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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO RUTH FERNANDES SOUSA Mapa Conceitual: uma situação de aprendizagem para o Desenvolvimento de Competências. São Paulo 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC

SANTO AMARO

RUTH FERNANDES SOUSA

Mapa Conceitual: uma situação de aprendizagem para o Desenvolvimento de

Competências.

São Paulo

2017

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RUTH FERNANDES SOUSA

Mapa Conceitual, uma situação de aprendizagem para o Desenvolvimento de

Competências.

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Centro Universitário

SENAC – Santo Amaro, como exigência

parcial para a obtenção do grau de

Especialista em Docência para a Educação

Profissional.

Orientadora: Profa. Ms. Maria Elizabet

Lautert de Souza

São Paulo

2017

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Ruth Fernandes Sousa

Mapa Conceitual: uma situação de aprendizagem para o Desenvolvimento de

Competências.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Centro Universitário SENAC – Santo Amaro,

como exigência parcial para a obtenção do grau

de Especialista em Docência para a Educação

Profissional.

A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão, em sessão pública realizada em

________/_______/_______, considerou o (a) candidato (a): __________________

1) Examinador (a)

2) Examinador (a)

3) Presidente

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Agradeço ao Senac pela oportunidade de crescimento profissional por meio

desta especialização.

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De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é

profecia, seja ela segundo a medida da fé;

Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;

Romanos 12:6,7

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RESUMO

O curso de pós-graduação em Docência para a Educação Profissional oferecido pelo

Senac Santo Amaro e cursado no Senac Ceará, na modalidade EAD tem por objetivo

desenvolver nos docentes a competência de planejar, mediar e avaliar com foco em

competência, utilizando o Modelo Nacional Pedagógico do Senac. Partindo deste

pressuposto, este trabalho apresenta uma proposta de Situação de Aprendizagem aplicada

em duas turmas de educação profissional, do Senac/Iguatu, em forma de laboratório. A

Situação de Aprendizagem - Construção de Mapa Conceitual – é analisada como uma

situação que permita ao aluno aprender fazendo, se reconhecer como autor do que

produziu, por meio de pesquisas, questionamentos, trabalho de construção de mapa em

grupo, socialização do aprendizado. Utilizando para isso a metodologia do

desenvolvimento de competências por meio de sete passos que auxiliam o docente no

processo ensino aprendizagem.

Palavras-chave: 1. Aprendizagem. 2. Metodologia. 3. Mapa Conceitual.

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ABSTRACT

The postgraduate course in Teaching for Professional Education offered by Senac Santo

Amaro and attended at Senac Ceará, in the EAD modality aims to develop in teachers the

competence to plan, mediate and evaluate with a focus on competence, using the National

Model Pedagogical of Senac. Based on this assumption, this paper presents a proposal of

a Learning Situation applied in two classes of professional education, from Senac /

Iguatu-CE, in the form of a laboratory. The Learning Situation - Construction of

Conceptual Map - is analyzed as a situation that allows the student to learn by doing,

recognize as author of what produced, through research, questioning, work of building a

group map, socialization of learning. Using for this the methodology of the development

of competences through seven steps that help the teacher in the learning teaching process.

Keywords: 1. Learning. 2. Methodology. 3. Conceptual Map.

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LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

Fotografia 1 - Momento de leitura e compreensão do tema.................................. 30

Fotografia 2 - Organização da Situação de Aprendizagem................................... 31

Fotografia 3 - Organização da Situação de Aprendizagem................................... 31

Fotografia 4 - Acompanhemnto dos grupos na leitura e compreensão do tema... 32

Fotografia 5 - Apresentação de mapa produzido................................................... 33

Fotografia 6 - Síntese: Dramatização.................................................................... 35

Fotografia 7 -Autoavaliação e considerações finais.............................................. 36

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11

CAPÍTULO 1 – Busca por Competência na Educação Profissional ................................. 15

1.1 - A competência no decorrer do tempo .................................................................... 15

1.2 - Sete passos para o desenvolvimento de Competência ........................................... 17

CAPÍTULO 2 – Situações de Aprendizagem em Aulas Práticas ....................................... 24

2. 1 - Laboratório I de Prática Docente .......................................................................... 24

2. 2 - Laboratório II de Prática Docente ........................................................................ 27

2.3 - Laboratório III de Prática Docente ........................................................................ 36

CAPÍTULO 3 - Mapa Conceitual como Situação de Aprendizagem Ideal ....................... 41

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 46

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 48

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta de forma prática a metodologia do SENAC, voltada para o

desenvolvimento de competências, baseada no Modelo Pedagógico Nacional - Documento que

busca unificar a atuação do SENAC em todo Brasil, definindo planos de cursos e parâmetros

comuns de oferta alinhados ao planejamento estratégico - vem sendo trabalhado desde 2014. O

modelo busca alinhar o planejamento estratégico da instituição, principalmente em seu objetivo

de expandir a oferta educacional da Instituição em todos os segmentos e modalidades da

educação profissional, fortalecendo a marca nos cenários nacional e internacional.

As mudanças em sua metodologia vêm ao encontro das atuais necessidades sinalizadas

pelo mercado. Essas necessidades fizeram surgir leis nacionais voltadas para a educação

profissional procurando superar a ideia da formação tradicional voltada para o “fazer”. Os novos

dispositivos de lei, sobretudo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação –Lei 9294/69 e Diretrizes

Curriculares trouxeram para as instituições de educação profissional propostas pedagógicas com

foco em competência, procurando desenvolver nos alunos a mobilização de conhecimentos,

habilidades e atitudes.

Neste sentido o SENAC busca atualmente estar dentro da proposta de capacitação de

mão de obra qualificada nos moldes da nova conjuntura econômica e, seguindo as propostas do

Ministério da Educação, procura proporcionar aos seus alunos uma liberdade para a reflexão e

experimentação, uma educação voltada para a competência.

Esssa realidade tembém faz parte da na unidade Senac/Iguatu-CE que tem contribuido

na qualificação e inserção de muitos alunos da região no mundo do trabalho.

O Senac Iguatu iniciou suas atividades no ano de 1973, como Unidade Móvel, nas

instalações do Sesc. Em 1977 teve sua instalação na Praça Coronel Belizário, onde permaneceu

até dezembro de 2009. No ano dia 25 de Março de 2010 inaugurou sua sede na Rua 13 de Maio,

1130 no centro de Iguatu, tendo como nome Izaías de Oliveira.

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A sede é composta por 15 ambientes pedagógicos: 06 salas de aula, 01 laboratório de

informática com 24 computadores, 01 salão de beleza, 01 cozinha pedagógica, 01 laboratório de

estética, 01 atelier de artes, 01 laboratório de hard e manutenção de computadores, 01 laboratório

de enfermagem, 01 laboratório de moda e estilismo, 01 laboratório de saúde bucal, biblioteca e

auditório.

Atualmente o centro de educação profissional atende a 12 municípios da Região Centro

Sul e Sertão Central do Estado, entre eles: Iguatu, Quixelô, Acopiara, Piquet Carneiro, Mombaça,

Milhã, Deputado Irapuã Pinheiro, Solonópoles, Cariús, Jucás, Saboeiro e Tarrafas.

Nessa instituição me encontro desde 2008, atuando como instrutora no eixo do então

Apoio Educacional, hoje denominada área de Desenvolvimento Educacional e Social. No

entanto, meu contato com o ensino técnico teve início bem antes, quando cursava o ensino médio.

Foi uma experiência como aluna do curso profissionalizante Magistério de 1º Grau ou magistério

Pedagógico, que habilitava para o ensino da educação infantil e ensino fundamental 1, curso

popularmente conhecido por Normal.

Nesse período os cursos profissionalizantes ainda refletiam um pouco da política

educacional imposta no período militar dos anos 1960, com sua pedagogia tradicional e por se

tratar de educação profissional, uma tendência tecnicista bastante presente em sala de aula.

Nesse contexto me encontrava seguindo as normas ditadas pelos mestres e reproduzindo

com os meus alunos aquilo que treinei em sala de aula. Durante muitos anos atuei na educação

básica: três anos na Educação Infantil, quatro anos no ensino Fundamental I e três anos no ensino

Fundamental II com as disciplinas de História, Geografia apesar da formação em Letras. Anos

mais tarde no Ensino Médio com as disciplinas de Gramática e Literatura Brasileira em escola

pública da rede estadual.

