chaui, marilena. transformação [online]. 1982, vol.5, pp. 05-34

31
rans/Form/ Aão, São Pau o : 5-34, 982_ ENTREVISTA t. Bo , arilena, a gente q eria q e, i icial e te, você ala e da a or a o i telect al . ar. To ando co o nto de artida o c r o colegial o to a ndo co o o nto de artida a Fac ldade ? t. N o ei q al a o ini o de você , e te o a i re o q e a Fac ldade . . . o talvez e j no colegial o ve ovi e to i ortante ara o itiner rio inte lect al... ar e go taria d e alar m o q i o o re o colegial, or ca a da i or t cia do c r o de Filo o ia no   2   gra , or e ta raz o. Fiz o colegial n a e cola ú lica e S o a lo, con iderada a oca da el ore do , o olégio re ide te Roo evelt da R a S o oa q i . Q atro ro e ore ora deci ivo ara i a trajet ria intelect al. A ro e ora de literat ra, q e no inicio atra v de arlo Dr ond e de G i ar e Ro a. O i acto de, ao 1 6 ano , você li dar co e te ti o de tra al o literário oi i e o. A ro e ora de Hi t r a, q e no e z ler aio rado r. Foi real ente, ara i , a verdadeira revol o a de co erta da i t ria do Bra il atrav da o ra de aio rado . A ro e ora de lati , co q e e a rendia a ter a ex tre a en i ilidade ara q e tõe de lin age le do ícero e Virgíli o . Ac o q e o i ter e e ela ling age , e adq iri e o co ro e ore de ort g ê e ito ai co o c r o de lati . E a ig ra de i itiva, a do ro e or de ilo o ia. E e MARILENA HAU * ro e or e tro na cla e do 1 . ano co legial, orta to, a cla e de jove etre 15 e 16 ano e, e nen a i tro d o, ex ô Her clito e, e eg ida, ar ê ide . Fiq ei a ol ta ente a ci ada, o tanto orq e e o e ca az de co ree der o igni icado do q e e ta a e do ex o to, a or ver, ela ri eira vez e e e tado ro, o en a ento n cio a do. A idéia de q e o en a ento tr a al a, e tra al a n regi tro q e de tr i toda a certeza vi ívei , i ediata , oi a de co erta e anto a. So ret do o odo co o o ro e or a re ento o il o o . Era i co ce ível q e t do de e er ov e to, oi a en a o da er anência ito orte e, de re ente, alg , atrav excl iva ente da o era o i telect al, de on tra q e t do é o vi ento e q a do você co e a a e con ve cer de a o ilidade, você de co re q e o e a e to é ca az de tra al ar no etido i ver o e r ovar q e a verd ad e é a ide tidade, a i o ilidade. De oro i to te o ara q e e de e a er o q e i o q eria dizer, a o a cínio, na é o ca, oi de co rir o tra al o do en a e to. Foi deci ivo ara i . Ho ve te o e q e e avia en ado e azer etra , a a de co erta da Filo o ia do e r o. À edida q e o conteú do era tra al ado (tive o c r o de l gica ari totélica e c r o de i t ria da ilo o ia, centrado e S crate e o o i ta ), a q e tõe exi tenciai vie ra . Ta t o a q e tõe religio a co o a e tõe olítica , q e viera or i e Departament o de Filos ofia - Faculdade de Filosofia, L etras e Ciências Humanas - 05.508 - SP - SP.

Upload: thiago-azevedo

Post on 08-Jul-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 1/30

rans/Form/ Aão, São Pauo: 5-34, 982_

ENTREVISTA

t. Bo, arilena, a gente qeria qe,iicialete, você alae da a orao itelectal .

ar. Toando coo nto de artida ocro colegial o toando co o onto deartida a Facldade?

t. No ei qal a oinio de você, eteo a ireo qe a Facldade . . . otalvez e j no colegial ove ovieto iortante ara o itinerrio intelectal. . .

ar e gotaria d e alar m oqio ore o colegial, or ca a da i ortcia do cro de Filooia no   2  gra, or eta razo. Fiz o colegial na ecola úlica e So alo, conideradaa oca da elore do aí , o olégioreidete Rooevelt da Ra So oaqi. Qatro roeore ora deciivoara ia trajetria intelectal. A roeora de literatra, qe no ini cio atrav de arlo Drond e de GiareRoa. O iacto de, ao 1 6 ano, você li

dar co ete tio de traalo literário oiieo. A roe ora de Hi tra, q e noez ler aio rad o r. Foi realente, arai, a verdadeira revolo a decoerta da itria do Brail atrav daora de aio rado . A roeora delati, co qe e arendia a ter a extrea eniilidade ara qetõe de linage ledo ícero e Virgíli o . Ac o q eo iteree ela lingage, e adq iri eo co roeore de ortgê e ito

ai co o cro de lati. E a igra deiitiva, a do roeor de ilooia. Ee

MARILENA HAU*

roeor etro na clae do 1 . ano colegial, ortato, a clae de joveetre 15 e 16 ano e, e nena itro

do, exô Herclito e, e egida,arêide. Fiqei aoltaente aciada, o tanto orqe e oe caaz decoreeder o igniicado do qe etaaedo exoto, a or ver, ela rieiravez e e etado ro, o enaento ncioado. A idéia de qe o enaentotraala, e traala n re gitro qe detri toda a certeza viívei, iediata,oi a decoerta eantoa. So retdoo odo coo o roeor areento oiloo. Era icoceível qe tdo dee er oveto, oi a enao daeranência ito orte e, de reente,alg, atrav exclivaente da oerao itelectal, deo ntra qe tdo é oviento e qado você coea a e convecer dea oilidade, você decoreqe o eaeto é caaz d e traalar noetido ivero e r ovar q e a verd ade é aidetidade, a ioilidade. Deoro i

to teo ara qe e dee a er o qeio qeria dizer, a o acínio, na éoca, oidecorir o traalo do enaeto. Foi deciivo ara i. Hove teo e q e e avia enado e azeretra, a a decoerta da Filooia do e ro. À edida qe o conteúdo era traalado (tiveo crode lgica aritotélica e cro de itria da ilooia, centrado e Scrate eo oita), a qetõe exitenciai vie

ra . Tato a qetõ e religioa coo aetõe olítica, qe viera or i e

• Departamento de Filosofia - Faculdade de Filosofia, L etras e Ciências Humanas - 05.508 - SP - S P.

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 2/30

ISA: Maiena Cau rns/Forml Aão So auo : 534, 198

a, intant alg o oo oo Villaloo tiv talcido

aa nó cola, la d tioco tdo ailo gia na ala Eaa ania l tina d oc ailooia incntivava o lno a taala ozino, a ati do ovíao o io i az Filooia E, aocontio do acontc atalnt, otdant do ano ntindo noco ando nta no co d Filooia o t no nc a xctativa, a no oi a ina xiência Mina xiência oi a d co Filooia aliava o otivo lo ai tina ido aa a acldad t o o ncionanto donanto, o o taalo da idia,o a lao da ilooia co o ola olítico co o o la oai (oa a lao nnca o xlicitant colocada no co), tdoio a citado lo co Evidnt

t, aco aí do ano d ilooia co o o ntinto t odo tdant d Filooia ovavlnt t,ito , o da dio, da agntao, aio d , no ndo, você oi inoado d ita coia, and cto ito d taala, a no a ito coo coodna o niica tdoailo No cao aticla, a xiência coo ooa d Filooia nco cndio oi ito iotant,

ai coo oi ito iotant ooi a iia oiilidad tiv aa,ozina, coa a ni o aviacido na acldad oganiza a ia óia ania d taala Aco no ia o ívl gnaliza, ao cao aticla, o intant diatizao, d avaliao do igniicao do taalo iloóico via atav do taalo coo ooaai do atav do iioxcício acadêico coo o tado dotoanto no taalocoo o da ina t livdocência ,

oi o no txto conência

6

to ito, o ito ai ltado t ido ooa d ilooia

aa i, a ilooia t a taanalao co o ala o ovi , t a taaa dino d dilogo , d conva , ito o aí g doi aia coia cita D alga ania, ina lita a lita iooca algn cito naco oa antcdida d conva

ova citaa o do, a ncidad o a iotncia d l d cv N ntido, diia i

ito acada o ina oao naividad d So alo A iga don, coo oo xla, doBto ado, coo o dialogado xla, oa dciiva aa i A alao n do Bnto, olonga

va al da ala d ala ( tina onto ai alto oa da ala d ala), acaa odo d lacioa co a ilo oia Eoa tna i do

alna d ito oto oo ta onda adiao lo Dn,l z ota, lo oo Lívio (ti no diicldad co o iannotti ,ano alna dl), aco a igaacant oa a do Ln do Bnto E a do Bnto anc aa ,coo oizont Doi, coo ooa no Datanto, oi gand aiotncia d Maia Sylvia, tox algo cava a incaaz

nconta a oiilidad d ca aticlao nt Filooia itóia,ilooia olítica A na d MaiaSylvia igniico a viada na in a atividad Maia Sylvia no t contlao, citica at o i , no cao aticla (coo tno tndência aota), a cítica no aaliadoa,lo contio, d gand tílo Evidntnt, a oa ai iotant

ina oao lad Lot, no óla adicalidad d na nto la ovidad cnda d tdo anto lcv, a ta la lao aaixoada co a ilooia l do d

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 3/30

NTRVISTA: Marilena Cauí Tns/oml Aço, São Paulo : 5-34 1982 .

erleauPonty Aliás, eu conhecia Lefortjustamente orque meu s rim eiros traba-

lhos foram sobre MerleauPonty Comefort me foi ossível escaar daquiloque uma essoa como o Bento tinha odi -do escaar e da qual eu não era caaz deescaar (os meus trabalhos inici ais de His-tria da Filosofia mo stram q ue eu não eracaaz de escaar): a ers ectiva estrutura-lista em Histria da Filosofia, uma certamaneira de lidar com o texto tal qu e o tex-to não conduz a nada, senão à mono toniadele rrio O que descobri no contato,

não s com a obra de Claude Lefort, masno contato ess oal com ele, foi um a outramaneira de me aroximar do texto e queme ajudou a vencer um oosição insolú-el: o desejo de trabalhar à maneira deerleauPonty, à maneira de Bento Pra-do e, no entanto, dison do de técnicas detrabalho contrárias a esse desejo Achoque os trabalhos iniciais que fiz revelamuma coisa muito curi osa: a técnica de tra-balho é estruturalista e a retórica (no sen -tido ejo rativo da alavra) é um a retóricaà la erleauPonty Tentava usar o jeitode erleauPonty escrever, mas traba-lhando de uma maneira inco matível comessa escrita Essa erceção s se tornouclara ara mim no contato com Claudeefort, vendo Claude trabalhar E traba-lhar num camo onde redomina o ele-mento que me faltava, isto é, a comree n-são da natureza esecífica da coisa escri-

ta rendi muito Semre foi dito (dadaa extrema imo rtância que o trabalho e -daggico tem ara mim) que meus textoseram orais, q ue eu não escrevia, que meustextos eram falados, coloquiais Sob esseasecto, eu devo muitíssimo à Dona Gildaque corrigiu (vezes sem conta) meus ri-meiros artigos, me mostrou os cacoetesque eu tinha ao escrever, me s ugeria jeitosde escrever o esrito Foi de uma aciên-cia e de uma generosidade incríveis ara

comigo Penso que foi no contato comClaude Lefort que comecei, ainda de um amaneira muito imerfeita, muito inician-te, tateante, a ter uma relação mais escritacom o escrito Isto ara não falar na im

ortância olítica decisi va qu e ele teve so-bre meu ensamento De alguma manei-

ra, acho que há uma certa continuidadena minha formação, embora marcada oressoas muito diferentes na sua rodu-ção, na sua relação com a olítica e com aniversidade Foi um caminho no qualfui descobrindo, de maneira muito lenta,o lastro histrico da filosofia, a dimen sãocrticoolítica da filos ofia, a natureza es-ecífica da filosofia e nqu anto esc rita e lei-tura, enquanto discurso e livro

nt Marilena, seria ossível falar umouco sobre a sua relação com a SP , no sanos em que a sua ligação, inclusive for-madora, com ela, foram mais intensas, is-to é, os anos 60 ou 70?

