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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE TURISMO AMANDA CRISTINA ALMEIDA DE ALBUQUERQUE CATEDRAL METROPOLITANA DE FORTALEZA: O PERFIL DOS SEUS VISITANTES. FORTALEZA 2013

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE TURISMO

AMANDA CRISTINA ALMEIDA DE ALBUQUERQUE

CATEDRAL METROPOLITANA DE FORTALEZA: O PERFIL DOS SEUS VISITANTES.

FORTALEZA

2013

1

AMANDA CRISTINA ALMEIDA DE ALBUQUERQUE

CATEDRAL METROPOLITANA DE FORTALEZA: O PERFIL DOS SEUS VISITANTES

Monografia submetida à aprovação Coordenação do Curso de Turismo da Faculdade Cearense como requisito parcial para obtenção do título de Graduação, sob orientação da professora Paula Roberta Leite.

FORTALEZA

2013

2

FICHA CATALOGRÁFICA

3

AMANDA CRISTINA ALMEIDA DE ALBUQUERQUE

CATEDRAL METROPOLITANA DE FORTALEZA: O PERFIL DOS SEUS VISITANTES.

Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Turismo, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação:____/____/____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________

Professora Esp. Paula Roberta de Oliveira Leite.

_______________________________________________________

Professora Ms. Maria Elia Vieira dos Santos.

_______________________________________________________

Professor Esp. Mansueto da Silva Brilhante.

4

À minha Família.

5

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a DEUS, que iluminou o meu caminho durante esta caminhada.

Em especial a minha mãe que sempre acreditou em mim e que me incentivou nesta longa

jornada, obrigada mãe pelos grandes sacrifícios que a senhora fez em prol de minha

educação, obrigada por toda motivação que me foi dada.

Ao meu pai que mesmo não acreditando que o curso que escolhi para minha carreira

profissional seria um sucesso, apoiou minha decisão e me incentivou.

Aos meus irmãos, em especial ao meu irmão Emmanuel Denizard que sempre acreditou

no meu sonho, que é se realizar no campo pessoal e profissional, obrigada por todas as

ajudas que me foi dada.

A minha afilhada Maria Clara que na sua doce infância me mostrou o complemento de

uma felicidade.

Ao meu amor Jandson de Paulo que me deu todo o suporte emocional para realização de

várias atividades realizadas durante o curso, obrigada por todo o amor que você transmite

me dando força para conclusão desta jornada.

Ao coordenador do curso de Turismo: Professor Mansueto Brilhante pelas horas de

colaboração e atendendo todas as minhas solicitações assim que fosse possível, hoje se

tornando não só o coordenador do curso de Turismo e sim um amigo e companheiro de

trabalho que levarei pelo resto de minha vida.

A minha orientadora Professora Paula Roberta de Oliveira Leite que me ajudou bastante

neste trabalho, que dedicou horas do seu dia para me ajudar na conclusão do mesmo.

6

“O Turismo vai além dos sonhos e conquista o

verdadeiro significado da vida.”

(Rinaldo Pedro)

7

RESUMO

O presente trabalho pretende analisar o perfil dos visitantes da Catedral Metropolitana de

Fortaleza, identificando a sua motivação e seus interesses. Para chegar ao tema,

apresenta-se uma breve explanação sobre Turismo Cultural, focalizando o Patrimônio

Cultural, segmento em que a Catedral Metropolitana de Fortaleza está inserida. A escolha

do tema deve-se a importância da Catedral, de forma que será apresentada a sua história

e suas características, demonstrando sua magnitude para a averiguação do perfil dos

seus visitantes. Deste modo, a metodologia utilizada para a verificação de tal perfil

corresponde à visitação in loco com a aplicação de questionário para uma pesquisa mais

fundamentada. A pesquisa possibilitou identificar o sexo, a idade, o grau de escolaridade,

a frequência de visitação, a motivação, o tipo de visita realizada, permitiu identificar

também se o visitante é residente ou não, como o visitante ficou sabendo da existência do

templo e por fim se a visita foi guiada ou não.

Palavras-chave: Turismo Cultural, Patrimônio Cultural, Igreja.

8

ABSTRACT

This work intends to analyze the profile of visitors to the Metropolitan Cathedral of

Fortaleza, identifying their motivation and your interests. To get to the theme, presents a

brief explanation on Cultural Tourism, focusing on Cultural patrimony segment in the

Metropolitan Cathedral of Fortaleza is inserted. The choice of theme is the importance of

the Cathedral, so that will be presented its history and its characteristics, demonstrating its

magnitude to ascertainment the profile of its visitors. In this way, the methodology used for

the verification of such a profile corresponds to visitation in loco with the use of

questionnaire for a more grounded research. The research enabled the identification of

sex age, level of education, frequency of visitation, the motivation, the type of visit

performed, also identified whether the visitor is a resident or not, as the visitor got wind of

the existence of the temple and lastly if the visit was guided or not.

Keywords: Cultural Tourism, Cultural Patrimony Church.

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: Turismo Cívico: Itamaraty...................................................................... 20

FIGURA 2: Turismo Místico e Esotérico: Busca pela paz interior ........................... 20

FIGURA 3: Turismo Étnico: Educa-afro................................................................... 21

FIGURA 4: Turismo Cinematográfico: Candangos.................................................. 22

FIGURA 5: Turismo Arqueológico: Pinturas rupestres............................................. 22

FIGURA 6: Turismo Gastronômico: Gastronomia brasileira.................................... 23

FIGURA 7: Turismo Ferroviário: Estrada de ferro em Curitiba................................. 24

FIGURA 8: Enoturismo: Passeio em vinícola........................................................... 24

FIGURA 9: Turismo Religioso: Estátua de São Francisco em Canindé................... 25

FIGURA 10: Antiga Igreja da Sé.............................................................................. 30

FIGURA 11: Projeto da Nova Catedral..................................................................... 32

FIGURA 12: Catedral em construção....................................................................... 34

FIGURA 13: Catedral com primeira torre................................................................. 34

FIGURA 14: Construção da segunda torre.............................................................. 35

FIGURA 15: Catedral Metropolitana de Fortaleza em Novembro de 2013.............. 37

10

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Qual o sexo dos visitantes?................................................................ 41

GRÁFICO 2: Qual a faixa etária dos visitantes?...................................................... 41

GRÁFICO 3: Qual o nivel de escolaridade dos visitantes?...................................... 42

GRÁFICO 4: Residente da Cidade de Fortaleza?.................................................... 42

GRÁFICO 5: Motivo da visita à Catedral Metropolitana de Fortaleza...................... 43

GRÁFICO 6: Frequência de visitação...................................................................... 44

GRÁFICO 7: O que mais chama a atenção na Catedral Metropolitana de

Fortaleza?.................................................................................................................

44

GRÁFICO 8: De qual forma ficou sabendo da existência da Catedral?................... 45

GRÁFICO 9: Tipo de visita realizada....................................................................... 45

GRÁFICO 10:Visita guiada ou não?......................................................................... 46

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 12

2 TURISMO: DEFINIÇÕES E DESENVOLVIMENTO............................................. 14

2.1 Turismo Cultural.............................................................................................. 17

2.1.1 Tipos de Turismo Cultural........................................................................... 19

2.2 Turismo Religioso........................................................................................... 25

2.3 Patrimônio Cultural......................................................................................... 27

3 CATEDRAL METROPOLITANA DE FORTALEZA............................................. 29

4 MATERIAIS E METÓDOS.................................................................................... 38

4.1 Visita ao local.................................................................................................. 39

4.2 Análise dos resultados................................................................................... 40

5 CONCLUSÃO....................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 50

Apêndice 1: Questionário para definição do perfil do visitante da Catedral

Metropolitana de Fortaleza...................................................................................

51

12

1 INTRODUÇÃO

O Turismo dentre alguns conceitos pode ser explicado de forma bastante

compreensível, no simples fato de uma pessoa sair do seu local de origem com o intuito

de visitar um local de destino passando mais de vinte e quatro horas para retornar ao seu

local de origem já é denominado Turismo.

Dentro deste tema tão grandioso é possível encontrar um segmento que trata

diretamente com o foco deste trabalho, este segmento é chamado de Turismo Cultural,

tendo como base de visitação a motivação Cultural, de forma que o Turismo e a Cultura

estão sempre interligados, quando existe essa união o principal beneficiado é a

comunidade, pois além da preservação da Cultura existe também movimentação na

economia local, desta forma aumentará o fluxo de visitação.

Observa-se que o Turismo Cultural possui dentro de seu contexto o Patrimônio

Cultural, que é todo e qualquer patrimônio que seja preservado para cultura.

Através dos conceitos apresentados, o objeto de pesquisa deste trabalho é a

Catedral Metropolitana de Fortaleza, que tem como objetivo principal definir o perfil dos

visitantes, e como objetivos específicos identificar qual o tipo de visita realizada, a

frequência de visitação e descobrir o seu interesse motivacional em conhecer a Catedral

Metropolitana de Fortaleza. Diante destes objetivos a problemática é: Será que a maior

motivação da visita à Catedral Metropolitana de Fortaleza é ainda a questão religiosa?

