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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A TESES E DISSERTAÇÕES Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a monografias do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Pernambuco é definido em três graus: - "Grau 1": livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas); - "Grau 2": com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a consulta em ambientes de biblioteca com saída controlada; - "Grau 3": apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia; A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor. Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, a fim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área da administração. _________________________________________________________________________ Título da Monografia: Fatores Promotores e Inibidores do Alinhamento Estratégico da Tecnologia da Informação em uma situação de fusão: o caso de uma rede varejista. Nome do Autor: Christiane Maria Leite Pereira Data da aprovação: Classificação, conforme especificação acima: Grau 1 X Grau 2 Grau 3 Recife, 20 de janeiro de 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A TESES E DISSERTAÇÕES Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a monografias do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Pernambuco é definido em três graus: - "Grau 1": livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas); - "Grau 2": com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a

consulta em ambientes de biblioteca com saída controlada; - "Grau 3": apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o

texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor. Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, a fim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área da administração. _________________________________________________________________________ Título da Monografia: Fatores Promotores e Inibidores do Alinhamento Estratégico da Tecnologia da Informação em uma situação de fusão: o caso de uma rede varejista. Nome do Autor: Christiane Maria Leite Pereira Data da aprovação: Classificação, conforme especificação acima: Grau 1 X

Grau 2 Grau 3

Recife, 20 de janeiro de 2006

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Christiane Maria Leite Pereira

Fatores Promotores e Inibidores do Alinhamento Estratégico da

Tecnologia da Informação em uma situação de fusão:

o caso de uma rede varejista

Orientador: Prof. Dr. Jairo Simião Dornelas

Dissertação apresentada como requisito

complementar para obtenção do grau de

Mestre em Administração, área de

concentração em Gestão Organizacional, do

Programa de Pós-Graduação em

Administração da Universidade Federal de

Pernambuco

Recife, 2006

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Pereira, Christiane Maria Leite

Fatores promotores e inibidores do alinhamento estratégico da tecnologia da informação em uma situação de fusão : o caso de uma rede varejista / Christiane Maria Leite Pereira. – Recife : O Autor, 2006.

166 folhas : il., fig., graf., e quadros.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCSA. Mestrado em Administração, 2006.

Inclui bibliografia e apêndices.

1. Administração de empresas - Alinhamento estratégico da tecnologia da informação– Fatores promotores e Inibidores. 2. Alinhamento estratégico da tecnologia da informação - Fusão de empresas – Fatores promotores e inibidores. I. Título.

658.1 CDU (2.ed.) UFPE 658 CDD (22.ed.) BC2006-081

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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Ciências Sociais Aplicadas

Departamento de Ciências Administrativas

Programa de Pós-Graduação em Administração - PROPAD

Fatores Promotores e Inibidores do Alinhamento Estratégico da

Tecnologia da Informação em uma situação de fusão:

o caso de uma rede varejista

Christiane Maria Leite Pereira

Dissertação submetida ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Administração

da Universidade Federal de Pernambuco e aprovada em 20 de janeiro de 2006.

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Dedico este trabalho à minha mãe, que

sempre me ensinou o valor do

conhecimento. Aos meus filhos, Guilherme

e Gabriela, para servir de incentivo para

suas vidas acadêmicas. E a Laurécio, meu

querido e muito amado marido, amigo e

companheiro de sempre.

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Agradecimentos

A Deus, por ter estado comigo em todos os momentos me dando saúde, força e

perseverança.

Ao Professor Dr. Jairo Simião Dornelas, por ter me propiciado esta oportunidade e

pela sua exímia capacidade, que me permitiu grande desenvolvimento pessoal e intelectual.

Aos Professores Dr. Hermano Perrelli e Dra. Ângela Brodbeck pela disponibilidade e

contribuições ao estudo, e aos demais professores do PROPAD, em especial ao Professor Dr.

Pedro Lincoln pelas suas palavras de incentivo.

Ao Wal-Mart Brasil por ter permitido a realização deste trabalho, e a todos os

entrevistados pela disponibilidade e ajuda. Em especial a Sergio Marsol, que viabilizou a

minha liberação e compensação na empresa para que eu pudesse participar deste mestrado.

Aos meus pais, pelo tão grande esforço para permitir toda a minha formação

acadêmica, e pelos ensinamentos morais e espirituais que me fizeram crescer como pessoa. E

aos meus irmãos, que dividiram comigo esse crescimento.

Um especial agradecimento ao meu marido e companheiro, Laurécio, que me

incentivou desde o início e teve uma enorme paciência e compreensão durante todo esse

tempo. Sinceramente, sem ele eu não teria chegado até aqui. E aos meus filhos, Guilherme e

Gabriela, que mesmo sem saber foram sempre o meu grande incentivo.

Aos meus amigos que sempre acreditaram em mim e me disseram tantas vezes

palavras de incentivo.

Aos colegas de mestrado, em especial aos mais próximos, Gervásio, Daniel e Wolmer,

pelo companheirismo e pelas palavras de conforto ao longo de toda jornada.

E a todos àqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão deste

trabalho.

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Aprender é a única coisa de que a mente nunca

se cansa, nunca tem medo e nunca se

arrepende (Leonardo da Vinci).

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Resumo

As empresas estão percebendo que é preciso maximizar as oportunidades que surgem do

alinhamento estratégico entre estratégia de tecnologia da informação e estratégia empresarial

e minimizar as limitações e ameaças do desalinhamento dessas duas estratégias. Neste sentido

esta dissertação buscou identificar quais foram os fatores promotores e inibidores do

alinhamento estratégico entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia

empresarial em uma situação de fusão de empresas em um ambiente varejista. A pesquisa

nasceu do interesse de necessidades de estudos de alinhamento durante processos de fusão.

Visou, também, identificar a percepção do corpo gerencial sobre alinhamento estratégico

entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial e sobre os fatores que

promovem e inibem esse alinhamento. A pesquisa buscou ainda estabelecer com base na

percepção do corpo gerencial quais as características específicas de alinhamento estratégico

em casos de fusão como o estudado. A pesquisa se deu por meio de um estudo de caso, dentro

de empresas varejistas: Wal-Mart Brasil e Bompreço S.A, e configurou-se como um caso

significativo dentro deste segmento dada a representatividade das organizações estudadas. A

implementação da pesquisa foi feita através de entrevistas com o corpo gerencial das duas

empresas que estavam sendo fundidas, a fim de colher as percepções sobre os fatores que

promoviam e inibiam o alinhamento estratégico entre a estratégia de tecnologia da informação

e a estratégia empresarial. Os resultados encontrados exibem esses fatores e mostram as

especificidades que esses fatores têm durante um processo de fusão de empresas.

Palavras-chave: Alinhamento Estratégico. Fatores Promotores. Fatores Inibidores. Fusão de

empresas. Tecnologia da Informação.

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Abstract

Companies realize that it is necessary to maximize the opportunities come from the strategic

alignment between information technology strategy and enterpreneurial strategy and minimize

the limitations and threats of misalignment of these two strategies. In that sense this

dissertation tried to identify which have been the enabling and inhibiting factors of the

strategic alignment between information technology strategy and enterpreneurial strategy in a

situation of fusion of companies in a retail environment. The research arose from the interest

of need of studies of alignment during the fusion process. It also aimed to identify the

perception of managment about the strategic alignment between information technology

strategy and enterpreneurial strategy and factors which enable and inhibit such alignment. The

research also tried to estabilish based on the perception of managment which specific

characteristics of strategic alignment of fusion cases such as the one studied. The research was

done through a case study in retails companies – Wal-Mart Brazil and Bompreço S.A, and

was considered a significant case in this segment given the reputation of the researched

companies. The implementation of the research was done through interviews with managment

of the two companies that were being merged, in order to collect opnion on the factors which

enabled and inhibited the strategic alignment between information technology strategy and

enterpreneurial strategy. The outcomes show these factors and ilustrate the specificities which

these factors have during the fusion process of companies.

Key-words: Strategic Alignment. Enabling factors. Inhibiting factors. Fusion of companies.

Information Technology.

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Sumário

1 Introdução 15

2 Contextualização 19

2.1 Definição do Problema 19

2.2 Objetivos 20

2.2.1 Objetivo Geral 21

2.2.2 Objetivos Específicos 21

2.3 Justificativa 22

3 Referências Conceituais 25

3.1 Organizações 26

3.1.1 Funções Empresariais 27

3.2 Decisão 28

3.3 Estratégia 31

3.3.1 Planejamento Estratégico Empresarial 35

3.4 Tecnologia da Informação 38

3.4.1 Projetos de Tecnologia da Informação 40

3.4.2 Sistemas de Informação 42

3.4.2.1 Planejamento Estratégico de Sistemas de Informação 44

3.4.3 Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação 46

3.5 Alinhamento Estratégico 47

3.5.1 Definição 48

3.5.2 Modelos de Alinhamento 50

3.5.3 Fatores Promotores e Inibidores 53

3.6 Modelo Conceitual da Pesquisa 56

4 Metodologia 59

4.1 Enfoque da Literatura 59

4.2 Estratégia de Pesquisa 60

4.2.1 O Caso Selecionado 62

4.3 Desenho de Pesquisa 65

4.4 Protocolo de Caso 67

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4.5 Coleta de Dados 68

4.5.1 Entrevistas 69

4.5.2 Público Alvo 71

4.5.3 Procedimento de Coleta 71

4.6 Análise dos Dados 72

4.7 Controles e Cuidados 74

5 Análise dos Resultados do Estudo 76

5.1 Perfil dos Entrevistados 76

5.2 Percepção dos Entrevistados 78

5.2.1 Fatores de Alinhamento Identificados na Pesquisa 78

5.2.2 Fatores Identificados Antes da Fusão das Empresas 79

5.2.3 Fatores Durante a Fusão das Empresas 87

5.2.3.1 Detalhamento dos Fatores Recorrentes 94

5.2.3.2 Detalhamento dos Fatores Específicos 96

5.2.4 Fatores do Estudo sob a Ótica das Dimensões 98

5.2.4.1 Dimensão de Recursos Tecnológicos 98

5.2.4.2 Dimensão de Projetos de Tecnologia da Informação 101

5.2.4.3 Dimensão de Processo Decisório 103

5.2.4.4 Dimensão de Planejamento 106

5.2.4.5 Dimensão de Competitividade 108

5.2.4.6 Dimensão de Sistemas de Informação 111

5.2.4.7 Mudança de Intensidade do Grau do Alinhamento 114

5.2.4.8 Preocupação com o Retorno sobre os Investimentos 116

5.2.5 Expectativas Depois da Fusão das Empresas 116

6 Conclusões 119

6.1 Síntese da Pesquisa 119

6.2 Confronto com Objetivos 125

6.3 Limitações do Estudo 126

6.4 Contribuições para Novos Estudos 127

Referências Bibliográficas 129

Apêndice A - Roteiro das Entrevistas 136

Apêndice B – Trechos significativos das Entrevistas 152

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Lista de Figuras

Figura 1 (3) Roteiro conceitual da pesquisa 25

Figura 2 (3) Organizações transformando recursos em produtos e serviços 26

Figura 3 (3) Funções empresariais 27

Figura 4 (3) Intensidade da programação da decisão 28

Figura 5 (3) Etapas do modelo de decisão 30

Figura 6 (3) Etapas do planejamento estratégico empresarial 37

Figura 7 (3) Tipos de sistemas de informação 43

Figura 8 (3) Passos do alinhamento estratégico 50

Figura 9 (3) Principais fatores promotores e inibidores do alinhamento da literatura 56

Figura 10 (3) Modelo conceitual de pesquisa 57

Figura 11 (4) Estrutura executiva durante a fusão 64

Figura 12 (4) Desenho de pesquisa 66

Figura 13 (4) Fases de uma análise de conteúdo 73

Figura 14 (5) Árvore de agrupamento para o fator sinergia 84

Figura 15 (5) Fatores promotores e inibidores do alinhamento antes da fusão 85

Figura 16 (5) Árvore de agrupamento para o fator insegurança/incerteza das pessoas 93

Figura 17 (5) Fatores promotores e inibidores – elementos recorrentes 94

Figura 18 (5) Fatores promotores e inibidores – específicos da fusão 96

Figura 19 (5) Fatores promotores e inibidores – recursos tecnológicos 101

Figura 20 (5) Fatores promotores e inibidores – projetos 102

Figura 21 (5) Fatores promotores e inibidores – processo decisório 105

Figura 22 (5) Fatores promotores e inibidores – planejamento 107

Figura 23 (5) Fatores promotores e inibidores – competitividade 110

Figura 24 (5) Fatores promotores e inibidores – sistemas de informação 112

Figura 25 (6) Síntese dos fatores promotores e inibidores pelas dimensões estudadas 122

Figura 26 (6) Relação entre os fatores da literatura e os fatores levantados no caso 124

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Lista de Quadros

Quadro 1 (3) Vantagens e desvantagens das ações estratégicas 34

Quadro 2 (3) Alguns modelos de alinhamento e suas características 51

Quadro 3 (4) Protocolo do caso 68

Quadro 4 (4) Vantagens e limitações das entrevistas 70

Quadro 5 (4) Público alvo das entrevistas 71

Quadro 6 (5) Fatores gerais que afetam o alinhamento 79

Quadro 7 (5) Síntese dos motivos de existência de alinhamento 80

Quadro 8 (5) Fatores que afetam o alinhamento antes da fusão 82

Quadro 9 (5) Indicadores base para os fatores de promoção do alinhamento 83

Quadro 10 (5) Indicadores base para os fatores de inibição do alinhamento 83

Quadro 11 (5) Fatores que afetam alinhamento durante fusão – elementos recorrentes 88

Quadro 12 (5) Fatores específicos que afetam alinhamento durante fusão 90

Quadro 13 (5) Indicadores base para os fatores promotores do alinhamento 91

Quadro 14 (5) Indicadores base para os fatores inibidores do alinhamento 92

Quadro 15 (5) Distribuição da mudança de intensidade do grau do alinhamento 114

Quadro 16 (5) Síntese das causas para possíveis mudanças no grau do alinhamento 115

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Lista de Gráficos

Gráfico 1 (5) Perfil dos Entrevistados 77

Gráfico 2 (5) Percepção da existência de alinhamento por área antes da fusão 80

Gráfico 3 (5) Grau de alinhamento por área antes da fusão 81

Gráfico 4 (5) Existência de fatores específicos de alinhamento durante fusão 89

Gráfico 5 (5) Uso dos recursos tecnológicos - equipamentos 99

Gráfico 6 (5) Uso dos recursos tecnológicos – software 99

Gráfico 7 (5) Uso dos recursos tecnológicos - internet 100

Gráfico 8 (5) Grau do alinhamento dos projetos 101

Gráfico 9 (5) Grau do suporte de TI ao processo decisório 104

Gráfico 10 (5) Grau do alinhamento do planejamento 106

Gráfico 11 (5) Grau do investimento para a competitividade 109

Gráfico 12 (5) Grau do alinhamento dos sistemas de informação 112

Gráfico 13 (5) Mudança de intensidade do grau do alinhamento durante a fusão 115

Gráfico 14 (5) Preocupação com o retorno dos investimentos 116

Gráfico 15 (5) Expectativa do grau de alinhamento depois da fusão 117

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1 Introdução

O atual panorama econômico está sendo moldado por duas forças poderosas:

tecnologia e globalização (KOTLER, 1999). Diante de um complexo cenário globalizado e da

concorrência acirrada, as empresas têm se movido no sentido de aumentar sua eficiência, sua

produtividade e seus lucros através do uso cada vez mais intenso da tecnologia da informação

(TI), inclusive para acompanhar a evolução dos processos e do mercado.

Nos últimos trinta anos, o mundo empresarial vivenciou uma transição de uma

economia industrial para uma economia da informação, onde a competição entre as

organizações tem ocorrido com base na capacidade de obter, tratar, analisar e aplicar a

informação de forma eficaz (McGEE; PRUSAK, 1994). As organizações que não atentarem

para a incorporação da tecnologia aos seus processos de gestão estão fadadas a uma série

imensa de dificuldades que lhes ameaçam até a sobrevida (TAPSCOTT, 1997).

Eventos como a abertura da economia brasileira, o surgimento de novos modelos

técnico-econômicos e a conseqüente elevação do nível de concorrência têm originado uma

série de transformações no âmbito das organizações, principalmente no que diz respeito à

qualidade, produtividade e competitividade.

Agora, mais do que em qualquer tempo da história recente, as organizações encaram a

necessidade de se tornarem mais inovadoras e terem custos competitivos (HENDERSON;

VENKATRAMAN, 1991). Isso impulsiona as empresas a melhorar suas estratégias

empresariais para proporcionar vantagens competitivas.

Estratégia, segundo Henderson (1998), é a busca deliberada de um plano de ação para

desenvolver e ajustar a vantagem competitiva de uma empresa: envolve tudo e requer

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comprometimento e dedicação por parte de toda a organização. De fato, para as empresas

serem bem sucedidas nos negócios é cada vez mais importante que todas as partes da

organização se movam estrategicamente na mesma direção.

A seu turno, inúmeras são as atividades que se podem realizar com a tecnologia da

informação nas organizações, tal que a TI possa desempenhar seu papel estratégico, que deve

agregar valor aos produtos e serviços da organização, auxiliando a promoção da vantagem

competitiva e empresarial sobre os concorrentes (VENKATRAMAN, 1989).

De particular importância nesta rota, é que a estratégia de tecnologia da informação e a

estratégia empresarial sejam complementares. De fato, se estas duas perspectivas estiverem

tentando mover a organização em diferentes direções, o risco de fracasso é aumentado

(BOAR, 2002).

Em verdade, as organizações estão enfrentando um mercado competitivo, globalizado

e turbulento. Por isso, elas necessitam de informações oportunas e conhecimentos

personalizados, para auxiliar a sua gestão de forma mais efetiva. Para tanto, é necessário que

seus planejamentos de tecnologia da informação e empresarial sejam coerentes e integrados e

que as respectivas estratégias estejam plenamente alinhadas e coordenadas entre si

(REZENDE, 2002). Devido a isso, o alinhamento entre a estratégia de tecnologia da

informação e a estratégia empresarial passa a ser exigência de mercado e a tecnologia da

informação um dos habilitadores da mudança nos negócios.

Todavia, há numerosos exemplos de investimento, em grande escala, em tecnologia da

informação, aos quais se associam pouca, ou nenhuma, mudança nos processos. Nestes casos,

em não havendo mudanças em relação à maneira pelo qual o trabalho é feito, o papel da

tecnologia da informação será simplesmente o de automatizar um processo existente e as

vantagens econômicas serão, provavelmente, mínimas (DAVENPORT, 1994). De fato a

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apropriada utilização da tecnologia da informação por toda a organização deveria ser

estabelecida como um requerimento explícito para melhores resultados.

Logo, se os investimentos realizados para a implantação da tecnologia da informação

são altos, é preciso capitalizá-los plenamente e usá-los para atingir o objetivo estratégico dos

negócios da empresa, pois o objetivo da tecnologia da informação não é meramente resolver

os problemas operacionais de partes específicas da empresa, mas sim fortalecer o resultado

competitivo de toda a empresa (LUFTMAN, LEWIS, OLDACH, 1993). Assim, e por esta

razão, o alinhamento estratégico entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia

empresarial torna-se, então, um processo crítico (REZENDE, 2002).

Em síntese, o alinhamento entre a tecnologia da informação e os negócios examina a

relação estratégica entre as funções de tecnologia da informação e os objetivos de negócio.

Este alinhamento sofre impactos da estrutura organizacional, da alocação de recursos, do

planejamento, da tecnologia e, em especial, da cultura organizacional vigente (BRUHN,

2004), existindo elementos promotores e elementos inibidores nesse processo. Assim, é

preciso aproveitar as oportunidades que surgem dos elementos promotores e conhecer as

limitações que surgem dos elementos inibidores para tentar minimizá-las.

Visando contribuir para se compreender como gerar e manter vantagens competitivas

através do alinhamento entre estratégia da tecnologia da informação e estratégia empresarial,

a proposta desse estudo é identificar os fatores promotores e inibidores do alinhamento dessas

estratégias, à luz da percepção do corpo gerencial, em um estudo de caso de fusão de

empresas, campo no qual a problemática em estudo ainda é mal entendida e pouco praticada,

sendo merecedora de atenção, esclarecimentos e aprofundamento.

O estudo será estruturado a partir dessa introdução, na qual se esboça uma visão geral

do trabalho, seguida do Capítulo 2, que define o problema de pesquisa, o objetivo geral e os

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objetivos específicos, e onde são exibidas as justificativas da escolha para execução do

presente estudo.

O Capítulo 3 é dedicado às referências conceituais e está dividido nos conceitos de

organização, focados em decisão e planejamento, e nos conceitos de tecnologia de

informação, focados em recursos tecnológicos, projetos e sistemas de informação. No tópico

sobre alinhamento, foco deste estudo, alguns modelos de alinhamento são apresentados, bem

como é reforçada a necessidade de sintonia entre o planejamento estratégico de tecnologia da

informação e o planejamento estratégico empresarial, e por fim são exibidos os fatores

promotores e inibidores deste alinhamento.

O Capítulo 4 é dedicado à metodologia e tipifica a pesquisa exibindo o caso

selecionado, explicitando todo o processo de coleta e a forma de análise dos dados. Já o

Capítulo 5, apresenta os resultados da pesquisa e enuncia a análise efetuada, a qual

possibilitou o entendimento dos dados coletados, considerando as variáveis do estudo.

A conclusão é apresentada no Capítulo 6, onde também estão listadas as limitações da

pesquisa e propostas para novos estudos sobre o tema.

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2 Contextualização

A proposta do presente capítulo é apresentar o problema de pesquisa a ser estudado, as

justificativas que delinearam sua escolha, bem como apresentar o objetivo geral e os objetivos

específicos da pesquisa.

2.1 Definição do Problema

O alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação (TI) e a estratégia

empresarial requer que os executivos de negócio e os executivos de tecnologia da informação

assumam as responsabilidades de distribuir os investimentos feitos em tecnologia da

informação entre as áreas corporativas. Esse enfoque colaborativo pode contribuir

significativamente para a obtenção de vantagens competitivas, refletidas na identificação de

novas oportunidades de negócio derivadas do uso da tecnologia da informação, tanto que os

executivos de tecnologia da informação têm considerado o alinhamento entre as estratégias de

tecnologia da informação e de negócio como um dos objetivos principais das suas áreas.

Chan et al (1997) realizaram estudos examinando as necessidades e os benefícios do

alinhamento da tecnologia da informação com o restante dos negócios e mostraram ser

preciso compartilhamento de participação, ou seja, que os executivos de tecnologia da

informação participem do planejamento das diversas áreas de negócios e que os executivos

das diversas áreas de negócio participem do planejamento da área de tecnologia da

informação. Esse compartilhamento é vital para o uso competitivo da tecnologia da

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informação e para o sucesso da implementação das suas estratégias (GROVER; LEDERER,

2003).

Apesar de muito se apregoar sobre os elementos promotores do alinhamento entre a

estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial, existem também elementos

inibidores no processo como um todo, sejam eles problemas de comunicação, perda de

recursos, falta de planejamento ou de comprometimento, dentre outros. Isto se torna mais

enigmático no caso de fusão de empresas de razoável porte e de diferentes processos de

gestão, tema sobre o qual há pouca produção literária.

O estudo investiga justamente quais seriam os fatores promotores e inibidores do

alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial no

cenário aventado, avaliando a percepção do corpo gerencial sobre o tema. Com esta base,

formula-se, então, a questão central desse estudo: quais os fatores promotores e inibidores

do alinhamento estratégico entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia

empresarial em um situação de fusão de empresas em um ambiente varejista?

Espera-se com este esforço de pesquisa, melhor compreender a forma de

gerenciamento estratégico resultante e contribuir para acentuar o conhecimento e

competitividade dos negócios.

2.2 Objetivos

A presente seção destina-se à apresentação do objetivo da pesquisa viabilizando a

compreensão da intenção e dos destinos do estudo.

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2.2.1 Objetivo Geral

A presente pesquisa tem por objetivo geral investigar quais são os fatores promotores

e inibidores no alinhamento estratégico entre a estratégia de tecnologia da informação e a

estratégia empresarial em um caso de fusão de empresas em um ambiente varejista.

2.2.2 Objetivos Específicos

Em adição, como desdobramento do objetivo geral, pretende-se especificamente, em

relação ao caso estudado:

• Identificar os fatores que promovem o alinhamento estratégico entre a estratégia de

tecnologia da informação e a estratégia empresarial;

• Identificar os fatores que inibem o alinhamento estratégico entre a estratégia de

tecnologia da informação e a estratégia empresarial;

• Avaliar a percepção do corpo gerencial sobre o alinhamento estratégico entre a

estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial;

• Avaliar a percepção do corpo gerencial sobre os fatores promotores e inibidores do

alinhamento estratégico;

• Estabelecer com base na percepção do corpo gerencial quais as características

específicas de alinhamento estratégico em casos de fusão como o estudado.

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2.3 Justificativa

As empresas estão percebendo que é preciso maximizar as oportunidades que surgem

do alinhamento entre estratégia de tecnologia da informação e estratégia empresarial e

minimizar as limitações e ameaças do desalinhamento dessas duas estratégias.

Essa percepção atribui à tecnologia da informação a capacidade de afetar todos os

processos organizacionais, atendendo às necessidades das atividades operacionais, gerenciais

e estratégicas das organizações, pois a TI torna-se ferramenta fundamental para auxiliar as

organizações a atingirem seus objetivos e elaborarem seus planejamentos.

Todavia, as empresas enfrentam dificuldades no alinhamento de seus processos de

planejamento, em especial quando estes envolvem e necessitam da tecnologia da informação e

de seus recursos, por isso se tem aumentado a necessidade da priorização das estratégias do

alinhamento destes dois níveis via sincronia do planejamento de tecnologia da informação

(PETI) e do planejamento estratégico empresarial (PEE). Isso reforça a importância de

identificar os fatores que promovem e inibem o alinhamento entre estratégia de tecnologia da

informação e estratégia empresarial, bem como avaliar a percepção do corpo gerencial sobre

este alinhamento para auxiliar no atingimento das metas do planejamento, o que poderá

propiciar às organizações uma maior visibilidade nos negócios e maior vantagem competitiva.

Sendo a estratégia tão importante para as organizações e sendo o papel estratégico da

tecnologia da informação tão significativo para alavancagem de vantagens competitivas, a

questão da busca do alinhamento entre estratégia de tecnologia da informação e de negócios

estabelece-se como uma das questões mais relevantes para executivos e pesquisadores da área

(BOAR, 2002). Os executivos de modo prático sentem aumento na necessidade de melhor

integrar seus planejamentos de tecnologia com os processos de planejamento de negócios

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(HENDERSON; VENKATRAMAN,1991). Os acadêmicos precisam amealhar mais

conhecimentos empíricos sobre o tema.

Em adição, a prática de gestão tem evidenciado que os investimentos em tecnologia da

informação no âmbito organizacional nem sempre dão o devido retorno aos seus investidores;

pelo contrário, muitas vezes a infra-estrutura da tecnologia da informação e seus recursos têm

gerado desperdícios nas empresas. Segundo Rezende (2002), isso ocorre principalmente

porque o planejamento estratégico da tecnologia da informação e o planejamento estratégico

empresarial não estão alinhados e integrados entre si, o que faz desandar o alinhamento entre

as estratégias âncoras.

Embora muitas pesquisas empíricas mostrem a relação entre o alinhamento estratégico

e o desempenho dos negócios, ainda é corrente a falta de habilidade das empresas para a

agregação de valor a partir dos investimentos de tecnologia da informação, aspecto este onde

reside grande parte das falhas do alinhamento entre estratégias de tecnologia da informação e

de negócios (HENDERSON; VENKATRAMAN, 1993). Há então oportunidade prático-

conceitual e mesmo urgência em se debruçar sobre o estudo do tema.

Assim, constata-se que apesar de muito se apregoar sobre alinhamento ainda há grande

carência para o atingimento desse desafio organizacional. Isto, de certa forma, vem

contribuindo para o aumento da motivação dos pesquisadores da área de administração da

informação, em realizar trabalhos no intuito de investigar como o alinhamento estratégico da

tecnologia da informação pode propiciar vantagens competitivas para a empresa, quais os

fatores que promovem e inibem a obtenção destas vantagens, bem como, estabelecer

metodologias alternativas para avaliar os benefícios gerados pela tecnologia da informação.

