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CLIPPING DE 24/10/2016
- Dinheiro da 'repatriação' não está vindo para o país
- Viracopos faz as contas para 'salvar' concessão
- Interesse pelo leilão de transmissão gera otimismo
na Aneel
- Petrobras muda postura ao selar acordo com
investidor
- PDG perto de pedir recuperação judicial
- SHELL VENDE ATIVOS NO CANADÁ POR US$ 1
BILHÃO PARA TOURMALINE
- PETROBRÁS FECHA ACORDO PARA ENCERRAR
AÇÕES DE FUNDOS NOS EUA
- EVENTO PARALELO À RIO OIL & GAS DISCUTIRÁ
DESAFIOS DO SETOR DE DUTOS NO BRASIL
- Ciclo de baixa do preço do petróleo está perto do
fim, diz ministro saudita
- Benefícios remunerados fazem teto dos magistrados
estourar
- Com dívidas de R$ 700 milhões, Cotia Trading pede
recuperação judicial
- PEC do Teto enfrenta novo teste nesta semana
- 'A Prefeitura não deve um tostão a empreiteira
nenhuma', reage Paes
Fonte: Valor Econômico
24/10/2016
- Dinheiro da 'repatriação' não está vindo para o país
Por Adriana Cotias e Silvia Rosa
Mesmo com os juros altos e o bom desempenho da bolsa no Brasil, os grandes
contribuintes que têm aderido à legalização de recursos não declarados no
exterior têm optado por trazer ao país apenas o dinheiro relativo à multa e aos
impostos, cobrados no ato de fechamento das operações. Apenas
nos casos de volumes menores de recursos, de até US$ 3 milhões, é que os
bancos têm observado com mais frequência o encerramento de aplicações no
mercado internacional e a efetiva repatriação dos recursos. Há relatos de que
até sexta-feira, a poucos dias do fim do prazo para adesão ao programa
previsto pela Lei 13.254, cerca de 30% dos clientes mapeados haviam
concluído o processo em algumas instituições. Mesmo assim, as áreas de
private banking dos bancos acreditam que a regularização vá engordar o bolo
de investimentos sob sua administração, principalmente a partir de 2017.
1ª PARTE: 24/10/2016
O executivo de um banco consultado pelo Valor calcula que, com base na
estimativa do governo de arrecadação de até R$ 80 bilhões em impostos e
multas, o total regularizado chegaria à casa dos US$ 100 bilhões. Se metade
desses recursos estiver alocada em ativos financeiros lá fora, esse executivo
considera que pode atrair até 10% desse valor para sua plataforma de
negócios local e internacional. O fato é que, por ora, menos de 5% dos casos
submetidos a essa instituição têm resultado em internalização dos recursos.
Mesmo que o contribuinte não repatrie o dinheiro, os valores declarados
ganham mobilidade internacional, inclusive para serem investidos em ativos no
Brasil, explica o tributarista Gil Vicente Gama, do escritório Nelson Wilians e
Advogados Associados, que assinou acordo com 38 bancos locais e
internacionais para liderar processos de regularização.
A Receita Federal informou que, até quarta-feira passada, os pagamentos de
Imposto de Renda e multas pelas adesões ao programa de anistia somavam
R$ 18,6 bilhões, com um total equivalente a R$ 61 bilhões regularizados.
Discussões sobre mudanças na lei retardaram os pedidos de legalização.
Como o prazo para adesão termina no próximo dia 31, nos últimos dias a
procura por bancos e escritórios de advocacia se intensificou. "As consultas
triplicaram da semana passada [retrasada] para cá", diz Rodrigo Del Barrio, do
banco Confidence.
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Fonte: Valor Econômico
24/10/2016
- Viracopos faz as contas para 'salvar' concessão
Por Daniel Rittner
Concedido à iniciativa privada como um projeto de perspectivas grandiosas
para atender ao crescimento da aviação brasileira nas próximas décadas, o
aeroporto de Viracopos (SP) convive hoje com incertezas em torno do futuro
imediato das suas operações.
Com uma demanda de passageiros quase 50% inferior à prevista pelos
estudos oficiais para 2016, a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos (ABV)
pede o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato em R$ 450 milhões e
teme os efeitos da medida provisória que permite a rescisão de privatizações
feitas no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. A MP sai nos próximos
dias.
Quando o terminal de Campinas foi leiloado, no início de 2012, ninguém se
atrevia a sonhar baixo. Nenhum país do mundo tinha uma expansão tão
acelerada no setor aéreo e a ideia era um mega-projeto tomando gradualmente
o papel hoje exercido por Guarulhos, que enfrenta limitações físicas para
crescer.
Os estudos divulgados pelo governo jogaram as projeções de demanda nas
nuvens: o aeroporto teria 90 milhões de passageiros na reta final do contrato
de concessão 50% a mais do que Frankfurt, uma das principais portas de
entrada da Europa, recebe hoje em dia. Para dar conta de tantos voos, previa-
se a construção de mais três pistas. E, se o papel aceita tudo, valia a pena
caprichar: seria ali uma das estações do malfadado trembala entre Campinas,
São Paulo e Rio de Janeiro. "Aqui ficará o grande aeroporto deste país. Ligado
ao trem de alta velocidade", discursou Dilma, em uma de suas visitas à cidade
do interior paulista.
Os sonhos de grandeza chegaram à iniciativa privada. Marcelo Odebrecht
queria Viracopos para sua empresa e tinha planos de transformá-lo em um
aeroporto-cidade, mas não abriu suficientemente o bolso. Foi surpreendido
pelo lance ousado do consórcio formado por UTC, Triunfo e a francesa Egis. O
trio ofereceu um ágio de 159% sobre a outorga mínima estabelecida pelo
governo.
Os sonhos de grandeza continuaram. As cláusulas do edital exigiam um novo
terminal com capacidade para 14 milhões de passageiros por ano, mas o
consórcio vencedor aumentou essa estrutura para 25 milhões de passageiros.
Havia, porém, uma recessão no meio do caminho.
