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Centro Universitário Plínio Leite Niterói – Rio de Janeiro Encontro Fluminense de Turismo 10 – 14 de Setembro de 2002 Turismo e Desenvolvimento Local Planejamento de Clusters Turísticos Prof. Dr. Mário Carlos Beni ECA - USP

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Page 1: Centro Universitário Plínio Leite Niterói – Rio de Janeiro Encontro Fluminense de Turismo 10 – 14 de Setembro de 2002 Turismo e Desenvolvimento Local

Centro Universitário Plínio Leite

Niterói – Rio de Janeiro

Encontro Fluminense de Turismo

10 – 14 de Setembro de 2002

Turismo e Desenvolvimento Local

Planejamento de Clusters Turísticos

Prof. Dr. Mário Carlos Beni

ECA - USP

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Hoje, observamos uma tendência de crescimento destacado do turismo interno e de viagens internacionais com predomínio de motivação de reencontro com a natureza de caráter familiar e bem intimista nas relações do turismo com o meio ambiente. Por essa razão, principia a desenvolver-se a demanda de roteiros com essas peculiaridades ( o chamado TURISMO ENDÓGENO), deslocando em grande parte o fluxo turístico dos grandes centros urbanos e cosmopolitas para áreas locais com expressivo patrimônio histórico-étnico-cultural, em que podem ser vivenciadas experiências mais autênticas e genuínas, sem interferência do cunho comercial, da opressão da obrigação de consumir, das tensões dos conglomerados urbano-industriais, do ter para ser, com o apelo simples de viver ainda não impregnado por artificialismos e tensões dialéticas.

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Podemos apontar algumas causas que determinaram um redirecionamento do tráfego e do quadro geral do turismo, que são:– Atentados do terrorismo internacional;–   Beligerância interna ( guerra civil) em nações e entre

elas;– Retração e reposicionamento do mercado de viagens

aéreas;– Tensão dialética;– O adensamento populacional, que impede que o turista

seja percebido pelo centro receptor como tal, sendo tratado como mais um transeunte no meio da multidão; nessas destinações urbanas inexiste qualquer coisa que o identifique, sofrendo os mesmos riscos da cidade em função de superpopulação;

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    Diminuição da renda disponível;

   Crescimento vertiginoso nos EUA e EU do campismo e da motor home;

  Executivos comparecem a eventos programados em suas viagens de negócios com suas famílias;

  Por razões econômicas executivos diminuem a freqüência das viagens, substituindo-as por teleconferências e internet;

  Viagens mais curtas e mais freqüentes;

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O Turismo não é uma manifestação isolada:

• envolve várias áreas;

• é um destacado mercado captador de investimentos;

• é um gerador de emprego e renda;

• inclui-se entre os setores que poderiam ser entendidos como motrizes do desenvolvimento regional.

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O Turismo no Brasil ainda não atingiu índices de desenvolvimento mais expressivos devido a falta de uma visão sistêmica e holística e de pensamento estratégico.

É preciso desenvolver estratégias administrativas que utilizem tecnologia avançada, gestão logística para definir um cenário competitivo, novas tendências de mercado além dos principais concorrentes, bem como o intercâmbio de informações sobre experiências vividas e refletir sobre o cotidiano das empresas e das organizações do setor.

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É impostergável identificar, organizar e articular a cadeia produtiva do Turismo, identificando corretamente suas unidades de produção e de negócios e estabelecer uma rede de empresas para atuar de forma integrada, proativa e interativa em clusters.

O grande problema do Turismo brasileiro na verdade constitui na falta de posicionamento no mercado.

Para corrigir essa falta de visão estratégica é preciso examinar as variáveis que entram na escala de produção do setor para traçar cenários futuros com planejamento, logística e redução de riscos.

O pensamento estratégico é resultado do estímulo à visão sistêmica e global do mundo, com a necessidade de uma filtragem do que é bom e viável para a economia, para a sociedade e a cultura do País.

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Será sempre necessário observar a teia de reações sociais, a organização administrativa local, a migração, as conseqüências da sazonalidade regional na dinâmica e nas potencialidades do destino turístico para elaboração de políticas habitacionais e geração de emprego e renda.