ar Durante os anos 60 eu falaria umouco de minha experiência como estu-dante, minha exeriência mais longa en-quanto rofessora é dos anos 70, orquefui contratada ara o Deartamento deFilosofia em 66 e em 67 ui ara a Françae s voltei em 69. Como professora, mi-nha exeriência é a exeriência da USPas o Ato Institucional n o 5 Como es-tudante, a SP que conheci era arte daida da cidade de São Paulo Não s or-que geograficamente ela se situava noonto de confluência d a ro dução teatral,da rodução literária, da rodução artsti-ca em geral, como ela estava rxima detodas as atividades culturais e oticas

De tal maneira que a sala de aula, o sa-guão, o átio do grêmio, o grêmio , o s ba-res, o Teatro de Arena, a cinemateca, aBiblioteca M unicial eram um único esa -ço Biblioteca Municial era o ponto deencontro, lugar de discussão e lugar deesquisa De tal maneira que havia efeti-vamente uma resença da cidade no inte-rior da Faculdade e da Faculdade no inte-rior da Cidade Essa exeriência é imor-tante ara avaliar nosso modo mesmo de

viver o erodo Universitário As discus-sões do dia começavam lá na Bibliotecaou na Praça da Reública e, caminhan do,chegávamos até o saguão da Faculdade, eentrávamos ara a sala de aula com as

  7

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 4/30

ISA: arilena Cauí rans/Form/ Aão São Paulo : 534 98 2 .

eõe do ia. Oro aeco iorane era o ao de qe, co exceo de o oro rao da ciência exaa, j e

arado l na idade Univeriria (noi do ndo!), a Ra Maria Anôniaera a Univeridade de So al o . Evi deneene, coniderando a Facldade deMedicina, a Facldade de Direio e a olicnica coo co la qe no era exaaene, ara n, a Univeridade de Soalo. A U niveridade de So alo era aFacldade de Filooia, iência e Lera,a Facldade onde convivia edan

e e roeore de oda a rea. Tdoncionava io e você . . . No, no. Eraio crioo, elo eno ara i,ore no aava io e la no a caea e ovee vria Facldadedenro de a . Havia a Facldade deFilooia. Aconecia coia incrvei.ando roeor, co o o Focal,or exelo, oi convidado ara dar cro (o cro oi o ancrio de LeMo e Le oe" ; oo o rieiro

a ovir Le Mo e Le oe") , o úlico era conido no elo roeore e edane de Filoo ia, a elo roeore e io edane de oda area de Hana (iência Sociai, Hiria, Lera, icologia), ai o eoalda Fica, o eoal da Biologia. E elero, or exelo, de i io oranizado elo rz oa e elo aiorado r. ore qeõe de olica raileira. Veja qe teo co o na Facl

dade de Filooia no avia an iearoicieneene grande ara arigar odoo e eria ovir, ee deae oreiria e olica raileira ocorrera n oMacenzie! O Macenzie cede o aniearo ara o iio. Otro ao igniicaivo. ando oi levada a ea A Seene" , ove ia olêica, coia qeGia" e Ele no a lacie"no ina rovocado. No cao deGia" e Ele no a lacie",dicie io, aloe io, eraconierada a grande renovao doexo e da onage. Ma a ea coo A Seene" cio ia olêi

8

ca. ove a dic o co o Garnierie o aore no grêio da Filooia, erloado, e do oeno ai alo oia dico, no enre Gianranceco eroeore o edane, a a enore dico enre Giannoi e a alnade Fica! Era realene aiene

io ecliar, niveririo no o enido. E e lero do dia da renúncia donio adro. Evao na Ra Marianônia oando caezino qando veioa nocia. N rieiro oeno, nin acredio e, logo deoi, eona

neaene, coeara a rgir na Marianônia e denro do rdio da Facldade,cocio, dicõe olica. A renúnciado nio roxe ara a Ra Maria Anônia eoa do ai d ierene lgare, deono dierene da cidade, orqe aia e l ceraene o ao earia endo dicido. Deoi, veio 6 Teno aireo de qe oi a rieira vez e eorno io claro ara n odo o qen rao. Teno a ireo de qe nooeno e qe o roeore coeara a er ei do a inerrogario norrio rdio da Facldade, na ala daFacldade, iveo o enieno de qee raava de aconecieno olicono qal a Univeridade eava rondaene envolvida. Era a evidência qeno reciava e er aar el a relexoeava oo, ali, o ao de qe iliarevina à Univeridade inerrogar roe

ore e deo exllo. E e leroa qe decidio reiir, logo deoi. Reiir conra o gole. Foi o oeno e qe a dierena enre n e oMacenzie e orno exlcia. A oraoliciai vina e direo à Maria Anônia ara cercar o erririo. N qerao roeger o edicio da M aria Anôniae nao conra n a olcia e o edane do Macenzie. (Na ocaio, e eava grvida de ee ee e egrando oorõe da Maria Anônia! Lero qealn colega diera elo aor dee, vai eora orqe io vai icarorrvel" . E ando co ecei a e dian

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 5/30

NTREVISTA Marilena Chauí. Trans/Form Ação, ão Pauo, : 5-34, 1982

cir, foi O momento em que efetivmenteos oiciis chegrm. E corri, grvid,enorme, corri ouvindo s bots trs de

mim, d Dr. Vil Nov té Prç d Re-úbic.) omo não estv no Brsi em1968 (ortnto, esse eríodo é u verd-deir cun r mim, não fço idéi doque foi e como foi), n minh históriesso o início d destruição d Universi�de foi 1964, qundo vivi os conteci-

mentos n su cruez. A resenç dos mi-itres, resenç dos oliciis, exu-são, resistênci, os interrogtórios, o cli-

m de verddeiro vor que se instou,ão sei se foi comrve o que eu viqundo cheguei em 69. Não creio que sejossíve comrr. Se nós ensrmos etermos do que hvi sido USP té o êse bri de 64, e o que form o mês debri e o mês de mio de 64, eu diri que,oiticmente, vioênci foi mior doque de 1968 . A de 68 foi rieiro um

ioênci rofundmente o licil ntes dese instlr como violênci oític. No c-

so e 64, foi imeditmen te u vioênciolític e não er ossíve distinguir vio-ênci olicil e vioênci polític. A im-ressão que, de onge, 68 me d é queouve duas ets n vioênci e n re-ressão. Em 64, cois ocorreu de umez só. O mbiente ger de 68 certmente

er mis tenso e grve o rque hvi guer -rih. Ms em termos urmente univer-sitrios", 64 foi indescritível orque ini-

mgive em São Pulo. Ineperdo de-mis. A Fcudde que e ncontrei qundoceguei em 1969 er outr, er um con-junto de rofessores e de estudntes dis-ersos em brrcos no mp us d idd e

niversitri, comletente desrvor-dos, com sensção de qu e er reciso re-sistir, ms não se sbi muito be comoresistir, nem contr o que resistir. O queencontrei foi um esco inteirente no-, ineserd, que não tinh nd is,

bsolutmente nd mis ver com que- que eu tinh conhecido nos nos 60.vez, se eu tivesse vivido o desenroros contecimentos em 67, 68 e no início

e 69, trnsforção não fosse sentidor mim de um neir tão brut l. Nãosei. M r quem chegou à Cidde Uni-

ersitri no no d grç de 1969 , sen-sção er de terr rrsd, de fim deum éoc e, nquele momento, exec-ttiv do nd. A se nsção de qe nós es-

tvos li or um cert inérci, mssem nenhum justifictiv. Lev ou um cer-to temo r ir ficndo clro que hvimotivo r ficr l, que er imortnteficr, que i se inicir u período de resis-tênci oític e culturl. N inh exe-

riênci, foi esse eríodo, eseciente oeríodo que vi té 7 8 , o temo no qu,eo menos n re de Humns, o movi-mento estudntil foi forç universitriefetivmente existente. Acho que deve-mos os estudntes existênci d Fcul-de. Ao mesmo temo e que o esforçoe guns rofessores foi gig ntesco, por

que er o momento no qul você entrvr dr ul sbendo que hvi n csseoiciis, que o DOPS estv registrn-o. Sbímos que hvi microfones nsss dos rofessores, que funcionrioserm esiões, que hvi estudntes" en-crregdos de resentr reltórios de

nosss tividdes. Sbíos que os estu-dntes erm vigidos, que nossos ssos,for e dentro d Fculdde, er vigi-dos. rbhvmos não sob tensão ssob terror, e um terror ioclizve, or-que reressão odi vir do c oleg (como

eio r muitos), do s lunos (coo veior muitos), como podi vir de um des-conhecido que tinh se plntdo lá. Qun-tos rofessores for resos, interrog-dos, or denúncis de estudntes? Perde-mos cont. Quntos rofessores forexulsos or denú ncis de c olegs e q n-tos estudntes for resos e torturdosor denúnci de seus colegs? Per demos cont. Nenhum de nós sbi se hverii seguinte. Trblhvos o teo to-

do n execttiv ou d prisão ou d ex-usão, os ssportes prontos, sbendoque corresondê nci e os telefon es ercontroldos. Qundo olho r trs,

9

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 6/30

ISA: arilena Cauí ras/FormlAão São Paulo, : 534, 1982

, s l É l ( l

l l , , s , s, , l, s sl i sã z g s l ll , lg z, s ? D i l A l s ? s 7 xi l s

l N c , s, i

l D ls, l, gi lgs s

( D Gl, s ( il D

, D ls, sc,

, sg s si

, s G s , ls, ' lg

s s N A s l l, sl c , ggi , 77 , l q sl l , , e s l , s s x m ml l s s s sils l l is i s s

xíl N D l sms l s s l lcl xc Aql s xi i s, l N s xi xíl, es c c s l x s i D, xci s g l s i C e , esds z", qe s l, im s s cl P ss g g sl c N is q z? P i ( g

A , m , s , s 6),r líc q s z i , sl , i , ll sl, l, D l s s , s , s gls s ms l gg, s e l, T issã q i íls, sesl, i l cs, s l m lss, s, i vlz lã, s c, esss m ses T

Th essã e q m sh ssã qe l s s is p s qe ã sm s sem qe s s ô i ( s i s s à cã i m

10

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 7/30

ISA: arilena Cauí rans/Form/Aão São Paulo, : 534, 98 2 .

l q , q i l g l

l , g lg ll q à , x l A q , q , q l , E l ql lz N q l z ( x, x , q g q E l l q ôà

l l z, x l, à z x Pl q l q z q z E , q q

z q Tlz z j l

Ag, q q , Ml q g, z, q x l, lz à l l, l l ll, ,

z z , q , , z, , l q

70 z jg, x , lz l, z q g

x l jg M A q l

E Tlz l

M A ! Tl, l, q gg g, g , l N l , g j Ah q j l q l l P, l l q l g l l

x à ll ll (z, , l, , z q, zg l, q q , l , T z ,à à , l g L

lADSP ql PCl P, q l, j, l , , q lP, l q x l ll, S l

q q l( q , l q q l

1 1

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 8/30

ENTREVISTA: Marilena Chauí. ransorm Ação São Paulo, : 534, 1 982

loo co o coso s sqs do s os s os

sldos dos os, loso, sqs s, sq s coss cs d 1 0 os." A sos osc: Eqo os lsoos cgdo ds q js s, o s dos ossos sqsdos d sdd ss g." Lo d cdo ozgd l do q ão cocodco são skos d odãoc, q c o so q

l slcss coo lão colgs d os o oso s os gosos, oo, ds ão ol ão dsão lcl. Es do o lcdo oq s cs o ss ss qsão .D ldo, xs d d qe sdd s úl s o os síl slc, cd sso, o qo l od cz. Plo cô o ds os/ ls, ds os/cdos, dos ílos,ds ldd d sdd qo s úl ss ldd slzdq, os. E oq sdd os, cl cosdos. odo ss ldo o d os, ols , o soo, o odo: qdd d d, à de dos são cocdos . Ms, sgd c, o cos. P os, q q

o lo ísco do lo lcl, c q ão s slo lg o d sdd lcl. Ess ldo q s sso. o oo ldo sj co dg: s os d sqs cosod s gs, sss s gscosod os cd os , sss os cdos cosod o ílo, co co. O q x coso ds do lo lcl

so codão xss d q l c os. O lo, q s l o os, so s sl d l dsd. O olso s s osos ldos. O olso co

1 2

l os oosos" co os gosos", s co do ldo

ooso o s cosd q o o d lo o o d l dsdd. Cs dos ldos : , q cúlc (s ão lzdo o doojo gol, oo q oos so . Ms o co d dsão o co d oosão, qlq sso (slo, docc, odão c, o d sqs s coo c d dscssão o o. ldo q odão o co; o

oo s o o logo co xsc d los cos os. ldo lg cos o oosls z ss s ão oc. Não soo lss o qdo d cs dd o .oc s o, s s do do doso co. Ass, co o olso ooso sg o ol so d ãosão dos los. D ldo ,o logo do skoos, do oo, ologo do so, cjo slco o ds sdo. Ess logo do so slcoso z s s coo dMcdo de Asss so sjo q do coo go oq ods sscsss s o ccsco, c dz d . M os osdos, qdo o, dscos ql d cdo q ss oo odo co líg cdo co

o co d c. Po sso ão l.S slco , s odo co o líss sdo, o z s odccosddo jz ds ds dos oos ,s q l d ss dz . O s l sslco o so jz d l do oo. E l s slscdo co c .

