ced santa catarina · com mais afinco, produzir mais em menos horas. para voltarmos a estar juntos...

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CED SANTA CATARINA | Julho 2020 | ANO XIX – Nº2| TRÊS EDIÇÕES ANUAIS BREVES NOTÍCIAS CA AB - FESTA FINAL DO ANO LETIVO P/12 AA4 - DESAFIO SEM FRONTEIRAS P/12 TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA? P/3 O INESPERADO ACONTECEUEDUCADOR CA AB P/3 ESTA QUARENTENA DEU QUE PENSARAA4 P/10 ISOLAMENTO SOCIAL VIVIDO NA CAPPA JJA P/4 ISOLAMENTO SOCIALE AGORA! AA7 P/6 TERTÚLIA DE MAL LÍNGUAA QUARENTENA NA CAPPA SI P/5 ISOLAMENTO SOCIALFOI DIFÍCIL!!! AA7 P/6 CA JJB - FESTA FINAL DO ANO LETIVO P/12 TEMPO DE ISOLAMENTOOS DESABAFOS DO AA1! P/9 O CONFINAMENTO NA CA AB P/7 NA CA CJS O ISOLAMENTO SOCIAL NÃO FOI FÁCIL P/7 JORNAL CED SANTA CATARINA ISOLAMENTO SOCIAL VIVIDO DE VÁRIAS FORMAS AA3 P/11 ISOLAMENTO SOCIAL SENTIDO DE VÁRIAS FORMAS CA JJB P/9

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Page 1: CED SANTA CATARINA · com mais afinco, produzir mais em menos horas. Para voltarmos a estar juntos em tempo bom. Porque afi-nal o confinamento é uma coisa boa. Estar juntos é bom

CED SANTA CATARINA | Julho 2020 | ANO XIX – Nº2| TRÊS EDIÇÕES ANUAIS

BREVES

NOTÍCIAS

CA AB - FESTA FINAL DO ANO LETIVO P/12

AA4 - DESAFIO SEM FRONTEIRAS P/12

TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA? P/3

O INESPERADO ACONTECEU… EDUCADOR CA AB P/3

ESTA QUARENTENA DEU QUE PENSAR… AA4 P/10

ISOLAMENTO SOCIAL VIVIDO NA CAPPA JJA P/4

ISOLAMENTO SOCIAL… E AGORA! AA7 P/6

“TERTÚLIA DE MAL LÍNGUA” A QUARENTENA NA CAPPA SI P/5

ISOLAMENTO SOCIAL… FOI DIFÍCIL!!! AA7 P/6

CA JJB - FESTA FINAL DO ANO LETIVO P/12

TEMPO DE ISOLAMENTO… OS DESABAFOS DO AA1! P/9

O CONFINAMENTO NA CA AB P/7

NA CA CJS O ISOLAMENTO SOCIAL NÃO FOI FÁCIL P/7

JORNAL CED SANTA CATARINA

ISOLAMENTO SOCIAL VIVIDO DE VÁRIAS FORMAS AA3 P/11

ISOLAMENTO SOCIAL SENTIDO DE VÁRIAS FORMAS CA JJB P/9

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EDITORIAL

Tempos difíceis os que vivemos! O imprevisto “bateu-nos” à porta, a “bomba”, como lhe chamei em março, desabou sobre todos nós, remetendo-nos para dentro de quatro paredes, para dentro de nós próprios, como muitos jovens reconhecem nos conteúdos que

nos enviaram. E já lá vão 5 meses… Muito se fez, fora das rotinas e para além destas, como crianças e adultos cuidadores também referem. Os educadores assumiram múltiplas especialidades como professores, descobriram, também eles, talen-tos que desconheciam mas, como dizia um jovem numa das nossas festas de encerramento do ano leti-vo, “foram pai, mãe, irmão, família, amigo…”, tudo o que de melhor o ser humano tem para dar ao outro. Estabeleceram-se relações assentes na confiança e na transparência, como nunca antes. Cada educador foi adequando a sua intervenção a cada grupo, a cada jovem que acompanha, para que cada um se sentisse único, validado na sua tristeza e ansiedade, para além de todas as outras necessidades - ninguém se sentiu sozinho. Nós acreditamos, confiamos e respeitamos as nossas crianças e jovens. Nós acreditamos na excelência técnica e pessoal dos educadores que afetivamente os foram e vão todos os dias responsabilizando para um perigo bem real que continua instalado entre nós. E foi, e é nesta simbiose tão autêntica que fo-mos e vamos buscar as forças, para enfrentar a CO-VID-19, quando nos “bateu” e entrou porta adentro no nosso CED, a 8 de maio e, estou certa, responde-remos se voltar a instalar-se no nosso espaço. Aprendemos muito e à pressa, teve de ser, mas hoje já temos histórico, já sabemos mais e melhor o que tem de ser feito, temos referências institucionais que sabemos nos vão dizer, de novo, “presente”, ou seja, estamos melhor preparados. Basta ler os textos das nossas crianças e jovens para percebermos o quanto “cresceram” neste período, em compreensão, aceitação do outro e das contin-gências que têm de ultrapassar para se sentirem pro-tegidos e, tão importante, protegerem aqueles que mais amam – as suas famílias, mesmo que por vezes o seu coração e a sua cabeça se encham de lágrimas. Está a ganhar a resiliência e no fim todos vamos ficar bem!!!

Diretora Executiva do CED SCT

Leonor Fechas

ÍNDICE

EDITORIAL 2

TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA?

