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CASCAVEL
2011
Título: Leitura: oportunidade para formação de valores
Autor Lia Mara Moreira
Escola de Atuação Colégio Estadual Professor Victório Emanuel
Abrozino – Ensino Fundamental – Médio e Técnico
Município da escola Cascavel
Núcleo Regional de
Educação
Cascavel
Orientador Prof.ª Dr.ª Greice da Silva Castela
Instituição de Ensino
Superior
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Produção Didático-
pedagógica
Unidade Didática
Público Alvo Alunos de 8ª série do Ensino Fundamental
Localização
Colégio Estadual Professor Victório Emanuel
Abrozino – Ensino Fundamental – Médio e Técnico
Rua Francisco Bartinik, s/n - Parque Verde –
Cascavel
Apresentação:
O objetivo dessa ação pedagógica é contribuir no processo de formação do educando por meio da leitura reflexiva de textos de diferentes versões para adolescentes, do conto O Patinho Feio, de Hans Christian Andersen, explorando-os, interpretando-os, procurando retirar deles ensinamentos, não como doutrinação, mas como instrumento para oferecer meios, oportunidades, para desenvolver o senso crítico, estabelecer relações interpessoais que privilegiem a convivência, o respeito, a tolerância recíproca e outros valores. Tendo por base a perspectiva interacional de
leitura, apoiada na LDB (1996), nas DCE (2008), em LEFFA (1999), SOLÉ (1998) entre outros autores, esta Unidade Didática tem ainda o objetivo de trabalhar a caracterização do gênero textual conto de fadas, contribuindo para a compreensão do conto trabalhado, O Patinho Feio, fazendo a confrontação das diferentes versões, possibilitando a tomada de consciência e a criticidade em relação aos valores presentes nos textos e os difundidos na sociedade atual.
Palavras-chave: Conto de fadas; leitores críticos; valores.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
LIA MARA MOREIRA
UNIDADE DIDÁTICA
LEITURA: OPORTUNIDADE PARA FORMAÇÃO DE VALORES
CASCAVEL
2011
TEMA
Leitura de textos que contribuem para a formação de valores
OBJETIVO GERAL
Contribuir para formação de leitores críticos a partir da leitura de versões do conto
O Patinho Feio, evidenciando a formação de valores éticos como o respeito às
diferenças.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Possibilitar a confrontação de textos de diferentes versões da estória do
Patinho Feio;
Contribuir para compreensão do gênero textual trabalhado;
Refletir sobre a importância do autoconhecimento e da aceitação de si
mesmo e do outro;
Desenvolver posturas cotidianas que promovam a autoconfiança, a
motivação, a valorização da vida e das diferenças;
Possibilitar a tomada de consciência e a criticidade em relação aos valores
difundidos na sociedade atual.
APRESENTAÇÃO
Qual o conto infantil vem a sua lembrança quando alguém diz ―Era uma
vez...?‖
Todos temos na memória histórias ouvidas ou lidas na infância, que
deixaram marcas inesquecíveis de um tempo cheio de encantamento, de liberdade
para sonhar, de saberes e sabores que ainda hoje buscamos, mesmo sem ter total
consciência.
O ―Era uma vez...‖ nos remete a um mundo em que temos o poder de
transformar os obstáculos em conquistas; os sofrimentos em alegrias; as
frustrações em vitórias, despertando emoções humanas essenciais.
Hans Christian Andersen (1805-1875) conseguiu, de maneira singular,
representar nos seus contos, sentimentos ambivalentes, tão próprios do ser
humano. Mais precisamente no conto ―O Patinho Feio‖ (1844), Andersen, expressa
um pouco da sua própria desventura de viver, pois era considerado um menino feio
e desajeitado.
Apesar dos contos de fadas existirem desde que o homem adquiriu a fala e
ter sua origem na oralidade, tem características essenciais que não podem ser
modificadas, mesmo numa estrutura narrativa simples.
Características que fazem do conto um meio adequado para atualizar e
reinterpretar questões universais, enfatizando os opostos como o bem e o mal, o
bonito e o feio. Incorpora na moral da história normas de comportamento
destinadas a regular as relações entre os indivíduos.
O enredo, nos contos de fadas, apresenta dificuldades a serem superadas,
mistura o real e o fantástico, geralmente envolvendo magia, encantamento,
metamorfose. É comum as personagens serem reconhecidas por títulos ou
características que as identifiquem sem um nome específico e, o tempo é
indefinido, marcado pela expressão ―Era uma vez‖.
Justamente pela característica de adaptação ao tempo e ao meio, os contos
de fadas podem ser sempre atualizados e, um escritor com mais de 200 anos pode
ter suas obras lidas e refletidas por diferentes gerações, como Hans Christian e sua
obra mais conhecida no Brasil, O Patinho Feio.
A singularidade da narrativa de Andersen, no conto O Patinho Feio, está no
fato de conseguir despertar sentimentos e emoções humanas que pareciam estar
adormecidos como a solidariedade e o respeito às diferenças.
É nesta perspectiva que esta Unidade Didática quer oferecer alternativas
metodológicas, a partir de algumas versões do referido conto, contribuindo para
ampliar o conhecimento dos alunos de 8ª série do Ensino Fundamental, no que se
refere à leitura, ao gênero textual contos de fadas e à reflexão sobre os valores
éticos, incentivando a tolerância, o respeito e a aceitação em relação ao outro e a
si mesmo.
ATIVIDADES Proposta 1
Alguém já ouviu ou leu a história do Patinho Feio? Quem gostaria de contar para a
classe?
