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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO FLÁVIO BATISTA DOS SANTOS SÉRGIO PERIN COMPETÊNCIA - UM FAZER OBSERVÁVEL SÃO PAULO 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC

SANTO AMARO

FLÁVIO BATISTA DOS SANTOS SÉRGIO PERIN

COMPETÊNCIA - UM FAZER OBSERVÁVEL

SÃO PAULO

2017

Page 2: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

FLÁVIO BATISTA DOS SANTOS SÉRGIO PERIN

COMPETÊNCIA - UM FAZER OBSERVÁVEL

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Centro Universitário

Senac – Santo Amaro, como exigência

parcial para a obtenção do grau de

Especialista em Docência para a

Educação Profissional.

Orientador(a): Profª. Ms. Maria Elizabet

Lautert de Souza

SÃO PAULO

2017

Page 3: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO
Page 4: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

FLÁVIO BATISTA DOS SANTOS SÉRGIO PERIN

COMPETÊNCIA - UM FAZER OBSERVÁVEL

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como

exigência parcial para a obtenção do grau de

Especialista em Docência para a Educação

Profissional.

A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão, em sessão pública realizada em

________/_______/_______, considerou o (a) candidato (a): __________________

1) Examinador(a)

2) Examinador(a)

3) Presidente

Page 5: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

RESUMO

Este é o resultado do que foi desenvolvido no curso de pós-graduação em docência

para a Educação Profissional, oferecido pelo Senac aos seus docentes, no formato

EAD, e ministrado pelo Senac Santo Amaro. O Senac em sua busca constante pela

excelência, alinhado às diversas necessidades do mercado de trabalho, implanta uma

metodologia de desenvolvimento de competências em âmbito nacional, visando a

capacitação de docentes e o nivelamento da qualidade de ensino, em que se

destacam o planejamento docente, a elaboração de situações de aprendizagem, os

setes (7) passos metodológicos e a avaliação da aprendizagem. Enfatizando nesse

contexto a criação de laboratórios práticos, os quais facilitaram o desenvolvimento de

competências profissionais essenciais para o exercício do papel docente. Os alunos

tiveram destaque especial em todos os momentos, tornando-os protagonistas no

processo de aprender. A tríplice Ação-Reflexão-Ação, foi uma estratégia modificadora

no processo de ensinar e avaliar o aprendizado dos discentes, culminando em

profissionais com domínio técnico-científico, visão crítica, atitude empreendedora,

sustentável e colaborativa, sempre com foco em resultados, demonstrando um fazer

que atende e supera as necessidades profissionais, imprimindo sem sombra de

dúvidas, as marcas formativas da instituição Senac.

Palavras-chave: Metodologia, Competências, Planejamento, Aprendizagem,

Laboratório.

Page 6: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

ABSTRACT

This is the result of what was developed in the postgraduate course in teaching for

Professional Education, offered by Senac to its teachers, in the format EAD, and taught

by Senac Santo Amaro. Senac, in its constant search for excellence, aligned with the

diverse needs of the labor market, implements a methodology for the development of

competences at a national level, aiming at teacher qualification and the leveling of

teaching quality, in which the teaching, the development of learning situations, the

seven (7) methodological steps and the evaluation of learning. Emphasizing in this

context the creation of practical laboratories, which facilitated the development of

professional skills essential for the exercise of the teaching role. The students had

special highlight at all times, making them protagonists in the learning process. The

triple action-reflexion-action was a modifying strategy in the process of teaching and

evaluating students' learning, commencing in professionals with a high level of

technical-scientific domain, critical vision, entrepreneurial attitude, sustainable and

collaborative, always focusing on results, demonstrating a job that meets and

surpasses the professional needs, impressing without a doubt, the formative marks of

the Senac institution.

Key words: methodology, competency, planning, learning, laboratory.

Page 7: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

Sumário

Introdução ................................................................................................................... 8

Capítulo 1 – Competência – um fazer observável ................................................ 10

1.1 Aprendizagem significativa e sua importância .................................................. 11

1.2 O ciclo de “Ação – Reflexão – Ação” ................................................................ 12

1.3 Os 7 passos metodológicos de desenvolvimento de competências .................. 13

Capítulo 2 – Laboratórios ....................................................................................... 17

2.1 Laboratório I ..................................................................................................... 17

2.2 Laboratório II .................................................................................................... 19

2.3 Laboratório III ................................................................................................... 24

Capítulo 3 – Situação de aprendizagem ideal ....................................................... 28

3.1 Justificativas da proposta ................................................................................. 28

3.2 Defesa da Situação de Aprendizagem Ideal .................................................... 29

Considerações finais ................................................................................................. 31

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33

Page 8: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

INTRODUÇÃO

O SENAC

O Senac/RO mantém centros de educação profissional nos municípios de

Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena; e em Porto Velho possui duas unidades: uma unidade

na zona sul e a unidade Esplanada localizada na região central de Porto Velho. Hoje

o Senac/RO desenvolve atividades nos eixos tecnológicos de saúde, ambiente e

segurança, informação e comunicação, produção cultural e design, hospitalidade e

lazer, e também gestão e negócios.

Enquanto agente transformador, o Senac exerce um papel de altíssima

relevância na capacitação de jovens e adultos para o mercado de trabalho, oferecendo

educação de qualidade dentro dos mais altos padrões exigidos. Os cursos técnicos

do Senac fornecem o fazer técnico necessário para a formação de profissionais

capacitados evidenciando as marcas formativas da instituição. Mais do que formar um

profissional capaz de atender às demandas e anseios do comércio, o Senac busca de

forma sucinta acompanhar a realidade da região agregando valor às pessoas que

utilizam os seus serviços.

O DOCENTE

Observa-se que o educador é mais que um professor, é preciso evidenciar

as grandes transformações realizadas no meio em que ele participa, desde o

compartilhamento do conhecimento, que torna possível alterar a vida de um indivíduo

ou mesmo ampliar os horizontes de toda uma sociedade. Compreender a necessidade

de atualizar-se, torna menos árdua a caminhada de um profissional. O docente não

deve estar apenas voltado estritamente para um modelo engessado de educação,

devendo compreender no mínimo, o que tange e se relaciona com o meio social que

interage. Atuando no ensino técnico me foi permitido acompanhar de perto como esse

universo se transforma e o grau de envolvimento necessário que é preciso haver para

que sejamos docentes.

As novas metodologias de ensino permitem que o aluno esteja no foco das

atenções, colocando o docente como gestor de conteúdo e orientador do aprendizado,

com isso o protagonismo se revela no discente, levando-o a multiplicar experiências,

aumentando o interesse e participação do processo de aprender.

Page 9: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

Iniciei à docência para o ensino técnico em 2011 na instituição Senai

(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), na cidade de Porto Velho, onde foram

encontrados diversos desafios devido à pluralidade cultural e econômica dos alunos.

Logo em seguida, ingressei na instituição do Senac, na Escola Esplanada, situada

também na mesma cidade. As barreiras para atuar como docente são muitas, pois

percebia que as necessidades básicas de subsistência dos discentes não eram e, nas

muitas turmas que atendo ainda hoje, não são atendidas, como alimentação no

horário correto, roupas e cuidados com a saúde etc. Ser docente é, a todo o momento,

nos colocar à prova para sentir o que o outro sente, ser sensível o suficiente para

entender os momentos frágeis pelo que o aluno passa. Digo que hoje ao iniciar uma

nova turma, construo uma nova família, e digo isso bem claramente, pois quero que

eles saibam que me importo, que me preocupo e que serei justo com eles, mas

também irei realizar cobranças, irei construir um espaço para que possamos juntos

chegar a um resultado positivo.

DOCÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - PERSPECTIVAS

O curso em Docência para a Educação Profissional traz para cada aluno

uma estrutura organizada com práticas e instrumentos capazes de elevar o nível dos

treinamentos oferecidos pelo Senac. A metodologia de aplicação e organização do

conhecimento, somado à quebra de velhos hábitos em sala de aula, conduzem a

atuação docente para um novo patamar, mais livre para planejar, mais fácil de

identificar erros com antecedência e alcançar uma avaliação mais precisa, em que

diversos mecanismos e instrumentais podem ser utilizados na abordagem para um

diagnóstico mais próximo da realidade do aluno. Esses conhecimentos aliados a boas

práticas e envolvimento permitirão que tanto o docente quanto o aluno possam se

beneficiar de um ambiente pedagógico mais harmônico.

O TRABALHO DE CONCLUSÃO

O conteúdo desse material permitirá uma visão mais ampla sobre a atuação

docente e a aplicação do novo modelo pedagógico do Senac Nacional, demonstrando

através de relatos e laboratórios como a aprendizagem pode ser estruturada dentro

de passos metodológicos sem engessar a atuação do professor. De forma clara e

objetiva contribuir com o leitor na percepção da importância da criação de uma

Page 10: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

situação de aprendizagem capaz de levar o aluno a um aprendizado sólido e

verificável.

O trabalho se desdobra em três capítulos, sendo o primeiro uma

abordagem sobre aprendizagem significativa, avaliação, ação-reflexão-ação, os 7

passos metodológicos, o que é competência, e sua importância na transformação na

vida do discente, tornando-o protagonista no processo de aprender, quebrando

paradigmas e evoluindo de uma educação tradicional para um modelo totalmente

inovador, que permite o crescimento contínuo do aluno, utilizando para isso situações

de aprendizagem e metodologias que favoreçam o desenvolvimento das

competências.

No segundo capítulo são tratados aspectos referentes ao desenvolvimento

de laboratórios práticos que evidenciam a prática docente em sala, a importância de

considerar os conhecimentos trazidos pelos alunos, o planejamento correto, sendo o

aluno o foco no processo de aprender, tirando os holofotes do docente. Dessa maneira

alguns métodos serão evidenciados, e se bem aplicados, permitirão um fazer

verificável, observável e principalmente mensurável.

No terceiro e último capítulo, o tema “Situação de Aprendizagem” é

abordado, deixando claro o que é uma situação de aprendizagem, desde a

necessidade de planejamento e replanejamento. Neste capítulo, o leitor poderá

“perceber” como o docente idealiza e executa de maneiras diferentes, um ambiente

mais produtivo para os alunos.

Irei tratar na monografia especialmente da situação de aprendizagem

(Planeja, desenvolve e implanta sistema on-line de verificação de status de serviço

para empresas prestadoras de serviço em diversos segmentos.), relato e reflexão

crítica aplicada nos Laboratórios do curso ao longo do ano de 2016. A proposta é

apresentar uma situação de aprendizagem ideal, ou seja, que poderá ser

desenvolvida deixando evidente as marcas formativas do Senac, a metodologia de 7

passos e o aprendizado adquirido no livro “Metodologia de Desenvolvimento de

Competências” de José Antonio Küller e Natalia de Fátima Rodrigo.

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Capítulo 1 – Competência – um fazer observável

A educação necessita passar por uma grande mudança na iniciativa de

aprimorar a ação docente. Reformular as atitudes e recriar uma cultura alinhada às

novas e contínuas evoluções pelo qual tem passado a nossa sociedade. Os hábitos e

costumes vão se alterando com o passar do tempo necessitando um olhar mais clínico

frente aos desafios que emergem. O curso de pós-graduação do Senac em

Especialização em Docência para Educação Profissional, nos guia dentro das novas

diretrizes de uma metodologia transformadora, demonstrando que competente é

quem sabe empreender uma busca junto com os outros, aliando o conhecimento de

que necessita, com as formas adequadas de mobilizá-lo. Refletir sobre competências

em contextos escolares significa pensar a construção do conhecimento na relação

entre si mesmo e os outros, na realidade sólida e na abstração mediadora, bem como

na análise de todo um contexto, permitindo uma avaliação de si e dos outros que

interagem. Devemos concordar que a competência é atribuída a um indivíduo, sendo

esse dotado de inteligência e discernimento, não podemos dizer que um computador

é competente por ter executado tal tarefa com exatidão, sabendo que o mesmo foi

programado por um ser humano que teve a competência de escrever diversas linhas

de código na finalidade de obter um resultado, e poderá ter esse mesmo resultado de

diversas formas diferentes utilizando diferentes aplicações.

Na concepção do que é ser competente precisamos observar alguns

fatores que nos permitirão entender melhor o conceito, vamos imaginar a situação

hipotética que você necessite de uma nova camiseta. Vai até uma loja para comprar,

quando chega ao local, a vendedora nem percebe sua presença, demora em atender

e quando atende é ríspida e sugere poucas opções. Acredito que isso será

desmotivador e provavelmente você não irá comprar a roupa. Em uma segunda loja a

vendedora te recebe com um sorriso. Traz uma sacola e fala sobre as novas coleções

que chegaram. Busca algumas peças para que dê uma olhada, cita sobre o tipo do

tecido e as formas de pagamento e tudo isso deixa você à vontade e acaba levando

mais roupas do que pretendia. Podemos de forma simples e direta dizer que a primeira

não foi competente como vendedora, pois não efetuou a venda, já a segunda, além

de efetuar a venda, que era o princípio para a demonstração da competência, imprimiu

as marcas formativas que são exigíveis pelo Senac e principalmente pelo mercado de

trabalho. Ao tratar da competência como um indicador ou fazer observável atribuímos

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o seu real significado possibilitando o docente ou discente mensurar e validar a prática

de forma qualitativa e quantitativa, sendo a primeira, a melhor forma de avaliação,

visto que a qualidade da execução irá externar os saberes adquiridos pelo discente.

Küller e Rodrigo (2014) defendem que para que consigamos obter

resultados positivos não precisamos nos prender a uma metodologia engessada ou

formas de condução de aulas, porém é necessário criar situações de aprendizagem

que sejam focadas nas atividades dos participantes e não somente na atuação

docente, permitindo o protagonismo do aluno sem, no entanto, excluir a atuação

docente como orientador do processo, aquele que organiza, mobiliza e possibilita que

a prática aconteça. Quando criamos situações de aprendizagem capazes de

evidenciar um fazer no mundo real, estamos concretizando uma competência

baseada em diversas ações e problemáticas que deverão ser respondidas e

solucionadas pelo aluno. Porém, é preciso que a situação permita que ele resolva

esse problema de maneiras diferentes, mesmo que a trajetória não seja a mesma,

mas o resultado final deve ser o mesmo, que é a solidificação do fazer observável.

De acordo com Azevedo e Rowell (2009a), competência é “a capacidade,

desenvolvida pelo sujeito conhecedor, de mobilizar, articular e aplicar

intencionalmente conhecimentos (sensoriais, conceituais), habilidades, atitudes e

valores na solução pertinente, viável e eficaz de situações que se configurem

problemas para ele. ” Já habilidade é “um saber fazer, um conhecimento operacional,

procedimental, uma sequência de modos operatórios, de analogias, de intuições,

induções, deduções, aplicações, transposições. ” Dessa forma, uma mesma

habilidade pode contribuir para o desenvolvimento de várias competências. E, por

outro lado, uma competência pressupõe o desenvolvimento de várias habilidades,

inclusive de habilidades com graus de complexidade diferentes.

1.1 Aprendizagem significativa e sua importância

O aluno traz consigo saberes e conhecimentos tácitos que construiu ao

longo de sua vida e os utiliza em seu cotidiano, muitas vezes de forma automática e

quase imperceptível. No entanto, muitos conhecimentos que absorveu foram

descartados por não ter uma relação direta com os fazeres do dia a dia. Isso se dá

pelo fato da não utilização do conhecimento ou inexistência de ligação das novas

informações com o que ele já tinha.

