cível - ação de rescisão contratual

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    Cível - Ação de Rescisão Contratual

     

    EX.MO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ª VARA CÍVEL DA COMARCADE BELO HORIZONTE/MG

     

    ..........................., brasileiro, casado, advogado,Carteira de Identidade nº.........., residente e domiciliado à Rua.................................... em Belo Horizonte/MG, vem, respeitosamente, por seus procuradores que a esta subscrevem, com fundamento no art.282 eseguintes do Código de Processo Civil, propor a presente

     

    AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL

     

    em face de ........................ brasileiro, dentista, residente e domiciliado à............................, em Belo Horizonte/MG, perante os fatos e fundamentosque passa a expor:

     

    I. DOS FATOS

     

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    1. O Requerente adquiriu na loja Mercantil Celulares um aparelho celular Motorola modelo MPX 220 no dia 2 de junho de 2005.

     

    1. Após dar carga de 24 horas no aparelho, conforme recomendado pelo

    manual do fabricante o aparelho manteve a luz visor acesapermanentemente. Constatado o defeito, o Requerente retornou à loja,onde foi dado um “reset” no aparelho para solução do problema.

     

    1. Ocorre que tal providência não foi suficiente, já que no dia seguinte oaparelho voltou a apresentar o mesmo defeito, tendo assim oRequerente retornado à loja.

     

    1. A fim de que fosse elaborado laudo técnico especializado sobre odefeito apresentado no aparelho, o Requerente dirigiu-se à Núcleo Celulares Ltda em 25.6.2005e Um proprietário do imóvel constituídopela sala de nº 407, do Edifício Down, à Av. Álvares Cabral, nº 381,nesta capital, conforme comprova-se pela escritura pública de compra evenda anexa (documento nº1).

     

    1. Neste mesmo edifício, o Requerido é proprietário das salas de nº 401,

    403 e 405, tendo resolvido, sem razão plausível, levantar uma parede erealizar uma pequena construção na área da varanda a qual é áreacomum às salas de nº 401,403,405 e 407 do edifício, conformeestabelecido no art. 5º, parágrafo único da Convenção de Condomíniodo Edifício, devidamente aprovada em reunião assembléia em 18 deoutubro de 2004.

     

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    1. Desse modo, não poderia o Requerido realizar qualquer obra nestaárea, sem autorização expressa do Requerente, conforme preceitua oparágrafo único, do art. 1.314, do Código Civil.

     

    1. Indignado, com o intuito de paralisar a obra, o Requerente ajuizou Açãode Nunciação de Obra, cujos autos tomaram o nº........................., em

    tramitação perante a 24ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte.

     

    1. Ocorre que, para consecução da obra, o Requerido invadiu a sala doRequerente, utilizando-a como depósito de materiais e objetos detrabalho destinados à construção e alojando ali os pedreiroscontratados para sua execução.

     

    1. Pois bem, qual não foi a surpresa do Requerente ao deparar-se comesta situação. Indignado, o Requerente solicitou ao pedreiro contratadopelo Requerido, Sr. Damião Brito de Oliveira, o qual encontrava-seilegalmente em seu imóvel, que se retirasse, já que não haviaconcedido autorização ao Requerido para utilização de sua sala.

     

    10. Lavrado o Boletim de Ocorrência nº 384014 (doc. 2), em seudepoimento, o Sr. Damião, embora tenha alterado a verdade dosfatos,confessa que estava utilizando a sala do Requerente para guardar objetos de trabalho empregados na obra patrocinada pelo Requerido. Ora,como se vê o Sr. Damião confirma o que aduz o Requerente, sua sala foiesbulhada por ordem do Requerido.

     

    11. Ora, é fácil imaginar a alteração do estado emocional do Requerente, sua angústia, desespero e irresignação, quando viu sua sala invadida, tendoque ser submetido a vários constrangimentos daí decorrentes.

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    II. DA CONEXÃO COM A AÇÃO DE NUCIAÇÃO DE OBRA NOVA

     

    12. No presente caso, configurada está a conexão entre a presente ação e Ação de Nunciação de Obra Nova promovida pelo Requerente em face do

    Requerido, distribuída para a 24 Vara Cível de Belo Horizonte, dada aidentidade dos elementos formadores da lide em ambos os casos, vale dizer:a invasão da sala do Requerente foi realizada com o intuito de guardar omaterial para a construção irregular que suscitou a propositura da ação denunciação de obra.

