chiavenato_introdução a moderna gestão de pessoas

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Gestão de Pessoas I D AI .B E R T O CHIAVENATO ELSEVIER ~ DICAS UNCA HOUVE COISA IGUAL. O MUNDO e st á m ud an do c om u ma r ap id ez i nc rí ve l. E c om i n- t en si da de cada vez maior. A mudança s em pr e exi s- t iu n a h is tó ri a d a h u ma ni da de , mas não com o volu- m e, r ap id ez e i mp ac to c om q ue o co rr e h oj e. V ár io s f at or es contribuem para isso : as mudanças econô- micas, tecnológicas, sociais, culturais, legais, políti- cas, demográficas e ecológicas que atuam de manei- r a c on ju ga da e sistêmica, em um campo d in âm ic o de forças que produz resultados i ni magi náveis , tra- zendo i mprevi si bi li dade e i ncer teza para as organi- zações. Den tro de sse c ont ex to, uma das áreas emp re- sariais que mais sofre mudanças é a área de recursos humanos ( RH ) . Asmudanças são tantas e tamanhas que até o nome da área está mudando. E m mu ita s organizações, a denominação adm inis tr ação de re- c ur so s H um an os ( AR H) est á s endo s ubst it uí da p or termos como gestão de talentos humanos, gestão de p ar ce ir os o u d e c ol ab or ad or es , g es tã o d o c ap it al humano, adm inis tr ação do capital intelectual e até Gestão de Pessoas ou Gestão com Pessoas. Diferen- tes nomes para representar um novo espaço e confi- guração da área. Apenas para facilitar nossa exposi- ç ão , m an te re mo s a t ra di ci on al d en om in aç ão R H. Nes ta p ri me ir a p art e, t er em os a o por tu nid ade de abordar asmudanças que estão ocorrendo nas orga- nizações bem-sucedidas e nas suas áreas de RH. O objetivo principal desta primeira parte é intro- duzir o leitor no campo da moderna adm inis tr ação relacionada com as pessoas. De uma maneira geral, esta parte introdutória discute o moderno conceito de gestão com e através d as pe sso as e s ua s v ári as abordagens desenvolvidas nas últimas décadas. Ê que a história da Gestão de Pessoas é relativamente r ec en te . N a v er da de , t ud o c om eç ou com a R evol u- ç ão I nd us tr ia l e veio desaguar em nossos dias com - O t e rm o RH o u G e s tã o d e P e ss o as l l od e assumir três significados diféren~Íls . 1. RHcomo função oudepartamento. Aqui RHéa unidade operacional que funciona como órgão de stett, isto é,como elemento prestador deser- viços nas áreas de recrutamento, seleção, trei - namento,remuneração,comunicação ; higiene e segurança do trabalho, benefícios etc. 2. RHcomo um conjunto depráticas de recursos humanos. Aqui RHrefere-se ao modo como a orgarllzação opera suas atividades de recruta- mento, seleção, treinamento, remuneração, be- nefícios, comunicação, higiene e segurança do trabalho. 3. RHcomo profissão. Aqui RHrefere-se aos pro- fissionais que trabalham em tempo integral em papéis diretamente relacionados com recursos humanos, a saber: selecionadores, treinadores, administradores de salários e benefícios, enge- nheiros desegurança, médicos dotrabalho etc. o termo Gestão de Pessoas ou RHserá utilizado neste livro com os três significàdosai:irn~, réf~rin' , ,-;. , "«.:,, , .: - \\., - " >' - - do-se a funções, práticas ou . pr.?fiêêi?~~.i~ . ou atado; esses ~igriifiCàdà;. "'.' . ri~sreierire';'os à G estão de ." as maísnovas postur áse con fo rça t ota l. Ver emo s a s c on cep çõ es d a Ges tã o d e Pessoas ao longo dos tempos e oscontornos q ue e la está assumindo na virada do milênio. Discutiremos a s c ar ac te rí st ic as da Gestão de Pessoas em um am- biente competitivo e dinâmico que caracteriza a Era da Informação. Final ment e, abordaremos o plane- j am ento est ratégi co de Gestão de Pessoas e o seu pa- pel na moderna estratégia empresarial. 5 CAPíTULO , t ,\ .v-r;·" INT:RDÍJUç i o ' ~ M ~ Q r lJ ~ i GES T ÃO \ \ nE :' PESSÕÀS ~;\ "' f> A pó s e st ud ar e st e c ap ít ul o, v oc ê d ev er á e st ar c ap ac it ad o p ar a : D ef in ir a G es tã o d e P es so as e s ua s c ar ac te rí st ic as f un da me nt ai s . De scre ve r o con te xt o no qual funciona a G estã o d e P esso as. C om pr ee nd er o s p ro ce ss os de Gestão de Pessoas. En te nd er o s o bj et ivos d a mod er na G estã o d e P esso as. A va li ar o que asempresas b em -s uc ed id as e st ão f azen do . O Co nt ero d a G estã o d e P esso as C on ce it o de Gestão d e P es so as O bj et iv os da Gestão d e P es so as O s P ro ce ss os de Gestão d e P es so as A E st ru tu ra d o Ó rgã o d e G estã o d e P esso as AR H c om o Re sp onsab il id ade de Linha e FunçãO de Staff XEROX I PSICOLOGIA Prof.: :rr1~ A # : .. M . Quant. Originais: 3:: ; Ano: O J . r v --- - - --__- - -

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5/9/2018 CHIAVENATO_Introdução a moderna gestão de pessoas - slidepdf.com

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Gestão de Pessoas • I D AI .B E R T O C H IA V E N A TO ELSEVIER

~ D IC A SUNCA HOUVE COISA IGUAL. O MUNDO

está mudando com uma rapidez incrível. E com in-

tensidade cada vez maior . A mudança sempre exis-

t iu na his tória dahumanidade, mas não com o volu-

me, rapidez e impacto com que ocorre hoje. Vár ios

fatores contribuem para isso: as mudanças econô-

micas, tecnológicas, sociais, culturais, legais, políti-

cas, demográficas e ecológicas que atuam de manei-

ra conjugada e s is têmica, em um campo dinâmico

de forças que produz resultados inimagináveis, tra-

zendo imprevisibilidade e incerteza para as organi-

zações.

Den tro de sse cont ex to, uma das á reas empre-

sariais que mais sofre mudanças é a área de recursos

humanos (RH). Asmudanças são tantas e tamanhas

que a té o nome da á rea e st á mudando. Em muita s

organizações, a denominação administração de re-

cursos Humanos (ARH) está sendo subst ituída por

termos como gestão de talentos humanos, gestão de

parceiros ou de colaboradores , ges tão do capital

humano, administração do capital intelectual e até

Gestão de Pessoas ou Gestão com Pessoas. Diferen-tes nomes para representar um novo espaço e confi-

guração da área. Apenas para facilitar nossa exposi-

ção, manteremos a t radicional denominação RH.

Nes ta p rime ir a part e, t er emos a opor tunidade de

abordar asmudanças que estão ocorrendo nas orga-

nizações bem-sucedidas e nas suas áreas de RH.

O objetivo principal desta primeira parte é intro-

duzir o leitor no campo da moderna administração

relacionada com as pessoas. De uma maneira geral,

esta parte introdutória discute o moderno conceito

de ges tão com e at ravés das pe ssoas e sua s vári as

abordagens desenvolvidas nas últimas décadas. Êque a história da Gestão de Pessoas é relativamente

recente . Na verdade, tudo começou com a Revolu-

ção Industr ia l e veio desaguar em nossos dias com

" -

O t e rm o R H o u G e s tã o d e P e ss o as llod ea s s u m ir t r ês s i gn i fi c ad o s d i fé r e n~ Í ls .1. RHcomo função oudepartamento. Aqui RHéa

unidade operacional que funciona como órgão

de stett, isto é,como elemento prestador deser-

viços nas áreas de recrutamento, seleção, trei-namento, remuneração, comunicação; higiene

e segurança do trabalho, benefícios etc.

2 . R H co mo u m con ju nt o d e p r át icas d e r ecur so s

humanos. Aqui RHrefere-se ao modo como a

orgarllzação opera suas atividades de recruta-

mento, seleção, treinamento, remuneração, be-

nefícios, comunicação, higiene e segurança do

trabalho.

3. RHcomo profissão. Aqui RHrefere-se aos pro-

f issionais que trabalham em tempo integral em

papéis diretamente relacionados com recursos

humanos, a saber: selecionadores, treinadores,

administradores de salários e benefícios, enge-

nheiros desegurança, médicos dotrabalho etc.

o termo Gestão de Pessoas ou RHserá uti lizado

neste livro com os três significàdosai:irn~, réf~rin', ,-;. , "«.:,, , .: - \\., - " >' - -

do-se a funções, práticas ou. pr.?fiêêi?~~.i~ .ou atado; esses ~igriifiCàdà;. "'.' .

ri~sreierire';'os à G estão de

." a s maísnovas posturáse con

fo rça t ota l. Ver emos a s concepções da Ges tão de

Pessoas ao longo dos tempos e oscontornos que ela

está assumindo na virada do milênio. Discutiremos

as caracterí st icas da Gestão de Pessoas em um am-

biente competitivo e dinâmico que caracteriza a Era

da Informação. Finalmente, abordaremos o plane-

jamento estratégico de Gestão de Pessoas e o seu pa-

pel na moderna estratégia empresarial.

5

CAPíTULO ,t,\ .v - r ; · "

I N T : R D Í J U ç io '~ M ~Q rlJ ~ iG E S T Ã O \ \ n E :' P E S S Õ À S ~ ; \ " ' f >

Após estudar este capítulo, você deverá estar capacitado para:

• Def in ir a Gestão de Pessoas e suas característ icas fundamentais.

• Desc reve r o con text o no qua l f unci ona a Ges tão de Pessoas .

• Compreender os processos de Gestão de Pessoas.

• En tender os obj et ivos da moder na Ges tão de Pessoas .• A va li ar o que asempresas bem-suced idas est ão f azendo .

• O Cont ero da Ges tão de Pessoas

• Conce ito de Gestão de Pessoas

• Objet ivos da Gestão de Pessoas

• Os Processos de Gestão de Pessoas

• A Est ru tu ra do Ó rgão de Ges tão de Pessoas

• ARH como Responsab il id ade de Li nha e FunçãO de Staff

XEROX I PSICOLOGIAProf.: :rr1~ A # : . . M .Quant. Originais: 3 : : ;Ano: O J . r v

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4 Gestão de Pe ssuas • IDALBERTOHIAVENATO E L S E V IE R

o DRH DA BRASIL COSMOPOLITA

• C A S O I N T R O D U T Ó R I O

Como diretora de Recursos Humanos da Companhia

Brasil Cosmopolita S/A, Márcia Guerreiro tinha pela

frente um importante desafio: transformar o Departa-

mento de Recursos Humanos (DRH),um órgão tradi-

cional, burocrático e operacionaJ em um componenteestratégico da empresa. Para tanto, eranecessár io to-

mar três providências iniciais: focalizar o DRH no ne-

gócio da empresa, reforçar as atividades estratégicas

e essencia is e alienar algumas de suas atividades bu-

rocráticas e .operacionais, como processamento da

folha d e pagamento, controle de ponto do pessoal,

medidas disciplinares, segurança industrial e refeitó-

rios. Essas atividades deveriam ser terceirizadas para

que pudessem ser operacionalizadas por outras em-

presa';' especlalízadas que a~ íizessem melhor e mais

barato do que o DRH.Tratava-se de localizar no mer-

cado empresas que garantissem menor custo e me-

lhor qualidade nesses serviços subsidiários.

A idéia básica era enxugar o DRH para torná-Iomais ágil e flexível a fim de concentrar-se no essenci-

al: lidar com assuntos estratégicos relacionados com

pessoas. Com isso, o DRH descentralizaria operações

e centralizaria controles de resultados. Márcia convo-

cou todos os f uncionários do seu departamento para

trocar idéias, defini r objetivos e desenhar projetos

para atingir tais objetivos. Ela queria que todos partici-

passem ativamente nessa transformação. O que você

faria se estivesse no lugar de Márcia? ti'!

Quando as organizações são bem-sucedidas, elas

tendem a crescer ou, no mínimo, a. sobreviver. O

crescimento acarr et a maior c omplexidade dos re-

cursos necessários às suas operações, com o aumen-to de capital, incremento de tecnologia, atividades

de apoio etc. E, de lambuja, provoca o aumento do

número de pessoas, bem como a necessidade de in-

tensificar a aplicação de seus conhecimentos, habili-

dades e destrezas indispensáveis à manutenção e

competitividade do neg6cio. Com t udo isto se asse-

gura que os recursos materiais, financ ei ro s e tecno-

16gicos sejam uti lizados com eficiência e e ficácia. E

aspessoas passam a significar o diferencial competi-

tivo que mantém e promove o sucesso organizacio-

nal: elas passam a constituir a competência básica

da organização, a sua principal vantagem competiti-

va em um mundo globalizado, instável, mutável e

fortemente concorrencial.