3

O INESPERADO ACONTECEU EDUCADORA CA AB 3

ISOLAMENTO SOCIAL VIVIDO NA CAPPA JJA 4

“TERTÚLIA DE MAL LÍNGUA” QUARENTENA NA CAPPA SI

5

ISOLAMENTO SOCIAL...FOI DIFÍCIL! AA7 6

ISOLAMENTO SOCIAL… E AGORA! AA7 6

O CONFINAMENTO NA CA AB 7

NA CA CJS O ISOLAMENTO SOCIAL NÃO FOI FÁ-CIL!

7/8

NA CA JJB O ISOLAMENTO SOCIAL FOI VIVIDO DE VÁRIAS FORMAS

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TEMPO DE ISOLAMENTO… OS DESABAFOS DO AA1 9

ESTA QUARENTENA DEU QUE PENSAR AA4 10

ISOLAMENTO SOCIAL VIVIDO DE VÁRIAS FORMAS NO AA3

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BREVES 12

CA AB - FESTA FINAL DO ANO LETIVO 12

AA4 – DESAFIOS SEM FRONTEIRAS 12

CA JJB – FESTA FINAL DO ANO LETIVO 12

JORNAL DO CED DE SANTA CATARINA Casa Pia de Lisboa Largo de São João Nepomuceno, N.º 1, Porta 7 1200-414 Lisboa Tel: 213 224 540 Fax: 213 224 549 www.casapia.pt

FICHA TÉCNICA DIREÇÃO Leonor Fechas ORGANIZAÇÃO EDITORIAL Leonor Fechas, Graça Rodrigues, Ilda Pissarra, Rita Bontempo e representantes das Crian-ças/Jovens das Resposta de Acolhimento do CED SCT COM A PARTICIPAÇÃO DE COLABORADORES D.E. Leonor Fechas; Educadora Sandra Santos da CA Areia Branca EDUCANDOS Apartamentos de Autonomização, CA`s: Areia Branca, Clemente José dos Santos, Joaquim José Branco e CAPPA`s: João José de Aguiar e Santa Isabel PAGINAÇÃO E GRAFISMO Ilda Pissarra

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TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA?

O INESPERADO ACONTECEU!!!

O ano de 2020 trouxe a surpresa de uma nova reali-dade para a qual ninguém estava preparado. Tive-mos a oportunida-de de perceber

que, de facto, “quando uma borboleta bate as asas no outro lado do mundo, o vento sente-se aqui…”. O que nos parecia distante e improvável está a aconte-cer, comprometendo o presente e o futuro.

Apanhados de surpresa, adaptámo-nos e as nossas crianças e jovens, de repente, viram-se confinados, impedidos de ir à escola, ir às atividades e estar com os amigos, familiares, namorados(as). Toda a vida que conhecíamos até aqui sofreu alterações que nem sempre são fáceis de aceitar.

Conhecemos o medo e a desconfiança de perto, as tarefas mais básicas e rotineiras passaram a ter de ser pensadas e repensadas. Habituámo-nos a pensar mais nos outros, sobretudo nos mais frágeis, a prote-ger e a cuidar ainda mais. Tal como as famílias, na nossa Casa também passámos momentos atípicos e especiais. Desdobrámo-nos para ocupar o tempo. Fi-zemos bolos e ginástica na sala. Demos passeios lá fora, com a noção do privilégio que é ter um pátio, com campo de jogos, trampolim e tudo! Ficámos mais próximos, mais pacientes. Também nos zangámos mais, implicámos com coisas pequenas e em certos dias, não nos podíamos ver…

A escola, de repente, passou a ser um fardo muito pesado, para todos. Tivemos a preciosa ajuda dos colegas da Quinta do Arrife, que colaboraram connos-co na “Escola em casa”, ajudando as nossas crianças e jovens a compreender algumas matérias mais com-plicadas. A aprendizagem ficou comprometida, pois sem o cunho pessoal dos professores, não será nunca a mesma coisa, sobretudo no ensino básico. Os níveis de concentração foram bastante baixos, a carga de trabalhos enorme, mas superaram o melhor que pu-deram. Nós, que sempre os tentamos afastar dos ecrãs, não temos alternativa a admitir que os nossos meninos fiquem demasiado tempo expostos a tanta tecnologia.

As nossas crianças/jovens foram e serão heróis, aguentando estoicamente as saudades da família, passando festas, aniversários, fins de semana na Casa

que os acolheu. Todos os esforços foram feitos para se estreitarem os contactos, mas as saudades não são apenas da família, mas também do bairro, da rua, do clube de futebol… nem todos compreenderam da me-lhor forma. Nem todos têm noção do risco e do peri-go que representa este vírus invisível e sorrateiro, que pode estar em qualquer um de nós, mesmo sem dar sinal. Nós, adultos, partilhámos angústias. Os nossos pais, os nossos filhos, a nossa saúde, o traba-lho, as férias, a escola do presente e do futuro…

De uma coisa temos a certeza, parámos um pouco para pensar!!! Refletimos sobre as nossas reais neces-sidades. Contámos vestidos e camisolas no armário, questionando para quê tantas coisas. Prescindimos da estética, das saídas e viagens, das visitas a museus, concertos, reuniões de família, restaurantes, casa-mentos, batizados, pior ainda, funerais de entes que-ridos. Aceitámos a quase ruína financeira do nosso país (outra vez…). Somos de Paz! O Fado não está cá por acaso. Enquanto os nórdicos prosseguiram com a sua vida, nós fechámo-nos, amedrontados e confusos, lamentando. Enaltecemos e bem, alguns profissionais até à data esquecidos, maltratados na chamada “linha de frente”, heróis de sempre mas só agora lembrados. Perdemos amigos de ataques cardíacos por medo de ir ao hospital. Esgotámos egoisticamen-te bens de primeira necessidade, sem pensar no pró-ximo. Tantas coisas a dizer sobre um acontecimento impensável, que tanto alterou a nossa vidinha.

