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Censo psicossocial, para que? As experiências da Bahia Censo psicossocial, para que? As experiências da Bahia As experiências da Bahia As experiências da Bahia Ana Maria Fernandes Pitta USP/UFBA/MS/SES-SP [email protected] anapitta@usp br anapitta@usp.br

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Censo psicossocial, para que?As experiências da Bahia

Censo psicossocial, para que?As experiências da BahiaAs experiências da BahiaAs experiências da Bahia

Ana Maria Fernandes PittaUSP/UFBA/MS/SES-SP

[email protected]@usp [email protected]

Uma instituição total pode ser definida como umUma instituição total pode ser definida como umUma instituição total pode ser definida como um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante,

d d i d d i l

Uma instituição total pode ser definida como um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante,

d d i d d i lseparados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada.

separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada.

E.Goffman, Manicômios, prisões e ConventosE.Goffman, Manicômios, prisões e Conventos

Um óbvio não obtuso!

• Conhecer para indignar-se• Conhecer para mudar• Conhecer para intervir• Conhecer para intervir, • Conhecer para ter esperança e sonhar o

possível!

Os dois censos da Bahia

• O Manicômio Judiciário – HCT-BA (2003)• O Censo das pessoas internadas em

hospitais psiquiátricos no estado da Bahiahospitais psiquiátricos no estado da Bahia (2003-2004)

DDDe janeiro até outubro de 2003, 19 internos do Hospital

de Custódia e Tratamento da Bahia ( HCTP- BA) morreram

De janeiro até outubro de 2003, 19 internos do Hospital

de Custódia e Tratamento da Bahia ( HCTP- BA) morreram de diversas causas incluindo espancamento, tuberculose, septicemia.de diversas causas incluindo espancamento, tuberculose, septicemia.Uma situação de clamor público fartamente divulgado pela mídia mobilizou o Ministério Público, o Ministério da Saúde, a Secretária de Saúde do Estado da Bahia e o Ministério da

Uma situação de clamor público fartamente divulgado pela mídia mobilizou o Ministério Público, o Ministério da Saúde, a Secretária de Saúde do Estado da Bahia e o Ministério daa Secretária de Saúde do Estado da Bahia e o Ministério da Justiça, cobrando da Secretária da Justiça e Direitos Humanos da Bahia uma posição.

a Secretária de Saúde do Estado da Bahia e o Ministério da Justiça, cobrando da Secretária da Justiça e Direitos Humanos da Bahia uma posição.Humanos da Bahia uma posição. É nesse contexto que somos demandados pelo MS para realizar o censo dos 416 pacientes que lá estavam

Humanos da Bahia uma posição. É nesse contexto que somos demandados pelo MS para realizar o censo dos 416 pacientes que lá estavam internados.internados.

EQUIPEEQUIPE

Coordenação:Coordenação: Ana Maria Fernandes Pitta

C d ã Adj t A tô i R i ld R b l

Coordenação:Coordenação: Ana Maria Fernandes Pitta

C d ã Adj t A tô i R i ld R b l

QQ

Coordenação Adjunta: Antônio Reinaldo Rabelo

Supervisão de Subáreas:Supervisão de Subáreas: Aglaé Souza, Edna Amado, Eduardo

Saback

Coordenação Adjunta: Antônio Reinaldo Rabelo

Supervisão de Subáreas:Supervisão de Subáreas: Aglaé Souza, Edna Amado, Eduardo

SabackSaback.

Pesquisadores auxiliares:Pesquisadores auxiliares: Roberta Moraes, Caroline Alves

Supervisores de Campo:Supervisores de Campo: Ana Paola André Furtado Islanova

Saback.