A motivação para realização deste trabalho iniciou-se a partir de uma análise

da relação entre turismo cultural e patrimônio cultural, baseando-se em um contexto onde

a Catedral Metropolitana de Fortaleza está inserida. Então, a partir desta verificação

inicial, foi identificada uma necessidade de se averiguar o perfil dos visitantes deste

atrativo.

A metodologia utilizada para a coleta destes dados será a visita em campo,

pois através desta pesquisa será identificado o perfil dos visitantes da Catedral

Metropolitana de Fortaleza. Será elaborado um questionário contendo dez questões e

serão aplicados entre 40 a 50 pessoas, contendo questionamentos sobre sexo, idade,

grau de escolaridade, motivações, entre outras. Após a coleta destes dados, os mesmos

serão analisados e o perfil de visitante da Catedral Metropolitana de Fortaleza será

definido.

13

O trabalho segue estruturado desta forma, o primeiro capitulo é uma breve

introdução do tema abordado, no segundo é a conceituação e desenvolvimento do

Turismo, Turismo Cultural, Turismo Religioso e Patrimônio Cultural, sendo que no

Turismo Cultural existe um tópico no qual será abordado os tipos de Turismo Cultural, no

terceiro capitulo será apresentada a descrição, informações históricas e estruturais da

Catedral Metropolitana de Fortaleza, por fim é apresentada a metodologia utilizada, logo

em seguida é a aplicação de questionário direcionado aos visitantes e a análise dos

dados, seguindo da conclusão e referências bibliográficas.

14

2 TURISMO: DEFINIÇÕES E DESENVOLVIMENTO

O turismo é considerado uma atividade de lazer que proporciona relaxamento,

descontração e diversão com as pessoas envolvidas1. Desde a Antiguidade a prática de

se deslocar do seu local de origem para um destino permanecendo mais de vinte e quatro

horas neste já é conceituado Turismo, de forma que esse deslocamento era característica

na maioria das vezes de pessoas da alta sociedade com um poder aquisitivo elevado.

Segundo Dias (2006, p.9),

Em termos modernos, considera-se como marco inicial da popularização do turismo a viagem de Thomas Cook em 1841. A inovação da viagem de Thomas Cook foi tornar as viagens acessíveis a um maior número de pessoas, o que ele conseguiu organizando a viagem com um pacote de serviços, tais como: transporte, acomodação e atividades no local de destino.

Foi através desta inovação que Thomas Cook tornou as viagens mais

interessantes e consequentemente mais prazerosas, possibilitando que as pessoas

usufruíssem de suas férias em locais distintos e atraentes. A partir da viagem organizada

por Thomas Cook, a prática do Turismo foi se tornando mais popular e agregando

facilidades para que esta fosse cada vez mais cômoda para quem está usufruindo. A

difusão da internet foi um dos principais elementos para que o Turismo se tornasse mais

acessível. Com a propagação rápida do Turismo, houve a necessidade de defini-lo para

que o mesmo tivesse suas características padronizadas e conhecidas em todo o mundo.

Em 1994, a Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial de

Turismo (BRASIL, 2010, p.15) definiram o Turismo como “uma atividade que consiste no

deslocamento temporário de pessoas fora de seu lugar habitual durante períodos de

tempos variáveis, [...] e cuja finalidade ao viajar seja alheia ao exercício de uma atividade

remunerada no lugar que visite”.

Após esta definição, a OMT (apud DIAS, 2006, p.10) descreve o Turismo como

o setor que compreende “as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e

estadias em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo

inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras”.

1 http://www.virada180.com.br/site/lazer-e-turismo.html

15

Oscar de La Padilha (apud DIAS, 2006, p.10) tem a possibilidade de ver o

turismo como uma atividade que envolve diversas pessoas de diversos locais se unindo

para agregar valores de diferentes sociedades, o mesmo define o turismo como

um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupo de pessoas que, fundamentalmente por motivo de recreação, descanso, cultural ou saúde, se deslocam de seu lugar de residência habitual a outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural.

O turismo ainda pode ser visto de várias outras maneiras, a visão apresentada

logo em seguida é a de Molina (apud DIAS, 2006). Para ele, o turismo também pode ser

visto como um sistema que está interligado com um conjunto de vários subsistemas tendo

como estratégia alcançar um objetivo em comum, os subsistemas citados são: a

superestrutura, a demanda, a infra-estrutura, os atrativos naturais e culturais, os

equipamentos e instalações e a comunidade receptora. Esses são os subsistemas que

fazem partem do turismo, são eles que têm como principal funcionalidade sustentar o

turismo e fazer com que o mesmo programe-se de formar correta e sustentável

beneficiando diretamente ou indiretamente pessoas ligadas ao Turismo.

Através de muitos estudos realizados com a análise do turismo de uma

perspectiva econômica, no qual são apresentados os diversos benefícios que essa

atividade pode trazer para os residentes ligados direto ou indiretamente, Dias (2006, p.

11) afirma que “o turismo é um fenômeno de várias dimensões – política, econômica,

social, cultural, educativa, ambiental, entre outras- que, quando devidamente exploradas,

podem trazer inúmeros benefícios tanto para os turistas quanto para os residentes de um

destino turístico”.

Outra visão relevante é a de Beni (2007, p. 34) que apresenta três tendências

para a definição de Turismo: a econômica, a técnica e a holística. Na definição econômica

só são reconhecidas as implicações econômicas ou empresariais do Turismo, afirmando

que corresponde a soma das operações, principalmente de natureza econômica, que

estão diretamente relacionadas com a entrada, a permanência e o deslocamento de

estrangeiros para dentro e para fora de um país, cidade ou região. Na técnica, o autor

expõe que é apenas uma definição padrão para diferenciar o Turismo de outras atividades

semelhantes. Já, na definição holística, segundo JafarJafari (apud BENI, 2007, p.36),

16

O Turismo é o estudo do homem longe de seu local de residência, da indústria que satisfaz suas necessidades, e dos impactos que ambos, ele e a indústria, geram sobre os ambientes físicos, econômicos e socioculturais da área receptora.

A definição holística tem como objetivo principal analisar esta atividade de uma

forma geral e abrangente, detectando os dois principais pontos que compõe o Turismo: o

turista e os serviços turísticos.

Em uma visão mais simples, Robert McIntosh (apud IGNARRA 2003, p. 12)

define o turismo como a “ciência, a arte e a atividade de atrair e transportar visitantes,

alojá-los e cortesmente satisfazer suas necessidades e desejos.” Através deste

pensamento o autor identifica que o Turismo não é só a pessoa se deslocar, mas sim um

conjunto de práticas que acontecem desde a hora da saída de sua cidade até a forma de

recepção de seu destino.

Segundo Fuster (apud IGNARRA 2003, p.13), “o Turismo é, de um lado, o

conjunto de turistas; de outro, os fenômenos e as relações que essa massa produz em

consequência de suas viagens.”

No conceito de José Vicente Andrade (apud IGNARRA 2003, p.13), o Turismo

é interpretado de forma mais completa e evoluída, surgindo agora como “um conjunto de

serviços que tem por objetivo o planejamento, a promoção e a execução de viagens, e os

serviços de recepção, hospedagem e atendimento aos indivíduos e aos grupos, fora de

suas residências habituais.”

Como se vê uma grande diversidade de definições para o fenômeno chamado

Turismo, percebe-se que é um termo bastante complexo, na grande maioria destas

definições citadas constata-se que não possui viagens por motivos de negócios ou

visando lucros, na grande maioria destas viagens existe uma busca especificamente pelo

lazer. A partir destas primeiras visões apresentadas, pode-se definir o turismo como o

deslocamento de pessoas de seu domicílio por um período determinado, em sua grande

parte, não motivado por atividade profissional.

O Turismo possui um número considerável de segmentos, denominados como

turismo de negócios, turismo religioso, turismo cultural, turismo de lazer, turismo

ecológico, turismo de aventura, turismo de eventos, entre outros. A seguir serão

detalhados dois deles, o turismo cultural e o turismo religioso.

17

2.1 Turismo Cultural

Desde a Antiguidade as pessoas buscavam viajar intencionadas por sua

natureza cultural, possuía algo dentro de si que as induziam a busca de conhecer

atrativos culturais, sendo assim, entende-se por Turismo Cultural todo turismo em que o

principal atrativo é algum aspecto da cultura humana.

Segundo o Ministério do Turismo (2010, p.13),

as viagens com interesse cultural nasceram na Europa sob a égide do renascimento italiano, quando a aristocracia se deslocava interessada em conhecer os sítios arqueológicos que inspiraram artistas como Michelangelo e Da Vinci e depois às próprias cidades que foram o berço do movimento artístico.

Através das inspirações pelas viagens no período renascentistas, deu-se início

a uma longa temporada em várias cidades da Europa que poderiam durar anos, esta

temporada foi denominada como Grand Tour.

