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Boletim Jan.-Abril - Núm.37 Ano 2014 - Casa de Saúde Bento Menni da Guarda Bairro da Luz 6300-575 GUARDA Telf. 271200840 Sumário - I Centenário da morte S. Bento Menni - Abertura à comunidade - Dia mundial do Doente - Somos pobresmas somos muitos - Patronos de unidades S. João de Deus S. José - A Primavera - Ações e animações da Pás- coa - Espiritualidade e afetos - A Boa Nova da hospitalidade Celebrações de abertura do I Centenário da morte de S. Bento Menni 1994-2014 No dia 24 de Abril de 2014 comemorou-se na Casa de Saú- de Bento Menni a Abertura do 1º Centenário da morte de S. Bento Menni e, ainda, o 20º Aniversário da Casa de Saúde Bento Menni. Três momentos peculiares: celebração da eucaristia, almoço convívio e sessão cultural e carismática. Celebração litúrgica solene do dia 24 de abril Presidiu a esta cele- bração duplamen- te festiva por coin- cidir com a oitava de Páscoa, Sua Excelên- cia Reverendíssima, D. Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda; tendo sido concelebrada, por 12 sacerdotes, com a par- ticipação do diácono Daniel Cordeiro e do organista Padre José Luís Farinha. O grupo coral, formado por elementos provenientes de outros grupos corais e pelo grupo do Bairro da Luz, deu o seu melhor, no contexto da celebração memorial da Páscoa do Senhor e da páscoa centenária do profeta da hospitalidade, S. Bento Menni. O mote de toda a animação litúrgica, um coração sem fronteiras,acompa- nhou o cortejo da apresentação dos dons (Luzeiro, simbologia do Círio Pas- cal, maqueta da Casa de Saúde em três dimensões, assinalando os 20 anos da sua existência, um globo com a elabora- ção gráfica dos quatro continentes, onde a Congregação está implantada; e, finalmente, o pão e o vinho).

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Boletim Jan.-Abril - Núm.37 Ano 2014 - Casa de Saúde Bento Menni da Guarda

Bairro da Luz 6300-575 GUARDA – Telf. 271200840

Sumário - I Centenário da morte S. Bento Menni

- Abertura à comunidade

- Dia mundial do Doente

- Somos pobres…mas somos muitos

- Patronos de unidades

S. João de Deus

S. José

- A Primavera

- Ações e animações da Pás-coa

- Espiritualidade e afetos

- A Boa Nova da hospitalidade

Celebrações de abertura do I Centenário da morte de

S. Bento Menni

1994-2014

No dia 24 de Abril de 2014 comemorou-se na Casa de Saú-

de Bento Menni a Abertura do 1º Centenário da morte de S.

Bento Menni e, ainda, o 20º Aniversário da Casa de Saúde

Bento Menni. Três momentos peculiares: celebração da

eucaristia, almoço convívio e sessão cultural e carismática.

Celebração litúrgica solene do dia 24 de abril Presidiu a esta cele-

bração – duplamen-

te festiva – por coin-

cidir com a oitava de

Páscoa, Sua Excelên-

cia Reverendíssima,

D. Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda; tendo sido

concelebrada, por 12

sacerdotes, com a par-

ticipação do diácono

Daniel Cordeiro e do

organista Padre José

Luís Farinha.

O grupo coral, formado

por elementos provenientes de outros grupos corais e pelo

grupo do Bairro da Luz, deu o seu melhor, no contexto da

celebração – memorial da Páscoa do Senhor e da páscoa

centenária do profeta da hospitalidade, S. Bento Menni.

O mote de toda a animação litúrgica,

”um coração sem fronteiras,” acompa-

nhou o cortejo da apresentação dos

dons (Luzeiro, simbologia do Círio Pas-

cal, maqueta da Casa de Saúde em três

dimensões, assinalando os 20 anos da

sua existência, um globo com a elabora-

ção gráfica dos quatro continentes, onde

a Congregação está implantada; e, finalmente, o pão e o

vinho).

Página 2 O SERRANO - NR. 37

“O coração sem fronteiras”, com a letra da carta 587, é reto-

mado no momento pós-comunhão com uma encenação

“panorâmica”, a partir de todas as entradas interiores da Igre-

ja de Nossa Senhora do Sagrado Coração, e intercontinental,

colorida com túnicas e faixas representativas dos quatro con-

América e África Ásia Europa

tinentes, onde a hospitalidade não conhece limites, nem sabe

dizer basta; porque voa de uma parte à outra, tal como sonha-

ra Bento Menni.

