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6 GERAL São Luís, 27 de fevereiro de 2017. Segunda-feira O Estado do Maranhão A Império de Casa Verde defendeu seu título no carnaval de São Paulo na madrugada deste domingo (26) com um enredo sobre a paz e a união entre homens e o planeta. Terceira a entrar na avenida, a es- cola da Zona Norte apostou em grandes carros alegóricos e encer- rou sua apresentação com um mi- nuto de sobra — foram 64 minutos no total. Se a escola investe no tamanho de suas 5 alegorias, é mais humilde no número de integrantes, com 2,4 mil entre 19 alas. Além de falar sobre a chegada de um império de paz ao mundo, a agremiação falou sobre o equilíbrio entre o homem e as forças da natureza. Como campeã em 2016, foi a própria escola quem escolheu desfilar como a terceira da noite deste sábado. Este foi o terceiro tí- tulo da Casa Verde, uma agremia- ção razoavelmente jovem, fun- dada em 1994. em busca do bicampeonato em 2017, a escola já tem um bi no currículo, após ganhar em 2005 e 2006. A comissão de frente, repre- sentando moléculas que unem para formar um novo ser, era acompanhada de uma alegoria com um anjo no topo, que co- mandava os movimentos dos de- mais integrantes. O primeiro casal de mestre-sala e porta bandeira, Rodrigo Antonio e Jéssica Gioz, passou mal de exaustão após chegar à dispersão, mas conseguiram aguentar o des- file inteiro. A escola fez valer a aposta em car- ros gigantescos, com alegorias lu- xuosas, repletas de movimentos e co- reografias de seus integrantes. Enquanto o abre-alas tinha 60 me- tros de comprimento e 15 metros de altura, com o tigre símbolo da Impé- rio, outro carro que chamou a aten- ção foi a representação da mãe na- tureza, que piscava e abria as mãos. Rosas de Ouro A Rosas de Ouro encerrou os des- files do grupo especial do carnaval de São Paulo na manhã deste do- mingo (26) embalada por seu en- redo sobre a importância dos ban- quetes para o convívio das pessoas, com direito até a participação de sua presidente vestida de noiva em um dos carros — ela havia casado poucos antes em plena avenida. A escola da Zona Norte da capital paulista não teve problemas após o grande atraso da anterior e en- cerrou sua participação com todos os 65 minutos que teve direito. A Vai-Vai levou orixás ao Anhembi, em homenagem à Mãe Menininha do Gantois, matriarca do candomblé no Brasil. A escola lembrou os 30 anos da morte da mãe de santo que viveu em Sal- vador. Com ajuda dos orixás, o desfile terminou com exatos 65 minutos, tempo máximo permi- tido. Se demorassem mais 1 mi- nuto, eles perderiam pontos. Ao longo do desfile, a escola da Bela Vista mostrou nas fantasias e alegorias os Orixás que represen- tam a terra, o fogo, o ar e a água, de Obatalá, o deus da criação, a Oxóssi, o orixá da caça e das florestas. A Vai-Vai foi a antipenúltima escola do Grupo Especial de SP a desfilar neste ano. A maior ven- cedora do carnaval de SP, com 15 títulos, ficou em 4º lugar em 2016. O enredo era "No xirê do Anhembi, a Oxum mais bonita surgiu - Menininha, mãe da Bahia - Ialorixá do Brasil". Mas o desfile mostrou mais os elementos da re- ligião do que a trajetória dela. Teve destaque o empenho dos 3 mil integrantes da escola, com várias alas coreografadas e samba- enredo cantado com força. Olha a água O último carro mostrou a casa de Candomblé de Maria Escolástica da Conceição Nazaré, a Mãe Me- nininha. Ela é considerada filha de Oxum, que é orixá das águas e dos rios. Por isso o carro tinha água caindo ao seu redor. A água acabou deixando a ave- nida molhada. Isso gerou