A primeira experiência como professora na Educação Profissional foi em 2007 com as

turmas de Aprendizagem Comercial em Serviços de Escritório, trabalhando com as disciplinas

relacionadas aos temas transversais (Ética, Saúde e Segurança no trabalho, Meio Ambiente,

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Qualidade em prestação de Serviços), Matemática Instrumental, Português Instrumental e

Redação Empresarial. Foram cinco anos atuando com turmas de Jovem Aprendiz, dentre elas:

Aprendizagem Comercial em Vendas, Aprendizagem Comercial em Administração,

Aprendizagem em Comércio.

Toda essa preparação me fortaleceu e capacitou a trabalhar com turmas de cursos

técnicos, primeiro no ano de 2012 com uma turma de Técnico em Eventos e depois com turmas

do curso Técnico em Secretaria Escolar, 2013 até este ano de 2016. O currículo do curso técnico

é muito focado na práxis. Com ênfase nas marcas formativas que vai do domínio técnico-

científico até as atitudes individuais formando uma mão de obra capacitada para atuar no

mercado com conhecimento mais aprofundado.

Os cursos técnicos, no atual momento de desenvolvimento do país, são fundamentais por

gerar mão de obra de nível técnico qualificada, e para a região centro sul do estado do Ceará,

sobretudo a cidade de Iguatu, esse diferencial tem se tornado forte e o SENAC contribui

juntamente com outras instituições governamentais para essa qualificação.

Nesse sentido o curso de Pós-Graduação Especialização em Docência para a

Educação Profissional apresenta-se como um recurso para aperfeiçoar e capacitar profissinais a

aplicar atividades coerentes e eficazes para desenvolver competências profissionais, trazendo a

lógica das competências e orientando na tomada de decisão para escolha de situações de

aprendizagem eficazes. A troca de experiências com os colegas durante o curso também

representou algo muito produtivo para compreender melhor o processo ação-reflexão-ação.

Este trabalho é fruto das pesquisas realizadas na especialização e busca tratar questões

ligadas à Metodologia de Desenvolvimento de Competência, seguindo sete passos essenciais para

tal objetivo. Para isso apresento no capítulo 1 um breve histórico da educação profissional no

Brasil e a conceituação de competência, necessária nesta modalidade de ensino, bem como

fundamentos legais para o desenvolvimento de competência na educação nacional.

Buscamos analisar o desenvolvimento de competência com experiências aplicadas em

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três laboratórios que são descritos no capítulo 2. Cada laboratório procura delimitar os sete passos

dentro da metododologia proposta. Serão descritos três laboratórios de prática docente: O

primeiro laboratório foi destinado para planejamento e aperfeiçoamento de elaboração de Plano

de Trabalho Docente não havendo aplicação prática; o segundo e terceiro laboratório, turmas

Assistente Administrativo, e Técnico em Secretaria Escolar, descrevemos a utilização na prática

da situação de aprendizagem Construção de Mapa Conceitual.

No capítulo 3 apresentamos uma situação de aprendizagem que consideramos ideal,

baseada nas experiências vivenciadas nos laboratórios do capítulo II e nos estudos durante a

especialização. Apontamos atividades significativas a serem desenvolvidas na situação, tais

atividades visam garantir que o aluno egresso se aproprie das marcas formativas tão exigidas pelo

mundo do trabalho, demonstrando criatividade e articulando seus conhecimentos com habilidade.

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CAPÍTULO 1 – Busca por Competência na Educação Profissional

1.1 - A competência no decorrer do tempo.

Por muito tempo a educação profissional no Brasil foi moldada na forma de educação

tecnicista voltada para o desempenho de atividades aprendidas pela simples reprodução do fazer,

conforme Manfredi (2002). As primeiras formas de aprendizagem para o trabalho podem ser

notadas durante o período de colonização dirigida aos índios e escravos na tentativa de formar os

primeiros aprendizes de ofícios com atividades voltadas diretamente ao trabalho braçal.

As primeiras iniciativas de institucionalização dessa modalidade de educação partiram das

instituições filantrópicas como a Igreja Católica e de trabalhadores organizados em associações

de mútuo socorro ou de natureza sindical. As poucas e acanhadas instituições de ensino dedicadas

ao ensino compulsório de ofícios artesanais e manufatureiros, ao longo dos anos, cederam lugar a

verdadeiras redes de escolas, por iniciativas de governos estaduais, do governo federal.

Ainda segundo Manfredi (2002), com a industrialização emergente no país, nasce o

pensamento e a ideologia do empresário industrial no Brasil, com o objetivo de desenvolver o

ensino profissional, para atender suas necessidades, ficando essa instituição educacional sob sua

promoção e cuidado. Nesse sentido a constituição de 1937, vê as “escolas vocacionais e pré-

vocacionais”, como um dever do Estado para com as classes menos favorecidas e em colaboração

com o setor produtivo criam cursos de capacitação para os operários e de aprendizagem

destinados aos filhos dos operários ou associados.

Em resposta à necessidade de qualificação de mão de obra, foram criadas Leis Orgânicas

e entidades especializadas no Ensino Profissional, dentre elas, SENAI - Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial e SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, ocorrendo

ainda à transformação das antigas escolas de aprendizes artífices em escolas técnicas federais.

Essas mudanças no mercado de trabalho fizeram surgir leis nacionais mais específicas,

conforme apresentaremos mais adiante, com textos voltados para a educação profissional

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procurando superar a ideia da formação tradicional voltada para o “fazer”. Os novos dispositivos

de lei trouxeram para as instituições de educação profissional novas propostas pedagógicas com

foco em competência, procurando desenvolver nos alunos a mobilização de conhecimentos,

habilidades e atitudes, segundo Manfredi (2002).

Competência na linguagem popular é “a capacidade de fazer algo bem feito”; em outras

concepções pode ser entendida como uma faculdade concedida por lei devido à ocupação de um

cargo; na esfera judicial refere-se a uma delimitação territorial e as causas judiciais nela

compreendida.

A palavra competência surgiu nos novos modelos de organização, na mundialização da

economia, das competições nos mercados e busca de melhorias da qualidade do produto e dos

processos de produção conforme Léa Depresbitéris descreveu em seu artigo publicado no

Boletim Técnico do SENAC em 2005:

Na literatura da educação profissional, o surgimento do termo “competências”

parece ter ocorrido, primeiramente, em alguns países industrializados, sobretudo

naqueles que apresentavam maiores problemas em integrar seus sistemas

educativo e produtivo. Desta maneira, o modelo de competências surgiu como

uma proposta para a educação profissional, formulado sob influência do setor

produtivo, como uma decorrência das mudanças no mundo do trabalho que

apontavam para a necessidade de um novo perfil do trabalhador.

(DEPRESBITÉRIS, 2005. p.3.)

Essa nova exigência de formação mais ampla foi apresentada pela Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional – LDB, Lei n 9394, de 20 de dezembro de 1996, definindo

competência como a capacidade pessoal de articular os diversos saberes inerentes à atuação

concreta no trabalho conforme relatada na resolução da Câmara de Educação Básica, 1999.

Entende-se por competência profissional a capacidade de mobilizar, articular e

colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o

desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do

trabalho. (BRASIL, Resolução 04 CNE. 1999).

Porém o Parecer 11/2012, do Conselho Nacional de Educação, traz um novo conceito de

competência profissional, talvez não tão conciso quanto o apresentado na resolução acima citada,

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mas apresenta-se bastante abrangente e atual refletindo essa nova necessidade no mundo do

trabalho, como podemos analisar:

Nesta perspectiva, não basta apenas desenvolver habilidade para aprender a

fazer, pois é preciso descobrir que existem outras maneiras para aquele fazer, em

condições de dirigir o seu próprio fazer desta ou daquela maneira. Em suma, é

preciso que o cidadão detenha a inteligência do trabalho que executa. Para tanto,

é fundamental que, ao aprender, esteja habilitado a desempenhar, com

competência e autonomia intelectual, suas funções e atribuições sócio

ocupacionais. Neste contexto do mundo do trabalho, as expressões competências

e autonomia intelectual, utilizadas de forma associada, devem ser entendidas

como a capacidade de identificar problemas e desafios, visualizando possíveis

soluções e tomando as decisões devidas, no tempo adequado, com base em seus

conhecimentos científicos e tecnológicos e alicerçado em sua prática

profissional e nos valores da cultura do trabalho. (BRASIL, Parecer 11. CNE

2012)

Competência para educação profissional pode ser entendida como a capacidade de

mobilizar saberes, aplicando de forma eficaz os conhecimentos adquiridos ao longo da vida,

sejam esses conhecimentos advindos de experiências familiares, social, cultural. Neste sentido o

SENAC busca atualmente estar dentro da proposta de capacitação de mão de obra qualificada nos

moldes da nova conjuntura econômica e, seguindo as propostas do Ministério da Educação,

procura proporcionar aos seus alunos uma liberdade para a reflexão e experimentação, uma

educação voltada para a competência.

