disse Héctor de Santa Ana, diretor de exploração e produção. Se confirmada, a descoberta poderá abastecer o Brasil durante quatro anos ou atender a quase toda a demanda americana no inverno.Nota na Íntegra (DCI 26.06.2008 p. A8 Internacional)

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Contas Públicas - Dinheiro do pré-sal pode ir para o Fundo Soberano: Está em estudo proposta para usar receitas com exploração de petróleo. (Estado)

Diplomacia - Lula pressiona Petrobrás em projeto com a PDVSA: Presidente quer que estatal explore com a empresa venezuelana a faixa do Rio Orinoco, algo já havia sido descartado pela companhia brasileira. (Estado)

Mercado Aberto - Polêmica sobre hidrelétrica chega à Espanha. (Folha)

Exploração do petróleo de pré-sal não pode atrasar. (GM)

Mercado Livre - Aneel muda regras dos contratos para dar transparência ao setor: Novas determinações vão agilizar migração de grandes consumidores de energia elétrica. (GM)

Gás Natural - Estudo aponta bloco gigante no Uruguai: Depósito em Punta del Este poderá tornar o país exportador, inclusive para o Brasil. (GM)

Petróleo - Banco prevê colapso mundial. (GM)

Marco regulatório vai atrair investidor externo. (Globo)

Etanol brasileiro é a melhor opção. (JC)

Estratégia - Shell aposta em etanol e pré-sal. (JC)

Petróleo - Uruguai aposta em jazidas no litoral de Punta Del Este. (JC)

Acordo - 4 usinas fornecem etanol a grupo sueco: Cosan, Guarani, NovAmérica e Alcoeste acertam contrato com o Sekab, vendedor, na Europa, do E-85 (mistura de 85% de etanol e 15% de gasolina). (JC)

Energia: projeto oficializa o calote - Desconfie de esmola excessiva: projeto dos deputados Edgard Moury (PMDB-PE) e Eduardo da Fonte (PP-PE) permite aos consumidores que contestarem os valores de suas contas de energia não as pagar até o julgamento do mérito, sem sofrerem corte. Alegam que é para proteger consumidores carentes. Lorota. O projeto tem endereço certo: grandes empresas interessadas em passar a perna nos distribuidores de energia.Nota na Íntegra (Jornal do Commercio 26.06.2008 p. A9 País)

Brazil – BP dips into Brazilian biofuels. (Latin Lawyer)

MPF em Rondônia investiga alterações no projeto da Usina de Jirau. (UI)

Relações Externasa - Lula cobra planos de integração: Presidente quer iniciar obras de usina na divisa com Argentina até 2010. (Valor)

Combustíveis - Petróleo caro desestimula demanda no médio prazo: Ainda assim, consumo mundial deve crescer 50% até 2030. (Valor)

Bolívia renegociará envio de gás à Argentina. (Valor)

Uruguai e Peru anunciam descobertas de gás offshore. (Valor)

Energia - ONGs questionam projeto de hidrelétrica: Entidades levam documento ao Ibama com crítica ao plano ambiental da usina de Santo Antônio. (Valor)

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Commodities - Petróleo recua e LME rechaça controle de preços. (Valor)

Do saquê ao etanol: Japão tenta uma nova fonte de biocombustível. (Valor)

Agroenergia - Shell ratifica interesse em etanol de cana. (Valor)

Para Coca-Cola, biocombustível brasileiro é sustentável. (Valor)

Apesar das críticas, Europa e EUA importam mais álcool nesta safra. (Valor)

A Precision Drilling, empresa canadense de perfuração petrolífera, aumentou sua oferta hostil pela concorrente americana Grey Wolf em 7,5%, para US$ 2,2 bilhões, informou esta última. É a terceira vez que a Precision aumenta a oferta pela Grey Wolf, numa tentativa de impedi-la de se unir à também americana Basic Energy Services.Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. B10 Empresas - The Wall Street Journal Americas)

A Light , do Rio, informou ter feito contrato de fornecimento de energia de R$ 2 bilhões com o grupo paulista Votorantim. O contrato, de em média 100 megawatts por ano, vale até 2027.Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. B10 Empresas - The Wall Street Journal Americas)

JUDICIÁRIO.

Saúde - Parâmetros para decisões: CNJ vai realizar seminário para discutir as conseqüências das determinações que obrigam o Estado a arcar com tratamentos não provisionados. (JC)

Quinto - A advocacia promete comparecer em peso à sessão em que o Superior Tribunal de Justiça apreciará o mandado de segurança impetrado pela Ordem dos Advogados do Brasil para obrigar a corte a escolher três dos seis nomes enviados pela entidade para ocupar a vaga de ministro destinada à categoria. A lista tríplice deverá ser encaminhada ao presidente da República, que nomeará um dos indicados. O julgamento está previsto para a próxima terça-feira. Confirmaram presença o coordenador do Colégio de Presidentes das Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil e presidente da OAB do Tocantins, Ercílio Bezerra, e o presidente da Seccional da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous. O presidente nacional da Ordem, Cezar Britto, fará a sustentação oral. Nota na Íntegra (Jornal do Commecio 26.06.2008 p. B7 Direito & Justiça)

Agenda - O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Gomes de Barros, cumpre hoje agenda no Rio de Janeiro. Às 12h, ele será homenageado pela Assembléia Legislativa do Estado com a medalha Tiradentes e o título de cidadão do Rio de Janeiro. Depois, às 16h, participará de evento da Câmara de Comércio Americana, na qual fará a palestra Simplificação e Agilidade - O Novo Superior Tribunal de Justiça. Nota na Íntegra (Jornal do Commecio 26.06.2008 p. B7 Direito & Justiça)

Ações contra o SUS - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizará em dezembro um seminário para debater as conseqüências das decisões judiciais que obrigam o Estado a atender as necessidades emergenciais na área da saúde. Segundo o conselheiro Jorge Maurique, não há informações sobre o número de processos e o impacto das decisões no orçamento destinado à saúde pública. A intenção é firmar um protocolo com o Ministério da Saúde para levantar a quantidade de ações contra o governo e estabelecer, em conjunto, um plano de ações. Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. E1 Legislação)

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MARÍTIMO.

Naval - Indústria naval frustra planos de Lula: De acordo com a Abimaq, somente 15% da demanda por navipeças pode ser atendida pela indústria brasileira; R$ 6,5 bi vão para o setor. (DCI)

MPF apura concessões em Santos: Ministério Público Federal investiga contratos de cessão de áreas para exploração comercial feitos pela Codesp. (Folha)

Portos - Terminal privado pode operar carga de terceiros. (GM)

Estaleiros - Brasil está preparado para fazer 338 navios e plataformas. (JC)

Portos na berlinda. (Monitor)

Petroquímica - Braskem renova frota e aluga quatro cargueiros: Contrato de US$ 500 milhões com Elcano prevê construção de dois navios até 2011. (Valor)

MINERAÇÃO.

Siderurgia - Usinas chinesas podem boicotar compras da BHP. (GM)

Metais - Bancos lançam índice futuro para minério: Modelo de negociação em Londres ganha força com rompimento do modelo de preços pela Rio Tinto. (Valor)

Conciliação - A Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF) solucionou uma discussão entre o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o Ibama no valor de R$ R$ 3,322 milhões. O resultado da conciliação prevê que o DNPM repassará ao Ibama esse valor, referente à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), paga por empresas que exploram minérios no país, por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF). O DNPM recebe 10% do valor total pago pelas empresas e repassa ao Ibama 0,2%, mas não estava cumprindo a obrigação. Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. E1 Legislação)

PENAL.

Pedido de prisão passa valer em qualquer estado: Alteração no Código de Processo Penal facilitará cumprimento de mandados, sem carta precatória. (Globo)

Rapidez - Mandado de prisão valerá em todo o País: Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que modifica o Código de Processo Penal. (JC)

Câmara aprova projeto que altera ação penal e muda prisão preventiva. (Valor)

PROPRIEDADE INTELECTUAL.

Pirataria pode levar ao "fim do cinema": Greg Frazier, executivo da associação que representa os grandes estúdios, diz que a indústria dos filmes está em risco. (Folha)

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Carrefour eliminará marca Champion até o fim da década. (Globo)

STJ suspende julgamento sobre a extensão de patentes. (INPI)

Digital – Vivo estréia canal de marca no You Tube. (Meio & Mensagem)

Marketing - Companhias alugam rádios e fixam marcas. (Valor)

Fim do Champion - A marca de supermercados Champion irá desaparecer das ruas da França em dois anos depois que o Carrefour, finalmente, confirmou que irá trocar a bandeira das mil lojas da rede. O grupo francês afirmou que um teste realizado em 13 lojas lhe deu confiança para abandonar a marca. Serão gastos ? 200 milhões de euros para renomear todas as unidades, que passarão a chamar Carrefour Markets. Nas lojas onde a marca foi trocada, as vendas cresceram entre 10% e 15%, segundo o "Financial Times". Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. B4 Empresas)

SEGURO.

Plano de Saúde é condenado por dano moral. (CF)

Seguros - Impasse sobre contrato da CSN permanece. (DCI)

Fundos de Pensão - Munich Re faz pesquisa para desenhar modelo de resseguro. (GM)

Seguros - Itaú XL fica com apólice da Petrobras. (GM)

CSN - Impasse no seguro de alto forno permanece. (JC)

Reserca Técnica - Seguradora terá que devolver quantia que suicida pagou. (JC)

Um novo caminho para o crescimento do mercado: Uso de autopeças alternativas reduziria seguro em 30%. (Monitor)

Seguro turístico - Os seguros turísticos, voltados para a proteção das pessoas em viagens internacionais, foram os destaques de crescimento no primeiro quadrimestre do ano. As vendas aumentaram 54%, para R$ 5,2 milhões, segundo números divulgados ontem pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Os seguros prestamistas (que protegem contra inadimplência em financiamentos) tiveram aumento de 18% no faturamento, com volume de R$ 740 milhões de janeiro a abril. Ao todo, o segmento de seguros voltados para pessoas (que engloba produtos como prestamista, vida individual e vida em grupo) movimentou R$ 3,8 bilhões, alta de 13%. Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. C1 Finanças)

SOCIETÁRIO.

Estratégia - Datasul anuncia recompra de 941 mil ações e estimula valorização do papel: Segundo comunicado divulgado ao mercado, o processo será realizado até 21 de dezembro deste ano. (DCI)

Inpar fará novo pedido para emitir debêntures - A InPar vai solicitar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedido de emissão de debêntures, segundo o diretor financeiro da companhia, Gustavo Felizzola. No momento, a empresa está montando um pool de bancos para coordenar a emissão. A CVM havia indeferido neste mês pedido de oferta de debêntures de R$ 460 milhões da InPar.

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Não há informações sobre as condições do lançamento, nem da finalidade para a qual serão usados os recursos eventualmente captados nessa operação.Nota na Íntegra (DCI 26.06.2008 p. A4 Política Econômica)

UBS passa a ter 10,86% do Cruzeiro do Sul - O banco UBS Pactual anunciou ao mercado que, em maio, atingiu a participação de 10,86% do total de ações preferenciais do banco Cruzeiro do Sul. Em abril, essa participação já havia ultrapassado os 5% do total. Até o dia 21 de maio, o UBS detinha, em sua carteira, quase 5 milhões de ações do Cruzeiro do Sul. No mesmo comunicado, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o banco suíço afirma que a aquisição dos papéis tem como objetivo a realização de operações financeiras.Nota na Íntegra (DCI 26.06.2008 p. A4 Política Econômica)

OdontoPrev anuncia aquisição da Sepao - A OdontoPrev assinou ontem contrato de opção de compra da Sepao Assistência Odontológica Empresarial Ltda., pelo qual passa a ter opção exclusiva de aquisição da totalidade da empresa, por R$ 9 milhões, em até 180 dias. A Sepao conta com mais de 47 mil beneficiários em seus planos corporativos e atua em aproximadamente 185 municípios. Nos últimos três anos, a empresa cresceu 140%, sendo 31% em 2005, 26% em 2006 e 45% em 2007.Nota na Íntegra (DCI 26.06.2008 p. A4 Política Econômica)

Combustíveis - Texaco pode custar R$ 2 bi ao Ultra: Negócio deverá ser anunciado nos próximos dias, reforçando a tendência de consolidação que atrai produtores de álcool. (Estado)

Concorrência - Cade aprova compra da Varig pela Gol. (GM)

Tendência - Mercado tem apetite para IPOs maiores: Óleo, gás e agronegócio são as vedetes do momento, avalia UBS Pactual. (GM)

Pacote de Remuneração - Ex-executivo da Nyse vence round contra Nova York: Tribunal rejeita parte das denúncias contra Grasso, ex-principal executivo da bolsa. (GM)

Empresas - Vueling e Clickair preparadas para fusão. (GM)

InBev envia terceira carta à direção da Anheuser-Busch. (GM)

Mercado - Agressiva, Louis Dreyfus propõe compra da Agrenco: Valores estariam abaixo do preço atual da ação, que já está 80% desvalorizada. (GM)

Lei contábil - A Fipecafi, em convênio com o (CFC) Conselho Federal de Contabilidade, inicia em 30 de junho um ciclo de palestras sobre as mudanças trazidas pela Lei 11.638/07 e os esforços que visam à internacionalização das normas contábeis. Nota na Íntegra (Gazeta Mercantil 26.05.2008 p. B3 Gazeta Investe)

Capital de giro. (Globo)

Caso Varig – Venda para Gol é aprovada: Cade reconhece que negócio gera problemas na concorrência, mas ressalva que ‘remédios que poderiam ser impostos’ não garantiriam solução do problema; Conselho mantém slots da compnahia aérea em Congonhas. (JC)

Negócio - Severstal compra Esmark. (JC)

InBev - Anheuser preparada para rejeitar oferta. (JC)

Captação - Banco Barclays faz oferta de ações. (JC)

Important new legislation. (Latin Lawyer)

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Interview with Marcos Pinto: The CVM is widely lauded as the best securities regulator in the region, and comparable with the best in the world. Commissioner Marcos Pinto tells Rosie Cresswell what the agency has to learn and how it can lead other regulators in the region. (Latin Lawyer)

Portais de localização anunciam fusão: Maplinnk e Apontador querem juntos alcançar a marca de 10 milhões de usuários em um ano. (Meio & Mensagem)

Sobrou para o IBGC. (Monitor)

Para especialistas, incorporadoras devem antecipar mudança contábil. (NF)

Gestão - Na Thomson Reuters, hora é de acelerar integração: Processo de fusão está em andamento em 19 países da AL. (Valor)

Aviação - Cade aprova compra da Varig pela Gol: Conselheiros não interferiram nos 'slots' em Congonhas e retiraram restrição a operações de carga. (Valor)

Anheuser-Busch está para recusar oferta e InBev deve torná-la hostil. (Valor)

JBS-Friboi - Pedido de bloqueio não preocupa JBS. (Valor)

Ex-sócios do Liberal vão recorrer de inabilitação. (Valor)

Seguros - Marítima quer captar R$ 400 milhões: Venda de participação minoritária para fundo de private equity também não está descartada. (Valor)

Mercado alimenta produção: Estudo mostra que a relação entre as captações de recursos pelas empresas e os investimentos produtivos das companhias alcança marca histórica. (Valor)

Operação Influenza - Dreyfus fecha acordo para assumir Agrenco: Com injeções de capital, mas muitas condicionantes, multinacional francesa visa ao controle da holding. (Valor)

Operação Influenza - "Processo de governança na Agrenco avançava": Para ex-presidente do IBGC e conselheiro da empresa, princípios saudáveis e auditoria não garantem a inexistência de fraudes. (Valor)

Operação Influenza - Diretor da Agrenco comandava esquema: Delegado da PF aponta Francisco Ramos como mentor de fraudes. (Valor)

A Agrenco , empresa brasileira de agronegócios, divulgou acordo que torna a divisão local da francesa Louis Dreyfus sua maior acionista. A Dreyfus injetará US$ 33,5 milhões na empresa além de emprestar US$ 35 milhões a juros de 7,8% ao ano. O acordo também implica a emissão de US$ 65 milhões em ações.Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. B10 Empresas - The Wall Street Journal Americas)

Amazon expande-se - A Amazon.com adquiriu ontem a Fabric.com para expandir seu catálogo de produtos para costura e itens manuais, informou a Bloomberg. A loja on-line, fundada em 1999, vende tecidos e utensílios de costura. O valor da negociação não foi divulgado. Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. B2 Empresas)

Odontoprev compra - A Odontoprev anunciou ontem a aquisição da operadora de plano odontológico Sepao por R$ 9 milhões, sendo que R$ 1 milhão foi pago no ato como opção de compra. Com 47 mil beneficiários, a Sepao teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) de R$ 1,25 milhão nos últimos 12 meses. Neste ano, a Odontoprev comprou os planos Care Plus Dental e Biodente a empresa de sistema de gestão de consultórios Easy Software.

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Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. B1 Empresas)

TABACO.

Pesquisa - Café evita derrame em homem fumante: Consumo diário deve superar 8 xícaras para assegurar benefício. (JB)

Souza Cruz na fumaça da lei - A Souza Cruz caiu no filtro da Anvisa. A agência identificou que a indústria tabagista tem feito propaganda em estabelecimentos em que não há venda de cigarros, contrariando a legislação que regulamenta a publicidade no setor. Em alguns casos, como shopping centers, a Souza Cruz paga até R$ 350 mil pelo merchandising fora da lei.Nota na íntegra. (Relatório Reservado – 3407 - 26.06.2008)Link: http://www.relatorioreservado.com.br/Arquivo/2008/RR_08_06_26.asp

TECNOLOGIA.

Febraban - Serviço troca papel por meio eletrônico. (JC)

Vida Moderna - Convergência põe fim ao limite do escritório: Possibilidade de escrever artigos, postar em blogs, preparar documentos ou pesquisas na internet em um smartphone preocupa trabalhadores. (JC)

TELECOMUNICAÇÃO.

Ponto extra será cobrado: Tevês por assinatura conseguem, na Justiça, decisão liminar que permite a cobrança do serviço, suspensa pela Anatel. (CB)

Tecnologia - Disputa por Internet de longo alcance sem fio fica acirrada: Brasil Telecom está com rede de WiMax pronta para entrar em operação comercial, enquanto a Embratel antecipa plano de expansão para outras cidades. (DCI)

Legislação - Anatel entrega textos do Plano de Outorgas. (DCI)

Telecomunicações - Ministério pode mudar novo PGO, diz Costa: Segundo ministro, decreto, que está em consulta pública, pode ser alterado se não estiver em sintonia com as políticas do governo. (Estado)

Liminar autoriza cobrança de ponto extra de TV a cabo: Dúvida havia feito Anatel suspender esse tipo de pagamento no início do mês. (Folha)

Concentração de Mercado - Especialistas em concorrência criticam formação de megatele. (GM)

Disputa no setor é arquivada: O Cade analisou questão de grupos sobre transação de canais. (Globo)

A Brasil Telecom apresenta hoje à Aliança para a Convergência Fixo-Móvel (FMCA), na França, seu telefone único Wi-Fi. O sistema permite fazer e receber chamadas de números fixo e móvel num só celular. A japonesa NEC foi a integradora da soluçãoNota na Íntegra (O Globo 26.06.2008 p. 24 Economia)

Telecomunicaçõs - Sardenberg preside a Anatel até 2011: Ministro Hélio Costa anuncia que levará a Lula proposta de recondução do embaixador Ronaldo Sardenberg ao comando da agência. (JC)

Telecomunicações - Volta cobrança de ponto extra. (JC)

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América Latina - Oi pode deter 5% do mercado, em 2013. (JC)

iPhone 3g - Mais barato e mais lucrativo. (JC)

Japão - Nokia oferece acesso à internet gratuito. (JC)

Telecom – Anatel dá aval para supertele nacional. (Meio & Mensagem)

Digital – Vivo estréia canal de marca no You Tube. (Meio & Mensagem)

Novas Mídias – Onde estão e o que são as novas mídias? (Meio & Mensagem)

Telefonia na América Latina - Oi pode deter 5% em 2013: Analista discorda da opinião que região só comporta três operadoras. (Monitor)

TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO.

Justa causa não pode ser alegada depois de comunicada a demissão. (Boletim Informativo n 1293 - Nacional de Direito)

Dignidade profissional - Direito trabalhista deve se adequar aos idosos. (Conjur)

Previdência simplificada. (CB)

Empregado da extinta RFFSA será reintegrado. (CF)

Risco de maldade: Não é a primeira vez que o Congresso Nacional é instado a praticar uma boa ação que, no final das contas, pode se tornar uma maldade. (Globo)

Vida Moderna - Convergência põe fim ao limite do escritório: Possibilidade de escrever artigos, postar em blogs, preparar documentos ou pesquisas na internet em um smartphone preocupa trabalhadores. (JC)

Trabalhista - INSS começa em breve a cobrar empresas por benefícios pagos: Pacote de ações regressivas de acidente de trabalho será ajuizada em 60 dias. (Valor)

As concessionárias e a Justiça trabalhista: A forma como a Justiça trabalhista vem tratando os passivos de contratos de concessão de serviço público é inadequada. (Valor)

Lei que limita exigência de experiência é fiscalizada. (Valor)

Estabilidade em eleição - A estabilidade de três meses garantida aos empregados de empresas públicas no período pré-eleitoral não se aplica à projeção do aviso prévio. Se a demissão ocorrer antes dos três meses e o aviso prévio for indenizado, o fato de o término do aviso ocorrer dentro do período de estabilidade não impede a demissão. Este foi o entendimento adotado pela Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) ao acolher recurso de Desenvolvimento Rodoviário (Dersa), de São Paulo, e isentá-la de pagar indenização a um trabalhador demitido nessas condições. Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. E1 Legislação)

Devolução suspensa - Não é preciso devolver as parcelas previdenciárias concedidas por antecipação de tutela que posteriormente foram revogadas. O entendimento é da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), seguindo voto da ministra Maria Thereza de Assis Moura, para quem, diante do caráter eminentemente alimentar do benefício previdenciário, não se admite a sua devolução quando revogada a decisão judicial que o concedeu, sobretudo quando não pesa nenhuma dúvida quanto à boa-fé do

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beneficiário. A questão começou a ser discutida quando a segurada formulou um pedido visando à revisão do benefício de pensão de morte. Em primeira instância, a antecipação de tutela foi deferida. A sentença determinou a complementação do benefício, para que ele equivalesse integralmente ao valor que o falecido segurado recebia em vida. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região negou o recurso do INSS, seguindo a tese do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a qual o tempo rege o ato. O instituto recorreu ao STJ sob o argumento de que independentemente da boa ou má-fé do recebedor, todas as parcelas indevidamente pagas pela previdência social deveriam ser restituídas. Nota na Íntegra (Valor Econômico 26.06.2008 p. E1 Legislação)

TRIBUTÁRIO.

Interpretação das normas – CSS: cumulatividade e constitucionalidade. (Conjur)

Tributário - Governo aperta o cerco contra tratamento de paraísos fiscais: Publicada lei que aumenta conceito de paraíso fiscal e lista de países considerados com tributação favorecida da Receita pode ampliar. (DCI)

Plástico - Abiplast pede IPI igual para toda cadeia. (GM)

Tributária em chamas - Os deputados da comissão especial da reforma tributária estranharam um artigo colocado na proposta pelo governo. O texto autoriza o presidente Lula a mexer nas alíquotas do futuro IVA federal por meio de medida provisória, hoje permitido apenas para alterações nos impostos de importação e exportação, sobre as operações de câmbio e no IPI. Os parlamentares começaram a chiar.Nota na Íntegra (Jornal do Commecio 26.06.2008 p. A12 País)

Minas e São Paulo querem ICMS para Software e Comércio Eletrônico. (NF)

Microempresas podem ser isentas de tributos federais. (NF)

Senado votará projeto que trata de tributação na importação de produtos procedentes do Paraguai. (Senado)

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ÍNTEGRA DAS NOTÍCIAS

ADMINISTRATIVO

Saneamento - Licitado o "PAC das águas": Governo do Estado conclui os processos de concorrência pública do pacote de obras no valor de R$ 392 milhões da Região Metropolitana,

que atenderão a cerca de oito milhões de habitantes(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. A14 Rio de Janeiro)

GABRIEL SIMI - DO JORNAL DO COMMERCIO

O governo estadual concluiu a licitação do pacote de obras de saneamento para a Região Metropolitana, que atenderá cerca de oito milhões de moradores. Os 11 projetos previstos estão orçados em mais de R$ 392 milhões e terão recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Estão previstas obras para a duplicação da adutora da Baixada Fluminense e a reforma da Estação de Tratamento de Água do Guandu, responsável pelo abastecimento da cidade do Rio de Janeiro e parte da Baixada.

Em São Gonçalo, além da implantação de rede coletora e ligações domiciliares de esgoto nas bacias hidrográficas dos rios Mutondo e Coelho, haverá a ampliação da capacidade de tratamento de água do Sistema Imunana-Laranjal, que abastece Paquetá e a região leste do estado. Para reduzir o volume de resíduos que seguem sem tratamento para a Baía de Guanabara, também será ampliada a Estação de Tratamento de Esgotos de São Gonçalo.

Segundo o presidente da Nova Cedae, Wagner Victer, as obras podem ser um marco para a cidade do Rio de Janeiro, pois irão acabar com a ingestão de água contaminada pela população e conectar os sistemas de esgoto de vários municípios a estações de tratamento.

"Nunca se investiu tão maciçamente no crescimento das redes de água e esgoto de regiões carentes do Rio, como Baixada e São Gonçalo. A Cedae está pronta para aumentar a oferta de água nestas áreas, sem perder qualidade", afirmou Victer.

O vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, apontou uma economia de 5,25% no serviço de instalação de sistema de remoção de lodo do Guandu, em relação ao valor previsto, e de 3,44% nas obras de saneamento básico de Duque de Caxias. As obras começam nos próximos 15 dias, com prazos de conclusão que variam de um a dois anos.

"Não podemos admitir que parte da população não tenha água tratada em suas torneiras. Temos que acabar com essa dívida e, para isso, implantaremos uma série de projetos, na tentativa de reverter a situação de abandono", disse Pezão.

Também começarão a ser licitados em breve os projetos do PAC Funasa, para obras de saneamento básico em cidades do interior do estado. Redes de distribuição de água e coleta de esgotos serão instaladas em quase 20 municípios do interior como Santa Maria Madalena, Paty do Alferes e Duas Barras. Além das novas redes, serão recuperados e construídos cinco reservatórios de água, uma Estação de tratamento de Água (ETA). A ampliação de outras cinco ETAs e a construção de três Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) estão em pauta.

URBANIZAÇÃO. O Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER) dará início hoje às obras de pavimentação, drenagem, urbanização e serviços complementares em mais de 73 ruas do Bairro Nova Aurora, em Belford Roxo. Os trabalhos terão início às 7h30, na Avenida Nova Aurora, ao lado da Ciep 116. A obra irá gerar, em sua primeira fase, cerca de 60 empregos diretos e indiretos. Para a execução dos serviços - obras de sinalização, implantação de meios-fios e calçadas, assim como a nova iluminação das ruas, numa extensão total de 30 km - serão investidos mais de R$ 30

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milhões, já liberados pelo governador Sergio Cabral. De acordo com os técnicos do órgão, o prazo para a conclusão é estimado de 12 meses.

O PACOTE DE OBRAS

n Duplicação da adutora e ampliação da capacidade de tratamento de água do Sistema Imunana-Laranjal; e melhoria da Estação de Tratamento de Esgotos de São Gonçalo;

n Implantação, ampliação e melhoria no sistema de abastecimento e tratamento de água de Duque de Caxias;

n Construção do Reservatório do Cabral, em Nilópolis, e reforma e recuperação do reservatório de Queimados;

n Complementação da duplicação da adutora da Baixada Fluminense e melhorias operacionais do "Booster" da Baixada;

n Projeto, aquisição e instalação de um sistema de remoção de lodo para o Decantador 03 da Velha Estação de Tratamento de Água do Guandu, em Nova Iguaçu;

n Projeto, obras, montagem elétrica e "Start Up", com fornecimento de equipamentos e materiais elétricos para o Sistema de Alimentação Elétrica e de Acionamento dos Motores da Elevatória BRG - Baixo Recalque, em Nova Iguaçu;

n Fornecimento e montagem de estrutura suporte e módulos de decantação tubulares para os decantadores da Nova Estação de Tratamento de Água - ETA Guandu;

n Instalação de macromedidores e válvulas reguladoras de vazão telecomandadas para controle operacional da Adutora da Baixada Fluminense;

n Execução de reforma, adaptação e reparos gerais na Estação de Tratamento de Água do Guandu (ETA Guandu);

n Ampliação do sistema de abastecimento de água de Magé;

n Aquisição de dois conjuntos de clorador/evaporador para o sistema de desinfecção do Guandu

VALOR TOTAL: R$ 392.215.510,91

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Ato ilícito da Administração não pode acarretar prejuízo a terceiros(Correio Forense – 26.06.2008)

A Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) deve ressarcir, com correção legal, a fornecedor de medicamento de Roraima.

Em fevereiro de 1999, a Funasa negociou, sem licitação e em caráter emergencial, a aquisição de remédios para abastecer uma farmácia no distrito sanitário ianomâmi. Mesmo tendo recebido os medicamentos, a fundação recusou-se a pagar pelo serviço prestado, alegando que o negócio não

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estava de acordo com a lei 8.666/93, uma vez que não houve licitação. O fornecedor, então, impetrou ação na Justiça para receber o valor relativo aos remédios.

Tendo a Primeira Instância decidido em favor da empresa, a Funasa recorreu ao TRF, onde a ação foi julgada. A relatora do processo, desembargadora federal Selene Maria de Almeida, ao negar provimento à ação da Funasa, argumentou que "ao alegar que está desobrigada de efetuar o pagamento, uma vez que o processo de aquisição foi viciado, em desconformidade com a Lei de Licitações, a Funasa está argüindo a própria torpeza em seu benefício".

A desembargadora decidiu que a Administração estaria admitindo que praticou ato ilícito ao invalidá-lo. Desse modo, não poderia livrar-se do ônus decorrente do ato e relativo a terceiro que haja procedido de boa-fé. "O ato ilícito praticado pela Administração Pública - que deve estrita obediência ao princípio da legalidade -, não pode decorrer prejuízo para terceiro, estabelecimento comercial de pequeno porte que atendeu ao pleito da Funasa, fornecendo-lhe os medicamentos solicitados, uma vez que constitui princípio geral de direito o de que ninguém pode se beneficiar alegando a própria torpeza.", concluiu a relatora.

http://www.correioforense.com.br/noticias/noticia_na_integra.jsp?idNoticia=32493

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ADVOGADOS

Marketing - Banca busca alternativa para chegar ao cliente: OAB proíbe publicidade direta e advogados usam criatividade para não quebrar as regras

(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A10 Direito Corporativo)

Entre uma tacada e outra, largos sorrisos, tapinhas nas costas e conversas entusiasmadas. Assim são os campeonatos amadores de golfe. Assuntos relativos ao trabalho não são descartados; o caráter informal e despojado desses eventos facilita o entendimento entre as pessoas e acaba, na maioria das vezes, tornando o ambiente propício para o vislumbramento de oportunidades futuras, a ampliação da rede de contatos e o fechamento de contratos. Promover um campeonato de golfe significa, esporte à parte, facilitar indiretamente as negociações entre empresários - e, também indiretamente, se apresentar ao público. Um tipo de marketing light adotado pelo escritório de advocacia Demarest & Almeida, que patrocinou, juntamente com a banca argentina Marval, o Torneio Amistad de Golfe, disputado na última sexta-feira no condomínio Terras de São José, em Itu (SP). A competição, organizada pela empresa especializada GT Golfe, foi promovida pela Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo, cujo vice-presidente é Gabriel Kuznietz, é advogado do Demarest. Parti-ciparam da disputa 86 pessoas e outras 20 estiveram na clínica para iniciantes (uma escolinha para os querem dar as primeiras tacadas). A grande maioria dos participantes era composta por convidados - apenas 10 pessoas representaram os escritórios -, tratados a vinhos Terraza, cervejas Quilmes e carnes argentinas. Todos concorreram a prêmios. Foram sorteados, entre outros brindes, kits de alfajores Havanna, jantares no restaurante La Arena Parrilla e estadas no Llao Llao Golf Resort, em Bariloche, na Argentina. O custo total do evento foi de cerca de R$ 60 mil. O preço, no entanto, tem a sua contrapartida. Um empresário, que preferiu não se identificar e que participou do evento, garantiu que pretende contratar o Demarest & Almeida para auxiliá-lo a regularizar um empreendimento de golfe que irá lançar no Nordeste. "A experiência deles nesse esporte chamou

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minha atenção", contou. "Vários outros colegas (empresários) desse ramo também estão interessados nos serviços do Demarest devido a essa ligação com o golfe", revela.

Motivação

Apesar da coincidência, Kuznietz garante que a motivação do torneio não é fazer publicidade do escritório, mas sim ajudar na aproximação entre argentinos e brasileiros. "Por isso, o nome ‘Amistad’ (‘amizade’, em português)", explica o advogado, que é argentino mas vive em São Paulo há oito anos. "Não estamos aqui para vender nada", garantiu, ao revirar os bolsos e a carteira e perceber que sequer trazia consigo cartões de visita. "Não acho que isso seja uma forma de publicidade, a intenção nunca foi essa", afirma Kuznietz sobre o evento, que já está em sua terceira edição seguida. Outro escritório que executa ações institucionais com bastante sucesso é o Pinheiro Neto. Entretanto, ao contrário do Demarest, a preferência é pelo apoio a projetos sociais com vistas ao bem-estar da comunidade. Alguns exemplos são os patrocínios aos projetos Pomar, de revitalização das margens do Rio Pinheiros, e Dançarte, que ministra aulas de higiene, dança e segurança à crianças carentes. O escritório apoiou, também, uma exposição educativa sobre tráfico ilegal de animais nos aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro e planeja neutralizar as suas emissões de carbono em um futuro próximo. "Fazemos apenas a nossa obrigação", define Marcos Ladeira, coordenador da comissão de assuntos institucionais do Pinheiro Neto. "Isso é percebido pela sociedade e acabamos tendo um retorno no aumento dos clientes, mas não é com esse intuito que realizamos essas ações", garante. "Nosso marketing é a qualidade", prefere.

Código de ética

Esses métodos de publicidade velada decorrem do Código de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que proíbe os escritórios de advocacia de adotarem táticas mais agressivas, como o envio de cartas a possíveis clientes ou a divulgação dos serviços na televisão e no rádio. Além disso, é vetada a adoção de nomes-fantasia (o escritório deve ser conhecido apenas pelos sobrenomes de seus fundadores). "A advocacia não é uma atividade mercantil, então não tem serviços para oferecer", explica Carlos Roberto Mateucci, presidente da comissão de ética profissional da seccional paulista da OAB. Tamanho rigor, no entanto, não agrada os escritórios. "Talvez seja necessária uma revisão nesses pontos do Código de Ética", avalia Ladeira. "A sociedade muda, os meios de comunicação evoluem e é preciso acompanhar tudo isso", acredita. O próprio Mateucci admite que alguns princípios poderiam ser adaptados ao contexto atual. "Apesar disso, há alguma evolução. O tribunal já admite o uso de websites e fotografias, além de cores e símbolos nos nomes dos escritórios", ressalva o presidente. ConcorrênciaAlgo que certamente aumenta o interesse dos escritórios pela liberação da publicidade é o crescimento da concorrência. Segundo dados da seccional paulista da Ordem, em 1998 havia 3.550 conjuntos ativos de advogados no estado de São Paulo. Atualmente, o número passou para 8.418. E só no estado de São Paulo tem mais de 209 mil advogados, no Brasil a OAB contabiliza mais de 600 mil advogados inscritos. Em outros países, como a Inglaterra e os Estados Unidos, o marketing é liberado. "Estive em uma cidade no estado do Colorado no dia dos namorados e, assistindo à televisão, vi um anúncio de um advogado oferecendo serviços de auxílio ao divórcio", cita Mateucci. Nos EUA, apenas alguns estados têm regulamentação mais rígida, em que o conteúdo das propagandas precisa ser previamente analisado. De modo geral, o limite para a divulgação está na imaginação de cada magistrado. Sobre as ações adotadas pelo Demarest e pelo Pinheiro Neto, Mateucci não vê nenhum desvio em relação ao código de ética. Segundo ele, o patrocínio a eventos culturais e esportivos só é vedado quando são voltados a um público indeterminado, como jogos de futebol, por exemplo. Campeonatos para convidados são permitidos. "Não há problema algum em o advogado se envolver em atividades sociais. O que precisa ser analisado, sempre caso a caso, é o método de divulgação utilizado", comenta Mateucci.

(Henrique Ribeiro) Retornar ao índice de assunto

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AGRONEGÓCIOS

Agroenergia - Shell ratifica interesse em etanol de cana (Valor Econômico 26.06.2008 p. B13 Agronegócios)

Assis Moreira

O gigante do petróleo Royal Dutch Shell confirmou que está considerando "ativamente" investir na produção "sustentável" de etanol de cana de açúcar no Brasil.

"Estamos interessados em etanol cana de de açúcar porque acreditamos que tem o correto aspecto econômico e ambiental", afirmou o diretor de tecnologia da companhia, Jan van der Eijk. Segundo o executivo, a Shell analisa atualmente "como participar nessa indústria particularmente atrativa". Disse que, se os planos se concretizarem, a idéia é de investir no longo prazo. Daí o interesse em fontes como o bagaço da cana, para produção de segunda geração.

O executivo evitou responder se a Shell planeja entrar em parceria e em que dimensão de investimentos, insistindo que os planos poderão ser revelados em breve. Ele não escondeu o entusiasmo com as condições de produção no Brasil, destacando "a disponibilidade de terra, desenvolvimento industrial e tecnológico e clima", tudo para tornar o país mais importante na produção de biocombustíveis.

Atualmente a Shell compra, comercializa, estoca, mistura e distribui biocombustíveis convencionais. É o maior distribuidor mundial, com mais de cinco bilhões de litros em 2007, e diz que continua a aumentar a capacidade.

De outro lado, lembrou o executivo, a Shell tem dois grandes investimentos na produção de etanol de segunda geração. O primeiro é na companhia americana Iogen, que produz a partir de restos de madeira, numa usina no Estado de Idaho, ao invés de milho ou cana, como é o caso do etanol de primeira geração. O segundo é na refinaria de biocarburante alemã Choren. O objetivo é produzir 18 milhões de litros a partir de detritos de madeira, e que seria menos poluente e adaptado a qualquer motor.

Jan van der Eijk acredita que o o etanol não compete com o petróleo. E destacou a importância da exploração para a Shell de óleo e gás na costa brasileira, que ele vê como uma de suas grandes fontes potenciais. "Com as descobertas de fontes de petróleo e gás, quando isso se transformar em realidade comercial, o papel do Brasil como produtor vai aumentar tremendamente"', comentou o executivo.

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AMBIENTAL

UE defende "soberania responsável" para Amazônia (Valor Econômico 26.06.2008 p. A4 Brasil)

De Genebra

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O alto representante para Política Externa e Segurança Comum da União Européia (UE), Javier Solana, defendeu ontem que os países assumam "soberania responsável" para resolver grandes questões internacionais, a começar pelo combate às mudanças climáticas. Indagado pelo Valor se esse conceito deveria se aplicar à Amazônia, Solana retrucou: "Soberania responsável é um termo pelo qual se tem que pensar que o que acontece num país, em mudança climática, afeta todo o mundo. Por isso, a idéia de se reunir juntos para resolver globalmente."

O chefe da diplomacia européia vem progressivamente colocando o conceito na mesa, sinalizando na prática que o mundo enfrenta antigos e novos desafios de segurança que são mais complexos dos que as instituições multilaterais e nacionais são capazes de administrar. Ontem, em Genebra, num debate sobre necessidade de cooperação global, ele argumentou: "Todo mundo tem que ser responsável com o que acontece com seu próprio país, mas também com as conseqüências no resto do mundo."

Logo depois da questão sobre a Amazônia, Solana tratou de avisar que de jeito nenhum falava em "intervenção, nada disso", pedindo aos repórteres para não o colocarem nessa situação. De seu lado, reiterou que a União Européia quer assumir responsabilidades como "catalisadora para uma solução" para o combate à mudança climática.

Ele insistiu que é "hora de assumir compromissos" para a redução de gases de efeito-estufa. Indicou que a Europa tem novas idéias para o encontro de cúpula do G-8, no mês que vem, para discutir com os cinco grandes emergentes - Brasil, China, índia, África do Sul e México.

A posição européia, explicou Solana, é que todos devem assumir compromissos obrigatórios de redução de emissões, mas levando em conta a diferenciação. Ou seja, diferentes países tendo diferentes responsabilidades com base no tamanho do que já poluiu e atual desenvolvimento.

Para revitalizar a cooperação global, Solana defende inclusive logo um acordo na Rodada Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC), estimando que, se isso não acontecer, será um péssimo sinal para a negociação sobre o clima no ano que vem.

Questionado sobre uma taxação global do poluidor, ele respondeu que as emissões de C02 "não podem ser livres de cobrança, caso contrário será muito difícil cumprir as metas (de redução)". Solana concordou que, sem a China, a Índia e os outros grandes emergentes, os Estados Unidos continuarão não aceitando fechar um novo acordo para reduzir as emissões. (AM)

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Aquecimento global vai gerar instabilidade no mundo, dizem EUA (Valor Econômico 26.06.2008 p. A12 Internacional)

Siobhan Gorman, The Wall Street Journal

A mudança do clima no mundo terá "amplas implicações para os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos" nos próximos 20 anos, afetando a estabilidade de alguns países em desenvolvimento e contribuindo potencialmente para um conflito civil. Esta é uma das conclusões da primeira análise das agências americanas de inteligência sobre o impacto do aquecimento global na questão de segurança trazida a público.

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As conclusões do relatório devem jogar combustível no debate político, enquanto discussões sobre mudanças climáticas e energia esquentam a campanha presidencial americana. No ano passado, a autorização do congresso americano para esse relatório de inteligência gerou duro confronto partidário. Membros do Partido Republicano argumentavam que os dados de inteligência não deveriam ser usados num relatório que se baseava em informações públicas.

A disputa partidária sobre o tema existe pelo menos desde o governo de Bill Clinton, do Partido Democrata, quando o então vice-presidente Al Gore levou a Agência Central de Inteligência (CIA), em 1997, a estudar as implicações da degradação ambiental na segurança do país. A iniciativa foi abandonada anos depois por pressão de congressistas republicanos.

De acordo com o que Thomas Fingar, chefe de análise da direção de inteligência nacional, disse ontem ao Congresso americano, uma das conclusões do estudo é que o impacto maior na segurança dos EUA será indireto e resultante "dos efeitos climáticos em outros países e do impacto que possam ter nos interesses americanos".

Os autores do relatório dizem que os problemas causados por mudanças climáticas, como escassez de água, calor excessivo ou queda exagerada de temperatura, além do aumento de doenças, serão, provavelmente, os de maior impacto, com potencial de deflagrar conflitos por recursos limitados e gerar migrações à medida que o clima se torna mais adverso.

Os analistas concluíram que as mudanças climáticas, por si só, têm pouca chance de levar nações ao colapso. Para eles, o que é provável é que as mudanças climáticas tornem mais agudos problemas já existentes, provocados por pobreza, tensões sociais e instituições políticas fracas. A degradação ambiental poderia contribuir para causar guerras civis ou, em menor escala, conflitos entre países.

As mudanças climáticas têm o potencial de afetar a estabilidade interna "em vários Estados importantes" e o comércio internacional, bem como a economia mundial, segundo Fingar. Para os EUA, os analistas prevêem tempestades mais severas, crescente demanda por energia e uma pressão cada vez maior sobre a infra-estrutura. Os esforços do governo e dos empresários para atenuar esses problemas podem afetar mais os interesses da segurança nacional do que o impacto direto das mudanças climáticas, dizem os analistas.

Segundo eles, provavelmente o impacto das questões ambientais no crescimento econômico global até 2030 será mínimo. Países do Oriente Médio, África subsaariana e das regiões central e sudeste da Ásia podem, contudo, sentir efeitos econômicos desproporcionais porque terão maior dificuldade de lidar com a mudança climática. Nos EUA, haverá custos econômicos de mais desastres naturais, que podem ser compensados por um aumento na produtividade agrícola. Os EUA também terão de se preparar para a maior pressão migratória dos países afetados.

A África subsaariana será a região mais vulnerável, pois enfrenta tensões múltiplas nas frentes ambiental, econômica e política. Lá, a mudança climática deve atingir duramente a produtividade rural, reduzindo-a em até 50% até 2020.

No Oriente Médio, onde os impactos são mais difíceis de prever devido à escassez de dados, o relatório prevê que a disponibilidade de água nos rios Tigre e Eufrates pode ser reduzida à medida que a temperatura suba em um grau Celsius. Na Ásia, a mudança ambiental pode pôr até 50 milhões de pessoas a mais sob risco de fome até 2020. O Ártico deve continuar a se aquecer, dizem analistas, acrescentando que historicamente essas regiões se aqueceram ao dobro do ritmo de todo o globo.

Como agências de inteligência não costumam lidar com questões ambientais, diz Fingar, o relatório usou um método de coleta e análise de dados "fundamentalmente diferente", apoiado em informações de cientistas de dentro e fora do governo. Uma descoberta importante, diz, é que o nível de entendimento científico sobre mudança climática não é tão específico quanto a informação normalmente necessária

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para uma análise detalhada de inteligência, especialmente quanto aos impactos regionais da mudança climática.

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Energia - ONGs questionam projeto de hidrelétrica: Entidades levam documento ao Ibama com crítica ao plano ambiental da usina de Santo Antônio

(Valor Econômico 26.06.2008 p. B8 Empresas)

Daniela Chiaretti

A polêmica em torno às usinas do rio Madeira terá outro capítulo hoje. Um documento que faz análise crítica do Projeto Básico Ambiental (PBA) da hidrelétrica de Santo Antônio, assinado pela entidade ambientalista International Rivers Network (IRN) será protocolado no Ibama. Trata-se de outro momento delicado do processo: o órgão de licenciamento do governo federal estuda o PBA e, ao dar sinal verde ao empreendedor, também concede a Licença de Instalação (LI) à usina.

Pelo cronograma previsto e pela expectativa do ministro Carlos Minc, a liberação da licença de Santo Antônio pode ocorrer em um mês, permitindo, assim, o início das obras. O PBA é um volumoso conjunto de informações sobre vários programas de monitoramento, mitigação de impactos e planos de manejo ambiental e social que respondem aos 33 requisitos solicitados pelo Ibama ao conceder a licença-prévia ao projeto, em julho de 2007. As condicionantes correm por três grandes vias - atenção ao processo de sedimentação do leito do rio, controle dos níveis de mercúrio e assegurar que os peixes do Madeira continuem a se reproduzir. A Madeira Energia S.A (consórcio liderado por Odebrecht e Furnas), que venceu a concessão de Santo Antônio, entregou o PBA ao Ibama em fevereiro.

As críticas ao Plano foram levantadas pela consultora Leanne Farrell, que trabalhou em ONGs em Washington e no Departamento de Salvaguardas para América Latina do Banco Mundial fazendo avaliações de estudos de impacto ambiental. É dela a análise do PBA, a pedido da International Rivers. Em termos gerais, a crítica está no nível de detalhes do plano, considerado "insuficiente", pela consultora. "No programa de controle de malária, por exemplo, não se diz claramente qual a contribuição dos empreendedores", diz Glenn Switkes, diretor para a América Latina da IRN.

Outro ponto importante seria a dimensão da área de proteção ambiental em torno ao reservatório. O pedido do Ibama é de uma faixa de 500 metros. "Esta área de proteção permanente é básica em hidrelétricas, para que não existam atividades que aumentem a erosão", diz Switkes. "No caso de Santo Antônio, os empreendedores propõem algo elástico, com faixas que poderiam variar de 30 a 500 metros."

Um outro ponto frágil do PBA, segundo Gustavo Pimentel, gerente da Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, outra ONG ambientalista resistente às usinas do Madeira, seriam os prazos definidos no Plano para o monitoramento dos impactos. "A maioria tem previsão de 3 a 5 anos após o enchimento do reservatório, mas muitos impactos deste empreendimento serão sentidos ao longo de dezenas de anos", aponta Pimentel.

Sergio França Leão, diretor de meio ambiente da Odebrecht, rebate todas as críticas. Ele diz, por exemplo, que a legislação brasileira estabelece que a área de preservação em volta dos reservatórios tem que ter largura mínima de 30 metros em zonas urbanas e de 100 metros em zonas rurais, e que no Código Florestal a área depende da largura do rio, podendo alcançar 500 metros, conforme o pedido do

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Ibama neste caso. "Acontece que a região do Madeira é ocupada por ribeirinhos cuja vida depende da proximidade do rio", lembra Leão. "Ali tem gente, tem cultura, tem história. Não se pode tirar tudo com uma régua de 500 metros. A idéia é remover as pessoas quando há impactos ambientais, mas o pessoal esquece que existe gente ali. É preciso analisar o retrato desta paisagem com mais atenção, para que se possa tratar de coisas desiguais de jeito diferente", explica Leão. Na proposta mais flexível da empresa, sairiam 700 famílias, ou umas 3 mil pessoas. "Evidentemente tudo isso tem que passar pelo crivo do Ibama."

O empreendedor gastou mais de R$ 1 milhão só no levantamento de informações para estruturar o capítulo sobre o combate à malária, que é endêmica na região, diz Leão. "Levantamos quem tem malária, quem é portador e não está doente, onde estão os criatórios do mosquito, porque tem mosquito ali, quem é assintomático e tem que tomar remédio para não transmitir mais a doença", elenca. Diz que estes estudos estão sendo aprofundados com o Ministério da Saúde e secretarias estadual e municipal. "Mas o empreendedor não substitui o poder público, nossa parte é assumir um pedaço deste esforço e isso está sendo conversado e acertado."

Sobre os prazos de monitoramento, Leão diz que os programas continuam, mas que têm que ser revistos, por isso as datas de 5 a 7 anos. "Tanto é que a licença de operação não é indefinida, ela também tem que ser renovada a cada 5 anos", responde.

No Ibama, ninguém fala sobre o assunto. A presidência e a diretoria do órgão, procuradas durante três dias pelo Valor, informaram via assessoria de imprensa que o processo "está em análise no Ibama" e que não iriam se pronunciar.

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Meio Ambiente - Brasil leva à Índia experiência de preservação de florestas: Os dois países afinaram suas relações visando a defesa dos seus recursos ambientais

(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A4 Nacional)

A Índia e o Brasil não pretendem manter apenas relações comerciais e diplomáticas. Com climas tropicais, os dois países que junto com a Rússia e a China formam o BRIC, o grupo de futuras potências econômicas mundiais entre 2035 e 2050, procuram a sustentabilidade de suas florestas e um desenvolvimento que não afete o meio ambiente, garantiu o embaixador do Brasil na Índia, Marco Antonio Brandão, ao abrir ontem, em Nova Delhi, o seminário "Florestas do Brasil", promovido pela Fundação Gilberto Freyre e a MRSA Consultoria, ambas com sede em Pernambuco. "Estamos num ponto em que tudo o que se fizer para conhecer e comparar a Índia e o Brasil é muito importante. A Índia tem uma séria política ambiental e precisa conservar ainda mais suas florestas porque já atingiu seu limite de desmatamento", disse Brandão. O diplomata vem preparando o terreno para uma nova visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevista para outubro deste ano. Segundo o embaixador, como grande produtor mundial de açúcar a Índia – que já realiza experiências de biocombustíveis a partir do pinhão manso, como o Brasil –, poderá também partir para a produção de etanol, o que poderá ser mais uma alternativa energética para o país que já detém a bomba atômica, compra aviões da Embraer e está para receber uma segunda fábrica da brasileira Marcopolo, fornecedora de ônibus para o seu trânsito caótico onde o pequeno Tatanano, da indiana Tata, ainda não circula. Depois da unidade em Lucknow, distante 250 quilômetros de Delhi, a Marcopolo deverá investir na cidade de Karnataka, no sul da Índia (leia mais na página C-3). A apresentação de algumas das experiências públicas do Brasil na área ambiental realizadas na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica, durante o seminário, mostrou avanços que poderão ser adotados na Índia que, nos anos 1950, foi apontado pelo sociólogo pernambucano Gilberto Freyre,

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patrono da fundação que leva o seu nome, como um país de diversas semelhanças culturais e históricas com o Brasil. Elas passam pela cultura da indiana cana-de-açúcar, a heranças dos portugueses que colonizaram Doha.

Parcerias

Coordenador geral do seminário, o economista Josué Mussalém diz que o projeto, iniciado em 2004 e já apresentado à Comunidade Européia, chega à Índia para fortalecer as possibilidades de parcerias entre os dois países. "A Índia é uma parceira estratégica para o Brasil que já tem experiências e tecnologias ambientais passíveis de aquisição pelos indianos e detém a soberania de um dos seus patrimônios naturais mais cobiçados e promissores – a Amazônia", afirma. Embora o Brasil e a Índia tenham responsabilidades diferentes frente ao Protocolo de Kioto, os dois países, segundo o embaixador, afinam suas relações visando a defesa dos seus recursos ambientais a partir de problemas semelhantes como os incêndios que, no caso indiano, têm fundamentos religiosos no uso do fogo até para cremar os mortos de castas mais altas. O programa de combate às queimadas e conseqüentes incêndios florestais do governo de Minas Gerais apresentado no seminário pelo diretor geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Humberto Candeias, pode ser uma alternativa. Segundo Candeias, o estado montou uma força-tarefa de combate a incêndios que conta com helicópteros e mais de dois mil profissionais capacitados, além de uma população estimulada a fazer denúncias sobre queimadas e incêndios. "Eles provocam desertificação, aquecimento global e são os maiores emissores de gases de efeito estufa no Brasil", disse o diretor. O trabalho vem contribuindo para a diminuição do desmatamento em Minas que, entre 2003 e 2005, chegou a ter 152 mil hectares desmatados. Em 2007, o desmatamento foi reduzido a 109 mil hectares.

Menos desmatamento

Representante do governo do Amazonas, Felipe Wardolff afirmou que o estado está respondendo às críticas internacionais de que não cuida da Amazônia, o bioma brasileiro com maior visibilidade internacional com a missão de ser referência nacional e internacional na formulação de políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável. "O Amazonas é o primeiro no mundo a ter uma lei relacionada às mudanças climáticas e um fundo iniciado com um aporte de R$ 20 milhões em recursos estaduais e outros R$ 20 milhões do Brasdesco. Gerente de Florestas da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável, ele garantiu que 98% da floresta amazônica estão conservados. São 38 unidades de conservação federais e 34 estaduais que abrangem 38,3 milhões de hectares. Apesar de conviver com problemas como a grilagem de terras e a chamada "erosão cultural" que corrói os conhecimentos tradicionais dos povos da Amazônia, o estado vem implantando ações que também reduziram seu desmatamento que atinge uma media de 15 mil quilômetros quadrados por ano. Entre eles está o apoio a cadeias produtivas da floresta como a histórica borracha, ou a da carne de jacaré e do piracuru. Para incentivar a extração da borracha e com isso a manutenção da floresta em pé, o governo estadual paga aos seringueiros cadastrados em associações uma subvenção de R$ 0,80 por quilo de borracha extraída, a fim de minimizar o desinteresse pela atividade devido ao baixo preço atual da borracha, em torno de R$ 2,50 o quilo, e ao intenso trabalho de extração. Todos os produtos extrativistas não-madeireiros recebem isenção do ICMS no Amazonas e os moradores de unidades de conservação recebem um auxílio estadual chamado de Bolsa Floresta – R$ 50,00 por mês para as famílias associadas. Para o presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Clayton Lino, o combate à pobreza é também uma forma de preservação ambiental. "Miséria não combina com conservação. Precisamos pensar em programas e projetos que consideram as questões ambientais e socioeconômicas. Para o equilíbrio, tem que haver as duas visões", afirmou Lino. Ele citou o Mercado Mata Atlântica, que agrega valor ambiental aos produtos dos moradores das áreas protegidas.

(Etiene Ramos - A jornalista viajou a convite da Fundação Gilberto Freyre)

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Minc anuncia acordo com o setor madeireiro: Exportadores não comprarão madeira de áreas devastadas

(O Globo 26.06.2008 p. 4 País)

O governo fechou ontem o primeiro acordo com o setor madeireiro para frear a exportação de toras cortadas ilegalmente na Amazônia. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o diretor da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará (Aimex), Justiniano Neto, assinarão o compromisso no dia 18, em Belém. A iniciativa é inspirada na moratória da soja, pela qual os exportadores deixam de comprar grãos colhidos em áreas devastadas.

Os exportadores se comprometeram a não comprar madeira retirada de áreas devastadas ilegalmente. O Código Florestal permite a derrubada de árvores em 20% das propriedades na Amazônia - o resto deve ser preservado como reserva legal de floresta. Minc disse que pretende aumentar o rastreamento da madeira vendida na região para a fabricação de móveis. A idéia é reforçar o consumo de madeira com origem certificada:

- O objetivo é evitar que a madeira ilegal possa entrar na rota da exportação e permitir que os consumidores possam se engajar na campanha.

Setor quer cartilha com direitos e deveres

Em contrapartida, o governo prometeu acelerar a regularização ambiental das madeireiras e editar uma instrução técnica com normas para as derrubadas na Amazônia.

- Precisamos urgentemente de um manual para que a empresa saiba seus deveres e os direitos que tem. Isso não acontece hoje, o que gera injustiças - disse Justiniano.

Minc prometeu dobrar as metas de concessão de florestas para uso sustentável. Em 2009, o governo previa licitar dois milhões de hectares, com autorização para explorar 66 mil hectares.

- Comparado com o que tem de madeira oriunda de área desmatada, é um pingo no oceano - disse Minc.

Segundo a Aimex, o setor madeireiro no Pará é o segundo na pauta de exportações do estado, atrás da mineração, e gera 200 mil empregos diretos e indiretos, reunindo três mil empresas e sendo responsável por uma receita bruta de R$3,5 bilhões em 2007.

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Meio Ambiente - Afinidades aproximam Brasil e Índia: Avanços na preservação de matas

brasileiras servirão como exemplo para indianos(Jornal do Brasil 26.06.2008 p. A20 Economia)

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Etiene Ramos - Nova Delhi

A Índia e o Brasil não pretendem manter apenas relações comerciais e diplomáticas. Com climas tropicais, os dois países procuram a sustentabilidade das florestas e um desenvolvimento que não afete o meio ambiente, garantiu o embaixador do Brasil na Índia, Marco Antonio Brandão, ao abrir ontem, em Nova Delhi, o seminário Florestas do Brasil, promovido pela Fundação Gilberto Freyre e a MRSA Consultoria, ambas com sede em Pernambuco.

– A Índia tem uma séria política ambiental e precisa conservar ainda mais suas florestas, porque já atingiu o limite de desmatamento – afirmou Brandão.

Segundo o embaixador, como grande produtor mundial de açúcar, a Índia, que já realiza experiências de biocombustíveis a partir do pinhão manso, e, como o Brasil, tem condições de produzir etanol, que poderá ser mais uma alternativa para o país que já detém a bomba atômica, compra aviões da Embraer e receberá uma segunda fábrica da brasileira Marcopolo, fornecedora de ônibus.

A apresentação de algumas das experiências públicas do Brasil na área ambiental realizadas na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica do Brasil, durante o Seminário Florestas do Brasil, mostrou avanços que poderão ser adotados na Índia.

Embora os dois países tenham responsabilidades diferentes frente ao Protocolo de Kioto, segundo o embaixador, afinam suas relações visando à defesa dos seus recursos ambientais a partir de problemas semelhantes, como os incêndios.

Representante do governo do Amazonas, Felipe Wardolff ressaltou que o Estado, apesar das críticas internacionais de que não cuida da Amazônia, é uma referência nacional e internacional na formulação de políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável.

– O Amazonas é o primeiro Estado no mundo a ter uma lei para as mudanças climáticas e um fundo para esta finalidade, com R$ 20 milhões de recursos estaduais e outros R$ 20 milhões do Bradesco – disse Felipe Wardolff, ao garantir que 98% da floresta estão conservadas.

Para o presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Clayton Lino, o combate à pobreza é também uma forma de preservação ambiental.

– Miséria não combina com conservação. Precisamos pensar em programas e projetos que consideram as questões ambientais e socio-economicas. Para o equilíbrio, tem que haver as duas visões – afirmou Lino, citando o Mercado Mata Atlântica.

Representante do MaB (Man and the Biosphere), da Unesco, que delimitou sete reservas no Brasil, num total de 1,4 milhões de quilômetros quadrados, ou 16% do território nacional, o Conselho da Mata Atlântica, com sede em São Paulo, defende o bioma mais atingido pelo desenvolvimento no país.

Parceira do projeto Florestas do Brasil, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, foi representada pelo professor Warwick Manfrinato que mostrou panorama dos atuais e futuros problemas ambientais do mundo e as soluções que vêm surgindo com os créditos de carbono e protocolo de Kyoto.

ONG diz que biocombustível brasileiro é o mais favorável

A Oxfam, conhecida organização não-governamental dedicada ao combate à pobreza no mundo, disse que o "álcool brasileiro é o mais favorável biocombustível do mundo". A declaração está no relatório Uma outra verdade inconveniente, divulgado ontem, e que critica duramente a forma como os países ricos estão lidando com o planejamento e fomento da produção de biocombustíveis.

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O relatório diz que a substituição de combustíveis tradicionais por biocombustíveis levou mais de 30 millhões de pessoas à pobreza e não contribuiu para combater mudanças climáticas. Segundo o documento, as "políticas verdes" dos países desenvolvidos estão contribuindo para elevar os preços dos alimentos, que atinge mais os pobres.

O autor do relatório, Robert Bailey, criticou os subsídios e incentivos fiscais "generosos" concedidos por países ricos para apoiar a própria produção de biocombustível.