Essas descobertas poderão ter impacto direto para a gestão organizacional.

Daí reitera-se a necessidade de pesquisas que revelem esses fatores e mostrem a

prática da realidade das organizações, em especial quando a prática é vivencial e a

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aplicabilidade imediata, pois trata do processo de alinhamento em uma empresa que está

vivendo o momento de integração, devido à fusão.

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3 Referências Conceituais

A proposta do presente capítulo é apresentar o referencial conceitual que serve de

embasamento para a pesquisa. Assim, são abordados tópicos sobre organizações,

planejamento estratégico empresarial (PEE), tecnologia da informação, planejamento

estratégico de tecnologia da informação (PETI), planejamento estratégico de sistemas de

informação (PESI), alinhamento e seus fatores inibidores e promotores. Este roteiro

conceitual é apresentado na figura 1.

Figura 1 – Roteiro conceitual da pesquisa

A figura 1 mostra duas vertentes. A vertente das organizações com suas funções

típicas, destacando-se a função do planejamento, elementos de gestão empresarial, incluindo

Funções

Decisão

Estratégia Sistemas de Informação

Projetos de TI

Recursos de TI

PEE PETI

A L I N H A M E N T O

Planejamento

PESI

E S T R A T É G I A D E N E G Ó C I O

E S T R A T É G I A D E T I

Organizações Tecnologia da Informação

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ações de decisões e estratégias, culminando no planejamento estratégico empresarial (PEE). A

vertente da tecnologia da informação elenca recursos tecnológicos, projetos de tecnologia e

sistemas de informação, que são elementos para formulação do planejamento estratégico de

tecnologia da informação (PETI). O alinhamento entre PETI e PEE ajudará no alcance de

maior vantagem competitiva para as organizações. Consideram-se que o planejamento de

tecnologia da informação e o planejamento empresarial são veículos da estratégia da

tecnologia da informação e da estratégia empresarial, respectivamente.

3.1 Organizações

Uma organização é um sistema de recursos que realiza objetivos ou conjunto de

objetivos. Por meio de processos, a organização transforma os recursos para produzir os

resultados. Para isso é preciso realizar a divisão do trabalho, que é o processo por meio do

qual uma tarefa é dividida em partes e cada uma das partes é atribuída a uma pessoa diferente

ou grupo de pessoas (MAXIMINIANO, 2000). Essas tarefas precisam ser devidamente

coordenadas para que se atinjam os objetivos desejados, como revelado em um nível mais

abstrato na figura 2.

Figura 2 – Organização transformando recursos em produtos e serviços Fonte: Maximiniano (2000)

RECURSOS ORGANIZAÇÃO OBJETIVOS

Humanos Materiais

Financeiros INFORMAÇÃO

Processos de Transformação

Divisão de Trabalho Coordenação

Produtos e

Serviços

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É importante salientar que a organização não é um grupo aleatório de pessoas que

estão juntas por acaso. Ela se estabelece consciente e formalmente para atingir certos

objetivos que seus membros não estariam capacitados a atingir por si sós.

3.1.1 Funções Empresariais

O nível mais alto do processo de organizar é a divisão da missão ou objetivo principal

em partes ou funções. As funções empresariais são conjuntos de tarefas interdependentes e

cada uma delas contribui para a realização da missão (MAXIMINIANO, 2000). Tais funções

são as principais macro-atividades das organizações, sem as quais as empresas não atingiriam

sua plenitude (REZENDE, 2002).

Segundo Bateman e Snell (1998), o processo de administração envolve ampla

variedade de atividades que incluem planejar, organizar, liderar e controlar. Essas atividades,

mostradas na figura 3, são as tradicionais funções empresariais.

Organizar

Planejar Liderar

Controlar

Figura 3 – Funções empresariais Fonte: Bateman e Snell (1998)

Reunir e coordenar os recursos necessários para atingimento dos objetivos

Especificar objetivos a serem atingidos e decidir ações para atingir os objetivos.

Estimular as pessoas a serem grandes executores. Dirigir e motivar.

Assegurar que os objetivos sejam atingidos e fazer ajustes quando necessário.

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A característica tipicamente funcional herdada da visão daquelas funções, ainda

vigente nas empresas, ofusca a orientação a processo e dificulta a integração organizacional.

De fato, constata-se que se os modelos de organização tivessem sido baseados em processos,

e não em funções, os sistemas de informação baseados em computador, que tipicamente

suportam tais funções, teriam sido, provavelmente, muito mais integrados desde o começo

(DAVENPORT, 1994).

A essência do novo modelo organizacional baseado em processos, que vem sendo

paulatinamente implementado, deve conter o redesenho destes para criar ligações entre as

funções, eliminando passos que não adicionam valor e focando no fluxo de informação

horizontal necessário para suportá-los (ROCKART; EARL; ROSS, 1996). Nesta modelagem,

para cumprir tão intensa rota de ações é necessário tomar decisões a cada instante.

3.2 Decisão

O decisor depara-se com dois tipos de decisão: as programadas e as não-programadas.

Simon (1970) considera que as decisões formam um continuum, que vai das decisões

extremamente programadas às extremamente não-programadas.

Figura 4: Intensidade da programação da decisão Fonte: Adaptado de Simon (1970)

Decisões programadas são aquelas repetitivas e rotineiras, para as quais há

procedimentos estabelecidos que fazem com que elas não precisem ser tratadas novamente

cada vez que ocorram. As decisões não programadas ocorrem em situações novas,

Extremamente programadas

Extremamente não programadas

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desestruturadas, onde não há um procedimento estabelecido e nas quais o decisor precisa

fazer algum tipo de julgamento (SIMON, 1970).

Para Motta (2003), as decisões não programadas exigem do decisor discernimento,

intuição e criatividade, devido à complexidade, volatilidade, hostilidade e imprevisibilidade

do ambiente externo às organizações. Essas decisões normalmente estão inseridas num

contexto dinâmico, que se modifica rapidamente com o decorrer do tempo.

Dada à complexidade do ambiente e da empresa já se aceita tratar a função gerencial

como extremamente ambígua e repleta de dualidades, cujo exercício se faz de forma

fragmentada e intermitente (MOTTA, 2003). Nesse cenário, o administrador precisa agir com

rapidez e cautela, conduzindo sua empresa a manter e ganhar mercados, superar a

concorrência, diminuir custos, entre outras atividades.

Considerando o manto da ambigüidade, Motta (2003) diz, ainda, que os decisores

decidem através de interações diversas, quase sempre envoltas em grandes incertezas, em

ambientes turbulentos, sob grande pressão e sem tempo para levantar informações, pois a

maioria das decisões requer soluções quase que imediatas. Nesses mercados tão ágeis e

turbulentos, a rapidez torna-se um requisito básico do modelo de tomada de decisão para que

se chegue a resultados satisfatórios.

Mas mesmo neste ínterim, o processo de tomada de decisão pode, sem dúvida, ser

sistematizado. Tal premissa decorre da percepção de existência de ações e etapas que se

encadeiam e se influenciam, tal que melhorias em quaisquer das ações básicas (coleta,

sistematização, avaliação e escolha) farão que todo o processo decisório seja melhor

conduzido.

Simon (1970) idealiza tal sistemática de decidir como segmentada em quatro etapas

mostradas na figura 5.

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Figura 5 – Etapas do modelo de decisão Fonte: Adaptado de Simon (1970)

De fato, sabendo realmente qual é o problema e tendo em mão um maior número de

informações a serem examinadas, as alternativas concebidas serão mais precisas,

proporcionando ao decisor mais chance de acertar no seu processo de escolha (MOTTA,

2003).

Os sistemas de informação representam uma parte importante em todas as etapas do

processo de tomada de decisão (STAIR; REYNOLDS, 2002). Segundo Dornelas e Hoppen

(1999), os sistemas de informação fornecem apoio computacional e colaboram para que se

projete uma maior participação das pessoas nos processos decisórios. Se esses sistemas

estiverem alinhados com o negócio, eles fornecerão mais subsídios para que a tomada de

decisão tenha mais assertividade e esteja bem mais relacionada aos processos de negócio.

Visão panorâmica das alternativas de comportamento, antes da tomada de

decisão

Consideração de todo o complexo de conseqüências que advirão de cada

escolha

De uma alternativa entre todas aquelas disponíveis, tomando o sistema de

valores como critério

Implantação da alternativa escolhida

Inteligência

Concepção

Escolha

Implementação

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3.3 Estratégia

A estratégia tem recebido diversas definições, englobando elementos como missão,

objetivos, ações, recursos e ambiente, envolvendo a organização sob forma de padrões,

planos, perspectivas ou posições, através de um processo interligado de formulação e

implementação (MINTZBERG; QUINN, 2001). A estratégia é um assunto que remete a

questões significativas sobre complexidade, integração, generalizações, controle,

envolvimento coletivo, mudanças, opções e pensamento (MINTZBERG; AHLSTRAND;

LAMPEL, 2000).

Há muitas teorias sobre o que é estratégia e como ela pode ajudar as organizações a

alcançarem vantagem competitiva. Segundo Osgood (2004), freqüentemente os termos

estratégia e plano estratégico possuem uma única definição, mas na realidade eles são

conceitos distintos. Estratégia é o que define o que a organização fará e não fará, a partir do

mapeamento de elementos a serem seguidos, que levará ao atingimento das metas

organizacionais. Por outro lado, o plano estratégico oferece as direções detalhadas para

priorizar esses elementos. Em outras palavras, estratégia define o que é necessário fazer, já o

plano estratégico descreve como as coisas serão feitas.

As crescentes dificuldades enfrentadas pelas empresas frente ao impacto de um

ambiente externo cada vez mais mutável e descontínuo, reconhecidas por administradores e

acadêmicos, têm exigido novas regras e diretrizes de decisão para o desenvolvimento

organizacional (ANSOFF, 1990). Como conseqüência, o interesse pelo campo da estratégia

tem sido fortalecido e se consolidado nas últimas décadas tanto no meio acadêmico como no

meio dos negócios, passando a ser um requisito importante para as organizações se

prepararem para enfrentar a competição e a concorrência.

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Segundo Porter (1999), o objetivo da estratégia de uma empresa é obter vantagem

competitiva e superar seus concorrentes executando atividades estratégicas de uma forma

mais barata e melhor que a concorrência.

Conceitua-se vantagem competitiva como o diferencial entre dois competidores, em

quaisquer dimensões, que permita a um dos competidores criar maior valor para o cliente do

que o outro competidor (MA, 2000). A constituição e manutenção da vantagem competitiva

estão no centro das ações competitivas empresariais. Os movimentos competitivos das

empresas em um segmento resultam na criação, sustentação ou modificação de vantagens

competitivas (CHEN; MACMILLAN, 1992; FERRIER; SMITH; GRIMM, 1999; YOUNG,

2000).

Para Young (2000), comportamento competitivo corresponde aos movimentos e

contra-movimentos que uma empresa adota, na tentativa de construir uma posição de

vantagem competitiva. Nesse contexto, as empresas estão constantemente lançando ações

ofensivas e defensivas para a obtenção de vantagem competitiva (CHEN; MACMILLAN,

1992).

Enfatizam-se assim, manobras táticas para a obtenção de sucessivas vantagens não-

sustentáveis, de curto prazo, que, alinhadas no tempo, conduzam à vantagem competitiva

sustentável. Nessa linha de pensamento Hitt, Ireland e Hoskisson (1999) argumentam que

somente quando a empresa desenvolve uma seqüência de vantagens competitivas é que ela

adquire competitividade estratégica, obtém lucros acima da média da indústria e permanece à

frente dos concorrentes. Assim, a sucessão de vantagens competitivas de curto prazo é que se

transformará em uma vantagem competitiva duradoura para a empresa. Os autores

complementam dizendo que a fonte de vantagem competitiva passa a ser a capacidade de criar

e não de sustentar vantagem competitiva.

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A estratégia competitiva destina atenção especial às ações que a empresa tentará

utilizar para ter sucesso em cada uma das áreas de negócio, sejam elas visando à maximização

da participação no mercado, o crescimento, a diferenciação de mercado ou diferenciação de

produtos e serviços (ANSOFF, 1990). Cada organização possui, de forma implícita ou

explícita, uma estratégia competitiva dinâmica e única (OSGOOD, 2004), com a qual busca

uma fórmula ampla de como competir, quais objetivos almejar e como fazer para alcançá-los,

por meios planejados ou emergentes nas atividades organizacionais (PORTER, 1986).

Para o alcance dos objetivos organizacionais, a concepção da estratégia competitiva

ocorre de modo diferenciado para cada empresa, em função da importância relativa que se

atribui aos ambientes interno e externo, em padrões técnicos, concorrenciais e institucionais

(MACHADO-DA-SILVA; BARBOSA, 2002). A formulação e a implementação estratégicas

requerem informações articuladas sobre a inserção da organização no ambiente externo, seu

ambiente interno e seu contexto e estrutura organizacional (DRUCKER, 1996).

As empresas necessitam de estrutura organizacional para implementar suas estratégias.

À medida que as empresas evoluem e modificam suas estratégias, novas disposições

estruturais são necessárias (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2002). Esse ciclo se repete

sempre ao longo do ciclo de vida das organizações fazendo com que a estrutura siga a

estratégia (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000).

Uma vez implementadas, as estratégias promovem, e ao mesmo tempo inibem, a

gestão empresarial. É importante equilibrar essas ações para garantir o bom uso das

estratégias. O quadro 1, conforme Mintzberg, Ahlstrand, Lampel (2000), mostra que para

cada vantagem associada às ações estratégicas, há uma desvantagem correspondente.

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Ação da Estratégia Vantagem Desvantagem Fixar direção Mapear o curso de uma

organização para que ela tenha coesão com o ambiente

Não poder movimentar-se devagar, um pouco por vez, devido à celeridade da concorrência

Focalizar o esforço Promover a coordenação das atividades a fim de evitar a dispersão

Ausência de visão periférica. Uma determinada estratégia pode se tornar demasiadamente embutida no tecido da organização

Definir a organização Propiciar às pessoas entendimento do que é a organização provendo significado e distingüibilidade

Estereotipação, com risco de simplificar o complexo cenário de inserção

Prover consistência Reduzir a ambigüidade e prover ordem a fim de simplificar e explicar o mundo e com isso facilitar a ação

Mostrar apenas representações (ou abstrações) em detrimento do real

Quadro 1 – Vantagens e desvantagens das ações estratégicas Fonte: Adaptado de Mintzberg, Ahlstrand, Lampel (2000).

Outro ponto a ser destacado para aumentar essa competitividade são as estratégias de

fusão e aquisição que estão sendo adotadas como estratégias de entrada das empresas

internacionais no mercado brasileiro. Decorrentes diretas da globalização da economia, tais

estratégias visam a paulatinamente aumentar a participação de uma empresa em mercados

conhecidos ou ingressar em novos mercados.

Conceitual e concretamente fusão é uma estratégia através da qual duas firmas

concordam em integrar suas operações em base relativamente equivalentes, porque têm

recursos e capacidades que, juntas, podem criar uma vantagem competitiva mais forte. Já

aquisição é uma estratégia através da qual uma firma compra a participação de controle, ou

100%, de outra firma, com a intenção de utilizar uma competência essencial mais eficiente,

tornando a firma adquirida um negócio subsidiário dentro do seu portfólio (HITT; IRELAND;

HOSKISSON, 2002).

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No caso das fusões internacionais, ocorre também uma transferência de conhecimentos

e habilidades de uma organização para outra de outro país, embora ocorra em contrapartida

um aprendizado mútuo de outras técnicas e conhecimentos importantes (SUEN; KIMURA,

1997). Estes autores complementam dizendo que as formas mais importantes de fusão são:

fusão horizontal, fusão vertical ou fusão de conglomerados. Na fusão horizontal as empresas

atuam na mesma linha de negócio. Já na fusão vertical as empresas que se fundem estão em

etapas diferentes de determinado processo de produção e na fusão por conglomerado, a

combinação de empresas se dá em negócios não relacionados.

Por fim, para realizar as estratégias de fusão ou de aquisição é preciso que haja a

criação do planejamento estratégico, tanto para os negócios, quanto para a tecnologia da

informação.

3.3.1 Planejamento Estratégico Empresarial

Para Scramim e Batalha (1997), o planejamento estratégico é um meio amplo e

sistemático de preparar ações, para garantir uma situação equilibrada a longo-prazo para a

empresa e aumentar o grau de acertos na empresa em relação às estratégias adotadas, aos

planos de ação que decorrem destas estratégias e, finalmente, aos objetivos a serem

alcançados por meio destas estratégias. Aqueles autores complementam afirmando que o

grande sucesso que o planejamento estratégico tem alcançado no meio empresarial está

justamente relacionado à redução do grau de incerteza do alcance dos objetivos traçados.

O planejamento estratégico empresarial (PEE) pode ser visto como uma atividade

gerencial que possibilita aos executivos estabelecerem um rumo para a organização, buscando

um certo nível de otimização no relacionamento entre empresa, ambiente e mercado,

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correspondendo ao estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelos

gestores para a situação em que o futuro tenda a ser diferente do passado (OLIVEIRA, 1999).

O PEE pode também ser descrito como uma técnica administrativa que permite a

análise do ambiente (interno e externo), a interpretação das ameaças e oportunidades do

ambiente, a apuração dos pontos fortes e fracos do ambiente da organização, e cuja

formalização destina-se a produzir e articular resultados, na forma de integração de decisões e

ações organizacionais (MINTZBERG; QUINN, 2001; VASCONCELOS; PAGNONCELLI,

2001; BOAR, 2002).

Atesta-se que o PEE está relacionado com assuntos globais da empresa, tais como:

benchmarking, alinhamento estratégico, outsourcing, administração de mudança, estrutura

organizacional, desenvolvimento de estratégias (BOAR, 2002).

Muitos são os fatores que justificam o planejamento estratégico empresarial de uma

organização, mas a sua formalização requer clareza na documentação para que todos os

envolvidos possam conhecer, manter e engajar-se na realização efetiva do planejamento

estratégico empresarial, pois enquanto a estratégia empresarial está voltada para o que a

organização deve fazer para alcançar os objetivos empresariais, o planejamento estratégico

empresarial procura especificar o como fazer para alcançar esses objetivos (MINTZBERG;

QUINN, 2001).

Segundo Fischmann (1987), para alcançar os objetivos empresariais é preciso definir

um planejamento estratégico que analise constantemente os pontos fortes e as oportunidades,

como também os pontos fracos e as ameaças para encontrar a melhor estratégia a ser

implementada. O mesmo autor complementa dizendo que o principal problema do

planejamento estratégico é o desbalanceamento entre a excessiva atenção dada à formulação

da estratégia e a precariedade que cerca sua implementação e o seu acompanhamento, quando

geralmente ocorrem falhas no processo. Para corrigir ou precaver-se contra esse

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desbalanceamento, Fischmann (1987) apresenta um modelo com oito etapas do planejamento

estratégico, através de um diagrama simplificado, mostrado na figura 6.

Etapa 0 – Avaliação da necessidade e possibilidade de se fazer planejamento

estratégico e identificação da missão e estratégia vigente.

Estágio 0

Estágio 1

Etapa 6 Etapa 7 Etapa 8

Implementação Execução do Avaliação e da estratégia plano estratégico controle

Estágio 2

Figura 6 – Etapas do planejamento estratégico empresarial Fonte: Adaptado de Fischmann (1987)

No estágio zero avalia se a necessidade de se fazer o planejamento estratégico,

definindo o objetivo a ser alcançado. No estágio um se configura o planejamento estratégico

propriamente dito, ou seja, aborda-se a análise do ambiente, a definição dos objetivos e metas,

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5 Análise Interna Definição dos Formulação de Estabelecimento Seleção das (pontos fracos e objetivos e estratégias de critérios estratégias fortes) e metas alternativas Análise Externa (oportunidades e ameaças)

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a formulação e seleção das estratégias. Já o estágio dois é onde o plano é executado. Para

viabilizar o sucesso do planejamento estratégico empresarial ressalta-se que é preciso um foco

maior no estágio dois, através de um forte acompanhamento que permita corrigir possíveis

falhas, da forma mais rápida possível, para não comprometer os alcance dos objetivos

empresariais. Não basta formular e escolher a estratégia e executar o plano é necessário

acompanhá-lo durante toda a sua implementação.

3.4 Tecnologia da Informação

A tecnologia é um componente vital na atual configuração competitiva e produtiva das

organizações. Mediante uso de componentes diversos e de distintas implementações tem

assegurado maior competitividade, maior agilidade processual interna e forjado a produção de

um arsenal personalizado de informações gerenciais. Também tem influenciado

decisivamente na produção de bens e serviços e alavancado decididamente a rentabilidade do

negócio e a expansão de horizontes organizacionais.

Até o fim dos anos 70, o processamento de dados era usado apenas como meio de

reduzir os custos dos processos administrativos. De início, o uso dos computadores na

operação dos negócios organizacionais visava à eficiência, a racionalização do processo

operacional e uma forma mais produtiva de explorar os recursos. Stair e Reynolds (2002)

endossam que a tecnologia passou a participar das empresas através dos computadores, com o

intuito de automatizar processos e permitir maior agilidade e rapidez.

Em curto espaço de tempo, a tecnologia ganhou força gerando benefícios em termos

de eficiência, eficácia e transformação, atingindo indivíduos, unidades funcionais e a

organização como um todo, indo além da simples automação, provocando implicações

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organizacionais e dotando as pessoas de melhores informações, base para o aperfeiçoamento

do processo de decisão e da produção de bens e serviços (WALTON, 1993).

Na visão de Laudon e Laudon (2004), a tecnologia da informação é a infra-estrutura

que permite armazenar, buscar, recuperar, copiar, filtrar, manipular, visualizar, transmitir e

receber informação. Já na visão de Tapscott (1997), a tecnologia da informação cria uma nova

era, ligada a mudanças que ocorrem nas empresas e na realidade mundial.

Segundo Xavier e Dornelas (2004), a tecnologia é um fator vital para as organizações

alcançarem competitividade em um mercado de constantes mudanças. A tecnologia da

informação pode ainda ser apresentada como uma inovação capaz de desenvolver

oportunidades para a realização de mudanças em diferentes ambientes organizacionais (Dos

SANTOS; SUSSMAN, 2000; SCHWARZ, 2002).

A tecnologia da informação proporciona valor estratégico para todas as partes do

negócio e, embora ainda seja usada para reduzir custos, seu atual foco é alavancar produtos e

serviços de qualidade, melhorar serviço e operações de clientes, integrar fornecedores e tornar

possível a aprendizagem organizacional. O uso estratégico da tecnologia da informação

produz um impacto poderoso no negócio e amplia o valor da informação (LUFTMAN;

LEWIS; OLDACH, 1993).

Para as organizações, a informação é elemento fundamental no processo de decisão, na

determinação de estratégias que as tornem competitivas, na execução de seus processos de

negócios. Stair e Reynolds (2002) asseguram que, para ser valiosa para os gerentes e

tomadores de decisão e para a organização, a informação deve ser completa, econômica,

flexível e sincrônica com o tempo. Além disso, os recursos de tecnologia devem ser usados

para influenciar os recursos das empresas de uma maneira inimitável (GROVER; LEDERER,

2003).

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Segundo Venkatraman (1994) para que as empresas não tenham suas estratégias

copiadas, não se pode usar aplicações padronizadas com apenas pequenas trocas no processo

de negócio, pois dessa forma os competidores podem imitar a aplicação e eliminar as fontes

de vantagens estratégicas. Neste caso a tecnologia da informação não gera diferencial

competitivo. O desafio gerencial é alinhar a visão de negócio com a capacidade tecnológica

de forma dinâmica.

Esta possibilidade de não imitação trafega inclusive pelo uso de técnicas e

procedimentos lógicos e produtivos para o desenvolvimento de sistemas de informação

(LAUDON; LAUDON, 2004).

3.4.1 Projetos de Tecnologia da Informação

Para Kerzner (1987) projeto por definição é um empreendimento único, de um único

tipo de atividade, a qual deve ser planejada e estimada sem qualquer referência anterior.

Projetos são semelhantes às operações organizacionais em função de serem executados por

pessoas, terem geralmente limitações de recursos e serem planejados, executados e

controlados.

As operações e os projetos diferem entre si principalmente porque as operações têm

caráter contínuo e repetitivo, ao passo que os projetos têm um caráter temporário e único.

Temporário, pois todo projeto tem início e término definido. Único, pois o produto ou serviço

é, de algum modo, diferente de todos os produtos semelhantes. Os projetos moldam-se para

todos os níveis da organização, envolvem, em regra, muitas pessoas, sua duração é variável

em tempo, congregam a organização e suas partes, e podem ser críticos para a organização, se

relacionados com a sua estratégia.

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Segundo Albertin (2001), projetos de TI configuram a forma pela qual se busca

assimilação e uso da tecnologia da informação nas organizações, a fim de garantir que os

projetos de TI tenham total aderência à estratégia de negócio, a qual é imprescindível para o

sucesso organizacional.

Albertin (2001) apresenta ainda que os principais fatores críticos de sucesso de

projetos de tecnologia da informação são: definição e clareza; apoio da alta gerência;

qualidade das tarefas técnicas; acompanhamento e controle; planos e cronograma; pessoas;

aceitação do cliente; comunicação; solução de problemas e liderança da equipe de projetos. A

administração desse esforço organizacional é feita através da gerência de projetos.

Para alcançar uma eficiente gestão de projetos, a empresa tem que valorizar o uso de

metodologias padrão e ter comprometimento com educação e treinamento de todos os níveis

envolvidos. Kerzner (1987) diz que, se o gerenciamento de projeto for implementado

corretamente, permitirá as empresas realizarem mais trabalho com menos tempo e com menos

recursos, e aumentará a eficiência e produtividade garantindo o retorno sobre os investimentos

(ROI).

Segundo Lev (2004), dada às características dos projetos de tecnologia da informação,

a avaliação do ROI envolve a identificação e a classificação de benefícios tangíveis e

intangíveis associados ao investimento. Esses benefícios são convertidos em fluxo de caixa

permitindo a avaliação do investimento e o acompanhamento do crescimento dos resultados

organizacionais, pois todo projeto de TI deve aumentar as chances de obter o máximo de

contribuição na utilização da TI para a estratégia empresarial, pois muitos desses projetos de

TI geram sistemas de informação.

Assim, as empresas devem buscar uma clara definição em sua estratégia de negócio,

que estabeleça a importância dos projetos de TI e o esclarecimento e envolvimento dos

usuários.

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3.4.2 Sistemas de Informação

Segundo Laudon e Laudon (2004), sistema de informação é um conjunto de

componentes inter-relacionados que trabalham para coletar, recuperar, processar, armazenar e

distribuir informações com o propósito de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação,

a análise e a tomada de decisões na organização, além de ajudar os gerentes e demais usuários

a analisar problemas, visualizar objetos complexos e criar novos produtos.

Davis (1974) define sistema de informação como sendo um sistema integrado homem-

máquina, baseado em informações, que fornece apoio às atividades operacionais, gerenciais e

de tomada de decisão, usando hardware, software e modelos de gestão, e apóia-se no uso de

base de dados.

Para Alter (1999), os sistemas de informação têm valor tanto na comunicação, como na

tomada de decisão, porque geram informações, ajudam na avaliação de alternativas e afetam a

performance das variáveis críticas para o negócio. Na visão de Rezende e Abreu (2003), os

sistemas de informação para atender à viabilidade da empresa e de seus negócios precisam ser

flexíveis, profícuos e dinâmicos. Já para Brodbeck (2001), o uso de sistemas estratégicos mais

orientados para o mercado, proporcionam maior vantagem competitiva às organizações. Por

fim, Rajiv e Chan (2001) asseguram que deve haver o alinhamento entre a estratégia de

tecnologia da informação e a estratégia empresarial e isto deve permitir desenvolver sistemas

de informação voltados para as áreas que são críticas para o sucesso da empresa.

Nota-se que os sistemas de informação representam, sob todos os ângulos, a

implementação dos serviços essenciais ao funcionamento de uma organização. Daí surge a

abordagem mais clássica para classificar sistemas de informação: a abordagem organizacional

(O’BRIEN, 2003), mostrada na figura 7.