Para mobilizar e utilizar plenamente as pessoas

em suas atividades, as organizações estão mudando

os seus conceitos e alterando as suas práticas geren-

ciais. Em vez de investirem diret amen te no s p rodu-

tos e serviços, elas estão investindo nas pessoas que

entendem deles e que sa bem como criá-Ios, desen-

volvê-Ios, produzi-Ios e melhorá-I os. Em vez de in-

vestirem diretamente nos clienres.-elas estão inves-

t indo nas pessoas que os atendem e os servem e q ue

sabem como satisfazê-Ios e encantá-I os. Aspessoas .

passam a const ituir o e lemento básico do sucesso

empresarial. Fala-se hoje em estratégia de recursos

humanos para expressar a u til ização deliberada daspessoas para ajudar a ganhar ou manter uma vanta-

gem auto-sustentada da organização em rel açã o aos

concorrentes que disputam o mercado. A estratégia

constitui o plano globa l ou a abordagem geral que a

organização adota, para assegurar que as pessoas

possam cumprir adequadamente a missão organiza-

. cional.

o Contexto da Gestão de Pessoas

O contexto da gestão de p essoas é formado por pes-

soas e organizações. As pessoas passam boa p ar te de

suas vidas trabalhando dentro de organizações.

E e stas dependem daquelas para poderem fun-cionar e alcançar sucesso. De um l ado, o t ra balho

toma considerável tempo das vidas e dos esforços

das pessoas, que dele dependem para sua subsistên-

cia e sucesso pessoal. Separar o trabalho da existên-

cia das pessoas é muito difícil, senão quase impossí-

vel, diante da importância e do impacto que o tra-

balho nelas provoca. Assim, as pessoas dependem

das organizações nas quais trabalham para atingir

seu s objetivos pessoais e individuais. Crescer na

vida e ser bem-sucedido quase sempre significa cres-

cer dentro das organizações: De outro lado, as orga-

nizações dependem direta e irremediavelmente das

pessoas para operar, produzir seus bens e serviços,

atend er s eus clien tes, competir nos mercados e atin-

g ir seus objetivos globais e estratégicos. Com toda

certeza, as organ izações jamais existiriam sem as

pessoas que Ihes dão v id a, dinâmica, energia, inteli-gência, criatividade e racionalidade, Na verdade,

ca da uma das partes depende da out ra . Uma relação

de mútua dependência na qual há benefícios recí-

procos. Uma relação de duradoura simbiose entre

pessoas e organizações.

As organizações apresentam uma incrível varie-

dade. Elas podem ser indústrias, comércio , bancos,

CAPiTULO 1 • Introdução à Moderna Gestão de Pessoas "5

financeiras, hospitais, universidades, lojas, presta-

doras de serviços etc. Podem ser grandes, médias e

pequenas quánto ao seu tamanho. Podem ser públi-

cas ou privadas quanto à sua propriedade. Quase

tudo de que a sociedade necessita é produzido pelas

organizações. Vivemos em uma sociedade de orga-

nizações, pois nascemos ne la s, aprendemos nelas,

servimo-nos delas, t raba lhamos nelas e passamos amaior parte de nossas vidas dentro delas.

. A R H D E H O J E

SOLUÇÃO GANHA-GANHA

At~ pouco tempo, o re lacionamento entre pessoas e

organizações era considerado antagõnico e conflitivo.

Acreditava-se que os objetivos das organizações -

como lucro, produtividade, eficácia, maximização da

aplicação de recursos físicos e financeiros, redução

de custos - eram incompatíveis com osobjetivos indi-

viduais das pessoas - comomelhores salários .ebene-

fícios, conforto no trabalho, lazer, segurança no traba-

lhoe no emprego, desenvolvimento e progresso pes-soal. A solução u sad a era a d o tipo ganha-perde: se

uma parte leva tudo, a outra fica sem nada. Em situa-

ção de recursos limitados e escassos, se uma parte

ganhava mais, e la o f azia à cu~ta da outra. Sem dúvi-

da, era uma solução limitada, estreita e míope. Verifi-

cou-se que, se a organização busca alcançar os seus

objet iv os d a melho r maneira possível, precisa saber

canali za r o s esforços da s p essoas para que também

elas atinjam os seus objetivos individuais e que ambas

as partes sai am ganhando. Modernamente, a solução

do tipo ganha-ganha nojogo de interesses envolvidos

é a preferida. Trata-se de uma solução que requer ne-

gociação, participação e s inerqia de esforços. ~

Assim, o contexto em que se situa a G estão de

Pessoas é representado pelas organizações e pelas

pessoas. Sem organizações e sem pessoas n ão h av e-

ria a Gestão de Pessoas. Em resumo, as organiza-

ções são constituídas de pessoas e dependem delas

para a ting ir seus objet ivos e cumprir suas mi ssões.

E para as pessoas, as organizações constituem o

meio a través do qual elas podem alcan ça r v ár ios

objetivos pessoais, com um custo mínimo de tem-

1 m D I C A S

Q u a l é o p ap e l e i m po rt ân c ia d a s p e s so as '

e m u m a o rg a n iz a çã o ?

Dentro do contexto visto, ficadifícilseparar o com-

portamento das pessoas e o das organizações. As

organizações funcionam por meio das pessoas,

que delas fazem parte e que decidem e a gem em

seu nome. Vários termos são utilizados para definir

a s p essoas que t rabalham nas organizações. Elas

s ão chamadas d e funcionários. empregados. pes-

soal, trabalhadores. operários quando as organiza-

ções as tratam como tal. Ou tOdem ser chamadas

de recursos humanos, colaboradores, associados,

se as organizações as tratam dessa maneir a. Ou

ainda talento humano. capital humano, capital inte-

lectual se as pessoa s t êm um valorm aior paraa or-

ganização. Adenominação dada às pessoas reflete

o grau de importância que elas têm para a s organi-

zações. Muitas organizações classificam seus fun-

cionários em mensalistas e horistas para separar o

pessoal que trabalha nos escritórios e nas fábricas,

respectivamente. Outras ainda cometem o absurdo

'. de chamá-Ios de mão-de-obra direta ou indireta. E

outras vão mais além: chamam-nos de pessoal pro-

dutivo e improdutivo.Amaneira como as organiza-

ções denominam as pessoas que nelas trabalham

·tem um significado importante: que é o papel e o.

valor que elas atribuem às pessoas. O que você

acha disso?

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6 Ges tão de Pessoas "> IDALBERTOCHIAVENATO ELSEV I ER •• CAPiTULO 1 • Introdução à Moderna Gestão de Pessoas3-------..:~.::=.=.:.... 7

organização, da tecnologia utilizada, dos processos

internos e de uma infinidade de outras variáveis im-portantes.

As pessoas como parceirasda organização

as habilidades intelectuais e capacidades competi-

tivas dos seus membros.

Nos tempos atuais, asorganizações estão ampliando

sua visão e atuação estratégica. Todo processo pro-

dutivo somente se realiz a com a participação conjun-

ta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com

algum recurso. Os fornecedores contribuem com

matérias-primas, insumos básicos, serviços e tecnolo-

gias. Os acionistas e investidores contribuem com ca-

pital e investimentos que permitem o aporte finan-

ce iro par a a aquisição de recursos. Os empregados

contribuem com seus conhecimentos, capacidades e

habilidades, proporcionando decisões e ações que

dinamizam a organização. Os clientes e consumido-

res contribuem para a organização, adquirindo seus

bens ou serviços colocados no mercado. Cada um

dos parceiros da organização contribui com al go naexpectativa de obter um retorno pela sua contribui-

ção. Muitas or ganizações utilizam meios para obter a

Figura 1.1. Os objetivos organizacionais e os objetivos individuais das pessoas.

po, de esforço e de conflito. Muitos dos objetivos

pessoais jamais poderiam ser alcançados apenaspor meio do esforço pessoal isolado. As organiza-

ções surgem para aproveitar a sinergia dos esforços

de vár ias pessoas que trabalham em conjunto. 1

Sem organizações e sem pessoas certamente não

haveria a Gestão de Pessoas. Termos como ernpre-

gabilidadeê e empresabilidade' são usados para in-

dicar, de um lado, a capacidade das pessoas em

conquistar e manter seus empregos e, de outro, a

capacidade das empresas em desenvolver e utilizar

Conceito de Gestão de Pessoas

A Gestão de Pessoas é uma ár ea muito sensível à

mentalidade que predomina nas organizações. Ela é

contingencial e siruacional, pois depende de vários

aspectos, como a'cultura que existe emcada organi-

zação, da estrutura organizacional adotada, das ca-

racterísticas do contexto ambiental, do negócio da

o DR H DA BRASIL COSMOPOLITA

• V O L T A N D O A O C A S O IN T R O D U T Ó R IO

Márcia Guerre'iro, 'a Oirelora de RH da 'Companhia

Brasít 'Cosmopo1lta SIA, reuniu-se 'com todos os fun-

clonànos de seu departamento para dar inicio , á trans-

:formação des'elada. O 'primeiro passotol dem'Ol'Islrar

para toda 'a empresa que o ,D R H havia cumprldo 'os

seusantlqos 'objetivos: e xecu tar ser viços de recruta-

me'nlo 'e sele ção , t relnamento 'e temune'ra ção, h igie-

ne 'esegur,anç a do trabalho 'erelações sindicais. Nos

t1Imposatuals" isto - é ,",~cessMlo, mas não o suficien-

te. ,A.finalidade da reunião 'era moslrar 'as mudanças

no mundo moderno e del in ir novos objetivos para o

DR H a 'partir das novas 'exigências feitas à 'organiza-

ção.1A nova ordem agor,a - é 'a competltlvldade da em-

presa através da quaUdade e da produ'tividade das

pessoas. E na ponta, a tnovação necessãria à melho-

r,ia continua na organização. Mãrcia queria que o

'DR H fosse o 'carro-chefe de todas essas mudanças

na 'empresa. E para tanto, 8Smudanças deveriam co-

meçar na própria casa: no DR H . 'o que voei! faria se

'estlv8'sse no lugar de MãTcla? • Figura 1.2. Os parceiros da organização. 4

inclus ão de novos e diferentes parceiros para conso-

lidar e fortif icar seus negócios e expandi r suas fron-teiras através de alianças estratégicas.

Cada parceiro está disposto a continuar investin-

do seus recursos na medida em que obtém retor-

nos e resultados satisfatórios de seus in~estimentos.

Graças ao emergente sistêmico - que é o e feito si-

nergístico da or ganização - esta consegue reunir e

juntar todos os recursos oferecidos pelos diversos

parceiros e aumentar seus resultados. Através desses

resultados a organização pode proporcionar um

retorno maior às contribuições efetuadas pelos par-

ceiros e manter a con ti nu idade do negócio. Geral-

mente, as organizações procuram privilegiar os par-

ceiros mais importantes. Os acionistas e investido-

res eram, até há pouco t empo , o smai s privilegiados

nadistribuição e apropriação dos resultados organi-

zacionais. Essa assimet ria está sendo substituída por

uma vis ão sistêmica e integrada de todos os parcei-

ros do negócio, já que todos eles são indispensáveis

para o sucesso da empresa. Acon tece que o parceiro

mais íntimo da organização é o empregado: aqueleque está dentro dela, que lhe dá vida e dinamismo e

que faz as coisas acontecerem.

-- -- , - - : . _ . .., . .,

3 I

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8Ges tão de Pessoas -. IDALBERTOHIAVENATO EL SEV IER

- CAPíTULO • Introdução àModerna Ges tão dePessoas~~-----lSEVIER 9

Pessoas como recursos oucomo parceiros da organização?

Dent ro desse contexto, a questão básica é e~colher

entre tratar as pessoas c omo recu rs os o rg anizacio-

nais ou como parceiras da organização. Os empre-

gados podem ser tratados como recursos produti-

vos das organizações: os chamados recursos huma-

nos. Como recursos, eles precisam ser administra-

dos, o que envolve planejamento, organização, di-

reção e controle de suas atividades, já que sã o consi-

derados sujeitos passivos da ação organizacional.

Daí , a necessidade de administrar os recursos huma-

nos para obter deles o máximo rendimento possí-

vel. Neste sentido, as pess oas c onstituem parte do

patrimônio físico na contabilidade organizacional.

Iss o significa "coisificar" as pessoas.

As pessoas devem ser visual izadas como parcei-

ras das organizações, Como tais, elas são fornece-

doras de conhecimentos, habilidades, competências

e, sobretudo, o mais importante. aporte para as o r-

ganizações: a inteligência que p roporciona dec isões

racio nai s e que imprime significado e rumo aos ob-jetivos globais. Neste sentido, as pessoas constituem

parte integrante do cap ital intelectual da organiza-

ção. As o rganizações bem-sucedidas se deram conta

disso e tratam seus funcionários como parceiros do

negócio e fornecedores de competências e não mais

como simples empregados contratados.

Aspectos fundamentais

da moderna Gestão de 'Pessoas

Assim, a Ges tã o de Pessoas se base ia em t rês aspec-tos fundamenraís.!

X A V A L I A Ç Ã O C R íT I C A - 1.As pessoas como seres humanos. Dotados de

personalidade própria e profundamente dife-

rentes en tr e si, com uma h is tória pessoal par-

ticular e diferenciada, p oss uidores de conhe-

cimentos, habilidades e competências i ndis-

pensáveis à adequada gestão dos recursos or-

ganizacionais. Pessoas como pessoas e não

como meros recursos da organização.

2. As pessoas como ativadores inteligentes de re-

cursos organizacionais. Como elementos irn-

pulsionadores da organização e capazes de do-

tá-Ia de inteligência, talento e aprendizagem

indispensáveis à sua constante renovação e

competitividade em um mundo cheio de mu-

danças e desafios. As pessoas como fonte de

impulso próprio que dinamiza a o rg anização e

não como agentes passivos, inertes e e státicos.3. As pessoas como parceiros da organização. Ca-

pazes de conduzi-Ia à excelência e ao sucesso.