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STJ aceita recurso de associação de contaminados por lixo tóxico no Paraná(Correio Forense – 26.06.2008)

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que a Associação dos Moradores do Jardim Cristal e Jardim Marambaia, no Paraná, tem legitimidade ativa (direito de entrar com ação) para representar seus associados em ação de indenização por danos morais e materiais. Os moradores dessas áreas teriam sido contaminados por resíduos tóxicos estocados de maneira irregular. A decisão da Turma seguiu o voto do relator do processo, ministro Fernando Gonçalves.

A Recobem Indústria e Comércio de Tintas e Vernizes Ltda., que faliu em 1995, foi contratada por diversas outras empresas para serviços de reciclagem e armazenamento de "borra de tinta" (resíduos de fabricação e/ou uso de tintas, altamente contaminantes). Entretanto, a Recobem estocou grande quantidade de barris da borra de forma irregular, inclusive enterrando vários deles. Os moradores do Jardim Cristal e Jardim Marambaia teriam sido contaminados e os membros da associação, cerca de 800, entraram contra os contratantes da Recobem. Foram pedidos a descontaminação da área e o pagamento de indenização.

Inicialmente, em 2003, a legitimidade foi reconhecida pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). Posteriormente, várias empresas recorreram contestando se a Associação poderia realmente entrar com a ação e, em 2006, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) decidiu que as ações não se baseariam em direitos individuais homogêneos e, sim, em direitos individuais de cada um dos prejudicados. O processo foi extinto sem julgamento de mérito no que se referia às indenizações. Os direitos individuais homogêneos são aqueles de origem comum a vários indivíduos.

A defesa da Associação interpôs recurso no STJ, alegando ofensa aos artigos 81 da Lei n. 8.078, de 1990, e 471 do Código de Processo Civil (CPC). O primeiro reconhece os direitos homogêneos coletivos de consumidores e o segundo afirma que o juiz não pode decidir novamente na mesma ação sobre questões já decididas. A defesa alegou também a dificuldade dos membros da associação, muitos com poucos recursos financeiros, de entrar individualmente com ações, além do tempo e recursos excessivos que isso consumiria do Judiciário. Afirmou-se ainda que muitos associados estariam contaminados por metais pesados como cobre e chumbo, já sendo registrado um número de casos de câncer muito acima da média.

Em seu voto, o ministro Fernando Gonçalves afirmou que, no caso, haveria direito homogêneo individual a ser protegido. Ele apontou que os doutrinadores destacam que os atingidos por um fator comum não precisam padecer das mesmas doenças para entrar com ação, precisando apenas que seus problemas tenham origem comum. Nesse sentido, o artigo 91, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor autoriza que os representantes dos interessados em uma ação, como no caso da Associação, defendam

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direitos homogêneos. "Por isso, não há como prevalecer o entendimento do acórdão recorrido no sentido de ser predominante o caráter individual sobre o coletivo nos direitos", apontou o ministro.

O ministro afirmou que a jurisprudência da corte seria pacífica para reconhecer direitos coletivos, como indicaria a decisão dada no caso da explosão do Shopping Center Osasco em São Paulo. Com essa fundamentação, o ministro reconheceu a legitimidade da Associação e ordenou que o TJPR julgue as matérias remanescentes do processo.

http://www.correioforense.com.br/noticias/noticia_na_integra.jsp?idNoticia=32501

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MPF em Rondônia investiga alterações no projeto da Usina de Jirau(Última Instância – 26.06.2008)

O MPF (Ministério Público Federal) em Rondônia abriu um inquérito civil para fiscalizar e investigar mudanças no projeto de instalação da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira.

O consórcio Energia Sustentável do Brasil, vencedor do leilão para construção da usina, anunciou depois do resultado a intenção de construir o complexo energético na localidade conhecida como Cachoeira do Inferno, e não mais em Jirau, como previa a licença ambiental concedida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Na portaria que instaurou o inquérito, o MPF sustenta que “a alteração de nove quilômetros no projeto inicial, que pode gerar conseqüências danosas ao meio ambiente, não está prevista na resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que regulamenta o licenciamento ambiental.”

O MPF diz ainda que as alterações na área de impactos do empreendimento não foi discutida nas audiências públicas realizadas.

Procurado pela reportagem, o procurador Heitor Alves Soares, responsável pelo inquérito, disse por meio da assessoria de imprensa, que preferia não se pronunciar na atual fase de instruções e das informações já solicitadas à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

No último dia 13, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou que o Ibama deve analisar em até 60 dias o pedido de mudança de localização da construção da usina em Rondônia, encaminhado pelo consórcio.

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/52693.shtml

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AVIAÇÃO

Editorial - Pressa, improvisação e suspeitas na venda da Varig (Valor Econômico 26.06.2008 p. A14 Opinião)

Entre uma solução de mercado para a crise da Varig e a estatização, o governo ficou a meio caminho, no pior dos mundos - sem os benefícios da primeira e com boa parte das desvantagens da segunda. O governo se enroscou em um caso com toda a aparência de tráfico de influência e conduziu o processo de transferência de controle da Varig com pressa e improvisação. O resultado foi mais alguns milhões de reais no bolso de alguns espertalhões. A Varig e a VarigLog não se recuperaram, apesar de, logo após terem trocado de mãos, darem essa impressão.

Houve vários erros no caminho da Varig, mas o primeiro deles, e o mais grave, foi a decisão do governo de interferir na troca de controle da companhia. O viés estatista de parte do comando do governo prevaleceu, não - felizmente - com o uso do dinheiro público para socorrer uma companhia falida ou para encampá-la, mas para passar o negócio rapidamente a não importa quem. É normal que o presidente da República tomasse uma decisão a respeito, acompanhasse sua execução, fosse informado de todas as dificuldades e conseqüências dela por seus assessores e estivesse a par de todos os desdobramentos. Deixa de sê-lo, porém, quando ele se reúne com uma das partes interessadas e reserva encontros informais para tratar do assunto com um advogado que as atende e que é seu compadre.

Ao se envolver em negociação complexa de uma companhia em frangalhos, que não recebeu proposta de compra de empresas sólidas e com reputação no mercado, cabia ao governo agir com toda a cautela. Pelos resultados, esse não foi o caminho seguido. A Varig atraiu o fundo "abutre" americano Matlin Patterson, que se associou a dois empresários brasileiros que não tinham cacife para bancar a proposta de compra da companhia. Para isso, os sócios brasileiros receberam empréstimo do fundo que, na verdade, tornou-se o verdadeiro dono da Varig, arrematada em julho de 2006 por US$ 24 milhões.

A legislação brasileira impede que investidores ou companhias estrangeiras detenham mais de 20% do capital de uma empresa aérea e o arranjo societário "frágil" elaborado pelo Matlin não teria resistido a uma investigação simples e séria. Por tudo o que foi revelado até agora, essa precaução obrigatória não apenas não foi feita, como houve pressões sobre o órgão regulador por parte da Casa Civil para que não se criasse caso e para que o negócio fosse aprovado rapidamente. Outra fonte de pressão partiu do advogado Roberto Teixeira, o compadre. Merece esclarecimento público os motivos pelos quais a lei foi desrespeitada e quem são os responsáveis por isso ter ocorrido.

Não é ilegal que um presidente da República receba em seu gabinete uma pessoa que priva de sua intimidade quando ela está envolvida em uma transação que pode render milhões de reais e que depende vitalmente, para que o negócio prospere, da aprovação do governo. Mas não é ético agir assim. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o direito de receber quem quiser, mas não poderá se surpreender se uma investigação por tráfico de influência ou favoritismo bater depois às suas portas, nem atribuir as suspeitas levantadas sobre a interferência do governo a um suposto sensacionalismo da mídia.

O governo e a Agência Nacional de Aviação Civil patrocinaram um apagão e, talvez por pouco, não acabam patrocinando também um escândalo. A interferência cotidiana, minuciosa e descarada com que o governo interveio ao longo da crise no órgão regulador só não é um desastre político de grandes proporções porque os cargos da Anac haviam sido todos loteados e porque seus membros demonstraram uma incompetência lapidar para tratar do apagão aéreo. Depois de apurar os males da indicação única e exclusivamente por critérios políticos nas agências, todos os seus membros foram pressionados a abandonar os cargos - o órgão regulador transformou-se em mera repartição pública de segunda categoria. E o pior de tudo: com todos os erros acumulados pela Anac, essa era a única saída.

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O caso Varig mostra que é preciso levar a sério a escolha dos dirigentes das agências e imprimir-lhe feição mais técnica, sem a qual sua autonomia também se torna inútil. É preciso que o governo abandone a idéia de que é possível salvar, com meia dúzia de expedientes, empresas que o mercado condenou.

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Aviação - Cade aprova compra da Varig pela Gol: Conselheiros não interferiram nos 'slots' em Congonhas e retiraram restrição a operações de carga

(Valor Econômico 26.06.2008 p. B4 Empresas)

Juliano Basile

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça decidiu não interferir nos "slots" (faixas de horário para pousos e decolagens) da Varig e da Gol no Aeroporto de Congonhas e aprovou, ontem, a compra da primeira companhia pela segunda. Além disso, derrubou a cláusula contratual que impedia a Gol de operar no mercado de transporte aéreo de cargas por cinco anos, a partir da aquisição.

Durante o julgamento, os conselheiros tiveram que enfrentar uma questão chave: se o Cade poderia determinar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que faça a realocação de "slots". Primeiro, eles concluíram que os "slots" em Congonhas são essenciais à competição no setor. As empresas que obtêm mais faixas de horários nesse aeroporto conseguem um maior percentual de vôos com assentos lotados. No caso da companhia líder do setor, a TAM, essa taxa de ocupação é de 71%, ressaltou o conselheiro Paulo Furquim.

Em seguida, os conselheiros disseram que poderiam sim determinar a realocação de "slots". Isso não seria interferir na atuação da agência reguladora, pois a Lei de Defesa da Concorrência (nº 8.884) determina que cabe ao Cade impor restrições sempre que verificar que um negócio prejudica a competição, inclusive em setores regulados. "Não poderia haver invasão, uma vez que as empresas trazem para a análise deste conselho a operação e cabe ao Cade o poder-dever de se manifestar", disse o conselheiro Fernando Furlan. "Não está se falando de o Cade criar ou dividir 'slots'", ressaltou o conselheiro Luiz Carlos Delorme Prado. "Não há dúvida de que essa é uma tarefa da agência reguladora, que deve zelar pela atuação e segurança dos aeroportos", completou. Segundo Prado, o Cade poderia condicionar a aprovação do negócio à devolução de alguns "slots" e caberia à Anac fazer essa redistribuição. O problema estaria em definir se o Cade deveria tomar essa atitude.

Prado lembrou que Congonhas chegou a operar com 49 "slots" por hora, número que foi reduzido para 30 após o acidente com o avião da TAM em julho de 2007. Logo, a realocação de "slots" envolve questões maiores, como a segurança e a capacidade dos aeroportos. Nesse contexto, o Cade não deveria propor alterações unilaterais. "É claro que tudo isso é resultante de análise técnica que transcende a apreciação deste plenário", concluiu Prado.

Furquim foi o único a votar pela devolução de alguns "slots" do grupo Gol. Ele constatou que, ao comprar a Varig, a Gol ficou com 116 pares de "slots" (46,6%). A TAM possui 106 pares (42,6%). Então, Furquim propôs a devolução de 10 pares para serem distribuídos igualmente entre as companhias.

Mas, os demais conselheiros concluíram que essa realocação de "slots" envolve outros problemas. "Os 'slots' mais rentáveis são detidos pela TAM e ela detém capacidade ociosa bastante significativa",

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afirmou o conselheiro Ricardo Cueva. "Mas qualquer solução no sentido de devolver à Anac para que ela faça a redistribuição poderia gerar efeitos imprevisíveis no setor", completou.

Por esse motivo, o Cade decidiu que irá buscar a realização de um convênio técnico com a Anac para propor medidas que aumentem a competição no setor. A sugestão foi dada pelo relator do processo, conselheiro Luís Fernando Rigato Vasconcellos. Foi ele também quem sugeriu o fim da cláusula que impedia a Gol de atuar no transporte de carga e a vendedora, a VarigLog, de operar com transporte de passageiros por cinco anos. Essas cláusulas de não-concorrência são bastante comuns em aquisições e quase sempre são derrubadas pelo Cade.

Durante o julgamento, os conselheiros não tocaram nas denúncias de suposto favorecimento do Palácio do Planalto para a Gol no episódio, em detrimento de proposta da TAM para comprar a Varig. Cabe ao Cade julgar apenas os aspectos técnicos envolvendo as fusões.

Fusão permite reduzir custos e perdas

Roberta Campassi

A aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ontem, para que a Gol adquira a Varig sem restrições dissipou algumas das nuvens no horizonte do grupo de aviação. Uma das principais vantagens da fusão é a possibilidade de reduzir custos e estancar as perdas que vêm sendo registradas pela Varig.

A notícia sobre a decisão do Cade foi vista como vantajosa para a empresa entre analistas e pessoas ligadas ao setor aéreo, porque foi ao encontro da estratégia que a Gol anunciou quando fechou a compra da Varig, em março

do ano passado. Na época, a Gol afirmou que planejava unificar a administração e combinar as malhas de vôo das duas empresas. Isso permitiria que o grupo operasse duas marcas distintas, mas com uma estrutura mais enxuta.

A aprovação do Cade também ocorre num momento em que a Varig está ganhando participação no mercado doméstico e vem substituindo aviões mais antigos por equipamentos mais novos e econômicos - medida essencial diante da alta recorde do preço do petróleo.

Até o parecer do órgão regulador da concorrência, Gol e Varig haviam se comprometido a manter administração e operações aéreas totalmente separadas. E, embora o Cade não tenha sido explícito sobre a possibilidade de elas fundirem as estruturas, não manifestou nenhum empecilho para tanto. "Se, de fato, as empresas puderem integrar malhas de vôo e administração, o cenário é positivo", afirma André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company, que presta serviços para a TAM.

"A decisão do Cade é positiva. Neste momento, se a Gol não pudesse fazer a integração e tivesse que recuar, seria ainda mais custoso", afirma Caio Dias, analista da corretora do banco Santander. De abril até dezembro de 2007, a Varig havia gerado um prejuízo operacional de R$ 300 milhões, o que impactou drasticamente o balanço da Gol.

Devido aos resultados ruins, a compra da Varig tem sido um nó entalado na garganta dos investidores da Gol Linhas Aéreas - a holding que reúne as duas companhias de aviação. O resultado da insatisfação é visível no desempenho das ações da companhia, que caíram 67% desde abril de 2007. Os papéis da

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concorrente TAM caíram 39%, enquanto o Ibovespa subiu 43,7%. Neste ano, a desvalorização da Gol na bolsa foi ainda mais intensa e os papéis alcançaram o menor preço histórico nesta semana. Comenta-se, nos bastidores, que muitos investidores gostariam de ver a Gol se desfazendo da Varig, enquanto outros acham que o melhor é aguardar a recuperação da empresa.

Do lado operacional, a Varig obteve crescimento expressivo de oferta e participação em maio e abril deste ano. A oferta de assentos, que representava cerca de 6% do mercado, saltou para perto de 8%. A fatia em relação aos passageiros transportados, que costumava ficar em torno de 4,5%, subiu para quase 8% nos últimos dois meses. A taxa de assentos ocupados também cresceu: de 55%, em média, para 69% em abril e 70% em maio. Boa parte dos ganhos foram conseguidos por meio de promoções agressivas. "Elas foram necessárias para divulgar o nome e o serviço da empresa", afirma Lincoln Amano, diretor comercial da Varig. No mercado internacional, as melhoras ainda são pouco visíveis. A Varig voa para quatro destinos na América do Sul e mantém vôos para Paris até agosto - entre março e maio deste ano, ela abandonou as outras cinco rotas que fazia para capitais da Europa e México.

Mesmo no mercado doméstico, entretanto, as operações ainda são deficitárias, segundo Amano. O equilíbrio financeiro está previsto para o fim do ano. Um dos entraves da companhia é a composição de sua frota, formada por alguns aviões pouco eficientes no consumo de combustível.

Para contornar o problema, a Varig prevê substituir todos os 16 Boeings 737-300 que possui pelos modelos 737-700 e 800. Três já foram trocados. No segmento internacional, a frota é mais problemática. A Varig fazia as rotas para Europa e México com aviões 767-300, de grande porte, mas, quando decidiu cancelar esses vôos, não pôde devolver os aviões imediatamente. Por isso, usa os equipamentos nas rotas sul-americanas, embora eles sejam maiores e menos econômicos do que o ideal. Até dezembro, a Varig pretende devolver os 767 e substituí-los por 737.

Para Anac, decisão foi benéfica à competição

Daniel Rittner

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recebeu com alívio a decisão do Cade, que aprovou a venda da Varig para a Gol, sem devolução de "slots" (faixas de horário para pousos e decolagens) no aeroporto de Congonhas. Para um diretor da agência, esse era considerado o melhor cenário para "encerrar uma história complicada" e não compromete a competição. O pior, segundo ele, seria alguma orientação do órgão antitruste que pudesse acarretar na eventual transferência dos "slots" à TAM.

Na avaliação da agência, a determinação de repassar algumas faixas de horário a companhias menores não mudaria significativamente a atual concentração no setor aéreo. Além disso, a "nova" diretoria da Anac não concorda com os critérios de distribuição de "slots" em aeroportos saturados que foram estabelecidos pelos antigos diretores. Por isso, prepara uma mudança de regras, que deverá entrar em consulta pública no segundo semestre.

Pelos critérios em vigência, quando ficam vagos "slots" nos aeroportos, há um sorteio público em que 80% dos horários livres são distribuídos às empresas que já operam no local e 20% às "novas entrantes". Essa divisão deverá ser alterada e a diretoria da Anac não gostava da idéia de sortear "slots" da Varig, por determinação do Cade, no esquema antigo. No entanto, um aspecto levantado por especialistas em regulação - de que uma orientação do órgão antitruste acabaria invadindo a competência da agência e abrindo um perigoso precedente - não chegou a causar preocupação na Anac.

Executivos da Gol se mostraram satisfeitos com a decisão, mas sublinharam que ela chegou com pelo menos seis meses de atraso em relação à expectativa dos compradores da Varig. Ao adquirir a empresa, em março de 2007, tinha a expectativa de ter a operação aprovada no Cade até o fim do ano passado. O atraso dificultou a integração das malhas aéreas da Gol e da Varig. Isso prejudicou, por exemplo, a

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alimentação dos vôos intercontinentais da Varig, que acabaram sendo cancelados. O presidente do grupo, Constantino Oliveira Jr., disse recentemente que o prejuízo acumulado pela Gol com o negócio já ultrapassou R$ 1 bilhão - o valor engloba não apenas os US$ 320 milhões desembolsados na compra, mas também a soma dos resultados negativos trimestrais desde então. Outra surpresa negativa foi o aparecimento de passivos como dívidas trabalhistas na Argentina e dívidas aeroportuárias em países europeus.

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Aviação - Especialista apóia decisão da Anac, mas diz que falta fiscalização(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A10 Direito Corporativo)

A interdição de seis das 12 aeronaves da VarigLog por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) repercutiu negativamente ontem. Para especialista do Sindicato Nacional de Aeronautas, o fato da empresa realizar manutenção de suas aeronaves em oficina que não estava habilitada pela agência indica "negligência" e priorização da redução de custos em detrimento da segurança. Segundo a Anac, das seis aeronaves interditadas, cinco foram devido à realização de manutenção em oficinas que, apesar de homologadas pela agência, não estavam habilitadas para realizar aquele tipo de serviço. Outra aeronave estaria com o seguro obrigatório vencido desde março. As irregularidades foram identificadas durante fiscalização dos inspetores da Anac realizada na sexta-feira da semana passada no centro de manutenção da VarigLog em Guarulhos (SP). A averiguação, ao contrário da maioria dos procedi-mentos de fiscalização semelhantes da agência, não havia sido programa previamente com a empresa.

Falta de pessoal

O diretor de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNEA), comandante Carlos Camacho, elogiou a atuação da Anac no caso, mas denunciou que a agência "passa meses" sem realizar fiscalizações como essa devido à falta de inspetores no quadro de funcionários. Segundo ele, a segurança das aeronaves civis brasileiras é garantida apenas pelos esforços das operadoras e não pelo acompanhamento da Anac. "As empresas têm seus próprios protocolos de segurança e de manutenção", comentou. "Qualquer problema pode gerar um passivo muito grande em demandas judiciais." Para Camacho, apesar do receio de que as operadoras têm de sofrer represálias judiciais devido à eventuais acidentes, o comportamento da VarigLog é preocupante e serve para acender o sinal de alerta das autoridades. "Casos como esses não são comuns", acrescentou. "Além de negligência, revelam um certo problema de caixa da empresa. E quando você começa a reduzir a segurança de suas aeronaves por causa de problemas de caixa você está entrando num terreno perigoso." O dirigente sindical acrescenta que teme, ainda, a possibilidade de que outras empresas possam estar adotando o mesmo tipo de procedimento aproveitando-se da incapacidade da Anac de realizar uma fiscalização eficiente.

Modelo americano

Camacho considera que seria o caso do Ministério Público Federal assumir posturas mais incisivas em relação às operadoras. "Nos Estados Unidos, graças à atuação da Justiça, tivemos há três meses mais de cem aeronaves retiradas de circulação por conta de falhas nos procedimentos de manutenção."

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Procurada, a Anac repetiu o comportamento pouco transparente comum em quase todas as agências reguladoras: não revelou com que freqüência realiza procedimentos de fiscalização semelhantes ao da VarigLog e nem quantos inspetores estão à disposição da agência atualmente.

Argumentação

A VarigLog se defendeu do que ela chama de "boatos" em comunicado oficial à imprensa divulgado ontem. Nele, garante que "vem fazendo todos os esforços para recuperar a empresa o mais rápido possível" e que os seguros de suas aeronaves estão "absolutamente em dia". Ainda segundo a empresa, apenas três aeronaves de grande porte não estão sendo utilizadas devido à decisão comercial e não por interdição da Anac. "As mesmas encontram-se em processo de devolução para seus arrendadores", diz a nota. "Diferentemente do que dizem os boatos, o aproveitamento das aeronaves está acima de 85%", conclui a nota.

(Raphael Bruno)

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Concorrência - Cade aprova compra da Varig pela Gol(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A10 Direito Corporativo)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, ontem, a aquisição da Varig pela Gol, mas impôs uma restrição ao negócio, ao determinar a alteração no contrato da compra que libera os ex-donos da Varig para operar o transporte de cargas. A decisão favorável ao negócio pelos conselheiros ocorreu mesmo reconhecendo que a compra gera concentração de mercado no setor. Os representantes do órgão de defesa da concorrência entenderam que qualquer medida que tomassem para corrigir a distorção poderia não ser eficiente do ponto de vista da concorrência e impor prejuízos às duas empresas. "Os remédios que poderiam ser impostos não dariam a certeza de que os efeitos na ampliação da concorrência seriam os esperados", escreveram na sua argumentação final. A decisão, no entanto, não foi unânime. O conselheiro Paulo Furquim votou contra o negócio, por entender que depois da fusão a Gol não teria o direito de permanecer com dez slots (autorizações para pousos e decolagens) que a Varig detinha no aeroporto de Congonhas (SP). Furquim defendeu a proposta que fossem devolvidos dez pares de slots para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para redistribuição. Essa opinião já havia sido sustentada há uma mês, quando o tribunal reuniu-se para julgar o caso. Na visão do conselheiro, a questão é crucial para estabelecer um maior equilíbrio entre as companhias que atuam no mercado de vôos domésticos. Na ocasião, o Ministério Público argumentou que a decisão sobre essa distribuição deve ser da Anac e não do Cade. A Varig possui 100 slots no aeroporto de Congonhas. Somando com os 130 que a Gol tem, são 230 autorizações, quase a metade dos 517 slots diários no aeroporto. A alteração no contrato da venda da Varig à Gol determinada pelo Cade modifica uma cláusula onde se estabelecia um prazo de cinco anos para que os ex-donos da Varig pudessem retornar ao mercado de transporte de cargas na aviação. O conselho liberou os ex-donos da Varig para atuar imediatamente no ramo. O relator Luís Rigato explicou que a mudança foi decidida porque o transporte de cargas não é objeto da operação de venda da Varig para a Gol, já que as duas empresas atuam no transporte de passageiros.

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Também ficou definido pelo conselho que a Gol poderá montar uma empresa para atuar no transporte de cargas. O Cade ainda vetou que a VarigLog monte uma empresa de transporte de passageiros no prazo de cinco anos.

Outros casos

Também ontem o tribunal de defesa da concorrência aprovou a compra da Big Foods pela Sadia, mas exigiu que as empresas mudassem o contrato de compra e venda. Autorizou ainda a compra da MB Engenharia pela Brascan Residential Properties. E permitiu à AmBev ficar com duas fábricas da Cintra.

(Rivadavia Severo) Retornar ao índice de assunto

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Concorrência - Conselho aprova venda da Varig para a Gol(DCI 26.06.2008 p. B11 Legislação)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, aprovou ontem a venda da Varig à Gol. Determinou, contudo, uma restrição: a alteração no contrato da compra liberando os ex-donos da Varig para operar imediatamente o transporte de cargas. O Cade reconheceu que a compra da Varig pela Gol gera concentração e problemas na concorrência, mas ressalvou que "os remédios que poderiam ser impostos" não dariam a certeza de que os efeitos na ampliação da concorrência seriam os esperados.

Entre os cinco votos do Cade, houve um único, do conselheiro Paulo Furquim, favorável à imposição à Varig/Gol de devolução à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de dez pares de slots (autorização e espaços para pousos e descolagens) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A maioria, no entanto, optou pela não devolução dos slots por considerar que a medida poderia não ser eficiente do ponto de vista da concorrência e impor prejuízos a ambas.

"Não resta dúvida de que na área regulatória do setor aéreo são necessárias mudanças que ampliem a concorrência, mas isso, neste momento, extrapola a competência do Cade", destacou o conselheiro Luiz Prado, que na primeira sessão para julgar a operação, há um mês, pediu vistas do processo.

A alteração no contrato da venda da Varig à Gol modifica cláusula segundo a qual se estabelecia prazo de cinco anos para que os ex-donos da Varig pudessem retornar ao mercado de transportes de carga na aviação. O relator Luís Rigato explicou que fizeram a mudança porque o transporte de carga não é objeto no processo de venda da Varig para a Gol, uma vez que atuam no transporte de passageiros.

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Investimentos - Setor aéreo brasileiro atrai aportes de estrangeiros(DCI 26.05.2008 p. B1 Empresas)

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O crescimento de dois dígitos do mercado brasileiro de aviação civil nos últimos anos e a expectativa de manutenção de um ritmo acelerado no médio prazo são o principal chamariz para a entrada de novas companhias aéreas no País, na avaliação de especialistas.

Para analistas, mesmo com a pressão de custos enfrentada hoje pela TAM e pela Gol, as operações locais podem ser rentáveis, já que as duas grandes empresas do setor no País têm conseguido margem para repassar aumentos como os dos combustíveis, ao contrário do que acontece em mercados mais disputados.

Anteontem, o bilionário britânico Richard Branson, do grupo Virgin, disse que planeja entrar no mercado brasileiro de aviação. Outro investidor externo do setor no País - este já definido - é o empresário David Neeleman, fundador da norte-americana Jet Blue. Sua companhia aérea, a Azul, começa a operar em 2009.

Para a analista de transportes da Link Corretora, Maria Tereza Azevedo, a expectativa é de que a demanda brasileira pelo modal aéreo possa alcançar uma expansão entre 15% e 16% em 2008. A analista projeta ainda um crescimento da ordem de 10% para o setor nos próximos dez anos. "Há espaço, sim, para novos entrantes, mas com novas empresas os yields deverão ser puxados para baixo, o que não é bom para a TAM e a Gol", avaliou.

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Velha Varig só tem dinheiro para operar até outubro: Avaliação é parte de relatório aos credores; Flex passou a voar em março, com fretamento

(Folha de São Paulo 26.06.2008 p. B10 Dinheiro)

Início dos vôos regulares foi adiado em razão da falta de recursos para sustentar as operações e da necessidade de autorização pela Anac

JANAINA LAGE - DA SUCURSAL DO RIO

A velha Varig só tem recursos para voar até outubro. A avaliação faz parte do último relatório enviado aos credores, no mês de maio, referente às operações de abril.A companhia aérea foi rebatizada como Flex e voltou a voar em março, com operações de fretamento. De acordo com o relatório, o início dos vôos regulares foi adiado em razão da falta de recursos para sustentar as operações e da necessidade de autorização pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)."Caso as operações de vôos regulares não sejam retomadas devido à não-confirmação das premissas anteriores, os recursos financeiros existentes serão suficientes para fazer face aos gastos das empresas em recuperação até o mês de outubro de 2008", afirma o documento, assinado por Aurélio Penelas, gestor judicial.O gestor ressalta que o plano de recuperação da companhia só será cumprido se a empresa tiver sustentabilidade técnica e financeira, sob condições de mercado, de forma a garantir o seu sustento até o recebimento dos recursos da ação de defasagem tarifária contra a União e de cobrança indevida de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), além da liquidação de passivos trabalhistas, fiscais e comerciais.Segundo o gestor, essa condição só poderá ocorrer se a empresa conseguir receber os valores que a VarigLog e a nova Varig, que pertence à Gol, têm a pagar.Além disso, a Flex pode receber recursos da ação de defasagem tarifária, que foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal. A expectativa é que o valor minimize boa parte das dívidas da empresa, estimadas em mais de R$ 7 bilhões.

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Em 30 de abril, o saldo de caixa da velha Varig era de R$ 13,6 milhões. A empresa registrou recebimentos extraordinários de R$ 1,5 milhão em abril referente ao pagamento de um saldo remanescente feito pela EuroAtlantic e de uma remessa de Montevidéu.A companhia estima em R$ 53,2 milhões o valor do encontro de contas com a VarigLog. A velha Varig obteve a penhora on-line do valor reconhecido pela VarigLog, de R$ 37,8 milhões. Até agora, a empresa não recebeu os recursos, mas obteve a indisponibilidade sobre 1.175.731 ações preferenciais escriturais da Gol, registradas em nome da VarigLog.Em relação à nova Varig, existem pendências referentes ao período após a venda dessa fatia da empresa em leilão e antes da obtenção do Cheta (Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo). O valor será determinado por perícia.O fim do processo de recuperação judicial está previsto para o dia 17 de julho. Antes disso, os credores poderão discutir em assembléia a possibilidade de pedir ao juiz da 1ª Vara Empresarial que prorrogue o prazo. Quem assumir a companhia deverá seguir as regras previstas no plano de recuperação.

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VarigLog nega a suspensão dos vôos de 6 aeronaves pela Anac (Folha de São Paulo 26.06.2008 p. B10 Dinheiro)

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A VarigLog negou ontem que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) tenha suspendido os vôos de seis aeronaves da empresa por irregularidades na última quinta-feira. De acordo com a companhia, a frota total, de 7 aviões e não 12, como informou a Anac na segunda-feira, opera normalmente.Segundo a VarigLog, outras três aeronaves de grande porte estão paradas porque serão devolvidas aos arrendadores.Em nota, a Anac confirmou a inspeção não programada na VarigLog feita na última quinta-feira. "Pelos registros da Anac, a empresa tinha 12 aeronaves, das quais 6 tiveram suas operações interrompidas por conta das irregularidades encontradas". Uma delas tinha o seguro obrigatório vencido e as demais fizeram a manutenção em oficinas que, embora homologadas pela agência, não tinham autorização para prestar os serviços, diz a Anac.A Anac ameaçou autuar a empresa se souber que os aviões estão operando. O órgão disse que não recebeu documentação comprovando a regularização das seis aeronaves.

(MARINA GAZZONI)

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BANCÁRIO

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Imóveis - Caixa negocia com governo a primeira emissão de CRI: Captação via títulos cresce no primeiro semestre e supera R$ 2 bi

(Valor Econômico 26.06.2008 p. C3 Finanças)

Fernando Travaglini, De São Paulo

Uma das apostas dos bancos para que o financiamento imobiliário deslanche é a securitização das operações de crédito. Esse modelo, baseado na emissão de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) já está na pauta da Caixa Econômica Federal.

A instituição negocia com a equipe econômica do governo uma forma para montar sua primeira emissão sem comprometer a exigência do Conselho Monetário Nacional (CMN) de destinação de 65% da caderneta para o financiamento de imóveis. "A expectativa é que no segundo semestre seja encontrada uma solução. A modelagem ainda não está definida, mas estamos empenhados na discussão", afirma Márcio Percival Alves Pinto, vice-presidente da Caixa.

Segundo ele, a área imobiliária é um dos pilares do crescimento econômico e alternativas de financiamento são muito bem-vindas, mas o cumprimento da meta do CMN é a grande dificuldade para a securitização. Isso porque, em uma emissão de CRI, os créditos que lastreiam a operação saem do balanço e deixam de ser computados no cálculo. Se não cumprem a meta de 65%, mesmo que tenham concedidos os créditos, os bancos são penalizados.

Por outro lado, as instituições entendem que esse mercado é importante para substituir os recursos da poupança com fonte de recursos. Isso porque, apesar do histórico de estabilidade da caderneta, esse investimento tem característica de curto prazo, enquanto os empréstimos da habitação estão cada vez mais longos e já chegam a 30 anos.

A Caixa não descarta o direcionamento do crédito, por entender que é um instrumento do governo para estimular setores estratégicos da economia, mas avalia que a poupança seria mais compatível com o financiamento das construtoras, mais curtos, enquanto a emissão de títulos securitizados como o CRI serviria para financiar o cliente por prazos mais longos.

Além disso, a poupança já começa a atingir o limite, segundo análise da Link Corretora. Em relatório, a corretora avalia que o crescente interesse demonstrado pelos bancos pode ficar comprometido caso não haja novas fontes de recursos. Com o aumento da demanda, disse a corretora, o sistema de poupança começa a dar sinais de em menos de dois anos estará sobrecarregado.

Os bancos já deram início às emissões, mas ainda de forma tímida. No ano passado, o Banco Real fez a primeira oferta pública, estruturada pela Brazilian Securities, no valor de R$ 86,4 milhões.

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Neste ano, em maio, a Cibrasec, empresa securitizadora controlada pelos grandes bancos, realizou duas emissões privadas que totalizam R$ 250 milhões, sendo a maior parte lastreada por ativos de operações de crédito fora do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), ou seja, que não utilizam recursos da poupança (imóveis acima de R$ 350 mil ou compra de um segundo imóvel).

Foram duas séries, compradas por bancos. A primeira delas, de R$ 22,529 milhões, pagou juros de 12% ao ano mais taxa referencial (TR) e teve prazo final de 297 meses, sendo o prazo médio no fluxo de amortizações de 82 meses. A segunda foi de R$ 222,9 milhões, com taxa de 10% ao ano mais TR, prazo final de 252 meses e prazo médio de 146 meses.

O mercado de CRI está aquecido neste começo de ano, mas a maior parte das emissões ainda é composta pelos chamados recebíveis comerciais, ou seja, de operações estruturadas (built-to-suit) ou de títulos lastreados em aluguéis de imóveis corporativos. O volume CRI lançado neste ano atingiu R$ 2,1 bilhão no primeiro semestre, 36% superior ao total do ano passado.

A expectativa dos bancos é que mercado de títulos residenciais deva crescer mesmo em 2009. Em recente entrevista ao Valor, Norberto Barbedo, vice-presidente do Bradesco, afirmou que a aceleração das concessões deve fazer com que os empréstimos superem as exigências de direcionamento de 65% dos recursos da caderneta de poupança já no próximo ano, permitindo que os grandes iniciem a securitização por meio de CRI.

Roberto Zanré, gerente da Cibrasec, concorda que as emissões devem começar a aparecer no meio do próximo ano. "Há um grande volume de lançamentos imobiliários programados para o próximo ano e talvez o volume de empréstimos possa suplantar oferta de credito imobiliário e a diferença de fluxo ser canalizada para a securitização".

Esse caminho já começou a ser seguido pelos bancos médios, conta Glauber Santos, diretor da RB Capital (antiga Rio Bravo Crédito). "Tem havido uma demanda grande e crescente de pequenos bancos com carteira hipotecaria que estão nascendo nesse mercado e não têm o funding correto". A securitizadora tem feito acordo com essas instituições para adquirir os créditos por taxas que variam de 8% a 10% mais a variação da inflação.

Outro movimento que começa a se intensificar no mercado é a venda de créditos residenciais por parte das construtoras para estruturação de CRI. "Há uma necessidade de financiamento maior no mercado imobiliário", afirma André Bergstein, diretor da Brazilian Securities.

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Depósitos judiciais são alvo de disputa (Valor Econômico 26.06.2008 p. C3 Finanças)

Fernando Teixeira, De Brasília

A disputa entre bancos públicos, bancos privados e tribunais locais pela gestão dos depósitos judiciais chamou a atenção de mais uma parte envolvida no caso: os advogados. Em meio ao debate, eles alegam que o dinheiro disputado por bancos e tribunais é na verdade de seus clientes, e se preparam para agir. A Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), com 83 mil associados, prepara uma ação coletiva que autorize as partes a escolherem a aplicação mais apropriada para seus depósitos, hoje

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monopolizados pelos bancos públicos e investidos unicamente na poupança - com remuneração de 6% mais TR. O que está em disputa é a diferença entre essa remuneração e outras aplicações de mercado.

O destino dos depósitos passou a ser discutido este ano no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ações contra licitações realizadas pelos Tribunais de Minas Gerais e Rio de Janeiro para a gestão de R$ 7,5 bilhões. O Bradesco ofereceu a melhor remuneração aos tribunais e saiu vencedor, mas o resultado é questionado por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Segundo os últimos dados do CNJ, em 2006 havia R$ 27 bilhões em depósitos nos tribunais estaduais, e R$ 32 bilhões em tribunais federais e trabalhistas.

Segundo o presidente da AASP, Marcio Kayatt, a discussão do CNJ está fora de foco, pois o problema não é se o dinheiro fica em bancos públicos ou privados, e sim a sua remuneração. Não existe nenhuma lei determinando a aplicação depósitos exclusivamente na poupança, diz Kayatt, e quem amarga o prejuízo são as partes em disputa. A aplicação em poupança, diz, é mera convenção adotada pelos juízes ao longo dos anos, e os advogados acabaram se acomodando. Com o surgimento do debate sobre o monopólio dos bancos públicos sobre os depósitos, o caso passou a chamar a atenção. "O dinheiro não é do tribunal nem do banco, é do jurisdicionado", diz.

O tema começou a ser discutido recentemente nas últimas reuniões da AASP, e será alvo de alguma medida coletiva - ainda não se sabe se uma ação judicial ou reclamação ao CNJ. Segundo o presidente da AASP, há informações de advogados que tentaram, individualmente, pedir que os juízes colocassem seus depósitos em aplicações mais rentáveis, com resultados favoráveis. No STJ, há precedente sobre disputas de expurgos inflacionários segundo as quais "é indiscutível que cabe ao juiz singular decidir sobre os índices a serem aplicados aos depósitos".

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Febraban - Serviço troca papel por meio eletrônico(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B9 Tecnologia)

DO CORREIO BRAZILIENSE

Duas grandes preocupações de todo bom cidadão são pagar suas contas em dia e preservar o meio ambiente. Apesar de serem assuntos tão distintos, eles têm um ponto em comum, como mostrará o projeto do débito direto autorizado (DDA), novo serviço que será oferecido pelos bancos.

Esse programa, que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está desenvolvendo, irá substituir os boletos de papel por boletos eletrônicos. Segundo a instituição, são enviados cerca de 2 bilhões de carnês de pagamento por ano. O DDA reduziria esse número em até 40%.

A previsão é de que em julho de 2009 os 129 bancos que fazem compensação de cobranças estejam oferecendo o boleto eletrônico.

O diretor de serviços bancários da Febraban, André Cano, acredita que as vantagens de substituir o papel por um recado eletrônico são várias. "Primeiro é a colaboração com a redução do uso do próprio papel", explica. A economia ecológica, calculada pela própria federação, será de 18.272 árvores, 590 milhões de litros de água e 29,5 milhões de kW/hora, além de evitar a emissão de 1,87 milhão de quilogramas de dióxido de carbono por ano.

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"Além disso, vai tornar mais ágil e seguro o processo de entrega dos boletos de pagamento", afirma Cano. Segundo ele, os boletos físicos são mais sujeitos a extravios, fraudes, danificações, mudanças de endereço e uma série de outros fatores que o impedem de chegar ao destino final.

Cadastro. Para utilizar o DDA, o cliente terá que cadastrar um ou mais bancos que passarão a mandar todas as contas de forma eletrônica. Esses bancos cadastrados irão informar a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), que, por sua vez, retransmitirá a informação para o resto do sistema.

Cano acredita que os bancos irão desenvolver várias formas de mostrar esses títulos: via email, pelo site da instituição, etc. As formas de pagamento continuarão sendo escolhidas pelos clientes: débito em conta ou, até mesmo, a impressão do boleto para ser paga na boca do caixa.

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CHINA

Siderurgia - Usinas chinesas podem boicotar compras da BHP(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C6 Indústria)

O governo chinês e representantes das siderúrgicas daquele país estão considerando um boicote a importações do minério de ferro vendido pela australiana BHP Billiton, última grande produtora da commodity ainda negociando preços para 2008. A informação foi divulgada por duas fontes chinesas. A BHP Billiton tem dito que quer um aumento de preços para o minério de ferro ainda mais alto que o acertado com a Rio Tinto, de até 96,5%. A BHP está envolvida em um processo de aquisição hostil da Rio Tinto, por US$ 170 bilhões. As siderúrgicas chinesas têm direito de continuar importando minério de ferro aos preços de 2007 até 30 de junho. Depois disso, as mineradoras podem começar a cobrar os preços muito mais altos do mercado à vista (spot). Ambas as fontes acreditam que as empresas devem chegar a um acordo antes do prazo de 30 de junho, em vez de correrem o risco de se envolverem um confronto que pode prejudicar os dois lados. "As companhias chinesas podem não assegurar o suprimento da BHP, mas um cenário mais sério é o governo chinês secretamente pedir para as siderúrgicas boicotarem o minério de ferro da BHP", informou uma fonte de uma companhia operadora de commodities. A Baosteel, maior siderúrgica chinesa e principal negociadora da indústria do país, pode desafiar a BHP em vez de concordar com um reajuste maior, o que poderia minar o sistema anual de negociação de preços. O acordo da Baosteel com a Rio Tinto, que não foi seguido por outras siderúrgicas asiáticas, já prejudica o sistema de negociação, no qual tradicionalmente todas as siderúrgicas e mineradoras concordam com o primeiro preço definido. Em fevereiro, as siderúrgicas asiáticas aceitaram reajuste que variaram entre 65% e 71% no preço do minério fornecido pela Companhia Vale do Rio Doce (Vale), mas que não foi seguido pelas demais mineradoras, como acontece há cinco anos. "A Baosteel está tentando pressionar a BHP a aceitar o acordo com a Rio Tinto, caso contrário o sistema tradicional de preços de contratos de longo prazo irá quebrar, criando uma situação mais difícil ano que vem", disse um representante do governo chinês.

Preços do aço em alta

Os preços do aço continuarão subindo este ano, após terem alcançado recordes, à medida que a oferta fica abaixo da demanda, que está desacelerando, o que prejudica compradores como as montadoras e atrai investidores para as ações das fabricantes européias do metal, disse o Credit Suisse Group. "A falta de reação na ponta da oferta aos crescentes preços mundiais é, em nosso ponto de vista, um indicativo claro de que o mundo não será capaz de reagir dessa vez", escreveu ontem em nota o analista

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Michael Shillaker, que trabalha em Londres. A escassez de aço pode demorar anos para ser solucionada à medida que os preços ficam "cada dia mais altos".

(Reuters e Bloomberg News)

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CIVIL

Código Civil - Indenização por ofensa deve ser criteriosa(Conjur – 26.06.2008)

por Leonardo Castro e Isabel Elaine

Quando o gozo de uma prerrogativa constitucional está em risco, a análise legal pode ser ampliada. Prova disso é a decisão do Superior Tribunal de Justiça que garantiu ao nascituro o direito à indenização pelo dano moral resultante da morte do genitor. André Rodrigues, morto em um acidente de trabalho, deixou, na época do fato, filhos e uma viúva grávida. Pela ausência paterna e conjugal, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul condenou o empregador pelos danos extrapatrimoniais sofridos pela família, inclusive à criança em gestação, além da pensão alimentícia.

Quanto à escassez de proventos para o sustento do nascituro e o necessário suprimento pecuniário da lacuna deixada pelo pai, não há o que discutir. O Código Civil é claro ao afirmar que, “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Inegável é o direito da criança à pensão alimentícia. Portanto, desde a concepção, o feto adquire a garantia ao sustento pós-nascimento, não podendo ser-lhe negado esse direito em razão da morte do genitor.

Todavia, existe séria polêmica no que diz respeito ao reconhecimento da lesão moral daquele que não é dotado de personalidade civil. Para Flávio Tartuce, “Os direitos da personalidade podem ser conceituados como sendo aqueles direitos inerentes à pessoa e à sua dignidade. Surgem cinco ícones principais: vida/integridade física, honra, imagem, nome e intimidade. Essas cinco expressões-chave demonstram muito bem a concepção desses direitos”1. Ao vincular a honra à personalidade, o autor desconsidera, com fulcro na lei vigente, a possibilidade de indenização por danos morais àquele não nascido.

Entretanto, os direitos da personalidade advêm de um bem maior, protegido pela Carta Magna em seu art. 1º, inc. III. A dignidade da pessoa humana, inerente à pessoa e à personalidade, como disse Tartuce, é a base da decisão que indenizou o nascituro. “Maior do que a agonia de perder um pai é a angústia de jamais ter podido conhecê-lo, de nunca ter recebido dele um gesto de carinho, enfim, de ser privado de qualquer lembrança ou contato, por mais remoto que seja, com aquele que lhe proporcionou a vida”, afirmou a relatora da ação, ministra Nancy Andrighi.

No caso em questão, é laudável a decisão, pois preservou uma prerrogativa superior, nessa hipótese específica, aos ditames infraconstitucionais. Entrementes, é imperioso que a flexibilização e a consideração das ofensas indenizáveis sejam criteriosas. A lesão à dignidade da pessoa humana merece a compensação, ainda que pecuniária, somente quanto indubitavelmente existente. Contudo, para que não haja a desvalorização do direito de pedir, e da própria prerrogativa constitucional, o que poderia causar uma avalanche indenizatória, cabe ao Judiciário a cautela ao apreciar casos análogos.

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Nota de rodapé:1. TARTUCE, Flávio. Os direitos da personalidade no novo Código Civil . Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 878, 28 nov. 2005. Disponível em: . Acesso em: 21 jun. 2008.

http://conjur.estadao.com.br/static/text/67549,1

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COMÉRCIO EXTERIOR

Lei amplia ação contra importação subfaturada (Valor Econômico 26.06.2008 p. A2 Brasil)

De Brasília

A conversão em lei da Medida Provisória (MP) 413 amplia ainda mais os poderes do Executivo para determinar um imposto de importação contra a entrada de mercadorias estrangeiras subfaturadas. Foi publicado anteontem, no "Diário Oficial da União", o texto da Lei 11.727, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O artigo 2 dessa lei prevê que o Executivo poderá definir alíquota específica do Imposto de Importação de até R$ 15 por quilograma líquido ou unidade de medida estatística da mercadoria. No texto original da MP 413, publicada em 3 de janeiro, o valor era de R$ 10 e limitado a 12 categorias de produtos. Integravam essa lista bebidas, têxteis, vestuário, calçados, plásticos/borrachas, ferramentas, equipamentos, móveis, brinquedos e outros itens.

O texto da Lei 11.727 não limita a aplicação àquelas categorias, o que torna a norma aberta ao arbítrio da autoridade. No caso, basta um decreto do presidente da República. A ampliação, aprovada em emenda na Câmara e no Senado, foi confirmada pelo coordenador de Tributos sobre a Produção e o Comércio Exterior da Receita Federal, Hélder Chaves.

O polêmico artigo 2 da MP 413, ampliado no projeto de conversão em lei, foi duramente criticado por integrantes dos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento e também por especialistas em relações internacionais e negociações comerciais. A norma representa, segundo essas interpretações, reforço às barreiras comerciais e ao protecionismo, opondo-se aos esforços de integração econômica.

Essa delegação de poderes ao presidente que a Lei 11.727 prevê vai contra um compromisso, assumido pelo Brasil perante seus sócios no Mercosul de não elevar, unilateralmente, suas tarifas. O país também garantiu, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), que buscaria evitar as tarifas cobradas sobre a quantidade de produtos ("ad rem"), privilegiando a modalidade "ad valorem" (sobre o valor).

Quando a OMC foi criada, em 1994, os países que queriam continuar aplicando essas combatidas tarifas específicas "ad rem" tiveram de registrar essa opção. Um dos maiores desafios da Rodada Doha é transformar a "ad rem" em "ad valorem". Pesam a favor dos argumentos dos empresários brasileiros repetidas ocorrências alfandegárias de importações subfaturadas vindas da Ásia, principalmente da China. (AG)

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Relações Externas - Lamy marca reunião ministerial, mas Mercosul racha de novo: Encontro, de que deve reunir mais de 30 ministros, começa em 21 de julho

(Valor Econômico 26.06.2008 p. A4 Brasil)

Assis Moreira

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, fixou para 21 de julho o começo de uma reunião ministerial que representa uma última chance para um acordo agrícola e industrial na Rodada Doha. Deverão participar de 30 a 35 ministros representando diferentes interesses na negociação, mas a dificuldade para um acordo foi escancarada durante o próprio anúncio de Lamy, quando o Mercosul mostrou-se rachado, com Brasil e Argentina seguindo em direções opostas.

O diretor da OMC decidiu preparar a ministerial diante de "recentes progressos" nas negociações, acreditando numa chance acima de 50% para a obtenção de um acordo agrícola e industrial. Um desses progressos foi a flexibilidade adicional para as indústrias do Mercosul. Na semana passada, o Brasil paralisou a rodada para arrancar, três dias após, um compromisso dos Estados Unidos garantindo a utilização de toda a flexibilidade prevista no atual texto industrial, com 12% a 14% das linhas tarifárias sendo poupadas do corte inteiro que será acertado.

A Argentina avisou ontem, porém, que considera "totalmente inaceitável" o que está na mesa e que a proposta não é suficiente para fechar um acordo nessas bases. O subsecretário de Assuntos Comerciais da Argentina, Nestor Stancanelli, disse ao Valor que, pela proposta, o bloco continuaria a receber tratamento menos favorecido do que outros países fora de uniões aduaneiras.

Stancanelli exemplificou que as linhas tarifárias sensíveis do Mercosul são 1.456 - 16,5% do total. Acontece que a coincidência de tarifas a serem protegidas no bloco levaria Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai a só poderem proteger, na prática, até 10% das tarifas. "Se não temos 16,5% de flexibilidade, então é pior do que como país individual e não é possível aceitar que como bloco estejamos pior do que sozinhos", afirmou.

O Brasil argumenta que o acordo obtido no fim da semana era, no mínimo, igual ao que a Argentina já tinha aceito sobre o tamanho da proteção à indústria. Stancanelli retrucou que "essa nova metodologia não serve para garantir o que os países do Mercosul teriam individualmente".

Nos círculos comerciais, a posição Argentina soou como uma advertência de que um novo fiasco é bem provável na reunião. Enquanto o representante argentino insistiu que a coordenação existia com o Brasil, certos negociadores indagavam se afinal há diálogo ou não entre Brasília e Buenos Aires. O subsecretário argentino de comércio exterior evitou comentar a posição do Brasil, mas avisou que "o Mercosul tem que trabalhar unido e não ceder a pressões como bloco, porque o que está na mesa é totalmente inaceitável".

Nestor Stancanelli acusou os Estados Unidos e a União Européia de querer "retirar do Mercosul tudo o que podem". Reclamou que os dois gigantes do comércio mundial "não têm consciência" de que o bloco está apenas pedindo tratamento justo. E que isso tambem é bom para eles, pois "quanto mais o Mercosul cresce, mais aumentam suas importações".

Ele reclamou que Washington e Bruxelas não consideram esse aspecto econômico e "não aceitam a flexibilidade" para a indústria do bloco seguir crescendo". Ele disse que a Argentina quer contribuir com a

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liberalização na rodada, mas os países industrializados têm que pagar mais. "Se eles não entendem, não há acordo e a culpa é deles", avisou. Stancanelli diz esperar, em todo caso, que os países ricos "reajam positivamente, entendendo que todos devem ganhar na rodada e que não é possível que uns percam e outros ganhem".

Pascal Lamy disse aos principais embaixadores na OMC que ele planeja uma reunião ministerial que começará no dia 21 de julho. Mas a idéia é que os ministros cheguem a Genebra a partir do dia 19 para encontros informais no fim de semana.

Para o Brasil, argentinos agem "politicamente"

Sergio Leo

As ameaças da delegação argentina na Organização Mundial do Comércio (OMC), de retirar-se da mesa de negociações por discordar de algumas das propostas em discussão, são recebidas pela diplomacia brasileira com crescente irritação, e descrédito. Na avaliação do governo brasileiro, os argentinos estão agindo por motivações puramente políticas, sem conhecimento pleno dos números em jogo, e contra os próprios interesses do país e do Mercosul. É forte a divergência entre Brasil e seu principal parceiro no continente sul-americano.

O Brasil não endossa os argumentos da Argentina, de que o país é prejudicado com a proposta em negociação para liberação de tarifas industriais em uniões aduaneiras como o Mercosul.

Segundo um graduado diplomata brasileiro, com conhecimento detalhado do que vem sendo negociado em Genebra, a fórmula encontrada para tratar dos blocos econômicos permitirá ao Mercosul manter maior proteção à indústria nacional do que o previsto em outra metodologia negociada anteriormente, com a qual os argentinos já haviam concordado.

A fórmula anterior somaria o total do volume de comércio do Mercosul, excluindo o comércio regional, para servir de referência ao máximo de produtos que poderiam ter redução menor de tarifas de importação. A atual é mantida sob sigilo.

Os negociadores em Genebra têm acompanhado divergências públicas entre os coordenadores da negociação por parte do Brasil, Roberto Azevedo, e da Argentina, Nestor Stancanelli, em relação ao impacto das propostas em discussão, considerados aceitáveis pelos brasileiros.

Brasília e Buenos Aires vivem momentos políticos e econômicos diferentes, resume um experiente diplomata, em referência à relativa estabilidade brasileira em contrapartida à crise política e às dificuldades econômicas na Argentina, com aumento da inflação e embates entre governo e produtores, com ruidosas manifestações contra e a favor do governo nas ruas da capital portenha.

Na avaliação corrente no Itamaraty, os argentinos estão endurecendo o discurso para obter maiores vantagens na negociação - talvez até vindas do Brasil, que, caso seja aceita a fórmula em discussão para abertura dos mercados de produtos industriais, terá de negociar com os sócios do Mercosul que setores em cada país receberão tratamento favorecido, com condições mais brandas de redução das barreiras contra a concorrência externa.

Os negociadores da Argentina não parecem ter mandato para fazer concessões e facilitar o acordo, acreditam diplomatas brasileiros, que chegam a pôr em dúvida a capacidade argentina de insistir nessa posição, caso outros países avancem em direção a um acordo na OMC.

Nas discussões com o governo brasileiro, os argentinos, segundo informações de Brasília, têm sido solicitados a mostrar os argumentos que justificariam a recusa em continuar nas negociações. Quando o debate entre os sócios do Mercosul desce a detalhes técnicos, a missão argentina logo volta à discussão

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em termos políticos, pelos relatos que chegam ao Itamaraty. Não há um estudo preciso, apenas críticas com base em situações "hipotéticas", argumenta um diplomata brasileiro.

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Brasil corre risco de exclusão do SGP dos EUA: Ano eleitoral nos EUA dá ensejoa propostase medidas demagógicas

(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A3 Opinião)

O Brasil corre um sério risco de ser excluído do Sistema Geral de Preferências (SGP) dos Estados Unidos, se não houver uma forte mobilização, tanto das entidades representativas dos empresários e da sociedade quanto do governo brasileiro. Para que a exclusão do Brasil não venha a ocorrer é necessário convencer o Congresso dos EUA da importância das nossas exportações não só para a economia brasileira, mas também para as empresas daquele país. O SGP é um ato unilateral de tratamento preferencial, por meio do qual países desenvolvidos concedem isenção ou redução das tarifas de importação sobre produtos preestabelecidos, originários de países em desenvolvimento. Ele foi instituído em 1968 no âmbito da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês). Seu objetivo é estimular as exportações, promover a industrialização e a aceleração do crescimento econômico dos países beneficiários. O SGP americano foi introduzido em 1974 e concede isenção tarifária a 4.650 produtos, provenientes de 131 países em desenvolvimento. Ele foi concebido para vigorar em um período inicial de dez anos. A lei, no entanto, tem sido renovada pelo Congresso americano periodicamente e a legislação vigente expira em dezembro deste ano. A questão é que estão surgindo novas ameaças à continuidade do Brasil no SGP e caberá ao Congresso americano decidir pela sua continuidade. Há parlamentares americanos que questionam a permanência do Brasil e de outros países no Sistema, pois argumentam que estes já são competitivos e não necessitam mais do programa. Além disso, criticam o fato de que essas economias, na visão deles, não oferecem contrapartidas de abertura comercial em seus respectivos mercados para as exportações americanas. Já houve até quem argumentasse que o Brasil, agora tendo obtido a classificação grau de investimento, devesse ser excluído do benefício. O ano eleitoral nos EUA e o clamor das campanhas representam um terreno fértil para declarações de impacto e ações demagógicas, o que nos exigirá competência técnica e habilidade para defender os interesses. O programa tem representado uma vantagem considerável para as exportações brasileiras àquele país, porque os importadores norte-americanos se beneficiam pelo não recolhimento de impostos de importação, que podem variar de 0,1% a 29,8%, privilegiando as exportações brasileiras, em detrimento de outros países concorrentes não inclusos no Sistema. São 3.451 produtos brasileiros contemplados pela isenção, que representaram exportações de US$ 3,4 bilhões, ou cerca de 13% do total das vendas realizadas aos Estados Unidos, o maior parceiro comercial individual. Segundo estudo da Câmara de Comércio Brasil-EUA em São Paulo (AmCham) no ano passado, o impacto do benefício foi equivalente a US$ 138 milhões. Uma vantagem da ordem de 4%, muitas vezes determinante para a concretização da venda, especialmente em um mercado hipercompetitivo, como o norte-americano. O mesmo estudo também aponta que, em 2007, US$ 935 milhões de exportações de produtos brasileiros que entraram no mercado americano recolheram US$ 35 milhões em impostos de importação desnecessariamente. São itens que poderiam gozar de isenção, desde que as companhias tivessem realizado a inscrição prévia no programa. As empresas exportadoras brasileiras perderão competitividade se não houver a renovação do acordo, o que pode dificultar a manutenção ou ampliação da sua participação no mercado americano, o maior importador mundial. No entanto, os americanos também serão onerados, já que parte significativa das exportações realizadas a partir do Brasil, se refere a partes e componentes de produtos fabricados pelas filiais das empresas norte-americanas sediadas no Brasil e reutilizados por suas matrizes nos EUA.

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Esse é um dos principais argumentos que tem utilizado a AmCham no esforço de convencimento, agregando as empresas interessadas e realizando missões junto a formadores de opinião no mercado norte-americano. Um relato pormenorizado das ações e próximos passos podem ser conferidos no endereço eletrônico www.amcham.com.br. Está aí uma grande oportunidade de engajamento e trabalho conjunto, envolvendo também órgãos do governo como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e o Itamaraty, inclusive da embaixada brasileira nos EUA, para defender exportações e empregos brasileiros. Já há o precedente de uma parceria Amcham-MDIC em algumas ações envolvidas e a boa receptividade do embaixador brasileiro nos EUA, Antonio Patriota. Manter-se no SGP-EUA é fundamental para o Brasil, não só pelo benefício às exportações, mas também por se constituir no único elo comercial formal entre os dois países, representando o embrião de um futuro acordo bilateral. Não seria bom desperdiçarmos essa oportunidade. A perda dessa vantagem para as empresas brasileiras pode abrir espaço no mercado norte-americano para novos concorrentes, especialmente os chineses. kicker: Ano eleitoral nos EUA dá ensejoa propostase medidas demagógicas

ANTONIO CORRÊA DE LACERDA* - Professor-doutor do Departamento de Economia da PUC-SP. Próximo artigo do autor em 17 de julho

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Comércio - OMC convoca potências em julho para discutir Doha: Lamy pediu a realização de uma reunião ministerial a partir do dia 21

(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A11 Internacional)

As potências do comércio vão reunir-se no mês que vem para uma tentativa há muito esperada de romper o impasse nas conversações comerciais globais, que podem ser adiadas por anos se um acordo não for alcançado logo. O diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, pediu ontem a realização de uma reunião de um grupo de ministros a partir de 21 de julho, provavelmente durante vários dias, para chegarem a uma conclusão na Rodada Doha, de negociações sobre a liberalização do comércio mundial. "Lamy nos disse que acha que estamos numa situação bastante boa para uma reunião ministerial no dia 21", disse o embaixador mexicano na OMC, Fernando de Mateo y Venturini. Os 152 países membros da OMC tentam há quase sete anos um acordo para reduzir as barreiras aduaneiras. O encontro de julho incluiria de 35 a 40 ministros representando uma ampla gama de interesses nas negociações sobre abertura dos mercados agrícola, industrial e de serviços, que Lamy pretende consolidar em 2008. Segundo um dos diplomatas presentes a reunião de ontem com embaixadores de 30 países, o chefe da OMC advertiu a eles que se não obtiverem um acordo no final de julho sobre uma redução dos subsídios agrícolas e das tarifas alfandegárias aplicadas às mercadorias "as possibilidades de se concluir essa rodada de negociações serão muito inferiores a 50%". "Sei que é difícil, mas acredito que há mais de 50% de chances de se chegar a um acordo", disse Lamy. Lamy deseja poder submeter um eventual acordo ao atual governo norte-americano que deixará o poder em janeiro. Após essa data, qualquer ratificação por parte de Washington poderá ser adiada de maneira indefinida. Se esses ministros puderem resolver com sucesso as diferenças na agricultura e no setor industrial - as áreas mais difíceis nas conversações - os diplomatas dizem que as bases de um acordo de Doha

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poderiam ser levadas à apreciação de todos os membros da OMC no máximo até o fim de julho. O setor de serviços seria discutido rapidamente pelos ministros e finalizado depois. "Acho que se pode perfeitamente imaginar que este acordo seja firmado, mas uma porção de trabalho duro precisa ser feita antes", disse o principal encarregado de comércio da União Européia, David O’Sullivan. "Concordo com ele", acrescentou o embaixador dos EUA na OMC, Peter Allgeier, que também esteve na reunião com Lamy. Os Estados Unidos, que prestaram contas de progressos nos últimos dias, afirmam estar prontos para realizar esforços intensos para preparar a reunião ministerial. "Se países suficientes tiverem nas próximas semanas a mesma atitude, temos uma possibilidade de êxito", disse, em Washington, a representante de Comércio dos EUA, Susan Schwab.