Leia a história tradicional, de Hans Christian Andersen:
O Patinho Feio
Hans Christian Andersen
A mamãe pata tinha escolhido um lugar ideal para fazer seu ninho: um cantinho bem protegido no meio da folhagem, perto do rio que contornava o velho castelo. Mais adiante se estendiam o bosque e um lindo jardim florido. Naquele lugar sossegado, a pata agora aquecia pacientemente seus ovos. Por fim, após a longa espera, os ovos se abriram um após o outro, e das cascas rompidas surgiram, engraçadinhos e miúdos, os patinhos amarelos que, imediatamente, saltaram do ninho. Porém um dos ovos ainda não se abrira; era um ovo grande, e a pata pensou que não o chocara o suficiente. Impaciente, deu umas bicadas no ovão e ele começou a se romper. No entanto, em vez de um patinho amarelinho, saiu uma ave cinzenta e desajeitada. Nem parecia um patinho. Para ter certeza de que o recém-nascido era um patinho, e não outra ave, a mãe-pata foi com ele até o rio e o obrigou
a mergulhar junto com os outros. Quando viu que ele nadava com naturalidade e satisfação, suspirou aliviada. Era só um patinho muito, muito feio. Tranqüilizada, levou sua numerosa família para conhecer os outros animais que viviam nos jardins do castelo. Todos parabenizaram a pata: a sua ninhada era realmente bonita. Exceto um. O horroroso e desajeitado das penas cinzentas! — É grande e sem graça! — falou o peru. — Tem um ar abobalhado — comentaram as galinhas. O porquinho nada disse, mas grunhiu com ar de desaprovação. Nos dias que se seguiram, as coisas pioraram. Todos os bichos, inclusive os patinhos, perseguiam a criaturinha feia. A pata, que no princípio defendia aquela sua estranha cria, agora também sentia vergonha e não queria tê-lo em sua companhia. O pobre patinho crescia só, malcuidado e desprezado. Sofria. As galinhas o bicavam a todo o instante, os perus o perseguiam com ar ameaçador e até a empregada, que diariamente levava comida aos bichos, só pensava em enxotá-lo. Um dia, desesperado, o patinho feio fugiu. Queria ficar longe de todos que o perseguiam. Caminhou, caminhou e chegou perto de um grande brejo, onde viviam alguns marrecos. Foi recebido com indiferença: ninguém ligou para ele. Mas não foi maltratado nem ridicularizado; para ele, que até agora só sofrera, isso já era o
suficiente. Infelizmente, a fase tranqüila não durou muito. Numa certa madrugada, a quietude do brejo foi interrompida por um tumulto e vários disparos: tinham chegado os caçadores! Muitos marrequinhos perderam a vida. Por um milagre, o patinho feio conseguiu se salvar, escondendo-se no meio da mata. Depois disso, o brejo já não oferecia segurança; por isso, assim que cessaram os disparos, o patinho fugiu de lá. Novamente caminhou, caminhou, procurando um lugar onde não sofresse. Ao entardecer, chegou a uma cabana. A porta estava entreaberta, e ele conseguiu entrar sem ser notado. Lá dentro, cansado e tremendo de frio, encolheu-se num cantinho e logo dormiu. Na cabana morava uma velha, em companhia de um gato, especialista em caçar ratos, e de uma galinha, que todos os dias botava o seu ovinho. Na manhã seguinte, quando a dona da cabana viu o patinho dormindo no canto, ficou toda contente. — Talvez seja uma patinha. Se for, cedo ou tarde botará ovos, e eu poderei preparar cremes, pudins e tortas, pois terei mais ovos. Estou com muita sorte! Mas o tempo passava, e nenhum ovo aparecia. A velha começou a perder a paciência. A galinha e o gato, que desde o começo não viam com bons olhos o recém-chegado, foram ficando agressivos e briguentos. Mais uma vez, o coitadinho preferiu deixar a segurança da cabana e se aventurar pelo mundo. Caminhou, caminhou e achou um lugar tranqüilo perto de uma lagoa, onde parou. Enquanto durou a boa estação, o verão, as coisas não foram muito mal. O patinho passava boa parte do tempo dentro da água e lá mesmo encontrava alimento suficiente. Mas chegou o outono. As folhas começaram a cair, bailando no ar e pousando no chão, formando um grande tapete amarelo. O céu se cobriu de nuvens ameaçadoras e o vento esfriava cada vez mais. Sozinho, triste e esfomeado, o patinho pensava preocupado, no inverno que se aproximava. Num final de tarde, viu surgir entre os arbustos um bando de grandes e lindíssimas aves. Tinham as plumas alvas, as asas grandes e um longo pescoço, delicado e sinuoso: eram cisnes, emigrando na direção de regiões quentes. Lançando estranhos sons, bateram as asas e levantaram vôo, bem alto. O patinho ficou encantado, olhando a revoada, até que ela desaparecesse no horizonte. Sentiu uma grande tristeza, como se tivesse perdido amigos muito queridos. Com o coração apertado, lançou-se na lagoa e nadou durante longo tempo. Não conseguia tirar o pensamento daquelas maravilhosas criaturas, graciosas e elegantes. Foi se sentindo mais feio, mais sozinho e mais infeliz do que nunca. Naquele ano, o inverno chegou cedo e foi muito rigoroso. O patinho feio precisava nadar ininterruptamente, para que a água não congelasse em volta de seu corpo, criando uma armadilha mortal. Mas era uma luta contínua e sem esperança. Um dia, exausto, permaneceu imóvel por tempo suficiente para ficar com as patas presas no gelo. — Agora morrerei — pensou. — Assim, terá fim todo meu sofrimento. Fechou os olhos, e o último pensamento que teve antes de cair num sono parecido com a morte foi para as grandes aves brancas. Na manhã seguinte, bem cedo, um camponês que passava por aqueles lados viu o pobre patinho, já meio morto de frio. Quebrou o gelo com um pedaço de pau, libertou o pobrezinho e levou-o para sua casa. Lá o patinho foi alimentado e aquecido, recuperando um pouco de suas forças. Logo que deu sinais de vida, os filhos do camponês se animaram: — Vamos fazê-lo voar! — Vamos escondê-lo em algum lugar! E seguravam o patinho, apertavam-no, esfregavam-no. Os meninos não tinham más intenções; mas o patinho, acostumado a ser maltratado, atormentado e ofendido, assustou-se e tentou fugir. Fuga atrapalhada!
