chico xavier - livro 290 - ano 1987 - esperanca e alegria

5/27/2018 Chico Xavier - Livro 290 - Ano 1987 - Esperanca e Alegria

ESPERANA E ALEGRIA

CHICO XAVIERESPRITOS DIVERSOS


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NDICE

Antnio Alcindo Ribeiro ...................................................................................... 03

Cleide Aparecida Rodrigues de Almeida ............................................................. 05

Olimar Feder Agosti ............................................................................................. 07

Rosangela Maria Sonvesso ................................................................................... 10

Valdir de Vicente .................................................................................................. 13

Joo Vaccari Neto ................................................................................................. 16


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ANTONIO ALCINDO RIBEIRO

Antoninho, como carinhosamente conhecido por seus familiares e amigos, era um jo-vem estudante de 16 anos repleto de entusiasmo pela vida e pelas atividades caractersticasde sua idade. H tempos alugava motocicletas, contrariando seus pais e, por insistncia sua,finalmente conseguiu uma. Sua famlia planejava uma viagem a Portugal para o dia 15 dedezembro. Porm, no dia 03, ao dirigir-se ao Salo do automvel, em So Paulo, sofreu umacidente em sua moto.

Por estar sem o capacete, que havia emprestado a um amigo que participaria de umacorrida, feriu gravemente a cabea. Seus companheiros socorreram-no prontamente (era umgrupo de 25 rapazes), levando-o para um Hospital.

Vrios dias de internao seguiram-se e, no dia 24, pediu em orao que, se fosse paracontinuar neste mundo com seu corpo aleijado, que partisse. No dia seguinte, dia de Natal,exatamente s 6 da tarde, 24 horas aps sua orao, ele se foi.

Antoninho enviou sua primeira mensagem por Chico Xavier e sua famlia, desde ento,j recebeu por volta de 20 comunicaes, algumas delas atravs de outros mdiuns.

Dona Carminda, sua me, estava em profundo sofrimento, sem vontade de viver.Ela diz:Aps a mensagem, tudo mudou, posso continuar a viver. O relacionamento em nosso

ambiente domstico mudou e meu marido d todo o apoio de que necessito.Dona Carminda passou a dar assistncia ao Lar da Caridade, ex-Hospital do Pnfigo

Foliceo de Uberaba, dirigido pela Fundao Maria Aparecida Conceio Ferreira, e ou-tras instituies.

Carminda dos Santos Ribeiro

Esclarecimentos sobre o texto da mensagem:Pais: Carminda dos Santos Ribeiro e Francisco Preto Ribeiro.Irms: Maria Antonia dos Santos Ribeiro e Rita de Cssia Ribeiro.Sobrinho: Andr Ribeiro Antunes, filho de Maria Antonia.

Querida mezinha Carminda e meu querido pai, reno os dois em meus braos parasentir-lhes o carinho de sempre.

Mezinha, o Natal est povoado para ns de lembranas amargas e luminosas. Esque-amos as amarguras que se relacionam com a minha repentina separao, vista do acidenteinevitvel, e conservemos as recordaes luminosas que so as de Nosso Senhor Jesus Cris-to, sob cuja bondade temos vivido e viveremos sempre.

Mezinha Carminda, no se entristea se lhe disser que as mes so as vigas mestras doinstituto da famlia. Pense em meu querido pai, como sendo o nosso tesouro de energias.

Do papai, temos a iniciativa, a dedicao, o trabalho constante, as contas pagas, osconstrangimentos das compras em benefcios de todos em nossa casa.

Quando essa ou aquela crise aparece, quem surge em nossa lembrana, por interventor

da normalidade o papai; se algum adoece, quem consultamos antes do mdico sobre con-venincias e despesas ainda o papa; se sucede algum acontecimento desagradvel, para sa-nar-lhe as conseqncias, o primeiro a receber o impacto das notcias inesperadas e difceis


4sempre o papa, se nos dispomos a visitar os parentes no exterior, para solucionar os proble-mas da viagem o papai quem surge a nossa frente a fim de ensinar-nos o melhor caminho

para o controle das situaes e dos gastos...Querida mezinha Carminda, no podemos esquecer a providencial autoridade de um

homem assim, sempre atencioso e diligente para que se faa o melhor para ns.Peo-lhe imaginar o seu Antoninho na pessoa dele.Se ele encontra alguma demora para voltar casa, nada reclame, se ele aparecer triste

ou irritado, nada perguntemos, se ele precisa de tempo para entendimentos com amigos e cli-entes deixemo-lo agir como preciso.

Meu pai! Palavras to ters minha me, que eu pronuncio com afetuoso respeito.De nada nos queixemos. O papai promove todos os recursos para que no nos falte o

necessrio e o extra-necessrio.No ser justo que o seu carinho de me e de esposa se digne a prestar-lhe maior confi-

ana?Perdoe-me se lhe falo assim, mas tenho imenso amor aos dois e no poderia ocultar este

meu propsito de cooperar para que a nossa felicidade prossiga inaltervel. Fique tranquila econfiemos em Jesus.

Antoninho.Antonio Alcindo Ribeiro


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CLEIDE APARECIDA RODRIGUES DE ALMEIDA

Cleide, aos 20 anos, trabalhava como recepcionista da WEA Discos Ltda e preparava-separa entrar em uma faculdade de jornalismo.

Fortes chuvas desabavam sobre So Paulo, mas ela no poderia imaginar que o RioTamanduate, cujo leito ultrapassava seu curso normal, pudesse estar to voraz.