(Reuters e AFP)

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Doha - OMC tenta a última cartada(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. A5 Economia)

Jamil Chade - Correspondente da Agência Estado em Genebra

A Organização Mundial do Comércio (OMC) dará sua última cartada para fechar um acordo na Rodada Doha. A entidade convocou para 21 de julho uma reunião ministerial para tentar superar as diferenças entre os governos. Um fracasso colocaria toda a rodada no congelador pelo menos até 2010. Para o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, um fracasso em julho pode pôr em risco a própria existência da OMC.

Ontem, o diretor da organização, Pascal Lamy, convocou os governos após reunião com 30 países. A idéia é tentar chegar a um acordo antes do fim do mandato do presidente americano, George W. Bush, em janeiro de 2009. O processo foi lançado em 2001 e deveria ter sido concluído em 2005.

Um dos impasses é a permissão para que países emergentes mantenham barreiras para a importação de produtos industriais. Para americanos e europeus, cada país deve ter só10% de importações protegidas. O Brasil, alegando tentar salvar o Mercosul, exige que um número maior de linhas tarifárias possam ser protegidas.

Na semana passada, o embaixador brasileiro Roberto Azevedo disse que não haveria como negociar se as demandas do País não fossem atendidas. Índia e outros emergentes afirmam que não podem cortar suas tarifas em até 60%. No setor agrícola, os países ricos alegam que não têm como cortar tarifas e de subsídios se não obtiverem dos emergentes acesso a seus próprios mercados.

REPERCUSSÃO. Para Brown, a convocação para a reunião é um sinal de que o processo está em seu momento crítico. "Esse é o capítulo final das negociações", afirmou. "Tenho certeza de que conseguiremos fechar a rodada." O britânico disse que as atividades diplomáticas nos bastidores vão se intensificar nos próximos dias e que o G8, o grupo dos países mais ricos do mundo, tratará do assunto em sua cúpula.

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"Eu sei que isso (convocar uma reunião) representa um risco. Mas acho que temos mais de 50% de chance de chegar a um acordo", afirmou Lamy.

Antes do encontro, os mediadores das negociações apresentarão os novos rascunhos do acordo. O jogo de tentar encontrar um culpado para um fracasso já começou. O comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, afirmou que um acordo agrícola estava quase pronto, insinuando que só faltaria o compromisso dos emergentes, como o Brasil, de abrirem seus mercados para os industriais. O Itamaraty se irritou com os comentários.

Para os americanos, há muito trabalho pela frente. "Apesar de alguns progressos nos últimos dias, há muitas diferenças em capítulos como agricultura, manufaturas e serviços", afirmou Sean Spicer, porta-voz do Escritório Americano para o Comércio.

Na próxima semana, a França assume a presidência da União Européia e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, já disse que não está disposto a abrir seu mercado agrícola. "Não obtivemos nada em troca por enquanto."

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Relações Bilaterais - Portugal quer ser a "porta de entrada" do Brasil na Europa: Empresas dos setores de cosméticos, alimentos, higiene pessoal e limpeza já utilizam posto da Apex em Lisboa

para vender em países vizinhos(DCI 26.06.2008 p. A4 Política Econômica)

SÃO PAULO - Representantes da Associação Industrial Portuguesa (AIP) e Confederação Industrial Portuguesa (CIP) defenderam que empresários brasileiros utilizem o país como "porta de entrada" para a Europa. Segundo Francisco Van Zeller, presidente da CIP, Portugal é o "parceiro ideal" para a internacionalização das empresas do Brasil, já que o idioma ajudaria na instalação das organizações na região. Especialistas acreditam que a medida pode ser interessante, pois o território lusitano está localizado em um ponto estratégico, próximo de regiões comerciais relevantes.

O coordenador da unidade de mercados regionais e centro de negócios da Agência de Promoção de Exportações (Apex), Sérgio Costa, afirma que cinco empresas brasileiras dos setores de cosméticos, alimentos, produtos de higiene pessoal e limpeza já utilizam o centro de negócios da instituição em Lisboa. "Tenho visto um crescente interesse em utilizar Portugal como porta de entrada pela facilidade da língua. Além disso, o local fica numa posição estratégica para alcançar países da África e Europa, devido à proximidade e logística", informa. Costa afirma ainda que neste centro existe infra-estrutura para abrigar empresas brasileiras, com vários serviços de assessoria jurídica e contábil.

Segundo a analista de comércio exterior da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, Thaís de Leão, essa tese é uma das bandeiras da entidade. "Nós concordamos plenamente e costumamos dizer que, por ser um país de língua portuguesa, acrescenta muito na facilidade das negociações", informa destacando que todos os setores podem ser beneficiados.

De acordo com a especialista, "existe um potencial significativo de crescimento comercial entre os países, fruto de um constante trabalho de integração das câmaras de comércio". Além do mais, conforme Thaís, os empresários portugueses têm uma visão de que "Brasil e Portugal são uma só comunidade dividida em dois países", encerra.

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Para o presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, Antonio José Louçã Pargana, "num mundo globalizado o que se procura são parcerias e Portugal pode representar um apoio importante. Essa unificação que a tradição permite é louvável", defende o executivo.

Pargana acrescenta que existem empresas brasileiras, que contam com unidades instaladas no país, mas aproveitam para vender serviços para regiões próximas. "Nós temos uma situação empresas importantes, como a Odebrecht, que ao mesmo tempo trabalha na África", informa.

Louça lembra que o Brasil sempre será superavitário com os portugueses, mas acredita que está na hora de ampliar as importações para complementar a balança. "O País só compra produtos tradicionais como o vinho, bacalhau e azeite de oliva. Só que Portugal também é um grande exportador de máquinas e equipamentos", conclui.

Na opinião de do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, Portugal precisa mais do Brasil do que o contrário. "Só vale a pena passar por lá se houver redução de custo. Eventualmente, algum produto pode ser viável", acredita.

Castro detalha a questão do idioma não influência, porque o inglês já é o idioma oficial das relações de comércio. "Todo o empresário tem que buscar uma forma de reduzir custos, se for viável no acesso à logística, podemos estudar", conclui.

Investimentos

A entrada de investimentos diretos portugueses no Brasil nos cinco primeiros meses deste ano mais que quadruplicou em relação ao mesmo período de 2007, totalizando US$ 776 milhões, informou o Banco Central.

No mês passado, os portugueses investiram no Brasil US$ 79 milhões, mantendo Portugal no quinto lugar na lista dos maiores investidores estrangeiros no Brasil em 2008.

Além disso, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), o Brasil tem superávit com o país de US$ 729,2 milhões no período de janeiro a maio desse ano.

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Comércio Exterior - OMC tenta a última cartada para salvar Doha: Entidade convoca ministros dos países membros para fechar acordo no dia 21 de julho; se não, só em 2010

(Estado de São Paulo 26.06.2008 p. B13 Economia)

Jamil Chade

A Organização Mundial do Comércio (OMC) dará sua última cartada para fechar um acordo na Rodada Doha. A entidade convocou para 21 de julho uma reunião ministerial para tentar superar as diferenças entre os governos. Um fracasso colocaria toda a rodada no congelador pelo menos até 2010. Para o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, um fracasso em julho pode pôr em risco a própria existência da OMC.

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Ontem, o diretor da organização, Pascal Lamy, convocou os governos após reunião com 30 países. A idéia é tentar chegar a um acordo antes do fim do mandato do presidente americano, George W. Bush, em janeiro de 2009. O processo foi lançado em 2001 e deveria ter sido concluído em 2005. Mas os países não se entendem sobre como deve ocorrer a liberalização dos setores agrícola e industrial.

Um dos pontos cruciais da discussão é a permissão para que países emergentes mantenham certas barreiras para a importação de produtos industriais. Para americanos e europeus, cada país deve ter apenas 10% de suas importações protegidas. O Brasil, alegando tentar salvar o Mercosul, exige que um número maior de linhas tarifárias possam ser protegidas.

Na semana passada, o embaixador brasileiro Roberto Azevedo disse que não haveria como negociar se as demandas do País não fossem atendidas. Índia e outros emergentes afirmam que não podem cortar suas tarifas em até 60%, como querem países ricos.

No setor agrícola, os países ricos alegam que não têm como fazer concessões no corte de tarifas e de subsídios se não obtiverem um “pagamento” dos emergentes em forma de acesso a seus próprios mercados.

REPERCUSSÃO

Para Brown, a convocação para a reunião é um sinal de que o processo está em seu momento crítico. “Esse é o capítulo final das negociações”, afirmou. “Tenho certeza de que conseguiremos fechar a rodada.” O britânico disse que as atividades diplomáticas nos bastidores vão se intensificar nos próximos dias e que o G-8, o grupo dos países mais ricos do mundo, tratará do assunto em sua cúpula.

“Eu sei que isso (convocar uma reunião) representa um risco. Mas acho que temos mais de 50% de chance de chegar a um acordo”, afirmou Lamy. Antes do encontro, os mediadores das negociações apresentarão os novos rascunhos do acordo.

Mas o jogo de tentar encontrar um culpado para um fracasso já começou. O comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, afirmou que um acordo agrícola já estava quase pronto, insinuando que só faltaria o compromisso dos emergentes, como o Brasil, de abrirem seus mercados para os produtos industriais. O Itamaraty se irritou com os comentários.

Para os americanos, ainda há muito trabalho pela frente. “Apesar de termos visto alguns progressos nos últimos dias, há muitas diferenças em capítulos como agricultura, manufaturas e serviços”, afirmou Sean Spicer, porta-voz do Escritório Americano para o Comércio.

Se um acordo não for fechado agora, a administração Bush terminará e o novo governo terá de ser incorporado ao processo. Por isso, já se fala que um fracasso em julho significaria que a negociação seria retomada apenas em 2010. Para os mais pessimistas, isso pode significar o fim de um processo.

Para os europeus, só haverá acordo se os demais países “mostrarem que estão dispostos a flexibilizar posições”. Na próxima semana, a França assume a presidência da União Européia e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, já disse que não está disposto a abrir seu mercado agrícola. “Não obtivemos nada em troca por enquanto.”

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CONCORRÊNCIA

Aviação - Cade aprova compra da Varig pela Gol: Conselheiros não interferiram nos 'slots' em Congonhas e retiraram restrição a operações de carga

(Valor Econômico 26.06.2008 p. B4 Empresas)

Juliano Basile

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça decidiu não interferir nos "slots" (faixas de horário para pousos e decolagens) da Varig e da Gol no Aeroporto de Congonhas e aprovou, ontem, a compra da primeira companhia pela segunda. Além disso, derrubou a cláusula contratual que impedia a Gol de operar no mercado de transporte aéreo de cargas por cinco anos, a partir da aquisição.

Durante o julgamento, os conselheiros tiveram que enfrentar uma questão chave: se o Cade poderia determinar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que faça a realocação de "slots". Primeiro, eles concluíram que os "slots" em Congonhas são essenciais à competição no setor. As empresas que obtêm mais faixas de horários nesse aeroporto conseguem um maior percentual de vôos com assentos lotados. No caso da companhia líder do setor, a TAM, essa taxa de ocupação é de 71%, ressaltou o conselheiro Paulo Furquim.

Em seguida, os conselheiros disseram que poderiam sim determinar a realocação de "slots". Isso não seria interferir na atuação da agência reguladora, pois a Lei de Defesa da Concorrência (nº 8.884) determina que cabe ao Cade impor restrições sempre que verificar que um negócio prejudica a competição, inclusive em setores regulados. "Não poderia haver invasão, uma vez que as empresas trazem para a análise deste conselho a operação e cabe ao Cade o poder-dever de se manifestar", disse o conselheiro Fernando Furlan. "Não está se falando de o Cade criar ou dividir 'slots'", ressaltou o conselheiro Luiz Carlos Delorme Prado. "Não há dúvida de que essa é uma tarefa da agência reguladora, que deve zelar pela atuação e segurança dos aeroportos", completou. Segundo Prado, o Cade poderia condicionar a aprovação do negócio à devolução de alguns "slots" e caberia à Anac fazer essa redistribuição. O problema estaria em definir se o Cade deveria tomar essa atitude.

Prado lembrou que Congonhas chegou a operar com 49 "slots" por hora, número que foi reduzido para 30 após o acidente com o avião da TAM em julho de 2007. Logo, a realocação de "slots" envolve questões maiores, como a segurança e a capacidade dos aeroportos. Nesse contexto, o Cade não deveria propor alterações unilaterais. "É claro que tudo isso é resultante de análise técnica que transcende a apreciação deste plenário", concluiu Prado.

Furquim foi o único a votar pela devolução de alguns "slots" do grupo Gol. Ele constatou que, ao comprar a Varig, a Gol ficou com 116 pares de "slots" (46,6%). A TAM possui 106 pares (42,6%). Então, Furquim propôs a devolução de 10 pares para serem distribuídos igualmente entre as companhias.

Mas, os demais conselheiros concluíram que essa realocação de "slots" envolve outros problemas. "Os 'slots' mais rentáveis são detidos pela TAM e ela detém capacidade ociosa bastante significativa", afirmou o conselheiro Ricardo Cueva. "Mas qualquer solução no sentido de devolver à Anac para que ela faça a redistribuição poderia gerar efeitos imprevisíveis no setor", completou.

Por esse motivo, o Cade decidiu que irá buscar a realização de um convênio técnico com a Anac para propor medidas que aumentem a competição no setor. A sugestão foi dada pelo relator do processo, conselheiro Luís Fernando Rigato Vasconcellos. Foi ele também quem sugeriu o fim da cláusula que impedia a Gol de atuar no transporte de carga e a vendedora, a VarigLog, de operar com transporte de passageiros por cinco anos. Essas cláusulas de não-concorrência são bastante comuns em aquisições e quase sempre são derrubadas pelo Cade.

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Durante o julgamento, os conselheiros não tocaram nas denúncias de suposto favorecimento do Palácio do Planalto para a Gol no episódio, em detrimento de proposta da TAM para comprar a Varig. Cabe ao Cade julgar apenas os aspectos técnicos envolvendo as fusões.

Fusão permite reduzir custos e perdas

Roberta Campassi

A aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ontem, para que a Gol adquira a Varig sem restrições dissipou algumas das nuvens no horizonte do grupo de aviação. Uma das principais vantagens da fusão é a possibilidade de reduzir custos e estancar as perdas que vêm sendo registradas pela Varig.

A notícia sobre a decisão do Cade foi vista como vantajosa para a empresa entre analistas e pessoas ligadas ao setor aéreo, porque foi ao encontro da estratégia que a Gol anunciou quando fechou a compra da Varig, em março

do ano passado. Na época, a Gol afirmou que planejava unificar a administração e combinar as malhas de vôo das duas empresas. Isso permitiria que o grupo operasse duas marcas distintas, mas com uma estrutura mais enxuta.

A aprovação do Cade também ocorre num momento em que a Varig está ganhando participação no mercado doméstico e vem substituindo aviões mais antigos por equipamentos mais novos e econômicos - medida essencial diante da alta recorde do preço do petróleo.

Até o parecer do órgão regulador da concorrência, Gol e Varig haviam se comprometido a manter administração e operações aéreas totalmente separadas. E, embora o Cade não tenha sido explícito sobre a possibilidade de elas fundirem as estruturas, não manifestou nenhum empecilho para tanto. "Se, de fato, as empresas puderem integrar malhas de vôo e administração, o cenário é positivo", afirma André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company, que presta serviços para a TAM.

"A decisão do Cade é positiva. Neste momento, se a Gol não pudesse fazer a integração e tivesse que recuar, seria ainda mais custoso", afirma Caio Dias, analista da corretora do banco Santander. De abril até dezembro de 2007, a Varig havia gerado um prejuízo operacional de R$ 300 milhões, o que impactou drasticamente o balanço da Gol.

Devido aos resultados ruins, a compra da Varig tem sido um nó entalado na garganta dos investidores da Gol Linhas Aéreas - a holding que reúne as duas companhias de aviação. O resultado da insatisfação é visível no desempenho das ações da companhia, que caíram 67% desde abril de 2007. Os papéis da concorrente TAM caíram 39%, enquanto o Ibovespa subiu 43,7%. Neste ano, a desvalorização da Gol na bolsa foi ainda mais intensa e os papéis alcançaram o menor preço histórico nesta semana. Comenta-se, nos bastidores, que muitos investidores gostariam de ver a Gol se desfazendo da Varig, enquanto outros acham que o melhor é aguardar a recuperação da empresa.

Do lado operacional, a Varig obteve crescimento expressivo de oferta e participação em maio e abril deste ano. A oferta de assentos, que representava cerca de 6% do mercado, saltou para perto de 8%. A fatia em relação aos passageiros transportados, que costumava ficar em torno de 4,5%, subiu para quase 8% nos últimos dois meses. A taxa de assentos ocupados também cresceu: de 55%, em média, para 69% em abril e 70% em maio. Boa parte dos ganhos foram conseguidos por meio de promoções

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agressivas. "Elas foram necessárias para divulgar o nome e o serviço da empresa", afirma Lincoln Amano, diretor comercial da Varig. No mercado internacional, as melhoras ainda são pouco visíveis. A Varig voa para quatro destinos na América do Sul e mantém vôos para Paris até agosto - entre março e maio deste ano, ela abandonou as outras cinco rotas que fazia para capitais da Europa e México.

Mesmo no mercado doméstico, entretanto, as operações ainda são deficitárias, segundo Amano. O equilíbrio financeiro está previsto para o fim do ano. Um dos entraves da companhia é a composição de sua frota, formada por alguns aviões pouco eficientes no consumo de combustível.

Para contornar o problema, a Varig prevê substituir todos os 16 Boeings 737-300 que possui pelos modelos 737-700 e 800. Três já foram trocados. No segmento internacional, a frota é mais problemática. A Varig fazia as rotas para Europa e México com aviões 767-300, de grande porte, mas, quando decidiu cancelar esses vôos, não pôde devolver os aviões imediatamente. Por isso, usa os equipamentos nas rotas sul-americanas, embora eles sejam maiores e menos econômicos do que o ideal. Até dezembro, a Varig pretende devolver os 767 e substituí-los por 737.

Para Anac, decisão foi benéfica à competição

Daniel Rittner

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recebeu com alívio a decisão do Cade, que aprovou a venda da Varig para a Gol, sem devolução de "slots" (faixas de horário para pousos e decolagens) no aeroporto de Congonhas. Para um diretor da agência, esse era considerado o melhor cenário para "encerrar uma história complicada" e não compromete a competição. O pior, segundo ele, seria alguma orientação do órgão antitruste que pudesse acarretar na eventual transferência dos "slots" à TAM.

Na avaliação da agência, a determinação de repassar algumas faixas de horário a companhias menores não mudaria significativamente a atual concentração no setor aéreo. Além disso, a "nova" diretoria da Anac não concorda com os critérios de distribuição de "slots" em aeroportos saturados que foram estabelecidos pelos antigos diretores. Por isso, prepara uma mudança de regras, que deverá entrar em consulta pública no segundo semestre.

Pelos critérios em vigência, quando ficam vagos "slots" nos aeroportos, há um sorteio público em que 80% dos horários livres são distribuídos às empresas que já operam no local e 20% às "novas entrantes". Essa divisão deverá ser alterada e a diretoria da Anac não gostava da idéia de sortear "slots" da Varig, por determinação do Cade, no esquema antigo. No entanto, um aspecto levantado por especialistas em regulação - de que uma orientação do órgão antitruste acabaria invadindo a competência da agência e abrindo um perigoso precedente - não chegou a causar preocupação na Anac.

Executivos da Gol se mostraram satisfeitos com a decisão, mas sublinharam que ela chegou com pelo menos seis meses de atraso em relação à expectativa dos compradores da Varig. Ao adquirir a empresa, em março de 2007, tinha a expectativa de ter a operação aprovada no Cade até o fim do ano passado. O atraso dificultou a integração das malhas aéreas da Gol e da Varig. Isso prejudicou, por exemplo, a alimentação dos vôos intercontinentais da Varig, que acabaram sendo cancelados. O presidente do grupo, Constantino Oliveira Jr., disse recentemente que o prejuízo acumulado pela Gol com o negócio já ultrapassou R$ 1 bilhão - o valor engloba não apenas os US$ 320 milhões desembolsados na compra, mas também a soma dos resultados negativos trimestrais desde então. Outra surpresa negativa foi o aparecimento de passivos como dívidas trabalhistas na Argentina e dívidas aeroportuárias em países europeus.

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Cade impede AmBev de ampliar uso de garrafa de 630 ml (Valor Econômico 26.06.2008 p. B6 Empresas)

Juliano Basile

A AmBev obteve duas vitórias importantes e uma vitória parcial, ontem, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça. Primeiro, o Cade arquivou denúncia da Cervejaria Braumeister de que a Brahma exigiu exclusividade na venda de seus produtos e aumentou de forma abusiva o preço do chope. Em seguida, aprovou a compra das fábricas da Cervejaria Cintra. Mas, no "caso das garrafas", a cervejaria não obteve autorização para ampliar a produção dos recipientes de 630 ml no Rio Grande do Sul, embora o Cade não tenha vetado a utilização dessas embalagens.

Os conselheiros seguiram a mesma a linha de outro despacho aprovado pelo Cade no início do mês e que determinava que a empresa não alterasse a produção em garrafas de 630 ml no Rio até a decisão final do caso. Os conselheiros decidiram, então, que a produção em cascos com 630 ml deve ser mantida nos níveis do início de junho, quando o Cade analisou o caso da Skol no Rio. E marcaram a data do julgamento definitivo do caso: 23 de julho.

A polêmica das garrafas chegou ao Cade, em abril, através de representações feitas pela Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), pela Cervejaria Imperial, pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e pela Kaiser. Elas alegaram que a nova garrafa da AmBev, utilizada na fabricação da Bohemia no Rio Grande do Sul e na Skol no Rio de Janeiro, aumentaria os custos de produção e de distribuição das concorrentes, já que teriam de separar os cascos tradicionais, de 600 ml, dos novos da Ambev.

Em maio, a Secretaria de Direito Econômico (SDE) baixou medida preventiva obrigando a companhia a retirar do mercado as garrafas de 630 ml em três meses e encerrar a produção nesses recipientes em 10 dias. Ontem, representantes da AmBev disseram ao Cade que continuam produzindo esses cascos nos dois Estados.

A vitória da AmBev envolvendo a Braumeister é emblemática. A denúncia era uma das mais antigas no Cade. A Braumeister reclamou que a Brahma estaria exigindo exclusividade para os seus produtos e para a veiculação de merchandising de suas marcas nos estabelecimentos da Braumeister.

O Cade recebeu ainda outra denúncia de que a Ambev teria praticado preços abusivos de chope, reajustando-os de R$ 1,35, em outubro de 1999 para R$ 2,64, em dezembro de 2000. As denúncias foram levadas a sério pelas autoridades, pois, ao aprovar a fusão entre a Brahma e a Antarctica, em abril de 2000, o Cade decidiu que a então recém criada AmBev não poderia impor exclusividade às cervejarias. Assim, qualquer descumprimento a essa medida levaria à desconstituição da fusão.

No entanto, no julgamento do último recurso da Braumeister, ontem, os conselheiros concluíram que a AmBev investiu na Braumeister de forma a tornar-se praticamente sócia dos empreendimentos desta cervejaria. Com isso, não haveria relação de domínio pela AmBev, mas de parceria com a Braumeister. "A AmBev teria investido mais de R$ 1 milhão nos pontos de venda", argumentou o conselheiro Paulo Furquim. Assim, a denúncia foi arquivada.

Em seguida, os conselheiros decidiram aprovar a compra das fábricas da Cintra pela AmBev. O negócio levou a companhia a elevar sua participação no mercado de cervejas no Sudeste de 71,2% para 73,4%. A AmBev alegou que a Cintra é marca destinada a atender as classes mais baixas, enquanto as marcas da AmBev visam consumidores de maior poder aquisitivo que procuram por produtos de maior

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qualidade. A companhia também argumentou que, desde a sua criação, perdeu 0,5% de participação no Brasil.

Para o relator do processo, conselheiro Luiz Carlos Delorme Prado, qualquer aquisição da companhia deve ser analisada com cautela, pois o mercado de cerveja é altamente concentrado. "Aquisições da empresa dominante trazem preocupações concorrenciais independentemente da empresa adquirida." No entanto, continuou Prado, a AmBev vendeu a marca e os ativos de distribuição de cerveja da Cintra para a Schincariol, em maio maio. Assim, a companhia ficou apenas com as fábricas que atendem à produção de cervejas no verão, quando há capacidade ociosa de produção na Cintra.

Prado disse que seria recomendável a venda da marca Cintra pela AmBev por ser essa "uma empresa promissora". "Mas, entendo que, como a Schincariol adquiriu esses ativos, foi uma empresa que efetivamente poderia fazer uso deles, aumentando a competição com a AmBev", completou o conselheiro. "Foi muito positiva a natureza da empresa que comprou esses ativos." Antes de concluir o julgamento, Prado fez uma advertência: "Isso não é um sinal de que empresas com características da AmBev possam comprar outras".

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Concorrência - Cade aprova compra da Varig pela Gol(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A10 Direito Corporativo)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, ontem, a aquisição da Varig pela Gol, mas impôs uma restrição ao negócio, ao determinar a alteração no contrato da compra que libera os ex-donos da Varig para operar o transporte de cargas. A decisão favorável ao negócio pelos conselheiros ocorreu mesmo reconhecendo que a compra gera concentração de mercado no setor. Os representantes do órgão de defesa da concorrência entenderam que qualquer medida que tomassem para corrigir a distorção poderia não ser eficiente do ponto de vista da concorrência e impor prejuízos às duas empresas. "Os remédios que poderiam ser impostos não dariam a certeza de que os efeitos na ampliação da concorrência seriam os esperados", escreveram na sua argumentação final. A decisão, no entanto, não foi unânime. O conselheiro Paulo Furquim votou contra o negócio, por entender que depois da fusão a Gol não teria o direito de permanecer com dez slots (autorizações para pousos e decolagens) que a Varig detinha no aeroporto de Congonhas (SP). Furquim defendeu a proposta que fossem devolvidos dez pares de slots para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para redistribuição. Essa opinião já havia sido sustentada há uma mês, quando o tribunal reuniu-se para julgar o caso. Na visão do conselheiro, a questão é crucial para estabelecer um maior equilíbrio entre as companhias que atuam no mercado de vôos domésticos. Na ocasião, o Ministério Público argumentou que a decisão sobre essa distribuição deve ser da Anac e não do Cade. A Varig possui 100 slots no aeroporto de Congonhas. Somando com os 130 que a Gol tem, são 230 autorizações, quase a metade dos 517 slots diários no aeroporto. A alteração no contrato da venda da Varig à Gol determinada pelo Cade modifica uma cláusula onde se estabelecia um prazo de cinco anos para que os ex-donos da Varig pudessem retornar ao mercado de transporte de cargas na aviação. O conselho liberou os ex-donos da Varig para atuar imediatamente no ramo.

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O relator Luís Rigato explicou que a mudança foi decidida porque o transporte de cargas não é objeto da operação de venda da Varig para a Gol, já que as duas empresas atuam no transporte de passageiros. Também ficou definido pelo conselho que a Gol poderá montar uma empresa para atuar no transporte de cargas. O Cade ainda vetou que a VarigLog monte uma empresa de transporte de passageiros no prazo de cinco anos.

Outros casos

Também ontem o tribunal de defesa da concorrência aprovou a compra da Big Foods pela Sadia, mas exigiu que as empresas mudassem o contrato de compra e venda. Autorizou ainda a compra da MB Engenharia pela Brascan Residential Properties. E permitiu à AmBev ficar com duas fábricas da Cintra.

(Rivadavia Severo)

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Disputa Judicial - Amex liquida litígio com Mastercard(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A10 Direito Corporativo)

O grupo American Express (Amex) anunciou ontem que cobrará US$ 1,8 bilhão do grupo de cartões de crédito Mastercard para encerrar o litígio que mantêm desde 2004, pouco depois de ter liquidado uma divergência similar com o grupo Visa. O acordo prevê 12 pagamentos trimestrais de US$ 150 milhões, o primeiro dos quais já no terceiro trimestre deste ano, e os pagamentos prosseguirão até 2011. O Mastercard era o último grupo que ainda mantinha uma disputa judicial com o Amex. O outro grande grupo de cartões de crédito, Visa, aceitou pagar US$ 2,25 bilhões para retirar a queixa.

Rendas complementares

Os acordos com o Visa e Mastercard vão representar no total US$ 4 bilhões para o Amex, o que equivale a rendas anuais complementares de US$ 880 milhões até 2011. O processo do Amex contra o Visa, Mastercard e oito bancos de suas respectivas redes foi aberto por impor regras de exclusividade que impediam a seus bancos associados emitir cartões de crédito da concorrência.

(AFP)

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Concorrência - Conselho aprova venda da Varig para a Gol(DCI 26.06.2008 p. B11 Legislação)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, aprovou ontem a venda da Varig à Gol. Determinou, contudo, uma restrição: a alteração no contrato da compra liberando os ex-donos da Varig para operar imediatamente o transporte de cargas. O Cade reconheceu que a compra da Varig pela Gol gera concentração e problemas na concorrência, mas ressalvou que "os remédios que poderiam ser impostos" não dariam a certeza de que os efeitos na ampliação da concorrência seriam os esperados.

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Entre os cinco votos do Cade, houve um único, do conselheiro Paulo Furquim, favorável à imposição à Varig/Gol de devolução à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de dez pares de slots (autorização e espaços para pousos e descolagens) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A maioria, no entanto, optou pela não devolução dos slots por considerar que a medida poderia não ser eficiente do ponto de vista da concorrência e impor prejuízos a ambas.

"Não resta dúvida de que na área regulatória do setor aéreo são necessárias mudanças que ampliem a concorrência, mas isso, neste momento, extrapola a competência do Cade", destacou o conselheiro Luiz Prado, que na primeira sessão para julgar a operação, há um mês, pediu vistas do processo.

A alteração no contrato da venda da Varig à Gol modifica cláusula segundo a qual se estabelecia prazo de cinco anos para que os ex-donos da Varig pudessem retornar ao mercado de transportes de carga na aviação. O relator Luís Rigato explicou que fizeram a mudança porque o transporte de carga não é objeto no processo de venda da Varig para a Gol, uma vez que atuam no transporte de passageiros.

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CONCORRENTES

Marketing - Banca busca alternativa para chegar ao cliente: OAB proíbe publicidade direta e advogados usam criatividade para não quebrar as regras

(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A10 Direito Corporativo)

Entre uma tacada e outra, largos sorrisos, tapinhas nas costas e conversas entusiasmadas. Assim são os campeonatos amadores de golfe. Assuntos relativos ao trabalho não são descartados; o caráter informal e despojado desses eventos facilita o entendimento entre as pessoas e acaba, na maioria das vezes, tornando o ambiente propício para o vislumbramento de oportunidades futuras, a ampliação da rede de contatos e o fechamento de contratos. Promover um campeonato de golfe significa, esporte à parte, facilitar indiretamente as negociações entre empresários - e, também indiretamente, se apresentar ao público. Um tipo de marketing light adotado pelo escritório de advocacia Demarest & Almeida, que patrocinou, juntamente com a banca argentina Marval, o Torneio Amistad de Golfe, disputado na última sexta-feira no condomínio Terras de São José, em Itu (SP). A competição, organizada pela empresa especializada GT Golfe, foi promovida pela Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo, cujo vice-presidente é Gabriel Kuznietz, é advogado do Demarest. Parti-ciparam da disputa 86 pessoas e outras 20 estiveram na clínica para iniciantes (uma escolinha para os querem dar as primeiras tacadas). A grande maioria dos participantes era composta por convidados - apenas 10 pessoas representaram os escritórios -, tratados a vinhos Terraza, cervejas Quilmes e carnes argentinas. Todos concorreram a prêmios. Foram sorteados, entre outros brindes, kits de alfajores Havanna, jantares no restaurante La Arena Parrilla e estadas no Llao Llao Golf Resort, em Bariloche, na Argentina. O custo total do evento foi de cerca de R$ 60 mil. O preço, no entanto, tem a sua contrapartida. Um empresário, que preferiu não se identificar e que participou do evento, garantiu que pretende contratar o Demarest & Almeida para auxiliá-lo a regularizar um empreendimento de golfe que irá lançar no Nordeste. "A experiência deles nesse esporte chamou minha atenção", contou. "Vários outros colegas (empresários) desse ramo também estão interessados nos serviços do Demarest devido a essa ligação com o golfe", revela.

Motivação

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Apesar da coincidência, Kuznietz garante que a motivação do torneio não é fazer publicidade do escritório, mas sim ajudar na aproximação entre argentinos e brasileiros. "Por isso, o nome ‘Amistad’ (‘amizade’, em português)", explica o advogado, que é argentino mas vive em São Paulo há oito anos. "Não estamos aqui para vender nada", garantiu, ao revirar os bolsos e a carteira e perceber que sequer trazia consigo cartões de visita. "Não acho que isso seja uma forma de publicidade, a intenção nunca foi essa", afirma Kuznietz sobre o evento, que já está em sua terceira edição seguida. Outro escritório que executa ações institucionais com bastante sucesso é o Pinheiro Neto. Entretanto, ao contrário do Demarest, a preferência é pelo apoio a projetos sociais com vistas ao bem-estar da comunidade. Alguns exemplos são os patrocínios aos projetos Pomar, de revitalização das margens do Rio Pinheiros, e Dançarte, que ministra aulas de higiene, dança e segurança à crianças carentes. O escritório apoiou, também, uma exposição educativa sobre tráfico ilegal de animais nos aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro e planeja neutralizar as suas emissões de carbono em um futuro próximo. "Fazemos apenas a nossa obrigação", define Marcos Ladeira, coordenador da comissão de assuntos institucionais do Pinheiro Neto. "Isso é percebido pela sociedade e acabamos tendo um retorno no aumento dos clientes, mas não é com esse intuito que realizamos essas ações", garante. "Nosso marketing é a qualidade", prefere.

Código de ética

Esses métodos de publicidade velada decorrem do Código de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que proíbe os escritórios de advocacia de adotarem táticas mais agressivas, como o envio de cartas a possíveis clientes ou a divulgação dos serviços na televisão e no rádio. Além disso, é vetada a adoção de nomes-fantasia (o escritório deve ser conhecido apenas pelos sobrenomes de seus fundadores). "A advocacia não é uma atividade mercantil, então não tem serviços para oferecer", explica Carlos Roberto Mateucci, presidente da comissão de ética profissional da seccional paulista da OAB. Tamanho rigor, no entanto, não agrada os escritórios. "Talvez seja necessária uma revisão nesses pontos do Código de Ética", avalia Ladeira. "A sociedade muda, os meios de comunicação evoluem e é preciso acompanhar tudo isso", acredita. O próprio Mateucci admite que alguns princípios poderiam ser adaptados ao contexto atual. "Apesar disso, há alguma evolução. O tribunal já admite o uso de websites e fotografias, além de cores e símbolos nos nomes dos escritórios", ressalva o presidente. ConcorrênciaAlgo que certamente aumenta o interesse dos escritórios pela liberação da publicidade é o crescimento da concorrência. Segundo dados da seccional paulista da Ordem, em 1998 havia 3.550 conjuntos ativos de advogados no estado de São Paulo. Atualmente, o número passou para 8.418. E só no estado de São Paulo tem mais de 209 mil advogados, no Brasil a OAB contabiliza mais de 600 mil advogados inscritos. Em outros países, como a Inglaterra e os Estados Unidos, o marketing é liberado. "Estive em uma cidade no estado do Colorado no dia dos namorados e, assistindo à televisão, vi um anúncio de um advogado oferecendo serviços de auxílio ao divórcio", cita Mateucci. Nos EUA, apenas alguns estados têm regulamentação mais rígida, em que o conteúdo das propagandas precisa ser previamente analisado. De modo geral, o limite para a divulgação está na imaginação de cada magistrado. Sobre as ações adotadas pelo Demarest e pelo Pinheiro Neto, Mateucci não vê nenhum desvio em relação ao código de ética. Segundo ele, o patrocínio a eventos culturais e esportivos só é vedado quando são voltados a um público indeterminado, como jogos de futebol, por exemplo. Campeonatos para convidados são permitidos. "Não há problema algum em o advogado se envolver em atividades sociais. O que precisa ser analisado, sempre caso a caso, é o método de divulgação utilizado", comenta Mateucci.

(Henrique Ribeiro) Retornar ao índice de assunto

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DIVERSOS

Aperto em estatais e corte de R$ 8 bi no Orçamento garantem fundo soberano (Valor Econômico 26.06.2008 p. A2 Brasil)

Arnaldo Galvão

O esforço do governo para garantir R$ 14,24 bilhões ao Fundo Soberano do Brasil (FSB) passa por um maior aperto financeiro das estatais, mas poupa o Bolsa Família - que será reajustado em pouco mais de 7% - e por um corte de R$ 8,2 bilhões nos gastos do governo este ano. Segundo o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para produzir o superávit primário adicional de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) com os recursos que serão transferido ao FSB, o governo quer arrecadar mais R$ 5 bilhões com a previsão dos dividendos das empresas públicas. Essa receita, portanto, que era originalmente de R$ 9,5 bilhões, passará a ser de R$ 14,5 bilhões este ano, e virá principalmente do BNDES e da Petrobras.

Nas contas do Palácio do Planalto, as receitas têm de ser aumentadas em R$ 6,6 bilhões. Além de mais dividendos, o governo quer receber R$ 1 bilhão a mais em royalties e R$ 600 milhões do que chamou "outras receitas". Com esse arranjo entre cortes de gastos e aumento de receitas da União, equivalente a R$ 14,8 bilhões, o ministro viabiliza o superávit adicional necessário para cumprir a meta fiscal de 4,3% do PIB este ano, arca com o aumento do Bolsa Família e atende a "outras" prioridades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como, por exemplo, repassar R$ 85 milhões para financiar a candidatura do Rio de Janeiro para sediar as olimpíadas de 2016.

Do lado das despesas, os cortes serão de R$ 5,2 bilhões nos gastos obrigatórios e R$ 3 bilhões nos discricionários. No âmbito das despesas obrigatórias, o governo pretende economizar R$ 500 milhões no pagamento de sentenças que beneficiam servidores públicos, além de R$ 1,7 bilhão em subsídios e subvenções e R$ 2,2 bilhões nos pagamentos de créditos extraordinários. No caso das subvenções, Bernardo diz que a economia virá de menor desembolso com securitização agrícola, já que os preços dos alimentos subiram bastante.

Com relação aos dividendos das estatais, Bernardo argumenta que, nos últimos dois anos, o Tesouro foi mais flexível e negociou os repasses de dividendos para que elas aumentassem seus investimentos. "Agora, não vamos ter a mesma flexibilidade", avisa.

O BNDES, há tempo, vem enfrentando dificuldades para levantar recursos para apoiar projetos importantes em suas diversas linhas de financiamento. A criação do fundo soberano teve, como uma das

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suas inspirações, garantir dinheiro suficiente para o banco de fomento apoiar projetos que fizessem do Brasil um país protagonista no mercado internacional.

Bernardo reconhece que o aumento no pagamento de dividendos à União deverá ser suportada, sobretudo, pelo BNDES e pela Petrobras. "Encontrei o Luciano Coutinho (presidente do BNDES). Ele falou 'Ops! Como vamos fazer?' Respondi que vamos conversar. De fato, essa é a nossa alternativa."

Segundo informação do ministro do Planejamento, o BNDES não repassou dividendos de R$ 4 bilhões referentes ao ano passado. Mas isso não significa que todos os valores serão exigidos de uma só vez. Paulo Bernardo explica que vai haver negociação. O BNDES informa que vem realizando, nos últimos anos, o repasse mínimo de dividendos à União, definido em 25% do lucro líquido. No ano passado ele foi de R$ 7,3 bilhões. "Qualquer valor acima do mínimo será negociado com o Tesouro", diz a assessoria do banco.

Preservar e até reajustar os benefícios do Bolsa Família foi, segundo Bernardo, uma ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Estamos melhorando o benefício que é pago às famílias mais pobres. É justo com as pessoas que tiveram seu poder aquisitivo corroído pela inflação e achamos que, neste momento em que estamos fazendo um grande ajuste para ajudar a combater a inflação, temos de proteger, pelo menos, os mais pobres", disse Bernardo.

O reajuste, que será superior a 7%, não significa, para o ministro, a volta da indexação. Ele garantiu que o governo vem tendo cuidado especial no combate à inflação e, por isso, foi elevado o superávit primário de 3,8% do PIB para 4,3%. Além disso, ressaltou que a inflação dos mais pobres é maior que os 7% dados porque os aumentos nos alimentos são maiores que essa variação.

Além da maior inflação nas camadas mais pobres, o ministro explica que, na prática, o aumento do Bolsa Família custará menos de R$ 400 milhões. Isso porque foi a dotação orçamentária do Ministério do Desenvolvimento Social foi revista e foram remanejados R$ 180 milhões. O custo efetivo será de R$ 200 milhões.

Todos os ministros terão de negociar com o Planejamento os cortes. Somados eles chegam a R$ 2,4 bilhões. De acordo com o ministro do Planejamento, já tinha sido definido um limite de R$ 3 bilhões para o ministro das Relações Internacionais, José Múcio, atender às emendas parlamentares individuais. Nesse aspecto, nada mudou.

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Nações Unidas - Marrocos apóia o Brasil para Conselho(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A11 Internacional)

O Marrocos apóia a candidatura do Brasil para uma nova cadeira no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciou ontem o ministro marroquino das Relações Exteriores, Taieb Fassi Firhi, ao lado do colega brasileiro, Celso Amorim. Ele demonstrou-se favorável à reforma da organização. "O Brasil será uma voz forte do mundo em desenvolvimento nas decisões da comunidade internacional. Reconhecemos no Brasil disponibilidade e capacidade para ser membro permanente do Conselho de Segurança", afirmou Fassi ontem a jornalistas. Fassi e Amorim presidiram anteontem e ontem a primeira reunião da comissão mista brasileiro-marroquina durante a qual assinaram numerosos acordos nos setores econômico, social e relativos ao meio ambiente. Amorim precisou que o montante das relações comerciais entre ambos os países subiu em quatro anos de US$ 200 milhões para US$ 1 bilhão. "Nossa relação se inscreve numa visão de mundo no qual as

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relações Sul-Sul se revestem de importância. Durante muito tempo, a cooperação Sul-Sul foi figura de retórica; os países falavam muito mas, na realidade, todas as relações eram mantidas com os países do Norte", disse ele. "Atuamos para que isto mudasse. Podemos citar a importância da África em seu conjunto para o Brasil: o continente tornou-se em alguns anos no quarto parceiro do Brasil, depois de Estados Unidos, Argentina e China." O ministro Amorim foi questionado sobre a anulação de uma viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria ter feito em julho de 2007 ao Marrocos e que, segundo a imprensa brasileira, foi motivada por diferenças em relação ao Saara Ocidental. "É um assunto importante e delicado. Reconhecemos sua importância para o Marrocos e outros países amigos, em especial a Argélia. É um assunto complexo", disse.

(AFP)

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Bebidas - Coca-Cola tem no Brasil um dos motores(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. A5 Economia)

Jamil Chade - Correspondente da Agência Estado em Genebra

O Brasil transformou-se em um dos motores de crescimento das vendas da Coca-Cola no mundo. A avaliação é do presidente da multinacional, Neville Isdell, que ontem falou à imprensa brasileira e avaliou o mercado brasileiro.

"O Brasil é hoje mercado que cresce. Conheço o Brasil desde 1960 e estou entusiasmado com o que ocorre por lá. Hoje, o País é um de nossos motores de crescimento", afirmou o executivo da multinacional. Segundo ele, a taxa de crescimento da Coca-Cola no Brasil é bem superior ao crescimento de suas vendas no restante do mundo.

A Coca-Cola irá investir R$ 1,5 bilhão no Brasil neste ano, principalmente nos mercados de sucos, águas e chás. Em 2007, a empresa já havia registrado aumento de 16% em suas vendas no mercado brasileiro, somando R$ 12 bilhões em faturamento líquido.

Isdell disse que a aquisição da empresa DelValle, do México, possibilitará expansão da Coca no mercado de sucos no Brasil. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já aprovou a compra da empresa Del Valle México, fabricante dos Sucos Del Valle, pela Coca-Cola. A venda tinha ocorrido em 2006, mas recebeu o sinal verdeapenas neste ano.

Ao contrário de outras empresas do setor de bebidas, o executivo da Coca-Cola não quer entrar na polêmica da produção do etanol e dos gastos em água para que o novo combustível seja fabricado. Na semana passada, a Pepsico e outras empresas enviaram carta à União Européia alertando para os riscos do etanol no mercado de alimentos e bebidas, jáque geraria uma alta nos preços das commodities."Prefiro não entrar nesse debate", disse Isdell.

O presidente mundial da Coca-Cola defendeu o etanol brasileiro como solução energética. "O etanol produzido a partir da cana no Brasil é sustentável. Essa é a realidade. Não quero falar dos demais (biocombustíveis). Só digo que apoio a expansão do etanol no Brasil", disse.

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Quem também aposta no Brasil é a SonyEricsson. "O mercado está crescendo muito e é nosso principal destino na América Latina. Vamos continuargradualmente a expandir no País", afirmou Carl HenricSvanberg, presidente mundial da Sony Ericsson Mobile.

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Congresso - Acordo reduzirá teto de multa para as empresas de turismo: Lei Geral de segmento é aprovada da Câmara dos Deputados com penalidades para as firmas que deixarem de atender os

serviços acertados com turistas(DCI 26.06.2008 p. A6 Política)

A Câmara dos Deputados aprovou ontem a Lei Geral do Turismo, com o compromisso obtido pela oposição junto ao governo de ser criada no Senado uma emenda que reduza de R$ 3 milhões para R$ 1 milhão o valor máximo de multa a ser aplicada às empresas por descumprimento de contrato. Com apenas 166 parlamentares em plenário, a matéria foi aprovada por votação simbólica, após acordo entre os líderes, já que não havia o quórum mínimo de 250 deputados. Elaborado pelo Poder Executivo, o Projeto de Lei 3.118/08 institui normas para a Política Nacional de Turismo.

O objetivo principal da Lei Geral do Turismo é unificar a legislação do segmento no País. Atualmente, estados e municípios têm regras próprias, e algumas vezes conflitantes, sobre o funcionamento dos serviços turísticos. O projeto determina ainda que só será permitido o funcionamento de pousadas e hotéis que estejam cadastrados junto ao ministério, em um banco de dados que será refeito a cada dois anos. Todas as empresas do trade turístico, como agências e empresas de transporte, também precisam constar deste cadastro. Será criado também um Fundo Geral do Turismo para financiar as atividades em todo o País.

Autor da proposta de redução da multa, o vice-líder do DEM, deputado José Carlos Aleluia (BA), desistiu da votação nominal do destaque apresentado por seu partido depois de acatar o compromisso assumido pelo líder do governo Henrique Fontana (PT- RS). Pela proposta do democrata, seria excluído do texto da Lei Geral o dispositivo que prevê multa de R$ 350 a R$ 3 milhões para os prestadores de serviços que descumprirem normas estabelecidas, principalmente em relação à prestação de serviços aos turistas.

Segundo o acordo, as mudanças serão feitas pelo Senado, que analisará agora a matéria. A proposta inclui ainda a fixação de regras para balizar a aplicação das multas Aleluia afirmou ao DCI que o seu partido, o DEM, avaliou que o texto do projeto, no que se refere às multas, está com o espírito arrecadador. Para ele, o valor de R$ 3 milhões poderia inviabilizar empresas de pequeno e médio porte como certos hotéis.

"Entendo que, para as grandes corporações, o teto anterior não era exorbitante. Mas precisamos pensar nos pequenos, que nem sequer têm conhecimento do que está sendo votado aqui no Congresso", disse o parlamentar.

O democrata afirmou ainda que se manifestou por ser contrário a multas abusivas. "Também defendo que o projeto seja mais detalhado, Não dá para manter o texto definindo que as empresas serão multadas por descumprirem a lei. A regra tem que ser parecida com o que acontece no trânsito hoje em dia, com valores específicos para cada infração."

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O líder do governo deputado Henrique Fontana (PT-RS) esforçou-se por manter o valor do teto das multas. No entanto, acabou cedendo à argumentação de José Carlos Aleluia quanto a agilizar a aprovação do texto. Ele minimizou a vitória da oposição. "A questão essencial é a regulamentação do segmento, pois definimos um marco a uma área de grande potencial de crescimento. Para mim, a vitória foi de 99%", disse.

De acordo com o petista, empresas do setor haviam aceitado o valor da penalidade, que se inicia com R$ 350, uma vez que essa variação foi fruto de diálogos ao longe de três anos. "Devo lembrar dos esforços que fizeram os ministros Walfrido dos Mares Guia e Marta Suplicy", destacou.

De acordo com o projeto de lei, as penalidades, além do valor monetário, podem acarretar o cancelamento da classificação e a retirada do nome do infrator da página eletrônica do Ministério do Turismo, onde consta o rol daqueles que foram contemplados com a chancela oficial. Essa punição de cadastro implicará a paralisação dos serviços e a apreensão do certificado de cadastro, sendo deferido o prazo de até 30 dias, a partir da ciência do infrator, para regularização de compromissos com os usuários, não podendo, nesse período, assumir novas obrigações.

No Ministério do Turismo, a aprovação do texto foi comemorada pelo ministro Luiz Eduardo Barreto. Sociólogo, ele era secretário executivo do ministério e a assumiu o cargo após Marta Suplicy deixar a pasta para concorrer às eleições da prefeitura da capital de São Paulo. "É uma primeira batalha, que foi vencida. Temos uma segunda e decisiva no Senado. Mas tenho certeza de que seremos bem sucedidos lá também. A lei é um marco regulatório que dará mais segurança aos investimentos", declarou.

A Câmara aprovou a Lei Geral do Turismo. Uma emenda reduzirá de R$ 3 mi para R$ 1 milhão o valor máximo de multa a ser aplicada às empresas por descumprimento de contrato.

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Caso Alstom - Claudio Mendes omitiu participação em empresas: Sócio da Inter Empresarial Comercial Importação e Exportação e da Techpar Engenharia e Participações pode ser acusado

de falso testemunho (Estado de São Paulo 26.06.2008 p. A6 Nacional)

Eduardo Reina

Cláudio Mendes, o grande negociador de propinas para políticos de São Paulo com a Alstom e principal suspeito do caso envolvendo a multinacional, segundo a Justiça da Suíça, omitiu informações sobre a sua participação em empresas de consultoria, importação e exportação durante depoimento ao Ministério Público brasileiro. Embora Cláudio Luiz Petrechen Mendes, empresário que atua no setor energético, de representação e consultoria tenha negado ser “C.M.” - sigla que aparece em comunicados apreendidos pelos suíços -, há documentos demonstrando sua suposta participação nas negociações de remuneração que atingiram 7,5% do valor de contratos em 1997.

Aos promotores brasileiros, ele admitiu ser sócio da falida Inter Empresarial Editoria Ltda., da Ockham Holding e Participações, antiga Penedo Consultoria e Participações, além da Cemsa. Mas omitiu ter sociedade na Inter Empresarial Comercial Importação e Exportação e na Techpar Engenharia e Participações, o que pode caracterizar falso testemunho.

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Na Cemsa, ele era sócio Paulo de Antonio Bonomo, ex-presidente da Dersa, investigado por contratar prestadora de serviço sem licitação durante a sua gestão no órgão (1990-1992) - um contrato de R$ 12 milhões. Bonomo também aparece como sócio de Mendes na Techpar. Outro integrante da sociedade que teve início em 1993 é L.G.F.P., diretor de empresa de engenharia que tinha negócios não muito claros com o Ministério da Saúde na gestão Fernando Collor de Mello e foi investigado pela Polícia Federal.

A Inter Empresarial, também omitida no depoimento, funcionou, junto com a editora falida, em um casarão na Rua Ibsen da Costa Manso, no Jardim Paulistano, zona sul de São Paulo. De acordo com pessoas que conheceram Mendes, ouvidas pelo Estado, o local era usado como escritório político e também para pagamento das supostas propinas.

O empresário suspeito teria começado a intermediar negociações entre empresas e o governo paulista no final da década de 80 e atuado até 2004. Passou pelas gestões Orestes Quércia, Luiz Antonio Fleury, Mário Covas e Geraldo Alckmin.

Na ex-Penedo, aberta em 2000, hoje Ockham, a composição societária mostra o nome de um ex-secretário de Administração Federal em 1991 no governo Fernando Collor e ex-chefe da Casa Civil do governo maranhense, na gestão do governador José

Reinaldo Tavares.

À promotoria brasileira, Mendes admitiu conhecer o consultor franco-brasileiro Jean Pierre Courtadon, também investigado no caso Alstom. Courtadon aparece nas investigações suíças como operador da empresa offshore Andros Management, nas Bahamas. O advogado de Courtadon foi procurado e não retornou as ligações. O nome do consultor aparece em comunicado da empresa Cegelec, do grupo Alstom, como interlocutor de Mendes.

A secretária de Mendes na sede de uma de suas empresas, no bairro da Consolação, informou que ele viajou e não teria como contatá-lo. Em outro endereço, no bairro de Higienópolis, também foi informado que ele está em viagem.

O ESQUEMA

Integrantes do Ministério Público brasileiro, suíço e francês investigam suposto esquema de propina para integrantes do governo do Estado de São Paulo em troca de contratos milionários. Documentos

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apreendidos na sede a Alstom na Suíça apontam esquema vigente de 1998 a 2001. O valor das comissões chega a pelo menos R$ 13,5 milhões.

Bilhetes mostram possíveis participações de integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), da Secretaria de Estado de Energia e até de um secretário que trabalhava com o governador Mário Covas. Um dos intermediários seria Mendes.

O outro pode ser Robson Marinho, coordenador da campanha de Covas em 1994, chefe da Casa Civil de 1995 a abril de 1997 e desde então conselheiro do TCE. Ele nega participação. O esquema usaria contratação de prestadoras de serviços para repasse da “remuneração” às partes envolvidas.

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Contas Públicas - Dinheiro do pré-sal pode ir para o Fundo Soberano: Está em estudo proposta para usar receitas com exploração de petróleo

(Estado de São Paulo 26.06.2008 p. B7 Economia)

Renata Veríssimo e Adriana Fernandes

O governo estuda a possibilidade de usar receitas com a exploração dos megacampos da camada de pré-sal do petróleo na composição do Fundo Soberano do Brasil (FSB). A proposta está em elaboração por um grupo de trabalho interministerial. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou ontem que o Fundo não se restringirá a ser um mecanismo de aumento do superávit primário (economia de recursos para pagamento de juros). A idéia é que o Fundo tenha um alcance mais amplo.

O FSB já receberá, este ano, R$ 1 bilhão provenientes do aumento de receitas com royalties recebidos pela União pela exploração de petróleo. Esse adicional está sendo possível graças à elevação dos preços internacionais do produto. Com a entrada em operação dos novos campos, o governo espera reforçar o Fundo, que terá inicialmente R$ 14,2 bilhões.

“A idéia que está prevalecendo é ter recursos do petróleo para o Fundo”, afirmou Bernardo. O assunto está sendo discutido junto com a definição de regras para a exploração das reservas do pré-sal, que vão funcionar como um novo marco regulatório.

Bernardo informou que o governo deve rever o sistema de cálculo de royalties pela exploração de petróleo pagos à União. Segundo ele, hoje, há uma faixa de isenção para a produção de petróleo que ficou muito alta por causa do aumento dos preços internacionais do produto.

“Então, podemos rever para que mais poços paguem. Com esse preço do petróleo, faz sentido dar uma diminuída (na faixa de isenção)”, explicou o ministro. “Atualmente, é isenta de pagamento de participação especial a produção de até 2,830 milhões de barris por trimestre”, o que significa, em valores de hoje, uma produção de até US$ 367 milhões por trimestre.

Mantega já enviou à Casa Civil o texto do projeto de lei para a formação do FSB prevendo o uso dos recursos de petróleo. A proposta seria apresentada ontem pelo ministro da Fazenda aos líderes dos partidos da base aliada que integram o Conselho Político do governo.

Mas, pela terceira vez, a reunião foi adiada, desta vez porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua agenda para ir ao velório da ex-primeira-dama Ruth Cardoso.

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O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que participa também das discussões, está fazendo um levantamento sobre o uso dos recursos dos fundos de outros países. Ele vai organizar no início de julho um seminário, no Congresso Nacional, para discutir o tema com a participação de Mantega.

Mercadante defendeu o uso dos recursos para investimentos em educação, ciência e tecnologia e projetos “estruturantes” de infra-estrutura.

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Justiça - Cacciola está a um ato da extradição: Justiça de Mônaco aprova a volta do ex-banqueiro ao Brasil, agora só falta o príncipe Albert II autorizar

(Estado de São Paulo 26.06.2008 p. B10 Economia)

A extradição, de Mônaco para o Brasil, do ex-banqueiro Salvatore Cacciola só depende agora da decisão do príncipe Alberto II. Ontem, a Corte de Apelação do principado considerou legítimo o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro, em setembro de 2007, após a prisão do banqueiro, pela Interpol.

O serviço judiciário do principado já havia se manifestado favoravelmente à extradição, mas o advogado do banqueiro recorreu à Corte de Apelação. Como não é mais possível adotar medidas protelatórias em Mônaco, os advogados já recorreram à Corte Européia de Direitos Humanos. Essa decisão, porém, segundo informou ontem o Ministério da Justiça, não interrompe o envio do processo ao príncipe, para que ele decida, como instância final, se entrega ou não Cacciola à Justiça brasileira. A decisão pode ser tomada no prazo de um mês.

“É um duro golpe na impunidade, um sinal de que a Justiça está ao alcance de todos, a partir de um trabalho sério e eficiente do governo e do Estado brasileiro. Isso vem sendo realizado (por causa) da cooperação jurídica entre nações, de forma multilateral”, disse o secretário Nacional da Justiça, Romeu Tuma Júnior. “A decisão mostra que o processo obedeceu a todos os trâmites da legislação de Mônaco.”

CASO MARKA

Cacciola estava foragido do Brasil desde 2000 - vivendo em Roma, onde explorava um hotel de luxo -, depois de ser condenado a 13 anos de prisão pelos crimes de gestão fraudulenta e peculato no Banco Marka. Foi preso em 15 de setembro de 2007, em Mônaco, logo depois de preencher a ficha de entrada em um hotel de Monte Carlo. Seu nome estava na lista de pessoas procuradas pela Interpol.

No Brasil, Cacciola chegou a ficar preso por 45 dias, mas fugiu para a Itália depois que o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, lhe concedeu habeas corpus. Ele é acusado de se beneficiar de informações sigilosas sobre a desvalorização do real, em 1999, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Na tentativa de salvar o banco, ele provocou, com a ajuda do Banco Central, um rombo de R$ 1,5 bilhão ao Tesouro.

Apesar de o País estar à beira da desvalorização do real, Cacciola investiu pesadamente na estabilidade do real. Ele chegou a ter 20 vezes seu patrimônio líquido atrelado a contratos de venda no mercado futuro de dólar. Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Salvatore Cacciola, à revelia.

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ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS

Relações Externasa - Lula cobra planos de integração: Presidente quer iniciar obras de usina na divisa com Argentina até 2010

(Valor Econômico 26.06.2008 p. A5 Brasil)

Sergio Leo e Paulo de Tarso Lyra

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer iniciar as obras da usina hidrelétrica de Garabi, um projeto bilateral entre Brasil e Argentina, antes do término do seu mandato, e quer reduzir o custo e o desconforto nas viagens de cidadãos sul-americanos ao Brasil. O recado sobre Garabi foi dado por Lula, ontem, ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, durante reunião com ministros e integrantes do governo para avaliar as iniciativas anunciadas pelo Brasil para assegurar a integração com os vizinhos sul-americanos. O cronograma inicial da usina, que terá capacidade instalada de 1,8 mil MW e investimentos na ordem de US$ 2 bilhões, previa o início da construção a partir de 2011.

Para atender à preocupação de Lula com a integração aérea do país com a região, o ministro da Defesa, Nélson Jobim, prometeu concluir, em trinta dias, um estudo para reduzir a taxa de embarque brasileira cobrada nos vôos da América Latina, que hoje encarecem em mais de um terço a passagem de algumas cidades nos países vizinhos. Hoje, por lei, se cobra a mesma taxa de embarque para um vôo originado em Tóquio ou em cidades sul-americanas na fronteira do Brasil, o que desestimula o fluxo de passageiros e a criação de linhas aéreas com a vizinhança.

Preocupado em estimular o trânsito aéreo regional, Lula também deu um prazo ao Ministério da Justiça, até o fim do semestre, para criar, nos aeroportos brasileiros canais de acesso especiais nos postos de imigração para os cidadãos dos países da América do Sul, como estabelecido pelos governos da região desde 2000. No próximo semestre, sob a presidência temporária do Brasil no Mercosul, esse canal especial tem de estar funcionando, cobrou o presidente.

Na reunião com ministros, Lula deu sinal verde para cobrir, com recursos do orçamento, o fundo que será criado durante a reunião de cúpula do Mercosul, na semana que vem, para dar garantias em empréstimos destinados a micro e pequenas empresas dos países do bloco. Os técnicos calculam que serão necessários US$ 50 milhões anuais para fornecer as garantias, hoje o principal obstáculo para que as empresas de menor porte obtenham financiamento em projetos de integração produtiva. O orçamento federal deverá bancar também pontes de ligação com a Bolívia, o Uruguai e o Paraguai, em valor superior a US$ 100 milhões.