Como parceiros, as pessoas fazem investimen-

tos na organização - como esforço, dedicação,

responsabilidade, comprometimento, riscos

etc. - na expectativa de c ojherem retornos des-

ses investimentos - c omo salários, incentivos

financeiros, crescimento profissional, carreira

etc. Qualquer investimento somente se justifi-

ca quando traz um retorno razoável. Na medi-

da em que o retorno é bom e sustentável, a ten-

dência certamente será a manutenção ou au-

mento do investimento. Daí, o caráter de reci-

procidade na interação entre pessoas e organi-

zações. E também o caráter de atividade e au-

tonomia e não mai s de passividade e inércia

das pessoas. Pessoas como parceiros ativos da

organização e não como meros sujeitos passi-

vo s d ela.

QUAL O PARCEIRO DA ORGANIZAÇÃOQUE DEVE SER PRIVILEGIADO?

Afinal, qual é o parceiro mais importante da organiza-

ção? Na Era Industrial e rao cap italista - seja o pro-

prietário, acionista ouinvestidor do negócio. Até hoje

esse parceiro não perdeu sua importância. Mas per-

deu pontos na comparação comos outros parceiros.

As. coisas mudaram no mundo dos negócios. Na Era

da Informação. prevalece o c apital intelectual -.e não

mais o capital financeiro. O conhecimento tornou-se

mais valioso do que a tradicional moeda escritural. E

quem deve ser privilegiado na distribuição dos res ul -

tados organizacionais? Alguns autores dão o nome de

stakeholders para denominar os grupos de interesses

que atuam interna e externamente na organização e

que correspondem ao nosso conceito de parceiros.Qual sua opinião sobre,! assunto? 0

~ : : : : = p = e s = s = o = a s : : c o = m = o : : r e = c = u = r s = o = s : : : : ~ 1 ~ I = = = = = = = p = e s = s = o = a = s = c o = m = = = o p = a r = c = e i = r o = s = = = = = = ~

• Em preg ad os iso lados n o s c a rg os

• Horário rigldamOf)teestabelecido

• Prea.~upaçãq com normas 10 9 reg,r~, , ~, • 1

, • Su~ordln.~ç~o aoch$ .' .

• FI~~lidadti'à~organl:ilição-

• Dependência d a c he fia

• A lien ação à orqanlzação .

• ~nfase na espec ia lizaçã o

• Ex ecUtoras de tarsfas .-

, ~n f a s~ ~as destr~zaSr~~nuals '" .,";' ;'U

• ~âà~9-~bra

Figura 1.3. As pessoas são r ec urs os ou p ar ce ir os d a o rg anização?

• Co lab or adores agrupa dos em equipes

• M etas rJ e 9 O C1 a d as e c om pa rtil hadas

'. Preqcupação com ,resultadO s. ' I\'

1 ~ • ' I , . ' ~ , l \ .,~

• At 8f ld l f!1en to esatl~façãó do \c ltente.~. . (..,

", I nterdep en dênc ia com co leg as e equipes

• P art ici paç ão e comp ro m e time nt o

• ~nfase na ética • n~ responsabilidade '

• Fom~àras de at iv id ade, ' ~ '

• '~nf~se.' t Q c<?nheclm~p~o, :; . ~;;. " ":~

• Ini~ilgênclae talento Doravante, utilizaremos o termo Gestão de Pes-

soas ou Administração de Recursos Humanos (ARH)

ao longo deste livro, dentro dos conceitos acima,

para facilitar a exposição.

~ D IC A S

C o n c ei to s d e R H o u d e G e st ão d e P e ss o a s

Diferentesautores têm diversos conceitos sobre.

Gestão de Pessoas:

Administração de Recursos Humano s ( AR H) é o

conjunto de políticase práticas necessárias paraconduziros aspectos da posição gerencial rela-

cionados com as"pessoas" ou recursos huma-

nos, incluindorecrutamento, seleção, treinamen-

to, recompensas e avaliação do desempenho.

ARH é a função administrativadevotada à aquisi-

ção. treinamento, avaliação e remuneração dos

ernpreqados. Todos os gerentes são, em um cer-

to sentido, gerentes de pessoas, porque todos

elesestão envolvidosem atividades como recru-

tamento, entrevistas, seleção e treinamento.'

'" ARH é o conjunto de de cisões integrada s sobre

as relações de emprego que influenciam a eficá-

cia dos funcionários e das orqanizaçôes."

ARH é a funçãona organização que está relaciona-

da com a provisão,treinamento,desenvolvimento,motivaçãoe manutenção dose rnpreçados."

. • A R H D E H O J E

A CRESCENTE IMPORTÂNCIADA FUt>:IÇÃODE RH10

Por muitos anos se pensou que o gargalo que segura

o desenvolvimento das empresas fosse o capital. Era

uma crença g eneralizada. O capital financeiro era in-

dispensável para o sucesso empresaria l. Hoje se per-

cebe que a inabilidade de uma empresa em recrutar e

manter uma boa força de trabalho é que constitui o

principal gargalo par a as operações do negócio. Não

existe nenhum projeto baseado em boas idéias, vigor

e entusiasmo que tenha sido barrado por fal ta de caixa

ou recursos financeiros. Existem indústrias que cres-

ceram e cujo crescimento foidificultado por não poder

manter uma força de t rabalho eficiente e entusiasma-

da. Faltou capital intelectual. O panorama do futuro

está relacionado com talento) competências e capital

intelectual. RH na frente. ••

__--------__-----------~-----------------

 

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10Gestão de Pes soas· IDALBERTOHIAVENATO E L S E V IE R

Objetivos da Gestão de Pessoas

A s pessoas constituem o principal ativo da organiza-

ção. Daí, a necessidade. de tornar as organizações

mais conscientes e atentas para seus funcionários.

A s organizações bem-sucedidas estão percebendo

que apenas podem crescer, prosperar e manter sua

continuidade se forem capazes de otimizar o retor-no sobre os investimentos de todos os parceiros.

Principalmente, o dos empregados. E quando uma

organização está voltada para as pessoas, a sua filo-

sofia global e sua cultura organizacional passam a

refletir essa crença. A Gestão de Pessoas é a função

que permite a colaboração eficaz das pessoas - em-

pregados, funcionários, recursos humanos, talentos

ou qualquer denominação utilizada - para alcançar

os objetivos organizacionais e individuais. Os no-

mes - como depa rtamento de pessoal, relações in-

dustriais, recursos humanos, desenvolvimento de

talentos, capital humano ou capita l in telectual- são

utilizados para descrever a unidade, departamento

ou equipe relacionada com a gestão das pessoas.

Cada qual reflete uma maneira de lidar com as pes-

soas. O termo Administração de Recursos Huma-

nos (ARH) ainda é o mais comum de todos eles.As pessoas podem aumentar ou reduzir as forças

e fraquezas de uma organização dependendo da

maneira como elas são t ra tadas. Elas podem ser a

fonte de sucesso como podem ser a fonte de pro-

blemas. É melhor tratá-Ias como fonte de sucesso.

Para que os objetivos da Gestão de Pessoas sejam

alcançados, é necessário que as pessoas sejam tra-

tadas como elementos básicos para a eficácia orga-nizacional.

X A V A L I A Ç Ã O C R íT I C A . '.

QUAL O PAPEL DAS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO?

Cada organização tem uma ideologia própr ia a respeito dopapel das pessoas natarefa organizacional. A deno-minação dada às pessoas pode refletir qual o papel que a organização confere a elas. Vejaa seguir as possíveis

denominaçõe s e es creva ao l adoo que cada denominação sugere como papel das pessoas:

DENOMINAÇÃO: PAPELUGERIDOELADENOMINAÇÃO:

M ã o - de · ob r a

O p e r á rio

Trabalhador

E m p r e g ad o

Fu n ci on á ri o

B ec ur s o h u m an o

Colaboràdor

P al 'C e i r o '

______ ~:.- ~_"____~~ _L.._

••• CAPíTULO 1 • Introdução à Moderna Gestão de Pessoas~-------.::._-

Os objetivos da Gestão de Pessoas são variados.

A ARH deve contribuir para a e ficácia organizacio-

nal através dos seguintes meios:

1.Ajudar a organização a alcançar seus objetivos

e rea lizar sua missão. A função de RH é um

componente fundamental da organização de

hoje. Antigamente, a ênfase era colocada nofazer corretamente as coisas através dos méto-

dos e regras impostos aos funcionários para

obter eficiência. 11O salto para a eficácia veio

com a preocupação em atingir objet ivos e re-

sultados. Não se pode imaginar a função de

RH sem se conhecer o neg6cio deuma organi-

zação. Cada neg6cio tem diferentes implica-

çõe s naARH. O pri ncipa l obje ti vo da ARH é

ajudar a organização a atingir suas metas, ob-je tivos e a r ealizar sua missão. 12

2.Proporcionar competitividade à organização.

Isto significa saber empregar as habilidades e

competências da força de trabalho. A função

da ARH é fazer com que as forças das pessoas

sejam mais produtivas para beneficiar clien-

tes, parceiros e empregados. Esta foi a crença

que levou Wal t Disney a construir a Disney a

partir das suas pr6prias pessoas. No n ível ma-

croeconôrnico, a competitividade é O grau em

que uma nação pode, e}ll condições livres e

justas de mercado, produzir bens e serviços

que sejam bem aceitos nos mercados interna-

cionais, enquanto simultaneamente mantém

ou expande os ganhos reais de seus cid a -

dãos.P Nesta definição, a palavra nação pode

ser substituída por organização e a palavra ci-

dadãos por empregados.

3. Proporcionar à organização pessoas bem trei-

nadas e bem motivadas. Quando um executi-vo diz que o prop6sito da ARH é construir e

proteger o mais val ioso patrimônio da empre-

s a - as pessoas - ele e stá se refer indo a este ob-

jetivo da ARH. Preparar e capacitar continua-

mente aspessoas é o primeiro passo. O segun-

do é d ar reconhecimento àspessoas e não ape-

nas dinheiro. Para melhorar e incrementar seu

desempenho, aspessoas devem perceber justi-

ç anas recompensas que r ecebem. Isso signifi-

11

ca recompensar bons resultados e não recom-

pensar pessoas que não se desempenham bem.

Tornar os objetivos claros e explicirar como

são medidos e quais as decorrências do seu al-

cance. As medidas de eficácia da ARH - e não

apenas a medida de cada chefe - é que devem

ser proporcionadas às pessoas certas, na f ase

certa do desempenho de um t raba lho, e no

tempo certo para a organização.

4. Aumentar a auto-atualização e a satisfação

das pessoas no trabalho. Antigamente a ênfase

era colocada nas necessidades da organização.

Hoje, sabe-se que as pessoas precisam ser feli-

zes. Para que sejam produtivas, as pessoas de-

vem senti r que o t rabalho é adequado às suas

capacidades e que estão sendo tratadas eqüita-

tivamente. Para as pessoas, o trabalho é a

maior fonte de ident idade pessoal. As pessoas

despendem a maior par te de suas vidas no tra-

balho, e isso requer uma est re it a identidade

com o traba lho que f azem. Pessoas satisfeitas

não são necessariamente as mais produtivas.Mas pessoas insatisfeitas tendem a desligar-se

da empresa, a se ausentar freqüentemente e a

produzir pior qualidade do que pessoas satis-

feitas. A felicidade na organização e a satisfa-

ção no trabalho são fortes determinantes do

suces so organizacional.

5. Desenvolver e manter qualidade de v ida no tra-

balho. Qualidade de vida no trabalho (QVI) é

um conceito que se refere aosaspectos da expe-

riência do t rabalho, como estilo de gestão, liber-

dade e autonomia para tomar decisões, ambien-

te de trabalho agradável, segurança no empre-

go, horas adequadas de trabalho e tarefas signi-

ficativas e agradáveis. Um programa de QVT

procura estruturar o trabalho e o ambiente detrabalho no sentido de satisfazer a maioria das

necessidades individuais das pessoas e tornar a

organização umlocal desejável e atraente, como

veremos no Capítulo 15. A confiança das pessoas

na organização também é fundamen ta l para aretenção e a fixação de talentos.

6. Administrar e impulsionar a mudança. Nas úl-

timas décadas, houve um período turbulento

de mudanças sociais, tecnol6gicas, econô-

 

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<., 12 Gestão de Pessoas' IDALBERTOHIAVENATO EL SE V IER

Figura 1.4. Código de Ética da Sociedade para a ARH.14

micas, culturais e políticas. Essas mudanças e

tendências trazem novas abordagens, ma is f le-

xíveis e á geis, que devem ser utilizadas para ga-

rantir a sobrevivência das organizações. E os

profissionais d eARH devem saber como lidar

com mudanç as s e realmente querem contribuir

para Ó sucesso de sua organização. São mudan-

ças que se multiplicam exponencialmente e eu-

jas soluçõe s impõem novas estratégias, f ilosofi-

as, programas, p rocedimentos e soluções.