     

    13. Segundo a disposição contida no art. 103 do Código de Processo Civil,são conexas duas ações quando lhes for comum o objeto ou a causa depedir. A disjuntiva “ou” esclarece bem que basta a comunhão, isto é, o liame

    e não a identidade de um ou outro dos elementos da ação citados, para acaracterização da conexão ensejadora da cumulação. Nesse sentido, a liçãode Humberto Theodoro:

     

    ‘Todo o processo tem como objetivo a composição de lide ou litígio, cujoselementos essenciais são os sujeitos, o objeto e a causa petendi. O quecaracteriza a conexão entre as várias causas é a identidade parcial doselementos da lide deduzida nos diversos processos.

    O Código admite duas modalidades de conexão: a) pelo objeto comum; e b) pela mesma causa de pedir (art. 103).

    ...

     A segunda forma de conexão é a que se baseia na identidade de causapetendi que ocorre quando as várias ações tenham por fundamento omesmo fato jurídico.” 

    a

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    14. Ademais, como observou Celso Barbi, em comentários ao art. 103,CPC, forte em Chiovenda, esse artigo abrangeu apenas uma das váriashipóteses de conexão, lembrada ainda aqui a doutrina de Eliézer Rosa (...),segundo a qual “a conexão ocorre se uma ação é conseqüente de outra’,estando a importância desse instituto em que as ações não podem (oumelhor, não devem) ser decididas separadamente.”

     

    15. A Terceira Turma do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (extintoTAMG), a propósito, ao fixar a interpretação do art. 103, CPC, no julgamentode REsp. 3.511-RJ (DJ 11.03.91), de que foi relator para o acórdão o Sr.Ministro Waldemar Zveiter , pontificou com a costumeira precisão:

     

    ‘II - O objetivo da norma inserta no artigo 103, bem como no disposto no art.

    106, ambos do CPC, é evitar decisões contraditórias, por isso a indagaçãosobre o objeto ou a causa de pedir, que o artigo por primeiro quer que sejacomum, deve ser entendida em termos, não se exigindo a perfeitaidentidade, senão que haja um liame que os faça passíveis de decisãounificada’ (grifei).

     

    16. Esse é, inclusive, o entendimento jurisprudencial do SUPERIORTRIBUNAL DE JUSTIÇA. Vejamos:

     

    “EMENTA: (...) I - “Nos termos do art. 103, CPC, que deixou de contemplar outras formas de conexão, reputam-se conexas duas ou mais ações quandolhes for comum o objeto (pedido) ou a causa de pedir” (art. 103, CPC), nãose exigindo perfeita identidade desses elementos, senão a existência de umliame que as faça passíveis de decisão unificada. II - As ações conexasdevem, quando compatíveis as fases de processamento em que se

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    encontrem, ser processadas e julgadas no mesmo juízo, a fim de evitar decisões contraditórias (...)” (Superior Tribunal de Justiça, Relator MinistroSálvio de Figueiredo Teixeira, acórdão nº 17588/GO (199600367299), datada decisão: 9/4/1997, publicado no DJ de 23/6/1997 PG: 29039, in JUIS -Jurisprudência Informatizada Saraiva, nº 21, 3º trimestre de 2000, SaraivaData, São Paulo).

     

    17. Destaque-se, ainda mais, o seguinte julgado:

     

    “EMENTA: (...) I - O instituto da conexão provém da necessidade desegurança jurídica, bem como da aplicação do princípio da economia

     processual. A sua adoção tem a vantagem de impedir decisões conflitantesentre ações que contêm algum (ns) elemento (s) similar (es). Isso semcontar na economia processual que gera, pois evita que vários juízes

     julguem concomitantemente causas semelhantes. Existindo - ainda que

    remotamente - a possibilidade de serem proferidas decisões conflitantes, ouhavendo alguma semelhança entre as duas demandas, é conveniente queas ações sejam reunidas para fins de prolação de apenas uma sentença.(...)” (grifei). (Superior Tribunal de Justiça, Relator MINISTRO ADHEMAR MACIEL, RESP 100435/SP (199600426082), data da decisão: 3/11/1997,

     publicado no DJ de 1º/12/1997 PG: 62704, in JUIS - JurisprudênciaInformatizada Saraiva, nº 21, 3º trimestre de 2000, Saraiva Data, São Paulo).

