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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS EDGAR ALVES TEIXEIRA PIS E COFINS APLICADO ÀS TRANSPORTADORAS RODOVIÁRIAS DE CARGAS. FORTALEZA 2013

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

EDGAR ALVES TEIXEIRA

PIS E COFINS APLICADO ÀS TRANSPORTADORAS RODOVIÁRIA S DE CARGAS.

FORTALEZA

2013

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EDGAR ALVES TEIXEIRA

PIS E COFINS APLICADO ÀS TRANSPORTADORAS RODOVIÁRIA S DE CARGAS.

Monografia submetida à aprovação do Curso de Graduação em Ciências Contábeis do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de graduação.

Orientador: Prof. Cláudio Henrique Leitão Saraiva

FORTALEZA

2013

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EDGAR ALVES TEIXEIRA

PIS E COFINS APLICADO ÀS TRANSPORTADORAS RODOVIÁRIAS DE CARGAS.

Monografia como pré requsito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores.

Data de Aprovação: ____/____/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________ Professor Claudio Henrique Leitão Saraiva

Professor Orientador

________________________________________________

Professor

________________________________________________

Professor

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Dedico este trabalho a Jesus Cristo,

o Salvador da minha vida e meu

maior exemplo de líder. Dedico à

minha família e especialmente à

minha avó por todo incentivo e

apoio, por que sem a contribuição

deles não estaria aqui.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que é o autor e consumador de minha fé, minha fonte

inesgotável de alegria e socorro bem presente na hora de minhas angústias. Sou

grato a Deus pela minha existência e por ter me permitido ter uma família, saúde e

felicidade.

Agradeço à pessoa que sempre acreditou em mim e me transformou em

uma pessoa com valores que um ser humano necessita ter para conviver em

sociedade, que muito me incentivou a estudar e fez de seu sonho o meu sonho

também. Minha avó Alexandrina Maria Teixeira, uma pessoa com inúmeras

qualidades, dentre elas: ser honesta, verdadeira e fiel aos seus princípios, que ao

longo de minha vida me tratou com o amor que uma mãe deve ter para com seu

filho. Sou grato à ela por tudo que me ensinou e pelo amor a mim dispensado.

Agradeço a todos os meus tios e tias, pois foram importantíssimos na

minha criação e formação do meu caráter. Agradeço à minha mãe Antonia Alves

Teixeira, a minhas irmãs e minha sobrinha Julia Alves Boldrin que sempre me

incentivaram na minha caminhada.

Agradeço a minha noiva Maria Danielle Rodrigues Pontes pelo incentivo e

apoio que a mim foi atribuído, por fazer parte de minha vida e por todo o carinho

com que tem me tratado. Na minha carreira acadêmica, ela foi uma das maiores

incentivadoras e motivadoras.

Agradeço ao Sr. Edson Afonso Durães, a pessoa que me abriu os olhos e

me fez enxergar que ainda tinha um grande percurso a percorrer, e que não seria

fácil, mas que no final daria tudo certo. Foi a pessoa que acreditou no meu potencial

e apresentou-me a contabilidade, a carreira que mudou a minha vida, suas palavras

de incentivo foram muito importantes para eu motivar-me. Frases como “nenhum

valor investido em conhecimento é inútil” vão ficar pra sempre em minha memória.

Agradeço a todos os meus professores que ao longo de minha vida muito

me ensinaram e foram a maior parte da formação de meu caráter, sou grato a todos

pelos seus conselhos, pelas indicações de livros, pelo incentivo e mesmo pelas

exortações, pois com os professores aprendi que a maior riqueza que um homem

pode ter nessa vida é o conhecimento. Agradeço também ao professor Claudio

Henrique Leitão Saraiva por ter aceitado o desafio e me orientar nesse trabalho de

conclusão de curso.

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"Talvez não tenha conseguido fazer o

melhor, mas lutei para que o melhor fosse

feito. Não sou o que deveria ser, mas

Graças a Deus, não sou o que era antes".

Marthin Luther King

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RESUMO

Essa pesquisa tem como objetivo realizar um estudo sobre o PIS e a COFINS aplicados às empresas do segmento de transporte rodoviário de cargas no Brasil. No decorrer do trabalho serão abordados temas como o conceito de tributos, suas divisões e particularidades, com enfoque nas contribuições sociais para o PIS e a COFINS, onde se tem um breve histórico sobre a instituição das contribuições, sua forma de aplicação, sua finalidade, as alíquotas e possibilidades de créditos, bem como algumas inovações na legislação aplicável sobre o tema. Também discorrerá sobre as formas de tributação das empresas pelo Lucro Real ou Lucro Presumido, onde cada uma das formas se aplica os regimes: cumulativo e não cumulativo das contribuições para o PIS e a COFINS. O trabalho também discorrerá sobre o setor de transportes rodoviário de cargas no Brasil, as dificuldades em que o setor se encontra, e as condições da malha viária no país. Foi elaborada a pesquisa com base nos resultados de duas empresas do mesmo setor, onde uma tributa as contribuições pelo regime cumulativo e a outra pelo regime não cumulativo. Após a realização da comparação entre as duas empresas notou-se uma maior significância nos resultados obtidos pela empresa que optou pelo regime não cumulativo, pois as contribuições sociais representaram 0,03% da receita tributável enquanto que a empresa que optou pelo regime cumulativo a representação das contribuições foi de 3,65% das receitas tributáveis.

Palavras chave: PIS. COFINS. Regime não cumulativo. Regime cumulativo. Transportes de cargas.

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ABSTRACT

This research aims to conduct a study on the PIS and COFINS applied the business segment of road freight transport in Brazil. During the work will be addressed such topics as the concept of taxes, its divisions and particularities, focusing on social contributions to PIS and COFINS, which has a brief history of the institution of the contributions, your application form, its purpose, rates and possibilities of credits, as well as some innovations in the legislation on the subject. Also will discuss ways business taxation by Profit Real or presumed income, where each form applies regimes: cumulative and non-cumulative contributions to PIS and COFINS. The work also will discuss the transport sector road cargo in Brazil, the difficulties that the industry is in, and the conditions of the road network in the country. Research has been prepared based on the results of two companies in the same industry, where a taxing contributions by cumulative regime and the other by non-cumulative. Upon completion of the comparison between the two companies noted a greater significance in the results obtained by the company opted for non-cumulative, since social contributions accounted for 0.03 % of taxable income while the company opted for cumulative system representation contributions were 3.65 % of taxable income. Keywords: PIS. COFINS. Non-cumulative. Cumulative regime. Cargo transportation.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 Balancete exercício 2012....................................................................... Anexo II

QUADRO 02 PIS COFINS sobre receitas – Cumulativo............................................ 43

QUADRO 03 Balancete 2012 – Transportadora V. Ltda............................................. 48

QUADRO 04 PIS COFINS sobre receitas – Cumulativo............................................ 49

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01 Alíquotas Diferenciadas........................................................................ Anexo I

TABELA 02 Cálculo do IRPJ Lucro Real.................................................................. 32

TABELA 03 Cálculo da CSLL Lucro Real................................................................. 32

TABELA 04 Tabela de presunção sobre a receita - IRPJ........................................ 34

TABELA 05 Tabela de presunção sobre a receita – CSLL....................................... 35

TABELA 06 Cálculo trimestral do IRPJ Lucro Presumido......................................... 35

TABELA 07 Cálculo trimestral da CSLL Lucro Presumido....................................... 36

TABELA 08 Alíquotas de PIS/COFINS (Regra Geral)............................................. 36

TABELA 09 Subcontratação de Fretes..................................................................... 45

TABELA 10 Cáculo de PIS e COFINS não cumulativos........................................... Anexo III

TABELA 11 Cáculo de PIS e COFINS não cumulativos........................................... Anexo IV

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11

2. TRIBUTOS ........................................................................................................... 14

2.1 Impostos .............................................................................................................. 14

2.2 Taxas................................................................................................................... 15

2.3 Contribuições de Melhorias ................................................................................. 16

2.4 Empréstimos Compulsórios ................................................................................. 16

2.5 Contribuições Sociais .......................................................................................... 17

3. PIS – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL / COFINS – CONTRIBUIÇÃO

PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL.......................................... 19

3.1 Hipótese de Incidência ........................................................................................ 19

3.2 Base de Cálculo .................................................................................................. 19

3.3 Cumulatividade .................................................................................................... 21

3.4 Da não cumulatividade ........................................................................................ 22

3.5 Monofasia ............................................................................................................ 23

3.6 Plurifasia .............................................................................................................. 24

3.7 Alíquotas Diferenciadas....................................................................................... 24

3.8 Lucro Real ........................................................................................................... 29

3.9 PIS ...................................................................................................................... 36

3.10 COFINS ............................................................................................................. 37

4. TRANSPORTES RODOVIÁRIO DE CARGAS ..................................................... 39

5. PIS E COFINS APLICADO ÀS TRANSPORTADORAS ....................................... 42

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 53

ANEXOS ................................................................................................................... 57

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1 INTRODUÇÃO

A alta carga tributária imposta ao segmento de transportes rodoviários de

cargas no Brasil vem minando as forças do setor, e em decorrência dessa situação

muitas transportadoras estão diminuindo sua competitividade, tal segmento

necessita de um bom planejamento tributário para o equilíbrio financeiro.

O presente trabalho tem como tema: PIS e COFINS aplicado às

transportadoras rodoviárias de cargas. Pretende-se analisar e fazer a comparação

da tributação para o PIS e COFINS cumulativo e não cumulativo de duas empresas

do segmento de transportes de cargas sendo a primeira C. Mudanças e Transportes

Ltda, e a segunda Transportadora V. Ltda.

O PIS (Programa de Integração Social) teve sua origem em 1970, através

da Lei Complementar nº 7 de 07 de setembro de 1970, com a finalidade de

promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas.

Já a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) teve sua

origem em 1991 através da Lei Complementar nº 70 de 31 de dezembro de 1991,

com a finalidade do custeio das despesas com atividades afins das áreas de saúde,

previdência e assistência social. Ambos os tributos citados podem ser calculados

pelas empresas pelo regime cumulativo e não cumulativo de tributação.

Segundo Peres (2005), a não-cumulatividade é princípio constitucional

que objetiva garantir ao contribuinte a compensação do montante pago a título de

impostos ou contribuições referentes a operações anteriores, ou seja, aproveitando

os créditos referentes aos custos anteriores nos débitos posteriores na cadeia

tributária. Já a cumulatividade é o inverso da não-cumulatividade, tendo a tributação

incidente em todas as fases da tributação, sem o aproveitamento de créditos

referentes a custos e aquisições conhecido como tributo com “efeito cascata”.

A importância desse trabalho deve-se ao fato dele abordar a necessidade

das empresas de transportes rodoviários de cargas de elaborar um bom

planejamento tributário para o PIS e a COFINS, pois as empresas desse segmento

muitas vezes por falta desse planejamento acabam por ter a sua carga tributária

muito elevada. O presente trabalho visa demonstrar na forma da lei, as diversas

formas de crédito de PIS e COFINS sobre os custos da prestação de serviços para

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empresas desse segmento, para que as mesmas se mantenham com a saúde

financeira em boa situação.

Essa pesquisa será importante para alunos do curso de Contabilidade e

também para profissionais do ramo de transportes de cargas, pois busca de forma

profunda a aplicação dos tributos do PIS e COFINS para o segmento de transportes,

expondo cada situação de créditos e a sua fundamentação legal. Também poderá

servir para referencial teórico para posteriores estudos de profissionais de

contabilidade que busquem o aprofundamento sobre os tributos abordados na

pesquisa.

O trabalho tem como objetivo geral elaborar um estudo sobre a tributação

do PIS e COFINS aplicada às transportadoras rodoviárias de cargas, e demonstrar

as possibilidades de diminuir a carga tributária da empresa através de créditos

decorrentes de custos e aquisições para o desenvolvimento das atividades desse

segmento.

Com objetivos específicos o trabalho espera: identificar a quem se aplica

a tributação para o PIS e COFINS, através de sua fundamentação legal; demonstrar

na forma da lei as diversas formas da empresa apropriar-se de créditos pelo regime

não-cumulativo para cálculo de PIS e COFINS; fazer a comparação da aplicação do

PIS e COFINS entre o regime cumulativo e não cumulativo para empresas do

segmento de transportes rodoviários de cargas, e o que representou tal escolha para

cada uma das duas empresas do mesmo segmento, sendo uma tributada pelo

regime cumulativo e outra tributada pelo regime não-cumulativo; e demonstrar em

qual situação as duas empresas do setor obteriam melhores resultados.