O Projeto deve se apoiar na participação social, equidade, intersetorialidade e permanente busca da sustentabilidade.

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A necessidade de se repensar as políticas públicas de turismo no Brasil

As políticas públicas de turismo neste país precisam ser repensadas em função da própria dinâmica da atividade e da reformulação das estratégias de desenvolvimento sustentável, ora voltadas à regionalização, impondo-se .Destacar as principais dificuldades e obstáculos à ação integrada e inter-setorial do sistema institucionalizado oficial público de Turismo.

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A proposição de um sistema integrador, ágil e instrumentalizado, deve ser capaz de conciliar diversidades territoriais e rivalidades intermunicipais numa mesma região, para a obtenção de maior equilíbrio e competitividade regional, e de assegurar a correta aplicação dos investimentos públicos na super e infra-estrutura de apoio ao Turismo para a promoção do desenvolvimento sustentável ambiental, econômico e social juntamente com a conseqüente e necessária orientação aos empreendimentos da iniciativa privada.

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O Turismo sustentável envolve:

• compreensão dos impactos turísticos;• distribuição justa de custo e benefícios;• geração de empregos locais, diretos e

indiretos;• estimulação de negócios lucrativos;• injeção de capital e dinheiro na

economia local;• diversificação da economia local;

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• a transferência de benefícios de uma região mais rica a outra mais pobre contribuindo para um maior equilíbrio intra regional.

• Eleva as condições de vida das comunidades envolvidas;

• estimula e favorece o crescimento de outras atividades.

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• interação com todos os segmentos da sociedade;

• incorporação de planejamento e zoneamento;

• desenvolvimento estratégico e logístico de transporte intermodal;

• facilitação de recreação e entretenimento;

• encoraja o uso produtivo de terras consideradas marginais;

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• auxilia a cobertura de gastos com preservação ambiental;

• intensifica a auto-estima da comunidade local, incentivando seu engajamento no processo de desenvolvimento;

• monitora, assessora e administra os impactos do turismo, desenvolvendo métodos confiáveis de gestão estratégica.

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É fundamental destacarmos que estamos vivendo tempos de transformação , isto é, passando de um modelo burocrático, prestador e concessionário de serviços, para um modelo empreendedor, de co-responsabilização social solidária, a que o Estado deve prestar decisiva colaboração em conjunto com as empresas privadas e as organizações sociais.

Tal ação interativa certamente representará um esforço ponderável na construção de um modelo de desenvolvimento integral, integrado e sustentável, possibilitando superar paulatinamente a reprodução da pobreza e da exclusão social provocadas pelo aumento das desigualdades, da internacionalização da economia, da incontrolada competitividade e do esgotamento das verbas públicas.

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Nesse processo integrado ou novo planejamento, a ênfase recai na observação de possíveis conseqüências das políticas alternativas ambientais, sociais e econômicas, para, somente então, avaliando-se em comparação com os objetivos, escolher as medidas preferidas e os processos adequados.

Apreciaríamos, a esta altura de nossas observações e comentários, e ante uma nova realidade surgente em alguns Estados brasileiros, tecer algumas considerações em torno da política de gestão estratégica e o desenvolvimento sustentável em clusters de turismo, que desenvolvem também sua própria nova ética

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O cluster turístico é :

a)      forma de maior sucesso, na atualidade de articulação ( integração e interação) de um modelo de gestão de uma destinação turística, suas modalidades de promoção, comercialização, desenvolvimento e cooperação entre os agentes econômicos, culturais, políticos e sociais de um local ou região.

b)      por isso, precisa de um Plano Estratégico de Turismo que crie uma estrutura de gestão em que a participação de segmentos empresariais e organizações sociais, permita atingir compromissos permanentes entre a iniciativa privada e o setor público, por meio de instrumentos que conduzem para a :

-  gestão compartilhada;

-  participação mútua em custos;

-  definição de programas e produtos de promoção turística que superem modos tradicionais de fazê-la;

-  elaboração e promoção de produtos que conjuguem sua oferta com sua própria rentabilização.

 

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Todo projeto de desenvolvimento local/regional desencadeia um processo de reconstrução/ reapropriação de um determinado território, entendido este como o espaço apropriado. Esse processo implica numa nova ordenação territorial. O que se propõe é que essa reordenação territorial seja sustentável e alavancada a partir dos interesses coletivos da comunidade local e da região.