E agora? Agora, vamos seguir em frente. Aprender com as falhas. Valorizar o que realmente importa. Trabalhar em casa, na empresa, onde quer que seja, com mais afinco, produzir mais em menos horas. Para voltarmos a estar juntos em tempo bom. Porque afi-nal o confinamento é uma coisa boa. Estar juntos é bom. Mesmo na solidão, sempre houve quem solidari-amente batesse à porta. No pior cenário, vimos as melhores coisas. Por isso a espe-rança tem de nos mover. O “vai ficar tudo bem”, não será um cha-vão. Vai ficar tudo diferente, mas só poderá ser melhor.

Educadora Sandra Santos- CA AB

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TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA? (CONT.) ISOLAMENTO SOCIAL VIVIDO NA CAPPA JJA

Como já vinha a acontecer em outros países do mundo des-de dezembro de 2019, a Portugal o coronavírus “chegou” no passado mês de março e como é um vírus muito perigoso obrigou-nos a muitas mudanças no nosso dia-a-dia porque tivemos que ficar em isola-mento social, afastados fisicamente da família e dos amigos. Embora este período tenha sido difícil para todos não nos impediu de aprender coisas novas e de realizar atividades em que o divertimento foi uma constante!

No período de isolamento social houve um grande esforço e compreensão da nossa parte para cumprir as regras necessárias para o bem comum. Foi uma boa altura para refletir sobre o que está a acontecer no mundo inteiro e também sobre nós próprios, como é óbvio!!!

Estas circunstâncias obrigaram-nos a mudar o nosso conceito de escola. As aulas passaram a ser online e, tal como as aulas presenciais, ocuparam grande parte do nosso tempo. Os testes foram substituídos por tra-balhos que nos esforçámos para realizar e também tivemos que estar mais atentos e prestar mais aten-ção nas aulas à distância, dedicarmo-nos ao estudo e ser mais autónomos. Houve um esforço para cumprir com as tarefas e pensar sempre no nosso futuro mes-mo estando a viver esta realidade “estranha”.

Todos nós vivemos e sentimos de maneiras diferentes estes novos tempos e por isso todos nos ocupámos com diferentes atividades. Alguns de nós dedicámo-nos ao exercício físico e aproveitámos o facto de ter um – quase – personal trainer na residência (o nos-so G. Martins) para manter não só a saúde física mas também emocional.

Também aproveitámos pa-ra desenvolver as nossas técnicas no ping-pong, nos matraquilhos, no futebol, no voleibol e não deixámos de nos atualizar nas séries e nos filmes.

Participámos nos desafios lançados pela Senhora Pre-sidente da CPL e ganhámos dois!

Nos dias de mais calor, e uma vez que não era possí-vel ir à praia, encontrámos uma alternativa e no pá-tio da residência fizemos uma “mangueirada” refres-cante, apanhávamos um pouco de sol e jogávamos todos “futvolei”.

E como na Casa de Acolhimento com Programa de Pré Autonomia João José de Aguiar (CAPPA JJA) todos gostam de um bom petisco aproveitámos para apren-der novas receitas!

Durante este período de pandemia percebemos que às vezes temos de fazer sacrifícios pessoais para o bem de todos, como o ficar em isolamento social mesmo que isso implique não ver pessoalmente a fa-mília e amigos durante algum tempo. As relações so-ciais à distância foram muito difíceis porque as sau-dades foram muitas mas todos nos mostramos com-preensivos com as atuais circunstâncias e fizemos um esforço para cumprir o isolamento social. Para “matar” as saudades recorremos muitas vezes às vi-deochamadas.

O isolamento social fez-nos pensar e colocar em prá-tica várias regras para nossa proteção e para prote-ção dos que nos rodeiam. Aprendemos a valorizar os cuidados de higiene mais do que nunca! Agora o lavar e desinfetar regularmente as mãos, o trocar e lavar de roupa depois de um bom banho e sempre que se chega à CAPPA vindos da rua, juntamente com a de-sinfeção do calçado antes de começar a circular pela residência fazem parte do nosso dia-a-dia.

Percebemos também que devemos evitar sair à rua o máximo possível, mas se sairmos temos que usar másca-ra, evitar tocar em objetos públicos como maçanetas, puxadores e corri-mões. E quando vamos às compras temos que desinfetar todos os bens adquiridos antes de serem guardados.

Antes de finalizar esta notícia, não podemos deixar de destacar a preocupação e a proteção por parte dos adultos da CPL para com todos os jovens e crian-ças acolhidos na disponibilização de equipamentos para facilitar o contacto com a família e amigos e para podermos acompanhar as aulas online.

É de louvar e nós só temos a agradecer por todo o cuidado e esforço que os adultos da CPL têm tido connosco!

Texto elaborado pelos jovens da CAPPA JJA

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TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA? (CONT.)