1.2 - Sete passos para o desenvolvimento de Competência

A lógica das competências supõe a adoção de uma metodologia específica, visto que a

competência envolve a realização de uma prática integrando o conhecimento e a ação. Sob esse

ponto de vista o ensino deve favorecer meios que simulem condições de trabalho. Essa simulação

não se trata de mera repetição de uma prática orientada pelo docente, ela compreende vários

elementos aprendidos pelo aluno e mediados com maestria pelo professor.

O mercado busca profissional capaz de atuar de forma abrangente, atendendo às

necessidades objetivas e subjetivas tais como: facilidade de relacionamento com colegas e

superiores, capacidade de iniciativa, raciocínio lógico na resolução de problemas, agilidade e

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flexibilidade para atuar em um mercado mutável.

Esses perfis são definidos a partir da análise das ocupações ou das competências gerais

dos profissionais da área. Dessa forma, o planejamento curricular da Educação Profissional deve

ser baseado no modelo de competência exigida na área e norteado pelo Projeto Político

Pedagógico que é estruturado com o envolvimento de todos os profissionais da escola, alunos e

comunidade atendida.

Os currículos devem ser vistos como construtores do conhecimento e não como “grades”

que fecham e limitam o pensamento do aluno. A sala de aula, portanto deve proporcionar ao

aluno o conhecimento teórico e a possibilidade de aplicar esses conhecimentos, por meio das

metodologias ou técnicas de aprendizagem segundo Léa Depresbitéris, em seu artigo publicado

no Boletim Técnico do SENAC em 2005.

Um currículo com um eixo mais construtivista exige ambientes que extrapolem

o espaço da sala de aula e da oficina, dos laboratórios das escolas. Exige,

igualmente, a realização de atividades de colaboração, por meio de experiências

que definam responsabilidades e que tenham potencial de além do saber técnico,

o saber conviver. Uma premissa importante é a de que, para desenvolver

competências, é preciso estimular a resolução de problemas, desafiar os

educandos a mobilizar os conhecimentos já adquiridos, a integrar novos, a

criar. O conteúdo passa a ser um meio, e não um fim em si mesmo.

(DEPRESBITÉRIS, 2005. p. 06)

A liberdade de aprender, associada ao currículo bem estruturado que atenda às

especificações da área preterida pelo aluno de educação profissional, traz à tona o conhecimento,

a habilidade e atitudes. Mas quais metodologias podem ser aplicadas nesse processo de

construção do conhecimento e como podem ser selecionadas de acordo com o objetivo preterido

em sala de aula? Certamente, os três elementos (conhecimento, habilidades e atitudes) precisam

estar atreladas às exigências advindas das mudanças ocorridas no sistema produtivo.

Em resposta a essa necessidade de aprendizagem significativa para atuar no mercado

surge a metodologia de desenvolvimento de competências que se utiliza dos setes passos,

segundo a proposta de Küller, como um novo Modelo Pedagógico Nacional do SENAC que

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propõe outra visão de aluno, visto como sujeito ativo do processo de aprendizagem.

A aprendizagem significativa, diferente das apresentadas pelas teorias condutistas na

década de 1970, foi objeto de estudo do especialista em Psicologia Educacional David Ausubel,

trazendo uma teoria explicativa do processo de aprendizagem humana, baseado em princípios

organizacionais cognitivos. Para ele a aprendizagem é mais significativa à medida que o novo

conteúdo é incorporado ao conhecimento prévio do aluno, dessa forma adquirindo um novo

significado, ao contrário do que acontece com os novos conteúdos que se tornam mecânicos e

repetitivos com associações menos significativas.

Para que a aprendizagem significativa aconteça é necessário reconhecer a importância

que os processos mentais têm nesse desenvolvimento. São necessárias duas condições: em

primeiro lugar o aluno precisa ter a disponibilidade para aprender e em segundo lugar o conteúdo

escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo. Cada aluno filtra os conteúdos

que a ele tem sentido ou não.

Nesse sentido, aluno é respeitado como sujeito que é, e se apresenta com valores,

crenças, atitudes e conhecimentos prévios que devem ser respeitados e considerados pelo

docente. Conforme Küller,

Ainda como sujeito de seu aprender, ele ocupa o centro do processo de

aprendizagem, assumindo um papel ativo e autônomo na construção de seu

conhecimento e no desenvolvimento de suas competências. Ser sujeito e

protagonista de seu aprender exige do aluno uma postura ativa, independente,

reflexiva, crítica e responsável. Mas o aluno não aprende sozinho. Para seu

desenvolvimento, precisam interagir com os educadores, colegas e objetos de

aprendizagem. Isso exige superar a metodologia do ensino. Pede uma

metodologia focada na aprendizagem. (KÜLLER, s.d., p.2)

Essa mudança da visão de aluno, leva o docente também a necessidade de mudança. Para

que o aluno assuma o centro do processo educativo, o docente precisa reinventar sua forma

pedagógica, sua didática, há necessidade de se criar ambientes e situações de aprendizagem que

possibilitem ao aluno a ação autônoma de aprender.

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Nessa perspectiva, o papel fundamental do docente é o planejamento e a mediação das

situações de aprendizagem, além da avaliação da aprendizagem dos alunos. A atividade

fundamental do professor não é dar aulas ou mostrar como fazer determinada ação. Mas, sim,

propor, acompanhar e coordenar o desenvolvimento de situações de aprendizagem que resultem

no desenvolvimento de competências pelo aluno.

Para isso é importante a compreensão clara e comum do que é a situação de aprendizagem

definida conforme Küller como: “Situação de aprendizagem é um conjunto organizado e

articulado de ações do aluno, em geral propostas e orientadas pelo educador, que visam o

desenvolvimento de uma ou mais competências”. (Ibidem, p.2).

A situação de aprendizagem deve ser selecionada para atender ao indicador de

aprendizagem proposta no plano de curso, são competências necessárias no fazer profissional do

aluno. Essa situação deve dá suporte ao aluno para mobilizar com atitude correta seus

conhecimentos com habilidade, ou seja, trata-se de um ensaio prático do que ele poderá enfrentar

em situações reais.

Para que haja tal mobilização o professor Küller propõe sete passos que do ponto de vista

convencional não apresenta uma metodologia de ensino e sim passos a serem seguidos pelo

professor que possibilitaram vários modos de estudar um tema e atender uma competência. Esses

passos conseguem dessa forma atingir as diferentes formas de aprendizagem do aluno no decorrer

do desenvolvimento de cada passo conforme apresentado no Boletim Técnico do SENAC:

Para o desenvolvimento de uma situação de aprendizagem, procurando pela

definição de uma estrutura comum aos diferentes métodos ativos, chegou-se a

um conjunto de sete passos fundamentais: (1) Contextualização e Mobilização;

(2) Atividade de Aprendizagem; (3) Organização da Atividade de

Aprendizagem; (4) Coordenação e Acompanhamento; (5) Análise e Avaliação da

Atividade de Aprendizagem; (6) Outras Referências e (7) Síntese e

Generalização. (KÜLLER, p. 07, 2012).

Tendo como base o artigo científico publicado por Küller, apresentarei nos próximos

parágrafos cada passo idealizado, trazendo o primeiro passo que é a Contextualização e

Mobilização, nele o aluno se situa no conjunto de suas aprendizagens anteriores buscando seus

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conhecimentos prévios que darão suporte para a aplicação de novos conhecimentos.

As atividades de contextualização e mobilização costumam acontecer, em certa

medida, ao mesmo tempo. Quando a aprendizagem acontece de forma

contextualizada, é quase certo que haverá mobilização e envolvimento dos

alunos. O âmbito afetivo estará presente. Entretanto, o educador pode propor

atividades com um foco maior em contextualização ou em mobilização,

dependendo do estágio de desenvolvimento do curso. (Ibidem, p.8)

A contextualização pode ter um caráter de aquecimento para a aprendizagem, é quando se

busca por meio de experiências concretas de vida e trabalho, desenvolver competência

referenciada na situação de aprendizagem.

No segundo passo, Definição da Atividade de Aprendizagem, será estabelecida a

referência central da situação de aprendizagem. Uma proposta a ser enfrentada pelos alunos de

forma a desafiá-los a resolver por meio de pesquisas, projetos ou na execução de outra atividade

desde que relacionada à competência exigida na unidade.

A atividade de aprendizagem é o centro da situação de aprendizagem. A

contextualização e a mobilização são definidas em função dela. Da atividade de

aprendizagem derivam os demais passos da situação de aprendizagem (Ibidem,

p.9).