Lurdes Diogo Assistente Espiritual

Página 3 O SERRANO - NR. 37

Uma tarde celebrativa de encontro e partilha

O programa para esta tarde memorá-

vel iniciou-se pelas 12h30 com o “

ponto de encontro no bar”, momento

de franco convívio entre os represen-

tantes das entidades civis e religiosas,

convidados e a direção da Casa de

Saúde.

Pelas 13 horas decorreu o almoço de

confraternização com os convidados,

colaboradores, voluntá-

rios, familiares, Irmãs e

amigos.

Ao longo da tarde,

decorreu no auditório

Bento Menni a Sessão

Cultural e Carismática pontuada de início pelas palavras de

Na sessão “a Palavra aos Amigos” estiveram presentes o Dr.

Álvaro Amaro, Presidente da Câmara Municipal da Guarda e,

posteriormente em sua representação a Dra. Ana Isabel Batista,

vereadora do

pelouro da

Acção Social, o

Dr. Vasco Lino,

Presidente do

Conselho de

Administração

da ULS da

Guarda, o Dr. António Gomes, Director do Departamento de

Psiquiatria da Guarda e o Dr. Pissarra da Costa, Director

Clínico da Casa de Saúde Bento Menni.

O Dr. Álvaro Amaro, Presidente da Câmara, começou por

dizer “estou aqui por dever e não por obrigação, não podia

deixar de estar”. Agradeceu e enalteceu todo o trabalho

realizado nesta instituição, que muito engrandece a cidade

e a região, e se tornou uma referência no atendimento às

pessoas com doença mental.

De seguida, foi apresentada pela Ir. Isabel Morgado, a con-

ferência "S. Bento Menni um coração sem fronteiras",

que eloquentemente falou sobre a vida e obra de Ângelo

Hércules Menni, que adoptou o nome de Bento Menni

quando entrou para a Ordem dos Irmãos de São João de

Deus. Realçou ainda o nascimento da Congregação das

Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, pela mão

de Bento Menni, juntamente com Maria Angústias e Maria

Josefa Récio. A Ir. Isabel destacou também o crescimento da

Congregação um pouco por todo o mundo, onde S. Bento

Menni foi abrindo várias estruturas de apoio às pessoas

com doença mental e aos mais carenciados.

S. Bento Menni torna-se assim "um coração sem frontei-

ras", por levar a sua missão a vários continentes e de cora-

ção aberto para todos e sem exceções.

Posteriormente, decorreu apresentado um painel, intitulado

"O Hoje da Casa de Saúde Bento Menni nas dimensões

clínica, psicoreabilitadora e social.”

O Dr. Pissarra da Costa abordou a vertente clínica da Casa

de Saúde Bento Menni ao longo dos seus 20 anos de exis-

tência. Referiu que, desde a abertura em 24 de abril de 1994

até março de 2014, foram realizados 810 internamentos,

Página 4 O SERRANO - NR. 37

distribuídos pelas áreas assistenciais de psiquiatria, psicoge-

riatria e deficiência intelectual.

A Dra. Carla Costa desenvolveu a vertente psico-reabilitadora,

destacando os projectos da área da reabilitação, nomeada-

mente os que foram surgindo aos longo dos vinte anos de

existência da Casa de Saúde Bento Menni, sublinhando a per-

manente actualização deste centro no que diz respeito aos

serviços e projectos que disponibiliza.

Por fim, a Dra. Ana Escada tratou da vertente social da Casa

de Saúde Bento Menni. Referiu o envolvimento e o papel das

famílias, assim como dos voluntários e estagiários na dinâmi-

ca deste centro hospitaleiro e principalmente no bem estar

das doentes. Realçou, ainda, a abertura à comunidade e a

importância das parcerias.

A sessão finalizou com a apresentação de uma bonita encena-

ção artística “ Musical à Vida “ com o enfoque em S. Bento

Menni e nas origens da Congregação, muito do agrado dos

presentes, que manifestaram o seu contentamento através de

elogios e aplausos constantes.

Este dia revestiu-se de grande significado para todos e foram

muitos os que se associaram a esta festa, onde predominou o

afeto, a alegria e o compromisso de elevar cada vez mais a

missão hospitaleira.