Concessionária precisa pagar R$ 182,5 mi em outorga, daqui a dois
meses, mas por ora só tem R$ 40 mi em caixa
Em 2016, pela primeira vez desde que assumiu o aeroporto, a concessionária
vê retração da demanda. Os trimestres anteriores já haviam mostrado quase
uma estabilidade. A movimentação de cargas diminuiu 11% entre janeiro e
setembro. O ano deve fechar com 9,3 milhões de passageiros 45% menos do
que indicavam os estudos de viabilidade contratados pelo governo antes dos
leilões. Esses estudos serviam como mero parâmetro para as empresas
interessadas no aeroporto, pois cabe ao empreendedor assumir os riscos do
negócio, mas dão uma boa medida da frustração.
Com um de seus acionistas no centro da Operação Lava-Jato e outro atolado
em dívidas, a concessionária de Viracopos ignorou o pagamento da parcela
anual de outorga que deveria ter quitado em abril. Está inadimplente e precisa
depositar R$ 182,5 milhões em dezembro novo prazo dado pelo governo para
não agravar sua situação. Tem só R$ 40 milhões no caixa.
Gustavo Mussnich, um engenheiro oriundo da Triunfo, é o presidente de
Viracopos desde 2015 e tem como incumbência "consertar" a concessão. Em
sua sala, a palavra de ordem do momento é austeridade. As reuniões são
movidas a água e café preto, a caneta dos assistentes é uma Bic das mais
simples. Os contratos com fornecedores acabaram de ser renegociados. A
concessionária demitiu 160 empregados cerca de 15% do quadro de pessoal
que detinha de janeiro para cá.
Ele e o diretor financeiro, Roberto Guimarães, são taxativos em descartar a
hipótese de calote. Segundo os dois executivos, há rigoroso compromisso dos
acionistas em fazer os aportes necessários para honrar o pagamento da
outorga. Até a Infraero, que manteve participação de 49% na sociedade,
estaria comprometida em capitalizar a concessionária.
Mussnich aposta suas fichas, no entanto, em uma decisão favorável ao pedido
de reequilíbrio do contrato encaminhado à Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac). Viracopos quer em torno de R$ 450 milhões pela defasagem calculada
para toda a vigência da concessão nas tarifas de armazenamento temporário
das cargas aéreas importadas.
Conhecida como "Teca-Teca", em referência à abreviação dos terminais de
cargas nos aeroportos, essa tarifa foi reduzida para R$ 0,08 por quilo em 2012.
A determinação foi dada pela própria agência. Ocorre que o contrato original
previa a tarifa em R$ 0,50 por quilo. O valor remunera a concessionária pelas
cargas que chegam por Viracopos, mas são redirecionadas depois de alguns
dias e cujo desembaraço aduaneiro é feito em outra cidade.
Todo reequilíbrio contratual pode ser feito por meio de extensão do prazo de
concessão, aumento das tarifas praticadas ou encolhimento do montante
devido em outorga. Viracopos pede à Anac para usar pelo menos R$ 70
milhões dos R$ 450 milhões como abatimento do valor de outorga que precisa
pagar em dezembro. Esse montante equivale, conforme seus cálculos, às
perdas acumuladas até agora com a defasagem na Teca-Teca.
Para fazer esse encontro de contas, porém, falta um sinal verde da agência.
Em parecer preliminar da área técnica, obtido pelo Valor, a Anac calcula o valor
total do desequilíbrio em R$ 157 milhões. Há divergências quanto aos volumes
de carga e ao tempo de armazenamento, mas a tendência era elevar esse
montante.
De acordo com Mussnich, a frustração de receitas da concessionária colaborou
decisivamente para a atual situação de inadimplência. Para ele, mesmo com a
perspectiva de chegar ao fim da concessão com cerca de metade do volume
previsto de passageiros, o negócio ainda faz sentido e só precisa de ajustes.
Por isso, ele vê com preocupação a MP que está sendo redigida pelo governo.
"Nos parece que há uma visão muito mais de afastar os atuais concessionários
para viabilizar um novo certame", diz o executivo. "Em linhas gerais, o
programa de concessões de aeroportos é uma história de sucesso. Houve
melhoria da infraestrutura e da qualidade dos serviços. Por que jogar tudo isso
fora? Será que é o melhor caminho?", questiona.
O Valor apurou, com fontes ligadas aos acionistas, que as tratativas da UTC e
da Triunfo para vender suas fatias na concessionária ficaram praticamente
congeladas com o fantasma da MP.
Mussnich atribui parte da responsabilidade pelo super-dimensionamento do
aeroporto ao próprio governo. Segundo ele, houve um "vício de origem" no
contrato: a exigência para o novo terminal era de 28 pontes de embarque e
desembarque. Quando foi feito o projeto básico de engenharia, verificou-se que
era preciso ter uma área superior à inicialmente prevista para atender essa
obrigação contratual. Por isso, explica, o terminal teve sobre-capacidade. Um
dos três píeres construídos, por exemplo, ainda está desativado por absoluta
falta de demanda.
É um erro que não se repetirá com a ampliação de Viracopos no futuro. A
construção das novas pistas de pouso é atrelada a "gatilhos" acionados com o
movimento de aeronaves. Com menos aviões usando no aeroporto, a obra da
segunda pista orçada em R$ 800 milhões só começaria em 2026. Nos tempos
de euforia, falava-se em 2017. A terceira e a quarta devem ficar só no papel.
Afinal, o sonho de grandeza foi interrompido para se ajeitar o travesseiro.
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Fonte: Valor Econômico
24/10/2016
- Interesse pelo leilão de transmissão gera otimismo na Aneel
Por Camila Maia
O leilão de transmissão que acontecerá na próxima sexta-feira, primeira grande
disputa do governo de Michel Temer, é objetivo de otimismo no Ministério de
Minas e Energia e nos órgãos de planejamento e regulamentação do setor
elétrico.
A disputa já tem interessados por todos os 24 lotes ofertados, de acordo com
Romeu Rufino, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
"Pelo número de interessados que têm manifestado disposição em participar,
nossa expectativa é positiva", disse Rufino, em conversa com a imprensa
durante evento sobre o setor de infraestrutura realizado em São Paulo na
sexta-feira. De acordo com o diretor da Aneel, há a sinalização de inscritos em
todos os lotes, inclusive com a possibilidade de disputas de vários investidores
para alguns deles, o que garantiria um deságio maior em relação ao preço
máximo determinado.