A Organização da Atividade de Aprendizagem é o momento que prevê as condições,

estratégias e recursos para o desenvolvimento da Atividade de Aprendizagem proposta no

momento em que foi definida a atividade. Levando em consideração o tempo para a ação e o

envolvimento de todos.

A organização da atividade de aprendizagem demanda dos educadores duas

tarefas complementares: a previsão e o encaminhamento de todos os problemas

que podem acontecer durante a realização da atividade de aprendizagem; e a

previsão e a redação do processo de desenvolvimento concreto das ações ou

etapas que a compõem. (Ibidem, p.10)

A Coordenação e Acompanhamento é o momento de detalhar a ação do docente que estará

ao lado dos alunos acompanhando com sua mediação e não impondo seus conceitos ou forma de

resolver as situações, ele deve garantir ao aluno uma autonomia o que não o impede de fazer

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intervenções quando esses divergem do senso comum.

O docente sempre deve coordenar e acompanhar as atividades dos alunos. Pode

fazer isso de dois modos: delegando a coordenação e o acompanhamento ao

grupo de alunos ou exercendo diretamente a coordenação e o acompanhamento.

Mas delegar a tarefa não significa abdicar dela. Coordenar e acompanhar a

atividade de aprendizagem é uma responsabilidade fundamental e indelegável do

docente. (Ibidem, p.11)

O quinto passo traz a Análise e Avaliação da Atividade de Aprendizagem, que pode ser

feito pela própria atividade de aprendizagem ou os resultados por ela obtidos e até as discussões

em pequenos grupos. Configura-se relevante a autoavaliação como objeto da reflexão individual.

Os benefícios da prática da avaliação costumam ir além do simples

melhoramento dos trabalhos, o que já não é pouca coisa, de imediato. O próprio

processo de análise, comunicação e recepção de erros e acertos proporciona

experiências ricas de aprendizagem da competência e de relacionamento

humano. (Ibidem, p.12)

O sexto passo, Outras Referências, dá oportunidade ao aluno de veicular sua

aprendizagem a outras produções teóricas existentes relacionadas à competência em

desenvolvimento. Essa veiculação pode ser feita por meio de pesquisas em sites especializados,

outros livros técnicos, vídeos, observação de melhores práticas, visitas virtuais ou reais como

forma de ampliar a experiência e o conhecimento adquirido.

O contato com novas referências fará sentido porque houve um exercício

anterior da competência com as referências já existentes. Ao se defrontar com

outras referências teóricas, técnicas ou tecnológicas o aluno certamente irá

mobilizar essa vivência para encontrar o significado ou a relação de tal

referência com seu repertório atualizado de experiências e conhecimentos.

Tendo como suporte as etapas anteriores, poderá confrontar essas referências

com sua reflexão e experimentação autônomas das atividades, com o debate e a

avaliação de seus companheiros de curso, com as considerações do educador,

com as outras referências que foram sendo fornecidas a cada passo, ampliando

as possibilidades de retirar dessas referências aprendizagens significativas.

(Ibidem, p.13)

Nesse sentido os conteúdos (textos) não se tornam exclusivos, mas, norteadores e

fundamentam a aplicação dos vários conhecimentos, desde os gerais aos mais específicos dentro

das competências a serem atendidas.

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Por último temos a Síntese e Aplicação, como sétimo passo, é a integração dos

conhecimentos adquiridos pelos alunos no decorrer dos passos de forma mais objetiva e concreta.

Trata-se, portanto do fechamento ou apanhado dos conhecimentos adquiridos na situação de

aprendizagem.

Uma forma útil de produzir a síntese é elaborar propostas concretas de ação para

situações distintas daquela vivida na Atividade de Aprendizagem. Assim, síntese

e aplicação podem estar integradas no mesmo movimento. Dessa forma, todas as

referências ligadas ao exercício da competência são integradas e sintetizadas

numa nova proposta concreta de ação, fechando o ciclo Ação – Reflexão – Ação.

(Ibidem, p.14)

Um ponto importante é elucidado pelo autor quando ele apresenta que nem todas as

situações de aprendizagem têm condições de seguir rigorosamente os sete passos apresentados. O

fundamental é que a situação de aprendizagem preveja, sempre, o exercício real ou simulado da

competência como forma desenvolvê-la com eficácia, trazendo ao aluno uma fundamentação e

aplicabilidade real.

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CAPÍTULO 2 – Situações de Aprendizagem em Aulas Práticas

O capítulo 2 destina-se a relatar as experiências vivenciadas na aplicação prática do Plano

de Trabalho Docente - PTD, instrumento que norteia o professor dando a ele uma visão geral de

sua ação docente, buscando atender o processo de ensino e aprendizagem na educação

profissional, utilizando-se para isso Situações de Aprendizagem planejadas e desenvolvidas em

sala de aula, com base na Metodologia do Desenvolvimento de Competências.

Serão descritos três laboratórios de prática docente, planejadas para turmas distintas:

Auxiliar em Recursos Humanos, Assistente Administrativo, e Técnico em Secretaria Escolar.

Optamos nos três laboratórios por situações de aprendizagem que pudessem mobilizar os vários

saberes e envolver os alunos, resgatando seus conhecimentos prévios, amoldando-os de forma

sincrônica com o novo conhecimento apresentado.

2.1 - Laboratório I de Prática Docente

O primeiro laboratório teve por objetivo a aprendizagem da organização e elaboração de

um PTD, conforme metodologia para o desenvolvimento de competência. Destacamos que não

houve aplicação na prática, desta forma, nos limitamos à teoria da metodologia e a carga horária

destinada ao laboratório foi utilizada no planejamento e aperfeiçoamento da construção do PTD.

O Plano de Curso selecionado para estudo foi “Auxiliar em Recursos Humano” já

elaborado em Modelo Pedagógico Nacional do SENAC. Selecionamos as seguintes competências

que estão expressas no plano de curso Auxiliar de Recursos Humanos: 1-Publicar vagas e realizar a

triagem preliminar de currículos conforme requisitos e critérios preestabelecidos pelo setor de RH em

acordo com as especificações do(s) demandante(s) da(s) vaga(s); 2. Organizar os recursos necessários à

realização dos procedimentos de recrutamento, seleção, ambientação e integração, conforme solicitação

recebida, público-alvo, agenda, etapas da seleção, definidos pela organização; 3. Coletar informações e

tabular dados para subsídio e registro das ações realizadas durante a execução dos procedimentos de

recrutamento, seleção e integração, contemplando necessidades de cotações e demais requisitos da

organização, garantindo seu sigilo;

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Para o plano de curso Auxiliar em Recursos Humanos planejamos a situação de

aprendizagem: "Simulação de processo seletivo para recrutamento e seleção de novos

funcionários das empresas fictícias criadas pelos alunos" em resposta a proposta de atividade da

especialização. Utilizamos como uma ferramenta de compreensão da metodologia do

desenvolvimento de competências e seus sete passos, o que deu maior segurança para

eleaboração dos planos de trabalho nos laboratórios subsequentes.

Segue a organização da Situação de aprendizagem: Simulação de processo seletivo para

recrutamento e seleção de novos funcionários das empresas fictícias criadas pelos alunos. Para o

desenvolvimento de tal situação distribuímos as ações em sete passos conforme apresentação

abaixo:

1. Contextualização e Mobilização:

Para início da atividade planejamos uma dinâmica de apresentação individual e do

professor, a apresentação do curso e da situação de aprendizagem que seria desenvolvida pelos

alunos. Em seguida poderia ser feita a apresentação de vídeos sobre recrutamento e seleção o que

levaria os alunos ao diálogo sobre as formas de seleção já vivenciadas, além de ativar os

conhecimentos prévios dos alunos.

2. Definição da Atividade de Aprendizagem:

Seguindo o plano, os alunos seriam desafiados a ocupar o espaço de entrevistador, para

isso, seriam organizados em grupos para elaborar um processo de recrutamento (simulação) e

seleção de novos funcionários das empresas fictícias criadas por eles.

3. Organização da Atividade de Aprendizagem:

O professor faria a divisão da turma em 4 grupos, cada grupo criaria uma empresa,

elaborando seu organograma com levantamento de funcionários e organização de processo de

recrutamento e seleção.

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Os componentes dos outros grupos atuarão como candidatos as vagas, inclusive levando

documentos pessoais fictícios no momento da atividade prática de entrevista de emprego.

Durante a simulação caberia ao professor observar a utilização de Registro dos Candidatos em

formulários criados pelos grupos e os critérios utilizados na avaliação do processo seletivo pelas

equipes.