Lula comemorou com os ministros a informação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que já começam na próxima semana os testes do novo sistema de comércio entre Brasil e Argentina com uso de moeda nacional, sem necessidade do dólar nas transações bilaterais. Até setembro, o sistema estará operando, informou Mantega. Para isso, será necessário editar uma medida provisória - em análise na Casa Civil - que cria no Banco Central uma "linha de contingência" para garantir as operações diárias

Na ausência do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, que está em Caracas onde participará do encontro entre Lula e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez na sexta, um representante da estatal detalhou os investimentos da empresa na região, especialmente na Bolívia: US$ 70 milhões este ano e pelo menos US$ 484 milhões até 2014. Ao pedir informações para levar ao encontro com Chávez, Lula foi informado de que não estão prontos, para assinatura na reunião, o estatuto e o acordo de acionistas

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entre a Petrobras e a PDVSA , para a operação conjunta da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em negociação desde 2005.

Deve ser assinado em Caracas, porém, um acordo de intenções para suprimento de gás ao Brasil, do campo de Mariscal Sucre, que começa a ser operado em 2014. A Petrobras confirmou, ainda, que só deverá entrar com 10% na futura refinaria de Carabobo, a ser construída na Venezuela.

Também foi discutida no encontro a negociação para construção, com know-how brasileiro, de três usinas hidrelétricas no Peru. Fontes do governo afirmam que o governo peruano poderia financiar essa obra, cuja produção seria revendida integralmente ao Brasil. O governo peruano alega ter energia suficiente para atender à demanda interna e ganharia com a exportação de energia para o Brasil.

(colaborou Daniel Ritner)

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Combustíveis - Petróleo caro desestimula demanda no médio prazo: Ainda assim, consumo mundial deve crescer 50% até 2030

(Valor Econômico 26.06.2008 p. A12 Internacional)

Agências internacionais

A demanda mundial de petróleo vai disparar nas próximas duas décadas, mas de forma mais moderada do que o previsto por especialistas há um ano, pois os altos preços do petróleo cobrarão um preço, segundo a Agência de Informações sobre Energia (AIE), do governo dos EUA.

O consumo mundial crescerá 50% até 2030, disse AIE, em sua nova projeção anual para o longo prazo. Para o órgão, a demanda dos países em desenvolvimento explodirá, aumentando 85%, na comparação com uma elevação de 19% nos países industrializados.

A AIE disse também que os países consumidores ficarão mais dependentes da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) devido à baixa produção nos demais lugares.

"Notamos um crescimento robusto no consumo de energia", disse Guy Caruso, que chefia a agência. "A maior parcela, a maioria dessa expansão, estará nos mercados emergentes", em particular na China e Índia, disse. Para Caruso, a maioria do crescimento na demanda de energia estará nos combustíveis para meios de transporte, numa hora em que consumidores nos países em desenvolvimento compram mais veículos.

A demanda mundial por petróleo em 2010 atingirá uma média de 89,2 milhões de barris por dia (b/d), prognosticou a agência, reduzindo a sua projeção em 1,5 milhão b/d ante o ano passado, devido aos preços mais altos.

Na China, a previsão do uso de petróleo foi reduzida em 600 mil b/d, para 8,8 milhões b/d. O número ainda representa um aumento de 10% em relação à demanda de 8 milhões b/d projetada para este ano.

A previsão da AIE para a demanda de petróleo da Índia em 2010 permaneceu inalterada, em 2,7 milhões b/d. A AIE projetou demanda mundial de petróleo média de 112,5 milhões b/d em 2030, numa queda de 5,1 milhões b/d em relação à estimativa do ano passado. A projeção foi reduzida com base em preços previstos no verão passado, não no forte aumento ocorrido na cotação do petróleo em junho, que foi a

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quase US$ 140,00 o barril. A manutenção dos preços mais altos deverá reduzir a demanda em 13 milhões b/d adicionais em 2030.

"Acreditamos que nos próximos de 5 a 10 anos os preços altos trarão novos suprimentos, que aplicarão pressão decrescente sobre os preços", disse Caruso. Ele não crê que os preços possam retornar aos níveis vistos nas décadas de 1980 e 1990.

Para a AIE, o acréscimo no consumo de petróleo e o maior uso do carvão para a geração de eletricidade elevarão em 50% as emissões do principal gás do aquecimento global, o dióxido de carbono, para mais de 42 bilhões de toneladas métricas ao ano até 2030.

A produção de petróleo de países fora da Opep não conseguirá manter o ritmo da demanda, portanto os países consumidores dependerão da Opep para mais provisões, disse a AIE.

A agência removeu a produção de 1,1 milhão b/d da previsão do ano passado para fornecedores fora da Opep em 2010. Agora, ela espera que a produção se mantenha em 51,8 milhões b/d para aquele ano, num aumento em relação aos 49,5 milhões b/d projetados para esse ano.

A produção de petróleo da Opep foi reduzida em apenas 400 mil b/d, para 37,4 milhões b/d para 2010, num aumento ante os 37,1 milhões b/d para 2008.

Estima-se que os países da Opep elevarão a capacidade de produção, portanto, manterão uma fatia de aproximadamente 43% da produção mundial total de petróleo até 2030. A Arábia Saudita continuará sendo o maior produtor de petróleo do mundo em 2030, com produção esperada de 13,7 milhões b/d, uma queda acentuada em relação aos 16,4 milhões previstos no relatório do ano passado.

Uma produção maior do Iraque e da Venezuela, membros da Opep, reduzirá a necessidade de a Arábia Saudita extrair mais petróleo das suas reservas, disse a AIE. A produção da Rússia está projetada em 13,5 milhões b/d em 2030, num aumento radical em relação à projeção de 11,5 milhões b/d feita pela agência no ano passado. "Estamos muito otimistas a respeito do potencial da Rússia", disse Caruso.

A produção saudita de petróleo no curto prazo, porém, será bem maior do que o projetado no ano passado, atingindo uma média de 10,5 milhões b/d em 2010.

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Bolívia renegociará envio de gás à Argentina (Valor Econômico 26.06.2008 p. A12 Internacional)

Agências internacionais

A Bolívia anunciou que vai renegociar os volumes de gás que exporta para a Argentina e que não pagará nenhuma multa por haver enviado ao vizinho quantidades inferiores às contratadas. Atualmente, a Bolívia exporta para a Argentina cerca de 2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, bem menos do que os 7,7 milhões de metros cúbicos acordados.

"Vamos divulgar as quantidades (de venda de gás) quando assinarmos o adendo. Não acho conveniente anteciparmos nada", disse o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas.

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Pelo acertado no contrato assinado entre a Energia Argentina SA (Enarsa) e a estatal boliviana YPFB, não se cobrará uma multa pela redução dos envios de gás para a Argentina, afirmou Villegas.

No começo do ano, a Bolívia tentou abrir uma negociação envolvendo o Brasil que poderia levar à redução da exportação de gás natural para o mercado brasileiro. Isso seria uma saída para evitar um agravamento da crise energética na Argentina.

Na ocasião, autoridades da Bolívia admitiram que o país não teria condições de fornecer os volumes acertados para 2008 e 2009 com a Enarsa. O mínimo acertado para este ano era de 4,6 milhões de metros cúbicos por dia, mas, segundo o jornal boliviano "La Razón", o país teria condições de exportar somente 1,5 milhão de metros cúbicos por dia.

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Uruguai e Peru anunciam descobertas de gás offshore (Valor Econômico 26.06.2008 p. A12 Internacional)

Agências internacionais

O Uruguai pode ter encontrado um depósito de gás natural de até 3 trilhões de pés cúbicos (28,3 bilhões de metros cúbicos) de gás e petróleo durante estudos das áreas de exploração que pretende submeter a leilão em julho de 2009, disse a estatal petrolífera do país.

A potencial descoberta, próxima à foz do Rio da Prata, ocorre após os testes sismológicos realizados pela estatal Ancap, disse Héctor de Santa Ana, seu diretor de Exploração e Produção. Essa é uma fase ainda inicial, mas o diretor da Ancap disse acreditar na possibilidade de uma descoberta de vulto.

O local dos estudos, a Bacia de Punta del Este, se assemelha às áreas petrolíferas descobertas pelo Brasil em águas profundas.

A Petrobras não tem, no momento, qualquer atividade no segmento de exploração e produção no Uruguai. Mas, segundo Santa Ana, a empresa brasileira já assinou acordos de cooperação com a Ancap para estudar a produção de petróleo e de gás no país e ajudar a treinar os funcionários da Ancap.

No Uruguai, a Petrobras tem duas concessionárias de distribuição de gás nos mercados de Montevidéu e no interior do país.

Anteontem, a americana Petro-Tech Peruana anunciou ter descoberto um campo de gás offshore, no norte do Peru, que teria reservas de 1,2 trilhão de pés cúbicos. É a segunda descoberta do ano no país.

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Energia - ONGs questionam projeto de hidrelétrica: Entidades levam documento ao Ibama com crítica ao plano ambiental da usina de Santo Antônio

(Valor Econômico 26.06.2008 p. B8 Empresas)

Daniela Chiaretti

A polêmica em torno às usinas do rio Madeira terá outro capítulo hoje. Um documento que faz análise crítica do Projeto Básico Ambiental (PBA) da hidrelétrica de Santo Antônio, assinado pela entidade ambientalista International Rivers Network (IRN) será protocolado no Ibama. Trata-se de outro momento delicado do processo: o órgão de licenciamento do governo federal estuda o PBA e, ao dar sinal verde ao empreendedor, também concede a Licença de Instalação (LI) à usina.

Pelo cronograma previsto e pela expectativa do ministro Carlos Minc, a liberação da licença de Santo Antônio pode ocorrer em um mês, permitindo, assim, o início das obras. O PBA é um volumoso conjunto de informações sobre vários programas de monitoramento, mitigação de impactos e planos de manejo ambiental e social que respondem aos 33 requisitos solicitados pelo Ibama ao conceder a licença-prévia ao projeto, em julho de 2007. As condicionantes correm por três grandes vias - atenção ao processo de sedimentação do leito do rio, controle dos níveis de mercúrio e assegurar que os peixes do Madeira continuem a se reproduzir. A Madeira Energia S.A (consórcio liderado por Odebrecht e Furnas), que venceu a concessão de Santo Antônio, entregou o PBA ao Ibama em fevereiro.

As críticas ao Plano foram levantadas pela consultora Leanne Farrell, que trabalhou em ONGs em Washington e no Departamento de Salvaguardas para América Latina do Banco Mundial fazendo avaliações de estudos de impacto ambiental. É dela a análise do PBA, a pedido da International Rivers. Em termos gerais, a crítica está no nível de detalhes do plano, considerado "insuficiente", pela consultora. "No programa de controle de malária, por exemplo, não se diz claramente qual a contribuição dos empreendedores", diz Glenn Switkes, diretor para a América Latina da IRN.

Outro ponto importante seria a dimensão da área de proteção ambiental em torno ao reservatório. O pedido do Ibama é de uma faixa de 500 metros. "Esta área de proteção permanente é básica em hidrelétricas, para que não existam atividades que aumentem a erosão", diz Switkes. "No caso de Santo Antônio, os empreendedores propõem algo elástico, com faixas que poderiam variar de 30 a 500 metros."

Um outro ponto frágil do PBA, segundo Gustavo Pimentel, gerente da Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, outra ONG ambientalista resistente às usinas do Madeira, seriam os prazos definidos no Plano para o monitoramento dos impactos. "A maioria tem previsão de 3 a 5 anos após o enchimento do reservatório, mas muitos impactos deste empreendimento serão sentidos ao longo de dezenas de anos", aponta Pimentel.

Sergio França Leão, diretor de meio ambiente da Odebrecht, rebate todas as críticas. Ele diz, por exemplo, que a legislação brasileira estabelece que a área de preservação em volta dos reservatórios tem que ter largura mínima de 30 metros em zonas urbanas e de 100 metros em zonas rurais, e que no Código Florestal a área depende da largura do rio, podendo alcançar 500 metros, conforme o pedido do Ibama neste caso. "Acontece que a região do Madeira é ocupada por ribeirinhos cuja vida depende da proximidade do rio", lembra Leão. "Ali tem gente, tem cultura, tem história. Não se pode tirar tudo com uma régua de 500 metros. A idéia é remover as pessoas quando há impactos ambientais, mas o pessoal esquece que existe gente ali. É preciso analisar o retrato desta paisagem com mais atenção, para que se possa tratar de coisas desiguais de jeito diferente", explica Leão. Na proposta mais flexível da empresa, sairiam 700 famílias, ou umas 3 mil pessoas. "Evidentemente tudo isso tem que passar pelo crivo do Ibama."

O empreendedor gastou mais de R$ 1 milhão só no levantamento de informações para estruturar o capítulo sobre o combate à malária, que é endêmica na região, diz Leão. "Levantamos quem tem malária, quem é portador e não está doente, onde estão os criatórios do mosquito, porque tem mosquito

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ali, quem é assintomático e tem que tomar remédio para não transmitir mais a doença", elenca. Diz que estes estudos estão sendo aprofundados com o Ministério da Saúde e secretarias estadual e municipal. "Mas o empreendedor não substitui o poder público, nossa parte é assumir um pedaço deste esforço e isso está sendo conversado e acertado."

Sobre os prazos de monitoramento, Leão diz que os programas continuam, mas que têm que ser revistos, por isso as datas de 5 a 7 anos. "Tanto é que a licença de operação não é indefinida, ela também tem que ser renovada a cada 5 anos", responde.

No Ibama, ninguém fala sobre o assunto. A presidência e a diretoria do órgão, procuradas durante três dias pelo Valor, informaram via assessoria de imprensa que o processo "está em análise no Ibama" e que não iriam se pronunciar.

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Commodities - Petróleo recua e LME rechaça controle de preços (Valor Econômico 26.06.2008 p. B8 Empresas)

Valor Online, de São Paulo

Os preços do petróleo caíram ontem mais de US$ 2 por barril após o Departamento de Energia dos Estados Unidos divulgar um aumento das reservas americanas de óleo cru e a redução do consumo de combustíveis no país. Durante o dia, a commodity havia caído mais de US$ 4.

O contrato de WTI negociado para o mês de agosto em Nova York fechou com queda de US$ 2,45, para US$ 134,55. O vencimento para o mês seguinte terminou cotado a US$ 135,08, com baixa de US$ 2,44. Em Londres, o barril de Brent para agosto declinou US$ 2,13, para US$ 134,33. O contrato para setembro fechou a US$ 134,99, com desvalorização de US$ 2,03.

O relatório semanal do Departamento de Energia dos EUA reportou um aumento de 803 mil barris nas reservas de óleo cru do país na semana encerrada no dia 20 deste mês. Os estoques de destilados cresceram 2,8 milhões de barris, mas as reservas de gasolina encolheram em 153 mil barris.

Ainda assim os agentes deram especial atenção à queda de 2,3% da demanda por combustíveis nas últimas quatro semanas, para 20,2 milhões de barris diários. A avaliação dos analistas é que o alto patamar de preços da commodity e seus derivados explica a diminuição do consumo no país.

A queda das cotações do produto diminuiu após a desvalorização do dólar perante outras moedas, em movimento decorrente da decisão do Federal Reserve (Fed). A autoridade monetária manteve a taxa básica de juro do país em 2%, mas chamou atenção para os riscos inflacionários vigentes e influenciou a depreciação da moeda americana.

O aumento do temor de investidores com a inflação tem feito com que muitos fundos de hedge busquem proteção nas commodities como petróleo e metais. Em reação as propostas de controlar a atuação de especuladores no mercado, Martin Abbott, principal executivo da Bolsa de Metais de Londres (LME na sigla em inglês), afirmou que os governos mundiais seriam "tolos" se restringissem a participação dos investidores nos mercados de commodities e controlassem a especulação, pois os preços se baseiam na dinâmica entre a oferta e a procura.

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O aumento da demanda por parte dos mercados emergentes e a falta de investimentos por parte dos países fornecedores de matérias-primas criaram uma "mudança estrutural" nos mercados de commodities, alimentando a alta dos preços, disse Abbott. "O aumento da regulamentação para restringir o interesse dos especuladores não reduzirá os preços e poderá prejudicar o papel do mercado na definição dos preços", acrescentou.

A disparada dos preços de commodities como o petróleo bruto, o milho e o cobre levou o senador americano Joseph Lieberman a sugerir o aumento da regulamentação para limitar o papel de especuladores nos mercados. O investidor bilionário George Soros rotulou o salto nos preços dos combustíveis de bolha especulativa.

"Por que um político eleito pelo voto teria uma idéia melhor sobre os preços do que a soma de todas as negociações do setor petrolífero mundial realizadas em uma bolsa aberta?", perguntou Abbott. "Para os governos, tentar determinar um bom preço para uma mercadoria é bobagem".

(Com agências internacionais)

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Do saquê ao etanol: Japão tenta uma nova fonte de biocombustível(Valor Econômico 26.06.2008 p. B10 Empresas - The Wall Street Journal Americas)

Yuka Hayashi, The Wall Street Journal, de Niigata, Japão

Yasuji Tsukada dedicou uma parte de suas terras ao arroz para combustível.Getty ImagesDurante décadas, Yasuji Tsukada cultivou meticulosamente arroz de alta qualidade, destinado aos exigentes consumidores japoneses.

Agora, o agricultor de 60 anos enfrenta um novo desafio: cultivar um novo tipo de arroz e gastar o mínimo possível em dinheiro e mão-de-obra, ignorando o sabor e a aparência.

Tsukada é um dos 360 produtores desta área central do Japão famosa pelos arrozais que estão na vanguarda de um esforço para desenvolver um novo tipo de biocombustível. Com alguma ajuda financeira do governo, um grupo de cooperativas agrícolas do país começou no ano passado um projeto para transformar arroz em álcool. As cooperativas solicitaram a produtores como Tsukada que começassem a cultivar um arroz barato, de maior produtividade, para ser processado naquela que pode ser a primeira usina de etanol de arroz do mundo, a ser inaugurada no ano que vem. O grupo espera que a usina experimental - que tem metade do custo coberta pelo governo - ajude a determinar se o álcool combustível de arroz é viável técnica e financeiramente.

No ilha de Hokkaido, no norte do país, a Oenon Holdings Inc., uma fabricante de bebidas alcoólicas que começou como produtora de saquê, está construindo outra usina de etanol de arroz, também com assistência do governo. A tecnologia necessária para transformar arroz em álcool combustível é bastante parecida com a usada para fazer saquê. Um porta-voz da Oenon diz que a empresa quer verificar nos próximos cinco anos se o projeto pode ser lucrativo.

Por ora, o custo do cultivo de arroz é alto demais para tornar o etanol de arroz comercialmente compensador para os agricultores, a não ser que o governo aumente os subsídios.

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O petróleo supre 44% das necessidades energéticas totais do Japão, e quase todo ele é importado. Com a alta dos preços, o país está ansioso para diversificar suas fontes.

Embora o Japão importe a maior parte de suas matérias-primas e alimentos, é auto-suficiente em arroz e tem até um excedente. Uma mudança nos hábitos alimentares reduziu bastante o consumo de arroz nas últimas décadas, mas os subsídios do governo e a persistência dos agricultores manteve o cultivo popular. Os armazéns estão estufados de arroz e o campo é pontilhado por arrozais abandonados ou convertidos temporariamente para outras culturas, para impedir o excesso de produção.

"Temos a terra, as pessoas e a tecnologia para fazer isso acontecer no Japão", diz Shigenori Morita, um professor de agricultura da Universidade de Tóquio. Ele estima que o Japão pode produzir até 10 bilhões de litros de etanol de arroz por ano - o equivalente a 1,7% de seu consumo de gasolina - com a plantação em arrozais ociosos. A produção inicial seria pequena. A nova usina de Niigata produzirá apenas 100.000 litros por ano. O álcool será misturado com a gasolina e vendido em postos de cooperativas locais.

Proponentes do experimento dizem que a produção em larga escala de combustível à base de arroz não elevará os preços, como em outros países que passaram a usar milho e cana-de-açúcar para produzir etanol.

Com o aumento da produção mundial de biocombustíveis - o crescimento anual é do equivalente a 300.000 barris de petróleo por dia -, pesquisadores estão procurando desenvolver combustíveis que usem plantas não-alimentícias, como o pinhão manso, para evitar novas altas dos alimentos. Mas como o arroz japonês é caro - resultado de altos custos de produção e controles de preço do governo - pouco é exportado e o mercado é basicamente isolado.

Morita diz que o arroz para biocombustível contribuiria para a segurança ambiental e de alimento do Japão ao acrescentar áreas verdes à paisagem rural e ajudar a manter arrozais em boas condições para possíveis reconversões futuras ao cultivo de arroz para alimentação.

Mas as mesmas coisas que moldam o mercado japonês de arroz - particularmente os altos custos e ineficiência - podem representar problemas para a produção de etanol em larga escala. A maioria das fazendas é de pequenas operações familiares com apenas alguns hectares de terra. Muitos arrozais são divididos em pequenos lotes ou distribuídos em terraços nas encostas de montanhas, o que torna a automação difícil.

Tsukada já havia parado de cultivar arroz para consumo em três de seus trinta hectares para se qualificar ao subsídio do governo. Ele tentou plantar soja, mas a terra é úmida demais e a qualidade e o tamanho dos grãos ficaram abaixo do satisfatório. Por isso, quando a cooperativa local sugeriu a plantação de arroz para álcool, no ano passado, ele abraçou a oportunidade.

Ele vendeu sua produção a 20 ienes (US$ 0,19) por quilo no ano passado, em comparação com 230 ienes para o arroz de consumo de alta qualidade. Isso paga apenas uma pequena porção de seus custos de produção. Por ora, incentivos temporários e subsídios cobrem parte do saldo, mas ele acha que ainda vai perder dinheiro.

"Não me importaria em continuar cultivando arroz biocombustível", afirma. "Só gostaria que me pagassem mais."

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Agroenergia - Shell ratifica interesse em etanol de cana (Valor Econômico 26.06.2008 p. B13 Agronegócios)

Assis Moreira

O gigante do petróleo Royal Dutch Shell confirmou que está considerando "ativamente" investir na produção "sustentável" de etanol de cana de açúcar no Brasil.

"Estamos interessados em etanol cana de de açúcar porque acreditamos que tem o correto aspecto econômico e ambiental", afirmou o diretor de tecnologia da companhia, Jan van der Eijk. Segundo o executivo, a Shell analisa atualmente "como participar nessa indústria particularmente atrativa". Disse que, se os planos se concretizarem, a idéia é de investir no longo prazo. Daí o interesse em fontes como o bagaço da cana, para produção de segunda geração.

O executivo evitou responder se a Shell planeja entrar em parceria e em que dimensão de investimentos, insistindo que os planos poderão ser revelados em breve. Ele não escondeu o entusiasmo com as condições de produção no Brasil, destacando "a disponibilidade de terra, desenvolvimento industrial e tecnológico e clima", tudo para tornar o país mais importante na produção de biocombustíveis.

Atualmente a Shell compra, comercializa, estoca, mistura e distribui biocombustíveis convencionais. É o maior distribuidor mundial, com mais de cinco bilhões de litros em 2007, e diz que continua a aumentar a capacidade.

De outro lado, lembrou o executivo, a Shell tem dois grandes investimentos na produção de etanol de segunda geração. O primeiro é na companhia americana Iogen, que produz a partir de restos de madeira, numa usina no Estado de Idaho, ao invés de milho ou cana, como é o caso do etanol de primeira geração. O segundo é na refinaria de biocarburante alemã Choren. O objetivo é produzir 18 milhões de litros a partir de detritos de madeira, e que seria menos poluente e adaptado a qualquer motor.

Jan van der Eijk acredita que o o etanol não compete com o petróleo. E destacou a importância da exploração para a Shell de óleo e gás na costa brasileira, que ele vê como uma de suas grandes fontes potenciais. "Com as descobertas de fontes de petróleo e gás, quando isso se transformar em realidade comercial, o papel do Brasil como produtor vai aumentar tremendamente"', comentou o executivo.

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Para Coca-Cola, biocombustível brasileiro é sustentável (Valor Econômico 26.06.2008 p. B13 Agronegócios)

De Genebra

O Brasil é um das locomotivas da expansão de vendas da Coca-Cola, segundo seu presidente mundial, Neville Isdell. Segundo ele, o país é um dos melhores mercados para a multinacional, com desempenho superior à média mundial. "Estou muito animado com o que está ocorrendo no Brasil, é muito positivo".

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O presidente da Coca-Cola tomou posição diferente da concorrente Pespi, Nestlé e de outras grandes multinacionais de bebida e alimentação, que deflagraram um ataque na Europa a produção de biocombustíveis.

"O etanol brasileiro é sustentável e mais eficiente em termos de produção de energia", declarou o executivo, que preferiu não fazer comentários sobre o produto americano a base de milho.

Também Carl-Henric Svanberg, presidente da Sony Ericsson Mobile Communications, declarou-se bastante positivo com a situação no país e com o crescimento dos negócios.

Os dois executivos participaram em Genebra do Fórum Humanitário Global, uma iniciativa do ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan.

(AM)

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Apesar das críticas, Europa e EUA importam mais álcool nesta safra (Valor Econômico 26.06.2008 p. B13 Agronegócios)

Mônica Scaramuzzo

As exportações de álcool para a União Européia deverão crescer substancialmente nesta temporada 2008/09, mesmo com o forte lobby dos europeus contra os biocombustíveis. Os embarques para os países do bloco deverão ficar em torno de 1,8 bilhão de litros, 50% mais que no ciclo anterior, de acordo com a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).

Os europeus, ao lado dos americanos, mercados altamente protecionistas, figuram como os maiores importadores do álcool brasileiro. Os EUA são os principais compradores do álcool do país, absorvendo dois terços dos 5 bilhões de litros que deverão ser embarcados nesta safra, afirmou Marcos Jank, presidente da Unica. "A alta do milho e as chuvas no Meio Oeste americano deverão reforçar as exportações para os EUA", disse.

Nos EUA, a tarifa de importação para o etanol é de US$ 0,14 por litro. Na UE, ? 0,19 euros por litro. No mercado americano, boa parte dos embarques do Brasil ocorre via Caribe, que tem isenção tarifária por conta do acordo CBI (Caribbean Basin Initiative).

Na Europa, não há este tipo de brecha. A Suécia é o principal país importador do álcool brasileiro, absorvendo 400 milhões de litros anuais. Ontem, a empresa sueca Sekab, maior importadora daquele país, anunciou acordo com quatro usinas brasileiras - Cosan, Nova América, Alcoeste e Guarani - para comprar álcool sustentável. Por esse acordo, a Sekab importará 115 milhões de litros dessas empresas, num contrato com prazo de nove meses, e que poderá ser prorrogado. O primeiro embarque foi realizado este mês. Segundo a trading SCA, que intermediou a venda, o preço pago pelo álcool teve um prêmio entre 5% e 10% maior por ser sustentável.

Segundo Anders Fredriksson, vice-presidente da Sekab, a tarifa de importação do álcool combustível, neste caso, é diferenciada, de 0,03 euros por litro, uma vez que o álcool anidro é misturado à gasolina nos portos europeus.

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Exploração do petróleo de pré-sal não pode atrasar(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A2 Editoriais)

A Petrobras defendeu a criação de um "condomínio" entre a estatal e as outras empresas com concessões na área de pré-sal, formando uma grande sociedade, dividindo cotas para produzir na região, mas sem constituir uma megaempresa. Há uma razão técnica para essa posição da Petrobras, uma vez que, quando começar a produção nas novas áreas, os concessionários terão de se organizar para explorá-las, porque são fortes os indícios de que os campos se interligam, com o que "haverá necessariamente unitização". A posição da Petrobras se justifica pela própria Lei do Petróleo, que determina a unitização quando as reservas não conseguem ter fronteiras definidas. Porém, a lei impõe o modelo para áreas licitadas. No caso da pré-sal, a maior parte dos blocos ainda não foi objeto de concorrência, o que significa que permanecem sob controle da União. Com fronteiras indefinidas, o mercado prevê que a lógica do condomínio pode implicar bombeamento de óleo de áreas não licitadas, uma vez que a hipótese é tecnicamente possível. A nova posição da estatal, no rumo da formação de "condomínios" é uma espécie de lance novo em um jogo que ainda terá uma longa duração até qualquer definição. A rigor, o primeiro ponto de controvérsias em torno das novas áreas de pré-sal se formou na definição do valor das reservas. A companhia preferiu um comportamento cauteloso sobre esse volume desde o anúncio do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, de que, por exemplo, só o volume do campo de Tupi, na bacia de Santos, poderia atingir 33 bilhões de barris, o que o transformaria no terceiro maior campo do mundo. No entanto, a reação da Petrobras, quanto a definição do modelo de exploração das novas áreas, foi muito rápida. Na primeira semana de junho, falando na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, defendeu a mudança na Lei do Petróleo, autorizando a União a fazer contratos de partilha de produção nos novos campos da camada de pré-sal. A legislação atual prevê apenas o contrato de concessão entre a União e as empresas atuantes na área. Para campos novos, com volumes muito altos e exploração de baixo risco, a partilha de produção é mais conveniente, na visão da estatal. No contrato de partilha, o petróleo extraído é propriedade da União A empresa contratada receberá sua parcela (em moeda ou em óleo) acordada em contrato, descontados impostos e as demais participações governamentais. Para a Petrobras, o regime de partilha permitirá ao governo um maior controle sobre novas áreas. Esse regime de exploração em partilha exige uma série de ações durante a operação de exploração com um poder de interferência bem maior do que o do contrato de concessão. Vale lembrar que o regime de concessões, adotado desde 1997, quando o regime de monopólio foi rompido, dezenas de companhias disputaram os leilões da ANP e a produção anual de petróleo brasileira, desde então praticamente dobrou. Com as descobertas da área de pré-sal o quadro muda novamente: os bilhões de barris de reserva dos novos poços de Tupi, Carioca e Júpiter devem tornar o País um relevante exportador de óleo. É compreensível, portanto, que essas novas possibilidades demandem modelos novos de exploração. Os argumentos da Petrobras foram enfrentados pelo presidente da ANP, Haroldo Lima, que admite tratamento especial para a camada de pré-sal, sem que essa posição implique mudança na Lei do Petróleo. Para a ANP, poderia ser dado um aumento na participação da União na área de pré-sal, a ser pago pelas empresas que vençam as concorrências nas novas áreas. A ANP entende que o regime de partilha exige a criação de uma nova empresa "inteiramente estatal" incumbida de administrar os novos contratos. O cuidado essencial, em todo o quadro novo do petróleo no Brasil, não pode ser limitado apenas à discussão da forma de exploração. Afinal, como já reconheceram diversos técnicos especializados, a indústria poderá trabalhar tanto no modelo de concessão como no de partilha de produção. O que

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precisa ser evitado é um longo duelo burocrático, que poderia redundar em uma longa batalha no Congresso em torno de mudanças na Lei do Petróleo, paralisando, ou provocando perigosos adiamentos, no início da exploração dos novos poços. É preciso maximizar os benefícios que os bilhões de barris recém-descobertos permitem. O País acumulou imensa dívida social e um atraso em infra-estrutura que precisam ser recuperados. Definir o melhor modelo de exploração é uma tarefa técnica que deve ser cumprida com exemplar rapidez. O Brasil precisa de desenvolvimento sustentado e os recursos de bilhões de barris de óleo podem oferecê-lo.

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Mercado Livre - Aneel muda regras dos contratos para dar transparência ao setor: Novas determinações vão agilizar migração de grandes consumidores de energia elétrica

(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C5 Infra-Estrutura)

Depois de dez anos de mercado livre, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu aperfeiçoar a regulamentação para a contratação de eletricidade no Sistema Interligado Nacional (SIN) por consumidores livres, que não mantém vínculo com uma distribuidora, e potencialmente livres, aqueles que se enquadram nas regras desse ambiente de contratação, mas, por opção, mantêm-se como consumidores cativos. "Do ponto de vista financeiro não há alterações, mas o efeito prático é a transparência que os novos processos trarão para o consumidor, que agora terá detalhes da sua carteira de energia contratada", afirma Marcelo Parodi, presidente da comercializadora de energia Comerc. Parodi explica que, na prática, parte desta nova regulamentação já é aplicada para os consumidores livres, mas, a partir da aprovação, aqueles que são potencialmente livres terão que substituir os atuais contratos de fornecimento de energia, fechado com uma distribuidora, por três diferentes tipos de contrato: o de Uso dos Sistemas de Distribuição ou de Transmissão, o de conexão às instalações das distribuidoras ou das transmissoras, e o de compra de energia, travado com as concessionárias de distribuição. As regras estão em processo de audiência pública documental e receberá contribuições até o próximo dia 2 de julho. José Roberto Oliva, superintendente da Andrade e Canellas, consultoria especializada no setor de energia, vê como positiva a mudança dos contratos. "A abertura dos contratos dos cativos (ou seja, os potencialmente livres) é muito boa, principalmente porque acelera o processo de migração de um ambiente para o outro. A partir da aprovação da regulamentação, o consumidor cativo precisará mudar apenas o contrato de compra de energia para tornar-se livre". Para Parodi, a ampliação da competitividade está condicionada a possibilidade de o consumidor potencialmente livre poder analisar sua conta e optar por um dos dois mercados. "O interessante é que as distribuidoras não tem mais controle sobre o custo da tarifa, já que a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) é quem monta os leilão para vender a energia das demandas futuras, portanto não há possibilidade de negociação, diferentemente do mercado livre", pontua o analista. Lúcio Reis, diretor executivo da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), classifica a nova regulamentação como um "mecanismo que fomenta a competitividade". "É um estímulo à concorrência no mercado livre e no cativo, além de reduzir a burocracia". Ricardo Lima, presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres, diz que "trata-se de uma tentativa de padronização para normatizar as relações no mercado livre e cativo". "É um conforto, que traz regulamentação, mas não resolve todos os problemas, como por exemplo a falta de energia disponível para contratação", ressalta. Além da mudança nos contratos, Raimundo Batista, presidente da comercializadora Enecel, salienta a alteração para a punição dos agentes inadimplentes à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

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(CCEE), órgão regulador do setor. "Inadimplência é o que essa resolução quer resolver, porque, para os consumidores livre, nada mudará", comenta. Historicamente as taxas de inadimplência das liquidações nunca haviam passado de 1% na CCEE, mas nos quatro primeiros meses deste ano, o calote no mercado ficou sempre acima de 5%. Segundo a Aneel, a proposta é mudar o tratamento dado aos consumidores livres inadimplentes em uma fatura ou mais num período de 12 meses. "A grande novidade é que, aquele agente que não pagou a conta, será punido e cortado do sistema", esclarece Batista. Reis, da Anace, diz que a punição das inadimplente é outro mecanismo de ampliação da transparência do setor.

Venda de excedentes

O membros do mercado livre também defendem a aprovação, por parte do governo, da venda da eletricidade excedente, ou seja, de um determinado montante contratado antecipadamente pelo consumidor mas que, por algum motivo, não foi utilizado no mês. "Esse seria o maior benefício para o mercado livre no ano", afirma Parodi, da Comerc. Segundo o presidente da comercializadora, a proposta para a venda de excedentes está na mesa do ministro de Minas de Energia, Edison Lobão. "A Aneel já encaminhou para o ministro, esperamos que a aprovação não demore", afirma.

(Roberta Scrivano)

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Gás Natural - Estudo aponta bloco gigante no Uruguai: Depósito em Punta del Este poderá tornar o país exportador, inclusive para o Brasil

(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C5 Infra-Estrutura)

O Uruguai pode ter encontrado um depósito de até 3 trilhões de pés cúbicos de gás e petróleo (o equivalente a 28,3 bilhões de metros cúbicos). A expectativa surgiu durante estudos das áreas de exploração que o país pretende submeter a leilão em julho do próximo ano, segundo informou estatal petrolífera uruguaia, Administración Nacional de Combustibles Alcohol e Portland (Ancap). A potencial descoberta, localizada próximo à foz do Río de la Plata, ocorre após a realização de testes sismológicos realizados pela estatal Ancap, afirmou ontem, durante entrevista, Héctor de Santa Ana, diretor de exploração e produção da companhia.

Bom para o Brasil

Se confirmada descoberta, o gás natural do Uruguai poderá abastecer o Brasil dentro de período próximo a quatro anos, ou ainda atender a quase toda a demanda norte-americana por gás durante o inverno, período de maior consumo. Atualmente, o Brasil importa gás natural unicamente da Bolívia, que atende a cerca de 50% do consumo brasileiro.

Agilidade na exploração

O Uruguai quer abrir os campos de gás natural com rapidez, principalmente por conta da queda de produção de sua vizinha Argentina, que reduziu significativamente as exportações. O local dos estudos uruguaios, a Bacia de Punta del Este, se assemelha às áreas petrolíferas descobertas pelo Brasil em águas profundas e é potencialmente grande o suficiente para permitir que o

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Uruguai abandone sua condição de país importador de petróleo, sujeito a episódios de escassez, transformando-o em exportador, disse Santa Ana. "Os estudos ainda são preliminares e não se baseiam em dados de prospecção, mas são muito animadores e deverão ajudar a atrair interesse para o leilão de direitos de exploração a realizar-se no ano que vem", disse o executivo em entrevista por telefone concedida ontem a partir da sede da Ancap em Montevidéu. "As evidências fornecidas pelos estudos sismológicos sugerem grandes volumes de gás e de petróleo associado", acrescentou o diretor de exploração. De acordo com Santa Ana, a Repsol YPF SA, sediada em Madri, na Espanha, e "outras empresas de porte" já manifestaram interesse pelos dados coletados pela Ancap na Bacia de Punta del Este.

Parceria com Petrobras

Além disso, a Petrobras também assinou acordos de cooperação com a Ancap para estudar a produção de petróleo e de gás naquele país e ajudar a treinar os funcionários da Ancap, segundo informou o diretor de exploração da estatal petrolífera do Uruguai.

(Bloomberg News)

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Petróleo - Banco prevê colapso mundial(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C5 Infra-Estrutura)

A economia mundial entraria em colapso se o petróleo atingir a cotação de US$ 200 por barril, disse Adam Sieminski, economista-chefe para o setor de Energia do Deutsche Bank AG, o maior banco da Alemanha. "O petróleo a US$ 200 quebraria a espinha dorsal da economia mundial", disse Sieminski "O próximo passo após a cotação de US$ 200 seria a recessão mundial e más notícias para todo mundo". Os comentários de Sieminski foram feitos após o Goldman Sachs Group ter previsto que o preço do barril de petróleo poderá subir para a faixa entre US$ 150 e US$ 200 em dois anos, num momento que o crescimento da oferta - especialmente por parte de países produtores que não pertencem à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) - não é capaz de acompanhar o ritmo da demanda. Nos últimos 12 meses, o preço do petróleo dobrou, alcançando o recorde de US$ 139,89 por barril em 16 de junho. A Rússia - país produtor que não faz parte da Opep e que é o segundo maior exportador mundial da commodity, ficando atrás apenas da Arábia Saudita - está enfrentando seu primeiro declínio anual na produção no período de uma década. O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, prometeu reduzir os impostos que incidem sobre o setor petrolífero para estimular os investimentos nos campos mais antigos e em novas regiões de exploração. A produção russa recuou 0,9%, para 9,76 milhões de barris/dia nos primeiros cinco meses deste ano. "O crescimento (da produção) no trimestre passado caiu na comparação ano a ano, e isso tem de estar relacionado às políticas implementadas durante o ano anterior para elevar os impostos para os setores petrolíferos. E isso dificultou a entrada do capital estrangeiro", disse Sieminski. E completou: "Se a Rússia pudesse reverter parte dessas políticas e fazer com que seu próprio mercado petrolífero voltasse ao nível anterior, isso ajudaria muito".

(Bloomberg News)

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Etanol brasileiro é a melhor opção(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. A4 Economia)

Em sintonia com a pregação do presidente Lula pelo mundo, a ONG Oxfam, dedicada ao combate à pobreza, divulgou ontem relatório afirmando que o etanol brasileiro é o mais favorável biocombustível do mundo no tocante a emissões de gases poluidores e em termos de custos.

Denominado "Uma outra verdade inconveniente", o documento, divulgado pela BBC e a que esta coluna teve acesso, critica duramente a forma como os países ricos estão lidando com o planejamento e fomento da produção de biocombustíveis. O texto cita dado do Banco Mundial, que estima que o preço dos alimentos aumentou 83% nos últimos três anos, acrescentando que a substituição de combustíveis tradicionais por biocombustíveis levou mais de 30 milhões de pessoas à pobreza, e em nada esses biocombustíveis contribuem para combater mudanças climáticas.

O autor do relatório, Robert Bailey, criticou os subsídios e incentivos fiscais "generosos" concedidos por países ricos para apoiar sua própria produção de biocombustível, aumentando rapidamente inclusive metas e impostos de importação, o que, na opinião de Bailey, tem sido usado para proteger interesses de seus agricultores.

"Os países ricos gastaram até US$ 15 bilhões no ano passado para apoiar seus próprios biocombustíveis ao mesmo tempo em que impedem a entrada do etanol brasileiro, que é mais barato e muito menos prejudicial para a segurança alimentar global e para o meio ambiente", disse o autor do trabalho, dando consistência aos argumentos do governo brasileiro em todos os fóruns em que o tema é discutido.

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Estratégia - Shell aposta em etanol e pré-sal(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. A5 Economia)

Jamil Chade - DA AGÊNCIA ESTADO

A Shell vai investir em etanol de cana-de-açúcar. A gigante do setor de petróleo acredita que os biocombustíveis podem ser muito atrativos e nega que o etanol esteja gerando lobby do setor de combustíveis contra países como o Brasil. A empresa, porém, alerta: não irá apostar no etanol de milho nos Estados Unidos.

"Quando se analisa a produção de cana, como no Brasil, está claro que se trata de um setor atrativo para investimentos e achamos que esse modelo no Brasil é sustentável em termos ambientais", afirmou o chefe mundial do departamento de tecnologia da Shell, Jan van der Eijk.

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"Tudo indica que o etanol de cana é bom para a economia e para o meio ambiente. Portanto, é um bom investimento, com lucros promissores, e vamos seguir essa tendência", disse.Van der Eijk explica que a Shell irá investir tanto no etanol de cana como no desenvolvimento de um etanol de celulose.

"São esses os modelos que fazem sentido econômico e estamos considerando o envolvimento da Shell nesse setor. Não estamos considerando usar nem o milho nem trigo", alertou.

O motivo da recusa pelo etanol produzido nos Estados Unidos a partir do milho seria a necessidade de altos subsídios para que o produto seja competitivo no Mercado.

A costa atlântica do Brasil é hoje uma das áreas mais promissoras em termos de novas descobertas de petróleo no mundo, analisa a Shell, que alerta que o Brasil já precisa começar a pensar como irá utilizar os recursos que serão gerados para reduzir a pobreza no País.

"Para a Shell, o Brasil é uma das áreas mais promissoras nos próximos anos", afirmou Jan van der Eijk. "Temos planos de exploração e estamos buscando petróleo na costa do Brasil", confirmou o representante da multinacional.

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Petróleo - Uruguai aposta em jazidas no litoral de Punta Del Este(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. A7 Economia)

Ariel Palacios - Correspondente da Agência Estado em BUENOS AIRES

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, confirmou que possui elevadas expectativas sobre a existência de jazidas de gás natural na plataforma continental. Eufórico, o presidente sustentou que "existem indícios muito fortes" dessa existência. As áreas das jazidas, a 600 metros de profundidade, localizam-se na região do balneário de Punta del Este, a 100 quilômetros do litoral. "Se isso for confirmado, o futuro do Uruguai é muito afortunado. Mas, vamos passo a passo...", disse Vázquez

O ministro da Economia, Danilo Astori - pré-candidato presidencial - indicou que, após as últimas explorações sísmicas realizadas na área, além de gás, também "é altamente provável" a existência de jazidas de petróleo. As explorações foram feitas em conjunto pela estatal uruguaia Ancap e a empresa norueguesa Wavefield. "Esperemos que isto possa aliviar a enorme dependência que o Uruguai possui do exterior", disse Astori, em relação às importações de gás e petróleo, produtos inexistentes no subsolo continental uruguaio.

O presidente da Ancap, Raúl Sendic, indicou que a exploração comercial das jazidas poderia somente começar em 2015. O investimento necessário, calculou, estaria entre US$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões. Entre os dias 1º e 3 de dezembro será realizado em Montevidéu a "Rodada Uruguai", que consistirá em sessões do governo com as empresas interessadas, às quais entregará informações sobre o outorgamento de áreas para exploração e produção.

A idéia é que as empresas que participem da rodada entreguem suas ofertas antes do dia 1º de julho de 2009. No segundo semestre do ano que vem o governo determinaria as áreas para prospecção e exploração.

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Acordo - 4 usinas fornecem etanol a grupo sueco: Cosan, Guarani, NovAmérica e Alcoeste acertam contrato com o Sekab, vendedor, na Europa, do E-85 (mistura de 85% de etanol e 15% de

gasolina)(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B3 Empresas)

ANDRÉA CORDIOLI - DO JORNAL DO COMMERCIO

As usinas brasileiras Cosan, Guarani, NovAmérica e Alcoeste venderam 115 milhões de litros de etanol, para período de nove meses, à empresa sueca Sekab, que controla 90% do mercado de combustível E-85 daquele país - formado pela mistura de 85% de etanol e 15% de gasolina. Embora não tenha revelado o valor do contrato, o presidente da SCA Trading (que intermediou o negócio), Martinho Seiiti Ono, informou que foi pago prêmio de 5% a 10% sobre o preço médio de exportação do álcool anidro, de R$ 0,85 o litro.

Com isso, o valor do contrato com a Sekab teria ficado entre R$ 102,6 milhões e R$ 107,5 milhões. Ono não informou a participação das quatro usinas brasileiras no acordo, mas revelou que foi proporcional à produção de etanol de cada uma delas.

Considerando que, neste ano, a Cosan deve produzir 1,6 bilhão de litros de etanol, a Guarani, 450 milhões, a NovAmérica, 300 milhões, e a Alcoeste 92 milhões de litros, as participações no contrato de fornecimento à Sekab seriam, respectivamente, de 65,52%, 18,43%, 12,28% e 3,77%.

A exportação brasileira de etanol irá abastecer 110 mil carros suecos a partir de agosto. Segundo o vice-presidente da Sekab, Anders Fredriksson, hoje 25% dos veículos novos vendidos na Suécia tem sistema flex para o etanol.

"Até o final de 2009, metade dos postos de gasolina do país terão bomba de etanol, cujo consumo pode ultrapassar o da gasolina em oito anos", disse. Em 2015, estimou, a Suécia deve consumir 1,2 bilhão de litros de etanol. Em 2008, o país demandará 800 milhões de litros de etanol para todos os fins - uso químico, mistura e combustível.

Deste total, 400 milhões de litros serão importados do Brasil, dos quais 200 milhões de litros serão usados para E-85. A Sekab foi fundada em 1984 e importa etanol do Brasil desde o fim dos anos 80.

tarifa da ue. A tarifa de importação de etanol na União Européia é de 19 centavos de euro por litro, mas a Sekab paga apenas 3 centavos de euro por litro porque importa a mistura E-85 e não o etanol puro. Com isso, o combustível torna-se competitivo no país: ele sai por 8,3 coroas suecas por litro (cerca de R$ 2,00 o litro), ante 14,0 coroas suecas o litro de gasolina (R$ 3,50).

"Se a União Européia quer reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera deve rever essas tarifas de importações", disse o vice-presidente da Sekab.

Segundo ele, a região precisará de, pelo menos, 10 bilhões de litros de etanol para misturar na gasolina, sendo que ela só produz 10% disso e à base de matérias-primas mais caras e que afetam o preço de alimentos, como trigo e beterraba. "A União Européia ainda é 97% dependente de combustíveis fósseis", afirmou.

Por ora, no entanto, para o União das Indústrias de Cana de Açúcar (Unica), Marcos Jank, o acordo com a Sekab tem mais relevância estratégica do que financeira, uma vez que funciona como a porta de

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entrada para o Brasil mudar a imagem européia de que o etanol brasileiro é produzido com trabalho escravo e infantil.

Tanto que o embarque de etanol para a Suécia é o primeiro com verificação de critérios de sustentabilidade, tais como o mínimo de 30% de mecanização da colheita, respeito aos pisos salariais do setor e conservação de áreas de mata nativa.

As usinas envolvidas no acordo serão auditadas duas vezes por ano pela SGS. De acordo com o vice-presidente da Sekab, os suecos compram o etanol por motivos éticos e, embora ele avalie que muitas acusações sobre as condições de produção do etanol no Brasil sejam exageradas ou falsas, a empresa é constantemente questionada pelos consumidores.

"O Brasil precisa levar o trabalho de sustentabilidade do etanol a sério. Caso contrário, as notícias negativas podem criar barreiras comerciais para o livre comércio do etanol e isso será devastador", afirmou.

Para o secretário de produção e agroenergia do Ministério da Agricultura e Abastecimento, Manoel Vicente Fernando Bertone, o etanol brasileiro é limpo, mas o comércio internacional não é tão limpo assim.

brasil forte. "A maior prova da sustentabilidade do etanol no Brasil é o volume de recursos internacionais investidos nisso. Produto que não é rentável não é sustentável", afirmou.

O presidente da Unica, Marcos Jank, esclareceu que o acordo só envolveu quatro usinas brasileiras porque só 15% do álcool brasileiro é exportado e outras usinas não têm logística suficiente.

Também estiveram presentes à entrevista que anunciou o contrato o diretor comercial da Guarani, Paulo José Mendes Passos; o diretor comercial da Cosan, Mark Lyra; o diretor de qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo; o presidente do Consleho de Administração da Alcoeste, Kosuke Arakaki; o presidente da Alcoeste, Titosi Vehara; o diretor comercial da NovAmerica, Melchiades Donizeti Terciotti.

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Eletricidade - Venezuela e Brasil preparam acordo de troca para energia(DCI 26.06.2008 p. A10 Indústria)

BRASÍLIA - O Brasil e a Venezuela pretendem promover a interconexão elétrica entre os dois países, de forma que um país possa suprir a necessidade do outro dependendo da época do ano.

Um acordo nesse sentido deve ser assinado na próxima sexta-feira, durante reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, em Caracas.

A expectativa é de que a interconexão também estimule o desenvolvimento da fronteira, especialmente entre os estados de Roraima, no Brasil, e Bolívar, na Venezuela.

Os presidentes Lula e Chávez e ministros dos dois países se reúnem a cada três meses para tratar de temas bilaterais e regionais. O último encontro foi em março, em Recife. Agora, em Caracas, a área energética será um dos principais assuntos em discussão.

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Os presidentes também avaliarão o andamento das negociações para aquisição de gás natural da petrolífera estatal venezuelana PDVSA pela Petrobras e tentarão, mais uma vez, impulsionar a sociedade entre as duas empresas na Refinaria Abreu e Lima no Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco.

O Brasil está interessado na possibilidade de comercialização de gás natural venezuelano em território nacional, sobretudo nas Regiões Norte e Nordeste.

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Combustíveis - País venderá o dobro de etanol aos EUA: Os altos preços do milho deixaram o produto brasileiro mais competitivo; preço do etanol do País fica mais barato que o dos EUA,

mesmo com tarifas(DCI 26.06.2008 p. B3 Agronegócios)

Os embarques brasileiros de etanol para os Estados Unidos devem dobrar em 2008, para 3 bilhões de litros, segundo nova estimativa da Unica. "Desse total, 1,5 bilhão de litros deve ser exportado diretamente e o restante via Caribe", disse Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da entidade. Em 2007, o volume exportado para o país somou 1,3 bilhão de litros, segundo Pádua.

De acordo com Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, o galão do combustível no mercado interno norte-americano reagiu 26,5% em apenas duas semanas, chegando a US$ 3. "O produto brasileiro ficou mais competitivo e criou uma janela de oportunidade. As usinas fecharam novos negócios ao longo dessas duas últimas semanas", conta Rodrigues.O produto brasileiro chega ao mercado norte-americano por, em média, US$ 2,966/galão, já somados frete e imposto sobre importação (de US$ 0,54/galão ou US$ 0,14/litro). Um galão equivale a 3,78 litros de etanol.

O álcool brasileiro está mais competitivo do que o fabricado naquele país a partir do milho, mesmo considerando a cobrança de tarifa de importação, por conta da alta de preços da matéria-prima. O motivo é o excesso de chuvas em Iowa, onde a produção do grão se concentra no país. Apesar de não informar volumes, o diretor comercial da Cosan S.A., Carlos Murilo Barros de Mello, afirmou que as exportações dos dois tipos de álcool (hidratado e anidro) se intensificaram em maio e junho.

Embora seja difícil prever por quanto tempo possa durar o cenário, o diretor de comércio exterior da Copersucar, Soren Jensen, acredita que o fluxo de exportações do combustível para os Estados Unidos deve se intensificar nos próximos três meses.

Ainda segundo Pádua, da Unica, por conta do alto preço do milho, há destilarias norte-americanas paralisando atividades. "É difícil prever cenários, já que se trata de situação de mercado. Mas tudo indica que os preços do etanol no mercado interno norte-americano seguirão em alta, já que os contratos para julho de 2009 do milho estão acima de US$ 7 o bushel", diz o diretor da Unica.

Ainda segundo Rodrigues, da Bioagência, o álcool brasileiro continuará competitivo enquanto o galão no mercado norte-americano se mantiver acima dos US$ 2,70.

União Européia

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Quatro das maiores usinas brasileiras produtoras de açúcar e álcool anunciaram ontem o primeiro contrato de exportação de álcool sustentável fechado com a sueca Sekab. A companhia detém 90% do mercado do combustível E-85 (85% álcool anidro e 15% gasolina) na Suécia. O país deve importar cerca de 550 milhões de litros de etanol em 2008, para uso geral. Metade desse total deverá ser importada do Brasil, segundo o vice-presidente da Sekab, Andres Fredriksson.

"Até o final do ano que vem metade dos postos do país terão uma bomba para o abastecimento por etanol. Se o desenvolvimento no país seguir assim, em oito anos o consumo de etanol vai ultrapassar o da gasolina em um país que não produz álcool", diz Fredriksson. A frota que utiliza álcool naquele país passou de zero para 110 mil veículos em cinco anos.

O contrato anunciado ontem é o primeiro de venda de etanol com critérios de sustentabilidade no mundo, segundo as usinas.

O negócio foi intermediado pela SCA Trading e equivalerá à exportação de 115 milhões de litros de álcool anidro pela Cosan S.A., Alcoeste, Usina Guarani e Grupo NovAmérica. O valor não foi revelado e o primeiro embarque aconteceu na semana passada, no dia 18. O contrato é válido até março de 2009 com possibilidade de renovação.

O etanol foi vendido com a garantia de que haverá uma verificação de critérios de sustentabilidade, ou seja, de que as companhias produtoras cumprem as normas estabelecidas pela Sekab como a utilização, em patamares mínimos, da mecanização da colheita; não usam trabalho escravo ou infantil; respeitam pisos salariais; se comprometem a conservar áreas de mata nativa; entre outros.

"Se o Brasil quiser ser levado a sério como um player global no segmento, deverá levar a sério o trabalho de sustentabilidade. O Brasil tem todas as condições para ser líder no mercado global pois o etanol de cana do país é o que melhor reduz os efeitos da emissão de dióxido de carbono", disse Fredriksson. Uma empresa internacional e independente deverá avaliar as etapas de produção nas usinas periodicamente para verificar se os critérios estão sendo cumpridos.

Marcos Jank, presidente da Unica, diz que a Suécia é o único país a identificar o etanol brasileiro no posto. "É o país mais avançado no processo de substituição de combustíveis fósseis pelos renováveis", completa Jank.

Fredriksson lembra que o Brasil tem a vantagem de não fabricar o etanol a partir de grãos. No entanto, a verificação do produto é importante para que o país mostre ao consumidor europeu que o produto é sustentável em relação a outros importantes critérios sócio-ambientais.

Os embarques brasileiros de etanol para os Estados Unidos devem dobrar em 2008 para 3 bilhões de litros, segundo nova estimativa da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica). "Desse total, 1,5 bilhão de litros deve ser exportado diretamente e o restante, via Caribe", disse Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da entidade. Em 2007, o volume exportado para o país somou 1,3 bilhão de litros, segundo Pádua.

De acordo com Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, o preço do galão do combustível no mercado norte-americano subiu 26,5% em apenas duas semanas, chegando a US$ 3. "O produto brasileiro ficou mais competitivo e criou-se uma janela de oportunidade. As usinas fecharam novos negócios ao longo dessas duas últimas semanas", conta Rodrigues. O produto brasileiro chega ao mercado norte-americano a, em média, US$ 2,966 por galão, já somados frete e imposto sobre importação (de US$ 0,54 por galão ou US$ 0,14 por litro). Um galão equivale a 3,78 litros.

O álcool brasileiro está mais competitivo do que o fabricado naquele país a partir do milho, mesmo considerando-se a cobrança de tarifa de importação, por conta da alta de preços da matéria-prima. O motivo é o excesso de chuvas no estado americano de Iowa, o maior produtor de milho dos EUA. Apesar

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de não informar volumes, o diretor da Cosan, Carlos Murilo Barros de Mello, afirmou que as exportações dos dois tipos de álcool (hidratado e anidro) se intensificaram em maio e junho.

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Contas Públicas - Dinheiro do pré-sal pode ir para o Fundo Soberano: Está em estudo proposta para usar receitas com exploração de petróleo

(Estado de São Paulo 26.06.2008 p. B7 Economia)

Renata Veríssimo e Adriana Fernandes

O governo estuda a possibilidade de usar receitas com a exploração dos megacampos da camada de pré-sal do petróleo na composição do Fundo Soberano do Brasil (FSB). A proposta está em elaboração por um grupo de trabalho interministerial. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou ontem que o Fundo não se restringirá a ser um mecanismo de aumento do superávit primário (economia de recursos para pagamento de juros). A idéia é que o Fundo tenha um alcance mais amplo.

O FSB já receberá, este ano, R$ 1 bilhão provenientes do aumento de receitas com royalties recebidos pela União pela exploração de petróleo. Esse adicional está sendo possível graças à elevação dos preços internacionais do produto. Com a entrada em operação dos novos campos, o governo espera reforçar o Fundo, que terá inicialmente R$ 14,2 bilhões.

“A idéia que está prevalecendo é ter recursos do petróleo para o Fundo”, afirmou Bernardo. O assunto está sendo discutido junto com a definição de regras para a exploração das reservas do pré-sal, que vão funcionar como um novo marco regulatório.

Bernardo informou que o governo deve rever o sistema de cálculo de royalties pela exploração de petróleo pagos à União. Segundo ele, hoje, há uma faixa de isenção para a produção de petróleo que ficou muito alta por causa do aumento dos preços internacionais do produto.

“Então, podemos rever para que mais poços paguem. Com esse preço do petróleo, faz sentido dar uma diminuída (na faixa de isenção)”, explicou o ministro. “Atualmente, é isenta de pagamento de participação especial a produção de até 2,830 milhões de barris por trimestre”, o que significa, em valores de hoje, uma produção de até US$ 367 milhões por trimestre.

Mantega já enviou à Casa Civil o texto do projeto de lei para a formação do FSB prevendo o uso dos recursos de petróleo. A proposta seria apresentada ontem pelo ministro da Fazenda aos líderes dos partidos da base aliada que integram o Conselho Político do governo.

Mas, pela terceira vez, a reunião foi adiada, desta vez porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua agenda para ir ao velório da ex-primeira-dama Ruth Cardoso.

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que participa também das discussões, está fazendo um levantamento sobre o uso dos recursos dos fundos de outros países. Ele vai organizar no início de julho um seminário, no Congresso Nacional, para discutir o tema com a participação de Mantega.

Mercadante defendeu o uso dos recursos para investimentos em educação, ciência e tecnologia e projetos “estruturantes” de infra-estrutura.

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Diplomacia - Lula pressiona Petrobrás em projeto com a PDVSA: Presidente quer que estatal explore com a empresa venezuelana a faixa do Rio Orinoco, algo já havia sido descartado pela

companhia brasileira (Estado de São Paulo 26.06.2008 p. B14 Economia)

Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro

O Palácio do Planalto pressionou a Petrobrás a efetivar a parceria com a Petróleos de Venezuela (PDVSA) para a exploração da faixa petrolífera do Rio Orinoco - proposta que havia sido rejeitada pela companhia brasileira em setembro passado. Também determinou que o outro projeto comum da Petrobrás com a estatal venezuelana, a construção da refinaria Abreu de Lima, em Suape (PE), não deixe de andar.

As cobranças foram disparadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã de ontem, durante uma reunião de coordenação das áreas de governo envolvidas na política de generosidade do Brasil com seus vizinhos sul-americanos.

No encontro, Lula voltou a acentuar a necessidade de a “vontade política” prevalecer sobre as conclusões técnicas e as análises de mercado nas decisões da Petrobrás sobre suas parcerias com a PDVSA e seus investimentos na Bolívia.

A ordem surgiu a apenas dois dias do novo encontro reservado, desta vez em Caracas, entre os presidentes Lula e Hugo Chávez, da Venezuela. Em março passado, no Complexo Portuário de Suape (PE), Lula e Chávez visitaram as obras de terraplenagem da refinaria Abreu e Lima, mas não conseguiram fechar a parceria PDVSA-Petrobrás para esse projeto.

A companhia brasileira, que deteria 60% das ações, mostrou-se disposta a bancar 100% da construção, para que a refinaria comece a funcionar no segundo semestre de 2010. O custo do projeto é estimado em US$ 4,05 bilhões. A razão de tal ameaça foi a tentativa da PDVSA de interferir em decisões que caberiam à Petrobrás, como sócia majoritária, e de investir no mercado brasileiro de distribuição de derivados.

