centro universitÁrio da faculdade de saÚde, …
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FACULDADE DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E
TECNOLÓGICAS DO PIAUÍ (UNINOVAFAPI)
BRUNA PEREIRA DE SOUSA
ESTEFANE DE OLIVEIRA VERAS
MARIA LAIANE DE SOUSA
QUALIDADE E ACEITABILIDADE DA ALIMENTAÇÃO DE AGENTES
PENITENCIÁRIOS EM CASA DE DETENÇÃO
TERESINA – PI
2019
BRUNA PEREIRA DE SOUSA
ESTEFANE DE OLIVEIRA VERAS
MARIA LAIANE DE SOUSA
QUALIDADE E ACEITABILIDADE DA ALIMENTAÇÃO DE AGENTES
PENITENCIÁRIOS EM CASA DE DETENÇÃO
Artigo científico apresentado ao Centro Universitário
UNINOVAFAPI como requisito para obtenção do
título de Bacharel em Nutrição.
Orientadora: Profa. Me. Norma Sueli Marques da
Costa Alberto.
TERESINA – PI
2019
FICHA CATALOGRÁFICA
Catalogação na publicação
Antonio Luis Fonseca Silva– CRB/1035
Francisco Renato Sampaio da Silva – CRB/1028
S725q Sousa, Bruna Pereira de. Qualidade e aceitabilidade da alimentação de agentes
penitenciários em uma casa de detenção / Bruna Pereira de
Sousa; Estefane de Oliveira Veras; Maria Laiane de Sousa. –
Teresina: Uninovafapi, 2019.
Orientador (a): Prof. Me. Norma Sueli Marques da Costa Alberto;
Co-orientador (a): Prof. Esp. Vânia Marisa da Silva Vasconcelos; Centro Universitário UNINOVAFAPI, 2019.
16. p.; il. 23cm.
Monografia (Graduação em Nutrição) – Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, 2019.
1. Alimentação. 2. Presídios. 3. Alimentação Saudável. 4. Aceitação. I.Título. II. Veras, Estefane de Oliveira. III. Sousa, Maria Laiane de. IV. Alberto, Norma Sueli Marques da Costa.V. Vasconcelos, Vânia Marisa da Silva.
CDD 616.39
*Bruna Pereira de Sousa
Recebido para publicação em XX/XX/XXX; aprovado em XX/XX/XXXX
1 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected].
2 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected]
3 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected]
4 Nutricionista pela Universidade Federal do Piauí (1994), Especialista em Gestão em Saúde pela Universidade Estadual do Piauí
(2001) e Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí (Janeiro/2005). Doutoranda em Saúde, Ambiente e Sociedade
pela Fiocruz/Rio/Piauí. Professora e orientadora de pesquisa em Nutrição. Líder do Grupo de Pesquisa Alimentos e Nutrição. Membro
do Conselho Universitário do Curso de Nutrição. Membro do Núcleo de Desenvolvimento de Ensino (NDE) do Curso de Nutrição do
Centro Universitário Uninovafapi. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Uninovafapi. Membro das Redes
Nacional e Estadual (Piauí) de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricionals Possui experiência na área de Saúde
Pública e Segurança Alimentar e Nutricional, Teresina – PI, [email protected]
5 Atualmente é nutricionista - Home Comfort Serviços médicos ltda, professora do Centro Universitário UNINOVAFAPI e da
Faculdade Estácio de Teresina. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Dietética, atuando principalmente nos seguintes
temas: nutrição, alimento, educação alimentar e terapia nutricional, Universidade federal do Piauí – UFPI, Teresina – PI,
Volume 1 Número 1
Páginas xxx-xxx
*Bruna Pereira de Sousa
Recebido para publicação em XX/XX/XXX; aprovado em XX/XX/XXXX
1 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected].
2 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected]
3 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected]
4 Nutricionista pela Universidade Federal do Piauí (1994), Especialista em Gestão em Saúde pela Universidade Estadual do Piauí
(2001) e Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí (Janeiro/2005). Doutoranda em Saúde, Ambiente e Sociedade
pela Fiocruz/Rio/Piauí. Professora e orientadora de pesquisa em Nutrição. Líder do Grupo de Pesquisa Alimentos e Nutrição. Membro
do Conselho Universitário do Curso de Nutrição. Membro do Núcleo de Desenvolvimento de Ensino (NDE) do Curso de Nutrição do
Centro Universitário Uninovafapi. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Uninovafapi. Membro das Redes
Nacional e Estadual (Piauí) de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricionals Possui experiência na área de Saúde
Pública e Segurança Alimentar e Nutricional, Teresina – PI, [email protected]
5 Atualmente é nutricionista - Home Comfort Serviços médicos ltda, professora do Centro Universitário UNINOVAFAPI e da
Faculdade Estácio de Teresina. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Dietética, atuando principalmente nos seguintes
temas: nutrição, alimento, educação alimentar e terapia nutricional, Universidade federal do Piauí – UFPI, Teresina – PI,
Volume 1 Número 1
Páginas xxx-xxx
Qualidade e aceitabilidade da alimentação de agentes
penitenciários em uma casa de detenção
Quality and acceptability of penitentiary feeding in a
detention house
Bruna Pereira de Sousa1, Estefane de Oliveira Veras2, Maria Laiane de Sousa3, Norma Sueli Marques
da Costa Alberto4, Vânia Marisa da Silva Vasconcelos5
Resumo
Objetivo: Analisar a qualidade e a aceitabilidade da alimentação fornecida a agentes penitenciários em uma
instituição prisional no Piauí, sob a óptica do direito humano à alimentação adequada. Metodologia: Estudo
descritivo transversal realizado em setembro de 2018. A coleta de dados envolveu as seguintes etapas:
avaliação da qualidade da alimentação, pelo Índice de Qualidade da Alimentação (IQR), e o teste de aceitabilidade junto a agentes penitenciários, utilizando-se a Escala Hedônica. A pesquisa foi autorizada pela
instituição e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Uninovafapi (Parecer N. 2.861.788, de agosto de
2018). Resultados: Os cardápios foram compostos por pratos principais, guarnição e, em dias alternados, saladas; constavam de grande variedade de carnes, legumes, verduras e cereais; apresentaram elevado teor de
calorias totais, com mais contribuição por proteínas e lipídios, cuja proporção em relação ao valor calórico
total encontravam-se bem superiores ao recomendado; o aporte de carboidrato foi baixo, enquanto que o de sódio foi elevado para uma refeição; as fibras adequaram-se ao recomendado. O IQR médio foi inferior à
média de adequação para uma refeição adequada, o que se deveu pela presença excessiva de lipídios e
deficitária de carboidratos. As preparações oferecidas apresentaram baixa aceitabilidade pelos comensais
(N=35), seguidas de classificação “indiferente”. Conclusão: Esses achados indicam a necessidade de revisão do planejamento e da distribuição dos cardápios diários.
Palavras-chave: Alimentação. Presídios. Alimentação Saudável. Aceitação
*Bruna Pereira de Sousa
Recebido para publicação em XX/XX/XXX; aprovado em XX/XX/XXXX
1 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected].