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Figura 7 – Tipos de sistemas de informação Fonte: O’Brien (2003)

Segundo O’Brien (2003), os sistemas classificam-se em:

• Sistemas de processamento de transações (SPT) – são suportes para as atividades

rotineiras da organização, com o fim de torná-las mais eficientes. Pode-se

considerá-los como o alicerce de todos os outros sistemas em especial pela

capacidade de armazenar dados;

• Sistemas de controle de processos (SCP) – monitoram e controlam processos

industriais;

• Sistemas colaborativos (SC) – apóiam equipes, grupos de trabalho bem como

comunicação e colaboração nas e entre empresas;

• Sistemas de informação gerencial (SIG) – vislumbram gerar informações

consolidadas sobre os negócios de uma empresa, sumarizando dados tratados pelo

SPT. A geração de relatórios e indicadores são os pontos fortes do SIG;

Sistemas de Informação

Sistemas de Apoio às

Operações

Sistemas de Apoio

Gerencial

Sistemas de Processamento de Transações

Sistemas de Controle de Processos

Sistemas Colaborativos

Sistemas de Informação Gerencial

Sistemas de Apoio à Decisão

Sistemas de Informação Executiva

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• Sistemas de apoio à decisão (SAD) – são sistemas capazes de dar apoio direto a

tipos específicos de decisões e estilos e necessidades particulares de cada decisor;

• Sistemas de informação executiva (SIE) – desenvolvidos para satisfazer as

necessidades de informação da alta administração. Os SIE disponibilizam de forma

flexível informações corporativas e estratégicas para os decisores de uma

organização.

A classificação de Alter (1999), baseada na estrutura das tarefas, no nível de

coordenação do trabalho e no tipo de usuário do sistema, apresenta, além dos tipos

mencionados por O’Brien (2003), os sistemas especialistas que fazem o conhecimento

especializado estar disponível para outros, apoiando a resolução de problemas e podendo

auxiliar o processo gerencial.

Na década de 90, uma das ferramentas de tecnologia da informação mais utilizadas

como promotoras do alinhamento estratégico no nível interno operacional foi o chamado

sistema integrado de informação (SII). Esses sistemas já requeriam o realinhamento e

redesenho dos processos da organização orientados para a visão de negócio (BRODBECK,

2001).

3.4.2.1 Planejamento Estratégico de Sistemas de Informação

O processo de identificar um portfolio de aplicações baseadas em computador que

ajuda uma organização na execução de seus planos de negócios e na realização de seus

objetivos é chamado de planejamento estratégico de sistemas de informação (LEDERER;

SETHI, 1988). O planejamento estratégico de sistemas de informação (PESI) também ajuda a

definir as prioridades da organização para desenvolvimento de sistemas de informação que

garantirão maior eficiência, efetividade e valor estratégico (HARTONO et al., 2003).

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O PESI identificará as aplicações de sistemas de informação que gerarão um melhor

retorno sobre os investimentos das empresas e ajudará as organizações a executarem suas

estratégias de negócios, bem como auxiliará a definir novas estratégias. Falhas nesse

planejamento geram perda de oportunidades, duplicam os esforços, criam sistemas

incompatíveis e perda de recursos. Já a sua correta elaboração acarreta descoberta de novas

aplicações com potencial para criar vantagem sobre os competidores (LEDERER; SETHI,

1996).

Os sistemas de informação são fatores essenciais para a integração do PETI ao PEE e

apresentam as seguintes características de alinhamento: facilitam inovação e mudança

organizacional; contribuem na realização dos objetivos organizacionais; possuem informações

para os processos organizacionais; disponibilizam informações para os postos decisórios,

possibilitam aplicações de visão sistêmica; elevam a intensidade informacional sobre a cadeia

de valores da organização e sobre produtos e serviços; permitem acuracidade de tempo da

informação; processam, armazenam e disponibilizam informações estratégicas (REZENDE,

2002).

A implementação do planejamento estratégico de sistemas de informação (PESI) é

executada seguindo uma série de passos. De acordo com Lederer e Salmela (1996), a

implementação do planejamento estratégico de sistemas de informação é o processo de

executar as mudanças planejadas, desenvolvendo e instalando uma arquitetura para o

desenvolvimento de sistemas, do banco de dados, dos sistemas de comunicação, bem como

realizando o treinamento dos usuários finais e gerentes.

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3.4.3 Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação

A necessidade que as organizações sejam competitivas e inteligentes, frente às

mudanças constantes, faz com que as mesmas também se modifiquem e requeiram

planejamento das suas informações, auxiliadas pelos recursos de tecnologia da informação

(TAPSCOTT, 1997).

O planejamento estratégico da tecnologia da informação (PETI) é um processo

dinâmico e interativo para estruturar estratégica, tática e operacionalmente as informações

organizacionais, a tecnologia da informação (e seus recursos: hardware, software, banco de

dados, telecomunicações e redes), os sistemas de informação (estratégicos, gerenciais e de

apoio às operações) e a infra-estrutura necessária para o atendimento das decisões, ações e

respectivos processos da organização (REZENDE,2002).

No planejamento estratégico da tecnologia da informação vislumbra-se onde a

organização quer chegar e quais os recursos da TI que serão necessários para suportar as

decisões, representando o movimento de passagem da estratégia presente para a estratégia

futura, através da apresentação de direções, concentrações de esforços, flexibilidade e

continuidade dos negócios em áreas estratégicas (BOAR, 2002).

Apesar de tratar os recursos técnicos, o planejamento estratégico da tecnologia da

informação difere do antigo Plano Diretor de Informática (PDI) que mirava seus esforços

muito mais para o plano de informática e seus respectivos recursos tecnológicos (REZENDE;

ABREU, 2003). O PETI apóia-se em um conjunto de ferramentas e técnicas que possibilitam

a definição de estratégias de ação ao longo de um período, visando:

• Identificar um modelo de informações empresariais necessário à gestão do negócio

principal da empresa;

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• Identificar planos de ação imediatos e de curto prazo na implementação do modelo

de informações;

• Estabelecer controle de qualidade, produtividade, prazos e custos na formulação do

modelo de informações;

• Padronizar e planejar os recursos da tecnologia da informação;

• Planejar os recursos humanos que deverão estar envolvidos em todas as etapas dos

sistemas de informação;

• Elaborar plano de desenvolvimento (ou aquisição) e implementação de sistemas de

informação (estratégicos, táticos e operacionais);

O tempo de reavaliação dos planejamentos pode variar de empresa para empresa. Deve-

se também observar a reavaliação em condições situacionais ou especiais (REZENDE;

ABREU, 2003).

3.5 Alinhamento Estratégico

A importância do alinhamento estratégico, apesar de ter sido estudada e documentada

desde final dos anos 80, continua ainda a ser apontada como uma das questões-chave

enfrentadas pelos executivos de negócios e de informação (PAPP; LUFTMAN, 1995; CHAN,

2002). O alinhamento estratégico permite que tecnologia da informação e os negócios se

tornem parceiros. Isso proporciona que novas tecnologias resultem em novas oportunidades

comerciais, dando melhores condições para o crescimento do negócio e da vantagem

competitiva.

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3.5.1 Definição

Alinhamento estratégico corresponde à adequação estratégica e à integração funcional

entre os ambientes externo (mercado, política, fornecedores etc) e interno (estrutura

administrativa, recursos financeiros, tecnológicos e humanos) para desenvolver as integrações

e maximizar a performance organizacional (HENDERSON; VENKATRAMAN, 1993;

LUFTMAN; LEWIS; OLDACH, 1993)

Em versão mais moderna, o alinhamento estratégico é um processo evolucionário e

dinâmico que requer forte apoio da alta gestão das organizações, associado a boas relações de

trabalho, liderança forte, priorização adequada, confiança e efetiva comunicação, além do

entendimento do ambiente de negócios (LUFTMAN, 2000).

O alinhamento estratégico tornou-se mandatório para as companhias a partir da

constatação que estas estavam desenvolvendo tecnologias que não suportavam suas

estratégias de negócios, por priorizarem aspectos técnicos mais que necessidades de negócios.

Tal assincronia criou muita tensão dentro do corpo de executivos resultando em perda de

retorno sobre o investimento em tecnologia da informação (LUFTMAN; LEWIS;

OLDACH,1993).

Reich e Benbasat (1996) definem alinhamento de curto prazo como um processo no

qual executivos de negócio e executivos de tecnologia da informação são comprometidos uns

com os outros e com os planos e objetivos de curto prazo (1-2 anos) e alinhamento de longo

prazo como um processo em que executivos de negócios e de tecnologia da informação

compartilham uma visão de futuro (3-5 anos), na qual tecnologia da informação contribui para

o sucesso da unidade de negócio.

Já Hartung et al. (2000) conceituam duas dimensões de alinhamento: a dimensão

intelectual e a dimensão social. A dimensão intelectual foi definida como um processo no qual

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a tecnologia da informação e os objetivos de negócios são consistentes e válidos. Já a

dimensão social foi definida como o nível de entendimento e comprometimento dos membros

da organização com a missão, com os objetivos e com os planos de negócios e de tecnologia

da informação.

Segundo Chan e Huff (1993) é necessário as empresas passarem por três estágios para

alcançarem alinhamento estratégico:

• Consciência – as empresas precisam ter consciência da importância de ter a tecnologia

da informação mais conectada aos negócios;

• Integração – as empresas precisam aprovar a necessidade de relacionar os planos de

tecnologia da informação aos negócios da empresa;

• Alinhamento – é quando se consegue atingir o aprofundamento na integração entre os

planos de tecnologia da informação e os planos de negócio da empresa.

Já Luftman e Brier (1999) sustentam que o alinhamento estratégico é um processo que

deve considerar para sua efetividade a definição clara dos objetivos do negócio e a priorização

do suporte da TI para a realização desses objetivos, através dos projetos de TI que vão

promover e sustentar o alinhamento estratégico entre a estratégia de TI e a estratégia

empresarial. Isso pode ser melhor visto na figura 8.

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Figura 8 – Passos do alinhamento estratégico Fonte: Luftman e Brier (1999)

Na busca pela construção e entendimento de conceitos, abordagens de avaliação e

respostas práticas à aplicação sobre o alinhamento estratégico entre tecnologia da informação

e negócio, vários modelos foram desenvolvidos e são encontrados na literatura. Alguns deles

serão mostrados na próxima seção.

3.5.2 Modelos de Alinhamento

A importância atribuída à tecnologia da informação nos negócios e nos processos

funcionais das organizações e a dinâmica do conceito do alinhamento são revelados em

diversos modelos que suportam o alinhamento entre tecnologia da informação e estratégia

empresarial. A semelhança entre os modelos pesquisados reside na busca de sintonia dos

alinhamentos.

Estes modelos, complementares entre si, exploram e enfatizam os vários fatores-chave

para o sucesso do processo de alinhamento estratégico e cada um tem suas particularidades

Passo 1 Definição dos

objetivos e estabelecimento

do grupo de trabalho

Passo 2 Entendimento da importância e das

ligações entre negócio e

tecnologia da informação

Passo 3 Análise e

priorização das lacunas do

alinhamento

Passo 4 Especificações

de ações e projetos

Passo 5 Escolha e

aplicação de avaliações dos

critérios de sucesso de

alinhamento

Passo 6 Promoção da

sustentação do alinhamento

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próprias, tendo vantagens e desvantagens, as quais devem ser observadas pelos executivos de

negócios e pelos executivos de tecnologia da informação quando da sua implementação.

Os principais modelos de alinhamentos encontrados e suas características são listados

no quadro 2, a partir de adaptação de Rezende (2002) e Bruhn (2004).

AUTORES Características Rockart e Morton (1984) Modelo precursor para alinhamento estratégico de TI e negócios.

Baseia-se em cinco elementos: estratégias da organização, tecnologias, estrutura organizacional e cultura corporativa, processos de gestão (planejamento, orçamentos e recompensas), indivíduos e seus papéis

Walton (1993) Fundamentado na criação de uma visão estratégica englobando os domínios da estratégia de negócios, da estratégia de organização e da estratégia de TI

Henderson e Venkatraman (1993)

Propõe a integração funcional das habilidades pessoais, dos processos (organizacionais e de tecnologia da informação), da arquitetura da tecnologia da informação e da infra-estrutura administrativa de suporte às operações estratégicas de negócios e de TI

Papp e Luftman (1995) Expande o modelo de Henderson e Venkatraman (1993), apresentando oito perspectivas: quatro que consideram os aspectos do domínio interno da organização e quatro perspectivas de fusão

Reich e Benbasat (1996) Enfatiza o processo de criação da estratégia e alinhamento pela dimensão social, que envolve escolhas de pessoas, tempo, processo de decisão e comunicação

Coakley, Fiegener e White (1996)

Defende o consenso estratégico, representando o entendimento compartilhado sobre as prioridades estratégicas da organização, a contribuição da TI para realizá-las e os impactos organizacionais dos sistemas de informação

Chan et al (1997) Orientado para a obtenção de resultados via efetividade dos sistemas de informação gerando desempenho dos negócios organizacionais

Teo e King (1997) Perspectiva evolucionária-contigencial em um modelo de alinhamento de quatro estágios de evolução de integração: administrativa, seqüencial, recíproca e total

Rezende e Abreu (2001) Reforça o alinhamento estratégico entre tecnologia da informação e negócios a partir do PETI e do PEE

Brodbeck (2001) Expande o entendimento de alinhamento estratégico para além do aspecto conceitual, tratando-o como uma ferramenta de monitoramento e gestão das estratégias e objetivos da organização

Quadro 2 - Alguns modelos de alinhamento e suas características Fonte: Adaptado de Rezende (2002) e Bruhn (2004)

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No geral, esses modelos procuram mostrar como o processo de alinhamento

estratégico deve ser promovido no dia-a-dia das empresas. Em muitos estudos de

alinhamento, o processo de planejamento estratégico é visto como estático e, em outros, o

tratamento à promoção do alinhamento estratégico entre os objetivos e estratégias da TI e do

negócio surge de forma dinâmica e contínua, mediante opção por um conjunto de ações a

serem executadas para que os objetivos definidos sejam alcançados. Estes modelos dinâmicos,

como o de Brodbeck (2001) do quadro 2, admitem que devido à rapidez das mudanças no

ambiente de negócios, as estratégias e objetivos podem passar por ajustes e reorientações e,

conseqüentemente, serem alinhados constantemente constituindo um processo de alinhamento

dinâmico. Nestes modelos dinâmicos, o alinhamento não pode ser visto como um evento

isolado: ele é um processo contínuo que requer vigilância. O presente estudo inclina-se pela

observação desses modelos.

Finalmente, o alinhamento pode resultar em muitos benefícios para a empresa e

contribuir para o sucesso dos negócios, em razão de estruturar toda a tecnologia da

informação e seus recursos emergentes. Essa dupla estruturação auxilia a organização no

apoio à tomada de decisões do negócio empresarial, sejam elas operacionais, táticas ou

estratégicas (REZENDE, 2002).

A ausência de relacionamento entre a tecnologia da informação e os negócios permite

conceituar o desalinhamento estratégico e operacional, como aquele que descreve a

desconexão entre os objetivos da alta administração e os objetivos operacionais. Esse evento

prejudica ou impede as empresas de obterem um efetivo retorno sobre os investimentos em

tecnologia da informação (VENKATRAMAN, 1989).

Para Luftman (2000), o desalinhamento entre planejamento de tecnologia da

informação e empresarial acontece quando os mesmos estão em direções diferentes, com

baixa interação e pouca comunicação entre eles.

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3.5.3 Fatores Promotores e Inibidores

Os fatores promotores foram definidos como os fatores que facilitavam o alinhamento.

Já os fatores inibidores foram definidos como os fatores que dificultavam o alinhamento. Em

ambos os casos a promoção ou inibição era do alinhamento estratégico entre a estratégia de

tecnologia da informação e a estratégia empresarial, segundo a percepção do corpo gerencial.

Em pesquisa longitudinal por cinco anos consecutivos, Luftman, Papp e Brier (1999)

encontraram fatores organizacionais consistentes cuja presença ou forte atenção exercia papel

promotor, mas cuja ausência ou fraca atenção exercia papel inibidor do alinhamento

estratégico da estratégia de tecnologia da informação com a estratégia empresarial. Os

principais fatores detectados no estudo foram: apoio da alta gestão aos assuntos de tecnologia

da informação, liderança na área de tecnologia da informação, entendimento do negócio pela

tecnologia da informação, relação de parceria entre tecnologia da informação e negócios,

prioridade de projetos de tecnologia da informação e participação da tecnologia da

informação no desenvolvimento da estratégia de negócio.

Reich e Benbasat (2000) destacaram outros fatores promotores do alinhamento

estratégico que são: comunicação clara e compartilhamento de conhecimento entre executivos

de negócios e de tecnologia da informação, sucesso na implementação de TI e conexão entre

processos de planejamento de tecnologia da informação e empresarial.

A participação dos profissionais da área de TI e das áreas negócio de forma

compartilhada na construção dos planejamentos estratégicos é vital para o uso competitivo

das estratégias e ocorre em dupla via: executivos de TI participam do PEE e executivos de

negócios participam do PETI. Essa participação cruzada implica em compartilhamento de

conhecimentos sobre ambos métodos de planejamento (GROVER; LEDERER, 2003) e ajuda

a garantir que as estratégias serão implementadas corretamente (REICH; BENBASAT, 1996).

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Grover e Lederer (2003) complementam dizendo que os executivos de negócios não

devem desviar-se da tecnologia da informação nem delegar as questões que elas levantam

para os outros e insistem expondo que quando os executivos de negócios entendem as

oportunidades da tecnologia da informação, as barreiras que dificultam a colaboração entre TI

e negócio tendem a ser quebradas. O resultado disso é uma melhoria na qualidade dos planos

de tecnologia da informação para atender às necessidades dos negócios promovendo o

alinhamento.

Brodbeck et al (2003) consideram ainda outros elementos para promoção do

alinhamento: comprometimento das pessoas com o atingimento das metas, sincronização dos

recursos entre as ações de negócios e de tecnologia da informação, instrumentação da gestão

para o eficiente monitoramento e ajuste contínuo dos processos, objetivos e metas planejadas

e postura decisória pró-ativa.

A seu turno, Reich e Benbasat (2000) ressaltam como fatores inibidores: falta de

participação dos executivos de TI nos planejamentos dos processos chaves de negócio e falta

de conhecimento dos executivos de negócio de tecnologia da informação. Outro importante

aspecto apontado é a falha na implementação dos sistemas, pois isso reduz a credibilidade do

departamento de TI e é uma ameaça para o relacionamento de trabalho por perda de

confiança.

Luftman (1998) argumenta que uma barreira adicional para o alinhamento é a

dificuldade da área de TI para acompanhar as mudanças que ocorrem no ambiente de negócio

da empresa e de se relacionar e se comprometer de forma adequada com essas mesmas áreas

de negócio. Isto aflora em grande escala na falta de patrocinador para muitos projetos chaves

de TI.

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Para desenvolver a tarefa de alinhamento estratégico é requerido das organizações

foco na maximização dos fatores promotores e na minimização dos fatores inibidores que

participam do processo e dos resultados (LUFTMAN, 2000). É pelo conhecimento do grau de

maturidade do alinhamento estratégico entre tecnologia da informação e negócio e do impacto

deste no resultado, produtividade e lucratividade, que as empresas podem avaliar suas

atividades práticas e tomar decisões para a elevação das relações estratégicas entre tecnologia

da informação e negócio (CHAN et al., 1997; LUFTMAN; BRIER, 1999).

Concluindo a seção a figura 9, resume os principais fatores promotores e inibidores do

alinhamento estratégico entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial que foram

levantados na revisão de literatura feita.

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Apoio da alta gestão Participação Entendimento do negócio Parceria Prioridade Liderança Comunicação clara Compartilhamento Conexão Comprometimento Sincronização Monitoramento Postura pró-ativa

Relações fracas Falta de Prioridade Falha no comprometimento

Falta de entendimento do negócio Falta de apoio da alta gestão Fraca liderança Falta de participação Falta de conhecimento Falha na implementação Inabilidade para mudanças Dificuldade de gestão Dificuldade de monitoramento

Figura 9 – Principais fatores promotores e inibidores do alinhamento da literatura

3.6 Modelo Conceitual da Pesquisa

A figura 10 representa o modelo conceitual da pesquisa, onde se exibem os conceitos

essenciais ao estudo e suas inter-relações, com fins de arquitetar a investida operativa da

pesquisa.

I N I B I D O R E S

+

-

P R O M O T O R E S

ALINHAMENTO

T E C N O L O G I A

N E G Ó C I O S

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Figura 10 – Modelo conceitual de pesquisa

O permanente processo de mudança é um dos princípios que rege as relações

empresariais do mercado contemporâneo. As organizações estão num ambiente dinâmico em

constante mudança e o sucesso delas é atribuído diretamente às suas habilidades em

manipular e sustentar a estratégia de mudança. O alinhamento estratégico entre a estratégia de

Organização • Função Planejamento • Processo Decisório • Competitividade/SI • PEE

Tecnologia da Informação • Recursos de TI • Projetos de TI • Competitividade/SI • PESI e PETI

Estratégia Empresarial

Estratégia de TI PESI

A L I N H A M E N T O

Fatores Promotores

Fatores Inibidores

O R G A N I Z A Ç Ã O

TE C N O L O G I A

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tecnologia da informação e a estratégia empresarial de forma contínua e dinâmica, é um dos

fatores chave para que as organizações possam lidar com situações de mudanças e possam ser

competitivas (BRODBECK; HOPPEN, 2000).

É com estes aportes conceituais advindos da literatura e consistentes com o projeto de

pesquisa e esta última constatação em mente que se tecem, no capítulo seguinte,

considerações sobre o procedimento metodológico adotado.

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4 Metodologia

A proposta do presente capítulo é apresentar a metodologia empregada no

desenvolvimento da pesquisa, abrangendo a escolha do método e da estratégia de pesquisa, a

descrição da técnica de coleta de dados, a intenção para a análise dos dados , bem como os

cuidados e controles adotados. Também é apresentado o protocolo que contém os

procedimentos operacionais da pesquisa.

4.1 Enfoque da Literatura

Na medida em que o objetivo desta pesquisa é identificar os fatores promotores e

inibidores do processo de alinhamento estratégico entre a estratégia de tecnologia da

informação e a estratégia empresarial em um caso de fusão de empresa, enfatiza-se a

exploração do assunto em um contexto organizacional, envolvendo pessoas, o que faz a

pesquisa dirigir-se a um roteiro de natureza qualitativa e caráter exploratório.

A pesquisa qualitativa propicia entender a natureza subjetiva de um fenômeno social

(RICHARDSON, 1999). Parasuraman (1986) considera que a pesquisa qualitativa envolve

um pequeno número de respondentes, abrangendo a coleta, análise e interpretação de dados

que não podem ser quantificados nos moldes estatísticos tradicionais. Em consonância com

esta idéia, a pesquisa identificou os fatores promotores e os fatores inibidores do alinhamento

estratégico a partir da percepção de um pequeno grupo de respondentes do corpo gerencial

das duas empresas que estavam sendo fundidas.

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Nas condições exibidas até aqui, há uma ampla proximidade entre pesquisador e

fenômeno. Essa proximidade favorece o desenvolvimento de um estudo com base na

experiência das pessoas, na qual múltiplas visões da realidade permitem construções sociais

para uma dada situação. Esta simbiose é a base da pesquisa qualitativa e favorece um estudo

contextual, com flexibilidade de condução e adoção do método (ALVES-MAZZOTTI;

GEWANDSZNAJDER, 2002).

A seu turno, a pesquisa exploratória, de acordo com Mattar (1996), é usada para

familiarizar e elevar o conhecimento e a compreensão sobre um tema em estudo e para

auxiliar na determinação de variáveis relevantes a serem consideradas num contexto futuro de

pesquisa. Esse script também parece ser bem adequado ao intento desta investigação.

Assim, definida a pesquisa como qualitativa e exploratória, buscou-se uma estratégia

compatível para sua implementação. Segundo Roesch (1999), os estudos de caso são

particularmente adequados à pesquisa na área de sistemas de informação, sempre que o

interesse se deslocar dos assuntos técnicos para os assuntos organizacionais e sociais.

4.2 Estratégia de Pesquisa

Yin (2001) define estudo de caso como uma investigação empírica que pesquisa um

evento contemporâneo dentro de seu contexto real, vivenciando uma situação tecnicamente

única, e em que a base do estudo provém de várias fontes de evidências.

A importância dessa estratégia também é ressaltada por Triviños (1987), que afirma

que o grande valor do estudo de caso é viabilizar a investigação minuciosa de uma realidade,

o que permite a formulação de hipóteses para futuras pesquisas.

A vantagem mais marcante da estratégia de estudo de caso, segundo Laville e Dionne

(1999), é a possibilidade de aprofundamento por ela proporcionada, além de ao longo da

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pesquisa, o pesquisador poder tornar-se mais criativo, ter mais tempo para adaptar seus

instrumentos, modificar sua abordagem para explorar elementos imprevistos, precisar alguns

detalhes e construir uma melhor compreensão do contexto.

A estratégia de estudo de caso apresenta pontos fortes e fracos a serem considerados.

Se, por um lado, a subjetividade das análises e o limite do foco e de representatividade, que

dificultam a replicação e a generalização, são geralmente criticados como pontos fracos da

estratégia, por outro a profundidade e a flexibilidade presentes no estudo possibilitam o

acúmulo de experiências, conhecimento aprofundado de uma realidade e a revelação de novas

variáveis através de várias fontes de evidências. Há então argumentos favoráveis e contrários.

Em face das considerações apresentadas, a escolha do método qualitativo de caráter

exploratório e da estratégia de estudo de caso mostra-se pertinente à implementação da

pesquisa.

Por fim, escolhe-se a alternativa de estudo de caso com abordagem de caso único e se

justifica a escolha pelo enquadramento do caso em exame na condição de ser representativo e

poder vir a significar uma importante contribuição à base de conhecimento, além de ajudar a

redirecionar investigações futuras na área (YIN, 2001) e defende-se que um estudo realizado a

partir da fusão de duas empresas varejistas de grande dimensão, como o caso selecionado,

além de inovador, seria de grande contribuição para o segmento varejista e para a academia.

Todas essas menções caracterizam como adequada a escolha feita.

Em face de todo arrazoado feito, a escolha do método qualitativo de caráter

exploratório e da estratégia de estudo de caso único com caso selecionado mostrou-se

pertinente.

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4.2.1. O Caso Selecionado

O caso selecionado trata da fusão do Bompreço S.A. (empresa adquirida) e do Wal-

Mart Brasil (empresa adquirente). O estudo de caso ocorreu em plena vigência do processo de

fusão das duas empresas.

A história do Bompreço S.A. de fato nasceu com o comércio estabelecido por Pedro

Paes Mendonça em 1935, com uma pequena loja de alimentos em Serra do Machado,

município de Ribeirópolis, no interior de Sergipe, mas é o filho dele, João Carlos Paes

Mendonça que cria a marca Bompreço e inaugura em 02 de junho de 1966 o primeiro

supermercado da rede, em Recife, no bairro de Casa Amarela.

Nos anos seguintes foram abertas várias lojas, estabelecendo-se a rede Bompreço S.A.

de supermercados e hipermercados. Na década de 70, período de grande expansão, a rede

ampliou-se não apenas no Recife, mas em todo estado de Pernambuco e Nordeste Brasileiro.

Em 1987, o Bompreço S.A. instalou o primeiro supermercado brasileiro totalmente

automatizado com PDV’s e “ scanners” de leitura ótica, assumindo a vanguarda no campo da

automação comercial no Brasil.

Em 1995, a empresa Bompreço S.A. – Supermercados do Nordeste registrou-se na

Comissão de Valores Mobiliários como sociedade anônima de capital aberto. Em outubro de

1996, a empresa fez uma oferta pública de ações nos mercados nacional e internacional.

Em dezembro de 1996, foi formalizada uma aliança estratégica como Grupo Royal

Ahold, um dos principais grupos internacionais de varejo, sediado em Zaandam, Holanda. Em

junho de 1997, o Bompreço adquiriu o controle acionário da rede Supermar, sediada em

Salvador, Bahia, incorporando mais 44 lojas à sua rede. Em junho de 1999, o Bompreço S.A.

adquiriu as seis lojas da rede baiana PetiPreço, ampliando ainda mais sua participação no

mercado da Bahia.