Andrade (2002, p.9) afirma que

O grand tour, sob imponente e respeitável rótulo de “viagem de estudos”, assumia o valor de um diploma que lhes conferia significativo status social, embora – na realidade – a programação se fundamentasse em grandes passeios de excelente qualidade e repletos de atrativos prazerosos, que denominavam “turísticos”, nomenclatura adotada para expressar a realização de viagem através de regiões e países diversos, ou mesmo para significar a realização de volta ao mundo conhecido ou possível à sociedade mais evoluída da época. Os ingleses, importantes e ricos, consideravam detentores de cultura apenas quem tivesse sua educação ou formação profissional coroadas por um grand tour através da Europa, (...).

Nesta época não existia um mercado turístico propriamente dito, não era uma

cadeia produtiva organizada como nos dias de hoje contendo produtos e serviços, só com

alguns séculos depois que o mercado turístico se tornou organizado. Entretanto foi

através do grand tour que se pode perceber que o aspecto cultural foi a principal

motivação da viagem. Dos primórdios até a atualidade a cultura continua sendo a principal

motivação das viagens em todo o mundo.

O Ministério do Turismo (2010, p.15), afirma que

18

o Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.

O Turismo Cultural é realizado em locais que oferecem algum tipo de

informação cultural, como por exemplo: cidades históricas, culinária que identifique uma

cultura, prédios arquitetônicos com uma grande representação cultural, artesanato,

história de uma determinada localidade que possua informações culturais e qualquer

outro dos vários aspectos que se enquadra no termo Cultura2.

Um dos principais segmentos do Turismo é o Turismo Cultural, pois ele pode

ser associado a várias outras atividades turísticas.

Desse modo, Dias (2006, p. 39) afirma que

Turismo Cultural é uma segmentação do mercado turístico que incorpora uma variedade de formas culturais, em que se incluem museus, galerias, eventos culturais, festivais, festas, arquitetura, sítios históricos, apresentações artísticas e outras, que, identificadas com uma cultura em particular, fazem parte de um conjunto que identifica uma comunidade e que atraem os visitantes interessados em conhecer características singulares de outros povos.

Existem inúmeras definições de turismo cultural, mas serão apresentadas as

mais relevantes, como a de ICOMOS, em 1976, pela Carta de Turismo Cultural (apud

DIAS, 2006, p.39) que define Turismo Cultural como

aquela forma de turismo que tem por objeto, entre outro fins, o conhecimento de monumentos e sítios histórico-artísticos. Exerce um efeito realmente positivo sobre estes tanto quanto contribui – para satisfazer seus próprios fins – a sua manutenção e proteção exigem da comunidade humana, devido aos benefícios sócio-culturais e econômicos que comporta para toda a população envolvida.

Pode-se considerar Turismo Cultural como a constante busca por novas

culturas, novas experiências culturais.

A Association for Tourismand Leisure Education – Atlas (apud DIAS, 2006,

p.39) adotou duas definições para Turismo Cultural, uma conceitual e outra técnica.

(...) Na conceitual o turismo cultural é entendido como “o movimento de pessoas

para atrações culturais fora de seu lugar habitual de residência, com a intenção de obter novas informações e experiências para satisfazer suas necessidades culturais”. Já na definição técnica, considera-se como “todo movimento de

2 BRASIL, 2010. Turismo Cultural: Orientações Básicas. Ministério do Turismo, 2010.

19

pessoas para atrações especificamente culturais como sítios patrimoniais, manifestações artísticas e culturais, arte e representações, fora de seu lugar

habitual de residência”.

Já a EMBRATUR (apud DIAS, 2006, p.40) caracteriza o Turismo Cultural como

“aquele que se pratica para satisfazer o desejo de emoções artísticas e informação

cultural, visando à visitação a monumentos históricos, obra de arte, relíquias,

antiguidades, concertos musicais, museus e pinacotecas”.

Sintetizando as definições anteriores, considera-se Turismo Cultural como toda

prática turística que possua um envolvimento cultural podendo ser tangível e intangível.

Por existir uma grande diversidade de tipos de turismo cultural, será dada uma breve

explanação de cada tipo existente logo abaixo.

2.1.1 Tipos de Turismo Cultural

Segundo o Ministério do Turismo (2010, p.17), existem várias formas de

expressão da cultura que são classificadas através do interesse específico do visitante

exibindo que possui motivações de viagem um pouco diferente, mas que não menos

valorizadas das outras.

O Turismo Cultural é subdividido em diversos outros segmentos3. Um deles é o

Turismo Cívico que tem como principal motivação para o deslocamento a busca de

conhecimentos em monumentos e outras atividades que representam a situação presente

ou da memória política e histórica de determinadas localidades. Este tipo de turismo

compreende elementos do passado e do presente relacionados à pátria, elementos estes

denominados como: fatos, acontecimentos, situações, monumentos referentes a feitos

políticos e históricos. As temáticas envolvidas neste segmento do turismo cultural podem

estar relacionadas à politica municipal, estadual, nacional ou internacional. Os

deslocamentos turísticos característicos deste tipo de turismo cultural ocorrem tanto na

pátria do turista, quanto em pátria de outrem.

Este segmento pode relacionar-se à política, e o palácio do Itamaraty (FIGURA

1) é uma das obras mais visitadas. O palácio é a sede do Ministério das Relações

3 BRASIL, 2010. Turismo Cultural: Orientações Básicas. Ministério do Turismo 2010

20

Exteriores do Brasil e, no seu interior, possui uma das mais belas coleções de arte de

Brasília.

Figura1: Itamaraty Fonte: www.brasil.gov.br/brasilia/conteudo/guia-turistico/turismo-civico/itamaraty

Outro tipo é o Místico e Esotérico que é caracterizado pelas atividades

turísticas realizadas através da busca pelo autoconhecimento em práticas, crenças e

rituais considerados alternativos e na busca da espiritualidade. Neste tipo de Turismo, as

pessoas desejam vivenciar práticas, conhecimentos e estilo de vida do local que está

sendo visitado (FIGURA 2).

Figura 2: Busca pela paz interior Fonte: www.setur.rs.gov.br/portal/index.php?q=motivacao&cod=9&m=112&fg=2&cid=

A figura representa o que a atividade proporciona ao ser praticada, como, por

exemplo, a busca da paz, a sensação de liberdade, do autoconhecimento e é uma forma

também de ser mantida a cultura de determinada localidade que a tem como uma forma

de Turismo comum.

21

O Turismo Étnico consiste em atividades turísticas que envolvem o modo de

vida, experiências e a identidade de grupos étnicos. As comunidades representativas

deste tipo de turismo são comunidades indígenas, comunidades quilombolas e outros

grupos sociais que preservam seus legados étnicos (FIGURA 3).

Figura 3: Educa Afro Fonte: http://educafrorio.spaceblog.com.br/1494657/TURISMO-ETNICO-GANHA-FORCA-NA-EDUCAFRO/

A imagem acima foto foi da Educa Afro promovendo pela segunda vez seu

turismo étnico com visitação no Sítio Arqueológico São Francisco de Assis na cidade de

São Sebastião em São Paulo no Feriado de Corpus Christi.

O Turismo Cinematográfico é um segmento que pode movimentar o turismo

local e gerar emprego e renda para a comunidade em que será filmada a produção

audiovisual, pois é a através desta ferramenta que será feita a promoção de um destino.

Caracteriza-se pelo deslocamento de pessoas que têm como motivação a aparição na

televisão ou nas telas de cinema, assim, o cinema é um dos pontos que influenciam na

escolha do destino turístico. Os estudos realizados apontam a nação brasileira

reconhecida mundialmente por sua diversidade étnica, atributos culturais e inegável

criatividade, variedades de locações, clima favorável, ambiente pacifico, livre de

catástrofes naturais e de ações terroristas.

Levando em conta que o Turismo Cinematográfico abrange vários elos da

cadeia produtiva nacional e que o Brasil é reconhecido como um país empreendedor, é

possível imaginar um cenário inovador, onde novos negócios sejam estruturados

colocando em comunhão a criatividade e a imaginação do povo brasileiro.

22

Um exemplo é a cidade de Brasília, que já nasceu filmada e é contemplada

pelo Ministério do Turismo para ser o destino referência em turismo cinematográfico,

como mostra a figura (FIGURA 4) a seguir.

Figura 4: Candangos Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%ADlia

O Turismo Arqueológico é entendido a partir da união do Turismo com a

Arqueologia, surgindo de forma organizada e planejada a partir da união do conhecimento

relacionado à pesquisa com os achados arqueológicos. Este tipo de turismo é definido

como o deslocamento de pessoas que têm como principal motivação o desejo de

conhecer culturas passadas através de vestígios materiais (FIGURA 5) encontrados em

diversas localidades.

Figura 5: Pinturas Rupestres Fonte: http://bahiamm.blogspot.com.br/2013/07/pinturas-rupestres.html

23

As pinturas rupestres mostradas na figura anterior foram deixadas pela Tribo

Tamoquins em São Gonçalo da Serra, sendo estas as pinturas que os turistas

arqueológicos buscam.

