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CERES VIRGINIA DA COSTA DANTAS USO RACIONAL DA ÁGUA EM UMA EDIFICAÇÃO NA ZONA RURAL DE PERNAMBUCO NATAL-RN 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

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CERES VIRGINIA DA COSTA DANTAS

USO RACIONAL DA ÁGUA EM UMA EDIFICAÇÃO NA

ZONA RURAL DE PERNAMBUCO

NATAL-RN

2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

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Ceres Virginia da Costa Dantas

Uso racional da água em uma edificação na zona rural de Pernambuco

Trabalho de Conclusão de Curso na

modalidade Artigo Científico, submetido ao

Departamento de Engenharia Civil da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como parte dos requisitos necessários para

obtenção do Título de Bacharel em Engenharia

Civil.

Orientador: Prof. Dr. Hélio Rodrigues dos

Santos

Coorientador: Prof. Dr. André Luis Calado

Araújo

Natal-RN

2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Dantas, Ceres Virginia da Costa.

Uso racional da água em uma edificação na zona rural de Pernambuco / Ceres Virginia da Costa Dantas. - 2017.

21 f.: il.

Artigo científico (Graduação) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Departamento de

Engenharia Civil. Natal, RN, 2017.

Orientador: Prof. Dr. Hélio Rodrigues dos Santos.

Coorientador: Prof. PhD. André Luis Calado Araújo.

1. Água de chuva - TCC. 2. Cisterna - TCC. 3. Reúso - TCC. 4.

Águas cinzas - TCC. 5. Meio ambiente - TCC. I. Santos, Hélio

Rodrigues dos. II. Araújo, André Luis Calado. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 628.1.037

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Ceres Virginia da Costa Dantas

Uso racional da água em uma edificação na zona rural de Pernambuco

Trabalho de conclusão de curso na modalidade

Artigo Científico, submetido ao Departamento

de Engenharia Civil da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte como parte dos

requisitos necessários para obtenção do título

de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em 01 de junho de 2017

___________________________________________________

Prof. Dr. Hélio Rodrigues dos Santos – Orientador

___________________________________________________

Prof. Dr. André Luis Calado Araújo – Coorientador

___________________________________________________

Profa. Dra. Juliana Delgado Tinôco – Examinador interno

___________________________________________________

Prof. Dr. Jean Leite Tavares – Examinador externo

Natal-RN

2017

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RESUMO

A água foi, por muito tempo, considerada como um recurso inesgotável e, talvez por isso, mal

gerido. Por outro lado, cresce a consciência em torno da importância do uso racional, da

necessidade de controle de perdas e desperdícios e do reúso da água, incluindo a utilização de

esgotos sanitários tratados. As águas pluviais podem ser utilizadas como uma alternativa para

o abastecimento descentralizado, especialmente em localidades rurais (COHIM e

KIPERSTOK, 2008); proporciona a preservação dos mananciais tradicionais, especialmente

os poços, bem como pode reduzir custos. Aliado a isso, o reúso de águas cinzas geradas na

edificação também é uma alternativa promissora para fins pouco nobres, como a irrigação de

determinadas culturas. O estudo foi realizado no Centro de Estudos Budistas Bodhisatva

(CEBB) Darmata, que tem, dentre seus objetivos, a preservação dos recursos naturais e

convivência em harmonia com o meio ambiente. Tivemos como objetivo avaliar o potencial

de economia de água em uma edificação a partir do uso de águas pluviais para diversos fins,

inclusive potáveis, e o tratamento e reúso de águas cinzas na irrigação. Foi elaborado o

projeto legal com base nas normas brasileiras vigentes. O investimento para a implantação da

infraestrutura foi calculado utilizando o SINAPI como base de referência, totalizando um

valor de R$ 17919,41. Em termos financeiros, de uma maneira geral, o custo de implantação

dos sistemas pode ser considerado elevado, porém em termos de serviços ambientais, são 258

m³ de água do poço que deixam de ser utilizados por ano. Dessa forma, a implantação dos

sistemas de uso racional da água no CEBB Darmata se mostra favorável, apesar dos custos

relativamente altos, resulta em redução dos impactos ambientais gerados pelo

empreendimento e preservação das águas subterrâneas.

Palavras-chave: água de chuva, cisterna, custos, reúso, águas cinzas, meio ambiente.

ABSTRACT

Water has been regarded as an inexhaustible resource, and perhaps because of it, poorly

managed. On the other hand, the awareness of the importance of rational use is increasing, the

need to control losses and wastes, and the reuse of water, including the use of treated sewage.

Rainwater can be used as an alternative for decentralized supply, especially in rural locations

(COHIM and KIPERSTOK, 2008); it provides the preservation of traditional sources,

especially wells, as well as can reduce costs. Along with that, the reuse of gray water

generated in the building is also a promising alternative for less noble purposes, such as the

irrigation of crops. The study was carried out at the Bodhisatva Buddhist Studies Center

(CEBB) Darmata, which has, among its objectives, the preservation of natural resources and

coexistence in harmony with the environment. We aimed to evaluate the potential of water

saving in a building from the use of rainwater and the treatment and reuse of gray water in

irrigation. The legal project was elaborated based on Brazilian standards. The investment for

the implementation of the infrastructure was calculated through SINAPI, totaling a value of

R$ 17919,41. In financial terms, the cost of implementing the systems can be considered high,

but in terms of environmental services, they are 258 m³ of well water that are no longer used

per year.

Keywords: rainwater, reservoir, costs, reuse, gray water, environment.

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1 INTRODUÇÃO1

A água é uma substância essencial à vida, que está presente em todas as atividades do

ser humano, desde sua alimentação até os usos industriais. Tendo isso em vista, a preservação

de tal bem se faz de suma importância, e a utilização de fontes alternativas de abastecimento é

uma alternativa para o melhor manejo da água, especialmente em tempos de crise hídrica

como a que o Brasil enfrenta de forma severa desde o ano de 2012, mais especificamente no

Nordeste do país. Segundo a ANA (2012), “a região semiárida do Nordeste, onde chove em

média 600 milímetros por ano de modo concentrado em poucos meses, sofre grande risco de

desertificação. Com a diminuição das chuvas, uma quantidade menor de água percola no solo,

reduzindo a recarga dos lençóis freáticos. Estima-se que possa ocorrer uma redução de até

70% na recarga dos aquíferos na Região Nordeste”.