Ana Escada Assistente Social

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Abertura à Comunidade

Dia Participantes Proveniência

Objetivo

04.janeiro

Rancho Folclórico – 20 pessoas Videmonte - Guarda Cantar as Janeiras

09.janeiro 82 crianças, 5 professores e 2 assistentes operacionais

Agrupamento de Escolas da Sé - Bairro da Luz - Guarda

Cantar as Janeiras

13.janeiro 100 alunos de Educação Moral Católica do 10º, 11ºe 12 ano e 3 professores

Agrupamento de Escolas de Seia

Visitar a instituição, conhecer o projeto do voluntariado e dos jovens hospitaleiros

14.janeiro 15 formandos do curso Técnicas de Ação Educativa e formadora

Nerga - Núcleo Empresa-rial da Região da Guarda

Conhecer a instituição e contatar com técnicas de estimulação mul-tissensorial Snoelezen

21.janeiro 9 alunos do curso de Medicina e 2 dois da especialidade de Psiquiatria

Universidade da Beira Interior

Conhecer a instituição e os diversos programas

19.março 35 alunos do 10º e 11ano e 3 professores Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque - Gurda

Visitar a Casa de Saúde e sensibili-zar os jovens para ações de solida-riedade e projetos de voluntariado

26.março 43 alunos do curso de enfermagem e professor

Escola Superior de Saúde da Guarda (IPG)

Conhecer a Instituição e posterior estágio na Casa de Saúde

01.abril 7 técnicos Cercig e IPG (projeto MagicKey)

Conhecer a sala de

Snoelezen - Estimulação multissen-sorial

Estágios:

Neste período decorreram diversos estágios na CSBM num total de 35 alunos, de diferentes áreas:

- Finalizaram o estágio seis alunos do curso de Enfermagem da Escola Superior de Saúde do IPG (Instituto Politécnico da Guarda)

e nove iniciaram.

- Mantém o estágio duas alunas de Psicologia da UBI (Universidade da Beira Interior).

- Inicio do estágio de uma aluna do CET (Curso Especialização Tecnológica) no âmbito da disciplina Técnicas de Gerontologia, do

IPG.

-Quatro alunas de enfermagem da especialidade de psiquiatria e saúde mental da Escola Superior de Saúde do IPG.

- Dez alunos da Escola Profissional, Ensiguarda do curso Auxiliar de Saúde.

- Três alunas do curso Assistente familiar e Apoio à Comunidade do Centro de Formação Profissional da Guarda.

Ações e volume de formação desenvolvidas:

No 1º quadrimestre de 2014, realizamos diversas formações por áreas e serviços, num total de 125,h30; VF: 1035h30; abrangen-

do a grande maioria dos profissionais e voluntários, correspondendo a 44 horas a ações de formação interna, VF: 867h e 81h30

a ações de formação externa, VF: 168,30h.

Ana Escada

Visitas

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A comunidade hospitaleira da CSBM da Guarda celebrou,

por antecipação, no dia 09 de fevereiro, Domingo V do

tempo comum, o dia mundial do doente.

Esta celebração é, habitualmente, precedida por uma expe-

tativa desmedida e incontornável, por parte da maioria das

utentes, na esperança de um encontro efetivo, com algum

dos familiares mais próximos. Tal realidade torna atual e

atuante a mensagem de Saint Exúpery, no encontro do

Principezinho com a raposa: “uma hora antes de vires já

começo a ser feliz!”

O programa foi inspirado na mensagem do Papa Francisco,

para este dia: Fé e caridade: «Também nós devemos dar a

vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16). Este programa teve o

seu ponto culminante na celebração da Eucaristia, às 11ho-

ras, presidida pelo Padre Abel Albino, capelão deste Centro.

A animação Litúrgica foi agraciada e engrandecida por um

grupo de utentes (maioritariamente da área da deficiência)

munidas de instrumentos de som e de sopro: o sopro das

suas vozes discordes, em “tons harmónicos”; e o som das

“madeiras musicais” que algumas já manejam com bastante

habilidade!... Pois, a fraqueza e a vulnerabilidade são, no

horizonte cristão, lugares de firmeza e de beleza a contem-

plar! A pessoa portadora de deficiência é, na sua objetivida-

de mais profunda, não apenas, um sujeito da caridade

samaritana, mas, essencialmente, um sujeito emissor de

caridade agapiana (promotor ativo de si mesmo, no respei-

to pela igualdade diferenciada). É por isso, também, que as

desafinações reais das melodias, que entram na composição

da vida, são o prelúdio necessário ao canto universal mais

sinfónico!... Os contratempos imprimem-lhe o ritmo certo; e

as cacofonias – na paradoxal coincidência dos opostos – con-

cedem-lhe a harmonia perfeita!...

O tema da Liturgia da Palavra, deste Domingo, traduzido, na

expressão: “sal da terra e luz do mundo” foi materializado, na

proclamação do Evangelho, com os respetivos elementos

simbólicos (luz e sal) trazidos junto do ambão por dois “pares”

da comunidade celebrativa. O mesmo tema foi retomado, no

momento pós – comunhão, por meio de uma belíssima e

expressiva coreografia, centrada na simbologia da luz, e ali

demonstrada por alguns elementos da juventude hospitaleira

e uma monitora do Centro.

