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  • Estudo sobre rotulagem do

    alimento orgnico

    Sergio Henrique Soares

    Advogado especializado em Administrao pela Fundao Getlio

    Vargas - FGV/RJ e ps-graduado em Direito do Consumidor pela

    Escola Superior de Advocacia da OAB/RJ

    Todos os direitos reservados Sociedade Nacional de Agricultura.

    proibida a reproduo parcial ou total de qualquer forma,

    incluindo os meios eletrnicos, sem prvia autorizao do editor.

    C312 Carrano, Sergio Henrique Soares.Estudo sobre rotulagem do alimento orgnico / Sergio

    Henrique Soares Carrano. Rio de Janeiro : SociedadeNacional de Agricultura, 2008.

    30 p. - (OrganicsNet Cartilha, 1)

    1. Produto orgnico. 2. Rotulagem. 3. Embalagem. I.Sociedade Nacional de Agricultura. II. Ttulo.

    CDD 631.584

    Projeto grfico e capa: Paulo Amrico Magalhes

    Reviso: Cristina Baran

    Ficha catalogrfica: Leandra Pereira de Oliveira CRB7 5497

  • SUMRIO

    1. Agradecimentos_________________________________ 4

    2. Apresentao___________________________________ 4

    3. O que produto orgnico? ________________________ 6

    4. O que embalagem e rtulo? _____________________ 7

    5. O rtulo de alimentos em geral ___________________ 8

    Alimentos com obrigatoriedade de registro e isentos

    O rtulo e suas informaes de cunho legal

    Informao nutricional

    5.1 Alimentos de origem vegetal _________________ 17

    5.2. Alimentos de origem Animal __________________ 18

    5.3. Bebidas ___________________________________ 19

    5.4. O SUASA ___________________________________ 20

    6. A rotulagem do alimento orgnico _________________ 20

    7. O que diz a Lei do Consumidor sobre a informao ___ 27

    8. Concluso______________________________________ 28

    9. Alguma legislao sobre rotulagem de

    alimentos e informaes que podem ser

    consultadas na Internet __________________________ 29

    3

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    4

    1. AGRADECIMENTOS

    Agradeo sinceramente Sociedade Nacional de Agricultura, no

    mbito do Projeto OrganicsNet, a oportunidade de desenvolver este es-

    tudo sobre rotulagem do alimento orgnico, tendo em vista a importn-

    cia do assunto para aqueles que atuam na rede da produo orgnica

    brasileira.

    Agradecimentos aos fiscais federais de Agricultura e os de Inspeo

    Sanitria, que gentilmente forneceram informaes sobre o assunto, bem

    como a todos aqueles que de alguma forma contriburam para a conclu-

    so deste estudo.

    Srgio Henrique Soares Carrano

    2. APRESENTAO

    A preservao do meio ambiente um dos mais importantes assun-

    tos da atualidade. Na atividade agrcola, os insumos sintticos e os agro-

    txicos contribuem para a contaminao do solo e da gua, motivando

    um desequilbrio na natureza e na sade do homem como jamais se viu

    antes. Como alternativa, agricultores do mundo inteiro vm se utilizan-

    do de mtodos agrcolas que valorizam a vida no planeta.

    Entre eles, destaca-se o cultivo de alimentos orgnicos. Hoje, o con-

    sumo de produtos orgnicos uma tendncia no Brasil e no exterior, uma

    vez que nesta modalidade de produo agrcola proibido o uso de

    insumos sintticos e agrotxicos e, alm disso, so utilizadas tcnicas

    que no agridem o meio ambiente.

  • 5ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    Segundo informaes divulgadas pelo Ministrio da Agricultura, Pe-

    curia e Abastecimento - MAPA (Pr-Orgnico 2008/2011), existem hoje

    no Brasil cerca de 15 mil produtores de orgnicos que cultivam uma rea

    estimada de 880.000 hectares.

    Estamos no curso do processo de regulamentao da Lei da Agricul-

    tura Orgnica (Lei Federal n. 10.831), sancionada pelo presidente Lus

    Incio Lula da Silva, em 23 de dezembro de 2003. certo que, a partir de

    28 de dezembro de 2009, a Lei e os novos Regulamentos Tcnicos entra-

    ro em pleno vigor.

    Por isso, quem produz e quem comercializa alimentos orgnicos pre-

    cisa seguir uma srie de normas, dentre as quais, a obrigatoriedade de

    fornecer informaes sobre o produto atravs da rotulagem.

    Este documento tem o objetivo de abordar informaes bsicas so-

    bre o rtulo do alimento orgnico, tendo como base os regulamentos do

    MAPA, da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) e as disposi-

    es do Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor.

    Utilizaremos a denominao de alimento como sendo toda substn-

    cia que seja ingerida no estado natural, semi-elaborada ou elaborada,

    destinada ao consumo humano, includas as bebidas e excludos os cosm-

    ticos, tabacos e medicamentos, segundo definio adotada pelo MAPA.

    Para melhor didtica, utilizaremos o termo produtor como sendo

    toda pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, nacional ou estran-

    geira, que desenvolve atividades de produo, montagem, criao, cons-

    truo, transformao, importao, exportao, distribuio, comerci-

    alizao de produtos ou prestao de servios, segundo o que dispe o

    Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor.

    Em hiptese alguma, este estudo pretende esgotar o assunto, at

    porque recomendamos aos produtores que, antes de confeccionarem o

    rtulo de algum alimento orgnico, procurem informaes junto Supe-

    rintendncia Federal de Agricultura (SFA/MAPA) de sua localidade.

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    6

    3. O QUE PRODUTO ORGNICO?

    Segundo a Lei da Agricultura Orgnica, o Sistema Orgnico de Produ-

    o Agropecuria (SisOrg) aquele no qual, entre outras finalidades, se

    busca um modelo de produo que visa otimizar os recursos naturais e

    socioeconmicos disponveis, respeitando-se a integridade cultural das

    comunidades rurais. Objetiva-se a sustentabilidade econmica e ecol-

    gica, empregando-se mtodos culturais, biolgicos e mecnicos, em

    contraposio ao uso de materiais sintticos e organismos geneticamen-

    te modificados, em qualquer fase do processo de produo.

    Art. 2 Considera-se produto da agricultura org-

    nica ou produto orgnico, seja ele in natura ou pro-

    cessado, aquele obtido em sistema orgnico de produ-

    o agropecurio ou oriundo de processo extrativista

    sustentvel e no prejudicial ao ecossistema local. (Art.