2 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected]
3 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected]
4 Nutricionista pela Universidade Federal do Piauí (1994), Especialista em Gestão em Saúde pela Universidade Estadual do Piauí
(2001) e Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí (Janeiro/2005). Doutoranda em Saúde, Ambiente e Sociedade
pela Fiocruz/Rio/Piauí. Professora e orientadora de pesquisa em Nutrição. Líder do Grupo de Pesquisa Alimentos e Nutrição. Membro
do Conselho Universitário do Curso de Nutrição. Membro do Núcleo de Desenvolvimento de Ensino (NDE) do Curso de Nutrição do
Centro Universitário Uninovafapi. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Uninovafapi. Membro das Redes
Nacional e Estadual (Piauí) de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricionals Possui experiência na área de Saúde
Pública e Segurança Alimentar e Nutricional, Teresina – PI, [email protected]
5 Atualmente é nutricionista - Home Comfort Serviços médicos ltda, professora do Centro Universitário UNINOVAFAPI e da
Faculdade Estácio de Teresina. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Dietética, atuando principalmente nos seguintes
temas: nutrição, alimento, educação alimentar e terapia nutricional, Universidade federal do Piauí – UFPI, Teresina – PI,
Volume 1 Número 1
Páginas xxx-xxx
Abstract
Objective: To analyze the quality and acceptability of food provided to prison staff in a prison in Piauí, under
the perspective of the human right to adequate food. Methodology: A cross-sectional descriptive study carried
out in September, 2018. Data collection involved the following steps: food quality assessment, Food Quality
Index (IQR), and acceptability test with penitentiary agents, using Hedonic Scale. The research was authorized
by the institution and approved by the Research Ethics Committee of Uninovafapi (Opinion No. 2,861,788,
August 2018). Results: The menus were composed of main dishes, garnish and, on alternate days, salads;
consisted of a great variety of meats, vegetables, and cereals; presented a high total calorie content, with more
contribution by proteins and lipids, whose proportion in relation to the total caloric value were far superior
to the recommended one; the carbohydrate intake was low, whereas the sodium intake was elevated to one
meal; the fibers adapted to the recommended one. The mean IQR was lower than the average adequacy for an
adequate meal, which was due to the excessive presence of lipids and deficient carbohydrates. The
preparations offered had low acceptability by the diners (N = 35), followed by "indifferent" classification.
These findings indicate the need to review the planning and distribution of daily menus.
Keywords: Feeding. Prisons. Healthy eating. Acceptance
INTRODUÇÃO
O direito humano à alimentação adequada (DHAA) está contemplado no artigo 25 da
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Sua definição foi ampliada em outros dispositivos do Direito Internacional, como o artigo 11 do Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o
Comentário Geral nº 12 da ONU. No Brasil, resultante de amplo processo de mobilização social, desde
2006 reconhece-se a alimentação adequada como direito humano (BRASIL, 2006) e em 2010 foi aprovada a Emenda Constitucional nº 64, que inclui a alimentação no artigo 6º da Constituição Federal
(BRASIL, 2010). No entanto, isso não necessariamente significa a garantia da realização desse direito
na prática, o que permanece como um desafio a ser enfrentado (BRASIL, 2014). As estratégias para a realização desse direito são múltiplas e pressupõem a garantia de outros
direitos humanos. Cabe aos Estados as obrigações de respeitar, proteger, promover e prover os direitos
humanos. A alimentação é uma necessidade vital do ser humano e as suas escolhas alimentares e sua
diversidade são únicas entre os primatas. Para cumprir a sua obrigação de respeitar, o Estado deve também revisar, sob a perspectiva do DHAA, suas políticas e programas públicos, assegurando que estes
efetivamente respeitem o Direito Humano à Alimentação Adequada de todas as pessoas (MACHADO,
2017). A relação entre alimentação saudável e adequada e saúde envolve vários aspectos e diferentes
áreas do conhecimento. Saúde e trabalho estão unidos e se influenciam mutuamente. Uma vez que a
alimentação é um dos fatores que afetam a saúde, é importante adequá-la à atividade de trabalho, para melhorar o desempenho e reduzir a fadiga (SILVA, 2009). A alimentação saudável caracteriza-se pela
variedade de preparações, de produção sustentável, que preserve o valor nutritivo e os aspectos
sensoriais dos gêneros, pela adequação em quantidade e qualidade às necessidades nutricionais, por
respeitar hábitos alimentares, consumida em ambientes calmos, que possibilite a satisfação emocional e social das pessoas, e seja promotora de uma vida digna e saudável (BRASIL, 2006; PHILIPPI, 2006).
A alimentação integra cinco dimensões: a do direito humano, a biológica (aspectos
nutricionais e sanitários), a sociocultural (relação de indivíduos e de coletivos com a comida), a econômica (relações de trabalho no âmbito do sistema alimentar), preço dos alimentos e a ambiental
(formas de produção, comercialização e consumo de alimentos) (CASTRO; CASTRO; GUGELMIM,
2011). Para que as pessoas acessem a alimentação saudável é necessário ampliar a autonomia e o acesso
à informação para a escolha e adoção de práticas alimentares saudáveis. Para Valente (2002), reconhecer o direito humano à alimentação e utilizar instrumentos para exigir a sua viabilidade são preceitos
fundamentais para garantir que o poder público seja mais justo e efetivamente crie políticas que
viabilizem esse direito. O acesso à alimentação adequada e saudável deve ser promovido e garantido nos diversos
espaços sociais em que as pessoas se inserem, seja no domicílio, nas instituições de ensino, locais de
lazer ou ambientes de trabalho. Em casas de detenção, órgãos destinados a hospedar pessoas privadas de liberdade, a alimentação é a expressão importante na vida cotidiana de detentos e agentes
penitenciários, isto confere à área da nutrição características muito particulares com a responsabilidade
de influenciar o cotidiano nos presídios. Os profissionais responsáveis por assuntos relacionados à
alimentação e nutrição devem considerar valores, concepções, percepção e representações da alimentação, bem como os hábitos alimentares dos agentes e a sua cultura alimentar (MARTINS, 2007).
No Piauí existem 15 Casas de Detenção e se desconhece a existência de pesquisas sobre a
alimentação servida de forma rotineira, quer seja para detentos ou para colaboradores, o que impõe a busca por respostas sobre a oferta e a aceitabilidade das preparações. As informações divulgadas a esse
respeito se restringem às notícias veiculadas pela mídia e se concentram nas refeições servidas aos
detentos, geralmente relacionadas a problemas internos. Diante do exposto, o objetivo desta pesquisa foi analisar a qualidade e a aceitabilidade da
alimentação fornecida a agentes penitenciários de uma casa de detenção, sob a óptica do direito humano
à alimentação adequada.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo descritivo transversal sobre a qualidade e aceitabilidade de refeições
servidas em uma instituição prisional do Estado do Piauí, realizado em setembro de 2018. A coleta de dados ocorreu em duas etapas: I) Avaliação da qualidade das refeições e II)
Avaliação da aceitabilidade das refeições. Para a avaliação da qualidade foram analisadas as preparações
servidas como almoço durante cinco dias consecutivos em um mês selecionado pela possibilidade de coleta. Foram estimados os per capita dividindo-se a quantidade de alimento utilizado para o preparo
das refeições, obtido a partir do registro da saída do estoque, pelo número total de refeições servidas no
dia que são preparadas para 35 agentes. A quantidade de refeição preparada excede a quantidade de 35 refeições servidas, sendo assim, oferecido uma quantidade exagerada de calorias, pois há desperdício
das preparações. Não foi possível pesar os pratos dos agentes por resistência dos mesmos. Para o cálculo
do valor nutricional das refeições foi utilizada a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO,
2011). Para análise da distribuição da oferta de energia e de macro e micronutrientes dos
cardápios, utilizou-se como parâmetro os referenciais do Programa de Alimentação do
Trabalhador (PAT) (BRASIL, 2006a), tendo em vista, que apesar da instituição não ser filiada ao Programa, esta pesquisa avaliou a alimentação de colaboradores que não dispõem de
normatização para a oferta das refeições.