O leilão estava marcado originalmente para 2 de setembro mas foi adiado,
para que as condições financeiras fossem melhoradas, em uma tentativa do
governo de garantir a atratividade dos empreendimentos. Ao todo, a disputa
reúne 6,8 mil quilômetros de linhas de transmissão. O valor total do
investimento é de R$ 12,6 bilhões. A receita anual dos projetos, de R$ 2,6
bilhões, foi elevada pela Aneel em setembro, também na tentativa de atrair
novos empreendedores.
Se o cenário de 100% de sucesso do leilão se concretizar, será a primeira vez
desde 2012. Desde então, o governo tem enfrentado dificuldades em atrair
investidores para as disputas, devido às taxas de retorno que vinham sendo
pagas, consideradas baixas quando comparadas com os riscos do negócio,
que incluem dificuldades na obtenção de licenciamento ambiental e na
desapropriação de terrenos, por exemplo.
Também pode ser o primeiro leilão desde a Medida Provisória (MP) 579,
publicada em 2012, a ter a participação da Companhia de Transmissão de
Energia Elétrica Paulista (Cteep). Isso porque finalmente foram definidas as
condições de pagamento das indenizações por ativos de transmissão antigos
não amortizados, que tiveram as concessões renovadas nos termos
estabelecidos pela MP.
"Voltamos a ter condições financeiras para participar, e participar de leilões é
estratégico", disse na sexta-feira o presidente da Cteep, Reynaldo Passanezi.
No entanto, ainda não há uma decisão tomada sobre isso, completou.
Já a Eletrobras, que tradicionalmente garantia o sucesso dos leilões no
passado, mesmo quando as condições não eram atrativas, deve ficar de fora
dessa vez.
"Antes de pensar em leilões novos, vamos tentar resolver os problemas que
temos em casa", disse na sexta-feira o presidente da estatal, Wilson Ferreira
Junior, que também participou do evento de infraestrutura. Segundo ele, a
decisão sobre a participação da empresa em leilões depende de sua
capacidade financeira, mas o foco da companhia no segmento de transmissão
hoje é regularizar as obras que estão atrasadas.
Segundo o executivo, no começo do ano, a Eletrobras tinha 109 obras em
atraso. A estatal concluiu 9 até então, e deve terminar outras 22 até o fim do
ano. "Ainda tenho 78 [obras] para endereçar", afirmou. Para regularizar os
prazos das obras, a Eletrobras precisará antes do equacionamento financeiro
desses projetos, o que pode envolver captações e novos financiamentos.
"Algum tipo de modelagem que tome recursos diferentes dos convencionais, do
BNDES, porque já temos nosso limite com o BNDES totalmente ocupado",
declarou Ferreira. "Esperamos que isso esteja andando e possamos recuperar
o tempo perdido", acrescentou.
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Fonte: Valor Econômico
24/10/2016
- Petrobras muda postura ao selar acordo com investidor
Por Camila Maia e Fernanda Torres
Ao fechar acordos para encerrar quatro ações individuais movidas contra a
companhia por investidores nos Estados Unidos, a Petrobras demonstrou
oficialmente, pela primeira vez, que está disposta a fazer desembolsos para se
livrar da ameaça imposta por esses processos.
Até então, o discurso da companhia era de defesa absoluta de sua inocência e
de que brigaria até o fim na Justiça para prová-la. O presidente da estatal,
Pedro Parente, quando tocava no tema, vinha descartando a possibilidade de
usar o caixa da empresa para pôr fim ao contencioso.
Mas o cenário mudou. Embora tenha dito que os acordos "não constituem
qualquer reconhecimento de responsabilidade por parte da Petrobras", a
estatal informou que deve provisionar US$ 353 milhões no resultado do terceiro
trimestre como resultado dos quatro acordos alcançados e do "estágio de
negociações em andamento com outros autores de ações individuais".
Os acordos foram firmados com os investidores Pimco Total Return Fund,
Dodge & Cox International Stock Fund, Janus Overseas Fund e Al Shams
Investments.
No comunicado enviado ao mercado, a estatal tentou passar a mensagem de
que os quatro investidores têm grande peso entre todos os que a processam.
"A Pimco é uma das maiores detentoras de bonds do Sistema Petrobras e o
Dodge & Cox é um dos maiores acionistas da companhia após a União Federal
e entidades relacionadas", disse.
A Petrobras, contudo, segue ré em 23 processos individuais e em uma ação
coletiva que abrange até o momento duas "classes" de investidores: uma
composta por todos que negociaram ADRs (recibos de ações listados na Bolsa
de Nova York) entre 22 de janeiro de 2010 e 28 de julho de 2015, e outra que
inclui todos os que negociaram títulos da dívida emitidos em 2014 e 2015 pela
companhia.
Há ainda outros processos individuais que foram ajuízados por investidores
desde janeiro deste ano e não foram consolidados ao julgamento dos demais,
que é comandado pelo juiz Jed Rakoff, do Tribunal do Distrito Sul de Nova
York.
Ainda que a Petrobras destaque a importância dos acordos fechados, a maior
ameaça financeira para a estatal está justamente nas classes representadas na
ação coletiva. O tamanho da indenização será resultado de cálculos
matemáticos que terão como objetivo isolar quanto da desvalorização das
ações no período se deve às razões alegadas de passar informações
enganosas ao mercado sobre a efetividade seus controles internos; e o número
de investidores que negociaram os papéis. Quanto maior a classe, maior a
indenização.
No comunicado de sexta, a Petrobras disse que não tem como fazer
estimativa confiável sobre o desfecho da ação de classe.
A virada no jogo pode acontecer no recurso apresentado ao Tribunal Federal
de Apelações dos Estados Unidos. A estatal questionou as duas classes
certificadas pelo juiz de primeira instância e, dependendo da decisão, que será
tomada por um colegiado de magistrados, ganhará ou não força para negociar
termos mais favoráveis em um acordo financeiro.
Mesmo considerando a possibilidade de que a apelação decida acabar com
uma ou as duas classes certificadas e, eventualmente, com a ação coletiva ,
ainda restariam as ações individuais.
No comunicado enviado ao mercado na sexta-feira, a companhia destacou
que seguirá se defendendo nos demais processos, ao mesmo tempo em que
afirmou que os acordos fechados têm a finalidade de "eliminar incertezas, ônus
e custos associados à continuidade dessas disputas.