    2 da Lei n. 10831/03)

    O conceito de sistema orgnico de produo agropecuria e industri-

    al abrange os termos: ecolgico, biodinmico, natural, regenerativo,

    biolgico, agroecolgicos, permacultura e outros que atendam aos prin-

    cpios estabelecidos pela lei. Por isso, comum encontrar produtos no

    mercado de consumo com expresses como, por exemplo: Produto Or-

    gnico Biodinmico.

    Atualmente, a Instruo Normativa n.16 do MAPA dispe que, para a

    venda desses produtos, a qualidade orgnica deve ser garantida por uma

    pessoa jurdica denominada Certificadora, que se trata de uma entidade

    especializada na avaliao da conformidade de produtos, processos e

    servios. Assim, o alimento orgnico certificado colocado no mercado de

    consumo recebe um selo de certificao na rotulagem, com o objetivo

    de informar ao consumidor que ele foi auditado e est em conformidade

    com as normas da produo orgnica.

  • 7ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    Neste sentido, podemos dizer, grosso modo, que produto org-

    nico aquele in natura ou processado, inclusive a partir do

    extrativismo sustentvel, originrio de um mtodo agrcola que nega

    o uso de agrotxicos, valoriza a vida das comunidades envolvidas

    na produo e objetiva a sustentabilidade ambiental do planeta.

    Diferentes mtodos de produo so admitidos pelo sistema, e os

    produtos dele originrios devem apresentar, para comercializao,

    informao sobre a garantia da qualidade, como por exemplo, o

    selo de certificao.

    Agora que sabemos o que um produto orgnico, vamos partir para

    a anlise do que seria a embalagem de um produto e sua rotulagem,

    para depois analisarmos os regulamentos tcnicos sobre rotulagem de

    alimentos.

    4. O QUE EMBALAGEM E RTULO?

    A embalagem de um produto (vidro, papelo, plstico, entre outros)

    um meio de acondicionamento para transporte, manuseio e identifica-

    o do produto. A embalagem tem, entre suas funes, a proteo, a

    conservao, a facilitao de armazenamento e a diminuio do desper-

    dcio.

    Um dos principais motivos para se embalar um produto manter sua

    integridade, desde a produo at o consumo, mantendo-se, pelo maior

    tempo possvel, suas caractersticas em perfeitas condies para o uso

    humano. Como exemplo de que a indstria vem buscando aprimorar a

    conservao dos alimentos ao longo do tempo, podemos citar as gelias,

    os iogurtes e os defumados, como bons exemplos de produtos embalados

    que podem ser comercializados por um prazo bastante longo, sem que se

    deteriorem.

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    8

    Analisar o melhor modelo de embalagem faz parte do processo de

    colocao do produto no mercado de consumo. O vidro um exemplo de

    embalagem que praticamente no exerce influncia sobre o produto nele

    armazenado, e possibilita uma boa conservao de alimentos. Na agri-

    cultura orgnica, muito tem se discutido sobre a melhor embalagem para

    acondicionar produtos, e j se tem notcias sobre embalagens biodegra-

    dveis e materiais similares que visam dar sustento ao conceito de pro-

    duto ambientalmente adequado.

    J o rtulo representa as informaes grficas postas na embalagem

    para a identificao do produto, entre outras funes. H quem o consi-

    dere como a roupa da embalagem.

    O rtulo serve ainda como um veculo de comunicao durante o

    processo de comercializao, transmitindo ao consumidor informaes

    de cunho legal e comercial sobre o produto.

    Lembramos que expresses que prometem milagres com relao

    sade so proibidas na rotulagem. Alm disso, advertncias sobre ali-

    mentos com ingredientes transgnicos ou que contenham glten, devem

    constar no rtulo do produto, dada a sua importncia para a sade do

    consumidor.

    5. A ROTULAGEM DE ALIMENTOS

    EM GERAL

    Para melhor entendermos as informaes que devem constar na

    rotulagem de um alimento, importante abordarmos brevemente al-

    guns aspectos sobre a obrigatoriedade do registro de alimentos, confor-

    me as regras em vigor.

  • 9ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    Toda pessoa que desenvolve atividade relacionada com alimentos

    precisa estar devidamente registrada junto autoridade sanitria com-

    petente de sua localidade. A anlise de documentos e a aprovao das

    instalaes fazem parte do processo que objetiva a concesso do alvar

    de funcionamento.

    Quanto fabricao, lembramos que todo alimento deve ser produ-

    zido de acordo com um Padro de Identidade e Qualidade (PIQ) e Regu-

    lamentos Tcnicos (RT). Muitos alimentos devem ser obrigatoriamente

    registrados, ao passo que outros so dispensados desta obrigatoriedade.

    Ressalte-se que, assim como a desobrigao, o registro um ato

    legal, onde se reconhece que as formalidades exigidas pela Lei e regula-

    mentos foram atendidas, resultando na publicao em Dirio Oficial.

    Entende-se por alimento isento da obrigatoriedade de registro aque-

    le que no oferece risco sade da populao e, portanto, o objetivo da

    iseno agilizar processos, facilitar o investimento no setor privado e

    proporcionar a colocao de novos produtos no mercado sem maiores

    burocracias.

    So mais de 44 categorias de alimentos isentos de registro, tais

    como: acares, alimentos congelados, balas, bombons, biscoitos, ca-

    fs, chs, cereais, cremes vegetais, conservas e produtos de vegetais,

    (exceto palmito), chocolate, produtos de confeitaria, erva mate, fru-

    tas em conserva, gelias, massas, leos e gorduras vegetais, pes, pas-

    tas e pats, polpa de frutas, preparo de bebidas, produtos de coco,

    produtos de soja, sal, salgadinhos, sobremesas e sopas, vegetais desse-

    cados, entre outros.

    Para comercializar alimento dispensado da obrigatoriedade de regis-

    tro, basta dar entrada na Comunicao de Incio de Fabricao, junto

    autoridade sanitria competente, a fim de que o produto possa ser colo-

    cado venda. Posteriormente, ocorre a inspeo na indstria, sendo

    certo que, se o produto no for aprovado, pode ocorrer a suspenso da

    produo e o recolhimento do mesmo no mercado de consumo.

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    10

    A informao sobre iseno de registro no rtulo no uma

    faculdade do produtor. A autoridade sanitria no confere n-

    mero de dispensa de registro de produto e, por isso, antes da

    confeco de qualquer rtulo, recomendvel buscar infor-

    maes junto s autoridades competentes.

    Por outro lado, alimento com registro obrigatrio aquele que ne-

    cessita de maior ateno quanto ao aspecto da sade, tais como: aditi-

    vos alimentares, gua mineral, natural e adicionadas de sais, coadjuvan-

    tes de tecnologia, alimentos com alegao de propriedades funcionais

    ou de sade, suplementos vitamnicos, vegetais em conserva (palmito),

    alimentos infantis, para controle de peso, para dietas com restrio de

    nutrientes, para ingesto controlada de aucares, para nutrio enteral,

    para gestantes e nutrizes, para atividades fsicas, sal, adoante, suple-

    mento vitamnico e outros previstos em regulamentos especficos.