O momento da

confraternização, à

volta da mesa do

almoço, chegou

depois da celebra-

ção; no exterior,

para quem tinha a

família presente e

pode fazer essa

opção; no interior, para quem não tinha ali família, ou estava

impedido de o fazer, por falta de autonomia ou mobilidade.

A tarde recreativa, último ponto do programa, promotora de

um saudável convívio, começou pelas 14h30 e estendeu-se

quase até às 17h. Contou com a participação, empenhada e

desinteressada, do rancho folclórico do Centro cultural da

Guarda, o conjunto Rosinha e, ainda, com o rancho folclórico

”Ó da Guarda”, que é uma espécie de cartão de visita da

CSBM.

Lurdes Diogo Assistente Espiritual

Página 7 O SERRANO - NR. 37

No dia 6 de Março de 2014 realizou-

se a 1ª catequese quaresmal no audi-

tório da Casa de Saúde Bento Menni

com a presença do teólogo, biblista

Frei Ventura. O Pe. Lages na introdu-

ção e apresentação do Frei Ventura

deixou o desafio no ar: “deixemos

que ele nos escandalize!”.

O dinamismo que o Frei Ventura colocou ao longo de toda a

sua intervenção e interação com os cerca de 250 participan-

tes foi indispensável para manter os corações atentos e des-

pertar para o essencial da quaresma: amar a Deus, que é um

Tu que entra na nossa história tal e qual ela está e o irmão

de todo o coração.

Na tentativa de percorrer o itinerário daquela noite podemos

recordar alguns desafios e afirmações.

É urgente a revolução dos “não violentos”. Deus é um cigano

da estrada, anda onde nós andamos pois Ele afirmou ficar

sempre connosco. Virando os nossos esquemas, Frei Ventura

afirmou que existe apenas um pecado: ‘querer ser como

Deus, o resto são só variações’. Deus que toca a história é

um Tu a quem podemos bendizer continuamente. O eu de

cada um de nós pode colocar-se diante de um TU, assim se

constrói um nós. É necessário re-educar o olhar: olhar de

baixo para cima.

Temos de sair da concha, o tempo de crise é um tempo de

oportunidade. Não podemos deixar que a religião mate a

relação com os outros.

Deus chega à história… no possível da história: em Belém

num estábulo. Ele ao encarnar não retirou o conteúdo que

estava no estábulo. Ali nasceu. É importante acolhermos os

outros … É ali que Deus chega. É ali que Deus está. Deus

chega ao meu possível.

É importante passar da solidão à solidariedade! O nascer e o

morrer são experiências muito pessoais, aí se experimenta

uma solidão abissal, nos acontecemos entre esses dois abis-

mos. Acreditamos que existe sentido para a vida e um senti-

do para a morte e para a eternidade.

“Somos pobres… mas somos muitos.” O Papa Francisco desafia a ser normal na história e a ir ao

encontro dos últimos para lhes lavar os pés (cf. Jo 13). A comu-

nidade de João guarda da Última Ceia o “avental do serviço”.

Jesus de joelhos em sinal de acolhimento. A todos é realizado

o gesto de lavar os pés. Não há excluídos! Essa a metanóia

necessária. Partir ao encontro de nós mesmos e ao encontro

dos outros.

Podemos seguir mais além dos nossos limites para fazer mila-

gres. Não podemos arrumar as botas. Sabemos que consegui-

mos matar com as palavras, mas também podemos ressuscitar

e realizar milagres. Sempre que deixamos de amar os outros

com gestos e com palavras não tocamos a história. Não pode-

mos temer os afetos e as emoções, pois Deus apresentou-se

no monte Horeb como “Eu sou Aquele que sou.” Aquele que é

sendo necessita de complemento de relação. Deus precisa de

mim para… o último livro da Bíblia traduz-se como “totalmente

aberto”, apontando que a relação com Deus fica em aberto.

Deus realiza a proposta de aliança com a criação inteira. Deus

afirma Eu sou Aquele que é sendo CONTIGO.

Na casa comum todos temos lugar, somos gente com gente.

Na multiplicação dos pães ocorre a demonstração da aritméti-

ca de Deus, dividir para multiplicar e somar sem subtrair nada a

ninguém. Nós já estamos a viver a eternidade. Em Cristo Res-

suscitado rezamos pelos vivos e com os vivos em Deus.

