cartilha social educacao

Click here to load reader

Upload: marise-maciel

Post on 25-Jun-2015

906 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

- A Integrao de Polticas Sociais e os Desafios da EducaoAndr Quinto.......................................................03 - Servio Social na Educao: A reafirmao desse espao scio- ocupacional por meio da Lei 16.683/2007 - Conselho Regional de Servio Social de Minas Gerais............................................07 - Lei 16.683/2007...............................................12

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]

A Integrao de Polticas Sociais e os Desafios da EducaoTenho a satisfao de apresentar, nesta publicao, a Lei 16.683/07, de minha autoria, sancionada a 10 de janeiro de 2007. Ela resultado de um trabalho coletivo, que envolveu debates com educadores, estudantes, assistentes sociais e parlamentares na sua elaborao e tramitao na Assemblia Legislativa de Minas Gerais. E o que mais importante: ela representa um avano em integrao de polticas pblicas, reconhecimento e acesso aos direitos sociais, potencializando resultados. A educao como um direito de todos e dever do Estado e da famlia, conforme declara a Constituio Brasileira, visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho. Assegurar s nossas crianas e adolescentes o acesso a esse direito pressupe reconhecer suas necessidades sociais e buscar atend-las na complexidade de nossa sociedade desigual, que se manifesta no espao escolar. Ao introduzir institucionalmente aes de acompanhamento social nas escolas da rede pblica do Estado, a lei 16.683/07 abre novas possibilidades de atendimento a essas necessidades. Refletem-se no espao escolar, a cada dia de forma mais intensa, a utilizao das drogas, a violncia, a desagregao familiar, a precarizao das condies de vida, a perda da identidade cultural na exacerbao do consumo, a falta de perspectiva profissional dos jovens. Hoje, professores e diretores se desdobram na tarefa de compreender e mediar as repercusses dessa dura realidade social sobre a vida escolar, ampliando assim os desafios de elevar a qualidade do ensino, erradicar a evaso, cumprir o papel pedaggico de desenvolver competncias, garantir o aprendizado e formar cidadania.

3

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]

So esses desafios, com efeito, os objetivos norteadores do Programa de Desenvolvimento da Educao, o PDE, recentemente lanado pelo Governo Lula. Com prioridade para a educao bsica, que vai do ensino infantil ao mdio, e metas fixadas para os prximos 15 anos, o PDE medir a qualidade do ensino e tambm do fluxo, para combater tanto a repetncia e a evaso quanto a progresso automtica dos alunos nos nveis escolares sem o proporcional desenvolvimento das habilidades. Nesse sentido, cria o ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (Ideb) - que levar em conta o rendimento dos alunos, a taxa de repetncia e a evaso escolar. Municpios com indicadores muito baixos tero injeo de recursos alm dos previstos pelo Fundeb - Fundo de Desenvolvimento da Educao Bsica.DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

4

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]Para alcanar as metas previstas, o acmulo terico e profissional de socilogos, psiclogos e assistentes sociais constitui, com certeza, um ganho na estrutura institucional das escolas pressionadas por uma realidade social adversa. J contamos, por exemplo, com produes acadmicas sobre a presena do Servio Social em polticas de Educao. Inspirados em nossa proposta de lei, outros estados e municpios, como o Rio de Janeiro, j deram incio a aes institucionais de acompanhamento social nas escolas. Temos bons exemplos tambm em avanos j conquistados pelo Governo Federal, atravs do Programa Bolsa Famlia, que colhe resultados de melhoria da qualidade de vida ao entrelaar respostas s demandas de renda, educao, sade, segurana alimentar e assistncia social. A Lei 16.683/07 prev, justamente, o acompanhamento social nas escolas vinculado a programas governamentais especficos para crianas e adolescentes com necessidades especiais e para jovens em comunidades que apresentem baixo ndice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH, ndice internacional com crescente utilizao, mede situaes de pobreza associando trs indicadores: a expectativa de vida ao nascer, o acesso educao e o nvel de renda. Dessa forma, centramos nosso foco nas polticas inclusivas em implantao, um passo importante e urgente, que pode abrir um vasto caminho. Abrir a escola comunidade, realizar trabalhos preventivos contra a evaso, a violncia, o alcoolismo e as drogas, identificar formas de atendimento s demandas scio-econmicas das crianas e de seus familiares e envolver a famlia na educao so algumas das aes que devem ganhar impulso com a implementao da lei e contratao de corpo tcnico adequado. So iniciativas que precisam estar calcadas em pesquisas e diagnsticos sociais, nas diretrizes do Estatuto da Criana e do Adolescente e, ainda, estabelecer interfaces com programas de outros setores, tais como os Programas de Sade da Famlia, os Centros de Referncia da Assistncia Social, o Programa de Erradicao do Trabalho Infantil, entre tantos outros.