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Pretende-se que esse processo de nova ordenação sustentável venha a traduzir-se num novo padrão de desenvolvimento, obedecendo não mais a racionalidade da acumulação e do consumismo, mas principalmente da qualidade de vida a curto, médio e longo prazo. Além disso, deverá contemplar as necessidades e expectativas coletivas da base local, com a participação ativa da sociedade civil, organizada de forma multiescalar, buscando adotar a alternativa que melhor viabilize sua inserção no processo regional de desenvolvimento.

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Define-se essa nova ordenação territorial como a projeção, no espaço físico, mediante ocupação e uso, das políticas, dos interesses, das racionalidades e valores econômicos, sociais, culturais e ambientais, de uma comunidade referenciada localmente ou regionalmente.

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O que se busca, na realidade, como objetivo principal, é a consecução da estrutura espacial adequada para a forma de desenvolvimento de interesse da comunidade.

Uma ordenação sustentável do território é a que alia o ótimo idealizado para o homem com a apropriada preservação da natureza, por meio de uma relação harmônica entre ambos.

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A sustentabilidade é construída a partir de experiências regionais, devendo presidir todas as iniciativas de alavancagem do desenvolvimento.

No entanto, a ordem econômica social vigente não contribui para a constituição de um processo autentico de desenvolvimento regional, o que exige a inclusão da perspectiva da endogenização, que é um processo de origem local que contempla as necessidades e aspirações da coletividade regional, resultante de uma sólida e ativa consciência de territorialidade.

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Sem dúvida, isso exige uma solução a um reiterante desafio aos planejadores do desenvolvimento regional e aos empresários que investem sem estruturarem seus empreendimentos na essencialidade desses conceitos, pois, historicamente, a seletividade na ocupação e organização do espaço, ou ordenação do território, foi e continua sendo determinada predominantemente pela racionalidade econômica, não ambiental e muito menos a social. A mudança nesse referencial exige uma nova ação e uma nova consciência e uma nova ética que assegurem a endogenização do desenvolvimento.

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Como formatar um modelo de

desenvolvimento regional , gestão estratégica do Turismo?

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Globalização

• contínua integração da economia mundial;

• aumento das desigualdades entre Países e regiões;

• disparidades internacionais e inter- regionais;

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• liberdade de atuação;

• ampla abertura da economia.

Quem se destaca:

• regiões com sistema produtivo articulado;

• com elevados níveis de competitividade nos mercados globais.

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Nesse cenário:

• o conhecimento assume função proeminente no processo produtivo;

• ritmo das inovações intensificam-se.

• O global encontra seu contraponto na emergência do regional e do local.

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O caráter global de competição não elimina a importância de base, a partir do qual os produtos são lançados no mercado.

O processo concorrencial vem abrindo espaço para as políticas de formação de “clusters”.

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Produtividade e competitividade:

• binômio divisor de sucesso;

• uma das mais altas e especializadas tarefas da atualidade.

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Globalização crescente:

• intensidade de conhecimento e tecnologia;

• impacto sobre o papel dos pólos e aglomerados produtivos na competição.

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Inovação tecnológica reflete:

• determinado estágio de conhecimento;

• ambientes institucional e industrial específicos;

• certa disponibilidade de talentos para definir problemas técnicos e resolvê-los,

papel destacado da Universidade e dos centros de excelência em pesquisa;

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• mentalidade econômica para uma aplicação do custo/benefício;

• produtores e usuários que comuniquem suas experiências;

• rede de produtores e usuários capazes de comunicar suas experiências de modo cumulativo e aprender usando e fazendo. Ex.: Terza Itália - que já responde por 65% do Pib

italiano.

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As fronteiras de um cluster devem:

• abranger todas as empresas;

• setores e instituições com fortes elos verticais, horizontais ou institucionais.

Elo fraco ou inexistente não é parte integrante do cluster.

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Turismo, amplas características intersetoriais:

• estreitas relações com outros ambientes;

• sistema aberto e de grande amplitude;

• capacidade de captar importantes elos;

• contempla distribuição espacial reais eficiente e justa de recursos e atividades econômicas.