O presente trabalho tem como delimitação temporal o exercício de 2012.

No primeiro momento foram colhidos os dados para elaboração da monografia e em

seguida se deu o processo de elaboração da mesma.

A pesquisa tem como objetivo responder a seguinte pergunta: qual a

melhor forma de escolha da tributação para o PIS e a COFINS para empresas do

setor de transportes rodoviário de cargas?

Com relação á metodologia do trabalho, a pesquisa foi exploratória, pois

houve o levantamento bibliográfico e documental, tendo como objetivo proporcionar

uma visão geral acerca do assunto. A elaboração desse trabalho foi realizada

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através de livros, artigos científicos e legislação sobre o tema. Quanto à abordagem,

a pesquisa é quantitativa, pois ela traduziu em números os resultados da pesquisa.

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2 TRIBUTO

Segundo a Lei nº 5.172/96 no seu artigo 3º do Código Tributário Nacional

(CTN) conceitua tributo como toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou

cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída

em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Ou seja,

tributo é o valor que o contribuinte ou sujeito passivo deve pagar ao sujeito ativo,

com valor expresso em moeda corrente nacional, que não seja proveniente de

alguma atividade ilegal, e que esteja instituído por lei e cobrada por algum ente da

administração pública direta ou indireta.

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Os tributos são divididos em três espécies, que são: impostos, taxas e

contribuições de melhoria, conforme o artigo 5º do CTN. Existe diferença entre tais

tributos.

2.1 Impostos

Os impostos não têm destinação específica, podendo o ente tributário

usar esse recurso no que ele entender necessário, como obras de construção civil,

hospitais, educação, entre outros.

Um imposto pode ser definido como uma prestação coercitiva (isto é, exigida pelo Estado aos contribuintes), pecuniária (ou seja, paga em dinheiro) e unilateral (ou seja, o Estado exige o pagamento do imposto sem dar qualquer contrapartida direta ao contribuinte). Os montantes de imposto arrecadados pelo Estado tanto podem reverter a seu favor como a favor de outras entidades públicas (Câmaras Municipais, por exemplo) e têm como destino o financiamento da realização de fins públicos. (NUNES, 2009)

Nunes ainda define três parâmetros que permitem caracterizar um

imposto, são eles: a incidência, o volume de negócios, e o rendimento.

A incidência, que designa a grandeza econômica que serve de base ao cálculo do imposto como, por exemplo, o montante de despesa, o volume de negócios, o rendimento, etc. No que respeita à sua incidência, os impostos são geralmente divididos em impostos diretos e impostos

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indiretos. Enquanto os impostos diretos incidem diretamente sobre o rendimento ou o patrimônio dos contribuintes, os impostos indiretos incidem sobre a utilização desse mesmo rendimento ou patrimônio, isto é, sobre o consumo. A taxa, que designa a percentagem a aplicar à chamada matéria coletável para calcular o montante de imposto. Esta taxa pode ser fixa, progressiva ou regressiva. É fixa quando se mantém inalterada qualquer que seja o montante de matéria coletável. Quando esta cresce com a matéria coletável é designada progressiva (muito utilizada nos impostos sobre os rendimentos dos particulares) e regressiva no caso contrário. A forma de cobrança, que designa a forma como a autoridade fiscal efetua a cobrança junto dos contribuintes podendo ser pago diretamente pelo agente econômico sobre o qual este recai ou efetuado por um outro agente: por exemplo, a generalidade dos impostos sobre os rendimentos do trabalho é retida na fonte pelos devedores do rendimento e entregues por estes ao Estado. (NUNES, 2009).

Conforme o CNT em seu art. 16º define imposto como tributo cuja

obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade

estatal específica, relativa ao contribuinte.

Devido aos elevados montantes envolvidos, os impostos e a fiscalidade são utilizados pelo Estado como um importante instrumento de política econômica, sendo utilizados para estimular a economia no seu todo ou apenas determinados sectores, para corrigir determinados problemas conjunturais ou estruturais ou com instrumento de política social. (NUNES, 2009)

Segundo Nunes os Impostos são de grande relevância para a gestão

econômica do país, pois os mesmos são utilizados para atender a diversas

demandas sociais e mesmo financeiras do país.

2.2 Taxas

As taxas são definidas pelo CTN em seu art. 77 conforme:

As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Em geral as taxas são valores cobrados dos contribuintes pelo ente

público, decorrentes de uma contraprestação de serviços, tais como registro,

alterações de cadastros, emissão de documentos, iluminação pública, transporte

coletivo urbano, coleta de lixos e resíduos, dentre outros, e podem ser também

denominados como tarifas, contas, preço público ou passagens.

TAXA – é um tributo vinculado diretamente, por possuir a sua hipótese de incidência consistente numa ação estatal diretamente referida ao

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contribuinte (art. 77 do CTN). Está relacionada à prestação de serviço público ou exercício do poder de polícia, que beneficia o próprio contribuinte e a sua cobrança aparece como uma contraprestação, apesar de serem juridicamente denominados de taxas, podem receber outras denominações como: tarifas, contas, preços públicos ou passagens. (SOUZA, 2005)

Portanto, pode-se concluir que as taxas são valores pagos ao ente

tributante, por conta de uma contraprestação de serviços pelo mesmo ao

contribuinte.

2.3 Contribuições de Melhorias

Contribuições de Melhorias, instituída pelo decreto Lei n. 195 de 24 de

fevereiro de 1957, é uma espécie de tributo que o sujeito passivo paga ao sujeito

ativo com base na valorização do imóvel localizado em áreas beneficiadas direta ou

indiretamente por obras da administração pública, tem como destinação dos

recursos fazer face aos recursos gastos durante a execução da obra.

Art. 81 do CTN: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

A contribuição de melhoria é um tributo que o contribuinte paga pela

valorização de seu imóvel, em decorrência de alguma obra realizada pela

administração pública.

Contribuições Por Melhoria – é um tributo vinculado indiretamente, por possuir uma hipótese de incidência consistente numa atuação estatal indiretamente referida ao contribuinte (art. 81 do CTN). Está relacionada à realização de obras públicas, que traz benefício para o público em geral e não apenas o contribuinte dessa contribuição. (SOUZA, 2005)

Portanto, para Souza a Contribuição por Melhoria é um tributo vinculado

indiretamente, pois o contribuinte se beneficia indiretamente da atividade estatal, ou

seja, o objetivo da obra realizada pela administração não foi a de valorizar o imóvel

do contribuinte, porém com a valorização em decorrência da obra, o governo pode

cobrar o tributo resultante da valorização.

2.4 Empréstimos Compulsórios

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Existe também outro tipo de tributo que são os Empréstimos

Compulsórios, um tipo de tributo não comum no país, conforme:

Trata-se de tributo com objetivo de possibilitar o ingresso temporário de recursos aos cofres públicos, com o dever do Estado de restituir futuramente a importância emprestada. Esta restituição é irrelevante para fixação do empréstimo compulsório como tributo ou não, o traço marcante de sua natureza tributária é a compulsoriedade e sua adequação aos termos do art. 3º do CTN, estando superada a Súmula 418 do STF. Somente a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios (art. 148 da CF/88). (Renato, 2006)

Portanto, esse tipo de tributo funciona como um recurso que o governo

pode se utilizar desde que de forma temporária, e com a obrigação de devolvê-lo ao

contribuinte posteriormente.

2.5 Contribuições Sociais

Segundo o art. 149 da Constituição Federal de 1988 (CF), as

Contribuições Sociais só podem ser instituídas pela União, conforme:

art. 149 CF/88 compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

Para que seja instituída uma contribuição social, tem que ser observado

como característica a finalidade da contribuição, e não pelo destino do recurso da

respectiva cobrança.

Conforme descreve o ilustre jurista Hugo de Brito Machado: “contribuição social é como uma espécie de tributo com finalidade constitucionalmente definida, a saber, intervenção no domínio econômico, interesse de categorias profissionais ou econômicas e seguridade social”. (GRISARD, 2002)

Por sua vez as contribuições têm destinação própria para a aplicação dos

recursos, definida no art. 149 da CF, toda contribuição tem destinação especifica de

recursos, tais como o Programa de Integração Social (PIS), instituído pela LC n. 7 de

07 de setembro de 1970, com o apoio no art. 165, V, da anterior constituição de

1967, destinado a promover a integração do empregado na vida e no

desenvolvimento das empresas, e a Contribuição Para o Financiamento da

Seguridade Social (COFINS) instituída pela LC n. 70, de 31 de dezembro de 1991, e

tem previsão no art. 195, I, da CF/88. Seus recursos são destinados exclusivamente

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ao custeio das despesas com atividades afins das áreas de saúde, previdência e

assistência social, o artigo 149 da CF/88, determina que compete exclusivamente a

União instituir contribuições sociais.

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3 PIS - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL / COFINS – CON TRIBUIÇÃO

PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

3.1 Hipótese de Incidência

As duas contribuições possuem regras bastante similares, variando

conforme seus contribuintes sejam pessoas jurídicas de direito privado, público ou

contribuintes especiais, tais como instituições de educação e de assistência social

sem fins lucrativos, sindicatos e templos.

Ambos os tributos apresentam três hipóteses de incidência distinta:

a) o faturamento ou o auferimento de receitas, para pessoas jurídicas de direito

privado;

b) o pagamento da folha de salários, para entidades de relevância social

determinadas em lei;

c) a arrecadação mensal de receitas correntes e o recebimento mensal de

recursos, para entidades de direito público.

Segundo a Lei nº 9.718/98, em seu art. 1º, foi dada a hipótese de

incidência dos tributos PIS/COFINS.

Art. 1º Esta Lei aplica-se no âmbito da legislação tributária federal, relativamente às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, de que tratam o art. 239 da Constituição e a Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, ao Imposto sobre a Renda e ao Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativos a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF.

Também definida pelo texto do art. 1º da Lei Complementar nº 70/91,

onde tal lei instituiu a COFINS.

Art. 1° Sem prejuízo da cobrança das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), fica instituída contribuição social para financiamento da Seguridade Social, nos termos do inciso I do art. 195 da Constituição Federal, devida pelas pessoas jurídicas inclusive as a elas equiparadas pela legislação do imposto de renda, destinadas exclusivamente às despesas com atividades-fins das áreas de saúde, previdência e assistência social.

3.2 Base de Cálculo

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A base de cálculo do PIS/COFINS é instituída pela Lei nº 9.718/98, e

conceituada como a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo

irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada

para as receitas.

Art. 2º As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas elas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide art. 15 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001) Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide art. 15 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001)

Segundo o art. 2º, da lei n. 9.715/98, a base de cálculo para o PIS é o

faturamento mensal das pessoas jurídicas de direito privado.

Limitando-nos à fonte faturamento, verificamos que a hipótese de incidência do PIS não era “faturar”, no sentido de emitir fatura ou cobrança, independentemente do respectivo recebimento. E isso porque a adoção do regime de competência nesse caso importaria em frontal violação da capacidade contributiva, exigindo do contribuinte que entregasse ao Estado uma parte de montantes que ainda não recebera. O regime de competência é compatível com o IRPJ e com qualquer outro tributo em que haja a necessidade: a) de periodização para a ocorrência do fato gerador e a apuração da base de cálculo; b) de tratamento uniforme para receita/despesa ou débito/crédito, para se chegar ao resultado final, que é a base de cálculo. (LOBATO, 2003).

Segundo a MP 2.113/2001, algumas entidades contribuem para o PIS,

tendo como base de cálculo a folha de salário, são elas:

Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: I - templos de qualquer culto; II - partidos políticos; III - instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; V - sindicatos, federações e confederações; VI - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII - conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; VIII - fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; IX - condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e X - a Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971.

A Lei n. 9.718/98 dispôs em seu art. 2º que, na incidência da contribuição

para o PIS/PASEP, serão observadas as disposições vigentes bem como as

alterações introduzidas por essa lei. A lei citada não revogou expressamente

nenhuma lei anterior sobre a incidência dessas contribuições. Entretanto, devemos

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ater-nos à regra inserida na Lei de introdução ao Código Civil, segundo a qual a lei

posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela

incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

Dessa forma, é mister que sejam analisadas, de forma conjunta e sistemática, todas

as normas que tratavam dessa matéria anteriormente à Lei n. 9.718/98 e que com

esta não se tornaram incompatíveis.

São permitidas algumas exclusões da base de cálculo da contribuição

para o PIS, (Lei n. 9.718/98, com alterações da Medida Provisória n. 2.113/2001)

são elas:

Art. 3º § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2ºexcluem-se da receita bruta: I - as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; II - as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001) IV - a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente. V - a receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1 o do art. 25 da Lei Complementar n o 87, de 13 de setembro de 1996. [...]