Projeto casado ao da refinaria, a exploração conjunta de petróleo nas jazidas de Carabobo 1, na faixa petrolífera do Rio Orinoco, fora abortada pela Petrobrás em setembro passado. Ontem, Lula deixou claro que quer ver ambas as parcerias da Petrobrás com a PDVSA prosperarem, desde que não contrariem os interesses nacionais.

Na reunião de ontem, Lula atuou como gerente da diplomacia de generosidade com a América do Sul. O presidente repassou detalhadamente uma agenda de 14 páginas, formulada pelo Itamaraty, com todos os projetos prometidos pelo Brasil a cada país. No caso da Bolívia, novamente se voltou para a Petrobrás, da qual cobrou o início dos investimentos na expansão da capacidade de exploração de gás no país vizinho neste ano.

Lula pediu ainda que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprove o mais rápido possível o projeto de construção da rodovia que ligará La Paz ao Norte da Bolívia - o projeto Hacia el Norte, que também compõe uma linha de conexão entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Também determinou maior empenho da Secretaria de Relações Institucionais para a aprovação, no Senado, do projeto de construção da hidrelétrica de Guarajá Mirim, no rio Madeira, bem na fronteira com a Bolívia.

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Mercado Aberto - Polêmica sobre hidrelétrica chega à Espanha (Folha de São Paulo 26.06.2008 p. B2 Dinheiro)

Um representante das comunidades ribeirinhas do rio Madeira conseguiu "furar" a reunião anual do conselho de acionistas do Santander, na Espanha, no fim de semana passado, para fazer denúncia contra o licenciamento da usina hidrelétrica de Santo Antônio.O espanhol Santander participa do consórcio vencedor que construirá as usinas e responde por 20% do financiamento das obras, orçadas em US$ 9 bilhões. Na reunião, a RedeBrasil, ONG presidida por Luis Novoa Garzon, professor da Universidade Federal de Rondônia, diz ter conseguido que Emilio Botín, presidente mundial do Santander, montasse uma equipe para avaliar as denúncias.Segundo Garzon, no projeto, o consórcio vencedor subestimou as indenizações e reduziu o total de famílias afetadas pela inundação para construção da barragem de 3.000 para 760.Marcos Madureira, diretor de comunicação do Santander para a América Latina, afirma que o banco irá apurar as denúncias feitas por Garzon. "O Santander jamais permitirá que aconteça algo fora dos parâmetros legais," diz. "O banco se comprometeu a analisar essas questões."Garzon também diz que o consórcio estaria fazendo pressão para que as famílias aceitem as indenizações. "Querem chegar ao Ibama com os acordos fechados para acelerar a liberação da licença de instalação da usina", diz Garzon. "O processo de licenciamento ambiental está sub judice e uma articulação desse tipo poderia direcionar as investigações."A participação de Garzon no encontro anual se deveu a uma manobra entre acionistas do Santander que pressionam o banco a adotar uma posição socioambiental correta. Para isso, cederam seu direito a voz.O objetivo é não só forçar o banco a assinar os Princípios do Equador (que obrigam instituições financeiras a só liberar financiamentos a projetos ecologicamente responsáveis) como criar entre os acionistas uma consciência ambiental.Essa posição se reforçou com a compra do ABNAmro Real, que obedece a padrões da sustentabilidade. Com a aquisição, ainda não está clara qual será a política predominante, especialmente no Brasil. Em resposta, o Santander diz ter uma política socioambiental rígida.O ABN tornou-se conhecido por ter uma das políticas mais rigorosas na concessão de crédito, recusando financiamentos a grupos cujos projetos apresentam problemas nos licenciamentos ambientais.Os acionistas espanhóis teriam se surpreendido com as notícias, segundo Garzon. As intervenções dos ambientalistas estão na ata da reunião e Botín pediu ao secretário do conselho, Ignacio Benjumea, que separasse as posições de ONGs das considerações dos acionistas que levantam polêmicas sobre impactos do projeto.

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MPF em Rondônia investiga alterações no projeto da Usina de Jirau(Última Instância – 26.06.2008)

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O MPF (Ministério Público Federal) em Rondônia abriu um inquérito civil para fiscalizar e investigar mudanças no projeto de instalação da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira.

O consórcio Energia Sustentável do Brasil, vencedor do leilão para construção da usina, anunciou depois do resultado a intenção de construir o complexo energético na localidade conhecida como Cachoeira do Inferno, e não mais em Jirau, como previa a licença ambiental concedida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Na portaria que instaurou o inquérito, o MPF sustenta que “a alteração de nove quilômetros no projeto inicial, que pode gerar conseqüências danosas ao meio ambiente, não está prevista na resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que regulamenta o licenciamento ambiental.”

O MPF diz ainda que as alterações na área de impactos do empreendimento não foi discutida nas audiências públicas realizadas.

Procurado pela reportagem, o procurador Heitor Alves Soares, responsável pelo inquérito, disse por meio da assessoria de imprensa, que preferia não se pronunciar na atual fase de instruções e das informações já solicitadas à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

No último dia 13, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou que o Ibama deve analisar em até 60 dias o pedido de mudança de localização da construção da usina em Rondônia, encaminhado pelo consórcio.

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/52693.shtml

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JUDICIÁRIO

Saúde - Parâmetros para decisões: CNJ vai realizar seminário para discutir as conseqüências das determinações que obrigam o Estado a arcar com tratamentos não provisionados

(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B7 Direito & Justiça)

GISELLE SOUZA - DO JORNAL DO COMMERCIO

As conseqüências das decisões judiciais que obrigam o Poder Público a fornecer medicamentos e tratamentos que não estão previstos no orçamento serão debatidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Por sugestão do conselheiro Jorge Maurique, o órgão aprovou a realização de seminário com integrantes do Poder Judiciário e do Ministério da Saúde. A princípio, o evento deverá ocorrer em dezembro. Segundo o magistrado, a troca de idéias é importante para a eficiência do sistema. "Estimativas indicam que até 20% dos recursos do setor acabam sendo utilizados para atender demandas individuais", disse.

O número a que o conselheiro se referiu faz parte de estudo feito pelo constitucionalista Luís Roberto Barroso, a pedido da Procuradoria Geral do Rio de Janeiro. De acordo com o levantamento, as decisões judiciais já interfeririam em 15% a 20% do orçamento destinado à compra de medicamentos no Estado. De acordo com Maurique, faltam informações consolidadas de todos os estados brasileiros acerca da quantidade de ações e o impacto das decisões no orçamento destinado à saúde pública.

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Outro problema, segundo afirmou, se verifica no próprio Poder Judiciário, com a falta de uma jurisprudência pacífica quanto à concessão ou não do medicamento ou tratamento solicitado. Na avaliação de Maurique, o debate é importante para garantir maior segurança jurídica às decisões judiciais. "Precisamos ter um caminho seguro e que garanta eficiência ao sistema", afirmou o magistrado.

Na opinião de Maurique, os juízes encontram dificuldades para julgar esse tipo de ação. "É muito difícil fazer uma avaliação de como deve ser a postura dos magistrados. Evidentemente será sempre a de assegurar a vida, o princípio supremo assegurado pela Constituição", disse o conselheiro, destacando a necessidade de os magistrados terem meios para aferir a real importância ou não do tratamento ou medicamento solicitado.

dificuldade. De acordo com Maurique, é muito difícil para os juízes verificar se a medida solicitada na ação é realmente imprescindível. "Eu mesmo vivi uma situação assim. Em uma ação, o médico prescreveu um medicamento cuja diferença em relação ao que constava na tabela do SUS variava de R$ 10 mil a R$ 12 mil. Determinei, então, que ele explicasse por que aquele remédio e não o do SUS. Ele me respondeu que a paciente sofreria leve indisposição estomacal com o medicamento previsto", contou o conselheiro, esclarecendo a necessidade de as decisões serem razoáveis.

Maurique esclareceu que não quer dizer que a tabela do SUS está sempre correta. Mas o controle pelo Judiciário, sem dúvida, permitirá a atualização constante da relação de forma atender o maior número de pessoas. "Temos que tomar soluções globais", disse o conselheiro, que propôs uma medida para ajudar os juízes a distinguirem quais pedidos seriam ou não realmente necessários.

Nesse sentido, Maurique sugeriu a criação de equipes multidisciplinares, compostas por médicos, para orientar o juiz quanto à eficácia do medicamento. "Isso daria subsídios para o magistrado tomar sua decisão", explicou o conselheiro, lembrando que os juízes têm autonomia para julgar. "O Judiciário é independente. A única coisa que queremos é dar subsídios para que o juiz possa apreciar melhor a matéria", afirmou.

Maurique explicou que o CNJ realizará o seminário justamente porque tem a função de propor estratégias para o Judiciário. A intenção é que o debate resulte em convênio com o Ministério da Saúde para levantar a quantidade de ações contra o governo e estabelecer, em conjunto, um plano de ações.

Na avaliação do conselheiro, o debate será benéfico porque evitará que as decisões proferidas obriguem o Estado a adotar medidas a margem da legislação que estabelece as regras para a aquisição desses remédios. "Esses medicamentos que são adquiridos em cumprimento à decisão judicial podem estar por fora da lei de licitações. Isso implica numa quebra com o princípio legal", exemplificou.

Estudo aponta interferência do Judiciário

No estudo que fez, o constitucionalista Luís Roberto Barroso concluiu ser real a interferência do Poder Judiciário nas políticas de saúde. Apesar disso, ele não condenou a atuação da Justiça. Antes, propôs a definição de parâmetros. Entre elas, a que impediria os juízes de determinar, por meio de ações individuais, que o Executivo compre os medicamentos que não constem da relação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo Barroso, nesses casos, o que se deveria postular é a inclusão do remédio na lista do SUS mediante ação coletiva a ser proposta pelo Ministério Público, entidade de classe ou uma organização não governamental que congregue portadores de determinada doença. A conclusão do estudo é a de que a determinação judicial teria maior abrangência e beneficiaria a todos em igual situação.

orçamento. A medida poderia ajudar a evitar a destinação dos recursos para as demandas individuais, o que reduz o orçamento do Executivo para as políticas de maior abrangência. Levantamento do Estado

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de São Paulo, por exemplo, indicou que os gastos referentes ao fornecimento de medicamentos para apenas 3 mil pessoas beneficiadas por decisões judiciais chegariam a R$ 300 milhões por ano.

O Rio Grande do Sul também poderia ser citado com um exemplo. Levantamento da Secretaria de Saúde do Estado mostrou que os totais líquidos de aquisições por ordens judiciais, que saem do Fundo Estadual de Saúde, saltaram de R$ 8.819.151,71 em 2004 para R$ R$ 29.019.521,46 em 2006.

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MARÍTIMO

Petroquímica - Braskem renova frota e aluga quatro cargueiros: Contrato de US$ 500 milhões com Elcano prevê construção de dois navios até 2011

(Valor Econômico 26.06.2008 p. B8 Empresas)

André Vieira

Enfrentando os altos custos no transporte de insumos e matérias-primas, a Braskem negociou um contrato milionário para arrendar quatro navios cargueiros - o primeiro acordo de renovação de frota de embarcações de granéis líquidos da marinha mercante no país em mais de duas décadas.

O acordo de aluguel avaliado em US$ 500 milhões foi fechado com o grupo espanhol Elcano, que já entregou à petroquímica brasileira os cargueiros para a navegação de cabotagem.

Dos quatro navios, dois deles foram construídos na Turquia pelo estaleiro TVK. As outras duas unidades - adquiridas de segunda mão - vão operar para a Braskem até 2011. No acerto efetuado pelas duas empresas, essas embarcações serão substituídas por dois novos navios que serão construídos pelo armador espanhol em um estaleiro no Brasil.

O contrato, com duração de 20 anos, foi negociado nos últimos dois anos. Sete armadores disputaram a concorrência da Braskem.

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O contrato de arrendamento dos navios é o maior acordo de logística já realizado pela petroquímica e modifica a fórmula anterior de pagamento de frete dos produtos químicos, que era vinculado ao dólar por tonelada.

A Braskem, que produz resinas utilizadas para a produção de diversos artigos de plásticos, de fraldas a garrafas, vem enfrentando fortes pressões de custos por conta da alta dos derivados de petróleo, principalmente a nafta.

A diretora de suprimentos e logística da Braskem, Isabel Figueiredo, disse que a nova frota irá reduzir "substancialmente" os custos de transporte da petroquímica, sem quantificar, contudo, o tamanho da economia.

Os navios, cujas capacidades variam entre 12 mil e 14 mil toneladas de cargas líquidas, permitirão a Braskem transportar 125 mil toneladas de cargas por mês.

Os cargueiros navegam a uma velocidade de 20% a 25% mais rápida do que os utilizados anteriormente. Além disso, por deter uma planta de gás inerte e nitrogênio para "limpeza" dos tanques, a redução no tempo de carga e descarga é estimada em 40%.

As embarcações navegarão pela costa brasileira. A idéia da Braskem é que eles embarquem rumo aos portos do Sul e Sudeste com soda cáustica e insumos petroquímicos produzidos pelas unidades industriais da Bahia e de Alagoas.

No caminho de volta ao Nordeste, as embarcações carregadas de etanol despacharão a carga para a Bahia, onde o combustível será transformado em ETBE, um aditivo menos poluente.

No início da próxima década, quando a produção de polietileno à base de etanol estiver operando na fábrica de Triunfo (RS), os navios devem ser utilizados no transporte de matéria-prima e produto final.

Isabel Figueiredo, que já teve passagens pela Alcoa e Companhia Siderúrgica Nacional, disse que os cargueiros poderão ser utilizados nas operações de exportação da companhia. "Os navios possuem casco duplo, uma exigência dos portos dos Estados Unidos e da Europa. Se for o caso, poderemos usá-los na exportação", disse ela.

Além da nova frota de transporte de granéis líquidos, a Braskem possui ainda três embarcações utilizadas no transporte de produtos gasosos em contrato também com a Elcano. O meio de transporte marítimo representa 60% do transporte de cargas líquidas, e 38% das cargas gasosas da Braskem.

A Empresa Naviera Elcano opera cerca de 25 navios, dos quais uma dezena no Brasil. Em 2007, o grupo teve faturamento de 280 milhões de euros, o que representou crescimento de 29%. O lucro líquido, no mesmo período, mais do que dobrou, para 37,9 milhões de euros.

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Portos - Terminal privado pode operar carga de terceiros(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C4 Infra-Estrutura)

O governo vai permitir a abertura de terminais privados para movimentação de cargas de terceiros, sem limites de quantidade. A construção e a administração desses terminais caberá a iniciativa privada,

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mediante concessão. Os projetos terão que passar por licitações públicas e os vencedores dos leilões não serão obrigados a provar que possuam carga própria em quantidade suficiente para justificar o empreendimento. A medida será tomada por decreto presidencial que está sendo finalizado na Casa Civil que, ainda nesta semana, deve encaminhar o texto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser sancionado, o que deve ser feito na primeira quinzena de julho, prevê o ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos. Com as novas regras, a previsão do governo é de que o setor receba investimentos entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões de empresas nacionais e estrangeiras. Os investidores poderão formar consórcios e contar com a participação de fundos de pensão para os negócios. O governo espera que essa mudança no marco regulatório sirva para dirimir disputas jurídicas entre investidores, sem mexer na lei dos Portos (8.630/93). O novo modelo para o setor portuário é parecido com o do setor elétrico, onde ativos da União são administrados pela iniciativa privada. Um dos critérios que deverá ser estabelecido pelo Plano de Outorgas é que os investidores poderão sugerir o local para a construção dos portos, mas quem vai definir o lugar é o governo. "O porto vai se localizar onde for de interesse da comunidade e não de interesse exclusivamente privado", adiantou o ministro. O governo também quer maior utilização da intermodalidade no transporte de cargas. Está em estudo estabelecer um limite para cada modal no cargas transporte, para alguns caos especiais. A concessão será por 25 anos renováveis por mais 25. A contrapartida dos investidores ainda está em discussão. As alternativas são a de cobrar uma tarifa pela administração dos terminais ou o maior valor pela outorga. Também poderá ser criada uma alternativa intermediária entre as duas possibilidades, sinaliza Brito. Além do decreto que estabelece as novas regras para o setor portuário, o governo vai criar um Plano de Outorga onde serão definidas as prioridades do Planalto para o setor que deve estar concluído até o fim de agosto, projeta o ministro. O decreto vai regulamentar a lei que não versa sobre a movimentação de contêineres, o que impede que a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) permita que portos privados movimentassem cargas de terceiros. Com a regulamentação, a agência terá que adequar-se a nova legislação. "A lei de hoje não dá abrigo para terminais de contêineres. Com o decreto, isso vai acontecer", disse Brito. O governo está confiante que a nova regulamentação vai resolver as pendências jurídicas do setor. "O que não pode é ficar como está, gerando pendências e divergências entre investidores", disse Brito. Segundo ele, esse é o modelo predominante no mundo. "Não existe porto privado, a exceção de alguns pequenos na Inglaterra. Porto é concessão pública", reforça o ministro. Os terminais que já são operados por empresas, como é o caso de alguns administrados pela Petrobras, Vale do Rio Doce, Bunge e Cargill, por exemplo, não estarão sujeitos às novas regras.

(Rivadavia Severo)

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Estaleiros - Brasil está preparado para fazer 338 navios e plataformas(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. A6 Economia)

DANIEL CÚRIO - DO JORNAL DO COMMERCIO

A demanda por 338 embarcações, que incluem construção de navios e plataformas, necessários para o desenvolvimento do setor naval no País pode ser atendida pelos estaleiros brasileiros. Esta é uma das conclusões do debate de abertura na quinta Feira e Conferência da Indústria Offshore (Navalshore). O

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evento começou ontem e será realizado até amanhã no Centro de Convenções SulAmérica, no Centro do Rio.

Para os participantes, as companhias brasileiras têm capacidade para construir 26 estaleiros de porte médio e grande, em 4,7 milhões de metros quadrados de área ocupada e 570 mil toneladas de aço processadas por ano. Também poderiam ser fabricados 16 diques e docas elevatórias, 22 carreiras de construção e 43 cais de acabamento.

A demanda está elevada. Seriam 70 empreendimentos em demanda firma, 224 anunciados e 44 previstos, totalizando 338 empreendimentos. A demanda firme inclui 38 navios petroleiros, seis plataformas de produção, cinco navios porta-contêineres, três navios graneleiros e 18 navios de apoio marítimo.

A feira reúne 115 expositores, principalmente estaleiros e empresas de navipeças. Com a indústria naval aquecida e os recentes anúncios de construção de embarcações pela Petrobras e Transpetro, a Navalshore acontecerá em ambiente de grande otimismo.

Segundo avaliação da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a indústria nacional de navipeças obterá contratos da ordem de R$ 1,5 bilhão com o programa de renovação da frota de barcos de apoio marítimo da Petrobras, recém-anunciado pelo presidente Lula. A organização da Navalshore estima que durante a feira serão fechados contratos envolvendo R$ 300 milhões.

Um dos destaques da Navalshore é o "Negócios em 15 minutos", rodada de negócios realizada paralelamente à feira com 11 empresas-âncoras. A Transpetro e os estaleiros Arsenal de Marinha, Eisa, Mauá, Aker Promar, Inace, Mac Laren, Rio Maguari, Santa Cruz e TWB recebem hoje e amanhã empresas interessadas em criar cadastrar como fornecedoras, apresentar novos produtos e serviços ou simplesmente atualizar seus contatos, em entrevistas com 15 minutos. Em 2006, a atração realizou 297 reuniões e no ano passado, 364. Para este ano estão pré-agendadas 375.

O primeiro dia foi dedicado aos desafios para a indústria nos próximos anos. Participaram da conferência o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Hugo Figueiredo, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore, Ariovaldo Rocha, a diretora do Fundo da Marinha Mercante do Ministério dos Transportes, Débora Teixeira, o coordenador geral das Indústrias de Transporte Aéreo e Aeroespacial da Secretaria do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Eduardo Macedo, a subsecretária estadual de Desenvoltimento Econômico, Indústria e Serviços do Rio, Renata Cavalcanti, o encarregado da Divisão de Segurança da Navegação da Diretoria de Portos e Costas, Capitão Luiz Alberto Campos da Silva, o gerente executivo de Transporte Marítimo da Transpetro, Elizio de Araújo Neto, e o gerente do Centro de Tecnologia do Senai, Marcos Pereira.

Os participantes comentaram o crescimento das encomendas no setor naval e suas conseqüências, como aumento da demanda por marítimos, necessidade de aperfeiçoamento tecnológico de toda a indústria, ampliação das oportunidades para a indústria de navipeças e verificação da capacidade produtiva dos estaleiros nacionais para novos negócios.

O tema de hoje será a responsabilidade ambiental, em duas palestras "Navios ecológicos formas de minimização de impactos ambientais do transporte aquaviário" e "Prevenção da Poluição Marinha e Atmosférica: normas da organização marítima internacional em elaboração ou sendo modificadas". Na sexta-feira, será discutida a indústria de pesca, com ênfase no pólo naval de Santa Catarina.

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Naval - Indústria naval frustra planos de Lula: De acordo com a Abimaq, somente 15% da demanda por navipeças pode ser atendida pela indústria brasileira; R$ 6,5 bi vão para o setor

(DCI 26.06.2008 p. A10 Indústria)

A capacidade da indústria naval brasileira é limitada para atender, como almeja o presidente Lula, pelo menos 80% da demanda impulsionada pelo recente pacote da Petrobras, que prevê a compra de embarcações de apoio, e pela segunda fase da renovação da frota da Transpetro.

De acordo com estudo realizado pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o custo para os 216 navios da Transpetro e da Petrobras chega a R$ 19,5 bilhões. No valor, estão incluídas as 26 embarcações da primeira fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro; as 23 da segunda fase do programa, anunciada este ano e mais 21 barcos de afretamento; além dos 146 navios de apoio da Petrobras. Não estão incluídos, por exemplo, os 40 navios-sonda anunciados pela estatal. A expectativa de César Prata, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais e Offshore (CSEN) da Abimaq, é a de que 35% do montante total sejam gastos em máquinas e peças, o equivalente a aproximadamente R$ 6,5 bilhão. O executivo disse acreditar, no entanto, que a indústria nacional é capaz de atender somente 15% do necessário. "Grande parte terá que continuar a ser importada. O Brasil não está preparado para fabricar, ou porque não tem demanda suficiente, ou porque não há escala e tecnologia", disse Prata.

Já o secretário-geral do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação naval e Offshore (Sinaval), Sergio Leal, acredita que a indústria brasileira tem condições de atender à demanda, "considerando a atual capacidade, os novos estaleiros, as ampliações e as plantas novas". O País possui hoje 26 estaleiros de porte médio e grande e capacidade de atender a 338 empreendimentos em oito anos.

Segundo ele, a questão das peças ainda está sendo discutida. "Estamos facilitando a discussão ao máximo. Queremos que a riqueza fique aqui e não temos nenhum interesse que a indústria estrangeira seja preponderante. Aquilo que for possível fazer aqui, em termos competitivos, nós absorveremos", disse Leal. "Não podemos deixar essa oportunidade ir parar nas mãos de fornecedores estrangeiros."

O principal problema observado é o custo de alguns equipamentos desenvolvidos no Brasil. Com o dólar baixo, escala pequena e a quantidade de impostos sobre a indústria, é impossível fornecer as navipeças com menos de 30% ou 40% de acréscimo do preço em relação ao preço internacional, segundo o Sinaval.

Prata reivindicou que o nível de nacionalização aumente da meta atual de 65%, segundo ele já não cumprida, para 80%. Leal afirmou que a reivindicação é factível apenas em alguns projetos. No caso de navios de apoio, ele não acredita que seja possível haver um nível de nacionalização tão extenso, pois muitos equipamentos não são produzidos no País. "O nível de nacionalização é baixo e ampliá-lo para 80% pode engessar o estaleiro", disse. Outra possibilidade de crescimento é aumentar e modernizar a frota de Marinha Mercante. O Brasil tem 95% do mercado de comércio exterior por mar.

Entre as multinacionais que atuam no País, também são verificados gargalos. Segundo Waldemar Marchetti, gerente de Negócios de Motores Marítimos da Cummins para a América do Sul e México, a companhia possui capacidade para atender à demanda por motores para as embarcações do tipo PSV (Plataform Supply Vessel), navios de apoio marítimo mais usados no Brasil. A Petrobras incluiu em seu pacote 49 unidades. "No entanto, não conseguimos, no momento, suprir a demanda pelos AHTF (Anchor Handling Tug Supply)", acrescentou. Navios offshore de grande potência, oito unidades são previstas para serem construídas até 2014. Marchetti declarou que investimentos serão feitos na elaboração de

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novos produtos, "para conseguir suprir a alta demanda do Brasil e do resto mundo". A companhia produz seus motores na Inglaterra e na Índia.

Outra fabricante de motores marítimos que investe para atender à demanda da Petrobras é a finlandesa Wörtsilä. Em 2006 a companhia deu início à instalação de sua primeira fábrica no Brasil, localizada nas instalações da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), em Itaguaí, Rio de Janeiro. Após aporte de US$ 20 milhões, a Wörtsilä calcula capacidade anual de 6 a 8 motores. O estaleiro Eisa, no Rio de Janeiro, já fechou contrato de aproximadamente US$ 60 milhões com a Wärtsilä para o fornecimento de dez motores para seus petroleiros. O primeiro motor deve ser entregue em julho deste ano.

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Portos na berlinda(Monitor Mercantil 26.06.2008 p. 3 Conjuntura Econômica)

Nos bastidores da Navalshore, um dos temas em debate era a questão portuária nacional, sobre a qual o próprio governo está dividido. As autoridades não sabem se devem ou não autorizar a instalação de portos onde empresários desejarem ou se manterá o sistema de abrir licitações, para locais pré-definidos. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, chegou a mostrar simpatia com o projeto de Eike Batista de criar um porto em Peruíbe, próximo a Santos, com investimento de US$ 2 bilhões, mas parece ter voltado atrás, após ouvir argumentos do ministro dos Portos, Pedro Brito.

Ele ponderou que um porto exige contrapartida governamental - com dragagens, ferrovias, estradas e harmonização urbana - e, portanto, sua criação transcende à vontade do empreendedor. O secretário-geral do Sindicato dos Armadores, Roberto Galli, afirmou que a entidade não tem e não terá posição fechada sobre a questão:

- Queremos apenas que os portos sejam eficientes e a preço razoável - disse Galli.

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MPF apura concessões em Santos: Ministério Público Federal investiga contratos de cessão de áreas para exploração comercial feitos pela Codesp

(Folha de São Paulo 26.06.2008 p. B12 Dinheiro)

Promotoria denunciou em fevereiro ex-diretor da Companhia Docas de SP, hoje o 2º na hierarquia da Secretaria Especial de Portos

AGNALDO BRITO - DA REPORTAGEM LOCAL

LUCIANA OTONI - DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério Público Federal (MPF) investiga neste momento vários contratos de cessão de áreas para exploração comercial no porto de Santos que foram assinados pela direção da Codesp (Companhia

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Docas do Estado de São Paulo) sem o processo convencional de licitação. O MPF investiga se o uso indevido de um regime precário de cessão de espaços sem prazo definido -o Termo de Permissão de Uso (TPU)- substituiu a licitação.A ação do MPF pode levar à Justiça novas ações criminais semelhantes à que apresentou em fevereiro contra o ex-diretor comercial e de desenvolvimento da Codesp, Fabrizio Pierdomenico, que acaba de ser nomeado pela Casa Civil da Presidência da República subsecretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário na Secretaria Especial dos Portos.Em ação penal, o Ministério Público de Santos pede a condenação de Pierdomenico pelo ato de cessão de uma área de 165,4 mil metros quadrados na margem esquerda do porto para a Santos Brasil, a maior operadora de terminais de contêineres do país, controlada pelo Opportunity Fund, de Daniel Dantas, Multiterminais e PW237 Participações. Outros cinco diretores da Codesp são réus no mesmo processo.O MPF alega que o ex-diretor da Codesp não poderia ter dispensado a licitação da área e ter aceitado um contrato precário. "A Lei dos Portos é muito clara. Qualquer área dentro do porto organizado deve passar por licitação para que qualquer empresa possa disputar, não há outra hipótese", explica Rodrigo Joaquim Lima, procurador da República. Se condenado, Pierdomenico pode pegar de 3 a 5 anos de prisão.O ex-diretor da Codesp permaneceu na administração portuária em Santos de março de 2003 a setembro de 2007 e era o responsável pela assinatura dos contratos de cessão de áreas no porto. Boa parte das denúncias investigadas neste momento pelo Ministério Público Federal é desse período, mas nem todas são relativas a atos de Pierdomenico."No caso da Codesp, existem inúmeros procedimentos investigatórios. Desse período de 2003 a 2007, dentre inúmeros contratos assinados, alguns são objeto de processo investigatório, independentemente da participação dele [Pierdomenico] na assinatura dos contratos ou de membros da diretoria", explica o procurador. Uma das variáveis investigadas pelo MPF em Santos é a data da assinatura dos contratos.

EmergênciaO ministro Pedro Brito (Secretaria Especial de Portos) disse ontem que a indicação do petista Fabrizio Pierdomenico não se deveu a motivações políticas e não teve relação com o fato de a empresa Santos Brasil ter sido selecionada para realizar estudos de viabilidade do complexo portuário Barnabé-Bagres, em Santos.O ministro defendeu a nomeação do petista. Brito comentou que ele escolheu Pierdomenico para o cargo de subsecretário por possuir experiência executiva na gestão de portos.Pierdomenico alegou que o terminal de exportação de veículos foi construído sem licitação em 2003 para atender à reivindicação da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), que necessitava de um segundo terminal em Santos para ampliar os embarques destinados ao exterior.Ele disse ainda que as obras foram feitas com base em um Termo de Permissão de Uso previsto na lei para construção em situações emergenciais. "A ação foi autorizada pela Antaq e atendeu o interesse público de viabilizar exportações, gerando emprego, renda e impostos. Se fôssemos realizar todo o processo licitatório, a obra iria demandar quatro anos."A Secretaria Especial de Portos aguarda autorização da Antaq para colocar em licitação a concessão do terminal de exportação de veículos. A empresa vencedora terá de pagar R$ 40 milhões à Santos Brasil, que construiu o terminal.

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MINERAÇÃO

Metais - Bancos lançam índice futuro para minério: Modelo de negociação em Londres ganha força com rompimento do modelo de preços pela Rio Tinto

(Valor Econômico 26.06.2008 p. B6 Empresas)

Vera Saavedra Durão

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Os bancos Credit Suisse e Deutsche Bank acabam de lançar um índice futuro de negociação de minério de ferro na bolsa de valores de Londres. O novo produto funciona como uma bolsa de negócios futuros de minério com contratos sem lastro em operações físicas e é cotado na Bloomberg com o "ticker" CSOT. Na primeira semana foram negociados contratos futuros para 1,5 milhão de toneladas de minério.

Os negócios ainda são incipientes, mas podem vir a deslanchar depois de rompido o paradigma do preço único para o produto. Os dois bancos de investimentos estão confiantes de que há demanda e mercado para o novo produto. Durante 30 anos, o minério de ferro teve seu reajuste fixado em negociações anuais entre mineradoras e siderúrgicas, no chamado sistema de "benchmark" (modelo de referência), vigorando um preço único para o produto.

Para Roger Downey, analista de mineração e siderurgia do Credit Suisse, o sucesso da negociação da Rio Tinto, na semana passada, rompendo este paradigma, "não significa ainda uma pá de cal no sistema de benchmark atual". Primeiro, observou, foi uma negociação com a siderúrgica chinesa Baosteel e não vimos ainda o endosso das usinas japonesas, nem a benção da BHP Billiton.

Downey lembrou que a BHP vem tentando ter um índice de mercado flutuante de minério de ferro há muito tempo. "Eles estão brigando por isso. Existe a bolsa de futuro, mas é cedo para dizer se será sucesso absoluto. Tem uma proporção pequena de mercado vinculado em bolsa e os contratos de venda futura de minério são mais um instrumento de hedge". Para ele, para alimentar um mercado livre de minério será preciso que as três gigantes da mineração - Vale do Rio Doce, BHP Billiton e Rio Tinto - estejam de acordo com este índice.

Rodrigo Ferraz, analista de mineração e siderurgia da Corretora Brascan, ainda vê espaço para o sistema de benchmark, mas acredita que esta dinâmica tem de ser repensada de imediato. "É difícil dizer como as mineradoras vão se comportar em relação a isto, mas tem um impacto relevante sobre as negociações de 2009", alerta.

O analista vê a mudança de precificação do minério em mercado via índice como um sistema que pode distorcer a realidade de oferta e procura do produto por conta de contratos futuros e da entrada de outros "players" que não estão diretamente relacionados com este mercado. No seu entender, enquanto houver uma demanda forte pelo minério, como ocorre hoje, as mineradoras poderão se dar ao luxo de terem preços diferentes e até mesmo de abrirem negociação em bolsas de futuro, de derivativos. Mas, em épocas de "vacas magras" a situação poderá ser diferente.

Das três gigantes do setor de mineração, que dominam 80% do mercado de minério de ferro, apenas a australiana BHP Billiton ainda não fechou preço. Segundo apurou o Valor, a maior mineradora do mundo está em campanha cerrada para obter um percentual maior de aumento por conta do diferencial de frete das rotas do Brasil e da Austrália para a China. Hoje, este diferencial de frete está na faixa de US$ 55 a tonelada. Este "gap" começa a ser reconhecido.

A mineradora australiana defende abertamente a criação de um índice semelhante ao da Bolsa de Metais de Londres-LME (que vigora para commodities metálicas) para o minério de ferro. A idéia da BHP é por fim a um processo de negociação em que apenas duas empresas fecham o preço para o mundo inteiro. Um índice que reflita o comportamento do mercado é para a mineradora muito mais próximo da realidade.

No entanto, Rodrigo Ferraz acredita que este processo cria uma volatilidade muito grande para as mineradoras. Ele inclusive atribui a volatilidade atual das ações da Vale ao fato da mineradora ser hoje uma grande vendedora de níquel. O preço do metal é cotado na LME e vem oscilando muito, caindo dos US$ 50 mil a tonelada em maio do ano passado para os US$ 22 mil atuais. "O minério de ferro não trás estas oscilações porque não tem especulação financeira", afirma.

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Siderurgia - Usinas chinesas podem boicotar compras da BHP(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C6 Indústria)

O governo chinês e representantes das siderúrgicas daquele país estão considerando um boicote a importações do minério de ferro vendido pela australiana BHP Billiton, última grande produtora da commodity ainda negociando preços para 2008. A informação foi divulgada por duas fontes chinesas. A BHP Billiton tem dito que quer um aumento de preços para o minério de ferro ainda mais alto que o acertado com a Rio Tinto, de até 96,5%. A BHP está envolvida em um processo de aquisição hostil da Rio Tinto, por US$ 170 bilhões. As siderúrgicas chinesas têm direito de continuar importando minério de ferro aos preços de 2007 até 30 de junho. Depois disso, as mineradoras podem começar a cobrar os preços muito mais altos do mercado à vista (spot). Ambas as fontes acreditam que as empresas devem chegar a um acordo antes do prazo de 30 de junho, em vez de correrem o risco de se envolverem um confronto que pode prejudicar os dois lados. "As companhias chinesas podem não assegurar o suprimento da BHP, mas um cenário mais sério é o governo chinês secretamente pedir para as siderúrgicas boicotarem o minério de ferro da BHP", informou uma fonte de uma companhia operadora de commodities. A Baosteel, maior siderúrgica chinesa e principal negociadora da indústria do país, pode desafiar a BHP em vez de concordar com um reajuste maior, o que poderia minar o sistema anual de negociação de preços. O acordo da Baosteel com a Rio Tinto, que não foi seguido por outras siderúrgicas asiáticas, já prejudica o sistema de negociação, no qual tradicionalmente todas as siderúrgicas e mineradoras concordam com o primeiro preço definido. Em fevereiro, as siderúrgicas asiáticas aceitaram reajuste que variaram entre 65% e 71% no preço do minério fornecido pela Companhia Vale do Rio Doce (Vale), mas que não foi seguido pelas demais mineradoras, como acontece há cinco anos. "A Baosteel está tentando pressionar a BHP a aceitar o acordo com a Rio Tinto, caso contrário o sistema tradicional de preços de contratos de longo prazo irá quebrar, criando uma situação mais difícil ano que vem", disse um representante do governo chinês.

Preços do aço em alta

Os preços do aço continuarão subindo este ano, após terem alcançado recordes, à medida que a oferta fica abaixo da demanda, que está desacelerando, o que prejudica compradores como as montadoras e atrai investidores para as ações das fabricantes européias do metal, disse o Credit Suisse Group. "A falta de reação na ponta da oferta aos crescentes preços mundiais é, em nosso ponto de vista, um indicativo claro de que o mundo não será capaz de reagir dessa vez", escreveu ontem em nota o analista Michael Shillaker, que trabalha em Londres. A escassez de aço pode demorar anos para ser solucionada à medida que os preços ficam "cada dia mais altos".

(Reuters e Bloomberg News)

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PENAL

Câmara aprova projeto que altera ação penal e muda prisão preventiva (Valor Econômico 26.06.2008 p. E2 Legislação)

Alessandro Cristo, De São Paulo

A Câmara dos Deputados aprovou ontem o Projeto de Lei nº 4.208, de 2001, que propõe alterações no Código de Processo Penal (CPP). Dentre as novidades da proposta - fruto dos esforços do grupo de trabalho encarregado de consolidar as leis processuais penais desde o ano passado - estão as novas formas de restrição aos indiciados por crime, assim como na prisão preventiva.

A proposta estabelece, por exemplo, que o juiz poderá proibir o réu de exercer atividade econômica, freqüentar determinados locais ou falar com determinadas pessoas. O objetivo é impedir a destruição de provas ou que testemunhas sejam ameaçadas. Essas medidas, ao contrário do que ocorre atualmente, dependeriam apenas de uma decisão do juiz.

Para o deputado João Campos (PSDB-GO), coordenador do grupo de trabalho na câmara, o projeto flexibilizaria a aplicação da prisão preventiva, já que ficaria a cargo do magistrado avaliar qual a medida mais adequada ao caso, quando não há pressupostos para a prisão do investigado - como falta de residência fixa, de emprego, e se ele já tiver condenação anterior.

Para o criminalista Jair Jaloreto Junior, do escritório Portela, Campos Bicudo e Jaloreto Advogados, porém, a proposta fere o princípio da presunção da inocência. "A prisão preventiva será automática se o acusado não cumprir qualquer uma das novas medidas cautelares. Na prática, é uma antecipação da pena", avalia.

A proposta muda também o sistema de cartas precatórias usadas pela Justiça. Hoje, se um réu mora em um Estado e tem a prisão decretada pela Justiça de outro, o juiz que expediu o mandado de prisão depende de uma carta precatória - mandado de cumprimento, na comarca, de decisão de outra jurisdição - da Justiça local para que a ordem seja executada. Se o projeto virar lei, a carta precatória dará lugar a um banco nacional de mandados, controlado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Assim, todas as ordens de prisão entrariam no sistema para serem cumpridas pela polícia de qualquer Estado. "Isso evitará a burocracia da carta precatória, que muitas vezes dá ao acusado a chance de fugir para outro Estado", afirma o deputado.

Segundo Jaloreto Junior, no entanto, mesmo que o sistema facilite o cumprimento dos mandados, a maior velocidade das informações também pode permitir que erros de sistema causem prisões indevidas. A proposta aprovada segue agora para votação no Senado.

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Rapidez - Mandado de prisão valerá em todo o País: Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que modifica o Código de Processo Penal

(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B8 Direito & Justiça)

Denise Madueño - DA AGÊNCIA ESTADO

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Oplenário da Câmara aprovou projeto de lei que altera o Código de Processo Penal, permitindo que os mandados de prisão sejam executados com maior rapidez e criando restrições cautelares como alternativas às prisões preventivas e temporárias. O projeto inova ao "nacionalizar" o pedido de prisão. Ou seja, não será mais necessária a emissão de carta precatória para prender o acusado que sair do local em que o juiz emitiu o pedido de prisão.

Pelo projeto, os pedidos de prisão expedidos por juízes serão registrados em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "É um avanço importante, porque haverá condições de se tomar conhecimento de mandados de prisão em qualquer unidade federativa", afirmou o deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).

Outra alteração no processo penal estabelecida no projeto vai permitir que o juiz, dependendo da natureza do crime, possa estabelecer restrições ao acusado durante o processo que não seja a de prisão, como a proibição de deixar a cidade, por exemplo. "O projeto simplifica, desburocratiza e dá eficiência ao sistema", afirmou o deputado João Campos (PSDB-GO), coordenador do grupo de trabalho criado para analisar mudanças na lei de processo penal.

Apesar do acordo dos líderes para votar outros dois projetos de segurança na sessão de ontem, houve divergências no plenário e as matérias foram retiradas da pauta.

Deputado relator de CPI defende pena alternativa

O relator da CPI do Sistema Carcerário, deputado Domingos Dutra (PT-MS), defendeu ontem a aplicação de penas alternativas, seguindo o princípio da Justiça restaurativa, em que o causador do dano repara os prejuízos causados à vítima. "Sabemos que a prisão não previne a reincidência. A Justiça restaurativa combate o crime pela reparação dos danos", afirmou.

O relator disse que o Poder Judiciário não tem confiança nas penas alternativas, por causa da dificuldade de fiscalização do cumprimento delas. Dutra recomendou o uso da tecnologia no acompanhamento e fiscalização, o que, afirmou, pode ser feito a baixo custo e com total eficiência.

Dutra cobrou a participação da sociedade na discussão e busca de soluções para o sistema carcerário. "As melhores condições dos presídios servirão para preservar a segurança da sociedade, com a diminuição dos índices de reincindência e ressocialização dos detentos."

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PROPRIEDADE INTELECTUAL

Marketing - Companhias alugam rádios e fixam marcas (Valor Econômico 26.06.2008 p. B4 Empresas)

Lílian Cunha

Nem Marlene, nem Emilinha Borba. As novas rainhas do rádio atendem por Oi, Mitsubishi, Bohemia e SulAmérica. Elas inauguraram a mais recente era do rádio, a das FM's customizadas. A estreante foi a Oi FM de Belo Horizonte, levada ao ar pela operadora de celular em 2005. Depois vieram a SulAmérica Trânsito, em São Paulo, no ano passado e, recentemente, a Mitsubishi FM, lançada há 20 dias.

"As FMs customizadas são um novo canal de propaganda", diz Cristiano Schenardi, gerente de marketing da Bohemia. A cerveja, nos dias 7 e 8, ocupou 35 horas da programação da Eldorado FM, em

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São Paulo, para lançar a nova campanha da marca. "Algumas formas de propaganda estão saturadas. Com tanta publicidade, está cada vez mais difícil conseguir a atenção. Uma programação dedicada, como a que fizemos, rompe essa barreira".

É essa atenção que está levando grandes empresas a "adotar/alugar" estações de FM. "O produto das rádios não é mais a música, nem o anúncio. É o ouvinte", diz Jácomo Sanzone, diretor da Metropolitana FM, que em 2006, fez um parceria com a fabricante de produtops de higiene Kimberly-Clark para um programa semanal chamado Hora Intimus (uma das marcas de absorvente da empresa). Como o público da Metropolitana é na maioria feminino e adolescente, a Kimberly acertou no alvo.

O que essas empresas querem é chegar o mais perto possível do consumidor. Pensando nisso que a SulAmérica, segunda maior seguradora do país, aceitou investir R$ 30 milhões em um contrato com o Grupo Bandeirantes para ter o direito de usar uma freqüência no "dial" com sua marca, por três anos. "Descobrimos que o consumidor via nossa propaganda, gostava, mas na hora de identificar a empresa, citava o concorrente", diz Zeca Vieira, diretor de marketing da companhia. "Além disso, quando checávamos a fixação na mente do consumidor, éramos apenas a quinta mais lembrada." Hoje, com um ano e quatro meses de SulAmérica Trânsito FM, que como o nome diz, é dedicada ao noticiário de trânsito, o cenário se invertei a favor da seguradora. "Agora o consumidor nos reconhece e já somos a segunda mais lembrada."

Assim como a SulAmérica, a Mitsubishi FM também fez acordo semelhante com o Grupo Bandeirantes. "Acredito que esse é um novo horizonte para as FMs", diz Renata Souza Ramos, diretora de marketing da montadora japonesa. "Com a rádio, queremos atrair admiradores para a marca que no futuro possam ser consumidores de nossos automóveis", diz.

Também de olho em abocanhar mais consumidores, a Oi mostra que soube capitalizar o novo meio. Com FMs em Fortaleza (CE), Recife (PE), Uberlândia (MG), Vitória (ES) e no Rio de Janeiro, além de BH, a empresa fez contratos com FMs locais para, de certa forma, alugar, toda a programação. E, além de vender anúncios (como fazem também todas as outras FMs customizadas), a Oi utiliza a rádio para incentivar o uso do celular. Por meio de serviços interativos, o ouvinte e cliente Oi pode enviar mensagens de texto dizendo que ama oi odeia certa música. Ou então para pedir que seja avisado em seu celular quando sua canção preferida tocar. Como nos velhos tempos, também pode dedicar uma música para sua amada. Mas, em vez de seu nome ser lido no ar pelo "disc-jóquei", a mensagem segue para a donzela via seu Oi. Tudo isso por apenas alguns centavos, mais impostos.

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Pirataria pode levar ao "fim do cinema": Greg Frazier, executivo da associação que representa os grandes estúdios, diz que a indústria dos filmes está em risco

(Folha de São Paulo 26.06.2008 p. E4 Ilustrada)

Em entrevista, o vice-presidente da MPA fala sobre os efeitos dos downloads ilegais no mercado cinematográfico

THIAGO NEYDA REPORTAGEM LOCAL

Vice-presidente executivo da Motion Pictures Association (MPA), associação que representa os maiores estúdios de cinema dos EUA (Fox, Paramount, Sony Pictures, Universal, Walt Disney e Warner), Greg

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Frazier esteve no Brasil na semana passada. Conversou com deputados e senadores sobre a legislação a respeito de direitos autorais e pirataria. Ele falou à Folha.

FOLHA - Quais os objetivos de sua visita a Brasília? GREG FRAZIER - O Brasil possui boas leis contra a pirataria, mas temos que ter certeza de que as autoridades estão conseguindo fazer com que essas leis sejam respeitadas. Uma das nossas prioridades é combater as pessoas que entram nos cinemas e gravam os filmes [para revendê-los em DVD].

FOLHA - O principal problema no Brasil é a pirataria física? FRAZIER - Sim, a pirataria física no Brasil teve um efeito devastador para a indústria, especialmente no ramo do aluguel de filmes, que é um setor crítico para os estúdios.

FOLHA - Quais outros países sofrem com a pirataria? FRAZIER - Gostaria de dizer que apenas poucos países sofrem com o problema, mas temos um estudo que informa que em 2005 a indústria perdeu US$ 18 bilhões com a pirataria no mundo. Um dos problemas é que muita gente olha para esses dados e pensa que essa é uma questão apenas dos estúdios americanos. Isso não poderia estar mais longe da realidade. Esse estudo indicou que a indústria global mundial, não apenas a americana, que inclui produtores e distribuidores brasileiros, havia perdido US$ 24 bilhões. Fazer filmes é um negócio arriscado, que envolve muito dinheiro. Nem todo filme dá lucro. Se você quiser fazer um segundo filme depois de ter feito o primeiro, tem que poder proteger o seu investimento.

FOLHA - Sobre a indústria da música, há a opinião de que artistas não ganharão mais dinheiro com discos, mas fazendo shows. O valor da música está em discussão. Com o cinema pode ocorrer algo parecido? FRAZIER - É um problema. O que posso dizer é o seguinte: um filme americano, em média, custa US$ 100 milhões para ser produzido. E seis de cada dez filmes feitos nos EUA não dão dinheiro. Portanto, é um negócio arriscado. Ao fazer um filme, espera-se obter um retorno. Se um filme qualquer está disponível na internet e você faz um download ilegal, isso é roubo. Você rouba os produtores, atores, criadores.... E se você rouba essas pessoas, o negócio está em risco.

FOLHA - Mas o custo dos filmes não poderia ser menor? Não dá para fazer filmes mais baratos? FRAZIER - Sim, faz-se filmes mais baratos. Mas se você pesquisar quais filmes são populares, verá que são os blockbusters americanos, como "Homem de Ferro", "Indiana Jones", "Agente 86". São os filmes que as pessoas querem ver. Não significa que não exista mercado para filmes menores. Nos EUA, tivemos filmes como "Crash", "Pequena Miss Sunshine", que custaram pouco e arrecadaram dinheiro. Mas uma coisa não vai mudar: se as pessoas continuarem a roubar filmes, será o fim da indústria do cinema. Não dá para competir com alguém que não tem custo nenhum. Alguém que investiu US$ 100 milhões num filme e outra que não investiu um centavo, não dá para competir.

FOLHA - Uma das razões que motivam alguém a baixar um filme é porque ainda é burocrático comprar um filme pela internet. Não está na hora de a indústria encontrar um modelo prático e fácil para as pessoas comprarem filmes? FRAZIER - Sim, não há dúvida quanto a isso. Se nossos filmes não estiveram disponíveis de forma fácil, prática e barata, você irá a outro lugar procurar por eles.

FOLHA - Hoje produz-se mais filmes no formato 3D. É uma maneira de lutar contra a pirataria? É algo que os estúdios investirão? FRAZIER - Não há dúvida de que os estúdios farão mais e mais filmes em 3D. A tecnologia mudou, a produção está mais desenvolvida. Esse formato será bastante popular.

FOLHA - Em vários países já existem ou se discute a criação de cotas para filmes de produções locais para combater o domínio do cinema americano. Qual a posição da MPA sobre essa questão?

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FRAZIER - Acreditamos que o público deveria decidir quais filmes querem ver, e não os políticos. Nossa experiência quanto a essas medidas é que elas são contraproducentes, obriga os cinemas a exibir filmes que não são populares, apenas para satisfazer o que o governo decidiu.O melhor seria desenvolver a indústria local, e nós somos a favor do desenvolvimento das indústrias locais. A indústria americana, nos últimos cinco ou seis anos, investiu R$ 200 milhões em co-produção de filmes brasileiros. É muito dinheiro. Os estúdios americanos investiram na produção e na distribuição de filmes brasileiros. Se a indústria brasileira crescer, será bom para nós. Se mais gente assistir a filmes brasileiros, argentinos ou chineses, essas pessoas acabarão assistindo depois aos filmes americanos. Portanto, nossa opinião é que o público, e não o governo, deve decidir o que ver no cinema.

"Hoje é o consumidor quem dita as regras"

SILVANA ARANTESDA REPORTAGEM LOCAL

Steve Solot foi a cara da MPA (Motion Picture Association) na América Latina durante 27 anos. Tempo suficiente para ver o negócio do cinema mudar."No modelo de hoje, é o consumidor quem dita as regras e até as janelas de comercialização", diz ele. As "janelas" são o intervalo para o lançamento de um filme em diferentes formatos de exibição -sala de cinema, DVD, TVs a cabo e aberta.Antes, era a indústria que definia essas "janelas". A internet, com sua possibilidade de acesso instantâneo quase ilimitado aos filmes, virou o jogo.Solot, que deixou neste ano o cargo de vice-presidente sênior da MPA para a América Latina e abriu sua própria empresa, a LATC (Latin American Training Center), diz que, na nova forma adotada pelo negócio do cinema, "tudo depende do modelo de "preço mais segurança". E segurança significa como controlar os direitos digitais [de propriedade intelectual]".A pirataria é, na opinião dele, "a ameaça mais séria que existe [à indústria audiovisual], não só no Brasil, mas no mundo todo" e deriva do "conflito de interesses entre o consumidor e quem disponibiliza o produto".Embora acredite que esse conflito "vá ser resolvido naturalmente, como conseqüência do mercado", Solot se permite um reparo à estratégia antipirataria dos grandes estúdios de Hollywood, como os seis grandes reunidos sob o selo MPA.

Outro lado da moeda

"Confesso que os estúdios insistem em bater no pirata e, como grande parte do tempo deles está dedicada a reprimir a pirataria, sobra menos espaço para o outro lado da moeda, que é a união ao redor de um modelo único, para oferecer o produto legal ao consumidor num modelo de business adequado."Sem um modelo de "gerenciamento digital" unificado, avalia Solot, "o consumidor fica sem saber o que fazer".Os produtores de filmes brasileiros também andam meio perdidos em relação às possibilidades de exploração do mercado, na opinião de Solot. É por isso que ele define sua nova empresa como um "centro de treinamento audiovisual".No Brasil, "não existe um curso sério, prático, de formação de produtores", diz. "Hoje em dia, o produtor ou é uma conseqüência do que a gente chama de "learn by doing" [aprender fazendo], ou saiu de um curso acadêmico de cinema e não tem experiência prática para iniciar uma produção séria, de orçamento razoável".Desde quando Solot iniciou sua carreira na MPA até hoje, produtores brasileiros apontam a "hegemonia do produto norte" no mercado interno como determinante de sua segregação à periferia da indústria."O modelo existente das majors de Hollywood não oferece ao produtor nacional espaço suficiente para a produção, a distribuição, a exibição de seu produto. É um fato. O que venho fazer é formar, ensinar, abrir a possibilidade técnica de ele desafiar melhor esses três espaços, o que ele não consegue fazer porque não tem a formação adequada", diz Solot.

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STJ suspende julgamento sobre a extensão de patentes(INPI – 25.06.2008)

Os ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspenderam hoje (24/06) o julgamento do recurso especial que pede a extensão das patentes fundamentadas no acordo Trips (acordo internacional sobre direitos de propriedade industrial relacionados ao comércio). Após voto da relatora ministra Nancy Andrighi, que acompanha o entendimento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) sobre a inviabilidade de extensão de patentes, o julgamento foi interrompido pelo pedido de vista do ministro do STJ, Ari Pargendler.  A previsão é que o tema seja novamente colocado em julgamento a partir de agosto deste ano.

A disputa judicial ocorre entre o INPI e a DuPont, que procura reconhecer a vigência de 20 anos da patente depositada em 1983,  de um produto agroquímico utilizado para combater pragas nas lavouras de soja e milho. Embora a empresa tenha perdido nas primeiras instâncias, este reconhecimento foi concedido, no primeiro momento, por uma decisão monocrática da própria ministra Nancy Andrighi, do STJ. No entanto, após a análise de agravos regimentais interpostos pelo INPI, a ministra reconsiderou sua decisão anterior e encaminhou recurso para novo julgamento do STJ.

As reivindicações de extensão das patentes partem do entendimento de que, com a internalização de Trips, se ampliaria de 15 para 20 anos o prazo de vigência das patentes anteriormente concedidas. Entre outros argumentos, o INPI sustenta que Trips é um tratado com parâmetros mínimos para que os Estados adaptem suas legislações e a Lei da Propriedade Industrial (LPI), no artigo 229, estabelece que somente aos pedidos em andamento seriam aplicadas suas disposições. Afastar-se-iam, assim, qualquer possibilidade de aumento de prazo de vigência das patentes concedidas ao amparo da lei anterior.

De acordo com a  maioria das decisões do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, esta extensão não deve ser reconhecida para patentes concedidas antes da nova lei. No entanto, quando os recursos começaram a chegar no STJ, a corte se posicionou em sentido contrário aos argumentos do INPI, considerando que o Brasil deveria ter comunicado a sua intenção de fazer uso do prazo de cinco anos de transição establecido em Trips.

Para o presidente do INPI, Jorge Ávila, o entendimento negando a extensão desta patente representará um significativo avanço jurídico e irá privilegiar a segurança jurídica do sistema brasileiro de propriedade industrial.

http://www.inpi.gov.br/noticias/stj-suspende-julgamento-sobre-a-extensao-de-patentes-1

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SEGURO

Fundos de Pensão - Munich Re faz pesquisa para desenhar modelo de resseguro(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. B2 Finanças)

A Munich Re, primeira colocada no ranking europeu de resseguros de 2007 em valor de ganhos líquidos com prêmios, deu partida para a comercialização de produtos de resseguro para fundos de pensão brasileiros. Na próxima semana, a resseguradora coloca no site da Abrapp, associação que reúne cerca de 300 fundos de pensão, um questionário para saber qual a necessidade deles em transferência de risco. Segundo Celina da Costa Silva, superintendente de vida da Munich Re, os mercados de resseguro diferem de acordo com a legislação, ambiente financeiro, estatísticas confiáveis e apetite para assumir risco, nos em vários países onde atua. Por isso, ela reforça a importância dos fundos responderem o questionário, que foi elaborado pela consultoria Mercer a pedido da resseguradora. Só a partir dos resultados da pesquisa, a companhia poderá decidir como desenhar modelos de resseguro para os fundos de pensão brasileiros, afirma Celina. No mercado de resseguro tudo é novo no Brasil. A abertura do resseguro, que permitiu a entrada das grande companhias internacionais em um segmento que era monopólio do IRB-Brasil Re, só aconteceu em abril último, depois de anos e anos de intensas discussões. No caso dos fundos de pensão ainda não há sequer regulamentação que permita a contratação do resseguro. A Secretaria de Previdência Complementar (SPC) estava avaliando a contratação do resseguro para os fundos. Com a iniciativa da Munich Re, a SPC resolveu esperar o resultado da pesquisa antes de propor uma regulamentação do resseguro para o setor. Segundo José de Souza Mendonça, presidente da Abrapp, os fundos buscam segurança e o resseguro é a forma de obtê-la. Mas ele lembra que isso tem um preço e é preciso avaliar primeiro se o custo compensa. Uma das vantagens do resseguro será a transformação em renda vitalícia de benefícios a que têm direito pessoas que fazem planos de contribuição definida, uma das modalidades de fazer o pé de meia para a aposentadoria oferecida pelos fundos de pensão. "Para isso é preciso que alguém banque o risco", diz o presidente da Abrapp. A superintendente da Munich Re vê vantagens também na utilização do resseguro para a transferência total de riscos como de morte ou invalidez. Hoje muitos fundos nem oferecem essas coberturas, afirma.

Resseguro versus seguro

A contratação do resseguro diretamente pelos fundos de pensão, ou seja, sem passar por uma seguradora, esteve no centro das discussões sobre a regulamentação da medida. A contratação direta de resseguro é praticada na Alemanha e na Inglaterra. Na Espanha, é preciso fazer seguro antes do resseguro, conta a superintendente da Munich Re. No Brasil, a militância para a contratação do resseguro, sem a necessidade de passar por uma seguradora, parte de argumentos diretamente ligados à existência de uma certa competição entre as duas formas de previdência complementar que estão no mercado: os fundos de pensão - que são entidades privadas criadas por empresas para ajudar na formação da aposentadoria dos seus funcionários - e os planos de previdência privada comercializados pelas seguradoras. Conforme consultores do setor, as seguradoras passariam a ter acesso direto a dados dos contribuintes do fundo de pensão, obtendo vantagens competitivas já que oferecem produtos de previdência concorrentes.

Formas de resseguro

Estão no mercado vários riscos que podem ser ressegurados: redução de risco de flutuações em função do aumento da longevidade, mortalidade e invalidez; garantia de solvência para o fundo; desenvolvimento de novos benefícios; fonte de financiamento. De acordo com a superintendente da Munich Re, no caso dos fundos de pensão brasileiros, a pesquisa poderá identificar outras formas de resseguro. Na Inglaterra, por exemplo, os fundos de pensão fazem resseguro para transferência de riscos de mortalidade, invalidez e longevidade. Devido às normas contábeis aplicadas aos fundos de pensão

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naquele país, o resseguro também é contratado com o objetivo de diminuir a volatilidade no resultado de seus balanços, afirma.

Capital mínimo

A regulamentação da abertura do resseguro o Brasil prevê a atuação de três tipos de resseguradoras por tipo de capital, admitido, eventual e local. O capital mínimo para admitido é de US$ 100 milhões e as provisões, ativos e garantias exigidos são conta em moeda estrangeira vinculada à Superintendência de Seguros Privados (Susep) com saldo mínimo de US$ 5 milhões (US$ 1 milhão por resseguradora de vida) mais adicional conforme o risco.

(Lucia Rebouças)

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Seguros - Itaú XL fica com apólice da Petrobras(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. B2 Finanças)

A Petrobras confirmou ontem que a seguradora Itaú XL e a corretora Aon foram as vencedoras do processo de licitação para ficar com a apólice que cobrirá um patrimônio estimado em US$ 40 bilhões e tem, entre outros ativos da petrolífera, 109 plataformas de produção, 63 sondas de perfuração em terra e mar, 13 mil poços produtores no Brasil e no mundo, além de refinarias, oleodutos, gasodutos e responsabilidade civil. De acordo com dados fornecidos pela estatal, o programa de seguros contempla prêmios de US$ 26 milhões e terá validade de um ano. O acordo vale desde o dia primeiro de junho. Procurada pela reportagem da Gazeta Mercantil, por meio de sua assessoria de imprensa, a Itaú XL não manifestou-se sobre o assunto. A apólice de seguros da Petrobras é uma das que gera maior disputa no mercado. Para conquistá-la, Aon e Itaú apostaram em uma redução de taxas de até 50%. O maior desafio da dupla vencedora, segundo analistas do setor, foi colocar a apólice no mercado internacional, que deverá assumir mais de 90% dos risco da petrolífera. O seguro da Petrobras até então era oferecido pela empresa AIG Unibanco. Outro consórcio que disputava a atual apólice era composto pela corretora JLT e a SulAmérica. A Petrobras contrata apólices de seguro apenas quando há perda potencial significativa ou exigências legais em contratos que assina. Do contrário, a companhia utiliza ferramentas de gerenciamento de riscos de atividade.

Variáveis

O risco político embutido no seguro está calculado no custo de capital da companhia em cada uma das regiões onde atua. Trata-se de um seguro raramente oferecido pelas empresas especializadas que atuam no mercado. Por isso mesmo, quando encontrado, os valores de indenizações são limitados e o preço, alto. E mesmo assim, quando uma companhia o contrata é tratado como espécie de segredo de Estado, evitando constranger governos locais.