O automvel em que estava foi tragado pelas guas e Cleide partiu deste mundo.

Estas so palavras de sua famlia:O desencarne de nossa Cleide foi um tremendo golpe para todos ns. Sua mensagem

nos trouxe uma nova motivao para viver. Saber que tudo continua e que ela est semprenos ajudando e dando fora espiritual um enorme conforto e motivo de muita alegria.

um ponto de partida para novos conhecimentos e novas realizaes no auxlio aosnossos irmos mais carentes.

Agradecemos a Deus e ao nosso querido Chico Xavier por tudo de bom que a mensa-gem de nossa Cleide trouxe para toda a famlia.

Maria Aparecida e JorgeRodrigues de Almeida

Esclarecimentos sobre o texto da mensagem:Pais: Maria Aparecida Almeida e Jorge Rodrigues de Almeida.Irmos: Cleusa e Cludio de Almeida.

Nelson Castro Dantas: amigo de trabalho que desencarnou no mesmo acidente.

Tio em segundo grauJos Peroba dos Santos.Padre Victor de Trs PontasPe. Francisco de Paula Victor, j desencarnado.Sonia e Crisleneamigas de Cleide.Vov Maria Margarida da Conceiobisav j desencarnada.

MENSAGEMQuerida mame Cida e querida Cleusa,Estou aqui nestas linhas tentando identificar-me com vocs, nas mesmas preces em que

rogamos a bno de Deus, em auxlio a ns todos.

Compreendo que o desejo de intercmbio que lhes move os pensamentos ser motivadopela mesma causa atravs da qual venho a vocs para afirmar-lhes que estou melhor.Aquela tera-feira de carnaval, para ns, foi realmente uma noite de redeno pela dor.Quando nos afastamos de casa para alguns minutos de entretenimento, ignorvamos

que nos pnhamos a caminho de um ponto alto de vossa vida espiritual.A Terra fsica apresenta dessas surpresas.Por vezes, a criatura mentaliza a ausncia rpida no rumo de uma festa, desconhecendo

que segue instintivamente ao encontro da morte.No digo isso por pessimismo, falo de outro ngulo da vida, reconhecendo que a morte

do corpo simples mudana.Entretanto, no consigo reportar-me ao acontecimento fora dos padres de entendimen-to que regem as nossas opinies em famlia no plano fsico e por isso, rogo no s mezi-


6nha, a meu pai, Cleusa e Cludio pra que no choremos seno de reconhecimento a Deus

pelo fato da vida no nos cercear a necessidade do resgate de certas contas que jazem atrasa-das no livro do tempo.

verdade que o nosso veculo rodou no asfalto da rua para o curso do Tamanduate,compelindo o nosso amigo Nelson e a mim prpria desencarnao violenta, mas possvelimaginar que os automveis de hoje substituem as carruagens de ontem e sempre existiram

perigosos cursos dgua, sobre os quais muitos delitos foram cometidos e ainda so perpetra-dos at hoje por espritos que se fazem devedores perante as leis Divinas.

O companheiro e eu estvamos empenhados a certa dvida do pretrito que, pela mise-ricrdia do Senhor, fomos chamados a ressarcir, em nosso prprio benefcio.

Deixo aos familiares queridos o trabalho de complementarem por imaginao o que meproponho a dizer e volto a assegurar-lhes que estou satisfeita, conquanto as saudades que soluzes inextinguveis no corao.

Felizmente, como o auxlio dos amigos tio Jos e do nosso benemrito Padre Victor,conseguimos observar o Nelson reintegrado espiritualmente na equipe familiar a que perten-

ce.E as amigas Sonia e Cristina j se descartaram das recordaes amargas da noite em

que se fizeram de novo ao solo, j que o nosso dbito no as envolvia.Deus as abenoe nas tarefas em que se encontram e conserve a nossa casa repleta de

paz e esperana que, por merc de Deus, j nos permitimos usufruir. A vov Maria Margari-da e o tio prosseguem na mesma dedicao com que me acolheram e desejo noticiar-lhes queaps a retirada de meu pobre corpo das guas frente do santurio de Pirapora, fui conduzidaa tratamento, e os amigos de nosso pessoal solicitaram ao mdico Dr. Augusto Silva, que bri-lhou em Lavras, me dispensasse os cuidados de que me via carente.

Graas a Deus e interveno de tantos afetos sinto-me encorajada a retomar o trabalhoque me espera e no qual conto com a possibilidade de ser til aos nossos companheiros ne-cessitados ou mais necessitados do que ns mesmos.

Quem sabe guardarei atribuies de colaborar em auxlio de quantos se dirigem para asfestas do Mundo? Penso de mim para comigo que ser esse um nobre encargo no qual encon-trarei o meu campo de partida para novos conhecimentos e novas realizaes.

Nesse sentido, querida mame Aparecida, continue orando em meu apoio.Devo tanto s preces de casa e s vibraes de amor que o lar me enderea que no va-

cilo em pedir as intercesses, junto nossa Cleusa, para que me fortalea e abrace os meus

novos deveres com alegria.Aqui termino com a idia que no lhes escrevi como desejava e sim como pude.Estou reconhecida compreenso e generosidade com que interpretaram a provao

que me abriu passagem para a vida diferente em que me encontro agora e pelo a Deus os re-compense a todos.

E para a querida mezinha Cida, deixo nestas pginas todo o carinho e toda a gratidoda filha que lhe deve tudo de melhor que traz na prpria alma, sempre a sua filha e compa-nheira de todos os instantes.

