cinco qualidades para o canto na igreja

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Cinco Qualidades para o Canto na Igreja Matt Boswell08 de Setembro de 2014 - Igreja e Ministério Cristãos são um povo que canta. Mulçumanos não se reúnem para cantar. Nem hindus, budistas, ou rastafáris. Mas cristãos sim. Do mesmo modo, embora nem todos preguem, nem conduzam a oração, nem leiam publicamente a Escritura, todos nós cantamos. [1] Mas o que podemos dizer acerca da natureza de um cântico cristão corporativo? Como ele deve ser? Nós podemos cantar qualquer tipo de cântico quando nos reunimos? Como um cântico congregacional deve ser Se a nossa adoração corporativa está sujeita ao princípio regulador ou, simplesmente, ao princípio da consciência, a prática do canto deve ser seriamente considerada à luz da Escritura. E o Salmo 96 oferece algumas perspectivas cruciais acerca da natureza de um cântico correto e de seus efeitos. Originalmente escrito para o povo da aliança de Deus para a entrada da arca da aliança em Jerusalém (vide 1Crônicas 16), este salmo tem muito a nos oferecer no que se refere à prática do canto hoje. Um cântico congregacional deve focar em Deus Deus está no centro de um cântico cristão. Quando Deus chama o seu povo a cantar, é um tipo específico de canção. No Salmo 96.1, Deus diz: “Cantai ao SENHOR”. Quando a igreja está reunida no nome de Deus, a glória de Deus é o alvo da nossa melodia. Nós devemos cantar para ele, sobre ele e por causa dele. Nós não cantamos meramente como o mundo canta acerca das coisas criadas; a nossa canção é elevada Àquele que é Incriado. Os cânticos da igreja proclamam o caráter, os atributos e os caminhos do Deus da nossa salvação. Para aqueles que escolhem os cânticos para a adoração corporativa, esta é uma tarefa a ser executada com sobrieddade. Mark Dever e Paul Alexander dão este conselho aos pastores: “Como o principal pastor docente, é sua responsabilidade conduzir a congregação aos pastos

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Cinco Qualidades para o Canto na IgrejaMatt Boswell08 de Setembro de 2014 -Igreja e MinistrioCristos so um povo que canta.Mulumanos no se renem para cantar. Nem hindus, budistas, ou rastafris. Mas cristos sim. Do mesmo modo, embora nem todos preguem, nem conduzam a orao, nem leiam publicamente a Escritura, todos ns cantamos. [1]Mas o que podemos dizer acerca da natureza de um cntico cristo corporativo? Como ele deve ser? Ns podemos cantar qualquer tipo de cntico quando nos reunimos?Como um cntico congregacional deve serSe a nossa adorao corporativa est sujeita ao princpio regulador ou, simplesmente, ao princpio da conscincia, a prtica do canto deve ser seriamente considerada luz da Escritura. E o Salmo 96 oferece algumas perspectivas cruciais acerca da natureza de um cntico correto e de seus efeitos. Originalmente escrito para o povo da aliana de Deus para a entrada da arca da aliana em Jerusalm (vide 1Crnicas 16), este salmo tem muito a nos oferecer no que se refere prtica do canto hoje.Um cntico congregacional deve focar em DeusDeus est no centro de um cntico cristo. Quando Deus chama o seu povo a cantar, um tipo especfico de cano. No Salmo 96.1, Deus diz: Cantai ao SENHOR.Quando a igreja est reunida no nome de Deus, a glria de Deus o alvo da nossa melodia. Ns devemos cantar para ele, sobre ele e por causa dele. Ns no cantamos meramente como o mundo canta acerca das coisas criadas; a nossa cano elevada quele que Incriado. Os cnticos da igreja proclamam o carter, os atributos e os caminhos do Deus da nossa salvao.Para aqueles que escolhem os cnticos para a adorao corporativa, esta uma tarefa a ser executada com sobrieddade. Mark Dever e Paul Alexander do este conselho aos pastores: Como o principal pastor docente, sua responsabilidade conduzir a congregao aos pastos verdejantes de cnticos centrados em Deus e no evangelho, e para longe das plancies ridas do vcuo teolgico, das meditaes na experincia humana e do frenesi emocional. [2] Se os nossos cnticos nunca esto compostos acima do vazio, da experincia humana e das emoes, ns falhamos em nossa meta. Deus deve ser o centro da nossa adorao; portanto, Deus deve ser o centro dos nossos cnticos.Um cntico congregacional deve ser bblicoOs cnticos da igreja devem ser construdos sobre a palavra de Deus, moldados por ela e saturados por ela. Cantar um modo singular de fazer a palavra de Cristo habitar ricamente em ns (Colossenses 3.16).No Salmo 96.2, ns vemos que devemos bendizer o seu nome. Sem a revelao de Deus, ns no conheceramos o seu nome, tampouco como bendizer o seu nome. O nosso canto e tudo o mais em nossa adorao deve ser biblicamente informado para que estes mandamentos sejam cumpridos. Os cnticos da igreja devem ser