    Assim, alimentos com obrigatoriedade de registro somente podem

    ser comercializados aps o devido procedimento no rgo competente.

    Normalmente, o interessado deve preencher formulrios com documen-

    tos sobre o fabricante e o produto, aguardando o andamento do proces-

    so que vai analisar a indstria, as boas prticas da produo, a rotulagem

    e o produto. Cumpridas as exigncias, o fabricante recebe o nmero de

    registro do produto, que dever ser estampado na rotulagem.

    Vale ressaltar que alguns alimentos, como os in natura, de panifica-

    o, pastelaria, confeitaria, matrias-primas alimentares, entre outros,

    so dispensados do registro obrigatrio, bem como da comunicao de

    incio de fabricao para sua comercializao.

    Quanto aos alimentos que no se encaixam no PIQ Padro de Iden-

    tidade e Qualidade, e nos Regulamentos Tcnicos existentes (produtos

    novos), ser necessrio adotar procedimento especial para comprovao

    da qualidade, sendo comum a exigncia de laudos laboratoriais, refe-

  • 11

    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    rncias internacionais como, por exemplo, o CODEX ALIMENTRIOS, es-

    tudos de universidades e outros critrios previstos na lei.

    Agora que temos uma noo sobre as exigncias para a fabricao

    de alimentos, bem como tomamos cincia sobre os produtos que de-

    vem ser obrigatoriamente registrados e os que so isentos de registro,

    vamos observar a seguir como deve ser o rtulo do alimento colocado

    no mercado de consumo, segundo os Regulamentos do MAPA, lembran-

    do que as regras da ANVISA so aplicveis, no que couberem, de forma

    complementar.

    Assim, podemos dizer que rtulo toda a inscrio, legenda, ou

    toda matria descritiva ou grfica que esteja escrita, impressa, estam-

    pada, gravada, em relevo ou litografada ou colada sobre a embalagem

    do alimento....

    No so admitidas na rotulagem informaes ou outras representa-

    es grficas que possam torn-la falsa, incorreta, insuficiente, ou que

    leve o consumidor ao equvoco, erro, confuso ou engano em relao

    verdadeira natureza, composio, procedncia, tipo, qualidade, quanti-

    dade, validade, rendimento e forma de uso do alimento.

    Destacar a presena ou ausncia de elementos intrnsecos ao produ-

    to, realar qualidades sobre propriedades teraputicas e aconselhar seu

    consumo como estimulante para melhorar a sade tambm so, entre

    outras determinaes, informaes vedadas na rotulagem.

    Como exemplo, dizer que o leo vegetal rico em vitamina

    E e no tem colesterol so informaes proibidas, porque

    estas qualidades j so intrnsecas a este produto.

    As informaes de rotulagem devem estar escritas no idioma do pas

    de consumo, com caracteres de tamanho adequado.

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    12

    Alimentos com um nico ingrediente como acar, farinha, erva mate

    e vinho, entre outros, no precisam apresentar lista de ingredientes. J

    a gua deve ser declarada como ingrediente, salvo no caso da salmoura,

    xaropes, molhos, caldos e similares. Alimentos que se apresentam em

    forma slida ou granulada devem ser comercializados em unidades de

    massa, e os semi-slidos podem utilizar a unidade massa ou volume,

    entre outras exigncias.

    Alimentos que so pesados vista do consumidor, devem trazer no

    rtulo a legenda venda por peso ou deve ser pesado vista do consu-

    midor, assim como a data de validade pode ser apresentada, por exem-

    plo, mediante as seguintes expresses: consumir antes de...; vlido

    at...; validade...; consumir preferencialmente antes de..., de-

    vendo vir a data acompanhando estas expresses.

    Frutas, hortalias frescas, incluindo batatas no descascadas, vinhos,

    licorosos, espumantes, algumas bebidas alcolicas, produtos de panifi-

    cao que devem ser consumidos em at 24 horas, acar slido, balas,

    caramelos e similares, goma de mascar, sal e alimentos isentos por ou-

    tros Regulamentos Tcnicos, no precisam apresentar a data de validade

    mnima.

    Alimentos em condies especiais de conservao devem informar

    esta caracterstica em sua rotulagem, como por exemplo: validade a -

    4C (congelador).... Alm disso, seu melhor preparo, reconstituio,

    descongelamento e tratamento devem constar de uma instruo de uso

    correto do produto.

    importante lembrar que alimentos especiais, tais como os enrique-

    cidos, dietticos, para regimes especiais e de uso medicinal, devem ser

    rotulados de acordo com disposies especiais.

    Com base nestas diretrizes, vejamos a seguir elementos que devem

    compor a rotulagem, alm de um exemplo de informao nutricional de

    rtulo, a saber:

  • 13

    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    ELEMENTOS QUE DEVEM COMPOR

    A ROTULAGEM

    - Denominao de venda: o nome que indica a origem e as carac-

    tersticas do produto, que pode ser, por exemplo: leo de soja ou leite

    UHT desnatado.

    - Lista de ingredientes: a descrio de todos os ingredientes por

    ordem decrescente da proporo, bem como os aditivos alimentares que

    devem ser informados por ltimo.

    - Quantidade: peso lquido ou contedo lquido, sendo representado

    pela quantidade expressa em unidades de medida como: mililitro (ml),

    litro (l), grama (g), quilo (kg) ou outras unidades aplicveis.

    - Identificao da origem: nome e endereo do fabricante. Em al-

    guns casos existe apenas o CNPJ ou outra forma de identificao do

    fornecedor. comum encontrar na rotulagem informao sobre o Servi-

    o de Atendimento ao Cliente (SAC), que visa facilitar o contato entre o

    fornecedor e o consumidor quando necessrio.

    - Identificao do lote: o cdigo que permite identificar o lote de

    fabricao do produto para o caso de se necessitar rastrear o processo

    de produo.

    - Prazo de validade: a indicao da data at a qual o produto

    garantido para o consumo, sendo certo que ela deve estar presente de

    forma visvel e legvel ao consumidor.

    - Instrues sobre o preparo e uso do alimento: a informao de

    rtulo que deve conter instrues sobre o uso adequado do produto.

    - Advertncia: alimentos industrializados que contm glten por meio

    dos ingredientes trigo, aveia, cevada e centeio ou derivados, devem ter

    esta informao na rotulagem como advertncia aos consumidores por-

    tadores de intolerncia ao glten e problemas de sade correlatos.