recla- mação da escola que viria a se- guir, a Nenê de Vila Matilde. A Liga das Escolas levou um cami- nhão para lavar e secar a pista, já que havia a possibilidade de, além da água, haver também algum tipo de óleo outra subs- tâncio no chão. A cantora mirim MC Sophia e a atriz Ariana Lessa desfilaram no carro anterior, que representou o Orum, o céu dos Orixás. Mais sobre Carnaval em Cidades 7 Penúltima a desfilar neste 2º dia, a Nenê de Vila Matilde contou a histó- ria de Curitiba. A escola demorou quase uma hora para entrar, porque a pista estava molhada: problema cau- sado por um carro alegórico da Vai- Vai. Símbolos curitibanos tomaram o Anhembi na manhã deste domingo: O carro abre-alas veio com uma grande águia no topo, além de ele- mentos da fauna e da flora da cidade como capivaras, pássaros e muitos pinheiros. As alas seguintes mostra- ram a imigração de alemães, italia- nos, ucranianos, japoneses, chine- ses, turcos, árabes, sírios e libaneses. Ju Isen e Gil Jung A importância desses povos para a formação de Curitiba também foi lembrada pelo terceiro carro. Pró- xima a ele, a musa da escola Gil Jung representou "uma declaração de amor por Curitiba". A modelo Ju Isen se fantasiou em homenagem à "Ecologia e conser- vação". Ela se envolveu em polêmica no ano passado, quando tirou a roupa no meio da avenida e foi ex- pulsa do sambódromo durante o desfile da Unidos do Peruche. A homenagem à capital para- naense feita pela Nenê veio com 24 alas e cinco alegorias, para cantar o enredo "Ópera de Todos os Povos, Terra de Todas as Gentes, Curitiba de Todos os Sonhos” e tentar seu ter- ceiro título do Grupo Especial. Fotos/Divulgação Brilho e confusão em São Paulo no Sambódromo do Anhembi No segundo dia de desfile das Escolas de Samba de São Paulo, com muita água na passarela, dirigentes da Nenê de Vila Matilde se recusaram a colocar sua escola para sambar, logo depois da passagem da VaiVai que deixou a pista impraticável SÃO PAULO O segundo dia de desfile das escolas de samba de São Paulo foi marcado por confusões no Anhembi. A festa foi atrasada em uma hora após apresentação da VaiVai, por- que Rinaldo José de Andrade, presi- dente da Nenê de Vila Matilde, que veio na sequência, se recusou a dei- xar a escola desfilar dizendo que a pista estava com problemas. Depois da decisão da direção da Nenê de não desfilar enquanto a pista não estivesse mais escorre- gadia, o presidente da Liga Inde- pendente das Escolas de Samba de São Paulo, Paulo Sergio Ferreira, apareceu na concentração e exigiu que a escola desfilasse, aumen- tando a confusão. O presidente da Liga SP pediu que seguranças o iso- lassem da imprensa. Mantega, como é chamado o pre- sidente da Nenê, só colocou a escola na pista quando ela estava total- mente seca. Segundo ele, o pro- blema não era apenas água, mas algo que estava misturado a ela dei- xado pelo último carro da Vai¬Vai, que havia acabado de se apresentar. Isso deixou o piso bastante escorre- gadio, de acordo com Mantega. "Não posso colocar a integridade fí- sica de ninguém em risco", disse. "Quero igualdade de condições". Para a direção da Nenê, o fato de a pista estar escorregadia em só um dos lados deixou-¬a totalmente di- ferente de quando ela fica molhada por causa da chuva. A escola en- trou no sambódromo do Anhembi cantando Curitiba (cidade bastante úmida e chuvosa) quando os pri- meiros clarões do domingo come- çavam a surgir no horizonte. O desfile transcorreu sem proble- mas, mas a Nenê teve que se apressar no final para não estourar o tempo. Minutos antes, a Vai¬Vai havia se envolvido em