O PAT estabelece os seguintes valores de referencia: valor energético total (VET) – 2.000Kcal; carboidrato – 55% a 75%; proteína – 10% a 15%; gordura total – 15% a 30%; gordura
saturada <10%; fibra >25g; sódio <2.400mg. Em termos de distribuição de energia por dia, o PAT
recomenda ainda que refeiçoes como almoço, jantar e ceia deverão conter de 600Kcal a 800Kcal
(podendo serem acrescidas de até 20%) e deverão situar-se entre 30-40% do VET diario (BRASIL, 2006). Guimarães e Galisa (2008) preconizam que para uma dieta de 2.000 kcal/dia, o almoço deve ter
um total de 700 Kcal/dia.
Para a avaliação da qualidade das refeições foi utilizado o Índice de Qualidade de Refeições (IQR) elaborado por Bandomi e Jaime (2004). Os índices para avaliação global da alimentação
consideram a ingestão de alimentos e nutrientes simultaneamente, permitindo uma avaliação indireta de
componentes da dieta sem reduzir a avaliação a um único item. Assim, procurou-se comparar a ingestão
de determinados nutrientes, alimentos e grupos a um determinado padrão, estabelecendo uma pontuação que permitisse classificar a alimentação (KENNEDY e col., 1995; CERVATA; VIEIRA, 2003).
O IQR propõe a utilização de cinco variáveis, as quais recebem pontuação de 0 a 20,
considerando simultaneamente a oferta de alimentos e nutrientes. A distribuição entre os valores 0 e 20 é feita de forma proporcional, assim, conforme o componente está mais próximo do adequado, maior
será a sua pontuação. Os componentes do índice são os seguintes:
1. Adequação na oferta de verduras, legumes e frutas: foram verificadas a adequação das quantidades em gramas por refeição, sendo que uma oferta de 160g ou mais recebeu pontuação 20 e a
oferta igual ou inferior a 80g recebeu pontuação igual a 0;
2. Oferta de carboidratos: oferta percentual em relação à energia, considerando uma oferta ideal
entre 55% e 75% do total de calorias que equivalia à pontuação 20. A oferta inferior a 40% recebeu pontuação igual a 0.
3. Oferta de gordura total: oferta percentual em relação à energia considerando uma oferta ideal
entre 15% e 30% do total de calorias que recebeu pontuação 20, e a oferta inferior a 15% ou superior a 40% recebeu pontuação igual a 0.
4. Oferta de gordura saturada: oferta percentual em relação à energia considerando o total de
energia proveniente dos ácidos graxos saturados menor que 10%, que recebeu pontuação 20 e a oferta superior a 13%, pontuação igual a 0;
5.Variabilidade da refeição: foi considerado o número de alimentos (pontuação de 0 a 7) e o
número de grupos de alimentos (pontuação de 0 a 3), e foi feita a soma dos pontos obtidos nestes dois
indicadores. Assim, a refeição que oferecia no mínimo 11 diferentes alimentos e 5 diferentes grupos de alimentos recebeu 20, enquanto que a refeição que ofereceu menos de dois grupos e 4 alimentos recebeu
0.
Foi realizado o cálculo da média do IQR dos almoços para a definição do IQR das refeições oferecidas nas casas de detenções. O IQR foi classificado de acordo com a proposta de Bowman et al.
(1998 apud BANDOMI; JAIME, 2004), que considera como ‘adequada’ a refeição que obtiver
pontuação maior que 80; refeição que ‘precisa de melhoras’, a que alcançar pontuação entre 51 e 80, e refeição ‘inadequada’, aquela com pontuação menor ou igual a 50.
Para traçar o perfil dos participantes foi aplicado um questionário semiestruturado elaborado
para este fim, com questões sobre idade, sexo, escolaridade, tempo de serviço e doenças auto referidas
com diagnóstico. Este instrumento foi numerado de forma a não possibilitar a identificação do participante e sua aplicação foi realizada após o término da refeição.
Para avaliação da aceitabilidade do cardápio oferecido foi aplicado o teste da Escala Hedônica
Verbal (BRASIL, 2017), distribuída no refeitório, no momento em que o almoço foi servido, com a devida explicação sobre o preenchimento. Foi solicitado que os agentes colocassem a ficha preenchida
dentro de uma urna que ficou disponível próximo à saída do local da pesquisa.
A Escala apresentava as seguintes opçoes e respectivas pontuaçoes: “adorei” (5,0 pt), “gostei” (4,0 pt) “indiferente” (3,0 pt), “não gostei” (2,0 pt) e “detestei” (1,0 pt). Considerou-se aceitos os
cardápios que apresentasse porcentagem maior ou igual a 85% das opções adorei e gostei. Os resultados
inferiores a 85% classificavam o cardápio como insatisfatório.
Foi utilizado o Programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 11.0) para elaboração do banco de dados e sua análise, considerando um nível de significância de 5%.
A pesquisa foi autorizada pela instituição prisional e aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Centro Universitário Uninovafapi (Parecer N. 2.861.788, de Agosto de 2018).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
I. Qualidade das refeições
Os resultados apresentam um panorama dos cardápios servidos em uma semana na Casa de
Detenção avaliada quanto aos aspectos qualitativos e quantitativos, bem como, a sua aceitabilidade pelos
agentes penitenciários de plantão no período da pesquisa. Durante os dias de coleta, os cardápios foram
compostos por pratos principais, guarnição e, em dias alternados, saladas (Quadro 1).
Quadro 01. Preparações servidas a agentes penitenciários em Casa de Detenção. Teresina- PI, 2019.
Dia/Cardápio Salada Prato principal Guarnição
Segunda-feira
(Cardápio A)
-----
Assado de panela com extrato de tomate;
frango assado; arroz branco, arroz colorido
e feijão com osso.
Macarrão simples, farofa e
torta de sardinha com
macarrão.
Terça-feira
(Cardápio B)
Salada cozida,
salada crua.
Picadinho com legumes; frango assado e
arroz branco.
Macarrão simples e purê de
batata.
Quarta-feira
(Cardápio C)
-----
Frango assado; carne cozida com legumes;
peixe empanado com farinha, arroz branco,
baião de dois e feijão carioca com abóbora.
Macarrão com molho de
tomate.
Quinta-feira
(Cardápio D)
Salada cozida. Maria Isabel de carne; frango assado;
fígado acebolado e feijão carioca.