(Luciano Feltrin)

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CSN - Impasse no seguro de alto forno permanece(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B3 Empresas)

Adriana Chiarini - DA AGÊNCIA ESTADO

A siderúrgica CSN recebeu US$ 360 milhões de seguro que considera ser de US$ 600 milhões pela explosão de alto forno em Volta Redonda (RJ) em 2006, segundo o advogado da siderúrgica Ernesto Tzirulnik. Ele afirmou que o IRB-Brasil, responsável pelo resseguro, propôs, em 2007, o valor total de US$ 520 milhões. A proposta foi recusada pela CSN. "Depois disso, o IRB não renovou o resseguro com a CSN", disse Tzirulnik.

Para o advogado, a não renovação do resseguro com o IRB, que vem de 2007, é forma de a resseguradora pressionar a CSN para que aceite receber os US$ 520 milhões "O IRB quer forçar acordo", disse.

Diante da negativa do IRB, a CSN fechou contrato com a seguradora Mapfre e grupo de 30 resseguradoras estrangeiras lideradas pela Berkshire Hathaway, em fevereiro último, antes da abertura do mercado de resseguros às empresas estrangeiras, que ocorreu em abril.

O seguro cobre riscos patrimoniais e operacionais da CSN e o resseguro tem limite máximo de indenização de US$ 750 milhões, sendo que US$ 250 milhões são a cargo da Berkshire Hathaway.

A CSN trava há dois meses batalha na Justiça para que o IRB participe do grupo, ainda que apenas formalmente, já que o contrato foi feito durante o período de monopólio da resseguradora no País. Os dois lados tiveram vitórias parciais, mas, segundo Tzilrunik, vale decisão para que o IRB participe do grupo ressegurador mesmo que não assuma responsabilidade pelo pagamento, o que atende ao interesse da CSN.

"O IRB está sujeito à multa de R$ 100 mil por dia enquanto não cumprir a decisão", afirmou. Procurado, o IRB não quis pronunciar-se.

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Seguros - Impasse sobre contrato da CSN permanece(DCI 26.06.2008 p. B11 Legislação)

A siderúrgica CSN recebeu, até agora, apenas US$ 360 milhões de um seguro que considera ser de US$ 600 milhões pela explosão de um alto forno em Volta Redonda (RJ) em 2006, de acordo com o advogado da siderúrgica Ernesto Tzirulnik. Segundo ele, o IRB-Brasil, responsável pelo resseguro, propôs, em 2007, que o valor total coberto fosse de US$ 520 milhões. A proposta foi recusada pela CSN. "Depois disso, o IRB não renovou o resseguro com a CSN", disse Tzirulnik.

Para o advogado, a não renovação do resseguro com o IRB, que vem de 2007 até agora, é uma forma de a resseguradora pressionar a CSN para que a siderúrgica aceite receber apenas US$ 520 milhões. "O IRB quer forçar um acordo", disse.

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Diante da negativa do IRB, a CSN fechou um contrato com a seguradora Mapfre e um grupo de 30 resseguradoras estrangeiras lideradas pela Berkshire Hathaway, em fevereiro deste ano, antes da abertura do mercado de resseguros às empresas estrangeiras, que ocorreu em abril.

O seguro cobre riscos patrimoniais e operacionais da CSN e o resseguro tem limite máximo de indenização de US$ 750 milhões, sendo que US$ 250 milhões são a cargo da Berkshire Hathaway.

A CSN trava, há pelo menos dois meses, uma batalha na Justiça para que o IRB participe do grupo, ainda que apenas formalmente, já que o contrato foi feito durante o período de monopólio da resseguradora no Brasil. Os dois lados tiveram vitórias parciais, mas, de acordo com Tzilrunik, no momento, vale decisão judicial para que o IRB participe do grupo ressegurador mesmo que não assuma responsabilidade pelo pagamento. "O IRB está sujeito à multa de R$ 100 mil por dia enquanto não cumprir a decisão", afirmou. Procurado, o IRB não quis se pronunciar.

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Um novo caminho para o crescimento do mercado: Uso de autopeças alternativas reduziria seguro em 30%

(Monitor Mercantil 26.06.2008 p. 5 Seguros)

Fazer com que os seguros automotivos sejam acessíveis a uma parcela cada vez maior de proprietários de veículos é um dos desafios do setor no Brasil. Exemplos a serem seguidos são Estados Unidos e Europa, localidades nas quais o mercado segurador enxergou uma oportunidade que até então não foi aproveitada por aqui.

Ao se calcular o prêmio de um seguro automotivo, são considerados fatores como valor de mercado do veículo, índice de roubo e furto, perfil do motorista principal e região de circulação. Há ainda, dentre outros, um quesito que é o custo das peças de reposição.

Já é de conhecimento comum que as autopeças originais são mais caras do que as alternativas oferecidas pelo mercado independente de reposição. Tal diferença, no Brasil, pode chegar a mais de 1.000%, conforme apontou recente levantamento feito pela Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças (Anfape).

Com a criação da Certified Automotive Parts Association (Capa), em 1987, estabeleceu-se um marco no mercado de reposição de autopeças dos Estados Unidos. Foi graças à chancela dessa entidade, encarregada de certificar a qualidade dos componentes alternativos, que as seguradoras americanas passaram a utilizar peças alternativas no reparo de carros sinistrados.

Tal conduta também favoreceu o consumidor final, pois permitiu reduzir os custos de reparação sem afetar o valor do veículo. No caso europeu, não só as seguradoras passaram a utilizar as peças oferecidas pelo mercado independente, como também aderiram formalmente à luta pela livre concorrência.

Prova disso é que o Comité Européen des Assurances (CEA), entidade que reúne mais de 5 mil empresas de seguros da Europa - dentre elas AIG, Allianz, BBVA, Generali, HDI, HSBC, ING, Liberty, Mapfre, Mitsui Sumitomo, Santander, Tokyo Marine, Zurich e UBS - é hoje um dos membros da The

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European Campaign for the Freedom of the Automotive Parts and Repair Market (Ecar), associação européia que representa o setor de reparação independente.

Se tudo isso fosse aplicado no mercado segurador brasileiro, os seguros poderiam ficar, em média, 30% mais baratos, privilegiando não só os atuais segurados, mas permitindo também que proprietários de veículos com mais de dez anos passassem a se valer desse recurso para proteger seu bem.

Atualmente, apenas 30% da frota nacional são segurados e 95% destes têm no máximo dois anos de uso. Essa situação acontece porque o preço de uma apólice para um carro mais velho chega a custar 20% de seu valor de mercado, enquanto que, para um veículo novo, raramente passa dos 5%.

O mercado segurador brasileiro pode, e deve, se inspirar nos modelos adotados pelos Estados Unidos e pela Europa, já que isso trará ganhos para todas as partes envolvidas. O desafio maior está em garantir a sobrevivência do setor independente de autopeças, hoje ameaçado por ação das montadoras, que querem monopolizar o segmento de reposição por meio do registro do desenho industrial das autopeças.

Se todos juntarem esforços, consumidor, cadeia independente e seguradoras, é possível sim mudar esse cenário.

Roberto Monteiro - Diretor-executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças (Anfape).

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Reserca Técnica - Seguradora terá que devolver quantia que suicida pagou(Jornal do Commecio 26.06.2008 p. B8 Direito & Justiça)

DA REDAÇÃO

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, manteve a decisão que condena seguradora a devolver o montante pago pelo segurado em contrato de seguro de vida, em um caso em que o contratante se suicidou no período de carência do contrato.

Segundo dados do processo, M.C.S., na condição de beneficiária do seguro de vida celebrado por seu filho e pela Companhia de Seguros Aliança do Brasil, entrou com uma ação de cobrança pedindo que a seguradora fosse condenada a lhe pagar o valor de R$ 10 mil em razão do suicídio de seu filho.

O pedido foi negado sob o fundamento de que o contrato de seguro de vida fora realizado em 1º de outubro de 2003 e o suicídio ocorrera em 18 de março de 2005, antes de se completar o prazo de dois anos de carência, conforme previsto no artigo 798 do Código Civil.

Após a decisão, a defesa entrou com recurso de apelação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), que decidiu que a seguradora deveria devolver à beneficiária a reserva técnica formada com a contratação do seguro, conforme disposto no artigo 797 do novo Código Civil.

recurso. A seguradora entrou com recurso especial no STJ, alegando que a decisão do TJ mineiro está fora dos limites propostos na petição inicial, que tem por pedido único e exclusivo a condenação ao pagamento da indenização estipulada na apólice do seguro. Argumentou também que a devolução da reserva técnica é inviável, por se tratar de contrato de seguro de vida em grupo, em que não há reserva técnica ou qualquer outra reserva individualizada.

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O relator, ministro Massami Uyeda, manteve a decisão do TJ por entender legítima a cláusula no contrato de seguro de vida que estipula prazo de carência durante o qual o segurador não responde pelo evento morte, conforme artigo 797 do Código Civil. Entretanto fixou a conseqüência jurídica de tal provimento, qual seja, na hipótese de morte do segurado dentro do prazo de carência, fica determinado à seguradora a devolução ao beneficiário do montante da reserva técnica já formada. O ministro destacou que o artigo 797 do Código Civil não faz ressalva quanto à espécie do seguro, se em grupo ou individual, por isso entendeu que o pedido da seguradora não encontra respaldo legal. Nesse entendimento, os ministros da Terceira Turma acompanharam o voto do relator.

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Plano de Saúde é condenado por dano moral(Correio Forense – 26.06.2008)

A Unimed Natal foi condenada a pagar indenização por dano moral a uma usuária dos serviços, de iniciais T.B. de Melo, que precisou arcar com a compra de um stent revestido, equipamento utilizado em cirurgias cardíacas na dilatação de veias.

A decisão foi dada, em segunda instância, pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, que reformou a sentença original apenas para estipular o valor da indenização, já que, na primeira instância, a empresa de Plano de Saúde foi obrigada somente a reembolsar a quantia paga pela paciente.

A reformulação da sentença inicial também atingiu os honorários advocatícios e as custas processuais, que não serão mais divididas entre as partes, mas custeadas somente pela Unimed Natal.

A então usuária do plano alegou “ter sofrido constrangimento, pela recusa da empresa em fornecer o stent revestido”, já que precisou vender um automóvel para poder arcar com a compra do equipamento, indispensável ao tratamento cirúrgico.

Acrescentou também que o automóvel era utilizado como fonte de subsistência da família, na medida que era usado para o desempenho de atividades profissionais de distribuição de medicamentos.

Para a decisão, os desembargadores levaram em conta que “o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”.

Segundo a teoria da responsabilidade objetiva, o ofendido, ao buscar ser ressarcido pelos possíveis danos que lhe advieram, não precisa demonstrar a culpa do seu causador, sendo suficiente a comprovação do prejuízo suportado.

http://www.correioforense.com.br/noticias/noticia_na_integra.jsp?idNoticia=32502

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SOCIETÁRIO

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Gestão - Na Thomson Reuters, hora é de acelerar integração: Processo de fusão está em andamento em 19 países da AL

(Valor Econômico 26.06.2008 p. B2 Empresas)

Tainã Bispo

A vida de Ricardo Diniz ficou muito mais agitada depois do dia 17 de abril, quando os principais órgãos reguladores internacionais bateram o martelo e aprovaram a fusão entre a inglesa Reuters e a canadense Thomson, criando um conglomerado de informações financeiras com presença em 93 países, 50 mil funcionários e faturamento global de US$ 12,4 bilhões. Até então presidente da Reuters no Brasil, o executivo assumiu a presidência do novo grupo - a Thomson Reuters - na América Latina, com a tarefa de unificar as operações na região.

Desde março, Diniz não parou de voar. Foram oito viagens aos Estados Unidos - a sede do grupo foi instalada em Times Square, no coração de Nova York - e uma para o México. "É importante conhecer as novas equipes", diz ele. Pelo visto, Diniz terá de carimbar o passaporte muitas outras vezes: a Thomson Reuters está presente em 19 países na América Latina.

A diversidade de mercados não é o único desafio de Diniz. Há também uma série de produtos diferentes que precisam ser integrados. A atividade mais conhecida continua sendo a agência de notícias - um segmento no qual o principal concorrente é a Bloomberg -, mas a companhia também oferece produtos eletrônicos, software e outros tipos de serviço.

Apesar da complexidade, Diniz prevê que a integração na América Latina será uma das mais suaves no mundo: a Thomson só tinha escritórios em dois países da região - Brasil e México -, o que elimina eventuais sobreposições e torna o casamento mais simples. No Brasil, a decisão foi juntar os escritórios das duas empresas, ambos localizados em São Paulo, em um terceiro endereço. A mudança, no entanto, ainda não tem data marcada.

Pela estratégia do grupo, as equipes mundiais têm um ano (até abril de 2009) para completar a fusão. Para que isso ocorra sem sobressaltos - e, mais importante, sem que os serviços sejam prejudicados -, os funcionários passarão por uma programação de cursos e treinamentos. Os processos e sistemas estão sendo unificados também. "Adotamos o que é mais fácil de um ou de outro", afirma Diniz.

O grupo contratou uma consultoria para auxiliar no momento mais crítico da fusão, com enfoque no envolvimento dos profissionais com a nova empresa. "Houve um período de luto. Depois percebemos que a vida continua e hoje todos estão se esforçando para que o negócio dê certo", diz.

A complementaridade dos negócios foi um ponto importante para a fusão avançar. A Reuters, diz o executivo, é forte na Europa, na Ásia e na América Latina, enquanto a Thomson tem um operação intensa nos Estados Unidos. O foco dos negócios também é diferente. A Reuters oferece dados e notícias em tempo real, além de sistemas eletrônicos que possibilitam aos clientes operarem no mercado de ações. A Thomson, por sua vez, fornece análises e pesquisas para o mercado financeiro.

A participação da América Latina na receita não é revelada, até porque a integração ainda está em andamento, mas a previsão é de que os negócios cresçam em um ritmo de dois dígitos neste ano. "O Brasil e o Peru receberam o grau de investimento, temos a terceira maior bolsa do mundo [a BM&F Bovespa], o Brasil tem sólidos fundamentos econômicos e uma democracia estável. Temos uma grande oportunidade de crescimento", afirma Diniz.

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Aviação - Cade aprova compra da Varig pela Gol: Conselheiros não interferiram nos 'slots' em Congonhas e retiraram restrição a operações de carga

(Valor Econômico 26.06.2008 p. B4 Empresas)

Juliano Basile

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça decidiu não interferir nos "slots" (faixas de horário para pousos e decolagens) da Varig e da Gol no Aeroporto de Congonhas e aprovou, ontem, a compra da primeira companhia pela segunda. Além disso, derrubou a cláusula contratual que impedia a Gol de operar no mercado de transporte aéreo de cargas por cinco anos, a partir da aquisição.

Durante o julgamento, os conselheiros tiveram que enfrentar uma questão chave: se o Cade poderia determinar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que faça a realocação de "slots". Primeiro, eles concluíram que os "slots" em Congonhas são essenciais à competição no setor. As empresas que obtêm mais faixas de horários nesse aeroporto conseguem um maior percentual de vôos com assentos lotados. No caso da companhia líder do setor, a TAM, essa taxa de ocupação é de 71%, ressaltou o conselheiro Paulo Furquim.

Em seguida, os conselheiros disseram que poderiam sim determinar a realocação de "slots". Isso não seria interferir na atuação da agência reguladora, pois a Lei de Defesa da Concorrência (nº 8.884) determina que cabe ao Cade impor restrições sempre que verificar que um negócio prejudica a competição, inclusive em setores regulados. "Não poderia haver invasão, uma vez que as empresas trazem para a análise deste conselho a operação e cabe ao Cade o poder-dever de se manifestar", disse o conselheiro Fernando Furlan. "Não está se falando de o Cade criar ou dividir 'slots'", ressaltou o conselheiro Luiz Carlos Delorme Prado. "Não há dúvida de que essa é uma tarefa da agência reguladora, que deve zelar pela atuação e segurança dos aeroportos", completou. Segundo Prado, o Cade poderia condicionar a aprovação do negócio à devolução de alguns "slots" e caberia à Anac fazer essa redistribuição. O problema estaria em definir se o Cade deveria tomar essa atitude.

Prado lembrou que Congonhas chegou a operar com 49 "slots" por hora, número que foi reduzido para 30 após o acidente com o avião da TAM em julho de 2007. Logo, a realocação de "slots" envolve questões maiores, como a segurança e a capacidade dos aeroportos. Nesse contexto, o Cade não deveria propor alterações unilaterais. "É claro que tudo isso é resultante de análise técnica que transcende a apreciação deste plenário", concluiu Prado.

Furquim foi o único a votar pela devolução de alguns "slots" do grupo Gol. Ele constatou que, ao comprar a Varig, a Gol ficou com 116 pares de "slots" (46,6%). A TAM possui 106 pares (42,6%). Então, Furquim propôs a devolução de 10 pares para serem distribuídos igualmente entre as companhias.

Mas, os demais conselheiros concluíram que essa realocação de "slots" envolve outros problemas. "Os 'slots' mais rentáveis são detidos pela TAM e ela detém capacidade ociosa bastante significativa", afirmou o conselheiro Ricardo Cueva. "Mas qualquer solução no sentido de devolver à Anac para que ela faça a redistribuição poderia gerar efeitos imprevisíveis no setor", completou.

Por esse motivo, o Cade decidiu que irá buscar a realização de um convênio técnico com a Anac para propor medidas que aumentem a competição no setor. A sugestão foi dada pelo relator do processo, conselheiro Luís Fernando Rigato Vasconcellos. Foi ele também quem sugeriu o fim da cláusula que impedia a Gol de atuar no transporte de carga e a vendedora, a VarigLog, de operar com transporte de passageiros por cinco anos. Essas cláusulas de não-concorrência são bastante comuns em aquisições e quase sempre são derrubadas pelo Cade.

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Durante o julgamento, os conselheiros não tocaram nas denúncias de suposto favorecimento do Palácio do Planalto para a Gol no episódio, em detrimento de proposta da TAM para comprar a Varig. Cabe ao Cade julgar apenas os aspectos técnicos envolvendo as fusões.

Fusão permite reduzir custos e perdas

Roberta Campassi

A aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ontem, para que a Gol adquira a Varig sem restrições dissipou algumas das nuvens no horizonte do grupo de aviação. Uma das principais vantagens da fusão é a possibilidade de reduzir custos e estancar as perdas que vêm sendo registradas pela Varig.

A notícia sobre a decisão do Cade foi vista como vantajosa para a empresa entre analistas e pessoas ligadas ao setor aéreo, porque foi ao encontro da estratégia que a Gol anunciou quando fechou a compra da Varig, em março do ano passado. Na época, a Gol afirmou que planejava unificar a administração e combinar as malhas de vôo das duas empresas. Isso permitiria que o grupo operasse duas marcas distintas, mas com uma estrutura mais enxuta.

A aprovação do Cade também ocorre num momento em que a Varig está ganhando participação no mercado doméstico e vem substituindo aviões mais antigos por equipamentos mais novos e econômicos - medida essencial diante da alta recorde do preço do petróleo.

Até o parecer do órgão regulador da concorrência, Gol e Varig haviam se comprometido a manter administração e operações aéreas totalmente separadas. E, embora o Cade não tenha sido explícito sobre a possibilidade de elas fundirem as estruturas, não manifestou nenhum empecilho para tanto. "Se, de fato, as empresas puderem integrar malhas de vôo e administração, o cenário é positivo", afirma André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company, que presta serviços para a TAM.

"A decisão do Cade é positiva. Neste momento, se a Gol não pudesse fazer a integração e tivesse que recuar, seria ainda mais custoso", afirma Caio Dias, analista da corretora do banco Santander. De abril até dezembro de 2007, a Varig havia gerado um prejuízo operacional de R$ 300 milhões, o que impactou drasticamente o balanço da Gol.

Devido aos resultados ruins, a compra da Varig tem sido um nó entalado na garganta dos investidores da Gol Linhas Aéreas - a holding que reúne as duas companhias de aviação. O resultado da insatisfação é visível no desempenho das ações da companhia, que caíram 67% desde abril de 2007. Os papéis da concorrente TAM caíram 39%, enquanto o Ibovespa subiu 43,7%. Neste ano, a desvalorização da Gol na bolsa foi ainda mais intensa e os papéis alcançaram o menor preço histórico nesta semana. Comenta-se, nos bastidores, que muitos investidores gostariam de ver a Gol se desfazendo da Varig, enquanto outros acham que o melhor é aguardar a

recuperação da empresa.

Do lado operacional, a Varig obteve crescimento expressivo de oferta e participação em maio e abril deste ano. A oferta de assentos, que representava cerca de 6% do mercado, saltou para perto de 8%. A fatia em relação aos passageiros transportados, que costumava ficar em torno de 4,5%, subiu para

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quase 8% nos últimos dois meses. A taxa de assentos ocupados também cresceu: de 55%, em média, para 69% em abril e 70% em maio. Boa parte dos ganhos foram conseguidos por meio de promoções agressivas. "Elas foram necessárias para divulgar o nome e o serviço da empresa", afirma Lincoln Amano, diretor comercial da Varig. No mercado internacional, as melhoras ainda são pouco visíveis. A Varig voa para quatro destinos na América do Sul e mantém vôos para Paris até agosto - entre março e maio deste ano, ela abandonou as outras cinco rotas que fazia para capitais da Europa e México.

Mesmo no mercado doméstico, entretanto, as operações ainda são deficitárias, segundo Amano. O equilíbrio financeiro está previsto para o fim do ano. Um dos entraves da companhia é a composição de sua frota, formada por alguns aviões pouco eficientes no consumo de combustível.

Para contornar o problema, a Varig prevê substituir todos os 16 Boeings 737-300 que possui pelos modelos 737-700 e 800. Três já foram trocados. No segmento internacional, a frota é mais problemática. A Varig fazia as rotas para Europa e México com aviões 767-300, de grande porte, mas, quando decidiu cancelar esses vôos, não pôde devolver os aviões imediatamente. Por isso, usa os equipamentos nas rotas sul-americanas, embora eles sejam maiores e menos econômicos do que o ideal. Até dezembro, a Varig pretende devolver os 767 e substituí-los por 737.

Para Anac, decisão foi benéfica à competição

Daniel Rittner

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recebeu com alívio a decisão do Cade, que aprovou a venda da Varig para a Gol, sem devolução de "slots" (faixas de horário para pousos e decolagens) no aeroporto de Congonhas. Para um diretor da agência, esse era considerado o melhor cenário para "encerrar uma história complicada" e não compromete a competição. O pior, segundo ele, seria alguma orientação do órgão antitruste que pudesse acarretar na eventual transferência dos "slots" à TAM.

Na avaliação da agência, a determinação de repassar algumas faixas de horário a companhias menores não mudaria significativamente a atual concentração no setor aéreo. Além disso, a "nova" diretoria da Anac não concorda com os critérios de distribuição de "slots" em aeroportos saturados que foram estabelecidos pelos antigos diretores. Por isso, prepara uma mudança de regras, que deverá entrar em consulta pública no segundo semestre.

Pelos critérios em vigência, quando ficam vagos "slots" nos aeroportos, há um sorteio público em que 80% dos horários livres são distribuídos às empresas que já operam no local e 20% às "novas entrantes". Essa divisão deverá ser alterada e a diretoria da Anac não gostava da idéia de sortear "slots" da Varig, por determinação do Cade, no esquema antigo. No entanto, um aspecto levantado por especialistas em regulação - de que uma orientação do órgão antitruste acabaria invadindo a competência da agência e abrindo um perigoso precedente - não chegou a causar preocupação na Anac.

Executivos da Gol se mostraram satisfeitos com a decisão, mas sublinharam que ela chegou com pelo menos seis meses de atraso em relação à expectativa dos compradores da Varig. Ao adquirir a empresa, em março de 2007, tinha a expectativa de ter a operação aprovada no Cade até o fim do ano passado. O atraso dificultou a integração das malhas aéreas da Gol e da Varig. Isso prejudicou, por exemplo, a alimentação dos vôos intercontinentais da Varig, que acabaram sendo cancelados. O presidente do grupo, Constantino Oliveira Jr., disse recentemente que o prejuízo acumulado pela Gol com o negócio já ultrapassou R$ 1 bilhão - o valor engloba não apenas os US$ 320 milhões desembolsados na compra, mas também a soma dos resultados negativos trimestrais desde então. Outra surpresa negativa foi o aparecimento de passivos como dívidas trabalhistas na Argentina e dívidas aeroportuárias em países europeus.

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Anheuser-Busch está para recusar oferta e InBev deve torná-la hostil(Valor Econômico 26.06.2008 p. B10 Empresas - The Wall Street Journal Americas)

David Kesmodel,Matthew Karnitschnige Dana Cimilluca, The Wall Street Journal

A Anheuser-Busch Co. está pronta para recusar a oferta de US$ 46,35 bilhões da belgo-brasileira InBev NV ainda esta semana, abrindo o caminho para uma batalha de aquisição hostil pela maior cervejaria americana, segundo pessoas a par do assunto.

Espera-se que a fabricante da Budweiser argumente que a oferta da InBev é baixa demais e logo apresente seu próprio plano estratégico. Esse plano, que provavelmente vai incluir a venda de negócios que não lhe são centrais, como seus parques temáticos, tem o objetivo de melhorar a cotação da empresa na bolsa, dizem essas pessoas.

No fim das contas, a decisão não deve deter a InBev, que montou um plano cuidadosamente elaborado, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. A InBev, de Leuven, Bélgica, está preparada para apresentar sua oferta diretamente aos acionistas da Anheuser, e a cervejaria americana teria poucos recursos para evitar sua aceitação, dizem essas pessoas. Muitos investidores já manifestaram seu apoio à oferta, que representa um prêmio em torno de 30% sobre a ação da Anheuser antes da oferta.

A Anheuser não quis comentar o assunto.

A Anheuser procurou seu sócio mexicano, o Grupo Modelo SA, para discutir um acordo que mantivesse a InBev ao largo. Essa transação provavelmente envolveria a aquisição total da Modelo pela Anheuser, que já tem 50% dela. Isso poderia tornar a americana cara demais para a InBev adquirir. A situação dessas discussões não está clara.

A maioria dos analistas espera que a Modelo recuse a proposta por várias razões. Uma delas é que a Anheuser não estaria na melhor posição para oferecer muito dinheiro à Modelo. Se pagar demais para adquirir o restante da cervejaria mexicana, a Anheuser corre o risco de irritar seus acionistas - que já têm uma oferta de US$ 65 por ação posta na mesa pela InBev. A Modelo também é uma empresa muito nacionalista que quer continuar independente. Além disso, as relações entre ambas durante os anos teve vários momentos de frieza, principalmente porque executivos da Modelo acham que a Anheuser levou metade da companhia barato demais.

Para justificar a rejeição à oferta, espera-se que a Anheuser anuncie planos de aumentar o nível de cortes de custos em seu atual plano de cortes, conhecido como Oceano Azul, para cerca de US$ 1 bilhão nos próximos quatro anos (hoje é de US$ 500 milhões), disse uma pessoa a par da questão. A companhia também está considerando pagar um dividendo especial a seus acionistas.

Também se espera que a Anheuser anuncie que está considerando opções estratégicas, como vender sua empresa de parques temáticos, a Busch Entertainment Corp., que poderia lhe render US$ 3 bilhões, disseram pessoas familiarizadas com a situação. A Anheuser também pode explorar a venda de seus negócios de embalagens, que poderiam valer em torno de US$ 1,5 bilhão.

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Se a Inbev fizer a oferta diretamente aos acionistas e conseguir a aprovação deles, o negócio será uma das maiores ofertas hostis da história e pode animar outros compradores estrangeiros a tentar alvos nos Estados Unidos.

Ontem a InBev fez a última tentativa de negociar com a Anheuser, mandando uma carta à direção da empresa informando que os recursos para a compra estavam garantidos e que "tempo é essencial". A InBev fez sua primeira oferta em 11 de junho e consumiu as duas últimas semanas tentando cortejar as mais diversas pessoas, de acionistas a políticos locais.

"A reação do mercado à nossa proposta tem sido extremamente positiva", escreveu o diretor-presidente da InBev, o brasileiro Carlos Brito, ao diretor-presidente da Anheuser, August Busch IV, em sua terceira carta em duas semanas. "Nós acreditamos que isso confirma nosso ponto de vista de que nossa proposta é a melhor forma de alcançar a união transformadora de todas as pessoas afetadas." Se concretizada, a compra criará a maior fabricante de cervejas do mundo, com aproximadamente US$ 36 bilhões em faturamento líquido.

Brito disse na carta que a InBev havia pago US$ 50 milhões em comissões a um consórcio de bancos que emprestaria o dinheiro necessário à aquisição. Segundo escreveu Brito, os financiadores seriam o Banco Santander, Banco de Tokyo-Mitsubishi, Barclays Capital, BNP Paribas, Deutsche Bank, Fortis, ING Bank, JP Morgan, Mizuho Corporate Bank and Royal Bank of Scotland. "Estão comprometidos com a construção de um diálogo que resulte numa combinação construtiva."

Ele também repetiu as promessas de que a InBev não fechará as fábricas da Anheuser nos EUA, abrirá espaço para representantes desta no conselho da futura empresa e manterá um bom número de gerentes da empresa americana.

Antes da oferta da InBev, Busch tinha dado indícios de que era contra a venda da companhia, fundada por seu tataravô. Mas analistas do setor dizem que a Anheuser tem poucas opções para escapar da cervejaria belgo-brasileira. Mesmo assim, dizem que a fabricante da Budweiser provavelmente argumentará que US$ 65 por ação é muito pouco e pode pedir US$ 70 ou mais.

"Muitos de nós acreditam que a compra da A-B será realizada por um preço acima de US$ 65", disse Tom Pirko, presidente da consultoria Bevmark.

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JBS-Friboi - Pedido de bloqueio não preocupa JBS (Valor Econômico 26.06.2008 p. B13 Agronegócios)

De São Paulo

A JBS-Friboi minimizou ontem a importância do pedido feito por um senador americano para que o Departamento de Justiça dos EUA bloqueie a aquisição do Smithfield Beef Group e da National Beef Packing Co pela empresa brasileira.

Na carta ao departamento, em que pede o veto ao negócio, o senador Herb Kohl, chefe do subcomitê antitruste do Senado americano, disse que o acordo deixaria três indústrias de carne bovina dos EUA com mais de 80% do mercado. Hoje a Tyson Foods Inc. é o maior produtor de carne bovina dos EUA, com cerca de 30% do mercado americano. A National Beef e a Smithfield ocupam, respectivamente, a quarta e quinta posição nesse ranking.

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O diretor de relações com os investidores da JBS, Jerry O'Callaghan, disse que "qualquer influência política seria fonte de preocupação se houvesse 30% a 40% dos senadores se manifestando" contra as aquisições da JBS nos EUA. Além de Herb Kohl, um outro senador, o republicano Charles Grassley, já se posicionou contra a compra das empresas pela JBS, segundo O'Callaghan.

Ele afirmou que "todas as análises feitas até agora são indicativas de que não haverá problema técnico na aprovação da aquisição".

A previsão, disse, é ter um "OK do Departamento de Justiça entre agosto e setembro". Segundo ele, tem havido contatos constantes entre a empresa e o órgão, e a JBS já entregou os últimos documentos pedidos pelo departamento.

A JBS, que comprou em 2007 a americana Swift, anunciou em março passado acordos para adquirir o Smithfield Beef Group e o National Beef Packing Co, e o australiano Tasman Group, por um total de US$ 1,3 bilhão.

(AAR)

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Ex-sócios do Liberal vão recorrer de inabilitação (Valor Econômico 26.06.2008 p. C3 Finanças)

Angelo Pavini, De São Paulo

Inabilitados para exercer cargos em instituições financeiras por um ano no dia 12 de junho último pelo Conselho Federal de Recursos do Sistema Financeiro, os antigos sócios do Bank of America Liberal, Aldo Floris e Lauro Alberto de Luca, vão recorrer da decisão ao próprio Conselhinho. Segundo o advogado de ambos, Marcello Macêdo, o recursos será possível porque a votação foi bastante aperta. "Foi um julgamento capcioso, os quatro representantes do setor privado votaram contra a condenação e os quatro do governo a favor e a questão só foi decidida pelo voto do presidente do Conselho."

O Conselhinho condenou Flores e Luca e outros executivos do Bank of America Brasil e da corretora Bank of America Liberal por "infração grave na condução de operações, com a realização sistemática de prejuízos". Já o ex-presidente do Banco Central e também sócio, Carlos Lemgruber - e apontado por Macêdo como o responsável pelas operações - foi punido com dois anos de inabilitação.

Segundo Macêdo, as operações eram captações de recursos por meio de aluguel de ações. O banco ou a corretora alugava as ações de um fundo estrangeiro e as vendiam no mercado. No final, recomprava as ações para devolver ao fundo, normalmente com lucro para o banco, segundo Macêdo.

O advogado afirma também que, em processo referente às mesmas operações, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) inocentou Luca e Floris, decisão confirmada depois pelo Conselhinho. O mesmo não ocorreu, porém, agora com as ações movidas pelo Banco Central. Além do recurso ao Conselhinho, Macêdo pretende entrar também na justiça comum para anular a condenação. Segundo ele, no Conselhinho, será possível apenas reduzir a pena, passando de inabilitação para multa.

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Macedo esclareceu também que nem Floris nem Luca foram, em momento algum, processados pelo Bank of America. O banco americano move um processo contra Lemgruber nos EUA, a quem acusa de ter desviado US$ 38 milhões do Bank of America Brasil. Segundo Macedo, Floris e Luca foram citados no processo porque o banco americano achava que eles, por serem diretores, poderiam ter impedido as operações feitas por Lemgruber. Mas, ainda em 2003, o Bank of America, Floris e Luca fecharam acordo encerrando qualquer disputa. Os sócios concordaram ainda em colaborar no processo do banco contra Lemgruber.

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Seguros - Marítima quer captar R$ 400 milhões: Venda de participação minoritária para fundo de private equity também não está descartada

(Valor Econômico 26.06.2008 p. C8 Finanças)

Altamiro Silva Júnior, De São Paulo

A seguradora Marítima, que este ano deve ultrapassar R$ 1 bilhão em faturamento, retomou seu projeto de abrir o capital e quer captar R$ 400 milhões. A seguradora pretende usar os recursos para se capitalizar e financiar aquisições.

Em meio à forte turbulência das bolsas mundiais, a Marítima, controlada pela família paulista Vidigal, desistiu de lançar ações no começo do ano. A operação estava sendo analisada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde meados de 2007. No final do ano passado, a oferta foi interrompida por 60 dias. Em janeiro, foi cancelada. "Não queríamos vender os papéis com desconto. O potencial de crescimento do mercado de seguros é enorme", afirma seu diretor, Milton Bellizia Filho. A seguradora espera só uma "janela de oportunidade" para emitir ações.

Apesar do cancelamento, a Marítima continuou trabalhando internamente para se adequar às exigências de uma companhia aberta. A seguradora contratou André Luiz Fernandes, do Unibanco, para tocar a diretoria financeira e a área de relações com investidores.

Logo que a companhia anunciou o cancelamento da oferta, Bellizia conta que choveram propostas de fundos de private equity, especializados em comprar participações em empresas. Segundo ele, nenhuma das propostas agradou, pois ofereciam descontos altos. "Se a gente não quis o desconto da abertura de capital, por que ia querer o desconto dos fundos?"

Mesmo com a recusa das propostas, Bellizia diz que a empresa está aberta aos fundos, desde que venham com ofertas interessantes e preço justo. O interesse é pela venda de uma participação minoritária. A prioridade, porém, é o lançamento de ações. A Marítima quer listar "units" (recibos formados por ações preferenciais e ordinárias) no Nível 2 de governança corporativa. A oferta será apenas de papéis novos. Não haverá venda de ações dos sócios (venda secundária) - Francisco Vidigal, Alvaro Augusto Vidigal e Roberto Vidigal.

A idéia de abrir o capital nasceu em 2006. A seguradora contratou uma auditoria (KPMG) e a Delloitte para cuidar da governança corporativa e controles internos. Em outubro de 2007, estava pronta para estrear na bolsa. Mas foi bem no momento que a crise do mercado de hipotecas americano começou a provocar quedas das bolsas. Naquele momento, a SulAmérica, outra seguradora que preparava uma oferta pública, lançou ações e os papéis saíram no piso do intervalo sugerido ao mercado.

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Com o mercado em baixa, a Marítima acabou arquivando o projeto. O argumento de Bellizia é que o mercado de seguros será o próximo do país a passar por um "boom". Primeiro foi o segmento de cartão de crédito a apresentar altas taxas de expansão. Em seguida, veio o crédito bancário. Agora, diz ele, é a vez do seguro. O mercado pode dobrar de tamanho e chegar a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) em três anos. "O objetivo é capitalizar a empresa para participar desta onda de crescimento."

Para 2008, a Marítima projeta expansão de 30% e faturamento recorde de R$ 1 bilhão. A seguradora opera em três áreas principais: automóveis, saúde e ramos elementares, cada uma com cerca de 30% dos prêmios. Em 2005, começou a operar com vida, que responde por 3%. "Diferente de outras companhias, não há concentração em um único segmento", diz Fernandes.

Depois de um período fraco, com queda nos preços, a venda de seguros de automóveis vem se recuperando. Em maio, aumentaram 40%. O segmento de saúde teve alta de 17% no primeiro quadrimestre. Capitalizada, a companhia pretende sair às compras de outras carteiras de saúde. Os ramos elementares subiram 32%.

A Marítima procurou também diversificar sua atuação regional. Em 2000, 92% dos prêmios vinham do Estado de São Paulo. Agora, este percentual caiu para 75%. A meta é reduzir para 50% em três anos. A seguradora buscou outras Estados, como Minas Gerais e os da região Sul, para abrir filiais. Agora, parte para ofensiva no Centro-Oeste e no Nordeste.

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Mercado alimenta produção: Estudo mostra que a relação entre as captações de recursos pelas empresas e os investimentos produtivos das companhias alcança marca histórica

(Valor Econômico 26.06.2008 p. D1 Eu& Investimentos)

Por Fernando Torres* e Catherine Vieira, de São Paulo e do Rio

Depois de vários avanços regulatórios, mais de uma década de inflação relativamente controlada e de um período prolongado de taxas de juros mais baixas, o mercado de capitais parece ter se tornado, enfim, uma importante fonte de financiamento para o crescimento das empresas e para o aumento dos investimentos produtivos. De acordo com estudo feito pelo Valor, a relação entre as captações de recursos das companhias pelos diversos instrumentos disponíveis no mercado e os investimentos produtivos das empresas atingiu 16,41% no ano passado, a maior marca já registrada pelo menos desde 1980, quando começou o levantamento.

Trata-se de um patamar superior ao observado na relação entre os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os investimentos produtivos - chamados, no jargão econômico, de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) -, que foi de 14,44% no ano passado.

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O estudo mostra também que houve grande evolução na comparação com os anos anteriores. No período entre 1980 e 1989, a relação média das emissões primárias de valores mobiliários e os investimentos das empresas foi de 2,59%, tendo subido para 7,02% nos dez anos seguintes. No intervalo entre 2000 e 2004, a taxa média ficou em 6,89%, saltando para 13,62% no triênio entre 2005 e 2007. Essa medida usada para medir a relevância do mercado de capitais como fonte de financiamento dos investimentos produtivos foi apresentada inicialmente por

José Roberto Mendonça de Barros e José Alexandre Scheinkman no trabalho "Desafios e oportunidades para o mercado de capitais brasileiro", publicado em 2000. O estudo foi uma das principais referências teóricas para a criação do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

No trabalho original, os autores usaram apenas as emissões primárias de ações e debêntures. Para chegar ao resultado final, o Valor atualizou os números até 2007 e acrescentou os dados sobre emissões de notas promissórias e de operações de securitização - os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Na época do estudo, alguns desses instrumentos sequer existiam.

O presidente do Ibmec São Paulo Claudio Haddad avalia que o mercado de capitais tem uma faceta importante, que é dar uma fisionomia nova para o capitalismo brasileiro, ao trazer empresas de novos setores, algumas delas até embrionárias, o que é fundamental para estimular o empreendedorismo. Para ele, agora que o mercado se firmou como opção de financiamento para as empresas, o BNDES deveria se concentrar em projetos que sejam bons sob o ponto de vista social, mas sem rentabilidade privada suficiente para que o mercado tenha interesse. "No passado, não havia outro jeito, o BNDES era o principal meio de financiamento de projetos de longo prazo, mas agora o cenário é outro. Então, para que subsidiar grandes empresas que não necessitam desses subsídios?", diz o especialista.

Haddad alerta, no entanto, que nem todo o volume captado pelas companhias nas emissões primárias vai necessariamente para investimentos que são contabilizados pela metodologia da FBCF. "Essa medida é interessante para dar uma dimensão do crescimento das fontes de financiamento de longo prazo, mas nem tudo se reflete em formação bruta de capital fixo", pondera. "Isso vale tanto para os recursos captados via mercado quanto para os que são obtidos por meio do BNDES ou dos lucros próprios gerados pela companhia, que são as três maneiras de financiar projetos", completa Haddad. Para ele, porém, o importante é que o mercado de capitais tenha se firmado como uma fonte para esses

investimentos.

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Como a FBCF só capta os investimentos fixos, não entram na conta aquisições e investimentos em intangíveis, como pessoas ou tecnologia. Basicamente, o indicador capta a expansão da capacidade instalada.

É fato também que as companhias abertas têm um peso cada vez maior no investimento produtivo total do país, tomando lugar do governo e de empresas fechadas no total de novos aportes realizados. Isso pode ser verificado pela relação entre o aumento do ativo imobilizado (bens como imóveis, máquinas e equipamentos) das empresas de capital aberto e a FBCF, índice calculado em dissertação de mestrado em administração pela pesquisadora Maria Laura do Carmo Muanis, pela PUC-Rio.

Ao analisar o período de 1987 a 2002, com os dados de todas as companhias abertas registradas em cada ano, Maria Laura verificou um crescimento consistente dessa participação, que saltou de 6,6% no ano inicial para 25,2% no último ano da pesquisa.

Com base no método deste estudo, o Valor calculou essa relação para o período de 2003 a 2007 usando como universo de pesquisa as cem empresas abertas com maior ativo imobilizado ao final de 2007 e encontrou a mesma tendência de aumento, embora com índices diferentes. A fonte de informação utilizada foram as Demonstrações de Origens e Aplicações de Recursos divulgadas pelas empresas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Com este cálculo, se chegou ao índice de 27,33% em 2007, ante uma relação de 21,97% em 2006, por exemplo. Em números absolutos (sem correção), o total do aumento do imobilizado destas cem empresas saiu de R$ 51,14 bilhões em 2003, para R$ 122,84 bilhões no ano passado, uma alta de 140%. Apenas entre 2006 e 2007, a expansão foi de 45%.

Segundo Maria Laura, os dados ligeiramente distintos entre os dois levantamentos podem ser explicados pelo número menor de empresas da amostra usada pelo Valor e também pela mudança da metodologia do cálculo do produto interno bruto brasileiro (PIB), já que a pesquisa dela levou em conta os números antigos.

Ao comentar os dados atualizados do seu estudo publicado em 2000, Mendonça de Barros disse que faz todo o sentido incluir na conta também as operações de securitização, já que são instrumentos "complementares" de financiamento. Ao olhar para trás e ver o desempenho do mercado nos últimos anos, a análise do economista é positiva. "Demorou mais do que a gente esperava para deslanchar, o que não é raro quando se tem inovações grandes como o Novo Mercado. Mas, depois que começou, foi mais rápido do que nós imaginávamos", afirma.

Para Mendonça de Barros, as empresas brasileiras se deram conta de que para crescer tinham que reforçar o capital próprio, em especial para o processo de internacionalização iniciado no princípio do século. "Para ter musculatura precisa ter 'equity' [capital próprio]. Não se cresce só com dívida", afirma, lembrando que os juros reais ainda elevados do Brasil desestimulam o endividamento. Ainda que o desempenho do mercado este ano não repita a exuberância vista em 2007, Mendonça de Barros avalia que o financiamento das empresas brasileiras via mercado de capitais "é um fenômeno que veio para ficar". Para ele, uma prova de que as coisas mudaram foi que, ao menor sinal de abrandamento da crise nos Estados Unidos, nos últimos dois meses, as emissões foram retomadas.

Em meados deste mês, por exemplo, a empresa de petróleo e gás OGX, do empresário Eike Batista, concluiu uma emissão primária de ações que deve se configurar como a maior oferta da história do mercado brasileiro, levantando R$ 6,7 bilhões. Mais ou menos na mesma época, o mercado de capitais registrou outra notícia importante: a Vale do Rio Doce anunciou uma grande captação por meio de emissão de ações, que está estimada em 15 bilhões.

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(*do Valor Online)

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Operação Influenza - Dreyfus fecha acordo para assumir Agrenco: Com injeções de capital, mas muitas condicionantes, multinacional francesa visa ao controle da holding

(Valor Econômico 26.06.2008 p. D7 Eu& Investimentos)

Por Patrick Cruz, de São Paulo

O grupo francês Louis Dreyfus Commodities (LDC) anunciou ontem que fechou um acordo que poderá lhe conferir o controle da Agrenco Holding, que, por sua vez, controla a Agrenco Limited. Esta teve a negociação de seus Brazilian Depositary Receipts (BDRs) suspensa na sexta-feira, depois que três de seus principais executivos foram presos na Operação Influenza, da Polícia Federal, sob acusações de lavagem de dinheiro, remessa ilegal ao exterior e corrupção ativa e passiva, entre outras.

Ainda não se trata, contudo, de um acerto definitivo. Segundo fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação dependerá, entre outras condicionantes, de "due dilligence", análise da viabilidade legal do negócio, ausência de oferta pública de aquisição aos acionistas da Agrenco Limited e está condicionada também à não insolvência da Agrenco.

De acordo com comunicado da LDC, a operação teria a seguinte estrutura: aumento de capital da Agrenco Holding, no valor de US$ 33,521 milhões, de maneira ainda indefinida; aumento de capital da Agrenco Ltd., por meio de emissão de novas ações, de US$ 65 milhões. A LDC subscreveria, no mínimo, também US$ 33,521 milhões. A proposta incluiria ainda empréstimo conversível em ações de US$ 35 milhões, com prazo de cinco anos e juros de 7,75%.

Uma variante do acordo inclui o exercício de bônus de subscrição, que venceriam em três anos. Procuradas, Agrenco e LDC preferiram não conceder entrevista.

O fato relevante encaminhado à CVM afirma que LDC e Agrenco "utilizarão os melhores e razoáveis esforços" para a obtenção de um crédito rotativo de US$ 150 milhões, com prazo de vencimento de, no mínimo, três anos.

A Agrenco encerrou o primeiro trimestre com dívida líquida de R$ 1,18 bilhão, volume 51,6% maior que o registrado no fim de 2007, três meses antes. A relação entre dívida líquida e patrimônio líquido subiu de 1,2 para 1,8, mas manteve-se dentro da faixa de 2,5 estabelecida pelo conselho de administração. Ainda assim, o crédito rotativo inicial de US$ 150 milhões não cobriria os vencimentos de curto prazo da Agrenco. Cerca de 80% de sua dívida vence em até 12 meses, segundo declaração recente da Agrenco ao Valor.

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As informações sobre o início da due dilligence, uma das condicionantes para o fechamento do acordo, são desencontradas. Uma fonte ouvida pela Valor informou que o trabalho começou ontem, e outra, que esse trabalho ainda não tinha data para começar.

A proposta também depende da assembléia de acionistas da Agrenco, cuja data ainda não foi definida. A empresa tinha assembléia marcada para o dia 11 de julho, na qual seria discutido um aumento de capital e também uma mudança de cláusula de seu estatuto que impede que novos acionistas façam ou elevem suas posições no negócio, ferramenta conhecida como "pílulas de veneno". Na Agrenco , quem atinge fatia de 20% do capital da empresa é obrigado a fazer uma oferta de compra pelas ações de todos os demais acionistas. A proposta que seria levada à assembléia era para elevar esse percentual para 25%.

A área de soja é a que responde pela maior fatia do faturamento da Louis Dreyfus Commodities no Brasil. Em 2007, o faturamento da empresa no país foi de US$ 2,5 bilhões, e o complexo soja foi de cerca de US$ 1 bilhão. No mundo todo, o faturamento do grupo é de cerca de US$ 20 bilhões. Neste ano, a meta da empresa é faturar US$ 3 bilhões no Brasil, segundo estimativa apresentada em março por Kenneth Geld, presidente da empresa.

São três as esmagadoras de soja da LD no país, localizadas em Alto Araguaia (MT), Jataí (GO) e Ponta Grossa (PR). A empresa tem também mais de 30 armazéns dedicados ao grão. Em Alto Araguaia fica também a unidade de beneficiamento de grãos e produção de biodiesel inaugurada pela Agrenco em março deste ano. LDC e Agrenco não informaram se uma delas seria fechada em função da possível "concorrência", caso o acerto seja feito.

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A programação de investimentos da LD para o período entre 2004 e 2010 prevê aportes de US$ 2,057 bilhões, dos quais mais de US$ 1,1 bilhão já foram desembolsados, segundo a empresa. Para o intervalo entre 2007 e 2009, o plano é de US$ 516,3 milhões em investimentos.

A Agrenco, que enfrentou problemas de atraso no pagamento por lotes de soja em abril em Mato Grosso, enfrentou há pouco mais de uma semana um pedido de falência em virtude de não-pagamento à Hunter Douglas do Brasil, que forneceu a ela telhas utilizadas na construção do prédio administrativo da unidade localizada em Alto Araguaia. Sua crise cresceu, porém, com a prisão de Antonio Iafelice, Francisco Ramos e Antonio Augusto Pires Junior, agora ex-diretores da companhia.

Minoritário entre a cruz e a caldeirinha

Graziella Valenti, De São Paulo

A Dreyfus, a despeito dos problemas de imagem que recaem sobre a Agrenco, encontrou meios econômicos de ficar com o negócio. E não deixou muito espaço de manobra para os minoritários.

A capitalização da holding na qual estão os sócios controladores presos pela Polícia Federal é um meio ágil e barato de ficar com a Agrenco. Ao se tornar acionista indireta, consegue se desvencilhar da cláusula que limita a participação de um sócio a menos 20% - a chamada pílula de veneno. Qualquer acionista, exceto os controladores, que atingirem essa proporção teriam de fazer oferta aos minoritários. Mas tal veneno não é disparado nesse caso, pelo fato de o negócio passar pela holding.

No entanto, a Dreyfus será, na prática, a nova controladora da Agrenco Limited. Pela Lei das Sociedades por Ações, a transação poderia demandar oferta por troca de controle aos minoritários, o chamado direito de "tag along". A companhia francesa, porém, condicionou a capitalização da Agrenco à ausência dessa obrigação. A fatia dos acionistas minoritários, incluindo Credit Suisse e MFC Global, custaria R$ 100 milhões a preços de mercado.

O acordo com a Dreyfus resgataria a Agrenco de uma possível insolvência. No mercado, está claro que a empresa enfrentaria dificuldades adicionais de conseguir dinheiro. A situação, antes mesmo do escândalo, já não era confortável: dívida de curto prazo de R$ 1 bilhão e R$ 50 milhões em caixa.

Na Bovespa, as ações seguem suspensas desde sexta-feira. A bolsa quer informações sobre os problemas com a PF. Ontem, também na Bolsa de Luxemburgo as transações foram bloqueadas.

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Operação Influenza - "Processo de governança na Agrenco avançava": Para ex-presidente do IBGC e conselheiro da empresa, princípios saudáveis e auditoria não garantem a inexistência de

fraudes(Valor Econômico 26.06.2008 p. D8 Eu& Investimentos)

Por Célia de Gouvêa Franco, de São Paulo

É possível que em uma empresa que siga os princípios da governança corporativa ocorram casos de desvio de dinheiro, fraude no balanço e sonegação fiscal? Esta é uma das perguntas que têm sido feitas

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nos últimos dias a José Monforte, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e membro do conselho administrativo da Agrenco, empresa do setor de agronegócios que está sendo investigada pela Polícia Federal por suspeita exatamente desses crimes, em um processo que levou à prisão na sexta-feira dois dos seus sócios e mais um executivo.

Respeitado no mercado financeiro pelo seu papel de pioneiro na defesa da boa governança nas empresas, Monforte disse ontem ao Valor que ainda não foram divulgadas provas dos supostos crimes e que se espera que os acusados tenham direito à defesa e a um julgamento justo. Mas afirmou também que eventuais culpados devem, obviamente, pagar por seus crimes ou incorreções. Ponderou, ainda, que a adoção de critérios saudáveis de governança não são suficientes para evitar fraudes. Ainda mais em empresas de grande porte, como é o caso da Agrenco, que teve um faturamento de R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre deste ano, após crescimento de 41,8%. "A Agrenco não é um negocinho. São três fábricas novíssimas, com equipamento de ponta, com clientes importantes no exterior."

E quanto às auditorias? Ele lembrou que auditorias internas e externas são feitas por amostragem e é possível que desvios ou mesmo ações criminosas não sejam identificados por essas análises das contas. Seria preciso um sistema extremamente minucioso, detalhista, para ser possível levantar qualquer e toda inadequação. Monforte acredita, de qualquer forma, que se forem comprovadas irregularidades na administração dos dirigentes sub suspeita, os valores envolvidos poderão ser considerados pequenos em comparação com o faturamento da companhia, sem impactar pesadamente suas operações.

Adotar e seguir princípios de governança corporativa é um processo, construído gradualmente, disse Monforte. E esse processo estava sendo adotado na Agrenco, garantiu. Ele entrou na empresa por acreditar no seu modelo de negócio, considerado inovador para o segmento de agronegócios na medida em que opera com produtos especiais e atua em nichos de mercado. Monforte, que já trabalhou como corretor de commodities, tem, por isso mesmo, grande interesse pelo agronegócio, outra razão, portanto, para trabalhar como Antônio Iafelice, que conhece há 33 aos. Iafelice, o principal sócio e executivo da Agrenco, está preso há cinco dias. "Vi a construção da empresa e a adoção de critérios da governança corporativa estava ajudando a viabilizá-la."

A Agrenco fez sua abertura de capital em outubro do ano passado, praticamente no final da temporada muito favorável a esse tipo de operação vivida pelo Brasil. Antes da sua oferta pública inicial de ações (IPO, segundo sua sigla em inglês), a Agrenco levantou um empréstimo com o banco Credit Suisse, que depois foi um dos coordenadores da abertura de capital. Monforte explicou que os recursos do financiamento foram usados para a compra de equipamentos a serem instalados nas três unidades da empresa no país.

Desde domingo, quando chegou de uma reunião exatamente sobre governança, na Coréia, Monforte empenhou-se nas tratativas para tentar viabilizar a continuidade da empresa, que resultaram no acordo firmado ontem com o grupo Louis Dreyfus Commodities, que tende a assumir o controle da Agrenco a médio prazo. Segundo Monforte, o grupo Dreyfus já tinha demonstrado interesse em entrar como sócio da Agrenco, assim como três outros investidores estratégicos e alguns fundos de private equity.

Nas últimas semanas, a Agrenco vinha enfrentando problemas financeiros, causadas pela elevação do custo do crédito no mercado interno, pela alta abrupta e substancial das cotações da soja nos mercados internacionais e também pelo pedido, em maio, de liquidação extrajudicial da Selecta, outra esmagadora de soja. A combinação desses fatores fez com que a empresa presidida por Iafelice não conseguisse tomar empréstimos para seu capital de giro e estivesse planejando um aumento de capital.

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Operação Influenza - Diretor da Agrenco comandava esquema: Delegado da PF aponta Francisco Ramos como mentor de fraudes

(Valor Econômico 26.06.2008 p. D5 Eu& Investimentos)

Por Vanessa Jurgenfeld, de Florianópolis

O delegado Airton Takada, da Polícia Federal de Santa Catarina, disse ontem que as investigações apontam que o líder do esquema de irregularidades praticadas na Agrenco era Francisco Ramos, diretor institucional da companhia e também o seu acionista controlador. Takada está à frente da chamada Operação Influenza, que na sexta-feira passada prendeu executivos da Agrenco, entre eles seus sócios fundadores Antônio Augusto Pires Júnior e Antônio Iafelice. As irregularidades vão desde corrupção ativa e passiva, além de estelionato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e crimes contra o sistema financeiro.

Para chegar ao papel de Ramos no esquema, Takada conta que o início da investigação da operação ocorreu na cidade catarinense de Itajaí, onde fica o porto de Itajaí, administrado pelo município, mas no qual a Agrenco não opera terminal. A empresa só opera terminal (Terlogs) em outro porto do Estado, o de São Francisco do Sul, na cidade de mesmo nome.

Em Itajaí, existiam notas fiscais da TC Transportes, referentes à realização de transportes para a Agrenco. A TC pertence ao ex-cunhado do Francisco Ramos, Joaquim Vanhoni, estabelecido em Gaspar, e que também foi preso na Operação Influenza. Essas notas despertaram desconfiança e a dúvida: Por que havia notas fiscais emitidas contra a Agrenco em Itajaí se ela não opera naquela localidade? A investigação concluiu que a a TC Transportes fazia de conta que praticava serviços para a Agrenco em Itajaí.

"Isso dava a entender que poderiam estar lavando dinheiro porque a única forma de praticar essa ação hoje é dando a impressão que você tem uma atividade lícita que na verdade não existe e ainda começar a pagar imposto municipal - o que era o caso da Agrenco", diz Takada.

Segundo o delegado, a Polícia Federal também comparou notas fiscais dessa operação que lhe foram fornecidas -ele não quis revelar a fonte- e constatou que a ordem numérica de emissão não era coerente com as datas das notas. "Por exemplo, se a nota de número 1 está datada 25 de março, a nota 2 tem que ser do dia 25 daquele mês em diante, mas às vezes encontramos datas retroativas."

Foi instaurado então um procedimento preliminar investigatório, no qual ele diz que foram observadas "situações estranhas": "Um dos acionistas da Agrenco, o senhor Francisco Ramos, que tinha um salário regular de cerca de R$ 40 mil (salário oficial), possuía uma despesa dez vezes maior", afirma o delegado. A Polícia Federal descobriu que os gastos do executivo eram infinitamente maiores do que os seus ganhos porque solicitou a quebra de seu sigilo bancário.

Segundo o delegado, foi observado a partir dessas informações iniciais -a investigação começou em agosto de 2007, antes mesmo de a empresa lançar BDRs, recibos de ações, na Bovespa, em outubro- que Francisco Ramos tinha uma "rede de pessoas que trabalhava para ele".

Em Santa Catarina, o delegado citou como exemplo o nome de Carlos Wanzuit, que gerenciava a parte financeira de Ramos no Estado, assim como a secretária Dayane Bento, que administrava os interesses pessoais do executivo. A serviço dele também estava, por exemplo, Marcelo Moreira, advogado de Blumenau, que foi contratado para dar origem a esse patrimônio que Ramos, segundo a Polícia Federal, havia formado e não tinha renda para comprovar. "Moreira estava tentando regularizar essa situação", afirma Takada.

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Para tentar "blindar" o patrimônio de Ramos, Takada diz que foram instituídas duas empresas, a XR Alpha e a XR Beta. A primeira ficou com o patrimônio pessoal, e a segunda, só com os investimentos do empresário.

"Só que quando fizeram os investimentos da pessoa na empresa Agrenco, fizeram o investimento via pessoa física, que já estava esvaziada de patrimônio". Segundo ele, esse foi um dos problemas que gerou dificuldades para o advogado conciliar as empresas criadas. Além disso, o delegado informa que Ramos tinha conta no exterior - US$ 500 mil nos Estados Unidos, além de investimentos em ações da Agrenco na Espanha. "Ele não tinha como trazer recursos de forma legal de uma conta no exterior porque não teria como justificar a origem do dinheiro".

Ramos, segundo o delegado Takada, mantinha uma parceria com um engenheiro que fazia obras de dragagem e negociou com Wilson Rebello, então superintende do Porto de Itajaí, propina para facilitar que esses serviços fossem prestados pelos parceiros de Ramos.

Durante a investigação, foram encontradas outras irregularidades no Porto de Itajaí, que não eram o alvo primeiro da operação, como foi o caso de um acordo entre Rebello e seu assessor de imprensa, Anderson Saldanha, para que a empresa do seu assessor prestasse os serviços de publicidade do porto. "É como se tivéssemos lançado uma tarrafa para pegar peixe e veio camarão junto", disse o delegado.

Investigando Francisco Ramos, apareceram Antônio Iafelice e Antônio Augusto Pires Jr, sócios fundadores da Agrenco, porque os três em conjunto começaram a praticar fraudes, como a simulação de negociações com produtores de soja. Neste esquema, eles compravam carregamentos de soja que não existiam e dividiam o dinheiro desviado. Parte do valor também era usado no pagamento de propina, para legalizar o negócio.

Ontem, venceu o prazo da prisão temporária e 18 pessoas que estavam detidas nessas condições foram soltas. Seguiam presos os executivos da Agrenco e outras três pessoas que estão sob prisão preventiva.

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Concorrência - Cade aprova compra da Varig pela Gol(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. A10 Direito Corporativo)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, ontem, a aquisição da Varig pela Gol, mas impôs uma restrição ao negócio, ao determinar a alteração no contrato da compra que libera os ex-donos da Varig para operar o transporte de cargas. A decisão favorável ao negócio pelos conselheiros ocorreu mesmo reconhecendo que a compra gera concentração de mercado no setor. Os representantes do órgão de defesa da concorrência entenderam que qualquer medida que tomassem para corrigir a distorção poderia não ser eficiente do ponto de vista da concorrência e impor prejuízos às duas empresas. "Os remédios que poderiam ser impostos não dariam a certeza de que os efeitos na ampliação da concorrência seriam os esperados", escreveram na sua argumentação final. A decisão, no entanto, não foi unânime. O conselheiro Paulo Furquim votou contra o negócio, por entender que depois da fusão a Gol não teria o direito de permanecer com dez slots (autorizações para pousos e decolagens) que a Varig detinha no aeroporto de Congonhas (SP). Furquim defendeu a proposta que fossem devolvidos dez pares de slots para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para redistribuição.