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Segundo Moreira (199, p.58) "a aprendizagem significativa é um processo

por meio do qual uma nova informação relaciona-se, de maneira substantiva (não

literal) e não arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do

indivíduo". Em outras palavras, os novos conhecimentos que se adquirem relacionam-

se com o conhecimento prévio que o aluno possui. Aproveitar o que o aluno já sabe

favorece a capitação do significado da situação proposta, fazendo o educando sentir

que faz parte da construção do conhecimento e não está isolado em uma atividade

totalmente nova e sem possibilidade de realização. Quando aliamos o que já sabemos

com novos desafios, sentimos que somos capazes de resolver o problema por já

possuir uma parte do conhecimento necessário. O docente ao elaborar situações de

aprendizagem pode realizar avaliações diagnósticas, a fim de verificar o que os alunos

já sabem e o como poderá aproveitar essas habilidades para desenvolver

competências. Ignorar o conhecimento que o aluno traz consigo pode gerar

frustrações ou desinteresse, visto que muitas das abordagens utilizadas em sala, já

fazem parte das experiencias do aluno e ficará disperso por achar a aula monótona e

sem novidades.

De acordo com Ausubel:

O conhecimento é significativo por definição. É o produto

significativo de um processo psicológico cognitivo (“saber”) que

envolve a interação entre ideias “logicamente” (culturalmente)

significativas, ideias anteriores (“ancoradas”) relevantes da

estrutura cognitiva particular do aprendiz (ou estrutura dos

conhecimentos deste) e o “mecanismo” mental do mesmo para

aprender de forma significativa ou para adquirir e reter

conhecimentos (Ausubel, 2003, folha de rosto).

É importante que o docente verifique e analise como poderá utilizar o que

o aluno conhece, assim tornará evidente a aprendizagem significativa sem correr o

risco de evasões ou ministrar aulas que não consigam despertar o interesse dos

alunos.

1.2 O ciclo de “Ação – Reflexão – Ação”

Compreendo que o ciclo de “Ação – Reflexão – Ação”, citado por Küller e

Rodrigo (2014), é um modelo de aprendizagem que exige muito cuidado e atenção

por parte do docente para que não haja equívoco em sua utilização. Observo que o

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docente, ao elaborar situações de aprendizagem poderá coordenar e mobilizar os

discentes no intuito de guiá-los na direção correta de um fazer observável e válido.

Considero que para obter a tríplice “Ação – Reflexão – Ação” é preciso que

a atividade de aprendizagem seja elaborada de forma precisa e cautelosa, analisando

as diversas variáveis que possam ocorrer. Sendo assim, se o objetivo é criar

primeiramente uma ação, devemos relacionar essa ação com as competências a

serem desenvolvidas, observando quais conhecimentos, habilidades, valores que

nosso aluno detém, sua bagagem trazida e suas expectativas. Para a reflexão

recorremos a estratégias que possibilitem o aluno reavaliar a atividade realizada,

levando-os a melhorias no processo, produto ou serviço. Nesse momento de reflexão

é possível que ele detecte se as melhorias necessárias estão ligadas apenas ao que

está fazendo ou se faz necessária uma avaliação individual ou do grupo envolvido. Já

na última ação os alunos são levados ao pensamento crítico e criativo, refazendo a

prática com a finalidade de atingir as competências necessárias, analisando o que o

mercado exige e sua abordagem técnico-científica.

O mundo do trabalho exige pessoas competentes, e para isso devemos

planejar atividades que permitam uma aproximação do cotidiano profissional com os

fazeres práticos dos alunos, colocando-os frente aos desafios exigidos com foco em

um aprendizado contínuo e flexível.

1.3 Os 7 passos metodológicos de desenvolvimento de competências

Os passos metodológicos para o desenvolvimento de competências

permitem que o docente seja capaz de estabelecer uma organização que torna

evidente sua atuação dentro do processo pedagógico e a importância do aluno como

principal indivíduo atuante. Essa organização não somente é capaz de sugerir meios

em comum para alcançar o desenvolvimento assertivo da competência, ela favorece

que erros possam ser corrigidos, que o aluno seja sempre o centro das atenções e o

docente o mediador do conhecimento, aquele que em conjunto com o aluno

estabelecem critérios qualitativos e quantitativos em prol de um objetivo em comum

que é o desenvolvimento da competência.

Küller e Rodrigo (2014, p. 75) indicam em seu livro 7 (sete) passos

metodológicos fundamentais:

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Para o desenho da metodologia de desenvolvimento de competências, foi considerado o conjunto dos métodos ativos. Analisando a organização estrutural desses métodos e procurando por uma estrutura comum a todos eles, chegou-se a um conjunto de sete passos fundamentais: (1) Contextualização e mobilização; (2) Definição da atividade de aprendizagem; (3) Organização da atividade de aprendizagem; (4) Coordenação e acompanhamento; (5) Análise e avaliação das atividades de aprendizagem; (6) Acesso a outras referências e (7) Síntese e aplicação. (KÜLLER; RODRIGO, 2014, p. 75)

No primeiro passo, que trata de “Contextualização e mobilização”, é

necessário levar o aluno ao entendimento pleno do que se refere à situação de

aprendizagem, clareza dos objetivos e como a situação de aprendizagem se relaciona

com o que já aprendeu ou aprenderá. É necessário nesse momento articular formas

de demonstrar para o aluno a importância da atividade e como ela estabelece um link

direto com o mundo do trabalho. Para isso o docente poderá adotar estratégias

diferenciadas com o intuito de obter à atenção e conquistar o interesse do discente,

indicam Küller e Rodrigo (2014).

Esse passo torna-se muito importante, pois é o momento que o docente

poderá utilizar para sanar dúvidas, ouvir sugestões ou mesmo verificar quais alunos

não se interessaram pela atividade. Pode-se também utilizar mecanismos que

apoderem os alunos da importância da atividade, da necessidade para sua vida

profissional e o quanto isso poderá transforma sua vida.

No segundo passo, que trata de “Definição da atividade de aprendizagem”,

compreendo, com base nos autores, que é o momento de detalhar o máximo do que

é solicitado na atividade de aprendizagem, e como os alunos deverão se organizarem

e se apoderarem do conhecimento. O que esperamos deles na concepção da

realização da tarefa, expor de maneira clara que essa é a primeira ação de um ciclo,

que ainda haverá uma reflexão sobre essa ação e posteriormente outra atividade será

realizada com base na primeira, para que ocorram melhorias, ajustes ou mesmo uma

restruturação da prática. Nesse momento é necessário que o docente quebre

paradigmas e deixe a educação tradicional “aposentada”, pois é o aluno quem deve

ser o ponto chave em evidência. A aula expositiva até poderá ser utilizada, desde que

para direcionar o aluno, para propor maneiras diferentes de abordagem e apresentar

referências diversificadas.

É necessário possibilitar que o discente tenha acesso ao processo de

produção do conhecimento. Assim, o aluno não é só objeto da atividade do professor,

Page 16: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

15

mas é principalmente sujeito e constitui-se como tal na atividade de

ensino/aprendizagem na medida em que participa ativamente e intencionalmente do

processo de apropriação do saber, superando o modo espontâneo e cotidiano do

conhecer.

No terceiro passo, que trata de “Organização da atividade de

aprendizagem”, ainda de acordo com Küller e Rodrigo (2014), é percebido a

importância que deve ser dada na preparação da atividade, na previsão de momentos

e tarefas, no detalhamento de cada passo a fim de diminuir falhas que possam

contribuir para uma atividade que não possibilite alcançar a competência desejada.

Organizar a atividade exige do docente planejamento e antecipação, e

preferencialmente uma elaboração colaborativa com outros docentes envolvidos no

curso. Dessa maneira mecanismos e instrumentos podem ser elaborados e

sistematizados com antecedência trazendo maior produtividade e engajamento dos

alunos.

No quarto passo, que trata de “Coordenação e acompanhamento”, com

base em Küller e Rodrigo (2014), vejo no docente a grande responsabilidade de

tornar-se para o aluno um orientador, um observador crítico e envolvido no processo,

alguém que sugere sem fornecer a resposta, aquele que propõe melhorias e desafia.