O Turismo Gastronômico, também considerado um tipo de Turismo Cultural, é

a vivência de pessoas em busca da culinária típica (FIGURA 6). Este segmento é

entendido através da atividade turística com a oferta gastronômica, podendo ser definido

como o deslocamento de visitantes por motivos vinculados à prática gastronômica.

Figura 6: Gastronomia Brasileira Fonte: http://www.leiaja.com/cultura/2013/praia-de-tamandare-sedia-festival-gastronomico

A imagem acima é de uma feijoada, um dos pratos mais procurados na região

nordeste, junto com a buchada e a panelada. Nessa região as comidas fortes marcam a

gastronomia.

O Turismo Ferroviário também é considerado um tipo de Turismo Cultural. De

acordo com a Cartilha de Orientação para Proposição de Projetos de Trens Turísticos e

Culturais (BRASIL, 2010, p.15), “os serviços de trens turísticos e culturais caracterizam-se

pelo transporte não regular de passageiros, com o objetivo de agregar valor aos destinos

turísticos, contribuindo para a preservação da memória ferroviária, configurando-se em

atrativos culturais e produtos turísticos das cidades, auxiliando-as na diversificação da

oferta”.

Segundo dados do Ministério do Turismo, o Brasil possui vinte trens destinados

ao turismo, distribuídos em oito estados da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

A figura a seguir (FIGURA 7) mostra a estrada de ferro Curitiba – Paranaguá,

Paraná onde o turismo ferroviário é bastante explorado. O turismo ferroviário possibilita

24

voltar ao passado (passeio de trem feito antigamente), visitar cenários históricos e

observar paisagens inusitadas.

Figura 7: Estrada de Ferro em Curitiba Fonte: www.turismo.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=705#

A prática do Enoturismo, outro tipo de Turismo Cultural, ocorre em função de

deslocamentos com a principal função de conhecer o processo de produção de vinhos.

Estes turistas buscam visitação em vinícolas e vinhedos (FIGURA 8), fazendo parte desta

experiência a degustação de vinhos e dos seus derivados.

Figura 8: Passeio em Vinícola Fonte: http://enoturportugal.blogspot.com.br/2013/04/a-origem-do-enoturismo.html

A imagem anterior mostra turistas praticando o tipo de Turismo citado, quando

os mesmos fazem uma visitação em uma vinícola

25

O Turismo Religioso tem como principal motivação a fé, não importando qual a

religião ou o credo o turismo pertença. Este tipo de turismo está relacionado às religiões

institucionalizadas, tais como as de origem oriental, afro-brasileiras, espíritas,

protestantes, católica, compostas de doutrinas, hierarquias, estruturas, templos, rituais e

sacerdócio. A prática religiosa é caracterizada pelo deslocamento a locais e a participação

de eventos religiosos como, por exemplo, retiros espirituais, peregrinações e romarias,

roteiros de cunho religioso, visitação a espaços e edificações religiosas, encontros e

celebrações relacionados a evangelização de fiéis. A imagem (FIGURA 9) abaixo mostra

os fiéis agradecendo pela graça alcançada em Canindé, que recebe mais de dois milhões

de pessoas em sua romaria.

Figura 9: Estátua de São Francisco em Canindé Fonte: http://www.guiace.com.br/guia-de-turismo/regioes-turisticas/caninde

O Turismo Religioso é o segmento do Turismo Cultural que será estudado

nessa pesquisa e detalhado no próximo tópico.

2.2 Turismo Religioso

De acordo com Dias e Silveira (2003, p.15), o desenvolvimento de práticas

religiosas é um importante fator na determinação de locais com potencial turístico.

O Brasil possui uma fé católica predominante, possui um número bastante significativo de

locais religiosos que atraem viajantes de todos os tipos: peregrinos, romeiros, pessoas

26

atraídas pela cultura do espaço religioso etc. Na maioria das localidades, onde existem

santuários ou ocorrem manifestações religiosas, a infra-estrutura para receber os

visitantes ainda é precária, muitas vezes devido à pouca compreensão do potencial

econômico da visitação periódica.

Andrade (apud Dias e Silveira, 2003, p. 16) denomina turismo religioso o

conjunto de atividades com utilização parcial ou total de equipamentos e realização de

visitas a receptivos que expressem sentimentos místicos ou suscitem fé, esperança e

caridade aos crentes ou pessoas vinculadas a religiões.

Esta definição ainda é limitada, pois exclui uma série de eventos que provoca

deslocamentos de pessoas motivadas pela fé religiosa.

Outra definição é dada pelo dicionário de turismo de Montaner, Antiach e

Arcarons (apud Dias e Silveira, 2003, p.16) afirmando que o Turismo Religioso é a

atividade turística que consiste em realizar viagens (peregrinações) ou estadas em

lugares religiosos (retiros espirituais, atividades culturais e liturgias religiosas etc.), que,

para os praticantes de uma religião determinada, supões um fervor religioso por serem

lugares sagrados de veneração ou preceituais segundo sua crença.

Os elementos destas definições são as atividades turísticas, viagem, estada e

motivações, ainda sim se define peregrinação e atividades religiosas como se fosse

atividade turística, embora turismo e peregrinação apresentem características comuns,

não é exatamente o mesmo.

Levando em consideração os elementos contidos nas definições anteriores

Dias e Silveira (2003, p.17) definem o turismo religioso sendo aquele empreendido por

pessoas que se deslocam por motivações religiosas e/ou para participação em eventos de

caráter religioso. Compreende romarias, peregrinações e visitação a espaços, festas,

espetáculos e atividades religiosas.

O turismo religioso apresenta características que coincidem com o turismo

cultural, devido à visita que ocorre num entorno considerado patrimônio cultural, os

eventos religiosos constituem-se em expressões culturais de determinados grupos sociais

ou expressam uma realidade histórico-cultural expressiva e representativa de

determinada região.

Dias e Silveira (2003, p.18) ainda afirmam que os destinos religiosos não

somente se restringem a um destino com arquitetura concreta, como é o caso dos

27

santuários de peregrinação, mas também existem outros espaços visitados por seu

interesse histórico, sua localização geográfica e também celebrações religiosas

comtempláveis desde o ponto de vista turístico como um elemento atrativo.

2.3 Patrimônio Cultural

Dias (2006, p.67) afirma que o conceito de patrimônio cultural evoluiu, ao

passar de tesouro artístico a recurso para o desenvolvimento e para a melhoria da

qualidade de vida das pessoas. Ainda afirma que o patrimônio cultural está associado um

conjunto de valores, como beleza, antiguidade, identidade, estética, curiosidade, entre

outros, os quais foram agregados nos últimos séculos.

O patrimônio cultural é considerado, um conjunto de bens materiais e não

materiais, que foram legados pelos nossos antepassados e que, em uma perspectiva de

sustentabilidade, deverão ser transmitidos aos nossos descendentes, acrescidos de

novos conteúdos e de novos significados, os quais, provavelmente, deverão sofrer novas

interpretações de acordo com novas realidades socioculturais. O patrimônio Cultural é

composto por elementos tangíveis e intangíveis tanto do passado quanto do presente, os

quais, no seu conjunto, caracterizam um agrupamento social, um povo, uma cultura.

Lemos (apud Dias, 2006, p. 70) diz que a preservação do patrimônio cultural

assume uma nova perspectiva, na medida em que se compreenda que preservar não é só

guardar uma coisa, um objeto, uma construção, um miolo histórico de uma grande cidade

velha. Preservar também é gravar depoimentos, sons, músicas populares e eruditas.

Preservar é manter vivos, mesmo que alterados, usos e costumes populares. É fazer,

também, levantamentos, levantamentos de qualquer natureza, de sítios variados, de

cidades, de bairros, de quarteirões significativos dentro do contexto urbano. É fazer

levantamentos de construções, especialmente aquelas sabidamente condenadas ao

desaparecimento decorrente da especulação imobiliária.

Dias (2006, p. 75) afirma que existem dois tipos de patrimônio cultural, o

patrimônio cultural material e o patrimônio cultural não material, o patrimônio cultural

material está constituído por construções antigas, ferramentas, objetos pessoais,

vestimentas, museus, cidades históricas, patrimônio arqueológico e paleontológico,

28

jardins, edifícios militares e religiosos, cerâmica, esculturas, monumentos, documentos,

instrumentos musicais e outros objetos que representam a capacidade de adaptação do

ser humano ao seu meio ambiente e a forma de organização da vida social, política e

cultural. Já o patrimônio cultural não material é formado por todos aqueles conhecimentos

transmitidos, como as tradições orais, a língua, a música, as danças, o teatro, os

costumes, as festas, as crenças, o conhecimento, os ofícios e técnicas antigas, a

medicina tradicional, a herança histórica, entre outros.

29

3 CATEDRAL METROPOLITANA DE FORTALEZA

Patrícia Aguiar, a titular da Secretária de Turismo de Fortaleza, afirma que o

turismo cultural é muito procurado na cidade de Fortaleza4 por possuir um extenso

número de atrativos culturais no Centro da cidade, um desses atrativos que possui um

grande número de visitantes é a Catedral Metropolitana de Fortaleza por dispor de um

grande valor cultural e religioso.