outra confusão. A escola teve que correr para não estourar o tempo do desfile e, após fechar o portão, três integrantes do apoio à escola –que tinham levado bandeirinhas ao público– ficaram para trás. Fiscais da liga começa- ram a gritar para avisar os crono- metristas –posicionados em uma torre ao lado do portão– de que os três faziam parte da escola. O presidente da Vai¬Vai, Darly Silva, o Neguitão, disse discordar to- talmente da situação, afirmando que irá recorrer caso haja punição à es- cola. "O que conta no regulamento é componente do desfile, o julga- mento deve ser feito a quem está fantasiado", disse. "Mesmo que es- teja com camiseta da escola, não conta". Na dispersão, houve princí- pio de confusão entre os próprios integrantes da Vai¬Vai por causa da correria no final. Alguns choravam, lamentando a evolução da escola. Percebendo possível punição, os bandeirinhas chegaram a tirar a ca- miseta amarela que vestiam. Na busca pelo bicampeonato, a Casa Verde levou a paz mundial para o Anhembi com alegorias e fantasias de luxo. Muito veludo, como no carro abre¬alas, além de pedras brilhantes e plumas. A po- tência da bateria e a empolgação dos membros da escola se desta- caram. Até mesmo na dispersão. "Acho que a escola entrou com uma garra muito grande", disse Va- lesca Reis, rainha da bateria da es- cola, confiante no desempenho da atual campeã. A Vai¬Vai, maior vencedora do Carnaval paulistano e sempre favorita ao título, home- nageou a Menininha do Gantois, mãe de santo do candomblé bra- sileiro. O enredo surgiu de um sonho do presidente da escola, o Neguitão. Nos camarotes no início da avenida, muitas pessoas ficaram com olhos lacrimejando. A Unidos do Peruche se desta- cou também logo no início do seu desfile, ao soltar bexigas que lem- bravam pombas no Anhembi. A es- cola homenageou o povo da Bahia. Esqueleto de Dragão O símbolo da Dragões da Real virou caveira no Anhembi, por causa da seca nordestina. A escola da torcida organizada do São Paulo repre- sentou a música "Asa Branca", de Luiz Gonzaga. Uma integrante da última ala da Dragões passou mal e desmaiou na avenida. Chegou a ser atendida pelos bombeiros, mas a situação não era grave. A Mancha Verde também participou desse se- gundo dia de festa no Anhembi. A Rosas de Ouro fechou a noite. Primeiro dia O primeiro dia de desfiles em São Paulo teve a presença do prefeito da cidade, João Doria (PSDB), que dançou e elogiou a festa. As esco- las Tom Maior, Mocidade Alegre, Unidos de Vila Maria, Acadêmicos do Tatuapé, Gaviões da Fiel, Aca- dêmicos do Tucuruvi e Águia de Ouro passaram pelo Anhembi du- rante a madrugada do primeiro dia. O refrão da Vila Maria, sobre Nossa Senhora Aparecida, foi o que mais caiu no gosto popular. Apesar de toda confusão, escolas brilharam na pista Público delirou com a passagem das favorittas Para defender o título e buscar o bicampeonato. a Império da Casa Verde pediu paz e a união entre homens Casal de mestre sala e ponta-bandeira dando seu show no Anhembi Dragões da Real entrou na passarela para cantar Luiz Gonzaga e homenagear o valente povo nordestino Lembrando os 30 anos de morte de Mãe Minininha Escola da Z ona Norte apostou em grandes carros alegóricos para fazer a torcida vibrar nas arquibancadas e impresssionar o corpo de jurados Escola terminou desfile em cima da hora para lembrar 30 anos da morte da Mãe Menininha Império da Casa Verde defende título e, com um belo desfile, é candidata para ser a bicampeã Vai-Vai encerrou desfile cantando para os seus orixás Nenê de Vila Matilde homenageou Curitiba com muito brilho