Tal fato impacta no abastecimento que, muitas vezes, é feito através de poços. Nesse

contexto, as águas pluviais podem ser utilizadas como uma alternativa para o abastecimento

descentralizado, especialmente em localidades rurais. Nesses casos, o manejo deve buscar

aproveitar a água precipitada antes que ela entre em contato com substâncias contaminantes,

armazenando-a para uso doméstico, criando condições de infiltração do excedente,

restaurando os fluxos naturais, disponibilizando mais uma alternativa para abastecimento de

água local e descentralizado (COHIM e KIPERSTOK, 2008).

Sistemas de coleta e aproveitamento de águas pluviais e reúso de águas cinzas são

utilizados em países que incentivam a conservação de água potável, como a Alemanha,

Estados Unidos e o Japão. Uma das alternativas que tem demonstrado bastante eficácia na

conservação de água potável é o reúso de águas servidas (PHILIPPI, 2003 apud MAY, 2009)

Podem ser citados diversos aspectos positivos no uso de tais sistemas (MAY, 2004;

GONÇALVES, 2006; VIOLA, 2008): preservação do meio ambiente; utilização de estruturas

existentes na edificação (telhado, lajes e rampas); baixo impacto ambiental; água com

qualidade aceitável para vários fins, com pouco ou nenhum tratamento; aumento da segurança

hídrica para atender o crescimento populacional ou para atender áreas deficientes de

abastecimento; melhor distribuição da carga de água pluvial imposta ao sistema de drenagem;

redução dos riscos de enchentes, erosão dos leitos dos rios e assoreamento nas áreas planas no

início da temporada de chuvas torrenciais e em eventos isolados; possibilidade de uso para

recarga dos lençóis subterrâneos e manutenção dos níveis do lençol freático elevado, dentre

outros.

Tendo em vista tais aspectos, a utilização de águas de chuva e o reúso de águas cinzas

são iniciativas promissoras, especialmente em se tratando de locais com características

climáticas semi-áridas, como é o caso da maior parte do Nordeste brasileiro. O local em

estudo, uma edificação localizada na zona da mata do município de Timbaúba, interior de

Pernambuco, apresenta média anual de pluviosidade de 1073 mm, distribuídos de forma

desigual ao longo do ano. Apesar da média pluviométrica relativamente alta em comparação à

região semi-árida, ainda assim é notável a escassez hídrica no período mais crítico do ano.

Nesse sentido, o presente trabalho objetiva verificar o potencial de economia de água

potável, por meio do uso racional da água com a captação de água pluvial para diversos usos e

o reúso de águas cinzas para irrigação nas instalações do Centro de Estudos Budistas

Bodhisatva Darmata (CEBB Darmata).

Ceres Virginia da Costa Dantas, UFRN, graduanda em engenharia civil

André Luis Calado Araújo, IFRN, Diretoria de Recursos Naturais, PhD

Hélio Rodrigues dos Santos, UFRN, Departamento de Engenharia Civil, Dr.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 QUALIDADE DA ÁGUA PLUVIAL

De acordo com CMHC (2013), a água de chuva é relativamente limpa. No entanto, a

sua qualidade pode ser afetada por poluentes ambientais, como os provenientes: de atividades

industriais, principalmente metais pesados; pesticidas de atividades agrícolas; hidrocarbonetos

das estradas; contaminantes presentes nos materiais das superfícies de coleta (telhados); e

resíduos que se depositam sobre as coberturas, tais como fezes de animais e outros.

Segundo Andrade Neto (2004), a água das chuvas é geralmente excelente para vários

usos, inclusive para beber, exceto em locais com forte poluição atmosférica, densamente

povoados ou industrializados. Metais pesados, especialmente chumbo, são potencialmente

perigosos em áreas com intensidade alta de tráfego ou próximas a indústrias. Substâncias

químicas orgânicas, como organoclorados e organofosfatados, usadas em venenos,

praguicidas e herbicidas, quando em altas concentrações na atmosfera, também podem

contaminar a água da chuva.

Contudo, a contaminação atmosférica da água das chuvas normalmente é limitada a

zonas urbanas e industriais fortemente poluídas e, mesmo nestes locais, a água de chuva quase

sempre tem uma boa qualidade química (dureza, salinidade, alcalinidade, dentre outros) para

vários usos, inclusive para diluir águas duras ou salobras. Com relação à contaminação

microbiológica na atmosfera, esta é ainda mais rara que a contaminação química. Dessa

forma, os riscos no consumo da água estão mais associados à contaminação microbiológica,

por depender tanto dos cuidados na captação e armazenamento, quanto do manuseio correto

(ANDRADE NETO, 2004).

No caso de haver contaminação, a maior problemática relacionada ao consumo da

água relaciona-se com os microrganismos patogênicos que podem atingi-la, através de

excretas de pessoas ou animais infectados, causando problemas para a saúde do homem,

especialmente no seu aparelho intestinal. A contaminação da água por microrganismos

patogênicos mais comuns são a febre tifoide, a febre paratifoide, cólera, disenteria bacilar,

diarreias, hepatites, dentre outras (FIGUEIRAS, 2013).

Nesse sentido, quando do aproveitamento das águas pluviais, especialmente para fins

potáveis, se faz necessário o uso de algumas medidas de proteção sanitária, tais como o

descarte do primeiro milímetro e adoção de desinfecção da água, como através da cloração.

2.2 APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL

A perda de qualidade e a contaminação da água de chuva, segundo Andrade Neto

(2004), ocorrem principalmente na superfície de captação ou quando está armazenada de

forma desprotegida. Ao escoar sobre a superfície de captação a água lava e carreia a sujeira

acumulada no intervalo entre duas chuvas.

Pinheiro e Araújo (2015) fizeram uma comparação entre os indicadores físico-

químicos e bacteriológicos de águas pluviais com os padrões de potabilidade de água vigentes

no Brasil, com base na Portaria MS 2914/2011. Analisando os cinco primeiros milímetros de

chuva, e os parâmetros condutividade, sólidos totais dissolvidos, pH, cloreto, cor, turbidez e

alcalinidade, os autores identificaram um decaimento de tais indicadores a cada mm coletado.

Destaca-se o parâmetro turbidez, por exemplo, que na amostra do primeiro milímetro tinha

valor de 13,8 uT, enquanto no segundo milímetro já apresentava valor de 2,9 uT (inclusive

dentro do limite permissível pela norma, que é de 5 uT).