Macarrão simples.
Sexta-feira
(Cardápio E)
Salada crua
Batata inglesa refolgada.
Picadinho com cenoura e batata; frango
assado; arroz branco e feijão com legumes.
Macarrão com extrato de
tomate.
Fonte: Pesquisa Direta.
A pesquisa permitiu verificar que, apesar da casa de detenção dispor do serviço de nutricionista,
o planejamento de cardápios é diário, uma responsabilidade atribuída ao almoxarife, e é realizado considerando os seguintes aspectos: disponibilidade de gêneros, preferência dos comensais e
disponibilidade das cozinheiras. Não foram identificados cálculos per capta ou ficha técnica das
preparações. Os achados revelam uma disponibilidade e variedade de carnes, legumes, verduras e cereais,
porém não identificou-se nos cardápios oferecidos a aplicação da lei da alimentação: adequação - a
alimentação deve ser condizente com as necessidades do organismo de cada indivíduo; harmonia – deve
dispor de proporcionalidade entre os nutrientes, resultando no equilíbrio; quantidade - deve suprir as necessidades da pessoa; qualidade - deve incluir todos os nutrientes para formação e manutenção do
organismo.
Entre os cinco cardápios avaliados, verificou-se abundância na oferta de preparações com carnes, que chegaram a compor até três tipos em um mesmo cardápio (quarta e quinta-feira); a
preparação ‘salada’ esteve ausente em dois dias da semana, o que coincidiu com as preparações sem
legumes ou verduras ou apenas com um tipo (segunda e quarta-feira); no que concerne ao prato principal,
a quantidade de preparações variou de três a seis por cardápio; a guarnição varou de uma a três preparações por oferta de almoço e o dia que apresentou o maior número de guarnições foi aquele em
que houve uma das maiores quantidades de preparações principais (segunda-feira) (Quadro 1).
Existem evidências científicas que associam o consumo de carnes vermelhas e processadas ao risco convincente de câncer de cólon e reto (BRASIL, 2012). A nutrição é um fator essencial na
manutenção da saúde. A oferta de refeições balanceadas constitui um dos recursos utilizados pela
medicina preventiva, alicerçados a outros para determinar uma vida saudável e duradoura. (DARTORA, et al, 2006, p. 201)
A Organização Mundial da Saúde (2003) preconiza uma ingestão diária de 400g de vegetais
para a população. Em medidas caseiras, o Guia Alimentar para a População Brasileira preconiza o
consumo diário de, pelo menos, três porções de legumes e verduras como parte das refeições (BRASIL, 2014). O baixo consumo de hortaliças pode contribuir para carência de vitaminas e minerais, tornando
o organismo mais suscetível a doenças. O consumo de hortaliças deve ser diário, visto que o organismo
não consegue armazenar eficientemente micronutrientes, o que impõe um aporte contínuo dessas substâncias” (EMBRAPA, 2012).
O DHAA tem seu efeito quando todas as pessoas, não importando a classe, cor, gênero, etnia
ou religião, têm seu acesso garantido à alimentação adequada (CONSEA, 2010). Considerando este pressuposto, verificou-se o risco de violação desse direito junto aos agentes penitenciários, uma vez que
identificou-se desequilíbrio na oferta de alimentos, com excesso de produtos cárneos e escassez de
vegetais crus na forma de saladas.
Para estimar a qualidade da alimentação servida foram analisadas 59 refeições durante a semana de estudo. O cardápio A apresentou o maior valor energético (5,307.44 Kcal) e a menor
quantidade de fibras (30,55g); o D, ofereceu a maior quantidade de proteínas (465,32g; 40,55%), de
lipídios (246,28g; 48,30%) ; quanto ao carboidrato, o cardápio C serviu a maior quantidade (408,35g; 34,15%); a gordura saturada em mais presente no cardápio E (63,82g; 12,09%); em relação ao sódio, o
maior valor correspondeu ao cardápio C (10,186.37mg) (Tabela 01).
Tabela 01. Proporção de nutrientes e fibras em cardápios oferecidos para agentes penitenciários
de uma Casa de Detenção. Teresina-PI, 2019.
Fonte: Pesquisa Direta.
O presente estudo identificou uma elevada oferta energética em todos os dias da semana, o
que pode contribuir para o aparecimento ou complicações de doenças endócrino-metabólicas. No que
diz respeito aos lipídios, devido à falta de evidências para determinar o nível de ingestão de gordura total (GT) em que ocorre o risco de inadequação ou prevenção de doenças crônicas, não foram
estabelecidos valores para Recommended Dietary Allowance (RDA) e Adequate Intake (AI) (IOM,
2005). Entretanto, foi estimada uma faixa de distribuição aceitável para gordura total que varia entre
15% e 30% do valor energético total (VET) (PHILIPPI, 2008), a mesma adotada pelo PAT (BRASIL, 2006).
Considerando estes parâmetros, pode-se constatar que todos os cardápios oferecidos aos
agentes, mesmo o com a menor quantidade de energia (D), disponibilizam, em apenas uma refeição, duas vezes mais calorias do que o recomendado para um dia de consumo para trabalhadores adultos
(4.588.99 kcal) e, por conseguinte, excedem em muito o percentual máximo previsto para a refeição
almoço, considerando um consumo de seis refeições/dia. A ingestão de alimentos com alta densidade energética tem sido associada com o crescimento
da obesidade e de síndrome metabólica, sendo o aumento das porções e a alta palatabilidade dos
alimentos consumidos fora do lar, um fator contribuinte para o consumo elevado de calorias
(MENDOZA; WATSON; CULLEN, 2010).
ENERGIA
TOTAL
PROTEÍNA LIPÍDIO CARBOIDRATO FIBRA GORDURA
SATURADA
SÓDIO
A 5.307.44 kcal
1,666.81 kcal
416,70g
31,40%
2,199.25 kcal
244,36g
41,43%
1,441.36 kcal
360,34g
27,15%
136,2 kcal
34,05g
2,56%
576,62 kcal
64,07g
10,86%
10,565.74mg
B 5.128.55 kcal 1,689.31 kcal
422,32g
32,93%
2,188.74 kcal
243,19g
42,67%
1,250.49 kcal
312,62g
24,38%
159.1kcal
39,78g
3,10%
601.03kcal
66,78g
11,72%
11,354.82mg
C 4.782.48 kcal 1038,76 kcal
259,69g
22%
2110,31 kcal
234,47g
44,12%
1633,40 kcal
408,35g
34,15%
189,8kcal
47,47g
3,96%
487,49 kcal
54,16g
10,19%
10,186.37mg
D 4.588.99 kcal 1,861.28 kcal
465,32g
40,55%
2,216.55 kcal
246,28g
48,30%
1,061.84 kcal
265,46g
23,13%
122,2kcal
30,55 g
2,66%
491,49 kcal
54,61g
10,71%
10,425.88mg
E 4.751.07 kcal 1,669.88 kcal
417,47g 35,14%
2,103.36 kcal
233,70g 44,27%
977,83 kcal
244,45 20,58%
152,3kcal
38,09g 3,20%
574,41 kcal
63,82g 12,09%
10,242.18mg
No que se refere aos macronutrientes, a proteína, que variou de 22,00% a 40,55%, e o lipídio,
que variou de 41,43% a 48,30%, mesmo nos cardápios com os menores percentuais (C e A, respectivamente), encontravam-se bem além dos valores máximos diários recomendados (BRASIL,
2006). Uma dieta rica em proteína pode originar patologias renais e até mesmo aumentar o risco de
osteoporose (OLIVEIRA; ALVES, 2008). As gorduras são componentes importantes da alimentação humana, pois são fontes de energia
e participam de diversas reações no organismo (BRASIL, 2008) e a sua ingestão adequada desempenha
papel fundamental para a qualidade de vida. Os lipídios passam a representar risco a partir do momento
em que são ingeridos em excesso. Quando o consumo excede o limite máximo de 30% do VET ocorre aumento do risco cardiovascular, pela elevação dos níveis de LDL-c plasmático, triglicérides e da
própria glicemia, principais responsáveis pela formação da placa de ateroma (SBC, 2013).
