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Cinquenta anos, já?

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Cinquenta anos, já?

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Cinquenta anos, já?

Crônicas, Poemas e Sandices.

Ademir de Freitas

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Índice O planejador de vida ............................................................. 13

O Hulk laranja ....................................................................... 14

Pérolas e mal entendido sempre nos cercam ....................... 16

Aos meus mestres, eterno carinho........................................ 18

Show do Aerosmith em família ............................................. 20

Que tal sorrir um pouco? ”Dia Universal do Sorriso” ............ 22

Quando estiver com medo: confesse-o ................................. 24

Extinção aos chatos de galocha ............................................ 27

Último respiro ....................................................................... 29

Esperando tocar .................................................................... 30

A caminho da labuta ............................................................. 32

Ter paciência vale a pena ...................................................... 34

Daqui até aí... Um pulinho. .................................................... 36

Como você está hoje? ........................................................... 38

Bestificado ............................................................................ 40

Eu tô no clima........................................................................ 43

Caiu a ficha ............................................................................ 45

Dia dos namorados ............................................................... 47

Talvez... Quem sabe? ............................................................ 49

Sorrindo ................................................................................ 51

Quadrilha............................................................................... 53

Então... .................................................................................. 56

Liderança ............................................................................... 58

Heróis .................................................................................... 61

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Voo apertado ......................................................................... 62

Turbulência. .......................................................................... 66

Um toque de paz ................................................................... 71

O acordar ............................................................................... 74

Stress paulista ....................................................................... 75

Independente Pai e Filhos Clube .......................................... 78

Por mais um dia .................................................................... 81

Minha Cinderela .................................................................... 83

Eu, já velhinho. ..................................................................... 86

Cadê minha princesa? ........................................................... 88

A coruja da chácara ............................................................... 91

Sabor da memória ................................................................. 94

Relaxando com a Tina ........................................................... 97

Eu vim aqui pra vencer ........................................................ 100

Aconteceu ........................................................................... 104

Parabéns pra você, Clarinha! .............................................. 106

O papato Patati de Manu..................................................... 108

O Natal com Sofia ................................................................ 111

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Apresentação

Fico realmente pensando sobre a questão do tempo. O nosso amigo Freitas ou Ademir, faz 50 anos (...). Sonhos realizados e muitos ainda a se concretizar. Nesse período de mais de 10 anos, aprendi muito com o estrategista Freitas. Suas colocações pertinentes, seus pontos de vista sempre embasados na experiência e pautados na ética, trouxe equilíbrio e coerência nos momentos de decisões. Normalmente quando falamos em política, algumas pessoas torcem o nariz. Certamente Aristóteles deve dar saltos em seu túmulo ao ver o que fizeram com a mais nobre das ciências. Em contra partida, o nosso cinquentão esbanja conhecimento nessa matéria. Não com teorias e sim com práticas. Sociedade Amigos de Bairro, Associação de Portadores, Eu também sou Noel, etc... Essa busca pelo bem comum, a necessidade de ver as pessoas com qualidade de vida, fez com que ele se embrenhasse nessa selva, que é a política. Mostrando que dá pra ser sério, que dá pra construir amizades sinceras e sem interesse. Diante disso, cito o conceito de Aristóteles sobre a amizade onde, “De acordo com a faixa etária de cada indivíduo, a amizade apresentará uma função específica. Para os jovens, ajuda a evitar o erro. Para os mais velhos, serve de amparo para as suas necessidades e supri as atividades que declinam com o passar dos anos, porque dois que andam juntos são mais capazes de agir e pensar...”. Por conta disso, afirma:

