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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Profª Vivian Trombini

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LINGUAGENS,CÓDIGOS E SUAS

TECNOLOGIASP r o f ª V i v i a n T r o m b i n i

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1. AS COMPETÊNCIAS AVALIADAS PELA PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA DE ÁREA 1 – Aplicar as tecnolo-gias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.H1 – Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de carac-terização dos sistemas de comunicação.H2 – Recorrer aos conhecimentos sobre as lin-guagens dos sistemas de comunicação e infor-mação para resolver problemas sociais.H3 – Relacionar informações geradas nos siste-mas de comunicação e informação, consideran-do a função social desses sistemas.H4 – Reconhecer posições críticas aos usos so-ciais que são feitos das linguagens e dos siste-mas de comunicação e informação.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 2 – Conhecer e usar língua (s) estrangeira (s) moderna (s) (LEM) como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais.H5 – Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.H6 – Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibil-idades de acesso a informações, tecnologias e culturas.H7 – Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.H8 – Reconhecer a importância da produção cul-tural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 3 – Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da identidade.H9 – Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.H10 – Reconhecer a necessidade de transfor-mação de hábitos corporais em função das ne-cessidades cinestésicas.H11 – Reconhecer a linguagem corporal como

meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 4 – Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e da própria identidade.H12 – Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.H13 – Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, pa-drões de beleza e preconceitos.H14 – Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apre-sentam nas manifestações de vários grupos so-ciais e étnicos.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 5 – Analisar, interp-retar e aplicar recursos expressivos das lingua-gens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, es-trutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.H15 – Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspec-tos do contexto histórico, social e político.H16 – Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do tex-to literário.H17 – Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no pat-rimônio literário nacional.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes lin-guagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.H18 – Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.H19 – Analisar a função da linguagem predom-inante nos textos em situações específicas de interlocução.H20 – Reconhecer a importância do patrimônio

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linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 7 – Confrontar opin-iões e pontos de vista sobre as diferentes lin-guagens e suas manifestações específicas.H21 – Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utiliza-dos com a finalidade de criar e mudar comporta-mentos e hábitos.H22 – Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.H23 – Inferir em um texto quais são os objeti-vos de seu produtor e quem é seu público-alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.H24 – Reconhecer no texto estratégias argu-mentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, co-moção, chantagem, entre outras.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 8 – Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da orga-nização do mundo e da própria identidade.H25 – Identificar, em textos de diferentes gêner-os, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.H26 – Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.H27 – Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 9 – Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conheci-mentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.H28 – Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e in-formação.H29 – Identificar pela análise de suas linguagens,

as tecnologias da comunicação e informação.H30 – Relacionar as tecnologias de comuni-cação e informação ao desenvolvimento das so-ciedades e ao conhecimento que elas produzem.

2. COMO OS CONTEÚDOS SÃO COB-RADOS NA PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS?

Nesta prova, é de grande valia a interpretação textual, seja ao analisar textos literários ou não literários, bem como gráficos, tirinhas ou gravu-ras. É por isso que interpretação de texto foi, de longe, o tema mais presente nos exames aplica-dos. Vale ressaltar que a prova do ENEM é, no-tadamente, uma avaliação contextualizada, isto é, sempre há um ou mais textos a serem anali-sados (verbais, não-verbais ou mistos), além de um enunciado bastante explicativo, o qual guia o candidato para a resposta mais adequada.

A prova de linguagens e códigos apresenta, de forma geral, três tipos de perguntas:

Interpretação do texto: aquelas cuja resposta está no interior do próprio texto. Nesse caso, a mera leitura do texto ou mesmo do enunciado já dá certas

dicas para a resposta adequada.

Análise do texto: as que pedem uma análise dos efeitos de sentido que ele produz (de humor, social, político, por exemplo). Ou seja, que necessitam de conhecimentos prévios para serem entendidos. Por isso, com base em nossas leituras e conhecimentos de mundo, fica até mais fácil entender esse tipo de

questão.

Intertextualidade: as que pedem uma cor-relação com outros textos ou obras de arte. Nesse caso, pode haver a relação temática entre textos ver-bais e não-verbais, apenas verbais ou apenas não-ver-

bais, além dos mistos.

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#FICAADICA - Caso você seja desafiado a interpretar músicas, poemas, propagandas e obras de arte, lembre-se que o enunciado da questão e qualquer outra informação, como legendas, podem ajudar na análise.

(VAN GOGH. Autorretrao de orelha cortada)

Pressupostos: Há pressuposto quando um enunciado depende de uma informação para faz-er sentido. O pressuposto deve ser interpretado a partir de um conhecimento compartilhado entre os interlocutores.Exemplo:

- Quando Joana voltará de viagem?

Isso só faz sentido se considerarmos que Joana saiu em viagem, essa é a informação pressupos-ta. Caso ela não tenha viajado, o enunciado não tem sentido.

Subentendidos: Ao contrário das infor-mações pressupostas, as informações suben-tendidas não ficam evidentes no enunciado, são apenas sugeridas. O subentendido deve ser in-terpretado a partir da intenção do interlocutor e a partir do reconhecimento do jogo discursivo, o que está implícito em tal frase. Sempre nos dep-aramos com textos assim, uma vez que a lingua-gem publicitária, a poesia e as anedotas usam dos subentendidos. Exemplo:

- Quando sair de casa, não se es-queça de levar um casaco.

Subentende-se que esteja frio lá fora.

Saber identificar gêneros textuais tradicionais e digitais, norma culta e popular, funções e figuras de linguagem também costuma ser amplamente exigido. Além disso, é necessário possuir conhec-imentos básicos sobre literatura brasileira (prin-cipalmente modernismo e contemporaneidade) e gramática (a qual sempre aparece de maneira contextualizada).Além da língua portuguesa, ainda são cobrados, nessa prova, língua inglesa ou espanhola, con-ceitos de educação física, tecnologia, cultura (cultura brasileira - dança, música, arte, teatro, cinema ...) e arte (brasileira e geral).

3.INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS (POS-TO), IMPLÍCITAS (PRESSUPOSTAS E SUBENTENDIDAS)

Um texto é formado por informações explícitas e implícitas. As informações explícitas são aquelas expressadas claramente pelo autor no próprio texto; já as informações implícitas não estão claras, mas podem ser subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas en-trelinhas. Exemplo:

- Joana parou de comer chocolates.

Explicitamente, sabe-se que Joana não come mais chocolates; implicitamente, fica evidente que ela comia chocolates antes, já que agora não come mais.

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1-

A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um anúncio sobre o lançamento do liv-ro digital no Brasil. Já o texto II traz informações referentes à abrangência de acessibilidade das tecnologias de comunicação e informação nas diferentes regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se que o advento do livro dig-ital no Brasil: A) possibilitará o acesso das diferentes regiões

do país às informações antes restritas, uma vez que eliminará as distâncias, por meio da distribuição virtual.

B) criará a expectativa de viabilizar a democ-ratização da leitura, porém esbarra na insu-ficiência do acesso à internet por telefonia celular, ainda deficiente no país.

C) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos, em razão da diminuição dos gastos

com os produtos digitais gratuitamente dis-tribuídos pela internet.

D) garantirá a democratização dos usos da tecno-logia no país, levando em consideração as car-acterísticas de cada região no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à informação.

E) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos brasileiros, uma vez que as carac-terísticas do produto permitem que a leitura aconteça a despeito das adversidades geo-políticas.

COMENTÁRIO: Ao usar o verbo “inferir”, espe-ra-se que o candidato seja capaz de chegar a uma conclusão a partir da leitura dos dois tex-tos. A partir da leitura do gráfico, o candida-to deve inferir que a telefonia celular abrange apenas uma parte do território brasileiro, o que atrapalha a democratização do livro digital. Al-ternativa B.

2- NegrinhaNegrinha era uma pobre órfã de sete

anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.

Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos can-tos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.

Excelente senhora, a patroa. Gorda,

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não é isso o que acontece nas redes sociais: a democracia racial apregoada por Gilberto Frey-re passa ao largo do que acontece diariamente nas comunidades virtuais do país. Levantamen-to inédito realizado pelo projeto Comunica que Muda [...] mostra em números a intolerância do internauta tupiniquim. Entre abril e junho, um al-goritmo vasculhou plataformas [...] atrás de men-sagens e textos sobre temas sensíveis, como racismo, posicionamento político e homofobia. Foram identificadas 393 284 menções, sendo que 84% delas com abordagem negativa, de ex-posição do preconceito e da discriminação.

Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso

em: 6 dez. 2017 (adaptado).

Ao abordar a postura do internauta brasileiro ma-peada por meio de uma pesquisa em plataformas virtuais, o texto:A) minimiza o alcance da comunicação digital.B) refuta ideias preconcebidas sobre o brasileiro.C) relativiza responsabilidades sobre a noção de

respeito.D) exemplifica conceitos contidos na literatura e

na sociologia.E) expõe a ineficácia dos estudos para alterar tal

comportamento.

