cartilha empreendedorismo social

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CARTILHA Célia Carvalho

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CARTILHA

Célia Carvalho

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Índice

Apresentação........................................................................................................ .....03

Como mudar comportamentos da população?..........................................................04

Como engajar pessoas no processo de empreendedorismo social?.........................05

Como incentivar iniciativas de auto-sustentação?.....................................................06

Como melhorar a qualidade de vida da comunidade?...............................................07

Como administrar a pressão da comunidade?...........................................................08

Como minorar os impactos indesejáveis na cultura local e no meio ambiente?........09

Como produzir renda e criar empregos?....................................................................10

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Apresentação

Empreendedorismo Social é um nome dado a um conjunto de ações

empreendedoras que visam à melhoria da sociedade, onde os empreendedores

lançam mão de medidas que podem ser ao mesmo tempo lucrativas e sociais.

Com o aumento dos problemas sociais que atingem o Brasil, a exclusão

social tornou-se agravante na vida das pessoas, exigindo assim a participação de

todos para reverter esse quadro que atinge o país. Há necessidade de mudança de

atitude, relacionada para o desenvolvimento sustentável da sociedade em geral,

principalmente em comunidades desfavorecidas pela má distribuição de renda.

Esta cartilha aborda sobre sete questões importantes para o desenvolvimento

local e aponta medidas estratégicas para os empreendedores sociais.

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1. Como mudar comportamentos da população?

É importante contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para

decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a

vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso é

necessário que, mais do que informações e conceitos. Faz – se necessário trabalhar

com atitudes, com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de

habilidades e procedimentos. Comportamentos ambientalmente corretos podem ser

aprendidos na prática e no dia – a – dia em todos os meios sociais.

A sociedade é responsável pelo processo como um todo, mas os padrões de

comportamento da família e as informações veiculadas pela mídia exercem especial

influência sobre a população. No que se refere à área ambiental, há muitas

informações, valores e procedimentos sendo transmitidos nas mídias, nas escolas,

nas empresas e por outro lado, constituem a grande fonte de informações que a

maioria das pessoas possui sobre o meio ambiente. É primordial a comunicação, a

informação, a conscientização e a participação de todos para propor uma idéia de

desenvolvimento que respeite o meio ambiente. Precisam ser propostos e

estimulados valores que combatam consumismo insustentável, desperdício,

violência, egoísmo, desrespeito, preconceito, irresponsabilidade entre tantos outros.

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2. Como engajar pessoas no processo de empreendedorismosocial?

O empreendedorismo social promove a sensibilização de pessoas essenciais

ao processo de mudança. Envolver as pessoas na causa social acreditando que elas

podem se tornar líderes comunitários e agentes multiplicadores do entusiasmo

empreendedor faz com que o potencial empreendedor seja desenvolvido.

Uma boa atitude é colocar o olhar para os recursos humanos da própria

comunidade, mobilizando estes recursos possibilita formar uma equipe de

voluntários que encontraram motivos para inovar o modo de vida. Geralmente estas

pessoas são sonhadoras que desejam uma vida melhor e se tornam incansáveis

realizadoras da causa coletiva, que buscam o reconhecimento e o valor de suas

ações.

No entanto, engajar é ainda mais complicado do que conseguir atenção. É

preciso ação por parte das pessoas depois que foram impactadas pela sua

mensagem. Conseguir motivar uma pessoa para que saia da sua zona de conforto e

se mobilize para agir é tarefa difícil, mas, não impossível.

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3. Como incentivar iniciativas de auto-sustentação?

De posse dos valores e expectativas da comunidade, promover encontros e

reuniões de participação popular para em conjunto definir estratégias específicas

orientadas para o desenvolvimento futuro da comunidade, propiciando melhor

qualidade de vida para seus habitantes. Além de gerar responsabilidade coletiva, o

planejamento de ações de iniciativas de auto – sustentação pensa no futuro da

comunidade e seu desenvolvimento local, estabelecendo parcerias entre setor

público e privado nos mais diversos ramos de atividade, mobilizando os cidadãos a

participarem desse processo.

