clarissa benassi g. da costa

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato- Grosso CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU A DISTÂNCIA: EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INCLUSIVA CLARISSA BENASSI G. DA COSTA A AMPLIAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NO NÚCLEO DE ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECÍFICAS (NAPNE) NO INSTITUTO FEDERAL DO SUL DE MINAS GERAIS - CAMPUS MUZAMBINHO Cuiabá - MT Outubro 2009

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Page 1: Clarissa Benassi G. da Costa

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato-

Grosso

CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU A DISTÂNCIA: EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INCLUSIVA

CLARISSA BENASSI G. DA COSTA

A AMPLIAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NO NÚCLEO DE

ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM NECESSIDADES

EDUCACIONAIS ESPECÍFICAS (NAPNE) NO INSTITUTO

FEDERAL DO SUL DE MINAS GERAIS - CAMPUS

MUZAMBINHO

Cuiabá - MT

Outubro 2009

Page 2: Clarissa Benassi G. da Costa

Ficha Catalográfica

COSTA, Clarissa Benassi Gonçalves da

A Ampliação de Recursos Humanos no Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) no Instituto Federal do Sul de Minas Gerais - Campus Muzambinho

Cuiabá -MT, 2009

42f.

D’ANDREA, Alexandre Fonseca

Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso

Trabalho de Conclusão Curso de Especialização Lato Sensu a Distância: Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva.

Page 3: Clarissa Benassi G. da Costa

CLARISSA BENASSI G. DA COSTA

A AMPLIAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NO NÚCLEO DE

ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM NECESSIDADES

EDUCACIONAIS ESPECÍFICAS (NAPNE) NO INSTITUTO FEDERAL

DO SUL DE MINAS GERAIS - CAMPUS MUZAMBINHO

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Fonseca D’Andrea

Cuiabá - MT

Outubro 2009

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação do Curso de Especialização em Educação Profissional Tecnológica Inclusiva, do INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO- GROSSO - CAMPUS CUIABÁ - OCTAYDE JORGE DA SILVA, como requisito para a obtenção do título de Especialista.

Page 4: Clarissa Benassi G. da Costa

CLARISSA BENASSI G. DA COSTA

A AMPLIAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NO NÚCLEO DE

ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM NECESSIDADES

EDUCACIONAIS ESPECÍFICAS (NAPNE) NO INSTITUTO FEDERAL

DO SUL DE MINAS GERAIS - CAMPUS MUZAMBINHO

Trabalho de Conclusão de Curso em Educação Profissional Tecnológica

Inclusiva, submetido à Banca Examinadora composta pelos Professores do

Programa de Pós-Graduação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato

Grosso como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista.

Aprovado em: ____________________

______________________________________________

Prof. Dr. Alexandre Fonseca D’Andrea (Orientador)

_____________________________________________

Prof. Dr. Luciana Maria Vieira Lopes Mendonça (Co-orientador)

______________________________________________

Prof. MSc. Sérgio Pedini (Membro da Banca)

_____________________________________________

Prof. MSc. Vera Lúcia de Souza e Lima (Membro da Banca)

Cuiabá - MT

Maio 2009

Page 5: Clarissa Benassi G. da Costa

DEDICATÓRIA

Dedico à minha família e a todos os meus

amigos especiais.

Page 6: Clarissa Benassi G. da Costa

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade.

À minha família pelo incentivo.

Ao meu orientador pelo conhecimento compartilhado.

Aos meus colegas de curso pelas palavras amigas nas horas de desânimo

e por fazerem o longo caminho rumo à Inclusão, mais fácil de se trilhar.

Page 7: Clarissa Benassi G. da Costa

"Sei que meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele, o

oceano seria menor" (Madre Tereza de Calcutá).

Page 8: Clarissa Benassi G. da Costa

RESUMO

A presente pesquisa tem como principal objetivo avaliar a importância da contratação de profissionais adequados e qualificados para atuar junto ao Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – campus Muzambinho (IF) a fim de diagnosticar problemas e desenvolver técnicas e métodos que possibilitem a solução dos entraves de aprendizagem, no espaço institucional. A criação do NAPNE, na Instituição, tem o objetivo de apoiar as pessoas com necessidades educacionais específicas (PNEEs) e promover a inclusão em suas variadas formas. Para que isso aconteça, o NAPNE deve contar com profissionais adequados e qualificados que irão dar o suporte necessário para toda a equipe. Esses profissionais têm grande importância no processo de Inclusão de PNEEs, pois seu trabalho visa desenvolver as capacidades dos alunos, avaliar e identificar os problemas de aprendizagem e, dessa forma, garantir o acesso de todos à educação. O universo desta pesquisa foi composto pelas Unidades do Instituto Federal de Minas Gerais, do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais e do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais e a população-alvo estudada foi constituída pelos membros das equipes do NAPNE de cada unidade desses Institutos. Numa ação de continuidade, o presente trabalho será apresentado à direção do IF como subsídio para a contratação dos profissionais adequados para compor a equipe do NAPNE implantado pela Instituição. Espera-se, com este projeto, comprovar a importância da contratação de profissionais adequados para fazer parte do NAPNE do IF – campus Muzambinho.

Palavras-chave: Inclusão; Educação Especial; Recursos Humanos; Núcleo de Atendimento; NAPNE; PNEE.

Page 9: Clarissa Benassi G. da Costa

ABSTRACT

This present research has as its main aim to evaluate the importance of hiring suitable and skilled professionals to act next to Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) which belongs to the Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho (IF) in order to diagnose matters, develop techniques and methods that make it possible the solution for obstacles concerning to learning, in the institutional space. The creation of NAPNE, in the institution, has the aim of supporting people with specific educational needs (PNEEs) and promoting inclusion in its several ways. Therefore, in order this happens, the Service Nucleus (Núcleo de Atendimento) should count on suitable and qualified professionals who will provide necessary support for the whole team. These professionals have a great importance in the process of PNEEs inclusion, because its work aims to develop the students’ abilities, evaluates and identifies the matters concerning to learning and, this way, assuring everyone the access to education. The universe of this research was compound for the following institutional units: Unidades do Instituto Federal de Minas Gerais, Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais e Instituto Federal do Sul de Minas Gerais. The target population studied was constituted of members of NAPNE staff of each unit from the Institutes above mentioned. After the defense, this research will be presented to the IF direction as a subsidy for the hiring of the suitable professionals to create the NAPNE staff implanted by the Institution. We hope, with this project, to prove the importance of hiring suitable professionals to take part in the IF NAPNE – Muzambinho campus.

Key words: inclusion; Special Education; Human Resources; Service Nucleus.

Page 10: Clarissa Benassi G. da Costa

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO................................................................................................

1.1 Problema.....................................................................................................

1.1.1 Hipótese....................................................................................................

2 JUSTIFICATIVA............................................................................................

3 OBJETIVOS.................................................................................................

3.1 Objetivo Geral............................................................................................

3.2 Objetivos Específicos.................................................................................

4 REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................

4.1 Breve Histórico sobre a Inclusão..................................................................

4.2 As PNEE’s e algumas características..........................................................

4.3 Tipos de Deficiência......................................................................................

4.4 A importância de profissionais qualificados na Instituição Escolar................

4.4.1 O Psicólogo Escolar e o Psicopedagogo....................................................

4.4.2 O Assistente Social.....................................................................................

5 METODOLOGIA...............................................................................................

6 RESULTADOS OBTIDOS...............................................................................

7 CONCLUSÃO..................................................................................................

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................

9 BIBLIOGRAFIA................................................................................................

9.1 Referências..................................................................................................

APÊNDICE – Questionário................................................................................