7.Manter politicas é ticas e comportamento social-

mente responsável. Toda atividade de ARH

o DRH DABRASIL COSMOPOLITA

• V O L T A N D O A O C A S O I N T R O D U T Ó R I O

Márcia procurou estabelecer dois objetivos para o

DR H da Brasil Cosmopollta, em conjunto com seus

funcionários, a saber:

1.Agregar valo~ it organização e aos seus membrose clientes. Isto significa que o DRH dev e s er um

órgáo de enriquecimento de tale ntos e não mais

um órgão de controle e fiscalização. Atarefa bá-

sica do DR H pa ss a a se r o investimento no capi-

tal intelectual, transmiti r a titudes' e conhecimen-

tos, capacitar as pessoas e criar condições para

.que utilizem eficazmente as suas hab il idades ,

principalmente as habilidades'mentais.

2. Gerenciar com as pessoas e não mais geren-

ciar as pessoas. Isto significa que o D RH deve

ser umórgão que incen tive a participação das

pessoas nas decisões e que trans forme os ge-

rentes de chefes àutocratas em líderes orien-

tadores e Incentívadores. Utilizar aomáximo a

inteligêncià e o talento das pessoa s p ara ob te r

siner gi a de esf or ços e ampliação de conheci-

mentos.

Como você acha que Márcia poderia alcançar es-

ses dois objetivos? •

•• CAPiTULO 1 • Introdução à Moderna Gestão de Pessoas~-----_:...===L SE VI E R

deve ser aberta, transparente, confiável e éti-

ca. A s pessoas não devem se r discriminadas, e

os seus direitos básicos devem ser garantidos.

Os princípios éticos devem ser aplicados a to-

das as atividades da ARH. Tanto as pessoas

como as organizações devem seguir padrões

éticos e de responsabilidade social. A respon-

sabilidade social não é uma exigência feitaapenas às organizações, mas também e princi-

palmente às pessoas que nelas trabalham.

~ A R H D E H O J E

OS PAPÉIS DA ÁREA DE RH NA IBM15

A International Business Machines (IBM)é uma em-

presa que dá ênfase ao respeito e consideração aos

empregados como pessoas humanas, tratando-os

com dignidade. Para tanto, a IBMexplicita os papéis

doseu RH corporativo e das diversas unidades de ne-

gócios da função de RH para proporcionar condições

adequadas à sua força de t rabalho. A primeira é estra-

tégica, centralizada e generalis ta e c ad a unidade localde RH promove as soluções locais adequadas. « >

.-13

Os Processos de Gestãode Pessoas

A moderna Gestão de Pessoas consiste de várias ati-

vidades integrada s, c omo descrição e análise de car-

gos, planejamento de RH, recrutamento, seleção,

orientação e motivação das pessoas, avaliação do

desempenho, remuneração, treinamento e desen-volvimento, relações sindicais, segurança, saúde e

bem-estar etc.

o que é a Gestão de Pessoas?

No seu trabalho, cada administrador - seja ele um

diretor, gerente, chefe ou supervisor - desempe-

nha as quatro funções administrativas que; consti-

tuem o processo administrativo, a saber: planejar,

organizar , di ri gi r e con trol ar . AARH procu ra aju-

dar o administrador a desempenhar todas essas

funções porque de não realiza seu trabalho sozi-

nho, mas através das pessoas que formam sua equi-

pe. É com sua equipe de subordinados que o admi-

nistrador executa as tarefas e alcan ça metas e obje-

tivos.

Figura 1.5. Ospapéis do RH na 18M."

SOCIETV FOR HUMAN RESOURCE MANAGEMENT

C ód ig o d e Ética

C om o m em bro da S ociet y fo r H um an Re so u rce M an agem en t. co mp r o me to-me a:

• M ant er o s m ais eleva d os pa d rõe s de co n du ta p esso al e pro f issiona l.

• fncenttvar o crescim en to d as p essoas no cam po d a a dm in ist raçã o de R H.

• A p oiar os o bje tivos e m etas d a So cie dade p a ra o d e se nvolvim ent o d a p rofi ssã o d ea d mi nistrado r d e r e cu rso s hum a nos .

• F a ze r 'm e u e mp re ga do r t rat ar d e m a ne ir a a ber ta e e q ü i t a ti va todo s o s e m p re gad o s .

• A j \J dar meu e mp re ga do r a se r l uc ra ti vo e m t er m os m o netár ios , at ra vé s d o a p o io e

;'encorajame n to d e p ráticas ef icaze s d e e m preg o.

• T ra nsm it ir a os e m pregad os e ao p úb lico um se nso de co nfi an ça s obr e a c o nd uta e a s

inte nções do m eu e m pr eg ado r .

• M an te r le ald ad e a me u em p re g ado r e pe rsegu ir seus objetivostr avé s d e m eios

co n siste nt es co m o s i nt eres ses p úb licos.• Ob edece r às le is e a os reg ul am entos rel a cion ado s co m as ativf da des de m eu emp regad o r.

• Ev it ar usa r m inha posição ofic ia l pa ra ass eg u ra r p rivi légio s ou benef ício s p ess oa is.

• Ma n te r a co nf id enc ial idade sobr e informaç õe s pr iv ilegiadas .

• Me lhor ar a co mp reen sã o do p úbl ic o a r esp ei t o d o p a pe l d a ad minist raçã o d e RH.

Eate Cód go de Ét ca do membro da SHRM , adotado par. promowr e manter 08 mala a ho a padr6H

da conduta peeaoal e prof aalonal em seua mambro A a dertncla a aste códgo ao clta da a t od oa oa

membro para aaHgurar conf ança p úb c a n a I ntegrldada a aarvlço d08 proflaa onar~de RH .

 

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CAPíTULO 1 • Introdução à Moderna Ges tão de Pessoas ;> 1 5LSEVIERGestão de Pessoas' IDAlBERTOCHIAVENATO14

ELSEVJER

Todos esses processos estão bastanie'réIaCiona-

dos entre si, de tal maneira que se interpenetram e

se influenciam reciprocamente. Cada' ptoêe~o ten-

de afavorece r ou prejudicar os demais, quando bem

ou mal u ti lizado. Um processo rudimentar de agre-

gar pessoas pode exigir um intenso processo de de-

senvolver pessoas para compensar as sua s falhas. Se

o processo de recompensar pessoas é falho, elepode exigir um i ntenso processo de manter pessoas.

O equilíbrio na condução de todos essesproce ss os é

fundamental. Daí a ne ce ss id ade de um ba lanc ed

scorecard para integrar todos eles. Quando um pr o-

cesso é falho, ele compromete todos os demais.

Além dis so , t odos e ss es processos são desenhados

de a cordo com as exi gências das influên ci as ambi-

entais externas e das influências organizacionais in-

ternas para obter a melhor compatibilização entre

si. Ele deve funcionar como um sistema aberto e in-

terativo. Trata-se de um modelo de diagnóstico de

RH, como mostra a F igura 1.7.

4. Pro cesso s de Des envolv er Pess oa s. São os pro-

cessos utiliz ado s p ara capacitar e incrementar

o desenvolvimento profissional e pessoal das

pessoas. Incluem seu treinamento e desenvol-

vimento, gestão do conhecimen to e g es tã o de

competências, programas de mudan ça s e de-

senvolvimento de carreir as e prog ramas de

comunicações e consonância.

5. Pr ocesso s d e M a nt er P es soas. São os processos

utilizados pa ra c ri ar condiçõ es ambientais e

psicológicas satisfatórias para as atividades

das pessoas. Incluem administr aç ão da c ul tura

organizacional, clima, disciplina, higien e, se-

gurança e qualidade de vida e manutenção de

relações sindicais.

6. P roc e ssos de M oni torar P essoas. São os preces- .

sos utilizados para acompanhar e controlar as

atividades das pesso as e v er ificar resultados.

Incluem banco de dados e sistemas de infor-

mações gerenciais.

Os seis processos de Gestãode Pessoas

A ARH refere-se às políticas e práticas neces-

sárias para administrar o trabalho das pessoas, tais

como.??Na verdade, a Gestão de Pessoas é um conjunto in-

tegrado de processos dinâmicos e interativos. Os

seis processos básicos de Gestão de Pessoas são os

seguintes:

1. Anális e e de scrição de cargos e modelagem do

trabalho.

2. Recrutamento e seleção de pessoal e admissãode c andidatos selecionados.

3. O ri entação e integração de novos funcioná-

rios.

4. Administração de cargos e salários.

5. Incentivos sala riais e benefícios sociais.

6. Avaliação do desempenho das pessoas.

7 . Comunicaç ão aos funcionários.

B. Treinamento e desenvolvimento das pessoas.

9. Desenvolvimento organizacional.

10. Higiene, segurança e qualidade de vida no tra -

balho.

11. Relações com empregados e relações sindicais.

1. Pr oces sos de A gr eg ar P ess oa s. São os processos

utilizados para incluir novas pessoas na em-

presa. Podem ser denominados processos de

prov isão ou de suprimento de pessoas. Inclu-

em recrutamento e seleção de pessoas.

2. Proc essos de Ap lica r P essoas. Sãoo s processos

utilizados para desenhar as a tividades que as

pessoas irão r ealizar na empr esa, orientar e

acompanhar seu desempenho. Incluem dese-

nho organizacional e desenho de cargo s, aná-

lise e descrição de cargos, orientação das pes-

soas e avaliação do d esempenho.

3. P ro cessos de Re c om pe nsar Pe ssoas . São os pro-

cessos utilizados para incentivar as pessoas e

satisfazer suas necessidades individuais mais

elevadas. Incluem recompensas, remuneração

e benefícios e serviços sociais.

tnnuênctes organIzacionais_ "Ú . Internas

Influênci as amblentaisexte rna s

Essas políticas e práticas podem ser resumidas

em seis processos básicos., '.' _ li , : .

• Leis 9 fàgY Jamentos l,e g a J ~(J• .s ind lca tos - J: ;. • '.~n• Ç'o~cllçõàs,eci?~ôry1icas '.,• Competitivldade .-• Condições. ilOClaIS.eculturais

• M issão o rganizac iona l };'

: / ViS~O" objet iV os ~ e~ràtégia'~• C u ltu ra orgànizac lor'lal• N atur e za d a s t a re fa s• Estilo de liderança

: . . .

Processos de RH

Processosde

rec o m p ensa rpessoas

P r o c e s s o sde

agregar:;pe~?as '

• Be c rut ame nt c

• Seioçao

P ro cess os 'de

aplicarpessoaa

Pro cess osde

dese n v o lver'tO pess,o~;s, '

o Tr e ln a m e'nto

~ M udà nças• C o m u n lc a ç o e s

P roc e sso se 'de '

ma n t er

pe~~~~~ ;\,

Pro cess o sde

m on lt or a r

'.': p.~ssoas l

o Ba n c o d e d a do s

• • S ist ema s de.form aç l!es

gerencl alS

"'., .

; . R e m u n era çã o '

o .Be O ef fc I o seserviços·

..

• D e s en h o s d e '

taIlIos

• A v a Jl a ç l k J d e

", d e s e m pe n h o ,

• DIsclpllnª• HiO~ne,eguranç a

" e qu a li d a d e d e vk fa

• Re laç õe s com .'

s In di c a t o s . ': , , ~-

,,1

. ". "'. '.~,. .,..d, ,~:sultadoS flpais .d~S.j,~V;~S:

• B anc o de

dadas

o Sistemas deI n f0nnaç 6 ea

get endals

• Hig ien e, e,

segurança• Q ualidade

dev k lao R e la çó es c om

s ind icatos

• Re O JU ner ação o Tre ina m en to

• B e neficia s • D esenvoM m ent o

• Ince ntivo s • Aptondlzage m

• R e cru ta me nto • M o delage m

• Se leção do traba lho• A v allaçAo do

des empe nho

prátl~. éticas 1 Pr0d,utos e s e~lços. - I '; Qualldad~ ..e'soclafmente c0p1petltivose de -, , d e v id a noresponsáveis a l t a quaâdade ': >-~~ " ,,·trabalho,;

I

~ ' I ' : ' ~ ~ ~ " ~ ' ~ " : i ~ ' ~ ~ ' ~ ~ ~ : ; : : : ; : ~ k ; : : . 6 : . ~ . : o : : s ~ s ~ e N i : s : p : r ~ O : C : : ~ : ~ : ~ O ~ ~ ~ . ~ d ~ e. G ~ e _ s _ t a _ - O_ d . e ~ p _ e _ s _ s ~o~a_s_.~ ~ __ ~ ~ _

:\,

i:'.'

Figura 1.7. M o d e l o d e d i a g n ó s t i c o de R H . ;.: ;"

 

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16Gest ão de Pessoas' IDALBERTDHIAVENATO El S EV IE R

oQUE É UM PROCESSO?17A

.•. A RH D E HO JE· '., .. '. '. ~ ;;.

Processo é umconjunto de atividades estruturadas e

destinadas a resultar em um produto especificadopara um determinado cliente. É uma ordenação espe-

cifica das atividades de trabalho no tempo e no espa-

ço, com um começo, um f im, e entradas e s aídas clara-

mente identificadas.17b O processo é entendido como

uma série de atividades que fornecem valor a um cli-

ente. O cliente do processo não é necessariamente

um cliente externo da empresa. Ele pode estar dentro

da empresa. É o chamado cliente interno.

o DRH DA ,BRASIL COSMOPOLITA

• V O LTA ND O A O C A S O INTRO D U TÓ RIO

Márcia quer que seus funcionários deixem de focali-

zar estreitamente as tarefas e passem a focalizar pro-

cessos, como: agregar pessoas, aplicar pessoas, de-

senvolver pessoas, recompensar pessoas, e assim

por diante. Devem olhar a floresta e não cada árvore.