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De posse dos resultados obtidos por Pinheiro e Araújo (2015), observa-se que de

forma geral a água apresenta-se com qualidade satisfatória a partir do segundo milímetro de

chuva quanto ao comparativo entre os parâmetros físico-químicos e os limites permissíveis

para fins de potabilidade. No que diz respeito aos parâmetros microbiológicos, segundo a

Portaria 2914/2011, os coliformes totais e E. coli devem estar ausentes. Entretanto, nas

amostras analisadas ambos os parâmetros apresentaram resultados positivos ao longo dos

cinco milímetros de chuva.

Assim, se faz de grande valia salientar a importância do descarte dos primeiros

milímetros de chuva. A primeira água, responsável pela lavagem da atmosfera e da superfície

de captação, deve ser desprezada e jogada fora, ou usada para fins pouco nobres, como

descargas sanitárias e lavagem de pisos, devido a suas características, menos aceitáveis

quando comparadas ao padrão de potabilidade existente no país. A partir do segundo

milímetro essa água poderá ser utilizada para fins não potáveis de usos não restritivos.

Andrade Neto (2004) apresenta uma proposta de desvio do primeiro milímetro de

chuva de forma simples, conforme Figura 1. Outro dispositivo pode ser citado, como o

apresentado por Lima et al. (2011), que utiliza os princípios físicos dos vasos comunicantes e

do fecho hídrico, em que os primeiros milímetros da chuva são acumulados em tubos

verticais, que são vedados por fecho hídrico após completamente cheios, quando a água segue

para a cisterna.

Em qualquer caso de funcionamento do dispositivo, é fundamental que depois de cada

evento chuvoso, o mesmo seja esvaziado, através de uma tubulação de descarga, a qual deve

ser novamente fechada permitindo o funcionamento do desvio automático das primeiras águas

do próximo evento (LAGE, 2010).

Figura 1 : Esquema de captação, reservação e descarte do

primeiro milímetro de chuva

Fonte: Andrade Neto, 2004.

Figura 2 : Sistema de desvio de vasos

comunicantes e fecho hídrico

Fonte : LIMA et al., 2011.

Outro ponto importante a ser destacado é a necessidade de desinfecção da água de

chuva, como através da cloração, por exemplo. Segundo a Fundação Nacional de Saúde

(2014), a desinfecção é a etapa que tem a função de inibir o metabolismo dos micro-

organismos patogênicos com uso de elementos químicos ou físicos, para que não ocorra o

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crescimento desses organismos na água de abastecimento público. Tendo em vista os

indicadores apresentados anteriormente, caso a adição de cloro seja feita com concentração e

tempo de contato corretos, a água apresentaria características de potabilidade.

2.3 DIMENSIONAMENTO DE RESERVATÓRIOS

Os métodos de dimensionamento de reservatórios de águas pluviais partem do

pressuposto de que nem sempre haverá chuva suficiente para atender toda a demanda e que

nem sempre será possível armazenar toda a água pluvial precipitada, seja por questões físicas

ou econômicas. Ou seja, o volume do reservatório deve estar equilibrado nesses dois fatores

limitantes.

Os métodos de dimensionamento de reservatórios devem compatibilizar produção com

demanda e identificar o percentual de demanda passível de ser atendida em cada sistema

tornando-o mais eficiente e com menor gasto possível (GONÇALVES, 2006). Dos métodos

presentes na NBR 15527 (ABNT, 2007), podem ser destacados: o método prático brasileiro;

método prático alemão; método prático inglês; método prático australiano; e também o

método de Rippl.

Este último também é conhecido como diagrama de massas, estando entre os

recomendados pela NBR 15.527 (ABNT, 2007). É um método de cálculo de volume de

armazenamento necessário para garantir uma vazão regularizada constante durante o período

mais crítico de estiagem observado. Este método baseia-se no diagrama de massa do sistema,

também denominado diagrama de Rippl, originalmente desenvolvido no final do século XIX,

utilizado amplamente para o cálculo de reservatórios destinados ao abastecimento público,

para aproveitamento hidroelétrico, para irrigação, para controle de enchentes e para a

regularização de cursos d’água (GARCEZ, 1974 apud GONÇALVES, 2006).

O diagrama de massa corresponde à integral de um hidrograma, sendo um diagrama de

volumes acumulados que afluem ao reservatório, podendo ser apresentado pela equação

seguinte (NGIGI, 1999 apud GONÇALVES, 2006):

Vt = S(Qt – Vi,t + Lt )

Onde,

Vt : volume de armazenamento no tempo t (m³),

Qt : demanda de água no tempo t (m³),

Vi,t: volume de chuva que entra no sistema no tempo t (m³ ),

Lt : perdas do sistema durante o intervalo de tempo t (m³).

O volume útil do reservatório para uma determinada vazão regularizada é definido

pela utilização do diagrama de massa; este volume corresponde ao máximo déficit existente

na série histórica.

2.4 ÁGUAS CINZAS EM UMA EDIFICAÇÃO

Águas cinzas são as águas residuárias provenientes dos usos do chuveiro, lavatório,

pia de cozinha, tanque para lavar roupa e máquinas de lavar louça e roupas. Em uma

edificação, a vazão de águas cinzas gerada está relacionada com o consumo de água como um

todo, considerando o per capita de água consumido e a quantidade de habitantes na

edificação. Para estimar as vazões em cada ponto de consumo, admite-se o quadro a seguir,

que apresenta o resultado obtido por pesquisas realizadas no Brasil.

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Quadro 1 : distribuição do consumo de água em uma edificação.

Aparelho sanitário DECA USP PNCDA

Bacia sanitária 14% 29% 5%

Chuveiro 47% 28% 55%

Lavatório 12% 6% 8%

Pia de cozinha 15% 17% 18%

Tanque - 6% 3%

Máquina de lavar roupas 8% 9% 11% Fonte: GONÇALVES; JORDÃO, 2006 apud SELLA, 2011.

Do ponto de vista de qualidade, alguns pesquisadores fizeram a caracterização das

águas cinzas geradas em edificações no Brasil, conforme pode ser visto na tabela a seguir.