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Em junho de 2000, o controle acionário do Bompreço S.A. e das suas coligadas

Hipercard e Bomclube passou integralmente para o Grupo Royal Ahold. O Hipercard e o

Bomclube não eram na época empresas à parte, mas sim, linha de atuação e ferramentas

criadas pelo Bompreço S.A.

Em abril de 2003, a Ahold anunciou sua decisão de sair dos mercados da América do

Sul. No dia primeiro de março de 2004, o Bompreço passou a ser controlado pela grande rede

varejista norte-americana Wal-Mart.

Já a história do Wal-Mart, também tem por trás a figura de um grande líder Samuel

Moore Walton. Em 1962, Sam Walton abriu a primeira loja de descontos em Arkansas –

Rogers, com o nome de Wal-Mart. Em 1972 o Wal-Mart já tinha mais de 100 lojas, 5.800

associados e vendas de 236,2 milhões de dólares.

O Wal-Mart se tornou um conglomerado internacional em 1991 quando abriu o

primeiro Sam’s Club perto da cidade do México. O crescimento dessa área internacional foi

tão grande que hoje a companhia já atua em nove países fora dos Estados Unidos, com mais

de 330.000 associados, em mais de 1.500 lojas. A empresa anunciou no final do ano fiscal de

2004 vendas de $47,5 bilhões de dólares e 16,6% de aumento em relação ao ano anterior. O

lucro da operação aumentou para $2,3 bilhões de dólares e aumentou em 18,6% em relação ao

ano anterior.

A empresa foco desse estudo, o Wal-Mart Brasil, teve sua operação iniciada no Brasil

em maio de 1995, quando foi aberto em São Caetano do Sul o primeiro Sam’s Club. Em

março de 2004, o Wal-Mart Brasil anunciou a compra do Bompreço S.A., com toda sua

variedade de lojas: Hipermercado, Supermercado, Balaio e Hiper-magazine. O Wal-Mart

Brasil conta com cerca de 30.000 associados.

A estrutura executiva durante a fusão das duas empresas conta com a participação de

um Presidente, um CFO – Chief Finance Office , um CAO - Chief Administrator Office e um

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COO – Chief Operation Office. Abaixo desses três altos executivos há treze vice-presidentes,

e a presidência conta ainda com duas assessorias (com status de diretoria). Na estrutura

hierárquica atual, há cerca de oitenta diretores e duzentos gerentes (sem contar com todos os

gerentes existentes nas lojas). A estrutura da área de tecnologia conta com a participação de

um Vice-Presidente de sistemas, um diretor e seis gerentes.

Figura 11 – Estrutura executiva durante a fusão

Um fato importante a ser relatado para melhor entendimento dos resultados da

pesquisa é que antes da fusão, a área de TI do Bompreço S.A. tinha cerca de 200 profissionais

(área de desenvolvimento, área de suporte, área de produção, área de infra-estrutura),

enquanto a área de TI do Wal-Mart Brasil era muito menor com cerca de 20 profissionais.

Presidente

CFO - Chief Finance Office

CAO – Chief Administrator Office

COO – Chief Operation Office

VP’s (3) VP’s (2) VP’s (2) VP’s (5) VP de Sistemas

(1)

Diretoria (1) Gerentes (6)

Assessorias (2)

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Além disso, o Bompreço tinha cerca de 22.000 associados e 118 lojas e o Wal-Mart Brasil

tinha cerca de 8.000 associados e 20 lojas.

A escolha deste caso para estudo neste trabalho é alicerçada pelas seguintes

justificativas:

• Ser um caso representativo para a área varejista pela dimensão das duas

empresas;

• O processo de integração tecnológico das duas empresas está em pleno

andamento, evidenciando fatores promotores e inibidores;

• Tratar-se de um caso no qual a empresa adquirida (Bompreço) tinha estratégia

de tecnologia da informação definida localmente, enquanto a empresa

adquirente (Wal-Mart Brasil) sempre teve a área de TI definida globalmente

(centralizada na matriz da empresa nos EUA);

• Ser oportuno por estarem acontecendo fusões de empresas em diversos

segmentos de negócios no Brasil.

Tais justificativas destacam a importância do caso aliadas à franquia de acesso da

pesquisadora à empresa a ser estudada e avalizam a escolha.

A seguir será mostrado todo o planejamento de como a pesquisa se desenvolveu,

ressaltando todas as atividades e suas respectivas referências temporais.

4.3 Desenho de Pesquisa

O desenho de pesquisa é uma forma esquemática que auxilia o pesquisador a imprimir

uma ordem lógica ao trabalho (MARCONI; LAKATOS, 1990). Para o presente estudo foi

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desenvolvido o desenho exibido na figura 12, o qual demonstra os passos e seqüências lógicas

realizados do início ao fim da pesquisa.

Fase 1

Fase 2

Fase 3

Figura 12 – Desenho de pesquisa

1. Procedimentos Iniciais

(2 meses)

Selecionar os entrevistados (1.3)

Negociar o caso Wal-Mart Brasil (1.1)

Construir o roteiro das Entrevistas

(1.2)

Realizar Pré-teste

(1.4)

2. Coleta de Dados (2 meses)

Realizar entrevistas individuais por área – TI e de

Negócios (2.1)

Transcrever e enviar por e-mail as entrevistas (2.2)

Receber a aprovação dos entrevistados por e-mail (2.3)

3. Análise dos Dados

(4 meses)

Ler as entrevistas transcritas e aprovadas

(3.1)

Categorizar/ Interpretar os dados

(3.2)

Obter os resultados, concluir e expor limitações

(3.4)

Análise de conteúdo

(3.3)

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A fase 1 envolveu todos os procedimentos iniciais: a negociação do caso; a elaboração

do roteiro das entrevistas; a seleção das pessoas a serem entrevistadas (quantidade por área de

negócio e empresa pertencente antes da fusão); realização de um pré-teste para validação do

roteiro básico desenvolvido para a coleta dos dados. Todos os elementos essenciais para dar

início à fase 2 foram reunidos ao final desta fase.

Na fase 2, a de coleta de dados propriamente dita, ocorreram todas as entrevistas. Os

atores selecionados representaram as duas áreas: área de TI e as áreas de negócio. As

entrevistas, individuais, foram feitas em uma única sessão e houve retorno das transcrições

aos entrevistados para obter aprovação de cada um deles, a fim de garantir a integridade da

interpretação dos resultados.

Por fim, a última fase, a de análise dos dados, reuniu e consolidou todo o material

coletado e fez o estudo e identificação das categorias da pesquisa. Essas categorias, com suas

respectivas dimensões foram interpretadas para gerar os resultados finais e subsidiar as

conclusões do estudo.

Buscando aumentar a confiabilidade da pesquisa deste estudo de caso, foi

desenvolvido um protocolo contendo os procedimentos e regras gerais relativas à investigação

e à condução do estudo conforme advoga YIN (2001).

4.4 Protocolo de Caso

Um protocolo de caso foi construído para assegurar confiabilidade à pesquisa. Nele,

todos os passos e decisões foram documentados e estipulados os procedimentos e as regras

para o desenvolvimento da pesquisa, possibilitando a chance de repetição do trabalho. O

quadro 3 exibe as seções utilizadas no protocolo.

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SEÇÃO PROCEDIMENTOS

Preparação • Elaboração e validação do roteiro das entrevistas • Seleção dos entrevistados • Pré-teste para validação do roteiro

Tarefas/Atividades de campo

• Agendar o levantamento dos dados • Realizar as entrevistas • Transcrever os dados • Enviar por e-mail as transcrições para aprovação

das entrevistas pelos entrevistados Questões do estudo de caso

(Objetivo)

• Para a área de TI, levantar os fatores promotores e inibidores do alinhamento, considerando os aspectos de recursos de TI, projetos de TI, competitividade e sistemas de informação

• Para as áreas de negócio, levantar os fatores promotores e inibidores do alinhamento, considerando os aspectos de processo decisório, planejamento, competitividade e sistemas de informação

Relatório Final • Análise de todos os dados coletados • Identificação das categorias • Interpretação dos dados

Quadro 3 – Protocolo de caso Fonte: Baseado em Yin (2001)

4.5 Coleta de Dados

Yin (2001) apresenta seis fontes principais para coleta de dados em pesquisa: a

documentação, os registros em arquivos, as entrevistas, a observação direta, a observação

participante e os artefatos físicos. Em estudo de casos majoritariamente faz-se uso de

entrevistas.

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4.5.1 Entrevistas

Richardson (1999) considera que a entrevista permite o desenvolvimento de uma

relação entre as pessoas envolvidas com o fim de facilitar o esclarecimento e aprofundamento

das informações necessárias à pesquisa.

Particularmente destacada por ser uma forma estruturada de coleta, a entrevista pode

assumir um formato semi-estruturado, bastante utilizado em estratégias de estudo de caso

(MATTAR, 1996). As entrevistas semi-estruturadas são desenvolvidas de forma mais

espontânea, sem grande rigidez de padronização, sem estarem sujeitas a um modelo de

condução preestabelecido (GIL, 1994). Esta foi a opção para este estudo e permitiu a

pesquisadora ter flexibilidade e ampliar as perguntas da entrevista.

Para Roesch (1999), o objetivo do pesquisador numa entrevista semi-estruturada é

entender a perspectiva dos participantes do estudo, podendo explorar uma série de

informações de melhor forma que numa entrevista estruturada.

Na entrevista pessoal, o principal valor está na profundidade das informações e dos

detalhes obtidos. De fato, a entrevista pessoal resgata muito mais informações que

procedimentos que usem telefone ou estudos auto-administrados, surveys por correspondência

ou pesquisa por computador (intranet e internet). O entrevistador também tem mais

flexibilidade e recursos para melhorar a qualidade das informações recebidas do que com

outra técnica (COOPER; SCHINDLER, 2003).

Por fim, há vantagens e limitações na coleta de dados por entrevistas. Segundo Gil

(1994), as principais vantagens e limitações desta técnica estão esboçadas no quadro 4.

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Vantagens Limitações

Permitir obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano

Faltar motivação ao entrevistado para responder as perguntas que lhe são feitas

Permitir que os dados obtidos sejam suscetíveis de classificação e quantificação

Existir influência das opiniões pessoais do entrevistador sobre as respostas do entrevistado

Possibilitar a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social

Quadro 4 – Vantagens e limitações das entrevistas Fonte: Gil, 1994

Assim, para explorar melhor o assunto pesquisado, optou-se por realizar entrevistas

semi-estruturadas e pessoais através de conversa guiada na busca da percepção dos

entrevistados.

Foi elaborado um roteiro, a fim de instrumentar a coleta de dados nas entrevistas

semi-estruturadas, as quais foram realizadas com os executivos das áreas de negócio e de TI,

cada qual com seu script próprio, listados no Apêndice A. Os dois roteiros divididos em cinco

blocos tiveram algumas perguntas comuns e perguntas mais específicas distinguindo as áreas

de negócio da área de TI.

Foi realizado um pré-teste do roteiro das entrevistas, valendo-se de respondentes das

áreas de tecnologia da informação e de negócio de uma outra empresa que também vivenciou

um caso de fusão. O pré-teste identificou a necessidade de ajustes em algumas questões para

tornar mais claro o entendimento, como também acarretou no corte de algumas questões

pontuais, pois todas as pessoas acharam a entrevista muito longa (as entrevistas do pré-teste

duraram cerca de 1 hora cada).

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4.5.2 Público Alvo

As entrevistas foram aplicadas nas principais áreas de negócio da empresa e na área de

TI. O número de pessoas ouvidas foi dimensionado de forma a garantir representatividade por

empresa anterior à fusão (a adquirida - Bompreço e a adquirente – Wal Mart Brasil) e por

área. Conforme orienta Parasuraman (1986), estipulou-se um número mínimo de

entrevistados, suficiente para que houvesse convergência de informações e a pesquisa não

tivesse sua validade comprometida por um número baixo de entrevistas.

O público alvo foi dividido conforme o quadro 5, chegando a um total de 23

respondentes. Na área de negócios 8 (oito) entrevistados pertenciam ao Bompreço S.A. e 8

(oito) pertenciam ao Wal-Mart Brasil, antes da fusão. Já na área de TI, 4 (quatro)

entrevistados pertenciam ao Bompreço e 3 (três) ao Wal-Mart Brasil.

Área Público Alvo Entrevistados Bompreço Wal-Mart Negócio Vice-Presidentes

Diretores das áreas funcionais Gerentes

03 11

02

x x

x

x x

x Tecnologia da Informação

Vice-Presidente, Diretor (só existe um diretor na área), Gerentes

01 01

05

x

x

x

x Quadro 5 – Público alvo das entrevistas

4.5.3 Procedimento de Coleta

As entrevistas foram pessoais, ou seja, comunicação face-a-face, gravadas mediante

autorização, conduzidas em uma única sessão e todas elas realizadas pela pesquisadora. No

início de cada entrevista foi repassado o objetivo da pesquisa. Diversos outros registros foram

feitos pela pesquisadora ao longo de cada entrevista.

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Todas as entrevistas foram transcritas pela pesquisadora e enviadas por e-mail para

confirmação pelos entrevistados. Os entrevistados também por e-mail retornaram algumas

considerações e aprovaram o conteúdo das transcrições.

As entrevistas foram realizadas entre os meses de agosto e setembro/2005, seguiram

os roteiros exibidos no Apêndice A e tiveram um tempo médio de 37 minutos. É importante

ressaltar que foi assegurado aos entrevistados o direito de anonimato na divulgação. Dessa

forma, no decorrer do trabalho não foi mencionado o nome nem o cargo dos entrevistados.

4.6 Análise dos Dados

Yin (2001) define que a análise dos dados consiste em examinar, categorizar,

classificar e recombinar evidências. Uma estratégia adequada consiste em tomar por base as

proposições teóricas, que foram indicadas no início da pesquisa, deram forma ao plano de

coleta de dados e, agora, servirão de base na estruturação da análise, dando foco a certos

dados e desprezando outros, baseando-se na construção operacional das variáveis de

mensuração.

Para o tratamento de dados, pode se usar uma técnica que viabilize a análise

interpretativa, como a análise de conteúdo, que foi a técnica de análise adotada neste estudo.

Através da análise de conteúdo os textos são reduzidos em sua complexidade e transformados,

a fim de criar uma nova informação. A técnica é aplicada em situações de comunicação,

sendo particularmente utilizada em materiais de tipo qualitativo. Trata-se do pleno

entendimento de um discurso, do aprofundamento de suas características e do destaque dos

momentos mais importantes na coleta de dados (RICHARDSON, 1999).

Na prática o que ocorre é um exercício de reconstrução do material colhido, através

da categorização e posterior agrupamento de palavras, temas ou itens, na busca de

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interpretação da mensagem, considerando o contexto dos entrevistados. São feitos recortes

representativos dos textos originais, a fim de fazer emergir as categoriais a serem analisadas.

Tais categorias devem ter, em princípio, características como exclusão mútua,

homogeneidade, pertinência, objetividade e fidelidade.

Na organização da análise de conteúdo, recomenda-se uma seqüência de fases.

Figura 13 – Fases de uma análise de conteúdo

Bardin (2000), exibe sua proposição para uso da técnica, como mostrado na figura 13.

A pré-análise dá início ao processo de análise pela organização dos textos,

possibilitando um contato inicial com o material coletado, o que favorece a elaboração de

indicadores de pesquisa.

O processo segue com a categorização que é uma operação de classificação dos

elementos pertencentes ao conjunto de dados por diferenciação e, em seguida, por

reagrupamento segundo o gênero. É a fase na qual ocorre o desenvolvimento de categorias.

A fase final é a análise onde são interpretadas as categorias e obtidos os resultados. É a

fase de transformação dos resultados brutos em informações com significados e natureza

válidos.

Para o estudo, durante a pré-análise foi definido todo o trabalho de associação entre os

excertos das entrevistas e a identificação dos indicadores dos fatores promotores e inibidores

Pré-Análise Categorização Análise

Escolha dos documentos

Formulação dos objetivos

Elaboração dos indicadores

Classificação dos elementos em

categorias

Inferências Interpretações

Conclusão

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do alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e da estratégia empresarial,

enfocando a percepção do corpo gerencial por áreas de TI e áreas corporativas.

O segundo passo foi associar os indicadores que eram semelhantes, em uma única

planilha, para posterior criação das categorias que são tratadas em todo o texto como fatores

identificados. A proposta foi que os fatores fossem classificados em fatores promotores e

inibidores de acordo com a empresa e a área de cada entrevistado.

O terceiro passo foi classificar esses fatores nas seis dimensões do estudo. No caso da

área de TI, as dimensões previstas foram recursos tecnológicos, projetos, competitividade e

sistemas de informação. Já na área de negócio, as dimensões propostas foram processo

decisório, planejamento, competitividade e sistemas de informação.

Por fim, foi feita uma interpretação final de todo o material disponível, a fim de

identificar alguns dos fatores especificamente relacionados ao caso de fusão de empresas.

4.7 Controles e Cuidados

Para o desenvolvimento do estudo foram adotados alguns controles e alguns cuidados

visando a garantir rigor acadêmico à pesquisa. Abaixo os principais aspectos considerados:

• Na seleção dos entrevistados, a fim de que da coleta participassem pessoas com

representatividade gerencial dentro das diversas áreas de cada uma das empresas

antes da fusão;

• Quanto à realização de pré-teste do roteiro das entrevistas, a fim de verificar

abrangência de quesitos e atingimento dos objetivos da coleta;

• Relativos à transcrição na íntegra as entrevistas, observando todas as situações

percebidas;

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• Na ratificação das entrevistas, recebendo aprovação do material transcrito dos

entrevistados;

• No que concerne a evitar simplificações demasiadas ou reducionistas reveladores

de vieses do entrevistador.

Os achados da análise e a sua proximidade, ou não, com o escopo da pesquisa serão

apresentados no capítulo seguinte.

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5 Análise dos Resultados do Estudo

A proposta do presente capítulo é apresentar a análise dos resultados obtidos com a

pesquisa. Os resultados apresentados referem-se à análise do perfil dos entrevistados e à

percepção destes em dois momentos: antes da fusão das empresas e durante a fusão das

empresas. A partir dessas percepções se chegou aos fatores promotores e inibidores do

alinhamento da estratégia de TI e da estratégia empresarial, antes e durante o processo de

fusão. Esses fatores juntos compuseram as categorias do estudo, que no período antes do

processo de fusão foram levantadas sem nenhum enquadramento a priori e durante o período

de fusão foram classificadas em seis dimensões que responderam a pergunta síntese desta

pesquisa. No final é levantada a opinião dos entrevistados de como ficará o alinhamento após

o término de todo o processo de fusão entre as empresas.

5.1 Perfil dos Entrevistados

As entrevistas foram realizadas nas áreas funcionais da empresa, ouvindo pelo menos

um representante de cada área e na área de TI. As entrevistas foram aplicadas de forma

equilibrada entre a empresa adquirida e a empresa adquirente, ou seja, para cada entrevistado

do Bompreço S.A. houve um entrevistado correspondente do Wal-Mart Brasil, em aderência

ao que fora definido no quadro 5 (p. 71).

Todos os entrevistados tinham cargo de vice-presidente ou de diretor. Alguns gerentes

foram entrevistados, porque na área de tecnologia da informação do Bompreço S.A., os

gerentes tinham subordinação direta ao vice-presidente da área, não havendo o nível

hierárquico de diretoria na estrutura. Além disso, para manter a paridade de entrevistar em

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cada área de negócio um gestor de cada empresa, foi preciso fazer a correspondência com o

nível de gerente, em alguns casos.

O gráfico 1 exibe o perfil do público alvo do estudo (corpo gerencial) quanto à área,

empresa origem, cargo, tempo de empresa e escolaridade.

Número de Entrevistados por Empresa Origem

12

11

10,5

11

11,5

12

12,5

Empresa Origem

Qua

ntid

ade

Bompreço

Wal-Mart

Número de Entrevistados por Tempo de Empresa

6

9

1

7

02468

10

Tempo de Empresa

Qua

ntid

ade

Até 5 anos

De 6 à 10anos

De 11 à 15anos

Acima de 15anos

Número de Entrevistados por Escolaridade

8

14

1

0

5

10

15

Escolaridade

Qua

ntid

ade

Graduado

Pós-Graduado

Mestrado

Gráfico 1 – Perfil dos Entrevistados

Número de Entrevistados por Área

7

16

0

5

10

15

20

Área do Entrevistado

Qua

ntid

ade

TI

Negócio

Número de Entrevistados por Cargo

7

12

4

0

5

10

15

Cargo

Qua

ntid

ade

Gerente

Diretor

Vice-Presidente

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Observando o perfil do público alvo, outro ponto a ser destacado é que a média de

tempo de empresa dos entrevistados era de cerca de 10 anos, e a maioria dos entrevistados da

empresa adquirida contava com mais de 15 anos de empresa. Além disso, todos os

entrevistados eram graduados e a maioria possuía curso de pós-graduação. Um dos

entrevistados tinha curso de mestrado.

A próxima seção analisa a percepção do corpo gerencial sobre o alinhamento

estratégico entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial e a percepção dos fatores

promotores e inibidores deste alinhamento. A análise é feita em dois momentos: antes da

fusão e durante a fusão (foco do estudo) das empresas. Ao final levanta-se uma expectativa de

como ficará todo esse alinhamento após a conclusão do processo de fusão.

5.2 Percepção dos Entrevistados

Os fatores levantados a partir das percepções dos entrevistados com o uso de análise

por categorias foram divididos em dois momentos: antes e durante a fusão das empresas.

Estudou-se então quais dentre os fatores promovem ou inibem o alinhamento nos dois

momentos.

5.2.1 Fatores de Alinhamento Identificados na Pesquisa

O quadro 6 exibe os fatores gerais do alinhamento entre a estratégia de TI e a

estratégia empresarial encontrado na pesquisa. Dos 14 fatores associados ao período de antes

do processo de fusão, só o fator de apoio da alta administração não foi citado durante o

questionamento relativo ao período durante a fusão. Os 15 últimos fatores só foram citados

quando o foco das entrevistas mudou para o período durante o processo de fusão.

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GERAIS (ANTES/DURANTE FUSÃO) ESPECÍFICOS (DURANTE FUSÃO) Apoio da alta administração Tratamento das mudanças Conhecimento das metas Criação de time de integração Planejamento Administração do tempo Qualificação dos profissionais Insegurança / Incertezas das pessoas Prioridade do negócio Unificação dos processos Sinergia entre as áreas Consolidação das informações Postura dos profissionais Segregação das áreas Limitação de recursos Priorização dos treinamentos Comunicação Adoção de padrões mundiais Autonomia da área de TI Adaptação à nova cultura Uso de metodologia nos projetos Modelo de gestão focado em resultados Gestão de projetos Adoção das melhores práticas Tratamento das necessidades locais Experiência anterior de fusão Centralização da TI Foco na integração Participação / envolvimento das pessoas

Quadro 6 – Fatores gerais que afetam o alinhamento

5.2.2 Fatores Identificados Antes da Fusão das Empresas

Nesta seção foi sintetizada a percepção do corpo gerencial quanto ao alinhamento

entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial e identificados os fatores promotores e

inibidores do alinhamento, antes da fusão, captados por meio das perguntas de 7 a 10 do

roteiro das entrevistas, após categorização das respostas dadas mediante análise de conteúdo.

O gráfico 2 apresenta a opinião dos entrevistados quanto à existência ou não do

alinhamento neste período. Nota-se que tanto no Bompreço quanto no Wal-Mart, as pessoas

concordavam que existia alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial.

De fato, 20 entrevistados responderam que existia alinhamento em suas empresas

antes do processo de fusão e apenas 3 responderam que não existia. Dos entrevistados que

responderam não, 2 são do Wal-Mart Brasil e apenas 1 é do Bompreço S.A. Todos esses 3

entrevistados não são das áreas chaves de negócio das empresas. Essa é a primeira evidência

que o alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial é mais forte nas áreas

principais do negócio do que nas áreas de suporte aos negócios. Isso é percebido pelas duas

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empresas. Dos 13 entrevistados das áreas de negócio que responderam que existia

alinhamento, 7 são do Bompreço e 6 são do Wal-Mart Brasil. Todos os 7 entrevistados da

área de TI responderam que existia alinhamento.

Existência de Alinhamento por Área (Antes da Fusão)

7

13

03

0

5

10

15

Existência por Área

Qua

ntid

ade

Sim - TI

Sim - Negócio

Não - TI

Não - Negócio

Gráfico 2 – Percepção da existência de alinhamento por área antes da fusão

O quadro 7 mostra porque a área de TI e a área de negócio concordavam que existia

alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial nas suas empresas antes da

fusão. As exposições a seguir são compilações das respostas fornecidas nas entrevistas.

Existência de Alinhamento Área de TI Áreas de negócio

Existência de discussão conjunta das estratégias, inclusive com convenções, envolvendo a alta gerência

Estratégias consolidadas e divididas (integração das áreas)

Existência de trabalho de TI junto às áreas de negócio para levantamento das necessidades e prioridades

TI com boa visão de negócio

Consolidação do planejamento envolvendo TI e áreas de negócio (sinergia)

Planejamento claro e apoiado por TI

Execução dos planejamentos para desenvolvimento das necessidades, baseada no retorno dos investimentos de cada projeto e no orçamento anual aprovado (budget)

Flexibilidade total para desenvolver tudo que a área desejava e trazia retorno (autonomia de TI)

Dificuldade de atendimento das necessidades locais do país

Área de suporte aos negócios com baixa prioridade em relação às áreas chaves do negócio da empresa

Quadro 7 – Síntese dos motivos de existência de alinhamento

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Dado a ser constatada a existência do alinhamento na visão dos respondentes, buscou-

se avaliar qual o grau deste alinhamento.

Do total de 23 entrevistados, 19 responderam que o grau de alinhamento era muito alto

ou alto, e apenas 4, responderam que o grau do alinhamento era baixo ou muito baixo. As

entrevistas revelaram que no geral os entrevistados acreditavam que havia um bom

alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial em suas empresas, antes do

processo de fusão. Dos 19 entrevistados que tiveram a percepção de concordância (alto ou

muito alto), só 3 entrevistados consideraram o alinhamento muito alto e todos pertenciam à

empresa adquirida e as áreas chaves de negócio dessa empresa. Dos outros 16 entrevistados

que consideraram alto o alinhamento, 7 são da área de TI e os outros 9 das áreas de negócio,

sendo 4 do Bompreço e 5 do Wal-Mart Brasil. Já na zona de discordância (baixo ou muito

baixo) todos 4 respondentes são das áreas de negócio. Os 2 entrevistados que consideraram

muito baixo são do Wal-Mart Brasil e os outros 2 entrevistados que consideraram baixo são

um de cada empresa.

O gráfico 3 apresenta o resultado do grau percebido pelos entrevistados do

alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial antes do processo de fusão das

empresas.

Grau do Alinhamento por Área (Antes da Fusão)

7

12

04

0

5

10

15

Grau por Área

Qua

ntid

ade

Muito Alto/Alto -TI

Muito Alto/Alto -Negócio

Muito Baixo/Baixo- TI

Muito Baixo/Baixo- Negócio

Gráfico 3 – Grau de alinhamento por área antes da fusão

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Os fatores gerais levantados nas áreas de TI e de negócio que afetavam o alinhamento

da estratégia de TI com a estratégia de negócio por empresa antes da fusão, são exibidos no

quadro 8.

Nele há 7 grupos de percepções distintas, que remetem à compreensão de efeitos que

são visivelmente notados pela adquirida (apoio da alta administração, conhecimento das

metas, qualificação dos profissionais e autonomia da área de TI), ou notadamente visíveis pela

empresa adquirente (comunicação, tratamento das necessidades locais e centralização da TI).

Não existe um fator que seja percebido igualmente pelas 4 áreas pesquisadas embora haja

aquele que é massivamente atrelado a área de TI da adquirida (uso de metodologia nos

projetos) e outro que aparece só a área de negócio da adquirente (prioridade do negócio).