" Geralmente, os acordos começam a ser negociados pelas partes logo depois
da certificação das classes, antes do início da produção de provas. As classes
foram certificadas em fevereiro, mas a Petrobras preferiu apelar da decisão e
insistiu que não negociaria. A partir de agora, a estatal pode seguir negociando,
ao mesmo tempo em que tenta esvaziar a ação coletiva na apelação. Qualquer
vitória judicial pode aumentar seu poder de barganha.
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Fonte: Valor Econômico
24/10/2016
- PDG perto de pedir recuperação judicial
Por Graziella Valenti e Chiara Quintão
A PDG Realty, ícone da ascensão e queda
do mercado imobiliário, já comunicou às
lideranças dos bancos credores: se as
linhas de financiamento à produção e
capital de giro não forem normalizadas, a
única saída será pedir recuperação judicial
nas próximas semanas. O processo de
recuperação daquela que já foi a maior do
setor no país, e que hoje possui dívida de R$ 5,44 bilhões, tem potencial para,
com facilidade, superar R$ 10 bilhões, considerando todos os seus
compromissos, segundo apurou o Valor.
Nesta semana, a companhia deve anunciar a contratação de um novo assessor
financeiro para lidar com a necessidade de reestruturação de seus
compromissos. Procurada, a PDG não se manifestou.
O problema está na não implementação do acordo com bancos, anunciado em
agosto. Na ocasião, a empresa divulgou o equacionamento de R$ 4 bilhões em
passivos R$ 2,9 bilhões da parte corporativa (a integralidade) e R$ 1,1 bilhão
do lado produtivo (relacionado às obras). O acerto previa ainda a liberação
gradual de R$ 200 milhões para despesas gerais e administrativas.
Empresa deve anunciar, logo, a contratação de novo assessor financeiro
para necessidade de reestruturar passivos
Em agosto, sua dívida corporativa deixou de ser o principal desafio, pois a PDG
obteve carência do principal e juros até 2020. Foi combinado também que, a
cada R$ 100 milhões que a empresa pagasse, teria liberação extra de R$ 20
milhões. Mas essa parte do acordo não saiu do papel, criando um grande
gargalo.
Os bancos tinham se comprometido a liberar recursos adicionais para obras e
para a PDG fazer frente aos distratos e às despesas de condomínio das
unidades em estoque. Ocorre que nem 20% do desembolso necessário tem
ocorrido. O Valor apurou que, por falta de recursos, a PDG mantém paralisadas
15 de suas 35 obras. Assim, a empresa enfrenta dificuldade para cumprir o
ritmo de pagamento combinado e obter novas liberações.
O acordo foi selado com os principais credores Banco do Brasil (BB), Caixa
Econômica Federal (CEF), Bradesco e Itaú Unibanco e com o Banco
Votorantim. Parte deles não tem dado seguimento normal aos contratos.
No mercado, o que se comenta é que a RK Partners, que leva a sigla do
fundador Ricardo Knoepfelmacher, é quem vai tocar os próximos passos da
empresa. Procurada, a RK disse que não possui nenhum contrato assinado
com a PDG. Também estão no páreo para assessorar a companhia a Íntegra,
de Nelson Bastos; a Galeazzi, criada por Claudio Galeazzi, e o braço dedicado
a reorganizações financeiras do Lazard. Os próximos capítulos têm potencial
para provocar mudanças na presidência e na diretoria financeira.
A PDG já foi a "queridinha" da BM&FBovespa. Em 2010 e 2011, os
lançamentos bateram R$ 7 bilhões e R$ 9 bilhões, respectivamente. No
decorrer de 2012, o cenário começou a mudar para a companhia e para o
setor. Naquele ano, o valor de mercado passou a marca de R$ 18 bilhões.
Hoje, está em R$ 140 milhões. O encolhimento está na operação. Desde o
primeiro trimestre de 2015, quando colocou na rua módicos R$ 23 milhões, não
há lançamentos.
Ano após ano, a empresa se esforça para reduzir dívida e compromissos com
projetos. A dívida estendida, que inclui custos para terminar as obras, foi
reduzida em R$ 7,6 bilhões desde o fim de 2012.
É praticamente consenso no mercado que a dívida corporativa da PDG Realty
é incompatível com o negócio e o momento do mercado. Era esperada revisão
futura dos passivos. Mas o estrangulamento do capital de giro torna a questão
urgente e pode culminar no pedido de recuperação judicial. A percepção de
fontes próximas às negociações é que os bancos não têm a dimensão exata da
consequência sistêmica do travamento das linhas de financiamento.
Todo o setor vem sofrendo com o cenário adverso: vendas reduzidas e ritmo
acelerado de distratos de clientes. Ainda que num ritmo 37% menor que o de
2015, as rescisões chegaram a R$ 574 milhões no primeiro semestre,
reduzindo as vendas líquidas para R$ 174 milhões.
A PDG carrega R$ 3,18 bilhões em estoques R$ 1,19 bilhão em imóveis
concluídos e R$ 390 milhões em construção. Além disso, há R$ 1,6 bilhão em
terrenos.
A venda de ativos é uma das estratégias para buscar liquidez. O problema é
que o uso dos ativos como garantia aos bancos dificulta essa alternativa. Além
disso, a empresa quer evitar depreciar ainda mais o valor de terrenos e
projetos com descontos excessivos.
Segundo fonte que acompanha a situação, ainda que a PDG opte pela via
judicial, buscaria um "processo exemplar", na tentativa de minimizar impactos
sobre a cadeia do setor. Na prática, significaria que seriam respeitadas as
garantias de cada instituição, mesmo na consolidação das sociedades de
propósitos específico (SPEs). Assim, os bancos preservariam a qualidade das
garantias de seus créditos. Em termos técnicos, não haveria "consolidação
substancial absoluta" de ativos e passivos rota polêmica escolhida pela Viver.
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Fonte: Petronotícias
23/10/2016
- SHELL VENDE ATIVOS NO CANADÁ POR US$ 1 BILHÃO PARA TOURMALINE
A Shell vendeu alguns ativos não
essenciais no Canadá para a
empresa Tourmaline Oil, em um
negócio de quase US$ 1,05 bilhão.
A transação faz parte dos esforços
da companhia anglo-holandesa em
reduzir sua dívida, que ficou maior
com a compra do Grupo BG por
US$ 54 bilhões, no ano passado.