A quantidade de carboidratos esteve abaixo da mínima recomendada por dia em todos os cardápios avaliados; a oferta variou de 20,58% (E) a 34,15% (C). Os carboidratos ou glicídios
popularmente chamamos de açúcares são nutrientes energéticos formados por átomos de carbono,
hidrogênio e oxigênio. É a principal fonte de energia do organismo. Geralmente, os carboidratos constituem 65% de nossa dieta, grande ingestão de carboidratos na alimentação provoca aumento do
tecido adiposo e consequente aumento de peso, de colesterol sanguíneo e de glicose (C6H12O6) no
sangue, podendo, em situação extrema levar à diabetes. E a falta de carboidratos na alimentação resulta
em emagrecimento, cansaço, desânimo, fraqueza, depressão e irritabilidade, podendo chegar até à desnutrição (ALVES, 2013).
O aporte de fibra alimentar variou de 30,55g (D) a 47,47g (C). Considerando tanto a orientação
do PAT para uma dieta de 2000Kcal/dia, quanto a das Dietary Reference Intakes- DRI (2005), que recomenda em torno de 14 g de fibra para cada 1.000 kcal, a oferta dos cardápios alcançou o
recomendado em todos os dias da semana. Esse resultado mostra-se positivo, tendo em vista que esse
alimento possui efeitos benéfico associados ao controle do diabetes mellitus, prevenção e tratamento da
doença do cólon e até mesmo redução do risco de câncer (GERALDO; BANDONI; JAIME, 2008). Em relação às gorduras saturadas, a oferta encontrou-se entre 10,19% (C) a 12,09% do VET
(E), o que demonstra que os cardápios disponibilizaram valores superiores ao máximo recomendado.
Segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a dieta deve ser isenta de ácidos graxos trans, o consumo de ácidos graxos saturados deve ser <10% do VET para indivíduos saudáveis e < 7%
do valor calórico total para aqueles que apresentarem risco cardiovascular aumentado (SBC, 2017).
Apesar de os ácidos graxos saturados apresentarem importantes funções biológicas, seu elevado consumo está associado a comprovados efeitos deletérios, tanto sob o ponto de vista metabólico quanto
o cardiovascular em razão de elevar o colesterol plasmático por sua ação pró-inflamatória (ASTRUP et
al., 2011). A disponibilidade de sódio variou de 10.186 mg (C) a 11.354mg (B), valores que representam
cerca de 50% do valor recomendado como máximo para o consumo dia. Entretanto, a disponibilidade se refere a apenas uma refeição, o que pode sugerir a uma ingestão diária superior à satisfatória. A
Organização Mundial de Saúde recomenda uma ingestão de 2000mg de sódio ao dia (OMS, 2013).
Segundo Brown et. al (2009), estamos ingerindo de 9 a 12 g por pessoa/ dia de sódio e segundo Salas (2009), o Brasil está classificado entre os maiores consumidores mundiais de sal, com uma média de
consumo de 15,09 gramas diária.
Algumas doenças podem ser desencadeadas pelo consumo excessivo de sódio e podem trazer risco à saúde. Entre elas estão a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), a Insuficiência Renal e a
Insuficiência Cardíaca. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial
caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a
alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não
fatais (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010).Segundo a sociedade a Sociedade Brasileira de
Nefrologia (2016), a insuficiência renal aguda é a perda súbita da capacidade de seus rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue. Quando isso acontece, os resíduos podem chegar a níveis perigosos
e afetar a composição química do seu sangue, que pode ficar fora de equilíbrio.
Em termos gerais, a oferta alimentar na Casa de Detenção parece se apresentar como um fator
de risco importante para a qualidade de vida dos colaboradores, incluindo a produtividade no ambiente de trabalho, pois lhe proporciona um aporte energético e hipersódico muito além do recomendado para
um adulto normal. Em pensar que o consumo de álcool e fumo e a inatividade física podem ser práticas
adotadas entre os agentes, estes estarão ainda mais propensos ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.
Quadro 02. Índice da Qualidade da Refeição de cardápios oferecidos a colaboradores de uma Casa de Detenção do Piauí. Teresina – PI, 2019.
Componentes
Cardápio FVL* HC** LIP*** GORD. SAT****. VARIABILIDADE***** TOTAL
A 20 0 0 0 20 40
B 20 0 0 0 20 40
C 20 0 0 0 20 40
D 20 0 0 0 20 40
E 20 0 0 0 20 40
MEDIANA 20 0 0 0 20 40
Fonte: Pesquisa Direta.
Valores de referencia: *≥160g; ** < 40%; *** > 40%; **** >10%; ***** ≥11 alimentos ≥ 5 grupos de
alimentos.
O quadro 2 demonstra resultados negativos (0) para as variaveis “carboidratos”, “lipídios” e
“gorduras saturadas”; os itens “frutas, verduras e legumes” e “variabilidade” obtiveram bom
desempenho, alcançando a pontuação máxima (20); sódio, fibra e proteínas, não tiveram relação na determinação do índice. Estes resultados reforçam a importância de aumentar a oferta de vegetais crus
nas refeições diárias, de forma a aumentar a variedade do cardápio e o de fibras e contribuir com a
redução da densidade energética das refeições. Os resultados dos macronutrientes coincidem com os encontrados por Bandoni e Jaime (2008), em estudo feitos em empresas que trabalham com alimentação
coletiva, no qual identificaram excesso de gorduras totais e baixa quantidade de carboidratos nas
refeições oferecidas para os agentes penitenciários. Considerando a classificação do IQR, as refeições
encontram-se inadequadas em termos de macro e micronutrientes e em termos de variabilidade. O Guia Alimentar da População Brasileira recomenda que, de forma cotidiana, os alimentos
in natura ou minimamente processados, em grande variedade e principalmente de origem vegetal, sejam
a base da alimentação; oleos, gorduras, sal e açucar devem ser usados em pequenas quantidades para temperar e cozinhar alimentos e criar preparaçoes culinarias; alimentos processados, que têm adição de
sal, açucar, oleo ou vinagre, devem ser consumidos com moderação; e produtos ultraprocessados,
geralmente ricos em açúcar, sódio e gordura, devem ser evitados. Este Guia deve ser incorporado pela
população em geral, mas especialmente, por profissionais relacionados à alimentação (BRASIL, 2014). Esses achados evidenciam a importância da presença efetiva do nutricionista no ambiente de
produção e distribuição de refeições, de forma a utilizar-se de conhecimentos técnicos e éticos para o
planejamento do cardápio diário/semanal, de forma a proporcionar o acesso diário à alimentação adequada e saudável aos comensais da instituição prisional no período em que permanecem de serviço
e, assim, contribuir para satisfazer as necessidades nutricionais, proporcionar prazer no consumo e ainda
prevenir ou controlar doenças. Alimentação saudável vai além da quantidade de alimento ofertado; é necessário que a oferta seja adequada ainda em qualidade e harmonia, de acordo com a cultura alimentar,
social, financeiramente e ambientalmente sustentáveis.