COMENTÁRIO: O texto aborda a atitude cor-dial e hospitaleira pela qual o povo brasileiro é reconhecido. Todavia, conforme pesquisa re-alizada pelo projeto, não é essa a postura que os brasileiros assumem nas redes sociais, uma vez que há muito preconceito e intolerância em suas mensagens, ou seja, justamente o oposto. Alternativa B.

rica, dona do mundo, amimada dos pa-dres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, dis-cutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma – “dama de grandes virtudes apos-tólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo.

Ótima, a dona Inácia.Mas não admitia choro de criança. Ai!

Punha-lhe os nervos em carne viva. [...]A excelente dona Inácia era mes-

tra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e zera ao regime novo – essa indecên-cia de negro igual.LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores

contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000

(fragmento).

A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição in-fere-se, no contexto, pela:A) Falta de aproximação entre a menina e a sen-

hora, preocupada com as amigas.B) Receptividade da senhora para com os padres,

mas deselegante para com as beatas.C) Ironia do padre a respeito da senhora, que era

perversa com as crianças.D) Resistência da senhora em aceitar a liberdade

dos negros, evidenciada no final do texto.E) Rejeição aos criados por parte da senhora, que

preferia tratá-los com castigos.

COMENTÁRIO: No texto, a resistência de Dona Inácia em aceitar a libertação dos escravos é comprovada na passagem “Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual”. Destaca-se a ironia de Monteiro Lobato, em relação não só aos atos cruéis da renitente es-cravocrata Dona Inácia, como também aos que viam nela “uma virtuosa senhora”. Alternativa D.

3- Na sociologia e na literatura, o brasileiro foi por vezes tratado como cordial e hospitaleiro, mas

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4.INTERTEXTUALIDADE – RELAÇÕES ENTRE TEXTOS

A intertextualidade se dá quando um texto re-toma todo um texto, parte dele ou o seu senti-do. Esta pode acontecer por meio da citação, da paródia ou da paráfrase.Exemplo: Nesse exemplo, fica evidente que Chico Buarque e Adélia Prado se utilizam do poema de Drummond para construir seus textos.

Quando nasci, um anjo torto / Desses que vivem na sombra / Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida (ANDRADE, Carlos Drummond de.

Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)

Quando nasci veio um anjo safado / O cha-to dum querubim / E decretou que eu tava predestinado / A ser errado assim / Já de saída a minha estrada entortou / Mas vou até o fim. (BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo:

Cia das Letras, 1989)

Quando nasci um anjo esbelto / Desses que tocam trombeta, anunciou: / Vai car-regar bandeira. Carga muito pesada pra mulher / Esta espécie ainda envergonhada. (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)

Analise os textos abaixo, a fim de responder aos dois questionamentos.

Texto IÉ praticamente impossível imaginarmos nossas vidas sem o plástico. Ele está pre-sente em embalagens de alimentos, bebi-das e remédios, além de eletrodomésticos, automóveis etc. Esse uso ocorre devido à sua atoxicidade e à inércia, isto é: quan-do em contato com outra substâncias, o plástico não as contamina; ao contrário, protege o produto embalado. Outras duas grandes vantagens garantem o uso dos plásticos em larga escala: são leves, quase não alteram o peso do material embalado, e são 100% recicláveis, fato que, infeliz-mente, não é aproveitado, visto que, em todo o mundo, a percentagem de plástico reciclado, quando comparado ao total pro-duzido, ainda é irrelevante.Revista Mãe Terra. Minuano, ano I, n. 6 (adaptado).

Texto IISacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando enchentes. São en-contradas até no estômago de tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos, mor-tos por sufocamento. Sacolas plásticas

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COMENTÁRIO: Os textos I e II são utilizados em perspectivas diferentes nas questões. Na pri-meira questão é explorado o reconhecimento, em textos, de diferentes estratégias argumen-tativas, empregadas para o convencimento do público, a exemplo da intimidação, da sedução, da comoção e da chantagem. Nesse caso espe-cífico, a partir da identificação de argumentos que exploram aspectos contrários da utilização de plásticos, o leitor deve ter desenvolvido a competência leitora para compreender que o uso adequado do plástico resulta na preser-vação de espécies animais prejudicados pelo mau uso desse material. Já na segunda questão, explora-se a com-paração das informações e argumentos pre-sentes nos textos I e II que, embora tratem do mesmo objeto de conhecimento, apresentam informações divergentes acerca do plástico. A partir da leitura dos textos verbais I e II, que contextualizam a questão, compreendemos as facilidades conferidas pelo uso adequado do plástico que possibilita ao ser humano usufruir da praticidade conferida pelo material, já que o texto I destaca a versatilidade e as vantagens do uso do plástico pela sociedade atual, en-quanto o segundo alerta os consumidores so-bre os problemas resultantes da utilização de embalagens plásticas não recicláveis. O alerta constante no segundo texto não indica que o cidadão deva excluir de sua vida as vantagens conferidas pelo uso do plástico, mas q que esse seja utilizado de forma sustentável.

descartáveis são gratuitas para os con-sumidores, mas têm um custo incalculável para o meio ambiente.Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário do Insti-

tuto Akatu pelo Consumo Consciente.

4- Em contraste com o texto I, no texto II são em-pregadas, predominantemente, estratégias argu-mentativas que:A) atraem o leitor por meio de previsões para o

futuro.B) apelam à emoção do leitor, mencionando a

morte de animais.C) orientam o leitor a respeito dos modos de usar

conscientemente as sacolas plásticas.D) intimidam o leitor com as nocivas consequên-

cias do uso indiscriminado de sacolas plásti-cas.

E) recorrem à informação, por meio de con-statações, para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas plásticas.

5- Na comparação dos textos, observa-se que:A) o texto I apresenta um alerta a respeito do

efeito da reciclagem de materiais plásticos; o texto II justifica o uso desse material reciclado.

B) o texto I tem como objetivo precípuo apresen-tar a versatilidade e as vantagens do uso do plástico na contemporaneidade; o texto II ob-jetiva alertar os consumidores sobre os prob-lemas ambientais decorrentes de embalagens plásticas não recicladas.

C) o texto I expõe vantagens, sem qualquer res-salva, do uso do plástico; o texto II busca con-vencer o leitor a evitar o uso de embalagens plásticas.

D) o texto I ilustra o posicionamento de fabri-cantes de embalagens plásticas, mostrando por que elas devem ser usadas; o texto II ilus-tra o posicionamento de consumidores co-muns, que buscam praticidade e conforto.

E) o texto I apresenta um alerta a respeito da possibilidade de contaminação de produtos orgânicos e industrializados decorrente do uso de plástico em suas embalagens; o texto II apresenta vantagens do consumo de sacolas plásticas: leves, descartáveis e gratuitas.

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6- A feição deles é

serem pardos, maneira d’aver-melhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. An-dam nus, sem nenhuma co-bertura, nem es-timam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta

inocência como têm em mostrar o rosto.CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.domin-

iopublico.gov.br. Acesso em: 12 ago. 2009.

Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, con-clui-se que: A) ambos se identificam pelas características es-

téticas marcantes, como tristeza e melancolia, do movimento romântico das artes plásticas.

B) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, rep-resentando-o de maneira realista, ao passo que o texto é apenas fantasioso.

C) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras que sofreriam processo colonizador.

D) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura europeia e a cultura indígena.

E) há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto da catequização jesuítica.

COMENTÁRIO: Ambos os textos verbal e não verbal – a pintura de Eckhout e o texto de Pero Vaz de Caminha – tratam do índio, povo nativo encontrado na América, o qual seria coloniza-do e explorado pelos povos europeus. A pintura parece ilustrar exatamente o que diz Caminha, apresentando o índio completamente despido, em posição de extrema naturalidade, com seus instrumentos típicos. Alternativa C.

7-

Operários, 1933, óleo sobre tela, 150x205 cm, (P122), Acervo

Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo

Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identi-dade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mer-cadoria que se acumula, pelo quadro afora.(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)

O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos tran-scritos em:a) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pen-

sem nas mulheres/ Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)

b) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)

c) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário de fome/ sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)

d) “Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pes-soa)

e) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (...)/ Os inocentes, definitivamente in-

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ocentes/ tudo ignoravam,/ mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)

COMENTÁRIO: No quadro Operários, de Tarsila do Amaral, a linguagem extralinguística sugere que a diversidade individual é desconsiderada pelo conceito de igualdade de condição de tra-balho e, consequentemente, desconsiderada na vida. A mesma sugestão pode ser encon-trada nos versos de João Cabral de Melo Neto, pois na fala do protagonista podemos observar a dissolução da individualidade dos nordestinos no trabalho de lavrar a terra. A intertextualidade configura-se por meio do diálogo existente en-tre a tela de Tarsila e o trecho do livro de João Cabral de Melo Neto. Alternativa B.

8-

Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mu-dar seu comportamento por meio da associação de verbos no modo imperativo à:A) indicação de diversos canais de atendimento. B) divulgação do Centro de Defesa da Mulher.C) informação sobre a duração da campanha.D) apresentação dos diversos apoiadores.E) utilização da imagem das três mulheres.