Os ativos estão localizados na
região de Montney e também na bacia Deep, onde a Tourmaline pretende
perfurar 44 poços horizontais durante o próximo ano. A companhia acredita que
a produção adicional deve acrescentar um volume entre 310.000 e 320.000
barris de óleo equivalente por dia em 2018.
2ª PARTE: 23/10/2016
A Shell tem um plano de venda de ativos que totalizam US$ 30 bilhões de
dólares, entre 2016 e 2018, para financiar o negócio com a BG.
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Fonte: Petronotícias
23/10/2016
- PETROBRÁS FECHA ACORDO PARA ENCERRAR AÇÕES DE FUNDOS NOS EUA
A Petrobrás conseguiu se livrar de parte
de seus problemas na Justiça
americana, ao chegar a um acordo com
quatro grandes fundos de investimentos
dos Estados Unidos, que moviam ações
contra a estatal brasileira. Com isso, os
processos foram extintos.
―Esses acordos, cujos termos são
confidenciais, não constituem qualquer
reconhecimento de responsabilidade por
parte da Petrobrás, que continuará se
defendendo firmemente nas demais
ações em andamento‖, declarou a petroleira em comunicado.
Porém, esse acordo não termina com as ações coletivas contra a empresa que foram
acionadas por minoritários e investidores individuais. A Petrobrás afirmou que ainda não
consegue fazer uma estimativa de quando essa situação das ações coletivas terá um
desfecho.
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Fonte: Petronotícias
23/10/2016
- EVENTO PARALELO À RIO OIL & GAS DISCUTIRÁ DESAFIOS DO SETOR DE DUTOS NO BRASIL
A comunidade brasileira de dutos
vai organizar durante a Rio Oil &
Gas 2016, no dia 26 de outubro,
um evento para debater as
mudanças e desafios deste
mercado, como a chegada de
novas operadoras de transporte e
a necessidade de soluções para
viabilizar a produção offshore.
O encontro, chamado ―Pipeline
Tech Meeting‖, vai começar a partir das 15h, na Arena de Tecnologia, no
Riocentro, local onde será realizada a Rio Oil & Gas. O evento contará com a
presença de especialistas das principais empresas do setor para falar dos
desafios tecnológicos a serem enfrentados na área de dutos.
A Rio Oil & Gas é maior evento de óleo e gás da América Latina, promovido a
cada dois anos pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
(IBP). O evento será realizado de segunda (24) a quinta (27).
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Fonte: O Globo
23/10/2016
- Ciclo de baixa do preço do petróleo está perto do fim, diz ministro saudita
Segundo Khaled al-Faleh, condições do mercado em
termos de oferta e demanda melhoram POR O GLOBO, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Exploração de petróleo - SERGEI KARPUKHIN / REUTERS
RIAD — O ministro saudita da Energia, Khaled al-Faleh, afirmou neste domingo
que o ciclo de queda dos preços do petróleo está chegando ao fim, em uma
conjuntura de mercado mais favorável.
"O atual ciclo de baixa dos preços está chegando ao fim. E as condições do
mercado em termos de oferta e demanda melhoram", declarou Al-Faleh em
uma entrevista coletiva em Riad, ao lado de Mohamed ben Saleh al-Sada,
presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
O ministro saudita se mostrou "otimista" a respeito da evolução dos preços.
Por sua vez, o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, que realiza uma
viagem pelo Oriente Médio, manteve entrevistas neste domingo com
autoridades sauditas. A Venezuela, membro da Opep, enfrenta uma grave crise
econômica e política, agravada epla queda dos preços do petróleo. No sábado,
na etapa anterior de sua visita, no Irã, o presidente venezuelano pediu que
fosse reforçada a cooperação entre os países produtores de petróleo, membros
ou não da Opep, para estabilizar os preços.
―Para estabilizar os preços do petróleo, temos de refletir [...], aumentar a
consultas entre os países produtores, a OPEP e não-OPEP‖, disse Maduro
durante uma reunião com o presidente iraniano Hassan Rohani, de acordo com
o site da Presidência iraniana. "Os países produtores devem procurar um
acordo justo para estabilizar os preços", acrescentou.
Otimismo sobre os preços
O ministro saudita Faleh, cujo país é o líder do cartel de exportação, se
mostrou neste domingo otimista sobre a evolução dos preços do petróleo,
destacando que ―queda dos estoques americanos continua há sete ou oito
semanas.‖
Faleh também destacou as "fortes relações" entre o reino saudita e a Rússia, o
maior produtor de petróleo do mundo, mas não um membro da OPEP,
mencionando uma "aproximação" entre as posições dos dois países sobre a
questão do petróleo.
Al-Faleh afirmou que os pontos de vista entre o reino e a Rússia sobre a
necessidade de estabilizar o mercado "estão se aproximando".
"A Arábia Saudita começou a desempenhar um papel importante de
coordenação entre a Rússia ... e a Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo), especificamente os países do Golfo", disse Falih,
em uma coletiva de imprensa com os seus pares russos e do Catar, em Riad.
"Conseguimos hoje... através de uma reunião comum chegar a uma ideia do
que podemos ter em novembro", disse Al-Faleh, referindo-se à reunião da
Opep em Viena, em 30 de novembro, para quando está previsto que o grupo
finalize um acordo de corte de produção.
Novak, que está na Arábia Saudita em sua primeira visita oficial como ministro,
encontrou mais cedo os ministros de Energia do Conselho de Cooperação do
Golfo (GCC, na sigla em inglês), que incluiu os importantes produtores do Golfo
da Opep Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Qatar.
"Chegamos a um nível sem precedentes nas nossas relações e nossa
cooperação", comemorou por sua vez o ministro russo, que se referiu a "uma
parceria tecnológica em novos projetos que serão implementados no futuro
próximo", segundo a agência Novosti.
Novak também anunciou uma reunião na segunda-feira entre a Opep e a
Rússia antes do próximo encontro de cúpula do cartel.
A Opep estimulou o mercado, no fim de setembro, ao anunciar um acordo
sobre um corte de produção de petróleo bruto por parte de seus membros, que
ainda precisam concretizar sua extensão nesta reunião de novembro. Os
investidores esperam que a Rússia, que não integra o cartel, siga o exemplo.
Os preços do petróleo, que ultrapassou US $ 100 por barril em meados de
2014, veio a cair abaixo de US$ 40 no início deste ano. Atualmente, eles estão
oscilando em torno de US $ 50 por barril.