Há ainda os fatores que só aparecem na área de TI da adquirida e na área de negócio

da adquirente (planejamento e postura dos profissionais), como também os que são visíveis

em todo o Bompreço (TI e áreas de negócio) e só na área de negócio do Wal-Mart (sinergia

entre as áreas e limitação dos recursos). O último grupo aparece em todo o Bompreço (TI e

áreas de negócio) e só na área de TI do Wal-Mart (gestão de projetos).

Fatores Gerais - Antes da fusão Bompreço (TI)

Bompreço (Negócio)

Wal-Mart (TI)

Wal-Mart (Negócio)

Apoio da alta administração Conhecimento das metas Qualificação dos profissionais Autonomia da área de TI Planejamento Postura dos profissionais Prioridade do negócio Sinergia entre as áreas Limitação dos recursos Comunicação Tratamento das necessidades locais Centralização da TI Uso de metodologia nos projetos Gestão de Projetos

Quadro 8 – Fatores que afetam o alinhamento antes da fusão

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O quadro 9 mostra os indicadores essência para criação dos fatores taxados como

aspectos facilitadores, separados por área de TI e áreas de negócio e o quadro 10 mostra os

indicadores taxados como aspectos dificultadores, também separados pelas mesmas duas

áreas.

ASPECTOS PROMOTORES Área de TI Áreas de negócio

Incentivo do diretor da área Alta administração acreditar na área de TI Consciência da alta gestão da importância de TI

Estratégias claras e definidas

Visão clara das metas a serem atingidas Recursos de TI com conhecimento funcional Definição das prioridades Envolvimento de todas as áreas para definir as

estratégias corporativas Construção compartilhada dos planos Bom relacionamento de TI com as áreas Recursos de TI com conhecimento de negócio Sistema próprio e local Experiência do time de TI Velocidade no atendimento das demandas Troca de experiência entre as áreas Proximidade dos profissionais de TI nas áreas Autonomia da área de TI Uso de metodologia em projetos Acompanhamento e controle dos projetos

Quadro 9 – Indicadores base para os fatores de promoção do alinhamento

ASPECTOS INIBIDORES Área de TI Áreas de negócio

Diretores auto-suficientes Falta de foco e mudanças constantes Falta de definição clara Falta de sincronismo das áreas com TI Mudanças constantes de prioridade Foco no negócio principal ofuscando áreas de

suporte Planejamentos isolados de cada área Baixa prioridade devido ao tamanho do

negócio no país Pouco envolvimento de TI nas decisões Diferença expectativas x recursos alocados Muitas demandas sem planejamento Fila de projetos por limitação de recursos Pouca importância dada às áreas de suporte Distorção na comunicação Falta de sinergia entre as áreas Diferença da língua Capacidade limitada de recursos Baixa velocidade no atendimento das

necessidades Falta de comunicação das mudanças e planos Dificuldade de entendimento das necessidades

locais Falta de acompanhamento dos projetos Falta de adequação a realidade brasileira Dificuldade de definição dos recursos Área de TI centralizada na matriz da empresa Área de TI centralizada

Quadro 10 – Indicadores base para os fatores de inibição do alinhamento

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A fim de mostrar como foi feito o procedimento de análise dos dados, para aglutinar

aspectos em indicadores e estes em fatores (categorias), apresenta-se, como exemplo, na

figura 14, a árvore de agrupamento para a categoria/fator sinergia entre as áreas. A

modelagem utilizada, idealizada em forma de árvore de agrupamento, algo associável aos

mapas de cartas cognitivas (EDEN, 1992), exibe quais as estipulações efetuadas para

determinar se uma dada categoria enquadrar-se-ia como fator promotor ou inibidor do

alinhamento estratégico entre estratégia de TI e estratégia empresarial.

SINERGIA ENTRE AS ÁREAS

Bompreço Wal-Mart

TI Negócio Negócio

Facilitador Dificultador Facilitador Dificultador Facilitador Dificultador

Figura 14 – Árvore de agrupamento para o fator sinergia

A área de TI do Wal-Mart não aparece na árvore, pois o fator de sinergia entre as áreas

não foi comentado por nenhum dos entrevistados da área de TI dessa empresa.

Falta de sincronismo das áreas com TI.

Envolvimen-to de todas as áreas para definir estratégias corporativas.

Construção compartilha-da dos planos; Recursos de TI com conhecimen-to de negócio; Troca de experiências.

Planejamen-to isolado de cada área; Pouco envolvimen-to de TI nas decisões.

Recursos de TI com conhecimen-to funcional; Bom relaciona-mento de TI com as áreas.

Falta de sinergia entre as áreas.

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A partir dos indicadores base para os fatores de promoção e inibição do alinhamento,

dos quadros 9 e 10, respectivamente, os fatores do quadro 8 foram separados em fatores

promotores e inibidores do alinhamento. A separação desses fatores levantados para o período

antes da fusão é exibida na figura 15.

Qualificação dos profissionais Postura dos profissionais Uso de metodologia nos projetos

Apoio da alta administração Conhecimento das metas Sinergia entre as áreas Limitação de recursos Autonomia da área de TI Tratamento das necessidades locais

Planejamento Prioridade do negócio Comunicação Gestão de projetos Centralização da TI

Figura 15 – Fatores promotores e inibidores do alinhamento antes da fusão

Neste período, percebeu-se certa indefinição de posicionamento dos fatores em relação

à promoção ou inibição do alinhamento entre a estratégia de TI e estratégia empresarial, pois

dos 14 fatores levantados, 6, na visão dos entrevistados, ora promovem ora inibem o

alinhamento, mesmo que haja nesse período mais fatores inibidores (5) do que fatores

promotores (3) do alinhamento estratégico.

Detalhando os aspectos de indefinição dos fatores, só os entrevistados do Bompreço

(área de TI e áreas de negócio) apregoaram que o fator existência da autonomia da área de TI

P R O M O T O R E S

S

I N I B I D O R E S

-

+

+ -

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era um facilitador. Esses mesmos entrevistados também citaram que essa autonomia reduzia a

troca de experiências e a adoção de melhores práticas entre as empresas, já que não existia o

compartilhamento do que se praticava em cada uma delas. Os fatores apoio da alta

administração e conhecimento das metas também só foram expostos pelos entrevistados do

Bompreço, da área de TI e das áreas de negócio, que tinham uma área de TI forte e bem

estruturada.

Já os fatores sinergia entre as áreas e disponibilização de recursos foram citados como

os mais importantes para garantir o alinhamento e claramente a não existência deles, inibia o

alinhamento. Finalizando, os fatores indefinidos, só os entrevistados do Wal-Mart

visualizavam que havia dificuldade no tratamento das necessidades locais, mas comentaram a

importância desse tratamento para a promoção do alinhamento.

Dando continuidade a análise, os fatores de qualificação e postura dos profissionais

foram elencados como promotores pelos respondentes das duas empresas, haja vista a

importância das pessoas em todo o processo de alinhamento. Já o fator de uso de metodologia

só foi citado como promotor pela área de TI do Bompreço que usava fortemente essa técnica

no desenvolvimento dos seus projetos.

Para finalizar essa análise, os fatores de planejamento e gestão de projetos foram

comentados pelos respondentes das duas empresas. No entanto, as áreas de negócio do Wal-

Mart não conseguiam visualizar o fator de gestão de projetos, pois as estratégias das suas

áreas tinham que se adequar à realidade dos sistemas globais do Wal-Mart, e por isso havia

poucos projetos no Wal-Mart Brasil antes da fusão com o Bompreço. Já os fatores de

prioridade do negócio, comunicação e centralização da área de TI só foram citados pelos

entrevistados do Wal-Mart que tinham dependência dos sistemas globais, não tinham suas

necessidades locais priorizadas e, quando tinham, havia muita dificuldade de entendimento

devido à barreira da língua e da cultura.

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Na próxima seção serão analisados os fatores que serão mantidos e os novos fatores

que surgirão no período da fusão das empresas, e que afetarão o alinhamento entre a estratégia

de TI e a estratégia empresarial, segundo os gestores das duas empresas.

5.2.3 Fatores Durante a Fusão das Empresas

Nesta seção, foi sintetizada a percepção do corpo gerencial quanto ao alinhamento

entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial durante a fusão. As impressões decorrem

das respostas dadas às perguntas de 11 a 23 do roteiro das entrevistas.

Em ambas as empresas, a adquirente e a adquirida, havia concordância que existiam

fatores específicos que afetavam o alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia

empresarial durante um processo de fusão de empresas, ao lado daqueles taxados como

fatores gerais (antes da fusão) já identificados e doravante tratados como fatores recorrentes.

Como no momento anterior, houve a diretriz de reunir os fatores em grupos de

percepções.

Em relação aos fatores que já apareciam no levantamento antes da fusão, e que

permaneceram sendo citados durante o processo de fusão, apenas o fator de apoio à alta

administração não foi citado novamente, por já ser um pré-requisito para a realização de

processos de fusão. Os demais fatores foram citados e mais uma vez reagruparam-se em 7

grupos de percepções. No entanto, para os novos grupos formados, há divergências entre o

arranjo atual e aquele obtido na análise antes da fusão.

Os novos arranjos assumem 3 grupos de maior representatividade e 4 fatores em

ambiências isoladas. Os grupamentos têm a seguinte configuração: 5 fatores (conhecimento

das metas, sinergia entre as áreas, comunicação, tratamento das necessidades locais e

centralização da TI) têm visibilidade geral por todas as áreas das duas empresas. Esses fatores

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têm em comum comunicação e atenção às necessidades locais, contrapondo-se à centralização

da tecnologia. Na visão do momento antes da fusão, o fator conhecimento das metas passou a

ter visão ampla migrando de visão Bompreço para a visão Bompreço e Wal-Mart.

O segundo grande arranjo corresponde a dois subgrupos de percepção, cada qual com

2 fatores. Curiosamente o grupo (planejamento e postura dos profissionais) e o grupo

(qualificação dos profissionais e autonomia da área de TI) são rigorosamente os mesmos do

momento antes da fusão mantendo-se o perfil de interpretação.

Os fatores isolados limitação de recursos, uso de metodologia nos projetos e gestão de

projetos mantêm o mesmo reflexo do momento antes da fusão, tendo percepção

rigorosamente igual por empresa e área.

Por fim o fator prioridade do negócio que antes era visível exclusivamente para as

áreas de negócio do Wal-Mart, agora passou a ser visível também para a área de negócio do

Bompreço.

O quadro 11 sintetiza o exame dos grupos das percepções dos elementos recorrentes

no processo de fusão (mostradas pelo - preto). O arranjo anterior, visão de antes da fusão,

aqui grafado com o – vermelho, repete o agrupado já exibido no quadro 8 (p. 82).

Fatores mantidos durante fusão (fatores recorrentes)

Bompreço (TI)

Bompreço (Negócio)

Wal-Mart (TI)

Wal-Mart (Negócio)

Conhecimento das metas / / / / Sinergia entre as áreas / / / / Comunicação / / / / Tratamento das necessidades locais / / / / Centralização da TI / / / / Planejamento / / Postura dos profissionais / / Qualificação dos profissionais / / Autonomia da área de TI / / Prioridade do negócio / / Limitação de recursos / / / Uso de metodologia nos projetos / Gestão de projetos / / /

Quadro 11 - Fatores que afetam o alinhamento durante fusão – elementos recorrentes

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No que concerne aos fatores específicos, a primeira grande diretriz foi sondar se os

entrevistados realmente percebiam a existência de fatores específicos de alinhamento

estratégico entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial, que só se

fizessem sentir durante a ocorrência efetiva da fusão.

Questionados acerca deste ponto, do total dos 23 entrevistados, apenas 3, todos do

Wal-Mart Brasil (2 das áreas de negócio e 1 da área de TI) responderam que não havia fatores

específicos afetando o alinhamento durante um processo de fusão. Os demais disseram que

esses fatores existiam durante esse processo. Desses 20 respondentes que disseram que havia

fatores específicos durante o processo de fusão, 6 são da área de TI e os outros 14 das áreas de

negócio, sendo 8 do Bompreço e 6 do Wal-Mart Brasil. O gráfico 4 apresenta o resultado da

opinião dos entrevistados.

Gráfico 4 – Existência de fatores específicos de alinhamento durante fusão

O quadro 12 mostra fatores específicos de um processo de fusão, na percepção dos

gestores, que afetavam o alinhamento, ainda sem classificação nas dimensões estipuladas pelo

estudo. Mais uma vez a intenção de análise levou a pesquisadora a reunir os fatores em grupos

de percepções.

A primeira e principal impressão é que no momento de fusão há nítida convergência

de fatores, mesmo que haja 6 grupos. De fato, em três casos (consolidação das informações,

Fatores Específicos de Alinhamento por Área (Durante Fusão)

6

14

1 2

0

5

10

15

Fatores Específicos por Área

Ent

revi

stad

os

TI/N

egóc

io

Sim - TISim - NegócioNão - TINão - Negócio

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adoção de padrões mundiais e adoção de melhores práticas) verifica-se o isolamento dos

fatores tendo como fator de uniformização a citação das áreas de negócio do Wal-Mart.

Após esta constatação verificam-se três grupos bem definidos: o majoritário com os

fatores insegurança / incertezas das pessoas, segregação das áreas, modelo de gestão focado

em resultados, experiência anterior de fusão, foco na integração e participação / envolvimento

das pessoas no qual há convergência da empresa Bompreço e presença marcante das áreas de

negócio do Wal-Mart; os fatores tratamento das mudanças, criação de time de integração e

adaptação da nova cultura que têm a marca de ser ignorados pelo Wal-Mart e presença em

todas as áreas do Bompreço (TI e negócio) estando ligadas ao processo de adaptação

empresarial; e os fatores administração do tempo, unificação dos processos e priorização dos

treinamentos que são fortemente percebidos por todas as áreas das empresas, sinalizando

elementos crucialmente urgentes na fusão.

Fatores específicos durante a fusão Bompreço (TI)

Bompreço (Negócio)

Wal-Mart (TI)

Wal-Mart (Negócio)

Tratamento das mudanças Criação de time de integração Adaptação da nova cultura Administração do tempo Unificação dos processos Priorização dos treinamentos Insegurança/Incertezas das pessoas Segregação das áreas Modelo de gestão focado em resultados Experiência anterior de fusão Foco na integração Participação/envolvimento das pessoas Consolidação das informações Adoção de padrões mundiais Adoção das melhores práticas

Quadro 12 - Fatores específicos que afetam o alinhamento durante fusão

Como na análise do momento anterior, compilam-se, a partir da categorização dos

elementos dos entrevistados, os indicadores que facilitam a criação das categorias e seu teor

no sentido de promover ou inibir o processo de alinhamento.

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O quadro 13 mostra os indicadores dos aspectos promotores levantados na área de TI e

nas áreas de negócio e o quadro 14 mostra os aspectos inibidores levantados nas mesmas

áreas.

ASPECTOS PROMOTORES Área de TI Áreas de negócio

Definição clara Direcionamento das metas Transparência das informações e estratégias Definição dos processos Boa qualificação dos profissionais da empresa adquirida

Apoio de TI para busca de alternativas para o que não existe

Trabalho de TI junto com as áreas Dedicação e comprometimento das pessoas Troca de experiências Aumento da prioridade do país Postura adequada dos profissionais Bom relacionamento de TI com as áreas Empenho das pessoas Comunicação clara e permanente Participação/envolvimento das pessoas Entendimento das necessidades locais Boa comunicação Mobilização para adequação a realidade

brasileira Adoção de metodologia para desenvolvimento dos novos requisitos

Adoção de sistemas locais

Acompanhamento dos prazos dos projetos Criação do time de integração Destaque de recursos exclusivos para projetos Treinamento das lideranças no novo modelo

de gestão e na nova cultura Adequação à realidade brasileira Maior controle e foco em resultados Criação do time de integração nas áreas Compartilhamento das melhores práticas Economia de escala pelo uso de padrões Experiência anterior em outro processo de

fusão Disseminação da nova cultura Realização de programas de gestão de mudança

Treinamento no novo modelo Modelo de gestão baseado em resultados Maior preparação para as próximas aquisições

Quadro 13 – Indicadores base para os fatores promotores do alinhamento

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ASPECTOS INIBIDORES Área de TI Áreas de negócio

Falta de definição das metas e estratégias Falta de planejamento Falta de definição de pápeis e responsabilidades

Direções conflitantes entre as áreas

Falta de planejamento de médio e longo prazo Modelo financeiro prevendo investimentos menores

Mudanças constantes e simultâneas Decisão baseada em custo Postura inadequada dos profissionais Comunicação difícil Diferença de maturidade dos profissionais Transferência do suporte local Necessidade de verbas adicionais Novo direcionamento da área de TI Falha no processo de comunicação Não adoção de sistemas locais Empresa global com estratégia global de TI Demora no atendimento das necessidades Perda de autonomia da área de TI Falta de adequação à realidade brasileira Centralização da área de TI Perda no nível de suporte de TI Não adoção de sistemas locais Perda de algumas funcionalidades Dificuldade de adaptação às necessidades locais

Demora na conversão dos sistemas

Processos diferentes em paralelo Muitas mudanças simultâneas Muitas atividades em paralelo Dedicação dividida entre processo/sistema

novo x processo/sistema velho Tempo de dedicação das pessoas divididos (mundo velho x mundo novo)

Incerteza de futuro

Esforço maior no processo operacional Resistência ao novo Insegurança e insatisfação das pessoas Pouco envolvimento das pessoas Resistência à mudança Diferenças de processos e sistemas Falta de participação das pessoas Operação de dois sistemas em paralelo Desvalorização do conhecimento das pessoas Informações em duas bases de dados distintas Equipes segregadas Comparações em cima de parâmetros

diferentes Falta de definição das novas estruturas Necessidade de aprender o novo Padrões caros para a realidade brasileira Investimentos inadequados para alguns tipos

de negócio Investimento de TI incompatível para alguns tipos de negócio

Processo intenso de aprendizagem

Adaptação à nova cultura Mudança de cultura Voltar-se para dentro esquecendo o lá fora Não ter referência de outras aquisições Prioridade só voltada para o novo Mudança nos processos sem suporte de

sistemas Pouco investimento no ambiente velho Prioridade só para migração

Quadro 14 – Indicadores base para os fatores inibidores do alinhamento

Exibe-se agora mais uma vez, na figura 16, por completude, o processo de aglutinação

de indicadores utilizado na análise dos dados em torno de uma categoria, a fim de propiciar o

entendimento da sistemática de interpretação dos dados. O exemplo, deste feito, recai sobre a

categoria/fator (Insegurança e incertezas das pessoas): a árvore de agrupamento.

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INSEGURANÇA/INCERTEZAS DAS PESSOAS

Bompreço Wal-Mart

TI Negócio Negócio

Facilitador Dificultador Facilitador Dificultador Facilitador Dificultador

Figura 16 –Árvore de agrupamento para o fator insegurança/incerteza das pessoas

Na árvore não aparece a área de TI do Wal-Mart, pois o fator de insegurança/

incertezas das pessoas não foi exposto por nenhum dos respondentes da área de TI dessa

empresa.

A partir da compilação dos indicadores (quadros 13 e 14) e da definição de suas cargas

de influência, os fatores recorrentes e específicos podem ser segregados em fatores

promotores e inibidores do alinhamento.

Processo intenso de aprendiza-gem; Muitas mudanças simultâneas.

Treinamento Participação e envolvimen-to das pessoas; Treinamen- to no novo modelo.

Falta de definição de pápeis e responsabi-lidades; Insatisfação das pessoas; Mudanças constantes e simultâneas.

Treinamento

Resistência à mudança; Necessidade de aprender o novo; Incerteza de futuro. Pouco envolvimen-to das pessoas.

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94

5.2.3.1 Detalhamento dos Fatores Recorrentes

A figura 17 exibe essa separação para os fatores recorrentes, que já eram identificados

antes da fusão e que foram repetidos durante o levantamento do período da fusão.

Qualificação dos profissionais Prioridade do negócio Sinergia entre as áreas

Uso de metodologia nos projetos Gestão de Projetos

Conhecimento das metas Postura dos profissionais Comunicação Tratamento das necessidades locais

Planejamento Limitação de recursos Autonomia da área de TI Centralização da TI

Figura 17 – Fatores promotores e inibidores – elementos recorrentes

Comparando o posicionamento dos fatores promotores e inibidores dos elementos de

antes da fusão, com os mesmos elementos recorrentes no processo de fusão, notam-se

significativas flutuações.

A primeira diferença foi que a postura dos profissionais que antes era citada como um

fator promotor do alinhamento, agora aparece como um fator inibidor. Esse deslocamento

pode ser justificado pela resistência à mudança própria de momentos de transição como em

processos de fusão.

I N I B I D O R E S

-

+

+ -

P R O M O T O R E S

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Outro fator que migra de posição é a comunicação que de uma posição de inibir,

tranforma-se em um fator que ora inibe ou ora promove o alinhamento, tornando-se um fator

indefinido. Essa mudança é importante para garantir a implantação do novo modelo de gestão

e facilitar o aculturamento das pessoas.

Por outro lado os fatores sinergia entre as áreas, limitação de recursos e autonomia da

área de TI que eram indefinidos na etapa de antes da fusão agora se definiram. O fator de

sinergia entre as áreas passou a só promover o alinhamento, já que sem isso não seria possível

a realização da fusão dos processos e dos sistemas das empresas. Já os fatores limitação de

recursos e autonomia passaram a só inibir, pois as duas empresas não tinham autonomia na

área de TI, e, por isso, possuíam muitas limitações de recursos.

Os fatores de prioridade do negócio e gestão de projetos deixaram de inibir o

alinhamento e passaram a promovê-lo. Esses fatos sofreram influência do aumento da

prioridade do negócio do Wal-Mart no Brasil e da realização dos projetos de integração,

respectivamente.

Por fim, os fatores qualificação dos profissionais, uso de metodologia nos projetos,

comunicação das metas, tratamento das necessidades locais, planejamento e centralização da

TI foram mantidos na mesma posição. Os dois primeiros continuaram promovendo, os dois

seguintes continuaram indefinidos, e os dois últimos continuaram inibindo o alinhamento.

É importante registrar que nenhum fator deixou de promover o alinhamento para inibi-

lo. Isso mostra que havia forte convicção dos fatores que promoviam o alinhamento.

Outro ponto a ser ressaltado em relação aos grupos de percepções é que durante o

processo de fusão alguns fatores passaram a ser relatados por todos os entrevistados de ambas

as áreas do Bompreço e do Wal-Mart. Esse fato não ocorria na percepção do processo de

antes da fusão.

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96

5.2.3.2 Detalhamento dos Fatores Específicos

A figura 18 exibe a mesma separação entre fatores promotores e inibidores do

alinhamento para os fatores específicos, que só apareceram no momento da fusão.

Criação do time de integração

Modelo de gestão focado em resultados Adoção das melhores práticas

Adoção de padrões mundiais Adaptação da nova cultura

Experiência anterior de fusão

Tratamento das mudanças

Administração do tempo Insegurança/incertezas das pessoas Unificação dos processos Consolidação das informações

Segregação das áreas Priorização de treinamento Foco na Integração Participação/envolvimento das pessoas

Figura 18 – Fatores promotores e inibidores – específicos da fusão

Para os fatores específicos é muito mais nítida a segregação entre os fatores

promotores e os fatores inibidores do alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia

empresarial. Dos 15 fatores levantados, 9 são inibidores, 3 ora promovem e ora inibem o

alinhamento e apenas 3 são considerados fatores promotores: a predominância de fatores

I N I B I D O R E S

-

+

+ -

P R O M O T O R E S

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inibidores é destacada. Isso já era esperado por causa do forte processo de mudanças que

ocorre ao mesmo tempo em todas as áreas da empresa durante o processo de fusão e reforça

mais uma vez a percepção de que durante esse momento os fatores inibidores são mais

presentes.

Só as áreas (TI e de negócio) do Bompreço visualizaram o tratamento das mudanças

como um inibidor do processo de alinhamento, pois a empresa adquirida sofre mais impacto

no processo de fusão.

Reforçando, mais uma vez, que há predominância dos fatores inibidores em relação

aos promotores do total dos 23 respondentes, 7 não conseguiram perceber nenhum fator que

facilitasse o alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial durante as

entrevistas do período de fusão. Já os aspectos dificultadores só não foram citados por apenas

1 dos respondentes da área de negócio da empresa adquirente.

Os pontos que inibiram o alinhamento no processo de fusão foram: dificuldade de

administração do tempo, tendo em vista que é preciso realizar a integração conjuntamente,

com a manutenção da competitividade do dia-a-dia; incertezas e insatisfação nas pessoas

devido a pouca atenção aos aspectos relacionados aos fatores humanos; dificuldade na

unificação dos processos devido à demora na conversão de sistemas; e dificuldade de

consolidação das informações pela perda no processo decisório.

Também foram fatores inibidores: tratamento das mudanças já que está existindo

transição de dois sistemas e dois processos funcionais que passam a ser integrados;

segregação das áreas devido à existência desses dois processos funcionais e dois sistemas

distintos rodando em paralelo; falta de priorização de treinamento para adaptação as novas

realidades devido a outras prioridades; foco maior na integração fazendo com que os

processos atuais fiquem sem manutenção.

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Há pouca indefinição, mas os fatores adoção de padrões mundiais, adaptação à nova

cultura e experiência anterior de fusão podem ora inibir ou ora promover o alinhamento. No

caso da adoção de padrões mundiais, por exemplo, trocas são permitidas, mas muitas vezes os

padrões são inadequados para a realidade local.

Para finalizar os fatores promotores mais importantes na percepção do corpo gerencial

das duas empresas, relatados no levantamento das entrevistas, foram: criação de um time de

integração com participação de pessoas das duas empresas em todas as áreas funcionais para

ajudar na integração dos processos e sistemas; a chance que foi dada para o tratamento das

necessidades locais, através da realização do mapeamento dos processos atuais e do

levantamento das diferenças existentes visando a implementação nos sistemas globais,

adotando assim as melhores práticas; modelo de gestão focado em resultados.

5.2.4 Fatores do Estudo sob a Ótica das Dimensões

A seguir serão detalhados os exames efetuados nos fatores obtidos e listados nas

figuras 17 e 18, à luz das dimensões de análise e de seus aspectos componentes.

5.2.4.1 Dimensão de Recursos Tecnológicos

A primeira dimensão tratada foi a de recursos tecnológicos. Essa dimensão só foi

levantada na área de TI.

O resultado obtido foi que a maioria dos respondentes da área de TI considerou alto ou

muito alto o uso dos recursos de tecnologia da informação e que ambas as empresas tinham

uma estrutura tecnológica robusta.

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As considerações inibidoras foram oriundas do fato dos recursos tecnológicos terem

sido mantidos segregados, durante todo o processo de fusão. Isso dificultou um pouco o uso

dos recursos tecnológicos, pois com o paralelismo, os gestores precisavam acessar muitas

vezes dois equipamentos, dois software e até dois correios eletrônicos.

Os gráficos 5, 6 e 7 mostram como foi o uso desses recursos: equipamentos, software

e internet, nas diversas áreas de negócio, durante a fusão das empresas, segundo as entrevistas

com os 7 respondentes da área de TI.

Uso do Equipamentos (Durante Fusão)

43

0 00

2

4

6

Grau

Ent

revi

stad

os

TI

Muito Alto

Alto

Baixo

Muito Baixo

Gráfico 5 – Uso dos recursos tecnológicos – equipamentos

Uso de Software (Durante Fusão)

2

4

10

0

2

4

6

Grau

Ent

revi

stad

os T

I

Muito Alto

Alto

Baixo

Muito Baixo

Gráfico 6 – Uso dos recursos tecnológico - software

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100

Uso de Internet (Durante Fusão)

2

3

1 1

0

1

2

3

4

Grau

Ent

revi

stad

os T

I

Muito Alto

Alto

Baixo

Muito Baixo

Gráfico 7 – Uso dos recursos tecnológicos - internet

Todos os fatores elencados sob esta dimensão são fatores específicos de um processo

de fusão. É importante ressaltar que a percepção do corpo gerencial da área de TI das duas

empresas foi que a existência de dois sistemas e o confronto da experiência das pessoas,

próprio de um processo de fusão de empresas, facilitava o alinhamento da estratégia de TI e

da estratégia empresarial, através da adoção das melhores práticas de cada uma das empresas.