4. Coordenação e Acompanhamento:

O professor deve estimular os alunos durante todo o processo de debate, buscando a

participação de todos, fazendo questionamentos na elaboração do trabalho em grupo, intervenção

nos momentos necessários com indicações de fontes de pesquisa ou reorganização de temas.

Disponibilizar os recursos necessários para criação de formulários de entrevistas e para a

organização da empresa fictícia.

5. Avaliação da Atividade de Aprendizagem:

Avaliação planejada seria mediante formulários pré-elaborados pelo professor, com

registros individuais dos alunos, observando deste a elaboração do levantamento de funcionários

da empresa fictícia, durante o recrutamento e seleção e critérios de avaliação usados por estas

equipes, analisando a coerência ao que é apresentado em material de apoio – livro do aluno. É

importante também levar em consideração a postura pessoal e o trato com os colegas durante a

atividade em grupo.

6. Acesso a Outras Referências:

Sugerimos como forma de aquisição de novos pontos de vista sobre o tema a elaboração

de um relatório de pesquisa, buscando outras referências em livros e sites especializados, bem

como páginas oficiais do Ministério do Trabalho. O relatório deve ser escrito e entregue ao

professor em data determinada.

7. Síntese e Aplicação:

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A síntese ocorreria com a elaboração de slides em Power point, que trarão todos os passos

desenvolvidos pelos grupos durante a situação de aprendizagem. Esse consolidado será

socializado com toda a turma. Após apresentação do trabalho de síntese, será entregue a atividade

de autoavaliação impressa, contendo perguntas relacionadas ao entendimento do tema, e como o

aluno viu seu desempenho durante a atividade.

Aprendemos no primeiro laboratório a identificação de cada passo, observamos ainda que

há necessidade de alguns ajustes, o que procureremos aprender nos próximos laboratórios. Nesse

primeiro laboratório, procuramos ações bastante prática em que várias atividades podessem ser

contempladas dentro da situação de aprendizagem e que as mesmas contribuissem com a

aprendizagem do aluno de forma significativa.

Elaborar um plano de trabalho docente muitas vezes parece mecânico, mas o que

podemos observar nessa metodologia é a fuga do lugar comum. A possibilidade de encontrar

vários caminhos e oferecer para que o aluno possa trilhar na busca de sua aprendizagem,

refletindo, agindo e analisando.

2.2 - Laboratório II de Prática Docente

No laboratório I temos uma situação de aprendizagem distinta daquela que nos propomos

a apresentar neste trabalho, no entanto gostaríamos de ressaltar que tal Plano foi construído no

início do curso quando ainda estávamos em processo de decisão quanto à situação de

aprendizagem ideal a ser trabalhada.

Mesmo não contemplando o mapa conceitual, o laboratório I nos trouxe grande

aprendizado, principalmente no entendimento da situaçõa de aprendizagem e como escolher entre

as atividades, a que vai desenvolver o conhecimento do aluno, dando a ele diversas possibilidade

de aplicar e avaliar. Exemplo de quando usamos dramatização, formulários desenvolvidos por

eles, relatórios, debates.

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Com um pouco mais de conhecimento, começamos a elaborar o segundo PTD. A turma

trabalhada em laboratório 2 - Curso Assistente em Adminstração era composto de 20 alunos com

idade média de 23 anos, uma turma jovem, em que a maioria não possuía a experiência do

primeiro emprego. Os dados quanto à idade foram observados em lista de frequência e quanto à

experiência de emprego conhecemos nos debates e entrevista pessoal com os alunos, como

sempre ocorre nos primeiros momentos para sondagem da turma.

A competência a ser desenvolvida de acordo com o plano de curso é “Organizar e

executar atividades de apoio aos processos da organização”, dando foco no elemento de

competência: Noções da evolução histórica da Administração: Administração Científica, Teoria

Clássica, Administração Humanista, Teoria Neoclássica, Modelo Japonês, Administração nos

tempos atuais, por se tratar de um conhecimento mais teórico. Partindo do perfil da turma

escolhemos a situação de aprendizagem - Elaboração de Mapas Conceituais para introdução da

administração e entendimento da evolução no processo administrativo e sua influência na

atualidade. – Entendemos que se trata de uma escolha eficaz por mobilizar e envolver toda a

turma.

Nesse sentido, produzimos o PTD II e iniciamos a produção do Formulário de

Acompanhamento da Situação de Aprendizagem, um instrumental que delimita os sete passos da

ação docente, de forma mais específica e auxiliando no dia a dia dentro do processo de

desenvolvimento de competência. Segue os passos planejados nos instrumentos.

1. Contextualização e Mobilização

No início da aula tivemos a presença do Supervisor pedagógico trazendo as informações

institucionais que são dadas sempre nos primeiros dias e já previstas no plano de aula. Também

foram entregues os livros didáticos que seriam usados durante o curso. Após o momento de boas

vindas da supervisão, houve uma apresentação individual e compartilhamos as competências que

seriam desenvolvidas assim como a nossa proposta para atingí-las.

Levamos um pequeno vídeo apresentando o trabalho de administração. Após apresentação

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passamos a debater sobre o que significa administrar em nossa vida, procurando depois fazer um

paralelo com a administração nas organizações.

O tempo usado nesse primeiro passo foi de 3 horas, com o auxílio dos seguintes recursos

didáticos: dinâmica de apresentação, plano de curso; vídeos sobre administração, notebook e data

show. O tempo foi suficiente, principalmente por se tratar do primeiro dia, os debates quase se

tornaram monólogo do professor, o que exigiu bastante estímulo para que os alunos

participassem. Nesse passo, não houve necessidade de alteração do plano.

2. Definição da Atividade de Aprendizagem

Tendo em vista a necessidade de um conhecimento teórico da evolução histórica da

administração e sua influência na atualidade, a situação mais adequada seria a Elaboração de

Mapas Conceituais, essa situação foi definida pelo professor.

Como forma de compreensão quanto à elaboração do mapa, apresentamos um modelo de

mapa conceitual sobre Administração Pública, buscado em sites específicos para concurso,

procurando mostrar como um conteúdo pode ser transformado em mapa visual e de fácil

compreensão. Também foram apresentadas outras possibilidades de construção. Esse segundo

passo planejamos fazer em uma hora, mas utilizamos mais tempo que o previsto para explicação

da atividade de construção do mapa.

3. Organização da Atividade de Aprendizagem

Com a definição da atividade, organizamos a sala em equipes por meio de sorteio. As

equipes foram orientadas a buscar em seus livros didáticos os capítulos que traziam o tema:

Noções da evolução histórica da Administração para os registros de pontos relevantes dentro do

tema que seriam usados na produção do mapa conceitual.

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Fotografia 1- Momento de leitura e compreensão do tema.

Fonte: acervo fotográfico de Ruth Fernandes (2016)

Partimos para a leitura em grupo e registro dos tópicos. Logo em seguida foram entregues

os materiais para construção do mapa: Papel madeira, canetas coloridas, revistas, cola, régua e

fita gomada. Utilizamos oito horas nesse passo, visto que, alguns alunos necessitam de uma

orientação mais individualizada quanto à síntese dos conteúdos estudados.

A maior dificuldade encontrada pelos alunos foi relacionada a leitura interpretativa e

compreensiva. Os mesmo, em sua maioria, externaram a dificuldade de compreender o que liam.

Houve a necessidade de uma exposição sobre o tema, visto que se tratava de algo novo para

quase todos os alunos. Nesse sentido, sugerimos que o grupo compartilhasse a leitura a fim de

debater ponto a ponto, cada um contribuindo com o seu entendimento.

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Fotografia 2 - Organização da Situação de Aprendizagem.

Fonte: acervo fotográfico de Ruth Fernandes (2016)

Fotografia 3 - Organização da Situação de Aprendizagem

Fonte: acervo fotográfico de Ruth Fernandes (2016)

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Procuramos não centralizar a explicação sempre solicitando a contribuição dos alunos

com o entendimento e ponto de vista deles. Com os primeiros pontos lidos e discutidos, alguns

alunos já foram demonstrando entendimento e ficando mais a vontade para continuar a leitura

sozinha e fazendo suas marcações no texto.

4. Coordenação e Acompanhamento

No que se refere à etapa de Coordenação e Acompanhamento trata-se de um passo em que

o docente atua sempre, seja direta ou indiretamente: estimulando os alunos durante o processo de

estudo e produção; buscando a participação de todos na atividade; acompanhando grupo a grupo

na elaboração dos trabalhos e principalmente com intervenção em momentos necessários; com

indicações de fontes de pesquisa ou reorganização de ideias para que o mapa não se transforme

em relatório.

Fotografia 4- Acompanhemnto dos grupos na leitura e compreensão do tema.