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Fonte: O Globo
23/10/2016
- Benefícios remunerados fazem teto dos magistrados estourar
Servidores recebem a mais por produtividade e até por dar
aulas
BRASÍLIA - Desde que o Congresso Nacional criou em 1998 o teto
constitucional, ter salários excepcionais no serviço público ficou mais difícil.
Mas, ao longo dos anos, os tribunais país afora encontraram seus caminhos.
Para chegar às remunerações que estouram o teto, as cortes passaram a dar
aos magistrados diversas vantagens pontuais, que, quando somadas, podem
levar a valores vultosos.
As mais frequentes são auxílio-moradia, auxílio-alimentação e gratificações por
acúmulo de varas. Mas a lista de benefícios é extensa: auxílio-saúde,
desembolsos por produtividade, por aulas em escolas da magistratura,
gratificação por cargos de direção, por integrarem comissão especial, por
serem juízes auxiliares, licença especial, gratificações relacionadas ao
magistério, ―Bolsa Pesquisa‖, ―ajuda de custo‖ para se instalarem em outra
cidade. Muitas vezes, juízes ainda fazem jus a pagamentos retroativos de
alguns desses benefícios com base em decisões do próprio Judiciário.
RENDA INFLADA EM RONDÔNIA
A folha salarial do Tribunal de Justiça (TJ) de Rondônia é uma das mais
detalhadas e ilustrativas de como os rendimentos são inflados — e inclui todos
os benefícios acima. Na folha de julho, todos os 20 desembargadores e 133
juízes receberam auxílio-moradia, que chegou a R$ 6 mil.
No mesmo mês, 11 desembargadores e um juiz receberam auxílio-moradia
retroativo, referente a um período em que o TJ não pagava o benefício. Quem
ganhou menos levou R$ 22,4 mil. O mais afortunado recebeu R$ 43,5 mil.
Segundo o TJ, trata-se de um benefício conquistado mediante acordo
homologado no Supremo Tribunal Federal (STF), e que está sendo pago
parceladamente. Isso vem de fato ocorrendo: nas folhas de maio e junho, os 12
magistrados receberam auxílio-moradia retroativo nos mesmos valores de
julho.
Outra grande bolada paga aos magistrados rondonienses é a licença em
pecúnia. Um desembargador e 11 juízes receberam um salário a mais em julho
em razão disso. Segundo o TJ, o benefício é uma licença especial dada aos
magistrados a cada cinco anos, que pode ser convertida em dinheiro. Além
disso, quatro desembargadores e 33 juízes levaram R$ 3.047 cada em razão
do trabalho na Escola da Magistratura de Rondônia (Emeron). Segundo
explicação do TJ, ―os magistrados qualificados, com mestrado ou doutorado,
podem ser professores da Escola, que oferece curso de pós-graduação em
direitos humanos, além de todos os programas de formação para magistrados
e servidores‖.
O TJ de Santa Catarina também é detalhista nos valores pagos a seus
magistrados. Na folha de julho, 487 dos 499 magistrados do estado tiveram
direito a auxílio-moradia, que pode chegar a quase R$ 4,4 mil. As gratificações
ou vantagens por função ocupada ou acumulada beneficiaram 282 juízes e
desembargadores em valores que podem ultrapassar os R$ 13,8 mil. Um grupo
de 31 juízes foi beneficiado por bolsa de pós-graduação, chegando a ganhar
até R$ 15,4 mil. Menos comum foi uma gratificação por produtividade em
―sentenças de maior complexidade‖, no valor de R$ 3.378,18, recebida por
apenas um juiz.
Os outros tribunais não são tão detalhados quanto as Justiças catarinense e
rondoniense, mas também mostram algumas vantagens e gratificações que
elevam os valores pagos. Os auxílios, em especial o moradia, beneficiam
quase toda a magistratura brasileira, sem a aplicação do chamado abate-teto,
ou seja, sem a retenção de valores que superaram o teto constitucional de R$
33.763 pago aos ministros do STF.
No Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com jurisdição sobre Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, um juiz de 1º grau
ganhou R$ 9,2 mil em julho por ter ministrado um curso de especialização em
processo civil, e outro levou R$ 2,3 mil como instrutor de um curso de formação
de conciliadores. No Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com abrangência
sobre os estados do Sul, 353 dos 412 magistrados receberam gratificação por
acúmulo de jurisdição em agosto.
Mesmo na Bahia, onde há um dos menores percentuais de magistrados que
ultrapassam o teto, há gratificações que garantem, por exemplo, uma verba
adicional por ―representação especial‖ aos cinco desembargadores que
compõem a mesa diretora da Corte, e uma vantagem decorrente de
pagamentos retroativos deferida através de processos administrativos.
ASSOCIAÇÕES DIZEM QUE SALÁRIOS ESTÃO DEFASADOS
As entidades que representam os magistrados enfatizam a legalidade dos
recursos recebidos como indenizações, gratificações ou de forma eventual, e
defendem, inclusive, a necessidade de reajustes. Nas palavras do presidente
da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo dos Santos
Costa, que representa os juízes dos estados, os benefícios são ―gambiarras‖
criadas para compensar a falta de atualização do teto do Judiciário. Ele afirma
que o descumprimento da regra do teto decorre do fato de que a previsão de
reajustes anuais, também expressa na Constituição, não vem sendo cumprida.
— Por que isso acontece e nós queremos uma definição? Porque existe um
preceito constitucional que determina a recomposição dos subsídios todo ano.
E isso não acontece. Estamos com uma defasagem de quase 40%. Se nós
colocarmos essa defasagem e compararmos com essas gratificações, são
gambiarras que se criam — afirmou Costa.
Ele ressalta que as verbas não violam o teto constitucional por terem caráter
―indenizatório‖, e não de salário, e defende ainda a aprovação de uma emenda
constitucional, em tramitação no Congresso, que visa a uniformizar os
rendimentos em todo o país.
O presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Roberto Veloso, que
representa os magistrados dos Tribunais Regionais Federais e os ministros do
Superior Tribunal de Justiça, afirma não haver ―abuso‖ e que no caso dos
juízes federais os pagamentos extras são quase todos a título de auxílio-
moradia e gratificações por acúmulo de jurisdição. Ele ressalta, inclusive, que a
entidade pretende obter alguns benefícios que os magistrados dos estados
têm, como a licença-prêmio.