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Page 11: Clarissa Benassi G. da Costa

1. INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido, no campo educacional e social do país, sobre a

inclusão da pessoa com necessidades específicas. Apesar de a inclusão não dizer

respeito somente à escola, é nesse ambiente que o assunto vem ganhando mais

força e gerando mais questionamentos por parte dos pais e educadores.

No âmbito escolar, a inclusão refere-se ao processo de educar-ensinar, no

mesmo grupo, pessoas com e/ou sem necessidades educacionais específicas,

durante sua permanência na escola. Nessa concepção, toda escola deveria estar

preparada, tanto em termos físicos (mobiliário, espaço físico etc.), quanto em termos

pedagógicos, não só para receber e atender todo tipo de aluno, mas também para

respeitar suas diferenças e educar de acordo com o ritmo e as possibilidades de

cada um.

Em termos pedagógicos, toda Instituição de ensino, que tem como objetivo,

melhorar a qualidade de ensino-aprendizagem, evitar a evasão escolar e garantir a

permanência dos alunos com ou sem deficiências, deve ter, como meta, a

implantação de um Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades

Específicas (NAPNE).

O NAPNE tem, como objetivo, oferecer apoio didático-pedagógico aos alunos

com NEE e seus professores; oferecer apoio psicológico aos alunos e servidores da

Instituição que estão ligados, direta ou indiretamente, com a educação; articular

ações de ensino, pesquisa e extensão na área das necessidades educacionais

específicas e trabalhar, de forma articulada, com a acessibilidade. O Núcleo de

Atendimento pode propiciar que a Instituição a que está vinculado promova cursos

em Braile a fim de incluir pessoas com deficiência visual; aquisição de Tecnologias

Assistivas; sala de aula com acessibilidade acústica para alunos com deficiência

auditiva; adaptação do mobiliário bem como a estrutura arquitetônica de toda a

Instituição de forma a promover a acessibilidade a todos.

Para alcançar seus objetivos, o NAPNE deve contar com uma equipe

multiprofissional, estando entre seus membros, professores, servidores ligados à

área da educação, a família dos próprios alunos, como também profissionais

qualificados e especializados. Dentre esses profissionais especializados, o

Psicólogo, o Psicopedagogo e o Assistente Social são imprescindíveis para realizar

estes objetivos, pois poderão auxiliar no diagnóstico, na prevenção e solução de

Page 12: Clarissa Benassi G. da Costa

11

problemas no processo ensino-aprendizagem de alunos que apresentam

necessidades educacionais específicas.

Dessa forma, esta pesquisa pretendeu realizar um diagnóstico sobre o

NAPNE nos IFs e avaliar a importância de se contratar profissionais adequados e

qualificados para compor a equipe do NAPNE do Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – campus Muzambinho (IF), a fim de

se obterem resultados satisfatórios no trabalho de promover a Inclusão de todos os

alunos que necessitem de auxílio psicológico e apoio no desenvolvimento da

aprendizagem e na aquisição de conhecimento.

Esta pesquisa é descritiva, pois registra e relaciona fatos, sem manipulá-los, e

procura conhecer as diversas relações e situações que ocorrem na vida e no

comportamento dos indivíduos.

1.1 Problema

Atualmente, apesar de tratar-se de um assunto gerador de certa polêmica,

pode-se perceber a quebra de muitos paradigmas em relação à Inclusão de Pessoas

com Necessidades Educacionais Específicas (PNEE’s) em escolas regulares do

país. Esses novos paradigmas estão mudando o estereótipo em torno das pessoas

com necessidades especiais e evidenciam que elas são capazes, desde que lhes

sejam oferecidas oportunidades, que sejam respeitadas e valorizadas em suas

diferenças.

Por outro lado, a falta de formação e informação e, acima de tudo, o

preconceito a respeito do tema, ainda têm delegado a essas pessoas, papéis e

posições que não favorecem as suas potencialidades, gerando grandes obstáculos

para a sua participação e aceitação na sociedade.

Por princípio, a escola é a primeira instituição que se deve transformar a fim

de propiciar às pessoas melhores condições de aprendizagem. Nesse sentido, não

se trata apenas de admitir a matrícula, mas também de oferecer serviços

complementares, adotar práticas criativas, adaptar o projeto pedagógico, rever

posturas e construir uma nova filosofia educativa.

É necessária uma educação voltada para os valores humanos, uma educação

que permita a transformação da sociedade, uma escola que acredite nas diferentes

possibilidades e nos diferentes caminhos que cada um traça para a sua

Page 13: Clarissa Benassi G. da Costa

12

aprendizagem. Para que isto aconteça, não se devem transformar apenas as salas

de aula, a matriz curricular, a forma como o professor vai atuar, mas também todos

os setores da Escola que participem direta ou indiretamente na educação desses

alunos.

1.1.1 Hipótese

• A contratação de profissionais adequados e qualificados para atuar

junto ao NAPNE pode propiciar um ambiente favorável ao processo

ensino-aprendizagem, que resulte na redução da evasão de alunos

com necessidades educacionais específicas e no seu melhor

aproveitamento nas atividades didático-pedagógicas das instituições.

Page 14: Clarissa Benassi G. da Costa

13

2 JUSTIFICATIVA

A Inclusão no meio escolar tem causado muitas dúvidas em se tratando de

como lidar com esta questão entre pais, professores e alunos. A razão mais

importante da Inclusão de PNEE’s é o valor social, é a pessoa se sentir integrada

em seu grupo, apesar das diferenças. “A arte de facilitar a inclusão envolve

criatividade, desejo de mudanças, elevação da auto-estima do educando,

redimensionamento de ações e de vencer os medos que provocam os limites”

(STAINBACK; STAINBACK,1999, p.22).

Incluir alunos com os mais variados tipos de dificuldades no aprendizado,

nada mais é do que garantir o acesso de todos à educação. Como consequência,

para se obter um ensino de qualidade, a Instituição deve se tornar apta para

responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas

especificidades, por meio da mudança de seus posicionamentos e da exigência de

modernização, inovação e aperfeiçoamento das práticas educativas por parte de

seus professores.

Com o intuito de promover a inclusão de alunos com necessidades

educacionais específicas e garantir-lhes o acesso à educação, o IF campus

Muzambinho criou, em novembro de 2004, quando ainda se intitulava Escola

Agrotécnica Federal de Muzambinho, o Núcleo de Atendimento às Pessoas com

Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) e conta com diversas ações

implantadas como o desenvolvimento de pesquisas voltadas para a questão da

Inclusão na Instituição, a adequação dos requisitos de acesso e do currículo dos

diversos cursos, a quebra de barreiras arquitetônicas, a adaptação de instalações

para deficientes físicos, a aquisição de Tecnologias Assistivas, entre outras.

Por outro lado, mesmo diante de tantas conquistas, o IF campus Muzambinho

ainda não possui uma política de intervenção capaz de contribuir para a superação

dos problemas de aprendizagem. O NAPNE não conta com profissionais

capacitados para diagnosticar, prevenir e solucionar problemas advindos do

processo ensino-aprendizagem, nem para observar e avaliar, juntamente com o

setor pedagógico, como garantir o bom êxito na aprendizagem e como a família

exerce o seu papel de parceira nesse processo.

Page 15: Clarissa Benassi G. da Costa

14

Diante desse fato e da preocupação com a Inclusão de PNEE’s no IF Sul de

Minas Gerais – campus Muzambinho e na sociedade, sentiu-se a necessidade de

elaborar um projeto que abordasse a importância da inserção de profissionais

adequados e qualificados como o Psicólogo, o Psicopedagogo e o Assistente Social,

como apoio indispensável no Núcleo de Atendimento.