Cinquenta anos, já? l Ademir de Freitas

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“A amizade não é apenas necessária, mas também nobre, pois louvemos os homens que amam seus amigos. Ademais, pensamos que a bondade e a amizade encontram-se na mesma pessoa. A condição necessária para se formar uma amizade, se dá pelo conhecimento de uma a outra pessoa que desejam entre si, o bem”. Confesso que várias foram as vezes que tentei traçar um perfil filosófico para o Freitas. O que eu encontrei? Um misto de sentimento com um controle racional, enfim, sempre valorizou a essência das pessoas, acreditando em seus sonhos e incentivando ir além. O nosso escritor conhece as pessoas, não pelo que vê e sim pelo que sente. Consegue ver nas entrelinhas o que realmente as pessoas querem dele. Talvez um “sexto sentido”. Por vezes me tirou de situações que ninguém mais, além dele, via. Realmente, quem conhece a capacidade intelectual desse nobre amigo entenderá o que quero dizer. A máxima do pensador Sócrates: “Só sei que nada sei”, sempre fez parte de sua vida. Essa frase certamente o inspirou em seus projetos, buscando informações, criando e aperfeiçoando ideias no mundo da internet, como radio online e blog. Em tempos onde amigos se tornaram virtual, nada melhor do que usar a teoria de Aristóteles para explicar na prática o que venha a ser amigo.

Douglas Elias Ferreira Professor de Filosofia

Cinquenta anos, já? l Ademir de Freitas

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Agradecimento

“Para realizar um sonho...

Depois de dois anos escrevendo no blog “Sou Freitas” as minhas saudades, as alegrias, as dificuldades e memórias, dando pitacos e surtando sandices, resolvi partir para este sonho de adolescência: publicar um livro.

Nunca conseguiria realizar, se não estivessem ao meu lado minha família, os amigos de uma vida, os leitores e colaboradores anônimos do blog.

Neste período, foram mais de dez mil visualizações e visitações. Amigos esses que através de comentários me corrigiram, orientaram e incentivaram.

Nesse incrível espaço globalizado que é a internet, pude contar minhas histórias vividas, meus poemas sinceros e soltar meus dedos tagarelas. Dedos que insistem em digitar minhas realidades fictícias ou as minhas ficções reais. Textos que uma pessoa de participação especial neste sonho, definiu como “minhas sandices”. Gostei.

Também sempre presentes nesses dois anos de vida do blog, estiveram o meu Glorioso E.C. Santo André, Elvis e minha família, com participação especial de meus filhotes. Todos eles minhas maiores paixões.

Como não acredito em coincidências e prefiro entendê-las como providências, a possibilidade de realizar esse sonho,

Cinquenta anos, já? l Ademir de Freitas

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veio justamente no ano em que comemoro meu cinquentenário. Ano em que resolvi dedicar a mim mesmo, aos meus sonhos e vontades.

Entendo então que, nada mais justo do que dedicar essas poucas palavras impressas a Ele, que cuida de mim como dos lírios do campo e das aves do céu. Ele que é o meu eu e meu tudo.

Obrigado meu bom Deus.

... Basta acreditar que ele seja possível”.

Ademir de Freitas

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Eterno aprendizado

(29/05/12)

Alguns amigos riem quando falo de meus dedos

tagarelas, dedos que nunca se calam e que teimam em digitar a todo o momento. Mas é verdade. Como adoro escrever, permito a esses dez tagarelas a função de digitar o que a cabeça cheia de "sandices" produz. A ideia inicial deste blog era dar vazão ao que era produzido dia e noite pelo cérebro, mas só as coisas boas, com qualidade e perfeição. Bem... Já perceberam que não deu certo. Mas, de certa forma atingi o meu objetivo inicial: esvazio a cabeça, divirto-me, informo aos amigos e até consigo incentivá-los a escrever também. Até acredito que, o que venho publicando vem agradando a vocês, velhos e novos amigos. Principalmente pelo retorno (Ah! Em tempo, os comentários ajudam), mesmo que sejam na forma de puxões de orelha. Olha os erros! Olha as concordâncias!