Segundo Barbosa5 (2010) a história da Catedral Metropolitana de Fortaleza se

remete ao início do século XVII. Martim Soares Moreno, em 1611, em uma expedição ao

solo cearense, vindo do Forte dos Reis Magos, de Natal, acompanhado do Padre Baltazar

João Barreira e alguns soldados ergueram em janeiro de 1612, um fortim tendo sido

denominado como São Sebastião e ao seu lado construíram em taípa uma capela sob a

devoção de Nossa Senhora do Amparo. Este fortim se manteve até o ano de 1637,

quando foi tomado por holandeses, os mesmos só ficaram ali por pouco tempo, pois os

índios em revolta os massacraram e ao mesmo tempo houve a destruição da capela. Por

volta do ano de 1649 com a volta dos flamengos ao Ceará, foi levantado um novo forte à

margem esquerda do rio Marajaik. Este forte deu origem a cidade de Fortaleza.

O domínio holandês durou apenas 5 anos, no ano de 1654 e, sob o comando

de brasileiros e portugueses, a sua denominação foi modificada para Forte de Nossa

Senhora da Assunção. Em 1820, ao lado do Forte, no mesmo local onde existiu a capela

de taipa, foi iniciada a construção de um templo de alvenaria que levou mais de 30 anos

para a sua conclusão e foi denominada de Sé.

Lima (1978 p.11) afirma que no dia 22 de maio de 1933 se iniciou a campanha

Pró- Catedral iniciada pelo monsenhor Luiz Rocha, nunca poderia imaginar que estaria

indispondo contra si e contra seu arcebispo os olhares da população. A velha Sé

(FIGURA 10) era o lugar das reminiscências, onde havia batizado e casado grande parte

da população da cidade, depoimentos de algumas pessoas que assistiram a última missa

4 http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2012/02/01/noticiasjornaleconomia,2776443/capital-tera-

718-mil-turistas-na-copa.shtml 5

http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=763&Itemid=182

30

na antiga Sé dão conta de que o prédio carecia de reparos, que lhe alterassem a estrutura

e imagem estética.

Figura 10: Antiga Igreja da Sé

Fonte: http://fortalezanobre.blogspot.com.br/search/label/Igreja%20da%20S%C3%A9

De acordo com Lima (1978, p.13) em uma publicação exatamente no dia 7 de

junho de 1933 a Gazeta de Notícias informava que

Todo mundo sente que Fortaleza progride. A metrópole do sol desenvolveu-se. Rasgam-se novas ruas e avenidas. Constroem-se bungalows

6 e arranha-céus.

Levantam-se vilas nos subúrbios. O calçamento vai transformar-se. Vai ser de concreto no centro da cidade. E de paralelepípedos nas outras zonas... Quer-se uma Catedral à altura do progresso da cidade. Uma Catedral que nos honre. Uma Catedral como exige o fervoroso e intenso culto cristão da terra. Pois isso vai ser tentado. A Sé, a velha Sé, vai ser REMODELADA.

Lima (1978, p.13) ainda afirma que no começo das obras não havia a intensão

de demolir a Catedral mais sim de remodela-la dando-lhe suporte e beleza. Além do

progresso da cidade também existia uma preocupação com a segurança das pessoas que

rezavam e se fazia necessário serem tomadas providências com urgência. No ano de

6 Bungalows: é um tipo de casa de um só andar, muito popular na América do Norte.

31

1933 já havia uma preocupação em relação à segurança das pessoas. No dia 13 de junho

de 1933 eram realizadas quermesses em torno da Igreja da Sé, enquanto as festas

convergiam o povo no entusiasmo, os engenheiros foram chamados para o serviço de

remodelação.

Foi entre os anos 1933 e 1938 que surgiu a decisão de demolir a Sé. Houve

um momento em que se pensaram na construção de uma nova Catedral preservando o

prédio antigo, mas não houve quem se agradasse com esta idéia, naquela época toda a

instituição estava localizada perto do porto, por onde chegava e saiam os visitantes da

cidade, foi a partir daí que cogitou a possibilidade de demolição da Sé, demolir um templo

centenário para a construção de uma Catedral de rara beleza.

De modo que ainda não se podia construir uma nova Sé, os atos litúrgicos e as

reuniões religiosas se descentralizavam é o que afirma o comunicado do vigário da Sé

apresentado no Livro do Tombo da Arquidiocese (apud LIMA, 1978, p.18).

Com a demolição da velha Catedral e sendo a igreja do Rosário pequena para o movimento das diversas associações, o reverendíssimo. Cura, obtidas as necessárias licenças do Sr. Arcebispo, faz uma capela na Casa Paroquial Jesus, Maria, José, sob o título de Nossa Senhora das Vitórias, onde se realizarão as comunhões gerais de cada de mês, enquanto durar a construção da nova Catedral.

O registro citado acima deixa transparecer que se pretendia construir um novo

templo em prazo diminuto, tanto é verdade que no dia 29 de julho de 1939, o Sr. João

Grangeiro, secretário da Comissão da Catedral anuncia que as obras do novo templo

durariam 4 anos e o orçamento previsto era de 6 mil contos de réis.

O projeto de uma nova Catedral (FIGURA 11) é de autoria de um engenheiro

francês Georges le Mounier que vivera no Brasil durante a segunda guerra mundial e

trabalhava em Recife na especialidade, a Catedral Metropolitana de Fortaleza foi

inspirada na Catedral Francesa de Notre Dame . O projeto de Le Monier era minudente e

isto agradou a Dom Manuel, que o escolheu e publicou nos jornais para conhecimento do

povo. No dia 1º de maio de 1939, Dom Manuel comunica que com a demolição da antiga

igreja da sé, será construída uma nova igreja, denominada de Catedral Metropolitana de

Fortaleza, deixando claro que este novo templo deverá ser erguido por mãos de

cearenses do Ceará inteiro.

32

A construção apesar de opiniões a favor e contra, contou com o empenho de

diversas pessoas e ajuda financeira de inúmeros segmentos da sociedade.

Figura 11: Projeto da Nova Catedral Fonte: http://fortalezanobre.blogspot.com.br/search/label/Igreja%20da%20S%C3%A9

Lima (1978, p. 28) afirma que durante a guerra, a construção da Catedral ficou

praticamente paralisada. Os navios não chegavam com cimento e ferro, materiais

absolutamente necessários para a fortificação dos alicerces. Monsenhor Luiz Rocha veio

a falecer no ano de 1949 e neste mesmo ano que Dom Antônio chama o padre Hortêncio

de Medeiros e o nomeia Diretor das Obras da Catedral. Padre Hortêncio de Medeiros e o

padre José Mourão eram desde há muito, encarregados do patrimônio da Arquidiocese e

familiarizados com certas normas de engenharia, que aprenderam durante as

remodelações e reparos de imóveis da Igreja. No ano de 1954, padre Hortêncio de

Medeiros levou uma caravana de romeiros à Europa, teve a oportunidade de visitar a

33

Catedral de Lisieux, na França, no momento em que se fazia uma ordenação sacerdotal

na cripta, no seu retorno padre Hortêncio contou a Dom Antônio Lustosa sobre a cripta e

então surgiu a idéia de construir-se uma cripta na Catedral de Fortaleza, cripta esta que

não constava no projeto arquitetônico de le Monier.

Depois de muitos cálculos com vários calculistas da época e vários estudos,

foi afirmado que poderia sim construir uma cripta na parte subterrânea da Catedral de

Fortaleza. A última contribuição de Dom Antônio de Almeida Lustosa foi a preparação da

Cripta na Catedral, foram montados os altares laterais, Dom Antônio dedicou os três

altares da direita aos santos jovens Tarcísio, Domingos Sávio e Pancrácio e ao lado

esquerdo ficaram com Santa Luzia, Santa Inês e Santa Maria Goreti, ao todo eram seis

santos jovens e para completar no altar-mor, decidiu colocar uma imagem de Jesus

Adolescente está foi uma homenagem que Dom Antônio fez à juventude do Ceará, do

outro lado da Cripta desde 1950 está sepultado Dom Manuel da Silva Gomes.

No dia 8 de setembro de 1963, Dom José de Medeiros Delgado assumiu a

Arquidiocese de Fortaleza, no dia 23 de setembro de 1963 Dom José foi á Roma e no dia

23 de novembro juntamente com os Bispos da Província Eclesiástica do Ceará enviou um

telegrama (apud Lima,1978,p.45) à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal

afirmando que

A Catedral de Fortaleza, que já é um monumento de arte, precisa ser concluída, quanto antes, para ser também a expressão grandiosa da fé cearense. O Ceará católico concita pois vossência para colocar seu incontável prestígio em favor dessa profunda aspiração de nossa gente que é ultimar a conclusão da mais bela catedral do Brasil. Deus guarde vossência. Dom José Delgado, Arcebispo de Fortaleza; Dom Aureliano Matos, Bispo de Limoeiro do Norte; Dom Vicente Matos, Bispo do Crato; Dom Mauro Ramalho, Bispo de Iguatu.