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Características dos clusters:

• ampliação da capacidade de gerar resultados;

• concentração geográfica, setorial de empresas e instituições;

Os aglomerados transmitem com clareza a coexistência entre competição e cooperação

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Estimulação de investimentos públicos:

• quantidade e visibilidade dos participantes do cluster;

• pelo nº de empresas e produtores sujeitos aos benefícios.

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Cluster é, portanto:

• esforço;

• mobilização;

• comunicação;

• engajamento;

• interação;

• sinergia no arranjo produtivo para a consolidação de seu desenvolvimento sustentável.

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Cluster de Turismo:• conjunto de atrativos com destacado

diferencial turístico, concentrado num espaço geográfico delimitado;

• dotado de equipamentos e serviços de qualidade;

• excelência gerencial , em redes de empresas que possam gerar vantagens estratégicas e competitivas;

(Mário Beni)

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No Turismo:• qualidade da experiência do turista

depende:• não só do apelo principal da atração,• mas também do conforto e do serviço

dos hotéis, • lojas de souveniers , equipamentos de

recreação e entretenimento, vias de acesso, terminais de transportes que compõem o cluster.

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Como produzir, organizar e ofertar conservando e preservando, no ambiente de produção e no espaço de visita e fruição a alma do lugar? Isto é, a identidade ambiental sócio-cultural da comunidade visitada.

No cluster de turismo, diferentemente de todos os outros conglomerados da cadeia produtiva, provoca-se uma integração vertical e horizontal do sistema de produção e distribuição de bens e serviços – lembrando sempre que é o consumidor que se desloca para o local de produção.

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Na dimensão cognitiva, a produção requer uma função de saber codificado e ligeiramente científico e de saber contextual – “ O produto é oferecido no cenário da produção” .

E como descreveríamos esse cenário?

De um lado, encontramos um processo produtivo ideal inteiramente tecnologizado ou mesmo reduzido a uma precisa freqüência, inteiramente especificada de operações estruturadas; de outro lado, um processo produtivo informal, empírico, gerido por um operador que é visto re reconhecido como o que não sabe nada, mas que se “ arranja” fazendo um pouco de tudo.

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Na realidade, não é verdade que o artesão empreendedor não sabe nada: ele conhece bem e melhor que os outros mais treinados do que ele, certas operações recorrentes na experiência da vida cotidiana; do que o outro, da fábrica mais automatizada.

Conseqüentemente, uma região que tenha conseguido amadurecer em face da própria e repetida experiência pela cabeça e iniciativa de seus próprios agentes e nas próprias instituições e unidades produtivas e para-produtivas em um certo estoque de conhecimento regional. Se as linhas de produção local se fundamentam nesse conhecimento contextual da região, oportuna e conveniente mesclado com o saber codificado, tal conhecimento constituirá a base produtiva apropriada e não terá dificuldade em conquistar uma destacada vantagem competitiva.

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Como potencializar e harmonizar essa característica?

A menor subdivisão que se faça do processo produtivo, até a uma simples unidade de negócio, a descentralização decisional, e a convergência dos colaboradores , na verdade constituem a base do sucesso do modelo. São idéias elementares que os pequenos empreendedores sabem estrututrar e dar formas organizativas originais.

É daí, deste processo revolucionário de engenhosidade e de paixão, de tenacidade e adaptabilidade, e não de um afortunado capricho da sorte, que nasceram as fórmulas dos distritos industriais do Norte da Itália e da reunião de empresas, que tantos invejam e tentam copiar.

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Sobre o plano sócio cultural há algumas peculiaridades do modelo que a análise social ainda precisa esclarecer.

A eficiência de um processo produtivo depende também, e essa é a novidade, do modo em que se observa e se trabalha as variáveis sócio culturais ( valores, instituições e saber difuso), com aquelas mais estreitamente econômico-produtivas ( disponibilidade de capital, saber científico e tecnológico).

