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www.pconcursos.com APOSTILAS (ENEM) VOLUME COMPLETO Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) 4 VOLUMES APOSTILAS IMPRESSAS E DIGITAIS Questão 1 (UCPEL) Moça que estudava em outra cidade mandou o seguinte bilhete a sua mãe: No meu aniversário quero que convides a jantar o Roberto, irmão de Paulo e Gisela, a Tânia, filha da professora, a Neiva e a Rita. De acordo com o bilhete, o número de convidados é de: a) 7; b) 3; c) 6; d) 5; e) 4.

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Questão 2

(UFPE) EM RELAÇÃO AO VOCABULÁRIO DO TEXTO. Assinale as afirmativas

verdadeiras e as afirmativas falsas.

"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços

neurastênicos do litoral.

A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a

plástica impecável, o desespero, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.

É desgracioso, desengonçado, torto, Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade

típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gigante e sinuoso, aparenta a

translação de membros desarticulados. A grava-o a postura normalmente abatida, num

manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. É o homem

permanentemente fatigado.

Reflete a preguiça invencível, a atonia muscular perene, em tudo: na palavra remorada, no

gesto contrafeito, no andar desaprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência

constante à imobilidade e à quietude."

(Euclides da Cunha, em "Os Sertões")

a) "translação" significa movimento do corpo;

b) "atonia" está relacionada a pessoas autônomas;

c) "langorosa" é característica de envelhecimento;

d) "quietude" corresponde a imobilidade;

e) "mestiços" são pessoas nascidas de pais de raças diferentes.

Questão 3

(UFPE) TEXTO

"Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriam-se e viram-

se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim entenderam-se, voando o

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mais em ímpeto de nau tangida pelo vento. Mas, tudo tendo que ser secreto, claro, coberto

de sete capas."

(Guimarães Rosa)

O que não se pode deduzir do Texto?

a) Há uma relação de amor proibido.

b) Narra uma cena entre dois personagens.

c) A narração é feita em 3a pessoa, com narrador onisciente.

d) Aliás introduz uma interdição para o relacionamento.

e) Porque se entenderam bem, viajaram sem destino, tangidos pelo vento.

Questão 4

(UFPE) TEXTO

"Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriam-se e viram-

se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim entenderam-se, voando o

mais em ímpeto de nau tangida pelo vento. Mas, tudo tendo que ser secreto, claro, coberto

de sete capas."

(Guimarães Rosa)

Quanto as relações de sentido, ainda sobre o Texto, assinale a alternativa incorreta.

a) Secreto pode ser substituído por oculto.

b) Pegou o amor é uma expressão conotativa, dando ao sentimento um caráter epidêmico.

c) O termo ímpeto pode ser substituído por força.

d) Olhos de viva mosca significa olhar inquieto e inconstante.

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e) Sete capas é uma expressão denotativa e significa ao abrigo das intempéries.

Questão 5

(UFPE)

"Alguns anos vivi em Itabira

Principalmente nasci em Itabira

Por isso sou triste, sou orgulhoso: de ferro."

(Carlos Drummond de Andrade).

Observe que o verso final do fragmento (Texto ) expressa uma conclusão. Em quais itens a

oração em destaque apresenta a mesma idéia conclusiva?

1. "Penso, logo existo." (Descartes)

2. "Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que seja imortal, posto que é chama..."

(Vinícius de Morais)

3. - Lutar com palavras

é a luta mais vã.

Entanto lutamos mal rompe a manhã."

(Carlos Drummond de Andrade)

4. "Eu canto porque o instante existe

E a minha vida está completa."

(Cecília Meireles)

5. "... devo pedir, pois, à Ciência, que me explique o que é a vida..."

(Émile Zola)

Estão corretos apenas os itens:

a) 1, 2, 3;

b) 4, 5;

c) 1, 5;

d) 2, 3, 4;

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e) 1, 3, 4.

Questão 6

(FESP) Leia com atenção as afirmativas abaixo. Assinale as afirmativas verdadeiras e as

afirmativas falsas.

I. "Viver é negócio muito perigoso": trata-se de uma afirmação de Riobaldo, narrador dos

fatos que acontecem no romance GRANDE SERTÃO VEREDAS, João Guimarães Rosa.

II. Uma característica da obra de Oswald de Andrade é a utilização da Paródia, como forma

de repensar a literatura. Exemplo: Minha terra tem palmares onde gorjeta o mar".

III. "Apesar de ser um romance social... O QUINZE não situa a má distribuição das

propriedades como problema maior do Nordeste, e sim, o drama da seca".

O QUINZE é o romance mais popular de Rachel de Queiroz, foi publicado em 1930.

a) A afirmação II não é verdadeira.

b) A afirmação III é verdadeira.

c) A afirmação I é falsa.

d) A afirmação II é verdadeira.

e) Todas as afirmações são verdadeiras.

Questão 7

(UNB) TEXTO

A adaptação de romances brasileiros para a TV, no ar novamente com o investimento em

minisséries da Globo e da Manchete, coloca boa parte dos autores diante da mesma

questão: a passagem de um texto literário para o folhetim eletrônico.

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J.B. 23/03/91

Julgue os itens abaixo referente ao texto.

a) A expressão folhetim evoca a publicação no jornal de romances em capítulos.

b) As vírgulas do texto isolam oração intercalada explicativa.

c) Na linha 1 há elipse do pronome relativo e do verbo.

d) Coloca está no singular para concordar com boa parte.

e) Os dois pontos anunciam aposto explicativo.

Questão 8

(UNB) TEXTO

E dói pensar que o por vezes super-humano esforço de um dicionarista pode terminar com

as mais indesejáveis conseqüências físicas, compensação intelectual bem pouco aliciante e

resultados financeiros não demasiado expressivos.

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Prefácio do Novo Dicionário Aurélio, 1975, p. 7.

A leitura do texto permite afirmar que:

a) a mesma conclusão que Aurélio leva o leitor, em suas linhas de prosa, leva-o Drummond

com os versos: Lutar com palavras É a luta mais vã.

b) em dói pensar há uma impropriedade vocabular devida ao fato de se associar um verbo

de sentimento a um verbo de raciocínio.

c) constitui paráfrase de resultados financeiros não demasiado expressivos o segmento:

gratificação remuneratória não muito significativa.

d) se empregou o eufemismo no segmento resultados financeiros não demasiado

expressivos.

e) se empregou a sinédoque no segmento compensação intelectual bem pouco aliciante.

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Questão 9

(UNB) TEXTO

ÓRFÃO

O céu jogava tinas de água sobre o noturno que me devolvia a São Paulo.

O comboio brecou lento para as ruas molhadas, furou a gare suntuosa e me jogou nos

óculos menineiros de um grupo negro.

Sentaram-me num automóvel de pêsames.

Longo soluço empurrou o corredor conhecido contra o peito magro de tia Gabriela no ritmo

de luto que vestia a casa.

Em relação ao texto, julgue os itens abaixo.

a) Com base no texto, poder-se-ia afirmar que o herói havia ficado órfão recentemente.

b) Segundo o texto, o herói voltou a São Paulo de avião, tendo lá chegado em uma noite de

chuva.

c) Logo após o desembarque, o herói foi cercado por um grupo de trombadinhas, que o

tentaram assaltar, roubando-lhe, inclusive, os óculos.

d) Ao dizer Sentaram-me num automóvel de pêsames, o narrador afirma haver sido

compelido a entrar no veículo contra a sua vontade.

e) Ao chegar a casa, o herói foi recebido por sua tia Gabriela, que, em sinal de luto, havia

mandado cobrir todos os móveis, o objetos com panos pretos.

Questão 10

(UNB) TEXTO

O HAIKAI

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Lava, escorre, agita

a areia. E enfim, na bateia,

fica uma pepita.

Guilherme de Almeida

Com relação ao texto julgue os itens abaixo.

a) O Haikai, considerando o poema mais curto do mundo, é uma forma poética de origem

malaia.

b) O Haikai de Guilherme de Almeida é essencialmente um metapoema.

c) Com base no texto de Guilherme de Almeida, seria possível afirmar-se que o Haikai é

um terceto formado por duas redondilhas menores e uma redondilha maior.

d) Embora Guilherme de Almeida seja um poema modernista, O Haikai traduz

preocupações da estética parnasiana.

e) Com base no que diz Guilherme de Almeida, pode-se deduzir que a composição de um

Haikai depende exclusivamente da inspiração.

Questão 11

(UNB) TEXTO

Tomou DORIL, a dor sumiu.

Com base no texto, julgue os itens abaixo.

a) No slogan acima, é possível afirmar que a propaganda comercial se serve

conscientemente de recursos poéticos, ou melhor, da função poética da linguagem, proposta

pelos formalistas russos.

b) Grafado como está, isto é, escrito em uma única linha, o slogan de DORIL pode ser

considerado um verso octossílabo.

c) O ritmo que domina o slogan de DORIL é o ternário.

d) Do ponto de vista da pronúncia que predomina no Brasil e tendo por modelo o dialeto

carioca, a rima entre DORIL e sumiu é perfeita.

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e) Se aceitarmos o slogan de DORIL como um único verso, a rima de DORIL com sumiu

é uma rima interna.

Questão 12

(UNB) TEXTO

BURRICE

Agora a mira está apontada para o cérebro. E quem dispara o míssil é Paulo Rogério

Duarte, de 23 anos. "Detesto mulher burra", diz. "Prefiro até que ela seja um pouco

feminista (olha só: será que feminismo agora virou elogio?), mas que tenha inteligência.

Não gosto de quem só fala abobrinha. Tem que ser bem-informada, pelo menos para não

dar fora." Sacou? Taí mais uma razão para ler jornal, ir ao cinema, ler livro, estudar e,

principalmente, pensar. E tem outra coisa: cuidado com os erros de português. Não precisa

falar difícil quando estiver com algum menino (isso, em vez de impressionar, decepciona),

mas dizer "a gente fomos" não pega bem mesmo. As aulas de português podem ser úteis na

hora da paquera. Quem diria...

"Os maiores defeitos das mulheres".

In: Capricho, março de 1991, p. 43

Com base no texto, pode-se afirmar que:

a) só fala abobrinha é um comportamento compatível com a representação do que seja

uma mulher burra.

b) um pouco atenua a afirmação "prefiro que a mulher seja feminista".

c) a mulher deve ser bem-informada, para P. R. Duarte, quando mais não seja para não

incorrer em fiascos ou gafes.

d) a fala de P. R. Duarte permite inferir que, de sua parte, há condescendência às

reivindicações das mulheres por direitos iguais aos homens, desde que não deixem de ser

inteligentes.

e) P. R. Duarte, por empregar expressões como "falar abobrinha" e "dar fora", caracteriza-

se como um falante de classe média baixa, com escolaridade incompleta.

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Questão 13

(UNB) TEXTO

Ela veio de longe, do São Francisco. Um dia, tomou caminho, entrou na boca aberta do

Pará, e pegou a subir. Cada ano avançado um punhado de léguas, mais perto, mais perto,

pertinho, fazendo medo no povo, porque era sezão da brava - da "tremedeira que não

desamontava" - matando muita gente.

- Talvez que até aqui ela não chegue... Deus há-de...

Mas chegou: nem dilatou para vir. E foi um ano de tristezas.

Guimarães Rosa

Com base no texto julgue os itens abaixo.

a) Guimarães Rosa, assim como Graciliano Ramos, revela preocupação com problemas

humanos universais, embora aborde a temática regionalista.

b) Entre as obras de Guimarães Rosa, podemos citar Grande Sertão: veredas, Tutaméia,

Corpo de Baile e Estas Histórias.

c) Riobaldo, protagonista de uma das obras-primas de Guimarães Rosa, personifica um ex-

jagunço, que se faz passar por mulher.

d) Em Guimarães Rosa, a linguagem do sertanejo é utilizada para denunciar as condições

precárias do ensino na região.

e) Diferentemente de Graciliano Ramos, Guimarães Rosa entrega-se, em sua obra, à

recriação amorosa da paisagem regional.

Questão 14

(UNB) TEXTO

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1 DE NOVEMBRO

Este é o dia de todos os santos; amanhã e o de todos os mortos. A igreja andou bem

marcando uma data para comemorar os que se foram.

No tumulto da vida e suas seduções, fique um dia para eles... A reticência que aí deixo

exprime o esforço que fiz para acabar esta página em melancolia; não posso, nunca pude.

Tristezas não são comigo. Entretanto, em rapaz, - quando fiz versos, nunca os fiz se não

tristíssimos. As lágrimas que verti então, - pretas, porque a tinta era preta, - podiam encher

este mundo, vale delas.

Machado de Assis

Julgue os itens abaixo.

a) Nas expressões os que se foram e As Lágrimas que verti, o que é pronome relativo.

b) As locuções em melancolia e em rapaz exprimem circunstâncias de modo e de tempo,

respectivamente.

c) Em Tristezas não são comigo, admite-se também o verbo na 3a pessoa do singular.

d) A sequência não pode, nunca pôde segue o mesmo modelo de flexão modo-temporal de

não posso e, nunca pude.

e) Na oração "amanhã é o de todos os mortos", o termo destacado tem a função sintática de

núcleo do predicativo.