COMENTÁRIO: A campanha apresenta inter-textualidade na medida que as mulheres imitam a conhecida imagem dos três macaquinhos. Os verbos no imperativo tentam convencer o leitor

a um tipo de ação “rompa o silêncio”, “denuncie”, “ligue”, “não silencie”, justamente contrária às atitudes apresentadas pelas mulheres, ou seja, fingir que não vê e não ouve e calar-se. Alter-nativa E.

5- LINGUAGEM VERBAL, NÃO - VER-BAL E MISTA

VERBAL: a Linguagem Verbal faz o uso de pala-vras para comunicar algo, ou seja, o interlocutor entende o enunciado apenas por meio da inter-pretação das palavras

NÃO VERBAL: A Linguagem não-verbal utiliza outros métodos de comunicação, além das pa-lavras. Desse modo, o interlocutor precisa inter-pretar a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc.

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VERBAL E NÃO-VERBAL / MISTA: é a mis-tura entre a Linguagem Verbal e a Linguagem não-verbal. Nesse tipo de linguagem, o leitor in-terpreta tanto as imagens, gestos ou expressões quanto o que está escrito.

Os infográficos, muito presentes nas provas do ENEM, também apresentam linguagem mista:

9- A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso social da tecnologia para fins de interação e de informação. Tal posiciona-mento é expresso, de forma argumentativa, por meio de uma atitude:

A) crítica, expressa pelas ironias.B) resignada, expressa pelas enumerações.C) indignada, expressa pelos discursos diretos.D) agressiva, expressa pela contra argumentação.E) alienada, expressa pela negação da realidade.

COMENTÁRIO: Tem-se uma atitude crítica, uma vez que há uma evidente distorção entre o que está escrito nos retângulos e as atitudes e falas dos personagens. Alternativa A.

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Essa imagem ilustra a reação dos celíacos (pes-soas sensíveis ao glúten) ao ler rótulos de ali-mentos sem glúten. Essas reações indicam que, em geral, os rótulos desses produtos:

A) trazem informações explícitas sobre a pre-sença do glúten.

B) oferecem várias opções de sabor para esses consumidores.

C) classificam o produto como adequado para o consumidor celíaco.

D) influenciam o consumo de alimentos especiais para esses consumidores.

E) variam na forma de apresentação de infor-mações relevantes para esse público.

COMENTÁRIO: As múltiplas possibilidades de reações diante dos rótulos elucida que eles aparecem de formas distintas. Assim, como os rótulos de produtos que não contém glúten apresentam falta de uniformidade no conjunto de informações importantes para seu público, as reações desses consumidores são diversifi-cadas, conforme evidenciam as diferentes ex-pressões dos emoticons. Alternativa E.

6- NORMA CULTA E POPULAR / VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

Como uma língua pode apresentar várias manei-ras de ser falada / usada, notamos que, além da norma culta, existem também as variações lin-guísticas em nossa língua. Esse assunto, dado a sua riqueza, é muito presente nas provas do ENEM, seja em questões da literatura, da música, da linguagem publicitária ou dos falares cotidia-nos dos brasileiros.

10- 0. Nessa campanha, a principal es-tratégia para convencer o leitor a fazer a reciclagem do lixo é a uti-lização da lin-guagem não verbal como a r g u m e n t o para:

Disponível em: www.separeolixo.gov.br.

Acesso em: 4 dez. 2017 (adaptado).

A) reaproveitamento de material.B) facilidade na separação do lixo.C) melhoria da condição do catador.D) preservação de recursos naturais.E) geração de renda para o trabalhador.

COMENTÁRIO: A linguagem verbal presente na questão tem como objetivo mostrar como a re-ciclagem na garrafa pet pode se tornar um novo produto, por exemplo, um tecido. Assim, a ima-gem é utilizada como estratégia argumentati-va para influenciar o comportamento do leitor. Além do mais, a função conativa ou apelativa da linguagem consiste em influenciar o comporta-mento do receptor da mensagem. Podem ser seus objetivos persuadir o público a comprar determinado produto ou serviço, a votar em um determinado candidato, a realizar qualquer tipo de ação. Gramaticalmente é caracterizada pela presença de verbos no modo imperativo, como em “Mude de atitude” e “Separe o lixo e acerte na lata”. Alternativa A.

11-

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NA LINGUAGEM COLOQUIAL

Pronúncia simplificada de palavras e expressões: oceis, nóis, num vô, tá bão ...

Emprego frequente de palavras e expressões como: aí, né, tá, então ...

Uso recorrente da expressão “a gente”, em lugar de “nós”. Ex: A gente sempre estuda muito.

Não há preocupação com marcas de concordância. Ex: Os menino vai bem.

Mistura de pessoas gramaticais. Ex: Você sabe que te enganam.

NA LÍNGUA CULTA

Maior preocupação com a pronúncia: Nós, vocês, está bom, não vou, não quer ...

Uso menos comum desses termos.

Predominância no uso da forma “nós”. Ex: Nós sem-pre estudamos muito.

Utilização de marcas de concordância. Ex: Os meni-nos vão bem.

Maior uniformidade no uso das pessoas gramatic-ais. Ex: Você sabe que o enganam.

Norma culta: Aquela utilizada em situações for-mais, é ensinada nas escolas e utilizada em escri-tas oficiais (jornais, revistas, redações de vestib-ulares, documentos), a fim de garantir que todos compreendam o que é de interesse coletivo. Por isso, é a norma de maior prestígio e deve ser usa-da na redação do ENEM.

Variações linguísticas: As demais formas de falar existentes na língua são estabelecidas de acor-do com as condições sociais, culturais, regionais, econômicas e históricas de seus falantes. Essas variantes, às vezes rejeitadas pelos que dominam a norma culta, são válidas desde que respeitem os interlocutores, os quais precisam se entender. Ou seja, o mais importante é que locutor e inter-locutor entendam um ao outro de forma plena, sem ambiguidades.

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12- “Acuenda o Pajubá”: conheça o “dialeto se-creto” utilizado por gays e travestis

Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por travestis e ganhou a comunidade

“Nhaí, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã!” Entendeu as palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja alguma coisa de pajubá, o “di-aleto secreto” dos gays e travestis.

Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes mais formais, um advogado afirma: “É claro que eu não vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas na firma, com meus cole-gas de trabalho, eu falo de ‘acué’ o tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado de falar out-ras palavras porque hoje o pessoal já entende, né? Tá na internet, tem até dicionário…”, comenta.

O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a dicionária da Ungua afíada, lançado no ano de 2006 e escrito pelo jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, há mais de 1 300 verbetes rev-elando o significado das palavras do pajubá.

Não se sabe ao certo quando essa lingua-gem surgiu, mas sabe-se que há claramente uma relação entre o pajubá e a cultura africana, numa costura iniciada ainda na época do Brasil colonial.

Disponível em: www.midiamax.com.br.

Acesso em: 4 abr. 2017 (adaptado)

Da perspectiva do usuário, o pajubá ganha status de dialeto, caracterizando-se como elemento de patrimônio linguístico, especialmente por:A) ter mais de mil palavras conhecidas.B) ter palavras diferentes de uma linguagem se-

creta.C) ser consolidado por objetos formais de regis-

tro.D) ser utilizado por advogados em situações for-

mais.E) ser comum em conversas no ambiente de tra-

balho.

COMENTÁRIO: O pajubá ganha status de diale-to por ter sido consolidado em um dicionário: Aurélia, dicionário da língua afiada. Isso é con-firmado quando se repara um registro consoli-dado num dicionário. Alternativa C.

13-— Famigerado?— Famigerado é “inóxio”, é “célebre”, “notório”,

“notável”…— Vosmecê mal não veja em minha grossaria no

não entender. Mais me diga: é desaforado? É caçoável? É de arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?

— Vilta nenhuma, nenhum doesto. São ex-pressões neutras, de outros usos…

— Pois… e o que é que é, em fala de pobre, lin-guagem de em dia de semana?

— Famigerado? Bem. É: “importante”, que merece louvor, respeito.

(ROSA, Guimarães. Famigerado. in: Primeiras es-

tórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. )

Nesse texto, a associação de vocábulos da lín-gua portuguesa a determinados dias da semana remete ao: A) local de origem dos interlocutores.B) estado emocional dos interlocutores.C) grau de coloquialidade da comunicação.D) nível de intimidade entre os interlocutores.E) conhecimento compartilhado na comunicação.

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COMENTÁRIO: A questão exige do candidato o conhecimento sobre adequação da lingua-gem à situação em que ela é produzida. O leitor percebe facilmente que os interlocutores têm grau de instrução diferentes e não pertencem ao mesmo grupo social. Isso se evidencia no uso metafórico do termo “linguagem de em dia de semana”, tecendo analogia com o uso de roupas comuns, usadas no dia a dia, compara-dos a linguagem simples, sem rebuscamentos. Alternativa B.

14- A utilização de determinadas variedades linguísti-cas em campanhas educativas tem a função de atingir o público-alvo de forma mais direta e eficaz. No caso desse texto, identifica-se essa estratégia pelo (a):

A) discurso formal da língua portuguesa.B) registro padrão próprio da língua escrita.C) seleção lexical restrita à esfera da medicina.D) fidelidade ao jargão da linguagem publicitária.E) uso de marcas linguísticas típicas da oralidade.