“TERTÚLIA DE MAL LÍNGUA” A QUARENTENA NA CAPPA SI

Na Casa de Aco-lhimento com Programa de Pré Autonomia de Santa Isabel (CAPPA SI) o es-tado de emer-gência e o esta-

do de calamidade foram vividos com muita angústia, pois ficamos impedidos de ver e estar com as pessoas que nos são queridas. Mas também vivemos momen-tos divertidos com a nossa segunda família, a CAPPA de SI. Como o humor ajuda a passar o tempo deixamos-vos algumas versos sobre a nossa quarentena intituladas Pois é... Vou vos contar uma história Não é um filme de terror Mas é uma história de horror... No dia 13 cheguei Da escola feliz como era habitual Os adultos à minha espera E vi que algo estava mal Não entendi... O Corona já anda aí! Não entendi... O Corona já anda aí! Sim é verdade... Pensávamos que era por pouco tempo Que na CAPPA tínhamos de ficar Mas as semanas a passar O pessoal está a desatinar Va lá, nem tudo foi mau... Recebemos uma sala tecnológica Com os aparelhos para experimentar Mas sempre que os queríamos usar Oh não, a net deixava de dar Mas reparem bem... Também recebemos tabletes E uma mesa interativa A CAPPA está grata Mas a mesa nem se quer estava ativa

Mas também tivemos dias divertidos... Os desafios foram lançados E todos queriam ganhar Mas como se esqueceram das CAPPA`S Deixamos de participar Vá lá, vá lá somos uma CAPPA... Treinamos competências... Treinámos o uso da máscara Para na rua estarmos preparados Pensávamos nós que íamos sair Mas estávamos bem enganados Por aqui vemos muitas figuras conhecidas... Vemos os ministros a passar E até costumamos acenar Mas olham e dizem Ah! Aquilo é um lar Então o melhor é confinar Eu entrei há pouco tempo... No início senti-me enganada Afinal não recebi nada A máscara tive de usar Mas todos me ajudaram a integrar Tem de acreditar em nós... Pois, a máscara vai usar E as mãos desinfetar Este corona Não pense que nos vai apanhar Eu sou Casapiano com orgulho E tenho Santa Isabel no coração Mas quando penso na minha família Fico com muita preocupação Então ouçam-nos com atenção... Somos jovens responsáveis Já não precisamos de o provar Mas se confiarem em nós Com orgulho vão ficar!!!

“Tertúlias de mal língua"

Trabalho elaborado pelos jovens da CAPPA SI

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TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA? (CONT.) ISOLAMENTO SOCIAL… FOI DIFÍCIL!!! AA7

Este tempo em isolamento so-cial foi algo que se tornou bastante difícil à medida que o tempo ia pas-sando.

No início pare-cia algo divertido pois não iriamos ter de fazer alguns deveres que nos eram fundamentais como por exem-plo ir para a escola, trabalhar e todas as atividades que requerem mais empenho e que por vezes podem ser aborrecidas.

O tempo foi passando e começou a notar-se um certo desconforto em estar em casa tanto tempo. Alguns começaram a ter aulas online outros nem por isso, quem tinha atividades de lazer deixou de poder faze-las, as visitas aos nossos entes queridos começaram a ser feitas através de um simples clique e uma plata-forma. As saudades eram bastantes e já custavam, e infelizmente só aumentaram.

O primeiro mês, apesar de ter sido mais fácil de lidar do que os outros, foi difícil. Foi onde aprendemos a dar valor aos que realmente nos eram importantes e foi onde tomámos consciência de que não temos nada garantido nas nossas vidas. Se tivesse que dar um no-me, chamar-lhe-ia o mês da revelação pois foi onde descobrimos que precisávamos de contacto físico po-

rem nunca tínhamos realmente admitido isso ou pen-sado nisso.

Depois, os conflitos surgiram em demasia...

Por mais que uma família esteja super bem-disposta e contente com o que conseguiu alcançar, muito tempo fechado em casa com as mesmas pessoas pode ser algo cansativo. As coisas mais pequenas tornam-se problemas grandes, os pais deixam de ter paciên-cia para os filhos e os casais perdem o amor. Se tives-se que dar um nome a este mês, seria o mês proble-mático, onde as coisas ficaram mais quentes e não conseguimos lidar com todos os conflitos que surgi-ram.

No terceiro mês, é o mês da esperança. Onde as coi-sas começaram a acalmar para a população, e apesar dos números continuarem a crescer, finalmente con-seguimos manter alguma paz. Em casa conseguimos estabelecer harmonia, começamos a sair mais à rua, a conviver com outras pessoas, o que nos fez também ter mais paciência com quem esteve ao nosso lado o isolamento social todo.

Estamos lentamente a voltar ao normal, alguns já conseguem ter o seu escape deste isolamento, que podem ser as atividades de lazer ou até mesmo a es-cola.

Neste isolamento social, aprendemos a dar valor às coisas e aprendemos que é necessário cuidar das nos-sas relações todos os dias.

AA 7 L. Caparica

ISOLAMENTO SOCIAL… E AGORA! AA7 Estamos habituados a viver cheios de pressa. Corre-mos de um lado para o outro no nosso quotidiano e sem nos apercebermos, já passou mais um dia a cor-rer. E assim vivemos, levantamo-nos, preparamo-nos para mais um dia de correria no meio de outras pes-soas cheias de pressa, até finalmente chegar a hora do repouso… e mesmo assim há quem passe esse re-pouso com pressa, quase como se desperdiçasse tem-po, sentindo culpa.

E agora... de repente, somos forçados a abrandar. Ganhamos noção do quão grave a situação está, fora dentro desta nossa bolha. Ganhamos a oportunidade de parar de correr por um bocado e finalmente cami-nhar, por tempo indeterminado.