Cleide Aparecida Rodrigues de Almeida.


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OLIMAR FEDER AGOSTI

Olimar, uma bela e jovem advogada, faleceu em um acidente de avio nas proximida-des de Fortaleza, no Cear, ao viajar para encontrar-se com seu marido Geraldo. Estavamcasados h apenas trs meses.

O acidente foi fulminante e dos destroos materiais pouco havia que permitisse a identi-ficao das pessoas. Assim, interessante observar o comentrio que Olimar tece a respeitodas flores que lhe foram ofertadas no cemitrio de Fortaleza, onde no havia possibilidade deser identificado o local dos restos mortais. Foi um gesto de carinho que s era do conheci-mento de seus parentes mais prximos.

Estas so palavras de seus pais:Receber esta mensagem de Olimar foi uma das maiores emoes da vida, pois com a

separao da matria de uma filha jovem, inteligente, bonita por dentro e por fora, de formarepentina e brutal, o equilbrio somente foi possvel pela f inabalvel em Deus e pela ajudados amigos iluminados, que nos deram a chance de termos o contato claro, impressionante,autntico, que fortaleceu nossa crena e nos inspirou a confiar que a vida eterna paraquem ama.

Recebemos mais uma prova de que a morte material patente, porm o nosso espritocontinua na trajetria da vida eterna. Passamos a ter mais amor entre ns familiares e se-melhantes, bem como a prtica constante do Evangelho do Lar, e a participao ativa e felizde assistncia social, seguindo a Doutrina Esprita.

Gerson e Olinda Feder

Esclarecimentos sobre o texto da mensagem:Pais: Olinda e Gerson Feder.Esposo: Geraldo Agosti (GE), filho de Helena Agosti.Marieta Strifezzi: av materna nascida a 22 de abril de 1898 e desencarnada a 19 de ju-

lho de 1949.Bruno Cavalcanti Feder: av paterno nascido a 28 de maio de 1900 e desencarnado a 04

de fevereiro de 1956.Francisco Felipe Agosti, av de seu esposo Geraldo, nascido a 22 de setembro de 1892

e desencarnado a 14 de setembro de 1963.

Dirce Casella Monteiro, prima por parte de sua me Olinda, nascida a 12 de julho de1935 e desencarnada a 12 de janeiro de 1976.

Mame Olinda e papai Gerson,Estou ainda sob a impresso difcil de descrever, a impresso dos que passaram pela

ocorrncia de que compartilhei. Ainda assim, estou na condio da filha reconhecida quelhes pede a bno.

Venho trazida, porque, por mim prpria, a iniciativa da visita a que me entrego, seriaquase impraticvel. A vov Marieta considerou, porm, que seria justo enderear-lhes algu-

ma notcia e estou pronta a isso.Mesmo assim, como no poderia deixar de ser, me sinto amparada a fim de articular asminhas palavras escritas.


8Lembro-me perfeitamente de nossa despedida natural antes da decolagem do avio,

tudo alegria e certeza de paz com a promessa do reencontro com o nosso querido Geraldo emfortaleza para que a minha alegria fosse complementada.

A viagem comeou sem novidades que meream meno especial. Alguns passageiros,creio que veteranos nas travessias areas se punham a dormir, tentei fazer o mesmo, no en-tanto, no conseguia perder-me no repouso desejado. Refletia na vida e montava mentalmen-te os meus projetos para a excurso iniciada.

Guardava a idia de que algum velava comigo, sem que eu pudesse identificar qual-quer presena espiritual. Mais tarde que soube que a vov Marieta estava ao meu lado.

Tudo seguia sem sobressaltos, mquina estvel e segurana em tudo. A aeromoa ia evinha de quando em quando, oferecendo brindes para nosso reconforto e irradiando o sorrisocom que parecia desejosa de nos tranqilizar.

Consultei o horrio e pensava na mezinha Helena a esperar-me na alta madrugada,quando o estrondo nos reuniu a todos na mesma idia horrvel. Num relmpago de segundoainda consegui mentaliza-los em companhia do GE, mas o raciocnio desapareceu como por

encanto.Dores no senti. Creio hoje que nas calamidades imprevistas qual aquela em que me vi,

no h tempo para registro de sofrimento pessoal. Se isso aconteceu deve ter sido um pesade-lo que o assombro empalideceu.

Nada mais vi nem ouvi. No sei fazer qualquer comparao para transmitir-lhes essa ouaquela idia do sucedido. Quanto tempo estive largada ao esquecimento de mim ainda igno-ro.

Primeiramente a amnsia me dominou totalmente, em seguida me vi colada a uma apa-tia sem nome. Vi pessoas em derredor de mim, sabia que um leito acolhedor me aguardava,

entretanto, muito vagarosamente passei a interessar-me na busca de minhas prprias recorda-es.Percebia-me visitada por amigos, escutava-lhes os votos de recuperao to rpida

quanto possvel, no entanto falar ainda era algo muito complicado nos mecanismos de relaci-onamento de que dispunha.

Passaram-se dias sobre dias, at que pude interpelar minha querida av que se identifi-cou para minha tranqilidade.

Iniciei os meus contatos e, com espanto, vim a saber que j no mais pertencia ao nossomundo familiar, segundo os vnculos fsicos. Aturdia-me saber que me achava num corpo

absolutamente igual ao meu e a meio custo aceitei a realidade de que o outro, aquele que eudeixara no avio sinistrado, era uma veste que me fizera intil.A transio era violenta demais para que me conformasse sem rebeldia, sentia sim uma

certa mgoa contra a vida, porque efetivamente no poderia dizer contra a morte, j que amorte passara a ser inexistente em meu modo de pensar e sentir.