COMENTÁRIO: Por se tratar de uma publicidade produzida pelo Ministério da Saúde e publicada na rede social Facebook, a linguagem utilizada é uma representação da oralidade para tentar atingir a maior quantidade possível de interloc-utores sobre o uso do açúcar com expressões

como “já está acostumado” e “está difícil”. Al-ternativa E.

15- Mandinga — Era a denominação que, no perío-do das grandes navegações, os portugueses davam à costa ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os explora-dores lusitanos consideram bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles davam indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma nativo, manding designava terra de feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de feitiço, sor-tilégio.

(COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração

Editorial, 2009. Fragmento)

No texto, evidencia-se que a construção do sig-nificado da palavra mandinga resulta de um (a):A) contexto sócio histórico.B) diversidade técnica.C) descoberta geográfica.D) apropriação religiosa.E) contraste cultural.

COMENTÁRIO: Toda língua natural modifica-se com o tempo: mudam o modo de falar, a ma-neira de estruturar as frases, o vocabulário e, muitas vezes, o significado das palavras. Alter-nativa A.

7- ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO / FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Elementos da comunicação

Ao elaborarmos qualquer texto, oral ou escrito, precisamos ter em mente que estamos tentando estabelecer uma comunicação com al-guém. Esse texto sempre apresenta alguém que o elabora, o emissor / locutor, e alguém que o lê, o receptor / interlocutor. O que o emissor / lo-cutor escreve / fala é a mensagem. O elemento que conduz o discurso para o receptor é o canal (no nosso caso, o canal é o papel). Os fatos, os objetos ou imagens, os juízos ou raciocínios que o emissor expõe ou sobre os quais discorre con-stituem o referente. A língua que o emissor utiliza

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(no nosso caso, obrigatoriamente, a língua portu-guesa) constitui o código.

Assim, por meio de um canal, o emissor transmite ao receptor, em um código comum, uma mensagem, que se reporta a um contexto ou referente.Elementos da comunicação: Eles são impre-scindíveis para que uma comunicação se efetive.Emissor – quem emite a mensagem.Receptor – quem recebe a mensagem.Mensagem – o conjunto de informações trans-mitidas.Código – a combinação de signos usados para transmitir uma mensagem. A comunicação só acontece se o receptor souber decodificar a mensagem, a qual pode ser verbal, não-verbal ou mista.Canal de Comunicação – é o meio pelo qual a mensagem é transmitida (livro, TV, cordas vo-cais...)Contexto – a situação a que a mensagem se ref-ere, também chamado de referente.

Ruído - qualquer elemento que interfira no pro-cesso da transmissão de uma mensagem de um emissor para um receptor. Os ruídos podem ser resultados de elementos internos e externos.

Funções da linguagemA ênfase num elemento do circuito de co-

municação determina a função de linguagem que lhe corresponde:

Cada um desses seis elementos determina uma função de linguagem. Raramente se encon-

tram mensagens em que haja apenas uma; na maioria das vezes o que ocorre é uma hierarquia de funções em que predomina ora uma, ora outra.

A classificação das funções da linguagem depende das relações estabelecidas entre elas e os elementos do circuito da comunicação. Es-quematicamente, temos:

As funções da linguagem podem ajudar na eficiência da comunicação, visto que são muito úteis na análise e produção de enunciados.

a) Função Poética – É centrada no discurso (mensagem), que pode ser sugestivo, conotativo, musical e metafórico. É usada em textos literári-os, principalmente em poesia, mas também pode ser empregada em textos em prosa.

Preocupa-se com o plano de expressão da mensagem, com sua construção. Uso da lingua-gem figurada, poética, afetiva, sugestiva, denota-tiva e metafórica, com fuga das formas comuns. Procura atrair pela estética, pela beleza. Valori-za-se a combinação das palavras.Exemplo:

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b) Função Referencial ou denotativa – É cen-trada na informação, no referente. Transmite um dado da realidade com linguagem objetiva, direta e denotativa. É usada em matérias jornalísticas.

Certamente a mais comum e mais usada no dia a dia, a função referencial ou informativa, tam-bém chamada denotativa ou cognitiva, privilegia o contexto. Ela evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a linguagem da comunicação. Faz referência a um contexto, ou seja, a uma in-formação sem qualquer envolvimento de quem a produz ou de quem a recebe. Sua intenção é uni-camente informar. É a linguagem das redações escolares, principalmente das dissertações, das narrações não-fictícias e das descrições objeti-vas. Caracteriza também o discurso científico, o jornalístico e a correspondência comercial.Exemplo:

c) Função Apelativa ou Conativa – É centrada no interlocutor (receptor) e tem como objetivo influ-enciar seu comportamento. Os verbos aparecem no imperativo e também são utilizados vocativos.

A função conativa é aquela que busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um apelo ou uma ordem. Pode revelar uma vontade (“Por favor, eu gostaria que você se retirasse.”), ou imperativa, que é a característica fundamental da propaganda. Exemplo:

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d) Função Emotiva ou Expressiva – O foco dessa função é o próprio emissor, que revela opiniões e emoções na primeira pessoa do singular.

Quando há ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão direta de suas emoções e atitudes, temos a função emotiva, também chamada ex-pressiva. Ela é linguisticamente representada por interjeições, adjetivos, signos de pontuação tais como exclamações, reticências.

As canções populares amorosas, as nove-las e qualquer expressão que deixe transparecer o estado emocional do emissor também perten-cem à função emotiva.

Exemplos:

e) Função Fática – Tem por objetivo iniciar, pro-longar ou encerrar um contato. Se a ênfase está no canal, para checar sua recepção ou para man-ter a conexão entre os falantes, temos a função fática.

f) Função Metalinguística – Concentra-se no texto (código) e utiliza-o para falar dele mesmo.

A função metalinguística é a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. Um livro convertido em filme apresenta um proces-so de metalinguagem, uma pintura que mostra o próprio artista executando a tela, um poema que fala do ato de escrever, um conto ou romance

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que discorre sobre a própria linguagem etc. são igualmente metalinguísticos. O dicionário é met-alinguístico por excelência.Exemplos:

RESUMINDO 16- A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e a estética do racismo.Resumo: Este artigo tem por finalidade discutir a representação da população negra, especial-mente da mulher negra, em imagens de produtos de beleza presentes em comércios do nordeste goiano. Evidencia-se que a presença de es-tereótipos negativos nessas imagens dissemina um imaginário racista apresentado sob a forma de uma estética racista que camufla a exclusão e normaliza a inferiorização sofrida pelos (as) negros (as) na sociedade brasileira. A análise do material imagético aponta a desvalorização es-tética do negro, especialmente da mulher negra, e a idealização da beleza e do branqueamento a serem alcançados por meio do uso dos produtos apresentados. O discurso midiático-publicitário dos produtos de beleza rememora e legitima a prática de uma ética racista construída e atuante no cotidiano. Frente a essa discussão, sugere-se que o trabalho antirracismo, feito nos diversos espaços sociais, considere o uso de estratégias para uma “descolonização estética” que empo-dere os sujeitos negros por meio de sua valori-zação estética e protagonismo na construção de uma ética da diversidade.Palavras-chave: Estética, racismo, mídia, edu-cação, diversidade.SANT’ANA, J. A imagem da negra e do negro em produtos de bele-

za e a estética do racismo. Dossiê: trabalho e educação básica.

Margens Interdisciplinar. Versão digital. Abaetetuba, n.16,jun. 2017

(adaptado).

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O cumprimento da função referencial da lingua-gem é uma marca característica do gênero re-sumo de artigo acadêmico. Na estrutura desse texto, essa função é estabelecida pela:A) impessoalidade, na organização da objetivi-

dade das informações, como em “Este artigo tem por finalidade” e “Evidencia-se”.

B) seleção lexical, no desenvolvimento sequen-cial do texto, como em “imaginário racista” e “estética do negro”.

C) metaforização, relativa à construção dos sen-tidos figurados, como nas expressões “de-scolonização estética” e “discurso midiáti-co-publicitário”.

D) nominalização, produzida por meio de proces-sos derivacionais na formação de palavras, como “inferiorização” e “desvalorização”.

E) adjetivação, organizada para criar uma termi-nologia antirracista, como em “ética da diver-sidade” e “descolonização estética”.

COMENTÁRIO: A função referencial tem como foco o contexto de produção da mensagem, além de ter como forma a objetividade da lin-guagem. O texto pode ser considerado referen-cial pelo uso da linguagem denotativa. Alterna-tiva A.