intencionalmente bblicos.Ns podemos pensar no canto como uma forma de exposio que usa a poesia para ensinar a palavra de Deus. Quando Isaac Watts publicou seuPsalms, Hymns, and Spiritual Songs[Salmos, Hinos e Cnticos Espirituais], essa era a sua inteno. Sua meta no era cantar a Escritura linha por linha, mas criar verses poticas e emotivas da Escritura que permitissem igreja cantar as verdades da Escritura.Cnticos so sermes. Eles no funcionam como exegeses homilticas, mas eles articulam, explicam e anunciam verdades bblicas. Nossos hinos ensinam e moldam a forma como as pessoas veem Deus, o homem, Cristo, e como ns devemos viver luz do evangelho.Um modo de assegurar que nosso canto bblico esquadrinhar nossos cnticos a fim de ver se eles cobrem a amplitude de temas apresentados ao longo do cnon. Nossos cnticos devem se manter fieis luz da palavra de Deus para assegurar que ns estamos cantando as glrias da sua verdade.Um cntico congregacional deve apontar para o evangelhoOs contornos do evangelho devem moldar a nossa hindia. Ns devemos proclamar a sua salvao (v. 2), de modo que o evangelho ressoa como o tema dos nossos cnticos. Se ns estamos convencidos da primazia do ministrio centrado no evangelho, devemos certamente praticar o canto centrado no evangelho. Os cnticos de nossas igrejas devem ser fluentes no evangelho.Uma abordagem para o canto centrado no evangelho pode ser construdo a partir da estrutura Deus, homem, Cristo, resposta. Ns cantamos a Deus como o santo criador de todas as coisas, o qual digno de adorao. Ns cantamos acerca do homem e da nossa natureza pecaminosa, da nosa separao de Deus, e da nossa necessidade de perdo. Ns cantamos acerca de Cristo, que plenamente Deus e plenamente homem, que viveu uma vida sem pecado e morreu na cruz para levar a ira de Deus. Ns cantamos uma resposta. Nessas canes de consagrao e arrependimento, f e louvor, ns alegremente respondemos s boas novas de Jesus.Um cntico congregacional deve ser congregacionalO prefcio deste Salmo diz que ele deveria ser cantado tanto por Asafe como por seus filhos (1Crnicas 16.7). O cntico cristo essencialmente congregacional.O cntico da redeno no designado para um, mas paraa muito. Na torrente do individualismo e da autoajuda, o povo de Deus no canta como um agrupamento de indivduos, mas como um s povo unido a Cristo. O cntico cristo no feito para pr em destaque uns poucos talentosos, mas para incluir as vozes dos muitos. A participao congregacional protege a assembleia da ostentao e pompa, e prov o ambiente para uma resposta exultante e cheia de graa revelao de Deus.Este coro dos redimidos eleva uma voz coletiva de louvor como testemunho de que ns fomos reconciliados com Deus e uns com os outros. Cantar juntamente em adorao uma marca da unidade da igreja. O cntico dos redimiddos deve ser cantado por jovens e velhos, ricos e pobres, fortes e fracos. O versculo 7 nos lembra de as famlias dos povos tributam louvor a Deus: povos de toda tribo, lngua e nao sobre a terra.Um cntico congregacional deve ser evangelsticoEmbora a adorao seja teocntrica, ela tambm declarativa. Nosso canto direcionado para Deus, mas ele tambm ressoa nos ouvidos do nosso prximo. Adorao centrada em Deus proclamao. medida que ns cantamos sobre a glria de Deus, entendemos que nem todos viram a sua glria. meddida que cantamos sobre a bondade do evangelho, percebemos que ele no boas novas para todos.Spurgeon chamou este Salmo de o Salmo Missionrio, e por uma boa razo. Nos versculos 10 a 13, ns vemos que o canto centrado em Deus intrinsecamente opera como uma declarao aos perdiddos. A centralidade de Deus e o evangelismo no so dois alvos concorrentes, mas um alvo dentro do outro. A adorao a Deus a meta do evangelismo.No mesmo flego, ns cantamos o amor e a ira de Deus. Nas mesmas melodias, ns declaramos a sua santidade e o grave efeito do pecado. Cristo o rei que vir julgar o mundo com justia e os povos, consoante a sua fidelidade. Ns dizemoss entre as naes: Reina o SENHOR na esperana de que homens e mulheres se arrependero do pecaddo e confiaro em Cristo.Uma prtica santaA igreja recebeu um cntico para cantar, e Cristo o seu autor, a sua substncia e o seu alvo.Os cnticos de uma igreja no so um mero prembulo do sermo. O canto no existe para preencher o tempo e aquecer a congregao. O canto uma prtica santa. Ns cantamos porque Deus nos ordenou, e os nossos cnticos devem encher de deleite os nossos coraes.Notas:[1] Agradeo a Collin Hansen por articular essa ideia em uma conversa.[2] Mark Dever e Paul Alexander.The Deliberate Church: Building Your Ministry on the Gospel.Wheaton: Crossway, 2005, p. 85 (publicado em portugus com o ttuloDeliberadamente igreja: edificando o seu ministrio sobre o evangelho[So Jos dos Campos: Editora Fiel, 2008]).