Tabela 1 : características físico-químicas de águas cinzas no Brasil

Referência Fonte de água

cinza Cidade

Local de

coleta

Parâmetros

Turb

idez

(uT)

ST

(mg/L)

SST

(mg/L)

N

(mg/L)

P total

(mg/L)

DBO

(mg/L)

Bazzarella

(2005)

Edificação

residencial

Vitória ES Reservatórios

experimentais

166 1536 134 6,6

(NTK)

9,0 571

Philippi

(2005)

Edificação

residencial

Florianópolis Reservatórios

experimentais

- - 323 - - 387

Fiori;

Fernandes

e Pizzo

(2004)

Apartamento

com crianças

Passo Fundo/

Porto Alegre

Caixa

sifonada

340 - - 27,5

(NO3N)

0,43 258

Fonte: Adaptado de MAY, 2009.

De acordo com as informações, observa-se que os valores são muito variados

dependendo do uso da edificação, e da presença ou não de crianças e animais. Apesar disso,

observa-se a presença de compostos nitrogenados e compostos fosforados nesse tipo de

efluente, nutrientes necessários à vegetação, e que podem ser obtidos em efluentes tratados,

em substituição inclusive aos fertilizantes tradicionais.

2.5 QUALIDADE DAS ÁGUAS CINZAS PARA IRRIGAÇÃO

A ABNT NBR 13969/1997 traz uma breve menção sobre parâmetros para reúso de

esgotos domésticos. Segundo a referida norma, são definidas classes de águas de reúso em

função de sua aplicação. Nessa classificação, o reúso de águas cinzas para irrigação de

pomares, cereais, forragens, pastagens para gados e outros cultivos compreende a classe 4,

cujas características, segundo a norma, não são restritivas, conforme mostrado na tabela a

seguir.

Tabela 2 : Parâmetros para reúso de águas cinzas conforne a ABNT.

Parâmetros Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4

pH 6 - 8 - - -

Turbidez (UT) < 5 < 5 < 10 -

Sólidos dissolvidos totais (SDT) (mg/L) < 200 - - -

Cloro residual (mg/L) entre 0,5 e 1,5 > 5 - -

Coliforme termotolerante (NMP/100 mL) < 200 < 500 < 500 < 5000

Oxigênio dissolvido (mg/L) - - - > 2

Fonte: ABNT NBR 13969/1997.

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Destaca-se que, segundo a norma, a irrigação com esse tipo de efluente deve ser do

tipo pontual ou através de escoamento superficial. Outros autores (Pio et al, 2005) propõem

uma divisão diferente daqueles definidos pela ABNT NBR 13696/1997. Nessa classificação,

as águas destinadas à irrigação de áreas verdes e rega de jardins são classificadas como classe

3. Neste caso, a maior preocupação do emprego da água de reúso fica condicionada às

concentrações de contaminantes biológicos e químicos, incidindo sobre o meio ambiente e o

homem, particularmente o operário que exerce suas atividades nesse ambiente.

Alguns dos principais problemas relacionados com o gerenciamento da qualidade da

água são: salinidade, toxicidade de íons específicos, taxa de infiltração no solo, etc. O Grupo

Científico sobre Diretrizes para o Uso de Esgotos em Agricultura e Aqüicultura, reunido em

Genebra, Suiça, em 1989, estabeleceu os critérios básicos para a proteção dos grupos de risco,

associados a esquemas de reúso agrícola e recomendou, para efluentes líquidos, as diretrizes

resumidas no Quadro 2 (WHO, 1989).

Quadro 2: Diretrizes Microbiológicas Recomendadas para Uso de Esgotos na Agricultura (*)

CATEGORIA

CONDIÇÕES DE REÚSO

GRUPOS DE

RISCO

NEMATODOS

INTESTINAIS (1)

(No.ovos/litro)(2)

COLIFORMES

FECAIS

(No./100ml)(3) A Irrigação de culturas a serem ingeridas

cruas, campos esportivos, parques

públicos (4)

Operários,

Consumidores,

público

1 1.000

B Irrigação de cereais, culturas

industriais,

forragem, pastos e árvores (5)

Operários 1 n.a

C Irrigação localizada de culturas da

categoria B, se não ocorrer exposição

de trabalhadores e do público

Nenhum n.a. n.a.

(*) Em casos específicos, fatores epidemiológicos, socioculturais ou ambientais devem ser levados em consideração e essas

diretrizes modificadas de acordo.

(1)- Ascaris, Trichuris, Necator americans e Ancilostomus duodenalis

(2)- Média aritmética durante o período de irrigação

(3)- Média geométrica durante o período de irrigação

(4)- Um valor diretriz mais restritivo (200 coliformes fecais por 100 ml) é apropriado para gramados públicos, tais como os

de hotéis, com os quais o público tenha contato direto.

(5)- No caso de árvores frutíferas, a irrigação deve cessar duas semanas antes dos frutos serem colhidos, e frutos não devem

ser colhidos do chão. Irrigação por sistemas de aspersores não deve ser utilizada.

Fonte: WHO, 1989.

Tendo em vista tais características, é importante que as águas cinzas sejam

adequadamente tratadas antes de encaminhadas para reúso, de forma a não apresentar riscos

para o manejo humano.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO

A pesquisa foi desenvolvida no Centro de Estudos Budistas Bodhisatva Darmata

(CEBB Darmata), localizado na zona rural do município de Timbaúba, Pernambuco. O CEBB

Darmata é um centro budista voltado especialmente para a prática de retiros longos. Está

localizado na Zona da Mata, norte do estado de Pernambuco, região historicamente marcada

pelo cultivo da cana-de-açúcar e, por isso, com fortes traços de degradação ambiental.

A escolha de tal local de estudo deu-se pelo fato de ser uma instituição que tem

intenção de reduzir o impacto ambiental gerado no local em que está instalada, levantando

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questões ligadas à vida na zona rural e sobre como construir, produzir e consumir alimentos e

utilizar a água de forma lúcida e com menos impacto negativo, além de se situar em local que

apresenta escassez hídrica. Não possui abastecimento derivado da rede pública, utilizando

água proveniente de um poço profundo localizado a alguns metros das instalações.

A cobertura do prédio possui uma área de 174 m² e é composta por telhado metálico

que desagua em calhas de dimensões variadas. Também foi elaborado o projeto

hidrossanitário com separação das águas cinzas e negras, visando ao tratamento e reúso das

primeiras para irrigação.

O CEBB Darmata possui área total de 15 hectares, sendo que em suas instalações além

do templo existem chalés destinados a retiros longos. O restante da área é destinado à

agricultura e reflorestamento.