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6 GERAL São Luís, 27 de fevereiro de 2017. Segunda-feira O Estado do Maranhão

A Império de Casa Verde defendeuseu título no carnaval de São Paulona madrugada deste domingo (26)com um enredo sobre a paz e aunião entre homens e o planeta.Terceira a entrar na avenida, a es-cola da Zona Norte apostou emgrandes carros alegóricos e encer-rou sua apresentação com um mi-nuto de sobra — foram 64 minutosno total.

Se a escola investe no tamanhode suas 5 alegorias, é mais humildeno número de integrantes, com 2,4mil entre 19 alas. Além de falarsobre a chegada de um império depaz ao mundo, a agremiação falousobre o equilíbrio entre o homeme as forças da natureza.

Como campeã em 2016, foi aprópria escola quem escolheudesfilar como a terceira da noitedeste sábado. Este foi o terceiro tí-tulo da Casa Verde, uma agremia-ção razoavelmente jovem, fun-dada em 1994. em busca dobicampeonato em 2017, a escolajá tem um bi no currículo, apósganhar em 2005 e 2006.

A comissão de frente, repre-sentando moléculas que unempara formar um novo ser, eraacompanhada de uma alegoriacom um anjo no topo, que co-mandava os movimentos dos de-mais integrantes.

O primeiro casal de mestre-salae porta bandeira, Rodrigo Antonioe Jéssica Gioz, passou mal deexaustão após chegar à dispersão,mas conseguiram aguentar o des-file inteiro.

A escola fez valer a aposta em car-ros gigantescos, com alegorias lu-xuosas, repletas de movimentos e co-reografias de seus integrantes.Enquanto o abre-alas tinha 60 me-tros de comprimento e 15 metros dealtura, com o tigre símbolo da Impé-rio, outro carro que chamou a aten-ção foi a representação da mãe na-tureza, que piscava e abria as mãos.

Rosas de OuroA Rosas de Ouro encerrou os des-files do grupo especial do carnavalde São Paulo na manhã deste do-mingo (26) embalada por seu en-redo sobre a importância dos ban-quetes para o convívio das pessoas,com direito até a participação desua presidente vestida de noiva emum dos carros — ela havia casadopoucos antes em plena avenida. Aescola da Zona Norte da capitalpaulista não teve problemas apóso grande atraso da anterior e en-cerrou sua participação com todosos 65 minutos que teve direito.

A Vai-Vai levou orixás aoAnhembi, em homenagem à MãeMenininha do Gantois, matriarcado candomblé no Brasil. A escolalembrou os 30 anos da morte damãe de santo que viveu em Sal-vador. Com ajuda dos orixás, odesfile terminou com exatos 65minutos, tempo máximo permi-tido. Se demorassem mais 1 mi-nuto, eles perderiam pontos.

Ao longo do desfile, a escola daBela Vista mostrou nas fantasias ealegorias os Orixás que represen-tam a terra, o fogo, o ar e a água, deObatalá, o deus da criação, a Oxóssi,o orixá da caça e das florestas.

A Vai-Vai foi a antipenúltimaescola do Grupo Especial de SPa desfilar neste ano. A maior ven-cedora do carnaval de SP, com 15títulos, ficou em 4º lugar em 2016.

O enredo era "No xirê doAnhembi, a Oxum mais bonitasurgiu - Menininha, mãe da Bahia- Ialorixá do Brasil". Mas o desfilemostrou mais os elementos da re-ligião do que a trajetória dela.

Teve destaque o empenho dos3 mil integrantes da escola, comvárias alas coreografadas e samba-enredo cantado com força.

Olha a águaO último carro mostrou a casa de

Candomblé de Maria Escolásticada Conceição Nazaré, a Mãe Me-nininha. Ela é considerada filhade Oxum, que é orixá das águas edos rios. Por isso o carro tinhaágua caindo ao seu redor.

A água acabou deixando a ave-nida molhada. Isso gerou recla-mação da escola que viria a se-guir, a Nenê de Vila Matilde. A

Liga das Escolas levou um cami-nhão para lavar e secar a pista, jáque havia a possibilidade de,além da água, haver tambémalgum tipo de óleo outra subs-tâncio no chão.