Questão 15

(UNB) TEXTO

1 DE NOVEMBRO

Este é o dia de todos os santos; amanhã e o de todos os mortos. A igreja andou bem

marcando uma data para comemorar os que se foram.

No tumulto da vida e suas seduções, fique um dia para eles... A reticência que aí deixo

exprime o esforço que fiz para acabar esta página em melancolia; não posso, nunca pude.

Tristezas não são comigo. Entretanto, em rapaz, - quando fiz versos, nunca os fiz se não

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tristíssimos. As lágrimas que verti então, - pretas, porque a tinta era preta, - podiam encher

este mundo, vale delas.

Machado de Assis

Julgue os itens abaixo.

a) Em A igreja andou bem e andou com lisura, ao pagar a dívida, o verbo andar tem o

mesmo sentido.

b) O termo então é co-referente da expressão em rapaz.

c) No texto, a passagem da 3a pessoa para a 1

a pessoa do discurso indica o surgimento de

uma nova dimensão temporal.

d) A digressão é, no texto, um elemento indicial do esforço do autor em desviar-se do tema

da morte.

e) Nesse excerto, a passagem da 3a pessoa para a 1

a pessoa do discurso indica a alternância

entre o foco narrativo externo e o interno.

Questão 16

(UNB) TEXTO

1 DE NOVEMBRO

Este é o dia de todos os santos; amanhã e o de todos os mortos. A igreja andou bem

marcando uma data para comemorar os que se foram.

No tumulto da vida e suas seduções, fique um dia para eles... A reticência que aí deixo

exprime o esforço que fiz para acabar esta página em melancolia; não posso, nunca pude.

Tristezas não são comigo. Entretanto, em rapaz, - quando fiz versos, nunca os fiz se não

tristíssimos. As lágrimas que verti então, - pretas, porque a tinta era preta, - podiam encher

este mundo, vale delas.

Machado de Assis

Julgue os itens abaixo.

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a) Ao falar da juventude, o autor demonstra um sentimento de nostalgia que o identifica

com a estética romântica.

b) Em A reticência que aí deixo, o autor usa a função fática da linguagem.

c) As personagens machadianas são, geralmente, burgueses ociosos, que vivem de herança,

rendas, empréstimos e aposentadorias.

d) Considera-se que Memórias Póstumas de Brás Cubas inaugura um novo momento da

obra machadiana.

e) Em D. Casmurro, Machado de Assis cria um triângulo amoroso com as personagens

Rubião, Capitu e Escobar.

Questão 17

(UNB) TEXTO

JUCA MULATO

Como se sente bem recostado no chão! Ele é como uma pedra, é como a correnteza, uma

coisa qualquer dentro da natureza amalgamada ao mesmo anseio ao mesmo amplexo a esse

desejo de viver grande e complexo que tudo abarca numa força de coesão.

Menotti del Picchia

Julgue os itens abaixo.

a) Identificam-se rimas soantes na estrofe.

b) Em caso de translineação, as sílabas das palavras a seguir poderiam ser assim divididas:

an-se-io; co-e-são; u-ma; co-i-sa; cor-ren-te-za; qual-quer.

c) Tudo é objeto direto, e que é sujeito do verbo abarcar.

d) As palavras a seguir são exemplos de derivação sufixal: correnteza; natureza; amplexo,

completo.

e) Em "desejo de viver" e "força de coesão", as expressões sublinhadas têm a mesma

função sintática.

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Questão 18

(UNB) TEXTO

JUCA MULATO

Como se sente bem recostado no chão! Ele é como uma pedra, é como a correnteza, uma

coisa qualquer dentro da natureza amalgamada ao mesmo anseio ao mesmo amplexo a esse

desejo de viver grande e complexo que tudo abarca numa força de coesão.

Menotti del Picchia

Julgue os itens abaixo.

a) Menotti del Picchia, ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti,

Heitor Villa-Lobos, Monteiro Lobato, integrou a vanguarda modernista de 1922.

b) A personagem é descrita como um indivíduo introspectivo e solitário.

c) Na construção da Personagem, o autor recorre a imagens concretas e conceitos abstratos.

d) O termo amalgamada remete à noção de união.

e) A expressão viver grande e complexo revela a postura gananciosa da personagem.

Questão 19

(UNB) TEXTO

(...) a obra literária não é jamais "original", ela participa de uma rede de relações entre ela

mesma e as outras do mesmo autor, da mesma época, do mesmo gênero.

TZEVETAN TODOROV

Julgue as afirmativas sobre gêneros literários.

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a) A poesia lírica caracteriza-se por expressar conflitos da subjetividade e da contemplação

solitária e narcisista.

b) Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, e Meus Oito Anos, de Casimiro de abreu, são

exemplos de expressão literária no gênero lírico.

c) Na poesia épica, o poeta assume uma postura positiva, heróica, universalista.

d) Navio Negreiro, de Castro Alves, e Romanceiro da Inconfidência, de Cecília

Meireles, são poemas épicos.

e) O conto é uma modalidade do gênero narrativo que se caracteriza por apresentar um

único conflito, para o qual tudo na obra converge.

Questão 20

(UNB) TEXTO

PSICOLOGIA DA COMPOSIÇÃO

Não a forma encontrada

Como uma concha, perdida

Nos frouxos areais como

Cabelos,

Não a forma obtida

Em lance santo ou raro,

Tiro nas lebres de vidro

Do invisível,

Mas a forma atingida

Como a ponta do novelo

Que a atenção, lenta,

Desenrola,

Aranha, como o mais extremo

Desse fio frágil, que se rompe

Ao peso, sempre, das mãos

Enormes.

João Cabral de Melo Neto

Julgue os itens abaixo com base no texto

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a) A "forma" que almeja o poema pode ser interpretada como representativa do ideal

estético.

b) No poema, as expressões "perdida", "obtida" e "atingida" sugerem, respectivamente, as

idéias de acaso, revelação e busca.

c) Na última estrofe, o autor se expressa por meio da antítese.

d) Na metáfora "lebres de vidro", o autor evoca a perfeição da forma esculpida

cuidadosamente pelo poeta.

e) A imagem "ponta do novelo" sugere que a composição do poema requer a depuração dos

estados da sensibilidade.

Questão 21

(UNB) TEXTO

PSICOLOGIA DA COMPOSIÇÃO

Não a forma encontrada

Como uma concha, perdida

Nos frouxos areais como

Cabelos,

Não a forma obtida

Em lance santo ou raro,

Tiro nas lebres de vidro

Do invisível,

Mas a forma atingida

Como a ponta do novelo

Que a atenção, lenta,

Desenrola,

Aranha, como o mais extremo

Desse fio frágil, que se rompe

Ao peso, sempre, das mãos

Enormes.

João Cabral de Melo Neto

Julgue os itens abaixo com base no texto

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a) A última estrofe a frustração do poeta ao constatar a precariedade do metafórico "fio",

em face das limitações humanas.

b) A intercalação do adjetivo "lenta" põe em realce o caráter passivo do processo criador.

c) A poética de João Cabral de Melo Neto enfatiza o processo global de criação-

transmissão-recepção do texto.

d) Em Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto percorre o itinerário de um

sertanejo rumo ao litoral.

e) João Cabral de Melo Neto, ao lado de Vinícius de Morais, Cecília Meireles e Carlos

Drummond de Andrade, integra a geração modernista de 30.

Questão 22

(UNB) TEXTO

PSICOLOGIA DA COMPOSIÇÃO

Não a forma encontrada

Como uma concha, perdida

Nos frouxos areais como

Cabelos,

Não a forma obtida

Em lance santo ou raro,

Tiro nas lebres de vidro

Do invisível,

Mas a forma atingida

Como a ponta do novelo

Que a atenção, lenta,

Desenrola,

Aranha, como o mais extremo

Desse fio frágil, que se rompe

Ao peso, sempre, das mãos

Enormes.

João Cabral de Melo Neto

Julgue os itens abaixo com base no texto

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a) Os termos "Que" e "que", na terceira e quarta estrofes, têm a função de objetos direto e

sujeito, respectivamente.

b) As expressões "de vidro" e "Do invisível" têm a mesma função sintática.

c) Em caso de translineação, as palavras a seguir poderiam ser assim divididas: psi-co-lo-

gia; fi-o; a-re-ais; des-en-ro-la; ob-ti-da; mãos.

d) Nas duas primeiras estrofes, só ocorrem verbos em forma nominais ou não-finitas.

e) As expressões "Nos frouxos areais" e "Em lance santo ou raro" exercem a função

sintática de adjunto adverbial de lugar.

Questão 23

(UNB) TEXTO

Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos... nem um triste vintém azinhavrado...

Lembrou-se da rede nova, grande e de listas que comprara em Quixadá por conta do vale de

Vicente.

Tinha sido para a viagem. Mas antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com

a barriga roncando de fome.

Estavam já na estrada do Castro. E se arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu

e retorcido, a bem dizer ao tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham

nada de abrigo.

O vaqueiro saiu com a rede, resoluto:

- Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito...

Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha(...)

Raquel de Queiroz

Julgue os itens abaixo com base no texto.

a) Infere-se do texto que a viagem foi uma decisão inevitável.

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b) A venda da rede impõe o adiamento da viagem.

c) o uso do termo "vaqueiro" para referir-se a Chico Bento, ressalta sua condição

profissional e profunda a crítica social, denunciando a situação de desamparo em que se

encontra o trabalhador.

d) Considerando o sentido de "resoluto", no texto, pode ser apontado como seu antônimo o

vocábulo hesitante.

e) "Ao tempo" tem, no texto, o sentido de no momento exato.

Questão 24

(UNB) TEXTO

Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos... nem um triste vintém azinhavrado...

Lembrou-se da rede nova, grande e de listas que comprara em Quixadá por conta do vale de

Vicente.

Tinha sido para a viagem. Mas antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com

a barriga roncando de fome.

Estavam já na estrada do Castro. E se arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu

e retorcido, a bem dizer ao tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham

nada de abrigo.

O vaqueiro saiu com a rede, resoluto:

- Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito...

Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha(...)

Raquel de Queiroz

Julgue os itens abaixo com base no texto.

a) Em termos de conjugação verbal, "Tinha sido" está para fora, assim como tinha

comprado está para "comprara".

b) Em "se dou um jeito", identifica-se oração subordinada condicional.

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c) "Angustiado" e "resoluto" têm ambos a função sintática de predicativo do sujeito.

d) Em "antes dormir no chão" o termo antes é um adjunto adverbial de tempo.

e) Os fonemas oclusivos que ocorrem em peteca, distinguindo-se apenas quanto ao papel

das cordas vocais.

Questão 25

(UNB) TEXTO

INFÂNCIA

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé.

Comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu

a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu

chamava para o café.

Café preto que nem a preta velha

café gostoso

café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo

olhando para mim:

- Psiu... Não acorde o menino.

Para o berço onde pousou um mosquito.

E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava

no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história

era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

Julgue os itens com base no texto.

a) O texto contém informações autobiográficas do poeta-personagem.

b) A voz que chamava para o café vinha da senzala distante.

c) Na terceira estrofe, fica claro que a mãe temia que o menino acordasse o irmão.

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d) Na terceira estrofe, constrói-se a figura materna que tudo provê.

e) Os versos revela que o menino teve uma infância feliz, o que só foi percebido mais tarde.

Questão 26

(UNB) TEXTO

INFÂNCIA

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé.

Comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu

a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu

chamava para o café.

Café preto que nem a preta velha

café gostoso

café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo

olhando para mim:

- Psiu... Não acorde o menino.

Para o berço onde pousou um mosquito.

E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava

no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história

era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

Julgue os itens com base no texto.

a) Os cincos primeiros versos são de natureza descritiva.

b) No verso 6, a oração "que não acaba mais" enfatiza o sentido de "Comprida história".

c) Nos versos 6 e 17, há assertivas de caráter avaliativo.

d) No verso 10, a expressão "que nem a preta velha" constitui exemplo de distanciamento

respeitoso.

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e) O ritmo dos versos 10, 11 e 12 remete ao campo semântico de canção, antecipado em

"uma voz que aprendeu a ninar".

Questão 27

(UNB) TEXTO

INFÂNCIA

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé.

Comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu

a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu

chamava para o café.

Café preto que nem a preta velha

café gostoso

café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo

olhando para mim:

- Psiu... Não acorde o menino.

Para o berço onde pousou um mosquito.

E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava

no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história

era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

Julgue os itens com base no texto.

a) O poema infância, de obra Alguma Poesia, integra o conjunto de textos póstumos de

Carlos Drummond de Andrade.

b) Os textos de Carlos Drummond de Andrade caracterizam-se pelo uso sistemático da

norma culta do idioma, a que se incorporam formas coloquiais.

c) No poema, o poeta é intérprete do homem comum.

d) A análise do poema dá a "medida psicológica do poema": tímido e muito sensível.

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e) A obra de Drummond é representativa da primeira fase do Modernismo literário

brasileiro.

Questão 28

(UNB) TEXTO

INFÂNCIA

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé.

Comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu

a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu

chamava para o café.

Café preto que nem a preta velha

café gostoso

café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo

olhando para mim:

- Psiu... Não acorde o menino.

Para o berço onde pousou um mosquito.

E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava

no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história

era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

Julgue os itens com base no texto.

a) Ao substituir-se a vogal pré-tônica, em "Comprida", pela vogal posterior, alta, fechada,

oral, átona, ter-se-á a forma feminina singular do particípio do verbo cumprir.

b) O travessão empregado no verso 8 assinala oração intercalada.

c) O uso de reticências, nos versos 15 e 17, indica supressão de parte de citação literal.

d) Substituindo-se a consoante inicial do substantivo "fim" pela sua homorgânica, obtém-se

forma verbal flexionada no pretérito perfeito do indicativo.

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e) Na série sábiá/ "sabia" / sabiá, o traço vocativo distintivo dos fonemas é o ponto de

articulação.

Questão 29

(UNB) TEXTO

INFÂNCIA

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé.

Comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu

a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu

chamava para o café.

Café preto que nem a preta velha

café gostoso

café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo

olhando para mim:

- Psiu... Não acorde o menino.

Para o berço onde pousou um mosquito.

E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava

no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história

era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

Julgue os itens com base no texto.

a) São verbos de ligação "ficava" e "era".

b) No verso 4, "sozinho menino entre mangueiras" tem valor adverbial.

c) No primeiro período da segunda estrofe, ocorre locução verbal.

d) Seria igualmente correta a colocação enclítica do pronome pessoal oblíquo, em "nunca

se esqueceu(...)".

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e) Na expressão "preta velha", a inversão dos constituintes provoca mudança na

classificação gramatical de cada um deles.

Questão 30

(UNB) TEXTO

INFÂNCIA

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé.

Comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu

a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu

chamava para o café.

Café preto que nem a preta velha

café gostoso

café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo

olhando para mim:

- Psiu... Não acorde o menino.

Para o berço onde pousou um mosquito.

E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava

no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história

era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

Julgue os itens com base no texto.

a) No verso 1, o período composto por coordenação assindética exprime a simultaneidade

das ações.

b) Os predicados das orações do verso 1 contêm verbos intransitivos, seguidos de adjuntos

adverbiais.

c) Há paralelismo sintático entre os sujeitos das orações que iniciam os quatro primeiros

versos.

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d) As orações "que não acaba mais" e "onde pousou um mosquito" têm a mesma

classificação sintática.

e) As orações "que aprendeu a ninar(...)" e "que minha história era mais bonita(...)" têm a

mesma classificação sintática.

Questão 31

(UNB) TEXTO

Na balaustrada conversam pouco. Demoravam olhando o rio, tomando o fresco da noite,

espiando o profundo das águas escuras e barrentas. Tudo era novidade e quase mistério, daí

o silêncio apenas cortado por uma ou outra frase, de admiração ou de assombro. Raros

eram os diálogos e logo morriam superados pelo interesse das mínimas coisas sucedidas no

rio. E quando, por acaso, um navio largava, a terceira classe atestada de imigrantes, eles se

debruçavam todos no balaústre, uma inveja dos que, mais felizes, já partiam naquele navio,

as mãos acenando tímidos adeuses, os olhos espichados na esteira do vapor, na espuma que

as rodas faziam de cada lado do rio. Era uma coisa de ver-se, grandiosa para eles, que os

enchia de respeito, de certo temor. Esse distante São Paulo devia de ser terra de muita

riqueza realmente para exigir tanto sacrifício dos que para lá viajavam.

Jorge Amado

Com base no texto julgue os itens abaixo.

a) A viagem para São Paulo era envolvida por uma atmosfera de otimismo, porque

prenunciava riquezas e realizações grandiosas.

b) As referências ao rio assumem, no texto, um sentido metafórico ao traduzirem os

sentimentos dos viajantes em relação ao próprio destino.

c) Os termos "cortado" e "morriam", usados conotativamente, acentuam a importância da

introspecção naquele contexto.

d) O interesse dos viajantes pelo rio indica a atração pelo desconhecido, pelo mistério e o

gosto da aventura.

e) Para os que ficavam, a saída do navio significava frustração e desânimo, para os que

partiam, ventura e esperança.

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Questão 32

(UNB) TEXTO

METAMORFOSE

Meu avô foi buscar prata

mas a prata virou índio

Meu avô foi buscar índio

mas o índio virou ouro

Meu avô foi buscar ouro

mais o ouro virou terra

Meu avô foi buscar terra

e a terra virou fronteira

Meu avô, ainda intrigado,

foi modelar a fronteira:

E o Brasil tomou forma de harpa

Cassiano Ricardo

Julgue os itens abaixo.

a) O texto de Cassiano Ricardo Corresponde à fase verde-amarela do modernismo.

b) Cassiano Ricardo e Gonçalves Dias pertenceram ao mesmo movimento indianista.

c) O poeta, no texto, revela desconhecimento das conquistas formais implantadas pela

Semana de Arte Moderna.

d) "Metamorfose", por sua simetria e economia de recursos poéticos, apresenta afinidades

com os poemas concretistas.

Questão 33

(UNB) TEXTO

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MEMÓRIA DE ELEFANTE

No seio misterioso da floresta indiana,/ vivia um caçador chamado Ky Shakhana./ Um dia

ele avistou um pobre paquiderme/ deitado ali no chão, ferido, enorme, inerme./ Shakhana

aproximou-se e, num sublime impulso,/ sentiu-lhe a febre ardente, então tomou-lhe o

pulso,/ Foi quando viu no pé do agônico elefante / a farpa que lhe causava a dor alucinante./

Rapidamente Ky num gesto habilidoso,/ logo extirpou-lhe o imenso espinho doloroso./

Depois, com agilidade e competência inata, vinte quilos de sulfa aplicou-lhe na pata./

Enrolou-lhe no artelho um band-aid gigante/ e por fim ministrou-lhe um galão de laxante./

Afastou-se o bichinho, feliz e curado,/ deixando do purgante o rastro almiscarado.

Muitos anos passaram. Já velho, Shakhana/ retomava alquebrado à sua cabana./ Mas eis

que da floresta vem de supetão/ um elefante!"/ Pois vê nítido e claro, frente ao seu nariz,/ o

band-aid em farrapos e a cicatriz./ O elefante sorri e olha com amor/ bem no fundo dos

olhos do seu salvador,/ como se lhe dissesse com a pata no ar./ "Ah! Me lembro de ti!

Como não recordar.../ Foi teu gesto gentil que salvou minha vida,/ aliviando-me a dor, me

limpando a ferida!/ Não existe elefante que disso se esqueça."/ E depois, sutilmente,

esmagou-lhe a cabeça.

MORAL: O elefante é como alguns políticos: tem muita memória, mas nenhum

caráter.

Jô Soares

Julgue os itens abaixo.

a) O narrador lia com freqüência os livros do escritor inglês Rudyard Kipling.

b) Infere-se, que o elefante vomitou o remédio que tomou.

c) Segundo o autor, alguns políticos, embora tenham boa memória não têm escrúpulo

quando, para alcançar os seus objetivos, precisam de esmagar os seus adversários.

Questão 34

(UNB) TEXTO

MEMÓRIA DE ELEFANTE

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No seio misterioso da floresta indiana,/ vivia um caçador chamado Ky Shakhana./ Um dia

ele avistou um pobre paquiderme/ deitado ali no chão, ferido, enorme, inerme./ Shakhana

aproximou-se e, num sublime impulso,/ sentiu-lhe a febre ardente, então tomou-lhe o

pulso,/ Foi quando viu no pé do agônico elefante / a farpa que lhe causava a dor alucinante./

Rapidamente Ky num gesto habilidoso,/ logo extirpou-lhe o imenso espinho doloroso./

Depois, com agilidade e competência inata, vinte quilos de sulfa aplicou-lhe na pata./

Enrolou-lhe no artelho um band-aid gigante/ e por fim ministrou-lhe um galão de laxante./

Afastou-se o bichinho, feliz e curado,/ deixando do purgante o rastro almiscarado.

Muitos anos passaram. Já velho, Shakhana/ retomava alquebrado à sua cabana./ Mas eis

que da floresta vem de supetão/ um elefante!"/ Pois vê nítido e claro, frente ao seu nariz,/ o

band-aid em farrapos e a cicatriz./ O elefante sorri e olha com amor/ bem no fundo dos

olhos do seu salvador,/ como se lhe dissesse com a pata no ar./ "Ah! Me lembro de ti!

Como não recordar.../ Foi teu gesto gentil que salvou minha vida,/ aliviando-me a dor, me

limpando a ferida!/ Não existe elefante que disso se esqueça."/ E depois, sutilmente,

esmagou-lhe a cabeça.

MORAL: O elefante é como alguns políticos: tem muita memória, mas nenhum

caráter.

Jô Soares

Julgue os itens abaixo.

a) Para minorar a dor alucinante que sentia o animal, permitindo-lhe, assim, relaxar, o

caçador ministrou-lhe, depois de extirpar-lhe o espinho da pata, uma grande quantidade de

laxante.

b) O vocábulo "sutilmente" dá a entender ao leitor que o elefante matou Ky Shakhana por

amor, pois este já estava velho e alquebrado e precisava descansar.

c) Fica evidente, no texto que "Memória de elefante" é uma adaptação jocosa de um conto

de Kipling.

Questão 35

(UNB) TEXTO

MEMÓRIA DE ELEFANTE

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No seio misterioso da floresta indiana,/ vivia um caçador chamado Ky Shakhana./ Um dia

ele avistou um pobre paquiderme/ deitado ali no chão, ferido, enorme, inerme./ Shakhana

aproximou-se e, num sublime impulso,/ sentiu-lhe a febre ardente, então tomou-lhe o

pulso,/ Foi quando viu no pé do agônico elefante / a farpa que lhe causava a dor alucinante./

Rapidamente Ky num gesto habilidoso,/ logo extirpou-lhe o imenso espinho doloroso./

Depois, com agilidade e competência inata, vinte quilos de sulfa aplicou-lhe na pata./

Enrolou-lhe no artelho um band-aid gigante/ e por fim ministrou-lhe um galão de laxante./

Afastou-se o bichinho, feliz e curado,/ deixando do purgante o rastro almiscarado.

Muitos anos passaram. Já velho, Shakhana/ retomava alquebrado à sua cabana./ Mas eis

que da floresta vem de supetão/ um elefante!"/ Pois vê nítido e claro, frente ao seu nariz,/ o

band-aid em farrapos e a cicatriz./ O elefante sorri e olha com amor/ bem no fundo dos

olhos do seu salvador,/ como se lhe dissesse com a pata no ar./ "Ah! Me lembro de ti!

Como não recordar.../ Foi teu gesto gentil que salvou minha vida,/ aliviando-me a dor, me

limpando a ferida!/ Não existe elefante que disso se esqueça."/ E depois, sutilmente,

esmagou-lhe a cabeça.

MORAL: O elefante é como alguns políticos: tem muita memória, mas nenhum

caráter.

Jô Soares

Julgue os itens abaixo.

a) Apesar de ser um texto em prosa, identifica-se em "Memória de elefante" a função

poético da linguagem.

b) Em "No seio misterioso da floresta indiana", o autor utilizou uma metáfora.

c) Para marcar a diferença temporal entre as duas partes que compõem o texto, o autor

serviu-se, na segunda, do presente histórico.

d) O substantivo "bichinho", usado pelo narrador ao referir-se ao elefante, contribui para o

tom humorístico do texto.

Questão 36

(UNB) TEXTO

MEMÓRIA DE ELEFANTE

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No seio misterioso da floresta indiana,/ vivia um caçador chamado Ky Shakhana./ Um dia

ele avistou um pobre paquiderme/ deitado ali no chão, ferido, enorme, inerme./ Shakhana

aproximou-se e, num sublime impulso,/ sentiu-lhe a febre ardente, então tomou-lhe o

pulso,/ Foi quando viu no pé do agônico elefante / a farpa que lhe causava a dor alucinante./

Rapidamente Ky num gesto habilidoso,/ logo extirpou-lhe o imenso espinho doloroso./

Depois, com agilidade e competência inata, vinte quilos de sulfa aplicou-lhe na pata./

Enrolou-lhe no artelho um band-aid gigante/ e por fim ministrou-lhe um galão de laxante./

Afastou-se o bichinho, feliz e curado,/ deixando do purgante o rastro almiscarado.

Muitos anos passaram. Já velho, Shakhana/ retomava alquebrado à sua cabana./ Mas eis

que da floresta vem de supetão/ um elefante!"/ Pois vê nítido e claro, frente ao seu nariz,/ o

band-aid em farrapos e a cicatriz./ O elefante sorri e olha com amor/ bem no fundo dos

olhos do seu salvador,/ como se lhe dissesse com a pata no ar./ "Ah! Me lembro de ti!

Como não recordar.../ Foi teu gesto gentil que salvou minha vida,/ aliviando-me a dor, me

limpando a ferida!/ Não existe elefante que disso se esqueça."/ E depois, sutilmente,

esmagou-lhe a cabeça.