     

    18. In casu, as duas ações apresentam pontos de contato entre as os fatosque justificam suas causas de pedir, ou seja, há a mencionada coincidênciaparcial de elementos da causa de pedir. Ainda sobre a apreciação do pedidode conexão pelo juiz, veja-se este aresto:

     

    “(...)Desde que seja oportuna a reunião e haja possibilidade de graveincoerência de julgados, ao magistrado não sobra margem de arbítrio para

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    deixar de reunir as ações” (RT 491/133 e JTA 43/195, in NEGR O,Theotonio, Código de processo civil e legislação processual em vigor, 28 ed,1997, p. 154).

      III. DO DIREITO

     

    a) Do esbulho e da indenização pelos danos materiais 

    19. Como narramos no item 7 da presente, o Sr. Damião confessaliteralmente que ocupou a sala do Requerente por ordem do Requerido,tendo ali depositado seus objetos pessoais e objetos de trabalho,configurado assim o esbulho, conforme comprovam o boletim de ocorrênciae as fotos colacionadas à presente ( docs. 3).

     

    20. Com efeito, dúvidas não restam que a sala do Requerente foiindevidamente ocupada, já que nunca deu autorização para sua utilizaçãopelo Requerido ou seus empregados. Inegável a responsabilidade doRequerido sobre os atos de seus empregados a teor do art. 932, III doCódigo Civil.

     

    21. Inegável também os danos decorrentes da invasão: a sala foitransformada em depósito, assim faz-se necessária sua limpeza e pintura

    para que retorne ao estado anterior. Nesse sentido, prescreve o art. 952 doCódigo Civil:

     

    “Art. 952 Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição dacoisa, a indenização consistirá em pagar o valor de suas deteriorações e odevido a título de lucros cessantes , faltando a coisa, dever-seá reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.” 

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    22. Ainda com fulcro no dispositivo retro, o Requerido deverá pagar oslucros cessantes, portanto faz-se necessário que reembolse o Requerentepelo uso da sala (aluguel), já que em decorrência da invasão o Requerenteviu-se privado de sua utilização.

     

    b) Do dano moral

     

    23. O Requerente é cidadão respeitável, goza de conceito social estimável, jamais foi condenado criminalmente ou processado na esfera cível.

     

    24. Destarte, os atos ilícitos e irresponsáveis do Requerido vieram a

    desdourar o nome do Requerente, prejudicando-o em sua vida pessoal e noexercício de seu labor. A aferição do dano puramente moral reside naverificação do caso concreto, de uma circunstância capaz de provocar navítima perturbações psíquicas, em razão de atos ou fatos injustos queatinjam sua honra, causando-lhe constrangimentos, vexames, dores,sentimentos e sensações negativas.

     

    25. Assim, dá-se o dano moral se ocorre a lesão de interessespersonalíssimos de pessoa humana, provocada por ato lesivo. O bem

    tutelado pelo ordenamento jurídico, é a personalidade da pessoa humana, aesfera ética da pessoa, de modo que gera intranqüilidade, ofensa à honra, àconsideração social, ao renome; há provocação de vergonha. Em síntese,no dano moral existe a diminuição subjetiva do prestígio público, da estimageral.

     

    26. É inequívoco o dano à sua personalidade, na medida em que o se viu

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    caracterizado injustamente como agressor, acarretando a perda da estimapública, com efeitos danosos em seu íntimo e em seu meio social, quandona realidade estava a exercer o regular exercício de seus direitos. A condutado Requerido gerou enorme constrangimento, dor, angústia e até desesperoao Requerente que teve seus direitos personalíssimos lesados. Nas sábiaspalavras do Prof. Humberto Theodoro Jr.:

     