Um “mestre de obras” guiando seus “meninos” ao objetivo principal que é a construção

de um fazer observável e assertivo.

Não visualizo a separação entre o terceiro e quarto passo, pois percebo

neles uma linha tênue e estreita, onde uma organização bem elaborada permitirá que

seja feito a coordenação e o acompanhamento sem maiores dificuldades. No entanto,

o passo da coordenação e acompanhamento é uma ação docente que acompanha

todo o processo, durante os sete passos.

No quinto passo, “Análise e avaliação das atividades de aprendizagem”,

nota-se um momento de avaliação daquilo que foi trabalhado nos passos anteriores,

conforme os autores citados, trazendo para dentro do espaço pedagógico respostas

qualitativas e quantitativas de uma reflexão sobre a primeira ação da tríplice “Ação-

Reflexão-Ação”. Nessa etapa é verificado se o aluno ou grupo alcançaram o objetivo

da tarefa, utiliza-se mecanismos e instrumentais variados com a finalidade de

perceber ou identificar falhas que possam estar ocorrendo, trata-se com cautela as

Page 17: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

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informações no intuito de permitir que a avaliação seja justa e inclusiva demonstrando

aos participantes o interesse na melhoria daquilo que foi realizado. Permite-se a

autoavaliação e oportuniza diferentes estratégias em que aluno e docente

compartilham um mesmo interesse que é determinante na conquista de um

aprendizado pleno.

No Sexto passo, “Acesso a outras referências”, docente e alunos podem e

devem explorar ao máximo os diversos recursos disponíveis dentro e fora da

instituição, recomendam Küller e Rodrigo (2014). Quando os discentes são

direcionados a outras fontes de pesquisas descobrem um universo novo e maneiras

diferentes de resolver um mesmo problema sem as limitações que apenas o ambiente

pedagógico pode impor. As atividades tornam-se mais ricas e os alunos mais

motivados quando podem utilizar fontes de conhecimentos que não dependem

somente da proposta do docente, mas sim aquelas que eles julgam válidas para

enriquecer o projeto. A reflexão sobre a atividade realizada é colocada a prova e os

alunos levados a percepção da necessidade de melhorar ou reconstruir aquilo que já

fora produzido.

No último passo “Síntese e aplicação” é possível observar a última ação da

tríplice “Ação-Reflexão-Ação”, em que uma atividade transformadora e reformulada

deverá acontecer, uma vez que os discentes já desenvolveram uma primeira ação

baseada em conhecimentos tácitos e explícitos de riqueza pessoal e nas diversas

orientações e abordagens feitas pelo docente. Depois refletiram para compreenderem

o que foi feito e como o conjunto de realizações pode tornar-se realmente em

conhecimento sólido e válido. Novamente foram levados a pesquisas e realimentação

com acesso a outras referências. Agora munidos de todo um portfólio de informações,

e muitas delas já tratadas e filtradas, devem realizar uma nova atividade, solucionar

um problema ou mesmo elaborar uma nova proposta compondo todo conhecimento

técnico-científico necessário, sem esquecer a visão crítica, atitude empreendedora,

sustentável e colaborativa necessárias em um aluno que imprimi as marcas formativas

do Senac atuando sempre com foco em resultados positivos. Considero essa fase um

momento de observação contínua, de incitação ao novo, de levar os alunos a

perceberem o mundo que os rodeia e utilizar os diversos recursos no desenvolvimento

das competências necessárias.

Page 18: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

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CAPÍTULO 2 – Laboratórios

No desenvolvimento dos laboratórios, foi possível melhorar a minha prática

docente, a capacidade de planejar situações que favoreçam atividades mais

dinâmicas, perceber a importância do aluno no processo de aprender a aprender,

reformular minhas ações perante o enfrentamento de situações adversas. Somente

após essa transformação, pude compreender o quanto importante é o aluno nesse

contexto. O aluno é um indivíduo cheio de saberes, que podem e devem ser utilizados

a favor do seu aprendizado. No decorrer dos laboratórios notei que se a situação de

aprendizagem não for bem planejada, poderá comprometer a qualidade da atividade

e consequentemente fazer com que a motivação dos alunos seja afetada.

2.1 Laboratório I

O primeiro laboratório foi executado no curso “Técnico em informática” e

desenvolvido a partir do plano de curso do departamento regional de Rondônia, visto

que não tínhamos ainda acesso ao plano de curso dentro do novo modelo pedagógico

do Senac. O componente curricular foi “Sistemas Operacionais II (Servidor)”, com a

situação de aprendizagem “Implantação de sistema operacional Windows Server

2008R2 com configuração dos serviços e recursos necessários para o funcionamento

do negócio;” onde foram desenvolvidas atividades de planejamento, instalação,

configuração e monitoramento de servidores. Os alunos executaram atividades que

exigiram compromisso e participação de todos os membros da equipe. Foram levados

à reflexão, e o enfrentamento de uma situação real, que permitiu a experimentação

da responsabilidade de um profissional de TI.

No primeiro momento da situação de aprendizagem foi realizada a

contextualização e mobilização dos alunos através de bate papo e vídeos previamente

selecionados, buscando envolvê-los e despertar o interesse. Antes mesmo de propor

a situação de aprendizagem houve momentos que realizamos debate sobre o

assunto. Nessa oportunidade, aproveitei para ouvir a opinião dos discentes, que a

meu ver, demonstraram muito interesse e entusiasmo para a realização da atividade.

No dia que iniciamos, havia preparado cópias para cada grupo da situação de

aprendizagem e o cronograma. Também criado o e-mail da turma e um formulário de

sugestões. Para o nosso primeiro momento de situação de aprendizagem foi solicitado

que houvesse planejamento por parte dos alunos. Foram questionados sobre os

Page 19: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

18

conhecimentos que já detinham, logo após foi exibido um servidor com as aplicações

instaladas e requisitado a participação dos discentes sobre o motivo da escolha dos

serviços a serem implantados.

Os grupos foram selecionados através de sorteio para evitar que houvesse

favorecimento de alguns integrantes na escolha de colegas com maior domínio de

conteúdo. Após a divisão dos grupos, foi solicitado a primeira “Ação” da tríplice “Ação-

Reflexão-Ação”, que correspondia a pesquisas sobre os serviços a serem

implantados, planejamento das necessidades do usuário, elaboração de esboço da

estrutura do Domínio (Cadastro de usuários e grupos no Windows Server) e

apresentação ao docente, defendendo suas escolhas e organização.

Após essa etapa, os alunos foram levados às bancadas de trabalho. Em

seguida, lhes foram entregues os recursos necessários para a realização da atividade

proposta. Os alunos desenvolveram a instalação e configuração dos serviços. Alguns

tiveram o desenvolvimento inferior aos demais, quando foi proposto que refizessem

os procedimentos afim de assegurar um aprendizado alinhado aos demais. Quando

terminou o prazo da primeira entrega, que foi analisada e avaliada pelo docente

através de formulário de acompanhamento, formulário de participação, formulário de

satisfação, os alunos apagaram todos os dados dos servidores e refizeram o processo

para que pudessem perceber se haviam maneiras diferentes de chegar ao mesmo

resultado.

Logo após a realização da atividade novamente, iniciou-se um bate papo

com a intenção de sanar dúvidas, ouvir sugestões, perceber as dificuldades e

expectativas dos discentes. Como a finalidade é o desenvolvimento de uma

competência, os alunos novamente apagaram os dados dos servidores, refizeram o

processo, porém dessa vez, realizaram o registro de todo o processo, produziram

vídeos, slides, relatórios, fechando até então o ciclo da triple “Ação-Reflexão-Ação”.