Vale também fazer uma ampla campanha de sensibilização da população e

dos empresários sobre as vantagens e possibilidades do desenvolvimento local

orientando para a melhoria do comércio e de serviços; oferecer treinamento

profissional nas diversas atividades demandadas; reforçar as condições de

prestação dos serviços de educação e saúde, essenciais para a qualidade de vida e

o desenvolvimento da população; e estimular a criação de empreendimentos de

porte micro e pequeno que possam agregar valor aos produtos.

Iniciativas de auto – sustentação visam criar um ambiente favorável que

promova o desenvolvimento econômico sustentável da comunidade de forma

equitativa e socialmente inclusiva, buscando a dinamização da economia da cidade

através da articulação de ações diretas com a comunidade e com os setores

produtivos.

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4. Como melhorar a qualidade de vida da comunidade?

Melhorar a qualidade da vida humana é um critério de sustentabilidade. Esse

é o verdadeiro objetivo do desenvolvimento, ao qual o crescimento econômico deve

estar sujeito: permitir aos seres humanos perceber o seu potencial, obter

autoconfiança e uma vida plena de dignidade e satisfação. Sendo assim, a inserção

e o incentivo às ações sustentáveis nas cidades são fundamentais para se ter uma

qualidade de vida melhor.

É fundamental uma mudança na cultura e atitude dos indivíduos, assumindo

responsabilidades diante de si mesmo e do planeta. Uma nova postura deve ser

adotada: a de cidadão sustentável. Cada pessoa deve compreender que suas ações

repercutem e interferem na qualidade de vida de outras pessoas, na comunidade e

no meio ambiente. Deve ser consciente de que, através de sua condição de

consumidor, é capaz de influenciar no rumo da economia, buscando opções mais

sustentáveis e conhece seus direitos e seus deveres. Não espera unicamente por

mudanças a partir de governos e empresas. Ele faz acontecer, se mobiliza, organiza

e busca o melhor para si e seus semelhantes.

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5. Como administrar a pressão da comunidade?

A mediação popular é importantíssima, pois pode prevenir ou evitar os

problemas que podem causar desgastes físicos e psicológicos em todas as pessoas

envolvidas. No dia-a-dia são vários os conflitos que encontramos, e a mediação

pode ocorrer, de maneira informal, através de conversas onde pode - se chegar a

um acordo.

Na comunidade, as pressões surgem por causa das muitas demandas a

serem atendidas. As cobranças por parte da população aumentam fazendo com que

os trabalhos e atividades coletivos sejam permeados de tensões. Cada pessoa

reage de uma forma. Algumas pessoas são mais pacíficas diante dos problemas e

conflitos, já outras são propensas a agressividade. Para se evitar os conflitos é

importante respeitar os pontos de vista, valores, metas e métodos. O líder poderá

controlar as relações interpessoais de seus liderados, separando os indivíduos

agressivos ou divergentes, evitando assuntos controversos nas reuniões,

manipulando as condições ambientais, físicas e sociais. Entretanto, esta forma de

conduzir o grupo pode reduzir ou extinguir a criatividade, provocando uma

diminuição das idéias novas e uma perpetuação das velhas.

As divergências podem ser resolvidas de forma cooperativa e criativa

transformando as diferenças em soluções. Desta forma os conflitos podem ser vistas

numa perspectiva global, ajudando a lidar com sentimentos que acompanham as

discordâncias, como: as frustrações, ressentimentos e hostilidades.

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6. Como minorar os impactos indesejáveis na cultura local e nomeio ambiente?Para minimizar os impactos indesejáveis na cultura local e no meio ambiente,

recursos como os minérios, petróleo, gás, carvão mineral, que não podem ser

usados de maneira sustentável porque não são renováveis, podem ser retirados de

modo a reduzir perdas. Devem ser usados de modo a ter sua vida prolongada

como, por exemplo, através de reciclagem, pela utilização de menor quantidade na

obtenção de produtos, ou pela substituição por recursos renováveis, quando

possível.