    “Quanto à prova, a lesão ou dor moral é fenômeno que se passa no psiquismo da pessoa e como tal não pode ser concretamente pesquisado.Daí porque não se exige do autor da pretensão indenizatória que prove odano extrapatrimonial. Cabe-lhe apenas provar a existência do fatolesivo.” (Comentários ao Novo Código Civil, v. III, t. I, p. 46)

     

    27. Neste sentido é pacífica a jurisprudência brasileira:

     

    “Os bens morais são próprios da pessoa, de foro íntimo. Os transtornos, osabalos de crédito, a desmoralização perante a sociedade em que se vive,não precisam ser provados por testemunha nem por documento. Resultamnaturalmente do fato, não sendo exigível a comprovação de reflexo

     patrimonial do prejuízo. Esse dano deve ser reparado, ainda que essareparação não tenha caráter ressarcitório, e, sim, compensatório.” ( TRF 1ªregião. Ap. 1997.01.00.042077-)

     

    28. A conduta do Requerido de determinar a invasão da sala do Requerente,usando-a indevidamente como depósito, bem como a execução irregular daobra caracterizam atos ilícitos previstos nos artigos 186 do Código Civil queprevêem, respectivamente, a imperatividade da reparação do dano moralensejando, assim, a obrigação de reparar o dano prevista no art. 927 doCódigo Civil:

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    “art. 186 Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ouimprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda queexclusivamente moral, comete ato ilícito.” 

    “art. 927 Aquele que por ato ilícito (arts. 186 e 187),causar dano a outrem,fica obrigado a repará-lo.” 

     

    29. Com efeito, as situações de extremo desconforto, vergonha e o vexamea que foi exposto o Requerente forma tão intensas e duradouras, a ponto deromper seu equilíbrio psicológico do indivíduo. Quanto a este fato não restamdúvidas.

     

    30. Pois bem, no que tange ao dano moral, este dispensa qualquer 

    comprovação, sendo presumível a sua ocorrência, tendo em vista ostranstornos vividos pelo autor, ao ver seu imóvel ser danificado pela obrairregular realizada pelo Requerido, bem como pela invasão de sua sala, semnada poder fazer para impedir a ação do réu.

     

    31. Deve ser considerado, ainda, que uma construção irregular podeacarretar conseqüências nocivas à segurança e saúde. Além do que, o

     Autor ainda terá que suportar grande incômodo quando estiverem sendofeitos os reparos para demolição da obra irregularmente executada pelo

    Requerido e ainda pela limpeza, pintura e reparos necessários parareconstituir o estado de sua sala invadida pelo Requerido. Desta forma, tem-se certo o direito do Requerente à indenização por danos morais.

     

    b.1. Da indenização por danos morais

     

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    32. O dano moral não se mede monetariamente, não tem dimensãoeconômica ou patrimonial. Desta forma, a importância a ser paga terá de sesubmeter a um poder discricionário conforme a gravidade do dano e afortuna do responsável.

     

    33. Segundo leciona o Prof. Caio Mário da Silva Pereira, a indenização por 

    dano moral, levando em consideração a condição econômica do infrator e agravidade da falta cometida tem dupla finalidade: a) punir o infrator, quenão pode ofender em vão a esfera jurídica alheia e b) proporcionar àvítima uma compensação pelo dano suportado. (Instituições de DireitoCivil, 15ª ed., v. II, p.212)

     

    31. É neste sentido o entendimento do TACivSP:

     

    “Cuida-se de técnica que, a um só tempo, sanciona o lesante e ofereceexemplo à sociedade para que não floresçam condutas que possam ferir valores que o direito protege.” (Ap. 551.620/95)

     

    32. E também o TARGS:

     

    “A reparação do dano moral tem natureza punitiva, aflitiva para o ofensor,com o que tem a importante função, entre outros efeitos, de se evitar que serepitam situações semelhantes” (AP. 195.039094/95)

     

    33. Neste sentido, também já se posicionou o STJ, prevendo que oarbitramento judicial seja feito a partir de três dados relevantes, o níveleconômico do ofendido, o porte econômico do ofensor e as condições em

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    que se deu a ofensa. (STJ, RESP 6048-0/RS).