Acredito que todos aproveitámos este tempo de iso-lamento social de mil e uma maneiras diferentes, e

mesmo que algumas das experiências vividas durante esta situação possam ter sido negativas, podemos tentar tirar algo positivo disso.

Desde aprender a fazer algo novo, a conhecermo-nos melhor a nós próprios ou até mesmo a reconhecer com quem é que realmente apreciamos passar o nos-so tempo.

O importante é ten-tarmos espremer algo positivo de toda a situação que vive-mos, e claro, desin-fetar as mãos e mantermo-nos pro-tegidos.

AA 7 I. Jorge

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TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA? (CONT.) O CONFINAMENTO NA CA AB

Na CA Areia Branca vivemos o nosso confinamento ocu-pados com várias atividades.

Em virtude da pandemia pe-lo COVID 19, começámos por ter de utilizar e adaptarmo-nos às novas tecnologias pa-ra fazer as nossas atividades escolares.

Foram muitas as atividades que realizamos: fitness, jo-

gos de perícia e jogos tradicionais, atividades de culi-nária e doçaria, pinturas, trabalhos manuais diversos.

Tivemos um excelente apoio da equipa da Quinta do Arrife, que gentilmente nos emprestou bicicletas e estamos-lhe muito gratos pelo apoio que nos presta-ram no “Estudo em Casa”, ajudaram-nos muito nas tarefas escolares, o que muito agradecemos, e tam-bém fizemos trabalhos artísticos com eles, muito gi-ros e criativos.

Para além disto, também aprendemos algumas coisas novas com este confinamento, nomeadamente a

aperfeiçoar regras de higienização corporal e dos es-paços físicos da CA. Percebemos a importância do uso da máscara e do distanciamento social, não só para nos protegermos, mas também para protegermos os outros. Adotámos, por exemplo, uma medida para a higienização dos sapatos que foi a colocação de um tabuleiro com água e lixivia, para ajudar a evitar a propagação do vírus.

Felizmente, graças às novas tecnologias, conseguimos manter o contacto com as nossas famílias e amigos, nomeadamente através de videochamada; skype; Fa-cebook etc… isto contribui bastante para diminuir as saudades e ultrapassar estes tempos difíceis.

O estado de emergência terminou e é muito bom já podermos estar com os nossos familiares, mas só em condições de grande segurança. São recebidos no centro de férias, onde os espaços são limpos, higieni-zados e arejados antes e depois da chegada dos nos-sos familiares. Todos usamos máscaras no momento da visita e quando acabamos a visita, vamos tomar banho e trocar de roupa.

Viver em confinamento é muito complicado!

ISOLAMENTO SOCIAL, NÃO É FACIL! CA CJS

13 de março de 2020, 14:00h. Começam a chegar os primeiros educandos à Casa, depois do dia de escola e recebem a notícia que, devido à pandemia do CO-VID-19 teriam que ficar em confinamento na Casa de Acolhimento até haver segurança nas ruas para po-dermos sair.

Os educandos ficaram apreensivos e, alguns muito desgostosos, pois não poderiam ver as suas famílias.

Foram alteradas rotinas, os educandos tiveram que se reinventar, tal como os educadores, para uma situa-ção desconhecida de todos. O ensino sofreu uma alte-ração que todos desconheciam. As escolas fechadas por ordem do governo fez com que educandos, edu-cadores e professores andassem numa “roda-viva” em diversas plataformas digitais, algumas nem havia co-nhecimento da sua existência.

Durante o dia na CA, os educandos estavam em diver-sos locais da sala a estudar, o som da impressora “irritava”, com tanta folha a sair. “Meninos mais um trabalho”, dizia o educador. Pelo meio o educador passou a ser professor, passou a ser o faz tudo da ca-

sa em conjunto com os nossos educandos.

Tentou-se manter rotinas, de horários escolares, com horários de diversão e alguma prática desportiva. Por vezes difícil, pois havia algumas vezes a pergunta: “Já podemos sair?”.

Depois de todos os educandos terem realizado o teste à COVID-19, no dia 9 de abril, dois dias depois rece-bemos a notícia, pela parte da nossa Diretora Técni-ca, que tínhamos um caso positivo na nossa Casa. So-aram os alarmes, demarcamos passagens, estabelece-ram-se horários para utilização da casa de banho para a higiene pessoal, e o educando que testou positivo ficou de quarentena no quarto.

Foi uma aprendizagem para todos nós. Pelo meio e entre minutos e horas por vezes difíceis de passar, foram realiza-das desinfeções em todo o sede pelos Bombeiros Sapadores de Lisboa.

Jovens L.A. e A.T.

(Cont.)

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TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA? (CONT.)

ISOLAMENTO SOCIAL, NÃO É FACIL! CA CJS (CONT.)

O grupo reagiu bem a esta situação e consegui ultra-passar as alterações de rotinas. 15 dias depois a boa notícia. Segundo teste COVID-19 ao educando deu resultado negativo.

O isolamento social foi difícil para todos. A vida foi entretanto voltando ao normal com o início de visitas dos familiares que foram como uma lufada de ar fres-co para os nossos educandos. As saudades já aperta-vam e, mesmo que durante as visitas tivéssemos que ter todas as precauções de segurança, sobejamente conhecidas por todos, serviu para todos os educandos ficarem com um pequeno brilho nos olhos ao verem depois de dois meses os seus familiares mais perto, sem ser através de um ecrã.

Foram dias difíceis que ainda não terminaram, não podemos baixar a guarda, pois este senhor COVID-19 parece ser um alvo difícil de deitar abaixo.