17-As atrizes

NaturalmenteEla sorriaMas não me dava trelaTrocava a roupaNa minha frenteE ia bailar sem mais aquelaEscolhia qualquer umLançava olharesDebaixo do meu narizDançava coladaEm novos paresCom um pé atrásCom um pé a fim–Surgiram outrasNaturalmenteSem nem olhar a minha Cara

Tomavam banhoNa minha frentePara Sair com outro caraPorém nunca me importeiCom tais amantes(…)com tantos filmesNa minha menteÉ natural que toda atrizPresentemente representeMuito para mim

CHICOBUARQUE Carioca, Rio de Janeiro Biscoito

Fino, 2006 (fragmento)

Na Canção, Chico Buarque trabalha uma de-terminada função da linguagem para marcar a subjetividade do eu lírico ante as atrizes que ele admira. A intensidade dessa admiração está mar-cada em:A) “Naturalmente. Ela sorria/ Mas não me dava

trela”B) “Tomavam banho/ Na minha frente/ Para sair

com outro Cara”.C) “Surgiram outras Naturalmente/ Sem nem ol-

har a minha Cara”.D) “Escolhia qualquer um/Lançava olhares / De-

baixo do meu nariz”.E) “É natural que toda atriz Presentemente repre-

sente/ Muito para mim”.

COMENTÁRIO: A marca de subjetividade en-contra-se no emprego da 1ª pessoa (eu poético/ eu lírico) e na emoção manifesta na expressão “muito para mim”, configurando a função emoti-va. Alternativa E.

18-Ler não é decifrar, como num jogo de ad-ivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não prevista.

(LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do

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mundo. São Paulo: Ática, 1993)

Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto:A) ressaltar a importância da intertextualidade.B) propor leituras diferentes das previsíveis.C) apresentar o ponto de vista da autora.D) discorrer sobre o ato da leitura.E) focar a participação do leitor.

COMENTÁRIOS: O texto utilizado na questão é metalinguístico, pois explica o ato da leitura, ou seja, usa-se aquela função que serve para dar explicações ou tornar a informação ainda mais precisa. Alternativa D.

19-TEXTO IFundamentam-se as regras da Gramática Nor-mativa nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou.

LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portu-

guesa, Rio de Janeiro José Olympio, 1989

TEXTO IIGosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sere-ias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim in-teresse de nenhuma espécie – nem sequer men-tal ou de sonho -, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim Cria ritmos Verbais, ou a escuta de Outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao ven-to, num delírio passivo de coisa movida.

PESSOA, F. O livro do desassossego São Paulo

Brasiliense, 1986

A linguagem cumpre diferentes funções no pro-cesso de comunicação. A função que predomina

nos textos I e II:A) destaca o “como” se elabora a mensagem,

Considerando-se a seleção, Combinação e sonoridade do texto.

B) Coloca o foco no “Com o quê” se constrói a mensagem, sendo o código utilizado o seu próprio objeto.

C) focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando seu posicionamento e suas im-pressões pessoais.

D) O orienta-se no “para quem” se dirige a men-sagem, estimulando a mudança de seu com-portamento.

E) enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apre-sentada com palavras precisas e objetivas.

COMENTÁRIO: O texto I trata das regras da Gramática Normativa na obra de grandes escri-tores. Já o texto II, de Fernando Pessoa, revela a emoção ao se fazer a leitura de grandes es-critores “os retornos verbais”, “na sua fria per-feição de engenharia sintática, me faz tremer ...”. Essas características fazem os textos serem considerados metalinguísticos, uma vez que o código utiliza seu próprio objeto. Alternativa B.

20- Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de cinema e teatros para curtir, em maior intensidade, as atrações em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-che-gado ao Brasil e disponível para os sistemas operacionais iOS (Apple) ou Android (Google). Ao ser conectado à rede wi-fi de cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio que descreve o que ocorre na tela ou no palco com o espetáculo em andamento: o usuário, então, pode ouvir a nar-ração em seu celular.

O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Carlos III, em Madri. “Na Es-panha, 200 salas de cinema já oferecem o recur-so e filmes de grandes estúdios já são exibidos com o recurso do Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a tecnologia para o país. “No Brasil, já fechamos parceria com a São Paulo Companhia de Dança para adaptar os espetácu-

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los deles! Isso já é um avanço. Concorda?”Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em:

25 jun.2014 (adaptado).

Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do emissor, a linguagem apresenta funções diferentes. Nesse fragmen-to, predomina a função referencial da linguagem, porque há a presença de elementos que:A) buscam convencer o leitor, incitando o uso do

aplicativo.B) definem o aplicativo, revelando o ponto de vis-

ta da autora.C) evidenciam a subjetividade, explorando a en-

tonação emotiva.D) expõem dados sobre o aplicativo, usando lin-

guagem denotativa.E) objetivam manter um diálogo com o leitor,

recorrendo a uma indagação.

COMENTÁRIO: A função referencial é chamada de denotativa porque tem por objetivo informar. Alternativa D.

8- DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Denotação – é o sentido literal, objetivo da pa-lavra. Costuma-se dizer que é o sentido do di-cionário e objetiva transmitir uma mensagem ao receptor de forma objetiva e clara, evitando equívocos na interpretação e desempenhando uma função estritamente prática e utilitária. Por essas razões, esse tipo de linguagem é muito uti-lizado em textos referenciais, informativos.

Conotação – é o uso de palavras no sentido fig-urado, ou seja, que podem ter diferentes signifi-cados de acordo com o contexto. Assim, textos construídos utilizando conotações requerem maior habilidade de interpretação. Por isso, esse tipo de linguagem é própria de textos emotivos, poéticos e conativos.

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21-

O humor presente na tirinha decorre principal-mente do fato de a personagem MafaldaA) atribuir, no primeiro quadrinho, poder ilimitado

ao dedo indicador.B) considerar seu dedo indicador tão importante

quanto o dos patrões.C) atribuir, no primeiro e no último quadrinhos, um

mesmo sentido ao vocábulo “indicador”.D) usar corretamente a expressão “indicador de

desemprego”, mesmo sendo criança.E) atribuir, no último quadrinho, fama exagerada

ao dedo indicador dos patrões.

COMENTÁRIO: Mafalda faz uma analogia entre o uso do dedo indicador, que metaforicamente é símbolo de autoritarismo, e um elemento da análise da situação econômica de um país, o indicador de desemprego. Ela atribuiu um mes-mo sentido ao vocábulo “indicador”, embora ele possa ser empregado com diferentes significa-dos de acordo com o contexto. Alternativa C.

9- FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras de linguagem são recursos estilísticos utilizados no nível dos sons, das palavras, das estruturas sintáticas ou do significado para dar maior valor expressivo à linguagem. → Figuras sonorasEm contextos diferentes, os falantes sentem a necessidade de explorar sons para produzir feitos de sentido. O uso mais frequente de alguns desses efeitos sonoros fez com que passassem a designar figuras de linguagem específicas.

A) Onomatopeia - palavras especiais criadas para representar sons específicos (“vozes” de animais, ruídos associados a determinadas emoções e comportamentos humanos, barulhos da nature-za, etc.).

B) Aliteração - repetição de um mesmo som con-sonantal.

Segue o seco[...] A boiada secaNa enxurrada secaA trovoada secaNa enxada seca

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Segue o seco sem sacar que o caminho é secosem sacar que o espinho é secosem sacar que seco é o Ser SolSem sacar que algum espinho seco secaráE a água que sacar será um tiro secoE secará o seu destino secará [...]Brown, Carlinhos e Monte, Marisa. Segue o seco.

Disponível em: <http://marisa-monte.letras.terra.

com.br/letras/47294/>. Acesso em: 8 dez. 2005.

C) Assonância - repetição de sons vocálicos.

Sugar Cane Fields Forever[...] Sou um mulato nato

No sentido latoMulato democrático do litoral [...]

Veloso, Caetano. Sugar Cane Fields Forever. Disponível em: <www.

caetanoveloso.com.br>. Acesso em: 8 dez. 2005.

D) Paronomásia - semelhança sonora e gráfica entre palavras de significados distintos (parôn-imos). Exemplo: eminente (superior) / iminente (prestes a acontecer, próximo).

Menina, amanhã de manhã(o sonho voltou)[...] Menina, a felicidadeé cheia de graçaé cheia de lataé cheia de praçaé cheia de traça.Menina, a felicidadeé cheia de panoé cheia de penaé cheia de sinoé cheia de sono.Menina, a felicidadeé cheia de anoé cheia de Enoé cheia de hinoé cheia de ONU.[...]Tom Zé e Perna. Menina, amanhã de manhã (o

sonho voltou). In: ________ et al. Aquela canção:

12 contos para 12 músicas. São Paulo: Publifolha,

2005. p. 154. (Fragmento adaptado).

→ Figuras de palavraQuando usamos uma palavra em um contexto pouco esperado, ela pode adquirir um novo sen-tido. Alguns deslocamentos de contexto são tão frequentes na língua, que passaram a ser recon-hecidos como recursos de estilo chamados de figuras de palavra.

A) Metonímia

A metonímia ocorre quando uma palavra é uti-lizada em lugar de outra, para designar algo que mantém uma relação de “proximidade” (contigui-dade) com o referente da palavra substituída.

Há várias situações em que isso pode ocor-rer. Algumas das relações que levam a um uso metonímico de alguma palavra ou expressão ocorrem quando se toma:• a parte pelo todo: Ele tem duzentas cabeças de

gado em sua fazenda.• o continente pelo conteúdo: João é bom de

garfo.• o autor pela obra: Sempre que tenho alguma

dúvida, recorro ao Houaiss.• a marca pelo produto: Você me empresta o du-

rex?