    - Alimentos para fins especiais: so alimentos formulados para ne-

    cessidades fsicas, metablicas, fisiolgicas e/ou doenas especficas,

    como por exemplo, controle de peso e de ingesto de acar. Estes ali-

    mentos so fabricados com a restrio ou adio de determinado nutri-

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    14

    ente (ex. sem acar, rico em fibra, isento de lactose). Expresses como

    Light ou Diet podem ser estampadas no rtulo e devem ser seguidas de

    informaes quanto ao que se destina.

    - Selos de Inspeo: carimbos, certificados sobre garantia de qualidade e

    informaes do gnero devem constar na rotulagem quando exigidos pela lei.

    - Alimentos em condies especiais para conservao devem in-

    formar esta caracterstica na rotulagem, como por exemplo, armazena-

    mento em freezer, congelador ou geladeira, e incluir dados sobre a tem-

    peratura ideal para sua manuteno. O mesmo se aplica aos alimentos

    que podem se alterar depois de abertas suas embalagens: Depois de

    aberto, manter na geladeira ou Consumir em 3 dias.

    - Informaes nutricionais: A informao nutricional uma decla-

    rao obrigatria do fornecedor a ser exposta na rotulagem do alimento,

    quanto aos nutrientes nele existentes. A ANVISA (Agncia Nacional de

    Vigilncia Sanitria) orienta que produtores informem tambm sobre o

    contedo de colesterol, clcio e ferro.

    Com exceo da gua mineral e guas destinadas ao

    uso humano, alimentos como bebidas alcolicas, aditivos

    alimentares e coadjuvantes de tecnologia, especiarias, vi-

    nagres, sal, caf, erva mate, comida de restaurante, so-

    bremesas, sanduches, produtos fracionados na venda a va-

    rejo, fatiados, frutas, vegetais e carnes in natura, refrige-

    rados e congelados, entre outros, no precisam apresentar

    informaes nutricionais obrigatrias no rtulo.

    Poro especificada na informao nutricional significa a quantida-

    de de alimento que uma pessoa saudvel consome por vez, como por exem-

    plo: 1 pozinho (50g) ou 1 copo de suco (300 ml) ou uma fatia de bolo

    (60g). Com base neste dado, o fabricante pode efetuar o clculo das infor-

    maes nutricionais.

    O valor dirio a quantidade de nutrientes que a pessoa deve consu-

    mir para ter uma vida saudvel. Existem tabelas disponveis que auxiliam

    o fabricante na hora da construo do rtulo. O valor dirio de carboidratos,

    por exemplo, de 375 gramas (g) e o de protenas de 50g.

  • 15

    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    O fabricante pode fazer constar no rtulo qualquer

    informao ou representao grfica a ttulo de rotulagem

    facultativa, desde que esta seja pertinente ao produto e

    ao fabricante, e no gere interpretaes enganosas ou

    abusivas para o consumidor. Existem exigncias quanto s

    informaes que devem constar na parte frontal do rtu-

    lo, bem como para o tamanho das letras, certificados e

    selos de inspeo, conforme regulamentos especficos.

    Veja a seguir um modelo de Informao Nutricional

    na forma vertical (existem as formas horizontal e linear):

    INFORMAO NUTRICIONAL

    Poro de __ g/ml (medida caseira)

    Quantidade por poro % VD (*)

    Valor Energtico kcal/kj %

    Carboidratos g %

    Protenas g %

    Gorduras Totais g %

    Gorduras Saturadas g -

    Gorduras Trans g

    Fibra Alimentar g %

    Sdio g %

    Outros Minerais (1) mg ou mcg

    Vitaminas (1) mg ou mcg

    (*) %valores dirios de referncia de uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kj. Seus

    valores dirios podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessida-

    des energticas. (1) quando declarado.

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    16

    No so estabelecidos valores dirios para gordu-

    ra trans, uma vez que no se recomenda seu con-

    sumo.

    Melhor entendendo a questo da gordura trans,

    notamos que este tipo de gordura tem origem em

    um processo de hidrogenao (ocorrido no rmem

    dos animais) ou de forma industrial, transforman-

    do leos vegetais e gordura slida para aplicao

    nos alimentos industrializados, a fim de melho-

    rar sua consistncia e prolongar a durao nas

    prateleiras das lojas.

    Os elementos apresentados na informao nutricional foram es-

    tudados e escolhidos aps uma longa pesquisa realizada por especia-

    listas, e tm o objetivo de dar ao consumidor a informao para o

    consumo saudvel e consciente. A seguir, comentaremos o significa-

    do de componentes que podem figurar na informao nutricional de

    rtulo, a saber:

    - CALORIAS: a energia que o corpo necessita, e vem dos alimentos

    a partir das gorduras, protenas e carboidratos.

    - CARBOIDRATOS: so componentes energticos presentes em mas-

    sas, arroz, acar, mel, pes, frutas, farinhas e doces em geral.

    - PROTENAS: so componentes do alimento necessrios constru-

    o de nossos rgos, tecidos e clulas, encontrados em carnes, ovos,

    leites e derivados e feijes.

    - GORDURAS: so os lipdios, encontrados em vegetais e animais,

    como leos vegetais, manteiga, queijo, carnes, leite, ovos e pes, entre

    outros. As gorduras totais so compostas pelas gorduras saturadas (pro-

    veniente de gorduras animais e seus derivados), gorduras trans (gordura

    vegetal hidrogenada) e colesterol, ou seja, alimentos como fgado ou

    vsceras, gema de ovo e alimentos derivados de leite.

  • 17

    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    - FIBRAS: um tipo de carboidrato, normalmente presente em vege-

    tais, frutas e hortalias, pes integrais e outros. Sua ingesto essencial

    no combate de problemas coronrios, cncer de intestino, diabetes e

    outras doenas.

    - CLCIO: micronutriente importante para os ossos e dentes, presen-

    te no brcolis, peixes, nozes, leite e derivados, entre outras formas de

    absoro.

    - FERRO: micronutriente importante na formao das clulas verme-

    lhas do sangue, e que est presente em carnes, feijes, vegetais e

    folhosas.

    - SDIO: micronutriente essencial para a sade, presente em grande

    quantidade no sal, sendo aconselhvel seu consumo moderado.

    permitido o uso da Declarao Simplificada de Informao

    Nutricional quando so poucos os componentes da informao

    nutricional, como por exemplo, no caso do amido de milho, onde as

    informaes a serem estampadas seriam apenas o Valor Calrico e

    Carboidratos para uma poro de 20g.

