Cintilografia óssea

A cintilografia óssea é um exame de Medicina Nuclear que consiste na injeção de um

material radioativo chamado de radiofármaco, neste caso o metileno-difosfonato marcado

com Tc 99m (MDP-Tc 99m), por via intra-venosa. Duas a três horas depois são tomadas

imagens em um aparelho especial chamado de gama-câmera. O radio-fármaco emite um tipo

de radiação chamada de radiação gama, que interage com a gama-câmera através de seu

detector de radiação e produz imagens que podem ser vistas no monitor do computador ou

elas podem ser impressas em papel comum ou em filme.

Aconselha-se que o paciente tome 6 a 8 copos de líquido (água, chá, sucos, água de coco,

etc) antes da tomada das imagens. A duração do exame é de mais ou menos 30 minutos.

A principal vantagem da cintilografia óssea é a sua alta sensibilidade em detectar

precocemente vários tipos de doença que acometem o esqueleto e a capacidade de poder

avaliar todo o sistema ósseo a um baixo custo.

A cintilografia tem um importante papel em oncologia (especialmente nos tumores de mama

e próstata), pois ela é sensível à qualquer anormalidade que cause uma reação metabólica

no esqueleto, mostrando a presença de metástases bem antes da radiologia convencional.

Contudo, a cintilografia óssea também é utilizada por outras especialidades médicas como a

reumatologia e a ortopedia.

Uma aplicação bastante eficaz da cintilografia é no diagnóstico e localização de fraturas de

estresse. As fraturas de estresse são causadas por impacto repetitivo, que causa uma

"rachadura" no osso. Estas fraturas são mais encontradas nos membros inferiores

(principalmente nos esportistas que praticam corrida de longa distância).

Geralmente, o primeiro exame a ser solicitado nestes casos é a radiografia simples.

Infelizmente, a sensibilidade deste método para este tipo de fratura pode ser muito baixo

(em torno de 15%). A cintilografia óssea é muito sensível nestes casos, porque ela avalia o

metabolismo ósseo e sua sensibilidade, nestes casos, pode chegar a mais de 90%. A

ressonância magnética também tem se mostrado muito sensível nestes casos, porém seu

alto custo dificulta o seu acesso a grande parte dos pacientes.

Outros tipo de fratura de estresse é a chamada fratura de insuficiência, que ocorre no osso

enfraquecido pela idade ou pela osteoporose. Um exemplo clássico deste tipo de fratura é a

fratura de insuficiência do sacro.

Outra aplicação da cintilografia é a confirmação de fraturas que às vezes se mostram ou

normal ou apresentam resultado duvidoso no raios-x simples, como a fratura de costelas e

corpo vertebrais.A cintilogra óssea também pode ser utilizada para o diagnóstico de infecção

óssea (osteomielite) e na elucidação de casos de doença ósseas raras como a doença de

Paget.

A captação dos traçadores ósseos representa a atividade osteoblástica (formação de osso

novo) e o fluxo sanguíneo regional do osso. 

A maior limitação da cintilografia óssea é a não-especificidade.Qualquer alteração na

formação óssea resultará em localização anormal do radiotraçador.Na grande maioria dos

casos a significância dos achados cintilográficos é dada pelo contexto clínico e não pelos

achados cintilográficos em si.

Comparação ou outros métodos de imagem:

Apesar do aparecimento de outros métodos de imagem mais sofisticados e com excelente

detalhe anatômico a cintilografia óssea vem mantendo sua importância na avaliação de

pacientes com suspeita de metástase óssea.

Exemplos de cintilografia óssea normal em adulto e criança:

Cintilografia óssea no adulto

Cintilografia óssea na criança

O aspecto normal da cintilografia óssea muda com a idade.

Um aspecto importante no esqueleto em fase de crescimento é a intensa captação nos

centros de crescimento.

Nos adultos a atividade dos centros de crescimento se iguala a do osso adjacente.

A captação é maior no esqueleto axial (coluna e pelvis) com menor atividade relativa em

extremidades e crânio.

Atividade de fundo e normalmente vista em partes moles.

Os rins são visibilizados comumente em indivíduos normais, e devem ter atividade menor

que a da coluna lombar adjacente.