Por outro lado, a existência desses dois sistemas, aumentava em muito a complexidade

operacional e dificultava a consolidação das informações inibindo o alinhamento.

Já o fator insegurança e incertezas das pessoas é percebido pelos entrevistados do

Bompreço como um inibidor proveniente das mudanças da fusão, visto que se cria uma

resistência natural que dificulta o alinhamento entre a estratégia tecnológica nova, que está

sendo implantada, com a estratégia empresarial do momento da fusão, principalmente pela

média de tempo de empresa alta desses respondentes. Outro ponto ressaltado pelos mesmos

entrevistados do Bompreço é que a padronização tecnológica resultante de um processo de

fusão, gera, em alguns casos, altos custos para a realidade de alguns negócios realizados

localmente, já que no caso em estudo, a padronização é mandatória e vem da matriz da

empresa adquirente, que está situada nos EUA.

A figura 19 mostra a divisão dos fatores detectados sob o enfoque da dimensão de

recursos tecnológicos.

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+

-

Adoção das melhores práticas (E)

Insegurança/incertezas das pessoas (E) Consolidação das informações (E) Priorização do treinamento (E) Adoção de padrões mundiais (E)

G= Fator Geral E= Fator Específico

Figura 19 – Fatores promotores e inibidores - recursos tecnológicos

5.2.4.2 Dimensão de Projetos de Tecnologia da Informação

Essa dimensão só foi levantada na área de TI. O gráfico 8 sintetiza os resultados das

respostas obtidas sobre o grau alinhamento dos projetos de tecnologia da informação com as

estratégias das diversas áreas de negócio durante a fusão.

Grau de Alinhamento dos Projetos (Durante Fusão)

23

2

00

2

4

Grau

Ent

revi

stad

os

TI

Muito Alto

Alto

Baixo

Muito Baixo

Gráfico 8 – Grau do alinhamento dos projetos

Os fatores que afetam o alinhamento sob esta dimensão na visão dos entrevistados

pertenciam às duas classes que foram estipuladas antes: fatores gerais e fatores específicos.

INIBIDORES

PROMOTORES

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Houve uma separação quase equânime dos fatores por magnitude de promoção (7) e inibição

(9), fato que se repetiu numericamente em termos de fatores gerais (7) e específicos (9).

A mais significativa percepção deve ser creditada à menção de queda no alinhamento

dos projetos em função da perda de autonomia com a centralização da área de TI na matriz do

Wal-Mart nos EUA.

A figura 20 mostra a divisão dos fatores naqueles que promovem e inibem o

alinhamento dos projetos com as diversas áreas de negócio durante o processo de fusão.

Comunicação (G) / Uso de metodologia nos projetos (G) Gestão de projeto (G)

Tratamento das necessidades locais (G) Criação do time de integração (E)

Adoção dos padrões mundiais (E) Adaptação da nova cultura (E)

Conhecimento das metas (G) Limitação de recursos (G)

Centralização da TI (G) Tratamento das mudanças (E) Administração do tempo (E)

Insegurança/incertezas das pessoas (E) Unificação dos processos (E)

Segregação da área (E) Foco na integração (E)

G = Fator Geral E = Fator Específico

Figura 20 - Fatores promotores e inibidores – projetos

Nesta dimensão, os principais fatores promotores percebidos pelos entrevistados do

Bompreço foram uso de metodologia nos projetos, gestão de projetos e criação do time de

integração, que facilitaram o tratamento das necessidades locais nos projetos de integração.

Esses fatores garantiram um melhor entendimento pela área internacional do Wal-Mart, do

I N I B I D O R E S

+

P R O M O T O R E S

-

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que precisava ser feito nos sistemas globais para se incorporarem à realidade brasileira,

ajudando assim, o alinhamento dos projetos de tecnologia da informação com a estratégia das

diversas áreas.

Já na percepção dos entrevistados do Wal-Mart, o principal fator promotor do

alinhamento desses projetos com a nova estratégia empresarial foi a adoção de padrões

mundiais abrangentes, pois a área internacional do Wal-Mart atua em vários países, e isso

agrega diferenciais competitivos para a atuação local. Esse fator facilita, também, a operação

dos sistemas e processos independentemente do local onde as pessoas estão trabalhando,

gerando mais uma vez uma troca de experiências muito grande e, porque não dizer, vantagem

competitiva.

Por outro lado, os principais fatores inibidores percebidos pelos entrevistados do

Bompreço, nesta dimensão, foram tratamento das mudanças, limitação dos recursos,

administração do tempo e unificação dos processos, todos provocados pela necessidade de

adaptar a nova empresa e garantir, ao mesmo tempo, a produtividade atual, tendo especial

destaque à centralização da TI que gerou perda de autonomia local e muita insegurança e

insatisfação nas pessoas.

Na percepção dos entrevistados do Wal-Mart, o principal fator inibidor do

alinhamento foi a dificuldade de unificação dos processos devido ao fato da empresa

adquirida ter um processo operacional forte, bem estruturado e adaptado à realidade brasileira,

que não podia ser simplesmente descartado.

5.2.4.3 Dimensão de Processo Decisório

A dimensão processo decisório foi escrutinada apenas nas áreas de negócio. O gráfico

9 sintetiza como era o grau do suporte da tecnologia da informação para ajudar o processo

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decisório na visão dos entrevistados. A destacar que a maioria dos entrevistados que não

concordava com o alinhamento nesta dimensão pertencia ao Bompreço e que isso ocorria

porque o Bompreço estava tendo a maioria dos seus sistemas substituídos pelos sistemas

globais, não tendo mais muito foco nos sistemas e processos decisórios existentes.

Suporte de TI ao Processo Decisório (Durante a Fusão)

3

9

31

0

5

10

Grau

Ent

revi

stad

os

Neg

ócio Muito Alto

Alto

Baixo

Muito Baixo

Gráfico 9 – Grau do suporte de TI ao processo decisório

Esse gráfico mostra que o grau do suporte da tecnologia da informação para ajudar o

processo decisório, tinha um bom nível de serviço por causa da estrutura estável dos sistemas

do Bompreço, que ainda permitiam manter a gestão atual em boas condições, apesar das

dificuldades para consolidação das informações e da atenção dada à integração de sistemas

(fatores inibidores). Constatou-se nas entrevistas que os gestores da área de negócio do

Bompreço, tinham essa percepção promotora do alinhamento, apesar dos requerimentos atuais

estarem parados devido à integração dos processos e dos sistemas.

Quatorze fatores (8 gerais e 6 específicos) foram fatores determinantes de alinhamento

nesta dimensão. Como mostra a figura 21, a distribuição desses fatores sob a dimensão é

curiosa. De fato, no que se refere a fatores gerais, há 4 fatores promotores e 4 fatores

inibidores; porém quando o foco é o momento de fusão, há apenas 1 fator promotor e 5

fatores inibidores. Essa disparidade em forma de fatores inibidores fortalece a evidência que

no processo de fusão, o número de fatores inibidores que afetam o alinhamento entre a

estratégia de TI e a estratégia empresarial tende a superar os fatores promotores. Esse único

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fator promotor está ligado à adoção de melhores práticas que podem surgir em processos de

fusão.

Qualificação dos profissionais (G) Prioridade do negócio (G)

Postura dos profissionais (G) Tratamento das necessidades locais (G)

Adoção das melhores práticas (E)

Limitação de recursos (G) Comunicação (G) Autonomia da área de TI (G)

Centralização da TI (G) Administração do tempo (E) Insegurança/incerteza das pessoas (E) Consolidação das informações (E) Segregação das áreas (E)

Foco na integração (E)

G = Fator Geral E = Fator Específico

Figura 21 - Fatores promotores e inibidores - processo decisório

Nesta dimensão, os principais fatores promotores que afetavam o suporte que a

tecnologia estava oferecendo para o processo decisório, percebidos pelos entrevistados da

área de negócio do Bompreço foram qualificação e postura dos profissionais das áreas, pois

apesar da perda de autonomia da área de TI e da limitação de recursos, esses profissionais

continuavam buscando formas de manter o dia-a-dia para garantir a competitividade. Os

outros fatores tais como tratamento das necessidades locais e adoção de melhores práticas

foram relatados pelos gestores de ambas as empresas como itens que facilitavam.

Por outro lado, na percepção dos gestores das duas empresas, os principais fatores

inibidores do suporte que a tecnologia estava oferecendo para o processo decisório, foram

administração do tempo, devido ao grande número de demandas em paralelo em todas as

I N I B I D O R E S

+

P R O M O T O R E S

Promotores -

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áreas; foco na integração, que coibia investimentos nos sistemas atuais dificultando a

manutenção do suporte do dia-a-dia.

Nesta dimensão, só os entrevistados do Bompreço ressaltaram o fator de incertezas e

insegurança das pessoas como um fator inibidor do alinhamento da estratégia de TI e da

estratégia empresarial em um momento de fusão, pois esse momento gerava muita perda de

recursos humanos importantes e perda de conhecimento dos processos da empresa. O fator

perda de autonomia da área de TI também inibiu muito o suporte da TI ao processo decisório.

5.2.4.4 Dimensão de Planejamento

Essa dimensão também só foi levantada nas áreas de negócio e o gráfico 10 sintetiza

bem a quantidade de todas as respostas obtidas, com destaque para a constatação emanada dos

dados que houve excelente sintonia entre o PEE e o PETI, apesar da empresa adquirida passar

a ter todo o seu esforço de planejamento alinhado com a estratégia empresarial corporativa da

empresa adquirente e em que pese não existir ainda integração nos sistemas para suportar

todas as mudanças nos processos de negócio.

Gráfico 10 – Grau de alinhamento do planejamento

Grau de Alinhamento do Planejamento (Durante Fusão)

4

9

1 2

0

5

10

Grau

Ent

revi

stad

os

Neg

ócio Muito Alto

AltoBaixoMuito Baixo

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Sob esta dimensão surgiram 6 fatores gerais e 6 específicos. Marcadamente a maioria

dos fatores específicos pertence à classe dos fatores inibidores, como indica a figura 22.

Prioridade do negócio (G)

Sinergia entre as áreas (G) Postura dos profissionais (G) Experiência anterior de fusão (E)

Limitação de recursos (G) Comunicação (G) Centralização da TI (G) Tratamento da mudança (E) Administração do tempo (E) Insegurança/incertezas das pessoas (E)

Unificação dos processos (E) Foco na integração (E)

Fator Geral E = Fator Específico

Figura 22 – Fatores promotores e inibidores - planejamento

Nesta dimensão os fatores indefinidos percebidos pelos entrevistados das duas

empresas foram a boa postura dos profissionais, experiência anterior de fusão e a busca de

sinergia entre as áreas. Destaca-se que as pessoas é que tentavam promover a sinergia para

ajudar o alinhamento entre o planejamento da TI com o planejamento empresarial, no entanto

ainda havia muita dificuldade nesta tentativa de ação por causa das fortes mudanças e das

especificidades do caso.

Já o fator promotor de aumento da prioridade do negócio, ocasionado pelo aumento do

negócio no Brasil com a fusão das empresas, só foi percebido pelos gestores do Wal-Mart,

I N I B I D O R E S

+

+ - P R O M O T O R E S

-

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que sentiram mais fortemente a mudança de postura da matriz da empresa, através do foco

dado pela área internacional do Wal-Mart (TI e negócio) ao processo de integração e,

conseqüentemente, ao negócio Wal-Mart Brasil.

Os fatores inibidores de maior expressão foram administração do tempo e a unificação

dos processos que dificultavam o processo de planejamento, por existirem dois processos e

dois sistemas que ainda não estavam integrados. Esses fatores foram expostos fortemente

pelos gestores das duas empresas.

Outros fatores inibidores do alinhamento da estratégia de TI e da estratégia

empresarial lembrados foram: tratamento das mudanças, centralização da TI e as incertezas

que as pessoas estavam vivendo. Saliente-se que esses fatores foram expostos apenas pelos

gestores do Bompreço.

5.2.4.5 Dimensão de Competitividade

Essa dimensão foi levantada nas áreas de negócio e na área de TI e buscou captar qual

era o grau dos investimentos em recursos de tecnologia da informação para ajudar a

competitividade das áreas de negócio. O gráfico 11 sintetiza que os resultados obtidos, curiosa

e intrigantemente, revelaram uma aparente indefinição na percepção dos entrevistados. Esse

equilíbrio quer demonstrar que a dimensão de competitividade foi a que teve seu alinhamento

mais afetado, pelo congelamento do tratamento das novas necessidades dos sistemas atuais,

pois todo o foco da empresa estava voltado para a produção dos sistemas e processos a serem

integrados.

Esta foi a única dimensão em que houve essa proximidade entre os extremos de

percepções dos entrevistados.

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Grau do Investimento para a Competitividade (Durante Fusão)

58 8

2

0

5

10

Grau

Ent

revi

stad

os

TI/N

egóc

io

Muito AltoAltoBaixoMuito Baixo

Gráfico 11 – Grau do investimento para a competitividade

Como a atestar a indefinição aventada, sob esta dimensão ocorreu o recorde de fatores

listados, quer gerais (9), quer específicos (10). Nesta dimensão, arrolam-se 11 fatores

inibidores e 6 fatores promotores.

Talvez este cenário queira mostrar como a competitividade empresarial é afetada num

momento de fusão de empresas. Isso ocorre provavelmente, porque todo o foco das duas

empresas, adquirida e adquirente, se volta para a integração dos processos e dos sistemas.

Com isso, a manutenção dos processos e dos sistemas atuais fica sem prioridade, apesar deles

ainda serem responsáveis pela manutenção da competitividade dos processos em voga. Outro

ponto que compromete essa dimensão é a administração do tempo das pessoas, pois elas

precisam operar, manter e fazer a gestão de dois processos e dois sistemas ao mesmo tempo,

até que todo o processo de conversão seja concluído.

A figura 23 classifica os fatores que afetavam o grau do alinhamento da estratégia da

TI com a competitividade de cada área em fatores promotores, promotores e inibidores e

inibidores.

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Qualificação dos profissionais (G)

Comunicação (G) Tratamento das necessidades locais (G)

Adaptação à nova cultura (E) Modelo de gestão focado em resultados (E)

Adoção das melhores práticas (E)

Postura dos profissionais (G)

Participação/envolvimento das pessoas (E)

Conhecimento das metas (G)

Planejamento (G) Limitação de recursos (G)

Autonomia da área de TI (G) Centralização da TI (G)

Administração do tempo (E) Insegurança/incertezas das pessoas (E)

Unificação dos processos (E) Consolidação das informações (E)

Adoção de padrões mundiais (E) Foco na integração (E)

G = Fator Geral E = Fator Específico

Figura 23 – Fatores promotores e inibidores – competitividade

Os fatores promotores do alinhamento da estratégia de TI com a competitividade de

cada área relatados pela área de TI do Bompreço foram tratamento das necessidades locais,

qualificação dos profissionais e modelo de gestão focado em resultados, pois estes fatores

garantiriam que as funcionalidades locais existentes seriam tratadas para não comprometer a

gestão. Já pela área de negócio do Bompreço foram relatados o tratamento das necessidades

locais e pela área de negócio das duas empresas o modelo de gestão focado em resultados. É

I N I B I D O R E S

-

+ -

P R O M O T O R E S

+

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importante ressaltar que para esta dimensão, 6 entrevistados (5 Bompreço e 1 Wal-Mart) das

áreas de negócio não expuseram nenhum fator promotor de alinhamento, provavelmente

porque os gestores do Bompreço estavam perdendo uma estrutura de sistemas que suportava

muito bem os seus negócios.

Por outro lado, os fatores inibidores percebidos pelo corpo gerencial da área de TI das

duas empresas foram administração do tempo e unificação dos processos, pela existência de

dois processos e dois sistemas rodando em paralelo que demandam mais tempo dos

profissionais de todas as áreas das empresas. Outro fator inibidor relatado por esses mesmos

entrevistados foi a centralização da TI. Apenas os entrevistados de TI do Bompreço citaram o

fator de insegurança e insatisfação das pessoas, por causa de toda a nova estrutura da área,

ocasionada pela fusão das duas empresas, e pela centralização da área de TI, que gerou perda

total de autonomia da área.

Como fatores inibidores percebidos pelo corpo gerencial das áreas de negócio das duas

empresas citam-se o foco na integração, administração do tempo e unificação dos processos,

pelos mesmos motivos já relatados pelos gestores da área de TI, e o fator de insegurança e

incertezas das pessoas. Só os entrevistados das áreas de negócio do Bompreço destacaram os

fatores de centralização da TI e perda de autonomia da área de TI, pois os entrevistados das

áreas de negócio do Wal-Mart já viviam a dificuldade dessa realidade antes do processo de

fusão.

5.2.4.6 Dimensão de Sistemas de Informação

Essa dimensão foi levantada nas áreas de negócio e na área de TI e seu resgate é feito

mediante o gráfico 12, o qual exacerba a vitalidade percebida quanto à existência do

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112

alinhamento, já que a estratégia do Wal-Mart é basear seu negócio em sistemas de

informação.

Grau do Alinhamento dos Sistemas de Informação (Durante Fusão)

4

16

2 10

10

20

Grau

Ent

revi

stad

os

TI/N

egóc

io Muito Alto

Alto

Baixo

muito Baixo

Gráfico 12 – Grau do alinhamento dos sistemas de informação

Contraditoriamente à percepção genérica antes citada, o detalhamento de categorias

prevê um pretenso equilíbrio entre fatores inibidores (5) e promotores (5) e sua visão geral (5)

e específicos (6), conforme faz ver a figura 24.

Qualificação dos profissionais (G) Prioridade do negócio (G)

Tratamento das necessidades locais (G) Adoção das melhores práticas (E) Participação / envolvimento das pessoas (E)

Unificação dos processos (E)

Limitação de recursos (G) Centralização da TI (G)

Administração do tempo (E) Segregação das áreas (E)

Priorização de treinamento (E)

G = Fator Geral E = Fator Específico

Figura 24 – Fatores promotores e inibidores – sistemas de informação

-

+ +

-

I N I B I D O R E S

P R O M O T O R E S

+ +

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113

O principal fator promotor do alinhamento percebido pelos gestores de TI do Wal-

Mart, nesta dimensão, foi a unificação dos processos, que levaria à unificação dos sistemas

das duas empresas e daria aos sistemas do Wal-Mart um melhor ajuste à realidade Brasil, que

antes não existia. Os fatores promotores de tratamento das necessidades locais e adoção das

melhores práticas só foram expostos pelos gestores de TI do Bompreço. Esses mesmos

entrevistados relataram que no início do processo da fusão, eles não conseguiam enxergar

esses fatores como promotores do alinhamento, mas no decorrer do processo de fusão, a área

internacional priorizou o entendimento da realidade brasileira e passou a levar as melhores

práticas locais para os sistemas globais da empresa. Isso, sem dúvida, será muito importante

para o sucesso do processo da fusão, pois permitirá que no alinhamento dos sistemas de

informação se vislumbrem particularidades do negócio varejo dentro do Brasil.

Já os entrevistados das áreas de negócio das duas empresas perceberam que o

envolvimento e participação das pessoas facilitariam muito o alinhamento, pois geraria

comprometimento das pessoas. Outros pontos promotores do processo de alinhamento só

relatados pelos gestores de negócio do Wal-Mart foram tratamento das necessidades locais e

adoção das melhores práticas, pois eles acreditam que a inclusão nos sistemas globais da

realidade brasileira, que o Bompreço conhecia tão bem, promoveria um melhor alinhamento

entre as estratégias de TI corporativas com as estratégias do negócio Brasil.

Analisando os fatores inibidores, o fator unificação dos processos foi percebido pelos

gestores de TI do Wal-Mart, como um fator inibidor, pois a demora na conversão dos sistemas

estava sendo maior do que a esperada. Isso retardava os ganhos que o Wal-Mart Brasil teria

com essa unificação para os seus processos.

Só os gestores de TI do Bompreço comentaram a centralização da TI como um fator

inibidor, pois esse fator só mudou para a empresa adquirida. Já os entrevistados das áreas de

negócios das duas empresas comentaram a segregação das áreas, a unificação dos processos e

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a administração do tempo como fatores inibidores, pois era preciso manter muitas estruturas

duplicadas já que existiam dois processos e dois sistemas rodando em paralelo em muitas

áreas. Isso comprometia em muito o tempo dos gestores que tinham que consolidar

informações de dois sistemas distintos para tomar as decisões empresariais.

5.2.4.7 Mudança de Intensidade do Grau do Alinhamento

Outro ponto tratado na pesquisa foi se o grau de alinhamento da estratégia de

tecnologia da informação com a estratégia que estava sendo desenvolvida em cada área de

negócio aumentava, diminuia ou permanecia igual durante a fusão das empresas. O quadro 15

exibe a distribuição dessas respostas por área e por empresa.

Área de TI Áreas de Negócio

Bompreço Wal-Mart Bompreço Wal-Mart Total

Aumenta - 2 6 5 13

Diminui 4 1 2 - 7

Igual - - - 3 3

Quadro 15 – Distribuição da mudança de intensidade do grau do alinhamento

O alinhamento aumentou para os 13 respondentes. Para os entrevistados do Bompreço

(6 das áreas de negócio) o motivo foi a visualização de que os seus requerimentos estavam

sendo tratados nos sistemas globais do Wal-Mart e para os entrevistados do Wal-Mart (2 da

área de TI e 5 das áreas de negócio) o motivo foi o aumento do atendimento das necessidades

locais. Essa visão de aumento do alinhamento só surgiu depois de um ano e meio do processo

de fusão. Já o motivo que levou 7 entrevistados a responderem que o alinhamento diminuiu

foi a percepção do corpo gerencial do Bompreço (6), que a centralização da área de TI inibia

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um suporte mais ágil e eficaz. Apenas 3 respondentes, todos do Wal-Mart, consideraram que

o alinhamento permanecia igual, porque as áreas de suporte da empresa adquirente já tinham

um alinhamento menor nas suas áreas antes do processo de fusão. O gráfico 13 mostra a

distribuição da quantidade dessas respostas.

Intensidade do Grau do Alinhamento (Durante Fusão)

13

37

0

5

10

15

Intensidade

Qua

ntid

ade

Aumenta

Permanece Igual

Diminui

Gráfico 13 – Mudança de intensidade do grau do alinhamento durante a fusão

O quadro 16 sintetiza as menções mais referidas para justificar as percepções

resgatadas do corpo gerencial das duas empresas. Essas percepções foram colhidas quando o

processo de fusão já durava quase um ano e meio. Pela opinião de todos, isso fazia com que o

alinhamento das duas empresas começasse a ocorrer mais fortemente. No início do processo

de fusão as coisas eram bem mais desalinhadas.

Aumenta Diminui Permanece Igual

Participação da empresa adquirida no planejamento

Centralização da TI Flexibilização para entendimento do que já se tinha

Estratégias mais claras Falhas no planejamento de médio e longo prazo da fusão

Adoção de alguns sistemas locais

Estruturação das áreas Não aderência dos sistemas à realidade brasileira

Alinhamento menor nas suas áreas antes da fusão

Melhora na comunicação Resistência à mudança Abertura para uso de sistemas locais

Dificuldade de explicar as necessidades locais a área internacional

Comprometimento das pessoas

Demora na conversão

Quadro 16 – Síntese das causas para possíveis mudanças no grau do alinhamento

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116

5.2.4.8 Preocupação com o Retorno sobre os Investimentos

Outra questão investigada na pesquisa tratava da preocupação com o retorno sobre os

investimentos de tecnologia da informação para o alinhamento com as necessidades das áreas

durante o processo de fusão. O sentimento resgatado ilustra o gráfico 14.

Gráfico 14 – Preocupação com o retorno dos investimentos

A maioria dos entrevistados (20) respondeu que essa preocupação era muito alta ou

alta. Isso ocorria porque o Wal-Mart é uma empresa cuja gestão é totalmente focada em

resultados. A visão de baixa preocupação com ROI dos entrevistados do Bompreço (negócio e

TI) ocorria devido ao fato que a padronização de TI era muito aderente aos padrões do Wal-

Mart mundial, o que fazia muitas vezes que o uso da TI fosse inadequado para determinados

tipos de negócio da empresa no Brasil.

5.2.5 Expectativa de Depois da Fusão das Empresas

Nesta seção foi sintetizada a expectativa do corpo gerencial quanto ao alinhamento

futuro entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial após o término de todo o processo de

fusão entre as empresas.

Preocupação com o Retorno dos Investimentos (Durante Fusão)

128

2 10

5

10

15

Grau

Ent

revi

stad

os

TI/N

egóc

io

Muito altaAltaBaixamuito baixa

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117

Inicialmente se tentou captar dos entrevistados como seria o grau do alinhamento da

estratégia de tecnologia da informação com a estratégia das áreas de negócio, após o término

de todo o processo de fusão.

A totalidade de respostas válidas apontou para um fortíssimo alinhamento futuro, pois

todos acreditavam na força da empresa adquirente. O gráfico 15 exibe a quantidade dessas

respostas.

Grau de Alinhamento (Depois da Fusão)

13

8

0 0 2

0

5

10

15

Grau

Ent

revi

stad

os

TI/N

egóc

io

Muito Alto

Alto

Baixo

Muito Baixo

Não saberesponder

Gráfico 15 – Expectativa do grau de alinhamento depois da fusão

O principal motivo relatado pelos entrevistados para esta impressão foi a forte

dependência de TI de todas as áreas funcionais da empresa adquirente (Wal-Mart Brasil) e,

mais fortemente, nos negócios chaves da empresa. Outros pontos mencionados foram a

adesão gradativa das pessoas à nova cultura, o modelo de gestão baseado em resultados que

estava sendo implantado, a participação mais efetiva da empresa adquirida (Bompreço) nas

estratégias, uma melhor definição dos processos que estavam chegando e a troca de

experiências. A grande preocupação das pessoas era como esse alinhamento seria mantido a

médio e longo prazo persistindo a centralização de TI, pois isso dificulta bastante o suporte

informatizado as áreas de negócio.

Concluída a etapa da análise dos resultados do estudo, aproxima-se o momento de

fechar o relato. Para isso será feita a síntese da pesquisa nos dois momentos estudados e o

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confronto com os objetivos. Também são ressaltadas as limitações do estudo e sugeridas

opções para novas pesquisas no mesmo tema.

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6 Conclusões

A proposta do presente capítulo é apresentar a conclusão da pesquisa, agrupando todas

as informações obtidas durante a sua realização, confrontando os objetivos, expondo as

limitações decorrentes do estudo e propondo sugestões e contribuições para novos estudos.

6.1 Síntese da Pesquisa

Os resultados foram debatidos considerando dois momentos: antes da fusão e durante

a fusão. No final é levantada a opinião dos entrevistados de como ficará o alinhamento após o

término de todo o processo de fusão entre as empresas.

No período antes da fusão, ambas as empresas concordaram que existia alinhamento

entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial e que o alinhamento era maior nas áreas

chaves e menor nas áreas de suporte das empresas.

Em se tratando de TI, as estruturas das empresas eram bastante diferentes. Enquanto a

empresa adquirida tinha uma estrutura de TI local forte, a empresa adquirente tinha sua área

de TI centralizada na matriz nos EUA. Havia, pois, uma diferença de suporte e de

atendimento das necessidades de cada uma das empresas. Isto, inevitavelmente conduziu a

diferentes percepções quanto à promoção e inibição do alinhamento na ótica da área de TI,

revelando insatisfações e descompassos de visões por empresa.

Alguns fatores a destacar no momento anterior à fusão foram o apoio da alta

administração, o conhecimento das metas e a qualificação dos profissionais, em especial na

ótica da empresa adquirida. Como um dado específico do caso, mas relevante para ser

trabalhado em ambientes de fusão, verificou-se, através dos fatores citados, a diferença de

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maturidade na gestão de TI, pois o Wal-Mart Brasil não tinha suporte de uma estrutura de TI

local forte e estruturada como o Bompreço.

Um outro dado marcante, vislumbrado a partir dos fatores comentados pelos

entrevistados das duas empresas e das duas áreas (TI e negócio), foi a assincronia decorrente

do planejamento isolado das áreas, uma realidade que gerava conflito de prioridade para a

gestão dos projetos, e que permitia muitas vezes que alguns projetos de menor retorno para a

empresa fossem priorizados em detrimento de projetos mais importantes, por falta de um

planejamento mais corporativo e de fato integrado.