Figura 3: Projeção do prédio novo do CEBB Darmata

Fonte : CEBB, 2017

Figura 4: Estágio da obra (mai. 2017).

Fonte : CEBB, 2017.

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.2.1 Projeto de captação e aproveitamento de água de chuva

O trabalho iniciou com a elaboração do projeto do sistema de captação e

aproveitamento de água de chuva. Para tanto, tivemos acesso ao projeto arquitetônico da

edificação a ser construída, de onde foi obtida a informação da área de captação (telhado) e a

localização das calhas; e aos dados de ocupação da mesma, de forma a basear a adoção de

valores da demanda de água.

Foram pesquisados também os valores de precipitação na região ao longo de 10 anos,

ou seja, de 2006 a 2016, de forma a verificar o comportamento das chuvas no local. Utilizou-

se dados fornecidos pela agência pernambucana de águas e clima (APAC), de estação

pluviométrica localizada no município de Timbaúba (posto 99).

Com base nisso, procedeu-se ao dimensionamento do reservatório seguindo os

métodos propostos no anexo A da NBR 15527/2007. As considerações feitas para o

dimensionamento dos reservatórios pelos métodos de Azevedo Neto e Rippl foram

respectivamente: 5 (cinco) meses de seca e demanda mensal de 12,00 m³, correspondente ao

consumo per capita de 100 l/hab.dia, e a ocupação média de 12 habitantes na edificação,

durante 10 dias (número de dias no mês em que há maior demanda por água). Destaca-se que

apesar de o prédio apresentar lotação de 60 leitos, a ocupação é sazonal, sendo que a

ocupação máxima pode vir a ocorrer em retiros maiores cuja frequência é de cerca de duas

vezes por ano, com duração de 3 dias cada.

Para o consumo dos habitantes da edificação utilizou-se o valor do consumo per

capita tradicional, pois consideramos todos os usos dados à água fria, inclusive fins nobres,

tais como: banho, descarga sanitária, usos no lavatório, lavagem de roupas e usos na cozinha.

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Todas as instalações de coleta, armazenamento e distribuição na edificação foram

dimensionadas de acordo com as recomendações das normas brasileiras ABNT NBR

15527:2007, NBR 10844:1989 e NBR 5626:1998.

3.2.2 Projeto de tratamento e reúso de águas cinzas para agricultura

Foi realizado igualmente o projeto das instalações sanitárias de coleta de esgotos,

prevendo a separação entre as águas cinzas e águas negras, contemplando o seu tratamento e

destinação para reúso na irrigação das plantações que são realizadas no terreno do CEBB. Foi

utilizado o projeto arquitetônico da referida edificação, em que foram respeitadas as

localizações dos banheiros, cozinha e área de serviço e estimada a localização do tratamento.

Com base nisso, procedeu-se ao dimensionamento e desenho das instalações segundo

as recomendações das normas NBR 5626:1997, NBR 8160:1999. O projeto do sistema de

tratamento buscou atender aos requisitos mínimos para reúso de efluentes na agricultura, cuja

restrição está relacionada principalmente com a contaminação humana devido à presença de

ovos de helmintos no efluente.

A quantificação de águas cinzas geradas na edificação se baseou na distribuição feita

pela DECA, conforme constante no quadro 1. Com base nele e na demanda mensal de 12 m³,

tem-se:

Quadro 3 : cálculo do volume de águas cinzas mensal

Aparelho sanitário DECA Demanda de 12 m³

Bacia sanitária 14% 1680

Chuveiro 47% 5640

Lavatório 12% 1440

Pia de cozinha 15% 1800

Máquina de lavar roupas 8% 960

TOTAL 11520

TOTAL águas cinzass/mês 9840 litros

Portanto considerou-se o valor de 9840 litros (ou 9,84 m³) de águas cinzas que seriam

reutilizadas para irrigação por mês no CEBB.

3.2.3 Levantamento de custos para a implantação do sistema

O custo de implantação do sistema é um fator importante para a tomada de decisão,

pois possibilita conhecer o investimento necessário à infraestrutura proposta, bem como a

escolha da solução que apresenta maior relação custo/benefício. Dessa forma, foi elaborado o

orçamento das obras e dos materiais necessários com base no projeto elaborado. Utilizou-se

pesquisa de preços com base nos insumos e composições disponíveis na tabela do SINAPI

(não desonerado, referente ao mês de abril de 2017, para o estado de Pernambuco).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA

Com base nas normas vigentes, foi feito o projeto das calhas para coleta e

direcionamento da água de chuva. Resultou na utilização de tubos de PVC de 100 mm de

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diâmetro, dispostos ao longo de toda a cobertura da edificação, de onde a água é coletada e

segue para caixas de inspeção, e destas para o reservatório (conforme planta no apêndice A).

A partir de então, foi calculado o volume do reservatório, utilizando-se os diversos

métodos presentes na NBR 15527/2007. Os dados utilizados para o valor de precipitação

média mensal foram obtidos a partir da média da precipitação mensal dos últimos dez anos,

conforme tabela a seguir (APAC, 2017).

Tabela 3 : Chuva média mensal em Timbaúba (2006 – 2016)

Chuva média mensal (mm) em Timbaúba – PE (Posto 99)

Mês/Ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Média

Jan - 41,5 57,1 47 99,1 128,8 148,7 75,7 62,8 41,5 136,5 83,87

Fev 36,1 114,3 4,3 212,7 16,3 112,1 104,9 11,5 91,7 32,5 80,9 74,30

Mar 46 118,4 196,4 63,8 52,5 145,2 9,6 36,6 56,9 268,1 99,8 99,39

Abr 76,9 147,8 128,1 171,7 110,9 169,8 21,4 217,8 51,3 19,4 134,7 113,62

Mai 120,8 61,7 177,1 175,1 32,1 419,1 82,1 121,5 140,8 114,3 238,9 153,05

Jun 178,6 167,6 115,3 129 236,4 156 181,9 291 118,8 105,4 75,6 159,60

Jul 78,9 45,4 134,4 250,1 70,5 309,7 134,2 226,6 105,5 204,2 19,1 143,51

Ago 82,4 27,7 103,9 147,1 70,9 104,8 31,5 97 78,5 31,8 11,3 71,54

Set 19,4 37,2 31,2 29,3 30,9 2,8 5,3 72,4 122 10,2 11,5 33,84

Out 6,2 18,2 5,6 - 2,3 38,4 36,9 31,2 41,3 5,7 7,2 19,30

Nov 55,5 9,8 3,4 56,4 3,6 16,5 4,8 32,3 11 3,5 2,4 18,11

Dez 15,8 27,3 10,4 14,7 62,7 47,3 9 55,5 16,9 159,5 67,9 44,27

TOTAL 716,6 816,9 967,2 1296,9 788,2 1650,5 770,3 1269,1 897,5 996,1 885,8 1014,4

Fonte: APAC, 2017.