Page 16: Clarissa Benassi G. da Costa

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Diagnosticar os NAPNE dos IFs de Minas Gerais e avaliar a importância da

contratação de profissionais qualificados para atuar junto ao NAPNE do Instituto

Federal do Sul de Minas Gerais - campus Muzambinho a fim de solucionar

problemas, desenvolver técnicas e métodos que possibilitem a solução dos entraves

de aprendizagem, no espaço institucional.

3.2 Objetivos Específicos

• Quantificar as Unidades dos Institutos pesquisados que possuem o

NAPNE implantado;

• Verificar quantos membros existem nos NAPNEs das Unidades

pesquisadas e quantos deles são especializados em Psicologia,

Psicopedagogia e Assistência Social;

• Listar quais ações os NAPNEs desenvolvem em prol da Inclusão e

quais ainda pretendem desenvolver;

• Investigar a opinião dos Coordenadores de cada NAPNE sobre a

importância de se contratar profissionais qualificados como o

Assistente Social, o Psicólogo e o Psicopedagogo para dar suporte ao

Núcleo de Atendimento.

Page 17: Clarissa Benassi G. da Costa

16

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Breve Histórico sobre a Inclusão

Para que se compreenda como a Inclusão de Pessoas com

Necessidades Específicas veio aos poucos sendo inserida ou aceita na sociedade

atual, é necessário que se faça um breve histórico da trajetória da inclusão desses

indivíduos.

A forma de pensar e por consequência a forma de agir com relação à

deficiência enquanto fenômeno e à pessoa com necessidades educacionais

especiais enquanto ser, modificaram-se no decorrer do tempo e das condições

sócio-históricas (BRASIL, 2000a).

Na Idade Média, século XV, as pessoas com deficiência não eram mais

sacrificadas ou mortas, porém, continuavam banidas de qualquer convívio social.

Por influência da Igreja, eram consideradas produto do pecado e do demônio.

Na Idade Moderna, a partir do século XV até o século XVIII, foram criadas

instituições para cuidar e abrigar as pessoas com deficiências, nas quais elas eram

trancafiadas.

Segundo Bueno (1993), a história da educação especial considera o século

XVI como a época em que se iniciou a educação das pessoas com necessidades

específicas, através da educação da criança surda.

Este período é denominado como uma época de precursores; é atribuído ao

monge beneditino Pedro Ponce, em 1541, na Espanha, o início de um trabalho com

crianças surdas. Ele morreu em 1549 e, após a sua morte, não houve continuidade

de seu trabalho. Para Quirós e Gueler (apud BUENO, 1993, p.58),

Apenas no século XVII é que surgiram novos educadores de crianças surdas, como Ramirez de Carrión e Juan Carlos Bonet, na Espanha, que exerceram influência em outros países europeus, principalmente o último que publicou, em 1619, obra considerada como o primeiro manual de educação de surdos: Redução das letras e arte de ensinar a falar os mudos.

Embora o sistema de preceptores fosse substituído aos poucos, ainda nos

meados do século XVII e início do XVIII, era uma prática muito comum. Enquanto

para a criança ouvinte, nessa época, o ensino se constituísse em aprender a leitura

e a gramática, para os alunos surdos se restringia a técnicas de substituição da fala

Page 18: Clarissa Benassi G. da Costa

17

por gestos. É importante destacar que isso era um privilégio das elites da nobreza e

da burguesia em ascensão.

Somente a partir do século XIX, as pessoas com deficiência passam a ser

vistas como cidadãs, mas ainda sob uma visão caritativa e assistencialista.

Em 1942, já havia no Brasil, quarenta escolas públicas regulares que

prestavam algum tipo de atendimento a alunos com deficiência mental e quatorze

que atendiam alunos com outras necessidades específicas (CAUZ; IACONO, 2008).

Em 1986, a expressão “alunos excepcionais” foi substituída por “alunos

portadores de necessidades especiais” e então a prática da inclusão social se

intensificou (CAUZ; IACONO, 2008).

Na atualidade, pode-se perceber a quebra de muitos paradigmas e, segundo

Mendes (2001, p.18), “No Brasil, o debate sobre a educação inclusiva vem

provocando polêmica, estridência e polarização no país, principalmente pela falta de

uma definição entre essas duas tendências (integração e/ou inclusão), e seu maior

impacto tem incidido na questão da Educação Especial”.

Atualmente, temos nos deparado com novos paradigmas que estão mudando

as representações sociais em torno das pessoas com necessidades específicas e

evidenciando que elas são capazes, desde que sejam respeitadas e valorizadas em

suas diferenças e lhes sejam oferecidas oportunidades.

4.2 As PNEE’s e algumas características

Pessoa com deficiência e necessidades específicas é aquela que apresenta

em caráter temporário ou permanente, significativas diferenças físicas, sensoriais ou

intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, que acarretam dificuldades

em sua interação com o meio social, necessitando por isso, de recursos

especializados para desenvolver seu potencial e superar ou minimizar suas

dificuldades (CARVALHO, 1994, p. 130).

Para Clemente (2003),

a deficiência é uma redução efetiva a acentuada da capacidade de integração social, que leva a pessoa a usar equipamentos, adaptações, meios e recursos especiais a fim de receber ou transmitir informações necessárias ao desempenho de funções.

Page 19: Clarissa Benassi G. da Costa

18

A Declaração de Salamanca é considerada mundialmente um dos mais

importantes documentos que visam à inclusão social. Faz parte da tendência

mundial que vem consolidando a educação inclusiva. Sua origem é normalmente

atribuída aos movimentos em favor dos direitos humanos e contra instituições

segregacioanistas, movimentos iniciados a partir das décadas de 60 e 70 do século

XX. De acordo com a Declaração de Salamanca (1994), pessoas com necessidades

educacionais específicas (PNEE) referem-se a todas as crianças e jovens cujas

necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades de

aprendizagem. Muitas crianças experimentam dificuldades de aprendizagem e têm,

portanto, necessidades educacionais específicas em algum momento de sua

escolarização.

Segundo Carneiro (1998, p.41), as deficiências classificam-se em:

a. Portadores de Deficiência Auditivas, Visuais (sensorial), Mental, Física,

Múltipla;

b. Portadores de Condutas Típicas (comportamentos típicos de portadores

de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos com

repercussão sobre o desenvolvimento e comprometimento no

relacionamento social);

c. Crianças de Alto Risco (aquelas que têm o desenvolvimento fragilizado

em decorrência de fatores como: gestação inadequada, alimentação

imprópria, nascimento prematuro, etc);

d. Portadores de Altas Habilidades (também chamados de superdotados,

são aquelas crianças que exibem elevada potencialidade em aspectos

como: capacidade intelectual geral; acadêmica específica; capacidade

criativa e produtiva; alta performance em liderança; elevada capacidade

psicomotora; talento especial para artes).

Alunos que apresentam padrões comportamentais denominados condutas

típicas, como citados acima, merecem tanta atenção por parte da Instituição de

Ensino quanto os alunos que apresentam deficiências diagnosticadas a partir de um

laudo médico. Tanto uma quanto a outra, podem comprometer a aprendizagem se

não forem atendidas no modo e no momento exato.