A qualificação da força de trabalho em ambientes relacionados à alimentação e nutrição é uma
diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição que visa aprimorar os saberes práticos dos colaboradores, aproximando-os o máximo possível de técnicas promotoras de saúde, o que contribui
para a segurança alimentar e nutricional do público relacionado (BRASIL, 2012 – PNAN). O grupo de
manipuladores de alimentos em qualquer Unidade de Alimentação e Nutrição requer ações educativas na produção de alimentos de forma permanente para a sedimentação e incorporação dos princípios da
alimentação adequada e saudável como rotina diária.
O IQR mostrou-se um instrumento simples, de fácil aplicação e boa fidedignidade, que pode
ser usado sistematicamente para avaliar a qualidade de refeições. A partir do qual pode-se reorientar práticas de aquisição, preparação, distribuição e consumo de alimentos em ambientes de alimentação
coletiva.
II. Aceitabilidade das refeições
A referida Casa de Detenção consta de 60 agentes penitenciários efetivos que se revezam em
plantões de 24h. Compuseram a pesquisa 35 colaboradores que prestavam serviço no período da coleta
e aceitaram participar voluntariamente. Dez (10) eram do sexo feminino e vinte e cinco (25) do sexo masculino; a idade variou entre 30 e 69 anos; a maioria (48,58%) concentrou-se entre 05 a 10 anos de
trabalho na Casa; 77,15% referiram doenças adquiridas durante o tempo de serviço, prioritariamente
diabetes e/ou hipertensão (71,44%) (Tabela 02).
Tabela 02. Características sociodemográficas dos agentes penitenciários avaliados. Teresina-PI,
2019.
Variável N° %
Sexo
Feminino
Masculino
10
25
28,58
71,42
Idade
30 -----39
40 -----49
50 -----59
60 -----69
6
5
15
9
17,14
14,28
42,86
25,72
Tempo de serviço (anos)
5------15
16-----25
26-----35
17
7
11
48,58
20,0
31,42
Patologias adquiridas
Não
Diabetes
Hipertensão
Diabetes/Hipertensão
Gastrite/Esofagite
8
6
7
12
2
22,85
17,15
20,0
34,29
5,71
Fonte: Pesquisa Direta.
As doenças auto referidas pelos colaboradores classificam-se como doenças crônicas
relacionadas à alimentação e nutrição, bem comuns na população adulta, com perfil cada vez mais
prevalente no país com o aumento da idade (BRASIL, 2017). A OMS prevê que, em 2020, as DCNT
atinjam os 57%. O estilo de vida sedentário e os maus hábitos alimentares estão associados ao
aparecimento destas doenças (CLARO et al, 2013). O controle e tratamento das DCV e seus fatores de
risco envolvem, alem da prescrição medicamentosa, mudanças no estilo de vida, como a pratica de
atividade física e a adoção de uma alimentação adequada e saudavel (SBC, 2013; BRASIL, 2014)
A Hipertensão Arterial (HA) frequentemente se associa a disturbios metabolicos, alteraçoes
funcionais e/ou estruturais de orgãos-alvo. A presença de outros fatores de risco como a obesidade
abdominal, intolerância a glicose e diabetes melitus estão entre os agravantes. O consumo excessivo de
sodio é um dos principais fatores de risco para HA e ainda se associa a eventos cardiovasculares e renais
(SBC, 2016). A disponibilidade excessiva de sódio encontrada nesta pesquisa coincide com os dados da
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que revelam uma disponibilidade domiciliar de 4,7g/pessoa/
/dia (ajustado para consumo de 2.000 Kcal), excedendo em mais de duas vezes o maximo recomendado
(2g/dia) (BRASIL, 2010). Esses achados sugerem que consumo excessivo de sódio está generalizado na população. Entretanto, apenas 15,5% das pessoas entrevistadas pela Pesquisa Vigitel em 2014
reconhecem conteudo alto ou muito alto de sal nos alimentos (BRASIL, 2015).
O DM2 e uma das doenças cronicas que podem ser evitadas por meio de mudanças no estilo de vida e intervenção não farmacologica e a perda de peso e a apontada como a principal forma de
reduzir o risco de adoencimento (COPPELL et al., 2010; SBD, 2017). Apesar de a suscetibilidade
genetica parecer desempenhar um papel importante na ocorrencia de DM2, o estilo de vida parece
exercer papel preponderante no surgimento da doença, e existem evidencias de que alguns alimentos, como os cereais integrais, impactam positivamente na prevenção da doença. Por outro lado, o alto
consumo de carnes vermelhas e bebidas açucaradas tem sido relacionado ao aumento no risco de
desenvolvimento de DM2 (ADA, 2017). Diante desse quadro epidemiológico auto referido pelos colaboradores das Casas, a alimentação no ambiente de trabalho adquire um papel ainda mais importante
como promotor de saúde, devendo incorporar os princípios da alimentação adequada e saudável
(BRASIL, 2006), adotar as leis da alimentação – quantidade, qualidade, harmonia e adequação (SASAKI,2016) e corresponder às necessidades dos comensais.
Com relação à aceitabilidade das preparações pelos agentes, nenhum cardápio recebeu a
classificação maxima (“adorei”) e apenas o cardapio D recebeu a mínima (“detestei”; 7,1%); a maior
frequência de aceitabilidade referiu-se a “não gostei” (B, D e E), principalmente, o cardapio E (66,7%); a segunda maior classificação foi “indiferente”, com o maior valor para o cardapio A; o cardápio C
obteve esteve praticamente polarizado entre “não gostei” e “indiferente” (Tabela 03).
Tabela 03. Aceitabilidade dos cardápios oferecido na casa de detenção. Teresina – Piauí, 2019.
Cardápio Gostei
N° %
Não gostei
N° %
Indiferente
N° %
Detestei
N° %
A 3 23,1 3 23,1 7 53,8 -
B 2 15,4 8 61,5 3 23,1 -
C 1 7,1 6 42,9 6 42,9 -
D 2 14,2 7 50,0 4 28,6 1 7,1
E
1 8,3 8 66,7 3 25,0 -
Total 9 32 23 1
Fonte: Pesquisa Direta.
Os resultados da aceitabilidade indicam que as preparações oferecidas, apesar da variedade de pratos, não são da preferência dos agentes. Mesmo o cardápio melhor avaliado alcançou valor cerca de
quatro vezes menor do que o mínimo adotado para a alimentação escolar (85,0%) para ser considero
com de aceitabilidade (BRASIL, 2009).