5

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]De acordo com a Lei, as aes devero ser implementadas atravs da articulao entre os setores do Estado e municpios, envolvendo tambm instituies privadas, especialmente as de carter assistenciais, e organizaes comunitrias locais, que tm papel preponderante para a incluso social das crianas e adolescentes com necessidades especiais, bem como para o engajamento das famlias na Educao. De incio, o Programa "Poupana Jovem", anunciado pelo Governo do Estado para comunidades que apresentam baixo IDH, dever incorporar o acompanhamento social nas escolas. Mas para iniciarmos, efetivamente, este caminho, garantindo o acesso ao direito conquistado em lei, temos que contar com uma sociedade atenta e participativa; parceira das aes fiscalizadoras do Poder Legislativo. preciso conhecer a lei, ampliar o debate entre os profissionais da educao e das demais reas envolvidas, buscar a contribuio das universidades, acompanhar a implementao dos programas anunciados pelo governo do Estado que incorporam as diretrizes da Lei 16.683/07. So esses os objetivos desta publicao, contendo o texto da lei e uma reflexo sobre o tema do Conselho Regional de Servio Social (CRESS), parceiro nesta iniciativa. Esperamos a participao dos diversos segmentos envolvidos na elaborao e aperfeioamento do projeto de lei. Vamos continuar juntos em defesa da escola como espao de promoo social, democrtica, aberta comunidade, propulsora do conhecimento e formadora da cidadania.

Andr Quinto Deputado Estadual

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

6

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]

Servio Social na Educao:a reafirmao desse espao scio-ocupacional por meio da Lei 16.683/2007A aprovao da Lei 16.683/2007, de autoria do Deputado Estadual Andr Quinto, que autoriza o Poder Executivo a desenvolver aes de acompanhamento social nas escolas da rede pblica de ensino de Minas Gerais, concretiza o compromisso dos assistentes sociais com as polticas pblicas e seus usurios. Anuncia tambm novas exigncias, indicando a intensificao de estudos sobre o desafiante cotidiano que envolve a realidade da populao no espao educacional. Resultante de uma iniciativa conjunta do Conselho Regional de Servio Social de Minas Gerais (CRESS/MG) com o mandato do deputado Andr Quinto, a instituio do Servio Social na Educao fruto de uma construo coletiva, orientada pelo amplo debate em diversos fruns sobre o Projeto de Lei que antecedeu a Lei 16.683/2007.

Por esse motivo, o CRESS/MG ressalta a importncia e o significado desta Lei para os assistentes sociais do Estado, entendendo que a atuao dos profissionais de Servio Social uma estratgia na defesa dos direitos da populao atendida, e espera do Governo Estadual, disposio para implementar a lei de forma integral e gil.

...enquanto o direito ainda for meio e a cidadania andar pela metade, ns, profissionais de Servio Social, seguiremos na luta por inteiro.

7

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]O Servio Social, inserido em um espao privilegiado das polticas sociais, sugere de forma particular a construo e identificao das respostas profissionais como constitutivas das relaes sociais. A instituio da profisso na diviso scio-tcnico do trabalho deve ser associada aos processos de estruturao e mudanas sofridas no mbito das polticas sociais. Assim, se por um lado, as polticas sociais constituem o terreno sobre o qual se materializa a profisso e delimitamos um campo poltico e terico para os assistentes sociais, ainda que no lhe seja exclusivo, por outro lado, revelam uma necessidade de aprofundamento nos seus contedos tericos bem como das condutas instrumentais do trabalho profissional. Nessa perspectiva, possvel considerar que o trabalho dos assistentes sociais determinado pela contraditria dinmica institucional e complexa rede de operacionalizao, avaliando-se as correlaes de foras em cada conjuntura pelo confronto estabelecido entre os sujeitos sociais, a partir dos seus projetos societrios. A mediao entre a interveno profissional e os significados polticos das aes executadas parte de um processo protagonizado por diferentes sujeitos coletivos, dentre os quais se situam os assistentes sociais. E nessa direo, a interveno dos profissionais de Servio Social orientada pelo projeto tico-poltico da categoria, no sentido de se trabalhar para a ampliao e con-

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

8

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]solidao dos direitos sociais. Tratando-se, em especial, da Poltica da Educao, esta sempre se constituiu como um espao de expresso da diversidade e complexidade do fenmeno social, afirmando-se como direito social e no apenas como uma expresso de processos circunscritos dinmica da vida privada. Nesse contexto, a insero do assistente social na Poltica Pblica de Educao impe categoria o desafio de construir uma interveno qualificada, que tenha como um dos princpios ticos fundamentais o posicionamento em favor da eqidade e justia social, assegurando a universalidade de acesso aos bens e servios relativos aos programas e polticas sociais, bem como sua gesto democrtica. Esta interveno, ainda que direcionada na defesa dos direitos, insere-se em uma conjuntura que merece destaque. Ao mesmo tempo em que registra avanos no campo legal, tendo a Constituio Federal de 1988 como referncia mxima de cidadania, assistimos na ltima dcada a um desmonte do sistema de garantia de direitos conquistados at ento. A ampliao e consolidao da cidadania e justia social, fundadas na garantia dos direitos da classe trabalhadora, vm enfrentando uma crescente e perversa polarizao da realidade social: exuberantes ndices de concentrao de renda e riqueza, contrapondo-se a gritantes ndices de desigualdade social. Especialmente aps a Constituio de 1988, com o advento do Estatuto da Criana e do Adolescente e da Lei de Diretrizes e Bases da Educao, o setor da educao reclamou maior ateno do Servio Social. Tais legislaes responsabilizam o Estado brasileiro pelo provimento da educao pblica, garantindo a universalizao e democratizao do ensino pblico. medida que se propem honrar este dever e garantir direitos, Estado e Sistemas Educacionais vm percebendo - e devem mesmo perceber - que as expresses da questo social dificultam e inviabilizam o acesso e a permanncia na escola. Faz-se necessrio,