Dei largas ao meu pranto de angstia, o que minha av Marieta considerou natural. Elano me proibiu qualquer manifestao de tristeza ou desalento, mas me afirmou que seriamuito importante superar a crise com minha fora de vontade, como se naquelas horas a ti-vesse.

Os conselhos e avisos, porm, valiam por medicaes de muito significado para que euconseguisse refazer energias a fim de rev-los e comecei a extrair do ntimo do meu prprioser, a deciso de vencer a mim prpria.


9Reagi com as possibilidades de resistncia que no perdera de todo e transferi-me da

amargura para a esperana. Era preciso ajustar-me s leis de Deus que so as Leis da Vida,compreender que os meus anseios de moa deviam ceder lugar a um entendimento melhor, egradativamente consegui entrar no conhecimento de outros amigos, todos eles familiaresqueridos que me estimulavam renovao. Av Francisco, a nossa querida Dirce, o avBruno e tantos coraes devotados como que me emprestavam novas foras ao meu crebroa fim de que eu conseguisse pensar por mim mesma, e pude visit-los pela primeira vez.Reunimos as nossas lgrimas sem que assinalassem a minha presena e reconheci que se mefazia necessrio o reerguimento de modo a ser-lhes til.

Tomei conhecimento de quanto haviam feito em meu auxlio e agradeo as preces e osatos de religio, os anseios de me tocarem inutilmente, as ltimas lembranas e as flores queme ofertaram, desconhecendo de que maneira as colocariam ao meu dispor.

Acontece, pais queridos, que eu no mais precisava de espao terrestre para receber to-das essas lembranas do corao, pois acolhi todos os gestos de amor que me dedicaram, pordentro de mim, qual se trouxesse comigo um im desconhecido que os atraia.

A dor da mame e o sofrimento do meu pai, como o pesar de nosso Geraldo e de todosos entes queridos, me pesaram na alma de inexplicvel maneira e aqui estou a fim de rogar-lhes a conformao que os amigos daqui solicitaram de mim.

Agradeo mezinha Helena os cuidados comigo e para com o filho querido com quemsonhvamos todos num futuro feliz. Nosso querido Geraldo ser fortalecido e sobreviver,como justo, ao desastre que no nos tornou diferentes e sim nos obriga a pensar no amorem outro nvel.

Mezinha Olinda, reconforte-o para mim e diga-lhe do meu afeto que prossegue inalte-rvel, e fale a ele de minha vontade sincera de v-lo forte e reanimado para a existncia,

quanto possvel.Outros dias surgiro e novos ideais brilharo conosco. O nosso lar de trs meses foi umsonho na Terra, mas se nos far luz para uma reunio maior na espiritualidade. Com a bnode Deus ele viver e ser feliz. Espero conquistar foras novas a fim de resguard-lo contra odesnimo e contra a tristeza que, em verdade, no servem a ningum.

Que os nossos coraes se unam nas esperanas diferentes em que a imortalidade nosrevele a perenidade do amor e da comunho espiritual para sempre.

Queridos pais, ainda no estou assim to forte para prosseguir, reconhecendo emboraque me estendi, talvez demasiado, no relatrio de minhas informaes de carter familiar.

Desejo que me saibam viva, mais viva do que nunca, a fim de continuarmos em nossas reali-zaes para frente.Querido papai Gerson, preciso viver e esperar.Mamezinha Olinda, sigamos adiante recordando que h muita gente esperando por ns

e por nossos abraos.A vov Marieta se lhes faz lembrada com um abrao e desejando fortemente imprimir-

lhes nos sentimentos a certeza de que a morte no existe. Com muito carinho ao Geraldo,despede-se por hoje com muitos beijos de saudade e de esperana a filha do corao, que an-seia continuar sendo para os dois a criana que no cresceu e que os ama, cada vez mais.

Sempre a filha agradecida, Olimar Feder Agosti.


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ROSANGELA MARIA SONVESSO

Rosangela aos 22 anos estava fazendo ps-graduao em Matemtica na Universidadede So Paulo (USP) e preparava-se j para o doutoramento, enquanto exercia o cargo de pro-fessora de matemtica em escola secundria.

Alguns meses antes de seu falecimento, devido a um aneurisma cerebral, Rosangela fi-zera a sua me um pedido: se algum dia ela partisse, que entregasse uma jia recebida como

presente de seu namorado Joel, para que ele a desse a sua filha, que algum dia haver de nas-cer.

Este fato era apenas do conhecimento de sua me, dona Maria Helena e mencionadonesta correspondncia inter-planos de existncia.

Dias antes do desencarne, comentou que, quando morresse, gostaria de receber floresdo campo para enfeit-la. E ela refere-se em agradecimento a isto, pois seus pais fizeram seugosto.

Eles, aps o recebimento desta primeira mensagem, ora publicada (j enviou mais seis),tornaram-se espritas e passaram a trabalhar com maior fora a benefcio do prximo.

Estas so as palavras de sua me Maria Helena:Agradeo a Jesus, e peo a ele pelo nosso querido Francisco Cndido Xavier, pois foi

atravs de sua bendita psicografia que pudemos reencontrar nossa Rosangela e assim criarnovas foras para viver.

Jesus o abenoe sempre.