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Normalmente as primeiras vêm consideradas pelos economistas como dados uniformes no tempo e no espaço. Se formos assumir, pelo contrário, que o patrimônio sócio cultural ( mix de valores, instituições e conhecimento) dos homens pertence a grupos historicamente distritos, colocados e concentrados em áreas diversas, e que são distinto entre eles, e que cada tipo de produção resulta rendimentos diversos face ao patrimônio sócio cultural com o qual se apropria, se acopla, podemos imaginar um duplo processo:

• de um lado, patrimônios culturais da região que procuram os tipos de produção que melhor se adaptam a eles;

• e de outro, tipos de produção que procuram os lugares onde se realiza a máxima densidade de acervos culturais convenientes.

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O processo produtivo de uma região em expansão oferece possibilidades ao conhecimento, às energias coletivas que a microvalorização sociocultural permanente do distrito em desenvolvimento rende e torna ( possível) disponível ou, ainda, aqueles que afluem eventualmente a região , provenientes de outras localidades com possibilidades de produzirem, transformando em bens e serviços, que encontram compradores no mercado externo.

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A essência do planejamento turístico local exige que a comunidade, em todos os seus segmentos, tenha consciência de seu patrimônio material e imaterial e que decida sobre o que compartilhar e o que reservar para sua guarda e proveito próprio, e também como e onde deseja que essa troca se efetue.

Cabe à educação patrimonial proceder à escuta e à mediação dos sujeitos sociais portadores de tradições, de saberes e fazeres que, em sua diversidade, controem atrativos geradores de significação e integradores da identidade e identificação cultural. É sua responsabilidade sensibilizar e conscientizar as comunidades em torno de seus valores e tradições, inserindo tais práticas na vida sustentável, resgatando e preservando o imaginário e o patrimônio representativo da cultura no eixo temporal e social.

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Educação e interpretação complementam-se, buscando significados e ressignificando a natureza, a cultura e a história, ou a síntese dessas inter relações na perspectiva do turismo. Ambas constroem conhecimentos, transformando-os em ações. Assentam-se num fenômeno complexo de cultura e de arte, que se inscrevem num fazer incompleto, num refletir permanente e significativo do vivenciar humano. Baseiam-se em arquétipos das manifestações culturais de natureza, das cidades, vilas, ruas e caminhos mitos e rituais.

O foco de atenção é a historicidade do sujeito humano, enquanto turista em contato com a comunidade local.

A interação com a comunidade busca o significado culturalmente construído para mediá-lo, visando o protagonismo dos atores sociais no processo de fruição, produção e renda.

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Barquero acrescenta que o conceito de desenvolvimento endógeno é, antes de tudo, uma estratégia de ação, Acredita que as comunidades locais possuem identidade própria que as impulsionam a tomar iniciativas que propiciam o desenvolvimento local. Também afirma que quando desenvolvem suas capacidades de organização podem evitar que as empresas e organizações externas limitem suas potencialidades de desenvolvimento e amorteçam seu processo de desenvolvimento próprio. A capacidade de liderar o próprio processo de desenvolvimento unido à mobilização de seu potencial de desenvolvimento é o que permite dar a esta forma de desenvolvimento o qualificativo de endógeno.

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Cluster de Turismo

Cadeia produtiva

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Cluster de Turismo

EFICIÊNCIA COLETIVAEFICIÊNCIA COLETIVA

CULTURA ASSOCIATIVACULTURA ASSOCIATIVA

COESÃO SOCIAL E POLÍTICA COESÃO SOCIAL E POLÍTICA

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Ações de Política Estratégica na Implantação de Clusters:

- enfoque sistêmico- ação em cima das vantagens competitivas dinâmicas (capital social, conhecimento, informação, capacitação e tecnologia)- a população deixa de ser demandante para atuar no processo- trata a comunidade como sujeito e não como objeto- a ação integrada entre o setor público, setor privado e sociedade local

- enfoque sistêmico- ação em cima das vantagens competitivas dinâmicas (capital social, conhecimento, informação, capacitação e tecnologia)- a população deixa de ser demandante para atuar no processo- trata a comunidade como sujeito e não como objeto- a ação integrada entre o setor público, setor privado e sociedade local

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Ações de Política Estratégica na Implantação de Clusters:

Postura ativaVisão compartilhada do futuroCidadaniaIniciativaCooperação

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Planejar e administrar hoje e amanhã e fazer a ação instaurar-se, é inspirar-se para a ação e fazê-la acontecer.