3.3 Cumulatividade

O tributo é cumulativo quando ele incide em mais de uma etapa da cadeia

da circulação de mercadorias e prestação de serviços, não podendo o contribuinte

se apropriar de créditos referentes a aquisições de mercadorias ou tomação de

serviços, conhecidos também como tributação em efeito cascata.

A cumulatividade do PIS/COFINS tem previsão legal na Lei 9.718/98,

calculados sobre o faturamento da empresa, ou seja, a receita bruta, deduzidas das

exclusões da receita também previstos no art. 3º § 2º da referida lei, em regra geral

tais tributos são calculados com alíquotas de 0,65% para o PIS e 3% para COFINS,

no entanto, para que as contribuições sejam calculadas no regime cumulativo de

PIS/COFINS, as empresas tem que apurar seus impostos com base no lucro

presumido, existem também a possibilidade de empresas apurarem suas

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contribuições em sistema híbrido de tributação (Cumulativo e não-cumulativo), nos

casos em que se observa o tipo de receita, e o produto da venda pelo contribuinte,

mais conhecidos como regimes especiais, com alíquotas diferenciadas, também

previstas na lei 9.718/98.

Essas contribuições, desde sua origem, sempre foram cobradas de forma cumulativa ou “em cascata”, eis que incidem a cada etapa da cadeia produtiva de forma indiscriminada, agregando valor na forma aos produtos e serviços e constituindo custo a mais as empresas [...] a tributação sobre as receitas revela-se a forma mais predatória de tributação, pois independe da existência real de riqueza ser tributada [...] Essa circunstância torna o PIS/COFINS um tributo que, em muitos casos, dificulta bastante a sobrevida dos empresários [...] (BARROS, 2009 Apud FROTA, 2013)

As alíquotas do PIS/COFINS aplicadas no regime cumulativo estão

previstas no art. 4º da lei 9.718/98, em regra geral se aplica o inciso IV do referido

artigo.

Art. 4º as contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP e para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS devidas pelos produtores e importadores de derivados de petróleo serão calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas: IV – sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais atividades.

3.4 Da não cumulatividade

A não cumulatividade tem previsão legal prevista no art. 49 do CTN, onde

o mesmo é definido como:

Art. 49. O imposto é não cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados.

Diferente da cumulatividade, o tributo quando não cumulativo, é calculado

de forma a se apropriar da quantia de tributo pago na etapa anterior, praticando o

débito e crédito tributário, evitando o acúmulo de tributos incidentes de um período

para o outro na cadeia tributária, conforme explica Machado, 2010 Apud Frota, 2013:

O princípio da não cumulatividade existe para impedir que o ônus do imposto vá se acumulando em cada operação. Se já incidiu sobre o insumo, não se deve reproduzir esse ônus no produto final. Por isto existe o crédito, com o qual se impede a acumulação das duas incidências do imposto. (2013, P.16)

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Ainda segundo Frota, “a regra pressupõe que, caso seja gravado o tributo

no valor da mercadoria adquirida, deve-se proceder com crédito do imposto para

impedir o repasse do ônus tributário na etapa subseqüente”.

O PIS/COFINS não cumulativo tem previsão legal conforme a Lei nº

10.637/2002 e também na Lei nº 10.833/2003, com textos semelhantes para as duas

contribuições sociais, onde as referidas leis estabeleceram critérios para a utilização

de créditos tributários pagos nas etapas anteriores ao período apurado na cadeia de

produção de um bem ou serviço. O artigo 3º da lei nº estabelece critérios para

utilização dos referidos créditos.

3.5 Monofasia

Segundo a CF/88 em seu art. 149 § 4º, destacou-se a hipótese de as

contribuições incidir apenas uma única vez na cadeia tributária, ou seja, concentrada

apenas na primeira fase de importação e produção do produto, nesse caso

denominado tributação monofásica, conforme legislação citada a seguir:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. [...] § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.

Conforme § 4º do art. 149 da CF/88, a base legal para incidência

monofásica da COFINS foi a lei 10.833/03 em seu art. 1º § 3º inciso IV, conforme:

Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, com a incidência não-cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. [...] IV – de venda dos produtos de que tratam as leis nos 9.990, de 21 de julho de 2000, 10.147, de 21 de dezembro de 2000, 10.485, de 3 de julho de 2002, e 10.560, de 13 de novembro de 2002, ou quaisquer outras submetidas à incidência monofásica da contribuição;

Existe grande discussão no país no que diz respeito à monofasia da

tributação que incide sobre as contribuições para o PIS/COFINS, pois ocorre que

nas fases posteriores existe tributação incidindo sobre as receitas decorrentes de

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produtos tributados sob o regime monofásico em fases anteriores, serem tributados

com alíquota 0% (zero por cento) nas fases subseqüentes a cadeia de tributação

desses produtos, conforme Bergamini, 2009 Apud Frota, (2013 p. 36):

Em decorrência, a apuração do PIS/COFINS na forma prescrita nas leis supramencionadas em verdade não são monofásicas, porque não há uma única incidência na origem da cadeia de circulação interna das mercadorias (isto é, nas vendas do fabricante e do importador). O que há (e isto é certo) é uma cadeia plurifásica de incidência tributária, na qual a legislação determinou alíquota de determinados contribuintes é majorada e as alíquotas aplicáveis a outros contribuintes é 0%.

3.6 Plurifasia

A plurifasia ocorre quando a tributação incide em todas as fases da

cadeia tributária, não sendo concentrada apenas na primeira fase, como no caso da

monofásia, ocorrendo então a tributação plurifásica em concordância com o regime

não cumulativo de tributação para o PIS/COFINS.

3.7 Alíquotas Diferenciadas

A legislação do PIS/COFINS estabelece em alguns casos ligados a

algumas atividades, ou produtos regimes especiais de tributação, a seguir alguns

casos específicos de tributação com alíquotas diferenciadas para o PIS/COFINS,

casos estes ligados a monofasia na tributação, a substituição tributária, dentre

outros, conforme Marta, 2013:

A contribuição para o PIS foi criada pela Lei Complementar 07 de 7 de setembro de 1970, o PASEP foi criado pela Lei Complementar 08 de 03 de dezembro de 1970 e a COFINS foi criada pela Lei Complementar 70 de 30 de dezembro de 1991. Estas legislações sofreram diversas alterações ao longo do tempo, estando atualmente reguladas nas Leis 9.701/1998, 9.715/1998, 9.718/1998. A partir da competência fevereiro de 1999, na esteira das alterações foi editada a MP 1.807, e que atualmente tem o número 2.158-35/2001 (última Medida Provisória publicada com este número), com regras específicas para o cálculo das contribuições. Alterações foram procedidas por meio das Leis 10.637/2002 (Pis Não Cumulativo), 10.833/2003 (Cofins Não Cumulativo), 10.865/2004 (Pis/Cofins Importação) e 10.931/2004 (RET – Regime Especial de Tributação para as incorporações imobiliárias), e os tratamentos diferenciados para alguns produtos, conforme Leis 9.718/1998 (combustíveis), 10.147/2000 (medicamentos e perfumarias), 10.485/2002 (veículos, autopeças e pneus), 10.548/2002, 10.560/2002, 10.925/2004 (agropecuária), 12.058/2009 (bovinos) e 12.350/2010 (frangos e suínos), além de outras alterações importantes, tais como as incluídas nas Leis 10.209/2001, 10.276/2001, 10.676/2003, 10.684/2003, 10.996/2004 (zona franca de Manaus e área de

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livre comércio), 11.033/2004, 11.051/2004, 11.096/2005, 11.116/2005, 11.484/2007, 11.488/2007, 12.546/2011, 12.431/2011, 12.649/2012, 12.693/2012 e 12.715/2012. Observar também os Regimes Especiais criados para algumas atividades e para alguns produtos ou serviços.

Conforme Art. 4º da Lei nº 9.718/98, estabelece alíquotas diferenciadas

para produtores e importadores de derivados de petróleo, conforme:

Art. 4o As contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP e para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS devidas pelos produtores e importadores de derivados de petróleo serão calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas: I – 5,08% (cinco inteiros e oito centésimos por cento) e 23,44% (vinte inteiros e quarenta e quatro centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gasolinas e suas correntes, exceto gasolina de aviação; II – 4,21% (quatro inteiros e vinte e um centésimos por cento) e 19,42% (dezenove inteiros e quarenta e dois centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de óleo diesel e suas correntes; III - 10,2% (dez inteiros e dois décimos por cento) e 47,4% (quarenta e sete inteiros e quatro décimos por cento) incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gás liquefeito de petróleo - GLP derivado de petróleo e de gás natural; IV – sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais atividades.

Já o art. 5º da lei citada no capítulo parágrafo anterior, estabelece as

alíquotas sobre a venda de álcool inclusive para fins carburantes, conforme:

Art. 5o A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidentes sobre a receita bruta auferida na venda de álcool, inclusive para fins carburantes, serão calculadas com base nas alíquotas, respectivamente, de: I – 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) e 6,9% (seis inteiros e nove décimos por cento), no caso de produtor ou importador; e II – 3,75% (três inteiros e setenta e cinco centésimos por cento) e 17,25% (dezessete inteiros e vinte e cinco centésimos por cento), no caso de distribuidor.

O mesmo artigo da referida lei, em seu § 1º estabelece a redução da

alíquota a 0%, tanto para o PIS quanto para a COFINS, incidentes sobre a receita

bruta na venda de álcool, inclusive para fins carburantes conforme algumas

situações estabelecidas na legislação abaixo citada:

§ 1o Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta de venda de álcool, inclusive para fins carburantes, quando auferida: I – por distribuidor, no caso de venda de álcool anidro adicionado à gasolina; II – por comerciante varejista, em qualquer caso; III – nas operações realizadas em bolsa de mercadorias e futuros.

Porém no § 2º mencionam algumas situações em que ocorre a não

aplicabilidade da alíquota zero, esta situação ocorre quando ocorre a liquidação

física do contrato, conforme redação da legislação a seguir:

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§ 2o A redução a 0 (zero) das alíquotas previstas no inciso III do § 1o deste artigo não se aplica às operações em que ocorra liquidação física do contrato. No § 3º estabelece as regras para as pessoas jurídicas que comercializem álcool não enquadradas como produtor, importador, distribuidor ou varejistas, onde as mesmas deverão observar a legislação aplicada as demais pessoas jurídicas distribuidoras, conforme: § 3o As demais pessoas jurídicas que comerciem álcool não enquadradas como produtor, importador, distribuidor ou varejista ficam sujeitas às disposições da legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins aplicáveis à pessoa jurídica distribuidora.

Ainda no artigo 5º, a legislação permite ao distribuidor optar pelo regime

especial de apuração e pagamento do PIS/COFINS, no qual passa a recolher os

tributos com base na quantidade de produto e não em alíquotas sobre as receitas,

conforme § 4º:

§ 4o O produtor, o importador e o distribuidor de que trata o caput deste artigo poderão optar por regime especial de apuração e pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, no qual as alíquotas específicas das contribuições são fixadas, respectivamente, em: I – R$ 23,38 (vinte e três reais e trinta e oito centavos) e R$ 107,52 (cento e sete reais e cinqüenta e dois centavos) por metro cúbico de álcool, no caso de venda realizada por produtor ou importador; II – R$ 58,45 (cinqüenta e oito reais e quarenta e cinco centavos) e R$ 268,80 (duzentos e sessenta e oito reais e oitenta centavos) por metro cúbico de álcool, no caso de venda realizada por distribuidor.