B) Antonomásia ou perífrase - identificação de

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uma pessoa não por seu nome, mas por uma característica ou atributo que a distingue das demais. Exemplo: Castro Alves, o Poeta dos Es-cravos.

C) Comparação (símile) - quando elementos de universos diferentes são aproximados por meio de um termo específico (como, feito, tal qual, qual, assim como, tal, etc.).

D) Metáfora – É uma comparação sem o elemen-to comparativo.

E) Catacrese - na falta de uma palavra específica para designar determinado objeto, utiliza-se uma outra a partir de alguma semelhança conceitual.

→ Figuras de sintaxe (ou de construção)Nem sempre os textos apresentam frases estru-turadas do modo esperado. É frequente ocorre-rem inversões, omissões e repetições que levam a uma maior expressividade. As alterações inten-cionais das estruturas sintáticas são chamadas de figuras de sintaxe.

A) Elipse - sempre que o termo omitido puder ser identificado a partir do contexto criado pelo texto, tem-se uma figura de sintaxe denominada elipse.

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B) Zeugma - ocorre quando o termo omitido em um enunciado foi utilizado anteriormente.

C) Polissíndeto - coordenação de vários termos da oração por meio de conjunções, especial-mente as aditivas (e, nem).

[...] Comíamos. Como uma horda de seres vivos, cobríamos gradualmente a terra. Ocupados como quem lavra a existência, e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre, e come. Lispector, Clarice. A repartição dos pães. Felicidade

clandestina.

Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 90. (Fragmento).

D) Pleonasmo - o desejo de enfatizar uma ideia leva à utilização de palavras ou expressões que, à primeira vista, pareceriam desnecessárias.

“Vi, claramente visto, o lume vivo”Camões, Luís Vaz de. Canto quinto. Os lusíadas.

Belo Horizonte: Itatiaia, 1990. p. 193. (Fragmento).

→ Figuras de pensamentoAlém do trabalho com a linguagem nos níveis sonoro, lexical e sintático, também temos a pos-sibilidade de provocar alterações no plano do significado (semântico). Quando manipulamos intencionalmente o sentido das palavras e ex-pressões criamos figuras de pensamento.

A) Hipérbole – é um exagero.

B) Eufemismo – uso de termos que atenuam pa-lavras ou expressões desagradáveis.

C) Prosopopeia – atribuir características hu-manas a animais e objetos inanimados.

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(ascendente ou descendente), surge a figura de pensamento chamada gradação.

G) Ironia – Consiste no emprego de uma palavra ou expressão com sentido diferente e até con-trário ao habitual. Geralmente provoca um humor sutil.

D) Antítese - associação de ideias contrárias, por meio de palavras ou enunciados de sentido oposto

E) Paradoxo - associação de termos contraditóri-os, inconciliáveis, a fim de criar um novo sentido.

A diferença entre a antítese e o paradoxo pode ser constatada quando observamos que os ter-mos contraditórios, no paradoxo, referem-se a uma mesma ideia. No caso da antítese, temos duas ideias que se opõem.

F) Gradação - Quando criamos uma sequência de palavras ou expressões criando uma progressão

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22-O nome do inseto pirilampo (va-ga-lume) tem uma interessante cer-tidão de nascimento. De repente, no fim do século XVII, os poetas de Lisboa repararam que não podiam cantar o inseto luminoso, apesar de ele ser um manancial de metáforas, pois possuía um nome “indecoroso” que não podia ser “usado em papéis sérios”: caga-lume. Foi então que o dicionarista Raphael Bluteau inven-tou a nova palavra, pirilampo, a partir do grego pyr, significando “fogo”, e lampas, “candeia”.(FERREIRA, M.B. Caminhos do português: ex-

posição comemorativa do ano europeu das lín-

guas. Portugal: Biblioteca Nacional, 2001)

O texto descreve a mudança ocorrida na no-meação do inseto, por questões de tabu linguísti-co. Esse tabu diz respeito à:A) recuperação histórica do significado.B) ampliação do sentido de uma palavra.C) produção imprópria de poetas portugueses.D) denominação científica com base em termos

gregos.E) restrição ao uso de um vocábulo pouco aceito

socialmente.

COMENTÁRIO: Ao utilizar a expressão “tabu linguístico” no enunciado e “vocábulo pouco aceito socialmente” em uma das alternativas, usa-se o eufemismo. Esse recurso linguístico tem por objetivo suavizar uma mensagem que pode ser vista como desagradável. Um out-ro ponto que aparece na questão – ainda que muito sutilmente – é a variação histórica da língua portuguesa. Toda língua natural modifi-ca-se com o tempo: mudam o modo de falar, a maneira de estruturar as frases, o vocabulário e, muitas vezes, o significado das palavras. Al-ternativa E.

23-Em casa, Hideo ainda podia seguir fiel ao imperador japonês e às tradições que trouxera no navio que aportara em Santos. […] Por isso Hideo exigia que, aos domingos, todos estives-sem juntos durante o almoço. Ele se sentava à cabeceira da mesa; à direita, ficava Hanashiro, que era o primeiro filho, e Hitoshi, o segundo, e à esquerda, Haruo, depois Hiroshi, que era o mais novo. […] A esposa, que também era mãe, e as filhas que também eram irmãs, aguardavam de pé ao redor da mesa […]. Haruo rec-lamava, não se cansava de reclamar: que se sentassem também as mul-heres à mesa, que era um absurdo aquele costume. Quando se casa-sse, se sentariam à mesa a esposa e o marido, um em frente ao outro, porque não era o homem melhor do que a mulher para ser o primeiro […]. Elas seguiam de pé, a mãe um pouco cansada dos protestos do filho, pois o momento do almoço era sagrado, não era hora de levantar bandeiras inúteis […].(NAKASATO, O. Nihonjin. São Paulo: Benvirá, 2011)

Referindo-se a práticas culturais de origem nipônica, o narrador registra as reações que elas provocam na família e mostra um contexto em que:

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A) a obediência ao imperador leva ao prestígio pessoal.B) as novas gerações abandonam seus antigos hábitos.C) a refeição é o que determina a agregação fa-miliar.D) os conflitos de gênero tendem a ser neutral-izados.E) o lugar à mesa metaforiza as relações de poder.

COMENTÁRIO: De acordo com a narrativa, na sociedade japonesa, mulheres exercem função social inferior à dos homens. Isso é demonstra-do por meio da descrição de uma cena em que o pai e os filhos fazem a refeição primeiro. A metáfora é uma figura de linguagem descrita nas gramáticas como a “transferência de um termo para uma esfera de significação que não é a sua, em virtude de uma comparação im-plícita”. O fragmento apresentado na questão apresenta metaforicamente, simbolicamente as relações de poder entre homens e mulheres naquela cultura. Alternativa E.

24- Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de problemas sociais, entre os quais o da violência sexual infantil. Nesse sentido, a propaganda usa a metáfora do pesadelo para:

A) informar crianças vítimas de violência sexual sobre os perigos dessa prática, contribuindo para erradicá-la.

B) denunciar ocorrências de abuso sexual contra

meninas, com o objetivo de colocar crimino-sos na cadeia.

C) dar a devida dimensão do que é abuso sexual para uma criança, enfatizando a importância da denúncia.

D) destacar que a violência sexual infantil pre-domina durante a noite, o que requer maior cuidado dos responsáveis nesse período.

E) chamar a atenção para o fato de o abuso in-fantil durante o sono, sendo confundido por algumas crianças com um pesadelo.

COMENTÁRIO: O recurso expressivo foi explic-itado no enunciado da questão: metáfora. A fig-ura de linguagem é utilizada de duas maneiras: por meio do texto verbal (“… Pesadelo chega an-tes do sono”) e do texto não verbal (o monstro disforme usado como ilustração). Alternativa C.

25-Quem procura a essência de um con-to no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um erro: é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno que fica entre o texto e seu leitor.OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras,

2005 (fragmento).

A progressão temática de um texto pode ser es-truturada por meio de diferentes recursos coe-sivos, entre os quais se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois pontos carac-teriza uma operação textual realizada com a fi-nalidade de:A) comparar elementos opostos.B) relacionar informações gradativas.C) intensificar um problema conceitual.D) introduzir um argumento esclarecedor.E) assinalar uma consequência hipotética.

COMENTÁRIO: Os dois pontos realmente abrem um esclarecimento sobre o primeiro período, funcionando como uma explicação sobre onde procurar a essência da obra. Alternativa D

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intenções comunicativas semelhantes. Cada gênero textual pode ser diferenciado visual-mente ou em conteúdo por suas características. Algumas delas são a situação, o assunto, a lin-guagem e o papel dos interlocutores. Por exemplo, uma notícia e uma reportagem são gêneros textuais com intenções comunicativas próximas. Contudo, uma anedota e um manual de instruções possuem intenções comunicativas muito diferentes.Não é possível definir quantos gêneros textuais existem, até porque eles vão surgindo com as nossas necessidades de comunicação. Por isso, abaixo, segue uma tabela que ilustra os tipos tex-tuais (grandes grupos com características espe-cíficas) e os principais gêneros textuais (grupos com maiores especificidades dentro dos tipos textuais).