E. cdo o co d sd d, s íos do s

gs q co q oc so. Tlz oss scc dls ão, d q s oxd o sg: od o ossoso, do odão d o

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 9/30

ISA: arilena Cauí ras/Forml Aão, São Paulo, : 534, 1982

er, er mesm temp urcrt?u: qul relçã que gente pderi es-telecer entre quil que pr usr um

term que nó encntrms em determi-d rs um frmçã mrl e in-telectul d prfesr e su t ividde en-qunt funcinri públic? utrergunt que seri nete sentid tmbém cm e f e cmputçã d inte-lectul upn que su respst nte-rir trtu diss, lgum viés específicque deri

r epnd negtivmente à pri-meir ergund Ac que h um incm-tiilidde de essênci (n sentid fen-menlógic, risttélic, espinsn) en-tre urcrt, prfessr e intelec-tul r um mtiv muit simple s É que feres d burcrt sã de tl n ture- que sã feres cu pre supst é queele dev bndnr t de pen sr ã éíel um burcrt pensnd u eleen u ele é burcrt prque (sem pre-

cir ir à nlise mrxist d burcrci,em à nlise lefrtin d burcrci uà nlie de Cstridi, ficnd só cm lie weberin) rcinlidde d bu-rcrci et n ft de seus membrs,um ve tend demnstrd trvés derv qu e estã bili tds pr pt,tud que tinm pen sr, pe nsr A rtir d inserçã burcrtic têm querelir rtin, rdem Um experiên-ci ntiurcrtic fi tentd em nss

ertment de Flsf, ms, infli-mente, rtu m 6, Deprtmente ilfi crri risc de ser cntrl-d r um interventr prque, pós scssções, prfessres nã tnh stítuls necessri pr que Deprt-ment fse cnsiderd um Deprt-ment Cm hvi rsc d interven-tr, lguns e nós, prmer M r Sylvi edei eu, presentms nsss tese prque Deprtment tvesse s títuls ne-

ceris e nã fcse sb interventrilcue, entã, questã d Cefid Deprtment legems Mriyli, ms cm cmprmiss de divi

dirm trefs, it é, Mri ylv nãi er trnsfrmd num burcrt prlvr Deprtment de Flsfi As

tref d burcrci irim ser inteir-mente prcelds, dividids e distriuídsr que, cd um se cupnd de umfti del, mi nim isse própr i burcr-tiçã A mesm temp, que er fun-dmentl nis er ft de que tds,clrnd, divid ind esse trb l, um Cngregçã, utr n CI D, utrn ecretri d Deprtment, utrn direçã ds reuniõs, utr cuidndd Grduçã, utr cuidnd d Pós-Grduçã, cd um de nós prticipvefetivmente d direçã d Deprten-t Hvi um direçã efetivmente cle-gid Infelimente es experiênci nãôde er prsseguid Deprtmentultinmente e deixu devrr pelurcrci urcrt, prfessr e intelectul ã figurs incmptíveis, ms urcrci pde se r cntrnd se vcêelr trbl burcrtic entre t-

ds s pes, d e tl md que cd u mse encrregnd de u m fti, memtem ud cndur s trbls e ne-num dels é bsrvid pel mq uin cê burl intençã d burcrci que é errqui

nt u me lembr que er lun n-quel épc e me lembr que, d prtedis que vcê cm de burcrci, quetmu cnt d Deprtment de Fils-

fi, ficu muit clr, pr s luns, que grnde crític feit e st cgestã er ineficiênci, quer der entã, eu e lem-br d discurso e que er e xplicd cmtd pedggi s luns, que b gunç d Deprtment de Flosf se dev àinefcênci esse clegad Qund selud que bgunç vinh, se mstruque er resultd de um d esm ntelmentde m Deprtment etcetc Er um tr-bl d ditdur cm vcê mtru,quer dier entã que burocrci elcumpriu ppel plític de tlve cns-ciente, tlve ncnscienemente relirum trlh Quer dier, esse fntsm

1 3

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 10/30

ISA: arilena Cauí ras/For/ Aão São Paulo : 5 34 98 2 .

d ineficiênci nd d cert dem-ctic só lev à nrqui ntã experiênci de demcrci fi brtd de umld, pel própri situçã mis m pl d�ecessã e fi incentivd de dentr, ffinlid cm ess plvr de rdem vms regulrir, vms rcinliretc .

r Vms ser efices, cmpeten-tes

nt Vms ser efices, cmpetentes,et m lun deu pr cmpnrmuit bem esse tip de mudnç, prtird qul, pr exempl, s crédits frIrcinlids e encvlrmse s reg-mes de luns Aí cmeçu drm dsclcul

r discu rs sbre rergniçãd eprtment er pders nã sóque efetivmente Deprtment ti-n ficd cmpletmente destrçdcm s cnteciments de 6 e ess rer-gniçã preci cm um discurs

plusível, ms tmbém prque ele slp-v, efetivmente, crter demcrticd eprtment mis que nós ten-tms, n iníci, fi nã submeter nsstrbl td impsiçã burcrticque tin sid feit A questã ds crédi-ts, ds rs/ul, tud iss er inteir-mente lei às nsss tividdes m-ment finl, l ns ppéis, se prdui is-s s iss nã se pssv pel nss

trbl efetiv uvi lgums vees serdi que nós estvms b urlnd legisl-çã universitri e ue se fsse feit umdevss n Deprtmen de ilsfi,este seri fecd m iss, nã se que-ri dmitir que nós estvms desmnte-lnd um pret de burcrtiçã que surgi er idéi de que nós nã est-vms cumprind lei e que iríms p-gr pr ist mis r dit que se cn-tecesse lgum cis, Deprtment iri

pgr pel irrespnsbilid de de lgun s nt sse qudr de burcrtiçãtmbém se estbeleceu n regime d pr-riedde ds títuls cdêmics É lg

14

imprtnte que crreu nesse regime deurcrtiçã, prque um cmprmissficu clr um cmprmiss slene deprtment de ilsfi, prém plíti-c fi que, um ve cssds Bentrd e G inntti, nã se frim cncur-ss , nã se bririm s vgs pr s pr-fessres titulres d eprtment, en-qunt esses prfessres nã vltssemsse cmprmiss fi cumprid rigrs-mente pr lguns, ms, num determindmment esse qudr burcrtic rm-peu cmprmiss e uve entã cndi-

dturs crg de titulr, que clcu eprtment dentr d nrmlid-de Definitivmente dentr d nrm-lidde e tl md que, qund uve nisti, tnt Bent rd qunt Ginntti encntrrm, de ft, um utrtitulr Um cis extremmente pesd,d pnt de vi st plític

r um utr cmprmiss que eprtment tin e que seguiu à risc

ns fi er de que títul nã definicis lgum õ er pr títul que l-guém dirigiri eprtent, nã erpr títul que lguém cnvidri pesss virem eprtmen t, nã er prtítul que lguém prticipri u nã deBncs, nã er pr títul que Deprt-ment seri regid r um clegid efe-tiv, um clegid pr cntrtçã e re-cntrtçã, um clegid n ireçã, nescl e n discussão d tip de rticul-

çã entre s diferentes curss Huve ummment em que trblvm em cndi-çã de iguldde cm um mesm clsseum prfessr cm títul X, utr pr-fessr cm títul Y , ur prfessr se mtítul e luns n qulidde de mni tres e repente ; esse eprtment incrp-ru titulçã cm précndiçã prtud A prtir de um determind m-ment, títul cmeçu vler e desdeentã clegid se trnu um frs

muit triste prque, n fund, cm títul determin prticipçã ns de-mis clegids d fculdde, s utrsprfessres estã excluíds ds decisões

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 11/30

ISA: arilena Cauí TrasForção São Paulo, : 534, 1982

nriorn, caa um nós, porroízio, inha acsso à Congrgação, aoID, à Diroria, às irns comisss,

aricipava a coissão Grauação,a coissão ósGrauação, uo porroízio Esávaos oos razoavlniliarizaos co o uncionamn acula A pari r o mo no m q u oíulo in o poso a irção, nós -os único inivíuo qu az par oos os coliaos

n uano não é siuação, Mari-lna, sá ocorrno uma oura coisa a

nívl o icroogu o Dparano,c, qu é ua prvrsão, u rbaixa-no, por invrsão, por aprsnação àsavssas, a unção o burocráico Iso é,anipulanos agora a cogsão a a-inisração colgiaa, s passa, s pulv-riza, s aoiza a burocracia, as qu in-siiosan lva sua unção paralisaorao pnsano a proução Enão, s-a é ua unção nova, é uma vrsão a siuação nova qu prcisa sr nun-

ciaa a sa inrponn unção pa-ralisaora, srilizaora o burocráico,rvsia paricipação

ar I s so é ní io , p or x p lo ,uano você o a o pap l as m ais varia-as coisss E, aparnn umaoissão é u lugar paricipação Navra, la sá iano rgras burocrá i-cas o uncionamno a Univrsia ciino o sino proissional pssoal

caa u nós En Ou sja, s scarra nas nossas ca-ras s ri nas nossas cos as

ar Exaan, somos sbulhas oa anira

n Eu m lbro, m ouro laoabé a cisa, Marilna, qu foi agra-vao co ss proso burocraiza-ção Foi abé o acnuars ian a

ivisão social o sabr Eu m lbro quaria Sylvia Carvalho Franco, qu aziaaé não par o parano Filo-oia, soliciou a passag aissão,

oilh io, público, qu la não inhairio, qu ra ua usurpação, porqul não inha o iploma Bacarl m i-

losoia Ora, ss ipo raciocínio posr lvao ao absur o, coloc aria para orao Dparano iloso ia, o D para-no Filosoia orqu, na ralia,a  ruura, o pnsamno, o projo quaprsnou, coo você osrou, coonãoalrnaiva, mas coo naiva salvar o qu havia univrsalizan naaria Anonia, ra ssa inisciplina, ssapassag, jusamn, quano mais, su-ponhaos, u sociólogo, u hisoria-

or, c , s aproxiava o sabr ilosói-co, ais bvino, com oas as brigas,s irnças, os qusionamnos, ascopências, as isso é normal Agora,jais havia sio uilizao o argunoo iploa, o carimbo m cima, nuncaFoi a parir ss momno qu isso co-çou a vigorar, como s, suponhamos, xcln pinor, não puss jamaiss ornar u ilósoo N o caso, por xm-

plo, o Lonaro a Vinci não sria ajun-o o Dparano Filos oia, qur i-zr, ais ou nos iso

ar Ess procsso é grav váriosnívis grav hisoricamn porqu uDparano Filosofia v a uasulhrs não bacaréis m Filosoia a suaisência El v a uas sociólogas asua xisência, iso é, à Dona Gila àaria Sylvia Enão, a ívia hisórica

u o Dparano Filos oia coo nãoilósofo" é nor No ono qu ra para prsrvar o Dparamn-o Filosoia para qu houvss coni-nuia o rabalho, las oram rconh-cias, as spr co rssalvas al-gns No caso Dona Gila, alé anr o paramno uncionano, lacriou a rvisa Discurso", lmbro u prossor, qu sv ora uranos anos ngros, ao chgar vr o priiro

núro a rvisa, m vz co orar clbrar, coo nós sávamos azno,consirou a rvisa íocr Isso é uacoisa qu não vou proar n unc, porqu