Fonte: acervo fotográfico de Ruth Fernandes (2016)

A turma em estudo exigiu um acompanhamento direto do professor. Muitos externaram

sua dificuldade de leitura e compreensão, fato já observado pelos educadores nos nossos jovens

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que saem da educação básica com um baixo grau de compreensão em leitura.

Podemos observar que a produção de um mapa conceitual, ao contrário do que alguns

professores imaginam, exige muito do professor. Ele deve ter domíneo do tema pesquisado e está

atento às observações e anotações do aluno, para que esse não faça registros incorretos.

5. Avaliação da Atividade de Aprendizagem

A Avaliação da Atividade de aprendizagem se deu em vários momentos: Foi mediante a

apresentação dos mapas conceituais produzidos pelos alunos; o momento de mesa redonda em

que os alunos puderam expor sua experiência que consideramos como autoavaliação e os

registros dos alunos durante a elaboração dos temas a serem colocados no mapa.

Fotografia 5 - Apresentação de mapa produzido.

Fonte: acervo fotográfico de Ruth Fernandes (2016)

Pudemos observar que a situação de ficar à frente da turma, estava causando desconforto

para muitos alunos devido à timidez e pouco tempo de convivência do grupo. Sendo assim, a

apresentação foi feita pelos alunos em suas carteiras organizadas de forma circular. Para o passo

de avaliação dispomos de quatro horas.

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6. Outras referências

Para o passo seis sugerimos uma leitura complementar, indicamos pesquisas em outros

livros e sites especializados sobre o tema, e como prova da ação do aluno, pedimos a elaboração

de um resumo da pesquisa realizada. Seriam duas horas de pesquisa na Biblioteca do SENAC e a

atividade seria concluída em casa e trazida em aula posterior.

Na prática não foi possível pesquisar na biblioteca conforme planejado, desta forma,

sugerimos que pesquisassem sobre o tema em casa e resolvessem um exercício proposto no livro

do aluno, trazendo as respostas de forma contextualizada em aula posterior.

7. Síntese e Aplicação

Como último passo, Síntese e Aplicação, sugerimos uma Dramatização: Cada grupo

apresentou um momento histórico dentro da administração, trazendo suas principais

características e importância para a construção da atual forma de administração. Os alunos

dispuseram de uma hora e meia para elaboração de roteiro e organização dos esquetes, sempre

baseado no que foi estudado na produção do mapa as características da administração.

O momento de Síntese foi muito importante, ver os alunos reproduzindo na prática os

conhecimentos apresentados sobre as teorias da administração, com base nas pesquisas realizadas

principalmente no sentido de efetivar na prática o que eles entenderam.

É bem verdade que em quase todos os grupos houve uma participação direta do professor

acompanhando a elaboração do roteiro, mas o processo criativo, a criação da situação em fábricas

e empresas representando o pensamento dos pesquisadores de administração partiu do próprio

grupo.

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Fotografia 6- Síntese: Dramatização.

Fonte: acervo fotográfico de Ruth Fernandes (2016)

Ao final da atividade eles pareciam mais seguros do que aprenderam. Utilizamos como

recursos nesse espaço a sala de aula organizada para apresentação teatral das equipes.

Lembramos ainda, que houve a necessidade de disponibilizar mais tempo para a preparação das

dramatizações dos grupos, o que foi possível devido o tempo disponível no passo anterior.

Comentários sobre a aprendizagem dos alunos:

A princípio observamos certa insegurança dos alunos em relação à leitura e compreensão,

visto que o tema era novo para muitos, mas à medida que íamos conversando sobre o tema, com

observações nas principais informações vistas no texto, parecia que na mente de alguns alunos

começavam a montar esse “quebra cabeça”.

Ao trazer os pontos para a cartolina, distribuindo conforme informações colhidas, usando

desenhos, gráficos e pequenos textos. Alguns alunos já nos procuravam fazendo perguntas mais

significativas e coerentes.

A aprendizagem observada nessa atividade se deu principalmente pelas múltiplas formas

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apresentadas (leitura, resumo, gráficos, desenhos, debates, autoavaliação, dramatização), para

estudo do mesmo tema. Possibilitando atender as várias formas de aprender que é

individualizada.

Resolvemos trazer nesse espaço um relato de um aluno apresentado na atividade de

avaliação do docente: “Bem, estamos no início do curso e tudo que já foi aplicado foi bem

distinguido e bem elaborado. Até o momento não tive dificuldade em relação aos assuntos

aplicados, é uma experiência bastante proveitosa.”.

Fotografia 7-Autoavaliação e considerações finais.

Fonte: acervo fotográfico de Ruth Fernandes (2016)

2.3 - Laboratório III de Prática Docente

No laboratório III aplicamos mais uma vez a situação de aprendizagem em que

trabalhamos a construção do mapa conceitual, essa mesma proposta foi desenvolvida no

laboratório II com a turma Assistente em Adminstração.

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A competência escolhida está no plano de curso do Técnico em Secretaria Escolar em

formato anterior as modificações do Modelo Nacional Pedagógico do SENAC. Temos dentro do

MÓDULO IV - Processos de Trabalho do Técnico de Secretaria Escolar, o Bloco: Técnicas de

Arquivamento de Secretaria Escolar, e as competências a serem atendidas são: Orientar as

técnicas de arquivamento; Efetuar guarda, respondendo pelo sigilo da documentação escolar e

Garantir a excelência da escrituração e do arquivo escolar, mantendo os registros em dia.

Sendo assim, para tal competência escolhemos a situação de aprendizagem - Elaboração

de mapa conceitual sobre Sistemas e os Métodos de Arquivamento, por ser esta uma situação que

proporciona ao aluno a busca de conhecimentos teóricos.

1. Contextualização e Mobilização

A turma de Técnico em Secretaria Escolar já havia desenvolvido um mapa conceitual em

outros momentos e em outras unidades. Desta forma, trouxemos para a turma um modelo de

mapa que foi produzido por um dos alunos com habilidade em designe gráfico, o mapa impresso

serviu para contextualização da atividade, com isso, ganhamos mais tempo o que foi importante

em outro passo. Não foi necessário levar outros documentos para arquivar como forma de

contextualização, devido à atividade de arquivamento já estava sendo desenvolvida pela turma,

em uma mini secretaria escolar com 200 alunos matriculados e todos os ducumentos

oraganizados em arquivos.

2. Definição da Atividade de Aprendizagem

A atividade foi definida pelo professor e socializada com o grupo. Mesmo sabendo que

neste passo podemos contar com a participação do aluno para tal escolha, optamos por defini-la

sozinho por se tratar de estratégia de avaliação de eficácia da mesma dentro da especialização.

Apresentamos o desafio a ser assumido e delimitamos o tempo para cada ação deixando os alunos

cientes de cada atividade.

3. Organização da Atividade de Aprendizagem

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Dividimos os conteúdos apresentados no Livro: Manual da Secretaria – Capítulo 17:

Sistemas e métodos de arquivamento, entre os grupos, a fim de que toda a unidade fosse

contemplada dentro do tempo. Separamos em 03 equipes, por se tratar de uma turma pequena

com apenas 13 alunos. Foram entregues os materiais, cartolina, canetas coloridas e régua para

confecção dos mapas e orientados quanto à pesquisa. O desenvolvimento do passo seguiu de

acordo com o planejamento.

4. Coordenação e Acompanhamento

A atividade de coordenação e acompanhamento ocorreu desde o momento da seleção da

situação de aprendizagem até o desenvolvimento da mesma, fazendo acompanhamento direto nas

equipes ou individualmente conforme solicitação do aluno, ou observação de distração dos

mesmos em relação à atividade. Os temas, aparentemente simples, despertaram dúvidas entre as

equipes, o que exigiu do professor um maior tempo na exemplificação dos métodos de

arquivamento que eram novos para a realidade de secretaria escolar.

5. Avaliação da Atividade de Aprendizagem

Avaliamos a atividade de produção do mapa conceitual desde a participação em grupo e

interesse na ação até a apresentação dos mapas produzidos pelos alunos e sua interação com os

temas ao expor para a turma.

Durante as apresentações observamos que alguns alunos ainda não estavam tão seguros

para se expressar, e pediram ajuda do professor para exemplificar os métodos que estudaram.

Nesse momento também observamos algo corriqueiro entre grupos que é a fragmentação de

temas, em que cada aluno aprende apenas aquela parte que se dispõe a apresentar, hábito que

prejudica o conhecimento holístico e limita a aprendizagem o que exige do professor a orientação

quanto à aprendizagem do todo.