Maria Helena de Jesus Sonvesso

Esclarecimentos sobre o texto da mensagem:Pais: Maria Helena de Jesus Sonvesso e Divino Santo Sonvesso.Irmo: Carlos Roberto Sonvesso.Tia Oneida, por parte do pai de Rosangela, e me de Joo Carlos.Juliana Maria de Jesus, bisav materna, desencarnada a 09 de julho de 1968.ngela Galli Sonvesso, bisav paterna, desencarnada a 08 de fevereiro de 1956.

Me,Abenoa-me. Sinto conosco a presena espiritual de meu pai, o papai Divino, que esti-

maria acompanhar-nos. Refiro-me a isso, porque no desejo possa ele se julgar esquecido.Um ano transcorreu. Num momento qual este em que a vejo de mais perto, como que serearticulam na memria todas as impresses do corpo, a desmoronar-se por falta de comandomental.

Alis, para ns ambas, aquela queda sbita de foras no foi novidade. Tudo estavaconfirmado em meus pressentimentos. Passei por vrios sonhos, que mais se me afiguravamreencontros. Parentes queridos a me falarem da volta, amigos que me prediziam o despertarem nossa vida verdadeira.

Instantes surgiram em que parecia ainda sob a impresso de algum desequilbrio, to n-

tidas se me faziam as lembranas de quanto via e ouvia distncia do meu prprio corpo f-sico.


11Quando me vi sem energias para sustentar a mim prpria, no dia 19, compreendi sem

a possibilidade de transmitir aos meus apontamentos que me abreviavam da fase terminal daexistncia breve.

Lembro-me que me conduziram ao hospital, de modo a verificar que providncias seri-am cabveis para as melhoras positivas que me desejavam, e escutava-lhes as palavras refe-rindo-se violncia do meu problema orgnico. O desejo de me expressar era muito grande,mas no mais dispunha do controle da palavra e a nica porta que me restava para a sada demim mesma era a orao, a que me agarrei no silncio, cortado pelos rudos da enfermagemno tratamento de sustentao.

Mame querida, se no lhe foi fcil a despedida de sua criana que era eu mesma, aosvinte e dois janeiros de idade, para mim a separao foi uma cirurgia cruel. No corpo noregistrava qualquer dor, no entanto, por dentro de mim, palpitava o anseio de dialogar com osmeus, sem a mnima chance para isso. No sabia o que fosse noite ou dia, porque tudo per-manecia obscuro minha viso. Achava-me sob espessa neblina que me oferecia ensejo deintercmbio com aqueles que mais amo.

Na manh de 21 de agosto passado, notei que a nuvem que me cobria de todo se abrianum lance estreito e, por semelhante abertura, via a face da vov Juliana, que me acenava,com carinho. Assinalei uma alegria profunda no corao, porque no me sentia to s, na-quele estado avanado de quase libertao do veculo fsico e, depois de muitas tentativas

para o intercmbio com a vov Juliana, observei que me deslocava no leito, tornando-memais leve... Ouvia as vozes discretas, as consideraes aflitivas do papai e roguei a Jesus nosconsolasse a todos, porque a minha hora havia chegado.

Benditos momentos! Revi todos os episdios de minha curta existncia e lamentei nome fosse concedido mais tempo para continuar ao lado da famlia...

Entre preces e divagaes, esperava, esperava...At que vov Juliana se me fez mais intensamente visvel e me comunicou carinhosa-mente:

Minha querida Rosa, agora voc vai para outro jardim. Um jardim de bnos em quemuitas afeies nos aguardam.

Pensamentos a me turbilhonarem no crebro cansado, ainda formulei negativas:Bisa querida, mentalizei, pea por favor a Jesus para que eu fique ainda... Minha

me, o pai, Carlos Roberto me esperam, a senhora que foi sempre maravilhosa, rogue ao Se-nhor me conceda mais tempo...

A benfeitoria querida tomou a palavra, explicando-me: Rosa, tudo estaria bem se vocretornasse sade, mas compreenda... A ruptura de vasos importantes j se verificou... Filhaquerida, no se recuse aceitao da lei de Deus. Pense. Voc j est em orao fora de seu

prprio crebro... No pea o impossvel, e atendamos certeza de que Deus nos oferecesempre o melhor!

Ento, me querida, chorei e me rendi quele sono pesado com que me acomodei semquerer.

Observando-me partida em meus prprios sentimentos, ouvia o seu choro discreto e osgemidos do papai, no pranto que lhe corria dos olhos. Experimentava o aroma das flores que

me cobriam e descansava... Estava ali e no estava. Era eu mesma a marcar as impressesderradeiras na experincia fsica, no entanto, reconhecia-me hesitante, estranha e fora demim...


12No entendia da morte, mas depois vim a saber que vnculos invisveis ainda me ata-

vam ao corpo inerte e registrava, sem querer, aquele entardecer da mente no qual eu no sa-bia o que fosse dia ou noite, sombra ou luz. Por mim, o que me pareceu sono pesado se fezmais pesado ainda e perdi-me num silncio total.

O despertamento veio, ao lado da querida benfeitora que me orienta o desligamento.No foi sem surpresa para no dizer assombro que me conscientizei da desencarnao.

No precisei de muitas explicaes, porque a bondade de Deus me dera dois dias importantespara meditar... ali no clima do hospital fizeram um curso rpido de transformao espiritual.Achava-me entre dois mundos diferentes, aquele que me fora familiar e o outro em que mecabia entrar sob outra forma.