MORAL: O elefante é como alguns políticos: tem muita memória, mas nenhum

caráter.

Jô Soares

Julgue os itens abaixo.

a) Classifica-se como "paquiderme" o animal que tem presas ou chifres de marfim, como o

elefante e o rinoceronte.

b) Os vocábulos "inerme" e "agônico" poderiam, sem alteração de sentido, ser substituídos

por imberbe e moribundo, respectivamente.

c) Os vocábulos "inata" e "artelho" são sinônimos de congênita e tornozelo,

respectivamente.

Questão 37

(UFPE) Recife / Pernambuco foi musa de muitos poetas, através dos tempos e das escolas

literárias. Há relação correta entre o texto e os comentários em. Assinale as afirmativas

verdadeiras e as falsas.

a)

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"Por entre o Beberibe e o Oceano

Em uma área sáfia e movediça

Jaz o Recife, população mestiça

Os versos não louvam a cidade, antes criticam a população, o meio ambiente e até sua

fundação.

A forma ferina de escrever é própria de Gregório de Matos, o Boca do inferno.

b)

"Quero na hora da morte, estar lúcido para

mandar a ti meu último suspiro, Recife."

O lirismo dos versos oscila entre a confissão pessoal e a vida cotidiana. Como recifense,

Manuel Bandeira coloca uma forte dose de emoção, aliada à referências bibliográficas.

c)

(Recife)

"Retilínea

Cana de açúcar

Dobrada

Para deixar mais alta

Olinda

Plantada sobre uma onda linda

Do mar pernambucano

Os versos livres e vanguardistas, pertencentes ao modernismo, escapam do tom irônico e da

forma destruidora, características do estilo de Oswaldo de Andrade. Paulista, ele descreve,

em ritmo sincopado, a situação topográfica do Recife.

d)

"Salve, terra famosa, ó Pernambuco!

Veneza Americana transportada,

Boiando gênio te formou na Europa,

Gênio melhor te espetou sorrindo,

à sombra dos coqueiros,"

Os versos laudatórios, cheios de exclamações e vocativos, São próprios da linguagem

romântica.

Gonçalves Dias, maranhense, romântico da 1a fase,

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cantou o Recife com Admiração, falando de sua paisagem: uma natureza tropical e

exuberante.

e)

"Pernambuco! Um dia, eu vi-te

Dormindo imenso ao luar

Com os lábios quase a falar

Do braço, o clarim suspenso

O punho no sabre extenso

De, Recife imenso

Que rasga o peito do mar."

Na estrofe acima, podemos perceber o toque condoreiro e a adoção das causas libertárias.

Castro Alves, romântico da 3a fase, que surgiu em Recife.

Os cursos jurídicos, apresenta um Pernambuco guerreiro: usando clarim e sabre.

Questão 38

(UFPE)

"Largas dentaduras,

Vosso riso largo

me consolará.

Não sei quantas fomes

ferozes, secretas

no fundo de mim.

.....................................

Dentaduras alvas

.....................................

admiráveis presas,

mastigando lestas

e indiferentes

a carne da Vida!"

Os versos, de Carlos Drummond de Andrade, apresentam como características.

Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas.

a) Poesia voltada para o cotidiano.

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b) Poesia centrada nos aspectos antilíricos.

c) Poesia direcionada para os problemas sociais.

d) Ausência de complascências sentimentais.

e) Ficção poética de um mundo material.

Questão 39

(UFPE) Machado de Assis, com Memórias Póstumas de Brás Cubas, torna-se o divisor de

águas entre Romantismo e o Realismo. A partir de então, a ironia e o pessimismo tornam-se

presentes na sua obra, dissecando o caráter dos personagens. Estas duas características

estão presentes em. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas.

a) "Marcela amou-me durante 15 dias e onze contos de réis".

b) "Não teve filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."

c) "Tinha 64 anos rijos e prósperos, era solteiro, possuia 300 contos e fui acompanhado ao

cemitério por onze amigos. Onze amigos!"

d) "Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira. [Seus

olhos]; eu nada conclui de extraordinário. A cor e a doçura eram minhadas conhecidas."

e) "Ontem, logo que tive notícia da crise ministerial, recolhi-me a casa, para esperar os

acontecimentos."

Questão 40

(UFPE) "Além muito além daquela serra que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da

graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo de jati era doce como seu sorriso".

José Alencar, autor do texto acima, é o mais conhecido dos autores da prosa romântica.

Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas.

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a) Apresenta um perfil feminino com construção psicológica elaborada a partir de

cuidadosa observação da realidade.

b) O elemento humano é representado de acordo com o capricho de sua fantasia,

correspondendo a uma idealização.

c) As linhas introdutórias confirmam a tendência do autor ao descritivismo com paisagens

de um colorido intenso e traço de grandiosidade.

d) Uma língua própria brasileira é representada aqui pelo uso de vocábulos indígenas.

e) A descrição da figura indígena representa uma aceitação de idéias colonialista em

oposição a intuitos nativistas.

Questão 41

(UFPE) Sobre João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 45. Assinale as afirmativas

verdadeiras e as falsas.

a) Em seu percurso poético manteve como marca registrada a contenção e a objetividade:

"Não a forma encontrada como a concha perdida [...]

Mas a forma atingida como a ponta do novelo que a atenção, lenta, desenrola."

b) Sua obra mais conhecida é Morte e Vida Severina ou Auto de Natal Pernambucano, que

fala do imigrante nordestino:

"Somos muitos Severinos / iguais em tudo na vida / na mesma cabeça grande / que a custo

se equilibra."

c) Afastando-se do lirismo intimista, sua poesia baseia-se no cotidiano, na realidade, nos

objetos:

"O lápis, o esquadro, o papel; / o desenho, o projeto, o número; / o engenheiro pensa o

mundo justo / mundo que nenhum céu encobre".

d) Os versos acima ilustram a afirmação de que a poesia de João Cabral revela ao mesmo

tempo rigor técnico e preocupação social.

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e) Cabral foi herdeiro da preocupação formal do Parnasianismo e de seus métodos, com

modelos pré-estabelecidos em formas e serem seguidas, rima e métrica de padrões clássicos

como na estrofe abaixo:

"E se encorpando em tela, entre todos

Se erguendo tenda, onde entrem todos,

Se entretendo para todos, no toldo

(a manhã) que plana livre de armação

A manhã, tolde de um tecido tão aéreo

Que, tecido, se eleva por si: luz balão".

Questão 42

(FESP) TEXTO

"A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pêlo caíra-lhe em vários

pontos, as costelas avultavam num fudo róseo, onde manchas escuras supuravam e

sagravam cobertas de moscas. As chagas e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida

e a bebida."

Graciliano Ramos

De acordo com o texto, todas as respostas estão corretas, exceto:

a) É costume nordestino dar ao cão de estimação nome de peixe, parecendo ser um ato

simbólico, através do qual o homem procura afastar a hidrofobia;

b) O primeiro período faz uma afirmação geral, explicada pelos outros dois;

c) O texto faz o leitor visualizar a magreza de Baleia pelas costelas salientes;

d) Além das causas físicas do desconforto, Baleia é ainda atacada pelas moscas;

e) Os dois últimos períodos contradizem a afirmação do primeiro período.

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Questão 43

(FESP) Texto

Nas vascas da agonia Adônis chora:

- Com que sarcasmo, ó natureza, estendes

Profusa luz em torno a mim agora!

Amor, por que me enleias em teus braços

Por que, se a vida é curta, a ela me prendes

Esta alma ainda, com tão fortes laços?

Raimundo correia

Assinale a alternativa correta com relação à estrofe, à métrica e às rimas, de acordo com o

texto.

a) sextilhas, decasssílabas, misturadas;

b) décimas, eneassílabas, opostas e paralelas;

c) sextilhas, alexandrinos, misturadas;

d) oitavas, octassílabos, paralelas;

e) sextilhas, endecassílabos, alternadas.

Questão 44

(FESP) TEXTO

"No entretanto Joana não esperava a visão num milagre nem anunciada pelo anjo Gabriel,

Surpreendia-a mesmo no que já enxergava, mas subitamente vendo pela primeira vez,

subitamente compreendendo que aquilo vivia sempre. Assim, um cão latindo, recortado

contra o céu. Isso era isolado, não precisava de mais nada para se explicar..."

Clarice Lispector

A respeito de Clarice Lispector. Assinale as afirmativas verdadeiras e as falsas.

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a) Utiliza o fluxo da consciência, como um verdadeiro mergulho "interior", tornando a obra

verossímil, de modo que presente e passado, realidade e desejo misturam-se;

b) Desenvolve, em geral, um enredo rico em episódios de ação externa;

c) No nível da linguagem, percebe-se uma certa preocupação com a revalorização das

palavras, dando-lhes uma roupagem nova;

d) Sua obra apresenta como principal sustentáculo o questionamento do ser, o "estar-no-

mundo", o intimismo e a pesquisa do ser humano;

e) O sentido de epifania em Clarice Lispector é o de revelação. É o "descortinar" do mundo.

A personagem mergulhada num fluxo de consciência, passa a ser o mundo e a si mesma de

outro modo.

Questão 45

(UFPE) TEXTO

Encontrei-me a ti, sabendo que eras somente onda.

Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.

Como sabia bem tudo isso, e dei-ma ao teu destino frágil,

fiquei sem poder chorar, quando cai.

Cecília Meireles, autora do texto acima, é estudada na Literatura Brasileira como integrante

do modernismo. Em relação à autora e ao movimento do qual participou, é incorreto

afirmar:

a) O modernismo incentivou o emprego de versos livres.

b) O tema da poesia acima, subjetivo e lírico, apresenta pontos de contato com o

Romantismo.

c) Com o movimento Parnasiano, os versos têm em comum a rigidez formal e o

distanciamento do poeta em relação ao assunto.

d) A corrente espiritualista da 2ª fase do Modernismo teve em Cecília Meireles a primeira

voz poética feminina a ser respeitada na literatura brasileira.

e) A poesia de Cecília Meireles valoriza sobretudo a intuição e a emoção como formas de

entender o mundo.

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Questão 46

(UFPE) TEXTO

Encontrei-me a ti, sabendo que eras somente onda.

Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.

Como sabia bem tudo isso, e dei-ma ao teu destino frágil,

fiquei sem poder chorar, quando cai.

Observando as formas pronominais, ainda no Texto, assinale a alternativa incorreta.

a) O destinatário expresso é a 2ª pessoa do singular, enquanto que o autor é representado

pelo eu (oculto).

b) Em encostei-me temos um exemplo de ênclise.

c) A forma ti (tônica) poderia ser substituída por te (átona), sem alterar o sentido e a forma.

d) A forma tônicas ti são exigidos pela presença das proposições a e em.

e) Minha e teu são possessivos ligados às 1ª e 2ª pessoas do singular, respectivamente.

Questão 47

(UFPE) TEXTO

Encontrei-me a ti, sabendo que eras somente onda.

Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.

Como sabia bem tudo isso, e dei-ma ao teu destino frágil,

fiquei sem poder chorar, quando cai.

Os versos do Texto expressam.

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a) A tristeza resignada de alguém que, apesar de conhecer a fragilidade de outrem,

depositou nele a sua confiança.

b) A felicidade de quem sente a realização de seu amor.

c) A dificuldade de chorar diante dos acontecimentos quando as causas são passageiras.

d) A confiança depositada ma pessoa amada, contra as evidências, tendo por isso alcançado

a felicidade desejada.

e) O lamento do poeta destino frágil da pessoa amada.

Questão 48

(UFPE) TEXTO

Os antitabagistas americanos lutam há anos para que o cigarro seja considerado droga e

passe a ser controlado pelo órgão que regulamenta drogas e alimentos nos Estado Unidos.

A indústria faz pressão contra.

(Veja, 28/08/96)

Em relação ao texto, é incorreto afirmar.

a) Em há anos, o verbo haver deve ficar no singular porque indica tempo decorrido.

b) Em antitabagistas há um prefixo de origem grega com sentido de oposição.

c) Em órgão que regulamenta drogas e alimentos o "que" se refere a "órgão".

d) A indústria faz pressão contra estabelece, com o resto do texto, uma idéia de

conseqüência.

e) Para que, além de indicar finalidade, obriga o verbo "ser" a estar no modo subjuntivo.

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Questão 49

(UFPE) TEXTO

Os antitabagistas americanos lutam há anos para que o cigarro seja considerado droga e

passe a ser controlado pelo órgão que regulamenta drogas e alimentos no Estado Unidos. A

indústria faz pressão contra.

(Veja, 28/08/96)

Assinale a alternativa que melhor expressa a idéia principal do texto.

a) Americanos não-fumantes procuram restringir o uso do cigarro, enquanto a indústria do

fumo procura vencer a pressão.

b) Todo americano não-fumante luta contra a indústria de cigarros.

c) A indústria pressiona o governo americano par incluir o cigarro na lei que regulamenta

alimentos e drogas.

d) Fumar em lugares públicos é proibidos pelo Departamento de Estado dos Estados

Unidos.

e) O cigarro já é considerado droga nos Estados Unidos e por isso sujeito à lei antidroga.