A cantora mirim MC Sophia ea atriz Ariana Lessa desfilaram nocarro anterior, que representou oOrum, o céu dos Orixás. �

Mais sobre Carnaval em Cidades 7

Penúltima a desfilar neste 2º dia, aNenê de Vila Matilde contou a histó-ria de Curitiba. A escola demorouquase uma hora para entrar, porquea pista estava molhada: problema cau-sado por um carro alegórico da Vai-Vai. Símbolos curitibanos tomaram oAnhembi na manhã deste domingo:

O carro abre-alas veio com umagrande águia no topo, além de ele-mentos da fauna e da flora da cidadecomo capivaras, pássaros e muitospinheiros. As alas seguintes mostra-ram a imigração de alemães, italia-nos, ucranianos, japoneses, chine-ses, turcos, árabes, sírios e libaneses.

Ju Isen e Gil JungA importância desses povos para aformação de Curitiba também foilembrada pelo terceiro carro. Pró-xima a ele, a musa da escola Gil Jungrepresentou "uma declaração deamor por Curitiba".

A modelo Ju Isen se fantasiou emhomenagem à "Ecologia e conser-vação". Ela se envolveu em polêmicano ano passado, quando tirou aroupa no meio da avenida e foi ex-pulsa do sambódromo durante odesfile da Unidos do Peruche.

A homenagem à capital para-naense feita pela Nenê veio com 24alas e cinco alegorias, para cantar oenredo "Ópera de Todos os Povos,Terra de Todas as Gentes, CuritibadeTodos os Sonhos” e tentar seu ter-ceiro título do Grupo Especial.

Fotos/Divulgação

Brilho e confusão em São Paulono Sambódromo do Anhembi No segundo dia de desfile das Escolas de Samba de São Paulo, com muita água na passarela, dirigentes da Nenê de VilaMatilde se recusaram a colocar sua escola para sambar, logo depois da passagem da VaiVai que deixou a pista impraticável

SÃO PAULO

Osegundo dia de desfile dasescolas de samba de SãoPaulo foi marcado porconfusões no Anhembi.

A festa foi atrasada em uma horaapós apresentação da VaiVai, por-que Rinaldo José de Andrade, presi-dente da Nenê de Vila Matilde, queveio na sequência, se recusou a dei-xar a escola desfilar dizendo que apista estava com problemas.

Depois da decisão da direção daNenê de não desfilar enquanto apista não estivesse mais escorre-gadia, o presidente da Liga Inde-pendente das Escolas de Samba deSão Paulo, Paulo Sergio Ferreira,apareceu na concentração e exigiuque a escola desfilasse, aumen-tando a confusão. O presidente daLiga SP pediu que seguranças o iso-lassem da imprensa.

Mantega, como é chamado o pre-

sidente da Nenê, só colocou a escolana pista quando ela estava total-mente seca. Segundo ele, o pro-blema não era apenas água, masalgo que estava misturado a ela dei-xado pelo último carro da Vai¬Vai,que havia acabado de se apresentar.Isso deixou o piso bastante escorre-gadio, de acordo com Mantega."Não posso colocar a integridade fí-sica de ninguém em risco", disse."Quero igualdade de condições".

Para a direção da Nenê, o fato dea pista estar escorregadia em só umdos lados deixou-¬a totalmente di-ferente de quando ela fica molhadapor causa da chuva. A escola en-trou no sambódromo do Anhembicantando Curitiba (cidade bastanteúmida e chuvosa) quando os pri-meiros clarões do domingo come-çavam a surgir no horizonte.

O desfile transcorreu sem proble-mas, mas a Nenê teve que se apressarno final para não estourar o tempo.