    Posto isso, lembramos que as informaes de rtulo tm o im-

    portante papel de disponibilizar dados sobre o produto que permi-

    tam ao consumidor exercer seu direito de escolha, bem como pres-

    tar informaes para uma dieta saudvel, que, dentro do possvel,

    deve adotar como base os cereais e pes, tubrculos e razes. Em

    um segundo nvel, frutas e verduras, sendo certo que carnes, leites

    e derivados, doces, aucares e gorduras, devem ser consumidos em

    menor quantidade, segundo orientao do Ministrio da Sade.

    5.1. A ROTULAGEM DE ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL

    Os alimentos de origem vegetal de competncia do MAPA podem ser

    comercializados a partir da comunicao de incio de fabricao auto-

    ridade competente.

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    18

    Produtos que devem ser classificados para sua comercializao so

    alvo do Setor de Classificao de Produtos Vegetais do MAPA, que tem

    como objetivo principal estabelecer um padro nos alimentos negocia-

    dos de norte a sul do pas.

    Como exemplo de alimentos que precisam ser classificados, citamos

    o abacaxi, o kiwi, a ma, o alho, a batata, a cebola, o tomate, o amen-

    doim, o arroz, o feijo e a ervilha, entre outros.

    A forma de apresentao da classificao no rtulo , por exemplo,

    a seguinte:

    Farinha de Mesa Subgrupo Fina Classe Branca Tipo 1

    Essa classificao uniformiza produtos e, com isso, auxilia nos negcios

    agrcolas, como por exemplo, junto s bolsas de mercadorias e compras on line.

    5.2. A ROTULAGEM DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

    So considerados alimentos de origem animal as carnes e derivados,

    os pescados e derivados, o leite e derivados, os ovos e derivados, o mel,

    a cera de abelhas e seus derivados.

    Como exemplo de disposies legais sobre o assunto, podemos ci-

    tar que o marco legal da inspeo sanitria animal se origina no ano de

    1950, com a Lei 1.283 que estabeleceu sua obrigatoriedade. O RIISPOA

    o regulamento que trata da inspeo industrial e sanitria na rea

    animal (Decreto 30.691 de 1952), e a Instruo Normativa MAPA no 22

    de 24/11/2005 trata da rotulagem de produtos de origem animal em-

    balados.

    De forma geral, a pessoa que deseja desenvolver atividade com ali-

    mento de origem animal, deve obter o alvar e os registros cabveis

    junto autoridade sanitria competente. Para comercializao, deve

  • 19

    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    ainda solicitar a instalao do SIF, SIE ou SIM, conforme o mbito de

    circulao da mercadoria (federal, estadual ou municipal), respectiva-

    mente. A comercializao s deve ser iniciada aps esta fase e, tanto o

    registro como o selo de inspeo, so informaes que devem constar na

    rotulagem dos alimentos de origem animal.

    No caso do mel, podemos citar os Ofcios Circular no 04/2007 e 11/

    2007 MAPA/DIPOA, que orienta para que a rotulagem deste produto e

    seus derivados seja observada no sentido de evitar informaes engano-

    sas ou abusivas e que contenham desenhos inadequados, tendo em vista

    que o mel no se trata de um medicamento e, sim, de um alimento. No

    mesmo sentido, a denominao de venda a ser adotada para produtos

    apcolas adicionados de ingredientes no apcolas , por exemplo, a se-

    guinte: Mel + Extrato de Prpolis + Extrato de Agrio = denominao de

    venda.

    5.3. A ROTULAGEM DE BEBIDAS

    O registro de bebidas de competncia do MAPA segue regulamentos

    especficos, entre eles, o Decreto no 2.314/97.

    Em linhas gerais, para se fabricar bebidas e comercializ-las, ne-

    cessrio passar pelo procedimento conforme abordamos anteriormente,

    bem como aprovao de documentos do fabricante, instalaes, mqui-

    nas e controle de qualidade na indstria. O produto alvo de registro

    com a devida aprovao do rtulo.

    Ao final do processo, o produtor estar autorizado a comercializar

    seu produto, informando na embalagem o nmero de registro no MAPA:

    Suco de Frutas xxx - Registro no MAPA-RJ xxxxxxxx-x.

    Existem procedimentos especficos para vinhos e seus derivados e

    outras bebidas tratadas de forma especial.

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    20

    5.4. O SUASA

    O Sistema Unificado de Ateno Sanidade Agropecuria (SUASA),

    institudo pela Instruo Normativa 19/2006 do MAPA, tem como meta

    permitir a comercializao de produtos de origem vegetal e animal em

    todo o pas, mediante um cadastro nico, onde estados e municpios

    reconheam esta integrao mutuamente.

    Por exemplo, um Selo de Inspeo Municipal do Rio de Janeiro seria

    reconhecido quando da comercializao de um alimento em Belm do

    Par. Este processo favorece os agricultores familiares e acredita-se

    que promover um grande desenvolvimento na agricultura. Como o sis-

    tema depende do credenciamento de estados e municpios, recomenda-

    mos aos produtores que, antes de comercializar neste sistema, obte-

    nham informaes a respeito.

    6. A ROTULAGEM DO ALIMENTO

    ORGNICO

    As Normas e Regulamentos anteriormente comentados so vlidos

    para todo alimento colocado no mercado de consumo. No caso do ali-

    mento orgnico, adicione-se as disposies da Instruo Normativa MAPA

    no 16, de 11 de junho de 2004.

    Assim, entre outros critrios, para a comercializao, os alimentos

    orgnicos devem ser certificados e podem informar no rtulo a expres-

    so orgnico ou produto orgnico, desde que contenham 95% ou

    mais de ingredientes orgnicos certificados.

    Os alimentos orgnicos que apresentem de 70% a 95% de ingredien-

    tes orgnicos certificados podem informar na rotulagem a expresso

    produto com ingredientes orgnicos.

  • 21

    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    Os produtos que no se encaixam nestas especificaes no podem

    apresentar a informao de rotulagem como produto orgnico ou pro-

    duto com ingredientes orgnicos, lembrando que gua e sal no podem

    ser includos no clculo do percentual dos ingredientes, bem como as

    matrias-primas e aditivos devem estar listados no rtulo.

    A informao sobre as correntes de produo abrangidas pelo con-

    ceito orgnico tambm podem ser estampadas no rtulo, de forma com-

    plementar, como por exemplo, Natural ou Ecolgico.

    A partir de 28 de dezembro de 2009, entrar em vigor a Lei da Agri-

    cultura Orgnica, bem como seus regulamentos, e a rotulagem dos ali-

    mentos orgnicos obedecer a novos critrios, como veremos a seguir.