Ao recordar as Bem Aventuranças Frei Ventura sublinhou que

“Felizes os misericordiosos” (Mt 5), todos aqueles que fazem

das tripas coração, aqueles saem de si mesmos para as perife-

rias da história. Ao terminar apresentou um vídeo sobre um

projeto de dan-

ça que inclui

jovens com his-

tórias complexas

que juntos dan-

çam para ajudar

jovens e crian-

ças em Moçam-

bique. São

urgentes os três “R’s”: reduzir o ódio, reciclar o mau feitio e

reutilizar a capacidade de Ti (Deus) que existe em cada cora-

ção.

Susana Silva hsc

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S. João de Deus Patrono da Unidade 07 A unidade 07 celebrou, com as suas utentes e colaboradores, no dia 10 de março, por transferên-

cia do dia 08, o dia do seu patrono – S. João de Deus.

Para o efeito, foi passado um filme: “O caminho de S. João de Deus” – um itinerário de vida, abso-

lutamente, impressionante. No decurso da visualização, que durou cerca de meia hora, tocou-me,

particularmente, a cena em que S. João de Deus, ao recolher um morto na rua, e sem recursos

para lhe fazer o funeral, resolve bater à porta de um senhor endinheirado para lhe pedir ajuda.

Como o homem se recusara a dar-lha, S. João de Deus pega no cadáver e coloca-lho à porta, ale-

gando que tem tanta obrigação, quanto ele, de lhe dar sepultura. Sem saída, o “bendito homem”,

pega no dinheiro solicitado, e entrega-lho, imediatamente, ainda que seja, simplesmente, para se ver livre do morto!...

Este episódio é, por si só, inspirador de algumas medidas práticas de Pastoral e de cidadania. Mas é,

sobretudo, promotor de procedimentos e atitudes enérgicas, face à inércia corrente, de tantas atitu-

des!...

A festa prosseguiu com algumas perguntas interpelantes, pela Irmã Maria da Luz, sobre a atualidade

da mensagem do filme, e, acima de tudo, sobre a inspiração a retirar, do exemplo de vida de S. João

de Deus, para a prática diária da hospitalidade. Na segunda parte, houve um lanche de confraterni-

zação, para todos os presentes.

Lurdes Diogo

S. José, Patrono das Unidades 05/06

No dia 20 de março, colaboradores e utentes das unidades 05 e 06, reuniram-se no refeitório 1,

para comemorar o dia do patrono das unidades, S. José, o carpinteiro.

Foi feita a declamação de um poema e a respetiva encenação, pela enfermeira Liliana acompa-

nhada de uma utente. Seguiu-se uma pequena oração em conjunto, e expôs-se uma árvore

alusiva a S. José, tendo junto do tronco um serrote e um martelo, objetos indispensáveis na sua

profissão.

Esta dinâmica foi enriquecida com a interação da Irª. Mª da Luz com as utentes, fazendo-lhes

algumas perguntas, sobre a vida humilde e dedicada do pai adotivo de Jesus.

No final foram distribuídas pulseiras pelos participantes, com a imagem de S. José e rebuçados

de “marca”. Em troca, receberam-se muitos sorrisos e agradecimentos. Foi uma atividade breve mas gratificante, com um feed-

back positivo por parte de todos os que nela participaram.

Enf.ª Liliana

Página 9 O SERRANO - NR. 37

À volta da Casa de Saúde Bento Menni existe um jardim em

círculo. Está demasiadamente povoado por árvores, arbus-

tos e flores.

Uma semana antes da chegada oficial da primavera, as

plantas já a pressentiam e começavam a agir.

O azevinho, por exemplo, tem 4 metros de altura e ostenta

o vermelho mais vivo de todo o jardim. As roseiras e as

hortenses foram cortadas sem dó nem piedade, e já estão a

rebentar em força.

Sem mostrar diferenças de estação, estão o cedro, a hera e

os goivos. A vegetação rasteira está cheia de flores novas e

a piteira ainda agora começou.

As 2 tílias a as macieiras quase não têm rebentos, enquanto

que a ameixieira e as cerejeiras já mostram rebentos bem

verdes. O pessegueiro este cheio de flores brancas.

Em duas semanas as campainhas abriram as flores amare-

las. As magnólias estão a abrir as flores brancas, mas os

jarros só têm folhas verde-escuro, sem flores nenhumas. A

hortelã, num cantinho escondido do sol, lá vai andando

sem ajuda com as folhinhas novas. As glicínias lilás estão

em botão à espera da flor. Os caramanchões estão a reben-

tar.

Os arbustos que fazem feitio como o buxo ainda conservam

o verde-escuro do inverno. No canteiro das tulipas só há uma

flor a nascer. As camélias por cores: a rosa e a vermelha já

estão cheias de flores, as 2 brancas ainda só têm botões. As

campainhas e as peônias ainda estão todas fechadas. As vio-

letas são das flores mais mimosas. Todas abertas, nos seus

ninhos de terra, exibem todas as cores.