15

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 12/30

EISA: M arilena Chauí TrasFor ção, São Paulo, : 5-34, 1 982

rouzir ssa rvisa naqulas coniçshavia sio nor Foi ua injusiça la

gran No caso a Maria Sylvia, a coisaoi uio grav Maria Sylia scrvu urabalho qu la nunca publicou porqunão ra o rabalho qu la quria zr,as qu z para o Dparano Filo soia sobrvivr, sacriicano u livronua s acaêica Quano, anos -ois, la qis azr o concurso para prossor ajuno, alguns algara qu raiossívl orqu la não r a bacharl Filosoia Alé a injusiça pan, a-

bé houv sconsiração pla rajória inlcual Maria Sylvia , qu cruza-ra co a ilosoia izra uios nóscruzaros co a hisória a polí icaua ocasião qu o iálogo n r pssoas co oração irn aconcia rouzia rabalhos, isso oi considraoirrlvan no a burocracia osíulos Quano u Dparano Fi-losoia é capaz sconsirar u a ra-jória inlcual, você s prguna o quaconcu co ss Dparano Noo Cruz Cosa, Lívio Tixira,no, Giannoi, Rui Fauso orcha,caa u nós não ra con sirao sp-cialisa; azíaos nossas ss buscano oqu havíaos scolhio, as, coo pro-

ssors, éraos rossors o D parano Filosoia Caa u nós raconsirao capaz inis rar cursos nasirns isciplinas, qu ra iporan

ara o nosso rabalho pssoal, coo raioran ara os alunos prcbru irns pssoas poia rabalharsobr irns assuno s Isso oi paulai-nan sno sruío D algua a-nira, o Dparan o agora s rpar scialisas É vra qu aravésas isciplinas opaivas cono rnaos uouco iso Mas, algu oo, cadau nós acaba no sua caira caiva,

sruino u silo o Dparano,on o Bno ava aula Hisória a Fi -losoia, coo Éica ou Eséica; oiannoi ava aula Lógica, Hisó-ria a Filosoia; o Lbrun ava aula

1 6

Lógica, Hisória a Filosoia, Éica, oria o Conhcino

En E qu s rlia na proução ública, or xlo, o Bno, lbrasobr o Guiarãs Rosa, por xplo,você não sab izr, aé qu ono aqui aisória a Filosoia, aquilo é críica li-rária, aquilo é, a roução ra univrsal,ur izr, s rspiava o Univrsal En-ão não s caalogou o xo o Bno,conra isso, isso é u xo Filosoia,ono orqu o juízo qu aparnné u logio, é liiaivo Marilna, ua

rguna uio sipls: O qu uou?o sguin snio: s consguiorcnn, ois os anos 70 para cá,o sbrano ou a apliação ou ra anigan a caira o u iscipli-na Éica; ou, às vzs, Éica Filosoiaolíica, Éica, ua isciplina, Filo-soia olíica, oura No nano j á co-ça a sonar cras raçs, para nãoizr, cras rsisências qu, co u is -

curso uio curioso, iz, xainano u lao ilosóico, nr aspas, orouro lao, o políico, spr nr asasabé, qu já s sá azno aisolíica o qu iloso ia

ar Exaan

En Enão, volo à ac ais xrnaa rguna O qu udou nr 70 80?

ar Acho qu o qu uou proun-an oi o aparcino algo qusá gsação, ua scobra D r-n, nós qu azos ilosoia prcb-os qu ispoos u acrvo órico, u insrunal rabalho qu nosorna capazs azr aqu ilo qu a ilo-soia spr z: rlir sobr as xpriências su próprio po Acho qu oqu surg não é a iéia d ngajano,n a iéia nacional, n a iéia oouliso, n o vanguariso, as a

rcção qu saos conciualn raraos para raar o nosso prsn no capo políico, no capo arísico,no capo social, no capo a prouçãociníica xisn no Brasil, ni, qu é

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 13/30

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 14/30

ENTREVISTA: Marilena Chauí. Trans/Form/ Ação, São Paulo, : 5 -34 198 2 .

cê tinha do problema do texto, do textodo filósofo. Você se lembra a inda da era oKirkergaard, onde você mostrava as va-

riações do tempo no texto escrito . As suasalas, no primeiro MerleauPonty, no pri-miro Espinosa, sobretudo no segundospinosa, nos artigos de ciscunstância porexemplo três em uma, que aparentemente ma viagem, que é um percorrer do es-paço, mas justamente uma reflexão so-re o surgimento da teoria do tempo mo-derno, você tem se interrogado sobre essepermanente e esse transitório e aí eu per-

guntaria: P or qu sp inos a?ar . Eu diria que o motivo inic ial daescolha de Espinosa é filosófico, mas ém filosófico quase entre aspas. É auto-biográfico, eu diria. Vim de uma forma-ção religiosa ao m esmo tempo católica ul -tramontana e mesclada com um catolicis-mo sincrético, onde o elemento mágico es-tava muito presente. A formação católicaltramontana me colocou sempre diante

de um problema: da culpa pela liberdade.omo é que você pode ser culpado da l i-berdade? E mais . Se Deus é u m juiz onis-ciente e onipot ente, um a exterio ridade ab-soluta, por que Ele nos julga pelo que jásabe que iremos fazer? De alguma manei-ra, a eternidade do Deusju iz e a tempora-idade da minha liberdade cul pada era umproblema insolúvel, com e sem sentido.De outro lado, nos instantes de desesperoe angústia, o recurso a to dos os ele mentos

ágicos era indispensável para o apazi-guamento interior e garantia de certezas.Por acaso, durante um curso de Históriada Filosofia Moderna d o Pr o Lívio Tei-xeira sobre Esp inosa , q uand o ouvi exposi-ção sobre o Deus de Es pinosa, eu me lem-bro de ter tido uma reação que, hoje emdia, em nossas classes é perfeitamente na-tural, mas que naquela época foi um a coi-sa um tanto chocante. Eu me lembro que,do fundo da classe, gritei: Profes sor, euprocrei isso a vida inteira! " A fiosofiade Espinosa foi a descoberta de que erapossível a liberdade sem culpa. Mas acheique era incapaz de enfrent ar a filo sofia de

1 8

Espinosa, absolutamente incapaz. Tam-bm por acaso, algum tempo dep ois, abrio ratado TeológicoPolítico" e desco-

bri a relação entre o medo , a esperan ça e asperstição. Compreendi, então, queauilo que tinha para mim mesma apenasma dimensão psicológica, era efetiva-mente m problema filosófico. A atraçãofoi enorme e a consciência das dificulda-des de Espinosa também era enorme . Nasprimeiras vezes em que li o Tratado daReforma, a Ética", eram textos in-compreensíveis que me deixavam comple-

tamente aturdida. Achava que jamais te-ria condições para entendêlos. No inter-valo, fiz um curso de Pó sGraduação como Lebrun sobre Hegel e parecia uma epi-fania: finalmente a compreensão da ne-cessidade e inteligibilidade da história!heguei a pensar em escrever um t rabalhode mestrado sob re Hegel, mas a leitura daFenomenologia do E spírito" produziu omesmo efeito que a da Ética": incom-preensão total. L Hyppolite e aconteceu

algo curioso, pois o que mais me interes-so foi a figura da consciência infeliz.Percebi, então, que era smpre a mesmaqestão, que iria ler Hegel pelos mesmosmotivos que desej ava ler Espino sa e volteia Espinosa. Porque achei (não sei hoje sediria o mesmo), mas achei que Espinosa,de algma maneira, apontava uma rela-ção entre o finito e infinito e a liberdadesem passar pelo grilhão de culpa. Se vocêquiser, foi o cristianismo d e Hegel que me

afastou dele, porque nós éramos i-guais". E foi a violência de Espinosa,co relação a todas as representações qu emarcaram meus pensamentos e minhasações, que me fez ir a ele. Independente-mente da questão do tempo ser a grandequestão. Acho que essa questão do tempoaparece na tese de livr edocên cia sobre Es-pinosa, mas, curiosamente, não atravésde egel, mas através de Lefort. Por queegel e não Espinosa, você me pergunta.Porque Hegel me conservaria dentro douniverso cristão e Espinosa era a minhapossibilidade de sair desse universo, deencontrar outra maneir a de pens ar .

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 15/30

ISA: arilena Cauí TrasForl ção São Paulo, : 534, 1982

n A inha qusão vola u pouco, arilna uano u lh colocava asão u uso orno a burocra

cia coo ua ac ss in san iológico , nava vr qu iso, no nosso pquno nivrso Dparano Fi loso iasalhaos por aí, você izia pouco ans,sa ilosoia coo ovino qu sncharca na hisória na hisória o aí gora coo você vê, ou coo você poria nos ajuar a pnsar usano saaior ou nor xplaria qu nósossaos r, coo os prossors quocê ciava o oosvl ua uilizao sss ariais · qu, nrnano aira o burocraa conra a hrsia o aasano a ilosoia nr aspas, uilizasss ariais o coiiano a raliaiiaa nvolvn, qu pass a plo aro, qu passa pla liraura, qu passa pla úsica, qu passa pla posia, assi sucssivan E iso, sobru o,rcuprano u p ouco sa noç ão qu arc caa vz ais urgn ou conv

nin a xplaria possívl ois 1 8 anos sorinação orqu , u vr, ss uso iscursos ivrsos parc s ornar ais icin, ouais aina, ua alrnaiva, ua rciralrnaiva nr o iscurso xuao oilosóico" puro, nr aspas, u iscrso uias vzs graor prplxias incoprnss o políico" aé puro, por isso nr aspas

ar Vjo ssa rcira alrnaiva coo a conribuição iva qu caa u ns po ar raano úsica, posi, cina, pagogia, hisória, rópria igura o inlcual, ou raano ss nno alaran qu é anaiva s opor à burocracia aravéso coração, aravés a xarcbação ossninos nso qu a conribuiçãou nós os a ar, inpnnna ala ou baixa qualia qu la possa

r, é a u rabalho, ua rlxãou por sar assnaa (u vou us ar nrsas a palavra sguin) nua raição ilosoia", nos orna lúcios prspi

cazs para as araas o coiiano,ara as arailhas a Univrsia , paraas arailhas as iologias, para as r

ailhas a políica Ebora u não aça oo algu a apologia o inlcualagogo, aliás uio plo conrário, ao a críica o inlcual pagogo , achou nós os ua chanc irar aissiulação a isiicação uo quarc coo or, racionalia oos, nquano prossors, nquanoivulgaors, nquano publicisas, nquano scriors ralizar iso, alvz

coniçs ais sólias o q u ouros qusja azr iso, as cuja oração,

ia uran sss 1 9 anos, nconrou iiculas aiors o qu aqulas qunós nconraos anriorn uanovocê ala xplaria, u pnsixplaria u pouco na linha osrossors o curso scunário osrossors univrsiários quano, usano os insrunos qu nossa oraçãonos u, opono o pnsano às rsisências o coiiano, alguma aniraorcos ao ouro possibilia paraazr ss rabalho conosco, copanhiros nua rajória Ao so po uacho qu é, s qurr r u a visão is

sionária ss ipo rabalho, u achoqu é ua ara polí ica uio séria, ssa sisiicar a caa passo a cuplicia os iscursos as práicas qu sorc coo anagnicos uns aos ou

ros Acho qu s a gn pur, a caapasso, osrar qu não são anagnicos,qu são prounamn cúplics, acs,rso rvrso o so , u acho qu sja qual or o capo rlxão qunós sjaos rabalhano a gn sáxrcno aquilo so qu la ais corrosivo Eu acho qu o qu há ais corrosivo na ilosoia é a pos sibilia sonar a cuplicia o ms

o, a aparência o ivrso na qual vocênão irnças, as o smo ivrsiicao, acho qu nós soos capaz s azr isso