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Essa opinião já havia sido sustentada há uma mês, quando o tribunal reuniu-se para julgar o caso. Na visão do conselheiro, a questão é crucial para estabelecer um maior equilíbrio entre as companhias que atuam no mercado de vôos domésticos. Na ocasião, o Ministério Público argumentou que a decisão sobre essa distribuição deve ser da Anac e não do Cade. A Varig possui 100 slots no aeroporto de Congonhas. Somando com os 130 que a Gol tem, são 230 autorizações, quase a metade dos 517 slots diários no aeroporto. A alteração no contrato da venda da Varig à Gol determinada pelo Cade modifica uma cláusula onde se estabelecia um prazo de cinco anos para que os ex-donos da Varig pudessem retornar ao mercado de transporte de cargas na aviação. O conselho liberou os ex-donos da Varig para atuar imediatamente no ramo. O relator Luís Rigato explicou que a mudança foi decidida porque o transporte de cargas não é objeto da operação de venda da Varig para a Gol, já que as duas empresas atuam no transporte de passageiros. Também ficou definido pelo conselho que a Gol poderá montar uma empresa para atuar no transporte de cargas. O Cade ainda vetou que a VarigLog monte uma empresa de transporte de passageiros no prazo de cinco anos.

Outros casos

Também ontem o tribunal de defesa da concorrência aprovou a compra da Big Foods pela Sadia, mas exigiu que as empresas mudassem o contrato de compra e venda. Autorizou ainda a compra da MB Engenharia pela Brascan Residential Properties. E permitiu à AmBev ficar com duas fábricas da Cintra.

(Rivadavia Severo)

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Tendência - Mercado tem apetite para IPOs maiores: Óleo, gás e agronegócio são as vedetes do momento, avalia UBS Pactual

(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. B3 Gazeta Investe)

Por mais desaquecido que pareça o mercado de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) em número de estréias, a qualidade e o volume tendem a ser maiores. Este ano foram apenas quatro operações, mas duas delas consideradas de destaque para o mercado - a captação de R$ 870 milhões da Hypermarcas e o montante de R$ 6,7 bilhões obtido pela mais recente oferta, da OGX, empresa de óleo e gás criada pelo empresário Eike Batista. "Há um consenso dentro do grupo UBS de que não há nenhuma economia e mercado com tantas oportunidades quanto o Brasil", afirma Rodolfo Riechert, diretor do UBS Pactual Investment Banking, que participou ontem de evento promovido pela Thomson Reuters, em São Paulo. "A economia cresce, os juros apresentam agora pequena elevação mas tem tendência declinante, a parte fiscal está arrumada, a imprensa é livre e o Banco Central independente. Esse momento vai ficar na história como uma fase de crescimento acentuado, quando o País passou de junk (alto risco) a estrela no mercado de capitais". Riechert considera que duas operações de IPO definiram um novo cenário para o mercado brasileiro. A primeira foi da Natura, em 2004, após quatro anos de preparação da empresa mas num momento considerado pouco favorável e ainda assim a emissão foi considerada um sucesso, atraindo mais de 5 mil investidores. "Esse IPO atraiu a atenção dos investidores e das empresas para o mercado de capitais, abrindo as portas para muitas emissões", considera.

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A segunda operação é a mais recente, da OGX, considerada emblemática pelo executivo. "A recepção do investidor foi absurdamente grande, todo mundo queria participar, mesmo numa empresa para competir com gente grande, como Petrobras e players internacionais", diz. A estratégia de Eike Batista, que foi assessorado pelo próprio UBS Pactual, é considerada "ousada e a cara do Brasil de hoje", incluindo remunerações atrativas para executivos de peso e atraindo acionistas participativos. "O mercado está bem, com apetite como mostrou a oferta da OGX. A diferença é que no ano passado muitas empresas estavam pensando em buscar dinheiro com IPO, mas perceberam que tem muitas etapas antes disso, e por isso algumas ofertas foram mal sucedidas", diz. "Esse dinheiro não vai acabar e as companhias podem buscar primeiro operações fechadas e aporte de private equity." Os investidores estão voltados para empresas da cadeia de óleo e gás e agronegócio, afirma. Para Arleu Anhalt, CEO do Financial Investor Relation Brasil (FIRB), companhias de maior porte e com maior volume para captação apresentam chances melhores de desempenho a curto prazo. "O mercado está demandando operações maiores. As empresas com maior volume de captação foram as que conseguiram vender suas ações no preço mais alta da variação estimada ou acima dela", afirma Anhalt. "Por outro lado, as companhias que já entraram na bolsa com intenção de menores volumes ficaram no preço mais baixo ou descontadas". No desempenho das ações dessas companhias desde a emissão, ele também identifica uma relação com o porte do IPO. "Os cinco melhores desempenhos estão entre as empresas com captação acima de R$ 605 milhões e as cinco empresas com pior desempenho em bolsa tiveram média de R$ 540 milhões. Isso mostra uma influência inicial de tamanho, mas após IPO é o preparo da empresa que determina o desempenho", avalia Anhalt.

Apelo imediato

Para Riechert, o mercado brasileiro continuará registrando ofertas importantes, mas não com a mesma velocidade porque havia uma demanda represada que veio à tona nos dois últimos anos. "Mas outros 10 ou 15 empresários como Eike teriam o apelo para atrair investimentos em cima de projetos", diz. Nessa lista, ele inclui Jorge Paulo Lehmman e André Esteves, executivo que deixou no início da semana a direção do UBS Pactual no Brasil e América Latina, criando expectativas no mercado sobre seu próximo passo. O executivo do banco de investimento assegura que o ano também está bom para fusões e aquisições, que ganham um novo perfil – o uso de ações como instrumento de moeda. Somente no UBS Pactual, são 30 processos em curso, cinco deles para vir a conhecimento público dentro de três meses, com volumes que vão de US$ 200 milhões a mais de US$ 2 bilhões.

(Maria Luíza Filgueiras)

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Pacote de Remuneração - Ex-executivo da Nyse vence round contra Nova York: Tribunal rejeita parte das denúncias contra Grasso, ex-principal executivo da bolsa

(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. B4 Governança Corporativa)

Marque outra vitória para Richard A. Grasso, o acossado ex-principal executivo da Bolsa de Nova York. O Tribunal de Apelações do Estado de Nova York manteve a decisão de um tribunal de instância inferior que rejeita quatro das seis denúncias movidas pelo promotor-geral estadual contra Grasso por conta do pacote de remuneração de US$ 187,5 milhões. Desde o início, o escritório do promotor-geral tem argumentado que a remuneração de Grasso era insensata e que não foi apropriadamente divulgada sob as leis de Nova York para uma corporação sem

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fins lucrativos. Mas o tribunal informou que a lei estadual não concedia autoridade para o promotor-geral levar a julgamento partes importantes do caso, por mais insensato que o pacote de remuneração possa parecer. Com a decisão tomada ontem, o estado terá mais dificuldade para levar a julgamento e recuperar parte do dinheiro que Grasso acumulou durante os oito anos no comando da Bolsa de Nova York. Na decisão, o tribunal informou que o promotor-geral deve provar que Grasso sabia que o pacote de remuneração era insensato e que tomou medidas para esconder isso do conselho da bolsa. No início do caso que se desenrola há quase cinco anos, originalmente aberto por Eliot Spitzer, então promotor-geral de Nova York, Grasso prometeu refutar as acusações, afirmando que o conselho - uma lista de notáveis da elite de negócios e de Wall Street - tinha conhecimento do que havia concedido para ele. O advogado de Grasso, Mark Zauderer, recusou-se a comentar o assunto ontem. Um porta-voz do escritório do promotor-geral não retornou as ligações em busca de comentários. Em vez de liquidar o caso, que já ganhou manchete no mundo todo, Grasso sobreviveu para ver muitos daqueles que forçaram sua saída encontrarem destinos similares: Spitzer, cuja carreira como governador acabou de forma abrupta por causa de um encontro com uma prostituta; Jimmy A. Cayne, ex-presidente do Bear Stearns, que perdeu US$ 900 milhões e seu emprego quando o Bear chegou à beira da falência e acabou nos braços do JP Morgan; e E. Stanley O’Neal, ex-diretor do Merrill Lynch, que se aposentou depois que o banco de investimentos perdeu bilhões de dólares em títulos hipotecários. A história de Grasso é bem conhecida em Wall Street. Ele veio de família de meios modestos, criado num bairro operário em Queens. Freqüentou a Pace University, mas abandonou os estudos e iniciou carreira como funcionário de escritório da bolsa. Ele foi escalando as posições, finalmente conquistando o cobiçado cargo de chairman, tocando o famoso sino da bolsa com luminares dos negócios e da política (ele inclusive participou de um episódio do seriado "Sex and the City" tocando o sino com a estrela da série, Sarah Jessica Parker). Grasso defendeu o sistema de pregão a viva-voz da bolsa, que muitos consideravam datado e tomado pelo erro humano, contra o quase universal avanço para a negociação inteiramente eletrônica. Depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, Grasso tornou-se uma figura pública na campanha para abrir a bolsa novamente e foi um entusiasta da economia americana e de seus mercados. Mas, quando as notícias sobre seu pacote de remuneração vazaram em 2003, Grasso foi demitido da bolsa, então uma instituição sem fins lucrativos (é agora uma empresa aberta), uma ação que deu início a uma longa e feia batalha de determinações épicas e advogados caros. Em 2006, um tribunal de instância inferior decidiu que Grasso tinha de devolver US$ 112 milhões dos US$ 187,5 milhões. Mas um tribunal de apelações reverteu parte das acusações que resultou nessa decisão e o tribunal superior manteve essa decisão ontem.

(Jenny Anderson/ The New York Times)

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Empresas - Vueling e Clickair preparadas para fusão(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C3 Infra-Estrutura)

As companhias de baixo custo espanholas, Vueling e Clickair se preparam para se unir nas próximas semanas. O preço do petróleo e as baixas na demanda no mercado doméstico fizeram as empresas decidirem pela fusão. A Iberia Linhas Aéreas, a maior companhia aérea espanhola, com 35% do mercado doméstico, tem 20% do capital da Clickair e com a fusão passará a deter cerca de 40% da nova empresa de baixo custo que operará na Espanha.

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A Vueling é controlada pelo grupo de mídia Hemisferio, um dos maiores grupos de comunicação do país. A aviação doméstica espanhola tem um crescimento médio mensal de 4% e no ano passado foram transportados 60 milhões de passageiros, o segundo maior mercado da Europa atrás apenas do Reino Unido. A Iberia, fundada dia 7 de julho de 1940, foi constituída por pequenas companhias aéreas espanholas que se juntaram por determinação do governo espanhol. A frota da Iberia era no inicio formada na sua maioria por aviões Junkers

(Ana Paula Machado - Viajou a convite da Iberia)

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InBev envia terceira carta à direção da Anheuser-Busch(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C6 Indústria)

O presidente da InBev, Carlos Brito, escreveu ontem, pela terceira vez, uma carta ao principal-executivo da Anheuser-Busch, August Busch IV, para solicitar a realização de conversações com vistas a uma aquisição. Segundo Brito, a InBev pagou US$ 50 milhões aos bancos para obter compromissos de financiamento para sua oferta não-solicitada, de US$ 65 por ação, US$ 46,3 bilhões. "Estamos comprometidos em ingressar num diálogo construtivo com vocês para chegar a um acerto amigável", disse Brito, na carta enviada ontem. Ele reiterou que a InBev não fechará quaisquer cervejarias norte-americanas e que manterá a sede da cervejaria resultante em St. Louis, no Estado norte-americano de Missouri. A fabricante da cerveja Budweiser vem analisando os avanços da Inbev há mais de uma semana sem dar uma resposta. Uma aquisição, se concretizada, porá a cerveja Budweiser, comercializada há 132 anos, nas mãos de uma empresa belga capitaneada por um principal executivo brasileiro e representará a terceira maior aquisição de uma empresa norte-americana por um comprador estrangeiro, segundodados reunidos pela Bloomberg. Os bancos que podem vir a financiar a pretendida aquisição da InBev são Banco Santander, o Deutsche Bank, o Barclays Capital, JPMorgan Chase & Co. e Royal Bank of Scotland Group. Buffet O bilionário Warren Buffett, que possui 5% das ações da Anheuser através da empresa Berkshire Hathaway, declarou ontem que não está envolvido em negociações entre a InBev e a cervejaria norte-americana. "Eu não conversei com pessoas das empresas envolvidas no negócio", disse o executivo, em entrevista a CNBC. Fontes do mercado chegaram a afirmar que Buffet desempenha uma função estratégica nas negociações entre as duas empresas.

(Bloomberg News, Dow Jones News e Redação)

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Mercado - Agressiva, Louis Dreyfus propõe compra da Agrenco: Valores estariam abaixo do preço atual da ação, que já está 80% desvalorizada

(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C10 Agronegócio)

A Louis Dreyfus Commodities Group (LDC) anunciou ontem proposta de compra da Agrenco Group. As informações foram divulgadas ontem na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, a compra deve ser feita por aquisição de ações da companhia. Uma das alternativas propostas é a de aquisição de ações pelo valor de US$ 0,70 por ação ordinária (R$ 1,12 ao câmbio de R$ 1,60), o que, equivaleria a um valor nove vezes menor do que o valor da Oferta Inicial de Ações (IPO, sigla em inglês) - R$ 10,40 - em outubro do ano passado e um pouco abaixo do valor atual das ações da companhia - R$ 1,25. A Agrenco assumiu recentemente problemas de caixa para quitar dívidas de curto prazo, crise que se agravou, na semana passada, com a prisão de três de seus principais executivos. Em comunicado oficial, o grupo LDC informou que assinou um memorando de entendimentos com a Agrenco pelo qual se dispôs a realizar um aumento de capital na empresa, desde que cumprida uma série de condições, entre elas, a realização de auditoria na empresa, etapa que, segundo o comunicado, começa de imediato. Caso concretizado, esse aumento de capital deverá fazer do Grupo o principal acionista da Agrenco. Até a conclusão do negócio e a assinatura dos contratos definitivos, não haverá qualquer participação do grupo Louis Dreyfus Commodities na gestão da Agrenco. A Agrenco enviou ontem à CVM os termos do memorando com a LDC. De acordo com o documento, a LDC poderá fazer um aumento de capital na companhia e fornecer uma alternativa de financiamento estável no curto prazo. Esse aumento de capital foi proposto no valor de US$33.521.000,00 seja por meio de um empréstimo conversível em ações, seja por meio de aumento do capital social da holding. O aumento de capital - com cláusula de direito de preferência aos acionistas, por meio de emissão de novas ações - será no valor de US$65.000.000,00, das quais a LDC subscreverá, no mínimo, US$ 33.521.000. A aprovação da proposta de compra pela LD Commodities depende de várias condições, entre elas a de auditoria na empresa, processo que pode demorar por vários meses. Assim, tudo indica que a Agrenco ficará fora do mercado na safra 2008/09. Em Mato Grosso, onde a empresa atua com maior infra-estrutura de armazéns, a participação de mercado é de 10%, segundo estimativas da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja). "A concentração do mercado de originação é uma tendência. Há dez anos, tínhamos 23 empresas. Hoje são 5 a 6 companhias", avalia Fernando Muraro, diretor da AgRural. O diferencial da Agrenco no mercado de Mato Grosso era o pagamento de prêmios para a soja livre de transgênicos. "A Agrenco trabalhava com produto segregado, tinha como foco o mercado europeu", complementa Muraro. No mercado de originação no estado de Mato Grosso, a Agrenco foi a quinta em volume na safra passada, atrás da Bunge, Cargill, AMaggi e a própria Louis Dreyfus. Neste ano, a expectativa da empresa era de movimentar 6,5 milhões de toneladas em grãos, ante os 4,7 milhões em 2007, entre Brasil, Argentina e Paraguai. Somente em Mato Grosso, seriam cerca de 2,5 milhões de toneladas. A Agrenco começou a mostrar os primeiros sinais públicos de problemas financeiros em abril deste ano, quando atrasou por quase um mês o pagamento de produtores de soja em Mato Grosso, nos municípios de Diamantino, Santa Rita do Trivelato e em Nova Mutum. Em meados de junho a empresa Hunter Douglas do Brasil Ltda.. pediu a falência da Agrenco em São Paulo por falta de pagamento de materiais de construção para a unidade industrial em Mato Grosso. Em 2007, a Agrenco faturou US$ 1,5 bilhão com exportação de grãos e farelo do Brasil, Argentina e Paraguai. A previsão com seus três complexos agroindustriais inaugurados este ano era de aumentar o faturamento em mais US$ 1 bilhão e US$ 1,1 bilhão, com produção de farelos, óleo e biodiesel.

(Fabiana Batista)

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Negócio - Severstal compra Esmark(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B3 Empresas)

Das agências estado e Dow Jones

Após longa briga de ofertas, a siderúrgica russa Severstal elevou a proposta e assinou a compra da fabricante de produtos de aço americana Esmark, por US$ 775 milhões. O valor do negócio chega a US$ 1,25 bilhão, incluindo a dívida.

A Serverstal elevou a proposta de US$ 17 por ação para US$ 19,25 e o conselho da Esmark vai recomendar aos acionistas que aceitem. A Severstal estendeu o vencimento da oferta para 18 próximo. A russa, que brigou pela Esmark com a indiana Essar Steel, espera que o acordo aumente seus ganhos em 2009, com base nas atuais projeções de custos e preços. A empresa espera sinergias com suas atuais operações nos EUA.

"Estamos satisfeitos que o conselho da Esmark tenha reconhecido o valor de nossa proposta", disse Alexei Mordashov, presidente-executivo da Serverstal.

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InBev - Anheuser preparada para rejeitar oferta(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B5 Empresas)

das agências estado e Dow Jones

A Anheuser-Busch está preparada para rejeitar a oferta não solicitada da InBev para comprar a companhia por US$ 46,35 bilhões ainda esta semana, abrindo caminho para batalha de oferta hostil pela cervejaria americana, de acordo com fontes próximas às negociações ouvidas pelo Wall Street Journal.

A Anheuser deve argumentar que a oferta da InBev subavalia a fabricante da Budweiser e que a empresa vai apresentar em breve seu próprio plano estratégico. Esse plano, que provavelmente vai incluir a venda de ativos secundários, será elaborado para elevar o preço das ações da companhia, segundo as fontes.

O movimento dificilmente vai deter a InBev, que elaborou cuidadoso plano de batalha. A InBev está preparada para apresentar sua oferta diretamente para os acionistas da Anheuser. Muitos investidores expressaram seu apoio à proposta, que representa prêmio de quase 30% sobre o valor das ações da Anheuser anterior à oferta.

A Anheuser abordou seu parceiro mexicano, o Grupo Modelo, sobre acordo para manter a InBev afastada. Tal transação provavelmente levaria a Anheuser a comprar todo o grupo mexicano, sobre o qual já controla 50%. Esse movimento tornaria a Anheuser muito cara para a InBev. O status dessas discussões não estão claros. A maior parte dos analistas espera que o Modelo trate friamente a Anheuser.

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Estratégia - Datasul anuncia recompra de 941 mil ações e estimula valorização do papel: Segundo comunicado divulgado ao mercado, o processo será realizado até 21 de dezembro deste ano

(DCI 26.06.2008 p. A12 Finanças)

SÃO PAULO - A Datasul, multinacional brasileira de software de gestão empresarial integrada, anunciou nesta semana que entre os dias 24 de junho a 21 de dezembro recomprará 941 mil de suas ações ordinárias espalhadas pelo mercado, o que representa 5% do seu free float, que soma 18,8 milhões de papéis. Conforme fato relevante divulgado ao mercado, a idéia é que os títulos fiquem na tesouraria da companhia, para posterior cancelamento ou alienação.

Segundo informações, o objetivo da empresa é "a geração de valor aos acionistas através da administração da estrutura de capital da companhia". Na visão de analistas da corretora Ativa, o anúncio positivo para os investidores. "Um programa de recompra tem como objetivo sinalizar ao mercado que a empresa considera que suas ações estão undervalued", afirmaram, indicando que a estratégia deve garantir uma valorização dos papéis. Pela cotação média dos últimos 30 dias, os especialistas esperam que as negociações gerem um total de R$ 19,6 milhões.

Anteontem, dia do anúncio, as ON da companhia iniciaram o pregão cotadas a R$ 20,45, encerrando o dia na máxima, a R$ 20,90, e valorização de 2,20%. Apenas a título comparativo, no pregão anterior, de segunda-feira (23), a alta havia sido menos vigorosa, de 0,63%. Ontem, os papéis encerraram os trabalhos cotados a 21,77%, com valorização de 4,71%. O Ibovespa, por sua vez, fechou com alta de 2,63%, aos 65.853 pontos.

O economista-chefe da consultoria UpTrend, Jason Vieira, lembra que o processo de recompra pode não garantir o resultado esperado pela empresa. " Isso pode gerar um processo de especulação de curto-prazo. Então o desempenho do papel durante a recompra pode ser maior do que depois dela", disse.

Primeiro trimestre

A receita líquida da Datasul atingiu R$ 64 milhões no primeiro trimestre do ano, total 40,6% maior que nos primeiros três meses de 2007. O Ebitda, que somou R$ 12,6 milhões, teve expansão de 39%. O lucro líquido ajustado totalizou R$ 10,6 milhões. As receitas de licenças de uso fora do Brasil representaram 9,5% do total, resultado fortemente apoiado pela Argentina e México. Recentemente, a empresa anunciou a compra de 90% dos ativos da Tools, uma das líderes em sistemas para gestão de crédito e financiamento, e da a Tech Solutions, especializada em gerenciamento de TI.

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Sobrou para o IBGC(Monitor Mercantil 26.06.2008 p. 3 Financeiro)

O caso da Agrenco começa a se expandir e atinge o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. No ano passado, José Guimarães Monforte, ex-presidente do IBGC, foi eleito membro independente do Conselho de Administração da Agrenco, com mandato até 2009. O pitoresco é que, como Monforte se destacou pela divulgação e desenvolvimento das boas práticas de governança corporativa para companhias abertas nacionais, e a companhia das Bermudas se comprometia a segui-las, muitos acreditaram.

Ledo engano, pois imediatamente a Agrenco infringiu umas das regras básicas da boa governança, pois Antônio Iafelice, acionista controlador, se tornou o presidente executivo e acumulou o cargo de presidente do Conselho de Administração.

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Captação - Banco Barclays faz oferta de ações(Jornal do Commecio 26.06.2008 p. B2 Mercados)

Da Agência Estado/Dow Jones

O banco britânico Barclays entrou para a lista dos bancos britânicos que revelaram ofertas de ações para reforçar o balanço patrimonial, ao anunciar hoje que vários fundos soberanos da Ásia e do Oriente Médio assumiram participações na instituição. O banco buscará levantar 4,5 bilhões de libras esterlinas (US$ 8,9 bilhões).Desse montante, cerca de 4 bilhões de libras virão da oferta pública de 1,407 bilhão de novas ações. Outras 500 milhões de libras serão captadas pela colocação de 169 milhões de ações.

O Barclays disse que a oferta estará disponível para reembolso integral pelos atuais acionistas, aos quais será oferecida a oportunidade de subscrever a emissão na base de três ações da oferta pública para cada 14 ações ordinárias já existentes.O banco informou ainda que o fundo soberano Qatar Investment Authority (QIA) e uma holding do governo do Qatar, a Challenger, concordaram em injetar na instituição até 1,76 bilhão de libras e 533 milhões de euros, respectivamente. O Sumitomo Mitsui Banking, do Japão, vai investir cerca de 500 milhões de libras; o China Development Bank, até 136 milhões de libras, e o fundo soberano Temasek, de Cingapura, até 200 milhões de libars.

Outros investidores e acionistas institucionais já concordaram em investir até 1,336 bilhão de libras por meio da emissão.A oferta de ações do Barclays segue as que foram realizadas por Royal Bank of Scotland (RBS), HBOS e Bradford & Bingley. O balanço patrimonial dos bancos britânicos se deteriorou devido às baixas contábeis relacionadas à crise de crédito e aos empréstimos subprime (hipotecas de alto risco de inadimplência). O mercado já especulava há vários meses que o Barclays estava em busca de recursos dos fundos soberanos.

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Combustíveis - Texaco pode custar R$ 2 bi ao Ultra: Negócio deverá ser anunciado nos próximos dias, reforçando a tendência de consolidação que atrai produtores de álcool

(Estado de São Paulo 26.06.2008 p. B19 Negócios)

Nicola Pamplona

O Grupo Ultra deve anunciar na semana que vem, provavelmente no dia 3, a compra da rede Texaco, em negociação avaliada em torno de US$ 1,3 bilhão (R$ 2 bi). Será a terceira grande aquisição no setor em pouco mais de um ano. No ano passado, Petrobrás, Braskem e Ultra compraram a Ipiranga; em abril deste ano, a Cosan, a maior produtora de açúcar e álcool do País, comprou a Esso. A compra da Texaco é mais um lance no tabuleiro de consolidações, que deve contar ainda com uma presença mais forte da indústria sucroalcooleira.

Procurado pelo Estado, o Ultra repetiu, por meio de sua assessoria de imprensa, que está interessado em crescer no mercado de distribuição e, para isso avalia “todas as oportunidades de crescimento e aquisições em distribuição de combustíveis”. A resposta vem sendo usada desde que começaram as especulações sobre a compra da Esso, adquirida pela Cosan por US$ 826 milhões, em um leilão no qual a empresa de álcool deixou para trás concorrentes de peso como a Petrobrás.

Com 7,8% das vendas do setor, a Texaco tem potencial para alçar o Ultra à segunda posição no ranking das maiores distribuidoras do País, atrás apenas da Petrobrás. Com a compra da Ipiranga, o Ultra estreou no setor de combustíveis já na terceira posição, com 12,5% do mercado, referente à rede de postos no Sul e Sudeste.

O restante da rede - localizada nas regiões Norte e Nordeste - será transferido à Petrobrás assim que os órgãos de defesa da concorrência aprovarem a operação. Por enquanto, essa parte da rede é gerida pela Alvo, distribuidora criada pela estatal com essa função. A incorporação dos postos Ipiranga, resultado de uma operação de US$ 4 bilhões que incluiu ativos petroquímicos, elevará a fatia de mercado da estatal dos atuais 34,4% para 38,1%.

O ritmo de aquisições reforça a tese de que o setor de combustíveis passa por um processo de consolidação, provocado pelo combate à sonegação e pelo crescimento das vendas, que já chega a 10% este ano. Segundo especialistas, haverá redução do número de empresas de menor porte e o desaparecimento de companhias que vinham demonstrando menor apetite pelo mercado brasileiro, como a Esso e a Texaco.

Fontes do setor colocam agora as distribuidoras AleSat e Petrosul na lista de possíveis alvos desse processo. Há rumores de que dois grandes grupos do setor de cana-de-açúcar preparam-se para seguir os passos da Cosan e já começaram a sondar as distribuidoras com vistas à aquisição. Um executivo com acesso às companhias diz que o Conselho de Administração da AleSat já teria sido procurado pelos interessados.

A empresa nega que esteja em negociações. Com 3,2% do mercado, a AleSat é fruto da fusão da mineira Ale com a Sat, do Rio Grande do Norte, e, até agora, figurava na lista de compradoras. Em 2007, assinou acordo para incorporar postos da Hudson em São Paulo. No início do ano, chegou a ser citada entre os interessados na Esso.

USINAS

A entrada de grupos sucroalcooleiros no mercado de distribuição de combustíveis é visto por especialistas como uma tendência que deve se acirrar. Tal estratégia, dizem, tem como objetivo incorporar as margens de distribuição, que podem chegar a R$ 0,10 por litro, e garantir clientes para o escoamento da produção sem necessidade de negociações com as distribuidoras tradicionais.

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Antes mesmo da compra da Esso, a Cosan já tinha registro para atuar no segmento de distribuição de combustíveis, assim como a Dedini Agro, também produtora de álcool. As duas, porém, não operavam postos, limitando-se a vender álcool a postos de outras redes ou de bandeira branca. Segundo a legislação brasileira, uma empresa precisa apenas comprovar capacidade de tancagem e patrimônio líquido de R$ 1 milhão para obter o registro de distribuidora junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP).

NÚMEROS

12,5% do mercado é a fatia atual controlada pelo grupo Ultra, que o coloca na terceira posição, atrás da líder Petrobrás e da Shell

10% é o crescimento estimado da venda de combustíveis no Brasil para este ano

US$ 4 bilhões foi o montante envolvido na aquisição da Ipiranga pelaPetrobrás, Braskem e Ultra

R$ 1 milhão é o patrimônio líquido exigido pela ANP para conceder o registro de distribuidora a uma empresa

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Para especialistas, incorporadoras devem antecipar mudança contábil(Res. Notícias Fiscais – 26.06.2008)

O fechamento do II Painel Setorial do Mercado Imobiliário, promovido pela Apimec-SP (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), trouxe um tema bastante relevante para as empresas do setor: o impacto das mudanças contábeis nos balanços das incorporadoras e construtoras.

Diante da distorção do grau de comparabilidade de empresas brasileiras com as de outros países, a CVM (Comissão de Valores Mobiliário) estabeleceu que as companhias de capital aberto deverão reportar seu balanço utilizando o método IFRS (International Financial Reporting Standard).

"A minha interpretação é que cada empresa tem a sua peculiaridade. O novo modelo traz um conceito e você tem que se adequar", afirmou Ederson Carvalho, da KPMG, durante sua apresentação.

A obrigatoriedade da convergência contábil para os padrões internacionais valerá a partir do encerramento do exercício de 2010. O IFRS, que é adotado em mais de 100 países, é considerado mais rico em informação.

Impacto no setor imobiliárioNo setor imobiliário, os efeitos tendem a ser mais incisivos que em outros segmentos, sobretudo para as empresas incorporadoras e construtoras. Um dos pontos é a questão do "reconhecimento de receita". A nova regra determina que o construtor só poderá reconhecer como receita de venda de um empreendimento quando da entrega definitiva do mesmo.

Atualmente, as empresas reconhecem receita à medida do andamento da obra. Outro impacto significativo está nas despesas com publicidade e propaganda. Uma vez vinculado a algum lançamento, o gasto com marketing é despesa, não sendo permitido sua capitalização.

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"A antecipação do IFRS é muito importante. A percepção dos analistas não pode ser feita de forma atropelada, aos 45 minutos do segundo tempo. O impacto no balanço é diretamente afetado", afirmou Diego Barreto, coordenador de Relações com Investidores da Lopes Brasil.

Para Barreto, que discursou ressaltando a importância do papel do RI na transição, apesar de não existir prazo ideal, o "prazo seguro" para preparar o mercado é de seis meses. "A comunicação deve ser transparente", defendeu.

http://www.noticiasfiscais.com.br/contabeis1.asp?preview=18721&data=26/6/2008

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TABACO

Pesquisa - Café evita derrame em homem fumante: Consumo diário deve superar 8 xícaras para assegurar benefício

(Jornal do Brasil 26.06.2008 p. A24 Vida)

Em homens fumantes, beber café e chá pode reduzir o risco de derrames provocados por entupimentos nos vasos sangüíneos.

Susanna Larsson, do Insituto Karolinska, examinou laços entre o consumo de café e chá e o risco de diferentes tipos de derrames – como os que causam hemorragia cerebral e meníngea, ambos caracterizados por sangramento no cérebro, e casos provocados pela interrupção do fluxo sangüíneo para o órgão devido ao bloqueio de uma artéria – e concluiu o efeito protetor devido "às propriedades antioxidantes dessas bebidas".

Aqueles que bebiam oito ou mais xícaras de café ao dia tinham 23% menos chance de sofrer derrame se comparados aos que ficavam abaixo de duas xícaras diárias. A proteção dada pelo chá era de 21%.

O estudo compilou dados de 26.556 finlandeses fumantes. Todos participaram de uma pesquisa sobre prevenção de câncer que coletou dados sobre dieta, incluindo consumo de café e chá. Nenhum tinha histórico de derrame. Eles foram acompanhados por 13,6 anos e 2.702 sofreram com derrames por bloqueio de artérias, 383 com casos de hemorragia intracerebral, 196 com hemorragia meníngea e 84 com tipos não-especificados.

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TECNOLOGIA

Febraban - Serviço troca papel por meio eletrônico(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B9 Tecnologia)

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DO CORREIO BRAZILIENSE

Duas grandes preocupações de todo bom cidadão são pagar suas contas em dia e preservar o meio ambiente. Apesar de serem assuntos tão distintos, eles têm um ponto em comum, como mostrará o projeto do débito direto autorizado (DDA), novo serviço que será oferecido pelos bancos.

Esse programa, que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está desenvolvendo, irá substituir os boletos de papel por boletos eletrônicos. Segundo a instituição, são enviados cerca de 2 bilhões de carnês de pagamento por ano. O DDA reduziria esse número em até 40%.

A previsão é de que em julho de 2009 os 129 bancos que fazem compensação de cobranças estejam oferecendo o boleto eletrônico.

O diretor de serviços bancários da Febraban, André Cano, acredita que as vantagens de substituir o papel por um recado eletrônico são várias. "Primeiro é a colaboração com a redução do uso do próprio papel", explica. A economia ecológica, calculada pela própria federação, será de 18.272 árvores, 590 milhões de litros de água e 29,5 milhões de kW/hora, além de evitar a emissão de 1,87 milhão de quilogramas de dióxido de carbono por ano.

"Além disso, vai tornar mais ágil e seguro o processo de entrega dos boletos de pagamento", afirma Cano. Segundo ele, os boletos físicos são mais sujeitos a extravios, fraudes, danificações, mudanças de endereço e uma série de outros fatores que o impedem de chegar ao destino final.

Cadastro. Para utilizar o DDA, o cliente terá que cadastrar um ou mais bancos que passarão a mandar todas as contas de forma eletrônica. Esses bancos cadastrados irão informar a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), que, por sua vez, retransmitirá a informação para o resto do sistema.

Cano acredita que os bancos irão desenvolver várias formas de mostrar esses títulos: via email, pelo site da instituição, etc. As formas de pagamento continuarão sendo escolhidas pelos clientes: débito em conta ou, até mesmo, a impressão do boleto para ser paga na boca do caixa.

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Vida Moderna - Convergência põe fim ao limite do escritório: Possibilidade de escrever artigos, postar em blogs, preparar documentos ou pesquisas na internet em um smartphone preocupa

trabalhadores(Jornal do Commecio 26.06.2008 p. B9 Tecnologia)

ELLEN WULFHORSTDA AGÊNCIA REUTERS

Será que um funcionário deve ser pago por ler uma mensagem em seu BlackBerry durante um jantar, enviar um email para o escritório ou postar um texto em seu blog profissional a partir de casa?

Uma disputa que surgiu recentemente na ABC News quanto ao pagamento a redatores para que respondam a mensagens recebidas em seus BlackBerry fora do expediente serviu para destacar a questão. A disputa marca o primeiro de uma enxurrada de casos não resolvidos e potencialmente conflituosos que surgirão nos Estados Unidos, dizem especialistas.

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A crescente capacidade técnica de trabalhar longe do escritório, combinada ao crescimento no número de disputas trabalhistas, está suscitando "muitas questões de pequena escala como essa", disse John Thompson, especialista em leis trabalhistas no escritório de advocacia Fisher & Phillips, em Atlanta.

"Nunca havíamos visto nada parecido. A simples questão de definir o que constitui trabalho é praticamente infinita", acrescentou. "Isso trará à tona toda espécie de problemas que ninguém havia considerado até agora."

Na ABC, a rede de televisão propôs que três novos redatores não fossem pagos por verificar mensagens em seus BlackBerry fora do horário de trabalho. O sindicato dos redatores, o Writers Guild of America, East, objetou.

"Simplesmente conferir uma mensagem em um BlackBerry não é o que nos preocupa", disse Lowell Peterson, diretor-executivo do sindicato. "Nossos membros são profissionais. Não vão começar a cobrar hora extra por 21 minutos de atenção."

"Nossa preocupação é que não desejamos que isso se torne um grande compromisso de trabalho pelo qual as pessoas não sejam pagas", ponderou.

A questão não é tanto responder uma breve mensagem em um BlackBerry, mas a capacidade de escrever artigos, postar em blogs, preparar documentos, pesquisar na internet ou assinar contratos em um pequeno aparelho portátil, dizem os especialistas.

"A tecnologia continuará a avançar nessa direção", afirmou Peterson. "É importante que deixemos nossa posição clara. Não vamos trabalhar 24 horas por dia sem pagamento."

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TELECOMUNICAÇÃO

Concentração de Mercado - Especialistas em concorrência criticam formação de megatele(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C2 TI & Telecom)

Objeto de consulta pública iniciada no último dia 16, e que se estende a 17 de julho, a proposta de revisão do Plano Geral de Outorgas (PGO) da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que pode autorizar a compra da Brasil Telecom pela Oi, está longe de obter unanimidade. Pelo contrário, a matéria suscita muita controvérsia. O prazo de apenas trinta dias para a consulta pública constitui-se no primeiro ponto de discórdia. E contra isso a Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp) vai fazer, no início de julho, um pedido de extensão por mais trinta dias, conforme informou o presidente da entidade, Luis Cuza. A seguir, numerosos pontos do novo PGO esbarraram na visão de especialistas em concorrência e nos aspectos legais da operação de criação da megatele brasileira. Em discussão promovida ontem pela Fundação Getúlio Vargas, o professor Arthur Barrinuevo Filho, ex-integrante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e especializado em assuntos concorrenciais, avalia que a leitura da proposta leva à conclusão de que a única medida efetiva de curto prazo que dela deverá decorrer é a permissão para a Oi adquirir a Brasil Telecom. "E isso parece ser muito pouco diante de tantos desafios", analisou o professor.

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O advogado Pedro Dutra, também voltado a assuntos concorrenciais, considera inédito o que está ocorrendo no País: "o PGO será alterado para se atender a um negócio privado já realizado". Afora a pressa da consulta e o casuísmo embutido, existe uma incongruência nesse caso, pois as regras atuais já poderiam permitir a compra da BrT pela Oi, ressalta Dutra. "O artigo 202 da Lei Geral de Telecomunicações (LGT) já previa a possibilidade de, passados cinco anos da privatização, uma concessionária de telefonia fixa vir a comprar outra". No entanto, uma única sentença constante na lei pode ter suscitado o pedido de revisão do PGO pela associação que representa as operadoras fixas (Abrafix): "Só pode haver a compra se não for prejudicial à concorrência". É provável, portanto, que a Abrafix tenha previsto a facilidade com que uma contestação judicial viesse a suspender a negociação, enquanto a revisão do PGO, terminada em decreto presidencial, agrega maior segurança judicial. Na mesma direção, a Anatel pode ter considerado mais apropriado que o Executivo se responsabilizasse pela revisão do PGO, ao invés de autorizar por si a compra da Brasil Telecom pela Oi. "Não seremos nós a dizer que esta compra não prejudica a competição", foi o que Dutra considerou que a Anatel pode ter dito.

Questões eram antigas

Há muitos temas que apesar de já constarem no PGO, continuam sem perspectiva de colocação em prática. É o caso do compartilhamento de rede (unbundling) e da portabilidade numérica. Na consulta, as duas questões são remetidas a estudos futuros. Também foi remetida para daqui a 180 dias a concretização da proposta de separação de infra-estrutura para permitir a entrada de novos concorrentes no mercado de acesso à banda larga, TV paga e outros serviços de valor adicionado, mediante o uso das redes das concessionárias. Além da medida de curtíssimo prazo para permitir a compra da BrT pela Oi, a outra proposta que deve sair junto é a que veda a possível aquisição, no futuro, da Oi/BrT pela Telefónica e Telmex/Embratel. Concluindo, permite-se e protege-se o negócio, impedindo que ele venha a ser absorvido pelos dois grandes grupos que disputam entre si na América Latina. Na visão de Daniela Trectel, representante do Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), o texto da revisão do PGO colocado para consulta pública deixa a impressão de que o cenário está posto, mas falta esclarecer o que o consumidor ganha com isso.

Fibra óptica vai demorar

Cuza, da Telcomp, prevê que uma das repercussões do fechamento do negócio entre Oi e BrT será a acomodação das teles fixas em não investir em fibra óptica, que tem sido usada para renovar as redes das teles em todo o mundo. "Sem competição e ainda mais concentradas, as operadoras fixas não terão nenhum estímulo para investir em banda larga de alta capacidade", diz Cuza. Outra conseqüência esperada é o não-rebaixamento de preços de telefonia fixa. "Quando não existe competição, não há barateamento de tarifas", disse Cuza. Segundo Barrinuevo, da FGV, é consenso de que a Anatel tem tido dificuldade de fazer valer o papel de regulador autonômo. O professor referia-se à pressão que, neste caso, está ocorrendo por parte do governo, que se mostra favorável à formação da megatele nacional antes mesmo que a agência reguladora tenha se manifestado contrária ou favorável. A questão interessa à sociedade discutir, pois se trata de um processo de concentração pelo qual uma única empresa ficará com 97% da área territorial do País sob sua concessão.

(Thaís Costa)

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Telecomunicaçõs - Sardenberg preside a Anatel até 2011: Ministro Hélio Costa anuncia que levará a Lula proposta de recondução do embaixador Ronaldo Sardenberg ao comando da agência

(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. A6 Economia)

Gerusa Marques - Da Agência Estado

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, já encaminhou ao Palácio do Planalto a minuta de decreto presidencial com a recondução do embaixador Ronaldo Sardenberg ao cargo de presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo Costa, a nomeação de Sardenberg para mais um mandato no comando do órgão regulador será publicada até a próxima segunda-feira, quando vence o mandato atual.

A recondução no cargo de presidente, de acordo com o ministro, terá vigência até o fim do mandato de Sardenberg como conselheiro da Anatel, que vai até novembro de 2011. Costa disse que o embaixador vem desenvolvendo "um excelente trabalho" no comando da agência reguladora e que tem mantido uma relação de harmonia com o ministério. "Os conflitos acabaram", disse Costa, referindo-se a divergências anteriores entre a Anatel e o Ministério das Comunicações.

Sardenberg terá pela frente o desafio de concluir a proposta do novo Plano Geral de Outorgas (PGO), que permitirá a compra da Brasil Telecom pela Oi. A proposta está em consulta pública desde a semana passada e terá que ser votada novamente, em segundo turno, pelo conselho da Anatel, provavelmente no fim de agosto.

A recondução de Sardenberg para um mandato mais longo encerra um período de revezamentos constantes na presidência da agência. A prática da nomeação para mandatos curtos, de apenas um ano, começou com a saída de Luiz Guilherme Schymura, no início de 2004, depois de um processo conturbado de reajuste tarifário em que houve a interferência do governo.

Schymura foi nomeado em 2002, na vaga do ex-presidente da Anatel Renato Guerreiro, e não concluiu seu mandato na agência. Ele foi substituído no comando da Anatel pelo conselheiro Pedro Jaime Ziller, que ficou na presidência até janeiro de 2005, quando Elifas Gurgel do Amaral assumiu o cargo. Em 2006, o conselheiro Plínio de Aguiar Júnior foi nomeado presidente, permanecendo no posto até julho do ano passado, quando Sardenberg tomou posse.

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Telecomunicações - Volta cobrança de ponto extra(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. A6 Economia)

Gerusa Marques - Da Agência Estado

As operadoras de televisão por assinatura já podem voltar a cobrar pelo ponto extra. O juiz federal substituto da 14ª Vara da Justiça Federal em Brasília, Roberto Luís Demo, concedeu ontem uma liminar à Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), permitindo a cobrança. A liminar é válida até que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deixe claro que tipo de taxas as operadoras podem cobrar em relação ao ponto adicional.

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A confusão em torno do assunto surgiu no início do mês, quando entrou em vigor o Regulamento de Proteção e Defesa dos Direitos dos Assinantes do Serviço de Televisão por Assinatura. O regulamento diz que o ponto extra é um direito do assinante, "sem ônus", mas permite às operadoras cobrar pela instalação, ativação e manutenção deste ponto. Diante da reação dos órgãos de defesa do consumidor, que entendiam ser a cobrança indevida, a Anatel suspendeu temporariamente o pagamento da taxas de instalação, ativação e manutenção.

O juiz substituto da 14ª Vara da Justiça Federal entendeu que a Anatel não poderia suspender parcial e temporariamente a cobrança. "Desse modo, o ônus da indefinição temporária por parte da Agência sobre o alcance do novo regime jurídico do ponto extra estabelecido nos artigos 29 e 30 não pode ser simplesmente imputado às prestadoras, por mais legítima que seja a preocupação com os consumidores do serviço de televisão por assinatura", declara na liminar.

Ao afirmar que a liminar vale até que a Anatel defina o que pode ou não ser cobrado, Demo diz que continuam válidas as regras anteriores ao regulamento, que permitiam a cobrança do ponto extra. Os órgãos de defesa do consumidor entendem que a manutenção é eventual e que, portanto, a cobrança por este serviço não pode ser mensal, como querem as operadoras.

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América Latina - Oi pode deter 5% do mercado, em 2013(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B3 Empresas)

Michelly Teixeira - Da agência estado

Após incorporar a Brasil Telecom (BrT) e dar início a plano de internacionalização, o grupo Oi tem condições de abocanhar 5% do mercado latino-americano de telecomunicações em 2013, excluindo o Brasil, com presença em ao menos três novos países.

A projeção é do gerente de análise para as Américas da consultoria internacional Pyramid Research, Jose Mario Lopez Donis. O técnico particiou ontem de evento sobre banda larga em São Paulo. Enfrentar os pesos-pesados que trabalham na região - America Móvil/Telmex de um lado e Telefônica de outro - será o grande desafio do grupo brasileiro. Ainda assim, na opinião do especialista, a Oi terá "enorme potencial de crescimento", amparada pelo plano de estender suas fronteiras para além do Brasil, notadamente África, Portugal e América Latina.

LANÇAMENTOS. Com isso, acabará por constituir "a principal desafiante" dos grupos mexicano e espanhol. Na briga por espaço na América Latina, o que determinará o sucesso da Oi, na opinião de Donis, será sua capacidade de "lançar aplicações e produtos" antes que suas rivais. Aquisições de empresas menores e, sobretudo, a compra de novas faixas de radiofreqüência, para elevar a capacidade de transmissão de dados de rede, serão vitais para o jogo da competição.

"Haverá mais leilões de freqüências na América Latina nos próximos anos e com a experiência que a Oi adquiriu no leilão de 3G no Brasil, poderá ter sucesso na compra de mais espectro", avaliou o profissional.

O analista acredita que o grupo Oi tem potencial para instigar a competição no mercado latino-americano. Mas em mercados onde a penetração de serviços de telecomunicações é maior, como no

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Chile, a empresa encontrará mais dificuldade para ganhar clientes, na ótica do especialista. Ele afirmou discordar de analistas que enxergam a América Latina como continente SÓ com três operadoras.

"Vejo ciclos de consolidação e de entrada de players intercalando-se", disse, observando que a fase de fusões e aquisições deve durar cerca de 15 anos.A onda será de ingresso de outros competidores na região, disse Donis, citando como interessados o grupo britânico Vodafone, a Millicom (que atua em 17 países na América Latina, África e Ásia) e a Digicel, empresa forte na América Central.

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iPhone 3g - Mais barato e mais lucrativo(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B9 Tecnologia)

DA AGÊNCIA REUTERS

O novo iPhone será mais lucrativo que qualquer outro produto da popular linha de players de mídia da Apple, apesar do aparelho custar 50% mais barato que iPhone original, afirma um estudo divulgado ontem.

Beneficiadas por uma redução no custo dos componentes, as margens do novo iPhone devem exceder os 50% atingidos pelos mais populares dos players de mídia da Apple, de acordo com o estudo preliminar do grupo de pesquisa iSuppli.

"Os produtos iPhone e iPod geralmente têm preço 50% mais alto que os custos de materiais e produção", segundo a iSuppli. "Com o novo iPhone sendo vendido a US$ 199 e com o subsídio estimado em US$ 300, a Apple obterá margem de lucro ainda mais elevada."

A iSuppli prevê os custos de produção do novo iPhone equipado com tecnologia de terceira geração em US$ 173, ante os US$ 265 do modelo original. Lançado um ano atrás, a versão anterior do aparelho custava US$ 500 e não tinha subsídio de operadoras.

"A US$ 173, o novo iPhone é significativamente menos caro em termos de produção do que o modelo de primeira geração, apesar das grandes melhoras nos recursos do aparelho", disse o Jagdish Rebello, principal analista da iSuppli.

Os números não incluem outros custos, como desenvolvimento de software, transporte e distribuição, e embalagem, segundo a iSuppli.

Para fazer as estimativas, a iSuppli afirmou que usou percepções de sua equipe sobre conteúdo, fornecedores e custos do iPhone.

Assim que a nova versão chegar ao mercado, a iSuppli informa que pretende fazer uma avaliação real e detalhado dos componentes e estrutura de custos do aparelho.

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Japão - Nokia oferece acesso à internet gratuito(Jornal do Commercio 26.06.2008 p. B9 Tecnologia)

MAYUMI NEGISHI - DA AGÊNCIA REUTERS

A Nokia vai adicionar acesso público sem fio à internet nos modelos de celular que vende no Japão, em uma tentativa de ganhar espaço junto aos rivais locais que já oferecem esse tipo de conexão.

A Nokia, maior fabricante mundial de celulares, detém menos de 1% do mercado japonês, considerado o mais avançado do mundo em telefonia móvel. Naquele país, o segmento é controlado por fabricantes como Sharp, Matsushita e NEC.

A Nokia vai estabelecer um link para redes locais no aparelho XO2NK que ela fornece para a operadora Softbank, terceira maior do país, a partir da próxima sexta-feira.

A principal operadora do mercado japonês, a NTT DoCoMo, equipa telefones com conexão local desde 2004, quando lançou um modelo da NEC para clientes corporativos.

Conexões mais rápidas à internet permitem que os usuários possam baixar mais rapidamente vídeos em seus celulares, assim como enviar fotos para sites de redes sociais.

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Tecnologia - Disputa por Internet de longo alcance sem fio fica acirrada: Brasil Telecom está com rede de WiMax pronta para entrar em operação comercial, enquanto a Embratel antecipa plano de

expansão para outras cidades(DCI 26.06.2008 p. B2 Serviços)

A disputa pelo mercado de WiMAX no País tende a se tornar mais acirrada até o final deste ano, já que a Brasil Telecom (BrT) tem sua rede pronta para entrar em operação, e assim concorrer com a Embratel, que finaliza a implantação de sua rede das 12 capitais e já anuncia que antecipará a expansão para outras cidades com seu espectro. Enquanto isso, a Neovia encontrou uma grupo de investidores que financiará grande parte dos US$ 200 milhões que serão aportados em sua rede de WiMAX móvel.

Para inicializar a sua oferta comercial de WiMAX, a BrT apenas espera a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) homologar as CPE (equipamento que recebe o sinal). A operadora já detém rede de WiMAX pronta para entrar em operação em Curitiba, Porto Alegre e São Paulo. A intenção é utilizar o WiMAX para expandir o alcance de seus serviços de Internet em banda larga.

"A estratégia é complementar minha atuação com banda larga, aumentando meu alcance e minhas possibilidades de negócio", afirmou Luiz Antonio da Costa Silva, Diretor de Produtos e Serviços. Porém, o executivo contou que altos custos de implantação do WiMAX impossibilitam que a tecnologia seja opção à BrT ampliar sua atuação para áreas onde ainda não opera. "É uma solução para última milha para alguns clientes corporativos."

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A expectativa da Brasil Telecom é de que a Anatel homologue os equipamentos em breve. Os fornecedores de equipamentos de rede e das CPE da BrT.são a Nec e a Alcatel-Lucent. Segundo o executivo, as CPE da Nec já foram homologadas, faltando apenas a regularização dos equipamentos da Alcatel-Lucent.

"A operação já está em campo, é um teste de campo", atestou Silva. Assim, a operadora já conta com 10 clientes desta tecnologia na capital do Paraná, três em Porto Alegre e dois em São Paulo. O executivo aponta de que o mercado de São Paulo é promissor. "Vou ter muita aplicação corporativa em São Paulo", avaliou Silva. A BrT tem faixas de WiMAX nas capitais e cidades nos Estados de Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Bahia, Sergipe e Pernambuco, as quais herdou quando adquiriu, em 2001, a Vant, empresa que possuía as freqüências.

Enquanto isso, a Embratel, que finaliza a instalação da sua rede em 12 capitais, anuncia a antecipação da expansão da sua rede para outras cidades. "Vamos entrar com espectro em outras cerca de 190 cidades, tudo neste ano", revelou Elisabete Couto, diretora de Novos Negócios da Embratel. O plano inicial da companhia era cobrir comercialmente, em 2008, 61 cidades, além das 12 capitais, plano este que está sendo antecipado.

"O plano de implementação da rede deve ser antecipado e devemos estar presentes em mais lugares do que prevê a meta inicial", disse Mauricio Vergani, Diretor Executivo da Embratel. Já Elisabete contou que o resultado que a Embratel vem obtendo com o WiMAX está acima das expectativas e a operadora mal consegue atender a demanda. "Já vendemos mais de 10 mil assinaturas. A demanda é muito grande", analisou.

Apesar de ainda não ter sido licitado pela Anatel, o leilão das faixas de WiMAX já traz a atenção da Embratel. Segundo Elisabete, a operadora tem intenção em comprar novas faixas de 3,5 GHz, a mesma que detém atualmente, para aumentar o volume da banda disponível para ofertar serviços de WiMAX. Atualmente, a Embratel controla 21 MHz em São Paulo e no Rio de Janeiro, e outros 10 MHz para o resto do País. "Nossa intenção é aumentar a banda já prevendo a oferta de novos serviços", atestou Elisabete, ressaltando que a banda é suficiente para a oferta de serviços de voz e dados, mas não seria para outros serviços, como de vídeo.

Mobilidade

A Neovia, que atua exclusivamente com WiMAX e pertencente aos fundos Intel Capital, Stratus e Venice , tem cerca de 1.000 clientes entre pequenas e médias empresas, o grande foco de atuação, além de outros 22 mil clientes residenciais. Segundo Carlos Barroso, diretor de tecnologia e operações da Neovia, a empresa negocia detalhes finais com um grupo de investidores que vai aportar a maior parte dos US$ 200 milhões que serão consumidos no projeto de instalação de sua rede WiMAX móvel - padrão 802.16e. A Neovia testa a tecnologia com quatro fornecedores: Alcatel-Lucent, Samsung, Motorola e Cisco-Navini. Segundo Barroso, a Neovia já opera com a móvel em testes e a expectativa é lançar o serviço comercialmente no segundo semestre. "Em massa, só no primeiro semestre de 2009."

Caso a Anatel ainda não tenha regulamentado a mobilidade para a faixa de 3,5 GHz, a Neovia vai oferecer o serviço fixo e ativar a mobilidade assim que for permitido. Além disso, a empresa programa a expansão da sua rede fixa, a qual é construída de acordo com a demanda. "Hoje ela é crescente o suficiente para nossa meta de expansão", citou Barroso.

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Legislação - Anatel entrega textos do Plano de Outorgas(DCI 26.06.2008 p. B2 Serviços)

SÃO PAULO - A Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTI) da Câmara dos Deputados já recebeu os estudos que contribuíram para a criação do texto do novo Plano geral de Outorgas (PGO) e do Plano Geral de Atualização da Regulamentação das Telecomunicações (PGR), assim como havia requisitado. O documento foi entregue pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) à comissão no início desta semana. Assim, a Anatel se antecipou à aprovação do requerimento para obter do ministro das Comunicações, Hélio Costa, os documentos em questão, a qual ocorreu ontem pela manhã.

A distribuição da documentação aos membros da comissão já está sendo realizada. No entanto, a entrega só deve ser concluída na semana que vem, já que esta é uma semana de grande ausência nos gabinetes, devido aos feriado São João e às Festas Juninas.

A Anatel antecipou-se à aprovação do requerimento e providenciou a entrega com o intuito de proporcionar que o acesso aos textos ocorra até o retorno dos parlamentares à rotina.

Novo mandato

Hélio Costa disse ontem que já encaminhou ao Palácio do Planalto a minuta de decreto presidencial com a recondução do embaixador Ronaldo Sardenberg ao cargo de presidente da Anatel, que, segundo o ministro, terá vigência até o fim do mandato de Sardenberg como conselheiro da Anatel, até novembro de 2011.

Para Costa, a nomeação de Sardenberg para mais um mandato no comando do órgão regulador será publicada até a próxima segunda-feira, quando vence o mandato atual.

Sardenberg terá pela frente o desafio de concluir a proposta do novo PGO, que permitirá a compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi (ex-Telemar). A proposta, uma das mudanças mais importantes do setor desde a sua privatização, está em consulta pública desde a semana passada e terá de ser votada novamente pelo conselho da Anatel.

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Telefonia na América Latina - Oi pode deter 5% em 2013: Analista discorda da opinião que região só comporta três operadoras

(Monitor Mercantil 26.06.2008 p. 3 Financeiro)

Após incorporar a Brasil Telecom (BrT) e dar início a seu plano de internacionalização, o grupo Oi tem condições de abocanhar 5% do mercado latino-americano de telecomunicações em 2013, excluindo o Brasil, com presença em ao menos três novos países.

A projeção é do gerente de análise para as Américas da consultoria internacional Pyramid Research, Jose Mario Lopez Donis, que participou de evento sobre banda larga em São Paulo.

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Enfrentar os pesos-pesados que trabalham na região - America Móvil/Telmex de um lado e Telefônica de outro - será o grande desafio do grupo brasileiro. Ainda assim, na opinião do especialista, a Oi terá "um enorme potencial de crescimento", amparada pelo plano de estender suas fronteiras para além do Brasil, notadamente África, Portugal e América Latina.

Com isso, acabará por se constituir "a principal desafiante" dos grupos mexicano e espanhol. Na briga por espaço na América Latina, o que determinará o sucesso da Oi, na opinião de Donis, será sua capacidade de "lançar aplicações e produtos" antes de suas rivais.

Ele afirma discordar de analistas que enxergam a América Latina como um continente com apenas três operadoras. "Eu vejo ciclos de consolidação e de entrada de novos players se intercalando", comentou, observando que a primeira fase de fusões e aquisições começou em 2000 e deve durar cerca de 15 anos.

Depois disso, a onda será de ingresso de outros competidores na região, considera Donis, citando como possíveis interessados o grupo britânico Vodafone, a Millicom International (que atua em 17 países na América Latina, África e Ásia) e a Digicel, empresa forte na América Central.

Presença nos leilões

Aquisições de empresas menores e, principalmente, compra de novas faixas de radiofreqüência, a fim de aumentar a capacidade de transmissão de dados de sua rede, também serão vitais para o jogo da competição.

"Haverá mais leilões de freqüências na América Latina nos próximos anos e com a experiência que a Oi adquiriu no leilão de 3G no Brasil, poderá ter sucesso na compra de mais espectro", avalia o profissional.

O analista acredita que o grupo Oi tem potencial para instigar a competição no mercado latino-americano. Mas em mercados onde a penetração de serviços de telecomunicações é maior, como no Chile, a empresa encontrará mais dificuldade para ganhar clientes, na ótica do especialista. (AE)

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Telecomunicações - Ministério pode mudar novo PGO, diz Costa: Segundo ministro, decreto, que está em consulta pública, pode ser alterado se não estiver em sintonia com as políticas do

governo (Estado de São Paulo 26.06.2008 p. B21 Negócios)

Gerusa Marques

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, admitiu que o ministério poderá mudar a proposta de novo Plano Geral de Outorgas (PGO), elaborada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), se ela não estiver em sintonia com as políticas públicas do governo. Ele avalia, porém, que durante o período em que o PGO estiver em consulta pública será possível encontrar uma solução para a proposta de se exigir das concessionárias a criação de uma empresa para administrar os serviços de banda larga.

A idéia da separação foi mal recebida pelas empresas, por parlamentares e até por setores do governo, que vêem risco de aumento de custos e prejuízos para o consumidor. O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, chegou a dizer que, se a proposta for mantida, a compra da Brasil Telecom (BrT) ficará inviável.

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“Nós estamos tratando de uma situação que é totalmente da iniciativa privada. O governo tem uma participação, que é dar as cartas”, avalia o ministro, que sempre foi favorável à fusão da Oi e da BrT. “Mas, ao estabelecer as regras do jogo, não podemos impor penalidades às empresas brasileiras, principalmente a uma nova empresa. Se ela já surge penalizada, ela fica sem condições de competir”, acrescentou.

Costa deixou claro que a minuta de decreto será feita pelo ministério, que levará “muito em conta” as sugestões apresentadas durante a consulta pública, que vai até 17 de julho. “A agência não faz proposta para o governo, ela faz proposta para o ministério e o ministério faz uma proposta final para o governo”, afirmou o ministro.

Hélio Costa lembra que o PGO é instituído por um decreto presidencial e, portanto, a decisão final será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O presidente espera que os seus assessores, principalmente o Ministério das Comunicações e a Casa Civil, possam contribuir para que ele esteja confortavelmente em condições de decidir.”

Segundo o ministro, os futuros investimentos na área de telecomunicações estão aguardando a definição do novo marco regulatório. E, por isso, o Brasil tem de ter cuidado para não dar uma “sinalização equivocada”. Na avaliação do ministro, a separação empresarial deveria ser tratada fora do PGO.

A proposta de separação colocou o conselho diretor da Anatel em um impasse que atrasou a votação em quase um mês. A idéia passou no primeiro turno de votações porque o governo pressionou a agência para votar logo a proposta, com a certeza de que poderia mudá-la depois. A solução para se viabilizar a votação foi costurada pelo presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, o que contribuiu para a decisão de confirmá-lo na presidência da Agência. Costa disse já ter encaminhado ao Palácio do Planalto a minuta com a recondução de Sardenberg até novembro de 2011.