Ao pé da entrada temos a sensação de ter um monte de cor

de rosa, de tal maneira as flores estão viçosas. Entretanto, a

cidreira e as árvores caducas permanecem iguais, mas a malva

está cheia de folhas verdes.

Para finalizar, vem uma cegonha direita ao telhado, qual sím-

bolo da primavera.

Joana Brotas

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Ações e animações da Páscoa

Neste mês de abril, em que ocorreu o primeiro domingo, depois da lua cheia, pre-

cedida do equinócio da primavera, ou seja, a Páscoa do Senhor – que nos coloca no

centro do mistério do tempo – o serviço de pastoral promoveu, para além da ora-

ção vocacional menniana na 1ª 5ª feira, mais duas atividades de caráter religioso,

evocativas do Mistério Pascal de Cristo: Morte e Ressurreição.

A primeira, no dia 11, última sexta-feira da Quaresma, de um dia primaveril, que

consistiu no exercício público da Via Crucis, ao longo do percurso da cerca da Casa

de Saúde. E, tal como sempre acontece pela mesma altura, contámos com a preciosa colaboração dos estagiários de enfermagem,

que, num grupo de nove elementos, assumiram, de forma responsável e multifacetada – vigilantes, leitores, cantores, atores... o

ato de piedade, nas suas 14 estações bíblicas, na versão de João Paulo II, o Papa recentemente canonizado.

No dia 28, integrada na animação dos aniversários do próprio mês, e com a colaboração dos mesmos atores, encenámos a apari-

ção do Ressuscitado, aos discípulos de Emaús, o

mais expressivo relato bíblico da celebração real da

Eucaristia, nas suas duas mesas: a mesa da Palavra,

“explicou-lhes as Escrituras”, e a fração do Pão, onde

Se dá a conhecer a dois discípulos, entristecidos e

vencidos pela aparente derrota na cruz.

A segunda parte, da mesma animação, agora com cariz popular, consistiu num baile, à moda antiga, impulsionado pelo toque da

concertina, que o Ricardo, estagiário de enfermagem, manejou com engenho e com mestria, durante 45 minutos, aproximada-

mente, coadjuvado por alguns vocalistas, em diferentes registos musicais.

Lurdes Diogo

Página 11 O SERRANO - NR. 37

Ao introduzir a temática sobre Espiri-

tualidade e Afetos em janeiro deste

ano, num encontro em Fátima, o

Padre Tolentino Men-

donça afirmou que exis-

te à nossa volta um

analfabetismo dos afe-

tos. A consciência desta realidade é

necessária, pois todos estamos envol-

vidos, é algo que carateriza e limita –

muito – a nossa sociedade e, particu-

larmente, as novas gerações. Este

analfabetismo dos afetos é a dificul-

dade de ser e de compreender e de

tecer laços de vida, laços de qualida-

de, laços de permanência, a dificulda-

de até de aceitar-se com autenticida-

de, de aceitar-se ‘por inteiro’, abra-

çando o que somos e o que não

somos, o que fomos e o que nos tor-

namos. O analfabetismo dos afetos

fala também da ausência duma arte

da confiança. Temos dificuldade em

aprender a confiar: em nós, nos

outros, em Deus.

Como cristãos nós podemos fazer

muito para superar este analfabetis-

mo dos afetos, pois no centro na

experiência cristã está um encontro

afetivo com uma pessoa: Jesus. Não

temos feito muito porque existe uma

desconfiança interiorizada em relação

ao que os afetos têm sido e em rela-

ção à expressão dos mesmos. Possi-

velmente a educação não ajuda a

viver com equilíbrio e vitalidade os

nossos afetos. E esta desconfiança em

relação aos afetos tem também natu-

reza teológica. A teologia que conhe-

Espiritualidade e Afetos

P. Tolentino Mendonça – em Fátima

cemos é predominantemente racio-

nal, sistemática, de conteúdos, de

verdades. É uma teologia que, em

termos existenciais, em termos afeti-

vos tem lacunas imensas. Por exem-

plo, quando pensamos em Jesus não

pensamos nos seus afetos. Pensamos

naquilo que Jesus diz, ou faz, mas

não nos deixamos evangelizar pelos

afetos. Como se pudéssemos confiar

em Jesus se Ele não tivesse vivido de

uma forma criativa, funda, vital os

seus afetos. E contudo diz-nos S.

Paulo (Fil 2, 5): “Tende os sentimen-

tos de Cristo”, ou seja, os afetos de

Cristo em vós.