Caiu de cabeça num balde cheio de leite e, esperneando para sair, derrubou tudo. A mulher do camponês começou a gritar, e o pobre patinho se assustou ainda mais. Acabou se enfiando no balde da manteiga, engordurando-se até os olhos, e finalmente se enfiou num saco de farinha, levantando uma poeira sem fim. A cozinha parecia um campo de batalha. Fora de si, a mulher do camponês pegara a vassoura e procurava golpear o patinho. As crianças corriam atrás do coitadinho, divertindo-se muito. Meio cego pela farinha, molhado de leite e engordurado de manteiga, esbarrando aqui e ali, o pobrezinho por sorte conseguiu afinal encontrar a porta e fugir, escapando da curiosidade das crianças e da fúria da mulher. Ora esvoaçando, ora se arrastando na neve, ele se afastou da casa do camponês e somente parou quando lhe faltaram as forças. Nos meses seguintes, o patinho viveu num lago, abrigando-se do gelo onde encontrava relva seca. Finalmente, a primavera derrotou o inverno. Lá no alto, voavam muitas aves. Um dia, observando-as, o patinho sentiu um inexplicável e incontrolável desejo de voar. Abriu as asas, que tinham ficado grandes e robustas, e pairou no ar. Voou. Voou. Voou longamente, até que avistou um imenso jardim repleto de flores e de árvores; do meio das árvores saíram três aves brancas. O patinho reconheceu as lindas aves que já vira antes e sentiu-se invadir por uma emoção estranha, como se fosse um grande amor por elas. — Quero me aproximar dessas esplêndidas criaturas — murmurou. — Talvez me humilhem e me matem a bicadas, mas não importa. É melhor morrer perto delas do que continuar vivendo atormentado por todos. Com um leve toque das asas, abaixou-se até o pequeno lago e pousou tranqüilamente na água. — Podem matar-me, se quiserem — disse resignado, o infeliz. E abaixou a cabeça, aguardando a morte. Ao fazer isso, viu a própria imagem refletida na água, e seu coração entristecido deu um pulo. O que via não era a criatura desengonçada, cinzenta e sem graça de outrora. Enxergava as penas brancas, as grandes asas e um pescoço longo e sinuoso. Ele era um cisne! Um cisne, como as aves que tanto admirava. — Bem-vindo entre nós! — disseram-lhe os três cisnes, curvando os pescoços, em sinal de saudação. Aquele que num tempo distante tinha sido um patinho feio, humilhado, desprezado e atormentado sentia-se agora tão feliz que se perguntava se não era um sonho! Mas não! Não estava sonhando. Nadava em companhia de outros, com o coração cheio de felicidade. Mais tarde, chegaram ao jardim três meninos, para dar comida aos cisnes. O menorzinho disse surpreso: — Tem um cisne novo! E é o mais belo de todos! E correu para chamar os pais. Desenho de Lia Mara
— É mesmo uma esplêndida criatura! — disseram os pais. E jogaram pedacinhos de biscoito e de bolo. Tímido diante de tantos elogios, o cisne escondeu a cabeça embaixo da asa. Talvez um outro, em seu lugar, tivesse ficado envaidecido. Mas não ele. Seu coração era muito bom, e ele sofrera muito antes de alcançar a sonhada felicidade. Fonte: Alfabetização: Livro do aluno - Volume 2 - ©2000 Projeto
Nordeste/Fundescola/Secretaria de Ensino Fundamental. Disponível no link:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf. Acesso em 30/06/2011.
Professor (a):
A leitura do conto O Patinho Feio, levará o educando a refletir sobre os sentimentos
em relação a si mesmo, sobre a valorização dos que o cercam, sobre os valores
éticos presentes no texto e sobre a leitura que ele faz do mundo, dos colegas, da
família e de si mesmo.
Assista ao vídeo Fábulas da Disney- com uma versão da história O Patinho
Feio, disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=ebFCB5WAmJo&feature=related
REFLETINDO SOBRE O TEXTO:
Reflita sobre os valores presentes no texto, comentando oralmente as seguintes
questões:
1) Qual motivo levou o patinho a ser rejeitado pelos habitantes da sua comunidade
e ser aceito pelos cisnes?
2) O que se pode perceber de diferente na história lida tradicional e na releitura da
história vista no vídeo?
3) Você acredita ser possível essa história acontecer na vida real dos seres
humanos? Justifique.
4) Relate algum momento de sua vida em que você tenha se sentindo como o
patinho feio.
5) Você aceita sua aparência como ela é?
6) Você já presenciou alguém ser tratado como o patinho feio?
7) Para você é fácil aceitar as pessoas do jeito que elas são?
Desenho de Lia Mara
Você já ouviu falar de Hans Christian Andersen?
Desenho de Lia Mara
VOCÊ SABIA?
O autor Hans Christian Andersen, nasceu em 02 de Abril de 1805, na cidade
de Odense, na Dinamarca. Filho de um sapateiro e de uma lavadeira teve uma
infância pobre. Tomou gosto pela literatura e pelo teatro assistindo as peças
encenadas por seu pai num teatrinho de bonecos, feito de caixa de papelão.
Adolescente ainda, Hans Christian partiu para Copenhague buscando
realizar seus sonhos entre os quais o de ser ator e cantor. Não teve sucesso e
começou a escrever. Sua primeira tentativa como escritor também fracassou com o
livro ―Tentativas Juvenis‖ (1822), porém, em 1835, com o romance ―O
Improvisador‖, alcançou o sucesso, passando a freqüentar a corte, belos palácios,
os salões do rei e da nobreza.
Em 1835 também lançou sua primeira série de contos destinados as
crianças. Andersen também era poeta, além de escrever peças de teatro, canções
sobre a pátria, e outras histórias, mas é mundialmente conhecido por seus contos
de fadas, entre eles: O Patinho Feio, O Soldadinho de Chumbo, A Pequena Sereia,
A Roupa Nova do Rei.
Vale lembrar que o Dia Internacional do Livro Infantil é comemorado no dia
02 de abril, data do aniversário de nascimento do autor, homenageando-o por tão
importante presença para a literatura infantil.
(Texto adaptado pela autora do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Christian_Andersen) Acesso em
21/03/2011.
Proposta 2
1) O que você sabe sobre o gênero textual Conto de Fadas?
2) Há diferença entre as histórias dos contos de fadas e as outras histórias?
Quais? Cite alguns nomes de autores e de contos de fadas conhecidos.
3) O conto O Patinho Feio é um conto de fadas. O que podemos identificar na
história que comprove isso?
4) Quais são as principais características do gênero contos de fadas?
VOCÊ SABIA?
Contos de fada são narrativas em que aparecem seres encantados e
elementos mágicos pertencentes a um mundo imaginário, maravilhoso. São
histórias muito antigas, que eram transmitidas de boca em boca e passada de
geração para geração.
Após a invenção da imprensa, as histórias passaram a ser registradas em
livros para que as mesmas não fossem perdidas ou esquecidas. Estes contos têm
quase sempre uma estrutura simples e fixa. Tem uma característica bem marcante
como na sua fórmula inicial: “Era uma vez... ‟‟ e final: “... foram felizes para
sempre‟‟.
Há neles, também, uma ordem existente, ou seja, uma situação inicial; uma
ordem perturbadora, quando a situação de equilíbrio inicial se desestabiliza, dando
origem a uma série de conflitos que só se interrompem com o aparecimento de
uma força maior. A seguir a ordem é restabelecida. Geralmente há personagens
do bem e do mal, e a vitória, apesar do sofrimento, sempre é do personagem do
bem. O „‟Era uma vez... ‟‟ nos remete ao passado e serve de passaporte do
mundo real para um mundo irreal, mundo da fantasia.