Questão 50

(UNICAP) "Ele se chama Francisco Maria, é magro e feio. Nascerá amanhã, há 300 anos.

Ninguém o conhece pelo nome. Há pessoas que só existiriam de verdade se fosse criado

para elas um pseudônimo. Depois de uma prisão, como punição para algumas piadas contra

um poderoso, ele inverte o sobrenome (Arouet) e se torna Voltaire. Que todo sujeito

inteligente conhece." (Mário Hélio - JC 20.11.94). Assinale as afirmativas verdadeiras e as

falsas.

a) No primeiro período, os verbos criam, no leitor, uma expectativa de atualidade, por

estarem flexionados no presente do indicativo.

b) No segundo período, a indicação de tempo passado, contida na expressão "há 300 anos",

não condiz como o uso do verbo "nascerá", no futuro do presente do indicativo.

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c) É evidente que, quando os verbos, no presente, referem-se a Voltaire, temos a ocorrência

do que chamamos "presente histórico".

d) No quarto período, as formas verbais "existiam" e "fosse" estão em perfeita correlação.

e) Apenas uma das formas verbais encontra-se na voz passiva.

Questão 51

(FUVEST) TEXTO

I. A manobra psicológica do narrador - protagonista mostra que as lembranças obsessivas

perdem a força, quando o seu culto as eleva a uma respeitosa distância.

II. A paisagem paulistana é percorrida pelo olhar ingênuo de quem busca reconhecimento e

esbarra no oficialismo autoritário.

As afirmações I e II referem-se, respectivamente, aos seguintes contos de Mário de

Andrade (Contos Novos):

a) "Vestida de preto" e "Primeiro de maio".

b) "Peru de natal" e "Frederico Paciência".

c) "O ladrão" e "Frederico Paciência"

d) "Peru de natal" e "Primeiro de maio".

e) "Vestida de preto" e "O ladrão".

Questão 52

(FUVEST) TEXTO

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Com essa história enjoada de traiu ou não traiu, de Capitu ser anjo ou demônio, o leitor de

Dom Casmurro acaba se esquecendo do fundamental: as memórias são do velho narrador,

não da mulher, e o autor é Machado de Assis, e não um escritor romântico dividido entre

mistérios.

Aceitas as observações acima, o leitor de Dom Casmurro deverá

a) identificar o ponto de vista de Capitu, considerando ainda o universo próprio da ficção

naturalista.

b) reconhecer os limites do tipo de narrador adotado, subordinando-o ao peculiar universo

de valores do autor.

c) aceitar os juízos do velho narrador, por meio de quem se representa a índole confessional

de Machado de Assis.

d) rejeitar as acusações do jovem Bentinho, preferindo-lhes a relativização promovida pelo

velho narrador.

e) relativizar o ponto de vista da narração, cuja ambigüidade se deve à personalidade

oblíqua de Capitu.

Questão 53

(FUVEST)

"Quando o velho acabou de escrever a sua narrativa exclamei:

- Tenho a impressão de que o senhor deixou as pernas embaixo de um automóvel, Seu

Ribeiro. Por que não andou mais depressa? É o diabo."

A correta contextualização da passagem acima no romance São Bernardo, de Graciliano

Ramos, permite afirmar que,

a) a brutalidade de Paulo Honório não exclui a modernização e a técnica, de que também se

vale para triunfar sobre um mundo em que Seu Ribeiro já tivera prestígio.

b) Seu Ribeiro buscara inutilmente acompanhar o ritmo do progresso, já que lhe faltava o

instinto empreendedor capaz de realizar sua aspiração de ser um grande proprietário.

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c) as lamúrias do velho coronel pretendem-se a um mundo mais autoritário, vencido pelas

idéias modernas que deram origem a sustentação ao poder de Paulo Honório.

d) o oportunismo de Paulo Honório leva-o preterir os serviços do antigo agregado em favor

da jovem Madalena, a quem incumbe de equipar e modernizar a velha escola.

e) o universo de valores do velho Major desorganizou-se em função da velocidade do

mundo moderno, ao qual tampouco se adapta o primitivismo de Paulo Honório.

Questão 54

(FUVEST) É correto afirmar que no poema dramático Morte e Vida Severina, de João

Cabral de Melo Neto,

a) a sucessão de frustrações vividas por Severino faz dele um exemplo típico de herói

moderno, cuja tragicidade se expressa na rejeição à cultura a que pertence.

b) a cena inicial e a final dialogam de modo a indicar que, no retorno à terra de origem, o

retirante estará munido das convicções religiosas que adquiriu com o mestre carpina.

c) o destino que as ciganas prevêem para o recém-nascido é o mesmo que Severino já

cumprira ao longo de sua vida, marcada pela seca, pela falta de trabalho e pela retirada.

d) o poeta buscou exprimir um aspecto da vida nordestina no estilo dos autores medievais,

valendo-se da retórica e da moralidade religiosa que os caracterizavam.

e) o "auto de natal" acaba por definir-se não exatamente num sentido religioso, mas

enquanto reconhecimento da força afirmativa e renovadora que está na própria natureza.

Questão 55

(UNI-RIO) A marca da Senhora está contraditoriamente impressa em fatos que ocorre na

sua ausência. Assinale a opção IMPRÓPRIA para exemplificar o que se afirma nesta

questão.

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a) "( ... ) não senti falta."

b) "( ... ) o leite primeira vez coalhou."

c) "( ... ) a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada."

d) "( ... ) o canário ficou mudo."

e) "Não tenho botão na camisa, ( ... )"

Questão 56

(UNI-RIO) A eclosão do apelo, vai-se construindo por meio de uma função da linguagem

nele predominante e que se denomina função:

a) poética.

b) fática.

c) apelativa.

d) emotiva.

e) referencial.

Questão 57

(UCSAL) TEXTO

Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse:

Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende.

Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito

e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompéia, entrava no

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internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era

sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio.

Menino perdido, menino de engenho.

José Lins do Rego - Menino de Engenho, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983.

Da leitura do texto pode-se concluir que, ao entrar para a escola:

a) o menino de engenho já é um adulto precoce e o Sérgio, não.

b) nem o Sérgio nem o menino de engenho são inocentes e inexperientes.

c) tanto o menino de engenho quanto Sérgio são adultos precoces.

d) o Sérgio é um adulto precoce e o menino de engenho não.

e) o menino de engenho, ao contrário de Sérgio, é criatura geniosa, mas sem malícia.

Questão 58

(UCSAL) TEXTO

Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse:

Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende.

Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito

e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompéia, entrava no

internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era

sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio.

Menino perdido, menino de engenho.

José Lins do Rego - Menino de Engenho, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983.

Tem-se na fala de José Paulino exemplo de função de linguagem denominada:

a) fática.

b) referencial.

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c) conativa.

d) poético.

e) metalingüística.

Questão 59

(UCSAL) TEXTO

Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse:

Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende.

Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito

e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompéia, entrava no

internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era

sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio.

Menino perdido, menino de engenho.

José Lins do Rego - Menino de Engenho, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983.

Em: "Estude, que não se arrepende", a palavra que introduz oração coordenada,

a) explicativa.

b) conclusiva.

c) causal.

d) alternativa.

e) adversativa.

Questão 60

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(UCSAL) TEXTO

Vai encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.

Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões

de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico,

diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos

um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à

impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um

novo clima rigoroso.

Raul Pompéia - O Ateneu: crônica de saudades, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983.

Depreende-se do texto:

a) a educação dada no internato complementa aquela recebida dos pais.

b) o excesso de proteção materna pode fazer o jovem sofrer mais na primeira lição de vida

fora do lar.

c) a educação que o narrador recebeu no lar ficou além do que lhe cobrou o mundo do

Ateneu.

d) o carinho excessivo na educação familiar torna o homem invulnerável aos reveses da

vida.

e) a vantagem da educação familiar é que ela anestesia os que se ferem com as agressões do

mundo

Questão 61

(UCSAL) TEXTO

Vai encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.

Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões

de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico,

diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos

um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à

impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um

novo clima rigoroso.

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Raul Pompéia - O Ateneu: crônica de saudades, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983.

As expressões do texto "Estufa de carinho" e "Poema dos cuidados maternos" classificam-

se como:

a) metonímia e antítese.

b) eufemismo e metonímia.

c) metáfora e metáfora.

d) pleonasmo e pleonasmo.

e) metáfora e eufemismo.

Questão 62

(UCSAL) TEXTO

Vai encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.

Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões

de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico,

diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos

um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à

impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um

novo clima rigoroso.

Raul Pompéia - O Ateneu: crônica de saudades, Ed. Moderna Ltda., São Paulo, 1983.

No texto, a personagem narradora expressa:

a) sua desconfiança nos resultados da educação familiar.

b) o desejo de que seus projetos de criança se concretizem.

c) sua concordância com o acerto do aviso que lhe deu o pai à entrada do Ateneu.

d) o deslumbramento com a liberdade que o Ateneu lhe propiciaria.

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e) o reconhecimento pela refinada educação trazida do aconchego familiar.

Questão 63

(UCSAL) TEXTO

Enxadrista é educada pelos pais para ser "gênio"

Oriunda de uma família de judeus-húngaros, Judit Polgar é apontada ao lado do russo

Wladimir Kramnik, como uma das estrelas ascendentes do xadrez.

Seus pais, Laszio e Klara, ambos educadores, jamais aceitaram que as três filhas

freqüentassem escolas. "Era uma perda de tempo".

O casal acredita que é possível formar gênios em casa. E aplicou essa teoria na educação

das três filhas.

Da Reportagem Local - Folha de São Paulo, 22-11-1996

A mensagem desse artigo caracteriza-se por seu caráter preponderantemente:

a) lúdico.

b) opinativo.

c) interpretativo.

d) informativo.

e) filosófico.

Questão 64

(UCSAL) TEXTO

Enxadrista é educada pelos pais para ser "gênio"

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Oriunda de uma família de judeus-húngaros, Judit Polgar é apontada ao lado do russo

Wladimir Kramnik, como uma das estrelas ascendentes do xadrez.

Seus pais, Laszio e Klara, ambos educadores, jamais aceitaram que as três filhas

freqüentassem escolas. "Era uma perda de tempo".

O casal acredita que é possível formar gênios em casa. E aplicou essa teoria na educação

das três filhas.

Da Reportagem Local - Folha de São Paulo, 22-11-1996

A notícia extraída do texto acima desperta interesse porque:

a) ensina como se formam gênios.

b) enriquece a literatura enxadrista.

c) rompe com a forma tradicional de educar.

d) demonstra a importância da hereditariedade.

e) valoriza a ação pedagógica da instituição de ensino.

Questão 65

(CESGRANRIO) Com "Esforço-me e vou conseguindo vencer minhas deficiências", a

autora se refere:

a) ao esforço para suplantar a inibição que as palavras lhe causam.

b) ao esforço que lhe custa o tecido do texto.

c) à deficiência visual que lhe dificulta tecer o bordado.

d) à sua própria dificuldade enquanto tecelã.

e) às muitas deficiências gramaticais que necessita vencer.

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Questão 66

(CESGRANRIO) A função sintática do que está correta em:

a) "... um adestramento que já não tenho" - predicativo do objeto direto.

b) "... de uma vida que se foi desenrolando" - objeto direto.

c) "... dos seres que me rodeiam" - adjunto adverbial.

d) "Mulheres de meia-idade que comprovam lãs" - aposto.

e) "... os pontos que minha pequena mão infantil executara." - objeto direto.

Questão 67

(UFF) TEXTO

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode

determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas,

rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da

sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o

caráter conservador e benéfico da guerra.

Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para

alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra

vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas

do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse

caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe

os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os

demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não

chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é

aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação

que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

(ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL,

1976.)

A afirmação que não está no texto é:

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a) Numa guerra, confere-se aos vencidos ódio ou compaixão, ao passo que aos vencedores

delegam-se os frutos da vitória.

b) Se dois povos dependem de um só meio de subsistência em comum, a paz os levará à

extinção.

c) O encontro de duas formas em expansão pode resultar no aniquilamento de uma delas se

a sobrevivência de uma depende da preservação da outra.

d) A morte não existe porque, na realidade, é apenas a condição necessária para que se

preserve a vida.

e) Considerando que o homem só comemora o que lhe traz prazer ou vantagem, os hinos e

aclamações bélicos comprovam a conveniência da guerra.

Questão 68

(UFF) TEXTO

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode

determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas,

rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da

sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o

caráter conservador e benéfico da guerra.

Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para

alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra

vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas

do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse

caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe

os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os

demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não

chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é

aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação

que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

(ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL,

1976.)

Segundo o texto, o caráter benéfico e conservador da guerra" fundamenta-se no seguinte

fato:

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a) O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, implica sempre destruição

de uma delas.

b) A destruição de uns é condição necessária para a sobrevivência de outros, preservando-

se a espécie.

c) Somente com a guerra pode-se chegar à paz.

d) Os hinos da vitória, as aclamações e recompensas decorrem da vitória na guerra.

e) A interdependência de duas formas é fundamental para que ambas sobrevivam.