Pesquisadores auxiliares:Pesquisadores auxiliares: Roberta Moraes, Caroline Alves

Supervisores de Campo:Supervisores de Campo: Ana Paola André Furtado IslanovaSupervisores de Campo:Supervisores de Campo: Ana Paola, André Furtado, Islanova,

Cláudia Benício, Roberta Moraes, Aldinete, Caroline, Luciana,

Simone Valcides

Supervisores de Campo:Supervisores de Campo: Ana Paola, André Furtado, Islanova,

Cláudia Benício, Roberta Moraes, Aldinete, Caroline, Luciana,

Simone ValcidesSimone, Valcides.

Computação de Dados: Ana Cristina Passos Gomes, Igor Gomes

Menezes, Luís Alan Chagas Alves, Márcio Rios Leite, Mino

Simone, Valcides.

Computação de Dados: Ana Cristina Passos Gomes, Igor Gomes

Menezes, Luís Alan Chagas Alves, Márcio Rios Leite, MinoMenezes, Luís Alan Chagas Alves, Márcio Rios Leite, Mino

Correia Rios.

Entrevistadores:Entrevistadores: estudantes de medicina, psicologia e serviço

Menezes, Luís Alan Chagas Alves, Márcio Rios Leite, Mino

Correia Rios.

Entrevistadores:Entrevistadores: estudantes de medicina, psicologia e serviçoEntrevistadores:Entrevistadores: estudantes de medicina, psicologia e serviço

social.

Entrevistadores:Entrevistadores: estudantes de medicina, psicologia e serviço

social.

Estratégia: Estudo de caso, Quanti-quali Estratégia: Estudo de caso, Quanti-quali Desenho de Investigação

Censo epidemiológico,clínico e psicossocial dos internos e estudo de sintomas e qualidade de vida dos funcionários R i t t áfi d i tit i ã

Censo epidemiológico,clínico e psicossocial dos internos e estudo de sintomas e qualidade de vida dos funcionários R i t t áfi d i tit i ãRegistro etnográfico da instituiçãoInstrumentos quanti:

QCP-1 Questionário Clínico Psicossocial

Registro etnográfico da instituiçãoInstrumentos quanti:

QCP-1 Questionário Clínico PsicossocialQCP 1 Questionário Clínico Psicossocialpara alocação dos internos na

comunidade.

QCP 1 Questionário Clínico Psicossocialpara alocação dos internos na

comunidade.QCP-2 Entrevista Clínico-Psiquiátrica

para fins diagnósticos.SRQ 20 + CAGE + WHOQOL (f i á i )

QCP-2 Entrevista Clínico-Psiquiátricapara fins diagnósticos.

SRQ 20 + CAGE + WHOQOL (f i á i )SRQ-20 + CAGE + WHOQOL (funcionários)

Instrumentos quali: Documentação fotográfica, depoimentos

SRQ-20 + CAGE + WHOQOL (funcionários)

Instrumentos quali: Documentação fotográfica, depoimentosInstrumentos quali: Documentação fotográfica, depoimentos orais, grupos de funcionários

Período de Coleta de dados: de 8 de agosto a 8 de outubro

Instrumentos quali: Documentação fotográfica, depoimentos orais, grupos de funcionários

Período de Coleta de dados: de 8 de agosto a 8 de outubro de 2003.de 2003.

OOCONTEXTOCONTEXTO

O censo clínico e psicossocial foi uma decisão acordada

entre o Ministério da Saúde, Secretária Estadual da Bahia -

O censo clínico e psicossocial foi uma decisão acordada

entre o Ministério da Saúde, Secretária Estadual da Bahia -SESAB, Ministério Público, Secretária de Justiça e Direitos Humanos e a Universidade Federal da Bahia.SESAB, Ministério Público, Secretária de Justiça e Direitos Humanos e a Universidade Federal da Bahia.O objetivo maior era promover uma estratégia de desinstitucionalização e inclusão social dos internos na comunidade

O objetivo maior era promover uma estratégia de desinstitucionalização e inclusão social dos internos na comunidadecomunidade.O censo foi realizado graças ao financiamento do Ministério da Saúde, Ministério da Justiça e SESAB através de

comunidade.O censo foi realizado graças ao financiamento do Ministério da Saúde, Ministério da Justiça e SESAB através deda Saúde, Ministério da Justiça e SESAB através de interviniência do convênio MS/SESAB/UFBA / FAPEX.O estudo etnográfico concomitante se impôs frente as

da Saúde, Ministério da Justiça e SESAB através de interviniência do convênio MS/SESAB/UFBA / FAPEX.O estudo etnográfico concomitante se impôs frente as intensas dificuldades de compreender um universo tão duro e negociar com instituição, funcionários, internos.intensas dificuldades de compreender um universo tão duro e negociar com instituição, funcionários, internos.