Ao longo do conto, as indicações da natureza são limitadas e vagas, não
permitindo determinar com rigor a duração de ação ou localização num contexto
histórico preciso. O mesmo ocorre relativamente com espaço: um palácio, uma
casa, uma floresta,... Essas características permitem aos contos um caráter
atemporal e universal, concedendo a eles uma reatualização permanente, pois
podem acontecer em qualquer lugar e tempo.
Eles também são carregados de simbologia: rosa: símbolo do amor; beijo:
desperta e faz renascer; lobo mal: algo ou pessoa que, de repente, quer fazer o
mal a alguém. Podemos dizer que os contos de fadas trazem a magia que
alimenta a imaginação, ajuda a encarar os problemas da vida, a enfrentar desafios
e, por inúmeras vezes, até nos trazem esperança.
Fonte: GAGLIARDI, Eliana; AMARAL, Heloisa. Contos de Fadas: Trabalhando
com os gêneros do discurso narrar. São Paulo: FTD, 2001
Proposta 3:
Contar para os alunos a versão “O Patinho Feio” - de Suely Pavan -
disponível no link:
http://www.lucianopires.com.br/idealbb/view.asp?topicID=11288.
O trecho a seguir faz parte dessa história.
Era uma vez um menino chamado Maurinho. Ele era muito bonitinho e robusto
quando nasceu. Um menino lindo, todos diziam. Lá pelos seus três anos Maurinho
começou a se interessar pelas letras, e por incrível que pareça ele as conhecia de
cor e salteado. Adorava jogar com a mamãe o joguinho das letras.
Maurinho foi crescendo e se tornando um autodidata. Tudo Maurinho aprendia
sozinho.
Fonte: Suely Pavan - site: http://www.pavandesenvolvimento.com.br- disponível no link:
http://www.lucianopires.com.br/idealbb/view.asp?topicID=11288. – Acesso em 22/03/2011.
Professor (a):
Finalizado o relato expressivo, fazer um comentário com a classe para estabelecer
comparações das atitudes da personagem Maurinho com as do Patinho Feio do conto
original, relacionando-as com algumas atitudes dos indivíduos na sociedade.
Solicitar à turma que respondam no caderno as questões e oportunizar que leiam para os
colegas de sala as respostas.
REFLETINDO SOBRE O TEXTO:
1) Em que o texto se assemelha e se diferencia da versão original?
2) Cite as características do gênero textual conto de fadas, que aparecem no
trecho acima.
3) ―O pai achava estranho o jeito do
menino.‖ O que era estranho ao pai?
4) Ainda hoje é comum encontrar pessoas
que pensam haver ―coisas de meninos e de
meninas‖, ou seja, atividades em que não
se enquadrariam ambos. Como você avalia
o comportamento destas pessoas?
Desenho de Lia Mara
5) Como é possível justificar que este tipo de comportamento, sobreviva, mesmo
sendo considerado ultrapassado?
6) No decorrer da história há mudanças nas fases da vida de Maurinho. Que
mudanças acontecem e em cada fase? Comprove com frases do texto.
7) O que a princípio são virtudes, tornam-se problemas para Maurinho? Comente.
8) Você já ouviu o termos ―bullying‖ e ―nerd‖? Sabe o que querem dizer?
VOCÊ SABIA?
Bullying é uma palavra inglesa que significa usar o poder ou força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, não dar atenção, fazer pouco caso, e perseguir os outros
http://www.espacoacademico.com.br/043/43lima.htm – Acesso em 31/05/2011
Nerd é um termo que descreve, de forma estereotipada, muitas vezes com
conotação depreciativa, uma pessoa que exerce intensas atividades intelectuais, que são consideradas inadequadas para a sua idade, em detrimento de outras atividades mais populares. Por essa razão, um nerd muitas vezes não participa de atividades físicas e é considerado um solitário pelas pessoas. Pode descrever uma pessoa que tenha dificuldades de integração social e seja atrapalhada, mas que nutre grande fascínio por conhecimento ou tecnologia
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nerd - Acesso em 31/05/2011
9) Na sua escola você tem conhecimento de casos de ―bullying‖, ou você mesmo
(a) já foi vítima? Gostaria de comentar?
Professor (a):
É importante deixar os alunos livres para expor suas experiências, oralmente ou
por escrito, se sentirem mais confortáveis.
10) Maurinho passou a ser chamado de Mauro. Que significado isso tem?
11) Como é possível explicar a contradição existente nas frases: / Feliz da vida ele
era o ―trainee‖... / Na história do Patinho Feio o final é feliz. (...) /A história de
Mauro, porém, é um pouco diferente /. Escreva um parágrafo que explique essas e
outras contradições presentes no texto.
12) O que podemos entender pelo termo ―trainee‖? Pesquise o significado num
dicionário de Língua Estrangeira.
13) Na adolescência Mauro quer ser igual para pertencer a um grupo. Adulto,
Mauro quer ser diferente, pois, sabe que é bom. Reflita e comente.
14) Você concorda com Mauro de que é bom ser diferente?
Ironia é uma figura de linguagem que consiste em expressar o contrário daquilo que se
quer realmente dizer, geralmente com intenção depreciativa e sarcástica.
15) Mauro faz uso da ironia ao responder ao ex-colega de escola. O que fica
sugerido nessa resposta?
16) ―Ser diferente pode ser muito solitário, mas também divertido.‖ Há algum
momento na história original do Patinho Feio que podemos comprovar essa
afirmação? Justifique.
17) É fácil conquistarmos nosso espaço? Você tem buscado conquistar o seu de
que maneira?
18) Você se acha diferente? Comente com seus colegas de classe.
19) Promova um debate sobre o tema: SER DIFERENTE PODE FAZER A
DIFERENÇA NA SOCIEDADE ATUAL?
Professor (a):
Em grupos, previamente organizados, solicitar que reflitam sobre o debate,
registrem por escrito suas reflexões e entreguem os registros ao professor (a).
PROPOSTA 4:
Assistir ao filme “Putz, a coisa tá feia”, disponível
em: http://www.megavideo.com/?v=CPXZA1G2
Sinopse: Feio (Kim Larney) é um pato recém-nascido bastante feio. A 1ª coisa que
ele viu foi Ratso (Morgan C. Jones), um rato esperto e egoísta que sonha em trabalhar no showbizz e que caiu em cima de seu ovo. Feio logo passa a considerar Ratso como se fosse sua mãe. De início Ratso não gosta da idéia, mas aos poucos vai se afeiçoando a Feio e passa a lhe ensinar como se virar por conta própria.