Neste tempo os Bispos da Província Eclesiástica acreditava que a Catedral de

Fortaleza em sua construção (FIGURA12) já era um monumento de arte e religiosidade e

se tornava público o desejo pela conclusão desta tão grandiosa obra.

34

Figura 12: Catedral em Construção

Fonte: http://fortalezanobre.blogspot.com.br/search/label/Igreja%20da%20S%C3%A9

O altar do novo templo foi doado por Ellio Guggoni, uma peça de 5m de largura por 1,40 de altura tendo o peso de 14 toneladas, Elli Guggoni era um amigo italiano de Dom Delgado, o altar foi dedicado em 1970 e quatro anos depois foi terminada a primeira torre (FIGURA 13).

Figura 13: Catedral com primeira torre Fonte: Livro A catedral de Francisco Lima 1978, p.58

35

O tempo passava e já estava entrando no trigésimo quarto ano de obras, Dom

Aloísio Lorscheider, então presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil) que tomou posse no ano de 1973, dar continuidade aos trabalhos de construção e

conclusão da Catedral. Foi Dom Aloísio Lorscheider que inaugurou oficialmente a primeira

torre fazendo os sinos soarem, já que a mais de três décadas os mesmos estavam

silenciados. Em 1976 o papa Paulo VI nomeou Dom Aloísio como Cardeal, ainda durante

a construção da Catedral Dom Aloísio sugeriu que fosse feita uma ligação subterrânea

que unisse a cripta à o porão existente no final da escadaria da porta frontal, por onde se

sobe até os sinos, esta passagem permitiria aos padre, passar dentro da Catedral durante

as celebrações festivas, foi nesta época que estava concluindo-se a segunda torre

(FIGURA 14) da Catedral de Fortaleza.

Figura 14: Construção da segunda torre da Catedral Fonte: Livro A catedral de Francisco Lima 1978,p.84

36

A última etapa para total conclusão da Catedral de Fortaleza foi o reboco

externo, no dia 22 de dezembro de 1978 foi inaugurada oficialmente a Catedral

Metropolitana de Fortaleza, com altura equivalente a um prédio de 12 andares, com

capacidade pra cinco mil pessoas e em tamanho sendo a terceira maior Catedral do

Brasil.

Um prédio tão grandioso como a Catedral necessita de manutenções

constantemente, no ano de 2004 a igreja teve sua sonoridade renovada, para uma melhor

acústica no interior do templo e inibir a reverberação, a maior das reformas que a Catedral

teve, se iniciou no final de 2006, tendo todo seu emadeiramento do telhado trocado, quem

esteve a frente do ousado plano de reforma foi o pároco Clairton Alexandrino.

A Catedral Metropolitana de Fortaleza está passando atualmente por uma

grande reforma, estão sendo restauradas suas duas torres, a reforma da primeira torre se

iniciou em agosto de 2013 e teve sua conclusão em outubro de 2013 na qual foi

totalmente restaurada, já a segunda torre teve sua reforma iniciada em novembro de 2013

sem prazo para sua conclusão. No dia 30 de outubro foram retirados os andaimes da

primeira torre e começaram a coloca-los na outra para assim dar inicio a restauração da

segunda torre. A imagem exibida logo abaixo (FIGURA 15) é como a Catedral está no dia

de hoje, o interior do templo está em perfeito estado, pinturas bem conservadas, todos os

vitrais bem elaborados estão intactos, o emadeiramento dos bancos nos quais os fiéis se

sentam para comtemplar a santa missa estão todos em perfeito estado e por fim o altar

estando em perfeitas condições para celebrações religiosas. No interior da Catedral

Metropolitana de Fortaleza à esquerda da nave central pode-se perceber a existência da

capela de São José, padroeiro do Ceará e da Catedral Metropolitana de Fortaleza, à

direita existe uma Capela dedicada a Nossa Senhora de Assunção, padroeira de

Fortaleza.

À esquerda do presbitério da Catedral está a Capela do Santíssimo

Sacramento, onde os visitantes e os fiéis são convidados para meditar e orar um pouco.

No centro do presbitério está o altar-mor trazido da Itália, a Catedral Metropolitana de

Fortaleza também possui uma cripta na qual foi denominada como cripta dos

adolescentes, pois o seu espaço foi totalmente dedicado à juventude. A cripta dos

adolescentes faz homenagem em seis altares santos que morreram na juventude,

37

Tarcisio, Domingos Sávio, Pancrácio, Luzia, Inês e Goretti estes altares estão localizados

à esquerda e à direita do altar e no centro do altar possui uma imagem de cristo

adolescente.

Figura 15: Catedral Metropolitana de Fortaleza em Novembro de 2013 Fonte: Arquivo Pessoal

O templo religioso possui missas todos os dias da semana exceto na segunda

feira, pois é quando o padre e alguns colaboradores da igreja tiram seu descanso

semanal, no próximo capitulo será a apresentados os matérias e os métodos utilizados na

pesquisa de campo.

38

4 MATERIAIS E METODOS

A metodologia utilizada neste trabalho foi à pesquisa bibliográfica descritiva. A

pesquisa descritiva tem como objetivo principal se desenvolver nas ciências humanas e

sociais, abordando dados e problemas que merecem ser estudados, cujo seus registros

não se encontram em documentos.

Como visto em capítulos anteriores o turismo religioso está inserido no turismo

cultural e com isso pode-se perceber que existe uma correlação entre os mesmos,

baseado nas pesquisas bibliográficas realizadas anteriormente identificamos que a

Catedral Metropolitana de Fortaleza está inserida nos dois segmentos do turismo, o

turismo cultural e o turismo religioso. A Catedral Metropolitana de Fortaleza é um

patrimônio turístico e histórico grandioso, pois sua arquitetura e seu âmbito religioso são

visitados diariamente por turistas e por residentes. A revista turismo afirma que o turismo

cultural e religioso no estado do Ceará está crescendo cada vez mais e com isso a cidade

de Fortaleza está sendo conhecida por turistas que veem de outros estados na busca do

conhecimento da cultura local. Para uma melhor identificação do perfil do visitante da

Catedral Metropolitana de Fortaleza o procedimento que foi realizado para obtenção deste

propósito consistiu em uma visita ao local e em seguida a elaboração de um questionário

contendo perguntas para obtenção de identificação do perfil.

Durante todo este trabalho foram utilizados materiais de análise caracterizando

uma pesquisa bibliográfica, contendo informações retiradas de livros, artigos e notícias

disponibilizadas na internet. O questionário citado no parágrafo anterior apresenta os

seguintes objetivos: identificar a idade, o sexo e o grau de escolaridade; se mora na

cidade de Fortaleza ou não; a motivação que o levou a visitar a Catedral Metropolitana de

Fortaleza; a frequência de visitação; o que mais chama a atenção no templo religioso; de

qual forma que ficou sabendo da existência do mesmo; se a visita foi auxiliada por um

guia de turismo; e, por fim, se a visita foi realizada individualmente ou em grupo.

Com as informações obtidas através dos métodos citados, o problema exposto

é será que a maior motivação da visita à Catedral Metropolitana de Fortaleza é ainda a

questão religiosa.

39

Foram escolhidas 10 variáveis para a definição do perfil do visitante do templo

religioso citado acima, no qual se pode perceber que mais de cinquenta por cento dos

visitantes, são pessoas do sexo feminino, e em relação à faixa etária são mais jovens que

buscam o templo, a maioria das pessoas entrevistadas só possuem o ensino médio, boa

parte dos visitantes que foram entrevistados são residentes da cidade de Fortaleza, a

maior motivação dos visitantes é a religião de modo geral, missas, imagens, silêncio do

templo, as orações entre outros. A frequência de visitação da Catedral é casualmente,

pois boa parte das pessoas visitam de mês em mês, a cada 2 ou 3 meses, mais existe

também pessoas assíduas que frequentam a Catedral todos os dias da semana em busca

de paz interior. O que mais chama atenção na Catedral na opinião dos visitantes

entrevistados é a arquitetura da Catedral, sua construção antiga, seus belos vitrais

exibindo sempre alguma imagem religiosa. As visitas realizadas na Catedral geralmente

são visitas individuais e não guiadas, grande parte dos visitantes ficou sabendo da

existência do templo através de parentes. No próximo tópico será abordada a visita

realizada em campo.

4.1 Visita ao local

O questionário foi aplicado no dia 30 de outubro de 2013 no local escolhido

para definição do perfil de visitante. O trabalho que está sendo exposto tem como

objetivos específicos conhecer o que motivou os visitantes a frequentar o templo religioso

e identificar que tipo de visita realizada ao local. Foram entrevistados 49 visitantes dentre

eles turistas e residentes, que por livre espontânea vontade respondeu ao questionário.