Já durante a análise do período da fusão ficou evidenciado que existiam fatores

recorrentes (gerais) e fatores específicos do processo de fusão que afetavam o alinhamento

entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial.

Um fator específico que mereceu destaque foi o tratamento das mudanças, pois

existiam muitos elementos novos que precisavam ser tratados, sendo introduzidos em todas as

áreas da empresa, ao mesmo tempo. Segundo Rockart, Earl e Ross (1996), mudança tornou-se

o foco principal no mundo dos negócios nos anos 90. As mudanças são tão constantes que a

teoria organizacional visualiza o tratamento da mudança como competência crítica para o

sucesso empresarial. Xavier e Dornelas (2004) complementam dizendo que o planejamento da

mudança deve defender a transformação proposta e demonstrar suas necessidades e vantagens

para gerar o envolvimento e comprometimento das pessoas.

Outros pontos importantes bem específicos desta fusão, mas que podem ser elementos

merecedores de atenção no âmbito geral, e que facilitaram o alinhamento, foram a criação de

times de integração em todas as áreas funcionais da empresa e na área de TI; a chance que foi

dada para o tratamento das necessidades locais, com a realização do mapeamento dos

processos do Bompreço, a fim de ver as diferenças existentes nos sistemas locais; a

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solicitação à área internacional da implementação desses novos requisitos de negócio nos

sistemas globais; a adoção de um modelo de gestão focado em resultados.

Já os pontos que afetaram negativamente o alinhamento da estratégia de TI com a

estratégia empresarial no processo de fusão foram dificuldade de administração do tempo,

tendo em vista que era preciso realizar a integração conjuntamente com a manutenção da

competitividade do dia-a-dia, num equilíbrio difícil de ser alcançado; demora na unificação de

processos e sistemas, comprometendo o processo decisório e a competitividade, pois a

consolidação das informações que estavam separadas em dois sistemas distintos não era tarefa

trivial.

A abordagem baseada em recursos (resource-based approach) destaca o fato de que os

sistemas de informação sozinhos não promovem vantagem competitiva. Segundo essa

abordagem, as empresas só conseguem vantagens, quando elas associarem o uso de TI a

recursos complementares intangíveis, como recursos humanos e negócios (POWELL; DENT-

MICALLEF, 1997). Hardy (1994) e Robbins (1997) complementam dizendo que dada à

resistência que pode ocorrer no sistema organizacional, deve haver catalizadores dentro das

empresas para promover a mudança. Daí a importância dos recursos humanos para o

alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia de negócios. Talvez tal foco mereça atenção

redobrada, já que as pessoas ficam muito mais sensíveis, inseguras e resistentes, devido às

mudanças.

Além dos fatores já relatados, reforçam-se inibidores bem específicos desta fusão: à

centralização da área de TI, que dificultava todo o suporte e atendimento das necessidades

locais, principalmente a médio e longo prazo; a dificuldade de comunicação pela barreira da

língua.

No início do processo de fusão, segundo a maioria dos respondentes, visualizava-se

uma diminuição do alinhamento. No entanto, como essa pesquisa foi realizada depois de um

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ano e meio que o processo de fusão foi iniciado, a opinião geral foi que o alinhamento depois

desse tempo aumentou, porque as pessoas já entendiam mais a cultura e as estratégias da nova

empresa, as áreas começaram a ser estruturadas e a participação e mesclagem dos

profissionais era cada vez maior, gerando adoção das melhores práticas, inclusive práticas

locais.

Como opção de análise o estudo adotou classificar o exame dos fatores promotores e

inibidores no momento de fusão (núcleo do estudo) em dimensões. O resgate do campo fez

emergir a figura 25.

Gerais Específicos

RecursosTecnológicos

Projetos deTI

ProcessoDecisório

Planejamento

Competiti-vidade

Sistemas deInformaçãoCentralização da TI

Tratamento das necessidades locais

Gestão de Projetos

Uso de metodologia nos projetos

Autonomia da área de TI

Comunicação

Limitação de recursos

Postura dos profissionais

Sinergia entre as áreas

Prioridade do negócio

Qualificação dos profissionais

Planejamento

Conhecimento das metas Tratamento das Mudanças

Criação de time de integração

Administração do tempo

Insegurança/incertezas das pessoas

Unificação dos processos

Consolidação das informações

Experiência anterior de fusão

Adoção de melhores práticas

Modelo de gestão focado em resultados

Adaptação à nova cultura

Adoção de padrões mundiais

Priorização dos treinamentos

Segregação das áreas

Foco na integração

Participação/envolvimento das pessoas

Fatores Promotores Fatores Inibidores Fatores Indefinidos

Figura 25 – Síntese dos fatores promotores e inibidores pelas dimensões estudadas

De uma maneira geral as pessoas sempre citaram mais fatores dificultadores do que

facilitadores durante as entrevistas.

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Claramente mostra-se a influência ora promotora ora inibidora dos fatores

identificados nas respectivas dimensões do estudo. Notar evidências da promoção acima

(afetando mais que 3 dimensões) apenas para tratamento das necessidades locais e adoção de

melhores práticas, e a contundente perspectiva de inibição de alinhamento associada à

limitação de recursos, centralização da TI, administração do tempo, insegurança e incertezas

das pessoas e foco na integração. Também destaca-se a contingência indefinida vislumbrada

em comunicação (tendendo ao impasse) e na unificação dos processos (tendendo à inibição).

Para garantir o alinhamento estratégico entre a estratégia de TI e a estratégia

empresarial era esperado que na dimensão de recursos tecnológicos se pudesse adotar

melhores práticas, adaptando os sistemas globais para comportarem à realidade brasileira; que

na dimensão de projetos de TI houvesse o levantamento das diferenças existentes entre as

duas empresas, com apoio dos times de integração espalhados em todas as áreas funcionais da

empresa; que na dimensão de processo decisório o aumento da prioridade do negócio Wal-

Mart Brasil após a fusão desse mais força aos requerimentos locais. A seu turno previa-se que

na dimensão de planejamento se conseguisse unificar os processos para dar um

direcionamento único a empresa; que na dimensão de competitividade fosse agilizada a

conversão para diminuir a complexidade operacional; que na dimensão de sistemas também

se pudesse adotar as melhores práticas.

Em todas essas dimensões, um fator subliminar o tratamento de recursos humanos

surgiu e mostrou ser de suma importância para minimizar as incertezas e diminuir a

resistência das pessoas: afinal muitas delas dedicaram boa parte da sua vida a empresa e agora

não sabiam mais definir o seu novo papel e se ele existia.

Resumindo é preciso promover a integração dos processos e dos sistemas no menor

tempo possível, adotando as melhores práticas e envolvendo as pessoas. Esse é o desafio.

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É importante salientar, também, a relação entre os fatores levantados na literatura com

os fatores que surgiram no caso estudado. Essa relação gerou a figura 26.

Fatores da Literatura Fatores levantados na pesquisa

Falha na implementação

Inabilidade para mudanças

Monitoramento/Dificuldade de gestão

Comunicação Clara

Prioridade

Parceria/Compartilhamento/Conexão/Sincronização

Entendimento do negócio

Comprometimento/Postura Pró-ativa

Apoio da alta gestão

Participação/envolvimento das pessoas

Postura dos Profissionais

Qualificação dos profissionais

Sinergia entre as áreas

Prioridade do negócio

Comunicação

Tratamento das mudanças

Modelo de gestão focado em resultados

Participação/Liderança

Apoio da alta administração

Figura 26 – Relação entre os fatores da literatura e os fatores levantados no caso

Todos os fatores levantados na literatura estiveram relacionados com fatores que

emergiram do estudo, exceto o fator, falha na implementação. O estudo originou outros novos

fatores, que já foram exibidos na figura 25.

Quanto à expectativa dos respondentes de como será o futuro do alinhamento entre a

estratégia de TI e a estratégia empresarial, após todo o término do processo de fusão, há bons

indícios em especial devido à implantação do modelo de gestão focado em resultados da

empresa adquirente.

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6.2 Confronto com Objetivos

Face aos resultados obtidos e a síntese da análise realizada, pode se perceber que a

pesquisa conseguiu identificar os fatores promotores e inibidores do alinhamento entre a

estratégia de TI e a estratégia empresarial, a partir da percepção do corpo gerencial em dois

momentos: antes e durante a fusão das empresas.

No que diz respeito aos objetivos específicos de identificação dos fatores que

promovem e inibem o alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a

estratégia empresarial em um caso de fusão obteve-se sucesso: eles foram identificados

através da percepção dos gestores das áreas de TI e das áreas de negócio das duas empresas.

Adicionalmente, ao longo do estudo ficou evidenciado que durante o processo de

fusão os gestores, independentemente da área de atuação, percebem que os fatores que afetam

o alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial são mais inibidores do que

promotores. Isso é justificado por conta de todas as mudanças que ocorrem em um momento

de transição, como em um processo de fusão.

Também como previsto, há fatores que são específicos de um processo de fusão e em

especial quando este caso é internacional, trata de empresas de bom porte e de diferentes

graus de maturidade tecnológica.

Enfim, para garantir o alinhamento entre estratégia de tecnologia da informação e

estratégia empresarial é preciso alinhar fortemente três dimensões: a humana, a tecnológica e

a organizacional. Não basta apenas um bom aparato tecnológico, sem existir integração entre

essas três dimensões. A tecnologia precisa das pessoas para a expressão de seu potencial e

precisa também que a organização tenha um posicionamento estratégico perante o mercado, o

qual possa ser operacionalizado através das ferramentas tecnológicas disponíveis (REICH;

BENBASAT, 2000). As pessoas precisam estar envolvidas e comprometidas e possuírem os

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126

recursos tecnológicos e sistêmicos necessários para alcançarem os objetivos organizacionais,

previamente definidos e planejados. Tudo isso com foco no aumento de sua competitividade

para gerar vantagem competitiva frente aos concorrentes.

6.3 Limitações do Estudo

O presente estudo de natureza qualitativa e caráter exploratório possui limitações

inerentes às suas técnicas, plausíveis em sua condução e reconhecidas pela pesquisadora.

Apesar das contribuições do estudo e de toda a profundidade do trabalho, o limite do

foco – estudo de caso único – e a subjetividade das análises (vieses), tanto das respostas dos

gestores, quanto da percepção da pesquisadora, não torna o trabalho passível de amplas

generalizações, inclusive devido a pouca magnitude do universo estudado.

Por valer-se de uma técnica de coleta pouco estruturada, as entrevistas, as análises,

podem estar impregnadas de certa subjetividade nas interpretações, já que dependem da

capacidade e habilidade de uma única pesquisadora, limitando-se a um único ponto de vista.

As principais limitações do estudo foram:

• Não se tratar de um estudo longitudinal, onde as entrevistas se repetiriam ao longo

do processo de fusão, em momentos distintos (início, meio e fim do processo) o

que acarretaria na evolução de percepções distintas dos fatores que promovem e

inibem o alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia empresarial em cada

etapa do trabalho;

• Necessidade de tratamento das particularidades locais e das legislações diferentes

das duas empresas, por se tratar de uma fusão de uma empresa internacional com

uma empresa nacional, acarretando percepções bem específicas do caso

selecionado;

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• Tratar-se de estudo de caso único, de empresa privada, não propiciando ver as

percepções adicionais do mercado/segmento;

• Centrar apenas o estudo em um caso de supermercado, que tem particularidades

bem específicas do negócio varejista;

• Não ter levantado todos os indicadores que estão afetando o alinhamento nas duas

áreas (TI e áreas de negócios) em todas as seis dimensões do estudo.

6.4 Contribuições para Novos Estudos

Mesmo não apresentando a possibilidade de generalizações, este estudo de caso pode

redirecionar e ampliar estudos futuros de alinhamento em casos de fusão de empresas.

Tais estudos poderão ocorrer em empresas do mesmo segmento, mas escolhendo casos

de fusão de empresas nacionais. Também se podem realizar pesquisas de forma longitudinal,

considerando momentos distintos. Os principais momentos a serem estudados seriam: logo

depois da fusão, no meio da fusão (como o caso desse estudo), no final do processo da fusão,

algum tempo depois de toda a integração entre as empresas.

Outra sugestão é incluir fortemente nas dimensões do estudo a dimensão humana,

verificando como ela inibe ou promove o alinhamento estratégico da estratégia de TI com a

estratégia empresarial.

Por fim, este mesmo tipo de estudo pode ser realizado em um caso de fusão de

empresas públicas, onde, certamente outros fatores deverão aparecer, mas onde caberia o

comparativo dos fatores promotores e inibidores de fusão que forem mantidos em relação a

esse estudo, apesar de se tratar de outro tipo de empresa e de outro segmento.

Ademais, a dinâmica da pesquisa consiste em explorar terrenos ainda desconhecidos

em busca de objetivos traçados, e, neste caso em particular, a meta a ser alcançada era

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identificar elementos específicos que promovem ou inibem o alinhamento estratégico da

estratégia da tecnologia da informação com a estratégia empresarial em um caso de fusão de

empresa em um ambiente varejista. Espera-se ter contribuído com o estudo para a

disseminação e desenvolvimento do conceito de alinhamento estratégico da tecnologia da

informação, bem como com a ampliação do conhecimento dos fatores que promovem e

inibem esse alinhamento para ajudar a conquistar a tão almejada vantagem competitiva

organizacional.

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Referências Bibliográficas

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APÊNDICE A – Roteiro das Entrevistas

Plano para Aplicação da Entrevista – Área de Tecnologia da Informação Roteiro da Entrevista 1. Marcação da Entrevista: Contato Prévio:

• Identificar o entrevistador e a organização de estudo: Christiane Maria Leite Pereira, pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco;

• Explicar o objetivo, a natureza do trabalho, dizendo ao entrevistado como ele foi escolhido, e como as informações serão usadas: Trabalho de uma dissertação de mestrado que visa investigar os fatores promotores e inibidores do alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia de negócios, com o corpo gerencial das áreas funcionais da empresa e da área de sistemas;

• Assegurar anonimato e sigilo das respostas e os benefícios dos resultados; • Marcar a entrevista de acordo com a conveniência do entrevistado;

2. Apresentação:

• Relembrar o objetivo já explicado na marcação da entrevista; • Reforçar o anonimato, o sigilo das respostas e os benefícios dos resultados; • Explicar que o entrevistado pode interromper, esclarecer e criticar as perguntas feitas

(deixar ele bem à vontade); • Perguntar se ele não se importa que você grave a entrevista, no final (de forma bem

natural);

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3. Tópicos da Entrevista: Hoje se conhece a importância de se tentar alinhar a estratégia da tecnologia da informação com a estratégia dos negócios e vice-versa. Vou tentar definir esses termos para que haja uma conceituação do que eu quero dizer com essas palavras. Estratégia de Negócio – são as ações que a empresa utilizará para ter sucesso em cada uma das áreas de negócios, obtendo vantagem competitiva e superando os concorrentes. Estratégia de TI – são as ações que permitirá a estruturação de todas as informações da organização, auxiliadas pelos recursos de TI. Alinhamento – é o que permite que a tecnologia da informação e os negócios se tornem parceiros um do outro.

Agora vamos conversar sobre esse alinhamento dentro da sua empresa. Bloco 1: Dados Gerais do Entrevistado e Percepção do Corpo Gerencial sobre o Alinhamento entre a Estratégia de TI e a Estratégia Empresarial Pergunta 1: Nome do Entrevistado: _____________________________________________ Pergunta 2: Área de atuação do Entrevistado: ______________________________________ Pergunta 3: Empresa origem (antes da aquisição) do Entrevistado: _____________________ Pergunta 4: Tempo de Empresa do Entrevistado: ___________________________________ Pergunta 5: Sexo do Entrevistado: ______________________________________________ Pergunta 6: Escolaridade do Entrevistado: ________________________________________

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Bloco 2: ANTES DA AQUISIÇÃO - Identificar os fatores que promovem e inibem o alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial Pergunta 7: Na sua opinião existia (antes da aquisição) alinhamento entre a Estratégia de tecnologia da informação desenvolvida na sua área e a Estratégia que era desenvolvida em cada área de negócio da sua empresa? ( ) Sim ( ) Não Pergunta 8: Explique porque você acha que existia (ou não existia) alinhamento entre a Estratégia de tecnologia da informação desenvolvida na sua área e a Estratégia que era desenvolvida em cada área de negócio da sua empresa? ___________________________________________________________________________ Pergunta 9: Como era o grau do alinhamento da Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia que era desenvolvida em cada área de negócio da sua empresa? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 10: Quais os fatores que afetavam (facilitavam ou dificultavam) o grau de alinhamento da Estratégia da tecnologia da informação desenvolvida na sua área com a Estratégia que era desenvolvida em cada área de negócio da sua empresa? ___________________________________________________________________________

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Bloco 3: DURANTE A FUSÃO ou INTEGRAÇÃO - Identificar os fatores que promovem e inibem o alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial Pergunta 11: Na sua opinião há fatores diferentes que afetam o alinhamento entre a Estratégia de tecnologia da informação desenvolvida na sua área com a Estratégia que é desenvolvida em cada área de negócio da sua empresa durante um processo de fusão de empresas? ( ) Sim ( ) Não Pergunta 12: Explique porque você acha que há (ou que não há) fatores diferentes que afetam (dificultam ou facilitam) o alinhamento entre a Estratégia de tecnologia da informação desenvolvida na sua área com a Estratégia que é desenvolvida em cada área de negócio da sua empresa durante um momento de fusão de empresas? ___________________________________________________________________________ Pergunta 13: O grau do alinhamento da Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia que está sendo desenvolvida em cada área de negócio da sua empresa durante a fusão das empresas está? ( ) Aumentando ( ) Diminuindo ( ) Permanecendo igual Pergunta 14: Por que você acha que o alinhamento da Estratégia de tecnologia da informação desenvolvida na sua área com a Estratégia que é desenvolvida em cada área de negócio da sua empresa está aumentando (ou diminuindo ou permanecendo igual) durante a fusão das empresas? ___________________________________________________________________________

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Pergunta 15: Durante a fusão das empresas, como está sendo o uso dos recursos de tecnologia da informação nas diversas áreas de negócios da sua empresa? Conceitue o uso desses recursos (muito alto, alto, baixo, muito baixo). Recursos Muito Alto Alto Baixo Muito Baixo Equipamentos Softwares Internet Pergunta 16: Agora fale como o uso desses recursos tecnológicos está afetando (dificultando ou facilitando) o alinhamento com as diversas áreas de negócio da sua empresa durante o processo de fusão? ___________________________________________________________________________ Pergunta 17: Como está sendo os investimentos em recursos de tecnologia da informação para ajudar a competitividade das diversas áreas de negócios de sua empresa durante a fusão das empresas? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 18: Quais são os fatores que estão afetando (dificultando ou facilitando) o grau do alinhamento da estratégia da TI com a competitividade das diversas áreas de negócio da empresa durante a fusão das empresas? ___________________________________________________________________________ Pergunta 19: Como está sendo a preocupação com o retorno sobre os investimentos de tecnologia da informação para o alinhamento com as diversas áreas de negócios da empresa durante a fusão das empresas? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo

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Pergunta 20: Como está sendo o grau do alinhamento dos projetos de tecnologia da informação que estão sendo desenvolvidos na sua área com as estratégias das diversas áreas de negócio da empresa durante a fusão das empresas? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 21: Como os projetos que estão sendo realizados durante o processo de fusão estão afetando (dificultando ou facilitando) o alinhamento com as diversas áreas de negócio da sua empresa? ___________________________________________________________________________ Pergunta 22: Como está sendo o grau do alinhamento dos sistemas de informação que estão sendo desenvolvidos (ou adotados) por sua área com as estratégias das diversas áreas de negócio da empresa durante a fusão das empresas? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 23: Como os sistemas de informação que estão sendo desenvolvidos (ou adotados) durante o processo de fusão estão afetando (dificultando ou facilitando) o alinhamento com as diversas áreas de negócio da sua empresa? ___________________________________________________________________________

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Bloco 4: DEPOIS DO PROCESSO DE FUSÃO - Identificar os fatores que promovem e inibem o alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial Pergunta 24: Na sua opinião, como será o alinhamento da Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia das diversas áreas de negócio da sua empresa, após o término de todo o processo de fusão entre as empresas. ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 25: Explique em linhas gerais essa opinião. ___________________________________________________________________________

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Bloco 5: FINALIZAÇÃO - Identificar os fatores que promovem e inibem o alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial Pergunta 26: Você lembra de outros fatores que estão afetando (positiva ou negativamente) o alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e as estratégias de negócio e não foram citados? Cite esses fatores. ___________________________________________________________________________ Anotações Finais: Data da Entrevista: ______________ Lugar da Entrevista: _____________ Deixar a porta aberta para uma nova entrevista e/ou esclarecimentos e/ou validações.

Agradecer a colaboração do Entrevistado.

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Plano para Aplicação da Entrevista – Áreas de Negócio Roteiro da Entrevista 1. Marcação da Entrevista: Contato Prévio:

• Identificar o entrevistador e a organização de estudo: Christiane Maria Leite Pereira, pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco;

• Explicar o objetivo, a natureza do trabalho, dizendo ao entrevistado como ele foi escolhido, e como as informações serão usadas: Trabalho de uma dissertação de mestrado que visa investigar os fatores promotores e inibidores do alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia de negócios, com o corpo gerencial das áreas funcionais da empresa e da área de sistemas;

• Assegurar anonimato e sigilo das respostas e os benefícios dos resultados; • Marcar a entrevista de acordo com a conveniência do entrevistado;

2. Apresentação:

• Relembrar o objetivo já explicado na marcação da entrevista; • Reforçar o anonimato, o sigilo das respostas e os benefícios dos resultados; • Explicar que o entrevistado pode interromper, esclarecer e criticar as perguntas feitas

(deixar ele bem à vontade); • Perguntar se ele não se importa que você grave a entrevista, no final (de forma bem

natural);

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3. Tópicos da Entrevista:

Hoje se conhece a importância de se tentar alinhar a estratégia da tecnologia da informação com a estratégia dos negócios e vice-versa. Vou tentar definir esses termos para que haja uma conceituação do que eu quero dizer com essas palavras. Estratégia de Negócio – são as ações que a empresa utilizará para ter sucesso em cada uma das áreas de negócios, obtendo vantagem competitiva e superando os concorrentes. Estratégia de TI – são as ações que permitirá a estruturação de todas as informações da organização, auxiliadas pelos recursos de TI. Alinhamento – é o que permite que a tecnologia da informação e os negócios se tornem parceiros um do outro. OBS.: Nas perguntas quando o gestor for de uma área específica aparecerá a palavra área, quando for um gestor de diversas áreas aparecerá a palavra áreas, e quando for alguém responsável pelo todo aparecerá a palavra empresa.

Agora vamos conversar sobre esse alinhamento dentro da sua empresa.

Bloco 1: Dados Gerais do Entrevistado e Percepção do Corpo Gerencial sobre o Alinhamento

entre a Estratégia de TI e a Estratégia Empresarial

Pergunta 1: Nome do Entrevistado: _____________________________________________

Pergunta 2: Área de atuação do Entrevistado: ______________________________________

Pergunta 3: Empresa origem (antes da aquisição) do Entrevistado: _____________________

Pergunta 4: Tempo de Empresa do Entrevistado: ___________________________________

Pergunta 5: Sexo do Entrevistado: ______________________________________________

Pergunta 6: Escolaridade do Entrevistado: ________________________________________

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Bloco 2: ANTES DA AQUISIÇÃO - Identificar os fatores que promovem e inibem o

alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial

Pergunta 7: Na sua opinião existia (antes da aquisição) alinhamento entre a Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia que era desenvolvida na sua área (ou nas suas áreas ou em toda empresa)? ( ) Sim ( ) Não Pergunta 8: Explique porque você acha que existia (ou não existia) alinhamento entre a Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia que era desenvolvida na sua área (ou nas suas áreas ou em toda empresa)? ___________________________________________________________________________

Pergunta 9: Como era o grau do alinhamento da Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia que era desenvolvida na sua área (ou nas suas áreas ou em toda a empresa)? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 10: Quais os fatores que afetavam (facilitavam ou dificultavam) o grau do alinhamento da Estratégia da tecnologia da informação com a Estratégia que era desenvolvida na sua área (ou nas suas áreas ou em toda empresa)?

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Bloco 3: DURANTE A FUSÃO ou INTEGRAÇÃO - Identificar os fatores que

promovem e inibem o alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a

estratégia empresarial

Pergunta 11: Na sua opinião há fatores diferentes que afetam o alinhamento entre a Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia que é desenvolvida na sua área (ou em suas áreas ou de toda a empresa) durante um processo de fusão de empresas? ( ) Sim ( ) Não

Pergunta 12: Explique porque você acha que há (ou que não há) fatores diferentes que afetam (dificultam ou facilitam) o alinhamento da Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia que é desenvolvida por sua área (ou por suas áreas ou por toda a empresa) durante um momento de fusão de empresas? ___________________________________________________________________________

Pergunta 13: O grau do alinhamento da Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia que está sendo desenvolvida em sua área (ou em suas áreas ou de toda a empresa) durante a fusão das empresas está? ( ) Aumentando ( ) Diminuindo ( ) Permanecendo igual Pergunta 14: Por que você acha que o grau do alinhamento da Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia que é desenvolvida em sua área (ou em suas áreas ou em toda a empresa) está aumentando (ou diminuindo ou permanecendo igual) durante a fusão das empresas? ___________________________________________________________________________

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Pergunta 15: Como está sendo o suporte que a tecnologia da informação está lhe oferecendo para ajudar no processo decisório de sua área (ou de suas áreas ou de toda a empresa) durante a fusão das empresas? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 16: Quais são os fatores que estão afetando (dificultando ou facilitando) o suporte que a tecnologia da informação está lhe oferecendo para ajudar no processo decisório de sua área (ou de suas áreas ou de toda a empresa) durante a fusão das empresas? ___________________________________________________________________________ Pergunta 17: Como está sendo os investimentos em recursos de tecnologia da informação para ajudar a competitividade de sua área (ou de suas áreas ou de toda a empresa) durante a fusão das empresas? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 18: Quais são os fatores que estão afetando (dificultando ou facilitando) o grau do alinhamento da estratégia da TI com a competitividade da sua área (ou das suas áreas ou de toda empresa) durante a fusão das empresas? ___________________________________________________________________________

Pergunta 19: Como está sendo a preocupação com o retorno sobre os investimentos de tecnologia da informação para o alinhamento com as necessidades de sua área (ou de suas áreas ou de toda a empresa) durante a fusão das empresas? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo

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( ) Muito Baixo Pergunta 20: Como está sendo o grau alinhamento do planejamento da área de tecnologia da informação em relação ao planejamento de sua área (ou de suas áreas ou de toda a empresa) durante a fusão das empresas? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 21: Quais são os fatores que estão afetando (dificultando ou facilitando) o grau do alinhamento do planejamento de tecnologia da informação em relação ao planejamento da sua área (ou das suas áreas ou de toda empresa) durante a fusão das empresas?

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Pergunta 22: Como está sendo o grau do alinhamento dos sistemas de informação que estão sendo desenvolvidos (ou adotados) pela área de tecnologia da informação com as estratégias de sua área (ou com as estratégias de suas áreas ou com as estratégias de toda a empresa) durante a fusão das empresas? ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 23: Como os sistemas de informação que estão sendo desenvolvidos (ou adotados) durante o processo de fusão estão afetando (dificultando ou facilitando) o alinhamento com as estratégias de sua área (ou com as estratégias de suas áreas ou com a estratégia de toda a empresa)? ___________________________________________________________________________

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Bloco 4: DEPOIS DO PROCESSO DE FUSÃO - Identificar os fatores que promovem

e inibem o alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia

empresarial

Pergunta 24: Na sua opinião, como será o alinhamento da Estratégia de tecnologia da informação com a Estratégia da sua área (ou das suas áreas ou de toda a empresa), após o término de todo o processo de fusão entre as empresas. ( ) Muito Alto ( ) Alto ( ) Baixo ( ) Muito Baixo Pergunta 25: Explique em linhas gerais essa opinião.

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Bloco 5: FINALIZAÇÃO - Identificar os fatores que promovem e inibem o alinhamento entre

a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia empresarial

Pergunta 26: Você lembra de outros fatores que estão afetando (positiva ou negativamente) o alinhamento entre a estratégia de tecnologia da informação e a estratégia de sua área (ou de suas áreas ou de toda a empresa) e não foram citados? Cite esses fatores.