     

    34. Por fim, vale ressaltar a magistral lição do Egrégio TAMG:

     

    “Para a fixação do quantum em indenização por danos morais, devem ser 

    levados em conta a capacidade econômica do agente, seu grau de dolo ouculpa e a posição social ou política do ofendido.” ( TAMG, Ap. 140.330-7/92)

     

    35. Do exposto, pode-se concluir que a indenização por danos morais fixa-se em um tríplice apoio: as condições sociais e econômicas do ofendido,o poder econômico do ofensor e seu grau de culpa.

    36. O Requerido goza de excelente condição econômica, é dentista,proprietário de uma clínica dentária, possui diversos bens imóveis, por suavez, o Requerente também mantém boa situação econômica é advogado, ecomo já demonstrado, o abalo que vem sofrendo é conseqüência direta daconduta ilegal do Requerido.

     

    37. A indenização por danos morais deve alcançar valor tal que sirva deexemplo e punição para o réu, servindo ao Autor como compensação pela

    dor sofrida. 

    38. Sobre essa matéria, Humberto Theodoro Júnior observa que:

     

    “... nunca poderá, o juiz, arbitrar a indenização do dano moral, tomando por 

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    base tão somente o patrimônio do devedor. Sendo, a dor moral, insuscetível de uma equivalência com qualquer padrão financeiro, há uma universal recomendação, nos ensinamentos dos doutos e nos arestos dos tribunais,no sentido de que ‘o montante da indenização será fixado eqüitativamente

     pelo Tribunal’ (Código Civil Português, art. 496, inc. 3). Por isso, lembra, R.Limongi França, a advertência segundo a qual ‘muito importante é o juiz namatéria, pois a equilibrada fixação do quantum da indenização muitodepende de sua ponderação e critério’ (Reparação do Dano Moral, RT 

    631/36)” (Dano Moral, Ed. Oliveira Mendes, 1998, São Paulo, p. 44).

     

    39. Oportuna também a lição de Maria Helena Diniz:

     

    “... o juiz determina, por eqüidade, levando em conta as circunstâncias decada caso, o ‘quantum’ da indenização devida, que deverá corresponder àlesão e não ser equivalente, por ser impossível, tal equivalência. A

    reparação pecuniária do dano moral é um misto de pena e satisfaçãocompensatória. Não se pode negar sua função: penal, constituindo umasanção imposta ao ofensor; e compensatória, sendo uma satisfação queatenue a ofensa causada, proporcionando uma vantagem ao ofendido, que

     poderá, com a soma de dinheiro recebida, procurar atender a necessidadesmateriais ou ideais que repute convenientes, diminuindo, assim, seusofrimento” (A Responsabilidade Civil por Dano Moral, in Revista Literária deDireito, ano II, nº 9, jan./fev. de 1996, p. 9).

     

    40. O valor da indenização por danos morais a ser arbitrado em sentença,por V. Ex.a, deverá, pois, ser apurado levando-se em consideração ascondições econômicas e sociais do requerente, o poder econômico dorequerido e a gravidade de sua culpa, o que, de acordo com asparticularidades do caso, impõe-se que não seja inferior a 100 (cem) saláriosmínimos.

     

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    IV. DO PEDIDO

    Destarte, nos termos desta petição o Requerenterequer a V. Ex.a o seguinte:

     

    a) seja o Requerido citado, via postal, para, querendo, apresentar suadefesa, sob pena de, não o fazendo, presumirem-se verdadeiros os fatosnarrados na inicial;

     

    b) seja declarada a conexão entre a presente e a ação de nunciação de obranova, determinando-se a reunião dos processos;

     

    c) seja a presente ação julgada totalmente procedente, para o fim de ser oRequerido condenado à reparação civil, determinando-lhe o pagamento dasdespesas com a limpeza e pintura e reforma da sala, bem como do aluguelda sala durante todo o período em que a ocupou e/ou em que ali manteveseus pertences, e ainda seja condenado à reparação por danos morais emvalor não inferior a 100 (cem) salários mínimos.

     

    d) condenação do Requerido em custas processuais e honorários

    advocatícios; 

    Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, emespecial, o depoimento pessoal do Requerido e oitiva de testemunhas.

     

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      Dá-se a causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ 1.000,00 (um milreais).

     

    Pede deferimento.

     

    Belo Horizonte, 12 de julho de 2011

     

    ...................

      OAB/MG OAB/MG