A Lei nº 10.147/2000 dispõe sobre as alíquotas aplicadas aos produtores

de produtos farmacêuticos, de perfumaria e de higiene pessoal, mencionando

inclusive a tributação a alíquota zero para as cadeias posteriores, no caso de

revenda e distribuidores desses produtos, conforme legislação abaixo citada:

Art. 1o A Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS devidas pelas pessoas jurídicas que procedam à industrialização ou à importação dos produtos classificados nas posições 30.01; 30.03, exceto no código 3003.90.56; 30.04, exceto no código 3004.90.46; e 3303.00 a 33.07, exceto na posição 33.06; nos itens 3002.10.1; 3002.10.2; 3002.10.3; 3002.20.1; 3002.20.2; 3006.30.1 e 3006.30.2; e nos códigos 3002.90.20; 3002.90.92; 3002.90.99; 3005.10.10; 3006.60.00; 3401.11.90, exceto 3401.11.90 Ex 01; 3401.20.10; e 9603.21.00; todos da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto no 7.660, de 23 de dezembro de 2011, serão calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas: I – incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de: a) produtos farmacêuticos classificados nas posições 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, 30.04, exceto no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00: 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento) e 9,9% (nove inteiros e nove décimos por cento); b) produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, classificados nas posições 33.03 a 33.07, exceto na posição 33.06, e nos

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códigos 3401.11.90, exceto 3401.11.90 Ex 01, 3401.20.10 e 96.03.21.00: 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento) e 10,3% (dez inteiros e três décimos por cento); e II – sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento, incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais atividades. § 1o Para os fins desta Lei, aplica-se o conceito de industrialização estabelecido na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. § 2o O Poder Executivo poderá, nas hipóteses e condições que estabelecer, excluir, da incidência de que trata o inciso I, produtos indicados no caput, exceto os classificados na posição 3004. § 3o Na hipótese do § 2o, aplica-se, em relação à receita bruta decorrente da venda dos produtos excluídos, as alíquotas estabelecidas no inciso II. Art. 2o São reduzidas a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos tributados na forma do inciso I do art. 1o, pelas pessoas jurídicas não enquadradas na condição de industrial ou de importador. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às pessoas jurídicas optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples.

Existem, também, alíquotas diferenciadas para o PIS e a COFINS

incidentes sobre as pessoas jurídicas que importam e fabricam veículos auto-peças

e pneus, conforme a lei nº 10.485/2002, conforme redação a seguir, relatando nos

artigos da referida lei as alíquotas pertinentes a cada classe de produtos abrangidos

pela lei, conforme artigos citados a seguir:

Art. 1o As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto no 4.070, de 28 de dezembro de 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), respectivamente. § 1o O disposto no caput, relativamente aos produtos classificados no Capítulo 84 da TIPI, aplica-se, exclusivamente, aos produtos autopropulsados. § 2o A base de cálculo das contribuições de que trata este artigo fica reduzida: I - em 30,2% (trinta inteiros e dois décimos por cento), no caso da venda de caminhões chassi com carga útil igual ou superior a 1.800 kg e caminhão monobloco com carga útil igual ou superior a 1.500 kg, classificados na posição 87.04 da TIPI, observadas as especificações estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal; II - em 48,1% (quarenta e oito inteiros e um décimo por cento), no caso de venda de produtos classificados nos seguintes códigos da TIPI: 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 8702.10.00 Ex 02, 8702.90.90 Ex 02, 8704.10.00, 87.05 e 8706.00.10 Ex 01 (somente os destinados aos produtos classificados nos Ex 02 dos códigos 8702.10.00 e 8702.90.90). § 3o O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, às pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5o, da Medida Provisória no 2.189-49, de 23 de agosto de 2001.

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No artigo 3º da lei citada no parágrafo anterior, o legislador fez referência

às pessoas jurídicas que fazem parte das etapas posterior a importação ou

fabricação destes produtos, e peças e acessórios para veículos, auto peças em

geral, deixando claro o sentido de monofasia na tributação para os produtos

mencionados no artigo 3º, pois a tributação neste caso ocorre somente na primeira

fase, a fase de fabricação e venda do produto, estando os outros sujeitos das etapas

posteriores (distribuidores, comerciantes varejistas e atacadistas, e mesmo o

consumidor final), sujeitos à tributação com alíquota zero para PIS e COFINS, uma

vez que a tributação se concentrou na primeira fase da comercialização de tais

produtos, conforme artigo:

Art. 3o As pessoas jurídicas fabricantes e os importadores, relativamente às vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei, ficam sujeitos à incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de: I - 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) e 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), respectivamente, nas vendas para fabricante: a) de veículos e máquinas relacionados no art. 1o desta Lei; ou b) de autopeças constantes dos Anexos I e II desta Lei, quando destinadas à fabricação de produtos neles relacionados; II - 2,3% (dois inteiros e três décimos por cento) e 10,8% (dez inteiros e oito décimos por cento), respectivamente, nas vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores. § 1o Fica o Poder Executivo autorizado, mediante decreto, a alterar a relação de produtos discriminados nesta Lei, inclusive em decorrência de modificações na codificação da TIPI. § 2o Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, relativamente à receita bruta auferida por comerciante atacadista ou varejista, com a venda dos produtos de que trata: I - o caput deste artigo; e II - o caput do art. 1o desta Lei, exceto quando auferida pelas pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5o, da Medida Provisória no 2.189-49, de 23 de agosto de 2001.

O 5º artigo da lei 10.485/2002 trata dos pneus novos e câmaras-de-ar de

borracha, fixando assim às alíquotas pertinentes a tais produtos, ficando explícito em

seu parágrafo único a tributação a alíquota zero para os agentes das etapas

posteriores a fabricação e venda desses produtos, conforme artigo:

Art. 5o As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e 40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da TIPI, relativamente às vendas que fizerem, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,5% (nove inteiros e cinco décimos por cento), respectivamente.[...] Parágrafo único. Fica reduzida a 0% (zero por cento) a alíquota das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins, relativamente à receita bruta da

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venda dos produtos referidos no caput, auferida por comerciantes atacadistas e varejistas.

Existem muitos outros produtos mencionados e citados no capítulo 2.8

deste trabalho, tributados com alíquotas diferenciadas, conforme anexo I se tem a

tabela 01 (Alíquotas Diferenciadas PIS/COFINS) englobando as alíquotas

pertinentes a cada produto.

Existem as duas formas de se calcular o PIS/COFINS para as empresas,

no regime cumulativo e não cumulativo, porém existem outras questões para que

sejam calculadas as tributações em cada uma de suas formas, tal situação se dá

quando da escolha do regime de tributação incidente sobre o lucro das empresas, se

a tributação se dá pelo lucro real ou pelo lucro presumido, a tributação sendo

calculada com base no lucro presumido, obrigatoriamente a empresa estará sujeita

ao regime cumulativo de tributação para o PIS/COFINS, já a não cumulatividade da

tributação para o PIS/COFINS se dá pela escolha do regime apuração de impostos

pelo Lucro Real, porém há situações que mesmo a empresa escolhendo a tributação

pelo lucro real, ainda assim existem produtos que serão calculados no regime

cumulativo.

3.8 Lucro Real

O Lucro Real é a regra para se apurar o Imposto de Renda da empresa

com base no lucro gerado durante o exercício, é a forma mais complexa de se

calcular o imposto, para que uma empresa escolha o Lucro Real como forma de

calcular seus tributos, ela precisa ser organizada, e manter a sua escrituração

contábil rigorosamente atualizada, pois o lucro real demonstra exatamente o lucro ou

prejuízo gerado na competência. Segue entendimento da Receita Federal sobre o

Lucro Real:

De acordo com o art. 247 do RIR/1999, lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das leis comerciais.

Existem casos em que as empresas terão obrigatoriamente que escolher

o Lucro real como forma de apurar seus impostos, tais categorias de atividades

estão expostas no art. 14 da Lei nº 9.718/98, conforme:

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Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2º da Lei nº 9.430, de 1996 ; VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio.

Tal opção segundo o art. 14 da lei acima citada se dá de forma

compulsória, ou seja, obrigada, em situações que envolvem as atividades das

empresas e outra situação é com base no valor da receita bruta anual auferida pela

empresa, até o ano de 2013 a opção pelo Lucro Presumido estava sujeito a receita

bruta anual de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou majorado

média mensal de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) para empresas com

atividades iniciadas dentro do exercício anterior a opção, porém conforme o art. 9º

da lei 12.814/2013, a partir de 01 de janeiro de 2014 tais limites foram aumentados

para R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) anual ou media de R$

6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) mensais, no exercício anterior.

As pessoas jurídicas que optam ou estão obrigadas a tributar seus

impostos com base no lucro real poderão determinar seus lucros com base no

balanço anual da empresa em 31 de dezembro de 2013, ou trimestral na forma da

lei nº 9.430/96, conforme:

Art. 1º A partir do ano-calendário de 1997, o imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, observada a legislação vigente, com as alterações desta Lei. § 1º Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cálculo e do imposto de renda devido será efetuada na data do evento, observado o disposto no art. 21 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995.

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§ 2° Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, a apuração da base de cálculo e do imposto devido será efetuada na data desse evento.

Existem situações em que mesmo as empresas escolhendo a sua

tributação para o PIS/COFINS no regime não cumulativo, estarão sujeitas ao regime

cumulativo, tais situações se encontram descritas no art. 10º, VII a XXV da Lei nº

10.833/03, conforme:

Art. 10 - Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1º a 8º: VII - as receitas decorrentes das operações: a) [...] b) sujeitas à substituição tributária da COFINS; c) referidas no art. 5º da Lei nº 9.716, de 26 de novembro de 1998; VIII - as receitas decorrentes de prestação de serviços de telecomunicações; IX - as receitas decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) X - as receitas submetidas ao regime especial de tributação previsto no art. 47 da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002; XI - as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003: [...] XII - as receitas decorrentes de prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros; XIII - as receitas decorrentes de serviços: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) prestados por hospital, pronto-socorro, clínica médica, odontológica, de fisioterapia e de fonoaudiologia, e laboratório de anatomia patológica, citológica ou de análises clínicas; e b) de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia, quimioterapia e de banco de sangue; XIV - as receitas decorrentes de prestação de serviços de educação infantil, ensinos fundamental e médio e educação superior. XV - as receitas decorrentes de vendas de mercadorias realizadas pelas pessoas jurídicas referidas no art. 15 do Decreto-Lei nº 1.455, de 7 de abril de 1976; XVI - as receitas decorrentes de prestação de serviço de transporte coletivo de passageiros, efetuado por empresas regulares de linhas aéreas domésticas, e as decorrentes da prestação de serviço de transporte de pessoas por empresas de táxi aéreo; XVII - as receitas auferidas por pessoas jurídicas, decorrentes da edição de periódicos e de informações neles contidas, que sejam relativas aos assinantes dos serviços públicos de telefonia; XVIII – as receitas decorrentes de prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola inscritas no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB); XIX – as receitas decorrentes de prestação de serviços das empresas de call center, telemarketing, telecobrança e de teleatendimento em geral; XX - as receitas decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada de obras de construção civil, até 31 de dezembro de 2010; XXI – as receitas auferidas por parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria e de organização de feiras e eventos, conforme definido em ato conjunto dos Ministérios da Fazenda e do Turismo. XXII - as receitas decorrentes da prestação de serviços postais e telegráficos prestados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;

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XXIII - as receitas decorrentes de prestação de serviços públicos de concessionárias operadoras de rodovias; XXIV - as receitas decorrentes da prestação de serviços das agências de viagem e de viagens e turismo. XXV - as receitas auferidas por empresas de serviços de informática, decorrentes das atividades de desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou cessão de direito de uso, bem como de análise, programação, instalação, configuração, assessoria, consultoria, suporte técnico e manutenção ou atualização de software, compreendidas ainda como softwares as páginas eletrônicas.

As receitas decorrentes das atividades acima citadas, mesmo optando

pelo Lucro Real como base para apuração de seus impostos, estarão obrigadas ao

regime cumulativo de apuração do PIS/COFINS.

A forma de apurar o IRPJ pelo Lucro Real se dá da seguinte forma: após

apurar o Lucro na DRE (demonstração de resultados do exercício), ou em

balancetes mensais ou trimestrais, a empresa calculará o IRPJ e CSLL, sobre tais

resultados, que se dão da seguinte forma:

Tabela 02 – Cálculo do IRPJ Lucro Real

Base para IRPJ Lucro anual realizado no Balanço

Patrimonial.

Alíquota do IRPJ 15%

+ Adicional 10% Lucro do Balanço – (240.000,00) ou

20.000,00 mensais = resultado x10%

Tabela 03 – Cálculo da CSLL Lucro Real

Base para CSLL Lucro anual realizado no Balanço

Patrimonial.

Alíquota do IRPJ 9%

Tais tributos podem ser calculados de forma mensal ou trimestral, de

acordo com a legislação do IR decreto nº 3000/99.

O lucro presumido tem sua previsão legal no art. 13 da lei nº 9.718/98,

conforme:

Art. 13. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido.

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§ 1° A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano-calendário. § 2° Relativamente aos limites estabelecidos neste artigo, a receita bruta auferida no ano anterior será considerada segundo o regime de competência ou de caixa, observado o critério adotado pela pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro presumido.