Para ficar mais claro como foi realizado o ciclo completo, o organograma a seguir

evidencia os passos metodológicos:

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2.2 Laboratório II

O segundo laboratório foi realizado utilizando o mesmo plano de curso do

primeiro laboratório, “Técnico em Informática”, unidade curricular “Lógica e Linguagem

de Programação (Web/Desktop)”, com a situação de aprendizagem “Criar aplicativo

on-line de status do serviço de reparo do produto”, que foi elaborado para atender o

único indicador, e portanto, sendo a própria competência a ser desenvolvida,

(Planejar, desenvolver e implantar sistema on-line de verificação de status de serviço

para empresas prestadoras de serviço em diversos segmentos). Nesse laboratório foi

mais evidente as marcas formativas do Senac, sendo percebível nos alunos mais

envolvimento nas atividades e criatividade.

A proposta do segundo laboratório surgiu após identificar algumas lacunas

do primeiro laboratório. A intenção sempre foi fazer com que os alunos se

apoderassem do conhecimento para o desenvolvimento de competências sólidas e

possíveis de realização no mundo real.

Como no primeiro laboratório ocorreram limitações no que se refere à

diversidade de formas de realização da atividade, considerei a necessidade de propor

um laboratório que fosse mais rico e com um universo maior para explorar. Assim os

discentes não se sentiriam presos a um único processo e poderiam utilizar a

criatividade e diferentes recursos para alcançarem o mesmo objetivo. Se a intenção

maior do ensino por competência é desenvolver a capacidade do discente, tratar

situações reais do cotidiano, ser produtivo, ser assertivo, agindo e atuando de forma

transformadora, utilizando termos técnicos, entre outras qualidades necessárias,

"Ação"Pesquisa/Planejameneto

/ Esboço /Instalação

"Ação"Reinstalação de forma diferenciada/ Registro

do processo/ Apresentação

"Reflexão"Instalação / bate papo/

Reinstalação/ Apresentação

Fonte: Próprio Autor

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20

percebi que a situação de aprendizagem, deveria favorecer quem pudessem atuar de

tal forma e continuamente. O aluno é o centro das atenções e não podemos esquecer

isso, negligenciar essa afirmativa é novamente estar retomando velhos hábitos e

retrocedendo a uma metodologia tradicional.

Para a Contextualização e Mobilização foi realizada primeiramente a

apresentação do componente, em seguida um bate papo entre docente e alunos para

esclarecimento de dúvidas. Foi utilizado vídeo sobre o mercado de aplicações na Web

e o futuro do profissional dessa área. Também ocorreu a demonstração de aplicação

pronta e funcional na Web, para que os discentes tivessem a concepção de que é

uma atividade possível. Ocorreram exibições dos canais do Youtube sobre

desenvolvimento de aplicações e aplicado formulário de sugestões e dúvidas. Os

alunos prestaram atenção na apresentação, logo depois responderam o formulário e

colocaram suas observações ao final do documento em espaço apropriado. Nesse dia

eles demonstram certo receio de não conseguirem concluir a atividade e houve

questionamentos simples, que foram sanados.

Na definição da atividade de aprendizagem, eles reagiram bem sobre o

trabalho em grupo. Apoiaram a iniciativa e contribuíram com sugestões sobre a

escolha dos componentes dos grupos. A atividade foi desenvolvida em grupos de 5

componentes que dividiram as responsabilidades no que tange à (1)pesquisa,

(2)planejamento, (3)Desenvolvimento, (4) implantação e (5) testagem de um protótipo

de aplicação on-line para gerenciar o status dos produtos dos clientes de uma

empresa que trabalha com serviço de concerto de eletrodomésticos, selecionar as

ferramentas e softwares necessários para o desenvolvimento do sistema

corretamente, simular o valor de investimento para o desenvolvimento do software

baseado em pesquisas reais de mercado, relacionar-se de forma produtiva, e

apresentar a aplicação para os demais alunos e professor para sugestões, dúvidas ou

elogios.

Na organização da atividade de aprendizagem, os alunos foram divididos

em grupos de 5 componentes, fornecido os instrumentos de acompanhamento e

gestão do tempo da atividade voltado aos alunos. Foi fornecido login e senha do Blog

e e-mail para informações complementares e comunicação extraclasse, permitido

acesso ao formulário online do Google para anotações e feedback.

Ainda na organização, houve o agendamento do laboratório de acordo com

a carga horária para o desenvolvimento, uso de materiais da biblioteca para exibição

Page 22: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

21

em sala e uso dos alunos, visita com empresas parceiras para visita dos alunos, visita

de um profissional da área de desenvolvimento para um bate papo com os alunos,

solicitado elaboração do planejamento em grupo sobre as etapas do desenvolvimento

da aplicação, propiciado espaço para que pudessem debater e elaborar o

planejamento do projeto, fornecido materiais necessários para que elaborem um

esboço da ideia.

Após a construção do esboço, foi solicitado que cada componente

apresentasse sua contribuição para o projeto, sendo em seguida levados para o

laboratório de informática para o início da atividade de desenvolvimento. Entreguei

para cada grupo a proposta da atividade com calendário contendo o tempo para

realização da atividade e suas entregas. Após essas etapas, os alunos enviaram o

link do sistema para testagem de usabilidade e navegabilidade. Sequencialmente

cada componente do grupo apresentou o sistema e em que parte trabalhou direta ou

indiretamente. Os grupos entregaram o link final para testagem pelo instrutor e

profissional convidado para avaliar a aplicação. Os alunos elaboram relatório

apontando aspectos positivos ou negativos, superação, trabalho em grupo, avaliação

pessoal. Foi dado o feedback para os alunos cedendo espaço para que expusessem

suas opiniões.

A coordenação e o acompanhamento dos alunos foram feitos pelo docente

e por um componente do grupo identificado com maior habilidade de liderança e

gerenciamento, escolhido pelos demais componentes daquele grupo por intermédio

de votação. Cada grupo teve autonomia para a tomada de decisão e como dividiriam

as tarefas entre eles. Sendo assim de forma colaborativa cada aluno pode auxiliar na

tarefa do outro. Através de instrumentos de verificação da participação e o interesse

do aluno como ficha de anotações, o docente pode estar alinhado às fases que

abrangem a atividade; os grupos utilizaram formulário on-line do Google forms para

preenchimento do andamento da atividade. Outro recurso foi o Blog disponível para

participação e esclarecimento dos alunos, onde teceram comentários sobre o

questionamento do docente em relação a atividade.

Os alunos receberam apoio e orientação do docente quando assim

consideraram necessário, as dúvidas dos grupos foram tratadas dentro do próprio

grupo ou divididas com os demais para sugestões e enriquecimento de opiniões. Os

questionamentos realizados pelos participantes foram sempre direcionados à

reflexão. Isto permitiu-se que eles buscassem respostas orientados pelas fontes de

Page 23: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

22

pesquisas ou métodos de solução, e não a solução em si. O docente auxiliou os alunos

quando esses não mais encontraram recursos ou informações que os permitiram

evoluir na atividade, porém sempre foi cauteloso em perceber o esforço dos discentes.

As entregas parciais foram realizadas quando os alunos compreenderam que o prazo

deve ser cumprido dentro do esperado. O desenvolvimento da atividade aconteceu

também fora do ambiente pedagógico, onde os alunos apresentaram os resultados

coletivos e individuais de cada participante. A entrega final foi realizada pelo grupo

através de apresentações criativas, mantendo a clareza, o objetivo, a organização e

o público que está sendo direcionada a apresentação. Cada grupo buscou de forma

diferenciada apresentar os resultados, através de links diretos para visualização do

sistema online, slides, vídeos e postagem no Youtube.