    O Art. 3o da Lei da Agricultura Orgnica determina que, para a co-

    mercializao, os produtos orgnicos devem seguir um critrio de avali-

    ao da conformidade, visando garantir a qualidade do produto quanto

    s normas de produo. Nesta linha, a Lei dispe sobre a certificao por

    auditoria, ressalvada a possibilidade de venda direta do produtor ao con-

    sumidor, onde essa certificao pode ser facultativa.

    No caso do alimento ser certificado, isto significa que uma pessoa

    jurdica, credenciada pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,

    Normalizao e Qualidade Industrial) e registrada no MAPA, audita o pro-

    cesso de produo segundo as normas vigentes, para, afinal, permitir a

    utilizao do selo de certificao a ser estampado no rtulo do alimen-

    to. Adicionalmente a este selo, produtos certificados devem apresentar

    o selo do Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade Orgnica

    (SisOrg), criado pelo Decreto no 6323 de 27 de dezembro de 2007.

    J na modalidade de venda direta do produtor ao consumidor com

    certificao facultativa, o produtor dever ser obrigatoriamente cadas-

    trado no MAPA mediante o atendimento a uma srie de requisitos, para,

    afinal, expor no local de venda, tanto o cadastro quanto a informao

    sobre a iseno de certificao.

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    22

    O Decreto n. 6.323/2007, entre outras disposies, regulamentou a

    Lei da Agricultura Orgnica, criou o SisOrg e introduziu um novo modelo

    de garantia da qualidade denominado Sistema Participativo de Garantia

    (SPG). Neste sistema, uma pessoa jurdica denominada Organismo

    Participativo de Avaliao da Conformidade OPAC, o responsvel

    pelo cumprimento das normas de produo.

    O OPAC deve obter registro junto ao MAPA para desenvolver a atividade

    de avaliao da conformidade da produo proveniente de seus membros,

    para, afinal, poder utilizar na rotulagem o selo do sistema, cujo objetivo

    o de informar o consumidor de que o produto est em conformidade com as

    normas de produo, similarmente ao que ocorre na certificao.

    Como exemplo, vejamos alguns artigos do Decreto no 6.323/2007

    sobre o assunto:

    Art. 15. Todos os produtos orgnicos comercializados a granel devem

    trazer a identificao do seu fornecedor no respectivo espao de exposio.

    Art. 16. Os restaurantes, hotis, lanchonetes e similares, que anuncia-

    rem em seus cardpios refeies preparadas com ingredientes orgnicos,

    devero:

    I - manter, disposio dos consumidores, lista atualizada dos itens

    orgnicos ofertados, dos itens que possuem ingredientes orgnicos e de seus

    fornecedores de produtos orgnicos; e

    II - apresentar, quando solicitado pelos rgos fiscalizadores, informa-

    es sobre seus fornecedores de produtos orgnicos, as quantidades adquiri-

    das e as quantidades comercializadas de produtos orgnicos.

    Art. 17. No momento da venda direta de produtos orgnicos aos con-

    sumidores, os agricultores familiares devero manter disponvel o com-

    provante de cadastro junto ao rgo fiscalizador de que trata o art. 22.

    (...)

    CAPTULO IV - DA INFORMAO DA QUALIDADE

    Seo I - Da Rotulagem

    Art. 20. Alm de atender aos regulamentos tcnicos vigentes especficos

    para o produto que est sendo rotulado, os produtos inseridos no Sistema

    Brasileiro de Avaliao da Conformidade Orgnica de que trata o art. 29,

    devero obedecer s determinaes para rotulagem de produtos orgnicos e

    conter o selo deste Sistema.

  • 23

    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    Art. 21. Somente podero utilizar o selo do Sistema Brasileiro de Avalia-

    o da Conformidade Orgnica os produtos comercializados diretamente aos

    consumidores que tenham sido verificados por organismo de avaliao da

    conformidade credenciado junto ao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abas-

    tecimento.

    Pargrafo nico. No ponto de comercializao ou no rtulo dos produtos

    previstos no caput, poder constar a seguinte expresso: produto orgnico no

    sujeito certificao nos termos da Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003.

    Seo II - Da Identificao na Venda Direta

    Art. 22. O Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento estabele-

    cer as regras para a identificao dos agricultores familiares que

    comercializam diretamente aos consumidores, nos termos do art. 17 deste

    Decreto.

    Pargrafo nico. As regras previstas no caput devero contemplar a

    emisso de comprovante de cadastramento do agricultor familiar pelo rgo

    fiscalizador.

    (...)

    CAPTULO III - DO SISTEMA BRASILEIRO DE AVALIAO DA CONFORMIDADE

    ORGNICA

    Seo I - Do Objetivo

    Art. 29. Fica institudo o Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformida-

    de Orgnica, integrado por rgos e entidades da administrao pblica fe-

    deral e pelos organismos de avaliao da conformidade credenciados pelo

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    1o Os Estados e o Distrito Federal podero integrar o Sistema Brasileiro

    de Avaliao da Conformidade Orgnica mediante convnios especficos fir-

    mados com o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    2o O Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade Orgnica inte-

    grado pelos Sistemas Participativos de Garantia da Qualidade Orgnica e pela

    Certificao por Auditoria.

    Art. 30. O Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade Orgnica

    ser identificado por um selo nico em todo o territrio nacional.

    Pargrafo nico. Agregada ao selo, dever haver identificao do siste-

    ma de avaliao de conformidade orgnica utilizado.

    Art. 31. O Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade Orgnica

    ser gerido pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    Pargrafo nico. Caber ao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abaste-

    cimento o credenciamento, o acompanhamento e a fiscalizao dos organis-

    mos de avaliao da conformidade orgnica.

    Art. 32. O Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, em arti-

    culao com os demais rgos responsveis pelo registro de produtos identi-

    ficados como orgnicos, ser responsvel pela fiscalizao do cumprimento

    das normas regulamentadas para a produo orgnica nos estabelecimentos

    produtores registrados.

    1o O Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento criar meios

    para receber e processar as informaes referentes aos registros e fiscaliza-

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    24

    es, previstos no caput, como forma de suporte de informaes para o Sis-

    tema Brasileiro de Avaliao da Conformidade Orgnica.

    2o Os rgos responsveis pelo registro e fiscalizao dos produtos

    previstos no caput sero os responsveis por repassar Coordenao de

    Agroecologia da Secretaria de Desenvolvimento Agropecurio e

    Cooperativismo, do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento:

    I - informaes referentes s infraes detectadas; e

    II - o nome do organismo de avaliao da conformidade orgnica respon-

    svel pela garantia da qualidade do produto alvo de infrao.

    A Instruo Normativa (IN) que dispe sobre os Mecanismos de Ga-

    rantia e Informao da Qualidade Orgnica se trata de um Regulamento

    Tcnico (RT) emanado do MAPA, cujo texto foi aprovado pela Cmara

    Temtica de Agricultura Orgnica aps o processo de Consulta Pblica e

    sua publicao deve ocorrer em breve.