Deixar de executar tarefas especializadas e separadas

como recrutar, selecionar, 'integrar, comunicar, trei-

nar, remunerar, avaliar desempenho, para atuar de

maneira global e estratégica. Devem mirar horizontal-

mente os clientes internos e não verticalmente os che-

fes. Saber quais as necessidades e expectativas dosclientes internos e como satisfazê-Ias. Que focalizem

metase resultados a alcançar e não apenas os méto-

dos de trabalho: quais os objetivos a atingir e como

atingi-Ias da melhor maneira. Como você procederia

no caso? @

A Estrutura do Órgãode Gestão de Pessoas

Antigamente, os órgãos de ARH eram tradicional-

mente estruturados dentro do esquema de departa-

mentalização funcional que predominava nas empre-

s as. A estrutura funcional privilegia a especialização

de cada órgão e a cooperação int radepartamental,

mas produz duas conseqüências indesejáveis:

1.A subobjetivação (os objetivos departamentais

tornam-se mais importantes que os objetivos

globais e organizacionais) que funciona como

uma força centrífuga de esforços.

2. A enorme dificuldade de cooperação interde-

partamental (os departamentos mais s e s epa-

ram e brigam do que cooperam entre si) que

impede a visão sistêmica e a obtenção de si-

nergia en tr e o só rgãos.

Na Figura 1.8 cada divisão aglutina profissionais

especializados em suas funções específicas, Aparen-

temente, essa especia li zação t raz vantagens pela

concentração e integração de profissionais. Entre-

tanto, essas vantagens' são toldadas pela orientação

focada nos objetivos específicos de cada função. O

~ D I C A S .

O m o v im e n to h o lí st i c o n a G e stã o d e P es so as

Com a abordagem sistêmica, avelha tradiçãocarte-

siana de dividir,segmentar e separar foi substituí-

daporuma nova maneira d e organizar a empresa.

A ênfase agora estã em juntar e não mais emsepa-

rar. Ofoco nãoestá mais nastarefas - que s ão de-

talhes -', mas nos processos que transitamde ponta

a ponta. Nãomais nos meios, mas nos finse resulta-

dos. Não mais em c argos individualizados,separa-dos e c onfinados, mas no trabalhoconjunto realiza-

doem equipes autônomas e multidisciplinares.E o

holismo:focar o todo e nãoas suas partes. Osmovi-

mentos de reorganização empresarial,como a reen-

genharia e o downsizing,provocaram a substituição

, da organização funcionalpela organização em rede

de eqúipes focadas em processos. Eisso também

está ocorrendona Gestão de Pessoas,

~ C_A_P_íT_U_L_O_l__ln_t_ro_d_u~Ç~ã~O~ã~M~od:e:r~n:a~G:e :s:ta:-o~d:e~17

• E s ta tls tlcos• Analis tas de

c a r go s e s a l á r i o s

• A s s is t e nt e s

s oc i a i s

• E s p e c ia l is t as

e m b en e f f c l os

• An a lis tas d e

treinamen to

-Ins trutores• C o m u n l ca d o r e s

• M é d ic o s• E n f e r m ei r as

• Engenhe i rosde se gu rança

- E specialistas

em qu a lidadedev ida

• A ux i l i a re s

d e p e s soal

- An a listasd e p e ssoal

Figura 1.8. Organização funcional tradicional do órgão de RH.

ModernaGestão

dePessoas, .

Figura 1.9. Os principais processos de Gestão de Pessoas.

Quem deve trabalhar na organização:• Rec ru ta me nto de p es soaJ• Se leção de p es soa l

o que as pessoas deverão fazer:• D es enh o s d e carg os• A valiação do dés e mpenh o

Como recompensar 8S pessoas:• Recom pensas e remunera ção• Ben eficio s e se rvfço s

Como desenvolver as pessoas:• T reiname n t o e de senvo lv imento• Pro grama s d e m ud anças• Progr ama s d e c om u nic açõe s

Como manter 8Spesso as n o trabalho:• B eneficias

• De scr ição e a náli se de cargos

Comosaber oque fazem e o que são:• Si stem a d e I nf or maçã o g e re nc la l• B anco de dado s

--?-

 

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18 Gestão de Pessoas· I D A L B E R T O C H IA VE N A T O E L SEV I ER

resutado é uma tremenda subobjetivação: privile-

giam-se os objetivos divisionais e departamentais,

enquanto os objetivos empresariais vão para o bre-

jo. Além disso, embora aestrutura funcional favore-

çaa coordenação intradepartamental, ela dificuta

enormemente a coordenação interdepartamental.

Torna-se difícil obter a cooperação e a colaboração

dos diversos departamentos em assuntos mais am-

plos. E, por cima, cada órgão funciona como uma

entidade organizacional definitiva, permanente, se-

parada das demais em uma rígida divisão do traba-

lho gobal. Uma coleção de feudos.

GERENTES VERSUS PROFISSIONAIS DE RH18

lu u t· 'C A S O D E A P O IO

Gómez-Mejía, Balkin e Cardy apresentamum exemplo

interessante - a Sands Corporation - empresa ameri-

cana deporte médio de equipamentos especializados

de computação para automóveis. Ela trabalha como

subcontratada para montadoras de ,auómóve'i!j' e 'em-

presas fornecedoras de produtos militares. Antes a

Sands tinha 130funcionários e o'seui)epartamento de

Pessoal (DP) tinha umdiretor e uni funcionário. ODP

era responsável pelos arquivos de' pessoal, recruta-

mento nos jornais conforme asrequsições dos,gf:!~en-

tes, atendimento aos candidatos e pagamento desalá-

rios ao pessoal além de tarefas rotineiras eburocráti-cas. Emparalelo, osgerentes del inha eram responsá-

veis pelos assuntos de pessoal, como quem admitir,

quem promover, quem desligar e que!ll}reiilifr. ','

Hoje, a Sands emprega 700 funcio'nárlos. 'Q.antlgo

DP tornou-se Departamento de RH com um diretor/

três especialistas com nível universitário (em seleção,

remuneração e treinamento), alémdjl quatrÇl,.~.s~!~teni

tes de pessoal. A direção da Sands acredita que um

DRHforte com umstaft quallfl~ad6,p~~fl~z;'f.iAiií,ra~ __ :

balho melhor do que os gerentes ,de.4inha, .evltando

que estes criem inadvertidamente problemas legais

custosos à companhia. ASands opÍ<~u,p'~~"c~nir~llzai

ção do DRH, porque um concorrente 'pêtdl!u US$5 mie

íhões com uma ação judicial trabáihí~t~. Is~o r~v~~ á

Sands a atribuir nova~",espo.n.s~bí!{~~~l~~ásl~~,sa?DRH, como: '"';,, ',,' '

'.:'1.::';, ;' .

1. Admlssóes. O DRH aprova todas as solicita-

ções, aplica testé$'eeritiévlsta, can(/id~tÓ's: Os ,

gerentes de linha recebem uma lista ,limitada de

candidatos (não mais do que três) por posição

para que possam fazer a escolha final. " '

2.' Diversidade da força de trabalho. Cabe ao DRH

assegurar que a composição da f orça de traba-

lho da, Sands mantenha certa diversidade de

pessoal,

3. Remuneração. ODRHestabelece osníveis sala-

riais paracadacargo com base emclassificação

decargos e.P'~$qusasde mercado em compa-

nhias similares. ODRH toma todas as decisões

sobre salários.

4. Avaliação dos funcionários. Os gerentes de li-

nha preenchem os formuários de avaliação do

desempenho de seus subordinados, enquanto o

DRHanalisa os resutados e sol ici ta aos geren-

tes que justifiquem suas avaliações quando sãomuto elevadas oubaixas.

5, ,Treinamento. O DRHconduz os programas de

treinamento aosfuncionáríos, Incluindo relações

humanas, administração da qualidade eo usode

Pacotesde software de computação.

6,., Pf}squisa~ de atitudes. ODRHconduz pesquisas

"anuais solicitando aos funcionários que avaliem

como sesentem em relação ao seu trabalho, ao

gerente, ao salário, às condições ambientais e à

orgàhlzação.

Os gerentes delinha não gostaram e reclamaram à

alta administração que o DRH absorveu muitas de

suas responsabilid,ades e direitos, a saber:

1.0'DflHavalia os candidatos unicamente através

de resutados nostestes e critérios deseleção,

Muitos candidatos são rejeitados por baixas no-

tas obtidas' quando poderiam setornar excelen-

tes'funclonárlos ou colaboradores.

..2. Excelentes ,funcionários estão deixando a em-

presa porque o DRHnão aprova aumentos sala-

riais acima de umcerto limite fixado pela classi-

ficação docargo, mesmo quando a pessoa está

~ C _ A _ P _i T _ U_ L _ O __ 1_._I_nt_ro_d_u_Ç~ã_0_à_M_o_d_e_r_n_a_G_s~t~ã~o_d~e~p~e~ss~o~a_s

capacitada a desempenhar tarefas acima da-

quelas especificadas ria descrição docargo.

3. Oprocesso de admissão é demorado, exigindo

enorme tempo e papelório, fazendo com que os

candidatos fu am para os concorrentes.

4. Parte dotreinamento solicitado pelos funcioná-

rios não é focalizado no cargo emsi, mas emfri-

volidades genéricas.' São programas enlatados

que desperdiçam tempo do funcionário e pro-

porcionam baixo retorno à empresa.

5. Os gerentes temem ser realistas nas avaliações

de desempenho por receio de serem investiga-

dos e questionados pelo DRH.

19

6. As pesquisas de atitude são guardadas confi-

dencial~ente no DRH, principalmente quando

acusam baixos níveis. Aguns gerentes sentem

que a pesquisa de atitude penaliza exatamente

aqueles que estão tomando as medidas mais

duras e necessárias à empresa, masde caráterimpopuar.

O Diretor do DRH rejeitou todas essas acusações,

argumentando que osgerentes desejam fazer as coi-

sas à suamaneira enão levam em consideração o que

é melhor para a companhia como umtodo. Oconflito

está armado. 8

IOuestões

1. Qual é aprincipal fonte deconflito entre osgeren-

tes eo DRH? Explique.

2. Você acredita que os g erentes deveriam ter mais au-

tonomia para tomar decisões sobre seus funcioná-

rios, como admissão, avaliação e remuneração dos

seussubordinados?Sesim, quaisospossíveisproble-

masemdescentralizaressaautoridade?Explique.3. Como poderiam osdiretores daSandslidar com as

reclamaçõesdos gerentes?

4. Como poderia o diretor deRH resolver essasitua-

ção?Explique.

E X E R C í C I O Exercício de ap~endizagemcooperativa"

Para tentar resolver a situação conflitiva descrita, o

presidente da Sands Corporation convocou quatro

gerentes de linha que fizeram as reclamações ante-

riormente, juntamente com quatro membros do DRH

(odiretor deRHe ostrês especialistas) p~ra' ~;:"a"reu-

nião. Numa sala de aua, o professor deve funcionar

como opresidente nessareunião, eoito alunos devem

ser escolhidos para atuar nos papéis citados, da se-

guinte maneira:

1. Opresidente deve agir como moderador na reu-

nião.

2. Cada gerente apresenta a sua reclamação.

3. Os quatro membros do DRH apresentam a sua

posição.

4. Os dois grupos devem tentar chegar a um acor-

do sobre como o DRH e os gerentes podem

compartilhar uma melhor relação de trabalho no

futuro. Os dois grupos e o pres idente devem

conduzir este exercício na frente da classe. •

CAPITAL INTELIGENTE É O ATIVO MAIS VALlOS02o

X A V A L IA Ç Ã O C R íT IC A ,

Em1494, ummonge veneziano muito chegado à mate-

mática, Luca Pacioli, publicou o Summa de Arithmeti·

ca, Geometrica, Proportioni et Proportionalità, o pri-

meiro livro sobre contabilidade. Pacioli criou um siste-

made registros financeiros (entradas e saídas de ca-

pital, compra e venda etc.) emummodelo dedupla en-

trada, permi tindo o gerenclamento contábil nos mol-

des atuais.

b

Agora, passado meio milênio, está surgindo um

novo paradigma que diz que o esquema dePacioli não

funciona mais nos dias de hoje. Ele foi bolado para li-

dar com créd itos e débitos a respeito debens físicos

mensuráveis quantitativa oufinanceiramente. Aconte-

ceque nas modernas organizações baseadas em co-

nhecimentos atualizados - onde o conhecimento é o

principal recurso produtivo - acontabilidade tradicional

 

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Gestão de Pessoas· IDABERTOCHIAVENATO ELSEVIER

nãofunciona. A premissa é que as velhas aferições de

medidas numéricas e quantitativas sobre ativos tangí-

veis não são mais suficientes.