A equipa educativa da Casa de Acolhimento Clemente José dos Santos (CA CJS) lembra que a guerra está longe de ser ganha, por isso todo o cuidado é pouco.

As crianças e jovens da CA CJS manifestam as suas opiniões acerca do isola-mento social:

Este tempo de isolamento social foi um pouco “chato”. Tive muitas saudades de estar perto dos meus colegas da escola, mas gostei muito de ter aulas por zoom. Assim, con-seguia ver os meus professores e colegas e aprendi a ter escola de uma forma diferente da habitual.

Ajudei muito os meus colegas e apoiei os educadores e sei que este tempo todo em casa foi sempre para nos protegerem.

Educanda L.R

Não gostei muito de ficar em casa, mas teve de ser. Durante o dia estudava, e à tarde gostava de jogar futebol e play. Os meus educadores foram duas vezes ao McDonald's buscar o jantar e gostei muito.

Educando F.D.

O tempo de isolamento social foi vivido de forma es-tranha. No início fiquei triste por não poder ir a casa ver a minha avó e a minha irmã. Depois o meu dia-a-

dia na Casa foi até giro. Durante o dia estudámos, tivemos aulas através do computador, uma coisa que nunca tinha acontecido. Tive saudades de ir à escola, mas não podíamos ir por causa do COVID-19. À tarde joguei sempre à bola com os meus amigos cá da Casa.

Os educadores ajudaram-nos sempre a ultrapassar as saudades da família. Quando pudemos receber as visi-tas da família gostei muito de voltar a ver a minha avó. Era bom que já pudéssemos ir a casa da nossa família.

Educando M.S.

Gostei muito de ter aulas online, tive muitas sauda-des de ir para a escola e da minha professora. À tarde ia de vez em quando brincar no pátio. Gostei muito de brincar com andas.

Educanda M.R.

Ficarmos fechados, em isolamento foi bom para nos proteger do COVID-19. Tentei sempre fazer as minhas rotinas e os meus estudos. O que senti muita falta foi os fins de semana em família, e de ver a minha namo-rada. Também senti saudades de fazer uma das mi-nhas atividades preferidas – a pesca. Mas sei que de-pressa vou voltar a poder sair.

Educando T.M.

Não gostei de estar em isolamento social foi aborreci-do e também não gostei de ter aulas online porque me dava muita preguiça. Senti muita falta da minha família e dos meus amigos. Mas estou muito agradeci-da aos meus educadores por me apoiarem sempre nos momentos que necessitei de mais ajuda e de incenti-vo ao estudar.

Educanda C.A.

Artigo elaborado por SAP e educandos da CA CJS

Desenho de C.A.

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TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA? (CONT.)

NA CA JJB O ISOLAMENTO FOI SENTIDO DE VÁRIAS FORMAS

Inesperadamente e de forma repentina fomos assolados pela desagradável presen-ça de um inimigo invisível, o famoso Coronavírus. Esta

pandemia veio alterar as nossas vidas por completo.

Tivemos de ficar em Casa durante dois meses, sem ir à escola, sem ir a casa aos fins de semana, sem visi-tas dos nossos familiares e amigos.

Para nós jovens da Casa de Acolhimento Joaquim José Branco (CA JJB), assim como para o resto do pa-ís e do mundo, este momento de pandemia em que todos vivemos é, sem sombra de dúvida, complexo e inédito.

A forma como vivemos o período de confinamento, não foi sentida de igual modo por todos nós.

Nós, os mais novos, ficámos contentes por não ter de ir à escola. Realizar as tarefas escolares na Casa não foi difícil com o apoio dos educadores e dos voluntá-rios.

Nós, os mais crescidos, aprendemos a dar mais valor à escola, depois de estarmos privados das aulas pre-senciais.

O balanço geral é bastante positivo, mas não é fácil suportar a ausência das pessoas de quem gostamos por um período tão longo de tempo.

Estamos todos de parabéns! Consideramo-nos grandes heróis!

Algumas das nossas opiniões acerca desta experiência que ainda não sabemos quando termina…

“O meu isolamento social foi vivido de uma forma tranquila e saudável. Achei que seria difícil, mas deu para passar muito bem.” “Na quarentena aproveitei para cozinhar.” “Pensei muito na minha vida e aprendi a dar valor à escola”

“Aprendemos a ter aulas online.” “Reparei que as coisas que nós adolescentes mais de-testamos, foi o que nos fez mais falta, a escola.”

“Custou-me não ver os meus pais ao fim de semana.” “Custou-me ter muitos trabalhos e não ir a casa.”

“Agora temos de lavar e desinfetar as mãos sempre.” “Temos de manter a distância social, pois assim esta-mos mais seguros” “O COVID-19 fez-nos dar valor a pequenas coisas que não dávamos antes.”

Agora, continuem a proteger-se… nós estamos confiantes que tudo vai correr bem, vai ficar bem!!!

Como vivi o isolamento social:

Ficar distante dos nossos familiares e amigos foi o mais difícil:

Com o COVID-19 começámos a ter mais cuidados de higiene:

Aprendemos muitas coisas durante o confina-mento:

Trabalho elaborado pelos educandos da CA JJB

TEMPO DE ISOLAMENTO… OS DESABAFOS DO AA1!

Neste texto iremos falar da nossa experiência durante esta quarentena abordando diferentes pontos sendo eles os novos hábitos de higiene que adquirimos, as relações sociais à distância e as aprendizagens adquiridas

durante este tempo.