No gráfico a seguir apresenta-se o comportamento da chuva média mensal ao longo do

ano para o local em estudo. Destaca-se a existência de cinco meses de estiagem,

compreendidos entre agosto e dezembro.

Figura 5 : Gráfico da chuva média mensal em Timbaúba ao longo de 10 anos

Fonte: Adaptado de APAC, 2017.

Aplicando tais valores às equações para cálculo de reservatório, observou-se que os

resultados obtidos para os métodos alemão e inglês divergiram substancialmente dos demais

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

(mm

)

Chuva média mensal

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métodos (resultando em cerca de 8 m³ de volume de reservação). Tal fato pode ser justificado

devido à característica da precipitação pluviométrica naqueles países, que, diferente do Brasil,

geralmente ocorre uniformemente durante todos os meses do ano, dispensando, assim,

grandes reservatórios para suprir toda a demanda. Dessa forma, optou-se por desconsiderar os

métodos alemão, inglês e australiano para o projeto em análise.

O cálculo do reservatório através do método Rippl resultou conforme tabela a seguir.

Tabela 4 : Cálculo do reservatório conforme método de Rippl

Meses

Chuva

média

mensal

(mm)¹

Demanda

mensal

(m³)

Área de

captação

(m²)

Q -

Volume

de chuva

mensal

(m³)

S - Diferença

entre o volume da

demanda e

volume de chuva

(m³)

Diferença

acumulada da

coluna 6 dos

valores positivos

(m³)

Jan 83,9 12 174 12 0 0

Fev 74,3 12 174 10 2 2

Mar 99,4 12 174 14 -2 0

Abr 113,6 12 174 16 -4 0

Mai 153,0 12 174 21 -9 0

Jun 159,6 12 174 22 -10 0

Jul 143,5 12 174 20 -8 0

Ago 71,5 12 174 10 2 2

Set 33,8 12 174 5 7 9

Out 19,3 12 174 3 9 18

Nov 18,1 12 174 3 9 27

Dez 44,3 12 174 6 6 33

Total 1014,4 144

142 Volume = 33

¹O valor de chuva média mensal foi calculado com dados de precipitação de 10 anos (2006 a 2016).

Fonte: dos autores.

Os volumes dos reservatórios dimensionados pelos métodos de Azevedo Neto e Rippl

correspondem, respectivamente, a 37,00 m³ e 33,00 m³. Aplicamos o método da simulação

para verificar o comportamento do reservatório no caso de adoção de 30 m³ para volume de

reservação (tabela 5), e adotamos, portanto, esse volume para o presente projeto.

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Tabela 5: Cálculo do reservatório pelo método da Simulação.

Meses Chuva

média

mensal

(mm)¹

Demanda

mensal

(m³)

Área de

captação

(m²)

Q

Volume

de

chuva

mensal

(m³)

Volume do

reservatório

fixado (m³)

Volume do

reservatório

no tempo

(t-1) (m³)

Volume do

reservatório

no tempo

(t) (m³)

Overflow

(m³)

Suprimento

de água

externo

(m³)

Janeiro 83,9 12 174 12 30 0 30 0 0

Fevereiro 74,3 12 174 10 30 30 28 0 0

Março 99,4 12 174 14 30 28 30 0 0

Abril 113,6 12 174 16 30 30 30 4 0

Maio 153,0 12 174 21 30 30 30 9 0

Junho 159,6 12 174 22 30 30 30 10 0

Julho 143,5 12 174 20 30 30 30 8 0

Agosto 71,5 12 174 10 30 30 28 0 0

Setembro 33,8 12 174 5 30 28 21 0 0

Outubro 19,3 12 174 3 30 21 12 0 0

Novembro 18,1 12 174 3 30 12 3 0 0

Dezembro 44,3 12 174 6 30 3 -3 0 3

Total 1014,388182 144

142

31 3

¹O valor de chuva média mensal foi calculado com dados de precipitação de 10 anos (2006 a 2016).

Fonte: dos autores.

Observa-se pela simulação do reservatório de 30 m³ que o overflow, ou seja, a água

extravasada, ocorre em 4 meses do ano, no período de maior pluviosidade. Adotando-se esse

volume, o suprimento de água externo se faz necessário somente após o período menos

chuvoso, ou seja, no mês de dezembro, porém logo em seguida o volume do reservatório volta

a subir, fato coerente com a característica da não uniformidade da pluviosidade do local de

estudo.

Nesse sentido, adotando-se o reservatório de 30 m³, o período de abastecimento ao

longo do ano é de 11 meses, representando uma eficiência de 90% do sistema, para a

demanda adotada. Destaca-se, ainda, que nos meses de maio a julho, caso haja maior número

de pessoas utilizando as instalações, o sistema poderá suprir a demanda sem a necessidade de

acionamento da bomba do poço, em até 8 m³ de autonomia.

4.2.1 Proteção Sanitária

A água coletada pelo telhado deve seguir para caixas de inspeção, interligadas entre si,

de onde seguirá para uma caixa de distribuição geral, a qual apresenta uma grade com o

objetivo de reter folhas e sólidos de maior granulometria. Por fim, a água deve ser direcionada

para o reservatório de descarte do primeiro milímetro de chuva, que, após o seu

preenchimento, alimenta o reservatório de armazenamento (cisterna), que será composto de

três reservatórios de polietileno de 10 m³.

Sugere-se que o reservatório de descarte do primeiro milímetro seja do modelo

proposto por Andrade Neto (2004): um pequeno tanque para onde são desviadas

automaticamente as primeiras águas de chuva, através de uma conexão em tê intercalada na

tubulação de entrada da cisterna, que deriva para este pequeno tanque as águas de lavagem da

superfície de captação. Como o tanque de desvio permanece totalmente fechado, quando o

telhado está lavado ele enche e só então é que a água de melhor qualidade vai para a cisterna.