No que se refere à avaliação da atividade de aprendizagem, ocorreram

entregas parciais que aconteceram na data correta e dentro dos requisitos exigidos

como: organização, clareza, funcionalidade e demonstração clara do trabalho

cooperativo. As etapas da atividade foram monitoradas através de formulários de

acompanhamento e checklist, a participação dos alunos foi medida pelo

preenchimento do formulário on-line, comentários no blog e fichas de anotações. Os

alunos realizaram autoavaliação no que tange à participação, interesse, compromisso

e envolvimento utilizando formulário on-line confeccionado pelo docente em

plataforma nas nuvens. A apresentação final da aplicação foi avaliada pelo docente e

um profissional da área convidado. Esses preenchem formulário com questões ligadas

aos diversos critérios avaliativos, tais como: pontualidade, vocabulário técnico,

clareza, navegabilidade, usabilidade etc. Os avaliadores forneceram nota com a

menção de 0 (zero) para insatisfatório, 6 (seis) para regular, 7 (sete) para Bom, 9

(nove) para Ótimo e 10 (dez) para Excelente. Ao final foi fornecido novamente

formulário para auto avaliação, sugestões, críticas, avaliação do espaço pedagógico,

aplicação de Feedback sobre o resultado da atividade e o que poderia ser melhorado

nos alunos.

Para o acesso a outras referências foi proposto canais do Youtube que

tratem o assunto de desenvolvimento web, livros de programação da editora Senac,

sites da internet, conteúdos disponibilizados no Blog da sala.

A visita técnica a empresa da região não ocorreu devido a problemas de

agendamento antecipado com o proprietário. Nessa etapa os alunos desenvolveram

melhorias na aplicação on-line, onde se pediu para desenvolver a plataforma

Page 24: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

23

funcional, agora se exigiu recursos adicionais como: 1-espaço para sugestões, 2-

campo para avaliação do serviço e atendimento, 3-possibilidade de pagamento on-

line e impressão de comprovante para que outra pessoa retire o produto, 4-Relatório

de consultas realizadas na aplicação para gerenciamento.

Todos os procedimentos foram realizados pelos alunos sem maiores

problemas. Claro que houve situações de intensa dúvida, mas com o direcionamento

correto, os alunos conseguiram resolver o problema. Por se tratar de uma situação

que envolve o uso de poucos recursos, foi prático chegar a um resultado positivo.

Mesmo quando aconteceram falhas nos computadores, o laboratório já dispunha de

várias máquinas funcionais que atenderam muito bem às necessidades. A todo o

momento fiquei atento em possibilitar que os alunos fossem os protagonistas no

processo de aprender. Mantive sempre uma postura de gestor e coordenador do

processo, sem claro me excluir do dever de lecionar nos momentos que me eram

facultados, como por exemplo, nas diversas reflexões durante o desenvolvimento da

competência. Meus alunos realizaram a tríplice “Ação-Reflexão-Ação”, como pôde ser

notado no texto acima. Para facilitar a compreensão e a existência de um modelo de

ensino por competência, o organograma a seguir poderá deixar claro como a situação

de aprendizagem permitiu a ocorrência do ciclo.

Essa situação não somente levou os alunos ao desenvolvimento da

competência, como ela gerou transformações em sua maneira de tratar com o

próximo, o trabalho em equipe, descobrir sua capacidade de resolver problemas,

dividir informações entre outros. Como essa situação de aprendizagem permitiu aos

alunos maneiras distintas de resolver o problema, considero ela uma atividade ampla

"Ação"Pesquisa/Organização/

Desenvolvimento

"Ação"Pesquisa/ Ampliação do projeto inicial/ Testes de

uso.

"Reflexão"Acesso aos conteúdos cientificos/ Pesquisa /

Acesso a outras referências/ Melhorias/

Apresentação

Fonte: Próprio Autor

Page 25: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

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e muito favorável ao desenvolvimento de competências. Um item que sempre foi

levado em consideração, foi a possibilidade de os alunos avaliarem o processo a todo

o momento. Fazer uma avaliação de si e em seu torno, gerar através dos mecanismos

disponibilizados debates para que todos participassem. O blog foi uma estratégia

assertiva e permitiu muita interação entre os alunos. O trabalho em grupo foi o ponto

chave, somando de forma expressiva no desenvolvimento da competência.

A utilização de procedimentos corretos, aliados a bons instrumentos de

avaliação tornou-se o ponto de equilíbrio para perceber e garantir o crescimento de

cada aluno. Deixá-los confortáveis ao ser avaliados foi uma de minhas preocupações,

visto que a palavra “avaliação” gera desconforto e medo em muitas pessoas. Nisso

busquei que todo processo avaliativo, fosse um momento agradável e prazeroso,

sempre expondo a eles, que era apenas um momento de medir o quanto eles

cresceram no desenvolvimento da competência.

2.3 Laboratório III

No terceiro laboratório, ainda dentro do curso “Técnico em informática”,

unidade curricular “Lógica e Linguagem de Programação (Web/Desktop)” e situação

de aprendizagem, “Criar aplicativo on-line de status do serviço de reparo do produto

ou SOS”, o foco principal foi o desenvolvimento da competência aliada ao

protagonismo do discente, nisso fomentei sempre formas inovadoras e diferenciadas

de desenvolver os indicadores, trabalhando os conhecimentos técnicos-científicos,

habilidades, atitudes e valores de forma harmônica com as demais necessidades dos

alunos.

Os passos de desenvolvimento do laboratório foram os mesmos do

segundo laboratório, mudando apenas a forma de abordagem dos alunos e as

propostas de avaliação e acesso a outras referências. Como já havia desenvolvido o

mesmo laboratório, pude evitar que falhas no processo ocorressem, melhorando

procedimentos e instrumentos avaliativos, disponibilizando acesso às novas

referências e criando mecanismos de relacionamento extraclasse, tais como Blogs,

envio de formulários online no e-mail da turma e grupo de mensagens instantâneas

no aplicativo WhatsApp.

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A atividade de aprendizagem foi desenvolvida em grupos, sendo dividido

as responsabilidades no que tange à (1) pesquisa, (2) planejamento, (3)

Desenvolvimento, (4) implantação e (5) testagem de um protótipo de aplicação on-line

para gerenciar o status dos produtos dos clientes de uma empresa que trabalha com

serviço de concerto de eletrodomésticos.

Selecionaram as ferramentas e softwares necessários para o

desenvolvimento do sistema corretamente, simularam o valor de investimento para o

desenvolvimento do software baseado em pesquisas reais de mercado, relacionaram-

se de forma produtiva, apresentaram a aplicação para os demais alunos e professor

para sugestões, dúvidas ou elogios.

Na organização da atividade de aprendizagem os alunos foram divididos

em grupos de cinco componentes, receberam os instrumentos de acompanhamento

e gestão do tempo da atividade, como formulários impressos, fichas de

acompanhamento e calendário.

Os discentes receberam a senha para acesso ao e-mail, formulário de

acompanhamento on-line e agenda da Google. Posteriormente foi solicitado o

planejamento sobre as etapas do desenvolvimento da aplicação, propiciado espaço

para debate e elaboração do projeto, fornecido matérias necessários para elaboração

do esboço da ideia. Após a construção do esboço foi requerido que cada componente

apresentasse sua contribuição para o projeto. Em sequência, os alunos foram

conduzidos ao laboratório de informática para o início da atividade de

desenvolvimento. Os alunos sempre estiveram situados em que etapa da atividade

estavam. Sendo assim, evitou-se falhas na comunicação e feedbacks foram

repassados de forma bilateral.

Foi entregue a cada grupo a proposta da atividade e calendário impresso,

contendo o tempo para realização da atividade e suas entregas parciais. Resolveu-se

imprimir a proposta da atividade e o calendário, prevendo e antecipando problemas

de disponibilidade de acesso à internet para os discentes.

Após as entregas parciais, os alunos disponibilizaram o link de acesso ao

sistema para testagem de usabilidade e navegabilidade. Sequencialmente cada

componente do grupo, apresentou o sistema e em que parte trabalhou direta ou

indiretamente. Os alunos entregaram o link de testagem final, elaboraram relatório

apontando aspectos positivos e negativos, superação pessoal e profissional, trabalho

Page 27: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

26

em equipe. Ao final foi realizado o feedback, cedendo espaço para os alunos exporem

suas opiniões.

Na etapa da organização da atividade, desprendeu-se muito tempo e

dedicação, tanto por parte do docente, quanto por parte dos alunos. Um item que

sempre busquei dar maior atenção, foi permitir que os conhecimentos técnicos e

científicos, aliados com as demais competências estivessem evidentes nos fazeres

dos educandos, desenvolvendo assim as marcas formativas do Senac.