Page 20: Clarissa Benassi G. da Costa

19

De acordo com Stainback e Stainback (1980 apud BRASIL, 2002), as

condutas típicas mais comuns são:

a. Distúrbios da Atenção: caracteriza-se pela dificuldade em

atender a estímulos relevantes de uma situação, como por exemplo,

olhar para o professor quando este está dando uma explicação em sala

de aula. Qualquer outro estímulo presente, como uma mosca que

passa voando, concorre com o estímulo relevante, tal como a tarefa a

desenvolver. São alunos que apresentam dificuldade em se concentrar

na execução de qualquer atividade;

b. Hiperatividade: apresenta uma inabilidade para controlar seu

comportamento motor de acordo com as exigências nas diversas

situações. Apresenta uma constante mobilidade e agitação motoras, o

que se torna grande empecilho para seu desenvolvimento com uma

determinada ação ou tarefa;

c. Impulsividade: apresenta respostas praticamente instantâneas

perante uma situação estímulo, não parando para pensar, refletir,

analisar a situação, para tomar uma decisão e então se manifestar, por

meio de uma ação motora ou verbal;

d. Alheamento: alunos com essa característica, geralmente, se

recusam terminantemente a manter contato com outras pessoas, ou

com qualquer outro aspecto do ambiente sócio-cultural no qual se

encontram inseridos.

e. Agressividade Física e/ou Verbal: constitui-se de ações

destrutivas dirigidas a si próprio, a outras pessoas ou a objetos do

ambiente. A agressividade passa a ser considerada conduta típica

quando sua intensidade, frequência e duração ultrapassam o

esporádico, focal e passageiro. Pode variar desde manifestações

negativistas, mal humoradas, até atos de violência, brutalidade,

destruição, causadores de danos físicos a si próprios ou a outras

pessoas.

Page 21: Clarissa Benassi G. da Costa

20

4.3 Tipos de Deficiência

Existem vários tipos de deficiência, porém, quando se fala neste termo, o

senso comum logo aponta para alguém em cadeira de rodas, usando muletas ou se

comunicando por meio de linguagens de sinais. Mas esse contingente envolve um

número muito maior de pessoas e conhecer cada tipo de deficiência é um dos

primeiro passos para que a sociedade dita “normal” se aproxime das pessoas com

deficiência e passe a conviver com suas diferenças.

Segundo Brasil (2000b), entre os vários tipos de deficiência, estão:

a) Paraplegia: perda total das funções motoras dos membros inferiores;

b) Paraparesia: perda parcial das funções motoras dos membros inferiores;

c) Monoplegia: perda total das funções motoras de um só membro (superior

ou inferior);

d) Monoparesia: perda parcial das funções motoras de um só membro

(superior ou inferior);

e) Tetraplegia: perda total das funções motoras de membros superiores e

inferiores;

f) Tetraparesia: perda parcial das funções motoras dos membros superiores

e inferiores;

g) Triplegia: perda total das funções motoras em três membros;

h) Triparesia: perda parcial das funções motoras em três membros;

i) Hemiplegia: perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo

(direito ou esquerdo);

j) Hemiparesia: perda parcial das funções motoras de um hemisfério do

corpo (direito ou esquerdo);

k) Amputação: perda total de um determinado segmento de um ou mais

membros;

l) Paralisia cerebral: lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso

central.

m) Deficiência Mental: refere-se a padrões intelectuais reduzidos,

apresentando comprometimento de nível leve, moderado, severo ou

profundo. Os portadores de DM podem apresentar inadequação do

comportamento adaptativo, que acontece de acordo com o grau de

comprometimento.

Page 22: Clarissa Benassi G. da Costa

21

n) Deficiência Visual: corresponde a acuidade visual igual ou menor que

20/200 no melhor olho ou campo visual inferior a 20%.

o) Deficiência Auditiva: corresponde a perda parcial ou total das

possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis.

4.4 A importância de profissionais qualificados na Instituição Escolar

Profissionais como o Psicólogo, o Psicopedagogo e o Assistente Social, têm

grande importância no processo de Inclusão de PNEE’s, pois seu trabalho visa ao

desenvolvimento das capacidades dos alunos, na medida em que avaliam e

identificam os problemas de aprendizagem, buscam conhecê-los em seus potenciais

construtivos e em suas dificuldades e realizam diagnósticos especializados e

exames complementares com o intuito de favorecer o desenvolvimento da

potencialização humana no processo de aquisição do saber.

Segundo Dembo (apud FERMINO et al., 2001, p.57), "evidências sugerem

que um grande número de alunos possui características que requerem atenção

educacional diferenciada". Dessa forma, verifica-se que um trabalho

psicopedagógico, nesse sentido, é imprescindível para se promover a inclusão nas

instituições.

4.4.1 O Psicólogo Escolar e o Psicopedagogo

O Psicólogo pode atuar em escolas públicas ou particulares, realizando um

trabalho em equipe multidisciplinar. O especialista em Psicologia, consciente da

realidade da escola, elabora projetos que visem a determinar suas causas,

orientando para que sejam prevenidas e corrigidas. Atua, também, junto ao corpo

docente, discente e comunidade escolar, agindo como um catalisador de reflexões,

um conscientizador de papéis representados por cada um, bem como um

colaborador para a compreensão dos diferentes estágios psicológicos dos alunos.

De acordo com Nascimento (2003) et al.

o psicólogo educacional pode buscar a mobilização da comunidade escolar com a finalidade de pensar juntos sua realidade, suas reais funções, organização, funcionamento e relações mantidas com outras instituições e estrutura social, bem como questionar as relações e comunicações interpessoais estabelecidas no meio escolar, começando com a organização de equipes multiprofissionais realmente atuantes.

Page 23: Clarissa Benassi G. da Costa

22

Os problemas comportamentais, no âmbito escolar, podem ser atenuados

com o trabalho do psicólogo juntamente com o setor de Orientação Educacional,

pois cabe a ele reconhecer e avaliar alunos com dificuldade diante das exigências

educacionais, utilizando-se de conhecimentos clínicos aplicados diferentemente,

conforme a especialidade. É nesse momento que se estabelecem parcerias com

outros profissionais da área.

Os psicopedagogos são profissionais preparados para atender crianças ou

adolescentes com problemas de aprendizagem, atuando na sua prevenção,

diagnóstico e tratamento clínico ou institucional. O trabalho desse profissional na

instituição escolar pode se distinguir em diversas áreas de forma preventiva e

terapêutica.

De acordo com Sampaio (2008),

a Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico. Preventivamente deve atuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a família e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam compreender e entender suas características evitando assim cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade. Terapeuticamente a psicopedagogia deve identificar, analisar, planejar, intervir através das etapas de diagnóstico e tratamento.

O psicopedagogo poderá auxiliar os professores na elaboração de um plano

de aula, na elaboração do projeto pedagógico, orientar os professores na forma de

ajudar o aluno com dificuldades de aprendizagem, realizar um diagnóstico

institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos e conversar com a

família para fornecer-lhes orientações.

Além de todas essas funções junto aos alunos, o psicopedagogo ainda pode

realizar um trabalho com todos os educadores para que os profissionais da

instituição possam aprofundar seus conhecimentos e ter um bom relacionamento

entre si.

4.4.2 O Assistente Social

A última versão do Projeto de Lei 837, de 05 de Julho de 2005, que encontra-

se ainda em processo de aprovação na Câmara dos Deputados do Estado de São

Paulo, dispõe sobre a Introdução de Assistentes Sociais e Psicólogos em cada

Escola Pública, portanto, faz-se necessária a sua aprovação:

Page 24: Clarissa Benassi G. da Costa

23

Art. 1º O Poder Público deverá assegurar atendimento por Psicólogos e Assistentes Sociais a alunos das escolas públicas de educação básica que dele necessitarem.