1 9

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 16/30

NTRVISTA Marilna Chauí TrasFo ção São Paulo, : 534, 1982

En capazs acolhr o raa o arora o nnino o raao

ológicopolíicoar E rgulhar no Livro I aÉica", rabalhar co a consiuição acausa iann ir ao parágrao 7 ocapíulo 9. o Traao olíico" prc-br qual é a iag qu o o inan pos -sui a plb qu j usiica a xclusão aplb oas as ciss É o so ra-balho Coprnr a iniicação ancssia ivina co a auoria ivi-

na opraa pla aísica c op rnrcoo por qu a causalia ianncriica isso inrouz a libra, pricoprnr porqu a iaginação ornaprian possívl iscu rso qu l-gii anira corn a xclusão alguns o capo a políica Eu acho qué co a sa innsia co o s-o rigor qu a gn po rabalhar coa qusão aísica co a oura,políica Enão, u não acho, coo acha

a longa raição inérprs Espi-nosa, u não acho qu a obra políica Espinosa sja u apênic circunsân-cia à Éica", as é consiuiva o pn-sano l Coo nã o acho qu é coisa circunsância Mrlauony icar suo à pinura Cézann Eu achoqu, s qurr azr a rlxão ilosói-ca a capação o uso o oo, a rlxãoilosóica é a possibilia xrcr opnsano na irnça, coo pros-

sors, nós os ua chanc nor azr isso or isso qu u s ou ão conrá-ria à ivisão as aras o prossor losoia or qu é qu algué não poar u curso sobr a po sia Frnanossoa, Carlos Dru on ou Baulair u curso sobr o Traao Tológico-olíico" ? or qu algué não po, n-o iao sobr os procssos plosqais nos quais a libra é isiica- coprnr a Ação Ingralisa Bra-silira? Acho qu isso é possívl, s ocliso s qu sja a opção nos sava Acho qu caa u nós z uaopção ilosoia, qu há rinaos

0

problas, cras xpriências, alguns i-lósoos para caa u nós co nsiu a

psqisa nossa via inira Há coisasq nos causa or, cólra, licia,úvia prazr, é co ssas qu a gnlia unanaln, as ao rorisso, acho qu nós saos prparaosara liar co o rsan abé , qu é oqu o burocraa não supora

En Aliás, Marilna, ua qusão quz rspio não b à asúcia as iéias,as à asúcia o por ravsio bu-

rocraa qu rona u a vz ais a ssaivisão aras Coo você vria aqusão coo você vria a supraçãosa qusão? D 64 para cá, ua lira-ra irn s az no Brasil Conorépocas circunsâncias uio arcaas,os pnsar s o Anonio Callao Quarup Bar Don Juan aé, coo li-i suprior ss priiro ono,alvz o Ivan Anglo A Festa . Mas lá ara cá ua liraura nova vs a-

zno, incluino spcialn o RobroDruon, o Rnao Tapajós, o Rnaoopu, ais rcnn o auloFrancis (gosos ou não), qu, uaanira coprnsivln aan, ca-nhsra, uias vzs sncon raa aéinliz, pnsa, iscu, qur pnsar, qurrscuir 64, 68 para cá Trazia ssaqusão para o nosso io coo provoc a-ção, coo saio, coo rilhas, coorcursos, uias vzs nós nconraos

os nconrao ois ipos obs ácu-los U, a irnça o próprio arialaina uio qun, as ouro novan- o olhar julgaor o burocraa qu as-si coo há pouco isinguia, ranchan-o (sculp o galiciso), corano a a-chao, Éica u lao ilosoia olíi-ca ouro, nos iz agora, co o o nonarz, q isso não é Filosoia Enão ulh prgunaria, rsuino: coo vocêvria sa proução lirária, qu é uaproução críica ao so po, cooqusão políica coo qusão ilosói-ca; , nu sguno on o, coo vocêvria ou coo você vê as no ssas possibili

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 17/30

IA Marilena Cauí TrasForl ção São Paulo, : 5-34, 1 982

s gora u alo bé para avicprsin o SEAF nrnarss o ris no nriz, qu spr as

gs bos, as ipas as sujas" o ou-ro lo

r Olh, no priiro caso u incui-ri bé, nr os qu você ncio-no, u incuiria abé o Cop o Có-lr" o Ruan Nassr, qu é irn Lvour Arcaic" O Copo Có-lr" vi is na inha o ipo lirau-r qu você ncionava Consiro ssanov liraur, co oos os probs

u você colocou , azno u s rviço ab-soln unnal no Brasil, qu o sguin: nunca ns país s abora,no clor hora, a conraóri Esslirur sá prouz ino a conraó-ri, qur izr, você a óri oi-ci clbraiv pra 64 68 norln- sri prciso sprar (co o ss s qu s-o o ris no nosso nariz) plono 2000 pr sanchr sanr clbrção razr ua oura ória

sizss a oicial Nossa lirurarsolvu não sprr po ano 2000.

n Marina, injusa As Mó-ris o Crcr?

r Não é injusia Ma s é xcpcio-nl, porqu você não u ovinolirrio, s Grcilino sozinho aznoisso

n É sscro plo Jorg Aa-o

r Clro É l sozinho azno is-so no qu é xplaria jusa-n por causa a soião , o qu a gn- vriic agora, nua oa qu nspr a nvrgaura o cuiao orcilino, qu sá io ais próxiao jornl o qu aquio qu raiciona-n nós consiraos roanc" , as ulqur o o voc ê algo coivo,

o uios a azr aquilo qu, ua vzrcilino z sozinho assacrao Es: sonag a ória oicia, prasr xprssão a Walnic , no calor a

hor", az consirar qu ss aspc-o, hoj, n iraura, é unana Nocso ilosoia, acho qu os críicos"

no so consguino prcbr (ou sãoprcbno uio b são co o)qu sá ocorrno u raano ilosó-ico ssunos xpriências qu osnsocou univrsiário julga não s-r ilosóicos" E gra, os qu ãoo ris conra o no sso nariz, izn-o qu o assuno é qun qu o assunono é ilosóico, é por qu não prcbrqu l sá sno iosoican raa-

o Isso é o qu u acho ais ris: os qunos criica, no a Filosoia"por no saros azno ilosoia O q;sss críicas osra é qu não s prc-b oo o rbalho órico a ios oia qus prsn nas anáiss qu são snoias Enão, aqu qu sá ciicanoiagina sar criicano no a io-soi, provvn, sá convncioiso O qu é lan áv é l não prc-br o lsro iosóico qu sá susnan-

o c ua ssas náiss qu capalvr prgaa o a ua hisóriaa ilosoi arás la Enão há ua in-snsibiia iosóica u priro a pa-lavr insnsibiia à palavra ignorância, há ua insnsibilia ilosóica ns-s críica o o ris, porqu é uacríic qu é incapaz prcbr qu , por -qu você no sá rabalhano, invocano ca sguno o concio a sua orig ,s você sá rabalhano a parir

pr azr sua anáis, coo o inivíu olê a u anális não s nsibi ia praprcbr o a ioso ia qu sá por rásisso, o a bagag conciua qu lhpriiu qula nális, iz qu não éilosoia

n É a rpição nr nós o quaconc co a Wanic, o qu acon-cu n Frnça co o Machry co asnáiss qu z o Jus V rn

r Qur izr, você sá giiaos você or u rpior o qu u ou-ro u pra você pnsr, o q u l criou qu você ios para ralizar a sua

2 1

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 18/30

ISA: ariena Cauí TrasForl ção São Paulo, : 534, 98 2

rria rlxão, não é rcbio ( não ércbio orqu s scon hc on onsano vio), coo não s prcb o

lasro o su prrio pnsano (porqul ão sá no roaé), não siplsn su rabalho não é ilosico Enão, o críico asa a sua prpria ignorância, asa a sua prra ulguran burric ao não rcbr qu muias vzs é oovino o su xo, não é n o assuno n o concio, é o ovino osu xo qu é ils ico S não s rcb qu o su xo z u ovi no , qu

ss ovino é ssncialn con siuivo o xo qu ss ovino é a ilosoia o no xo, pos pr o o ris, as s p o o ris silsn orqu não s nnu o rabalho qu você z É uio ácil, uacho, as ssoas s arvorarm m críicos rabalhos volaos ara o nosso prsn, é uio ácil porqu as pssoas são algua anira habiuaas a uio rabalho no qu al s consira a r

lxão o scrior u lno ínioS l é u bo copilaor, s l é ubo conaor, s l é u b o rpior s l é suicinn asuciosoara onar o xo , i sso é consi rao ilosico S l, aos rancos barranos,nsa, á não é ilosoia

n Você va qu sa qusão (souinsisino u ouco nla) v aé agoraassuino u cro nocnriso ro

ssoral a nossa prspciva, as é quns saos saino nconros rcnsco nossos alunos m qu, iscuino nsano aivias acaêicas cooornaas ilosoia sana s ilosoia, os alunos rp co insisência sinoáica u pio qu nuncia u vazio nas nossas aivias nos nossos rabalhos: a ilosoia no Brasil? E u cursosobr ilosoia no Brasi l? O aim não é ilosoia no Brasil? É só Cruz Cosa? E

uias vzs ns nos vos na siuaçãolicaa, incoa, ou assumir ou alvz rvlar aé as úlias consqüênciasiviss gruos conhcios Enão, mui

22

as vzs vaos ns nos vros nssa siuação incoa xor, rvlar os basiors Ou não, aí u prguno a

convniência lvar aian ssa iscussão ac a ssa laboração siulâna oqu você chaou bm a consiuição aconraria, no calor a hora, s nãosria or aí abé qu ns poríaosroar ou rroar o nosso iálogo inrroio ou iiculao aé rcnn

ar Ach qu si, porqu sou uioa avor qu a isância goráica não

sa ransoraa hirarquia coência nso qu iscus ss coo s a,usan orqu la vm oas asars, não s o Esao São aulo,as oas as ars o Brasil, os cnros ilosoia, sobr as sas quss, acho qu ssa ulania slhança as rgunas qu os suansnos az, ao so po qu rvla,coo você iss, u vazio nosso rabalho rvla u pono qu é cou a oos, orqu sá sno soliciao por oos Ora, acho qu não há cisa ais rouiva ra sablcr iálogo, irnças roxiia o qu arir u solocou qu nha sio soliciao coo algo qu rc rlxão Tos aí u assuno, u a, ua qusão qu sásno sisaican soliciaa plossuans S uros oar isso, nãos vaos ivan rabalhar co algo

qu é snio plos suans coo ioran, coo abé vaos roaroo u assao iura ilos oia noBrasil ossivln, or ss cainh o,irnças nr ns vão icar mai s claras,roxiias nr nó s vão icar ais claras E coo a áica é uma áicaq sria igualn raaa por ns oos, o risco isinçs hirárquicas nr ns s aboliria Tríaos ua rlxãosobr ilosoia qu é comu a ns oos,

orqu as nossas irnças nossas proxiias s xplicia D oo qu,oliican, abé acho isso iporan, não s ilosoicamn ioran

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 19/30

ISA: arilena Cauí TrasFor ção São Paulo : 534 , 1 982

agogican ab é é ip oran- oru vio ua soliciação os s-uans poliican é iporan pa-a ros claro u soos uns para osos

Naula nrvisa u o Lor ra Isto É, l iz, rrinos a você você ropu co o arxiso oro-o Eu gosaria u você xpliciass s- iés o su pnsano, ssa rupura o arxiso orooxo s Mlau-y Espinosa ê a vr co iso

a ê uo Bo , a inha rspos- vai sr longa, não az al? Quano uia por vola os us 15 anos, u a-zia, coo oo aolscn, liuras aisisaraas Lia Maa lly co oação aos salos lia rchos rauziosara o spanhol a Inrpração osnhos" D Maa Dlly ao Fru, solução coninuia Ua asocupaçs u u inha, ina a i-a oação crisã, ra o probla a

siguala social a injusiça Eu i-a iscusss hoéricas não só co co-lgas inhas, as co pssoas inhaaília E sisaica u pria asicusss poru o arguno una-nal u ra lvanao c onra udo uu issss ra u a naurza huana éi so u s a injusiça a si-guala az par a naurza hua-a, é só por u gso loucura u vocêur supriir ssas coisas E onos

iscusss ss ipo, u chgava a uono xaspração ão gran u co-çava a griar Enão, por vola osus 15 anos, caiu nas ãos u livro uano rini lr ss livrinho u iss: rono Acabou Quro vr al-gué iscuir coigo Vou provar por A+ B u a injusiça a siguala nãoê a naurza huana u é possívluar isso E u é possívl não poruu sou ua rvolaa louca, as poru éiniican possívl Caíra nas i-as ãos o Socialiso Ciníico" ngls iv o snino r sio sal-va, rsgaaa, ornano ua vra

ia oralza Aí u puxava a iscuss ão uano a iscussão chgava no suclíax, u ra o ono u nor-aln la s inrropia, co o argu-no a naurza huana, u vinha coEngls a oo vapo r Vinha a his ória vi-na a ciência Ess livrinho oi, não, ulno uio poroso pra i, naia u, ian pnsanosconrarvolucionários, pnsanos con-srvaors, pnsa nos racionários, l ava ua ara ibaívl, u é a ar-a a onsração ciníica a igual-

a, a libra Daí, passi ao Mani-so" , vinn, pois li, a-nira uio ragnaa, xos arxis-as, alguas coisas Lnin, lka-nov, vinn Dpois, já inicianoo curso ilosoia, ua aniraais sisáica, alguns xos MarxO ra curioso é u a orça u i-na io sobr i o livrinh o Engls o Maniso", orça argunaiva,políica, os ouros xos arxi sas não i-

nha Eu não snia po liican sa-isia, prsuasivan or inlc-ualn convncia co o rsan osxos arxisas u u lia Isso é uacoisa u u não consigo sabr por u,as algua anira rinou o ao u não r prncio a nnhua asorganizaçs u sava isponíisEbora, por xplo, u xo coo o rosky, A oral ls a nossa" -na sio abé ulguran para i