Para fundamentar uma organização do ensino que possa superar o ‘encapsulamento’ da aprendizagem escolar, redefiniremos e utilizaremos o termo espaço de aprendizagem como o lugar da realização da aprendizagem dos sujeitos orientados pela ação intencional de quem ensina (CEDRO, 2004, p. 47).

A coordenação e acompanhamento novamente foram realizados pelo

docente e por um aluno escolhido pelos demais colegas com maior habilidade de

liderança e gerenciamento.

Manteve-se a autonomia na tomada de decisão dos alunos, permitindo que

as tarefas fossem divididas entre eles. Com o uso de instrumentos de verificação da

participação e o interesse do aluno, como ficha de anotações, respostas nos blogs e

formulários on-line, foi possível constatar o envolvimento dos alunos e o alinhamento

sobre as fases que abrangeram a atividade.

Os alunos como no segundo laboratório, receberam apoio e orientação do

docente, porém nesse laboratório, exigiu-se maior interação, devido à complexidade

da atividade, e por esta ocorrer em ambiente compartilhado, pois tiveram que se

reportar a dois docentes. Os questionamentos realizados pelos participantes foram

sempre direcionados à reflexão. Sendo assim, permitiu-se que eles buscassem

respostas orientados pelas fontes de pesquisas ou métodos de solução, e não a

solução em si. Sempre auxiliei os alunos quando esses não mais encontraram

recursos ou informações que os permitiram evoluir na atividade, porém sempre fui

cauteloso em perceber o esforço dos discentes. Entregas parciais foram realizadas e

prazos cumpridos dentro do esperado. Toda a atividade aconteceu dentro do

laboratório, não havendo visitas in loco a empresas da região. A entrega final foi

realizada pelo grupo através de telas impressas do sistema e tutorial de uso. As

apresentações no projetor ou televisor da sala de aula, havendo clareza, objetivo e

Page 28: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

27

organização, mantendo o foco no público que se destina a aplicação. Cada grupo

buscou de forma diferenciada apresentar os resultados, através de links diretos para

visualização do sistema on-line, slides, vídeos e execução local da aplicação.

Para que o desenvolvimento da competência fosse pleno e alcançasse o

padrão esperado, ou seja, imprimir as marcas formativas institucionais, o uso de

outras referências serviu como suporte na busca de respostas além dos “muros do

Senac”, conduzindo os alunos a uma variedade de conteúdos e recursos,

maximizando possibilidades de um excelente trabalho. Foram utilizados livros como

“Programador Web”, sites da internet, blogs sobre o assunto, canais do youtube, entre

outras fontes de conhecimento que os discentes julgaram interessante para a

realização da atividade.

Na avaliação da atividade de aprendizagem, foram utilizadas as menções

“Atendido - A, Parcialmente Atendido – PA e Não Atendido – NA” para assegurar que

no decorrer do desenvolvimento da competência, os alunos evidenciassem um

aprendizado pleno.

As entregas parciais ocorreram na data correta e dentro dos requisitos

exigidos como, organização, clareza, funcionalidade, demonstração clara do trabalho

cooperativo e conhecimento técnico-científico sobre o assunto.

Como no segundo laboratório, as atividades foram monitoradas através de

formulários de acompanhamento e checklist, acrescentando ficha de observação,

preenchimento de formulário on-line e comentários no blog para mensurar a

participação, o envolvimento e autoavaliação dos alunos no que se relaciona a

atividade e sua evolução profissional. A apresentação final da aplicação foi avaliada

pelo docente, outros professores da área convidados e os demais alunos. Esses

preencheram formulário com questões objetivas ligadas à clareza, pontualidade,

vocabulário técnico e outros. Ao final, os alunos puderam novamente preencher

formulário de autoavaliação, propondo mudanças, sugestões e críticas ao trabalho

docente e ao espaço pedagógico. Não menos importante, foi dado o feedback aos

discentes sobre o resultado da atividade, pontuando os fatores mais fortes expostos

por eles e os que precisam de maior atenção.

Na etapa de síntese e aplicação, os alunos desenvolveram melhorias na

aplicação on-line, sendo que inicialmente foi requisitado apenas um sistema de

Page 29: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

28

consulta do status do equipamento online, agora, o sistema conta com abertura de

OS - Ordem de Serviço, acompanhamento do status do equipamento pela

recepcionista e pelos técnicos, relação de defeitos mais comuns, cadastro de clientes,

cadastro de produtos simples e relatórios de ordem de serviço em andamento e

fechadas.

CAPÍTULO 3 – Situação de aprendizagem ideal

A situação de aprendizagem é o meio pelo qual o docente tem a

oportunidade de elaborar estratégias de ensino que leve os alunos a desenvolver

competências baseadas em conhecimento técnico-científico, trabalho em equipe,

juntamente com diversas habilidades, atitudes e valores.

Acredito que aprendizagem é privilegiada em detrimento da transmissão de

informações ou conhecimentos. As situações de aprendizagem deverão ser

desenhadas com base nas atividades dos alunos e não nas dos educadores,

professores ou instrutores, devendo garantir que as competências em

desenvolvimento sejam requeridas, exercitadas, submetidas à reflexão e novamente

desempenhadas. Para desenvolver a competência de construir uma parede, por

exemplo, é preciso criar situações que levem os alunos a compreender as ferramentas

envolvidas, as medidas necessárias, os cálculos, assentarem tijolos corretamente etc.

A situação de aprendizagem “Criar aplicativo online de status do serviço de

reparo do produto”, ou resumidamente denominada pelos alunos como “SOS -

Sistema Online de Serviços”, foi a forma encontrada para permitir o protagonismo do

aluno, aguçar sua criatividade e torná-lo responsável por um produto do início ao fim.

É preciso insistir: este saber necessário ao professor - que ensinar não é transferir conhecimento - não apenas precisa ser apreendido por ele e pelos educandos nas suas razoes de ser - ontológica, política, ética, epistemológica, pedagógica, mas também precisa ser constantemente testemunhado, vivido. (FREIRE, 2011, p. 27).

3.1 Justificativas da proposta

Por ter lecionado em outras instituições, e notar que os alunos não

desenvolviam como era preciso as competências necessárias para um aprendizado

pleno, percebi que era o momento de propiciar aos educandos o desenvolvimento de

uma situação de aprendizagem que pudesse evidenciar a capacidade de

Page 30: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

29

enfrentamento do mundo real, trazendo desafios capazes de serem resolvidos,

munidos de conhecimento técnico-científico e os demais saberes necessários para

que fosse indiscutível a capacidade profissional desse aluno.

Os alunos precisavam ser inseridos dentro de uma responsabilidade, por

isso, foi exigido a entrega de um produto que pudesse ser testado, avaliado e até

ofertado para o mercado, caso essa fosse a intenção. Diante disso, ao planejar a

atividade dos discentes, sempre busquei atender uma necessidade do mercado, visto

que os alunos já tinham utilizado alguns exemplares de documentos em sala, como

ordem de serviço impressa, acompanhamento do processo do computador,

acompanhamento do status do equipamento, entre outros. Tais documentos foram

importantes na construção do sistema on-line, e, facilitou na elaboração de telas e

estrutura do sistema. Entender em que nível estavam os alunos e quais suas maiores

dificuldades, tornou-se muito relevante para atingir o objetivo final e atingir as

competências.

3.2 Defesa da Situação de Aprendizagem Ideal

Para mim, elaborar e permitir o desenvolvimento de uma situação de

aprendizagem ideal sempre pareceu factível, o que faltava era a expertise necessária

para alcançar esse objetivo. O embasamento técnico obtido, somado ao apoio e

suporte das orientadoras tornou-se imprescindíveis para o desenvolvimento das

competências.