§ 2º Os sistemas de ensino, em articulação com os sistemas públicos de saúde e assistência social, deverão prever a atuação de Psicólogos e Assistentes Sociais nos estabelecimentos públicos de educação básica ou o atendimento preferencial nos serviços de saúde e assistência social a alunos das escolas públicas de educação básica, fixando em qualquer caso número de vezes por semana e horários mínimos para esse atendimento.

Dessa forma, percebe-se a importância do Assistente Social no quadro de

funcionário de uma Instituição que preste assistência aos alunos e a seus familiares,

como um intermediário entre a comunidade e a escola.

Esse profissional atua, pesquisando a natureza socioeconômica e familiar

para a caracterização da população escolar, elabora e executa programas de

orientação sócio-familiar, visando a prevenir a evasão escolar, a melhorar o

desempenho e o rendimento do aluno e a promover a sua formação para o exercício

da cidadania; participa, em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que

visem à prevenção da violência, do uso de drogas e do alcoolismo; presta

esclarecimentos e informações sobre doenças infecto-contagiosas e demais

questões de saúde pública e ainda e ainda elabora e desenvolve programas

específicos nas escolas onde existem classes especiais.

Entende-se que a prática profissional do Assistente Social atua sobre várias

necessidades e está presente nas mais variadas expressões cotidianas, tanto nas

relações externas, como a família, a sociedade, entre outros, quanto nas relações

internas que são os diferentes conjuntos como, diretores, docentes e alunos, entre

outros que compõem o campo educacional.

Cabe a todos os profissionais de uma Instituição de ensino contribuir para a

construção de uma escola de qualidade para todos, cooperando com o

aprimoramento do sistema escolar no sentido de melhorar o acesso à educação das

pessoas com necessidades educacionais específicas (BRASIL, 2000b).

O processo educativo deve ser entendido como um processo social, no qual

todas as pessoas com necessidades educacionais específicas e de distúrbios de

aprendizagem tenham o direito à escolarização o mais próximo possível do que se

convencionou denominar de normal.

Page 25: Clarissa Benassi G. da Costa

24

Uma Escola Inclusiva deve ser uma escola líder em relação às demais e, para

que isto ocorra, é necessário que ela ofereça recursos diversos, acessíveis ao

público, e que atenda as necessidades na busca do conhecimento.

Durante muito tempo, a Educação Especial funcionou como um sistema

paralelo e não como parte integrante do sistema geral de educação. Para que este

quadro seja modificado, é importante que haja oportunidades de desenvolvimento

intelectual, de potencialidades, habilidades e dos diversos tipos de inteligência que

cada um possui.

Os Institutos, em seu objetivo de assegurar um ensino de qualidade, de

formar cidadãos críticos, conscientes e participativos, capazes de interagir e intervir

na realidade deve estar preparada para enfrentar todos os tipos de dificuldades e

barreiras que a impeçam de proporcionar o acesso à educação a todos os seus

alunos, indistintamente.

Dessa forma, o Instituto Federal Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho,

em novembro de 2004, (nesta data, intitulava-se Escola Agrotécnica Federal de

Muzambinho) implantou o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades

Específicas e, por meio do Projeto “Escola para Todos”, conta com várias conquistas

como sensibilização da Comunidade Escolar para a questão, através de dinâmicas

de grupo sobre Preconceito e Inclusão, adequação dos requisitos de acesso e

componentes curriculares de diversos cursos, quebra de barreiras arquitetônicas,

entre outras mudanças.

A criação do NAPNE, na Instituição, tem o objetivo de apoiar alunos com

NEE’s e promover a inclusão em suas variadas formas. Portanto, para que isso

aconteça, o Núcleo de Atendimento deve contar com profissionais qualificados que

irão dar o suporte necessário para toda a equipe.

Diante desses fatos, sentiu-se a necessidade de se elaborar uma pesquisa

que diagnosticasse a situação dos NAPNE no IFs de Minas Gerais e averiguasse a

importância da contratação de profissionais como o Psicólogo, e/ou Psicopedagogo

e/ou Assistente Social para fazer parte da equipe do NAPNE.

Page 26: Clarissa Benassi G. da Costa

25

5. METODOLOGIA

O universo da presente pesquisa foi composto pelas Unidades do Instituto

Federal de Minas Gerais, a saber: campus Formiga, Bambuí, Ouro Preto,

Congonhas, Governador Valadares e São João Evangelista. Abrangeu também o

Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, com os seguintes campi: Barbacena e

Juiz de Fora e Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (do qual participa o campus

Muzambinho): Campus Machado e Inconfidentes. Esses Institutos foram escolhidos,

como universo da pesquisa, pela maior facilidade de contato e, também, pela

semelhança socioeconômica com o IF campus Muzambinho. Essa pesquisa, porém,

pretende estender-se a todas as outras regiões do país, posteriormente.

A população-alvo estudada foram os Coordenadores dos NAPNEs de cada

Unidade desses Institutos.

A primeira etapa da pesquisa se constituiu em realizar uma busca nos sites

de cada Unidade, a fim de se obterem telefones e e-mails para contato.

Um questionário com perguntas abertas e fechadas (Apêndice, em anexo) foi

enviado por e-mail aos membros dos NAPNE’s o que permitiu a coleta de

informações como a avaliação do número de Instituições que contam com o apoio

do NAPNE, a quantidade de indivíduos existentes em cada Núcleo para auxiliar no

atendimento dos alunos com NEE, as ações que desenvolvem ou pretendem

desenvolver em prol da Inclusão, a quantidade de profissionais qualificados

existentes e a importância de contratá-los para dar suporte psicológico à equipe, a

forma como eles foram contratados pela Instituição e qual o custo despendido para

que isso ocorresse.

As respostas obtidas por meio deste questionário foram avaliadas

quantitativamente e apresentadas em forma de tabelas para melhor visualização dos

Resultados.

Após a conclusão do presente trabalho, os resultados dessa pesquisa serão

apresentados à Reitoria do IF Sul de Minas e à direção do campus Muzambinho

como subsídio para a contratação dos profissionais adequados para compor a

equipe do NAPNE implantado pela Instituição.

Trata-se de uma pesquisa descritiva, pois registra, relaciona fatos sem

manipulá-los e procura conhecer as diversas relações e situações que ocorrem na

Page 27: Clarissa Benassi G. da Costa

26

vida e no comportamento dos indivíduos. Ela trabalha com dados relativos à

atualidade, observa uma realidade, elabora, inicialmente, uma busca na literatura,

com o objetivo de compreender melhor o tema e o problema de pesquisa a ser

investigado. Uma das características da pesquisa descritiva é a técnica padronizada

da coleta de dados, realizada por meio de questionário.

Page 28: Clarissa Benassi G. da Costa

27

6 RESULTADOS OBTIDOS

Para esta pesquisa, foram analisadas as unidades do Instituto Federal Minas

Gerais (IFMG), sendo elas Bambuí, São João Evangelhista, Governador Valadares,

Congonhas, Ouro Preto e Formiga, obtendo-se 100% no recebimento dos

questionários. Também foram obtidos 100% no recebimento de respostas dos

questionários nas unidades do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (campi

de Barbacena, Juiz de Fora, Rio Pomba) e do Instituto Federal do Sul de Minas

Gerais, Machado e Inconfidentes.

Na Tabelas 1 e 2, mostradas abaixo, pode-se verificar as respostas ao

questionário dos coordenadores dos NAPNEs de cada unidade pesquisada:

Tabela 1 – Levantamento da existência do Núcleo de Atendimento às

Pessoas com Necessidades Especiais Específicas (NAPNE) na Instituição:

De todas as Unidades pesquisadas, 80% responderam que possuem o

NAPNE implantado em suas respectivas Instituições e 20% responderam que ainda

não possuem o NAPNE, mas que estão em fase de implantação.