Durante esta pandemia tivemos que nos precaver evi-tando sair de casa para nos protegermos a nós e aos que nos rodeiam, mas como seria de esperar há saí-

das que não podem ser evitadas como compras de produtos alimentares e de higiene. No nosso Aparta-mento também há uma pessoa que faz parte da lista de “trabalhadores essenciais”, logo enquanto alguns trabalhavam pelo computador ou se encontravam em lay-off a jovem tinha que se deslocar até ao seu local de trabalho apanhando transportes públicos.

“Como estava em contacto com outras pessoas no trabalho e nos transportes, quando chegava a casa desinfetava as mãos mal chegasse e tirava os sapatos, depois ia tomar um banho e por fim é que ia para os espaços comuns” Jovem 1- AA1

(Cont.)

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TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA? (CONT.)

TEMPO DE ISOLAMENTO… DESABAFOS! AA1 (CONT.)

Relativa-mente às relações sociais à distância foi bastan-te difícil principal-mente pa-ra quem é

muito apegado à família e a visita com frequência apesar de saber que é para um bem comum.

“Foi mau ficar este tempo sem poder abraçar as pes-soas que eu gosto e apesar de saber que é para um bem maior, ainda é algo complicado e difícil de acei-tar. Por outro lado é bom termos as tecnologias para nos manter unidos”.

(Jovem 2- AA1)

Adquirimos várias aprendizagens durante este tempo que não teríamos adquirido de outra forma.

“Durante esta quarentena não saí de casa nem para ir às compras porque encontro-me no grupo de risco, logo tive que arranjar passatempos para não me dei-xar levar pela onda de desânimo. Primeiramente ter-minei todos os trabalhos de faculdade na primeira semana, mas depois vi que não tinha mais nada para fazer então comecei a ver séries o que me fez trocar os meus horários, dormia de dia e ficava acordada de noite, depois acabei por me concentrar em não en-trar nesta espiral de desmotivação e cansaço psicoló-gico e comecei a arranjar passatempos como fazer receitas novas, meditação e dançar.

Percebi que não teria outra oportunidade tão boa para ter tempo para mim própria, então aproveitei ao máximo e cheguei à conclusão que não existe melhor companhia que a minha”.

ESTA QUARENTENA DEU PARA PENSAR... AA4

Nesta quarentena tivemos tempo para tudo…

Experimentámos novas receitas, mudámos de hábitos alimentares, fizemos exercício, e claro, os trabalhos infinitos da escola, estes que sempre quando pensá-vamos que já tínhamos acabado apareciam sempre mais.

Este período, deu para refletir sobre várias coisas que quando estávamos em aulas ou a trabalhar, não tínhamos tempo para pensar, para analisar e ver o lado mais certo das coisas, por exemplo: agora que o isolamento está a acabar, achamos que nem tudo vai ser da mesma maneira, mas por outro lado pensamos que “e se não acabar?”

Porque com a mínima liberdade as pessoas já pensam que acabou, logo, juntam-se como se não houvesse mais nenhum motivo para estar em casa, vão para a praia cheias de banhistas, ansiosos por um banho de água salgada ou para outros espaços com muita aglo-meração de gente e assim, os números não tendem em baixar.

Para finalizar, desde o início do confinamento perce-beram que o mundo não pertence a ninguém, seja

rico ou seja pobre, todos nós temos a mesma proba-bilidade de apanhar o vírus ou até morrer, portanto em vez de pensar só no Eu, vamos todos pensar no coletivo, porque é o único caminho que nos pode le-var para um bem maior: O fim da pandemia.

Jovens AA 4

(Jovem 3- AA1)

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TEMPO DE ISOLAMENTO SOCIAL, COMO FOI VIVIDO? E AGORA? (CONT.)

ISOLAMENTO SOCIAL VIVIDO DE VÁRIAS FORMAS NO AA3

No início da quarentena, nós jovens do AA3, estabe-lecemos uma tabela de exercícios físicos que iría-mos praticar durante as próximas semanas de isola-mento e atingir alguns

objetivos (emagrecer e tonificar os músculos), infeliz-mente esses objetivos não duraram muito, pois ape-sar de sermos todas elegantes, também somos gulo-sas.

Deixamos os exercícios físicos de lado, e passámos a inventar novas receitas de comidas e bolos. E essa atividade mantém-se até hoje, porque será?... Uma das meninas (Cheila) descobriu que além de ter jeito para tudo o que se refere a estética, também tem jeito para cozinhar. Ao descobrir esse talento, nunca mais comemos massa com milho e atum, passámos a comer muito melhor. Lado bom do isolamento: desco-brir talentos.

Até fizemos um jantar de gala… num dos desafios lan-çados pela Sra. Presidente.

E a outra menina além de cozinhar e ser boa a tudo o que se refere a marketing digital, teve tempo de aprofundar mais o seu talento nesta área, até tem um pequeno “negocio” de “Ilustrações de fotogra-fias” e teve tempo de aperfeiçoar as suas técnicas de

fazer bolos e doces. (Lado bom do isolamento, desco-brir oportunidades).

Depois das comidas e bolos ingeridos, tínhamos que arranjar formas de queimar as calorias de uma forma divertida, então aprendemos algumas coreografias através de uma aplicação que se chamada TIK TOK e depois desafiávamos outros apartamentos para faze-rem o mesmo, nós estávamos em vantagens, pois tínhamos uma professora (Monalisa) que teve imensa paciência para nos ensinar as tais coreografias, posso dizer que faltou pouco para sermos dançarinas profis-sionais. Depois tirámos imensas fotografias lindas (Monalisa faz tudo), gravámos imensos vídeos, jogá-mos alguns jogos. Cantámos a Grândola Vila Morena à janela no 25 de abril com os nossos vizinhos na com-panhia das educadoras Graça e Teresa a assistir.