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O fecho hídrico dispensa boias ou outros artifícios. Depois da chuva, e antes que se acumule

sujeira na superfície de captação, o tanque de desvio deve ser esvaziado, através de uma

tubulação de descarga, que quando é novamente fechada, deixa o dispositivo pronto para o

desvio automático das primeiras águas da próxima chuva.

A água descartada do reservatório de desvio do primeiro milímetro pode ser utilizada

para fins menos nobres na edificação, como lavagem de pisos, descargas em bacia sanitária e

irrigação.

O tamanho do tanque de desvio foi estimado em cerca de 0,001 m³ por m² de área de

captação, resultando em um volume de 0,174 m³. Adotamos, portanto, um reservatório de 250

l, menor volume comercial existente para reservatórios de polietileno. Foi adotado ainda um

dispositivo de segurança, caracterizado por um extravasor localizado numa cota acima da

alimentação dos reservatórios, utilizado para impedir que, em casos extremos, quando a

precipitação for acima do esperado, a água extravase para um poço absorvente.

O sistema de abastecimento da edificação será composto por tais cisternas apoiadas

em lajes sobre o solo, que serão alimentadas pelo sistema anteriormente descrito. Tal cisterna

apresentará uma bomba submersa que recalcará a água para o reservatório localizado na

cobertura da edificação. Neste reservatório superior, será feita a cloração da água, onde

deverá ser utilizado flutuador abastecido com pastilha de cloro orgânico (comestível). Daí, a

água segue para o abastecimento.

O projeto de aproveitamento de água de chuva, anexado ao final do artigo, mostra

todo o percurso da água, desde a captação pelas calhas até a saída para o reservatório superior.

Dessa forma, o projeto visa a captar, reservar e utilizar a água proveniente das chuvas para

diversos usos no prédio, após cloração, proporcionando a manutenção da água do poço para

fins estritamente nobres e durante a época de seca, na propriedade.

4.2 SEPARAÇÃO, TRATAMENTO E APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS CINZAS

O projeto de separação, tratamento e aproveitamento de águas cinzas foi elaborado

com base nas normas vigentes. Foi feito o desenho e dimensionamento das tubulações de

caminhamento dos esgotos provenientes dos chuveiros, lavatórios, lavanderia e cozinha da

edificação. O dimensionamento resultou em tubulações de 50, 75 e 100 mm de diâmetro, com

inclinação de 1%. Nas mudanças de direção e reunião de tubulações adotamos caixas de

inspeção, conforme pode ser visto na planta em anexo ao presente artigo.

As águas cinzas são então destinadas ao tratamento, que será composto por tanque

séptico, com o objetivo de separar alguns elementos presentes nela, tais como possíveis

graxas, óleos, gorduras e sólidos; e após passagem pelo referido tanque, o efluente segue para

filtro anaeróbio, onde será feito o tratamento para remoção da matéria orgânica presente nos

esgotos. O filtro anaeróbio deve ser de fluxo ascendente, com leito de brita. O

dimensionamento das unidades de tratamento citadas foi feito segundo as normas da ABNT

NBR 7229/1993 e NBR 13969/1997. Após as unidades de tratamento, o efluente deve ser

encaminhado para irrigação por escoamento superficial.

4.3 CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA

Os custos contabilizados correspondem, dentre outros itens, aos reservatórios, que

representam a maior parcela, conjuntos motor bomba, válvulas de pé com crivo, válvulas de

retenção, registros de gaveta, tubulações, caixa de distribuição geral, laje em concreto das

bases dos reservatórios, tubulações, alvenarias, caixas de passagem e tratamento. Além disso,

a mão de obra se apresenta como uma parcela de extrema importância no orçamento. Na

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tabelas a seguir são apresentadas as estimativas de custo do sistema de captação e

armazenamento de águas pluviais e de tratamento e reúso das águas cinzas:

Tabela 6 : Estimativa de custos do sistema de captação, armazenamento e uso de águas pluviais

Peças

Valor

unitário

(R$)

Quantidade Valor total

(R$)

Calha de beiral, semicircular de PVC, diâmetro 100 mm, incluindo

cabeceiras, emendas, bocais, suportes e vedações, excluindo

condutores, incluso transporte vertical.

59,43 25 m 1485,75

Tubo PVC, série r, água pluvial, DN 100 mm, fornecido e instalado

em ramal de encaminhamento 37,34 20,6 m 769,20

Reservatório 10 m³ *

3000,00 3 un 9000,00

Reservatório 250 l* 265,00 1 un 265,00

Bomba recalque d'agua trifasica 0,5 hp 815,01 1 un 815,01

Registro de gaveta bruto, latão, roscável, 1, com acabamento e canopla

cromados, instalado em reservação de água de edificação que possua

reservatório de fibra/fibrocimento fornecimento e instalação.

107,57 7** 752,99

Válvula de pé com crivo ø 40mm (1.1/2") - fornecimento e instalação 86,63 1 un 86,63

Válvula de retenção vertical ø 25mm (1") - fornecimento e instalação 58,05 1 58,05

Laje pre-mold beta 11 p/1kN/m² vãos 4,40m/incl vigotas tijolos

armadura negativa capeamento 3cm concreto 20MPa escoramento

material e mão de obra.

69,03 10 m² 690,30

Caixa sifonada, PVC, DN 100 x 100 x 50 mm, fornecida e instalada

em ramais de encaminhamento de água pluvial. 19,32 2 un 38,64

Valor total do sistema de coleta e aproveitamento de águas pluviais - - 13961,57

*Valor obtido em pesquisa com fornecedores – inexistente no SINAPI.

** Limpeza, chegada, comunicação e recalque

Obs.: Foram desconsideradas algumas peças acessórias.

Fonte: Adaptado de SINAPI, 2017.

A estimativa de custos apresentou um investimento de R$ 13961,57 para a

implantação do sistema de coleta e aproveitamento da água de chuva. Destaca-se que dentro

desse custo, o valor dos reservatórios representa 64% do total estimado.

