catequese e início da colonização

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Catequese e início da colonização Ana Paula da Silva Azevedo Cisane Bordin de Almeida Juliana Martins Rodrigues Sabrini Hoffman História da Educação Canoas, 2001

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Page 1: Catequese e início da colonização

Catequese e início da colonização

Ana Paula da Silva AzevedoCisane Bordin de AlmeidaJuliana Martins Rodrigues

Sabrini Hoffman

História da EducaçãoCanoas, 2001

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No Brasil

O A educação do início da colonização brasileira é extremamente vinculada aos rumos da política metropolitana portuguesa. Afinal, tudo o que se fazia na Colônia passava pelo crivo português, em todos os sentidos.

O A economia brasileira era vinculada as postulados da metrópole, que se preocupava em explorar produtos de rápido retorno comercial, como o pau-brasil e as chamadas drogas do sertão (cacau, castanhas, cravo, guaraná, etc...)

O Além disso, o Brasil permaneceu relativamente afastado dos ideais renascentistas que contagiaram a Europa, mas pouco impactaram o católico estado português.

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O início

O A colonização efetiva do país se deu a partir de 1530, com o estabelecimento das capitanias hereditárias. E para a exploração da terra, optou-se por um modelo de plantation, já em desuso na Europa, mas que garantia a supremacia dos interesses econômicos dos grandes proprietários.

O O tripé latifúndio/monocultura/escravidão, era ideal para designar a produção colonial do país. As industrias não eram permitidas, e os produtos eram mandados ao refino em outros países, como Inglaterra, Holanda e França.

O A economia colonial brasileira era um acessório, dependente dos comerciantes da metrópole.

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A primeira Missa no Brasil, por Victor Meirelles (1860).

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Paisagem com plantação (O Engenho), por Frans Post (1668).

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Chegada dosJesuítas

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Da história da Companhia de

Jesus

Fundada por Inácio de Loyola em 1534, para “desenvolver trabalho de acompanhamento hospitalar e missionário em Jerusalém, ou para ir aonde o papa nos enviar, sem questionar”.

Focados basicamente no trabalho ministerial e educacional.

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Da instalação

O Os primeiros jesuítas chegaram ao país juntamente com o primeiro governador-geral, Tomé de Souza, em 1594, liderados pelo padre Manoel da Nóbrega.

O Encontraram muitas dificuldades, como indígenas de língua e costumes desconhecidos bem como colonizadores afastados da família e muito tempo, endurecidos pela vida desregrada do novo mundo.

O Conhecidos por sua flexibilidade, na sua viagem da Bahia ao Sul, fundaram o Colégio de São Vicente, que futuramente daria origem a cidade de São Paulo.

O No período de 210 anos que permaneceram ativos no país, promoveram a catequização em massa dos índios, além de educarem filhos de colonos e zelarem pela vida moral destes no Brasil.

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José de Anchieta

Chega ao brasil com 19

anos, na segunda leva de

padre jesuítas. Torna-se

amigo íntimo de Manoel da

Nóbrega, que o deixa

responsável pelo Colégio de

São Vicente.

Foi o segundo europeu a

esquematizar um gramática

indígena, Artes de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil.

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Evangelho nas selvas, por Benedito Calixto (1893).

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Manoel da Nóbrega

Chamado por muitos de “político”, foi o responsável por organizar a estrutura de ensino colonial.

Além de uma produção literária considerável, deixou grande número de cartas, nas quais transparece vários episódios do início da história brasileira, ainda que sob o ponto de vista de um catequizador.

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Fase heroica:Catequese

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Juan Ginés de Sepúlveda defendia que eram “todos bárbaros em seus costumes e a maior parte por sua natureza sem letras nem prudência”; ao passo que o padre Las Casas dizia que antes “ este nome de bárbaros adequa-se a certos espanhóis que afligiram os índios, gente na verdade inocente e a mais mansa de todas”.