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Anotações Finais: Data da Entrevista: ______________ Lugar da Entrevista: _____________ Deixar a porta aberta para uma nova entrevista e/ou esclarecimentos e/ou validações.

Agradecer a colaboração do Entrevistado.

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APÊNDICE B – Trechos significativos das Entrevistas

1. Área de TI 1.1. Antes da Aquisição (porque existia alinhamento e os fatores que afetavam o alinhamento) (01) ... Havia uma discussão com a empresa e a área de TI para ver o que seria feito de acordo com a lista de projetos dentro do ROI de cada projeto ....

(02) ... Todos tinham conhecimento das estratégias ... (03) ... Todas as estratégias de negócio que requeriam envolvimento da área de sistemas sempre eram arquitetadas em conjunto e em consenso ... (04) ... Nossa estratégia de tecnologia sempre foi no passado bastante alinhada com a estratégia de negócio ... (05) ... Havia proximidade da tecnologia, dos profissionais de tecnologia e das áreas de negócio ... (06) ... Postura positiva da nossa área, sempre preparada para a área de negócio e o incentivo do diretor da área ... (07) ... Grau de experiência e conhecimento de negócio que o time de tecnologia da nossa equipe tem ... (08) ... Tínhamos um bom relacionamento com todas as áreas de negócio ... (09) ... Havia muita demanda e a capacidade de investimento era limitada. E tudo era dado como extremamente importante ... (10) ... Eu sentia muita falta de um acompanhamento ... (11) ... Eu acho que o que dificultava é que muitas vezes não havia alinhamento entre as área de negócio ... (12) ... As áreas tinham estratégias que não eram congruentes em algum momento ... (13) ... As áreas não davam importância as áreas de suporte. Elas achavam que podiam tomar decisões isoladamente e comunicar as áreas de suporte para que elas pudessem desenvolver seus planos de trabalho ... (14) ... Deveríamos continuar a pensar globalmente, mas agir localmente respeitando assim as particularidades locais ...

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(15) ... Falta de disponibilidade de tempo dos Key users para a definição dos projetos ... (16) ...Falhas na comunicação, as pessoas têm a tendência de presumir que algo já foi comunicado ... (17) ...Nível de maturidade em termos de planejamento de cada gestor de cada área da empresa ... (18) ... Falta de sincronismo entre os planejamentos ... (19) ... Os planejamentos muitas vezes são isolados o que dificulta a garantia de sinergia entre todas as áreas da empresa ... 1.2. Durante a Fusão (fatores que afetavam o alinhamento) (20) ... Você tem dois processos importantes em paralelo. Uma atividade voltada para a fusão e um outro elenco de projetos e atividades voltados para garantir a competitividade do dia-a-dia ... (21) ... Nível de insegurança nos funcionários ... (22) ... O nível de sensibilidade das pessoas e da preocupação das pessoas no que está por vir provoca uma queda enorme em termos de produtividade ... (23) ... As áreas de negócio querem migrar todas as funcionalidades dos sistemas atuais para os novos ... (24) ... No novo modelo a área de sistemas passa efetivamente a participar do processo decisório da companhia ... (25) ... O negócio tem uma consciência muito forte da dependência de TI ... (26) ... O ponto que facilitava lá no passado, que era a experiência e conhecimento da empresa e dos processos de negócio a gente perde ... (27) ... Antes nós tínhamos total autonomia, a estrutura de TI era definida aqui. Agora é uma estratégia global de TI ... (28) ... Falta definição efetiva e clara em relação às metas ... (29) ... Falta de definição clara de papéis e responsabilidades ... (30) ... Após um ano você começa a melhorar, porque esse ano a gente já participou de processos com a empresa, a empresa começou a deixar claro a sua visão ... (31) ... No padrão do Wal-Mart o uso de recursos tem que ser redundante independente do formato de negócio ... (32) ... Não houve sinergia, houve segregação de recursos ...

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(33) ... Você tem dois equipamentos em cima da mesa das pessoas o que dificulta a consolidação das informações ... (34) ... Os padrões definidos por BentonVille são muitos caros ... (35) ... Os aplicativos são complexos e precisam de reciclagem dos usuários ... (36) ... Desconhecimento de quem chega daquilo que encontra e o desconhecimento de quem está na companhia daquilo que está recebendo. É preciso traçar um programa de treinamento muito bem desenhado para adequar isso ... (37) ... Os recursos de TI são fatores importantíssimos para que a gente consiga fazer o processo de fusão das duas empresas extraindo no futuro o melhor das duas empresas ... (38) ... É preciso um alinhamento melhor entre os investimentos de tecnologia e a capacidade de cada negócio da empresa ... (39) ... A gente está levando um tempo maior para integrar os sistemas do que talvez fosse o esperado ... (40) ... Quando eu confronto dois processos, confronto as experiências das pessoas. Isso facilita todo o processo de descoberta e adoção de melhores práticas ... (41) ... O que dificulta é o tempo das pessoas, de estar trabalhando no processo de conversão, e estar tendo que manter o ambiente do dia-a-dia ... (42)... Adequação dos sistemas do Wal-Mart a realidade brasileira com base nos requerimentos de negócios elaborados a partir dos sistemas do Bompreço ... (43) ... Vai poder usufruir disso na velocidade das próximas aquisições com sistemas muito mais aderentes a realidade brasileira ... (44) ... O nível de maturidade profissional dos profissionais que fazem o Bompreço ajudou no processo de integração ... (45) ... Padrões diferentes de expectativas são gerados durante o processo ... (46) ... Um dos principais fatores que dificultam o planejamento da estratégia de TI é a demora na definição dos processos unificados, e a falta de visão do futuro de algumas áreas, inclusive TI ... (47) ... Indefinições e falta de clareza de futuro dificultam e muito a projeção das estratégias ... (48) ... O modelo é de gestão profissional, baseado em resultados ... (49) ... As áreas dependem de TI para atingir as metas ... (50) ... O investimento de TI está acima da capacidade de absorção de alguns formatos ...

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(51) ... Algumas áreas estão trabalhando com dois processos, com dois sistemas, com dois mundos e isso aumenta o grau de complexidade de sua atividade operacional e dificulta o processo de gestão da informação ... (52) ... A mudança causa impacto nas pessoas ... (53) ... São tantas atividades, a coisa fica com um esforço operacional tão maior que corre o risco grande de que se comece muito a olhar só para nossa operação e se perca um pouco da atenção em relação ao mercado ... (54) ... Troca de experiências entre as pessoas gera ganhos ... (55) ... A gente tenta convergir os projetos de TI, mas a cada mês se tem uma nova surpresa ... (56) ... Pessoas estarem sendo cobradas por duas coisas ao mesmo tempo, se adaptarem a nova empresa e garantir a rentabilidade e produtividade atual ... (57) ... A bronca não é que isso aconteça de tempos em tempos, mas no processo de fusão acontece em todas as áreas ao mesmo tempo ... (58) ... Todos os projetos estão atrelados ao processo de integração ... (59) ... Os projetos estão implantando ferramentas para que se possa operar nos mesmos padrões, independentes do local onde estejam trabalhando ... (60) ... A velocidade lenta com que o sistema centralizado disponibiliza soluções ... (61) ... Outra dificuldade é demonstrar as diferenças que cada país tem ... (62) ... A gestão única produz ganhos de escala ... (63) ... Falta definição clara das estratégias das áreas de negócio ... (64) ... A área de negócio está passando por transformações, por mudanças. Teoricamente isso é um dificultador para os projetos ... (65) ... Outro dificultador é que a área internacional não está com os times específicos focados na aquisição Brasil ... (66) ... Ter um time de integração com capacidade de navegação na empresa para facilitar as áreas e a área de TI na definição das prioridades ... (67) ... Baixa prioridade da área de desenvolvimento de BentonVille no tempo de entrega ... (68) ... Algumas áreas estão integradas sem a integração de sistemas de informação, por isso o usuário precisa operacionalizar dois sistemas ... (69) ... No modelo de gestão de tecnologia centralizada, a velocidade é o grande dificultador ...

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(70) ... Há uma dificuldade de demonstrar a cultura do país, demonstrar as particularidades dos processos de negócio ... (71) ... Os sistemas que nós temos hoje, em sua grande maioria, não serão mais utilizados no futuro. O quanto antes, integrarmos as empresas será melhor ... (72) ... Foi boa a postura de tentar entender o que existia na companhia adquirida de sistemas e de processos ... 1.3. Depois da Fusão (73) ... Existirá um modelo de gestão muito bem definido, muito aculturado ... (74) ... Nossa responsabilidade é fazer com que a estratégia global se aproxime ao máximo das estratégias e capacidades de soluções locais ... (75) ... Necessidade de entender o que o negócio precisa e a capacidade de defender isso globalmente vai ser o fator competitivo ... (76) ... A empresa amadurecerá suas estratégias gerais e definirá seus novos fatores de competitividade ... (77) ... Haverá maior confiança das pessoas no processo ...

2. Área de Negócio 2.1. Antes da Aquisição (porque existia alinhamento e os fatores que afetavam o alinhamento) (78) ... A gente via claramente um alinhamento muito forte entre a área de TI e as áreas para suportar o negócio ... (79) ... Existia dentro das frentes de trabalho uma frente de TI ... (80) ... A TI estava alinhada com aquilo que a gente estava planejando ... (81) ... Não tinha um alinhamento antes total, porque você não tinha volume de lojas ... (82) ... Nós tínhamos um trabalho junto com a informática. Existia sim essa interação ... (83) ... Uma coisa que dificultava era o nível de prioridade que a gente tinha dentro da área de TI. A gente concorria com outras demandas de outras áreas e a gente não entrava com a prioridade que a gente esperava ...

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(84) ... Eu diria que como facilitador tinha o fato de você ter na companhia, pessoas que estavam na área de negócio, que ou tinham vindo inclusive da área de TI, ou conheciam profundamente a importância de tecnologia para o desenvolvimento do negócio ... (85) ... Tecnologia era um fator diferencial, mas nem sempre em todos os níveis das áreas de negócio havia essa mesma percepção ... (86) ... Você tem um GAP entre os desejos e as realizações ... (87) ... O facilitador, o tamanho da empresa, o Wal-Mart é enorme ... (88) ... A tecnologia no Wal-Mart é muito mais avançada ... (89) ... Muitas vezes não conhece as necessidades de cada um dos países e a nossa TI é muito centralizada ... (90) ... Nós tínhamos um bom relacionamento com a área de tecnologia ... (91) ... Nós tínhamos baixa prioridade se comparados a outros projetos estratégicos para a empresa ... (92) ... Você não tinha todos os sistemas na língua portuguesa ... (93) ... Os recursos eram muitas vezes limitados ... (94) ... A gente tinha um alinhamento grande, e tinha uma velocidade que se parecia mais com a velocidade de uma empresa normal, a gente não tinha coisas parando, a gente não tinha projetos sendo interrompidos, mas o anúncio da venda mudou tudo ... (95) ... Não se faria grandes investimentos, porque a gente não sabia o que estaria sendo usado no dia seguinte ... (96) ... A área era suportada por uma tecnologia de informação muito de ponta ... (97) ... O nosso sistema é um pacote desenhado dentro de casa, e que está em outros 10 países da área internacional, então é consistente. Isso nos dá garantia ... (98) ... Você tem alguma necessidade e tem que submeter isso a uma área internacional. Muitas vezes você não é prioridade, não tem voz presente ... (99) ... O nosso país tem particularidades fiscais, legais ... (100) ... Facilidade é a massa crítica e a oportunidade de trocas ... (101) ... O nível da área de TI ajudava muito ... (102) ... Um outro ponto é que ex-executivos da área de informática foram assumindo cargos chaves dentro da empresa ...

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(103) ... O conhecimento funcional que a pessoa que atendia a gente tinha e tem era fundamental ... (104) ... A empresa tinha uma série de outros projetos e você entrava numa fila, e não bastava ter retorno, mas ter o budget para o investimento que era limitado ... (105) ... O foco dos projetos era dado no principal negócio que é, era varejo ... (106) ... As estratégias claras de certa forma facilitava ... (107) ... A dificuldade era adequar os sistemas que são globais à realidade brasileira ... (108) ... Eu acho que o ponto desfavorável é não ter muita flexibilidade nos sistemas que são controlados e centralizados na matriz nos EUA ... 2.2. Durante a Fusão (fatores que afetavam o alinhamento) (109) ... A gente vai ter que adotar o sistema global e vai perder algumas facilidades que a gente tem hoje ... (110) ... Todo o foco da área de TI hoje é na integração aos sistemas do Wal-Mart. Tudo que está fora disso fica sem muito suporte ... (111) ... Há um esforço muito positivo da área de TI para tentar buscar alternativas ao que não existe ... (112) ... Tem uma outra questão que é quanto vale a pena você investir e fazer determinadas coisas num sistema que a gente não vai ter mais lá na frente ... (113) ... Os investimentos estão sendo feitos de maneira muito comedida, porque você tem que fazer investimentos que não sejam perecíveis na fusão ... (114) ... A diferença é que você tem pessoas novas chegando, com experiências novas e com realidades diferentes. Tudo isso contribui, ao mesmo tempo, que em algum momento é um dificultador ... (115) ... Você tem uma perda por um lado, e um ganho por outro ... (116) ... A gestão da empresa está profundamente baseada em tecnologia ... (117) ... A diferença é ter que conhecer dois processos, mapeá-los e ver onde estão os GAP’s ... (118) ... Muitas vezes eles não entendem as necessidades, não entendem o que você precisa ... (119) ... Outro limitador é a língua, não conhecer o país ... (120) ... Lá fora não deram prioridade para a necessidade do país ...

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(121) ... A nossa dificuldade é ter vários relatórios para acessar a informação que você está querendo ... (122) ... O foco principal são as vendas, outras áreas ficam ofuscadas ... (123) ... A estrutura do Bompreço era muito boa, é muito boa ... (124) ... O aporte financeiro tem sido grande e vai ser maior ainda ... (125) ... O fator de fusão é uma introdução de nova cultura, de resistência às mudanças ... (126) ... Perdemos preciosos recursos que não são fáceis de serem formados ... (127) ... No mesmo momento que está acontecendo novo conhecimento, avaliação, entra a velocidade para dar resultados. O desafio de fazer tudo isso ao mesmo tempo ... (128) ... Entender tanto o sentimento, como o pensamento das pessoas que sentem que tudo que construíram ao longo de muito tempo, muitos anos, pode desaparecer da noite para o dia ... (129) ... É difícil para as pessoas acreditarem que as pessoas que chegam querem mantê-las ... (130) ... Há muita expectativa ... (131) ... É preciso colocar na balança como continuar aproveitando todo o sistema que temos, sem deixar que ele perca nível de serviço, mas sabendo que amanhã teremos outro sistema ... (132) ... As fusões oferecem oportunidades para a empresa que chega, de conhecer novas ferramentas que podem ser úteis para outros cantos do mundo ... (133) ... O momento é sensível, crítico e os processos de mudança são muito fortes ... (134) ... Nem todas as estratégias estão muito claras ... (135) ... Você não tem prioridade pelo que você representa mundialmente ... (136) ... A área de TI, bem com as demais áreas estão perdendo muitos associados ... (137) ... Nem todas as pessoas têm muito claramente para onde vão, e tudo isso gera incertezas, insegurança e as pessoas perdem produtividade ... (138) ... Durante o processo de venda a empresa para um pouco ... (139) ... As pessoas perdem conhecimento ... (140) ... Você puxa informação de dois sistemas ... (141) ... Você é obrigado a aprender a empresa que está sendo adquirida para entender as informações, fazer uma tradução para aquilo que é sua realidade, para aquilo que você estava acostumado a trabalhar, para que você possa tomar a decisão adequada ...

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(142) ... Para você entender as duas estruturas você acaba tendo que dissecar processos que suportam os dois negócios ... (143) ... Como o desenvolvimento é feito na matriz, aí eu entendo que existe menos flexibilidade e um prazo maior de execução ... (144) ... O desenvolvimento centralizado nos EUA, muitas vezes sem o conhecimento do negócio local tem na minha visão dificultado e atrasado ... (145) ... Uma indefinição de futuro leva a uma comunicação falha ... (146) ... Com certeza um momento de fusão é muito diferente de um momento, digamos assim, tradicional do negócio ... (147) ... Você precisa entender em que estágio está a empresa que adquire ... (148) ... Você vai conhecendo mais os processos, e a empresa vai se tornando cada vez mais uma empresa só ... (149) ... A gente não tem a velocidade que a gente deseja ... (150) ... Tem a dinâmica da própria área de tecnologia que está procurando se entender, se descobrir, entender qual caminho ela vai seguir. Enquanto ela está fazendo isso, ela está voltada para dentro, então existe uma perda de carga do que ela estaria fazendo para as outras áreas ... (151) ... Os recursos destinados para desenvolver as coisas são divididos com muitas áreas, porque é um momento que todo mundo está demandando ... (152) ... Você tem uma priorização que muitas vezes não satisfaz ... (153) ... Você entra numa equação de equilíbrio de recursos bem diferente de quando você está em um negócio já equilibrado ... (154) ... No Bompreço nós tínhamos uma área de sistema focada para atender as áreas de suporte, que não era o conceito do Wal-Mart Brasil ... (155) ... Tudo que tivesse muito foco com a loja acontecia ... (156) ... Acho que a forma como o projeto foi elaborado, tentando entender quais são as diferenças, e tentando construir uma ponte que atenda as necessidades de ambos os locais, isso numa fusão é muito importante ... (157) ... Eu acho que a pressão de custo e tempo dificultam ... (158) ... O conhecimento que a área de informática tem dos instrumentos que estão sendo trabalhados são de grande ajuda ...

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(159) ... Nós somos totalmente dependentes dessa velocidade da informação, o mundo é assim ... (160) ... Somos totalmente dependentes da área internacional, a gente não tem muita autonomia. Antes aqui se tinha toda autonomia e o sistema era totalmente desenhado para a realidade brasileira ... (161) ... Muita gente saiu da empresa por não acreditar no que viria pela frente ... (162) ... Resistência à mudança, isso é natural do ser humano ... (163) ... Você vê a dificuldade gerencial, de ter as informações no padrão que o investidor lá fora quer ... (164) ... O sucesso da empresa é gente. È o ser humano fazendo a diferença ... (165) ... A centralização de TI vai afetar muito o nível de flexibilidade que a gente tem hoje ... (166) ... Se eu quiser mexer uma vírgula no programa, tem que combinar com todos os países, isso vai ser complicado ... (167) ... Estão sendo exigidas mudanças operacionais, mas a gente estar sem suporte para poder acompanhar ... (168) ... Está dificultando a limitação de pessoal. Saiu muita gente e não está repondo ... (169) ... A mudança se prolonga e aí o vácuo vai aumentando ... (170) ... Falta de autonomia, de tecnologia local é o primeiro fator que dificulta ... (171) ... O outro fator é o conceito do Wal-Mart de um sistema global ... (172) ... O tempo de desenvolvimento não é rápido ... (173) ... Hoje a gente ter dois modelos de negócio, ainda não unificados dificulta ... (174) ... Por outro lado, se a gente construir um novo modelo a partir dos dois existentes tem chance de ser melhor ... (175) ... A gente está perdendo uma série de facilidades que a gente tinha por causa da centralização da TI ... (176) ... As pessoas são afetadas pelas incertezas e instabilidades ... (177) ... Todo foco está na conversão, na integração das empresas e isso afeta o dia-a-dia ... (178) ... O que está facilitando é a mobilização das pessoas, do time ... (179) ... O que dificulta é a área internacional entender as peculiaridades brasileiras, nosso sistema fiscal, nossas leis trabalhistas ...

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(180) ... A gente tem um apoio muito grande da área de tecnologia, um bom casamento ... (181) ... A TI suporta o controle das informações ... (182) ... A gente tem que ficar olhando dois sistemas no dia-a-dia ... (183) ... Termina que você coloca o pé atrás em um investimento que talvez fosse importante para manter a competitividade do momento ... (184) ... Sua área tem necessidades, mas elas competem com as necessidades do negócio maior ... (185) ... O processo de integração foi prejudicado por ter um modelo financeiro que previa um investimento menor ... (186) ... A indefinição nos obrigou a tomar decisões temporárias que só tem impacto no curto prazo ... (187) ... Falta melhor comunicação e um alinhamento do que vai estar disponível ao fim dos projetos ... (188) ... A disponibilidade da área de TI facilita. Eu vejo a área de TI muito participativa, procurando encontrar formas de atender ... (189) ... O que dificulta é a carência de recursos ... (190) ... Algumas áreas vão ser priorizadas em detrimento das outras ... (191) ... O recurso que a gente dispões para o tamanho que é o nosso desejo é sempre a briga que a gente tem ... (192) ... A gente tem uma dificuldade muito grande de colocar as informações no mesmo patamar ... (193) ... O que dificulta é a interrupção do suporte e manutenção dos sistemas atuais ... (194) ... A gente está mudando os processos mais do que nunca e exige mudanças nos sistemas para acompanhar, e isso não acontece ... (195) ... Eu vejo pontos que facilitam e dificultam ... (196) ... O Wal-Mart está anos-luz na frente da concorrência e isso vai trazer ganhos de escala e de produtividade ... (197) ... O sistema do Wal-Mart trabalha de forma diferente do que o Brasil exige ... (198) ... Nós estamos trabalhando com dois sistemas, com duas equipes segregadas. Isso dificulta ...

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(199) ... A facilidade que eu vejo é a vontade das pessoas, o empenho de cada uma delas ... (200) ... O foco da área de TI é muito mais na conversão de sistemas ... (201) ... A gente tem que ter tranqüilidade de estar trabalhando com planejamento, mas sabendo que a gente vai ter que adequá-los em certos momentos ... (202) ... Você tem parte de sua dedicação pensando num trabalho de conversão e parte tendo que dar suporte no dia-a-dia ... (203) ... O que dificulta, eu acho que é mais o entendimento das necessidades. É entender as necessidades e cumprir os prazos solicitados ... (204) ... Eu diria assim, que o barco está andando e você perde um pouco o suporte de TI porque processos novos estão chegando ... (205) ... A gente está tendo mais tempo para ver quais são as diferenças ... (206) ... O que dificulta o planejamento são as mudanças que estão acontecendo o tempo todo ... (207) ... É importante que todas as áreas da empresa tenham sinergia em suas ações ... (208) ... Construir as mudanças através do sistema torna as mudanças mais lúdicas ... (209) ... É importante que as pessoas sintam que fizeram parte da mudança, que construíram ela ... (210) ... O projeto de integração dos sistemas faz com que exista maior interação entre as áreas ... (211) ... O que atrapalha é o volume das coisas que estão sendo feitas simultaneamente, em todas as áreas ... (212) ... Porque a prioridade não é para os sistemas de controle e sim para os sistemas do negócio ... (213) ... Difícil porque nós não estamos sendo treinados ... (214) ... A renovação também trouxe quebra de paradigmas ... (215) ... Falta liberação dos recursos que precisam estar dedicados aos projetos ... (216) ... A gente quer alçar outros vôos ... (217) ... É um momento de muitas incertezas. Você tem dificuldade de reter os talentos ... (218) ... A demora na integração dos sistemas impacta na velocidade e no suporte de TI para o resto das áreas ...

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(219) ... O conjunto de desejos é sempre maior. A gente queria estar do muito mais rápido ... (220) ... Na medida que os recursos são limitados você tem que fazer escolhas ... (221) ... O fato de você ter pessoas muito comprometidas com o negócio e muito desejosas de que as coisas possam de fato dar certo ajuda bastante ... (222) ... É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, tudo junto, ao mesmo tempo e muito rápido ... (223) ... Em alguns momentos a gente sente como se todo mundo estivesse tateando. Você tem alguns ambientes que estão na penumbra, outros no escuro e você vai tateando para ir abrindo o caminho ... (224) ... |As pessoas estão focando, estão trabalhando, estão tentando entregar o melhor projeto possível ... (225) ... Positivamente eu vejo que o que é negativo é positivo também ... (226) ... Hoje somos a bola da vez, o grupo internacional da área de sistema está nos dando suporte total, mas e depois ... (227) ... O retardamento do processo de integração dificulta o planejamento ... (228) ... A gente tem uma série de despesas adicionais por manter duas estruturas usando sistemas distintos ... (229) ... Uma das coisas que está dificultando é a perda de funcionalidades nos sistemas ... (230) ... As pessoas não têm muita clareza do que vai acontecer com relação ao futuro da área. Há uma preocupação e desmotivação ... (231) ... Requerimentos do negócio hoje não podem ser colocados, porque você ainda está trabalhando nos sistemas antigos ... (232) ... A gente tem alguns fatores que estão servindo como modelo e estão sendo adotados e levados para uma plataforma mundial ... (233) ... A gente perde velocidade com a centralização dos sistemas ... (234) ... O que prejudica um pouco mais é a demora desse processo de transição ... (235) ... O processo de conversão de sistemas está se alongando um pouquinho mais do que a gente gostaria ... (236) ... Você não tem um sistema integrado. Você acaba tendo, gerando mais trabalho para procurar informação ... (237) ... O sistema que o Bompreço tem é usado há muito tempo, e vai entrar um sistema novo. As pessoas estão muito acostumadas ao sistema. Isso vai causar impacto nas pessoas ...

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(238) ... O serviço vai ser quase igual, mas o impacto de usar um sistema novo, principalmente para as pessoas bem antigas vai ter impacto. É a resistência natural do ser humano para a mudança ... (239) ... Eu controlava o sistema antigo. O sistema agora é novo para mim, por isso eu vou ter que aprender de novo. Por eu ter que aprender de novo eu posso resistir ... (240) ... No momento que você compromete um pouco a qualidade dos treinamentos, você acaba de uma certa forma comprometendo a qualidade da conversão. Gera descrédito no processo ... (241) ... Na centralização você segue o caminho que já foi testado por outros ... (242) ... A movimentação horizontal na nossa empresa é fantástica e ajuda a dividir o conhecimento e preparar a pessoa para o próximo estágio ... (243) ... Você pode trocar experiências, trocar as pessoas de posição, levar as melhores práticas de lá para cá, e de cá para lá ... (244) ... A gente está mudando, tem que mudar, e os sistemas não estão acompanhando ... (245) ... Uma coisa que está contribuindo positivamente foi o Wal-Mart ter colocado pessoas deles nas diversas áreas ... (246) ... O que dificultou foi à expectativa inicial do Wal-Mart. De repente alguém se deu conta que comprou um negócio bem estruturado, maior e com gente capacitada ... (247) ... Uma coisa que está contribuindo é o sucesso no resultados do negócio ... 2.3. Depois da Fusão (248) ... A gente vai ter dificuldade muito maior do que a gente tem hoje para o desenvolvimento de novas funcionalidades, por conta de estar tudo alinhado globalmente, inclusive o suporte ... (249) ... Haverá participação profunda da área de TI nas discussões, encaminhamentos e planejamento de todas as áreas ... (250) ... Vai ficar mais fácil você buscar informação, ter a informação, porque vai converter tudo para um único sistema ... (251) ... A conscientização da necessidade do uso da tecnologia da informação vai estar mais difundida na empresa ... (252) ... O desafio é ter os sistemas para fornecer as pessoas a capacidade de tomar decisões rápidas sobre os negócios ... (253) ...Foco na otimização dos sistemas e na melhoria de infra-estrutura de tecnologia ...

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(254) ... Vai ter liberdade de pensar a longo prazo ... (255) ... Hoje eu não sei dizer com certeza como é que as coisas vão acontecer, como é que tudo vai ficar ... (256) ... Vai estar todo mundo dentro da mesma linguagem ... (257) ... Vai facilitar tomar todas as decisões gerenciais ... (258) ... As pessoas estarão alinhadas num único processo de trabalho e de comunicação ... (259) ... No Brasil estaremos mais preparados para novas fusões ... (260) ... A preocupação é manter o alinhamento alto com o sistema global ... (261) ... Teremos cada vez mais dependência dos sistemas no negócio e no nosso resultado. Por isso o alinhamento será muito forte ... (262) ... O dificultador é a empresa não estar flexível para realizar algumas customizações que serão necessárias para a continuidade da nossa operação no Brasil ...