No primeiro laboratório, onde me permito referir à primeira ação do ciclo

“Ação-Reflexão-Ação”, foi desenvolvida uma situação de aprendizagem que não

atendeu as expectativas esperadas para um ensino baseado em competências, em

que os alunos fossem capazes de uma evolução contínua e modificadora. Isso não

somente em sua postura profissional, mas também diante da sociedade como agente

transformador do seu meio. Com os estudos e o aprendizado agora mais enraizados,

me encontrei na segunda etapa do ciclo, ou seja, na “Reflexão”, agora apoiado pelos

conhecimentos, habilidades, atitudes e valores pertinentes ao desenvolvimento da

competência proposta no curso de pós-graduação. Munido de saberes que me

possibilitaram reavaliar a minha situação de aprendizagem, resolvi elaborar um novo

Page 31: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

30

planejamento docente e criar uma nova situação de aprendizagem, mais rica e

favorável ao desenvolvimento contínuo dos alunos.

Ao desenvolver a nova situação de aprendizagem, isso já no segundo

laboratório, qual foi fornecido o nome “Criar aplicativo on-line de status do serviço de

reparo do produto”, analisei a possibilidade de os alunos serem mais criativos e

inovadores, buscando atender uma ou mais necessidades reais do mercado e da

sociedade, assim, notariam a importância que o trabalho desenvolvido por eles,

poderia refletir e impactar em soluções para problemas reais e com demanda de

mercado. Na elaboração do segundo laboratório, algumas falhas ainda

permaneceram, precisando ser corrigidas, e uma nova roupagem ser adquirida,

principalmente no que se refere à avaliação e acesso a outras referências. Minha

intenção sempre foi permitir a evolução contínua do discente, e qualquer deslize da

minha parte poderia impactar nesse objetivo.

Os alunos devem ser capazes de desenvolver as competências exigidas

no curso, logo, qualquer ação errônea do docente impactará de forma negativa no

alcance desse resultado.

Analisando minhas ações e erros anteriores, realizei alterações do

planejamento docente e propus a execução do terceiro laboratório, mantendo o

mesmo nome “Criar aplicativo on-line de status do serviço de reparo do produto”,

porém dessa vez reformulado e com o novo nome escolhido pelos alunos “SOS –

Sistema Online de Serviços”. Devido no momento da execução do laboratório, eu não

estar com turmas que me propiciassem a execução da atividade de aprendizagem,

requisitei ao docente que estava com o curso técnico em informática, que executasse

o laboratório com os alunos, o que foi prontamente aceito. A partir da confirmação do

docente, iniciamos um planejamento em conjunto, executando o laboratório. Esse

trabalho com outro docente me permitiu explorar ainda mais os conhecimentos dos

alunos, e o resultado superou nossas expectativas, havendo a entrega de um produto

final de altíssima qualidade.

Page 32: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

31

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No início do curso achei que não desenvolveria novos saberes, que a forma

que eu trabalhava em sala já estava correta, que eu era um docente diferente, pois

utilizava maneiras inovadoras ao ministrar as aulas. Entretanto, no decorrer do curso

foi apresentada uma metodologia, que desde o princípio, causou grande impacto em

meu modo de planejar e compreender o ambiente pedagógico. Velhos paradigmas

foram quebrados, um jeito diferenciado de educar foi apresentado e trabalhado

gradativamente. A tríplice Ação-Reflexão-Ação fora usada de maneira tão

conquistadora, que estávamos executando os passos e aprendendo sem desprender

grande esforço.

No primeiro momento que pude utilizar os conhecimentos adquiridos no

curso, me vi planejando as aulas com tanta riqueza de detalhes, que outrora nunca

tinha feito. Utilizei a metodologia dos 7 passos, essa que antes desconhecia, agora

me auxilia no planejamento pedagógico. Os alunos se envolveram na atividade de

aprendizagem e alcancei resultados melhores. Com o tempo e a evolução do curso,

novos laboratórios, novas situações de aprendizagem, planejamentos, instrumentos

de avaliação, entre diversos outros mecanismos, me tornaram capazes de ser um

docente com a competência para atuar com o ensino técnico dentro da instituição

Senac.

No princípio foram utilizados poucos métodos avaliativos e modestos

instrumentos de checagem do aprendizado, o que com certeza não permitia explorar

ao máximo a capacidade dos alunos. A Especialização em Docência para Educação

Profissional do Senac foi de extrema importância para alcançar outro nível no que que

diz respeito a qualidade de ensino. Conhecer e ter domínio sobre os diversos modos

de avaliação, elaboração de situações de aprendizagem, metodologia dos sete

passos e demais conhecimentos, tornou-me capaz de possibilitar um fazer mais

observável e elaborar estratégias de aprendizado que envolvesse os alunos.

Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira,

o Senac busca articular maneiras, onde docentes e alunos possam de forma contínua

evoluir em prol de resultados positivos, possibilitando que o aprendizado adquirido

seja objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou

conclusão de estudos.

Page 33: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

32

Finalmente, me vi preparado e alinhado com um modelo grandioso, que

acompanha tendências de mercado e nos propicia um olhar mais clínico frente aos

desafios que emergem.

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO COMO EDUCADOR

Acredito que o professor é a base para a transformação do mundo, que sua

participação direta e indiretamente tem influência na vida das pessoas e, nesse

aspecto, permitir ser avaliado ou realizar a autoavaliação torna-se necessário, visto

que os conhecimentos repassados pelo docente terão efeito no mercado de trabalho.

Desde quando iniciei à docência, via a necessidade de propiciar a

oportunidade para que os alunos me avaliassem, e ao final da avaliação, compartilhar

com eles como fui avaliado. Dessa maneira, percebia onde deveria melhorar e quais

qualidades eram mais evidentes como profissional.

Na Especialização em Docência para Educação Profissional meu

desenvolvimento foi além do esperado, e a competência desenvolvida em sua

plenitude. O apoio dos orientadores, juntamente com uma grade muito bem

organizada, tornou fácil o aprendizado, as devolutivas eram rápidas e claras, fazendo

com que a absorção do conhecimento fosse facilitada.

Compreender e aplicar a metodologia tornou-se muito fácil com a execução

dos laboratórios de aprendizagem e as propostas de atividades no portal EAD, onde

pudemos socializar com os demais colegas sobre os conhecimentos do curso. Todas

as etapas tiveram relevante importância no desenvolvimento da competência, e as

inúmeras referências utilizadas criaram uma bagagem excelente para pesquisas

futuras.

Sinto-me mais preparado como educador para atender essa nova geração

e sua maneira tão singular de aprender, transpondo as barreiras que existiam antes

do curso, pois me foi permitido desenvolver a competência próximo da vivência real e

concreta, demandando soluções para os desafios e problemas no cotidiano da vida

docente. Por fim, vejo que a capacidade de o docente educar, pode e deve ser

melhorada continuadamente, em prol do desenvolvimento de competências e

protagonismo dos alunos

Page 34: CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

33

REFERÊNCIAS

AUSUBEL, David. P. Aquisição e Retenção de Conhecimentos: Uma Perspectiva Cognitiva. Lisboa: Plátano, 2003. AZEVEDO, T. M.; ROWELL, Vania Morales. Competências e habilidades no processo de aprendizagem. Caxias do Sul, 2009a. 67 slides, color., 25,4 cm x 19,05 cm.

CEDRO, W. L. O espaço de aprendizagem e a atividade ensino: o clube de Matemática. 2004. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários a Prática Educativa. Paz e Terra LTDA, São Paulo, 2011. 92 p.

KÜLLER, José Antônio; RODRIG O, Natália de Fátima. Metodologia de Desenvolvimento de Competências. Rio de Janeiro: SENAC Nacional, 2014.

MOREIRA, Marco Antônio (1999). Aprendizagem significativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem_significativa>. Acesso em 23 de novembro de 2016.

SERRÃO, M. I. B. Aprender a ensinar: a aprendizagem do ensino no curso de Pedagogia sob o enfoque histórico-cultural. São Paulo: Cortez, 2006.