Como diz um ditado da época, ao olhos dos jesuítas, os índios eram inferiores, pois em sua línguas não havia F, L e nem R, e por isso eram ‘sem fé, sem lei e sem rei’.E foi justamente o contraste com o mundo novo que gerou uma contradição que aparece no embate “científico” pós-descobrimentos: o índio “bom”, nobre e guerreiro por natureza; e o índio “mau”, que é a personificação dos obstáculos para a criação da civilização no novo mundo.

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“Os jesuítas concebiam o ser humano como um ser dotado – por natureza – de uma personalidade inacabada e tosca, mas em eterna evolução, já que o corpo degenerava, mas a alma era eterna. Os índios foram, em razão desta concepção, considerados em um nível evolutivo ainda mais primário, mas por serem tidos como páginas em branco poderiam ser supostamente “preenchidas” com mais facilidade, tendo suas almas aprimoradas.” (Fleck, 2007)

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Hans Staden em cerimônia antropofágica - Ilustração do livro “Duas viagens ao Brasil”

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Guerreiro indígena a

Cavalo Jean Baptiste Debret

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A principal preocupação do jesuíta era apagar os traços do índio e civilizá-lo. Para tal, tentam conquistar o pajé ou torná-lo indigno aos olhos da tribo. Mas logo percebem que os mais jovens estão mais suscetíveis a tal influência, e a eles dedicam especial atenção. Os curumins (ou culumins), eram os prediletos dos padres.

Os curumins aprendiam a ler e a escrever ao lado dos filhos dos colonos, na esperança que tal contato fosse ‘benéfico’. Anchieta, por exemplo, usava recursos como teatro, música, poesia e diálogos em verso para atrair a atenção dos pequenos. Assim, eram iniciados na moral e na religião cristã.

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Anchieta e Nóbrega na cabana de Pindobuçu, Benedito Calixto (1927).

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Aos índios foram vetadas várias práticas, como a poligamia, a antropofagia, a embriagues e suas cantigas nativas – consideradas lascivas . Estas foram substituídas por cantos à Virgem e pelo incentivo ao casamento cristão, monogâmico. Aos poucos, sobressaía-se cada vez mais a visão de mundo cristã, que os convertia na figura humana ideal ao trabalho.

A chamada fase heroica da catequização vai de 1549 a 1570, data da morte de Manoel da Nóbrega. Nesse período, ainda há influência da gramática indígena, embora após esse início, a política portuguesa impõe com mais severidade o uso da língua da metrópole.

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As Missões

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Da organização

O Também denominados de reduções, os aldeamentos eram administrados por um ou dois jesuítas, contavam com até quatro mil indígenas e eram sempre construídos segundo um mesmo plano. O núcleo urbano de cada um dos Sete Povos distribuía-se em torno de uma praça central. No lado sul da praça alinhavam-se as oficinas, a escola, a igreja, o cemitério e a casa das viúvas e órfãos, o cotiguaçu.

O A escola era edificada em torno de um pátio central, com salas de aula, refeitório e cozinha, e estava destinada aos meninos que se alfabetizavam. Nas oficinas, os meninos aprendiam música e canto e dedicavam-se ao aprendizado de algum ofício.

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Da organização

O Atrás da igreja se estendiam o pomar e a horta, onde os meninos aprendiam técnicas agrícolas e eram produzidos os alimentos que sustentavam os doentes e as mulheres viúvas. As moradias dos Guarani se erguiam do outro lado da praça e eram de pedra, com muros de um metro de espessura e cobertos com telhas. O aldeamento contava ainda com uma portaria, uma hospedaria, capelas, uma prisão e um relógio de sol.

O Foi o fim do modo de vida nômade dos índios, e o início da agricultura e do trabalho especializado, organizado rigidamente pelos padres.

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Planta baixa da redução de Santo Ângelo

Reprodução da redução de Santo

Inácio

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Mapa Sete Povos das Missões e Colônia do Sacramento