O que choramos na intimidade, j sabemos, porque me via unida s suas aflies e oseu corao me percebia as saudades imensas. A dor do papai e do irmo querido repercutiadentro de mim, no entanto a querida bisa Juliana me tutelou inteiramente, recolhendo emmeu benefcio o comando de outros amigos. A querida nona Sonvesso me estendeu o cora-o e sua filha vai recuperando a espiritualidade em que preciso agora viver.

Me, agradeo-lhe tudo o que fez por mim, sou grata ao seu gesto, restituindo ao esti-mvel Joel o presente valioso que, pelo valor, no deveramos conservar conosco. E quanto

possvel, agradeo quando semelhante reconforto se me faz concedido, todas as atenes queele me deu.

Agradeo, mame as suas flores. Perdoe-me se eu desejava as do campo. Imaginando-me no longe da partida, queria aqueles que houvessem nascido naturalmente na terra, cujoseio se abriria tambm para mim. Querida me, encontrei no mundo em sua presena, a mi-nha melhor companheira. Recebe meu reconhecimento com meu pai pelas oraes que meofereceram.

Recebi todos os ofcios da f religiosa com venerao e alegria. Todas essas bnosme confortaram e por isso, aqui me vejo com a nossa benfeitora afim de lhes agradecer portudo o que recebi. Deus os recompense. Ao querido irmo o meu abrao de carinho, esperan-do possa ele se realizar nos melhores empreendimentos na vida.

A tia Oneida no est sem proteo. Muitos amigos e parentes nossos esto auxiliandoao querido Joo Carlos.

Me, aqui estar o ponto final. No posso delongar-me porque a emoo que me vem cabea e as recordaes carregadas de saudades so muitas e muito densas as imagens que seformam por dentro de mim e por isso reno-a com o papai e com o irmo querido no meu

carinho e no meu reconhecimento.Me querida, guarde os muitos beijos de sua filha, sempre sua filha e companheira detodos os dias, sempre a sua

Rosngela Maria Sonvesso.


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VALDIR DE VICENTE

Valdir, aos 25 anos, era desenhista profissional. A caminho da Baixada Santista, sofreusrio acidente automobilstico, chegando ao final desta sua jornada no plano terrestre.

O choque foi terrvel para os seus mas o reconforto veio com a primeira mensagem, re-cebida um ano e quatro meses depois de sua passagem. Mais quatro j foram enviadas e ora

publicamos a primeira.Para sua me, dona Tereza, receber esta comunicao foi a melhor coisa que aconteceu

depois do desencarne de Valdir. Ela sentiu que teria como que uma continuao de vida, po-dendo saber de tudo que se passava com ele.

Tornaram-se espritas, comeando a colaborar na assistncia ao prximo, e este trabalhotem ajudado muito a eles.

Estas so as palavras de sua me:Gostaria de pedir a todas as mezinhas que passam por este transe doloroso que se

confortem na certeza de que os filhos continuam realmente vivos, nos auxiliando e nos in-centivando no trabalho ao prximo.

As mensagens recebidas pelo querido Chico Xavier foram o melhor conforto para omeu corao de me e dos familiares.

Tereza de Vicente

Esclarecimentos sobre o texto da mensagem:Pais: Tereza e Janurio De Vicente.Irmos: Wagner, Carlos Alberto (Beto), Jos Roberto (Duda),e Terezinha (Zinha)Reginaldo De Vicente sobrinho de Regi.

Tereza Maia tia j desencarnada e av Maria Josefa, por parte de me, tambm desen-carnada.

Maurcio Falco o amigo que estava no mesmo automvel por ocasio do acidente,tendo falecido com Valdir.

Querida Mame Tereza,Abenoe-me com sua bondade de sempre.Parece incrvel mas estou aqui, plenamente recuperado, apenas com a realidade nova

numa vida diferente, dentro da qual somos os mesmos, com idias mais claras quanto vida.

Tudo passou, eu entretanto guardo comigo um arrependimento de no lhe haver ditoque desceramos ao litoral para combinar uma festinha de Ano Novo. Imaginei que o retornoseria rpido, s por isso, no por outros motivos, que no me expliquei como precisava.

Sei porm que o seu carinho e a compreenso do papai Janurio me perdoam. Pelo quetenho de pesar pelo fato que exponho, peo-lhes esquecerem que no disse toda a verdade,

porque no cultivava o hbito de mentir. Acontece que o Luiz nos recomendava cautela paraseguirmos mais livres, sem acompanhamento de pessoas que pudessem talvez retardar-nos avolta. Mal sabamos que a estrada nos imporia surpresas.

Quem desce habitualmente aceita a sugesto de velocidade maior e o problema se agra-

vou quando nos vimos frente um caminho pesado que fazia fora para evitar a banguela.Impossvel evitar o choque, nada sei daquele momento difcil, como se uma pancadas nos anulasse a cabea. Quis gritar pelo Mauricio e pelo Luiz, mas a voz no saa da gar-


14ganta, minhas energias esmoreciam devagar, ao modo de uma lmpada que se apaga len-tamente sem possibilidade de reavivar, num pesadelo a prender-me qual se me visse no fun-do de um grande poo. No sei como se improvisou esse quadro na mente conturbada.