A epidemiologia

dos internosdos internos

Variáveis (Identificação) Resultados (%)

Sexo

Masculino 91,1Feminino 8 9Feminino 8,9Raça

B 27 8Branco 27,8 Mulato 27,8Negro 33,3Negro 33,3Pardo 11,1ProcedênciaSalvador 13,5Interior do Estado da Bahia 86,2O t E t d d B il 0 3Outro Estado do Brasil 0,3

Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricos no Estado da Bahia, 2003

Variáveis (Identificação) Resultados (%)

ReligiãoReligião

Não Possui 2,3C tóli 83Católico 83Evangélico/Protestante 13,3E í i 0 4Espírita 0,4Candomblé 0,4

Situação conjugal

Solteiro 70,2Casado ou unido consensualmente 16 3Casado ou unido consensualmente 16,3Separado ou divorciado 10,5Viúvo 3Viúvo 3

Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricos no Estado da Bahia, 2003

D d ó i ô i R lt d (%)Dados sócio-econômicos Resultados (%)

E l id dEscolaridade

Analfabeto 37,1Alfabetizado (escreve o nome) 19,2

Primeiro Grau Incompleto 33,8

Primeiro Grau Completo 5,1

Segundo Grau Incompleto 2,4

Segundo Grau Completo 1,8

Terceiro Grau Incompleto 0,3Terceiro Grau Incompleto ,

Terceiro Grau Completo 0,3

Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais PsiquiátricosFonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricos no Estado da Bahia, 2003

Dados sócio-econômicos Resultados (%)Situação laborativa (1ª internação)

Ativo com carteira assinada 16,5,Ativo sem carteira assinada 58,4Inativo – desempregado 6 7Inativo desempregado 6,7Inativo - em benefício 3,7Aposentado 14,7,

Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricosno Estado da Bahia, 2003

Dados sócio econômicos ResultadosDados sócio-econômicos Resultados (%)

Vínculo com instituição previdenciária

Sim 21,7Não 78,3Moradia do paciente no presente

Moradia regular fora do hospital 6,5Morador do hospital com lugar para ficar fora do hospital 69,7p g p p ,Morador do hospital sem lugar para ficar fora do hospital 21,4Albergado em abrigos publicos 0Não possui residência fixa 1,2Em situação de rua 1,2

Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricosno Estado da Bahia, 2003

Dados clínico-psiquiátricos Resultados (Média ± DP) (Min ± Máx)(Média ± DP) (Min ± Máx)

Idade(anos) (38,8 ± 11,1)(19 ± 79,8)

Idade(na 1ª internação) (33,1 ± 10,1)(18 ± 78,9)

Tempo internamento(anos) (3,3 ± 5,1)(0,1 ± 38,4)

Número total internamentos (1,7 ± 1,2) (1 ± 7)

Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricos no Estado da Bahia, 2003

Diagnóstico(CID 10) Resultados (%)(%)

Transtorno Mental Orgânico 3,5T t M t l d b tâ i i ti 3 9Transtorno Mental por uso de substância psicoativa 3,9Esquizofrenias e Transtornos Delirantes 51,6Transtornos Neuróticos 1 3Transtornos Neuróticos 1,3Transtorno do Humor 2,3Transtorno de Personalidade 24,5a sto o de e so a dade 24,5Retardo Mental 24,5Sem laudo 6,8,Sem Transtorno Mental 0,6

Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricos no Estado da Bahia 2003Estado da Bahia, 2003

Município de procedêencia Resultados %(n)Município de procedêencia Resultados %(n)Alagoinhas 0,6(2)Camacan 2,1(7)Canavieiras 2,4(8), ( )Feira de Santana 2,1(7)Guananbi 1,8(6)Ilhéus 1,5(5)It b 1 8(6)Itabuna 1,8(6)Itapetinga 1,2(4)Jequié 2,1(7)Juazeiro 0,9(3), ( )Queimadas 1,5(5)Rui Barbosa 1,2(4)Salvador 12,6(42)S i h 1 2(4)Serrinha 1,2(4)Senhor do Bonfim 1,8(6)Teixeira de Freitas 0,9(3)Valença 1,2(4)Valença 1,2(4)Vitoria da Conquista 0,6(2)Outro município do interior da Bahia 55,5(185)Outro Estado 0,3(1)Informação ignorada 8,1(27)

Dados clínico-psiquiátricos Resultados (%)Dados clínico psiquiátricos Resultados (%)

Tratamento extra-hospitalar

Não recebia tratamento 48,6Tratamento em ambulatório 39

i d diá iTratamento em serviço de atenção diária 12,4

Tratamento medicamentoso (na Instituição)

Não faz uso de medicamentos 5,3M di t ú i 9 5Medicamento único 9,5Medicamento múltiplos 85,2

Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais PsiquiátricosFonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricos

no Estado da Bahia, 2003

Atendimento multidisciplinar Resultados (%)

Psiquiatria

Sim 44,9Não 55,1Psicologia

Si 5 1Sim 5,1Não 94,9Serviço SocialçSim 62,8Não 37,2Clínica MédicaSim 32

Nã 68Não 68Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricosno Estado da Bahia, 2003

Vínculos sociais Resultados (%)( )Conta com família

Sim 64 7Sim 64,7Não 35,3Conta com amigos/vizinhosg

Sim 9,4Não 90,6Conta com grupos de ajuda

Sim 5,4Não 94,6Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricosno Estado da Bahia 2003no Estado da Bahia, 2003

Vínculos sociais Resultados (%)Vínculos sociais Resultados (%)Visita da família

Si 42 5Sim 42,5Não 57,5Visita de amigos/vizinhosVisita de amigos/vizinhos

Sim 9,2Não 84 9Não 84,9Visita de grupos de ajuda

Sim 5,7,Não 94,3

í áFonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricosno Estado da Bahia, 2003

Necessidades para alocação na comunidade

Necessidades n Porcentagem

Requer ambiente com cuidadosmédicos elevados

6 2,0%

Requer ambiente com cuidados 32 10 6 %Requer ambiente com cuidadosmédicos moderados

32 10,6 %

Requer ambiente com mínimosid d édi

43 14,2 %cuidados médicosNão requer cuidado médico especial 222 73,2 %

TOTAL 303 100%TOTAL 303 100%

Motivo da Internação

Motivo N (%)

Mão sabe ou ignora razão 116 38,3Tentativa de homicídio 10 3,3L õ i 25 8 3Lesões corporais 25 8,3Ameaça a outro/ briga 22 7,3 Homicídio 58 19,1Tratamento psiquiátrico 17 5,6 Outros 55 18,1Total 303 100Total 303 100

Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricos no Estado da Bahia 2003Psiquiátricos no Estado da Bahia, 2003

Orientações sugeridas por entrevistadoresResultados (%)

Permanecer internado 5,0 Tratamento ambulatorial convencional 24,6Serviço de atenção diária (CAPS) 41,4Residências terapêuticas 19,5Hospital de outra especialidade médica 2,1p p ,Outras 7,4

Orientações sugeridas por psiquiatrasResultados (%)

Permanecer internado 16 5Permanecer internado 16,5Tratamento ambulatorial convencional 12,5Serviço de atenção diária (CAPS) 45,5Residências terapêuticas 10 2Residências terapêuticas 10,2Hospital de outra especialidade médica 0,7Outras 2,0

Fonte: Censo Clínico e Psicossocial dos Pacientes Internados nos Hospitais Psiquiátricos no Estado da Bahia, 2003

O Hospital de Custódia eO Hospital de Custódia e Tratamento da Bahiaa a o da a a

Um desafio para aUm desafio para a desinstitucionalização!

