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92 ACERTANDO O PASSO [CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO] E scolher um produto na gôndola de supermercado é uma tarefa muito simples para os consumidores, mas por trás dessa comodidade tem todo um processo que vai muito além. Para que o produto esteja disponível na loja, várias etapas entre a indústria e a loja foram cumpridas. Uma última etapa antes da loja que está se tornando cada vez mais comum é a da central de distribuição ou centro de distribuição, mais conhecida como CD. Tudo para oferecer o produto que o clien- te procura no lugar certo e na hora certa. “Um CD traz muitos benefícios para os supermercadistas, tais como: lotes de compras mais econômicos, maior poder de negociação na aquisição de mercadorias, otimização do processo de reposição no ponto devenda, entre outros”, diz o técnico em logística, Welington Abreu. “Com o CD, todo o sistema de abastecimento é melhorado, desde o ponto de As ferramentas do CD NA HORA DE MONTAR OU APRIMORAR UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO A EMPRESA TEM QUE PLANEJAR MUITO BEM AS EMPILHADEIRAS, PRATELEIRAS E PALETES QUE VAI USAR n Luciene Carvalho 93 GÔNDOLA NOVEMBRO DE 2009 FOTOS IGNÁCIO COSTA O funcionamento de um centro de distribuição (CD) representa um dos pontos máximos do sistema de logística de uma empresa de supermercados

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acertando o passo [centro de distribuição]

escolher um produto na gôndola de supermercado é uma tarefa muito simples para os consumidores, mas por trás dessa comodidade tem todo um processo que vai

muito além. Para que o produto esteja disponível na loja, várias etapas entre a indústria e a loja foram cumpridas. Uma última etapa antes da loja que está se tornando cada vez mais comum é a da central de distribuição ou centro de distribuição, mais conhecida como CD. tudo para oferecer o produto que o clien-te procura no lugar certo e na hora certa.

“Um CD traz muitos benefícios para os supermercadistas, tais como: lotes de compras mais econômicos, maior poder de negociação na aquisição de mercadorias, otimização do processo de reposição no ponto devenda, entre outros”, diz o técnico em logística, Welington Abreu. “Com o CD, todo o sistema de abastecimento é melhorado, desde o ponto de

As ferramentas do CDna hora de montar ou aprimorar um centro de distribuição a empresa tem que planejar muito bem as empilhadeiras, prateleiras e paletes que vai usar

n luciene carvalho

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o funcionamento de um centro de distribuição (CD) representa um dos pontos máximos do sistema de logística de uma empresa de supermercados

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origem até o ponto devenda”, argumenta. e um bom supermercadista sabe que o centro de distribuição pode ser o diferencial de sua loja.

Quem montou o seu só tem motivos para comemorar. A rede ABC, com 19 lojas em várias cidades do Centro-oeste mineiro, teve o seu excelente CD incendiado no ano passado e nem pensou duas vezes em reconstruí-lo (a reabertura aconteceu em julho), até mesmo com expansão, pois aposta nas vantagens de um centro distribuidor.

“Na nossa visão são várias as vantagens do CD como: melhora o poder de compra ao cen-tralizar a entrega, centraliza o recebimento de notas fiscais e duplicatas e reduz os estoques das lojas, já que o CD abastece diariamente”, conta o diretor de logística e expansão do gru-po ABC, Walchir Dias Amaral.

eQUIPAmeNtoSNão é só dentro da loja, na área de ven-

das, que o supermercadista tem que brilhar. é

também no CD que está a mola propulsora do sucesso do negócio. Para ter sucesso no centro de distribuição, é imprescindível que a unidade esteja alinhada com os equipamentos.

“é fundamental que o supermercadista con-te com uma empresa de consultoria especia-lizada em logística para ajudar na montagem e na escolha dos equipamentos adequados”, diz o diretor de logística e expansão do grupo ABC.

o maior desafio do supermercadista não está em implantar o CD, e sim em escolher os equipamentos adequados. “A escolha de equipamentos depende de vários fatores como: piso, peso, altura do CD, assistência técnica e pós-venda. No caso da empilhadeira, por exem-plo, deve ser considerado o piso do CD que ela irá transitar”, ressalta Amaral.

PArA Não errAr Prateleiras, paletes e empilhadeiras, como

escolher os equipamentos corretos? “A melhor

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os paletes de madeira dominam o mercado, mas os de plásticos já começam a ocupar espaço

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forma de não errar na escolha dos equipamen-tos, é procurar ajuda profissional, que normal-mente é provida pelos distribuidores das gran-des marcas. este profissional irá, mediante um levantamento das necessidades dos supermer-cadistas, identificar qual é o equipamento mais adequado”, recomenda o gerente de logística da tradimaq, Carlos Henrique filizzola.