A busca pela satisfação da alimentação oferecida aos trabalhadores não deve considerar apenas a preferência, mas também o perfil médio de nutrição e o estado de saúde dos comensais, assim
possibilitará tanto o prazer quanto a promoção de saúde no ambiente de trabalho. Nesse sentido, fica
evidente a importância da presença sistemática e permanente do nutricionista como responsável técnico da unidade de alimentação e nutrição, de forma a planejar o cardápio coerente com o seu público e o
local de trabalho, acompanhar as fases de seleção dos gêneros, pré-preparo, preparo e distribuição das
preparações, além de desenvolver educação alimentar e nutricional à coletividade assistida, conforme previsto legalmente (CFN, 2018).
A alimentação envolve questões sociais, economicas, culturais e ambientais, alem do biologico
que refere-se a nutrição dos indivíduos, os quais precisam ser considerados na incentivo a um estilo de
vida saudavel. Aspectos como disponibilidade e acesso aos alimentos saudaveis, cultura alimentar brasileira, preços de alimentos, por exemplo, impactam nas escolhas alimentares individuais devem ser
reconhecidos pelo profissional no momento da abordagem (BRASIL, 2018).
CONCLUSÃO
A pesquisa permitiu identificar uma inadequação generalizada na oferta de energia e de macro
e micronutrientes nos cardápios disponibilizados para o consumo dos agentes penitenciários, seja de
forma excedente, como no que se refere às proteínas, lipídios, gorduras saturadas e sódio, ou em déficit, como no caso dos carboidratos. Esses dados indicam que o excesso de caloria identificado nos cardápios
deve ser relacionado às proteínas e lipídios, que apresentaram valores excessivos em todos os dias de
oferta. O único elemento avaliado do cardápio que se encontrava de acordo com as recomendações eram
as fibras, que superaram o mínimo orientado para o dia, apresentando-se assim como o único fator promotor de saúde entre as preparações.
Ao avaliar que as preparações avaliadas referiam-se a apenas uma refeição, os resultados
mostram-se ainda mais preocupantes, tendo em vista que a permanência mínima dos agentes na Casa é de 24 horas, portanto, com possibilidade de acesso a ofertas igualmente inadequadas para o público
estudado em outras refeições do dia, o que pode ser um importante determinante para o aparecimento
ou comprometimento de doenças relacionadas à alimentação e nutrição, como excesso de peso, hipertensão arterial, diabetes mellitus, cânceres entre outras.
Os achados indicam que o acesso à alimentação adequada, que é um direito de todas as pessoas
a ser garantido de modo permanente, não está sendo realizado no ambiente de trabalho dos agentes, o
que lhes submete a riscos potenciais de desenvolvimento ou complicações de doenças a partir da alimentação consumida no dia a dia.
A baixa aceitabilidade das preparações por parte dos agentes coincide com a baixa qualidade
identificada pelo IQR e ambos reafirmam a importância de revisão de práticas como o planejamento e a distribuição das preparações, de forma que elas venham a corresponder adequadamente ao público ao
qual se destina, considerando que, além da função de nutrir, a alimentação tem um caráter social de
prazer e de ser um fator protetor de doenças em geral, em especial, das crônicas não transmissíveis, com
prevalência em ascensão na população adulta.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Atualização brasileira sobre diabetes. Rio de
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Insuficiência renal. 2016. Disponível em:
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SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia. 7ª. Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial.
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SBC. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde
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SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes
2017-2018. São Paulo: Editora Clannad, 2017. Organização: Jose Egídio Paulo de Oliveira,
Renan Magalhães Montenegro Junior, Sergio Vencio. ISBN: 978-85-93746-02-4.
SILVEIRA P.M. et al. Overweight in Brazilian industry workers: Prevalence and association
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP. Tabela brasileira de
composição de alimentos - TACO. 4. ed. rev. e ampl. Campinas: UNICAMP/NEPA, 2011.
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VALLE. Leonardo. Efeitos do excesso de sódio no corpo. Disponível em:
http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/efeitos-do-excesso-de-sodio-nocorpo/127/# .
Acesso em 31 de maio de 2019.
[WHO] World Heath Organization. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases.
Reporto f a joint WHO/FAO Expert Consultation. Geneva, 2003. (WHO – Tecnical Report
Series, n°916).
[WHO] World Health Organization. Food and Agricultural Organization of the United Nations. Expert report on diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Geneva, 2003. 160p.
ANEXOS
*Bruna Pereira de Sousa
Recebido para publicação em XX/XX/XXX; aprovado em XX/XX/XXXX
1 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected].
2 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI,
3 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI,
4 Nutricionista pela Universidade Federal do Piauí (1994), Especialista em Gestão em Saúde pela Universidade
Estadual do Piauí (2001) e Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí (Janeiro/2005). Doutoranda
em Saúde, Ambiente e Sociedade pela Fiocruz/Rio/Piauí. Professora e orientadora de pesquisa em Nutrição. Líder do
Grupo de Pesquisa Alimentos e Nutrição. Membro do Conselho Universitário do Curso de Nutrição. Membro do
Núcleo de Desenvolvimento de Ensino (NDE) do Curso de Nutrição do Centro Universitário Uninovafapi. Membro do
Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Uninovafapi. Membro das Redes Nacional e Estadual (Piauí) de
Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricionals Possui experiência na área de Saúde Pública e Segurança
Alimentar e Nutricional, Teresina – PI, [email protected]
5 Atualmente é nutricionista - Home Comfort Serviços médicos ltda, professora do Centro Universitário
UNINOVAFAPI e da Faculdade Estácio de Teresina. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Dietética,
atuando principalmente nos seguintes temas: nutrição, alimento, educação alimentar e terapia nutricional, Universidade
federal do Piauí – UFPI, Teresina – PI, [email protected]
Volume 1 Número 1
Páginas xxx-xxx
*Bruna Pereira de Sousa
Recebido para publicação em XX/XX/XXX; aprovado em XX/XX/XXXX
1 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected].
2 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI,
3 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI,
4 Nutricionista pela Universidade Federal do Piauí (1994), Especialista em Gestão em Saúde pela Universidade
Estadual do Piauí (2001) e Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí (Janeiro/2005). Doutoranda
em Saúde, Ambiente e Sociedade pela Fiocruz/Rio/Piauí. Professora e orientadora de pesquisa em Nutrição. Líder do
Grupo de Pesquisa Alimentos e Nutrição. Membro do Conselho Universitário do Curso de Nutrição. Membro do
Núcleo de Desenvolvimento de Ensino (NDE) do Curso de Nutrição do Centro Universitário Uninovafapi. Membro do
Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Uninovafapi. Membro das Redes Nacional e Estadual (Piauí) de
Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricionals Possui experiência na área de Saúde Pública e Segurança
Alimentar e Nutricional, Teresina – PI, [email protected]
5 Atualmente é nutricionista - Home Comfort Serviços médicos ltda, professora do Centro Universitário
UNINOVAFAPI e da Faculdade Estácio de Teresina. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Dietética,
atuando principalmente nos seguintes temas: nutrição, alimento, educação alimentar e terapia nutricional, Universidade
federal do Piauí – UFPI, Teresina – PI, [email protected]
Volume 1 Número 1
Páginas xxx-xxx
*Bruna Pereira de Sousa
Recebido para publicação em XX/XX/XXX; aprovado em XX/XX/XXXX
1 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected].