A partir do exercício de 2014 os limites serão de R$ 78.000.000,00

(setenta e oito milhões de reais) no ano anterior, ou R$ 6.500.000,00 (seis milhões e

quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade no ano

anterior ao do exercício corrente.

A opção pelo lucro presumido só poderá ser feita por empresas que não

se enquadrarem em nenhuma das situações previstas no art. 14 da Lei nº 9.718/98.

A opção pela tributação se dá quando do recolhimento da 1ª parcela do

IRPJ no ano do exercício a ser apurado o imposto, conforme:

Art. 26. A opção pela tributação com base no lucro presumido será aplicada em relação a todo o período de atividade da empresa em cada ano-calendário. § 1º A opção de que trata este artigo será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário. § 2º A pessoa jurídica que houver iniciado atividade a partir do segundo trimestre manifestará a opção de que trata este artigo com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade. § 3º A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao mesmo ano-calendário, alterar a opção, passando a ser tributada com base no lucro real, ficará sujeita ao pagamento de multa e juros moratórios sobre a diferença de imposto paga a menor. § 4º A mudança de opção a que se refere o parágrafo anterior somente será admitida quando formalizada até a entrega da correspondente declaração de rendimentos e antes de iniciado procedimento de ofício relativo a qualquer dos períodos de apuração do respectivo ano-calendário.

O lucro presumido é uma forma mais simples de se apurar os impostos

com base no faturamento bruto das empresas, e não no lucro líquido, se trata de

uma taxa pré-fixada para cada tipo de atividade ou receita, aplicada sobre a receita

bruta auferida pela empresa em cada mês no exercício da apuração. No lucro

presumido o cálculo se dá de forma trimestral, ou seja: se paga até 31 de abril, o

montante referente ao cálculo de janeiro à março, em 31 de julho, o montante

referente ao cálculo de abril a junho, em 31 de outubro, o montante referente a julho

à setembro, em 31 de janeiro, o montante referente ao cálculo de outubro a

dezembro.

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A base de cálculo para a apuração do IRPJ e CSLL, com base no lucro

presumido, tem sua base legal no art. 518 do decreto 3000/99 RIR, conforme:

Art. 518. A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração, observado o que dispõe o § 7º do art. 240 e demais disposições deste Subtítulo (Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 25, e inciso I). Art. 519. Para efeitos do disposto no artigo anterior, considera-se receita bruta a definida no art. 224 e seu parágrafo único. § 1 º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de (Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, § 1º): I - um inteiro e seis décimos por cento, para atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; II - dezesseis por cento para a atividade de prestação de serviço de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput ; III - trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. § 2 º No caso de serviços hospitalares aplica-se o percentual previsto no caput . § 3 o No caso de atividades diversificadas, será aplicado o percentual correspondente a cada atividade (Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, § 2º). § 4 o A base de cálculo trimestral das pessoas jurídicas prestadoras de serviços em geral cuja receita bruta anual seja de até cento e vinte mil reais, será determinada mediante a aplicação do percentual de dezesseis por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração (Lei nº 9.250, de 1995, art. 40, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º). § 5 o O disposto no parágrafo anterior não se aplica às pessoas jurídicas que prestam serviços hospitalares e de transporte, bem como às sociedades prestadoras de serviços de profissões legalmente regulamentadas (Lei n o 9.250, de 1995, art. 40, parágrafo único). § 6 o A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de que trata o § 5 o , para apuração da base de cálculo do imposto trimestral, cuja receita bruta acumulada até determinado mês do ano-calendário exceder o limite de cento e vinte mil reais, ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto postergado, apurado em relação a cada trimestre transcorrido. § 7 o Para efeito do disposto no parágrafo anterior, a diferença deverá ser paga até o último dia útil do mês subseqüente ao trimestre em que ocorreu o excesso.

As alíquotas de presunção são definidas com base nas atividades

desenvolvidas pela empresa, conforme tabela 04 onde se tem 4 colunas, sendo a

primeira referente à atividade econômica predominante, a segunda coluna tem o

percentual de presunção de lucro, na terceira coluna está a alíquota do IR, e na

quarta coluna tem-se a alíquota direta aplicada sobre as receitas para fins de cálculo

do IRPJ pelo lucro presumido, e tabela 05 referente a CSLL calculada sobre as

receitas pelo lucro presumido, com as mesmas colunas sendo que a terceira coluna

se refere a alíquota da CSLL.

Tabela 04 – Tabela de presunção sobre a receita - I RPJ

Atividade Econômica Predominante Percentual

de Presunção

Alíquota do IR (2)

Percentual Direto (3)

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(1)

Revenda de Combustíveis e Derivados 1,6% 15,0% 0,24%

Vendas de Mercadorias com Industrialização por Encomenda 8,0% 15,0% 1,2%

Prestação de Serviços Hospitalares 8,0% 15,0% 1,2%

Transportes de Cargas 8,0% 15,0% 1,2%

Transportes de Passageiros 16,0% 15,0% 2,4%

Serviços em Geral (*) 32,0% 15,0% 4,8%

Serviços Prestados por Sociedade Civil de Profissão Legalmente Regulamentada

32,0% 15,0% 4,8%

Intermediação de Negócios (*) 32,0% 15,0% 4,8%

Administração, Locação ou Cessão de Bens Imóveis, Móveis e Direitos de Qualquer Natureza, como por exemplo: Franchising, Factoring, etc. (*)

32,0% 15,0% 4,8%

Bancos Comerciais, Bancos de Investimentos, Caixas Econômicas, etc.

16,0% 15,0% 2,4%

Loteamento, Incorporação, Venda de Imóveis Construídos ou Adquiridos para Revenda

8,0% 15,0% 1,2%

Construção por Administração ou por Empreitada, Unicamente de Mão-de-Obra (*)

32,0% 15,0% 4,8%

Construção por Administração ou por Empreitada com Fornecimento de Materiais e Mão-de-Obra

8,0% 15,0% 1,2%

Fonte: Extraída do site Auditecma.

Tabela 05 - Tabela de presunção sobre a receita - C SLL

Atividade Econômica Predominante Percentual

de Presunção

Alíquota da CSLL

Percentual Direto

Atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte

12% 9% 1.08%

prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e transporte

32% 9% 2,88%

intermediação de negócios 32% 9% 2,88%

administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza

32% 9% 2,88%

Fonte: Adaptada do site Auditecma.

Conforme tabela 06, tem-se o cálculo do IRPJ calculado trimestralmente,

com base na presunção aplicada a sua atividade predominante, a tabela é auto

explicativa, é dividida em duas colunas, onde a segunda coluna detalha o que a

primeira descreve, sendo a tabela 07 a mesma porém se referindo ao calculo da

CSLL.

Tabela 06 – Cálculo trimestral do IRPJ Lucro presum ido

Base para IRPJ Receita Bruta Trimestral das empresas x alíquota

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de presunção

+ Outras receitas / Ganhos + outras receitas ou ganhos de capital

x Alíquota do IRPJ Base de cálculo x 15%

+ Adicional 10% Base de cálculo – (60.000,00) ou 20.000,00

mensais = resultado x10%

Tabela 07 – Cálculo trimestral da CSLL Lucro Presum ido

Base para CSLL Receita Bruta Trimestral das empresas x alíquota

de presunção

+ Outras receitas / Ganhos + outras receitas ou ganhos de capital

x Alíquota da CSLL Base de cálculo x 9%

As alíquotas de PIS/COFINS para o Lucro Presumido e Lucro real são

definidas conforme tabela 08 onde se tem quatro colunas sendo as duas primeiras

referentes às alíquotas aplicadas às empresas que apuram seus tributos com base

no lucro presumido, e as duas últimas para as empresas que apuram seus tributos

com base no lucro real.

Tabela 08 – Alíquotas de PIS/COFINS (Regra Geral)

Lucro Presumido

PIS

Lucro Presumido

COFINS

Lucro Real PIS Lucro Real COFINS

0,65% 3% 1,65% 7,6%

3.9 PIS

Instituído pela LC nº 7 de 07 de setembro de 1970, destinado a promover

a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas, atualizado

pela lei n. 9.715 de 25 de novembro de 1998.

A tributação do faturamento no Brasil teve origem com a criação, pela Lei Complementar nº 7/70, do PIS – Programa de Integração Social, que procurou, sem sucesso, criar um sistema de participação compulsória dos empregados nos lucros das empresas. (LOBATO, 2003)

O tributo tem como finalidade promover a integração do empregado na

vida e no desenvolvimento das empresas, anteriormente ao PIS, tal integração era

feita através de um Fundo de Participação criado por depósitos efetuados pelas

empresas na Caixa Econômica Federal, cujos recursos seriam repassados

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posteriormente aos empregados, tais contribuições eram constituídas de duas

parcelas:

a) A primeira, por dedução de 5% do Imposto de Renda devido (Comumente

chamado de PIS/Dedução);

b) A segunda, com recursos próprios das empresas vendedoras de mercadorias,

calculados com base no faturamento.

Segundo o art. 149 da CF/88, é da União a competência tributária para

instituição e arrecadação da contribuição ao PIS.

A contribuição para o PIS é devida por todas as pessoas jurídicas de

direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda,

pelas entidades sem fins lucrativos, definidas como empregadoras pela legislação

trabalhista, pelas fundações e pelas sociedades cooperativas.

Este programa foi financiado, parte pelo repasse da receita do IRPJ, e parte com a criação de uma exação incidente sobre: (a) o lucro, para as empresas prestadoras de serviços; (b) o faturamento, para as empresas que realizassem a venda de mercadorias; e (c) a folha de salários, para as entidades sem fins lucrativos. (LOBATO 2003)

As instituições financeiras também são contribuintes do PIS de acordo

com regramento específico.

O PIS tem como fato gerador o auferimento de receitas pelas pessoas

jurídicas. No caso de entidades que recolhem a contribuição com base na folha de

salário, o fato gerador nasce no momento em que essas entidades incorrem nas

obrigações de pagamento da folha mensal de salários.

3.10 COFINS

A COFINS foi instituída pela Lei Complementar nº 70/91, e tem previsão

no art. 195, I, “B” da CF/88. Seus recursos são destinados exclusivamente ao

custeio das despesas com atividades afins das áreas de saúde, previdência e

assistência social.

Lei Complementar 70/91, Art. 1° Sem prejuízo da cobrança das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), fica instituída contribuição social para financiamento da Seguridade Social, nos termos do inciso I do art. 195 da Constituição Federal, devida pelas pessoas jurídicas inclusive as a elas equiparadas pela legislação do imposto de renda, destinadas exclusivamente às despesas com atividades-fins das áreas de saúde, previdência e assistência social.

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Art. 2° A contribuição de que trata o artigo anterior será de dois por cento e incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza.

A COFINS foi instituída em substituição da Finsocial, criada pelo Decreto-

lei nº 1.940/82 sob pálio da Carta Constitucional de 1.967.

Assim como o PIS a COFINS tem como fato gerador o auferimento de

receitas, ou seja, o total da receita bruta mensal das pessoas jurídicas, porém não

existem entidades que recolham a COFINS baseada em folha de salários, sendo

essa restrita a empresas que visam auferir lucro, conforme art. 2º da Lei 9.718/98:

A Lei nº estatuiu em seu art. 2º que a COFINS é devida por toda pessoa jurídica de direito privado, dando tratamento isonômico a todos os contribuintes quanto à responsabilidade de recolhimento dessa contribuição. De tal sorte, a partir da lei citada, as instituições financeiras e entidades assemelhadas tornaram-se contribuintes da COFINS. (WATERHOUSE, 2001, P 74)

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4 TRANSPORTES RODOVIÁRIO DE CARGAS

Segundo dados extraídos da pesquisa de João Guilherme Araújo em

janeiro de 2011, “o Transporte rodoviário de cargas (TRC) é responsável por mais

de 60% do volume de mercadorias movimentadas no Brasil, com seu custo

representando cerca de 6% do Produto Interno Bruto do país”. Os dados mostram

que tal segmento é muito importante para o funcionamento das atividades

comerciais e industriais no Brasil. Porém tal atividade se encontra em grande maioria

com dificuldades financeiras, isso muito por conta da crise mundial econômica de

2008. Existem outros fatores que dificultam o funcionamento da atividade de

transporte rodoviário de cargas no país, tais como: Más condições da malha viária

no país, estradas sem sinalizações e em péssimo estado de conservação, dentre

outros, conforme citação de artigo abaixo:

Segundo dados recentes, nas estradas e rodovias brasileiras circulam 17,9 milhões de automóveis, sendo 3,087 milhões de veículos comerciais leves; 1,17 milhão de caminhões; e 260.000 ônibus. No Brasil, a rodovia é utilizada por mais de 60% de todo o transporte de carga. Segundo o DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), o Brasil possui cerca de 1,7 milhões de quilômetros de estradas, porém, somente 10% são pavimentadas, equivalente a 172.897 quilômetros. Considerando esse número, 57.211 quilômetros são de estradas federais; 94.753 de estaduais; e 20.914 de municipais. A maioria das estradas pavimentadas possui mais de dez anos sem reformas. Em diferentes regiões do Brasil, as condições de conservação, pavimentação e sinalização das rodovias são irregulares ou deficientes. Alguns trechos apresentaram melhoras, referente a 5,5 mil quilômetros privatizados. Entre os anos 2011 e 2012, o Ministério dos Transportes e o DNIT estiveram sob o alvo de suspeitas de corrupção, gerando demissões e deixando os nossos motoristas e pedestres utilizando estradas em péssimas condições. (Rebouças, 2013).