Questão 69

(UFF) TEXTO

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode

determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas,

rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da

sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o

caráter conservador e benéfico da guerra.

Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para

alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra

vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas

do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse

caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe

os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os

demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não

chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é

aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação

que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

(ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL,

1976.)

Dentre as afirmações abaixo formuladas sobre o texto, absolutamente inaceitável é:

a) Há traço flagrante da ironia machadiana na imagem das "batatas" como troféu que cabe

ao vencedor.

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b) Através do humor, Machado parodia o discurso retórico pseudofilosofante do seu tempo.

c) Utiliza o autor o recurso estilístico da antítese no processo argumentativo do texto.

d) Os paradoxos "paz destruição" e "guerra conservação" funcionam como exemplos do

espírito belicista que integra a temática literária do realismo brasileiro.

e) O tom humorístico da última frase também decorre do contraste entre seu caráter conciso

e a longa digressão argumentativa precedente.

Questão 70

(UFF) TEXTO

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode

determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas,

rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da

sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o

caráter conservador e benéfico da guerra.

Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para

alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra

vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas

do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse

caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe

os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os

demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não

chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é

aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação

que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

(ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL,

1976.)

O texto expressa a seguinte característica da ficção realista brasileira:

a) Elaboração de um painel humano, em que sobressaem o excepcional, o feio e o grotesco.

b) Narrativa pautada nos costumes e contrastes urbanos.

c) Presença de personagens femininas fortes e enigmáticas.

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d) Crítica ferina ao caráter corrupto do homem social.

e) Referência aos fatos sociais como decorrentes das leis naturais do Universo.

Questão 71

(UFF) TEXTO

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode

determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas,

rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da

sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o

caráter conservador e benéfico da guerra.

Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para

alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra

vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas

do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse

caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe

os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os

demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não

chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é

aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação

que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

(ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL,

1976.)

O texto é breve trecho de Quincas Borba, obra marcante do Realismo brasileiro. Dentre as

afirmações feitas abaixo acerca da ficção realista, a única absolutamente inaceitável é:

a) Na prosa realista, salienta-se a análise psicológica das chamadas patologias sociais,

como o adultério e a busca de prestígio.

b) Tipifica-se, no Realismo, a narrativa detalhista, em que o narrador onisciente mantém-se

distanciado da trama.

c) Solidifica-se, na produção literário realista, o ideário social já presente no Romantismo

com a poesia abolicionista de Castro Alves.

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d) Fomenta-se já na prosa realista o reformismo anárquico que viria a eclodir na Semana de

Arte Moderna de 1922.

e) Caracteriza, de modo geral, a linguagem realista uma preferência pela sobriedade e pelo

condimento, em contraste com a exuberante adjetivação romântica.

Questão 72

(UFC) TEXTO

FIDELIDADE

Altas horas já são. O aracati passou.

Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou

a lembrança sutil de seus desvelos

afagando-me os olhos e os cabelos.

Os cabelos que em vão envelheceram

ou, pobres folhas ao vento, se perderam.

Mas, nas idades todas, fui fiel

a esse mar belíssimo e revel

que vejo em devoção

qual destino, estigma ou canção.

E refaço mil vezes minha viagem,

marinheiro que fui sem marinhagem,

sendo, a cada instante,

do mar de Mucuripe um tripulante.

(BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo.

Fortaleza: UFC, 1992.)

Assinale a alternativa em que figura uma característica do Modernismo presente no poema

Fidelidade.

a) Uso de temas do cotidiano.

b) Predominância da ironia, do humor, da piada.

c) Uso de expressões corriqueiras.

d) Liberdade formal.

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e) Compromisso com a realidade social.

Questão 73

(UFC) TEXTO

FIDELIDADE

Altas horas já são. O aracati passou.

Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou

a lembrança sutil de seus desvelos

afagando-me os olhos e os cabelos.

Os cabelos que em vão envelheceram

ou, pobres folhas ao vento, se perderam.

Mas, nas idades todas, fui fiel

a esse mar belíssimo e revel

que vejo em devoção

qual destino, estigma ou canção.

E refaço mil vezes minha viagem,

marinheiro que fui sem marinhagem,

sendo, a cada instante,

do mar de Mucuripe um tripulante.

(BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo.

Fortaleza: UFC, 1992.)

O lirismo do poema evidencia-se no(a):

a) racionalidade da idéias.

b) rebuscamento da forma.

c) exteriorização do mundo interior.

d) prolixidade dos versos.

e) temática regionalista.

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Questão 74

(UFC) TEXTO

FIDELIDADE

Altas horas já são. O aracati passou.

Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou

a lembrança sutil de seus desvelos

afagando-me os olhos e os cabelos.

Os cabelos que em vão envelheceram

ou, pobres folhas ao vento, se perderam.

Mas, nas idades todas, fui fiel

a esse mar belíssimo e revel

que vejo em devoção

qual destino, estigma ou canção.

E refaço mil vezes minha viagem,

marinheiro que fui sem marinhagem,

sendo, a cada instante,

do mar de Mucuripe um tripulante.

(BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo.

Fortaleza: UFC, 1992.)

"E refaço mil vezes minha viagem" (verso b). Esse verso sugere que:

a) o poeta, fiel ao mar, viaja nele através de suas canções.

b) a energia criadora do poeta é limitada.

c) no presente, o poeta desiste de seus sonhos.

d) a viagem do poeta tem roteiro pré-estabelecido.

e) para o poeta, viajar é tarefa cansativa e monótona.

Questão 75

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(UFC) TEXTO

FIDELIDADE

Altas horas já são. O aracati passou.

Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou

a lembrança sutil de seus desvelos

afagando-me os olhos e os cabelos.

Os cabelos que em vão envelheceram

ou, pobres folhas ao vento, se perderam.

Mas, nas idades todas, fui fiel

a esse mar belíssimo e revel

que vejo em devoção

qual destino, estigma ou canção.

E refaço mil vezes minha viagem,

marinheiro que fui sem marinhagem,

sendo, a cada instante,

do mar de Mucuripe um tripulante.

(BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo.

Fortaleza: UFC, 1992.)

Com base no texto Fidelidade, pode-se afirmar que:

a) o poeta perdeu todos os cabelos.

b) as alegrias do presente contrastam com as tristezas do passado.

c) o poeta refere-se ao mar como algo sereno e manso.

d) um amor do passado traz ao poeta ternas recordações.

e) a velhice física não combina com o espírito criador do poeta.

Questão 76

(UFC) TEXTO

FIDELIDADE

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Altas horas já são. O aracati passou.

Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou

a lembrança sutil de seus desvelos

afagando-me os olhos e os cabelos.

Os cabelos que em vão envelheceram

ou, pobres folhas ao vento, se perderam.

Mas, nas idades todas, fui fiel

a esse mar belíssimo e revel

que vejo em devoção

qual destino, estigma ou canção.

E refaço mil vezes minha viagem,

marinheiro que fui sem marinhagem,

sendo, a cada instante,

do mar de Mucuripe um tripulante.

(BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo.

Fortaleza: UFC, 1992.)

No texto Fidelidade, o poeta se utiliza de:

I. rima;

II. número fixo de sílabas;

III. divisão em estrofes.

Marque a alternativa correta:

a) só I é verdadeiro.

b) só II é verdadeiro.

c) I e II são verdadeiros.

d) I e III são verdadeiros.

e) II e III são verdadeiros.

Questão 77

(UFC) TEXTO

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FIDELIDADE

Altas horas já são. O aracati passou.

Já vai rumo ao sertão. E em mim ficou

a lembrança sutil de seus desvelos

afagando-me os olhos e os cabelos.

Os cabelos que em vão envelheceram

ou, pobres folhas ao vento, se perderam.

Mas, nas idades todas, fui fiel

a esse mar belíssimo e revel

que vejo em devoção

qual destino, estigma ou canção.

E refaço mil vezes minha viagem,

marinheiro que fui sem marinhagem,

sendo, a cada instante,

do mar de Mucuripe um tripulante.

(BENEVIDÉS, Artur Eduardo. Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e abismo.

Fortaleza: UFC, 1992.)

O termo grifado em: "qual destino, estigma ou canção" (verso 10) é:

a) pronome interrogativo.

b) pronome indefinido.

c) pronome relativo.

d) conjunção comparativa.

e) conjunção causal.

Questão 78

(CESGRANRIO) TEXTO

Quando estou, quando estou apaixonado

tão fora de mim eu vivo

que nem sei se vivo ou morto

quando estou apaixonado.

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Não pode a fera consigo

quando estou, quando estou apaixonado,

mas me derrota a formiga

se é que estou apaixonado.

Estarei, quem, e entende, apaixonado

neste arco de danação?

Ou é a morta paixão

que me deixa, que me deixa neste estado?

Carlos Drummond de Andrade

Feita a análise do eu - lírico do poema, só NÃO é válido afirmar que ele:

a) perde a noção de si mesmo quando se encontra apaixonado.

b) perdendo seu senso crítico, fica impossibilitado de fazer uma auto-análise.

c) lamenta seu estado deplorável e o associa à perda do sentimento amoroso.

d) apresenta uma valentia inconstante quando em estado de enlevo.

e) na incerteza de estar apaixonado, sente-se dominado pelos estados de angústia e dúvida.

Questão 79

(CESGRANRIO) TEXTO

Quando estou, quando estou apaixonado

tão fora de mim eu vivo

que nem sei se vivo ou morto

quando estou apaixonado.

Não pode a fera consigo

quando estou, quando estou apaixonado,

mas me derrota a formiga

se é que estou apaixonado.

Estarei, quem, e entende, apaixonado

neste arco de danação?

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Ou é a morta paixão

que me deixa, que me deixa neste estado?

Carlos Drummond de Andrade

Assinale a opção em que se encontra exemplo de elipse:

a) "tão fora de mim eu vivo"

b) "que nem sei se vivo ou morto"

c) "Não pode a fera comigo"

d) "mas me derrota a formiga"

e) "Ou é a morta paixão"

Questão 80

(CESGRANRIO) TEXTO

Quando estou, quando estou apaixonado

tão fora de mim eu vivo

que nem sei se vivo ou morto

quando estou apaixonado.

Não pode a fera consigo

quando estou, quando estou apaixonado,

mas me derrota a formiga

se é que estou apaixonado.

Estarei, quem, e entende, apaixonado

neste arco de danação?

Ou é a morta paixão

que me deixa, que me deixa neste estado?

Carlos Drummond de Andrade

Entre as características da Estética Modernista, apresentadas nas opções abaixo, apenas

uma se encontra no texto.

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Marque-a.

a) Apelo ao inconsciente.

b) Dimensão poética integrada ao cotidiano.

c) Consciência da fragilidade do "eu".

d) Uso de termos apoéticos.

e) Linguagem complexa e rebuscada.

Questão 81

(CESGRANRIO) TEXTO

Quando estou, quando estou apaixonado

tão fora de mim eu vivo

que nem sei se vivo ou morto

quando estou apaixonado.

Não pode a fera consigo

quando estou, quando estou apaixonado,

mas me derrota a formiga

se é que estou apaixonado.

Estarei, quem, e entende, apaixonado

neste arco de danação?

Ou é a morta paixão

que me deixa, que me deixa neste estado?

Carlos Drummond de Andrade

Apesar de modernista, esse poema de Drummond apresenta as características da Estética do

Romantismo relacionadas abaixo, com EXCEÇÃO de uma. Indique-a

a) Emprego de metáforas e antíteses.

b) Ênfase na função emotiva.

c) Subjetivismo e passionalidade exacerbados.

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d) Liberdade dos modelos clássicos.

e) Temática da separação como origem do sofrimento.

Questão 82

(PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR.

O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO

Marcelo Coelho

Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos.

Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir

três cintos de segurança no banco de trás?

São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de

bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver

dirigindo bêbado, vai para a cadeia.

Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum

cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o

Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha.

Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de

classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros,

se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc.

Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiro-

mundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta.

O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia

contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um

alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se

revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de

que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros.

E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa

lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma

infinidade de casos, de infrações, de multas a prever.

www.pconcursos.com

Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em

países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos

artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de

ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a

indisciplina de cada pessoa.

O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não

quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da

desobediência, estejam estimulados.

Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma

obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma

desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O

motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é

fascista ou liberal.

Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o

que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer.

Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser

cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro

que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou.

Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao

grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor.

Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do

motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro,

quem se torna objeto de preocupações penais.

Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem

bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que

a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade.

Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de

fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas

por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos.

Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco

de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?",

pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?"

Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada

um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque

imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que

a Suécia e a Noruega...

www.pconcursos.com

Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado

dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia

legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor.

Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade,

vença o que for justo.