— Estamos com um pedido no CNJ para nossa equiparação com a
magistratura estadual, porque não temos os benefícios da magistratura
estadual. Quando se diz que há abuso, posso afirmar que não é na Justiça
Federal — afirma o presidente da Ajufe.
Procurados, os tribunais reiteraram em suas respostas a legalidade dos
pagamentos, ressaltando sempre o embasamento em resoluções dos
conselhos Nacional de Justiça (CNJ) e da Justiça Federal (CJF), além de
decisões de outras instâncias do Judiciário.
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Fonte: Estadão
22/10/2016
- Com dívidas de R$ 700 milhões, Cotia Trading pede recuperação judicial
Companhia, uma das mais tradicionais do setor, já estava em
negociações desde o ano passado com seus principais credores,
mas não chegou a um acordo definitivo; situação financeira foi
agravada com a inadimplência de R$ 250 milhões de grandes
clientes
Mônica Scaramuzzo,
A Cotia Trading, uma das mais tradicionais do País e que se tornou referência
nos anos 1980, entrou nesta sexta-feira, 21, com pedido de recuperação
judicial na 1ª Vara Cível da Comarca de São Paulo. Com dívidas de cerca de
R$ 700 milhões, a trading já estava em negociações desde o fim do ano
passado com seus principais credores, mas não chegou a um acordo definitivo,
apurou o Estado.
A trading, que já vinha enfrentando dificuldades nos últimos anos, teve sua
situação financeira agravada entre 2014 e 2015, com a inadimplência de
clientes, de cerca de R$ 250 milhões – entre eles, a Camisaria Colombo, que
fechou um acordo extrajudicial para alongar uma dívida de R$ 1,5 bilhão.
Em 2011, a comercializadora também foi afetada com a importação de
caminhões feita um pouco antes da elevação do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) em 30 pontos porcentuais.
O faturamento da trading – que tem como principais clientes empresas do setor
automobilístico e de varejo de vestuário – cairá dos R$ 3 bilhões obtidos no
ano passado, para cerca de R$ 1 bilhão este ano, apurou o Estado.
Diante do cenário de crise, a trading contratou, em dezembro do ano passado,
a consultoria financeira Íntegra Associados, de Renato C. Franco, para tentar
renegociar extraoficialmente as dívidas da companhia com os bancos credores
– Bradesco, HSBC, Bladex (Banco Interamericano de Desenvolvimento),
Banco do Brasil, Votorantim, Banrisul e Santander –, além da Jaguar Land
Rover UK.
Tentativa de acordo. As negociações com os bancos seguiram bem, mas as
conversas não avançaram no mesmo ritmo com a Land Rover, segundo fontes
a par do assunto. Diante disso, há duas semanas, a companhia decidiu entrar
com pedido de recuperação judicial.
No pedido, foram incluídas a Cotia Vitória, empresa operacional, e a Cotia
Vitória Trading Empreendimentos, holding do grupo. As empresas abaixo da
holding, áreas portuárias e fora do País não entraram no pedido. A expectativa
é apresentar um plano de recuperação nos próximos 60. O escritório Renato
Mange Advogados é o assessor jurídico da companhia. Procurada, a Cotia
Trading não se manifestou.
No plano extrajudicial, chegou a ser discutido um prazo de carência para as
dívidas, sem desconto dos juros dos débitos.
O Estado apurou que, do total do endividamento, cerca de R$ 600 milhões
pertencem a credores quirografários (não possuem garantia) e outros R$ 100
milhões de credores com garantia real.
Fundada há 40 anos para ser uma trading exportadora de carnes para seus de
seus antigos donos – a família de pecuaristas de Ovidio Miranda de Brito, que
também tinha frigorífico –, a companhia era exportadora até o início dos anos
1990. Quando o governo de Fernando Collor de Mello abriu o mercado para
importações, a Cotia Trading passou a importar automóveis e atuar no varejo
de vestuário.
O grupo chegou a ser o maior importador de veículos com a abertura de
mercado a partir dos anos 90. Com isso, a atividade de exportação, embora
tenha uma margem maior, perdeu espaço e responde por 30% dos volumes
movimentados pela trading.
Em 2002, a Cotia Trading mudou de mãos, passando para seis executivos –
Eduardo Mangabeira Albernaz, Paulo Mangabeira Albernaz, Fernando Menge,
Edson Paz, Felipe Figliolini e Ricardo Assis, que detêm 80%, e para outros três
ex-executivos, com os 20% restantes.
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Fonte: Estadão
22/10/2016
- PEC do Teto enfrenta novo teste nesta semana
Projeto tem nova votação prevista para terça-feira, mas ainda
suscita dúvidas até mesmo entre seus apoiadores; governo aposta
na aprovação
Alexa Salomão
Apesar de tratar de uma legislação recheada de sutilezas jurídicas e muito
economês, a discussão sobre a Proposta de Emenda Constitucional sobre o
limite de gastos para governo federal, a chamada PEC do Teto de Gastos, tem
de tudo, menos tédio. Nas redes sociais, a proposta é demonizada. Nos
embates no Congresso, virou instrumento de polarização do ainda tenso
cenário de divergências partidárias. Para muitos especialistas, deve ser
aprovada como está, mas alguns põem em dúvida sua utilidade.
Leia também: Infográfico explica a PEC do Teto
O Estado ouviu economistas que passaram as últimas semanas destrinchando
a mecânica da PEC e contrapôs as dúvidas aos argumentos do governo, que
joga todas as suas fichas na aprovação do projeto.
O texto já foi aprovado em primeira votação na Câmara, com uma larga
vantagem: 366 votos a favor e 111 contra. Volta ao plenário para votação em
segundo turno na terça. Inicialmente, seria amanhã, mas o governo teve medo
de que não houvesse quórum. Há um acordo prévio presumindo a que a PEC
será votada em primeiro turno no Senado em 29 de novembro e, em segundo
turno, em 13 de dezembro.
Fora do Congresso, o debate sobre as mudanças é intenso. Apesar de a
dinâmica ser simples – limitar o gasto de um ano pela inflação do ano anterior –
, muitas são as perguntas e dúvidas em relação ao seu impacto e eficiência.
Nem entre os seus defensores a PEC é tema consensual.