A atividade de autoavaliação seria desenvolvida mediante registro do próprio aluno em

folha de papel ofício, onde foram registrados os conhecimentos adquiridos ou não dentro do tema

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estudado. Optamos por não entregar folhas de atividades para autoavaliação e permitir que os

mesmos se expressassem verbalmente.

6. Outras referências

Para outras referências disponibilizamos um momento de pesquisa em outras fontes

sugeridas como, livros com temas específicos, sites especializados, legislação sobre

arquivamento e enviamos para o e-mail da turma outras sugestões em PDF.

A pesquisa e produção de relatório não poderam ser realizadas em sala devido ao tempo

de interação com o conteúdo para a produção do mapa, nesses termos, a atividade de pesquisa foi

levada como atividade para casa e agendada data para a entrega do relatório.

7. Síntese e Aplicação

Atividade prática de apoio no arquivamento dos documentos da instituição-Hemocentro

Regional de Iguatu/ HEMOCE- representou uma excelente forma de síntese e aplicação.

Realizamos a atividade prática de arquivamento, organizando os documentos por setores da

instituição utilizando com recursos: caixas de papelão para organização, sacolas plásticas,

tesouras, papéis com identificação do setor, fita adesiva, máscaras para proteção contra possível

poeira, luvas de procedimentos, canetas de marcação. Devido ao grande volume de documentos,

organizamos as caixas de papelão por setores, e nelas colocamos documentos em sacolas

plásticas identificadas de acordo com o objetivo.

Os conhecimentos aprendidos na construção do mapa nos trouxeram a ideia de como

poderíamos organizar os documentos do Hemocentro Regional de Iguatu. Tomada a decisão da

organização por setores, passamos a selecionar e identificar os documentos do hemocentro.

Para os alunos foi uma grande oportunidade, como relatado em avaliação feita com eles.

Segue abaixo um depoimento colhido em instrumental de avaliaçao do docente, onde os alunos

mostraram quais as constibuições das atividades realizadas para sua aprendizagem. O aluno

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escreveu: "Organizar um arquivo, mesmo utilizando um método simples, foi um desafio, pois não

havia feito isso antes" e outro citou "a prática nos ensinou”.

Podemos observar nessa situação de aprendizagem a ligação ação-reflexão-ação, o agir

dos alunos na confecção do mapa como primeira ação, o momento de reflexão que se deu na

apresentação, na autoavaliação e na construção do relatório baseada em outras fontes e

finalmente a ação aplicando os conhecimentos adquiridos e elaborados. Foi um momento

importante, mas não podemos deixar de trazer aqui um relato de outro aluno que disse: "bastante

cansativo", esse relato se dá ao fato de trabalharmos 8 horas seguidas para tal organização do

arquivo, resultando na efetivação da práxis.

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CAPÍTULO 3 - Mapa Conceitual como Situação de Aprendizagem Ideal

No capítulo anterior relatamos experiências vivenciadas em três laboratórios, um de

construção do plano de trabalho docente para conhecimento da elaboração de dois laboratórios de

prática real no processo ensino aprendizagem. Tais laboratórios foram pertinentes para o

entendimento do uso da metodologia para o desenvolvimento de competências, por meio de sete

passos aplicados conforme referência do curso.

Tomando como base os estudos de Küller e sua orientação para o planejamento de

situação de aprendizagem, percebemos que nesta situação o processo de ensino aprendizagem

deve fortalecer a mobilização dos conhecimentos, habilidades e atitudes de forma prática, bem

distante das ideias da educação tradicional que buscam centrar no professor e no livro didático

adotado o conhecimento que deve ser "passado" para que os alunos aprendam a reproduzir.

A escolha da Situação de Aprendizagem – Construção de Mapa Conceitual – surgiu do

debate com colegas da unidade em que trabalho, quando questionávamos ser mais simples

selecionar uma situação de aprendizagem quando se trata de uma competência que envolve um

fazer prático facilmente observável. Mas, como trabalhar de forma prática, quando se trata de um

conhecimento em que a ênfase maior está no conhecimento teórico? Que situação potencialmente

criativa pode instigar o aluno na busca deste conhecimento? E como avaliar essa aprendizagem

não privilegiando apenas as tradicionais avaliações escritas?

Foi baseado neste questionamento que optei pela construção de um Mapa Conceitual, por

ser uma situação que caberia várias atividades, várias possibilidades de aprender e o desafio de

mapear o conhecimento construído na prática, desperta nos alunos o desejo de ler de forma

compreensiva, interpretativa e é capaz de fornecer-lhe sentido que possa ser externado por meio

de um registro.

O mapeamento conceitual é uma técnica que estabelece relações entre conceitos e

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sistematiza o conhecimento significativo (OKADA, 2008). Sendo uma ação que demanda da

construção do aluno integrando o que foi aprendido embasado na teoria construtivista.

Para início da situação de aprendizagem considerada ideal partimos para a

Contextualização e Mobilização que é a oportunidade em que o aluno deve compreender as

competências que serão desenvolvidas na situação de aprendizagem; o tempo disponível para

cada atividade; a forma de avaliação, em fim é o momento que e o aluno é envolvido no

processo, dando a ele o itinerário dentro do que será trabalhado.

Nesse momento, é importante apresentar modelos de mapas conceituais para que os

alunos visualizem a ideia de um conhecimento sintetizado. Apresentar um mapa bem construído,

sobretudo quando aborda um tema conhecido do aluno, desperta o desejo de aceitar o desafio e

principalmente vê que tal construção depende principalmente do seu conhecimento teórico.

No passo Definição da Atividade de Aprendizagem é importante lembrar que podemos contar

com a participação do aluno para tal escolha, visto que na contextualização foram apresentados

os objetivos principais do curso. Muitas vezes podemos nos deparar com ótimas opiniões por

parte dos alunos e essa deve ser considerada pelo professor. Entretanto, esta proposta é escolha do

docente por se tratar de estratégia da avaliação sobre a eficácia da mesma dentro da

especialização. O tempo para cada ação deve ser delimitado deixando os alunos cientes de cada

atividade.

Com a definição da situação de aprendizagem partimos para o passo de Organização das

atividades. A turma deve ser dividida em equipes de preferência com 04 componentes cada, pode

ser por sorteio, dinâmica de seleção de grupo ou por escolha dos alunos. As equipes devem ser

orientadas para a leitura em seus livros didáticos ou notas de aula ou outros títulos dentro do

tema. O tempo para a construção do mapa varia de acordo com o conhecimento a ser adquirido.

Após a leitura em grupo e registro dos tópicos em cadernos do aluno ou folhas entregue

pelo professor, os materiais para construção do mapa devem ser entregues: Papel madeira,

canetas coloridas, revistas, cola, régua e fita gomada. Alguns alunos podem necessitar de uma

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orientação mais individualizada quanto à síntese dos conteúdos estudados. O professor não deve

centralizar a explicação, para evitar isso deve sempre solicitar a contribuição e o ponto de vista

dos alunos. Com os primeiros pontos lidos e discutidos, alguns alunos já estavam mais a vontade

para continuar a leitura sozinhos e fazendo suas marcações nos textos.

A Coordenação e Acompanhamento da atividade é a ação docente durante todo o

desenvolvimento das atividades de aprendizagem e deve acontecer desde a seleção dos livros e

textos a serem estudados, a entrega de materiais para construção do mapa até a elaboração do

roteiro feito pelos alunos, com intervenções pertinentes quando observada a fuga do contexto.

Não se trata de simplesmente indicar as fontes de pesquisas e deixar o aluno fazer, é preciso está

presente conduzindo a construção grupo a grupo, é ouvir o aluno em sua insegurança ou certeza.

Na atividade docente muitas vezes temos que lançar mão do acompanhamento

individualizado, por meio de um diálogo sobre o nível de interação do aluno com o tema

proposto. Essa ação tem se mostrado uma ferramenta importante para a compreensão por parte

dos alunos que não haviam sido alcançados quando falamos ao grupo. Os alunos se sentem mais

livres para apresentar suas dúvidas de forma individualizada, coisa que muitas vezes não ocorre

na atividade coletiva por vergonha ou medo.

No entanto, esse acompanhamento pode trazer outro desvio, o aluno não compreender o

momento como superação de dúvidas. Isso porque muitas vezes os alunos buscam as respostas

prontas no professor que está próximo, no entanto, o professor deve aproveitar o diálogo

conduzindo ao conhecimento.

Entre todos os passos, confesso que o que mais causa insegurança é a avaliação da

situação de aprendizagem, não pelo instrumento em si, mas principalmente pela escolha do

instrumento correto. Sabemos que nossos alunos, e nós, não aprendemos da mesma forma e nem

sempre trilhamos o mesmo caminho para chegar a um resultado.