O teólogo Romano Guardini, dizia

que a descoberta dos sentimentos e

dos afetos de Jesus, é uma das tare-

fas mais urgentes da teologia con-

temporânea. No nosso testemunho

evangélico a dimensão dos afetos é

uma questão de credibilidade. Jesus

para nós é um modelo porque viveu

profundamente os seus afetos. Uma

espiritualidade cristã é uma espiritua-

lidade que põe os olhos em Jesus e

no modo como Ele, de uma forma

muito encarnada, vital viveu a sua

afetividade, os seus sentimentos. Nos

evangelhos podemos destacar 7 ele-

mentos a propósito dos afetos de

Jesus que podem servir de ilumina-

ção e de desafio.

1) O Amor - Jesus fez a experiência

de ser profundamente amado: “Pai

(…) Tu me amaste…” (Jo 17). A auto-

compreensão de Jesus é uma vida

fundada numa relação com Deus Pai.

O que é o nosso Pai? É uma pessoa con-

creta que tem um nome, história…

papel concreto na nossa vida… mas o

nosso Pai é também uma figura que

nós internalizamos. E o pai torna-se a

nossa ossatura interior e dá-nos a capa-

cidade de ser. Por isso temos a necessi-

dade de ser criados e embalados no

amor. Os afetos têm uma certa passivi-

dade: fomos amados! Deus “amou-nos

primeiro”. A primeira mensagem do

evangelho a anunciar é esta: TU ÉS

AMADO! PRECIOSO AOS OLHOS DE

DEUS.

2) A interioridade - Quando olhamos

para o Evangelho percebemos uma

profundidade em Jesus. Ele não vive à

superfície. Habita-O um mistério. Há

uma conexão profunda, que no fundo

envolve a sua vida e por isso nós vemos

Jesus a agir, a atuar e, ao mesmo tem-

po, a buscar tempos e espaços de soli-

dão. De manhã, ainda escuro, Ele reco-

lhe-se em oração. Há um cultivo dos

próprios afetos e dos próprios senti-

mentos. Há um escutar-se, um tomar

atenção, àquilo que está dentro de nós,

ao que nos atravessa; àquilo que, a par-

tir do mais fundo, nos compõe. Hoje é

necessário criar, pelo silêncio e pela

palavra, espaços favoráveis à interiori-

dade.

3) A autenticidade - Jesus deixa todos

sem saber o que pensar, desconcerta as

expetativas dos discípulos. Temos de

sentir como desafio muito grande a

autenticidade que nós vemos Jesus

viver. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a

Vida”. Jesus é o mestre da vida, mas

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não da vida abstracta. É mestre da nos-

sa própria vida, desta vida que inces-

santemente se diz em nós. Jesus é

Caminho… as coisas não estão acaba-

das… Não se fala aqui de caminhos

abstratos, mas é um caminho, que no

interior da própria vida, nós vamos per-

correndo. Jesus é a Verdade. Nós acre-

ditamos na Verdade, trazemos em nós

convicções, abertura do coração à ver-

dade, mas, se nós não dizemos no nos-

so coração: “Eu sou a verdade que

vivo… eu sou a verdade que confesso,

eu sou a verdade que professo..” Sem

isso não entraremos em nós.

4) Jesus ensina-nos a viver do desejo

- Não apenas do necessário. Entre os

sentimentos que descrevem a humani-

dade, o desejo ocupa um grande relevo.

“Desejei ardentemente comer esta Pás-

coa convosco”. Com esta palavra Jesus

revela que o desejo é um eixo constan-

te do seu agir. A sua acção é uma acção

informada pelo desejo. Jesus não vive

com um regulamento, ou apenas com o

sentido do dever. É porque Ele vive com

ardente desejo que a sua vida é relação,

é uma capacidade de se envolver… de

se comprometer, de estar plenamente...

Jesus vive do seu desejo. No evangelho

de João, a primeira vez que ouvimos

Jesus falar é para fazer uma pergunta:

“Que procurais?” Nós temos de dizer:

qual é o nosso desejo? Não tenhamos

medo de perguntas. Às vezes somos

respostas para perguntas que não exis-

tem. Temos medo de perguntar. Toda a

pessoa necessita ser encontrada num

nível mais profundo. A arte de acordar

o desejo.

5) A Compaixão - Jesus dá-me um

horizonte concreto: a multidão dos

homens

e das

mulhe-

res, dos

q u e

sofrem,

d o s

a f l i tos ,

dos que

p r o c u -

ram, dos peregrinos, dos pecadores. A

compaixão é o sentimento de Jesus.