Tive a idia de que a pancada sofrida houvesse me atirado para aquele recanto escuro.Vendo muito acima de mim a abertura para a sada como quem enxerga do bojo de um tnela luz brilhante l fora. Onde a coragem para subir? Nada sabia do que estava acontecendo, os

pensamentos se entrechocavam em meu crebro, at que dormi.Ignoro at hoje como me retiraram desse estranho lugar.Quanto tempo estive entregue inconscincia, ainda no sei dizer, at que despertei. O

ambiente era novo, tudo mudado, notei pessoas rondando o leito. Espantado por me ver dis-tncia de casa quando estava acordado, naturalmente indaguei em voz alta sob a minha novasituao. As duas senhoras se aproximaram, e identificando-se com carinho, disseram-meque eram ambas a tia Tereza e av Maria. Registrei um abalo, porque observei de pronto queeram pessoas j fora do nosso grupo familiar, em vista das despedidas pela morte de quemconservava conhecimentos. Lutei muito para aceitar o desafio com que me via defrontado.

No conseguia admitir que estivesse destitudo de meu corpo fsico, embora a batida nocaminho se mantivesse, de modo vago, em meu pensamento. Creio que minhas queridas

protetoras encontraram muitos entraves para me convencerem.Depois de alguns dias conduziram-me nossa casa e confirmei quanto me afirmaram

porque vi meus familiares queridos sem que me vissem. Pertencia agora a novo mundo dematria mais leve e intil, porque tentasse eu levantar uma xcara ou acionar algum boto

para eletricidade e tudo me parecia pesado, to pesado que os elementos no me obedeciam.Pude v-la mirando um retrato meu, pensativa e chorosa, vi meu pai abatido incapaz de

me assinalar o abrao de filho que sempre o amou tanto, andei vontade sob a tutela da tia

Tereza. Reencontrei o Wagner, o Beto, o Duda e a Zinha e cumprimentei-os com emoo dequem chega de longa viagem, mas nenhum dos irmos me registrou a presena.Busquei o nosso Reginaldo e lutei com todo o meu poder mental para fazer-me visto

por ele, mas reconhecendo que todo meu esforo era em vo nesse sentido, pedi o retorno casa, mas de nosso pouso domstico, era preciso seguir a tia querida. Desde ento vou fazen-do o meu curso de adaptao; conformado no estou, no entanto j aceito a interpretao dosamigos daqui.

Trouxeram-me o Maurcio para um abrao, mas o colega sentenciou que necessitva-mos de muita serenidade para sermos tratados com naturalidade no campo novo de vida. As-

sim , mezinha, que seu filho vai conseguindo esquecer o desapontamento sofrido afim deabraar uma vida nova. Peo-lhe dizer ao papai e aos irmos que vou bem, com muita prote-o mas bastante envergonhado ainda pela nossa impercia, atropelando um caminho-elefante pela traseira, uma aventura de no acreditar.

O Luiz se descartou muito bem da jogada difcil ou foi retirado por amigos e protetoresque no conheo, para continuar trabalhando a mesmo. Me, ele fez o mximo, o freio noconseguiria evitar a derrocada, alis, aceito os ensinamentos que nos ministram aqui, de mo-do a receber os acontecimentos como so.

Estimaria que o nosso Regi voltasse a ser o mesmo, um menino forte e tranqilo. Espe-

ro que ele no deixe de comparecer em nossa casa onde continua sendo, no s o carinho,mas tambm o companheiro inseparvel de nossa vida. No desejo que nosso Reginaldo criequalquer processo de medo no corao.


15Ele precisa viver distncia de receios negativos. Afinal, carros se entrechocam todos

os dias em qualquer lugar, e onde estou agora com o auxlio dos mensageiros do Bem, vouconseguir aproximar-me dele, para fazermos juntos nobres tarefas do amor ao prximo. Issono ser para j, mas logo o veja em condies de me auxiliar estaremos unidos um ao outro,

para continuarmos trabalhando para o bem, conforme sempre foi o nosso ideal.Mezinha, isso a. No estamos sendo causas de tristezas e desanimo para ningum.

Pode dizer em meu nome ao papai e ao Wagner que estou me habilitando para o trabalho no-vo, o tempo sobre a minha volta ainda curto mas o meu desejo de trabalhar grande de-mais. Rogo com seu carinho e a todos meus entes amados continuarem trabalhando sob a tu-tela da coragem e da pacincia, diante dos entraves que a vida por ventura nos oferea. Mui-tos sofrem, era impossvel continuar a nossa casa sem provaes e sem problemas; sigamosadiante. Dizem que os mortos so apenas saudades que ficam, mas desejo provar que a genteconsegue auxiliar famlia, aos amigos, com esforo e boa vontade, e procurarei mobilizaressas foras para servir.

Rogo-lhe desmanchar o ambiente de amargura que ainda pesa em nossa casa e se ainda

tiverem objetos que me pertencem em casa, distribua-os por favor, com os meninos que se-jam capazes de aproveita-los.

Acidente no doena, e quem volta nas condies de meu regresso vida espiritualentrega o que tem, longe de pensar em escrpulos negativos. Mezinha, sei que o papai estdoente e mais calado do que de costume, pela a ele pacincia e continuaremos a cultivar onosso jardim de imenso valor espiritual, o jardim de paz e unio feliz em que sempre vive-mos.

Um abrao forte em nosso Reginaldo, com saudades a todos.E para o seu corao maternal, aqui fica o corao inteirinho de seu filho.

Valdir de Vicente


16

JOO VACCARINETO

Joo, cujo nome uma homenagem a seu av, que tambm nascera na noite das festas aSo Joo, desde os quatorze anos comeou a participar das atividades da empresa de seu pai.

Inteligente e aplicado, foi chamado na primeira lista dos exames vestibulares nas Facul-dades Metropolitanas Unidas, Faculdade de Guarulhos e Universidade Mackenzie.