    Vejamos abaixo algumas disposies dessa IN sobre a informao da

    qualidade orgnica, a saber:

    ANEXO VI

    INFORMAO DA QUALIDADE ORGNICA, ARMAZENAMENTO,

    TRANSPORTE E COMERCIALIZAO

    CAPTULO I - DA INFORMAO DA QUALIDADE ORGNICA

    Art. 1o A informao da qualidade orgnica pode se dar por meio da

    rotulagem dos produtos, por material de publicidade e propaganda e por

    dizeres expostos nos locais de comercializao.

    CAPTULO II - DA ROTULAGEM DE PRODUTOS ORGNICOS NO SisOrg

    Art. 2o O atendimento do disposto neste regulamento no exime o cum-

    primento de outras exigncias sobre rotulagem contidas nas legislaes es-

    pecficas para os diferentes produtos.

    Seo I - Da Rotulagem para o Mercado Interno

    Art. 3o O rtulo dos produtos orgnicos para o mercado interno dever

    conter informaes sobre a unidade de produo constando, no mnimo, o

    nome ou razo social, endereo e o nmero do CNPJ ou CPF.

    Art. 4o A informao da qualidade orgnica nos rtulos ser identificada

    pelo uso dos termos: ORGNICO, PRODUTO ORGNICO e PRODUTO COM

    INGREDIENTES ORGNICOS e suas variaes de gnero e nmero.

    1o Os termos previstos no caput deste artigo juntamente com o selo do

    SisOrg devero estar na parte frontal do produto.

    2o O termo ORGNICO, PRODUTO ORGNICO e PRODUTO COM

    INGREDIENTES ORGNICOS poder ser complementado pelos termos ECOL-

  • 25

    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    GICO, BIODINMICO, DA AGRICULTURA NATURAL, REGENERATIVO, BIOLGICO,

    AGROECOLGICO, PERMACULTURA e EXTRATIVISMO SUSTENTVEL ORGNICO.

    Art. 5o Para produtos que contenham ingredientes, incluindo aditivos,

    que no sejam de origem certificada orgnica aplicam-se as seguintes regras:

    I - para produtos com 95% ou mais de ingredientes orgnicos certificados

    devero ser identificados os ingredientes no orgnicos;

    II - para produtos com 70% a 95% de ingredientes orgnicos certificados,

    os rtulos devero identificar esses ingredientes orgnicos e apresentar os

    dizeres: PRODUTO COM INGREDIENTES ORGNICOS; e

    III - os produtos com menos de 70% de ingredientes orgnicos certifica-

    dos no podero ter nenhuma expresso relativa qualidade orgnica.

    Pargrafo nico. gua e sal adicionados no sero includos no clculo

    do percentual de ingredientes orgnicos.

    Seo II - Da Rotulagem para os Produtos Exclusivos para Exportao

    Art. 6o Nos casos de produtos destinados exclusivamente para exporta-

    o, em que o atendimento de exigncias do pas importador implique na uti-

    lizao de produtos ou processos proibidos na regulamentao brasileira, seus

    rtulos devero conter os dizeres: PRODUTO EXCLUSIVO PARA EXPORTAO.

    Pargrafo nico. Nos casos acima previstos, o produto no poder rece-

    ber a marca do Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade Orgnica.

    Seo III - Da Rotulagem de Produtos Importados

    Art. 7o Nos casos de importao de produtos controlados por organismos

    credenciados no Brasil ou por acordo de equivalncia, os rtulos dos produ-

    tos devero conter o selo do Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade

    Orgnica (SisOrg).

    CAPTULO III - DA IDENTIFICAO DA QUALIDADE ORGNICA PARA VENDA

    DIRETA SEM CERTIFICAO

    Art. 8o Os produtos orgnicos no certificados, comercializados direta-

    mente entre agricultores familiares e consumidores finais, devem ser identi-

    ficados de forma que permitam associar o produto ao agricultor responsvel

    pela sua produo e este organizao de controle social a que est ligado.

    Art. 9o Os produtos a que se refere o artigo anterior no podero utilizar

    o selo do Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade Orgnica, entre-

    tanto, o produtor poder incluir na rotulagem, quando existir, ou no ponto de

    comercializao, a expresso: Produto orgnico para venda direta por agri-

    cultores familiares organizados, no sujeito certificao, de acordo com a

    Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003.

    Art. 10. Os produtos e os pontos de comercializao podem conter ou

    utilizar marcas ou outras formas de identificao referentes organizao

    responsvel pelo controle social da qualidade orgnica.

    Diante da leitura deste Regulamento Tcnico, podemos destacar al-

    gumas importantes informaes sobre a rotulagem a serem observadas

    pelos produtores, seno vejamos:

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    26

    No caso da venda direta do produtor ao consumidor com cer-

    tificao facultativa, o produtor dever fazer apresentar, no

    local de venda ao consumidor ou na rotulagem, a informao

    Produto orgnico para venda direta por agricultores familia-

    res organizados, no sujeito certificao, de acordo com a

    Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003.

    A Instruo Normativa (IN) sobre os Mecanismos de Garantia e

    Informao da Qualidade Orgnica acima referida, determina

    que produtos orgnicos com 70% a 95% de ingredientes org-

    nicos certificados podem utilizar na informao de local, pu-

    blicidade ou propaganda ou no rtulo, a expresso produto

    com ingredientes orgnicos. Produtos com, no mnimo 95%

    de ingredientes orgnicos certificados, podem utilizar a ex-

    presso produto orgnico ou orgnico, permitida a

    complementao da expresso sobre a corrente agrcola ado-

    tada, como por exemplo: Agroecolgico.

    Lembrando que estamos no curso do processo de regu-

    lamentao e novos textos ou modificaes em Regu-

    lamentos Tcnicos podem ocorrer, recomenda-se con-

    sultar as autoridades competentes quando da inten-

    o de construir o rtulo de um alimento orgnico.

  • 27

    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    7. O QUE DIZ A LEI DO CONSUMIDOR

    SOBRE A INFORMAO

    O Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor (CDC), Lei no 8.078,

    de 11 de setembro de 1990, considerada uma lei de ordem pblica e

    interesse social, sendo sua aplicao priorizada onde ocorrer uma rela-

    o de consumo, ou seja, onde houver, de um lado, um consumidor e, de

    outro lado, um fornecedor.

    Assim, o fornecedor de produtos, de uma forma geral, tem o dever

    de colocar disposio do consumidor um produto de qualidade, inclusi-

    ve sob a tica da informao.