A comunidade deve entender que através de simples atitudes, como a coleta

seletiva, armazenagem e descarte correto do lixo e uso de biocombustíveis, essas

pequenas ações geram um resultado sustentável gigantesco. A coleta seletiva

permite a reciclagem dos produtos, diminuindo o uso de matérias-primas. Respeitar

os horários dos caminhões de lixo impede que as chuvas espalhem os detritos pelas

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ruas e avenidas, evitando o entupimento de bueiros e, conseqüentemente, as

inundações e transbordamentos de rios e córregos.

Para agir desse modo, é preciso tomar consciência de tudo o que se está

usando em excesso. Gastar sem preocupação recursos que são escassos pode

trazer conseqüências no futuro. Deve – se economizar água, madeira deve ser gasto

o mínimo possível, reduzir o uso de energia elétrica, reduzir a utilização de sacolas

plásticas, reduzir o lixo residencial e empresarial, e mudar hábitos de jogar papel na

rua, copos descartáveis, garrafas de vidro ou plástico, guimba de cigarro, enfim tudo

que consumimos nas ruas. Isso além de colaborar com a limpeza das ruas deixando

a cidade mais bonita e apresentável evitará que a água da chuva leve o lixo para os

bueiros e esses acabem entupidos, alagando as ruas, e muitas vezes invadindo

casas, escolas, comércios.

Podemos reaproveitar as garrafas pets ou doa - las aos recicladores, fazer

opção pelos transportes coletivos, bicicletas ou caminhada a pé. Estas e outras

ações contribuem para a preservação do meio ambiente.

7. Como produzir renda e criar empregos?Encontrar saídas para a superação da exclusão, miséria e desigualdade

social causadas pelo desemprego passa pelo engajamento das pessoas e

comunidades. É imprescindível o equilíbrio entre as necessidades cotidianas da

população e os meios de satisfazê-las com a capacitação de políticas urbanas,

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adaptando a oferta de serviços às demandas sociais, tornando presente os

mecanismos distributivos dos serviços à população.

Cabe então, o empreendimento de esforços que visem a transformar as

condições sociais, econômicas e políticas além de sua capacidade de mobilizar e

incluir as pessoas no processo. Gerar emprego e renda permanentes e dignos, em

coerência com um projeto de desenvolvimento local baseado na expansão e

consolidação da cidadania, exige compromisso com a redistribuição social do

trabalho e da renda.

As iniciativas e novas estratégias de desenvolvimento social e local precisam

ter em vista a reestruturação do sistema produtivo local, o aumento dos postos de

trabalho e a melhoria da qualidade de vida. Isso, através da promoção e/ou

expansão da capacidade empresarial e organizativa da economia do lugar, com

mobilização de recursos internos e externos.

O objetivo do desenvolvimento não seria tanto promover a cidade enquanto

um negócio rentável, mas atender as necessidades sociais, pelo alargamento da

democracia local em direção à dimensão econômica.

Algumas ações de fomento ao emprego e de reinserção social podem ser

desenvolvidas:

Estímulo ao desenvolvimento de atividades econômicas em áreas

identificadas como áreas de oportunidades dentro da comunidade;

Criar alternativas de fomento às atividades econômicas de acordo com a vocação

local, além de possibilitar o desenvolvimento das habilidades da população,

através de uma política de qualificação profissional, preparando-a para as novas

exigências do mercado e necessidades da sociedade;

Estímulo às ações que possibilitem a criação de novos empreendimentos e de

redes de economia solidária, através da organização associativa e cooperativa

visando à otimização do desempenho econômico que resulte em geração de

renda;

Apoio e promoção de eventos que estimulem e fortaleçam o empreendedorismo

local, enquanto estratégia de acesso e ampliação de possibilidades econômicas;

Fortalecimento dos negócios existentes e estímulo à criação de novos

empreendimentos com vistas à elevação das oportunidades de trabalho e renda

para a população e para o desenvolvimento econômico local.

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Fontes de Consulta:

http://www.atitudessustentaveis.com.br/

http://lovato.com.br/2011/03/tensao-e-conflito-no-grupo-preocupacao-constante-dos-gestores/

http://2009.campinas.sp.gov.br/rh/uploads/egds_material/txt_apoio_observar_%20grupos.pdf

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro091.pdf

http://www.ashoka.org.br/empreendedor-social/quem-e/

http://www.idhea.com.br/mododevida.asp