Existe o Núcleo? Quantidade de respostas Percentual

SIM 8 80%

NÃO 2 20%

TOTAL 10 100%

Page 29: Clarissa Benassi G. da Costa

28

Tabela 2 – Quantidade de membros da Instituição pertencentes ao NAPNE

UNIDADE INSTITUTO Qtd

Bambuí** IFMG * 11

São João Evangelista IFMG 2

Governador Valadares IFMG 2

Congonhas** IFMG 9

Ouro Preto IFMG 2

Barbacena IF Sudeste MG 3

Juiz de Fora IF Sudeste MG 1

Rio Pomba** IF Sudeste MG 12

Machado** IF Sul MG 9

Inconfidentes IF Sul MG 3

TOTAL 54

* IFMG: Instituto Federal de Minas Gerais

** Unidades que possuem maior número de funcionários integrantes do NAPNE

De acordo com as respostas ao questionário, a maioria dos integrantes

destas Unidades que possuem o NAPNE, é funcionário efetivo da Instituição, família

dos alunos ou o próprio aluno com deficiência.

Seguindo com as perguntas do questionário, entre as ações que os NAPNEs

desenvolvem, estão:

• apoio didático-pedagógico aos alunos com necessidades educacionais

específicas, bem como aos seus professores;

• avaliações a fim de identificar as necessidades especiais;

• encaminhamento e acompanhamento a neurologista e psiquiatra de alunos

com suspeita de diagnósticos neurológicos e mentais;

• garantia de acesso ao aluno para utilização dos equipamentos especiais;

• ações de conscientização e sensibilização da comunidade escolar, por meio

de palestras e eventos;

• curso de Libras;

• capacitação de servidores (Programa TEC NEP e Curso de especialização);

• adequação da estrutura física da escola;

Page 30: Clarissa Benassi G. da Costa

29

• participação na Semana Tecnológica com stand sobre Inclusão, onde foram

desenvolvidas estratégias de sensibilização e distribuição de folders

educativos;

• atendimentos psicológicos e orientações aos profissionais que lidam

diretamente com os alunos com deficiência;

• projeto Natação Inclusiva; Projeto Equoterapia;

• projeto Basquete sobre Rodas;

• curso de alfabetização em Braille;

• reunião quinzenal com a Associação dos deficientes;

• curso de Inclusão Digital, palestras, vídeos educativos e estudos de caso.

Algumas dessas ações podem ser adotadas em um curto prazo como

apoio didático-pedagógico aos alunos com necessidades educacionais

específicas, bem como aos seus professores; garantia de acesso ao aluno para

utilização dos equipamentos especiais; garantia de acesso ao aluno para

utilização dos equipamentos especiais e ações de conscientização e

sensibilização da comunidade escolar, por meio de palestras e eventos.

A pergunta de número 4 do questionário refere-se às ações que os

NAPNEs ainda pretendem desenvolver. Entre estas ações, estão:

• promover encontros periódicos com os alunos com Necessidades

Educacionais Específicas;

• disponibilizar intérprete ou tradutor de Libras em palestras e eventos, sempre

que houver deficientes auditivos presentes;

• propor programas de incentivo aos alunos para atividades de apoio ao aluno

com NEE;

• adaptar portas e banheiros com espaço suficiente para permitir acesso de

cadeiras de roda;

• construir rotas acessíveis, de forma a permitir acesso do aluno deficiente nos

vários espaços acadêmicos;

Page 31: Clarissa Benassi G. da Costa

30

• construir calçadas para circulação de pedestres, rebaixar aquelas já

existentes, com rampas acessíveis ou elevar a via para travessia do pedestre

em nível, instalar piso tátil;

• divulgar, em local visível, o direito de atendimento prioritário das pessoas com

deficiência ou com mobilidade reduzida, idade igual ou superior a sessenta

anos, gestantes, lactantes e pessoas com criança de colo;

• reivindicar, junto a empresa de ônibus, que pelo menos um veículo da frota

seja acessível, caso algum aluno com deficiência esteja matriculado no

campus principal;

• solicitar que qualifiquem os profissionais que trabalham nesses serviços, para

que prestem atendimento prioritário às pessoa\s portadoras de deficiência ou

com mobilidade reduzida;

• criar opções de cursos voltados para a área de inclusão, disponibilizar

material de apoio às pessoas com necessidades específicas;

• conscientizar a comunidade escolar e promover a formação continuada dos

educadores;

• abrir turmas para o curso de LIBRAS e alfabetização de Braille, assim como

cursos profissionalizantes de curta duração para pessoas com necessidades

específicas para entrarem no mercado de trabalho;

• apoiar as escolas de ensino fundamental para receber os alunos com

necessidades específicas; equipar a biblioteca, com material e equipamentos

para cegos;

• promover oficinas e seminários.

Seguindo as respostas dadas ao questionário, a Tabela abaixo demonstra a

quantidade de profissionais especializados e qualificados que compõem o NAPNE

nestas Instituições:

Page 32: Clarissa Benassi G. da Costa

31

Tabela 3 – Profissionais especializados que atuam nos NAPNEs das Unidades

pesquisadas:

Profissionais Qtd

Assistente Social 3

Psicólogos 7

Psicopedagogos e/ou Pedagogos* 11

TOTAL 21

*Profissionais em maior número nas Unidades avaliadas

Destas Instituições que possuem o NAPNE implantado, 21 funcionários são

profissionais que possuem capacitação adequada para diagnosticar problemas,

desenvolver técnicas e métodos e oferecer apoio aos demais integrantes do Núcleo,

o que gera uma margem média de 2,1 (21 profissionais qualificados ÷ 10 Unidades

pesquisadas) profissionais dentro de cada Unidade.

Entre os demais integrantes do Núcleo de Atendimento, de acordo com as

respostas aos questionários, estão Técnicos Administrativos, professores, pessoas

da própria família dos alunos e ainda outros profissionais, como odontólogos e

intérpretes de LIBRAS.

A forma de contratação desses profissionais especializados foi por concurso

público, pois os mesmos participam também de outras atividades dentro da

Instituição e não só das atividades do Núcleo de Atendimento.

Seguem abaixo algumas opiniões dos Coordenadores dos NAPNEs em

relação à última pergunta do questionário:

• Na sua opinião, qual a importância de uma Instituição de Ensino contratar

profissionais qualificados como o Assistente Social, o Psicólogo e o

Psicopedagogo e/ou Pedagogo para dar suporte ao NAPNE? :

� “é de suma importância que esses profissionais estejam lotados no núcleo, exercendo a função de apoio aos alunos com NEE”;

� “Seria de suma importância, uma por serem profissionais que

trabalham com a essência do ser humano e por reconhecerem a importância de suas características individuais. Compreensão, respeito às diferenças e autenticidade fundamentam a aprendizagem”;

Page 33: Clarissa Benassi G. da Costa

32

� “Na minha concepção estes profissionais são de extrema importância para este trabalho. Destacando a importância de que os mesmos possuam capacitação para esta função específica”;

� “Necessidades especiais são sempre condições que exigem

atendimento especializado. Assim sendo, uma pessoa que saiba que tipo de atitude tomar perante uma situação tão delicada quanto é o relacionamento humano é de fato muito importante. Esse profissionais deveriam fazer parte do quadro de qualquer instituição”;

� “Acho muito importante, nós possuímos estes profissionais. Pensamos

em contratar uma fonoaudióloga, no entanto ainda é só uma idéia”;

� “A qualificação de profissionais é um investimento que proporciona evidentemente a qualificação do atendimento destinado a Inclusão”;