No caso das prateleiras, o aço domina in-teiramente o mercado, ela é feita sob medida de acordo com o tamanho do CD. “o dimensio-namento é basicamente padrão do mercado, até em função da padronização dos paletes. A compra é realizada sob medida, depois de feito um projeto de layout do CD”, diz robson enes.

PLáStICo oU mADeIrA?Já o palete predominante no mercado é o

de madeira, apesar de existir o de matéria plás-tica também. o diretor comercial da tecnolog, romulo farias, lembra que o supermercadista deve ter um cuidado na hora de escolher o fornecedor. “Ao comprar pallet’s, é importan-te verificar se a empresa fornecedora possui licença ambiental, que utilizam madeiras de reflorestamento”, esclarece.

rômulo afirma que o palete plástico veio substituir o de madeira, mas os clientes recla-mam do preço inicial de aquisição, esquecendo a alta durabilidade do plástico em relação a ma-deira. “o único problema que vejo no plástico é que o cliente fica preso nas medidas padrões de mercado, não podendo utilizar uma medida especial”, ressalta.

emPILHADeIrAA empilhadeira, sem dúvida, é um equipa-

mento fundamental para o funcionamento do centro de distribuição. A escolha depende do tamanho da loja, do leiaute e da carga que será transportada. opções disponíveis não faltam. é importante contar com a ajuda de um profissio-nal para escolher o equipamento certo.

“As empilhadeiras são divididas em classes que incluem normalmente a diferenciação por tipo de aplicação, como: tração (combustão

As ferramentas de um CD estão presentes no dia-a-dia até mesmo de quem não é um supermercado, como é o caso desta loja de "atacarejo"

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ou elétrica), rodagem (tipo de pneu ou rodí-zio), largura do corredor, altura de operação, capacidade, velocidade e questões de segu-rança”, explica o gerente de logística do grupo tradimaq, empresa com mais de 20 anos de atuação no segmento de venda e locação de equipamentos, Carlos Henrique filizzola.

ele explica, que no caso da empilhadeira, o preço não deve ser um fator de escolha. “Já vi casos em que as empilhadeiras foram definidas apenas pelo preço e eram totalmente inadequadas às condições existentes no local de operação. Assim, é bom lembrar, que para cada decisão deve haver o conhecimento técni-

co adequado para atingir os objetivos”, garante filizzola.

mANUteNção“A manutenção é normalmente dividida em

preditiva (via análise de óleo), em preventiva (baseada em um número determinado de horas trabalhadas) e nas corretivas, aquelas que se dão no momento de uma falha específica. o grande segredo é fazer um bom planejamento das manutenções preventivas, que são realiza-das a cada 250 horas de trabalho normalmente, seguindo pautas de manutenção que são suge-ridas pelos fabricantes”, garante filizzola.

o operador pode colaborar muito com a ma-nutenção do equipamento. “ele deve preencher corretamente o check list diário do equipamen-to e assim que verificar alguma irregularidade informar imediatamente a empresa responsá-vel pela a manutenção”, completa rômulo.

existem no mercado também empresas que fazem manutenção e limpeza periódica dos paletes. estas empresas coletam os equipa-mentos no centro de distribuição, levam para a central e fazem reparação ou limpeza, logo após retornam com os paletes no domicílio da empresa prontos para inserção na linha de produção.

Como DeCIDIrmesmo com os pontos positivos que qual-

quer CD possa proporcionar, como qualquer outro investimento, vale a pena avaliar bem a estratégia, afinal o custo com o investimento é alto. o consultor de varejo, Wanderley Cruz, afirma que a decisão de ter ou não um CD, depende da demanda.

Antes de decidir, o supermercadista deve analisar se a despesa será compatível com a demanda. “muitas empresas trabalham com dois ou mais depósitos, o famoso puxadinho, porém, não implantam o sistema de CD e o processo torna-se arriscado”, diz Wanderley.

Antes de abrir um CD, o supermercadista precisa estudar o crescimento da demanda e o tempo ideal para a reposição em cada filial e

As empilhadeiras fazem o trabalho pesado de movimentação do estoque e precisam de manutenção programada

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AG E N D A D E C U R S O S D E Z E M B R O 2 0 0 9

NOVEM

BRO E

DEZEM

BRO

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FORMAÇÃO PARA OSP R O F I S S I O N A I S .RESULTADOS PARA OS

N E G Ó C I O S .