Cedo entrou em contato com a natureza e os esportes. Gostava principalmente de nadar,esquiar, praticava pesca-submarina e tinha brev de piloto privado. Mas o motociclismo erasua maior paixo.

Ao preparar-se para um festival em So Jos dos Campos, S.P., no dia 07 de maio de1983, aps os treinos, Joo resolveu dar mais uma volta pelo percurso. Ao passar por um pe-queno obstculo, caiu ao cho; o capacete pressionou sua cabea. Uma semana depois desen-carnava.

Estas so as palavras de Sr Amrico, seu pai:Desde criana, Joo foi meu brao direito no trabalho, na ajuda assistencial ao pr-

ximo e nunca media hora, distncia, para tal. Sua mensagem vem reforar tudo isso quesempre foi norma crist em seu lar.

Ele vive intensamente. um esprito de luz sem drama de conscincia. Aprende, traba-lha, irradia amor, f, esperana sob as benes de Jesus. Tem liberdade em suas aes edisciplina.

Sua mensagem foi e para ns o farol bendito que guia nossa nave no mar revolto des-ta vida, para um porto seguro que se chama: Jesus. E o nosso querido Chico Xavier est

sempre ali, atento, zeloso, horas, dias, meses, anos, no Farol como guardio de Jesus, paraque a luz no se apague nunca para outras embarcaes desesperadas no mar revolto desta

vida.Amrico Vaccari

Esclarecimentos sobre o texto da mensagem:Pais: Julieta Benvenuti Vaccari e Amrico Vaccari.Irm: Ivete Vaccari Menegazzi.Cunhado: Roberto Serafim Maciel Menegazzi.Sobrinha: Karina Vaccari Menegazzi.Bisav materna: Jlia Baroni, desencarnada em 1955.

Tio-av materno: Joo Benventuri, desencarnado em 1975.A casa do Ideal a que Joo se refere o Grupo de Ideal Esprita Antonio Nunes, quetem como um de seus membros Orlando Moreno.

Querida mezinha Julieta e querido papai Amrico,Abenoe-me. Entendo o nosso processo de carncia afetiva.A saudade nunca trabalha de um lado s no campo da vida e aquela minha aventura em

nosso treinamento para o moto-cross no me transformou os sentimentos.Creiam que para mim difcil no me fazer piegas, feio de um menino choro, para

afirmar-lhes a extenso de meu afeto, mas preciso bancar o duro e seguir adiante.


17Julgo que basta a minha confisso de saudades para que me reconheam no desejo de

aceitar e renovar-me em tudo quanto possa ser til aos que mais amo e aos nossos irmosoutros da humanidade.

Sempre busquei identificar-me com a necessidade de renovao e progresso e se a motono conseguiu me auxiliar mais do que me auxiliava, isso naturalmente se deve s Leis deDeus que, em meu ponto de vista, de quando em quando nos oferece a prova de separao, afim de saber em que graduao se encontra a nossa aparncia de servir e de amar.

O tio Joo Benvenutti me aprecia com muitas elucidaes a respeito da vida na Terra eno Plano Espiritual, e com a sempre querida vov Julia encontro uma espcie xerox da nossacasa feliz.

Mezinha Julieta, peo-lhe dizer Ivete que no a esqueci, nem ao cunhado Roberto enem minha sobrinha Karina que conservo por tesouros de meu corao.

s vezes, abstendo-nos de registrar os nomes das pessoas queridas, damos a idia deesprito desmemoriado, quando no assim, que o nmero dos familiares e colaterais toextenso que ns registramos a condensar na palavra nossos todos aqueles que nos povoam

as melhores recordaes.Tenho feito o possvel para acompanhar os queridos pais nas reunies de estudos na ca-

sa do Ideal onde a amizade de nosso companheiro Orlando Moreno se fez to precisa parans, confesso-lhes que tenho assimilado as lies conjugando-as com os apontamentos do tioJoo e tenho a idia, sem pretenso, de que estou progredindo um tanto no mnimo, no m-ximo que devo aprender.

Tenho igualmente os meus amigos de nossos campeonatos de corridas em moto segurase estilizadas e no posso deixar de servi-los ainda que seja em migalhas de colaborao.

Mezinha Julieta, no me sinta ausente.

Acontece que a amizade, para ser o sentimento que deve ser, precisa fazer as melhorescontas de diviso e enquanto sempre mais amor aos pais queridos e aos queridos irmos Ivetee Roberto, multiplicando os meus votos pelo bem estar de todos os meus, e tentando subtrairquando possvel as minhas imperfeies de rapaz, a caminho da maturidade espiritual, cabe-me a obrigao de dividir os meus pequeninos prstimos com os meus companheiros que fi-caram.

Penso haver explicado porque no escrevo famlia to freqentemente como desejo,mas em esprito e corao estou sempre ligado mezinha Julieta e ao papai Amrico, esco-rando-me nos exemplos de trabalho com que me enriquecem a vida.

Queridos pais, o tio Joo diz que j fui to preciso quanto me seria possvel e aqui ter-mino com o ponto final desejando ser letra de comeo.No posso, porm abusar dos nossos anfitries e rogo-lhes receber com a Ivete, com o

Roberto e com a Karina, o mesmo carinho repleto de saudades, do filho, irmo e tio que lhesoferece o prprio corao.

Joo Vaccari Neto

chico xavier - livro 290 - ano 1987 - esperanca e alegria

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