Fonte: http://www.megavideo.com/?v=CPXZA1G2 - Acesso em 18/02/2011.
REFLETINDO E CONFRONTANDO TEXTOS:
1) Indique algumas características da história original do Patinho Feio presentes no
filme.
2) O texto de Suely Pavan e o filme apresentam várias semelhanças. Indique-as.
3) Que circunstância marca o primeiro encontro do Patinho Feio com Ratso?
4) O filme permite uma reflexão sobre o mundo das aparências que aparecem
explicitadas nas personagens do patinho e do rato. Essas aparências não são
apenas físicas, mas comportamentais (psicológicas).
a) A construção desse mundo das aparências e sua relação com a realidade
podem ser bem visíveis em quais momentos do filme?
b) No decorrer da história percebemos algumas mudanças em relação às
personagens Feio e Ratso. Que mudanças são essas?
c) O que levou Feio não querer ir embora com os cisnes e dizer que precisava ficar
com os da sua espécie, (um rato, uma pata...)?
5) No conto original o patinho é maltratado por ser feio: ―Todos os bichos, inclusive
os patinhos, perseguiam a criaturinha feia.‖ No filme o fato se repete: num
momento do espetáculo, os pintinhos aparecem maltratando Feio que fica
desesperado e a platéia se desdobra em gargalhadas.
a) As situações constrangedoras, até desesperadoras em que se colocam as
pessoas devem ser motivo de graça?
b) A pessoa considerada ―feia‖, ou seja, fora dos padrões sociais de beleza, pode
ser maltratada? Por quê?
c) O que é considerado feio pra você?
6) Tanto o texto quanto o filme abordam a relação pai e filho. Você acha que existe
muita distância entre pai e filho, ou ambos são amigos? Justifique com exemplos
dos textos.
7) No cotidiano de nossas famílias, como se dá o relacionamento entre pais (mães)
e filhos (as)?
8) Ratso não sabe lidar com a fase adolescente de Feio. O próprio Feio
adolescente, não consegue entender o que acontece com ele. Você, como se
relaciona com as mudanças que estão ocorrendo em seu corpo e mente?
9) O filme cria na ficção uma das situações vividas pelo homem contemporâneo.
Frequentemente somos espectadores de falcatruas que terminam bem sucedidas,
principalmente no meio político. Para você, a malandragem, a esperteza,
representada no filme por Ratso, pode significar inteligência?
10) Qual lição o filme propõe para os expectadores?
11) Faça um breve comentário, por escrito, da história emitindo sua opinião.
Professor (a):
Leve os alunos a perceberem que por mais que nossa cultura priorize certos padrões como
sendo o ideal de beleza, (corpo jovem, alto, magro, delineado) é preciso questionar se é
justo compreendermos a beleza apenas no aspecto físico.
Proposta 5:
Agora leia essa outra versão sobre o Patinho Feio:
O patinho feio
- Vó, por que as pessoas sofrem?
- Lembra da historinha do Patinho Feio?
- O patinho se considerava feio porque era diferente de todo mundo. Isso o deixava
tão infeliz e perturbado que um dia ele resolveu ir embora e viver sozinho.
Só que o Lago que procurou para nadar tinha congelado, e estava muito frio.
Quando olhou para seu reflexo, percebeu que era, na verdade, um maravilhoso
cisne.
Juntou-se aos seus iguais e viveu feliz para sempre.
- O que isso tem a ver com a tristeza das pessoas?
- Bem, quando nascemos, somos separados de nossa "natureza-cisne". Ficamos
como patinhos, tentando caber no que os outros dizem que está certo e passamos
muito tempo tentando virar patos. (Texto adaptado pela autora do site: http://jornalcatlico.blogspot.com/search/label/Patinho
(http://www.padremarcelorossi.com.br) - Texto completo - Acesso em 18/02/2011)
REFLETINDO SOBRE O TEXTO:
Agora, vocês irão formar grupos para refletirem sobre:
1) O que é ser pato?
2) O que significa ser cisne nesse contexto?
3) Pato e cisnes pertence ―à mesma família‖ das aves, porém, a beleza do cisne
faz com que ele seja considerado melhor que ser pato. Você concorda que a
beleza física faz as pessoas serem consideradas e tratadas de forma diferente?
Comente.
a) O que originam essas diferenças?
b) Como essas diferenças afetam a vida das pessoas?
c) Como são criados os critérios ou padrões de beleza?
d) Os padrões de beleza são os mesmos em todas as épocas e sociedades?
Exemplifique.
e) Aponte alguns aspectos positivos e negativos de ser considerado bonito (a), de
acordo com os padrões de beleza da nossa sociedade.
f) “Ficamos como patinhos, tentando caber no que os outros dizem que está certo e
passamos muito tempo tentando virar patos.” Você concorda com essa afirmação?
Comente.
g) Você, nesse momento da sua vida, se considera ―pato‖ ou ―cisne‖? Por quê?
Proposta 6:
Propor a dinâmica das Flores.
Participantes: Todos os alunos da classe.
Desenvolvimento: Dinâmica das flores
Com gravuras de flores diversificadas (pode ser um ramalhete de flores naturais), conversar com os alunos:
Hoje trouxe flores para cada um de vocês!
Mas por que será?
Observem cada uma por alguns instantes. Perceberam a beleza que cada uma destas flores possui?
Que beleza você vê na margarida?
E você, fale-nos o que há de bonito na rosa...
Após a exploração, distribuir as flores no meio do círculo de alunos e comentar que as flores são como as pessoas.
Uma é diferente da outra. Existe a flor vermelha, a branca, a flor comprida, a pequena... mas todas são flores e possuem a sua beleza.
Existe a pessoa gorda, magra, alta, baixa, mas todas são pessoas e possuem a sua beleza.
Agora, entregue a gravura (flor) que você tem em mãos para um (a) colega, fazendo uma breve e sensível declaração de amizade.
(Dinâmica adaptada pela autora do site: http://pedagogiccos.blogspot.com/2009/05/trabalhando-valores-sugestoes-de.html)
Professor (a):
Nesse momento é importante refletir sobre alguns valores como: respeito, amizade
e compreensão. Os alunos poderão levar as gravuras (ou flores) para casa como
marco dessa reflexão.
Proposta 7:
Vamos ler um fragmento do texto O Patinho Feio de Wilson Francisco.
O Patinho Feio
Wilson Francisco
Desenho de Lia Mara
No quintal de uma antiga mansão,
entre galinhas, patos e marrecos,
apareceu um patinho estranho. Era
grande e muito, muito feio.