Arazão: hoje, os principais componentes de cus.tode

umproduto são P&D (pesquisa e desenvolvimento), ati-

vos inteligenteseserviços. Ovelho sistema de contabili-

dadeque nos aponta o custo do material e da mão-de-

obra no trabalho não tem aplicabilidade nestas situa-ções.Ascoisas mudaram e o que perturba as mentes

dos contadores é a dificuldade de medir o principal in-

grediente danova economia: o capital inteligente, o ati-

vo intangível que envolve habilidade, experiência, co-

nhecimento, competência e informação. Ocapital inteli-

gente está nacabeça daspessoas e não no bolso do pa-

trão. E como medir o capital intelectual, a nova riqueza

do mundo atual? A moeda do futuro certamente não

será a financeira, mas a intelectual. E comoficará a con-

tabilidade do futuro? A nova realidade é que a maioria

dos bens mais valiosos das organizações bem-sucedi-

das são intangíveis, como a competência organizacio-nal, know-how tecnológico, conhecimento do mercado,

lealdade do cl iente, moral das pessoas, cultura corpora-

liva, comportamento dos parceiros de alianças estraté-

gicas etc. Qual sua opinião a respeito? "

EMPREGABILlDADE EM TEMPOS DE CRISE21

)( A V A L I A Ç Ã O C R íT I C A

Pessoas e organ izações estão preocupadas com o

alto índice de desemprego. Na verdade, o desempre-

go constitui a ponta de um iceberg que oculta umfe-

nômeno me nos visível, porém mai s g rave: a erosão do

coeficiente deempregabilidade dos que estão ocupa-dos. Essa erosão provém da diferença entre aveloci-

dade das mudanças tecnológicas (que requerem no-

vos conhecimentos, habilidades e competências da

força de trabalho) e a velocidade da reaprendizagem.

O desenvolvimento dos conhecimentos e habilida-

des é omelhor antidoto contra o desemprego e a preca-

rização das relações detrabalho (evidenciada pelo tra-

balho temporário e pelo trabal ho parcial). No ambiente

de hipercompetitividade, só sobreviverão as empresas

ágeis e capazes de se antecipar às mudanças que po-

nham a seu favor o fator surpresa. Essas vantagens não

são permanentes e necessitam ser criadas de forma

contínua. As pré-condições para tanto são uma visão e

antecipação dofuturo dos negócios do setor e o com-

prometimento dos colaboradores nessa construção.Deste pontode vista, a única vantagem competitiva

e auto-sustentada são os ativos humanos. Somente

vão sobreviver as empresas que considerarem o tra-

balho humano não apenas uma utilização de b raços e

músculos, mas o desenvolvimento da mente e da

emoção. Cada vez mais, o conhecimento constitui um

ponto de apoio para a sobrevivência dos indivíduos,

da sociedade e das empresas. Isto requer organiza-

ções de aprendizagem capazes de gerenciar a mudan-

ça a seu favor. A intensidade comque as pessoas e a s

organizações aprendem vai tornar-se fundamental

para acriação contínua de vantagens competitivas. E

quem faz isso acontecer? As pessoas, e somente as

pessoas. Só o conhecimento e o potencial humanocriam essa condição.

Oque é afinal uma organização de aprendizagem,

senão umg rupo de pessoas aprimorando constante-

mente sua capacidade de criar o futuro? Um futuro

que lenha significado para as empresas e para seus

funcionários. Dentro dessa filosofia, a empresa deve

desenvolver uma cultura que coloque a pessoa como

fator crítico de sucesso. Aprincipal missão de seus di-

rigentes será desenvolver o potencial humano, seus

conhecimentos, suas habilidades, com autodisciplina

decorrente da autonomia e daresponsabilidade. A rea-

lização das metas e as estratégias da empresa deve-

rão ser cada vez mais dependentes da expansão do

conhecimento dos funcionários. Com isto, aumentam

os requisitos para a admissão das pessoas, paralela-mente ao maior esforço da empresa em investir em

educação e treinamento. Os tipos de conhecimento

abrangem conceitos gerenciais, formação t écni ca,

educação comportamental eeducação em padrões de

serviço em beneficio dos c lientes. A Elevadores Sür,

por exemplo, investiu maisde 4%das horas trabalha-

das emeducação e treinamento. Adupla conseqüência

desse esforço foi a maior competitividade da empresa

e a maior empregabilidade para seus funcionários. O

CAPíTULO • Introdução à Moderna Gestão de Pessoas21

maior desafio para a Sür é manter a empregabilida-

de de seu pessoal e dar condições para o desen-

volvimento deseu potencial. Os resultados da pes-

quisa sobre o que motiva os funcionários da Sür, em

ordem de importância: desenvolvimento pessoal,

progresso na empresa, relações interpessoais e de

trabalho, auto-realização, reconhecimento, trabalho

em si, política administrativa e, por último, seguran-ça no emprego.

Essaé a reação à questão dodesemprego e da pre-

carização do trabalho. Opoder de negociação daforça

de trabalho crescerá na medida em que este novo cená-

rio for sendo construído. O capital humano difere dos

ativos físicos, nãoé possuído pelo proprietário do capi-

tal, nem gerenciado como equipamento oudinheiro. Os

proprietários doconhecimento, se insatisfeitos, vão em-

bora. E é deles que depende a inovação de produtos,processose serviços e a satisfação dos clientes. •

• . A D M I N I S T R A Ç Ã O D E H O J E '

OS MAIORES EMPREGADORES DO BRASIL 22

Quem emprega mais no Brasil? Arelação a seguir .mostra as 21 maiores organizações empregadoras do Brasil

em 2003. G

Figura 1.10. Os maiores empregadores do Brasil em 2003.

-----_._------"'------~._:.....~'::...

 

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22Gestão de Pessoas· IDAlBERTOHIAVENATO

~ D IC AS

CAPíTULO• Introdução à Moderna Gestão de Pessoas~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ~ ~ ~ ~ = = ~ ~ ~3E L S E V IE R

o DRH DA BRASIL COSMOPOLITA

• V O L T A N D O A I } C A S O I N T R O D U T Ó R I O

o próximo passo de Márcia Guerreiro foi traçar junta-

mente com seu pessoal o desenho da nova estru tu ra

organizacional do DRHda Brasil Cosmopolita. Márcia

queria fugir da estrutura hierarquizada e tradicional e

migrar para uma estrutura em processos com redes

de equipes integradas. Como você poderia ajudar

Márcia a encontrar uma solução? liI

À R H c o m o c o mp o ne n le e s tr at ég ic od a o r g a ni za ç ã o

Gerirpessoas e competências humanas representa

hoje uma questão estratégica para as empresas.

Uma atividade importante demais para ficarlimita-

da a a penas um órgão da empresa. Não é mais

possível que apenas uma única área da empresa

consiga centrali za r e eníeixarem suas mãos a a d-

ministração das competênci as e talentos de todas

as p ess oas d entro da organização. Em épocas

passadas, na qual havia estabilidade, certeza e

permanência, em que pouca coisa mudava e as

pessoas trabalhavam rotineiraebitoladamente,sem

acréscimos de novos conhecimentos e habilida-

des, o órgão de ARHfuncionavacomo o únicores-

ponsáve l pela administração de todos os recursos

humanos da empresa. Cuidava da manutenção do

status quo e da socialização arganizacion al tendo

em vista o passado e as tradições da empresa.

Agora, em plena Erada Informação, na qua la mu-

dança, competitividade, imprevisibílidadee a incer-

teza constituem os desafios básicos da empresa,

e ss e antigo s istema centralizador, hermético e fe-

chado estáse abrindo. Epara melhar .Omonopólio

da AflHestá desaparecendo. E também o seu anti-

go isolamento e distanciamento das principais de-

cisões e ações da empresa. U" 1 mundo novoe dife-

rentee stá s e abrindo para aARfi.Enunca aARHfoi

tão necessária como neste momento de mudança

e d e t ransição. Só que o seu papel está se tornando

diferente e inovador. Sobretudo e stratégico.

Titulodo cargo: diretorde recursoshumanosFamlllado cargo:recursoshumanos Divisão: pesquisa e desenvolvimentofarmaCêuticoDescrição do cargo:Assume a responsabilidadepela direçãoda equipe de apoiode recursoshumanosna empresa.Oferececonsultariaaosgerentes paraavaliaredesenvolverestratégiaspara implementaçãodamudança.Assegurao alinhamentocomas diretrizescorporalivase regulatórias.Asseguraa ofertae integraçãodeserviçosdas múltiplasdisciplinasde RHparaapoiaras operações da empresa. Desenvolveestratégiasparaalinhara divisãoaos objetivosde negócios.Administraa função de relaçõescom empregadosna empresa,proporcionaapoioem compensação e excelêncianodesempenho.

Assumea responsabilidadede proporcionarapoioaos grupos de clientesinternos,envolvendoaproximadamente750funcionários.Gerenciarelações comempregados e suportede recrutamentodiretamentee atravésde umstaftde oítoespecial istas. Proporcionaliderançae planejamentoestratégicoquanto a relaçõescom empregadosem: compensação, sistemasde RH,consultariainterna,excelêncianodesempenho, treinamento,diversidade,higienee segurança. '

Habilidades/requisitos de experiência:Conhecimentodas operações farmacêuticase de pesquisa e desenvolvimentobiológico,maisde10anosdeexperiênciaprogressivaem liderançade RH,em rnúltlplasdisciplinasde RH.Experiêncianeste nlveldeveincluiraplicaçõesdomésticas e intemacionais.Habilidadedemonstradapara negociareficazmentecomosgerentesde linhapara alcançarsimultaneamenteobjet ivosdeRHe objetivosdo negócio.Habilidadesderelaçõescom empregados. Habilidadesdemonstradasde liderança.Experiênciapréviaem gestão de projetos.

Requisitos educacionais:Grauuniversitário ndispensável.Graupós-universitáriopreferlvel.

Fi gur a 1.11. Descr ição de cargo de diretor de RHde empresa farmacêut ica.

ARH como Responsabilidadede Linha e Função de Staft

Há um princípio básico em ARH: g er ir pessoas é

uma responsab il idade de linha eurna função de staff.

O que significa isso? Simples. Quem deve ge ri r as

pessoas é o p rópr io g eren te - o u supervisor ou líder

de equ ipe - ao qual elas estão subordinadas. Ele tem

a responsab il idade linea r e d ireta pela condução de

seus subordinados. Por essa razão, existe o princípio

da unidade de comando: cada pessoa deve t er um e

apenas um gerente. A contrapartida desse princípio é

que cada gerente é oún ic o e e xclusivo chefe dos seus

subordinados. Para que o geren te possa assumir com

plena autonomia essa responsabilidade de gerir seu

pessoal, el e precisa receber assessoria e consultaria

d o ó rg ão de ARH, qu e lhe p roporcion a o smeios e

serviços de apoio. Assim, gerir pessoas éuma respon-

sabilidade de cada geren te que deve receber orienta-

ção do s ta ff a respeito das políticas e procedimentos

adotados pela organização.

Centralização/descentrallzaçãod as a ti vi dad es d e R H

O conceito básico de que admin istrar pessoas é uma

res pon sab il id ad e de l in ha e uma função de staff é

fundamental. Acontece que as empresa s s empre se

defrontaram com .0 problema do relativo grau de

centralização/descentralização de suas áreas de a ti-vidades. E na área de ARH sempre predominou

uma forte tendência para a centralização e concen-

tração na prestação dese rv iços para asdemais á reas

empresariais. A tal p on to que, em muitas empresas,

o recrutamento e seleção, a admissão, integração,

treinamento e desenvolvimento, administração de

salários e remuneração , admin is tração de bene-

fícios, higiene e segurança do trabalho, avaliação do

desempenho, eram estreitamente concentrados na

W - _

área de.ARH, com pouca participação gerencial das

demais áreas ..E nisso a ár ea de ARH er a essencial-

mente exclusivista e, até cer to pont o,' hermética,

man te ndo a s et e ch ave s o s s eg redos d as su as deci-

sões e atividades. A atividade prestadora de serviços

do staff prevalecia fortemente sobre a responsabili-

d ad e d e l inh a dos gerentes da empresa : A tal pon to

qu e o staff é q uem tomava as decisões peculia res dalinha. A centralização preponderava sobre a desceu-tralização.

A interação entre,especialistasde RH e gerentes de l inha

Na rea li da de, as tarefas de ARH mudaram com o

tempo. Hoje, elas são desempenhadas nas organiza-

ç ões po r do is g rupo s de e xec ut iv os: d e um lado , os

espec ia listas em RH que a tuam como consu ltores

internos, e de outro, osgerentes de l inha (gerentes,

supervisores etc.) que estão envolvidos diretamente

~ D IC A S

A R H c o m o r es p on s ab il id a de d e l in h a

e ,f unção desta" . , ''!~':'

Agora,o nosso conceito central- respohsabll[ti~e

de linha e função de staft - está se tornando urna. 'd,." ....·~~(,'";•• i!-

necessidade imperiosa para a sobrevivência d\ls

empresas. Aliás,uma realidade nas empresas mais

promissoras e bem-sucedidas. E nestas empresas

esse conceito cen tral vem sendo implementado

com força total. Ea balança das contas está se incli-

nando rapidamente para ooutro lado: o da descen-

tralização e da desmonopolização das dec isões e

ações a respeito das pessoas. Gradativamente, a

área de ARHestádeixando desera única prestado-

ra de serviços especializados de recursos huma- '

nos, abandonando paulatinamente suas opera-

ções burocráticas e se transformando cada vez

mais em uma área de consultaria interna para pre-

parar e orientar osgerentes de nívelmédio para a'

novarealidade. Estes passam a s ero s novosgesto-

res de pessoal dentro das empresas. O que signifi-

ca que as decisões e ações a respeitodas pessoas

passam a ser de alçada dos gerentes e não mais

uma exclusividade da áre a deARH.