    Para o CDC, a qualidade abrange a adequao do produto, a respon-

    sabilidade pela pesagem (quantidade) e a disponibilizao de informa-

    o ao consumidor, seja qual for a forma de apresentao.

    Entre suas disposies, citamos o Art. 31 do Cdigo, que determina

    que a oferta e apresentao de produtos ou servios devem assegurar

    informaes corretas, claras, precisas, ostensivas e em lngua portugue-

    sa, sobre suas caractersticas, qualidades, quantidade, composio, preo,

    garantia, prazo de validade e origem, entre outros dados, bem como

    sobre os riscos que apresentem sade e segurana dos consumidores.

    Informaes que podem levar o consumidor ao erro, que explorem

    seu desconhecimento, abusem da inocncia das crianas ou sejam con-

    trrias ao meio ambiente saudvel, so, entre outras, consideradas en-

    ganosas ou abusivas.

    Portanto, importante que o produtor tenha cuidado com as infor-

    maes que vai veicular atravs do rtulo do produto, porque a Lei do

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    28

    Consumidor exige total transparncia nas informaes a serem disponi-

    bilizadas aos consumidores, e a infrao de suas disposies podem ge-

    rar penalizaes administrativas, civis ou criminais, conforme o caso.

    8. CONCLUSO

    Aps este breve estudo sobre a rotulagem de alimento orgnico, po-

    demos destacar alguns pontos importantes como concluso do trabalho.

    Verificamos inicialmente que produto orgnico aquele originrio

    de um processo agrcola especfico que valoriza a vida do homem e da

    natureza, alm de negar o uso de insumos sintticos, agrotxicos e orga-

    nismos geneticamente modificados, cuja definio e finalidades cons-

    tam no texto da Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003.

    Notamos que o rtulo um meio de comunicao entre o produtor e

    o consumidor, e existem informaes obrigatrias de cunho legal a se-

    rem nele estampadas, e as informaes sobre o marketing do produto

    devem ser utilizadas com certo cuidado.

    Percebemos que todo alimento, para ser colocado no mercado de con-

    sumo, deve ser registrado junto ao rgo competente, salvo aqueles que

    so isentos de registro, conforme normas e regulamentos especficos.

    Observamos que o MAPA dispe de Regulamentos Tcnicos sobre a

    rotulagem de alimentos e, no caso dos orgnicos, tambm necessrio

    cumprir as regras previstas na Instruo Normativa n. 16. J os regula-

    mentos da ANVISA podem ser aplicados de forma complementar.

    Conclumos que, a partir de 28 de dezembro de 2009, teremos novas

    regras para a comercializao de produtos orgnicos, conforme a regula-

  • 29

    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    mentao da Lei da Agricultura Orgnica que est em andamento, sendo

    recomendvel aos produtores que, antes de desenvolverem qualquer

    rtulo de alimento orgnico, procurem informaes adequadas sobre as

    Normas e Regulamentos aplicveis.

    Finalmente, observamos que o Cdigo do Consumidor uma lei de or-

    dem pblica e de interesse social, que tambm ressalta a importncia de se

    oferecer ao consumidor informaes claras e ostensivas sobre os produtos

    colocados no mercado de consumo, o que significa dizer, no caso, que cons-

    truir o rtulo do alimento orgnico tarefa de certa complexidade para

    quem produz, e de necessria importncia para quem vai consumir.

    9. ALGUMA LEGISLAO SOBRE

    ROTULAGEM DE ALIMENTOS E

    INFORMAES QUE PODEM SER

    CONSULTADAS NA INTERNET

    Lei no 5.700, de 01 de setembro de 1991, sobre utilizao de smbo-

    los nacionais;

    Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, que dispe sobre a prote-

    o do consumidor e d outras providncias;

    Leino 10.674, de 16 de maio de 2003, que dispe sobre a obrigatori-

    edade de informar sobre a presena de glten nos alimentos;

    Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que dispe sobre a agri-

    cultura orgnica e d outras providncias;

    Decreto no 6.323, de 27 de dezembro de 2007, que regulamenta a

    Lei da Agricultura Orgnica (no 10.831/2003) e d outras providncias;

  • ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

    30

    Decreto no 2.317/97, que dispe sobre bebidas em geral;

    Decreto no 9.906/90, que dispe sobre vinhos e derivados;

    Instruo Normativa MAPA no 16, de 11 de junho de 2004, sobre a

    regulamentao e outras providncias;

    Instruo Normativa MAPA no 55, de 18 de outubro de 2002, sobre

    rotulagem de bebidas;

    Resoluo ANVISA RDC no 259, de 20 de setembro de 2002, que dis-

    pe sobre as informaes obrigatrias de rotulagem;

    Resoluo ANVISA RDC no 360, de 23 de dezembro de 2003, que dis-

    pe sobre a rotulagem nutricional obrigatria;

    Resoluo ANVISA RDC no 359, de 23 de dezembro de 2003, que dis-

    pe sobre a definio de pores de alimentos embalados;

    Resoluo ANVISA no 20, de 22 de maro de 2007, sobre embalagens;

    Resoluo ANVISA no 23, de 15 de maro de 2000, que dispe sobre o

    Regulamento Tcnico e sobre o manual bsico para registro e iseno de

    registro na rea de alimentos;

    Resoluo ANVISA no 2.562/2005, sobre aditivos e corantes;

    Portaria INMETRO no 157, de 19 de agosto de 2002, que dispe

    sobre a forma de expressar e o tamanho dos caracteres da indicao

    quantitativa;

    Portaria MAPA no 371/97, que dispe sobre Regulamento Tcnico para

    rotulagem de alimentos embalados;

    Informaes sobre legislao e produtos registrados no MAPA:

    www.agricultura.gov.br;

    Informaes sobre legislao e produtos isentos e registrados na

    ANVISA: www.anvisa.gov.br;

    Informaes sobre avaliao da conformidade e regras de compe-

    tncia do INMETRO: www.inmetro.gov.br;

    Informaes sobre Agronegcio: Sociedade Nacional de Agricultura

    www.sna.org.br;

    Informaes sobre produo orgnica: www.organicsnet.com.br;

    Informaes jurdicas sobre a legislao da agricultura orgnica e

    sua regulamentao: Escritrio de Advocacia Sergio Carrano

    www.sergiocarrano.adv.br.

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    ESTUDO SOBRE ROTULAGEM DO ALIMENTO ORGNICO

  • Av. General Justo, 171 - 7 andar20021-130 - Rio de Janeiro-RJ

    Tel.: (21) 3231-6350 Fax: (21) 2240-4189Site: www.sna.agr.br E-mail: [email protected]

    Sociedade Nacionalde Agricultura

    Fundada em 1897