Mesmo com todas as dificuldades acima descritas, o segmento de

transportes rodoviário de cargas continua sendo o principal meio de transporte de

mercadorias no país, e a alta carga tributária imposta às empresas desse segmento

estão minando suas forças e levando muitas delas a encerrarem suas atividades, ou

mesmo as que mantêm as atividades se encontram em dificuldades, pois o custo de

manutenção da frota é alto, o combustível que é seu principal insumo na prestação

desse serviço é caro, pneus e peças e acessórios estão cada vez mais elevados

seus preços, o que dificulta muito a manutenção das atividades por esse segmento

econômico, pois com as péssimas condições da malha viária do país o custo de

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manutenção se eleva, pois com caminhões trafegando em estradas em péssimas

condições e sem pavimentação contribui muito para a quebra de peças, conforme:

As condições de nossas rodovias compromete a expansão econômica do Brasil, tornando mais caro e mais inseguro o transporte de mercadorias para o mercado interno e externo, diminuindo a capacidade concorrencial do Brasil e a qualidade de seus serviços logísticos. As irregularidades e péssimas condições detectadas em nossas estradas deixa o Brasil aquém de outras nações emergentes na economia global. Segundo dados do DNIT, em 2010, do 1,5 milhão de quilômetros de estradas, somente 212.000 quilômetros eram pavimentadas, equivalente a 13% de nossa malha rodoviária. O setor privado indica que, além da ausência de pavimentação, a falta de manutenção tem sido outro preocupante problema. Segundo estudos do instituto Ilos, seriam necessário 64,7 bilhões de reais para projetos de recuperação e de 747 bilhões para a pavimentação de estradas já existentes. (Rebouças, 2013).

Para que a atividade de transportes rodoviários de cargas no país

melhore economicamente, é necessário que melhorem as estradas, pois o setor não

suporta mais as condições das estradas, as autoridades do país precisa investir

mais nesse setor, disponibilizando recursos para que se construam novas estradas,

para que reformem as que existem e melhorem sua sinalização, pois a realidade

hoje é comprometedora para o setor conforme Marcele Ribeiro explica em seu

artigo:

Em 2010, do 1,5 milhão de quilômetros de estradas brasileiras, apenas 212 mil quilômetros, ou 13%, eram pavimentados, de acordo com o Dnit. Os outros 87% não têm qualquer tipo de pavimentação. Uma pesquisa feita ano passado pelo instituto Ilos, com cerca de 15 mil profissionais de logística das maiores empresas do Brasil, revelou que 92% deles apontaram a má conservação das estradas como o principal problema de infraestrutura do país. A malha rodoviária insuficiente foi citada por 68% dos entrevistados. (Ribeiro, 2011).

Ainda segundo Marcele Ribeiro, em comparação com outros países

emergentes, o Brasil fica muito atrás quando se trata de malha viária pavimentada,

conforme:

O estudo do Ilos mostra que, em relação à quantidade de quilômetros pavimentados em estradas, o Brasil está muito atrás da maioria dos outros países que compõem o bloco de emergentes Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A Índia, por exemplo, cuja extensão territorial representa 35% da brasileira, tem 1,5 milhão de quilômetros de rodovias pavimentados. (Ribeiro,2011).

Outro fator que contribui e muito para as dificuldades do setor de

transportes rodoviário de cargas é a alta carga tributária imposta ao setor, causando

quase que um colapso financeiro no setor, conforme:

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Respeitável estudo do Professor Fernando Garcia, da Escola de Economia de São Paulo da FGV, revelou que, em 2001, a carga tributária devorou 50,8%, ou seja, mais da metade das receitas do setor de transportes. Isso significa que dos R$ 21,5 bilhões faturados pelo setor (dado do IBGE), nada menos que R$ 10,9 bilhões são canalizados, sob forma de tributos diretos ou indiretos. Este impressionante percentual constitui recorde no setor de serviços. A mais alta carga tributária depois do transporte fica com os serviços prestados às empresas (37,1%). A menor recai sobre os serviços privados não comerciais (20,3%). Enquanto as instituições financeiras suportam apenas 27,5%, os serviços prestados às famílias comparecem com 28,9% e o setor de comunicações, com 28,3%. (Reis, 2012).

Visando a melhor forma de tributação e diminuição da carga tributária

impostas ao segmento de transportes rodoviário de cargas o presente trabalho visa

demonstrar a melhor forma de se tributar o PIS/COFINS das empresas desse

segmento, pois existem diferenças significantes quanto à comparação pelo regime

cumulativo e não cumulativo.

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5 PIS E COFINS APLICADO ÀS TRANSPORTADORAS

Com o intuito de comparar a tributação das contribuições para o PIS e

COFINS sobre as receitas das empresas com atividades de transportes rodoviários

de cargas em geral. O presente trabalho visa fazer a comparação da aplicação do

PIS e COFINS entre o regime cumulativo e não cumulativo para empresas do

segmento de transportes rodoviários de cargas, e o que representou tal escolha para

cada uma das duas empresas do mesmo segmento, sendo uma tributada pelo

regime cumulativo e outra tributada pelo regime não-cumulativo; e demonstrar em

qual situação as duas empresas do setor obteriam melhores resultados, sendo uma

denominada C. Mudanças e transportes Ltda, empresa do ramo de transportes de

mudanças e cargas em geral, empresa familiar fundada em 1969, participa em

diversas concorrências de licitações, tem como clientes em potencial a Petrobrás,

Vale S.A dentre alguns órgãos da administração pública, e a outra, Transportadora

V. Ltda, empresa familiar transportadora de cargas em geral, fundada em 1968

como Entregadora Fortaleza mudando em 1980 sua razão social para

Transportadora Vasconcelos Ltda, tem como clientes em potencial a Nestlê,

Perdigão, Cia Brasileira de Distribuição, dentre outros, ambas as empresas possuem

sua matriz no município de Fortaleza – CE, e filiais espalhadas por diversos estados

do Brasil.

A primeira apura seus impostos com base no Lucro Presumido, tributando

assim o PIS e COFINS no regime cumulativo das contribuições sociais. Já a

segunda optou pelo Lucro Real como forma de apurar seus impostos, tributando o

PIS e COFINS pelo regime não cumulativo.

Conforme Quadro 01 (Balancete Exercício 2012) exposto no anexo II,

tem-se o balancete onde se apresentam os saldos das contas do exercício de 2012

da empresa, saldos que serão utilizados em análise para comparação entre o

regime cumulativo e não cumulativo, em qual forma a empresa estaria sendo menos

onerada.

Com base no balancete exposto no anexo II, a empresa apurou o PIS e

COFINS pelo regime cumulativo, aplicando as alíquotas de 0,65% para PIS e 3 %

Para COFINS, diretamente sobre as receitas tributáveis, que nesse caso foram

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todas as receitas menos as de Transportes internacionais, pois tal receita é isenta

das contribuições.

Conforme Quadro 02, tem-se a tributação com base no cálculo efetuado

utilizando as alíquotas pelo regime cumulativo aplicadas diretamente sobre as

receitas.

Quadro 02 – PIS COFINS sobre receitas – Cumulativo

Receita 46.582.029

(-) Transportes Internacionais

-1.576.192

(=) Base de Calculo PIS/COFINS 45.005.837

PIS 0,65% 292.538

COFINS 3% 1.350.175

Se a empresa ao invés de apurar pelo regime cumulativo, tivesse apurado

suas contribuições no regime não cumulativo ela poderia ter se apropriado de

créditos referentes a aquisições e custos auferidos no decorrer do exercício de 2012,

com base nos créditos permitidos pelo art. 3º da Lei nº 10.833/2003, “Do valor

apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados

em relação a:”, situações que poderiam ter gerado créditos no regime não

cumulativo tais como:

Art 3º, II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi.

Na situação do inciso II, se encontram vários custos que poderiam ter

gerado créditos para a empresa, tais como:

a) Serviços Prestados por pessoas jurídicas - R$ 16.261

b) Vale transportes – R$ 171.529

c) Material de embalagens – R$ 1.105.111

d) Viagens com transportes – R$ 818.778

e) Combustíveis para veículos – R$ 4.920.063

f) Lubrificantes para veículos – R$ 109.438

g) Pneus e câmera de ar para veículos – R$ 482.160

h) Equipamentos de proteção individual – R$ 137.679

i) Pedágio – R$ 413.418

j) Alimentação – R$ 965.156

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k) Fardamentos – R$ 161.759

Gerando um total de base de cálculo de créditos com base no inciso II do

Art. 3º, no valor de R$ 9.301.352, calculados com base nas alíquotas aplicáveis ao

regime não cumulativo de 1,65% para o PIS e 7,6% para a COFINS, geraria um

montante de R$ 153.472 para o PIS, e R$ 705.903 para a COFINS.

Com base no inciso III do Art. 3º da referida Lei, têm-se os créditos

obtidos com base no consumo de “energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a

forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica”, gerando o

valor de R$ 189.416 obtendo um crédito de R$ 3.125 para PIS e R$ 14.396 para a

COFINS.

No inciso IV se tem os créditos provenientes de “aluguéis de prédios,

máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da

empresa”, com base nesse artigo a empresa teve como base de cálculo R$

1.104.729, obtendo créditos de R$ 18.228 para PIS, e R$ 84.187 para COFINS.

Com base no inciso IX, “armazenagem de mercadoria e frete na operação

de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor”,

gerando a base de cálculo de R$ 778 obtendo crédito de R$ 13 para PIS, e R$ 59

para COFINS.

Há uma grande confusão quando se trata do inciso X do artigo 3º desta

lei:

X - vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. § 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo, o crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o valor: I – II – [...] III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês;

Pois o inciso acima citado refere-se apenas a custos com vale-transporte,

vale-refeição ou vale-alimentação, fardamentos dentre outros destinados as

atividades de prestação de serviço de limpeza, conservação e manutenção, porém

entretanto no inciso II do mesmo artigo, tais custos são geradores de créditos, pois

os mesmos podem ser caracterizados como bens e serviços utilizados na prestação

de serviços.

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Segundo o inciso X § 1º III, “dos encargos de depreciação e amortização

dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês, com nessa

situação a empresa tem direito a crédito sobre a base de calculo de R$ 5.701.202,

obtendo créditos de R$ 94.070 para PIS, e R$ 433.291 para a COFINS.

Nos § 19 e § 20 deste artigo, trata-se de créditos sobre a subcontratação

de serviços de transportes de cargas, conforme:

§ 19. A empresa de serviço de transporte rodoviário de carga que subcontratar serviço de transporte de carga prestado por: I – pessoa física, transportador autônomo, poderá descontar, da Cofins devida em cada período de apuração, crédito presumido calculado sobre o valor dos pagamentos efetuados por esses serviços; II - pessoa jurídica transportadora, optante pelo SIMPLES, poderá descontar, da Cofins devida em cada período de apuração, crédito calculado sobre o valor dos pagamentos efetuados por esses serviços. § 20. Relativamente aos créditos referidos no § 19 deste artigo, seu montante será determinado mediante aplicação, sobre o valor dos mencionados pagamentos, de alíquota correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) daquela constante do art. 2o desta Lei.