Minutos antes, a Vai¬Vai haviase envolvido em outra confusão.A escola teve que correr para nãoestourar o tempo do desfile e, apósfechar o portão, três integrantes doapoio à escola –que tinham levado

bandeirinhas ao público– ficarampara trás. Fiscais da liga começa-ram a gritar para avisar os crono-metristas –posicionados em umatorre ao lado do portão– de que ostrês faziam parte da escola.

O presidente da Vai¬Vai, DarlySilva, o Neguitão, disse discordar to-talmente da situação, afirmando queirá recorrer caso haja punição à es-cola. "O que conta no regulamentoé componente do desfile, o julga-mento deve ser feito a quem estáfantasiado", disse. "Mesmo que es-teja com camiseta da escola, nãoconta". Na dispersão, houve princí-pio de confusão entre os própriosintegrantes da Vai¬Vai por causa dacorreria no final. Alguns choravam,lamentando a evolução da escola.Percebendo possível punição, osbandeirinhas chegaram a tirar a ca-miseta amarela que vestiam.

Na busca pelo bicampeonato, aCasa Verde levou a paz mundialpara o Anhembi com alegorias efantasias de luxo. Muito veludo,como no carro abre¬alas, além depedras brilhantes e plumas. A po-tência da bateria e a empolgaçãodos membros da escola se desta-

caram. Até mesmo na dispersão."Acho que a escola entrou comuma garra muito grande", disse Va-lesca Reis, rainha da bateria da es-cola, confiante no desempenho daatual campeã. A Vai¬Vai, maiorvencedora do Carnaval paulistanoe sempre favorita ao título, home-nageou a Menininha do Gantois,mãe de santo do candomblé bra-sileiro. O enredo surgiu de umsonho do presidente da escola, oNeguitão. Nos camarotes no inícioda avenida, muitas pessoas ficaramcom olhos lacrimejando.

A Unidos do Peruche se desta-cou também logo no início do seudesfile, ao soltar bexigas que lem-bravam pombas no Anhembi. A es-cola homenageou o povo da Bahia.

Esqueleto de Dragão O símbolo da Dragões da Real viroucaveira no Anhembi, por causa daseca nordestina. A escola da torcida

organizada do São Paulo repre-sentou a música "Asa Branca", deLuiz Gonzaga. Uma integrante daúltima ala da Dragões passou male desmaiou na avenida. Chegou aser atendida pelos bombeiros, masa situação não era grave. A ManchaVerde também participou desse se-gundo dia de festa no Anhembi.

A Rosas de Ouro fechou a noite.

Primeiro diaO primeiro dia de desfiles em SãoPaulo teve a presença do prefeitoda cidade, João Doria (PSDB), quedançou e elogiou a festa. As esco-las Tom Maior, Mocidade Alegre,Unidos de Vila Maria, Acadêmicosdo Tatuapé, Gaviões da Fiel, Aca-dêmicos do Tucuruvi e Águia deOuro passaram pelo Anhembi du-rante a madrugada do primeiro dia.O refrão da Vila Maria, sobre NossaSenhora Aparecida, foi o que maiscaiu no gosto popular.

Apesar de todaconfusão, escolas

brilharam na pista

Público deliroucom a passagem

das favorittas

Para defender o título e buscar o bicampeonato. a Império da Casa Verde pediu paz e a união entre homens

Casal de mestre sala e ponta-bandeira dando seu show no Anhembi

Dragões da Real entrou na passarela para cantar Luiz Gonzaga e homenagear o valente povo nordestino

Lembrando os 30anos de morte deMãe Minininha

Escola da Z ona Norte apostou em grandes carros alegóricos para fazera torcida vibrar nas arquibancadas e impresssionar o corpo de jurados Escola terminou desfile em cima da hora para

lembrar 30 anos da morte da Mãe Menininha

Império da Casa Verde defendetítulo e, com um belo desfile, écandidata para ser a bicampeã

Vai-Vai encerroudesfile cantandopara os seus orixás

Nenê de VilaMatildehomenageouCuritiba commuito brilho