Alguns alunos são práticos e conseguem identificar com facilidade as soluções, outros

necessitam de mais detalhamento, mais tempo. Nesse sentido é importante a avaliação

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diagnóstica, que podemos fazer conforme sugerido, com dialógo e questionamentos

individualizados, em que podemos identificar as necessidades e assim tentar a construção do

entendimento.

A construção de mapa conceitual proporciona vários momentos de avaliação, durante a

construção dos mesmos e principalmente na apresentação final da ação. Observamos assim que

ela ocorre no processo, priorizando a avaliação formativa.

A apresentação do mapa pelos alunos após construção, como forma de avaliar os

conhecimentos adquiridos na pesquisa e produção do mesmo até parece com atividade de

seminário, mas difere pelo fato dos alunos apresentarem por meio de desenho, esquemas, setas,

palavras chave, isso os deixa mais soltos na apresentação, sem que haja um texto que o prenda a

leitura. Considero que quando o aluno tem segurança no que aprende e tem domínio do

conhecimento, ele apresenta com segurança o que sabe. Mesmo que muitas vezes essa

apresentação se desenvolva de forma tímida, os professores conseguem sentir na fala do aluno a

propriedade da aprendizagem.

Ainda como atividade de avaliação, sugerimos uma autoavaliação com a entrega de folha

ofício para que o aluno expresse sua participação e compreensão e/ou pode ser oralmente

socializada. Em sala de aula, nem todos têm a segurança de falar do que não aprenderam, muitas

vezes por medo de ser ridicularizado pela turma. Quando o aluno tem a liberdade de colocar sua

insegurança somente para o professor, ele sente-se mais aberto para se expor. Considero

importantes as duas formas de autoavaliação nesse sentido, ao falar, o aluno externa e dá a

oportunidade de outros apreenderem com as suas dúvidas e quando escrevem de forma

individualizada têm a liberdade de apresentar seus erros sem receio.

Para o passo outras referências sugerimos a produção de um relatório de pesquisa feito

pelo aluno, esse relatório tanto pode ser produzido em sala, se houver tempo e material para

pesquisa, como pode ser uma atividade extra sala. Produzir um relatório baseado em outras

referências faz com que o aluno tenha uma visão de outros autores, ampliando e aprofundando no

objeto de pesquisa.

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Para atividade de síntese, mediante tudo que foi aprendido na construção de mapa,

sugerimos duas atividades que se mostram eficazes. A primeira, uma atividade prática em

ambiente real, sem dúvida traz à tona a aprendizagem de forma clara, mas nem sempre é possível

aplicar em situação real, nesse caso a segunda opção é a simulação, mobilizando a competência

dos alunos ao vivenciar, mesmo que de forma fictícia o que eles aprenderam na teoria.

Cada passo dentro dessa metodologia dá suporte as diferentes formas de ensinar e

aprender. Cada um tem seu jeito de aprender, portanto cada um tem um modo diferente de se

avaliar e ser avaliado. Aí vem a dificuldade de um professor encontrar o resultado da

aprendizagem do aluno por meio de um instrumento único de avaliação quando se trata de uma

turma numerosa.

A construção de mapa conceitual, aplicada à metodologia do desenvolvimento de

competências por meio dos sete passos, traz em seu formato esta ajuda no momento da avaliação,

visto que são muitas atividades envolvidas na situação de aprendizagem: ler, interpretar, construir

de forma resumida seu conhecimento em mapas, apresentar o que foi construido, autoavaliação,

construir novamente um relatório buscando outras fontes, e externando de forma prática e com

mais domínio o que foi aprendido. A cada momento o aluno é acompanhado e avaliado e quando

chega ao momento da avaliação, não necessariamente ao final do curso, o professor já pode

atribuir seu conceito sobre o desenvolvimento da competência pretendida.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A oportunidade de poder aprender mais sobre educação profissional e sobre as formas de

ensinar, fundamentadas no Modelo Nacional Pedagógico do Senac, com foco em competência

surgiu como momento impar. Ter o aprofundamento na metodologia do desenvolvimento de

competências veio fortalecer a prática enquanto docente.

A princípio não compreendíamos a dinâmica do curso, parecia algo que andava em

círculos, a todo instante estávamos tomando um ponto e pouco adiante retomávamos ao mesmo

ponto como se não tivesse sido bem esclarecido. Com o decorrer das atividades e leituras dos

textos sugeridos na especialização, fomos percebendo que ao mesmo tempo em que estávamos

aprendendo sobre a aplicação da metodologia para o desenvolvimento de competência, éramos

parte integrante da utilização da ação-reflexão-ação, éramos professores aprendendo a

metodologia e ao mesmo tempo alunos submetidos aprendizagem no processo de ação-reflexão-

ação. O que antes era visto como rodar em círculos começou a fazer sentido para a elaboração de

plano de trabalho como docente.

Podemos compreender melhor o passo de contextualização e mobilização e que o

mesmo não representa uma mera apresentação do curso, uma ementa para que os alunos se

situassem no curso, coisa que fazia e considerava completo. Aprendemos que este passo é um

verdadeiro convite na busca da aprendizagem, é o momento de despertar o desejo de aprender

nos alunos, de situá-los, no tempo, de entregar responsabilidades, pois nesse momento são

acionados os conhecimentos prévios para uma participação mais intensa com dicas, ideias e até

mesmo e principalmente a definição de uma situação de aprendizagem escolhida por eles.

Descobrimos o que se configura como situação de aprendizagem, antes entendida como

uma atividade. Vimos que em cada situação muitas atividades podem ser contempladas o que

auxilia na busca pelo desenvolvimento de competência, pois envolve vários saberes, importantes

principalmente na atualidade, devido às transformações do mercado de trabalho e dos processos

de reestruturação produtiva, em que o conhecimento ou a qualificação profissional não é restrito

apenas a diplomas e certificações.

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Buscamos mostrar nesse trabalho o que aprendemos com aplicação da situação de

aprendizagem - Construção de Mapa Conceitual - como núcleo criativo, correspondendo e

reforçando a atuação do aluno. Essa situação de aprendizagem articula os vários saberes e

competências com as experiências de vida dos alunos, incentivando-os a buscar uma leitura mais

compreensiva, a busca do conhecimento que possa ser aplicado de forma criativa e eficaz para a

resolução de problemas, utilização de conhecimentos prévios acumulados, estímulo à pesquisa e

promoção a reflexão.

Para atividade de avaliação ela possibilidade de uma avaliação diagnóstica, na

contextualização e acompanhamento de atividade e, sobretudo, uma avaliação formativa durante

todo o processo de execução das atividades utilizando-se de várias ferramentas, contemplando as

variadas formas de aprendizagem.

Consideramos possuir um novo olhar sobre a docência na educação profissional após as

experiências vivenciadas no curso, nas atividades do ambiente virtual de aprendizagem e

principalmente nos laboratórios em que a ação deu subsídio para uma reflexão mais madura, e a

busca de uma nova ação docente capaz de atender as competências identificadas em cada plano

de curso.

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REFERÊNCIAS

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nacionais para a educação profissional técnica de nível médio, Brasília, 2012. Disponível em

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11663-ceb006-

12-pdf&Itemid=30192 – Acesso em 15 mai.2016

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução Nº 04/1999. Institui as

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico, Brasilia, 1999.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_99.pdf - Acesso em 17 jun.2016

BRASIL. Lei n. 9.394, de 23 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação

nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm - Acesso em 15 de

mai.2016

DEPRESBITERIS, LEA - Competências na Educação Profissional - É Possível Avaliá-las? .

Boletim técnico do SENAC: a revista da educação profissional. Rio de Janeiro, v.30, n. 2,

2005. Disponível em: http://www.senac.br/BTS/312/boltec312a.htm. Acesso em 20 mai.2016.

KÜLLER, José Antonio. Análise e Revisão de Planos de Trabalho Docente (PTD). Texto

Mimeografado, S/D.

KÜLLER, José Antonio; RODRIGO, Natalia de Fátima. Uma metodologia de desenvolvimento

de competências. Boletim técnico do SENAC: a revista da educação profissional. Rio de

Janeiro, v. 38, nº 1, jan./abr. 2012. Disponível em: http://www.senac.br/media/6613/artigo1.pdf.

Acesso em: 03/07/2016.

MANFREDI, Silva Maria. Educação profissional no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002.

OKADA, A. Capitulo 1 - O que é cartografia cognitiva e por que mapear o conhecimento? In: A.

OKADA (Ed.), Cartografia Cognitiva - Mapas do conhecimento para pesquisa, aprendizagem e

formação docente (pp. 37-65). Cuiaba/Brazil: KCM Editora, 2008.