Cautela. Como a regra vai vigorar por 10 a 20 anos, há quem peça cautela e
serenidade na discussão para que se possa aperfeiçoar o texto. Mas existem
os que defendem a rápida aprovação do já posto em trâmite. ―O texto é perfeito
como está: é uma maneira engenhosa de obrigar o País a fazer as reformas
que precisa‖, diz Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de
Economia da Fundação Getulio Vargas – Ibre/FGV.
Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, segue na mesma linha.
Argumenta que, em vez de perder tempo com a discussão de ―sutilezas‖, o
importante é aprovar a PEC e partir para o próximo capítulo do ajuste fiscal.
―Precisamos seguir logo a reforma da Previdência, cuja conta é explosiva.‖
Há quase duas décadas especialistas alertam, em vão, que a Previdência é
uma bomba-relógio. Seu gasto vem crescendo 4% acima da inflação e
comprometendo um volume sempre maior do Orçamento. Com o teto, se esse
avanço não for controlado, vai consumir os recursos de outras áreas.
Segundo avaliação feita pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização da
Câmara, sem a reforma, nos próximos 10 anos, o gasto com a Previdência vai
praticamente dobrar – serão mais de R$ 360 bilhões acima do teto. ―Se não
fizerem a reforma da Previdência, apenas saúde e educação serão
preservados.
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Fonte: O Globo
23/10/2016
- 'A Prefeitura não deve um tostão a empreiteira nenhuma', reage Paes
Prefeito nega dívidas e diz que vai fiscalizar canteiros de obras
em andamento na cidade
POR O GLOBO
Paes garante que as contas da prefeitura estão em ordem - Marcelo Carnaval/04-08-2016
RIO - O prefeito Eduardo Paes afirmou hoje que a Prefeitura vai fiscalizar os
canteiros das obras em andamento na cidade e que vai notificar, multar e pode
até mesmo cancelar os contratos de obras que estiverem paralisadas. Paes
negou que a Prefeitura tivesse dado qualquer ordem formal ou informal para
paralisação de obras pela cidade, depois da derrota de seu candidato no
primeiro turno das eleições. Cobrado sobre a situação dos canteiros, flagrada
pela equipe de reportagem do jornal, o presidente da Associação de Empresas
de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj), Luiz Fernando dos Santos Reis
afirmou,em entrevista publicada na edição de hoje do Globo, que a entidade
recebeu 26 notificações de companhias do setor relatando uma ordem de
suspensão dos trabalhos que teria sido passada informalmente por fiscais do
município. Reis afirmou ainda que o governo estaria sem dinheiro para honrar
os compromissos.
— A Prefeitura não deve um tostão a empreiteira nenhuma. Ao contrário,
antecipa recursos que deveriam ser pagos pelo Governo Federal. Esse é o
jogo tradicional dos empreiteiros. Eles sempre fazem assim — criticou Paes.
Segundo o prefeito, a única obra parada é a da Transbrasil. E não é, garante
Paes, por falta de dinheiro:
— O dinheiro ali vem de um financiamento do Governo Federal e está em dia.
Eles estão querendo reajustes e aditivos. E eu não quero dar. Estamos
notificando (as empreiteiras).
A dois meses de deixar o cargo, após dois mandatos consecutivos no comando
da cidade, o prefeito garantiu que as contas estão em ordem:
— A Prefeitura tem suas contas perfeitamente em ordem. Duvido que algum
governo no país pague em dia como a Prefeitura do Rio. Ajustes de fim de
governo estou fazendo desde o momento em que terminou o primeiro turno
para fazer a transição de forma adequada. Não existe um prestador de serviço
em atraso — assegurou o prefeito.
De acordo com a reportagem publicada na edição de hoje, entre as obras
paralisadas estão alguns canteiros do programa Bairro Maravilha. De acordo
com o presidente da Aeerj, depois da ordem da prefeitura, os empresários
estão desmobilizando aos poucos os canteiros, e muitas obras devem parar em
novembro.
Segundo a reportagem, nesta semana, o prefeito Eduardo Paes decretou que
valores só podem ser empenhados pelo município até o último dia deste mês.
Só despesas com pessoal e benefícios sociais, precatórios, obrigações
tributárias e as financiadas com operações de crédito podem ser liquidadas até
15 de dezembro.
— Foi uma grande surpresa. A gente achava que os contratos iam ter
continuidade. Sabíamos que, com a mudança de prefeito, haveria uma
interrupção para auditoria. Mas a ordem verbal de suspensão das obras não
era esperada. Isso vai criar o caos total no setor — diz Luiz Fernando. — A
prefeitura está quebrada, parando. A situação é caótica. Procurado, o governo
disse desconhecer as ordens para a paralisação de obras e negou ter qualquer
dívida com construtoras. ―Todas as obras em andamento estão empenhadas‖,
declarou, em nota. Apesar de o município ressaltar que todas as empresas são
pagas em dia, a Aeerj estima em cerca de R$ 700 milhões as dívidas da
prefeitura com as empreiteiras por serviços executados e não pagos.
Em e-mails recebidos pela Aeerj e obtidos pelo GLOBO, empresários relatam
ter sido surpreendidos pela decisão do município de desmobilizar os canteiros.
Um deles conta que a prefeitura chegou a pedir que as obras fossem
executadas com ―força total‖ antes do primeiro turno das eleições e depois
determinou o contrário.
Sei que já é do seu conhecimento a ordem de paralisação das obras da
prefeitura, feita verbalmente pelos responsáveis pela fiscalização destas.
Passaram o ano todo, principalmente durante a campanha do candidato do
prefeito, solicitando, até mesmo exigindo, que se aumentasse a equipe, que se
abrissem mais frentes, que se trabalhasse nos fins de semana para terem
eventos para levar o candidato do prefeito nas localidades ou comunidades
beneficiadas por tais obras. Agora, tendo fracassado essa candidatura,
recebemos esse tipo de comunicação. Essa ação vai gerar enorme despesa de
desmobilização, serviços por concluir‖, contou um dos empresários, que, a
pedido da Aeerj, não vai ser identificado.
No twitter, Paes voltou a reclamar dos empreiteiros:
―Ainda tem gente que acredita na velha pressão das associações de
empreiteiros!Argh! Prefeitura tem suas contas em dia e não deve a ninguém‖,
protestou.
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