9

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]portanto, dotar este sistema de infra-estrutura e dos servios que assegurem este direito quantitativo e qualitativamente. Descortinam-se ento novas demandas para o assistente social nesse espao scio-ocupacional, como: Contribuir com as discusses sobre o trabalho, cidadania e a famlia; Contribuir com a articulao do conhecimento da realidade social de forma a instrumentalizar o sujeito a compreender e interferir nesta realidade; Contribuir na efetivao da escola enquanto equipamento de incluso social; Contribuir na efetivao de uma prtica de gesto participativa e democrtica atravs da constituio e funcionamento de instncias representativas dos diversos segmentos da comunidade escolar; Contribuir com a integrao e articulao com as demais polticas sociais e setoriais. Sobretudo, prioritrio compreender o campo educacional enquanto espao de interveno do Estado e de uma dimenso da vida social. luz do projeto tico-poltico dos assistentes sociais, a interveno desses profissionais no espao educacional torna-se uma das estratgias, para afirmao de um projeto societrio vinculado aos interesses da sociedade, para ampliao e integrao das lutas sociais, no que diz respeito conquista de direitos e enfrentamento das desigualdades. Essa mais uma conquista da sociedade e da categoria. De agora em diante, os assistentes sociais tm outra luta: fazer com que a Lei 16.683/2007 seja implementada. Pois enquanto o direito ainda for meio e a cidadania andar pela metade, ns, profissionais de Servio Social, seguiremos na luta por inteiro. Conselho Regional de Servio Social de Minas Gerais CRESS/MG

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

10

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]

11

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]

LEI 16.683/2007Autoriza o Poder Executivo a desenvolver aes de acompanhamento social nas escolas da rede pblica de ensino do Estado.O VICE-GOVERNADOR, no exerccio do cargo de GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou, e eu, em seu nome, promulgo a seguinte Lei: Art. 1 - Fica o Poder Executivo autorizado a desenvolver aes de acompanhamento social em escolas da rede pblica de ensino do Estado. Pargrafo nico. As aes de que trata o caput deste artigo podero ser implantadas no mbito de programa governamental que tenha por objetivo o atendimento de alunos portadores de necessidades especiais ou o desenvolvimento social de jovens pertencentes a comunidades que apresentem baixo ndice de Desenvolvimento Humano - IDH - ou vulnerabilidade social intensa, observadas as condies estabelecidas em regulamento. Art. 2 - As aes de acompanhamento social de que trata o art.1 compreendem: I - realizao de pesquisas de natureza socioeconmica e familiar para cadastramento da populao escolar; II - elaborao e execuo de atividades com vistas a prevenir a evaso escolar, melhorar o desempenho e o rendimento do aluno, desenvolver o protagonismo juvenil e aprimorar o capital humano e social dos jovens; III - proposta, execuo e avaliao de atividades que visem a prevenir a violncia, o uso de drogas e o alcoolismo e a disseminar informaes sobre doenas infecto-contagiosas e demais questes de sade pblica;DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

12

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]IV - proposta, execuo e avaliao de atividades comunitrias de solidariedade. Art. 3 - So diretrizes para a execuo das aes de acompanhamento social: I - articulao entre os setores do Estado e demais entes federados, de forma a garantir a eficcia das aes; II - articulao com instituies privadas, notadamente as de carter assistencial e as organizaes comunitrias locais. Art. 4 - As aes de acompanhamento, tpicas de profisses regulamentadas, devero ser exercidas por profissional legalmente habilitado. Art. 5 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao. Palcio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 10 de janeiro de 2007; 219 da Inconfidncia Mineira e 186 da Independncia do Brasil. ANTONIO AUGUSTO JUNHO ANASTASIA Governador em exerccio.

13

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

[ Acompanhamento Social na Educaao: Lei 16.683/07 ]

GABINETE DO DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTORua Rodrigues Caldas, 30 - 1 andar - SL - 108 CEP: 30190.921 - Belo Horizonte - Minas Gerais Telefone: (31) 2108.5170 / Fax: (31) 2108.5169 SITE: www.andrequintao.com.br E-MAIL: [email protected] Edio: Cndida Canedo Projeto Grfico: Anderson Rodrigo Ilustrao: Geraldir Estagiria: Cludia Sena DISTRIBUIO GRATUITA Autorizada a reproduo do contedo, desde que citada a fonte.

DEPUTADO ESTADUAL ANDR QUINTO 2007

14