A Exclusão e A Exclusão e o abandono...o abandono...

O ócio e O ócio e a solidão...a solidão...

Os alimentos ...Os alimentos ...Os alimentos ...Os alimentos ...

Pacientes e agentes de cura inserem-se em uma configuração específica de significadosPacientes e agentes de cura inserem-se em uma configuração específica de significadosuma configuração específica de significados culturais e de relações sociais...Enfermidade e processo de cura também conformam parte

à ú

uma configuração específica de significados culturais e de relações sociais...Enfermidade e processo de cura também conformam parte

à údo sistema de atenção - cuidado - à saúde. No contexto da cultura, o estudo dos pacientes e dos agentes de cura,da enfermidade e do

do sistema de atenção - cuidado - à saúde. No contexto da cultura, o estudo dos pacientes e dos agentes de cura,da enfermidade e dodos agentes de cura,da enfermidade e do processo de cura, deve portanto, iniciar com uma análise dos sistemas de atenção...

dos agentes de cura,da enfermidade e do processo de cura, deve portanto, iniciar com uma análise dos sistemas de atenção...

Kleiman, 1980Kleiman, 1980e a , 980e a , 980

Os funcionários

seus postos de trabalhoseus postos de trabalho

I Conclusões e recomendaçõesA l ã i ô i tá f d l t é d• A solução para o manicômio está fora dele através de um processo de desinstitucionalização responsável.

• Ações internas ao HCT:ç1.Reforma das instalações físicas adaptando-a ao modelo de transição “olhar para fora”, com projeto terapêuticoterapêutico.2.Um amplo programa de redefinição do perfil dos cuidadores do HCT, dando chances aos atuais f i á i d úd d i lfuncionários da saúde e segurança de se reciclarem aos novos papeis de agentes promotores de saúde e reabilitação psicossocial.3. Programa de Humanização e Supervisão Técnica comum aos dois grupos de trabalhadores (saúde e segurança).segurança).

Soluções fora do HCTI l t ã i di t d idê i• Implantação imediata de residências terapêuticas (5 capital, 10 interior conforme mapa da desinstitucionalização) vinculadasmapa da desinstitucionalização), vinculadas aos CAPS existentes.

• Agressiva implantação de rede de serviços g p ç çde Saúde Mental (CAPS) em municípios descobertos: Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas Canavieiras Valença Paulo AfonsoFreitas, Canavieiras, Valença, Paulo Afonso, Senhor do Bonfim, e outros.

• Integração plena ao SUS e rede de apoioIntegração plena ao SUS e rede de apoio social.

II Censo dos hospitais da BahiaII Censo dos hospitais da Bahia, 2004

SESABSESAB

C d ãC d ãCoordenaçãoCoordenação

MunicípiosMunicípios

Hospital JulianoMoreira

200 leitos

HospitalMarioLeal

HospitallColôniaLopes

R d i

Hospital AfrânioPeixoto

HospitalAnna Nery309 l it

SanatórioBahia

263 l it

ClínicaDe

Itabuna169leitos

SanatórioSão Paulo230leitos200 leitos 30leitos Rodrigues

500leitos 60 leitos 309 leitos 263 leitos 9

Distribuição de diagnósticos de transtornos mentaisDistribuição de diagnósticos de transtornos mentais apresentados pelos pacientes internados em hospitais psiquiátricos do Estado da Bahia vinculados ao SUS.