 

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24Gestão de Pessoas· IDALBERTOHIAVENATO ELSEV I ER

nas atividades de RH por serem responsáveis pela

utilização eficaz de seus subordinados. Os gerentes

de linha utilizam um tempo considerável n a g estão

de pessoas, em reuniõ es , conversas individuais ou

grupais, telefonemas, e-mails, solução de problemas

e definição de planos futuros. Todo ger ente de linha

é responsáv el s e a p rodução cai ousea máquina falha

e prejudica a produção. Damesma maneira, ele tam-b ém deve cuidar pessoalmente do treinamento, de-

sempenho e satisfação dos subordinados.D

Conflitos entre linha e staft

Quando os dois lados - geren tes de l inha e especialis-

t as d eRH - tomam decisões sobre asmesmas pesso-

as, geralmente ocorrem conflitos. O con fl it o ocorre

porque osgeren tes de linha e osespecialist as em RH

discordam sobre quem tem a autoridade para tomar

as decisões sobre pessoas ou porque têm diferen tes

orientações a respei to . Osconfli tos entre l inha e staff

já são tradicionais. O especiali st a de staff está preo-

cupado com suas funções básicas de proporcionar

consultoria, aconselhamento e inf ormação sobre a

sua especialidade. Ele não tem autoridade direta so-

bre o geren te de l inha. O gerente de l inha tem autori-

da de pa ra tomar a s d ecis ões relacionadas com suas

operações e seus subo rd in ado s. Oco rre que n em

sempre existe uma distinçã o cl ara en tr e linha e staff

nas organ izações. O confli to entre espec ialistas de

RH e gerentes de linha émais c rí tico quando asdec i-

sões exigem um trabalho conjunto em assuntos co-mo disciplina, condições de trabalho, transferências,

promoçõe s e p la nej amen to d ep essoal.

Existem três maneiras para reduzir o confli to e n-

t re l in ha e staff:

1. Demonstra r aos geren tes de li nha os bene-

fícios de usa r p rog rama s d e RH.

2 . A tr ib ni r r esponsabilidades por certas decisões

de RH exclusivamente aos gerentes de lin ha , e

outras exclusivamente aos especialistas deRH.

3. T re in ar ambos os l ado s - g eren te s d e li nha e

especialistas de RH - em como trabalh ar jun -

tos e tomar decisões conjuntas. Esta alternati-

va é mais eficaz se a organização tem um pa-

drão de carre iras que proporciona o rod ízio

A PESQUISA DA ACCENTURE

À A D M I N I S T R A Ç Ã O D E H O J E

Os executivos devem aumentar a produtividade, me-

Ihorar o serviço e assegurar condições para que a or-

ganização se adapte às mutáveis condições de negó-

cios. Eo sucesso nessas frentes de batalha depende

das pessoas - umativo que funciona como o principal

diferenciador em um mundo de negócios veloz e im-

pulsionado pelo conhecimento. As empresas espe-

ram que a função de RHassuma a liderança no senti-

do de obter o máximo desse ativo e incremente o de-

sempenho das pessoas. Em uma pesquisa da Accen-ture- uma dasmaiores consultarias domundo- ogru-

pode RHfoi citado como oelemento que mais adicio-

navalor à força de trabalho na organização. Muitas ve-

zes, a função de RH não está preparada para assumir

esse papel - porque lhe falta habilidade ou competên-

cia para tanto - e perde excelentes oportunidades de

conquistar, aplicar, reter e desen:,olver talentose,

com isso, alcançar competitividade o rganizacional.

Paraque a função de R Hse torne estratégica, ela

precisa ter habil idade em três papéis segundo a

Accenture.ê"

1. Consultaria de negócios. Os executivos de RH

devem ter habilidade para participar do proces-

so decisório da empresa juntamente com execu-

tivos das outras áreas.

2. Liderança damudança.Osexecutivos deRHde-

vem assumir umpapel ativo em melhorar o de-

sempenho da força de trabalho para apoiar o al-

cance dos objetivos organizacionais.

3. Expertise funcional emRH.Osexecutivos de RH

devem estar atualizados com as melhores práti-

cas e d esenvolvimentos para aplicar tal conhe-

cimento na criação de soluções eficazes para os

negócios da organização.

Qual sua opinião a respeito?

•• CAPiTULO • Introdução à Moderna Gestão de Pessoas~----------~~~~ 25

AS ESPECIALIDADES DAARH 25

À A R H D E K ' O J E

Segundo a Society for Human Resource Management

as especialidades da área de ARHsão as seguintes,

t. Posicionamento. Selecionar, recrutar, entrevis-

tar, testar,reqlstrar

pessoas, analisar,descre-

ver, "desenhar e ar:npliarcargos, promoções e

transferências.

2. Manutenção de pessoal. Aconselhamento, ava-

liação de desempenho, cálculo de rotatividade,

saúde e de prevenção de acidentes, benefícios

e serviços aos funcionários.

3. Relações no trabalho. Relações com emprega-

dos, relações s indi cais, greves, negociações

coletivas, contratos coletivos ou individuais e

acordos mútuos.

4w Treinamento e desenvolvimento. Treinamento

no cargo, treinamento e desenvolvimento de ge-

rentes e executivos.

5. Remuneração. Pesquisas salariais, planos de

incentivos, participação nos lucros, aquisição

de ações, enriquecimento de cargos e salários.

6. Comunicações internas. Revista interna (house

organ),manual de empregados, controle de ruí-

dos, pesquisas de atitude e clima.

7. Organização. Desenho da es trutura organiza-

cional, planejamento e avaliação, inovação,

utilização de abordagens para reduzir conflito

e superar resistências às mudanças organiza-cionais.

8. Administração. Altern"ativas de modelos geren-

ciais (estilos autoritário, consultivo, participati-

vo e de auto-administração) e assistência à rn u -

dança.

9. Políticas e planejamento de pessoal. Definição

de objetivos organizacionais, pol íti cas eestraté-

gias, identificar, traduzir e cumprir políticas de

RH e planejamento de RH.

10. Auditoria epesquisa. Relatórios gerenciais, ava-

liação de políticas e programas, estudos de ino-

vação e análises de custos e benefícios.

Você poderia agregar algo mais?

entre posi çõ es d e l inh a e d e staf(. A rota çã o de

cargos entre linha e st af f aj uda cada grupo a

compreender melhor os ~ roblemas do outro.

E X E R C í C I O Por que t rabalhamos?"

Considere esta velha história. Aocaminhar por uma es-

trada, um engenheiro encontrou um grupo de homens

que estavatrabalhando em umapedreira.Aparentemen-

te, todos estavam fazendo amesma coisa. O rapaz per-

guntou a um deles: "O que você está fazendo?" Otraba-

lhador sujo, encardido e molhado de suor respondeucom evidente irritação: "Eu estoutentando quebrar esta

maldita pedra." Aotrabalhadorseguinte repetiua mesma

pergunta. Mostrando pouca emoção, ele respondeu: "Eu

estou preparando pedras para uma edifícação." Doter-

ceiro, que cantarolava alegremente enquanto trabalha-

va, ouviu a seguinte resposta, com visível orgulho: "Eu

estou ajudando a construir uma catedral." Apesar das

aparências similares, o engenheiro concluiuque aqueles

trabalhadores estavam fazendo coisas bem diferentes.

Grupos designados pelo professor devem discutir a

história contada e responder à questão: "Quais as lições

dessa velha h istór ia para os gestores de pessoas de

hoje?" Os membros dos grupos devem responder a

umasegunda pergunta:' "Por que euestoutrabalhando?"

"Qual é o significado domeu trabalho?" As respostas fi-

nais dos grupos devem ser apresentadas à classe. •

As responsabilidades de ARHdos gerentes de linha

Lidar com pessoas sempre foi p ar te int eg ra l da res -ponsabilidade de linha de c ada e xec utivo, desde o

president e at é o mais baixo ní vel de supervisão.

Organizações bem-sucedidas definem as seguintes

responsabilidades de linha para os gerentes.ê?

1. Colocar a pessoa certa no lu ga r c er to , i st o é,

recrutar e selecionar.

2. Int egrar e o ri ent ar o s novos funcionários na

equipe.

 

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26 Ges tão de Pessoas· ID A L B ER TO C H I A V E N AT O EL SEV lER

3 . Tre inar e preparar as pessoas para o trabalho.

4. Avaliar e melhor ar o desempenho de cada

pessoa no cargo ocupado.

5. Ganhar cooperação criativa e desenvolver re-

lações agradáveis de trabalho.

6. Interpretar e ap licar as políticas e procedi-

mentos da organização.

7. Controlar os custos trabalhistas.8. Desenvolver ashabilidades e c ompetênc ia s de

cada pessoa.

9. Criar e m anter elevado moral na equipe.

10. Proteger a saúde e proporcionar condições

adequadas de trabalho.

Em organizações de pequeno porte, os gerentes

de linha assumem todas essas responsabilidades sem

•.C~rdar das P'~Ii~caspé RH

. ' Pr est ar ass~e~OM~~ suporte

• Dar consuftotà 1n t ema d e R H

• Proporcionar sàrviços d e RH

• Dar ortenteçéc do RH

_• Cui da r d a e stratégia de RH

qualquer assistência interna ou externa. À medida

que a organização cresce, o traba lho dos gerentes de

linha se divide e se especializa e eles passam a n eces-

sitar de assistência através da consultoria de um

staff de RH.28 A partir daí a ARH torna-se então

uma função especializada de st aff.

Com o princípio da responsabilidade de l inha e

função de staff em vista, deve-se descentralizar agestão das pessoas no nível das gerências de l inha ,

de um lado, enquanto, de outro, mantém- se a f un-

ção de assessoria e consu ltoria interna através do

órgão de RH. Cada qual no seu papel para pro-

porcionar o melhor em termos de condução das

pessoas em direção aos objetivos da organização,

permitindo também o alcance dos objetivos indi-

viduais.

F igura 1 .12. A função de staft e a responsabilidade de linha na Gestão de Pessoas.

oDRH DA BRASIL COSMOPOLITA

• V O LTA N D O AO C AS O IN TR O D U TO R IO

Emfunção das negociações internas, Márcia chegou

à conclusão de que o DRHdeveria mudarradtoalmente

a sua maneira de trabalhar. Emvezde oferecer o.peixe,

o DRHdeveria ensinar-os gerente.s a pescar. P ara t an -

to, era necessário transformá-to de umórgão de p res-

tação de serviços burocrát ic os em umó rgão de con-

sultaria interna. Isso significa que, doravante, quem

administra aspessoas são os próprios gerentes de Ii-

nha en ão maiso DRH.O DRHajuda os gerentes a lida-

rem com seus subordinados. Os gerentes passarão a

selecionar, treinar, avaliar, remunerar a sua equipe,

com a aj uda do DRH. O pessoal do DRH deveria

aprender novas hab ilidades e posturas, po is s eu pa-

pel passaria de operacional para estratégico, de exe-

cutor para consu ltor , decentralizador para descentra-

lizador. O que você faria no lugar de Márcia? Q

- $" ) ' f i '* 'J# ttre'L

CAPíTULO 1 • Introdução à ModernaGestão de Pessoas~--------------------------------~------~~~=== 27

CENTRALIZAÇÃO DA ARH

!:; PR ÓS E C O N TR A S

No passado as decisões e ações de RHeram total-

mente centralizadas no ó rgão de RH. Osgerentes de

linha não tinham nenhuma irIClusãonestes aspectos.

Quando a ARHé centralizada, existem os seguintes

prós e contras:

Prós:

1 . Reúne os especialistas de RH em um s ó órgão.

2_ Incentiva a especialização.

3 . Proporciona elevada integração int rad eparta-

mental.

4. A área de ARHé perfeitamente delimitada e au-

tônoma.

5_ Focaliza a função de RH e, conseqüentemente,

as tarefas e atividades de RH em um conjunto

único.

6. Ideal para pequenas organizações.

Contras:

1_ Excessiva concentração das decisões e açõesno staft de RH.

2. Monopólio e exclus iv idade das decisões e

ações de RHn o stett. .

3. Homogeneização ê ' padronização das práticasd eRH.

4_ Manutenção e conservação do status quo.

5 . Dis tanciamento do foco de ação.

6. Oórgão de ARHtorna-se operacional e burocrá-tico.

7. Proporciona administração autoritária e auto-

crática.

8 _Osgeren tes de linhaficam afas tados dos assun-tos d eRH .

Quais outros aspecto s você poderia incluir na rela-ção acima?

contlnuum

o órgáo do RH monopoliza

todas as funções do RH:

recruta , s el ec iona, treina,

re mu n e r a , av a üe , p ro m o ve ,de ~ l ,ig a O U s p o s e n t a

Tratamento g e né ric o e I g u a l'para to d os o s f u n clon ã ri o s :'horár os, satáríos, tarefas.

regras Iguais para todos.

Regras estabalecldas pela

média ou mediana para todos

Os gerentes assumem todas

as rosponsabllldaétêisbb' é O- , .:seus subordinados: recrutam,

se lec ion a m, trei na m , r e mu n e r a m ,avaliam, pr o m o ve m , desligam

o!J 8P O S E m t àm , '

Tratamento especffico e!n d ivi du a l p a ra cada (un ci on é rlo :

horáro s, salár os, tarefas e

metas especffcas e indMduals.Soluções sob medida para cada

p e s s o a d e a c or do c o m su a sdiferenças individuai~

Pessoas

Figura 1 .13. Os modelos centralizado e descentralizado de Gestão de Pessoas.