Na cultura hebraica, o centro dos afe-

tos não é o coração mas são as entra-

nhas: “amar com a força das entra-

nhas”. Porque nós habitamos umas

entranhas. O símbolo máximo do

amor é o amor que nasce nas entra-

nhas, o amor que faz nascer, o amor

que dá a luz. A compaixão desperta

uma grande atenção aos outros. Jesus

vê aquela mulher que chora a morte

do seu filho único e vai ter com ela…

Jesus vai ter com aquele homem

entravado num catre: “Queres ser

curado?”. Esta atenção aos outros é

tão ao contrário à impermeabilização

que hoje vigora. Esta atenção ao mun-

do, apaixonada, compassiva, este

colocar o homem caído na nossa pró-

pria montada… este ser cuidadores do

mundo é essencial.

6) Levar a vida a sério – Ser afetivo é

levar a vida a sério. Jesus espanta-se

com a dureza do coração e espanta-

se com a fé inesperada do centurião.

Jesus leva a vida a sério ao recusar

toda a forma de violência. Define-se

“manso e humilde de coração”. A

mansidão é sem dúvida uma dimen-

são e uma das bem-aventuranças da

afetividade. Com o jovem rico, Jesus

cria uma empatia… mas também se

desilude pela forma aprisionada em

que aquele coração se encontra. Jesus

chora a morte do amigo. A sua vida

não é uma vida blindada.

7) A Vida em Aliança - A vida de

Jesus é uma vida em aliança, em con-

jugalidade, que se conjuga com o

outro. É uma vida prometida ao amor,

que vem do amor. O amor está sem-

pre presente na vida de Jesus. A vida

em aliança traduz-se, duma forma

muito vital, numa vida que se faz

dom, serviço, condivisão, oferta de si.

Nós precisamos no discurso eclesial

reabilitar o mundo afetivo: para a nos-

sa própria compreensão e para a

compreensão de Jesus. Só atuando a

partir da dimensão afetiva é que cada

um pode fazer desta história comum

uma casa sua. Só assim é que cada

cristão e cada batizado se pode apro-

priar do percurso de fé, do chama-

mento que lhe é feito, a própria voca-

ção.

Susana Silva hsc

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I Centenário da morte de S. Bento Menni

Divulgação nos Muppies da cidade da Guarda

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Divulgação no syte da Diocese da Guarda

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Caros/as Associados/as

Vimos por este meio deixar-vos algumas notícias com cheirinho a Páscoa. Assim:

- A nossa Associada Casa de Saúde Bento Menni deixa o seguinte convite:

A Casa de Saúde Bento Menni vai celebrar o 1º Centenário da morte de S. Bento Menni, fundador da Congregação, e o 20º Ani-

versário da fundação da CSBM. No dia 24 de Abril, pelas 14.30h, no Auditório Bento Menni das instalações da Casa de Saúde,

tem lugar uma Sessão Cultural, aberta a todos, com o seguinte programa:

• Conferência – S. Bento Menni um coração sem fronteiras

• Painel – O Hoje da Casa de Saúde Bento Menni nas dimensões clínica, reabilitadora e social

Musical à vida.

Quem estiver interessado em participar (a solo ou levar utentes) é favor confirmar para os contactos: dire-

[email protected] / 271 200 840.

Cátia Azevedo

Técnica do Núcleo Distrital da Guarda

[email protected]

Largo Paço do Biu, N.º 19

6300-592 Guarda

Telemóvel: 964 764 067

Telf: 00351 271 227 506 | Fax: 00351 271 227 507

www.eapn.pt

Divulgação aos associados de EAPN European Anti Poverty Network (Rede Europeia Anti-Pobreza)

Rádio Altitude FM

O Sr. diretor da Rádio Altitude FM esteve na CSBM o dia

16 de abril para entrevistar a Irmã Isabel Morgado. A

entrevista foi para o ar o dia 19, sábado, às 10.30h.

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Divulgação no syte da Agência Ecclesia

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AGRADECIMENTO À CONGREGAÇÃO DE IRMÃS HOSPITALEIRAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

No final da sessão de abertura do I Centenário da Morte de São Bento Menni e 20º aniversário da Casa de Saúde do Bento Menni, as Irmãs foram chamadas ao palco e receberam de representantes da ASAG (associação de familiares e amigos dos utentes da CSBM) uma violeta e uma rosa branca.

Com este gesto congratulavam-se com a vida e obra de S. Bento Menni e agradeciam o projeto desenvolvido nesta cidade, ao longo destes 20 anos, com o apoio de todos os intervenientes: doentes, colaboradores, familiares, voluntários, benfeitores, pessoas em formação e irmãs.

Um Bem Aja a todos.

Com estima hospitaleira

Irmã Isabel Morgado

1994-2014