Os turistas que estavam apreciando a Catedral Metropolitana de Fortaleza

afirmaram que em seus locais de origem o Templo citado acima é bastante divulgado e

com isso é criado um maior interesse dos turistas em conhecer a Cidade de Fortaleza e

deslocar-se para apreciar este tão belo monumento arquitetônico, na hora em que se

inicializou a aplicação dos questionários tinha turistas de Florianópolis, Minas Gerais, São

Paulo e Aracaju. O turista residente de Aracaju afirmou que um dos locais que é

altamente divulgado é a cidade de Fortaleza na qual possui este prédio que é um templo

de religiosidade e um monumento da arquitetura neo-gótica. Muitos residentes

ressaltaram que o templo possui missas que são realizadas todos os dias ao meio-dia e

com isso existem um incentivo dos trabalhadores do centro da cidade a irem assistir as

40

missas todos os dias, geralmente as pessoas se dirigem até o templo na hora em que se

é tirado um intervalo para o descanso do trabalho são vendedores das lojas do centro de

Fortaleza.

Muitos dos entrevistados afirmaram que Fortaleza está crescendo cada vez

mais em termo de divulgação de sua cultura local, os visitantes ficaram encantados com a

beleza do templo, apreciaram cada um dos vitrais do seu interior, o altar também foi

bastante elogiado, afirmaram também que estavam ali não só por conta da beleza da

construção mais que a religião foi um dos motivos que os levaram a visitar o local.

Um casal de turistas de Florianópolis, enquanto estavam respondendo ao

questionário, falaram que a Catedral Metropolitana de Fortaleza é muito divulgada em sua

cidade, porque lá onde eles moram a cultura é muito preservada, tanto a cultura local

quanto as culturas de outras regiões comentaram também que a arquitetura do maior

templo religioso de Fortaleza é de uma rara beleza.

Visitantes do estado de São Paulo também visitava Fortaleza no dia da

aplicação do questionário, eles mencionaram que a cripta do âmbito religioso é

completamente diferente da cripta do estado deles, afirmaram que por ser diferente não

significava que não era belo e muito pelo contrário declararam que a cripta da Catedral

Metropolitana de Fortaleza é tão bela quanto à cripta da Catedral Metropolitana de São

Paulo. Visitantes de Fortaleza asseguraram que visitava o templo religioso em busca de

paz, serenidade, missas em busca da religião como um todo. Logo após a aplicação do

questionário, foi feita uma análise dos dados obtidos que será exibido no tópico seguinte.

4.2 Análise dos resultados

A primeira pergunta abordada no questionário foi identificar o sexo do visitante

da Catedral Metropolitana de Fortaleza. De acordo com o gráfico abaixo (GRÁFICO 1),

podemos perceber que no dia 30 de outubro de 2013, data na qual o questionário foi

aplicado, 65% dos visitantes são do sexo feminino, isso equivale a 32 mulheres que

possui um maior interesse em visitar e apreciar o templo, por diversos motivos essas

mulheres frequentam a Catedral Metropolitana de Fortaleza, podendo tanto ser por

religião quanto por apreciação da sua arquitetura, e os outros 35% são de visitantes do

41

sexo masculino, o equivalente a 17 homens que visitam o templo religioso. Existem

diversas variáveis que influenciam na visitação ao templo.

Gráfico 1:Qual o sexo dos visitantes da Catedral? Fonte: Elaboração própria.

Logo após o interesse em identificar o sexo, a próxima pergunta levantada na

pesquisa de campo foi detectar a faixa etária que mais frenquenta a Igreja, a faixa etária é

um quesito bastante importante pois através dela é que se descobre o público-alvo da

Igreja e de acordo com a pesquisa realizada percebe-se que 35% dos visitantes possui

idade entre 21 a 30 anos, isso é o equivalente a 17 visitantes, o segundo maior público

com 19% dos entrevistados são pessoas que possui idades de 41 a 50 anos, e logo em

seguida vem os visitantes que possuem 51 a 60 anos o que equivale a 16% dos

entrevistados, estas informações está sendo mostrada no gráfico (GRÁFICO 2) abaixo.

Grafico 2: Qual a faixa etária dos visitantes? Fonte: Elaboração própria.

42

Outro ponto que se faz presente no questionário abordado é descobrir o

grau de escolaridade dos visitantes do templo e através da pesquisa podemos perceber

que 49% dos entrevistados possuem somente o ensino médio e 19% são graduados de

diferentes áreas, 16% dos entrevistados possui somente o nível médio, 12% já possui

uma pós graduação e 4 % só possui o ensino fundamental da 1ª a 4ª série, estas

informações estão sendo exibida no gráfico (GRÁFICO 3) abaixo.

Gráfico 3: Qual o nivel de escolaridade dos visitantes? Fonte: Elaboração própria.

Posterior a questão do grau de escolaridade do visitante, foi questionado quem

mais visita a Catedral Metropolitana de Fortaleza, se é o turista ou o residente da cidade

de Fortaleza, e de acordo com o questionário aplicado foi detectado que quem mais visita

a Catedral Metropolitana de Fortaleza é o residente, com uma porcentagem de 57% dos

entrevistados isso significa que 28 dos 49 visitantes entrevistados são residentes da

cidade de Fortaleza, buscando visitar a Catedral tanto pela religiosidade quanto por sua

beleza. Está sendo demonstrado graficamente (GRÁFICO 4) abaixo.

Gráfico 4: Residente ou Turista? Fonte: Elaboração própria.

43

Logo abaixo possui um outro gráfico (GRÁFICO 5) que mostra o motivo da

visita à Catedral Metropolitana de Fortaleza, podemos perceber que mais da metade dos

visitantes entrevistados frenquentam o templo religioso em busca da religião, dentre 49

pessoas, 33 pessoas foram em busca de paz, silêncio, ouvir a palavra de Deus, se

aconcelhar, pedir perdão por seus pecados. O segundo motivo mais votado foi a

arquitetura pois também existe uma boa parte da população entrevistada com interesse

nos vitrais da igreja, nos arcosbotantes, na beleza do altar e na construção da igreja como

um todo, 13% dos visitantes que responderam o questionário afirmou que a cultura da

cidade era o motivo do qual fazia eles frequentar o templo, 8% visitavam o templo para

observar os objetos religiosos e os outros 8% estavam na igreja por diversos motivos.

Gráfico 5: Motivo da visita à Catedral Metropolitana de Fortaleza Fonte: Elaboração própria

Outro tópico abordado no questionário para definição do perfil do visitante da

Catedral Metropolitana de Fortaleza é a frequência de visitação. A frequência de visitação

determina quantas vezes por semana ou por mês o visitante vai à Catedral, e de acordo

com a pesquisa realizada no dia 30 de outubro de 2013 pode-se identificar que 49% dos

visitantes frequentam o templo casualmente, existe visitantes que vão a cada 2 ou 3

meses, tem também aqueles que vão uma vez ao ano, mais de acordo com o

questionário aplicado possui mais visitantes que vão uma vez por mês.Existe aqueles que

frequentam o templo todos os dias representando 19% dos visitantes. 12% dos visitantes

frequentam a Catedral Metropolitana de Fortaleza apenas uma vez por semana, 4%

frequentam o templo 2 vezes por semana, 8% dos visitantes visitam a Catedral três vezes

44

por semana e 4% dos visitantes vão a Catedral quatro vezes por semana. No gráfico 6

podemos perceber com maior precisão a frequência de visitação.

Gráfico 6: Frequência de Visitação. Fonte: Elaboração própria.

No questionário aplicado foi indagado o que mais chama a atenção dos

visitantes na Catedral e 47% dos entrevidados afirmaram que a arquitetura do templo é o

que mais chama a atenção por conta de sua beleza, o segundo ponto que também atrai

os visitantes a frequentar o templo é a religião, na religião tratada em questão traz

imagens de santos, missas, altar, entre outros. O gráfico (GRÁFICO 7) abaixo mostra

outros tópicos que também chama a atenção dos visitantes. Para que haja um aumento

na frenquência de visitação sugere-se que seja elaborados alguns eventos culturais e

religiosos contínuos, pois com o crescimento dos eventos consequentemente haverá um

aumento na frenquência de visitação.

Gráfico 7: O que mais chama a atenção na Catedral Metropolitana de Fortaleza? Fonte: Elaboração própria.

45

Grande parte da população soube da existência da Catedral de alguma forma,

foi colocado no questionário uma pergunta de como os visitantes ficou sabendo da

existência do templo, 45% dos visitantes ficaram sabendo da existência através de

parentes, 41% dos entrevistados ficaram sabendo através de amigos, e o restante ficou

sabendo através de revistas e televisão, foi elaborado um gráfico (GRÁFICO 8) para

expos estes dados.

Gráfico 8: De qual forma ficou sabendo da existência da Catedral? Fonte: Elaboração própria.

A Catedral Metropolitana de Fortaleza recebe muitos visitantes todos os dias e

houve uma necessidade de identificar o tipo de visita realizada, se era visita realizada em

grupos ou individualmente e de acordo com o questionário aplicado e com o gráfico

(GRÁFICO 9) exposto podemos perceber que 55% dos 49 entrevistados realizam visitas

individual, e os outros 45% realizam visitas acompanhados.

Gráfico 9: Tipo de visita realizada Fonte: Elaboração própria.