Diagnóstico(CID 10) Resultados % (n)

Transtorno Mental Orgânico 3,0 (51)

Transtorno Mental por uso de substâncias psicoativas 11,9 (204)

Esquizofrenia e Transtornos Delirantes 60,8 (1045)Transtornos de Neuróticos 0,4 (7)

Transtorno do Humor 7,5 (129)

Síndromes comportamentais associadas a fatores fisiológicos 0,1 (2)

Transtorno de Personalidade 0,2 (4)

Retardo Mental 11,8 (202)

Transtorno mental sem outras especificações 0,7 (12)

Sem informação 3,6 (62)

Total 100 (1718)

Censos 1979 (HJM) e 2004(BA)

Variáveis 1979 2004Mulheres 50,9% 64,9%De 26-35 anos 23,1% 29,9%, ,Interior - BA 70% 24,1%Analfabetos 84 4% 19 5%Analfabetos 84,4% 19,5%Visitas /sem. 7,7% 56,3%Esquizofrenias 39,4% 63,2%Oligofrenias 28,3% 12,1%O go e as 8,3% , %

SUS - 20041718 pacientes

1910 leitos psiquiátricos SUS

ResidênciasTerapêuticas

Ambulatórios Leitos HG

CAPS I II IIIPSF/PACS

CAPS I, II, IIIAD, iA

SAMUHG

Qual a origem dos internos?

Onde estão as pessoas e para p ponde deveriam ir os serviços?

O que falta 2004 – 2008?

• A passagem do hospital psiquiátrico tradicional para novas formas de organização (modelos).g ç ( )

• Pequenos serviços, pequenas equipes, personalizando demandaspersonalizando demandas.

• Supervisão Técnica sistemática.• Capacitação para o trabalho grupal.

Caminhos para aCaminhos para a desinstitucionalização?desinstitucionalização?

• Romper a dependência histórica com o hospital psiquiátrico?

• Transinstitucionalizar rumo ao leitoTransinstitucionalizar rumo ao leito psiquiátrico em hospital geral, SRT, etc?

d i i d id d (• Rede comunitária de cuidados (CAPS, Atenção Básica, Centros de Convivência?)

Desafios da Reforma

• Coerência - com ética, leis, políticas.• Factibilidade – disposição do estado,

municípios, aparelhos formadores, culturamunicípios, aparelhos formadores, cultura institucional para a reforma.Vi bilid d di ibili ã d• Viabilidade – disponibilização de recursos federais, estaduais, municipais. Tempos,

i l ã dmovimentos e alocação de recursos para a mudança.

De que depende ?De que depende ?• Decisão política?• Decisão política?• Legislação? • Dinheiro?• Capital humano?• Prévia rede comunitária de cuidados?• Ou desconstrução dos manicômios já?• ... Ou desconstrução dos manicômios já?• Mudança de cultura?

Censos - dados confiáveis?

Nós a desatar

• Estigma• Decisão política - Lei da Responsabilidade

Fiscal etcFiscal, etc.• Poder $ Privilégios • Política de RH - Hospitais X Serviços

TerritoriaisTerritoriais• Capacitação – Revolução cultural

“Mostrar um inferno não significa dizer-nos algo como eti a as pessoas do“Mostrar um inferno não significa dizer-

nos algo como eti a as pessoas donos algo como retirar as pessoas do inferno, como amainar as chamas do nos algo como retirar as pessoas do inferno, como amainar as chamas do inferno.Contudo parece se constituir um bem eminferno.Contudo parece se constituir um bem emContudo, parece se constituir um bem em si mesmo reconhecer, ampliar a consciência de quanto o sofrimento

Contudo, parece se constituir um bem em si mesmo reconhecer, ampliar a consciência de quanto o sofrimentoconsciência de quanto o sofrimento causado pela crueldade humana existe no

d lh ”

consciência de quanto o sofrimento causado pela crueldade humana existe no

d lh ”mundo que partilhamos com os outros”.Susan Sontag, 2003

mundo que partilhamos com os outros”.Susan Sontag, 2003Susan Sontag, 2003Susan Sontag, 2003