A pata pensou que poderia ser
filhote de peru que se encontrava ali,
perdido. Levou-o para o lago, o patinho
nadou. Perus não nadam. Ficou orgulhosa
e concluiu: ele não era tão feio assim. E o admirou.
Quando a mãe pata apresentou-o, todos riram e caçoaram dele. Seus irmãos
o humilhavam e castigavam. Um dia o patinho feio resolveu fugir. Voou por cima
da cerca e partiu para a floresta. Andou, andou e chegou num pântano repleto de
gansos selvagens.
De inicio foi ridicularizado. Depois, com pena, os gansos o aceitaram. Ele se
animou, até que um dia vieram caçadores e cães e o atacaram com violência. O
patinho se escondeu temeroso. Quando tudo se acalmou, ele fugiu.
Fonte: http://www.stum.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=3452. Acesso em 18/02/2011
Professor (a):
Organizar os alunos em grupos para que reflitam sobre o texto a partir das
questões propostas no item REFLETINDO SOBRE O TEXTO, registrando por
escrito a opinião do grupo, mesmo as divergentes e, na sequência realizar a
exposição e debate das ideias.
REFLETINDO SOBRE O TEXTO:
1) O texto afirma que o patinho apareceu. Explique o sentido do verbo aparecer
nessa frase.
2) Segundo o texto, o patinho era estranho. O que é ser estranho nesse contexto?
3) O que fez com que a pata o admirasse foi o fato de ele nadar. Que outras
reações da pata poderíamos esperar?
4) Na sexta e sétima linhas do texto, encontram-se claramente ações que
discriminam. Hoje, com o processo de inclusão na escola, como reagimos diante
do diferente?
5) Que consequências podem ter os atos discriminatórios para quem sofre e para
quem pratica?
É importante comentar com os alunos as questões previstas em lei sobre os
atos de discriminação e, até propor uma pesquisa para aprofundar o
conhecimento sobre o assunto.
6) ―Depois, com pena, os gansos aceitaram.‖ Diante da afirmação, da linha dez,
responda: Sentir pena é o mesmo que aceitar? Comente.
7) Por que o verbo fugir está tão presente nas ações do patinho? Você acha que
fugir é a melhor solução?
Proposta 8:
Leitura do conto O retorno do patinho feio:
alinhado do lado esquerdo ou
direito da página, ou situa-se na
parte superior ou inferior. Use a
guia Ferramentas de Caixa de Texto
para alterar a formatação da caixa
de texto da barra lateral.
Digite o conteúdo da barra lateral.
Trata-se de um suplemento
independente do documento
principal. Em geral fica alinhado do
lado esquerdo ou direito da página,
ou situa-se na parte superior ou
inferior. Use a guia Ferramentas de
Caixa de Texto para alterar a
formatação da caixa de texto da
barra lateral.]
O retorno do patinho feio
Alfonso era o mais belo cisne do lago príncipe de Astúrias. Todos os dias, ele
contemplava sua imagem refletida nas águas daquele chiquérrimo e exclusivo
condomínio para aves milionárias. Mas Alfonso não se esquecia de sua origem
humilde.
- Pensar que, não faz muito tempo, eu era conhecido como o Patinho Feio... Um
dia, ele sentiu saudades da mãe, dos irmãos e dos amiguinhos da escola. Voou
até a lagoa do Quaquenhá. O pequeno e barrento local de sua infância.
A pata Quitéria conversava com as amigas chocando sua quadragésima ninhada.
Alfonso abriu suas largas asas brancas.
- Mamãe! Mamãe! Você se lembra de mim?
Quitéria levantou-se muito espantada.
- Se-se-senhor cisne... quanta honra... mas creio que o senhor se confunde...
- Mamãe...?
- Como poderia eu ser mãe de tão belo e nobre animal? Não adiantou explicar.
Dona Quitéria balançava a cabeça.
- Esse cisne é mesmo lindo... mas doido de pedra, coitado...
Alfonso foi então procurar a Bianca. Uma patinha linda do pré-primário. Que vivia
chamando Alfonso de feio.
- Lembra de mim, Bianca? Gostaria de me namorar agora? He, he, he.
- Deus me livre! Está louco? Uma pata namorando um cisne! Aberração da
natureza...
Alfonso respirou fundo. Nada mais fazia sentido por ali. Resolveu procurar um
famoso bruxo da região. Com alguns passes mágicos, o feiticeiro e astrólogo
Ornar Rhekko resolveu o problema. Em poucos dias, Alfonso transformou-se num
pato adulto. Gorducho e bastante sem graça.
Dona Quitéria capricha fazendo lasanhas para e/e.
- Cuidado para não engordar demais, filhinho. Bianca faz um cafuné na cabeça de
Alfonso.
- Gordo... pescoçudo... bicudo... Mas sabe que eu acho você uma gracinha?
Viveram felizes para sempre.
Fonte: COELHO, Marcelo. "O Retorno do Patinho Feio". Folha de São Paulo, 19 mar. 2005. Folhinha, p. 8
REFLETINDO SOBRE O TEXTO:
1) Apesar do corpo ter se transformado em cisne, o cérebro do patinho não mudou,
conforme comprovam os fragmentos: ―Mas Alfonso não se esquecia de sua origem
humilde.‖ e ―Um dia, ele sentiu saudades da mãe, dos irmãos e dos amiguinhos da
escola.‖ Através de exemplo concreto e real explique como podemos mudar o
corpo e não mudar a mente. Isso é positivo ou negativo?
2) Qual sua opinião quanto a
continuarmos os mesmos diante dos
fatos estranhos que constantemente
ocorrem na sociedade, principalmente
em relação à falta de respeito às
diferenças?
Cite um exemplo, retirado da realidade
atual, que sirva de argumento para
confirmar sua opinião.
Desenho de Lia Mara
3) O patinho – personagem que se transforma em cisne – não ficou deslumbrado
com sua transmutação, tentou até se esconder no início. Depois tentou seguir sua
nova vida, mas não conseguiu. Diante do espanto da mãe pata e da rejeição da
Bianca, ao procurá-las, o cisne sentiu que nada mais fazia sentido. Como podemos
explicar esse sentimento do Alfonso diante desse fato?
4) Alfonso quis mudar, voltar a ser o que era: ―um patinho feio‖ para ser aceito. É
comum as pessoas reagirem assim quando vivem experiências que pensam estar
acontecendo somente com elas?
5) Relate alguma situação, vivida ou conhecida por você, semelhante a do Alfonso.