Coci a lr O Capial" E O Capi-al" aparcia pra i ão irn oarxiso, ão incoprnsivln i-rn o arxiso, u u nunca ivcorag vrbalizar isso, poru uspr achi u u não ra capaz n-n Marx Eu achava u ra poruu não nnia Marx u u não cons-guia prcbr coo o r san a lirau-ra arxisa nascia O Capial" Li,não, Huaniso Trror" E ao lrHuaniso rror", algua a-nira o u s oriicou i oi algu-a coisa chaaa M arxiso" , as ura coplan ininio, ra uio

2

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 20/30

TRISTA: rilena Cauí TrasFor ção, São Paulo, : 534, 1982

ais o snio qu uran a gurraria você não po sr acarisa Era u

ariso" qu ruzia ais a ssoo so po, u spr consi-ri squra, a iura a Iologialã" oi iporaní ssia a crza u a hisória passa pla lua clas aingávl O u rob la aior ra o a-o q não só no plano a po uca lira-ura arisa qu u havia lio, a nou conao ivo co os arisas,roinara priiro os salinias pois os roskisas , algua anira

(acho qu por causa a ilosoia), a sgu-rança ssas psoas co rlação a uoqu para i ra inrrogação, spr iou uio assusaa Enão, ão éu u nha opio co o arismorooxo, as si q u nunca cnsguinrar no ariso orooo Sprhouv qualqur coisa qu blo quou a a-são Fiz ss rlao auobiográico porqusan aquilo qu n o o Eng lsinha sio ão unanal par i na

aolscência, a argunação s nnhu-a issura, a argunação copla aonsração ncsia o cainhohisórico, a quilo qu ipiu azra Marcha co Dus pla aíia plaropria", 64, no nan, oi ssasa surança, ssa a hisóriaonsraiva, s possívl s uuro,iniran ia á pnsaa, oi issoqu aasou a orooxia É alacoisa io curiosa, porqu oi o socilis-o ciníico Engls qu priiunão sr ua pssoa iria , no nn-o, ora os us conaos co a lira-ura co pssoas salinisas posrior-n cras linhas roskisas xcssiva-n auoriárias qu abé ip-ira cair na orooia Não aribuoisso ano a Mrlauon y, porqu o ra-balho ais sisáico qu passi a azrco as vnuras a Dialéica" é uio

rcn O Mrlauony qu u conhcira o Mrlauony qu crn nãoria aasao a orooia, porqura o Mrauony Huaniso rror" Eu iria qu provavln o

24

ariso no é oooo, alvzorqu u sconhça prounan o

ariso Não é porqu u conhça pro-unan o ariso nha io acríica l aasa qu u não soua arisa orooa, as lvz por-qu o ariso orooo asusouan qu u não pu aproiar u i- o prório ariso ur izr, achou o so qu vnho azno o ar-iso é ua coisa uio rcn Nos úl-ios 4 ou 5 anos é qu u nho rabalha-o ua anira sáica co isso

ono qu, algua ani-ra, s orna nos pnoso você azr sssuo sisáico orqu, aa a siua-ção políia os lugars on as rvol-çs ora ias, você po pnrar nob Mar s risco az r la uarligião ur iz, há nr a obra Mar os aconcinos rvolucinários cnrapono hisórco aanha n-vrgaura qu você po lr Mar prc-bno Mr pnsano, os vários cai-nos qu l sgu, as linhas po ssívis quhá no nsano l, a não-linari Acho qu por aproi-ar ua anira ais sisáica aobra Mar nu ono u éossívl não oálo coo rligão é, nainha biograia, ua coisa uio ipor-an poqu s u ivss iao ab-sorvr por ssa rligião cularizaa qu éo ariso orooo, saria salva o

u caociso, qu oi o qu u procu-ri ano E não oi possív alvz, nouno, ua anira uio vaga, usniss qu saria rocno u auoria-rio pr ouro crzas por ouras Oao azr u curso ilosoia, s-o s qu u sivss prouzino algu-a coisa, ar ano ilosoia uoo uio livr unizou conra aorooia Acho qu não é por acaso quua as críicas ais rqüns qu

az é a u não r ua po sição -inia" h o qu nho ua posião -inia: a in ha posição é nã o r crzasinias qu garan posiçs -inias" E nss pono, o conao co

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 21/30

ISA: arilena Cauí TrasForl ção São Paulo, : 53 4, 1 982

lue Leor, no co a obr ele co-o co pessoa ele, oi muio impor-ne pr mim Não só porue é umaone e prenizgem, mas sobreuoorue s ra e alguém que viveu com inensie esconheci pra mim(no é ue não enha havio no Brasil,s oi um experiência ue eu, no Br-il, não ive) o horror o auoriaismo eesuer E é o ao mbém e ue é al-gué ue li com o pens ame no e M rxe nenhum inenção e esuliicarx Muio pelo conrário , procur apa-

nhr e Mrx as escoberas, os insanesunores o marismo, seus limies,ipsses e risco Eu ir i ue a presençae Leor oi um cois muio imp oranen in jeória ue é ess rajeóriaurios, porue e lguma mneira a sl-vção rzi pelo E ngels eria me levaoieo Igrej pr o Eso, porque er slvção religiosa Engels me razialgo ue só Bíblia ava aos ouros Delgu mneir, i sso não aconeceu

n E em oura coisa: eu já ouvi vocêer ch e narquis O que você e-i izer sobre isso ?

r Olh, na verae, acho que há ose e uoriarismo muio granebém no nruismo O qu e não signi-i ue eu não sina um vereirosínio pelos anrquisas uer izer,r exeplo, a análise que Bakunin az oun, eu goso mais a análise ele

e o Engels e sino enorme respeio eirção pelos anrquisas e anarco-iniliss o início o século, no Bra- s não me consiero anarquisa, se nruismo gene enener uma p o-sição políica que em uma hisória pró-pri Agora, se você consierar o anar-uiso como liberae e não er posi-es einis a parir e cerezas eini-s sobre a isóri, enão eu ceio serh e narquis, porque eu enhoúvis, perplexiaes, suspeias, e veze uno cho que escubro algumasiss, ue eneno algumas coisas, mas,uio rpimene, eu me ou con o

uno é prcial escobera ue eu iz, euno is hveria a azer Acho ue é

uio imporane a gene se responsabili-zr pelos próprios escrios e pelas própriasls porue á você o i reio e se es-zer eles, o ireio e izer: Pensei is-o; pensei, expus e me reponsabilizei pelainh l e pela minha escria mas nãopenso ais iso por ais e ais moivos"á u orismo o Niezche ue eu achopereio: Nós não nos eixaríamos quei- plas nossas opinies Não esamosão eguros els Mas alvez nós nos ei-

xásseos ueimar pelo ireio e per-os er opinies e poermos muá-ls " Isso sim Eu acho que a gene se ei-x ueimr pelo ireio e muar e opi-nião

En Uma coisa que me chama muio enção nisso que você iz, vin o ambéme observção o pensameno e esquer- no Brsil, essa conluência caa vezis inuieane o pensameno caólico

co s orooxias Eu me espano uan-o você la o Engels, ess capaiaee expor eraes claras e isinas u mneir lierriamene caivane Ee espno porque esa clareza é própriaos cecismos o século passao , porqueo cecismo os Inusriais e Sain-Sion é uma beleza, uer izer é um con-vencieno pereio, é uma lógica exre-ene simples, você em o caecismoposiivis Enão, no caso o socialismo

uópico o socialismo cieníico, ou onieso, você em essa ingnuiae ese conessar caecismo No enano, essesecismos, hoje, se ransormaram emros e ilosoia maerialisa, ou elesse rnsormaram em ensaios sobre a ia-léic a hisória, ou críica e qualquercois e o ue é ineressane, no caso o ca-olicismo, a parir o pensameno marxis-a, jusamene esse ascínio por Engels,uer izer, você conv ersa com um in elec-ul, ou miline caólico progressisa,você la o Capial, ele pula e iz: não,isso é muio eórico, isso é um a coisa qunão me iz respeio, mas n o momen o se

25

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 22/30

IA: arilena Cauí TrasForlção São Paulo, : 534 1982

guin l provou a nc ssia x, y z,ais políicos a parir o Engls a Origa Faília, a propria privaa urizr, ssa corria ao Engls

a Enr o s suans abé

n Sobruo Enão, lbra? Uaas quss qu vo cê aborou no s u ra-balho, no su curso, é a qus ão a rprs-são, qu araiu prounan, a r-prssão inrna, já no po Marx, jáno po Engls uano s lbra ahisória a críica o prograa Gohau xo qu aparc conra o pnsan-o sablcio o socialiso o icial, ssxo oi ngavao uran 0 anos aisou nos, não lbro a aa xaa,az basan p, quano l oi pu-blicao, oi publiao corao, l oi pu-blicao cnsurao Ora, são os prigosporqu o xo oi cnsur ao , o qu lh áu char hoj, u char ingávlvra O qu é xra n co plica-o, porqu as coisas rlação ao Esao

so coplicaas, são xran pro-bláicas pra nós qu vivos nua x-priência pósoaliária ou oaliária Es-s char o qual co parilha, por x-plo, o Grasci, não as sparaçs sco-lásicas, spciosas o Grasci, o Gras-ci auoriário, o Grasci a juvnuc , na ralia pra salvar a orooxia, aboa orooxia ur izr, no uno vocês nga a nrnar isso, você apona qu éa alibilia o pnsano ur izr,

oê na a nrnar o rro ocê sca-pa, procura spr crzas ur izr, a oura prova qu aparc xra-n anosa é a prova a práica Eu lbro, por xplo, você ciou Niz-ch, u lbro u a orisa agis-ral on l iz: ar o sangu plo qu sacria, o qu pro va isso? A oo insan-, nós qu azos iloso ia aqui no Bra-sil, nós nos nrnaos co ss probl-a qu v não apnas a orooxia s-alinisa ou a orooxia roskisa ou aaoísa ou oa a gaa as oroo-xias, as abé o caoliciso a-bé a razão Esao, qur izr, a inu

26

ilia a ilosoia O qu z o no, parc, agniican rsponr:prcisaos rir a ilosoia so, por-qu a ilosoia é inúil, la é inúil s o,não srv para naa Tabé coo i-zr: não srv para naa

ar Não prova naa

n Enão, raln, u acho isso uos vículos ais unanais suapsquisa, o su rabalho , qu r izr, ssanaiva osrar, olha gn, spralá, a vra não rsi, por isso u lh

rguni sobr o po, porqu uacra anira, Sano Agosinho p i-zr: bo, a prova o po é qu l pas-sa, o po lui, saparc, cros são,azno a passag, os nossos ilians ,qur izr, o po corr, é prciso ga-nhar o po Enão, coo nós prcisa-os ganhar o p o, ganhano spaço no a sabilia, no o rno no a orooxia ur izr, nós osa ciência prona, não raas aplicá-

la o ais prssa possívln Nós os o voo úi l

n Claro, nós os a uilia En-o, puxa, por qu azr ilosoia hoj noBrasil? Raln, s sobrar u nio possibilia prgunar, já ria as-si u ganho nor para o gênro hu-ano, par a a class opária, para os po-brs opriios, para oo o uno

n ara o r ar É, s a gn pur r o irio inagar, s a obrigação rsponr

n Várias vzs você é cobraa: vocênão pnsa ialican

ar u u não pnso ilican,qu aço críicas as não ou as alrnai-vas, qu oscilo nr ua posição oura qu lê não po o ar u parâ-ro para agir c Fiqui uio aliviaaquano ouvi ssas críicas Você anas posiçs siulânas qu a gnrina lr vai pra práica não sab qual as posiçs icar" isso é ua