26-Dia 20/10

É preciso não beber mais. Não é pre-ciso sentir vontade de beber e não beber: é preciso não sentir vontade de beber. É preciso não dar de com-er aos urubus. É preciso fechar para balanço e reabrir. É preciso não dar de comer aos urubus. Nem esper-anças aos urubus. É preciso sacudir a poeira. É preciso poder beber sem se oferecer em holocausto. É preciso. É preciso não morrer por enquanto. É preciso sobreviver para verificar. Não pensar mais na solidão de Rogério e deixá-lo. É preciso não dar de com-er aos urubus. É preciso enquanto é tempo não morrer na via pública.TORQUATO NETO. In: MENDONÇA, J. (Org.) Poe-

sia (im)popular brasileira. São Bernardo do Campo:

Lamparina Luminosa, 2012.

O processo de construção do texto formata uma mensagem por ele dimensionada, uma vez que:A) configura o estreitamento da linguagem poéti-

ca.B) reflete as lacunas da lucidez em descon-

strução.C) projeta a persistência das emoções reprimidas.D) repercute a consciência da agonia antecipada.E) revela a fragmentação das relações humanas.

COMENTÁRIO: A repetição regular da frase “é preciso”, característica da figura de linguagem anáfora, reforça a ideia da agonia vivida pelo eu poético antes da morte. Alternativa D.

10-GÊNEROS TEXTUAISOrais ou escritos, os textos, mesmo diferentes entre si, podem apresentar pontos convergentes. São essas relações de diferenças e semelhan-ças que moldam os diferentes gêneros textuais. Assim, os gêneros textuais podem ser definidos como as diferentes formas de linguagem em-pregadas em textos. Isso se configura em man-ifestações socialmente reconhecidas, as quais exercem funções sociais específicas e alcançam

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27-FILHA DO COMPOSITOR PAULO LEMINS-

KI LANÇA DISCO COM SUAS CANÇÕES“Leminskanções” dá novos arranjos a 24 composições do poeta Frequentemente, a cantora e composta Estrela Ruiz é ques-tionada sobre a influência da poesia de seu pai, Paulo Leminski, na música que ela pro-duz. “A minha infância foi música, música, música”, responde veementemente, lem-brando que, antes de poeta, Leminski era compositor. Estrela frisa a faceta musical do pai em Leminskanções. Duplo, o álbum somo Essa noite vai ter sol, com 13 com-posições assinadas apenas por Leminski, e Se nem for terra, se transformar, que tem 11 parcerias com nomes como sua mulher, Alice Ruiz, com quem compôs uma única faixa, Itamar Assumpção e Moraes Moreira.BOMFIM, M. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br.

Acesso em: 2 ago. 2014. Adaptado.

Os gêneros textuais são caracterizados por meio de seus recursos expressivos e suas intenções comunicativas. Esse texto enquadra-se no gêne-ro:A) biografia, por fazer referência à vida da artista.B) relato, por trazer o depoimento da filha do ar-

tista.

C) notícia, por informar ao leitor sobre o lança-mento do disco.

D) resenha, por apresentar as características do disco.

E) reportagem, por abordar peculiaridades sobre a vida da artista.

COMENTÁRIO: O texto em análise visa a apresentar informações acerca do lançamento do álbum “Leminskanções”. É, portanto, uma notícia. Alternativa C.

28-MAIS BIG DO QUE BANG

A comunidade científica mundial recebeu, na semana passada, a confirmação oficial de uma descoberta sobre a qual se falava com enorme expectativa há alguns meses. Pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian revelaram ter obtido a mais forte evidência até agora de que o universo em que vivemos começou mesmo pelo Big Bang, mas este não foi explosão, e sim uma súbita expansão de matéria e energia infinitas concentradas em um pon-to microscópico que, sem muitas opções semânticas, os cientistas chamaram de “singularidade”. Essa semente cósmica permanecia em estado latente e, sem que exista ainda uma explicação definitiva, começou a inchar rapidamente […]. No in-tervalo de um piscar de olhos, por exemplo, seria possível, portanto, que ocorressem mais de 10 trilhões de Big Bang.ALLEGRETTI, F. Mais do que big bang. In.: Veja, 26 mar.

2014. Adaptado.

No título proposto para esse texto de divulgação científica, ao dissociar os elementos da ex-pressão Big Bang, a autora revela a intenção de:A) evidenciar a descoberta recente que compro-

va a explosão de matéria e energia.B) resumir os resultados de uma pesquisa que

trouxe evidências para a teoria do Big Bang.C) sintetizar a ideia de que a teoria da expansão

de matéria e energia substitui a teoria da ex-plosão.

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D) destacar a experiência que confirma uma in-vestigação anterior sobre a teoria de matéria e energia.

E) condensar a conclusão de que a explosão de matéria e energia ocorre em um ponto mi-croscópio.

COMENTÁRIO: No título do artigo de divul-gação científica em análise, o locutor refuta a ideia de explosão [“mais do que”] e apresenta a tese, confirmada no texto, segundo a qual a criação do universo deu-se por intermédio de uma enorme e rápida expansão de matéria. Al-ternativa C.

29-

Campanhas de conscientização para o diag-nóstico precoce do câncer de mama estão pre-sentes no cotidiano das brasileiras, possibilitando maiores chances de cura para a paciente, em es-pecial se a doença for detectada precocemente. Pela análise dos recursos verbais e não verbais dessa peça publicitária, constata-se que o car-taz:A) promove o convencimento do público femini-

no, porque associa as palavras “prevenção” e “conscientização.

B) busca persuadir as mulheres brasileiras, valen-

do-se do duplo sentido da palavra “tocar”.C) objetiva chamar a atenção para um assunto

evitado por mulheres mais velhas.D) convence a mulher a se engajar na campanha

e a usar o laço rosa.E) mostra a seriedade do assunto, evitado por

muitas mulheres.

COMENTÁRIO: Esta é uma peça publicitária que visa a convencer as mulheres a se preve-nirem contra o câncer de mama. Um dos princi-pais recursos a serviço dessa intencionalidade é o uso polissêmico da forma verbal “tocar” que tanto se refere ao autoexame [referendado pela imagem da mão sobre o seio] quanto à neces-sidade de se falar acerca do tema “prevenção contra o câncer de mama”. Alternativa B.

30- A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúr-bio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler. A vida ao redor é a pseudor-realidade criada em torno do culto a Hitler na Se-gunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto — e raro — de crítica e de público.

Disponível em: www.odevoradordelivros.com.

Acesso em: 24 jun. 2014.

Os gêneros textuais podem ser caracterizados, dentre outros fatores, por seus objetivos. Esse fragmento é um(a):A) reportagem, pois busca convencer o interlocu-

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tor da tese defendida ao longo do texto.B) resumo, pois promove o contato rápido do

leitor com uma informação desconhecida.C) sinopse, pois sintetiza as informações rele-

vantes de uma obra de modo impessoal.D) instrução, pois ensina algo por meio de expli-

cações sobre uma obra específica.E) resenha, pois apresenta uma produção intelec-

tual de forma crítica.

COMENTÁRIO: O objetivo discursivo do texto em análise é apresentar criticamente um texto (“A menina que roubava livros”, de Markus Zu-sak). Para tanto, o locutor descreve algumas partes do enredo e opina sobre algumas pas-sagens. Assim, constrói um resumo comenta-do, ou seja, uma resenha. Alternativa E.

11- GRAMÁTICA

→ Pronomes

- Pronomes pessoais: caso reto e caso oblíquo

- Pronomes demonstrativos

- Pronomes relativos

- Colocação pronominal

Palavra atrativa – palavra negativa, pro-nome relativo, pronome demonstrativo, pronome interrogativo, conjunção subordi-nativa.

→ Articuladores textuais / Operadores argumen-tativos1. ADIÇÃO, SEQUÊNCIA: e, nem, não só..., mas

...também, não só, como também, mais ainda, além disso, ademais, outrossim, ainda mais, também.

2. OPOSIÇÃO, CONCESSÃO: mas, porém, con-tudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, ainda que, mesmo que, apesar de [que], pelo contrário, em contraste, por outro lado, salvo.

3. CONCLUSÃO: portanto, dessa forma, desse modo, por tudo isso, com tudo isso, assim, em vista disso, então.

4. CAUSA, EXPLICAÇÃO E CONSEQUÊNCIA: porque, já que, como, posto que, uma vez que, devido a, porquanto, pois, senão, em virtude de, como desdobramento, consequentemente, por consequência, por conseguinte.

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5. TEMPO, PROPORÇÃO: quando, enquanto, du-rante, assim que, logo [que], depois, imediata-mente, afinal, hoje, frequentemente, constan-temente, às vezes, à medida que, à proporção que.

6. CONDIÇÃO, HIPÓTESE: se, caso, desde que, eventualmente, contanto que, exceto se, a menos que, a não ser que, senão,

7. COMPARAÇÃO E CONFORMIDADE: como, conforme, consoante, segundo, de acordo com, assim como, [mais,menos] do que, da mesma forma, analogamente, tal qual, tanto...quanto, segundo que, como se.