 

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,f'-i ~8I

Gestão de Pessoas· IDALBERTOHIAVENATO E L S E V IER

No modelo descentralizado, a á rea de RH ofere-

ce produtos e servi ços aos gerentes, e a unidade de

RH pas sa a ser uma unidade de negócios dentro da

organização. Como tal deve gerar lucro para a em-

presa e atender aos clientes internos dentro do con-

ceito de consultoria interna.

DESCENTRALlZAÇÃO DA ARH

!:; P R Ó S E C O N T R A S .-.

A tendência moderna é descentralizar as decisões e

ações de RH rumo aos gerentes, que se to rnam os

gestores de pessoas. Quando a ARHé descentraliza-

da, existem os seguintes prós e contras:

Prós:

1. Descentraliza todas as decisões e ações de RH

nos gerentes de linha.

2. Desmonopolização das decisões e ações de

RH.

3. Adequação das práticas de ARH às diferenças

individuais das pessoas.

4. Órgão de ARH torna-se consultor interno dos

gerentes de linha.

5. Focalização no cliente interno.

6. Favorece a administração participativa dos ge-

rentes e equipes.

7. Promove a visão estratégica através das unida-

des estratégicas de RH.

Contras:

1. Oórgão de ARHperde suas fronteiras e limit es e

torna-se aberto e receptivo.

2. Os especialistas de RH se dispersam entre as

unidades estratégicas.

3. Perda da visão de conjunto das práticas de RH.

4. Necessidade de tercéirização de atividades bu-

rocráticas.

Quais outros aspectos você poderia incluir nessa

relação? •

A PESQUISA DO PROGEP 29

X A V A L IA Ç Ã O C R íT IC A . . • •

A revista HSM Management divulgou uma pesquisa

conduzida pelo Programa de. Estudos em Gestão de

Pessoas (Progep) da Fundação Insti tuto de Adminis-

tração (FIA), conveniada à Faculdade de Economia,

Administração eCont abilidade da Universidade de São

Paulo (FEA-USP), feita com profissionais de RH consi-

derados importantes formadores de opinião para iden-

tificar as tendênci as da gestão de pessoas. Os princi-

pais desafios da GP indicados na pesquisa são:

1. Alinhar as pessoas/desempenho/competências

humanas às estratégias do negócio e aosobjeti-

vos organizacionais.

2. Desenvolvimento e capacitação de gestores de

linha na organização, com novo perfil gerencial

e como gestores de pessoas, sem o qual tor-

na-se impensável a GP de hoje.

3. Alinhar a gestão de pessoas às estratégias do

negóci o e aos objetivos organizacionais.

4. Apoiar epromover processos de mudança orga-

nizacional e direcionamento estratégico (fusões

e aquisições).

Faça um comentário a raspeito de cada um desses

desaf ios da GP e quaisas sugestões sobre como en-

frentá-Ios. e

------------ --_.._ _ .- --------_._------- -

•• CAPiTLllO 1 • Introdução à Moderna Gestão de Pessoas~----------~~~~ 29

A COOPERS & LYBRAND30

• C A S O P A R A D IS C U S SÃ O .

A Coopers & Lybrand (C&L) é uma das seis maiores

empresas de consultoria e auditoria do mundo. Seus

dirigentes acreditam que a sua vantagem estratégica

nomercado é a sua capacidade de se antecipar e aten-

der às necessidades do cliente com mais eficiênciaque os concorrentes. Eles sabem que o capital intelec-

tual - representado pela competência e dedicação de

seus funcionários - é o seu principal recurso para

atender aos clientes. A vice-presidente de formação,

educação e recursos humanos da C&L, com sede nos

Estados Unidos, desenvolveu uma estratégia denomi-

nada Nexus para integrar a dedicação dos funcioná-

rios comasiniciativas deatendimento ao cliente. Aes-

tratégia Nexus baseou-se em duas premissas básicas:

1. O nosso pessoal é o ati vo mais importante de

nosso cliente.

2. Queremos ser o empregador preferido pelos

funcionários que os nossos clientes escolhe-

riam.

O raciocín io se baseia nofato de que uma empresa

de serviços deve atender a elevados requisitos profis-

sionais, competitividade e colaboração, de maneira

que a equipe de contrato (os f uncionários da C&Lque

atendem a um certo cliente) e arquipe do cliente de-

vem compartilhar valores comuns . O t rabalho da vi-

ce-presidente resultou em umconjunto de oficinas de

organização cruzada nas quai s a equipe de. contrato

da C&L e a equipe do cliente se reúnem para identifi-

car valores comuns e definir compcrtarnentos quecada um pode e deve desenvolver para atenderao ou-

tro. Em seguida, criam uma nova estruiura de equipe

cujo foco é a criação de unidade em meio às fronteiras

tradicionais. A partir dessas oficinas foram crià~as re-

des colaborativas de recursos a través das quais os

funcionários da C&L se envolve;" mai s no atendírnen-

to aos clientes e se tornam capacitados a utilizar me-

lhor seus próprios .talentos erecursos,

Os profissionais de RHatuaram como parcei ros es-

tratégicos , respondendo à pergunta:.Como·.cr1~r uma

organização adequada para atingir os obje\i.vos em-

presariais? Os objetivos empresariais podem ser for-

mulados de muitas maneiras - como alvos financei-

ros, missões, visões, intenções, aspirações o u me-

tas. Independentemente do conteúdo dos objetivos,deve-se criar uma organização adequada para que

isto aconteça. Quando os profiss ionais de R H atuam

como parceiros estratégicos, eles trabalham junta-

mente com os gerentes de linha para instituir e gerir

um processo que cria uma organização capaz de aten-

der às exigências de seu negócio. •

IQuestões1. Qual a orientação básica da área de RH da C&L?

2. Como a C&L visual iza o seu pessoal?

3. Como a C&L utiliza o seu pessoal em relação aos

clientes?

4. Até onde vão as fronteiras entre a C&L e seus cli-entes?

5. Qual O papel das pessoas na C&L?

IResumo do capítuloAs pessoas constituem o mais importante ativo das or-

ganizações. O contexto da gestã o de pessoas é repre-

sentado pela ín tima interdependência das organiza-

ções edas pessoas. Tanto as organizações como as pes-

soas variam intensamente. O relacionamento entre

ambos, antes considerado conflitivo, hoje é baseado

na solução do tipo ganha-ganha. Cada uma das partes

tem os seus objetivos: objetivos organizacionais e ob-

jetivos individuais. A Gestão de Pessoas depende da

mentalidade predominante na organização. Atual-

mente, as organizações estenderam seu concei to de

parceria incluindo nele, os funcionários, passando a

tratá-Ios como parceiros. Cada parceiro está disposto

a investir seus recursos na organização na medida em

queobtiver retornos adequados . Assim, as pessoas dei-

xaram de ser consideradas recursos (humanos) para

serem tratadas corno parceiros. Os objetivos da Ges-

tão de Pessoas ou ARH passaram a ser estratégicos e os

seus processos são: agregar, apl icar, recompensar,

L _. ~_----------~ _

 

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Gestão de Pessoas' IDAlBERTOCHIAVENATO ELSEVIERCAPiTULO1 • Introdução à Modema Gestão de Pessoas

~ ; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ~ ~ ~ ~ = = ~ ~30

31

4. Adaptado de: Idalberto Chiavenato, Recursos Hu-

manos. Edição Compacta, São Paulo, Editora

Atlas, 1998, p. 382.

5. Idalberto Chiavenato. Recursos Humanos. op. cit.,

p.19.

6. Gary Dessler. Human Resource Management.

Upper Saddle River, NJ, Prentice Hall, 1997, p. 2.

7. Gary Dessler. Management, Leading People and

Organizations in t he 21". Century. Upper Saddle

River, NJ, Prentice-Hall, 1998, p. 2 82.

George T. Milkovich & John W. Boudreau. Hu-man Resource Management. Burr Ridge, Ill., Irwin,

1994,p.3.

David A. de Cenzo & Stephen P. Robbins. Human

Resource Management. Nova York, John Wiley &

Sons, 1996, p. 8.

Extraído de: Fred K. Foulkes. "The Expanding

Role of the Personnel Function". In Haruard Busi-

nes; Review, março-abril de 1975, p. 71-84.

John M. Ivancevich. Human Resource Manage-

ment, Chicago, Richard D. Irwin, de 1995, p. 8-10.

George T. Milkovich & John W. Boudreau. Hu-

man Resource Management. op. cit., p, 150.

Fonte: HR Magazine publicado pela Socie ty for

Human Resource Management, Alexandria, VA,

1996.

Gary Dessler. Human Resource Management. op.

cit., p. 2.

Gary Dessler. Human Resource Management. op.

cit., p. 2.

Adaptado de: Gary Dessler. Human Resource Ma-

nagement, op. cit., p. 3.

Adaptado de: Luis R. Gómez-Mejía, David B. BaIkin

e Robert L Cardy. Managing Human e Resources.

Englewood Cliffs, NJ, Prentice Hall, 1995, p. 34.

Idalberto Chiavenato. Introdução à Teoria Geral

da Administração. Rio de Janeiro, Elsevier/Cam-

pus, 2004, p. 218.

Idalberto Chiavenato. Manual de Reengenharia:

Um Guia para Reinuentar a sua Empresa com a

Ajuda das Pessoas. Sã o P aulo, Makron Books,

1995, p. 123.

18. Caso extraído e adaptado de: Luis R. Gómez-

Mejía, David B. Balkin & Robert L Cardy. Mana-

ging Human Resources. Englewood Cliffs, NJ,

Prentiee Hall, 1995, p. 34.

1 9. C as o e xt ra ído e adaptado de: Lu is R. Gómez-

Mejía, David B. Balkin & Rober ! L Cardy ,op. cit.,

p.34.

20. Extraído de: Giancarlo Pereira. "Capital I nt el igen-

te É o Ativo Mais Valioso". O Estado de S. Paulo,

manter, desenvolver e monitorar pessoas. Contudo, a

ARH é uma responsabilidade de linha e uma função de

staf], o que requer compartilhamento entre os especia-

listas de R.H e os gerentes de linha.

Caderno de Empregos, 10 de agosto de 1997, p.

C3.

21. Extraído de: Carlos Walter Aumond. "AEmprega-

bilidade em Tempos de Crise". O Estado de S . Pau-

lo, Caderno de Empresas, 5 de março de 1998, p.LI.

2 2. Ex traído de: Exame, "Melhores e Maiores", julho

de 2004, p. 105.

23. Henry Mintzberg. Tbe Nature ofManagement Work.

Englewood Cliffs, N J , Prentice-Hall, 1980, p. 52.

24. Vide: http://www.accenture.com/xdoc/en/services/hp/capabilities/strategic _function. pdf.

25. Extraído de: Societ y f or Human Resource Manage-

ment, Alexandria, VA, 1996.

26. Adaptado de: Brian Dumaine. "Why Do We Work".

Fortune, 26 de d ezembro de 1994, p. 196-294.

27. Robert Saltonstall. "Who's Who in Personnel Ad-

ministration", Harvard Business Review, vol. 33,

julho/agosto de 1983, p. 75-83.

28. Robert Saltonstall. "Who's Who in Personnel Ad-

ministration". op. cit., p. 63.

29. Extraído de: "Para Onde Vai a Gestão de Pessoas",

HSM Management, nQ 44, maio-junho de 2004, p.53-59.

30. Dave Ulrich. Human Resource Champions. Har-

vard Business School Press, 1997, p. 77-78.

IExercícios1. Defina os três significados do termo RH.2. Qual é o contexto da Gestão de Pessoas?3. Comente a compatibilização entre obje tivos orga-

8.nizacionais e individuais.

4. Pessoas como recursos ou como parceiros. O que

isto significa? 9.5. Dê duas definições de Gestão de Pessoas.6. Quais os principais objetivos da Gestão de Pessoas?7. Quais são os processns de Gestão de Pessoas? 10.8. Explique os processos de agregar pessoas.9. Explique os processos de aplicar pessoas.

10. Explique os processos de remunerar pessoas. 11.11. Explique os processos de manter pessoas.12. Explique os processos de desenvolver pessoas. 12.13. Explique os processos de monirorar pessoas.14. Como você estcuturaria um órgão de Gestão de 13.

Pessoas?

15. Explique a dif ic uldade da contabilidade em medir

o capital intelectual. 14.

16. Explique o que significa empregabilidade e empre-sabilidade. 15.

17. Comente a respeito dos maiores empregadores do

Brasil e do mundo. 16.18. O que significa ARH como responsabilidade de li-

nha e função de staff? 17.19. Qual o papel do s especialistas de RH e dos gerentes

de linha?

20. O que significa centralização e descentralização em 17a.

ARH? Quais as vantagens e desvantagens de cada

uma?

21. Por que existem conflitos entre linha e staff? Como 17b.

resolver esses conflitos?

22. Quais as principais especialidades da ARH?

IReferências bibliográficas

1. Idalberto Chiavenato. Recursos Humanos: O Capi-

tal Humano das Organizações. São Paulo, Editora

A~\as,,2094, p,. 17-18.

· 2 ' ; ldalberto Chiavenato. A Corrida para o Emprego.

São Pau lo , Mak ron Book s, 1 9.9,7. '

3. josé Rober to Saviani, Empresabilidade. São Paulo,

Niákron Books, 1997. '

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