46

Alguns dos visitantes do templo realizam visitas guiadas geralmente são

turistas que vem de outras regiões e não conhece a cultura da cidade da qual os mesmos

estão passeando, mais por um outro lado podemos observar que muitos residentes

também fazem o mesmo percurso que um guia de turismo realiza com os turitas e de

acordo com estas informações houve uma necessidade de identificar se os visitantes

estão realizando visitas guiadas ou não. De acordo com o questionário aplicado foi

identificado que 80% dos visitantes não realizam visitas guiadas isto equivale a 39 dos

entrevistados não tiveram interesse em realizar visita guiada, e os 20% sentiram a

necessidade de realizar uma visita com um guia de turismo. Podemos observar estas

informações no gráfico (GRÁFICO 10) abaixo.

Gráfico 10: Visita guiada ou não? Fonte: Elaboração própria.

A amostra obtida e representada no gráfico 1 mostra que 65% do sexo

feminino e 35% do sexo masculino visitam a Catedral Metropolitana de Fortaleza. No

quesito faixa etária exposto no gráfico 2 identifica que a grande maioria dos visitantes tem

entre 21 a 30 anos.

O grau de escolaridade apresentado no gráfico 3, mostra que quase a metade

dos visitantes entrevistados têm apenas o ensino médio concluído. De acordo com o

gráfico 4 podemos identificar se o visitante é residente ou não, e de acordo com a

pesquisa foi identificado que o residente é quem mais frequenta mais a Catedral

Metropolitana de Fortaleza, já no gráfico 5 é mostrado o motivo da visita realizada ao

Templo e o que mais foi assinalado como principal motivo foi o item religião, e o segundo

mais votado foi a arquitetura e como terceiro mais votado está a cultura da cidade.

47

O gráfico 6 está sendo apresentado a frequência de visitação e de acordo com

o gráfico foi identificado que a visitação realizada na Igreja é casual, nem todos os

visitantes frequentam o templo todos os dias, já o gráfico 7 mostra o que mais chama a

atenção na Catedral e de acordo com a aplicação do questionário foi identificado que o

que mais chama a atenção no Templo é a sua belíssima arquitetura, o gráfico 8 traz

como o visitante ficou sabendo da existência do templo em questão e de acordo com os

dados expostos através da aplicação do questionário pode-se perceber que a maioria dos

visitantes ficou sabendo da existência através de seus parentes.

O gráfico 9 apresenta o tipo de visita realizada a Catedral e de acordo com a

pesquisa foi identificado que a maioria dos visitantes vão à Igreja sozinhos, e no gráfico

10 é apresentado que a maioria das visitas realizadas no templo não são guiadas.

Sugere-se que sejam feitas reuniões com os responsáveis pela Catedral

Metropolitana de Fortaleza e Secretaria de Turismo de Fortaleza para a elaboração de

diversos eventos que possuam caráter religioso e cultural, para que haja um aumento na

frequência de visitação.

48

5 CONCLUSÃO

Este trabalho buscou como objetivo principal identificar o perfil do visitante da

Catedral Metropolitana de Fortaleza, a amostra utilizada foi a de 49 visitantes, utilizando-

se de critérios que permitiram identificar o motivo da visita, o que mais chama a atenção

no templo, a frequência de visitação, faixa etária, o grau de escolaridade, o sexo dos

visitantes, se a visita foi realizada com um guia de turismo, se a visita foi realizada

individualmente ou em grupo, se o visitante era ou não residente e como o visitante ficou

sabendo da existência do templo.

Foi montado um questionário contendo dez perguntas, sendo nove objetivas e

uma aberta a fim de saber o que mais chama a atenção no templo religioso. O objetivo

geral do presente estudo foi a identificação do perfil dos visitantes, para contribuição do

aumento da frequência de visitação.

O questionário foi aplicado no dia 30 de outubro de 2013 durante todo o dia, a

análise das respostas revelou que os visitantes na sua maioria são mulheres, e a faixa

etária de grande parte dos entrevistados possuem idades entre 21 a 30 anos, tendo o

ensino médio como grau de escolaridade, sendo na sua maioria residentes que

frequentam o templo, como principal motivo de visitação a religião, mais o que mais

chama a atenção é a arquitetura, sendo realizadas visitas individualmente e não guiadas,

sabendo da existência da Catedral através de parentes e a frequência sendo

casualmente.

O primeiro objetivo especifico foi identificar qual o tipo de visita realizada, o

segundo foi revelar a frequência de visitação e o terceiro objetivo especifico foi descobrir o

seu interesse motivacional. A partir da análise realizada no presente trabalho verifica-se

que os dois objetivos específicos propostos no presente trabalho foram cumpridos.

Quanto ao objetivo geral deste trabalho ele foi identificado. O aprendizado

obtido através deste trabalho permitiu identificar diversos perfis por intermédio de

pesquisa descritiva.

Os resultados sugerem que a Catedral Metropolitana de Fortaleza elabore

projetos para diversas faixas etárias para fazer com que os visitantes frequentem à Igreja

acompanhados por familiares e amigos assim aumentando a frequência de visitação.

49

Espero que este rico patrimônio cultural continue sendo preservado e

consequentemente projetos elaborados para o aumento de visitantes a Catedral

Metropolitana de Fortaleza sejam colocados em prática.

A Catedral Metropolitana de Fortaleza possui um leque de elementos arquitetônicos que

podem ser explorados por diversos estudantes tanto do curso de turismo quanto o curso

de arquitetura, sendo assim os alunos dos cursos citados acima poderão colocar em

prática as teorias entendidas durante toda a sua trajetória acadêmica.

50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, José Vicente de. Turismo: fundamentos e dimensões. 8 ed. Ed.Ática. p. 9.

São Paulo, 2002.

BENI, Mario Carlos. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: Editora Senac São Paulo,

2007.

BRASIL, Ministério do Turismo, Ministério dos Transportes, DNIT, ANTT, RFFSA, IPHAN,

SPU. Cartilha de orientação para proposição de projetos de trens turísticos e culturais.

Brasília: Ministério do Turismo, 2010.

_______, Ministério do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais. Brasília:

Ministério do Turismo, 2006.

_______,Ministério do Turismo. Turismo Cultural: orientações básicas. / Ministério do

Turismo, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Departamento de Estruturação,

Articulação e Ordenamento Turístico, Coordenação-Geral de Segmentação. – 3. ed.-

Brasília: Ministério do Turismo, 2010.

CERVO, Amado Luis. Metodologia Cientifica. 6 ed. Ed. Pearson. São Paulo, 2007

DIAS, Reinaldo. Turismo e Patrimônio Cultural: Recursos que acompanham o

crescimento das cidades. São Paulo: Saraiva, 2006.

IGNARA, Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,

2003.

LIMA, Francisco. A Catedral. Fortaleza, Associação Cearense de Imprensa, 1978.

51

APÊNDICE

APÊNDICE 1: QUESTIONÁRIO PARA DEFINIÇÃO DO PERFIL DO VISITANTE DA

CATEDRAL METROPOLITANA DE FORTALEZA.

1.SEXO:

( ) FEMININO ( ) MASCULINO

2.IDADE:

( ) 11 a 20 anos ( ) 21 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos

( ) 51 a 60 anos ( ) 61 a 70 anos ( ) 71 a 80 anos

3.GRAU DE ESCOLARIDADE

( ) ENSINO FUNDAMENTAL 1ª A 4ª SÉRIE

( ) ENSINO FUNDAMENTAL 5ª A 8ª SÉRIE

( ) ENSINO MÉDIO 1º A 3° ANO

( ) GRADUAÇÃO

( ) PÓS- GRADUAÇÃO

4.VOCÊ É RESIDENTE?

( ) SIM ( ) NÃO

5.O QUE MOTIVOU A VISITA A CATEDRAL METROPOLITANA DE FORTALEZA?

( ) RELIGIÃO ( ) ARQUITETURA

( ) OBJETOS RELIGIOSOS ( ) CULTURA DA CIDADE

( ) OUTROS: __________________

6.QUAL A FREQUENCIA DE VISITAÇÃO NA CATEDRAL METROPOLITANA DE

FORTALEZA?

( ) 1 VEZ/ SEMANA ( ) 2 VEZES/SEMANA ( ) 3 VEZES/ SEMANA

( ) 4 VEZES/SEMANA ( ) 5 VEZES/SEMANA ( ) 6 VEZES/ SEMANA

( ) TODOS OS DIAS ( ) CASUALMENTE

7.O QUE MAIS CHAMA ATENÇÃO NA CATEDRAL METROPOLITANA DE

FORTALEZA?

52

_______________________________________________________________

8.DE QUAL FORMA O(A) SR(A) FICOU SABENDO DA EXISTÊNCIA DA CATEDRAL

METROPOLITANA DE FORTALEZA?

( ) REVISTA ( ) TV ( ) JORNAL ( ) INTERNET

( ) AMIGOS ( ) PARENTES

9.QUAL O TIPO DE VISITA REALIZADA?

( ) INDIVIDUAL ( ) GRUPO

10.SUA VISITA É GUIADA?

( ) SIM ( ) NÃO

ENTREVISTADOR:______________________________________

DATA: ____/___/_____.