Neste caso é preciso segregar os custos incorridos em cada situação

descritas na legislação acima citados, pois o cálculo não se dá de forma direta

aplicado sobre a subcontratação, é preciso analisar se incorre em alguma dessas

situações, no caso da empresa C. Mudanças e Transportes Ltda, existem três

situações são elas:

a) Fretes terceirizados por pessoa física – R$ 7.643

b) Fretes terceirizados por pessoa jurídica optante pelo Simples

Nacional – R$ 1.621.956

c) Fretes terceirizados por pessoa jurídica – R$ 1.091.903

Créditos gerados conforme tabela 09, onde se tem seis colunas, sendo a

primeira coluna referente ao tipo de prestador de serviços, se pessoa física, se

pessoa jurídica inclusa no Simples Nacional, ou se pessoa jurídica em geral, na

segunda coluna estão os valores da prestação de serviços, na terceira coluna estão

as alíquotas de presunção conforme § 19, na quarta coluna estão as bases de

cálculos após a presunção, na quinta coluna se encontra o PIS calculado sobre base

de calculo e na sexta coluna tem-se a COFINS calculada sobre a base de cálculo.

Tabela 09 – Subcontratação de Fretes

Qualificação do prestador Valor da

Prestação

Alíquota de

Presunção

Base de

calculo

PIS COFINS

Fretes Pessoa Física 7.643 75% 5.732 95 436

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Fretes Pessoa Jurídica

(Simples) 1.104.729 75% 828.547 13.671 62.970

Fretes Pessoa Jurídica 1.091.903 100% 1.091.903 18.016 82.985

Total 2.204.275 1.926.182 31.782 146.390

A subcontratação de transportes de cargas, que após a lei nº 11.442/2011

em seu art. 5º-A ficou definido que a subcontratação só poderia ser paga mediante

crédito em conta bancária, ou por meio de pagamento eletrônico habilitado pela

ANTT – Agencia Nacional de Transportes Terrestre, como em texto da lei descreve:

Art. 5o-A. O pagamento do frete do transporte rodoviário de cargas ao Transportador Autônomo de Cargas - TAC deverá ser efetuado por meio de crédito em conta de depósitos mantida em instituição bancária ou por outro meio de pagamento regulamentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT.

Tal lei foi regulamentada pela resolução 3.658/2011 – ANTT, onde em

seus artigos 4º e 5º ficou definido a forma de pagamento e as responsabilidades do

contratante sobre o transporte realizado pelo subcontratado para execução dos

serviços.

Art. 4º O pagamento do frete do transporte rodoviário de cargas ao TAC ou ao seu equiparado será efetuado obrigatoriamente por: I - crédito em conta de depósitos mantida em instituição bancária; ou II - outros meios de pagamento eletrônico habilitados pela ANTT. § 1º O contratante e o subcontratante dos serviços de transporte rodoviário de cargas, assim como o consignatário e o proprietário da carga, serão solidariamente responsáveis pela obrigação prevista neste artigo, resguardado o direito de regresso destes contra os primeiros. § 2º As CTC deverão efetuar o pagamento do valor pecuniário devido aos seus cooperados por um dos meios de pagamento indicados neste artigo. Art. 5º O contratante do transporte deverá cadastrar a Operação de Transporte por meio de uma administradora de meios de pagamento eletrônico de frete e receber o respectivo Código Identificador da Operação de Transporte. Parágrafo único. O cadastramento da Operação de Transporte será gratuito e deverá ser feito pela internet ou por meio de central telefônica disponibilizada pela administradora de meios de pagamento eletrônico de frete, que gerará e informará o Código Identificador da Operação de Transporte.

Tal resolução extinguiu o uso das cartas fretes no caso da

subcontratação. Portanto, para que seja admitido pela Receita Federal os créditos

de PIS e COFINS referentes à subcontratação de transportes, os serviços tem que

obedecer ao regulamento 3658/2011 – ANTT, não sendo admitidas outras formas de

pagamentos se não o crédito em conta bancária ou pagamento por meio eletrônico

habilitado pela ANTT.

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Se a empresa tivesse apurado o PIS e COFINS pelo regime não

cumulativo, teria o resultado conforme a tabela 10 (Cálculo de PIS e COFINS não

cumulativos) exposta no anexo III.

Conforme apuração e comparação dos resultados pelos regimes

cumulativo e não cumulativo, fica claro que a empresa optou pela melhor forma de

tributação para PIS e COFINS, optando pelo regime cumulativo.

A empresa adquiriu imobilizados no valor de R$ 1.620,764,78 na

competência de fevereiro de 2.012, o que segundo a Lei nº12.546/2011, lhe

permitiria o aproveitamento de créditos para PIS/COFINS em 05 parcelas, conforme

Art. 4º da referida Lei:

Art. 4o O art. 1o da Lei no 11.774, de 17 de setembro de 2008, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 1o As pessoas jurídicas, nas hipóteses de aquisição no mercado interno ou de importação de máquinas e equipamentos destinados à produção de bens e prestação de serviços, poderão optar pelo desconto dos créditos da Contribuição para o Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) de que tratam o inciso III do § 1o do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o inciso III do § 1o do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e o § 4o do art. 15 da Lei no 10.865, de 30 de abril de 2004, da seguinte forma: I – no prazo de 11 (onze) meses, no caso de aquisições ocorridas em agosto de 2011; II – no prazo de 10 (dez) meses, no caso de aquisições ocorridas em setembro de 2011; III – no prazo de 9 (nove) meses, no caso de aquisições ocorridas em outubro de 2011; IV – no prazo de 8 (oito) meses, no caso de aquisições ocorridas em novembro de 2011; V – no prazo de 7 (sete) meses, no caso de aquisições ocorridas em dezembro de 2011; VI – no prazo de 6 (seis) meses, no caso de aquisições ocorridas em janeiro de 2012; VII – no prazo de 5 (cinco) meses, no caso de aquisições ocorridas em fevereiro de 2012; VIII – no prazo de 4 (quatro) meses, no caso de aquisições ocorridas em março de 2012; IX – no prazo de 3 (três) meses, no caso de aquisições ocorridas em abril de 2012; X – no prazo de 2 (dois) meses, no caso de aquisições ocorridas em maio de 2012; XI – no prazo de 1 (um) mês, no caso de aquisições ocorridas em junho de 2012; e XII – imediatamente, no caso de aquisições ocorridas a partir de julho de 2012. § 1o Os créditos de que trata este artigo serão determinados: I – mediante a aplicação dos percentuais previstos no caput do art. 2o da Lei no 10.637, de 2002, e no caput do art. 2o da Lei no 10.833, de 2003, sobre o valor correspondente ao custo de aquisição do bem, no caso de aquisição no mercado interno; ou

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II – na forma prevista no § 3o do art. 15 da Lei no 10.865, de 2004, no caso de importação. § 2o O disposto neste artigo aplica-se aos bens novos adquiridos ou recebidos a partir de 3 de agosto de 2011. § 3o O regime de desconto de créditos no prazo de 12 (doze) meses continua aplicável aos bens novos adquiridos ou recebidos a partir do mês de maio de 2008 e anteriormente a 3 de agosto de 2011.” (NR)

Com base nos créditos permitidos pelo Art. 4º da lei nº 12.546/2011 a

empresa poderia ainda obter os créditos de PIS/COFINS no valor de R$ 26.743

(vinte e seis mil setecentos e quarenta e três reais) e 123.178 (cento e vinte e três

mil cento e setenta e oito reais) respectivamente, o que geraria ao final do exercício

uma carga de R$ 415.163 (quatrocentos e quinze mil cento e sessenta e três reais)

para o PIS e R$ 1.912.268 (um milhão novecentos e doze mil e duzentos e sessenta

e oito reais) para a COFINS.

Porém, existem fatores que contribuíram para que a empresa optasse

pelo lucro presumido, sendo um deles os contratos de locação tripulada. Nesse a

empresa contratante arca com os custos de combustíveis, e manutenção da frota,

ficando para a empresa contratada os custos com a aquisição de equipamentos e

folha de pagamento quanto ao pessoal envolvido na prestação de serviços, sendo

que a folha não gera créditos de PIS/COFINS.

Já a empresa transportadora V. Ltda. apura seus tributos com base no

Lucro Real, optando pelo regime não cumulativo para PIS e COFINS, porém tal

empresa não possui atividades de Locação tripulada, ou seja, a empresa é a

responsável por toda a manutenção de sua frota e combustíveis, onde ela

apresentou o seu balancete com contas de resultado na forma do Quadro 03.

Quadro 03 – Balancete 2012 – Transportadora V. Ltda

Receitas 19.042.439

Receitas de Transportes Intermunicipais e Interestaduais (CTRC) 16.076.618

Receitas de Transportes Municipais (NFSE) 2.965.821

Custos dos serviços Prestados 18.515.603

Serviços Prestados por Pessoas Jurídicas 691.599

Folha de Pagamento 5.230.603

Alugueis Pessoa Jurídica 163.177

Combustíveis e Lubrificantes Para Veículos 10.770.374

Pneus Novos 671.205

Pneus Usados / Recauchutados 55.677

Peças e Acessórios Para Veículos 848.405

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EPI - Equipamentos de Proteção Individual 23.210

Pedágio 61.354

Alimentação 15.573

Fardamentos 19.080

Energia Elétrica 90.026

Depreciação 5.570.460

Resultado Operacional 526.836

Despesas 8.043.860

Outras Receitas

2.302.531

Outras Despesas

530.786

Lucros e/ou prejuízos do Exercício (5.745.279)

Com base nas informações contidas no quadro 03, se a empresa tivesse

calculado o PIS e COFINS com base no regime cumulativo a empresa teria pagado

seus tributos na forma descrita no Quadro 04, onde se tem duas colunas sendo a

primeira relacionando a descrição dos itens e a segunda os valores resultantes dos

cálculos baseados nas informações da primeira coluna.

Quadro 04 – PIS COFINS sobre receitas – Cumulativo

Receita 19.042.439

(=) Base de Cálculo PIS/COFINS 19.042.439

PIS 0,65% 123.776

COFINS 3% 571.273

Como a empresa optou pelo regime não cumulativo para o cálculo de

PIS/COFINS, ela tele seus tributos calculados aproveitando-se dos créditos

permitidos pelo artigo 3º da Lei nº 10.833/2003, onde obteve os resultados como

explícitos na tabela 11 (Cálculo de PIS e COFINS não cumulativos) exposta no

anexo IV, onde com base nos resultados explícitos no quadro 03 a empresa calculou

seus tributos.

Conforme os resultados demonstrados no quadro 04 e tabela 11, fica

claro que a empresa optando pelo regime não cumulativo, tem uma melhor situação

para apurar seus tributos, isso muito tem a ver com altos custos com combustíveis e

manutenção da frota, há também que se considerar a depreciação como fator

importante para a tomada de decisão em optar pelo regime não cumulativo.

Em comparação com a empresa C. Mudanças e transportes, existem

fatores que contribuíram para que na primeira empresa demonstrasse um resultado

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melhor optando pelo regime cumulativo, pois as receitas provenientes de locação

tripulada são praticamente livres de custos de manutenção e combustíveis para a

frota, sendo que a segunda empresa é quem arca com todos esses custos, ficando

inclusive demonstrado um grande prejuízo no exercício de 2012, isso muito por

conta de muitos contratos mal formulados onde as operações foram mantidas

mesmo a empresa sabendo que elas não geravam lucros.

Para o exercício de 2013 a empresa Transportadora V. Ltda, por meio de

sua diretoria, decidiu cancelar alguns contratos e fechar algumas filiais que não

estavam gerando bons resultados, com a finalidade de se reestruturar e melhorar

suas negociações com novos e mesmo antigos clientes.

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6 CONCLUSÃO

Após a pesquisa realizada, chega-se a conclusão que como em demais

segmentos de atividades empresariais, é preciso analisar cada caso, e fazer um

planejamento tributário criterioso, pois cada empresa tem suas particularidades que

contribuem tanto para a escolha do PIS/COFINS cumulativo quanto para o não

cumulativo.

Um bom planejamento tributário é muito importante no segmento de

transportes rodoviário de cargas no Brasil, pois como mencionado no capítulo

Transportes de cargas, o país não oferece condições ideais para uma boa prestação

de serviços, tanto para o prestador quanto para o tomador, pois as rodovias em

geral não estão em boas condições de uso, o que eleva os custos de manutenção

da frota e causa prejuízos ao prestador, e ao tomador quanto ao atraso da entrega e

a qualidade do transporte. Os investimentos em infraestrutura no país ainda estão

aquém de outros países considerados emergentes.

Estradas inseguras é outro problema complicado para as transportadoras,

pois o roubo de cargas no Brasil também é um fator que as empresas de transportes

rodoviários de cargas têm que conviver. O risco é sempre alto e a carga tributária de

elevado valor para o setor.