(Folha de S. Paulo, 28/01/98)

Com base no texto, é possível dizer que, EXCETO:

a) Marcelo Coelho considera que o novo código de trânsito possui muitos artigos e é

extremamente rígido, portanto corre o risco de não ser cumprido; mas, segundo o autor, é

exatamente essa rigidez que pode levá-lo a funcionar.

b) O autor aponta, como um dos motivos da criação de um código de trânsito tão exigente,

o fato de que o brasileiro desconhece condutas de trânsito que, em países como a Suíça e a

Alemanha, são consideradas óbvias.

c) Baseando-se na idéia de que o povo brasileiro é indisciplinado, mas aprova leis

autoritárias, a previsão do autor é de que a população só irá seguir os artigos mais

importantes do novo código de trânsito, ignorando aqueles considerados muito detalhistas.

d) O fato de o brasileiro ser um povo indisciplinado foi, conforme Marcelo Coelho, uma

das razões que levou ao estabelecimento de um código de trânsito excessivamente rígido,

diferentemente do que ocorre em países do Primeiro Mundo, onde os cidadãos conhecem

seus direitos e deveres.

e) Para Marcelo Coelho, o novo código de trânsito retrata uma contradição do povo

brasileiro, ora indisciplinado, ora desejoso de obediência às leis. A previsão do autor é,

entretanto, de que o bom senso de autoridades e cidadãos levará a reajustes na interpretação

da lei e às mudanças que se fizerem necessárias.

Questão 83

(PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR.

O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO

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Marcelo Coelho

Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos.

Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir

três cintos de segurança no banco de trás?

São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de

bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver

dirigindo bêbado, vai para a cadeia.

Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum

cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o

Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha.

Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de

classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros,

se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc.

Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiro-

mundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta.

O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia

contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um

alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se

revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de

que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros.

E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa

lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma

infinidade de casos, de infrações, de multas a prever.

Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em

países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos

artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de

ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a

indisciplina de cada pessoa.

O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não

quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da

desobediência, estejam estimulados.

Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma

obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma

desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O

motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é

fascista ou liberal.

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Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o

que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer.

Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser

cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro

que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou.

Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao

grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor.

Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do

motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro,

quem se torna objeto de preocupações penais.

Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem

bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que

a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade.

Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de

fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas

por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos.

Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco

de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?",

pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?"

Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada

um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque

imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que

a Suécia e a Noruega...

Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado

dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia

legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor.

Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade,

vença o que for justo.

(Folha de S. Paulo, 28/01/98)

Considerando as informações que Marcelo Coelho apresenta nos terceiro, quarto e quinto

parágrafos, sem, contudo, perder de vista o texto como um todo, só é possível afirmar que:

a) Apenas em algumas regiões, localizadas exclusivamente na cidade de São Paulo, as

pessoas agem como no Primeiro Mundo. Segundo esse raciocínio, portanto, só em São

Paulo o novo código de trânsito deverá funcionar.

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b) O autor acredita que apenas em alguns lugares de São Paulo pode-se ter atitudes de

Primeiro Mundo e que a culpa é dos habitantes que vêm de outras regiões. Logo, se o novo

código de trânsito não funcionar, a culpa será também decorrente de diferenças regionais e

sociais.

c) Possivelmente, para Marcelo Coelho, a utopia do novo código de trânsito, assim como

aquela encontrada no comportamento de alguns habitantes de São Paulo, retrata a opinião

de pessoas que pretendem obrigar a população a agir como se estivesse no Primeiro

Mundo, embora respeitadas as diferenças sociais e regionais.

d) As diferenças sociais e regionais características da cidade de São Paulo fundamentam a

reflexão do autor sobre a aparente utopia do novo código de trânsito e são também

essenciais para a compreensão da tese de que o novo código se baseia numa utopia

contraditória.

e) Os artigos da nova lei de trânsito seriam, como as regras de etiqueta de alguns habitantes

de São Paulo, tão numerosos e próximos do comportamento encontrado no Primeiro

Mundo que dificilmente poderão ser incorporados por pessoas que vêm de outras regiões

do Brasil.

Questão 84

(PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR.

O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO

Marcelo Coelho

Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos.

Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir

três cintos de segurança no banco de trás?

São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de

bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver

dirigindo bêbado, vai para a cadeia.

Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum

cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o

Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha.

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Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de

classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros,

se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc.

Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiro-

mundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta.

O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia

contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um

alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se

revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de

que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros.

E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa

lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma

infinidade de casos, de infrações, de multas a prever.

Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em

países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos

artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de

ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a

indisciplina de cada pessoa.

O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não

quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da

desobediência, estejam estimulados.

Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma

obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma

desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O

motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é

fascista ou liberal.

Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o

que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer.

Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser

cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro

que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou.

Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao

grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor.

Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do

motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro,

quem se torna objeto de preocupações penais.

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Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem

bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que

a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade.

Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de

fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas

por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos.

Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco

de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?",

pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?"

Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada

um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque

imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que

a Suécia e a Noruega...

Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado

dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia

legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor.

Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade,

vença o que for justo.

(Folha de S. Paulo, 28/01/98)

No texto, Marcelo Coelho fala do aspecto poético e literário da nova lei de trânsito. A esse

respeito, só se pode afirmar que o autor relaciona tais adjetivos à nova lei de trânsito porque

a considera:

a) extremamente fictícia, como são os vários tipos de textos literários.

b) desvinculada da realidade objetiva, como muitos dos textos escritos por literatos.

c) ilusória, já que, como toda poesia, presta-se somente a encantar o leitor.

d) sonhadora, como a maior parte das poesias brasileiras.

e) idealizada, uma vez que, como os textos literários, foi criada a partir de uma idéia de

perfeição.

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Questão 85

(PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR.

O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO

Marcelo Coelho

Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos.

Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir

três cintos de segurança no banco de trás?

São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de

bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver

dirigindo bêbado, vai para a cadeia.

Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum

cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o

Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha.

Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de

classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros,

se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc.

Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiro-

mundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta.

O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia

contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um

alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se

revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de

que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros.

E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa

lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma

infinidade de casos, de infrações, de multas a prever.

Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em

países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos

artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de

ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a

indisciplina de cada pessoa.

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O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não

quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da

desobediência, estejam estimulados.

Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma

obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma

desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O

motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é

fascista ou liberal.

Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o

que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer.

Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser

cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro

que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou.

Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao

grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor.

Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do

motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro,

quem se torna objeto de preocupações penais.

Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem

bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que

a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade.

Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de

fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas

por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos.

Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco

de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?",

pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?"

Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada

um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque

imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que

a Suécia e a Noruega...

Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado

dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia

legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor.

Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade,

vença o que for justo.

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(Folha de S. Paulo, 28/01/98)

Considerando o efeito de sentido da citação de Marx Weber, todas as alternativas podem

ser tomadas como verdadeiras, em razão de fazerem parte do conjunto de conseqüências

que a "gaiola de ferro" traria ao comportamento do cidadão, EXCETO:

a) compreensão das leis.

b) respeito às leis.

c) conhecimento de direitos e deveres.

d) ciência das conseqüências legais de seus atos.

e) acatamento das leis.

Questão 86

(PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR.

O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO

Marcelo Coelho

Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos.

Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir

três cintos de segurança no banco de trás?

São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de

bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver

dirigindo bêbado, vai para a cadeia.

Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum

cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o

Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha.

Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de

classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros,

se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc.

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Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiro-

mundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta.

O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia

contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um

alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se

revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de

que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros.

E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa

lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma

infinidade de casos, de infrações, de multas a prever.

Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em

países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos

artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de

ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a

indisciplina de cada pessoa.

O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não

quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da

desobediência, estejam estimulados.

Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma

obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma

desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O

motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é

fascista ou liberal.

Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o

que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer.

Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser

cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro

que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou.

Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao

grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor.

Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do

motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro,

quem se torna objeto de preocupações penais.

Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem

bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que

a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade.

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Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de

fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas

por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos.

Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco

de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?",

pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?"

Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada

um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque

imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que

a Suécia e a Noruega...

Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado

dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia

legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor.

Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade,

vença o que for justo.

(Folha de S. Paulo, 28/01/98)

Assinale a alternativa em que a alteração proposta para o trecho transcrito possa acarretar

mudança do seu sentido original:

a) Se estiver dirigindo bêbado, vai para a cadeia.

Vai para a cadeia se estiver dirigindo bêbado.

b) [....] esses rigores são tão extremos pelo simples fato de que, na verdade, não somos

suíços:

[....] esses rigores são tão extremos pelo simples fato de que não somos suíços na verdade:

c) Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta.

Se houvesse apenas os arredores da rua Augusta, tudo seria perfeito.

d) Comprova-se, assim, uma velha tese:

Assim, comprova-se uma velha tese:

e) Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor.

Mas nada, nenhuma regra, entraria em vigor sem essa utopia.

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Questão 87

(PUC-MG) RESPONDA À QUESTÃO DE ACORDO COM O TEXTO A SEGUIR.

O NOSSO UTÓPICO E POÉTICO NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO

Marcelo Coelho

Há algo de poético na nova lei de trânsito. Seus exageros têm sido criticados. São muitos.

Por que multar alguém que fica com o braço esquerdo saindo pela janela? Por que exigir

três cintos de segurança no banco de trás?

São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos. Chega de

bagunça! O motorista terá de contabilizar direitinho as infrações que comete. Se estiver

dirigindo bêbado, vai para a cadeia.

Nisso consiste o aspecto literário da lei de trânsito. Em seus 341 artigos, que nenhum

cidadão e nenhum guarda há de decorar, exprime-se, acima de tudo, uma utopia. A de que o

Brasil vire uma Suíça, uma Dinamarca, uma Alemanha.

Trata-se de uma utopia bem paulista: qualquer loja dos Jardins, qualquer restaurante de

classe em São Paulo, imagina-se fora do Brasil: no Primeiro Mundo. A culpa é dos outros,

se não somos: dos cariocas, dos capixabas, dos baianos etc.

Assim, vive-se nos arredores da rua Augusta uma utopia irrealizável, a do primeiro-

mundismo brasileiro. Tudo seria perfeito se houvesse apenas os arredores da rua Augusta.

O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia

contraditória. Ou seja, imagina rigores e punições diante dos quais mesmo um suíço ou um

alemão teria sobressaltos. Pressupõe obediências diante das quais um dinamarquês se

revoltaria. Essas punições, essas multas, esses rigores são tão extremos pelo simples fato de

que, na verdade, não somos suíços: somos brasileiros.

E, como tais, deveremos ser punidos. Se fôssemos suíços, haveria tantas obviedades nessa

lei que o seu número de artigos seria bem menor. Como somos brasileiros, há uma

infinidade de casos, de infrações, de multas a prever.

Comprova-se, assim, uma velha tese: a de que leis detalhistas são mais freqüentes em

países indisciplinados, e leis vagas, como a Constituição americana, resumem-se em poucos

artigos, porque cada cidadão, como dizia Marx Weber, enverga no corpo uma gaiola de

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ferro. A liberdade individual e as garantias da lei são tanto maiores quanto menor a

indisciplina de cada pessoa.

O raciocínio é discutível. Quando surge uma lei detalhista num país indisciplinado, isso não

quer dizer necessariamente que o prazer da infração pequena, que o atomismo da

desobediência, estejam estimulados.

Creio que a lei do trânsito expressa emoções contraditórias. De um lado, a vontade de uma

obediência total, uniformizada, em desfiles de camisas-verdes. De outro, a vontade de uma

desobediência total, em mangas de camisa com correntes de ouro no peito aberto. O

motorista brasileiro oscila entre o cafajeste e o sindicalista; a classe média não sabe se é

fascista ou liberal.

Desse ponto de vista, a lei funciona como um "balão de ensaio". Não é para valer, mas o

que interessa é saber o quanto algo que não é para valer termina sendo para valer.

Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser

cumprido. Foi. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro

que aquela lei não ia funcionar. Não funcionou.

Tivemos, assim, dois exemplos de lei, a que "pega" e a que "não pega". Correspondem ao

grau de autodisciplina que uma população qualquer esteja disposta a se impor.

Com seus incontáveis artigos, a lei de trânsito é uma epopéia em favor da autodisciplina do

motorista brasileiro. Pela primeira vez, é o dono de um Subaru, e não o habitante do morro,

quem se torna objeto de preocupações penais.

Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar? Talvez bastante. Quem

bebe, por exemplo, no mínimo está com mais medo ao ligar o motor do carro. Sabemos que

a fiscalização é falha. O bêbado também confia na impunidade.

Mas o fato de haver uma punição mais severa contra dirigir alcoolizado talvez diminua de

fato o número de bêbados na direção. Ou seja, a lei, mesmo que não seja aplicada 24 horas

por dia, pode ter um efeito imaginário na mente dos cidadãos.

Cada proprietário de carro, mesmo que confie na frase "estamos no Brasil", deixa um pouco

de estar no Brasil quando se informa sobre o novo código. "Não é isso o que você queria?",

pergunta o legislador. "Você não vivia reclamando de estar no Brasil?"

Pois bem, continua o raciocínio do legislador algo enlouquecido, algo pedagógico: que cada

um sinta o peso de viver neste Primeiro Mundo que tanto admiramos. E que sinta, porque

imaginário e inaplicável, o peso de viver num Primeiro Mundo mais rigoroso ainda do que

a Suécia e a Noruega...