� “Levando em conta a necessidade apresentada pelo aluno com tal

deficiência a alternativa é buscar parceria onde acontece o atendimento específico, porém é uma necessidade utilizar dos profissionais da instituição de certa forma condizente ao caso, capacitando, aperfeiçoando até que aconteça uma contratação definida justificando a realidade da existência do Núcleo de Atendimento às pessoas com necessidades específicas”;

� “A ação do NAPNE em nossa instituição sem a presença do psicólogo

seria praticamente impossível. Muitas vezes ele faz a “ponte” entre alunos, professores e família. Além disso, oferece suporte psicológico à alunos, professores e familiares sempre que solicitado. Contando com uma psicopedagoga e uma assistente social essas ações seriam facilitadas, pois poderia se estabelecer uma forma conjunta de trabalho”;

� “Isso demonstra uma clara preocupação da instituição em proporcionar

ações de âmbito inclusivo. Lotar profissionais exclusivamente para o Núcleo permite que sejam desenvolvidas ações de mais longo alcance e de maior efetividade”;

� “O NAPNE precisa ter um suporte com vários profissionais, não só os

citados, mas outros, como fonoaudiólogo, sexólogos, oftalmologia etc., a parceria com os órgãos municipais saúde/mental é importante. A instituição deveria ter em seus quadros esses profissionais. Percebendo o caso pelo Núcleo, este seria encaminhado para o profissional para o diagnostico real. O NAPNE não pode ser o executor das ações e sim orientador da Instituição dos casos. O objetivo central do NAPNE é dar condições para os profissionais diagnosticar, atender, dar condições ao aluno entrar na escola, ficar e aprender. Não assumindo as ações sozinhas. o objetivo geral é quebrar barreiras para o aluno sentir bem dentro da escola e aprender para o mercado do trabalho e para a vida”.

Page 34: Clarissa Benassi G. da Costa

33

7 CONCLUSÃO

Com esta pesquisa, foi possível:

� Entrar em contato com todas as Unidades do Instituto Federal Sul de Minas

Gerais: campus Formiga, Bambuí, Ouro Preto, Congonhas, Governador

Valadares e São João Evangelista; Unidades do Instituto Federal do Sudeste

de Minas Gerais: Barbacena e Juiz de Fora e Instituto Federal do Sul de

Minas Gerais (do qual participa o campus Muzambinho): Machado e

Inconfidentes;

� Quantificar quais dessas Unidades citadas possuem o NAPNE implantado em

suas Instituições a fim de oferecer auxílio no processo ensino-aprendizagem;

� Verificar que a maioria dessas Unidades já possui o Núcleo de Atendimento

implantado, o que demonstra uma grande preocupação por parte dos

educadores em oferecer assistência adequada às pessoas com necessidades

educacionais específicas;

� Verificar quantos membros existem nos NAPNEs das Unidades pesquisadas

e quantos deles são especializados em Psicologia, Psicopedagogia e

Assistência Social;

� Listar as ações desenvolvidas pelos NAPNEs desses Institutos e quais ainda

pretendem desenvolvê-las;

� Obter várias opiniões dos Coordenadores de cada NAPNE sobre a

importância de se contratar profissionais qualificados como o Assistente

Social, o Psicólogo e o Psicopedagogo para dar suporte ao Núcleo de

Atendimento.

Page 35: Clarissa Benassi G. da Costa

34

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, o termo “Inclusão” vem sendo muito debatido na mídia, nas

escolas, nos grupos de discussão; nem todos, porém, estão comprometidos nesta

luta contra a discriminação, o preconceito e a estereotipação das pessoas com

necessidades educacionais específicas.

Necessita-se, ainda, de muito esforço por parte da própria sociedade

inclusiva para se promover a sensibilização de toda a comunidade no ato de incluir,

compreender e contribuir para que os PNEE’s façam parte de um grupo social que

lhes dê suporte na busca pelos seus direitos.

Ações e projetos devem ser desenvolvidos neste sentido a fim de se mobilizar

a sociedade e colocar em prática todo o discurso teórico que envolve a questão da

Inclusão de PNEE’s, tanto na comunidade escolar, como no meio social em que

vivem.

Tais ações se referem a toda atividade que facilite a inserção de pessoas com

necessidades educacionais específicas, bem como a sua permanência nesses

Institutos. Refere-se, também, à conscientização de toda comunidade escolar para a

importância da Inclusão Social, o que permite uma participação geral e constante de

todas as pessoas envolvidas com a educação. De acordo com os relatos dos

Coordenadores dos NAPNEs sobre as ações que ainda pretendem desenvolver,

verifica-se uma expectativa bastante grande em fazer com que a Inclusão Social não

seja apenas um ideal, mas uma realidade que implique transformações não só nos

ambientes físicos, mas também, na mentalidade de todas as pessoas.

Depois de se analisarem as informações coletadas por meio dos

questionários e o cotidiano de uma Instituição que tem, por objetivo, a obtenção da

melhor qualidade de ensino para seus alunos, sugere-se a contratação de

profissionais qualificados e especializados, seja por concursos públicos ou prestação

de serviços, uma vez que poderão oferecer o suporte necessário para atender todas

as necessidades de seus alunos e, dessa forma, garantir a permanência deles no

Instituto.

Existem vários tipos de deficiências que, se não forem diagnosticadas,

prevenidas e eficientemente tratadas, poderão aumentar a probabilidade de que o

aluno que possua a deficiência, não permaneça na Escola. Alguns alunos com

Page 36: Clarissa Benassi G. da Costa

35

deficiência não necessitam de um diagnóstico por parte de um psicólogo quando já

chegam à Instituição com um laudo médico identificando suas necessidades

específicas. Essas deficiências, mais fáceis de serem percebidas, podem ser a

deficiência visual, a auditiva ou a física como no caso do aluno em uma cadeira de

rodas. Porém, os desvios de comportamento, a falta de disciplina em sala de aula

também podem ser considerados como necessidades educacionais específicas e os

motivos para esses desvios são os mais variados: desestruturação familiar,

problemas sociais, desemprego, desnutrição, alcoolismo, drogas em geral, violência

em casa, entre outros casos. Esse tipo de necessidade educacional específica e

outros tipos de deficiência diagnosticada por laudos médicos necessitam de total

atenção e amparo para se evitar a evasão escolar. A evasão escolar é um problema

complexo e relaciona-se com outros importantes temas da pedagogia, como formas

de avaliação, reprovação escolar, currículo e disciplinas escolares.

O Núcleo de Atendimento às pessoas com Necessidades Educacionais

Específicas (NAPNE) implantado nas Instituições tem o principal objetivo de

promover o acesso e garantir a permanência dos alunos nas escolas.

O número de Instituições encontradas que possuem o NAPNE implantado

(80%), pode ser considerado satisfatório, pois se entende que a maioria dessas

Instituições já têm consciência da importância de se ter um Núcleo de Atendimento e

da inserção e permanência desses alunos em uma Instituição de ensino.

Profissionais como o Assistente Social, o Psicólogo, o Psicopedagogo

integrados com professores, orientadores educacionais, bibliotecários, odontólogos,

fonoaudiólogos, sexólogos, enfermeiros, intérpretes de LIBRAS, entre outros,

compondo a equipe do NAPNE, podem acompanhar a assiduidade dos alunos;

apresentar para educadores, famílias, adolescentes e crianças, a importância da

educação formal e, assim, fazer da relação aluno-escola uma relação de amizade e

não de obrigação; criar nas famílias o senso de responsabilidade em relação à

educação de crianças e adolescentes; formar cidadãos críticos e conscientes de

suas responsabilidades; verificar se a escola vem despertando o interesse dos

alunos pelo/no processo ensino/ aprendizagem; realizar visitas nas escolas,

reuniões com professores, visitas nas residências de alunos com número elevado de

faltas e, dessa forma, tentar combater a evasão escolar.