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Liminar autoriza cobrança de ponto extra de TV a cabo: Dúvida havia feito Anatel suspender esse tipo de pagamento no início do mês

(Folha de São Paulo 26.06.2008 p. B11 Dinheiro)

Segundo advogada de instituto do consumidor, agência reguladora precisa ainda impedir formas alternativas de cobrança

HUMBERTO MEDINA - DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As TVs por assinatura ganharam ontem, em decisão liminar obtida na Justiça, o direito de cobrar de seus assinantes pelo ponto extra. A cobrança havia sido suspensa no dia 2 pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A decisão foi tomada a pedido da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura).Segundo a decisão do juiz substituto da 14ª Vara Federal do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, Roberto Luís Luchi Demo, o Regulamento de Proteção e Defesa dos Direitos dos Assinantes dos Serviços de Televisão por Assinatura, documento da Anatel que determinava o fim da cobrança, tinha texto que permitia a dúvida.Um dos artigos do regulamento, o 29, impedia a cobrança, mas artigo seguinte permitia que ela fosse feita em casos de instalação, ativação e manutenção de rede interna. "A dúvida interpretativa gerada

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pela conjugação dessas normas era tão grande que, na prática, mantinha a cobrança do ponto extra nos patamares anteriores, mas sob novas rubricas", escreveu o juiz, em sua decisão.Reconhecendo a polêmica, a Anatel suspendeu a eficácia da parte do regulamento que dava margem à cobrança no dia 2. Ou seja, proibiu as operadoras de TV por assinatura de fazer a cobrança até que se esclarecessem as dúvidas sobre o texto.Para o juiz, isso não poderia ter sido feito. "O ônus da indefinição temporária por parte da agência sobre o alcance do novo regime jurídico do ponto extra estabelecido nos artigos 29 e 30 da Resolução Anatel número 488/2007 não pode ser simplesmente imputado às prestadoras, por mais legítima que seja a preocupação com os consumidores do serviço de televisão por assinatura", escreveu o juiz.

ConsumidoresDe acordo com a advogada Daniela Trettel, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), a origem do problema é a falta de clareza na regulamentação. "Não foi clara desde o início", disse.Para a advogada, as cobranças de ponto extra que tenham sido feitas pelas operadoras entre o dia 2 e ontem poderão ser objeto de pedido de ressarcimento porque não havia regulamento que as permitisse.A agência reguladora, disse ela, precisa definir claramente os conceitos de "instalação", "ativação" e "manutenção de rede interna". Na visão do Idec, todos os três conceitos são de serviços pontuais e não dão margem a cobrança mensal.Ainda segundo o Idec, não há por que a manutenção ser cobrada como um serviço continuado. "É uma rede interna, na casa do assinante, e um serviço que poderia ser feito por um terceira empresa contratada por ele", disse.Segundo Trettel, a agência reguladora precisa ainda vedar formas alternativas de cobrança do ponto extra, que podem ser adotadas pelas empresas caso a proibição de cobrança venha a prevalecer. O "decoder", aparelho que permite a decodificação do sinal para o ponto extra, é hoje cedido em comodato para o assinante. "As fornecedoras do serviço poderão alugar o "decoder'", disse.Anatel e ABTA não comentaram a decisão.

Levantamento aponta falhas em operadoras

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em dezembro do ano passado, a Anatel divulgou o Regulamento de Proteção e Defesa dos Direitos dos Assinantes dos Serviços de Televisão por Assinatura. Na ocasião, a agência reguladora deu 180 dias para que as empresas se adaptassem. As medidas entrariam em vigor apenas em junho.Segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), boa parte do regulamento foi ignorada. "Houve falta de respeito", disse a advogada Daniela Trettel.O Idec pesquisou o cumprimento do novo regulamento em seis operadoras da região metropolitana de São Paulo: Net, Sky, TVA, Big TV, TV Telefônica Digital e TV Alphaville. Foram feitas ligações para os serviços de atendimento ao assinante das operadoras para questionar, como consumidor, algumas das novas regras.Segundo Trettel, os principais problemas estão na falta de serviço 0800 para reclamações, na inexistência de postos de atendimento pessoal e na cobrança pelo ponto adicional. Além disso, as informações sobre o novo regulamento variavam dentro de uma mesma operadora em ligações atendidas por diferentes funcionários.

Ponto extraA maior incidência de descumprimento do novo regulamento se deu na proibição da cobrança por ponto extra. Em 4 das 6 empresas para onde foram feitas ligações (Sky, TVA, Big TV e Telefônica Digital), os atendentes informaram que as cobranças continuavam. O "call center" da Net não soube informar. Na TV Alphaville, não há cobrança de ponto extra.A maior parte das operadoras informou que não estava mais vendendo ponto extra. Apenas a TV Telefônica Digital e a TV Alphaville vendiam o produto.A ABTA, associação que representa as empresas do setor, não quis comentar o resultado da pesquisa.

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Ponto extra será cobrado: Tevês por assinatura conseguem, na Justiça, decisão liminar que permite a cobrança do serviço, suspensa pela Anatel

(Correio Braziliense – 26.06.2008)

Luís Osvaldo Grossmann Da equipe do Correio

As empresas de tevê por assinatura conseguiram na Justiça Federal de Brasília manter a cobrança pelo ponto extra, suspensa pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em 6 de junho. A decisão, porém, vale até que a agência especifique na regulamentação se o serviço deve ou não ser gratuito aos consumidores.

A confusão começou quando a Anatel baixou, no fim do ano passado, um conjunto de regras específicas para o serviço de tevê paga. E determinou que o ponto extra é direito do assinante sem qualquer ônus. O problema é que no artigo seguinte, a agência permite a cobrança pela instalação, ativação e manutenção da rede.

Divergência Com tal redação, a gratuidade dividiu opiniões, o que levou uma entidade de defesa dos consumidores a pedir à Anatel esclarecimentos sobre o assunto. A agência, no entanto, não chegou a um consenso antes de 2 de junho, quando as regras entraram em vigor. Por isso, determinou que a cobrança seria suspensa por 60 dias, prazo que a própria Anatel estabeleceu para resolver a questão.

Com a decisão judicial, os assinantes continuam aguardando a palavra final da agência, que pode optar pela gratuidade do ponto extra. A diferença é que até lá os assinantes terão que pagar pelo serviço.

http://www2.correioweb.com.br/cbonline/economia/pri_eco_126.htm?

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TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO

Trabalhista - INSS começa em breve a cobrar empresas por benefícios pagos: Pacote de ações regressivas de acidente de trabalho será ajuizada em 60 dias

(Valor Econômico 26.06.2008 p. E1 Legislação)

Fernando Teixeira, De Brasília

Desde o início do ano, o processo sobre o acidente da cratera da linha 4 do Metrô de São Paulo foi parar nas mãos de procuradores federais responsáveis pela arrecadação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Eles procuram indícios de responsabilidade ou negligência do consórcio encarregado pela

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obra para cobrar das empresas as despesas com o pagamento de pensões às viúvas e dependentes das sete vítimas do acidente, ocorrido em janeiro de 2007. Confirmada a suspeita, o caso da linha 4 será uma das primeiras ações regressivas do INSS movidas em São Paulo e marcará o início de uma política nacional de recuperação dos gastos previdenciários com acidentes de trabalho. As ações envolvem pensões por morte, invalidez e auxílio-doença - benefícios que custam anualmente R$ 16 bilhões ao INSS.

Conhecida entre servidores do INSS e Ministério do Trabalho como uma velha promessa, a disseminação das ações regressivas deve decolar ainda neste ano, afirma a coordenadora-geral de cobrança da Procuradoria-Geral Federal (PGF), Fernanda Campolina. Até hoje, diz a procuradora, havia apenas iniciativas isoladas em algumas procuradorias locais, como Manaus, Vitória e algumas outras cidades. Mas tudo começará a mudar nesta semana. No Estado de São Paulo, onde estão 40% dos acidentes de trabalho do país, acontece desde ontem o primeiro evento dedicado exclusivamente a difundir técnicas para a produção em série de ações regressivas. Em 60 dias, deverá ser ajuizado o primeiro pacote com algumas dezenas de ações, e a partir da experiência paulista o modelo será levado para outras capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife e Florianópolis.

O encontro de São Paulo reunirá procuradores federais, servidores do INSS, do Ministério do Trabalho e até policiais civis - há na capital uma delegacia especializada em acidentes de trabalho. As informações sobre os acidentes são dispersas entre os órgãos, e o encontro tem justamente a finalidade de reuni-las para a montagem dos processos judiciais. Os procuradores federais também aprenderão a lidar com os bancos de dados do INSS para buscar informações sobre os benefícios e buscar os empregadores.

O modelo de produção das ações regressivas foi lançado em 2003 em Manaus pelo procurador Bruno Bisinoto. Segundo ele, foram investigados 80 casos e ajuizadas 26 ações, e dos nove casos julgados, houve nove condenações. O valor total cobrado nas 26 ações ajuizadas é de R$ 13 milhões, e envolve 33 empresas - entre responsáveis e co-responsáveis. As investigações, diz o procurador, devem ser concentradas em um primeiro momento em casos de pensão por morte, pois são causas de maior valor, mas em segundo lugar devem estar medidas para recuperar benefícios por invalidez e, em um terceiro momento, ações sobre auxílio-doença por acidente de trabalho - ajuizadas em processos coletivos, para que os valores justifiquem a abertura dos processos. "Por exemplo, em um banco, vamos levantar todos os casos de lesão por esforço repetitivo (LER) nos últimos dois, três anos, verificar se houve negligência do empregador e ajuizar uma única ação", diz.

A nova política de cobrança do INSS é uma tentativa de aplicação de um dispositivo considerado esquecido: o artigo 120 da Lei nº 8.213 de 1991. Segundo a regra, nos casos de negligência quanto às normas de segurança e higiene do trabalho, a Previdência Social deve propor ações regressivas contra os responsáveis. Por ser de difícil aplicação prática, a previsão acabou esquecida.

Segundo o advogado Fábio Medeiros, do escritório Machado Associados, o problema para as empresas é a definição do que o termo "negligência" quer dizer. Ele alerta que o risco da nova política do INSS de disseminação das ações regressivas é a sua generalização para qualquer benefício. Mesmo com todas as precauções e equipamentos, diz, em muitos casos a ocorrência de acidentes é uma contingência própria da atividade econômica.

Desde o ano passado, afirma Fábio Medeiros, as grandes empresas começaram indiretamente a se proteger contra as ações regressivas por auxílio-doença, devido à mudança das regras do Seguro-Acidente de Trabalho (SAT). As alíquotas do SAT, variando de 1% a 3% da folha de salários, foram recalibradas segundo o risco atribuído a cada tipo de atividade. Com as mudanças, muitas empresas montaram verdadeiros departamentos para reunir documentação sobre as condições do ambiente de trabalho para contestar a nova cobrança.

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As concessionárias e a Justiça trabalhista: A forma como a Justiça trabalhista vem tratando os passivos de contratos de concessão de serviço público é inadequada

(Valor Econômico 26.06.2008 p. E2 Legislação)

Gustavo Justino de Oliveira

Na década de 90, no auge dos processos de desestatização e de privatização, foram firmados inúmeros contratos de concessão de serviços públicos em setores como transportes, energia elétrica e telecomunicações. Nesse contexto, surgiram no âmbito da Justiça do trabalho muitos questionamentos sobre responsabilidades por débitos trabalhistas - se dos entes ou empresas estatais ou se das novas concessionárias dos serviços públicos, definidas como sucessoras dos entes públicos que, antes da desestatização, prestavam tais serviços.

A sucessão trabalhista configura-se quando há alteração na titularidade da empresa ou de parte dela, mantendo-se o conjunto patrimonial afetado a um fim econômico. Tanto no direito do trabalho quanto no direito comum, supõe-se uma substituição de sujeitos de uma relação jurídica. No que diz respeito às desestatizações, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) buscou pacificar a discussão, publicando a Orientação Jurisprudencial nº 225, da Seção de Dissídios Individuais nº 1, que estabelece que "I - em caso de rescisão do contrato de trabalho após a entrada em vigor da concessão, a segunda concessionária, na condição de sucessora, responde pelos direitos decorrentes do contrato de trabalho, sem prejuízo da responsabilidade subsidiária da primeira concessionária pelos débitos trabalhistas contraídos até a concessão; II - no tocante ao contrato de trabalho extinto antes da vigência da concessão, a responsabilidade pelos direitos dos trabalhadores será exclusivamente da antecessora."

Contudo, grande parte da jurisprudência, em especial a dos tribunais regionais do trabalho (TRTs), vêm entendendo pela inaplicabilidade da Orientação Jurisprudencial nº 225, com apoio na proteção do trabalhador - como o TRT da 4ª Região no Processo nº 01709-1998-811-04-00-2, relatado pelo juiz Ricardo Carvalho Fraga. Entretanto, é comum que as decisões proferidas pelos TRTs em contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 225 sejam parcial ou totalmente reformadas pelo TST, quando interposto recurso de revista - como no caso do Recurso de Revista nº 707.477, de 2000, relatado pelo juiz Alberto Bresciani.

Em que pese a tradicional orientação da jurisprudência trabalhista nessa temática, impõe-se um entendimento mais flexível na espécie, com o intuito de conformar eventuais soluções acerca do passivo trabalhista das concessionárias de serviço público federal às regras e aos princípios do direito público. A racionalidade do direito do trabalho há de ser obrigatoriamente permeada pela racionalidade do direito público, sob pena de serem feridos princípios e preceitos constitucionais, assim como ofendidas várias regras de direito público contidas na legislação das desestatizações e das concessões de serviço público.

A finalidade da atual configuração da sucessão trabalhista, nos moldes fixados pela jurisprudência mais recente, é a de garantir ao trabalhador a satisfação de seus direitos, ainda que haja alteração na titularidade da empresa ou que esta venha a sofrer qualquer outra transformação jurídica. Porém, essa orientação há de ser atenuada quando envolve entidades de direito público que foram sucedidas por entidades de direito privado.

A uma, porque o momento da transferência da responsabilidade pelos débitos trabalhistas é marcado pela entrada em vigor do contrato de concessão de serviço público, no qual funda-se a delegação pela execução do serviço, e a decorrente assunção, pelo concessionário, da responsabilidade pelos encargos decorrentes dos contratos de trabalho que não tiveram solução de continuidade.

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A duas, porque, se a intenção é a proteção do trabalhador que prestava seus serviços à entidade pública, e passa a prestá-los junto à empresa concessionária de direito privado, nenhum risco ele estará correndo em relação à satisfação de seus créditos referentes a um momento anterior ao da celebração do contrato de concessão. É que, considerando-se que a responsabilidade exclusiva pelos débitos trabalhistas é da entidade pública titular do serviço que está sendo delegado à empresa concessionária privada, a entidade pública é sempre solvente, não havendo riscos para que o trabalhador venha a receber integralmente tudo o que eventualmente tenha direito. Entender contrariamente ao exposto implica oficializar uma hipótese de enriquecimento sem causa por parte da entidade pública titular do serviço público, o que contraria frontalmente o artigo 5º, inciso XXII, o artigo 37, parágrafo 6º e o artigo 175, caput, todos da Constituição Federal de 1988.

A três, porque há preceitos legais e cláusulas contratuais que disciplinam as obrigações, direitos e deveres do poder concedente e da empresa concessionária do serviço público. Por exemplo, nas licitações correspondentes aos processos de desestatização concretizados sob a modalidade de leilão, a delegação do serviço somente somente foi operacionalizada diante do compromisso assumido pelas concessionárias em efetuar pagamentos mensais ou trimestrais ao poder concedente. Parece claro que o montante resultado desses pagamentos deveria, entre outras finalidades, possibilitar ao poder concedente desincumbir-se de eventuais ônus envolvendo a prestação do serviço público de sua titularidade. É o caso do pagamento de eventuais passivos trabalhistas, de única e exclusiva responsabilidade do poder concedente, nos moldes acima delineados. Do contrário, além de reforçar o precedente argumento do enriquecimento sem causa do poder concedente, significaria uma afronta direta ao princípio constitucional do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão de serviço público, previsto no artigo 37, inciso XXI, combinado com o artigo 175, caput e parágrafo único, inciso I da Constituição de 1988, assim como no artigo 10º da Lei nº 8.987, de 1995.

Assim sendo, entendemos inadequada a forma como a Justiça trabalhista vem tratando da problemática envolvendo os passivos trabalhistas referentes a determinados contratos de concessão de serviço público, pois os argumentos e preceitos de direito público acima elencados sequer foram considerados na construção jurisprudencial que está prevalecendo atualmente. Por isso, as decisões que impingem responsabilidade direta das concessionárias sobre débitos trabalhistas contraídos anteriormente ao período de vigência do contrato de concessão são absolutamente teratológicas, agridem diversos preceitos da Constituição de 1988 e diversas regras inseridas na legislação federal relativa ao programa de desestatização e ao regime geral dos contratos de concessão de serviços públicos.

Gustavo Justino de Oliveira é pós-doutor em direito administrativo pela Universidade de Coimbra, professor de direito administrativo da Universidade de São Paulo (USP) e advogado e sócio-fundador do escritório Justino de Oliveira Advogados Associados

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

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Lei que limita exigência de experiência é fiscalizada (Valor Econômico 26.06.2008 p. E2 Legislação)

Luiza de Carvalho, De São Paulo

O Ministério Público do Trabalho (MPT) começou a fiscalizar o cumprimento da Lei nº 11.644, sancionada em março deste ano e que proibiu as empresas de exigirem dos candidatos a empregos a

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comprovação de experiência superior a seis meses na área da vaga almejada. A iniciativa partiu da Procuradoria Regional do Trabalho da 13ª Região, no Estado da Paraíba, que instaurou um inquérito civil público - que pode dar origem a uma ação civil pública - contra empresas que estariam infringindo a lei em seus anúncios para a contratação de funcionários. Os veículos de comunicação que divulgaram as vagas também são alvo do inquérito da procuradoria.

A recente lei acrescentou o artigo 442-A à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Conforme divulgado à época pelo Ministério do Trabalho, a proibição foi feita para tornar o mercado mais acessível ao jovem brasileiro, ampliando suas oportunidades profissionais.

A fiscalização que começa a ser exercida pela Procuradoria do Trabalho da Paraíba atingirá mais de 50 empresas, além de diversos veículos de comunicação da região que divulgaram vagas de emprego com a exigência de experiência superior a seis meses, incluindo programas de televisão e rádio. Para Maria Edlene Costa Lins, procuradora-chefe da 13ª Região, o órgão fará uma tentativa de firmar termos de ajustamento de conduta com as empresas antes de propor ações judiciais. Segundo ela, os programas governamentais para a inserção do jovem no mercado de trabalho na região foram falhos e muitos jovens que não conseguiram obter uma experiência profissional são discriminados pelas empresas na hora da contratação.

Por enquanto, a iniciativa na Paraíba é isolada. Na opinião do procurador José Cláudio Monteiro de Brito Filho, coordenador do combate à discriminação do Ministério Público do Trabalho, apesar dos benefícios aos jovens, a lei não é a forma ideal de regular a contratação, já que muitos cargos necessitam de profissionais com grande experiência.

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Risco de maldade: Não é a primeira vez que o Congresso Nacional é instado a praticar uma boa ação que, no final das contas, pode se tornar uma maldade

(O Globo 26.06.2008 p. 7 Opinião) Artigo - Jose Pastore

Não é a primeira vez que o Congresso Nacional é instado a praticar uma boa ação que, no final das contas, pode se tornar uma maldade. No momento, é a Convenção 158 da OIT. A intenção é das melhores: proteger os empregados contra a dispensa sem justa causa.

Mas é preciso examinar a proposta com cuidado para se ter certeza de que os brasileiros serão realmente protegidos. Este é o objetivo deste artigo. Antes, porém, convém explicar em que consiste a proposta ora em discussão.

A Convenção 158 da OIT estabelece que a empresa só pode dispensar um empregado se estiver em dificuldade econômica ou passando por remodelação tecnológica. Pode dispensar ainda quando o empregado não tem o desempenho necessário.

Nos três casos, o empregado pode contestar o motivo alegado. Isso é feito por meio de cartas, reuniões, negociações diretas ou com ajuda do sindicato e de centrais sindicais e, se ocorrer um impasse, este é decidido por um juiz que dispensa ou reintegra o empregado, podendo haver recurso de ambas as partes, o que pode demorar meses ou anos - o que causa grandes despesas para as duas partes.

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Aparentemente, o empregado estaria protegido durante todo esse período. Mas, qual é a implicação desse sistema para o emprego em geral? Muito simples: toda vez que se dificulta a dispensa, inibe-se a contratação.

O que dizem as pesquisas? Os países que optaram por esse sistema têm uma enorme dificuldade de criar empregos porque os empresários relutam em abrir vagas quando sabem que a dispensa é difícil e onerosa.

Este aspecto merece todo cuidado dos que pensam nas conseqüências sociais. O Brasil está numa boa fase de crescimento e de geração de empregos. Mais. O país está conseguindo criar muitos empregos formais, com proteções trabalhistas e previdenciárias. Seria catastrófico que uma medida que tem por finalidade proteger os empregados venha a inibir a geração de empregos ou jogar as pessoas na informalidade. Os maiores perdedores seriam os trabalhadores, em especial os mais jovens que, segundo estudos do Ipea, têm uma dificuldade 3,5 vezes superior à dos adultos para entrar no mercado de trabalho.

O Brasil precisa de leis simples que estimulem o emprego. Não podemos esquecer que a população brasileira é enorme e continua crescendo. São quase três milhões de jovens que precisam ser empregados todos os anos - sem falar no estoque dos que estão desempregados ou no mercado informal. Com uma medida desse tipo, tudo será mais complicado para eles. As empresas restringirão as contratações ao mínimo, procurando recrutar apenas os trabalhadores de altíssima qualificação, deixando de lado a maioria que ainda tem educação precária e que precisa apreender no próprio trabalho.

Com a instalação desse regramento complexo, corremos o risco de instalar um quadro social dramático. É preciso lembrar que, se aprovada, a Convenção 158 só entrará em vigor depois de um ano, não estando descartada uma avassaladora onda de dispensas praticadas por empresas que procurarão substituir trabalho por máquina ou fazer parte de sua produção em outros países.

Há um outro agravante. Para os que forem dispensados pelo reconhecimento de sua incapacidade feito por um juiz, o desastre será maior. Quem se interessa por contratar uma pessoa que saiu de uma empresa com a marca de ineficiente decretada pela Justiça?

Está aí uma medida que, tendo as melhores das intenções do mundo, acaba se transformando numa verdadeira pena de morte para os que perdem o emprego e para os que precisam entrar no mercado de trabalho.

O Brasil tem um sistema de proteção muito mais moderno e adotado pela grande maioria dos países. Os empregados despedidos sem justa causa estão protegidos pelo aviso prévio, a indenização de 40% do FGTS, os recursos do próprio Fundo e o seguro desemprego. Na dispensa, eles têm a certeza de contar com essa cobertura. Na longa discussão exigida pela Convenção 158 os empregados ficam na incerteza meses a fio, podendo, no final da linha, sair da empresa sem nada.

Os jovens brasileiros estão ávidos para trabalhar. As leis precisam facilitar a sua entrada, a sua permanência e a sua reentrada no mercado de trabalho. O mercado de trabalho de hoje é dinâmico e se renova constantemente. Se há algo a ser feito com urgência, é dar condições aos jovens para se treinarem e retreinarem continuamente. E também facilitar a sua inserção no mundo do trabalho como aprendiz e como estagiário, o que facilita o seu aprendizado e aprimora o sistema de recrutamento das empresas.

JOSÉ PASTORE é professor de relações do trabalho da Universidade de São Paulo.

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Vida Moderna - Convergência põe fim ao limite do escritório: Possibilidade de escrever artigos, postar em blogs, preparar documentos ou pesquisas na internet em um smartphone preocupa

trabalhadores(Jornal do Commecio 26.06.2008 p. B9 Tecnologia)

ELLEN WULFHORSTDA AGÊNCIA REUTERS

Será que um funcionário deve ser pago por ler uma mensagem em seu BlackBerry durante um jantar, enviar um email para o escritório ou postar um texto em seu blog profissional a partir de casa?

Uma disputa que surgiu recentemente na ABC News quanto ao pagamento a redatores para que respondam a mensagens recebidas em seus BlackBerry fora do expediente serviu para destacar a questão. A disputa marca o primeiro de uma enxurrada de casos não resolvidos e potencialmente conflituosos que surgirão nos Estados Unidos, dizem especialistas.

A crescente capacidade técnica de trabalhar longe do escritório, combinada ao crescimento no número de disputas trabalhistas, está suscitando "muitas questões de pequena escala como essa", disse John Thompson, especialista em leis trabalhistas no escritório de advocacia Fisher & Phillips, em Atlanta.

"Nunca havíamos visto nada parecido. A simples questão de definir o que constitui trabalho é praticamente infinita", acrescentou. "Isso trará à tona toda espécie de problemas que ninguém havia considerado até agora."

Na ABC, a rede de televisão propôs que três novos redatores não fossem pagos por verificar mensagens em seus BlackBerry fora do horário de trabalho. O sindicato dos redatores, o Writers Guild of America, East, objetou.

"Simplesmente conferir uma mensagem em um BlackBerry não é o que nos preocupa", disse Lowell Peterson, diretor-executivo do sindicato. "Nossos membros são profissionais. Não vão começar a cobrar hora extra por 21 minutos de atenção."

"Nossa preocupação é que não desejamos que isso se torne um grande compromisso de trabalho pelo qual as pessoas não sejam pagas", ponderou.

A questão não é tanto responder uma breve mensagem em um BlackBerry, mas a capacidade de escrever artigos, postar em blogs, preparar documentos, pesquisar na internet ou assinar contratos em um pequeno aparelho portátil, dizem os especialistas.

"A tecnologia continuará a avançar nessa direção", afirmou Peterson. "É importante que deixemos nossa posição clara. Não vamos trabalhar 24 horas por dia sem pagamento."

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Justa causa não pode ser alegada depois de comunicada a demissão(Boletim Informativo n 1293 - Nacional de Direito)

A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) que não admitiu que o Unibanco de Santa Maria – RS convertesse para justa causa a demissão de um empregado que inicialmente fora comunicado de que seria dispensado sem justa causa, sob a acusação de que ele teria cometido faltas graves. De acordo com a decisão regional, a iniciativa da dispensa motivada ocorreu em data posterior ao último dia de trabalho do empregado. Admitido em dezembro de 1998, o bancário foi avisado, em abril de 2004, que o banco não precisaria mais de seus serviços. Compareceu no dia e local indicados, mas não houve o acerto de contas. Posteriormente, recebeu a comunicação da empresa de que o motivo da rescisão havia sido modificado: com a suspeita de que o bancário teria feito operações irregulares a fim de obter vantagens pessoais, sua demissão seria então por justa causa. Inconformado, o empregado entrou com ação trabalhista contra o banco e obteve decisões favoráveis no primeiro e no segundo grau. Sem êxito, o banco interpôs agravo de instrumento para o TST, pretendendo dar seguimento a seu recurso de revista, trancado pelo TRT/RS. Para a relatora do processo na Quinta Turma, ministra Kátia Magalhães Arruda, a decisão regional “concluiu que a dispensa imotivada, com determinação de que era o último dia de trabalho do empregado, tornou-se irreversível, sem postergação de sua eficácia, não podendo ser revertida em justa causa por suspeita de falta grave cometida anteriormente, praticada no curso da relação empregatícia”. A própria empresa informou no seu recurso que tomou conhecimento da suspeita de ato de improbidade no dia do pagamento das verbas rescisórias, e não na data da demissão (com aviso prévio indenizado). A Quinta Turma decidiu, unanimemente, não aceitar o agravo de instrumento do Unibanco. (AIRR-767-2004-701-04-40.7) Fonte: www.tst.gov.br http://www.nacionaldedireito.com.br/boletins/boletim1293.htm#jur4

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Empregado da extinta RFFSA será reintegrado(Correio Forense – 26.06.2008)

A União (sucessora da extinta RFFSA) foi condenada a reintegrar ferroviário, demitido sem justa causa mesmo sendo detentor de estabilidade garantida em acordo coletivo da categoria. A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a decisão anterior, que rejeitou recurso da União e estipulou o pagamento de astreintes (multa pecuniária), prevista no artigo 729 da CLT, em caso de descumprimento, após o trânsito em julgado da decisão.

Admitido pela extinta Fepasa – Ferrovia Paulista S.A em fevereiro de 1989 como aprendiz do curso de formação de bilheteiro, o ferroviário foi demitido, em agosto de 1995 com aviso prévio indenizado, quando ocupava o cargo de técnico de controle econômico financeiro. Mas acordos coletivos firmados entre a Fepasa e o sindicato da categoria entre 1983 e 1994 asseguravam, aos empregados com mais de quatro anos de serviço, garantia de emprego em caráter permanente.

Em janeiro de 1995, por meio de novo contrato de trabalho coletivo, a empresa extinguiu a estabilidade. Por entender que a garantia integrava seu contrato de trabalho, o empregado pleiteou na Justiça a nulidade da rescisão e a conseqüente reintegração e o pagamento das demais verbas. Mas a 21ª Vara

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do Trabalho de São Paulo julgou improcedentes os pedidos, fato que o levou a recorrer ao segundo grau de jurisdição.

O TRT/SP modificou a sentença por entender que o jus variandi (o poder do empregador em alterar as condições contratuais) tem seu limite no direito de resistência do empregado, de modo que deveria ser respeitado tanto o pactuado na contratação como as vantagens concedidas no decorrer da relação. “Quanto mais importantes são as cláusulas, mais intocáveis se tornam”, afirmou o acórdão regional.

Assim, o Regional determinou à RFFSA (incorporadora da Fepasa) a reintegração do empregado ao cargo anterior e o pagamento das verbas relativas ao período de afastamento. A União buscou reverter a decisão no TST. Em sua defesa, alegou serem válidas as cláusulas que substituíram a garantia de emprego por “vultosa indenização”, já paga ao empregado quando do aviso prévio. Porém, a Segunda Turma seguiu o voto do relator, ministro Horácio Senna Pires, pois a União não conseguiu demonstrar divergência jurisprudencial válida. (RR-666361/2000.8)

http://www.correioforense.com.br/noticias/noticia_na_integra.jsp?idNoticia=32487

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Dignidade profissional - Direito trabalhista deve se adequar aos idosos(Conjur – 26.06.2008)

por Euclides Di Dário

Num país que tem enorme dificuldade para criar novos postos de trabalho falar de participação do idoso no mercado de trabalho parece uma heresia. Mas a verdade é que muitas vezes a luta pela obtenção da renda necessária para a família não pode dispensar o trabalho dos idosos. E se a expectativa de vida está crescendo por que não contar com aqueles mais experientes e ainda em condições para contribuir com seu trabalho. A sociedade brasileira está envelhecendo e os idosos são em número cada vez maior.

Não se discute a importância do trabalho para a realização das pessoas e sendo assim dar oportunidade para que os idosos possam trabalhar contribui diretamente para que eles se mantenham ativos e saudáveis. Não obstante a importância de cuidarmos dos idosos fala-se em aposentar precocemente os mais velhos para que estes possam dar lugar aos mais novos. Muitas empresas praticam mesmo um processo de rejuvenescimento do quadro de pessoas com o objetivo de reduzir a folha de pagamento.

E se a permanência no mercado do trabalho é difícil o que dizer da reinserção. O que se observa é que uma pessoa com mais de 40, que nem idoso ainda é, tem dificuldade para se recolocar no mercado de trabalho. Os empregadores preferem os mais jovens, por que podem pagar menos e confiam que os jovens têm mais energia e ousadia. Apostam que com o andamento do trabalho estes venham a adquirir mais experiência.

Resta saber que a legislação está preparada para regular e proteger os direitos dos trabalhadores idosos.

Um idoso tem uma probabilidade maior de aceitar um emprego com menos garantias trabalhistas. De acordo com dados do IBGE, dentre os aposentados que trabalhavam em 1998, apenas 7,5% dos

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homens e 6% das mulheres tinham carteira assinada. A grande maioria dos idosos aposentados que trabalhavam estava lotada no setor agrícola, 53,6% dos homens e 42,6% das mulheres.

Isso noz faz refletir sobre a necessidade de adequar as normas do direito do trabalho para atender a realidade dos trabalhadores idosos. É preciso que os legisladores encontrem um ponto de compromisso entre normas que incentivem o aproveitamento dos idosos no mercado de trabalho e a necessidade de manter sua dignidade profissional. Os dados demonstram que a participação do idoso brasileiro na economia é maior que nos países desenvolvidos, contudo essa participação se dá em grande parte de forma informal e com baixa remuneração. A inclusão social do idoso é mandamento para uma sociedade justa.

http://conjur.estadao.com.br/static/text/67544,1

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Previdência simplificada(Correio Braziliense – 26.06.2008)

O governo vai criar uma forma simplificada de contribuição previdenciária para microempreendedores individuais com faturamento anual de até R$ 36 mil. A idéia é substituir o pagamento de sete impostos federais, incluindo Imposto de Renda, PIS e CSSL, por uma contribuição fixa mensal de R$ 50. De acordo com o ministro da Previdência, José Pimentel, a medida pode beneficiar 4 milhões de microempresários. “São feirantes, ambulantes, cabeleireiros, manicures, mecânicos que poderão se formalizar”, disse o ministro, após participar da reunião do Conselho Nacional de Previdência Social.

Pimentel explicou que não será necessário emitir uma guia de recolhimento da taxa, pois a cobrança será feita na conta de luz. Além do valor fixo, esses profissionais deverão contribuir com 11% sobre um salário mínimo, o equivalente hoje a R$ 45,65, para ter direito aos benefícios oferecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), incluindo aposentadoria por idade ou invalidez e auxílio-doença — a alíquota reduzida já está em vigor desde o ano passado.

Para aprovar a nova modalidade de contribuição, o ministro disse contar com o apoio dos líderes partidários no Congresso e da frente parlamentar da micro e pequena empresa. Segundo Pimentel, o projeto, que promove alterações no Simples Nacional, será votado no próximo dia 9. O ministro disse não haver projeções de aumento na arrecadação. “Não estamos preocupados com a arrecadação, mas sim com a formalização. Temos 30 milhões de pessoas entre 16 e 60 anos sem cobertura previdenciária”, afirmou Pimentel. (Marcelo Tokarski)

http://www2.correioweb.com.br/cbonline/economia/pri_eco_136.htm?

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TRIBUTÁRIO

Plástico - Abiplast pede IPI igual para toda cadeia(Gazeta Mercantil 26.06.2008 p. C6 Indústria)

A indústria de transformação de plástico quer equiparação da cobrança de IPI para todos os seus produtos. A solicitação faz parte do documento que foi entregue ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e outras entidades ligadas ao setor, na última terça-feira. O documento coloca as reivindicações da área baseadas na Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lançada em maio com objetivo de aumentar a competitividade da indústria nacional. Segundo a Abiplast, enquanto alguns itens têm incidência de 5% (como artigos de vestuário e revestimentos para pisos e paredes), ou mesmo isenção do imposto (artigos para hospital, portas e janelas), há outros que pagam de 10% a 20%. É o caso de alguns utensílios domésticos (10%), artigos de escritório, garrafas e frascos (15%) e enfeites (20%). Há situações como a de chapas e folhas planas, que, além de pagarem 15% de IPI, são feitas de materiais plásticos que já são tributados em outros 15%.No documento entregue ao governo, a entidade pede a redução destas incidências para 5%. "Queremos isonomia do IPI, porque a cadeia produtiva do plástico chega a praticamente todas as indústrias, de automóveis a alimentos. Se conseguirmos reduzir impostos, isso refletirá em todo mundo", diz o presidente da Abiplast, Merheg Cachum. Entre as medidas apontadas pela PDP estão diminuição de impostos e aumento de linhas de financiamento para investimento e exportação. Desde seu lançamento, equipes do governo têm se encontrado com representantes de cada setor para detalhar os benefícios específicos.

(Juliana Elias)

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Tributário - Governo aperta o cerco contra tratamento de paraísos fiscais: Publicada lei que aumenta conceito de paraíso fiscal e lista de países considerados com tributação favorecida da

Receita pode ampliar(DCI 26.06.2008 p. B11 Legislação)

O governo acaba de ampliar o conceito de paraíso fiscal, o que dá a possibilidade de a Receita Federal aumentar ainda mais o rol de países considerados com tributação favorecida. Hoje, são 53 países listados pelo Brasil que sofrem uma tributação de 25% sobre o imposto de renda na fonte, muito acima dos 15% cobrados nas operações realizadas com empresas dos países que não fazem parte da lista.

A partir de agora, também passam a ser considerados paraísos fiscais pela nova lei, além dos países com alíquota inferior a 20% de imposto de renda na fonte, os que não permitem o acesso a informações sobre a composição societária de pessoas jurídicas, à sua titularidade ou à identificação do beneficiário de rendimentos atribuídos a não residentes.

Com a ampliação do conceito, os advogados ouvidos pelo DCI acreditam que pode haver um maior número de países incluídos na "lista negra" da Receita e isso também trará impacto com relação a um aumento no número de operações que exigirão preços de transferência (preço artificialmente estipulado, que pode divergir do negociado entre as empresas brasileiras e as localizadas em paraíso fiscal, para fins de tributação).

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Segundo o advogado Celso Botelho de Moraes, da Advocacia Celso Botelho de Moraes, agora as operações feitas com empresas destes países (que não permitem o acesso a informações relativas à composição societária, titularidade de bens ou direitos ou às operações econômicas realizadas) também estão sujeitas às regras do preço de transferência mesmo que não seja empresa coligada.

Porém, de acordo com o advogado Antonio Carlos de Abreu e Silva, do Tostes e Associados Advogados, a ampliação do conceito de paraíso fiscal, que terá impacto no aumento das operações que usarão preços de transferência, deve trazer grande insegurança jurídica às empresas. Isso porque, sem regulamentação da Receita estabelecendo quais serão os países que entrarão na lista de paraísos fiscais, as empresas ficam sem saber se estão tributando de acordo com a lei ou não.

Para Abreu e Silva, enquanto não fica explícita a posição da Receita Federal "as empresas que mantém negócios com países em que não há clareza se atende ou não os novos requisitos estipulados no Brasil , devem recorrer a uma assessoria jurídica".

O advogado Sérgio André Rocha, do Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados, também acredita que a solução para a insegurança seria um posicionamento da Receita sobre o tema. "Sem a existência de uma nova lista, fica muito difícil para as empresas classificarem se é ou não paraíso fiscal. Esses requisitos acabam ficando muito difíceis de cumprir", diz

Enquanto não há uma nova lista, Rocha acredita que não deverão ser autuadas as empresas que não tributarem como paraíso fiscal em operações com países que ainda não fazem parte da instrução normativa em vigor.

Procurada, a assessoria de imprensa da Receita Federal do Brasil não se manifestou até o fechamento desta reportagem.

Nova lei

As modificações foram trazidas pela nova Lei Federal nº 11.727, de 2008, publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira desta semana, 23 de junho.

O artigo 22 alterou o artigo 24 da Lei n° 9.430, de 1996, que definia paraíso fiscal. Neste artigo foi inserido um quarto parágrafo dizendo que fica sendo país considerado com tributação favorecida "aquele cuja legislação não permita o acesso a informações relativas à composição societária de pessoas jurídicas, à sua titularidade ou à identificação do beneficiário efetivo de rendimentos atribuídos a não residentes."

Já o art. 23 da nova lei alterou o art. 24 da antiga norma e dispõe sobre preços de transferência.

Governo federal institui lei que amplia o conceito de paraíso fiscal e a relação de países considerados com tributação favorecida da Receita Federal poderá passar dos atuais 53.

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Senado votará projeto que trata de tributação na importação de produtos procedentes do Paraguai

(Senado – 25.06.2008)

A próxima sessão plenária deliberativa do Senado está marcada para o dia 1º de julho, terça-feira, às 14h, e tem uma pauta com 87 itens, sendo o primeiro deles o projeto de lei da Câmara (PLC) 27/08, que institui o Regime de Tributação Unificada (RTU) na importação, por via terrestre, de mercadorias procedentes do Paraguai. O segundo item da pauta (PLC 71/08) dispõe sobre a apuração do imposto de renda na fonte incidente sobre rendimentos de prestação de serviços de transporte rodoviário internacional de carga, auferidos por transportador autônomo pessoa física residente no Paraguai. Antes dessa sessão, estão marcadas sessões não-deliberativas, destinadas a pronunciamentos dos senadores, nesta quinta-feira (26), às 14h, na sexta-feira (27), às 9h, e na segunda-feira (30), às 14h.

O PLC 27/08, que tramita em regime de urgência e está sobrestando a pauta de votações desde o dia 9 de maio, permite a importação de mercadorias do Paraguai mediante pagamento unificado de impostos e contribuições federais incidentes na operação, com alíquota total de 42,25%. A adesão ao regime é opcional. De autoria do Executivo e já aprovado pela Câmara, o projeto substituiu a Medida Provisória (MP) 380/07, conhecida como MP dos Sacoleiros, que foi revogada pelo governo com o objetivo de desobstruir a pauta para a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorrogaria a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

A finalidade do projeto, de acordo com a exposição de motivos do Executivo, é normatizar o comércio fronteiriço do Paraguai com o Brasil a fim de permitir a implementação de medidas que racionalizem e facilitem o comércio bilateral, particularmente quanto à simplificação de procedimentos de controle aduaneiro e de tributação. O projeto deverá legalizar a situação de microempresários que vivem da importação de produtos do Paraguai e deve beneficiar apenas empresas de pequeno porte que fazem parte do Simples Nacional (Supersimples), hoje com faturamento mensal limitado em até R$ 240 mil.

A alíquota única de 42,25% sobre o preço de aquisição das mercadorias importadas corresponde a 18% para o Imposto de Importação (II); 15% para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); 6,65% para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); e 1,65% para a contribuição do Programa de Integração Social (PIS).

Aprovado pela Câmara sob a forma de substitutivo, o projeto estabelece que só poderão ser importadas mercadorias relacionadas pelo Executivo. A proposta também proíbe expressamente a importação de mercadorias que não sejam destinadas ao consumidor final, bem como armas, munições, fogos de artifício, explosivos, bebidas - incluindo as alcoólicas -, cigarros, veículos automotores em geral, embarcações de todos os tipos, inclusive partes e peças desses produtos, medicamentos, pneus, bens usados e bens com importação suspensa ou proibida no Brasil.

O segundo item da pauta, também tramitando em regime de urgência e sobrestando a pauta a partir de 30 de junho, é o PLC 71/08, de iniciativa do presidente da República, e tem por objetivo fomentar o crescimento do fluxo bilateral de comércio entre Brasil e Paraguai, visando o interesse brasileiro em favorecer o incremento das compras de produtos paraguaios, de acordo com a exposição de motivos do governo assinada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

De acordo com o projeto, que recebeu emenda na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o valor do imposto será calculado de acordo com as tabelas progressivas mensais previstas na Lei 11.482/07. Para o ano-calendário de 2008, essa lei estabelece alíquota zero para a primeira faixa de base de cálculo, até R$ 1.372,81; alíquota de 15% para a faixa de R$ 1.372,82 até R$ 2.743,25; e 27,5% para a faixa acima de R$ 2.743,25. Para 2009, as tabelas são as seguintes: alíquota zero até R$ 1.434,59; 15% de R$ 1.434,60 até R$ 2.866,70; e 27,5% acima de R$ 2.866,70.

O imposto deve ser retido por ocasião de cada pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa, aplicando-se, se houver mais de um desses eventos efetuados pela mesma fonte pagadora no mês de

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apuração, a alíquota correspondente à base de cálculo apurada após a soma dos rendimentos, comparando-se o imposto retido anteriormente. Ainda de acordo com o projeto, o imposto de renda apurado nos termos dessa proposta deve ser recolhido até o último dia útil do primeiro decênio do mês subseqüente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.

Segundo Guido Mantega, a adoção desse projeto implicará renúncia fiscal da ordem de R$ 8,5 milhões. "Essa redução de receita será compensada de forma a não afetar o cumprimento da meta fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias, por meio de ajustes na programação orçamentária e financeira relativa a 2007, quando da aprovação e regulamentação da lei", afirmou Mantega. O ministro disse ainda que, nos anos seguintes, o efeito da medida sobre a arrecadação será considerado no momento da elaboração da lei orçamentária anual.

A proposta está de acordo com os termos contidos no Memorando de Entendimento para Promoção do Comércio e do Investimento entre o governo do Brasil e do Paraguai, publicado no Diário Oficial da União no dia 5 de junho de 2007.

Assuntos EstratégicosO terceiro item da pauta tramita em regime de urgência e também estará sobrestando a pauta a partir de 30 de junho. É o PLC 72/08, que cria a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, cujo ministro em exercício é o advogado e professor de Direito da Universidade de Harvard Roberto Mangabeira Unger. Enviado pelo Executivo, o projeto, já aprovado pela Câmara e pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ), também cria cargos públicos.

De acordo com a matéria, a Presidência da República é constituída, essencialmente, pela Casa Civil, a Secretaria-Geral, a Secretaria de Relações Institucionais, a Secretaria de Comunicação Social, o Gabinete Pessoal, o Gabinete de Segurança Institucional e também a Secretaria de Assuntos Estratégicos. O projeto cria ainda, no âmbito da administração pública federal, os seguintes cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS): dois DAS-6; 10 DAS-5; 21 DAS-4; 21 DAS-3; 16 DAS-2; e nove DAS-1.

O projeto estabelece que a Secretaria de Assuntos Estratégicos deve assessorar direta e imediatamente o presidente da República no planejamento nacional e na elaboração de subsídios para formulação de políticas públicas de longo prazo voltadas ao desenvolvimento nacional. Essa secretaria terá como estrutura básica o gabinete, a subchefia executiva e até duas subsecretarias, e o chefe da pasta tem status de ministro de Estado.

Considerada no projeto como órgão essencial da Presidência da República, essa secretaria tem a competência de fazer planejamento nacional de longo prazo, discutir opções estratégicas do país, promover a articulação com o governo e a sociedade para formular a estratégia nacional de desenvolvimento de longo prazo e elaborar subsídios para a preparação de ações do governo.

O projeto dispõe ainda sobre a constituição da Secretaria de Relações Institucionais, que tem como estrutura básica, de acordo com a proposição, o gabinete, uma secretaria-executiva, até duas subchefias e a secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Essa secretaria tem, entre outras funções, as de assistir direta e imediatamente ao presidente da República no desempenho de suas atribuições, prevenir a ocorrência e articular o gerenciamento de crises em caso de grave e iminente ameaça à estabilidade institucional.Segundo informações do governo na exposição de motivos do projeto, a estimativa do impacto orçamentário para a criação de cargos no ano passado foi de R$ 1,544 milhão, considerando-se os meses de outubro a dezembro. Para os anos subseqüentes, a começar por 2008, o impacto é de R$ 6,176 milhões para cada exercício, incluindo a gratificação natalina, o adicional de férias e encargos. A proposta, segundo o Executivo, está de acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA), uma vez que os recursos para arcar com as despesas decorrentes do remanejamento dos cargos em comissão estão previstos em programa específico do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

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Entre os demais itens da pauta, destacam-se dois projetos de decreto legislativo (PDS) que aprovam a programação monetária do governo. O primeiro (PDS 11/08), trata da programação monetária para o quarto trimestre de 2007; já o segundo (PDS 137/08) compreende o período do primeiro trimestre de 2008. Há ainda a proposta de emenda à Constituição (PEC) que dispõe sobre aplicação de recursos para irrigação, quatro PECs que acabam com o voto secreto no Congresso e seis PECs que reduzem a idade para imputabilidade penal.

http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=76252&codAplicativo=2

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Minas e São Paulo querem ICMS para Software e Comércio Eletrônico(Res. Notícias Fiscais – 26.06.2008)

Luiz Queiroz

Dois deputados do PSDB de Minas Gerais e de São Paulo, respectivamente, Narcio Rodrigues e Paulo Renato de Souza, decidiram inserir a cobrança do ICMS ou do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), caso este venha a substituir o antigo tributo e unificando as alíquotas para a venda de software e de quaisquer produtos por meio da Internet.

As emendas dos parlamentares tucanos foram propostas ao Projeto de Emenda Constitucional (PEC) nº 233/07 - que trata da Reforma Tributária e o relator na Câmara é o deputado Sandro Mabel.

Os dois parlamentares tucanos provavelmente apresentaram as emendas a pedido dos Governos de Minas Gerais e de São Paulo, que desejam recolher mais dinheiro, através da cobrança do imposto tanto para os programas de computador, quanto nas vendas pela Web.

A emenda 282, de autoria de Nárcio Rodrigues "e outros", o que pode significar que vários deputados de Minas Gerais atenderam a um pedido do governador Aécio Neves (PSDB), altera o Artigo 155-A. Este artigo define a competência dos Estados e o Distrito Federal, a elaborar uma Lei Complementar (após a aprovação da Reforma Tributária), instituindo um imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações.

Em outras palavras, isso já ocorre com o ICMS, que poderá virar agora o IVA, como forma de terminar com a guerra fiscal existente entre os Estados, através da fixação de uma alíquota única. Hoje o ICMS incide no setor de Telecomunicações, mas não alcança o software, na área de Informática.

Os programas de computador pagam o ISS (ou ISQN), Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, que cobrado pelos municípios deveria chegar aos 5%, mas muitos dão desconto que chega a reduzí-lo para 2%.

O deputado Narcio Rodrigues (PSDB-MG) na emenda 282 inserida na PEC 233 da Reforma Tributária, quer que o recolhimento do ICMS ou o IVA incida, de forma não cumulativa, na "entrega ou recepção de bens de natureza incorpórea, como software". Isso foi devidamente redigido na emenda do parlamentar e encontra-se na letra "e" do inciso III do Artigo 154-A.

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Para o setor de software, significaria sair hoje de uma situação em que se recolhe apenas 2% de ISS, na maioria dos casos (no total seriam 5%) - negociados com as prefeituras - para cair numa suposta alíquota de 25%, que é o mínimo cobrado hoje de ICMS, por exemplo, no setor de Telecomunicações.

InternetJá o deputado Paulo Renato de Souza (PSDB-SP), ex-ministro da Educação do Governo Fernando Henrique Cardoso, optou por apresentar uma emenda mais abrangente, de nº 116, que também altera o Artigo 155-A, na Reforma Tributária. Na proposta do deputado tucano paulista, os Estados poderão cobrar o ICMS ou o IVA - se este vir a ser instituído - sobre "os bens transferidos por meio eletrônico, que se considera ocorrido o fato gerador no local onde se der o consumo, ainda que originada do exterior".

Neste caso, além do software, todas as operações de comércio eletrônico no Brasil, como a simples compra de um livro ou um equipamento eletrônico, terá que recolher o imposto, encarecendo a venda do produto.

A Frente Parlamentar de Informática, por orientação do deputado Júlio Semeghini (PSDB-SP) já está tentando trabalhar pela retirada dessas emendas, entre as 500 apresentadas por parlamentares à Reforma Tributária. Porém, a tarefa é difícil para Semeghini, sendo um tucano que terá de brigar possivelmente contra a vontade de secretários estaduais de Fazenda de Estados controlados pelo seu próprio partido. Principalmente São Paulo, cujo governador José Serra sempre gozou do apoio de Semeghini.

Numa situação delicada como essa, caberia às entidades que defendem o setor de software se mobilizarem para atuar no Congresso conjuntamente pela derrubada da emenda de Nárcio Rodrigues, assim como também a Camara-e.net, na questão do comércio eletrônico, que vem crescendo no Brasil.

Segundo dados da Consultoria e-bit, em 2007 cerca de 9,5 milhões de consumidores já haviam feito pelo menos uma compra pela internet, um crescimento de 35,7% no comparativo com o ano de 2006. A movimentação financeira do comércio eletrônico também cresceu 43% no ano passado, totalizando R$ 6,3 bilhões. Em termos comparativos com o varejo convencional, a Internet ganhou disparado. A expansão nas lojas "reais" foi de apenas 11,8% em receita nominal.

Para a Consultoria e-bit um fator que contribuiu para esse crescimento do e-commerce é justamente o aumento de internautas no Brasil conectados à rede mundial de computadores. Dados do Ibope/NetRatings, mostram que em 2000 o país tinha cerca de 9,8 milhões de pessoas navegando na Internet. Agora as estimativas já são que 39 milhões acessam a Internet.

http://www.noticiasfiscais.com.br/tributarias1.asp?preview=18711&data=26/6/2008

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Microempresas podem ser isentas de tributos federais(Res. Notícias Fiscais – 26.06.2008)

A Câmara analisa o Projeto de Lei Complementar (PLP) 267/08, do deputado Silas Câmara (PSC-AM), que isenta as micro e pequenas empresas de tributos federais incluídos no Simples Nacional por um

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período de quatros anos, a partir de sua abertura. De acordo com Silas Câmara, o objetivo da proposta é "assegurar a maturação do empreendimento e o incentivo à geração de empregos".

Nos termos do projeto, as micro e pequenas empresas serão dispensadas de recolher os seguintes tributos:

- Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ);- Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep);- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);- Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins);- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);- Contribuição para a Seguridade Social a cargo da pessoa jurídica - contribuição previdenciária patronal.

TramitaçãoO projeto está sujeito à votação do Plenário, mas antes será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

http://www.editoramagister.com/integra.asp?id=116888&tipo=0

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Interpretação das normas – CSS: cumulatividade e constitucionalidade(Conjur – 26.06.2008)

por Bruno Mattos e Silva

A proposta de criação da CSS decorre de emenda parlamentar na Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei Complementar 306, de 2008 (na origem, Projeto de Lei do Senado 121, de 2007 — Complementar). Essa proposição fora aprovada no Senado, sem criar referida contribuição, com objetivo de regulamentar o parágrafo 3º do artigo 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, estados, Distrito Federal e municípios em ações e serviços públicos de saúde.

Como a CSS ainda não foi aprovada, este trabalho aborda o substitutivo do Deputado Pepe Vargas, que se encontra em vias de aprovação pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

O fundamento da criação da CSS é o artigo 195, parágrafo 4º, da Constituição Federal, que estabelece a possibilidade de ser instituída, por meio de lei, contribuição para custeio da seguridade social, que tenha base distinta das anotadas no caput do artigo, desde que observado o disposto no artigo 154, I, da CF, que assim dispõe:

Artigo 154. A União poderá instituir:

I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

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Como a proposta de criação da CSS está veiculada em um projeto de lei complementar, a discussão da sua constitucionalidade concentra-se nos seguintes aspectos: o requisito da não-cumulatividade é exigível para as novas contribuições ou só para novos impostos? Caso exigível para as novas contribuições, a CSS é cumulativa? O fato gerador e a base de cálculo da nova contribuição podem ou não ser idênticos aos de outros impostos previstos na Constituição ou de outras contribuições? Ou essa exigência também não é aplicável na hipótese do artigo 195, parágrafo 4º, da CF?

Vejamos cada um desses aspectos de forma separada.

O fato gerador e a base de cálculo da CSSA exigência de que não exista, para novas contribuições, identidade de base de cálculo e fato gerador com impostos previstos constitucionalmente já foi apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento, em sessão plenária, do Recurso Extraordinário 228.321, em 1º de outubro de 1998. Nesse julgamento foi apreciada a constitucionalidade do artigo 1º, I, da Lei Complementar (LC) 84, de 18 de janeiro de 1996, e o resultado foi no sentido de que a vedação de identidade de base de cálculo e fato gerador com impostos previstos constitucionalmente não se aplica às contribuições criadas com base no artigo 195, parágrafo 4º.

Conforme o voto vitorioso do relator, ministro Carlos Velloso, é na criação de impostos que a vedação deve ser observada com relação a impostos existentes. Porém, quando se criam contribuições, a vedação se aplica em relação a contribuições existentes. Portanto, o STF afirmou que a vedação se aplica às novas contribuições, em relação às contribuições previstas constitucionalmente.

Por outro lado, o STF sofreu significativa mudança na sua composição, razão pela qual esse entendimento pode ser alterado, embora isso seja pouco provável.

Parte da base de cálculo e do fato gerador da CSS coincide com a incidência do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF), imposto previsto constitucionalmente. Vale ressaltar que, no precedente mencionado, dois ministros afirmaram expressamente que a vedação da identidade de base de cálculo e fato gerador para novas contribuições se aplicaria também a impostos previstos constitucionalmente. Foram eles o ministro Sepúlveda Pertence, já aposentado, e o ministro Marco Aurélio, ainda membro do STF.

Exigência de não-cumulatividade.O artigo 154, I, da Constituição é explícito a exigir que novos impostos não sejam cumulativos. Assim, para que se possa sustentar a inconstitucionalidade da CSS, é preciso entender que essa exigência também se aplica às novas contribuições.

Isso pode ser sustentado mediante interpretação gramatical do artigo 195, parágrafo 4º, CF, que expressamente dispõe que as novas contribuições devem atender ao disposto no artigo 154, I, CF, o que incluiria a não-cumulatividade.

Contudo, é possível sustentar que o artigo 154, I, da CF é totalmente dirigido a impostos e não a contribuições. Desse modo, a remissão feita a esse dispositivo pelo artigo 195, parágrafo 4º, da CF seria apenas referente à exigência de lei complementar para criação de novas contribuições para custeio da seguridade social.[1]

Por um lado, o precedente mencionado anteriormente não enfrentou expressamente a questão da necessidade de não-cumulatividade por parte da contribuição criada pela LC 84, de 1996. Desse modo, é possível sustentar que tal precedente não poderia ser tomado como paradigma para análise da constitucionalidade da CSS.

Por outro lado, deflui do precedente que, ao aplicar o artigo 154, I, às contribuições, dever-se-ia, apenas, substituir a palavra ‘impostos’ pela palavra ‘contribuições’ no dispositivo. Esse entendimento reforça, com

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grande ênfase, a interpretação de que o restante do artigo 154, I, deve ser aplicado às contribuições para o custeio da seguridade social. Afinal, não se justificaria que uma parte do dispositivo se aplicasse e a outra não. Isso significa que a “não-cumulatividade” também seria exigida.

Além disso, o argumento pela inconstitucionalidade da CSS repousa na singeleza da remissão expressa feita pelo artigo 195, parágrafo 4º, ao artigo 154, I, ambos da CF: caso a intenção fosse apenas exigir que novas contribuições sejam criadas por lei complementar, bastaria ao artigo 195, parágrafo 4º afirmar isso e não fazer remissão ao artigo 154, I.

A existência de comutatividade por parte da CSS.

Partindo do pressuposto de que as novas contribuições devam atender a todas as exigências do artigo 154, I, da CF, inclusive quanto à “não-cumulatividade”, é preciso analisar qual o sentido que esse dispositivo deu à expressão “não-cumulativos”, bem como se a CSS, de acordo com esse sentido, é “cumulativa” ou “não-cumulativa”.

O princípio da “não-cumulatividade” é uma simples técnica de tributação, consistente no abatimento ou compensação do que for devido em uma operação com o montante do tributo cobrado nas operações anteriores. Isso é feito diretamente (imposto sobre imposto), no caso do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – (ICMS), e indiretamente (base sobre base), no caso da contribuição para o PIS/Pasep e na Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Portanto, “não-cumulatividade” é a não incidência de determinado tributo sobre um fato que já sofreu a incidência desse mesmo tributo em uma operação anterior.

Por um lado, é possível sustentar que a exigência de “não-cumulatividade” somente seria aplicável aos tributos que, por sua natureza, estão necessariamente inseridos dentro de uma cadeia produtiva, como é o caso dos mencionados impostos sobre valor agregado. Não parece ser o caso da CSS, que pode incidir sobre um fato isolado (ex. saque em conta corrente de pessoa física), hipótese em que ela será monofásica, ou simplesmente não incidir dentro de toda a cadeia produtiva (ex. pagamento de insumos ou do produto final mediante papel-moeda). Nesse caso, a CSS não faria parte da cadeia produtiva como elemento necessário ou essencial. Afinal de contas, a hipótese de incidência da CSS não é a transformação ou a circulação de uma mercadoria ou a prestação de um serviço. Sob esse ponto de vista, não se poderia afirmar que a CSS é cumulativa.

Por outro lado, pode-se sustentar que a CSS é cumulativa, uma vez que não há previsão para compensação do tributo que foi pago em razão de operações anteriores. Afinal de contas, os atos que constituem hipótese de incidência da CSS são imperativos da economia moderna, ainda que se possa afirmar que são elementos juridicamente não essenciais ou que apenas se apresentariam vinculados ou ao lado dos atos de transformação ou circulação de mercadoria ou serviços. Como os atos que ensejam pagamento de CSS (hipóteses de incidência) são, na prática, imprescindíveis, o pagamento da CSS agregaria valor às mercadorias ou serviços (tal como o IPI e o ICMS).

Na esmagadora maioria das vezes, a incidência de CSS ocorrerá dentro da atividade econômica organizada, dentro do ciclo produtivo e não em operações isoladas. Desse modo, na cadeia produtiva, a CSS incidirá em cada elo sobre o valor total da mercadoria ou do produto, sem possibilidade de compensação, cada vez que existir uma operação prevista na norma como hipótese de incidência.

Além disso, sempre se entendeu que a antiga CPMF era cumulativa. E tanto é assim que ela foi sucessivamente criada e prorrogada por meio de emenda constitucional e não por meio de lei complementar. É evidente que a CSS é de todo semelhante à CPMF: não se pode dizer que a CPMF é “cumulativa” e a CSS é “não-cumulativa”. Em vista disso, os argumentos de que a CSS é cumulativa acabam sendo mais fortes.

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No presente caso, há argumentos a favor e contra a constitucionalidade da CSS, podendo ser escolhida qualquer uma das duas orientações. Parece ser mais fácil sustentar, sob o aspecto técnico, a inconstitucionalidade da CSS, sob afirmação de que ela é cumulativa e que a remissão feita pelo artigo 195, § 4º, ao artigo 154, I, da CF abrange a exigência de que as novas contribuições não sejam cumulativas.

Mas é um mito dizer que somente existe uma “correta” interpretação para as normas jurídicas. Quando um jurista elabora um parecer e aponta uma interpretação de uma norma como a mais “acertada” ou quando um advogado sustenta uma das várias interpretações possíveis a determinada norma como a única ou a mais “adequada”, não há exercício de uma função jurídico-científica, mas sim de uma função jurídico-política: trata-se de uma tentativa de influência sobre a criação do Direito.[2] Assim, se existe mais de uma possibilidade de interpretação de uma norma, sem subversão do sentido das palavras ou da técnica jurídica já consagrada, a escolha por uma ou outra interpretação será discricionária e política (e não jurídica).

[1] VIANNA, João Ernesto Aragonês. Limitações constitucionais à instituição de contribuições de seguridade social. São Paulo: LTr, 2007, p. 161.[2] KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes, 1987. p. 370-371.

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