8. CERTEZA, ASSEVERAÇÃO: sem dúvida, certamente, realmente, visivelmente, notoria-mente, é sabido que, evidentemente, sabida-mente, com certeza, necessariamente, defini-tivamente, incontestavelmente, é claro que, é óbvio que.

9. NECESSIDADE: convém, é necessário, é dev-er, é preciso, urge, é urgente, é imperioso, nec-essariamente.

10. FINALIDADE, INTENÇÃO: para [que], a fim de [que], com vistas a, com o propósito de, com o intuito de, de modo que, de forma que, de ma-neira que, de sorte que.

11. DÚVIDA, QUASE ASSEVERAÇÃO: talvez, quiçá, é provável, provavelmente, é provável que, não é certo.

12. ILUSTRAÇÃO, ESCLARECIMENTO: por ex-emplo, a saber, isto é, quer dizer, em outras pa-lavras, ou seja.

13. PARA APRESENTAR IDEIA: de início, em pri-meiro lugar, primeiramente, por um lado.

14. PARA CONTINUAR COM O MESMO ASSUN-TO: de fato, da mesma forma, além disso, do mesmo modo, com efeito, é importante ressal-tar que.

15. PARA MUDAR DE ASSUNTO: por outro lado, no que diz respeito a, quanto a, acerca de, no que se refere a.

16. PARA ORDENAR E DISTINGUIR: em primeiro lugar, em segundo lugar, primeiramente, segui-damente por, um lado, por outro lado.

17. PARA DAR DETALHES OU PORMENORIZAR: em suma, em resumo, em poucas palavras, re-capitulando, sucintamente.

18. PARA APRESENTAR OPINIÃO: é possível

afirmar que, é certo que, é inegável que, pode-se afirmar que, é certo afirmar que, é relevante ressaltar que.

19. PARA DISCORDAR OU REFUTAR: é impor-tante ressaltar, porém, não é conveniente afir-mar, tal julgamento não parece.

→ Palavras de opinião [modalizadores] podem reforçar sua linha argumentativa:1. ADVÉRBIOS E ADJETIVOS TOMADOS NO

GRAU COMPARATIVO - tão... quanto, tanto... quanto, mais (do) que, menos (do) que...

Ex: O direito à informação é tão importante quan-to a liberdade de expressão.

2. VERBOS QUE DENOTAM CERTEZA/DÚVIDA - é certo, é provável, parece, não há dúvidas...

Ex: É certo que opiniões devem ser comprovadas na dissertação.

3. VERBOS QUE DENOTAM DESEJO/VONTADE - é desejável

Ex: intertextualidade na dissertação do ENEM é mais do que desejável.

4. VERBOS QUE DENOTAM RECONHECIMEN-TO DE NECESSIDADE - é necessário, faz-se necessário, é imperioso, é urgente...

Ex: Por tudo isso, é necessário que a sociedade se mobilize com vistas a…

5. NUMERAIS QUE RELATIVIZAM, ESCALO-NAM, RESTRINGEM - perto de, mais de, ape-nas [numeral]...

Ex: Cerca de 25% dos infartos podem ser preve-nidos pela ingestão de aspirina.

6. ADVÉRBIOS DE ASSEVERAÇÃO (CERTEZA) - realmente, evidentemente, naturalmente, efe-tivamente, sem dúvida, de fato...

Ex: Na sociedade civilizada, discurso de ódio não deve ser proferido em hipótese alguma.

ADVÉRBIOS DE QUASE ASSEVERAÇÃO (DÚVIDA) - provavelmente, possivelmente, eventualmente, talvez, quase sempre...

Ex: Eventualmente o discurso do ódio vem acom-panhado de falta de instrução.

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7. ADVÉRBIOS QUE INDICAM DELIMITAÇÃO - de (por) um lado, na perspectiva de, em geral, socialmente, praticamente...

Ex: Por um lado, percebe-se que parte da socie-dade tende a…

8. ADVÉRBIOS QUE INDICAM OBRIGATORIE-DADE - necessariamente, obrigatoriamente...

Ex: Essa lei será necessariamente modificada.

→ Verbos

31- Essas moças tinham o vezo de afirmar o con-trário do que desejavam. Notei a singularidade quando principiaram a elogiar o meu paletó cor de macaco. Examinavam-no sérias, achavam o pano e os aviamentos de qualidade superior, o feitio admirável. Envaideci-me: nunca havia rep-arado em tais vantagens. Mas os gabos se pro-longaram, trouxeram-me desconfiança. Percebi afinal que elas zombavam e não me susceptibili-zei. Longe disso: achei curiosa aquela maneira de falar pelo avesso, diferente das grosserias a que me habituara. Em geral me diziam com franqueza que a roupa não me assentava no corpo, sobrava nos sovacos.

RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1994.

Por meio de recursos linguísticos, os textos mo-bilizam estratégias para introduzir e retomar ide-ias, promovendo a progressão do tema. No frag-mento transcrito, um novo aspecto do tema é introduzido pela expressão:A) “a singularidade”B) “tais vantagens”.C) “os gabos”.D) “Longe disso”.E) “Em geral”.

COMENTÁRIO: As três primeiras expressões destacadas (em itálico) no texto em análise são

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elementos de retomada. Veja: “a singularidade” = “afirmar o contrário daquilo que desejavam”; “tais vantagens” = “o pano e os aviamentos de qualidade superior, o feitio admirável”; e “os ga-bos” = as vantagens referidas anteriormente. Ao utilizar a sequência “Longe disso”, entretan-to, o locutor não realiza uma retomada, mas in-troduz uma avaliação da situação apresentada anteriormente = “achei curiosa aquela maneira de falar pelo avesso, diferente das grosserias a que me habituara” Por último, a expressão “em geral” serve para introduzir um exemplo das grosserias a que o narrador se habituara. Alter-nativa D.

32- Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de man-chas sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal — e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos vis-itava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó.

RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1988.

Num texto narrativo, a sequência de fatos con-tribui para a progressão temática. No fragmento, esse procedimento é indicado pela:A) alternância das pessoas do discurso que de-

terminam o foco narrativo.B) utilização de formas verbais que marcam tem-

pos narrativos variados.C) indeterminação dos sujeitos de ações que car-

acterizam os acontecimentos narrados.D) justaposição de frases que relacionam seman-

ticamente os acontecimentos narrados.E) recorrência de expressões adverbiais que or-

ganizam temporalmente a narrativa.

COMENTÁRIO: No fragmento, o narrador vale-se de três tempos verbais na construção de seu relato [pretérito perfeito do indicativo, pretéri-to imperfeito do indicativo e pretérito mais-que-perfeito do indicativo]. Por intermédio do

pretérito perfeito [surrou, pintou, deitaram, enrolaram, houve, condenou, afligiu, guardei], apresenta as ações transcorridas. Já com os pretéritos imperfeitos [distinguia, visitava], analisa tais eventos. Por último, com o pretérito mais-que-perfeito [ferira-me], indica a causa da agressão da mãe [irritada]. Alternativa B.

33- Para os chineses da dinastia Ming, talvez as favelas cariocas fossem lugares nobres e se-guros: acreditava-se por lá, assim como em boa parte do Oriente, que os espíritos malévolos só viajam em linha reta. Em vilelas sinuosas, por-tanto, estaríamos livres de assombrações maldi-tas. Qualidades sobrenaturais não são as únicas razões para considerarmos as favelas um mod-elo urbano viável, merecedor de investimentos infraestruturais em escala maciça. Lugares com conhecidos e sérios problemas, elas podem ser também solução para uma série de desafios das cidades hoje. Contanto que não sejam encaradas com olhar pitoresco ou preconceituoso. As fave-las são, afinal, produto direto do urbanismo mod-ernos e sua história se confunde com a formação do Brasil.

CARVALHO, B. A favela e sua hora. Piauí, n. 67, abr.

2012.

Os enunciados que compõem os textos en-cadeiam-se por meio de elementos linguísti-cos que contribuem para construir diferentes relações de sentido. No trecho “Em vielas sinuos-as, portanto, estaríamos livres de assombrações malditas”, o conector “portanto” estabelece a mesma relação semântica que ocorre em:A) “talvez as favelas cariocas fossem lugares no-

bres e seguros”.B) “acreditava-se por lá, assim como em boa par-

te do Oriente”.C) “elas podem ser também solução para uma

série de desafios das cidades hoje”.D) “Contanto que não sejam encaradas com olhar

pitoresco ou preconceituoso”.E) “As favelas são, afinal, produto direto do urban-

ismo moderno”.

COMENTÁRIO: O articulador “portanto” dá ideia de conclusão, fechamento de raciocínio, assim

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como “afinal”. Por isso, deve-se assinalar a al-ternativa “e”. Em tempo: “talvez” = dúvida; “as-sim como” = comparação; “também” = adição; e “contanto que” = condição.

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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS NO ENEM. Disponível em: <https://viacarreira.com/aposti-las-gratis-do-enem-em-pdf-baixe-e-estude/> Aces-so em 20/07/2019.

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