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Valeu... Agradeço! Confesso que a gramática não é meu forte e que raramente reviso os textos, mas também confesso que já fui pior... Acreditem, é possível. Ler muito e escrever, ainda é a melhor forma de aprender e acertar, mas é sempre fundamental a ajuda dos amigos, nos toques e, em especial nos temas. Essa necessidade de esvaziar a cabeça mais a pressa no escrever e o local podem, e estão tirando um pouco da qualidade. "Mea culpa"! Um objetivo ainda pendente. Eu prometo melhorar. Nós merecemos. Mas, voltando aos dedos tagarelas, ando meio preocupado. Trabalho 8 horas por dia na frente do computador digitando, analisando dados, criando arquivos e relatórios. Volto pra casa e depois de um banho e um jantar, lá estou de novo na frente do teclado por mais 2 horas, soltando a voz ou as digitais, como preferirem. Já li muito e até escrevi sobre o LER (Lesão por Esforços Repetitivos) e sei o quanto é sério. Então, comecei a pesquisar sobre exercícios para aliviar ou evitar uma lesão e isso é importante demais pra quem é, como eu, possuidor de dedos tão tagarelas. Dei uma pausa hoje e fui assistir a um filme, o fantástico "Meu pé esquerdo".

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Há tempos recomendado por um amigo, ele conta a história de um menino deficiente que fazia tudo com o pé esquerdo. Bastou terminar o filme e a cabeça disparou... Ah! Não. De imediato, tirei os sapatos e gritei aos dedos dos pés: "Calados!". Só me faltava essa... Mais dez dedos tagarelas. Mais sandices? Sei lá, vai quê...

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O planejador de vida (28/06/11)

Trabalhei algum tempo com planejamento no

plantio de eucaliptos para celulose. Tínhamos que acompanhar desde a preparação do solo até a colheita que, em média, acontece sete anos depois. Isso me fez perceber que eu era um Planejador nato, um Planejador de vida. Como Planejador de vida, acho que não consegui grandes feitos, mas pelo menos dei chances pra amigos criar teses em sua formação. Comecei com a profissão. Planejei ser advogado, quase consegui. Faltou grana, apenas um detalhe. Planejei casar, ter dois filhos. Casei e tive dois filhos, quase. Eles vieram acompanhados de duas filhas. Planejei ter meu próprio negócio e de certa forma consegui. Quase. Fui mandado embora do emprego e como não arrumasse outro, tive que me virar. Bem... As coisas não estavam saindo, eu confesso, de acordo com o planejado. Mas um Planejador de vida não desiste nunca...

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O Hulk laranja (29/07/11)

Segunda-feira à noite. Fui mais uma vez

surpreendido. Trabalhando em casa até mais tarde, me vi parado a refletir… Voltando a nossa infância, acreditávamos que tudo no mundo era perfeito, que as coisas aconteciam sempre a nossa volta. Acreditávamos que tudo era muito simples. Bastava sair à rua e as coisas aconteciam. A vida passava lentamente. Cada dia no seu dia, cada hora na sua hora. Com o passar dos anos, o mundo foi ganhando velocidade, cores e sons diferentes. E nós crescíamos arrastando uma geração. Para os que estavam chegando, o mundo trazia aquela visão de criança que não entendia as coisas simples como: por que era falado marrom e não "amarrom”? Assim como o amarelo, que deveria ser “marelo”, já que "amarrom", não existe. Com certeza achavam que estávamos complicando o mundo deles. Pois bem, criança é sempre criança independente da velocidade em que vivemos. Hoje são poucos os pais que param e explicam aos filhos, o porquê de tudo, já que somos sua enciclopédia mais próxima. Pais que os levem para

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mostrar que, no final do arco-íris existe algo que, não é um pote de ouro, mas que também é uma riqueza. Não temos tempo, tudo é rápido, veloz e dinâmico. Não me lembro de oferecer pra ler o Pequeno Príncipe a meu filho. Hoje ele tem 23 anos. Ainda sentado diante de meu computador com os dedos paralisados sobre algumas teclas, sinto um leve puxão em minha camisa que me tirou desta reflexão. Ao virar-me, deparei com minha filhinha. Ela lembrou-me que eu havia prometido assistir o Quarteto Fantástico com ela. Mas eu ainda tinha muito trabalho a fazer. Dai escutei sua voz suave... - Pai, vamos ver o Hulk Laranja! – Não tive como não sorrir. Ela acabara de achar uma boa definição ao “Coisa” do Quarteto Fantástico. Acariciei seus cabelos, desliguei tudo, peguei-a no colo e fomos ver o Hulk Laranja. As crianças nos ensinam mais que muitas escolas desse mundo.