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Tabela 7 : Estimativa de custos do sistema de tratamento e reúso de águas cinzas

Peças

Valor

unitário

(R$)

Quantidade Valor

total (R$)

Tubo PVC, série normal, esgoto predial, DN 40 mm, fornecido e

instalado em ramal de descarga ou ramal de esgoto sanitário. 13,83 4,40 60,85

Tubo PVC, série normal, esgoto predial, DN 50 mm, fornecido e

instalado em ramal de descarga ou ramal de esgoto sanitário. 20,10 1,10 22,11

Tubo PVC, série normal, esgoto predial, DN 75 mm, fornecido e

instalado em ramal de descarga ou ramal de esgoto sanitário. 29,91 6,60 197,40

Tubo PVC, série normal, esgoto predial, DN 100 mm, fornecido e

instalado em ramal de descarga ou ramal de esgoto sanitário. 38,64 16,0 618,24

Caixa sifonada, PVC, DN 100 x 100 x 50 mm, junta elástica, fornecida e

instalada em ramal de descarga ou em ramal de esgoto sanitário. 23,48 6 140,88

Junção simples, PVC, série normal, esgoto predial, DN 50 x 50 mm,

junta elástica, fornecido e instalado em ramal de descarga ou ramal de

esgoto sanitário

15,76 4 63,04

Fossa séptica em alvenaria de tijolo cerâmico maciço, dimensões

externas de 1,90 x 1,10 x 1,40 m, volume de 1.500 litros, revestido

internamente com massa única e impermeabilizante e com tampa de

concreto armado com espessura de 8 cm*

1856,60 1 1856,60

Filtro anaeróbio de brita** 1502,00 1 1500,00

Valor total do sistema de coleta, tratamento e reúso de águas cinzas - - 4461,48

* Estimativas com base no SINAPI, apesar de dimensões diferentes.

Obs.: Foram desconsideradas algumas peças acessórias.

Fonte: Adaptado de SINAPI, 2017.

Em relação ao reúso de águas cinzas, o investimento inicial é de R$ 3957,84. Destaca-

se que dentro desse custo, o valor do tratamento representa 72% do total estimado. Somando

os investimentos dos dois sistemas, seria necessário um valor de R$ 17919,41. Em termos

puramente financeiros, é um valor relativamente alto, tendo em vista que a edificação não

paga pelo uso da água, somente pela energia dispendida no bombeamento.

Comparando os valores obtidos com o custo relacionado à água usada para

abastecimento no CEBB, além do custo da energia elétrica para bombeamento, também

ocorre a compra de carros pipa de 12 m³ pelo valor de R$ 80, o que resulta em um custo de

cada metro cúbico de água de aproximadamente R$ 6,67, que ainda seria mais vantajoso

financeiramente do que o investimento em captação de águas de chuva.

Por outro lado, do ponto de vista de serviços ambientais, considera-se que são pelo

menos 140 m³ (devido ao uso de água de chuva) e 118 m³ (devido ao reúso de águas cinzas),

totalizando 258 m³ de água proveniente do poço que deixam de ser utilizados por ano. Essa

conduta está coerente com a visão do CEBB Darmata em preservar os recursos naturais e

conviver em harmonia com o meio ambiente, o que torna viável o investimento.

5 CONCLUSÃO

O estudo de caso apresentado neste artigo mostrou que no local em estudo existe um

grande potencial de economia de água potável através da captação da água pluvial para

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diversos usos, e do uso das águas cinzas para irrigação, especialmente em se tratando de uma

região sujeita a períodos de seca e frente à crise hídrica que o Brasil enfrenta.

A redução de consumo anual devido ao uso de água de chuva, dentro da edificação,

utilizando-se um reservatório de 30,00 m³, é expressiva: da ordem de 140 m³, desde que os

dispositivos de proteção sanitária sejam adequadamente instalados, utilizados e tenham sua

manutenção efetivada.

Em relação às águas cinzas, em um ano ocorreria o reúso de 118 m³ de água na

irrigação, o que implica também na economia de água do poço que poderia ser usada para

esse fim.

O investimento para a implantação da infraestrutura seria de R$ 17919,41. Em termos

financeiros, de uma maneira geral, o custo de implantação dos sistemas pode ser considerado

elevado, em termos de serviços ambientais, são 258 m³ de água do poço que deixam de ser

utilizados por ano. Assim, a instalação de tal infraestrutura permite ao CEBB concretizar

ações de preservação do meio ambiente conforme suas diretrizes de convivência harmoniosa

com o meio ambiente, além da manutenção do recurso hídrico para momentos de escassez.

REFERÊNCIAS

AGENCIA PERNAMBUCANA DE AGUAS E CLIMA (APAC). Monitoramento

pluviométrico. Disponível em: <http://www.apac.pe.gov.br/meteorologia/monitoramento-

pluvio.php#>. Acesso em: fev. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15527: Água de

chuva - aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis - requisitos.

Rio de Janeiro, 2007.

______. NBR 5626: Instalação predial de água fria. Rio de Janeiro, 1998.

______. NBR 10844: Instalações prediais de águas pluviais. Rio de Janeiro, 1989.

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(Brasil). A Questão da Água no Nordeste / Centro de Gestão e Estudos Estratégicos,

Agência Nacional de Águas. – Brasília, DF: CGEE, 2012.

ANDRADE NETO, C. O. de. Proteção Sanitária das Cisternas Rurais. In: SIMPÓSIO LUSO-

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Anais... Natal: ABES/APESB/APRH, 2004.

CANADA MORTGAGE AND HOUSING CORPORATION (CMHC). Collecting and

Using Rainwater at Home: A Guide for Homeowners. Electronic monograph in PDF format,

2013. Disponível em: < https://www.cmhc-schl.gc.ca/odpub/pdf/67925.pdf>. Acesso em:

mar., 2017.

CENTRO DE ESTUDOS BUDISTAS BODHISATVA (CEBB). CEBB Darmata.

Disponível em: < http://www.cebb.org.br/centros/pe/darmata/>. Acesso em: mai., 2017.

COHIM, E.; KIPERSTOK, A. Racionalização e reúso de água intradomiciliar. Produção

limpa e eco-saneamento. In: KIPERSTOK, Asher (Org.) Prata da casa: construindo

produção limpa na Bahia. Salvador, 2008.

Page 21: CERES VIRGINIA DA COSTA DANTAS USO RACIONAL DA ÁGUA … · A água foi, por muito tempo, considerada como um recurso inesgotável e, talvez por isso, mal gerido. Por outro lado,

20

FIGUEIRAS, M. L. Avaliação da influência do descarte das primeiras águas de chuva

sobre a qualidade bacteriológica da água captada em telhado. Trabalho de Conclusão de

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