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 23/30

ISA: arilena Cauí TrasForção, São Paulo, : 5-34, 1 982

oisa u iz s pr , como s u i-ss srio para ar rcias ação Fi-ui assusaa, co o sr lia por

ssoas u spra a liura u x-o a órula para agir, uano us x-os são conra isso Ao s o po iva saisação prcbr, plas críicas,u não á para azr isso Há u ouroio críia , u não é xaam n críi-a, as já é agrssão É uo iprciso, iniso, não conorno" Não é isso Há prplxias qu coloc o noapl, só isso

n No uno, é inrssan poru oauoriariso a sura é comparilha-o lo auoriariso a iria os oisso anisaçs oposas, as o s-o roclaas ialéico, mas no unoo u s procura é a inia A igual a O u spr s procura é o pnsa-no parao

n Roano aula rvisão o suiinrário no aravés o arxiso, co-

o oê ê a usão a críica a análisa suprsruura, a culura, spcial-n no u iz rspio à liraura?n, ora os rabalhos iniciais o pró-rio arx ais ar Lnin alguns lanov, s v u o no cr-a ora privilgiao na Iália corasi Dlla Volp, u pouco narança (inclusiv ircionao, localizaona liraura) , nr nós, no Brasil, pra-ian naa

ar Olha, u nho ua hipós,as não si ual o valor la arino aisussão Korsch sobr a pcha arxiso ocinal" u o arxisorusso ou bolchviso lançara conra osrabalhos u os in lcuais arxisas s-aa azno no rsan a Europa, unso u a as razs plas quais ausão culural oi ixaa lao s - ao por avassalaor o salinisoo sguin snio s você lva on as ias rlxão sobr a culur a, s vocêoa, na Iália, u sujio coo orasci ou s ocê oa, b ais ar

, na França, a linha qu sai o Alhus-sr, algué coo o M achrry, ou s vocêoa a linha ranuriana, você noa uo inrss pla usão a culura v l i-gao uio a ua naiva rpn sar arópria iéia pario Eu vria a coisasob o sguin ângulo no Grasci, é níi-a a iscussão a rspio o pario sr,oo u oo, o ncarrgao ua r-olução culural; acho u não é por aca-so u o a a hgonia sj a um aão iporan no Grasci, pois sá vin-ulao a ua naiva rp nsar a ação

o pario o lao os ranurianos,nho a iprssão qu a iscussão érounan ligaa, por um lao, àcríica a socialocracia , por ourolao, ao probla a mrgência o oa-liariso, à usão sabr o qu, naulura alã, suscia a asão às linhasoaliárias No caso a França, a iscus-são sv uio ligaa ao ao r ha-io ua rvolução culural na ChinaSo insans nos uai s a qu são pariá-

ria, a usão a asão as massas a or-as oaliáras, o ao r havio rvo-lução culural lva a prgunas m o rnoo probla a culura No caso o Bra-sil, aho u há ois nívis problmas ,no ocan à culura o r u lao , a prs-pia prounamn salinisa os in-luais arxisas z com qu ossuio iícil iscuir a qusão a culuraoru sriam obrigaos a r como r-rncial única xclusivan o raliso

soiéico Acho u os problmas uaualn ls nrna co rlação àncssia rpnsar a usão culu-ral, a ia ao Grasci são uio liga-os ao ao qu oram sumios aua raira couraça para pnsar ausão a culura apnas sob a p rspci-a o raliso soviéico u, por ini-ção, orna ipossívl iscuir o problaa culura or ouro lao, acho u oo a anális a culura, via Lácsoi uio gran Ou sja , o ao qu aanális lucacsiana não nha aparciooo u conjuno rlxs u Luc-ás az sobr a culura uropéia co

27

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 24/30

ENTREVISTA Marilna Chauí TrasForção, São Paulo, : 534, 192

onos aaos muio prcisos, mascoo u rciuário, al moo qu m

vz o problma a culura s r para nós probla, na vra, a culura já s-ava xplicaa aravés o Luc kács o quvocê inha qu az r ra aapar a r alia- brasilira à xplicação luckacsianavia não uma pobrza muio granna proução marxisa a ss rspiocho qu ois ouros lmnos ambéora uio porosos para l imiar as r-lx squra no Brasil m orno oprobla a culura: o primiro oi a pr-

valência uma iologia nacional isa Oqu iplica no caso a qusão a culuaa iologia nacionalisa? Ela implica naprssuposição qu a pro ução culur aloaa snio, vália, hisoricamnconsqün, é a proução nacionalisacujas caracrísicas já são aas por -inição Enão voc ê não m qu suar oprobla Você m simplsmn quosrar qum é nacionalisa , por srnacionalisa, qu é progrssisa v sr

consirao cânon m maéria prou-ção clural O ouro lmno qu uacho iologican muio poroso é oao qu ( é uma cois a qu você vê ra-parcr vários momnos, por xm-plo nss omno, na iscussão os mo -vinos inisas , a inrição , porar os marxisas orooxo s, a iscus-são o problma a sxualia as mu-lhrs, porqu o problma as oprárias,

o probla o rabalho o as mulhrspobrs é o problma a om) a qusãoculural é omaa com o um luxo numaís subsnvolvio, porqu a culura éconsiraa uma coisa li os pro-blas ais urgns são os prob lmas asaú, a moraia, a om, nim, osproblas a sobrvivência O conomi-ciso, porano, ornava irrlvan a is-cussão orno a culura, coo s aculura não sivss inrnamn arcu-

laa às coniç s rais a xisência Ela éivan omaa como uma spéci sobrsa E você vai raar a sobr-sa pois qu você srviu a msa Achoq isso v ios auoriários muio

28

orosos, como por xmplo, oo ra-ano a qu oi submia a culura po-

pular no inal os anos 50 no início osanos 60, qu o prssuposo ra o qu a culura popular, p or sr o povo, éboa, é rvolucionária, la qu sá na cor-rn a hisória, mas porqu o povo alsa consciência, a vraira culura oovo é aqula qu os inlcuais van-guara vão orcr ao povo A culurapopular acaba virano oação culuraao próprio povo plos inlcuais Enão ,u vria o assuno a culura por sss

ois ângulos: qur izr, o pso a igura Luckács coo um olo qu já i-niu a qusão culural você p assa a raara culura brasilira pura simplsmn aparir ss molo, ou, na oura vrn-, qu u chaaria vrn israbi-lisa, na qual a qusão a culura mrcsr raaa xclusivamn pois qu arvolução or ia a msa sivr srvi-a No caso os inlcuais, acho quroina muio o mo cair no cha-

ao arxismo ocinal" Na mia qu o rmo marxismo ocinal" éorjao no momno m qu a políicabolchviqu sá sno qusionaa comla a culura bolchviqu, o marxismoocinal" é aprsnao como ilosoiaos inlcuais o Ocin qu não sãoàs volas com os problmas rais umarvolução Com iso s gnraliza a iéia qu qualqur iscussão a culura

qalqur iscussão o molo bolchvi-q é ua aiu conrarvolucionáriaEnão, há um gran o raar orobla a culura sr achao conrarvolucionário or ouro lao, nalinha ua hipós como a o rrynrson, a qual ho sérias sconianças (s você s lmbra, a hipós orry Anrson é qu o marxis mo oci-nal s snvolv num momno rluxo prolário), consiras qu, uan-

o s sá azno rvolução o ma aculura não é um ma qu inrssa quss a surg no momno o rluxo sobruo, como uma iscussão ia privilgiaan por ilósoos origm

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 25/30

VISA: arilena Chauí TrasForção São Paulo, : 5-34, 1982

qnoburgusa Ha oo um sorç{ara colorir a iscussão culural ou comono conrarvolucionária ou com o sn-

o a iscussão sprovia valorráico imiao, própria os inlcuaisqnoburguss Calculo qu no Brasiloas ssas coisas msclaram, ao lao ma ora coisa qu é compl icaa, mas rc m pouco anção , iso é, oo qu os marxisas brasiliros i-nha a informação paupérrima a rs-io os rabalos o próprio Marx so o Lnin, o Trosky, a Rosaá oco mpo, o Wffor fz um ba-lnço o q os marxisas brasiliros liamé o início os anos 50. Els iam o M a-niso", o Socialismo Cinífico", Fazr? " , Esao Rvoução" , ricamn só Com xcção os socia-lisas, como um Mário rosa cuja cl-ra arxisa ra imnsa En ão, com ssio marial com um conomicismoviolno na prspciva pnsamno, asão a culura s ornou ralmn r-

rlvan Sob ss spco, o surgimno Lckács no Brasil oi um avanço imn-so Mas, bm ou mal, smpr prvalc aiéia q o problma culural é umrobla li E sno problma li, é aqul qu mnos inrssa aorvolcionário O qu é gravíssimo , pnso

n Marilna, u gosaria slocar sa qusão para uma oura prspc-

iva, q é aquilo qu s camou a oriaa nência E pnsano no camaooo a liraura lainoamricana 1 20 anos ara cá, s Asurias aéargas Llosa, mas passano por oono a liraura qu in lui n r nós orório Gimarãs Rosa Na ralia,viso uma rspciva 20 anos, ssoo liraura, qu s propõ inicial-n faz ou falar spcificamnlinoaricano, acabou fazno o jogo

o colonizaor, na mia m qu rvivi-ico o folclor qu o colonizaor impu-nha: ora, nós xisimos, nós so mos ivr-s ao smo mpo nó s somos folclóri

cos Aí romo a inrrupção qu u lazia Aco q s á sriamn ligao aa inormação icin, o marxismo

lainoamricano, unilaral, limiaa io nvizaa por Lc kács

Mar E concoro muio

n Tirou a insiucionalização o fol-clor, o colonizaor Somos ralmnbananas rpblics, sizaas, mas bana-nas rublics

Mar E ma coisa anásica qu, aarir m rminao momno, alinoamricania é o subsiuo coni-nnal para o nacionalism o

En É o nacionaismo quina, gran uina mas nacionaismo qinal Em vz d pqunos uinais, umqinal nificado qu é, inclusiv, maisfácil vigiar policiar

Mar Ao msmo mpo, aco u á ao imporan (qu normam n asssoas não gosam muio qu aparça),iso é, m grau profundo rssnimn10 oa ssa proução Esá implícianla, ais ou mnos, a sguin iéia: nósnão xisimos como poências conômi-cas, nós xisimos , in flizmn, como -nns a mrópol, mas vjam q aunicia nós so mos capazs En-ão, na vra, você m a incorporaçãoo pono visa o colonizaor, só quviraa conra l sob a fora do: ola q liraura nós somos capazs" , o -

lha q música, qu rimo" , cn Inclusiv com um componn hroicia rágica qu é sicamnl ina

Mar Essa msca d o mno épico o lno rágico, o lmno mssiâ-nico como uma compnsação, ralmna cmpnsação ao m smo mpo co-o ma falsificação a proção culu-ral, orq você acaba falsificando a cu-

ra fivamn prouzia, com oosos roblmas qu la m

n Daí, no momno m qu mosina poca oria sobr o momno q

29

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 26/30

ISA arilena Cauí TrasForção So Paulo : 534, 1982

etmo viveno, impotânci o tblo imltâneo obre ee ic o qe e

tá eno pozo, o contico, contmemói

E co fnmentl , fnmentl poqe você emitific o ico pico o tágico no moento memoem qe ele poei e foj o co mo mepot à memói oficil Qe ize,você tem m meói oficil e epoivocê tei m tenttiv e egt oeoto pel tnfomão ele emei picotágico, e e cho qe ogne mito e litet qe etá í qe el emitific e d p oibili-e El emitific memói oficile emitific tenttiv e tnfomio nm imen g pic

nt P mim, co cet preenãotlvez t pnóic, qe teno tblho ne lin, em conto eto o ti-po e tblo o Cz Cot, qe temot lin Sem ent, nqel coi ti

po Pim, pecio tblh ob re o último 20 no o Bil, não eixno p- mi 20 no p volt, e o memotempo mito peocpo poe peceico e lmúi com inco-preenão o eitênci tipo e po-pot como et ento no U nivei-e, Univeide brileir, tl