Esses profissionais necessitam estar inseridos no quadro de funcionários de

uma Instituição de ensino, para que se estabeleça uma forma conjunta de trabalho

Page 37: Clarissa Benassi G. da Costa

36

que ofereça suporte psicológico não só aos alunos, mas também aos professores e

educadores que trabalham e procuram da melhor forma, atender e suprir as

necessidades específicas de seus alunos.

Outras pesquisas podem ser realizadas, futuramente, a fim de se analisar a

grande diferença na quantidade de contratação destes profissionais nas Instituições,

pois, de acordo os resultados obtidos, somente três desses profissionais analisados

são Assistentes Sociais, porém, onze são Psicopedagogos e/ou Pedagogos.

Após a realização desta pesquisa, sugere-se ainda que o NAPNE construa

uma proposta permanente de intervenção para que se consigam resultados mais

eficientes. Essa intervenção deve-se basear, principalmente, em verificar se a escola

e seus educadores vêm oferecendo respostas para as ansiedades e dúvidas de

seus educandos; sempre que possível, trazer à escola os pais e/ou responsáveis

pelos alunos; fomentar a conscientização dos pais e/ou responsáveis e alunos

quanto à importância dos estudos formais; motivar todos os educadores ao redor de

um objetivo único: combater a Evasão Escolar; fazer contato com os pais e/ou

responsáveis pelos alunos que estejam com mais de dez faltas, consecutivas ou

não; informar aos pais e/ou responsáveis o número máximo de faltas permitidas

durante o ano letivo, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

alertar os pais e/ou responsáveis quanto às penalidades previstas em Lei pela não

permanência de seus filhos na escola (abandono intelectual).

Novas pesquisas, que incluam entrevistas junto aos beneficiários e/ou suas

famílias, devem ser realizadas a fim de checar a efetividade das ações realizadas

pelos NAPNEs nas Instituições.

Com esta pesquisa foi possível comprovar a importância da contratação de

profissionais adequados como o Assistente Social, o Psicólogo, o Psicopedagogo

e/ou Pedagogo para fazerem parte do Núcleo de Atendimento às Pessoas com

Necessidades Educacionais Específicas nas Instituições de ensino a fim de

conhecer essas pessoas em seus potenciais construtivos e em suas dificuldades,

realizando diagnósticos especializados e exames complementares com o intuito de

favorecer o desenvolvimento da potencialização humana no processo de aquisição

do saber. Considerando que haja a necessidade média de 3 funcionários

capacitados para cada Unidade, a presença média de 2,1 profissionais por Unidade

representa uma boa margem (70%) em comparação às Unidades que ainda não

possuem estes profissionais em seu quadro efetivo.

Page 38: Clarissa Benassi G. da Costa

37

Incluir alunos com os mais variados tipos de dificuldades no aprendizado,

nada mais é do que garantir o acesso de todos à educação. Para se obter um ensino

de qualidade, a Instituição deve tornar-se apta para responder às necessidades de

cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, assim como mudar

seus posicionamentos e exigir de seus professores, modernização, inovação e

aperfeiçoamento das práticas educativas.

Page 39: Clarissa Benassi G. da Costa

38

9 BIBLIOGRAFIA

9.1 Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Projeto Escola Viva: garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola: visão histórica. Brasília: MEC, 2000a. 96p. BRASIL. Ministério da Educação. Projeto Escola Viva: garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola: deficiência no contexto escolar. Brasília: MEC, 2000b. 96p. BRASIL. Ministério da Educação. Projeto Escola Viva: garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola: reconhecendo os alunos que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem, relacionadas a condutas típicas. Brasília: MEC, 2002. 96p. BUENO, Geraldo Silveira. Educação Brasileira: integração/segregação do aluno diferente. São Paulo: EDUC, 1993. CARNEIRO, Moacir Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva, artigo a artigo. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. CARVALHO, Rosita Edler. A política da educação especial no Brasil. In: BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Tendências e desafios da educação especial. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 1994. 263 p. CAUZ, Keila Paula Lunardi; IACONO, Jane Peruzo. A inclusão escolar de crianças com necessidades educacionais Especiais no município de cascavel – PR. Portal Educacional. Disponível em: <http://www.pr.senai.br/portaleducacional.pdf>.Acesso em: 01 julho, 2008. CLEMENTE, Carlos Aparício. Trabalho e inclusão social de portadores de deficiência. Osasco: Peres, 2003. 132 p. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: Corde, 1994. FERMINO, Fernandes Sisto; BORUCHOVITH, Evely; DIEHL, Tolaine Lucila Fin. Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. MENDES, Enicéia Gonçalves. Perspectivas Atuais da Educação Inclusão no Brasil. In: ENCONTRO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA UEM, 2. Deficiência e Inclusão. Anais...Bertoni, 2001.

Page 40: Clarissa Benassi G. da Costa

39

NASCIMENTO, Alessandra Bertasi et al. O papel do psicólogo escolar: a visão deste pelos profissionais da educação das escolas estaduais de pimenta bueno –RO. Revista Partes, v. 3, n.33, maio de 2003. Disponível em <

http://www.partes.com.br/ed33/emquestao.asp>. Acesso em: 01 julho, 2008. SAMPAIO, Simaia. Sobre a Psicopedagogia. Pedago Brasil. Disponível em: <http://www.pedagobrasil.com.br/index.htm>.Acesso em: 01 junho 2008. STAINBACK, Susan; STAINBACK, Willian. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. 456p.

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40

APÊNDICE – Questionário de levantamento diagnóstico dos Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE).

Prezado Sr(a):

Meu nome é Clarissa Benassi, sou aluna do Curso de Especialização Lato

Sensu a Distância em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva, oferecido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso, além de atuar como Bibliotecária no Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, campus Muzambinho.

Estou realizando o Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) e tenho como tema de pesquisa: “A ampliação de recursos humanos no Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas no Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, campus Muzambinho”.

Atendendo aos requisitos do Código de Ética, asseguro que não será revelado o nome, bem como suas respostas por ocasião da divulgação da pesquisa, uma vez que as informações coletadas serão analisadas conjuntamente.

Para tanto, conto com sua colaboração no sentido de responder a essas questões, que são fundamentais para que eu possa finalizar mais esta etapa. Obrigada!

Clarissa Benassi Gonçalves da Costa

Instituto Federal do Sul de Minas Gerais

(35) 3571 1529

P.S. Solicito a devolução do mesmo até 21/08/2009

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41

QUESTIONÁRIO

1 - A Instituição possui um Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE)?

( ) Sim

( ) Não

2 – Se a resposta acima for “Sim”, que quantidade de pessoas fazem parte do NAPNE?

3 – Quais ações o NAPNE desenvolve em prol da Inclusão?

4 – Quais ainda pretende desenvolver?

5 – Dentre os membros do NAPNE, quantos são:

Assistentes Sociais? ____

Psicólogos? ____

Psicopedagogos? ____

6 – Existem ainda outros profissionais qualificados? Quais?

7 – Se existirem profissionais qualificados no NAPNE, qual é a forma de contratação adquirida pela Instituição e que custo foi despendido para que isso ocorresse?

8– Na sua opinião, qual é a importância de uma Instituição de Ensino contratar profissionais qualificados como o Assistente Social, o Psicólogo e o Psicopedagogo para dar suporte ao NAPNE?

Obrigada!

Clarissa Benassi