2 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI,
3 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI,
4 Nutricionista pela Universidade Federal do Piauí (1994), Especialista em Gestão em Saúde pela Universidade
Estadual do Piauí (2001) e Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí (Janeiro/2005). Doutoranda
em Saúde, Ambiente e Sociedade pela Fiocruz/Rio/Piauí. Professora e orientadora de pesquisa em Nutrição. Líder do
Grupo de Pesquisa Alimentos e Nutrição. Membro do Conselho Universitário do Curso de Nutrição. Membro do
Núcleo de Desenvolvimento de Ensino (NDE) do Curso de Nutrição do Centro Universitário Uninovafapi. Membro do
Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Uninovafapi. Membro das Redes Nacional e Estadual (Piauí) de
Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricionals Possui experiência na área de Saúde Pública e Segurança
Alimentar e Nutricional, Teresina – PI, [email protected]
5 Atualmente é nutricionista - Home Comfort Serviços médicos ltda, professora do Centro Universitário
UNINOVAFAPI e da Faculdade Estácio de Teresina. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Dietética,
atuando principalmente nos seguintes temas: nutrição, alimento, educação alimentar e terapia nutricional, Universidade
federal do Piauí – UFPI, Teresina – PI, [email protected]
Volume 1 Número 1
Páginas xxx-xxx
*Bruna Pereira de Sousa
Recebido para publicação em XX/XX/XXX; aprovado em XX/XX/XXXX
1 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI, [email protected].
2 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI,
3 Graduanda em Nutrição, Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina - PI,
4 Nutricionista pela Universidade Federal do Piauí (1994), Especialista em Gestão em Saúde pela Universidade
Estadual do Piauí (2001) e Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí (Janeiro/2005). Doutoranda
em Saúde, Ambiente e Sociedade pela Fiocruz/Rio/Piauí. Professora e orientadora de pesquisa em Nutrição. Líder do
Grupo de Pesquisa Alimentos e Nutrição. Membro do Conselho Universitário do Curso de Nutrição. Membro do
Núcleo de Desenvolvimento de Ensino (NDE) do Curso de Nutrição do Centro Universitário Uninovafapi. Membro do
Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Uninovafapi. Membro das Redes Nacional e Estadual (Piauí) de
Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricionals Possui experiência na área de Saúde Pública e Segurança
Alimentar e Nutricional, Teresina – PI, [email protected]
5 Atualmente é nutricionista - Home Comfort Serviços médicos ltda, professora do Centro Universitário
UNINOVAFAPI e da Faculdade Estácio de Teresina. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em Dietética,
atuando principalmente nos seguintes temas: nutrição, alimento, educação alimentar e terapia nutricional, Universidade
federal do Piauí – UFPI, Teresina – PI, [email protected]
Volume 1 Número 1
Páginas xxx-xxx
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Prezado participante,
Você está sendo convidado (a) a participar da pesquisa “QUALIDADE E
ACEITABILADE DA ALIMENTAÇÃO DE AGENTES PENITENCIÁRIOS EM CASAS DE
DETENÇÃO”, desenvolvida por Bruna Pereira de Sousa, Estefane de Oliveira Veras e Maria
Laiane de Sousa, discentes do curso de Graduação em Nutrição do Centro Universitário
Uninovafapi, sob orientação da Professora Norma Sueli Marques da Costa Alberto. O objetivo
central do estudo é analisar a qualidade e a aceitabilidade da alimentação fornecida aos agentes
penitenciários, sob a óptica do Direito humano à Alimentação Adequada.
O convite a sua participação se deve aos critérios de inclusão, que são funcionários
com 20 anos ou mais, que desenvolvem a função de agente penitenciário, compõem o quadro
de funcionários das Casas de Detenção e estão atuando no local durante a pesquisa. Sua
participação é muito importante.
Sua participação é voluntária, isto é, ela não é obrigatória, e você tem plena
autonomia para decidir se quer ou não participar, bem como retirar sua participação a qualquer
momento. Você não será penalizado caso decida não participar da pesquisa ou, tendo aceitado,
desistir desta. Serão garantidas a confidencialidade e a privacidade das informações por você
prestadas.
Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na divulgação dos resultados da
pesquisa, e o material será armazenado em local seguro. A qualquer momento, durante a
pesquisa, ou posteriormente, você poderá solicitar do pesquisador informações sobre sua
participação e/ou sobre a pesquisa, o que poderá ser feito através dos meios de contato
explicitados neste Termo. A sua participação consistirá em responder perguntas de um roteiro
de entrevista/questionário, especificando sexo, idade e doenças associadas, depois responderá
uma escala hedônica verbal para definir a aceitabilidade da refeição (almoço) oferecida. Será
solicitada a confecção de pratos padrões por dia. As preparações serão pesadas individualmente
e feito uma média/dia de cada uma. Ao final, as médias sofrerão as análises de calorias, micro e
macronutrientes, além da presença de grupos específicos de alimentos, como frutas, legumes e
doces, por exemplo. O tempo de duração da coleta é de aproximadamente de 5 a 10 minutos, e
do questionário 5 minutos.
As entrevistas serão transcritas e armazenadas, em arquivos digitais, mas somente
terão acesso às estas as pesquisadoras e sua orientadora. Ao final da pesquisa, todo material
será mantido em arquivo, por pelo menos 5 anos, conforme Resolução 466/12 e orientações do
CEP/UNINOVAFAPI.
A pesquisa terá como benefícios nortear as unidades em relação à aceitabilidade
das refeições oferecidas aos agentes e também a qualidade em que é oferecida as mesmas, a
disponibilidade de frutas e legumes e também reforçar o Direito Humano à Alimentação
Adequada. O risco aos participantes são situações de constrangimentos quando forem
responder aos questionários aplicados. Para evitar esses riscos, esses
questionários serão respondidos individualmente. Os resultados serão divulgados em palestras
dirigidas ao público participante, relatórios individuais para os entrevistados, artigos científicos e
na dissertação/tese. Esse termo é redigido em duas vias, sendo uma para você e outra para as
pesquisadoras.
Em caso de dúvida quanto à condução ética do estudo, entre em contato com o
Comitê de Ética em Pesquisa do UNINOVAFAPI, no endereço: Rua Vitorino Orthiges Fernandes,
6123 – Uruguai, CEP: 64073-505 - Teresina – Piauí, Tel - (086) 2106-0738, e-mail:
[email protected]. O Comitê de Ética em Pesquisa é a instância que tem por objetivo
defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e para
contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos. Dessa forma o comitê tem
o papel de avaliar e monitorar o andamento do projeto de modo que a pesquisa respeite os
princípios éticos de proteção aos direitos humanos, da dignidade, da autonomia, da não
maleficência, da confidencialidade e da privacidade.
Declaro que entendi os objetivos e condições de minha participação na pesquisa
e concordo em participar.
_________________________________________
(Assinatura do participante da pesquisa)