Eis uma experiência social. O bom senso do brasileiro (imagino que exista, tanto do lado

dos motoristas quanto do lado dos policiais) haverá de selecionar o quanto desta utopia

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legiferante haverá de valer. Mas, sem essa utopia, nada, nenhuma regra, entraria em vigor.

Tiro, portanto, uma conclusão liberal: que, na livre concorrência entre a lei e a realidade,

vença o que for justo.

(Folha de S. Paulo, 28/01/98)

Leia os trechos a seguir, transcritos do texto de Marcelo Coelho.

I. Quando Maluf instituiu a lei do cinto de segurança, parecia claro que aquilo não ia ser

cumprido. Foi.

II. Quando Maluf proibiu o fumo nos bares da cidade, parecia igualmente claro que aquela

lei não ia funcionar. Não funcionou.

III. São exageros, claro. Mas os rigores da lei, ao mesmo tempo, são bem recebidos.

IV. O novo código de trânsito é uma expressão dessa mesma utopia. Trata-se de uma utopia

contraditória.

V. Vai pegar? Talvez não completamente. Mas o quanto vai pegar?

Têm o mesmo valor as orações grifadas em:

a) I, II e IV

b) I e III

c) I, III e V

d) III e V

e) I, II, III, IV e V

Questão 88

(PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE O

ENCONTRO MARCADO, DE FERNANDO SABINO.

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Em todas as passagens, de O encontro marcado, ocorrem alusões a fatos políticos do País

ou a acontecimentos históricos do tempo em que se passa a ação do romance, EXCETO:

a) "— Estamos com um caso na Prefeitura, questão de impostos. Soube que você trabalha

lá, me encarregaram de lhe pedir esse favor."

b) "— Na sua opinião. Para você nem parece que houve uma guerra. Você queria que eu

ficasse escrevendo poema sobre uma flor, enquanto o mundo se arrebenta?"

c) "— O homem custou, mas caiu, você viu só?

— Caiu feito um fruto podre! como diria Vítor."

d) "— Ouvi no rádio que Paris está por pouco. Que é que você soube?

— Nada. Ainda não passei na redação hoje."

e) "— Qual foi o último golpe dele?

— As 48 horas que pediu para se retirar do palácio. Devia ser preso e deportado."

Questão 89

(PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE O

ENCONTRO MARCADO, DE FERNANDO SABINO.

Entendendo-se por ironia "um modo de se exprimir, dizendo o contrário do que se pensa,

com intenção sarcástica ou depreciativa", pode-se dizer que ocorre ironia em todas as

passagens, de O encontro marcado, EXCETO:

a) "Eduardo lhe passou um telegrama: ‘Camões morreu na miséria’. Mauro lhe respondeu:

‘Porque não lhe deram emprego na Prefeitura de Lisboa’."

b) "— (...) Ele bebeu com estômago vazio. Não era hemoptise.

— E o doutor acha que devemos dizer a ele?

— Doutor é a mãe."

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c) "Príncipe, você é dono de uma verdade, eu não sou dono nem do meu nariz. Sou apenas

o destinatário humilde de sua brilhante literatura epistolar."

d) "— (...) Sabia que Bouvard e Pécuchet estiveram lá em casa, hoje?

— Como foi a reunião dos três grandes?

— Papai chegou falando o diabo de você."

e) "— (...) Tenho a impressão de que escuto um ruído ao fundo, pode ser de linotipo...

— A essa hora? Que linotipo! Chacoalhar de ossos."

Questão 90

(PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE O

ENCONTRO MARCADO, DE FERNANDO SABINO.

Todas as passagens, de O encontro marcado, referem-se a Eduardo, protagonista do

romance, EXCETO:

a) "Começou a escrever contos policiais, mostrava ao professor. Passara-se para os

romances policiais: gostava de Malpas, o assassino, que, no fim, era o próprio detetive. De

Fu-Manchu não gostava, tinha medo. Os contos não eram de fazer medo, eram de fazer

chorar o professor de português:"

b) "Eternamente se preparando para tornar-se escritor, eternamente começando, em pouco

seria tarde, não mais teria direito de escrever asneiras, teria de começar com uma obra-

prima. Não depois que lera Guerra e Paz. Jamais nenhum romancista seria capaz de

escrever algo de mais completo (...)."

c) "Não, era simplesmente romancista. E o romancista é um inocente, não sabe nada senão

escrever. Aprender a escrever. Regressou à ficção: aprender com os que sabiam, se preciso

plagiar, mas plagiar com sabedoria, com verdadeiro aproveitamento das idéias,

desenvolvendo-as noutras idéias (...)."

d) "Não teve muita oportunidade de praticar tudo isso. Mesmo porque não sabia por onde

começar, e concluiu que ao artista era essencial certo egoísmo, do contrário jamais

exerceria sua imaginação criadora; também certa vaidade em se sentir capaz de criar."

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e) "Vinha escrevendo um livro, uma espécie de ensaio poético, em que procurava traduzir

este sentimento de inutilidade das coisas. Era a palavra-chave; bastava dizer, a certa altura,

com um suspiro de desalento: ‘mas que cooooisa!’ e a angústia baixava logo as negras asas

sobre os três."

Questão 91

(PUC-MG)

A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE O ENCONTRO

MARCADO, DE FERNANDO SABINO.

A QUESTÃO ABAIXO REMETE AO POEMA "A CAVALGADA", DE RAIMUNDO

CORREIA, CITADO EM O ENCONTRO MARCADO:

A lua banha a solitária estrada...

Silêncio!... Mais além, confuso e brando,

O som longínquo vem-se aproximando

Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;

Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.

E as trompas a soar vão agitando

O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...

Da cavalgada o estrépito que aumenta

Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce...

E límpida, sem mácula, alvacenta

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A lua a estrada solitária banha...

O primeiro verso do poema, "A lua banha a solitária estrada ...", mereceu elogios do

professor de português de Eduardo em O encontro marcado, por todas as razões abaixo,

EXCETO:

a) O verso é metrificado, integrando um poema de versos rimados.

b) O verso é o oposto, do ponto de vista formal, à liberdade de composição dos futuristas.

c) O verso fala de uma paisagem do cotidiano, reafirmada nos versos seguintes.

d) O verso joga com o último do poema, rico de significado com sua inversão de termos.

e) O verso não contém o prosaísmo dos versos contemporâneos ao episódio narrado.

Questão 92

(PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE HILDA

FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND.

Todas as alternativas indicam temas presentes nas epígrafes introdutórias do romance Hilda

Furacão, EXCETO:

a) a especulação sobre o papel do sonho na literatura.

b) a importância da técnica narrativa na construção literária.

c) a íntima relação entre a vida e a ficção.

d) a preponderância da vida sobre a invenção, enquanto fonte literária.

e) o elogio da digressão na obra literária.

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Questão 93

(PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE HILDA

FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND.

Leia com atenção a passagem que inicia na parte UM, de Hilda Furacão, a seqüência "Os

três mosqueteiros":

"Na verdade este relato começa aqui, de maneira que os leitores são livres para fazer com

as páginas anteriores o que bem quiserem; podem considerá-las ou não como parte deste

livro e podem rasgá-las, destruí-las..."

Todas as alternativas indicam elementos presentes nas mencionadas "páginas anteriores",

EXCETO:

a) a caracterização da personagem Hilda Furacão.

b) a descrição da forma de narrar do Seu Quim.

c) a referência a acontecimentos políticos.

d) as lembranças do tio José Viana.

e) o relato da morte do pai do narrador.

Questão 94

(PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE HILDA

FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND.

Todas as alternativas, sobre o romance Hilda Furacão, estão corretas, EXCETO:

a) Há um nítido tom paródico nos trechos que tratam da militância comunista na juventude

do narrador.

b) O "caso Hilda" permanece em aberto ao final do romance, respeitando o mistério em

torno da personagem.

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c) O romance deve ser rotulado como histórico, por seu rigoroso trabalho com as fontes da

história brasileira.

d) O romance traz exemplos de intertextualidade, metalinguagem, jogos e brincadeiras com

o leitor.

e) O narrador disputa com Hilda o lugar de protagonista, já que, apesar do título, conta mais

sobre si mesmo do que sobre ela.

Questão 95

(PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE HILDA

FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND.

Todas as alternativas apresentam hipóteses aventadas pelo narrador-protagonista do

romance Hilda Furacão para explicar a transformação da Garota do Maiô Dourado em

Hilda Furacão, EXCETO:

a) Hilda, ao se apaixonar por Malthus, teria abandonado sua vida alegre e despreocupada.

b) Hilda, muito religiosa, estaria se penitenciando de seus pecados na condição de

prostituta.

c) Hilda teria seguido os conselhos de uma vidente, crendo ser necessário sofrer pela

felicidade.

d) O pai de Hilda teria ido à falência ao perder tudo o que possuía nas noitadas de jogo.

e) O trauma pelo suicídio de um namorado teria feito Hilda abandonar a sociedade mineira.

Questão 96

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(PUC-MG) A QUESTÃO ABAIXO ESTÁ RELACIONADA AO ROMANCE HILDA

FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND.

Em Hilda Furacão, a personagem que funciona como um leitor internalizado, dialogando

freqüentemente com o narrador-protagonista, é:

a) A bela B.

b) Frei Malthus.

c) Hilda Furacão.

d) Tia Çãozinha.

e) Tia Ciana.

Questão 97

(UFPB) Considere o seguinte fragmento:

"Vou lançar a teoria do poeta sórdido.

Poeta sórdido:

Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.

(...) O poema deve ser como a nódoa no brim:

Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero."

(Nova poética – Manuel Bandeira)

Tal fragmento se filia ao modernismo literário, entre outros motivos, porque

I.critica o conformismo e a insensibilidade burguesa.

II.manifesta preocupação de natureza metalingüística.

III.sugere o desprezo ao rigor formal.

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IV.incorpora o preceito parnasiano do realismo na poesia.

Das afirmativas acima, estão corretas

a) I e II.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II e III.

e) I, III e IV.

Questão 98

(ANHEMBI) Texto I

Tenho fases

Fases de andar escondida,

fases de vir para a rua...

Perdição da minha vida!

Perdição da vida minha!

Tenho fases de ser tua,

tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,

no secreto calendário

que um astrólogo arbitrário

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inventou para meu uso.

E roda a melancolia

seu interminável fuso!

Não encontro com ninguém

(tenho fases, como a lua...)

No dia de alguém ser meu

não é dia de eu ser sua...

E, quando chega esse dia,

outro desapareceu...

(Lua Adversa - Cecília Meireles)

Texto II

Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,

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a vida presente.

(Mãos Dadas - Carlos Drummond de Andrade)

Além da função poética, há, nos poemas "Lua Adversa" e "Mãos Dadas", a ocorrência da

função da linguagem que deixa transparente as intenções do emissor. Trata-se da:

a) Função emotiva.

b) Função fática.

c) Função referencial.

d) Função metalingüística.

e) Função apelativa.

Questão 99

(UFPA) Tecendo a manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:

ele precisará sempre de outros galos.

De um que apanhe o grito que um galo antes

e o lance a outro; e de outros galos

que com muitos outros galos se cruzem

os fios de sol de seus gritos de galo,

para que a manhã, desde uma teia tênue,

se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,

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se erguendo tenda, onde entrem todos,

se entretendendo para todos, no toldo

(a manhã) que plana livre de armação.

A manhã, toldo de um tecido tão aéreo

que, tecido, se eleva por si: luz balão.

(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979)

No trecho

"...onde entrem todos,

se entretendendo para todos, no toldo..."

a partícula se é um elemento que

a) indetermina o sujeito

b) introduz a idéia de condicionalidade

c) entra na construção da voz passiva

d) integra uma oração a outra

e) expressa, juntamente com o verbo, ação de reciprocidade

Gabarito:

1-e 2-vffvv 3-e 4-e 5-c 6-fvfvv 7-vvvfv 8-ffvvf 9-vffff 10-fvvvf 11-vvfvv 12-

vvvvf 13-vvffv 14-vvfvv 15-vvfvv 16-ffvvf 17-vfvff 18-ffvvf 19-vvvvv 20-

vvvfv 21-vfvvf 22-vvfvf 23-vfvvf 24-vfvfv 25-vfvvf 26-vvvfv 27-fvvvf 28-

fvfvf 29-vvvfv 30-fvfvf 31-fvvfv 32-vfff- 33-ffv-- 34-fff-- 35-vvvv- 36-ffv--

37-vvvvv 38-vvvvf 39-vvvff 40-fvvvf 41-vvvvf 42-e 43-a 44-vfvvv 45-c 46-c

47-a 48-d 49-a 50-vvvvv 51-d 52-b 53-a 54-e 55-a 56-d 57-a 58-c 59-a 60-b

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61-c 62-c 63-d 64-c 65-d 66-e 67-c 68-b 69-d 70-e 71-d 72-d 73-c 74-a 75-e

76-a 77-d 78-b 79-b 80-c 81-e 82-c 83-d 84-b 85-a 86-b 87-b 88-a 89-e 90-e

91-c 92-b 93-a 94-c 95-a 96-d 97-a 98-a 99-e