6) No texto há uma oposição entre os padrões de beleza priorizados pelos patos e
os dos cisnes, qual é?
7) Relacionando o conto O retorno do Patinho Feio com o conto original, o que
seria o retorno do patinho?
Proposta 9:
Ouça a música O Patinho Feio do Neo Rap Brasil disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Z473-JxBEy4
O RAP pode ser definido como um estilo musical que combina elementos da
modernidade tecnológica com a oralidade, forma tradicional de linguagem. O
conteúdo das letras penetra no cotidiano de um vasto universo de pessoas,
freqüentemente marginalizadas, excluídas em seus direitos sociais mais
elementares, para descrever com poesia aquilo que seria aparentemente
desprovido dela.
Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1166-4.pdf
REFLETINDO SOBRE A MÙSICA: 1) Que comparações podemos estabelecer entre o texto O retorno do Patinho Feio,
o conto original, e a música do Neo Rap Brasil em relação ao preconceito, à
discriminação do diferente?
2) Você se acha diferente? Comente com seus colegas de classe.
3) No decorrer do rap alguns valores éticos parecem não existir entre os
personagens da história. Aponte ao menos um.
4) Que consequências podem trazer essa falta de valores ou ainda a inversão
desses valores?
5) Ouça com atenção o refrão do rap do Neo Rap Brasil e responda:
a) O compositor questiona o patinho. O que podemos perceber nesse
questionamento em relação às pretensões do patinho?
b) O que ele dá a entender, na forma, como foi feito ironicamente o
questionamento?
c) ―... quem disse que ―cê‖ pode voar?//... só você que é assim ―tipo‖ estranho pro
mundo...‖ Que tipo de linguagem predomina nesses versos? Justifique.
6) O rap apresenta algumas características do patinho que não aparecem no conto
original. Aponte-as.
7) O compositor do rap, faz uma crítica ao conto original. Que critica é essa?
Proposta 10:
Realizar a dinâmica das Cores.
Participantes: Todos os alunos da classe.
Tempo Estimado: 25 minutos.
Material: Fita adesiva, cinco cartolinas de cores diferentes, cortadas uma de cada
cor, no tamanho de uma folha de papel ofício.
-Tiras cortadas no tamanho que de para colar na testa de cada um.
Desenvolvimento:
Pedir para que os alunos formem um círculo e que fechem os olhos.
Colocar na testa de cada um uma cor e logo depois as cinco cartolinas de cores
diferentes do tamanho de papel ofício devem ser coladas cada uma em uma
parede da sala.
Solicitar que abram os olhos e que não conversem até o término da dinâmica.
Os alunos terão três minutos para descobrirem que cor tem na testa e devem se
destinar para perto da parede que tenha a sua cor. Mas sem se comunicarem
por palavras, apenas podem usar o que tem no corpo.
Os que não conseguirem pagarão uma prenda (cantar, dançar, imitar...)
Alguns alunos, possivelmente, entenderão 1º a dinâmica, irão para seu lugar e
ficarão rindo dos colegas em vez de ajudá-los.
Ao término informar que todos venceram com exceção dos que chegaram 1º
e não ajudaram os seus colegas.
Fonte: Dinâmica disponível em:
http://www.catequisar.com.br/texto/dinamica/volume01/25.htm
REFLETINDO SOBRE A DINÂMICA:
1) O que mais chamou atenção na dinâmica?
2) Como se sentiram ao serem ou não ajudados?
3) Qual foi a maior dificuldade na realização da dinâmica?
4) A que conclusão se pode chegar com o desenvolvimento dessa atividade?
Professor (a):
Refletir sobre a importância da solidariedade, do respeito às diferenças; valores
presentes na realização da atividade.
Proposta 11:
Leia os fragmentos da versão O Patinho Feio na Literatura de Cordel.
O PATINHO FEIO – Livre adaptação para cordel
Gilbamar de Oliveira Bezerra
A pata, toda orgulhosa,
acomodou-se no ninho
esquentou todos os ovos
para ter os seus filhinhos...
(...)
O dia finalmente chegou
nasceram vários patinhos...
(...)
Maior do que os seus irmãos
com asas desengonçadas
que lembravam para-quedas
e pareciam engraçadas...
(...)
Desenho de Lia Mara
Não era igual aos demais
isso ele compreendeu
tinha muitas diferenças
doía, mas reconheceu
melhor ir logo embora
ir pelo mundo afora
esse lugar não era seu...
(...)
Texto completo: http://www.cantodoescritor.com.br/index.php?option=com_content&view=category&id=44:cordel&Itemid=62 - p. 3 art.77 e p.4 art.109 Acesso em 24/03/2011.
A literatura de Cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome que vem lá de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. No Nordeste do Brasil, herdamos o nome (embora o povo chame esta manifestação de folheto), mas a tradição do barbante não perpetuou. Ou seja, o folheto brasileiro poderia ou não estar exposto em barbantes. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Fonte: http://www.cantodoescritor.com.br/index.php?option=com_content&view=category&id=44:cordel&Itemid=62#ixzz1TRgw6Xcu
REFLETINDO SOBRE O TEXTO
1) Além do conteúdo, que outras semelhanças podemos identificar na poesia de
Gilbamar de Oliveira Bezerra em comparação ao rap do Neo Rap Brasil?
2) ―Não era igual aos demais/ isso ele compreendeu/ tinha muitas diferenças/ doía,
mas reconheceu‖, nessa estrofe:
a) Que sentimento faz o patinho sofrer?
b) Qual o grande medo que ele sente?
c) Aponte duas diferenças do patinho em relação aos demais.
3) Inspirando-se nas diferentes formas de expressão literária: conto, cordel ou rap,
produza sua versão do conto O Patinho Feio, de Hans Christian Andersen. Poderá
ser em dupla ou individualmente. Apresente para a classe.
Professor (a):
Refletir com alunos sobre a importância do respeito ao diferente, à aceitação de
suas próprias diferenças, à adoção de posturas cotidianas que valorizem a vida e
possibilitem uma tomada de consciência e uma visão crítica em relação aos valores
difundidos na sociedade.
Proposta 12:
Desenvolver a Dinâmica dos Valores
Participantes: Todos os alunos da classe.
Tempo Estimado: 30 minutos.
Material: Folhas de papel sulfite, pincéis atômicos, fita crepe.
Desenvolvimento:
Solicitar que os alunos caminhem pela sala e pensem sobre: "O que é mais importante na sua vida"?
Pedir a cada um que pegue 1 folha de papel e 1 pincel atômico.