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NFe- NOTA FISCAL ELETRÔNICA – 11/11

Público Alvo – Contadores, Compradores, Finan-ceiro/Administrativo, gerentes e proprietários.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$109,00 associado R$128,00 não – associado

FRENTE DE CAIXA – 17/11

Público Alvo – Frentes de caixa, gerentes e proprietários.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$109,00 associado R$128,00 não – associado

POP -PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO: A IMPORTÂNCIA DE ESTRUTURAR ROTINAS – 18/11

Público Alvo - Gerentes, lideres, RHs, encarrega-dos de setor e proprietários.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$109,00 associado R$128,00 não – associado

COMO EVITAR PRODUTOS VENCIDOS NA GÔNDOLA – 19/11

Público Alvo – Encarregados de setor, Repositor, lideres, gerentes e proprietários.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$109,00 associado R$128,00 não – associado

ICMS E SEUS ASPECTOS GERAIS – 23/11

Público Alvo – Contadores, Compradores, Finan-ceiro/Administrativo, gerentes e proprietários.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$109,00 associado R$128,00 não – associado

Gerenciamento por categorias – Ruptura e Espaço – 24/11

Público Alvo – Encarregados de setor, gerentes e proprietários.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$109,00 associado R$128,00 não – associado

Cartazista – 25/11

Público Alvo – Cartazista e Gerentes.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$124,00 associado R$141,00 não – associado

Como prevenir multas e autuações – 26/11

Público Alvo – Encarregados de setor, gerentes e proprietários.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 3 : 3 0Investimento: R$ 90,00 associado R$105,00 não – associado

PLANO PRÁTICO PARA MINIMIZAR O TEMPO DE ESPERA EM FILAS – 02/12

Público Alvo - Proprietários, lideres, profissionais ligados ao atendimento.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$109,00 associado R$128,00 não – associado

HORTIFRUT: PONTO DE VENDA MAIS RENTÁVEL – 9/12

Público Alvo - Proprietários, lideres, encarrega-dos de setor perecíveis. H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$109,00 associado R$128,00 não – associado

REPOSITOR: A INTELIGÊNCIA NO PONTO DE VENDA – 10/12

Público Alvo – Repositores, Proprietários e lideres.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$ 109,00 associado R$128,00 não – associado

FISCAL DE LOJA - 16/12

Público Alvo – Fiscal de loja, proprietários e lideres.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$109,00 associado R$128,00 não – associado

Desenvolvimento de habilidades gerenciais – 18/12

Público Alvo – Gerentes, proprietários e lideres.H o r á r i o : 0 8 : 3 0 à s 1 7 : 3 0Investimento: R$109,00 associado R$ 128,00 não – associado

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cd, ter ou não ter, eis a questão

vantagens

reduz o índice de ruptura nas gôndolas, pois não há uma grande depen-dência dos supermercados com seus fornecedores.

os supermercadistas compram em volumes maiores, diminuindo o pre-ço do produto.

acelera a expansão para fora dos grandes centros urbanos.

redução de custo dos produtos com a entrega em um único lugar.

agilidade para entregar pedidos em locais solicitados.

desvantagens

acréscimo de um estágio na distribuição.

alto custo com a construção, compra ou o aluguel do imóvel.

há ainda os custos de contratação e treinamento de novos funcionários.

aquisição de novas ferramentas: prateleiras, paletes, empilhadeiras.

despesas com veículos próprios ou empresa terceirizada para o trânsito de mercadorias para o ponto de venda.

Fonte: técnico em logística Welington abreu

assim definir qual a melhor opção. “é importan-te ter profissionais especializados para orientar e planejar cada etapa do processo, medir o investimento e duração da obra”, ressalta o consultor.

o gerente de logística da tradimaq, Car-los Henrique filizzola, afirma que a equipe de planejamento deve trabalhar junto com os for-necedores de equipamentos, pois um trabalho depende do outro, ou seja, o ideal é tratar o projeto como um todo, sempre assessorado p0or profissionais.

“o maior erro cometido nestes casos é tratar de forma separada todos os subprojetos que existem no projeto de um CD; por falta de informação, as pessoas não reúnem todos os fornecedores, fazendo com que algumas deci-sões prejudiquem as demais”, conta filizzola.

DIStrIBUIDorImagine um atacadista sem uma estrutura

de CD. é o caso do mart minas, grupo com qua-tro lojas em minas Gerais (Belo Horizonte, Con-tagem, Divinópolis e Governador valadares). o grupo conta com um centro de distribuição, localizado em Contagem, no bairro Nacional.

A unidade tem cerca de 10 mil metros quadrados de área, com 12 mil posições de paletes. De acordo com o superintendente do grupo, robson enes, o CD atende as quatro lojas do grupo, mas tem capacidade para aten-der até 12 unidades. “esta estrutura foi criada para a expansão que o grupo terá, com a inau-guração de duas lojas até dezembro (Uberaba e Juiz de fora), e mais seis nos próximos três anos”, conta.

o CD do mart minas tem capacidade para armazenar cerca de 6 mil itens, com a operação de flow rack. o superintendente do grupo garante que o CD trouxe mais efi-ciência no processo de abastecimento das lojas. “temos mais agilidade no processo de distribuição, uma melhor gestão do estoque nas lojas, melhor atendimento ao fornece-dor. também evitamos filas de descarga nas lojas”, conta robson. n