E tmbm, m incompeenãoe etá li (e io ito ckci

no à ii e qe gne litet e qe compnh o oiento ocpitl Então, no ponto one o cpitleliz o e poge, lá você tem gnelitet É fntático poqe você p te vião qe cle ominnte teme i pópi

nt Por qe Júlio Verne, por exemplo, gne litert, embor ej pe-qeno gêneo? Poqe ele expe clr

ment o pojeto ieológico bgeitinfnte, otimit

nt Bom, Milen, tlvez como ltim qetão, gente gti qe você

0

iee como voce vê o pnom clt-l, intelectl, oje, no Bil

Vejo lgm coi nov pontno e gente icti vári einove, peceno, pelo meno nonoo cmpo Vejo no tblo o ito-ioe mit moificão, vejo n pe-pectiv o ntopólogo coi mito in-teente, m tenttiv e e etnógfo no pópi ociee E, o memo tempo, m fenômeno cioo qe nome entene etá em vi e epião,

peo meno o lo eqe", poqe m icro popio pelo intelecti e ieit É o eginte logo epoi niti, qno peo come-m voltr e coerm e ponn-ci, fiqei mito bld, mito petb, poqe tinh enão pvonte epetião Qe izer, peo volt-vm e, epecilmente, não ó o político,m o intelecti, repeti ic o velo e 20 no Nm primeio momento

e penei vmo te m rencimento oncionlimo, m enciento o pop-limo, vmo volt à ec zeo Mgo pecebi qe não Como ee mico clmente popio pelo pó-pio Eto fic mito ifícil, pelo me-no p eqe , não igo pr opo-io, pelo meno p eqe,nte ee ico Peno qe ifi-cle, por exeplo, no inteior do PC ,não etão elig e poble e

oem De m ico qe pefeit-mente o ico it e qe e to-n mito complico e conev Vejono pnom tl, no nível poãointelectl mi gel, oi to iferencioe o oi tipo e proão ám, n lin Univerie eBíli, q e nã o ó pen clrmentetecnocátic, não pen o intelec-ti orgânico cle ominnte, m m lin qe e petene moenizor, portor e Moenie Io no-vo poqe normlmente, no Bil , cle oinnte empre fez o ico conevão e não o ic o oeni

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 27/30

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 28/30

NTRVISTA Mariena Chauí TrasForção São Pauo, : 534, 1982

peocpo com e pegogizão E,e min pte, me peocpo poqe en-te o pegogo ão icti qete

o eginte teo e libtã cl-e opimi é lgo qe é feito po elpópi, io ignific qe cle opi-mi fão o e tblo e libetão,ee qe el ejm intmentlizp ito; como não á o ptio" qevi fze ee ppel, pegogo eãoo btitto o ptio" á mito iéi e fze o pegogo qe etãoempeno n etão cão ppl, e fze e le o elemento ognizo cle omin como m b-titto, m fom vicái o pti o evo-lcionáio Io me peocp poqe og e ieologizão epeio cl-e omi é pfno Vie peen-o e vit, c vez mi, imnão exploão, em nome, mit veze, enotlgi em tono o bom pov " q eecebeno intmento, eliz libe-ão É cioo io, poqe á m

popião intmentliz, po exem-plo, o tblo o ntopólogo O, oqe é inteente no tblo o nto-pólogo, pelo meno o qe e coneo, éqe ele motm qe á m conciêncipopl, qe é m conciênci iii,é m conciênci qe be e qe no en-tnto foc o e pópio be tvéo poe qe ieologi ominnte temobe ele O, em vez e li com o-minão, com o poblem e m be

el qe é etío c po pelieologi ominnte, o qe o pegogi-mo tent é fze e cont q e e ieolo-gi ominnte não exite e petene tn -fom em teoi ee be imeito qe cl pople têm epeito elmem Então, e lgm moo, fic cgo o pegogo tnomãoqlittiv o be popl em ãopolític Já não é mi m tite o i-po o CP C, poqe é m ito ifeente

o CPC eqlific clt popl Em epécie e efoo, tvé ec-ão, p d à pátc polític m cn ofnmentlmente pegógico

2

nt Vcê poi cit toe, gentqe etá ig e tenênci?

Ol, no nível e to, e coneo poco O qe e teno vto é emtemo e bteppo, qno fo vigen e me eltm o tblo qe etãofzeno

nt E qe, tnto é m páti qe ecpe, qe incopo e coopt, qe elencont não o e flexo, m é o e epelo, qe ge ee eflexo, n ão eógão como o Pojeto inev e Mobl Enqnto o CPC eqlificv o

popl, et pátic nov o vloiz, etiml e eml, como fom e incopoe epoi contol

E b contole é feito e m m-nei mito pecli Sob o petexto eqe epontnei e e libee p opl e mnifetm em não impot qiconie, o pegogo cpt em comnie, ocie, peqen ecol eecão e lto, enfim, ele cpt o

neio o gpo com o ql ele etá tblno Ele tnfom ee neioem ctil e evolve ob fom e c-til o qe ele imgin qe foi o neioqe ele cpto Então ele evolve p ooto, m go já filto po e pó-pio tblo pegógico, qilo qe eleetá nomeno como libee o oto O, n vee, ele etá execeno,em be, poqe intenão não é etno nível intene, ntenão é po-fnmente libeto, m pátic econtole Você fic beno to qe ep li, como é elizo , q e iee coi poe tom, e você impime vloene ee qe você cio Você i-ge o poeo e o contol

nt E o Plo eie, nio í?

Não, o Plo eie etá mitopeocpo com io, poqe epoi expeiênci qe ele teve n Áfic ele temeito éi etie o métoo qe ini-cilmente ele tin, epecilmente ete pecto contoldo qe o métoo tin, eno entnto é io qe etá eno mito e

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 29/30

ENTREVISTA Mailna Chaí Trasor Ação, ão alo, : 3, 182.

senvlvid Tant que muitas vezes euarticiei de mesasredndas cm ele emque fazia a crítica diss Ele está muitrecuad de que sua crítica seja umacríica já ei inperante prque métd fi interretad e absrvid na frmaanterir que inha Um tr fenômenque é curis, n cas da intelectualidad e,é a tentativa de articipar da piniã pública sem ficar fechada n re cint universitári Só que, enquant iss era feitatravés da chamada imprensa alternativa,essa articipaçã n camp da piniã

blica era uma participaçã na qual intelectua tinha cm eement de contreas suas piniões apenas ele própri ra,cm a desapariçã da iprensa aternativa (rque que há agra, sob a frmads tabóides, a gente nã po de ma is chamar de imprensa alternativa, são tdasclramente artidárias), sbram algunsjrnais da grande imprensa que faz em umjg interessantíssim Interessa a essesjrnais aarecerem cm jrnais l iberais e

demcrátics Entã, ees aceitam, estimulam, slicitam que intelectuais das sições mais divergentes se ma nifestem d esde que assinem seu própri nme e se resnsabilizem pel que estã dizend Detl md que jrnal pde trazer um editrial mais reacioári pssível e, umau duas áginas depis, um artig prgressista A televisã faz exatamente amesma cisa Para um Canal Livre com gvernadr d Es tad (vai se r n róx imming), um utras Palavras cm Ferand Henrique, Marilena Chauí e Paulinger Ach que se cca ara s intelectuais brasieirs uma cisa nva que émeditar um uc sbre a validade uã dessa interferência sbre cam dainiã úbica através ds meis de cmunicaçã Esse é um fenômen nv namedida em que anterirmente eram srfissinais da cmunicaçã, s grandes

rnalistas, que cupavam esse espaçsse esaç agra fi ferecid as intelectuais Mas ele é ferecid cm um númer tã grande de restrições e sb tama cntrle que ach que chegu m

ment da gente cmeçar a perguntar sevale a ena se deixar instruentalizar Iss n mment n é clar para mim Prum lad, sã veícus através ds quaisvcê atinge uma quantidade imensa deessas e cm um retrn imens Há u retrn ua nd eu viaj, as e ssas vême rcurar ara dizer que l êe a s cisasque eu escrev na Flha u que me vira mna televis e arveitara muit Amairia das essas que se dispõe a meuvir raramente leu os livrs que escrevi,n máxim leu " que é Id eologia , pu

quíssimas leram "Cu ltura e Decraciae dá ra contar nos dedos s ue lerm"Da Realidade Sem Mistéris, mas tds, sem nenhuma exceçã, sã leitresd que escrv na Foha e n Fohetim Etds, na rua, na feira, no supermercad,na adaria e n açougue falam cigo sbre que eu disse em prgramas d e televisã Entã, esse element é um elementaradxal prqe eu imagi n que iss de va crrer cm tods s intelectuais que

tenham entrad pel a impre nsa e pela televisã, que é de se saberem idos e ouvids N entant, nã que eu queira serfrankfurtiana, mas vcê é lid e uvidnuma clcha de retahs tamanh a que vcê se ergunta que é que sbra d artig que vcê escreveu que é que sobrad rgrama em que você falou Essa éuma cisa que eu nã sei

nt E até que pnt esse cnvite e essa rsta para entrar dessa frma nagrande imprensa nã tem prec isame nte este bjetiv e fu nçã ue a s ua cntribuiçã seja um retalh na grande colcha deretalhs

ar E que iss apareça sob nmede luralim demcrático Essa é umaquestã que cmeça a m e precupar seria mente Prque enquant eu escrevia e nã

imaginava muit que fsse lida, eu tinhamuit, cm relaçã a artig de jornal, amesma erspectiva que cm artig publicad na revista Discurs E nã é verdadr

A questo é jgo de que vcê,

33

8/19/2019 CHAUI, Marilena. TransFormAção [Online]. 1982, Vol.5, Pp. 05-34.

http://slidepdf.com/reader/full/chaui-marilena-transformacao-online-1982-vol5-pp-05-34 30/30

ENTREVITA Marilena Chauí. Trans/FormlAção, São Paulo, : 5 -34 1982.

finl, está fzendo? Sob ilusão de q ueestá fzendo o seu próprio ppel, não seise gente stá fzendo o próprio ppel e

eu começo revlorizr extremmente conferênci sobre o rtigo impresso, não ser nos momentos em que o rtigotem um recdo muto preciso ser ddo,ms, cso contrário, da mneir como euvinh fzendo, que er escrever prtc-mente sobre todos os s sunto s que fossemsurgindo, eu começo ter minh s dúvidssobre o serviço que sso prest. Eu choque prest um serviço, ms provvelmen-

te contrário àquele que eu d eseri. M ssso é um dúvid par mim. Ao mes motempo em que, cd vez que s e presentum oportundde de você mobilizr sob form de um rtigo de jornal ou de umrogrm de televiso todo o cervo deconhecimento filosófico de que você dis-õe, tentção é enorme de ultrpssr omuro d Universidde. Ms eu não sei.No é muito clro pr mim .

nt. Eu diri que sou quse tentdo a

pensr num insídi do sistema. Comovoc sbe, o sistem estudou muito comu

nicologi nos últimos n os e os com unicólogos têm uns nmeros cblísticos msmuito precisos sobre tx  de informção e

tx de sturção n informção; e princilmente n époc ds sus contribuiçõesno Folhetim", antes d sua vigem,qundo s contribuições erm freqüentese regulres , me dv um cert preensãode que esss contribuições estivessem che-gndo perto d tx de sturção em que,dqui pouco, Mrilen Chuí já noestá dizendo mis nd po rque está dizen-do tods s semns. É de um sbedori

enorme, você tem tod rzão de estarreocupd.

r. Tnto que, semnlmente, Fo-lh, Isto É , o Jornl d Trde, o Jornldo Brsil, revist Senhor, televisãoBndeirntes, rede Globo, TV Cultu-r, s rádios telefonm pedindo rtgos,entrevists, debtes. Vocês vêem que eu,este no, publiquei o rtigo sobre Polô-ni e sobre o PT, pens. Ms prec trêsvezes n televiso e três vezes no rádio. Oue é bsurdo .