Dividir a folha em 3 partes, no sentido do comprimento.
Em cada tira de papel, escrever uma palavra que corresponda a um valor da vida do adolescente.
Enquanto isso, o(a) professor(a), marcará no chão da sala, com fita-crepe, 3 degraus de uma escada.
Solicitar a cada estudante que vá até os degraus e coloque uma tira com a palavra escrita em cada degrau, em ordem decrescente de importância.
Pontos para discussão:
No início da dinâmica, foi difícil detectar os principais valores? (―deu branco?‖)
Que valores aparecem mais? Que tipos de valores são? Por que eles não estão na mesma escala de prioridade? Durante nossa vida, esses valores se modificam? Por quê? Qual a relação entre os seus valores de vida e os dos outros?
(Dinâmica adaptada pela autora do Manual do multiplicador: adolescente / Ministério da Saúde,
Coordenação Nacional de DST e AIDS. – Brasília: Ministério da Saúde, 2000.)
Professor (a)
Os alunos terão um melhor entendimento sobre os próprios valores de vida e sobre
a diversidade de valores de outras pessoas.
REFERÊNCIAS
ABREU, Ana Rosa... [et al.] Alfabetização: livro do aluno. Brasília:
FUNDESCOLA/SEFMEC, 2000. 3 v.: 128 p. n. 2.
ANDERSEN, Hans C. Histórias Maravilhosas de Andersen. São Paulo:
Companhia das letras, 1995.
ANTUNES, Melissa de Fátima. Adolescência x Aborrecência. Disponível em:
portaldapsique. blogspot.com/2007/11/adolescncia-x-aborrecncia.html - 99k –. Acessado em 01/03/2011.
ABRAPIA, Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência. Disponível em <http://www.abrapia.org.br/2007.> Acesso em
01/03/2011.
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
BUENO, Erika de Souza. Contos de fada - Uma possibilidade de trabalho com adolescentes. Artigo disponível em
< http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1479>2009. Acesso em 20/03/2011.
BRASIL. Manual do multiplicador: adolescente / coordenação nacional de
doenças sexualmente transmissíveis e AIDS. Brasília: Ministério da Saúde, 2000.
CARVALHO, Marília. Sucesso e fracasso escolar: uma questão de gênero, Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 29 n.1, jan./jun. 2003, p.185-193. Disponível
em < http://www.scielo.br/ >
CHALITA, Gabriel. Pedagogia do amor: a contribuição das histórias universais para a formação de valores das novas gerações. 1 ed. São Paulo: Gente, 2005.
COSTA, Patrícia F. A. Os contos de fadas: de narrativas populares a instrumento de intervenção. Dissertação de Mestrado em Letras apresentada à
Universidade Vale do Rio Verde –UNINCOR.Três Corações, 2003. Disponível <http://www.unincor.br/pos/cursos/MestreLetras/arquivos/dissertacoes/Patrícia de Fátima Abreu Costa.pdf> Acesso em 09/03/2011.
DEHEINZELIN, Lala. Brasil precisa reconhecer seus padrões de beleza. Disponível em <http://www.ipcdigital.com/br/Noticias/Brasil/Brasil-precisa-reconhecer-seus-padroes-de-beleza > 2007. Acesso em 20/04/2011.
DREYER, Diogo. A brincadeira que não tem graça. Disponível em:
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FALCÃO, L. C. et al. Preconceito e Psicologia Social In: Estudos: Revista da Universidade Católica de Goiás. Vol. 31, n. 4, abr. 2004. p.617 – 632.
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 29. ed. São Paulo: Cortez, 1994.
GAGLIARDI, Eliana; AMARAL, Heloísa. Contos de Fadas: Trabalhando com os gêneros do discurso: narrar. São Paulo: FTD, 2001.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6 ed. São Paulo:
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LEFFA, Vilson J; Pereira, Aracy E. O Ensino da leitura e produção textual [org.] Pelotas: Educat, 1999.
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MARTINS, Vicente. A prática de valores na escola. (UVA). Artigo disponível em
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MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 1989.
PARANÁ, Diretrizes Curriculares Da Educação Básica – Língua Portuguesa. Secretária de Estado da Educação do Paraná, 2008.
SILVA, Ezequiel Theodoro. O Ato de Ler: Fundamentos Psicológicos para uma nova Pedagogia da Leitura. 9ª. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
_____. Elementos de pedagogia da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
PARA SABER MAIS:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf *Livro com contos, fábulas, mitos, lendas. http://www.youtube.com/watch?v=ebFCB5WAmJo&feature=related *Desenho O patinho feio da Disney. http://pt.wikipedia.org/wiki/Contos_de_fadas *Informações sobre o gênero conto de fadas. http://www.megavideo.com/?v=CPXZA1G2
Filme Putz, a coisa tá feia. http://www.youtube.com/watch?v=Z473-JxBEy4 *Vídeo da música O Patinho feio do Neo Rap Brasil. http://www.espacoacademico.com.br/043/43lima.htm *Contempla conteúdos de caráter acadêmico como artigos, teses, dissertações de diferentes áreas do conhecimento, inclusive sobre o bullying. http://www.lucianopires.com.br/idealbb/view.asp?topicID=11288. *Disponibiliza conteúdos que provoca, inspira e estimula o pensamento criativo e a criticidade no campo profissional, intelectual e pessoal. http://www.pavandesenvolvimento.com.br- *Dispõem vários serviços visando desenvolver o potencial humano para o enfrentamento de situações diversas e adversas no meio profissional e na vida pessoal através da metodologia psicodramática. http://pedagogiccos.blogspot.com/2009/05/trabalhando-valores-sugestoes-de.html *Sugere atividades, jogos e dinâmicas de caráter pedagógico, para trabalhar valores. http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1166-4.pdf *Apresenta uma diversidade de serviços voltados à educação, auxiliando professores, alunos e comunidade em geral, a socializar e valorizar o saber. http://www.stum.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=3452. *Disponibiliza conteúdo de caráter reflexivo e místico abordando conceitos universais como unidade, amor e integração. http://www.catequisar.com.br/texto/dinamica/volume01/25.htm *Disponibiliza conteúdo de caráter reflexivo e para formação católica, com temas voltados aos valores humanos universais. http://www.cantodoescritor.com.br/index.php?option=com_content&view=category&id=44:cordel&Itemid=62#ixzz1TRgw6Xcu *Apresenta conteúdo, principalmente textos com objetivo de divulgar e valorizar a literatura brasileira, possibilitando conhecer (novos) talentosos autores nacionais.