Foi feito um estudo com base nos resultados obtidos por duas empresas

do segmento de transportes rodoviários de cargas, onde foram analisados os

cálculos dos tributos e elaborado uma comparação entre o regime escolhido por

cada empresa. Enquanto a empresa C. Mudanças e transportes Ltda escolheu

acertadamente o cálculo das suas contribuições sociais pelo regime cumulativo, a

Transportadora V. também acertou ao escolher o regime não cumulativo, pois sua

carga tributária foi significativamente menor optando por este regime.

É importante ressaltar alguns fatores que levaram a uma empresa optar

pelo regime cumulativo e a outra pelo não cumulativo, tais como tipo de receitas,

concentração de custos, locais de prestação de serviços, dentre outros.

Um fator de extrema relevância para a opção das empresas pelo regime

ideal de cálculo das contribuições sociais foi o custo com combustíveis, enquanto

para a C. Mudanças o custo com combustíveis representou 16,89% dos custos

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totais e 10,56% das suas receitas, já para a Transportadora V. Ltda, os custos com o

mesmo insumo representou 58,17% dos custos totais e 56,56% das suas receitas.

A diferença significante da relação dos custos com combustíveis da

primeira empresa em relação à segunda pode ser justificada por conta da receita

proveniente de locação tripulada pela C. Mudanças, pois nesse tipo de atividade a

responsabilidade por conta de combustíveis e manutenção da frota fica por conta do

contratante, ficando apenas a folha de pagamento e a frota por conta do contratado,

o que muito contribui para os resultados da empresa.

Com base nos resultados obtidos no comparativo entre os regimes

escolhidos por cada empresa, chegou-se a conclusão que em relação às receitas a

empresa Transportadora V. Ltda teve maior significância quanto à escolha do regime

de tributação, pois as contribuições sociais equivaleram a 0,03% do total de receitas,

enquanto que para a empresa C. Mudanças e Transportes Ltda, as contribuições

equivaleram a 3,65% do total de receitas tributáveis.

Portanto, considerando os resultados obtidos pela comparação entre as

duas empresas, nota-se uma maior tendência as empresas do setor de transportes

rodoviário de cargas a optarem pelo regime não cumulativo quando estas ficarem

responsáveis por todos os custos incorridos na prestação de serviços, pois tais

custos representam parte significante em relação ao faturamento das empresas do

setor, sendo parte importante para a redução dos encargos tributários com o PIS e a

COFINS.

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contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio

do Servidor Público – PIS/Pasep, e da Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social – Cofins, nas operações de venda dos produtos que especifica.

Diário Oficial da República do Brasil, Brasília, DF, 22 dez. 2000. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10147.htm>. Acesso em: 25 de setembro de

2013.

BRASIL. Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002 – Dispõe sobre a incidência das

contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio

do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social (Cofins), nas hipóteses que menciona, e dá outras providências.

Diário Oficial da República do Brasil, Brasília, DF, 04 jul. 2002. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10485.htm>. Acesso em: 25 de

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rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei

no6.813, de 10 de julho de 1980. Diário Oficial da República do Brasil, Brasília, DF, 8

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BRASIL. Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011 – Institui o Regime Especial de

Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra);

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dispõe sobre a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) à indústria

automotiva; altera a incidência das contribuições previdenciárias devidas pelas

empresas que menciona; altera as Leis no 11.774, de 17 de setembro de 2008,

no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, no 11.196, de 21 de novembro de 2005,

no 10.865, de 30 de abril de 2004, no 11.508, de 20 de julho de 2007, no 7.291, de 19

de dezembro de 1984, no 11.491, de 20 de junho de 2007, no 9.782, de 26 de janeiro

de 1999, e no 9.294, de 15 de julho de 1996, e a Medida Provisória no2.199-14, de

24 de agosto de 2001; revoga o art. 1o da Lei no 11.529, de 22 de outubro de 2007, e

o art. 6o do Decreto-Lei no 1.593, de 21 de dezembro de 1977, nos termos que

especifica; e dá outras providências.Diário Oficial da República do Brasil, Brasília,

DF, 15 dez. 2011. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-

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ANEXOS

Anexo I - Tabela 01 – Alíquotas Diferenciadas PIS/C OFINS

Descrição do Produto

Alíquotas

PIS

%

Alíquotas

COFINS

%

REVENDA PRODUTO MONOFÁSICO

Revenda de combustíveis – Alíquota zero 0,00 0,00

Revenda de fármacos e perfumarias – Alíquota zero 0,00 0,00

Revenda de veículos, maquinas e autopeças – Alíquota zero 0,00 0,00

Revenda de bebidas frias – Alíquota zero 0,00 0,00

COMBUSTÍVEIS

Gasolinas, Exceto Gasolina de Aviação 5,08 23,44

Óleo Diesel 4,21 19,42

Gás Liqüefeito de Petróleo – GLP 10,20 47,40

Querosene de Aviação 5,00 23,20

Correntes Destinadas à Formulação de Gasolinas 5,08 23,44

Correntes Destinadas à Formulação de Óleo Diesel 4,21 19,42

Nafta Petroquímica Destinada à Formulação de Gasolina ou de Óleo Diesel 5,08 23,44

Nafta Petroquímica Destinada à Formulação Exclusivamente de Óleo Diesel 4,21 19,42

Biodiesel 6,15 28,32

Álcool, Inclusive para Fins Carburantes – Venda por Produtor ou Importador. 1,50 6,90

Álcool, Inclusive para Fins Carburantes – Venda por Distribuidor ou Comerciante Não Varejista. 3,75 17,25

Nafta Petroquímica e Condensado Destinados às Centrais Petroquímicas 1,00 4,60

Nafta Petroquímica e Condensado Destinados às Centrais Petroquímicas 0,18 0,82

Etano, Propano, Butano e Correntes Gasosas de Refinaria - HLR - Hidrocarbonetos Leves de Refino Destinados à Produção de Eteno e Propeno

1,00 4,60

Etano, Propano, Butano e Correntes Gasosas de Refinaria - HLR - Hidrocarbonetos Leves de Refino Destinados à Produção de Eteno, Propeno, buteno, butadieno, orto-xileno, benzeno, tolueno, isopreno e paraxileno

0,18 0,82

Eteno, propeno, buteno, butadieno, orto-xileno, benzeno, tolueno, isopreno e paraxileno para indústrias químicas para serem utilizados como insumo produtivo

0,18 0,82

Revenda de combustíveis – Alíquota zero 0,00 0,00

FÁRMACOS E PERFUMARIAS

Produtos Farmacêuticos 2,10 9,90

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Produtos de Perfumaria, de Toucador ou de Higiene Pessoal. 2,20 10,30

Produtos de Perfumaria, de Toucador ou de Higiene Pessoal. 2,20 10,30

Revenda de fármacos e perfumarias – Alíquota zero 0,00 0,00

VEICULOS, MAQUINAS E AUTOPEÇAS

Veículos Automotores e Máquinas Agrícolas Autopropulsadas 2,00 9,60

Autopeças - Vendas para Atacadistas, Varejistas e Consumidores 2,30 10,80

Autopeças - Vendas para Fabricantes de Veículos e Máquinas e de Autopeças 1,65 7,60

Pneumáticos (Pneus Novos e Câmaras-de-ar) 2,00

9,50

Revenda de veículos, maquinas e autopeças – Alíquota zero 0,00 0,00

BEBIDAS FRIAS

Águas Minerais Artificiais e Águas Gaseificadas Artificiais 3,50 16,65

Águas Minerais Naturais, Incluídas as Naturalmente Gaseificadas 3,50 16,65

Refrigerantes 3,50 16,65

Preparações Compostas, não Alcoólicas, para Elaboração de Bebida Refrigerante 3,50 16,65

Refrescos, Isotônicos e Energéticos 3,50 16,65

Cervejas de Malte e Cervejas Sem Álcool 3,50 16,65

Chope e Cervejas de Malte Quando Vendidas a Granel 3,50 16,65

Revenda de bebidas frias – Alíquota zero 0,00 0,00

Fonte: Tabela adaptada do site do SPED Contribuições

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Anexo II - Quadro 01 – Balancete exercício 2012

Receitas 46.582.029

Receitas de Transportes Municipais (NFSE) 16.382.731

Receitas de Transportes Intermunicipais e Interestaduais (CTRC) 21.918.636

Receitas de Transportes Internacionais 1.576.192

Receita de Armazenagens 506.358

Receita de Locação de Caminhões com Motorista 6.198.112

Custos dos serviços Prestados 29.130.218

Serviços Prestados por Pessoas Jurídicas 16.261

Folha de Pagamento 16.673.593

Vale Transportes 171.529

Alugueis Pessoa Jurídica 1.104.729

Fretes Terceirizados (Pessoa Física) 7.643

Fretes Terceirizados (Pessoa Jurídica - Simples) 1.621.956

Fretes Terceirizados (Pessoa Jurídica) 1.091.903

Materiais de Embalagens 1.105.111

Seguros c/ Transportes 247.201

Viagens C/ Transportes 818.778

Armazenagens 778

Combustíveis Para Veículos 4.920.063

Lubrificantes Para Veículos 109.438

Pneus e Câmera de Ar Para Veículos 482.160

Avarias 119.652

EPI - Equipamentos de Proteção Individual 137.679

Inspeções Técnicas 88.325

Pedágio 413.418

Alimentação 965.156

Fardamentos 161.759

Energia elétrica 189.416

Depreciação 5.701.202

Resultado Operacional 17.451.811

Despesas 13.040.165

Outras Receitas 32.550

Outras Despesas 1.067.657

Lucro Líquido do Exercício 3.376.539

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Anexo III - Tabela 10 – Cálculo de PIS e COFINS não cumulativos

C. Mudanças e Transportes Ltda Exercício 2012 Planilha de apuração não cumulativa - PIS/COFINS

Débitos PIS

1,65% COFINS

7,6%

Receita 46.582.029

(-) Transportes Internacionais -1.576.192

(=) Base de Calculo PIS/COFINS 45.005.837 742.596 3.420.444

Créditos

Insumos 6.616.772 109.177 502.875

Material de embalagens 1.105.111

Combustíveis para veículos 4.920.063

Lubrificantes para veículos 109.438

Pneus e câmera de ar para veículos 482.160

Custos de Manutenção 315.699 5.209 23.993

Equipamentos de proteção individual 137.679

Serviços Prestados por pessoas jurídicas 16.261

Fardamentos 161.759

Outros Custos com direito a créditos 2.368.881 39.087 180.035

Vale transportes 171.529

Viagens com transportes 818.778

Pedágio 413.418

Alimentação 965.156

Créditos com Energia 189.416 3.125 14.396

Alugueis Pagos a Pessoa Jurídica 1.104.729 18.228 83.959

Armazenagens 778 13 59

Depreciação 5.701.202 94.070 433.291

Fretes terceirizados PF 5.732 95 436

Fretes terceirizados PJ – Simples 828.547 13.671 62.970

Fretes terceirizados PJ 1.091.903 18.016 82.985

Base de Calculo para créditos 18.223.659 300.690 1.384.998

Apuração de PIS e COFINS

Base de calculo PIS/COFINS - Débito 45.005.837 742.596 3.420.444

Base de calculo PIS/COFINS - Crédito 18.223.659 300.690 1.384.998

Saldo de PIS e COFINS a Recolher 441.906 2.035.446

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Anexo IV - Tabela 11 – Cálculo de PIS e COFINS não cumulativos

Transportadora V. Ltda Exercício 2012

Planilha de apuração não cumulativa - PIS/COFINS

Débitos PIS 1,65%

COFINS 7,6%

Receita 19.042.439

(=) Base de Calculo PIS/COFINS 19.042.439 314.200 1.447.225

Créditos

Insumos 12.345.660 203.703 938.270

Combustíveis e Lubrificantes Para Veículos 10.770.374

Pneus Novos 671.205

Pneus Usados / Recauchutados 55.677

Peças e Acessórios Para Veículos 848.405

Custos de Manutenção 733.889 12.109 55.776

Equipamentos de proteção individual 23.210

Serviços Prestados por pessoas jurídicas 691.599

Fardamentos 19.080

Outros Custos com direito a créditos 76.926 1.269 5.846

Pedágio 61.354

Alimentação 15.573

Créditos com Energia 90.026 1.485 6.842

Alugueis Pagos a Pessoa Jurídica 163.177 2.692 12.401

Depreciação 5.570.460 91.913 423.355

Base de Calculo para créditos 18.980.139 313.172 1.442.491

Apuração de PIS e COFINS

Base de calculo PIS/COFINS – Débito 19.042.439 314.200 1.447.225

Base de calculo PIS/COFINS – Crédito 18.980.139 313.172 1.442.491

Saldo de PIS e COFINS a Recolher 1.028 4.735