Este é o lado positivo do isolamento. Momentos ines-quecíveis para mais tarde recordar e… acumulação de saudades.

O isolamento serviu para nos reinventarmos e redesco-brimo-nos em todos os aspe-tos, (paciência, respeito, empatia). Lado negativo o Isolamento; ficarmos isola-dos dos nossos familiares e amigos… Trabalho elaborado pelas jovens do AA3

BREVES

No dia 27 de junho, mais tarde do que é habitual devido ao contexto de pandemia que atravessamos, abriu a época balnear na zona oeste, e por consequência também aqui na Praia do Areal. Como não podia deixar de ser as crianças e jovens da Casa de Acolhimento da Areia Branca, não resistiram ao primeiro banho do ano.

Fomos dos primeiros a chegar, uma vez que a praia fica mesmo ao lado da nossa Casa. Apresentámo-nos aos dois nadadores salvadores de ser-viço e fizemos algumas questões relacionadas com segurança, sobretu-do no mar, que estava um pouco agitado. Estava bandeira amarela,

tivemos que ter algum cuidado. O sol estava envergonhado, mas lá apareceu, tomamos um belo banho e apanhámos ondas com as nossas pranchas.

Soube muito bem voltar à praia e sentimo-nos em segurança. Já tínhamos muitas saudades!!!

CA AB ABRE ÉPOCA BALNEAR

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BREVES

AA4 - DESAFIO SEM FRONTEIRAS CA AB - FESTA FINAL DO ANO LETIVO

No âmbito do desafio lançado pela Senhora Presidente do Conselho Diretivo – Dra. Cristi-na Fangueiro aos jovens do acolhimento, os jovens do Apartamento de Autonomiza-ção 4, não hesitaram em parti-cipar na atividade e, de forma dedicada e criativa, confecio-naram um jantar requintado.

Os jovens trajaram-se a rigor para o belíssimo ban-quete, tendo atribuído a temática ao jantar de “Sem Fronteiras”.

Foi um momento vivido com alegria e emoção, para mais tarde recordar!!!

No dia 25 de junho, a Casa de Acolhimento da Areia Branca fez a sua festa de encerra-mento do ano letivo.

Este ano letivo fica marcado por uma nova experiência de “Escola em casa” para a mai-oria das nossas crianças, que não tiveram oportunidade de se despedir dos seus professo-res e amigos presencialmente.

A pedido das crianças e jo-vens, realizou-se um churras-co, com vários acepipes que tão bem sabem nesta época do ano: sardinhas, carapaus, febras, entreme-adas, frango e também vários doces confecionados pelos educandos.

O programa foi também da responsabilidade de to-dos. Visionámos um filme sobre as atividades desen-volvidas durante o confinamento, tivemos um mo-mento de dança, feito pelos três irmãos Pina. Tendo-se seguido a entrega de prémios que destacaram alguns dos educandos nas suas atividades e talentos este ano letivo que terminou:

Prémio Sucesso Escolar foi para o Davidson Monteiro; Prémio Revelação foi para o Rafael Patias; Prémio Referência da CA foi para o Luis Almeida. Os premiados ficaram muito felizes com as distin-ções e o grupo em geral adorou a festa!

AA8 E OS DESAFIOS DA QUARENTENA

No dia 26 de junho reali-zou-se a Festa de Encerra-mento do ano letivo da Casa de Acolhimento Joa-quim José Branco.

Num ambiente de diver-são, descontração e muita alegria educandos, educadores, STASE e Direção tive-ram a oportunidade de confraternizar e partilhar mo-mentos de verdadeira harmonia onde teve lugar a realização de uma dança conjunta onde miúdos e graúdos puderam mostrar os seus dotes de dançari-nos.

Grande destaque para o DJ residente, jovem B. Ro-drigues que esteve imparável na sua função de ani-mador da festa.

Foram entregues os prémios: Educando Referência, Educando Revelação e Educando com melhor Apro-veitamento Escolar. Os vencedores das diferentes categorias foram: José Moreno, Ana Silva e Luana Almeida respetivamente.

No final, teve lugar um churrasco acompanhado por deliciosas sobremesas.

A festa decorreu num ambiente de muita alegria e diversão. Foi o culminar de um ano de muito traba-lho e sacrifício por parte de todos os intervenientes. Também os educadores foram congratulados pelo empenho e dedicação num período em que o grupo esteve em regime de telescola, onde para além da habitual função de educadores, estes tiveram tam-bém de ser psicólogos e professores de várias disci-plinas e de diferentes ciclos escolares.

Foi um ano de grandes aprendizagens e de maiores vitórias!!!

CA JJB - FESTA FINAL DO ANO LETIVO

No período dos meses em que estivemos de quarentena no Apartamento de Autonomização 8 de Odivelas realizamos várias atividades, entre elas, culiná-ria, desporto e os desafios pro-postos pela Senhora Presidente da Casa Pia de Lisboa, Dra. Cris-tina Fangueiro.

O desafio do masterchef foi o mais apreciado no Apartamento, porque nos dedicámos muito à cozi-nha neste período de quarentena e proporcionou momentos de maior proximidade com as colegas de Casa.

Fizemos muito exercício físico com aulas online para não ficarmos “gorduchas” de tantos doces que con-fecionámos e que fomos “obrigadas a comer, para não se estragar nada"…

O confinamento foi exigente, mas correu tudo bem!